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edição especial comemorativa do 16º aniversário do semmais
VENDA INTERDITA Sábado | 7 fevereiro 2015
Diretor: Raul Tavares
semanário — edição n.º 842 • 8.ª série — 0,50 € • região de setúbal
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CULTURA 9
DESPORTO 11
SOCIEDADE 4
Dead Combo apresentam novo CD, no Cine-Teatro João Mota, em Sesimbra
Mais de três mil atletas/ /estudantes vão correr esta quarta-feira um corta-mato 'nacional'
Setúbal, Moita e Alcácer registaram em 2013 mais divórcios que casamentos. Fotos: DR
E agora, Comporta? Com a queda da Rio Forte, o mega projeto da Herdade da Comporta está carregado de incertezas. Os investimentos turísticos estão parados há espera de decisões judiciais e da chegada de investidores. Há receios de rendeiros, mas a área agrícola parece estar a aguentar-se.
Lisnave fechou mais um ano com grande estabilidade NEGÓCIOS Os estaleiros navais da Lisnave, na Mitrena, em Setúbal, fecharam o ano passado com 92 navios reparados, de 52 clientes, oriundos de 21 países. Singapura foi a bandeira mais representada . PÁG. 12
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Imbróglio jurídico volta a pairar sobre famílias de Azeitão SOCIEDADE O IHRU voltou a requerer a posse de dezenas de habitações em Pinhal de Negreiros e Vendas de Azeitão, adquiridas e já pagas por 41 famílias a uma cooperativa habitacional. PÁG. 4
Alcácer prepara Verão com campismo apetecível LOCAL São melhorias operadas pelo município que visam preparar o equipamento para receber mais campistas na próxima época balnear. Uma remodelação grande que não deixou nada ao acaso. PÁG. 6 Pub.
ENFOQUE
Queda da Rio Forte ditou entraves ao desenvolvimento do mega projeto da Herdade da Comporta
Uma Comporta carregada de incerteza Parte da administração da sociedade Herdade da Comporta, detida maioritariamente pela Rio Forte, composta pelos vários ramos da família Espírito Santo, ainda acredita que pode salvar parte do projeto ligado à área agrícola. O investimento imobiliário está mais nebuloso. Depende da justiça, após o processo de insolvência, mas há investidores interessados. Texto Roberto Dores O MEGA projeto gizado para a Herdade da Comporta, na Costa Alentejana, foi ferido de morte, após a insolvência da Rio Forte, o grupo de investimentos ligado ao Banco Espírito de Santo, que detém 59 por cento da sociedade alentejana. O primeiro rombo deu-se na área imobiliária e do desenvolvimento turístico, este último junto à localidade da Torre e ao Carvalhal, onde já estavam a ser executadas vários investimentos de vulto, como o hotel Amanduna, do grupo Aman, um clube house, edifícios de apoio e parte dos relvados, com 18 buracos, que alimentaria fluxos turísticos de excelência e capacidade financeira. O Semmais sabe que todas as obras ligadas à atividade do imobiliário estão paradas e os contratos celebrados com a panóplia de empreiteiros a quem essas intervenções foram adjudicadas estão agora anulados em definitivo. No total, estas intervenções, o hotel com edifício principal e 40 quartos dispersos por um lote de 18 hectares, o clube house e a zona do golfe, orçavam 28 milhões de euros. «Estas obras foram paradas em Julho e no campo de golfe já estavam aplicados 9 buracos relvados. Agora o que se tem feito é manutenção», conta ao Semmais uma fonte que já
não pertence aos quadros da Herdade. Mas há outras obras paradas, nomeadamente a execução das infraestruturas gerais dos Brejos da Carregueira de Baixo, que apresentava um orçamento de cerca de 3,5 milhões de euros. Área agrícola mantem atividade e polémica A outra área de negócios detida pela sociedade – agrosilvicolas - está melhor. Pelo menos
mantém atividade e continua a ser um trunfo para a parte da família Espírito Santo (Manuel Espírito Santo), detentora dos restantes 41 por cento da empresa, que espera recuperá-la, após as tramitações processuais de insolvência lideradas pelas autoridades judiciais do Luxemburgo. «Há muito incerteza e tudo o que se disser nesta fase é pura especulação», garante Maria Antónia, assessora da administração para as áreas do ordenamento e do ambiente. A responsável, garante que «toda a gestão da área agrícola está a ser feita», mesmo em terrenos dentro dos vários aglomerados urbanos. «Nunca houve paragem e está a ser realizado um grande esforço, no atual quadro, para que tudo corra bem. Há alguma esperança e muito interesse da administração em garantir
Cronologia de uma história repleta de acontecimentos 1836 Surge a cultura do arroz e a Herdade da Comporta é incorporada na nova Companhia das Lezírias do Tejo e do Sado, propriedade pertencente à Coroa Portuguesa. 1925 A Companhia das Lezírias vende a Herdade da Comporta à empresa britânica The Atlantic Company, Ltd. 1955 Dá-se o incremento das terras produtivas e aumenta-se a área de pinhal. Inicia-se a requalificação das aldeias com a construção de redes de infraestruturas, bairros sociais e escolas. 1975 A Herdade é nacionalizada, sendo devolvida à The Atlantic Company, Ltd. entre 1989 e 1991. 1991 Dá-se início à implementação do Projeto Global de Desenvolvimento integrado da Herdade da Comporta, que contempla a valorização e requalificação do património natural, urbanístico e agrícola da propriedade. 2004 até Hoje A designação social passa a Herdade da Comporta - Actividades Agro Silvícolas e Turísticas, S.A., tendo por missão promover o desenvolvimento de um destino turístico de alta qualidade, sustentável, integrado numa propriedade agrícola que preserva o património ambiental e cultural, constituindo-se um modelo de referência na Europa. 2014 A desagregação da família Espírito Santo, a queda do banco, forçada pela Rio Forte, parte detentora da maioria do capital, empurra o projeto para o fundo, já com um passivo de mais de 100 milhões de euros.
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a continuidade desta atividade principal ligada mais à terra e ao negócio agrícola», explica ao Semmais. Maria Antónia não vê, pelo menos, razões para o descontentamento de alguns dos rendeiros que operam na zona, parte deles com contratos de curta duração, porque, afirma, «tem os seus direitos adquiridos», nomeadamente as suas casas, que foram atribuídas, segundo explica, pelos municípios de Grândola e Alcácer do Sal, com base em loteamento de terrenos cedidos pela sociedade às câmaras municipais. «Há muito ruído desnecessário à volta destas coisas, porque as casas não são propriedade da Herdade, são dos próprios rendeiros!», acrescenta. Rendeiros descontentes e duplas interpretações Mas o receio dos rendeiros é outro. Desde logo a possibilidade de quem adquirir essas zonas agrícolas não querer renovar contratos. E há outro problema maior, segundo as fontes do Semmais: é que algumas dessas casas não têm escritura feita com a Herda-
de. «Quem comprar pode querer essas habitações de volta», reclamam os rendeiros. Interpretações à parte, a verdade é que pouco se sabe, a não ser que o desfecho mais provável passará pela venda do todo e de partes do projeto. «Não tenho dúvidas de que todo o conceito do projeto será alterado e não se irá executar o que já estava em andamento, pois os moldes são ruinosos para quem investe. E com esta situação, as áreas turísticas, nomeadamente, vão ficar paralisadas por mais de cinco anos», vaticina uma das fontes contatadas pela nossa reportagem. E outra certeza tem a ver com os quadros da sociedade. Mantiveram-se todos, segundo o Semmais confirmou, mas há colaboradores a serem despedidos. O novo administrador, que entrou há cerca de ano e meio é, de alguma forma, um alvo de críticas. Salvar-se-á a Herdade da Comporta desta inesperada hecatombe? Ninguém o sabe dizer e poucos são os que alinham em apostas. A incerteza é a única a reinar neste pedaço de paraíso da nossa costa alentejana.
26 investidores interessados e passivo acima dos 100 milhões As informações que têm circulado apontam para o interesse de mais de uma vintena de investidores interessados em adquirir parte ou partes da Sociedade Herdade da Comporta. Os mais à frente são oriundos da China e dos Estados Unidos, que já terão mesmo apresentado propostas concretas. Este processo é um dos que está a ser gerido pelo administrador de insolvência da Rio Forte, que detém 59 por cento da empresa, junto do Tribunal do Luxemburgo, e inclui a possibilidade de venda das atividades agrosilvicolas e turísticas, da Herdade da Comporta, como também do que está sob o controlo e alçada do Fundo de Investimento Imobiliário Fechado. Uma das maiores dificuldades pode, no futuro, vir a ser um passivo estimado acima dos 100 milhões de euros. Mas parece ser uma das únicas vias abertas para que o projeto com esta ou outra configuração regresse à tona da água.
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SOCIEDADE
Biblioteca de Grândola e o jornalismo radiofónico
Carnaval das escolas em Almada envolve 1 300
Dirigido a alunos do 3.º ciclo, secundário e profissional, o “Clube de Comunicação” pretende através do contacto com o jornalismo radiofónico, com as artes e as novas tecnologias contribuir para um
Cerca de 1 300 alunos das escolas e instituições particulares de solidariedade social vão desfilar no Carnaval das Escolas, no dia 13, às 14h30, na Praça da Liberdade, em Almada. A arte, a liberdade,
maior desenvolvimento dos jovens. “O Clube” é um projeto da biblioteca municipal e as inscrições dos futuros animadores de rádio devem ser efetuadas até dia 10 nas bibliotecas escolares.
o amor, os Guardiões de Almada, os afetos, os valores, a alimentação saudável ou os 800 anos da Língua Portuguesa e a Peregrinação de Fernão Mendes Pinto são alguns dos temas do desfile.
As separações diminuíram entre 2012 e 2013, mas as uniões entre casais ainda mais
Mais divórcios do que casamentos em três concelhos do distrito Setúbal, Moita e Alcácer do Sal são os concelhos que mais divórcios registam comparando com o número de casamentos. No total do distrito, em 2013 registaram-se na região 1960 casórios e 2567 separações.
A CONHECIDA apresentadora de televisão, Liliana Campos sempre teve dificuldade em resistir aos doces mas encontrou uma solução. BioActivo Crómio é um suplemento que contribui para manter os níveis normais de açúcar no sangue reduzindo o desejo por doces. Contém ChromoPrecise, a única levedura de crómio orgânico aprovada pela UE, com uma absorção 10 vezes superior. A nova embaixadora da Pharma Nord aconselha: Com BioActivo Crómio é mais fácil gerir o meu peso e manter uma silhueta elegante”. À venda em farmácias.
Texto Roberto Dores É INVULGAR mas aconteceu na região. E logo em três concelhos. Setúbal, Moita e Alcácer do Sal registaram mais divórcios do que casamentos em 2013, segundo os dados revelados agora pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), que mostram ainda como o número de separações entre casais no distrito (1960) diminuiu face a 2012 (2251), mas também os matrimónios sofreram uma redução de 2865 para 2567. Setúbal teve 302 divórcios em 2013 perante 299 casamentos. Em 2012, a capital de distrito tinha chegado às 332 separações, mas os matrimónios eram 358. Já o último registo na Moita aponta 155 divórcios e 143 casamentos, quando em 2012 os 159 matrimónios superavam as 151 separações. Alcácer do Sal seguiu-lhes a tendência. 20 divórcios contra 13 casamentos. Os números anteriores mostravam mais duas separações (22), mas os casamentos eram 30.
Separações no civil acima das uniões católicas Uma das curiosidades do estudo apresentado pelo INE mostra que as separações em casamentos pelo civil (1141) superam as uniões católicas (819), sendo que apenas Palmela (73-79) e Alcácer do Sal (9-11) escapam a esta tendência. A Moita é o único concelho da região onde o número de divórcios em 2013 superou os de 2012 (155-151), havendo municípios que exibem uma diferença acentuada entre os dois anos em análise ao nível da «travagem» de divórcios – depois da constante subida desde 1995 - embora os casamentos também tenham sofrido uma significativa redução. Que o diga Almada, que baixou das 470 separações em 2012 para 377 em 2013, enquanto as uniões
Liliana Campos já consegue resistir aos doces!
Os custos da separação O divórcio não se resume à separação do casal ou da família. É o lado mais visível, de facto, mas há uma despesa para a carteira que acompanha o processo. Um recente estudo mostra que a separação pode representar a perda até 77% do património pessoal dos membros do ex-casal. Manuel Tavares (advogado) não hesita em afirmar que qualquer divórcio «acaba por ser sempre uma grande despesa, que pode levar, muitas vezes, algumas pessoas a passarem por várias dificuldades económicas», sublinha. «O que constatamos na maioria dos casos, é que as pessoas estão tão decididas a afastarem-se que nem fazem contas. Quando no fim do processo percebem o que realmente tiveram que pagar já é muito tarde», alerta ao Semmais, avisando as pessoas que, em caso de divórcio, «deverão acautelar financiamentos, créditos e conversar civilizadamente sobre esses assuntos para não terem surpresas», conclui.
matrimoniais caíram de 675 para 609. Na mesma linha, o Seixal viu os divórcios passarem de 438 para 356, enquanto os casamentos diminuíram de 395 para 47. Ainda assim, sobressaem na
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«lista» quatro concelhos que aumentaram o número de casamentos em 2013 face a 2012: Montijo (167-150), Palmela (224222), Grândola (54-52) e Odemira (48-46).
A gestora Leonor Freitas
O TOP 100 Wineries of the World 2014 condecorou a Casa Ermelinda Freitas, de Palmela, com o 26.º lugar, neste que é considerado um dos rankings mais sérios e prestigiados do mundo. A gerente Leonor Freitas mostrou-se surpreendida com este «honroso lugar», num top mundial «tão prestigiante» para o setor dos vinhos. «Trata-se de uma honra para mim, para a minha empresa, para a região e para o País», uma vez que «é por estes
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resultados que vale a pena o esforço e a forma como gerimos a Casa Ermelinda Freitas, porque representam mais responsabilidade e motivação para os desafios futuros». A seu ver, a Casa Ermelinda Freitas está inserida numa «grande região» e estes resultados são «a prova de que temos ainda muito potencial para explorar, nomeadamente na área da internacionalização». E a esta distinção há os inumeros prémios alcançados ano a ano.
Este reconhecimento depende do número total de pontos obtidos, durante o ano, nas competições de vinho. A Casa Ermelinda Freitas somou 86 prémios no ano 2013, em doze concursos, e um total de 1683. 20 pontos. Já a Cooperativa de S anto Isidro de Pegões, do Montijo, alcançou a 68.ª posição neste Top 100, tendosomado 58 prémios, em treze concursos, no ano de 2013, obtendo 1043.71 pontos.
Publireportagem
DR
Ermelinda Freitas em 26.º lugar do Top 100 Wineries of the World 2014
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SOCIEDADE
41 famílias de Azeitão ameaçadas de ficarem sem casas que já pagaram
A ameaça de despejo paira de novo sobre as famílias que dizem ter pago as suas habitações e que já as viram, em Setembro do ano passado, em leilão.
O IHRU voltou a requerer a posse das habitações em Pinhal de Negreiros e Vendas de Azeitão. As famílias foram apanhadas de surpresa e afirmam que pagaram estas casas a uma cooperativa habitacional. O imbróglio jurídico promete continuar Texto Roberto Dores O RECEIO de perderem casa voltou a ensombrar a vida dos moradores de Pinhal de Negreiros e Vendas de Azeitão, em Setúbal, depois do Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU) ter avançado com um requerimento onde reclama a posse das 41 habitações. As famílias dizem ter sido apanhadas de surpresa, depois de um primeiro «susto» em Setembro de 2014, quando viram os lares anunciados para leilão na imprensa. Em cima da mesa está um autêntico imbróglio jurídico, que tem sido difícil de desatar. As fa-
mílias garantem que pagaram as casas ao longo de 25 anos, à ordem média de 40 mil euros por fração à Cooperativa de Habitação e Construção Económica Bairro dos Trabalhadores. Mas a cooperativa não entregou grande parte da verba à banca e ao IHRU. Perante a insolvência da cooperativa, em 2013, as escrituras não puderam ser feitas. Os credores reclamam os créditos, «arrastando» também o património, enquanto o presidente do IHRU, Vítor Reis alerta que a cooperativa “não podia vender as casas, porque não eram suas. Havia um ónus e uma hipoteca sobre as ca-
sas que são do IHRU. Os contratos-promessa eram, por isso, ilegais», avança o mesmo responsável, assumindo, ainda assim, que tenciona defender os moradores «para que ninguém fique sem casa». Falta de confiança, situações ilegais e muita confusão Mas as declarações de Vítor Reis são encaradas com desconfiança pelos habitantes envolvidos no processo. «O argumento de que aquele requerimento é para nos defender é desonesto. Desde logo porque o crédito do IHRU nunca foi colocado em causa pelos bancos ou por qualquer outro credor», sublinha Diogo Duarte, morador, lamentando que o IHRU - embora seja credor dos habitantes - afirme que os moradores eram arrendatários. «Nega que pagámos uma amortização, o que é completa-
mente falso», insiste, acrescentando que «se queria proteger-nos não precisava atacar a nossa defesa, bastava deixar as coisas ficar como estão». O representante dos moradores acrescenta ainda que se os cooperantes tivessem razão no processo jurídico a escritura seria feita. No caso da propriedade ser atribuída ao IHRU, «eles cumpririam a sua obrigação de nos ajudar, como afirmam desejar, possibilitando a realização da escritura como estava previsto». Diogo Duarte vai mais longe e considera que o propósito do requerimento apresentado pelo IHRU tem o objetivo de «destruir» os argumentos da defesa. “Quer deixar-nos completamente dependentes deles, para que possam cobrar-nos uma renda ou propor a compra das casas aos moradores, caso lhes seja atribuída a propriedade das mesmas».
De 1987 até aos dias de hoje A entrega das casas aos moradores remonta a Maio de 1987. Seguiu-se o pagamento mensal das prestações que havia de amortizar a dívida, até à sua liquidação, tendo chegado a assinar o contrato-promessa de compra e venda. 2012 tinha sido o ano acordado, entre moradores e cooperativa, para a realização as escrituras, para liquidação das habitações. Mas as escrituras não podiam avançar. A cooperativa estava insolvente desde 2011 e as casas já não lhe pertenciam. «O que terá sido feito do nosso dinheiro?», é a pergunta que os moradores fazem. As famílias souberam mais tarde que a cooperativa começou por se atrasar nos pagamentos ao IHRU e que deixou mesmo de pagar por completo em 2005. Terão estado sempre convencidos que a cooperativa estava em dia. A dívida ascende aos 600 mil euros.
Próximas eleições no CCDBA envoltas em polémica com críticas ao atual presidente O PRÓXIMO ato eleitoral para escolher a direção do Centro Cultural e Desportivo de Brejos de Azeitão promete ser tudo menos monótono. As eleições ainda não têm data marcada, mas está já em preparação uma lista que deverá concorrer contra o atual presidente da direção, António Carvalho Cabaço. Amadeu Estanislau, antigo diretor da coletividade de Brejos de Azeitão adiantou ao Semmais que vai voltar a candidatar-se com o Pub.
objetivo de «dar mais credibilidade e transparência» à gestão do clube, algo que considera «não ter havido no último mandato». Em declarações ao Semmais, Amadeu Estanislau acusa a atual direção de não ter apresentado o relatório de contas do último ano assim como não ter marcado qualquer assembleia geral para dar conta da situação do clube. Para além disso o já assumido candidato considera ser necessária «maior dinâmica» nas ativida-
des do clube e uma maior participação dos sócios. «É importante que se entenda que não pretendemos ir contra ninguém. Não é esse o nosso propósito», diz Amadeu Estanislau adiantando que o objetivo desta lista é, essencialmente, «que as pessoas participem mais nas atividades do clube». Assumida que está a candidatura, muitas são já as reações que se fazem sentir por parte dos sócios. «Temos recebido todo o tipo de reações. Há quem esteja con-
tente com o facto de poder haver mudanças e há também quem não se manifeste. Obviamente que há ainda quem não a veja com bons olhos», diz enquanto adianta que caso a atual direção não marque uma assembleia geral podem ser os sócios a exigi-la ao abrigo dos estatutos. «Esperamos que a atual direção resolva a questão das contas, as apresente e marque uma assembleia geral e as eleições. Se isso não acontecer teremos de reunir um grupo de vinte sócios
para exigir que a situação se esclareça.» Propostas para apresentar aos sócios não faltam. Para além de querer manter as atividades atuais do clube, como o futebol, a zumba, as danças de salão, o ténis e a participação nas marchas populares, entre outras, a lista de Amadeu Estanislau quer que o teatro volte a fazer parte das atividades do CCDBA, assim como o cicloturismo e a ginástica infantil.
RESTAURANTE ● SETÚBAL ● PORTUGAL RUA GENERAL GOMES FREIRE, 138 Sábado • 7 fevereiro 2015 • www.semmaisjornal.com
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Politécnico de Setúbal reúne especialistas na área da mobilidade sustentável em ciclo de seminários
Moscatel da JMF eleito melhor do ano
A ESCOLA Superior de Tecnologia de Setúbal do Instituto Politécnico de Setúbal (ESTSetúbal/ IPS) promoveu, na passada quarta-feira, a terceira iniciativa do Ciclo de Seminários, o “Dia Brammo e Parker”, realizado no âmbito da sua Pós-graduação em Motorização de Veículos Elétricos e Híbridos. A iniciativa possibilitou aos presentes a oportunidade de experimentar o motociclo elétrico “Empulse R” da marca Brammo, sendo que para grande parte dos participantes foi a primeira vez que contactaram de perto com um veículo elétrico de duas rodas de elevada potência. Para José Correia, engenheiro eletrotécnico e estudante da pós-graduação em Motorização de Veículos Elétricos e Híbridos, conduzir a “Empulse R” foi «uma experiência muito boa, gostei da aceleração, da travagem e da resposta do veículo», salientando ainda que para além destas ações o curso tem proporcionado uma excelente troca de conhecimentos e uma aprendizagem mútua entre os docentes e os formandos. Os test-drives foram acompanhados por Sérgio Almeida, CEO
O JMF Moscatel de Setúbal Superior 1911, foi considerado o “Vinho do Ano 2014” pela revista Wine – A Essência do Vinho, nos prémios “Os Melhores do Ano”. Com 19,5 pontos, o néctar é descrito como “profundamente aromático, com enorme finura e delicadeza, final incrivelmente longo e emotivo pela frescura e concentração”. Das centenas de vinhos provados pela Wine, o moscatel JMF foi o que obteve a pontuação mais elevada. Para o enólogo Soares Franco, «esta distinção homenageia a JMF e a região que nos viu nascer e o moscatel de Setúbal, um vinho de sobremesa de excelência e qualidade internacional».
Conferência e test-drives fizeram parte da iniciativa da EST/IPS
da ZEVtech (empresa representante da Brammo em Portugal), que elucidou os participantes sobre o funcionamento da mota e o tipo de condução a adotar, salientando que se trata «da primeira mota elétrica de produção em série que tem mudanças, exatamente igual a uma mota de combustão com a particularidade de não ter emissões». De acordo com Sérgio Almeida, os motociclos elétricos «têm uma boa aceitação, sendo um nicho de mercado que está
com um crescimento exponencial», frisando ainda que esta ação foi pertinente para que as pessoas conheçam «esta pós-graduação já virada para o futuro e para os empregos relacionados com este tipo de veículos». As iniciativas têm contando com uma forte adesão da comunidade académica, o que permitiu «colocar os estudantes em contacto com tecnologias diferentes, de acordo com a matéria lecionada na sala de aula», verificando-
-se igualmente «a participação repetida de pessoas da comunidade exterior nas ações», frisou José Maia, coordenador da pós-graduação em Motorização de Veículos Elétricos e Híbridos. Na opinião do docente a realização destas atividades tem contribuído para o crescente «reconhecimento da nossa instituição junto das empresas que colaboram connosco, que nos têm vindo a apresentar propostas concretas para realizarmos mais atividades».
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LOCAL
José Cid canta no palco da Humanitária de Palmela O cantor José Cid, natural da Chamusca, atua este sábado, dia 7, a partir das 21h30, na Sociedade Filarmónica Humanitária , em Palmela, relembrando velhos e atuais êxitos do conhecido cantor que venceu o
Festival da RTP da Canção com “Um Grande, Grande Amor”, em 1980. Cantor, compositor, músico e produtor, José Cid conquistou um honroso 7.º lugar no Festival da Eurovisão, na Holanda., com este tema.
Concurso de fados na Capricho Setubalense O 7.º Concurso de Fado Amador de Setúbal já selecionou os 14 candidatos que participam nas duas semifinais da prova, a primeira já neste sábado à noite, na Capricho Setubalense. Na 1.ª semifinal participam Ce-
cília Silva, 49 anos, de Setúbal, Eugénio Almeida, 46, de Setúbal, Linda Soares, 39, de Corroios, Luís Pinho, 74, Setúbal, Raquel Faria, 17 anos, de Quinta do Anjo, Sofia Ramos, 24, Almada, e Valter Palma, 27, Setúbal.
Diversas equipas do município estiveram envolvidas nos trabalhos
A intervenção da autarquia dotou o parque alentejano de melhores condições de utilização para os seus utentes habituais e não só, já este verão. O MUNICÍPIO alcacerense acaba de efetuar melhorias no parque de campismo para preparar o equipamento para a próxima época balnear. Na remodelação do parque e suas infraestruturas houve intervenção de diversas equipas do município. É de destacar a reparação da caleira de escoamento de águas plu-
Grândola é palco de congresso nacional de municípios O XXII Congresso da Associação Nacional de Municípios vai reunir mais de mil congressistas a 27 e 28 de março, em Tróia. Para o presidente do município, Figueira Mendes, este «é um momento de grande importância para o nosso concelho e para toda a região», salientando que «É a primeira vez que o Alentejo recebe este congresso, um momento único para afirmarmos todas as nossas potencialidades». Sobre os trabalhos do congresso, o autarca diz que «O poder local democrático está a sofrer ofensiva sem precedentes; É urgente uma posição forte de todos os autarcas, contra as políticas do poder central, e de valorização do poder local democrático», concluindo: «Espero que os valores de Abril estejam em destaque no evento».
viais em diversos pontos onde esta se encontrava danificada, e após limpeza dos arruamentos constatou-se que o pavimento se encontrava muito degradado, pelo que se procedeu à pavimentação dos mesmos e da zona de estacionamento com tapete betuminoso. As equipas da autarquia alcacerense repararam e remodelaram ainda as casas de banho e os balneários, que incluiu a substituição das bases de chuveiro e outros trabalhos de reparação das redes, colocação de forra de proteção nas portas. A obra incluía a melhoria do parque infantil Foram igualmente reparados os portões e totalmente remode-
lada a zona de lazer junto à churrasqueira, com a reconversão do pavimento, colocação de mesas e floreiras. Nesta obra foi ainda feita uma revisão e reparação das infraestruturas elétricas. Os espaços verdes do parque de campismo foram também intervencionados com a plantação de loendros por forma a colmatar as falhas existentes nas sebes entre os alvéolos e junto à vedação. Foi feito o corte da vegetação e limpeza das várias zonas. Foram ainda reparadas as madeiras do edifício, placas identificadoras, e outros trabalhos de carpintaria. As obras envolveram ainda a execução de pinturas, em geral por todos os elementos do parque, des-
Montijo festeja 1.º aniversário da Academia Sénior
DR
Alcácer torna parque de campismo mais apetecível
Parque ganhou novo rosto para proporcionar melhores condições a utentes
de portões, edifícios, placas identificativas, muretes, gradeamentos, suportes ou outros. Será igualmente executada uma remodelação da zona do parque infantil. De acordo com a vereadora das
obras e ambiente, «o parque de campismo apresenta agora melhores condições para receber os veraneantes que nos visitam, que passam a ter melhores condições para usufruírem da sua estadia em Alcácer do Sal com mais qualidade».
Moita acolhe feira de artesanato
Palmela solidária com crianças da Ilha do Fogo
Oo grupo coral da Academia Sénior vai atuar durante a festa
AS COMEMORAÇÕES do 1.º aniversário da Academia Sénior do Alto Estanqueiro/Jardia decorrem este domingo, às 15 horas, na antiga Junta de Freguesia. A cerimónia conta com o visionamento de um filme sobre as atividades da academia, são entregues lembranças aos docentes voluntários e inaugurada uma exposição com trabalhos realizados pelas alunas do Atelier Artes. Antes do lanche-convívio há ainda lugar para a atuação do Grupo Coral da Academia Sénior da União Freguesias de Atalaia e Alto-Estanqueiro/Jardia. A Academia Sénior na União de Freguesias de Atalaia e Alto Estanqueiro veio reforçar a aposta do município na promoção e dinamização de espaços e atividades potenciadores de um envelhecimento ativo da população. São utilizadores do projeto 99 idosos, residentes na União de Fre-
É a estreia do congresso no Alentejo
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guesias de Atalaia e Alto Estanqueiro/Jardia, que participam nas seguintes atividades: Atelier das Artes, Artes da D. Francisca; Língua Portuguesa (Alfabetização), Informática e o Grupo Coral da Academia. Além dos ateliers, a Academia realiza ainda atividades como as “Tardes do chá”, caminhadas, visitas de estudo e workshops,. Recorde –se, que a Academia Sénior é uma das áreas chave do Projeto Junto de Si, financiado pelo PRODER cujo principal objetivo é criar, dinamizar, e organizar atividades culturais, recreativas, de convívio e de aprendizagem sobre diferentes temas, através de um modelo de formação informal. A Academia destina-se a adultos com mais de 50 anos, independentemente do nível de escolaridade, com vontade de aprender e de ensinar/partilhar experiências vividas.
Peças em cortiça vão estar na feira
A FEIRA de artesanato “Artes e Talentos” continua a realizar-se no mercado municipal da Moita, sempre no primeiro e segundo sábado de cada mês. Assim, nos dias 7 e 14, entre as 9 e as 13h30, vai encontrar artesãos de várias áreas, nomeadamente madeira, tecido, metal, cerâmica, cortiça, crochet, entre outras. Promovida pelo município, no âmbito do Programa de Dinamização e Animação do Mercado Municipal da Moita, a Feira de Artesanato “Artes e Talentos” pretende valorizar diferentes tipos de artesãos e artesanato. Os interessados em participar na feira, expondo e comercializando as suas peças, devem inscrever-se através do email: pav.mun. exposicoes@mail.cm-moita.pt, mencionado o nome, morada, telefone, número de contribuinte e o produto a expor.
ESTÁ em marcha a campanha a favor das crianças da Ilha do Fogo, em Cabo Verde que o município está a promover. Desalojadas pela erupção do vulcão, as populações – e, em particular, as crianças da ilha – vivem com dificuldades acrescidas. O município está a recolher, em conjunto com a comunidade, os bens identificados como mais necessários e urgentes, nomeadamente, papas lácteas e toalhitas para bebé. Recorde-se que Palmela, geminada desde 1996 com S. Filipe - um dos três municípios da ilha fez seguir em dezembro passado, 284 caixotes com doações constituídas, essencialmente, por roupa e material médico. Donativos devem ser entregues até dia 27.
Campanha arrancou em 2014
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O 11.º Concurso da Caldeirada à Pescador, uma organização da Junta da Costa de Caparica, arranca este sábado. São 11 os restaurantes que aderiram. Pretende «dinamizar a gastronomia da Costa e aumentar os visitantes nos fins-de-semana, na época baixa», refere o presidente José Martins. Trata-se do «segundo evento gastronómico mais antigo a nível nacional», que vai homenagear o mestre de pesca Joaquim Januário, um dos «últimos grandes arraias da arte xávega». Aderiram “Atlântico”, “Carolina do Aires”, “Horizonte”, “O Barbas – Tertúlia”, “O Camões”, “O Marreta”, “O Pipo”, “Óhhhtc”, “Praia do Castelo”, “Tarquínio” e “Tasca da Caparica”.
Seixal promove boas práticas ambientais junto da comunidade O PROGRAMA municipal de Educação Ambiental para 2015 integra atividades, projetos e iniciativas que promovem o acesso à informação e às boas práticas ambientais, com vista à alteração de comportamentos, contribuindo para um desenvolvimento sustentável. O PMEA é dirigido aos munícipes, público escolar e diverso, através de várias atividades, com uma programação específica para os alunos das escolas do concelho e outra para público juvenil, adulto e famílias. Uma das iniciativas dirigidas às escolas são os Encontros do Ambiente, pequenas palestras dirigidas aos diversos graus de ensino. Os temas a abordar dependem do ano a que se destinam, mas incluem A Água e os Resíduos, O Chapim e a Lagarta, A Gestão de Resíduos no Seixal, A Compostagem e O Ecossistema da Baía do Seixal, entre outros. São também realizadas
O PMEA é dirigido em especial aos munícipes e público escolar
visitas ao Espaço Agrícola Monte Sião, na Torre da Marinha, composto por 16 hortas sociais. Os alunos podem ainda participar no Eco-Escolas, desenvolvendo projetos de Educação Ambiental e Educação para o Desen-
volvimento Sustentável. Outros projetos que podem vir a conhecer e desenvolver nas escolas são Compostagem na Minha Escola, Óleo a Reciclar, Biodiesel a Circular e Hortas Pedagógicas.
Festival de Sopas aquece Santiago do Cacém
Alcochete dá a conhecer freguesia de S. Francisco
Barreiro avança para centro de recolha de animais
O MUNICÍPIO aprovou, no passado dia 30 de janeiro, a atribuição de um apoio de 45 mil euros à Siga a Festa - Associação de Carnaval para a realização do Carnaval de Sines 2015, considerando a sua importância para a comunidade siniense, para a projeção da cidade e para a dinamização da economia local. Além do apoio financeiro, a Câmara de Sines apoia a realização do Carnaval em diversos aspetos logísticos da organização, nomeadamente na cedência de espaços, ligações de infraestruturas, limpeza, divulgação, entre outros. À semelhança de outras localidades com forte tradição carnavalesca, a autarquia de Sines concede tolerância de ponto aos seus trabalhadores no dia de Carnaval, 17 de fevereiro.
O PASSEIO pedestre “À Descoberta de S. Francisco” realiza-se este sábado, numa iniciativa do programa Alcochet´Aventura. Este passeio, com início marcado para as 9 horas, junto ao edifício sede da Junta de Freguesia de S. Francisco, tem como idade mínima de participação os 10 anos. Participantes devem usar calçado e roupa confortáveis e adaptados às condições climatéricas da época e levar água e merenda.
OS PRESIDENTES dos municípios do Barreiro e da Moita, Carlos Humberto e Rui Garcia, respetivamente, assinaram esta semana o protocolo de cooperação, com vista à construção do novo Centro Intermunicipal de Recolha de Animais Errantes. O concurso será iniciado nos próximos dias e o arranque da obra está previsto para o próximo verão. Problemas com as atuais instalações daquele espaço dos dois municípios originaram este acordo entre autarquias. «Há muito que as nossas instalações são desadequadas e há muito que estudávamos uma solução. Já a encontrámos e procuramos, assim, resolver um problema dos dois concelhos», referiu Carlos Humberto, enquanto Rui Garcia disse que «procuramos resolver problemas que são sentidos nos dois concelhos e juntar esforços».
Parque de campismo de Setúbal fechou portas para obras O PARQUE de campismo do Outão, em Setúbal, encerrou as portas a 30 de janeiro, por tempo indeterminado. Em causa está a não renovação da concessão da exploração com a Aurotur, por parte do ICNF. Segundo Vitor Caldeirinha, presidente da APSS, o «parque deixou de pagar a renda há vários anos ao ICNF, que não teve alternativa senão rescindir o contrato. O parque vai passar
para a APSS para ser encontrada nova solução que promova obras e qualidade para reabrir o parque». «Espera-se que no prazo de 1 a 2 meses, após a saída do último utente, o parque possa voltar a abrir com novo gestor», perspetiva Vitor Caldeirinha, que acrescenta: «Não há intenção de retirar o parque daquele local, nem desativá-lo definitivamente».
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Alcochete ajuda associação animal Um espetáculo solidário de dança e música, que conta com a participação de vários grupos da região, tem lugar este sábado, às 16h30, no Forum de Alcochete. Este evento visa angariar verbas para a associação “Os Canitos” para melhoria das condições dos animais que estão à sua guarda. Atuam os “Batucando”, a dança da Sociedade 1.º de Dezembro, entre outros.
Município de Sines dá 45 mil euros para o carnaval
Património histórico da freguesia
INICIATIVAS
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Almada promove caldeirada à pescador
COM 32 variedades para degustar, o III Festival de Sopas de Santiago do Cacém promete combater o ambiente frio que se tem vindo a sentir. O evento decorre este sábado, a partir das 18h30, nos pavilhões de feiras e exposições em Santiago, numa organização da paróquia, do Agrupamento 722 do Corpo Nacional de Escutas e da União das Freguesias de Santiago do Cacém, Santa Cruz e S. Bartolomeu da Serra.
O certame já é um sucesso
Zimbr´Arte promove artesanato em Sesimbra BIJUTERIA, acessórios, pintura, tecidos ou peças de decoração confecionadas em materiais tão diferentes e originais como cortiça, conchas, estanho, madeira, cabedal ou flores secas são uma pequena amostra do que pode ver, experimentar e adquirir na Zimbr’Arte – Feira das Artes e do Artesanato, que decorre na Praça da Califórnia, este domingo, das 10 às 18 horas. A feira, que se realiza desde 2004, reúne vários artesãos lo-
cais que, assim, têm oportunidade de divulgar o seu trabalho. A Zimbr’Arte é organizada pelo município sesimbrense, com o apoio da Junta de Freguesia de Santiago. Entretanto, no dia 14, às 16 horas, o escritor Miguel Real desloca-se à biblioteca municipal de Sesimbra para apresentar o seu novo romance O Último Europeu - 2284. Desta vez, a obra de Miguel Real debruça-se sobre o futuro.
Ciclo de cinema de escritores portugueses No primeiro e último fim de semana deste mês, a biblioteca de Sesimbra recebe um ciclo de cinema dedicado a escritores portugueses. A iniciativa, com entrada gratuita, organizada pela Artemrede, apresenta quatro filmes realizados a partir da vida e obra de José Saramago, Urbano Tavares Rodrigues, António Lobo Antunes e Carlos Oliveira.
Oficinas de música para bebés na Moita O projeto De Pequenino do mês de fevereiro, marcado para este sábado, às 15h30, e às 17 horas, na biblioteca Bento de Jesus Caraça, na Moita, vai ser preenchido com “Oficinas de Música”, da autoria de Paulo Lameiro, pela companhia Musicalmente. Estas Oficinas de Música para bebés e papás têm a duração de 45 minutos cada sessão, sendo que às 15h30 é dirigida a bebés dos 19 aos 36 meses, e às 17 horas, a bebés dos 0 aos 18 meses.
Almada recebe Tocha da Liberdade Pela importância dos valores da Paz, da Liberdade e da Amizade entre os povos, a Câmara associa-se à celebração dos 70 anos do fim da II Guerra Mundial que se assinala em 2015. Assim, a Tocha da Liberdade e da Paz vai percorrer, dia 10, as 11 freguesias do concelho. A partir das 21 horas, o Fórum Romeu Correia, recebe a cerimónia ode encerramento da passagem da Tocha da Liberdade e da Paz por Almada.
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CULTURA
Ciclo de conversas com o público no TMJB
Banda grandolense apresenta CD
O ciclo de “Conversas com o público” no Teatro Municipal Joaquim Benite, em Almada, continua este sábado, às 18 horas. A conversa irá centrar-se no espetáculo “O contrabaixo”, uma encenação de
A banda de jovens grandolenses Sable Sun apresenta este sábado, às 22 horas, no Cine Granadeiro, “Say My Name”, o EP de originais composto por quatro faixas de rock moderno gravado em Grân-
António Mercado, com texto de Patrick Süskind e que estará em cena na sala experimental entre 5 e 8. Estão confirmadas as presenças de António Fonseca, Pedro Wallenstein e Vera Lemos.
Pela terceira vez consecutiva, grupo infantil sadino brilha no norte
DICIONÁRIO ÍNTIMO
Espelho Mágico volta a ser nomeado em concurso nacional
Maria Teresa Meireles
XAILE
Texto António Luís O GRUPO de Animação e Teatro Espelho Mágico (GATEM) é uma das nove companhias apuradas para o XI Concurso Nacional de Teatro, a realizar entre 7 de fevereiro e 14 de março, na Póvoa de Lanhoso, Braga. Esta é a terceira vez que o grupo cénico sadino, especialmente orientado para o teatro infantil, é nomeado para o concurso. Até agora o GATEM, que recebe anualmente apoio financeiro e logístico do município setubalense, atingiu a fase final em todas as participações e foi premiado nas duas últimas edições. Céu Campos, da direção do GATEM, realça que a equipa se sente «extremamente orgulhosa e honrada», pois, mais uma vez, o grupo vai estar incluído «entre as estruturas de teatro que disputam prémios no principal concurso de teatro do País» e «promover Setúbal». A seu ver, esta participação é uma forma de «dar visibilidade ao grupo e de mais trabalho certo», relembrando que o “Pinóquio” e
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Paquistão. Balzac referiu a paixão das mulheres da sua época pelos xailes de caxemira trazidos pelos soldados de Napoleão aquando da campanha do Egipto - a moda, a consequente indústria, o xaile como peça de luxo, ícone do bom-gosto vendido a preços exorbitantes. No seu belíssimo conto «A História Imortal», Karen Blixen refere que «Virginie queria um xaile francês», onde «havia um padrão (…) todos eles tinham um padrão», sendo esse xaile o pretexto para o seu envolvimento na história. Há pessoas a quem envolvo desde logo num xaile – é um gesto de afecto, uma forma de acarinhar e proteger. O xaile é uma teia, uma rede de pesca-dores. Adereço geralmente feminino, daí a estranheza e a vulnerabilidade da fotografia-capa do livro «O Medo» de Al Berto - e O Medo é isso. Xaile, xale («mais próximo da grafia persa original») ou chale – três designações para a mesma (ir)realidade em Maria Gabriela Llansol: « quando a mente na montra da loja que vendia vestuário e objectos em segunda mão, me estendeu hoje um xale, / eu quis / possuí-lo imediatamente. O xale da mente / Estrelada» e, mais adiante: «xale do coração», «uma mesa coberta pelo chaile», «o xale da metanoite»; «o xale da terra»; «o xaile sobre a cama»; «o xale da imagem luminosa que se perdera de mim» ou «o xaile quase translúcido do poema». Em termos simplistas, o xaile é um rectângulo ou um triângulo (com ou sem franjas) em lã, tricot, seda, renda. Xaile é uma forma e uma fórmula. O xaile da minha memória: havia o xaile da minha avó que tinha o seu cheiro (ou seria o xeiro?) a pó-de-arroz e a «Bien-Être» - e uma textura toda ela maciez. O xaile do tempo. Por vezes, era mesmo do xaile da serenidade e da paz que precisávamos porque, e de novo Maria Gabriela Llansol: «Magníficos os espíritos / que se cruzam sem espada / e com bondade».
O concurso de teatro realiza-se em Póvoa de Lanhoso e envolve nove companhias nacionais.
“As Aventuras de Rom Rom e Fofoca” foram escritas por Fernando Guerreiro
“O Galinho Vaidoso” também valeram prémios ao GATEM neste concurso de Póvoa de Lanhoso. Para o XI Concurso Nacional de Teatro, uma edição apadrinhada pelo ator Ruy de Carvalho, o Espelho Mágico concorre com a peça infantil “As Aventuras de Rom Rom e Fofoca”, escrita por Fernando Guerreiro. “As Aventuras de Rom Rom e Fofoca”, que já foi vista por 10 mil crianças em Fátima, conta com encenação de Miguel Assis, poemas de Luís Estrela, música de António Coimbra e coreografias de Iolanda Rodrigues. O Concurso Nacional de Tea-
“O MAGNÍFICO Ditador”, uma criação de Ricardo Santos, é a nova peça da Animateatro que estreia este sábado, às 21h30, no
espaço Animateatro, na Amora, no Seixal. Ricardo Santos, diretor artístico, diz que as expetativas para a
A peça “O Magnífico Ditador” conta com quatro atores em palco
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tro é uma organização da Câmara de Póvoa de Lanhoso, da Federação Portuguesa de Teatro e da Fundação Inatel. A próxima produção do GATEM é “Feiticeira de Oz outra X”, que marca o regresso da peça estreada em 2010. Esta produção venceu a última edição do Teatrália, o concurso nacional de teatro do Inatel. «A pedido de muitas famílias, a Feiticeira está de volta, a 27 de Março, com um elenco de luxo e muitas surpresas mágicas», frisa Céu Campos. E no início de Outubro, o GATEM estreia o musical “O Principezinho”, com encenação de Miguel Assis.
Animateatro estreia “O Magnífico Ditador”
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XAILE: manto ou cobertura; agasalho, «écharpe»; capa, lenço, mantilha, manta, coberta. O xaile tapa e embrulha, envolve como um envelope; conforta como um abraço. Xaile: adereço, símbolo, acessório. Peça de vestuário típica da mulher Portuguesa por vezes (ou quase sempre?) conotada com a velhice e a viuvez. O xaile não é uma peça que se prenda com fecho, botão ou qualquer outro sistema – o xaile é uma peça solta, geralmente ajustada por um gesto de mãos em concha, em aconchego. «Xailes Negros» série televisiva gravada nos Açores. Um xaile negro levado pelo vento pode ser facilmente confundido com um enorme corvo: xaile-agouro? Xaile e Fado: o xaile é o destino, «fatum»? «O Xaile da Minha Mãe», fado cantado por Amália: «O Xaile de minha mãe / que me aqueceu com carinho / Mais tarde serviu também / para agasalhar meu filhinho». Xaile: a herança, o fio que liga gerações? «O Xaile», de Cynthia Ozick: um conto que se passa num campo de concentração (ou na memória e consciência de Rose, uma judia prisioneira) – uma mãe tenta salvar a vida da sua filha embrulhando-a num xaile. Cápsula, casulo, placenta. Xaile: o invólucro maternal? Excepção: O xaile azul e branco dos judeus, adereço apenas usado pelos homens em rituais de prece, o chamado «Xaile de Orações». Eleni Karaindou, compositora de origem grega tem, na capa do seu álbum «Trojan Women», vultos de mulheres - os xailes, o cerco, o círculo. Xaile: o adereço da tragédia? As fadistas usam xaile; as sevilhanas usam xaile. O xaile fazia parte do guarda-roupa de Josefina, primeira mulher de Napoleão - quem o afirma é Monique Lévi-Strauss (mulher de Claude Lévi-Strauss) que estudou o xaile desde a sua origem até ao seu apogeu em França - «Cachemires: La Création Française 1800-1880»: tecido fino feito a partir de lã de cabra da região de Caxemira, no
dola. Formado no final de 2013, Sable Sun é o projeto de originais fundado pelos membros da banda grandolense de covers rock, Danger Line. Não falte à festa deste grupo alentejano.
peça são as melhores, esperando que o trabalho seja «discutido, pensado, falado e que aproxime o público às salas de teatro». Em “O Magnífico Ditador”, questiona-se e reflete-se a relação entre a cultura e o público. «Para que serve o teatro? Quem define o gosto? Para que servem opiniões e será que são imparciais? O teatro é somente para entreter ou algo mais?», sublinha. Com Alexandre Gregório, Lina Ramos, Nuno Santos e Patrícia Cairrão, a produção assume-se como um trabalho «colaborativo, um work in progresso». Para ganhar os convites duplos para a peça “O Magnífico Ditador”, basta ligar 981 047 019 e pedir as suas ofertas.
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Músicas do Alentejo
Sem letras nem palavras, o duo de Tó Trips e Pedro Gonçalves “canta” com uma clareza desarmante o Tejo e Lisboa, Portugal e o Mediterrâneo, uma África idealizada e a vastidão da América, imaginada em Itália nos westerns de Morricone. Teatro João Mota, Sesimbra, 21h30
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Solistas da Metropolitana dão concerto Os solistas da Metropolitana apresentam neste concerto um programa que vai desde a English Consort Music do Século XVI da corte da Rainha Elisabeth I, passando pela famosa Suite Barroca Water Music, de George Friedrich Haendel. Teatro Joaquim D´Almeida, Montijo, 21h30
“Entre Cante e Piano – Uma Música do Alentejo” é um concerto invulgar no âmbito da música de câmara contemporânea, onde são interpretadas modas do cancioneiro tradicional alentejano e canções originais ao estilo da tradição do cante, pelas vozes de Joaquim Soares e Pedro Calado. Forum Cultural da Baixa da Banheira, 16 horas
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Dead Combo apresentam CD
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Forum Luísa Todi, Setúbal, 21h30
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D.A.M.A com casa esgotada Os D.A.M.A., de Lisboa, que se destacam pelas suas canções contagiantes, empatia com o público e energia das atuações ao vivo, com este concerto, pretendem transmitir uma mensagem positiva ao público que esgotou o Auditório Augusto Cabrita, concerto do Barreiro. Berreiro, 21h30 Sexta
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Os OqueStrada apresentam o segundo álbum de originais. O trio Marta Miranda, João Lima e Pablo toca ao vivo “AtlanticBeat Mad’in Portugal”, trabalho que dá continuidade ao beat acústico da banda, agora amadurecido por uma dúzia de anos em estradas nacionais e internacionais. O concerto integra-se numa digressão nacional.
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OqueStrada com novo espetáculo
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Helena Sarmento reinventa o fado tradicional A FADISTA Helena Sarmento, natural de Lamego e a residir em Gaia, já lançou duas edições de autor, nomeadamente os CD´s “Fado dos Dias Assim”(2013) e “Fado Azul” (2011). Tendo como ponto de referência a grande Amália Rodrigues, Helena Sarmento diz que o seu segundo disco, com edição discográfica mundial, teve uma «grande aceitação na Alemanha, França e Polónia», onde foi apresentado em concertos. «Tal repercussão, penso, é ilustrativa do acolhimento que o meu trabalho tem merecido», sublinha a artista. «Sinto orgulho da distinção que os meus discos mereceram por parte da prestigiada editora francesa Sunset France, que procedeu à sua edição internacional para todo o Mundo, revela. “Fado Azul” foi também o responsável pela atribuição do Prémio Revelação, em 2012, pela Anim´arte. Do seu repertório destaca o “Fado dos Meus Passos”, que con-
têm «palavras novas, escritas por mim, cantadas na música do Fado Menor. Quem o canta, não precisa de outra razão», opina, relembrando que ouve fado «desde sempre porque sou filha de um Amaliano e, nesse contexto, as tertúlias faziam parte da minha vida». Mas foi aos 22 anos que cantou fado em público. Com estilo pró-
prio e voz singular, pretende dar uma nova roupagem ao fado tradicional. Helena Sarmento, 34 anos, divide a sua vida entre a advocacia e a música. Confessa-se admiradora de Beatriz da Conceição, Alfredo Marceneiro, Lucília do Carmo, Camané, António Zambujo e Ricardo Ribeiro.
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CD marca a estreia de FRAN, o filho de Ágata, nas lides musicais. Para ser contemplado com os discos, basta ligar 918 047 918 ou enviar email para: passatempos.semmais@mediasado.pt. Não enviamos os CD´s por correio. Têm de ser levantados nas nossas instalações em Setúbal.
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POLÍTICA
Conferência junta cabeças de lista do PS
Jornadas dos Verdes decorrem em Palmela
A Federação de Setúbal do PS realiza este sábado, às 15h30, no Hotel Sado, em Setúbal, a conferência “A Década de Setúbal”, com António Vitorino, Jorge Coelho, Paulo Pedroso e Vieira da Silva, os
Prosseguem no dia 9, as Jornadas Ecologistas do Distrito de Setúbal, promovidas por “Os Verdes”. Depois das últimas iniciativas que percorreram os concelhos de Almada, Barreiro e Moita, as jornadas
últimos cabeças de lista do PS no distrito legislativas. A conferência visa debater a Agenda para a Década que será declinada no futuro programa de Governo do PS em eleições legislativas.
decorrerão em Palmela, e terão como objetivo abordar os seguintes temas: acesso à saúde, mobilidade e transportes públicos, educação, produção e consumo local e, ainda, recursos hídricos.
Socialistas querem respostas dos ministérios das Finanças e da Agricultura no caso da Comporta
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Deputados ‘rosa’ apelam ao Governo para defender agricultores e rendeiros Bruno Vitorino, líder da concelhia
Os socialistas querem saber como vai ficar a situação dos agricultores e rendeiros da Comporta. Garantem que para além dos receios do futuro pode dar-se um problema social. Texto António Luís
PSD acusa PS de “bipolaridade” no caso do terminal do Barreiro
Os deputados do PS eleitos por Setúbal estão preocupados com o futuro da Herdade da Comporta, que já foi vendida pelo BES Investimento. Nesse sentido, acabam de questionar o Governo, através de requerimento entregue na Assembleia da República, sobre a situação dos agricultores e rendeiros que vivem e trabalham naquela Herdade com 12 mil hectares, que se estendem pelos concelhos de Alcácer do Sal e Grândola, onde vivem cerca de 2 mil pessoas. Nas perguntas endereçadas às ministras de Estado e das Finanças, Maria Luís Albuquerque, e da Agricultura e do Mar, Assunção Cristas, os socialistas Vieira da Silva, Eduardo Cabrita, Eurídice Pereira, Ana Catarina Mendes e Catarina Marcelino, questionaram as governantes se tiveram conhecimento da situação da Herdade da Comporta, particularmente no que diz respeito «aos agricultores que ali exercem atividade e aos rendeiros que mantêm um vínculo à propriedade» e se têm «cons-
dido de gestão controlada da Rio Forte pelo Tribunal do Comércio do Luxemburgo, e a consequente liquidação dos ativos da Rio Forte, considerando os socialistas que, embora esta realidade, «extravase os normais limites de intervenção do Governo, não pode a mesma ser desligada do processo decorrente das medidas de resolução aplicadas ao BES, atento o complicado novelo das relações societárias existentes entre os seus acionistas, nomeadamente a Rio Forte». De salientar que o Grupo Parlamentar do PS, representado pelos deputados Eurídice Pereira e Miguel Freitas, visitou a referida Herdade, em dezembro último, para se inteirarem da realidade daque-
la que é considerada «uma das maiores propriedades» do País, muito especialmente sobre a situação dos agricultores e rendeiros que ali vivem e exercem a sua atividade. Na opinião de Eurídice Pereira, trata-se de um dos «mais importantes» ativos da Rio Forte, empresa de topo do ramo não financeiro do Grupo Espírito Santo. «Estamos na presença de um emaranhado jurídico, tanto a nível do arrendamento rural, como ao nível da ocupação do território para fins habitacionais, que afeta uma imensa comunidade, que sempre ali viveu, e que, em face da insolvência da Rio Forte, vive agora numa grande ansiedade», sublinha a deputada.
O PSD Barreiro sublinha que o PS à segunda, terça e quarta-feira «quer o terminal de contentores para o concelho». Depois, à quinta e sexta-feira diz que «o governo tem de parar imediatamente o processo, pois não tem legitimidade a 10 meses de eleições para tomar qualquer decisão». Os ‘laranjas’ consideram que há muito que o PS «não sabe o que quer para o Barreiro, nem para o País, pois num dia diz uma coisa e noutro diz outra relativamente a muitas matérias», sendo o terminal de contentores para o Barreiro um forte exemplo dessa inconsistência e dessa forma irresponsável de estar na política. O processo do Terminal de Contentores é «longo», que carece de um conjunto «aprofundado de estudos técnicos, processo de avaliação ambiental e estudos económico-financeiro. Que carece de investimento privado e de financiamento comunitário. Não há nenhum privado que vá investir se existirem dúvidas da viabilidade do investimento», argumenta Bruno Vitorino, líder do PSD Barreiro.
da e da direita, eram há muito previsíveis face às políticas seguidas e ao desencanto dos cidadãos pelos chamados partidos tradicionais que foram os atores diretos da aplicação dessas políticas. Qualquer que seja a avaliação da análise que se faça sobre os resultados do processo eleitoral ocorrido na Grécia, há, por isso, duas consequências que se impõem retirar – a condenação pela esmagadora maioria dos cidadãos das políticas de austeridade seguidas e a grave penali-
zação sofrida pelo PASOK. Em função desta evidência e do quadro económico existente em Portugal e da previsível vitória do PS nas próximas eleições legislativas, qualquer defesa da coligação deste partido com a direita não é sustentável. Pelas razões expostas e pela óbvia necessidade do PS ter de apresentar um projeto que rompa com as políticas em curso. Romper com as políticas em curso significa ter uma estratégia coerente para a afirmação de Portugal no mundo, definir com cla-
reza o papel do Estado e as funções soberanas, reavaliar a natureza das empresas estratégicas e a forma de preservar uma influência do domínio nacional nelas, atender à priorização do combate ao desemprego, ao crescimento, à defesa dos princípios do socialismo democrático nos domínios da igualdade da dignidade do trabalho e da justa repartição do rendimento, reavaliando ainda a forma do cumprimento da dívida. Estes são os ensinamentos que se devem retirar do que ocorreu na Grécia.
Deputada Euridice Pereira e dirigentes locais do PS em reunião com rendeiros da Herdade da Comporta
ciência da realidade social existente no perímetro territorial da Herdade, da sua expressão demográfica, bem como dos vínculos habitacionais», questionando ainda sobre que medidas se ponderam levar a efeito «dentro dos limites da lei e das competências do Governo, no sentido de assegurar a continuidade da atividade da comunidade agrícola da Herdade da Comporta. Processo não pode ser desligado das medidas aplicadas ao BES Os deputados recordam que as perguntas endereçadas às ministras têm presente a rejeição do pe-
Os ensinamentos da Grécia NAS RECENTES legislativas para o parlamento da Grécia, a NOVA DEMOCRACIA e o PASOK, partidos que governaram rotativamente o país e que no último mandato eleitoral estiveram coligados no poder, tiveram uma séria derrota, passando de 2/3 para 1/3 dos votantes. No caso do PASOK, o resultado foi desastroso com cerca de 5% dos votos! As políticas de austeridade geradoras de crescente empobrecimento e eliminação de classe média com um nível inaceitável de índices de desemprego, de par
Vitor Ramalho Advogado com cortes de salários e pensões, arrasou qualquer esperança no futuro. Os resultados alcançados por partidos dos extremos, da esquer-
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DESPORTO
Natação para Masters no Litoral Alentejano
Torneio de Futsal para petizes anima Alcochete
As Piscinas Municipais Carlos Manafaia, em Sines, recebem, este sábado, a partir das 10 horas o 3º Torneio de Masters do Litoral Alentejano. A organização da prova está a cargo do Clu-
O 1º Mini-Torneio de Futsal de Petizes 2015 tem lugar no próximo sábado, dia 14, pelas 14:45 horas, no Gimnodesportivo de Alcochete. O evento organizado pelo Grupo Desportivo Alegria no Trabalho da Barroca D’Alva
be de Natação do Litoral Alentejano e conta com os apoios da Câmara Municipal e da Junta de Freguesia de Sines assim como da Associação de Natação do Alentejo.
Prova vai contar com mais de três mil atletas de 87 escolas da região
Parque Sant’Iago recebe milhares no corta mato É a prova raínha do atletismo escolar, nas classes de benjamins, infantis, iniciados, juvenis e juniores. O tiro de partida é esta quartafeira e integra-se no programa nacional de desporto
MAIS DE três mil atletas, oriundos de 87 escolas do distrito, dos escalões de benjamins, infantis, iniciados, juvenis e juniores, disputam esta quarta-feira, a partir das 10 horas, a fase distrital do Corta Mato Escolar da Península de Setúbal, uma prova integrada no programa nacional de desporto escolar. Depois da realização de oito corta-matos locais de preparação, os atletas do ensino público e privado e das escolas profissionais da Península lutam por um lugar na fase nacional do evento que, este ano, se realiza na Guarda. Nas fases locais participaram perto de seis mil atletas sendo que cerca de 300 jovens integraram o escalão de benjamins, uma novidade na edição deste ano que pretende alargar o corta-mato escolar «a todos os graus de ensino, nomeadamente ao primeiro ciclo promovendo a integração dos mais jovens na prática desportiva», explicou José Rocha, o coordenador do desporto escolar da Península de Setúbal. A integração de alunos a partir dos sete anos neste corta mato escolar terá no entanto uma classificação mista.
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Texto Marta David
A atleta olímpica Naíde Gomes é madrinha A atleta olímpica Naíde Gomes é a madrinha da prova e esteve presente na apresentação do corta mato que decorreu na Casa da Baía, esta quarta-feira, e recordou os tempos em que começou a praticar atletismo. «Foi no corta mato escolar que eu comecei», disse a atleta que admitiu não gostar muito desse tipo de prova, mas que assegura ter sido essa a sua porta de entrada para o desporto de alta competição. «Tive a sorte de que algumas pessoas reparassem no meu potencial nessa altura e foi isso que me levou até onde cheguei.»
O evento conta ainda com a participação de algumas dezenas de jovens alunos de vários cursos profissionais das escolas do concelho que colaboram na organização assim como um conjunto de entidades que promovem um festival de desporto onde serão apresentadas várias atividades desportivas que os alunos participantes no corta mato podem experimentar depois da corrida. Lutas, boccia, kayak polo ou bridge são alguns dos desportos que estarão em demonstração numa zona perto do local da prova. A preparação para a corrida conta também com o apoio do ginásio Profitness que vai ajudar os jovens atletas a “fazer o aquecimento”.
Futsal destina-se a atletas nascidos nos anos de 2008 a 2010 e conta com a participação do Clube organizador, Núcleo Sportinguista de Alcochete e da Academia Desportiva, Infantil e Juvenil do Bairro Miranda.
A Gala da F.P.F – cem anos, sem lógica INICIANDO-SE SOB o rótulo de União, em 1914, a Federação Portuguesa de Futebol, na condição de sucedânea, completou agora 100 anos e tentou fazer uma comemoração multifacetada digna de tal efeméride. Culminou um tal intento através de uma denominada Gala que decorreu na sala principal do Casino do Estoril, em 14/I p.p., reunindo em tal sessão perto de 400 convivas, incluindo os controversos Presidentes da FIFA (Joseph Blatter) e da UEFA (Michel Platini). Como Zénite do ciclo comemorativo achou por bem a F.P.F. atribuir um artístico troféu dos 100 anos a entidades e individualidades escolhidas não se sabe bem por quem e conforme critérios pouco menos misteriosos, destituídos de lógica nalguns casos mais flagrantes que não prestigiaram a bem intencionada decisão federativa. E daí dizemos que a Gala comemorou cem anos, sem lógica. Houve graves omissões actos e de pessoas que toda a Imprensa se apressou a sublinhar. Na Selecção do Século, através de complexa rotação, registaram-se fantasias quase ridículas ao colocar Germano como defesa-direito, que nunca o foi, o mesmo acontecendo com o pujante Fernando Peyroteo como extremo esquerdo (!!) e o Eusébio como avançado centro, lugar que nunca jogou. Foi manifesta a pouca cotação dispensada aos homens da 1ª metade dos 100 anos, não havendo qualquer cotação de mérito a personalidades de vulto como Cândido de Oliveira, Jorge Vieira ou José Manuel Soares – “Pepe”. Quanto às formações colectivas uma “amnésia” total à dos olímpicos de Amesterdão (1928) e aos Juniores Campeões Europeus, em 1961.
Jogos do Sado arrancam dia 22
Vitória nas meias da Taça da Liga
A 13ª edição dos Jogos do Sado começa dia 22 de Fevereiro com a cerimónia de abertura a decorrer, à semelhança do ano passado, no Fórum Municipal Luísa Todi com apresentações de classes desportivas e momentos culturais. Os Jogos do Sado são uma iniciativa da Câmara de Setúbal que conta com a participação de vários clubes e associações e que tem como objetivo levar a prática desportiva a toda a população tirando partido
O VITÓRIA de Setúbal é um dos semifinalistas da Taça da Liga depois de ter sido o vencedor do grupo C com oito pontos e ter eliminado o Sporting que, à partida, seria o candidato natural à passagem, e vai defrontar o Benfica, no próximo dia 12, no estádio da Luz, a partir das 16 horas. A equipa treinada por Bruno Ribeiro, que enquanto jogador contribuiu para a conquis-
não só dos espaços desportivos municipais como também das áreas naturais do concelho, nomeadamente o rio Sado e a Serra da Arrábida. Na edição passada foram batidos todos os recordes de participação nas várias atividades, que vão desde o desporto adaptado às grandes competições internacionais, como é o caso da Taça do Mundo de Águas Abertas ou do Campeonato da Europa de Biatle
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ta da primeira edição desta competição, não perdeu nenhum jogo na fase de grupos e carimbou o passaporte para as meias-finais com um triunfo por três bolas a zero frente ao Boavista na noite de quarta-feira, no estádio do Bonfim. O treinador sadino sabe que a tarefa nas meias-finais não é fácil, mas garante que a equipa vai responder de forma positiva e tentar voltar a conquistar
David Sequerra Colaborador No âmbito dos treinadores, o modernismo “abafou” a memória sendo José Maria Pedroto a maior “vítima”. E não se enalteceu o contributo de “A Bola”, a completar agora 70 anos nem tampouco, quanto a jornalistas, valores cimeiros como Vítor Santos, Alfredo Farinha, Ricardo Ornelas, Alves dos Santos, não se entendendo o porquê… O ex-Presidente da F.P.F., Dr. Gilberto Madaíl, foi eleito como o “Dirigente do Século”, dando aso a uma certa controvérsia. Entende-se a intenção por causa do estado de saúde de quem, na verdade, muito pugnou pelo futebol português. A hipótese Pinto da Costa não terá sido considerada face à “folha de serviços” do super-entusiástico Presidente do F.C. Porto, com demasiado coração ao céu da boca. Em resumo: não foi feliz e muito menos elogiável a missão da “equipa” que decidiu sobre os premiados da “Gala dos 100 anos”. Reconhecemos, sem custo, que uma acção eleitoral, deste tipo, abraçando um denso centenário, não é fácil e não deixa de ser vulnerável a críticas. Mas- que diabo!- um pouco mais de bom senso e de lógica fizeram falta aos decisores. Em 20114, daqui por 100 anos far-se-á melhor. E em expressão de tom religioso apetece-nos dizer: assim seja! O que sucedeu em Janeiro/2015 não se deve repetir…
um lugar na final. «Temos história nesta taça e queremos chegar à final. Sabemos que é muito difícil. O Benfica é uma das equipas com melhor futebol em Portugal, mas nós também temos valor», disse o técnico no final do encontro com os axadrezados. A outra meia-final disputa-se entre o Marítimo e o Futebol Clube do Porto, no estádio dos Barreiros, na quarta-feira.
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NEGÓCIOS
JMF celebra Dia dos Namorados
Folia do Carnaval no Sesimbra Hotel & Spa
A JMF, em Azeitão, celebra o Dia dos Namorados proporcionando uma agradável experiência aos namorados que queiram passar dia diferente, ficar a conhecer a história da empresa e usufruir de um jantar
O Sesimbra Hotel & Spa convida os visitantes a conhecerem o Carnaval da região e a participarem na festa que o hotel organiza a 14 e a 16 deste mês, agora beneficiando de desconto de 10 por cen-
romântico em restaurantes de norte a sul. No dia 14 pode surpreender a sua cara-metade com uma visita à Casa Museu, onde será oferecida uma visita guiada e uma prova de vinhos aos namorados.
to. O programa disponível a partir de 76,50 euros por pessoa, inclui estadia em quarto com vista para o mar, jantar buffet com bebidas incluídas e baile com atuação da banda Casablanca 4 Tet.
Atividade da empresa em 2014 assegurou grande estabilidade dos estaleiros da Mitrena
Lisnave fechou 2014 com 92 navios oriundos de 21 países Os estaleiros da Mitrena continuam a honrar a reparação naval portuguesa. Mesmo com a forte concorrência internacional, a Lisnave conseguiu resultados que garantiram a estabilidade da empresa e da sua atividade.
A docagem de navios em 2014 resultou em reparações mais demoradas e de maior vulto
Texto Anabela Ventura
O DISTRITO de Setúbal registou 27 insolvências durante o mês de Janeiro, segundo dados revelados Instituto Informador Comercial, o que representa um decréscimo face a igual período do ano passado e de 2013. Em Janeiro de 2014, a região registou 34 casos e 35 no ano anterior, o que traduz uma variação de 20,59%. O comércio por grosso e o comércio a retalho, exceto de veículos automóveis e motociclos, foram os sectores mais atingidos, segundo o Instituto Informador Comercial. Recorde-se que o Centro de Estudo disponibiliza a evolução diária do número de Insolvências registadas em território nacional, com segmentação geográfica, por sector de atividade e respetivas comparações com período homólogo. A informação utilizada resulta do processamento diário de todos os anúncios de Ação de Insolvência publicados no Portal Citius e em Diário de República.
Jornal “Raio de Luz” apaga 40 velas
DR
OS ESTALEIROS navais da Lisnave, na Mitrena, confirmaram, no ano passado, a estabilidade da sua atividade, tendo reparado 92 navios, de 52 clientes, oriundos de 21 países. Uma performance conseguido apesar das limitações do mercado e da forte competição internacional. Na avaliação da atividade, a Lisnave, que está inserido na elite dos grandes estaleiros de reparação naval do mundo, registou, em 2014, uma ligeira redução no número de navios reparados, em comparação com o ano anterior, mas conseguiu, segundo a sua administração «manter um nível considerável de ocupação das suas docas e de trabalho realizado, devido a um aumento de navios com reparação de maior vulto». Singapura com 27 navios e a Grécia com 18, foram os países com o maior número de navios reparados nos estaleiros da Mitrena, seguido da Alemanha, com 8 navios, Hong-Kong com 5 e a Dinamarca e a Inglaterra com 4 navios cada. «Importa realçar os clientes “repeated business” que continuam
Distrito reduz insolvências em Janeiro
a confiar nos estaleiros Da Lisnave para a reparação e manutenção dos seus navios, reconhecendo desta forma a qualidade do trabalho aqui desenvolvido», referem os responsáveis da empresa. Singapura na linha da frente, com 27 navios reparados Segundo as mesmas fontes, as empresas que mais procura-
ram a Lisnave foram a TEEKAY MARINE que docou 12 navios e a A.P. MOLLER, que docou 6. Também foram feitas grandes reparações em navios da ENTERPRISES SHIP AND TRADING com 5 navios e a AET SHIPMANAGEMENT com 4. A Lisnave com o seu know-how reconhecido pelos seus clientes, que têm relevado grande fidelidade, reparou diversos
tipos de navios, mas o seu segmento tradicional de actividade continua a ser os petroleiros, que contribuem significativamente para o volume de trabalho. Só no ano passado, foram reparados na Mitrena 67 petroleiros. De assinalar também a reparação de 8 porta-contentores, 6 navios graneleiros e 3 LPG (navios de transporte de gases de petróleo liquefeitos).
O JORNAL “Raio de Luz”, de Sesimbra, está a festejar os 40 anos de existência, tendo decorrido, no dia 31 de Janeiro, em Sesimbra, a abertura das comemorações. O diretor António Marques afirmou que «quando hoje pegamos no pequeno exemplar do jornal, nesta ideia-sonho materializada e olhamos à nossa volta, tomamos consciência da verdadeira força da palavra e da persistência de várias pessoas que foram passando pela direção do jornal e pelas suas páginas». E referência ao crescimento do jornal, disse: «hoje deparamo-nos com a gestão de dois edifícios com 1 800 metros quadrados. É, sem dúvida, o milagre da multiplicação».
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No reino da estratégia HOJE em dia vivemos no mundo da estratégia. Tudo o que se procura é uma nova estratégia, ou mesmo corrigir a estratégia. E vai daí nada melhor que um denominado Plano Estratégico. E de preferência que seja um novo plano estratégico, como se a estratégia envelhecesse num horizonte temporal de curto prazo e nos empurrasse para a emergência duma estratégia assente na descoberta de novos dados, nova axiomática determinante e a questionar o ancilosamento de matéria conhecida e redundantemente obsoleta. Ainda sou do tempo dos objetivos gerais, dos objetivos específicos e objetivos comportamentais, quando parte da minha vida, numa fase inicial, esteve ligada à educação. Depois seguiu-se a necessidade do planeamento, da metodologia e da tática, das ferramentas, das metas, das finalidades e da operacionalização, associados a uma linguagem de economista e da inerente necessidade da perspetiva dum quadro macroeconómico e da definição de ações micro para a concretização de certas políticas. Mais tarde numa fase evoluída Pub.
quiseram vender-me a oportunidade da aplicação duma abordagem empresarial de balanced scorecard. Confesso que fiquei baralhado ao mesmo tempo que tentei encontrar alguma similaridade com muito do que tinha feito ao longo da minha vida profissional, procurando correspondência com uma monitorização sistemática e continuada da implementação de determinado projeto com alocação de diversos recursos, mas de todo fui desmentido nessa asserção simplista, pois aquilo era qualquer coisa de exigente e complexa que não se compaginava com ideias e práticas antigas. Como quem quer permanecer atualizado e empenhado em contribuir para um mundo novo, com mais futuro do que passado, mas considerando a pertinência do presente, procurei o étimo da palavra estratégia num dicionário batido pelos anos mas que julgo devidamente capaz de responder às minhas dúvidas. Confiro que estratégia é em sua um estratagema, ligado a uma ciência que ensina a organizar o plano de operações militares. Por sua vez estratagema é definido
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José António Contradanças Economista
“ Não somos daqueles que à falta de fazerem qualquer coisa, procuram a novidade nas coisas que não fizeram como ardil empregado na guerra para combater o inimigo, astúcia, subterfúgio, fingimento. Bem sei que está na moda procurarmos o termo inglês de estratégia (strategy) para explicarmos que este vai muito além do que afinal nos pode dizer a palavra aportuguesada, insuficiente para o alcance das nossas intenções. Mas seja como for, mais baralhado fico, apesar de igualmen-
te saber que é de bom-tom servirmos dum vocabulário antes usado nos meios militares para nos sairmos bem e com rasgo no papel de gestores desta nova era. Assim é na descoberta da logística como determinante e essencial, englobando a própria cadeia de transporte e tornando-se primazia na discussão, quando antes a mesma era uma complementaridade que tomava lugar em nós necessários à facilitação da carga num processo de intermodalidade. E dum momento para o outro toda a gente fala na emergência da logística como um desiderato a cumprir num país que é uma plataforma mundial onde se cruzam todos os destinos. Pois bem, acreditemos que temos que melhorar o tal dicionário e que, de todo a estratégia não se resume a “fingimento”, nem tão pouco “astúcia” e que sirva de facto os objetivos principais das organizações, trazendo algo de novo e proveitoso no desenhar de caminhos inovadores tão necessários ao despiste de novos negócios geradores de riqueza, de crescimento e de emprego, preocupações maiores duma sociedade que deve receber o contributo ativo da empresa ou da organização.
Nesta altura de início de ano, parece-nos oportuna uma reflexão generalista sobre o rumo duma sociedade à deriva mais virada para a astúcia (a tal estratégia) e menos virada para o aproveitamento do conhecimento acumulado. Este bem mais certo, mais barato e com menos falibilidade, porque mais aderente à realidade. Não somos dos que pensamos da dispensabilidade da estratégia numa organização. Não alinhamos, no entanto, numa prática do esgotamento da estratégia no curto prazo e somos dos que perfilham uma ação consequente e determinada, que leve a resultados concretos e adequadamente, mensuráveis. Não somos, em suma, daqueles que à falta de fazerem qualquer coisa, procuram a novidade nas coisas velhas que não fizeram. No reino da estratégia custa-nos assistir à redundância na identificação de tantos projetos, que sendo necessários e urgentes, se perpetuam sobrepostos em qualquer secretária de decisores maiores dos nossos destinos. Projetos ressuscitados pela sacudidela do bolor dos dias, que são sempre para fazer no dia seguinte mas que permanecem adiados.
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OPINIÃO
EDITORIAL Raul Tavares
Pequeno fim ao período de nojo DESDE QUE estalou o caso Socrátes que, julgo, deixou estupefato meio mundo e outro meio a rir-se de contentamento, empreendi uma espécie de ‘período de nojo’. Nunca morri de amores pela figura de José Socrates e disso dei nota em alguns dos meus escritos públicos. Mas continuo a afirmar que o seu primeiro mandato como primeiro-ministro foi muito positivo, reformista em muitas áreas e corajoso noutras tantas. E também é verdade que foi - disso não haverá grandes dúvidas - o político português, pós25 de Abril, mais aviltantemente atacado. Dos boatos às mentiras, das acusações infundadas e ataques pessoais à infâmia e aos abusos da comunicação, apenas restou pouco mais que espuma. Agora está preso. E é alvo de todas as tiradas, uma espécie de bobo da corte. Mas o essencial é que parte deste recambolesco caso está pejado, como parece já ser público e notório, de ilegalidades judiciais e da cavalgada de alguma comunicação social. Não há acusação oficial e a sua reclusão preventiva está deficientemente alavancada pelos preceitos vigentes nas leis jurídicas do nosso Estado democrático. Parece claro que a investigação do Ministério Público está manca e parece claro que o Juíz de Instrução quer-se passar por justiceiro da nação. Há, a ver vamos, muito ódio a destilar nas mentes de quem tem por obrigação de zelar pelos direitos e garantias dos arguidos, inocentes até prova do contrário. E, claro, fazer justiça, em caso de culpa dolosa. Mas, para já, parece óbvio que Sócrates foi detido e enviado para a cadeia sem provas já fundadas. Prendeu-se para prosseguir a investigação, nada mais contrário às premissas do processo penal. Para muitos, José Sócrates é uma espécie de «diabo à solta’, capaz das maiores atrocidades. Um crápula e um ser humano exacrável. Utilizo os termos que tenho ouvido até da parte de pessoas que estimo e reputo de bem formados. A explicação reside no facto de Sócrates ter uma natureza muito singular. O tal ‘animal político’, capaz de gerar ódios e amores. Mas a verdade é que tudo isto poderia ser uma grande lição para a Justiça e para a política e políticos, que tantas indolências têm deixado na opinião pública. Bastaria cumprir-se os quesitos da lei e fazer justiça sem rancores. Agora qualquer desfecho é penoso. Sócrates já foi condenado e mesmo que não o seja, será o descrédito da Justiça.
EDUCAÇÃO & CIDADANIA
O Orçamento de Estado e a Educação — — da Civilização ao Barbarismo DESDE QUE existe a espécie humana, existem processos de educação e formação que permitem a transmissão de um conjunto de valores, saberes e competências que asseguram a integração dos indivíduos nos sistemas sociais, políticos, económicos e culturais. A institucionalização dos processos educativos e formativos decorre, em boa medida, da criação da escola. Terá sido na sequência da sedentarização que surgiram na Suméria as primeiras cidades, as primeiras civilizações, e com elas os processos de escolarização. Também no Antigo Egito verificamos a ocorrência desta realidade. Num e noutro caso, começaram por ser espaços reservados às elites. No século quinto antes de Cristo, Atenas converteu-se no expoente máximo da civilização clássica. Aí o estatuto de cidadão, que estava reservado a pouco mais de 10% da população, dependia da frequência escolar. Ao longo da Idade Média, da Idade Moderna e em boa parte da Idade Contemporânea o acesso à escola manteve-se como luxo reservado aos mais elevados estra-
tos sociais. Só membros da nobreza, do clero e da mais alta burguesia podiam aceder ao privilégio da escolarização. As crianças dos meios socioeconómicos mais desfavorecidos, eram considerados como meros agentes do sistema produtivo, adultos em miniatura, parte integrante da economia agrícola e industrial, permanecendo nessa condição até serem resgatadas pelas escolas. Foi na segunda metade do século XIX, mas sobretudo a partir do início do século XX, que se começou a assistir a uma progressiva generalização do sistema escolar, estendendo-se a um número de crianças e jovens que se ia progressivamente ampliando. Os investimentos na educação e formação estiveram, quase sempre, associados a progressos civilizacionais. Ao longo do século XX, a escola transformou-se num espaço heterogéneo, que permitia alguma mobilidade, funcionando como um elevador social para aqueles que se distinguiam pelo mérito. Já em pleno século XXI, políticas europeias, como a estra-
tégia Europa 2020, preveem a priorização do reforço do investimento na educação, formação e aprendizagem ao longo da vida, como fatores fundamentais para promover a dignidade humana, o desenvolvimento e combater o desemprego. Radicalmente contrária a estes princípios tem sido a ação política do governo PSD/CDS. Em 2015, o maior corte da despesa do Estado ocorrerá no Ministério da Educação e Ciência, apresentando uma diminuição de 704,4 milhões de euros face ao ano passado (menos 11,3%). Desde que Passos Coelho, Portas e Crato tomaram posse, os montantes com que o Estado financia a educação foram brutalmente reduzidos. As condições de funcionamento dos estabelecimentos de educação e formação tornaram-se absolutamente miseráveis. Comprometida ficou a escola pública, sem recursos para fazer face às despesas correntes, mendigando para sobreviver ao quotidiano. Assiste-se a um retrocesso civilizacional e cultivam-se novas
João Couvaneiro Professor do Ensino Superior formas de barbarismo, para as quais se empurram os membros de famílias mais pobres. Quem tem mais recursos opta, quase sempre, por colocar os seus filhos em colégios e escolas particulares, que se constituem como novos territórios de segregação, reinventando os privilégios e a elitização de outros tempos. As políticas de austeridade cega, a fantasia de ir além da Troika e a insensibilidade do “custe a quem custar”, constituíram opções ideológicas que condenaram a maioria das crianças e jovens a uma escolarização subfinanciada, naturalmente limitada na sua capacidade de assegurar condições mínimas de equidade, justiça e coesão social. Importa mudar este estado de coisas! Temos de devolver à escola a sua vocação, voltar a fazer dela um dos pilares da civilização, de uma sociedade mais justa, pacífica e sustentável.
Os números da pobreza regrediram uma década OS DADOS sobre pobreza, relativos ao ano de 2013, publicados pelo INE a semana passada, demonstram bem e sem margem para dúvidas que a política de austeridade escolhida e prosseguida pelo atual Governo teve implicações graves no aumento da pobreza em Portugal. É bom recordar que em Outubro de 2011 Passos Coelho afirmou que “só vamos sair desta situação empobrecendo em termos relativos e mesmo em termos absolutos”. E foi este o rumo que a coligação PSD/CDS deu ao país. Nesta legislatura o Governo optou por diminuir o rendimento dos portugueses e das portuguesas. Reduziu e cortou as prestações sociais e de solidariedade atribuídas aos mais pobres, reduziu as pensões e outras prestações aos idosos como é o caso do CSI - complemento solidário para idosos cujo número de beneficiários decresceu 25.174 entre 2010 e 2013, levou a cabo o “enorme” aumento de impostos sobre o rendimento do trabalho e reduziu os salários na administração pública. Estas medidas levaram a uma
Catarina Marcelino Deputada PS retração da economia, que por sua vez levou a um aumento sem precedentes do desemprego em Portugal que atingiu no ano de 2013 17,7% e a uma emigração forçada de milhares de portugueses e portuguesas. Os dados do INE revelam que ao risco de pobreza em Portugal, depois das transferências sociais, atingiu os 19,5%, um aumento de 0,8% relativamente ao ano de 2012 e 1,5% relativamente a 2010. Assistimos a uma regressão de 10 anos, depois do ano de 2003 nunca mais se tinha registado um risco de pobreza igual ao do ano de 2013. No Distrito de Setúbal o valor é de 20%. Mas estes dados são ainda mais reveladores quando falamos de
crianças e idosos. O risco de pobreza entre as crianças e jovens aumentou para 25,6%, o que equivale a 470.000 crianças. Em apenas dois anos registou-se um aumento de risco de pobreza entre os mais novos de 3,8%.Quanto aos idosos, onde o peso das transferências sociais é o mais significativo, o risco de pobreza atingiu os 15,1%, mais 0,5% que em 2012, atingindo hoje cerca de 310 mil idosos. Podemos afirmar que houve um aumento do risco de pobreza e um agravamento das condições de vida de todos os grupos etários, com especial incidência nas famílias com filhos. Mais de 38% das famílias monoparentais encontram-se em risco e também entre as pessoas com trabalho há um aumento face a 2012 de 0,2% e a 2010 de 0,8%. No debate do Orçamento de Estado para 2015, face a esta realidade vivida no país, o Partido Socialista apresentou propostas de aumento no abono de família, nomeadamente nas crianças que vivem em famílias monoparentais e o prolongamento do subsídio social de
desemprego. E o que fez a maioria de direita? Chumbou todas as nossas propostas. É ainda importante referir que também a desigualdade na distribuição de rendimentos, um dos maiores problemas estruturais do nosso país, aumentou em 2013. Os rendimentos da população com mais rendimentos é 11,1 vezes superior ao rendimento da população mais pobre. Passos Coelho em Dezembro de 2014 proferiu a sua frase bombástica que tanta tinta fez correr “ao contrário do que era o jargão popular de que quem se lixa é o mexilhão, de que são sempre os mesmos (…) desta vez todos contribuíram e contribuiu mais quem tinha mais, disso não há dúvida”. Era bom que Primeiro-ministro, o PSD e o CDS/PP assumissem de uma vez por todas que este foi convictamente o caminho que escolheram, ideologicamente sustentado e sem contemplações, da desvalorização do valor do trabalho e de um empobrecimento generalizado dos mais pobres e da classe média.
Ficha técnica Diretor: Raul Tavares; Editor-Chefe: Roberto Dores; Redação: Anabela Ventura, António Luís, Bernardo Lourenço, Cristina Martins, Marta David, Rita Perdigão, Roberto Dores; Dep. Comercial: Cristina Almeida (coordenação). Departamento Gráfico: Natália Mendes. Serviços Administrativos e Financeiros: Mila Oliveira. Distribuição: José Ricardo e Carlos Lóio. Propriedade e Editor: Mediasado, Lda; NIPC 506806537 Concessão Produto: Mediasado, Lda NIPC 506806537. Redação: Largo José Joaquim Cabecinha nº8-D, (traseiras da Av. Bento Jesus Caraça) 2910-564 Setúbal. E-mail: redaccao.semmais@mediasado.pt; publicidade.semmais@mediasado.pt. Telem.: 93 53 88 102; Impressão: Empresa Gráfica Funchalense, SA – Rua Capela Nossa Senhora Conceição, 50 – Moralena 2715-029 – Pêro Pinheiro. Tiragem: 45.000 (média semanal). Distribuição: VASP e Mediasado, Lda. Reg. ICS: 123090. Depósito Legal; 123227/98
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Quem vem à rede NO DIA 12 de Fevereiro o Teatro Municipal Joaquim Benite recebe uma conferência mais ou menos internacional organizada pela Artemrede. Como ninguém se lembrou de convidar-me para ir, não vou. De facto, o que é que teria para dizer sobre as matérias que lá serão tratadas o tipo com a responsabilidade de programar o TMJB e o maior festival de teatro do País? Vou guardar o próximo dia 12 para fazer alguma coisa bem mais agradável do que assistir a uma conferência destas: arrancar um dente, por exemplo. Na verdade não sou – graças a Deus – lá grande especialista nas negociatas como aquelas que a Artemrede apadrinha. Da última vez que desfolhei o seu cardápio de espectáculos (“desfolhei” mesmo, com as páginas a caírem direitinhas no cesto dos papéis) dei-me vagamente conta do ecletismo da sua oferta cultural. Por acaso, contadores de anedotas não têm. Diz-se à boca pequena que pagam tarde e a más horas aos artistas. É o que se diz, porque eu não sei – nem me interessa. O que me interessa, já agora, com a responsabilidade que tenho na gestão de alguns (parcos) fundos públicos, é deixar clara a minha posição (mesmo que me a não peçam) quanto aos princípios que sustentam a criação de um grémio desses. Se há artistas que fazem espectáculos, e se há teatros que os programam, e se há pessoas que são pagas para programar esses teatros, então para que é que há-de haver um agente a ganhar dinheiro com isso tudo, pelo meio? Que critérios estarão na base da escolha daqueles espectáculos que se impingem, mais ou menos disfarçadamente, aos dirigentes municipais que programam os auditórios das suas terras? Já alguém terá reparado, por exemplo, que fica sete vezes mais barato trazer a Orquestra Gulbenkian a Almada, ou
TURISMO SEMMAIS
Curso de comportamento e outras inutilidades Rodrigo Francisco Diretor da CTA ao Montijo, ou a Sobral de Monte Agraço, do que apresentar “As aventuras do Palhaço Pim” para ensinar as crianças a lavar os dentes? Bem sei que no que toca às artes performativas a antropologia vai estando na moda – e se há coisa que preocupe os dignitários da dita rede, essa coisa é a pedagogia. Projecto que não envolva um serviço educativo não é flor que se cheire, não é? Se a Arte não servisse para educar, então serviria para quê? Eu cá acho que serve, entre outras coisas, também para inquietar. Quando se fala em envolver a comunidade nas actividades do seu teatro municipal, parece-me mais proveitoso pôr as pessoas a ouvir a nona do Chostakovich do que ensiná-las a dançar o vira e depois vender bilhetes aos familiares e amigos que lá vão vê-los. Estas coisas que aqui escrevo, já as disse alto e bom som, a quem me perguntou a minha opinião sobre o tema. A última vez foi numa reunião de programadores que o Miguel Lobo Antunes organizou num auditório da Moita, salvo erro, já lá vão uns cinco anos. Quiçá por essa razão não me chamaram agora ao concílio. Por isso, no dia 12, ficam já a saber que se ligarem para o teatro de Almada eu não estou: fui ao dentista. A única dúvida que tenho é se hei-de, ou não, pedir anestesia. PS - Como devem ter suspeitado, “As aventuras do Palhaço Pim” não existe (espero eu).
EXISTE um comportamento de longo prazo. Uma espécie de somatório de valores. Uma ideia de “como estar” e de “como fazer”. O comportamento é assim a origem e a razão do que nos acontece como país e como geração. Traços de comportamento evidenciam assim muitos dos resultados (ou da falta deles) que temos perante nós. Um dos comportamentos que se salientam é a relação com o erro. Errar é natural (além de humano). Errar e aprender com o erro é, aliás, uma forma muito comum de evoluir e progredir. E, até, de mudar. Albert Einstein, um símbolo e quase um sinónimo de inteligência, dizia, se me permitem uma tradução livre e aproximada, que inteligente não é quem nunca erra mas sim quem não repete o mesmo erro. Um erro que não podemos repetir é o erro da construção pela construção. A obra (equipamentos ou infraestruturas) sem qualquer sustentabilidade. Ou melhor, a obra baseada na insustentabilidade do nível de impostos que já pagamos. Falta construir muita coisa? Claro que sim. Mas tem de ser objeto de rigorosa avaliação e reflexão. Para ser feito deve cumprir um serviço. Um serviço que seja necessário. E não uma qualquer fachada que esconde despesa pú-
Jorge Humberto Colaborador blica. Chega de inutilidades sem público nem sentido. Atrás deste erro vem um outro, mais difícil de entender: o gosto vácuo e superficial pelas inaugurações. A ideia de que uma qualquer construção é sempre uma solução. Vê-se. Dá nas vistas. Logo é útil. Será? Portugal precisa de investimento público. E não de vaidade pública. O Portugal 2020 já está a repetir o mesmo e estafado discurso de ser a “ultima oportunidade”. Como se fosse alguma oportunidade ter centros históricos degradados, espaços culturais sem públicos e equipamentos desportivos sem desportistas. Tudo espaços onde foram, antes, investidos largos milhões de euros. O QREN, lembram-se? A tal sigla que ia mudar Portugal. A pergunta que fica é: então porque é que não mudou? Este novo tempo, o do Portugal 2010, com oportunidade ou sem oportunidade, tem de ser o mo-
mento da avaliação e do rigor. Tudo o que não tem pessoas ou investimentos será, a prazo, uma ruina. Uma ruina muito cara. O preço chama-se IMI, IRS, e IVA. As três siglas que sustentam o despesismo de sempre. E que tem de ser descontinuado. Da próxima vez que quiser um novo espaço museológico ou uma piscina de última geração pergunte-se, a si próprio, se está disposto a pagar a conta? Se não está já sabe a resposta: utilizar melhor o que temos. E temos tanto. E tão desaproveitado. Este é outro dos comportamentos que urgentemente precisamos. Reciclar não é apenas separar o lixo doméstico. É também reinventar os equipamentos e as infraestruturas das nossas cidades. Que são nossos. E só cumprem a sua função connosco. Mais não é melhor. Mais dinheiro não é desenvolvimento. Mais IMI, mais IRS e mais IVA não é futuro. Futuro é entendermos como nosso o espaço público. Afinal o espaço que pagámos. Sem cidadania somos apenas arrendatários pobres ao serviço dos pequenos, médios e grandes interesses. E das pequenas, médias e grandes vaidades, claro. Agora que sabe quem paga, esteja atento à próxima inauguração.
Sempre com a região, sempre pela região...
UM CAFÉ E DOIS DEDOS DE CONVERSA
Tsunami Syrisa E UMA semana após o “Tsunami” Syriza o mundo parece voltar a girar ao mesmo ritmo. A Terra move-se em torno do Sol, e os dias se sucedem às noites e as noites aos dias. Antes assim Não, não é que devamos estranhar muito, aliás todos devemos estar lembrados do que aconteceu em França, quando François Hollande ia colocar a Sra. Merkel em sentido e uma semana depois de ganhar já andava aos abraços e beijinhos à dita e formosa senhora. A verdade é que o que tem de ser tem muita força e, como diz o adágio popular, “uma andorinha não faz a primavera”. Estava mesmo a ver-se: o Syriza, imbuído de um bom espírito re-
Paulo Edson Cunha Ver. PSD/Seixal volucionário, entoando o célebre “não pagamos” que a esquerda Portuguesa tanto defende (incluindo alguns responsáveis do PS que durante os últimos anos chegaram a defender essa tese em plena Assembleia da República - veja-se a irresponsabilidade dessa gente), teve de recuar face à iminência da perda do acesso àquilo com que se compram os melões - o dinheiro - o “vil metal”, os famosos euros.
Sábado • 7 fevereiro 2015 • www.semmaisjornal.com
Mas antes de analisarmos este recuo que parece deixar a direita eufórica, mostrando que o caminho que segue é, talvez não o melhor, mas simplesmente o único, quero chamar a vossa atenção para a euforia que se abateu sobre a esquerda Europeia, desde a vitória da dita esquerda radical na Grécia. Nunca entendi o motivo de tanta euforia, porque sempre defendi que se queremos mostrar que alguém está errado (desde que efectivamente esteja errado, claro) é dar-lhe condições de executar a sua ideia. Assim mostra à saciedade a sua incapacidade de actuar perante a realidade concreta. Aliás, julgo mesmo que esta vitória do Syriza é a melhor notícia que a direita Portuguesa teve em muito tempo, porque as vãs promessas quais “El dourados” imagi-
nários, ficaram expostas e reduzidas a quase pó, no simples espaço de uma semana. O tão propagandeado “Não Pagamos” fica reduzido a um “OK, pagamos, mas vamos tentar negociar, ok?” e sempre de mão estendida para a Sra. Merkel. E eu, fico satisfeito com isso? Claro que não. Uma coisa é no campo argumentativo e poder responder a todos aqueles que utopicamente vendiam “banha da cobra” como se fosse o melhor produto do mundo, outra, bem diferente, é aplaudir a política da Sra. Merkel, que tantas dificuldades nos tem feito passar e tudo apenas para alimentar a sua cada vez mais poderosa economia. Como quase sempre, porque não sou fundamentalista de nada, estou um pouco a meio nos argumentos. E torço para que a Grécia
encontre um modelo de pagar a sua dívida, com crescimento e que os juros não asfixiem a sua economia, como o têm feito até aqui. E torço para que Portugal, a Espanha e a Irlanda (e talvez a Itália e mesmo a França) encontrem em conjunto com a Grécia, não a famosa conferência dos desalinhados, mas sim uma posição de força que obrigue a Europa, o FMI e, sobretudo a Alemanha a olharem para o problema da nossa dívida não como Países que não sabem tratar da sua vida e andam de mão estendida, mas sim como Países que necessitam da tão propalada entreajuda europeia, que se confina aos textos dos tratados e que essa mesma europa encontre um modelo que permita que esses Países cresçam com sustentabilidade, sem p garrote dos juros leoninos que os asfixiam.
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