Ano 3
edição 19
Fevereiro 2019
InfoSenar Fevereiro/2019
Continua a colheita da safra nacional de soja nas diferentes regiões do país e perdas devido os veranicos de dezembro e janeiro começam a ser contabilizadas. O safra brasileira de soja 2018/19 começa a se definir no país, nos principais estados produtores a colheita segue acelerada, aproveitando as condições climáticas para tal. Com isso, a velocidade segue recorde. De acordo com a agência Safras e Mercado a colheita no inicio de março já alcançava 45% da área plantada, no mesmo período do ano passado, este percentual estava na casa de 31% e a média dos últimos 5 anos é de 36%. Neste cenário começa ser revelado as verdadeiras perdas da safra. As principais estimativas apresentadas relatam uma produção de 112 a 117 milhões de toneladas. A média destes levantamentos aponta uma produção nacional de soja de 115 milhões de toneladas. Se comparada com a estimativa inicial da safra, de 120 milhões de toneladas, as perdas giram a casa de 5 milhões de toneladas. Porém a situação da colheita no MATOPIBA pode reduzir ainda mais estes números. O grande destaque no mercado nesta safra são as exportações. Com a baixa participação dos EUA no mercado exportador, o Brasil se tornou o principal fornecedor do mercado mundial de soja. Desde maio de 2018 o volume mensal exportado tem sido maior que no ano anterior e estima-se que até o segundo semestre este cenário não se modifica. Desta forma, podemos ter internamente um cenário apertado de oferta e demanda de soja.
Levantamento da Safra Brasileira de Soja Fevereiro 2019 118 117 116 115 114 116,5
113
117
115,5
112 112,5
111 110
115,3
114,95
CONAB
Média
113
Agroconsult AgRural
Datagro
Safras e mercado
USDA
Exportações do Complexo Soja no Brasil - Mil toneladas 2019
2018
2017
MÉDIA
14.000 12.000 10.000 8.000
De acordo com a CONAB, as exportações brasileiras serão de
71
milhões
de toneladas na safra 2018/19, confirmando o Brasil como o maior exportador mundial de soja.
6.000 4.000 2.000 0
JAN
FEV
MAR
ABR
MAI
JUN
JUL
AGO
SET
OUT
NOV
DEZ
Fevereiro/2019
Brasil deve produzir, na sua 1ª safra, a menor produção de seus últimos 6 anos.
Evolução da Produção de Feijão 1ª Safra - Mil toneladas 1.400
1361 A CONAB divulgou no inicio de fevereiro seu 5º levantamento da safra 2018/19. Neste 1282 1.300 levantamento a produção apontada foi de 1.025 mil toneladas de feijão, mais de 250 mil 1259 toneladas a menos do que na safra passada. Esta situação elevou o preço do grão acima 1.200 1132 de sua média histórica, chegando a média de dezembro na Bolsa de Cereais de São Paulo 1.100 a R$ 250 a saca de 60 kg, mais que o dobro do valor no mesmo período do ano passado. 1034 1025 1.000 Com a colheita praticamente concluída no maior estado produtor, Paraná, e a evolução da 965 900 colheita no segundo maior estado, Minas Gerais, a oferta deve continuar firme em São Paulo, porém o momento agora é de redução da velocidade na parte demandante. Os altos 800 2012/103 2013/14 2014/15 2015/16 2016/17 2017/18 2018/19 preços causaram redução no consumo, principalmente no que tange a procura no atacado. Com isso, houve uma redução no ritmo de comercialização e, consequentemente, uma menor volatilização dos preços. Desta forma, com compradores abastecidos e a oferta Variação do Feijão Carioquinha na Bolsa de Cereais de São Paulo firme, começa a surgir um viés de baixa no mercado. Além disso, as atenções começam - R$ / Sc 270 a ser direcionadas para a segunda safra, que tem inicio tímido de plantio. Lembrando que 270 250 250 a 2ª safra de feijão deverá ser a maior do país, como 1,3 milhões de toneladas. 230 230
2018
z De
v
t Ou
2019
No
t Se
Ag o
Ma
Ma
Ab
Média 01/18
Ju l
90 i
110
90 Ju n
130
110 r
150
130
r
170
150
n
Milhões de toneladas produzidos
190
170
Fe v
140
210
190
Ja
A maior produção de feijão em Goiás deverá ser na 1ª safra com
210
Fevereiro/2019
Estoques finais de algodão no Brasil deve registrar aumento e já representa metade da demanda brasileira no ano. A Conab, no seu 5º levantamento da safra de cerais, fibras e oleaginosas, confirmou os dados de oferta e demanda de algodão na safra 2018/19. Neste relatório os dados preocupantes dos estoques finais apresentados foram de 1,1 milhões de toneladas. Com uma produção recorde de 2,56 milhões de toneladas de pluma, nem mesmo uma boa participação na exportações, algo que vem ocorrendo, conseguira colocar no mercado externo o excedente da nossa produção. Aliado ao baixo consumo domestico, os números expressivos dos estoques finais devem se confirmar. Este cenário faz com que seja imperativo que a cadeia do algodão incentive sua demanda e conquiste novos mercados externo, evitando assim, uma ajuste negativo na oferta dos próximos anos. Em relação aos preços, ainda há patamares mais elevados que o ano passado, apesar do fundamento de baixa nos últimos dias. Além da questão da oferta e demanda, que foi apresentado acima, os preços internacionais do algodão apresentaram recuos nos últimos dias. O ultimo relatório do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) elevou consideravelmente os estoques globais do algodão. Completa o cenário de baixa a expectativa de que EUA, Austrália e Índia tenham uma safra cheia, como o Brasil. O Brasil deve produzir na safra 2018/19
2,56 milhões
de toneladas de pluma de algodão, 560 mil a mais que a safra passada.
Evolução dos estoques de Algodão em pluma no Brasil -Mil toneladas -= 1200
1081
1000 800 600 400
691 470
428 305
349
200 0
2011/12
2012/13
2013/14
2014/15
201
245
2015/16
2016/17
2017/18
2018/19
Variação do Preço da Pluma de Algodão nas Principais Regiões Produtoras do País
15/02/2019 15/02/2018 R$/@ São Paulo Cif 90,94 96,89 Rondonópolis 87,64 93,38 Uberlândia 89,29 95,13 Maringa 88,18 93,96 Acreúna 86,61 92,28 Chapadão do Sul 87,17 92,87 LEM 92,76 95,92
Variação 6,54% 6,55% 6,54% 6,55% 6,55% 6,54% 3,41%
Fevereiro/2019
Exportações de milho surpreendem no inicio do ano, dando continuidade ao bom desempenho dos últimos meses de 2018, e pressiona a ponta demandante O mercado de milho segue no momento atual no inicio da colheita do milho verão e plantio da 2ª safra. De acordo com a agência safras e mercado, 24% da área plantada da primeira safra de milho já foi colhida até a 1ª quinzena de fevereiro, mesmo percentual do ano passado, e 55% do milho safrinha já foi semeado, contra 33% no mesmo período do ano que se passou. Com uma produção total, apontada pela CONAB, de 91 milhões de toneladas e um consumo interno de 62 milhões de toneladas, o grande balanço do mercado dependerá das exportações. Até o momento, fevereiro de 2019, as vendas internacionais brasileiras não tem decepcionado. Em janeiro de 2019 o Brasil exportou 4,2 milhões de toneladas, um valor 40% maior que o ano passado. Este resultado da continuidade ao bom volume de milho exportados em novembro e dezembro do ano anterior. A expectativa da CONAB é que o Brasil exporte 31 milhões de toneladas na safra 2018/19. O reflexo destas exportações são preços firmes no país. Desde fevereiro de 2018 os preços do cereal nas diferentes regiões produtoras tem se mostrado em patamares mais elevados que o ano anterior. Daqui para a frente a expectativa é que este cenário se mantenha, até a entrada da safra dos principais estados produtores de milho 1ª safra, Minas Gerais e São Paulo, a relação oferta e demanda continuará apertada, favorecendo o preço do cereal. Goiás deve produzir na safra 2018/19 mais de
9,6
Milhões de toneladas de milho
Exportação de Milho no Brasil - Mil toneladas -
7000 6000 5000 4000 3000 2000 1000 0
Variação mensal do Preço do Milho no Brasil R$ 45,00 R$ 40,00 R$ 35,00 R$ 30,00
19%
a mais que na safra 2017/18
R$ 25,00 R$ 20,00
- R$ / Sc -
Fevereiro/2019 O Indicador Boi Gordo Esalq/B3 recuou em 1,2%, já em Goiás os preços seguem firmes e evoluíram em 1,2% comparado a média do mês passado para ambos. As ofertas continuam retraídas o suficiente para dar sustentação aos preços pagos pela arroba em curto prazo, juntamente com a demanda interna e externa mais aquecida. Porém, março tende a aumentar a oferta de animais provenientes de pastagem, o que deve ser avaliado pelo produtor a médio prazo, juntamente com as demais variáveis de demanda e custos para a decisão de negócios. Abaixo, um retrato de Goiás que segue evoluindo na bovinocultura de corte, sendo o terceiro em rebanho bovino (21.887.720 cabeças) que disponibilizou para o abate aproximadamente 3,2 milhões de animais com produção de 818 mil toneladas de carne. Também segue se destacando nas exportações, sendo cada vez mais eficiente em produtividade por carcaça e usando menor área de pastagens.
** Janeiro a Setembro/18
Fonte: Cepea; Ifag; IBGE; Mapa; SIF;Comexstat.
Fevereiro/2019
Período de sazonalidade já começa a ser perceptível nos preços em praças da região Sul. A queda de braço entre varejo e indústria vem sendo influenciada pela questão de menor oferta. O período de sazonalidade, já começa a ser perceptível nos preços em praças da região Sul, enquanto Goiás e Minas Gerais, ainda não refletiram de maneira significativa este período de menor oferta. Mesmo com o mercado de derivados sem variações acentuadas, a restrição da oferta pressionou os volumes negociados do leite Spot. O que explica o leite spot não ter apresentado grande variação nos preços é a correlação com o leite UHT.
Preços Nominais Semanais - Derivados no Atacado UHT (R$/litro)
Leite em Pó Integral (R$/Kg)
Muçarela (R$/Kg)
Prato (R$/kg)
1ª Sem Fev/18
2,00
10,93
13,89
15,64
2ª Sem Fev/18
2,03
11,28
14,22
15,68
1ª Sem Jan/19
2,25
12,85
15,90
17,15
2ª Sem Jan/19
2,34
13,36
16,21
17,84
1ª Sem Fev/19
2,28
13,84
16,36
18,61
2ª Sem Fev/19
2,26
13,99
16,34
18,60
Fonte: MilkPoint Mercado.
Preços Nominais Quinzenais - Leite Spot 2,20 2,00 1,80 1,60 1,40 1,20 1,00 1ª Q Fev/19
2ª Q Jan/19
1ª Q Jan/19
2ª Q Dez/18
1ª Q Dez/18
2ª Q Nov/18
1ª Q Nov/18
2ª Q Out/18
1ª Q Out/18
2ª Q Set/18
1ª Q Set/18
2ª Q Ago/18
1ª Q Ago/18
2ª Q Jul/18
1ª Q Jul/18
2ª Q Jun/18
1ª Q Jun/18
2ª Q Mai/18
1ª Q Mai/18
2ª Q Abr/18
1ª Q Abr/18
2ª Q Mar/18
1ª Q Mar/18
2ª Q Fev/18
1ª Q Fev/18
2ª Q Jan/18
1ª Q Jan/18
0,80
Fonte: MilkPoint Mercado.
Fonte: MilkPoint Mercado. Elaboração: IFAG.
Estruturação e Sistematização dos Dados Econômicos do Setor Agropecuário do Estado de Goiás Serviço Nacional de Aprendizagem Rural /AR-GO Tel.: 62 3412-2700 www.senargo.org.br
Instituto para o Fortalecimento da Agropecuária de Goiás Tel.: 62 3241-5252 www.ifag.org.br