semmais
Sábado 4 | Julho | 2015
Diretor Raul Tavares Semanário | Edição 862 | 9ª série Região de Setúbal Distribuído com o Expresso Venda interdita
REGIÃO JÁ TEM MAIS DO DOBRO DE ÁREA ARDIDA EM RELAÇÃO A 2014
Uma primavera mais quente e mais seca fez explodir os incêndios no distrito, ao ponto da área ardida ser já mais do dobro da que foi consumida em 2014. Segundo dados a que o Semmais teve acesso, já ocorreram 261 fogos este ano, contra 118 registados o ano passado.
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O líder do PS, que dedicou parte da semana a visitas e encontros na região, disse em entrevista ao Semmais estar convencido que o seu partido vai reforçar a sua votação em todo o país, e em particular no círculo eleitoral de Setúbal.
A tentativa de homicídio a um agente da PSP, em Vale da Amoreira, na Moita, é pretexto para o sindicato daquela polícia pedir, com urgência, mais policias para o distrito. O alerta é sério e os dirigentes da PSP dizem que podem ocorrer mais casos.
ANTÓNIO COSTA ACREDITA NUM RESULTADO SINDICATO QUER MAIS AGENTES NA REGIÃO, ‘HISTÓRICO’ NO DISTRITO DE SETÚBAL APÓS AGRESSÃO A PSP NA MOITA
ARESTAURANTE CASA SETÚBAL DO PEIXE PORTUGAL
RUA GENERAL GOMES FREIRE 138 | 960331167
SOCIEDADE O ANO PASSADO FORAM REGISTADOS 118 OCORRÊNCIAS E ESTE ANO JÁ VAMOS EM 261 INCÊNDIOS
Região com mais incêndios e área ardida do que em 2014 TEXTO ROBERTO DORES IMAGEM SM
O ano passado tivemos uma época de fogos mais ou menos calma, ao contrário deste arranque de 2015, que já dobrou o número de incêndios que consumiram mais 70 hectares.
O distrito de Setúbal regista
um significativo aumento do número de fogos e de área ardida face ao ano passado. A região contabilizava 261 incêndios e 88 hectares de área queimada, de acordo com os dados provisórios relativos ao primeiro semestre do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), depois de ano passado exibir uma das épocas mais calmas de que há memória. Teve apenas 12 hectares de área ardida e 118 ocorrências. Segundo os dados oficiais a que o Semmais teve acesso, o distrito de Setúbal registou 248 fogachos e 13 incêndios florestais, para total de 261 ocorrências, sendo que área ardida na região consumiu 88 hectares: 23 de matos e 65 de povoamentos. Ainda assim, são números que ficam bem atrás dos registados em 2013 quando o distrito somava 207 hectares queimados, o equivalente as 207 campos de futebol. Os dados revelados pelo INCF surgem quando já está em marcha o período mais crítico – conhecido como fase Charlie - que começou a 1 de Julho e vai vigorar até 30 de Setembro, com os bombeiros
da região a revelarem preocupações redobradas após uma das primaveras mais quentes de que há memória. Esta primavera foi muito quente e muito seca Segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) a primavera (março, abril e maio) foi «muito quente e muito seca», onde a temperatura média do ar foi superior ao normal em +1.71 graus centígrados. A precipitação média correspondeu a cerca de 56% do valor normal, classificando-a na quarta primavera mais quente desde 1931 e na quinta mais seca no mesmo período. Aliás, nos meses de março a maio ocorreram três ondas de calor: uma entre o final de março e início de abril e duas em maio. «Nos meses correspondentes à primavera de 2015 (março, abril e maio) registaram-se valores de ocorrências mensais superiores às respetivas médias do decénio anterior (2005-2014), com maior expressão nos meses de abril e maio. Também a área ardida associada aos meses de abril e maio é substancialmente superior às médias mensais dos últimos dez anos», segundo avançou o IPMA.
SEM GRANDES INCÊNDIOS MAS COM MUITAS CAUTELAS Este ano ainda não ocorreram grandes incêndios na região, classificação dada sempre que a área total afetada seja igual ou superior a cem hectares. A maioria das causas conhecidas dos incêndios florestais é de origem humana, pelo que as autoridades alertam que no período crítico, nos espaços florestais e agrícolas, não é permitido fumar, fazer lume ou fogueiras, fazer queimas ou queimadas, lançar foguetes e balões de mecha acesa, fumigar ou desinfestar apiários, salvo se os fumigadores estiverem equipados com dispositivos de retenção de faúlhas. Também a circulação de tratores, máquinas e veículos de transporte pesados que não possuam extintor, sistema de retenção de fagulhas ou faíscas e tapa chamas nos tubos de escape ou chaminés vão ser alvo de vigilância apertada.
NOVA PROPOSTA DE LEI DE FINANCIAMENTO DEIXA BOMBEIROS VOLUNTÁRIOS DE SETÚBAL À BEIRA DE ATAQUE DE NERVOS
AHBVS não aprova e apela à intervenção da Liga dos Bombeiros Portugueses TEXTO RITA MATOS * IMAGEM SM
A Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Setúbal (AHBVS) está contra e exige que seja aplicada uma lei que responda ao problema do «crónico subfinanciamento dos voluntários portugueses».
A Associação de Bombeiros Vo-
luntários de Setúbal contesta a nova proposta de lei de financiamento e sublinha que, acima de tudo, deveria haver uma regulamentação da lei da tipificação dos corpos de bombeiros, lei que, segundo referem os seus responsáveis «existe mas que nunca foi implementada». «Apenas a partir daí seria possível obter um quadro mais rigoroso das necessidades de cada um dos corpos de bombeiros», frisou, em conferência de imprensa, o presidente da AHBVS, José Luís Bucho, realçando que em Setúbal a falta desta lei da tipificação torna-se ainda um problema mais sério, pois aqui existem vários riscos naturais e tecnológicos. «Aqui temos várias indústrias com nível médio e elevado de perigosidade, o concelho é atravessado diariamente por milhares de viaturas pesadas de transporte de matérias perigosas», sublinha. José Luís Bucho afirmou ainda que os bombeiros não possuem uma tipificação que
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determine o financiamento que deve receber do Estado, e que no caso de Setúbal é ainda mais grave pois neste concelho existe um corpo de bombeiros profissionais. «Apenas recebemos pouco mais de metade da verba que receberíamos se aqui não estivessem bombeiros sapadores», reclama o dirigente. Realçando que a nova proposta de lei financiamento apresenta a apenas a vantagem de «ser uma lei e não uma portaria», a AHBVS exige que sejam resolvidos os problemas de financiamento das associações humanitárias e que a Liga
dos Bombeiros Portugueses não aceite esta proposta de lei «por não existir uma outra». Para quem desconhece a nova proposta de lei, esta pretende implementar um mecanismo que impeça que haja uma variação superior a dez por cento em relação aos montantes atribuídos em anos anteriores. No caso de Setúbal, frisa a AHBVS, «a manter-se o mesmo valor, estamos a falar de 10.800 euros num orçamento de 108.000». A AHBVS acusa o governo de, com esta proposta, apoiada pela LBP, «continuar a discrimi-
nar os bombeiros voluntários nos concelhos (são 27 em todo o país) onde existem profissionais, reduzindo os apoios do estado». Numa luta por uma lei mais “justa e adequada”, a AHBVS vinca ainda que esta proposta «não tem em consideração a realidade que, hoje em dia, se vive nas associações humanitárias de bombeiros que, durante décadas, se financiaram, maioritariamente, com as receitas do transporte de doentes». «Precisamos de uma lei que possa alimentar-se nas verbas do Instituto de Seguros de Portugal, nas verbas dos jogos da Santa Casa da Misericórdia, nas receitas dos concessionários das autoestradas, portos e aeroportos. Uma lei que isente as associações do pagamento e cobrança de IVA, que isente de tributação de IRS os prémios de disponibilidade permanente dos bombeiros voluntários e trabalhadores das associações durante todo o ano, que as reembolse do total do combustível gasto no socorro», salienta a AHBVS. *Comboio das Palavras
SOCIEDADE
Comissão Executiva da Arrábida promove Candidatura a Reserva da Biosfera TEXTO RITA MATOS IMAGEM DR
A Comissão Executiva da Arrá-
bida, composta pela Associação de Municípios da Região de Setúbal (AMRS), o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) e os Municípios de Palmela, Sesimbra e Setúbal, vai avançar com a intensão de promover a Candidatura da Arrábida a Reserva da Biosfera. «Considerando a Arrábida um património da Região de Setúbal e do País e um elemento
potenciador de um desenvolvimento harmonioso entre a natureza e as comunidades humanas e prezando todo o trabalho produzido anteriormente, no quadro da primeira tentativa de reconhecimento internacional da Arrábida» sublinha a Comissão Executiva da Arrábida, «coloca-se hoje o desafio de voltar a pôr na ordem do dia o desígnio fundamental de valorizar, proteger e promover este território e o seu património único e excecional, procurando potenciar as entidades e personalidades envolvidas e o consenso nacional obtido em
torno do objectivo de valorização da Arrábida». Segundo a Comissão Executiva da Arrábida, este é um processo que deverá ser promovido em «estreita articulação» com a Comissão Nacional da UNESCO, e que visa «continuar a apostar na Arrábida, na necessidade de garantir o reconhecimento da excecionalidade dos seus valores patrimoniais, no desenvolvimento harmonioso deste território na sua relação com quem nele vive e com quem o visita, promovendo a proteção do património, o seu estudo e valorização».
Festas de S. Pedro superam os 300 mil visitantes TEXTO ANTONIO LUIS
Cerca de 300 pessoas marcaram presença no tradicional almoço dos pescadores que teve lugar no dia 30 de junho, na Sociedade Cooperativa União Piscatória Aldegalense (SCUPA), no âmbito das Festas Populares de S. Pedro, que decorreram de 25 a 30.
O presidente do município, Nuno Canta, fez um balanço «extraordinário» das festas deste ano, as quais contaram com milhares de pessoas. «Correu tudo com uma grande recetividade e com grande apoio dos populares», vincou, relembrando que os toiros das largadas foram «embolados» para não causar feridos.
José Santos, o presidente da SCUPA, que organizou o almoço, com o apoio financeiro do município, relembrou que o almoço já se faz «há muitos anos». «Isto começou por ser um almoço da direção da coletividade mas, rapidamente se alastrou a todas as pessoas. É um almoço de amizades, de agradecimentos, e estas
festas têm tido o apoio de muitas firmas», vinca. Já o presidente da comissão de festas, José Manuel Santos, agradeceu a colaboração de todos os montijenses e visitantes, porque sem pessoas não há festas, e falou em mais de 300 mil visitantes. «Agradeço às voluntárias que ornamentaram as
ruas e pátios. Agradeço do fundo do coração a todos os elementos da comissão, sem eles não seria possível a realização das festas e aos seus familiares e amigos que se viram privados da sua companhia em prol do Montijo. Estas festas são para continuar e para melhorar, sempre».
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SOCIEDADE ASSOCIAÇÃO SINDICAL DOS PROFISSIONAIS DA POLÍCIA REAGE A INCIDENTE NO VALE DA AMOREIRA
Agressão a agente leva sindicato a pedir mais PSP no distrito TEXTO ROBERTO DORES IMAGEM SM
A tentativa de homicídio a um agente da PSP no Vale de Amoreira, na Moita, está a preocupar as autoridades policiais. A falta de meio e de homens em situação de risco deve ser visto com outros olhos.
O alerta é dado pela Associa-
ção Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP), após a violenta agressão sofrida por um agente no Vale da Amoreira (Moita). «O distrito de Setúbal precisa de um policiamento adequado às suas necessidades», sublinha o dirigente da ASPP Paulo Rodrigues, defendendo que o Comando Distrital da PSP de Setúbal «deve ser olhado com outros olhos» pela estrutura da PSP, depois do que aconteceu ao polícia, que chegou a ter a vida em risco, após ter sido esfaqueado. Recorde que o agente da PSP Fernando Bandeira, de 48 anos foi ferido na sequência de uma desordem pública nas Festas do Vale da Amoreira, tendo sido levado para o hospital. O agente foi ferido quando se viu obrigado a intervir numa desordem pública causada por uma invasão a um dos palco, com pessoas a retirarem o microfone aos músicos. Seguiu-se a troca de agressões entre mais de duas dezenas de pessoas e o arremesso de pedras e garrafas contra os polícias, com os envolvidos a colocarem-se em fuga.
O agente foi agredido e ferido com uma arma branca, tendo-lhe sido roubado o cinturão completo que suportava a arma de fogo de serviço e o bastão policial. As imagens de vídeo que mostram a brutalidade das agressões revelaram-se determinantes na captura de alguns dos suspeitos, como foi o caso de um homem de 20 anos, o quinto indiciado de ter participado no espancamento. Presente a um juiz, foi o terceiro a ficar em prisão preventiva, enquanto a arma foi recuperada num caixote do lixo. ASPP diz episódios destes podem acontecer a qualquer altura O agente já teve alta, mas a ASPP defende que este episódio não pode passar em claro. Voltando a olhar para o distrito, Paulo Rodrigues diz que «os agentes da PSP atuam em risco da sua vida por falta de meios. Este foi um caso de desordem num determinado contexto que culminou com a tentativa de homicídio a um agente, mas pode acontecer a qualquer altura», ressalva,
‘MANIF’ À PORTA DA CÂMARA A agressão ao agente Fernando Bandeira foi o mote para uma manifestação de pessoas ligadas ao Partido Nacional Renovador, junto à Câmara do Barreiro, que desta forma quiseram demonstrar solidariedade para com o polícia ferido. Cerca de três dezenas de pessoas exibiram uma tarja com a inscrição ‘Basta de crime, queremos segurança’.
acrescentando que, sobretudo, durante a noite, os elementos policiais «não podem atuar de forma fragilizada e isolada, sem meios e sem efetivos». O dirigente não aceita que cada vez se exija mais dos polícias «com menos meios», alegando que os agentes «estão
sempre a atuar em reação, pois não existem meios nem verbas para se combater de forma preventiva. Esta falta de meios coloca muitas vezes os polícias em risco da própria vida», insiste, revelando que estas questões já foram colocadas ao Governo e à própria hierarquia da PSP.
Vaivém Oceanário chega a Tróia
Educar mais e melhor para combater as adversidades O Encontro Anual sobre Educação, promovido pelo Centro de Formação Ordem de Santiago, decorreu nos passados dias 26 e 27 de julho, no auditório da Escola Secundária D. João II, em Setúbal. O evento contou com a participação de cerca de uma centena de professores, investigadores e autarcas, que reflectiram e discutiram o Ensino Profissional, a Educação e Formação de Adultos e a Municipalização/ transferência de competências. EDUCAR NA @D(I)VERSIDADE foi, este ano, o tema do encontro que visou promover uma reflexão sobre Educação num contexto de Diversidade de alunos e, também, face às adversidades da conjuntura actual. O primeiro dia da iniciativa apresentou vários painéis dedicados ao ensino profissional,
vocacional e à educação e formação de adultos. A par de comunicações de especialistas, foram partilhadas experiências oriundas de escolas dos três concelhos abrangidos (Setúbal, Sesimbra e Palmela). De salientar que 40 por cento dos jovens portugueses escolhem a via profissionalizante; 30 por cento são diplomados pelo ensino superior e outros 30 por cento não possui qualquer qualificação, o que significa que Portugal, em termos europeus, é o país com piores taxas de qualificação. A estratégia 2020 prevê que Portugal chegue a 2020 com 40 por cento de diplomados pelo ensino superior e 50 por cento qualificados pelas vias profissionalizantes. Neste sentido, torna-se emergente implementar políticas de reforço do ensino
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profissional e vocacional, sendo que as escolas afirmam «não ter meios para desenvolver uma efectiva orientação dos jovens». No que diz respeito à Educação e Formação de Adultos, no Encontro Anual sobre Educação foi sublinhado o «vazio criado entre o encerramento dos CNOS (programa Novas Oportunidades) e a criação dos CQUEP (Centros para a Qualificação e Ensino profissional) que têm estado a trabalhar sem os recursos necessários para a qualificação dos adultos». Segundo o Centro de Formação Ordem de Santiago, organizador do evento, «a promoção da imagem pública destas ofertas educativas alternativas» constitui-se como «uma grande aposta de futuro, com o imprescindível envolvimento das empresas e municípios».
A Marina de Tróia recebe, entre os dias 7 e 12 de Julho, o Vaivém Oceanário, um projeto de Educação Ambiental em Movimento que já contabiliza 150 ações. Através desta iniciativa, o TROIA RESORT convida as populações de Grândola e Setúbal a participar em atividades educativas de exploração do novo mapa do território português, “Portugal é Mar”. Os visitantes do Vaivém Oceanário irão “navegar” através dos diferentes ecossistemas marinhos e descobrir as espécies que habitam no território marinho nacional. Esta atividade irá proporcionar aos seus visitantes a oportunidade de “mergulhar” em ações relacionadas com a “economia azul”, explorando a diversidade de bens e serviços que os oceanos fornecem, bem como o valor que têm para o planeta e para todos nós.
O Vaivém, um projecto financiado pelo Oceanário de Lisboa, viaja há uma década pelo país com a missão de consciencializar a população para a conservação dos oceanos. Mais de 170 mil portugueses já participaram em actividades que exploram “um mar de oportunidades”. As actividades são de acesso livre e gratuito e o horário de funcionamento é: dia 7 de Julho das 15h às 18h, de 8 a 11 de Julho das 10h às 13h e das 15h às 18h e no dia 12 de Julho das 10h às 13h. Para Célia Ferreira, responsável pela Gestão Ambiental do TROIA RESORT, «o Oceanário é reconhecido pela qualidade das suas atividades de educação ambiental, pelo que esta é uma oportunidade de ouro para que todos os que visitam Tróia possam de forma divertida aprender mais sobre a riqueza dos mares portugueses».
POLÍTICA ANTÓNIO COSTA EM ENTREVISTA, AFIRMA QUE ENCONTROU NO DISTRITO AS DUAS MARCAS PERVERSAS DA GOVERNAÇÃO DA DIREITA
«Vamos acabar com o desperdício de recursos e desinvestimento dos serviços públicos» TEXTO RAUL TAVARES IMAGEM JORGE FERREIRA
O líder do PS andou esta semana pela região de Setúbal, num périplo já a cheirar a campanha eleitoral. Ouviu empresário, associações setoriais e tomou contacto com alguns dos problemas do distrito. E concedeu uma entrevista conjunta ao Semmais e ao “Diário da Região” Que balanço pode fazer destes primeiros contactos com a região e seus agentes? Confirmei a existência de um problema transversal ao país, que é o efeito em todos os setores económicos de uma enorme depressão e impacto do desemprego e dos rendimentos das famílias em todos os setores. E confirmei, no distrito, aquilo que é o exemplo muito gritante de duas marcas desta governação: O desperdício de recursos e o desinvestimento dos serviços públicos. Em deles, é o Hospital do Litoral Alentejano, uma unidade com boas instalações, excelentes equipamentos, que vive hoje sobretudo graças ao esforço dos médicos, enfermeiros e restante pessoal, que mantêm a funcionar serviços depauperados de recursos humanos e que podiam produzir mais e funcionar melhor senão tivesse havido este desinvestimento. O outro, não menos gritante, refere-se à forma como foi travado um investimento público e privado no porto de Sines que, caso não ocorre-se, teria permitido aumentar muito a sua capacidade de servir a economia nacional de crescer para servir todo o ‘interland’ ibérico até Madrid e reforçar o papel estratégico da plataforma logística de Portugal no quadro do Atlântico. Prepara-se então para alterar esse paradigma, caso os portugueses lhe confiem a governação do país? Sim, é preciso, no caso de Sines, retomar o projeto de expansão do terminal XXI, de forma a aumentar a capacidade de movi-
mentação de carga. E é essencial fazer o investimento na ligação ferroviária a Espanha, quer no troço já com candidatura entregue em Bruxelas, de Évora a Caia, quer de que ligará Sines a Grândola, de forma a melhorar a acessibilidade ao Porto. E, já agora, temos que descongelar as admissões na função pública, dando prioridade aos serviços de primeira linha, que são essenciais aos cidadãos, nomeadamente no setor da saúde. E não só descongelar as contratações, como criar uma política de recursos humanos que permita atrair e fixar quadros especializados, médicos e enfermeiros onde estão a fazer falta. Falou há pouco no porto de Sines. Já tem ideia formada sobre o anunciado Terminal de Contentores no Barreiro… Estão neste momento a ser feitos estudos, para avaliar quer a viabilidade técnica, económica e ambiental dessa solução. Antes de estarem concluídos é prematuro tomar qualquer tipo de decisão. Eu tenho a noção que é importante que o porto de Lisboa possa desenvolver-se e que o possa fazer numa ou noutra margem, consoante aquilo que serão essas condicionantes. Mesmo que o processo avance com críticas e à custa do Porto de Setúbal… Eu sou defensor há muito tempo de haver uma gestão integrada dos portos de Setúbal e de Lisboa, à escala regional, desenvolvendo as complementaridades que podem ter e não numa lógica de competição. Como sabe, o município de lisboa defende a manutenção do terminal de Alcântara, mas em contrapartida defende o encerramento de toda a atividade portuária a montante de Santa Apolónia, com exceção dos graneis cerealíferos que alimentam a fábrica da Nacional. Grande parte dessas atividades a desativar tem boas alternativas no porto de Setúbal, onde, aliás, pelo menos de um dos casos há um concessionário comum que é a Transinsular. Mas não se quer comprometer ainda com uma solução definitiva? É preciso ter a informação para decidir bem. Temos a enorme vantagem do presidente do Barreiro concordar e a oportunidade de que a instalação de um porto ali constituiria para desenvolver todo o arco ribeirinho
COSTA ESPERA «UMA GRANDE VOTAÇÃO» EM PARTICULAR NO DISTRITO DE SETÚBAL O líder do PS acredita que o seu partido vai alcançar nas legislativas de Outubro «uma grande votação nacional e em particular no distrito de Setúbal». É uma convicção de António Costa, mesmo tendo em conta, como refere, «a campanha anti-PS” que a CDU e o BE têm vindo a fazer. «Há mesmo um concurso entre essas duas forças políticas para ver qual delas é a mais anti-PS. Mas estou certo que, independentemente dessa campanha, os eleitores perceberão que a única forma de derrotar a direita e este governo é darem utilidade ao seu voto, porque só assim se poderá produzir uma mudança de governo e de políticas», afirma o líder socialista. António Costa diz sentir essa vontade “de correr com eles” nas ruas, nos contactos que tem vindo a fazer nesta pré-campanha de veraneio. «Sinto que as pessoas estão dispostas a não desperdiçar esta oportunidade de mudar as coisas», sustenta.
sul, para além da poupança que poderia ter em matéria de infraestruturas de inserção da rede rodoviária e também ferroviária. Mas, como referi, há outras duvidas que importam esclarecer e, por isso, devemos aguardar pela conclusão dos estudos. Mas, deixe-lhe referir que em matéria de grandes obras públicas temos nos concentrar em planear as infraestruturas do quadro comunitário 20202027. Não podemos em cada governo que muda recomeçar tudo, porque foi assim que ao longo das últimas décadas já consumimos milhões em estudos que podiam ter sido empregues com maior vantagem em obras por realizar. O que pretende fazer nessa lógica de raciocínio? O que nós definimos, foi que na próxima legislatura executare-
mos as obras que estão previstas e cujo financiamento no atual quadro comunitário de apoio está assegurado. Temos que passar a alinhar o nosso planeamento de obras públicas em função dos fundos comunitários. Até 2018 vamos ter que fazer trabalho de casa, avaliação das soluções, avaliação da discussão pública das soluções, avaliação dos impactos ambientais das soluções, de forma que em 2018 a Assembleia da República possa aprovar, por maioria de dois terços, um plano que seja o plano que em 2019 e em 2020 seja negociado em Bruxelas. Depois é fazer os projetos, de forma que em 2020, quando entrarmos no novo Quadro, os projetos estejam prontos e arrancarmos imediatamente com eles, para que não aconteça o que está a acontecer agora que a ano e meio depois do novo quadro comunitário ainda não
há um projeto a ser executado. E quer também, é público, regionalizar através das CCDR, quer explicitar? Esse é outro impasse que temos que resolver e que dura desde 1997. Vamos ter que fazer duas coisas: A primeira é eleger, simultaneamente, nas próximas autárquicas, uma área metropolitana que seja uma verdadeira autarquia metropolitana. E, em segundo lugar, temos que, para o conjunto do resto do país, aproveitar as estruturas já existentes das CCDR’s, e integrar nesses organismos os outros serviços da administração desconcentrada do Estado, democratizando e descentralizando a sua designação, deixando as suas direções de serem nomeadas pelo Governo mas sim pelo conjunto dos autarcas dessas regiões.
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NEGÓCIOS MOÇÃO APROVADA PELA CÂMARA COM VOTOS A FAVOR DO PS E PSD E CONTRA DA CDU
Montijo dá luz verde ao aeroporto TEXTO ROBERTO DORES IMAGEM SM
O projeto de transformar a Base Área n.º6 do Montijo destinada a voos low-cost pode animar o desenvolvimento do concelho. A autarquia diz estar disponível para apoiar todos os estudos.
A Câmara do Montijo é favorá-
vel à localização de um aeroporto complementar ao da Portela na Base Aérea nº 6, sedeada no concelho, segundo uma moção aprovada pela autarquia, na qual o executivo liderado por Nuno Canta assume que a infraestrutura aeronáutica se pode vir a traduzir em importantes «investimentos e emprego» para a região. No documento que foi aprovado pelos eleitos do PS e PSD, contando com o voto contra da CDU, lê-se que a autarquia «manifesta o seu apoio à utilização da Base Aérea do Montijo, como solução aeroportuária complementar ao aeroporto da Portela», acrescentando ainda estar disponível para apoiar os estudos ambientais, segurança, ordenamento, proteção civil, «por forma a reduzir os possíveis impactos no território». Como o Semmais já avançou, a Base Aérea nº 6, no Montijo, é a principal opção para receber o aeroporto destinado a voos low-cost, decorrendo já estudos que
visam transformar uma das pistas da base numa infraestrutura aeroportuária que possa ser complementar à Portela. Base do Montijo passará a articular com pistas da Portela O projeto passará por terminar com o conceito Portela+1, vindo antes a pista do Montijo e da Portela a operarem como uma espécie de aeroporto único. Ou seja, a Base nº6 também passará a integrar o Aeroporto de Lisboa, pelo que o investimento a realizar terá em vista o «longo prazo», assegurando a utilização da pista por mais tempo. Do caderno de encargos já entre pela autarquia a Jorge Ponce de Leão, CEO da ANA – Aeroportos de Portugal – é dada prioridade à construção de algumas infraestruturas que Nuno Canta considera «indispensáveis». A conclusão da circular externa até ao Seixalinho, a construção da Avenida do Seixalinho com ciclovia e uma
nova ligação viária à Ponte Vasco da Gama são obras necessárias para o município, já permitem retirar trânsito do centro da cidade. «Os representantes da ANA concordaram, porque têm o exemplo dos graves congestionamentos na segunda circular», revelou já o edil.
A conservação paisagística também é citada no documento, a par da melhoria dos transportes públicos e da prestação do abastecimento de água e do tratamento dos esgotos ao novo aeroporto pelos Serviços Municipalizados de Água e Saneamento do Montijo.
Barreiro reconhece esforço e dedicação dos trabalhadores O município barreirense entregou 72 medalhas de antiguidade aos trabalhadores das autarquias e dos Serviços Municipalizados de Transportes Coletivos, com 15, 25 e 35 anos de serviço. A cerimónia decorreu dia 26 de junho nos Bombeiros Voluntários Sul e Sueste, no âmbito das comemorações do 31.º aniversário do Dia da Cidade. Dirigindo-se aos funcionários, o presidente Carlos Humberto afirmou que acredita que «só é possível concretizar o projeto de desenvolvimento do Barreiro com envolvimento e comprometimento constantes e crescentes dos trabalhadores das autarquias». Para o edil, o Poder Local De-
mocrático «é objeto de uma ofensiva pensada, estruturada, global». Lamentou que, consequentemente, existe, hoje, «um poder local mais administrativo que querem subalternizado à Administração Central, progressivamente tornado um executante e um veículo das políticas e conceções do estado central». Carlos Humberto enalteceu os 10 anos de governação no município, sublinhando que «10 anos com altos e baixos, com muitas decisões acertadas e com algumas menos certas, com erros e insuficiências, mas também com avanços, muito trabalho só possível convosco». Finalizou com uma mensagem de esperança no futuro. «Sabemos
das dificuldades, mas sabemos que o futuro constrói-se e que hoje estamos a construí-lo. Sabemos que é necessário não desistir que é necessário semear a esperança, a combatividade, o sonho». A noite fechou com o “Barreiro Light On”, que atraiu à zona ribeirinha milhares de pessoas para assistirem às projeções multimédia realizadas pelo CUBO. Em 8 minutos, viu-se a evolução histórica do concelho e seus momentos mais marcantes, a nível económico, social e político. «Gostei muito do filme. De alguma forma me identifico com os pormenores, é um bocadinho da história do Barreiro», vincou o edil.
Festival Terras sem Sombra promove gastronomia alentejana TEXTO CAROLINA BICO
A 11.ª edição do Festival Terras de Sombra, o evento de música sacra do baixo Alentejo, encerra amanhã com uma degustação gastronómica, que contará com a presença de prestigiados cozinheiros portugueses e estrangeiros para a promoção das iguarias alentejanas, numa parceria com o Porto de Sines. Para dar corpo a este ‘repasto’, no âmbito da iniciativa, “Do Atlântico e do Mediterrâneo – Lakasa e os Paladares do Sul”, César Martín, chef do reputado restaurante ma-
drileno, Lakasa foi desafiado a confecionar os produtos alentejanos típicos da região. Conhecido como “cozinheiro de mercado”, este procurará combinar os segredos da arte da cozinha com o respeito pelas tradições locais, ingredientes que lhe têm garantido afamadas críticas da imprensa espanhola e europeia. O conhecido restaurante Trinca-Espinhas, situado em plena praia de São Torpes tornar-se-á no laboratório gastronómico escolhido para as criações de Martín, que juntarão o peixe, o marisco, o pão, o azeite, a flor de sal, as ervas aro-
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máticas, o medronho e o mel do Alentejo na mesa dos visitantes. Recorde-se que o “Festival Terras sem Sombra”, fundado em 2003 e dinamizado anualmente pelo Departamento do Património Histórico e Artístico da Diocese de Beja, procura associar a música sacra à defesa do património e da biodiversidade do litoral alentejano, no qual a vertente gastronómica assume particular relevância. O projeto partiu dos membros da sociedade civil e visa tornar acessível a um maior número de pessoas os monumentos religiosos sediados na diocese de Beja.
Milhares de pessoas visitaram e provaram os produtos da Pimel O concerto de José Cid encerrou dia 28 de junho, a PIMEL – XXV Feira do Turismo e das Atividades Económicas, que recebeu milhares de pessoas em Alcácer do Sal, nos três dias de certame. A PIMEL foi inaugurada dia 26, com a presença da atleta Isa Sebastião e do apresentador Jorge Gabriel, que foi agraciado com o título de embaixador do Alentejo pela Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo. A edição contou com a representação de 20 empresas, 50 expositores e 17 tasquinhas. Música, dança, desporto, colóquios, teatro, cozinha ao vivo, concursos de mel, doçaria e petiscos, corrida de galgos, corrida de toiros e o espaço criança foram algumas das ofertas da PIMEL. Na sexta-feira, Jaime Batista & Convidados proporcionou um
concerto com músicas das décadas de 50, 60 e 70. Sábado, Mickael Carreira atuou no palco principal, atraindo milhares de visitantes. Já no dia 28, houve corrida de toiros, com a ganadaria Branco Núncio. Foram lidados seis toiros pelos cavaleiros Rui Salvador, Luís Rouxinol e Miguel Moura, e pelos Grupos de Forcados de Santarém. No concurso de doçaria, na modalidade mel/pinhão, a vencedora foi Aldegundes Freitas, com “Tronco Alentejano”. Na modalidade doces conventuais, o 1.º lugar foi para Genoveva Jerónimo com “Toucinho do Céu”. Ainda no âmbito do concurso de doçaria, modalidade livre, em 1.º lugar ficou Genoveva Jerónimo, com “Delícias de Nata”. O júri deu a Aldegundes Freitas o prémio de Melhor Doce da PIMEL, pelo seu “Tronco Alentejano”.
DESPORTO ESPETÁCULO DE FREESTYLE MOTOCROSS PARA VER ESTA NOITE NA PRAÇA DE TOIROS DA MOITA
Saltos e acrobacias numa noite diferente TEXTO MARTA DAVID IMAGEM SM
Emoções fortes para os amantes do motociclismo, com a presença dos melhores acrobatas europeus em duas rodas. A adrenalina vai estar ao rubro.
A praça de touros da Moita vai
receber, este sábado, a partir das 21h30, um espetáculo de Freestyle de motocross, com alguns dos melhores acrobatas europeus em duas rodas a marcar presença. A organização promete uma noite de emoções fortes, com acrobacias e muita adrenalina, num espaço emblemático para a vila da Moita. «Todo o show que vai decorrer na Praça de Toiros da Moita é uma novidade. As pessoas vão ver um espetáculo que nunca viram na vida», diz Marco Carvalho, o promotor do evento. A mesma equipa já levou a cabo um evento semelhante em Évora que foi um enorme sucesso, mas assegura que o show da Moita «vai ter ainda mais qualidade». Marco Carvalho é piloto profissional de FMX há quase duas décadas e pretende desenvolver esta modalidade em Portugal,
algo que ainda não acontece. O facto de estar já em fase de abandono da carreira leva o piloto a apostar cada vez mais na promoção destes eventos que podem ser uma forma de dar a conhecer a modalidade. Para além disso, Marco Carvalho pretende também formar novos pilotos e, nesse sentido, tem o objetivo de criar uma escola de formação ainda este ano, com sede nas Pontes, em Setúbal. Brice Izzo, Miguel Espada e Javi Polo, são nomes sonantes Brice Izzo, vice-campeão francês de supercross, e Miguel Espada e Javi Polo, de Espanha, são os nomes mais sonantes do cartaz da Moita e que vão surpreender todos com as manobras que vão efetuar. «O público vai ficar de boca aberta com o que vai ver», explica o promotor, garantindo que
«vão ser efetuados saltos que chegam aos 12/13 metros de altura e 21 metros de comprimento, com as manobras a serem realizadas no seu ponto mais alto.» O atleta português Diogo Campos vai apresentar-se também na modalidade de moto quatro. Para os amantes da bicicleta estão também garantidos mo-
mentos de emoção com alguns dos melhores atletas portugueses da modalidade a apresentarem-se na Moita. Sandro Silva, Fábio Gil e Nuno Pintas apresentam as suas manobras em bicicleta de montanha, enquanto Tiago Badoia vai fazê-lo em BMX. O evento termina com a música do DJ André Freitas.
ATLETA DO VITÓRIA DE SETÚBAL REPRESENTOU A SELEÇÃO PORTUGUESA NOS CAMPEONATOS MUNDIAIS
Rita Ribeiro vence bronze na China A jovem fundista perdeu apenas para duas atletas chinesas que resistiram melhor às altas temperaturas. O ano passado, Rita Ribeiro já tinha conquistado ouro nos Jogos da CPLP TEXTO MARTA DAVID IMAGEM SM
Plantel do Vitória regressa ao trabalho na segunda-feira
A atleta do Vitória de Setúbal,
Rita Ribeiro, que representou a seleção portuguesa nos Campeonatos Mundiais do Desporto Escolar, que decorreram na China, conquistou o terceiro lugar na prova dos 800 metros. Com o tempo de 2.17 minutos, a jovem fundista do Bonfim perdeu apenas para duas atletas chineses que resistiram melhor à temperatura de 37 graus e à humidade relativa do ar que rondava os 70 por cento. Uma excelente prestação para a atleta setubalense que no ano passado já tinha conquistado o ouro nos Jogos da CPLP, em Angola, aquando da sua primeira internacionalização. Fernando Ferreira, treinador do Vitória e responsável pelo acompanhamento à atleta, mostra-se orgulhoso do trabalho da fundista setubalense que «atravessa o seu pico de forma, pois a sua orientação de treino foi marcada para esta competição mundial, conseguindo uma agradável e inédita classificação.»
O defesa central italo-argenti-
Apesar de ter partido com poucas expectativas, a jovem tinha feito um último treino antes da viagem que deixou boas indicações ao treinador. A atleta, bastante dedicada, segundo o seu treinador, atravessa um mo-
mento especial de forma que é indicador da sua «capacidade de dedicação e sofrimento no treino e a coragem de, na altura decisiva da corrida, estar presente na disputa e atacar as adversárias no momento certo.»
no Cristian Tissone e o avançado português Vasco Costa são duas das últimas contratações para reforçar o plantel do Vitória de Setúbal que regressa aos trabalhos na próxima segunda-feira. Com novo treinador e uma equipa cheia de caras novas, o Vitória aposta numa época mais descansada que a anterior em que até aos últimos jogos lutou pela manutenção. Entre os reforços mais recentes, Cristian Tissone, de 27 anos, formou-se nos clubes argentinos, e passou pelo campeonato italiano, ainda como júnior. Antes de vir para Portugal, onde representou o Anadia, integrou o plantel dos espanhóis do UE Olot e a equipa secundária do Málaga.
Já o avançado de 23 anos deixa a equipa da AD Fafe, onde disputou na última temporada o Campeonato Nacional de Seniores, tendo marcado doze golos em 35 jogos oficiais. Estágio em Fornos de Algodres e particular com Nacional Os trabalhos no Bonfim começam esta segunda-feira, dia 6 de Julho. Depois a equipa liderada por Quim Machado ruma a Fornos de Algodres onde dará um estágio entre os dias 12 e 18 deste mês. A apresentação oficial aos sócios ocorre num jogo particular frente ao Nacional da Madeira, que se realiza no dia 25.
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CULTURA
Das coisas nascem coisas José Teófilo Duarte Designer | Art director
Foi bonita a Festa Penso que estaremos todos de acordo neste reconhecimento. Antes de começarmos a encetar os cadernos que definirão a Festa da Ilustração do próximo ano, é justo recordar aqui quem muito se esforçou para que as ilustrações tomassem conta das paredes da cidade. Setúbal foi mesmo Capital da lustração. Os desenhos tomaram conta da cidade. A cidade reconheceu um trabalho que representa uma das formas mais lúcidas de dar opinião na imprensa. Foi uma bonita festa. Muito obrigado ilustradores participantes, artistas principais desta festa que é de todos, mas que não poderia acontecer sem a vossa participação. E parabéns pelo excelente trabalho. Muito obrigado Maria das Dores Meira, pelo decisivo apoio que possibilitou este alegre desassossego. Muito obrigado Pedro Pina, pela compreensão do projecto e por todo o empenho e dedicação. Muito obrigado Ana José Carvalho, Ana Luísa Cândido, Ana Luísa Domingos, Aparício Costa, Bruno Ferro, Conceição Barra, Diogo Gaspar, Fátima Ribeiro de Medeiros, Fernando C. Santos, Fernando Oliveira, Filipe Vieira, Ivo Raposo, Isabel Amaral, João Farinho, João Paulo Cotrim, Jorge Silva, José Carvalho, José Luís Catalão, Leonor Soares, Julian Valente, Lídia Guerreiro, Lucinda Fernandes, Luís Brandão, Luís Liberato, Luísa Rocha, Madalena Botelho, Manuel Augusto Araújo, Márcia Pacheco, Maria Celeste Paulino, Maria do Amparo Neves, Maria João Frade, Marta Ramos, Miguel Filipe, Paulo Curto Baptista, Rui Almeida, Rui Pinto de Almeida, Sérgio Mateus, Vanda Rocha e Zaida Eusébio pelas horas ganhas para o prazer de mostrar estes trabalhos extraordinários. Muito obrigado Alexandre Gomes e Luís Santos pela preciosa ajuda na reprodução dos materiais expositivos. Muito obrigado André Macedo, pela bonita edição ilustrada do Diário de Notícias. Muito obrigado Raul Tavares, pela generosa divulgação nas páginas do SemMais. Muito obrigado ao Museu da Presidência da República e à Câmara Municipal de Viana do Castelo pelas excelentes produções que nos proporcionaram. E muito obrigado a todos os que povoaram as exposições. Sem toda esta gente, esta Festa não tinha acontecido. Melhor era impossível. Estamos todos de parabéns.
Jazz nacional volta a colorir o verão setubalense TEXTO ANTÓNIO LUÍS FOTOS SM
O 3.º Festival de Jazz de Setúbal
continua a decorrer até amanhã, domingo, com concertos e outras iniciativas em vários espaços da cidade. O evento, organizado pela Jazz Class de Setúbal, com o apoio do município sadino, visa «dar a conhecer ao público o melhor jazz que se faz em Portugal, com concertos e outras iniciativas em vários espaços da cidade», sublinha Carlos Rocha, da organização. Este sábado, Manuel Jorge Veloso, músico e «um dos maiores divulgadores» do jazz em Portugal, vai à Casa da Cultura falar sobre «a história desta linguagem artística com a ajuda de exemplos nacionais». À noite, o Forum Luísa Todi recebe os Cine Qua Non, com o seu jazz «muito europeu e, ao mesmo tempo, cinematográfico». São formados por Paula Sousa (piano), João Paulo (acordeão), Afonso Pais (guitarra) e António Quintino (con-
tista João Moreira, dão «uma visão muito particular da tradição do jazz com um toque elétrico». Os ingressos, que podem ser adquiridos nos próprios locais antes dos concertos, custam 5 euros. Os eventos à tarde são de entrada livre. Mais informações sobre o festival podem ser encontradas na página do facebook do Festival de Jazz de Verão de Setúbal.
Praia do Rosário recebe festival de verão
Até domingo, está a decorrer,
na praia fluvial do Rosário, na Moita, o II Festival de Verão, Super Weekend Beach Party. Pelo recinto, vão passar bandas de diferentes estilos musicais, dj’s, demonstrações de atividades desportivas, mostra de artesanato, entre muitas outras iniciativas. Pedro Cazanova, Crise, Shack-A-Lack Soundsystem, DJ Kuch, Yonilinga, DJ André Freitas, Ezzra, Tributo aos Queen – One Vision Bad, Chadubritt,
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trabaixo). Na tarde de domingo, na Casa da Cultura, é exibido o filme “Bird”, de Clint Eastwood, sobre um dos criadores do jazz moderno, o saxofonista Charlie Parker. O festival termina este domingo à tarde, no mesmo espaço, com um encontro entre dois representantes de duas gerações distintas. A jovem estrela do acordeão, João Barradas, e o consagrado trompe-
Red Eyes Sound, Tributo a Guns N’ Roses – Glash N’ Roses, Jorge Silva, Last Call, Rodriguez, Tributo aos Xutos e Pontapés – GM, DJ Fiery, Projeto Balancé, L.O.K.I e Tributo aos Metallica – Blackallica vão passar pelos dois palcos colocados junto ao rio Tejo. A angariação de fundos para a organização da Festa em Honra de Nossa Senhora do Rosário está na origem deste festival de verão, promovido pela comissão de festas, em parceria com a
União de Freguesias do Gaio/ Rosário e Sarilhos Pequenos e com o apoio do município. Os bilhetes estão à venda em www.ticketline.pt e nos locais habituais, como Worten, Fnac, Fórum Montijo, Almada Fórum, Agência de Viagens Abreu, El Corte Inglês, Casino de Lisboa, entre outros. Os bilhetes para sábado, custa 5 euros, e no domingo, fica por 2,5 euros. A pulseira para todos os dias orça em 10 euros.
CULTURA
Marchas de Almada conhecem vencedores A final das marchas populares
de Almada realiza-se este sábado, a partir das 22 horas, no pavilhão desportivo do Feijó. Depois de terem desfilado nas ruas da cidade, no dia de S. João, as 8 marchas apresentam-se agora ao júri. Além das marchas concorrentes, a primeira atuação da noite caberá à marcha, extra-concurso, da Associação Almadense Rumo ao Futuro, que apoia jovens e adultos portadores de deficiência. Depois seguem-se o Beira Mar de Almada (“Um Retrato de Cacilhas Antiga”); a Al-Madan (“Al-Madan és Luz e Cor na Noite de S. João”); o Figueirinhas (“Figueirinhas nas Burricadas”); a Lifeshaker – Marcha Juvenil da Caparica (“Eis a Língua Portuguesa”); o Centro Comunitário PIA II (“As Fogueiras de S. João”); o Pragal (“No Pragal S. João é Arraial”); a Rua 15 – Costa da Capa-
PALMELA
4SÁBADO21H30 “ESTRELAS DE PORTUGAL” BRILHAM EM PALMELA
Teatro S. João O musical “Estrelas de Portugal”, organizado por Fernando Ribeiro Produções, sobe ao palco com as estrelas José Freitas (“Factor X”); Glória Pretorius (“The Voice”) e Pablo (“Ídolos”), entre muitos outros talentos.
ALCÁCER
4SÁBADO21H30 FESTIVAL DE FOLCLORE ANIMA ALCÁCER rica (“Brilha o Sol na Caparica”) e a Associação Cultural Capa Rica (“Um Amor à Portuguesa”). Os vencedores são conhecidos no final da noite, após deliberação do júri.
Os bilhetes custam 3 euros e podem ser adquiridos junto das marchas participantes e, no sábado, a partir das 17 horas, nas bilheteiras do referido complexo desportivo.
Espetáculo de dança Caixa de Pandora passa pelo Seixal
Largo do tribunal O XXVII Festival de Folclore da Ribeira do Sado recebe os ranchos de Ceira - Coimbra; Pampilhosa do Botão - Mealhada; Regional do Sorraia - Coruche; Canados - Alenquer e o rancho da casa. Segue-se baile, a partir das 23h30.
CACÉM
4SÁBADO21H CONCERTO “VIVALDI – AS 4 ESTAÇÕES”
Auditório António Chainho A Camerata da Orquestra Sinfónica Juvenil apresenta o concerto “Vivaldi – As 4 Estações”. Foi criada há 42 anos e desempenha um papel fulcral na formação de jovens músicos, sendo composta por 90 elementos.
SESIMBRA
Caixa de Pandora é o nome do
espetáculo de dança que é apresentado, este sábado, às 21.30 horas, no auditório municipal do Seixal. É baseado num mito grego que narra a chegada da primeira mulher à Terra e com ela a origem de todas as tragédias humanas. Nesta história mágica, o personagem principal é o Aventureiro, que abre a Caixa de Pandora e dela surgem mundos e personagens alternativos. O espetáculo, coreografado e produzido pela professora Virgínia Gonçalves, do Centro Cultural e Recreativo do Alto do Moinho (CCRAM), integra ainda representação, canto e
AGENDA
4SÁBADO21H30 A FESTA VAI À PRAÇA
Teatro João Mota “O Evaristo é Fishe!”, pelo Grupo de Teatro Amador “De Vez em Quando”, é a revista popular, inspirada na cultura popular sesimbrense. O tio Evaristo surge transformado em presidente de junta. Com recurso a artimanhas e malandrice, o castiço taberneiro vai tentar levar a todo o custo a sua ambição.
BARREIRO
4SÁBADO15H00 CORAL ALENTEJANO LANÇA CD multimédia. Participam os grupos de dança Sibilas, Ritmus e Corpus, do CCRAM, o ator e cantor António Fragoso e os bailarinos João
PASSATEMPO GANHE CONVITES PARA AS ESCULTURAS NA AREIA
Pereira (flamenco) e Wilson Sanches, André Dias e Alberto Perdomo, do Grupo Street Dreamz (breakdance). A entrada é livre.
O 13.º Festival Internacional de Escultura em Areia continua a decorrer até 20 de outubro, em Pêra, no Algarve. Trata-se da maior exposição de escultura em areia já construída e realiza-se desde 2003, atraindo, anualmente, milhares de visitantes. A presente edição, alusiva ao tema “Música”, conta com cerca de cem cenas em areia que retratam, de forma criativa, músicos, instrumentos e culturas musicais de várias partes do mundo. O festival, organizado pela ProSandArt, foi edificado por escultores nacionais e de renome internacional, que ali exploram várias técnicas de esculpir em areia, produzindo peças originais que se destacam pela magnitude, técnica e estética. Para se habilitar aos convites duplos, basta ligar 918 047 918.
Auditório Augusto Cabrita A comemoração do 39.º aniversário do grupo coral alentejano “Os Amigos do Barreiro” inclui o lançamento do CD “Do Campo à Cidade”. São convidados os grupos corais alentejanos da Amadora e Amigos do Rosário (Almodôvar) e grupo instrumental “Em Cantos do Alentejo”.
MONTIJO
4SÁBADO21H30 CANTATA ENCENADA
Casa Mara O “Segredo da Floresta e a Cantata pela Liberdade” é o concerto que conta com a participação dos coros infantil e juvenil do Conservatório Regional de Artes do Montijo.
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COLÉGIOS DE REFERÊNCIA
Ensino privado continua a primar por um ensino de excelência TEXTO ANTÓNIO LUÍS FOTOS SM
O distrito dispõe de alguns dos melhores colégios privados do país, que honram a região num quadro de honra muito especial. São escolas de ensino de excelência e inovação. Uma dimensão que se tem mantido nos últimos anos. Ficam alguns exemplos.
Os colégios Saint Peter´s School
(Palmela), Campo de Flores (Almada) e Atlântico (Seixal) não largam os lugares cimeiros do ranking das melhores escolas privadas da nossa região e até do País. A aposta em métodos rigorosos de ensino, em modelos pedagógicos de excelência, em professores altamente qualificados e em instalações modernas e com a mais avançada tecnologia parece ser o trunfo destas instituições que preparam, de forma muito qualificada e completa, o futuro de milhares de jovens da nossa região e não só. Isabel Simão, diretora do St. Peter´s School, que deverá contar com 1 100 alunos no próximo ano letivo, afirma que a grande preocupação do colégio é «formar bons jovens para que venham a ser pessoas sensíveis, atentas, dignas e solidárias», mas, também, «alunos de excelência». O colégio orgulha-se de ter alcançado o estatuto de escola com currículo internacional. No nosso País, é apenas uma das sete escolas com esse estatuto. João Rafael, diretor do Campo de Flores, diz que o sucesso
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da instituição se deve «ao foco nos alunos, nas suas necessidades académicas e emocionais, tornando-os crianças e jovens curiosos em saber mais e em valer mais pelo respeito a que os outros e o Planeta nos compromete», mas, também, ao foco «na formação e inovação pedagógica dos nossos colaboradores, pois o Mundo muda e os fatores de aprendizagem vão sofrendo alterações e respostas diferenciadas, não esquecendo, também, nas famílias. «Estamos sempre disponíveis para aprender com as famílias e a cooperar para melhor servir». Quase a ultrapassar oss 1 160 alunos, já no próximo ano letivo, o Campo de Flores sonha em «conseguir utilizar a revolução digital na aprendizagem reforçando os valores humanistas, porque são as pessoas que servimos, não a tecnologia». Para António Pereira, diretor do Atlântico, «um projeto educativo com valores, identidade e autenticidade» tem levado bem alto o nome do colégio, acrescentando que só com «muito trabalho, a atenção para com os alunos, a equipa e a organização, é possível
dar uma resposta «profissional e humana» para que cada um se sinta «especial e único». No Atlântico estudam perto de mil alunos, desde a creche ao 9.º ano. Para breve estão previstas novas instalações e a imple-
mentação do secundário. «Neste momento, as novas instalações do secundário faz-nos continuar a sonhar, com os novos espaços capazes de apaixonar os alunos pelo saber e pelo desejo de aprender», frisa António Pereira.
COLÉGIOS DE REFERÊNCIA ISABEL SIMÃO, DIRETORA DO COLÉGIO ST. PETER´S SCHOOL, ASSUME EM ENTREVISTA NOVAS AMBIÇÕES
«Queremos ser uma escola piloto no ensino do Latim» TEXTO RITA MATOS FOTOS SM
Embora ainda estejamos em época de exames nacionais, que balanço faz do ano letivo que passou? Decorreu com a maior normalidade. Atingimos todos os objetivos a que nos tínhamos proposto. Já temos um feedback bastante bom de alguns exames do 1.º e 2.ºciclos. A média interna é muito boa, agora vamos ver como será o enquadramento no panorama nacional. Qual é a grande missão desta instituição? A nossa missão é, iminentemente, humanista. É uma grande preocupação desta escola formar bons jovens para que, amanhã, venham a ser pessoas sensíveis, atentas, dignas e solidárias. Paralelamente, e não menos importante, a formação académica. Pretendemos que sejam alunos de excelência. Trabalhamos para tornar de excelência aqueles que não o são. Eu acho que um dos nossos grandes segredos é transformar crianças que, num contexto diferente e falando em termos académicos, seriam alunos de nível suficiente, e transformá-los em alunos de excelência. Esta é, de facto, a nossa missão e penso que estamos a fazer um bom trabalho. O que representam os rankings para esta instituição? Representam muito, porque são os próprios pais que determinam isso. Frequentemente somos confrontados com: eu quero por o meu filho, desde pequeno, nesta escola para que ele possa ir trabalhando no vosso registo. Eu sei que ele vai ter bons resultados no exame porque vocês ficam sempre bem posicionados no ranking. Nós não precisamos do ranking para avaliarmos o nosso trabalho, mas é bom que haja uma avaliação externa que nivele e que destaque as instituições que fazem um trabalho muito sério. Este é um colégio que trabalha com a criança e o jovem a vários níveis… Nós trabalhamos com todos os alunos e conforme as necessidades de cada um. Aqui o ensino está centrado no aluno. Trabalhamos muito a nível emocional. Temos uma equipa de seis elementos no Serviço de Psicologia e orientação vocacional. Acarinhamos as crianças do seu ponto de vista emocional. Nós temos a estrutura que é preciso ter
numa dimensão destas para acudir crianças que, eventualmente, possam estar mais fragilidades. Achamos que o aluno tem de ser acarinhado no domínio da sua identidade e da sua individualidade. E isto, depois, tem um reflexo imediato nos resultados. Pretendemos entrar nas causas para minimizar consequências. O aluno não está aqui apenas para aprender, mas também para crescer nas suas variadas vertentes. O Colégio St. Peter´s School aposta nos melhores professores? Temos uma grande preocupação na aceitação de docentes, porque se nós temos de acudir às necessidades de cada aluno, o professor tem que ter a vontade, a paixão pelo que faz e o discernimento de ver qual é o aluno que mais precisa dele. E, depois da aula, tem de ficar com aluno, tem de lhe dar apoio, aulas extras, tem que perceber se funciona melhor em pequeno grupo ou na relação um para um, tem de ter essa capacidade de ver e de atuar e, claro, de ser eficaz. Nós temos duas escolas: temos a escola que funciona em sala de aula com a turma completa e temos uma escola paralela sempre a funcionar, todo o ano, que é a escola destes cuidados. Só professores que vivam intensamente o que fazem é que têm esta disponibilidade. Para além de ser uma escola de ensino bilingue, o Colégio alcançou uma outra distinção… Somos uma escola internacional. Fomos credenciados pela organização IB (International Baccalaureate), onde o ensino é feito todo em inglês. Os alunos ficam com um currículo internacional igual ao de Singapura ou de Tóquio. O currículo é só um. Este foi um processo muito exigente, a candidatura levou anos. Ganhamos o estatuto de escola internacional e temos um currículo, neste momento, ainda aplicado apenas aos alunos do secundário que podem optar pelo currículo
nacional ou pelo currículo internacional (IB). É bastante mais caro, mas também é um currículo totalmente internacional. Os alunos que fazem o IB vão para qualquer universidade em qualquer parte do mundo. É um orgulho! Esta escola tem sempre a necessidade de crescer, de inovar, e de procurar o que pode ser melhor para os nossos alunos. Qual é o grande projeto para o próximo ano letivo? Queremos estender o ensino do latim ao 3º e 4º anos do 1º ciclo. Estamos a desenhar um projeto para tornar o colégio uma escola piloto no ensino do latim e queremos ser também um centro de formação para outras escolas que pretendam introduzir a disciplina de latim, que estava completamente adormecida. O St. Peter´s School tem uma relação próxima com várias universidades nacionais e internacionais. Quais são? Temos um protocolo com o Felician College, em Nova Iorque,
onde os nossos alunos se tornam bolseiros com condições muito especiais. Temos também um protocolo com a Imperial College, em Londres. A nível nacional os nossos alunos de artes, que têm médias muito boas, normalmente
querem ir para o Porto. Os das áreas de direito, economia e gestão querem ir para a Universidade Católica ou para o ISCTE, os das humanidades escolhem a Universidade Nova e os das engenharias querem ir para o Técnico.
UMA DIMENSÃO DE EXCELÊNCIA PARA ACOLHER E PREPARAR 1100 ALUNOS O Colégio St. Peter´s School vai iniciar o próximo ano letivo com cerca de 1100 alunos (a «média dos últimos anos»), 120 professores e 100 colaboradores, entre os quais auxiliares, administrativos e porteiros. No que diz respeito às instalações, a direção adianta que vão ser criados mais gabinetes de trabalho, de reuniões e de receção a pais. «Nós aqui trabalhamos muito com os pais e partir das 18 horas temos muitas reuniões. Temos seis gabinetes para receber pais e não chegam. Vão ser espaços acessórios», afirma Isabel Simão.
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COLÉGIOS DE REFERÊNCIA ENTREVISTA COM LUÍS ABELHO, DIRETOR PEDAGÓGICO DO COLÉGIO S. FILIPE, EM SETÚBAL
«Estamos a finalizar todos os procedimentos para abrir o 10.º ano» Conhecido pelas excelentes instalações, o Colégio S. Filipe tem conseguido, ao longo dos anos, consolidar o lugar de destaque no panorama da educação na região de Setúbal. A instituição, cuja filosofia se baseia na atenção ao aluno e à família, quer continuar a crescer com qualidade e, nesse sentido, tem vários projetos na calha. A implementação do 10º ano pode vir a ser uma realidade muito em breve. O Colégio S. Filipe abre, várias vezes, as portas à comunidade. A filosofia desta instituição assenta em que valores? O nosso colégio assenta num projeto educativo coerente com uma filosofia e princípios centrados numa formação integral dos nossos alunos, procurando torná-los cidadãos tolerantes, observadores, responsáveis e ativos na sociedade e preparados para colocar o seu saber ao serviço do bem comum. Com pilares sólidos de formação técnica e cívica, procuramos dotar os nossos alunos de ferramentas que lhes permitam fazer face às constantes mudanças tecnológicas, sociais e económicas da sociedade contemporânea. Para tornar esse trabalho efectivo, não formamos turmas muito extensas para que seja possível trabalhar com todos os alunos de igual forma. Apostamos no rigor educativo, no apoio ao aluno nas várias vertentes e no trabalho em sala de aula. Queremos que os nossos alunos tenham o máximo de acompanhamento e apoio possíveis para poderem superar, com êxito, as suas dificuldades. As consequências deste acompanhamento estão espelhadas nos resultados finais? Sim. A avaliação aos alunos tem duas componentes: a avaliação interna resulta do trabalho que se faz na escola e a avaliação externa, através dos exames nacionais, que tem um peso cada vez maior. São todos estes resultados, e não só, que nos ajudam a avaliar e a perceber se o nosso
trabalho está a ser bem sucedido. Este ano houve uma melhoria dos resultados nos exames nacionais. E, em termos do que foi o trabalho efetuado durante todo o ano, houve também uma melhoria do aproveitamento. No fundo, isto é o reflexo de todo o rigor e da atenção que damos aos nossos alunos.
Hoje em dia, as línguas estrangeiras só fazem sentido se forem certificadas. Queremos que os alunos saiam da nossa escola com os horizontes abertos para, caso seja essa a vontade, poderem integrar-se numa sociedade cada vez mais globalizada. O colégio vai iniciar o ano letivo 2015/2016 com o 10º ano?
Os rankings são importantes para esta instituição?
Estamos a finalizar todos os procedimentos com o Ministério da Educação para a abertura do 10º ano, embora esta ainda não seja uma confirmação.
Sim, porque ajudam-nos a perceber se estamos a conseguir atingir os objetivos e a transmitir os conhecimentos necessários aos alunos. Mas, só os rankings não chegam para avaliar uma escola. Se fizermos uma análise apenas com base nos rankings estamos a descurar todo o trabalho que é feito com algumas crianças que poderão não ter resultados tão bons porque têm necessidades específicas e adaptações próprias. Os rankings contam, mas não podem ser o único instrumento de avaliação de uma escola. Nesta escola só entram os bons alunos? Não. Somos uma escola inclusiva e aberta a todos os alunos que queiram partilhar a nossa filosofia e o nosso projeto. A partir do momento que o aluno se encaixa no nosso projeto educativo, ele é aceite na escola, tenha ele mais ou menos dificuldades de aprendizagem. Estamos cá para trabalhar com todos eles. Não fazemos uma seleção apertada apenas tendo em conta as notas. O nosso projeto educativo deverá envolver a escola, os alunos e os pais.
E em relação à creche? A valência de creche faz parte do nosso projeto. Vamos iniciar o próximo ano letivo com as salas de 1 e 2 anos. Verificamos que a procura pela creche tem aumentando e nós temos as instalações e os profissionais à altura, sendo, por isso, esta mais uma aposta. As instalações vão sofrer algum tipo de intervenção? Quais são as grandes apostas para o próximo ano letivo? Vamos reforçar as áreas científicas, essencialmente, de português e de matemática, sem retirar do currículo toda a área artística e desportiva que caracteriza a nossa instituição. Estamos a iniciar as obras nos laboratórios, o que se traduz num reforço da componente experimental nas áreas da física química e das ciências naturais. Vamos também melhorar o nosso modelo de trabalho direcionado aos alunos com necessida-
des educativas especiais, através um apoio direto de terapeutas em várias áreas, como psicomotricidade, psicologia, psicologia educacional e vocacional e terapia da fala. Será criado um gabinete onde estes técnicos vão trabalhar diretamente com os alunos e indiretamente com os professores. Queremos ainda apostar na certificação das línguas estrangeiras. O Ministério da Educação já o faz com o inglês (Cambridge) e nós queremos apostar na certificação do espanhol como segunda língua (certificado Cervantes)
Com a possibilidade de abrir o 10ºano tivemos de repensar aquilo que são os espaços comuns dos alunos. Estamos a pensar criar uma sala de convívio e vamos remodelar as zonas exteriores, para criar alguns espaços de jogos e zonas polivalentes que permitam que estes alunos, mais crescidos, se sintam bem e enquadrados. Esta escola foi crescendo gradualmente e procurou sempre criar espaços distintos, amplos, adequados às idades, aos gostos e às preferências dos alunos.
ESTÃO ABERTAS AS INSCRIÇÕES NO COLÉGIO SÃO FILIPE, EM SETÚBAL, PARA O ANO LETIVO 2015/2016! Os interessados deverão contactar a secretaria do colégio através do número 927551805, solicitando visita com o gabinete de comunicação, no sentido de conhecer o Projeto Educativo e condições gerais de admissão.
Visite-nos primeiro. Decida depois. Decida MELHOR!
COLÉGIO SÃO FILIPE Estrada Vale de Mulatas, 5 2910-737- Setúbal 265573494 | 926048156 | geral@saofilipe.pt | http://saofilipe.pt/
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COLÉGIOS DE REFERÊNCIA PRÓXIMO ANO LETIVO DEDICADO “À VOLTA DO MUNDO” SENSIBILIZA PARA A MULTICULTURALIDADE
Colégio “Voar Mais Alto” continua a crescer e a inovar TEXTO ANABELA VENTURA
O Colégio “Voar Mais Alto”, da Associação Shalom, está em franca expansão e prepara‑se agora para novos desafios. O presidente, Joaquim Moreira, faz balanço e aponta as novidades Pode fazer um balanço da atividade desde o arranque do colégio. Após três anos podemos fazer um balanço muito positivo. A Creche e Pré-escolar estão com a lotação máxima e com lista de espera. Existe uma grande dedicação às crianças por parte das profissionais com uma enorme criatividade e inovação.
Projetos pedagógicos arrojados sempre desenvolvidos a pensar no bem superior da criança e da sua família. Qual é neste momento a capacidade instalada, incluindo pessoal docente? A Creche tem 81 criança (18 Berçário (um de 10 e outro de 8), 27 crianças salas de 1 ano (uma sala de 13 e outra de 14), 36 crianças salas de 2 anos (cada sala com 18), acordo da Segurança Social para 66. O Pré-escolar em cada sala tem 25 crianças perfazendo um total de 75. A partir de Setembro de 2015 abriremos uma quarta sala de Pré-escolar alargando a capacidade para 100 crianças. A Creche possui 5 educadoras e 10 Ajudantes Ação Educativa, o Pré-escolar possui 4 educadoras e 6 ajudantes de ação educativa. Que projetos e inovações o colégio tem vindo a desenvolver? O tema deste ano letivo (2014/2015) foi “Na terra do Criar”.
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Esta escolha teve como principal objetivo sensibilizar as crianças para questões relacionadas com a arte - os seus elementos, a sua importância na vida de cada um de nós, os contributos que estas nos oferecem, na sua diversidade, como forma de desenvolvimento pessoal e social. Pretendeu-se contribuir para o conhecimento cultural e artístico e para a sua integração no currículo da Creche, promovendo o contacto com a obra de arte e o seu criador, criando oportunidades e ambientes de vivência criativa e de experiência estética. Desta forma consegue-se consolidar a intencionalidade educativa e também integrar a arte matriz cultural da prática pedagógica. E para o próximo ano que iniciativas podemos esperar? O tema para o ano letivo de 2015/2016 é “À Volta do Mundo”. Esta escolha tem como principal objetivo sensibilizar as crianças para questões relacionadas com a multiculturalidade, numa viagem de conhecimento das diversas
culturas existentes no mundo. Esta proposta irá possibilitar que vários aspetos sejam abordados, assim como: leitura e escrita, números, artes, música, ciência. Mas o principal é que tudo aconteça de forma totalmente integrada ao campo da formação de atitudes e valores. “Todos vão se apaixonar por esse universo de relações humanas tão próximas e que, muitas vezes, nem percebemos”, adaptado de Roberta (Educadora de Infância). De acordo com a proposta que trata das diversidades culturais, o projeto pretende solicitar a aproximação da família com a sua própria história, desenvolvendo o tema de maneira lúdi-
ca e através da brincadeira. Pretendemos ter diversas iniciativas inspiradoras de aprendizagem, incutindo para diversificadas atividades que desperte o interesse das crianças, dos pais, tornando assim a aprendizagem do Educador mais enriquecedora. Esta Associação continua a sonhar e a ter uma visão do futuro, como algo muito bom, no que diz respeito ao serviço a prestar na comunidade. A área dos idosos será certamente uma que tem todas as condições para crescer mas o manter os elevados graus de qualidade que já prestamos não pode ser negligenciado.
O QUE É A ASSOCIAÇÃO SHALOM? A Associação Baptista Shalom continua a ter uma atitude de bem-fazer sem olhar a quem, contribuindo para ajudar a suplantar as necessidades das famílias nas diversas áreas sociais. Apoiamos 1600 pessoas com alimentos, roupas e material diverso e mantemos a Cantina Social e de Emergência, distribuindo centenas de refeições a famílias carenciadas. Acompanhamos centenas de pessoas no âmbito do Rendimento Social de Inserção e desenvolvemos atividades de lazer e outras, com as famílias e crianças nas nossas instalações em Cajados, Palmela.
EDITORIAL
OPINIÃO
Sede bem-vindos em Elsinore O que é um Homem, se o seu maior bem é apenas dormir e comer? Uma besta, nada mais. Hamlet, IV, 4.
Há 31 anos que a Companhia
de Teatro de Almada encerra a temporada teatral portuguesa com um Festival, que começou por ser uma mostra de teatro amador e que cresceu até se tornar num dos festivais de teatro europeus mais referenciados. O facto de este Festival ser organizado por uma companhia de teatro independente ajuda certamente a explicar as suas longevidade e estabilidade, assentes numa relação de proximidade quer com o público de Almada, quer com os artistas que nos visitam. Como criadores que somos, gostamos de confrontar-nos com o que de melhor se faz no Mundo. A emulação pode por vezes ser dolorosa – mas tem-nos ajudado a crescer. Assim como ao nosso público,
que se torna a cada ano mais exigente e não nos permite a cristalização em soluções já testadas ou fórmulas repetitivas. Os espectadores querem mais e melhor. Nós também. Este ano, graças ao prestígio alcançado ao longo do tempo e às boas-vontades que a Companhia de Teatro de Almada tem sido capaz de reunir, o conjunto de apoios obtidos em Portugal e no estrangeiro permitiu reunir uma programação rara. (E, no que respeita a financiamentos, refira-se que a subvenção da Secretaria de Estado da Cultura a esta Companhia recuou para os valores de 1997.) Apresentamos espetáculos de alguns dos mais considerados criadores do Mundo, juntamente com jovens criadores portugueses e estrangeiros. O Festival mantém a sua característica de Festa, com espetáculos de rua todos os dias; inauguramos exposições; organizamos colóquios; trazemos Peter Stein ao ciclo
BOCA DE CENA Rodrigo Francisco Diretor da CTA
O sentido dos Mestres; homenageamos Rogério de Carvalho – um dos históricos encenadores portugueses. Trata-se de uma programação só possível graças ao trabalho (não só em Julho, mas ao longo de todo o ano) de um conjunto de pessoas que convivem de perto com o problema levantado pela pergunta do malogrado príncipe da Dinamarca, que trouxe para a epígrafe deste texto. Quando tocamos em Shakespeare ele tende a entrar-nos pela vida adentro. Tem sido assim durante os ensaios da co-produção de Hamlet, dirigida por Luís Miguel Cintra, com que praticamente abrimos esta edição. Para
encontrar uma resposta a esta questão fundadora, para procurar o seu lugar no Mundo, Hamlet encena para a corte de Elsinore uma peça: A ratoeira. O Bardo coloca na boca de Cláudio, o Rei usurpador do trono, a constatação de que “a loucura dos grandes não pode caminhar sem vigilância”. É por esse caminho que seguimos, ao longo do ano, quando procuramos pôr no palco algumas das perguntas que nos apontam pistas para a vida. Entre 4 e 18 de Julho, pelo 31.º ano consecutivo, faremos essa estrada convosco e com alguns dos amigos que nos chegam de várias partes e nos falam noutras línguas. Welcome to Elsinore!
O Turismo saiu à rua num dia assim O turismo saiu à rua num dia
semmais
assim. Um dia de Verão. Quente, azul e luminoso. E foi então, com as praias cheias e as esplanadas inundadas de sorrisos, que descobrimos os turistas. Dir-se-ia que eles e elas não tinham existido até aí. Dir-se-ia que são um produto do verão. Ou um efeito secundário do calor. Nada de mais errado. Existe um turismo de verão. É mais visível. É mais óbvio. E é mais numeroso. Mas também existe um turismo na primavera. Outro no outono. E, até, um certo e discreto no inverno. Imagine-se uma atividade que só durasse 3 meses. Imagine-se desemprego nos outros 9 meses. Uma atividade assim nunca poderia ocupar o espaço e o peso que ocupa em Portugal. Uma atividade assim não seria, em qualquer circunstância, objeto de tantos comentários, tantas esperanças e um caso sério de moda. Para o bem. E para o menos bem. No turismo temos, e não vale a pena nega-lo, sazonalidade. Também há quem chame época alta e época baixa.
Como se fosse uma questão de altura. E não é. Evidentemente que num mundo em que as férias escolares são no verão temos muito mais “estímulos” para fazer férias precisamente no verão. Os filhos não são sazonais. E são, afinal, eles que determinam o nosso calendário. Ou não? Depende! Confuso? Novas realidades estão, pouco a pouco, a emergir. Os seniores dos países mais ricos vão para os países menos ricos. E vão independentemente da época do ano. Infelizmente para nós não pertencemos aos países mais ricos. Por isso não se imagine, já, no Brasil ou nas Caraíbas a fazer de francês remediado a dar ares de milionário estabelecido. Depois as low cost e o enorme aumento da curiosidade e da mobilidade fazem com que cada vez com menos idade se comece a viajar. Também nem sempre no verão. Muitas vezes nas outras estações. Aliás mais viagens e viagens de menor duração tornou-se outra das tendências de hoje. Entretanto emergiram as cidades como os grandes
TURISMO SEMMAIS Jorge Humberto Silva
Colaborador
destinos planetários da atualidade. E as cidades são como as pessoas. Cada uma tem a sua personalidade. A sua história para contar. E também não tem de ser no verão. Em cada estação são aliás diferentes. Mudam os seus humores ao longo do ano sem, contudo, deixarem de seduzir cada vez mais viajantes. Ao mesmo tempo o mundo dos negócios e das empresas mudou. Ficou mais global. A internacionalização é sinónimo de deslocações. Deslocações que, também, não são sazonais. Cada vez mais mulheres e homens promovem, vendem e compram longe do lugar onde nasceram. Às vezes esse lugar deixa mesmo de fazer sentido. Mas a viagem faz sempre sentido. Tudo junto e temos turismo que não é nem sinónimo nem exclusivo do verão. Aliás o
desafio das nossas cidades é precisamente o turismo fora do verão. Porque no verão o turismo já é, na região, uma realidade de décadas. E temos todas as razões para mantermos esta ambição. Até porque o Mercado do Livramento (um dos dez melhores mercados de peixe do mundo segundo o insuspeito USA Today) está aberto todo o ano. Assim como o Tejo e a Arrábida. Tal como o património industrial do Barreiro ou o Cabo Espichel. Os nossos enoturismos também não fecham para férias. O Meco tem outro encanto na primavera. E Cacilhas não dorme ao convidar-nos para Almada Velha. O Freeport insiste em não fechar e o mundo rural de Canha e de Pegões não muda de sítio. Um ano inteiro de possibilidades. Na verdade um verão que apenas salienta as outras estações.
Raul Tavares Diretor
O ensino e a sua ‘municipalização’ forçada A situação do ensino em
Portugal nos últimos anos tem regredido de uma forma sintomática, com dados que começam a envergonhar. Há menos alunos nas universidades, voltamos a ter abandono escolar preocupante, o ensino de adultos regrediu e o ensino continuado a mesma coisa. As escolas andam confusas, os professores desmotivados e no setor o desemprego galopou. Enfim, um quadro muito cinzento. Enquanto, isso, e mais uma vez, o ministro Crato já fez saber que as aulas do ensino secundário vão arrancar mais tarde. E, se, como em anos anteriores, as colocações de professores deram a mesma barraca, muitos milhares de jovens vão ficar com ‘buracos’ no tempo e no processo curricular. Nada de mais, pelos vistos. Mas está em marcha uma outra revolução mais gritante chamada “municipalização do ensino”. Ao que tudo indica é um facto consumado e já há experiências piloto. Moderei um debate com professores há coisa de uma semana e fiquei baralhado, tantas as dúvidas e tão insípido que é o projeto de Crato. As câmaras não têm vocação para liderar processos de ensino, ao não ser, em última instância, a gestão dos meios, nomeadamente do património escolar. E estão enxameadas de altos quadros que não podem despedir, enquanto lhes faltam cantoneiros, auxiliares de limpeza e outro pessoal indiferenciado que não podem contratar. Sinceramente, e só para levantar pequenas nuances da discussão, não percebo porque é que não se dá uma autonomia drástica aos conglomerados de escolas em vez de arranjar-se soluções que visam apenas desresponsabilizar o Estado da sua função máxima em matéria de ensino. Para acompanhar…
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SEMMAIS | SÁBADO | 4 DE JULHO | 2015 | 15