Produção Animal - ed.34

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Sumário

Top 10 Os dez maiores estados da avicultura em 2009

46

Eventos................................................................. 04 Notícias Curtas..................................................... 06 Postura em Foco.................................................. 17 Ciência Avícola .................................................. 20 AviGuia ............................................................... 28 Associações ........................................................ 31 Classificados . ..................................................... 44 Portfólio AviGuia . ............................................. 45 ESTATÍSTICAS E PREÇOS

Pesquisa: Campylobacter sp Equipe da UFU se dedica a pesquisar comportamento biológico do microrganismo

Produção Animal - Avicultura ISSN 1983-0017 Coordenador Editorial José Carlos Godoy jcgodoy@avisite.com.br MTB - 9782 Comercial Paulo Godoy Christiane Galusni publicidade@avisite.com.br

24

21

Ponto Final Uma análise da avicultura de corte brasileira dividida em três tempos

expediente

Produtos avícolas na balança comercial Uma análise da exportação em cada estado brasileiro

18

Produção e mercado em resumo........................................... 33 Produção de pintos de corte................................................. 34 Produção de carne de frango................................................ 35 Exportação de carne de frango............................................ 36 Disponibilidade interna de carne de frango.........................37 Alojamento de matrizes de postura..................................... 38 Alojamento de pintainhas comerciais de postura............... 39 Desempenho do frango vivo no mês de janeiro.................. 40 Desempenho do ovo no mês de janeiro ...............................41 Matérias-primas...................................................................... 42

eDITORIAL

Apesar da crise, participação do setor na balança comercial brasileira permaneceu crescente Apesar dos resultados alcançados na

dos, ainda não apareciam entre os cem

exportação de carne de frango não te-

primeiros embarcados por cada estado

rem agradado a atividade, a participação

ou região, realidade esta que se modifi-

Diagramação e arte Mundo Agro e Grupo WL luciano.senise@grupowl.com.br

do setor na balança comercial brasileira

cou em 2009 quando esses produtos al-

permaneceu crescente, apresentando in-

cançaram maior importância.

cremento de 8,5%, ou seja, passou de

Além disso, também apresentamos

Internet Darcy Júnior webmaster@avisite.com.br

3,5% do total exportado em 2008 para

para os leitores os números de alojamen-

3,8% do total no ano passado. A obser-

to de matrizes de corte e postura, de

vação pode ser feita a partir da análise

alojamento de pintos de corte e de pin-

da série de tabelas apresentadas nesta

tainhas de postura e também da produ-

edição da Revista do AviSite que esmiú-

ção de pintos de corte nos dez principais

çam a exportação não só da carne de

estados da avicultura brasileira em 2009.

frango, mas de todos os produtos avíco-

Em um ano em que o setor avícola passa

las embarcados pelo Brasil. Isso porque

a não contar com a divulgação destes

até 2008, tanto os volumes de exporta-

dados pela União Brasileira de Avicultu-

ção de ovos férteis e de consumo quanto

ra, o material desta edição adquire ainda

os de corte de peru e seus industrializa-

maior importância.

Redação Érica Barros Thaís Façanha Maruoka imprensa@avisite.com.br

Circulação e assinatura Cristiane dos Santos (19) 3241-9292 assinatura@avisite.com.br Fale com a redação! imprensa@avisite.com.br Tel: (19) 3241 9292 Mundo Agro Editora Ltda. Rua Erasmo Braga, 1153 13070-147 - Campinas, SP

Produção Animal | Avicultura 3


Eventos

2010 Fevereiro 21 a 24 de fevereiro Gulfood 2010 Local: Dubai International Convention and Exhibition Centre, Dubai, Emirados Árabes Unidos Informações: www.gulfood.com E-mail: gulfood@dwtc.com

Março 23 a 25 de março VIII Congresso de Produção, Comercialização e Consumo de Ovos Local: Hotel Fazenda Fonte Colina Verde, São Pedro, SP Realização: APA (Associação Paulista de Avicultura) Informações: www.congressodeovos.com.br E-mail: congresso@apa.com.br

Abril 6 a 8 de abril XI Simpósio Brasil Sul de Avicultura Local: Centro de Cultura e Eventos Plínio Arlindo de Nês, Chapecó, SC Realização: Núcleo Oeste de Médicos Veterinários E-mail: nucleovet@nucleovet.com.br 20 a 22 de abril VIV Europe Local: Utrecht, Holanda Informações: www.viv.net 20 a 23 de abril Global Feed & Food III Congress Mexico Local: Cancún, México Realização: IFIF, FAO e CONAFAB Informações: www.globalfeed-food.com

Maio 11 a 13 de maio AveSui Local: Centro de Convenções Centro Sul, Florianópolis, SC Realização: Gessulli Agribusiness Informações: www.avesui.com E-mail: avesui@gessulli.com.br 25 a 27 de maio Conferência FACTA Local: Mendes Convention Center, Santos, SP Contato: (19) 3243-6555 Informações: www.facta.org.br/conferencia2010 E-mail: facta@facta.org.br

4 Produção Animal | Avicultura

25 a 28 de maio Feira Nacional do Frango (FENAFRANGO) Local: Passo Fundo, RS Realização: Associação Comercial, Industrial, de Serviços e Agropecuária e Sindicato Rural Informações: www.fenafrango.com.br 26 a 29 de maio II Conferência Nacional sobre Defesa Agropecuária Local: Belo Horizonte (MG) Realização: Universidade Federal de Viçosa, IMA e Secretaria de Defesa Agropecuária E-mail: nanogueira@gmail.com

Julho 23 a 25 de julho Festa do Ovo de Bastos Local: Recinto de Exposições Kisuke Watanabe, Bastos, SP Realização: Sindicato Rural de Bastos Contato: (14) 3478-9800

Agosto 23 a 27 de agosto XIII European Poultry Conference Local: Tours, França Informações: www.epc2010.org E-mail: secretariat@epc2010.org

Setembro 14 a 17 de setembro 8ª Feira Internacional de Processamento e Industrialização da Carne (MercoAgro) Local: Parque de Exposições Tancredo Neves, Chapecó, SC Informações: www.btsmedia.biz

Outubro 21 a 23 de outubro FIGAP/VIV América Latina 2010 Local: Expo Guadalajara, Guadalajara, México Realização: www.viv.net Informações: www.viv.net E-mail: figap-vivamericalatina@vnuexhibitions.com

Novembro 16 a 19 de novembro EuroTier 2010 Local: Hanover, Alemanha Informações: www.eurotier.de


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Notícias

As 5 mais lidas em janeiro afinal, dita o preço 1 Quem, do frango: o mercado interno ou o externo?

busca no mercado 2 Rússia novos fornecedores de carne de frango

A

análise da evolução de preços do frango abatido nos mercados interno e externo revela que a crise econômica mundial causou maiores estragos no produto exportado (um terço da produção total) do que naquele consumido internamente. A notícia comenta quanto o frango passou a custar, fazendo uma análise e divulgando um gráfico com os preços interno e externo.

Se algum fornecedor externo não quiser ou não puder atender nossos padrões sanitários, vamos trabalhar com outros fornecedores. Já recebemos inúmeras propostas nesse sentido”. Dirigida explicitamente aos exportadores de carne de frango dos EUA, a frase foi dita pelo Primeiro Ministro da Rússia, Vladimir Putin. A notícia ainda diz que em cinco anos, no máximo, a Rússia deve produzir bem mais que atualmente e, assim, suas importações tendem a um natural decréscimo. Leia mais sobre essa notícia na página 12.

excessivo tira o 4 Frio sono de avicultores norte-americanos

ten” na importação 3 “Top de frango brasileiro trocaram de posição em 2009

O

ano de 2009 foi marcado por uma significativa “dança das cadeiras” entre os principais compradores externos da carne de frango brasileira, pois, considerado o volume importado, apenas dois deles mantiveram a mesma posição de 2008 – Hong Kong e Alemanha. Entre os demais, a reviravolta foi geral.

S

egundo o site da Divisão de Agricultura da Universidade de Arkansas, nos EUA, os avicultores são os que vêm enfrentando os maiores desafios do inverno rigoroso no Hemisfério Norte, pois os sistemas convencionais de controle ambiental dos aviários não estão conseguindo manter a temperatura dentro dos padrões ideais. Isso está obrigando os produtores a instalarem aquecedores e ventiladores extras nos galpões – o que, sem controle automático, força muitos a passarem a noite acordados.

tem nova Diretoria 5 AVIPE Executiva

N

o dia 29 de janeiro, o presidente Josimário Gomes Florêncio tomou posse da nova Diretoria Executiva da Associação Avícola de Pernambuco – AVIPE, gestão 2010/2011. Para saber mais sobre os novos dirigentes, confira a matéria da página 31. 6 Produção Animal | Avicultura


Notícias | Brasil

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Evento

Avanços e tecnologias para avicultura em debate no XI SBSA Em pauta, questões ambientais, segurança alimentar, qualidade da carne e desafios de mercado

O

setor avícola já se prepara para o XI Simpósio Brasil Sul de Avicultura e II Brasil Sul Poultry Fair que serão realizados em Chapecó, SC, de 06 a 08 de abril, no Centro de Cultura e Eventos Plínio Arlindo De Nês. Há mais de uma década o evento reúne pesquisadores de diversos países e profissionais do setor avícola de todo o Brasil para debater os avanços da avicultura, novas tecnologias, descobertas e demandas desse mercado que cresce a

Rodrigo Toledo assume a presidência do Núcleo Oeste de Médicos Veterinários e Zootecnistas com a missão de iniciar a segunda década de eventos de sucesso, fazendo da entidade uma das mais pró-ativas do

para aves”; “Micotoxinas na produção de frangos de corte”; “Vitaminas e Minerais x desempenho do frango de corte”; “Manejo de frangos de corte”; “Qualidade de carcaça”; “Imunopatologia intestinal”; “Bron-

Há mais de uma década evento reúne pesquisadores de diversos países para debater avanços, novas tecnologias e descobertas cada ano e coloca o frango brasileiro na vitrine mundial. O evento, organizado e realizado pelo Núcleo Oeste de Médicos Veterinários e Zootecnistas deve reunir mais de duas mil pessoas entre simpósio e feira de produtos e quipamentos destinados à sanidade, diagnóstico, manejo, bem-estar e nutrição animal. A expectativa neste ano é ainda melhor que na edição anterior, onde o cenário econômico desfavorável fazia a avicultura enfrentar uma crise severa. Para o presidente da entidade, o Médico Veterinário Rodrigo Toledo, “nesse ano a expectativa é muito boa, pretendemos superar o ano de 2009 onde o evento ocorreu no auge da crise. Apesar da situação ainda não muito animadora no mercado exportador de frango a expectativa é que 2010 seja melhor que 2009”, destaca Toledo.

Centro de Cultura e Eventos Plínio Arlindo De Nês

país, mobilizando a cada ano pesquisadores de 3 continentes e participantes do Brasil e países do Mercosul. Entre os temas de palestras deste ano estão questões ambientais, segurança alimentar, qualidade da carne produzida no Brasil e desafios de mercado. Durante a programação serão apresentadas as novidades e atualizações da “IN 56, responsabilidade técnica e legislação ambiental”; “Salmoneloses e suas implicações na exportação brasileira”; “Farmacologia em avicultura”; “Importância do controle microbiológico em rações

quite Infecciosa”; “Anemia Infecciosa”; “Gumboro - depleção linfocitária e imunodepressão” e “Avaliando o sistema imune nas diferentes estratégias de manejo”. Durante o evento será realizada uma reunião paralela sobre “Importância da interação Universidade x Empresas x Governo, na defesa dos interesses da produção avícola”. Mais informações: Núcleo Oeste de Médicos Veterinários (49) 3329-1640 nucleovet@nucleovet.com.br www.nucleovet.com.br. Produção Animal | Avicultura 7


Notícias | Brasil Novo câmbio

Exportações para Venezuela são favorecidas Importadores de carne de frango terão acesso a dólar cotado a 2,60 bolívares

A

s mudanças cambiais adotadas em meados de janeiro pela Venezuela devem beneficiar produtos brasileiros que lideram a pauta de exportações para o país. A opinião é do jornal Valor Econômico. Quatro dos cinco itens que o Brasil mais exporta para o mercado venezuelano poderão ser adquiridos com um dólar ao câmbio mais favorável em vigor na Venezuela. O governo instituiu duas faixas cambiais que funcionam ao lado de uma terceira cotação para dólares obtidos com a venda de títulos. Bovinos vivos, carne de frango, açúcar e carne bovina estão na lista de

produtos classificados por Caracas, capital venezuelana, como essenciais. Isso significa que os importadores na Venezuela terão acesso a um dólar cotado a 2,60 bolívares fortes para comprá-los. Segundo o Valor Econômico, no caso das empresas que importam produtos brasileiros, a expectativa também é positiva. “Há um otimismo por parte dos importadores venezuelanos que compram do Brasil”, diz Fernando Portela, secretário da Câmara de Comércio Venezuela-Brasil, em Caracas.

Exportação

Governo negocia inclusão do ICMS no drawback Tema começou a ser tratado na primeira reunião do ano do Confaz

C

onforme divulgou o portal Convergência Digital, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) negocia com o Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) para incluir o Imposto de Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) no regime especial aduaneiro drawback. O tema começou a ser tratado no dia 20 de janeiro na primeira reunião do ano do Confaz. A intenção do

MDIC é iniciar as discussões com os Estados sobre a necessidade de garantir a desoneração do ICMS de insumos que sejam incorporados a mercadorias exportadas sob o amparo de atos concessórios de drawback. Na reunião, o secretário de Comércio Exterior do MDIC, Welber Barral, assinou convênio com o órgão para a capacitação de técnicos estaduais na utilização dos softwares geridos pela Secretaria de Comércio

Exterior (Secex) para o controle das exportações que utilizam o drawback. Com o convênio, a Secex passa a integrar o Grupo de Trabalho 54 de Comércio Exterior do Confaz para verificar as necessidades dos Estados e desenvolver novas funcionalidades nos sistemas geridos pela secretaria para facilitar a fiscalização estadual e da própria Secex no que se refere às operações de drawback.

O que vem pela frente?

UBA e ABEF avaliam possível fusão Para o jornal Valor Online, atitude é reflexo da concentração do setor

A

lguns veículos jornalísticos divulgaram a informação de que UBA e ABEF, as duas principais entidades representativas da avicultura brasileira, pretendem unificar seus estatutos e assim formar uma única associação. Uma consulta será promovida entre seus associados. 8 Produção Animal | Avicultura

Para Francisco Turra, da ABEF, a sinergia formará uma entidade forte, conforme divulgação do Correio do Povo. Por outro lado, o Valor Online apurou que existe temor entre indústrias de aves de menor porte que atuam na exportação e as que estão apenas no mercado interno de que

a fusão das entidades dificulte o acesso a informações setoriais. O mesmo jornal afirmou também que a manobra é “reflexo do movimento de concentração do setor, que viu recentemente a Perdigão adquirir a Sadia e a Marfrig comprar a Seara da americana Cargill”.


Mercado externo

Exportações de carne de frango dos EUA recuaram Total embarcado em 2009 deve ter sido de pouco mais de 3,1 milhões de toneladas

S

e no último mês de 2009 as exportações norte-americanas de carne de frango alcançaram a média registrada entre janeiro e novembro (259.109 toneladas), o volume total embarcado no ano foi pouco além dos 3,1 milhões de toneladas, recuando 1,5% em relação a 2008. De acordo com o Departamento de

Agricultura dos EUA (USDA) em novembro o volume embarcado ficou em 241.362 toneladas, recuando 6,6% em relação a novembro de 2008. Os dados finais de 2009 sobre as exportações norte-americanas de carne de frango devem ser divulgados pelo USDA em fevereiro.

EUA

Evolução mensal das exportações de carne de frango 2008 e 2009 MÊS

2008

2009

VAR. %

jan

214,019

275,695

28,82%

fev

244,245

254,392

4,15%

mar

233,265

265,148

13,67%

abr

260,420

247,185

-5,08%

mai

288,937

262,255

-9,23%

jun

252,862

241,275

-4,58%

jul

293,162

254,987

-13,02%

ago

293,956

261,769

-10,95%

set

286,733

263,148

-8,23%

out

297,434

282,979

-4,86%

nov

258,542

241,362

-6,64%

dez

233,825

259,109*

10,81%

TOTAL

3.157,401

3.109,303*

-1,52%

Fonte dos dados básicos: USDA / Elaboração e análises: AVISITE * Previsão

Saúde animal

Texas, EUA, tem caso de IA Estado é o sexto maior produtor de carne de frango norte-americano

N

o início de janeiro, autoridades federais anunciaram a detecção do vírus da Influenza Aviária no estado norte-americano do Texas, o sexto maior produtor de carne de frango dos EUA. Imediatamente após a noticia, o Japão suspendeu a importação de carnes avícolas, de ovos e de outros produtos da

avicultura. De acordo com as primeiras informações divulgadas, o vírus foi encontrado em patos, durante uma monitoria de rotina em um mercado de aves vivas. As notícias até agora divulgadas dão conta de que a cepa e a patogenicidade do vírus ainda não foram determinadas. Produção Animal | Avicultura 9


Notícias | Empresas OMS

Influenza Aviária ocasionada pela cepa H5N1 entra no 15º ano No momento, desafio atual é o pandêmico H1N1

P

ode não parecer, mas os desafios impostos à avicultura e à saúde pública mundial pela cepa H5N1 do vírus da Influenza Aviária estão aí presentes há quase 15 anos, ou seja, desde 1996. Esse foi o ano em que o vírus foi isolado de patos criados em uma granja da província de Guangdong, na China. Na ocasião, representou apenas o isolamento de mais um vírus da Influenza Aviária, mesmo porque até o H5N1 já era conhecido. Só não se imaginava, então, que mais tarde se

tornaria a maior preocupação da saúde pública no mundo. No momento, a atenção dada ao H5N1 é secundária, pois o desafio atual é o pandêmico H1N1 que, segundo a Organização Mundial da Saúde, já ocasionou em menos de um ano (de abril de 2009 para cá) a morte de mais de 12 mil pessoas (apenas casos laboratorialmente confirmados), enquanto o H5N1 matou, em sete anos (2003 a 2009) apenas 282 pessoas. A grande diferença, aí, está na relação entre os casos fatais e o total

de pessoas infectadas . Para o H1N1 são relativamente baixos, enquanto no caso do H5N1 representam (no período mencionado) mais de 60% dos diagnósticos confirmados (282 casos fatais em 467 infectados). E isto é que mantém o H5N1 como desafio maior – da saúde animal e humana. Para acessar no site da Organização Mundial da Saúde a evolução do H5N1 desde 1996: www.who.int/csr/ disease/avian_influenza/ Timeline_10_01_04.pdf

Casos humanos de Influenza Aviária desde 2003

Fonte: OMS

10 Produção Animal | Avicultura


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Bem-estar animal

Reino Unido quer mudar restrições à debicagem de poedeiras Proibição deveria ocorrer a partir de 31 de dezembro deste ano

A

dotando atitude radical em relação a uma recomendação da União Européia no tocante ao bem-estar animal, em 2002 as autoridades de produção animal do Reino Unido baixaram norma proibindo a debicagem de poedeiras a partir de 31 de dezembro de 2010. Definiu-se, à época, que a proibição só não atingiria reprodutoras (de corte e postura) e que nesse meio tempo deveriam ser encontrados novos meios (genéticos ou de manejo) visando a reduzir os males decorrentes da nãodebicagem, como o canibalismo entre poedeiras. Passados cerca de oito anos dessa decisão foram registrados alguns avanços no manejo. Mas não o suficiente para impedir a bicagem e o canibalismo, crescentes à medida que se expandem as criações “free-range”. E a única ino-

vação veio da área tecnológica: a debicagem com raios infravermelhos, realizada logo no primeiro dia de vida da pintainha, ainda no incubatório. Com a vantagem (em termos de bem-estar animal) de ser indolor. Baseada no desenvolvimento dessa tecnologia é que os organismos oficiais britânicos avaliam a possibilidade de suspensão da proibição que entra em vigor em menos de um ano. Nesse sentido foi aberta consulta pública em que se propõe a manutenção de debicagem nas poedeiras, mas desde que realizadas no primeiro dia de vida da ave e através de equipamento com raios infravermelhos. Se a proposta for aprovada, ficará mantida a proibição de uso de debicagem com lâmina quente, restrita apenas a “situações emergenciais”.

Controle da produção

Província canadense desburocratiza avicultura Acabam restrições legais que dificultavam instalação de empresas avícolas

C

itado por muitos como “exemplo a ser copiado e seguido”, o processo de controle da produção mantido pela avicultura canadense corre o risco de ir por água abaixo. O governo da província de Saskatchewan, uma das princi-

avícolas na província (por exemplo, incubatórios) e o próprio aumento da produção, abrindo-se uma brecha para que toda a produção avícola canadense evolua conforme as leis de mercado.

Sistemática que permite às lideranças avícolas canadenses manterem a produção local sob estrito controle, valoriza a atividade e seus produtos pais produtoras do país, acaba de determinar a desburocratização da constituição provincial. Com ela acabam as restrições de ordem legal que dificultavam a instalação de empresas

A sistemática que permite às lideranças avícolas canadenses manterem a produção local de aves e ovos sob estrito controle, independente das exigências do mercado, baseia-se num

cipoal de leis e exigências que, efetivamente, valoriza a atividade e seus produtos, impedindo que estes sofram manipulações de mercado. Ao mesmo tempo, porém, o sistema recebe críticas de outros setores da sociedade, sobretudo porque criou-se em torno da atividade verdadeiro “cartório”, ao qual o acesso de estranhos é dificultado ao máximo. A reforma iniciada pelo governo de Saskatchewan não objetiva esse ou outros “cartórios”. Foi assumida como única solução capaz de garantir à província aumento de competitividade e crescimento da economia. Mas vai mexer nos privilégios obtidos pela avicultura local e pode ser adotada pelas outras nove províncias canadenses. Produção Animal | Avicultura 11


Notícias | Empresas Carcaça

Com “embargo ao cloro”, preço do frango explode na Rússia Cloro é produto-base de descontaminação de carcaças utilizado pelos EUA

D

e acordo com o jornal moscovita Times, em meados de janeiro, a carne de frango comercializada na capital russa registrou aumentos de preço da ordem de 20%, índice surpreendente até mesmo para um país marcado por inflação elevada. E tudo é decorrência do embargo imposto à carne de frango dos EUA, vetada até o fechamento

desta edição (30 de janeiro) pelas autoridades de defesa do consumidor da Rússia por conta do banho de água clorada dado às carcaças no final do processo de abate. A propósito do embargo, o Times ainda lembra que no final de dezembro de 2009 os órgãos russos de defesa do consumidor baixaram normativa reduzindo de 200 ml/ kg para 50 ml/kg os índices de cloro na carne de frango. Como o cloro é o produtobase de descontaminação de carcaças utilizado pela indústria avícola norte-americana, a medida afetou diretamente as ex12 Produção Animal | Avicultura

portações dos EUA, principais fornecedores dos russos. A agência de notícias russa RIA Novosti confirmou já no fim de janeiro que, dada a recusa do governo da Rússia em importar frango norte-americano “banhado” com cloro, o país se encontra à procura de novos fornecedores. Mas – observa a agência analistas locais dizem que isso não será fácil. Ivan Obolentsev, presidente da União Russa do Agronegócio, que participou das negociações entre russos e norte-americanos, concordou que há outros fornecedores de aves no mundo, mas ressalvou que são incapazes de aumentar as suas exportações rapidamente. “Serão precisos grandes investimentos, que os potenciais fornecedores estão relutantes em fazer, porque a Rússia pode interromper a importação de carne de frango em alguns anos”, comentou Obolentsev. Turquia e Tailândia estão entre os países que manifestaram disposição em fornecer o produto à Rússia. “Mas a vontade não é suficiente”, afirma outra fonte próxima às negociações. “A Turquia se comprometeu em entregar 500 mil toneladas de frango para a Rússia. Mas onde é que vai encontrar essa carne se no ano passado exportou menos de 100 mil toneladas? E há gripe aviária na Tailândia, de modo que o país exporta apenas frango cozido. Alguém quer comprar frango cozido?”. Há, no entanto, quem encare essa última contingência com ares mais otimistas. Caso de Alexei Alekseyenko, integrante do órgão regulador da segurança agrícola da Rússia. “Nós estamos monitorando de perto a situação na Tailândia. Não há casos recentes de gripe aviária em suas granjas. A Tailândia é um dos países mais estáveis no Sudeste da Ásia”, disse Alekseyenko. Vários países europeus, em especial aqueles que há mais tempo exportam carne de frango para a Rússia (como França, Espanha e Alemanha) poderiam contribuir para minimizar o problema. Mas o preço que cobram pela carne de frango é mais elevado do que o norte-americano, o que

significaria aumento de preços no varejo russo. Assim – termina a Ria Novosti – a única opção para a Rússia é aumentar a produção interna. Só que (algo que a agência de notícias não disse), isso vai demandar algum tempo. E o abastecimento do mercado local tornou-se, agora, questão premente.

Carne de frango: quanto a Rússia vai importar em 2010? Notícias genéricas, divulgadas pela imprensa internacional, dão conta de que a importação de carne de frango pela Rússia através do sistema de quotas sofreu um corte de 18%, passando de 952 mil toneladas para 780 mil toneladas. O processo de redução tende a continuar em 2011, já se anunciando que a importação máxima sob quota (ou favorecida) ficará em 600 mil toneladas, o que significa redução de 23% em relação ao anunciado para 2010 e de 37% em relação ao que foi fixado em 2009. À primeira vista quem mais perde com essa redução é o exportador norte-americano, já que as quotas para os EUA sofreram redução superior à média, de cerca de 20% - ou de 750 mil toneladas em 2009 para 600 mil toneladas em 2010. Mas isso praticamente não influencia a participação do país no sistema russo de quotas, no qual os EUA têm absoluto domínio. Assim, a participação de cerca de 79% em 2009 ficará reduzida agora para pouco mais de 77%. De toda forma, os demais fornecedores – aí inclusos União Européia e Brasil (que não tem uma quota específica, sendo identificado pelos russos apenas como “outros países”) enfrentam uma redução menor que a dos EUA, da ordem de 11% - só não se sabendo se isso beneficia mais a UE ou os “outros”. Assim, o volume “intra-quota” para os demais (isto é, excetuados os EUA) cai de 220 mil toneladas em 2009 para 280 mil toneladas em 2010. Mera curiosidade: seis anos atrás, em 2004, o volume importado sob quotas estabelecido pelo governo da Rússia foi 75% maior que o previsto para o ano que vem – 1,050 milhão de toneladas.


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Água clorada

Avicultura dos EUA pede mais ação contra embargo europeu Justificativa da União Européia para veto é a mesma da Rússia

T

rês grandes entidades avícolas norteamericanas (National Chicken Council, que representa a indústria do frango; National Turkey Federation, indústria de perus; e USA Poultry and Egg Export Council, pelos exportadores) estão solicitando do Secretário de Comércio dos EUA, Ron Kirk, que o país adote medidas mais rígidas contra o embargo que a União Européia impôs ao frango dos EUA desde os anos 1990. O embargo foi imposto em 1997 e baseou-se no fato de as aves produzidas nos EUA passarem, no final do processo de abate, por um banho desinfetante de água clorada, método não aceito pelos europeus, para quem o controle de microrganismos deve integrar todo o processo produtivo, não pode ficar restrito ao produto final. Desde então os exportadores norte-americanos vêm tentando vencer esse embargo,

mas sem maiores esforços, porque o dinamismo do próprio mercado interno aliado à conquista de alguns bons mercados externos (Rússia e China, principalmente) assegurava a manutenção e o crescimento da atividade. Mas isso começou a mudar de figura a partir de 2006/2007, com a crise do milho, e se intensificou em 2008/2009 com a crise econômica mundial. Daí recorrer-se, no final de 2009, à Organização Mundial do Comércio (medida considerada extrema pelos próprios norte-americanos) com um pedido de abertura de “panel” contra a União Européia. Mesmo recorrendo à OMC, os EUA não verão a questão solucionada no curto prazo, pois, conforme cálculos do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) em relação a processo semelhante (também envolvendo o frango mas, neste caso, da China contra os

EUA), ações do gênero, devido aos trâmites burocráticos, não são equacionadas em menos de dois anos. Só que, agora, a solução para esse tipo de embargo transformou-se em “urgência urgentíssima” para os EUA, já que que, seguindo o exemplo da União Européia e utilizando a mesma justificativa, também a Rússia suspendeu a importação de carne de frango norte-americana. Vem daí o pedido de medidas mais enérgicas. Pois além de continuar sem acesso a um mercado que demanda, anualmente, cerca de 700 mil toneladas de carne de frango (o da União Européia), os exportadores norte-americanos correm o risco de perder o acesso a um mercado que neste ano deve absorver mais de 850 mil toneladas do produto e que, não por acaso, é seu maior importador do produto.

Produção Animal | Avicultura 13


Notícias | Empresas Negócio concluído

Negócio concluído II

JBS conclui compra de 64% do Seara é da capital da Pilgrim´s Pride Marfrig Aquisição marcou entrada da JBS no setor de aves

A

JBS informou à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) do Brasil que sua subsidiária americana (JBS USA) concluiu a compra de 64% do capital da produtora de frango Pilgrim’s Pride Corporation, com sede em Pittsburgh, no Texas, por US$ 800 milhões pagos em dinheiro. Em seguida, a Pilgrim’s Pride anunciou, nos Estados Unidos, que eliminou 230 cargos administrativos e corporativos de sua estrutura. Nenhuma das posições eliminadas está ligada à área de produção. De acordo com Pratini de Moraes, membro do conselho de administração da

gigante brasileira, a JBS vai manter Don Jackson como presidente-executivo da empresa. Jackson foi contratado quando a americana pediu proteção contra a falência, no fim de 2008. Bo Pilgrim, um dos fundadores da companhia, também foi confirmado como presidente do conselho de administração da Pilgrim’s. O próprio Pratini também será membro desse conselho, ao lado de Joesley Batista e Wesley Batista, respectivamente, presidentes da JBS S.A e da JBS USA. As informações foram divulgadas pelo Valor Online.

Aquisição envolve afiliadas na Europa e na Ásia

A

Marfrig Alimentos informou no segundo dia útil de 2010, que concluiu a compra da Seara, da americana Cargill. A aquisição envolve a Seara e suas afiliadas na Europa e na Ásia, além de 12 plantas de produtos processados e um terminal portuário. O valor do negócio foi US$ 899 milhões, sendo US$ 705,2 milhões pagos ontem à Cargill, e US$ 193,8 milhões em assunção de dívida. As informações foram divulgadas pelo Valor Online.

Flexibilização

BRF pede e Cade faz novas concessões Negociação conjunta para compra de insumos e comercialização de carnes

D

e acordo com o Valor Online, a Brasil Foods conseguiu autorização do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para unir as operações de compra de insumos e de carne bovina de Perdigão e Sadia e para fazer a comercialização conjunta de carnes in natura das duas empresas.

Agora, as empresas poderão fazer a negociação conjunta de volumes e de preços com os clientes nas vendas de carnes de frango, suína, de peru e bovina. Além disso, com a permissão para fazer aquisições coordenadas de insumos e serviços perante fornecedores, as empresas vão poder negociar a compra de

grãos e de outros insumos agropecuários, além de preços de fretes e de embalagens. O presidente da Brasil Foods, José Antonio do Prado Fay, disse que espera que a decisão final do Cade sobre o negócio, saia ainda no primeiro semestre deste ano

Indústria Veterinária

Elanco pode adquirir a brasileira Biovet Negócio aumenta presença de estrangeiras na liderança desse segmento no país

N

a primeira semana de janeiro, o jornal Valor Online divulgou que uma das principais empresas brasileiras no segmento veterinário, a Biovet está na mira de algumas gigantes multinacionais. “Bayer e Novartis se mostraram interessadas, mas a que está mais próxima de fechar negócio é a americana Elanco, divisão de saúde animal da Eli Lilly and Company, um dos maiores grupos farmacêuticos do mundo. Oficialmente, a Biovet

14 Produção Animal | Avicultura

não confirma nem nega a informação. Os principais executivos da empresa estão impedidos de comentar o assunto - atualmente a empresa está sob auditoria, processo próximo de ser concluído”. O Valor Online também afirma que, de acordo com fontes do mercado, a Biovet, apesar do crescimento nos últimos anos, ficou pequena diante das mudanças que ocorreram no setor, por isso a decisão dos controladores de vendê-la.

“Os demais laboratórios de médio e pequeno porte provavelmente serão comprados por fundos de investimento ou então incorporados por empresas estrangeiras”, disse uma fonte do setor. O jornal afirma que o possível negócio reforçará ainda mais a presença de empresas estrangeiras na liderança desse segmento no país, que já conta com Merial, Pfizer, Bayer, Novartis, Fort Dodge, Intervet e Virbac.


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Produção Animal | Avicultura 15


Notícias Cartilha

Embrapa orienta a construção de aviários em pequena escala de produção Exigências do Programa Nacional de Sanidade Avícola são ressaltadas

L

embrando que o segmento de produção intensiva de frangos requer elevados investimentos financeiros que muitas propriedades não conseguem alavancar, a Embrapa Suínos e Aves lançou uma cartilha para orientar a construção de aviários em pequena escala de produção, utilizando os recursos já existentes na propriedade. Elaborado pelos técnicos da Unidade e intitulado “Construção de Aviário para produção de frango de corte em sistemas alternativos em pequena escala”, o material está disponível na página eletrônica da Embrapa Suínos e Aves, no endereço www.cnpsa.embrapa.br, no link Publicações – Cartilha. Segundo informações de um dos autores da cartilha, o técnico agrícola Jacir Albino, o objetivo do projeto é propor aos pequenos produtores um modelo que possa ser adaptado às condições reais de cada um, considerando questões econômicas e climáticas. O conteúdo do material é voltado basicamente para os detalhes construtivos do aviário, como piso, tela, cortina, levando em conta o clima da região, que determina, por exemplo, a largura do aviário e a altura do pé-direito. Nos aviários adaptados a partir de instalações em desuso na propriedade, deve-se ter o

16 Produção Animal | Avicultura

cuidado em manter as características de um aviário regular, como por exemplo, mureta lateral de 30 cm de altura e cortina lateral que possibilite manejo de temperatura interna e ventilação. O modelo também prevê o abate inspecionado para fornecimento a mercados municipais. A sugestão é construir aviários com capacidade para 100, 200, 300 ou 500 frangos de corte, adquirindo ou reutilizando materiais de constru-

Aviários podem ser construídos a partir de instalações em desuso na propriedade ção disponíveis ou adaptando instalações e ainda absorvendo a produção de insumos da própria propriedade. O material não deixa de lembrar que devem ser seguidas as boas práticas de produção e observadas as exigências ambientais, de biosseguridade e de bem estar animal na instalação de aviários e as condições de criação preconizadas pela legislação.

A cartilha também ressalta que a produção de frangos deve estar respaldada nas Normativas Oficiais do Programa Nacional de Sanidade Avícola do Ministério da Agricultura e que todos os sistemas de produção devem atender a IN 56 do MAPA (procedimentos para registro, fiscalização e controle de estabelecimentos avícolas de reprodução e comerciais de carne ou de ovos). Orientações importantes como construir o aviário distante de outras criações ou plantéis avícolas também são lembradas. Segundo as recomendações da Embrapa Suínos e Aves, o aviário deve estar a pelo menos 100 metros de distância da estrada vicinal e a 30 metros dos limites periféricos da propriedade. A distância entre galpões do mesmo núcleo deverá ser de pelo menos o dobro da largura do galpão e de 500 metros de outro estabelecimento de aves comerciais de corte. Por ser apenas um modelo, A Embrapa ressalta que “é importante que, mesmo com a nossa sugestão, o produtor procure a assistência técnica dos Serviços de Extensão Rural locais ou de Secretarias Municipais de Agricultura e busque auxílio no desenvolvimento de suas atividades”.


Postura em Foco Reforço

ABEF prepara ações para estimular exportações de ovos Projeto prevê desenvolvimento da marca Brazilian Egg

A

estratégia prevê ações em três eixos. Um deles é o desenvolvimento da área técnica, com iniciativas para identificação para as necessidades atuais do setor (sanidade, qualidade, produção animal e certificações); reuniões com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento para definição de agenda do setor; e encontros técnicos para tratar de temas de interesse dos exportadores. Esse eixo também inclui workshops voltados para o desenvolvimento técnico destinado à atuação no mercado internacional; programas de autocontrole e desenvolvimento de programas para equivalência com mercados importadores,

especialmente a União Européia. O segundo eixo diz respeito à inteligência comercial, para determinar mercados a serem abertos ou desenvolvidos. Entre os maiores importadores mundiais de ovos estão China, Hong-Kong, Cingapura, Rússia e União Européia. O terceiro eixo contempla ações em promoção comercial. A ABEF está renovando seu projeto setorial com a Apex-Brasil, a ser concluído até março, e que prevê recursos destinados à confecção de material promocional e à realização de dois eventos exclusivos para promover a exportação brasileira de ovos. O segmento também

será contemplado nas feiras internacionais das quais a ABEF irá participar, como Gulf Food Dubai (fevereiro), FoodEx Japão (março), Sial China (maio) e Sial Paris (outubro), além de iniciativas na Copa do Mundo da África do Sul, em julho. Ainda na promoção comercial a estratégia elaborada pela ABEF para o segmento exportador de ovos prevê um estudo de branding para o setor, com o desenvolvimento de uma marca internacional, Brazilian Egg, e respectivo material internacional. As informações foram divulgadas pela assessoria de imprensa da entidade.

Alimentação

Consumo per capita de ovos dos EUA em queda pelo 4º ano consecutivo Estimativa é do Departamento de Agricultura

A

parentemente, as inúmeras descobertas médicas que vêm transformando o ovo de “vilão” em “mocinho” da alimentação não estão influenciando o consumidor norte-americano. Quem revela isso é o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), para

quem o consumo de ovos do país deve, neste ano, recuar ao menor nível do último quinquênio, ficando em 246,8 unidades per capita. Esse volume representa queda de 4,27% em relação às 257,8 unidades consumidas em 2006. Produção Animal | Avicultura 17


Ciência Avícola

Equipe da UFU se dedica a biológico da Grupo ganhou prêmio por descoberta: C. jeju

A

s aves são reservatórios de alguns microrganismos que podem ser patogênicos para seres humanos. A biosseguridade nos lotes de frango é importante para o controle, mas alguns patógenos ainda

frango há uma alta incidência desse patógeno. Há cinco anos a equipe composta pelo Centro de Microscopia Eletrônica e pelo Laboratório de Biologia Molecular da Universidade Federal de

As pesquisadoras Bia Fonseca e Daise Rossi

representam um desafio para o setor avícola. Dentre esses microrganismos, a bactéria Campylobacter vem se destacando. Nos países desenvolvidos, as espécies de Campylobacter termotolerantes (C. jejuni, C. coli e C. lari) são as principais causas de gastrenterite. No Brasil, ainda não há dados oficiais a respeito, mas os que existem indicam que em lotes de 18 Produção Animal | Avicultura

Uberlândia (UFU) começou a investigar a Campylobater sp, seu comportamento biológico e suas principais formas de contaminação. O grupo coordenado pelos pesquisadores Marcelo Emilio Beletti e Daise Rossi é referência no assunto e foi tema de reportagem divulgada na Revista Minas Faz Ciência, uma publicação da Fundação de Amparo à Pesquisa do

Estado de Minas Gerais (FAPEMIG). Com trabalhos publicados em revistas nacionais e internacionais, além de prêmios na área, a equipe é formada por cinco alunos de graduação, quatro de mestrado, uma de doutorado e tem a colaboração de outros professores. Como explica a Revista Minas Faz Ciência, os pesquisadores da UFU estudam principalmente a ação da C.jejuni em frangos, principal reservatório da doença, mas que não apresentam sintomas visíveis. Os motivos ainda são desconhecidos. Na tentativa de descobrir estes motivos, pesquisadores do Laboratório de Microscopia Eletrônica da Universidade, sob coordenação do professor Marcelo Beletti, estudam a biologia da bactéria dentro das células. “Queremos saber por que a bactéria, quando penetra na célula, causa enterite em humanos e nas aves não. Uma possível explicação é que ela ainda não foi encontrada na submucosa das aves, apenas nas células de revestimento, onde não gera reação inflamatória”, explica Beletti. Em breve, serão iniciadas pesquisas sobre a ação da bactéria em intestinos humanos para comparar com a patogenia em frangos. No Laboratório de Biologia Molecular, as pesquisas são em torno da epidemiologia da bactéria nos animais, com o objetivo de melhor identificar as formas de disseminação e controle. Na pesquisa, são utilizadas aves e ovos férteis de aves SPF e matrizes e também ovos de poedeira comercial, todos cedidos por empresas e laboratórios parceiros, como o Biovet e a Granja Planalto. Na análise de ovos comerciais,


pesquisar comportamento Campylobacter sp ni não contamina ovos destinados ao consumo uma importante descoberta rendeu à equipe o segundo lugar no Simpósio IAFP América Latina, da International Association for Food Protection (IAFP), realizado em Campinas, em 2009.

em pintos de reprodutoras pesadas, diferente do que ocorre em aves SPF onde além de presente, a mesma leva a uma alta mortalidade embrionária precoce. Assim, tentamos entender se

Estudos em animais vivos comprovaram que é possível a transmissão vertical da bactéria, ou seja, ela passa para o interior do ovo, porém, não é viável em embriões de ovos de matrizes comerciais Eles constataram que o consumo de ovos comerciais não representa um risco no que se refere à infecção por Campylobacter jejuni. “Inoculamos, colocamos os ovos em contato com água contaminada e em ambiente contaminado, e realmente não recuperamos a bactéria dentro do ovo. Em ovos de matrizes temos encontrado a bactéria por Real time-PCR. Sabemos que a bactéria se multiplica nos ovos de matrizes pelas contagens observadas na técnica de Real time-PCR, mas ainda não conseguimos isolá-la em cultura em placa, ao contrário do que acontece nos ovos de galinhas SPF, em que recuperamos a bactéria em quase 100% dos casos, diz Rossi”. Outra descoberta importante: Estudos em animais vivos comprovaram que é possível a transmissão vertical da bactéria, ou seja, ela passa para o interior do ovo, porém, a bactéria não é viável em embriões de ovos de matrizes comerciais. “A bactéria é capaz de passar para dentro do ovo pelos poros, o que comprova a transmissão vertical. Porém, após o período de incubação a bactéria não é encontrada

realmente a bactéria é morta durante o período de incubação pelo sistema imune do embrião de reprodutoras pesadas ou se ela apenas assume uma forma ainda não possível de ser cultivada”, conta a médica veterinária e doutoranda Belchiolina Beatriz Fonseca, que também faz parte da equipe.

como o Laboratório de Genética. Pesquisas com outros animais também vêm sendo realizadas no laboratório. Um grande trabalho está sendo realizado com suínos de terminação avaliando os aspectos epidemiológicos. Em breve, uma nova pesquisa vai analisar o papel de animais domésticos, cachorros e gatos, em contato com crianças, na disseminação da bactéria. No Brasil, ainda não há normatização a respeito, nem exigências para análise de alimentos quanto à contaminação por Campylobacter. Os pesquisadores defendem a necessidade de trabalhos de campo com a cadeia inteira, desde o campo até frigorífico, exigindo boas práticas, para que os índices aceitáveis, que não tragam problemas sérios à população. Os pesquisadores da equipe da UFU acreditam que ainda há muito a ser pesquisado e descoberto a respei-

Bactéria não é capaz de sobreviver e se multiplicar no interior de ovos para consumo

As pesquisas terão continuidade em outros trabalhos, alguns em parcerias com outros laboratórios da UFU,

to desse patógeno. “Julgamos que trabalhos nessa área são de grande importância para o Brasil”, afirmam. Produção Animal | Avicultura 19


Ciência Avícola Tratamento

Composto químico pode ser nova arma contra IA em humanos Novo composto é mais eficiente que o Tamiflu

E

m trabalho conjunto, pesquisadores japoneses e norte-americanos desenvolveram um novo composto – por enquanto identificado pela sigla T-705 – que vem demonstrando grande potencial no tratamento da Influenza humana comum, da Influenza A causada pelo vírus H1N1 e, inclusive, da Influenza Aviária causada pelo vírus H5N1. Até agora o único tratamento efetivo contra a Influenza vem sendo o antiviral Tamiflu que, entretanto, só age com eficiência se administrado imediatamente após os primeiros sintomas (três dias). Yoshiro Kawaoka, virologista da Universidade de Wisconsin, nos EUA, um dos pesquisadores envolvidos no desenvolvimento do novo composto, afirma que o T-705 é mais eficiente que o Tamiflu, pois atua mesmo passado maior lapso de tempo entre a infecção e o diagnóstico. De acordo com o pesquisador, o T-705 tem como alvo uma molécula viral crítica, a polimerase, enzima que permite ao vírus copiar seu próprio material genético, o RNA. Com a desativação da polimerase, o

Yoshi Kawaoka, à esquerda, na Universidade de Wisconsin

vírus se torna incapaz de produzir novas partículas virais e, dessa forma, a cadeia infecciosa é interrompida. Conforme Kawaoka, também sob esse aspecto o T-705 é consideravelmente melhor que o Tamiflu: “Ele age especificamente sobre a polimerase do vírus, não afetando a polimerase do hospedeiro –

importante fator de segurança e de redução dos efeitos colaterais”, explica. Os resultados até agora obtidos com o T-705 estão relatados em recente edição dos Proceedings da Academia Nacional de Ciências dos EUA (PNAS, na sigla em inglês). Para acessá-los, entre no site http://uiop.me/N27.

Prevenção

Frango e ovos protegem contra câncer do pulmão Ácido fólico ajuda a prevenir mutações genéticas que levam à doença

E

nquanto pesquisadores de Massachusetts e Califórnia (EUA) divulgam controverso estudo em que afirmam que o consumo de ovos e de carne de frango com pele aumenta o risco de progressão do câncer da próstata em pacientes já diagnosticados, pesquisadores do Instituto Nacional do Câncer dos EUA (NCI, na sigla em inglês) sugerem que alimentos como carne de frango e ovos podem reduzir o risco de aparecimento de câncer do pulmão em fumantes e ex-fumantes. O primeiro estudo é controverso porque seus autores mencionam que apenas ovos e frango com pele (entre 20 Produção Animal | Avicultura

uma série de outros alimentos pesquisados) apresentam risco, sem, entretanto, estabelecer as razões desse risco. Já o trabalho do NCI observa que o consumo de alimentos ricos em ácido fólico ajuda a prevenir as mutações genéticas que levam ao aparecimento de câncer do pulmão. E além dos vegetais, aves e ovos são alimentos ricos em ácido fólico. Pesquisas anteriores já haviam apontado uma relação direta entre baixo consumo de ácido fólico e aumento de câncer do pulmão em fumantes e ex-fumantes. Mais informações: www.cancer.gov/ newscenter


Produção

Os 10 mais da avicultura brasileira e o comportamento regional do setor em 2009

Projetados para a totalidade do ano, os dados disponíveis e relativos até setembro de 2009 sugerem alojamento entre 8% e 10% menor que o registrado em 2008. Nessa readequação, apenas uma Região teve redução acima da média nacional – o Sudeste, que, pela primeira vez na história da avicultura, passa a ter participação inferior a 25% no potencial de produção de pintos de corte.

Fonte: UBA - Elaboração e Análises: Produção Animal-Avicultura * Previsão (base: alojamento janeiro-setembro/09) ** Incluso em Goiás o alojamento do Distrito Federal

Após breve recuperação em 2008, alojamento de matrizes de postura sofreu nova regressão e se mantém aquém do alojado dez anos atrás (em 1999, 824 mil matrizes de postura). No atual retrocesso, a queda mais significativa ocorreu em Minas Gerais, onde o volume alojado ficou mais de um quarto menor que o registrado em 2008.

Fonte: UBA - Elaboração e Análises: Produção Animal-Avicultura OBS.: Apenas os cinco estados mencionados alojaram matrizes de postura em 2009 Produção Animal | Avicultura 21


Produção

Os 10 mais da avicultura brasileira e o co

Embora o alojamento nacional possa ter crescido mais de 1%, nos 10 principais estados alojadores manteve-se praticamente estável, com evolução de apenas 0,22%. Mas entre os dez, 50% reduziram o alojamento em níveis que vão desde menos de 1% até mais de 10%. Já nos estados com aumento, o incremento variou entre 3,18% e 9,34%.

Fonte: APINCO - Elaboração e Análises: Produção Animal-Avicultura * Previsão (base: alojamento janeiro-outubro/09)

A exemplo do que aconteceu em 2007 e 2008, o volume de pintainhas de postura alojadas no País manteve-se na casa dos 60 milhões de cabeças, com variação mínima em relação aos dois anos anteriores. Só que os dados do órgão oficial de estatísticas do Brasil sugerem alojamento maior no ano que passou e, inclusive, forte incremento na produção de ovos. Aparentemente, pois, os dados do próprio setor fogem à realidade, o que é uma pena.

Fonte: UBA - Elaboração e Análises: Produção Animal-Avicultura

22 Produção Animal | Avicultura


mportamento regional do setor em 2009

Com os dados disponíveis até outubro projeta-se para 2009 um incremento de pouco mais de 1% na produção brasileira de pintos de corte. Mas a evolução não foi homogênea. Estados como Bahia, Pernambuco e Goiás apresentaram expansão superior a 10%. No lado oposto se encontram estados como São Paulo e Mato Grosso do Sul com redução também superior a 10%.

Fonte: APINCO - Elaboração e Análises: Produção Animal-Avicultura * Previsão (base: produção janeiro-outubro/09)

As exportações avícolas brasileiras já não estão mais restritas à carne de frango. Assim, além dos cortes de frango (9º lugar na pauta exportadora), do frango inteiro (15º), da carne de frango salgada e dos industrializados (41º e 42º, respectivamente), constam da pauta os cortes e industrializados de peru e os ovos – férteis e para consumo humano. No Paraná e em Minas Gerais os ovos já estão entre os 100 principais produtos exportados.

Fonte: SECEX - Elaboração e Análises: Produção Animal-Avicultura OBS.: Dados da SECEX não refletem o total exportado no ano, porque limitam-se aos itens exportados que se posicionaram entre os 100 principais produtos exportados por estado, região ou mesmo nacionalmente. Produção Animal | Avicultura 23


Exportação

Produtos avícolas na balança comercial dos Item exportado

Posição 1

Part.%1

Cortes

3

Inteiro

5

Industrializado

Valor

Volume

US$ Milhões

Var. anual %

6,47

2.127,844

4,14

1.361,868

11

1,38

% do total nacional

Mil t

Var. anual %

Na receita

No volume

-22,65

1.372,919

-14,75

1.003,355

-5,24

35,07

36,94

4,33

22,44

453,479

0,40

26,99

161,100

12,77

7,47

4,33

Salgada

12

1,36

447,947

-10,31

172,792

-2,01

7,38

4,65

Industrializados de peru

29

0,53

175,263

-37,34

61,349

-25,91

2,89

1,65

Cortes de peru

63

TOTAL

0,22

72,572

-27,39

46,844

-16,88

1,20

1,26

14,10

4.638,973

-18,32

2.818,359

-1,77

76,45

75,82

A

Paraná

Região Sul segue imbatível na liderança das exportações avícolas, respondendo por mais de três quartos do volume e da receita cambial do produto. Em relação à receita, quem permanece na frente é Santa Catarina. Em volume, a dianteira está com o Paraná, onde os ovos férteis surgem entre os 100 principais produtos exportados pelo Estado. Item exportado

Posição 1

Part.%1

Cortes

3

6,05

Inteiro

5

4,76

Industrializado

20

Salgada

14

Industrializados de peru

Rio Grande do Sul

Volume

Var. anual %

Mil t

679,225

-22,15

534,074

-21,36

0,69

77,894

1,62

181,436

17

0,89

Cortes de peru

41

0,35

Ovos férteis

93

TOTAL

Santa Catarina

Valor US$ milhões

% do total nacional

Var. anual %

Na receita

458,054

-3,18

11,19

12,32

395,733

-4,96

8,80

10,65

12,32

30,888

29,88

1,28

0,83

-2,22

69,978

6,92

2,99

1,88

99,630

-42,11

33,838

-32,74

1,64

0,91

39,375

0,67

24,200

4,94

0,65

0,65

0,11

11,887

-38,62

3,669

-15,17

0,20

0,10

14,47

1.623,521

-10,13

1.016,36

-3,79

26,76

27,34

US$ milhões

Var. anual %

Mil t

Var. anual %

Na receita

No volume

-15,55

7,54

7,72

Valor

Volume

Item exportado

Posição 1

Part.%1

Cortes

7

3,00

457,380

-25,60

287,085

No volume

% do total nacional

Inteiro

5

3,68

561,422

-11,65

408,608

11,61

9,25

10,99

Industrializado

25

0,65

98,831

11,49

43,741

41,44

1,63

1,18

Salgada

29

0,52

79,465

-28,96

29,821

-22,91

1,31

0,80

Industrializados de peru

65

0,19

29,562

-37,60

11,809

-9,59

0,49

0,32

Cortes de peru

93

0,11

17,147

-58,15

10,859

-43,56

0,28

0,29

8,15

1.243,807

-19,18

791,923

-1,99

20,50

21,30

US$ milhões

Var. anual %

Mil t

Var. anual %

Na receita

No volume

TOTAL

Valor

Volume

% do total nacional

Item exportado

Posição 1

Part.%1

Cortes

1

15,42

991,239

-21,57

627,781

-1,27

16,34

16,89

Inteiro

5

4,14

266,372

-5,83

199,014

11,03

4,39

5,35

Industrializado

4

4,31

276,754

-5,77

86,470

-1,90

4,56

2,33

Salgada

7

2,91

187,047

-7,40

72,992

1,10

4,56

1,96

Industrializados de peru

24

0,72

46,071

-23,48

15,702

-19,20

3,08

0,42

Cortes de peru

45

TOTAL

24 Produção Animal | Avicultura

0,25

16,050

-19,18

11,784

-16,18

0,76

0,32

27,75

1.783,533

-15,97

1.013,743

0,48

29,39

27,27


Estados e grandes regiões exportadoras Item exportado

Posição 1

Cortes

6

Inteiro

9

Industrializado

30

Salgada Cortes de peru

Part.%1

Valor

Volume

US$ milhões

Var. anual %

2,98

418,113

-7,22

2,34

327,659

5,01

0,17

23,538

-63,96

29

0,20

28,083

40

0,12

16,410

5,69

813,803

-12,44

TOTAL

Mil t

% do total nacional

Var. anual %

Na receita

No volume

249,502

11,10

6,89

6,71

225,238

14,75

5,40

6,06

6,649

-66,13

0,39

0,18

-57,00

11,488

-47,40

0,46

0,31

-54,62

9,722

-26,58

0,27

0,26

502,599

6,35

13,41

13,52

A

10

0,70

59,739

-7,44

Inteiro

7

1,67

142,111

81,31

Var. anual %

Mil t

% do total nacional

Var. anual %

Na receita

No volume

39,821

5,10

0,98

1,07

84,983

68,24

2,34

2,29

Industrializado

18

0,26

21,919

-62,01

5,747

-66,28

0,36

0,15

Salgada

33

0,06

4,888

-11,15

1,760

-16,67

0,08

0,05

2,69

228,657

10,93

132,311

23,01

3,77

3,56

Var. anual %

Mil t

TOTAL

Item exportado

Posição 1

Part.%1

Valor US$ milhões

Volume

% do total nacional

Var. anual %

Na receita

No volume

Cortes

4

9,47

169,108

-1,55

90,542

19,90

2,79

2,44

Inteiro

8

2,66

47,506

-31,76

31,344

-15,10

0,78

0,84 0,01

Industrializado

75

0,03

0,542

-

0,356

-

0,01

Salgada

20

0,64

11,492

-59,42

5,259

-47,93

0,19

0,14

Ovos férteis

80

0,02

0,423

597,14

0,027

575,00

0,01

0,00

12,82

229,071

-16,83

127,528

2,61

3,78

3,43

Var. anual %

Mil t

TOTAL

Valor

Volume

Item exportado

Posição 1

Part.%1

Cortes

2

26,66

34,685

5,85

21,822

Inteiro

1

45,79

59,566

-31,22

41,493

72,45

94,251

-21,04

63,315

-8,41

US$ milhões

Var. anual %

Mil t

TOTAL

Item exportado

US$ milhões

Valor

Var. anual %

Part.%1

Cortes

6

4,28

154,581

-14,86

97,316

Inteiro

8

2,17

78,476

1,34

67,418

Industrializado

51

0,04

1,611

-18,13

0,897

Salgada

27

0,32

11,703

-62,83

4,469

Cortes de peru

21

0,45

16,410

-54,62

9,722

7,26

262,781

-20,03

179,822

TOTAL

No volume

27,37

0,57

0,59

-20,20

0,98

1,12

1,55

1,70

Volume

Posição 1

% do total nacional Na receita

Var. anual %

% do total nacional Na receita

No volume

3,49

2,55

2,62

18,58

1,29

1,81

3,22

0,03

0,02

-53,59

0,19

0,12

-26,59

0,27

0,26

2,97

4,33

4,84

Mato Grosso do Sul

Cortes

US$ milhões

Distrito Federal

Volume

Posição 1

Goiás

Part.%1

Valor

Item exportado

Mato Grosso

exemplo do que ocorre com a própria produção avícola que, cada vez mais, “marcha em direção ao CentroOeste”, também as exportações de carnes avícolas se firmam um pouco mais na Região a cada ano que passa. Em 2009 as quatro unidades federativas que compõem o Centro-Oeste responderam por mais de 13% da receita cambial e do volume exportado das carnes de frango e de peru. Como ocorre no Sul entre Santa Catarina e Paraná, não há na região uma liderança destacada, mas o estado de Goiás está no momento à frente dos demais. No Mato Grosso do Sul a lista de produtos avícolas exportados está “engordada” pela presença dos ovos férteis, 80º produto da pauta local.

Produção Animal | Avicultura 25


Exportação

Produtos avícolas na balança comercial dos Item exportado

Posição1

Cortes

34

0,41

Inteiro

51

0,27 0,68

TOTAL

Part.%1

Valor US$ milhões

Volume

Var. anual %

Mil t

335,475

-17,26

221,220

-24,18

556,695

-20,16

% do total nacional

Var. anual %

Na receita

No volume

237,085

-5,87

5,53

6,38

157,131

-10,53

3,65

4,23

394,216

-7,79

9,17

10,61

E

Minas Gerais São Paulo

mbora a participação de São Paulo nas exportações avícolas seja superior, por exemplo, à de Goiás, o Sudeste é apenas a terceira região exportadora do País, respondendo por cerca de 9%-10% da receita cambial e do volume exportado. Nos dados da SECEX/MDIC, os produtos avícolas aparecem somente em dois estados – ou, além de São Paulo, em Minas Gerais, onde a pauta dos 100 principais produtos tem a forte participação dos cortes de peru e dos ovos de consumo. Item exportado

Valor

Posição1

Part.%1

Cortes

24

0,63

Inteiro

62

0,25 0,88

370,906

TOTAL

US$ milhões

Volume

Var. anual %

Mil t

266,018

-18,90

104,888

-39,66

% do total nacional

Var. anual %

Na receita

No volume

184,679

-9,49

4,38

4,97

70,216

-31,15

1,73

1,89

-26,09

254,895

-16,71

6,11

6,86

US$ milhões

Var. anual %

Mil t

Valor

Volume

% do total nacional

Item exportado

Posição1

Part.%1

Cortes

30

0,35

69,265

-10,46

52,298

9,48

1,14

1,41

Inteiro

19

0,59

116,115

-1,55

86,827

17,91

1,91

2,34

Industrializados de peru

54

0,20

38,207

-29,66

14,211

-25,13

0,63

0,38

Cortes de peru

66

0,14

28,041

-35,55

17,252

-22,56

0,46

0,46

Ovos de consumo

77

0,12

24,378

-14,26

20,410

2,83

0,40

0,55

1,40

276,006

-14,16

190,998

3,09

4,55

5,14

TOTAL

Valor

Var. anual %

Volume

Na receita

No volume

% do total nacional

Item exportado

Posição1

Part.%1

US$ milhões

Var. anual %

Mil t

Var. anual %

Na receita

No volume

Inteiro

91

0,14

15,933

177,51

12,612

349,15

0,26

0,34

0,14

15,933

177,51

12,612

349,15

0,26

0,34

TOTAL

S

Bahia Pernambuco

urpreendentemente para muitos, as exportações de frango inteiro voltam a integrar a lista dos 100 principais produtos exportados pelo Nordeste em 2009. E com incrementos relativos bastante significativos – de 177% na receita e de 349% no volume embarcado. Porém, não é só de frango inteiro que vivem as exportações avícolas nordestinas. Em Pernambuco, quem aparece numa destacada 37ª posição entre os 100 principais produtos exportados pelo Estado são os cortes de frango. Item exportado

Posição1

Part.%1

Cortes

37

TOTAL

Valor

Volume

% do total nacional

US$ milhões

Var. anual %

Mil t

Var. anual %

Na receita

No volume

0,22

1,801

-20,17

1,532

-14,94

0,03

0,04

0,22

1,801

-20,17

1,532

-14,94

0,03

0,04

Valor

Volume

% do total nacional

Item exportado

Posição1

Part.%1

US$ milhões

Var. anual %

Mil t

Var. anual %

Na receita

No volume

Inteiro

55

0,23

15,933

197,70

12,612

391,89

0,26

0,34

0,23

15,933

197,70

12,612

391,89

0,26

0,34

TOTAL

26 Produção Animal | Avicultura


Estados e grandes regiões exportadoras Valor Item exportado

Posição 1

Cortes de frango

9

Frango inteiro

Part.%1

% do total nacional

Volume

US$ milhões

Var. anual %

Mil t

Var. anual %

Na receita

No volume

1,89

2.885,588

-20,12

1.863,134

-3,42

47,56

50,12

15

1,26

1.926,680

-12,70

1.398,336

4,63

31,75

37,62

Industrializados de frango

42

0,32

489,548

-7,85

172,180

2,03

8,07

4,63

Carne de frango salgada

41

0,33

506,796

-14,90

196,574

-5,89

8,35

5,29

Industrializados de peru

75

0,17

259,225

-29,91

86,887

-20,19

4,27

2,34

3,80

6.067,837

-17,06

3.717,111

-0,93

100

100

TOTAL

M

esmo estabelecendo um fiel panorama, sob o ponto de vista do comércio exterior, do desempenho da avicultura brasileira em 2009, o quadro acima, infelizmente, ainda não está completo, pois abrange apenas os 100 principais produtos exportados pelo Brasil no ano que passou. Assim, ficam de fora, entre outros, os cortes in natura de carne de peru, os ovos de consumo e os ovos férteis – produtos que em alguns estados já aparecem em destacada posição na pauta exportadora. E o que dizer acerca dos resultados alcançados no ano em relação aos cinco itens avícolas presentes entre os 100 principais produtos exportados? Naturalmente, o retrocesso de quase 1% no volume embarcado e de mais de 17% na receita cambial não agradaram a ninguém. No entanto, pode-se dizer que o setor

teve um desempenho acima do esperado – se considerado que 2009 foi o ano da crise econômica global. Provas? Os quatro principais itens avícolas exportados pelo Brasil subiram de posição na pauta exportadora – os cortes de frango, da 11ª para a 9ª posição; o frango inteiro, do 18º para o 15º posto; e a carne de frango salgada e os industrializados de frango, em 2008 na 44ª e 47ª posições, fecharam 2009 no 41º e 42º postos, respectivamente. Não apenas isso, porém. Porque essas ascensões também representaram contribuição maior da avicultura na balança comercial do País. Assim, a participação das cinco carnes avícolas integrantes do rol dos “100 mais”, da ordem de 3,5% no ano anterior, subiu em 2009 para 3,8% do total, um incremento de 8,5% no ano.

1 – Posição e percentual de participação do item na pauta exportadora da Região ou da UF, conforme o caso. Assim, por exemplo, na Região Sul os cortes de frango foram o terceiro item da pauta regional, respondendo por 6,47% da receita obtida pelo Sul com todas as exportações realizadas no ano. OBS.: Os números divulgados pela SECEX/MDIC abrangem apenas os 100 principais produtos exportados por UF, Região ou Brasil. Assim, os totais não correspondem, necessariamente, à soma das parcelas.

Produção Animal | Avicultura 27


AviGuia: produtos, serviços e empresas Resultados

Receita da Merial atinge R$ 300 milhões No fechamento do ano, negócio avícola evoluiu 9,5%

E

m 2009, a Merial Saúde Animal cresceu 12,7% e atingiu faturamento de R$ 300 milhões. Todos os negócios da empresa, envolvendo ruminantes (bovinos, ovinos e caprinos), aves, suínos, equinos e pequenos animais, evoluíram mais de dois dígitos. Lançamentos de produtos, ações de impacto focadas nos clientes e estratégias de comunicação e marketing foram ferramentas utilizadas pela Merial para vencer as adversidades de um ano difícil, com altos e baixos e impactos no negócio dos parceiros comerciais

da empresa. Workshops técnicos foram realizados como ações de impacto e as primeiras vacinadoras in ovo foram importadas e repassadas aos clientes importantes. No ano passado, a Merial fortaleceu o portfolio avícola com a vacina Gallimune 4 (contra Bronquite Infecciosa, Pneumovirose, Newcastle e Gumboro), que em apenas seis meses já representa cerca de 40% do segmento. A empresa contou também com a Mycovax MS-H, vacina viva contra o Mycoplasma synoviae (Cepa MS-H), que somou

forças com a Mycovax TS-11, já comercializada no mercado e voltada ao controle do Mycoplasma gallysepticum (Cepa TS-11), prevenindo a incidência da Micoplasmose Aviária nos planteis. Além disso, a empresa ampliou a participação das vacinas Vaxxitek HVT+IBD (Gumboro e Marek no incubatório) e Nemovac (Pneumovírus). No fechamento do ano, os negócios com avicultura evoluíram 9,5%. Já para 2010, a empresa programa diversos lançamentos, entre eles duas vacinas avícolas contra a Salmonella.

Resultados II

Kemin South America cresce 44% Resultado mostra comprometimento com os clientes e com a visão corporativa

A

tendendo a todas as expectativas da matriz norte-americana, a Kemin South America atingiu crescimento de 44% para o ano de

Unidade da empresa na América do Sul é responsável pelos mercados de nutrição animal, ingredientes para nutrição e saúde humana 2009. A empresa já está consolidada no mercado latino americano e os resultados em números mostram seu comprometimento com os clientes e com a visão corporativa, que é atingir, diariamente, 28 Produção Animal | Avicultura

metade da população mundial com seus produtos e serviços. A unidade de negócios da empresa na América do Sul é responsável pelos mercados de nutrição animal, ingredientes para nutrição e saúde humana, com produtos inspirados em soluções moleculares. A expectativa é crescer ainda mais em 2010, com novos projetos inovadores e soluções customizadas para seus clientes.

Springate é promovido a presidente da Agrifoods A Kemin Industries anuncia a nomeação de John Springate para presidente mundial da Kemin Agrifoods. Nesse papel, Springate, que já foi presidente da Kemin Europa e Kemin Ásia, será responsável pela supervisão das atividades do setor agroalimentar global da empresa.

John Springate será responsável pela supervisão das atividades do setor

Tendo atuado como gerente de negócios, gerente de produto global, gerente comercial e vicepresidente sênior de empresas como Unilever, Roche e Biomar, Springate tem muitos anos de experiência de gestão no setor agrícola mundial. Ele recebeu seu diploma de graduação em biologia aplicada em Londres e doutorado em aqüicultura pela Universidade de Aston, em Birmingham.


Leia as últimas notícias sobre as empresas do setor em www.avisite.com.br

Lançamento

AB Vista lança Finase EC® no Brasil e Chile Produto reduz custo na produção de rações e diminui impacto ambiental

A

AB Vista lançou no Brasil e no Chile a segunda geração de fitase destinada a aves e suínos. A Finase EC® é constituída por uma 6-fitase de origem bacteriana, que leva a um aumento no aproveitamento do fósforo fítico, presente nos ingredientes vegetais, além de outros nutrientes, com conseqüente redução de custo na produção de rações. Trata-se de uma molécula de alta estabilidade, mantendo sua atividade nas porções-chave do trato gastrointestinal (porções de pH reduzi-

do). Adicionalmente, também reduz o impacto ambiental pela redução de excreção de fósforo devido ao maior aproveitamento pelos animais deste elemento.

Os registros no Brasil e Chile de Finase EC® seguem-se aos atuais produtos já presentes nestes mercados, como Econase XT e Quantum fitase.

Inauguração

Albatroz Aves e Ovos chega ao mercado Empresa produzirá ovos férteis com a finalidade de encaminhá-los para a produção de pintinhos de um dia

N

um evento na sede do Grupo Seven, no dia 15 de janeiro em Londrina, foi inaugurada a Albatroz Aves e Ovos. A empresa produzirá ovos férteis com a finalidade de encaminhá-los para a produção de pintinhos de um dia. Foram gerados 50 novos empregos diretos e as vendas dos ovos férteis já estão fechadas para os próximos 12 meses. As instalações, construídas ao longo de 2009, localizam-se no município de Centenário do Sul, PR, e obedecem à mais rigorosa técnica de controle sanitário, modernização e automação. Oswaldo Pitol, Presidente do Grupo, diz ser um grande senso de oportunidade a entrada no mercado quando a demanda por ovos férteis está alta, principalmente para a exportação. Oswaldo já atuava no ramo farmacêutico e na produção de soja e milho, entre outros seto-

res. Ele afirma que entra neste mercado porque vê nele um grande desafio, com legislação ambiental e sanitária muito rígidas, não permi-

tindo a entrada de empreendedores despreparados. É, também, uma forma de diversificar os seus negócios.

Oswaldo Pitol e profissionais que realizaram o projeto Albatroz

Produção Animal | Avicultura 29


AviGuia: produtos, serviços e empresas Contratação

Especialista em poedeiras para BioCamp Profissional tem mais de 18 anos de experiência em produção avícola

D Nelson Kiyoshi Haga vai atuar no segmento de postura comercial

ando continuidade ao projeto de ampliação das instalações no mercado avícola, a Biocamp Laboratórios contrata o médico veterinário Nelson Kiyoshi Haga, pós-graduado em Gestão de Qualidade e Produtividade pela USP. O profissional conta com mais de 18 anos de experiência em produção

avícola e na área comercial de biológicos. Nelson atuará no segmento de postura comercial, colaborando com o seu vasto conhecimento em garantia da qualidade e segurança alimentar, onde a BioCamp já participa, com probióticos da linha Colostrum®.

Exposição

Biovet apresenta soluções no Show Rural Coopavel Produtos voltados para matrizes pesadas foram destaques do evento

O

Laboratório Biovet participou da 22ª edição do Show Rural Coopavel entre os dias 8 e 12 de fevereiro. Voltado à transmissão de

conhecimentos ao produtor rural, esse é o maior evento tecnológico do Brasil. A Linha Avicultura do Biovet expôs as soluções com destaque para os

produtos voltados para matrizes pesadas, que foram apresentados no estande do laboratório, ao lado da anfitriã do evento, a Coopavel.

Produtos expostos no Show Rural Coopavel Bio-Coccivet-R, única vacina contra a coccidiose aviária Bio-Enteritidis, vacina contra S. Enteritidis New-Bronk-Gumbor-SHS, vacina tetravalente contra as doenças de New Castle, Bronquite infecciosa das aves, Gumboro e Metapneumovírus Aviário

História

Pisani: mais de trinta anos de tradição Produtos apresentam diferentes versões que otimizam fluxos de produção e logística

A

Pisani Ind. de Plásticos Ltda. iniciou suas atividades em 07 de julho de 1973 como Plásticos Pisani S.A. A empresa surgiu da parceria entre a Madeireira Germano

D.W.Plastics, tradicional fabricante de embalagens plásticas (garrafeiras) da Bélgica. Em 1998 os belgas se retiraram com a entrada da Linpac Mouldings

No Brasil, a empresa tem capacidade industrial instalada superior a 18 mil toneladas e emprega 250 funcionários Pisani, uma das maiores fornecedoras de embalagens em madeira para a indústria de bebidas, com a 30 Produção Animal | Avicultura

Ltda, pertencente ao grupo inglês Linpac, com sede na Inglaterra e a empresa passou a chamar-se Linpac

Pisani Ltda. Já em 2009, a Pisani volta a ser incluída à holding Pisani S.A., que juntamente com a gestora gaúcha de fundos de investimentos CRP Companhia de Participações adquiriram 75% do capital da empresa que pertencia ao grupo inglês Linpac. No Brasil, a empresa tem sua fábrica em Caxias do Sul, RS, e filial na cidade paulista de Pindamonhangaba, atuando com uma capacidade industrial instalada superior a 18 mil toneladas, com 250 funcionários nas duas unidades fabris.


Associações

Rio Grande do Sul

ASGAV promove avicultura em comercial Vídeo foi transmitido pelo Canal Rural e TV COM até o fim de janeiro

C

om o objetivo de evidenciar a importância dos produtos avícolas, incentivar o consumo e garantir a preferência da carne de frango e ovos na mesa dos brasileiros, a Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav) desenvolveu, juntamente com a Francke Comunicação Integrada, um comercial voltado para a avicultura. O vídeo foi transmitido pelo Canal Rural e TV COM até o fim de janeiro como forma de fortalecer a imagem desses produtos em tempos de crise. “Não podemos nos acomodar e achar que atingimos um consumo

per capita satisfatório. Temos espaço para ampliar o consumo de carne de frango e ovos e seremos arrojados para fazê-lo”, afirma o Secretário Executivo da associação, Eduardo Santos. Em novembro deste ano, a Asgav encaminhou uma cópia do vídeo para entidades do Brasil, como a União Brasileira de Avicultura (UBA) e Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frango (ABEF), sugerindo que também desenvolvessem uma ação com o mesmo objetivo. Segundo Eduardo, a associação realiza atividades como essa todos os anos prevendo a valorização da carne de frango e ovos e algumas ações como a conscientização de nutricionistas. Ele afirma que a Asgav alcançou a conscientização e mudança de conceitos, mas que agora precisa usar a criatividade e

inteligência para atingir os outros objetivos. “Desta vez produzimos um comercial com atores para dar mais destaque e realismo para a mensagem de valorização de consumo desses produtos”, explica. Para fazer uma divulgação maior, a Asgav enviou uma cópia do vídeo para cada associado. Cada um deles contribuiu para o custeio da ação com cerca de R$ 211,00. “Um custo baixíssimo perto do retorno que estamos tendo, pois o Canal Rural atinge um público de 78 milhões de telespectadores”, diz. Para assistir ao comercial, acesse www.youtube.com e pesquise por “Comercial Asgav”.

Goiás

AGA faz parceria com MAPA e Agrodefesa Curso é voltado para profissionais habilitados para emissão de GTA

N

o dia 18 de dezembro de 2009, o Ministério da Agricultura e a Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa) realizaram em parceria com a Associação Goiana de Avicultura (AGA) o Treinamento para Veterinários habilitados a emitir o Guia de Trânsito Animal (GTA) para aves e ovos férteis. O evento que aconteceu na sede da associação foi o terceiro realizado no ano passado e se baseou em aulas teóricas. Segundo o Secretário do Comitê de Sanidade Avícola do Ministério da

Agricultura, Cleverson Santos, o evento atendeu as expectativas tanto dos organizadores quanto dos participantes que, nessa edição, totalizaram sete profissionais. “O treinamento tem um cronograma determinado. Ele discute a legislação que rege a sanidade avícola e as obrigações que esses veterinários têm perante o serviço”, afirma. Segundo ele, quando a guia é retirada, o profissional passa a ter, entre outras responsabilidades, a de acompanhar a saúde das aves para que os animais doentes não transitem pelo país.

O treinamento é realizado de acordo com a demanda e deve acontecer em todos os estados brasileiros. Segundo Cleverson Santos, cada edição do curso é ajustada com as alterações da legislação. Tudo que é alterado na legislação, é incluído no curso seguinte e os profissionais que já tiverem participado do curso, também são avisados sobre todas as mudanças. “Além disso, fazemos visita a campo periodicamente. Visitamos os veterinários pelo menos uma vez por ano”, afirma. Produção Animal | Avicultura 31


Associações

Paraná

Pernambuco

Em Assembléia, Aaviopar discute redução de custos Encontro apresentou relatório anual, balanço financeiro e eleição da nova diretoria

A

Associação dos Avicultores do Oeste do Paraná (Aaviopar) promoveu no dia 12 de dezembro de 2009 a Assembléia Geral Ordinária, realizada em Toledo, PR. O evento contou com a presença de avicultores sócios da entidade e de integrados de empresas da região, além de autoridades municipais, estaduais e federais. Na ocasião, foram apresentados o relatório anual, o balanço financeiro e a eleição da nova diretoria. Segundo o Presidente da Aaviopar, Luiz Ari Bernartt, a assembléia discutiu perspectivas da associação para 2010. Entre elas está a atuação na redução dos custos de produção com medidas como comercialização da cama dos aviários. Além disso, a entidade pretende incrementar a patrulha mecanizada que presta serviços aos associados. Ainda sobre este ano, o Presi-

dente faz planos em relação ao custo da apanha de frango. “Também acreditamos que como estamos em adiantado estágio de negociação, em 2010 deveremos transferir para as integradoras os custos da apanha dos frangos, que até o momento é o integrado que garante o pagamento”, explica. Após a assembléia, foram esclarecidas dúvidas sobre as dívidas agrícolas, prorrogação de dívidas e crédito rural. A associação ainda recebeu máquinas que irão prestar serviços essenciais e subsidiados aos avicultores da região. A assembléia contou ainda com a presença de um advogado especialista em crédito rural que esclareceu aos avicultores os direitos que o Manual de Crédito Rural (MCR) garante, fornecendo condições para a resolução de problemas financeiros junto aos bancos.

Eleição da nova diretoria para o mandato de 2 anos

AVIPE tem nova Diretoria Executiva Josimário Florêncio é o novo presidente

A

nova Diretoria Executiva da Associação Avícola de Pernambuco (Avipe), da gestão de 2010/2011, tomou posse no dia 29 de janeiro tendo como presidente Josimário Gomes Florêncio. A cerimônia de posse aconteceu na sede da entidade, na Rua Rio de Janeiro, nº 22, Bairro Torrões, Recife, PE. Associação Avícola de Pernambuco - AVIPE Presidente Josimário Gomes Florêncio Vice-Presidentes Luis C. Coelho Malta, Financeiro Marcondes A. Tavares de Farias, Administrativo Rildo Roque Ferraz, Frangos de Corte Giuliano Nóbrega Malta, Ovos José Nunes de O. Filho, Matrizes

CARGO

NOME

Joram Saullu S. Costa, Técnico

Presidente

Luiz Ari Bernartt

Antonio C. Corrêa de Araújo,

Vice-Presidente

Pedro Ebert

1º Tesoureiro

Enio Tremea

2º Tesoureiro

Ilézio Hammes

1º Secretário

Edenilson Copini

2º Secretário

Élio Miglioranza

Assessor Jurídico

Leonildo Bagio

Abatedouros Evânio Oliveira, Meio Ambiente Marcos Notaro M. de Melo, Qualidade Edilson A. Santos Júnior, Assuntos Tributários Conselho Fiscal

Conselho Fiscal

Titulares: Edival Veras de B. Campelo

Titulares Efetivos 1º 2º 3º

Edemar Recowsky Ademir Campagnollo Egon Berwian

Suplentes 1º 2º 3º

Osnir Kliemann Otacilio Viapiana Jacó Dahmer

32 Produção Animal | Avicultura

Abastecimento Carlos Henrique C. de Albuquerque,

Filho, Paulo Roberto R. de Deus e Tarciso Oliveira Silva Suplentes: Saulo Perazzo Valadares, José de Almeida Cordeiro e Veronildo Coutinho de Sousa Secretário Executivo Nilo C. D. Santiago


Produção e mercado em resumo Nas exportações, nada mal para um ano de crise

E

m fevereiro de 2009, nesta mesma página da Revista do AviSite, divulgávamos o balanço de 2008 da avicultura brasileira. Este ano vai ser diferen-

te, já que alguns números divulgados nesta edição para a avicultura de corte se referem ao mês de outubro de 2009, e além disso, o alojamento de matrizes de corte

Produção de pintos de corte

Em outubro de 2009 foram produzidos no Brasil pouco mais de 503 milhões de pintos de corte. É o novo recorde de produção do setor.

não aparece aqui, visto que o levantamento para este segmento passa a ser anual. Segue abaixo um resumo de cada um dos segmentos.

Produção de carne de frango

Ficou, em outubro, nas 957.625 toneladas, retrocedendo pouco mais de 3% sobre o mês anterior e o mesmo mês do ano anterior

Desempenho do ovo em janeiro de 2010

Exportação de carne de frango

Para um ano de crise, o resultado foi excepcional, pois volume embarcado em 2009 foi, praticamente, similar ao recorde alcançado em 2008.

O ovo registrou em janeiro a terceira pior média de preços dos últimos 13 meses. O valor médio do mês foi quase 15% menor que o de um ano atrás.

Desempenho do frango vivo em janeiro de 2010

Disponibilidade interna de carne de frango

O primeiro mês de 2010 não foi de todo ruim para o setor, como é quase comum ocorrer a cada novo janeiro. Média do mês ficou em R$1,58

Alojamento de pintainhas de postura

Só pra não contrariar, em dezembro de 2009 foram alojadas no Brasil 5,181 milhões de pintainhas de postura. O volume alojado no ano ficou em pouco mais de 60 milhões de cabeças

Alojamento de matrizes de postura

Permaneceram no mercado interno em outubro 622.180 toneladas de carne de frango, volume que correspondeu a decréscimo de 6,61% sobre setembro de 2009

Em dezembro de 2009, o segmento alcançou o segundo maior volume do ano, chegando à casa das 90.597 cabeças. Total alojado em 2009 somou 732.894 matrizes de postura

Produção Animal | Avicultura 33


Estatísticas e Preços

Produção de pintos de corte Em outubro/09, marca dos 500 milhões foi outra vez ultrapassada e atingiu novo recorde

R

etomando a divulgação da produção brasileira de pintos de corte – agora com grande diferença em relação ao mês de produção – a APINCO informa que em outubro de 2009 o volume de pintos de corte produzidos no Brasil voltou a superar a casa dos 500 milhões de cabeças, desta vez apresentando novo recorde, como sempre acontece no décimo mês do ano. Foram produzidos, no mês, 503.041.110 pintos de corte, volume que representou aumento de 1,39% sobre os 496,2 milhões de outubro de 2008 e, em valores reais (levando em conta o número de dias de um e outro mês), incremento de 4,03% em relação ao mês anterior, setembro de 2009. Além, porém, do novo recorde na produção, outro fato marcante de outubro foi o nível de utilização do potencial instalado, da ordem de 94,29%. Foi o melhor índice registrado nos 12 meses encerrados em outubro/09 e uma demonstração de que o setor retorna à normalidade, voltando a utilizar praticamente a totalidade da capacidade de produção instalada. Para melhor avaliar o que isso representa, basta dizer que em março de 2009, no ápice da crise econômica mundial, o índice de utilização do potencial não passou de 78%, valor que significou a não-produção de quase 120 milhões de pintos de corte. O aproveitamento superior atual decorre da combinação de dois fatores: aumento da produção e redução do potencial instalado – que segue decrescente. Com o volume produzido em outubro, o acumulado nos 10 primeiros meses do ano - 4,603 bilhões de pintos de corte – praticamente repete o que se produziu no mesmo período de 2008, com uma variação (positiva) de apenas 0,23%.

34 Produção Animal | Avicultura

Evolução mensal MILHÕES DE CABEÇAS

MÊS

2007/2008

2008/2009

VAR. %

Novembro

431,508

431,662

0,04%

Dezembro

451,775

443,854

-1,75%

Janeiro

460,687

417,755

-9,32%

Fevereiro

427,892

406,918

-4,90%

Março

441,119

425,628

-3,51%

Abril

429,048

455,711

6,21%

Maio

455,492

461,811

1,39%

Junho

437,041

482,089

10,31%

Julho

476,081

500,270

5,08%

Agosto

484,328

482,678

-0,34%

Setembro

485,261

467,938

-3,57%

Outubro

496,165

503,041

1,39%

EM 10 MESES

4.593,114

4.603,839

0,23%

EM 12 MESES

5.476,398

5.479,335

0,05%

Fonte dos dados básicos: UBA – Elaboração e análises: AVISITE


Produção de carne de frango Volume real produzido em outubro foi o menor em três meses e similar ao registrado em julho

D

ados liberados pela APINCO referentes ao que foi produzido em outubro de 2009, mostram que o volume alcançado no mês foi (em valores reais) o menor do trimestre agosto-outubro, praticamente repetindo os mesmos números alcançados no mês de julho. A produção do mês chegou às 957.625, apresentando, em valores reais, uma queda de pouco mais de 3% sobre o mês anterior. Houve, igualmente, queda (de 3,32%) sobre as 990.462 toneladas produzidas em outubro do ano retrasado, segundo maior volume de 2008 (a produção de dezembro daquele ano apresentou recuo de cerca de 1,5% sobre outubro; o recorde do ano foi atingido em novembro). Com o resultado de outubro, a produção acumulada nos 10 primeiros meses de 2009 somou 9,031 milhões de toneladas e, praticamente, repetiu o que foi produzido, sem crise econômica, no mesmo período de 2008, já que a variação foi de apenas -0,3%. Notar, neste caso, que no mesmo período de 2008 o volume de carne de frango produzida no País apresentou aumento de 6,93%. Assim, o volume alcançado nos 10 primeiros meses de 2009 ainda corresponde a um aumento médio anual de 3,3% no biênio 2008-2009. Projetada a produção do período janeiro-outubro para a totalidade de 2009 chega-se a um volume pouco superior a 10,8 milhões de cabeças que, se confirmado, significaria queda de quase 2% sobre os 11 milhões de toneladas produzidos em 2008. Mas além da atual média estar sendo influenciada pelos fracos resultados do primeiro semestre, pode-se contar, para o bimestre final do ano, com um volume médio mensal próximo do milhão de toneladas. Dessa forma, não será surpresa ter-se chegado aos 11,033 milhões de toneladas, volume produzido em 2008.

evolução mensal MIL TONELADAS

MÊS

2007/2008

2008/2009

VAR. %

Novembro

887,928

998,586

12,46%

Dezembro

945,515

975,672

3,19%

Janeiro

914,036

889,681

-2,66%

Fevereiro

866,302

780,499

-9,90%

Março

926,478

862,047

-6,95%

Abril

879,984

830,420

-5,63%

Maio

872,144

901,884

3,41%

Junho

861,759

892,223

3,54%

Julho

897,014

956,585

6,64%

Agosto

923,774

1004,081

8,69%

Setembro

926,548

956,166

3,20%

Outubro

990,462

957,625

-3,32%

EM 10 MESES

9.058,502

9.031,211

-0,30%

EM 12 MESES

10.891,945

10.005,469

1,04%

Fonte dos dados básicos: UBA – Elaboração e análises: AVISITE

Produção Animal | Avicultura 35


Estatísticas e Preços

Exportação de carne de frango A despeito da crise, embarques surpreendem e fecham 2009 com, praticamente, o mesmo volume do ano anterior

M

esmo não tendo alcançado as 325.810 toneladas (o necessário para que se chegasse ao que foi embarcado no decorrer de 2008), as exportações de carne de frango de dezembro de 2009 surpreenderam. Porque, após apresentarem o segundo pior resultado do ano em novembro, no mês seguinte voltaram a registrar desempenho sensivelmente melhor e superior à média registrada em meses anteriores. Em dezembro, foram exportadas 314.785 toneladas de carne de frango, o que significou, em valores nominais, aumento de 17% sobre o mês anterior, a maior variação mensal desde meados de 2008. Em relação ao mesmo mês do ano anterior o incremento foi ainda mais significativo, superando os 18%. Neste caso, porque o volume de dezembro de 2008 foi o segundo menor do “ano da eclosão da crise econômica mundial”. Resultado final: as exportações de 2009 fecharam em 3,634 milhões de toneladas, ficando apenas 0,3% abaixo dos 3,645 milhões de toneladas de 2008 (a diferença a menos foi de apenas 11 mil toneladas) – um resultado excepcional para aquele que foi considerado o pior ano da economia mundial em mais de meio século. Note-se que a despeito do recuo, o resultado alcançado está mais de 10% acima do volume exportado em 2007. E isso corresponde a um incremento médio anual da ordem de 5% no último biênio. Já em relação a 2001, o aumento médio foi de, praticamente, 10% ao ano. Obviamente, dado o caráter econômico da crise, houve perda significativa de receita em função da redução no preço médio. Como o recuo foi de cerca de 16%, a receita cambial global obtida com a carne de frango recuou de cerca de US$6,950 bilhões em 2008 para pouco mais de US$5,8 bilhões em 2009. O mais crítico para o setor, entretanto, foi o câmbio interno. 36 Produção Animal | Avicultura

Evolução Mensal MIL TONELADAS

2008

2009

VAR. %

Janeiro

MÊS

274,897

274,781

-0,04%

Fevereiro

292,538

263,222

-10,02%

Março

313,233

306,539

-2,14%

Abril

270,022

329,922

22,18%

Maio

361,415

303,767

-15,95%

Junho

330,125

329,014

-0,34%

Julho

339,360

317,207

-6,53%

Agosto

322,698

301,257

-6,64%

Setembro

323,949

289,951

-10,49%

Outubro

315,632

335,445

6,28%

Novembro

235,061

268,615

14,27%

Dezembro

266,598

314,785

18,07%

3.645,529

3.634,504

-0,30%

Em 12 meses

Fonte dos dados básicos: UBA – Elaboração e análises: AVISITE


Disponibilidade interna de carne de frango Volume ofertado em outubro de 2009 atingiu o menor nível do segundo semestre

E

mbora a produção de carne de frango alcançasse volume 6% superior à média mensal registrada nos 10 primeiros meses de 2009, o simples fato de as exportações do mês terem aumentado mais de 15% fez com que a disponibilidade interna do produto no mês de outubro apresentasse o menor nível do segundo semestre. Assim, considerada a produção estimada pela APINCO e as exportações registradas pela ABEF, permaneceram no mercado interno em outubro 622.180 toneladas de carne de frango, volume que correspondeu a decréscimos de 6,61% e 7,80% sobre, respectivamente, setembro de 2009 e outubro de 2008. O retrocesso, entretanto, apenas reduziu o ritmo de expansão da disponibilidade interna que, até setembro, vinha sendo superior a 2%. Dessa forma, os 5,980 milhões de toneladas alcançados entre janeiro e outubro representam incremento de 1,11% sobre o mesmo período de 2008, o que significa estabilidade na oferta real do produto (concomitante ao crescimento vegetativo da população, assegurando a manutenção do consumo per capita). Projetada para 12 meses, a disponibilidade alcançada em 10 meses sugere oferta total, no ano, da ordem de 7,176 milhões de toneladas, um volume que, se confirmado, significaria redução de 2,85% sobre os 7,387 milhões/t disponibilizados internamente em 2008. Mas, também a oferta interna tende a ser significativamente maior nos meses finais do ano. Assim, a oferta final de 2009, se recuar em relação ao ano anterior, deverá apresentar um índice de redução bem menor que o atual. Com a eclosão da crise econômica, 2009 foi iniciado com um altíssimo estoque de passagem. Como isso não se repetiu no final do ano, o certo é que a disponibilidade e o consumoforam superiores àquele apontado.

EVOLUÇÃO MENSAL MIL TONELADAS

MÊS

2007/2008

2008/2009

VAR. %

Novembro

589,025

763,525

29,63%

Dezembro

645,586

709,074

9,83%

Janeiro

639,139

614,900

-3,79%

Fevereiro

573,764

517,277

-9,84%

Março

613,245

555,508

-9,41%

Abril

609,962

500,498

-17,95%

Maio

510,729

598,117

17,11%

Junho

531,634

563,21

5,94%

Julho

557,654

639,378

14,65%

Agosto

601,076

702,824

16,93%

Setembro

602,599

666,215

10,56%

Outubro

674,829

622,180

-7,80%

EM 10 MESES

5.914,631

5.980,107

1,11%

EM 12 MESES

7.149,242

7.452,706

4,24%

Fonte dos dados básicos: UBA – Elaboração e análises: AVISITE

Produção Animal | Avicultura 37


Estatísticas e Preços

Alojamento de matrizes de postura Volume total alojado em 2009 decresce mais de 5% em relação ao ano anterior, mas continua superior aos registrados em 2006 e 2007

E

m dezembro de 2009, dados da UBA, o alojamento de matrizes de postura alcançou o segundo maior volume do ano, chegando à casa das 90.597 cabeças. Isso correspondeu a aumentos de 104% sobre o mesmo mês do ano retrasado, dezembro de 2008, e de, praticamente, 140% sobre o mês imediatamente anterior, novembro de 2009. No mês, o percentual de matrizes de linhagens produtoras de ovos brancos foi de apenas 58,71%, o que significa que a grande expansão de dezembro se concentrou nas linhagens produtoras de ovos vermelhos. Mas isso não se refletiu nos índices finais de 2009, encerrados com um aumento de apenas 0,26 ponto percentual no índice de participação nas linhagens produtoras de ovos vermelhos. Assim, a chamada “participação do ovo branco” recuou de 68,10% em 2008 para 67,84% em 2009. Com o alojamento de dezembro, o total alojado em 2009 somou 732.894 matrizes de postura. Ocorreu, portanto, recuo de 5,44% em relação a 2008, ano em que foram alojadas 775.031 reprodutoras de postura. Apesar, no entanto, da queda, esse volume permanece superior aos alojados em 2006 e 2007 (705,1 mil e 696,5 mil cabeças, respectivamente). Porém, o fato mais surpreendente em relação à evolução do alojamento de matrizes de postura está na constatação de que o alojamento de 2009 continua menor que o registrado há 10 anos. Em 1999, o alojamento do ano somou 824,1 mil matrizes de postura, sendo, portanto, mais de 12% superior ao registrado em 2009. Nesse período, só não mudou a relação entre as reprodutoras de ovos brancos e vermelhos. Lá, como hoje, pouco mais de 68% do plantel alojado estava representado por matrizes de linhagens produtoras de ovos brancos. 38 Produção Animal | Avicultura

Evolução Mensal

(ovos brancos e vermelhos) MILHARES DE CABEÇAS MATRIZES DE POSTURA

MÊS

% OVO BRANCO

2008

2009

VAR.%

2008

2009

Janeiro

92,858

16,736

-81,98%

56,45%

Fevereiro

98,130

29,311

-70,13%

85,95%

81,24%

Março

47,021

17,549

-62,68%

62,69%

59,22%

Abril

42,813

83,830

95,81%

69,68%

67,14%

Maio

83,202

82,784

-0,50%

81,46%

75,57%

Junho

104,611

89,356

-14,58%

68,73%

67,60% 68,64%

87,23%

Julho

58,108

84,867

46,05%

69,68%

Agosto

45,253

100,270

121,58%

31,33%

61,16%

Setembro

32,233

65,483

103,16%

61,20%

84,73%

Outubro

78,722

34,185

-56,58%

69,35%

49,42%

Novembro

47,700

37,926

-20,49%

66,04%

63,33%

Dezembro

44,380

90,597

104,14%

71,16%

58,71%

12 MESES

775,031

732,894

-5,44%

68,10%

67,84%

Fonte dos dados básicos: UBA – Elaboração e análises: AVISITE


Alojamento de pintainhas de postura Em dezembro, repetiu-se, volume em torno de 5 milhões de cabeças

S

ó pra não contrariar, em dezembro de 2009, conforme a UBA, foram alojadas no Brasil 5,181 milhões de pintainhas de postura, quase 74% delas de linhagens produtoras de ovos brancos. Ou seja, repetiu-se, como vem ocorrendo desde o final de 2006, volume em torno de 5 milhões de cabeças. Dessa forma, o volume alojado no ano ficou em pouco mais de 60 milhões de cabeças, superando em apenas 1% os 60 e poucos milhões de cabeças de 2008 e em cerca de 0,8% os outros 60 e poucos milhões de cabeças de 2007. Tornou-se monótono analisar a evolução mensal e anual do alojamento de pintainhas de postura, pois os números se repetem com variações mínimas. Isso é preocupante, pois a permanência dos números em estabilidade há quase 40 meses já deveria ter-se refletido no mercado na forma de escassez do produto. No entanto, a oferta tem excedido a demanda a tal ponto que nos últimos meses os preços recebidos pelo produto têm sido, exatamente, inferiores aos dos (quase) últimos 40 meses. É aí que se constata que a mentira tem pernas curtas. Pois o volume divulgado não tem correspondido ao que é efetivamente alojado no campo. E quem pôs o dedo na ferida foi o IBGE, que em seus levantamentos mensais em campo detectou aumentos no alojamento de galinhas poedeiras não observados nos levantamentos da avicultura. Estes, também ao contrário, mostram

Evolução Mensal

(ovos brancos e vermelhos) MILHÕES DE CABEÇAS

PINTAINHAS COMERCIAIS DE POSTURA

MÊS

% OVO BRANCO

2008

2009

VAR.%

2008

2009

Janeiro

4,897

4,990

1,90%

75,11%

Fevereiro

5,048

4,790

-5,11%

73,17%

75,92%

Março

5,122

5,161

0,76%

72,51%

75,27%

Abril

5,127

4,951

-3,43%

71,79%

75,30%

74,87%

Maio

4,788

4,797

0,18%

73,83%

72,92%

Junho

4,955

5,209

5,12%

72,25%

74,77%

Julho

5,237

5,173

-1,22%

72,35%

72,84%

Agosto

4,895

5,046

3,09%

73,25%

71,86%

Setembro

5,135

5,145

0,19%

74,34%

73,80%

Outubro

5,015

5,025

0,20%

72,88%

72,91%

Novembro

4,811

5,251

9,16%

73,22%

71,03%

Dezembro

5,083

5,181

1,93%

74,79%

73,75%

Em 12 meses

60,112

60,718

1,01%

73,28%

73,76%

Fonte dos dados básicos: UBA – Elaboração e análises: AVISITE

queda no alojamento de fêmeas (ou seja, estabilidade entre as pintainhas comerciais, mas redução entre as matrizes de corte e de postura). Seis meses depois do início desses aumentos, o órgão detectou um concomitante

aumento na produção de ovos, impossível de ser alcançado em condições normais. Pena, porque agora o setor perdeu todos os seus referenciais anteriores. E vai continuar perdendo economicamente até que encontre novamente o ponto de equilíbrio.

Produção Animal | Avicultura 39


Estatísticas e Preços

Desempenho do frango vivo em janeiro de 2010 Mercado começa a dar seus primeiros passos efetivos no ano

E

mbora fosse um movimento apenas inicial e sem ainda atingir todos os níveis de ensino, o reinício do ano letivo na última semana de janeiro fez com que o mercado começasse, enfim, a dar seus primeiros passos efetivos em 2010. Assim, fevereiro começou com novos e melhores augúrios para a avicultura de corte. Mas isso não significa que o primeiro mês de 2010 tenha sido de todo ruim para o setor, como é quase comum ocorrer a cada novo janeiro. É verdade que a cotação de encerramento do período foi inferior àquela observada na abertura (R$1,65/kg no dia 2 de janeiro; R$1,60/kg no fechamento do mês). Mas o preço de início do ano veio por inércia de 2009. E o simples fato de ter, a princípio, recuado 10 centavos para, quase a seguir, recuperar cinco centavos do que perdeu é demonstrativo de que o mercado se encontrava bem ajustado, só não apresentando melhor desempenho porque o consumo caminhava devagar. É verdade que, em relação ao mesmo mês do ano passado o preço médio alcançado neste último janeiro foi mais de 6% inferior. Mas o que não se pode esquecer é que, no final de 2008, sob o influxo da crise econômica mundial, os produtores reduziram seu alojamento, do que resultou – em janeiro de 2009 – uma menor oferta de aves vivas. O suficiente para que naquele mês se registrasse valorização de 3,70% sobre o mês anterior, dezembro de 2008 (fato inédito no setor!), e de mais de 10% sobre o mesmo mês do ano anterior, janeiro de 2008. É verdade, também, que o preço médio alcançado pelo frango vivo em janeiro de 2010 ficou quase 4% abaixo do registrado um mês antes, em dezembro de 2009, teoricamente o melhor mês do ano. Note-se, po-

40 Produção Animal | Avicultura

FRANGO VIVO

Média e variação anual entre 2000 e 2010

Evolução de preços na granja, interior paulista – R$/Kg MÊS

MÉDIA R$/KG

VARIAÇÃO % ANUAL MENSAL

JAN/09

1,68

10,52%

3,70%

FEV/09

1,80

30,43%

7,14%

MAR/09

1,68

35,48%

-6,66%

ABR/09

1,60

20,30%

-4,76%

MAI /09

1,61

0,00%

0,63%

JUN/09

1,88

5,62%

16,77%

JUL/09

1,80

-4,56%

-4,05%

AGO/09

1,49

-23,07%

-17,16%

SET/09

1,37

-25,84%

-8,18%

OUT/09

1,50

-8,21%

9,05%

NOV/09

1,54

-11,64%

2,76%

DEZ/09

1,64

1,26%

6,69%

JAN/10

1,58

-6,07%

-3,80%

ANO

R$/KG

VAR. %

2000

0,91

14,57%

2001

0,97

6,47%

2002

1,13

16,49% 28,31%

2003

1,45

2004

1,49

2,75%

2005

1,35

-8,72%

2006

1,16

-14,70%

2007

1,55

33,62%

2008

1,63

5,16%

2009

1,63

0,15%

2010*

1,58

-3,34%

* Média entre 02/01 e 31/01/10

Fonte dos dados básicos: JOX - Elaboração e análises: AVISITE Obs.: valores finais arredondados, daí eventuais diferenças nos percentuais

Frango vivo preços históricos e preço efetivo em 2010 PREÇO HISTÓRICO (MÉDIA 1998/2008): preço em dezembro do ano anterior igual a 100 PREÇO MÉDIO EFETIVO EM 2010: (R$/KG, granja, interior paulista)

rém, que o recuo observado é inferior àquele registrado na média histórica que leva em conta o comportamento dos preços nos 10 anos anteriores. Ou seja: pela média histórica, o preço médio de janeiro

de cada ano corresponde a 91,7% do preço registrado em dezembro do ano anterior. Neste ano ele está correspondendo a 96,3% do preço de dezembro e, portanto, o recuo é bem menos grave.


Desempenho do ovo em janeiro de 2010 No mês, o terceiro pior preço dos últimos 13 meses

O

ovo também experimentou os benefícios do reinício do ano letivo ainda em janeiro, mas como o processo só começou a ser desencadeado na última semana do mês, os preços obtidos no fechamento do período continuaram aquém daqueles observados nos primeiros dias do ano. O fato principal é que o ovo encerrou o primeiro mês de 2010 com o terceiro pior preço dos últimos 13 meses. Assim, fechou janeiro com preço médio de R$31,80/caixa, valor que corresponde a quedas de praticamente 15% sobre janeiro/09 e de 11,38% sobre dezembro/09. As razões para esse fraco desempenho são visíveis: a par de um consumo recessivo, típico de todo novo início de ano, uma oferta elevada, impossível de ser adequada até mesmo através do ferramental convencional – redução das aves em muda forçada e antecipação do descarte de lotes em produção. E isso ocorre porque, de um lado, os descartes (sob rígido acompanhamento do Programa Nacional de Sanidade Avícola) não vêm tendo suficiente absorção (faltam abatedouros dispostos a abater galinhas leves na velocidade necessária), mas também porque, do outro lado, o plantel de poedeiras parece ter sido ampliado além de um nível considerado adequado às condições de mercado. Quando esta edição era fechada, no início de fevereiro, o mercado já acenava com sensíveis melhoras, que devem se acentuar no decorrer do mês e se firmar com a chegada da Quaresma – um período que, nos últimos anos, tem proporcionado ao setor os melhores preços de todo o exercício. Em 2010 não deve ser diferente. Mesmo assim pergunta-se: conseguirá, ao menos, chegar a um valor próximo daquele registrado na Quares-

OVO BRANCO EXTRA

Média e variação anual entre 2000 e 2010

Evolução de preços no atacado paulistano (R$/CAIXA DE 30 DÚZIAS) MÊS

MÉDIA R$/CX

VARIAÇÃO % ANUAL MENSAL

JAN/09

37,40

-3,33%

-5,76%

FEV/09

43,54

-14,14%

16,41%

MAR/09

46,94

-6,68%

7,80%

ABR/09

45,46

14,71%

-3,15%

MAI /09

41,84

-6,19%

-7,96%

JUN/09

43,12

-5,89%

3,06%

JUL/09

36,92

-22,27%

-14,37%

AGO/09

37,40

-18,65%

1,30%

SET/09

33,88

-21,66%

-9,42%

OUT/09

31,35

-17,34%

-7,48%

NOV/09

31,00

-21,24%

-1,10%

DEZ/09

35,88

-9,59%

15,76%

JAN/10

31,80

-14,97%

-11,38%

ANO

R$/CX

VAR. %

2000

23,12

16,89%

2001

24,07

4,11%

2002

27,88

15,83%

2003

39,67

42,29%

2004

34,47

-13,11%

2005

33,48

-2,87%

2006

27,48

-17,92%

2007

39,42

43,45%

2008

43,62

10,65%

2009

38,66

-11,37%

2010*

31,80

-17,68%

* Média entre 02/01 e 31/01/10

Fonte dos dados básicos: JOX - Elaboração e análises: AVISITE Obs.: valores finais arredondados, daí eventuais diferenças nos percentuais

Ovo Extra branco preços históricos e preço efetivo em 2010 PREÇO HISTÓRICO (MÉDIA 1998/2008): preço em dezembro do ano anterior igual a 100 PREÇO MÉDIO EFETIVO EM 2010: (R$/caixa, no atacado paulista)

ma do ano passado, quando registrou valores médios em torno dos R$50,00/caixa no atacado paulista? Pode não parecer, mas a pergunta é pertinente. Pois mesmo para apenas se aproximar dos R$50,00/

caixa do ano passado, o produto precisará obter, entre fevereiro /março, valorização superior a 50% em relação à média de janeiro. Isso, em tempos de inflação próxima de zero, é missão quase impossível. Produção Animal | Avicultura 41


Estatísticas e Preços

Matérias-Primas Milho abre ano em queda

O

preço médio do milho, saca de 60 kg, interior de SP, caiu 3,30% e fechou janeiro de 2010 com média de R$19,31 – em dezembro de 2009 o preço do milho foi de R$19,97/saca. Em relação ao valor da saca um ano atrás, a redução é de 21,22%, pois o milho registrou média de R$24,51/saca em janeiro de 2009.

Valores de troca – Milho/Frango vivo Assim como o milho, o frango vivo (interior de SP) também apresentou retração nos preços em janeiro de 2010, fechando o mês com média de R$1,58, que representou queda de 3,66% em relação a dezembro de 2009 . Como resultado, foram necessários 203,6 kg de frango vivo para se obter uma tonelada de milho no período, considerando-se o preço médio de ambos os produtos. Este valor representa uma piora no poder de compra de 0,37% em relação ao mês anterior, uma vez que em dezembro a tonelada do milho “custou” 202,5 kg de frango vivo. Valores de troca – Milho/Ovo De acordo com os preços médios dos produtos, a relação de troca entre o ovo (granja, interior paulista) e o milho em janeiro de 2010 foi de 13 caixas de ovos para uma tonelada do grão. Em dezembro de 2009 foram necessárias 11,4 caixas/t, o que significa 14,10% de ovos a mais para se obter a mesma quantidade de milho. Essa queda no poder de compra do avicultor de postura se deve ao retrocesso no valor do ovo em janeiro: o preço médio da caixa de 30 dúzias caiu 15,24%, alcançando R$24,70 – em dezembro de 2009 a média havia sido de R$29,14.

42 Produção Animal | Avicultura

Farelo de soja também retrocedeu em janeiro

O

farelo de soja (FOB, interior de SP) foi comercializado em janeiro de 2010 ao preço médio de R$745/tonelada, valor 1,06% menor que o de dezembro de 2009 – R$753/t. Na comparação com janeiro de 2009 – R$905/t – a cotação média atual registra queda de 17,68%.

Valores de troca – Farelo/Frango vivo Considerado o preço médio do farelo de soja em janeiro, foram necessários 471,5 kg de frango vivo (na granja, interior de SP) para adquirir uma tonelada do insumo, o que representou piora no poder de compra da avicultura. Como em dezembro passado essa relação foi de 459,1 kg para obtenção de 1 tonelada de farelo, o volume de frango para adquirir a mesma quantidade do produto aumentou 2,69%. Como em janeiro de 2009 foram necessários 538,6 kg de frango vivo para adquirir uma tonelada de farelo de soja, o valor atual representa volume 12,47% menor para se obter a mesma tonelada de farelo de soja. Valores de troca – Farelo/Ovo De acordo com os preços médios dos produtos, em janeiro de 2010 foram necessárias 30,1 caixas de ovos (valor na granja, interior paulista) para adquirir uma tonelada de farelo de soja. O poder de compra do avicultor de postura caiu 14,30%, já que em dezembro passado 25,8 caixas de ovos adquiriram uma tonelada de farelo. Em relação a janeiro de 2009, a queda no poder de compra é mais amena – 2,61% - já que naquele período uma tonelada de farelo de soja custava, em média, 29,3 caixas de ovos.

Fonte das informações: www.jox.com.br


Produção Animal | Avicultura 43


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Ponto Final

Avicultura de corte entra no “terceiro tempo”

A

nalisada a avicultura de corte brasileira sob o prisma da evolução do alojamento de reprodutoras é possível constatar que a atividade já viveu dois tempos ou momentos diferentes. O primeiro, iniciado em 1969 (quando, provavelmente, foram iniciados os levantamentos mensais do setor), teve duração de, aproximadamente, 25 anos exaurindo-se entre 1995-1997. O segundo, iniciado a partir daí, se estende até os dias atuais. Mas também dá claros sinais de exaustão, sugerindo o início de um “terceiro tempo”. Primeiro tempo – A marca, o diferencial do “primeiro tempo” da atividade foi um crescimento médio à razão de 9% ao ano, subvertido (isto é, extrapolado) em algumas ocasiões, sempre com altíssimos custos para o setor. Por sinal, a média registra sua primeira subversão por volta de 1974. Mas mesmo o movimento continuando nos anos seguintes, os efeitos econômicos não foram negativos, pois nesse meio tempo (e até por força dos excedentes) iniciaram-se as exportações de carne de frango. Seu rápido crescimento (3,5 mil toneladas em 1975; 81 mil toneladas em 1989) neutralizou as possíveis perdas. Mas “o olho continuou grande”. E o alojamento permaneceu em excepcional elevação no inpicio dos anos 1980 (quadro abaixo). Resultado: a primeira metade da década acabou perdida. E quando tudo começava a entrar nos eixos, o Presidente da República de plantão (Sarney) estimulou artificialmente o aumento da produção (1987), obrigando o setor a retroceder nos anos subsequentes. Note-se que a partir daí e por quase uma década o alojamento entra em seu ritmo normal, até encerrar-se o ciclo dos “9% ao ano”.

Segundo tempo – Começa com a introdução, no mercado brasileiro, das linhagens de conformação, cujo 46 Produção Animal | Avicultura

principal diferencial é a produção de maior volume de carne por ave criada. A partir daí mudam as necessidades do setor (é possível produzir mais alojando menos reprodutoras) e os alojamentos passam a registrar uma expansão média anual de 6% ao ano. Por razões sanitárias essa média também acabou sendo subvertida em 1999 (alojamento aumentou 16% em relação ao ano anterior), mas também teve um alto custo para o setor, forçado, como em vezes anteriores, a retroceder no alojamento. Nove anos depois essa subversão voltaria a se repetir (em 2008, 14,32% de aumento em relação ao ano anterior), desta vez por razões de mercado, equivocadamente avaliado pelo setor – a ponto de instalar-se um potencial de produção de carne de frango 20% maior que o volume produzido em 2008. Com isso, a crise econômica mundial acabou sendo fator secundário no desempenho econômico do setor.

Terceiro tempo – A atividade ainda não se deu conta disso, mas ele já pode ter começado. Simplesmente porque já se atingiu um nível de relativa estabilidade nas exportações (há poucos “novos mercados” a serem alcançados) e, internamente, já se tem um consumo per capita médio similar ao de países de Primeiro Mundo (igual ao dos EUA, por exemplo). Assim, é provável (senão certo) que doravante até os 6% ao ano se tornem um índice perigoso para o setor. Façam-se as contas a partir das atuais tendências de exportação e das previsões de expansão do consumo interno. Com certeza vai-se chegar à conclusão que o ideal para 2010 e anos vindouros é uma expansão da ordem de 3%-4%, nada mais que isso. O que já é ótimo, pois muitos países continuarão, neste ano, com índices inferiores aos de 2009.


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