semmais
Sábado 27 | Junho | 2015
Diretor Raul Tavares Semanário | Edição 861 | 9ª série Região de Setúbal Distribuído com o Expresso Venda interdita
LISBON SOUTH BAY
ARRANCA PARA ‘VENDER’ TERRITÓRIOS DA BAIA DO TEJO E JÁ ABRIU CONCURSO PARA NOVO TERMINAL DE CONTENTORES DO BARREIRO A Baia do Tejo e os municípios de Almada, Barreiro e Seixal estão apostados em atrair investimentos para os territórios onde antes pontificavam a Margueira, Quimiparque e Siderurgia Nacional. A marca está criada e as expetativas estão em alta. Entretanto, o Semmais sabe que o concurso internacional para os estudos sobre o novo terminal de contentores do Barreiro já foi aberto.
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A joia mais importante do património histórico de setúbal já pode ser visto, em parte, depois de ter sido requalificado e inaugurada a reabertura de portas. Ainda faltam alguns milhões para a sua recuperação total. A edil sadina, Dores Meira, emocionou-se.
A falta de pediatras no Litoral Alentejano é uma dor de cabeça. Nos últimos meses as situações mais urgentes têm sido encaminhadas para o Centro Hospitalar de Setúbal. Como o Semmais avançou, nos últimos dois anos o Sul perdeu 500 médicos para o estrangeiro.
Os concessionários das praias do distrito admitem não estarem ainda colocados todos os nadadores-salvadores que fazem parte. E garantem terem feito todos os esforços para assegurar a situação. Julho vai ser melhor e pedem apoios.
CONVENTO DE JESUS ABRE PORTAS 23 ANOS DEPOIS DE AS TER FECHADO
ORDEM RECLAMA MAIS PEDIATRAS PARA HOSPITAL DO LITORAL ALENTEJANO
ÉPOCA BALNEAR ARRANCA COM SEGURANÇA A MEIO GÁS
ARESTAURANTE CASA SETÚBAL DO PEIXE PORTUGAL
RUA GENERAL GOMES FREIRE 138 | 960331167
ENFOQUE CONCESSIONÁRIOS GARANTEM
Falta de segurança não comprometeu arranque da época balnear
TEXTO RITA MATOS* IMAGEM SM
Mais nadadores salvadores só a partir de Julho Aos poucos a época balnear vai ganhando forma. Mas o problema da escassez de nadadores‑salvadores continua a ser uma dor de cabeça. Em Julho, depois dos exames escolares, prevê-se a chegada da normalidade. Apesar de a época balnear ter
iniciado com um número ainda insuficiente de nadadores salvadores, a segurança nas praias do distrito de Setúbal «não está comprometida». Esta é uma garantia dada por representantes de concessionários de praia e de associações de nadadores salvadores. Contudo, só a partir do mês de Julho é que irá haver um reforço na assistência aos banhistas, com a entrada ao serviço de mais nadadores salvadores. «Temos os meios necessários para garantir a segurança nas nossas praias» afirma João Car-
reira, presidente da Federação Portuguesa de Concessionários de Praia e antigo presidente da Associação de Concessionários da Costa da Caparica e da Fonte da Telha, adiantando que o único problema prende-se com «a falta de nadadores salvadores» porque, explica, «a maior parte são estudantes e estão em época de exames». Embora este seja um problema, apontando como exemplo um dos concelhos do distrito com mais praias, em Almada a época balnear foi inaugurada com cerca de uma centena de nadadores salvadores para uma média de 60 concessionários. «Almada tem uma segurança acrescida», salienta João Carreira, referindo-se ao Plano Integrado de Salvamento, com meios em terra e na água, implementado desde 2010 em todas as praias do concelho almadense. «Este projeto tem funcionado muito bem. O plano faz rede entre todas as concessões. «Há uma grande interação entre todas as praias», considera João carreira, realçando que, ao longo destes anos, «durante a época balnear e no horário de serviço dos nadadores salvadores, não houve um único acidente». Para o presidente da Federação Portuguesa de Concessionários de praia, a falta de nadadores salvadores ao serviço nas praias deve-se, sobretudo, a uma exigência por parte da Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT). «A ACT exige um contrato de trabalho a todos
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os nadadores salvadores, mas há muitos jovens que não podem fazê-lo porque perdem o direto à bolsa de estudo. Esta obrigatoriedade tem levado ao fim de muitas associações de nadadores salvadores», lamenta o responsável. Esforços dos concessionários têm sido vital para segurança Sublinhando mais uma vez que a segurança nas praias do distrito está «devidamente assegurada», graças ao esforço dos concessionários e das associações de nadadores salvadores, João Carreira considera que a responsabilidade de assumir a segurança nas praias não deve passar somente pelos concessionários, mas também por outras entidades, como os bombeiros ou a proteção civil, por exemplo. «O modelo tem de ser tratado de outra forma e tem de haver outra tomada de atitude. O Estado tem de perceber que estamos a tratar da segurança das pessoas. A responsabilidade não pode ser sempre do concessionário. Queremos fazer parte da solução mas não queremos ser os únicos responsáveis». A mesma opinião tem António Mestre, presidente da Associação de Nadadores Salvadores do Litoral Alentejano, que engloba as praias dos concelhos de Odemira e de Sines. «O Estado arranjou um método de se desresponsabilizar. Estamos a falar da segurança das pessoas. A responsabilidade não pode ser só do concessionário, que até está
mais direcionado para a área hoteleira. O concessionário emprega trabalhadores, paga aos seus funcionários, paga aos nadadores salvadores, paga licenças, etc. Não concordo que seja só o concessionário a suportar a vigilância nas praias», vinca António Mestre, salientando ainda que há autarquias que asseguram a segurança em certas praias mas «não recebem nada por parte do Estado». No Litoral Alentejano remedia-se em praias de maior afluência No concelho de Odemira, as onze praias contam, neste momento, com doze nadadores salvadores. «Está tudo a correr dentro da normalidade», garante António Mestre. Já no concelho de Sines, onde a época balnear, nas quatro praias existentes, só teve início no passado dia 20 de Junho, a situação é diferente. «Os nadadores que temos ainda não são suficientes. Iniciámos com oito, pois muitos jovens ainda estão na escola. Pretendemos reforçar este número a partir de Julho”. Ainda assim, frisa António Mestre, «nas nossas praias a segurança não está comprometida». «Os nadadores salvadores estão a ser distribuídos pelas praias com maior afluência de pessoas”. No que diz respeito aos contratos de trabalho exigidos pela ACT a todos os nadadores salvadores, o presidente da Associação do Litoral Alentejano, com mais de 20 anos de serviço nas praias, diz concordar plenamente. «Sou total-
mente de acordo, mas esta exigência não está a ser cumprida. Nós sempre trabalhámos desta forma. Aqui todos os nadadores salvadores têm contratos de trabalho com os respetivos encargos fiscais e com todos os direitos associados», como por exemplo, a medicina no trabalho. «Este é um serviço sazonal. Os nadadores estão expostos à grande intensidade dos raios solares, durante várias horas por dia, estando sujeitos a graves problemas de saúde”, aponta António Mestre, concluindo que «tem de existir um contrato de trabalho com direitos e deveres como em qualquer profissão». Por forma a dar conta da situação no que concerne à segurança nas praias de outros concelhos do distrito, a agência Comboio das Palavras tentou contactar a Capitana do Porto de Setúbal e outras associações de concessionários e de nadadores salvadores, mas não possível obter declarações por parte destas entidades. No mesmo sentido, e para tentar perceber se os responsáveis pela segurança nas praias têm ao seu dispor os meios suficientes (carrinhas, moto 4, motos de água) para garantir a devida assistência aos banhistas, também o Instituto de Socorro a Náufragos (ISN) foi contactado, mas a resposta não chegou até à data de fecho desta edição. Contudo, nadadores salvadores e concessionários afirmam que têm à disposição os meios suficientes e adequados para o auxílio em terra e na água. *Comboio das Palavras
SOCIEDADE PATRIMÓNIO REABERTURA PARCIAL DESDE DIA 20 E EDIL SADINA QUE ESTÁ A «HONRAR MEIO MILÉNIO DE HISTÓRIA»
Convento de Jesus reabre as portas após 23 anos de fecho TEXTO ANTÓNIO LUIS IMAGEM SM
A primeira fase da intervenção impediu a ruína do monumento. E mesmo sem «grandes apoios do Estado», a autarquia gastou 3,6 milhões de euros. A segunda parte fica em ‘standby’ e vai englobar a beneficiação da Praça Miguel Bombarda. A necessidade de partilhar res-
ponsabilidades para assegurar a reabilitação total do Convento de Jesus foi realçada pela presidente do município, Dores Meira, dia 20, à tarde, na reabertura parcial do monumento nacional. «Assumimos uma grande responsabilidade, a de honrar meio milénio de história e a de respeitar e valorizar a nossa memória coletiva depois de 23 anos de encerramento da mais valiosa joia do nosso património local», vincou a autarca sobre a obra que permitiu a reabertura do edifício. A edil destacou que a 1.ª fase de obras «impediu a ruína irremediável do Convento», com trabalhos centrados na substi-
tuição da totalidade da cobertura e a restauração das paredes de pedra e de alvenaria, a par da proteção geral, através da criação de sistemas de drenagem no alçado norte. «Fizemo-lo num momento em que o Poder Central, no anterior Governo, poderia ter abandonado a candidatura a fundos comunitários já aprovada para a recuperação do monumento. Assumimos responsabilidades que aceitámos que fossem também nossas», afirmou a edil. O município chamou a si a responsabilidade. «Tal como noutras situações, aceitámos substituir o Poder Central e assumimos a posição contratual do Estado na candidatura e o pagamento da comparticipação nacional de uma obra que, para já, custou mais de 3 milhões e 600 mil euros», recordou. A intervenção concretizada, que incluiu o restauro completo da ala poente, para instalação de uma galeria destinada a expor uma parte importante das coleções do Museu de Setúbal, «vedadas ao público há mais de duas décadas», realçou Dores Meira. Contudo, a obra está a «meio do caminho», frisou a autarca, ao reiterar a necessidade de mais intervenções. «Vamos continuar a trabalhar até que o convento esteja totalmente reabilitado com o projeto do arquiteto Carrilho da Graça, até que possa ser devolvido, no seu esplendor, a Setúbal, a Portugal». Para o restauro total do Convento são necessários mais 6 mi-
lhões de euros. «Queremos continuar a assumir a responsabilidade com a partilha do dever que temos, na Câmara de Setúbal e no Governoa» e, para isso, afirmou, a autarquia «está disponível para assumir metade do valor». Agora, alertou, «é necessário que o Governo crie condições para que a outra metade possa ser financiada por fundos europeus, sem que, com este financiamento, se prejudiquem outros investimentos municipais apoiados por fundos comunitários na área metropolitana de Lisboa». A 2.ª fase de obras prevê a conclusão da recuperação das alas norte e leste do convento e a reabilitação da estrutura da Igreja de Jesus e da respetiva cobertura, assim como a construção de um edifício de apoio para acomodar funções científicas,
Nuno Gomes e iniciados do Benfica visitaram Coca-Cola Para servir de inspiração para a
final da Taça Coca-Cola 2015, que se realiza este fim-de-semana em Oeiras, Nuno Gomes e a equipa de iniciados do SL Benfica visitaram, na quinta-feira, o local onde é feita a refrescante bebida. O ex-jogador e atual assessor para a área Internacional do SL Benfica integra o Comité de Honra da Taça Coca-Cola 2015 e foi nessa qualidade que esteve com alguns dos jogadores que irão jogar a final este domingo, para uma manhã diferente, percorrendo os corredores da linha de produção da Coca-Cola, em Cabanas, Palmela, desde a mistura de ingredientes e da fórmula secreta até à saída da fábrica. A Taça Coca-Cola termina este fim de semana com a final que irá opor as Seleções Masculina e Feminina da prova à equi
técnicas e administrativas do Museu de Setúbal. A recuperação total do Coro Alto, da estrutura ao teto, bem como da torre sineira é outro dos objetivos programados na 2.ª fase de intervenções, que inclui a beneficiação da Praça Miguel Bombarda. Secretário de Estado Barreto Xavier elogia jóia sadina O secretário de Estado da Cultura, Barreto Xavier, salientou que este «foi um trabalho com um desfecho que inspira confiança no futuro» e mostrou-se disponível para «trabalhar em encontrar uma solução adequada a um património que é de Setúbal e da Europa». O governante enalteceu o trabalho realizado no imóvel, inte-
grado desde 2013 na restrita lista dos sete monumentos europeus mais ameaçados, da Europa Nostra, organismo de defesa do património. «É um encanto voltar a Setúbal para assistir a este momento», destacou o vice-presidente da Europa Nostra, José María Ballester. «O restauro deste monumento, mais do que a sua importância histórica, no contexto urbano, tem um efeito agregador na identidade e memória setubalense». O bispo de Setúbal, D. Gilberto Canavarro dos Reis, que benzeu a reabertura do património classificado como monumento nacional desde 1910, sublinhou que, com a obra realizada, o Convento de Jesus recebe o esplendor de outros tempos, agora com novas funções para servir a cidade. «Este é um dia grande».
SIM da Quinta-do-Anjo assinala 94.º aniversário A SIM – Sociedade de Instrução Musical, de Quinta-do-Anjo, celebrou, no passado dia 24 de junho, 94 anos de existência. A data foi assinalada com uma cerimónia recheada de momentos de grande animação e convívio, como a atuação da banda da SIM e o brinde à instituição, finalizado com um bolo de parabéns. A cerimónia de celebração do 94º aniversário da Sociedade de Instrução Musical contou com a presença do presidente da Junta de Freguesia de Quinta do Anjo, Valentim Pinto, do vereador da Câmara Municipal de Palmela, Adílio Oliveira Costa, e dos sócios e membros da direção da instituição.
Jorge Gabriel recebe título de embaixador do Alentejo na PIMEL O presidente da Entidade Regional de Turismo, António Ceia da Sil-
pa masculina de iniciados do SL Benfica e, no escalão feminino, à equipa de iniciadas do Boavista FC. Os jogos têm lugar este domingo no estádio municipal
de Oeiras. A final feminina tem início às 16 horas, seguindo-se a final masculina pelas 17 horas. A entrega de prémios está agendada para as 18 horas.
va, atribui, ontem, dia 26, na PIMEL, em Alcácer do Sal, o título de Embaixador do Alentejo ao apresentador Jorge Gabriel, apresentador da RTP, uma figura pública com raízes alentejanas. Além do vínculo familiar à região, Jorge Gabriel, à semelhança de outras personalidades ilustres conhecidas do grande público já nomeadas embaixadoras, como Alexandra Lencastre, Rita Pereira, Margarida Marinho ou Lourenço Ortigão, tem também uma forte ligação emocional ao Alentejo, um destino que considera como o Melhor do Mundo para uma escapadela ou para passar férias. Com a atribuição do título de Embaixador do Alentejo a figuras públicas, a ERT tem como objetivo alavancar a promoção do destino, através do impacto mediático que estas personalidades têm junto dos diferentes targets.
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SOCIEDADE SAÚDE POR FALTA DE URGÊNCIAS NOTURNAS, AS CRIANÇAS ESTÃO A SER ENCAMINHADAS PARA O HOSPITAL DE SETÚBAL E A SITUAÇÃO É CONSIDERADA GRAVE
Ordem dos médicos reclama mais pediatras para hospital do Litoral Alentejano TEXTO ANTÓNIO LUIS IMAGEM SM
A falta de pediatras no Hospi-
tal do Litoral Alentejano, em Santiago do Cacém, que tem deixado as crianças da região sem urgências durante a noite - havendo casos de menores que são encaminhados para o Hospital de Setúbal - vai ser uma tendência «difícil de combater» nos próximos tempos, mas «é preciso encontrar uma solução rápida e eficaz». Quem o diz é o presidente da Secção Sul da Ordem dos Médicos, Jaime Mendes. «Esta situação não era muito difícil de prever», avança Jaime Mendes, para quem «se no país há poucos pediatras, muito menos haverá nas zonas mais desfavorecidas, como é o caso do Litoral Alentejano».
A unidade de saúde tem apenas um especialista nesta valência, sendo que durante a noite os menores são vistos por médicos de clínica geral, acabando os casos considerados mais complicados durante a triagem por passarem para outras especialidades ou encaminhados para o Hospital de São Bernardo. Uma viagem superior aos cem quilómetros. «É impossível assegurar a abertura das urgências pediátricas durante 24 horas por dia, mas era isso que devia acontecer. As crianças desta região estão a ser prejudicadas», insiste o dirigente. Poucas soluções e médicos sem atração pelas periferias Solução? «Não há», admite o representante da Ordem. Isto por-
que os especialistas contratados pelas empresas ganham exatamente o mesmo trabalhando no Interior ou na zona de Lisboa. «Quer dizer que não ganham mais nada por irem para os hospitais que estão na periferia e preferem ficar próximos dos grandes centros, o que também era previsível». Mais: «Se um conselho de administração não tem autorização da tutela para pagar mais, não vai conseguir preencher as vagas nunca. No fundo, o problema é que a contenção é grande e as administrações vão cortando nas contratações. Só têm autorização para contratar empresas prestadoras de serviços, que, por vezes, lhes garantem os médicos e depois falham», insiste. O mesmo dirigente alerta que os médicos não sentem atratividade pela periferia, pelo
que «muitos deles acabam por emigrar, mesmo os que são do Sul». Recorde-se que, como o Semmais já avançou, só entre
janeiro e abril deste ano o Sul perdeu 96 médicos para o estrangeiro, depois dos 400 do ano passado.
Apreensão de Plantação de Cannabis Ermidas-Sado Durante a tarde do passado de
quarta-feira, elementos dos Postos Territoriais de Alvalade e Ermidas-Sado, com o apoio do Núcleo de Investigação Criminal de Santiago do Cacém, lograram detetar uma plantação de cannabis apreendendo um total de 48 pés dessa espécie vegetal, bem como diverso material utilizado no seu cultivo. As referidas plantas encontravam-se num local bastante inacessível, num terreno baldio nas margens da Ribeira do
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Roxo, afluente do Rio Sado, na Vila de Ermidas-Sado, apresentado já um elevado estado de crescimento e maturação, em virtude de no referido local existirem condições bastante favoráveis ao seu desenvolvimento. As plantas de cannabis, bem como o restante material utilizado no seu cultivo, foram apreendidos, continuando por parte desta Guarda as demais diligências de investigação sobre o caso em apreço..
SOCIEDADE AMBIENTE ZONA DO CREIRO GANHA NOVO AREAL QUE O MAR TEM ENGOLIDO, ESPECIALISTAS DIZEM QUE FOI UM BOM APROVEITAMENTO DE RECURSOS
A praia dos anúncios na Arrábida que hoje já é um mar de calhaus TEXTO ROBERTO DORES IMAGEM SM
A falta de areal na praia do Creiro não tem dado tréguas nos últimos anos, agora foi atenuada com areias dragadas do canal de navegação do rio Sado. A operação, chancelada pela Agência Portuguesa do Ambiente, contou com o apoio da Secil e do Porto de Setúbal.
Marcelino Martins já perdeu a conta aos metros a que foi obrigado a recuar a concessão que detém há uma década na praia do Creiro, “vizinha” do Portinho da Arrábida. Já chegou a estender um tapete até ao mar para minimizar o efeito das pedras
pisadas pelos banhistas. «Isto está cada vez pior e, se nada for feito, qualquer dia não temos praia», lamenta o empresário ao Semmais, olhando para o que ainda sobra do areal que o mar tem «engolido» sem dar tréguas nos últimos anos. Bem à vista, mesmo com maré cheia, está uma vasta área de calhaus numa das zonas balneares da Arrábida que até há bem pouco tempo fazia as delícias dos produtores de anúncios televisivos. Resta a luz natural e a célebre pedra da anicha. Além da imensa serra, claro. A erosão tem sido implacável. «Hoje o Creiro tem 20% da areia que tinha há 50 anos», estima o presidente do Clube da Arrábida (CA), Pedro Vieira, que esta semana logrou transportar um sinal de esperança ao areal. Mais simbólico do que abrangente, mas a verdade é que dez camiões descarregaram areia na praia, para reforçarem os campos de vólei. O projeto contou com parecer favorável da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), além do apoio da Secil - uma das principais empresas produtoras de cimento em Portugal – que garantiu os camiões, e da Administração do Porto de Setúbal e Sesimbra, que ofereceu os 120
metros cúbicos de areia que em tempos haviam sido dragados do canal de navegação do rio Sado, encontrando-se em depósito no porto sadino. Operação inédita repôs 120 metros cúbicos de areias Afinal, uma operação inédita por estas paragens, onde a perda constante de areia está a deixar a descoberto as construções das casas clandestinas que por ali existiram em tempos (década de 80). «Já houve aqui pessoas feridas com gravidade, por darem pontapés nas pedras que estão enterradas na areia», sublinha Pedro Vieira, alertando ter sido este um caso raro de aproveitamento de recursos, quando só agora está em equação, à boleia de um estudo encomendado pelo Ministério do Ambiente, o aproveitamento dos inertes alvo de dragagem para serem depositados nas praias. «O grande problema é que toda a areia tem de ser despejada a três milhas da costa por imposição da APA. Tem sido um desperdício de milhões de euros, quando todos os especialistas concordam que a reposição sistemática de areia será a melhor solução para combater a erosão», sublinha Pedro Vieira.
COSTA DO DISTRITO AMEAÇADA A costa da região está entre os pontos críticos do país, por exibir, segundo os especialistas, um elevado risco de erosão. O avanço do mar no distrito de Setúbal surge, inclusivamente, como uma das prioridades da União Europeia, com vista à proteção do meio ambiente face às alterações climáticas. A costa da região esteve em foco durante a conferência internacional que abordou o «Papel da Água na Adaptação às Alterações Climáticas», ficando a saber-se que em algumas zonas do litoral português já se admite que o avanço do mar possa vir a «roubar» cem metros à costa. Isto, se não forem tomadas medidas que se revelam eficazes para travar os estragos provocados pela erosão costeira.
GASTRONOMIA RESTAURANTE SAL, ERGUIDO NAS DUNAS DA COMPORTA DISTINGUIDO PELA REVISTA “CONDE NAST”
«O peixe da região ajudou-nos a ser o melhor bar de praia do mundo» TEXTO ROBERTO DORES IMAGEM SM
A garantia é dada ao Semmais por João Hipólito, o gerente do Restaurante Sal, erguido sobre as dunas da Comporta, que acaba de ser distinguido mundialmente pelos leitores da célebre revista Condé Nast. «Isto é a prova de que os produtos portugueses são tão bons ou melhores do que os outros, mas, sobretudo, o peixe desta região ajudou-nos ser o melhor bar de praia do mundo». Em plena costa alentejana, o Restaurante Sal surge à cabeça de uma lista de oito estabelecimentos, onde constam outros bares e restaurantes dos Estados Unidos da América (incluindo o Havai) além da Tanzânia, Austrália e St. Kitts. «É uma distinção que nos orgulha muito», diz João Hipólito. A Condé Nast pediu aos seus leitores em todo o mundo que escolhessem os melhores bares de
praia e no final fez a lista que garantiu o primeiro lugar ao restaurante localizado na praia do Pego, tendo ainda a revista destacado uma frase de um dos leitores sobre o representante da região via Twitter: «Paraíso no Alentejo». Com as portas abertas desde 2012, quando cinco amigos de Lisboa avançaram como projeto, o Restaurante Sal é «muito visitado por estrangeiros», revela João Hipólito, admitindo terem sido estes clientes que contribuíram para a distinção mundial numa publicação tão prestigiada. A qualidade do que vai à mesa conta e a panoramica também «A nossa casa acaba por ser marcante, porque tem uma vista lindíssima», refere o gerente, para quem o melhor é mesmo o que vai à mesa. «Apostamos muito em produtos portugueses. Isto demonstra a qualidade do que temos por cá. Se falarmos em termos de peixe, então aí nem há
hipótese. Temos na região o melhor peixe de mar que existe e que faz as delícias de quem nos visita», sublinha, fazendo fé de que terá esta conjugação, a par da informalidade do serviço, que valeu este reconhecimento. «A nossa equipa está muito contente e cada vez mais motivada. Mas também sabemos que isto nos vai trazer mais responsabilidades», refere, numa altura
em que a época balnear já está em marcha. Prevê-se um verão repleto até setembro, mês em que regressa a época baixa, onde é mais difícil manter o negócio animado à beira-mar. Segundo os cinco sócios, o Restaurante Sal nasce da sua paixão pela Comporta e do empenho em criar um restaurante com ambiente simples e descontraído na praia do Pego, en-
quadrado num areal imenso e por um oceano a perder de vista. Por ali não falta a beleza selvagem, que continua a ser o cartão-de-visita desta praia. «A polivalência do local permite que se realizem também eventos de carácter corporativo, ações de incentivo ou eventos privados, como festas de casamento ou aniversários até 300 pessoas» descreve a gerência.
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POLÍTICA PRESIDENCIAIS HENRIQUE NETO, CANDIDATO A PRESIDENTE DA REPÚBLICA VISITA AZEITÃO
«Serei o presidente mais determinado em mudar a atual situação do país» ENTREVISTA PASCALE LAGNEAUX IMAGEM SM
Candidato a Presidente da República, Henrique Neto, visitou Azeitão, trocou pontos de vista com vários cidadãosl, nomeadamente com alguns membros da associação civica “Azeitão no Coração” sobre a localidade, os desafios da candidatura e exigências da função presidencial. Visitou a “Festa do Morango” nos Brejos de Azeitão, certame organizado pela freguesia de Azeitão que regressa após mais de vinte anos de pausa, com o objetivo de retomar as tradições e de dar a conhecer aos novos habitantes a história de Azeitão. As terras de areia de Brejos de Azeitão são propícias à produção do morango, e de onde no passado, saíram os deliciosos frutos para abastecer o Mercado da Ribeira em Lisboa. Ao fim do dia, Henrique Neto contactou com muitos cidadãos, comerciantes, empreendedores e moradores, sendo sempre muito bem acolhido e recebido por todos, apresentando a sua candi-
datura e os seus objetivos, acompanhado com elementos da associação “Azeitão no Coração” e de vários apoiantes da sua candidatura. A Presidente da Associação Cívica Azeitão no Coração, Pascale Lagneaux conversou com o candidato, tendo sido abordados vários temas desde a educação pré-escolar à cidadania participativa e ativa, bem como a política local e regional. Qual é em sua opinião o papel de um Presidente da Republica? O que traz de novo ao Cidadão com a sua candidatura? Henrique Neto Como garante do regular funcionamento das instituições democráticas o Presidente da República tem como especial incumbência a de, nos termos do juramento que presta no seu acto de posse, “defender, cumprir e fazer cumprir a Constituição da República Portuguesa. Nunca até hoje um Presidente da República teve a fusão da experiência profissional com a experiência política que eu tenho. Acredito que um Presidente da República com uma experiên-
povos europeus, tanto em desenvolvimento económico e social como em qualidade de vida, nomeadamente nos sectores da sociedade de mais fracos recursos.
cia relativamente grande, não só da economia, como da politica portuguesa e da economia internacional e que tem ideias claras e facilmente demonstráveis, quando apresentar essas ideias a um primeiro-ministro este se deixará influenciar. Porque é que o Henrique Neto se candidata? A decisão de me candidatar às eleições presidenciais de 2016 resulta da visão que tenho acer-
ca do presente e do futuro de Portugal, no momento em que estão esgotados 40 anos da Revolução de Abril de 1974. Desde essa altura assisti a muitas transformações importantes no nosso País, mas também verifiquei com crescente preocupação, particularmente ao longo do último quarto de século, que estávamos a desperdiçar de forma imprudente e continuada as melhores oportunidades para nos aproximarmos dos outros
O que vai mudar se for eleito? Caso venha a ser eleito, partidos políticos e portugueses poderão contar comigo como o Presidente da República mais empenhado e cooperante de sempre com qualquer governo e partidos no arranque dum ciclo novo e bem sucedido em Portugal, ou então contar comigo como o Presidente da República mais determinado a lutar por essa melhoria das nossa perspetivas de futuro, razões pelas quais considero as próximas eleições legislativas e presidenciais estarão absolutamente interligadas, sendo conjuntamente decisivas para se evitar o agravamento da atual crise nacional, alimentada por um quadro político-partidário enfraquecido e desacreditado, que se tornou atualmente a maior fonte de instabilidade e incerteza política, económica e social, vividas no País depois do 25 de Abril.
LEGISLATIVAS ISABEL DO CARMO ELEITA CABEÇA DE LISTA DO LIVRE/TEMPO DE AVANÇAR
«Queremos derrubar o atual Governo que tanto mal tem feito ao País e às pessoas» A médica Isabel do Carmo, de
74 anos, natural do Barreiro, foi eleita cabeça de lista do partido Livre/Tempo de Avançar, pelo Círculo de Setúbal, às próximas eleições legislativas. A escolha aconteceu nas eleições primárias do passado fim-de-semana. A médica, especialista em Endocrinoligia, reformada há cerca de um ano e meio do Hospital de Santa Maria, presta atualmente serviço aos sócios do Sindicato dos Bancários do Sul e Ilhas, depois de ter tido em atividade consultórios em Setúbal e no Barreiro. A grande meta para a estreia do Livre/Tempo de Avançar nas eleições legislativas é, segundo Isabel do Carmo, «eleger deputados». Acima de tudo, este partido de esquerda tem como prioridade «contribuir para derrubar o atual Governo que só tem feito mal a este País e às pessoas, em todas as áreas», vinca, acrescentando: «As más políticas deste Governo têm contribuído para aumentar a pobreza e o desemprego», com a agravante de «nunca vimos tanta gente a emigrar como agora».
DUAS DEZENAS DE EMPRESAS DA REGIÃO SERVIRAM PARLAMENTARES EM FIM DE LEGISLATURA
Deputados do PSD promovem gastronomia regional na Assembleia da República Além de Isabel do Carmo, a lista do Livre/Tempo de Avançar pelo Círculo de Setúbal é também constituída por Renato Carmo, Ana Raposo Marques, Miguel Dias, São José Lapa, Nuno Miguel Rolo, Patrícia Gonçalves, Jerónimo Gil, Eugénia Santa Bárbara, Paulo Velez Muacho, Liliana Mendes, Manuel Coelho, Eduardo Gravanita, Dolores de Matos, Vasco Teixeira da Silva, Ângela Lacerda Nobre e Luís Figueiredo.
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TEXTO RITA MATOS* IMAGEM SM
Os deputados do PSD do distrito de Setúbal promoveram uma mostra de produtos regionais na Assembleia da República, onde reuniram mais de uma dezena de empresas. A iniciativa, que contou com a presença de mais de duas centenas de pessoas, teve como principal objetivo promover o que de melhor de faz na região, sobretudo ao nível do sector vinícola.
Segundo Paulo Ribeiro, deputado do PSD, o distrito de Setúbal «é reconhecido nacional e internacionalmente» como uma das melhores regiões vinícola. «Temos empresas de grande prestígio. Devido à qualidade dos seus produtos têm conseguido levar o nome da região para o resto do mundo», sublinhou o deputado social-democrata. Paulo Ribeiro realçou ainda que o vinho constitui uma das principais atividades económicas da região que, segundo subli-
nhou, «tem crescido sustentadamente, aumentando anualmente o seu peso na produção nacional e a quota nacional, bem como o peso relativo e absoluto nas exportações do país». No final da sua intervenção, o deputado enalteceu e agradeceu o contributo que este sector tem dado para a criação de emprego e para o crescimento da economia. Esta é a segunda iniciativa do género organizada pelos deputados social-democratas nesta legislatura.
LOCAL BARREIRO RECONHECE HERÓIS DA TERRA As comemorações do 31.º aniversário da elevação do Barreiro a Cidade têm como
ponto alto o “Barreiro Reconhecido”, dia 28, às 17 horas, no Augusto Cabrita. São homenageadas entidades e personalidades que prestam ou prestaram relevantes serviços à comunidade. Jorge Moniz, Pedro Santarém, António Cassamá, António Lemos, Joseph Poiron, Rodrigo Mendes, Manuel Crespo, Luís Ferreira, Constantino Alves, Eurico Garrido, Arlete Cruz e a Administração do Porto de Lisboa são os heróis.
PALMELA CONTRA O FECHO DO PRÉ-ESCOLAR NO LAU
SESIMBRA CONVIDA A VISITAS A ARTES DE PESCA E À LOTA
SEIXAL AJUDA FAMÍLIAS A POUPAR NOS LIVROS ESCOLARES
A vice presidente da Câmara, Adília Candeias, entregou ao Ministro Nuno Crato, um
Assistir ao desembarque e à venda de
Quem tem manuais que já não vai utilizar
pedido para que o fecho do Centro de Animação Infantil Comunitária do Lau, já este verão, seja revisto. O pedido surge após o Governo ter recusado a proposta do município em manter em atividade um projeto que era «alternativa ao pré-escolar, naquela zona rural». Funcionava desde 1997/98 e desenvolvia atividades adequadas às necessidades de desenvolvimento das crianças.
ALMADA INVESTE EM NOVA SEDE DO RAPORENSE
ALCOCHETE PROMETE DIVERSÃO COM FESTIVAL DE PAPAGAIOS
O município de Almada investiu 343 mil
A Gilteatro e o município organizam o
euros nas novas instalações do Clube Recreativo União Raposense, na Caparica. A inauguração do espaço decorre este sábado, pelas 16h30. O edifício é composto por um espaço multiusos, secretaria, sala para a direção, bar e instalações sanitárias. Esta nova sede do Raporense localiza-se na rua do Raposo de Cima, junto ao parque urbano do Fróis, onde já funcionam a piscina municipal na Caparica e a biblioteca municipal Maria Lamas.
13.º Festival de Papagaios, este fim-de-semana, na praia dos Moinhos, com equipas de vários países. Os campeões do mundo e da Europa de ‘free-style’ e de voo sincronizado vão estar presentes. Vão também atuar os dragões gigantes de França da equipa R-SKY. «Alcochete vai ser invadido por dragões e esperamos que um cavaleiro venha salvar-nos desta invasão», refere Carlos Santos, da organização. Este sábado, às 22 horas, são lançados papagaios iluminados.
SINES RECEBE OBRAS DO POLIS NAVEGANDO NA COSTA No âmbito da preparação do evento Grandes Veleiros Sines 2017, a Aporvela, o mu-
nicípio, a APSA e a Turismo do Alentejo e Ribatejo dão continuidade ao embarque de jovens para treino de vela a bordo do veleiro Creoula. O embarque em Sines acontece a 21 de julho, às 15 horas, e o desembarque é a 27 de julho, às 11 horas. A viagem tem como destino o porto espanhol de Cádis, onde permanecerão um dia e uma noite, navegando de volta a Sines. Inscrições abertas até 5 de Julho.
pescado, conhecer as artes de pesca utilizadas pelos pescadores e as espécies mais representativas capturadas pela frota local são algumas das propostas das visitas guiadas à lota, que estão a ser dinamizadas pelo município. A iniciativa faz parte do “Sesimbra é Peixe” e pretende dar a conhecer o processo pelo qual passa o peixe até chegar ao consumidor final. As visitas decorrem às terças-feiras, às 15h30.
pode participar no “Dar de Volta”, para que estes possam ser redistribuídos por estudantes que precisem, a custo zero. É um projeto da biblioteca do Seixal, que arrancou em 2005, e que consiste na recolha e organização de manuais escolares para posterior redistribuição. Promove atitudes de cooperação e partilha e a racionalização e reaproveitamento de recursos, como permite às famílias poupar nas despesas com os livros escolares.
ALCÁCER MOSTRA POTENCIALIDADES NA PIMEL QUE DECORRE ATÉ DOMINGO COM 50 EXPOSITORES A 25.ª PIMEL decorre até domingo, com 50 expositores e 17 tasquinhas. Música, dança,
desporto, colóquios, teatro, cozinha ao vivo, concursos de mel, doçaria e petiscos, corrida de galgos e corrida de toiros constam no cartaz. Mickael Carreira atua hoje às 22h30, seguindo-se o Dj Guess What. No domingo há corrida de toiros, às 18 horas, onde são lidados 6 toiros pelos cavaleiros Rui Salvador, Luís Rouxinol e Miguel Moura. A PIMEL fecha com José Cid.
SANTIAGO À ESPERA DE APOIOS PARA RENOVAR QUARTEL DO CERCAL O presidente Álvaro Beijinha, marcou
presença na visita que o secretário de Estado da Administração Interna, João Almeida, fez aos bombeiros do Cercal, dia 14, por ocasião dos 40 anos da associação. O edil realça o «novo quadro comunitário e aquilo que o mesmo pode trazer para os bombeiros. No caso do Cercal, há uma intenção para avançar para a requalificação do quartel, que já tem alguns anos. O novo quadro comunitário pode vir a canalizar financiamento para estas obras».
SETÚBAL ENCERRA 500 ANOS DO FORAL MANUELINO As comemorações dos 500 anos do foral manuelino encerram com uma conferência
com investigadores da UNL e a apresentação de um livro, este sábado, à noite, na Câmara. “Os 500 anos do Foral Manuelino”, às 21 horas, está a cargo João Dias, com “Para que todos paguem segundo a sua obrigação. Os forais novos no alvor da Modernidade”. Segue-se João Costa, com “Os forais novos da península de Setúbal: semelhanças e especificidades”, enquanto Pedro Pinto explora “Os autos de publicação dos forais novos”.
MONTIJO VIBRA COM FESTAS DE S. PEDRO ATÉ DIA 30 As festas de S. Pedro, que esperam por 300 mil visitantes, decorrem até dia 30. Merece destaque, as marchas, às 22 horas, este domingo. Sete palcos e mais de mil artistas vão marcar o ritmo das festas. Os Amor Electro cantam dia 30. O Bibe Elétrico atua este sábado. Realiza-se a 5.ª Corrida da Adega de Pegões, este sábado, às 22 horas, com João Moura Caetano, João Moura Jr. e Bastinhas Jr. Dia 29 decorre a procissão fluvial e noturna. As festas fecham com fogo-de-artifício.
GRÂNDOLA APOSTA NAS SEMANAS DA GASTRONOMIA
MOITA “ÁFRICA MOSTRA-SE” PARARENOVAR RELAÇÕES
A partir de Julho arrancam as “Semanas
Até 5 de julho, “África Mostra-se” no concelho, com mostras de cinema e outras manifestações culturais, da dança à arte urbana, passando pela narração de contos. “África Mostra-se” teve a sua primeira edição em Lisboa, em 2011, chegando agora à Moita, numa parceria entre o município e a cooperativa Zebra. Este projeto visa renovar as relações intercontinentais, tendo como base a criatividade, a inovação e o ponto de vista de quem vive, conhece e se interessa pelo continente africano.
Gastronómicas”. De 4 a 12, vão estar em destaque o gaspacho, as beldroegas e saladas”, com 18 restaurantes. A iniciativa dá a conhecer e a saborear os produtos mais característicos da Dieta Mediterrânica considerada pela UNESCO Património Imaterial da Humanidade e que se distingue pela presença regular das sopas, cozidos e guisados, pão, frutos e produtos hortícolas, frutos secos, utilização de ervas aromáticas como condimento e consumo de azeite.
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CULTURA TEATRO PROGRAMAÇÃO DE PESO E ESPETÁCULOS GRÁTIS NAS RUAS FOI APRESENTADO NA CASA DA CERCA
32.º Festival de Almada com programação rara e criadores de renome internacional TEXTO ANTÓNIO LUÍS FOTOS SM
O 32.º Festival de Teatro Internacional Almada, orçado em 769 mil euros, promete uma edição «rara» e com criadores de «peso», homenagem ao encenador Rogério de Carvalho, um ciclo sobre o novo teatro espanhol, e espetáculos de sala e de rua.
O 32.º Festival de Almada, que foi apresentado na Casa da Cerca, no dia 19, vai ser uma edição «rara», dado que «não é comum concentrar tantos e tão bons criadores teatrais de renome internacional», realçou Rodrigo Francisco, diretor da Companhia de Teatro de Almada, que organiza o evento de 4 a 18 de Julho, em palcos de Almada e Lisboa. Orçado em 769 mil euros, dos quais 257 729 são oriundos do município, o evento conta ainda com a ajuda de 175 168 da Secretaria de Estado da Cultura e 336 189 fruto de parcerias, apoios e receitas próprias. O encenador português Rogério de Carvalho, que começou a fazer teatro amador na Cova da Piedade e já trabalhou na CTA, é o homenageado deste ano, e o autor do cartaz é o artista plástico Rui Sanches, que inaugurou a sua exposição na Casa da Cerca no dia da apresentação do festival intitulada “Reflexos”. Já o encenador alemão Peter Stein dará um curso intitulado “O Sentido dos Mestres”, de 7 a 9 de Julho, na Casa da Cerca. A edição conta ainda com um ciclo sobre o novo teatro espanhol, com seis espetáculos premiados oriundos do país vizinho.
Programação de peso para manter dimensão Nomes como Peter Stein, Christoph Marthaler, Katie Mitchell, Matthias Langhoff e o Berliner Ensemble integram a programação deste ano, na qual se incluem quatro criações portuguesas. Com 27 espetáculos de sala, pagos, e outros 27 de rua, gratuitos, o festival incluirá, no ano em que se comemoram os 10 anos da abertura do Teatro Municipal Joaquim
Benite, a apresentação de exposições e a realização de vários colóquios, debates e workshops. Rodrigo Francisco, que faz votos para que o festival atraia «muito público», refere que ao certame juntaram-se este ano novos apoiantes e os parceiros tradicionais. «Esperemos que o público disfrute, porque vamos ter bons espetáculos e criadores de peso», vinca. Já António Matos, vereador da Cultura, deposita expetativas «muito grandes» no festival, uma
vez que o mesmo «continua a crescer em contraciclo estimulante com o País que decresce». A seu ver, este evento é um «emblema da cidade cultural que somos e um sinal de que por estarmos a viver num contexto social difícil, não temos de sucumbir e um ponto alto do teatro que se faz em Portugal». As assinaturas para poder assistir ao festival custam entre 40 e 70 euros. Mas, até dia 28, se duas pessoas comprarem a assinatura juntas, cada uma fica a 50 euros.
Festival de Gigantes anima o Pinhal Novo De 3 a 5 de julho, o Pinhal Novo volta a receber o 8.º Festival Internacional de Gigantes (FIG), com muitos espetáculos e animação, num cruzamento entre a cultura festiva tradicional, de raiz ibérica e as expressões artísticas contemporâneas, marcadas pelas fascinantes máquinas e estruturas de grandes dimensões. O evento foi apresentado, publicamente, dia 18, em Lisboa, com uma arruada no Terreiro do Paço, que atraiu a atenção de muitas pessoas, seguida de conferência de imprensa na ViniPortugal. Teatro de rua, marionetas, músicas do mundo, circo, dança,
exposições, muitas atividades especialmente dedicadas ao público infantil, arruadas, desfiles e a presença indispensável das figuras tradicionais, onde radicam os gigantones, os cabeçudos e os zés pereiras, sempre acompanhados pelas percussões, pelas gaitas de foles e pelo fogo, são os principais motivos de atração desta edição, que acolhe grupos e artistas de Portugal, Espanha, Alemanha e Israel. Destaque, entre os participantes, para o Teatro do Mar, as Marionetas do Porto, Circ Panic, Markeliñe, Sardana, Adam Read & Fyodor Makarov, La Fontana
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Formas Animadas, Still Sunday Pirate, Arsha, Constantino Teixeira, Catarina Requeijo, Pas de Problème, Associação Tradição Açores e Drac D’Or, entre outros. Integrado no programa, o já habitual Encontro sobre Cultura Popular convida, este ano, um grupo de gaiteiras para uma conversa onde se pretende aprofundar o tema e troar experiências e apresenta, publicamente, a maleta pedagógica “Gaita-de-Foles”. Os espaços de gastronomia, com os excelentes sabores regionais, também marcam presença num evento que ostenta o selo de qualidade EFFE 2015/2016.
CULTURA
Deolinda de Jesus dá cartas no fado e nas marchas TEXTO QUARTETO DE FADO FOTOS DEOLINDA
AGENDA
A fadista setubalense Deolin-
da de Jesus está a brilhar no Quarteto de Fado e no Fado em Coro, dois projetos que estão a dar cartas no panorama da música tradicional portuguesa. No que toca ao primeiro projeto, a artista confessa que o quarteto está a ser «bastante apreciado», não parando de chover os convites para atuações. Já o Fado em Coro, que conta com os mesmos músicos do quarteto e as grandes vozes do Coral Luísa Todi, de Setúbal, Deolinda de Jesus sente-se «muito orgulhosa» em fazer parte deste projeto que já atuou em vários pontos do País e no estrangeiro. Depois de ter sido madrinha das marchas de Setúbal, este ano estreou-se como madrinha em Lisboa, nomeadamente na marcha da Baixa, tendo cantado em conjunto com Carlos Quintas, a convite do mentor da marcha Carlos Jorge Espanhol.
Amante do fado tradicional e a cantar desde os 16 anos de idade, Deolinda de Jesus está a pensar gravar, em breve, o seu segundo trabalho discográfico, mas, para já, não está nos seus planos dar esse passo, porque é «dispendioso». Deolinda de Jesus, que admite ser uma mulher «bastante persistente» em tudo o que faz, confessa-se uma mulher «verdadeira, sensível e muito vaidosa em palco».
Com Miguel Ramos, venceu o 1.º prémio e prémio da melhor voz do concurso “O fado mora na feira”, na extinta Feira Popular, em Lisboa, além de muitos outros. Em Sines, ganhou o 2.º lugar num concurso de fado, e o 3.º lugar no Coliseu dos Recreios, em Lisboa, quando o júri eram as palmas. Nos Alunos de Apolo também brilhou num concurso de fados, entre outros.
“Pexum” leva “Independente” à vitória nas marchas de Setúbal O Teatro Animação de Setúbal
O “Independente” venceu as marchas de Setúbal, com o tema “Rainha sardinha, rei carapau”. A coletividade conquistou ainda os prémios de melhor letra e música, da autoria de Bruno Frazão e Artur Jordão. Bruno Frazão, ensaiador, mostra-se bastante satisfeito com a vitória, concluído que a sua marcha «marcou pela diferença e que, sem fugir à tradição, manteve o cunho de marcha popular». Na sua opinião, a letra e a música ajudaram a marcha conquistar o título, caraterizando o conjunto de «bastante harmonioso, com arcos e figurinos em perfeita conjugação e com uma paleta de cores bastante apelativa». Na coreografia, destaca «o dinamismo, com a envolvência das várias componentes dos arcos e a voz que foi dada aos marchantes». O júri deu o 2.º lugar aos “13”, que arrecadou ainda o prémio de cenografia com “Entre mares de crença e redes de dor, vive a varina e o seu pescador”.
SETÚBAL
27SÁBADO21H30 CRISTINA, ALMA DE FADO
Forum Luísa Todi A cantora setubalense, voz de Amália Rodrigues no filme de Carlos Coelho da Silva, apresenta-se agora no Fórum, onde atuou em menina, com Nilson Dourado, na viola, António Andrade Santos, na guitarra portuguesa, e Carlos Meneses, no baixo.
GRÂNDOLA
27SÁBADO22H30 TOCHAS FAZ RIR NO CASINO
Casino de Troia A nossa vida não é mais do que “Um tempo” de existência neste mundo. “Um tempo” cheio de pequenas aventuras, acidentes, trapalhadas, conquistas, fracassos, amores e ódios. Junte-se a Pedro Tochas e partilhe a sua visão deste mundo maluco e ao mesmo tempo deslumbrante.
SINES
27SÁBADO22H MIGRAÇÃO INSPIRA GATO O ensaiador Fábio Carmelo, diz que a sua classificação foi «excelente». «Aceitamos este 2.º lugar muito bem. Sabíamos que tínhamos uma marcha forte, bem trabalhada e muito tradicional às origens de Setúbal». O 3.º lugar foi para o Br.º Santos Nicolau, que apostou em “Há festa no Bairro Santos”, enquanto no 4.º posto ficou as Pontes, com “Setúbal princesa um tesouro da natureza”, distinguida com o melhor figurino. Amílcar Caetano, o mentor da marcha, reconhece que «não podiam ficar todas no pódio. De 9 apenas 3 teriam lá lugar. Coube-nos um honroso 3.º lugar. Para
PASSATEMPO GANHE CONVITES PARA “NOITE DAS MIL ESTRELAS”
nós, estar no pódio já é mesmo uma vitória». Os prémios para melhor coreografia e melhor madrinha, Ivone Dias, foram ganhos pelo Centro de Brejos de Azeitão, que ficou no 5.º posto com “Entre bolinhas de sabão, a bonita lavadeira, entregou o seu coração”, imediatamente à frente da Perpétua Azeitonense, em 6.º com “Arraial de S. João nas noites de Azeitão”. O Bicross, com “Cada cor seu paladar”, ficou em 7.º lugar, a ACTAS e o desfile “Duas vidas num só fado…”, em 8.º, e a Cooperativa do Faralhão, com a marcha “É dia de feira na cidade”, em último lugar.
“A Noite das Mil Estrelas”, em cena no Casino Estoril, é um musical de Filipe La Féria que conta a história do Casino Estoril e da Costa do Sol desde as suas origens à atualidade. O musical faz reviver no palco os grandes artistas que ali atuaram, como Amália, Maysa Matarazzo, Charles Aznavour, Nina, Simone, José Carreras, Montserrat Caballé, Liza Minelli, Ray Charles, Elton John, entre centenas de estrelas que brilharão no céu do Estoril neste grande espetáculo de La Féria. Alexandra, Gonçalo Salgueiro, Vanessa, Pedro Bargado, Dora, Rui Andrade, Cláudia Soares, João Frizza, Catarina Mouro, David Ripado e Inês Herédia são os protagonistas do espetáculo que apresenta um sensacional corpo de baile, coreografado por Marco Mercier, e três magníficos acrobatas. Para se habilitar aos convites basta ligar 969 431 0 85.
Centro de Artes de Sines O GATO apresenta a peça “Vai, Vem”, uma peça inspirada na migração como território visual e no teatro físico como ferramenta narrativa, onde quatro personagens deambulam cruzando as suas histórias. Integrada na 16.ª Mostra de Teatro de V. N. Santo André.
MONTIJO
27SÁBADO16H30 “ROSA-CÃO” DA ARTEMREDE
Teatro Joaquim d’Almeida O espetáculo “Rosa-Cão”, com direção, interpretação e figurinos de Ainhoa Vidal e música de Pedro Gonçalves, é um solo de dança acompanhado por projeções de animação audiovisual e uma composição musical inédita tocada ao vivo e em tempo real.
BARREIRO
27SÁBADO16H00 MÚSICA NA ROTA DA RESISTÊNCIA
Vários locais No âmbito do 31.º aniversário da elevação do Barreiro a Cidade, o município apresenta o programa “Barreiro Memória e Futuro”, que inclui o “Música na rota da resistência”, com uma mão cheia de concertos em vários locais emblemáticos da cidade ligados à história da resistência antifascista.
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CULTURA
LER DE CARREIRINHA
ENTREVISTA COM A FADISTA SETUBALENSE CRISTIANA ÁGUAS
UM SONHO NUNCA ANTES SONHADO O nome fica no ouvido e a sua voz e presença não deixam ninguém indiferente. Chama-se Cristiana Águas, é fadista, natural de Setúbal, e lança agora o seu primeiro álbum. Vive abraçada ao fado desde os 11 anos de idade. Deu voz a Amália Rodrigues no filme biográfico de homenagem à grande diva do fado. Esta noite atua no maior palco da cidade que a viu nascer, o Fórum Luísa Todi, e promete um espetáculo com muitas surpresas. ENTREVISTA RITA MATOS
Olá Cristiana. Vamos começar pelo início… Quem é a Cristiana Águas? Ui, começamos com perguntas difíceis? Ninguém se sabe descrever exatamente como é, é mais fácil que sejam os outros a fazê-lo. Mas penso, que sou uma pessoa que respeita o dom que lhe foi dado, e que se descobre a cada tema interpretado. Isto porque cada música é um sentir diferente. Como começou o seu percurso na música? Desde que me lembro de ser gente que a música esteve sempre presente, não houve um único dia da minha vida que a música não estivesse presente. Já nasceu comigo, e ainda bem, pois acredito que se assim não fosse, seria menos feliz. E ainda não ciente disso, já cantarolava por casa em mini concertos para a família. O fado aconteceu aos 11 anos de idade, num encontro entre aulas de canto e história de fado, e desde então que vivo abraçada ao fado, tendo-me apresentado, por todo o país, e fora de Portugal e também por ter sido convidada a emprestar voz aos 20 anos de Amália Rodrigues no seu filme biográfico. Até que numa das muitas noites de fado, no Clube de Fado, o Pierre Aderne desafiou-me a gravar este disco. O que representa para si o lançamento deste primeiro trabalho?
Fátima R. Santos
Leitora
Desenhos e pincéis de barba
Esta experiência tem sido, sem dúvida, a maior viagem de minha vida. Enquanto estava em estúdio e gravava as músicas deste meu primeiro álbum, ia embalando a minha filha no meu ventre. Este disco fez-me comprovar que tudo tem o seu momento certo de acontecer, e que a vida é muito mais que a simples mera física, explicável.
Quais são as suas grandes inspirações e referências no mundo da música?
Como podemos definir este álbum de estreia?
Este álbum em homónimo é mais do que isso, é um sonho nunca antes sonhado. Afirmo isto, porque este é um sonho nunca antes idealizado ou pensado acontecer. Não podia imaginar que um dia viria gravar um dueto com Ney Matogrosso, na épica música que acompanhou a minha adolescência, pertencente ao grupo “secos e molhados” o “sangue latino”. Gravar duetos com a Cuca Roseta e Pedro Moutinho. Ter o privilégio de partilhar a minha música com compositores e músicos de excelência que me acompanham, como: Dadi, Diego Vasallo, Léo Minax, Mú Carvalho, Ricardo Silveira, Pierre Aderne, entre outros. Um trabalho produzido por Pierre Aderne. Foi deveras, quase inacreditável e gratificante.
É um disco de uma fadista em nome próprio, com uma nova abordagem á alma de quem o canta. É um disco descritivo, de imagens. É também uma homenagem á minha terra natal e ao rio Sado. Diz muito de mim, e até me surpreendeu conhecer esta Cristiana, Cristiana Águas. Como um renascer das Águas do rio Sado. Transporta-nos para um sonho não menos real. Fala da ingravidez do mundo, no seu presente e num futuro melhor, e o curioso e acaso do destino é que o disco foi gravado num estado meu de gravidez. Foi quase como ter gémeos. Complete a frase… o fado para mim é… A história de um povo português que traz pela mão a saudade e alguma tristeza. É natural de Setúbal e hoje vai cantar na sua terra, presenteando os setubalenses, azeitonenses e visitantes com a sua voz e presença. Embora o momento ainda não tenha chegado, qual é o sentimento? O que espera do público “sadino”? É verdade, esta terra viu-me nascer, e até desenvolver o meu gosto e conhecimento musical, nas primeiras aulas de música e de acordeão. E ainda fui batizada pelo palco Luísa Todi, sendo o primeiro palco que me estreei a cantar com nove anos de idade e depois aos onze, cantando fado pela primeira vez. E mal sabia eu que seria lá que iria fazer o clip do meu disco de estreia, e que voltaria a reviver momentos de infância, onde de certa forma, tudo começou. Agora, mais madura porém com aquele sentimento de estar a reviver os momentos daquela criança crescida, que sentia as pernas a tremer de nervoso e de responsabilidade. É como ir pedir a bênção necessária à terra onde se nasceu. Espero que o público sadino aprecie a música desta sadina fadista, que tem algumas surpresas preparadas para esta noite, nomeadamente um hino à nossa terra.
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Em casa ouvíamos muito António Variações, Zeca Afonso, Maximiano de Souza, Amália Rodrigues, Simone de Oliveira, José Mario Branco, Gal costa, Vinicius, Tom Jobim... Podemos dizer que este álbum é o concretizar de um sonho?
Para além da música, o que gosta de fazer? Pode parecer cómico, mas amo tanto a minha bebé, que adoro trocar as suas fraldas; brincar com ela ao ar livre, correr atrás dela a brincar às escondidas, dançar com ela e ouvir a sua sentida gargalhada e à noite embalar este ser que é parte de mim, e adormecê-la em meu peito, entoando melodias cheias de amor. O que deseja para o futuro? Ser feliz, rodeada de minha família, tendo saúde para desfrutar da alegria de ver a minha filha crescer, sempre descobrindo os pormenores das coisas simples e belas. Quero continuar a surpreender-me a mim mesma, aprendendo e crescendo pela ordem natural que tem sido o meu percurso profissional nestes 16 anos da minha carreira artística. Na opinião da Cristiana, Setúbal é uma cidade virada para a cultura? É uma cidade cheia de cultura e de história! Onde se faz sentir o que é uma verdadeira marcha popular. Onde Bocage está presente em cada rua, ou banco de jardim, recitando os seus poemas. Onde os marinheiros lançam suas redes ao Sado para colher o alimento e o sustento. E onde sinto muito Alentejo em cada Setubalense, talvez na forma de ser e estar.
Em junho, Setúbal respira tempo de verão, de rio azul, de peixe grelhado e não “é preciso fazer um desenho” para perceber que se está em plena Festa da Ilustração. Projectos de vários autores podem ser vistos, revistos e fruídos em diversos locais da cidade. De entre os espaços que a cidade proporciona, a barbearia é ou foi um lugar de aprendizagem, de diálogo, de convívio de ideias, mas já não são muitas as que se enquadram nesta descrição. Solenemente bonita, a Barbearia da baixa representa ainda um pouco de tudo isto e foi a escolhida pelo escritor e poeta Manuel Bola, que se desdobra também no ator Carlos Rodrigues, para apresentar o seu último livro Histórias do pincel da Barba, um pequeno objeto de culto transformado em livro, ou o contrário se quisermos, pois nestes assuntos da semiótica o que não é verbal também tem algo a dizer na produção dos textos. Comecemos pelas cores da capa que nos apontam para o ambiente, para a terra e em última instância para o Homem. É efetivamente sobre o humano que versam estas 5 histórias que têm, em longos e demorados escanhoados, um pincel da barba como motivo de ligação entre elas. Manuel Bola com o seu sentido de humor imprime-lhes um cunho dramaticamente cómico como na expressão «A poupa com o bico todo enlabascado em merda canta melhor que tu!», usada por Bernardino para facilitar risadas boçais e o respectivo pagamento em copos de vinho nas tabernas. Bernardino indolente por jeito e linhagem aproveita o que a vida lhe oferece e apenas daí sai para usar na perfeição o pincel da barba. Habilidoso na arte de barbear é, também, o Piguita a quem a vida não corre como aos demais e a não ser na animação de taberna, onde as relações se unem na crueldade e na amizade, não encontra qualquer sentido, nem mesmo nos momentos de eventual agir social em que se enreda sem muito pensar. Barba de ouro como era conhecido o Justino Antónia dos Santos, que lá na aldeia era o Tino, “o filho do padre”, é mais um exímio na arte de lidar com o pincel da barba, a gilette , o creme 444 e a vida a rolar. A Ritinha é a esperança. Ainda que também use o pincel da barba, sem mestria, fá-lo para encontrar respostas sobre e para a condição humana. Por fim, o Adolfo sonolento, cuja vida apenas parece fazer sentido para usufruir de longas horas de sono, é o arquétipo dos que sobrevoam a espuma dos dias. Não se interroga nem tenta romper com o que incomoda pois também nada lhe provoca semelhantes sensações. Recebe por fastio, sem entusiasmo, mas com alguma colaboração o que houver para receber. «- O senhor desculpe, mas o que eu tenho para dizer … é que eu costumo fazer a barba todos os dias à noite antes de me deitar, para sempre dormir mais um bocadinho da parte da manhã. - E o que é que eu tenho a ver com isso?! - Nada, claro, o caso é que o meu pincel da barba estragou-se e eu ontem tive que sair à pressa para comprar um novo, por isso não estive na reunião nem sei do que lá decidiram. O engenheiro director embuchou como um xarroco apanhado em seco, mas tomou um ar sereno como se nada tivesse acontecido e pensou: “os comunistas têm com cada truque!” - Muito bem, senhor Adolfo, faça o favor de sair e obrigado pela sua colaboração. - De nada, senhor director, eu é que agradeço. – e saiu. Palavra de engenheiro director não volta atrás, mas passou o dia todo ruminando a mesma ideia peregrina: “os comunistas têm com cada truque!”. O Adolfo “coninhas, dorme dorme” passou a ser o herói da fábrica, mas havia quem perguntasse à boca pequena: “por que razão foi ele promovido?” Não são histórias de embalar estas que Manuel Bola, com bastante humor, nos dá a conhecer, ainda que por lá andem muitos sonolentos e indiferentes que dão mais sentido às palavras de José Afonso: Há quem viva/Sem dar por nada/Há quem morra/ Sem tal saber.» Manuel Bola é também autor de Sem amor e de Poemas a soar a manhã. Integrando-se este livro na Festa da Ilustração, são de assinalar as ilustrações de Gonçalo Duarte. Interpretações que nos remetem para um ambiente bem humorado e graficamente eficaz. Bons desenhos em muito bem cuidada publicação. Por fim, não nos devemos esquivar a notar a ficha técnica que menciona tudo e todos os que foram necessários e imprescindíveis para a produção deste livro que tem, na contracapa, uma magnífica fotografia que apresenta um Manuel Bola cortês que nos saúda e parece aconselhar a leitura das Histórias do pincel da barba. Vale a pena! Manuel Bola Histórias do pincel da barba Ilustrações: Gonçalo Duarte Fotografia do autor: Maurício Abreu Revisão: João Reis Ribeiro Paginação: João Silva | DDLX Tipografia utilizada: Filosofia, Emigre fonts Impressão: Gifit Edição: muito cá de casa | DDLX Lisboa | Setúbal | junho de 2015
DESPORTO NATAÇÃO 70 ATLETAS DE ELITE MUNDIAL ATESTAM ETAPA SETUBALENSE NO PARQUE DE ALBARQUEL
Mares do Sado recebe maratona de Águas abertas com muito calor TEXTO MARTA DAVID IMAGEM SM
A prova decorre a um mês do Campeonato do Mundo e é a sexta prova do calendário internacional. A organização quer aproveitar para ‘afinar’ preparativos para apuramento olímpico, que volta a realizar-se em Setúbal no próximo ano. 36 graus de temperatura do ar, 19 de temperatura da água e a maré na vazante… É este o cenário que espera os perto de 70 atletas, de elite mundial, que vão participar na etapa setubalense de águas abertas, este sábado, a
Telma de ouro em Baku conquista 5º título europeu
partir das 16 horas, no Parque Urbano de Albarquel. Condições favoráveis para a maior parte dos atletas que, ainda assim, consideram a prova de Setúbal uma das mais exigentes do circuito mundial. A prova, a cerca de um mês do Campeonato do Mundo, e que é a sexta etapa da Taça do Mundo, vai ser uma espécie de teste para os atletas. Para a organização vai ser mais um momento para afinar os preparativos para o apuramento olímpico que volta a realizar-se em Setúbal no próximo ano. Christian Reichert, número três no ranking mundial e campeão do Mundo por equipas, em 2013, em Barcelona, é um dos cabeças de cartaz da prova. O alemão regressa a Setúbal onde já foi segundo classificado em 2009. Rachele Bruni é a número 1 no ranking feminino e, na ausência da campeã olímpica em título, é aquela que à partida se posiciona para vencer no Sado. Terá seguramente luta renhida com a húngara Anna Olasz, segundo no ranking mundial.
«Esta é uma prova muito bem organizada e com excelentes condições técnicas e de segurança. Estive cá há três anos, no apuramento olímpico, e tenho muito boas memórias. Só foi pena não ter conseguido o apuramento, mas guardo boas recordações da prova de Setúbal.»
ANGÉLICA ANDRÉ – PORTUGAL
«A prova de Setúbal é muito exigente. No meu caso nem é tanto pela temperatura da água, mas sim pelo facto de ser em Portugal e o público exigir mais de nós. Vai ser um bom teste para o campeonato do Mundo. Espero conseguir classificar-me entre os 10/15 primeiros lugares.» “Mass event” junta duas centenas de nadadores numa ação de promoção Entretanto, perto de duas centenas de atletas estarão à partida para a prova de promoção da natação que se realiza a partir das 10 horas. O “mass event” é uma das maiores e mais concorridas provas do calendário nacional de águas abertas e onde se apresentam alguns dos melhores atletas nacionais da especialidade que ainda não integram a seleção nacional.
Quatro atletas «Lusitanos» vão participar na 5ª etapa da competição nacional de remo O Remo Clube Lusitano marcou
Telma Monteiro conquistou a medalha de ouro nos I Jogos Europeus, que decorrem em Baku, no Azerbaijão. A judoca portuguesa derrotou a húngara Hedvig Karakas, na categoria de -57 quilos. Telma Monteiro, líder do ‘ranking’ mundial, venceu a 11.ª jogadora do mundo por ‘ippon’, confirmando a tendência frente à rival húngara, a quem venceu em todos os cinco combates. Na competição de judo dos I Jogos Europeus, que atribuem também os títulos continentais, Telma Monteiro assegurou o seu quinto título, depois de já ter conquistado o título de campeã da Europa em 2006 e 2007, na categoria de -52 kg, e em 2009 e 2012 na atual categoria de -57 kg.
ANNA OLASZ – HUNGRIA
presença na 5ª etapa da taça de Portugal de triatlo, realizada no passado domingo, em Oeiras. De acordo com os participantes na prova, as condições apresentaram-se “muito difíceis no percurso de natação, tendo a forte corrente da praia da torre afectado e arrastado o grande pelotão” composto por 65 atletas femininas e 455 atletas masculinos. Esta situação acabou por criar um “engarrafamento difícil de ultrapassar” na primeira boia, que alongou o pelotão desde o início da prova. No sector feminino, o RCL fez-se representar apenas por uma atleta, a cadete Catarina Cascalheira. Nos homens, pela primeira vez, esta época “esteve composta uma equipa que permitiu fechar contas na classificação colectiva”. Júlio Amândio, Sérgio Fajardo e António Sousa alinharam e concluíram a prova pelo Lusitano.
DIOGO VILARINHO – BRASIL
«É o meu terceiro ano em Setúbal. É uma prova difícil em especial pela temperatura da água e também pelas correntes. Apesar disso espero conseguir representar bem o Brasil que tem tido sempre grandes representantes como a Ana Marcela Cunha ou a Poliana Okimoto.»
RAFAEL GIL – PORTUGAL
«Espero conseguir uma boa prova em Setúbal. É uma etapa muito exigente, uma prova com um grande lote de atletas. Como o campeonato do Mundo é daqui a menos de um mês, esta prova é também uma forma de preparação.»
Rita Ribeiro com segunda internacionalização na China
- 174º classificado - 1h09’56 (melhor marca pessoal) António Sousa - 318º classificado - 1h20’20 (estreia) Equipa masculina - 30º lugar - 3h37’23 Para além da principal competição, foi ainda realizada uma prova aberta, que contou com a participação de cerca de 200 atletas masculinos e 50 femininos. Numa prova que tem como intuito dar a conhecer a modalidade aos estreantes, o Remo Clube Lusitano fez-se representar por mais cinco atletas que, na próxima época, “planeiam competir na prova principal, dando indicações de crescimento da equipa”. Classificações:
Classificações:
JOANA ROMÃO – 27º GASPAR RODRIGUES – 54º MANUEL JALECA – 58º EDUARDO PEREIRA – 99º GONÇALO SOUSA – 137º
Catarina Cascalheira - 41ª classificado - 1h29’02 Júlio Amândio - 114º classificado - 1h07’07 Sérgio Fajardo
A próxima competição será o Aquatlo de Coruche, prova com a particularidade de ser destinada a todos os escalões desde benjamins a veteranos.
A atleta juvenil do Vitória de
Setúbal, Rita Ribeiro, participa, esta semana, no Campeonato Mundial de Desporto Escolar, que decorre na China. Esta é já a segunda internacionalização da atleta sadina depois de ter estado o ano passado em Angola nos Campeonatos da Juventude. Rita Ribeiro vai participar nas provas de 800 metros e lançamento do peso. O apuramento foi conseguido ao vencer a prova de 1500 metros no Campeonato Nacional de Desporto Escolar e a atleta integra assim o lote dos seis eleitos
para representar o nosso país. Para a jovem fundista o importante é «aproveitar ao máximo esta experiência, que é única!». Promete dar o seu melhor e provar a si mesma que é «capaz de fazer o “impossível”!» Rita quer ainda «aproveitar o nível competitivo que vai ser muito forte, para fazer um bom resultado em termos de marca.» Preparada para «ver o que é “correr a sério”», a atleta quer ainda aproveitar para se «divertir muito, dentro e fora da competição!» porque afinal «não se vai à China todos os dias.»
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NEGÓCIOS
Lisbon South Bay relançam Almada, Barreiro e Seixal no plano internacional TEXTO ANTÓNIO LUÍS IMAGEM SM
Projetar e divulgar os territórios de Almada, Barreiro e Seixal a nível internacional e cativar os investidores para a criação de novos postos de trabalho são os propósitos do estudo lançado pela Baía do Tejo avaliado em 70 mil euros e que deu origem à marca própria Lisbon South Bay. A Baía do Tejo e os municípios de Almada, Barreiro e Seixal investiram 70 mil euros para realizar um plano de Marketing Territorial para o Arco Ribeirinho Sul, por forma a criar a marca Lisbon South Bay, atrair investimento, criar postos de trabalho e requalificar o território. A apresentação pública do plano e da marca escolhida teve lugar na manhã de quinta-feira, no Museu Industrial Baía do Tejo, localizado no Parque Empresarial do Barreiro, onde marcaram presença o presidente da Baía do Tejo, Jacinto Pereira, o representante da Sales Group, Pedro Rodrigues, e os presidentes dos municípios de Almada, Barreiro e Seixal, Joaquim Judas, Carlos Humberto e Joaquim Santos. O estudo, que escolheu o nome Lisbon South Bay, identificou os pontos fortes do território com vista à sua requalificação, a atração de novos investimentos e criação de emprego. «Investigámos e
visitámos o território e consultámos várias biografias e planos de ordenamento. A auscultámos o maior grupo de pessoas e entidades, com diferentes sensibilidades, para tentar encontrar alguns pontos comuns», revela Pedro Rodrigues, responsável da Sales Group, que realizou o estudo. Foram feitas cerca de 25 entrevistas, com visões distintas, que envolveram 36 entrevistadores, bem como 927 entrevistas online. «Tentámos saber quais eram os pontos de união, as oportunidades, os pontos fortes do território e as sensibilidades das pessoas. Numa lógica de construção de marca, é também importantíssimo a forma como somos vistos de fora e fomos ouvir as pessoas de Lisboa», sublinha. «Identidade comum e polo de atração» Para Jacinto Pereira, presidente da Baía do Tejo, o projeto Arco Ribeirinho Sul está «vivo e goza de muita saúde», sempre com uma «nova dinâmica e adequando-se à evolução dos tempos» e com crescente procura de empresas para a Baía do Tejo. A nível internacional, o ARS tem vindo a promover a Cidade da Água, em Almada, e os parques empresariais do Barreiro e do Seixal, sublinhando que «a criação de uma marca própria, identificadora de toda a região, vai decisivamente potenciar e facilitar a divulgação destes ativos nos mais diversos contextos». Segundo Jacinto Pereira, a intenção é construir «uma visão capaz de afirmar estes territórios no plano nacional e internacional, aumentando a sua atratividade atra-
IPS E AMBILITAL ESTREITAM LAÇOS DE COOPERAÇÃO Com vista a reforçar a colaboração do Instituto Politécnico de Setúbal, através da Escola Superior de Tecnologia de Setúbal, com as diferentes entidades da região, acaba de ser celebrado um protocolo com a Ambilital. Na cerimónia, que decorreu dia 19, na sede da Ambilital, em Ermidas do Sado, marcaram presença Pedro Dominguinhos e António Viana, o presidente do IPS e o administrador delegado da Ambilital, respetivamente. Segundo Pedro Dominguinhos, presidente do IPS, além de se alargar o leque de trabalho com as entidades da região, o protocolo permite, também, ao IPS, «desenvolver projetos concretos na área do ambiente, uma temática crucial para o desenvolvimento do futuro, que passa pela preservação e sustentabilidade ambiental», acrescentando que a Ambilital é uma empresa que tem «grande influência na região, em termos de projetos ambientais». O protocolo em questão permite a realização de estágios e ações de formação na Ambilital, para estudantes e diplomados dos cursos de especialização tecnológica, técnico superior profissional, de licenciatura e de mestrado da ESTSetúbal/IPS. E visa, ainda, contribuir para uma «melhor implementação dos conhecimentos adquiridos pelos estudantes da ESTSetúbal/IPS, no contexto da atividade profissional e promover o contrato com o mercado de trabalho. Fundada em 2001, a Ambilital é uma empresa intermunicipal que tem como objetivo a exploração do sistema integrado de recolha, tratamento dos resíduos sólidos urbanos do Sistema Intermunicipal da Amagra. Desenvolve a sua atividade nos municípios de Alcácer do Sal, Grândola, Santiago do Cacém e Sines, entre outros. É responsável pela produção de cerca de 60 mil toneladas de resíduos urbanos por ano. Está sedeada em Ermidas do Sado.
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«LISBOA TEM DE INTEGRAR-SE COM A MARGEM SUL»
vés da valorização daqueles que são os seus fatores distintivos e competitivos». A marca Lisbon South Bay afirma uma «identidade comum e constitui um polo de atração para os visitantes e investidores nacionais e internacionais, porque queremos construir uma região de referência à escala internacional», vincou Jacinto Pereira, sublinhando a «capacidade de entendimento e criação de sinergias entre todas as entidades envolvidas», com vista a defender «a nossa região, atrair investimento e criar postos de trabalho». «Quando se trabalha em conjunto, avançam os projetos» O presidente da Câmara do Barreiro afirmou que estamos a «dar mais um passo importante no caminho de projeção dos nossos territórios, tão importantes para o País e para a Área Metropolitana de Lisboa», acrescentando que «este é mais um exemplo de que é possível, quando trabalhamos em conjunto, fazer avançar os projetos. Temos pontos de partida, às vezes diferentes, mas procuramos ter um ponto de
chegada comum. Estamos a dar força à construção de soluções que temos vindo a dar corpo, em conjunto, e à construção da estratégia que queremos para o futuro e que vem de trás consolidada, com passos sustentados. Esta estratégia pretende potenciar os territórios, promove-los, requalifica-los, e continuar a dar sustentabilidade ambiental, reaproveitar a frente-rio para as atividades económicas, desportivas, culturais, lúdicas e turísticas. É também preciso construir nestes três territórios plataformas de trabalho, emprego e desenvolvimento económico e de criação de riqueza. É preciso atrair investidores e atividade económica nacional e internacional». Para o edil barreirense, «hoje mostrámos que o projeto do Arco Ribeirinho Sul, com a designação de caráter internacional, continua a fazer parte da estratégia de desenvolvimento que temos para os estes três concelhos, mas também para os territórios da AML e do País. «Talvez estes sejam os territórios mais importantes, com caraterísticas, talvez únicas no País, para permitir dar uma ajuda na reindustrialização do País».
Depois do apresentação do plano de Marketing Territorial, os presidentes dos três municípios envolvidos deram uma conferência de imprensa conjunta, onde Carlos Humberto sublinhou que «precisamos convencer que o País precisa é que Lisboa tenha massa crítica e se consolide, não como Lisboa isolada, mas como Lisboa região, e isso só acontece se integrar-se com a margem sul. É preciso olhar para os territórios de Almada, Barreiro e Seixal, que são fundamentais para o desenvolvimento da tal Lisboa região». Já Joaquim Judas frisou que nas feiras internacionais é «importante» aparecer a marca Lisbon Souht Bay, porque Lisboa é «uma referência internacional, graças ao seu potencial turístico e é fácil de encontrar no mapa. É preciso que os investidores percebam o potencial da zona e este passo ajuda no processo da internacionalização». Por seu turno, Joaquim Santos afirmou que os territórios de Almada, Barreiro e Seixal são «muito importantes para o desenvolvimento da região e do País, do ponto de vista económico e social, porque a Margem Sul esteve afastada dos sucessivos Governos. Não é um deserto mas sim um oásis que queremos afirmar».
Concurso para estudos do terminal de contentores no Barreiro já abriu TEXTO ANTÓNIO LUÍS
O concurso internacional para o Estudo de Impacte Ambiental e Estudo Prévio sobre o novo terminal de contentores de Lisboa previsto para o concelho do Barreiro já foi aberto, segundo avançou o presidente da autarquia, Carlos Humberto. De acordo edil, vai ser agora deixar termina o prazo para conferir quem vai ser o vencedor. Carlos Humberto falava à margem da apresentação do Plano de Marketing Territorial para o Arco Ribeirinho Sul, que decorreu no Barreiro, admitindo que são esperados para breve os resultados de uma candidatura a fundos comunitários para desenvolver estudos sobre a insta-
lação do novo terminal de contentores no Barreiro. O autarca avançou ainda ter sido apresentada uma candidatura de seis milhões de euros a Bruxelas, para desenvolver estudos e promover a atividade portuária. «Esperamos que o resultado da candidatura possa ser conhecidos nos próximos dias ou semanas», sublinhou. Carlos Humberto tem alertado que a construção do terminal no Barreiro será relevante no desenvolvimento da Área Metropolitana de Lisboa. «Porque é preciso investir na Margem Sul. E estamos convencidos que o terminal iria contribuir muito para desenvolver a península de Setúbal e a Área Metropolitana, como um todo», ressalvando a
necessidade do projeto «respeitar aspetos de carácter ambiental, acessibilidades e questões urbanísticas portuárias». Recorde-se que o Barreiro tem sido o concelho na linha da frente para receber o terminal de contentores destinado a aumentar a capacidade portuária de Lisboa, depois da desistência da Trafaria. Ao contrário da contestação que mereceu no concelho de Almada, o projeto sempre agradou à autarquia do Barreiro, tendo o presidente da Câmara, Carlos Humberto, vindo a declarar-se «satisfeito», depois de ter conhecimento que o município passou a ser «único local que está a ser estudado» para receber a infraestrutura portuária de águas profundas.
NEGÓCIOS Projeto inovador na área do arrendamento imobiliário para agradar a senhorios e inquilinos
“Arrenda na hora” chega a Setúbal com novidades Setúbal tem agora disponível um novo conceito de arrendamento. Além de encontrar o imóvel adequado às necessidades e características de cada cliente, seja ele proprietário ou inquilino, o “Arrenda na hora” presta ainda outro tipo de serviços como a gestão e acompanhamento de arrendamentos, obras e decoração, cerificação energética, kit de instalação de serviços e mudanças. A loja fica localizada em plena Avenida Rodrigues Manito, uma das zonas mais movimentadas da cidade. TEXTO RITA MATOS* IMAGEM SM
Chegou a Setúbal há pouco mais de dois meses e os primeiros resultados começam já a comprovar que esta foi uma aposta ganha. «Consideramos que o mercado de arrendamento está, neste momento, em expansão. Um facto que tem a ver, essencialmente, com a crise que surgiu nos últimos anos e que todos nós, infelizmente, temos estado a viver. A crise deixou sequelas, e
uma delas é a restrição que os bancos estão a fazer à compra de casa», explica o diretor da loja de Setúbal, António Lapa, acrescentando que, hoje em dia, a atividade profissional exige que as pessoas tenham uma maior mobilidade. «Hoje trabalham e moram aqui, mas amanhã terão de ir para o Porto, para o Algarve ou até para fora do país. Não direi se isto é bom ou mal, é sim uma característica que temos de trabalhar». Na opinião de António Lapa, esta nova oferta no
ramo imobiliário, implementada, desde 2011, em várias cidades do país, veio suprir uma lacuna existente na região de setúbal. «As atuais imobiliárias funcionam bem, conhecem o mercado e estão bem cotadas nas vendas, mas não estão muito vocacionadas para o arrendamento». O “Arrenda na hora” procura satisfazer as necessidades dos clientes, respondendo a várias solicitações. «Prestamos um serviço, quer em termos de angariação de imóveis, quer em termos de anga-
riação de inquilinos, tentando selecionar as pessoas indicadas para cada imóvel». Por vezes não é fácil encontrar o imóvel desejado, assume o diretor da loja de Setúbal, mas os contactos e as parcerias servem de ajuda. «Já contactámos outras imobiliárias que têm imoveis do nosso interesse. O nosso objetivo final é agradar aos nossos clientes, quer sejam eles proprietários ou inquilinos», afirma António Lapa. “Expandir e continuar a abrir lojas no concelho” Além do arrendamento, a empresa apostou noutros produtos sempre com o objetivo de respon-
der da melhor forma às necessidades específicas de cada cliente. O “Arrenda na hora” faz a gestão e o acompanhamento do arrendamento, presta esclarecimento aos clientes sobre este negócio de mercado “emergente”, efetua o kit de instalação de vários serviços (água, luz, internet, telefone e tv), é responsável pela certificação energética e trabalha ainda no sector das obras e da decoração. Uma diversidade de produtos que culmina numa das principais apostas da empresa: o serviço de mudanças. «Já temos uma parceria com uma empresa a nível nacional, mas queremos fazer parceria com empresas locais». Ao fim de pouco mais
de dois meses de trabalho, o diretor da loja “Arrenda na hora” de Setúbal faz um balanço positivo, mas sublinha que é preciso continuar a evoluir e a investir. «Os bons resultados dão-nos motivação. Nunca estamos fechados em termo de serviços. Seja qual for a situação que nos apareça nós iremos estudar no sentido de implementar e trazer para a loja». Em jeito de apelo, António Lapa deixa uma mensagem aos setubalenses e visitantes. «Confiem em nós. Venham visitar-nos. Faz parte da nossa postura ajudar todas as pessoas que nos procuram, mesmo que as questões não estejam diretamente ligadas ao arrendamento». *Comboio das Palavras
Horários “especiais” e viagens de descapotável para as praias Para comemorar a chegada do verão, e até 31 de Agosto, a TST – Transportes Sul do Tejo resolveu reforçar os horários das carreiras para as praias da Figueirinha, Sesimbra, Costa da Caparica e Fonte da Telha. Para além do reforço nos horários dos transportes, os passageiros vão poder desfrutar de viagens «únicas e divertidas» em autocarros descapotáveis nos percursos de Setúbal para a Praia da Figueirinha (carreira 723) e de Lisboa (Praça de Espanha) para a Praia da Costa da Caparica (carreira 153). Um “passeio inesquecível”, através do qual a população terá a oportunidade de apreciar a «maravilhosa» paisagem da Serra da Arrábida e a «deslumbrante» vista da Ponte 25 de Abril sobre a capital. Mas, as novidades não se
PERCURSOS DISPONIBILIZADOS (COM LIGAÇÕES DIÁRIAS, DE 2ª FEIRA A DOMINGO, DURANTE TODO O DIA): - Praia da Figueirinha – início em Setúbal (com periodicidade diária) e a partir do parque Secil, com o autocarro vai-vem (em funcionamento durante os fins de semana, até 28 de junho, e todos os dias da semana, a partir de 1 de julho). - Praia da Costa da Caparica – a partir de Lisboa, (Alcântara, Praça de Espanha e Areeiro) e de Cacilhas, Corroios, Qta. do Brasileiro e Trafaria; - Praia da Fonte da Telha – partidas de Cacilhas e de Paio Pires; - Praia de Sesimbra – início na Baixa da Banheira e na Moita. esgotam por aqui. A TST apresenta ainda o novo passe semanal de sete dias para as carreiras 153 e 161 (Lisboa – Costa da Caparica). Segundo a empresa de transportes, esta nova opção de título de transporte «permite que os passageiros realizem o número de viagens que entenderem, durante sete dias consecutivos». O passe se-
manal tem o valor de 15€ e é carregado no cartão Viva Viagem ou Lisboa Viva. Ir de autocarro para a praia é uma opção cada vez mais viável para os portugueses, pois é mais económico e não têm de se preocupar com o trânsito e com o estacionamento. Em 2014, a TST transportou para as praias cerca de 500 mil pessoas.
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OPINIÃO
João Limpinho As possibilidades infinitas do mundo concreto Quando uso uma palavra – Diz Humptie Dumptie em tom de desprezo – ela significa exactamente o que quero dizer, nem mais, nem menos. A questão - diz Alice - é a de saber o que querem significar tanto as coisas como as palavras A NOVA VIDA DOS OBJECTOS Morreu o escultor João Limpinho. Tive o privilégio de o conhecer, através do comum amigo Manuel Augusto Araujo. Um ser humano de excepção. Um grande senhor. Escultor, como artista tratou o ferro com dedicação e inteligência. Concebeu e coordenou o soberbo projecto desenvolvido no bairro da Bela Vista, em Setúbal. Trabalho que enquadrou a população no seu percurso criativo. Tínhamos programado uma exposição sobre este trabalho para Setembro, na Casa da Cultura, em Setúbal. Falámos do projecto expositivo. Entusiasmou-se com a ideia. Forneceu-me todo o material necessário. A exposição vai acontecer, mas sem a presença do João. Tristes estes tempos, em que os amigos partem. Pedi ao Manuel Augusto Araújo para alinhar umas palavras sobre o artista. Respondeu ao meu pedido com este excelente texto que “esclarece” a obra singular deste extraordinário artista. Muito obrigado, João Limpinho.
EDITORIAL
José Teófilo Duarte
Raul Tavares Diretor
Quando a crise financeira,
provocada pelos banqueiros e pelos mercados especulativos, arrumou com o projeto Europeu, vendeu-se a ideia de que os paí-
Os objectos que, por um motivo qualquer, perderam as funcionalidades para que foram inventados e produzidos ficam irremediavelmente condenados ao abandono, ao lixo ou, na melhor das hipóteses, a recuperarem operacionalidade através de um processo de reciclagem que lhes destroi/ reconstroi a identidade e não os deixa inactivos, condenando-os a continuar a trabalhar em tarefas por vezes nunca suspeitados por quem os inventou, pelas primeiras mãos que os moldaram e pelas últimas que os utilizaram. Tudo decorreria pacificamente, oscilando entre essas hipóteses de final previamente esperado e conhecido, se não surgisse um tal João Limpinho, escultor de profissão, que interrompe a seu bel-prazer um ciclo universalmente aceite, por ser incapaz de suster um impulso que o leva a mergulhar na sucata para recuperar de peças inteiras a pequenos elementos quase indiferenciados que irá transformar, por um sistema mais ou menos complexo de agregação, no que nunca supuseram ser. É um trabalho em que se desagregam as
formas abstractas das imagens reais para, no fogo da caldeira da imaginação, se dar origem a formas humanóides ou animalóides, facilmente reconhecíveis nas similitudes que têm com os seus prógonos do mundo real, mas onde continuam a ser perfeitamente identificáveis os objectos que, através de associações, por vezes de todo improváveis, contribuem, em maior ou menor grau, para a nova identidade. Sublinhe-se que esse exercício de reconhecimento das origens dos objectos é uma reacção quase imediata, um impulso natural no confronto com a forma final. Impulso que contém em si o perigo de se tornar dominante e de se perder nas descrições paródicas, se a curiosidade colectora se sobrepuser ao reconhecimento da identidade última, aquela que realmente passa a ser a do objecto quando o escultor dá o seu trabalho por terminado. É um risco real que ameaça desde sempre o trabalho de escultor de João Limpinho porque essas derivações, que são aliciantes e são provocadas pelo escultor por intermédio das suas obras, podem acabar por perverter o processo de análise, fixando-se nos inúmeros pormenores que cegam o todo, ocultando a escultura e o longo percurso criativo que a produziu para só ver o que é desde logo identificável e os seus pormenores anedóticos, distraindo-nos do que é essencial na obra do escultor: a
genialidade de tornar tudo simples, fazendo perceber as evidências que estavam ocultas e nunca se descobririam se o João Limpinho as não revelasse, criando as esculturas que fabricava com o saber operário que habitava a sua alma de artista e se fertilizava com a sua cultura. Esse fazer de João Limpinho é necessariamente precedido por várias construções mentais que o escultor, enquanto os objectos estão, por assim dizer,“vivos”, vai projectando sobre eles, condenando-os em “vida” a uma ressurreição anunciada. Ressurreição que terminará numa reincarnação de cuja chave só ele é detentor. O que traça a fronteira entre nós e o artista é exactamente essa maneira de ver: enquanto nós olhamos para um objecto e o catalogamos por um quadro de referências generalizadamente aceite, o escultor começa imediatamente a ver o que nós não conseguimos ver. Na realidade está a vampirizar a identidade dos objectos inventando-lhes diversos futuros possíveis que, provavelmente, nós iremos conhecer/ reconhecer mais tarde. Curiosamente o trabalho que João Limpinho prossegue desde há
muitos anos, põe em evidência que quando só se vê o que nos é oferecido ao olhar, não se vê o que há para ver ou o que se pode ver. Isto põe em causa o determinismo das classificações universais que se suportam nas semelhanças entre as coisas e não nas imagens mentais que podem originar ou, como teorizou Wittgenstein, que a imagem representa uma possibilidade no mundo real porque o que ela representa é a sua significação e a ideia é a imagem lógica dos factos. João Limpinho, de certo modo, acaba por, no universo que lhe interessa e lhe é próximo, trazer para o campo experimental essa teoria só que quando a concretiza vai fixá-la em formas que procuram a sua identificação num quadro de similitudes com a realidade organizada nas já referidas classificações universais de onde as tinha resgatado. É um trabalho que se inicia no ponto em que os “ready-made” (objectos encontrados) de Marcel Duchamp finalizavam, embora a atitude de limpar a arte da retórica de classe seja a mesma e seja idêntico o questionar a linearidade das leituras do mundo e dos objectos que povoam o mundo.
ses do Sul, os mais paupérrimos na verdade, eram os culpados de tudo. E que os seus povos, para além de ignorantes, confirmavam ser ‘feios-porcos-e maus’, a lembrar Fellini e o realismo dos seus filmes. Gente preguiçosa, gastadora e maioritariamente de esquerda. E por isso, a receita da austeridade e o castigo do empobrecimento, os direitos roubados, a carga violenta sobre as políticas sociais, e as contas públicas a sobrepor-se sobre a educação, saúde e cultura. É este o paradigma de uma escalada ideológica que quer mudar o rumo da civilização ocidental. Não há outra saída. Pague-se, sofra-se, morra-se, porque, do outro lado da
barricada, há que continuar a alimentar a vertigem dos abutres, da ultra-minoria de Thomas Piketty. E dos lacaios servilistas e gananciosos que servem os abutres. O claudicar do Governo grego, legitimado pelo povo, serve na perfeição para esta demonstração de que a única saída é manter o ciclo. A chantagem e o medo são, neste caso, a tempestade-perfeita para quedar os eleitores mais ousados. E este tempo, este século, verterá estudos, compêndios e ensaios, a engordar os anais da história futura. Das notícias que correm, para além de se saber sobejamente, que a Grécia, tal como Portugal, não terão meios de pagar a dívida, so-
bra a pressão sobre o governo Syriza, obrigando-se a ceder nas suas promessas eleitorais. Mas não chega ainda. Merkel e companhia, sobretudos os sacrossantos deste liberalismo mercantil e financeiro, querem mesmo sangue. E o pior é que a Grécia está isolada, encurralada. Porque a ideologia do medo e esta cruzada do dinheiro sobre a política percorre os grandes e os pequenos. Qualquer que seja a saída, a Europa política e social definhou, com a espada afiada que teceu contra a democracia. Provavelmente, Thomas Malthus tinha razão: “O Estado devia
limitar-se a proteger os mais ricos, recusando quaisquer direitos aos pobres. O único conselho que lhes dá é que não se reproduzam”. Não nos esqueçamos que o neoliberalismo foi cunhado pelo sociólogo e economista alemão Alexander Rustow, aplicado na supremacia do capitalismo sobre o socialismo e bem regado pela dourada época de Reagan durante a “guerra fria”, com a redução dos investimentos nas áreas sociais e na política de choque em nome das privatizações. O mercado a funcionar livremente, sem barreiras, sem fronteiras. O início do fim.
Lewis Carroll Alice no País das Maravilhas
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PENSANDO MELHOR... Manuel Augusto Araújo
Arquitecto | Assessor cultural
OPINIÃO
Caim e Abel Costuma dizer-se , e subscre-
vo, que ‘um facto é uma verdade efémera, enquanto um mito é uma verdade eterna’. Todos nos lembramos, pelo menos os mais velhos, do relato bíblico narrado no livro do Génesis sobre Adão e Eva que, após terem sido expulsos do jardim do Éden, tiveram um filho chamado Caim e, posteriormente, um outro a que deram o nome de Abel. Caim tornou‐se agricultor e Abel pastor. Deste último, Jehová (Deus) aceitava cordialmente as oferendas, obtidas sem esforço, enquanto as de Caim eram desdenhadas porque procedendo do seu próprio instinto criador, eram vistas como obra de um concorrente. Depois, alegadamente por inveja, Caim matou Abel e … o resto da história (tal como o seu princípio, aliás) quase todos conhecemos. Tema recorrente na literatura, esta narrativa bíblica abordada por espiritualistas, idealistas e até por materialistas, tem sido objecto de inúmeras interpretações e conjecturas. Hoje trago-vos uma versão menos conhecida, enquadrando-a no que poderá chamar-se de ‘Sabedoria Antiga’ e que, coincidindo em certos pontos com o relato bíblico, dele diverge noutros. Assim, conta uma antiga lenda que Jehová criou Eva (o nome Eva vem duma palavra
hebraica, Kwwah,que significa ‘vida’) e que o espírito lucífero Samael se uniu a ela mas foi expulso por Jehová, antes do nascimento do filho, Caim. Caim, de estirpe marcial e luciferina (cujo nome deriva de uma palavra hebraica que significa ‘metalúrgico’) deu origem a uma descendência de artífices e de inventores – ‘homo faber’ – como se lê no capítulo IV do Génesis. Depois Adão (humano) foi criado por Jehová para que fosse marido de Eva, tendo dessa união nascido Abel, que acabou por ser morto por Caim. Para o substituir, Adão e Eva geraram Seth, que deu origem à linhagem do ‘homo pius’ – a classe devocional e sacerdotal. A morte de Abel por Caim não foi o “primeiro fratricídio da História” mas sim uma metáfora para um acto civilizacional. Caim matou o “modo estacionário de viver”, o homo faber acaba por ‘matar’ o outro homem, o que fica parado na pastorícia arcaica. Assim, desde o princípio, houve dois troncos humanos no mundo, duas grandes linhagens: - A do ‘homo faber’ que trabalha o fogo e que é representada pelo aparelho de Estado e os reis, os artífices, a indústria, descendentes de Caim e associados ao luciferino planeta Marte, deus do inferno, do fogo e da guerra.
LETRAS EM PAPEL QUADRICULADO
PENSO, LOGO INSISTO
Margarida Nieto Estudante
Fernando Raimundo Colaborador
- A do ‘homo pius’ submetido à água benta e que é representada pelos clérigos, os devotos, os sacerdotes, descendentes de Seth e associados à húmida Lua, planeta da alma, da fecundação, das emoções. A linhagem real e a linhagem sacerdotal têm seguido caminhos independentes, até mesmo conflituosos, a partir de uma certa fase da História. Os que foram gerados pelo espírito lucífero Samael, como participantes de uma natureza semi-divina, animados pela dinâmica energia marciana, que herdaram do deu divino ascendente, são agressivos, dotados de grande iniciativa, porém rebeldes a toda a sujeição ou autoridade, quer divina, quer humana. Esta linhagem de seres nada aceita pela Fé, propende a demonstrar tudo pela luz da Razão. O passado dos filhos de Caim representa uma luta constante contra as condições adversas, tendo adquirido, com a árdua e enérgica aplicação do seu trabalho no mundo, o conhecimento terreno e o poder temporal. Caim, guiado por
inspiração divina, cultivava a terra, para que brotassem dois pés de erva onde só crescia um. Os seus descendentes tornaram-se artífices, hábeis no uso do fogo e dos metais. O seu ideal era masculino. Enquanto Abel, o primogénito dos homens, não sentia inquietação, porque era uma criatura de Jehová, nascida de Adão e Eva. Contentava‐se em apascentar os rebanhos, para com eles se manter, os quais se multiplicavam, sem trabalho nem iniciativa de sua parte. A linhagem dos filhos de Seth, tendo como matriz o ideal feminino e embora podendo aspirar aos mesmos valores e tentar atingir objectivos semelhantes, apresenta para essa missão métodos diferentes. E hoje encontramos qualquer destas tendências em todo o lado. Nós próprios, enquanto seres fragmentados (onde está o ‘indivíduo’, inteiro, aquele que é indivisível?), também partilhamos muitas vezes destas antagónicas sensibilidades e inclinações. Dizem que a natureza humana é assim …
Sede bem-vindos em Elsinore No Portugal democrático bem
semmais
como no período do “Estado Novo” as instituições desportivas substituíram-se muito ao papel do Estado no desenvolvimento do desporto, ao invés nas “repúblicas socialistas” o papel deste era centralizador, fiscalizador e tudo o mais na exigência de resultados. A União Europeia pugna pela definição de políticas desportivas que tenham o respeito na base do modelo associativo, que engloba as federações, associações e clubes entre outros, para além da liberdade dos cidadãos para a prática de atividade física. Fala-se muito hoje na perda de valores éticos e da palavra de Honra entre dirigentes desportivos, ou de forma mais alargada, entre os vários agentes desportivos. Discordo, que tenha havido perda destes valores, estes continuam a
existir; o que acontece hoje é que tudo é mais mediático e competitivo no sentido das vitórias efetivas. Por outro lado, o desporto permite aos cidadãos que ao longo da sua vida participaram em falências e em processos menos claros de atos de gestão empresarial (seja qual for a dimensão), encontrarem no desporto uma forma de branquear a sua imagem caso obtenham vitórias mesmo que a qualquer custo. Certos processos, enviesados para obter títulos desportivos desrespeitando instituições seculares como por exemplo: o Sporting Clube de Portugal, têm um caminho curto, mas, podem provocar danos irreparáveis durante um longo período. Os cargos terrenos são efémeros e precários, no entanto a História e os valores éticos das
BOCA DE CENA Rodrigo Francisco Diretor da CTA
instituições são eternos e devem prevalecer para além do período dos mandatos. Se no Estado Novo já havia democracia nos clubes desportivos menos sentido faz que hoje, a existência de um clima de terrorismo no dirigismo desportivo, só compreendido pela falta de preparação de um ou outro dirigente e a natureza de carater com uma doentia obsessão pelo êxito e ainda mais quando compete a um líder, ser o mais sensato, cordial, apaziguador e todas as qualidades aliadas à credibilidade. Na atualidade, os cidadãos
estão muito mais informados do que há décadas atrás e não se deixam conduzir somente pelas emoções irracionais. O desporto sempre foi uma escola de virtudes desde as camadas jovens a veículos de paz entre povos. Para bem das instituições seculares, que têm nos quadros diretivos gente menos competente, é bom que os seus associados estejam alertas porque nos dias de hoje é fácil empresas e Estados falirem e será com certeza rápido a extinção de um clube desportivo por muito valor e história tenha em Portugal.
Meteorologia Monocromática O sol, tímido, esconde-se por
entre o nevoeiro. Humilde, oferece o protagonismo às enormes nuvens cinzentas pintadas no céu, toldando o azul intenso. Olhando o horizonte, há agora uma linha distinta que separa o céu e o mar, imperativamente, como se assim estivesse destinado que sempre fosse. O vento sopra devagar, preparado para, progressivamente, aumentar a sua intensidade, mostrando todo o seu esplendor às vidas vagas que preenchem a condição humana. O mar oscila sobre si próprio, ondulando fervorosamente, como se lhe fosse necessário acumular toda a sumptuosidade disponível no mundo, deixando todos os homens e mulheres sem uma qualquer réstia da magnificência que se lhes foi atribuída por si mesmos, julgando-se donos e senhores do luxo, da prepotência, do poder e da ciência, julgando-se até, imaginem, proprietários de quem são. Então, sim, o sol tem o poder de embaciar a nossa visão corpórea quando se esconde por trás das nuvens, mas não só de corpo é feito o Homem e a sugestão incutida pela meteorologia cinzenta na nossa visão metafísica ultrapassa o corpo que nos reveste e todas as qualidades e defeitos que nos atribuímos a nós e aos outros. Sempre houve misticidade rodeando o clima pardacento ou, talvez, sempre tenha existido um clima pardacento rodeando a misticidade, a verdade é que o sol traz consigo lucidez e felicidade, mas o céu cinzento envolve-nos por completo, capacita-nos de tal forma a olhar o invisível que, por vezes, essa sobriedade e essa alegria se tornam dispensáveis e insubstituíveis, em comparação com a filosofia, a nostalgia, a melancolia e a emotividade, próprias de quem sente, que a ausência de cor nos fenómenos meteorológicos nos oferece. Como se, por momentos, tudo o que foi vivido a cores não passasse de uma pequena ilusão escondida num qualquer recanto da nossa memória, deixando espaço para tudo o que nunca poderemos conhecer.
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SEMMAIS | SÁBADO | 27 DE JUNHO | 2015 | 15