Ano 2
edição 13
Agosto 2018
InfoSenar Soja O mês de julho foi marcado por grande volatilidade de preços da soja no mercado internacional. No Brasil, prêmios e dólar deram sustentação ao mercado
C
Durante o mês de Julho o mercado da soja sofreu fortemente os efeitos da guerra comercial travada entre os Estados Unidos e a China. As cotações da oleaginosa na Bolsa de Chicago (CBOT) chegou a atingir patamares mínimos nos últimos anos, próximos de US$8,00 por bushel. Ao final do mês, os preços voltaram a reagir, em um movimento de correção técnica aliada à forte demanda pelo produto americano, neste momento mais barata frente à soja brasileira. Aqui no Brasil os prêmios pagos nos portos atingiram patamares bastante elevados, chegando a US$2,45 acima do preço em Chicago, o que deu suporte aos preços em nosso mercado interno. De forma geral o problema de tabelamento de fretes ainda tem atrapalhado novas negociações do grão, especialmente as vendas antecipadas da Safra 2018/19. As exportações brasileiras tem se concentrado na destinação para a China. Até a última semana de julho mais de 56 milhões de toneladas do grão já foram embarcadas ao exterior, sendo 76% deste volume destinado aos chineses. Segundo levantamento de preços realizado pelo IFAG, o preço médio da soja balcão registrou crescimento de 4,52% ao longo do mês, enquanto no mercado disponível houve redução de 1,85% no comparativo com o final de junho.
Preço Médio de Soja (R$/saca) – Goiás R$80,00 R$75,00 R$70,00 R$65,00 R$60,00 R$55,00 29/jun
06/jul
13/jul
Balcão
27/jul
Disponível
Bolsa de Chicago – Cotações Soja (Contratos Agosto/2018)
$9,50
$9,03
$9,00
$8,63
$8,77 $8,49
$8,50
M
20/jul
$8,18
Y
CM
As exportações
MY
brasileiras de soja
CY
em 2018 estão
CMY
estimadas em
72
o que representa um crescimento
milhões de toneladas
$8,00 $7,50
de 5,6% em
29/jun
relação a 2017
06/jul
13/jul
20/jul
31/jul
K
Milho Mesmo em plena colheita da safrinha, preços de milho registram crescimento ao longo do mês de Julho Ao longo do mês de julho os preços do milho no mercado interno brasileiro sentiram a pressão negativa da chegada da safrinha. Mesmo assim, nas últimas semanas os preços voltaram a reagir, tendo em vista as fortes reduções na produção total de milho neste ano. Na B3 (BM&F) as cotações dos principais contratos registraram fortes elevações, retomando os patamares observados antes do início da colheita no país. Aqui em Goiás as produtividades das áreas colhidas até o momento têm ficado abaixo da expectativa dos produtores, o que pode levar a reduções ainda maiores na produção total do estado. As perspectivas atuais apontam que Goiás deverá produzir neste ano cerca de 6,64 milhões de toneladas de milho safrinha, o que representa uma queda de 12,2% em relação à Safra 2016/17. Comparando o final de julho com o fechamento do mês anterior, o preço médio do milho disponível registrou alta de 4,7% no estado. As expectativas para o segundo semestre de 2018 apontam preços bastante aquecidos, o que tem preocupado os setores consumidores do cereal. Os resultados da conclusão da colheita e o ritmo de exportações nos próximos meses serão fundamentais para definição das movimentações do mercado daqui pra frente.
Goiás – Preço Médio (R$/saca) R$28,00 R$27,50 R$27,00 R$26,50 R$26,00 R$25,50 R$25,00 R$24,50
02/jul
09/jul
16/jul
23/jul
30/jul
Cotações de Milho (R$/saca) – Bolsa B3
Goiás deve produzir nesta
safrinha aproximadamente
6,64 milhões de toneladas
uma queda de quase
12,2% em relação a 2017
R$45,00 R$43,00 R$41,00 R$39,00 R$37,00 R$35,00
29/jun set/18
06/jul
13/jul nov/18
20/jul
27/jul
jan/19
Boi Gordo O mês de julho continuou com o movimento de recuperação de preços pagos pela arroba de bovinos para abate. Para o boi gordo, a valorização foi de 1,3% elevando a média para R$128,35 e a vaca, 2,2%, cotada a R$123,00, em Goiás, ambos preços à vista e para descontar funrural. O volume de animais enviados para abate em frigoríficos com inspeção federal no mês de junho, elevou a um percentual acima de 20% para Goiás, Brasil e vários outros estados, comparados ao mês de maio. A redução ocorrida neste mês, demostrou um certo represamento de animais que em junho foram encaminhados para o abate, sem influenciar negativamente nos preços ao produtor. Nas exportações, o novo software de controle dos dados bem como os problemas da greve dos caminhoneiros, podem ter influenciado nos números, resultando em uma elevação acentuada em mais de cem porcento no mês de julho referente ao de junho. Porém, ao comparar os dados de julho18 com 2017, a elevação ocorreu de forma mais equilibrada, sendo de 36% para o faturamento e de 18% para a quantidade.
Boi - R$/@ à vista 126,69 jun/18
C
milhões US$ FOB
636,7
120,29 jun/18
jul/18
2,2%
toneladas
117,9%
278,9 129,6%
130,9
54,4
Julho
Junho
Fonte: Secex
Indicador Boi Gordo Esalq BM&FBovespa - SP (MÉDIA Jul /18)
Vaca - R$/@ à vista
128,35
1,3%
Exportações carne bovina “in natura” (2018)
R$141,72/@
123,00
2,3 %
jul/18
jun-jul /18
Fonte: IFAG M
Ranking abates SIF Jun/18
Y
CM
MY
152.089
mai/jun 18
389.344 281.305 267.818
CY
GOIÁS
GO 27,6%
BR
211.961 190.897 186.961
CMY
estabelecimentos rurais
25,3%
K
125.342
mai/jun 18 Mato Grosso
Mato Grosso do Sul
Goiás
Rondônia
Pará
estabelecimentos com bovinos
São Paulo
Leite Entressafra no centro-sudeste mantém mercado firme em julho Apesar do mercado de leite UHT e mussarela registrarem na última semana de julho, volumes negociados menores do que os registrados anteriormente pressionando as indústrias e a captação da região Sul do país ter se elevado, a produção na região centro-sudeste permanece restrita em função do período de entressafra. Nos derivados, o mercado de leite em pó industrial e desnatado, seguem travados com poucos volumes negociados, atuando de forma especulativa, aguardando melhores uma oferta maior para o final de agosto. Fonte: MilkPoint
Elaboração: IFAG TÉCNICO
Preços pagos ao produtor por UF / Preço bruto jan/18 fev/18 mar/18 abr/18 mai/18 jun/18 jul/18 Fonte: MilkPoint
MG 1,17 1,20 1,27 1,36 1,43 1,45 1,65
RS 1,11 1,13 1,13 1,23 1,33 1,32 1,52
PR 1,12 1,16 1,21 1,31 1,37 1,41 1,56
SC 1,10 1,14 1,19 1,25 1,33 1,34 1,51
Elaboração: IFAG TÉCNICO
GO 1,08 1,11 1,24 1,34 1,42 1,45 1,67
BA 1,23 1,22 1,24 1,24 1,31 1,30 1,36
SP 1,22 1,24 1,29 1,34 1,40 1,45 1,61
Preços de leite spot por UF (R$/Litro) jan/18 fev/18 mar/18 abr/18 mai/18 jun/18 jul/18 Fonte: MilkPoint
MG 0,99 1,22 1,47 1,55 1,56 1,92 2,12
RS 0,97 1,19 1,35 1,51 1,50 1,79 1,98
Elaboração: IFAG
PR 0,94 1,19 1,41 1,50 1,54 1,90 2,10
SC 0,94 1,19 1,35 1,45 1,49 1,91 2,13
GO 1,02 1,22 1,41 1,50 1,51 1,78 2,13
Cana-de-açúcar Produção de etanol em julho é recorde A safra de cana em toda região Centro Sul ocorre em ritmo acelerado e tem se mostrado recorde nessa primeira quinzena de julho. O mix de produção em toda região Centro Sul tem aumentado e sido favorável à produção de etanol em detrimento ao açúcar, que tem amargado preços ruins no mercado internacional. Até agora a produção goiana de cana tem tido leve baixa de 3% em função da queda de produtividade nos canaviais, em compensação a produção de ATR por tonelada de cana tem aumentado.
Histórico de Preços e Custos de cana Goiás
Na região de expansão, onde Goiás está inserido, a produção de açúcar caiu 26,7% na primeira quinzena de julho e a produção de etanol hidratado cresceu 41,7% em relação ao mesmo período de 2017, se mostrando recorde nas últimas safras. A produção de etanol total, no acumulado desde o início da safra, já supera os 55% até agora. Com o câmbio desvalorizado e perspectiva de produção robusta de açúcar na Ásia e Europa, o etanol deve bater novos recordes de produção até o fim da safra.
Produção acumulada* Safra 18/19 Centro Sul
Cana 100,00
Açúcar
13,4
12,14
milhões de toneladas
bilhões de litros
milhões de toneladas
Et. Hid
ATR
80,00 70,00 60,00 50,00 40,00 30,00 20,00 10,00
+71,8%
0,00 PREÇO MÉDIO RECEBIDO PELOS FORNECEDORES (R$/TON) 2014/2015
2015/2016
Custo de Produção Total (R$)
2016/2017
2017/2018
35,2
Bilhões de litros
Milhões de toneladas
2018/2019*
Fonte: CONSECANA SP – elaboração IFAG * Expectativa
-14,5%
MIX Produção
+13,6%
9,37
M
Y
+41,2%
267,42
90,00
C
Etanol
+8,0%
63,9% 36,1%
Etanol Açucar
Fonte: ÚNICA * acumulado de 1º de abril até 16 de julho de 2018
CM
CMY
K
Hortifruti Período de seca e boa oferta provocam queda de preços no hortifruti Os preços dos hortifruti, como historicamente ocorre, enfrenta baixas nesse período do ano. O clima é um importante fator de variação de preços, seja ele de seca ou chuvas. O período mais seco proporciona boas condições para produção e, consequentemente, a oferta aumenta na maioria dos produtos comercializados, porém, no caso do prolongamento do período sem chuva, o efeito é inverso e os preços podem aumentar já que a disponibilidade de água para irrigação fica comprometida e a oferta diminui.
A maioria dos itens pesquisados pelo IFAG tiveram queda nos preços ao produtor no mês de julho. Os destaques para os produtos que tiveram queda foram: limão taiti (-33,5%), batata inglesa (-29,8%), beterraba (-33,3%), cebola (-34,3%) e o principal destaque para o tomate longa vida (-50,2%). Os que tiveram elevação: banana maçã (+0,15%), maracujá (+0,7%), alho (+1,8%) com destaque para o pepino (+28,5%). A depender das condições de seca prolongada, as altas de preços devem ser descontinuadas em Goiás.
Participação dos Hortifruti na comercialização em Goiás
Preços médios de Hortifruti 2018 (em R$/kg)* Batata Cebola Cenoura Laranja Limão Melancia Tomate
maio
1,96 2,38 1,31 0,73 2,12 0,80 1,71
-34,3% -21,6%
Geral
junho
julho
Var.%**
1,16 1,82 0,62 0,82 1,68 0,57 1,12
0,81 1,20 0,49 0,72 1,12 0,56 0,56
-29,8%
Fonte: IFAG/CEASA - Preços médios de comercialização do produtor ** referente a julho/18
-12,6% -33,4% - 1,2% -50,2%
510 Mil t/ano
Frutas
CY
Hortaliças
MY
78
392
Mil t/ano
2,6
Mil t/mês
Mil t/dia
Fonte: CEASA GO
Regiões e % de oferta para a Ceasa GO Centro-Oeste
51,9% Fonte: CEASA GO
Sudeste
24,9%
Norte
Sul
Nordeste
2,1% 11,3% 9,5%
Ano 2
edição 12
Julho 2018
InfoSenar Estruturação e Sistematização dos Dados Econômicos do Setor Agropecuário do Estado de Goiás C
M
Y
CM
MY
CY
CMY
K
Serviço Nacional de Aprendizagem Rural /AR-GO
Instituto para o Fortalecimento da Agropecuária de Goiás
Tel.: 62 3412-2700 www.senargo.org.br
Tel.: 62 3587-4457 www.ifag.org.br
Rua 87 nº 708 - Setor Sul - Goiânia - GO - 74.093-300 @sistemafaeg Dados referentes a julho de 2018