Impressão Digital Sadino Diogo Faria e o Cirque du Soleil
Anti-stress Fingertips actuam em Almada
10
9
Sábado | 19.Maio 2012
Director: Raul Tavares
O Sul Jornal de Cultura e debate
Caderno
semanário - edição n.º 715 • 5.ª série - 0,50 € • região de setúbal
www.semmaisjornal.com
Distribuído com o
VENDA INTERDITA
500 anulam matrícula no Superior da região Manobras da Marinha custam mais de três milhões aos pescadores que operam na nossa Costa
ACTUAL Meio milhar de alunos do ensino superior do distrito de Setúbal já anularam a sua matrícula devido à falta de condições económicas. Os dados foram confirmados ao Semmais por responsáveis da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Charneca, do Instituto Politécnico de Setúbal e Piaget de Almada. PÁG. 5
ABERTURA As manobras que a Marinha Portuguesa executa ao largo da Costa de Setúbal nem sempre é do agrado da classe piscatória. As associações do sector falam mesmo de enormes prejuízos que, só no caso da Sesibal, já ultrapassou os 3 milhões de euros. Em causa estão as várias interdições que ocorrem em média 80 dias em cada ano e alguns estragos das redes. Neste último caso, a Marinha não confirma. PÁG. 2
Carlos Beato indisponível para sair de Grândola
Voluntariado vai deixar Cabovisão avança com Barreiro irreconhecível rescisões esta semana
POLÍTICA O presidente da Câmara de Grândola já declinou vários convites para se candidatar a outras autarquias em 2013 e não quer, para já, apoiar um sucessor.
ACTUAL A Câmara do Barreiro está a preparara uma mega operaçãao de requalificação dos espaços públicos em todo o concelho e quer envolver a popu-
Pub.
Em entrevista exclusiva ao Semmais, o autarca reafirma o seu «amor» pela ‘Vila Morena’ e promete continuar a fazer parte do seu desenvolvimento. PÁG. 8
lação. O projecto vai contar com o apoio ao abrigo do mecenato e a iniciativa integra-se no âmbito das comemorações do Dia da Cidade. PÁG. 4
+NEGÓCIOS A presidente da Câmara de Palmela, à margem de uma reunião realizada quarta-feira com a direcção-geral da empresa, revela ao Semmais ter
conhecido de que o processo de despedimento colectivo de 100 funcionários vai avançar. A Cabovisão alega ter gastos excessivos e parcos lucros. PÁG. 13
2
Sábado | 19.Maio.2012
www.semmaisjornal.com
Abertura Manobras geram prejuízos de 3,2 milhões e não pagam indemnizações
Associações de armadores lamentam interdições ao largo de partes da costa do distrito e querem novo olhar do Governo sobre o problema. Marinha contrapõe número de incidentes com embarcações avançado por sindicato ao Semmais.
::::::::::: Bruno Cardoso* :::::::::::
A
interdição de pescar em determinadas extensões da costa do distrito devido a manobras e treinos militares da Marinha e Força Aérea provocou prejuízos de 3,2 milhões de euros nas últimas duas décadas às doze embarcações da Sesibal. Os números foram avançados ao Semmais pelo presidente da cooperativa de pescas de Setúbal, Sesimbra e Sines, Ricardo Santos, e são apenas
uma face de um problema que assume contornos bem maiores junto de pescadores de toda a região, que continuam a desesperar por indemnizações que nunca chegaram ao longo do tempo. A zona da cadeia de Pinheiro da Cruz, no município de Grândola, é a preferida pela Marinha para a realização de exercícios de tiro e é apontada pelos pescadores como aquela que traz todos os anos mais prejuízos às frotas pesqueiras. Em média, as doze embarcações da cooperativa ficaram sem pescar 80 dias por ano, acumulando prejuízos de dois mil euros ao dia, num total de 160 mil por ano. «Uma forma de encurtar estes prejuízos seria reduzir para 1500 metros a proibição de pescar», afirma Ricardo Santos, que recorda que a interdição abrange actualmente uma extensão de costa de 7 milhas e longitude de 4 a 6 mil metros. Traineira captura material que reagia ao ar Perto da lagoa de Albufeira, uma embarcação teve recentemente um prejuízo de 5 mil euros. As redes da traineira “Princesa de Sesimbra” tinham recolhido um cilindro com 50 centímetros, que se presume ser
um facho, um pote de sinalização de fumo utilizado pela Marinha em exercícios de treino com helicópteros. Terá, alegadamente, desaparecido num exercício militar. «Quinze minutos depois de as redes terem sido puxadas para terra, os empregados da Docapesca disseram que o material estava a fumegar», descreve o proprietário da embarcação. António Cagica recorda também que o «objecto se partiu, reagiu ao ar e danificou as redes, obrigando à chamada da Polícia Marítima». Tal como é hábito nestas situações, o proprietário fez um auto sobre o caso junto da Polícia Marítima, mas não sabe, até ao momento, em que ponto está o processo. Desconfia, porém, do desfecho: «não se vai conseguir identificar o culpado e o prejuízo, que rondará os cinco mil euros, ficará por pagar por quem de direito». Ao Semmais, Joaquim Piló, do Sindicato Livre dos Pescadores, presume que mais de uma centena de pescadores já tenham sido afectados de algum modo pelas manobras e treinos militares e pede indemnizações ao Governo, «através do Fundo de Compensação Salarial».
DR
Sofia Palma
Jogos de guerra da Marinha ‘atingem’ pescadores da nossa costa
Redes da traineira “Princesa de Sesimbra” sofreram prejuízos
Marinha diz que só houve uma ocorrência em 2011 A Marinha Portuguesa esclarece ao Semmais,
todavia, que em 2011 só foi registada uma ocorrência sobre a detecção de objectos suspeitos «com o consequente empenhamento das
Mão pesada para grandes navios Apesar de não ser muito afectada pelas manobras da Marinha e Força Aérea, a secretária-geral da Associação de Armadores Pesca Artesanal da Costa Vicentina fala de outro «grande flagelo». Filipa Faria exige dos grandes navios comerciais um olhar mais atento
sobre as redes das traineiras, que diz serem frequentemente cortadas pelas hélices das embarcações das grandes dimensões. Mesmo sendo os incidentes reportados às autoridades marítimas, é difícil encontrar os culpados e acautelar indemnizações.
unidades de inactivação de engenhos explosivos e que se veio a constar tratar-se de um invólucro inerte». A mesma fonte explica ainda que as indemnizações só têm lugar quando os armadores apresentam queixa na Polícia Marítima e depois de se provar que há relação com os engenhos encontrados. Contudo, a identificação da origem é difícil, dada a utilização generalizada de engenhos de sinalização internacional nos espaços marítimos por embarcações, navios e aeronaves, no âmbito da busca e salvamento marítimo. A Marinha realiza ao longo do ano um elevado número de exercícios e treinos ao longo da área de Sesimbra, envolvendo unidades navais, de mergulhadores e fuzileiros e só em exercícios de tiro sobre terra, na zona de Pinheiro da Cruz, ou na zona da praia do Meco se efectua largada ou disparo de material. A Marinha aconselha quem achou um objecto suspeito de ser explosivo a não tocar no engenho e a contactar, logo que possível, a Autoridade Marítima local (capitania) ou o 112. Perante as autoridades, o ideal é fazer desde logo uma descrição pormenorizada daquilo que vê. *Com Vanda Pinto
Sábado | 19.Maio.2012
Editorial
Espaço Público
www.semmaisjornal.com
// Raul Tavares
Distrito precisa de plano de prevenção Para além dos estigmas sociais que sempre atormentaram a margem sul, a região foi acumulando déficites que corromperam o seu desenvolvimento. Depois do rumo anacrónico da sua industrialização extensiva e da voragem da revolução o distrito foi bebendo aos poucos um suco de crescimento paulatino, com ritmos incertos e de pouca consistência. O monopolismo industrial morreu de vez e depois foi a vez de definhar a pesca e a agricultura, sustentos primários de uma sociedade isolada por uma ponte altiva de interesses políticos centrados no Terreiro do Paço. Depois dos ciclos da fome e do miserabilismo, os últimos vinte anos procuraram inverter essa penumbra e esse ostracismo aceites por uma região acomodada e por uma administração central dominadora. Estudada até ao tutano, nos anos 80, clamámos pela chegada de ‘massa cinzenta’, infra-estruturas e investimento público e privado. A acção autárquica, a que devemos muito, foi fazendo o seu caminho. E chegou gente nova, quadros superiores e mais virados para o futuro. Mas as acessibilidades e os investimentos públicos são muito recentes e esse facto é decisivo para um eterno passo mortiço de que nos queixamos. O ensino universitário, por exemplo, nasceu em 1977, com a implementação do pólo da Universidade Nova na Charneca. Dois anos depois instalou-se o Instituto Politécnico de Setúbal e só em 1986 ergue-se o Piaget de Almada. Foi alguma coisa em tão pouco tempo e os tempos que correm poder deitar tudo a perder. Os tão falados mega-investimentos foram suspensos, estamos no topo das falências e do desemprego. Voltaram os tempos da emergência social. E os futuros licenciados estão a cair a meio do caminho. Quem viveu a insipidez e os solavancos que marcaram este distrito não pode deixar de estar muito preocupado. E por isso é preciso mais que um plano de emergência, mas um plano de relançamento da economia regional, acautelando essas conquistas tardias. Tudo fazer para manter a Autoeuropa e outras empresas sólidas, fortificar os nossos portos, incentivar novos clusters, vivificar o sector primário e não deixar cair o nosso ensino universitário. Sim, um plano de prevenção pode ser a almofada para garantir um novo ciclo, esperando, como se espera, que a crise vá passando aos poucos.
A vida não está fácil mas temos escolha A vida não está fácil. A vida dos partidos também não, e a do PS não foge à regra. Junho é mês de escolhas internas a nível local e concelhio, mas também distrital. Apesar do âmbito restrito aos militantes, as escolhas feitas agora serão determinantes num futuro próximo para a afirmação do PS. Apesar de mediar apenas 14 dias entre atos eleitorais, há quem tente reduzir os sufrágios a um único, numa tentativa ilegítima de plebiscitar uma estratégia de unicidade partidária, em nome da unidade. Mas a unidade constrói-se no debate e na acção, é inclusiva e plural, não estabelece condições à partida nem resulta por via de acordos ou alianças contra natura. Infelizmente vê-se acontecer com frequência o rateio e a negociação de votos para composição de listas, trocas e baldrocas de apoiantes e apoiados, num déjà-vu que desmotiva e desmobiliza e que receio se repita nestas eleições. Existem fundados receios de que tal aconteça. Por isso há cada vez menos militância e, ao invés de se qualificar a intervenção partidária como ato de cidadania, se degrada a confiança nas pessoas e nas instituições. A vida está difícil e a vida partidária também. Desistir não é uma opção. Cada um de nós pode fazer a diferença. Se no plano da comissão concelhia e da secção de Setúbal a situação estará clarificada logo a 1 de junho, há um combate que é preciso travar e que tem a ver com a liderança da Federação Distrital. E esse combate tem várias facetas. Em primeiro lugar, é importante desmistificar a tal unicidade plebiscitária. Uma coisa é votar a comissão concelhia e o secretariado da secção e outra bem diferente é escolher o presidente da Federação. Âmbito, lógicas e campanhas diferentes, com escolhas individuais, livres e que não podem ser condicionadas por estratégias redutoras ou impercetíveis, apesar da tentação de alguns em querer reduzir os militantes a um nº de votos num envelope, a negociar com quem der mais, vulgarmente conhecidos como sindicatos de votos. Ninguém é dono dos militantes ou da sua vontade. A liberdade ainda hoje é o ponto de partida para a democracia. Em segundo lugar, temos de perceber o que está subjacente a uma candidatura, o que se vê e o que se não descortina, o que está presente/
Caixa de correio Na última edição datada de 12 de Maio de 2012, saiu notícia na página 8 onde o meu nome é referido. No que há noticia se refere, dizer que apenas recebi um pedido – e exclusivamente um – de debate formulado pelo Gabinete de Estudos, Cultura, Desporto e Associativismo da Federação Distrital de Setúbal do PS, o qual não pude aceitar por razões que aqui enuncio e que por certo terão sido transmitidas ao outro candidato. Tenho um calendário de campanha de há muito definido e que procuro conciliar, por um lado, com o processo eleitoral
Ricardo Roque* ausente, distinguir o imediato do mediato. Não pode haver candidaturas por interpostas pessoas ou de estratégias de consolidação de poder interno partidário, ou que utilizem a sombra de maiorias legitimadas noutros areópagos. Para haver escolha, consciente e livre, as candidaturas devem ser transparentes e disponíveis para o debate clarificador com os militantes. Depois, há que exigir uma liderança política forte no distrito escolhendo alguém com qualidade política, com experiência e que não desista em circunstância alguma, sobretudo na adversidade. Alguém que não confunda organização partidária com aparelho e que, através da afirmação de um espaço político próprio, mantenha a autonomia da Federação Distrital de Setúbal no contexto organizativo do PS, como de resto lhe tem sido característico. É preciso que a candidatura de suporte a tal desígnio não tenha na sua génese ou na sua composição interesses circunstanciais ou estranhos, reflectidos em alianças conjunturais de interesses variados e até contraditórios, e que não compactue com práticas que degradem o funcionamento partidário, devendo antes assentar na relação direta e no diálogo com os militantes, base essencial de onde devem emergir os seus apoios. Impõe-se, pois, uma candidatura plural, mas de combate e um líder com princípios, com propostas de atuação que unam e afirmem o PS num contexto distrital, com atenção para as especificidades geográficas e políticas do distrito e das suas diferenças, mas que sobretudo prepare o partido para os desafios que se avizinham nos próximos anos. O distrito de Setúbal precisa de um PS forte e responsável, que suscite a confiança dos cidadãos e que lhes permita ter uma alternativa ao actual estado de coisas, para que seja relançado o investimento e o emprego. Mas para tanto é preciso fazer a escolha certa, votar num presidente que saiba distinguir entre luta interna e batalhas contra os adversários que estão fora do partido, que perceba que o que nos une é mais do que nos divide. As eleições têm esta responsabilidade. Eu assumo a minha apoiando inequivocamente o Eduardo Cabrita. *Militante do PS
Ganhar o Futuro com Madalena Alves Pereira Sou militante do Partido Socialista há mais de uma década e autarca eleito nas Listas do PS desde 1997. Aliás, sou vereador na Câmara Municipal do Barreiro em mandatos ininterruptos desde 1997 até ao presente, sempre nas Listas do PS. Fui dirigente concelhio e distrital em vários mandatos. Apoiei a candidatura de Jorge Sampaio à Presidência da República e integrei o grupo coordenador do Distrito de Setúbal na campanha para a regionalização. Conheço bem o Partido, os militantes, o concelho do Barreiro e o distrito de Setúbal. Sinto-me, por isso, muito à vontade para dar voz pública aquilo que muitas dezenas de camaradas me têm dito nos últimos dias: que campanha é esta feita com recurso a ataques ao Partido e às suas estruturas? E como pode isto ser dito, agora, aparentando um cândido desconhecimento? Que campanha é esta feita com considerações pessoais e juízos de valor relativamente a uma camarada do Partido, companheira de tantos combates e que tantas vezes tem dado a cara pelo nosso Partido? No Barreiro, o PS tem muitos rostos. E ainda bem que assim acontece. É que não pode desperdiçar nenhum, para nos fortalecermos no combate que travamos contra a CDU. Recordo que em 1997 fiz, ao lado de José Miguel Leal da Silva e Aires de Carvalho, uma campanha autárquica empenhadíssima e muito determinada. O PS estava no Governo, mas nem assim pudemos contar com dirigentes nacionais nas nossas acções. Alguém do nosso concelho e próximo da então direcção nacional referiu que a vitória no Barreiro era inalcançável. Nem valia a pena perder tempo connosco. E, de facto, perdemos por 167 votos. Em 2001 ganhamos as eleições autárquicas. Nesse momento todos quiseram reclamar-se donos dessa vitória – e ainda hoje o fazem. Há quem não tenha consciência de si. A minha camarada Madalena Alves Pereira integrava a lista que concorreu e ganhou a maioria no executivo municipal. Deu muito de si no tempo que exerceu o mandato e ainda hoje é vista com carinho, respeito e reconhecimento por muitos funcionários da autarquia e por membros de outras forças partidárias. Renunciou ao mandato, sem
3
Amílcar Romano* deixar esmorecer o seu amor ao Partido e à cidade como provou no mandato seguinte na Assembleia Municipal, onde tantas vezes assumiu quase sozinha a defesa do Governo. A Madalena tem-nos demonstrado que na política não vale tudo e não há projectos individuais. O seu percurso é o do combate em nome de valores e de princípios e com o desprendimento próprio de quem está na política pela convicção, sem dependência, nem subserviências o que a levou, por mais do que uma vez, a dizer não. Nem sempre concordei com ela, mas sempre lhe reconheci uma liderança inata, na qual protege os seus e os interesses da equipa, algumas vezes em detrimento dos seus individuais. Há quem apareça só para a composição das listas, para os momentos de campanha, mas esteja quatro anos sem participar numa reunião das estruturas do Partido, sem partilhar uma informação, sem dar um contributo que seja para a elaboração de um programa eleitoral. Infelizmente, não será caso único, mas aqui no Barreiro nós conhecemo-lo bem. E já chega. É tempo da Federação estar ao serviço das Concelhias, das Secções, dos Militantes. Não podemos permitir que a Federação, ou a sua Presidência, sirva para a realização de projectos pessoais de sobrevivência politica. É que a Madalena não foi empurrada, mas muito apoiada e incentivada para este desafio. Quanto a outros candidatos não sei. Mas estou em crer que não terá sido bem assim. Espero sinceramente, que esta campanha para a Federação do PS/ Setúbal decorra com a elevação que o Distrito, a Região e o próprio Partido merecem. Que os autores de algumas afirmações infelizes, norteadas pelo ataque pessoal infundado ainda possam corrigir os seus métodos de comunicação e assumir a postura exemplar que a candidata Madalena Alves Pereira tem defendido em todos os debates realizados com militantes. Que a contenção de argumentos na afirmação de cada projecto de candidatura elevem a nobreza da política, pela afirmação do PS. Venha daí e junte-se a nós para ganharmos o futuro. *Militante do PS
Fuga ao debate nas eleições federativas do Partido Socialista que decorre até dia 02 de Junho para as comissões políticas concelhias, bem como, por outro lado, com as minhas obrigações decorrentes do exercício do meu mandato como Presidente da Comissão Politica Concelhia do Barreiro; tenho um compromisso moral e político de debate com todos os militantes do distrito e não com nenhum em particular. Candidato-me à Presidência da Federação Distrital de Setúbal e é perante os militantes de todas as Secções e concelhias que quero apresentar a minha moção, as minhas propostas, o meu percurso e sujeitar-
me ao salutar confronto democrático, com a elevação e o respeito que os militantes socialistas sabem ter. Refiro, por último, que no próprio sábado em que saiu a notícia a que aqui aludo, a nossa candidatura recebeu um contacto da candidatura adversária propondo um debate. Ou seja, depois de veicularem uma notícia infundada tentam compor o texto. É incorrecto e grave, a menos que tenha sido um lapso de escrita, até ao momento não desmentido. Receba, Senhor director, os meus cumprimentos. Madalena Alves Pereira, militante nº 21739 do Partido Socialista,
Candidata à Presidência da Federação Distrital de Setúbal NR: O Semmais apenas pode confirmar não se ter tratado de nenhum lapso de escrita e que as declarações e informações contidas no texto aludido são da responsabilidade de quem a proferiu. Apenas lamentamos e, disso nos penitenciamos, não termos conseguido o contraditório por parte da candidata Madalena Alves da Silva, com a qual não foi possível contactar a tempo útil do fecho de referida edição, apesar dos contactos tardios, è verdade, que a redacção do Semmais tentou estabelecer.
ficha técnica Director: Raul Tavares; Editor-Chefe: Joaquim Guerra; Redacção: Anabela Ventura, Bruno Cardoso, Cristina Martins, Marta David, Rita Perdigão, Roberto Dores; Dep. Comercial: Cristina Almeida (coordenação). Projecto Gráfico: Edgar Melitão/”The Kitchen Media” – Nova Zelândia. Departamento Gráfico: Marisa Batista. Serviços Administrativos e Financeiros: Mila Oliveira. Distribuição: José Ricardo e Carlos Lóio. Propriedade e Editor: Mediasado, Lda; NIPC 506806537 Concessão Produto: Mediasado, Lda NIPC 506806537. Redacção: Largo José Joaquim Cabecinha nº8-D, (traseiras da Av. Bento Jesus Caraça) 2910-564 Setúbal. Tel.: 265 538 810 (geral); Fax.: 265 538 819. Email: redaccao.semmais@mediasado.pt; publicidade.semmais@mediasado.pt. Administração e Comercial: Tel.: 265 538 810; Fax.: 265 538 813. Impressão: Empresa Gráfica Funchalense, SA – Rua Capela Nossa Senhora Conceição, 50 – Moralena 2715-029 – Pêro Pinheiro. Tiragem: 45.000 (média semanal). Distribuição: VASP e Mediasado, Lda. Reg. ICS: 123090. Depósito Legal; 123227/98
4
Sofia Palma
A PRESIDENTE da Câmara Municipal de Palmela faz um balanço positivo do primeiro ano de actividade da Loja do Cidadão de 2.ª geração do mercado municipal do Pinhal Novo. Durante uma visita do executivo à freguesia, Ana Teresa Vicente destacou o crescimento em termos homólogos de 17% daquele serviço, cuja média mensal de atendimentos directos pulou de 3700 em 2011 para 4300 este ano. E a tendência, prevê, «é para aumentar». Em declarações ao Semmais, a autarca considerou que estes números confirmam a reivindicação que o município fazia junto da Administração Central «há anos» e deixou em aberto a possibilidade de o espaço e o número de funcionários ser eventualmente alargado no futuro. «Faz falta, aqui na Loja do Cidadão de Pinhal Novo, um serviço de Finanças, mas nunca houve acordo com a Direcção-Geral do Tesouro para que tal viesse a acontecer», desabafa. Segundo os números a que o Semmais teve acesso, a Segurança Social foi o serviço que mais cresceu em um ano, cerca de 35,15%, embora a procura seja mais acentuada no que ao Atendimento Municipal diz respeito. «É preciso consolidar primeiro estes números e ver como se comportam pelo menos até final deste ano para que a seu tempo se considere se vamos tomar uma posição formal ou não sobre a necessidade de expansão desta loja do cidadão», avança Ana Teresa Vicente. A Loja de Cidadão do Pinhal Novo foi inaugurada em Maio de 2011 e disponibiliza desde então diversos serviços da autarquia, através de postos de atendimento municipal, e da Administração Central, de entidades como a Caixa Geral de Aposentações, Autoridade Regional de Saúde, Instituto da Mobilidade e dos Transportes Terrestres, Governo Civil ou Instituto dos Registos e Notariado, entre outros. Na ocasião, foi ainda inaugurada a Loja Móvel, que consistiu na adaptação da Viatura de Atendimento Móvel (VAM) da Câmara Municipal de Palmela para disponibilizar os serviços da Loja do Cidadão.
Edil em visita à Loja do Cidadão
Iniciativa decorre a 30 de Junho e integra aniversário da cidade
União de autarquia e moradores lava cara do concelho do Barreiro Grau de voluntariado não tem precedentes no município e câmara espera grande envolvimento da população. Carlos Humberto diz mesmo que projecto pode ser «pedrada no charco» perante dificuldades económicas do país. :::::::::::::::::: Bruno Cardoso ::::::::::::::::::
A CÂMARA do Barreiro está a tentar envolver toda a população numa iniciativa de voluntariado urbano sem precedentes no município, através da dinamização de diferentes acções que contribuam para o reforço local da coesão sócio-territorial. Na prática, o voluntariado incidirá em campanhas de limpeza urbana, requalificação do espaço público e mobiliário urbano, manutenção de jardins e espaços verdes e arte urbana. Carlos Humberto, presidente da autarquia, revela que a ideia poderá «ser uma verdadeira pedrada no charco», tendo em conta a dimensão política e social que assume numa altura em que «são precisas cada vez mais pessoas
Carlos Humberto satisfeito com iniciativa inédita no município do Barreiro
com atitude que levem o país para a frente». O edil recorda que o projecto de voluntariado, o “Dia B”, já vinha desde o seu primeiro mandato à frente da Câmara Municipal do Barreiro, mas diz que agora a iniciativa poderá assumir outro tipo de contornos, tendo em «conta o momento psicológico e as dificuldades financeiras que o país atravessa». Já a vereadora Sofia Martins, que tem a seu cargo as pastas das Obras Municipais e dos Jardins e Espaços Verdes, considera que a iniciativa «fomenta a cidadania activa e a capacidade de reorganização na procura colectiva de soluções», contribuindo para o aumento do sentimento de pertença da população e para uma imagem mais positiva de todo o concelho. «Trata-se, efectivamente, de um projecto ambicioso, montado em tempo cruzeiro, mas que surgiu de uma mera perspectiva de ajudar a sensibilizar as pessoas para a necessidade de requalificar um espaço que também é o seu», descreve.
Iniciativa integra aniversário da cidade As intervenções a realizar estão previstas para todas as freguesias do Barreiro, embora já seja certo que estas foquem os núcleos mais antigos na sede de concelho e no Lavradio. A iniciativa está prevista para o dia 30 de Junho e está integrada nas comemorações da cidade. A autarquia está em conversações com uma grande empresa a nível nacional para a cedência de materiais, em regime de mecenato. As inscrições para participar na iniciativa podem ser feitas nas juntas de freguesias, no Posto de Turismo Municipal e no Espaço J, ambos no Mercado 1.º de Maio. A ficha de inscrição está também acessível na página da Câmara Municipal do Barreiro na Internet e em www.facebook.com/ DiaB.MovimenteEstaIdeia. As inscrições decorrem até dia 15 de Junho. Há possibilidade de participar durante todo o ideia ou nos períodos da manhã, das 9h às 13:30, ou da tarde, das 13:30 às 20h.
www.semmaisjornal.com
Flash / Bruno Contreira e Luís Kikko, moradores do Barreiro e artistas plásticos
Fotos: Sofia Palma
Loja do Cidadão de Pinhal Novo cresce 17%
Sábado | 19.Maio.2012
Qual a vossa ideia para a Travessa do Loureiro? Bruno Contreira: Este espaço está fechado há três anos, mas vamos criar aqui uma área de lazer, de modo a tornar o Barreiro mais digno. E o que vão fazer? Luís Kikko: A ideia é ter pinturas na parede, reabilitar as fachadas destes edifícios e fazer com que as pessoas possam contemplar a vista para o rio e avenida da Praia, requalificada há pouco tempo. O que pode trazer esta iniciativa de positivo? Bruno Contreira: As obras podem trazer mais vida a todo o concelho. Estamos envolvidos na arte urbana. Como está a ser a mobilização das pessoas? Luís Kikko: Conseguimos mobilizar muitas pessoas e artistas do Barreiro, congregando esforços de vários quadrantes da sociedade. Existe uma enorme vontade de fazer. Faltam os meios.
Primeiro-Ministro garantiu que futuro das Forças Armadas «não está em causa»
Passos vê no mar hipótese de desenvolvimento O PRIMEIRO-MINISTRO afirmou esta semana na Base do Alfeite, em Almada, que o Governo tem uma estratégia clara sobre o mar, um valor «essencial para ajudar no desenvolvimento nacional». Passos Coelho realçou também a ideia de que o seu Governo vai promover a «interoperabilidade» entre os sectores ligados às actividades marítimas, tendo uma «abordagem sistémica e integrada que actuará nos sectores dos portos, da logística e dos transportes».
Durante uma visita à Marinha, em que afirmou ter concluído «o primeiro ciclo de visita às Forças Armadas Portuguesas», o chefe de Governo falou da ligação do país ao mar e não esqueceu o grau de entendimento existente com os parceiros europeus, «unidos no desígnio de usar estrategicamente e sustentadamente este grande bem». «Há uma perspectiva cada vez mais consensual quanto à utilização a dar ao mar», sublinhou. Na ocasião, Passos Coelho assegurou que a conversão do mar num
vector essencial do desenvolvimento de Portugal estará vertida na reapreciação do conceito estratégico do país. O Primeiro-Ministro realçou ainda a atenção sobre o incentivo ao desenvolvimento das pescas, da aquicultura e da indústria do pescado, «apostando na formação de uma classe rejuvenescida de profissionais». Forças Armadas elogiadas em «tempos difíceis» Na deslocação à Base do Alfeite,
em que se fez acompanhar pelo Ministro da Defesa Nacional, Aguiar-Branco, Pedro Passos Coelho deixou uma palavra de elogio às Forças Armadas Portuguesas, cuja «excelência do trabalho» merece um «reconhecimento público, pelo elevado sentido de dever, de profissionalismo e de honra que têm demonstrado nestes tempos difíceis». Apesar dos cortes orçamentais, o chefe de Governo garantiu ainda que as missões das Forças Armadas «não estão em causa».
5
www.semmaisjornal.com
ESE abre mestrado em Educação Musical A ESCOLA Superior de Educação do Instituto Politécnico de Setúbal vai iniciar mais uma edição do Mestrado e Pós-Graduação em Ensino de Educação Musical no Ensino Básico, estando as candidaturas abertas até dia 1 de Junho. O curso de Mestrado (2º ciclo) permite a aquisição da habilitação para a docência de Educação Musical no Ensino Básico. Este ciclo de estudos tem a duração de três semestres lectivos e integra as componentes de Formação educacional geral, Didácticas específicas, Formação na área de docência e Prática de ensino supervisionada. O mestrado funcionará em regime presencial às sextas-feiras e sábados, todo o dia, e será complementado com formação à distância. Paralelamente, a ESE recebe, já este sábado, iniciativas de celebração dos cinco anos do ambiente gráfico de programação Scratch, com aplicação em contextos educativos e também de lazer, desenvolvido pelo Massachusetts Institute of Technology - MIT. O Scratch Day é um acontecimento mundial, onde pessoas de todas as idades se encontram para conhecer outros Scratchers, partilhar projectos e experiências e aprender mais sobre o Scratch. Uma das celebrações deste dia, em Portugal, vai ser concretizada num evento gratuito, aberto a todos os professores, educadores, futuros professores e suas famílias. Os monitores de apoio serão crianças e jovens já com experiência de utilização do Scratch e que irão auxiliar na iniciação a esta linguagem de programação.
Crise obriga estudantes a anularem mais de 500 matrículas na região A falta de condições económicas para continuar os estudos está a lançar milhares de alunos no desespero. As escolas não têm mãos a medir e o drama promete acentuar-se. unidades curriculares em que se encontrava inscrito. «Estamos preocupados com esta situação e temos procurado criar as condições mais favoráveis, que estejam ao nosso alcance, para que os estudantes não vejam comprometida a concretização
::::::::::::::::: Roberto Dores ::::::::::::::::: SÃO os efeitos da crise nos bolsos dos estudantes da região. Os números reportam-se aos dois últimos anos lectivos entre os três estabelecimentos de ensino superior do distrito e mostram já que mais de 500 alunos se viram obrigados a anular matrículas, tendo a maioria justificado não reunir condições financeiras para continuar a estudar nem se quer pagar as propinas pelos valores mais baixos. O Instituto Politécnico de Setúbal é o único que exibe os números oficiais de desistências, tendo sido requeridas 172 anulações de matrículas, mais 17 do que no ano passado, que se ficou pelas 155. Já o Instituto Piaget e a Faculdade de Ciências e Tecnologia admitem não ter os dados sistematizados, mas revelaram ao Semmais que, juntos, ultrapassam as 200 desistências. Aliás, Marlene Vale da Silva, vice-presidente do Instituto Piaget, confirma que tem verificado «um aumento do número de anulações neste ano lectivo» superior ao normal, «quando comparado com as anulações de anos anteriores». Outra curiosidade apontada pela mesma responsável indica que um número considerável de estudantes reduziu as
dos seus projectos de vida», refere Marlene Vale da Silva, revelando existirem diversos projectos que têm sido implementados para aliviar a crise instalada. Piaget vai manter propinas Entre eles, está o trabalho realizado pelo sector jurídico na implementação de planos de pagamento ajustados a cada estudante, tendo o Instituto Piaget decidido já manter o valor das propinas
para o próximo ano lectivo, «de modo a não aumentar os encargos dos estudantes e das suas famílias», nota a mesma responsável. Um representante da escola sadina recorda que há quem diga que 17 anulações de matrícula a mais do que no passado representa pouco, mas alerta que o problema é «mais grave e sério, porque estamos a falar de estudantes que não têm condições para conti- nuarem a estudar. E isso é uma coisa terrível», insiste a mesma fonte, para quem este cenário significa que não está a ser cumprida a Constituição do país. «Está previsto que nenhum estudante deve ser impedido de continuar os estudos por razões financeiras, mas isso não é verdade neste momento nesta região. Temos situações em que acção social não tem capacidade de dar cobertura e é com isso que temos estado a viver», refere a mesma fonte. E os problemas não ficam por aqui, já que se estima que mais de 20% dos estudantes estejam em incumprimento no pagamento das propinas, mas terão que liquidar o valor em falta até final do ano lectivo se quiseram validar os respectivos actos académicos.
Exercício militar com cães ‘invade’ Campo de Tiro de Alcochete ARRANCOU ontem e prolongase pelo dia de hoje, no Campo de Tiro de Alcochete, o 9º Cinotécnico da Força Aérea - Kanicross 2012, um exercício anual de avaliação de equipas cinotécnicas. Neste exercício, constituído por 21 obstáculos ao longo de nove quilómetros, participam todas as secções cinotécnicas da Força Aérea e várias equipas do Exército e da PSP. O Kanicross 2012 contará ainda com uma delegação da Guarda Prisional que assistirá ao exercício. A competição, organizada pelo Comando Aéreo e coordenada pelo Centro de Treino Cinotécnico da Força Aérea, é destinada a testar a capacidade física do cão e do seu treinador, a capacidade de controlo do cão por parte do tratador e as capacidades de tiro dos militares. É também tida em conta a motivação do cão em acompanhar o seu treinador sob circunstâncias exigentes. O exercício pretende avaliar o grau de preparação das equipas para o cumprimento das missões que lhes são atribuídas.
DR
Sábado | 19.Maio.2012
Exercício Xávega 2012 em Sesimbra simulou colisão de dois navios mercantes
A PRONTIDÃO do Sistema de Autoridade Marítima foi posta à prova no simulacro realizado na semana passada, na Baía de Sesimbra. Com o nome de código Xávega 2012, o exercício simulou a colisão de dois navios mercantes, do qual resultou o derrame de 500 metros cúbicos de combustível, que neste caso foram substituídos por 700 quilos de pipocas e 150 quilos de estilha de madeira. A operação envolveu vários barcos da Marinha Portuguesa, um navio tanque, uma embarcação de combate à poluição no mar, várias lanchas, uma aeronave C295 da Força Aérea, viaturas pesadas e ligeiras, e perto de 270 pessoas, muitas delas centradas na recolha
dos poluentes e na limpeza do areal. «Tínhamos como principais objectivos preparar os auditores do curso de Aperfeiçoamento em Autoridade Marítima, a Brigada de Intervenção Rápida de Combate à Poluição do Departamento Marítimo do Centro, e testar a articulação entre as entidades que participam neste tipo de situações», referiu Quaresma de Lemos, capitãode-mar-e-guerra, que planeou, dirigiu e dinamizou e exercício. Apesar do nevoeiro inesperado, que dificultou a acção de combate à poluição, os objectivos «foram ultrapassados», já que os meios envolvidos «desempenharam o seu papel e ficaram melhor preparados para uma situação real que pode acon-
DR
Marinha passa com distinção em simulacro de catástrofe
‘Incidente’ derramou 500 metros cúbicos de combustível
tecer devido ao elevado tráfego de navios que se verifica diariamente ao largo de Sesimbra», sustenta. Opinião partilhada por Lopes da Costa, capitão do Porto de Setúbal, que coordenou a operação no molhe interior do Porto de Sesimbra, em parceria com a Admi-
nistração dos Portos de Setúbal e Sesimbra (APSS). Sesimbra mais segura «Este exercício foi extremamente positivo, não apenas para o treino dos meios e capacidades
da Autoridade Marítima e da Marinha no combate à poluição, mas também porque foram testados e validados os procedimentos de coordenação e actuação com as entidades que, de alguma forma, têm responsabilidades nesta matéria”, disse, acrescentando que «Sesimbra ficou mais segura». Já o presidente da Câmara de Sesimbra, Augusto Pólvora, salientou a importância deste exercício se ter realizado em Sesimbra, porque, «permite-nos ter mais confiança e estarmos mais preparados para responder com maior eficácia a um acidente desta natureza», o que, caso viesse a acontecer, «poderia ter consequências ambientais extremamente nefastas no plano ambiental, económico e turístico para esta região».
6
Sábado | 19.Maio.2012
PSD critica posições do PCP e PS em debate sobre discussão do aeroporto para as low costs
Pista principal de base aérea do Montijo reúne consenso alargado entre especialistas
Pub. CARTÓRIO NOTARIAL DE SETÚBAL DO NOTÁRIO LICENCIADO JOÃO FARINHA ALVES Certifico narrativamente que, por escritura de dezasseis de Maio de dois mil e doze, a folhas cento e trinta e cinco do Livro cento e cinquenta e oito-A deste Cartório, foi rectificada a escritura de Justificação lavrada no dia vinte e quatro de Julho de dois mil e três, a folhas setenta e oito do Livro cento e setenta e seis-I do então Segundo Cartório Notarial de Lisboa, em que foram outorgantes OSVALDO ALMEIDA FREITAS, natural da freguesia de Ferreiros de Tendais, do concelho de Cinfães, e mulher NAZARÉ DA FONSECA TAVARES FREITAS, natural da freguesia de ALVARENGA, do concelho de AROUCA, que declararam ser casados sob o regime da comunhão de bens adquiridos, com residência habitual na Rua da Estremadura, Monte Isidoro, Craveira do Norte, Pegões, Montijo, contribuintes fiscais, respectivamente, números 107876787 e 144462630, no sentido de ficar a constar que: a) Que o vendedor não foi António Manuel Jesus, como, por lapso foi mencionado, mas sim António Cravidão Duarte, divorciado, residente no Cruzamento de Pegões, Canha, Montijo. b) Que o objecto da venda usucapida não foi mencionado prédio urbano, mas sim uma parcela de terreno de cultura arvense, com a área de dois mil duzentos e sessenta e cinco metros quadrados, titulada apenas verbalmente, em finais de mil novecentos e oitenta e um; e c) Que após a mencionada compra verbal da parcela de terreno de cultura arvense, em finais de mil novecentos e oitenta e um, os ora primeiros outorgantes, no ano de mil novecentos e oitenta e seis, alteraram o destino da parcela adquirida e nela construíram um edifício de rés-do-chão, inicialmente com a área coberta de cento e vinte e nove vírgula noventa e três metros quadrados, e descoberta com dois mil cento e trinta e cinco vírgula zero sete metros quadrados, e, em virtude da ampliação da construção, o indicado prédio ficou com a área coberta de cento e noventa e dois vírgula cinquenta e um metros quadrados, e descoberta com dois mil e setenta e dois vírgula quarenta e nove metros quadrados; tendo sido notificados os titulares constantes do registo. ESTÁ CONFORME. Cartório Notarial de Setúbal, do Notário Lic. João Farinha Alves, aos dezasseis de Maio do ano de dois mil e doze. O Notário, (Lic. João Farinha Alves)
alertam, a pista secundária, a 08-26, praticamente não poderá ser utilizada e há grandes investimentos a realizar, caso a infra-estrutura venha mesmo para a
de ser construído um corredor de circulação paralela à pista, placas de estacionamento, um terminal de passageiros e acessibilidades viárias. O último estudo conhecido, de Miguel Cadilhe e que data de 2008,
margem sul. O principal, pela sua complexidade, tem subjacente a expansão para 2500 mil metros da pista 01-19, bem como o reforço da sua capacidade de resistência, essencial para acolher futuramente os Boeing 737 ou Airbus 320, os principais modelos utilizados por companhias aéreas como a Easyjet, Ryanair ou Transavia. Posteriormente, teria
estima um investimento de 150 milhões na infra-estrutura, mas o número não foi confirmado no debate sobre o tema, organizado esta semana pelo PSD no Montijo. Na ocasião, o presidente da distrital do PSD, Pedro do Ó Ramos, recordou as vantagens de a região acolher uma infra-estrutura deste tipo, sublinhando o facto de o Governo anunciar, prova-
CARTÓRIO NOTARIAL DE SETÚBAL DO NOTÁRIO LICENCIADO JOÃO FARINHA ALVES Certifico narrativamente que, por escritura de dezasseis de Maio de dois mil e doze, a folhas cento e quarenta e três do Livro cento e cinquenta e oito-A deste Cartório, foi rectificada a escritura de Justificação lavrada no dia vinte e quatro de Julho de dois mil e três, a folhas setenta e oito do Livro cento e seteta e seis-I do então Segundo Cartório Notarial de Lisboa, em que foram outorgantes JOÃO DUARTE TAVARES, natural da freguesia de Miragaia, do concelho do Porto, e mulher JOAQUINA JESUS DA FONSECA, natural da freguesia de Santiago de Piães, do concelho de Cinfães, que declararam ser casados sob o regime da comunhão geral de bens, com residência habitual na Rua do Vale Formoso, número 29, segundo andar esquerdo, em Lisboa, contribuintes fiscais, respectivamente, números 115612092 e 115612084, no sentido de ficar a constar que: a) Que o vendedor não foi António Manuel Jesus, como, por lapso foi mencionado, mas sim António Cravidão Duarte, divorciado, residente no Cruzamento de Pegões, Canha, Montijo. b) Que o objecto da venda usucapida não foi mencionado lote de terreno, mas sim uma parcela de terreno de cultura arvense, titulada apenas verbalmente, em finais de mil novecentos e oitenta e um; e c) Que após a mencionada compra verbal da parcela de terreno de cultura arvense, em finais de mil novecentos e oitenta e um, os ora primeiros outorgantes, no ano de mil novecentos e oitenta e seis, alteraram o destino da parcela adquirida para prédio urbano composto de lote de terreno; tendo sido notificados os titulares constantes do registo. ESTÁ CONFORME. Cartório Notarial de Setúbal, do Notário Lic. João Farinha Alves, aos dezasseis de Maio do ano de dois mil e doze. O Notário, (Lic. João Farinha Alves)
CARTÓRIO NOTARIAL DE SETÚBAL DO NOTÁRIO LICENCIADO JOÃO FARINHA ALVES Certifico narrativamente que, por escritura de dezasseis de Maio de dois mil e doze, a folhas cento e trinta e nove do Livro cento e cinquenta e oito-A deste Cartório, foi rectificada a escritura de Justificação lavrada no dia vinte e quatro de Julho de dois mil e três, a folhas setenta e oito do Livro cento e setenta e seis-I do então Segundo Cartório Notarial de Lisboa, em que foram outorgantes JOÃO DUARTE TAVARES, natural da freguesia de Miragaia, do concelho do Porto, e mulher JOAQUINA JESUS DA FONSECA, natural da freguesia de Santiago de Piães, do concelho de Cinfães, que declararam ser casados sob o regime da comunhão geral de bens, com residência habitual na Rua do Vale Formoso, número 29, segundo andar esquerdo, em Lisboa, contribuintes fiscais, respectivamente, números 115612092 e 115612084, no sentido de ficar a constar que: a) Que o vendedor não foi António Manuel Jesus, como, por lapso foi mencionado, mas sim António Cravidão Duarte, divorciado, residente no Cruzamento de Pegões, Canha, Montijo. b) Que o objecto da venda usucapida não foi mencionado lote de terreno com a área de cinco mil metros quadrados, mas sim uma parcela de terreno de cultura arvense, com a área de cinco mil duzentos e seis metros quadrados, titulada apenas verbalmente, em finais de mil novecentos e oitenta e um; e c) Que após a mencionada compra verbal da parcela de terreno de cultura arvense, em finais de mil novecentos e oitenta e um, os ora primeiros outorgantes, no ano de mil novecentos e oitenta e seis, alteraram o destino da parcela adquirida para prédio urbano composto de lote de terreno; tendo sido notificados os titulares constantes do registo. ESTÁ CONFORME. Cartório Notarial de Setúbal, do Notário Lic. João Farinha Alves, aos dezasseis de Maio do ano de dois mil e doze. O Notário, (Lic. João Farinha Alves)
velmente até ao final deste mês, a decisão final sobre o assunto. O líder laranja disparou ainda críticas ao PCP e PS local, por considerar que estão «contra» este projecto. «A intensa
discussão do tema pelo PSD poderá ser visto como um lobby, mas é um lobby legítimo, tendo em conta os ganhos económicos e sociais que podem ser gerados aqui no distrito», sublinha. 9 mil postos de trabalho em 2050
Rodrigues, especialista em gestão aeroportuária, a criação de um aeroporto complementar na região poderá vir a gerar perto de 9 mil postos de trabalho em 2050, horizonte do projecto, data em que se perspectiva a existência de 63 mil movimentos por ano e um impacto de 1,4 a 2,5% no PIB nacional. Apesar de as companhias low costs terem afirmado taxativamente esta semana que não estão interessadas em mudar as suas operações da Portela, Pedro do Ó Ramos acredita que o Governo «está a acautelar a competitividade do novo aeroporto na discussão do grupo de trabalho».
De acordo com Fátima
Bruno Cardoso
Paulo Calado na RTP 2 pela Misericórdia de Lisboa
D.R.
A PISTA 01-19 da Base Aérea n.º 6 do Montijo «é a única» que não coloca em causa o normal funcionamento da Portela, de entre todas as possibilidades de localização do futuro aeroporto complementar para as low costs que o Governo tem em cima da mesa. Especialistas no sector e pilotos de aviação civil estão em consonância quanto às potencialidades da principal pista da base aérea do Montijo e acrescentam mesmo que esta «apresenta um histórico de ventos favoráveis que ajudaria nos procedimentos normais a tomar neste tipo de movimentos». Ainda assim,
O líder do PSD sadino foi entrevistado na RTP 2
O VEREADOR do PSD na Câmara de Setúbal, Paulo Calado, foi entrevistado por Fernanda Freitas, no passado dia 17, no programa da RTP 2 ”Sociedade Civil”, mas na qualidade de vogal da Misericórdia de Lisboa, onde falou de empregabilidade no sector não lucrativo. A vertente social da instituição esteve em foco. Paulo Calado, que é vogal da Mesa da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, falou da importância do Gabinete de Apoio Social, que implementou na instituição para apoiar os funcionários em época de crise. «É um espaço que pretende ser uma ajuda concreta e que oferece soluções diferenciadas que respondem directamente à especificidade de cada caso»,
referiu, acrescentando que tais soluções podem passar por uma simples alteração do horário de trabalho ou deslocação para uma infraestrutura mais próxima de casa, até ao adiantamento de salário ou mesmo ajuda financeira». Paulo Calado destacou ainda o projecto “Saúde Mais Próxima”, lançado recentemente em Lisboa, onde a instituição se encarrega de rastreios de saúde e da sensibilização da população para a prevenção de algumas patologias que afectam a população. A promoção do empreendedorismo social que a instituição coloca no terreno, através de programas de apoio à criação de auto-emprego, foi também debatido.
www.semmaisjornal.com
PS acusa CDU sadina de “não gostar” dos setubalenses OS SOCIALISTAS de Setúbal acusam a maioria CDU na câmara de «não gostar dos setubalenses, nem das pessoas, nem dos empresários» suportando essa acusação nos dados relativos à taxa de execução orçamental e ao elevado valor da dívida a fornecedores. As acusações dos socialistas foram tornadas públicas numa conferência de imprensa onde a execução orçamental dos últimos anos foi o principal tema de discussão. «A prestação de contas da câmara de Setúbal, com uma taxa de execução de 52.5%, demonstra aquilo que foi denunciado desde o início pelo PS, de que se tratava de um orçamento irrealista e demagógico», acusa a vereação socialista. O orçamento camarário para o ano de 2011 previa uma verba de 113,5 milhões de euros e a execução orçamental ficouse pelos 59,6 milhões. Luís Gonelha, presidente da comissão política de Setúbal do PS, acusa ainda a maioria comunista de ter uma «política irresponsável e fantasiosa» e uma «fraca capacidade de orçamentar e planear» o que, no entender dos socialistas, coloca a autarquia numa situação de «falência técnica e provoca a falência de muitas empresas da região». Sem querer avançar com nomes de empresas, admitindo que poderia ser negativo para as mesmas, Luís Gonelha afirma ter sido informado, em reunião com a Associação de Comerciantes, que «cerca de uma dezena de empresas do concelho se encontra em difícil situação financeira fruto de dívidas não pagas pela autarquia de cerca de 6 milhões de euros». Para além dos fornecedores, os socialistas acusam a câmara de não assumir os compromissos com as colectividades e associações, exemplificando com os casos do Teatro de Animação de Setúbal e algumas colectividades participantes nas marchas que ainda não receberam as verbas já aprovadas em reunião pública, mas não transferidas. Marta David
Sรกbado | 19.Maio.2012 Pub.
www.semmaisjornal.com
7
8
Sábado | 19.Maio.2012
Carlos Beato declina convites para candidatar-se a outras autarquias do distrito
judicial para a unidade do projecto que tem vindo a liderar há dez anos? Permita-me que lhe responda com humor e um exemplo. Não é por haver primárias nos Estados Unidos que as candidaturas são mais fracas, ou os candidatos menos representativos. Antes pelo contrário. Como sempre tenho referido o “Novo Ciclo” irá encontrar o seu candidato, no âmbito de um amplo consenso relativamente ao que é melhor para o concelho e para a sua população e escolherá aquele ou aquela que reúna as condições ideais para prosseguir o rumo de desenvolvimento e de reforço constante da qualidade de vida dos cidadãos, que temos vindo a percorrer nos últimos anos.
«Não seria correcto voltar as costas a Grândola e às suas gentes»
Semmais – Tendo em conta que estamos a pouco mais de um ano das próximas autárquicas, e não podendo recandidatar-se à Câmara de Grândola, já decidiu a eventual candidatura a outros municípios? Carlos Beato - Depois de um período de longa e profunda reflexão tomei a decisão de não me candidatar à presidência de qualquer outra autarquia. Entendi que, após estes anos de construção e consolidação de um projecto relevante, numa terra que me acolheu de braços abertos e com um povo que depositou em mim toda a confiança, não seria correcto voltar as costas a Grândola e às suas gentes. Por outro lado importa não esquecer que sou o presidente de câmara mais votado, em termos percentuais, de toda a região de Setúbal e da Costa Alentejana e isso deve merecer da minha parte uma
única conclusão. Não posso abandonar o projecto a que me dediquei com todas as minhas forças, nem defraudar a expectativa de todo este povo que, desde a primeira hora, acreditou em mim e me deu a força e o ânimo para levar para a frente os destinos deste Concelho. Não receia estar a desiludir todos os que, em outros concelhos, nomeadamente da nossa região, acreditavam e apostavam na sua capacidade para dirigir os destinos desses territórios que tão bem conhece. Há notícias que recebeu vários apelos e convites… É verdade que tenho sido alvo de inúmeros apelos e tenho recebido convites que muito me honram. Agradeço, do fundo do meu coração, aos que julgaram que eu poderia contribuir, com o meu trabalho e as minhas ideias, para a valorização e promoção dos seus concelhos e para o fortalecimento da estratégia de desenvolvimento que o concelho de Grândola e a Costa Alentejana têm vindo a consolidar nos últimos anos. Espero e desejo que esta minha decisão não represente, para eles, uma desilusão. Mas, em boa verdade, eu não poderia tomar outra posição, em nome dos valores que defendo e do projecto que tenho liderado ao longo destes últimos anos. Não podemos, nem devemos, servir múltiplas causas ao mesmo tempo. Como tenho vindo a afirmar, ‘Grândola, Vila Morena’ foi, para mim, uma ppção e é, e sempre será, a minha paixão. Com a sua experiência e tendo em conta o capital político que o “Novo Ciclo” lançado em Grândola alcançou com os seus mandatos, vai certamente deixar um sucessor. Aníbal Cordeiro e António Candeias já manifestaram a sua disponibilidade para se candidatarem
DR
A pouco mais de um ano das próximas autárquicas, Carlos Beato, presidente da Câmara de Grândola, afasta a possibilidade de se candidatar a outras autarquias para onde tem sido convidado. Não quer ainda apontar sucessores, mas quer participar das escolhas do “Novo Ciclo”. E garante que vai manter-se ligado à vila morena e às suas gentes.
Ligação a Grândola para manter após 2013 Carlos Beato garante que o seu futuro, «por decisão própria», está a continuará a estar ligado ao futuro de Grândola e das suas gentes. «Até ao final do meu mandato irei prosseguir e reforçar o trabalho já realizado, concluindo os projectos estruturantes em curso e preparando o município para poder enfrentar, adequadamente, os tempos difíceis que se avizinham, tudo fazendo para continuar a estar à altura da confiança que a população do concelho tem
à autarquia, pode saber-se qual deles é o seu candidato? Diz o povo, na sua grande sabedoria, que o tempo não perdoa aquilo que se faz sem ele. Há, pois, que dar tempo ao tempo. No momento certo direi quem apoio não deixando de referir, contudo, que o meu candidato será sempre aquele que eu considere que melhor serve os interesses de Grândola e do seu concelho. Como já declarei noutro contexto considero que qualquer dos nomes referi-
vindo a depositar em mim ao longo destes mais de 10 anos», afirma ao Semmais. E a partir de Outubro de 2013 não tem dúvidas de que estará disponível para continuar a servir o município e o concelho de Grândola, «nas funções ou cargos que esta comunidade e a vontade soberana das suas gentes entendam que eu posso ser útil, de modo a que a nossa terra prossiga e reforce o rumo de progresso e do desenvolvimento atingido na última década».
dos tem perfil adequado para assegurar que o “Novo Ciclo” continue a honrar os compromissos assumidos com o concelho de Grândola. E outros nomes da sociedade civil e, inclusivamente, da minha actual equipa, poderiam ser igualmente apontados. Candidatos, e candidatos de qualidade, não faltam, felizmente, na área do “Novo Ciclo”. Mas essa eventual proliferação de possíveis candidatos não será pre-
www.semmaisjornal.com
Mas ainda assim, não lhe parece que já seria adequado uma escolha mais decisiva… É óbvio que a clarificação é necessária e irá ser feita em breve sem nunca colocar em causa um projecto de sucesso, que tem crescente aceitação na sociedade civil e que é referência e inspiração, inclusivamente, para muitos outros locais. Há quem sustente que aguarda uma decisão do PS relativamente à escolha do próximo candidato, que comentário lhe merece? O Partido Socialista, em cujo berço nasceu o nosso projecto autárquico, tem naturalmente uma palavra importante a dizer em relação à escolha do futuro candidato. Mas, ao longo destes anos, um dos méritos do “Novo Ciclo” tem sido a relação de confiança que se estabeleceu de parte a parte e a total autonomia e liberdade concedida pelo PS aos que foram eleitos nas suas listas. Tenho sérias dúvidas de que outro partido tivesse esta atitude de desprendimento em relação ao “poder”, colocando em primeiro plano os interesses locais e das populações e não os interesses partidários. Deste modo estou certo de que a solução para o futuro resultará de um amplo consenso, escutada a sociedade civil, auscultado o Partido Socialista e para a qual terei, seguramente, o papel determinante que decorre das minhas responsabilidades e do capital de confiança que tenho vindo a granjear.
Deputados socialistas preocupados com escolas OS DEPUTADOS Vieira da Silva, Eduardo Cabrita, Eurídice Pereira e Ana Catarina Mendes, acompanhados pelo presidente da concelhia do PS do Seixal e por membros da secção socialista de Corroios, estiveram, no passado dia 14, na Secundária João de Barros, no Seixal, e na EB 2+3 Trafaria, em Almada. Em relação à escola em Corroios, com 1 008 alunos e 41 turmas, a visita incidiu, funda-
mentalmente, nas consequências que a paragem das obras de reabilitação, iniciadas em Outubro de 2010, está a provocar ao normal andamento dos anos lectivos seguintes. A 1.ª fase da obra está parada, segundo representantes da Parque Escolar, por processo de insolvência de uma empresa do consórcio. Os deputados ficaram a saber que se prevê, nos próximos dias, uma tomada de decisão que poderá passar pela rescisão ou pela reso-
lução parcial do contrato. Incluída em Território Educativo de Intervenção Prioritária (TEIP), a Escola de Ensino Básico de 2.º e 3.º Ciclos da Trafaria recebeu os deputados que pretenderam saber das previsões de continuidade deste projecto de prevenção e combate ao insucesso escolar do ensino básico, lançado pelos anteriores governos socialistas, face à dependência de recursos relativamente ao Ministério da tutela.
A EB conta com 316 alunos e fez decrescer substancialmente o abandono escolar que foi, no final do ano lectivo de 2010/2011, na ordem de 0,2 por cento. «Esperemos que o Governo seja sensível a este projecto e que os recursos para garantir a sua prossecução sejam assegurados», referiu a deputada Eurídice Pereira. Os socialistas agendaram, na passada quinta-feira, uma interpelação parlamentar ao
Ministro da Educação, exactamente com o mote da defesa da escola pública em consequência das medidas que o Governo PSD/CDS vem tomando, em áreas como a revisão curricular, dúvidas sobre a continuidade dos TEIP, que fomentam escolas de qualidade e inclusivas, garantindo respostas diferenciadas; viabilização de mega-agrupamentos sem qualquer critério, entre outras preocupações.
05 . 12
NR 22
ano: 2012 . nr 22 . mês: Maio . director: António Serzedelo . preço: 0,01 €
http://jornalosul.hostzi.com
A rua, o voto e a crise
E a Grécia aqui tão perto... Também neste mês de Maio, vários jornalistas e políticos europeus revelaram uma certa surpresa com os resultados das eleições gregas, como se fosse de esperar que, depois de toda a austeridade aplicada naquele país, tudo se mantivesse na mesma, isto é, que o equivalente local ao PS e ao PSD continuassem a receber mais de metade dos votos.
Detentora de uma forte tradição anarquista, que ganhou novo ímpeto com o fracasso de socialistas e conservadores a gerir o país, a Grécia começou por reagir às medidas de austeridade com motins nas ruas. A violência pouco resolveu, conduzindo até a um aumento do investimento grego em armamento que agravou a dívida do Estado. Perante a impossibilidade de mudar a situação através da acção na rua, os gregos fizeram do voto uma arma e tornaram o Syriza no partido mais votado à esquerda do centro – mas também deram quase 7% ao Aurora Dourada, um partido nacionalista, xenófobo, anti-marxista e anti-liberal. Um caso e outro podem não passar de votos de protesto, mas é provável que representem algo mais. Quando somos levados aos nossos limites, os nossos limites alargam-se. E quando os nossos limites se alargam, descobrimos novas paisagens no horizonte, novas formas de olhar o mundo. Perante elas, podemos despertar para a importância da tolerância e do confronto de ideias, ou acentuar a nossa desconfiança face àquilo que desconhecemos, cerrando fileiras contra “os outros”, seja por medo, ignorância ou pura estupidez. Tudo isto é fruto da crise e, como afirmava Hipócrates (o grego pai da medicina), a crise é o momento exacto em que se torna possível discernir a doença e desvendar a sorte do paciente. Aproveitemos então a crise, esta excelente ocasião para reflectir, aprender e perceber para onde caminhamos (e para onde queremos caminhar) enquanto sociedade. Luís Humberto Teixeira Jornalista
Ilustração Dinis Carrilho
Quanto mais o cenário de crise se instala na sociedade, mais algumas pessoas se começam a sentir encurraladas e sem nada a perder, situação que, por vezes, conduz a que alguns só consigam responder com violência à violência das circunstâncias. No dia 1 de Maio, Setúbal assistiu a uma situação destas, junto ao Monumento à Resistência Anti-Fascista, quando alguns, poucos, elementos que participavam na manifestação anarquista convocada pelo colectivo Terra Livre não foram capazes de manter a calma, nem de ouvir os apelos – sensatos – de outros manifestantes para que não atirassem pedras em resposta às provocações de militantes do Partido Nacional Renovador (PNR) que, do outro lado da rua, mostraram as suas bandeiras à passagem pelo monumento, cerca de meia hora antes de iniciarem a sua celebração, não do Dia Mundial do Trabalhador, mas do Dia do Trabalho Nacional – uma clara reminiscência salazarista. Nada de mais grave aconteceu porque as forças da autoridade – que dispunham de um contingente considerável no local – se interpuseram entre nacionalistas e anarquistas e sanaram a situação em dois minutos. Fora este incidente, a manifestação antiautoritária e anti-capitalista decorreu em clima de festa, juntando cerca de 200 pessoas numa marcha que percorreu a Baixa, do Largo da Misericórdia à Fonte Nova – onde no ano passado a celebração do Terra Livre foi reprimida pela polícia –, e terminou com a deposição de faixas junto ao monumento que homenageia os homens e mulheres que não tiveram medo de lutar por uma vida melhor, mais livre, em terras do Sado.
Setúbal é uma cidade onde
PUBLICIDADE
uma das primeiras a nível mun“Túbal te Fez” é um livro, um dial tenha nascido nessa cidade. ensaio, um manifesto de um arPorém, sublinho, não é situação queólogo de Setúbal, mas afinal, única. De cariz precocemente urhistoriador em qualquer parte, de bano, Setúbal é uma cidade em seu nome José Luís Neto. O livro auto-gestão desde, pelo menos, fala -nos da história de Setúbal, os últimos 500 anos. Isso moldou das suas origens, as suas gentes, o carácter da mesma, influenciou a propósito da arqueologia, mas os ali nascidos e os que para lá também nos fala do futuro da foram morar, sedimentando uma arqueologia em Setúbal, ou da determinada maneira de ser, que arqueologia e o futuro, ou seja, não é muito bem compreendida das respostas que ela nos pode no resto do país. dar, para nos entendermos meAS - No teu enlhor, no futuro. Não saio” Túbal te fez” sei bem responder a Há muito introduzes, de certo todas estas questões, modo, um conceito mas sei que o autor mais para além de novo de arqueologia, sabe mesmo muito “setubalenses da a arqueologia do fudo seu ofício, embo- diáspora”, casos turo, ou a arqueologia ra no fundo, caiba a de Bocage, Luísa e o futuro? Podes excada leitor do livro- Todi ou Mourinho, plicar como vês hoje ensaio-manifesto rescomo há muito esta disciplina históponder por si, a tais rica? perguntas. Mas que é para além dos JLN - Por mais uma obra marcante “convertidos”, que me agradasse, seda “periferia” que vai casos do Zeca ria mentir às pessoas, ao centro das coisas Afonso, do Luís o assumir a paterniem termos culturais, Pacheco ou da dade de uma ideia que disso não tenho dúviOdete Santos. não é minha, mas sim das! Entretanto, falei de António Quadros, com o autor para nos se bem que já estava esboçada explicar algumas coisas sobre o desde o Padre António Vieira. O livro, e aqui ficam as respostas. primeiro a adoptar esta perspecAS - Setúbal é uma cidade tiva, de forma sistemática, foi D. onde a arqueologia sempre fez Manuel Martins, o que permitiu, a história, e aqui nasce cedo a prialguém que veio da região do Pormeira Academia dedicada a esses to, se tenha tornado, com rapidez trabalhos. Queres dizer-nos como e eficácia, um símbolo da cidade. se passa isso? A ele devo a primeira interpretaSetúbal é uma cidade interesção global de Setúbal que conheci, sante, muito interessante mesmo, tinha para aí uns quinze anitos e, no panorama nacional e europeu. com o tempo, vou-me cada vez Se as pessoas tivessem consciência mais convencendo da sua correco quanto da cultura portuguesa ção e razoabilidade. Trata-se de se deve a Setúbal, creio que não haveria ninguém que não se apaiuma perspectiva que é pertinente xonasse por esse lugar. Há muito para Setúbal. A “arqueologia do mais para além de “setubalenses futuro” não é, como se depreende, da diáspora”, casos de Bocage, uma disciplina, mas uma perspecLuísa Todi ou Mourinho, como tiva. Através da arqueologia e da há muito para além dos “converhistória conseguimos entender, tidos”, casos do Zeca Afonso, do com menor ou maior certeza, o Luís Pacheco ou da Odete Santos. passado colectivo. Após, verifiO que impressiona em Setúbal é camos permanências e linhas de que, independentemente de uma tendência dessa evolução. Condesequilibrada presença do Estado, frontamos o conhecimento com frágil e geralmente de rosto e uso o saber do colectivo no presente. autoritário, as suas gentes sempre Nesta fase acaba a ciência propriase souberam juntar e colectivamente dita e começa a engenharia mente construir respostas para social, que pretende pegar em tudo os problemas que se foram coloisto e trazer um sentido utilitacando, tanto de ordem material, rista e objectivamente criador de como da imaterial. A arqueologia riqueza a toda esta informação, não foge a isto, pelo que não é de melhorando a vida das pessoas espantar que a primeira associaconcretas e respeitando a natureza ção arqueológica portuguesa e da comunidade. Temos de pensar
Av. Luísa Todi 239 Setúbal 265 536 252 • 961 823 444
CAPA DO LIVRO . TÚBAL TE FEZ
“
garrafeiratody@hotmail.com
2012
NR 22
MAI
02 CULTURA
que o património e o conhecimento são recursos dos quais nos devemos socorrer. AS - “Quando pensamos a arqueologia a uma escala municipal, temos de começar por radicar essa análise no conceito de Identidade.” Hoje fala-se muito na importância das identidades, que podem ser múltiplas. Como integras esta tua afirmação a propósito da arqueologia e de Setúbal? JLN - Setúbal, ao longo dos últimos cerca de 3000 anos, é o seu porto. E como em todos os portos, uns chegam, outros vão. É a sua natureza. É mesclada, é mestiça, é promíscua e aí reside o seu encanto. A mestiçagem e a auto-gestão quase permanente ofereceram a Setúbal um espírito de lugar particularmente libertino e libertário, que provoca sentimentos extremos. Aprecio bastante essa característica. Porém, ninguém é apenas “filho da terra”. Antes do mais é filho dos
pais, dos avós, da condição social, das preferências de toda a ordem, das suas escolhas, etc. Porém, se as pessoas não souberem a história da sua terra, como não sabem no geral, é difícil que venham a ter um sentido colectivo que lhes realce a importância da sua pertença à comunidade geográfica. Independentemente dos muitos traços e características específicas locais que em si mesmo carreguem, a falta de consciência do mesmo, é reveladora da falta de coesão dessa comunidade. E uma comunidade pouco coesa é uma comunidade fraca, manipulável e, em última análise, uma comunidade sem futuro. AS - Há uma discussão solene sobre se Cetóbriga seria em Tróia, ou Palmela, ou Setúbal. Hoje as questões parecem mais assentes. Para qual destas localidades te inclinas? JLN - A discussão a propósito da localização de Cetóbriga tem já 5 séculos e é, sem qualquer
MAI 2012
NR 22
CULTURA 03 dúvida, um dos mais importantes contributos regionais para a arqueologia europeia, mas não é o único. Cetóbriga é indissociável da região do Baixo Sado e motiva tanta polémica pela contradição entre a etimologia linguística em confronto com as realidades materiais arqueológicas. É um dos, se não o mais, interessante debate científico produzido pela arqueologia portuguesa, onde se digladiaram, no geral com elevação intelectual, mas sempre com profunda paixão, alguns dos maiores investigadores portugueses. Contudo, tudo isto tem passado ao lado dos próprios setubalenses, o que me parece empobrecedor. No fundo, é como quando médicos falam entre si e o paciente está deitado na cama de um hospital. Eles decidem tudo, mas é o doente que leva os cortes e remendos. É um absurdo este tema, relacionado com as origens da cidade, ter deixado os seus habitantes ignorantes do mesmo. AS - Falas muito nos sucessivos “monolitismos económicos“ que têm pesado sobre Setúbal. Queres explicar o que são, e porquê? São um bom exemplo daquilo que se pretende caracterizar como
JOSÉ CARRILHO, FOTOGRAFO
a arqueologia sempre fez história
“espírito do lugar”. Não há aí, como é evidente, nada de metafísico. O primeiro surto industrial local existiu no Século I, com a exportação para a Europa de um molho de peixe conhecido como “garum”. Quase todas as actividades económicas eram-lhe subsidiárias e/ou dependentes desta. Se olharmos para o papel da Auto-Europa hoje em dia, vemos que, apesar de produtos e tempos distintos, não se
alterou a forma de perspectivar e gerar riqueza na região. Trata-se de investimento de capitais exógenos, de grande monta, que articulam a economia regional. Entre estes, muitos outros houve, casos mais conhecidos do Sal nos séculos XV a XVIII, ou da indústria conserveira dos Séculos XIX e XX. Ainda há pouco nos pregaram as delícias do TGV e do aeroporto. É sempre o mesmo. Para criar futuro e em-
pregos, temos de romper com a lógica milenar das elites locais que, preguiçosas, põem todos os ovos no mesmo cesto. Quando tudo está bem, as coisas vão funcionando, mas em períodos de crise, esta sente-se ali de forma mais aguda. Basta ver o que se está a passar para se perceber que as pessoas têm fome, muitas já não têm casa, água e/ou electricidade. AS - Que futuro para o patri-
mónio da região de Setúbal, que é tão rico? JLN - Neste actual paradigma político, económico e cultural regional, temo não lhe antever grande futuro. É preciso mudar de vida, romper “monolitismos”. Porém, sinto-me muito honrado por ter vindo para aqui, fazer arqueologia num local de tão ilustres tradições, onde tenho tido a oportunidade de aprender tanto com aqueles que aqui vivem. AS - Como interpretas, no dia do lançamento do teu livro - ensaio sobre Setúbal, a ausência de alguém da Câmara de Setúbal, nem sequer do “pelouro da cultura”, ou, ao menos, uma mensagem? JLN - É que o futuro presidente da câmara estava ao meu lado. (risos) Olha, sinceramente, não sei o que te diga. Confesso que não dei por isso. As pessoas foram convidadas, mais a mais aquelas que figuram na capa do livro, pelo que terás de colocar-lhes directamente a questão. António Serzedelo Editor do programa de radio Vidas Alternativas anser2@gmail.com)
O Barreiro abre portas a uma nova forma de expressão artística que permite a todos os que a integram, SONHAR ACORDADOS “Sonhar acordados” é uma recente iniciativa levada a cabo por dois formadores, na cidade do Barreiro, interessados em fazer com que a arte chegue a todos, independentemente da idade. O projecto começou por se dirigir numa primeira fase aos mais novos e, devido ao seu êxito, a partir do próximo mês, alarga os horizontes também a todos os adultos. Sofia Jesus, Psicopedagoga e Arte-educadora, e Teodorico Teixeira Mendes, especialista em Artes Plásticas e Designer de Comunicação, através da realização de ateliês, fazem com que a arte seja uma realidade presente da vida de dezenas de crianças. Os próximos ateliês de desenho e pintura inserido no projecto “Artistas a brincar”, já estão agendados para os meses de Maio (dias 12 e 19) e Junho (dias 2 e 16, na Galeria Municipal de Arte do
Barreiro - Av. Alfredo da Silva nº15 (antigo tribunal do Barreiro) - local habitual para a concretização das actividades. Com um custo médio de 10€/dia, qualquer criança pode ter contacto com esta área, numa perspectiva divertida e, simultaneamente, pedagógica. As inscrições são limitadas e a marcação deve ser feita de forma prévia, via telefone (212 076 759 – Das 14h00 às 20h00) ou por e-mail, através do endereço galeria.municipal.arte@gmail.com. Desde a sua criação, este projecto retrata diferentes temáticas, como o Carnaval, a Páscoa, o Natal, temas alusivos às estações do ano, entre outras questões relevantes para os mais jovens. Numa primeira fase, o público-alvo constituiu crianças com idades compreendidas entre os 6 e os 12 anos de idade que, mesmo sem qualquer experiencia na área, ao longo da actividade têm a possibilidade de explorar diferentes técnicas e materiais, de modo a realizar trabalhos criativos e a desenvolver o potencial artístico presente em cada uma delas. Até à data, o projecto tem adquirido uma enorme expressão e conquistado “miúdos e graúdos”. Também devido ao seu impacto, captou a atenção dos meios de co-
municação, nomeadamente, da RTP, que através de um directo para o programa ”Praça da Alegria”, a 22 de Fevereiro de 2012, deu a conhecer a acção destes dois jovens que têm em comum o gosto pela arte. Para o sucesso desta iniciativa contribuem, principalmente, os mais novos, os seus familiares e também a Divisão de Cultura da Câmara Municipal do Barreiro, que tem assumido um papel bastante importante no auxílio e na divulgação do evento. Alguns dos momentos são registados e partilhados, através de fotografias, no blog oficial, em sonharacordados.blogspot.pt, onde também são encontradas informações adicionais relativas a cada um dos encontros. Durante as sessões, os sentidos das crianças bem como a criatividade são colocados à prova e, a diversão e a partilha adquirem uma posição de destaque. Todo este processo contribui para o desenvolvimento pessoal das crianças, em termos de aquisição de competências e de novas aprendizagens, e para a compreensão do mundo que as rodeia. De acordo com Sofia e Teodorico, a iniciativa “Sonhar acordados” surge como uma forma de
LOGÓTIPO . “SONHAR ACORDADOS”
SONHAR ACORDADOS
«liberdade emocional para cada um se expressar de forma a poder conhecer-se melhor e dar-se a conhecer ao mundo». Esta é de facto uma forma bastante apelativa de fazer com que os mais pequenos despertem o gosto pelas artes e pela criação artística. No entanto, nos meses de Maio e Junho (todas as terças-feiras, das 18h às 20h, com um custo de 25€ mensais),
o projecto estende-se a todos os adultos, que também têm agora a oportunidade de se expressarem de uma forma artística. Esta realidade faz com que a arte chegue a todos, possibilitando-lhes dar asas à imaginação e, acima de tudo, sonhar acordados. Eliana Silva eliana_p06@hotmail.com
Camarate - Um apelo aos deputados Senhores deputados, por favor, não cometam o erro de criarem a 10ª Comissão de Inquérito Parlamentar à Tragédia de Camarate (CIPTC). Ouçam as vozes bem avisadas, sensatas e honestas daqueles que pedem que não gastem mais dinheiro do orçamento da Assembleia da República. Pensem, isso sim, em medidas para combater a actual situação económica em que se encontra o País. Combatam o desemprego, desenvolvam a produtividade nacional, ouçam as palavras do senhor Presidente da República no 25 de Abril e promovam uma imagem positiva de Portugal no rio Soares -, então vão deixar em estrangeiro. Não gastem tempo maus lençóis os nossos aliados a analisar uma situação do pasnorte-americanos e a sua imagem sado, que já não interessa e não no resto do mundo. vai adiantar ao futuro. Acaso imaginam as impliPor favor, senhores deputacações que teria para o nosso dos, não percam tempo com mais futuro se acusarmos os Estados comissões quando já houve nove, Unidos da América de estarem por nove comissões de inquérito pardetrás do assassinato do nosso lamentar onde não há mais nada primeiro-ministro e ministro da a acrescentar. Ou preferem conDefesa, apenas porque estes quetinuar a distrair-nos com estas riam impedir que tivesse lugar em questões do passado enquanto Portugal uns estranhos negócios o povo passa fome? Ouçam, por ilegais de tráfico de armas que favor, o ex-conselheiro da Revodesrespeitavam a soberania do lução, Sousa e Castro, que diz que nosso País? Mas, onde é que já os militares de Abril derrubaram se viu isso? o Estado Novo para acabar com a Se a vossa 10ª CIPTC provar fome em Portugal e investiguem, que Portugal andava a vender por exemplo, o negócio dos subarmas para o Irão em 1980, fumarinos. Esse sim, um verdadeiro rando assim um embargo interescândalo, a par de casos como o nacional, que havia elementos BPN ou estas vergonhas do Freda CIA por detrás desse negócio eport e os seus “envelopes case Sá Carneiro, dois meses antes tanhos” mais os gabinetes de arde Camarate, desconquitectura de amigos. fiava estar a ser perPor favor, ouçam (...) quando o este apelo de um seguido pela secreta simples cidadão: não actual Presidente norte-americana por criem a 10ª CIPTC. da República querer investigar esSenhores deputados, era ministro das sas ilegalidades, pelo se caírem no erro de Finanças recebeu que teria sido então criarem a 10ª CIPTC, ordens de Sá “encomendada” a sua a situação económimorte por um milhão Carneiro para ca vai piorar, pois de dólares, isso vai arriscam-se a meter investigar o Fundo deixar em maus lena mão num ninho de de Defesa Militar çóis muita boa gente vespas internacional de Ultramar e que ainda hoje está que depois vai agra- nunca o fez. viva. E não é só nos var o já apertado suEUA. É também por foco financeiro na tentativa de nos cá. E aviso-vos que nem sequer calar. É assim que eles têm feito há é necessário chamar o desacredianos e anos. Desde Camarate. Os tado Fernando Farinha Simões de senhores deputados vão abrir uma Vale de Judeus para testemunhar caixa de Pandora com todas as no Parlamento que Sá Carneiro desgraças do mundo dentro dela. desconfiava da CIA, pois podem Se cometerem a imprudência perfeitamente chamar para ir à de quererem saber se a “alegada 10ª CIPTC uma pessoa credível, confissão” de um alegado responVasco Abecassis, ex-marido de sável do alegado atentado, que, Snu Abecassis (a companheira de alegadamente, foi funcionário Sá Carneiro que faleceu também da CIA, com alegadas ligações a em Camarate), que contou precium – e aqui não é alegado, pois é samente isso à jornalista Cândida um facto – ex-embaixador nortePinto (outra pessoa credível), da americano em Portugal e posteSIC (a televisão do ex-primeirorior número dois da CIA, Frank ministro Pinto Balsemão, também Carlucci, que até era amigo pespessoa credível), que o escreveu soal de um ex-primeiro-ministro na biografia sobre Snu, editada e ex-Presidente da República, Mápela Dom Quixote (que é uma
“
ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA
2012
NR 22
MAI
04 BOREAL
dia 4 de Dezembro de 1980, juneditora igualmente credível e tamente com as mais altas chefias bastante respeitada). militares do País, para falarem Senhores deputados, por favor, precisamente sobre questões de não cometam ainda o imenso e dinheiro e Orçamento. Não façam superlativo erro de irem invesessas perguntas ao Presidente tigar o Fundo de Defesa Militar da República, pois de Ultramar - o “saco o País já tem tantos azul” do exército do (...) no dia da problemas económitempo da guerra cocos que a imagem de lonial, destinado a fi- primeira tomada Portugal no estrannanciar a compra de de posse do nosso geiro iria ficar arruimaterial de guerra Presidente da nada para sempre. fora do controle do Já basta termos um Orçamento do Esta- República, George ex-primeiro-ministro do e que, desde o 25 Bush esteve no com fama de corrupde Abril de 1974, era Parlamento to, imaginem agora gerido em segredo português como só se, na sequência pelos “militares de seu convidado da vossa investigaAbril”, esses, ingratos, de honra, ção, um jornalista que, tal como Mário Soares (o amigo do confirmando norte-americano, ou Carlucci da CIA), fal- assim uma longa inglês, ou francês, ou taram às celebrações amizade. alemão se lembrasse da data de Liberdade de escrever lá no país no vosso Parlamento. dele que, aqui, no belo e tranquilo Se insistirem nessa perigosa Portugal, o Presidente da Repúideia, então façam tudo para engablica é suspeito de ter encoberto o nar o povo Português e escondam móbil do assassinato de um antigo a necessidade de envolver o nome primeiro-ministro e ministro da do Presidente da República nessa Defesa pela CIA. Que o fizera para questão. Eu sei que vai ser difícil, proteger militares portugueses pois quando o actual Presidente e norte-americanos. Que assim da República era ministro das Fiescondeu um negócio de tráfico nanças recebeu ordens de Sá Carde armas de Portugal para o Irão neiro para investigar o Fundo de no tempo em que o ex-director da Defesa Militar de Ultramar e nunCIA, George Bush, era candidato ca o fez. Assim, qualquer comissão a vice-presidente dos EUA. séria teria de ir perguntar-lhe o Imaginem ainda que esses jormotivo pelo qual não conseguiu nalistas se lembrassem ainda de cumprir as ordens do primeiroque, no dia da primeira tomada ministro e se manteve calado ao de posse do nosso Presidente da longo destes anos todos. E, mais República, George Bush esteve uma vez, não é sequer necessário no Parlamento português como recorrer a “alegadas confissões” seu convidado de honra, confirno YouTube para confirmar isso, mando assim uma longa amizade. pois basta consultar os comuniImaginem então uma coisa ainda cados do Conselho de Ministros mais grave, pois esses jornalistas de Novembro de 1980 onde essa estrangeiros iriam depois ficar a ordem está bem explícita. Ou ensaber que, a ter havido negócio tão a imprensa da época – tenho de tráfico de armas para o Irão cópias que vos posso fornecer. através de Portugal em finais de Senhores deputados, não su1980, isso iria demonstrar que elejeitem o Presidente da República a mentos da campanha republicana perguntas incómodas sobre qual o Reagan/Bush, ex-agentes da CIA, conteúdo da última reunião de Sá teriam negociado secretamente Carneiro e Adelino Amaro da Coscom os iranianos a não libertata, na qual ele esteve igualmente ção dos reféns de Teerão antes presente, na manhã do fatídico das eleições presidenciais nos
“
EUA, a 4 de Novembro de 1980, roubando assim a reeleição de Jimmy Carter. Isso significaria que a administração Reagan chegara ao poder através de um acto de traição. Iria colocar em causa toda a política norte-americana no Médio Oriente na actualidade, pois a mesma tem sido a sequência lógica das acções iniciadas por esse negócio da CIA em Portugal com a cumplicidade dos nossos dirigentes, dirigentes norte-americanos republicanos e até com complacência dos democratas. Não, senhores deputados, a morte de um estadista em Portugal não pode chegar as estas conclusões. É preciso manter esta Ordem Mundial, senão ainda se chega à questão de saber de onde vinha o dinheiro para manter estes negócios e revelar as redes de tráfico de droga, as organizações terroristas que são promovidas para justificar as mortes e assassinatos que cresceram da mesma forma que os furacões nascem com o bater de asas de borboletas. E é por isso que temos a crise económica mundial de hoje, precisamente por causa de todos os negócios que se fizeram depois destes negócios que levaram a Camarate. Sei que parece ser algo pretensioso querer dizer que Camarate está na origem de todos os males no mundo, mas, de certo modo, infelizmente, e sem exageros, até está. E não podemos mostrar essa verdade aos Portugueses: eles não iriam aguentar. É pior do que o holocausto de Hitler, acreditem. Daí o meu apelo para que não iniciem sequer os trabalhos. Tentem ir adiando até ser esquecido. A imprensa está a dar o exemplo e está fazer um bom trabalho ao ignorar o assunto. Deram a notícia, mas hoje já ninguém se lembra. Não falem mais nisso e daqui a nada, os portugueses já se esqueceram e podem continuar infelizes e domesticados como sempre. Qualquer CIPTC nesta altura ou noutra qualquer, mesmo que conseguisse abafar metade daquilo que eu aqui digo, ainda assim iria descobrir muita coisa, pois os factos existem e até estão à vista. Não os liguem entre si. Não estraguem a verdade oficial que tantos anos demorou a construir. Lembrem-se que, se houver sangue, ainda pode ser o vosso a jorrar nas escadas do Parlamento. Não deixem falar quem quer falar, não façam falar quem não pode falar. Por favor, senhores deputados, não falem mais em Camarate! Frederico Duarte Carvalho (autor do livro: “Eu sei que você sabe”)
Jornalista
Sábado | 19.Maio.2012
9
www.semmaisjornal.com
Anti-stress
Teatro Extremo semeia artes para o pequeno público
A
Convites para o circo Dallas O circo Dallas, instalado no Parque Sant´Iago, em Setúbal, promete muita animação, alegria e fantasia nos dias 19, 20, 25, 26 e 27. A principal atracção desta companhia, com gerência de Renato Alves, é o número das Águas que Dançam. Mas o público também
vai deliciar-se com os cavalos, os leões e a dupla roda da morte, entre outras atracções. As sessões são às sextasfeiras às 21h45, aos sábados às 16h30 e 21h45, e aos domingos às 15 e às 18 horas. Ligue 918 047 918 e ganhe convites.
Convites para o show wrestling com os melhores lutadores
DR
17.ª edição do “Sementes” - Mostra Internacional de Artes para o Pequeno Público - arrancou, ontem, sexta-feira, e prolonga-se até ao dia 3 de Junho com espectáculos nos palcos, praças e ruas de Almada, Alcochete, Barreiro, Moita, Seixal, Sesimbra, Cascais, Crato e Montemor-o-Novo. O Teatro Extremo, fundado em Almada, em 1994, promete um Festival de Artes Performativas, que envolve a participação de artistas ligados às artes cénicas, novo circo e música. Rui Cerveira, director do certame, reconhece que o “Sementes” é um dos projectos «mais bem-sucedidos» do Teatro Extremo. «Começou por ser uma mostra de teatro dirigido a crianças, com a duração de nove dias, mas, a partir da 5.ª edição, passou a integrar outras artes performativas e plásticas, assumindo a actual designação e alargando a duração», sublinha o responsável. O evento, na sua já longa vida tem apresentado espectáculos de diversas vertentes e estéticas artís-
Ofertas Semmais
Graças às parcerias, o Teatro Extremo vai organizando o Sementes
ticas, oriundos de vários pontos do País e do Mundo, nomeadamente de Espanha, França, Reino Unido, Alemanha, Áustria, Bélgica, República Checa, Rússia, Suíça, Brasil, Argentina ou Angola.
O desejo de fomentar e consolidar o gosto pelas artes, procurando sensibilizar e atrair novos públicos, levou o Teatro Extremo a procurar parcerias em vários concelhos da região e não só.
Após o sucesso da sua primeira tour em Portugal, a companhia MáximLuftmanWrestling (MLW), vai realizar o Campeonato Europeu da MLW, no Coliseu dos Recreios, em Lisboa no dia 16 de Junho, às 21h30. Os bilhetes rondam entre os 15 e os 40 euros. O evento conta com a presença de treze lutadores de wrestling, entre os quais se encontram os melhores da actualidade. Da Irlanda, Garth Mandrake Kid e Captain Rooney; da Holanda, Kenzo Richards; do Reino Unido, James Bruiser Erin Angel e Holly Rocamora; de Portugal, Seth Rodriguez, João “Pegaso” Sena; Mad Dog e Arte-Gore. De Espanha, Juan Casanova; dos Estados Unidos, Leo Cristiani e Johnny Moss. Estes são os lutadores que vão estar em acção numa
noite cheia de adrenalina e combates emo cionantes. O evento começa às 21h30 e estendese durante 2h15. O show será composto por Light Show de abertura; combate Battle Royal para decidir os dois lutadores que irão disputar o Titulo Europeu da MLW; dois combates singulares normais; um combate sem desqualificações; um combate de acção feminina; um combate de equipas; um combate pelo título europeu da MLW. Habilite-se aos convites. Basta ligar 918 047 918 ou enviar um email para: passatempos.semmais@mediasado,pt. Pub.
+ Cartaz...
Sáb.
19
Concerto de beneficência
Os Fingertips, banda pop/rock portuguesa, agora com uma nova formação, estão de regresso os palcos para uma tour em diversos auditórios. Cinema-Teatro Joaquim d´Almeida, Montijo | 21h30
Sáb.
19
Sáb.
19
Comédia com Teresa Guilherme “Toda a gente sabe que toda a gente sabe” é o novo espectáculo da autoria do génio da comédia, Miguel Falabella e Maria Carmem Barbosa, que marca o regresso de Teresa Guilherme aos palcos nacionais juntamente com um elenco de luxo. Casino de Tróia | 22h30
Sáb.
19
Espírito académico A banda almadense UHF e os Blasted Mechanism actuam na Semana Académica do Instituto Politécnico de Setúbal, um evento que promete muita animação e diversão. Instituto Politécnico de Setúbal | 21h30
Dom.
Poesias de António Pina “Ainda Não é o Fim” é a nova criação do Teatro o Bando, que conjuga poesia e crónicas de António Pina, encenação de João Brites e música de Jorge Salgueiro. Centro Histórico de Palmela | 21h30
20
História de sonho e magia O Teatro Extremo apresenta a peça “Estória Abensonhada”, inserida no Festival Sementes, que nos conta uma história de sonho e magia. Cineteatro João Mota, Sesimbra | 17h
10 Impressão Digital
Sábado | 19.Maio.2012
www.semmaisjornal.com
Diogo Faria, acrobata/artista do Cirque du Soleil
«É um sonho e um enorme desafio trabalhar no Cirque du Soleil» Alguma vez pensou integrar o elenco do Cirque du Soleil? Sim, pensei, mas nunca achei que fosse possível. Foi mais um sonho tornado realidade e ainda bem.
Como é vestir a pele do "Big Bird" no Cirque du Soleil? É óptimo. Adoro o meu trabalho e é sempre um enorme desafio estar em
B. I.
Até onde os palcos internacionais o poderão levar? Espero que me levem até onde for possível. Gostaria de trabalhar para o Cirque du Soleil o maior tempo possível, ganhar experiência, aprender e ter novos desafios. Tenho de ter pensamento positivo para que tudo corra pelo melhor. Se não fosse ginasta que outra profissão escolheria? Fui ginasta durante muitos anos no Vitória de Setúbal mas quan-
Idade: 34 anos // Naturalidade: Setúbal Família: Normal e em contacto regular Estado civil: Solteiro // Residência: Setúbal
Pub.
do entrei para o Cirque du Soleil tornei-me num acrobata/ artista. Eles dão-nos formação, o que é óptimo. Mas se não tivesse esta profissão não faço ideia do que estaria a fazer. Gostaria de um dia vir a trabalhar com Filipe La Feria? Talvez um dia, quem sabe. Trabalhei na criação do show “Visions”, no Casino Estoril com uma companhia americana. Foi uma experiência fantástica, pois aprendi imenso. Que recordações guarda da sua passagem pelo Vitória de Setúbal? Guardo as melhores. Cresci no Vitória e aprendi muito com os meus treinadores e colegas de treino. O clube está e sempre ficará no meu coração. São coisas que não se esquecem. Tem inimigos de estimação no mundo de espectáculo? De que eu tenha conhecimento não.
O que o faz zangar seriamente? A injustiça. Qual a sua opinião sobe o trabalho dos autarcas da região? Talvez eu não seja a pessoa mais indicada para falar sobre o trabalho dos autarcas mas pelo que sei e vejo, a cidade está mais bonita e limpa, mas, claro, que há pessoas que estão insatisfeitas e outras satisfeitas com os trabalhos feitos pelos autarcas. Há alguma figura da região de Setúbal que lhe mereça rasgos de elogios? Fico contente por saber que o José Mourinho tem tido uma carreira de sucesso. Espero que haja atletas, desportistas e outras pessoas de Setúbal a conseguirem conquistas e sucesso nas suas vidas. Mas quem merece os meus maiores elogios é a minha mãe que eu admiro muito.
Íntimo Filme ou livro de cabeceira: O livro “1.000 Lugares para ver antes de morrer”. Férias de sonho: Espero vir a ter. Local de eleição: Casa da minha avó, em Setúbal. A primeira paixão: Ginástica. Maior ousadia: Ter arriscado e largado tudo para ir para o Cirque du Soleil. Ídolo de referência: A minha mãe, uma mulher com uma força incrível. Projecto de vida por realizar: Estar ligado a uma criação de um novo show do Cirque du Soleil.
Contradanças celebra 30 anos de poemas com antologia “TODOS os Afectos” é o título do novo livro de José António Chocolate-Contradanças que vai ser lançado no próximo dia 19, pelas 17h30, no salão nobre da Câmara de Setúbal. O pintor Carlos Pereira da Silva vai expor alguns dos seus quadros e leiloar uma obra cujas receitas revertem a favor dos mais carenciados que recebem apoio através da Cáritas Diocesana de Setúbal. O evento conta ainda com um momento musical, entrevista e poesia, não faltando os petiscos e o vinho do Alentejo. José António ChocolateContradanças conta que o seu mais recente trabalho pretende ser uma antologia dos 30 anos de poesia publicada nos sete livros a solo que já deu ao prelo. Mas a obra também contém um capítulo com um conjunto de poemas inéditos escritos nos dois últimos anos. «É um percurso feito por entre pala-
Natural da aldeia de Santa Eulália, perto de Elvas, o poeta, de 56 anos, escolheu Setúbal para viver vai para 33 anos. Nos dias de hoje desempenha as funções de assessor da Administração do Porto de Sines, depois de
vras, que mais que tudo convergem e vivem na profundeza dos afectos que estão quando enalteço o vigor e a irrequietude do amor e da paixão; quando regresso às origens e procuro alimento nas raízes fincadas, na minha aldeia e no meu Alentejo; quando viajo e registo o olhar sobre outras vidas e outros lugares; e quando me recolho na interpretação reflexiva do silêncio». O primeiro livro individual de José António ChocolateContradanças foi lançado há 30 anos atrás com o título
“Ninfite – Mal do Poeta”. Segundo o poeta, esta obra de poesia, com uma edição de mil exemplares, foi uma «coisa estrondosa, que me deu um gozo extraordinário e esgotou por completo». O poeta confessa que nos dias que correm «não se preocupa em fazer poemas porque eles acontecem no local mais inusitado, como por exemplo num guardanapo de papel». E recorda que o seu poema foi publicado num jornal quando tinha apenas 14 anos. «A poesia é inspiração e trabalho, aprende-se ao longo da vida», vinca, acrescentando que Setúbal precisa de «um grande evento inovador dedicado à poesia, sob a égide de Bocage, com um ou dois dias de debates de várias temáticas, de poemas colectivos, de poemas a surgirem nos cafés, nos guardanapos, e de um jornal participado por muitos poetas».
já ter passado por gestor público de diversas empresas. José António foi o coordenador de um grupo de poetas em Setúbal, que durou mais de dez anos e editou diversas publicações colectivas. Durante 48 semanas
manteve no Semmais Jornal uma coluna de poesia e publicou o livro “28 Poetas Sadinos”, com o apoio do nosso semanário. Já fez parte do júri do Prémio Sebastião da Gama e este ano foi convidado para o Prémio Bocage.
DR
palco a actuar para milhares de pessoas. Gosto muito.
Poeta Chocolate Contradanças
Especial “Voar Mais Alto“
Creche e Pré-Escolar “Voar Mais Alto” da Associação Baptista Shalom com investimento de 1,6 milhões de euros é a nova aposta de qualidade em Setúbal A Associação Baptista Shalom lança hoje, em Setúbal, um projecto modelar para creche e préescolar “Voar Mais Alto”, que mostra bem a filosofia de uma instituição de cariz social. O empreendimento, localizado na Quinta da Amizade, no Vale Ana Gomes, orçou 1,6 milhões de euros e a educação vai ser complementada com outras valências de apoio às famílias. Semmais – Em que momento foi gizado o projecto para a criação desta escola modelar e qual foi o principal ponto de partida? Associação Baptista Shalom – Quando decidimos avançar com o projecto partimos de duas premissas essenciais. A primeira alicerçado no sonho de contribuir para a comunidade e o segundo pelas evidentes necessidades das famílias em relação aos seus filhos. Foi a aliança destes dois pressupostos que originou este novo projecto da Shalom. S+ - Tratando-se de uma instituição sem fins lucrativos, quais são, em síntese, aos vossos principais objectivos e metas? ABShalom – A concepção que temos para o êxito deste empreendimento é fundamentalmente a satisfação dos pais, dos seus filhos e, em última análise, da equipa educativa ao constatarmos os resultados obtidos. Tudo está a ser implementada com esforço, mas também com grande dedicação e profissionalismo, apanágio desta instituição. S+ - Dada a dimensão do projecto e a qualidade que parece mais que evidente na sistematização dos
trechados com materiais de última geração e uma equipa bem preparada e motivada. No futuro as associações que não estiverem na área educativa com espaços, matérias e equipas educativas de qualidade acabarão por não resistir. S+ - Vão arrancar nesta fase com a Creche e Pré-escolar. Há alguma perspectiva de empreender outros ciclos de ensino num futuro breve?
equipamentos, estamos a falar de investimentos muito avultados… ABShalom – Estamos precisamente a falar de um esforço financeiro de cerca de 1,6 milhões de euros, sendo que 571 mil euros foram comparticipados pela Segurança Social e pelo Ministério da Educa-
ção. Todavia, considerámos relevante para a situação actual do mercado avançarmos com o projecto e não deixa de ser, da nossa parte, uma aposta forte, porque o nível de financeiro próprio é muito significativo. S+ - Que vantagens comparativas
podemos aferir em relação à equipamentos congéneres existentes no mercado a que a Shalom se destina? ABShalom - Acreditamos que a maioria das associações como a nossa tem nos seus objectivos a mesma qualidade que desejamos
«Este projecto é um sonho concretizado de apoio às famílias» para nós e como tal não as vemos como concorrência, mas sim com muito carinho e respeito. Todavia cremos que nos apresentamos com um espaço muito moderno, de concepção de grande qualidade, ape-
ABShalom – Para já não está no nosso horizonte próximo o desenvolvimento educativo de outros ciclos de ensino. Queremos, fundamentalmente centrar a nossa atenção naquilo que para nós é essencial, que são estas faixas etárias. Por outro lado, como queremos prestar um serviço de alta qualidade, não faria sentido dispersar a nossa actividade de saber em outros ciclos. Este projecto cumpre e serve, no essencial, a matriz que idealizámos e sobre a qual temos garantidas todas as competências e capacidades, tanto ao nível técnico, pedagógico e de gestão.
S+ - Que relações mantém a Shalom com as diversas instituições oficiais? ABShalom – As melhores. O nosso trabalho tem sido reconhecido e o nosso investimento também. Com a Segurança Social privilegiamos as parcerias e cooperamos sempre que somos solicitados, procurando encontrar respostas para as dificuldades das famílias. Esse é o nosso papel decisivo e é para cumprir essas funções sociais que existimos, agora na área do apoio ao ensino, mas também no apoio alimentar, na doação de bens e na interajuda com as famílias mais carenciadas e desprotegidas.
Novo Lar de Idosos em terreno contíguo A direcção da Shalom tem previsto também num terreno contíguo ao Colégio “Voar Alto” a criação de um novo lar de idosos. Trata-se de um projecto igualmente ambicioso que está ainda em fase de maturação. «Vamos aproveitar este terreno cedido pela Câmara de Setúbal para criar uma nova valência nesta área em que o concelho é tão carenciado», confirma a direcção da instituição. Mas o empreendimento está ainda pendente do lançamento de projectos de apoio por parte da administração central, o que não esmorece os responsáveis da Shalom, que estão mesmo confiantes na concretização, a prazo, «de mais este sonho».
II Especial “Voar Mais Alto“
Sábado
|
19.Maio.2012
www.semmaisjornal.com
Projecto modelar tem capacidade para 81 crianças na creche e 75 no Pré-Escolar
Um espaço diferente, moderno e multidisciplinar O novo edifício foi concebido para dotar a instituição de todas as condições para o exercício da actividade escolar sofisticada e com recurso a todas as performances de um ensino de alta qualidade. O edifício, apetrechado com condições ímpares de conforto e segurança, é composto por três pisos e está preparado para receber 81 crianças da Creche e 75 crianças do ensino Pré-Escolar. Espaço multiusos Conta também com um espaço multiusos para actividade de tempos livres, apoio domiciliário, ampla e moderna cozinha com capacidade para produzir mais de 600 refeições diárias e uma lavandaria do mais sofisticado que existe no mercado actualmente. O Piso 0 inclui os serviços de cozinha, lavandaria, escritórios e um armazém. No Piso 1 estão instaladas as salas do Pré-Escolar, recepção, gabinetes técnicos,
refeitório, e sala de isolamento, destinada a proteger as crianças em casa de doença, sempre acompanhada por uma ajudante de acção educativa. e sala polivalente. E o Piso 2 está reservado para as salas da Creche, gabinetes técnicos respectivos, refeitório, sala de isolamento e gabinetes da direcção. 40 postos de trabalho Em pleno funcionamento, o empreendimento vai gerar a criação de cerca de 40 postos de trabalho em diversas áreas, sendo que o projecto vai contar com a gestão de dois coordenadores pedagógicos e com um excelente grupo de educadoras e ajudantes de acção educativa. Para além da Creche e do ensino Pré-Escolar, o edifício “Voar Mais Alto” oferece uma gama de serviços complementares singulares neste tipo de instituição que vai das áreas da motricidade física, música, línguas estrangeiras, apoio médico e fisioterapia.
Sábado
|
19.Maio.2012
www.semmaisjornal.com
Especial “Voar Mais Alto“ III
IV Especial “Voar Mais Alto“ Associação Baptista Shalom IPSS
Sábado
|
19.Maio.2012
www.semmaisjornal.com
Espírito de voluntariado
Doze anos de intensa acção social Equipa
de Voluntários ao Serviço de toda a comunidade
A actividade da Shalom trespassa todo o universo da acção social e representa hoje uma das frentes mais versáteis e relevantes no apoio às famílias mais carenciadas e desprotegidas do concelho de Setúbal. Mensalmente, as equipas da instituição distribuem cabazes alimentares a cerca de 2000 pessoas e acompanham, no âmbito do Rendimento Social de Inserção, mais de 250 famílias, com o fornecimento gratuito de cerca de 140 refeições diárias. Os responsáveis da Shalom enfatizam o facto de trabalharem «com os pobres e entre os pobres», e por isso mesmo, a organização dispõe igualmente da Loja Social Shalom em Setúbal onde é distribuída roupa e calçado, para além de apoiar, através de «uma rede de doadores de boa vontade», famílias carenciadas com produtos de higiene pessoal, limpeza, mobílias e electrodomésticos.
VOAR MAIS ALTO creche e pré-escolar
inscriçÕes e inFormaçÕes: www.abshalom.pt voar.mais.alto@abshalom.pt facebook.com/abaptistashalom 265 541 093
A ideia de lançar a instituição partiu dos responsáveis da Primeira Igreja Evangélica Baptista, corria o ano de 2000, com base num projecto mais lato que pudesse «servir toda a comunidade sem excepção e respeitando as convicções de todos», como salientam os dirigentes da instituição. E são doze anos de trabalho intenso a um corpo vasto de voluntários que abraçaram a filosofia da instituição, que procura o bem-estar completo e a partilha da vida com os seus iguais. «São homens e mulheres que oferecem o seu tempo e
capacidades a todos os que precisam de ajuda e que o fazem de uma forma abnegada e sem interesse pessoal», explica Joaquim Moreira, da direcção da Shalom.
Shalom é o «bem-estar completo» do Homem
A designação ‘Shalom’ deriva do aramaico e tem uma semântica muito própria. Segundo os responsáveis da instituição setubalense, «o termo significa o bem-estar completo do homem em todas as suas valências e áreas». É este o princípio base e milenar que a Shalom defende e que é transversal aos dirigentes, voluntários e colaboradores. «Acreditamos que a vida só faz sentido quando partilhada com os outros!», advoga Joaquim Moreira.
ABERTU R OFICIAL A 1 De JU nho 20 QUinta 12 Da a mizaDe
setÚba l
Sábado | 19.Maio.2012
11
www.semmaisjornal.com
Reportagem Reportagem
Herdade da Comporta ensina 60 crianças a andar a cavalo Com o intuito de melhorar a qualidade de vida da comunidade e dar a conhecer a oferta turística, a Herdade da Comporta ofereceu aulas de equitação a 60 crianças das escolas da Comporta e Carvalhal. pais também se mostram muito satisfeitos pela oportunidade que está a ser dada de fazer algo diferente para ocupar os tempos livres dos mais novos. Quem sabe se não poderão sair daqui futuros praticantes de hipismo?». A iniciação às aulas de equitação tem como finalidade levar as crianças «a conhecer realidades com as quais nunca tinham contactado, contribuir para o seu crescimento e desenvolvimento e elevar os níveis de motivação e auto-estima». Além disso, a Fundação Herdade da Comporta pretende que as crianças possam tirar partido daquilo que a Herdade disponibiliza em termos de oferta turística. Aquela Fundação tem vindo a desenvolver uma série
de actividades ao longo do ano escolar e nas férias lectivas, desde o final de 2011, como o lançamento do concurso junto dos centros escolares da Comporta e do Carvalhal para a criação do logótipo da instituição e a realização da “Hora do Conto”, na qual uma colaboradora da Herdade da Comporta visita a Escola da Comporta duas vezes por semana para ler umas histórias e orientar actividades ligadas à história com as crianças. Foi também desenvolvido um workshop multimédia. O resultado desse trabalho consta na exposição patente no Museu do Arroz, cujas fotos estão a ser vendidas para que a continuidade do projecto seja realidade. Nas férias da Páscoa foi organizada uma visita às ruínas
de Tróia, ao Museu do Arroz e à adega, bem como duas caminhadas ecológicas, que levaram os alunos das escolas básicas até às praias da Comporta e do Carvalhal. É de destacar ainda o workshop para os mais pequenos, destinado a aprender a fazer teatro, com a actriz Ana Brito e Cunha. Aplausos e elogios A reportagem do Semmais acompanhou a aula do passado dia 11e falou com as crianças, pais e instrutor. Manuel Latas, 10 anos, rotula a acção de «gira» e não esconde que não tem perdido nenhuma aula. Já Ruben Silva, com a mesma idade, confessa que já aprendeu que é necessário ter sempre as costas direitas
quando se anda a cavalo. A mãe Filomena Latas, que não deixa de elogiar a iniciativa, admite que a equitação é «algo diferente para a ocupação dos tempos livres» dos mais novos. Por seu turno, Patrícia Pratas, 6 anos, conta que adorou a experiência e que vai convencer a amiga Cátia, que não se inscreveu, a aprender a andar de cavalo. O pai da pequena Patrícia, Luís Pratas avança que o projecto é muito positivo, uma vez que ensina as crianças a andarem de cavalo, numa zona onde escasseiam as actividades de lazer. Novas acções na calha José Ribeira é o instrutor das aulas de equitação e o responsável pelo picadeiro
CavalosNaAreia, empresa, com dois anos de vida. Está dotada de catorze cavalos, organiza passeios equestres e localiza-se num antigo armazém de arroz. Na sua opinião, o balanço das aulas é positivo, sendo que no final do projecto, as crianças vão ter direito a diploma de participação e, aquelas que pretenderem prosseguir, a algumas surpresas. «Estou a pensar trocar serviços por serviços, para aqueles pais que, de futuro, não possam pagar as aulas de equitação aos seus filhos», sublinha. No futuro, a empresa poderá avançar com outras acções, como canoagem, percursos pedestres e passeios de bicicleta. «Quando houver crescimento e autosuficiência poderemos partir para outras actividades», vinca.
Fotos: DR
A
Fundação Herdade da Comporta acabou de promover, ontem, sexta-feira, aulas gratuitas de iniciação à equitação para os alunos das escolas da Comporta e do Carvalhal. A iniciativa abrangeu 60 crianças, cada uma com direito a um conjunto de cinco aulas, que decorreram no picadeiro da empresa CavalosNaAreia, com gerência de José Ribeira, na localidade de Torre. A organização da iniciativa está a analisar a mehor forma para dar continuidade às aulas. Joana Espírito Santo, porta-voz da Fundação Herdade da Comporta, refere que o feedback desta acção é bastante positivo. «As crianças estão bastante satisfeitas por participar nestas aulas e os
12
Sábado | 19.Maio.2012
www.semmaisjornal.com
Arrábida Film Festival arranca quarta-feira em quatro cidades para projectar distrito no mundo «40 prémios e mais um» O elevado número de participações a concurso e a grande qualidade das películas levou a que, em colaboração com o júri do concurso, Sargedas optasse por aumentar o número de categorias a premiar. É por isso que o Festival vai «atribuir 40 prémios e mais um» aludindo à frase tornada célebre por Paulo Futre. Assim, para além das categorias inicialmente previstas de melhor documentário; melhor filme de promoção/ divulgação; melhor filme publicitário; melhor fotografia; melhor música/banda sonora; melhor guião/argumento; inovação e melhores efeitos visuais e pós-produção, o júri vai premiar as melhores pelí-
DR
A EDIÇÃO de estreia do Finisterra - Arrábida Film Art & Tourism Festival que arranca na quarta-feira, em Setúbal, Palmela, Sesimbra e Lisboa, «supera todas as expectativas», com uma centena de filmes oriundos de 18 países a concurso. O mentor da iniciativa, Carlos Sargedas, «não esperava uma adesão tão grande logo no primeiro ano» e regista o facto de estes resultados terem sido conseguidos em apenas dois meses. A iniciativa começou a ganhar corpo quando o fotógrafo sesimbrense deu largas a duas paixões: a fotografia e os filmes aliados ao amor pelas paisagens da Arrábida e do Cabo Espichel. Foi assim que surgiram os primeiros filmes promocionais, resultado dos passeios aéreos promovidos pela empresa de que é proprietário. A participação em festivais um pouco por toda a Europa foi sendo compensada com prémios, e de participante a organizador foi um salto. A mostra de filmes de promoção turística que o fotógrafo apresentou no ano passado foi o ponto de partida para a preparação do Finisterra que vai decorrer entre 24 de Maio e 3 de Junho, em Lisboa, Setúbal, Sesimbra e Palmela. Para além da mostra, vai contar com exposições, palestras, debates e promoção de produtos regionais e de divulgação de operadores turísticos, nas Docas, em Lisboa. O objectivo é promover do ponto de vista turístico
Prémio do Festival alude ao faroi do Cabo Espichel, ícone da iniciativa
Da Arrábida para o mundo em nome da promoção turística O Finisterra vai trazer à região da Arrábida individualidades de peso internacional e os media estrangeiros que podem traduzirse «em mais-valias para a divulgação desta zona como destino turístico pela excelência da sua oferta». A comunicação social internacional «que fará fortes
coberturas dos eventos» já confirmou em número considerável a sua presença e Carlos Sargedas sabe que poderá contar com acompanhamento jornalístico do Travel Channel Polaco e de um canal de televisão privado do mesmo país, assim como de uma comitiva de jornalistas gregos.
Está, também, garantida a presença, em Sesimbra, durante três dias, do embaixador da China, já que no dia 30 será inaugurada uma exposição sobre aquele país, numa unidade hoteleira da vila. Presença assegurada é também a de uma comitiva de Marrocos e do embaixador da Áustria.
«alguns locais que já foram utilizados e serviram de cenários em grandes produções cinematográficas», explica Sargedas, para quem importa «mostrar ao mundo o nosso potencial turístico, fortalecendo a imagem internacional da Arrábida, de Sesimbra e do Cabo Espichel, de modo a potenciar a atracção de novos investimentos turísticos». Numa altura em que se unem esforços para levar a Arrábida a Património Mundial da Unesco, esta é «uma boa oportunidade de promover a Serra e toda a sua envolvente através de um festival desta dimensão que chegará a muitos olhares espalhados pelo mundo». Embora trabalhe sem
culas nas categorias de turismo religioso; turismo de montanha; praia/mar; destinos; viagens; mergulho; natureza e vida selvagem; locais na História e depois o Grande Prémio que será atribuído ao filme que reunir melhor pontuação. «A decisão do júri foi tomada às centésimas e os primeiros lugares, com algumas produções nacionais pelo meio, foram decididos com muita dificuldade», adianta, ao revelar que o filme promocional da Candidatura da Arrábida é um dos filmes premiados, «sem qualquer espécie de favorecimento, o que vai trazer ainda mais projecção internacional não só para o vídeo como para a causa».
orçamento, o promotor já tem as contas feitas. «Um festival desta envergadura, durante tantos dias e com tantas actividades custa cerca de 75 mil euros», pelo que as parcerias são a base desta iniciativa. «Os hotéis da região oferecem praticamente todas as dormidas aos convidados e os restaurantes oferecem muitas refeições». Para além da empresa que faz os transferes, os apoios na construção do site do festival e a elaboração de todo o programa, há um conjunto de empresas que «apoiaram desde a primeira hora», sendo os apoios das entidades oficiais «são essencialmente logísticos». Marta David
Pub.
EDITAL CARLOS RABAÇAL, VEREADOR DA CÂMARA MUNICIPAL DO CONCELHO DE SETÚBAL: FAZ PÚBLICO QUE, no uso de competência delegada pela Presidente da Câmara, nos termos do artº 70º do CPA, procede à notificação edital, nos seguintes termos: Em 13 de Janeiro de 1987, foi celebrado contrato promessa de compra e venda do imóvel em regime de propriedade resolúvel, sito na Rua Dr. Álvaro Gomes, 8-5º Esq. Em Setúbal, a favor de Luís Carnot dos Reis, o qual veio a falecer em 1 de Janeiro de 2006. Os herdeiros do Sr. Luís Carnot dos Reis, têm o direito de adquirirem o referido imóvel. Face ao exposto, consideram-se os mesmos devidamente notificados, para no prazo máximo de 15 dias (úteis) manifestarem o seu interesse na aquisição do referido imóvel. Caso contrário e na ausência de resposta, considera-se que não têm interesse na respectiva aquisição. Para constar se publica o presente edital num jornal de âmbito local e vai ser afixado edital de idêntico teor nos lugares públicos do costume. O VEREADOR, Carlos Alberto Mendonça Rabaçal
MAI 2012
NR 22
BOREAL 05
Ensino Superior sem bolsa de estudo, quais as alternativas? Após nova legislação do atual Governo, para as bolsas de estudo no ensino superior, as instituições criam alternativas à tradicional ajuda. Muito se tem falado dos alunos do ensino superior que se vêm obrigados a desistir dos estudos, pois não têm condições financeiras para continuar, mas não se vê os responsáveis do governo a dedicarem um pouco do seu tempo sobre os problemas que os afetam, e a apresentarem soluções que garantam um emprego, à próxima geração de trabalhadores. Será que esse trabalho fica relegado para as instituições de ensino superior? Os serviços de ação social, do Instituto Politécnico de Setúbal criam alternativas às tradicionais bolsas de estudo, para que os seus estudantes possam continuar a estudar. Após a alteração na legislação da atribuição de bolsas de estudo no ensino superior, Andreia Godinho Lopes, diretora dos serviços de ação social do IPS, salienta que “o novo despacho veio restringir mais o leque de estudantes que nós podemos apoiar”. O instituto sentiu necessidade de criar apoios indiretos aos estudantes, tais como o “PAAS, que com recurso a receitas próprias”, pretende dar uma resposta extra aos “estudantes que não podem ser abrangidos pelo apoio social direto.” Como salienta a diretora dos serviços de apoio social do IPS,
a nova legislação veio redefinir o limiar de carência do agregado familiar, ou seja, neste momento aos olhos da lei “é considerado carenciado nos termos da legislação em vigor todos os estudantes que têm um rendimento per capita anual, inferior a 6868,79€”. Todavia, foi em 2010 que houve realmente uma grande alteração na legislação, pois todas as instituições começaram a seguir as mesmas regras de seleção dos bolseiros. Antes de 2010 nenhuma instituição considerava para efeitos de atribuição de bolsa de estudo a questão das dívidas à segurança social, “e a partir do momento em que saiu a regulamentação de 2010, fomos obrigados a isso”. Outra alteração também referida pela Dra. Andreia Godinho Lopes foi a alteração das regras do aproveitamento escolar, “que passou de 40% para 50%, e logo aí houve de facto um decréscimo grande”. Contudo, a maior alteração foi no cálculo dos rendimentos do agregado familiar do aluno, que se candidata a uma bolsa de estudo, pois como mencionado pela Dra. Andreia Godinho Lopes, “antes nós considerávamos o rendimento líquido e passámos a considerar o rendimento ilíquido, considerávamos abatimentos e deduções, como a renda da casa, etc. Deixámos de poder considerar, portanto um estudante que tinha condição de bolseiro, depressa a perdeu. Só o facto de considerarmos apenas o rendimento ilíquido foi uma quebra muito grande”. A diretora do serviço de ação social do IPS partilha a sua opinião, dizendo que “o regulamento
e a legislação em vigor estão a ser tenha bolsa ele pode arranjar uma feitos um bocadinho ao contrário. estrutura interna e melhorar uma Primeiro vemos quanto é que dissérie de competências que também pomos para gastar com bolsas de são importantes no mercado de estudo, e depois criamos as regras, trabalho. Porque a missão não é quando não devia ser assim”. só preparar estudantes, do ponto Muito antes de existirem tode vista dos conhecimentos. Estas dos estes problemas na atribuição competências que são transversais de apoios financeiros, e de forma ao ser humano, também aqui, sea combater as dificuldades dos jam desenvolvidas”. alunos deste instituto, foi criado Contudo a psicóloga, Dra. em 1997 um serviço de saúde, que Isabel Teixeira, salienta que “a começou inicialmente apenas psicologia não está introduzida com o apoio psicológico, em que como um benefício nesse sentido, o Instituto foi pioneiro, e desde de utilizarem novas estratégias, 2009 alargaram às fazer um planeamenrestantes valências to futuro, um proje(...) para médicas, como conto de vida diferente, sultas de planeamento que a juventude porque entretanto a familiar e consultas de portuguesa não vida mudou com a clinica geral. crise. Tudo isso não volte às condições Uma das psicólo- de outros tempos, está introduzido nas gas deste serviço, Dra. pessoas, e eventualem que só podia Graça Palmito, explica mente será por isso estudar quem que não fazem um que grande parte das recurso tão grande à vezes os alunos pro- tinha condições psicologia como pocuram este serviço financeiras para o deriam fazer”. por “questões de an- fazer. Espera-se dos siedade, rendimento jovens portugueses uma força académico, casos de depressões interior, uma chamada teimosia, associadas a todo este quadro. “ em continuar a perseguir os seus Era esperado que com a atual objetivos, e a realizá-los. A Dra. conjuntura económica, houvesse Graça Palmito refere que de “facto mais alunos a recorrer a este tipo há aqui uma série de apoios e de de serviço indireto, pois com a ajucompetências que até se podem da que este serviço disponibiliza, desenvolver do ponto de vista da é possível não só tratar dos prochamada inteligência emocional, blemas psicológicos referidos pela que são importantíssimas, e é Dra. Graça Palmito, bem como, uma ótima altura para se desenrealizar um projeto de vida, que volverem”. Do ponto de vista da ajude os jovens a delimitar um plapsicologia, referindo a Dra. Graça no de vida, que torne mais simples Palmito “as crises também podem a concretização dos seus objetivos. trazer benefícios, podem ser fases A Dra. Graça Palmito salienta que, de crescimento e desenvolvimento, “o apoio psicológico indiretamente e os estudantes são uma populaajudaria na situação económica, ção extraordinária nesse aspeto, porque mesmo que o aluno não
“
porque os jovens têm a capacidade de flexibilidade e de adaptação”. Assim o papel das instituições tornar-se-á muito importante, pois como diz a Dra. Andreia Godinho Lopes, “se nós não conseguimos por limitações, por um lado orçamentais, por outro da legislação, apoiar diretamente os estudantes, devemos promover o reforço das estruturas que apoiam estes de modo indireto. E continuar a trabalhar para termos cada vez mais e melhores estruturas, e assim dar respostas cada vez mais aproximadas àquilo que são as expectativas e as necessidades da nossa comunidade estudantil. É por aí que eu acho que vai passar o nosso papel nos próximos tempos”. Com certeza que o mais provável no futuro, será os estudantes em que se investiu “fugirem” para outros países, que garantam uma maior estabilidade financeira e também emocional, pois as duas estão intrinsecamente ligadas. Desta forma podemos ver que o futuro dos jovens portugueses, não depende somente deles, mas também daqueles que acreditam e apostam no seu país, reforçando todo o tipo de apoios, para que a juventude portuguesa não volte às condições de outros tempos, em que só podia estudar quem tinha condições financeiras para o fazer. E como refere a diretora do serviço de ação social do Instituto Politécnico de Setúbal, “um estado sem ensino é um estado que hipoteca o seu futuro”. Telma Bagulho telmac.bagulho@gmail.com
Programação
Academia Problemática e Obscura 25 de Maio
1 de Junho
“Os donos de Portugal”
Debate
documentário com a presença
sobre o Sahara Ocidental
do realizador, Jorge Costa
21:30h
21:30h
Ciclo de documentários sobre o Sahara Ocidental
8, 15 e 22 de Junho 21:30h
Rua Fran Pacheco n.º 178, Setúbal - Tel. 963 683 791 / 969 791 335
Fechar a MAC é (também) impedir a especialização! cionismo hospitalar vai no sentido O processo da MAC não é apeda alta especialização reservando nas uma questão de acesso do povo para uma certa periferia a noção a cuidados de alta qualidade ou do antiga de hospital generalista. Só favorecimento de maternidades com especialização é que foi possíprivadas ou público-privadas, nem vel ao país edificar uma instituição é apenas uma questão de se desde elevados padrões como é a MAC, mantelar uma instituição de nível, mesmo que a ela se apontem alorgulho legítimo do SNS. Uma instiguma cristalização ou falta de inotuição que de resto demorou anos a vação nesta ou naquela valência. A edificar e que demoraria décadas a MAC, na neonatologia, no alto risco reconstruir se o país aceitasse o seu e nos seus brilhantes resultados desmantelamento puro e simples. na mortalidade materna e infantil, Há um aspecto que porvendificilmente poderia surgir de uma tura escapa ao público mas que qualquer dinâmica generalista ou interessa trazer à colação e que a partir de um qualquer hospital concerne àquilo que é o evoluciogeral. Só atingiu esses padrões nismo hospitalar em todo mundo porque teve oportunidade de esdesenvolvido. capar à pressão conservadora do Importa pois saber se é o gegeneralismo. neralismo e os chamados hospitais É bom dizer aliás que num gerais que vingam ou se vamos no ambiente de forte consentido de organizatracção da natalidade é ções especializadas A voz do a MAC que continua a de elevado foco em ser a grande atracção entidades nosológi- generalismo para as mães desecas concretas. Foco sempre soprou josas de fornecer as esse que implica alta forte da João melhores condições especialização, indus- Crisóstomo, deu de nascimento aos trialização e dedicação guarida aos velhos seus filhos. Quem pelo articulada de meios interesses dos contrário mostra séria para lidar com actos quebra na procura e que devem ser repeti- hospitais gerais sinais evidentes de critivos, estritos, com alta e sentiu-se agora dextreza e eficiência mais livre para sair se são as maternidades de hospitais gerais em clínica, ainda que se à rua de tesoura Lisboa. admitam formas de em punho. A vantagem evopartilha de serviços lutiva da especializacomuns na esfera da ção estende-se aliás aos IPOs e hotelaria e de meios tecnológicos ao Hospital de Santa Cruz com a pesados. sua forte valência de Cardiologia A resposta é simples: o evolu-
“
M.A.C DO ESTÚDIO DE MÁRIO DE NOVAIS (S.D.), IN BIBLIOTECA DE ARTE DA F.C.G..
2012
NR 22
MAI
06 NA VIGIA
Médico-Cirúrgica, instituições também elas enraizadas na admiração de doentes, mas igualmente dos profissionais que nelas confiam para referenciar os seus doentes. As fulcrais instituições especializadas do SNS não deixarão de sentir o ataque inexplicável à MAC como prenúncio de futuras tentativas de desarticulação que possam estar em preparação. O papel da especialização na indústria hospitalar é fácil aliás de mostrar quando se pergunta a qualquer especialista quais são as instituições estrangeiras de maior prestígio. Logo surgem ao de cima, entre as primeiras, inúmeros exemplos de hospitais especializados na Europa e nos EUA.
As crises, como a actual, sempre exacerbam lutas de interesses que antes evoluiam de forma menos intensa nos bastidores do ministério. A voz do generalismo sempre soprou forte da João Crisóstomo, deu guarida aos velhos interesses dos hospitais gerais e sentiu-se agora mais livre para sair à rua de tesoura em punho. Apenas esgrime esta corrente com o princípio de cortar na despesa – embora o fulcro da ineficiência esteja nos hospitais gerais e não nos especializados – porque haveria, em resultado da crise, uma espécie do direito do generalismo à liberdade em detrimento da especialização. Na crise, parecem dizer, deveríamos voltar ao regaço
do antigo regime, uniforme, das instituições generalistas. As saídas para a difícil situação em que está o país não poderão ser encontradas no retrocesso, mas em apostas fortes na especialização e na obtenção dos mais elevados padrões de qualidade. Deixar desmantelar a MAC é deixar agravarem-se os factores de crise. Apostar na especialização e na forte industrialização, largamente permitida pelas instituições do tipo da MAC, é que será o caminho capaz de ajudar à saída da presente crise. Paulo Fidalgo Médico, IPOL-FG paulofidalgo@inbox.com
Consumo compulsivo, necessidade(s) insatisfeita(s) A facilidade na obtenção de créAssistimos nas últimas décadito foi também um factor que das a profundas alterações a nível muito contribuiu para tornar o cultural, económico e social. As consumo apetecível sociedades ocidene ilusoriamente fátais tornaram-se esAs próprias cil e sem custos. Os paços de consumo, comportamentos de em que os bens ma- actividades de consumo compulsiteriais e a sua posse lazer passaram a vo devem ser vistos passaram a desem- estar, sobretudo como intimamente penhar um papel e nas últimas duas intrincados nas altea ter uma função e décadas e meia, rações, que podemos um significado immesmo rotular de portantes. Vivemos muito ligadas, radicais, que se têm num espaço social interdependentes vindo a verificar em do ter para ser e não mesmo, do todo o tecido social tanto do ser para ter, consumo. que nos envolve. em que vale mais as O fenómeno do coisas que se conseconsumo compulsivo tem-se guem, e menos, a forma como tornado cada vez mais prevalense conseguem essas mesmas te, independentemente do nível coisas. Uma sociedade onde há socioeconómico das pessoas, do um empobrecimento afectivo; seu vencimento e do seu crédiuma sociedade das tecnologias to disponível, fenómeno a que e da eficácia, do pronto a pennaturalmente não são alheias sar e a consumir. Uma sociedade as alterações sociais referidas. dos programas e do que está na Trata-se de um fenómeno com moda. As próprias actividades uma relevância clínica significade lazer passaram a estar, sobretiva e que tem tido nos últimos tudo nas últimas duas décadas tempos cada vez mais interesse e meia, muito ligadas, interdepor parte de psicólogos e invespendentes mesmo, do consumo.
“
cente e adulto, não vê satisfeitas tigadores. Mas porque será que estas e outras necessidades, que algumas pessoas, mais do que obviamente vão sofrendo alteraoutras, sentem uma enorme neções na sua importância relativa cessidade de comprar? O acto de ao longo do desenvolvimento, comprar preenche sempre uma geram-se focos irritativos, fica necessidade. Mas de que necessidade, ou necessidades falamos? o sentimento de insatisfação, o Diríamos apenas que quando mal-estar, a sensação de boca algo é excessivo no seca num dia de veser humano, no seu rão, de frio num dia (...) O acto comportamento, gede inverno porque nericamente na sua de comprar o casaco não protepersonalidade, esse preenche sempre ge do vento gelado, carácter excessivo é uma necessidade. numa palavra, fica sempre compensaa frustração. E esse Mas de que tório, tem sempre a amargo de boca, difunção de compensar necessidade, ou gamos assim, não alguma coisa que a necessidades desaparece nunca, p e s s o a s e n t e q u e falamos? marca o registo da falta, dir-se-ia, se se memória para semprecisa muito, é porque se teve pre e coloca a pessoa na posipouco…. O que hoje nós psicóloção de carência e de necessidade gos bem sabemos é que ao longo permanentes a que pode tentar do desenvolvimento, e para além responder de várias formas, indas necessidade mais básicas de cluindo o consumo compulsivo. protecção e cuidados, a criança tem diversas outras necessidades, Rui C. Campos de afecto, proximidade, reconhePsicólogo cimento, valorização, autonomia. Professor de Psicologia da Quando por diversas razões, a Universidade de Évora criança, e mais tarde o adoles-
“
Propriedade e editor: Prima Folia - Cooperativa Cultural, CRL Morada: Rua Fran Paxeco nº 178, 2900 Setúbal Telefone: 963 683 791 • 969 791 335 NIF: 508254418 Director: António Serzedelo Subdirector: José Luís Neto • Leonardo da Silva Consultores Especiais: Fernando Dacosta • Raul Tavares Conselho Editorial: Catarina Marcelino • Carlos Tavares da Silva • Daniela Silva • Hugo Silva • José Manuel Palma • Maria Madalena Fialho • Paulo Cardoso Director Artístico: Dinis Carrilho Consultor Artístico: Leonardo Silva Morada da Redacção: Rua Fran Pacheco nº 176 1ª 2900-374 Setúbal Email: Jornalosul@gmail.com Registo ERC: 125830 Deposito Legal: 305788/10 Periocidade: Mensal Tiragem : 45.000 exemplares Impressão: Empresa Gráfica Funchalense, SA - Rua Capela Nossa Senhora Conceição, 50 - Moralena 2715-029 - Pêro Pinheiro
MAI 2012
NR 22
ASSOCIATIVISMO 07
FOTOGRAFIA NO INTERIOR DE S. LÁZARO . SAOLAZARO94.BLOGSPOT.PT
ISTO NÃO É UMA OKUPA: é uma discussão sobre planeamento urbano
O que têm de diferente a Es.Co. La da Fontinha, no Porto, ou a casa de S. Lázaro, em Lisboa, dos restantes movimentos de ocupação? Porque é que, de uma casa para a outra, estes movimentos ganham poder no espaço público mediatizado, levando a discussão para além da questão da propriedade privada? As explicações podem tecer-se com diversos motivos, mas há um que parece não levantar dúvidas: perante um estado social falido, que não consegue garantir nem os direitos cidadãos, nem a preservação do seu próprio património, há que pôr mãos à obra e criar alternativas, negando o papel de «vítima da crise» e provocando autonomamente novas possibilidades de desenvolvimento pessoal, social, cultural e económico. É fácil aceitar o argumento de que a propriedade privada deve ser respeitada. Também é fácil acei-
ocupação de propriedade privada tar que «propriedade privada» não municipal conseguiram fazer, do pode querer dizer o mesmo quando seu quintal, um trampolim para a propriedade privada é pública, todos os quintais dos como no caso de um centros urbanos, geedifício municipal. Os A vereadora rando discussões ao impostos representam nível do planeamenuma receita pública da Acção Social to urbano e territorial, demasiado alta para prefere admitir das políticas de habinão nos interessar o que todos os tação, das políticas destino das nossas sociais e da gestão linhas ferroviárias, dias expulsa dos pública do património. das nossas barragens, seus edifícios Em Lisboa, o colectidas nossas escolas e municipais vazios vo que ocupou o n.º 94 do nosso património. famílias pobres, da rua de S. Lázaro, no Deve interessar-nos, a discutir as Martim Moniz, na sua portanto, discutir o políticas que levam primeira Carta Aberta destino dos milhares dirigida à vereadora da de alojamentos muni- a essa inexplicável Acção Social Helena cipais devolutos que acção social Roseta, afirmou-se apodrecem no centro kafkiana. como um grupo de das cidades e, pelos habitantes da cidade de Lisboa que vistos, isso interessa também a assistem, pensam e criticam há váquem ocupou e resiste na Fontirios anos o modelo de revalorização nha e em S. Lázaro. a que têm sido sujeitos os bairros Os recentes movimentos de
“
da cidade. A ocupação torna-se um meio privilegiado para accionar a revisão de leis obsoletas, que desertificam os centros urbanos, adubam as periferias, favorecem a especulação imobiliária, negam o direito à habitação e sustentam, ainda assim, o direito a manter vazios os seus edifícios. Helena Roseta, por seu lado, não tem estado à altura de um diálogo sério e fundamentado. Perante um colectivo que exige um novo paradigma, afirmou: não me agradam as desocupações, mas todos os dias as temos: de famílias carenciadas que querem casas. Seria um precedente enorme. Não posso tratar este grupo de forma diferente do que trato essas famílias pobres. A vereadora da Acção Social prefere admitir que todos os dias expulsa dos seus edifícios municipais vazios famílias pobres, a discutir as políticas que levam a essa inexplicável acção social kafkiana. Resta saber que o colectivo de S. Lázaro se nega a discutir uma política do bate-pé e da barricada. A uma reunião convocada pela vereadora, compareceram representados por especialistas na área social e urbana. Perante a afirmação, da mesma vereadora, de que o edifício estava em risco de derrocada, o colectivo recorreu a especialistas para produzir o seu próprio relatório de peritagem, que comprovou a segurança do n.º 94. Quando um despacho proferido pela vereadora alterou o prazo de desocupação voluntária previsto no n.º 2 do artigo 4.º do Regulamento das Desocupações de Habitações Municipais (RDHM), reduzindo-o de 90 para 10 dias úteis nas situações de ocupações não autorizadas de habitações municipais, o colectivo avançou com uma providência cautelar no Tribunal Administrativo de Círculo de Lisboa, denunciando a aprovação ilegal de um despacho fora da Assembleia Municipal. Se os Estado continuar a olhar estes movimentos como insignificantes actos de rebeldia, desobediência ou provocação, vão atrasar-se
na discussão. E quando chegarem à falência, cheios de propriedade que não podem gerir, os cidadãos já terão encontrado, afirmado e conquistado as suas próprias soluções. Sandra Coelho Jornalista sandrafcoelho@gmail.com
PUBLICIDADE
A &D Arte e Decoração José Paulo B. Nobre
Pintura decorativa de interiores e exteriores - Conservação e restauro de Pintura Mural artedecoracao93@gmail.com tm: 963106106 Rua do Pincho nº 10 - 2250-055 Constância
15% descontos
Sábado | 19.Maio.2012
13
www.semmaisjornal.com
+ Negócios 150 colaboradores das duas empresas temem os próximos dias e aguardam reestruturações prometidas
Futuro incerto na Cabovisão e CNE pode engrossar desemprego da região Trabalhadores das duas empresas pediram ajuda esta semana em frente às câmaras de Palmela e Setúbal. Sindicatos temem que novos despedimentos aumentem número de desempregados do primeiro trimestre. :::::::::::: Bruno Cardoso :::::::::::
Fotos: Sofia Palma
A
maior parte dos 100 trabalhadores abrangidos pelo processo de despedimento colectivo levado a cabo na Cabovisão poderá em breve fazer aumentar o número de desempregados do distrito, que, no final do primeiro trimestre do ano, chegava já perto dos 50 mil. O número é considerado «alto» pelo coordenador da União de Sindicatos de Setúbal, Luís Leitão, que Pub.
confessa estar igualmente preocupado com o futuro incerto de meia centena de colaboradores da Cimentos Nacionais e Estrangeiros, S.A. (CNE). Os colaboradores da CNE manifestaram-se esta semana em frente à Câmara Municipal de Setúbal e temem já não regressar à empresa porque o seu processo de viabilização ainda não está resolvido. Reivindicam o pagamento do subsídio de Natal e
contestam a recente proposta de férias apresentada pela administração. Em declarações ao Semmais, Luís Leitão lamenta que o impasse dependa apenas «da injecção de 5 milhões de euros na empresa» e afirma mesmo não compreender as razões que levaram a CNE a chegar até esta situação, tendo em conta que esta tinha, alegadamente, «lucros, bem como uma quota de 6% do cimento nacional, o equivalente à produção de 18 mil toneladas por dia». Por sua vez, os trabalhadores da Cabovisão também mobilizaram esta semana, às portas da Câmara Municipal de Palmela. Na ocasião, António Caetano, dirigente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores das Comunicações e Audiovisual
(SINTTAV), pediu ajuda à presidente da autarquia, Ana Teresa Vicente, para travar o processo de despedimento colectivo e lamentou que a administração da Cabovisão não tivesse falado previamente com o sindicato a dar conta das suas intenções. Até ao momento, a empresa não prestou qualquer tipo de comentários sobre o assunto, embora tenha recentemente emitido um comunicado a dar conta dos atrasos que tinha junto dos fornecedores de conteúdos. Legislação laboral pode combater desemprego O Secretário de Estado do Emprego, Pedro Silva Martins, considerou, porém, que as alterações recentes implementadas na legislação laboral podem ajudar
a «combater o desemprego» e gerar «ganhos e condições que possam colocar as empresas a funcionar de forma mais eficiente». «Estão a ser desenvolvidas medidas que vão centrar-se na protecção do Estado ao trabalhador e não tanto no posto de trabalho», acrescentou o membro do Governo, durante um seminário no Seixal sobre empreendedorismo e autoemprego organizado pelo IEFP e IAPMEI.
Despedimento arranca em breve O processo de despedimento colectivo na Cabovisão deverá começar para a semana. A revelação foi feita ao Semmais por Ana Teresa Vicente depois da reunião que esta teve com a direcção-geral da empresa. De acordo com a edil, a Cabovisão alega ter «excesso de gastos e poucos lucros», justificando assim o despedimento de 100 trabalhadores. «Ainda assim, disseram que a inteção seria manter a empresa», afirma. Apesar de a questão das indemnizações ainda não estar a ser tratatada, a autarca diz que a Cabovisão «pretende minimizar os impactos reais da medida, cumprindo não apenas aquilo que a lei diz».
14
Sábado | 19.Maio.2012
O GRUPO Portucel Soporcel é um dos destaques na primeira edição da Setúbal Concelho Sustentável, uma feira promovida pelo município setubalense, que decorre até domingo, na Avenida Luísa Todi. Ambiente, sustentabilidade e responsabilidade social são temáticas centrais num evento que conta com a participação de empresas e instituições locais, estabelecimentos de ensino, e da população setubalense. A presença do grupo nesta iniciativa constitui para a administração da empresa, «uma oportunidade para partilhar com a população a sua missão de proteger a
DR
Portucel promove Setúbal Sustentável
A Portucel vai mostrar à cidade todas as suas potencialidades
floresta e o meio ambiente», dar a conhecer a sua política de responsabilidade social e «as boas práticas ambientais» seguidas pelo grupo no complexo industrial de Setúbal.
No stand, irá distribuir plantas dos seus viveiros e organizar jogos infantojuvenis, numa «oportunidade para reforçar o seu compromisso na geração de riqueza e bem-estar nas
regiões onde está presente, promovendo comportamentos responsáveis e alertando para a necessidade de preservar o meio ambiente», adianta a empresa. O grupo Portucel Soporcel é um grupo florestal verticalmente integrado, com actividade de investigação própria, desenvolvendo actividades em toda a cadeia de valor, desde a floresta à produção de pasta de celulose, energia e papel. O grupo é um dos principais responsáveis pela valorização da floresta portuguesa, contribuindo para a dinamização da fileira florestal nacional que representa 10 por cento das exportações de bens do país.
Repsol cresce no primeiro trimestre de 2012 A REPSOL registou um lucro líquido de 643 milhões de euros no primeiro trimestre deste ano, mais 12,4 por cento que os 572 milhões de euros registados no período homólogo de Pub.
2011. Incluindo as actividades de YPF, o resultado líquido do trimestre ascendeu a 792 milhões de euros, o que representa um crescimento de 3,5 por cento face aos 765 milhões de euros do mesmo
período do ano anterior. De acordo com o grupo petrolífero espanhol, os números alcançados devemse, fundamentalmente, à «melhora dos preços de realização do crude e do gás da
Repsol, com incrementos de 15,5 por cento e 12,1 por cento, respectivamente, à prática normalização da actividade na Líbia, e aos maiores resultados da divisão de gás natural liquefeito».
www.semmaisjornal.com
Notas Físcais
Informações Vinculativas e Orientações Genéricas O Art.º 68 da Lei Geral Tributária (LGT) e o Art.º 57 do Código de Procedimento e Processo Tributário (CPPT) trata das “informações vinculativas” Em termos práticos, os contribuintes podem solicitar à Autoridade Tributária, informações sobre qualquer questão sobre a sua situação tributária, exceto quanto a factos abrangidos por procedimento de inspecção tributária e cujo início tenha sido notificado ao contribuinte antes do pedido. Atento o principio da boa fé, as informações prestadas vinculam a Autoridade Tributária, que não poderá proceder de forma diferente do sentido da informação, a não ser em cumprimento de decisão judicial. Ou seja, a informação vinculativa, produz efeitos numa situação individual e concreta, perante a própria Autoridade Tributária, que fica obrigada a decidir em conformidade com o informado. Apesar da decisão sobre o pedido do pedido de infor-
Paulo Janela pjjanela@gmail.com
mação vinculativa admitir recurso hierárquico, não constitui um ato administrativo, pelo que não é susceptível de recurso contencioso. No que concerne às orientações genéricas, estas normalmente assumem a forma de circulares administrativas, instruções e despachos administrativos. As orientações genéricas, não são, regra geral, fonte de Direito Fiscal, não vinculam os contribuintes nem os tribunais, não tendo o valor de interpretação autêntica. Vinculam apenas a Autoridade Tributária. Na esteira do princípio da colaboração da Autoridade Tributária com os contribuintes, impõe que se dê publicidade às orientações genéricas relativas à interpretação de normas tributárias, acessíveis através de base de dados com atualização permanente, como assim o exige o Art.º 56 do CPPT. A referida base de dados encontra-se disponível no Portal das Finanças em, http:// info.portaldasfinancas.gov.pt/ pt/informacao_fiscal/.
Sábado | 19.Maio.2012
15
www.semmaisjornal.com
+ Região
BARREIRO
O MUNI CÍPIO avança, a partir da próxima semana, e até ao final de Maio, com uma semana totalmente dedicada aos agentes da protecção civil a operarem no concelho. A ideia é destacar o papel que as várias entidades ligadas a esta área desempe nham na segurança e salva guarda de populações e bens, adianta o executivo barrei rense, para quem as inicia tivas previstas pretendem, também, alertar os munícipes para os cuidados a ter em caso de emergência. A semana é também aproveitada para a entrega de condecorações aos bombeiros, seguida de uma cerimónia oficial de home
nagem às corporações presentes no município. Um dos maiores desta ques do programa de inicia tivas vai para o simulacro na Escola Secundária Alfredo da Silva, com os operacionais dos Bombeiros Voluntários Sul e Sueste; bem como para o Dia do Bombeiro, celebrado a 27 de Maio, que contempla visita do executivo camarário aos quartéis, um desfile de viaturas dos bombeiros e respectivas fanfarras. A reter, tamb+em, no dia 30, no Auditório da Escola Superior de Tecnologia do Barreiro/Instituto Politéc nico de Setúbal, um semi nário com o tema Riscos Sociais, Naturais e Tecno lógicos.
Montijo quer mais protecção e segurança MONTIJO
ESTE ano, pela primeira vez, o muni cípio montijense vai assinalar o Dia Municipal da Protecção Civil e da Segurança, sendo o domingo dedicado a inicia tivas marcadas para a Praça da República. Uma parada estática com todas as forças e agentes de protecção civil do distrito de Setúbal e do concelho do Montijo abre as cerimónias, que prosseguem com as intervenções oficiais e uma exposição de meios de protecção e socorro. A meio da manhã, a frente ribeirinha será palco para um simulacro de acidente aéreo, que simu lará um cenário real de emer gência onde será possível assistir à actuação dos meios de socorro dos Bombeiros Voluntários do Montijo, da Cruz Vermelha Portuguesa, da Polícia Marítima e da
Força Aérea, coordenados pelo Serviço Municipal de Protecção Civil e CDOS de Setúbal. O Dia Municipal Segu rança pretende mobilizar todos os agentes da socie dade para temas como a criminalidade e a insegu rança urbana, os novos fenó menos resultantes das alte rações climáticas, bem como para questões como os riscos da actividade industrial, as novas acessibilidades terres tres e a probabilidade de acidentes com matérias peri gosas, o manuseamento de equipamentos e do gás doméstico. Com esta iniciativa, a autarquia apela a uma atitude proactiva de todas as entidades e agentes com responsabilidades na prevenção, socorro e segu rança, mas também de todos os cidadãos.
A FRE GUESIA de Cacilhas é palco da cerimónia militar de encer ramento do Dia da Marinha, este domingo, a partir das 11h30, junto à Fragata D. Fernando II e Glória. A partir das 10 horas, realiza-se na Igreja Paro quial de Nossa Senhora da Assunção, uma missa em sufrágio dos militares, mili tarizados e civis da Marinha falecidos. Em Cacilhas tem lugar a cerimónia militar, seguida de vários exercícios de demonstração de capaci dades por parte da Armada Portuguesa, que marca o ponto alto e o encerramento das comemorações. O Dia da Marinha, 20 de Maio, celebra a chegada da
DR
ALMADA
O ponto alto das comemorações do Dia da Marinha inclui vários exercícios de demonstrações
Armada de Vasco da Gama a Calecute, nesse mesmo dia, em 1498, tornando-se
no primeiro europeu a circundar o continente afri cano pelo Cabo da Boa
Esperança e a descobrir o caminho marítimo para a Índia.
Peixe-espada de Sesimbra afirma turismo SESIMBRA
OS SA BORES característicos do mar de Sesimbra voltam à mesa na 7.ª edição da Quinzena Gastronómica do Peixeespada Preto, entre 26 de Maio a 10 de Junho. Durante o certame, algumas dezenas de restau rantes do concelho apre sentam várias receitas à base desta espécie, desde os famosos filetes de peixeespada preto fritos com arroz de tomate, ao peixe-espada preto guisado com ervilhas, passando por outras propostas mais sofisticadas. Um dos destaques deste ano é a realização do workshop Peixe-espada Preto na Sua Mesa, marcado para 9 de Junho, sábado, no restaurante O Canhão, onde cada participante tem a
Uma semana gastronómica dedicada ao peixe-espada preto
oportunidade de confec cionar a sua própria refeição. A organização promove ainda o Dia do Peixe-espada Preto, no dia 7 de Junho, em que o prato fica pelo preço de 7 euros, e um passatempo. O programa vai estar dispo nível num site, que reunirá
toda a informação sobre esta e edições anteriores deste acontecimento gastronómico. A Quinzena do Peixeespada Preto é promovida pela Câmara de Sesimbra, em parceria com a Junta. Em terra de tradições pesqueiras, a autarquia
promove, mais uma vez, o dia de homenagem ao pescador sesimbrense, a 31 de Maio. A entrega de distinções aos barcos com maior volume de vendas em 2011 e ao pescador mais antigo em actividade é um dos momentos altos das comemorações. O tributo aos homens do mar prossegue com a colo cação de uma coroa de flores no Monumento ao Pescador e uma missa em honra dos pescadores de Sesimbra. Este ano, o programa será ainda assinalado com uma visita ao Porto de Abrigo, cujo objectivo é dar a conhecer as lojas de companha, as artes de pesca e as actividades que se desenvolvem no porto. A visita é gratuita e está aberta ao público.
Moita acusa Governo de ‘fechar’ Bairros Críticos MOITA
A CÂMARA da Moita e a Junta de Freguesia de Vale da Amoreira estão revoltadas com a decisão do Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU), de pôr fim a Iniciativa Bairros Críticos (IBC) que definia a requalificação do bairro Vale da Amoreira. As duas autarquias locais acusam o IHRU de ter tomado uma decisão «unila teral» prejudicando milhares de habitantes do concelho, bem como «a intenção daquele instituto de não dar sequência aos compromissos assumidos» no âmbito da parceria Vale Construir o
Futuro. Lamentando o suce dido, as autarquias afirmam que a medida «impede a consolidação do projecto, frustrando as expectativas das instituições e da popu lação do Vale da Amoreira, confiantes no prolonga mento da IBC até 2013, conforme decisão do Governo». O compromisso assinado em Janeiro de 2010, no âmbito da parceria Vale Construir o Futuro, previa um investimento global de 8 milhões de euros, sendo o IHRU, responsável pela execução de projectos no valor de 4,6 milhões de euros,
DR
A ideia é divulgar os diversos agentes de protecção civil
Dia da Marinha encerra em Cacilhas
D.R.
D.R.
Barreiro ajuda soldados da paz
Vale da Amoreira a meio gás
dos quais se destaca a requa lificação do espaço público. As autarquias lamentam este desfecho para uma intervenção que, segundo afirmam, «se pretendia estru
turante e mobilizadora», num território socialmente frágil como é o Vale da Amoreira. A IBC foi criada pelo Governo em 2005 e desti nada à qualificação e rein serção urbana de bairros críticos. Actuava em três locais, tratando-se de uma iniciativa interministerial experimental, enquadrada na política de cidades e orientada para a integração sócio urbanística de terri tórios que apresentam factores de vulnerabilidade. O protocolo. de 2006, articula a perspectiva de desenvolvimento econó mico, social e ambiental.
16
Sábado | 19.Maio.2012
ALCOCHETE
da empreitada pública vai restringir-se ao revestimento paisagístico do avanço da muralha», sendo o remanes cente executado «num momento mais oportuno do ponto de vista financeiro». O projecto prevê a cons trução de uma plataforma de aterro que avançará 15 metros sobre o rio e a criação de uma nova muralha. Sendo também a Ponte Cais um elemento distintivo na marginal, o projecto inclui a realização de acções de conservação, reparação e renovação de estruturas, assim como a reconfiguração da sua rede de iluminação pública. A requalificação da Rua do Norte e Largo Miseri córdia totaliza uma área de intervenção de 5.659 m2 e
abrange também o largo envolvente à Capela da Nossa Senhora da Vida. O projecto de prevê a ampliação da Rua do Norte, com repavimentação e da redução de estacionamento. A Igreja da Misericórdia verá também alterado o espaço desnivelado de acesso lateral com a construção de um muro de suporte. Já no Largo da Miseri córdia será deslocada a via que contorna a Igreja, de modo a alinhar-se com a Rua João Facco Viana, criando um entroncamento entre estas duas ruas e a Avenida D. Manuel I e prevê-se a redefinição dos lugares de estacionamento, assim como a reorganização das circulações viária e pedonal.
DR
O S PROJECTOS de requalifi cação da frente ribeirinha de Alcochete já têm ‘luz verde’ do executivo. Trata-se de projectos da responsabilidade da Câmara de Alcochete, com excepção da requalificação da Ponte Cais e da compo nente marítima da Avenida D. Manuel I, cujas interven ções são da responsabili dade da Administração do Porto de Lisboa. A requalificação da Avenida D. Manuel I está divi dida em componentes terrestre e marítima. Sobre a componente terrestre da responsabilidade da Câmara, o edil alcochetense esclareceu que, face à difícil conjuntura económico-financeira, «o concurso para a realização
Devolver o espaço às pessoas e promover o usufruto da marginal é o objectivo da autarquia
Água para rega e lago do Bonfim vai ser captada em furo próprio
DR
Alcochete promete revolução em toda a frente ribeirinha
www.semmaisjornal.com
A obra do município sadino está orçada em cerca de 63 mil euros e permite poupar água SETÚBAL
A ÁGUA necessária para a rega e para o lago do Parque do Bonfim passa a ser assegurada por um furo de captação subter rânea que o município está a construir no terreno. O projecto está orçado em cerca de 63 mil euros. A obra, iniciada esta semana, inclui a execução de um furo para captação e abastecimento de água, com uma profundidade aproxi mada de 120 metros, apetre chado com um sistema de eletrobombagem.
Na empreitada, com duração prevista de quatro semanas, está incluída a construção de um depósito para armazenamento e distribuição de adubos e fertilizantes, produtos mistu rados automaticamente na água aquando da realização da rega no Parque do Bonfim. O sistema centralizado de rega é controlado por sistema remoto. Assim, as alterações que venham a ser necessárias, como a mudança dos períodos de rega, a dosagem de adubos
e fertilizantes e a interrupção do funcionamento do sistema, são efectuadas sem necessidade de desloca mento de meios humanos ao local. Este investimento, à semelhança de outros já realizados no jardim da Algo deia e em Vanicelos, inserese na política do município de gestão de recursos hídricos e de redução de custos. Os bebedouros insta lados no Parque do Bonfim continuam a ser servidos por água da rede.
Seixal festeja quatro Casa Ermelinda Freitas conquista júri de aniversários em um Fernando Pó com os seus bons vinhos freguesias, particularmente na área da cultura, estão previstas para domingo uma cerimónia e um concerto na Timbre Seixalense com a banda da casa e a especial participação da Sociedade Filarmónica União Seixalense. No mesmo dia, em Corroios, a data é assinalada, no pavilhão do Alto do Moinho, com as já tradicio nais iniciativas Gala das Artes Marciais, Festival Gímnico e Festival Interna cional da Canção Infantil e Juvenil.
D.R.
AMORA, Cor roios, Fernão Ferro e Seixal assinalam, este domingo, os respectivos aniversários, com festa um pouco por todo o concelho. A data em que a cidade do Seixal faz 19 anos é a mesma em que as fregue sias de Amora, Corroios e Fernão Ferro assinalam os mesmos anos de vida, pelo que as comemorações vão prolongar-se por todo o fimde-semana. Este ano dedicada à valo rização do património das
A festa promete em Corroios, Seixal, Amora e Fernão Ferro
PALMELA
A CASA Ermelinda Freitas venceu a 17.ª Edição da Mostra de Vinhos de Fernando Pó, que decorreu este mês com a envolvência de 28 vinhos, ou seja, menos um que no ano transacto. O néctar vencedor irá ser a base do futuro Dona Ermelinda, Reserva de 2011, que deverá ser lançado daqui a um ano, após estágio em barrica de carvalho francês durante nove meses. Leonor Freitas, gerente da empresa vencedora, sente-se «extremamente satisfeita» pela conquista do prémio, subli nhando que o mesmo repre senta o «reflexo da qualidade dos vinhos da zona onde nasceu e habita». E faz questão de parti lhar o galardão com todos os colegas envolvidos na mostra de vinhos. Duarte Pedroso, respon sável pela mostra, faz um balanço «muito positivo» e realça que este ano foi batido o recorde de presenças nos três dias da feira. «A crise não passou por Fernando Pó. O tempo ajudou e fizemos
DR
SEIXAL
Leonor Freitas recebeu das mãos da organização da Mostra o troféu de melhor vinho tinto
algumas alterações na mostra que foi visitada por cerca de 7 500 pessoas nos três dias». Na Mostra de Fernando Pó, que contou com treze stands, também estiveram expostos catorze vinhos brancos sem direito a concurso.
Os melhores dez vinhos 1.º Casa Ermelinda Freitas; 2.º José Bento Freitas; 3.º Fernando Carreira; 4.º Freitas & Palhoça, Lda.; 5.º Naciolindo Baeta; 6.º
Fernando Pereira; 7.º Alice Palhoça; 8.º Pedro Monteiro; 9.º Agro Silvestre; 10.º Casa Assis Lobo.
Sábado | 19.Maio.2012
17
www.semmaisjornal.com
Alcácer do Sal mostra flamingos na Reserva do Estuário do Sado ALCÁCER
A QUARTA semana de Maio, dedicada pela Unesco à educação artística, vai ser celebrada em Sines com diversas iniciativas. O Centro de Artes de Sines (CAS), através do Serviço Educativo e Cultural e da Biblioteca Municipal, associa-se às comemorações apresen tando um leque diversifi cado de actividades sobre esta temática, na Semana da Educação Artística em Sines, de 21 a 26 deste mês. A semana começa no dia 21, no Agrupamento Vertical de Escolas de Sines, com a apresentação dos trabalhos finais dos ateliês de leitores, dança e artes plásticas, no âmbito do Dia Mundial da Diver sidade Cultural. Nos dias 22 e 23, o Serviço Educa tivo e Cultural do CAS distribui o “Livro Escuro e Claro” aos alunos do SINES
D.R.
OBSER VAR flamingos e outras aves da Reserva Natural do Estu ário do Sado é o desafio de mais uma actividade inte grada no programa Alcácer dos 5 Sentidos. Trata-se de um passeio destinado a birdwatching por esta área protegida de especial importância para as aves aquáticas, na qual se darão a conhecer algumas das cerca de duzentas espé cies de aves que no Estuário do Sado nidificam e repousam, com especial destaque para o flamingo, que aqui encontra refúgio. A iniciativa está prevista para o próximo dia 26 de Maio, a partir das 15h30. Toda a informação está disponível em http://www. cm-alcacerdosal.pt/PT/ Paginas/Observarflamin goseoutrasavesdaReserva NaturaldoEstuáriodoSado. aspxe. , sendo que as inscri
Sines apadrinha educação artística
O turismo da Natureza começa a ser uma aposta séria junto das autoridades do concelho
ções devem ser efectuadas até ao dia 23, em booking@ birds.pt ou em www.birds. pt e ainda no Posto de Turismo de Alcácer do Sal e e-mail: postoturismoal cacer@gmail.com. Esta iniciativa de obsser vação de aves no estuário do Sado está integrada num programa mais vasto, deci
dado à divulgação do poten cial turístico do concelho alca cerense. Trata-se do programa Alcácer dos 5 Sentidos, sob o lema Ver, provar, cheirar, escutar e tocar. O objectivo, segundo explica a autarquia, uma das entidades que lidera este projecto, passaq por dar a conhecer o potencial deste
território do distrito de Setúbal. De entre outras activi dades já marcadas, destaque para Canoagem na albufeira Pego do Altar, no dia 2 de Junho; a caminhada pela ribeira do Sado, a 9 de Junho, e a Maratona Fotográfica – Olhares sobre Alcácer, marcada para o dia 23 de Junho.
concelho. No dia 23, na cafetaria do CAS, o “Livro Escuro e Claro” é o ponto de partida para uma sessão de formação destinada aos professores dos 1.º e 2.º ciclos do ensino básico. No dia 24 realizam-se as apresentações finais do projecto LCD – Ler, Criar, Dramatizar, para desen volver nos alunos compe tências leitoras, expres sivas, criativas e emocio nais. Um dos acontecimentos mais importantes da semana acontece no dia 25, no auditório do CAS: a Conferência sobre Educação Artística em Portugal, com a presença de Manuela Galhardo (secretária executiva da Comissão Nacional da UNESCO) e Elisa Marques, do Departamento de Educação Estética e Artís tica do Ministério da Educação.
A AS SOCIAÇÃO Missão Coragem inaugura este sábado o Núcleo de Santiago do Cacém, ‘apadrinhada’ pelo execu tivo camarário. A instalação do núcleo só foi possível graças à oferta, por parte do execu tivo de Vítor Proença, a título gratuito, das insta lações para a associação. Trata-se de um espaço localizado no Colégio de S. José, na Rua do Parque, junto ao antigo liceu. A assinatura do contrato de cedência da sala está marcada para hoje às três da tarde, seguindo-se a assinatura do contrato de cedência da sala.
D.R.
SANTIAGO
O núcleo vai apoiar as mulheres com cancro da mama
«Temos um núcleo em Vila Nova de Santo André e no concelho faltava este
espaço onde damos apoio às mulheres afectadas pelo cancro da mama», afirma
Maria Antónia Pacheco, a presidente da associação, adiantando que o espaço destina-se a «receber as mulheres que necessitam de próteses ajudando-as também a outros níveis». A responsável da Missão Coragem deixa um apelo para a necessidade de encontrarem uma psicóloga em regime de voluntariado. «Sobrevi vemos apenas das quotas anuais cujas verbas são canalizadas para as próteses gratuitas para as mulheres que nos batem à porta», realçou Maria Antónia Pacheco. Desde o arranque da Missão Coragem já foram ajudadas 150 mulheres da região.
D.R.
Missão Coragem vai ter núcleo cedido pela Câmara de Santiago
Centro de Artes de Sines acolhe a maior parte das iniciativas
Grândola organiza feira senior no Ano Europeu do Envelhecimento Activo GRÂNDOLA
O ANO Europeu do Envelhecimento Activo foi o mote para a autarquia de Grândola promover, entre hoje e amanhã, no parque de feiras e exposições, a 4ª Feira Sénior de Grândola – Geração +.
De acordo com o execu tivo de Carlos Beato, tratase de um espaço que reúne ateliês, produtos e serviços direcionados para apoiar e promover a qualidade de vida dos idosos. Paralela mente, decorre o 7º Encontro Regional de Ginástica Sénior
para agitar, animar e exer citar participantes e visi tantes. O programa de animação engloba atelieres de dança, folclore, geron tomotricidade, e ginástica sénior, espetáculos com a tuna da Universidade Sénior de Grândola, grupo de
danças coreografadas, grupos de animação do programa “Viver Solidário” e uma arruada intergera cional com a participação da banda SMFOG – Socie dade Musical Fraternidade Operária Grandolense. No segundo dia do
certame, o município irá entregar, a seis Instituições do concelho, material orto pédico adquirido no âmbito da campanha “O Tampas e o Caricas” iniciada em Setembro do ano passado pela Universidade Sénior e Programa Viver Solidário
e, no entender do executivo, «reflecte bem o trabalho do município ao nível do desen volvimento social, nomea damente na implementação de medidas promotoras da qualidade de vida da popu lação idosa e potenciadoras do envelhecimento activo».
18
Sábado | 19.Maio.2012
www.semmaisjornal.com
+ Desporto “Setúbal em Movimento” no Parque de Albarquel
Fabril começa a disputar título de campeão
Aulas de demonstração e prática de várias actividades físicas e desportivas fazem parte do “Setúbal em Movimento”, iniciativa da Câmara Municipal a realizar este domingo, entre as 9 e as 14 horas, no Parque Urbano de Albarquel.
A equipa de futsal do GD Fabril recebe este sábado, às 16 horas, o Rio Ave, no jogo da primeira mão do apuramento de campeão nacional da 2ª divisão. Recorde-se que os fabrilistas vão jogar na próxima época na I divisão.
O
Secretário de Estado do Desporto considera que a realização do Campeonato da Europa de Orientação em Palmela, de 9 a 16 de Abril de 2014, vai trazer um «considerável» retorno económico e desportivo à região, pelo que não descarta a possibilidade de o Governo subsidiar a competição, mesmo atravessando o país dificuldades económicas. Durante a apresentação do evento, Alexandre Mestre reiterou que a iniciativa «entronca no direito à prática do desporto» e sublinhou a importância de existir «ecletismo» no sector, sobretudo perante modalidades que abrangem todos os públicos, inclusive pessoas de mobilidade reduzida.
Sofia Palma
Friso de figuras na apresentação dos campeonatos europeus de orientação
A competição vai ser palco em simultâneo de quatro eventos, nomeadamente o Campeonato da Europa de Orientação Pedestre, o Campeonato da Europa de Orientação de Precisão, a Taça do Mundo e WRE e o EOC Tour. Para o presidente da Federação Portuguesa de Orientação, Augusto
Almeida, o evento resulta do trabalho de parceria estabelecido com a autarquia e diversos parceiros, mas não esquece de recordar que «há que consertar estratégias a todos os níveis para que primemos pela diferença». Ana Teresa Vicente, presidente da autarquia, destaca a impor-
Dois mil pedalam no Raid BTT de Alvalade É TIDA como a maior prova de Raid BTT do país e este domingo vai contar com um número recorde. A 14ª edição do Raid BTT Alvalade/ Porto Covo reúne mais de dois mil participantes. O evento velocipédico que tem a partida instalada na freguesia de Alvalade, em Santiago do Cacém, conta dois percursos de 70 e 120 quilómetros. O primeiro cumprese a partir das 8h30 e tem a meta em Porto Covo. O mais longo, que arranca à mesma hora, fará igualmente a ligação de Alvalade a Porto Covo mas os participantes nesta prova terão pela frente o regresso a Alvalade. Luís Raposo, da secção de BTT do FC Alvaladense, emblema que
Este ano a prova regista um número recorde de participantes
assume a organização do evento, espera que a edição 2012 do Raid decorra, tal como anteriores, sem problemas, e que volte a ser motivo de satisfação generalizada. «O facto de ser um passeio de família, numa época do ano em que a nossa região assume uma beleza ainda maior, a juntar ao crescimento da prova de uma forma progressiva», são
Jogos de Santo André fecham em clima de festa A 13ª edição dos Jogos Desportivos da Vila Nova de Santo André, Barreiro, encerra esta tarde, às 16 horas, numa cerimónia marcada para o Polidesportivo Vítor Manuel Marques Pacheco. Os Jogos, iniciados em 6 de Abril numa acção conjunta da freguesia local e clubes, movimentaram centenas de atletas, que esta tarde serão premiados com
Natação esteve incluída
troféus. Dia 27, a realização da tradicional Caminhada fecha o programa dos Jogos.
argumentos do sucesso esperado. O presidente da Câmara de Santiago do Cacém, Vítor Proença, vai estar na linha de partida, acompanhado pelo executivo municipal. O autarca vai ser homenageado pelo clube Alvaladense pelo «importante contributo para o crescimento do evento, bem como a promoção do concelho e da região».
tância para o município da iniciativa, que «diz ser histórica pelo empenhamento das escolas secundárias, dos professores e dos alunos em geral». A autarquia deverá apoiar em 40 mil euros o evento, cujo orçamento ascende a 260 mil euros. Actualmente, o concelho tem cerca de uma centena de alunos das secundárias de Palmela e do Pinhal Novo a praticar a modalidade, embora apenas 20 sejam federados. A nível nacional, os atletas com licença regular são 3200. Na orientação, o praticante deve visitar um conjunto de pontos materializados no terreno, através de um prisma a que se dá o nome de baliza, no mais curto espaço de tempo possível e segundo uma sequência pré-determinada.
Montijo desafia trial musculado UM LEQUE renovado de viaturas preparadas para enfrentar os desafios de puro trial vai estar em acção no próximo dia 27, na localidade de Craveiras, Pegões, Montijo, no Extreme Trial Adega de Pegões. Com obstáculos de grau dificuldade máximo os concorrentes prometem conduzir os 4x4 com mestria e perícia, num espectáculo que anualmente atrai centenas de espectadores ao evento montijense organizado pela ROSISTT com o apoio da Cooperativa Agrícola da Santo Isidro de Pegões e outras entidades privadas da região.
Beisebol de Almada soma títulos nacionais e faz crescer modalidade A ÚLTIMA jornada do campeonato só vai jogar-se a 3 de Junho mas os White Sharks Almada Beisebol Clube já conquistaram dois títulos nacionais, de seniores e juniores. Com estes dois triunfos, o emblema nascido na Escola Emídio Navarro há nove anos, já conta nove títulos nacionais entre campeonatos e taças. Recorde-se que a equipa sénior vai disputar a qualificação para o Europeu, em Namur, na Bélgica, de 11 a 16 de Junho.
Entretanto, o emblema almadense vai organizar, na Maça, em Sesimbra, entre 25 e 26 deste mês, o Torneio Nacional de Softebol de
Desporto Escolar. O evento de promoção contará com 15 equipas de escolas de nove concelhos, cinco dos quais da região.
DR
E
m 2 de Maio de 1962, fez agora 50 anos, o Benfica ‘bisou’ a sua meritória condição de campeão europeu numa acalorada final em Amesterdão frente ao Real Madrid. Vitória por 5-3, já com Eusébio integrado, a ofuscar o quase lendário Ferenc Puskas, o ‘Major galopante’, autor dos três golos dos afanados ‘merengues’ de Chamartin. Uma data inolvidável que nos apraz trazer a esta minha coluna de semanais croniquetas, enaltecendo a proeza e também o bom trabalho jornalístico de “A Bola”, na sua edição de 2 de Maio p.p. Emotivos e importantes os depoimentos recolhidos de sete sobreviventes dessa noite festiva de Amesterdão, Mário João, Ângelo, Fernando Cruz, Coluna, José Augusto, António Simões e Eusébio. Lamentavelmente, o Benfica destes tempos mais próximos, tem andado muito distante daquela equipa de rutilante saga europeia. Seja-nos permitido revelar um toque de particular emoção ao lembrar o que ocorreu há meio século! Para quando uma repetição? Fica a demanda à espera de quem queira e possa responder… Também à escala patriótica, de menor antiguidade e amplo impacto, devemos adjectivar de inolvidável a data de 22 de Maio referente à chegada de Vasco da Gama à Índia, há 514 anos, feito histórico que a “Expo 98” perpetuou com o brilhantismo que se lhe reconheceu. Curiosamente, um dos mais destacados clubes desportivos do Distrito de Setúbal é o Vasco da Gama, de Sines, a dar muito boa conta de si na decorrente temporada. Sines afirma-se como terra natal do excelso navegador e mantém viva controvérsia com os que garantem que Vasco da Gama nasceu na Vidigueira. Não entramos nesse ‘duelo’ de variada argumentação e deixamos tão somente o registo da data solene de 22 de Maio, com felicitações ao Clube Vasco da Gama pela sua prestação nesta época. A escalas diferentes, necessariamente, a proeza do Benfica e o feito do navegador da plena confiança de D. Manuel I, merecem o nosso permanente aplauso, em datas inolvidáveis. Para tanto convidamos, emotivamente, todos os leitores assíduos do Semmais.
:::::::::::::::::: Bruno Cardoso ::::::::::::::::::
DR
Duas datas inolvidáveis
DR
David Sequerra
Europeu de orientação motiva Governo a investir forte em Palmela
A equipa dos tubarões almadenses soma e segue intramuros
Sábado | 19.Maio.2012
19
www.semmaisjornal.com
St. Peter´s School rebentou pelas costuras para receber o 7.º Family Day
C
erca de 3 200 familiares e amigos marcaram presença, apesar do dia estar convidativo para uma ida até à praia, na sétima edição do Family Day 2012, no passado dia 12, que decorreu no colégio de referência da região St. Peter´s School, na Volta da Pedra, Palmela, com 18 anos de existência.“Se nós sonharmos, nós conseguimos concretizar” foi o lema deste ano da festa, que contou com muita cor e glamour e a presença de divertidas personagens da Walt Disney, e outras que mudaram a História e as Artes, encarnadas por docentes e funcionários. A directora pedagógica Isabel Simão faz um balanço «muito positivo» do Family Day, um momento «alto» deste colégio que já arrebatou os diversos prémios pela sua excelência e gestão educativa e onde estudam mil e poucos alunos. «O Family Day é, de facto, o grande momento da família do nosso colégio. Estamos a rebentar pelas costuras este ano. Estou muito satisfeita com a excelente adesão das famílias. Valeu a pena o esforço e a dedicação dos quase cinco meses de trabalho dos professores e dos alunos», revela, relembrando que na véspera da festa, às 2 horas da madrugada, o colégio esteve repleto de alunos e docentes a preparar e a engalanar o Family Day. «Todos vivem esta festa com muito orgulho e de uma forma muito
esteve no colégio a assistir à iniciativa. «Gostei imenso de ver os trabalhos dos alunos do 1.º e do Jardim de Infância. Está muito giro.
Seixal, nunca perde a festa do colégio onde estuda o filho de 6 anos, que escolheu o Râguebi como actividade extra-curricular. A
tem vindo a melhorar «significativamente» de ano para ano. O encarregado de educação Filipe Jesus, que
Fotos: DR
intensa. O Family Day representa a alma e o espírito deste colégio», finaliza, muito satisfeita e sorridente a directora, trajada de deusa, em
Foram milhares os pais e familiares que acorreram à festa
tons de branco. «As famílias passam por cá e ficam a gostar do Family Day. Vão passando a palavra a outros
Ficámos com uma ideia daquilo que andaram a fazer ao longo do ano lectivo». Já Elisabete Silva, do
As crianças ficaram deliciadas com os doces confeccionados
progenitora confessa que adorou assistir às actividades e jogos desportivos, reconhecendo que o Family Day
tem três filhos a estudar no colégio, considera que o Family Day é um acontecimento de «louvar e muito
Fotos: DR
O colégio de referência da região engalanou-se para receber milhares de pais e familiares dos alunos em mais um Family Day. Foi uma grande e colorida festa que pôs à prova a criatividade e esforço de alunos, professores e funcionários.
A moda mostrou a criatividade e habilidade dos alunos
e trazem cada vez mais pessoas. É um dia aguardado com grande expectativa», reconhece. Familiares deslumbrados Encarregados de educação, alunos e funcionários não pouparam elogios ao Family Day, que deu a mostrar os trabalhos e a criatividade dos alunos que estudam no colégio, desde o pré-escolar ao secundário, nas mais variadas áreas. Rita Baguinha, a mãe de Carolina Casqueiro, que estuda no 1.º ciclo, revelou à reportagem do Semmais que foi a primeira vez que
Os pais e familiares estiveram muito atentos aos trabalhos
Homenagem à campeã do Judo Como momentos altos, a docente destaca um desfile de moda, com fatos realizados pelos alunos do 9.º ano, inspirados em pintores contemporâneos, bem como o musical alusivo aos Castelos de Portugal. A aluna do 12.º ano, Ágata Swiatkiewicz, de 17 anos, campeã nacional de Judo, recebeu no palco uma menção desportiva «muito bem merecida» do colégio. «Cresceu connosco, ainda cá estuda e neste momento já está com uma carreira internacional», frisa Isabel Simão. Mas também houve canto lírico, hip-hop, ballet,
piano, violencelo, sevilhanas, bandas de rock/pop, orquestra e percussão, dança contemporânea, sapateado, grupo coral, futebol, esgrima, voleibol, râguebi, xadrez, judo e ténis. As salas de aula do pré-escolar e do 1.º ciclo estavam lindamente decoradas e, em algumas, os alunos recebiam os visitantes e explicavam todos os trabalhos que estavam expostos. Não faltaram os insufláveis, os quadros vivos, a doçaria regional, os chás, os jogos tradicionais, a venda de flores e de bijuteria, entre outros. Isabel Simão e a atleta Ágata
engraçado» para todos, realçando que o ensino prestado no estabelecimento de ensino é de «grande nível». Por sua vez, Maria Gabriela, era uma avó babada. Veio de Arraiolos para contemplar a criatividade do neto Guilherme Matos, de 3 anos. «As salas estão lindas. Isto está um espectáculo! Estou deslumbrada», frisa. Jaime Quendera, o conhecido enólogo da região, também era um papá babado. Além de tirar o chapéu ao afamado colégio, reconheceu que «o convívio entre as famílias e os alunos é sempre de enaltecer». O ex-aluno Afonso Monteiro, 18 anos, foi à festa para reencontrar e matar saudades dos colegas e professores. «Adorei ver os meus professores trajados, o jogo de futebol entre professores e ex-alunos, que foi um bom momento de convívio, e as bandas a actuar em palco», realça. Vanessa Semião, que trabalha no colégio há doze anos, como recepcionista, estava no bloco do Jardim de Infância, a encarnar a pele da bela Rapunzel, a distribuir doces às crianças. «É sempre uma mais-valia o nosso colégio organizar este tipo de iniciativas porque permite criar laços de união e harmonia entre a escola e a família, o que é muito importante. Hoje em dia isto já não existe nas outras escolas», sublinha. Professores ansiosos por pavilhão desportivo O professor de Educação Física, Pedro Mata, admitiu que o Family Day, como vem sendo tradição, representa o corolário do ano lectivo e apresentou este ano um programa «muito recheado» de actividades. «Está tudo cinco estrelas», remata. O docente não escondeu que a construção do pavilhão desportivo do colégio St. Peter´s School é uma velha aspiração da actual direcção e do corpo de docentes. «É uma vontade imensa de todos nós. Já temos o aval positivo do Instituto de Desporto de Portugal. Falta apenas que a Câmara Municipal de Palmela nos ajude».
Sábado | 19.Maio.2012
www.semmaisjornal.com
Espanhóis querem acelerar negócios com o distrito mas sem portagens AS EMPRESAS de transportes espanholas com negócios no distrito de Setúbal vão pedir ao Governo português que elimine as portagens para os camionistas do país vizinho num raio de cem quilómetros, a partir da fronteira do Caia. Este regime de excepção implicaria uma isenção até Montemor-o-Novo, para, segundo alegam, conseguirem melhorar
os serviços que prestam, sobretudo, aos concelhos a norte do distrito de Setúbal. O sector já pediu mesmo uma audiência ao Executivo de Pedro Passos Coelho e conta com o apoio dos autarcas da raia da Extremadura espanhola. No fundo, os camionistas reclamam uma medida semelhante à que foi tomada em Sala-
manca e Huelva, beneficiando todo o sector da camionagem, incluindo camionistas portugueses, garantindo Mario Aza, secretário-geral da União das Cooperativas Transfronteiriças da Extremadura (Ucotranex) que Portugal não está a cumprir o Pacto de Valência datado de 2003. Recorde-se que este documento estabelece que na zona de
fronteira, qualquer iniciativa que possa afectar a livre circulação, as relações comerciais, sociais e económicas de Espanha e Portugal, teria que ser tomada de comum acordo. «Não foi isso que aconteceu», denuncia Mario Aza, que representa a associação impulsionadora deste protesto, que junta mais de 700 empresas de camionagem.
Néctares da região conquistam com brilho 29 medalhas em concurso de Bruxelas
Sete ‘casas’ da península brilharam lá fora
Sofia Palma
Henrique Soares, presidente da Comissão Vitivinícola Regional da Península de Setúbal, congratula-se com as medalhas conquistadas pelos vinhos da região e afirma que «mais uma vez, a Península acabou por ser uma das mais premiadas num concurso de vinhos internacional, o que comprova a excelente qualidade e competitividade dos vinhos aqui produzidos». Henrique Soares não deixa de tirar o chapéu ao «enorme investimento que as empresas e produtores de uvas e de vinhos da região têm efectuado na melhoria contínua da qualidade dos seus produtos». Fonte da Câmara de Palmela reconhece que «os títulos regularmente obtidos pelos nossos vinhos nos grandes certames internacionais valida o grande investimento que os produtores e as entidades da região
têm feito na criação e certificação das suas marcas, e justifica, uma vez mais, a opção do município aquando da candidatura de Palmela a Cidade Europeia do Vinho 2012». Casa Ermelinda Freitas lidera
avaliar, a organização chamou escanções, compradores, importadores, jornalistas e críticos de vinhos. Ao todo foram 320 os jurados, provenientes de 40 países diferentes.
Leonor Freitas, gerente da Casa Ermelinda Freitas, a empresa da região que mais medalhas conquistou - três medalhas de Ouro e nove de Prata -, não esconde a sua satisfação e orgulho por ver os seus néctares distinguidos. «Fomos, de facto, a empresa mais premiada da região, mas, penso que toda a região dignificou muito bem os nossos vinhos de grande qualidade». E conclui: «Estou extremamente contente mas sempre com um grande sentido de responsabilidade», frisa. Casa Ermelinda Freitas Merlot 2010, Casa Ermelinda Freitas Petit Verdot 2009 e o Piscadela 2010, este último destinado à exportação para os Estados Unidos, foram os medalhados com o Ouro. Além da Casa Ermelinda Freitas também foram premiados vinhos da Cooperativa Agrícola de Santo Isidro de Pegões, Adega Cooperativa de Palmela, Bacalhôa, José Maria da Fonseca, Herdade da Comporta, Herdade de Espirra, Malo Tojo e Fundação Stanley Ho. Esta foi a maior edição de sempre do Concurso Mundial de Bruxelas. Para os
A ESCOLA Su perior de Tecnologia do Instituto Politécnico de Setúbal vai marcar presença, este sábado, em mais uma edição da Shell Eco-Marathon, com um veículo construído por estudantes de Engenharia Mecânica e Engenharia Biomédica. Trata-se de uma maratona de eficiência energética que coloca em competição protótipos desenvolvidos nos institutos politécnicos e universidades de toda a Europa, com a missão de percorrerem a maior distância possível com apenas um litro de combustível. A prova realiza-se em
Politécnico de Setúbal corre à eco-maratona na Holanda Roterdão, na Holanda, e envolve a participação de 227 equipas de 24 países europeus que competem nas categorias Protótipo e Urbanconcept movidos a gasolina, na estreia de um circuito urbano. Os estudantes de Engenharia Mecânica e Engenharia Biomédica da EST procederam à construção de um novo protótipo, de modo a cumprir o regulamento da prova e reduzir ao máximo o número de
componentes e, como tal, o peso total do veículo. Por isso, optaram por construir uma carroçaria com uma base reforçada, evitando a inclusão de um chassis, utilizando fibras de carbono e recorrendo, apenas quando estritamente necessário, ao alumínio. A nível mecânico foram utilizadas as tecnologias mais recentes do mercado automóvel, de forma a optimizar a performance do motor STHIL utilizado no projecto.
DR
Sofia Palma
OS VINHOS da Península de Setúbal voltaram a brilhar na 19.ª edição do Concurso Mundial de Bruxelas, que decorreu no início de Maio, em Guimarães, no âmbito da Capital Europeia da Cultura. A Península de Setúbal arrecadou um total de 29 medalhas durante os três dias de ‘provas cegas’.
O protótipo do IPS é revestido a fibras de carbono e alumínio
Decathlon abraça jovens do Tabor O CENTRO Jovem Tabor, em Setúbal, que acolhe 24 jovens, dos 12 aos 18 anos, acaba de ganhar um importante patrocínio da Fundação Decathlon, no valor de 18 mil e 301 euros. A verba vem em boa hora, por causa da crise, e destina-se à requalificação do ginásio e à aquisição de equipamentos e material desportivo. A requalificação do ginásio desportivo já arrancou, com as obras de
pintura, e a inauguração deverá acontecer ainda este ano. O projecto tem o prazo de três anos para ser implementado no terreno. Paulo Lourenço, director da instituição, mostra-se «triplamente satisfeito» com esta parceria, na medida em que a mesma permite «a requalificação da zona desportiva, a inserção dos jovens da instituição nas lojas da Decathlon e a envolvência de acções de volun-
tariado no Centro Jovem Tabor por parte dos funcionários da Decatlhon». De acordo com a mesma fonte, este tipo de apoios «reforçam a motivação e o orgulho dos colaboradores da nossa instituição» e, por outro lado, «permitem acreditar que ainda existem empresas que sabem valorizar o trabalho daqueles que se dedicam a uma causa social com elevado desgaste físico e emocional, como é
o caso do acompanhamento de jovens em situação de perigo». O projecto, intitulado “La Nature du Sport”, foi aprovado no passado dia 15, em Lille, França, nas instalações da Fundação Decathlon, tendo sido apresentados vários projectos a nível internacional, oriundos de Espanha, França, Portugal, Brasil, Índia, Itália e Marrocos, no global de dez projectos.