nº 32 - ano IV agosto/setembro/2015 www.avisite.com.br/revistadoovo
Perdas vacinais
Erros no processo de vacinação podem gerar prejuízos no campo
56ª Festa do Ovo de Bastos Evento celebra união da avicultura de postura
COM 70 ANOS AO LADO DO PRODUTOR RURAL, A AGROCERES SABE QUE RESULTADO DIFERENCIADO NO CAMPO NÃO É CONSEQUÊNCIA DE UM ÚNICO FATOR. CONHECIMENTO EM GESTÃO E MANEJO, COMPREENSÃO DO POTENCIAL GENÉTICO, MÃO DE OBRA, SAÚDE ANIMAL E INFRAESTRUTURA. MUITO MAIS QUE NUTRIÇÃO, OFERECEMOS UM PACOTE COMPLETO DE SOLUÇÕES PARA O SEU NEGÓCIO.
Editorial Esta edição da Revista do Ovo tem a grande satisfação de trazer uma matéria especial com a cobertura de um dos mais importantes eventos de postura comercial, a 56ª Festa do Ovo de Bastos, no interior de São Paulo. Um evento único, com características específicas e que cresce ano a ano, acompanhando a evolução do segmento. Um dos destaques desta cobertura é o trabalho de prevenção contra a entrada do vírus da Influenza Aviária que a região está realizando. Representando o governador Geraldo Alckmin, esteve presente o secretário de Agricultura e Abastecimento do estado de São Paulo, Arnaldo Jardim, que enalteceu o trabalho desenvolvido pelos produtores da
região de Bastos, parabenizando-os e alertando para que o mesmo cuidado seja mantido, fortalecendo ainda mais as barreiras de proteção ao plantel avícola. E, em mais um destaque desta edição, na matéria “Processo de Vacinação: cuidados evitam prejuízos”, procuramos responder ao questionamento: o que é pior do que não realizar um bom trabalho de vacinação? Pior é realizá-lo de forma ineficaz, gastando dinheiro e escoando o lucro da produção ‘ralo abaixo’. Veja as dicas de especialistas da Embrapa Aves e Suínos e também das empresas Zoetis, Merial e Ceva em uma matéria exclusiva que você só vê aqui, na Revista do Ovo! Boa leitura!
Mundo Agro Editora Ltda. Rua Erasmo Braga, 1153 13070-147 - Campinas, SP
Publicação Bimestral nº 32 | Ano IV Agosto-Setembro/2015
expediente Publisher Paulo Godoy paulogodoy@avisite.com.br Redação Érica Barros (MTB 49.030) Mariana Almeida (MTB 62.855) Giovana de Paula (MTB 39817) imprensa@avisite.com.br Comercial Karla Bordin comercial@avisite.com.br
Sumário
Diagramação e arte Mundo Agro e Innovativa Publicidade luciano.senise@innovativapp.com.br Internet Gustavo Cotrim webmaster@avisite.com.br
Festa do Ovo de Bastos, SP
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Setor comemora o bom momento econômico em um dos eventos mais importantes para a avicultura de postura
Destaque
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Ceva é um destaques da Festa do Ovo de Bastos, com a presença do palestrante internacional, Fernando Lozano
Administrativo e circulação Caroline Esmi financeiro@avisite.com.br Sigam as nossas mídias sociais:
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Estatísticas
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Eventos
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Notícias Curtas
Acompanhe os números do mercado de postura e insumos
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Processo de vacinação: cuidados evitam prejuízos
A necessidade da colina pela mulher lactante encontra-se elevada e o ovo é um forte aliado nesta complementação alimentar
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Eventos 2015 Agosto
18 e 19 Curso Facta Farmacologia Local: Campinas, SP Realização: Facta Telefone: (19) 3243-6555 E-mail: facta@facta.org.br Site: www.facta.org.br
Setembro
09 a 11 XII Curso de Atualização em Avicultura para Postura Comercial
Funep
XII Curso de atualização em Avicultura para Postura Comercial A Fundação de Apoio a Pesquisa, Ensino e Extensão – Funep – realizará em Jaboticabal, SP, em parceria com a Unesp/FCAV e APA, o XII Curso de atualização em Avicultura para Postura Comercial. O evento será realizado de 09 a 11 de Setembro no Campus da Unesp. Para mais informações: (16) 32091303/ (16) 3209-1300, e-mail: eventos@ funep.org.br e através do site www.funep.org.br/mostrar_evento. php?idevento=508.
Local: Jaboticabal, SP Realização: Unesp/FCAV e APA Telefone: (16) 32091303/ (16) 3209-1300 E-mail: eventos@funep.org.br Site: www.funep.org.br
Dia Internacional do Ovo
16 e 17 II Congresso Sobre Tecnologia da Produção de Alimentos para Animais
Várias ações de marketing para incentivar o consumo de ovos estão sendo preparadas pelo Instituto Ovos Brasil, entidade sem fins lucrativos, que tem por missão expandir os conhecimentos sobre ovo como fonte nutricional e seus benefícios especiais para a saúde, para comemorar o Dia Internacional do Ovo, que em 2015 será celebrado no dia 9 de outubro. O Dia Mundial do Ovo, data estabelecida há 19 anos pela International Egg Comission, é comemorado toda segunda sexta-feira do mês de outubro. A data marca também o aniversário da fundação do Instituto Ovos Brasil, que completa oito anos de atividades em 2015. Para que a data seja comemorada, o Instituto Ovos Brasil deu início à mobilização que visa buscar apoio e patrocinadores para que as atividades sugeridas pela entidade possam ser realizadas em outubro. Retrospecto: entre 2008 e 2010, as comemorações do Dia do Ovo realizadas pelo Instituto Ovos Brasil com recursos próprios compreenderam: ações como o lançamento do site oficial da entidade www.ovosbrasil.com.br (2008), principal veículo de comunicação da instituição, levando informações, pesquisas, artigos científicos, atividades realizadas, entre outros, para seus diversos público-alvo; participação com estande informativo do Instituto Ovos Brasil em três congressos divulgando a data para médicos, nutricionistas e demais profissionais da área de saúde (2009) - a Exponutri/ASBRAN (SP), o Congresso Internacional de Nutrição Clínica Funcional (SP) - com ação gastronômica especial com chef Renato Carioni -, e o Congresso Brasileiro de Alimentação Coletiva (RS), com palestra do nutricionista Gabriel Carvalho; lançamento do site Ovos Brasil Teen, com vídeos e jogos online (2010); produção de novos materiais de divulgação - gibis para crianças e adolescentes e folders específicos para donas de casa, atletas e de receitas; ações em academias com distribuição de banners porta-folder e displays de balcão; palestra e apoio ao 1º Dia do Ovo da USP de Pirassununga; apoio e palestra na 1ª Festa do Ovo do Paraná, promovida pela APAVI; além da participação com estande e palestra do especialista Henry Okigami sobre ovo no congresso Mega Evento Nutrição. A partir de 2011, com o apoio e incentivo inicial da Novus do Brasil, a campanha pelo Dia do Ovo tomou novas proporções, contando com o patrocínio e envolvimento de diversas empresas do setor – Novus, Sanovo, Bayer Saúde Animal, DSM, Merial, Elanco, Yes, Ourofino Agronegócio, Label Rouge, Des-Vet, Porto Alimentos, Uniquímica, Agroceres Multimix, Tortuga, Hy-Line, Lohmann, Ceva, Huhtamaki, Granja Planalto, Sanphar, Anfeas, Vetanco, Grupo Pão de Açúcar.
Local: Maringá, PR Realização: CBNA (Colégio Brasileiro de Nutrição Animal) Telefone: (19) 3232-7518 Site: www.cbna.com.br/site
Outubro
20 e 21 Curso Facta Nutrição: Matrizes e Frangos Local: Campinas, SP Realização: Facta Telefone: (19) 3243-8542 Email: facta@facta.org.br Site: www.facta.org.br/
Novembro
11 e 12 29ª Reunião CBNA: Aditivos na Alimentação Animal – Aves e Suínos Local: Campinas, SP Realização: CBNA (Col. Brasileiro de Nutrição Animal) Telefone: (19) 3232-7518 Site: www.cbna.com.br/site
2016 Março
15 a 19 XIV Congresso APA Produção e Comercialização de Ovos Local: Ribeirão Preto, SP Realização: APA Telefone: (11) 3832.1422 E-mail: diretoria@apa.com.br
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Ações estão sendo preparadas para aumentar o consumo
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Notícias Curtas IBGE
Levantamento agora individualiza ovos férteis e de consumo Está lá e nem sequer foi notado. No levantamento que divulgou em junho, o IBGE também publicou dados adicionais sobre a produção de ovos e – aparentemente pela primeira vez – individualizou os ovos férteis dos ovos produzidos para consumo humano. A tabela abaixo reproduz os dados divulgados pelo órgão brasileiro de estatísticas. Relativos ao primeiro trimestre de 2015, eles mostram que perto de 1.600 estabelecimentos produzem ovos no Brasil. E embora a maior parte deles esteja voltada para os ovos de consumo, é expressivo o número de estabelecimentos (39% do total) dedicados à produção de ovos férteis. A despeito do elevado número, a participação desses estabelecimentos na produção total de ovos é significativamente menor, já que os 972 estabelecimentos dedicados aos ovos de consumo responderam por mais de três quartos da produção total.
Neste caso, a produtividade média por tipo de estabelecimento também é diferente – fato justificável pela maior especialização e por sistemas produtivos mais complexos exigidos na produção de ovos incubáveis. E os dados divulgados mostram que enquanto foram produzidos, em média, 569 mil dúzias de ovos de consumo por estabelecimento, a produção dos ovos de incubação ficou na metade disso – 284 mil dúzias por estabelecimento. Mantida a média diária observada no primeiro trimestre de 2015 (90 dias), serão produzidos no decorrer do corrente exercício perto de 27 bilhões de ovos de consumo, volume que – considerada uma população de 204,5 milhões de habitantes – corresponde (sem considerar as exportações) a 132 ovos per capita. Já a produção de ovos para incubação tende a ficar em torno dos 8,6 bilhões de unidades. A maior parte deles (mais de 90%) será destinada à produção de pintos de corte.
EUA
Em 2015, o menor consumo de ovos dos últimos seis anos
O Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) prevê que em 2015 o consumo de ovos dos norte-americanos será de 248,9 unidades per capita. Se a projeção se confirmar, será o menor volume dos últimos seis anos, com retrocesso a um nível inferior ao registrado em 2010. Não era para ser assim. Em fevereiro passado, por exemplo, o USDA estimava que o volume de 2014 fosse superado, atingindo-se novo recorde para o século XXI. Mas, então, ainda não se cogitava que, já presente em várias áreas do país e já afetando criações de perus, o vírus da Influenza Aviária teria uma ação devastadora sobre a avicultura de postura.
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Na projeção atual, estima-se que, em consequência da drástica queda de produção, o consumo per capita será cerca de 6% menor que o originalmente previsto. Mas esse índice de redução pode ser maior (e o consumo efetivo retroceder ainda mais), pois, além das aves em produção, poedeiras em processo de recria também foram ou vêm sendo sacrificadas. Para 2016 foi estimada ligeira recuperação, o consumo atingindo pouco mais de 251 unidades, quase o mesmo nível registrado em 2010. Mas essa possibilidade também tende a não se concretizar, porquanto os vazios sanitários e até mesmo a ocorrência de novos casos (agora bem mais esporádicos) têm impedido a reposição dos planteis. Porém, mesmo isso não ocorrendo, a reposição continuaria lenta, pois a produção de pintainhas também foi afetada e o atendimento da demanda extra é processo que demanda tempo, exigindo aumentos desde a produção de reprodutoras. Notar que, em decorrência desse problema sanitário, o exercício passado, 2014, é que ficará marcado por bom tempo como o “ano recorde de consumo do século XXI”. Do século XXI, esclareça-se, pois no século XX a avicultura norte-americana já chegou a registrar consumos bem maiores que os atuais. Nos anos 1950, por exemplo, consumiu-se nos EUA, aproximadamente, o correspondente a um ovo diariamente, quase 365 unidades por ano. Porém, o recorde parece ter ocorrido no decorrer da 2ª Guerra Mundial. Segundo o USDA, no ano em que o conflito terminou, 1945 (ou seja, 70 anos atrás!), o consumo dos norte-americanos ficou próximo de 405 ovos per capita.
Coletiva ABPA
Exportação de ovos sobe 41% em volume
Francisco Turra, Presidente da ABPA, durante coletiva de imprensa realizada em SP
Segundo dados divulgados na coletiva de imprensa realizada em São Paulo pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), a exportação de ovos teve um grande salto de janeiro a junho de 2015. Em volume, o crescimento foi de 41% passando de 4,9 mil toneladas no mesmo período do ano anterior para 7 mil toneladas no ano corrente. Apenas no mês de junho, foram exportadas 676,9 toneladas de ovos, resultando em um avanço de 84,3% em comparação ao mesmo período do ano passado. Já em receita, o aumento foi de 29%. De janeiro a junho de 2014, o valor foi de 7,1 milhões de dólares. Já de janeiro a junho de 2015, o valor foi de 9,2 milhões.
Mercado externo
Alemanha pretende acabar com “machos” de postura “Por que incubar e depois matar?” – pergunta Christian Schmidt, Ministro da Agricultura da Alemanha, referindo-se aos pintos machos das linhagens de postura. Contrariado com esse procedimento, o Ministro fixou meta no mínimo ambiciosa ao estabelecer “para 2017 (ou seja, em dois anos ou menos) o fim da matança dos machos de postura”. Acabar com a matança dos machos não significa deixá-los sobreviver e, sim, não dispor mais de machos para sacrificar. Parece jogo de cena político, mas não é. Pois o que Schmidt pretende é partir da teoria para a prática, garantindo que, naquelas incubações em que as aves fêmeas sejam o objetivo, somente estas venham à luz. O que seria o “céu” para os produtores de pintos de postura e a resposta mais ansiada para os defensores do bem-estar animal. Até agora, tudo o que se tem imaginado para equacionar a questão do sacrifício dos machos de postura gira em torno de um abate mais humanitário. A proposta alemã tem enfoque completamente diferente, pois se concentrou no pré-nascimento dos pintos, ou seja, no processo de incubação. O que, além de atender às necessidades de bem-estar animal, tem também implicações econômicas. Ao propor sair da teoria para a prática, o Ministro da Agricultura da Alemanha refere-se a pesquisas que vêm
sendo realizadas há alguns anos na Universidade de Leipzig. Elas conduziram a um processo que, através de luzes infravermelhas, possibilita identificar o sexo do embrião de ovos em incubação. O que se pretende agora é desenvolver um protótipo que, além de operar grande número de ovos (ou seja, que tenha aplicação comercial), também separe ou descarte aqueles que contenham embriões machos. Para isso, a Universidade de Leipzig – Professora Maria-Elisabeth Krautwald-Junghanns à frente, coordenando o projeto – acaba de receber subsídio extra (isto é, além de outros que já vinha recebendo) no valor de um milhão de euros (quase R$3,5 milhões). Agora, porém, o projeto vai além da universidade e envolve, também, uma empresa privada que irá participar diretamente do processo de desenvolvimento do equipamento. A destacar que essa é apenas uma das propostas alemãs para acabar com o sacrifício – considerado injustificável e antiético – dos pintos machos de postura. Outra proposição, já firmada mas ainda não iniciada, volta-se para o melhoramento genético. Pretende desenvolver linhagens com dupla finalidade – os machos, para o corte; as fêmeas, para a postura. Será um retorno às origens. Produção Animal Revista do Ovo
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Cobertura Bastos 2015
56ª Festa do Ovo celebra união da avicultura de postura
O centro das discussões foi o sistema de proteção desenvolvido pelo estado de São Paulo para evitar a entrada do vírus da IA nas granjas de Bastos 8
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cidade de Bastos celebrou no mês de julho a união de um setor que aprendeu a lidar com os desafios e a crescer em momentos de dificuldade. Foi realizada a 56ª Festa do Ovo de Bastos, um dos maiores pólos produtores de ovos do Brasil. A tradicional festa reúne empresas fornecedoras do segmento, produtores da região, pesquisadores e representantes comerciais dos mais variados produtos e serviços do setor aviário. Bastos detém o título de “Capital do Ovo”, com mais de 21 milhões de aves poedeiras alojadas e a produção de quase 17 milhões de ovos. Na abertura do evento, foi realizada a 38ª Jornada Técnica, um dos mais tradicionais pontos de encontro para análises técnicas e discussões que norteiam o segmento de postura da região. O centro das discussões foi o sistema de proteção desenvolvido pelo estado de São Paulo para evitar a entrada do vírus da Influenza Aviária nas granjas da cidade. Os palestrantes foram unânimes: São Paulo, e em especial a cidade de Bastos, saiu na frente para evitar maiores problemas. Está sendo dada toda a atenção e amparo legal para proteger o plantel paulista. Apesar de todo o cuidado, o momento deve ser de máxima atenção. Não é possível ‘baixar a guarda’, pois o ‘inimigo’ é mais poderoso do que possamos imaginar. Dentro da análise econômica do agronegócio, um fator chamou a atenção dos participantes: a tendência de queda de consumo de carne bovina pela população brasileira frente ao delicado momento pelo qual passa o Brasil. Espera-se que a população passe a consumir uma proteína mais barata, passando pelo frango e também aumentando o consumo de ovos.
Secretário de Agricultura de São Paulo, Arnaldo Jardim, esteve presente em Bastos Representando o governador Geraldo Alckmin, o secretário de Agricultura e Abastecimento do estado de São Paulo, Arnaldo Jardim, participou da abertura da 56ª edição da “Festa do Ovo”, no Recinto Kisuke Watanabe, em Bastos. Arnaldo Jardim destacou ações desenvolvidas pela Pasta da Agricultura para o setor avícola, como os seminários de atualização e apresentação do Plano Paulista de Prevenção da Influenza Aviária e a inauguração da nova ala do Laboratório de Controle Microbiológico do Instituto Biológico (IB), ligado à Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta). O laboratório atestará a sanidade do plantel avícola do Estado para doenças como Laringotraqueíte e Influenza Aviária. O secretário ressaltou ainda a importância da “Festa do Ovo” como reconhecimento ao avicultor paulista e brasileiro, e enfatizou o pedido feito à ministra Kátia Abreu para reforçar a vigilância com a biosseguridade nos portos e aeroportos, tendo em vista a sanidade. “Estamos tendo uma oportunidade fantástica de geração de renda e emprego com o desenvolvimento da avicultura, não podemos correr riscos com a entrada do vírus em nosso plantel”, pontuou Arnaldo Jardim. De acordo com levantamento do Instituto de Economia Agrícola (IEA), em parceria com a Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati), ambos da Secretaria, São Paulo é o maior produtor nacional de ovos: em 2014, a produção foi de 33,5 milhões de caixas.
38ª Jornada Técnica de Bastos traça estratégias para a avicultura de postura Durante a 56ª Festa do Ovo de Bastos também foi realizada a 38ª Jornada Técnica. Participaram do evento Fernando Lozano, Ph.D em Patologia Comparativa pela Universidade da Califórnia, EUA (acompanhe matéria na página 13), Masaio Mizuno Ishizuka, Professora de Epidemiologia das Doenças Infecciosas da FMVZ-USP, Nair Katayama Ito, da Spave Consultoria e Lygia Pimentel, da Agrifatto Consultoria. Masaio apresentou a palestra “Biosseguridade: uma ferramenta eficiente frente aos novos desafios sanitários”. Ela destacou que, na produção avícola, a prevenção é a estratégia mais viável na profilaxia de agentes infecciosos. Nair Ito apresentou a palestra “Panorama das doenças respiratórias na avicultura de postura brasileira”. Segundo ela, a avicultura precisa lidar com os avanços dos agentes infecciosos ao mesmo tempo que precisa entender o avanço genético das aves. “Há mudanças constantes e é muito importante que se conheça os agentes etiológicos das doenças e seus meios para evolução”, disse. Fechando a Jornada Técnica, Lygia Pimentel apresentou o tema “Momento econômico da agropecuária com ênfase na produção de ovos”. Ela destacou em sua apresentação a tendência de crescimento no aumento do consumo de proteínas, principalmente provenientes de animais com grande eficiência alimentar, como frango e ovos. “A classe C ainda dará suporte ao consumo doméstico de ovos, carne de frango, suína e bovina”.
Masaio Mizuno apresentou palestra sobre biosseguridade, uma ferramenta eficiente frente aos novos desafios sanitários
Nair Katayama falou sobre o panorama das doenças respiratórias na avicultura de postura brasileira
Lygia Pimentel discutiu o momento econômico da agropecuária com ênfase na produção de ovos
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Fotos: Teresa Godoy
Cobertura Bastos 2015
Concurso Qualidade de Ovos Paulo Ueyama, Marcelo Maki e Kiyofumi Kuwabara são os campeões
Fotos: Teresa Godoy
Granja Ueyama venceu na categoria Ovos Brancos, a Granja Marcelo Maki em Ovos Vermelhos e a Granja Kuwabara em Ovos de Codorna. Todos campeões de qualidade em produção de ovos
Campeão Ovos Brancos
Fotos: Teresa Godoy
Paulo Ueyama
Campeão Ovos Vermelhos
Campeão Ovos de Codorna
Fotos: Teresa Godoy
Marcelo Maki
Kiyofumi Kuwabara
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Três granjas tradicionais de Bastos foram as vencedoras do Concurso de Qualidade de Ovos de Bastos 2015. Na categoria Ovos Brancos, o título de campeão ficou com a Granja Paulo Ueyama; em Ovos Vermelhos, o título ficou com Marcelo Maki; e na categoria Ovos de Codorna, o vencedor foi Kiyofumi Kuwabara. Na Granja Ueyama, o resultado foi recebido com muita alegria e alguma surpresa, de acordo com Tadashi Donomai, técnico da empresa. “Eu montei as duas bandejas que tínhamos direito de inscrever, mas fiquei com algumas dúvidas em uma delas, justamente a que foi campeã”, conta Tadashi. O avicultor Marcelo Maki, campeão na categoria ovos vermelhos, disse que ficou surpreso e muito feliz com o resultado. Ele contou que assim que a notícia de sua vitória circulou, recebeu diversos telefonemas de clientes compradores de ovos. “Quando o ovo é campeão em Bastos, sempre atrai a atenção do mercado”, ressalta. Na categoria ovos de codorna, ganhou o tradicional produtor Kiyofumi Kuwabara, que tem sua granja há 40 anos. Até 1991 ele só alojava aves poedeiras, quando resolveu diversificar. Gostou tanto da coturnicultura que passou a dedicar-se somente às codornas a partir de 2003. Hoje tem um plantel de 40 mil, e diz que a atividade nem sempre é fácil, mas prossegue firme, trabalhando em família. Veja o ranking completo das granjas classificadas nas categorias Ovos Brancos, Ovos Vermelhos e Ovos de Codorna, no Concurso de Qualidade de Ovos de Bastos 2015:
Ovos Brancos 1º colocado - Granja Paulo Ueyama 2º colocado - Granja Ono 3º colocado - Granja Edson Yoshikawa 4º colocado - Granja Yorozuya 5º colocado - Granja Marcelo Maki 6º colocado - Granja Walter Morio
Ovos Vermelhos 1º colocado - Granja Marcelo Maki 2º colocado - Granja Paulo Ueyama 3º colocado - Granja Ono 4º colocado - Granja Tsunehiro Nakanishi 5º colocado - Granja Katusuhide Maki 6º colocado - Granja Katushiro Mizohata
Ovos de Codorna 1º colocado - Kiyofumi Kuwabara 2º colocado - Odair Dohashi 3º colocado - James Nakanishi
Empresas levam tecnologia à Bastos Confira as novidades expostas na Festa do Ovo de Bastos
“Estamos trazendo para o setor de postura uma plataforma de soluções contra a Salmonella, evitando todos os pontos de entrada na granja. Trata-se de uma vacina viva para controle efetivo da Salmonella Enteriditis e Salmonella Galinarium”. Bruno Dias, Gerente de Marketing da Elanco
“Bastos é uma região produtora extremamente importante. Aqui, realizamos, inclusive, testes específicos para ajustes em nossos produtos, e desta forma, conseguimos atender a demanda de nossos clientes na região”. Diogo Gambaro, Nutricionista da Agroceres Multimix
“Para nós é sempre uma satisfação participar do evento. Trouxemos uma novidade que é a nossa ave para ovos vermelhos que garante uma boa coloração da casca do ovo ao final do ciclo de postura”. Dirceu Sakata, Gerente Comercial da H&N
“Para a Hy-Line do Brasil, participar da Festa do Ovo de Bastos é sempre uma grande satisfação! Estamos lançando agora nosso Guia de Manejo até 100 semanas da W-36. Pela primeira vez, o manual utilizará dados brasileiros em sua confecção”. Tiago Lourenço, Diretor Geral da Hy-Line do Brasil
“Bastos é um centro de grande produção de ovos e é muito importante para nós que estejamos presentes. Trabalhamos com os sistemas de bebedouros para aves e suínos Impex, Debicadores Lyon e as balanças Salter e Veit”. Neusa Groot, Diretora Comercial da Agroselect
“Bastos é a casa da Artabas. Temos uma cidade dentro de uma granja e ao mesmo tempo com coisas distintas internamente tornando desafiador e interessante do ponto de vista comercial e técnico”. Leandro S. Yoshikawa, Diretor Geral da Artabas.
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“A Biocamp produz e comercializa probióticos e vacinas para avicultura, possuindo em seu portifólio a única cepa para controle total do Micoplasma. A empresa é a pioneira na produção e comercialização de probióticos no mercado brasileiro”.
“Reforçamos em Bastos a presença da Zoetis através da parceria de 25 anos com a Socel e com um portfólio que engloba quase 50 produtos. Como novidade, temos a plataforma Rotecc de controle racional da coccidiose”. Diogo Ito, Gerente de Produtos da Zoetis
Foto: Teresa Godoy, A Hora do Ovo.
Paulo César Martins, Diretor da Biocamp
“Em Bastos podemos ter um contato mais próximos com os produtores e, durante a Festa, a Merial pôde reforçar os conceitos de Boas Práticas de Vacinação através da “Eu Que Vacino” e importantes vacinas do seu portfólio, a Vaxxitek e Yokei 5”. Eva Hunka, Marketing da Merial Foto: Teresa Godoy
“Festa do Ovo, neste ano foi importante para fazer novos contatos e recepcionar clientes e amigos que nos deram o prazer em recebê -los.” Paulo Wesley Moterani, Diretor da Kilbra
“A Lubing atua nos mercados de postura e frango de corte na área de equipamentos. Nossa participação vem crescendo em Bastos e a cidade é um pólo extremamente importante para a empresa”. Carlos Fuji, Gerente de Marketing da Lubing
“A Fatec iniciou suas atividades na região de Bastos, que é a maior produtora de ovos do Brasil e onde temos sólida atuação. Nossa participação na Festa do Ovo reforça o compromisso de dar total apoio ao segmento, consolidar as parcerias que temos na região e divulgar a marca da empresa, que agora faz parte do grupo Trouw Nutrition”. Pedro Tikashi Abe, Diretor Comercial da Fatec
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“O estreitamento das relações em Bastos nos auxilia nas estratégias de vendas e pós venda, podendo colaborar para a melhoria contínua de produção e sanidade das granjas, este evento nacional já é considerado o mais importante para os produtores de ovos do Brasil, e das empresas do segmento”. Cácio Roberto Fracaro, Gerente Comercial
Ceva é destaque durante a Festa do Ovo de Bastos
Empresa participou da Jornada Técnica, levando o palestrante internacional Fernando Lozano, e da Feira de Exposições A Ceva levou à Bastos o palestrante internacional, Fernando Lozano, para participar da Jornada Técnica, e também esteve presente à Feira de Exposições, em seu estande, no qual recebeu seus parceiros e amigos. Fernando Lozano, PhD em Patologia pela Universidade da Califórnia International Technical e Services Manager Poultry da Ceva Saúde Animal, apresentou durante a Jornada Técnica o tema “Estratégias para uma vacinação eficiente em lotes de alta densidade”. Ele destacou que a indústria avícola se modernizou e hoje não é difícil de encontrar aviários capazes de alojar dezenas de milhares de aves e com gaiolas com diversos níveis. Entretanto, essa concentração de aves trouxe desafios para uma boa intervenção vacinal. Aliado a tudo isso, a escassez de mão de obra qualificada forçou os produtores a adotarem estratégias que visam a redução do número de intervenções vacinais, segundo apontou Lozano. Isso tem sido feito otimizando-se estes processos por meio da aplicação de diversas vacinas com novas tecnologias, com maior número de valências. Lozano destacou o crescimento da avicultura de postura. “Entre 2000 e 2013, a produção mundial de ovos cresceu 31%, um aumento médio de 2,4% ao ano. Nesse período, a indústria de produção de ovos se modernizou e enfrentou demandas crescentes de consumidores. Na Europa, as mudanças foram consequência de pressões de associações de consumidores por bem-estar animal e qualidade dos ovos, o que resultou no banimento de gaiolas convencionais e o surgimento de uma legislação específica. Nos Estados Unidos, a preocupação com a qualidade microbiológica dos ovos aumentou significativamente e as empresas adotaram a vacinação contra salmonelose como um dos instrumentos de prevenção das consequências associadas a essa enfermidade. Além disso, na Califórnia, há atualmente discussões sobre o banimento de gaiolas convencionais”, destacou.
Fernando Lozano De acordo com Lozano, na Ásia, a constante pressão de doenças infecciosas e os altos custos de matéria prima foram alguns dos fatores que influenciaram as mudanças observadas na indústria. “Os produtores investiram em granjas maiores e mais modernas para otimizar os custos de produção e estão mais rigorosos aos sistemas de biosseguridade”, disse. Segundo ele, a indústria de produção de ovos tende a otimizar a mão de obra e reduzir o número de intervenções vacinais. “Entretanto, ao diminuir o número de vacinações, a qualidade da administração das vacinas torna-se crítica, pois, se isso não for bem feito, corre-se o risco de que o lote não seja imunizado propriamente. Além disso, não haveria revacinações para que eventuais falhas pudessem ser corrigidas”, disse.
Foto: Teresa Godoy
Ceva reforça sua marca durante a Festa do Ovo “A Festa do Ovo é sempre uma boa oportunidade de rever os amigos e fazer bons negócios. A cultura local, aliada ao público seleto, abrilhanta a festa e a torna diferente de todos os outros eventos do país. É um motivo de orgulho para a equipe da Ceva participar de um evento de qualidade e de grande importância para o setor como esse. Parabenizo a equipe organizadora por mais uma bela Festa do Ovo e por manter por décadas sua qualidade”, afirmou a Gerente Regional Sudeste e Centro Oeste da Ceva, Polyana Arruda. A empresa destacou durante o evento, a vacina Cevac Corymune 7K. Diz o Gerente de Marketing de Aves e Suínos da Ceva, Alberto Inoue: “A linha Corymune é a única no mercado que combina Coriza Infecciosa e Salmonella Enteritidis (SE). A vacinação contra estas enfermidades é uma realidade nos Estados Unidos e diversos países da Europa, porque a vacina inativada de SE induz a produção de anticorpos na gema e esses auxiliam na inibição do crescimento da Salmonela, reduzindo os riscos de toxinfecção alimentar pelo agente. Além disso, os estudos comprovam a sinergia com a vacina Cevac S Gallinarum aumentando ainda mais a proteção contra SE e SG”, disse.
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Manejo
Processo de vacinação: cuidados evitam prejuízos Alguns fatores relacionados à vacinação podem comprometer o desenvolvimento de uma resposta imune efetiva
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ma variabilidade de eventos compromete a imunização ideal das aves vacinadas. As principais causas de falhas vacinais podem ser subdivididas em cinco categorias principais: 1) fatores relacionados à vacina; 2) eventos relacionados à administração da vacina; 3) fatores endógenos das aves; 4) condições de manejo; e 5) fatores relacionados ao agente etiológico. É o que explicam os pesquisadores da Embrapa Aves e Suínos, Ana Paula Bastos, Médica Veterinária, Doutora em Imunologia e Luiz Caron, Doutor em Virologia. De acordo com os pesquisadores, a eficácia de uma vacina depende da sua capacidade para induzir uma resposta vigorosa e de longa duração no sistema imune. “Por isso, alguns fatores relacionados à vacina podem comprometer o desenvolvimento de uma resposta imune efetiva contra um determinado patógeno”, explicam.
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Acompanhe as explicações dos pesquisadores da Embrapa Aves e Suínos, Ana Paula Bastos e Luiz Caron, sobre como evitar perdas e maiores prejuízos evitando os equívocos com o processo vacinal: Ana Paula Bastos, Médica Veterinária, Doutora em Imunologia, da Embrapa Suínos e Aves e Luiz Caron, Doutor em Virologia, da Embrapa Suínos e Aves.
“Grande parte das falhas vacinais ocorre por erro no manejo da vacina e na aplicação da vacina nas aves. Como consequência de falhas de biosseguridade, da limpeza e desinfecção inadequadas das instalações avícolas ao longo dos ciclos de produção consecutivos, a dose do desafio poderia tanto ser alta o suficiente para superar o nível de proteção induzida pela vacinação ou a infecção pode ocorrer antes da vacinação ser realizada. Todavia, outros fatores também interferem, entre eles a mutação, a recombinação genômica do vírus e o aparecimento de um novo agente infeccioso no campo. Destacamos que esses últimos eventos são mais raros de ocorrer quando comparado à falha de manejo das vacinas. Muitos agentes infecciosos têm diferentes sorotipos, e antígenos vacinais não fornecem proteção contra todas as cepas de campo, portanto falha vacinal pode ocorrer por divergência do sorotipo viral vacinal com o sorotipo viral que se encontra no campo. Assim, é importante manter pesquisas científicas que estudem a proteção das vacinas frente às cepas de campo. Pesquisas em protectotipagem de agentes infecciosos de campo podem apontar a necessidade de introdução à vacina de uma cepa que esteja presente no campo. No entanto, isso deve ser feito com critério e somente quando a real necessidade seja apontada, pois quando introduzimos novas cepas vacinas sempre temos que considerar o potencial de recombinação desta nova cepa, o que pode promover uma expansão da diversidade genética das cepas de campo. As recombinações são mais comuns de ocorrer em vírus RNA, mas já existem exemplos na literatura também com vírus DNA, como foi o caso ocorrido na Austrália, após introdução de uma nova cepa vacinal que recombinou com a cepa de
campo e passou a causar surtos mais severos da doença. Outra possibilidade é quando a estirpe de campo é de alta virulência e as estirpes vacinais atenuadas não são suficientes para proteger os animais, isto é, o desafio é muito severo e ele pode vencer a imunidade produzida pela vacinação.
Vacinação in ovo “Essa técnica possui várias vantagens, tais como: exposição precoce a vacinas permitindo que as aves desenvolvam imunidade antes de nascerem; redução da manipulação e estresse nos pintinhos quando comparado à injeção manual realizada nos pintinhos depois que chocam; administração da vacina de forma precisa e uniforme, administrando volumes consistentes e dosagem exata para quase 100% dos ovos e custos trabalhistas reduzidos quando comparado com a vacinação das aves no dia do nascimento. Além disso, com o saneamento individual de cada agulha após cada injeção, os riscos de contaminação e propagação de doenças são minimizados, quando comparado com a injeção manual da pós-eclosão”.
Vacinas via água de bebida “Cuidados incluem utilizar água de boa qualidade, fazer a descloração da água antes de diluir a vacina na água, o ph da água deverá ser de 6,0 a 7,5 e fazer jejum hídrico das aves (de 30 min a 1 hora em climas quentes e 1 a 2 horas em climas frios) antes de fornecer a água de bebida com a vacina diluída para garantir que todas as aves tomem a vacina. Vacinar as aves em horários mais frescos do dia, lavar os bebedouros com água limpa e deixa-los sem resíduos de sabão ou desinfetante e distribuir os bebedouros de forma que ao menos 2/3 das aves bebam ao mesmo tempo são outras medidas importantes.
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Manejo
Entretanto, as desvantagens desse método de vacinação é que a vacina pode ser inativada por impurezas ou resíduos na água, ocorre também uma distribuição desigual da vacina levando uma desuniformidade de imunização nas aves e o risco de algumas aves não consumirem a água e consequentemente não serem imunizadas. O jejum hídrico tem o objetivo de minimizar este efeito, entretanto a privação de água não deve ser excessiva.
Falhas na aplicação das vacinas “A aplicação das diferentes opções de vacinação deve ser ajustada em diversas condições de acordo com o padrão local da doença, com o nível de segurança biológica praticada em diferentes tipos de sistemas de produção de aves, e o nível de desafio para cada tipo de produção. As principais falhas vacinais estão relacionadas diretamente com o manejo inadequado das vacinas e sua administração nas aves, detalhamos abaixo as principais causas de falhas dependentes da via de administração escolhida.
In ovo: Equipamento caro; formação e treinamento necessário; cuidados com higienização devido a possível contaminação bacteriana ou fúngica através do buraco aberto no ovo. Spray: Possível reação respiratória (partículas muito pequenas), tamanho da partícula depende da umidade relativa do ar, da temperatura e higiene. Possíveis inconsistências de dosagem da vacina e precisa alcançar tecidos que estimulam a imunidade. Fechar as cortinas do galpão para evitar que a vacina seja levada com o vento. Subcutâneo/instramuscular: Estressam as aves, trabalhoso (manipulação individual), higienização adequada do equipamento e treinamento, caso contrário pode causar lesão no local da aplicação. É uma via muito utilizada para realização do booster para matrizes com o objetivo de proteger a prole. Água de beber: distribuição desigual da vacina; inconsistência e variabilidade da qualidade da água; inativação por impurezas ou resíduos; aves podem ficar estressadas por causa do jejum hídrico. Intraocular/intranasal: Trabalho intenso (manipulação individual); precisa verificar a cobertura vacinal. Membrana da asa: Trabalho intenso (manipulação individual); cuidado para não perfurar o músculo da região, precisa verificar se ocasionou uma reação inflamatória no local da perfuração-indicando imunização da ave.
Doenças pré-existentes ou infecções durante a janela imunológica “Alguns fatores da própria ave interferem na eficácia da vacinação levando a prejuízos econômicos, como doenças pré-existentes, contato com o agente
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Produção Animal Revista do Ovo
etiológico na janela biológica e fatores imunossupressores. Neste sentido, a janela imunológica é definida cientificamente como o período entre a infecção e o início da formação de anticorpos específicos contra o agente causador, isto é, é o período compreendido entre o dia que a ave foi vacinada até o momento o qual seu sistema imune produza proteção adequada contra o patógeno da vacina. Para reduzir esse risco, o responsável pela granja deve adaptar o programa de vacinação considerando aspectos específicos da granja, os riscos na região e a biossegurança da granja”.
Anticorpos pré-existentes “A magnitude e duração da resposta imunológica dependem de fatores do hospedeiro, como a presença de anticorpos adquiridos passivamente, idade e imunocompetência do hospedeiro; e de vários fatores da vacina, descritos anteriormente. A imunização passiva ocorre quando os anticorpos são transferidos pela galinha, após uma infecção natural ou vacinação por meio da gema do ovo. Quanto melhor for a resposta vacinal da galinha, maiores serão os títulos de anticorpos que os pintinhos receberão. Os anticorpos maternos ou passivos podem neutralizar completamente a dose do antígeno atenuado (vacina viva) administrado na vacinação, consequentemente a ave não estará protegida contra um desafio. De fato, a dose do antígeno administrada na ave é pequena e é imprescindível que haja replicação do vírus na ave para que esta estabeleça uma resposta imune adequada. Se os anticorpos maternos presentes no organismo do pintinho neutralizarem o vírus, este não mais se replicará no organismo da ave vacinada. Da mesma forma, os pintos que receberam baixos títulos de anticorpos maternos ficam expostos ao desafio do vírus até serem vacinados, destacando que pintinhos de diferentes incubatórios apresentam diferentes níveis de anticorpos (resposta humoral), porque se originam de reprodutoras com imunidade e desafios diferentes. Assim é fundamental ter conhecimento dos níveis de anticorpos maternos nos pintinhos para estabelecer a idade correta para a vacinação, mesmo com a utilização de duas doses de vacina para conseguir níveis adequados de proteção no plantel. Um exemplo disso é a vacinação contra a Doença de Gumboro em que se utilizam vacinas atenuadas. Já para vacinas recombinantes os anticorpos maternos deixam de ser um obstáculo”.
Empresas farmacêuticas dão dicas para minimizar os prejuízos A Revista do AviSite também foi ouvir a opinião de outros especialistas sobre os erros e maiores prejuízos causados dentro do processo vacinal. Acompanhe:
Zoetis
“Com a vacinação in ovo é possível evitar o atraso no alojamento das aves, eliminando um passo no processo” Felipe Pelicioni, Gerente de Inovação da Unidade de Negócios Aves Zoetis
“As falhas na imunização das aves só poderão ser confirmadas quando esse animal for submetido ao desafio em campo. Em um primeiro momento, é fundamental diferenciarmos a vacinação da imunização: a vacinação é basicamente a administração das vacinas às aves, já a imunização reflete a resposta das aves frente às diferentes vacinações a que são submetidas. O que devemos fazer é assegurar que as vacinas sejam armazenadas, transportadas e administradas por meio de processos padronizados, recomendados pelos respectivos fabricantes, e que assegurem a máxima segurança e eficiência. Todos esses processos devem ser monitorados e avaliados, para que possamos identificar possíveis falhas e corrigi-las a tempo, antes que possam comprometer a imunização. Alguns procedimentos de vacinação são bastante práticos, porém apresentam maior risco potencial de falhas no processo (Spray). Outros métodos são menos práticos, porém favorecem a imunização, uma vez que as aves recebem as vaci-
nas individualmente (ocular). Todos os métodos têm características positivas e negativas, e se forem bem planejados, conduzidos e monitorados, podem ser uma excelente opção para a vacinação das aves, assegurando o estímulo da resposta imune. Nesse cenário, vale destacar as melhorias obtidas com o advento da tecnologia e automação na avicultura. Para auxiliar os incubatórios na vacinação de Marek, a Zoetis disponibiliza as máquinas de vacinação in ovo Inovoject e Inovoject M, que oferecem elevada precisão e eficiência de vacinação. Com a vacinação in ovo é possível evitar o atraso no alojamento das aves (prática comum na vacinação subcutânea), eliminando um passo no processo e, consequentemente, evitando atrasos e assegurando o fornecimento de água e alimento o mais rápido possível. A vacina é administrada no local adequado em todos os ovos, reduzindo as variações na aplicação e, consequentemente, eventuais danos causados pelo manejo envolvido na vacinação subcutânea manual.
Produção Animal Revista do Ovo
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Manejo
Merial
“Uma boa resposta de vacinação ocorre quando todos os cuidados são seguidos desde o transporte das vacinas até a aplicação” Erich Helfer Carvalho, Coordenador Território Avicultura e Ana Serapião Caselles, Gerente de Produto - Avicultura
“O interesse na exploração avícola denota naturalmente a necessidade de se obter o máximo dos parâmetros zootécnicos, como a produção de ovos na avicultura de postura. A seleção genética destes parâmetros, visando uma maior produtividade e maior ciclo produtivo, ao mesmo tempo em que melhora a capacidade zootécnica, gera efeitos negativos na capacidade de defesa das aves, especialmente a defesa imunológica, mesmo que os programas de melhoramento genético já passam a considerar a imunidade inata das aves e a resistência a microrganismos relacionados à segurança alimentar humana. Neste contexto, avanços em nutrição, manejo, ambiência e saúde animal são necessários para que as aves possam expressar todo o seu potencial genético. Em saúde animal as vacinas podem ser consideradas as melhores e mais eficazes ferramentas para a prevenção, controle e erradicação de enfermidades infecciosas. Sendo assim, quando a vacina é definida como a principal ferramenta para a prevenção, controle e erradicação das doenças tem-se o compromisso de garantir que o processo de vacinação seja altamente eficaz para trazer os benefí-
Em saúde animal as vacinas podem ser consideradas as melhores e mais eficazes ferramentas para a prevenção, controle e erradicação de enfermidades infecciosas 18
Produção Animal Revista do Ovo
cios esperados. Baseado nestes fatos precisou-se planejar e gerenciar todos os fatores envolvidos em nosso processo de vacinação através de um compromisso corporativo. Quando implantamos uma visão de planejamento e gestão em saúde animal em nossas empresas avícolas (integradoras e ou produtores independentes) devemos focar no gerenciamento dos processos e nas pessoas. O gerenciamento do processo de vacinação pode ser feito através de três ações gerenciais: 1 - planejamento do programa vacinal baseado no perfil sanitário da granja e ou área geográfica; 2 - acompanhamento e avaliações dos processos de vacinações; 3 - monitoramento das respostas das vacinas e da vacinação (monitorias sorológicas com medida de anticorpos séricos e ou novas ferramentas para mensurar as respostas imune celular da ave e resposta humoral na mucosa) visando as correções e ou melhorias na qualidade do processo. O gerenciamento das pessoas é fundamental no objetivo da imunoprofilaxia, para isto precisamos ter líderes com amplo conhecimento dos processos e motivados para disseminar para os demais colaboradores a importância e comprometimento nas tarefas realizadas. É preciso ter em planejamento a educação continuada dos colaboradores com treinamentos e a apresentação dos resultados nas monitorias das respostas das vacinas e vacinações no mínimo a cada seis meses. Uma boa resposta de vacinação ocorre quando todos os cuidados são seguidos desde o transporte das vacinas até a aplicação. O transporte de vacinas refrigeradas deve ser efetivo para que o tempo de permanência dentro da caixa de isopor não seja superior a 72 horas. Por isso, ao chegar ao local de destino, deve-se transferir essas vacinas imediatamente para geladeira com temperatura adequada e controlada com registro diário de temperatura (máxima e mínima). As vacinas devem ser armazenadas entre 2º e 8ºC, não devendo ser congeladas. Algumas vacinas específicas são transportadas e armazenadas com gelo seco. O armazenamento dessas vacinas não deve ser por um período superior a 4 semanas. O gelo seco confere às vacinas uma temperatura diferente, de - 20º C, portanto não devem ser armazenadas em freezer convencional.
Ceva
“Boas práticas de vacinação são fundamentais para a garantia da perfeita resposta imune de maneira segura e com o máximo de conforto ao aplicador e às aves” Alberto Y. Inoue, Gerente de Linha de Produtos – Avicultura
“Existe um grande número de vacinas e suas combinações de acordo com o tipo de desafio presente em cada região e tipo de criação. Em geral, as vacinas podem estar segmentadas em três grupos: a. Vacinas vivas: são microrganismos vivos que são atenuados naturalmente ou em laboratório por meio de passagens em meios específicos ou mutação. Estimulam uma resposta imune rápida, mas geralmente de duração mais curta que as inativadas (exceção a algumas enfermidades como Marek e Encefalomielite). Estimulam principalmente resposta imune celular, mas algumas vacinas também induzem a produção de forte imunidade humoral como a Anemia Infecciosa. Existe uma variedade de vacinas vivas para avicultura sendo as mais comuns para poedeiras no Brasil as vacinas contra Bronquite Infecciosa, doença de Newcastle, doença de Gumboro, Bouba Aviária, Encefalomielite, Metapneumovirus e Laringotraqueite infecciosa. a.1 - Vacinas vivas congeladas: são utilizadas em incubatório, principalmente contra a doença de Marek - conservadas em nitrogênio líquido a -196º C a.2 - Vacinas vivas liofilizadas: compreendem a maioria das vacinas vivas atenuadas e são geralmente conservadas em refrigeração entre 2 e 8ºC a.3 - Vacinas vivas imuno-complexo: trata-se de um complexo formado por antígenos e anticorpos, onde os antígenos são liberados gradativamente na circulação até o momento em que o nível de anticorpos maternos permite a imunização ativa. Ela é largamente utilizada para proteção contra a doença de Gumboro, devido à conveniência da aplicação em dose única no incubatório. b. Vacinas inativadas: São vírus ou bactérias mortas ou fragmentos destes microrganismos que são preparadas em adjuvante oleoso ou aquoso (Hidróxido de Aluminio). A resposta imune é principalmente humoral. Normalmente estimulam uma resposta imune de longa duração. Tem como vantagem a possibilidade de combinar diversos antígenos em uma só vacina e devido a injeção individual, o coeficiente de variação menor que as va-
Vacinas vivas estimulam uma resposta imune rápida, mas geralmente de duração mais curta que as inativadas (exceção a algumas enfermidades como Marek e Encefalomielite). Estimulam principalmente a resposta imune celular
cinas vivas. Para poedeiras no Brasil são usadas vacinas inativadas contra Coriza, EDS, Newcastle e Bronquite Infecciosa. c. Vacinas vetorizadas são vacinas modernas e seguras onde um vetor, normalmente o vírus vacinal da doença de Marek ou Bouba Aviária, é utilizado para expressar os genes responsáveis pela imunidade de um outro agente de interesse. No Brasil são comercializadas vacinas vetorizadas contra a doença de Newcastle, Gumboro, Laringotraqueíte e Mycoplasma gallisepticum. As boas práticas de vacinação são fundamentais para garantia da perfeita resposta imune, de maneira segura e com o máximo de conforto ao aplicador e às aves”.
Veja a matéria na íntegra, com a participação da Embrapa Aves e Suínos e de empresas do setor, acessando o link: www.avisite.com.br/revistadoovo/materias/Perdas-Vacinais.html
Produção Animal Revista do Ovo
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Estatísticas Estatísticas e Preços e Preços Pintainhas de postura comercial
Retrocesso de 8% no primeiro quadrimestre
S
EVOLUÇÃO MENSAL (OVOS BRANCOS E VERMELHOS) - MILHÕES DE CABEÇAS
PINTAINHAS COMERCIAIS DE POSTURA
% OVO BRANCO
MÊS
2013/14
2014/15
VAR.%
2013/14
2014/15
Mai
7,659
8,085
5,56%
76,33%
71,52%
Jun
7,216
7,763
7,58%
75,40%
77,50%
Jul
7,710
8,219
6,60%
75,49%
72,11%
Ago
7,549
7,850
3,97%
77,84%
76,83%
Set
7,979
8,262
3,54%
78,97%
75,33%
Out
8,557
7,972
-6,84%
76,21%
76,72%
Nov
8,569
6,983
-18,51%
78,50%
82,50%
Dez
7,491
7,028
-6,18%
76,54%
78,90%
Jan
7,906
7,172
-9,28%
79,27%
79,41%
Fev
7,711
6,730
-12,72%
79,14%
81,94%
Mar
7,884
7,934
0,63%
76,28%
78,74%
Abr
8,349
7,458
-10,67%
74,02%
83,08%
Em 4 meses
31,850
29,294
-8,02%
77,12%
80,75%
Em 12 meses
94,581
91,455
-3,31%
77,00%
77,69%
Fonte dos dados básicos: ABPA – Elaboração e análises: AVISITE
Plantel de matrizes em produção
20
Produção Animal Revista do Ovo
MAR
ABR
MAI
2015
93,277
FEV
94,473
JAN
96,060
95,553 DEZ
94,010
NOV
96,645
OUT
2014
95,007
94,581
93,631 SET
96,362
AGO
96,062
JUL
92,979
91,685
Julho de 2014 a julho de 2015 Milhões de cabeças
JUN
JUL
egundo dados divulgados pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), em abril foram alojadas 7,458 milhões de pintainhas para produção de ovos brancos e vermelhos, representando redução de 10,7% em relação a abril do ano passado. No quadrimestre, o volume alojado retrocedeu 8%. O alojamento mensal projetado para o ano indica 87,9 milhões de pintainhas alojadas. Por enquanto, nos últimos 12 meses – Mai/14 a Abr/15 - o volume está em 91,4 milhões de cabeças (77,69% delas destinadas à produção de ovos brancos) e se encontra 3,3% abaixo do alojado no mesmo período imediatamente anterior. Com alojamentos mensais mais comedidos nos últimos meses, o volume de matrizes em produção continua a regredir mensalmente. Em julho, por exemplo, caiu para 93,277 milhões sem levar em conta a mortalidade do período – representando aumento de apenas 1,7% sobre julho do ano passado. Além disso, representou redução de 3,5% sobre março último quando o volume de matrizes em postura comercial era de 96,6 milhões. Em meio às dificuldades internas da economia brasileira que tem afetado todos os setores e deixado o consumidor descapitalizado, não se vislumbram expectativas positivas que possam favorecer aumento do consumo interno no decorrer do segundo semestre. Mas deve ser, pelo menos, melhor do que no ano passado, quando os preços desse período foram altamente desfavoráveis ao setor. Por ora, cabe ao setor continuar acompanhando o mercado e alojando matrizes em volumes condizentes à realidade do mercado consumidor. Por outro lado, o aumento na exportação de ovos deve continuar sendo objetivo buscado diariamente pelas empresas mais estruturadas do setor. O momento atual do dólar favorece.
Desempenho do ovo em julho de 2015
Mês é encerrado com pequeno ganho em relação a junho ímpeto inicial apresentado pelo ovo no mês de julho gerou boas expectativas no setor produtivo. Porque, ao contrário do frango vivo (que permaneceu com o preço inalterado desde parte de junho até, praticamente, toda primeira quinzena de julho) – em cerca de 10 dias o ovo registrou valorização muito próxima de 25%. Será que o encolhimento de consumo típico do mês – férias escolares (leia-se: merenda) e da população – estava superado? Porém, tudo isso ficou resumido à primeira quinzena de julho. Porque, antes mesmo do término da quinzena, começou um retrocesso de preços que, quase no mesmo espaço de tempo anterior, fez com que o ovo perdesse mais da metade (13,46%) do que havia conquistado na primeira metade do mês. Mesmo assim, julho foi encerrado com pequeno ganho (+1,03%) sobre o mês anterior. Houve ganho, também, em relação a julho de 2014. Mas o adicional obtido (+8,42%) ficou abaixo da inflação acumulada no período, o que significa resultado real negativo para o produtor. Mas há perdas ainda maiores. Observe-se, na tabela, que no ano passado o ovo fechou o mês de julho com um preço médio 9,59% menor que o do mesmo mês de 2013. Quer dizer: o valor médio mais recente ainda permanece cerca de 2% aquém daquele registrado há mais de dois anos. As perdas, porém, não param aí. Veja-se o gráfico à direita da tabela. Expresso
em reais por caixa, o preço médio do ovo branco permanece neste ano (sete meses) três centavos abaixo do valor médio registrado nos 12 meses de 2013. Ou seja: para uma inflação que já supera os 16% (dois anos), o produtor de ovo obtém remuneração que é negativa até mesmo em valor nominal. Menos mal se, pelo menos, essa perda fosse transferida ao consumidor. Mas, dados do Procon-SP mostram que na semana final de julho último o ovo chegou aos paulistanos por valor 13% superior ao de idêntico período de 2013. Em resumo, para alcançar o justo valor que esse valioso alimento possui, a tradicional e única arma até aqui utilizada pelo setor produtivo (o descarte de poedeiras) não tem o menor efeito. É preciso recorrer a uma estratégia mais eficiente. E mais moderna.
OVO BRANCO EXTRA
Evolução de preços no atacado paulistano R$/CAIXA DE 30 DÚZIAS Média mensal e variações anual e mensal em treze meses
Média anual em 10 anos R$/CAIXA
MÊS.
MÉDIA R$/CXA
VARIAÇÃO % ANUAL MENSAL
JUL/14
54,88
-9,59%
-3,99%
AGO
52,31
-15,13%
-4,70%
SET
40,23
-31,11%
-23,09%
OUT
43,30
-12,70%
7,62%
42,50
0,27%
-1,84%
44,31
-7,77%
4,25%
JAN/15
44,19
5,90%
-0,26%
FEV
68,57
22,26%
55,15%
64,35
-7,62%
-6,15%
55,58
-21,99%
-13,62%
MAI
54,88
-9,52%
-1,19%
JUN
58,80
2,86%
7,14%
JUL
59,41
8,42%
1,03%
R$ 57,86
2013
R$ 52,70
2014
R$ 57,83
2015
97,9
98,7
Média 2001/2014 (14 anos) 2015
100,1
110,5
112,6 112,4
115,7 111,3
R$ 49,11
2012
MAR
108,8
R$ 44,61
2011
ABR
103,9
105,2
111,9
121,8 119,3
129,8
R$ 37,93
Set
Out
Nov
83,6
113,0
R$ 38,63
2010
Preço relativo em 2015 comparativamente à média mensal de 14 anos (2001/2014) Média mensal do ano anterior = 100
92,0
R$ 43,62
2008 2009
NOV
Jul
R$ 39,42
2007
DEZ
Jun
2006 R$ 27,48
110,1
O
Jan
Fev
Mar
Abr
Mai
Ago
Dez
Produção Animal Revista do Ovo
21
Matérias-Primas Preço do milho registra alta em julho
O preço do milho aumentou em julho de 2015. O preço médio do insumo saca de 60 kg, interior de SP, fechou o mês cotado a R$ 28,01 – valor 5,14% maior que a média de R$26,64 obtida pelo produto em junho de 2015. A disparidade de preços do milho em relação ao ano anterior também foi positiva. O valor atual é 13,91% maior já que a média de julho de 2014 foi de R$24,59 a saca.
Valores de troca – Milho/Frango vivo O frango vivo (interior de SP) fechou julho a R$ 2,65/kg – valor 7,11% maior que a média de junho de 2015. A maior valorização do quilo do frango em relação ao milho contribuiu para a melhora no poder de compra do avicultor. Nesse mês, foram necessários 176,2kg de frango vivo para se obter uma tonelada de milho, considerando-se a média mensal de ambos os produtos. Este valor representa melhora no poder de compra de 2,04% em relação ao mês anterior, pois em junho a tonelada do milho “custou” 179,8 kg de frango vivo.
Valores de troca – Milho/Ovo O preço do ovo, na granja (interior paulista, caixa com 30 dúzias), encerrou julho cotado à média de R$53,41 valor 1,16% superior ao mês anterior. Com o menor aumento no preço dos ovos em relação ao milho houve piora no poder de compra do avicultor. Em junho foram necessárias 8,4 caixas de ovos para adquirir uma tonelada do cereal. Em julho, foram necessárias 8,7 caixas/t, uma queda de 3,79% na capacidade de compra do produtor.
2015
Média Julho Média Máximo Julho Mínimo Mínimo Máximo 26,50 R$R$ 30,50 R$ 30,50 R$ 26,50 R$
Fonte das informações: www.jox.com.br R$
22
Produção Animal Revista do Ovo
28,0128,01
A maior valorização no preço do farelo de soja em relação ao frango vivo em julho garantiu que fossem necessários 401,9kg de frango vivo para adquirir uma tonelada do insumo, significando queda de 1,38% no poder de compra do avicultor em relação a junho, quando foram necessários 396,4kg de frango vivo para obter uma tonelada do produto.
Valores de troca – Farelo/Ovo De acordo com os preços médios dos produtos, em julho de 2015 foram necessárias aproximadamente 19,9 caixas de ovos (valor na granja, interior paulista) para adquirir uma tonelada de farelo de soja. O poder de compra do avicultor de postura em relação ao farelo piorou já que antes 18,5 caixas de ovos adquiriam uma tonelada de farelo. Em relação a julho de 2014 houve aumento no poder de compra de 11,11%, pois naquele período a tonelada de farelo de soja custou, em média, 22,2 caixas de ovos.
1300 1200 1100 1000 950 900 850 800 750 700 650 600
2014
2015
julho
junho
abril
maio
maio janeiro junho fevereiro julho março
março novembro abril dezembro
janeiro setembro fevereiro outubro
outubro
2014
novembro julho dezembro agosto
julho
1300 1200 1100 1000 950 900 850 800 750 700 650 600 agosto
julho
junho
abril
maio
maio janeiro junho fevereiro julho março
março novembro abril dezembro
janeiro setembro fevereiro outubro
outubro
setembro
julho
agosto
novembro julho dezembro agosto
2014 2015
Valores de troca – Farelo/Frango vivo
R$/tonelada FOB, interior deinterior SP R$/tonelada FOB, de SP
35,00 33,00 31,00 29,00 27,00 25,00 23,00 21,00 19,00
2014
O farelo de soja (FOB, interior de SP) registrou valorização mensal em julho de 2015. O produto foi comercializado ao preço médio de R$1.065/t, valor 8,78% maior que o mês de junho– R$979/t. Na comparação com julho de 2014 – quando o preço médio era de R$1.083/t – a cotação atual registra diminuição de 1,66%.
Preço médio soja de soja Preço Farelo médio de Farelo
Preço médio Preço Milho médio Milho
R$/saca de R$/saca 60kg, interior deinterior SP de 60kg, de SP 35,00 33,00 31,00 29,00 27,00 25,00 23,00 21,00 19,00
Soja registra boa valorização mensal
setembro
Estatísticas Estatísticas e Preços e Preços
2015
Média Julho Média Julho Mínimo Máximo Máximo Mínimo R$ 980,00 R$R$ R$ 1.130,00R$ 1.130,00 980,00 R$
1.065,00 1.065,00
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Estatísticas e Preços
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