Produção Animal Avicultuta - ed29

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nº 29 - ano III setembro/2009

PNCRC

Marfrig

Empresa busca consolidação na avicultura e crescimento em São Paulo

Coasul

Garantindo a qualidade das carnes e ovos

Recém chegada na avicultura, cooperativa otimiza o transporte pré-abate



Sumário Coasul Estréia na avicultura de olho na otimização do transporte pré-abate

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Crescimento Marfrig abate 1,8 milhão de aves/dia em menos de dois anos na avicultura

14

Simulado de IA no Paraná Programa prepara técnicos para possível chegada da IA

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Eventos................................................................. 04 Notícias Curtas..................................................... 06 Ciência Avícola.................................................... 20 AviGuia................................................................ 24 Portfólio Aviguia................................................. 48 Classificados . ...................................................... 49 ESTATÍSTICAS E PREÇOS

Qualidade de carnes e ovos PNCRC avalia status de utilização de medicamentos veterinários

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Ponto Final Célio Porto: Setor de ovos precisa ganhar musculatura

expediente Produção Animal - Avicultura ISSN 1983-0017 Coordenador Editorial José Carlos Godoy jcgodoy@avisite.com.br MTB - 9782 Comercial Paulo Godoy Christiane Galusni publicidade@avisite.com.br Redação Érica Barros Thaís Façanha Maruoka imprensa@avisite.com.br Diagramação e arte Mundo Agro e Luciano Senise senise@senise.net Internet Darcy Júnior webmaster@avisite.com.br Circulação e Assinatura (19) 3241-9292 assinatura@avisite.com.br Fale com a redação! imprensa@avisite.com.br Tel: (19) 3241 9292 Mundo Agro Editora Ltda. Rua Erasmo Braga, 1153 13070-147 - Campinas, SP

50

Produção e mercado em resumo........................................... 36 Alojamento de matrizes de corte...........................................37 Produção de pintos de corte................................................. 38 Produção de carne de frango................................................ 39 Exportação de carne de frango............................................ 40 Disponibilidade interna de carne de frango.........................41 Alojamento de matrizes de postura..................................... 42 Alojamento de pintainhas comerciais de postura............... 43 Desempenho do frango vivo no mês de agosto.................. 44 Desempenho do ovo no mês de agosto............................... 45 Matérias-primas...................................................................... 46

eDITORIAL

Avicultura enfrenta agosto difícil para mercado de frangos e ovos No mercado interno, a comercialização de frangos e ovos não se saiu bem em agosto. A avicultura de corte enfrentou no fechamento do mês um preço médio quase 20% menor que o de um ano atrás para o frango abatido. Um dos principais fatores foi a precipitação do setor que gerou elevação da oferta, já anteriormente observada em julho. No tocante aos ovos, em agosto a remuneração foi 18,65% inferior à do mesmo período de 2008. E aqui não cabe a explicação de excesso de produção, já que esta se encontra há tempos estabilizada (mais detalhes na página 36). Está cada vez mais perto o dia em que a avicultura brasileira de postura irá entrar com força total no mercado externo. O Programa Nacional de Controle de Resíduos e Contaminantes (PNCRC) promete investir ainda mais na qualidade do setor ampliando

significativamente o escopo de avaliação no segundo semestre de 2009 (veja mais na página 32). Também sobre o setor de postura, Célio Porto, Secretário de Relações Internacionais do Agronegócio, do Ministério da Agricultura afirma no Ponto Final (página 50) que existe demanda internacional para os ovos produzidos no Brasil, mas que o setor precisa ganhar “musculatura” para enfrentar o mercado externo. Falando em melhorias, a Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná e os ministérios da Defesa e da Agricultura organizaram um simulado de ocorrência da Influenza Aviária no Brasil, como parte programa de prevenção à doença (página 17). É o setor avícola mostrando que organização e prevenção são fundamentais para enfrentar os atuais desafios que se apresentam à atividade. Produção Animal | Avicultura 3


Eventos

2009 Setembro 14 a 17 de setembro Mercoagro - 8ª Feira Internacional de Processamento e Industrialização da Carne Local: Parque de Exposições Tancredo Neves, Chapecó, SC Realização: Brazil Trade Shows Contato: (11) 3598-7800 Informações: www.mercoagro.com.br 17 e 18 de setembro I Congresso Internacional sobre Uso da Levedura na Alimentação Animal Local: Auditório do Instituto Agronômico Av. Barão de Itapura, 1481, Campinas, SP Realização: CBNA Contato: (19) 3232-7518 Informações: www.cbna.com.br E-mail: cbna@cbna.com.br 30 de setembro e 1º de outubro Simprotec Carnes Local: Sociedade rural do Paraná, Londrina, PR Realização: TechFoods e Universidade Estadual de Londrina (UEL) Informações: www.techfoods.com.br/

21 a 23 de outubro 8º Simpósio Técnico de Incubação, Matrizes de Corte e Nutrição Local: Balneário Camboriú, SC Realização: ACAV (Associação Catarinense de Avicultura) Contato: (49) 9977-1021 Informações: www.acavsc.org.br E-mail: acav-chapeco@hotmail.com 27 e 28 de outubro Fórum Nacional da Avicultura Local: Brasília Realização: UBA e ABEF E-mail: imprensa@uba.org.br

Novembro 11 a 13 de novembro I Congresso Internacional sobre Nutrição de Aves e Suínos Local: Auditório do Instituto Agronômico de Campinas Av. Barão de Itapura, 1481 Realização: CBNA Informações: www.cbna.com.br E-mail: cbna@cbna.com.br

2010

Outubro

Janeiro

5 a 9 de outubro XXI Congresso Latino-Americano de Avicultura e Avimundo 2009 Local: Centro de Exposições PABEXPO, Havana, Cuba Realização: ALA e Associação Cubana de Produtores Avícolas (SOCPA) Informações: www.avicultura2009.com E-mail: info@avicultura2009.com

27 a 29 de janeiro 62ª International Poultry Expo-Feed Expo Local: Georgia World Congress Center - Atlanta, Geórgia – EUA Realização: US Poultry & Egg Association Contato: (770) 493-9401 Informações: www.internationalpoultryexposition.com

10 a 14 de outubro Anuga 2009 Local: Koelnmesse, Colônia, Alemanha Informações: www.anuga.com/ E-mail: anuga@visitor.koelnmesse.de 19 a 21 de outubro VIV China 2009 Local: Pequim, China Informações: www.viv.net E-mail: wang.yunyun@vip.163.com

4 Produção Animal | Avicultura

Maio 25 a 28 de maio Feira Nacional do Frango (FENAFRANGO) Local: Passo Fundo, RS Realização: Associação Comercial, Industrial, de Serviços e Agropecuária e Sindicato Rural Informações: www.fenafrango.com.br



Notícias

As mais lidas no AviSite em agosto empresas do setor Custo de produção do 1 Quatro 2 estão entre as maiores frango em abril/2009, exportadoras do Brasil

Q

uatro empresas do setor avícola estão entre as quarenta maiores exportadoras brasileiras relacionadas pela SECEX/MDIC no primeiro semestre de 2009: Sadia, Perdigão, Seara e Doux-Frangosul. Considerada a receita cambial auferida, a Sadia ocupou a sétima posição da pauta, a Perdigão a 16ª e a 23ª posições, a Seara a 18ª, a Doux-Frangosul a 39ª. A nova gigante BRF ocupa a 5ª posição entre as maiores empresas exportadoras do Brasil.

segundo a CONAB

O

último levantamento divulgado pela CONAB sobre o custo de produção de frango mostra – para o mês de abril de 2009 e especificamente para o estado do Paraná – valores que vão desde R$1,582/kg (aviários automatizados com lotes de 14 mil frangos) até R$1,620/kg (aviários com tratamento manual e lotes de 12.5000 aves). Para ler mais informações desta notícia, confira a página 10.

cientista indiano 3 Jovem tem solução para poluição das penas

O

que cientistas mais temem é 4 Opossível combinação entre

pesquisador indiano Sathya Balachander, de apenas 20 anos, descobriu uma bactéria capaz de degradar penas de aves em apenas três dias. As pesquisas foram desenvolvidas nos laboratórios de biologia da Universidade de Allahabad, no norte da Índia. A notícia completa se encontra na página 22.

H1N1 e H5N1

A

Organização Mundial da Saúde (OMS) apresentou uma atualização dos casos humanos de Influenza Aviária do tipo H5N1 registrados no mundo desde as primeiras ocorrências do atual surto. Foi revelado que nestes quase seis anos da doença, foram oficialmente registrados 438 infecções humanas, 262 das quais levaram o paciente à morte.

dos EUA sentencia: cama de 5 Juiz frango é lixo

E

m julgamento realizado na primeira quinzena de agosto, um juiz federal de Oklahoma, nos EUA, concluiu que, aplicada como fertilizante em excesso, diante da atual legislação ambiental norte-americana a cama de frango deve ser considerada lixo. A decisão representa vitória parcial do estado de Oklahoma, que há tempos defende na Justiça a tese de que a aplicação excessiva de cama de frango em lavouras locais resultou na poluição da bacia do Rio Illinois. 6 Produção Animal | Avicultura


Notícias | Panorama Internacional Defesa sanitária

OIE se dispõe a efetuar avaliação qualitativa de serviços veterinários Objetivo é promover melhoria da administração sanitária e atendimento das normas do Código Sanitário para Animais Terrestres

A

firmando estar consciente de que, por falta de atualização, a legislação veterinária de muitos países impede o enfrentamento eficiente dos desafios sanitários atuais e futuros, a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) informa que, por solicitação dos próprios países-membros, formulou diretrizes para todos os aspectos essenciais da legislação, ora disponíveis no site www. oie.int. Conforme essas novas diretrizes, as responsabilidades-chave das autoridades veterinárias devem compreender, no mínimo, a vigilância, a imediata detecção e o controle das doenças animais e das zoonoses (doenças transmissíveis ao

homem), a inocuidade dos alimentos de origem animal e a certificação sanitária de animais e seus produtos destinados à exportação.

OIE efetua análise de risco e aponta ponto crítico existente nos países-membros As novas diretrizes buscam facilitar aos países-membros a melhoria da administração sanitária e o atendimento das normas estipuladas no Código Sani-

tário para Animais Terrestres. Mediante prévia solicitação, a OIE se dispõe a efetuar uma avaliação qualitativa dos serviços veterinários do paísmembro, para tanto se servindo de ferramentas próprias que, inclusive, efetuam análises de risco e apontam pontos críticos eventualmente existentes. O procedimento não é obrigatório, mas a OIE recomenda “aos governos e demais partes interessadas” a aplicação das novas diretrizes, por ora disponíveis na internet em inglês e em francês. Consultas para detalhamento devem ser dirigidas ao Departamento de Atividades Regionais da OIE (m.edan@oie.int).

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Notícias | Panorama Internacional Matérias-primas

Mercado externo

USDA prevê a maior produção Exportação de mundial de milho em três anos frango Previsão ficaria em torno dos 800 milhões de toneladas dos EUA aumentou 3,5% E nquanto em julho o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) previa que na safra 2009/2010 a produção mundial de milho seria similar à

Enquanto suprimento aumenta pouco mais de 2%, consumo aumenta cerca de 3%

da safra 2008/2009 (cerca de 789 milhões de toneladas), novas previsões, divulgadas na segunda semana de agosto, sugerem que essa pode ser a maior das últimas três safras, aproximando-se dos 800 milhões de toneladas. Mas enquanto o suprimento (estoque inicial + produção) aumenta pouco mais de 2%, o consumo (principalmente das rações) aumenta cerca de 3%, expansão que combinada a um aumento de 6% nas exportações deve conduzir a uma redução dos estoques finais comparativamente à safra 2008/2009. De toda forma essa redução deve ser mínima (1,8%), correspondendo a 2,6 milhões de toneladas a menos que na safra anterior.

Crise econômica

Nos EUA, avicultura retorna ao fundo de quintal Primeiro semestre de 2009 apresentou aumento de 7% na procura de pintos de um dia em relação ao mesmo período de 2008

E

m artigo publicado na primeira semana de agosto no The New York Times, o jornalista William Neuman comenta que, na busca de acumular reservas para enfrentar tempos eventualmente mais difíceis, o americano comum passou a se alimentar fora com menos freqüência, a tirar férias o mais perto de casa possível, a retardar a compra de um carro novo ou, então... a criar galinhas. Segundo o jornalista do The New York Times, como a tendência do frango (ou da poedeira) de fundo de quintal está varrendo o país, os produtores independentes de pintos de um dia fazem a festa, pois, pela primeira vez

8 Produção Animal | Avicultura

em décadas, mal conseguem atender a demanda. Que vem de diferentes e das mais inesperadas partes dos EUA – por exemplo, do sofisticado bairro do Brooklin, em Nova Iorque, de um subúrbio da altamente industrializada Chicago ou, então, da zona rural do Oeste americano. A propósito, o serviço postal norteamericano informa que no primeiro semestre de 2009 entregou 1,2 milhão de libras (544,2 toneladas) de “encomendas” contendo pintos de um dia (a maioria, frangos e poedeiras, mas também patos e perus), volume 7% maior que o registrado no mesmo período de 2008.

Volume ficou em cerca de 1,546 milhão de toneladas no primeiro semestre

D

ados divulgados na segunda semana de agosto pelo Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) revelam que as exportações de carne de frango do país em junho voltaram a registrar variação negativa pelo terceiro mês consecutivo. O volume exportado no mês, 241.275 toneladas, representou recuo de praticamente 5% sobre o mesmo mês do ano anterior. Mesmo assim o setor encerrou o primeiro semestre de 2009 com expansão. No período foram exportados cerca de 1,546 milhão de toneladas de carne de frango, volume quase 3,5% maior que o registrado no mesmo semestre de 2008. Nos últimos 12 meses a expansão anda próxima dos 10%. Notar que os dados do USDA não incluem determinadas partes comestíveis das carnes avícolas como, por exemplo, as patas de frango.

EUA

Exportação de carne de frango MIL TONELADAS MÊS

2008

2009

VAR.

jan fev

206,637

275,695

33,42%

230,03

254,392

10,59%

mar

246,81

265,148

7,43%

abr

268,28

247,185

-7,86%

mai

288,472

262,255

-9,09%

jun

253,692

241,275

-4,89%

EM 6 MESES

1.493,92

1.545,95

3,48%

Fonte: USDA – Elaboração e análises: AVISITE


Cotas Européias

Tailândia acompanha revisão de tarifas pela UE Europeus também avaliam restringir importações através de quotas

D

e acordo com matéria publicada no jornal tailandês The Nation, a UE comunicou recentemente à Organização Mundial do Comércio (OMC) que pretende modificar as tarifas de importação de oito diferentes carnes avícolas – entre elas a do frango processado, da carne de pato in natura e dos fígados de gan-

so e pato (matérias-primas dos patês de foie gras). Há informações também de que os europeus avaliam outra possibilidade – a de restringir as importações através de quotas, podendo até mesmo adotar as duas medidas a um só tempo. A proposta do governo tailandês, no momento, é a de acompanhar bem de

perto o desenrolar das decisões européias e, imediatamente, iniciar negociações em busca de compensações, se for o caso. Segundo o The Nation, em 2008 as exportações avícolas da Tailândia para a União Européia totalizaram 4,8 bilhões de Baths, aproximadamente R$ 260 milhões.

Restrição

China X EUA: a guerra do comércio continua Americanos e chineses trocam embargos

D

e acordo com a agência de notícias Reuters, a China baniu, na primeira semana de agosto, as importações de carne de cinco empresas norte-americanas – três de carne suína (duas plantas da Smithfield Foods e uma da Seabord Foods) e duas de carne de frango (Montaire Farms e Equity Group). Consultado a respeito, o Departamento de Agricultura dos EUA informou, em documento, não ter recebido qualquer explicação para o embargo. Porém essa história não começou aí. No dia 31 de julho, o Órgão de Resolução de Litígios (DSB, na sigla em inglês) da Organização Mundial do Comércio (OMC) atendeu a queixa chinesa e decidiu pela abertura de um painel para avaliar as restrições legais que os EUA impuseram à carne de frango da China em seu orçamento de 2009. Segundo a própria OMC, a decisão já era esperada e, portanto, não representou novidade. Nesse orçamento assinado pelo presidente dos EUA Barack Obama, foi mantida restrição criada em 2007, segundo a qual as verbas aprovadas não podem ser utilizadas na importação de carnes avícolas de origem chinesa. Como, para a China, tal restrição fere as regras da OMC, foi solicitada a abertura de painel visando a um posicionamento do órgão mundial de comércio em relação às medidas adotadas pelos EUA. Mesmo aprovada a criação

de painel, as primeiras manifestações por parte da OMC só começarão a ocorrer a partir de 2010, não antes. Assim, a menos que o litígio seja equacionado através de negociações diretas entre as duas partes, a pendência continua por um bom tempo.

Em franca expansão, consumo de aves na China aumenta 35% em 10 anos Enquanto o Departamento de Agricultura dos EUA aponta que no ano

passado os chineses consumiram perto de 10 kg de carnes de aves, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) indica que ele pode ser um pouco maior, de quase 11,5 kg. Paralelamente, porém, o órgão representativo dos países desenvolvidos sugere que deve ocorrer verdadeira explosão de consumo entre os chineses, o que pode elevar o consumo de 2018 para cerca de 15,5 kg per capita - uma evolução de 35% em apenas uma década.

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Notícias | Brasil Retração

Agroindústria do frango recuou 3,3% no 1º semestre, aponta IBGE Recuo foi consequência da queda das exportações provocada pela menor demanda externa

D

e acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), no primeiro semestre de 2009 o setor de produtos industriais derivados da pecuária apresentou retração de 4,1%. Foi um recuo maior que o observado entre os derivados de aves (abatedouros de frango, em essência), onde a queda em relação ao primeiro semestre de 2008 foi de 3,3%. Segundo o IBGE, o recuo foi consequência da queda das exportações provocada pela menor demanda externa, principalmente a da Ásia e da União Européia. A ressaltar que, em termos trimestrais, a agroindústria do frango teve um comportamento inverso ao observado entre os demais produtos industriais derivados da pecuária, cujo desempenho, em geral, piorou no segundo trimestre do ano. Entre as

No primeiro semestre o setor de produtos industriais derivados da pecuária apresentou retração de 4,1%. Já o de aves, 3,3% aves, registrou-se um recuo de 4,5% no trimestre inicial de 2009, reduzido para 2,1% no trimestre seguinte. Detalhe adicional: de acordo com dados do próprio setor avícola (APINCO), no semestre a produção brasileira de carne de frango recuou 3,1% - uma diferença de apenas 0,2 ponto percentual em relação aos 3,3% apontados pelo IBGE.

Produção

Custo de produção do frango em abril/2009, segundo a CONAB Especificamente no Paraná, valores variam de R$ 1,582/kg a R$1,620/kg FRANGO VIVO

Custo de produção conforme o tipo de aviário Estado do Paraná – Abril de 2009 R$ POR CABEÇA E POR KG

TIPO DE AVIÁRIO

CLIMATI

AUTOMÁ

ZADO

TICO

MANUAL

Custo

Variável

0,365

0,349

0,385

do Inte-

Fixo

0,270

0,195

0,234

grado

Subtotal

0,635

0,544

0,619

Custo da

Variável

3,386

3,387

3,408

Integra-

Fixo

0,023

0,023

0,023

3,409

3,410

3,431

Total por cabeça

4,044

3,954

4,050

CUSTO POR KG

1,618

1,582

1,620

ção

Fonte dos dados básicos: CONAB/MAPA Elaboração e análises: AVISITE

10 Produção Animal | Avicultura

O

último levantamento divulgado pela CONAB sobre o custo de produção de frango (trabalho realizado em conjunto com a Embrapa Suínos e Aves) mostra – para o mês de abril de 2009 e especificamente para o estado do Paraná – valores que vão desde R$1,582/kg (aviários automatizados com lotes de 14 mil frangos) até R$1,620/kg (aviários com tratamento manual e lotes de 12.500 aves). Porém, os aviários climatizados (15 mil aves) não ficaram muito longe, já que neles o custo foi estimado em R$1,618/kg, ou seja, apenas 0,1% a menos que no aviário manual.

Aviário climatizado foi estimado em R$ 1,618/kg, apenas 0,1% a menos que no aviário normal Detalhe que não pode ser ignorado neste caso é que para os três tipos de aviários é adotado um peso padrão único para o frango (cerca de 2,5 kg), o que pode falsear os resultados dos três tipos de aviários.


In natura

Preço médio do frango exportado segue em lenta recuperação Em julho produto atingiu US$1.552,92 por tonelada embarcada, aumento de 2,2% em relação ao mês anterior

A

inda que de maneira lenta, o preço médio da carne de frango in natura exportada pelo Brasil continua em recuperação – indicam os últimos dados da SECEX/MDIC. Em julho último atingiu o valor de US$1.552,92 por tonelada embarcada, o que significou incrementos de 2,2% e de 22,2% sobre os preços registrados, respectivamente, no mês anterior (US$1.519,01/t em junho de 2009) e no pior momento da atual crise para o setor (cerca de US$1.270,00/t em fevereiro e março de 2009). Além disso, já se registra um retorno aos valores praticados no início de 2008, algo que – até recentemente – era considerado inviável no curto prazo.

Agora chegou

REVESTIMENTO TÉRMICO PARA TELHADOS

Produto perde duas posições na pauta exportadora Já na pauta exportadora brasileira, a carne de frango in natura perdeu duas posições: fechou o primeiro semestre ocupando a quarta posição e atrás apenas da soja em grão, minério de ferro e petróleo em bruto; agora tem à sua frente também o farelo de soja e o açúcar em bruto. Esse resultado é conseqüência do melhor desempenho de outros produtos próximos.

Meta dos 5% na venda externa começa a ficar distante Um aumento de 5% sobre o total exportado em 2008 (3,645 milhões de toneladas) significa chegar, neste ano, aos 3,827 milhões de toneladas, aproximadamente. Faltam, portanto, 1,692 milhão de toneladas que, distribuídas pelos cinco meses restantes do ano, solicitam embarques mensais da ordem de 338,4 mil toneladas, média 12% superior à registrada no primeiro semestre. O desafio está no fato de que a última vez em que se atingiu aquele volume em um único mês foi em julho do ano passado, ou seja, antes que se instalasse no mundo a atual crise econômica.

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Empresas Automação

Aviários da Coasul são equipados com geradores O projeto possui logística de transporte, capacidade de alojamento de aves, climatização, sistema Dark House, geradores e automatização, o que diminui os riscos da atividade em caso de queda de energia elétrica, evitando problemas de mortalidade e queda nos índices zootécnicos do lote.

Coasul visita a Lar e troca experiências Primeiro aviário concluído e alojado pertence ao cooperado e Diretor Presidente da Coasul, Paulino Capelin Fachin. Aviário se localiza em são João (PR)

A

morte de aves em conseqüência de quedas e interrupção de energia elétrica é atualmente um dos grandes problemas enfrentados por avicultores de todo o país. Pensando nisso, a Coasul Cooperativa Agroindustrial planejou o fomento avícola com técnicas e equipa-

mentos de última geração. Além de um abatedouro de aves e uma fábrica de rações, nove aviários estão em construção e quatro concluídos e alojados. A empresa ainda abriu vaga para os produtores disputarem licitação para mais 25 aviários.

No dia 28 de julho, a cooperativa Lar recebeu representantes da Coasul no Centro de Treinamento e Desenvolvimento (CTD), em Medianeira, PR. Em um dia inteiro de trocas de experiências, os visitantes buscaram conhecer melhor alguns trabalhos desenvolvidos pelas duas cooperativas, que é uma das referências no trabalho de OQS (Organização do Quadro Social).

Marca histórica

Frangos Canção produz 100 milhões de pintainhos em incubatório Empresa pretende chegar aos 9.000.000 por mês em 2011

A

avícola Frangos Canção, de Maringá, PR, atingiu em agosto uma marca histórica: 100 milhões de pintainhos produzidos no incubatório, em São Manoel do Paraná. Para a empresa, a marca significa a concretização de um projeto de viabilidade do ciclo produtivo completo de toda a cadeia de frango de corte dentro da própria Frangos Canção. No entanto, apesar do crescimento na produção de pintainhos (pintinhos de até um dia) que são a base para a produção avícola, o grupo ainda não é auto-suficiente na produção – produz mensalmente cerca de 4 milhões de pintainhos e outros 550 mil comprados de outros incubatórios do Paraná. Essa estratégia auxilia o Grupo Frangos Canção a ser o principal produtor e exportador de frangos de corte da região de Maringá. “Pretendemos ampliar as instalações e chegar ao final de 2010 ou início de 2011 com uma produção mensal de 9.000.000 de pintainhos, para atender a demanda de nosso crescimento de abate”, revela o Gerente Agroindustrial da Frangos Canção, Valmor Ceratto. 12 Produção Animal | Avicultura


Benefícios e prejuízos

Como ficam Sadia e Brasil Foods após a unificação Aprovação de incorporação aconteceu no dia 19 de agosto

A

Re A aprovação da incorporação das ações da Sadia pela BRF aconteceu no dia 19 de agosto, durante a assembléia extraordinária realizada em Concórdia, SC. Com o aval dos acionistas, a BRF passará a deter, direta ou indiretamente, a totalidade das ações da Sadia. A incorporação custará pouco menos de R$ 70 milhões (R$ 35 milhões para BRF e até R$ 32 milhões para outra empresa). Estão incluídos as despesas com todos os serviços necessários para o processo, como auditores, avaliadores, advogados, bancos de investimentos e publicações legais. Assim foi encerrada a última etapa societária da união. Falta agora apenas a aprovação do Conselho de Administração de Defesa Econômica (Cade), para que seja possível a unificação operacional entre as companhias. As ações da Sadia e da BRF continuarão sendo negociadas separadamente até o dia 21 de setembro. No dia 22, a base acionária será unificada sob o nome de pregão BRF Foods, com o código PRGA3 na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa).

desse comportamento pode ser explicada pelo incêndio da unidade de Rio Verde (GO), ocorrido ainda no primeiro trimestre. O acidente reduziu a oferta de produtos processados, como empanados, salsichas e hambúrgueres, no mercado doméstico. Com o retorno recente da unidade incendiada à sua capacidade total, Fay acredita que a companhia terá um desempenho melhor no mercado interno nos próximos trimestres.

Lucro líquido Dados do Valor Econômico afirmam que a Sadia fechou o segundo trimestre com lucro líquido de R$ 346, 3 milhões, o maior ganho trimestral de sua história, representando um aumento de 125% em relação ao mesmo período do ano passado. Já a Perdigão, usando a nova denominação Brasil Foods, lucrou R$ 129 milhões no mesmo período, 70% a mais que no segundo trimestre de 2008. Esse resultado devese, principalmente, à valorização do real em relação ao dólar sobre a posição cambial da empresa.

Incêndio na fábrica de Rio Verde (GO) prejudica Perdigão A Brasil Foods teve queda de 14,3% no volume de vendas no mercado interno no segundo trimestre deste ano, em relação a igual intervalo do ano passado. Em entrevista à Agência Estado, o diretor presidente da BRF, José Antonio Fay, afirmou que parte Produção Animal | Avicultura 13


Bem-estar e redução de custos

Coasul estréia na avicultura de olho na otimização do transporte pré-abate Cooperativa também leva em consideração novas diretrizes comerciais e legislativas relativas ao bem-estar

A

Coasul Cooperativa Agroindustrial foi fundada em 1969 por 43 produtores de São João, município localizado no sudoeste paranaense. São mais de 3.700 cooperados e 21 entrepostos, localizados em 18 municípios da região. Desde o início de 2008 a Cooperativa, que já atuava com a matéria-prima para a ração - o milho e a soja - trabalha no projeto de construção de um frigorífico avícola e uma fábrica de ração. É a velha fórmula de agregar valor à produção dos associados, transformando a proteína vegetal em proteína animal. O fri-

Embarque das aves para o transporte é realizado pelo dorso: bem-estar e redução das lesões nas carcaças

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gorífico deve ficar pronto em agosto de 2010 com capacidade de abate de 120 mil aves por dia. Apesar disso, o primeiro lote de frangos da Coasul Cooperativa Agroindustrial já foi carregado e abatido. O primeiro alojamento foi iniciado no dia 25 de maio. Até agosto, eram três aviários em operação com 34 mil aves cada. Por enquanto, o abate está sendo realizado em parceria com a Coopavel. Silviomar Luis Savi, Analista de Logística do Fomento Avícola da Coasul, explica que as duas uniram o útil ao agradável, já que a


Coopavel buscava aumentar seu abate diário e a Coasul pretendia montar o fomento avícola antes de o frigorífico ficar pronto. Ao entrar na avicultura, a Coasul não deixou de lado a otimização do transporte pré-abate. As carretas com caixas para transporte das aves se diferenciam dos modelos comuns em três aspectos: tamanho, climatização e preservação do meio ambiente. Equipadas com sistema de nebulização, coletor de dejetos e desinfecção com amônia e água, entre outros (veja quadro abaixo), as quatro carretas foram desenvolvidas pela Coasul em parceria com a empresa TRIEL HT. Desta forma, as exigências do bem-estar animal são cumpridas à risca. Cada uma das carretas possui 14,5 metros, cerca de dois metros a mais do que as utilizadas no mercado. A capacidade é para cerca de 6 mil aves, distribuídas em 675 caixas com nove frangos cada uma. Segundo informações divulgadas para a imprensa, as carretas transportarão 55% mais aves do que o habitual, o que deve gerar uma economia de 20% no transporte. Para o primeiro carregamento da Coasul foi contratada uma equipe com 17 funcionários da região de São João já treinados para realizar a “pega do frango” pelo dorso, levando em consi-

Em construção, frigorífico da Coasul em São João, PR, deve entrar em funcionamento em agosto de 2010

deração as novas diretrizes comerciais e legislativas relativas ao bem-estar. Todos receberam uniformes, botas e luvas dentro das especificações sanitárias. De acordo com Charlí Ludtke, Gerente de Produção Animal da Sociedade Mundial de Proteção Animal (WSPA), os padrões mais elevados de bem-estar no manejo dos animais representam menos perdas e mais abertura de mercados.

O investimento total do complexo avícola da Coasul é de R$ 150 milhões entre aviários, abatedouro e fábrica de rações. O projeto da cooperativa também é grande no tamanho dos aviários. Os galpões construídos pelos integrados chegam a medir 36 metros de largura por 150 de comprimento e podem alojar até 100 mil. Chamada de aviário gigante, a novidade já foi tema de assunto abordado pela Revista do AviSite na edição de julho.


Bem-estar e redução de custos

Sistema de nebulização

Tanque reserva com uma bomba, mangueiras e bicos sobre as caixas da carreta. Funciona com o caminhão em funcionamento ou desligado

Sistema coletor de dejetos

Através de uma bacia na base da carroceria, os dejetos são canalizados para um tanque e não entram em contato com o ambiente externo

Desinfecção com amônia e água

Acontecem na entrada e saída dos caminhões nos aviários

Sombrite

Localizados na parte traseira da carreta, diminuem a incidência do sol

Em MG, Senar ensina pega pelo dorso Também seguindo o objetivo de reduzir perdas na avicultura de corte, o Senar Minas (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural) está realizando o curso “Embarque de aves para o abate” incentivando a pega das aves pelo dorso. “Com o curso, há maior profissionalização dos trabalhadores no embarque de aves e a conseqüente a redução das lesões nas carcaças nas linhas de abate”, explica o Gerente Regional do Senar em Passos (MG), Rodrigo de Castro Diniz.

Senar Minas promove curso de “Embarque de aves para o abate”

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Simulado IA

Simulado contra Influenza Aviåria reuniu mais de 180 profissionais no Paranå Atendimento emergencial foi iniciado a partir da constatação de um foco hipotÊtico de IA em propriedade de Sabåudia

A

Profissionais de diversos órgãos e instituiçþes participaram do simulado de Influenza Aviåria entre os dias 24 e 31 de julho

pesar de nĂŁo existir foco de Influenza AviĂĄria no Brasil, a possibilidade de a doença chegar ao paĂ­s nĂŁo deixa de preocupar os profissionais do setor avĂ­cola. Pensando nisso, foi realizado o I Simulado Nacional em EmergĂŞncia SanitĂĄria AvĂ­cola entre os dias 24 e 31 de julho. Promovido pela Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do ParanĂĄ (Seab) e pelos ministĂŠrios da Defesa e da Agricultura, o programa aconteceu simultaneamente nas regiĂľes de Apucarana, Londrina e MaringĂĄ, todas no ParanĂĄ, estado escolhido por ser o maior produtor de carne de frango, o segundo maior exportador do paĂ­s e o que teve o melhor conceito no plano de regionalização da avicultura deste ano. Realizado em conjunto com a Organização Pan-Americana de SaĂşde (OPAS) – Panaftosa, o programa envolveu mais de 180 profissionais de diversos ĂłrgĂŁos e instituiçþes para preparĂĄ-los para um possĂ­vel registro da enfermidade no plantel nacional. O atendimento emergencial hipotĂŠtico foi iniciado a partir da constatação de um foco de Influenza AviĂĄria em uma propriedade avĂ­cola localizada no municĂ­pio de SabĂĄudia, regiĂŁo

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Simulado IA

Norte do Paraná que possui mais de 1,5 milhão de aves. A partir deste local, a doença teria se espalhado por mais sete focos localizados em quatro municípios da região: Sabáudia, Arapongas, Astorga e Pitangueiras. Mais de 200 propriedades foram visitadas. Segundo Marco Antônio Teixeira Pinto, chefe da Divisão de Defesa Sanitária Animal da Seab, a Influenza Aviária teria chegado ao primeiro foco por um caminhão que trazia aves da região do Pantanal. “Foi feito um exercício de simulado muito próximo do real. Não demos moleza. Criamos uma história difícil de ser investigada, mas na persistência e conhecimento, chegaram ao final com sucesso”, afirma Marco Antônio.

O simulado também foi satisfatório para a Coordenação de Sanidade Avícola. Segundo Bruno Rebelo Pessamilio, Fiscal Federal Agropecuário, da Coordenaria de Sanidade Avícola, o programa conseguiu atender o objetivo principal a partir das dez etapas realizadas (veja quadro abaixo). “O simulado proporcionou uma ótima oportunidade para testar a campo a execução do Plano de Contingência para Influenza Aviária e Doença de Newcastle , auxiliando o serviço oficial a identificar quais seriam as maiores dificuldades para a sua completa execução, além da possibilidade do aprimoramento do próprio Plano”, afirma. Marco Antônio Teixeira Pinto faz um alerta: Apesar dos bons resultados

alcançados com o simulado, existe a necessidade de um apoio maior nas questões de logística. “O pessoal sabe trabalhar, tem realmente consciência técnica, mas precisamos de um apoio maior nas questões de logística, como material e equipamento frente a um desafio desse tamanho”, diz. Entre as atividades realizadas pelo programa estavam vigilância epidemiológica, investigação dos focos, colheita e envio de amostras para diagnóstico laboratorial, interdição das propriedades, controle e monitoramento de trânsito, estabelecimento de barreiras, ações de desinfecção e sacrifício. Na sala onde ficam os comandos militar e civil, as atividades foram repassadas em tempo real para o Ministério da Agricultura em Brasília.

Atividade foi dividida em etapas que simularam situação real

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Formação das equipes de trabalho

Investigação epidemiológica

A equipe de epidemiologia teve como responsabilidade o levantamento, a análise e acompanhamento de todas as informações disponíveis sobre as propriedades “foco”, bem como das propriedades vizinhas em um raio de 10 km. Assim foi possível descobrir a origem dos supostos oito focos e das respectivas disseminações. Informações como a capacidade de alojamento das granjas, o trânsito de aves dessas propriedades realizados nos últimos meses, bem como o trânsito dos produtos e subprodutos de aves, foram fundamentais para a definição das estratégias adotadas.

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Imagens enviadas por Dr. Marco Antônio

Todos os profissionais envolvidos foram divididos em equipes que tinham como missão trabalhar no desenvolvimento e execução de ações específicas, porém interligadas, conforme previsto no “Plano de Contingência para Influenza Aviária e Doença de Newcastle”.

Vigilância e investigação a campo Foram estabelecidas aos redores dos focos, as Zonas de Proteção (ZP) e as Zonas de Vigilância (ZV). A ZP é a área compreendida em um raio de 3 km do foco, sendo a ZV a área compreendida em um raio de 7 km a partir da ZP, totalizando uma área de 10 km ao redor do foco. As equipes de vigilância e investigação trabalharam em duas frentes de ação. A primeira tinha por missão percorrer todas as propriedades, comerciais e de subsistências. Em todas as propriedades da ZP foi realizada colheita de materiais, para encaminhamento ao laboratório. A segunda frente de ação tinha por missão visitar as propriedades que tinham algum vínculo epidemiológico com as propriedades “focos”, com o objetivo de identificar a origem e a disseminação. No total, foram vistoriadas 270 propriedades com aves, sendo uma média de 45 por dia. 18 Produção Animal | Avicultura

1 Cerco de 3km e de 3-10km, referentes aos 8 “focos” encontrados


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Interdição do trânsito Dentro da estratégia de contenção do foco, uma das ações primordiais e imediatas é a instalação de barreiras de trânsito. No total foram instaladas 12 barreiras pela equipe de Trânsito, nas vias de acesso e estradas ao redor da ZP e ZV, com o objetivo de interditar as propriedades “focos”, restringir o acesso a essas Zonas, bem como fiscalizar todo trânsito de aves e outros animais, além de produtos e subprodutos animais. Todos os veículos que saíam das ZP e ZV foram desinfetados. As barreiras foram mantidas em operação 24 horas por dia, e vistoriaram mais de 1900 veículos.

Placa colocada nas propriedades focos e Zona de Proteção

Biossegurança Foi definida uma equipe de Biossegurança, que tinha por objetivo definir todos os procedimentos a serem seguidos para a limpeza e desinfecção dos veículos, tanto para entrada como saída das propriedades “focos” e demais pontos de risco. Todos os procedimentos foram devidamente checados, já que são fundamentais para evitar que, em um caso real, a própria equipe espalhasse o vírus para outros locais, além de preservar a saúde e segurança dos próprios técnicos.

Técnico realizando a desinfecção do veículo

Avaliação e taxação nas propriedades “focos” Todas as propriedades “focos” foram inspecionadas pela equipe de Taxação e Avaliação, com o objetivo de quantificar os valores das aves que seriam sacrificadas e os lucros cessantes, bem como de todo o material que seria destruído, como restos de ração e cama do aviário. Essa taxação serve como base de cálculo para as possíveis indenizações, quando o caso assim permitir.

Sacrifício e destruição Nas propriedades “focos”, uma equipe foi mobilizada para o sacrifício das aves infectadas, e destruição de carcaças, cama, ração entre outros. Essa equipe era responsável por definir quais metodologias de sacrifício seriam aplicadas em cada caso particular, bem como definir, junto com o órgão ambiental, um local para o enterro das aves mortas e os resíduos presentes. Para o simulado, um grupo de aves foi realmente sacrificado, com todos os procedimentos técnicos realizados, exatamente como descritos no Plano. Todas as aves sacrificadas no simulado foram indenizadas.

Remoção das carcaças das aves do foco após o sacrifício

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Limpeza e desinfecção Após o sacrifício das aves e eliminação dos resíduos, a equipe de Limpeza e Desinfecção iniciava o trabalho de descontaminação das instalações materiais e equipamentos. Em cada propriedade foram realizadas duas desinfecções, conforme previsto no Plano.

Recebimento e expedição de amostras para laboratório

No Centro de Comando das Operações, foi montado um verdadeiro laboratório de triagem, onde todas as amostras colhidas a campo foram devidamente acondicionadas e preparadas para serem encaminhadas ao Laboratório Oficial, LANAGRO/SP, localizado em Campinas.

Geração de informes

Diariamente, foram gerados informes e documentações para serem enviados ao DSA, em Brasília. Para a transmissão de dados e das informações, o simulado contou com o auxílio de equipamentos de última geração disponibilizados pelo Ministério da Defesa, que possibilitou a realização de vídeos conferências em tempo real com Brasília, além de uma linha telefônica e de uma rede segura para a transmissão de e-mails e dados.

Quartel General (QG) utilizado para comunicação direta com Brasília Produção Animal | Avicultura 19


Ciência Avícola Enterococus

Resistência bacteriana humana pode não ter relação com antibióticos avícolas Conclusão foi resultado de pesquisa de dois institutos da Suécia

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esquisadores dos institutos EVIRA e do Instituto Nacional Veterinário de Suécia demonstraram através de estudo que a bactéria Enterococus, resistente ao antibiótico Vancomicina em humanos não se originou em frangos, como possivelmente se acreditava. Essas bactérias que habitam o trato gastrointestinal geralmente não são muito virulentas e são consideradas umas das principais causas de infecções hospitalares em diversos países. Na Europa, desde meados dos anos 70, o glicopeptídeo avoparcina (molécula similar à Vancomicina, com os mesmos mecanismos de ação e de resistência) foi utilizado como promotor de crescimento

em aves e suínos. Devido ao aparecimento de resistência cruzada entre esses antibióticos, em 1997, o consumo de avoparcina foi proibido na União Européia. Acreditava-se que seu uso como promotor de crescimento favoreceu o aparecimento de cepas resistentes ao antibiótico em animais e sua posterior disseminação para o homem, através da cadeia alimentar ou de forma direta. No entanto, recém publicado estudo nórdico mostrou que cepas de Enterococus resistentes à Vancomicina isoladas em humanos, frangos e no resíduo de esgotos eram diferentes, não tendo ligação entre si. Os resultados foram

publicados na Acta Veterinaria Scandinavica. As pesquisas se estenderam por quatro meses, quando amostras de águas residuais foram coletadas semanalmente em uma planta sueca de tratamento de águas e cultivadas para VRE. Os isolados de VRE procedentes das águas residuais foram comparados entre si e também com amostras isoladas de humanos e frangos. Os resultados sugerem que as cepas comparadas não têm conexão, o que também indica que, no caso sueco, a resistência humana à VRE não se originou a partir de frangos. Confira a íntegra do estudo: www. actavetscand.com/content/51/1/24

Vírus

Em estudo da Universidade da Geórgia, aves são resistentes ao H1N1 Galinhas, perus e patos são refratários ao vírus isolado de humanos, diz pesquisa

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e acordo com o blog do Laboratório de Pesquisas Aviárias da Universidade da Geórgia (Athens, EUA), estudos recentes indicam que as aves comerciais são resistentes ao vírus H1N1 da Influenza A, responsável neste instante por uma pandemia entre humanos. Conforme a notícia, um artigo científico de pesquisadores do instituto Friedrich-Leoffler (Insel Riems, Alemanha), a ser publicado no Journal of General Virology, mostra que aves colocadas em contato com suínos infectados pelo H1N1 permaneceram imunes à doença. A conclusão apenas confirma estudos realizados no próprio laboratório de Athens, nos quais ficou demonstrado que galinhas, perus e patos são refratários ao chamado “vírus H1N1 2009” isolado de humanos. Mesmo assim os pesquisadores do laboratório alertam que, sob o contexto 20 Produção Animal | Avicultura

da produção avícola comercial, nenhum indivíduo suspeito de estar infectado pelo H1N1 ou por qualquer outro vírus da Influeza deve entrar em contato com aves vivas durante a fase clínica da doença e por, pelo menos, sete dias depois. Embora seja considerado um novo vírus, o H1N1 tem uma longa história. Em artigo científico que acaba de ser publicado nos “Proceedings” da Academia Nacional de Ciências (PNAS), pesquisadores da China e de Hong Kong revelam que componentes genéticos do vírus pandêmico H1N1 de 1918 (gripe espanhola) já circulavam entre mamíferos (isto é, homens e suínos) há quase um século, por volta de 1911. Acesse o site www.pnas.org/ content/106/28/11709 para acessar a íntegra, em inglês, de “Dating the emergence of pandemic influenza viruses”, no

qual pesquisadores chineses avaliaram a evolução e inferiram a data de introdução no homem dos vários vírus causadores de pandemias de Influenza no século XX. Uma das indicações do trabalho é a de que “estratégias adequadas de vigilância para a detecção dos vírus precursores podem abortar futuras pandemias”.


Restrição Alimentar

Estudo avalia interação entre ambiente e nutrição de matrizes pesadas Diferentes temperaturas ambientais influenciam quantidade de ração necessária

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esquisadores da Universidade de Alberta, no Canadá, desenvolveram estudos com a finalidade de compreender melhor os efeitos da temperatura ambiente sobre matrizes pesadas submetidas a restrição alimentar, prática

A necessidade de energia varia segundo peso corporal, ganho de peso, idade e temperatura ambiente rotineira na atividade. Nos estudos, quantificou-se o impacto que diferentes temperaturas ambientais podem exercer sobre a quantidade de ração necessária para uma matriz desenvolver-se de forma consistente. As pesquisas foram lideradas pelo Dr. Martin Zuidhof, professor assistente do Centro de

Pesquisas Avícolas da Universidade de Alberta, cuja equipe tinha em mente otimizar o desempenho reprodutivo das matrizes pesadas (tanto sob o aspecto da produção de ovos, como o da qualidade dos pintos) mediante a manipulação – com um grau de precisão até agora não observado – da curva de crescimento das aves, algo alcançado mediante ajustes acurados de ração e temperatura. Os resultados permitiram à equipe de Alberta desenvolver uma equação mostrando como varia a necessidade de energia de uma matriz pesada segundo quatro variáveis distintas: peso corporal, ganho de peso, idade e temperatura ambiente. Os resultados completos dessa pesquisa foram divulgados no encontro anual da Poultry Science Association (PSA) que neste ano foi realizado na Universidade de Raleigh (Carolina do Norte, EUA), entre os dias 20 e 23 de julho. Caso tenha interesse em ler mais informações sobre o assunto, acesse www.poultryscience. org/psa09/abstracts.pdf

Pesquisas foram lideradas pelo Dr. Martin Zuidhof

H5N1

Nova pesquisa mostra recombinação dos vírus da Influenza Aviária Foi observada mistura genética de material de duas “famílias” distintas do sub-tipo H6

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esquisas realizadas na Escola de Medicina Veterinária da Universidade da Califórnia (EUA) demonstram a existência de intensa recombinação entre diferentes cepas virais da Influenza Aviária (IA). No estudo em pauta, observou-se a mistura genética de material de duas “famílias” distintas do sub-tipo H6. Ao falar sobre os resultados do estudo, os autores observam que a propagação da cepa (altamente patogênica) H5N1 despertou a atenção para o elevado potencial de circulação global da mesma a partir da movimentação das aves migratórias.

Ao estudar a origem das diferentes espécies de vírus da IA, os pesquisadores

Propagação da cepa H5N1 despertou atenção para o elevado potencial de circulação global vêm separando o vírus em dois diferentes clados (grupo de espécies com um ances-

tral comum) – Eurasiano e Norte Americano – especialmente porque é mínima a movimentação de aves migratórias entre Ásia e Américas. Mas a descoberta, agora, da recombinação dos dois clados põe em xeque os procedimentos até aqui adotados pelos pesquisadores. O estudo está sendo divulgado na edição mais recente de Emerging Infectious Diseases (publicação do Centro de Prevenção e Controle de Doenças, órgão da Secretaria da Saúde dos EUA). Para obter mais informações sobre o estudo, leia o texto em inglês no site www.cdc. gov/EID/content/15/7/1040.htm Produção Animal | Avicultura 21


Ciência Avícola Solução

Penas resultantes do abate de aves podem ajudar a resolver problema energético Aquecimento do material fortalece o entrelaçamento dos átomos de carbono na queratina

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revista Science Now, publicação da Associação Americana para o Progresso da Ciência, divulgou em artigo assinado por Phil Berardelli, para quem um sério problema ambiental (penas resultantes do abate das aves) pode se transformar em solução para um sério problema energético (a adequada estocagem de hidrogênio, considerado o combustível do futuro). Elemento mais abundante no universo, o hidrogênio é um eficiente combustível, já que 1 kg gera energia equivalente a 3,5 litros de petróleo ou 2 kg de gás natural. Melhor ainda, é um não-poluente. Mas um de seus inconvenientes é a dificuldade de armazená-lo em quantidade suficiente e sem riscos, por exemplo, nos veículos automotores. O melhor que se encontrou até agora para minimizar essa barreira foi o uso de nanotubos de carbono – estruturas microscópicas capazes de armazenar grande quantidade de hidrogênio sob pressão normal e em um espaço relativamente pequeno. O único problema é o custo desses nanotubos – alguns milha-

Penas carbonizadas podem ser solução para armazenagem de hidrogênio res de dólares para o tanque de combustível de um simples carro popular. É onde entram as penas de galinhas (formadas por queratina, mesmo material de unhas e bicos). Observando que elas possuem tubos ocos, pesquisadores da Universidade de Delaware, nos EUA, tentaram utilizá-las para melhorar o desempenho de microcircuitos eletrônicos (algo relacionado à velocidade dos 22 Produção Animal | Avicultura

elétrons ao longo dos circuitos impressos). Como não conseguiram (faltou rigidez suficiente para manter as placas dos circuitos unidas), tentaram o aquecimento do material com o objetivo de fortalecer o entrelaçamento dos átomos de carbono na queratina. Resultado: descobriram que as penas carbonizadas possuem uma força que as aproxima dos nanotubos de carbono. Os pesquisadores estimam que um tanque de combustível para hidrogênio feito a partir das penas carbonizadas custará não mais que 200 dólares quando for produzido em massa. Mas ainda há dificuldades a serem superadas como, por exemplo, o peso ainda elevado (embora menor que o de nanotubos de carbono) de um tanque do gênero. De toda forma, os autores do achado continuam animados com a perspectiva de melhor uso das penas, por ora apenas um resíduo extremamente poluente.

Pena de frango é a mais nova fonte de biodiesel A utilidade das penas não pára por aí. Os pesquisadores do Departamento de Engenharia da Universidade de Nevada (Reno, EUA) mostraram ao mundo no ano passado que era possível produzir um combustível biodiesel a partir de grãos de café; desta vez a fonte são as penas de galinha. Já neste ano, descreveram como extrair gordura das penas de galinha e, a partir dela, produzir um biodiesel considerado “de boa qualidade”. Na pesquisa desenvolvida, a gordura das penas, extraída através de água fervente, foi transesterificada através de processos químicos, resultando em 7-11% de biodisel. Parece pouco, mas os cientistas que desenvolveram o processo estimam que só nos EUA ele pode gerar de 150 a 200 milhões de galões de biodiesel (1 galão: pouco mais de 3,785 litros). No mundo


as penas de galinha (ou de frango) produziriam 593,2 milhões de galões de biodiesel.

Bactéria é capaz de degradar penas de aves Segundo o jornal The Times of Índia, um jovem pesquisador indiano pode ter encontrado a solução para os problemas de poluição ambiental causados pelas penas das aves. Desenvolvendo pesquisas nos laboratórios de biologia da Universidade de Allahabad, no norte da Índia, Sathya Balachander, um engenheiro com 20 anos de idade, descobriu uma bactéria capaz de degradar penas de aves no curto espaço de três dias. Avançando nas pesquisas, foi descoberto que após a degradação das penas, a adição de uma combinação de bactérias e enzimas à matéria residual

resulta na sintetização de uma nova matéria, eficiente tanto como pesticida, como alimento das aves. A bactéria, segundo Sathya Balachander, é a Streptomyces indiaensis. Ele explica que estudava uma cepa de S. indiaensis extraída do solo de uma lixeira de penas, constatando que ela tinha a capacidade de degradar o enxofre que compõe a queratina (presente nas penas das aves, mas também nas unhas e cabelos dos animais ou, ainda, nas escamas dos peixes), substância que torna a matéria impermeável e de difícil

degradação. “Em condições naturais, as penas das aves necessitam de cinco a sete anos para se deteriorarem no meio ambiente. Mas o microorganismo que estudamos acelera enormemente a velocidade de degradação e destrói as penas em um período que vai de 48 a 72 horas”, afirma o jovem cientista. Ele calcula que sejam abatidos no mundo, anualmente, cerca de 24 bilhões de frangos, dos quais resulta volume de penas da ordem de 1,8 milhão de toneladas.

Rastreabilidade

Unesp desenvolve técnica para certificar segurança alimentar de produtos de origem animal Teste para a identificação da adição dos alimentos utiliza metodologia de átomos que não emitem radiações

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ma nova metodologia para detectar a adição de alimentos não permitidos nas dietas dos animais é desenvolvida por pesquisadores da Unesp de Botucatu. O estudo apresenta um programa de certificação que garantirá aos consumidores do Brasil e do exterior maior segurança alimentar. Com o aval deste certificado o Brasil poderá entrar em um patamar competitivo no mercado internacional. O teste para a identificação da adição dos alimentos utiliza a metodologia dos isótopos estáveis, ou seja, átomos que não emitem radiações. O uso dos isótopos oferece um novo conceito de rastreabilidade que permite percorrer toda a trajetória do animal - da fazenda até o consumidor final. A técnica avalia os biolementos car-

bono, hidrogênio, nitrogênio e oxigênio nas áreas de fisiologia, nutrição e metabolismo animal, e poderá criar uma nova ferramenta para aprimorar a busca por

Diferencial é que a avaliação é feita pela carne e não pela ração informações e conceitos dentro da Zootecnia. Segundo o coordenador do projeto, Carlos Ducatti, professor do Instituto de

Biociências da Unesp de Botucatu, o diferencial deste estudo é que a avaliação para certificar a boa qualidade da saúde do animal é feita pela carne e não pela ração. O método atesta se o animal foi alimentado com proteína animal. De acordo com Ducatti, os países da Europa, depois do mal da vaca louca, não querem mais comercializar animais que tenham usado em sua alimentação proteína de origem animal, considerada a causa da doença. O trabalho contemplará também análises de ovos, frangos, suínos e peixes. No Brasil, 15 instituições desenvolvem trabalhos com isótopos estáveis em várias áreas, porém a Unesp é a única universidade que utiliza essa metodologia no setor da zootecnia. Produção Animal | Avicultura 23


AviGuia: produtos, serviços e empresas Saúde Animal

Gallimune 4, da Merial, previne quatro importantes enfermidades avícolas Produto ainda permite menor estresse das aves e menor reação vacinal

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Merial Saúde Animal coloca à disposição do avicultor brasileiro mais uma vacina eficiente, prática e resultado de uma moderna tecnologia. A Gallimune 4 é a mais nova opção para prevenção de quatro importantes

enfermidades avícolas com uma única dose: bronquite infecciosa, pneumovirose, newcastle e gumboro. Menor estresse das aves, menor reação vacinal e fácil aplicação são alguns dos benefícios da vacina que

possui 1500 doses por frasco, ocupando menor espaço para o armazenamento. Saiba mais detalhes sobre Gallimune 4 em www.merial.com.br

Nutrição

Kemin apresenta soluções que promovem nutrição, saúde e bem-estar animal Lysoforte™ é um dos destaques que potencializa a absorção de nutrientes e não causa distúrbios metabólicos no fígado

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Kemin investe no mercado avícola brasileiro e disponibiliza produtos que nutrem e promovem a saúde de aves. Entre os destaques está Lysoforte™ (Lisofosfatidilcolina), um potencializador da absorção de nutrientes que incrementa o aproveitamento da energia nas dietas desses animais. A solução fun-

ciona como um emulsificador que não causa distúrbios metabólicos no fígado. Entre os benefícios do produto estão melhorias no desempenho, bem-estar das aves e redução de custos com a dieta. Além disso, os avicultores podem contar com KemTrace, minerais orgânicos na forma de propionatos que

podem ser misturados e peletizados com segurança entre outros ingredientes da ração; AcidLac, que proporciona desempenho superior em pintos jovens, pois equilibra a flora intestinal e melhora a atividade das enzimas gástricas; e Toxfin, único adsorvente de micotoxinas não digestível.

FINAME

BNDES credencia financiamento de produtos da Pas Reform Linha de crédito irá facilitar o acesso às vantagens do Sistema de Incubação Estágio Único

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BNDES credenciou em julho o financiamento pelo FINAME dos produtos da Pas Reform do Brasil. Segundo a empresa, essa linha de crédito irá facilitar a indústria avícola nacional a desfrutar das 24 Produção Animal | Avicultura

vantagens do Sistema de Incubação Estágio Único Pas Reform. Com mais de quarenta anos de experiência no desenvolvimento e produção de sistemas completos para incubação estágio único, a Pas

Reform oferece ao mercado avícola brasileiro a solução em termos de incubação e, agora, com as vantagens do financiamento via FINAME. Mais informações sobre os produtos em www.pasreform.com


Lançamento

Des-Vet produtos veterinários apresenta nova marca Slogan “Uma nova marca, o mesmo jeito de ser” assinará campanha

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Des-Vet produtos veterinários passou recentemente a adotar uma nova identidade visual. A nova marca acompanha a empresa em toda a sua comunicação desde meados de abril. “A Des-Vet cresceu exponencialmente nos últimos anos e precisava de uma marca que evidenciasse com mais clareza tudo aquilo que ela se

transformou. A intenção foi agregar uma percepção mais moderna e dinâmica”, comenta João Vita, proprietário da Comunicação Vital, agência responsável pela elaboração do projeto. O slogan “Uma nova marca, o mesmo jeito de ser”, assinará a campanha que será veiculada durante todo o ano. Mais informações sobre a Des-Vet: www.desvet.com.br

Nova marca da Des-Vet acompanha a empresa desde abril

Projeto

Alltech do Brasil investe em responsabilidade social Meta é atender 200 crianças e adolescentes em São Pedro do Ivaí (PR)

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urante o Simpósio Internacional de Saúde e Nutrição Animal da Alltech o presidente e fundador da empresa, Dr. Pearse Lyons anunciou a iniciativa conjunta com o Centro Muhammad Ali. A proposta é estabelecer o Fundo Mundial de Caridade e Educação Alltech – Centro Muhammad Ali, com foco principal na educação.

Em São Pedro do Ivaí (PR), local em que a Alltech possui uma das unidades fabris no Brasil, alguns projetos já estão sendo desenvolvidos com a comunidade local e outros estão em desenvolvimento. Um dos projetos contempla o Centro de Aprendizagem e Inclusão Social (CAIS), em que a Alltech será responsável por aproximadamente 17% das atividades oferecidas para

as crianças. Além disso, será criada uma equipe de voluntários entre os funcionários da empresa. O programa tem como meta atender 200 crianças e adolescentes de 07 a 15 anos. As ações do projeto englobam também as 200 famílias envolvidas no CAIS e demais jovens acima de 15 anos em cursos de capacitação e/ou outros projetos sociais.

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AviGuia: produtos, serviços e empresas Evento

Cobb Brasil reúne clientes do setor avícola em São José do Rio Preto Em encontro, Globoaves assina contrato de exclusividade para venda de matrizes de corte

4º Encontro de Avozeiros Cobb realizado em São José do Rio Preto

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Cobb Brasil promoveu de 20 a 24 de julho, em São José do Rio Preto, o 4º Encontro de Avozeiros Cobb, que reuniu os principais clientes de avós do setor avícola da América Latina e do Brasil para um fórum de discussões e troca de experiências. O encontro contou com a participação de 50 pessoas, com a presença dos principais clientes da empresa no Brasil e na América Latina, que puderam acompanhar uma série de palestras. Foram discutidos temas como desenvolvimento genético dos produtos da Cobb, novos produtos da empresa para diferentes mercados, processo de seleção de avós e bisavós, técnicas que maximizam a expressão das características zootécnicas no frango de corte e melhorias dos critérios reprodutivos dos plantéis. De acordo com o gerente de Assistência Técnica da Cobb Brasil,

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Gustavo Wassermann, a intenção de criar um modelo de evento com a participação direta dos clientes em fóruns de discussões sobre os temas abordados se deu, entre outros pontos, pela importância da troca de experiências para a otimização dos resultados produtivos que impulsionam o crescimento do setor avícola.

Globoaves assina acordo de exclusividade Durante o evento a Cobb retificou alguns acordos, sendo o ponto principal a assinatura do contrato de exclusividade de venda de matrizes de corte com a Globoaves. Por alguns anos a Globoaves foi a distribuidora da Cobb no Brasil e desde o início de 2007 a própria Cobb assumiu as vendas no mercado nacional. Desde então a Globoaves se tornou um dos maiores clientes da empresa. Segundo Roberto Kaefer, Diretor Presidente da Globoaves, a relação com a Cobb é muito longa e hoje é

primordial para quem quer obter resultados eficientes estar ao lado do que existe de melhor em genética avícola. Ele comentou ainda outro fato que levou à assinatura do contrato. Trata-se da parceria entre a Globoaves e a Tyson do Brasil, onde a Globoaves produz com exclusividade os pintos para algumas unidades da Tyson. “Com isso nos tranqüilizamos em fechar com a Cobb, pois sabemos que a Tyson quer o que existe de melhor para o abate em suas unidades”, afirma.

Roberto Kaefer, Diretor Presidente da Globoaves, Stan Reid, Vice Presidente de Marketing e Vendas da Cobb e Jairo Arenazio, Diretor da Cobb para a América do Sul


Programa

CASP participa do evento “Você é nosso sucesso” da Perdigão Objetivo é estreitar relação entre cliente e fornecedor, refletindo em resultados positivos para toda a companhia

E

ntre os dias 26 e 29 de julho aconteceu no Hotel Rio Claro Palace o quarto evento “Você é nosso sucesso”, programa criado pela área de avós da Perdigão de Rio Claro – SP. O evento tem como objetivo central estreitar as relações entre cliente e fornecedor, em busca da melhoria contínua do manejo no início da cadeia avícola, refletindo em resultados positivos para toda a companhia. Além das discussões e debates em sala, os participantes fizeram visitas em granjas e no incubatório onde puderam debater melhor sobre os principais temas ligados a produção. A CASP, fabricante de equipamentos para avicultura, suinocultura e armazenagem de grãos apoiou o evento levando a professora Elisabeth Gonzales, graduada em Medicina

Veterinária e Zootecnia, mestre em Agronomia e doutora em Zootecnia, que discutiu o tema “Novos conceitos em incubação e manejo de neonatos para melhorar o desempenho e a mortalidade na primeira semana de

vida pós eclosão de pintos de corte”. A palestra abordou as principais tecnologias de incubação e manejo disponíveis no mercado para redução da mortalidade de pintos de corte na primeira semana de vida.

Ambiência

RibPlus Térmico da Revestbras reduz em até 90% a absorção de calor Com apenas três anos no mercado, produto já conquistou clientes de diversas áreas

A

RibPlus Térmica, uma tinta térmica impermeável que reduz a absorção de calor pelo ambiente, tem sido procurada cada vez mais nos últimos anos. Composta por copolímeros acrílicos, elatomeros e microesferas minerais, o produto garante um alto desempenho, durabilidade e resistência, diminuindo em até 90% o calor do Sol absorvido e em 50% a temperatura interna das construções. Podendo ser aplicada em qualquer tipo de telhado, paredes ou lajes, a RibPlus

forma uma barreira térmica atendendo as necessidades tanto de construções civis e empresas, quanto de granjas avícolas e suinícolas. “Uma vez que esse produto diminui a temperatura interna, o consumo de energia também reduz e a vida útil do ar condicionado e ventilador aumentam, já que não serão mais tão usados para amenizar o calor”, afirma Evelson Lemos, do Departamento Técnico da Revestbras. Mais informações sobre o RibPlus em www.revestbras.com Produção Animal | Avicultura 27


Crescimento

Grupo Marfrig busca consolidação na avicultura e crescimento em São Paulo Em menos de dois anos de atuação no setor avícola, Marfrig já abate 1,8 milhão de aves por dia

Unidade da DaGranja em Passos, MG

À

frente da divisão de aves do Grupo Marfrig, segmento em que a empresa entrou agressivamente no ano passado com a aquisição da Pena Branca, da Penasul e da Dagranja, estão dois profissionais com uma vasta experiência no setor: José Mayr Bonassi e Vilney Milanesi. Mayr passou

28 Produção Animal | Avicultura

a integrar o quadro de executivos da Marfrig por volta de dezembro de 2007 quando a Mabella (com foco em frios e embutidos), companhia onde trabalhou, foi comprada pela empresa. Já Vilney, ex Pena Branca está no Grupo desde junho de 2008. O Marfrig é uma organização de

produtos alimentícios, que opera com 57 plantas de produtos de carne bovina, suína, ovina e aves entre a América do Sul, a América do Norte e a Europa, presentes com seus produtos em mais de 120 países. Em julho, a empresa firmou um convênio de R$ 50 milhões com o


Banco do Brasil (BB Convir). O objetivo da iniciativa é abrir uma linha de crédito para os produtores integrados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Minas Gerais e oferecer condições para que os parceiros possam investir em melhorias nos aviários já existentes, como biossegurança, novas exigências e equipamentos, e também apoiar a construção de novos galpões. Os executivos Mayr e Milanesi defendem que o convênio firmado com o Banco do Brasil é indicativo do momento de consolidação por qual passa a divisão avícola do Marfrig. Mayr explica que a companhia busca agora crescer nas plantas já adquiridas e enfatiza o crescimento que deve ser verificado nas plantas de São Paulo. “Temos ótimas expectativas de crescimento neste estado, principalmente na planta de Amparo, que deve registrar aumento no abate de 160 para 380 mil frangos por dia em mais ou menos um ano. Com esta linha de crédito, devemos ter 700 novos aviários até 2011, 120 deles em São Paulo. A região está perto do porto de Santos e do corredor de grãos, além de ter uma tradição antiga na avicultura. De forma geral, pretendemos crescer

de do Sul”. Em 2008, o Grupo Marfrig faturou R$6,775 bilhões, um aumento de 81,8% sobre os R$ 3,726 bilhões de 2007. Também no ano passado, a Per-

Executivos da empresa responsáveis pelo setor avícola afirmam que a carne de frango está nos planos da empresa por dois motivos principais: não tem distinção ética ou religiosa e é uma proteína barata e saudável mais de 60% em dois anos no setor avícola. Primeiro em São Paulo, depois em Minas Gerais e no Rio Gran-

digão faturou R$11,3 bilhões e a Sadia, R$10,7 bilhões. É importante lembrar que estas

duas últimas empresas têm mais de 50 anos de atuação, enquanto o primeiro frigorífico do Marfrig foi adquirido em 2000. A velocidade de crescimento deve ser considerada. De lá para cá, foram diversas aquisições e arrendamentos no Brasil. Em 2006, a Marfrig fez sua estréia no exterior. De acordo com levantamento do periódico Dinheiro Rural, nos últimos três anos, a multinacional comandada por Marcos Molina comprou uma empresa por mês e hoje atua em todos os setores da proteína animal. Atualmente, o Marfrig abate 1,8 milhão de frangos e perus por dia distribuídos em sete plantas de abate localizadas em Caxias do Sul (RS), Ipumirim (SC), Lapa (PR), Jaguariúna (SP), Amparo (SP), Uberaba (MG) e Passos (MG). Atualmente são 2.000 produtores integrados diretos de frangos de corte envolvidos. Há também 3 unidades de abate de frangos na Europa.

Produção Animal | Avicultura 29


Crescimento

A última aquisição do Grupo Marfrig em aves foi o segmento de peru da Doux Frangosul no Brasil. O negócio envolve R$ 65 milhões e inclui a planta em Caxias do Sul (RS), com capacidade diária para abate de 30 mil aves, uma fábrica de ração, um incubatório e quatro granjas com cerca de 1 milhão de perus para abate e 50 mil para produção de ovos férteis, além de mais de 300 produtores integrados para fornecimento de aves. Com a entrada no novo mercado, o Marfrig vai concorrer com Sadia e Perdigão - que juntas na Brasil Foods devem ter mais de 80% da produção nacional de peru. Para um analista do setor de carne ouvido pelo jornal Valor Econômico, a estratégia é inteligente, pois a companhia adquiriu o único outro produtor de peru do país

e entrou num mercado de valor agregado, com exportações de US$ 557 milhões. As aquisições na área avícola foram umas das maiores do Grupo Marfrig. Os responsáveis por este setor, Mayr Bonassi e Vilney Milanesi, afirmam que a carne de frango entrou e está nos planos da empresa por dois motivos principais: não tem distinção ética ou religiosa e é uma proteína barata e saudável. Além disso, a entrada em perus é vista com expectativa, já que esta ave é um símbolo de festividade, com maior apelo saudável. Sobre a crise, ambos concordam que foi “uma pedra no meio do caminho” para os negócios do frigorífico, mas que, apesar disso, “as pessoas continuam se alimentando e viven-

do”. Por isso, aconteceram aquisições inclusive no momento de crise. “O primeiro semestre de 2009 foi complicado, pra todo mundo. Foi difícil, mas positivo”, afirmam.

A chegada O Grupo Marfrig entrou na avicultura com a aquisição, numa só tacada, da Pena Branca e da DaGranja em março de 2008. A pena Branca pertencia ao grupo Moinhos Cruzeiro do Sul. Em junho, o Marfrig adquiriu as instalações gaúchas da Pena Branca do grupo norte-americano OSI, a atual Penasul. Desta forma, voltou a reaglutinar a antiga Pena Branca e assumiu o total domínio da marca. No Brasil, as empresas do Grupo OSI são a Braslo Produtos de Carnes Ltda., Penasul Alimentos Ltda. e Agro-

Em coletiva de imprensa, Marfrig anunciou convênio de R$ 50 milhões firmado com o Banco do Brasil. Iniciativa é indicativo do momento de consolidação por qual passa a divisão avícola do Marfrig

30 Produção Animal | Avicultura


frango Indústria e Comércio de Alimentos Ltda. que, juntas, oferecem uma grande variedade de produtos cárneos, entre elas carnes bovina, suína e de aves in natura e processada. Na Europa, as empresas do Grupo OSI – que, em conjunto, formam o Grupo Moy Park, inclui a Moy Park Ltd. (com plantas no Reino Unido e na França), Kitchen Range Foods Ltd. (Reino Unido) e Albert van Zoonen B.V (sediada na Holanda). Juntas, essas empresas têm ativa participação na criação de aves (para abate em instalações próprias) e no suprimento de carne de aves in natura e processada.

Diversificação Além de atender os consumidores de forma integral, a presença em mais de um segmento das carnes, permite que a empresa compense possíveis perdas e embargos em determinado setor ou país com a melhor atuação em outro setor ou país. Por exemplo: A escassez de oferta de gado no Brasil, as restrições da UE à carne brasileira e a queda das vendas para a Rússia fizeram a divisão de bovinos da Marfrig no Brasil ter redução de 12,7% em sua

Mayr Bonassi e Vilney Milanesi: “Temos ótimas expectativas de crescimento em São Paulo

ceram 203% e no Uruguai, a alta foi de 100,4% sobre 2007.

Exportações Conforme dados divulgados, no primeiro trimestre de 2009 o Grupo

Ultima aquisição do Grupo Marfrig em aves foi o segmento de peru da Doux Frangosul no Brasil. Negócio envolve R$ 65 milhões e inclui a planta em Caxias do Sul (RS), com capacidade diária para abate de 30 mil aves, entre outras receita líquida, que ficou em R$ 1,690 bilhão em 2008. Mas a elevação da receita na Argentina e Uruguai, que acabaram atendendo aos clientes europeus, compensou a perda no Brasil. Na Argentina, as vendas líquidas cres-

Marfrig comercializou 119.124 toneladas de aves e seus industrializados, o que representou aumento de 14,8% sobre o trimestre anterior, o quarto de 2008. Desse total, quase 40% - 47.333 toneladas – foram destinadas ao mer-

cado externo que, assim, apresentou incremento de 2,2% de um trimestre para outro. O saldo – 71.791 toneladas, 60% do total comercializado – permaneceu no mercado interno que, da parte do Grupo Marfrig, recebeu um volume 25% maior que nos três últimos meses do ano, sabidamente o melhor trimestre de cada exercício. As 47.333 toneladas exportadas pelo Grupo Marfrig no primeiro trimestre de 2009 corresponderam a 5,6% das exportações brasileiras de carne de frango do mesmo período. Em 2007 (último dado disponível), as três empresas adquiridas em 2008 exportaram o equivalente a 3,8% das exportações brasileiras. Sobre a abertura do mercado chinês para a carne de frango brasileira, Mayr afirma que a empresa não espera um boom nos embarques para este país, mas sim uma melhora nos preços. Ele explica: “Já exportávamos para a China via Hong Kong. Agora, vamos fazer o mesmo sem intermediadores, o que deve melhorar o preço do quilo de frango embarcado”.

Produção Animal | Avicultura 31


PNCRC

Garantindo a qualidade das carnes e ovos 32 Produção Animal | Avicultura


PNCRC

Programa Nacional de Controle de Resíduos e Contaminantes possibilita avaliação do status de utilização de medicamentos veterinários nos setores produtivos monitorados

E

m 1979, os consumidores brasileiros passaram a contar com um monitoramento mais rigoroso em relação à qualidade de produtos como leite, mel, ovos, pescado e carnes (bovina, suína, eqüina e de aves). Este monitoramento faz parte do trabalho realizado pelo Programa Nacional de Controle de Resíduos e Contaminantes (PNCRC/MAPA), uma ferramenta do Estado brasileiro que provê garantias de segurança do alimento junto à população brasileira e aos países que fazem parte das relações comerciais do agronegócio. É por meio da coleta de amostras que o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) avalia o status da utilização de medicamentos veterinários e contaminantes nos setores produtivos monitorados. Daí a expressão “Raio X do processo avícola”, cunhada pelo Coordenador do PNCRC, da Coordenação de Controle de Resíduos e Contaminantes da Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura (CCRC/ SDA/MAPA), Leandro Diamantino Feijó. O programa específico relativo à carne de aves prevê a análise de resíduos e contaminantes de antimicrobianos, pesticidas, organoclorados e PCBs, antiparasitários, substâncias com ação anabolizante (uma delas decorrente, na verdade, de contaminação por micotoxinas), betagonistas e anticoccidianos. Já o programa específico de controle de resíduos e contaminantes em ovos prevê o controle dos analitos de quatro antimicrobianos (nitrofurazona, furazolidona, nitrofurantoína e cloranfenicol). Para Leandro Feijó, os resultados das análises podem ser considerados satisfatórios quando se considera a incidência de resíduos em todo o território nacional. Quando é identificada uma violação de limite máximo de resíduo ou a

utilização de uma droga de uso proibido no país, o MAPA adota ações regulatórias, a fim de evitar que o produto contaminado seja disponibilizado para a população brasileira. Além disso, são adotadas ações na propriedade para que as possíveis causas possam ser identificadas. “A importância deste programa para a avicultura de corte e de postura está circunscrita na adoção de “Boas Práticas” para o uso do medicamento veterinário, visando o aperfeiçoamento do manejo sanitário, da diminuição de custos e da disponibilização de produtos com qualidade, onde o consumidor brasileiro será o grande regulador”, afirma Leandro Feijó.

“Esta ampliação é fruto de uma estreita parceria firmada entre o setor produtivo nacional e a Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA/MAPA), com o intuito de monitorar os principais resíduos de medicamentos veterinários utilizados em poedeiras”, diz Feijó. Os laboratórios estão trabalhando desde o ano passado com a validação de métodos analíticos para a pesquisa destas substâncias, visando ampliar a garantia da qualidade dos ovos disponibilizados para o consumo nacional e para os parceiros comerciais do Brasil. O investimento nessa área pode ser observado pelos resultados satisfatórios que o país oferece, mesmo quando comparado a outros. Na

Segundo Leandro Diamantino Feijó, Coordenador do PNCRC, o Brasil não só apresenta bons resultados no que tange à avicultura, como também um decréscimo no número de violações de 2007 para 2008 O escopo analítico e a quantidade de amostras a serem coletadas pelo PNCRC/MAPA são atualizados anualmente pela publicação de uma Instrução Normativa específica. De acordo com o número de resultados de violações que o estudo estatístico mostra, pode ocorrer um ajuste no número de amostras a serem coletadas para o próximo ano. Em 2009, o Ministério da Agricultura aprovou o programa por meio da IN nº 14/2009, de 25 de maio, que não apresenta alteração no escopo de resíduos a serem monitorados no PNCRC/Aves e Ovos, em relação a 2008. Mas, segundo Leandro Feijó, a CCRC informa que no segundo semestre deste ano haverá uma ampliação significativa do escopo do programa de controle em ovos.

União Européia, por exemplo, é comum a detecção de drogas banidas em aves, como o cloranfenicol e violações de limite máximo de resíduos de drogas permitidas, como as do grupo das sulfonamidas. Já no Brasil, foi detectada apenas uma violação dessa substância em 2008. Vale lembrar que o mercado da União Européia é um dos mais exigentes e possui um amplo controle de resíduos. No caso da China, assim como em outros países da Ásia, é constante a detecção de drogas banidas como os metabólitos de nitrofuranos, que no Brasil foi verificado em apenas duas amostras no ano passado. Segundo Feijó, o Brasil não só apresenta bons resultados, como também um decréscimo no número de violações de 2007 para 2008. EnProdução Animal | Avicultura 33


2007

PNCRC

Espécie

Aves

Tipo de Análise

Análises Concluídas

Número de Violações detectadas

Percentual de amostras não conformes

SULFONAMIDAS

464

02

0,43%

NICARBAZINA

545

03

0,55%

METABÓLITOS DE NITROFURANOS

4053

01

0,02%

2008

Total de violações

Espécie

Aves

06 amostras

Tipo de Análise

Análises Concluídas

Número de Violações detectadas

Percentual de amostras não conformes

SULFONAMIDAS

437

02

0,46%

NICARBAZINA

457

01

0,22%

METABÓLITOS DE NITROFURANOS

4541

02

0,04%

Total de violações

quanto foram detectadas seis violações de 5.062 amostras analisadas no ano retrasado, em 2008 foram apenas cinco de 5.435. Como pode ser observado no quadro, houve uma redução de 16,7% no número de violações encontradas em 2008, quando comparado a 2007, devido às práticas adotadas pelo setor produtivo nacional. As não conformi-

05 amostras

dades encontradas demonstram deficiências quanto ao conceito das “Boas Práticas para o Uso de Medicamentos Veterinários”. Em alguns casos é verificado o desrespeito às instruções das bulas, inclusive, em relação ao período de carência. Para Feijó, mesmo com o resultado satisfatório, o setor produtivo nacional ainda precisa trabalhar para diminuir as não conformidades, adotando medidas no âmbito dos programas de au-

No segundo semestre deste ano haverá uma ampliação significativa do escopo do programa de controle em ovos tocontrole a fim de instituir pontos críticos de controle químic o no recebimento das aves. O objetivo seria evitar o recebimento de lotes de animais que tomaram algum medicamento veterinário e cujo período de carência ainda não tenha finalizado. “Este cuidado precisa ser levado em consideração já que o PNCRC tem detectado violações provenientes de animais criados em sistema de integração”, diz. Além disso, todos os cuidados necessários devem ser

34 Produção Animal | Avicultura

adotados no momento de se fabricar uma ração medicada. “Tem que haver uma atenção especial quanto à qualidade dos ingredientes adicionados às rações, já que a contaminação por metais pesados (cádmio, chumbo e arsênio) tem crescido nos últimos anos. Assim, as indústrias precisam atentar quanto à qualidade dos insumos utilizados nas rações, incluindo procedimentos de verificação nos seus programas de autocontrole”, afirma.

Leandro Feijó destaca ainda a importância do médico veterinário. “O profissional é um elo estratégico neste processo, pois tem o conhecimento necessário para arbitrar quanto ao melhor manejo sanitário a ser adotado e para responder quanto à responsabilidade técnica frente aos lotes de animais que são liberados para abate”, explica. A Coordenação de Controle de Resíduos e Contaminantes esclarece que para todas as violações detectadas, a Secretaria de Defesa Agropecuária


adotou providências legais para investigar as possíveis causas. Foram adotadas medidas no âmbito do estabelecimento frigorífico (registrado no Serviço de Inspeção Federal – SIF) e nas propriedades de origem do lote de aves que foi amostrado.

As análises previstas nos Programas deste ano estão sendo realizadas nos laboratórios oficiais (Lanagros de Minas Gerais, Pernambuco, São Paulo e Rio Grande do Sul) ou nos credenciados (Analytical e Ladetec, ambos do Rio de Janeiro, RJ; Microbióticos, de

Campinas, SP; Plantec, de Iracemápolis, SP; Tasqa, de Paulínia, SP e Agrosafety, de Piracicaba, SP), todos integrantes à Rede Nacional de Laboratórios Agropecuários do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária.

Escopo analítico do PNCRC/Ovos em ampliação Uma parceria foi firmada com o setor produtivo nacional (União Brasileira de Avicultura – UBA e Associação Paulista de Avicultura – APA) para auxiliar o MAPA na condução deste trabalho. Foram identificados os principais medicamentos veterinários utilizados em poedeiras no país, sendo que esta lista foi repassada para os laboratórios, para fins de validação dos respectivos

peia, respeitando-se também os demais requisitos sanitários necessários. Existe a expectativa que, até o final deste ano, todos os métodos analíticos estejam devidamente credenciados pelo MAPA, sendo que para o cumprimento deste prazo, os laboratórios credenciados deverão cumprir os cronogramas estabelecidos junto ao setor produtivo nacional de ovos.

Principais medicamentos veterinários utilizados em poedeiras no país já foram identificados e laboratórios trabalham na validação dos respectivos métodos analíticos métodos analíticos. Neste momento, os laboratórios já estão entregando as documentações para o MAPA para fins de verificação e posterior credenciamento. Após esta etapa, a Secretaria de Defesa Agropecuária dará início imediato ao processo de coleta de amostras. Após a obtenção dos primeiros resultados analíticos para todas as substâncias alvo do PNCRC/Ovos, a SDA encaminhará documento oficial para as autoridades sanitárias da União Européia (Food and Veterinary Office – FVO) para solicitar a equivalência do PNCRC/ Ovos/MAPA com os requisitos daquele bloco. A partir da adoção desta equivalência, o Brasil estará apto a exportar ovos e derivados para a União Euro-

Coleta de amostras As amostras são coletadas por Fiscais Federais Agropecuários e encaminhadas para laboratórios da Rede Oficial (Laboratórios Nacionais Agropecuários – LANAGROS) ou para laboratório privados que são credenciados pelo MAPA para a realização destas análises. A amostragem do Programa Nacional de Controle de Resíduos e Contaminantes (PNCRC/MAPA) tem como base as recomendações do Codex Alimentarius, utilizando-se de um modelo de distribuição binomial. A Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA) possui um sistema informatizado, denominado “SISRES” que é responsável por realizar o sorteio aleatório das amostras a serem coletadas nos estabelecimentos

Produção Animal | Avicultura 35

registrados no Serviço de Inspeção Federal – SIF. O PNCRC é composto por sorteios semanais (52 semanas no ano), sendo as coletas realizadas a partir do dia 1º de janeiro e finalizando a cada 31 de dezembro.

Programa para aves e ovos para 2009 A Secretaria de Defesa Agropecuária iniciou um processo de contratação de laboratórios privados que são credenciados para a realização das amostras do PNCRC. Para estes casos, as amostras sorteadas como parte do PNCRC, os custos analíticos são de responsabilidade do MAPA. As amostras ainda não licitadas estão ainda sendo pagas pelas empresas sorteadas. Ademais, existem amostras do programa que são analisadas nos laboratórios do MAPA e, portanto, não possui cobrança pelo serviço analítico.

Leandro Diamantino Feijó


Estatísticas e Preços

Produção e mercado em resumo Agosto de 2009: um mês que a avicultura de corte e de postura e demais segmentos das proteínas animais desejam esquecer

A

lém da avicultura, outros segmentos produtores de proteínas animais desejarão, com certeza, esquecer de vez o último agosto. Porque o chamado “mês do cachorro louco” desta vez foi, realmente, cruel para com a produção animal. Começando pelas carnes: vivemos, atualmente, o período de entressafra, momento em que a oferta de carne bovina é, naturalmente, mais restrita e, por isso, valoriza-se em relação ao período de safra, levando no seu rastro as outras duas carnes – suína e de frango. Não desta vez, porém. Pois o processo de deterioração dos preços iniciado em julho, ou não apresentou qualquer sinal de reversão ou agravouse ainda mais em agosto – comportamento atribuído à Influenza A/H1N1, que forçou o País a prolongar as férias escolares e retardou a normalização do consumo. Mas será apenas isso? Nesse panorama, pior para o frango que, além de encontrar uma demanda bem mais restrita do que espe-

rava o setor produtivo, deu continuidade, no mês, à mesma elevada oferta já observada em julho. Resultado: no fechamento de agosto, um preço médio quase 20% menor que o de um ano atrás para o frango abatido. Perda que só não foi maior porque os abatedouros, frente ao mercado

Avicultura de corte ignorou que há um limite para a produção. E isso só fez agravar as perdas enfrentadas por praticamente todas as proteínas animais. frágil, comercializaram parte significativa de sua produção no mercado independente de aves vivas. Que por sua vez viu os preços recuarem ainda mais – perda de 23,07% em relação a agosto de 2008.

Queda do ovo

18,65 36 Produção Animal | Avicultura

%

No caso do frango, é inequívoca a conclusão de que as perdas estão sendo agravadas pelo expressivo e rápido aumento de produção. Os números relativos a julho mostram isso. Primeiro, ao apontar que, no mês, o setor voltou a disponibilizar internamente volume superior às 600 mil toneladas – quantidade que era considerada “ideal” para preservar a estabilidade do mercado. E, segundo, ao revelar que a produção de pintos de corte superou a casa do meio bilhão de cabeças, volume que possibilita prever uma produção de carne de frango ao redor de um milhão de toneladas em agosto. Mas se os problemas de mercado do frango advêm do aumento de produção, como explicar que eles alcancem também o ovo, cuja produção se encontra há tempos estabilizada mas que, ainda assim, teve em agosto remuneração 18,65% inferior à de agosto de 2008? Essa constatação leva a conjecturar que o mercado pode estar enfrentando injunções conjunturais ainda não detectadas.

Queda do frango

23,07

%


Alojamento de matrizes de corte Novamente superados, em um mês, os 4 milhões de cabeças

D

epois de permanecer, por 10 meses consecutivos, abaixo dos 4 milhões de cabeças, o alojamento brasileiro de matrizes de corte voltou a superar esse número. Em julho passado, conforme a UBA, foram alojadas no País 4,081 milhões de matrizes de corte, 5,77% maior que o registrado em junho de 2009, no fechamento do primeiro semestre. Apesar, no entanto, de corresponder ao recorde deste ano, o volume alojado em julho último foi quase 7,5% menor que o do mesmo mês do ano passado. Por ora, o incremento observado não altera significativamente o acumulado no ano, que permanece quase 10% inferior ao alcançado no mesmo período de 2008. Porém, o número registrado já confirma a repetição de uma tendência: a do alojamento proporcionalmente maior no segundo semestre do ano. Nos últimos 10 anos, essa foi uma regra sem exceção, com variações (2º semestre em relação ao 1º) de no mínimo 0,35% (2000) e no máximo 11,56% (ano seguinte, 2001 – provavelmente para “compensar” o baixo crescimento do ano anterior) e média, em uma década, de 6,5%. Se, em 2009, a expansão no alojamento corresponder a essa média, o volume deste semestre ficará em torno de 22,963 milhões de matrizes de corte, com média mensal de 3,827 milhões de cabeças e um total anual de 44,525 milhões de cabeças, quase 8,5% a menos que o alojado em 2008. Há outro detalhe: exceto em função do número de dias do mês, dificilmente os alojamentos do período agosto/dezembro de 2009 serão inferiores aos de julho passado. Dessa forma, supondo-se que se alcance a média de 4 milhões de cabeças mensais neste semestre, o alojamento do ano pode chegar aos 45,562 milhões de cabeças, 6,2% inferior ao do ano passado. O volume acumulado em 12 meses soma 45,735 milhões de matrizes de corte, redução de 2,5% sobre o volume alojado nos 12 meses anteriores.

EVOLUÇÃO MENSAL MILHÕES DE CABEÇAS

MÊS

2007/2008

2008/2009

VAR. %

Agosto

3,527

4,348

23,28%

Setembro

3,347

3,866

15,52%

Outubro

3,945

3,915

-0,77%

Novembro

3,858

3,965

2,76%

Dezembro

3,766

3,999

6,18%

Janeiro

4,265

3,560

-16,53%

Fevereiro

3,852

3,496

-9,23%

Março

3,944

3,482

-11,71%

Abril

3,953

3,488

-11,77%

Maio

4,012

3,679

-8,30%

Junho

4,037

3,858

-4,45%

Julho

4,409

4,081

-7,46%

EM 7 MESES

28,472

25,643

-9,94%

EM 12 MESES

46,915

45,735

-2,51%

Fonte dos dados básicos: UBA – Elaboração e análises: AVISITE

Produção Animal | Avicultura 37


Estatísticas e Preços

Produção de pintos de corte Novo recorde leva setor a superar marca do meio bilhão de cabeças

A

produção brasileira de pintos de corte tem novo recorde. Não só isso: pela primeira vez o setor supera a marca do meio bilhão de cabeças em apenas um mês. E uma vez que, atingido determinado patamar produtivo, dificilmente a produção retrocede (exceto em função do número de dias do mês), já se pode prever que o corrente semestre será encerrado com, pelo menos, três bilhões de pintos de corte, 6,5% a mais que o produzido no mesmo período do ano passado. Conforme a APINCO, em julho passado foram produzidos no Brasil 500,3 milhões de pintos de corte, volume 5% maior que o registrado em julho de 2008. Em relação ao mês anterior, junho de 2009, o incremento foi de cerca de 3,8% considerados os valores nominais e de perto de meio por cento pelo valor real (julho é mês mais longo que junho). Com o último resultado, a produção acumulada no decorrer de 2009, que até o encerramento do primeiro semestre vinha sendo negativa, agora já é positiva: de janeiro a julho somou 3,150 bilhões de cabeças, volume 0,73% superior ao registrado no mesmo período de 2008. Correspondendo a um volume médio mensal da ordem de 450 milhões de pintos de corte, o atual acumulado projeta para a totalidade do ano produção em torno dos 5,4 bilhões de cabeças, um volume ainda inferior (-1,25%) ao do ano passado. Mas, como foi dito inicialmente, dificilmente a produção média do período agosto-dezembro será inferior a 500 milhões de pintos mensais. E, isso aceito, a produção de 2009 ficará em torno de 5,650 bilhões de pintos de corte, volume 3,3% superior ao de 2008. Nos doze meses encerrados em julho de 2009, o volume acumulado somou 5,491 bilhões de cabeças e apresentou aumento de 2,77% sobre os 12 meses imediatamente anteriores.

38 Produção Animal | Avicultura

Evolução mensal MILHÕES DE CABEÇAS

MÊS

2007/2008

2008/2009

VAR. %

Agosto

444,830

484,328

8,88%

Setembro

424,434

485,261

14,33%

Outubro

463,378

496,165

7,08%

Novembro

431,508

431,662

0,04%

Dezembro

451,775

443,854

-1,75%

Janeiro

460,687

417,755

-9,32%

Fevereiro

427,892

406,918

-4,90%

Março

441,119

425,628

-3,51%

Abril

429,048

455,711

6,21%

Maio

455,492

461,811

1,39%

Junho

437,041

482,089

10,31%

Julho

476,081

500,270

5,08%

EM 7 MESES

3.127,360

3.150,181

0,73%

EM 12 MESES

5.343,286

5.491,452

2,77%

Fonte dos dados básicos: UBA – Elaboração e análises: AVISITE


Produção de carne de frango Números de julho revelam volume similar ao do período pré-crise

P

elas estimativas da APINCO, em julho passado a produção brasileira de carne de frango, em expansão há alguns meses, alcançou volume similar ao registrado no período pré-crise da economia mundial. Foram produzidas no mês 956.585 toneladas de carne de frango, o que significou aumento de 6,64% em relação a julho de 2008 e 7,21% em relação ao mês anterior, junho de 2009. Neste caso, como julho é mais longo o aumento real no mês foi um pouco menor, ficando em 3,76%. Em função do último resultado, a produção acumulada nos sete primeiros meses de 2009 soma 6,113 milhões de toneladas, o que, comparado ao mesmo período do ano passado, representa recuo de 1,68%, índice que deve ser neutralizado nos cinco meses restantes do ano. Isso não ocorreria se, por exemplo, entre agosto e dezembro fosse mantida a média produzida entre janeiro e julho – 873,3 mil toneladas mensais. Pois o volume anual ficaria próximo dos 10,5 milhões de toneladas, recuando cerca de 5% em relação a 2008. Mas no segundo semestre a produção é continuamente crescente e, quase invariavelmente, maior que a do primeiro (até porque o período tem três dias a mais). Assim, é pouco provável que, doravante, se registre produção mensal inferior à alcançada em julho. Como há indicações de que já em agosto se atingirá produção em torno de 1 milhão de toneladas - supondo-se que essa média se mantenha até o final do ano serão, no semestre, cerca de 5,956 milhões de toneladas - 15,5% a mais que o registrado no primeiro semestre e um total anual pouco superior a 11,1 milhões de toneladas, 0,7% a mais que o produzido em 2008. O volume acumulado nos últimos 12 meses permanece abaixo do total produzido em 2008: soma 10,928 milhões de toneladas, 2,31% acima do que foi produzido entre agosto de 2007 e julho de 2008.

evolução mensal MIL TONELADAS

MÊS

2007/2008

2008/2009

VAR. %

Agosto

871,782

923,774

5,96%

Setembro

866,903

926,548

6,88%

Outubro

891,434

990,463

11,11%

Novembro

887,928

998,586

12,46%

Dezembro

945,515

975,672

3,19%

Janeiro

914,036

889,681

-2,66%

Fevereiro

866,302

780,499

-9,90%

Março

926,478

862,047

-6,95%

Abril

879,984

830,420

-5,63%

Maio

872,144

901,884

3,41%

Junho

861,759

892,223

3,54%

Julho

897,014

956,585

6,64%

EM 7 MESES

6.217,717

6.113,339

-1,68%

EM 12 MESES

10.681,279

10.928,382

2,31%

Fonte dos dados básicos: UBA – Elaboração e análises: AVISITE

Produção Animal | Avicultura 39


Estatísticas e Preços

Exportação de carne de frango Aquém do esperado, embarques de julho ficaram nas 317,2 mil toneladas

N

úmeros consolidados divulgados pela ABEF dão conta de que em julho passado as exportações brasileiras de carne de frango ficaram nas 317.207 toneladas. Esse volume significou recuo de 6,53% em relação a julho de 2008 (339.360 toneladas, o segundo maior volume mensal já exportado pelo setor) e de 3,59% em relação ao mês anterior, junho de 2009 (329.014 toneladas, o segundo maior volume deste ano). Com esse resultado, voltou a aumen-

Com resultados de julho, volta a aumentar a queda nos embarques de frango em relação a 2008 tar a queda em relação ao mesmo período do ano passado. Assim, enquanto o primeiro semestre foi encerrado com uma redução de 1,90%, agora, em sete meses, o recuo subiu para 2,62%. Essa diferença, no entanto, tende a ser neutralizada, pois, correspondendo a uma média mensal de cerca de 303,5 mil toneladas, o volume acumulado neste ano (2,124 milhões de toneladas entre janeiro e julho) projeta para o exercício embarques totais da ordem de 3,642 milhões de toneladas, ou seja, o mesmo volume registrado em 2008 (3,645 milhões de toneladas). É praticamente certa, no entanto, a superação dos resultados de 2008. Assim, por exemplo, mantida no período agosto-dezembro de 2009 a mesma média mensal alcançada no quadrimestre abril-julho (perto de 320 mil toneladas/mês), o volume anual sobe para, aproximadamente, 3,725 milhões de toneladas, 2,2% a mais que o exportado em 2008. Por enquanto, em 12 meses (agosto de 2008 a julho de 2009), as exportações brasileiras de carne de frango somam 3,588 milhões de toneladas e são 1,44% menores que as registradas no acumulado dos 12 meses imediatamente anteriores. 40 Produção Animal | Avicultura

Evolução Mensal MIL TONELADAS

2007/2008

2008/2009

VAR. %

Agosto

MÊS

304,735

322,698

5,89%

Setembro

242,126

323,949

33,79%

Outubro

313,372

315,632

0,72%

Novembro

298,903

235,061

-21,36%

Dezembro

299,929

266,598

-11,11%

Janeiro

274,897

274,781

-0,04%

Fevereiro

292,538

263,222

-10,02%

Março

313,233

306,539

-2,14%

Abril

270,022

329,922

22,18%

Maio

361,415

303,767

-15,95%

Junho

330,125

329,014

-0,34%

Julho

339,360

317,207

-6,53%

EM 7 MESES

2.181,591

2.124,451

-2,62%

EM 12 MESES

3.640,656

3.588,389

-1,44%

Fonte dos dados básicos: UBA – Elaboração e análises: AVISITE


Disponibilidade interna de carne de frango Máximo ideal é esquecido: volume fica outra vez acima das 600 mil toneladas

D

urou não mais que cinco meses a permanência da oferta interna de carne de frango abaixo das 600 mil toneladas mensais – nível máximo considerado mais adequado para as atuais condições de consumo – sem dúvida ainda afetado pela crise que se abateu sobre a economia mundial no final de 2008. Dessa forma, considerados de um lado os números de produção da APINCO e os de exportação da ABEF, foram disponibilizadas no mercado interno no primeiro mês do segundo semestre cerca de 639,4 mil toneladas de carne de frango. O volume foi 14,65% superior ao registrado em julho de 2008, ocasião em que o mundo ainda não conhecia as agruras da crise econômica e o consumo caminhava a todo vapor. Em relação ao mês anterior, junho de 2009, o incremento foi de 13,5%. Ou de cerca de 10% em termos reais se considerado que julho é mês de 31 dias. Mesmo assim, o índice de variação real não foi desprezível. Agora, em sete meses, a disponibilidade interna aparente de carne de frango soma cerca de 3,989 milhões de toneladas, encontrando-se apenas 1,17% abaixo do volume disponibilizado no mesmo período de 2008. Esse volume, por outro lado, corresponde a uma oferta interna média da ordem de 570 mil toneladas mensais e, assim, projeta para a totalidade do ano volume global próximo de 6,840 milhões de toneladas – quase 7,5% a menos que o ofertado em 2008. Note-se, porém, que em julho a oferta interna atingiu novo patamar. Que dificilmente apresentará retrocesso entre agosto e dezembro, salvo se houver algum aumento excepcional nas exportações, o que parece difícil. Assim, supondo-se que o volume de julho se mantenha no restante do exercício, a oferta interna do semestre chegará aos 3,840 milhões de toneladas e a do ano aos 7,185 milhões de toneladas, volume ainda inferior (2,7%) ao registrado em 2008.

EVOLUÇÃO MENSAL MILHÕES DE CABEÇAS

MÊS

2007/2008

2008/2009

VAR. %

567,047

601,076

6,00%

Setembro

624,757

602,599

-3,55%

Outubro

578,062

674,830

16,74%

Novembro

589,025

763,525

29,63%

Dezembro

645,586

709,074

9,83%

Janeiro

639,139

614,900

-3,79%

Fevereiro

573,764

517,277

-9,84%

Março

613,245

555,508

-9,41%

Abril

609,962

500,498

-17,95%

Maio

510,729

598,117

17,11%

Junho

531,634

563,210

5,94%

Julho

557,654

639,378

14,65%

EM 7 MESES

4.036,127

3.988,888

-1,17%

EM 12 MESES

7.040,604

7.339,992

4,25%

Agosto

Fonte dos dados básicos: UBA – Elaboração e análises: AVISITE

Produção Animal | Avicultura 41


Estatísticas e Preços

Alojamento de matrizes de postura Segmento permaneceu estável pelo quarto mês consecutivo

E

m julho passado, conforme a UBA, o alojamento brasileiro de matrizes de postura manteve-se nos mesmos níveis observados no segundo trimestre do ano, período em que se registrou grande estabilidade no setor e, com mínima variação mensal, foram alojadas, em média, pouco mais de 85 mil matrizes de postura/mês. Assim, embora o volume registrado – 84.867 reprodutoras, 68,64% delas correspondentes a linhagens voltadas à produção de ovos brancos – tenha significado recuo de 5,02% em relação ao mês anterior, junho de 2009, a diferença nominal foi de apenas 4.489 aves. Já em relação ao mesmo mês do ano passado, julho de 2008, o alojamento mais recente registrou expansão bem significativa, de 46%, essencialmente porque há um ano o volume alojado foi relativamente baixo. De toda forma essa variação tem sensível influência sobre o alojamento de 2009. Assim, enquanto no fechamento do primeiro semestre se registrou redução de quase 32% sobre o mesmo período do ano anterior, agora, em sete meses, essa diferença cai para 23,22%. O volume até aqui acumulado (404.433 matrizes, média mensal de 57.776 matrizes) projeta para os 12 meses do ano alojamento total da ordem de 693 mil matrizes de postura, volume cerca de 10% menor que o registrado em 2008. É oportuno considerar, no entanto, a estabilidade registrada no último quadrimestre, da ordem de 85 mil matrizes mensais. Mantida, ela vai corresponder ao alojamento de cerca de 425 mil reprodutoras entre agosto e dezembro corrente e, portanto, a um alojamento anual da ordem de 830 mil matrizes, 7% a mais que o alojado em 2008. Esta, entretanto, parece ser uma possibilidade remota. Especialmente se considerado que nos últimos 12 meses o volume alojado soma 652.721 cabeças, correspondendo a uma redução de 15,49% sobre os 12 meses imediatamente anteriores. 42 Produção Animal | Avicultura

Evolução Mensal

(ovos brancos e vermelhos) MILHARES DE CABEÇAS MATRIZES DE POSTURA

MÊS

% OVO BRANCO

2007/08

2008/09

VAR. %

Agosto

63,392

45,253

-28,61%

2007/08

85,02%

31,33%

Setembro

67,212

32,233

-52,04%

43,68%

61,20%

Outubro

24,339

78,722

223,44%

55,63%

69,35%

Novembro

40,126

47,700

18,88%

91,92%

66,04%

Dezembro

50,503

44,380

-12,12%

80,03%

71,16%

Janeiro

92,858

16,736

-81,98%

56,45%

87,23%

Fevereiro

98,130

29,311

-70,13%

85,95%

81,24%

Março

47,021

17,549

-62,68%

62,69%

59,22%

Abril

42,813

83,830

95,81%

69,68%

67,14%

Maio

83,202

82,784

-0,50%

81,46%

75,57%

Junho

104,611

89,356

-14,58%

68,73%

67,60%

Julho

58,108

84,867

46,05%

69,68%

68,64%

EM 7 MESES

526,743

404,433

-23,22%

71,43%

70,79%

EM 12 MESES

772,315

652,721

-15,49%

71,26%

67,08%

Fonte dos dados básicos: UBA – Elaboração e análises: AVISITE

2008/09


Alojamento de pintainhas de postura Volume alojado em julho segue como há um mês, um ano, dois anos...

E

m julho passado, abrindo a segunda metade do ano, foram alojadas no Brasil, conforme a UBA, 5,173 milhões de pintainhas de postura, 72,84% delas representadas por aves de linhagens produtoras de ovos brancos. O volume alojado significa que o comportamento do setor permaneceu o mesmo do mês anterior, de um ano atrás ou, mesmo, de dois anos atrás. Ou seja: absolutamente estável. Pois - meros exemplos ilustrativos - enquanto nos últimos dois anos o alojamento mensal de matrizes de corte apresentou uma amplitude de 33% (mínimo de 3,3 milhões de cabeças; máximo de 4,4 cabeças) e o de matrizes de postura de surpreendentes 526% (mínimo de 16,7 mil cabeças; máximo 104,6 mil cabeças), em 24 meses a amplitude no alojamento de pintainhas de postura foi de apenas 8% (mínimo de 4,8 milhões de cabeças; máximo de 5,2 milhões de cabeças).

Evolução Mensal

(ovos brancos e vermelhos) MILHÕES DE CABEÇAS PINTAINHAS COMERCIAIS DE POSTURA

MÊS

% OVO BRANCO

2007/2008

2008/2009

VAR.%

Agosto

5,091

4,895

-3,85%

2007/08

74,48%

2008/09

Setembro

5,074

5,135

1,22%

72,28%

74,34%

Outubro

5,166

5,015

-2,92%

73,26%

72,88%

Novembro

5,105

4,811

-5,77%

73,80%

73,22%

73,25%

Dezembro

5,017

5,083

1,31%

75,79%

74,79%

Janeiro

4,897

4,990

1,90%

75,11%

74,87%

Fevereiro

5,048

4,790

-5,11%

73,17%

75,92%

Março

5,122

5,161

0,76%

72,51%

75,27%

Abril

5,127

4,951

-3,43%

71,79%

75,30%

Maio

4,788

4,797

0,18%

74,17%

72,92%

Junho

4,955

5,209

5,12%

74,39%

74,77%

Julho

5,237

5,173

-1,22%

74,30%

72,84%

EM 7 MESES

35,173

35,070

-0,29%

72,98%

74,55%

EM 12 MESES

60,626

60,008

-1,02%

73,37%

74,20%

Fonte dos dados básicos: UBA – Elaboração e análises: AVISITE

Em 24 meses, amplitude no alojamento de pintainhas de postura foi de apenas 8% Nessas circunstâncias, acaba sendo dispensável dizer que o volume alojado nos primeiros sete meses de 2009 – 35,070 milhões de cabeças, média mensal de 5,010 milhões de cabeças – projeta para a totalidade do ano volume da ordem de 60,120 milhões de pintainhas de postura. Porque esse é, aproximadamente, o mesmo volume alojado há um ano (60,112 milhões em 2008) e há dois anos (60,210 milhões em 2007). Da mesma forma, é redundante observar que o volume acumulado nos 12 meses encerrados em julho último soma 60,008 milhões de pintainhas de postura, sendo apenas 1% inferior aos 60,626 milhões registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Tudo permanece como há um mês, há um ano ou há dois anos. Produção Animal | Avicultura 43


Estatísticas e Preços

Desempenho do frango vivo em agosto de 2009 Prenúncios se confirmam e setor tem, no mês, o pior resultado do ano.

E

m 2009, no justo espaço de sessenta dias, o frango e a avicultura de corte foram do céu para o inferno, do melhor para o pior preço do ano. Não por coincidência, sessenta dias correspondem, aproximadamente, ao tempo de entrada e saída de um novo lote de frangos (42-45 dias de criação + 15 dias de vazio sanitário do galpão). Ou seja: quem retirou um lote dois meses atrás e cultivou a expectativa (aposta?) de obter resultado econômico ainda melhor com o futuro lote, teve como resposta a pior remuneração não apenas do ano, mas dos últimos 16 meses, isto é, desde maio de 2008. Esse desempenho era prenunciado desde o mês anterior, julho, ocasião em que o recuo médio no mês ficou em pouco mais de 4%, mas a variação ponta a ponta (último dia do mês x mesmo dia do mês anterior) foi de quase 16%. Mas o que não se esperava, então, é que as perdas de agosto pudessem ser ainda mais agudas. Foi o que ocorreu, já que a variação negativa ponta a ponta atingiu 18,75% (ou quase 32% em sessenta dias), enquanto o preço médio do mês recuou 17,16% (em dois meses, 21%, aproximadamente). Também não há notícia no desempenho mais recente do setor de perda anual tão expressiva como a ocorrida em agosto – redução de 23% em relação a agosto de 2008. E isso remete o segmento a uma situação, senão igual, bastante similar à observada no primeiro semestre de 2006, quando a avicultura de corte foi submetida ao maior desafio de sua história: a crise da Influenza Aviária. Aparentemente, porém, a situação atual difere daquela na medida em que não se observa a formação de altos estoques, como ocorreu então. Mas até essa é uma possibilidade que não pode ser descartada de pronto, já que a produção e oferta se mantêm elevadas, enquanto continuam escassos os sinais de retomada do consumo. 44 Produção Animal | Avicultura

FRANGO VIVO

Evolução de preços na granja, interior paulista – R$/Kg MÊS

MÉDIA R$/KG

VARIAÇÃO % ANUAL MENSAL

AGO/2008

1,94

5,43%

2,64%

SET/2008

1,85

10,12%

-4,64%

OUT/2008

1,63

1,87%

-11,89%

NOV/2008

1,74

12,25%

6,75%

DEZ/2008

1,62

-1,82%

-6,90%

JAN/2009

1,68

10,52%

3,70%

FEV/2009

1,80

30,43%

7,14%

MAR/2009

1,68

35,48%

-6,66%

ABR/2009

1,60

20,30%

-4,76%

MAI/2009

1,61

0,00%

0,63%

JUN/2009

1,88

5,62%

16,77%

JUL/2009

1,80

-4,56%

-4,05%

AGO/2009

1,49

-23,07%

-17,16%

Médias Anuais entre 2000 e 2009 ANO

R$/KG

VAR. %

ANO

R$/KG

2000

0,91

2001

0,97

2002

1,13

16,49%

2003

1,45

28,31%

VAR. %

14,57%

2005

1,35

-8,72%

6,47%

2006

1,16

-14,70%

2007

1,55

33,62%

2008

1,63

5,16%

2004

1,49 2,75% 2009* 1,69 3,83% Fonte dos dados básicos: JOX - Elaboração e análises: AVISITE Obs.: valores finais arredondados, daí eventuais diferenças nos percentuais * Até 31 de agosto de 2009

Frango vivo - preços históricos e preço efetivo em 2009 PREÇO HISTÓRICO (MÉDIA 1998/2008): preço em dezembro do ano anterior igual a 100 PREÇO MÉDIO EFETIVO EM 2009: (R$/KG, granja, interior paulista)


Desempenho do ovo em agosto de 2009 Os piores preços em quase dois anos, a despeito da ligeira recuperação OVO BRANCO EXTRA

Evolução de preços no atacado paulista – R$/caixa de 30 dúzias MÊS

MÉDIA R$/CXA

VARIAÇÃO % ANUAL MENSAL

AGO/2008

45,98

6,09%

-3,20%

SET/2008

43,25

12,57%

-5,93%

OUT/2008

37,92

1,69%

-12,32%

NOV/2008

39,36

5,78%

3,80%

DEZ/2008

39,69

-12,38%

0,84%

JAN/2009

37,40

-3,33%

-5,76%

FEV/2009

43,54

-14,14%

16,41%

MAR/2009

46,94

-6,68%

7,80%

ABR/2009

45,46

14,71%

-3,15%

MAI/2009

41,84

-6,19%

-7,96%

JUN/2009

43,12

-5,89%

3,06%

JUL/2009

36,92

-22,27%

-14,37%

AGO/2009

37,40

-18,65%

1,30%

Médias Anuais entre 2000 e 2009 ANO

R$/CXA

VAR. %

ANO

R$/CXA

VAR. %

2000

23,12

16,89%

2005

33,48

-2,87%

2001

24,07

4,11%

2006

27,48

-17,92%

2002

27,88

15,83%

2007

39,42

43,45%

2003

39,67

42,29%

2008

43,62

10,65%

2004

34,47 -13,11% 2009* 41,42 -5,05% Fonte dos dados básicos: JOX - Elaboração e análises: AVISITE Obs.: valores finais arredondados, daí eventuais diferenças nos percentuais * Até 31de agosto de 2009

Ovo Extra branco - preços históricos e preço efetivo em 2009 PREÇO HISTÓRICO (MÉDIA 1998/2008): preço em dezembro do ano anterior igual a 100 PREÇO MÉDIO EFETIVO EM 2009: (R$/caixa, no atacado paulista)

O

ovo registrou, em agosto, um comportamento de mercado repleto de altos e baixos. Ao contrário do que era esperado, já na primeira quinzena do mês recuperou as perdas ocorridas em julho. Mas logo a seguir apresentou forte refluxo de preços, só reativados no final do mês. Assim, fechou o oitavo mês do ano com ligeiro ganho (+1,30%) sobre o mês anterior, julho de 2009. Mesmo isso, porém, não consegue esconder o fato de que, pelo quarto mês consecutivo, o preço recebido pelo setor vem sendo inferior ao do mesmo período do ano anterior. E com recuos bastante significativos – de 22,27% em julho; e de 18,65% agora em agosto. O fato é que, embora conseguindo ligeira recuperação no mês, o produto obteve, em agosto, a mesma cotação média registrada em janeiro deste ano, época de baixo consumo e, em 2009, período em que o consumo mais sofria os efeitos da crise econômica mundial. Tudo traduzido, o ovo permanece com um dos menores preços em quase dois anos, obtendo uma remuneração (valor nominal, ressalte-se) superior apenas à registrada entre outubro e novembro de 2007. Em decorrência desse desempenho, vão se aprofundando as perdas até agora registradas em relação a 2008, ano em que a cotação média do produto situou-se em R$43,62/caixa. Assim, enquanto entre janeiro e julho de 2009 o preço médio do produto havia ficado em R$42,01/caixa, recuando 3,69% em relação à média de 2008, agora (janeiro-agosto) registra um perda mensal de quase 1,5% e se encontra em R$41,42/ caixa, valor 5,05% inferior à média do ano passado. Não serve de consolo, mas é oportuno registrar que o ovo não está sozinho, repete o mesmo desempenho (entre fraco e sofrível) observado entre as demais proteínas de origem animal, carnes e o leite. Produção Animal | Avicultura 45


Estatísticas e Preços

Matérias-Primas Milho continua caindo; porém frango vivo caiu muito mais

Farelo de soja tem leve alta, mas relação de troca piora significativamente

O

O

Valores de troca – Milho/Frango vivo A deterioração dos preços do frango vivo em agosto fez com que o produtor precisasse de 15% a mais de frango para comprar a mesma quantidade do grão. Considerado o valor médio da saca de milho, em agosto de 2009 o produtor precisou de 215,3 kg de frango vivo (interior de SP) para comprar uma tonelada do grão. Este valor foi 15,7% maior que o de julho– 186,1 kg/t. A piora da relação de troca deu-se devido à desvalorização do frango vivo, que fechou o mês com média de R$1,49/ kg (na granja, interior de São Paulo), queda de 17,22% em relação ao mês anterior. Valores de troca – Milho/Ovo De acordo com os preços médios dos produtos, a relação de troca entre o ovo (granja, interior paulista) e o milho em agosto de 2009 foi de 10,60 caixas de ovos para uma tonelada do grão. Em julho foram necessárias 11,19 caixas/t, o que significa 5,27% menos ovos para obter a mesma quantidade de milho. O fator principal da melhora relação de troca foi que o ovo obteve ligeira alta enquanto o valor da saca de milho recuou: o preço médio de R$30,25 por caixa de ovo representou 1,10% de valorização em relação ao valor de julho deste ano, que foi de R$29,92.

Valores de troca – Farelo/Frango vivo Considerado o preço médio do farelo de soja em agosto, foram necessários 555,7 kg de frango vivo (na granja, interior de SP) para adquirir uma tonelada do insumo. Como em julho passado essa relação foi de 456,6 kg/t de farelo, o volume de frango necessário para se obter a mesma quantidade do produto aumentou 21,6%. A alta do insumo e a queda no valor do frango vivo criam novamente um cenário de perigosa redução do poder de compra da avicultura. Em relação aos valores de um ano atrás, houve grande redução na capacidade de compra: -35,90%, posto que em agosto de 2008 foram necessários 356,18 kg de frango vivo para adquirir uma tonelada de farelo de soja. Valores de troca – Farelo/Ovo Em agosto, considerados os preços médios de um e outro produto, foram necessárias 27,3 caixas de ovos (valor na granja, interior paulista) para adquirir uma tonelada de farelo de soja. A relação ficou praticamente inalterada em comparação a julho de 2009, quando 27,47 caixas de ovos adquiriram uma tonelada de farelo. Em relação a agosto de 2008, a queda no poder de compra é bastante acentuada (37,93%), já que naquele período uma tonelada de farelo de soja custava, em média, 17 caixas de ovos.

preço médio do milho, saca de 60 kg, interior de SP, que já havia recuado no mês anterior, fechou agosto de 2009 com média de R$19,25, queda de 4,23% sobre o preço médio de julho deste ano, R$20,10/saca. Na comparação com o valor da saca de um ano atrás, ainda no cenário pré-crise econômica, a redução é significativa: 23,18% em relação ao valor médio de agosto de 2008, R$25,06/saca.

46 Produção Animal | Avicultura

farelo de soja (FOB, interior de SP) foi comercializado em agosto ao preço médio de R$828/tonelada, valor 0,73% maior que o de julho/09 – R$822/t. Na comparação com agosto de 2008 – R$691/t – a cotação de agosto passado foi 19,83% superior, valor que continua fazendo do farelo de soja uma das poucas commodities que se valorizaram neste ano.

Fonte das informações: www.jox.com.br


Produção Animal | Avicultura 47


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Ponto Final

Setor de ovos precisa ganhar musculatura e enfrentar mercado externo

O

frango brasileiro tem qualidade re-

A questão da escala parece ser o impediti-

conhecida mundialmente. Exporta-

vo maior, porque as empresas deste segmen-

mos para mais de 150 países e con-

to são de porte bem menor que as de frango.

seguimos preços mais remuneradores do que

A logística as tradings resolvem. A Secretaria

os de nossos concorrentes. É um setor que,

de Relações Internacionais do Agronegócio

onde o Brasil entra, domina completamente

tem promovido cursos e seminários, com o

o mercado. Entre

objetivo de motivar o

os

grandes

mercados, o Brasil ainda tem pouca presença apenas na China, na Rússia e na Índia. A Célio Porto é Secretário de Relações Internacionais do Agronegócio, do Ministério da Agricultura

Rússia tem um sistema de cotas que favorece os EUA e na Índia o que dificulta são os hábitos dos consumidores e o sistema de distribuição.

Quanto

à

China, com a visita do Presidente Lula àquele país em maio último, houve um acordo de liberação das importações do Brasil. Os primeiros negócios já foram

fechados

e

a

setor para a exportação,

Existe demanda externa, mas o setor de postura nacional encontra dificuldades por causa da menor escala de produção. Uma das soluções é a organização dos produtores na forma de condomínios, consórcios ou cooperativas

expectativa é promis-

prover informações sobre os mecanismos de apoio ao exportador e informar sobre a legislação que regula a formação de consórcios e condomínios. Esta é uma alternativa relativamente simples de se conseguir a escala necessária, agregando num consórcio ou condomínio vários fornecedores (mesmo que sejam pessoas jurídicas) de um mesmo produto. No caso de produtores (pessoa física),

tam-

bém a alternativa das cooperativas.

sora, pois trata-se de um mercado que importa US$ 1 bilhão/ano.

existe

As projeções indicam que o mundo estará cada vez mais carente de

Se no frango estamos tão bem, o mesmo

proteína de origem animal e o ovo é uma das

não se pode dizer dos ovos. Tem havido mui-

fontes mais baratas, além de ter boa deman-

to interesse de vários países importadores,

da tanto em países ricos como pobres. A Ásia

mas a estrutura de vendas para o exterior exi-

(incluindo Oriente Médio) e a África são as

ge escala e logística. Após o surgimento da in-

regiões onde a demanda cresce mais rapida-

fluenza aviária H1N1 na Ásia, aumentou a

mente. Trata-se de uma oportunidade que

procura por novos fornecedores, mas o Brasil

está à espera do Brasil. Afinal, somos impor-

ainda não conseguiu aproveitar adequada-

tantes exportadores de milho, soja e frango.

mente essa oportunidade.

Por que não de ovos?

50 Produção Animal | Avicultura


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+++ROSS: UM PRODUTO QUE SOMA+++ Produção Animal | Avicultura 51


Ponto Final

52 Produção Animal | Avicultura


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