Revista do AviSite, ed.98

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Editorial

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A Revista do AviSite


Sumário Sanidade Avícola

41

A avicultura está preparada para enfrentar uma ocorrência de Influenza Aviária?

26 28 30 32 34 36 38

Nutrição

20

Carne de frango e ovos enriquecidos com selênio previnem câncer de próstata e mama

Caderno Limpeza e Desinfecção Uma abordagem técnico-comercial para o tema Chickpaper, especial para pintinhos recém-nascidos A escolha do desinfetante Boas Práticas de Vacinação nos Incubatórios Biossegurança adequada à realidade da propriedade Ácidos orgânicos e peróxido de hidrogênio na acidificação da água de bebida Endotoxinas estão no ar

54

Reportagem empresarial Biomin: O avanço na utilização de simbióticos para aumento da resposta imunológica das aves

70

Ponto final por Masaio Mizuno Ishizuka - FMVZ-USP Biosseguridade regional: novo modelo de manejo da saúde avícola

14 50

Artigo

A relação entre os períodos de viragem com os pesos dos pintos e também de órgãos

06

Eventos

08

Painel do Leitor

10

Noticias curtas Novo encontro da FONAGRO analisa tributação

56

AviGuia Evonik: mais uma planta para a produção de metionina

Estatísticas e preços 62 63 64 65 66 67 68 69

Produção e mercado em resumo Pintos de corte Produção de carne de frango Exportação de carne de frango Oferta Interna Desempenho do frango vivo em outubro Desempenho do ovo em outubro Matérias-primas

A Revista do AviSite

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Editorial

Divulgando informações com credibilidade As informações que chegam diariamente à redação do Portal AviSite e do OvoSite ganham mais importância para a avicultura quando publicadas na Revista. Como um veículo de comunicação, ficamos satisfeitos quando verificamos que notícias importantes de empresas ganham muito destaque em nossos Portais, uma vez que , por vezes, elas são identificadas como os ‘clippings mais lidos do dia’, em uma análise diária feita pela nossa redação. Gostaríamos de parabenizar as empresas do segmento avícola, primeiramente, pela produção de informação de qualidade e, em segundo momento, por confiarem em nosso trabalho diário. A comunicação corporativa engloba diversos fatores, entre eles, a união e a parceria com veículos capazes de elevar o potencial gerador de informação das empresas ao seu público alvo, de forma exata, precisa. Vale lembrar ainda o trabalho dos assessores de imprensa, que facilitam o contato entre nossos clientes e nossa redação. Fazemos aqui uma colocação adicional: Como empresa de comunicação, trabalhamos com a divulgação de informações de forma honesta, sem cópia de conteúdo. É uma pena que esta mesma atitude não seja seguida por todos os veículos da mídia especializada. Pioneiro na produção de conteúdo, o Portal AviSite, além de ser o mais lido do setor avícola, é também o mais copiado. Acreditamos na importância da divulgação do conhecimento, desde que citada a fonte original. Encerramos este editorial contando que, ao mesmo tempo em que preparamos esta edição de novembro, trabalhamos no Guia AviSite 2016, tradicional publicação que traz a retrospectiva de 2015 e as perspectivas para 2016, no que se refere ao setor avícola brasileiro e mundial. Aguardem, porque vem novidade por aí. Divirtam-se!

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A Revista do AviSite

Mundo Agro Editora Ltda. Rua Erasmo Braga, 1153 13070-147 - Campinas, SP

ISSN 1983-0017 nº 98 | Ano VIII | Novembro/2015

expediente Publisher Paulo Godoy paulogodoy@avisite.com.br Redação Érica Barros (MTB 49.030) Giovana de Paula (MTB 39.817) imprensa@avisite.com.br Comercial Karla Bordin comercial@avisite.com.br Diagramação e arte Mundo Agro e Innovativa Publicidade luciano.senise@innovativapp.com.br Internet Gustavo Cotrim webmaster@avisite.com.br Administrativo e circulação Caroline Esmi financeiro@avisite.com.br

Os informes técnicoempresariais publicados nas páginas da Revista do AviSite são de responsabilidade das empresas e dos autores que os assinam. Este conteúdo não reflete a opinião da Mundo Agro Editora.


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RAISING STANDARDS A Revista do AviSite

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Eventos Novembro 12 e 13

3° Fórum de Agricultura da América do Sul Local: Museu Oscar Niemeyer, Curitiba, PR Realização: Agronegócio Gazeta do Povo Contato: (41) 3154-4757 E-mail: agrooutlook@gazetadopovo.com.br Informações: www.agrooutlook.com

Dezembro 2a4

29ª Reunião Anual do CBNA Local: Hotel Fonte Colina Verde, em São Pedro (SP) Realização: CBNA (Colégio Brasileiro de Nutrição Animal) Telefone: (19) 3232-7518 Informações: www.cbna.com.br

Janeiro 26 a 28

Tendências do mercado de proteína animal ganham espaço na 29ª Reunião do CBNA Evento ocorrerá de 2 a 4 de dezembro no Hotel Fonte Colina Verde, em São Pedro (SP). O maior consumo de proteína animal nos próximos 40 anos tornará os produtos de origem animal responsáveis por 29% das calorias consumidas até 2050, contra cerca de 20% no ano 2000, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Isso ocorrerá tanto por conta do crescimento da população mundial como do aumento da renda. Diante desses números, soluções mais versáteis dos produtos vão se tornar cada vez mais necessárias para satisfazer o consumidor e, consequentemente, conquistar posicionamento superior no mercado.

International Production and Processing Expo (IPPE) Local: Georgia World Congress Center, Atlanta (EUA) Realização: American Feed Industry Association, American Meat Institute e U.S. Poultry & Egg Association Informações: www.ippexpo.com E-mail: info@uspoultry.org

Fevereiro 16 e 17

Curso Facta Nutrição: Matrizes e Frangos Local: Campinas, SP Realização: Facta Telefone: (19) 3243-8542 Informações: www.facta.org.br E-mail: facta@facta.org.br

Março 15 a 19

XIV Congresso APA Prod. e Comerc. de Ovos Local: Ribeirão Preto, SP Realização: APA Telefone: (11) 3832.1422 E-mail: diretoria@apa.com.br

Abril 5a7

XVII Simpósio Brasil Sul de Avicultura e VIII Poultry Fair Local: Chapecó, SC Realização: Nucleovet Informações: www.nucleovet.com.br 13 a 15

I Poultry Nutrition and Production Conference e III Simpósio de Avicultura do Local: João Pessoa, PB Realização: Grupo de Estudos em Tecnologias Avícolas/UFPB Telefone: (83) 3362-2504 E-mail: contato@getaufpb.org.br Informações: www.getaufpb.org.br

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A Revista do AviSite

Conhecer mais de perto as “Tendências do comportamento do consumidor de cárneos, leite e ovos” faz parte dos objetivos do 29ª Reunião Anual do CBNA, que ocorrerá de 2 a 4 de dezembro no Hotel Fonte Colina Verde, em São Pedro (SP). Esse é, de fato, o tema de uma das apresentações da sessão conjunta do evento desenvolvida pelo Colégio Brasileiro de Nutrição Animal (CBNA), entidade científica sem fins lucrativos que comemorará seu aniversário de 30 anos durante a programação. Leonardo Miyao, Diretor Nacional de Mercearia do Grupo Pereira, foi escalado para apresentar essa palestra. As sessões conjuntas elaboradas para a primeira parte do evento, na qual está inserida a palestra que acaba de ser descrita, integram as 23 palestras e quatro apresentações promocionais da 29ª Reunião Anual do CBNA. No decorrer da programação, as palestras serão divididas com foco em duas salas, voltadas ao público especializado em aves e em suínos. “Nossa reunião anual é um dos momentos mais aguardados por quem atua na área técnica-científica de alimentação balanceada, pois ao mesmo tempo que apresenta as principais oportunidades vindouras à agroindústria, sua programação se preocupa em atualizar o público sobre os avanços e conhecimentos mais recentes em torno da nutrição”, comenta João Domingos Biagi, diretor presidente do CBNA. A 29ª Reunião Anual do CBNA já conta com o patrocínio da Basf e da Ajinomoto; com a colaboração da Fatec, Ferraz Máquinas e da AB Vista; e com os espaços promocionais da DSM, APC e Phileo Lesaffre. Para obter mais informações e inscrever-se no evento consulte o site www.cbna.com.br.


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Fale com a gente

Painel do Leitor

Fale com a redação, peça números antigos, faça sua assinatura e anuncie na Revista do AviSite. Entre em contato pelo telefone 19-3241-9292, de 2ª a 6ª feira, das 8h às 17h30.

Envie seus comentários e sugestões para o email imprensa@avisite.com.br, com nome completo, profissão e cidade, ou ainda participe de nossas redes sociais

Pullorum & Gallinarum ganham vida em quadrinhos

Desde o mês de outubro, a Revista do AviSite publica, em parceria com a Vetanco, tirinhas humorísticas relacionadas ao dia-a-dia da produção avícola. A ideia agradou aos leitores. Gostei das figurinhas, foi muita criatividade! Fábio Tavares Zancan, Campinas, SP Muito bom! Problema sério, mas top de humor! e que tal uma versão em inglês? Manuel Costa, Cascavel, PR

/avisite.portaldaavicultura Acesse nosso site @AviSite

www.avisite.com.br

Foi fantástica a ideia! Obrigada pela oportunidade de nos divertirmos! Luciana Abeid, Batatais, SP

As cinco notícias mais lidas no AviSite em Outubro

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Custo de produção do frango atinge recorde histórico

Queda no preço dos alimentos veio para ficar

O custo referencial levantado pela Embrapa (climatização positiva no PR) superou ligeiramente os R$2,48/kg, alcançando valor que representou aumento de 7,13% sobre o mês anterior e de 22,55% sobre o mesmo mês do ano passado.

A FAO observa que as commodities do agronegócio vêm passando por um período de preços mais baixos e menos voláteis, condição que tende a se manter no curto prazo, a menos que ocorra algum impacto inesperado – por exemplo, quebra de safras.

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5

Tendências da oferta Cooperativas Avicultura canadense interna em 2015 concentram-se nos teme efeitos da TPP cortes A disponibilidade interna de 2015 ficará próxima dos 9,245 milhões de toneladas, aumentando pouco mais de 3% sobre 2014 e garantindo uma oferta per capita (204,5 milhões de habitantes) da ordem de 45,2 kg.

Embora o volume de produto in natura seja muito similar (90,24% do total nas cooperativas; 91,39% do total nas exportações globais), as exportações de cortes das representaram 88% do total, contra menos de 55% do total nas exportações globais.

A Chicken Farmers of Canada diz-se desapontada “com o acesso adicional que o Canadá precisou conceder para garantir assento na TPP”, algo que implica em ampliar o atual mercado importador canadense em 28%, ou 10% do consumo interno.

Há 10 anos no AviSite www.avisite.com.br

George Bush propõe usar exército contra IA Campinas, 06 de Outubro de 2005 – O presidente norte-americano George Bush anunciou que, se preciso for, usará as forças armadas do país para ajudar no controle de um eventual surto de Influenza Aviária. Ele adiantou já ter avaliado a hipótese de colocar sob quarentena as regiões mais afetadas do país e de utilizar meios militares para garantir a eficiência dessa quarentena. Ao referir-se ao vírus H5N1, Bush observou que, para melhor se inteirar da questão, não só lera um livro de John M. Barry sobre a pandemia de 1918, mas também teve longa conversa a respeito da Influenza Aviária com o Dr. Anthony Fauci, diretor da unidade de doenças infecciosas do Instituto Nacional

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A Revista do AviSite

de Saúde. Como se recorda, a pandemia de 1918 – ou gripe espanhola – também foi ocasionada por um vírus da Influenza e ceifou mais vidas que a I Grande Guerra, entre 1914 e 1918. Assim, procurando demonstrar certa intimidade com o problema, Bush comentou que a eventual ocorrência de um surto irá obrigar o presidente a tomar decisões politicamente difíceis. Como, por exemplo, a imposição de quarentena nas áreas mais afetadas, algo que pode envolver “o uso das forças armadas para impor planos e controlar a situação”. O Senado dos EUA aprovou, em caráter emergencial, a liberação de US$3,9 milhões destinados, especificamente, à implantação de um programa de reação à doença.


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Notícias Curtas

ABPA

Novo encontro da FONAGRO analisa tributação A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) recebeu em outubro em São Paulo (SP) um novo encontro do Fórum Nacional das Agroindústrias (FONAGRO). No encontro, foram debatidos os temas relativos à tributação que impacta a cadeia produtiva de proteína animal do Brasil. Estiveram em pauta os preços de transferência nas operações com aves, suínos e bovinos, recompensas não-financeiras e suas implicações legais, imposto de renda sobre ganho de capital, imposto sobre cesta básica nacional e impactos fiscais sobre arrendamento e parceria rural. “São questões que criam entraves e influenciam a competitividade da cadeia produtiva. Por este motivo, a realização de encontros do Fonagro é fundamental para a melhoria da capacidade competitiva de nosso setor”, destaca o presidente-executivo da ABPA, Francisco Turra.

Francisco Turra, Presidente da ABPA

Sanidade avícola

Laboratório de Descalvado garante sanidade para exportação Para impedir a entrada do vírus da Influenza Aviária e monitorar as granjas, a Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, por meio de seu instituto Biológico (IB), tem um time de técnicos na cidade de Descalvado para certificar que o território paulista continua com a sanidade exigida pelo mercado externo – responsável por comprar anualmente R$ 1,52 bilhão em carne de frango. O Centro Avançado de Pesquisa Tecnológica do Agronegócio Avícola (Captaa) do IB é o responsável pela garantia dessa sanidade. A contribuição paulista no período 2013-14 foi da ordem de US$ 400 milhões por ano, equivalente a R$ 1,52 bilhão anual. “O que difere o Brasil do mundo é a sanidade, por isso é importante contar com a sensibilidade do governador Geraldo Alckmin em investir em pesquisa e diagnóstico”, apontou o médico veterinário Guilherme de Castro, diretor técnico do Captaa. Guilherme destacou ainda que são estes exames realizados em Descalvado os responsáveis por garantir as exportações do Estado, além de legitimar a cadeia produtiva e garantir a confiança dos compradores.

Guilherme de Castro, diretor técnico do Captaa

MAPA

Novo cadastro de estabelecimentos e produtos Através da Instrução Normativa nº 34, de 21 de outubro de 2015, publicada no final de outubro no Diário Oficial da União, o MAPA instituiu o Sistema Eletrônico Integrado de Produtos e Estabelecimentos Agropecuários. Identificado pela sigla SIPEAGRO, o sistema - que tem por finalidade a coordenação e gestão de cadastros e registro de estabelecimentos, produtos agropecuários e afins e, ainda, a integração com o banco de dados único do MAPA – vai permitir o registro e cadastro de estabelecimentos e produtos, gerenciamento técnico, administrativo e operacional de inspeção e fiscalização agropecuária, controle de procedimentos relacionados à produção, importação, exportação, comercialização e uso na produção agropecuária e, por fim, o gerenciamento dos procedimentos administrativos de apuração de infração. A IN também estabelece que os registros e cadastros atuais devem ser atualizados junto ao SIPEAGRO. Para isso, titulares ou responsáveis técnicos disporão do prazo de um ano contado a partir do recebimento da respectiva notificação de atualização. Esta, por sua vez, será expedida pelo serviço de fiscalização da Unidade Federativa onde se localizar o estabelecimento. A atualização implicará na alteração dos números de registro e cadastro atualmente existentes no MAPA. Para ter acesso ao documento na íntegra: www.pesquisa.in.gov.br/imprensa/jsp/visualiza/index.jsp?jorn al=1&pagina=4&data=23/10/2015

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A Revista do AviSite


OMC

Brasil solicita oficialmente painel contra a Indonésia Autoridades brasileiras apresentaram no final de outubro o pedido de abertura de painel contra a Indonésia, para tratar das barreiras impostas pelo país asiático às exportações de carne de frango do Brasil. A apresentação aconteceu no âmbito do Órgão de Solução de Controvérsias (Dispute Settlement Body, em inglês) da Organização Mundial do Comércio (OMC), em Genebra (Suíça). Dezenas de tentativas de negociações para a abertura de mercado foram realizadas pelos brasileiros junto ao mercado indonésio. “Empresas locais demonstraram forte interesse em buscar negócios com os exportadores brasileiros. O Brasil tem todo o potencial para se consolidar como um parceiro do auxílio à segurança alimentar da população indonésia. Infelizmente, não conseguimos avanços e as autoridades do país insistem em manter estas barreiras injustificadas”, destaca o presidente-executivo da ABPA, Francisco Turra.

Com mais de 250 milhões de habitantes e um baixo consumo per capita, a Indonésia tem maioria muçulmana (87%), consumidora de produtos halal – que seguem diretrizes determinadas pelo islamismo. E o Brasil é, hoje, o maior produtor e exportador de carne de frango halal do mundo. São quase 1,8 milhão de toneladas exportadas anualmente.

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Notícias Curtas

Região Sul

Aumento da participação nas exportações de frango CARNE DE FRANGO

Unidades Federativas Exportadoras - JANEIRO-SETEMBRO DE 2015 UF

VOLUME

RECEITA CAMBIAL

MIL/T

VAR.

US$ MI

VAR.

PR

1.111,678

18,57%

1.821,492

6,39%

SC

728,378

0,06%

1.357,899

-16,12%

RS

544,774

1,86%

915,745

-9,58%

SP

192,791

-0,28%

309,175

-12,59%

GO

152,068

16,06%

264,205

-10,00%

MG

149,378

4,05%

236,037

-2,41%

MS

126,635

-1,60%

247,410

-17,21%

MT

64,793

-35,36%

103,030

-53,22%

DF

52,229

-13,24%

100,864

-12,34%

BA

3,771

-22,58%

7,212

-23,65%

ES

0,972

31,34%

1,111

35,52%

PE

0,463

-47,07%

0,554

-36,32%

RO

0,344

-50,85%

0,508

-58,48%

TO

0,270

900,00%

0,423

1995,84%

PB

0,054

-74,77%

0,088

-53,88%

PA

0,012

-36,94%

0,038

-32,33%

RJ

0,003

-

0,008

-

Apenas a Região Sul do País continua a apresentar evolução na exportação de carne de frango. Mas puxada pelo PR, que aumentou seu volume em quase 20%, enquanto em SC e no RS a expansão ficou em, respectivamente, 0,06% e 1,86%.

REGIÕES

S

2.384,831

8,39%

4.095,136

-5,72%

CO

395,725

-5,82%

715,509

-22,88%

SE

343,144

1,63%

546,331

-8,40%

NE

4,289

-28,05%

7,853

-25,25%

N

0,625

-16,04%

0,969

-25,40%

3.128,614

5,52%

5.365,799

-8,74%

BR

Fonte dos dados básicos: SECEX/MDIC - Elaboração e análises: AVISITE

Importação de ovos frescos

EUA abrem mercado para Argentina Os Estados Unidos abriram seu mercado para a importação de ovos frescos da Argentina. Neste último mês de outubro, as autoridades do ‘Servicio Nacional de Sanidad y Calidad Agroalimentaria’ (Senasa - Argentina) receberam do serviço sanitário dos Estados Unidos a comunicação oficial sobre a aprovação do certificado sanitário que permitirá o envio ao país norte-americano do produto de origem argentina.

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A Revista do AviSite

“A abertura deste novo mercado aos ovos frescos produzidos na Argentina, entre outras coisas, reflete a excelente condição sanitária que se apresenta no país, reconhecido internacionalmente como livre de Influenza Aviária e NewCastle”, aponta em comunicado o Senasa. Em 2015, a Argentina exportou 1.832 toneladas de ovos frescos e seus derivados.


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Danisco Animal Nutrition A Revista do AviSite

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Notícias Curtas

Projeções do MAPA

VBP positivo para o frango em 2015 As últimas projeções do MAPA sobre o valor bruto da produção agropecuária brasileira (VBP) em 2015 ainda prevêem, em relação ao frango, resultado negativo em comparação ao faturamento aparente de 2014. Mas a diferença, agora, é pequena. A ponto de sugerir que, até o fechamento do ano, haverá algum ganho real em comparação ao ano passado. Na primeira projeção para este ano, feita ainda no final de 2014, o MAPA sinalizava que o VBP do frango no corrente exercício poderia recuar perto de 4%, previsão que se manteve (com pequenas reduções desse índice) até recentemente. Mas no levantamento relativo ao mês de setembro o MAPA indica que o VBP do frango em 2015 deve recuar apenas 0,18%. Tal previsão resulta, sem dúvida, da forte valorização obtida pelo frango nos últimos meses. E como ela se manteve também em outubro, é bem provável que na próxima divulgação, em novembro, o frango já surja com previsão de aumento no VBP. Fonte: MAPA - Elaboração e análises: AVISITE

Em comparação a 2014

Duas posições à frente na pauta cambial Entre os 10 principais produtos exportados pelo Brasil nos nove primeiros meses de 2015, oito deles encerraram o período com queda na receita cambial. Inclusive a carne de frango in natura, cuja receita em dólar retrocedeu perto de 7,5%. Porém, entre esses oito, a carne de frango foi o segundo produto com menor perda de receita, ficando atrás, apenas, do café em grão (-1,39%). O efeito dessas duas quedas no quadro de principais exportadores se reflete na carne de frango que, ocupando a sexta posição um ano atrás, em 2015 mantém-se, já há alguns meses, no quarto posto, atrás apenas da soja em grão, do minério de ferro e do petróleo em bruto. Com esse desempenho, a participação da carne de frango na captação de divisas aumentou mais de 11%. Em 2014, entre janeiro e setembro, o produto foi o responsável por 2,9% do total de divisas geradas com a exportação. Neste ano esse índice se encontra em pouco mais de 3,2%.

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EXPORTAÇÃO BRASILEIRA

10 principais produtos da pauta - Janeiro-setembro de 2015 US$ BILHÕES FOB PRODUTO EXPORTADO

RECEITA CAMBIAL

VAR. ANUAL

Soja em grão

19,161

Minério de ferro Petróleo em bruto

PARTICIPAÇÃO NA PAUTA CAMBIAL % DO TOTAL

VAR. ANUAL

-15,81%

13,26%

1,17%

10,765

-47,11%

7,45%

-36,45%

9,322

-23,80%

6,45%

-8,43%

Carne de frango

4,737

-7,42%

3,28%

11,25%

Farelo de soja

4,471

-20,01%

3,09%

-3,88%

Café em grão

4,143

-1,39%

2,87%

18,49%

Açúcar em bruto

4,092

-23,16%

2,83%

-7,67%

Celulose

4,040

2,62%

2,80%

23,32%

Carne bovina

3,345

-21,76%

2,32%

-5,99%

Aviões

2,566

19,00%

1,78%

42,99%

Subtotal 10

66,641

-22,46%

46,12%

-6,83%

Demais

77,854

-11,21%

53,88%

6,69%

TOTAL

144,495

-16,78%

100,00%

0,00%

Fonte dos dados básicos: SECEX/MDIC - Elaboração e análises: AVISITE - *Exclusivamente produto in natura


Sem alteração

10 principais importadores do frango brasileiro CARNE DE FRANGO

Principais importadores - (ordenados segundo o volume adquirido) - JANEIRO-SETEMBRO DE 2015 PAÍS IMPORTADOR Arábia Sau-dita (1)

RECEITA

VOLUME

US$ MI

VAR.

MIL/T

VAR.

% DO TOTAL

1.029,4

10,33%

575,3

17,07%

18,39%

Japão (2)

627,6

-22,69%

304,4

-0,83%

9,73%

China (5)

464,9

21,50%

233,1

38,35%

7,45%

Emirados Árabes (4)

383,6

1,68%

222,3

15,55%

7,11%

Hong Kong (3)

220,2

-35,47%

172,9

-27,20%

5,53%

África do Sul (8)

85,5

19,80%

153,8

32,03%

4,92%

Holanda (7)

347,2

-18,17%

140,1

-2,64%

4,48%

Venezuela (6)

218,4

-35,89%

94,0

-41,46%

3,00%

Kuwait (9)

146,4

0,45%

90,6

13,38%

2,90%

Coreia do Sul (20)

158,6

44,18%

80,1

91,88%

2,56%

Subtotal (10)

3.681,9

-6,51%

2.066,6

6,56%

66,05%

Demais (134)

1.683,9

-13,27%

1.062,0

3,56%

33,95%

Total (144)

5.365,8

-8,74%

3.128,6

5,52%

100,00%

Completados três quartos do ano, os principais importadores da carne de frango brasileira mantém-se praticamente inalterado. Considerado o volume acumulado no período, no grupo dos 10 principais importadores, apenas um país reduziu significativamente suas compras: a Venezuela.

Fonte dos dados básicos: SECEX/MDIC - Elaboração e análises: AVISITE

Maximizando produtividade com economia e eficácia Melhora a conversão alimentar. Maior uniformidade dos lotes. Reduz o custo da alimentação. Viabiliza uso de alimentos alternativos. Reduz a excreção de fósforo e nitrogênio.

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Notícias Curtas

Acordo Transpacífico

Expectativa dos EUA em relação aos produtos avícolas Segundo o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), apenas cinco países trazem a possibilidade de acesso a mercados mais amplos com a parceria Transpacífico: Japão, Malásia, Vietnã, Nova Zelândia e Brunei. O USDA reconhece que a TPP fortalece as regras do comércio internacional, mas em relação às perspectivas de ampliação dos negócios com produtos avícolas, elimina Canadá e México, Cingapura, Austrália e Chile e o Peru. Os EUA pouco devem esperar de Malásia, Vietnã, Nova Zelândia e Brunei.

Porque, em conjunto, têm um potencial importador que não chega às 150 mil toneladas anuais. Assim, sobra o Japão – na atualidade, o segundo maior importador mundial do produto, atrás, apenas, da China. Em outras palavras, não há como negar que só

o Japão, independentemente dos demais integrantes da TPP, já representa um grande negócio para os EUA. Pena, somente, que esse seja, também, o segundo principal mercado da carne de frango brasileira. Ou seja: vai ser preciso muito esforço para preservar esse importante cliente.

Queda nas exportações

Market share dos EUA no frango fica aquém de 30% Em agosto, a avicultura norte-americana exportou praticamente o mesmo volume do mês anterior, julho, com redução de apenas 0,26%. Mas as 227.048 toneladas embarcadas no mês corresponderam ao segundo menor volume exportado em 24 meses, só não ficando aquém de fevereiro (225.154 toneladas). Em relação a agosto de 2014, houve queda (de 18,32%) que se repete pelo quarto mês consecutivo e que faz com que o acumulado no ano venha apresentando índices crescentes de redução. Entre janeiro e agosto, foram embarcadas 254 mil toneladas a menos que no mesmo período de 2014, o que representou queda próxima de 11,5% em relação a idêntico período do ano passado. Projetada para a totalidade do ano, a média mensal atualmente alcançada sinaliza volume da ordem de 2.956 toneladas, quase 11% a menos que em 2014. Porém, em sua mais recente previsão, o USDA aponta volume anual próximo dos 3 milhões de toneladas, o que sugere que conta com alguma recuperação dos embarques no quadrimestre final do ano. No entanto, o “market share” dos EUA nas exportações globais de carne de frango recuará de 31,6% (2014) para pouco mais de 29%. O maior beneficiário dessa queda, segundo o próprio USDA, é o Brasil, cujo “market share” deve subir de 34% para 36,6%.

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EUA

Evolução mensal das exportações de carne de frango - MIL TONELADAS MÊS

2013/14

2014/15

VAR. %

SET

274,297

278,399

1,50%

OUT

306,381

296,135

-3,34%

NOV

284,564

258,206

-9,26%

DEZ

259,197

255,117

-1,57%

JAN

273,916

240,034

-12,37%

FEV

271,388

225,154

-17,04%

MAR

285,194

273,562

-4,08%

ABR

259,515

259,927

0,16%

MAI

288,735

261,914

-9,29%

JUN

281,187

255,725

-9,06%

JUL

287,218

227,649

-20,74%

AGO

277,978

227,048

-18,32%

Em 8 meses

2.225,131

1.971,014

-11,42%

Em 12 meses

3.349,569

3.058,871

-8,68%

Fonte dos dados básicos: USDA - Elaboração e análises: AVISITE - OBS.: Os dados, relativos apenas à carne de frango in natura, excluem também as exportações de patas de frango. A Revista do AviSite


Produção aumenta, comércio internacional recua

FAO e o frango no mundo em 2015 A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) divulgou novas previsões sobre a produção e o comércio mundiais de carnes em 2015, comparando-as com os resultados (ainda preliminares) de 2014. Na produção, o maior índice de expansão previsto é o da carne de frango que, respondendo por pouco mais de um terço (35,16%) do total das quatro carnes avaliadas, tende a registrar aumento de volume próximo de 1,5%. No comércio internacional a situação é inversa, pois a de frango é a única carne com tendência de regressão. O recuo é pequeno, sem dúvida (-0,79%), mas indica situação pior que a das carnes suína e ovina, que tendem a manter os mesmos níveis de 2014. Ou bastante inferior ao da carne bovina que, pelo contrário, é a única carne a sinalizar aumento nas transações internacionais - de pouco mais de 1%. O comportamento oposto entre as carnes bovina e de frango ocasiona ligeira alteração no mix do comércio internacional. Ainda assim, o frango continua como carne líder dos negócios do setor, com pouco mais de 41,5% do volume estimado para as quatro carnes. A carne bovina fica com 32% do total, a suína com pouco mais de 23% e a ovina com 3,3%.

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Notícias Curtas

BRF

Empresa mantêm estratégia de agressividade nos preços A BRF deve manter estratégia de agressividade de preços no Brasil até o fim deste ano, mas para 2016 terá que promover reajustes diante da pressão de fatores que incluem a desvalorização do real ante o dólar, disseram executivos da companhia. “Certamente, ano que vem vamos ter que fazer uma puxada de preços”, disse a presidente da BRF para Brasil, Flavia Faugeres. Por sua vez, o presidente-executivo da BRF, Pedro Faria, afirmou que a companhia continuará este ano com estratégia de preços mais agressiva. “Isso porque estamos reintroduzindo marcas no Brasil”, disse ele sobre produtos da Perdigão que começaram a voltar a ser vendidos no Brasil após cumprimento de condições impostas pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Faria afirmou ainda que a BRF tem como ambição ter 20% de sua produção instalada fora do Brasil nos próximos três anos. O executivo comentou que entre os focos de produção local da empresa estão na América Latina, em especial na Argentina; África Subsaariana, com destaque para Angola; e Sudeste Asiático.

Pedro Faria, Presidente-executivo da BRF

BRF II

Maior projeção para o mercado chinês com a “Sadia” A BRF vem buscando crescer dentro do mercado chinês com a marca de alimentos “Sadia”. A marca foi lançada em Hong Kong, em 2012, onde hoje já abocanha 47% do mercado local de frango congelado e 29% do mercado de carne suína congelada. Em julho passado, foi dado o primeiro passo para conquistar o grande mercado da China continental, com o lançamento de um snack de pé de galinha chamado Pao Jiao. A empresa vai lançar uma linha de frango e salsichas congeladas este ano. “Nosso plano é transformar a Sadia em uma das principais marcas de alimentos na China, com presença na vida do consumidor do café da manhã ao jantar”, declarou Marcos Jank, diretor de assuntos corporativos e business development da BRF Ásia. Segundo estudo publicado neste ano pelo Conselho Empresarial Brasil China e pela Apex Brasil, a carne de frango é a segunda proteína animal mais consumida na China - 21% do total de carnes, contra 64% de carne suína e 8% de carne bovina.

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Marcos Jank, Diretor de assuntos corporativos e business development da BRF Ásia


BRF III

40% mais caro

A BRF anunciou o investimento de R$ 180 milhões na construção de uma fábrica de embutidos em Seropédica, na região metropolitana do Estado. De acordo com a BRF, o investimento já estava contemplado no “plano macro” de empresa para 2015, que prevê a soma de R$ 1,85 bilhão. O investimento no Rio contará com incentivos fiscais do Estado no âmbito do programa Rio Carnes, que concede até 2% no valor total devido de ICMS e agiliza o processo de concessão de licenças ambientais. “Mesmo diante de um cenário econômico extremamente desafiador, identificamos uma excelente oportunidade no Rio de Janeiro”, disse o CEO da BRF, Pedro Faria. Quando estiver concluída, a fábrica de Seropédica empregará cerca de 400 pessoas, de acordo com a BRF. Será a segunda fábrica da companhia de alimentos no Estado.

Há dois anos a Seara está investindo em uma linha de frangos sem antibióticos, hormônios e conservantes e iniciou no mês de outubro a venda dos produtos da marca Da Granja. A empresa ampliou e adaptou uma granja no interior de São Paulo especialmente para cuidar de toda a cadeia de produção, do ovo ao abate, da novidade. O cuidado com o manejo das aves, treinamento de pessoas e processo em granja exclusiva fará com que os produtos DaGranja custem cerca de 40% mais que os frangos convencionais da Seara. A empresa acredita que a concorrência não deve atrapalhar. “Há espaço para os dois tipos de consumo e, com os itens DaGranja, queremos atender os consumidores que querem itens leves, saudáveis e práticos”, diz Joanita Maestri Karoleski, presidente da JBS Foods. “Há uma tendência mundial de buscar produtos mais saudáveis e naturais e nós estamos trabalhando há tempos em um processo que garanta isso”, explicou.

Investimentos de R$ 180 milhões em fábrica no Rio

Seara começa a vender frango sem antibiótico, hormônios e conservantes

A GRANJA EM SUAS MÃOS 8 Gerenciador modular 8 Permite upgrades 8 Acesso remoto 8 Atualizações gratuitas

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Nutrição

Pesquisas relacionam selênio à prevenção de câncer Enriquecimento da carne de frango e ovos com selênio pode auxiliar na prevenção de câncer de próstata e mama

V

ocê já pensou em prevenir o câncer de mama ou próstata adicionando mais carne de frango ou ovos à sua dieta? Pois saiba que isso é possível. O tema foi abordado durante o “4th International Conference on Selenium in the Environment and Human Health”, realizado em São Paulo no último mês de outubro . O selênio é um mineral essencial para todas as formas de vida. Relacionado com muitas reações químicas, ele tem propriedades especiais que estão sendo pesquisadas pela comunidade científica, como sua atuação na nutrição animal, nutrição humana e na medicina. O selênio melhora a proteção orgânica e, consequentemente, o sistema imunológico, auxiliando também na capacidade reprodutiva e se constituindo num forte aliado na prevenção de câncer de mama e próstata. A adição deste mineral à nutrição humana através do enriquecimento da carne de frango e ovos já tem comprovação científica e pode trazer excelentes resultados.

Antônio Gilberto Bertechini, pesquisador da Universidade Federal de Lavras, MG: “Já é totalmente viável a inclusão do selênio na carne de frango e ovos. São dois tipos de proteínas de grande aceitação e de fácil acesso à população e que podem auxiliar muito na prevenção ao câncer de próstata e mama”

Por que enriquecer alimentos com selênio no Brasil? O nível de ingestão de selênio é baixo na maioria das regiões; Os solos são pobres em selênio e, consequentemente, também a matéria-prima para alimentação animal; Carnes e ovos não têm valores satisfatórios de selênio para a nutrição humana, O enriquecimento de carne e ovos com selênio pode contribuir para a nutrição humana. Fonte: Antonio Gilberto Bertechini, UFLA

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O zootecnista e pesquisador da Universidade Federal de Lavras, Antonio Gilberto Bertechini, realizou uma apresentação sobre o tema na conferência mundial sobre selênio. Ele destacou que as pesquisas já comprovam que o maior consumo de selênio está diretamente relacionado ao menor número de casos de câncer. “Os dados apontam que, por exemplo, para cada 100 mil habitantes da região norte do Brasil, são registrados 30 casos de câncer de próstata. Já na região sudeste este número atinge a marca de 88 casos”, afirma. Segundo Bertechini, o maior consumo de selênio na região norte do país é natural, devido ao solo rico neste componente.

O pesquisador destaca que as mulheres precisam de 55 microgramas de selênio por dia e os homens, 65. “Já é totalmente viável a inclusão do selênio na carne de frango e ovos. São dois tipos de proteínas de grande aceitação e de fácil acesso à população. O frango é barato, muito bom nutricionalmente e muito bem aceito e o ovo é um dos melhores alimentos para o ser humano e também é de fácil acesso a todos”, disse.

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Nutrição

O selênio atua para uma saudável atividade enzimática, com o objetivo de aumentar a proteção do sistema imunológico. Ao todo, 25 enzimas precisam de selênio para melhoria de suas atividades.

O custo da inclusão deste mineral na dieta dos frangos para o enriquecimento da carne gira hoje em torno de US$ 0,0044 por quilo vivo. “O benefício é maior que o custo. Já estive em reuniões com agroindústrias que se mostraram interessadas na inclusão do mineral nas dietas avícolas. Vale destacar a importância e a magnitude de um projeto como este. A prevenção de vários tipos de câncer é melhor economicamente do que os tratamentos. O governo gasta muito no diagnóstico e tratamento do câncer e esquece-se do principal: a prevenção. Ele deveria investir muito mais em pesquisa visando à prevenção. Este é um problema de saúde pública. Em relação ao selênio, caso o mineral não seja incorporado mais fortemente à alimentação humana, ele poderá no futuro ser oferecido na forma de medicamento”, diz Antonio Gilberto Bertechini. Informações sobre 4th International Conference on Selenium in the Environment and Human Health: www.seleniumresearch.org.

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A nova geração de selênio orgânico

Fonte inovadora de selênio orgânico: • Sob a forma de Selênio Metionina 100% digestível e eficaz; • Biodisponibilidade superior em comparação com os produtos à base de Selênio Levedura.

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Caderno Técnico - Comercial LIMPEZA e DESINFECÇÃO

Higiene é de fundamental importância

E

ste mês, a Revista do AviSite publica o Encarte Especial sobre Limpeza e Desinfecção de Granjas e Incubatórios, com o objetivo de informar aos produtores as etapas corretas do processo de higienização dos aviários. Entre os procedimentos estão etapas bem definidas como pré-lavagem, utilização de detergentes para s retirada da matéria orgânica, enxágue e desinfecção com a utilização de desinfetantes de qualidade visando à diminuição da contaminação microbiológica. Neste trabalho contamos com a colaboração dos Professores Guilherme Vieira (UNIME - União Metropolitana de Educação e Cultura e UNIFACS - Universidade Salvador) e Marcos Café (EVZ/UFG - Escola de Veterinária e Zootecnia da Universidade Federal de Goiás). Aqui na Revista do AviSite, entre as páginas 28 e 40, você confere uma abordagem comercial para o tema limpeza e desinfecção apresentada pelas empresas parceiras do AviSite neste projeto: Auster, Ceva, Merial, Sanphar, Thech e Theseo.

Parceiros

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Caderno Técnico - Comercial LIMPEZA e DESINFECÇÃO

Auster Nutrição Animal apresenta Chickpaper, especial para pintinhos recém-nascidos Autor: Laureano Galeazzi, gerente técnico da Auster Nutrição Animal

O

s primeiros dias de vida das aves são cruciais. Apenas se o animal consumir a quantidade correta de comida e água é que irá ter um crescimento bem sucedido nas semanas seguintes. Uma cama adequada, de qualidade, é um dos fatores indispensáveis para que este crescimento ocorra. Para que este desenvolvimento aconteça, a Auster Nutrição Animal, em parceria com a Intracare, empresa holandesa de soluções práticas e inovadoras para o setor do agronegócio, apresenta o Chickpaper, papel espe-

Figura 1: Disposição do Chickpaper sobre a cama de 12 lotes em aviário comercial

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cial para ser colocado sobre a cama para aconchegar os pintinhos no novo ambiente. O Chickpaper já é sucesso em mais de 60 países. Chickpaper funciona de forma bem simples. O papel é desenrolado próximo da linha de bebedouros e comedouros (Figura 1), e coloca-se ração por cima dele logo antes do alojamento dos pintinhos. O som das patas das aves pisando neste papel rústico atrai a atenção dos pintinhos em busca de alimento, já que nas primeiras semanas de vida estes animais têm a audição mais sensível que a visão. Após o alojamento, os animais devem encontrar comida e bebida rapidamente

para se alimentar e hidratar após o período de transporte do incubatório até o galpão. O papel absorve a umidade das fezes e em torno de três a cinco dias começa a se desfazer aos poucos, sendo incorporado à cama, e como é totalmente biodegradável, não necessita ser retirado. Com o Chickpaper, os animais não sofrem estresse da retirada do papel comumente usado nas granjas no Brasil e evita-se a contaminação cruzada de bactérias presentes nos dejetos dos animais. Ademais, por ser produto que se degrada dentro da granja e não preci-


Figura 2: A – Início da degradação do Chickpaper Regular; B – 4 dias após alojamento Chickpaper Regular já incorporando à cama sa ser retirado da mesma, o produto não precisa ser compostado (prática bastante difícil para o tipo de papel usualmente aplicado), nem eventualmente queimado, atividade que não é adequada à legislação ambiental. Outro ponto positivo do produto é a aspereza do papel, que evita machucados em patas e pernas. Chickpaper não possui tinta em sua composição e ainda vem em embalagem lacrada, o que contribui para a biossegurança das granjas.

A

B

Animais em gaiolas Para as aves que são criadas em gaiolas, há o Chickpaper Intrapower, especial para este tipo de criação, ainda usada em algumas regiões do Brasil. Intrapower demora cerca de 8 dias para se degradar. “Acreditamos que a parceria Auster – Intracare é de muito sucesso. O Chickpaper é um produto revolucionário do ponto de vista de ser biodegradável e bem mais leve para carregar. Com o Chickpaper, temos um animal mais saudável, que consome mais água e chega a ter um aumento de 10 gramas por pintinho, o que é um ótimo desempenho para o animal e um lucro maior para o produtor”, revela Paulo Portilho, diretor da Auster Nutrição Animal. A Revista do AviSite

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Caderno Técnico - Comercial LIMPEZA e DESINFECÇÃO

A escolha do desinfetante

Autores: Pablo Vilela, Diretor Geral da Theseo, e Alberto Inoue, Gerente da Linha de Produtos-Avicultura Ceva

O

s desafios sanitários da avicultura exigem cada vez mais atenção dos técnicos e produtores no quesito biossegurança. A limpeza e desinfeção representam medidas básicas para prevenção de enfermidades nas granjas. Um ponto importante no processo de limpeza e desinfecção é a escolha do desinfetante. Para isso, alguns pontos devem ser analisados, como: espectro de ação, produto testado, estabilidade, eficiência em diferentes condições ambientais, segurança, corrosão. Com presença mundial e mais de 25 anos de experiência, o TH4+ é sem dúvida o produto de primeira escolha para os técnicos e produtores do Brasil. Sua fórmula original combina quatro quaternários de amônia, glutaraldeído e dois derivados de terpeno. Com sua formulação sinérgica e única, o TH4+ responde a todos os aspectos quando analisado perante os quesitos de escolha de um desinfetante.

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1. Espectro de Ação: eficaz contra bactérias, vírus e fungos. O TH4+ foi testado contra mais de 20 bactérias e vírus patógenos e contra os principais fungos causadores de enfermidades na produção animal; 2. Testes: entre os vários testes realizados com o TH4+ está a prova contra o H5N1 realizado em Londres no laboratório da Retroscreen Virology. Foram avaliadas duas concentrações (0,1% e 0,5%) sobre um isolado de campo de H5N1 em vários tempos de contato. O H5N1 foi obtido por engenharia genética inversa, a partir do isolado A/Vietnam/1194/04 H5N1. Os estudos foram conduzidos em instalações BSL (Biossegurança 2). Uma vez terminada a reação de contato, a solução foi incubada durante 30 minutos com células MDCK a 37oC. Após a lavagem, as células continuaram a incubar durante 3 dias: se as células apresentassem um efeito citopático/letal, significa que a inativação viral não foi alcançada. Resultados demonstraram que independente do tempo de contato testado, o TH4+ inativa o H5N1 em pelo menos 4 Log TCIC50/mL com

Produto está presente em mais de 80 países e tem 25 anos de mercado

concentrações de 0,1% ou 0,5%. Analisados em conjunto, estes resultados confirmam que o TH4+ tem forte eficácia contra estirpes laboratoriais e de campo dos principais patógenos aviários no mundo; 3. Estabilidade: através de testes oficiais a solução de TH4+ foi aprovada como estável para diversos tipos de uso e aplicação, como termonebulização, nebulização e rodolúvios. Estudos demonstraram também que a solução de TH4+ é estável até 21 dias depois de preparada, mantendo os níveis de Amônia e Glutaraldeído;


TH4+ combina quatro quaternários de amônia, glutaraldeído e dois derivados de terpeno

4. Eficiência em diferentes condições ambientais: testes laboratoriais confirmaram a ação do TH4+ em amostras contendo 1% de albumina + sujidades. Também mantém sua ação mesmo em água com concentração de até 1.500 ppm de CaCO3 (água dura) e foi testado por 5 anos sem que houvesse queda na eficácia e se demonstrou estável em temperaturas de 4º C até 90º C; 5. Segurança: Nenhum dos componentes do TH4+ é considerado capaz de exercer efeitos carcinogênicos ou mutagênicos. Biodegradável, TH4+ não contém compostos fenólicos e possui uma degradação de mais de 90% em duas semanas, estando em conformidade com a Diretriz da Comunidade Econômica Europeia 73/405;

6. Corrosão: Em testes o TH4+ demonstrou não causar corrosão. Sua corrosividade é semelhante ao da água quando em contato com o alumínio, o cobre ou o aço. Uma solução com TH4+ a 2% foi pulverizada em diferentes superfícies por 10 vezes durante uma semana. TH4+ demonstrou corrosividade semelhante ao da água pura. Apenas um produto presente em mais de 80 países e com 25 anos de mercado pode dar a segurança e ser referência em desinfetante aos técnicos responsáveis pela biossegurança em um dos mais dinâmicos mercados do agronegócio brasileiro – a avicultura. Alinhado a toda a qualidade do TH4+, a CEVA oferece todo o seu know-how em serviços técnicos, com atendimento diferenciado em todas as etapas de produção. A Revista do AviSite

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Caderno Técnico - Comercial LIMPEZA e DESINFECÇÃO

Boas Práticas de Vacinação nos Incubatórios Autor: Ana Serapião Caselles, Gerente de produtos e serviços técnicos da Merial

A

Merial, através da Campanha EU Que Vacino, que já existe há mais de 16 anos, foi a pioneira na introdução dos conceitos de Boas Práticas de Vacinação nos Incubatórios. Aliás, esses cuidados iniciaram com a Merial ainda antes, com o “Building to performance”. A introdução dos conceitos de Boas Práticas de Vacinação é realizada pela Merial através de auditorias nos incubatórios, checando o ambiente para o

preparo da vacina, o preparo da vacina em si, a condição dos equipamentos de vacinação e a qualidade da aplicação da vacina. Mais tarde esses conceitos foram extrapolados e levados às granjas como forma de monitorar a qualidade de preparo e de vacinação. A Merial é uma empresa que trabalha com produtos biológicos, vacinas, e que preza pela qualidade do produto desde a produção até a aplicação e seus efeitos no organismo da ave e promove treinamentos para a aplicação correta dos produtos.

É importante que todos os equipamentos de vacinação sejam limpos com água e sabão logo após o término do procedimento

Para dar início a nossa abordagem às Boas Práticas de Vacinação, podemos começar pela lavagem das mãos, que é indicada antes de qualquer manipulação com o produto. É importante que seja utilizada água e sabão e que sejam lavadas as mãos e punhos. As unhas devem estar bem aparadas e limpas. Para a secagem das mãos é recomendado papel toalha de boa qualidade. Não é recomendado o uso de toalhas de pano. Após a lavagem e secagem das mãos é recomendado o uso de álcool 70. Algumas empresas utilizam dispensers com o álcool 70 também em diversos setores nos incubatórios a fim de diminuir a carga microbiana das mãos no dia a dia. Essa ação é interessante, mas vale lembrar que deve ser feita quando as mãos estiverem aparentemente limpas. Nada é tão eficiente quanto à lavagem das mãos com água e sabão, por isso é indicado que existam pias para lavagem das mãos nos diversos setores para que esta prática seja realizada com maior frequência no dia a dia. Nos incubatórios, a sala para o preparo de vacina deve ser mantida limpa e seca. A limpeza desta sala deve ser feita diariamente e pelo menos uma vez por semana, deve-se fazer uma limpeza geral com água e sabão seguida de desinfecção, abrangendo todas as paredes, teto e todos os equipamentos presentes no local (geladeira, botijões, armários, bancadas, pias, luminárias e ralo). Podemos comparar a manipulação da vacina ao procedimento cirúrgico, então devemos garantir que o ambiente esteja adequado para tal, por isso é importante que os itens presentes nas salas de preparo de vacina estejam em boas condições.

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Ovo-Jector, vacinadora in ovo da Merial

Geladeira ou armário enferrujado ou com o MDF estufado devido à umidade dificultam a correta limpeza e podem armazenar uma carga microbiológica inadequada ao local. É importante que sejam substituídos. Caixas de isopor e/ou papelão não são permitido no local, pois não permitem uma limpeza eficaz devido à porosidade. Este local nunca será completamente estéril, mas devemos tomar todos os cuidados para que a carga microbiológica da sala seja a menor possível. Esse indicador pode ser controlado através de monitoria sanitária mensal com placas ou suabes e deve ser criado um histórico dos registros dos resultados para ser monitorado, assim como nos demais setores do incubatório. Para o preparo da vacina, além da lavagem de mãos, deve-se utilizar luva de procedimento para a manipulação dos produtos. A utilização de EPIs

como óculos ou máscaras, jalecos de manga comprida e sapato fechado são essências para garantir a segurança da pessoa ao manipular vacinas armazenadas em nitrogênio. Utilizar suabe de álcool passando no local de inserção da agulha no produto, tanto em vacinas liofilizadas como nos bags de diluentes de Marek auxiliam na garantia da boa condição

Carga microbiológica da sala para o preparo de vacina deve ser mínima

do produto. Utilizar seringas de acordo com o volume de cada produto evita que ocorram inserções desnecessárias de agulhas, além de auxiliar na redução dos riscos de uma contaminação microbiológica. Checar a condição dos equipamentos, mantendo-os limpos, conferindo a qualidade e posicionamento das agulhas, se estão permitindo a passagem da solução vacinal são pontos muito importantes para uma boa qualidade vacinal. É importante que todos os equipamentos de vacinação sejam limpos com água e sabão (respeitando os acessos a motores e partes elétricas) logo após o término da vacinação. Resíduos de vacina com resíduo de ovos, penugem ou pó de aviário podem favorecer o crescimento microbiológico e a funcionalidade dos equipamentos comprometendo a qualidade das vacinações subsequentes. A Revista do AviSite

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Caderno Técnico - Comercial LIMPEZA e DESINFECÇÃO

Biossegurança adequada à realidade da propriedade Autor: Pablo Vilela, Médico Veterinário, Diretor Geral da Theseo

O

termo biossegurança é comumente utilizado em ciência animal. É referente a uma gama de ações relativas à preservação da saúde dos animais buscando evitar o contato dos indivíduos com os patógenos. Estes patógenos, além de serem causadores de diversas doenças que impactam em custo de tratamento, também causam a diminuição de produtividade dos animais. Além do impacto dentro da porteira (diretamente na granja) a biossegurança tem papel fundamental fora da porteira, onde o controle de doenças específicas é fundamental para manter o status comercial de um país.

Treinamento da equipe Theseo na Europa: Somando expertise europeia em biossegurança para os técnicos brasileiros

34 A Revista do AviSite

O Brasil, por ser um dos maiores produtores e exportadores de proteína animal do mundo, tem um grande desafio: Manter o status de livre de algumas enfermidades, o que requer grande esforço não só das autoridades, mas de toda a cadeia produtiva. A implementação de medidas apropriadas nas granjas para prevenir a introdução e propagação de doenças contagiosas é essencial para a proteção dos animais. O trabalho deve ser feito em conjunto com técnicos, produtores e fornecedores para que o planejamento do manejo e produtos a serem utilizados seja de forma a criar o programa de biossegurança mais adequado à realidade da propriedade.

A elaboração de um programa de biossegurança é complexo e passa inicialmente por conhecer a realidade da granja, sua estrutura, instalações, desafios, histórico sanitários, manejo, alimentação, animais e colaboradores envolvidos no trabalho direto e indireto. Com base nas informações iniciais e uma anamnese da situação atual, poderá ser proposto um plano de ação e procedimentos operacionais para compor o trabalho. Quatro pilares são avaliados na biossegurança: infraestrutura, fluxos, controle de pestes e limpeza/desinfecção. A escolha dos produtos mais adequados para o programa é uma etapa de extrema importância. A escolha do pro-


Quatro pilares avaliados na biossegurança

Treinamento prático de clientes no Brasil sobre aplicação de produtos com uso de equipamentos que proporcionam melhores resultados

duto não deve ser feita com base em custo e sim com base no custo x benefício do produto. O custo total dos produtos utilizados representa menos de 1% do custo total de produção. Em pesquisas realizadas na Europa, o protocolo de trabalho e produtos da Theseo tem apresentado um ganho financeiro entre 10 e 20% sobre os programas tradicionais. Com a proposta de fornecer soluções em , a Theseo, uma das maiores empresas de biossegurança em produção animal da Europa, desembarca no Brasil. Com mais de 25 anos de experiência no setor e com produtos líderes mundialmente, a proposta da empresa é fornecer soluções em limpeza e desinfecção com os detergentes e desinfetantes, tratamento de água e controle de insetos e roedores.

A empresa conta com um laboratório de pesquisa e desenvolvimento para trazer ao mercado produtos inovadores sempre buscando melhor eficiência e segurança. Além do trabalho interno de P&D, a Theseo possui parcerias com Institutos Europeus para desenvolvimento de novos produtos e testes. No Brasil, a empresa possui especialistas que podem auxiliar na elaboração de um programa de biossegurança e capacitação das equipes dos parceiros, que podem ser oferecidas tanto para o corpo técnico como para os trabalhadores das granjas. Desta forma, a Theseo chega para oferecer ao mercado brasileiro soluções em produtos e serviços especializados em biossegurança na produção animal. A Revista do AviSite

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Caderno Técnico - Comercial LIMPEZA e DESINFECÇÃO

Uso de ácidos orgânicos e peróxido de hidrogênio na acidificação da água de bebida de frangos de corte para a redução da contaminação frente aos desafios de SE e de CP Autores: Prof. Dr. Antonio J. Piantino Ferreira – Departamento de Patologia, FMVZ-USP; Dra. Claudete S. Astolfi Ferreira - Departamento de Patologia, FMVZ-USP; Dr. Alberto Bernardino – Gerente Agropecuário Thech Desinfecção Ltda

O

s frangos de corte assim como a grande maioria das aves de produção necessitam manter sua saúde intestinal para o melhor desempenho possível. As situações de estresse colaboram para diminuição da resistência das aves e algumas vezes, aliadas a fatores infecciosos ou não, vão poder romper este equilíbrio e causar problemas intestinais que levam a diferentes níveis de diarréia (maior ou menor intensidade) e perdas significativas. Os acidificantes pertencem ao grupo de aditivos equilibradores da microbiota do trato gastrintestinal, compostos por ácidos orgânicos ou inorgânicos que reduzem o pH do meio com o objetivo de facilitar a digestão e reduzir a proliferação de microrganismos indesejáveis. Em produção animal, o termo ácido orgânico refere-se aos ácidos fracos de cadeia curta (C1-C7) (Dibner e Buttin, 2002) que se dissociam em meio aquoso produzindo menor quantidade de prótons por molécula, tornando-se mais eficazes. É utilizado como aditivo nutricional promotor do crescimento de aves e suínos (Hayashi, 2012).

As razões que fazem com que os ácidos orgânicos tenham influência nutricional em frangos estão relacionadas à produção insuficiente de HCl no proventrículo ao se utilizar dietas com grande capacidade tampão, ou seja, grande quantidade de proteínas e macroelementos. Cogitase ainda a carga microbiana elevada presente nestes animais. Segundo Eidelsburger (2001), os ácidos orgânicos atuam através dos seguintes mecanismos: a) efeito antimicrobiano nos alimentos em si e, cuja concentração ótima, para higienizar os alimentos, é menor que a necessária para acidificar o trato digestivo; b) pela diminuição do pH na parte inicial do trato digestivo e consequentes efeitos sobre a produção de pepsina e na digestão, bem como pela ação bactericida e bacteriostática na microflora (bactérias; fungos e leveduras) do trato digestivo. A ação antimicrobiana se dá porque o ácido diminui a capacidade de aderência da bactéria com fímbria à parede intestinal, tendo forte capacidade de desnaturação sobre as proteínas; c) pela sua capacidade aniônica tampão com cátions das dietas (Ca ++, Mg ++, Fe ++, Cu ++ e Zn ++) aumentando a digestibilidade e retenção destes elementos e d) pela utilização da ener-

gia do ácido no metabolismo (Hume et al., 1993). Já o efeito do peróxido de hidrogênio (presente na proporção de 23% no VETHECH®H5, um diferencial do produto) é a alta oxigenação, pela liberação de O2, causando uma inibição na multiplicação e desenvolvimento dos anaeróbios, com atenção especial, no caso das aves, para o controle das clostridioses.

Metodologia Os grupos experimentais (lotes por tratamento específico) foram divididos a partir do nascimento das aves, 100% fêmeas, da linhagem COBB.. Sala 1) alojadas 120 aves como controle (Grupo 1) e 120 aves que receberam o tratamento com o VETHECH®H5(mistura de ácidos orgânicos e peróxido de hidrogênio) em 3 diferentes fases: 1-7 dias; 20-22 dias e 39-41d (Grupo 2). Cada grupo foi subdividido em 3, com 40 aves cada, para serem utilizados em cada desafio um subgrupo de cada tratamento. Sala 2) as aves eram levadas à sala 2 a cada desafio. 5º dia: Desafio de Salmonella Enteritidis (SE) via papo, na dose de 3x10 6 UFC/ave em 40 aves de cada grupo. Coleta de material (cecos) para exames ao 10º dia.

Tabela 1: Classificação das enterites 25 aves em cada tratamento

Grupo VETHECH® H5 Controle

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A Revista do AviSite

Duodeno neg pos+ pos++

neg

Jejuno pos+

pos++

neg

Íleo pos+

pos++

9

14

2

21

4

0

24

1

0

4

6

15

7

12

6

22

3

0


Tabela 2 Reisolamento da Salmonella Enteritidis nas amostras de papo das aves desafiadas via cama

Identificação Número de do laboratório amostras (LABOR) 521-1

40 papos

521-2

38 papos

22º dia: Desafio de Clostridium perfringens (CP) via água de bebida, na dose de 4x10 8 UFC/mL de cultura bacteriana para 40 aves em cada grupo. Observação da incidência de enterite pelo exame no 27º dia. 40º dia: Desafio de Salmonela via pulverização de cama, dosagem uniforme na concentração de 4,2x107 UFC/mL de cultura bacteriana para 40 aves em cada grupo. A coleta de material (papo) foi realizada no 41º dia para o reisolamento de Salmonella Enteritidis. Ácidos orgânicos e peróxido de hidrogênio na acidificação da água de bebida para redução da contaminação frente aos desafios de SE e CP

Resultados/Discussão Desafio aos 5 dias de idade Bactéria: Salmonella Enteritidis amostra SA109 pertencente ao laboratório de Ornitopatologia da FMVZ da USP. Cada ave recebeu a concentração de 3x106 UFC/ave por inoculação diretamente no papo. Após 5 dias do desafio, aos 10 dias de idade as aves foram sacrificadas para coleta dos cecos. Cada amostra individual foi armazenada em sacos de coleta apropriados e previamente identificados e mantidos sob refrigeração até a entrega e processamento no laboratório de Ornitopatologia da FMVZ da USP. Discussão: o desafio via papo é sempre muito agressivo e vai favorecer a colonização pelo agente inoculado. Mesmo não se tendo análise estatística, temos como diferença entre tratados e controle uma diferença para menor favorecendo o grupo de aves tratadas: 42,5% de reisolamento

Identificação da empresa no do protocolo

Papo de frangos de 42 dias de idade – controle não tratado Papo de frangos de 42 dias de idade – tratado com VETHECH®H5 para grupo controle e 35% de reisolamento para aves tratadas com VETHECH ®H5 , o que dá uma diferença de 7,5% a menos. Podemos inferir que o tratamento com VETHECH ®H5 favoreceu o menor isolamento do agente patogênico ou menor colonização dos cecos. Desafio aos 20 dias de idade Bactéria: Clostridium perfringens amostra CP14 pertencente ao laboratório de ornitopatologia da FMVZ da USP. Cada ave recebeu a concentração de 4x10 8 UFC/mL inoculado diretamente no papo. Após 7 dias do desafio, aos 27 dias de idade as aves foram sacrificadas para observação de enterites e outras lesões no intestino que pudessem ser relacionadas ao desafio e sua extensão. A enterite foi classificada de acordo com os critérios descritos a seguir: negativo (sem lesões aparentes); + positivo (enterite leve); ++ positivo (enterite moderada a intensa). Discussão: as tabelas mostram a grande diferença na incidência de lesões e sua maior gravidade no grupo controle onde houve sinais de diarreia. Podemos inferir que provavelmente as aves do grupo VETHECH ® H5 resistiram ao desafio de maneira melhor e que o tratamento pode auxiliar no clontrole da infecção pelo agente patogênico. Desafio aos 40 dias de idade Bactéria: Salmonella Enteritidis amostra SA109 pertencente ao laboratório de Ornitopatologia da FMVZ da USP. Cada grupo recebeu 25 ml da cultura contendo 3x10 6 UFC/ave que

Detecção de Salmonela spp: Número de amostras positivas/número de amostras examinadas 10/40 0/38

foi pré-diluída em 250 mL de água mineral e aspergida de forma uniforme da esquerda para a direita e de um extremo a outro do box onde foram alojadas. Duas “passagens” de pulverização foram realizadas, até se consumir o total do volume de 250 mL preparados, sobre toda extensão da cama onde as aves foram alojadas. Após 5 horas os comedouros foram retirados e as aves mantidas entre 12 a 13 horas sem alimento, sendo obrigadas a ingerir a cama contaminada. Após esse período de contato, amostras do papo foram coletadas para reisolamento do agente patogênico no laboratório de Ornitopatologia da FMVZ da USP. Discussão: o grupo VETHECH ® H5 não apresentou nenhum reisolamento do agente patogênico enquanto no grupo controle 25% das aves apresentaram positividade. Podemos inferir que o tratamento foi 100% eficaz na prevenção da contaminação pelo agente mesmo que as aves tenham ingerido a cama previamente contaminada.

Conclusões Os grupos tratados com VETHECH ®H5 apresentaram melhor eficiência frente aos desafios realizados, seja no reisolamento do agente patogênico seja na incidência de lesões. O uso do VETHECH ®H5 mostra-se como uma opção eficaz na prevenção ou redução da contaminação por agentes patogênicos de interesse na avicultura como a SE e o CP analisados, seja pela acidificação do trato digestivo anterior ou pela maior oxigenação inibindo anaeróbios. A Revista do AviSite

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Caderno Técnico - Comercial LIMPEZA e DESINFECÇÃO

Endotoxinas estão no ar Autor: Rogério Frozza, Especialista de Avicultura da Sanphar

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avicultura ganha destaque no cenário mundial de produção de alimentos, pois em um curto prazo a ave consegue transformar grãos em proteína de alto valor nutricional a custos relativamente baixos quando comparados com outras atividades de criação intensiva. Esta eficiência produtiva foi atingida graças aos avanços genéticos, nutricionais, melhor entendimento das patologias e ambiência para as aves. Visando atender demandas relacionadas à logística, as indústrias produtoras de frangos concentraram a produção em determinadas áreas geográficas estratégicas. Além disso, a necessidade de redução de custos trouxe a possibilidade de modernização das instalações com o surgimento de galpões totalmente automatizados, o que viabilizou densidades de alojamento maiores. Do ponto de vista econômico, são fundamentais para a atividade prosperar e ter competitividade, já do ponto de vista de Medicina Veterináira Preventiva, estas mudanças amplificaram os riscos de surgimento de doenças infecciosas com o aumento da pressão de infecção. E neste novo cenário, as síndromes, principalmente do aparelho respiratório, ganham destaque por ocasionar perdas relacionadas ao desempenho zootécnico, intervenções medicamentosas e falhas nos programas vacinais, considerando que o ar destas criações tem uma grande quantidade de bioaerossóis, tais como: agentes biológicos, alérgenos de origem animal, bactérias, vírus, bolores e produtos microbianos. Este último é

Síndromes do aparelho respiratório ganham destaque por ocasionar perdas relacionadas ao desempenho zootécnico, intervenções medicamentosas e falhas nos programas vacinais 38

A Revista do AviSite

Dentre algumas ações diretas que podem ser usadas para reduzir os bioaerossóis (endotoxinas) está a nebulização sobre as aves

representado por endotoxinas, um dos principais constituintes da parede celular de bactérias Gram-negativas, especialmente compostas de lipopolissacarídeos (LP)) (1).

1. Fatores que interferem na qualidade do ar Os contaminantes de ar são divididos em gases, partículas e bioaeressóis (endotoxinas) (2). Entre os gases que encontramos no interior das instalações avícola, a amônia (NH3) resultante da decomposição da microbiana do acido úrico é considerado o mais nocivo para a saúde das aves (3). O gás NH3 é o precursor das partículas voláteis extremamente pequenas conhecidas como PM2.5 (Particle Matter 2.5 μm), também importantes poluentes do ar das instalações avícolas (4). Trabalhos sugerem que o NH3 ocasiona irritação das membranas mucosas, olhos e aparelho respiratório aumentando a susceptibilidade a doenças respiratórias (5). As partículas em suspensão são principalmente oriundas de duas fontes: das aves por meio de matéria fecal seca e do material usado para a cama. Depois de secar, o material fecal é suspenso juntamente com a cama aviária, por meio da movimentação das aves. Nas condições de produção comercial de aves, além dos gases e material particulado transportado pelo ar, existe uma terceira classe constituída por uma mistura de material biológico composta de uma ampla variedade de bactérias, toxinas e compostos orgânicos voláteis adsorvidos a eles (6). O termo descritivo para este material em suspensão no ar é Bioaerossol (7). Os bioaerossóis podem afetar os seres vivos por fazerem parte de processos infecciosos, alérgicos, tóxicos, dentre outros. Os bioaerossóis podem ter dimensões que variam entre 0,5 a 100 μm de diâmetro (6).


Vários estudos têm mostrado as concentrações de bioaerossóis em instalações de animais de criação, especialmente com registros de elevados níveis na produção de aves (8). Autores sugerem que os animais usam 5 mecanismos para proteger o aparelho respiratório das invasões de materiais estranhos (9): • Filtragem do ar (nasofaringe); • Transporte mucociliar; • Ação de macrófagos; • Reflexo da tosse; • Imunidade humoral e celular. O local de deposição de partículas inaladas depende, principalmente, do tamanho da partícula (10). As partículas maiores, com diâmetros entre 3,7 e 7,0 µm, são retidas na cavidade nasal e traqueia. As partículas menores (~ µm 1.1) são transportadas para o pulmão e sacos aéreos craniais, enquanto que as partículas menores do que 0,1 µm passam através do pulmão e são depositadas nos sacos aéreos caudais. Endotoxinas inaladas interagem, principalmente, com macrófagos desencadeando resposta celular e humoral. Estas reações são desencadeadas por mediadores liberados por macrófagos, as citoquinas (interleucinas IL-1, IL-6, IL-8, TNFa), resultando em resposta inflamatória. Dentre algumas ações diretas que podem ser usadas para reduzir os bioaerossóis (endotoxinas) esta a nebulização sobre as aves (11).

2. Protocolo teste Com base nestas informações, a Sanphar Saúde Animal testou um protocolo de nebulização sobre aves de 28 dias de idade distribuídas em 4 grupos distintos, alojadas em boxes de 2,6m2 cada. As aves passaram 2 dias de adaptação nos boxes e, a partir do 3 dia, iniciou o a execução do protocolo, conforme descrito na tabela 1, por um período de 3 dias. Para executar o protocolo, foram testados diferentes desinfetantes disponíveis no mercado (tabela 1) e comparou-se os resultados frente ao Timsen®. Timsen® é um cloreto de n-alquil dimetil benzil amônia a 40%, quelatado e uréia estabilizada tipo G.R.A.S. Além de amplo espectro de ação, tem afinidade pela eletronegatividade da água, ou seja, quebra a tensão superficial da água, produzindo partículas menores de solução desinfetante, quando nebulizado sobre as aves. Também por esta razão permanece por mais tempo suspensa no ar.

Tabela1: Desinfetantes avaliados.

3. Resultados No final do terceiro dia de aplicação, 10 aves de cada grupo foram selecionadas aleatoriamente e sacrificadas. As traqueias foram coletadas, fixadas em formol a 10%. As traqueias coletadas foram divididas em 2 seguimentos (proximal e distal) e processadas por histotécnica padrão corada pelo método de hematoxilina/eosina para posterior leitura em microscópio óptico. A análise microscópica avaliou descamação ciliar, que foi classificada com escores, conforme a descrição abaixo: Escores: (1) ausência de alterações, (2) alteração discreta, (3) alteração discreta/moderada, (4) alteração moderada. A Revista do AviSite

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Caderno Técnico - Comercial LIMPEZA e DESINFECÇÃO Como estatística, foi aplicado o teste não paramétrico Kruskal-Wallis a 5%. Os resultados estão sumarizados na tabela 2.

Tabela 2: Descamação Ciliar da Traqueia Proximal e Distal de Frangos de Corte três dias após o desafio.

*Grau de Alteração: 1= Ausência de Alteração; 2=Alteração Discreta; 3=Alteração Discreta/Moderada; 4= Alteração Moderada. **Valores Referentes aos escores. Valores na linha diferem estatisticamente pelo teste não paramétrico Kruskal-Wallis a 5%.

Conforme os dados da tabela 2, houve diferença estatística (P<0,05) entre as variáveis observadas. O grupo que recebeu Timsen® apresentou a menor mediana de escore. Os gráficos abaixo demostram a diferença em relação aos desinfetantes usados

4. Conclusão Os resultados observados com a aplicação deste protocolo evidencia que a nebulização de Timsen® sobre as aves com o objetivo de reduzir a pressão de infecção (bioaerossóis) é seguro para aves e pessoas envolvidas no processo.

Referências bibliográficas 1. Schierl R, Heise A, Egger U, Schneider F, Eichelser R, Neser S,Nowak D: Endotoxin concentrations in modern animal houses in Southern Bavaria. Ann Agric Environ Med 2007, 14, 129-136. 2. Holland, Robert E., Thomas L. Carson, and Kelley J. Donham. “.2 Animal Health Effects.” Iowa Concentrated Animal Feeding Operations Air Quality Study (2002): 115. 3. Dawkins, M.S.; Donnelly, C.A.; Jones, T.A. Chicken welfare is influenced more by housing conditions than by stocking density. Nature v.427, n.1, p.342-344, 2004. 4. Oviedo-Rondón, E. O. Tecnologias para mitigar o impacto ambiental da produção de frangos de corte. R. Bras. Zootec., v.37, suplemento especial p.239-252, 2008. 5. Miles, D.M.; Branton, S.L.; Lott, B.D. Atmospheric ammonia is detrimental to the performance of modern commercial broilers. Poultry Science v.83, p.1650-1654, 2004. 6. Hartung, J., and J. Schulz. “Risks caused by bio-aerosols in poultry houses.” International Conference:“Poultry in the 21st Century–Avian Influenza and Beyond”. FAO, Bangkok. 2007. 7. Cargill, C. & Banhazi, T. 1998. The importance of cleaning in all-in/all-out management sys¬tems. In Proceedings 15th IPVS Congress, Birmingham, England, 1998, Vol. 3, p. 15. Interna¬tional Pig Veterinary Society.

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8. Seedorf, J., Hartung, J., Schröder, M., Linkert, K.H., Phillips, V.R., Holden, M.R., Sneath, R.W., Short J.L, White, R.P., Pedersen, S., Takai, T., Johnsen, J.O., Metz, J.H.M., Groot Koerkamp, P.W.G., Uenk, G.H. & Wathes, C.M. 1998. Concentrations and emissions of airborne endotoxins and microorganisms in livestock buildings in Northern Europe. Journal of Agricultural Engineering Research, 70(1): 97–109. 9. Lillie LE, Thompson RG 1972. The pulmonary clearance of bacteria by calves and mice. Canadian Journal of Comparative Medicine. 36:121-128 10. Sonja Kothlow and Bernd Kaspers, 14 - The Avian Respiratory Immune System, In Avian Immunology, edited by Fred Davison, Bernd Kaspers and Karel A. Schat, Academic Press, London, 2008, Pages 273-288, ISBN 9780123706348, http://dx.doi.org/10.1016/B978-0123706348.50017-2. (http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/B9780123706348500172) 11. Pomorska D, Larsson L, Skórska Cz, Sitkowska J, Dutkiewicz J: Levels of bacterial endotoxin in air of animal houses determined with the use of gas chromatography – mass spectrometry and Limulus test. Ann Agric Environ Med 2007, 14, 291-298.


Sanidade avícola

: a i r á i v A a ? s z o n e d a u r Infl s prepaspecialistas e o u i de v l u e m o v í e a it ln t S a i v u s t A a E A Revista doura sobre oara enfrentar lt p u r c i o t v e a s da IA do a o d r a s p u pre o vír

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Sanidade avícola

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assunto pode ser um tanto quanto recorrente: Influenza Aviária. Uma enfermidade de grave impacto para a avicultura mundial. Mas por mais que se fale dela, nunca é suficiente. Sempre há o que abordar e o quanto mais o segmento avícola brasileiro se mantiver em alerta máximo, menos risco o plantel do Brasil correrá. Nesta edição da Revista do AviSite, convidamos especialistas para opinar sobre o quão preparado o setor está para enfrentar uma ocorrência de Influenza Aviária. Ouvimos respeitados nomes ligados à Fundação Apinco de Ciência e Tecnologia Avícolas (Facta), Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Universidades e empresas.

A saúde animal deveria ser pensada como patrimônio nacional pelas autoridades Raphael Lucio Andreatti Filho, FMVZ, UNESP – Botucatu (SP)

Falta de estrutura laboratorial oficial e inexistência de um fundo indenizatório estão entre os gargalos que a avicultura enfrenta No geral, as respostas indicam que a avicultura brasileira está no caminho certo no que se trata de prevenção. Um trabalho adequado vem sendo desenvolvido no sentido de garantir a máxima proteção ao plantel. Porém, há muito que ser melhorado e há pontos que precisam ser revistos por parte de todos os envolvidos (setores público e privado) no que se refere ao combate ao vírus, uma vez instalado no país. Entre as colocações e preocupações dos entrevistados destaca-se a inexistência, no Brasil, de um fundo indenizatório para compensar os produtores que tenham seu plantel atingido. O alerta está dado e é preciso atenção. A Revista do AviSite aponta, então, os principais destaques levantados por nossas fontes diante da pergunta “Estamos preparados para enfrentar um surto de IA no Brasil?”. Acompanhe na sequência.

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“Estamos preparados, em termos, para enfrentar um surto de IA de alta patogenicidade, pois, em condições normais, nenhum país, com avicultura desenvolvida ou não, estará totalmente preparado para o pior. Sabemos que há grande probabilidade de estarmos próximos de vivenciar o ‘quando, onde e como’ para deixarmos de ostentar a privilegiada posição de grande player da avicultura mundial que ainda não resultou positivo para IA. Vamos nos preparar para, primeiro, continuar evitando a existência do vírus nos nossos planteis e, posteriormente, sabermos agir quando da eventual notificação de um surto. O nosso Programa de Prevenção e Controle tem resultado eficiente, muito mais pela abnegação dos profissionais envolvidos do que propriamente pelos recursos destinados à Defesa Animal. A saúde animal, considerando o peso da produção animal para o agronegócio, deveria ser pensada como patrimônio nacional pelas autoridades. Nos últimos anos, tivemos a oportunidade de ministrar treinamentos em cursos de emergência sanitária, exatamente sobre IA e Doença de NewCastle (NC), sob a coordenação de Masaio Ishizuka (USP) e destinado aos médicos veterinários dos Programas Estaduais de Defesa Animal. Nos mais de dez estados em que participamos, mensuramos que há estados com maior ou menor carência de técnicos e de treinamentos específicos, materiais para colheita de material, equipamentos de segurança (EPIs) e, obviamente, estas diferenças poderão fazer-se perceptíveis no pior momento possível. Portanto, são necessários maiores recursos para aumentar a quantidade de técnicos com treinamento específico para enfrentar o problema, além de melhor aparelhamento de todos os itens necessários para cumprir-se à risca o Programa de Prevenção, sem adaptações ou mitigações”.


Brasil já mostrou ser capaz de controlar enfermidades exóticas Eduardo Leffer, Gerência de Contas Especiais – Aves e Suínos, Ourofino “O governo e a iniciativa privada vêm intensificando as ações para acelerar as medidas que aumentem a barreira para entrada da Influenza Aviária em nosso país. Como exemplo, em outubro a Secretaria de Agricultura do Rio Grande do Sul divulgou um estudo que será realizado para avaliar a presença da IA e NewCastle nos planteis de frangos, perus e aves de postura comercial, ao todo serão em torno de trezentas granjas em diferentes regiões do estado (ato este contemplado no Plano Nacional de Sanidade Avícola-PNSA). A ABPA vem participando ativamente de discussões no âmbito da Associação Latinoamericana de Avicultura (ALA) de estratégias de biosseguridade, criação de fundo e plano de contingência para Influenza Aviária nos países da América Latina. O Brasil já mostrou ser capaz de controlar com eficiência enfermidades exóticas em nosso meio. As ações que estão sendo desenvolvidas para a Influenza Aviária devem ser tratadas com prioridade e sem atrasos e a biosseguridade tem a oportunidade de ser discutida junto aos comitês e subcomitês de sanidade em um sentido mais amplo, com ações regionais e não somente individualizadas por empresas”.

Conscientização da população precisa ocorrer de maneira clara Eva Hunka, Médica veterinária, Coordenadora CRM e Marketing, Merial Saúde Animal “O status sanitário do nosso plantel e todas as medidas de controle que visam à erradicação das principais doenças aviárias, como o Sistema de Inspeção Federal (SIF), Programa Nacional de Sanidade Avícola (PNSA) e o Plano Nacional de Controle de Resíduos Contaminantes (PNCRC), possibilitam este avanço e nos colocam em uma posição de destaque no cenário mundial. No caso da Influenza, que é um vírus e pode se difundir rapidamente, os produtores têm ciência e trabalham para manter o plantel nacional livre da doença. Por outro lado, a conscientização da população precisa ocorrer de maneira clara, alertando para que, quando em viagens, o contato com aves locais seja evitado, já que roupas, sapatos, água, ou qualquer objeto contaminado pode disseminar a doença”.

ABPA vem participando ativamente de discussões na Associação Latinoamericana de Avicultura sobre estratégias de biosseguridade, criação de fundo e plano de contingência A Revista do AviSite

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Sanidade avícola

É preciso máxima atenção Guilherme de Castro, Diretor do Instituto Biológico “O Brasil está preparado para manter o seu plantel avícola em bom estado. Já estivemos mais vulneráveis. Hoje, tanto o setor público como o privado, estão preparados. A avicultura e o agronegócio têm uma legislação mais exigente, pois o mundo está cada vez mais globalizado. Uma preocupação é a melhoria de portos e aeroportos e a necessidade de realizar um número maior de exames e de manutenção de uma vigilância mais ativa.

Falta de estrutura laboratorial oficial é gargalo Edir Nepomuceno Silva Presidente da WPSA (World´s Poultry Science Association) “A ocorrência de um foco de Influenza Aviária de alta patogenicidade no Brasil será sempre um desastre, por mais preparados que possamos estar. Como líder mundial na exportação de carne de aves, num primeiro momento, as consequências e suas repercussões estarão no bloqueio aos embarques, independente de termos ou não estabelecido compartimentos. Entre nossos gargalos estão a falta de estrutura laboratorial oficial, estrutura e capacidade para contenção e eliminação dos focos e a inexistência de um fundo indenizatório (compensatório). Esta é uma batalha a ser travada com forte parceria entre o setor privado e o oficial. Lamentavelmente, somente um está procurando fazer a sua parte. O momento político e socioeconômico é o pior possível para este pesadelo. Que Deus tenha complacência de nós e nos afaste desta ameaça. Felizmente, nossa estrutura de produção avícola (integrações), o tipo de ave (pouca criação de aves aquáticas), a forma de criação (esmagadora maioria em galpões fechados e telados), o clima (predominantemente subtropical e sem inverno com neve) e a menor posição geográfica das aves migratórias nos favorecem quanto às possibilidades de entrada do vírus da Influenza”.

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Portos e aeroportos precisam ser melhorados e mais exames devem ser feitos É preciso que o Ministério da Agricultura credencie mais laboratórios para realizar mais exames. É importante também que o Mapa abra frente junto aos laboratórios particulares para que fiquemos cada vez mais conscientes da realidade do que acontece na avicultura. Um destaque e ponto positivo para o setor é o PNSA, que está mais robusto e atual. Como em uma guerra, é preciso a máxima atenção e cuidado nas fronteiras. Sou um otimista! Acho que estamos no caminho certo para evitar qualquer problema neste sentido. No passado éramos muito mais vulneráveis e temos totais condições de nos mantermos imunes diante de tão grave problema”.


Não estamos fazendo tudo o que sabemos e o que podemos Alberto Back, Presidente do Laboratório Mercolab e consultor técnico internacional “Com a convicção de quase 40 anos de avicultura e o conhecimento da doença e do que ocorre no mundo, o Brasil não está preparado para um surto de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade - IAPP (H5, H7). A probabilidade de sua vinda é baixa, mas existe, e caso venha seus efeitos serão economicamente devastadores. Basta ver em países que passaram pelo problema. Então nos perguntamos: poderíamos estar fazendo melhor? Certamente que sim. É exatamente nesse ponto que falhamos. Não estamos fazendo tudo o que sabemos e o que podemos, tanto o governo como a indústria. Temos bom conhecimento técnico e sobre o que ocorre no mundo, temos legislação, temos estrutura básica instalada, sabemos da gravidade, mas não agimos e não investimos na proporção necessária. Estamos muito lentos e tímidos. Quanto aos gargalos e dificuldades, vamos a um exemplo. Um dos gargalos do surto de 2015 nos EUA foi a capacidade laboratorial (janeiro a setembro), que demandou 1,8 milhão de testes. E nós teríamos essa capacidade? Nós adiaríamos sacrifício por falta de gente treinada. Como estão nossos treinamentos para sacrifício? O método de sacrifício por CO2 e espuma não se mostrou suficiente, recentemente aprovaram o desligamento da ventilação (sufocamento). E nós, o que usaríamos? É hora de não só refletir, mas de ir para ações mais concretas, aumentar a nossa velocidade. Temos a base, mas só a base. O problema é de todos.”

Efeitos econômicos de um vírus de alta patogenicidades seriam devastadores. Além disso, há outros gargalos, como a falta de pessoal treinado para realizar os sacrifícios

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Precisamos ser mais proativos e reativos Alberto Bernardino, Gerente de Contas, Thech

Produção regionalizada e programas de compartimentação Ariel Mendes, Diretor Técnico da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) “O Brasil está constantemente se aprimorando para a prevenção e – se for necessária – erradicação da Influenza Aviária. Por meio de parcerias público-privadas, a avicultura tem realizado treinamentos em diversos pólos, para permitir maior agilidade em decisões que devem ser extremamente efetivas em um momento de crise. Exemplo disto são os treinamentos com abate por espuma e outros já realizados nos estados de São Paulo e Santa Catarina. Vários eventos aconteceram ao longo de 2015 com objetivo de tonar a avicultura nacional ainda mais preparada. De outra parte, as empresas também estão altamente articuladas para ações rápidas e incisivas em eventuais focos. Para aprimorarmos ainda mais, a adoção generalizada da regionalização e do programa de compartimentação da produção será um dos caminhos para tornar nosso sistema ainda mais efetivo em eventualidades sanitárias”.

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“Já há alguns anos os surtos de Influenza Aviária vêm causando muitas perdas econômicas nos países afetados. O Brasil tem algumas vantagens geográficas onde as migrações das aves palmípedes, principais carreadores, como ocorrem entre Ásia e Europa e mesmo na América do Norte, não é tão comum. Nossos órgãos de controle governamentais se esforçam ao máximo para estar sempre atualizando as medidas de segurança junto à indústria avícola e profissionais da área, mas por mais preparados que possamos estar, a atuação tem que ser rápida e eficaz pois acredito que nos EUA, o USDA também deveria estar tão ou mais preparado que nós no Brasil, mas após o primeiro caso notificado este ano, em poucos meses o vírus se espalhou pelo país causando grande perda econômica. Acredito que isto serviu de alerta a todos os países, considerados “preparados” para atuar em caso de surto, pois devemos usar este exemplo para aprendermos a ser mais proativos evitando a ocorrência e caso venha acontecer, sermos reativos com maior eficácia evitando a propagação e com impacto mínimo, sempre reforçando o processo de regionalização/compartimentalização.”


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Sanidade avícola

Verbas podem ser insuficientes para Programas de Vigilância Sanitária e de Contingência Paulo César Martins, Diretor da BioCamp “É mais fácil e prático responder os questionamentos sobre IA apresentando um esquema que irá facilitar esta tarefa e o entendimento (Figura 1). Não faço aqui diferenciação de Vírus de IA (VIA) de Baixa Patogenicidade (VIABP) ou de Alta Patogenicidade (VIAAP). Em cada um dos tópicos pode-se identificar riscos: • Temos 34 aeroportos internacionais no Brasil. Quantos possuem identificador de material biológico nas bagagens? • Como as autoridades podem monitorar aves domésticas ou galos de briga em zonas urbanas inacessíveis a toda e qualquer autoridade, como as grandes favelas e lixões no Rio de Janeiro, São Paulo, ou qualquer outra grande capital? • O diagnóstico em tempo real é fundamental para aplicação dos planos de contingência nos casos de IA. Tem o Brasil suficiente número de fiscais oficiais capacitados para identificar casos suspeitos, e também viaturas, EPIs, material de coleta para exames laboratoriais, material para eliminação dos lotes (stamping out)? O tempo atual entre a entrega do material suspeito e o diagnóstico é menor que 48 horas? Pense numa enfermidade de condições de disseminação do agente muito inferior ao VIA e responda: Como o país enfrentou e enfrenta os surtos de Tifo Aviário que há mais de 4 anos vem afetando a avicultura de postura comercial e também de reprodutoras, este último segmento com programas de biosseguridade, teoricamente, mais consistentes?

48 A Revista do AviSite

Não tenho dúvidas de que o país conta com fiscais federais do Mapa e nas Secretarias de Agricultura de alguns estados altamente capacitados para desenvolver e aplicar planos de contingência para enfermidades exóticas (desde que lhes seja fornecido os equipamentos e instrumentos legais para levar adiante estas ações), haja vista o êxito alcançado com os surtos de Laringotraqueíte Infecciosa das Galinhas em Bastos (SP) e Itanhandú (MG). As verbas podem ser insuficientes e limitantes para o desenvolvimento de Programas de Vigilância Sanitária e Planos de Contingência. O país ainda não conta com um laboratório de referência em cada grande região produtora avícola, depende da importação de reagentes e kits de diagnóstico, além de que os planos de compensação econômica, para lotes eliminados, ainda são altamente discutidos.”


Investimentos em medidas de prevenção são mais importantes Professora Masaio Ishizuka, Professora Titular Emérita de Epidemiologia das Doenças Infecciosas da FMVZ-USP Trata-se de uma questão complexa tal qual a própria influenza aviária. As estratégias de intervenção profilática para qualquer doença transmissível são a prevenção, o controle e a erradicação. Por prevenção entende-se conjunto de medidas de profilaxia que tem o objetivo de impedir a entrada de determinada doença em certa área geográfica; por controle, o conjunto de medidas de profilaxia com o objetivo de reduzir a incidência de uma doença já instalada em certa área geográfica; e por erradicação, o conjunto de medidas de profilaxia que tem por objetivo eliminar o agente etiológico da doença alvo em determinada área geográfica. No Brasil, é mais importante investimentos em medidas de prevenção ao nível de propriedade, conjunto de propriedades de uma região (regionalização) e/ou em compartimento. A prevenção da IA tem um componente importante representado pela suspeita precoce de doença de comprometimento nervoso e respiratório notificando o órgão oficial local de defesa sanitária animal (vigilância passiva). Caso a IA seja introduzida no Brasil, as primeiras medidas são de controle e/ou contenção do foco e posterior erradicação do vírus na área geográfica em questão. Responder à pergunta “Estamos preparados para enfrentar um surto de IA no Brasil?” é bastante difícil e creio que, antes de responder, cada pessoa, cada instituição, cada setor, cada empresa possa confrontar o “que faz” com “o que é necessário” para prevenir a IA e para enfrentar eventual surto e que seja útil para todos.

Ponto mais crítico é a inexistência de um fundo indenizatório Nelson Carneiro Baião, Médico Veterinário e Professor da UFMG “Tecnicamente o Brasil está preparado para enfrentar um surto de Influenza Aviária de alta patogenicidade. O Brasil deve permanecer alerta e atualizando as informações sobre a Influenza, com responsabilidade. Evitar ações movidas pela “emoção” e os focos da mídia é um comportamento prudente. Considero como ponto mais crítico na prevenção da Influenza o fundo indenizatório. O volume de produção da avicultura brasileira é muito grande e as indenizações teriam as mesmas proporções. Além disto, a falta de verba para os órgãos de controle e fiscalização compromete a eficiência dos programas. O sucesso de um programa de sanidade não depende só dos responsáveis técnicos”.

Acesse o conteúdo completo de cada uma das respostas dos especialistas consultados: www.avisite.com.br/ revista/materias/preparados-IA.html. Vale a pena!

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Artigo Técnico

Efeito do período de viragem e da idade da matriz sobre o peso dos pintos e a proporção dos órgãos vitais Autores: Bruno D Medrado1,2 ; Dayanna F Adorno1; Larissa KSA Martins1, Isabela CB dos Santos1; Silvania B Dourado1; Tayana N Franca1; Taís PB da Silva1; Lia M B Fernandes3; Vanessa M Barbosa1 (1) Departamento de Zootecnia – UFBA – Salvador, BA, Brasil (2) Instituto Federal Baiano– IF-Baiano Santa Inês - Santa Inês, BA, Brasil (3) Departamento de Medicina Veterinária Preventiva – UFBA – Salvador, BA, Brasil *Parte da dissertação do primeiro autor - Programa de Pós-Graduação em Zootecnia da Universidade Federal da Bahia Pôster vencedor do Prêmio Lamas 2015 na área de Produção Animal

A

alta tecnologia em manejo, nutrição, genética e sanidade fez do Brasil o maior exportador de carne de frango do mundo. Neste contexto de demanda elevada, torna-se necessário a otimização das primeiras fases da cadeia, como a incubação artificial industrial, visando alcançar maiores índices de eclodibilidade e pintinhos de alta qualidade. As propriedades familiares rurais do Brasil se caracterizam por diversidade produtiva para o aumento das receitas e a incubação artificial por vezes é realizada com o intuito de gerar os frangos que serão comercializados por pequenos e médios produtores. Desta forma, o aprimoramento da produção em incubadoras de menor escala se torna igualmente relevante. Entretanto, poucos estudos são conduzidos em máquinas de pequeno porte, nas quais o controle e o ambiente interno por meio da manipulação dos fatores físicos é diferenciado das máquinas industriais.

Tabela 1. Peso do pinto (g) de acordo com os tratamentos Viragem

Idade da matriz

Contínua

7 dias

18 dias

29

40,70

40,83

41,09

40,87B

62

49,95

49,30

50,49

49,91A

Média

45,33

45,06

45,79

Média

Médias seguidas por letras distintas, minúsculas na linha e maiúsculas na coluna, diferem entre si pelo teste de Tukey (p≤0,05). C.V.=6,58%

50

A Revista do AviSite

Os fatores físicos responsáveis pela incubação artificial são: temperatura, umidade relativa, viragem e ventilação. Estas quatro variáveis em conjunto irão ditar o ritmo do desenvolvimento e qualidade dos pintos e influenciar as características produtivas dos frangos. A viragem dos ovos, seja na incubação natural ou artificial é fundamental para o desenvolvimento embrionário. O período compreendido entre o 3° e o 7° dia de incubação é tido como o mais crítico para a realização da viragem. É nesta fase que ocorre o desenvolvimento da membrana corioalantóidea, responsável pelas trocas gasosas, e a produção do fluido subembrionário, responsável pela nutrição inicial do embrião. A viragem pode interferir também no consumo da gema e albúmen e desenvolvimento de órgãos como o coração, fígado e pulmão, que desempenham papel significativo no metabolismo da ave e consequentemente em todo o processo de produção (ELIBOL & BRAKE, 2004). Um outro ponto importante a ser considerado no processo de incubação é que, no decorrer do ciclo de produção das matrizes ocorrem mudanças nas características dos ovos incubáveis, tanto na qualidade externa como nas propriedades dos componentes internos. Estas modificações também poderão interferir no rendimento de incubação (BARBOSA et al., 2013). O peso do pinto sem a gema (yolk free body mass – YFBM), o consumo de gema, peso da gema resi-

Tabela 2. Relação YFBM/Peso corporal de acordo com os tratamentos Viragem

Idade da matriz

Contínua

7 dias

18 dias

29

0,91

0,89

0,89

0,89A

62

0,89

0,88

0,86

0,87B

Média

0,90

0,89

0,87

a

ab

Média

b

Médias seguidas por letras distintas, minúsculas na linha e maiúsculas na coluna, diferem entre si, pelo teste de Tukey (p≤0,05). C.V.=3,7%

Tabela 3. Percentual de saco vitelino em relação ao peso corporal de acordo com os tratamentos. Viragem

Idade da matriz

Contínua

7 dias

18 dias

29

8,92

10,77

10,79

10,16B

62

10,74

11,43

14,26

12,14A

Média

9,83b

11,10ab

12,52a

Média

Médias seguidas por letras distintas, minúsculas na linha e maiúsculas na coluna, diferem entre si, pelo teste de Tukey (p≤0,05). C.V. = 29,87%

dual, taxa de conversão da gema em massa corporal e a eficiência de utilização da energia dos nutrientes são aspectos do desenvolvimento embrionário que se modificam dependendo da idade da matriz (NANGSUAY et al., 2011). Diante do exposto, o presente estudo avaliou a influência da viragem e da idade das matrizes sobre parâmetros de desenvolvimento embrionário na incubação de pequena escala.

Material e Métodos Foram incubados 600 ovos de matrizes Cobb® com idades de 29 e 62 semanas, produzidos no mesmo dia e


51

A Revista do AviSite


Artigo Técnico Tabela 4. Peso do coração (%) em relação ao peso do pinto de acordo com os tratamentos Viragem

Idade da matriz

Contínua

7 dias

18 dias

29

0,91

0,86

0,89

0,89

62

0,85

0,83

0,93

0,87

Média

0,88

0,85

0,91

Média

Médias seguidas por letras distintas, minúsculas na linha e maiúsculas na coluna, diferem entre si pelo teste de Tukey (p>0,05). C.V.=22,48%

provenientes da mesma coleta. A incubação foi realizada em três máquinas idênticas Premium Ecológica® IP200D com capacidade para 200 ovos cada (100 ovos por idade de matriz). Os seis tratamentos foram definidos pelos períodos de viragem [contínua (a cada dois minutos) até o 7° dia; de 2h em 2h até o 7° dia; e de 2h em 2h até o 18° dia] e pelas idades das matrizes (29 e 62 semanas). Após pesagem individual de todos os pintos, 12 aves por tratamento selecionadas ao acaso foram necropsiadas para a retirada dos órgãos. Foram coletados e pesados o saco vitelino residual, coração, fígado e pulmão. As relações percentuais dos órgãos em relação ao peso dos pintos e a relação YFBM / peso corporal também foram calculadas. O delineamento experimental utilizado foi inteiramente ao acaso em parcelas subdivididas (os períodos de viragem foram as parcelas e as idades das matrizes as subparcelas). Em todas as análises o pintinho foi considerado a unidade experimental. Os dados foram submetidos à análise de variância com 0,05% de significância através do proc GLM do sistema SAS® Versão 9.2. As médias entre os tratamentos foram comparados pelo teste de Tukey.

Resultados e discussão Não houve interação em nenhuma das variáveis analisadas. Tabela 5. Peso do pulmão (%) em relação ao peso do pinto de acordo com os tratamentos Viragem

Idade da matriz

Contínua

7 dias

18 dias

29

0,80

0,74

0,82

0,78 0,85

62

0,81

0,82

0,94

Média

0,80

0,78

0,88

Média

Médias seguidas por letras distintas, minúsculas na linha e maiúsculas na coluna, diferem entre si pelo teste de Tukey (p>0,05). C.V.=25,48%

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A Revista do AviSite

De acordo com os dados da Tabela 1, o peso dos pintos sofreu efeito da idade da matriz (p≤0,05). Os ovos das aves mais velhas são mais pesados, influenciando de maneira decisiva o peso ao nascimento (BARBOSA et al., 2013). A duração da viragem não atuou sobre o peso do pinto (p>0,05) e no presente experimento, o peso dos ovos selecionados para a incubação era semelhante em cada faixa de idade de matriz (p>0,05) nas três máquinas com viragens diferentes. As tabelas 2 e 3 demostram a relação entre o peso corporal sem o saco de gema e o peso corporal (YFBM/PC); e o percentual de saco vitelino em relação ao peso corporal (SAV/PC). A maior relação de YFBM aliada a um menor percentual de saco vitelino residual é sugestiva de uma capacidade superior dos embriões de aves jovens de absorver e converter os nutrientes da gema em tecido corporal (PEEBLES et al., 2001). Sabry et al. (2013) encontraram resultados semelhantes ao desta pesquisa quanto à influência da idade na YFBM/PC e no SAV/PC. Elibol & Brake (2004) afirmaram que a viragem dos ovos durante o período entre o terceiro e o sétimo dia de incubação é suficiente para um crescimento normal do embrião mesmo que esta seja interrompida após este tempo. A viragem durante este período é responsável pelo crescimento da área vasculosa do saco vitelino, e da membrana corioalantóidea. Desta forma, o aumento na frequência de viragem até o sétimo dia pode ter otimizado o desenvolvimento destas estruturas e colaborado para um maior aporte de oxigênio para o embrião neste período, permitindo que este pudesse utilizar em maior quantidade os lipídios da gema (DEEMING, 2009). Baseado nos resultados das tabelas 4, 5 e 6, os períodos de viragem e a idade da matriz não influenciaram (p>0,05) a proporção dos órgãos vitais em relação ao peso dos pintos. No que diz respeito ao coração e pulmão, os resultados do presente experimento foram semelhantes ao trabalho de Sabry et al. (2013) que não relataram diferença no percentual destes órgãos em relação ao peso corporal. Morita et

Tabela 6. Peso do fígado (%) em relação ao peso do pinto de acordo com os tratamentos Viragem

Idade da matriz

Contínua

7 dias

18 dias

29

2,68

2,55

2,57

2,60

62

2,68

2,85

2,77

2,76

Média

2,68

2,70

2,67

Média

Médias seguidas por letras distintas, minúsculas na linha e maiúsculas na coluna, diferem entre si pelo teste de Tukey (p>0,05). C.V.=11,21%

al. (2009), também não encontraram diferença no percentual de fígado dos pintos nascidos de matrizes com 29 e 60 semanas.

Conclusão Os períodos de viragem em máquinas de pequena escala não interferiram nos pesos dos pintos e nos pesos relativos de coração, pulmão e fígado. Além disso, o aumento da frequência da viragem na primeira semana pode ser benéfico, tendo em vista que houve uma maior absorção de gema, aliado a um maior percentual de corpo livre do saco vitelino residual nos pintos que foram virados de forma contínua. A idade da matriz influencia o peso dos pintos recém-eclodidos, a relação do corpo livre da gema e o percentual de saco vitelino residual, entretanto não exerce efeito sobre a proporção de órgãos vitais em relação ao peso corporal.

Referências bibliográficas

BARBOSA, V. M.; ROCHA, J. S. R.; BAIÃO, N. C.; MENDES, P. M. M.; POMPEU, M. A.; LARA, L. J. C.; MIRANDA, D. J. A.; CARVALHO, G. B.; CARDOSO, D. M.; D. L.; CUNHA, C. E.; MARTINS, N. R. S e LEITE, R. C. Efeitos do momento de transferência dos ovos para o nascedouro e da idade da matriz pesada sobre o rendimento de incubação. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia, v.65, n.6, p.1823-1830, 2013. DEEMING, D. C. The role of egg turning during incubation. Avian biology research, v. 2, n. 1/2, p. 67-91, 2009. ELIBOL, O. e BRAKE, J. Identification of critical periods for turning broiler hatching eggs during incubation. British Poultry Science, v. 45, n. 5, p. 631–637, out 2004. MORITA, V. S.; BOLELI, I. C. e CARGNELUTTI FILHO, A. Hematological values and body, heart and liver weights of male and female broiler embryos of young and old breeder eggs. Brazilian Journal of Poultry Science, v. 11, n. 1, p. 07–15, 2009. NANGSUAY, A.; RUANGPANIT, Y.; MEIJERHOF, R. e ATTAMANGKUNE, S. Yolk absorption and embryo development of small and large eggs originating from young and old breeder hens. Poultry Science, v. 90, p. 2648–2655, 2011. SABRY, M. I. E.; YALÇIN, S. e TURGAY-IZZETOGLU, G. Interaction between breeder age and hatching time affects intestine development and broiler performance. Livestock Science, v. 157 p. 612–617, 2013.


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A Revista do AviSite


Reportagem Empresarial

Pesquisas apontam avanço na utilização de simbióticos para aumento da resposta imunológica das aves Bactérias probióticas podem, também, melhorar a resposta de algumas vacinas, ressalta Biomin

A

s aves são altamente suscetíveis a muitas infecções e doenças que são provocadas por diferentes tipos de microrganismos, tais como bactérias, vírus, fungos e parasitas. Para diminuir o índice de contaminações, a avicultura está em constante evolução em seu processo produtivo e um conceito que está ganhando cada vez mais força e destaque no mercado é o da utilização de produtos simbióticos. Os benefícios dos probióticos, ou bactérias benéficas, na ajuda à microflora estão bem documentados. Já a sua utilização em conjunto com prebióticos - ingredientes alimentares não digeríveis que influenciam beneficamente o hospedeiro estimulando o crescimento ou a atividade de uma ou mais bactérias benéficas do intestino - é uma estratégia que está movimentando a área técnica e os resultados das pesquisas apontam que este pode ser um caminho bastante promissor. E como atuam os chamados simbióticos? Simplificando a análise: eles combinam prebióticos e probióticos para aumentar os benefícios aos animais. De acordo com Guilherme Neto, Diretor Regional de Marketing da Biomin, empresa que produz aditivos naturais para nutrição animal, o conhecimento da importância da microbiota intestinal no controle da resposta imune está cada vez mais claro. “Não há mais dúvidas que algumas bactérias probióticas ou substratos específicos (prebióticos) possuem a capacidade de modular a flora microbiana do sistema digestório favorecendo a modulação do

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GUILHERME NETO, DIRETOR REGIONAL DE MARKETING DA BIOMIN “Há várias comprovações científicas demostrando que algumas bactérias probióticas, ou a associação de várias delas, pode melhorar a resposta de algumas vacinas. Uma linha recente, mas bem promissora, aponta para a melhoria da performance das vacinas contra Coccidiose quando associadas a simbióticos específicos”.


Os efeitos positivos dos simbióticos podem estar relacionados ao fato de os probióticos atuarem como adjuvantes das vacinas (direcionando a resposta imunitária) e como facilitadores de um regresso para homeostase dos tecidos após contato com patógenos. Além disso, a diversidade e composição da microflora intestinal também pode influenciar a eficácia das vacinas de administração oral

sistema imune. Além de modular o sistema imune da ave, a flora microbiana equilibrada favorece, por si, um melhor controle de algumas enterobactérias patogênicas importantes, como a E.coli e as Salmonelas”, explica. Neto aponta que há várias linhas de pesquisa mostrando que um microbioma intestinal em eubiose (equilíbrio) é essencial para uma resposta imune adequada, seja para um desafio de campo ou para antígenos vacinais. “Neste sentido, há várias comprovações científicas demostrando que algumas bactérias probióticas, ou a associação de várias delas, pode melhorar a resposta de algumas vacinas. Uma linha recente, mas bem promissora, aponta para a melhoria da performance das vacinas contra Coccidiose quando associadas a simbióticos específicos”, diz. Os efeitos positivos dos simbióticos podem estar relacionados ao fato de os probióticos atuarem como adjuvantes das vacinas (direcionando a

resposta imunitária) e como facilitadores de um regresso para homeostase dos tecidos após contato com patógenos. Além disso, a diversidade e composição da microflora intestinal também pode influenciar a eficácia das vacinas de administração oral. Segundo aponta Wael Abdelrahman, Consultor Técnico para Aves de Corte da Biomin, a incapacidade para desenvolver uma imunidade protetora às vacinas em áreas geográficas em particular pode dever-se à composição da microflora intestinal, entre outros motivos. “Com o crescente interesse na utilização de probióticos na produção animal, é importante compreender o papel que desempenham na modulação do sistema imunológico das aves. Embora ainda não se compreendam na íntegra as atividades imunomoduladoras dos probióticos, sabe-se que podem aumentar a proteção das aves após a vacinação”, explica. Informações sobre a Biomin: www.biomin.net.

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AviGuia Investimentos

Evonik

A Trouw Nutrition inicia em 2016 a construção de sua oitava fábrica no Brasil. A unidade, que vai consumir pelo menos R$ 40 milhões, será erguida no município de Arujá (SP), na região de Guarulhos. O investimento faz parte da "consolidação" das aquisições de Fatec e BRNova, feitas no fim do ano passado, conforme o presidente da Trouw no Brasil, Luciano Roppa. As duas companhias produzem núcleos e premixes (pré-mistura de minerais e vitaminas usadas na composição de rações), mas a BRNova não possui fábrica própria - a companhia possui uma planta

A Evonik iniciou a fase de planejamento para a construção de mais um complexo industrial de escala mundial para a produção de metionina, em Singapura. As instalações que produzirão o aminoácido DL-metionina para nutrição animal terão a capacidade de produção anual de 150.000 toneladas e deverão entrar em operação em 2019. O investimento ainda está sujeito à autorização do comitê da Evonik. O complexo industrial deve ser construído ao lado da planta de metionina da Evonik já existente, na ilha de Jurong, Singapura. O local permite que a Evonik abasteça os mercados em crescimento da Ásia. A empresa de especialidades químicas produz a DL-metionina em escala mundial com plantas em Antuérpia (Bélgica), Wesseling/Colônia (Alemanha), Mobile (Alabama, EUA) e Singapura. Informações sobre a empresa: www. evonik.com.br.

Trouw Nutrition erguerá nova fábrica no país

Mais uma planta de metionina

alugada e também terceiriza parte da produção. A partir de 2017, a nova fábrica, que será construída no terreno onde a Fatec está sediada, deve entrar em operação. Ao todo, essas unidades têm capacidade para produzir 330 mil toneladas de produtos por ano. Em 2017, quando a fábrica de Arujá for inaugurada, a capacidade anual atingirá cerca de 365 mil toneladas. As informações, incluindo a imagem, são do Valor Econômico. Mais sobre a empresa: www.trouwnutrition.com.br.

Vetanco

‘Up-grade’ na equipe técnica Os profissionais da Vetanco Fabio Gazoni e Fabrizio Matté concluíram recentemente seus projetos de mestrado. Fabio Luis Gazoni, Assistente Técnico, formado em Medicina Veterinária pela Universidade Federal de Santa Maria, RS, concluiu seu mestrado no mês de setembro de 2015. Sua dissertação teve como tema de pesquisa ‘Prevalência de Coccidiose e correlação com a saúde intestinal de frangos de corte em agroindústrias brasileiras entre os anos de 2012 e 2014’. Já Fabrizio Matté, Coordenador Técnico, formado em Medicina Veterinária pela Universidade Federal de Pelotas, RS, finalizou seu mestrado em março de 2015 pela UTFPR – Dois Vizinho, PR. O tema de sua pesquisa foi ‘Determinação da eficácia de probióticos e prebióticos contra o desafio horizontal de Salmonella Heidelberg em frangos de corte’. Para mais informações, acesse www.vetanco.com.br.

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A Revista do AviSite

Matté (esq.) e Gazoni: Vetanco apoia o avanço no desenvolvimento profissional


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AviGuia Tectron

Novo Gerente Técnico Comercial para MG

Maurício Luiz Nascimento é o novo Gerente Técnico Comercial da empresa

Maurício Luiz Nascimento foi anunciado como novo Gerente Técnico Comercial da Tectron para o estado de Minas Gerais. Ele acumula experiência em qualidade intestinal em frangos e gerenciamento de contas-chaves em importantes empresas multinacionais, sempre na área da avicultura. Para Nascimento, a chegada à Tectron está repleta de boas expectativas. “Quero usar minha experiência em saúde agora na nutrição. Encontro na Tectron um ambiente saudável, com um processo excelente de rastreabilidade e com foco no cliente. Sinto-me motivado e confiante para enfrentar esse novo desafio”, define o profissional. Veja mais em www.tectron.ind.br.

Recomendado pela FAO

Empresa italiana investe no Brasil A Silvateam, presente em mais de 60 países, amplia a rede de distribuidores e reforça a campanha no Brasil com o Nutri P, blend de taninos diferenciados, desenvolvido através de avançadas pesquisas na Europa. O produto tem ação antimicrobiana e favorece o equilíbrio da microbiota intestinal e é reconhecido pela FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura) devido ao seu potencial na redução de gases poluentes na produção animal, como o metano.

A equipe técnica, consultores e o distribuidor para aves e suínos no Brasil, InovaVet, estiveram reunidos em Porto Alegre, RS, onde apresentaram os resultados obtidos em parceria com grandes agroindústrias brasileiras e discutiram as estratégias de expansão no Brasil, mercado chave para a multinacional com plantas de produção na Itália, Argentina e Peru. Informações sobre a empresa: http://en.silvateam.com.

Ferraz Máquinas

Adaptação para atender cada vez melhor A Ferraz Máquinas e Engenharia, sediada em Ribeirão Preto, SP, está aumentando sua gama de serviços. Crescendo também no mercado internacional, a Ferraz projeta, fabrica, monta e instala linhas completas de produção de ração dos tipos farelada, extrusada e peletizada, além de oferecer serviços como treinamentos, start up, automação, assistência técnica e peças de reposição a pronta entrega. Para atender cada vez melhor, a empresa disponibiliza, além de todos os equipamentos para a fabricação de rações, a parte estrutural do prédio onde são instaladas as fábricas. Este novo serviço inclui tudo o que se refere a estrutura metálica: pilares, teto, telhas, fechamento lateral, entre outros. Mais informações: www.ferrazmaquinas.com.br

Ferraz Máquinas: empresa disponibiliza, além de todos os equipamentos para a fabricação de rações, a parte estrutural do prédio onde são instaladas as fábricas

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A Revista do AviSite


Casp

Comedouro MatriFlex evita desperdício

Os comedouros plásticos MatriFlex foram projetados para qualquer tipo de alimento e possuem área de fácil acesso para 7 a 9 aves

A Casp, indústria de máquinas e equipamentos para avicultura, lançou em 2015 o Matriflex, comedouro automático para a criação de machos em aviários de produção. Os comedouros plásticos MatriFlex foram projetados para qualquer tipo de alimento e possuem área de fácil acesso para 7 a 9 aves. "Além disso, ele possui trava antigiro e borda ampla, o que evita o desperdício", afirma Sérgio Zerbinatti, Executivo Principal de Proteína Animal da empresa. Segundo Zerbinatti, os comedouros também possuem circuito com distribuição uniforme de alimentos e pratos de fácil limpeza com proteção contra raio UV. "Disponibilizamos a mais completa linha de comedouros do mercado. Nosso objetivo é garantir e satisfazer cada necessidade, além de oferecer produtos com qualidade e dentro das normas de segurança e bem-estar animal", finaliza Zerbinatti. Outras informações: www.casp.com.br

Análises estatísticas

Agri Stats e Avivar Alimentos buscam redução de custos de produção Atuante na área de análises e relatórios estatísticos para a agroindústria, a Agri Stats fechou parceria com a Avivar Alimentos, de São Sebastião do Oeste, Minas Gerais. O trabalho, iniciado no mês de junho, está agora em fase final de implantação, com o objetivo de identificar oportunidades para redução e otimização de custos no sistema produtivo da Avivar. “Queremos fornecer à empresa dados de custos e performance do mercado mundial, para que possam se posicionar frente ao benchmarking. Assim, a Avivar poderá visualizar onde estão as principais oportunidades de ganhos, a fim de tornar a empresa ainda mais competitiva”, avalia Rodrigo Francisco, gerente de contas da Agri Stats. No mês de outubro, os colaboradores da Avivar receberam treinamentos ministrados pela equipe de especialistas da Agri Stats, para alinhamento do escopo do trabalho e de informações estratégicas. Após os treinamentos, os gestores estarão aptos a montar suas estratégias de tomada de decisão embasadas em fatos e dados reais do mercado mundial. As etapas seguintes da consultoria incluem as revisões, que deverão ser feitas a cada três meses, com apresentações das análises das principais oportunidades em toda a cadeia do frango. Outras informações: www.agristats.com.br. A Revista do AviSite

59


AviGuia Reestruturação

MyPNE, da Adisseo

Dois anos após reestruturar suas operações no Brasil para concentrar a produção em apenas uma fábrica, a MSD Saúde Animal, em 2016, irá investir na ampliação da unidade localizada em Cruzeiro, SP. O investimento é orientado pela estratégia mais geral da MSD, de tornar a empresa mais "equilibrada" e reduzir a participação relativa dos produtos veterinários voltados ao segmento de bovinos, responsável por 60% da receita da empresa. Em 2014, a MSD faturou R$ 516 milhões no Brasil, e em todo o mundo, US$ 3,4 bilhões, informa a o presidente da MSD no país, Edival Santos. De acordo com ele, a empresa já é mais "equilibrada" hoje do que há três anos, quando ele assumiu o comando da companhia, dando início à reestruturação que culminou com o fechamento da unidade fabril de Fortaleza (CE), que produzia vacinas contra o vírus da febre aftosa, e de Cotia (SP). Saiba mais em www.msd-saude-animal.com.br.

A Adisseo, em parceria com a Adifo, lançou o MyPNE, uma extensão da atual plataforma web de Avaliação para Nutrição de Precisão (do inglês PNE – Precise Nutrition Evaluation). A interface permite aos usuários analisar facilmente os resultados das NIRS. O sistema oferece instantaneamente os valores de energia metabolizável aparente, aminoácidos totais e digestíveis, fósforo total e fítico, entre outras análises, de uma ampla variedade de matérias-primas. Os valores de Energia e AA digestíveis são baseados nos resultados de testes in vivo realizados no CERN (Center of Expertise and Research in Nutrition), centro de pesquisa da Adisseo localizado em Commentry, França. Com o MyPNE, os usuários poderão explorar os resultados das análises das suas matérias-primas. Saiba mais em www.adisseo.com.

MSD amplia sua fábrica no interior de SP

Ferramenta para a inteligência no campo

Debate técnico

Idexx e Mapa/Lanagro realizam evento A Idexx e o Mapa/Lanagro realizarão em São Paulo, no dia 10 de dezembro, um evento técnico para abordar os cuidados frente à ameaça do vírus da Influenza Aviária, as doenças respiratórias, a imunologia da Influenza, baseline e interpretação sorológica. O encontro contará com palestrantes de projeção nacional e internacional: Guillermo Zavala, da Avian Health International, Louise Zavala, da Georgia Poultry Lab, Dilmara Reischak, Fiscal Federal Agropecuário e Responsável pela Unidade de Sanidade Aviária do Lanagro-SP, Paulo Lourenço, da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e Luis Felipe Caron, da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Maiores detalhes sobre o evento serão divulgados em breve, mas você já pode já pode garantir sua inscrição pelo site: www.idexxbrasil.wix.com/cadastro. Saiba mais sobre a empresa: www.idexx.com.

Novus

Nova planta de matéria-prima chave para a produção de Alimet A Novus International, Inc. anunciou a compra da planta de Methylmercaptopropanal (MMP) da empresa Union Carbide Corporation, uma subsidiária da The Dow Chemical Company, localizada em St. Charles Parish, Louisiana, Estados Unidos. MMP é um componente chave para a fabricação de Alimet, fonte de metionina para a produção animal na forma de HMTBa. Metionina é um aminoácido essencial para aves, suínos, bovinos e aquacultura e Alimet demonstra desempenho comprovado para essa finalidade. A aquisição faz parte da estratégia de expansão na fabricação de Alimet anunciada antes pela Novus e o seu comprometimento com seus clientes. “Com a compra da unidade de MMP, que utiliza a tecnologia de propriedade da Novus, nos comprometemos com a nossa estratégia para o mercado de metionina,” afirma Jeff Klopfenstein, Presidente da Unidade de Metionina. “A Novus detém agora 100% das plantas de MMP, suportando a produção de Alimet.” Outras informações: www.novusint.com/pt-br/Especies/aves.

60 A Revista do AviSite


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A Revista do AviSite

61


Estatísticas e Preços

Produção e mercado em resumo Produção de pintos de corte Agosto/2015 551,897 milhões | 3,65%

Produção de carne de frango* Setembro/2015 1.140,389 mil toneladas | 5,76%

Exportação de carne de frango Setembro/2015 360,974 mil toneladas | 0,50%

Disponibilidade interna* Setembro/2015 779,415 mil toneladas | 8,39%

Farelo de Soja Outubro/2015 R$/ton 1.340,00 | 28,97%

Milho Outubro/2015 R$/saca 34,46 | 37,56%

Desempenho do frango vivo Outubro/2015 R$/Kg 2,98 | 8,46%

Desempenho do ovo Outubro/2015 R$/caixa 61,69 | 42,49% *Os números referem-se ao potencial de produção de carne de frango e ao potencial de disponibilidade interna. Todas as porcentagens são variações anuais.

62

A Revista do AviSite

Custo do frango vivo atinge recorde histórico; chuvas no Sul prejudicam exportação

N

o cenário internacional, analisando o tratado Transpacífico (TPP) acordado entre os EUA e mais 11 países, o USDA observa que, dos 11 países que compõe o bloco, apenas o Japão tem potencial, pelo volume importado, para possibilitar ganhos no mercado de carne de frango. A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) divulgou novas previsões sobre a produção e o comércio mundiais de carnes em 2015. No tocante a carne de frango, prevê aumento anual de 1,5% e recuo de 0,8% no comércio internacional, respectivamente. Além disso, destaca que o frango aumentou 108% sua produção em duas décadas. Em termos de participação no total de carnes produzidas (bovina, suína, frango e ovina), em 1995 a carne de frango representava 26,3% das carnes, em 2015 pode alcançar 35,8%. Mas, a carne suína, por enquanto, continuará sendo a carne mais consumida no mundo com 37,9% da produção mundial de carnes. Informação divulgada pelo Senasa, serviço nacional de sanidade e qualidade agroalimentar da Argentina, salienta que os Estados Unidos abriram o mercado para a importação de ovos frescos da Argentina. A Associação dos Produtores de Ovos do Chile realizou uma campanha abordando momentos do dia-a-dia em que os ovos podem ser consumidos. O vídeo produzido e veiculado nos meios de telecomunicação ganhou destaque internacional e ajudou no consumo de ovos no Chile.

N

o cenário nacional, segundo a Embrapa, o custo do frango vivo atingiu recorde histórico ocasionado, principalmente, pela alta verificada nas matérias-primas, milho e farelo de soja. No setor de exportação, no decorrer de outubro, as chuvas incessantes no Sul do país prejudicaram os embarques e uma possível recuperação que pudesse acontecer após o encerramento da greve dos fiscais federais em setembro. No mercado de ovos aconteceu a semana nacional do ovo onde várias campanhas foram realizadas destacando os benefícios do ovo, novas formas de preparo e promovendo o seu consumo. De certa forma, o setor de postura comercial caminha bem melhor do que no mesmo período do ano passado.


Produção de pintos de corte

Expansão no ano permanece aquém dos 5%

E

Evolução mensal MILHÕES DE CABEÇAS

MÊS

2013/2014

2014/2015

VAR. %

Setembro

495,703

531,201

7,16%

Outubro

532,843

568,185

6,63%

Novembro

482,037

481,899

-0,03%

Dezembro

525,826

544,371

3,53%

Janeiro

525,441

539,803

2,73%

Fevereiro

482,746

495,889

2,72%

Março

497,620

523,159

5,13%

Abril

503,325

527,185

4,74%

Maio

521,531

535,525

2,68%

Junho

500,067

552,167

10,42%

Julho

542,827

573,266

5,61%

Agosto

532,452

551,897

3,65%

Em 8 meses

4.106,008

4.298,892

4,70%

Em 12 meses

6.142,418

6.424,549

4,59%

Fonte dos dados básicos: APINCO – Elaboração e análises: AVISITE

PRODUÇÃO REAL Volume diário ajustado para mês de 30 dias

481,9

526,8

549,9

534,1 531,2

525,3 500,1

515,3

554,8

552,2 518,3 504,7

527,2 503,3

481,6

506,3

531,3 517,2

522,5

Milhões de cabeças

508,5

m agosto passado o Brasil produziu 551,897 milhões de pintos de corte, volume 3,65% superior ao registrado no mesmo mês do ano passado. Em relação ao mês anterior, julho de 2015 (também com 31 dias e com recorde de produção no ano), observou-se queda de 3,73%. Uma vez que o mês seguinte, setembro, teve 30 dias, a tendência é a de que o volume registrado em julho permaneça como recorde. Isto – ressalve-se – pelo menos até outubro quando, mantido o comportamento habitual do setor, pode ser registrado novo recorde de produção. Com o último resultado, a produção acumulada nos oito primeiros meses de 2015 ficou próxima de 4,3 bilhões de cabeças, aumentando 4,7% em relação ao mesmo período de 2014. Esse incremento correspondeu a um adicional próximo de 193 milhões de cabeças – média ligeiramente superior a 24 milhões de pintos de corte mensais. Mantido, no quadrimestre final do ano, o mesmo desempenho dos oito primeiros meses, a produção de 2015 ficará em torno dos 6,450 bilhões de cabeças, aumentando cerca de 3,5% em relação ao ano passado. A tendência natural, porém, é superar-se esse volume e produzir mais de 6,5 bilhões de pintos de corte, mesmo porque é agora que se chega ao período de maior concentração da produção. Sob esse aspecto, aliás, o AviSite avaliou a produção mensal de pintos de corte dos últimos 15 anos (2000/2014), constatando que, na média, o maior volume quadrimestral foi registrado exatamente no terceiro quadrimestre, período em que o volume produzido representou 34,27% do total anual. Supondo-se, pois, que o total dos oito primeiros meses do ano correspondeu a 65,73% do volume anual, chega-se, em 2015, a uma produção da ordem de 6,540 bilhões de pintos de corte, praticamente 5% a mais que o produzido no ano passado. Por enquanto, em 12 meses, o total anualizado se encontra perto de 4,6% acima do volume registrado em idêntico período anterior.

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

A Revista do AviSite

63


Estatísticas e Preços Produção de carne de frango

Potencial de produção recuou em setembro

N

Evolução Mensal MIL TONELADAS

MÊS

2013/2014

2014/2015

VAR. %

Outubro

1.071,640

1.134,968

5,91%

Novembro

1.044,799

1.137,652

8,89%

Dezembro

1.058,353

1.102,809

4,20%

Janeiro

3,24%

1.081,553

1.116,600

Fevereiro

995,862

1.033,528

3,78%

Março

1.105,187

1.144,505

3,56% 6,23%

Abril

1.023,441

1.087,183

Maio

1.053,420

1.134,876

7,73%

Junho

1.046,448

1.078,608

3,07%

Julho

1.070,758

1.142,342

6,69%

Agosto

1.115,527

1.192,926

6,94%

Setembro

1.078,243

1.140,389

5,76%

Em 9 meses

9.570,439

10.070,955

5,23%

Em 12 meses

12.745,231

13.446,385

5,50%

Fonte dos dados básicos: APINCO - Projeções e análises: AVISITE

POTENCIAL REAL

Dez

2014

64 A Revista do AviSite

Jan

Abr

Mai

Jun

1.140

1.105

1.079

Mar

1.098

Fev

1.087

1.108

Nov

1.081

1.067

Out

1.107

Set

1.098

1.708

1.138

1.154

Volume mensal ajustado para mês de 30 dias Setembro de 2014 a setembro de 2015 Mil toneladas

Jul

2015

Ago

Set

ovas estimativas divulgadas pela APINCO, desenvolvidas a partir do alojamento interno de pintos de corte, indicam que o potencial de produção de carne de frango do mês de setembro passado sofreu declínio de 4,4% em relação ao mês anterior (até aqui o de maior potencial do ano), mas ficou 5,76% acima do volume estimado para o mesmo mês de 2014. O potencial real – produção nominal ajustada para mês de 30 dias - indica que, por enquanto, o volume alcançado em setembro foi o segundo maior deste ano. Mas, provavelmente, o último trimestre do ano reserva volumes maiores. O cálculo do potencial leva em conta que os pintos alojados tiveram viabilidade média, nacional, de 96%, sendo abatidos aos 45 dias de idade. Os referenciais de peso (abatido) são 2,350 kg para o frango destinado ao mercado interno e 1,350 kg para o frango inteiro exportado (aí inclusos os “grillers”). Considerados esses parâmetros, o potencial de produção dos nove primeiros meses de 2015 superou ligeiramente a marca dos 10 milhões de toneladas, aumentando 5,23% em relação ao mesmo período do ano passado. Esse resultado, projetado para a totalidade de 2015, indica potencial de pouco mais de 13,4 milhões de toneladas, valor entre 3,5% a 4% superior ao registrado em 2014 e que pode significar redução do incremento observado nos últimos 12 meses (+5,5%). Em sua mais recente projeção, o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) estimou que a produção brasileira de carne de frango de 2015 deve aumentar em torno de 3% sobre 2014, aproximando-se de 13,1 milhões de toneladas. A particularidade, aqui, é que, ao estimar a produção, o USDA exclui do resultado a produção de patas de frango. Ou seja: ainda que o índice de variação permaneça o mesmo, o volume real deve ser maior que o apontado.


Exportação de carne de frango

Embarques de carne de frango perdem ritmo, mas devem ser novo recorde anual

E

EVOLUÇÃO MENSAL MIL TONELADAS

MÊS

2013/2014

2014/2015

Outubro

355,480

362,181

1,89%

Novembro

347,689

327,410

-5,83%

Dezembro

323,995

340,753

5,17%

Janeiro

299,765

271,043

-9,58%

VAR. %

Fevereiro

289,529

296,390

2,37%

Março

318,068

343,023

7,85%

Abril

352,058

329,963

-6,28%

Maio

346,642

322,186

-7,06%

Junho

296,321

389,311

31,38%

Julho

371,175

440,476

18,67%

Agosto

332,083

375,247

13,00%

Setembro

359,176

360,974

0,50%

Em 9 meses

2.964,817

3.128,613

5,52%

Em 12 meses

3.991,981

4.158,957

4,18%

Fonte dos dados básicos: SECEX/MDIC

EXPORTAÇÃO ACUMULADA EM PERÍODO DE 12 MESES

2014

4,159 5,65%

4,157 4,52%

3,60%

4,114

4,045

3,952

3,976 Abr

0,97%

Mar

1,68%

Fev

2,58%

3,998 1,89%

Jan

3,973

3,966

3,995 Dez

1,68%

Nov

2,66%

Out

1,83%

3,978

3,999

3,29%

Set

3,44%

3,992

Setembro de 2014 a Setembro de 2015 Milhões de Toneladas

1,83%

mbora tenham sido mais de 15% superiores aos da média mensal registrada entre janeiro e maio deste ano, os embarques de carne de frango de setembro perderam o ritmo observado nos três meses anteriores. Tanto que ficaram apenas meio por cento acima do total exportado um ano antes, em setembro de 2014. Comparativamente ao mês anterior, agosto de 2015 (mês, também, com 21 dias úteis, como setembro), o total embarcado apresentou redução de 3,80%, correspondendo ao menor volume dos últimos quatro meses. Naturalmente, parte do desempenho aquém do previsto se deve ao represamento dos embarques em decorrência do movimento de paralisação dos fiscais federais agropecuários. Independente disso, porém, há uma clara percepção de desaceleração dos negócios. De toda forma, as exportações brasileiras caminham para um novo recorde anual. Em 9 meses apresentam incremento de 5,5% em relação ao mesmo período do ano passado, apresentando média mensal que, mantida nestes três últimos meses de 2015, sinaliza embarques da ordem de 4,170 milhões de toneladas – um volume que, se confirmado, significará expansão próxima de 4,5% sobre o recorde de 3,995 milhões de toneladas registrado em 2014. Até aqui, o acumulado em 12 meses (outubro de 2014 a setembro de 2015) permanece muito próximo, mas aquém do volume ora aventado. Soma cerca de 4,159 milhões de toneladas e apresenta aumento de 4,18% sobre idêntico período anterior. Nos últimos quatro meses – gráfico houve evolução mensal de 5,2% no volume acumulado em período de 12 meses. Porém, de agosto para setembro o volume praticamente se manteve. Assim, as informações de que o volume embarcado em outubro tenha ficado abaixo das expectativas, sinalizam que o setor pode ter atingido o maior volume acumulado do ano em setembro.

Mai

Jun

Jul

Ago Set

2015 A Revista do AviSite

65


Estatísticas e Preços Disponibilidade Interna de Carne de Frango

Potencial cerca de 5% maior que o de 2014

C

Evolução Mensal MIL TONELADAS

MÊS

2013/2014

2014/2015

VAR. %

Outubro

716,160

772,787

7,91%

Novembro

697,110

810,243

16,23%

Dezembro

734,358

762,056

3,77%

Janeiro

781,788

845,557

8,16%

Fevereiro

706,333

737,138

4,36%

Março

787,119

801,482

1,82%

Abril

671,383

757,220

12,79%

Maio

706,777

812,689

14,99%

Junho

750,127

689,297

-8,11%

Julho

699,583

701,866

0,33%

Agosto

783,444

817,678

4,37%

Setembro

719,067

779,415

8,39%

Em 9 meses

6.605,620

6.942,342

5,10%

Em 12 meses

8.753,248

9.287,426

6,10%

Fonte dos dados básicos: APINCO - Projeções e análises: AVISITE

POTENCIAL DE DISPONIBILIDADE REAL

S

O

N

2014

66 A Revista do AviSite

D

J

F

M

A

M

2015

779,415

791,302 J

679,225

689,297

786,473

757,220

775,628

789,791

737,473

747,858

719,067

810,243

818,281

Volume ajustado para mês de 30 dias Setembro de 2014 a Setembro de 2015 Mil toneladas

J

A

S

onsiderados o potencial de produção estimado pela APINCO em 1,140 milhão de toneladas e as exportações efetivas de carne de frango do período (dados da SECEX/MDIC) totalizando 361 mil toneladas, ficaram no mercado interno em setembro o equivalente a 779 mil toneladas. O volume alcançado – mais exatamente 779.415 toneladas – representou aumento anual de 8,39%. Em relação ao mês anterior, agosto, houve redução próxima de 4,7%. Entretanto, setembro é mês mais curto e isso torna o potencial de disponibilidade interna somente 1,5% inferior. No acumulado do ano – janeiro a setembro de 2015 - a oferta interna de carne de frango alcançou potencial 5% maior que o registrado no mesmo período de 2014. Projetada para a totalidade do ano, a média desses nove meses indica potencial interno cerca de 3,5% maior que o de 2014, equivalente a um consumo per capita próximo de 45,3 Kg por habitante. Mas tende a ser superado, porquanto o último trimestre do ano tende a concentrar o maior volume do exercício. Mesmo porque, as exportações dão sinais de exaustão e, com isso, o mercado interno deve receber maior volume de carne de frango. Por ora, o potencial de disponibilidade interna acumulado nos últimos 12 meses – outubro de 2014 a setembro de 2015 - apresenta incremento superior a 6% sobre o mesmo período anterior. Neste caso, porém, a produção efetiva de 2015 tende a apresentar índice de evolução inferior, porquanto as temperaturas elevadas que marcaram o último inverno brasileiro e vêm tendo continuidade na presente primavera têm resultado em menor rendimento dos frangos criados.


Desempenho do frango vivo em outubro e nos 10 primeiros meses de 2015

Mercado segue firme e com tendência de nova valorização A considerar, também, que o valor prevalente no mês não superou, apenas se igualou (nominalmente – nunca é demais repetir) aos R$3,00/kg vigentes por quase 30 dias entre o final de 2012 e o início de 2013 e, mais tarde, entre setembro e outubro de 2013, neste caso por 33 dias. Ou, repetindo: o preço atual nada tem de excepcional. Pelo contrário, está defasado. Mas o que importa, no momento, é constatar que o mercado segue firme e com tendência de nova valorização já no início de novembro. E como, à primeira vista, não devem ocorrer grandes variações na relação oferta/procura do produto, é bem provável que se feche o décimo primeiro mês do ano superando rapidamente o recorde de outubro passado.

FRANGO VIVO

Evolução de preços na granja, interior paulista – R$/KG Média mensal e variação anual e mensal em treze meses MÊS.

MÉDIA R$/KG

VARIAÇÃO % ANUAL MENSAL

OUT/14

2,75

-2,62%

3,77%

2007

NOV

2,68

7,00%

-2,73%

2008

R$ 1,63

DEZ

2,37

-5,38%

-11,57%

JAN/15

2,32

-5,14%

-1,90%

2009

R$ 1,63

FEV

2,34

0,43%

0,90%

2010

MAR

2,40

-4,81%

2,51%

2011

ABR

2,29

-3,51%

-4,60%

MAI

2,17

-0,49%

-5,22%

JUN

2,47

14,29%

14,01%

JUL

2,65

19,51%

7,11% 6,37%

OUT

2,98

8,46%

3,85%

Jun

Jul

113,3

111,5

109,3

Mai

106,8

102,1 102,1

93,8

95,4

Abr

89,6

Mar

94,5

100,0 99,1

106,6 96,6

103,1 95,8

Fev

Ago

R$ 1,92 R$ 2,08

2012 2013

R$ 2,47

2014

R$ 2,42

2015

R$ 2,52

Média 1995/2014 (20 anos) 2015

Set

Out

119,4

1,89%

8,38%

R$ 1,65

116,9

12,68%

R$ 1,55

123,1

2,70 2,87

2006 R$ 1,16

115,5

AGO SET

Preço relativo em 2015 comparativamente à média de 20 anos (1995/2014) Média mensal do ano anterior = 100

Jan

Média anual em 10 anos R$/KG

118,6

mbora tenha permanecido com a cotação inalterada nos últimos 25 dias do mês (ou seja: os dois ajustes de preço obtidos ocorreram logo no início do período, no momento de maior movimento do mercado), o frango vivo disponibilizado no interior paulista foi negociado em ambiente firme durante todo o transcorrer de outubro. Como, nesses 25 dias, alcançou a melhor cotação do ano, fechou o décimo mês de 2015 com preço médio de R$2,98/kg, valor 8,46% e 3,85% superior aos registrados, respectivamente, em outubro de 2014 e setembro de 2015. À primeira vista, o ganho anual, de quase 8,5%, foi elevado. Notar, entretanto, que um ano atrás, no mês de outubro, o preço médio recuou 2,62%. E isso, feitas as contas, significa variação de pouco mais de 5,5% em dois anos. Contra, por exemplo, um acúmulo de mais de 12% no IGP-M. Por sua vez, a média atingida no mês – R$2,98/kg – correspondeu não só ao maior valor do ano, mas também a um novo recorde nominal. Mas também esse recorde nada tem de excepcional. Primeiro, porque o recorde anterior está sendo derrubado após quase três anos. Segundo, porque naquele recorde, registrado em dezembro de 2012, o preço médio do frango vivo ficou em R$2,95/kg. Quer dizer: será que dá para chamar de recorde um ganho de apenas três centavos (+1,02%) ocorrido 34 meses depois?

116,6

E

Nov

Dez

A Revista do AviSite

67


Estatísticas e Preços Desempenho do ovo em outubro e nos 10 primeiros meses de 2015

A terceira melhor média do ano ainda, mais de dois anos e meio atrás (R$67,00/caixa em março de 2013). Não só isso. Pois a despeito da forte expansão no mês, o preço médio alcançado entre janeiro e outubro de 2015 – pouco mais de R$58,00/caixa – se encontra menos de 6,5% acima da média dos mesmos 10 meses de 2014. A valorização, portanto, permanece bem aquém da inflação acumulada no período, já beirando os 10%. De toda forma, é oportuno registrar que em outubro o ovo apresentou comportamento oposto ao da curva estacional. Pois, pela curva estacional (aqui considerados os preços médios mensais dos últimos 14 anos – 2001/2014), a tendência natural de outubro é apresentar leve desvalorização em relação a setembro e, ainda, um preço médio cerca de 2% menor que a média alcançada nos 12 meses do ano anterior. Em outubro de 2015, além do incremento de 12,33% sobre o mês anterior, o ovo alcançou valor médio quase 17% superior à média de 2014.

OVO BRANCO EXTRA

Evolução de preços no atacado paulistano R$/CAIXA DE 30 DÚZIAS Média mensal e variações anual e mensal em treze meses

Média anual em 10 anos R$/CAIXA

MÊS.

MÉDIA R$/CXA

VARIAÇÃO % ANUAL MENSAL

OUT/14

43,30

-12,70%

7,62%

NOV

42,50

0,27%

-1,84%

DEZ

44,31

-7,77%

4,25%

JAN/15

44,19

5,90%

-0,26%

FEV

68,57

22,26%

55,15%

MAR

64,35

-7,62%

-6,15%

ABR

55,58

-21,99%

-13,62%

MAI

54,88

-9,52%

-1,19%

JUN

58,80

2,86%

7,14%

JUL

59,41

8,42%

1,03%

AGO

60,15

15,00%

1,26%

SET

54,96

36,61%

-8,63%

OUT

61,69

42,49%

12,33%

Ago

R$ 38,63

2009

R$ 37,93

2010

R$ 44,61

2011

R$ 49,11

2012

R$ 57,86

2013

R$ 52,70

2014

R$ 58,18

2015

104,0

116,8

Média 2001/2014 (14 anos) 2015

97,9

Jul

R$ 43,62

2008

100,1

113,8 110,5

112,6 112,4

115,7 111,3

108,8 103,9

105,2

111,9

121,8 119,3

113,0

Jun

R$ 39,42

2007

Set

Out

83,6

92,0

129,8

Preço relativo em 2015 comparativamente à média mensal de 14 anos (2001/2014) Média mensal do ano anterior = 100

2006 R$ 27,48

110,1

ecuperando-se das perdas enfrentadas em setembro (quando seu preço recuou quase 9% em relação ao mês anterior), o ovo - mesmo enfrentando retrocesso de preços após o “período áureo” de comercialização do mês - obteve boa evolução de preços no decorrer de outubro. O valor médio registrado (base: caixa de 30 dúzias do ovo branco extra comercializada no atacado da cidade de São Paulo) apresentou valorização de 12,33% sobre o mês anterior e, com isso alcançou a terceira melhor média do ano, ficando aquém, apenas, dos bons preços registrados no período de Quaresma, entre fevereiro e março de 2015. Bem mais chamativo, no entanto, foi o ganho em relação ao mesmo mês do ano passado, já que o incremento obtido ficou próximo de 42,5%. Calma, porém, na interpretação dessa evolução. Pois um ano atrás, no mês de outubro, o ovo teve desempenho bastante sofrível. A ponto de fechar o mês com um valor médio 12,7% menor que o de outubro de 2013. Assim, a variação efetiva, em dois anos, cai para 24,37%, índice que corresponde a um incremento médio próximo de 12% ao ano. Mesmo assim, soa elevado, não? Então, é oportuno que se esclareça que a cotação mais recente ainda permanece aquém das que foram registradas, por exemplo, entre abril e março do ano passado (mais de R$70,00/caixa para o ovo branco extra) ou,

98,7

R

Jan

Fev

68 A Revista do AviSite

Mar

Abr

Mai

Nov

Dez


Milho e Soja Preço do milho registra nova alta em outubro

Soja continua registrando boa valorização mensal

O preço do milho aumentou em outubro de 2015. O preço médio do insumo saca de 60 kg, interior de SP, fechou o mês cotado a R$ 34,46 – valor 5,25% maior que a média de R$32,74 obtida pelo produto em setembro de 2015. A disparidade de preços do milho em relação ao ano anterior também foi positiva. O valor atual é 37,56% maior já que a média de outubro de 2014 foi de R$25,05 a saca.

O farelo de soja (FOB, interior de SP) registrou boa valorização mensal em outubro de 2015. O produto foi comercializado ao preço médio de R$1.340/t, valor 7,2% maior que o mês de setembro– R$1.250/t. Na comparação com outubro de 2014 – quando o preço médio era de R$1.039/t – a cotação atual registra aumento de 29%.

Valores de troca – Milho/Frango vivo

Valores de troca – Farelo/Frango vivo

O frango vivo (interior de SP) fechou o mês de outubro cotado a R$ 2,98/kg – valor 3,8% maior que a média de setembro de 2015 – R$2,87. A menor valorização do quilo do frango em relação ao milho contribuiu para a diminuição no poder de compra do avicultor. Nesse mês, foram necessários 192,7 kg de frango vivo para se obter uma tonelada de milho, considerando-se a média mensal de ambos os produtos. Este valor representa uma queda no poder de compra de 1,3% em relação ao mês anterior, pois em agosto a tonelada do milho “custou” 190,1 kg de frango vivo.

A maior valorização no preço do farelo de soja em relação ao frango vivo em outubro garantiu que fossem necessários 449,7 kg de frango vivo para adquirir uma tonelada do insumo, significando queda de 3,1% no poder de compra do avicultor em relação a setembro, quando foram necessários 435,5 kg de frango vivo para obter uma tonelada do produto.

Valores de troca – Farelo/Ovo

O preço do ovo, na granja (interior paulista, caixa com 30 dúzias), encerrou outubro cotado à média de R$55,69 valor 13,7% superior ao mês anterior, quando o produto foi negociado a R$48,96. Com o maior aumento no preço dos ovos em relação ao milho houve melhora no poder de compra do avicultor. Em outubro foram necessárias 10,3 caixas de ovos para adquirir uma tonelada do cereal. Em setembro, foram necessárias 11,1 caixas/t, um aumento de 8,1% na capacidade de compra do produtor.

De acordo com os preços médios dos produtos, em outubro de 2015, foram necessárias aproximadamente 24,1 caixas de ovos (valor na granja, interior paulista) para adquirir uma tonelada de farelo de soja. O poder de compra do avicultor de postura em relação ao farelo registra aumento de 6,1%, já que, em setembro, 25,5 caixas de ovos adquiriam uma tonelada de farelo. Em relação a outubro de 2014 houve um aumento no poder de compra de 15,8%, pois naquele período a tonelada de farelo de soja custou, em média, 27,9 caixas de ovos.

Preço Preço médio médio Milho Milho

Preço Preço médio médio Farelo Farelo de de soja soja

Valores de troca – Milho/Ovo

R$/saca R$/saca de de 60kg, 60kg, interior interior de de SP SP

R$/tonelada R$/tonelada FOB, FOB, interior interior de de SP SP

Média Outubro Mínimo Mínimo Média Outubro Máximo Máximo 36,50 R$ R$ 32,50 R$ 36,50 R$ 32,50 R$ R$

34,46

Fonte das informações: www.jox.com.br

2014 2014

outubro outubro

julho julho agosto agosto setembro setembro

abril abril maio maio junho junho

janeiro janeiro fevereiro fevereiro março março

outubro outubro

julho julho agosto agosto setembro setembro

abril abril maio maio junho junho

2015 2015

1300 1300 1200 1200 1100 1100 1000 1000 950 950 900 900 850 850 800 800 750 750 700 700 650 650 600 600 outubro outubro novembro novembro dezembro dezembro

2014 2014

janeiro janeiro fevereiro fevereiro março março

outubro outubro novembro novembro dezembro dezembro

35,00 35,00 33,00 33,00 31,00 31,00 29,00 29,00 27,00 27,00 25,00 25,00 23,00 23,00 21,00 21,00 19,00 19,00

2015 2015

Média Média Outubro Outubro Mínimo Mínimo 1.320,00 R$ R$ R$ 1.320,00 R$

Máximo Máximo

1.340,00 R$R$1.360,00 1.360,00 A Revista do AviSite

69


Ponto Final

tural e operacional de uma operação avícola, como por exemplo a avicultura de postura.

Masaio Mizuno Ishizuka

Professora Doutora Titular Emérita de Epidemiologia das Doenças Infecciosas da FMVZUSP. Ela também é Presidente do Coesa/SP (Comitê Estadual de Sanidade Avícola de São Paulo)

Biosseguridade regional: Novo modelo de manejo da saúde avícola

S

egundo a OIE, zoneamento ou regionalização é recomendável quando se pretende manter subpopulações de status de saúde diferenciado dentro dos limites de um país para o qual é difícil alcançar e manter livre de doença, especialmente para aquelas doenças de difícil prevenção de ingresso através medidas aplicáveis nas fronteiras ao nível nacional. Subpopulações podem ser mantidas em separado por barreiras naturais ou artificiais ou em certas indústrias animais, pela aplicação de sistemas apropriados de gerenciamento incluindo o gerenciamento da biosseguridade. Implementação pelos países membros baseiam-se nas recomendações para controle de doenças

70

A Revista do AviSite

e/ou comércio internacional (OIE, Cap. 1.3.5 do Código Terrestre). Biosseguridade é o conjunto de medidas que visa prevenir ou mitigar/ minimizar a entrada de agentes de doenças em uma população ou em uma granja e reduzir a probabilidade (chance) de disseminação da doença na granja e entre granjas. A biosseguridade pode ser estruturada de diferentes formas dependendo das necessidades; tamanho da organização envolvida; instalações e sistema de manejo; e da habilidade de comunicação dos procedimentos aos trabalhadores envolvidos. Um método de desenvolvimento de um programa de biosseguridade inclui olhar os componentes conceitual, estru-

Biosseguridade conceitual: envolve a avaliação do local onde se localiza a operação. Pode incluir muitos outros critérios da região como localização e densidade de granjas com objetivos comuns, outros estabelecimentos avícolas, criatório de aves de subsistência ou de fundo de quintal, rota de aves migratórias, ventos prevalentes, movimento de aves na região. Proximidade de fábricas de ração, incubatórios, plantas de processamento de produtos avícolas etc. Uso comunal de equipamentos, de veículos de terceirizados, pessoal terceirizado principalmente. Biosseguridade estrutural: envolve todos os elementos fixos que podem ser importantes na mitigação de introdução e/ou disseminação de doenças. Inclui projeto estrutural, cercas perimetrais, local para banho e troca de roupa de terceirizados, sistema de desinfecção de veículos, fluxo de movimento de pessoas, animais e veículos, manejo de resíduos e carcaças de aves, frenagem de águas estagnadas e outros. Biosseguridade operacional: envolve manejo e operações de rotina que afetam a transmissão de doenças dentro do estabelecimento. Inclui boas práticas como controle de pragas, limpeza e desinfecção de instalações e equipamentos, manejo de cama, ração e de água. Inclui controle de visitantes e programa de monitoramento de doenças. Todo programa deve ser periodicamente avaliado para correção de rumos. No Brasil, é possível implantar tal modelo integrado de biosseguridade regional? Sim, foi implantado no setor de postura comercial da região de Bastos, São Paulo, em julho de 2015, região constituída por 9 municípios e 129 granjas e, depois de 2 meses da implantação, já iniciaram a 1ª avaliação das medidas de biosseguridade estrutural implementadas.


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A Revista do AviSite


Ponto Final

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A Revista do AviSite


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