Revista do AviSite - Edição 93

Page 1

e-GTA propiciará radiografia permanente da avicultura

nº 93 - ano VIII junho/2015

ENZIMA e SUSTENTABILIDADE Em tempos de marketing verde, adição de enzimas nas dietas avícolas atende preocupação com o meio ambiente


PRODUÇÃO DE FRANGO TEM QUE SER SMART. 2

Produção Animal Avicultura

A CASP apresenta o SMARTFLEX, o novo prato para produção de frango de corte. Criado especialmente para regulagem coletiva e fabricado com proteção contra raios UV, possui design moderno, proporcionando praticidade durante a montagem. Com fácil acesso, garante alimentação desde o primeiro dia, para até 45 aves por prato. SMARTFLEX, quando a produção é smart, o resultado aparece.

www.casp.com.br


Sumário Enzimas X Sustentabilidade

24

Em tempos de marketing verde, adição de enzimas nas dietas avícolas atende preocupação com o meio ambiente

e-GTA

20

Meio digital gera expectativa de evolução no sistema de Defesa Sanitária Animal

33

Artigo técnico-comercial Desenvolvimento de programas nutricionais na produção de carne de frango com menor custo

35

Reportagem empresarial Auster: Dobrar, por que não?

50

Ponto final Um país rodoviário e de baixa produtividade logística Por Celso Capellaro

Aminoácidos Industriais

30

Avanços permitem que aves expressem seu potencial para um melhor desempenho e deposição de proteína corporal

38

AviGuia Farmabase Importante ferramenta para doenças respiratórias

06

Eventos

08

Painel do Leitor

Estatísticas e preços 42 43 44 45 46 47 48 49

Produção e mercado em resumo Pintos de corte Produção de carne de frango Exportação de carne de frango Oferta Interna Desempenho do frango vivo em maio Desempenho do ovo em maio Matérias-primas

Produção Animal Avicultura

3


Editorial

Radiografia da avicultura brasileira Desde o fim de abril, alguns estados brasileiros já estão trabalhando com a emissão da Guia de Trânsito Animal eletrônica (e-GTA). Trata-se de uma evolução do processo de emissão da GTA, com o intuito de utilizar-se da inteligência dos meios digitais para diminuir a burocracia e melhorar a rastreabilidade, graças ao controle de entrada e saída dos animais, assim como a gestão dos saldos existentes em cada granja. Para reportagem preparada para esta edição, ouvimos as partes envolvidas e ressaltamos os problemas registrados. Confiamos que, com essa matéria, outros interessados se manifestarão, apresentando problemas e/ou sugestões. Ou seja: não é assunto que se esgota com esta publicação. Aliás, é questão que merece ser acompanhada pois, se adequadamente implantado, o e-GTA propiciará radiografia permanente da avicultura. Sobretudo sob o aspecto da produção (quanto e onde são produzidos ovos férteis, ovos de mesa, pintos, frangos, abates, etc.). Leia mais na página 20. Mais uma vez abordamos o tema enzimas em uma reportagem de capa na Revista do AviSite. Sempre acabamos por encontrar algo novo para debater, envolvendo este assunto. Desta vez, enfocamos o fato de que os consumidores tornaram-se ambientalmente mais responsáveis e, portanto, as grandes empresas estão preocupadas com esta questão. Mais do que apenas agradar um mercado consumidor, investir em uma produção que preserve o meio ambiente é uma atitude consciente e necessária. E as enzimas têm papel importante neste sentido, já que apresentam potencial para melhoria da eficiência produtiva das aves e, consequentemente, menor excreção de poluentes (leia mais na página 24). Estamos em ritmo de preparação para a nossa participação no SIAVS 2015, entre os dias 28 e 30 de julho. Ainda no dia 28, vamos realizar, em conjunto com a ABPA, a 2ª edição do Simpósio OvoSite – Desafio da comercialização de ovos. Veja mais informações sobre este evento em: ovosite.com.br/simposioovosite.

e-GTA pode melhorar a rastreabilidade, graças ao controle de entrada e saída dos animais, assim como a gestão dos saldos existentes em cada granja

e-GTA

4

Produção Animal Avicultura

Mundo Agro Editora Ltda. Rua Erasmo Braga, 1153 13070-147 - Campinas, SP

ISSN 1983-0017 nº 93 | Ano VIII | Junho/2015

expediente Publisher Paulo Godoy paulogodoy@avisite.com.br Redação Érica Barros (MTB 49.030) Mariana Almeida (MTB 62.855) imprensa@avisite.com.br Comercial Karla Bordin comercial@avisite.com.br Diagramação e arte Mundo Agro e Innovativa Publicidade luciano.senise@innovativapp.com.br Internet Gustavo Cotrim webmaster@avisite.com.br Administrativo e circulação Caroline Esmi financeiro@avisite.com.br

Os informes técnicoempresariais publicados nas páginas da Revista do AviSite são de responsabilidade das empresas e dos autores que os assinam. Este conteúdo não reflete a opinião da Mundo Agro Editora. Para facilitar o acesso às matérias que estão na internet, disponibilzamos QrCodes. Utilize o leitor de seu computador, smartphone ou tablet


Editorial

Descubra o

Verdadeiro Valor Escolha a fonte de metionina que lhe oferece mais. A molécula de HMTBa de ALIMET® oferece benefícios que vão além da metionina, melhorando o crescimento e o rendimento de carcaça e reduzindo condenações, também em condições de estresse.*

Visite: www2.novusint.com/metionina. Produção Animal Avicultura *De acordo com análises realizadas por empresa terceiras

5


Eventos Junho 11 a 12 3ª Favesu - Feira de Avicultura e Suinocultura Capixaba Local: Venda Nova do Imigrante, ES Realização: AVES e ASES Contato: (27) 3288-1182 E-mail: aves@associacoes.org.br Informações: www.associacoes.org.br 18 a 19 XII Simpósio Goiano de Avicultura Local: Castro s Park Hotel, Goiânia, GO Realização: AGA e Escola de Veterinária da Universidade Federal de Goiás Telefone: (62) 3203-3665 E-mail: simposiogoiano@terra.com.br Informações: www.agagoias.com.br 25 Avicultor 2015 Local: Sede da Avimig, Belo Horizonte, BH Realização: Avimig Telefone: (31)3482-6403 E-mail: operacional@avimig.com.br Informações: www.fiemg.org.br/sinpamig

Julho 17 a 19 Festa do Ovo de Bastos Local: Recinto de Exposições Kisuke Watanabe, Bastos, SP Realização: Sind. Rural e Prefeitura de Bastos Telefone: (14) 3478-1152 Informações: www.bastos.sp.gov.br

28 a 30 SIAVS - Salão Internacional da Avicultura e Suinocultura 2015 Local: Anhembi Parque, São Paulo, SP Realização: Ass. Brasileira de Proteína Animal Telefone: (11) 3095-3120 E-mail: siavs@abpa-br.org Informações: www.siavs.com.br

Outubro

28 Simpósio OvoSite: Desafios da Comercialização de Ovos A 2ª edição do Simpósio OvoSite, que acontece em 2015, será realizada no primeiro dia do SIAVS (Salão Internacional da Avicultura e Suinocultura), entre 14 e 16:30 horas. Local: Anhembi Parque, São Paulo, SP Realização: Associação Brasileira de Proteína Animal e OvoSite Informações: www.ovosite.com.br/ simposioovosite

Novembro

20 e 21 Curso Facta Nutrição: Matrizes e Frangos Local: Campinas, SP Realização: Facta Telefone: (19) 3243-8542 E-mail: facta@facta.org.br Informações: www.facta.org.br/

11 a 12 29ª Reunião CBNA: Aditivos na Alimentação Animal – Aves e Suínos Local: Campinas, SP Realização: CBNA (Colégio Brasileiro de Nutrição Animal) Telefone: (19) 3232-7518 Informações: www.cbna.com.br/site 27 a 28 2° Fórum de Agricultura da América do Sul Local: Hotel Bourbon Cataratas Convention e Spa Resort, Foz do Iguaçu, PR Realização: Agronegócio Gazeta do Povo Telefone: 41-3154-4757 E-mail: agrooutlook@gazetadopovo.com.br Informações: www.agrooutlook.com

Setembro 09 a 11 XII Curso de Atualização em Avicultura para Postura Comercial Local: Jaboticabal, SP Realização: Unesp/FCAV e APA Telefone: (16) 32091303/ (16) 3209-1300 E-mail: eventos@funep.org.br Informações: www.funep.org.br

Favesu divulga tema de sua palestra âncora A palestra âncora da 3ª Favesu (Feira de Avicultura e Suinocultura Capixaba), que será realizada no dia 12 de junho, às 17h, terá como tema: “Análise dos Mercados de Grãos e Proteínas, Frente ao Cenário Econômico Atual”, e será ministrada pelo engenheiro agrônomo e Doutor em Economia Aplicada pela ESALQ/USP, Alexandre Mendonça de Barros, que também é sócio-consultor da MB Agro. A palestra abrangerá alguns dos principais indicadores estratégicos atuais como dados acerca de milho, soja, ovo, carne de frango e suínos; tendências no mercado mundial, fatores que podem influenciar na produção, tendências de preços, além da influência da situação econômica brasileira atual junto aos mercados de insumos e produtos. A 3ª Favesu acontece nos dias 11 e 12 de Junho em Venda Nova do Imigrante, ES, e é promovida pela AVES (Associação dos Avicultores do ES) e ASES (Associação dos Suinocultores do ES). Informações sobre o evento: www.favesu.com.br.

6

Produção Animal Avicultura


COM 70 ANOS AO LADO DO PRODUTOR RURAL, A AGROCERES SABE QUE RESULTADO DIFERENCIADO NO CAMPO NÃO É CONSEQUÊNCIA DE UM ÚNICO FATOR. CONHECIMENTO EM GESTÃO E MANEJO, COMPREENSÃO DO POTENCIAL GENÉTICO, MÃO DE OBRA, SAÚDE ANIMAL E INFRAESTRUTURA. MUITO MAIS QUE NUTRIÇÃO, OFERECEMOS UM PACOTE COMPLETO DE SOLUÇÕES PARA O SEU NEGÓCIO.

Produção Animal Avicultura

7


Fale com a gente

Painel do Leitor

Fale com a redação, peça números antigos, faça sua assinatura e anuncie na Revista do AviSite. Entre em contato pelo telefone 19-3241-9292, de 2ª a 6ª feira, das 8h às 17h30.

Envie seus comentários e sugestões para o email imprensa@avisite.com.br, com nome completo, profissão e cidade, ou ainda participe de nossas redes sociais

CapaRA-92.pdf 2 05/05/2015 09:22:37

Revista Veja: Ovo - A vitória final O ovo é destaque na capa da Revista Veja desta semana. Sob a chamada Ovo - Vitória Final, a jornalista Adriana Dias Lopes fala sobre o consumo daquele que ela chama de mais eclético dos alimentos de origem animal.

nº 92 - ano VIII maio/2015

A

SE CHRÍDIRICA

nº 92 - maio/2015 M

Y

CM

A Revista do AviSite

C

AV I

MY

CY

CMY

Produção Animal-Avicultura

K

E CU A L TU

RA

Como reutilizar e aplicar medidas mais sustentáveis para o uso da água na produção e na indústria avícola

Programação do Simpósio Brasil Sul de Avicultura envolve assuntos técnicos, negócios e eventos paralelos

/avisite.portaldaavicultura Acesse nosso site @AviSite

www.avisite.com.br

A jornalista comete pecadilhos. O primeiro deles é afirmar que o ovo é abundante em colesterol. Dezenas de pesquisas, inclusive de um médico carioca que escreveu um livro sobre o assunto, e entrevistas do médico Lair Ribeiro mostram que o ovo nunca conteve colesterol e que ele é essencial à formação das trilhões de células do nosso corpo. Sem colesterol morreríamos. Por outro lado, não é essa gordura a causa dos ataques cardíacos. Maurício Lenine Pires, São Paulo, SP

As cinco notícias mais lidas no AviSite em maio

1

2

3

4

“Top 5” de 2015 segundo a FAO

Frango x boi: a pior relação de preços

Queda de preço do frango vivo atinge SP e MG

Pintos de corte: expansão de 3,5% no 1º tri

Em seu primeiro “Food Outlook” do ano, a FAO estimou que em 2015 a produção mundial de carne avícola (carne de aves em geral, mas predominantemente a de frango) aumentará menos de 1,5% em relação ao ano anterior. Leia mais na pág 14.

Levantamento abrangendo os 12 anos decorridos entre 2004 e 2015 (2015: até 21 de maio) aponta que no corrente exercício o frango vivo vem registrando a menor equivalência de preços em relação ao boi em pé desse longo período.

O frango vivo comercializado no interior paulista sofreu redução de preço de cinco centavos, sendo negociado por R$2,15/kg. Minas Gerais acompanhou e, na terceira queda consecutiva da semana, a cotação local retrocedeu para R$2,05/kg.

Dados da APINCO mostram que, após um início de ano em que o volume de pintos de corte produzidos aproximou-se dos 540 milhões de cabeças, houve retrocesso na produção: em março. Leia mais na pág 43.

5

EUA perdem importantes importadores Os exportadores de carne de frango dos EUA encerraram o primeiro trimestre de 2015 com três novos países no rol dos 10 principais importadores do produto: Taiwan, Vietnam e Guatemala. Que, juntos, garantiram ao grupo dos “top 10” uma expansão de 6,5% em relação ao mesmo período de 2014. Mais na pág 13.

Há 10 anos no AviSite www.avisite.com.br

Frango salgado: OMC confirma parecer favorável ao Brasil Campinas, 31 de Maio de 2005 - Ontem, a OMC – Organização Mundial do Comércio tornou públicos os documentos e relatórios do Grupo Especial (“panel”) que examinou a queixa do Brasil e Tailândia contra a Comunidade Européia pela majoração de tarifas aplicada à carne de peito desossada salgada importada dos dois países. O relatório final apenas confirma o que já havia sido informalmente antecipado no

8

Produção Animal Avicultura

final de março passado, dando parecer favorável ao pleito de Brasil e Tailândia. Em conseqüência, o “panel” recomendou que o órgão da OIE responsável pelo equacionamento de conflitos (Dispute Settlement Body) requeira da Comunidade Européia a adequação do Regulamento 1223/2002 e da Decisão 97/2003 às normas previstas no acordo GATT 1994.


Produção Animal Avicultura

9


Notícias Curtas | Avicultura

Evento

Avicultura e suinocultura se encontram no SIAVS 2015 Está chegando! Produtores, exportadores e fornecedores de todos os elos da avicultura e da suinocultura países se encontram entre os dias 28 e 30 de julho, no Anhembi, em São Paulo/SP, quando acontecerá o Salão Internacional da Avicultura e da Suinocultura (SIAVS 2015). O SIAVS trará para os milhares de visitantes do Brasil e de dezenas de países excelentes oportunidades de negócios, com lançamentos em produtos e soluções para os setores. Mais de 100 expositores já estão confirmados, entre agroindústrias produtoras e exportadoras, empresas de equipamentos, casas genéticas, laboratórios, fornecedores de insumos biológicos e farmacêuticos, premixeiros, certificadoras, entre outros. O SIAVS também será palco do Congresso Brasileiro de Avicultura e Suinocultura, com mais de 70 palestrantes renomados do Brasil e de países da América Latina e Europa, debatendo questões técnico-sanitárias e conjunturas das cadeias. O economista e ex-ministro das pastas da Fazenda, da Agricultura e do Planejamento, Antônio Delfim Netto é quem abrirá a programação. Reconhecido como uma das maiores autoridades no cenário econômico nacional, Delfim Netto apresentará ao público sua visão sobre as perspectivas brasileiras frente aos novos desafios impostos pela economia nacional. Programada para o primeiro dia do evento, a palestra de Delfim Netto antecederá a solenidade de abertura do SIAVS, principal momento político da avicultura e da suinocultura do Brasil em 2015. São esperadas autoridades do executivo e legislativo de importantes estados produtores e da esfera federal. Na última edição, estiveram presentes o vice-governador do Rio Grande do Sul, os governadores dos Estados de Goiás, Pernambuco e São Paulo, além da senadora e atual ministra da Agricultura, Kátia Abreu, e do vice-presidente da República, Michel Temer. Parlamentares e lideranças de outras cadeias também participaram do evento. Outro destaque será o esperado “Painel Empresarial: O que pensam os CEOS”, com a presença dos presidentes das maiores agroindústrias do país. Wesley Batista, da JBS, Pedro Faria, da BRF e Mário Lanznaster, da Aurora Alimentos confirmaram participação no painel. O futuro do setor e das empresas estará na pauta do debate, que terá como foco os desafios da produção e da exportação de proteína animal na próxima década. Questões variadas serão tratadas como competitividade, expansão dos negócios internacionais, busca por novos mercados, os novos perfis de consumo no Brasil, entre outros.

10

Produção Animal Avicultura

“Em 2013, o Painel do CEOS apontou questões e entraves que afetavam a competitividade das agroindústrias produtoras e exportadoras. Desta vez, os CEO’s das maiores empresas e cooperativas do país apontarão os caminhos para o Brasil seguir como líder mundial”, destaca o presidente-executivo da ABPA, Francisco Turra.

Outra atração do SIAVS, no primeiro dia do evento (28/07), é o 2° Simpósio OvoSite. Evento gratuito que já se consolidou como um dos mais importantes no calendário da avicultura de postura do país, o 2° Simpósio OvoSite terá como tema, nesta edição, os “Desafios na Comercialização de Ovos”. Nomes internacionalmente reconhecidos já foram confirmados, como o presidente do International Egg Comission (IEC), Cesar de Anda, e do Presidente do Instituto Latinoamericano de Huevos (ILH/ ALA), James Abad, além do empresário Leandro Pinto, da Granja Mantiqueira, e o Diretor Executivo da Associação Gaúcha de Avicultura (ASGAV), José Eduardo dos Santos. O apresentador do programa Dia a Dia Rural do Canal Terra Viva, Otávio Ceschi Júnior, é quem mediará o debate. Dentre os temas do evento estarão a produção mundial e a comercialização de ovos, os desafios da comercialização no mercado interno e a exportação, o marketing como ferramenta para expansão do consumo na América Latina e no Brasil, entre outros. Informações sobre o Simpósio OvoSite:

www.ovosite.com.br/simposioovosite Saiba mais sobre o SIAVS no site

www.siavs.com.br


Decreto já assinado

“Batismo” de novas doenças

Ministra espera redução de custo com genéricos veterinários

OMS pede critério científico

A ministra Kátia Abreu (Agricultura, Pecuária e Abastecimento) afirmou nesta quinta-feira (21) que espera redução do custo dos medicamentos veterinários quando os genéricos chegarem ao mercado. Ela tratou do assunto durante reunião com representantes do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal (Sindan) e da Associação dos Laboratórios Farmacêuticos Nacionais (Alanac). No último dia 6 de maio, a presidenta Dilma Rousseff assinou o decreto que regulamenta o registro de medicamentos genéricos de uso veterinário, utilizados tanto nos rebanhos quanto por animais domésticos. A lei 12.689/2012, que estabelece o uso desses produtos, foi sancionada em 2012, mas ainda estava pendente de regulamentação por parte do Mapa.

Em comunicado, a Organização Mundial de Saúde apelou a pesquisadores, autoridades e meios de comunicação para que adotem melhores critérios na nomeação de novas doenças infecciosas. O objetivo principal é evitar os efeitos negativos desnecessários sobre determinadas nações, segmentos específicos da economia ou pessoas. A Influenza Aviária – ou “gripe do frango”, como alguns meios de comunicação equivocadamente teimam em usar – é um bom exemplo do mal que a OMS quer superar. “Diversas novas infecções têm surgido nos últimos tempos. E a adoção de nomes como ‘gripe suína’ ou ‘Síndrome Respiratória do Oriente Médio’ tem, não intencionalmente, desencadeado impactos negativos, estigmatizando determinadas comunidades ou setores econômicos”, diz o Dr. Keiji Fukuda, subdiretor geral para a Segurança da Saúde da OMS.

Produção Animal Avicultura

11


Notícias Curtas | Avicultura

Carne de frango

UFs exportadoras no primeiro quadrimestre de 2015 CARNE DE FRANGO

Unidades federativas e regiões exportadoras 1º QUADRIMESTRE DE 2015

Produtos de maior valor agregado fazem parte do mix de itens exportados pelas cooperativas

Comparativamente ao mesmo quadrimestre de 2014, o bloco de unidades federativas brasileiras (UFs) exportadoras de carne de frango subiu de 14 para 15, contando neste ano com um integrante a mais: o estado do Tocantins. Além disso, a Paraíba ocupa agora o espaço que no ano passado era do Pará. Com raros ganhos, somente a Região Sul encerrou o quadrimestre apresentando variação positiva (pequena) no volume exportado. Mas, tudo indica, esse ganho foi propiciado apenas pelas cooperativas da Região, que, no total nacional, encerraram os quatro primeiros meses do ano com um incremento de quase 20% na quantidade exportada.

Cooperativas são responsáveis por aumento na exportação da Região Sul No “mix” de itens exportados pelas cooperativas sobressaem os produtos com maior agregação de valor (veja no gráfico). O frango inteiro, por exemplo, representa apenas 2% da carne de frango exportada, enquanto nas exportações globais ele corresponde a mais de 32% do volume total. É justificável, portanto, que a participação das cooperativas, tanto na receita cambial total do próprio segmento, como na receita cambial global da carne de frango, esteja registrando, neste ano, elevados índices de expansão. Mais exatamente (e respectivamente), 26,97% e 24,20%.

12

Produção Animal Avicultura

VOLUME

RECEITA

UF/ REGIÃO

MIL/T

VAR.

US$ MI

VAR.

PR

437,889

11,42%

710,980

2,97%

SC

296,967

-3,86%

569,803

-14,37%

RS

220,140

1,09%

358,107

-8,28%

SP

72,874

-14,09%

123,179

-19,06%

MG

64,365

5,85%

97,207

-3,35%

GO

62,268

6,56%

106,471

-10,49%

MS

52,337

-5,89%

102,776

-16,45%

MT

17,179

-66,43%

27,105

-74,12%

DF

15,066

-42,50%

27,776

-44,16%

ES

0,459

73,00%

0,565

132,43%

BA

0,316

-81,26%

0,536

-82,67%

RO

0,242

-16,12%

0,362

-30,03%

PE

0,210

-53,34%

0,230

-41,52%

PB

0,054

-

0,088

-

TO

0,054

-

0,156

-

S

954,996

3,84%

1.638,889

-6,15%

CO

146,850

-23,29%

264,129

-33,38%

SE

137,697

-5,62%

220,951

-12,67%

NE

0,580

-72,85%

0,853

-75,50%

N

0,296

-2,86%

0,518

-8,67%

BRASIL

1.240,419

-1,51%

2.125,340

-11,44%

Fonte dos dados básicos: SECEX/MDIC - Elaboração e análises: AVISITE

Exportação das cooperativas - 1º QUADRIMESTRE DE 2015 ITEM EXPORTADO

VOLUME

RECEITA

MIL/T

VAR.

US$ MI

VAR.

Cortes de frango (2)

167,184

20,70%

278,077

11,40%

Carne de frango salgada (10)

16,506

4,55%

47,290

-3,51%

Industrializados de frango (12, 19 e 92)

6,810

50,16%

24,377

35,97%

Frango inteiro (17)

4,445

-7,85%

7,123

-9,53%

194,945

19,11%

356,867

10,00%

% da receita cambial das cooperativas e variação anual

TOTAL

21,04%

+26,97%

% da receita cambial da carne de frango e variação anual

16,79%

+24,20%

Fonte dos dados básicos: SECEX/MDIC


Rússia, China e Turquia

EUA perdem importantes importadores Os exportadores de carne de frango dos EUA encerraram o primeiro trimestre de 2015 com três novos países no rol dos 10 principais importadores do produto: Taiwan, Vietnam e Guatemala. Que, juntos, garantiram ao grupo dos “top 10” uma expansão de 6,5% em relação ao mesmo período de 2014. Note-se, porém, que esse ganho só ocorre se levada em conta, também, as importações dos três novos integrantes no mesmo período do ano passado. Porque, se comparado o volume dos 10 atuais com o dos 10 de um ano atrás, o resultado é um decréscimo significativo, de quase 25%. Ou seja: quem já não está nesse rol tinha um grande peso nas exportações de carne de frango dos EUA. De fora do ranking principal ficaram a Rússia (por razões políticas), a Turquia (agora transformada em grande exportadora de carne de frango) e a China, em decorrência do embargo sanitário imposto aos produtos avícolas norte-americanos imediatamente após a eclosão dos primeiros casos de Influenza Aviária nos EUA (janeiro de 2015).

10 principais importadores de carne de frango dos EUA

1º trimestre de 2014 e 2015 - MIL TONELADAS IMPORTADOR

2014

2015

VARIAÇÃO

PARTICIPAÇÃO

1

México (1)

158,061

167,452

5,94%

22,67%

2

Taiwan (11)

26,269

51,538

96,19%

6,98%

3

Canadá (5)

34,877

39,449

13,11%

5,34%

4

Hong Kong (7)

30,655

39,011

27,26%

5,28%

5

Cuba (4)

37,753

36,077

-4,44%

4,88%

6

Vietnam (16)

13,872

29,598

113,36%

4,01%

7

Geórgia (6)

32,677

29,022

-11,19%

3,93%

8

Angola (2)

49,176

26,978

-45,14%

3,65%

9

Guatemala (14)

19,282

23,178

20,20%

3,14%

10

Iraque (8)

30,075

18,369

-38,92%

2,49%

Fonte dos dados básicos: USDA - Elaboração e análises: AVISITE Números entre parênteses indicam posição no mesmo período de 2014

Produção Animal Avicultura

13


Notícias Curtas | Avicultura

Food Outlook/ FAO

Os “Top 5” de 2015 na avicultura mundial Em seu primeiro “Food Outlook” do ano FAO estimou que em 2015 a produção mundial de carne avícola (carne de aves em geral, mas predominantemente a de frango) aumentará menos de 1,5% em relação ao ano anterior. Entre os cinco maiores produtores, um país tende a registrar índice de incremento equivalente a quase o dobro da média

mundial. É a Rússia, cuja expansão vem sendo prevista em mais de 2,5%. Sob esse aspecto, aliás, a FAO prevê que o maior índice de expansão no ano entre os exportadores de carne avícola (+4,4%) está reservado para o Brasil. A torcida é para que essa previsão se concretize.

CARNE AVÍCOLA

Tendências de produção, exportação e importação 5 maiores + países desenvolvidos + países em desenvolvimento 2014 (preliminar) e 2015 (previsão)

PRODUÇÃO – MILHÕES/T PAÍS OU BLOCO

ENTRE OS 5 MAIORES

NO MUNDO

2014

2015

IMPORTAÇÃO – MILHÕES/T VAR.

PAÍS OU BLOCO

2014

2015

VAR.

EUA

20,574

20,734

0,78%

China

1.795

1.796

0,06%

China

18,500

18,500

0,00%

Japão

1.089

1.110

1,93%

União Europeia

13,232

13,383

1,14%

México

889

925

4,05%

Brasil

13,035

13,191

1,20%

Arábia Saudita

810

840

3,70%

Rússia

3,666

3,760

2,56%

Un.Europeia

692

730

5,49%

Países em desenv.

64,268

65,222

1,48%

Países em desenv.

8.832

9.081

2,82%

Países desenvolvidos

45,959

46,546

1,28%

Países desenvolvidos

3.560

3.566

0,17%

110,227

111,768

1,40%

12.392

12.647

2,06%

TOTAL MUNDIAL

ENTRE OS 5 MAIORES

NO MUNDO

TOTAL MUNDIAL

EXPORTAÇÃO – MILHÕES/T

ENTRE OS 5 MAIORES

NO MUNDO

PAÍS OU BLOCO

2014

2015

VAR.

Brasil

4.037

4.216

4,43%

EUA

4.168

4.150

-0,43%

União Europeia

1.390

1.400

0,72%

Tailândia

773

803

3,88%

China

471

483

2,55%

Países em desenv.

6.478

6.770

4,51%

Países desenvolvidos

12.747

13.075

2,57%

110,227

111,768

1,40%

TOTAL MUNDIAL

14

Produção Animal Avicultura

Fonte dos dados básicos: FAO- Elaboração e análises: AVISITE


Para frear IA

OIE insiste no reforço da biossegurança Em comunicado divulgado em 20 de maio, a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) observou que, desde 2014, a Influenza Aviária ocasionada por diferentes cepas virais já foi notificada em mais de 35 países, afetando todas as regiões do mundo. Tais eventos ocasionaram a morte – natural ou por sacrifício sanitário – de dezenas de milhões de aves. A OIE considera não ser fato excepcional a circulação regular do vírus, sobretudo através das aves silvestres. Mas entende que o recente aumento de casos, em nível mundial, demonstra a necessidade de intensificar a aplicação das normas intergovernamentais adotadas pelos 180 países membros em relação à vigilância, detecção precoce, resposta rápida aos surtos registrados, prevenção e controle da doença. Destaca, especialmente, a importância das medidas de biosseguridade e faz menção à adoção, “às vezes”, da vacinação contra a doença. O comunicado no qual a OIE alerta que, para evitar a propagação da doença, é necessário implementar medidas que incluam (1º) a biosseguridade (aplicável não só à produção propriamente dita, mas também à comercialização dos produtos avícolas), (2º) a intensa vigilância sanitária e, (3º), a detecção precoce dos focos da doença. Neste caso é lembrado que embora as aves silvestres sejam reservatórios e vetores naturais do vírus da Influenza Aviária, a transmissão pode ocorrer entre granjas se não forem tomadas as precauções apropriadas.

Rovabio®

COM DÊ MAIS VALOR AO SEU FARELO DE SOJA ®

Rovabio Excel aumenta a Energia Aparente Metabolizável do farelo de soja Devido aos altos preços do farelo de soja e sua qualidade de nutrientes, é essencial maximizar seu valor nutricional. ® Rovabio Excel contém todas as atividades enzimáticas para hidrolisar os PNAs do farelo de soja, levando a um aumento significante na energia metabolizável aparente (+4,5%) e em aminoácidos digestíveis (+1,5%). Rovabio® Excel em farelo de soja garante a produtividade e rentabilidade nas produções de aves e suínos.

Sorgo

Trigo & DDGS de trigo

Milho & DDGS de milho

Cevada

Soja

Produção Animal Avicultura

15


Notícias Curtas | Empresas

Investimento do BRDE

Brasil em 2015

Integrados da GTFoods cresce 25%

BRF planeja elevar preços para melhorar receita

O Grupo GTFoods firmou um protocolo de operações de crédito no valor de R$ 15 milhões, o que permitirá a implantação de mais 30 aviários de ponta para novos produtores integrados. O convênio é fruto da parceria com o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) e Sicredi União, e representa uma ampliação do contrato já existente de R$ 53 milhões, totalizando assim R$ 68 milhões que serão aplicados até o fim do primeiro semestre. Os investimentos totais resultaram no atendimento a demanda de 200 novos produtores que ingressam na atividade para buscar estabilidade no campo. “O aviário é uma das atividades que tem trazido mais rentabilidade e sustentabilidade para a pequena propriedade”, justifica o diretor industrial do GTFoods, Ciliomar Tortola.

R$ 1,393 bilhão

A empresa de alimentos BRF, uma das maiores exportadoras globais de proteína animal, pretende aumentar preços aos consumidores brasileiros ao longo de 2015 para recompor um aumento de custos e ainda melhorar a receita, disseram executivos da empresa. “Estou confiante de que vamos conseguir fazer um movimento de preço que não só recompõe os custos, mas vai se fazer de forma a alavancar nossa posição no mercado também”, disse o presidente global Pedro Faria, em conferência com analistas para analisar os resultados do primeiro trimestre de 2015. Os preços médios praticados pela empresa entre janeiro e março no Brasil subiram 9,8 % na comparação anual, compensando uma queda de 3,5 % no volume, permitindo uma receita operacional líquida 5,9 % maior no país.

US$ 310 milhões

Lucro da Tyson Foods cresce 45,5%

Lucro líquido da JBS teve forte aumento no 1º trimestre

A combinação entre valorização do dólar, melhor desempenho operacional e ganhos de mais de R$ 700 milhões com instrumentos de hedge impulsionou os ganhos da JBS no primeiro trimestre de 2015. A empresa brasileira encerrou o período com lucro líquido de R$ 1,393 bilhão, 20 vezes mais do que no mesmo intervalo do ano passado (R$ 69,979 milhões).

16

Produção Animal Avicultura

A Tyson Foods, maior produtora de carnes dos Estados Unidos, anunciou um lucro líquido de US$ 310 milhões no segundo trimestre fiscal deste ano, 45,5% superior ao registrado no mesmo período de 2014. No acumulado de seis meses, o lucro da companhia somou US$ 619 milhões ante US$ 467 milhões. As vendas da divisão de frango ficaram estáveis no trimestre na comparação anual, em US$ 2,83 bilhões. As vendas de carne cresceram 0,8%, para US$ 4,13 bilhões, enquanto o segmento de suínos apresentou um avanço de 4,4%, com vendas de US$ 1,2 bilhão. O segmento de alimentos preparados apresentou um aumento expressivo de 70,6% nas vendas, para US$ 1,87 bilhão no trimestre. Já a divisão internacional da Tyson teve vendas 30,5% menores, que somaram US$ 222 milhões.


Desempenho, flexibilidade e estabilidade

Eleve seu padrão de desempenho com Econase® XT. Pretende aumentar sua rentabilidade em tempos incertos? Econase ® XT otimiza a eficiência alimentar, proporcionando economias reais. Desempenho - melhor conversão alimentar com redução de custos. Flexibilidade - Eficiente em todos os tipos de dietas. Estabilidade - Intrinsecamente termoestável, facilmente detectado e medido nos alimentos. Econase ® XT da AB Vista - líderes em inovação de enzimas. Mais informações: E: marketing.br@abvista.com T: +55 (11) 4688 2555 W: abvista.com

RAISING STANDARDS Produção Animal Avicultura

17


Notícias Curtas | Empresas

Mercado internacional

Aurora fortalece presença A Cooperativa Central Aurora Alimentos, de Chapecó, terceiro maior grupo agroindustrial brasileiro, amplia sua presença no mercado externo. No ano passado, obteve o melhor resultado líquido de seus 45 anos de história nos mercados nacional e mundial, quando a receita operacional bruta chegou a 6,7 bilhões de reais e as sobras atingiram 417,9 milhões de reais. A receita total foi 80% dela obtida no mercado doméstico e 20% no mercado internacional. As vendas no mercado externo que se elevaram em 30% e atingiram um faturamento líquido de 1,3 bilhão de reais. Os principais itens exportados foram carnes de aves (988 milhões de reais) e carnes suínas (390 milhões de reais). O presidente Mário Lanznaster destaca que, em 2015, a Cooperativa Central mantém o vetor de crescimento e se consolida no mercado externo, exportando para mais de 70 países. A média de embarques no ano passado foi superior a 20 mil toneladas mensais, sendo 15 mil toneladas de carne de aves e 5 mil toneladas de carne suína. A previsão para este ano é otimista: as receitas com vendas externas devem representar 25% da receita operacional bruta. Essa expectativa está ancorada na produção da unidade de suínos de Joaçaba, que está obtendo habilitações específicas para exportar para Singapura, Japão e Chile, assim como a nova unidade de aves adquirida da Cooperativa Cocari (Mandaguari, PR), nova filiada da Cooperativa Central Aurora Alimentos, cuja produção estará voltada ao mercado externo em aproximadamente 50% do volume produzido. Em 2014, a Aurora exportou 55,5 mil toneladas métricas de carne suína, volume 17,9% acima do ano anterior. O faturamento obtido com essas vendas externas foi de 31,7% e atingiu 386,7 milhões de reais. Esses números confirmam a posição de quarta maior exportadora da carne suína do Brasil. O mix de produtos exportados compõe-se de quase quarenta cortes, entre eles, barriga, bisteca, carré, coração, costela, coxão duro, coxão mole, estômago, lombo, paleta, pernil, sobrepaleta, toucinho, ente outros. No segmento de carne de frango, as exportações cresceram 19,7% para 163,2 mil toneladas métricas. O faturamento aumentou 27,17% para 935,6 milhões de reais. A Aurora ocupa a terceira posição no ranking brasileiro de exportadores de carne de frango. Mais de 20 itens são exportados: asas, cartilagem de ave, cartilagem de joelho, carne mecanicamente separada (CMS), coxas, sobrecoxas, coxas-sobrecoxas com porção dorsal, coxinhas das asas, dorso com pescoço, fígado, filezinho, meio das asas, meio do peito, meio do peito marinado e salgado, moela, pele, pés e ponta das asas.

Presidente Mário Lanznaster destaca que, em 2015, a Cooperativa Central mantém o vetor de crescimento e se consolida no mercado externo Lanznaster mostra que a Aurora preparou-se para amplia sua presença no mercado mundial: promoveu investimentos significativos para atender mercados exigentes como o Japão e os Estados Unidos para a carne suína, otimizou as plantas de aves, manteve o foco extremamente voltado à manutenção da qualidade de seus produtos, reconhecida tanto no Brasil quanto no exterior e na prestação de serviços, atendendo as demandas dos clientes de mais de 70 países para os quais exporta.

Seberi, RS,

Primeiro frigorífico sustentável de suínos O Rio Grande do Sul terá o primeiro frigorífico totalmente sustentável do País. O Labema, situado na BR-158, em Seberi, terá toda sua energia elétrica gerada a partir dos dejetos dos suínos e resíduos de produção e toda a água utilizada na empresa será reaproveitada. A principal atividade será o processamento da carne suína para exportação e comercialização no Brasil. O frigorífico foi inaugurado no dia 22 de maio. A empresa irá proporcionar 600 empregos diretos e 1,2 mil indiretos. “O Labema irá se tornar uma importante fonte de renda para toda a Região do Médio Alto Uruguai”, lembra Fávero. O secretário Estadual da Agricultura e Pecuária, Ernani Polo, ressaltou a importância do investimento para o Estado: “O Labema será um bom exemplo para o Rio Grande. No frigorífico, teremos uma alta produtividade aliada à preservação ambiental e produção de energia. Esta é uma obra que nos orgulha muito e corrobora com o crescimento econômico e social da região e do Estado como um todo”.

18

Produção Animal Avicultura


No Paraná

Frigorífico de aves de R$ 200 milhões

Reunião das autoridades paranaenses: Produtos do frigorífico serão comercializados com a marca Brazileh O Paraná foi escolhido para receber um novo investimento no setor de aves, que deve consolidar ainda mais a posição do Estado de primeiro produtor e exportador de frangos do País. O novo frigorífico será instalado no município de Piraí do Sul, nos Campos Gerais, com meta de abate de até 400 mil aves por dia a partir do terceiro ano de sua implantação, que deve ocorrer em 2017. O investimento previsto é de R$ 200 milhões. O início do projeto foi comunicado no dia 21 de maio pelos dirigentes da Câmara de Comércio e Indústria Brasileira (CCIBRA) e GMH do Brasil ao secretário da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara. Ele se reuniu com o diretor-presidente da Câmara de Comércio, Ghassan Saab, e o sócio da GMH, Mahmoud Saab, também diretor da operacional da CCIBRA. Os investimentos incluem a instalação da planta industrial, fábrica de ração, incubatório e matrizeiros. Segundo Ghassan Saab, esta será uma planta extremamente moderna com quase todos os processos industriais automatizados, do corte a desossa. Haverá também um setor com raio-x para detectar a presença de resíduos com micro-ossos nas carnes, detalhou. Saab justificou que a automação atende aos anseios do grupo de produzir produtos de qualidade. Outra preocupação em relação à planta industrial é a harmonia com o meio ambiente. Por isso, todos os processos instalados visam garantir a sustentabilidade, acrescentou. Mesmo com automação, a previsão é que o empreendimento deve criar 1.300 empregos diretos e cerca de 5.000 empregos indiretos, com a instalação do frigorífico e mais 300 aviários que vão funcionar em sistema de integração. Cada aviário deverá ter capacidade para alojamento de 18 mil a 30 mil aves. O novo frigorífico priorizará atender o mercado externo, em particular o público muçulmano presente nos Estados Unidos e Mercado Comum Europeu. Conforme o cronograma apresentado, o frigorífico vai abater 100 mil aves por dia no primeiro ano de atividade, 200 mil no segundo e 400 mil aves/dia no terceiro ano do empreendimento. Os produtos do frigorífico serão comercializados com a marca Brazileh, registrada há cerca de cinco anos para atender o público muçulmano. A previsão de faturamento do grupo é de R$ 20 milhões no primeiro ano de funcionamento, de R$ 40 milhões no segundo ano e de R$ 160 milhões a partir do terceiro ano de atividade. As informações são da Agência Estadual do Paraná. Produção Animal Avicultura

19


SBSA 2015 Saúde animal

e-GTA

Meio digital para a emissão da Guia de Trânsito Animal gera expectativa de evolução no sistema de defesa sanitária animal no Brasil, apesar de dificuldades iniciais

E

m 2011, o Ministério da Agricultura deu início a um projeto grandioso, com a publicação da Instrução Normativa nº 19, que instituiu a Guia de Trânsito Animal eletrônica (e-GTA). Trata-se de um documento de trânsito de identificação de rota e certificação sanitária, que permite conhecer os locais onde os animais estiveram e certificar que estão saudáveis e imunizados. Desta forma, existe a garantia de que aqueles em trânsito não serão disseminadores de doenças. A informatização da GTA, que teve a sua obrigatoriedade inicialmente instituída em 1995, traz vantagens que não podem ser negadas. É um processo que segue o ritmo do mundo globalizado e que usa o meio digital como uma importante ferramenta de trabalho para facilitar atividades cotidianas. Bruno Marinho de Carvalho, responsável pelo Programa Estadual de Sanidade Avícola, da Coordenadoria de Defesa Agropecuária de São Paulo, segue esta linha de raciocínio para explicar os motivos que levaram o Ministério da Agricultura a informatizar o processo de emissão da GTA. Ele

20

Produção Animal Avicultura

diz: “Pensando na evolução do processo de emissão da GTA, o intuito de utilizar-se da inteligência de meios digitais é diminuir a burocracia, melhorar a rastreabilidade e realizar a integração dos estados da federação. Assim, pretende-se alcançar o objetivo de melhoria na qualidade e acesso às

Rastreabilidade pode ser facilitada graças ao controle de entrada e saída dos animais, assim como a gestão dos saldos existentes em cada granja


informações para toda a sociedade agropecuária, além de uniformizar os processos de trabalho, atendendo melhor as exigências dos mercados compradores internacionais e nacionais”. A rastreabilidade pode ser facilitada graças ao controle de entrada e saída dos animais, assim como a gestão dos saldos existentes em cada granja. Essas informações são um alicerce importante frente à suspeita ou casos confirmados de enfermidades, por exemplo.

Autonomia A implantação da guia de trânsito eletrônica no Brasil é executada pelos estados, cada qual aprimorando seu sistema de informação e implantando a devida integração com a Base de Dados Única – BDU. É um processo em evolução nos moldes estipulados pelo Ministério. Em São Paulo, a Coordenadoria de Defesa Sanitária Animal e Vegetal instituiu o GEDAVE, Gestão Estadual de Defesa Animal e Vegetal. Neste Estado, a emissão eletrônica está em funcionamento desde o dia 28 de abril. A Associação Paulista de Avicultura (APA) teve uma participação efetiva na implantação do sistema, junto com a Secretaria de Avicultura e segue dando um suporte aos seus associados. José Roberto Bottura, Secretário Executivo desta entidade, está animado com a evolução que a e-GTA pode trazer à defesa sanitária nacional: “Um dos pontos principais é que este sistema dá condições para o Ministério da Agricultura e as Secretarias Estaduais saberem o que está acontecendo exatamente naquele momento em termos de trânsito animal”. Em Minas Gerais, o Sistema para a emissão da GTA eletrônica é denominado SIDAGRO (Sistema Informatizado de Defesa Agropecuária) e teve seu funcionamento iniciado em 2012. Em 2014, com a publicação da Instrução Normativa nº 35, houve a inserção de dois novos e importantes campos na e-GTA, o código de exploração pecuária e o código de núcleo, voltados para a produção de aves e

Bruno Marinho de Carvalho, responsável pelo Programa Estadual de Sanidade Avícola SP: A informatização trará benefício à avicultura nacional, pois conseguiremos rastrear e manter o controle sanitário dos rebanhos com maior eficiência, identificando pontos de risco, prevendo situações adversas e respondendo com maior agilidade aos eventos sanitários

suídeos. Em decorrência da necessidade de ajustes no sistema, a emissão da e-GTA para aves em MG deve acontecer a partir do dia 2 de julho. A Associação dos Avicultores de Minas Gerais e o IMA, Instituto Mineiro de Agricultura, vão realizar, no início de junho, um curso para treinar 200 médicos veterinários para o sistema de emissão de e-GTA para aves e suínos. Diz Bruno Rocha de Melo Fiscal Agropecuário e Gerente de Defesa Sanitária Animal do IMA: “Acredito que a emissão da GTA eletrônica é um processo de adaptação. Em MG, nós emitimos 1,2 milhões de GTA’s em 2014 para todas as espécies. Nosso sistema chega a ter picos de utilização de até dois mil usuários simultâneos, entretanto, não possuímos no momento reclamações sobre o seu funcionamento”.

Percalços e ajustes necessários Os recursos envolvidos no uso de qualquer tipo de tecnologia, por vezes, geram dúvidas. Neste caso, não é diferente. A habilidade para o uso do sistema de emissão da GTA eletrônica depende também do grau de compreensão em informática

Plantel online

Com a e-GTA é possível saber exatamente a quantidade de aves alojadas em cada estabelecimento. Dessa forma, se o matrizeiro não tem galinha alojada, não consegue emitir uma GTA para o trânsito de ovos (se você não tem a galinha não pode ter o ovo). Se o incubatório não tem registro do recebimento de ovos, não consegue emitir uma GTA para pintinho, e assim por diante.

Quem pode emitir a GTA eletrônica

A emissão da e-GTA pode ser realizada pelos médicos veterinários oficiais ou habilitados pelo Ministério da Agricultura, além de funcionários autorizados pertencentes ao serviço oficial. Contudo, o produtor pode procurar a Unidade de Defesa mais próxima para solicitação deste serviço.

Produção Animal Avicultura

21


Saúde animal

do usuário, além do conhecimento do setor técnico. Mas existem manuais e vídeos tutoriais para melhorar o entendimento das funcionalidades do sistema. Assim como todos os tipos de sistemas online, a emissão da GTA está sujeita a falhas na transmissão do sinal de internet, um serviço que, no Brasil e em áreas rurais, especialmente, deixa a desejar. E é simples: Se uma grande integradora

Implantação da guia de trânsito eletrônica no Brasil é executada pelos estados, cada qual aprimorando seu sistema de informação

passar um dia inteiro sem sinal de internet, vai passar também um dia inteiro sem emitir GTA. Nesse caso, a alternativa é ir até a Unidade de Defesa mais próxima para solicitação deste serviço. Outra questão importante é que o próprio sistema passa por oscilações. Enquanto essa

José Paulo Kors, da AVAL: Nós, enquanto representantes da AVAL, vemos com bons olhos essa iniciativa e a apoiamos. Estamos, na medida do possível, divulgando todas essas informações para nossos associados, pequenos criadores, lojas agropecuárias e demais envolvidos, para que eles se mexam e o quanto antes se regularizem. Nossos associados produtores de material genético para a avicultura alternativa estão tanto ou mais preocupados do que a avicultura industrial com os riscos representados por aves criadas sem critérios, em fundos de quintal e em situações de risco

22

Produção Animal Avicultura

Bruno Rocha de Melo, Fiscal Agropecuário e Gerente de Defesa Sanitária Animal do IMA: As vantagens da e-GTA promovem um alicerce importante na melhoria contínua na atuação do serviço veterinário oficial, e em especial frente à suspeita ou casos confirmados de enfermidades

reportagem era preparada e as fontes eram consultadas, o GEDAVE, em São Paulo, havia passado um dia inteiro fora do ar, e, em breve, uma paralisação para manutenção seria feita. É oportuno destacar que o uso do meio digital para a emissão da guia de trânsito envolve a necessidade de um registro para cada granja que remete ou recebe. Lojas agropecuárias, criadores em pequena escala e assentamentos também precisam ter o registro regularizado para possuir o código GEDAVE e receber animais. Essa é uma questão que afeta produtores de aves alternativas, principalmente. José Paulo Kors, membro da diretoria da AVAl (Associação Brasileira de Avicultura Alternativa), comenta: “Para emitir a GTA é preciso ter o código GEDAVE de quem vai enviar e receber, do contrário, a GTA é bloqueada. Algumas granjas e lojas estão cadastradas, mas não de forma correta, outras estão em processo de registro, ou ainda não o receberam. É possível solicitar o código GEDAVE de forma provisória, mas dentro de 60 dias o estabelecimento comercial deve entrar com a papelada para o registro definitivo, caso contrário terão o código provisório cancelado”. É bem verdade que alguns criadores deixaram o processo de registro para a última hora. Para José Paulo, a grande dificuldade nesta questão é que a Secretaria de Defesa Agropecuária não tem colaboradores em número suficiente para dar andamento aos procedimentos de registro. Dificuldades iniciais já eram esperadas e no atual estágio acontecem com alguma frequência. Apesar disso, o sentimento geral é de compreensão da evolução que a GTA eletrônica vai trazer para o


Wallisson Fonseca, Analista de agronegócios da FAEMG: Informatização da GTA incentivará os serviços veterinários estaduais a atualizarem o cadastro das propriedades rurais, propiciando agilidade na transmissão de dados entre as unidades federativas de origem e de destino e mais celeridade nos processos do órgão de defesa do Estado

sistema de defesa sanitária animal. Para a construção desta reportagem ouvimos algumas críticas ao sistema. Mas todas elas vieram acompanhadas de sugestões e ações para contornar os problemas, o que mostra que todos estão realmente envolvidos em fazer com que a informatização deste sistema funcione. Fica claro também que as associações estaduais estão trabalhando em proximidade com as secretarias no sentido de trazer melhorias. Diz José Roberto Bottura: “Por enquanto, o sistema para emissão da GTA eletrônica está patinando. Há inconsistências e algumas incoerências. O sistema não está perfeito. Mas é um grande avanço”. Entre as inconsistências encontradas, Bottura cita a forma de pagamento da GTA e explica: “A APA está buscando uma maneira para facilitar o pagamento de seus associados, através de negociações com a Coordenadoria de Defesa Agropecuária. Nossa sugestão é que seja feito um faturamento mensal por empresa. Porque, do jeito que está, uma grande integradora, que recebe muitas aves para abate, tem que realizar cerca de 300 pagamento por dia, é essa a quantidade de GTA que ela emite diariamente”. Ele finaliza: “A minha conclusão é de que o sistema precisa melhorar, o manual também tem falhas e algumas explicações não estão claras. Mas

mesmo assim, é muito positivo. Existe inexperiência de ambos os lados. Mas percebo que todos estão engajados para avançar”. O representante dos produtores de aves alternativas, José Paulo Kors, segue a mesma linha: “A AVAL já intercedeu em diversas reuniões com a Coordenadoria de Defesa Agropecuária, mostrando as particularidades dos atores da avicultura alternativa e foi muito bem recebida. A Defesa se sensibilizou com as dificuldades do setor, foi, e está sendo bastante proativa, na medida de suas possibilidades”. Kors ainda tem mais uma sugestão relacionada ao pagamento da GTA. A proposta dele é implantar um sistema operacional com créditos para a emissão, como celular pré-pago, a empresa paga de forma adiantada e acumula um crédito.

Dificuldades iniciais já eram esperadas. Apesar disso, o sentimento geral é de compreensão da evolução que a GTA eletrônica vai trazer para o sistema de defesa sanitária animal Rodrigo de Morais, do Departamento Técnico da São Salvador Alimentos, sediada em Itaberaí, Goiás, também tem propostas para o pagamento dos boletos: “Gostaria de ver a possibilidade de um campo para informar a quantidade de aves, assim possibilitando emitir mais de um GTA por vez”. Ele também conta que em algumas horas do dia o sistema fica lento, devido ao congestionamento de vários emissores ao mesmo tempo. “É uma dificuldade, que demanda um tempo maior para concluirmos o processo”.

Para ler mais Confira a íntegra das entrevistas realizadas com José Paulo Kors, José Roberto Bottura, Wallisson Fonseca, Bruno Marinho de Carvalho e Bruno Rocha de Melo:

www.avisite.com.br/revista/materias/e-GTA.html.

Produção Animal Avicultura

23


Produção

Enzimas

X Sustentabilidade Enzimas não apenas melhoram a utilização dos ingredientes da ração e o aproveitamento dos nutrientes. Também têm uma ação direta sobre a preservação do meio ambiente 24

Produção Animal Avicultura


O

Cristina Guedes: Basicamente todas as enzimas contribuem para a preservação do meio ambiente

Vocês viram a nossa matéria de capa da edição de maio da Revista do AviSite? Senão, ainda dá tempo de ler através do nosso leitor digital! Acesse: www. revistadoavisite. com.br. CapaRA-92.pdf 2 05/05/2015 09:22:37

nº 92 - ano VIII maio/2015

nº 92 - maio/2015

corporações estão conscientes ambientalmente de sua responsabilidade em preservar o meio em que se vivem e procuram maneiras sustentáveis de praticar a sua atividade. “O mundo mudou, as pessoas mudaram e as empresas precisam continuar mudando se desejarem permanecerem no mercado com sucesso. Companhias que agridem o meio ambiente estão sendo multadas, estão perdendo os seus clientes e sem clientes uma empresa não consegue sobreviver”, afirma, textualmente, a autora. Mais do que apenas agradar um mercado consumidor, investir em uma produção que preserve o meio ambiente é uma atitude consciente e, muito mais do que isso, necessária. Sim, os recursos estão ficando escassos. A água está se tornando um bem cada dia mais raro. Manejo hídrico, de resíduos e de solo são pilares que precisam ser adotados por quaisquer empresas, produtores ou por quem quer se manter competitivo. E conquistar a sua fatia no mercado. Isso inclui claro, a avicultura industrial.

C

M

Y

CM

A Revista do AviSite

mês de maio de 2015 é uma data que representa um marco importante para a nossa história assim como de toda a sociedade brasileira: celebramos os vinte anos de internet comercial no País. Nesse tempo, muita coisa mudou. A relação com os bancos, as lojas e com os meios de pagamento. E, principalmente, a relação das marcas com os consumidores. Graças à internet, os compradores não são separados por idade, classe social, sexo ou outro critério. Hoje, há apenas consumidores cujos hábitos estão cada vez mais seletivos, híbridos e acima de tudo, complexos. E isso interfere diretamente no jeito que o mundo funciona. Durante muitos anos, todos os setores envolvidos na produção de proteína animal não se preocuparam muito com o meio ambiente e, muito menos, com outros conceitos como sustentabilidade, responsabilidade social ou preservação de recursos. Mas agora, com tanta informação à disposição ao toque de um clique, esses assuntos estão em pauta diariamente, em vários canais, o que interfere diretamente na escolha do consumidor. Segundo o artigo “A influência do marketing verde no processo de decisão de compra”, escrito por Karina Lúcia Benites Pereira, realmente o chamado marketing verde pode influenciar na decisão de compra, pois além dos consumidores terem se tornado ambientalmente mais responsáveis, têm-se grandes empresas e o Governo do Brasil também preocupados com essa questão. Para a autora, o novo consumidor leva sim em conta a consequência que o seu produto adquirido irá impactar no ambiente e as empresas que usam o marketing verde estão à frente das demais que ainda não se preocupam com essa questão. Essas

MY

CY

CMY

Produção Animal-Avicultura

K

O case belga

Franciele Bess: Enzimas apresentam potencial para melhoria da eficiência produtiva das aves e, portanto, menor excreção de poluentes

Conversamos com o consultor técnico da Impextraco, Henk Ghesquiere, sobre produção avícola e impacto ambiental. Ele nos contou um pouco do que aconteceu na Bélgica, 20 anos atrás. No começo dos anos 90, quando a internet estava chegando aqui no Brasil, os Países Baixos estavam ocupados com um problema: a criação de aves e suínos estava destruindo o solo. É consenso geral, que tanto o milho quanto a soja, apresentam componentes que não são digeríveis pelas aves. Ou o são digeridos parcialmente. Dentre eles encontra-se o fitato, a forma química de como se apresenta o ácido fítico, considerado

A

SE CHRÍDIRICA

AV I

CU

E

LT A UR A

Como reutilizar e aplicar medidas mais sustentáveis para o uso da água na produção e na indústria avícola

Programação do Simpósio Brasil Sul de Avicultura envolve assuntos técnicos, negócios e eventos paralelos

Produção Animal Avicultura

25


Produção

to) reduz em mais de 30% a excreção do fosfato no ambiente - o que implica na redução de solos problemáticos. Problema resolvido.

Marcio Ceccantini: Sociedade está cada dia mais consciente da necessidade de uma melhor conservação do planeta, e nós, como operadores desta cadeia de produção de carne, temos que trazer as respostas

por muito como um fator antinutricional devido à sua capacidade de associar-se com alguns minerais como o cálcio, zinco, fósforo, ferro, cobre e também a algumas proteínas. Franciele Bess, do Departamento de Nutrição Animal da Globoaves, nos ajudou a entender um pouco mais sobre isso. De acordo com ela, aproximadamente 70% do fósforo contido nos cereais está na forma de fitato que possui baixa disponibilidade biológica para aves. Além de indisponibilizar o fósforo para ser absorvido pela ave, o fitato reduz a absorção adequada de proteínas e energia, e assim, aumenta a excreção de minerais e nitrogênio no ambiente. A presença desses elementos no meio ambiente contribui para acumular fertilizantes e o fosfato nos solos agrícolas. E esse excedente polui as reservas de água, além de acelerar o processo conhecido como “eutrofização”, que ameaça o ciclo de vida dos recursos naturais. Por isso, o desafio da avicultura industrial belga naquela época era reduzir o impacto ambiental através da redução do volume de dejetos e substâncias potencialmente poluentes como o nitrogênio e fósforo. Custasse o que custasse. E esse custo tinha número: seria exatamente 30% a menos de aves e suínos nos rebanhos. Ou seja, com um problema tão claro diante dos belgas, a solução pareceu óbvia. Por que incluir na ração algo que ajude na absorção do fitato em vez de reduzir os plantéis? Foi aí que entrou o uso de enzimas exógenas - uma das principais ferramentas na área de nutrição animal para o melhor aproveitamento do alimento e, consequentemente, na redução do impacto ambiental. Segundo os dados mais recentes disponibilizados pelas autoridades belgas, adicionar uma enzima exógena na ração das aves, como a fitase (que ajuda a quebrar o fita-

26

Produção Animal Avicultura

Enzimas: a solução para todos os problemas Segundo Henk, a disponibilidade de fósforo em todo o mundo é limitada, o que interfere no preço do minério. Por isso, o uso de fitases não apenas reduz a poluição como ajuda na produção sustentável e na dependência da disponibilidade de recursos. Isso não acontece apenas com o fitato. O processo digestivo dos animais de produção não é 100% eficiente. Em média, de 20 a 30% do alimento consumido pelos animais monogástricos é excretado no meio ambiente, tornando-se um poluente em potencial. Para Guilherme Pasquali, zootecnista, mestre em nutrição e produção animal e nutricionista de aves e suínos da Uniquímica, essa alta porcentagem de excreção ocorre por diversos motivos. Pode ser em decorrência das frações indigestíveis nos alimentos, fatores antinutricionais, imaturidade do sistema digestivo, qualidade de ingredientes da ração, entre outros. Com isso, a inclusão de enzimas nas rações permite aumentar a eficiência digestiva dos animais, melhorando o valor nutritivo dos alimentos. De acordo com o nutricionista, o potencial de redução de poluentes com o uso de enzimas depende do tipo, composição e ingredientes da ração, período de criação, peso ao abate, espécie animal, entre outros fatores. A inclusão de um complexo multienzimático na ração, por exemplo, tem a capacidade de reduzir a produção de amônia, devido à

Guilherme Pasquali: É de suma importância que os sistemas de produção sejam cada vez mais eficientes, reduzindo a carga de dejetos excretados no meio ambiente


O design da nova geração dos incubatórios focados no futuro

Ricardo Castilho: Maior benefício ambiental do uso de enzimas é a economia financeira que estes aditivos tecnológicos permitem

sua capacidade em melhorar a digestibilidade da proteína e o aproveitamento dos aminoácidos. Segundo o profissional, uma granja que produz cerca de 100.000 frangos por mês, por exemplo, pode reduzir a produção de amônia (NH3) em torno de 3,8% com o uso de enzimas, o que equivale a 3,9 toneladas de NH3 por ano, possibilitando dessa forma uma diminuição de 32,9 toneladas equivalentes de gás carbônico por ano. Marcio Ladeira Ceccantini, Diretor Técnico Adisseo Sul América, conta que o custo ambiental de se produzir enzimas é baixíssimo, uma vez que são derivados de fermentação de alta eficiência. E doses muito pequenas já melhoram a digestibilidade dos ingredientes vegetais em 2 a 3%. “Pode parecer pouco para alguns, improvável para outros poucos, mas é fato que mais de 60% das rações de monogástricos já usam complexos enzimáticos, comprovando estes ganhos econômicos. Produtores que utilizam as enzimas já estão colaborando com a preservação do meio ambiente ao economizar terras agriculturáveis e transporte de matérias primas”. Existe uma gama de enzimas no mercado e cada uma age em um substrato próprio. As fitases agem diretamente no melhor aproveitamento do fósforo, as proteases no da proteína e as carboidrases nos produtos considerados de baixa qualidade, como os polissacarídeos não amiláceos. Conversamos com Cristina Guedes, Gerente Comercial Aqua & Pet / Aditivos da Vaccinar, que nos lembrou que o uso mais eficiente de enzimas também acarreta em um uso mais eficiente de outros recursos. Em geral, enzimas ajudam a melhorar os índices de conversão alimentar e isso significa, em outros termos, menos alimentos por quilo de crescimento. E menos poluentes. Ou seja, diminuem as emissões de gases de efeito estufa, sobre a terra e sobre a energia.

Principais orientações Além do ganho ambiental, o uso de enzimas implica em economia de dinheiro na produção. E você pode combinar mais de uma para otimizar a absorção de alimentos. É conhecido e bem estudado que a eficiência de uma enzima é menor quando adicionada sozinha na ração, sem a presença de nenhuma outra enzima. Gilson Gomes, Gerente Técnico Global da AB Vista reforça que essa é uma informação importante já que existe um limite na capaci-

Produção Animal Avicultura

27


Produção

Gilson Gomes: Essa maior facilidade na absorção de nutrientes e redução de efeitos antinutricionais presentes na ração tem um segundo efeito de reduzir a energia necessária para manutenção, aumentando a energia disponível para produção

dade de utilização de enzimas para melhorar o desempenho dos animais. O interessante, na visão do profissional, é que este limite não parece estar relacionado com a presença de substrato na ração, mas sim com a capacidade do animal melhorar ainda mais seu desempenho. “Esse é um conceito importante, já que demonstra que a avaliação sobre o uso de uma enzima deve ser feita levando-se em consideração a realidade onde a mesma será trabalhada. A definição de qual seriam as enzimas a serem trabalhadas deve levar em consideração fatores como custo, expectativa de retorno, número de trabalhos científicos, presença e concentração de substrato ao qual a enzima irá trabalhar e presença de outras enzimas e/ou aditivos na ração”, conta. Normalmente, a fitase é a primeira a ser utilizada e sua rápida eficiência aumenta a confiança do produtor a investir também em outras tecnologias enzimáticas. Ricardo Araujo Castilho, Presidente e Diretor Técnico da Safeeds, conta que o pacote enzimático mais utilizado é potencializado pelas fitases, proteases e carboidrases. A primeira, como citado anteriormente, libera o fósforo indisponível das dietas de monogástricos. As proteases agem melhorando a digestibilidade das proteínas, peptídeos e aminoácidos contidas nos alimentos e as carboidrases atuam melhorando a eficiência da digestão dos grãos energéticos utilizados. “A potência máxima do uso de enzimas se dá combinando os três grupos principais”, conta o diretor. Quando utilizamos enzimas temos que ter consciência que as enzimas não ‘criam’ nutrientes, elas simplesmente aumentam a digestibilidade dos nutrientes sub-aproveitados das dietas. “Este alerta é importante para que tenhamos cuidados extras com os valores das matrizes matemáticas de alguns

28

Produção Animal Avicultura

produtos comerciais do mercado. Um erro comum é a somatória de valorizações de enzimas, principalmente da energia. Para evitar este tipo de erro é fundamental contar com a assessoria de nutricionistas experientes. Combinar as diferentes enzimas requer técnica e precisão”, atesta Ricardo. Na hora de escolher, é fundamental que o produtor busque por enzimas de fabricantes reconhecidos e que apresentem comprovações técnicas expressivas, onde estudos bioquímicos demonstrem o porquê das respostas de desempenho, e que estas respostas tenham sido reproduzidas em publicações científicas reconhecidas. Essa é a opinião de Ceccantini, da Adisseo, sobre o assunto. Também, o produtor deve poder contar com respaldo do fornecedor para análises de atividade enzimática e com esses dados em mãos, avaliar qual a resposta esperada na sua situação. “Porque pequenas diferenças são fáceis de colocar no papel e algumas vezes difíceis de verem a campo. Mas que elas existem, existem”, atesta.

Utilização de enzimas busca aumentar a absorção de nutrientes que já estão presentes na ração e, por algum motivo, os animais não tem capacidade de utilizar O uso de enzima é algo já utilizado na indústria avícola, mas sempre bom reforçar a importância através de dados concretos. Na falta de um, vamos citar dois. Ele permite a diminuição de proteína vegetal da dieta, diminuindo o consumo de farelo de soja, o que diminui significativamente a necessidade de terras aráveis para produção de uma tonelada de carne de frango. E ainda podemos acrescentar nestas contas os ganhos na diminuição do transporte destes insumos, que representam toneladas de CO² emitidos por ano a menos. São ganhos consideráveis. O uso de enzimas na produção é um caminho sem volta.


Produção Animal Avicultura

29


Maximizando a produção Nutrição

Aminoácidos Industriais Avanços permitem que aves expressem seu potencial para um melhor desempenho e deposição de proteína corporal e tenham resposta imune magnificada Autores: Thais Bastos Stefanello, Graduanda em Medicina Veterinária na Universidade Federal de Pelotas e Everton Luis Krabbe, Pesquisador na Embrapa Suínos e Aves

O

s aminoácidos são unidades básicas que formam as proteínas, nutriente fundamental na alimentação das aves. Segundo Nogueira et al. (2014) os aminoácidos podem ser encontrados em todos os alimentos, de origem animal e vegetal, que contenham proteína. No entanto, diferentemente dos vegetais, as aves não podem sintetizar todos os aminoácidos para atender às suas exigências, devendo então ser fornecidos através da ração. Nutricionalmente, os aminoácidos são classificados em essenciais e não essenciais. Os essenciais são aqueles não sintetizados no organismo em velocidade suficiente para atender as necessidades para o máximo desempenho animal. Já os não essenciais, são aqueles que podem ser sintetizados no organismo a partir de outros aminoácidos ou nutrientes presentes na ração. É importante salientar que a essencialidade de alguns aminoácidos pode variar de acordo com a fase de crescimento e de produção (Bertechini, 2012).

30 Produção Animal Avicultura

Além destes, ainda existem os limitantes, que são definidos como os aminoácidos presentes na ração em uma concentração inferior à exigida pelos animais. A ordem de limitação dos aminoácidos essenciais depende basicamente da composição de ingredientes das rações e das exigências nutricionais, conforme figura 1. Para aves, os aminoácidos de maior limitação são metionina, lisina e treonina (Berres, 2010).

Alguns aminoácidos participam expressivamente do sistema imune das aves, como metionina, treonina, triptofano e arginina


Durante muitos anos, a formulação de rações para aves era baseada no conceito de proteína bruta, resultando em dietas com conteúdo de aminoácidos acima do exigido, e assim o excesso é catabolizado, sobrecarregando fígado e rins (Zangeronimo, 2006). Hoje, o conceito de proteína ideal tem permitido formular rações mais adequadas às exigências nutricionais, melhorando a eficiência do uso dos nutrientes. A redução da concentração de proteína bruta nas dietas traz benefícios ambientais pela diminuição das perdas de nutrientes não digeridos, como nitrogênio, nas excretas. Segundo Caputi et al. (2011), estudos tem demonstrado que cada ponto percentual de redução de proteína bruta na ração leva a uma redução de 10% na excreção fecal de nitrogênio no período de crescimento. Aminoácidos industriais, anteriormente denominados sintéticos, são produzidos industrialmente por quatro vias: fermentação, síntese química, extração por hidrólise ácida ou método enzimático. Pelas vias de fermentação e extração são produzidos os aminoácidos L-isômeros, como L-lisina, L-treonina, L-valina, L-glutamina, entre outros. Já por síntese química e enzimática são produzidos os aminoácidos D, L-isômeros, como a DL-metionina (Sindirações, 2005). A escolha do método industrial para obtenção destes aminoácidos depende de alguns fatores, como o tipo de tecnologia disponível, custos de

matéria prima e produção, características de mercado e impactos ambientais. E, para a produção destes aminoácidos, uma gama de microrganismos são utilizados, conforme tabela 1. Os aminoácidos industriais também são importantes quanto à segurança alimentar, uma vez que garantem a ausência de contaminantes ou agentes patogênicos (Nogueira et al., 2014). Além disso, alguns destes aminoácidos participam expressivamente do sistema imune das aves, sendo os principais metionina, treonina, triptofano e arginina (Bisinoto et al., 2007). Segundo Kidd (2004), os aminoácidos metionina e cisteína são importantes componentes de moléculas de defesa como as imunoglobulinas, agentes moduladores e sinalizadores de células da resposta imune. De forma semelhante, a glutamina participa ativamente do sistema imune do trato gastrointestinal das aves e qualquer limitação no fornecimento dela pode diminuir a taxa de proliferação das células imunes e a capacidade de resposta frente aos desafios (Adams, 2001). O uso destes aminoácidos também permite alimentação adequada em períodos mais críticos, como a fase inicial dos pintinhos, ou em situações de elevadas temperaturas ambientais. A utilização de aminoácidos industriais que se encontram na forma livre, prontamente absorvível, permite o consumo adequado, não afetando o desempenho animal (Nogueira et al. 2008).

Figura 1: Aminoácidos essenciais aves

Produção Animal Avicultura

31


Maximizando a produção

Conclusão Os avanços na área de nutrição animal e tecnologias alimentares têm permitido a formulação de dietas com menor teor de proteína bruta e níveis de aminoácidos mais próximos das necessidades de cada animal, permitindo que as aves expressem seu potencial genético para desempenho e deposição de proteína corporal, tenham sua resposta imune magnificada, gerando redução nos custos e na emissão de poluentes para o ambiente. No que refere a novas perspectivas quanto ao uso de aminoácidos, as pesquisas recentes sinalizam para áreas como imunonutrição e expressão gênica, associadas ao uso de novas ferramentas biotecnológicas, como metagenômica, para melhor compreensão dos efeitos gênicos e a inter-relação entre nutrientes, microbiota intestinal e o animal.

Referências

Adams, C. A. Total Nutrition:Feeding Animals for Health and Growth. Nottingham University Press, Nottingham, UK. 129-156p. 2001. Berres, J. Estratégias para redução proteica de dietas de frangos de corte. Tese (Doutorado em Zootecnia) - Universidade Federal do Rio Grande do Sul. 2010. Bertechini, A. G. Nutrição de monogástricos. Editora UFLA, 127-164p. 2012. Bisinoto, K. S.; Berto, D. A.; Caldara, F. R. et al. Relação treonina: lisina para leitões de 6 a 11kg de peso vivo em rações formuladas com base no conceito de proteína ideal. Ciência Rural, Santa Maria, v.37, n.6, p.1740-1745, 2007. Caputi, B.; Costa. A. C.; Nogueira, E. T. Nutrição responsável: contribuindo com o meio ambiente ñ Estratégias para reduzir a excreção e perda de nutrientes em aves e suínos. Toledo: GFM, 2011. 112p. Ivanov, K. et al. Biotecnology in the production of pharmaceutical industry ingredients: amino acids. Biotecnology e Biotecnological Equipment, Oxfordshire, v.27, n.2, 3620-3626p., 2013. Kidd, M. T. Nutritional modulation of immune function in broilers. Poultry Science, v.83 p.650-657, 2004.

Tabela 1: Microrganismos utilizados para obtenção de aminoácidos industriais por diferentes métodos Aminoácido

Método de produção

Microrganismos

Glicina

Síntese química

Pseudomonas dacunhae

L-Glutamina

Fermentação

C. glutamicum

L-Lisina

Fermentação

C. glutamicum

L-Cisteína

Extração por hidrólise ácida / Método enzimático

E. coli Pseudomonas thiazolinophilum

L-Valina

Fermentação / Método enzimático

E. coli C. glutamicum Brevibacterium flavum

L-Treonina

Fermentação

E. coli

Fonte: Adaptado de Ivanov et al. (2013), Straathof (2014) e Nogueira et al. (2014)

Nogueira, E. T; Kutschenko, M.; Pessôa, G. B. S.; Francisco, L. de L.; Ishikawa, E. I. Biotecnologia aplicada à produção de aminoácidos. In: Nutrição de não ruminantes / Nilva Kazue Sakomura, José Humberto Vilar da Silva, Fernando Guilherme Perazzo Costa, João Batista Kochenborger Fernandes, Luciano Hauschild. – Jaboticabal : Funep, 2014.167-185p. Nogueira, E. T.; Haese, D. ; Kutschenko, M. Novos aminoácidos na nutrição animal. In: V Simpósio sobre Manejo e Nutrição de Aves e Suínos, 2008, Cascavel. Colégio Brasileiro de Nutrição Animal. 129-142p. 2008. Sindirações 2005. Guia de Aditivos: Ácidos orgânicos, aminoácidos, enzimas, microminerais e vitaminas. Sindirações eds. 45p. São Paulo, 2005. Straathof, A. J. J. Transformation of biomas sinto commodity chemicals using enzymes or cells. Chemical Reviews, Poultry Science, Oxfordshire, v.27, n.3, 1871-1908p., 2014. Zangeronimo, M. G.; Fialho, E. T.; Lima, J. A. de F.; Rodrigues, P. B.; Murgas, L. D. S. Redução do nível de proteína bruta da ração com suplementação de aminoácidos sintéticos para leitões na fase inicial. R. Bras. Zootec., v.35, n.3, p.849-856, 2006.

Para aprofundar a leitura

Ração eficiente pede o uso de fontes de aminoácidos sintéticos Fernando Perazzo, Professor da Universidade Federal da Paraíba, e Matheus Ramalho de Lima, da Universidade Federal do Sul da Bahia, também produziram artigo sobre o uso de aminoácidos em rações de aves, enfocando seu uso e importância. Em sua contribuição para a Revista do AviSite eles afirmam que, em uma formulação de ração, é primordial o atendimento dos aminoácidos essenciais. “Quando se suplementa a ração com as fontes dos aminoácidos, DL-Metionina, L-Lisina, L-Treonina, L-Triptofano, L-Valina, por esses produtos terem em sua composição uma porção interessante de proteína bruta, e ainda mais, com o enriquecimento da ração com o aminoácido em sua forma isolada, a proteína bruta da ração é, naturalmente na formulação, reduzida, já que ela não mais tem a importância maior de atender ou de fornecer à dieta os aminoácidos. Assim, a suplementação de aminoácidos na ração reduz a proteína bruta da ração”. Em suas conclusões, Perazzo e Ramalho dizem que não é mais possível uma ração eficiente para aves sem o uso de fontes de aminoácidos sintéticos, entretanto não basta suplementar sem levar em considerações os seus efeitos, para que a produção não seja apenas uma ração “atual” e “moderna”, mas que seja viável sobre as questões relacionadas ao setor avícola como um todo. “É preciso saber que os aminoácidos nas rações de aves promovem resultados excelentes de melhoria de desempenho produtivo, econômico, contribuindo de forma eficiente para a melhoria da atividade avícola”, finalizam. Leia a íntegra do artigo Aminoácidos em rações de aves, seu uso e importância no AviSite: www.avisite.com.br/revista/materias/ Aminoacidosemracoesdeaves.html.

32

Produção Animal Avicultura


de

ões,

metionina, melhorando o

Informe Técnico-Comercial

sse.*

onina.

em ATAM

crescimento e o rendimento de

carcaça e reduzindo condenaçõe

também em condições de estress

Desenvolvimento de programas nutricionais na produção de carne Visite: www2.novusint.com/metion de frango com menor custo Autores: Ricardo G. Esquerra (Senior Manager R&D LATAM & Africa Novus International ) e *De acordo com análises realizadas por empresa terceiras Raquel Araújo (R&D Assistant LATAM & AFRICA Novus International) ® NOVUS e ALIMET são marcas registradas da Novus International, Inc., Nos Estados Unidos e em

A

manipulação da densidade nutricional pode influenciar tanto o desempenho das aves como os diversos componentes do custo de produção e do lucro das operações avícolas (Gráfico 1). Conceitualmente, a densidade nutricional que proporcione uma maior diferença entre receitas e custos totais (PTotal) deve ser escolhida com o intuito de maximizar a lucratividade da empresa. A relação dos diferentes componentes do Gráfico 1 parece simples, no entanto, existem desafios na hora de estimar o efeito da nutrição no desempenho das aves; A maior dificuldade consiste em em definir o impacto da nutrição na curva de Custos Totais. Isso acontece porque, na prática, existe a necessidade de envolver vários processos e departamentos dentro da organização para quantificar apropriadamente cada um deles.

Despesas fixas diminuem com um melhor plano de nutrição desde que este melhore o peso das aves Para entender melhor a relação Densidade Nutricional e Custos Totais, podemos desdobrar as despesas em Custos Fixos vs. Custos Variáveis e compreender as diferenças na resposta de cada um desses componentes decorrentes de mudanças no desempenho das aves. Por exemplo, a parcela de custo por quilo de carne produzida atribuída a Custos com a Alimentação (CAV) é significativa e também é um Custo Variável. O CAV forma uma curva inversa (Gráfico 2) que diminui conforme melhoramos o desempenho das aves com uma nutrição superior, atingindo seu menor valor no ponto P*Feed. Além do ponto P*Feed, a melhora incremental de desempenho tem um custo maior se afastando da otimização econômica dessa relação. Por tanto, seria indicado implementar a estratégia nutricional P*Feed, se o nosso objetivo for minimizar o custo de alimentação. Porém, uma parcela importante dos Custos Totais embutidos em cada kg de carne produzida deve ser considerada como Custos Fixos, e a diferença dos

outros países. ©2015 Novus International, Inc. Todos os direitos reservados. 3826_v1_PT_BR_LATA

Custos Variáveis, sempre são menores, proporcionalmente com cada incremento na produção de carne por ave. Pode ser o caso de várias despesas que ocorrem durante a criação das aves (CCF), como por exemplo, o custo do pintinho de um dia de idade; ou o caso de várias despesas necessárias para processar as aves (CPF) tais como os custos da mão de obra no abatedouro. Em ambos os casos, estas despesas são sempre menores por kg de carne de frango quanto maiores os frangos (Gráfico 2) simplesmente porque precisamos do mesmo custo por pintinho para produzir uma ave maior vs. uma menor; e precisamos em geral do mesmo custo de mão de obra para processar frangos um pouco mais pesados vs. um frango um pouco mais leve. Por tanto, despesas fixas diminuem com um melhor plano de nutrição desde que este melhore o peso das aves. Por tanto, quando estabelecemos estratégias nutricionais que objetivam únicamente a redução de custos de alimentação (P*Feed), a densidade nutricional ótima será menor e insuficiente para maximizar o lucro da operação como um tudo (P*Feed+Farm+Proc) quando temos custos fixos importantes na criação dos frangos (CCF) e no abatedouro (CPF). Isto acontece porque a soma de CAV + CCF + CPF usada para compor os Custos Totais gera uma curva deslocada à direita (Gráfico 2), resultando em uma otimização econômica diferente e deslocada à direita com relação a P*Feed.

Gráfico 1: Relação entre densidade nutricional, custos e lucro em operações agrícolas

Produção Animal Avicultura

33


Informe Técnico-Comercial

Análise de Cenários Para ilustrar os conceitos aqui discutidos, foram usados dados parciais de dois experimentos de desempenho conduzidos recentemente no Brasil com aves Cobb. No Teste 1, foram usados para cada nível de proteína ideal, 16 boxes com 25 aves não sexadas. Níveis Médios de Dig Lys foram formulados para 4 fases (1.25, 1.15, 1.05, and 0.95%) dos 1 aos 45 dias a partir dos quais (± 5%) programas nutricionais com Baixo, Medio e Alto Proteína Ideal foram formuladas com dietas com milho e soja. No teste 2, fêmeas Cobb foram alojadas dos 1 aos 28 dias de idade usando 16 boxes de 40 aves por nível de proteína. Um programa nutricional de três fases com níveis de Dig Lys Medios foi desenhado (1.28, 1.22, and 1.07%) a partir do qual (± 1,5%) três densidades de proteína ideal foram testadas (Baixo, Medio e Alto). Os resultados de desempenho não foram publicados no presente artigo. Os seguintes custos foram considerados na análise de possíveis cenários: Custos de Alimentação - CAV = Custo dos ingredientes que compõem a dieta (custos no Brasil, 2014), o custo por processar a ração (US$ 8/Ton) e o custo por transportar a ração até o galpão das aves (US$ 5/Ton). Custos na Criação - CCF = US$ 0,77 por ave que inclui pintinho de 1 dia, mão de obra, serviços veterinários, vacinas, manutenção do equipamento, depreciação e amortização. Custos no processamento – CPF = US$ 0,62 por ave que inclui mão de obra, manutenção de equipamento, depreciação, amortização e uma perda de -1.5% do total de carne por transporte. Preços de milho, soja e carne de aves altos, médios e baixos foram estabelecidos segundo a Tabela 1 para uma análise de cenários.

Gráfico 2: Relação entre custos variáveis e fixos no desenho de estratégias nutricionais com o menor custo de produção

34 Produção Animal Avicultura

Tabela 1. Cenários econômicos (US$/Ton)

Alto

Medio

Baixo

Milho

250

200

150

Farelo de Soja

550

450

350

Carcaça Eviscerada

1,600

1,300

1,000

Resultados Nas presentes simulações, o Custo de Alimentação (CAV) representou entre 42 a 58% dos Custos Totais dependendo do experimento, sendo menos expressivo em aves griller de 28 dias do que em aves sacrificadas aos 45 dias como esperado. Porém, a densidade de proteína que resultou em menor um Custo de Alimentação não foi a mesma que aquela que resultou em menor Custo Total em seis dos sete cenários avaliados para o Experimento 1, e em quatro de sete cenários no Experimento 2. Nesses casos, uma densidade maior de proteína foi necessária para maximizar o lucro bruto.

Conclusões e Considerações Práticas O presente artigo ilustra a oportunidade de tomar melhores decisões para reduzir custos ao integrar os diversos componentes do Custo Total na hora de traçar programas nutricionais. A utilização de Custo de Alimentação como único critério no desenvolvimento de programas nutricionais é questionável, pois subestima a densidade de nutrientes necessária para produzir carne com um menor custo, principalmente quando existem despesas fixas significativas durante a criação e processamento dos frangos como aquelas discutidas neste ensaio. O modelo de gestão da empresa avícola deve considerar a necessidade do Departamento de Nutrição de integrar às informações financeiras de outras áreas da empresa de forma eficaz em sua prática cotidiana. O nutricionista deve utilizar ferramentas de apoio que integrem as informações financeiras dos diferentes setores da empresa relevantes ao desenho de programas nutricionais lucrativos. Existem programas de modelagem integrados que podem ser de utilidade apesar da sua complexidade. O desdobramento dos Custos Totais em Custos Variáveis e Fixos pode ajudar ao nutricionista a desenvolver ferramentas próprias mais simplificadas para ajudar na tomada de decisão no desenho de programas nutricionais mais lucrativos.


Reportagem empresarial Fábrica da Auster em Hortolândia, SP: empresa pretende investir R$ 4,8 milhões em 2015/16 em infraestrutura

Dobrar, por que não? Auster fecha 2015 com crescimento orgânico substancial e mantém meta audaciosa de duplicar o tamanho em três anos

A

poiada em uma base consistente, a Auster Nutrição Animal, empresa especializada no desenvolvimento, pesquisa, produção e distribuição de produtos para nutrição de animais, possui algumas estratégias pontuais em seu DNA. Como meta para os anos seguintes, reassume diariamente o desafio de buscar produtos inovadores e aptos para apresentar ao mercado brasileiro. Além disso, pretende manter-se na vanguarda das empresas nacionais de nutrição que buscam cada dia mais soluções diferenciais e funcionais para seus clientes.

Paulo Portilho, Sócio Diretor e o nome à frente da companha sediada em Hortolândia, SP, confia plenamente nessa fórmula de sucesso para manter os números positivos da companhia. Nos primórdios, o portfólio da Auster era focado em especialidades lácteas. Em 2010, ocorreu uma diversificação notável. Paralelamente, mantendo esse nicho de mercado em ascensão, a companhia investiu em aditivos e serviços. Selou parceria para distribuir enzimas da AB Vista e para defender os interesses de uma aliança para o desenvolvimento e manufatura de aditivos, a Innovad. Além disso, solidificou

Produção Animal Avicultura

35


Reportagem empresarial

relações com a irlandesa Kerry Ingredientes e a Hamlet Protein da Dinamarca. Hoje em dia, a Auster está presente em 15% do mercado de postura e na formulação de mais de seis milhões de toneladas produzidas com enzimas, para frangos de corte. Então, o ano de 2015 começou com uma nova conquista. Depois de anos de estudos e testes, a empresa conseguiu a patente da monopropionina nos Estados Unidos. A monopropionina é um composto derivado da esterificação entre o ácido propiônico e o glicerol, tem como foco a preservação de grãos, alimentos para animais e outras materiais alimentares ou produtos, tais como silagens, milho, cereais e farinhas. Em particular, ela está relacionada com a utilização das alfa-monopropioninas como agentes conservantes com o objetivo de reduzir as contaminações induzidas por fungos, leveduras ou bactérias. Segundo o dirigente, a monopropionina é de oito a quinze vezes mais efetiva como antifúngico e antibacteriano que o próprio ácido propiônico em si. “É um produto quimicamente efetivo e não causa os problemas do ácido, como sua corrosividade e a irritação que pode causar nos operadores quando o produto é aplicado”, revela Portilho. Outra aposta para esse ano é o Chickpaper - papel especial para ser colocado sob os bebedouros nos primeiros dias de vida das aves. O produto, lançado em parceria com a Intracare, empresa ho-

Paulo Portilho: Um dos motivos para os bons resultados, na visão do dirigente, é a adaptação dos produtos à realidade brasileira

Desafio para a Auster continua sendo empreender no Brasil de forma independente, concorrendo diretamente com multinacionais

landesa de soluções práticas e inovadoras para o setor do agronegócio, é sucesso em mais de 60 países. O Chickpaper é simples e prático: o papel é desenrolado embaixo da linha de bebedouros e coloca-se ração em cima. O som das patas dos pintinhos que se aproximam atrai os outros – uma vez que nas primeiras semanas de vida a audição das aves é mais aguçada do que a visão. A principal vantagem é oferecer ferramentas para que encontrem rapidamente comida e bebida após o alojamento. Outro ponto positivo do produto é a aspereza do papel, que evita machucados nas patas. Com novos produtos e novas especialidades, o Diretor relembra que o maior desafio para a Auster, empresa 100% nacional, continua sendo empreender no Brasil de forma independente, concorrendo diretamente com multinacionais. Portilho atesta: todos os obstáculos não foram suficientes para interromper a ascensão da Auster. A empresa continua registrando lucro e crescendo organicamente desde que inaugurou, há sete anos. Um dos motivos para os bons resultados, na visão do dirigente, é a adaptação dos produtos à realidade brasileira. Dotado de produtos altamente focados em atender às necessidades dos produtores nacionais, com preços acessíveis e qualidade internacional, Portilho afirma que o objetivo é dobrar o tamanho da companhia até 2018. “Chamamos esse plano de ‘Dobrar sim, por que não’”, brinca. Segundo ele, diversificar para novos mercados e aumentar o portfólio são aliados para alcançar essa meta audaciosa. Tudo isso, respaldado pelo investimento da ordem de R$ 4,8 milhões em 2015/16 em infraestrutura e treinamento técnico da equipe. Números impressionantes já fazem parte da história da Auster e 2014 não foi um ano diferente. As vendas avançaram 51%. “Crescemos como empresa inovadora e seguiremos assim”, conta Portilho. “Acho que estamos na direção certa”.

36

Produção Animal Avicultura


UM CONCEITO PARA TODAS AS FASES HatchTech produz o perfeito e uniforme fluxo de ar e temperatura durante a incubação, necessário para obter qualidade de pintos superior. Mas e quanto aos quatro dias após o nascimento, os quais são fundamentais para o crescimento e desenvolvimento ótimo? A revolucionária tecnologia de Fluxo de Ar Laminar da HatchTech também cria a condição ideal no transporte e fase inicial, salvaguardando qualidade do pintinho no transporte e maximizando o potencial de desempenho no campo.

Eficaz, rentável, sustentável… HatchTech, HatchTraveller e HatchBrood: três sistemas e um conceito para TODOS estágios – da incubação à fase inicial. O resultado? Qualidade do pintinho ótima e uniforme, poucos refugos, melhor taxa de crescimento e menor mortalidade. E graças ao projeto notadamente eficiente dos produtos HatchTech, significa uma substancial redução dos custos de energia e um menor impacto ao ambiente – bom para o planeta, como para seu resultado.

Rua General Osório, nº 974-E | Sl 02 Bairro Jardim Itália | Chapecó – Santa Catarina | Brazil T: +55 49 3312 1408 | info@hatchtech.com.br | www.hatchtech.com.br

Produção Animal Avicultura

37


AviGuia

Farmabase Importante ferramenta para doenças respiratórias As doenças respiratórias além de afetarem diretamente o ganho de peso, uniformidade, conversão alimentar e mortalidade estão diretamente relacionadas à qualidade de carcaça, já que a aerosaculite é considerada uma das principais causas de condenação em frangos de corte e queda de desempenho e mortalidade em matrizes, sendo os principais agentes envolvidos nesses casos o Mycoplasma synoviae, Mycoplasma gallisepticum, Pasteurella multocida e Avibacterium paragallinarum. Neste contexto, a Farmabase apresenta ao mercado o Hi-BAC® um produto à base de Tilmicosina 50%. Molécula de longa duração que alcança altos níveis terapêuticos no pulmão e sacos aéreos das aves, características ideais para o controle de doenças respiratórias. O diferencial é que o Hi-BAC® é um produto acessível ao mercado, elaborado com o mais alto padrão de qualidade Farmabase e que garante melhores resultados no controle dos desafios respiratórios. Mais informações em: www.farmabase.com.br.

Dentre as principais características do Hi-Bac, podemos destacar: Alta capacidade de penetração nas células, devido ao fato de ser altamente lipossolúvel; Concentração elevada nas células de defesa, pois é transportada por macrófagos; Afinidade pelo trato respiratório: atingindo níveis 20 vezes maiores no pulmão e sacos aéreos em relação ao plasma;

Foto-Jean Philippe Vasconcelos

Kemin do Brasil Novo presidente para a América do Sul

José Piccolotto é formado em Administração de Empresas com ênfase em Marketing pela Facamp (Faculdades de Campinas) e possui MBA em Gestão Comercial pela FGV-SP José Piccolotto é o novo presidente da Kemin para a América do Sul. A empresa global de biotecnologia é especializada na fabricação de microingredientes para uso na nutrição e saúde animal. O desafio do novo presidente, de 31 anos, é expandir o mercado para os produtos da Kemin no Brasil e a atuação da companhia para outros países do continente sul-americano, apoiado na inovação e nos diferenciais da empresa. Ao longo de sua carreira, Piccolotto adquiriu grande experiência no varejo e no canal alimentar. Ainda na EMS, atuou como responsável pela área de Marketing para a maior linha de medicamentos genéricos do País. Mais informações: www.kemin.com.br.

38

Produção Animal Avicultura

Excelente eficácia contra os agentes respiratórios; Excelente fluidez.

Casp Inovação: comedouro com suspensão A CASP, indústrias de máquinas e equipamentos para avicultura, suinocultura e armazenagem de grãos, preparou uma série de lançamentos voltados para o mercado avícola em 2015. Um dos destaques é o Comedouro de Corrente com Suspensão S-70E para matrizes, desenvolvido para garantir a uniformidade do lote por meio da alimentação simultânea. “Este comedouro é uma inovação do nosso portfólio e no sistema de alimentação de matrizes, pois a distribuição da ração é feita com o sistema elevado e de maneira precisa. Só depois o comedouro desce e então alimenta as aves” explica Sergio Zerbinatti, Gerente Executivo Comercial de Matrizes. O Comedouro de Corrente com Suspensão S-70E faz parte de uma série de lançamentos que a CASP realizou este ano para sua linha avícola. “Estamos modernizando e aperfeiçoando nossos produtos. A CASP sempre prezou pela inovação e este foi um diferencial que a empresa carregou ao longo de seus mais de 75 anos. Queremos manter este legado junto dos nossos clientes”, finaliza Zerbinatti. Saiba mais sobre a Casp: www.casp.com.br.


Hy-Line do Brasil e Idexx Encontros técnicos

Objetivos dos encontros é manter os clientes atualizados com os desafios sanitários dentro e fora do Brasil A Hy-Line do Brasil realizou, entre os dias 22 de abril e 06 de maio, dois seminários em parceria com a empresa IDEXX, nas cidades de Itanhandu, MG, e Bastos,SP, respectivamente, contando com grande participação dos produtores e técnicos locais. Com aproximadamente 30 participantes em cada encontro, e direcionado aos proprietários de granja e gerentes, o ambiente reservado, informal e participativo permitiu muita interação e discussões durante e após as apresentações. O evento abordou de maneira prática temas de elevado interesse para o produtor, com a palestra “Boas práticas de manejo para garantir a sanidade avícola” do professor Paulo Lourenço, da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Além disso, o Gerente de Serviços Técnicos da Hy-Line do Brasil, Vitor Arantes, apresentou o novo Guia de Manejo da Hy-Line W-36, com suas atualizações de índices zootécnicos e recomendações detalhadas de nutrição e manejo. “Ter realizado estes seminários com a parceria da Hy-Line do Brasil foi de muita relevância para todos nós. Acreditamos que somente com parcerias sólidas como estas conseguiremos avançar e contribuir com mais solidez com as necessidades de campo que a avicultura necessita”, afirmou Andrea Leão Carneiro, Gerente de Assuntos Regulatórios da Idexx. Saiba mais sobre: www.idexx.com e www.hyline.com.br.

AB Vista Parceria para novos estudos A união entre empresa e universidades sempre foi de grande valia para todos os envolvidos. A AB Vista encara a sua relação com quase 50 instituições que são parceiros de pesquisa em todo o mundo como essencial para garantir o seu lugar como um dos principais fornecedores de enzimas alimentares a uma vasta e variada gama global de clientes. Essas parcerias são fundamentais para as operações da empresa, como parte integrante da sua filosofia de pesquisa. Um exemplo disso é o iNSPire Fórum, que se baseia nos polissacarídeos não amiláceos. O conhecimento partilhado nos fóruns, reuniu pesquisadores de todo o mundo, a fim de facilitar as discussões e fazer conexões que terão sucesso em avançar o estado da pesquisa. Além do evento principal, realizado na Escócia, foram realizadas ações na Europa, Brasil, Oriente Médio e Austrália, a fim de estabelecer relações entre pesquisadores e usuários finais. Para mais informações, visite: www.abvista.com. Produção Animal Avicultura

39


AviGuia Marcelo Okamura: Expertise da companhia nessa área tem sido estendida ainda a milhares de empresas e organizações ao redor do mundo

DuPont 35 anos sem acidentes A liderança da DuPont do Brasil reuniu os colaboradores da unidade da companhia em Paulínia, no interior do estado de São Paulo, em um evento organizado especialmente para celebrar a marca de 35 anos ou 12 600 dias sem acidentes. De acordo com a empresa, na planta onde hoje trabalham cerca de 250 pessoas, inaugurada em 1980, nunca houve registro de um acidente com afastamento. “Esse recorde entra para a história da DuPont e deve ser atribuído principalmente ao forte comprometimento dos colaboradores com a visão e os valores da companhia”, resume Marcelo Okamura, Diretor de Pesquisa & Desenvolvimento e também líder da planta de Paulínia. Em mais de 200 anos de história, diz o executivo, a DuPont tornou-se mundialmente reconhecida, também, pelo rigor com que administra sua plataforma de segurança no trabalho. Segundo Okamura, a expertise da companhia nessa área tem sido estendida ainda a milhares de empresas e organizações ao redor do mundo. Saiba mais sobre a empresa em: www.dupont.com.br.

Alltech Simpósio internacional com desafio da “rebelação” Desafiando o público com a frase “nunca diga nunca”, o fundador e presidente da Alltech, Pearse Lyons, concluiu o 31º Simpósio Internacional da empresa, que aconteceu entre os dias 17 a 20 de maio, em Lexington (EUA). O evento reuniu cerca de três mil participantes de mais de 63 nações que foram convidados a “rebelarem-se” para olhar além do óbvio e apresentar soluções inovadoras para o futuro do agronegócio. “Meu desafio para você é ver o mundo como ele é. Você está impactando o mundo ou é o mundo que está impactando você? É tudo uma questão de risco, ação e recompensa”, destacou. Durante os quatro dias de evento foram mais de 110 palestrantes, em 11 painéis sobre agropecuária, negócios, marketing e o setor de alimentos e bebidas. Com diversas abordagens na programação, o tema liderança ganhou destaque no encerramento do Simpósio com a palestra do treinador e mentor da equipe de basquetebol Wildcats da Universidade de Kentucky, John Calipari, que alertou: “líderes não são feitos, eles nascem”. “Eu tenho que ensinar a liderança diariamente. Liderança significa servir todos sob você, perguntando: ‘Como posso dar as ferramentas que você precisa para ter sucesso e continuar? Como ser seu apoio, como empurrar os limites e arriscar?’. A equipe tem que saber que, se as coisas não funcionam, a liderança vai assumir a responsabilidade”, exemplificou o treinador. Saiba mais em: pt.alltech.com.

YES Nova unidade Instalada em Lucélia,SP, a nova fábrica da YES possui investimento de R$ 9 milhões. Apresentando padrão internacional, a unidade deverá render a produção de prebióticos que a empresa pretende exportar para mais de 40 países.

40 Produção Animal Avicultura

John Calipari recebe do presidente da Alltech Dr. Lyons o Prêmio Humanitário da Alltech 2015

De acordo com os acionistas, a unidade industrial de minerais orgânicos não possui similar em toda a América Latina. “Atualmente existem apenas cinco empresas reconhecidas como melhores na produção de minerais orgânicos em todo o mundo. Neste momento, com orgulho, a YES traz para Lucélia uma fábrica que está entre as melhores do mundo. Iremos competir com empresas da Suíça, França, EUA e China. Portanto, nós brasileiros estamos entre as melhores em tecnologia e produção” afirma o diretor comercial da Yes, Gabriel Jorge Neto. Mais informações: www.yes.ind.br.


LOCALIZAÇÃO

ORGANIZAÇÃO

PATROCÍNIO

A avicultura e a suinocultura se encontram no SIAVS 2015! Está chegando! Produtores, exportadores e fornecedores de todos os elos da avicultura e da suinocultura se encontram entre os dias 28 e 30 de julho, no Anhembi, em São Paulo/SP, quando acontecerá o Salão Internacional da Avicultura e da Suinocultura (SIAVS 2015). Maior evento dos setores em 2015, o SIAVS trará para os milhares de visitantes do Brasil e de dezenas de países – entre empresários, gestores de compras, técnicos, pesquisadores, produtores avícolas e suinícolas e outros profissionais da cadeia produtiva internacional – excelentes oportunidades de negócios, com lançamentos em produtos e soluções para os setores. Mais de 100 expositores já estão confirmados, entre agroindústrias produtoras e exportadoras, empresas de equipamentos, casas genéticas, laboratórios, fornecedores de insumos biológicos e farmacêuticos, premixeiros, certificadoras, entre outros.

APOIO

ASOCIACIÓN

LATINOAMERICANA

DE AVICULTURA C 100

M 77

Y 17

K 23

C 5

M 100

Y 100

K 0

MIDIA PARCEIRA

O SIAVS também será palco do Congresso Brasileiro de Avicultura e Suinocultura, com mais de 70 palestrantes renomados do Brasil e de países da América Latina e Europa, debatendo questões técnico-sanitárias e conjunturas das cadeias. Projetos especiais em parceria com a Apex-Brasil e o tradicional Projeto Produtor fazem parte da programação.

É o maior evento da avicultura e da suinocultura do Brasil! ACESSE O SITE E SAIBA MAIS

www.siavs.com.br SIAVS@ABPA-BR.ORG +55 (11) 3095-3120

Produção Animal Avicultura

41


Estatísticas e Preços

Produção e mercado em resumo Produção de pintos de corte Março/2015 523,159 milhões | 5,13%

Produção de carne de frango Março/2015 1.144,505* mil toneladas | 6,71%

Exportação de carne de frango Abril/2015 329,963 mil toneladas| -6,28%

Oferta interna de carne de frango Março/2015 801,482* mil toneladas | 6,24%

Farelo de Soja Maio/2015 R$/ton 995,00 | - 11,08%

Milho Maio/2015 R$/saca 26,63 | -9,58%

Desempenho do frango vivo Maio/2015 R$/kg 2,17| -0,49%

Desempenho do ovo Maio/2015 R$/caixa 54,88| -9,52%

* Preliminar Todas as porcentagens são variações anuais

42

Produção Animal Avicultura

Em maio houve forte recuperação no mercado de ovos

N

o cenário internacional, em maio, a FAO divulgou o seu Food Outlook, no qual analisa as tendências de produção agropecuária para o ano. No tocante, especificamente, às carnes, prevê incremento de produção pouco superior a 1%, com expansão maior da carne avícola (+1,5%). Em relação ao comércio mundial, (exportações) as carnes avícolas (com predominância do frango) devem crescer 2,6%. A Organização Mundial de Saúde (OMS) pediu que pesquisadores, autoridades e meios de comunicação adotem melhores critérios na nomeação de novas doenças infecciosas para evitar efeitos negativos sobre determinadas nações, segmentos específicos da economia ou, mesmo, pessoas. Cita, entre outras doenças infecciosas cujos nomes causam problemas a setores específicos da atividade econômica, a Influenza Aviária – que, a depender do órgão de comunicação, pode ser identificada como gripe das aves, gripe do frango, etc. A recomendação é para que, no surgimento de novas doenças infecciosas sejam evitados, por exemplo, nomes relacionados à espécie de animal primariamente afetado.

N

o cenário nacional, o setor de postura comercial obteve forte recuperação de preços na primeira quinzena de maio, resultado dos descartes que reduziram o volume de ovos disponibilizados no mercado e deram novo ânimo ao setor. Embora a segunda quinzena tenha sido de preços decrescentes, não foram tão acentuados quanto os aumentos verificados na primeira parte do mês. No mercado de frango, segundo técnicos de campo, o lento consumo no mês foi retardando os abates programados, redundado em frangos com mais de 3 kg. Ou seja, maior volume de carne em um mercado em retração. Isso explica os baixos preços alcançados pelo produtor em maio.


Produção de pintos de corte

Expansão de 3,5% no primeiro trimestre

T

Evolução mensal MILHÕES DE CABEÇAS

MÊS

2013/2014

2014/2015

VAR. %

Abril

516,465

503,325

-2,54%

Maio

528,640

521,531

-1,34%

Junho

492,081

500,067

1,62%

Julho

531,577

542,827

2,12%

Agosto

525,568

532,452

1,31%

Setembro

495,703

531,201

7,16%

Outubro

532,843

568,185

6,63%

Novembro

482,037

481,899

-0,03%

Dezembro

525,826

544,371

3,53%

Janeiro

525,441

539,803

2,73%

Fevereiro

482,746

495,889

2,72%

Março

497,620

523,159

5,13%

Em 3 meses

1.505,807

1.558,851

3,52%

Em 12 meses

6.136,546

6.284,709

2,41%

Fonte dos dados básicos: APINCO – Elaboração e análises: AVISITE

PRODUÇÃO TRIMESTRAL

2013

2014

1,559

1,483 2012

1,506

2011

1,516

2010

1,500

2010 a 2015 Bilhão de cabeças

1,432

udo indica que, frente às perspectivas nada animadoras da economia brasileira, a indústria do frango pisou no freio. Dados da APINCO mostram que, após um início de ano em que o volume de pintos de corte produzidos aproximou-se dos 540 milhões de cabeças, houve retrocesso na produção: em março, mês também de 31 dias, como janeiro, o volume registrado ficou em 523,1 milhões de cabeças, retrocedendo pouco mais de 3% sobre o primeiro mês do ano (em relação a fevereiro registrou-se aumento de 5,5%, mas aqui esse tipo de comparação não é válido, pois fevereiro tem 28 dias). De toda forma, não vai escapar dos mais atentos que, em comparação a março de 2014, observa-se aumento de 5,13% - um incremento sem dúvida exagerado para o atual momento econômico. No entanto, para afastar conclusões precipitadas, é oportuno lembrar que em março do ano passado o volume produzido retrocedeu 5,14% em relação ao mesmo mês do ano anterior. E isto quer dizer que os atuais 523,1 milhões de cabeças estão ligeiramente abaixo do que foi produzido dois anos atrás, em março de 2013 – 524,6 milhões de cabeças. Sob esse aspecto, aliás, a produção do primeiro trimestre de 2015 – perto de 1,559 bilhão de cabeças - também apresenta, à primeira vista, características preocupantes, visto ter aumentado 3,5% em relação ao mesmo período do ano passado. No entanto, ela é apenas 2,8% maior que o 1,516 bilhão de cabeças do 1º trimestre de 2013. Ou, retrocedendo um pouco mais no tempo, apenas 3,9% superior ao 1,5 bilhão de cabeças do mesmo trimestre de 2011 – índice de incremento médio pouco superior a 1% ao ano. Por ora, o trimestre projeta para o ano 6,236 bilhões, volume praticamente igual ao alcançado no ano anterior. Entretanto, o primeiro trimestre é o período de menor produção do ano. Assim, o volume anual tende a ser maior.

2015 Produção Animal Avicultura

43


Estatísticas e Preços Produção de carne de frango

Em março o segundo maior volume já produzido pelo setor

D

Evolução Mensal MIL TONELADAS

MÊS

2013/2014

2014/2015

VAR. %

Abril

1.032,125

1.011,286

-2,02%

Maio

1.074,052

1.041,629

-3,02%

Junho

1.050,203

1.034,641

-1,48%

Julho

1.045,185

1.058,798

1,30%

Agosto

1.048,033

1.103,581

5,30%

Setembro

1.026,107

1.066,088

3,90% 7,64%

Outubro

1.043,551

1.123,253

Novembro

1.025,360

1.104,922

7,76%

Dezembro

1.041,440

1.070,452

2,79%

Janeiro

1.049,120

1.116,600

6,43%

955,475

1.033,528

8,17%

Fevereiro Março

1.072,504

1.144,505

6,71%

Em 3 meses

3.077,099

3.294,633

7,07%

Em 12 meses

12.463,155

12.909,283

3,58%

Fonte dos dados básicos: APINCO / Projeções e análises: AVISITE

PRODUÇÃO TRIMESTRAL

I

II III IV 2010

44 Produção Animal Avicultura

I

II III IV I 2011

3.295

3.299

3.228 3.088

3.077

3.119

3.110

3.156

II III IV 2012

2.922

3.130

2.998

3.261

3.256

3.310

3.289

3.176

3.088

3.213

3.139 2.838

3.122

1º trimestre de 2010 a 1º trimestre de 2015 Mil toneladas

I

II III IV I 2013

II III IV I 2014 2015

ados colhidos no mercado indicam que, em março, o volume de carne de frango estimado pela APINCO ficou pouco acima de 1,140 milhão de toneladas. Para chegar a esse volume a APINCO leva em consideração mortalidade de 4% dos pintos alojados, abate aos 45 dias de idade e peso médio de 2,350 kg para o mercado interno e de 1,350 kg para o frango inteiro exportado, incluindo os “grillers” que tem peso mais leve. Assim, o volume de março – pintos alojados em janeiro e fevereiro – totalizou 1.144.505 toneladas e equivale a 6,7% de crescimento sobre o mesmo mês do ano passado. Foi o segundo maior volume mensal já produzido pelo setor, ficando atrás, apenas, do já distante janeiro de 2012. Com isso, o volume do primeiro trimestre alcançou quase 3,295 milhões de toneladas e representa 7,07% de aumento sobre o mesmo trimestre do ano passado. Além disso, é volume praticamente igual ao produzido no trimestre anterior, o último de 2014. A grande diferença é que no trimestre anterior, o período tradicionalmente é de maior consumo favorecido pela entrada do 13º salário no mercado. E, mesmo assim, em pleno mês de festas (dezembro), os preços ao produtor retrocederam. Ao contrário, o primeiro trimestre de cada ano sempre é de baixo consumo devido as férias de grande parte dos trabalhadores, férias escolares, pagamento de impostos (IPTU, IPVA) e etc. E foi exatamente isso que aconteceu neste ano: o excesso do produto aliado à retração no consumo ocasionou queda nos preços praticados. Nada diferente do que aconteceu em 2012 quando o setor já vinha de um final de ano (2011) de alto volume e continuou com altos volumes nos dois primeiros trimestres daquele ano. A consequência foi o excesso de ofertas e baixos preços praticados, ocasionando grave crise no setor. É preciso repensar o ritmo de crescimento pois as indicações continuam sendo de retração no consumo e dificuldades na economia. E as exportações ainda não iniciaram a trajetória de crescimento prevista.


Exportação de carne de frango

Carne de frango: recuo em abril torna negativos embarques do ano

M

EVOLUÇÃO MENSAL MIL TONELADAS

MÊS

2013/2014

2014/2015

Maio

343,489

346,642

0,92%

Junho

305,912

296,321

-3,14%

VAR. %

Julho

339,130

371,175

9,45%

Agosto

333,323

332,083

-0,37%

Setembro

301,997

359,176

18,93%

Outubro

355,480

362,181

1,89%

Novembro

347,689

327,410

-5,83%

Dezembro

323,995

340,753

5,17%

Janeiro

299,765

271,043

-9,58%

Fevereiro

289,529

296,390

2,37%

Março

318,068

343,023

7,85%

Abril

352,058

329,963

-6,28%

Em 4 meses

1.259,420

1.240,419

-1,51%

Em 12 meses

3.910,435

3.976,160

1,68%

Fonte dos dados básicos: SECEX/MDIC

EXPORTAÇÃO QUADRIMESTRAL

1.331

1.331

1.240

1.390

1.346

1.259

1.329

1.322

1.241

1.301

1.312

1.305

1.349

1.335

1.258

1.306

1.356

1º Quadrimestre de 2010 a 3º quadrimestre de 2015 1º e 2º quadrimestre de 2015 = projeção Mil Toneladas

1.158

esmo tendo permanecido dentro da média registrada nos oito meses anteriores (agosto/14 a março/15), as exportações brasileiras de carne de frango de abril passado apresentaram forte retração em relação ao mês anterior e, principalmente, em comparação a abril de 2014. O mês mais curto, com os feriados de Páscoa e Tiradentes, atuou na redução sobre o mês anterior, fazendo com que os embarques de abril, próximos de 330 mil toneladas, recuassem 3,8%. Já a redução sobre abril de 2014, mais significativa (de 6,28%), é reflexo de uma concentração de embarques naquele mês. A ponto de o volume então exportado corresponder ao recorde do primeiro semestre de 2014 e ao segundo maior volume em 12 meses. Senão impossível, era muito difícil a repetição do mesmo desempenho agora, em 2015. De toda forma, após fechar o primeiro trimestre do ano com pequeno ganho em relação a idêntico período do ano passado, no fechamento do quadrimestre as exportações de carne de frango voltam a apresentar resultado negativo, com recuo de 1,5%. Analisando a representatividade do volume embarcado no primeiro quadrimestre dos últimos cinco anos, a exportação de 2015 será pouco superior a 3,900 milhões de toneladas. Bem abaixo dos 4 milhões de toneladas, no mínimo, previstas pelo setor. Considerando recente observação da FAO de que, nos primeiros quatro meses do ano, as exportações de carnes são, normalmente, fracas, tendendo a recuperar-se no restante do exercício, prevalece a expectativa de que o resultado negativo do quadrimestre seja rapidamente revertido. Além disso, as exportações vindouras devem ser mais significativas levando em conta os problemas sanitários recorrentes em alguns exportadores mundiais. Por ora, o resultado dos últimos doze meses permanece com evolução positiva e registra expansão de 1,68%.

1ºQ 2ºQ 3ºQ 1ºQ 2ºQ 3ºQ 1ºQ 2ºQ 3ºQ 1ºQ 2ºQ 3ºQ 1ºQ 2ºQ 3ºQ 1ºQ 2ºQ 3ºQ 2010 2010 2010 2011 2011 2011 2012 2012 2012 2013 2013 2013 2014 2014 2014 2015 2015 2015

Produção Animal Avicultura

45


Estatísticas e Preços Disponibilidade Interna de Carne de Frango

Volume de março é o terceiro maior já ofertado pelo setor

A

Evolução Mensal MIL TONELADAS

MÊS

2013/2014

2014/2015

VAR. %

Abril

692,665

659,228

-4,83%

Maio

730,563

694,987

-4,87%

Junho

744,291

738,320

-0,80%

Julho

706,055

687,623

-2,61%

Agosto

714,710

771,498

7,95%

Setembro

724,110

706,911

-2,38%

Outubro

688,071

761,072

10,61%

Novembro

677,671

777,512

14,73%

Dezembro

717,445

729,699

1,71%

Janeiro

749,355

845,557

12,84%

Fevereiro

665,945

737,138

10,69%

Março

754,436

801,482

6,24%

Em 3 meses

2.169,736

2.384,177

9,88%

Em 12 meses

8.565,317

8.911,027

4,04%

Fonte dos dados básicos: APINCO • Elaboração e análises: AVISITE

DISPONIBILIDADE TRIMESTRAL

1.990

2.021

2.155

2.170

2.287

2.384

1º TRIM 2010 a 1º TRIM 2015 Mil toneladas

1º tri 2010

46 Produção Animal Avicultura

1º tri 2011

1º tri 2012

1º tri 2013

1º tri 2014

1º tri 2015

s informações levantadas através do sistema AliceWeb da Secretaria do Comércio Exterior indicando 343 mil toneladas exportadas e a estimativa realizada pela APINCO de 1,144 milhão de toneladas produzidas em março, sugerem que foram disponibilizadas no mercado interno o equivalente a 801 mil toneladas de carne de frango. O volume estimado - mais exatamente 801.482 toneladas - equivale a 6,2% de aumento sobre o disponibilizado no mesmo mês do ano passado. Em relação ao mês anterior, fevereiro, houve aumento de 8,7%. Entretanto, março é mês mais longo, tornando a produção real cerca de 1,8% inferior. O total disponibilizado no encerramento do trimestre é 5,2% inferior ao primeiro mês do ano. Mas não é motivo de festejos pois janeiro foi recorde de oferta interna causado pela baixa exportação daquele mês. Aliás, março foi o terceiro maior volume nominal já oferecido pelo setor. No primeiro trimestre foi disponibilizado no mercado interno o equivalente a 2,384 milhões de toneladas, representando aumento de quase 10% sobre o mesmo período do ano passado. Em relação ao trimestre anterior, o aumento é de 5%. Mas o último trimestre do ano passado foi período de maior consumo devido ao salário extra que o mercado absorve da grande massa trabalhadora. Já no trimestre inicial de cada ano, o período é de baixo consumo. Assim, o grande incremento verificado na disponibilidade trimestral ultrapassou as necessidades de consumo. Nos últimos cinco anos o volume disponibilizado no primeiro trimestre representou 24,55% do volume anual. Projetado para o ano, o volume do primeiro trimestre indica 9,7 milhões de toneladas, representando aumento de 11,7% em relação ao disponibilizado em 2014. Por ora, o volume acumulado nos últimos 12 meses – abril de 2014 a março de 2015 – está em 8,911 milhões de toneladas e representa 4% de aumento sobre o mesmo período imediatamente anterior.


Desempenho do frango vivo em maio de 2015

Valores pagos ao produtor caem pelo terceiro mês consecutivo De toda forma, nunca será demais mencionar que, embora mais grave que em ocasiões anteriores, o fraco desempenho de maio não chega a representar fato inusitado, pelo contrário. Pois, salvo algumas exceções, é no quinto mês do ano que o frango vivo registra seus menores preços de cada exercício. E isso, claro, deixa perspectivas animadoras em relação ao comportamento do mês de encerramento do primeiro semestre. Sobretudo porque, nas duas últimas décadas, em dezesseis ocasiões (80% do total) o sexto mês do ano foi encerrado com preços superiores aos de maio. Junho de 2015 não deve ser mais uma exceção.

FRANGO VIVO

Evolução de preços na granja, interior paulista – R$/KG Média mensal e variação anual e mensal em treze meses

Média anual em 10 anos R$/KG

MÊS.

MÉDIA R$/KG

VARIAÇÃO % ANUAL MENSAL

MAI/14

2,18

21,15%

-8,10%

2007

JUN

2,16

14,77%

-0,74%

2008

R$ 1,63

2009

R$ 1,63

2,22

4,12%

2,44%

AGO

2,40

-1,60%

8,07%

SET

2,65

-9,68%

10,59%

2010

OUT

2,75

-2,62%

3,77%

2011

NOV

2,68

7,00%

-2,73%

DEZ

2,37

-5,38%

-11,57%

JAN/15

2,32

-5,14%

-1,90%

2013

R$ 2,47

FEV

2,34

0,43%

0,90%

2014

R$ 2,42

MAR

2,40

-4,81%

2,51%

ABR

2,29

-3,51%

-4,60%

MAI

2,17

-0,49%

-5,22%

R$ 2,08

2012

R$ 2,30

Média 1995/2014 (20 anos) 2015

Nov

119,4

Out

116,6

101,6

97,3

93,8

R$ 1,92

89,6

95,4

Abr

R$ 1,65

2015

113,3

Mar

94,5

100,0 99,1

106,6 96,6

103,1 95,8

Fev

R$ 1,55

JUL

Preço relativo em 2015 comparativamente à média de 20 anos (1995/2014) Média mensal do ano anterior = 100

Jan

2006 R$ 1,16

116,9

fraco desempenho da demanda (interna e externa), mais que o volume produzido, fez com que em maio de 2015 o frango vivo não fosse além do segundo menor valor dos últimos 22 meses - R$2,17/kg. Ou seja: desde agosto de 2013, abaixo da média do último mês só os R$2,16/kg de junho de 2014. Isto, em valores nominais, relevando-se a inflação do período. Esse foi o terceiro mês consecutivo em que o frango vivo registrou redução de preço em relação ao mesmo mês do ano anterior. Em maio, entretanto, o índice de redução foi o menor desses três meses, pois a redução anual não chegou a meio por cento. Ainda assim é uma redução significativa se considerada a inflação anual, superior a 8%. Por outro lado, comparativamente ao mês imediatamente anterior, maio último, com queda de 5,22%, ficou marcado como o segundo mês consecutivo de redução. Com isso, em relação a março (até aqui, o mês de melhor desempenho do ano), a redução acumulada anda próxima dos 10%. Com tal resultado, o preço médio alcançado pelo frango vivo nos cinco primeiros meses de 2015 não vai além dos R$2,30/kg, sete centavos a menos (queda próxima de 3%) que os R$2,37/ kg do mesmo período de 2014. Mas se considerada a média alcançada nos 12 meses do ano passado (R$2,42/kg), o índice de redução é ainda maior, de praticamente 5%.

115,5

O

Mai

Jun

Jul

Ago

Set

Dez

Produção Animal Avicultura

47


Estatísticas e Preços Desempenho do ovo em maio de 2015

Única vantagem econômica do preço atual é a preservação do poder de compra m maio, o ovo esteve sob os holofotes – interna e externamente. Internacionalmente, foi notícia nos mais variados meios de comunicação mundiais devido à forte alta de preços registrada nos EUA – consequência dos surtos de Influenza Aviária que, por lá, tem atingido sobretudo a avicultura de postura (em um mês, mais de 100% de aumento no produto in natura; no líquido pasteurizado, aumentos de até 200%). Por aqui, o ovo foi motivo de capa de duas revistas da editora Abril. Em “Veja” foi mostrada a “Vitória Final... do mais eclético dos alimentos de origem animal”. Já a revista “Saúde É Vital” apontou “Seis Razões para Comer Ovo”.

OVO BRANCO EXTRA

Evolução de preços no atacado paulistano R$/CAIXA DE 30 DÚZIAS Média mensal e variações anual e mensal em treze meses MÊS.

MÉDIA R$/CXA

MAI/14

60,65

-0,57%

-14,87%

JUN

57,17

-6,28%

-5,75%

JUL

54,88

-9,59%

-3,99%

AGO

52,31

-15,13%

-4,70%

SET

40,23

-31,11%

-23,09%

OUT

43,30

-12,70%

7,62%

NOV

42,50

0,27%

-1,84%

DEZ

44,31

-7,77%

4,25%

Média anual em 10 anos R$/CAIXA

VARIAÇÃO % ANUAL MENSAL

JAN/15

44,19

5,90%

-0,26%

FEV

68,57

22,26%

55,15%

MAR

64,35

-7,62%

-6,15%

ABR

55,58

-21,99%

-13,62%

MAI

54,88

-9,52%

-1,19%

2006 R$ 27,48 R$ 39,42

2007

R$ 43,62

2008

R$ 38,63

2009

R$ 37,93

2010

R$ 44,61

2011

R$ 49,11

2012

R$ 57,86

2013

R$ 52,70

2014

R$ 57,29

2015

Nada disso, porém, influenciou o andamento do mercado interno que, neste ano, desfavoreceu o ovo até mesmo no período de Quaresma. E isso quer dizer que o preço do produto recuou pelo terceiro mês consecutivo, fechando maio com o menor valor médio em quatro meses, ou seja, desde fevereiro passado, quando foi registrada a maior cotação do ano. Embora o preço médio dos cinco primeiros meses de 2015 esteja 8,7% acima da média anual de 2014, encontra-se ligeiramente aquém da média anual de 2013 (perto de 1% a menos). Neste último caso, a única vantagem econômica obtida pelo ovo com o preço atual é a preservação do poder de compra de suas duas principais matérias-primas. Assim, se em 2013 uma caixa de ovos extras adquiriu 2,080 sacas de milho e 55,957 kg de farelo de soja, neste ano (janeiro/maio) permitiu adquirir 2,15 sacas de milho (3,4% a mais) e 57,462 kg de farelo de soja (2,7% a mais). No mais, a deterioração do poder de compra do ovo é geral, ou seja, suas perdas não ficam restritas à inflação. Na média de 2013, por exemplo, cerca de 352 dúzias de ovos (11,7 caixas) garantiam o pagamento de 1 (um) salário mínimo, então a R$678,00. Em 2015, com o salário mínimo a R$788,00, vêm sendo necessárias em torno de 413 dúzias (13,8 caixas, 17,4% a mais).

100,1

97,9

98,7

110,5

112,6

115,7

108,8

Set

Out

Nov

103,9

105,2

111,9

121,8 119,3

113,0

Média 2001/2014 (14 anos) 2015

83,6

92,0

129,8

Preço relativo em 2015 comparativamente à média mensal de 14 anos (2001/2014) Média mensal do ano anterior = 100

110,1

E

Jan

48 Produção Animal Avicultura

Fev

Mar

Abr

Mai

Jun

Jul

Ago

Dez


Matérias-Primas Preço do milho registra diminuição em maio

Soja registra desvalorização mensal e anual

O preço do milho registrou diminuição em maio de 2015. O preço médio do insumo saca de 60 kg, interior de SP, fechou o mês cotado a R$26,63– valor 6,50% menor que a média de R$28,48 obtida pelo produto em abril de 2015. A disparidade de preços do milho em relação ao ano anterior foi negativa. O valor atual é 9,58% menor já que a média de maio de 2014 foi de R$29,45 a saca.

O farelo de soja (FOB, interior de SP) registrou desvalorização mensal em maio de 2015. O produto foi comercializado ao preço médio de R$995/t, valor 6,4% menor que o mês de abril– R$1.063/t. Na comparação com maio de 2014 – quando o preço médio era de R$1.119/t – a cotação atual registra diminuição de 11,08%.

Valores de troca – Farelo/Frango vivo Valores de troca – Milho/Frango vivo O frango vivo (interior de SP) fechou maio a R$ 2,17/kg – valor 5,22 % menor que a média de abril de 2015. A maior queda do milho contribuiu para a melhora no poder de compra do avicultor. Nesse mês, foram necessários 204,5 kg de frango vivo para se obter uma tonelada de milho, considerando-se a média mensal de ambos os produtos. Este valor representa melhora no poder de compra de 1,34% em relação ao mês anterior, pois em março a tonelada do milho “custou” 207,3 kg de frango vivo.

Valores de troca – Milho/Ovo O preço do ovo, na granja (interior paulista, caixa com 30 dúzias), encerrou maio cotado à média de R$ 48,88, valor 1,41% inferior ao mês anterior. Com a maior queda do milho em relação ao ovo, houve melhora no poder de compra do avicultor. Em abril foram necessárias 9,6 caixas de ovos para adquirir uma tonelada do cereal. Em maio, foram necessárias 9,1 caixas/t, uma melhora de 5,44% na capacidade de compra do produtor.

2015

Média Maio Média Máximo Maio Mínimo Mínimo Máximo 28,00 R$ 28,00 R$ 25,50 R$R$ R$ 25,50 R$

26,6326,63

1300 1200 1100 1000 950 900 850 800 750 700 650 600

2014

abril

maio

março

maio janeiro

2014 2015

fevereiro

março novembro abril dezembro

janeiro setembro fevereiro outubro

novembro julho dezembro agosto

setembro maio outubro junho

julho

agosto

maio

1300 1200 1100 1000 950 900 850 800 750 700 650 600 junho

abril

maio

março

2015

fevereiro

março novembro abril dezembro

maio janeiro

janeiro setembro fevereiro outubro

novembro julho dezembro agosto

setembro maio outubro junho

julho

agosto

maio

junho

2014

De acordo com os preços médios dos produtos, em maio de 2015 foram necessárias aproximadamente 20,4 caixas de ovos (valor na granja, interior paulista) para adquirir uma tonelada de farelo de soja. O poder de compra do avicultor de postura em relação ao farelo melhorou já que antes 21,4 caixas de ovos adquiriam uma tonelada de farelo. Em relação a maio de 2014, o aumento no poder de compra é de 0,59%, pois naquele período a tonelada de farelo de soja custou, em média, 20,5 caixas de ovos.

R$/tonelada FOB, interior deinterior SP R$/tonelada FOB, de SP

35,00 33,00 31,00 29,00 27,00 25,00 23,00 21,00 19,00

2014

Valores de troca – Farelo/Ovo

Preço médio soja de soja Preço Farelo médio de Farelo

Preço médio Preço Milho médio Milho

R$/saca de R$/saca 60kg, interior deinterior SP de 60kg, de SP

35,00 33,00 31,00 29,00 27,00 25,00 23,00 21,00 19,00

A menor queda no preço do frango vivo em reação ao decréscimo no farelo de soja em maio garantiu que fossem necessários 458,5 kg de frango vivo para adquirir uma tonelada do insumo, significando melhora de 1,24% no poder de compra do avicultor em relação a abril, quando foram necessários 464,2 kg de frango vivo para obter uma tonelada do produto.

2015

Média Maio Média Maio Mínimo Máximo Máximo Fonte das informações: Mínimo 1.030,00R$ 1.030,00 R$ 970,00 R$ 970,00 R$ www.jox.com.br R$ R$

995,00 995,00

Produção Animal Avicultura

49


Ponto Ponto Final Final

Celso Capellaro é Gerente de Operações da Aurora Alimentos, aonde atua há 21 anos

Um país rodoviário e de baixa produtividade logística

O

Brasil possui muitas dificuldades em termos de logística. O principal motivo é decorrente da falta de uma multimodalidade no transporte. Deveríamos ter um equilíbrio entre os transportes rodoviário, ferroviário e hidroviário. Perdemos muito em produtividade logística por falta de diversificação de nossos modais. Infelizmente, nosso país concentra 67% de seu transporte no modal rodoviário e o que é pior: 47% de nossas rodovias encontram-se em situação ruim ou péssima. Trata-se de uma modalidade precária, sem infraestrutura para atender à demanda. Somos um país rodoviário e ineficiente. Comparativamente com outros países de dimensões semelhantes como Estados Unidos e China o Brasil investe menos de 10% do que estes países no seu sistema de transporte. Nos EUA, há 4 bilhões de km de rodovias. No Brasil, nós temos 200 mil Km de rodovias pavimentadas, 5 % do que são os EUA. Quanto às ferrovias, os Estados Unidos têm 225 mil km. Já o Brasil tem apenas 28,5 mil Km. Sobre as hidrovias, são 21 mil vias navegáveis no Brasil e 41 mil Km de vias navegáveis nos EUA. A conclusão da ferrovia Norte Sul poderia ser uma forma de melhorar a situação da avicultura no Brasil. Grande parte da produção do frango está localiza na região Sul e esta ferrovia pode trazer a matéria prima para alimentação animal da região Centro Oeste para o Sul. Como em todo o processo de infraestrutura, o país não tem um cronograma de longo prazo, não existe previsão para a conclusão desta ferrovia. Para exemplificar: um trem de 86 vagões poderia substituir 176 carretas e reduzir os custos do transporte em 35%. O Brasil perde com todas essas questões porque deixa de ser competitivo. Nós ganhamos muito por outros motivos, como pela condição climática diferenciada e produtores comprometidos para a criação de frangos.

50

Produção Animal Avicultura

Mas perdemos pela ineficiência. E é uma perda significativa e imensurável. Em países desenvolvidos, o custo de uma empresa com a logística gira em torno de 5 a 6% de seu faturamento. No Brasil, esse custo é de 12 % do faturamento das empresas. O balanceamento dos modais de transporte envolve o investimento de longo prazo e o governo federal olha para o curto prazo. É preciso um planejamento que seja cumprido independente de quem estiver no poder. É preciso ter metas, que sejam seguidas, para colocar em prática os projetos que estão no papel.

Brasil precisa se comprometer com um pacto pela multimodalidade, envolvendo iniciativa privada e governo federal Apesar das dificuldades, a avicultura aprendeu a mostrar a sua força. Através de nossas associações as demandas estão chegando ao governo federal. Mas, ainda assim, a evolução que presenciamos no campo, não acontece na mesma velocidade no investimento em infraestrutura. Temos que nos comprometer com um pacto pela multimodalidade, envolvendo a iniciativa privada e o governo federal. A sociedade brasileira precisa se comprometer. Finalizo com um exemplo: A Aurora fatura 7 bilhões de reais por ano e gasta 8 milhões de reais em pedágio. Esse dinheiro deveria retornar para a infraestrura de logística para que possamos ser produtivos no aspecto logístico e consequentemente não perdermos a competividade a nível mundial.


Produção Animal Avicultura

51


Ponto Final AGROGEN AGORA É GRUPO VIBRA. A PAIXÃO, A INOVAÇÃO E A QUALIDADE SEMPRE VÃO SER A NOSSA MARCA. MUDAMOS SÓ O NOME.

Para marcar um novo momento da nossa história, mudamos a nossa marca. O que não muda é o nosso espírito de vibrar a cada conquista, a cada novo mercado e a satisfação de cada cliente. É assim todos os dias, há mais de 25 anos. Com dedicação, verdade e coragem, construímos grandes marcas e conquistamos o respeito e a confiança de clientes e parceiros. Nosso alto padrão de qualidade produz alimentos mais saborosos e saudáveis, admirados por consumidores em mais de 30 países. Isso tudo nos deixa orgulhosos demais. E, quando isso acontece, você sabe: a gente vibra.

MARCAS GRUPO VIBRA

52

Produção Animal Avicultura


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.