Sumário
Projeto de Compartimentação “Brasil põe a avicultura nacional no seguro”
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Ponto final
ZECA DELFINO Professor da UFC fala sobre a importância da ambiência e do bem-estar animal
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Notícias Curtas
Simpósio Brasil Sul debate tecnologias para aprimorar produção
PIS/Cofins
AviGuia
Lei 12.350 garante isenção de tributos para toda cadeia avícola
22
Acav alerta sobre prazo da IN n°59
Painel do Leitor
46
Classificados Portfólio AviGuia
Caderno de
06 08 76 77
Estatísticas e Preços
Postura
36 42
Site britânico oferece acessórios para o preparo de ovos.................................. Nicho de mercado oferece nova opção para pequenos produtores .....................
60 58
Eventos
Papel da cama na produção e bem-estar de frangos de corte
Ovos diferenciados
Cobb recebe missão da OIE que avalia Projeto de Compartimentação
Associações
Qualidade
Notícias Curtas
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Informes Técnico-Empresariais
52 Ceva: Cevac IBDL completa 10 anos de prevenção contra Gumboro ......... 56 Alltech: A nova geração de enzimas .........................................................
Produção e mercado resumo Produção de pintos de corte Produção de carne de frango Exportação de carne de frango Disponibilidade interna de carne de frango Alojamento de matrizes de postura Alojamento de pintainhas comerciais de postura Desempenho do frango vivo no mês de fevereiro Desempenho do ovo no mês de fevereiro Matérias-primas
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Produção Animal | Avicultura 3
eDITORIAL
expediente
Avicultura nacional está no seguro A equipe do AviSite (da Revista e do Portal) trabalhou no mês de fevereiro já na contagem regressiva para o aniversário de quatro anos da Revista e de dez anos do Portal, ambos em maio, para quando preparamos um especial. Também é motivo de comemoração a circulação desta edição em quatro eventos: O Congresso de Ovos, o Seminário de Processamento, o Simpósio sobre Exigências Nutricionais e o Brasil Sul de Avicultura (página 6). Os motivos para comemorar esta caminhada de dez anos são muitos. Por exemplo, o hábito que estamos adquirindo de agir preventivamente. É o caso do Projeto de Compartimentação (página 30), que organiza a cadeia produtiva avícola em compartimentos estanques entre si. Recentemente, o Brasil recebeu uma missão da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) para avaliar o andamento do Projeto no Brasil. E as notícias são as melhores possíveis. Para Ariel Mendes, que ciceroneou os técnicos da OIE, investir pesado na Compartimentação é como colocar o setor avícola no seguro. A publicação da Lei 12.350, que estende a isenção do recolhimento da taxa do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) às empresas avícolas e suinícolas, também é de
Técnicos da OIE conferem de perto como anda o Projeto de Compartimentação por aqui
4 Avicultura | Produção Animal
grande auxílio. Com ela, a cadeia avícola deixará de pagar o PIS e a Cofins, que representam 9,25% do faturamento (página 22). Outra boa notícia é a matéria que traz informações sobre uma alternativa para pequenos avicultores: a produção de frango e ovos diferenciados (página 42). A necessidade de se produzir ao menor custo possível força a produção em escala cada vez maior e leva a um desdobramento: a concentração da produção em um número de empresas cada vez menor. Mas será que só existe lugar para os grandes? Segundo o texto da reportagem, já que existem consumidores dispostos a pagar mais por um frango ou uma dúzia de ovos é preciso, apenas, que tenham requisitos desejáveis e apresentem diferenciais em relação ao produto “de massa”. Esse, parece, é um caminho para que os avicultores sejam mais bem remunerados. Nesta mesma edição, pesquisadores da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) apresentam sugestões de materiais alternativos para utilização como cama de aviário, já que os materiais mais utilizados para este fim estão sujeitos à disponibilidade e oscilação de preços (página 46). Pesquisas demonstraram que a reutilização da cama também é uma boa opção. Boa leitura!
Produção Animal - Avicultura ISSN 1983-0017 Coordenador Editorial José Carlos Godoy (MTB 9782) jcgodoy@avisite.com.br Comercial Carla Fracalossi Christiane Galusni Paulo Godoy publicidade@avisite.com.br Redação Andrea Cristiane Quevedo (MTB 27.007) Érica Barros (MTB 49.030) Mariana Almeida imprensa@avisite.com.br Diagramação e arte Mundo Agro e WL Publicidade luciano.senise@grupowl.com.br Internet Darcy Júnior webmaster@avisite.com.br Circulação e assinatura Cristiane dos Santos (19) 3241-9292 assinatura@avisite.com.br Fale com a redação! imprensa@avisite.com.br Tel: (19) 3241 9292
Mundo Agro Editora Ltda. Rua Erasmo Braga, 1153 13070-147 - Campinas, SP
Agradecimentos Agradecemos a Ariel Mendes, Paulo Raffi, Alexandre Pecoits, José Roberto Bottura, Sônia Bazan, Giovana de Paula, Lúcia Endriukaite, Ming Liu, Ibiara de Lima A. Paz e equipe da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), Guilherme Moro, João Luiz Leandro Lustoza, Marcelo Pavan, Ariovaldo Zani, Vanderlei Alves dos Santos, Bianca Martins e José Antonio Delfino.
Eventos
2011 Março 14 a 18 de março Expodireto Cotrijal Local: Não-Me-Toque, RS Realização: Cotrijal Informações: www.expodireto.cotrijal.com.br E-mail: expodireto@cotrijal.com.br 15 a 17 de março II Simpósio Internacional sobre Gerenciamento de Resíduos Agropecuários e Agroindustriais (Sigera) Local: Foz do Iguaçu, PR Realização: Sociedade Brasileira dos Especialistas em Resíduos da Produção Agropecuária e Agroindustrial (SBERA) Informações: www.sbera.org.br/sigera2011 E-mail: sigera2011@gmail.com 22 a 24 de março IX Congresso de Produção e Comercialização de Ovos Local: Hotel JP, Ribeirão Preto, SP Realização: Associação Paulista de Avicultura (APA) Contato: (11) 3832-1422 Informações: www.congressodeovos.com.br 29 a 31 de março Seminário Latino Americano de Abate e Processamento de Frangos de Corte Local: Hotel Deville, Maringá, PR Realização: Facta Informações: www.facta.org.br 29 a 31 de março III Simpósio Internacional sobre Exigências Nutricionais de Aves e Suínos Local: Viçosa, MG Realização: Universidade Federal de Viçosa Contato: (31) 3899-7300 E-mail: dzo@ufv.br
Abril 5 a 7 de abril XII Simpósio Brasil Sul de Avicultura Local: Centro de Eventos Plínio Arlindo de Nês, Chapecó, SC Realização: Núcleo Oeste de Médicos Veterinários e Zootecnistas Informações: www.nucleovet.com.br E-mail: nucleovet@nucleovet.com.br
Maio 26 a 29 de maio Fenafrango 2011 Local: Parque Municipal de Exposições Wolmar Salton, Passo Fundo, RS Realização: Associação Comercial, Industrial, de Serviços e Agropecuária (Acisa) e Sindicato Rural Contato: (54) 3311-1300 Informações: www.fenafrango.com.br E-mail: acisa@acisa.org.br 6 Produção Animal | Avicultura
31 de maio a 2 de junho Conferência Facta 2011 Local: Mendes Convention Center, Santos, SP Realização: Fundação APINCO de Ciência e Tecnologia Avícolas (FACTA) Contato: (19) 3243-6555 Informações: www.facta.org.br E-mail: facta@facta.org.br
Junho 9 a 11 de junho I Feira de Avicultura e Suinocultura Capixaba Local: Marechal Floriano, ES Realização: Associação de Avicultores e Suinocultores do ES (AVES e ASES) Contato: (27) 3288-1182 Informações: www.associacoes.org.br
Julho 15 a 17 de julho 52ª Festa do Ovo de Bastos e XXXVII Encontro de Avicultores e XXXIV Jornada Técnica Local: Recinto de Exposições Kisuke Watanabe, Bastos, SP Realização: Sindicato Rural e Prefeitura de Bastos Contato: (14) 3478-9800 17 a 18 de agosto Fórum de Líderes em Avicultura Local: Mabu Thermas e Resort, Foz do Iguaçu, PR Realização: Editora AnimalWorld Contato: (19) 3709-1100 Informações: www.aveforum.com.br E-mail: info@aveforum.com.br
Setembro 6 a 9 de setembro XXII Congresso Latino-americano de Avicultura Local: Buenos Aires, Argentina Realização: Associação Latino-americano de Avicultura (ALA) Informações: www.avicultura2011.com 21 a 23 de setembro 9° Simpósio Técnico de Incubação, Matrizes de Corte e Nutrição Local: Hotel Sibara, Balneário Camboriú, SC Realização: Acav (Associação Catarinense de Avicultura) Contato: (48) 3222.8734 Informações: www.acavsc.org.br E-mail: contato@acavsc.org.br
Outubro 25 a 27 de outubro 22º Congresso Brasileiro de Avicultura Local: Centro de Eventos Imigrantes, em São Paulo, SP Realização: União Brasileira de Avicultura (UBABEF) Contato: (11) 3815-5964 Informações: www.ubabef.com.br
Painel do Leitor
Escreva para: imprensa@avisite.com.br
Nova lei dispensa PIS e Cofins de pequenos e médios abatedouros Publicada na edição de 21 de dezembro de 2010, o texto da Lei nº 12.350/2010 altera dispositivos da Lei nº 12.058, de 13 de outubro de 2009, que trata da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins. A principal alteração diz respeito à extensão da isenção dos dois tributos para abatedouros avícolas que atuem apenas no mercado interno, o que compreende pequenos e médios frigoríficos (leia mais sobre este assunto na página 22). A publicação da Lei Ordinária 12.350 representa uma vitória histórica da avicultura nacional. Reiteramos que a luta pela desoneração da avicultura brasileira foi importante para estimular a produção agrícola e, em especial, às pequenas e médias indústrias que abastecem o mercado interno. Esse tributo de 9,25% estava inviabilizando o setor; pequenas e médias empresas apresentavam problemas de liquidez. Além disso, para as grandes empresas que são exportadoras há um crédito presumido que é compensado na apuração do pagamento do imposto dentro do país, trazendo um desequilíbrio na competitividade do setor. A desoneração tributária não deve ser concedida como benefício, mas como uma contrapartida pela contribuição econômica e social do agronegócio avícola. É merecedor como contrapartida de seu esforço. A atividade presta inegável serviço social, destacando-se nas estatísticas de geração de empregos no país. Enfim, com a desoneração podemos, com mais alívio, colaborar para a sustentabilidade dos produtores e das indústrias viabilizando a melhoria da economia nacional. Antonio Carlos Vasconcelos Costa, São Sebastião do Oeste, MG
A carne avícola na balança comercial dos estados e grandes regiões exportadoras Depois de terem correspondido a 61% de todo o volume de carne de frango exportada pelo Brasil em 2005, os cortes de frango passaram a apresentar forte redução de volume e, em 2010, representaram pouco mais da metade das exportações anuais. Adendem como motivo da queda da participação dos cortes na exportação brasileira de carne de frango o fato de que os embarques de partes têm como destinos principais os países desenvolvidos. Foram estes que sofreram, e sofrem, de forma mais severa as conseqüências da crise internacional iniciada em setembro de 2008. São raros os países desenvolvidos que apresentam desde então aumento no consumo de carnes, impactando tanto os volumes de suas produções nacionais quanto suas importações. O vetor principal do crescimento da economia mundial está agora centrado nas economias emergentes e em países em desenvolvimento, onde carnes escuras de menor valor e aves inteiras concentram as preferências. Osler Desouzart, Barueri, SP
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Notícias
Leia as últimas notícias do setor em www.avisite.com.br
As cinco mais lidas no AviSite em fevereiro
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BRF foi a terceira maior exportadora do Brasil em 2010
2
Morre Haroldo Vasconcellos, pioneiro da moderna avicultura brasileira
E
ntre as 150 principais empresas exportadoras brasileiras de 2010 relacionadas pela SECEX/ MDIC há pelo menos uma dezena de empresas diretamente relacionadas ao setor avícola, várias delas com exportação exclusiva de carne de frango. Mas, sem dúvida, o grande destaque é a Brasil Foods (BRF), resultado da fusão Sadia/Perdigão. Leia mais na página 20.
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Preço dos cereais distancia-se cada vez mais do preço das carnes
O
s últimos dados da FAO relativos à evolução dos preços dos alimentos mostram que o preço dos cereais vem se distanciando rapidamente – e significativamente – do preço das carnes. E, sem dúvida, um dos cereais que vêm puxando essa valorização é o milho. De 2002-2004 para cá (anos em que o Índice FAO de carnes e cereais foi igualado em 100), em apenas um breve momento o preço das carnes evoluiu acima dos cereais: de meados de 2004 até o terceiro trimestre de 2006.
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Brasil precisa de uma política para o milho; urgentemente
F
aleceu em 1º de fevereiro, o médico pediatra e extensionista avícola Haroldo Vieira Vasconcellos. Ao transmitir a informação, a AVIMIG, à qual Haroldo Vasconcellos esteve indelevelmente ligado, menciona que ele será lembrado principalmente pela disposição permanente de compartilhar conhecimento e distribuir as lições de uma vida recheada de experiências. Leia mais na página 41.
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Frango vivo: firmeza de mercado atrelada à oferta
A
Assessoria de Gestão Estratégica (AGE) do Ministério da Agricultura deve divulgar em breve uma nova edição das “Projeções do Agronegócio”, desta vez para o período 2011-2021. E o que se pergunta desde já é: será que as novas projeções mostrarão, em relação à produção brasileira de milho, tendências tão preocupantes quanto as reveladas por projeções anteriores? Leia mais na página 14.
N
a segunda metade do mês de fevereiro o frango vivo havia registrado firmeza de mercado raras vezes vista neste período do ano. Tanto que, em plena safra da carne e sem que o consumo tenha voltado à plenitude (o consumidor ainda tem muitas dívidas à frente), o produto registrou valorização, opostamente ao que se enfrentou em anos anteriores. Leia mais sobre o mercado do frango vivo em fevereiro na página 72. Produção Animal | Avicultura 9
Notícias 12ª edição
Simpósio Brasil Sul debate tecnologias para aprimorar produção Feira de negócios acontece paralelamente
U
m dos mais tradicionais eventos técnicos da avicultura brasileira, o XII SBSA - Simpósio Brasil Sul de Avicultura, chega à décima segunda edição com o desafio de promover um amplo debate sobre como produzir mais e com melhor qualidade. Para discutir as novas tecnologias e descobertas, palestrantes de cinco países e importantes pesquisadores brasileiros vão apresentar avanços e experiências de sucesso na produção de frangos de corte. Organizado pelo Núcleo Oeste de Médicos Veterinários e Zootecnistas, o encontro será realizado no Centro de Eventos Plínio Arlindo De Nes, em Chapecó, SC. Paralelo à programação científica será realizada a III Brasil Sul Poultry Fair, uma feira de negócios que reúne as principais empresas de nutrição, diagnóstico, sanidade e equipamentos do setor. O Coordenador da Comissão Científica do XII SBSA, médico veterinário João Batista Lancini fala sobre o evento: “A programação é feita a partir das sugestões apresentadas pelos técnicos das agroindústrias da Região Sul. Buscamos especialistas que contribuam para a
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capacitação técnica dos colegas que atuam na área de produção, através de novidades científicas e tecnológicas. Para este ano serão abordados temas como o manejo pré-abate e suas implicações na qualidade das
Palestrantes de cinco países e importantes pesquisadores brasileiros vão apresentar avanços e experiências de sucesso na produção de frangos de corte carcaças e diversos outros assuntos relacionados à sanidade, nutrição e manejo das aves. Estamos alinhados com as propostas da agroindústria brasileira em aprimorar cada vez mais a produção e oferecer alimentos cada vez melhores para os consumidores, através da capacitação dos profissionais da área”.
Na programação científica temas como a Restrição Alimentar em Frangos de Corte, Análise do Ciclo de Vida na Cadeia Avícola, Custos da Nutrição e Competitividade Brasileira na Exportação de Frangos. Também serão abordados diversos temas na área de manejo e ambiência. Na área de sanidade, serão discutidos temas como Antibioticoterapia em Frangos de Corte, Impacto da Retirada de Antimicrobianos na Indústria Avicola, Vacinas Recombinantes ou Vetorizadas – Novas Tecnologias e Resultados, Eficácia da Vacinação no Controle da Bronquite Infecciosa em Frangos de Corte e um assunto que preocupa os principais países produtores que é o papel da bactéria Escherichia coli na produção de frangos de corte e a segurança dos alimentos. XII SBSA - Simpósio Brasil Sul de Avicultura Data: 05 a 07 de Abril Local: Centro de Eventos Plínio Arlindo De Nes, em Chapecó,SC Informações: www.nucleovet.com. br/SBSA, nucleovet@nucleovet.com. br, (49) 3328-4785
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Oportunidade
FACTA reúne profissionais da indústria de processamento Em Maringá, evento tem palestrantes de peso
T
razer informações atualizadas sobre técnicas de abate e processamento de frangos de corte. Esse é o objetivo do Seminário Latino Americano de Abate e Processamento de Frangos de Corte, promovido pela Fundação APINCO de Ciência e Tecnologia Avícolas (FACTA), entre os dias 29 e 31 de março de 2011 no Hotel Deville, Maringá, PR. O programa do encontro, que deve reunir profissionais que atuam na área de abate e processamento, gerência de abatedouros e demais atividade relacionadas com a avicultura, inclui nomes de peso. Entre eles, Charli Ludtke, da Sociedade Mundial de Proteção Animal (WSPA), que aborda o manejo pré-abate em relação à qualidade da carcaça e bem-estar, Simone Machado, Consultora, que fala sobre redução de patógenos e
Luciana Miyagusku, abordando a implantação de HACCP em abatedouros. A programação intensa, de três dias, inclui ainda temas como certificações internacionais para exportação, corte e desossa, carne mecanicamente separada e técnicas de resfriamento de carcaças. Confira o programa completo abaixo.
29 de março de 2011
Seminário Latino Americano de Abate e Processamento de Frangos de Corte Data: 29 a 31 de março de 201 Local: Hotel Deville (Avenida Herval, 26), Maringá, PR Informações: www.facta.org.br/ abate, facta@facta.org.br, (19) 3243-6555
Implantando HACCP em abatedouros de frango Luciana Miyagusku – ITAL, Brasil
A avicultura na América Latina: Dimensão e nível tecnológico Ariel Antonio Mendes - UBABEF, Brasil
Tratamento de efluentes de abatedouros avícolas Emilio Mouchrek Filho – Avimig, Brazil
Manejo pré-abate em relação à qualidade da carne e carcaça e bem-estar das aves Charli Ludtke - WSPA, Brasil
Segurança e saúde do trabalhador do abatedouro de aves João Carlos Lanziotti – BRF, Brasil
Insensibilização, sangria, escaldamento e depenagem Marcos X. Sanchez-Plata – IICA, USA
Corte e desossa – indústria Valter Bampi – Big Frango, Brasil
Evisceração Lamber Rutten – Stork, Brasil
Carne mecanicamente separada João Degenhardt - BRF, Brasil
Principais causas condenação de carcaças César Alves – MAPA, Brasil Técnicas de resfriamento de carcaças Lamber Rutten – Stork, Brasil 30 de março de 2011
31 de março de 2011 Desenvolvimento de produtos com carne de aves Paulo Guarnieri – BRF, Brasil Marinação de cortes com osso e desossados Marise Pollonio – FEA-Unicamp - Brasil
Técnicas antimicrobianas durante o resfriamento e pós-resfriamento das carcaças Marcos X. Sanchez-Plata – IICA, USA
Produtos de frango empanados Rafael Gentile – Seara Marfrig, Brasil
Como melhorar a eficiência e a qualidade de pequenos e médios abatedouros Eduardo Cervantes – Consultor, Colombia
Certificações internacionais para exportação de carne avícola e produtos Juliani Kitakawa – DNV Certificadora, Brasil
Redução de patógenos em produtos avícolas Simone da C. Alves Machado – Consultora, Brasil
Produção Animal | Avicultura 11
Notícias Ubabef
Entidade reúne executivos para apresentar o 22º Congresso Brasileiro Evento terá forte caráter político e contemplará iniciativas na área comercial
C
erca de 40 executivos da área de marketing de empresas e entidades do setor avícola assistiram, em 18 de fevereiro, a uma apresentação sobre o 22º Congresso Brasileiro de Avicultura, que a União Brasileira de Avicultura (Ubabef) vai realizar entre os dias 25 e 27 de outubro, no Centro de Exposições Imigrantes, em São Paulo. A apresentação da Ubabef foi feita pelo Presidente Executivo, Francisco Turra, pelo Diretor de Produção e Técnico-Científico, Ariel Mendes, e pelo Diretor Financeiro e Administrativo, José Perboyre Ferreira Gomes. A entidade prevê que o Congresso terá pelo menos 20 mil visitantes, além de mil congressistas.
“Queremos fazer um evento do tamanho da avicultura brasileira”, destacou Turra na abertura do encontro. O Congresso será realizado em uma área de 15 mil metros quadrados, sendo 11 mil destinados à feira, onde 30 empresas já confirmaram participação. “Essas confirmações incluem agroindústrias, fabricantes de equipamentos, empresas de genética avícola, de insumos e até certificadoras. Ou seja, uma ampla representação de todos os elos do setor”, frisou Turra. De acordo com o Presidente Executivo da UBABEF, Francisco Turra, o novo congresso será um marco insti-
tucional da avicultura brasileira. Ele destaca que as empresas do setor avícola vão ter a oportunidade de mostrar seus produtos e suas inovações não apenas para clientes brasileiros, como também para potenciais compradores de outros países. Turra também destacou que o congresso terá forte caráter político – já foi formalizado o convite para a presidente da República, Dilma Roussef –, ao mesmo tempo que contemplará iniciativas na área comercial, como a organização da vinda de importadores, de representantes de associações de consumidores de países compradores e de jornalistas estrangeiros. O ministro da Agricultura, Wagner Rossi, já confirmou participação na abertura do Congresso Brasileiro de Avicultura. 22º Congresso Brasileiro de Avicultura Data: 25 a 27 de outubro Local: Centro de Exposições Imigrantes, São Paulo, SP Informações: www.abef.com.br/congresso, congresso@ubabef.com.br, (11) 3031-4115
Na alimentação animal
Organização americana cria guia técnico sobre uso de antibióticos FASS apoia a utilização adequada do produto como terapêutico
A
Associação de Ciência Avícola dos Estados Unidos (PSA, na sigla em inglês) divulgou um parecer técnico, no qual destaca a sua política em relação aos riscos e aos benefícios do uso de antibióticos na alimentação animal. O documento foi elaborado pela própria PSA, em conjunto com vários especialistas e outras organizações da Federação das Sociedades de Ciência Animal (The Federation of Animal Science 12 Produção Animal | Avicultura
Societies - FASS) para criar um guia com bases científicas sobre a regulamentação do uso de antibióticos na produção animal, em meio a problemas ligados ao aumento da resistência de alguns patógenos a esses antibióticos. “O FASS apoia fortemente o uso adequado de antibióticos na alimentação animal, como terapêutico e objetivando a saúde e o bem-estar da criação. Também apoia a preser-
vação da eficácia desses antibióticos sobre os humanos e os próprios animais, além do uso eficiente e sustentável dos recursos naturais para a produção de alimentos”, declara o parecer técnico. O parecer técnico da FASS, em inglês, sob o título Preserving the Benefits of Antibiotics for People and Animals pode ser acessado através do link www.fass.org/ PreservingBenefitsAntibiotics.pdf.
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Produção Animal | Avicultura 13
Notícias Urgentemente
Brasil precisa de uma política para o milho Sem isso, corre-se o risco de não ver concretizada tendências de crescimento da avicultura
C
omo faz há alguns anos, nestes próximos meses a Assessoria de Gestão Estratégica (AGE) do Ministério da Agricultura deve divulgar uma nova edição das “Projeções do Agronegócio”, desta vez para o período 2011-2021. E o que se pergunta desde já é: será que as novas projeções mostrarão, em relação à produção brasileira de milho, tendências tão preocupantes quanto as reveladas por projeções anteriores? Nas Projeções do ano passado, a AGE do MAPA apontou, por exemplo, que no final desta década as exportações brasileiras de carne de frango estarão suprindo cerca de 48% do mercado mundial, o que significa crescimento de 4,16% ao ano (base: exportações de 2009). O consumo interno total, por sua vez, deve aumentar cerca de 43%, expandindo-se a uma média de 3,23% ao ano. E tudo, em resumo, implica em que a produção cresça pelo menos 3,64% ao ano.
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E o que se projetou, então, em relação ao principal insumo do frango, o milho, sem o qual não há produção avícola? A produção – apontou a AGE do MAPA – tende a aumentar 37% média de 2,67% ao ano; a exportação, 80% - média de 5,12% ao ano; e o consumo, perto de 23% - média de 1,97%. Ou seja: se somente a produção de carne de frango – principal consumidora do grão no País – vai se expandir à razão de 3,64% ao ano, o consumo previsto não pode evoluir a 1,97% ao ano, ainda que o frango não seja o único consumidor do grão. A conclusão, pois, é a de que pode faltar produto. Ou, então, se tornar escasso. Será possível, dessa forma, abastecer 48% do comércio mundial? Mas não é só: a exemplo do que já ocorreu com as carnes, o Brasil firma-se cada vez mais como grande exportador mundial de grãos. Quer dizer: não só de soja, mas também de milho. Assim, o incremento das vendas exter-
nas desse cereal tende a ir muito além dos 5,12% ao ano, média aproximada se consideradas as exportações de 2000 e 2010. E, neste caso, basta observar que na segunda metade da década passada as vendas externas de milho cresceram a mais de 20% ao ano. Ou seja: mais um fator de escassez. Para completar (mas sem esgotar o assunto) está cada vez mais claro que as carnes de frango e suína se tornarão, cada vez mais, o prato de sustentação do consumidor brasileiro, porque, ao atingir valores reais, a carne bovina vai se tornando proibitiva para parte dos consumidores. E as duas carnes dependem estritamente de milho, o que significa ainda maior demanda do produto. Em suma: o Brasil precisa – ur-gen-te-men-te – de uma política efetiva para o milho. Sem isso, corre-se o risco de não ver concretizada a maior parte das tendências apontadas para o final desta década.
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Material genético
UBABEF lança cartilhas de boas práticas de transporte aéreo De forma didática, material orienta profissionais de aeroportos
A
União Brasileira de Avicultura (Ubabef) lançou em janeiro três cartilhas sobre boas práticas de transporte aéreo e manuseio para importação e exportação de pintos de um dia e ovos férteis. As cartilhas são destinadas a públicos diferenciados: funcionários da Infraero e de companhias aéreas e técnicos responsáveis pela coleta de amostras. Além de fornecerem orientação, inclusive com ilustrações e fotos, indicam telefones de urgência de empresas importadoras e exportadoras. É uma forma de orientar os profissionais da Infraero e do aeroporto sobre como manusear os produtos da avicultura. “A importância de boas práticas no transporte aéreo e no manuseio desses produtos pode ser medida pelos números registrados em 2010. As exportações brasileiras de material genético avícola, em que se incluem os pintos de um dia e os ovos férteis, somaram quase US$ 108 milhões ano passado, com um crescimento de 85% em relação a 2009”, frisa Ariel Mendes.
O evento de lançamento, que aconteceu na administração do Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas, SP, contou com as presenças de Francisco Jardim, secretário nacional de Defesa Agropecuária, Sebastião Buff Blumer Bastos, substituto do Superintendente Federal de Agricultura do Estado de São Paulo, Ricardo Luize, Gerente de Logística do Aeroporto Internacional de Viracopos e de Jorge Caetano, titular da Coordenadoria Geral de Apoio Laboratorial (CGAL), do Ministério da Agricultura. No final do evento, um dos técnicos responsáveis pelo transporte de material genético em Viracopos sugeriu que as empilhadeiras sejam equipadas como um tipo específico de rodinhas para suavizar o impacto. É a prova de que cartilhas, eventos e cursos que reúnem técnicos que manuseiam os produtos avícolas e o próprio setor, são produtivos e dão resultados.
Área para transporte de genética avícola Na mesma ocasião, Maia Burmeister, Analista Técnica da
Ubabef, comentou que a entidade está confiante na implantação de uma área específica para o manuseio de materiais genéticos avícolas que entram e saem do Brasil, no aeroporto de Viracopos. A criação deste espaço já é discutida há algum tempo.
Produção Animal | Avicultura 15
Notícias Carne de frango
Principais mercados do Brasil em 2010 pela receita cambial Sem alterações entre os primeiros clientes
O
s dados da SECEX/MDIC sobre os maiores importadores da carne de frango in natura em 2010 apontam que não houve alteração de posição entre os seis principais clientes do produto brasileiro: Arábia Saudita, Japão (com diferença mínima em relação ao primeiro colocado), Hong Kong, Emirados Árabes Unidos, Venezuela e Kuwait mantiveram as mesmas posições de 2009. Já na sétima, oitava e nona posições surgem Rússia, China e Egito, países que no ano retrasado se colocaram em posições inferiores. Em conjunto, os 10 principais importadores absorveram praticamente 70% da carne de frango in natura exportada pelo Brasil.
CARNE DE FRANGO - 10 principais importadores do Brasil em 2010 segundo a receita cambial* - US$ MILHÕES 1
IMPORTADOR
RECEITA
VAR.
PARTIC.
Arábia Saudita (1)
910,661
23,08%
15,7%
2
Japão (2)
906,487
46,77%
15,7%
3
Hong Kong (3)
497,525
-15,31%
8,6%
4
Emirados Árabes (4)
348,289
10,40%
6,0%
5
Venezuela (5)
282,892
-2,81%
4,9%
6
Kuwait (6)
270,331
0,79%
4,7%
7
Rússia (12)
240,875
124,01%
4,2%
8
China (24)
219,605
484,21%
3,8%
9
Egito (18)
197,026
166,24%
3,4%
160,608
26,59%
2,8%
4.034,299
27,43%
69,7%
10
África do Sul (9) SUB-TOTAL DEMAIS PAISES
1.754,974
6,24%
30,3%
TOTAL
5.789,273
20,17%
100,0%
Fonte dos dados básicos: SECEX/MDIC - Elaboração e análises: AVISITE * Consideradas apenas as exportações de carne de frango in natura; Os números entre parênteses indicam a posição do país importador em 2009.
Avicultura sai perdendo
EUA fecharam 2010 com nova queda na exportação de carne de frango Revés é decorrência do braço de ferro com China e Rússia
D
ados do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) mostram que as exportações norte-americanas de carne de frango fecharam 2010 com novo revés. Desta vez não foi em decorrência das dificuldades econômicas mundiais, como ocorreu em 2009, mas por conta do braço de ferro mantido simultaneamente com a Rússia (questão sanitária) e com a China (questão comercial). Em ambas a avicultura saiu perdendo. O fato é que, após sofrer redução de pouco mais de 2% em 2009, as exportações de carne de frango dos EUA apresentaram nova queda – de 0,7% - no ano passado e, assim, se encontram 2,7% aquém do recorde atingido em 2008. 16 Produção Animal | Avicultura
A despeito do segundo recuo, o volume exportado em 2010 foi 30% maior que o registrado em 2006. Mesmo assim registra um índice de
variação menor que o do Brasil, onde, nesse espaço de tempo, as exportações de carne de frango aumentaram 41%.
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Produção Animal | Avicultura 17
Notícias Inverno
Influenza Aviária e Newcastle desafiam avicultura no Hemisfério Norte Desta vez, não são os países “de terceiro mundo” os mais afetados
S
eria apenas mais um dos efeitos negativos do rigoroso inverno setentrional? Ou os organismos que causam as doenças respiratórias aviárias estão mais fortes? Independente de qual seja a resposta, a realidade é que os vírus da Influenza Aviária (tipo H5N1) e até os da Doença de Newcastle vêm se manifestando a um só tempo em várias partes do Hemisfério Norte e ocasionando sérias perdas para a avicultura. Desta vez, não são os países considerados “de terceiro mundo” os mais afetados. Os casos mais críticos de Influenza Aviária, por exemplo, envolvem no momento o Japão e a Coreia do Sul. No Japão o vírus está presente nas regiões norte, central e sul do país e vem levando as autoridades sanitárias locais a sacrificar milhões de aves comerciais. Na Coreia do Sul, o mais recente relatório encaminhado à Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) relata a ocorrência de 14 novos surtos de Influenza Aviária H5N1entre 16 e 25 de janeiro envolvendo quatro diferentes províncias localizadas no sul e no oeste do 18 Produção Animal | Avicultura
país. Entre as aves afetadas, frangos, poedeiras, patos, codornas e faisões. Todos de criações comerciais. O vírus da Doença de Newcastle, que foi detectado em países como França e Bélgica, agora é objeto de preocupação da saúde animal de Israel. Ali, entre 12 e 25 de janeiro, foi confirmada a ocorrência de sete diferentes casos da Doença em granjas comerciais de Haifa, Hameraz, Hazafon, Jehuda e Samaria. Os surtos registrados em Israel envolvem frangos, matrizes e poedeiras mas, aparentemente, só ocorreu mortalidade em frangos. Nas poedeiras, o único sintoma de infecção pelo vírus da Newcastle foi a queda na produção de ovos. No último relatório encaminhado à OIE, a autoridade sanitária israelense comenta que alguns desses surtos estão epidemiologicamente correlacionados através de pessoas e/ou equipamentos que transitaram de uma granja para outra.
Newcastle na Suécia No início de fevereiro, as autoridades de saúde animal suecas emitiram notificação à OIE informando da detecção do vírus na ilha de Gotland
(a maior da Suécia e do mar Báltico), em uma granja de postura comercial. Segundo o relato sueco, o estabelecimento possuia um plantel de 20 mil poedeiras, nesse número inclusas cinco mil poedeiras criadas sob o sistema “free-range” (ao ar livre). No entanto, desde novembro, com as primeiras ondas de frio do inverno setentrional, todas as aves foram mantidas em galpões fechados.
E também no Peru O vírus da Doença de Newcastle também anda perto do Brasil. No final de 2010 foi detectado na América Central (Honduras) e agora sua presença foi confirmada quase simultaneamente na América do Norte (México, dois casos) e na América do Sul (Peru, um caso notificado à OIE em meados de fevereiro). Nos últimos dois anos (2009 e 2010) o Peru foi o único país sul-americano a registrar casos da Doença de Newcastle. Foram ao todo, no biênio, dez casos, cinco a cada ano. Na maior parte deles, as aves afetadas foram galos de briga.
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Fato raro
Briga com EUA e problemas sanitários põem avicultura do México em foco Governo mexicano abriu investigação “antidumping”
I
nvariavelmente discreta, a avicultura do México é, agora, notícia em todo o mundo avícola. Primeiro porque, atendendo a uma reclamação das empresas locais, o governo mexicano abriu investigação “antidumping” contra as importações avícolas do país vizinho, os EUA – um fato, senão inédito, raro na história das relações comerciais entre os dois países que, juntamente com o Canadá, têm um Acordo de Livre Comércio, o NAFTA. A justificativa para a ação antidumping é a de que determinados cortes de frango exportados pelos EUA estão sendo colocados no mercado mexicano a preços que, simplesmente, impedem a concorrência das empresas locais. Entre as denunciantes estão a Bachoco, a Buenaventura e a PATSA (Productores Avicolas de Tehuacá). Já no grupo das denunciadas estão a Tyson Foods e a Pilgrim’s Pride.
México, EUA e Canadá têm um Acordo de Livre Comércio, o NAFTA Mas, segundo autoridades mexicanas, a solução da questão não virá antes de um ano, quem sabe ano e meio. Assim, é problema menos premente que os dois focos da Doença de Newcastle detectados em duas diferentes regiões do país. No primeiro caso, detectou-se uma forma subclínica da Doença. O problema ocorreu em uma propriedade agrícola de Nopala de Villagrán, estado de Hidalgo, região central do México. Cerca de 500 aves estiveram envolvidas no episódio. Já o segundo caso, considerado mais grave, foi registrado em granja de
frangos com plantel de pouco mais de 20 mil cabeças, a metade das quais morreu em consequência da Doença. As sobreviventes foram submetidas a sacrifício sanitário imediato. O caso ocorreu na cidade de Tijuana, Baixa Califórnia, ou seja, em plena fronteira com os EUA (apenas 26 km de San Diego, na Califórnia) e, coincidentemente, ponto principal de entrada dos cortes de frango norte-americanos ora acusados de dumping. Este último caso também chama a atenção por se tratar da primeira ocorrência clínica da Doença na Baixa Califórnia em quase três décadas. O último relato do gênero naquele estado foi registrado em 1982 – aponta notificação das autoridades de saúde animal mexicanas à Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). Produção Animal | Avicultura 19
Notícias - Empresas 150 maiores empresas
Brasil Foods foi a terceira maior exportadora do Brasil em 2010 Atrás apenas da Vale e da Petrobrás
E
ntre as 150 principais empresas exportadoras brasileiras de 2010 relacionadas pela SECEX /MDIC há pelo menos uma dezena de empresas diretamente relacionadas ao setor avícola, várias delas com exportação exclusiva de carne de frango. Mas, sem dúvida, o grande destaque é a Brasil Foods (BRF), resultado da fusão Sadia/Perdigão. Como a fusão ainda não foi oficializada, os dados das duas continuam separados. Assim, a Sadia foi a nona maior exportadora de 2010, enquanto a BRF (ex-Perdigão) ficou no posto seguinte, o décimo. Mas, somadas as receitas de ambas (US$4,4 bilhões), as duas gigantes unificadas ficam atrás apenas da Vale (US$23 bi) e da Petrobrás (US$18,2 bi) e à frente, entre outras, da Bunge (US$4,3 bi), Embraer (US$4,2 bi) e Cargill (US$3 bi). Na relação das 150 maiores empresas exportadoras aparecem, ainda, Seara (Grupo Marfrig), Doux-Frangosul, Kaefer, Diplomata, Jandelle e as Cooperativas Aurora, C.Vale, Copacol e Lar. Em conjunto, essas 11 empresas e cooperativas geraram 3,6% da receita cambial brasileira de 2010. A ressalvar que nas exportações de várias das organizações estão inclusos outros produtos além da carne de frango, como carne suína e produtos agrícolas (caso, particular, de várias cooperativas).
EXPORTAÇÃO As maiores exportadoras brasileiras relacionadas ao setor avícola em 2010 segundo a receita cambial US$ MILHÕES FOB EMPRESA
RECEITA
VAR.ANO
PART.*
9 - Sadia
2.286,4
22,1%
1,1%
10 - BRF
2.127,1
41,3%
1,1%
29 - Seara
1.062,4
7,7%
0,5%
51 - Doux Frangosul
613,6
-3,4%
0,3%
118 - Coop. Aurora
239,6
32,4%
0,1%
132 - Coop. C.Vale
222,6
4,4%
0,1%
189 - Kaefer
141,7
68,0%
0,1%
192 - Diplomata
141,5
-11,4%
0,1%
218 - Copacol
115,6
14,8%
0,1%
219 - Coop. Lar
114,9
13,0%
0,1%
232 - Jandelle
108,0
-0,1%
0,1%
TOTAL
7.173,5
20,6%
3,6%
Fonte dos dados básicos: SECEX/MDIC Elaboração e análises: AVISITE Os números à esquerda indicam a posição da empresa ou cooperativa entre os 150 maiores exportadores brasileiros * % sobre a receita cambial total (US$201,9 bilhões)
Investimento
Frangos Canção aumenta diversificação Grupo paranaense investe em novas opções para consumidor
C
om base em seu conhecimento sobre o mercado alimentício brasileiro, o Grupo Frangos Canção, de Maringá, PR, que atua há 18 anos no setor, iniciou 2011 oferecendo novas opções de produtos para os consumidores brasileiros com a sua marca. Em 2010, o grupo investiu na importação de batatas da Bélgica e da Argentina. 20 Produção Animal | Avicultura
Agora, em 2011, Frangos Canção está ampliando sua diversificação de investimentos: além das batatas, o grupo vende também vegetais congelados e bacalhau. De acordo com Merlin Machado, Gerente Nacional de Vendas e Importação da empresa, “todos os produtos que fazem parte desse processo de diversificação são sinérgicos aos
tradicionais produtos comercializados pelo grupo”. Mas a diversificação de produtos prevista não para por aí. De acordo com o gerente, o grupo pretende investir em linhas de embutidos, pescados, cordeiro, suínos e bovinos. “Alguns desses produtos que estamos trazendo são novidades no mercado brasileiro”, afirma.
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100% brasileira
Produção Animal | Avicultura 21
Tributos
Isenção de PIS e Cofins na avicultura
A recente Lei 12.350 garante a isenção desses tributos para toda a cadeia avícola brasileira no mercado nacional. Mas, na prática, como está sendo aplicada esta regulamentação e quais tipos de benefícios as empresas estão tendo com ela?
N
o dia 21 de dezembro de 2010 entrou em vigor a Lei 12.350, que estende a isenção do recolhimento da taxa do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) às empresas avícolas e suinícolas. A mesma isenção já havia sido garantida à cadeia da carne bovina, por meio de lei semelhante, em 2009. “Para a avicultura, esta lei representa
A Lei 12.350 estabelece a isenção do PIS e da Cofins incidente sobre as vendas no mercado interno, não destinadas ao varejo, de carnes de aves e suínos um grande avanço na questão da carga tributária para o setor, pois a cadeia avícola deixará de pagar o PIS e a Cofins, que representam 9,25% do faturamento. Essa decisão era um anseio de toda a cadeia”, comemora João Luiz Leandro Lustoza, contador e representante do Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar). Há pelo menos duas décadas, a avicultura brasileira vem reivindicando junto ao governo federal uma reforma tributária como forma de desonerar toda a cadeia produtiva. Ainda falta muito a ser feito, de acordo com as lideranças da avicultura, mas esta Lei 12.350, certamente, já é um primeiro passo. Segundo o advogado especializado em assuntos do agronegócio, Guilherme Moro, do escritório Moro Domingos, Suss & Saldanha Advogados, de Curitiba, PR, (veja a entrevista completa na página 27), uma das mudanças importantes com esta Lei foi o estabelecimento de isenção do PIS e da Cofins incidente sobre as vendas no mercado interno, não destinadas ao varejo, de carnes de aves e suínos. “A 22 Produção Animal | Avicultura
LEI 12.350 Vendas de aves vivas com o objetivo de abate também foram beneficiadas
Lei 12.350 também beneficiou as vendas de suínos e aves vivas com o objetivo de abate, bem como a venda de insumos destinados à alimentação dos animais, por exemplo: farelo de soja, trigo, arroz, centeio e milho”, enumera. Vale ressaltar que esta Lei não traz mudanças às cooperativas que, por sua formatação, já não recolhem PIS/Cofins. “A regra geral é que as cooperativas não paguem o PIS e a Cofins, mas não são todas que usufruem deste benefício”, alerta Moro. “Algumas não pagam, por exemplo, porque usufruem de imunidade em relação a receitas de exportação, tal como previsto no art. 149 da Constituição”. A criação e publicação da Lei 12.350, estendendo suas determinações à avicultura e à suinocultura, é resultado do esforço de toda a bancada ruralista na Câmara federal que sempre apoiou estes dois setores e que, há algum tempo, vinha reivindican-
do a isenção da PIS e da Cofins para as cadeias de aves e de suínos nos moldes da lei que já beneficiava a cadeia da carne bovina. “Com isto, a avicultura e a suinocultura poderão ter maior competitividade junto à carne bovina”, destacam os empresários e lideranças dos setores avícola e suinícola.
Prática Mas e na prática? O que significa esta isenção do PIS e da Cofins para as empresas avícolas? Vanderlei Alves dos Santos, da assessoria jurídica da Associação Paulista de Avicultura (APA), explica que o modelo aprovado pela Lei 12.350 pode resultar em aproximadamente 3% a 3,5% de redução na carga tributária das empresas, variando, evidentemente, de cada empresa. “Este percentual médio (de 3% a 3,5%) é o resultado da aplicação dos 9,25% (PIS 1,65% e Cofins 7,60%) sobre as vendas, menos os créditos obtidos nas aquisições de matérias-primas”, calcula. Já Lustoza, do Sindiavipar, aposta em uma redução tributária na casa dos 4% para as empresas avícolas. “Para empresas que não são preponderantemente exportadoras, essa isenção representa 4% do seu faturamento”. No entanto, o diretor da Céu Azul Alimentos, instalada em Sorocaba, SP, José Marcelo Pavan, afirma que a empresa ainda não está “sentindo” os benefícios desta Lei. Porém, acredita que as suas determinações “ampliam a competitividade das empresas que não praticam informalidade com as empresas que usam desta prática e ajudarão a reduzir os preços dos produtos nos pontos-de-venda”. Pavan também destacou que, para o setor avícola trabalhar com maior tranquilidade na questão tributária, deveria haver um aumento dos créditos para base de cálculo e liberação dos mesmos gerados pelas exportações para o pagamento de outros tributos federais como o INSS. A Céu Azul (única empresa que respondeu à pauta desta reportagem no prazo estabelecido pela Redação) possui hoje dois abatedouros, além de outras unidades de processamento e produção de frango. Segundo Pavan, em 2010 a empresa faturou cerca de US$ 200 milhões, sendo 43% desse montante referentes às suas exportações. Mas por que as empresas ainda não estão tendo resultados com a Lei 12.350? O representante jurídico do Sindiavipar, João Luiz Leandro Lustoza, explica que a Lei foi publicada com uma dependência de uma Instrução Normativa da Receita Federal. “Com isso, ainda não há um entendimento final sobre a suspensão do pagamento a partir de
21/12/2010 ou a partir de 01/01/2011. Enquanto a IN não for publicada, as questões estão duvidosas. Há quem esteja usando o entendimento do que diz
O modelo aprovado pela Lei 12.350 pode resultar em aproximadamente 3% a 3,5% de redução na carga tributária das empresas a Lei, que conta o corte a partir de 21/12, e outros estão fazendo com base no início deste ano. Levando em conta que a Receita pode publicar a IN retroativa, pode ser que as empresas tenham que se readequar ao que for determinado por essa IN”.
Indústrias de ração É fato que a Lei 12.350 suspende o PIS e a Cofins para toda a cadeia avícola: dos fornecedores de grãos aos frigoríficos. Mas outras espécies animais ficaram fora da Lei e isto está gerando dúvidas à indústria de ração. Grande parte dessas empresas fabrica rações para diferentes espécies. Por isso, um tratamento tributário específico para cada animal dificultaria a operacionalidade da lei. O vice-presidente executivo do Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal (Sindirações), Ariovaldo Zani, lembra que a maioria dos insumos usados na fabricação de rações para aves e suínos é a mesma que vai no preparo de alimentos para bois, peixes e ARIOVALDO ZANI Indústria de ração reivindica desoneração tributária para todas as cadeias de animais de produção
Produção Animal | Avicultura 23
Tributos
até animais domésticos. “A suspensão desses tributos deve trazer alívio ao fluxo de caixa dos elos da cadeia de produção de aves em relação à antecipação do recolhimento desses impostos, além de simplificar a apuração, contabilização e compensação de créditos tributários. Mas temos alguns problemas aí para aplicarmos a Lei junto à indústria de ração”, alerta Zani.
A Lei ainda depende da publicação de uma Instrução Normativa da Receita Federal para determinar o período de contagem para o início da desoneração: se a partir de 21/12/2010 ou de 01/01/2011 Segundo ele, é importante salientar que o custo envolvido na gestão da nova sistemática ainda não foi estimado, mas deve mobilizar recursos de grande monta, uma vez que somente parte dos insumos foi coberta e apenas aqueles usados exclusivamente na alimentação de aves e suínos. “A segregação nos estoques de entrada de matérias-primas e as apropriações relativas à proporção das destinações das vendas precisam estar alinhadas ao cumprimento das obrigações acessórias eletrônicas encaminhadas ao Fisco”, esclarece. “O setor compreende que a
alternativa viável será compensar ao final de cada mês, baseados nas vendas efetivamente realizadas com a suspensão e se esses produtos serviram aves e suínos, que foram vendidos no mercado doméstico ou exportados”. No que diz respeito ao setor de alimentação animal, a publicação da Lei 12.350 é considerada uma conquista parcial. “As indústrias de ração reivindicam desoneração tributária para todas as cadeias de animais de produção, afinal de contas, os produtos derivados (carne de aves, suína, bovina, ovina, caprina, leite, ovos, peixes, etc.) traduzem-se em gêneros de primeira necessidade, que compõem a cesta de alimentos dos consumidores, a exemplo da isenção de PIS/Cofins aplicada aos insumos agrícolas”, relata Zani. “A suspensão tem efeito nos elos e sua compensação normalmente se dá no final da cadeia, sem efeito nos preços ao consumidor. Já as regras impostas pela relação entre oferta e demanda e a competição travada entre os diferentes fornecedores determina variação nos preços”. O vice-presidente executivo do Sindirações ainda lembra que o cipoal tributário brasileiro indiretamente traduz-se em custo, pois sua gestão pelas empresas mobiliza mão-de-obra adicional e recursos tecnológicos avançados e caros. “E isto também consome milhares de horas de trabalho específico para atendimento das milhares de normas federais, estaduais e municipais. Um sistema tributário simplificado certamente traduzir-se-ia em alívio nos preços em geral ao consumidor”.
As indústrias de ração animal foram beneficiadas parcialmente por esta Lei e pedem a sua extensão para as outras espécies animais No caso do PIS e da Cofins, Zani argumenta que, para a lei atender realmente toda a cadeia da avicultura, seria necessário estender o benefício para os demais ingredientes que compõem a ração, ou seja, os insumos de origem animal (farinhas e óleos), os insumos de origem mineral (fosfato bicálcico, etc.), além de equiparar a suspensão também para as importações de preparações destinadas à alimentação animal e classificadas na NCM 2309.90. 24 Produção Animal | Avicultura
Produção Animal | Avicultura 25
Tributos
O que é
PIS e Cofins? O Programa de Integração Social, mais conhecido como PIS/Pasep ou PIS, é uma contribuição social de natureza tributária (1,65%), devida pelas pessoas jurídicas, com objetivo de financiar o pagamento do seguro-desemprego e do abono para os trabalhadores que ganham até dois salários mínimos. Cofins é a sigla de Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social. É um tributo cobrado pelo governo federal (7,6%) sobre a receita bruta das empresas para aplicação na Previdência Social. De acordo com os tributaristas consultados pela Revista do AviSite, em princípio, a isenção destes tributos para a cadeia avícola não deve afetar na redução de arrecadação, pois com o diferimento ocorre apenas a postergação do recolhimento do PIS e da Cofins dentro da cadeia econômica interna. Dessa forma, não deve haver impacto significativo no financiamento da Seguridade Social.
Abras defende desoneração de toda a cadeia A Associação Brasileira dos Supermercados (Abras) manifestou seu apoio à isenção do PIS e da Cofins para a cadeia das carnes. Segundo o presidente da Abras, Sussumu Honda, o preço da carne, que representa 15% da cesta do consumidor, ainda pode subir. “Estimamos aumento de, no mínimo, 8,97% no preço da carne suína e de aves em 2011, com a isenção dos frigoríficos”, revela. Para Sussumu Honda, o consumidor que, em virtude do aumento de preço da carne bovina, passou a aumentar a participação das carnes de frango e suína em suas compras terá mais uma vez dificuldade em adquirir o produto. “Na nossa cesta dos 35 produtos mais consumidos nos supermercados, as carnes representam quase 15% do valor. Essa participação é muito alta e deverá pressionar os índices de inflação”, comenta. “O que defendemos é a desoneração de toda a cadeia. Ao isentar apenas uma parte dela, o governo deixa o ônus somente para o varejista”, declara Honda, referindo-se à carne bovina, que foi submetida à mesma regra em dezembro de 2009.
26 Produção Animal | Avicultura
ABRAS Preço da carne avícola deve subir 8,97% em 2011
Imagem: Priscilla Fiedler
GUILHERME MORO Nas vendas ao varejo foi mantida a tributação regular de 9,25% de PIS e Cofins
ENTREVISTA
O que é a Lei 12.350 E
m entrevista exclusiva à Revista do AviSite, o advogado especializado em assuntos do agronegócio, Guilherme Moro, do escritório Moro Domingos, Suss & Saldanha Advogados, de Curitiba, PR, explica detalhadamente o que é a Lei 12.350 e os seus mecanismos para beneficiar as empresas avícolas brasileiras. No entanto, o advogado ressalta que, inerente às propostas positivas dessa Lei, existem ainda alguns pontos negativos em sua formulação, como a não extensão de sua validade ao varejo e sua redação não muito objetiva sobre os créditos presumidos. Confira a seguir, a íntegra desse bate-papo. Redação AviSite - Na prática, o que é a Lei 12.350 (publicada em 21/12/2010) e de que forma ela inf luencia as empresas do agronegócio brasileiro? Guilherme Moro - A Lei é resultado da conversão da Medida Provisória nº 497, de julho de 2010. Este diploma legal institui um grupo
significativo de medidas tributárias, tais como incentivos à realização da Copa do Mundo FIFA 2014, no Brasil, até a desoneração tributária destinada ao fomento da pesquisa e desenvolvimento tecnológico em termos gerais. As medidas que tratam do agronegócio, por sua vez, resultam da articulação dos setores de aves e suínos perante o governo federal, principalmente no sentido de desonerar e desburocratizar a cadeia econômica do setor do agronegócio, desde a sua origem até o destinatário final. Neste ponto, a questão tributária assume uma importância estratégica para o segmento, especialmente porque a maioria dos países evita onerar os produtos exportados para ganhar competitividade internacional e desenvolver a economia interna. Esta desoneração tende a atingir não apenas o produto final, mas a totalidade da cadeia, incluindo-se os insumos que são incorporados durante o processo (como ração, embalagens, medicamentos e todas as outras matérias-primas). Produção Animal | Avicultura 27
Tributos
É neste contexto que deve ser analisada a Lei nº 12.350, que tenta amenizar as dificuldades naturais do setor, como aquelas decorrentes da desvalorização do câmbio brasileiro e as repercussões da crise econômica mundial, procurando ao menos equiparar o regime tributário do segmento avícola e suíno ao setor de carne bovina, além de incentivar as exportações. Especificamente para a avicultura nacional, o que esta Lei traz de benefícios para a atividade? Todos os produtores (pequenos, médios e grandes) podem participar da mesma forma nas isenções? As alterações acabam repercutindo em todo o setor avícola nacional, englobando todos os produtores, independentemente do seu porte. Uma das mudanças importantes foi o estabelecimento de isenção do PIS e Cofins incidente sobre as vendas no mercado interno, não destinadas ao varejo, de carnes de aves e suínos. Na prática, este novo regime amplia o benefício que já existia para as vendas de carne bovina desde 2009. A Lei 12.350 também beneficiou as vendas de suínos e aves vivas com o objetivo de abate, bem como a venda de insumos destinados à alimentação dos animais, por exemplo: farelo de soja, trigo, arroz, centeio e milho. Deve-se ressaltar que, nas vendas de carnes ao varejo, foi mantida a tributação regular de 9,25% de PIS e Cofins (regime não cumulativo). Em relação ao fluxo exportador, tem-se que faturamento decorrente das vendas para o mercado externo já são imunes a estas contribuições sociais. Todavia, ao converter a Medida Provisória nº 497/10, a Lei nº 12.350 também contempla esta cadeia, consolidando o regime de “Drawback Integrado Isenção”, que já foi regulamentado pela Portaria Conjunta nº 3/10 (Secretarias da Receita Federal do Brasil e de Comércio Exterior). Nesta modalidade, toda a compra no mercado interno de mercadoria equivalente à empregada/consumida na industrialização de produto exportado poderá ser realizada com isenção do Imposto de Importação (II), Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), PIS, Cofins, PIS-Importação e Cofins-Importação. 28 Produção Animal | Avicultura
Existem pontos negativos nesta Lei para as atividades agropecuárias? Quais seriam estes pontos? O principal ponto negativo da Lei nº 12.350/10 é que ela deixa de desonerar as vendas para o varejo, que representa o elo final da cadeia econômica do agronegócio voltada ao mercado interno. Assim, nas gôndolas dos supermercados, o consumidor final acaba arcando com o custo do PIS e Cofins, pois os supermercados continuam recolhendo os tributos regularmente, a um custo de 9,25% da sua venda. E mais: deixa de ter a possibilidade de se creditar em relação às suas compras, tal como ocorria normalmente no regime não cumulativo do PIS e da Cofins. O art. 56 da Lei institui um crédito presumido de 12% que é evidentemente insuficiente para fazer frente às perdas. Tecnicamente, verifica-se que o “benefício” acaba consistindo em mero “diferimento tributário” (postergação da exigência do tributo dentro da cadeia econômica) e não uma verdadeira desoneração por parte do governo, que poderia representar um incentivo muito mais consistente para o setor dos agronegócios e para a população em geral. Outra questão crítica é que a legislação não foi redigida de maneira clara, de maneira a fixar objetivamente a partir de que momento os benefícios, como o crédito presumido, podem ser aproveitados. A Lei 12.350 entrou em vigor em 21/12/2010, mas alguns dispositivos mencionam genericamente que devem ser observadas as regulamentações expedidas pela Secretaria da Receita Federal. Mais uma vez, este tipo de previsão causa insegurança jurídica para as empresas, dando margem a divergências quanto ao regime tributário aplicável às suas operações, além de propiciar o surgimento de restrições indevidas através de atos administrativos do Fisco. A par destas circunstâncias, espera-se que os avanços decorrentes da publicação desta Lei representem uma etapa de um processo mais amplo e efetivo de incentivo ao agronegócio brasileiro, que tem assumido um papel fundamental no desenvolvimento econômico e social do país nos últimos anos. A desoneração efetiva da totalidade da cadeia agropecuária é uma providência imprescindível para a defesa dos interesses nacionais, implicando em benefícios diretos a toda a sociedade brasileira.
Você já pensou sobre o futuro?
É hora de repensar a nossa abordagem para a saúde mundial. Os animais e os homens nunca foram tão dependentes uns dos outros. A indústria de saúde animal tem um papel fundamental a desempenhar. Precisamos responder às necessidades do proprietário de um animal de estimação em mega cidades no mundo, ou acompanhar o segmento de produção de proteína animal para alimentar uma população mundial de 9 bilhões de pessoas em 2050. A Ceva está empenhada em enfrentar estes desafios e, junto com vocês, ajudar a construir um novo mundo no qual a saúde humana e animal estão intimamente ligadas.
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Juntos, além da saúde animal Produção Animal | Avicultura 29
Biosseguridade
COMPARTIMENTAÇÃO “Brasil põe a avicultura nacional no seguro”
E
nquanto os vírus da Influenza Aviária (IA) e da Doença de Newcastle (DN) vêm se manifestando a um só tempo em várias partes do Hemisfério Norte e ocasionando perdas, o Brasil segue apostando suas fichas no Projeto da Compartimentação. Para Ariel Mendes, esta é uma forma de colocar o setor avícola brasileiro no seguro. Iniciativa importante para um grande exportador, já que, mesmo com a eventual chegada do vírus da IA ou da Newcastle, a empresa compartimentada e assim reconhecida não é embargada pelos blocos importadores, mesmo que esteja na região afetada. Para ser considerada um compartimento isolado, cada unidade produtora deve seguir normas rígidas de biosseguridade e o Projeto precisa receber o aval da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). Em janeiro, Ariel Mendes, Diretor de Produção e Técnico Científico da UBABEF, foi o responsável por ciceronear os técnicos de nova missão especial enviada pela OIE para conferir de perto como anda o Projeto de Compartimentação por aqui. Desde 2006, várias reuniões foram realizadas para discutir pontos até a conclusão de um modelo final. Nessa última visita, os técnicos Alejandro Thiermann e Calojero Terregino estiveram nas empresas que buscam se certificar como um compartimento: Sadia (Lucas do Rio Verde, MT), a Perdigão (de Rio Verde, GO), a Seara (Itapiranga, SC) e a Cobb-Vantress (Guapiaçu, SP). Agora falta pouco. O Projeto deve estar concluído até o final de 2011. Para atualizar o leitor sobre as últimas novidades, a Redação da Revista do AviSite
Imagem: Cobb
Para Ariel Mendes, Projeto é grande aposta do País
ALEJANDRO THIERMANN Técnico da OIE já esteve no Brasil em outras ocasiões
conversou com Ariel Mendes, que tem acompanhado a compartimentação e seus desdobramento de perto desde 2006.
A visita A avaliação dos técnicos da OIE sobre o Projeto de Compartimentação do Brasil é muito boa, nas palavras de Ariel Mendes. Mas algumas sugestões e recomendações foram feitas. Entre elas está a necessidade de monitorar também o vírus da Influenza Aviária de baixa patogenicidade. Atualmente, testes são feitos quando ocorre uma
Blindando a avicultura brasileira Ato de compartimentar, a compartimentação organiza a cadeia produtiva avícola em compartimentos estanques entre si. É um procedimento que pode ser implementado por um país para definir e gerenciar subpopulações com diferentes status sanitários em um mesmo território, de acordo com um sistema rigoroso de normas de biosseguridade, para o propósito de controle de doenças ou comércio internacional. Para que esse sistema seja realmente seguro, os cuidados com a biosseguridade e com a vigilância sanitária devem ser competentes e capazes de atender os requisitos estabelecidos pela OIE. 30 Produção Animal | Avicultura
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mortalidade maior do que 10% em um lote de aves e se houver sinal de doença respiratória. No entanto, o vírus de baixa patogenicidade pode não resultar em mortalidade e ser confundido com outra doença. Por isso, para a OIE, deve ser feita uma monitoria ativa com a coleta de amostras para identificar também a cepa menos virulenta. Este é um dos ajustes em que os compartimentos devem trabalhar a partir de agora. Outro ponto importante, segundo Ariel Mendes, é a questão dos registros. Ele aponta: “Assim como o APPCC (Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle), em um compartimento tudo deve ser registrado. Precisamos melhorar isso, só assim é possível comprovar que determinado procedimento foi feito. A empresa precisa provar que controlou e monitorou. Não basta ter feito. É preciso ter, por exemplo, o registro de que o caminhão foi desinfetado”. Outra observação feita pela OIE se refere aos laboratórios de diagnóstico. Para o órgão, as redes pública e privada precisam ser ampliadas. Mendes concorda e diz que o governo tem investido nesta ampliação. “Os Lanagros (Laboratório Nacional Agropecuário) estão sendo preparados, em Porto Alegre, RS, Belém, PA, Recife, PE, e em outras cidades. O isolamento de vírus deve continuar em Campinas, SP. Mas para diagnóstico não há a necessidade de um laboratório de alta biosseguridade. Precisamos de mais unidades no Centro-Oeste, por exemplo”.
Missão esteve no Brasil em janeiro último para avaliar andamento do Projeto de Compartimentação Para aparar estas arestas e cumprir a promessa de concluir o Projeto de Compartimentação até o final de 2011, a UBABEF, o Ministério da Agricultura e algumas empresas se reuniram ainda em fevereiro para novas conversas.
As empresas-compartimentos Um compartimento é formado por uma empresa e todas as suas unidades em determinada região, incluindo as integrações. O espaço geográfico do compartimento tem entre 100 e 120 km2, que é também a distância média do abatedouro e fábrica de ração até as granjas. Tudo isso é um compartimento. Ariel Mendes garante que, com as rígidas normas de biossegurança sendo seguidas à risca, caso seja registrado
ARIEL MENDES Seguindo rígidas normas de biossegurança, um compartimento é realmente isolado e fica livre de riscos
um surto de Influenza Aviária no Mato Grosso, o compartimento da Sadia, localizado no mesmo estado, não seria atingido. Ele explica: “A água é um dos fatores de risco que podem atrapalhar o isolamento de um compartimento. E a empresa traz a água de fonte protegida, tratada e sem contato com aves silvestres. Dessa forma, o risco é eliminado e o compartimento é realmente isolado”. Para exemplificar: Nos dois primeiros meses de 2011, Hong Kong teve mais de três casos confirmados do vírus H5N1 da Influenza Aviária. Mas somente aves silvestres foram afetadas. Primeiro local do mundo a enfrentar casos humanos fatais da Influenza Aviária (final dos anos 1990), Hong Kong agiu radicalmente e proibiu toda e qualquer criação não-profissional de aves naquele território. E a avicultura legalmente estabelecida está sujeita a rigorosas medidas de biosseguridade que - como se constata – têm preservado o setor avícola. É uma prova de que a biosseguridade – e os compartimentos – podem dar resultado. No Brasil, no raio de um compartimento podem existir criações de aves de subsistência, mas este tipo de produção é monitorado periodicamente e pode, inclusive, servir como sentinela.
O andamento do programa Após a primeira visita da OIE ao Brasil, ainda em 2007, o Ministério da Agricultura e a UBABEF começaram a definir como seria o programa de compartimentação nas empresas. Foram definidos, por exemplo, os fatores de risco em cada compartimento como Produção Animal | Avicultura 31
Biosseguridade
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CONCENTRAÇÃO Em visita à Cobb, em Guapiaçu, SP, técnicos avaliam o compartimento
o transporte de ração, a cama de frango, os arcos de desinfecção e a circulação de pessoas. Depois dessas reuniões, as empresas iniciaram um processo para se adequar ao que foi definido, o que levou algum tempo. Agora, o Projeto de Compartimentação está quase concluído e, até o final de 2011, as empresas devem trabalhar nas recomendações mais recentes feitas pela OIE. Logo em seguida, os compartimentos vão ser auditados pelo Ministério, que fica responsável por enviar um relatório ao fim dessas auditorias.
Para OIE, Rede Nacional de Laboratórios Agropecuários precisa melhorar e se expandir, principalmente no Centro-Oeste O trabalho de apresentar os compartimentos para países e blocos exportadores vai começar, em 2012, pelo Mercosul e deve acontecer da mesma forma que as missões que avaliam os sistemas de defesa sanitária e habilitam plantas exportadoras. Os inspetores devem vir até o Brasil conhecer o Projeto e visitar as unidades. Mendes explica que, quando aconteceram as primeiras discussões, com a participação de outros países, a OIE avaliou que somente com o projeto já instalado e posto em prática seria possível demonstrar a 32 Produção Animal | Avicultura
sua viabilidade e, inclusive, reverter o descrédito inicial. No caso da Febre Aftosa, é a OIE quem reconhece ou não um estado ou região livre da doença com ou sem vacinação. No caso da compartimentação são os próprios países quem devem fazer o reconhecimento. Ariel Mendes está confiante que este reconhecimento não deve demorar. “O recebimento por parte dos importadores vai ser bom. O projeto foi bem feito e a avicultura brasileira é de ponta. Isso já é reconhecido”, afirma.
Regionalização Ariel Mendes ressalta que o conceito da regionalização, que avalia o status sanitário das Unidades Federativas integrantes do Plano Nacional de Prevenção da Influenza Aviária e de Controle e Prevenção da Doença de Newcastle, não está sendo abandonado. Foram, inclusive, as avaliações estaduais que deram a expertise para que o Ministério auditasse os compartimentos. “A regionalização é muito positiva, porque provocou um investimento maior por parte dos estados em pessoal, equipamentos e na rede veterinária, entre outros”, afirma. Ano passado, os estados que receberam o conceito B (SC, PR e MT) foram auditados novamente. Este ano, todos os outros devem ser avaliados e, no final do ano, os novos conceitos devem ser divulgados. Para saber mais acesse www.avisite.com.br/busca e faça uma busca com os termos “Projeto de Compartimentação”.
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Biosseguridade
ENTREVISTA “Já temos um rigoroso plano de biosseguridade” Paulo Raffi, Gerente de Qualidade da Cobb-Vantress, fala sobre a visita da OIE à unidade da empresa, em Guapiaçu, SP, primeiro ponto de parada dos técnicos. evista do AviSite: Porque a Cobb decidiu participar do Projeto de Compartimentação do Brasil? Paulo Raffi: A participação da Cobb está baseada na necessidade de proteger os plantéis de genética, minimizando os riscos para as enfermidades de Influenza Aviária e Doença de Newcastle. E também facilitar a entrada e a expansão da empresa no mercado internacional. Mas o mais importante é garantir o comércio internacional a partir do momento em que o compartimento for reconhecido pelo serviço oficial do Brasil e pelos importadores. Como é a preparação da empresa para se tornar um compartimento? Devemos entender e adotar os requisitos estabelecidos pela OIE. Toda unidade tem riscos e as ações de mitigação devem levar em conta: 1- Localização e constituição das estruturas; 2 – Controles de animais susceptíveis dentro e fora do compartimento; 3 – Controle de pragas; 4 – Controle de fluxo de pessoas; 5 – Controle da qualidade d’água; 6 – Controle e fluxo de veículos; 7 – Desinfecção de equipamentos e instalações; 8 – Controle da qualidade da cama dos aviários; 9 – Controle da qualidade da ração e dos insumos; 10 – Controle de vacinas e medicamentos; 11 – Controle e tratamentos de resíduos; 12 – Controle da entrada de material genético. Lembrando que tudo o que se faz deve estar documentado e registrado para comprovar a efetividade dos treinamentos e das ações. O sistema de compartimentação é mais fácil de ser aplicado em granjas de material genético? De acordo com o que ouvimos do pessoal da OIE, as empresas de genética já são um compartimento por si só. Devido à necessidade de proteger seus plantéis da entrada de enfermidades, essas unidades já adotam um plano de biosseguridade mais rigoroso. E que deve ser complementada pela análise de risco, por um sistema de rastreabilidade, por um programa de vigilância para os plantéis internos e de monitoramento externo ao compartimento. E por último, é preciso criar um plano que estabelece a capacidade de resposta frente a uma emergência sanitária. Esta resposta deve rápida e adequada. Devemos ter ações diferentes para momentos diferentes. A frase que melhor define isto é: “Se queres a paz, prepara-te para a guerra”. Como caminha a instalação, na prática, do programa de compartimentação na Cobb? 34 Produção Animal | Avicultura
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Paulo Raffi e Alejandro Thiermann
A instalação é baseada num rígido programa de biosseguridade, onde estão descritos todos os procedimentos, bem como o treinamento de todos os colaboradores envolvidos. Para isto devemos determinar através de uma análise quais são os riscos do compartimento e suas respectivas ações de mitigação para minimizar estes riscos. Quais são os próximos passos a serem tomados após essa última visita da OIE? O próximo passo é a elaboração de legislação sobre como o Ministério da Agricultura vai certificar cada compartimento. Esta certificação deve acontecer através de auditorias oficiais nas unidades e do monitoramento laboratorial, para os lotes de aves e aves de vida livre ao redor de cada granja. Também precisamos aumentar o número de laboratórios oficiais e acreditados para testes para a enfermidade de Influenza Aviária e Doença de Newcastle. Vale lembrar que o MAPA já está trabalhando nisso. Qual é a sua impressão sobre a última visita que a OIE fez ao Brasil? Quais foram os principais questionamentos levantados pelos técnicos? O principal ponto positivo é que a proposta do Brasil demonstra facilidade no que se refere à biosseguridade, devido a localização dos compartimentos e da preparação das equipes envolvidas em termos de treinamentos. Os pontos que devem ser aprimorados estão justamente na melhoria da capacidade de diagnóstico e na resposta de emergência, principalmente na questão de monitoramento para vírus de baixa patogenicidade e no monitoramento de aves de vida livre ao redor das unidades do compartimento.
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Caderno Caderno Postura
Postura As principais notícias do setor produtor de ovos Notícias curtas ................................... 36 Produção de ovos diferenciados é opção para pequenos ................................... 42
Lançamento
Novo site britânico oferece acessórios para o preparo de ovos Objetivo é estimular fácil preparação do alimento
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mor com amor se paga. Constatando que oito em cada dez cidadãos britânicos enfrentam dificuldades para cozinhar, fritar ou preparar até um simples ovo poché e, mesmo assim, o consumo de ovos continua em ascensão por todo o Reino Unido, a entidade local que congrega a cadeia de postura entrou em ação: por que não ajudá-los a preparar os ovos com a perfeição de um mestre cuca? Pois foi pensando em retribuir a crescente preferência (mas de olho, claro, na sustentação e na ampliação das vendas) que o Conselho Britânico da Indústria do Ovo (BEIC, na sigla em inglês) lançou, através do Serviço de Informação do Ovo, um novo site dedicado exclusivamente à apresentação e venda de acessórios para o preparo domiciliar do produto.
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O portal oferece aos consumidores produtos exclusivos e versáteis para o armazenamento e preparo de ovos. Como suportes, picadores, espátulas e frigideiras com formatos inusitados, entre outros. Um local, enfim, “onde você vai encontrar não só tudo que precisa para cozinhar ovos como um profissional, mas também algumas coisas de que realmente não precisa, mas não pode ficar sem”. A preocupação do BEIC – mais conhecido no Reino Unido como British Lion Eggs – tem fundamento. Feita uma pesquisa para avaliar a percepção dos consumidores em relação ao preparo de pratos à base de ovos, observou-se que 60% das pessoas consumidoras do alimento declararam-se incapazes de cozinhar um ovo sem quebrar a casca. Quatro entre dez afirmaram não conseguir atingir o “ponto certo” do prato preparado e 25% relataram dificuldade para alcançar o ponto ideal de um simples ovo poché. Por fim, 45% consideraram ser inevitável, em uma fritura ou no preparo de uma omelete, o ovo grudar na frigideira. Nas palavras de Andrew Parker, Presidente do BEIC, “nos últimos anos o Reino Unido voltou a se apaixonar pelo ovo”. Daí considerar que o novo site é o caminho perfeito para que o consumidor usufrua de toda a versatilidade do ovo e tenha seu trabalho na cozinha facilitado. Conheça as novidades (e/ou excentricidades) britânicas para um mais prático e cômodo preparo de ovos: www.eggcessories.co.uk.
Comércio de ovos em alta
No Reino Unido, venda no varejo cresce 5% e reverte declínio Campanha de valorização do ovo é responsável
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último trimestre de 2010 foi bom para o mercado de ovos no Reino Unido. De acordo com a imprensa internacional, o setor registrou um aumento de 5% nas vendas do produto no varejo, destacando o período como o maior em crescimento para o setor nos últimos anos. O mercado de ovos na região cresceu 1,6% em volume e 2,6% em faturamento no ano de 2010, marcando um novo período de contínuo crescimento do setor no país, após décadas de declínio, ano a ano, de sua comercialização.
Um dos fatores que contribuíram para o aumento das vendas do produto, segundo o British Egg Industry Council, é creditado à valorização do ovo como um superalimento, largamente defendido pelos especialistas em alimentos e nutrição e divulgado pela imprensa britânica. Este movimento de “melhorar a imagem do ovo” rendeu ao varejo local um aumento nas vendas de 70 milhões de unidades de ovos para 4,6 bilhões em 2010. Outro fator importante que ajudou a impulsionar as vendas do ovo foi o bom preço do produto durante todo o período.
Comércio de ovos em alta II
Na Austrália, avanço de quase 60% em uma década Índice é superior ao crescimento vegetativo da população
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e acordo com a Australian Egg Corporation (AECL), instituição que congrega cerca de 400 produtores de ovos australianos, as vendas do produto no país atingiram novo e consecutivo recorde em 2010, alcançando a marca dos 122,6 milhões de dúzias. É um volume quase 60% maior que o registrado em 2000, ano em que as vendas internas do produto ficaram em torno dos 77,3 milhões de dúzias. Para James Kellaway, gerente geral da AECL, o novo recorde surpreende, porque ocorreu em um exercício particularmente desafiante para a avicultura de postura australiana: “Devido à seca prolongada, enfrentamos aumento substancial das rações. E, para atender a novo padrões que visam ao bem-estar animal, tivemos que investir pesado na infraestrutura de produção – uma obrigação que chegou a envolver 60% dos ativos das empresas. Só isso já torna impressionantes os resultados obtidos e comprova o profissionalismo existente no setor”. Além de corresponder a um aumento de 7,8% sobre o ano anterior, as vendas de 2010 apresentaram a segunda maior variação da
década, período em que evoluíram a uma média de 5% ao ano, índice bem superior ao crescimento vegetativo da população australiana, que se expandiu na década à média de 1,7% ao ano. Kellaway não menciona, mas significativa parte do aumento do consumo de ovos no país é devida ao trabalho conjunto dos produtores através da AECL. Ela tem conseguido sensibilizar o consumidor australiano quanto às qualidades do alimento. O resultado é um setor de postura em contínua evolução.
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Caderno
Postura Também no Reino Unido
Caem os preços do ovo “free-range” Ovo de “gaiola” não se sai melhor
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om a próxima proibição de uso das gaiolas convencionais (a partir de 1º de janeiro de 2012) e a expansão dos movimentos em defesa do bem-estar animal, cresce no Reino Unido a produção de ovos sob o sistema “free-range”, no qual as poedeiras permanecem, durante o dia, em áreas abertas para o pastoreio. E isso, claro, acaba se refletindo no preço pago ao produtor, que vem recuando. Não que os produtores de ovos que ainda utilizam gaiolas estejam se saindo melhor. Em 2010, por exemplo, o preço do ovo “de gaiola” ficou, na média, 3,3% abaixo daquele registrado no ano anterior. Mas a queda do ovo “free-range” foi bem maior, de quase 6,5%. E, comparativamente a 2008, ano em que haviam sido registrados os melhores preços da década, o valor recebido pelo ovo “de gaiola” apresentou aumento de 1,4%, enquanto o “free-range” recuou 6%. Naturalmente, a diferença de preço entre os dois tipos de ovos tende a diminuir à medida que aumente a produção pelo sistema
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“free-range”. Mas, embora decrescente, a diferença ainda é grande: No primeiro trimestre de 2008, o produtor do ovo “free-range” recebeu pelo produto valor 73% superior ao pago pelo ovo “de gaiola”; no final de 2010 essa diferença havia caído para menos de 60%. Ou seja: vai ser preciso grande disposição por parte do consumidor [em pagar mais] para a manutenção desse tipo de produção. No gráfico abaixo, a evolução de preços dos dois tipos de ovos nos últimos três anos. Os valores estão em pence, moeda britânica que corresponde a um centavo de libra. Notar que, no trimestre final de 2010, o produtor do ovo “de gaiola” recebeu pela dúzia do produto 52,8 pence. Esse valor equivale a, aproximadamente, R$1,25/dúzia ou R$37,54/caixa. Ou seja: parece que a desvalorização do ovo não é um problema só brasileiro. Mas, lá, o setor está empenhado na obtenção de uma remuneração melhor por parte das grandes redes de varejo.
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Caderno
Postura Controle
Aves de postura são vacinadas contra Laringotraqueíte em Guatapará, SP Nas 23 granjas, a vacinação em massa é obrigatória
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Coordenadoria de Defesa Agropecuária (CDA), órgão da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, reuniu em meados de fevereiro avicultores e toda a cadeia produtiva de ovos de Guatapará, na região de Ribeirão Preto, SP, para apresentar as medidas sanitárias adotadas para controlar o vírus da Laringotraqueíte Infecciosa das Aves (LTI), doença respiratória diagnosticada em granjas comerciais da região em 2010. Após diagnósticos laboratoriais para o isolamento do vírus foi definido que a melhor solução para o controle da doença seria a vacinação com vacinas de cultivo celular importadas especialmente para essa finalidade. A vacina foi liberada para importação pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e iniciada em 14 de fevereiro. A CDA disponibilizou quatro equipes para acompanhar as ações de vacinação no município, mas, para João Carlos Hoppe, diretor de Defesa Sanitária Animal da CDA, a conscientização e o empenho do avicultor nesse momento também são importantes. Nas 23 granjas, a vacinação em massa é obrigatória contra a LTI. No Brasil, a vacinação
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somente ocorre na região de Bastos, desde fevereiro de 2004. A previsão era vacinar aproximadamente um milhão de cabeças em 23 granjas comerciais em 10 dias. Além da profilaxia, uma série de trabalhos envolvendo toda a cadeia produtiva foi organizada para fornecer informações e incrementar as medidas de biosseguridade, de forma a evitar a disseminação da doença. Medidas de restrição de trânsito de aves e com relação às excretas de aves também foram adotadas.
Produção Segundo dados do Instituto de Economia Agrícola da Secretaria (IEA), a produção de ovos em São Paulo é de 31 milhões de caixas de 30 dúzias, com valor da produção agropecuária de R$ 1,1 bilhão (sexta posição no ranking de produtos do Estado). Na região de Ribeirão Preto, onde se localiza Guatapará, são 873,3 mil caixas, com VPA de R$ 33,3 milhões (quinta posição no VPA de Ribeirão). As informações foram divulgadas pela assessoria de imprensa da Coordenadoria de Defesa Agropecuária.
Luto
Morre Haroldo Vasconcellos, pioneiro da moderna avicultura brasileira Médico é precursor das campanhas que procuram demonstrar que o ovo não é o vilão do colesterol
F
aleceu em 1º de fevereiro, o médico pediatra e extensionista avícola Haroldo Vieira Vasconcellos. Ao transmitir a informação, a Associação dos Avicultores de Minas Gerais (AVIMIG), à qual Haroldo Vasconcellos esteve indelevelmente ligado, menciona que ele será lembrado principalmente pela disposição permanente de compartilhar conhecimento e distribuir as lições de uma vida recheada de experiências. Considerado um dos pioneiros da avicultura brasileira e mineira, ele prosseguiu como parceiro da atividade ajudando também em cada passo da profissionalização dos seus segmentos. Proferiu inúmeras palestras em todo o País, participou também de um grande número de eventos técnicos no exterior e deu muitas entrevistas sobre questões científicas ligadas à avicultura. Durante várias anos Haroldo Vasconcellos destacou-se, ainda, como o “tradutor oficial” de praticamente todo evento avícola realizado no Brasil que tivesse a participação de algum conferencista do exterior sem o domínio do português. Nessa função, não se limitava à simples tradução: interpretava a fala do palestrante. E, se preciso fosse, não tinha pejo em acrescentar coisas do tipo “isso é bom para o país dele [conferencista], mas nas condições brasileiras não funciona”. Tinha conhecimento de causa para poder opinar. Não só isso: com a mesma desenvoltura com que apresentava trabalhos técnicos-científicos, falava “ao pé do ouvido” do consumidor, inclusive em artigos para publicações de grande circulação, sobre a importância da boa alimentação à base de frango e ovo. E muito antes que a Ciência redimisse o ovo das muitas acusações que durante décadas pesaram sobre o alimento, insistia e alardeava que “o ovo não é o vilão do colesterol”. A propósito, em dezembro de 2001 (ou seja, há quase uma década), falando sobre encontros que a AVIMIG promovia junto às donas-de-casa
mineiras e ao setor de nutrição dos hospitais e nos quais o médico Haroldo Vasconcellos tinha participação-chave, o AviSite escrevia: “Embora profissionalmente identificado como “pediatra”, Haroldo Vasconcellos é, na verdade, um dos precursores da moderna avicultura brasileira. E precursor, também, de todas as campanhas que procuram demonstrar que o ovo não é o vilão da (má) história do colesterol. Isso, desde os anos 70”. Mas a grande questão em relação à opção profissional de Haroldo Vasconcellos é: por que um médico pediatra extremamente ativo em sua profissão (integrou, no início dos anos 1950, a primeira diretoria da recém-fundada Associação Médica Brasileira) se voltou para a avicultura, àquela época extremamente incipiente? A resposta: como pediatra e atuando no Rio de Janeiro, o médico Haroldo Vasconcellos atendia crianças doentes das favelas cariocas. E chegou à conclusão de que não havia medicamento para os males enfrentados, pois o que faltava, na verdade, era comida. Passou a pesquisar, então, a produção de alimentos. E descobriu a avicultura, da qual se tornou extensionista e nunca mais saiu. A avicultura do continente reconheceu o trabalho do Dr. Haroldo Vasconcellos ao torná-lo integrante do seleto “Hall da Fama”, honraria criada para homenagear os grandes benfeitores do setor na América Latina. Mas não só por isso será sempre lembrado, porque – como cita a AVIMIG – deixou uma legião de discípulos e amigos. E, como último ato de generosidade, doou seu corpo à Escola de Medicina da UFMG, em Belo Horizonte, onde se diplomou.
Atendendo crianças doentes das favelas cariocas, Dr. Haroldo chegou à conclusão de que não havia medicamento para os males enfrentados. O que faltava era comida. Pesquisou a produção de alimentos e descobriu a avicultura, da qual se tornou extensionista
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Caderno
Postura
Ovos
diferenciados
Nicho de mercado pouco explorado pode ser opção para pequenos
É
OVOS DE OURO Parcerias criam oportunidade para pequenos avicultores. Na foto, Darci Silvério, produtor da Gralha Azul
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importante ficar claro que a produção industrial de frangos e de ovos nunca vai acabar, nem vai retroceder: o Brasil e o mundo precisam de alimentos em grande escala e isso só é alcançado através da produção em massa. No entanto, existe uma legião de consumidores disposta (e em condições financeiras) a pagar mais por um frango ou uma dúzia de ovos. É preciso, apenas, que tenham requisitos desejáveis e apresentem diferenciais em relação ao produto “de massa”. Palavras chaves como bem-estar animal e redução do impacto ambiental ganham espaço na cabeça, e na carteira, do consumidor moderno. Esses novos anseios abrem as portas para um novo nicho de produção e mercado: os frangos e ovos caipiras e orgânicos (veja suas características no box da página 44). Abre também alternativas para que o pequeno produtor não seja alijado do mercado pela concentração da produção em um número restrito de empresas. Alexandre Pirih Pecoits, executivo da Gralha Azul Avícola, localizada em Francisco Beltrão, no PR, destaca a importância da inclusão da produção de ovos diferenciados na vida dos pequenos produtores. “Com a competitividade cada vez mais acirrada, os sistemas de produção convencional precisam se otimizar,
reduzir custos, o que acaba provocando a exclusão do mercado de produtores de menor porte”, atesta. Pensando em melhorar esse quadro, há seis anos, a Gralha Azul, uma empresa com quatro décadas de atuação na avicultura, começou a investir na produção de ovos caipira (ou free-range) formando parcerias com produtores de pequenas propriedades em sistemas especiais na região do Vale do Itajaí, PR. Depois de dois anos, o conceito orgânico foi integrado e, hoje em dia, a companhia produz os dois tipos de ovos: tanto os free-range quanto os orgânicos. A proposta da parceria, segundo Pecoits, é ajudar os pequenos a aumentar a fonte de renda, já que a postura orgânica pode ser desenvolvida em conjunto com outros tipos de criação, como a leiteira. Hoje, são 12 famílias habitantes do Vale do Itajaí que produzem para a Gralha Azul e complementam a renda com a produção alternativa de ovos. Mas nem tudo o que reluz é ouro. A avicultura alternativa enfrenta problemas estruturais exatamente por se tratar de uma produção de baixa escala. Uma vez que ovo é um alimento de fácil degradação e que precisa ser oferecido ao consumidor ainda fresco, acu-
A ascensão dos produtos orgânicos. Com a palavra, José Roberto Bottura “Há quem acredite que aves produtoras de ovos e frangos orgânicos deveriam ser alimentadas unicamente de ingredientes orgânicos. Mas será que temos suficiente quantidade de rações orgânicas? Será que realmente são orgânicas? Sabe-se que as matérias-primas vegetais orgânicas não têm a mesma produtividade das convencionais. Em um mundo em que a população cresce a taxas cada vez maiores, onde o aumento da produção de alimentos é cada vez mais necessário e a baixa produtividade dos vegetais orgânicos, como fica esta produção para satisfazer à alimentação da grande massa dos menos favorecidos? Logicamente devemos pensar no bem-estar de cada ser vivo e do planeta, sem perder, no entanto, o foco social: a população mundial como um todo, e todas as classes sociais. A produção de ovos e de frangos é efetivamente eficiente, de menor custo produtivo, de impacto ambiental muito baixo e fornece produtos alimentícios de alto valor biológico”. José Roberto Bottura, Diretor Executivo do Instituto Ovos Brasil
mular a produção para baratear o transporte é inviável. Assim, a logística em si é o principal algoz do setor. “Essas dificuldades de transporte trazem custos para o produtor que terminam refletindo no preço final”, confirma Pecoits. “Toda produção de baixa escala gera duas vezes mais custos para o avicultor”. Ou seja: o valor de venda realmente é maior por agregar os custos excessivos da cadeia. Como opção, os pequenos produtores precisam selar parcerias para que sua produção seja rentável. Pecoits relembra que a própria Gralha Azul, uma empresa experiente, teve que investir na avicultura convencional de postura para arcar com os custos da alternativa.
Baixa escala e certificação A ideia de que um avicultor de caipira ou orgânico é melhor renumerado por oferecer um produto com propriedades alimentícias diferenciadas também é colocada em xeque por alguns especialistas. Um exemplo é a nutricionista e consultora do Instituto Ovos Brasil, Lúcia Endriukaite, para quem vale a pena lembrar que não existem diferenças nutricionais entre os ovos, exceto nos enriquecidos com Ômega 3. A profissional relembra que a diferença de preço dos ovos especiais para os ovos convencionais (uma dúzia de orgânicos custa em média R$ 3,20 enquanto a industrial custa cerca de R$ 2,50) acarreta na impossibilidade de compra por uma parte da população. “É necessário que fique claro que essas pessoas que não têm acesso a estes alimentos (orgânicos, caipiras e enriquecidos) não estão adquirindo um produto de qualidade inferior”, assegura. Já Ming Liu, Diretor Executivo do Projeto Organics Brasil, ressalta que o grande diferencial do orgânico é a produção com volume baixo, além do rigoroso processo de certificação. Para ele, o conceito de valor agregado só
pode ser aplicado na mercadoria que passa por uma transformação industrial, como no caso do ovo em pó. Hoje em dia existem associações e certificadoras que reúnem e orientam a produção orgânica no Brasil, o que confere mais segurança ao consumidor e ao produtor. A lei brasileira de orgânicos é recente e está, por ora, em fase de implantação. Em vigor desde janeiro deste ano, a regulamentação foi um processo longo que começou em 2003 com a aprovação no Congresso Nacional e ainda está em evolução. “Toda essa maturação do regulamento foi um dos motivos pelos quais a venda de orgânicos explodiu. Quando as regras do processo produtivo são claras, o produto ganha atributos como rastreabilidade e credibilidade”, afirma Liu. Na opinião de Gustavo Sanches, da certificadora alemã BCS Öko-Garantie do Brasil, ainda é cedo para saber se a regulamentação vai gerar algum efeito no mercado. “Contudo, acredito que em médio prazo a expectativa é de que a lei vai dar um bom estímulo e proporcionar um ambiente mais seguro para que
CRIAÇÃO de postura alternativa
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Postura
Quais as diferenças entre os ovos?
Convencional Os ovos industriais são produzidos em sistema intensivo o que proporciona um índice mais alto de ovos limpos e um controle sanitário mais eficaz. A ração pode ser suplementada com ingredientes que melhorem a produtividade e a saúde do plantel. O uso de medicamentos para profilaxia e tratamento de doenças aviárias também é permitido. Por ficarem em gaiolas, o contato das poedeiras com aves portadoras de outras doenças, como a Influenza Aviária, é menor, garantindo a sanidade do lote. Caipira (ou free-range) Os ovos caipiras provêm de aves criadas até 25 dias em galpões e após essa idade, soltas, a campo, sendo doravante sua criação extensiva. A legislação exige no mínimo 3m² de pasto por ave. A alimentação das poedeiras consiste em ingredientes, inclusive proteínas, exclusivamente de origem vegetal. Nem todos os ovos caipiras são orgânicos, mas todos os ovos orgânicos são caipiras. Orgânicos Para que os ovos sejam orgânicos, a ave de postura tem que ser criada pelo menos 75 dias em sistema de manejo orgânico, onde são criadas em sistema extensivo. Toda alimentação da ave tem que ser orgânica da própria unidade ou de outra sob manejo orgânico. É permitida utilização de alimentos convencionais na proporção da ingestão diária, com base na matéria seca de até 20%. É proibido o uso de medicamento para trato das aves e apenas as vacinas preconizadas pelo Mapa são administradas. Enriquecidos (Pufa) Os ovos enriquecidos com Pufa (Ácido graxo poliinsaturado do tipo Ômega 3, na sigla em inglês) são os únicos que apresentam diferenças nutricionais em relação aos outros. Segundo Sônia Bazan, da Uniquímica, as aves alimentadas com ração incrementada com Ômega 3 produzem ovos com uma taxa mais alta do nutriente, já existente normalmente na composição do alimento. Fontes: Helenice Mazzuco, Embrapa Suínos e Aves; Instrução Normativa 64 de 2008 do MAPA; Ofício Circular DOI / Dipoa Nº 007 / 99 em 19/05/99 e Sônia Bazan, Uniquímica.
as empresas maiores fiquem mais protegidas, invistam em projetos e certifiquem seus produtos”, acrescenta Sanches. De acordo com o profissional, o produtor precisa conhecer os pontos de conformidade da lei, fazer adequações nas suas propriedades e chamar uma certificadora para conseguir o selo de produto orgânico.
a União Européia (UE), onde a criação free-range está crescendo frente às futuras proibições de gaiolas convencionais. A partir de 1° de janeiro de 2012, todo o setor de postura comercial do bloco europeu terá que adotar um dos seguintes sistemas: gaiolas enriquecidas, criação em galpão, ou criação free-range. Nessa mesma data fica proibida a circulação de ovos que estejam em desacordo com as novas regras (a implementação dessa medida está sendo discutida). O próximo passo será cobrar que ovos e ovos-produtos importados também sejam produzidos dentro das mesmas exigências.
Mesmo com o mercado de ovos especiais em ascensão, a produção industrial continua sendo a melhor forma de baratear o alimento e alcançar todos os estratos sociais PUFA Ovos enriquecidos com Omega 3
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Com as adequações certas na legislação, o mercado de orgânicos e caipiras tem potencial para crescer. De acordo com Pecoits, da Gralha Azul, de 5% a 10% anualmente. Felizmente para a avicultura existem nichos que ainda podem ser explorados. É um mercado ascendente, com uma demanda que não pode ser ignorada. Se no momento são apenas pequenos nichos, tendem a ampliar sua participação na base de produção, devido às exigências cada vez maiores de bem-estar animal, entre outras. Tome-se como exemplo
Se o Brasil quiser abocanhar um pedaço das exportações de ovos para a UE, é conveniente que o setor de postura se prepare para adaptações nesse sentido. Lembrando que mesmo com o mercado de ovos especiais em ascensão, a produção industrial continua sendo a melhor forma de baratear o alimento e alcançar todos os estratos sociais. Saiba mais sobre a produção orgânica e suas certificações junto à Organics Brasil – www.organicsbrasil.org.
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Qualidade
Papel da cama na produção e no bem-estar de frangos de corte Autores: Rodrigo Garófallo Garcia, Ibiara Correia de Lima Almeida Paz, Fabiana Ribeiro Caldara / Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) – Faculdade de Ciências Agrárias
Pesquisadores acreditam que os avicultores devem buscar materiais alternativos para utilização como cama de aviários, já que os materiais mais utilizados para este fim estão sujeitos à disponibilidade e oscilação de preços. Pesquisas demonstram que materiais alternativos e reutilização da cama podem ser utilizados, desde que o manejo seja adequado. Na foto acima, aviário experimental da UFGD
A
cama do aviário tem como objetivos impedir o contato direto dos animais com o piso, promover a absorção de água e incorporar fezes e penas. O material deve auxiliar na redução das oscilações de temperatura do galpão, contribuindo para o conforto das aves e permitindo que tenham condições de expressar seu potencial genético e seu comportamento natural. Desta forma, o material de cama deve ser escolhido criteriosamente, já que o animal permanecerá sobre ele durante todo o período de alojamento. A escolha e manejo adequados da cama podem reduzir a incidência de lesões em regiões como peito, articulações e coxim plantar, bem como promover melhorias no desempenho das aves. Para a escolha da cama deve-se levar em consideração as características físicas e químicas do material, além da viabilidade da criação de frangos de corte. Deve ser proveniente de material seco e possuir elevada capacidade de absorção de umidade, ser livre de fungos, mofo, não ser proveniente de madeira tratada com produtos químicos, ser macio, com tamanho de 46 Produção Animal | Avicultura
partículas médias capazes de absorver o impacto do peso das aves, ser um eficiente isolante térmico, ser apropriado para a utilização posterior como fertilizante de solo, além de apresentar baixo custo, alta disponibilidade e facilidade de transporte. No Brasil, o material normalmente utilizado na criação intensiva de frangos de corte tem sido a maravalha de madeira. Entretanto, periodicamente, este material torna-se escasso no mercado, levando à elevação de seus preços e reduzindo sua viabilidade de utilização. Sendo assim, é constante a procura e avaliação de materiais alternativos. Contudo, para que tais produtos possam ser utilizados na criação de frangos é necessário que apresentem características e eficiência semelhantes ou superiores aos materiais tradicionalmente utilizados como a maravalha. Como materiais alternativos considerados adequados para cama de frangos podem ser utilizados casca de arroz, casca de amendoim, fenos de diversos capins, palhadas de várias culturas, polpa de citrus e outros materiais.
Independente do material escolhido, práticas de manejo adotadas devem ser capazes de controlar nível de umidade, produção de pó e amônia, exposição a agentes transmissores de doenças, prevenir proliferação de insetos e garantir o bem-estar das aves Quando a cama apresenta uma umidade excessiva, a incidência de lesões, condenações e desclassificações de carcaça aumenta consideravelmente. Além disso, a cama úmida também contribui para a redução da qualidade ambiental tanto para as aves quanto para o produtor, já que ocorre aumento na produção de amônia a partir do metabolismo microbiano sobre as excretas.
Imagem: Marvalha
Com a expansão da produção agrícola no Brasil, como, por exemplo, da cana-de-açúcar, aumentou-se de forma significativa a quantidade de resíduos gerados. Grande parte destes resíduos pode apresentar potencial de utilização como cama de frango, contribuindo para maior sustentabilidade da produção agropecuária. No entanto, independente do material escolhido, as práticas de manejo adotadas devem ser capazes de controlar o nível de umidade, a produção de pó e amônia, exposição a agentes transmissores de doenças, prevenir a proliferação de insetos, reduzir a incidência de problemas locomotores, lesões de carcaça, coxim plantar, promovendo o bem-estar das aves. Vários fatores podem afetar a qualidade da cama aviária, tais como o tipo ou composição da ração, a natureza e a quantidade do material de cobertura do piso do galpão, o período de permanência das aves sobre o material, o número de aves por área, as condições e período de estocagem, a temperatura ambiente e utilização de equipamentos de resfriamento, como nebulizadores e ventiladores, entre outros. A umidade e a concentração de excretas são os dois principais fatores que podem influenciar significativamente a qualidade da cama e prejudicar o rendimento do lote de aves. Como a produção de excretas é um fator que não pode ser controlado, o produtor deve se esforçar para controlar o nível de umidade da cama. Entre os principais fatores que podem contribuir para o aumento da umidade da cama estão a temperatura ambiente, a ventilação inadequada e bebedouros e sistemas de resfriamento evaporativo regulados inadequadamente.
Para o produtor, a exposição contínua ao ambiente com amônia pode contribuir para uma série de riscos à sua saúde como, por exemplo, a perda da sensibilidade olfativa, uma vez que o olfato humano é capaz de detectar nível de amônia ao redor de 20 partes por milhão (ppm). Para as aves, o nível de amônia de apenas 25 ppm já consegue reduzir o ganho de peso e com isso piorar a conversão alimentar, além de elevar a incidência de aerossaculite, infecções virais e condenações no abatedouro. A exposição contínua a um ambiente saturado com amônia, mesmo em níveis baixos, já causa irritação da mucosa respiratória das aves, aumentando a suscetibilidade a doenças respiratórias. A adição de condicionadores químicos à cama, como o gesso agrícola e o sulfato de alumínio, ajuda a manter o pH da cama baixo e inibir a volatilização da amônia, auxiliando na melhoria de sua qualidade e favorecendo o desempenho zootécnico e sanitário das aves. Além destes problemas, em cama úmida os quadros de coccidiose podem ser agravados, pois os oocistos encontram ambiente favorável para a esporulação, aumentando assim o nível de desafio. Por outro lado, quando se tem uma cama muito seca e com formação de pó, também podem ser observados problemas como a desidratação de pintos, doenças respiratórias e maior taxa de condenação. Por isso, o ideal é que a umidade da cama encontre-se entre 20% e 25%. Para se estimar de forma bastante prática o teor de umidade da cama, basta espremer nas mãos um pouco do material. Caso haja a aderência das partículas e formação de um bolo, conclui-se que a cama está excessivamente úmida. O ideal é que ocorra apenas uma ligeira aderência das partículas, revelando um teor de umidade próximo do ideal. Do contrário, caso não haja nenhuma aderência, o material está seco demais. Produção Animal | Avicultura 47
Qualidade
A densidade populacional é outro aspecto a ser considerado na produção de frangos de corte, pois o excesso de animais por área pode ocasionar deterioração acelerada da cama, devido ao aumento de umidade, com conseqüentes problemas no bem-estar, sanidade e desempenho das aves. Como forma de amenizar esse problema, uma recomendação muito observada é o aumento na espessura da cama. De acordo com a recomendação de Macari e Campos (1997), para lotes criados durante o inverno, a cama deve ter 10 ou mais centímetros de espessura, enquanto no verão a espessura deve ser de pelo menos 15 cm, quando utiliza-se lotações de 14 ou mais aves/ m2 . O tamanho das partículas também tem grande importância sobre a absorção de umidade e compactação da cama. Devido à umidade, pisoteio das aves, gotejamento ou escorrimento de água por problemas nos bebedouros e desperdício de ração dos comedouros, entre outros fatores, ocorre a compactação da cama, levando à formação de blocos que podem prejudicar o lote, aumentando a incidência de lesões. Assim como em outras culturas e criações, na avicultura também ocorrem ataques de pragas e agentes patogênicos, como fungos, bactérias e vírus. O besouro Alphitobius diaperinus Panzer, conhecido como cascudinho, é um dos grandes problemas, pois se adaptou às condições dos aviários, onde se alimenta de ração e excretas, sendo transmissores de patógenos causadores de doenças nas aves. O manejo adequado da cama reduz a incidência destes problemas sanitários. 48 Produção Animal | Avicultura
Para a reutilização da cama, a primeira exigência é a não ocorrência de doenças contagiosas no lote anterior. A segunda exigência é a retirada, lavagem e desinfecção de todos os equipamentos antes de recolocá-los no galpão, que já deverá estar devidamente limpo e desinfetado. Para a eliminação dos agentes causadores de doenças contagiosas é necessária a fermentação da cama por no mínimo 14 dias. A fermentação é um processo biológico de decomposição da matéria orgânica em ambiente anaeróbico. O aumento da temperatura e a diminuição do pH da cama, decorrentes da atividade microbiana, inviabilizam a sobrevivência dos principais micro-organismos patogênicos. A presença de bactérias na cama de aviário é inerente à produção, não podendo ser evitada, mas sim minimizada pela adoção de métodos eficientes para este fim. Quando se contrasta o perfil bacteriológico para enterobactérias entre camas novas e reutilizadas em vários lotes consecutivos, observa-se que a partir do terceiro lote, as camas apresentam carga bacteriana igual ou inferior às camas novas, desde que o tratamento dado ao material seja corretamente aplicado. Com isso, pode se concluir que a reutilização de cama de aviário, desde que submetida a tratamento eficiente para redução de riscos micróbiógicos, é uma prática segura e recomendável. Entretanto, camas reutilizadas geralmente apresentam maior teor de amônia e pH mais elevado, devido ao maior teor de ácido úrico, um composto
tóxico eliminado junto com as fezes em forma de uma pasta esbranquiçada. Normalmente, após o quarto lote criado sobre a mesma cama, pode ocorrer redução no desempenho das aves e aumento da incidência de calos nos pés, uma vez que camas reutilizadas tendem a absorver menos umidade. Independente do material de cama utilizado na criação, o manejo adequado é fundamental para o sucesso do lote. Em experimentos realizados na Universidade Federal da Grande Dourados com o objetivo de avaliar diferentes materiais de cama e o bemProdução Animal | Avicultura 49
Qualidade
Considerações finais
-estar de frangos de corte de duas linhagens comerciais, foi possível verificar que o material novo apresentou melhores resultados (Gráficos 1 a 7). No entanto, os resultados encontrados para o material reutilizado não foram ruins, mantendo-se dentro dos padrões desejados. Tais resultados podem estar relacionados ao manejo adequado do material para reutilização, como tratamento, aeração e densidade de criação. Além disso, observou-se que os machos da linhagem 2 apresentaram melhores índices de bem-estar na cama de casca de arroz reutilizada, o que reforça a importância do manejo adequado da cama (Gráfico 4). Foram consideradas como características da cama a umidade, a compactação, a temperatura e a volatilização de amônia. Para condições ambientais considerou-se a temperatura ambiente, a umidade relativa, a concentração de amônia e a formação de poeira. As características referentes às linhagens foram: desempenho produtivo, lesões de carcaça e patas e problemas locomotores (Gait score, discondroplasia tibial, degerneração femoral, espondilolistese, Valgus e Varus). 50 Produção Animal | Avicultura
Os avicultores e as empresas integradoras devem estar sempre atentos ao mercado consumidor, adequando sua produção às exigências e adaptando-se aos métodos de controle nacionais e internacionais. As condições de sanidade e bem-estar animal devem ser priorizadas, para que se tenha um produto de excelente qualidade. Dessa forma, qualquer investimento realizado para manter a qualidade ambiental gera ao produtor bons resultados. Nesse contexto, a cama de frango exerce papel de destaque, pois está diretamente relacionada às condições de conforto e bem-estar das aves e consequentemente ao desempenho e qualidade da carcaça. Para que a utilização e a reutilização da cama ocorra de maneira eficaz é necessário que sejam levados em consideração uma série de fatores, com destaque ao correto manejo. A reutilização de cama de aviário é uma prática viável, segura e recomendável desde que seja aplicado um método eficiente para a redução de patógenos e deve ser avaliada sob o ponto de vista da sustentabilidade da produção, considerando-se os aspectos sanitários, econômicos e ambientais pertinentes a esta prática. Embora já existam na literatura alguns trabalhos sobre a utilização de materiais alternativos para cama de frango, alguns aspectos ainda precisam ser melhor esclarecidos, principalmente com relação ao bem-estar animal. Confira a íntegra deste estudo também em www.avisite.com.br/cet. Leia mais sobre empresas que comercializam maravalha nas páginas 64 e 69.
Bibliografia ALMEIDA PAZ, I.C.L. et al. Selecting Appropriate Bedding to Reduce Locomotion Problems in Broilers. Revista Brasileira de Ciência Avícola / Brazilian Journal of Poultry Science, v. 12, p. 189195, 2010. GARCIA, R.G. et al. Effect of the Litter Material on Drinking Water Quality in Broiler Production. Revista Brasileira de Ciência Avícola / Brazilian Journal of Poultry Science, v. 12, p. 165-169, 2010. MACARI, M.; CAMPOS, S.S. Respostas fisiológicas de frangos de corte criados em alta densidade. In: Simpósio sobre Ambiência, Sanidade e Qualidade de Carcaças de Frangos de C orte, 1997; Concórdia, Santa Catarina, p.1-13.
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Informe Técnico – Empresarial
Ferramentas na mão: A Nova Geração de Enzimas Autor: Bianca Martins, zootecnista formada pela UNESP, mestre em Nutrição Animal pela USP, Gerente Nacional de Enzimas da Alltech
Início do processo de incubação Planta da Alltech em Serdán, México
N
a última década, uma forte mudança ocorreu dentro das fábricas de ração em todo o mundo. Os aditivos zootécnicos atualmente representam um papel crucial na produção animal. Uma vez que o conhecimento das ciências básicas da nutrição foi dominado pelos especialistas e atingido os seus objetivos máximos no desempenho animal, de forma prática, partiu-se à procura de aditivos que trouxessem
Enzimas se destacam, no grupo dos aditivos zootécnicos, como uma parte importante na busca consistente de melhores resultados na produção animal uma precisão maior na nutrição, de modo a acompanhar a evolução genética que a avicultura tem conquistado no mesmo período. Dentre o grupo dos aditivos zootécnicos, as enzimas têm se destacado como uma parte importante na busca consistente de melhores resultados na produção animal. Nitidamente, as 52 Produção Animal | Avicultura
enzimas são cada vez mais utilizadas em rações, em parte porque os nutricionistas entendem melhor o funcionamento delas e também devido à avalanche de evidências na pesquisa, assegurando o fato de que as enzimas realmente promovem a maximização de nutrientes que antes eram desconsiderados na matriz nutricional dos ingredientes. Além disso, hoje há mais enzimas disponíveis no mercado para uso na produção animal, bem como passam a se tornar ferramentas viáveis dentre as opções de aditivos oferecidas no mercado.
A palheta de enzimas As enzimas são catalisadores biológicos, ou seja, aceleram a taxa das reações bioquímicas que ocorreriam naturalmente, como por exemplo, a quebra da molécula do amido em glicose, ou ainda catalisam reações que jamais ocorreriam, como a do ácido fítico (a forma como o fósforo é armazenado nas sementes), que jamais seria transformado em fósforo pelo simples fato de que animais monogástricos não apresentam esta enzima em seu trato digestivo. O conceito de se usar enzimas para produzir diferentes produtos – principalmente nos alimentos – não é novo. Há mais de 100 anos
os cientistas já conhecem a exisatraente desse sistema é o alto tência das enzimas. O célebre rendimento – principalmente bioquímico Louis Pasteur recoquando organismos geneticanheceu que as enzimas catalimente modificados são usados, sam reações de fermentação. Em ou seja, um micro-organismo irá 1897, Eduard Buchner conseproduzir um único tipo de enziBIANCA MARTINS guiu isolar com sucesso enzimas ma. Na constituição de coquetéis Pesquisas mostram que da fermentação do álcool a parou blend de enzimas, a metodoloo processo de produção tir da levedura. [Na realidade, a gia é a mesma: os micro-organisde enzimas também palavra “enzima” significa “da lemos são geneticamente modifipode ser realizado no modo de fermentação vedura”]. Hoje, mais de 300 encados para produzir uma única em estado sólido zimas já foram cristalizadas e enzima e após o processamento muitas se mostraram úteis em de cada uma delas, são misturaprodutos para alimentação hudas como um “premix de mana e animal. A maioria das enzimas”. enzimas exógenas adicionadas à ração são hiContudo, algumas pesquisas realizadas em drolases, ou seja, degradam as partículas da rauniversidades especializadas em todo o mundo ção em seus componentes nutricionais. E muimostram que o processo de produção de enzitas vezes complementam enzimas digestivas mas também pode ser realizado no modo de endógenas que já são produzidas pelo trato difermentação em estado sólido (Solid State Fergestivo do animal. mentation - SSF). Esta alternativa à fermentaA tecnologia de enzimas para uso em rações ção submersa microbiana para a produção de está constantemente se expandindo. Há menos enzimas não é um conceito novo e suas oride 20 anos, a beta-glucanase e algumas outras gens datam da panificação no Egito Antigo. enzimas degradadoras de polissacarídeos não-amiláceos eram as únicas enzimas comercialmente disponíveis aos fabricantes de ração. Hoje, há uma gama completa Hoje, existe uma gama completa de enzimas: de enzimas: fitases para elevar fitases para elevar a biodisponibilidade de fósforo inorgânico, galactosidades e proteases a biodisponibilidade de fósforo para liberar proteínas aprisionadas na matriz inorgânico e galactosidades do farelo de soja e de outras oleaginosas, lipae proteases para liberar ses e xilanases para aumentar o teor de energia metabólica da ração. proteínas aprisionadas na
Processos de produção de enzimas Aproximadamente 90% de todas as enzimas industriais – inclusive as utilizadas na ração – são produzidas por micro-organismos através da fermentação em estado líquido. Nessa metodologia, os micro-organismos – geralmente fungos ou bactérias que excretam grandes quantidades de uma determinada enzima – são submersos em um meio líquido, rico em nutrientes, contido em um fermentador em lote. As condições dentro do fermentador – pH, temperatura e oxigênio – são rigorosamente controladas para maximizar o crescimento microbiano. Quando o processo de fermentação é finalizado, o meio líquido rico em enzimas é seco, processado e padronizado. A característica
matriz do farelo de soja e de outras oleaginosas, entre outros
Exemplos modernos da fermentação em estado sólido são compostagem, ensilagem, maturação de queijo e cultivo de cogumelos. O processo de fermentação SSF vem sendo utilizado na Ásia em larga escala na produção de certos alimentos e bebidas, como saquê e molho de soja. O estabelecimento de um sistema SSF começa com a triagem, seleção, isolamento e propagação de uma cultura microbiana que produz grandes quantidades – em alguns casos, mais de 400 vezes a quantidade normal – da enzima Produção Animal | Avicultura 53
Informe Técnico – Empresarial
desejada (figura 1). Essas culturas são utilizadas para inocular o sistema SSF. A produção dos micro-organismos usados para inocular o sistema é feita em pequena escala. Bactérias, leveduras e fungos capazes de se desenvolver em substratos sólidos são candidatos viáveis. No entanto, fungos filamentosos, como Aspergillus niger, possuem as maiores vantagens nos sistemas SSF que produzem enzimas para aplicações alimentícias. O próximo passo é o preparo do substrato. Os sistemas SSF podem usar subprodutos minimamente processados – como farelo de arroz ou trigo - e, como substrato, outros materiais com porções fibrosas prontamente disponíveis, como farelo de soja. Geralmente, a relação entre proteínas e carboidratos é um fator determinante na produção destas enzimas. O substrato precisa ser esterilizado em condições de calor e pressão para destruir qualquer micro-organismo infectante, principalmente a levedura. O baixo teor de umidade 54 Produção Animal | Avicultura
livre do substrato é uma das características mais importantes da fermentação em estado sólido. A maior parte da água presente liga-se ao substrato, maximizando a exposição dos micro-organismos ao ar, que estimula a atividade microbiana e, acima de tudo, a produção de enzimas. A cultura microbiana selecionada é semeada no substrato esterilizado e misturada para criar um material chamado “koji” – uma palavra japonesa. O koji é carregado para o interior de um reator para que possa fermentar. O reator em bandeja é o mais usado. Consiste em uma série de bandejas de aço inoxidável esterilizadas nas quais se aplica uma camada fina (5-7 cm) de koji. As bandejas são cobertas, colocadas em um rack de aço inoxidável e acondicionadas em uma sala com ambiente controlado. Os operadores seguem práticas assépticas rigorosas para evitar contaminação do sistema. Após a fermentação, o material é secado, moído, padronizado e embalado.
Enzimas de qualidade superior Um número cada vez maior de evidências demonstra que enzimas produzidas através da fermentação em estado sólido são qualitativamente diferentes das obtidas com a fermentação submersa microbiana. Sistemas SSF que se utilizam de micro-organismos não
“Fermentação em estado sólido possibilitará o desenvolvimento de novas enzimas capazes de agregar benefícios na nutrição”, afirma a pesquisadora
geneticamente modificados costumam produzir altas atividades da enzima desejada, bem como atividades inferiores – porém significativas – de outras enzimas – também conhecidas como “atividades laterais”. Uma glucosidase produzida por SSF foi classificada como mais termo-tolerante quando comparada a outra, produzida com fermentação submersa microbiana. E uma fitase microbiana para uso em rações produzida com tecnologia SSF apresentou maior estabilidade durante o armazenamento em comparação a outra, produzida por fermentação tradicional. Notadamente, o maior benefício que esta tecnologia traz na produção de enzimas é que um mesmo micro-organismo quando estimulado em condições ótimas de fermentação é capaz de produzir várias en-
zimas, já selecionadas em sua composição pelo próprio micro-organismo para terem sua ação de modo sinérgico, ou seja, elas não competem pelo mesmo substrato, mas sim já são balanceadas naturalmente para uma auxiliar a outra a ter sua atividade maximizada. Além disso, o micro-organismo faz o papel que era transferido ao nutricionista em produzir o coquetel de enzimas de maneira mais eficiente, evitando assim o canibalismo entre as enzimas. A produção por SSF traz a nova e atual geração de enzimas: os complexos enzimáticos naturais.
A nova geração de enzimas está em nossas mãos Sem sombra de dúvidas, a fermentação em estado sólido possibilitará o desenvolvimento de novas enzimas capazes de agregar benefícios na nutrição garantindo o sucesso da produção avícola, pois afinal de contas, o que realmente importa, é o resultado do frango!
Bibliografia BHARGAV, S.; PANDA, B. P.; ALI, M.; JAVED, S. Solid state fermentation: an overview. Chem. Biochem. Eng. Q., vol.22 (1): 49–70, 2008. FILER, K.; The newest old way to do enzymes. Feed Mix, vol. 9 (2): 27-29, 2001. PANDEY, A.; RAMACHANDRAN, S. Solid state fermentation for the production of industrial enzymes. Process Biochemistry, vol. 27: 109-117, 1992. PANDEY, A.; SOCCOL, C.R.; MITCHELL, D.A. New developments in solid state fermentation. I:bioprocess and products. Proc. Biochemistry, vol. 35(10): 11531169, 2000.
Produção Animal | Avicultura 55
Informe Técnico – Empresarial
Vacina que deu início ao controle do vírus hipervirulento da Doença de Gumboro no Brasil completa 10 anos no mercado
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o início do século, os grandes produtores brasileiros de frango enfrentavam um de seus maiores desafios na história da avicultura nacional: um surto de Gumboro, virose causada por um vírus hipervirulento (G11, Simbios) que afeta aves de várias idades e pode causar diarreia, depressão, prostração, palidez, atrofia bursal, hemorragias musculares, edema, entre tantos outros sintomas. Foi exatamente diante desta grande dificuldade que a Ceva Saúde Animal, grupo francês e terceira maior empresa do mundo em produção de vacinas para avicultura, trouxe para o Brasil a Cevac IBDL, que neste mês de fevereiro completa 10 anos de atuação no mercado e, segundo especialistas, foi a responsável pelo controle efetivo da doença de Gumboro no país. Desde 1998, mais de 40 bilhões de frangos foram vacinados com a Cevac IBDL no mundo. A vacina da Ceva se tornou uma referência no
Desde 1998 mais de 40 bilhões de frangos foram vacinados com a Cevac IBDL no mundo
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tratamento de Gumboro, pois, além de sua eficácia, o desenvolvedor da Cepa Vacinal W2512, R.W. Winterfield, foi pesquisador da empresa nos Estados Unidos. “A Cevac IBDL foi um marco para o controle de Gumboro no Brasil”, afirma o consultor da SAS Consultoria, Ricardo Soncini. Segundo o pesquisador, o desafio de vencer Gumboro era muito grande, já que a doença era bastante “virulenta” e não havia muita bagagem na época. “Nossas experiências não correspondiam aos novos desafios. Então optamos por vacinas mais agressivas até que conhecemos a IBDL e aprendemos a utilizá-la. A Cevac IBDL mudou, então, a situação do quadro que enfrentávamos”, completou Soncini. Antes de chegar ao Brasil, a Cevac IBDL havia sido usada com sucesso na Ásia e no Oriente Médio, mas foi após a introdução no mercado brasileiro que a vacina se tornou uma referência para o resto do mundo, graças à importância da avicultura no Brasil. “A Cevac IBDL trouxe tranquilidade aos produtores brasileiros. Além disso, foi ela a responsável pelo crescimento e fortalecimento da Ceva no Brasil, que havia chegado ao país pouco tempo antes”, comenta o primeiro representante da Ceva no país, João Carlos Giovanaz, conhecido como Maringá, da Qualivet. Giovanaz conta que junto com o novo produto a Ceva trouxe uma prática, até então não muito efetiva no mercado, que era o serviço de auxílio aos produtores no campo. Para o proprietário da Mais Frango Miraguai, Sadi Marcolin, o grande segredo foi a Ceva ter entrado no mercado com a cepa certa no momento oportuno. O produtor lembra que na época ele já havia tentando todas as soluções disponíveis no mercado. “A Ceva era desconhecida, o produto era desconhecido, mas estávamos testando tudo que nos apresentavam para tentar salvar a produção. Vimos que funcionava e então adotamos a Cevac IBDL. Foi a solução”, completa Marcolin. “Os resultados apareceram graças às orientações do nosso departamento técnico. Foi devi-
Cevac IBDL foi a responsável pelo crescimento e fortalecimento da Ceva no Brasil, que havia chegado ao país pouco tempo antes
CEVAC IBD L é uma vacina liofilizada que contém a cepa Winterfield 2512-G-61 do vírus da Doença de Gumboro, obtida a partir de ovos embrionados de galinhas SPF (lotes isentos de patógenos específicos). Indicada para a imunização de aves sadias contra a cepa de campo da Doença de Gumboro. Administração via oral na água de bebida
do à qualidade e eficácia desta vacina que a Ceva ganhou credibilidade junto aos produtores. A Cevac IBDL abriu as portas do Brasil para a Ceva”, explica Helio Zuanazze, da Starvet, que também, desde o início da instalação da Ceva no Brasil, atuou como representante da empresa. O trabalho a campo dos profissionais da Ceva, em parceria com os clientes, ajudou a otimizar a eficiência da vacina e eliminou fatores que poderiam atrapalhar todo o potencial da CEVAC IBDL. Esse trabalho foi a preparação para o atual sucesso da vacina Transmune IBD e o alicerce para o Chick Program (excelência em serviços de vacinação), criado pela empresa. A vacina Transmune IBD utiliza a mesma cepa da Cevac IBDL, mas é aplicada por meio de outra tecnologia e utiliza outro conceito no combate do Gumboro (complexo-imune Ag –Ac), já que, ao contrário da Cevac IBDL, é aplicada no incubatório. Mais informações: www.cevabrasil. com.br. Produção Animal | Avicultura 57
Associações Santa Catarina
Acav alerta sobre prazo da IN n°59 Entidade recomenda adaptação gradativa às normas dentro de dois anos
A
necessidade de cumprir as exigências da Instrução Normativa n° 59, editada pelo Mapa, foi ressaltada pela Associação Catarinense de Avicultura (Acav). A norma trata da padronização dos procedimentos para registro, fiscalização e controle de estabelecimentos avícolas e adiou a obrigatoriedade de adequação das granjas para 2012. Além de padronizar
O Diretor Executivo da Acav, Ricardo Gouvêa, mostra que a Instrução Normativa n° 59 acrescenta e modifica itens da IN n° 56. A reformulação feita no final de dezembro de 2009 também garantiu a revisão de alguns pontos que ajudaram a reduzir o custo das novas adequações, que anteriormente eram altos. A principal preocupação da resolução é evitar a
os procedimentos e serviços, a medida tem como objetivo a melhoria do controle sanitário nos aviários comerciais e de reprodução, a simplificação do registro e o avanço dos órgãos fiscalizadores.
transmissão de doenças entre os animais nos aviários e evitar o contato das aves de corte com animais domésticos e silvestres. Para isso, a distância entre um estabelecimento avícola de repro-
TELAS
Malhas de proteção devem ter até 2,5 cm
dução e abatedouros, fábrica de ração e outros estabelecimentos avícolas não precisa mais ser de três quilômetros. A distância será definida pelos órgãos responsáveis de cada estado, baseado na avaliação do risco para sanidade avícola. Outra mudança diz respeito à instalação de telas nos galpões, para minimizar os riscos de invasão e ataques por outras espécies. A malha deve ter medida de até 2,5 cm e deve ser instalada nas saídas ao ambiente externo. Ainda para essa proteção, os galpões e núcleos devem ter um isolamento de no mínimo um metro para estabelecimentos de reprodução e 5 metros para os comerciais. Para o controle de doenças e questões ligadas à biosseguridade, os aviários devem possuir arcos de desinfecção para veículos, além de banheiros com trocadores e vestiários. Toda a alimentação animal e a água deverão receber tratamento que eliminem a possibilidade de entrada de patógenos, através de mecanismos de esterilização. O diretor da Acav recomenda que os aviários sejam adaptados gradativamente às normas dentro do prazo de dois anos, evitando futuros transtornos. Acesse o texto da IN n° 59 no AviSite: www.avisite. com.br/legislacao.
Simpósio nacional de avicultura da ACAV acontece em setembro A ACAV anunciou a realização do 9° Simpósio Técnico de Incubação, Matrizes de Corte e Nutrição, nos dias 21, 22 e 23 de setembro deste ano, em Balneário Camboriú, SC. Foram pré-definidos alguns temas centrais, como reprodutividade, área de concentração, infertilidade em aves e múltiplas abordagens em nutrição, manejo, fisiologia e equipamentos. Outros enfoques selecionados são bronquite em matrizes de corte, termomanipulação do embrião (cuidados com o neonato) e gestão de rotinas de incubatórios de aves. Os palestrantes estão em fase de contratação, entre profissionais de elevado reconhecimento nas esferas nacional e internacional.
58 Produção Animal | Avicultura
Minas Gerais
Avimig tem novo conselho técnico de sanidade avícola Órgão é um fórum consultivo formado por profissionais especializados
O
Conselho Diretor da Associação dos Avicultores de Minas Gerais (Avimig), reunido em 17 de janeiro de 2011, atendeu à reivindicação do Fundo Privado de Emergência Sanitária para a Avicultura do Estado de Minas Gerais (Funamig) e criou o Conselho Técnico de Sanidade Avícola da Avimig (CTSA). Trata-se de um fórum consultivo, formado por profissionais de eleva-
do saber nesta área e que farão um trabalho de diagnóstico antecipado a uma ocorrência que poderia evidenciar suspeita de notificação. Integram o CTSA: professores Paulo Lourenço da Silva, Nelson Carneiro Baião, Benedito Lemos de Oliveira e Dr. Márcio Danilo Botrel. Representando a Avimig, a médica veterinária Marília Martha Ferreira.
Paraná
Dados do Sindiavipar consagram PR como líder das exportações em janeiro Entidade ainda aponta crescimento de 5% dos embarques neste ano
A
indústria avícola do Paraná começou o ano a todo o vapor. O estado liderou as exportações de carne de frango em janeiro, embarcando 80,45 mil toneladas e atingindo uma receita de US$ 153,72 milhões, segundo dados do Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar). Com esse volume, o Paraná foi o
responsável por 27,21% do total de carnes avícolas exportadas pelo país no mês, um aumento de 40% em relação ao mesmo período do ano passado. “Como os menores volumes embarcados no ano são normalmente registrados em janeiro, estamos bastante otimistas para 2011. Os embarques paranaenses de carne de frango devem registrar aumento acima de 5% este ano”, avalia Domingos Martins, presidente do Sindiavipar. De acordo com o dirigente, os produtores e abatedouros estão fazendo um trabalho árduo para aprimorar a exportação. “Hoje os números de produção de frango de corte no Paraná superam as nossas expectativas. Nosso objetivo é manter a meta acima de 80 mil toneladas de carne por mês no estado para exportação”, comenta. Produção Animal | Avicultura 59
AviGuia: produtos, serviços e empresas Em Guapiaçu
Cobb recebe missão da OIE que avalia Projeto de Compartimentação Única fornecedora de material genético visitada
M
issão especial enviada pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) para avaliar o Projeto de Compartimentação Sanitária do Setor Avícola no Brasil visitou, em janeiro, unidade da CobbVantress, em Guapiaçu, SP. Pela compartimentação, um sistema de produção avícola que comprovar a excelência em biosseguridade poderá continuar capacitado a fornecer carne de frango no mercado internacional, mesmo que eventualmente o país registre um caso de Influenza Aviária. A Cobb é uma das empresas que participam desse projeto e a única fornecedora de material genético. Todas buscam se certificar como um compartimento. E como explica Paulo Raffi, da Cobb, essa certificação pode facilitar a
entrada e a expansão da empresa no mercado internacional, já que o projeto está alicerçado em análises de risco, biosseguridade e planos de contingência. “Além disso, com a compartimentação, a genética nacional fica protegida de qualquer risco, principalmente no que se refere à Influenza Aviária e Doença de Newcastle”, afirma Paulo. Ele completa dizendo que a Cobb está comprometida em conhecer toda a estrutura da
Comitiva com técnicos da OIE, representantes das empresas que compõem os compartimentos propostos e executivos da Ubabef
compartimentação e se adequar às recomendações da OIE. Leia mais sobre o assunto na página 30. Saiba mais sobre a Cobb: www.cobb-vantress.com
Show Rural Coopavel 2011
GSI participa com lançamentos Controlador CA-18 e nova geração de exaustores são destaques na feira ESTANDE
de grandes proporções da GSI Brasil
60 Produção Animal | Avicultura
A
GSI Brasil esteve presente na feira Show Rural Coopavel 2011 (07 a 11 de fevereiro em Cascavel, PR) com um estande de grandes proporções para apresentar seus lançamentos em equipamentos para ambiência e produção de proteína animal. Dentre os lançamentos para a feira, a GSI apresentou um produto específico que contribui para o controle dos ambientes de confinamento de animais: o CA18. O equipamento é um microprocessador de dados, que capta as variações de temperatura, umidade e pressão estática do ambiente interno de uma
instalação. A nova geração de exaustores foi outro destaque na área de ambiência no estande da GSI: o Exaustor Box 50” e Exaustor Box 50” com cone, 100% produzidos em chapa galvanizada e pás em aço inoxidável polido. O primeiro possui sistema de abertura tipo aranha. Já, o exaustor com cone conta com sistema de abertura mecânico. Ambos possuem grande capacidade, durabilidade e robustez, garantindo eficiência, manutenção reduzida e baixo consumo de energia. Saiba mais sobre a empresa através do www.gsibrasil. ind.br.
Leia as últimas notícias sobre as empresas do setor em www.avisite.com.br
Contratação I
Biovet tem nova Analista de Marketing Priscila Brabec é especialista no setor e já atuou em outras empresas do agronegócio
A
médica veterinária Priscila Brabec assumiu em fevereiro de 2011 o cargo de Analista de Marketing da Linha Avicultura do Laboratório Biovet. Além da formação em medicina veterinária, atualmente Priscila finaliza especialização na área de Engenharia de Marketing na Fundação Instituto de Administração - FIA/USP. No Biovet, Priscila será responsável pelas atividades de planejamento, concepção e concretização voltadas ao marketing da Linha Avicultura.
Novo distribuidor Desde fevereiro, a Suiaves é a nova distribuidora dos produtos
biológicos da Linha Avicultura do Laboratório Biovet no estado de SP. Atendendo principalmente integrações de frango de corte da região sudoeste do Estado (Tietê, por exemplo). O objetivo é ampliar o atendimento dos clientes da região, com ênfase em novos conceitos de biosseguridade associada à sanidade, tendo em vista a redução dos custos de produção e aumento da eficiência zootécnica. Outras informações sobre a Biovet em www. biovet.com.br.
Priscila Brabec é o novo nome dentro do Biovet
Contratação II
FormilVet inicia mudanças internas Cácio Moraes agora é responsável pela gestão das contas BRF e Marfrig
P
ara melhorar ainda mais sua dinâmica de trabalho, a FormilVet iniciou 2011 com mudanças internas na sua equipe. O então Gerente Nacional de Vendas, Cácio do Nascimento Moraes, foi promovido à gerência de Contas Corporativas (Key Accounts) e agora é responsável pela gestão das contas da BRF e Grupo Marfrig. Médico veterinário, Moraes cita que as principais metas são atingir os objetivos estabelecidos pela FormilVet e desenvolver pontos importantes em conjunto com toda a equipe que dará suporte às empresas BRF e Marfrig. “Será possível atender, de forma ainda mais eficiente, todas as necessidades técnico-comerciais desses clientes”, evidencia.
Novos produtos A FormilVet anuncia o lançamento de quatro novos produtos para 2011, mantendo a tradição em apresentar novidades e alternativas de valor para o setor, sempre visando a melhoria da sanidade e da produtividade no campo. Na avesui (em maio, numa feira do setor), a FormilVet, vai apresentar um novo antibiótico com molécula única no Brasil, para o controle de doenças causadas por bactérias gram-negativas. Também será feito o lançamento de uma nova formulação de nucleotídeos superconcentrados para uma melhor resposta na performance de aves e suínos nas primeiras fases de vida, onde os nucleotídeos já consolidaram um forte posicionamento. No segundo semestre tem
mais novidades da FormilVet, quando ela deve lançar novos produtos no mercado. Mais sobre a empresa: www.formilvet.com.br.
Cácio Moraes
Novo gerente de Contas Corporativas da FormilVet
Produção Animal | Avicultura 61
AviGuia: produtos, serviços e empresas Contratação III
Poli-Nutri avança no mercado avícola de SC
MAGGIONI
agora integra a equipe da Poli-Nutri
Companhia reforça quadro de funcionários com novo representante
D
entro da estratégia de ampliar sua atuação em vendas com melhoria no atendimento aos clientes e na cobertura geográfica, a PoliNutri conta com um novo grande talento na sua equipe de representantes comerciais. Rogério Maggioni é médico veterinário formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e possui mestrado em Nutrição Animal pela Universidade Federal de Pelotas
(UFPEL). Em 1999, foi contratado como Chefe de Fábrica e Nutricionista da empresa Macedo. Após ter sido Gerente da fábrica e Diretor de Produção da Macedo, participou da incorporação da Tyson como Gerente de Área de Produção em São José, SC. É com essa preciosa experiência que Maggioni é agora o Representante Comercial no segmento avícola no leste do estado de SC. Saiba mais sobre a Poli-Nutri: www. polinutri.com.br.
Mudanças
YesSinergy faz alterações em sua estrutura organizacional Empresa muda sua participação societária e reforça equipe comercial Gabriel Jorge Neto
tem participação societária na YesSinergy
Equipe durante 5° Reunião de Distribuidores
62 Produção Animal | Avicultura
A
YesSinergy teve a sua participação societária alterada com a entrada do médico veterinário Gabriel Jorge Neto, conceituado empresário do agronegócio e ex-proprietário da Nutron. Gabriel também é sócio da Biocamp, empresa brasileira fabricante de probióticos, onde continuará como Diretor Técnico Comercial. Ao mesmo tempo a YesSinergy reforça seu time comercial contratando para a função de Gerente Comercial Brasil, o zootecnista Renato Della Líbera, profissional com ampla experiência técnica e comercial em conceituadas companhias no setor. A YesSinergy quer ampliar sua participação no mercado brasileiro e exportar para outra países. A empresa atende as novas tendências de mercado com produtos para a saúde intestinal, como os mananooligossacarídeos (MOS), os minerais quelatados de alta absorção e os adsorventes múltiplos de micotoxinas. Como diferencial competitivo, tem sob sua gestão todo o processo produtivo, desde a origem da matéria-prima, como proprietária das plantas industriais com BPF e rastreabilidade. Saiba mais sobre a empresa através do: www.yessinergy.com.br.
Leia as últimas notícias sobre as empresas do setor em www.avisite.com.br
Expansão
Coccidiose aviária
Kemin entra Phibro Animal Health lança no mercado produto para controle da doença veterinário Maior ganho de peso e melhor conversão alimentar Através de novo braço, A multinacional aumenta presença global
A
Kemin Industries lança no mercado veterinário uma nova unidade de negócios, a Kemin Vet Innovations. O novo braço vai oferecer produtos, soluções e serviços para a comunidade veterinária e pretende atender mundialmente os mercados de bovinocultura, avicultura, equideocultura e animais de companhia. Esta unidade de negócio será liderada por Andrew Yersin, ex-Diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da Kemin Agrifoods América do Norte. Como presidente da Kemin Vet Innovations, Yersin traz um rico histórico de experiência da indústria de saúde animal. A Kemin Vet Innovations terá seu escritório localizado na sede corporativa da Kemin, em Des Moines, Iowa, EUA, e terá representação adicional no Oriente Médio, China, México, Índia e ÁsiaPacífico. Mais informações: www. kemin.com.
Phibro Animal Health acaba de lançar no mercado Aviax® Plus, um anticoccidiano integralmente desenvolvido e fabricado no Brasil, por meio de pesquisas e experimentos realizados com manejo, nutrição e linhagens de frangos de corte típicos de nosso país. O produto é fornecido em formulação 100% granular, na qual todos os grânulos contêm a quantidade indicada de cada um dos princípios ativos, que são a nicarbazina, o anticoccidiano químico mais utilizado no mundo, e a semduramicina, o ionóforo mais recente e mais seguro para várias espécies animais. A União Europeia autorizou recentemente a utilização do anticoccidiano nicarbazina da Phibro com limite máximo de resíduo no fígado 75 vezes maior do que o aprovado anteriormente, passando de 200 ppb (partes por bilhão) para 15.000 ppb, comprovando a segurança deste composto tanto para as aves de corte, como para o meio ambiente e para os consumidores.
da Phibro Animal Health fecha o ano com saldo positivo e por isso repete a dose em 2011. O curso serviu para capacitar e oferecer informações que pudessem orientar as pessoas a tomar decisões adequadas quando se deparam com problemas de saúde intestinal nas granjas. O curso é composto pela parte teórica acompanhada de apostila e aulas práticas para identificação dos graus de lesões em diferentes aves, inoculadas previamente, para posterior necropsia. Além do treinamento, o Programa de Qualidade Intestinal Phibro oferece outros serviços como análises de ração/ premix, visitas no campo com entrega de relatórios detalhados. Mais informações: www. phibro.com.br.
Programa de Qualidade Intestinal O Programa de Qualidade Intestinal
Parceria
Pas Reform fornece incubadoras e nascedouros para Nutriza Empresas unem forças em um projeto de 4 milhões de ovos por mês
E
m seu projeto de expansão da produção, a Nutriza Agroindustrial fez duas opções na área de incubação. A primeira delas foi a migração direta do modelo estágio múltiplo atualmente utilizado para os avançados sistemas estágio único.
A segunda escolha foi tomada depois de uma análise das empresas que atuam na área de incubação e a Nutriza escolheu a Pas Reform como fornecedora não só das incubadoras e nascedouros, mas também de todo o sistema de climatização HVAC, um projeto de 4
milhões de ovos/mês. A alta tecnologia que a Pas Reform emprega nos seus sistemas, a presença forte no mercado brasileiro e a estrutura local de serviços pós-venda foram decisivos na escolha da empresa. Saiba mais em: www.pasreform.com.br. Produção Animal | Avicultura 63
AviGuia: produtos, serviços e empresas Cama de aviário
Fabricante de maravalha ressalta padrão de biosseguridade Empresa busca manter rigorosos patamares de produção
N
a Marvalha Indústria e Comércio, em Faxinal dos Guedes, SC, seguem-se altos padrões de qualidades a fim de fornecer um produto que se enquadre nas mais rigorosas normas sanitárias exigidas por seus diversos clientes. Para isso, a empresa busca manter a biosseguridade dos produtos através de rigorosos padrões de produção e excelência no fornecimento de maravalha esterilizada. Tratase de um produto diferenciado no mercado onde as palavras de ordem são “controle e sanidade”. A matéria-prima passa por um tratamento térmico por cerca de 30 minutos que diminui a umidade do produto além de
destruir possíveis patógenos (fungos, bactérias e protozoários) que causam as mais diversas enfermidades que podem ocorrer no setor avícola. Todo o processo é automatizado e realizado com tecnologia de ponta por profissionais capacitados, fatores que garantem a qualidade do produto. A empresa atua há pouco mais de um ano no mercado, contudo se destaca como uma das empresas mais preparadas do ramo. Mais informações visite o site: www.marvalha.com.br
Todo processo
de produção conta com profissionais capacitados
Conquista
Casp obtém mais uma certificação Empresa recebe ISO 9001/2008 para avicultura de corte e matrizes
A
Casp, com forte presença na América Latina e fabricante de equipamentos para Incubação,
Avicultura de Corte, Matrizes, Suinocultura e Armazenagem de grãos há mais de 70 anos
Equipe da CASP
64 Produção Animal | Avicultura
comemora conquista da certificação ISO 9001/2008
conquistou no início de janeiro mais uma certificação. A empresa já era certificada nas áreas de incubação e armazenagem de grãos e agora conquistou a ISO 9001/2008 também para as áreas de avicultura de corte, matrizes e suinocultura. “Esta certificação vem para coroar todo comprometimento, esforço e investimento em pesquisa e desenvolvimento que temos feito nos últimos anos para alcançar a excelência dos produtos e serviços que oferecemos. Estamos muito felizes por mais esta conquista”, comenta Ari Luis Cagiali, Diretor Executivo. Para mais informações: www.casp.com.br.
Estatísticas e Preços
Produção e mercado em resumo
Produção de pintos de corte NOVEMBRO/2010 511,532 milhões | 10,5%* Produção de carne de frango JANEIRO/2011 1.088,307 mil toneladas | 8,76% Exportação de carne de frango JANEIRO/2011 295.399 toneladas | 26,60% Oferta interna de carne de frango JANEIRO/2011 792.908 toneladas | 3,34% Alojamento de matrizes de postura JANEIRO/2011 52,690 mil | -33,68% Alojamento de pintainhas de postura JANEIRO/2011 6,613 milhões | 15,54% Farelo de Soja FEVEREIRO/2011 R$719,00/ton. | 8,61% Milho FEVEREIRO/2011 R$32,14/saca | 77,18% Desempenho do frango vivo FEVEREIRO/2011 R$2,01kg | 23,34% Desempenho do ovo FEVEREIRO/2011 R$44,29/cxa. | 11,65% *Todas as porcentagens são variações anuais
Bom desempenho em 2011 é neutralizado pela alta do custo de produção
D
ivulgando agora os números do primeiro e do segundo mês de 2011 (com exceção da produção de pintos de corte, ainda em novembro de 2010), a avicultura, no geral, apresenta bom desempenho. O frango vivo, por exemplo, alcançou, neste caso em fevereiro, média de R$2,01/kg, valor 23,34% superior ao registrado em fevereiro de 2010 e 2,78% maior que o alcançado no mês anterior, janeiro de
Aparentes ganhos do setor avícola no bimestre janeirofevereiro podem estar sendo engolidos pelos altos custos 2011. Esse foi, em valores nominais, o segundo melhor desempenho obtido pelo setor, somente superado pelo resultado alcançado em dezembro passado, quando a média mensal ficou muito próxima de R$2,10/kg. Já o ovo obteve, no segundo mês do ano, a melhor média de preços dos últimos 13 meses: R$44,29 por caixa, uma valorização de 11,65% sobre fevereiro de 2010 e de 19,45% sobre janeiro de 2011. Apesar disso, os aparentes ganhos podem estar sendo engolidos pelos altos custos. No que se refere ao milho, a alta continua. A média da saca chegou a R$32,14, astronômica alta de 77,18% sobre fevereiro de 2010. Ao lado um resumo de cada um dos segmentos da avicultura brasileira.
65 Produção Animal | Avicultura
Estatísticas e Preços
Produção de pintos de corte Em novembro, o maior volume real dos onze primeiros meses de 2010 e um novo recorde na produção diária
D
Evolução mensal MILHÕES DE CABEÇAS
MÊS
2008/2009
2009/2010
VAR. %
Dezembro
443,854
493,895
11,27%
Janeiro
417,755
472,898
13,20%
Fevereiro
406,918
448,957
10,33%
Março
425,628
510,371
19,91%
Abril
455,711
497,581
9,19%
Maio
461,811
500,989
8,48%
Junho
482,089
500,788
3,88%
Julho
500,270
512,451
2,44%
Agosto
482,678
514,822
6,66%
Setembro
467,938
496,915
6,19%
Outubro
503,041
513,130
2,01%
Novembro
462,635
511,532
10,57%
EM 11 MESES
5.066,474
5.480,433
8,17%
EM 12 MESES
5.510,328
5.974,328
8,42%
Fonte dos dados básicos: UBA – Elaboração e análises: AVISITE
Produção mensal ajustada para mês de 30 dias
Set
Out
511,5
496,6
495,9
500,8 484,8
497,6
493,9
481,0
Ago
457,6
496,9
Dez
498,2
Nov
478,0
462,6
Milhões de cabeças
Jan
2009 66 Produção Animal | Avicultura
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
2010
Jul
Nov
ivulgados somente no final de fevereiro último, os números relativos à produção brasileira de pintos de corte de novembro de 2010 mostram que no mês foram produzidos 511,5 milhões de cabeças, volume 10,5% superior ao alcançado em novembro de 2009, mas cerca de meio por cento inferior ao registrado 30 dias antes, em outubro, mês em que normalmente é observado o maior volume de cada exercício. Mas em 2010 foi diferente. Não apenas a produção de outubro foi inferior à registrada em agosto, como também em novembro registrou-se, em valores reais, não só o maior volume dos 11 primeiros meses do ano que passou, mas também um novo recorde do setor. Explicando: em valores nominais (“mês cheio”), o recorde do ano, não superado até novembro, pelo menos, permanece com o mês de agosto, ocasião em que a produção de pintos de corte ficou próxima dos 515 milhões de cabeças. Mas em termos reais (considerada a produção diária) o recorde do ano e da história do setor fica com novembro de 2010, mês em que o volume produzido superou em pouco mais de 3% a produção de outubro. Fechados os números dos 11 primeiros meses de 2010, a produção brasileira de pintos de corte somou 5,480 bilhões de cabeças, volume 8% maior que o registrado em idêntico período de 2009. Projetado para a totalidade do ano, esse volume sugere produção anual próxima dos 5,980 milhões de cabeças, 7,5% a mais que o registrado no ano passado. Mas nada impede que tenham sido superados os 6 bilhões de cabeças, bastando que a média diária de novembro tenha se mantido também em dezembro. A ressaltar, a respeito do recorde alcançado em novembro, que parte dos pintos produzidos naquele mês só entrou no mercado, como frango, em janeiro de 2011. Uma vez que, no primeiro mês de 2011, o mercado se manteve relativamente estável, só se pode concluir que o novo recorde foi naturalmente absorvido pelo mercado.
Produção de carne de frango Acumulado nos últimos 12 meses ficou próximo dos 12,4 milhões de toneladas
B
evolução mensal MIL TONELADAS
MÊS
2009/10
2010/11
VAR. %
Fevereiro
780,499
870,352
11,51%
Março
862,047
966,853
12,16%
Abril
830,420
1.026,166
23,57%
Maio
901,884
1.072,142
18,88%
Junho
892,223
1.041,178
16,69%
Julho
956,585
1.067,354
11,58%
Agosto
1.004,081
1.056,971
5,27%
Setembro
956,166
997,524
4,33%
Outubro
957,625
1.070,510
11,79%
Novembro
979,969
1.030,498
5,16%
Dezembro
1.010,062
1.112,104
10,10%
Janeiro
1.000,611
1.088,307
8,76%
EM 12 MESES
11.132,172
12.399,959
11,39%
Fonte dos dados básicos: UBA – Elaboração e análises: AVISITE
Acumulado em 12 meses
Jan
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
Jul
2010
Ago
Set
Out
Nov
Dez
12.400
12.312
12.210
12.160
12.047
12.005
11.953
11.842
11.693
11.523
11.327
11.222
Mil Toneladas
11.132
aseada na produção brasileira de pintos de corte e no rendimento médio dos frangos abatidos no decorrer do mês, a APINCO estimou que em janeiro de 2011 foram produzidas no País pouco mais de 1,088 milhão de toneladas de carne de frango, volume ligeiramente inferior (-2,14%) ao registrado em dezembro de 2010, mas quase 9% superior ao alcançado um ano antes, em janeiro de 2010. Naturalmente, a produção de um único mês, o primeiro do ano, é insuficiente para projetar qualquer tendência no decorrer do exercício. De toda forma, o volume alcançado em janeiro, analisado sob o ângulo da produção diária (1.088 milhão/t ÷ 31 dias) e projetado para os 365 dias do ano assinala volume total da ordem de 12,8 milhões de toneladas, 4% a mais que o produzido em 2010. Como, normalmente, a produção inicial do ano está sempre entre as menores do exercício, já se pode esperar uma fácil ultrapassagem desse volume. Aliás, mantida a evolução média observada nos últimos 13 meses (de janeiro de 2010 a janeiro de 2011) pode-se esperar mais, bem mais. O gráfico ao lado aponta nessa direção. Ele mostra a produção acumulada em períodos de 12 meses e o que se observa é um crescimento contínuo do total anualizado, à média de 0,9% ao mês. Em janeiro passado, por exemplo, o volume acumulado em 12 meses somou, praticamente, 12,4 milhões de toneladas, ultrapassando em pouco mais de 0,7% o total produzido em 2010 (12,312 milhões de toneladas). Nesse passo, o volume total de 2011 pode ficar até 1 milhão de toneladas acima do que foi registrado no ano passado, apresentando aumento da ordem de 8%. Mas o que não se pode esquecer, aqui, é que os aumentos mais recentes foram acelerados em função do abastecimento (restrito) da carne bovina. Será que idêntico ritmo será mantido no decorrer deste exercício?
Jan
2011 Produção Animal | Avicultura 67
Estatísticas e Preços
Exportação de carne de frango Menor volume em 11 meses, embarques de janeiro foram um quarto superiores aos de um ano atrás
O
s dados da SECEX/MDIC apontam que no primeiro mês de 2011 o Brasil exportou 295.399 toneladas de carne de frango, volume 6,32% menor que o de dezembro de 2010, mas 26% superior ao registrado em janeiro do ano passado. Também houve recuo em relação ao mês anterior (de pouco mais de 5%) na receita cambial. Em contrapartida, o valor alcançado, muito próximo dos US$588,4 milhões, representou aumento de 46,15% sobre janeiro de 2010. A quantidade exportada em janeiro correspondeu ao menor volume embarcado nos últimos 11 meses, só ficando acima dos embarques de janeiro e fevereiro de 2010. Mas isso não tem o menor significado, pois, normalmente, as exportações do início do ano têm sido as menores de cada exercício.
Evolução Mensal MIL TONELADAS
MÊS
2009/10
2010/11
VAR. %
Fevereiro
263,222
282,471
7,31%
Março
306,539
331,941
8,29%
Abril
329,922
309,942
-6,06%
Maio
303,767
322,151
6,05%
Junho
329,014
325,272
-1,14%
Julho
317,207
360,526
13,66%
Agosto
301,257
347,921
15,49%
Setembro
289,951
337,637
16,45%
Outubro
335,445
333,406
-0,61%
Novembro
268,615
319,802
19,06%
Dezembro
314,785
315,316
0,17%
Janeiro
233,324
295,399
26,60%
3.593,047
3.881,783
8,04%
EM 12 MESES
A despeito do limitado volume de janeiro, os embarques, quando anualizados, continuam em franca evolução
Fonte dos dados básicos: UBA – Elaboração e análises: AVISITE
Acumulado em 12 meses
2010 68 Produção Animal | Avicultura
3.722 Ago
Set
Out
Nov
Dez
3.882
3.820
Jul
3.819
Jun
3.768
Mai
3.770
Abr
3.676
3.632
3.638 Mar
3.636
Fev
3.618
Jan
3.612
3.593
Mil Toneladas
Jan
2011
Mas o que importa mesmo é que, a despeito do limitado volume de janeiro, os embarques brasileiros de carne de frango, quando anualizados, continuam em franca evolução. Assim, após terem superado – em setembro de 2010 – o recorde que permanecia imbatível desde outubro de 2008 (ocasião em que o volume exportado em 12 meses somou 3,770 milhões de toneladas), o volume anualizado registrou aumento contínuo e nos 12 meses encerrados em janeiro de 2011 atingiu novo recorde, superando a casa dos 3,882 milhões de toneladas. Nos seis meses decorridos entre julho de 2010 e janeiro de 2011 o volume anualizado se expandiu a uma média muito próxima de 1% ao mês. Mantida essa média nos próximos meses, ainda no primeiro semestre será superada a marca dos 4 milhões de toneladas em 12 meses.
Oferta interna de carne de frango Com bom desempenho das exportações, volume ofertado aumentou apenas 3,3% no primeiro mês do ano
F
EVOLUÇÃO MENSAL MIL TONELADAS
MÊS
2009/10
2010/11
Var.
Fevereiro
517,277
587,882
13,65%
Março
555,508
634,912
14,29%
Abril
500,498
716,224
43,10%
Maio
598,117
749,991
25,39%
Junho
563,210
715,906
27,11%
Julho
639,378
706,828
10,55%
Agosto
702,824
709,050
0,89%
Setembro
666,215
659,887
-0,95%
Outubro
622,180
737,104
18,47%
Novembro
711,354
710,696
-0,09%
Dezembro
695,278
796,786
14,60%
Janeiro
767,287
792,908
3,34%
7.539,126
8.518,174
12,99%
EM 12 MESES
Fonte dos dados básicos: UBA – Elaboração e análises: AVISITE
Oferta mensal ajustada para mês de 30 dias
Jun
Ago
2010
659,9
Jul
Set
710,7
Mai
713,3
Abr
686,2
715,9
716,2 Mar
684,0
Fev
614,4
629,9 Jan
725,8
Out
Nov
Dez
767,3
771,1
Mil Toneladas
742,5
rente às estimativas, feitas pela APINCO, de que em janeiro de 2011 o volume de carne de frango produzido no País aumentou quase 9% em relação ao mesmo mês de 2010, seria de se esperar incremento igualmente elevado na disponibilidade interna do produto. Mas as exportações de carne de frango – que, segundo a SECEX/MDIC, aumentaram mais de 26% no mês – se incumbiram de neutralizar essa possibilidade. Assim, a oferta efetiva de janeiro aumentou não mais que 3,3% em relação ao início do ano passado. Feitas as contas (produção total menos exportações), conclui-se que a oferta interna de carne de frango do primeiro mês de 2011 ficou em, aproximadamente, 793 mil toneladas, o que significou recuo de menos de meio por cento sobre o volume disponibilizado no mês anterior, dezembro de 2010. Considerando-se que esse recuo ocorreu entre o mês de maior consumo do ano (dezembro) e o mês em que o consumo retrocede a um dos mais baixos níveis de cada exercício (janeiro), o índice de redução observado foi insignificante e poderia ter causado sérios transtornos ao setor. Mas não desta vez, quando o abastecimento de carne bovina continua restrito, apesar do período de safra. Por isso, os recuos de preço enfrentados pelo frango em janeiro de 2011 não foram imputados à oferta (como ocorreu em 2010, quando o volume de janeiro foi 10% e 25% superior aos registrados no mês anterior e um ano antes) e, sim, à desaceleração típica da economia a cada novo início de ano. A ressalvar apenas, em relação ao volume disponibilizado internamente, que no bimestre dezembro/10-janeiro/11 chegou-se a, praticamente, 1,6 milhão de toneladas. E esse volume, projetado para a totalidade do ano e repartido com uma população de cerca de 193 milhões de habitantes (média prevista para 2011), exige consumo próximo dos 50 kg per capita. Ou seja: os quarenta e poucos quilos de 2010 ainda não foram o limite.
Jan
2011 Produção Animal | Avicultura 69
Estatísticas e Preços
Alojamento de matrizes de postura Seguimento inicia ano em queda
E
EVOLUÇÃO MENSAL (OVOS BRANCOS E VERMELHOS) MILHARES DE CABEÇAS MATRIZES DE POSTURA
MÊS
2009/10
% OVO BRANCO
2010/11
VAR.%
2009/10
2010/11
Fevereiro
29,311
54,331
85,36%
81,24%
74,16%
Março
17,549
50,609
188,39%
59,22%
79,36%
Abril
83,830
40,810
-51,32%
67,14%
66,35%
Maio
82,784
69,370
-16,20%
75,57%
64,54%
Junho
89,356
80,594
-9,81%
67,60%
72,47%
Julho
84,867
71,065
-16,26%
68,64%
77,82% 54,02%
Agosto
100,270
79,449
-20,76%
61,16%
Setembro
65,483
91,674
40,00%
84,73%
53,16%
Outubro
34,185
70,176
105,28%
49,42%
58,93%
Novembro
37,926
98,255
159,07%
63,33%
65,51%
Dezembro
90,597
81,161
-10,42%
58,71%
78,15%
Janeiro
79,451
52,690
-33,68%
83,97%
72,87%
795,609
840,184
5,60%
69,04%
67,27%
EM 12 MESES
Fonte dos dados básicos: UBA – Elaboração e análises: AVISITE
m janeiro passado, conforme levantamento da UBABEF, foram alojadas no Brasil 52.690 matrizes de postura, 73% delas de linhagens produtoras de ovos brancos. Menor volume dos últimos nove meses, o total alojado correspondeu a quedas de 33,7% e 35,1% sobre, respectivamente, janeiro e dezembro de 2010. Mais uma vez ficou evidente a instabilidade registrada no alojamento de matrizes de postura. Como essa foi a segunda redução sucessiva do setor (em dezembro já havia sido registrada queda de 10% no alojamento), afetou o total alojado nos últimos 12 meses (agora 840,184), que sofreu significativa redução. Em dezembro de 2010 ele apresentava incremento de 18%. Agora, de apenas 5,6%.
Acumulado em 12 Meses
Abr
Jul
2010 70 Produção Animal | Avicultura
Ago
Set
Out
Nov
Dez
840,184
866,945
876,381
816,052
780,061
Jun
753,870
Mai
774,691
810,669
853,689 Mar
788,493
Fev
797,255
Jan
820,629
795,609
Milhares de cabeças
Jan
2011
Alojamento de pintainhas de postura Aumento de 15,5% em janeiro foi o menor dos últimos 11 meses
L
% OVO BRANCO
2009/10
2010/11
VAR.%
Fevereiro
4,790
5,502
14,87%
75,92%
73,30%
Março
5,161
6,162
19,39%
75,27%
78,60%
Abril
4,951
6,448
30,24%
75,30%
78,69%
Maio
4,797
6,551
36,58%
72,92%
76,99%
Junho
5,209
7,156
37,40%
74,77%
78,25%
Julho
5,173
7,241
39,96%
72,84%
77,20%
Agosto
5,046
7,193
42,54%
71,86%
76,09%
Setembro
5,145
6,818
32,52%
73,80%
77,35%
Outubro
5,025
6,595
31,25%
72,91%
75,47%
Novembro
5,251
6,708
27,73%
71,03%
75,07%
Dezembro
5,181
6,131
18,35%
73,75%
72,19%
Janeiro
5,723
6,613
15,54%
76,94%
75,28%
EM 12 MESES
61,452
79,117
28,75%
73,96%
76,27%
2009/10
2010/11
Fonte dos dados básicos: UBA – Elaboração e análises: AVISITE
Acumulado em 12 Meses
Jan
Mai
Jun
Jul
2010
Ago
Set
Out
Nov
Dez
79,117
78,228
77,277
75,821
74,251
72,578
Abr
70,431
Mar
68,364
Fev
66,416
64,661
Milhões de cabeças
63,164
O volume alojado correspondeu a aumentos de cerca de 7% sobre o mês anterior, dezembro de 2010 quando os números mostraram 6,131 milhões de cabeças e de 15,5% sobre o mesmo mês do ano passado, janeiro de 2010 quando o número registrado foi 5,723 milhões. Novo recorde do setor, o volume acumulado em 12 meses soma agora 79,117 milhões de pintainhas de postura e se encontra 28,75% acima daquele registrado em idêntico período anterior, quando o plantel efetivo alojado entre fevereiro de 2009 e janeiro de 2010 superou a casa dos 61,4 milhões de cabeças. A produção de ovos atual é maior do que a de um ano - quando os níveis de produção se igualaram aos registrados no início de 2007. Isso demonstra que o alojamento voltou a repetir níveis altos de produção e continua crescente, o que requer cautela, já que a expansão observada entre 2009 e 2010 trouxe dificuldades para o setor de postura durante todo o ano passado.
PINTAINHAS COMERCIAIS DE POSTURA
MÊS
62,164
Volume alojado correspondeu a aumentos de cerca de 7% sobre o mês anterior e de 15,5% sobre o mesmo mês do ano passado
EVOLUÇÃO MENSAL (OVOS BRANCOS E VERMELHOS) MILHÕES DE CABEÇAS
61,452
evantamento efetuado pela Ubabef aponta que em janeiro passado foram alojadas em todo o País 6,613 milhões de cabeças de pintainhas de postura, 75% delas representadas por linhagens produtoras de ovos brancos. No ano passado, essa porcentagem era de 76,94%, o que representa queda de 1,66 pontos percentuais.
Jan
2011 Produção Animal | Avicultura 71
Estatísticas e Preços
Desempenho do frango vivo em fevereiro de 2011 No bimestre janeiro-fevereiro, preço do frango bate recorde histórico
P
or recuperar todas as perdas enfrentadas em janeiro e encerrar fevereiro cotado a R$2,10/kg, o frango vivo comercializado no interior paulista obteve no segundo mês de 2011 cota-
ção média de R$2,01/kg, valor 23,34% superior ao registrado em fevereiro de 2010 e 2,78% maior que o alcançado no mês anterior, janeiro de 2011. Esse foi, em valores nominais, o se-
FRANGO VIVO
Média e variação anual entre 2000 e 2011
Evolução de preços na granja, interior paulista – R$/Kg MÊS
MÉDIA R$/KG
FEV/10
1,63
-9,37%
3,37%
MAR/10
1,52
-9,28%
ABR/10
1,41
-11,85%
MAI/10
1,40
VARIAÇÃO % ANUAL MENSAL
-13,29%
ANO
R$/KG
VAR. %
2000
0,91
14,57%
-6,57%
2001
0,97
6,47%
-7,46%
2002
1,13
16,49%
-1,02%
2003
1,45
28,31%
2004
1,49
2,75%
JUN/10
1,35
-27,98%
-3,01%
JUL/10
1,57
-12,96%
15,71%
AGO/10
1,62
8,50%
3,19%
SET/10
1,93
40,52%
19,26%
OUT/10
1,84
22,85%
-4,67%
NOV/10
1,85
20,19%
0,54%
DEZ/10
2,08
26,52%
12,29%
JAN/11
1,96
23,80%
-5,73%
FEV/11
2,01
23,34%
2,78%
2005
1,35
-8,72%
2006
1,16
-14,70%
2007
1,55
33,62%
2008
1,63
5,16%
2009
1,63
0,15%
2010
1,65
0,94%
2011*
1,98
20,32%
* Média entre 03/01 e 28/02/11
Fonte dos dados básicos: JOX - Elaboração e análises: AVISITE Obs.: valores finais arredondados, daí eventuais diferenças nos percentuais
FRANGO VIVO - PREÇOS HISTÓRICOS E PREÇO EFETIVO EM 2011
Jan
Fev
Out
Nov
108,34%
106,13%
104,63%
98,85%
96,52%
87,12%
86,19%
107,47%
R$ 1,70
107,27%
R$ 1,80
R$ 2,01
R$ 1,90
R$ 1,96
R$ 2,00
88,18%
97,66%
92,80%
PREÇO HISTÓRICO (média 1999/2009): preço em dezembro do ano anterior igual a 100 PREÇO MÉDIO EFETIVO EM 2011: (R$/KG, granja, interior paulista)
R$ 1,60 R$ 1,50 R$ 1,40 R$ 1,30 R$ 1,20
72 Produção Animal | Avicultura
Mar
Abr
Mai
Jun
Jul
Ago
Set
Dez
gundo melhor desempenho obtido pelo setor, somente superado pelo resultado alcançado em dezembro passado, quando a média mensal ficou muito próxima de R$2,10/kg. E isso quer dizer que, a despeito da recuperação mais recente, o produto acabou encerrando o mês com valor inferior ao do encerramento de 2010 e, portanto, perde significativamente da inflação acumulada no período. Por outro lado, o preço médio do frango vivo nos primeiros 59 dias do ano (isto é, no bimestre janeiro-fevereiro de 2011) corresponde, em termos nominais, a um recorde histórico até agora não alcançado - R$1,98/kg, valor que se encontra 23,75% e 20,32% acima das médias registradas, respectivamente, no primeiro bimestre de 2010 (59 dias) e no ano de 2010 (365 dias). Mas mesmo essas altas variações não propiciaram qualquer ganho ao setor produtivo visto que, contraposto o atual bimestre a idêntico bimestre de 2010, a principal matéria-prima do frango, o milho, aumentou mais de 65%. Para melhor demonstrar as perdas enfrentadas pelo produtor do frango, examine-se a questão sob o ângulo do poder de compra do grão: um ano atrás, no primeiro bimestre de 2010, uma tonelada de frango vivo (que, então, era comercializado por valor 20% menor que o atual) adquiria 5,1 toneladas de milho. Já no mesmo bimestre de 2011, idêntico volume de frango vivo, embora com preço superior, adquire um quarto (25%) a menos de milho. Se é que se pode sintetizar a situação, graças a uma restrita oferta de carnes (para o que contribui, também, a estabilidade na produção de frangos) os preços do frango vivo tendem a se manter elevados. Mas os aparentes ganhos que isso possa representar podem estar sendo engolidos pelos altos custos. Hoje, aliás, não restritos apenas ao milho.
Desempenho do ovo em fevereiro de 2011 No mês, a melhor média de preços dos últimos 13 meses
R$20,00/caixa. Ou seja: permanece a uma distância extremada da inflação acumulada nos cerca de 200 meses de vigência do real e que agora chega aos 350% pelo IGP-DI da Fundação Getúlio
Vargas. Quer dizer: se acompanhasse a inflação, o ovo teria sido comercializado em fevereiro por valor não muito distante de R$90,00/caixa. Mas, como se vê, ficou apenas à metade disso.
OVO BRANCO EXTRA
Média e variação anual entre 2000 e 2011
Evolução de preços no atacado paulistano (R$/CAIXA DE 30 DÚZIAS) MÊS
MÉDIA R$/CX
FEV/10
39,67
MAR/10
40,96
-12,73%
ABR/10
37,75
-16,96%
MAI/10
39,12
-6,50%
3,63%
JUN/10
41,16
-4,55%
5,21%
VARIAÇÃO % ANUAL MENSAL -8,90%
ANO
R$/CX
VAR. %
2000
23,12
16,89%
3,27%
2001
24,07
4,11%
-7,84%
2002
27,88
15,83%
2003
39,67
42,29%
2004
34,47
-13,11%
33,48
-2,87%
24,74%
JUL/10
37,89
2,62%
-7,95%
2005
AGO/10
37,15
-0,66%
-1,94%
2006
27,48
-17,92%
-0,20%
2007
39,42
43,45%
2008
43,62
10,65%
2009
38,63
-11,37%
2010
37,93
-1,82%
2011*
40,61
7,14%
SET/10
37,08
9,45%
OUT/10
36,74
17,21%
-0,75%
NOV/10
36,83
18,82%
0,25%
DEZ/10
38,76
8,01%
5,23%
JAN/11
37,08
16,60%
-4,33%
FEV/11
44,29
11,65%
19,45%
* Média entre 03/01 e 28/02/11
Fonte dos dados básicos: JOX - Elaboração e análises: AVISITE Obs.: valores finais arredondados, daí eventuais diferenças nos percentuais
OVO EXTRA BRANCO - PREÇOS HISTÓRICOS E PREÇO EFETIVO EM 2011
Out
111,87%
Set
99,17%
Ago
95,53%
105,62%
Jul
96,07%
106,81%
Mai
110,65%
103,18%
112,91%
Abr
R$ 44,29
R$ 44,00
101,89%
R$ 46,00
108,23%
PREÇO HISTÓRICO (média 1999/2009): preço em dezembro do ano anterior igual a 100 PREÇO MÉDIO EFETIVO EM 2011: (R$/caixa, no atacado paulista)
88,24%
nalisado o comportamento do mercado apenas no curto prazo e levados em conta somente os valores nominais do produto, o que se pode dizer é que o ovo vem apresentando um desempenho excelente em 2011. É verdade que a partir da segunda quinzena de fevereiro sofreu forte desvalorização, perdendo praticamente a metade dos ganhos obtidos na primeira quinzena do mês. Mesmo assim obteve no segundo mês do ano a melhor média de preços dos últimos 13 meses, com valorização de 11,65% sobre fevereiro de 2010 e de 19,45% sobre janeiro de 2011. Além disso, considerada a média dos primeiros 59 dias do ano (bimestre janeiro-fevereiro) registra, nominalmente, o maior valor dos últimos 3 anos, com ganho de 7,14% sobre o valor médio alcançado nos 365 dias de 2010. Engana-se, porém, quem concluir – à vista desses índices – que tudo corre às mil maravilhas para o produtor de ovos. Porque, contrapostos a prazos mais longos, os resultados atuais podem ser considerados, no mínimo, medíocres. Por exemplo: a média alcançada em fevereiro pode ser a melhor dos últimos 13 meses, mas está apenas 1,7% acima da média de fevereiro de 2009 (o que significa que perdeu expressivamente da inflação acumulada nos últimos dois anos). Mas bem pior é constatar que o preço atualmente recebido pelo produtor é cerca de 13% inferior ao valor médio de três anos atrás (fevereiro de 2008), ocasião em que a caixa de ovos foi remunerada por valor médio superior a R$50,00. Retrocedendo ainda mais, à época em que foi implantado no País o atual padrão monetário (1994), observa-se que o ovo acumula (numa variação ponta a ponta) valorização da ordem de 130%, pois vinha sendo comercializado então por valor próximo de
R$ 42,00 R$ 40,00 R$ 38,00 R$ 36,00 R$ 34,00 R$ 32,00 R$ 30,00
R$ 37,08
A
Jan
Fev
Mar
Jun
Nov
Dez
Produção Animal | Avicultura 73
Estatísticas e Preços
Matérias-Primas Aumento do milho aproxima cotações de recorde histórico
O
milho continua sendo a grande preocupação da avicultura neste começo de ano. O preço médio do insumo, saca de 60 kg, interior de SP, fechou fevereiro de 2011 a R$32,14 – valor 5,38% maior que a média de R$30,50 obtida pelo produto em janeiro. O valor atual é aproximadamente 77% maior que o de um ano atrás, já que a média de fevereiro de 2010 foi de R$18,14/saca. O preço atual é o terceiro maior dos últimos cinco anos: apenas em novembro e dezembro de 2007 registraram-se valores maiores – R$32,23 e R$32,76, respectivamente. Valores de troca – Milho/Frango vivo O frango vivo (interior de SP) fechou fevereiro a R$2,01/ kg - média 2,55% maior que a de janeiro de 2011. Porém a valorização não foi suficiente para impedir a queda no poder de compra do avicultor: foram necessários 266,5 kg de frango vivo para se obter uma tonelada do insumo, considerando-se a média mensal de ambos os produtos em fevereiro. Este valor representa diminuição no poder de compra de 2,68% em relação ao mês anterior, pois em janeiro a tonelada do milho “custou” 259,4 kg de frango vivo. Valores de troca – Milho/Ovo O preço do ovo, na granja (interior paulista, caixa com 30 dúzias), encerrou fevereiro cotado à média de R$37,79, aumento de 23,5% sobre o mês anterior. Essa valorização resultou em aumento no poder de compra: em fevereiro foram necessárias 14,2 caixas de ovos para adquirir uma tonelada do produto. Em janeiro foram necessárias 16,6 caixas/t, uma melhora de 17,2% na capacidade de compra do produtor.
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Farelo de soja retrocedeu em fevereiro
O
farelo de soja (FOB, interior de SP) foi comercializado em fevereiro de 2011 ao preço médio de R$719,00/tonelada, valor 5,77% menor que o de janeiro de 2011 – R$763/t. Porém, na comparação com fevereiro de 2010 – quando o preço médio era de R$658/t – a cotação atual registra aumento de 9,27%. Apesar do retrocesso pontual nas cotações do farelo em fevereiro, os gráficos abaixo mostram o quanto os insumos tem pressionado a produção avícola nos últimos meses Valores de troca – Farelo/Frango vivo A queda no preço do farelo de soja e a valorização do preço do frango vivo no mês de fevereiro acarretaram aumento no poder de compra do avicultor. Neste mês foram necessários 357,7 kg de frango vivo para adquirir uma tonelada do insumo, significando melhoria de 8,83% no poder de compra em relação à janeiro de 2011, quando foram necessários 389,3 kg de frango vivo para obter uma tonelada do produto. Valores de troca – Farelo/Ovo De acordo com os preços médios dos produtos, em fevereiro de 2011 foram necessárias aproximadamente 19 caixas de ovos (valor na granja, interior paulista) para adquirir uma tonelada de farelo de soja. O poder de compra do avicultor de postura em relação ao farelo aumentou na comparação com janeiro de 2010: melhora de 31,14%, uma vez que em janeiro último 25 caixas de ovos adquiriram uma tonelada de farelo. Em relação a fevereiro de 2010, a melhora no poder de compra é de 6,32%, pois naquele período uma tonelada de farelo de soja custava, em média, 20,2 caixas de ovos.
Fonte das informações: www.jox.com.br
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Ponto Final
O pão nosso de cada dia: Ambiência e bem-estar animal
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José Antonio Delfino Barbosa Filho é professor do Departamento de Engenharia Agrícola da Universidade Federal do Ceará (UFC)
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á não é tão incomum nos depararmos com assuntos relacionados às questões do bem-estar e da ambiência animal, o que é muito positivo, principalmente para um setor tão tecnificado como o avícola. De maneira mais tímida, começa a se tornar conhecido também o que chamamos no meio acadêmico de “Zootecnia de Precisão”, termo mais recente e que diz respeito aos avanços tecnológicos aplicados à ciência animal, visando à otimização e redução das perdas nos processos produtivos. Embora estes temas mencionados, de certa forma, já façam parte do cotidiano dos produtores e processadores da carne de frango, observa-se que ainda existe uma lacuna entre o que é realmente realizado e o que se recomenda ou é pesquisado. Podemos dizer, sem sombra de dúvida, o quanto avançamos nos estudos da ambiência avícola. As pesquisas na área de conforto térmico, tanto para corte como para postura tiveram um crescimento acentuado nos últimos anos, e não só nisso, mas também na parte da ambiência que trata das instalações, da qualidade do ar, da poluição sonora nos galpões e ainda a relacionada aos programas de luz. Hoje é real a preocupação existente com as condições ambientais no interior dos galpões de criação de frangos, bem como a consciência, por parte dos produtores, dos prejuízos que o estresse térmico pode trazer. Estes já realizam um monitoramento ambiental interno mínimo, principalmente da temperatura e umidade relativa do ar no interior de suas instalações. Isso é um reflexo dos resultados positivos que o setor de pesquisa voltado para essa importante área vem conseguindo. Estudos vêm mostrando também que, atualmente, a questão ambiental vai além da simples medição interna da temperatura no galpão. Com vistas às mudanças climáticas e a instabilidade do tempo tem-se uma preocupação maior, que é a relacionada ao ambiente externo da instalação. Assim, além do monitoramento interno será necessário também um acompanhamento e a previsão das condições climáticas da região onde está situada a instalação, para antecipar eventos que possam vir a ocorrer e causar prejuízos à produção. O setor de processamento da carne também apresentou muitos avanços nos últimos anos. No entanto, ainda existem algumas lacunas que o setor de pesquisa nessa área ten-
ta preencher. Processos até então difíceis de serem estudados e acompanhados têm avançado muito ultimamente, como, por exemplo, as pesquisas voltadas para o pré-abate de frangos de corte. Sabe-se que nessa etapa existem grandes perdas e que há uma discrepância entre o que realmente é feito pelas empresas e o que é conhecido. Um grande progresso é que existem equipes bem qualificadas promovendo treinamentos e capacitação de profissionais e técnicos neste seguimento. Quanto à questão do bem-estar animal, o que mais se vê são os assuntos que dizem respeito à mudança no sistema de criação de aves poedeiras. Mas em outros aspectos as questões relativas ao bem-estar animal ainda permanecem desconhecidas por grande parte do produtores e pela maioria dos consumidores. Hoje há uma intensificação dos estudos voltados para o bem-estar dos animais e uma grande preocupação em fazer com que os resultados obtidos possam atingir produtores e consumidores. Estes estudos também visam a atender uma demanda do mercado importador da nossa carne de frango, haja visto que esse assunto figura vez ou outra como potencial barreira técnica às nossas exportações. Partindo para o lado da tecnologia de ponta na pesquisa animal, tem-se a zootecnia de precisão, onde são aplicados conceitos e técnicas inovadoras, bem como aparelhagem moderna no intuito de aumentar a qualidade da produção e reduzir as perdas nas diversas etapas do processo produtivo. Assim, há estudos voltados para a vocalização dos animais, utilização de câmeras termográficas para avaliação e diagnóstico de estresse térmico, análise de comportamentos por imagens (Big Brother Animal), implantação de sensores nos animais para acionamento de equipamentos e etc... As pesquisas nas áreas de ambiência e bem-estar animal para a avicultura estão a todo vapor e em franca expansão. Acredito que já atingiram o mesmo nível de importância de áreas chaves para o setor, como a genética, a nutrição e a sanidade. Observa-se ainda que a pesquisa nesta área já abrange também a região Nordeste do país, polo fundamental de expansão do setor avícola. Esse crescimento é muito benéfico e vital para um país como o Brasil, que possui uma grande variabilidade climática e é o maior exportador de carne de frango do mundo.
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