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CULTIVEC

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Luiz Carlos Amorim

Luiz Carlos Amorim

Livraria Cultive 72 72 | .Valquiria Imperiano 73 | Izabel Hesne Marum 74 | Marivania Albergaria 75 | Antologia Cultive

Livraria Cultive 76

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84 85. | .Alexandre Santos. 88 | Diógenes da Cunha Lima 89 | Cassio Cavalcante 91 | Edavaldo Rosa 91 | Emerson Monteiro Autores 93 | José Flávio Morais 94 ..|..José Maria Ramda 95 | Luiz Carlos Amorim 96 . | Paulo Roberto Bretas 99 | Russen Moreira Conrado 101 101 | Genebra 105 | Feministas de Genebra Suíça

Português nossa 110 língua 111 | Maria Delboni - Onde e Aonde 112 | Aderiano Souto- A gramática da litera tura e a literatura na gramática 114 | Igor Lopes -Secretário Executivo da

CPLP

115 Saúde 115 | Viviane Lutz 116 | Vanessa Gomes de Moraes

118 120 | Leila Chaves 121 | Luciana Imperiano . 126 | Marcia Prata 130 | Manoel Osdemi Arte 131 | Rita Guedes 132 | Valquiria Imperiano

FESTIVAL CULTURAL CULTIVE DE ALAGOA NOVA

A CULTIVE - – Association International de Genève Litératture Art et Solidarité fundada para promover a cultura criou o Festival Cultural Cultive (FECC), projeto que visa promover diversas atividades culturais destinadas aos professores, alunos do ensino básico e médio das escolas públicas e privadas e ao público geral oferecendo-lhes assim, a oportunidade de expandir e diversificar a vivência cultural.

Estruturada a FECC, em 2018, a cidade de Alagoa Nova na Paraíba foi a escolhida para lançar o projeto recebendo o nome de « 1a FECCAN ( 1° FESTIVAL CULTURAL CULTIVE ALAGOA NOVA ) » .

A importância do projeto da 1a FECCAN justifica-se na emergência de uma educação que www.cultive-org.com prioriza o estudo livre, a criatividade, a autonomia, autoestima, a democracia, o fazer coletivo e o sentido de estar junto.

A Cultive como incentivadora cultural aposta no ineditismo do evento, levando um evento cultural para uma cidade que não é a capital, visto que apenas as grandes metrópoles são privilegiadas com eventos abrangendo a arte e principalmente a literatura. Ficando assim, as cidades afastadas dos grandes centros, longe dos acontecimentos culturais.

O contato entre alunos, escritores e artistas pode abrir-lhes o incentivo para o mundo das possibilidades reais quebrando, assim, o muro invisível que separa o público dos literatos e dos artistas.

ORGANIZADORES DA FECCAN

VALQUIRIA IMPERIANO

Escritora, artista plástica, presidente do International Club Cultive - Association Art Littératura et solidarité Idealizadora e diretora da FECCAN LAURA IMPERIANO Bibliotecária e coordenadora da Cultive e da FECCAN em Alagoa Nova. Foi ela que iniciou o contato com a Cultive. Motivada para encontrar meios de melhorar o Colégio Violeta da Costa ela não desistiu diante das primeiras dificuldades para convencer as ajutoridades do valor do projeto FECCAN para a escola e para cidade. O trabalho difícil que finalmente aconteceu. A Cultive agradece a Laura pelo seu entusiasmo.

LUCIANA IMPERIANO

Designer da Cultive - responsável do designer

do evento.

LUIS CARLOS

Diretor do Colégio Violeta da Costa, professor na Universidade Estadual da Paraíba, coordenador da FECCAN em Alagoa Nova. Devotado ao colégio, que dirige com carinho e mão de ferro. Luis, juntamente com professores e a vice diretora, quebrou a rotina da escola organizando toda a logística, apesar dos escassos recursos. O resultado foi um belo trabalho de colaboração e de apoio ao projeto. Ao Luis os agradecimentos da Cultive

Apoio e coloboração

JOSé AQUINO DE UCHOA - PREFEITO DE ALOGA NOVA

O apoio do prefeito José Aquino de Alagoa Nova José Aquino de Uchoa foi fundamental para a realização do Projeto da Cultive FECCAN. Um jovem prefeito que reconhece apoia o valor da cultura para os jovens e adultoa dessa pequena cidade do interior da Paraíba. Apesar dos poucos dessa pequena prefeitura, o prefeito Uchoa colocou a prefeitura para que o projeto acontecesse dentro da segurança. A prefeitura colocou à disposição do grupo de autores, levados pela Cultive, carros para transporte, hotel, refeições, corpo de segurança, além de preparar o ambiente do colégio. A Cultive -Association Littérature Art et Solidairté de Genève, parabeniza o jovem prefeito pelo apoio e colaboração.

DUVANIL NERIS COSTA - secretária da educação de Alagoa Nova, foi graças a ela que a Cultive obteve o apoio e a colaboração do prefeito da cidade de Alagoa Nova José de Aquibno Uchoa. Com sua atenção e carinho e, principalmente, com o seu trabalho e dedicação para que todo o festival saísse à contento. Duvanil facilitou o trabalho da logística e manteve-se a nossa disposição durante todo o evento.

Duvanil é uma daquelas muilheres que investe na cultura e no bem estar do seu município, Alagoa Nova.

Ela já contactou a Cultive para programar a FECCAN de 2019 e a Cultive já está preparando o projeto.

CONFERENCISTAS FECCAN Festival Cultural de Alagoa Nova

Aconteceu em Alagoa Nova no dia 24, 25 e 26 de agosto no Colégio Violeta da Costa. A Cultive reuniu diversos autores, palestrantes, autoridades. Autores vindos de todo o Brasil.

Luis dos Santos

historiador, diretor do Colégio Violeta da Costa coordenador do festival na escola Violeta

Alexandre Santos

Engenheiro Presidente UBE -PE coordeandor CCDB Escritor Idealizador da Flip conferencista

Maria Delboni

escritora, professora, escreveu a Nova Gramática realizou

oficina de escritura

Programação

Salão do livro Exposição de Arte Lançamento de livros

Mesa Redonda

Valquiria Imperiano

escritora, artista plástica, professora presidente da Cultive

organizadora da FEC

Damião Ramos Cavalcanti

Escritor, presidente da Academia Paraibana de Letras Fundaçnao Casa José Américo

conferencista

Joana vieira

professora de língua portuguesa, escritora realizou

oficina de escritura

CLaude Bloc

professora poeta e escritora vice presidente acdemia do ICC-Instituto Cultural do Cariri.

Luis Avelima

escritor tradutor das obras Dostoivski palestrante

Bruno Gaudêncio escritor palestrante

Tereza Penna

artista plástica e poeta realizou

oficina de arte

Cassio Cavalcante escritor jornalista conferencista

ministrou curso de escrita Arlinda Lamego

escritora realizou

oficina de escritura

Rita Guedes

Escritora professora aposentada realizou

oficina de arte

Victória Valente

advogada romancista palestrante

Jonilda A. Ferreira

professora de matemática

realizou

oficina de matemática

Wills Leal

Gina Teixeira atriz do teatro de revista

palestrante

RECITAL LÍRICO NA FECCAN PRESENÇA DA SOPRANO KEZYA MARQUES E DO PIANISTA DANIELSEIXAS

KEZYA MARQUES

A FECCAN foi encerrada com chave de ouro. A presença da cantora soprano Kezya Marques, nos presenteou com um recital lírico emocionante. Kezya foi acompanhada pelo pianista paraibano Daniel Seixas. A presença da cantora foi uma verdadeira sensação. Nesse canto do mundo onde a população está habituada ao forró, sua presença graciosa e profissional apresentando uma programação regada Franz Schubert Waldemar Henrique, Ronaldo Miranda, Guilio Caccini, Giusepe Verdi, Mozart e George Bizet foi supreendente e inovadora. Kezya não só cantou como encantou o público da FECCAN. O sucesso prolongou-se na Festa da Galinha que acontecia paralelamente à FECCAN. Após o recital da FECCAN Kezya foi convidada juntamente com o pinista Daneil Seixas para fazer um apresentação no pavilhão da Festa da Galinha.

Durante a festa de encerramento o prefeito José Uchoa de Aquino convidou a cantora para inugurar o teatro da cidade.

Valquiria Imperiano

Cultive no 33° Salão do Livro de Genebra

Tudo o que foi feito pela Cultive em 2018, ultrapassou a espectativa da boa realização.

A equipe Cultive através do seu trabalho esmerado e responsável realizará em 2019 mais uma vez o Salão do livro de Genebra. O trabalho da Cultive é de divulgar a Cultura brasileira na Europa e no Brasil seguindo caminhos reais, bem conduzidos e sólidos

Os autores do Brasil presentes no Stand da Cultive apresentarão suas obras, realizarão conferências, conversarão com o público, contatarão editoras, bibliotecas, associações culturais, organizadores de feiras, livrarias e clubes culturais, tudo resultado do trabalho coordenado pela Cultive.

A semente da literatura brasileira está semeando nas terras da Europa. Resta-nos continuar esse trabalho de formiguinha. Para 2019 estamos com novas ideias, aproveitem e venham trabalhar conosco.

Graças ao contato direto entre os escritores e o público, o leitor poderá conhecer a forma de trabalho e o estilo de cata autor, despertando, assim, muito interesse sobre a literatura brasileira.

A Cultive está empenhada em organizar o salão em 2019. Nós firemos nossa parte e o escritores farão a deles e todos ganharão, os autores felizes em ter suas obras vendidas e divulgadas na Europa.

Nós da Cultive agradecemos a confiança.

Valquiria Imperiano, Luciana Imperiano

Cultive - pela integração do imigrante em Genebra

A Association Cultive também representa autores e artistas em Genebra, apresentando seus livros no Salão do Livro de Genebra e expondo suas obras na sede da Cultive.

A Cultive criou em sua sede um lugar de exposição de arte, uma biblioteca e livraria.

P R O J E T O S CULTIVE 2019

Antologia Cultive - tema " Superação e Sobrevivência" - lançamento no Salão do Livro 2019; Exposição Imagem Poética - Consulado Geral do Brasil em Genebra - maio 2019;

Caravana Cultural Internacional Cultive

Alemanha, Portugal e Genebra, Gruyère - maio 2019; Caravana Cultural Nacional FEC - segundo semestre;

Campanha Um dia de Felicidade;

Participação na FLIPO porto de Galinhas - outubro- 2019.

Atividades permanentes na sede da Associação Cultive em Genebra

ASSISTÊNCIA INFORMATIVA AO IMIGRANTE

A Cultive abre as suas portas para receber o imigrante e auxiliá-lo nas diversas dificuldades de integração. O serviço de asssistência informativa ao imigrantes prpões informações sobre, saúde, educação, profissionais jurídicos; endereços de outras associações de apoio ao imigrante, à mulher e à criança; palestras, enfim, estamos abertos para orientar o imigrante

com informações para lhes facilitar a daptação.

O bureau de apoio estará à disposição das pessoas que precisam de orientação sobre os direitos e deveres dos estrangeiros em Genebra tais como: direito infantil; direito e deveres do trabalho, orientação e indicação de especisliatas jurídico em caso de separação e divórçio, apoio à mulher, orientação sobre obtensão de permis, centros de alimentação gratuíto, tratamento médico, centros de disposição de roupas, transporte, ensino para adulto ( locais e lagalização de diplomas), cursos de línguas, enderêços de instituições religiosas, órgãos de representação de países, indicação de tradutores juramentados.

Com certeza esse plus será uma vitória que corresponde aos objetivos da Cultive, além do trabalho de divulgação Cultural. Esse serviço é amplo e dirigido a todo estrangeiro que deseje obter ajuda para a sua integração independente de credo ou origem.

CURSO DE FRANCÊS PARA IMIGRANTE

A CULTIVE - Association Internacionle d’Art Littérature et Solidarité sediada em Genebra sem fins lucrativos que visa a cultura e a solidariedade. As atividades culturais que realiza, anualmente, na Europa e no Brasil, iniciou agora no mês de janeiro seu mais novo projeto, o curso de françês para estrangeiros imigtantes. Esse curso é de nível básico e o método consiste em trabalhar situações do cotidiano, para que o imigrante possa se comunicar e inciciar-se no processo de integração no país.

Curso de Língua francesa para estrangeiros - segunda e quarta de 15h30 à 20h30 - Assistência informativa ao imigrante - segunda e quarta de 13h30 à 15h - Valquiria Imperiano e Elizia Grasta. A Cutlive coloca à disposição seu local para interessados em realizar eventos, encontros e reuniões culturais.

Seja membro da Cultive, tenha vantagens e ajude a Cultive a continuar a realizar projetos culturais e sociais.

Local: rue du Pré Jérôme 12 1205 Planpalais- Genebra

informações: 0041 79 616 37 93 email- cultivelitterature@gmail.com www.cultive-org.com

Antologia comemorativa pelos 10 anos do Conselho de Cidadania Braslieiro no Exterior

O objetivo principal do projeto é criar um encontro intercultural, aberto a todos permitindo promover a criação de vínculos entre brasileiros, latinos, suíços e estrangeiros, de diferentes gerações . Um oportunidade de promover a cultura brasileira e latina em Genebra, incluindo exposições, gastronomia, danças, músicas, artesanato, workshops e debates relacionados com a experiência de cada comunidade em Genebra e no país de origem. O encontro acontecerá no dia 14 de abril2019 local: rue des Savoises 9 bis - Planpalais Em 10 anos de trabalho o CBRE, realizou atividades envolvendo comunidades Brasileiras no exterior. Hoje a proximidade das populações junto aos consulados mudaram, uma cumplicidade com decisões inovadoras e propostas desenvolveram-se, e veio facilitar a vida de três milhões de brasileiros que vivem no exterior.

IV ENCONTRO MULTICULTURAL DO PEUPLE INDÍGENA

Para comemorar a data, a conselheireira do

cidadão Angela Mota em parceria com conselheiros do mundo (CBRE), estará lançando no Stand da Cultive, no dia 5 de maio, uma antologia que reúne relatos dos trabalhos realizados pelos conselhos de vários países. Os conselheiros relatam, nesse livro, suas experiências desenvolvidas nas respectivas comunidades brasileiras

JACKMICHEL - A ESCRITORA 2 EM 1 fala sobre seu trabalho literário

JACKMICHEL - A ESCRITORA 2 EM 1 fala sobre seu trabalho literário

Quem é JackMichel, resposta simples, uma escritora, mas uma escritora dois em um. Duas irmãs que têm a mesma paixão, a literatura. Juntaram-se e formaram o grupo JackMicheL, lá de Belém – PA (Brasil). Elas respondem vinte e oito questões sobre o grupo e sua atuação. Curioso não é? Leiam e apreciem o que dizem essas irmãs talentosas. A JAck e a Michel.

1-Essa união de vocês leva-me a uma curiosidade. Vocês são gêmeas ou são daquelas irmãs inseparáveis? Sempre dividiram tudo durante a vida?

Nem uma coisa nem outra; achamos que firmando esta parceria literária “acertamos na mosca branca”.

2-Costumavam discordar em alguma coisa, ou idéia? E quem convencia quem?

Sim, claro. A ideia mais forte sempre prevaleceu.

3-Como nasceu a ideia de formar um grupo literário? Vocês já escreviam individualmente?

O primeiro grupo da história da literatura mundial surgiu por acaso, da necessidade de juntar textos. Quando eu, Michel, começei rascunhar meus primeiros manuscritos, Jack minha irmã e parceira literária, já pegava na pena. Anos depois, haja vista termos acumulado muito material escrito, decidimos unir os calhamaços. Daí tivemos o timing certo para mover esse meio tão estático da literatura convencional, composto por autores individuais: dar vida a uma terceira pessoa, JackMichel, cujo slogan é “A Escritora 2 em 1”.

4-Quando vocês começaram a se aventurar na literatura? Houve alguma influência direta de pare alguém? Quantos anos vocês tinham quando publicaram o primeiro livro?

Sempre há os “amigos da onça” que desestimulam os inícios de carreira. Mas isto não chega a constituir percalço em nossas vidas quando temos vontade firme.

5-Com quantos anos vocês começaram a escrever e o que as levou a escrever?

Quando eu tinha cerca de 12 anos de idade, época da adolescência em que lia amiúde vates do século XIX com a mesma velocidade que se come pipocas, comecei a escrever textos de minha autoria. Nesta época Jack já escrevia há alguns anos estando, portanto, na pole position.

6-Quanto tempo passou entre a criação da primeira obra e sua publicação? Há quanto tempo estão escrevendo e publicando?

Escrevemos calhamaços e guardamos. Desde a adolescência até a maturidade, levou algum tempo.

7- Qual é o título da sua primeira obra, foi fácil publicá-la?

Arco-Jesus-Íris (Chiado Editora, 2015). Ao submeter o original desta obra à análise, ive-o prontamente aceito por esta editora de Portugal. C CULTIVE | 23

8-O que sentiram ao ver o seu primeiro livro publicado?

Sempre que um artista finaliza uma obra-prima, seja ela literária ou não, penso que deva sentir um misto de orgulho e satisfação em seu ego. Por certo, Michelangelo auferiu des emoção quando concluiu a Pietà e, talqualmente Géricault, quando deu a última pincelada em Têtes de Suppliciés.

9-Alguns autores precisam de reclusão para criar, outros viajam, outros fazem pesquisa para criar cenários, personagens e montar o arcabouço da história. Qual é sua maneira de estruturar a sua história?

JackMichel é uma escritora moderna muito voltada aos ecos do passado, id est, pertence à geração de autores que rascunham no próprio personal computer mas por vezes datilografa na máquina de escrever; seus livros de ficção histórica focam casos que outrora ganharam as manchetes dos jornais e hoje jazem esquecidos. É relevante caminhar para frente sem detrimento do que passou, já que o novo existe porque o velho o construiu.

10- Como vocês elaboram um texto, juntas ou separadas? Quem faz o quê? Quanto tempo vocês precisam pra escrever um texto?

Jack e Michel não escrevem junto. A concepção de uma obra é planeada pelo know-how técnico e criativo de ambas; já o critério utilizado para a elaboração da escrita se dá unindo as cotas de texto a posteriori. Trocando em miúdos: às vezes, Jack escreve a maior parte de um livro e separa trechos para Michel preencher... outras, esta cria o título e aquela a compõem... de modo que, ao fim do trabalho, não se detecta os enxertos realizados tão coesos são o primor formal e a estilística da expressão. Uma mescla perfeita tal qual o queijo com a goiabada.

11- Qual é o seu gênero literário? Que temas prefere abordar nas suas histórias? Qual é o seu estilo? 24 | CULTIVE Tendo Oscar Wilde, Andersen, Lewis Carroll e Allan Poe escrito livros em multifários gêneros literários, hauri na fonte de suas novelas, poemas, romances e contos fantásticos; contudo, eles me inspiram somente para dar forma ao texto que construo. Pois quem se influencia sobremodo por outrem acaba desvalorizando sua própria identidade.

12-Vocês já leram muitas obras? Vocês gostam mais dos clássicos ou dos modernos? Algum autor lhes inspira? Vocês dividem, também, os mesmos gostos pelo mesmo autor ou género literário?

Não é fácil preferir um autor a outro visto que muitos são os poetas maravilhosos, os romancistas históricos, os biógrafos fortes, que lemos e nos imprimiram marcas fundas na alma. Para responder a pergunta citarei Irmãos Grimm, Jack Kerouac, Alfred Rosenberg, autor de Der Mythus des Zwanzigsten Jahrhunderts e Antônio Domingos Raiol “Barão de Guajará” de Motins Políticos.

13- Como você cria do nada uma história? De onde você tira seus personagens? Costuma inspirar-se em obras que já leu? Por serem nascidas no Pará, onde a cultura é muito rica e cheia de lendas, vocês também utilizam ou se inspiram em alguns personagens das lendas regionais.

Não sei dizer assim como também não poderia saber se me causam maior interesse as palavras de Franz Kafka: “Apenas deveríamos ler os livros que nos picam e que nos mordem... se o livro que lemos não nos desperta como um

murro no crânio, para que lê-lo?”... ou as de Olavo Bilac, o Príncipe dos Poetas Brasileiros: "Os livros não matam a fome, não suprimem a miséria, não acabam com as desigualdades e com as injustiças do mundo, mas consolam as almas, e fazem nos sonhar.”

14-O meio ambiente exerce alguma força na sua criatividade?

Há reciprocidade entre todos os elementos do universo; é disso que fala “Correspondências”, de Baudelaire.

15-Como vocês estruturam um romance, ou seja, como nasce um romance escrito por vocês? Com é feita e organizada a estratégia e o desenvolvimento do enredo? Vocês seguem uma linha de trabalho, algum hábito no momento da criação?

Quem dá o xeque-mate é a inspiração que nos surge no cérebro, como uma centelha brilhante que risca o céu dos pensamentos.

16-Vocês recorrem a um revisor ou vocês não admitem que alguém aponte uma incoerência semântica ou não gostam de enviar texto para o revisor?

Não recrutamos trabalhos de revisor; mas acedemos às regras das editoras que adotam esta medida como prioridade para as obras que publica.

17-Vocês já publicaram obras individuais? título? Já pesaram em publicar um livro individual? www.cultive-org.com Jack nunca publicou obra separada de Michel ou vice-versa. Não pensamos em desfazer o grupo.

18-Tem alguma obra na gaveta? Quem publica suas obras? Vocês recebem ou receberam algum apoio de algum órgão brasileiro?

Temos imenso material literário escrito nos gêneros ficção, poesia, romance, fábula e conto de fadas. Pois tendo mantido tal produção arquivada por anos, agora basta irmos ao baú de nossas criações e lançar mãos delas: uma espécie de pirata na Ilha do Tesouro.

19-Você costuma participar de eventos culturais que divulga a literatura tais como salões, bienais, feiras, e festivais literários? A participação nos eventos literários de alguma forma é positiva para a divulgação de suas obras? Já participei de eventos literários tais como XXIX Salão Internacional do Livro de Turim, XVIII Bienal Internacional do Livro do Rio 2017, 6ª Feira do Livro Livre de Buenos Aires, 31º Salão do Livro e da Imprensa de Genebra, Salão Internacional do Livro de Milão, BUK Festival Literário de Modena, Feiras Literárias de Mântua, Bolonha e Roma, 32° Salão do Livro e da Imprensa de Genebra e 25ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo dentre outros. Congratulo as associações culturais internacionais que desenvolvem atividades artísticas e culturais entre escritores de língua lusófona e europeus, apoiando a sua participação em eventos literários que os divulguem no Brasil e no exterior.

20- Já teve obra premiada? literários, tais que salões, encontros literários, conferências e debates?

Livro “Papatiparapapá” (Prêmio Talentos Helvéticos-Brasileiros IV), conto “Maria Mariposa” (3º lugar I Concurso Cultive de Literatura “Prix ALALS de Littérature”), conto “No Mundo dos Cogumelos Falantes” (3º lugar -I concurso literário da Casa Brasil Liechtenstein), poema “Alma Simbolista” (1° C CULTIVE | 25

lugar II Festival de Poesia de Lisboa). 21-Hoje nos observamos uma grande quantidade de autores participando de antologias organizadas por academias, editoras e organizadores de eventos. Qual é a importância para o autor em participar dessas antologias? Vocês costumam participar e em que essa participação é benéfica para o autor?

Por integrar várias coletâneas internacionais bilíngues, julgo serem opção excelente para quem quer publicar um texto que está guardado na gaveta.

22-Você é membro de alguma associação? Cite apenas as mais importantes para a sua carreira.

Tomo parte em ACIMA (Associazione Culturale Internazionale Mandala), LITERARTE Associação Internacional de Escritores e Artistas), AMCL (Academia Mundial de Cultura e Literatura), UBE (União Brasileira de Escritores) e Movimiento Poeta del Mundo.

23-Como você considera a posição da literatura no quadro social Brasileiro? Você acredita que o brasileiro está lendo e comprando mais livros?

Nosso país passa por um processo de retardamento enorme no que concerne a ler ivros; processo este que vem do social, passa pelo econômico e descamba no cultural que acaba por derruir o mito do culto às belas-letras. Mas o hábito da pouca leitura não é um apanágio só do brasileiro, pois a truculência do mundo atual causa o alheamento que atrofia, atropela e deforma as boas qualidades das pessoas que, ao invés de preferirem segurar um livro entre as mãos, optam por ter um revólver ou uma faca afiada.

24-Como os autores brasileiros poderiam incentivar o leitor a comprar livros?

Os livros teriam menor custo e maior acessibilidade às massas se os governantes observassem a máxima "Ler é beber e comer. O espírito 26 | CULTIVE que não lê emagrece como o corpo que não come." de Victor Hugo. Mas, se os preços disparam a toda brida nos supermercados e nos postos de gasolina, as livrarias ficariam ilesas deste efeito borboleta.

25-Como vocês se protegem do plágio? Costumam registrar seus textos antes de publicá-los? Pode dar dicas de como proteger uma obra?

Nossas obras tem registro ISBN (International Standard Book Number) e também são registradas no EDA. Tais procedimentos são importantes para os autores.

26-Qual é o caminho para chegar a uma editora e como vocês publicam, e vendem suas publicações? É um processo fácil publicar e vender? O mercado livreiro no Brasil tem hoje enorme multiplicidade em estilos da literatura porque novas editoras abrem suas portas a escritores que estão à sombra e precisam apenas de uma chance para poder mostrar seu talento. Apesar disso, não é fácil achar editores que recebam originais que não venham de agentes literários.

27-Vocês têm outra atividade paralela a da escrita? Vocês conseguem viver apenas da escrita? É difícil viver de literatura?

Em todos tempos tem sido difícil viver somentecom a venda de livros; basta ver que grandes nomes da literatura só conheceram a glória literária post-mortem.

28-Que conselho você poderia dar aos escritores que debatem para publicar suas obras e para sobreviver dela?

Lembrem-se de que o mundo não se fez do dia para a noite. Paciência é a palavra chave para se alcançar um sonho! Para uma obra literária ser efetivamente grande e vir à tona, antes são necessários muitos aprimoramentos em prol dela. Afinal de contas, não vale a pena correr atrás da borboleta azul que voa a nossa frente, para capturá-la?

JANIA SOUZA de Natal para o mundo

Escritora, poeta e artista plástica. Nasceu no estado do Rio Grande do Norte na cidade de Natal na região Nordeste do Brasil. Cidade conhecida como Trampolim da Vitória durante a 2ª. Guerra Mundial pela sua favorável posição geográfica para acesso à Europa pelos aliados. Bacharel em Ciências Econômicas e, também, em Ciências Contábeis pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN. O primeiro concluído em 1978 e o segundo em 1983.

1-Quem e o que lhe deu mais incentivo para escrever, a escola, seus pais, um livro, um amigo ou simplesmente as circunstâncias? Desde criança dizia que uma das minhas profissões seria a de escritora. Embora não se leve muito a sério o que uma criança diz. Contudo, hoje, sei que sonhos se materializam principalmente, quando há incentivos. Portanto, minha mãe, boa leitora e educadora, em casa dava o exemplo, lia bastante. Eu só a via com um livro, revista ou jornal na mão em seus momentos de lazer. Também contava histórias, alternando com minha avó materna. E ensinava aos filhos as lições de casa antes de ir para o seu trabalho. Gostava de poesia e ensinou-nos a ler e a escrever no reforço de casa. A escola, também, teve seu fundamental papel: a professora de OSPB e História, Paizinha, do atual Escola Estadual Winston Churchill, mudou as

provas de questões objetivas para descritivas. ELa fazia duas perguntas para falar sobre o assunto da matéria abordada em cada período. Além disso escreviamos relatórios dos trabalhos realizados nos laboratórios da escola, Foi um salto de criatividade.

Gostava muito de ler. Apaixonei profundamente pelos mistérios contidos nos livros, a leitura insgava-me a vontade de desvendá-los, essa foi a gostosa fase da adolescência, quando os meus amigos e eu tínhamos um carinho todo especial pelos livros.

Escrevi, nessa época, meu primeiro romance. Certo dia, Maria Aparecida Ferreira da Silva, amiga de infância e vizinha, contou na minha presença a um poeta e escritor amigo, que ela tinha o maior orgulho de ter uma amiga escritora naquela época. Fiquei surpresa , agradecida e orgulhosa pela consideração dos meus amigos.

2-Quando você se descobriu escritora? Você lembra do seu primeiro texto, aquele que você escreveu já pensando em colocar no seu primeiro livro?

Descobri-me escritora na adolescência, como falei anteriormente, ao escrever um romance e ter a petulância de enviar a uma editora para apreciação. Acredito que me encontrava entre os 11 e os 12 anos. Guardei durante muitos anos o manuscrito, porém ele sumiu por alguma razão. Se ele ainda estivesse comigo, provavelmente iria revê-lo e adequá-lo ao meu pensamento atual. Lembro que era uma ficção romântica dramática.

3-O que mais lhe apaixona, a poesia ou a literatura infantil?

Meu casamento é bígamo com a poesia e a prosa. A escrita poética em versos encontra uma resposta mais rápida em produção. Já a prosa, quando se conta uma história, demanda muito mais tempo por causa dos seus desdobramentos. Sou apaixonada por poesia por vivenciá-la a cada suspiro. Sua presen28 | CULTIVE ça é constante em minha vida. Também sou apaixonada por literatura infantil, minha oportunidade de falar e trocar ideias com os pequeninos, que muito amo e admiro, sentindo vontade de revelar coisas para eles que aprendi em minha caminhada. Falo de forma lúdica, mas com mensagem responsável, sobre o encanto e a dificuldade que é estar aqui nesse mundo, mas que é possível vencer essa jornada desde que descubramos a poesia que há na vida, nos relacionamentos e no meio em que se habita, aprendendo com as derrotas e com as vitórias, que nos fortalecem e alimentam, tornando-nos seres amadurecidos.

4-Por que você escolheu a literatura infantil para expressar-se como escritora, existe um motivo especial? Alguma influência de algum autor em especial?

Escrevo para o público infantil, mas também para outros públicos. Em 2017, publiquei o livro “Em horas vagas” pela Caravela Selo Cultural/RN, uma coletânea com contos e, que foi ganhadora do Prêmio de Melhor Livro de Contos de 2018, Troféu Cora Coralina, promovido pela ZL Books, Brasil/Portugal. Estou concluindo um romance, que já faz alguns anos que iniciei. Coloquei sua conclusão como uma de minhas metas para 2019. Além desse, tenho outros no prelo, mas tenho que ir com calma, porque o romance é uma narração longa com muitas conexões internas, que tem que ser bem buriladas. Preocupo-me muito com a clareza e como ele chegará as mãos e olhos do leitor. Tenho um carinho cuidadoso com cada texto, quer seja poético ou narrativo e destine-se à criança, ao jovem, ao adolescente ou ao leitor adulto. Não tenho nenhum autor em particular que eu deseje seguir sua escola, na realidade, acredito que sou resultado de todas as leituras que fiz e faço até hoje. Por isso, aproveito essa oportunidade para agradecer a todos os autores que li, por suas contribuições a minha escrita.

5-De onde você tira seus personagens? Costuma inspirar-se em obras que já leu? Meus personagens acontecem do exercício da

escrita. Escolho um tema e vou amadurecer a ideia. Eles chegam de mansinho e firmam-se no enredo à medida que o desenvolvo. Na realidade, ainda não escolhi nenhum personagem retirado de uma obra que já li. Considero plágio. Respeito muito o direito autoral. Sei que se pode fazer releituras de um personagem já posto, contudo esse ainda não foi meu foco. Acredito que posso criar e usar minha imaginação fartamente para a ficção. Mas, também, registro memórias e, nesse caso, baseio-me em características reais, contudo a narração sempre mergulha em minha contação, análises e avaliações, que são subjetivas e enveredam-se pela ficção, quando não relatam um fato real.

6-Sendo uma escritora infantil quais os principais fatores que você procura abordar nas histórias. Como você estrutura uma história infantil. Você segue uma linha de trabalho, algum hábito no momento da criação?

Quando escrevo para crianças, procuro falar para elas sobre amor, paz, família, amizade, meio ambiente, natureza, fé, esperança, tolerância e, principalmente, sobre aqueles problemas que angustiam as crianças, como julgamentos, bullyng, ódio, desentendimentos e outros bloqueadores da felicidade, que levam ao estresse, tristeza, ansiedade e outras doenças. Por isso, gosto, preferencialmente, mas não unicamente, de tratar desses temas através de fábulas, por essas se utilizarem de um mundo fictício para abordar uma situação real de conflito de uma forma lúdica que seja agradável e de fácil assimilação da mensagem pelo leitor infantil.

7-Um autor pode influenciar o comportamento dos leitores, sobretudo o leitor infantil?

Essa é a grande responsabilidade do escritor para qualquer faixa etária de leitor, ter o entendimento de que suas palavras vão influir necessariamente de forma positiva ou negativa no comportamento e nas ideias de seu leitor, quer seja infantil ou adulto. Sendo assim, há necessidade de um compromisso ético do www.cultive-org.com escritor com a sua mensagem, embora acreditemos que não se deve haver censura para a criatividade artística. Mas essa linguagem artística tem que ter a consciência de que está influenciando em valores, virtudes, emoções, sentimentos individuais e coletivos de acordo com o alcance dessa mensagem. Para a literatura infantil, essa sensibilidade do escritor é primordial por está trabalhando com seres em construção.

8-Quando você termina uma história costuma pedir a alguém para lê-la, apontar as incoerências ou mesmo fazer uma leitura crítica.

Não. Sei que é uma falha, mas não costumo pedir a ninguém para fazer essas avaliações de leitura, apontar incoerências ou fazer leitura crítica. Esse procedimento, provavelmente, diminuiria muito o meu trabalho. Durante o processo criativo, eu particularmente, realizo todas essas etapas até concluir a história. Após concluído o texto, envio para a editora analisar se interessa e fazer revisão.

9-Quantas vezes passa seu texto pela peneira analítica, mudando frases, palavras, pontuação, eliminando expressões dúbias antes de descansar a caneta? Quando você considera um texto terminado?

Muitas vezes repasso o texto até a sua conclusão. Releio, Releio. Releio. Faço cortes. Insiro novos pensamentos. Etc. Há textos que já nascem prontos. São raros. Mas, quando se prima pela estética, quanto mais nos debruçamos sobre a matriz, mais caprichamos na qualidade. Quando essa é alcançada para a minha avaliação, descanso a caneta. Normalmente, escrevo a ideia e trabalho. Ao cansar, guardo. Passados alguns dias ou até anos, posso redescobrir aquele trabalho e revê-lo. Ele é quem diz para mim se já está pronto. Ao relê-lo mais uma vez, acho-o perfeito em forma, estética e mensagem. Então autorizo seu voo. 10-Quantas obras individuais você já escreveu, título? Alguma premiada? Você recebe ou recebeu algum apoio de algum órgão brasileiro, ou de alguma empresa para a edição das C CULTIVE | 29

suas obras?

Obras individuais publicadas, tenho 13 até 2018. Poemas: Rua Descalça. 2007; Fórum Íntimo, 2009; Entre Quatro Paredes, 2010, Corpos Editora, Portugal/Porto; Calle Descalza, 2014, Editorial Argenta, Argentina/Buenos Aires; Lápis & Boca, Sentimento, 2014; Voo nas Entrelinhas da Liberdade, 2017; Pingos de Momento, 2018; Literatura Infantil: Magnólia, a besourinha perfumada, 2009; O Menino e o Cavalo, 2014; O dia em que o boi falou, 2014; Nossa Morada, 2014; O Jovem Lenhador e o Violão, 2018; Contos e Crônicas: Em Horas Vagas, 2017. Duas premiadas: Entre Quatro Paredes, Prêmio World Art Friends VI, 2010, Portugal/Porto Em Horas Vagas, Troféu Literatura Cora Coralina, Prêmio de Melhor Livro de Contos 2018, Brasil/Portugal Até 2018, para a publicação de minhas obras, não recebi qualquer apoio ou incentivo de algum órgão público brasileiro ou de qualquer empresa.

11- Já teve obra premiada? Qual é a importância para o autor a sua participação em eventos literários, tais que salões, encontros literários, conferências e debates?

Sim, já tive duas obras premiadas, a primeira foi um prêmio de publicação na cidade do Porto em Portugal em 2010, o Prêmio Worlds Art Friends VI, que resultou no livro “Entre Quatro Paredes”; o segundo, recebi agora em janeiro de 2019 no dia 26 no Hotel Copacabana Palace, durante a entrega do Troféu de Literatura Cora Coralina, Prêmio de Melhores Livros de 2018, promovido pela ZL Editora, que laureou o meu livro “Em Horas Vagas” na categoria contos. Considero de importância vital para a carreira literária a participação do autor em feiras, salões, festivais, conferências, debates, pois, além da divulgação e difusão da sua obra, esses eventos literários são, também, apropriados para a realização de negócios e de contatos com editoras, escritores, apoiadores e novos leitores, universalizando seu trabalho e libertando-o para novos caminhos favoráveis à leitura.

12-Como você considera a posição do escritor infantil literatura no quadro literário Brasileiro? A criança brasileira está lendo e comprando mais livros do que na sua época.

É uma posição confortável em relação aos outros autores, porque há uma resposta da demanda pelo seu produto. Os pais compram e as crianças, também, solicitam essa aquisição. As escolas incentivam. Compete ao autor e a sua editora divulgar a obra para que seja adquirida. Acredito que a criança brasileira está lendo e comprando mais livros do que em minha época. Durante minha infância, não havia tantos autores como há hoje. Falava-se em Monteiro Lobato, praticamente, só. A literatura infantil era importada, tanto oralmente quanto em livros. Atualmente, pode-se ver uma grande oferta de novas histórias produzidas por autores brasileiros. Essa realidade é muito boa. A grande concorrência da leitura infantil são os jogos em celulares e youtubers que competem fortemente com os livros. Ainda é uma batalha inglória para o livro no novo cenário internacional da telefonia celular. Mas esperamos que esse aumento de escritores possa encapar uma luta por uma divulgação mais agressiva em termos de Marketing a favor do livro infantil.

13-No nosso país a tv ocupa um lugar de destaque no seio familiar. Você acredita que o livro, algum dia, ocupará uma posição de importância comparável no seio familiar? Qual o futuro do livro, você tem alguma ideia a respeito?

Essa afirmação é uma constatação verdadeira. Acredito que tudo passa por uma questão de educação. Quando a leitura se tornar fundamental para o brasileiro a partir da infância, semelhante a necessidade do oxigênio para a vida, a grande diversão será passear nas páginas do livro. Mas o grande concorrente hoje,

torno a frisar, não é a TV, porque muita gente está frente a esse aparelho, mas continua a manusear o telefone celular, que lhe concede mais informações e comunicação em tempo hábil e funciona como um escritório ambulante, inclusive com TV e filmes. Mas tenho esperança que esse quadro seja revertido com a ferramenta do incentivo à leitura na família e na escola.

Não gosto de prognósticos nem de ver o futuro, estou habituada a viver no presente, porque o futuro se constrói com o hoje, por isso acredito que o livro vai continuar a existir, apesar das árvores cortadas. Os livros são também uma forma de eternizar as árvores e as suas utilidades em todas as áreas através do conhecimento. Na escola, aprende-se a amar o livro e a tê-lo como um fiel companheiro que tudo informa. O celular está competindo nessa área, mas o prazer de segurar e folhear um livro de forma tão íntima é inalienável.

14-Como os autores brasileiros poderiam auxiliar as crianças a se interessarem mais pela leitura?

Visitando as escolas para apresentar seus livros de forma lúdica e interativa com esse público. As crianças amam esse contato em que descobrem que o escritor é real como elas. Aqui em Natal, temos esses momentos maravilhosos e encantadores para o autor e para os leitores nas escolas através de convites individuais aos autores ou as entidades culturais como à Sociedade dos Poetas Vivos e Afins do RN; à União Brasileira de Escritores do RN; à Associação Literária e Artística de Mulheres Potiguares; à Associação de Jornalistas e Escritoras do Brasil, coordenadoria RN; à Casa do Cordel; à Estação do Cordel e às outras. Antes desses encontros em festivais literários ou nas salas de leitura ou classes, os professores trabalham os textos e os alunos fazem suas leituras. Já fui presenteada com vários momentos desses e citarei o trabalho em escolas diferentes com «Magnólia, a besourinha perfumada» com as professoras Evania e Alzenir. Fiquei muito emocionada com a recepção das crianças, suas leituras através de desenhos e escrita e suas perguntas. Outro instante marcante foi na Escola Estadual Berilo Wanderley, já com alunos do Primeiro e Segundo Grau à época a convite da professora Flauzineide Moura, quando toda a escola recebeu vários escritores que estavam estudando. Depois tive minha obra “Lembranças da Infância no Alecrim”, apresentada no final da graduação do Curso de Artes Cênica na UFRN por uma ex-aluna da Escola Berilo Wanderley. Acredito que esse é o caminho para incentivar o interesse das crianças pela leitura.

15-Qual é o caminho para chegar a uma editora e como você conseguiu publicar seus livros?

Atualmente, chegar a uma editora é fácil, pois há editoras que trabalham com autores independentes prestando os serviços de publicação ao autor, o qual arca com os custos da obra e não vincula seus direitos autorais à essa editora. Muitas delas fazem convite ou o interessado as encontra na internet. No Brasil, esse nicho de empreendimento vem crescendo dia a dia com o aumento da procura dos autores, que comercializam seus livros. Também há as editoras que adquirem a cessão de publicação da obra mediante contrato, pagam um percentual sobre o valor da obra vendida. Nesses casos, essas editoras tem uma linha editorial e escolhem os textos que lhes são enviados ou convidam autores conhecidos, que dão retorno de vendas. É um grupo menor, mas que tem capital para gerir seus investimentos. Há também aquelas editoras que trabalham com as duas opções. Também existem aquelas que contratam o autor para produzir para elas. São mais raras, mas elas exigem um contrato de exclusividade, que impede a ampliação e veiculação do autor com outras editoras. O caminho para qualquer editora é ter um texto autoral em que você acredita. As editoras vão avaliar esse manuscrito digitado ou não e informarão se tem interesse em publicá-lo ou não. Minha orientação: não desista com a primeira negação. Lá na adolescência, desisti. Décadas após, voltei a insistir nesse ramo da escrita. C CULTIVE | 31

Em meus primeiros livros, contatei com as editoras e publiquei arcando com os custos. Tornei-me conhecida no mercado editorial, ganhei um concurso de publicação pela internet no Porto, então começaram os primeiros convites, inclusive o da Argentina. Atualmente, tenho muitas propostas e estou com dois contratos internacionais com remuneração sobre o valor da capa em royaltes.

16-Percebe-se, na sua biografia, uma participação marcante em atividades culturais do Rio Grande do Norte, o que a levou comprometer-se com tantas atividades sociais ligadas à cultura?

Literariamente, minha carreira ficou suspensa da adolescência até minha era balzaquiana, quando voltei a expressar-me em versos. Participei do Concurso Literário de Poesia “O Guincho”, promovido pelo poeta Josean Rodrigues. Não fui classificada no certame, porém recebi o convite do irreverente poeta e jornalista Paulo Augusto da Silva para participar da fundação da Sociedade dos Poetas Vivos e Afins do Rio Grande do Norte – SPVA/ RN. Aceitei o convite por ser uma idealista e ter apreciado a proposta da entidade de reunir, divulgar e difundir os artistas vinculados conhecidos ou iniciantes no contexto artístico literário da cidade de Natal. Por ser muito comprometida com as responsabilidades que assumo, envolvi-me totalmente nessas atividades sociais e administrativas ligadas à cultura e, hoje, estou aqui, porque extrapolei as fronteiras da minha cidade, do meu estado e do meu país com a literatura.

17-Sua posição em academias e associações literárias e culturais seja como membro ou encabeçando-as em postos de direção e presidência são muito relevantes na sua biografia. Como consegue gerenciar as atividades de escritora e de ativista cultural?

É muito complicado, porque tenho que abrir mão de algo. Um exemplo, é a conclusão de meu primeiro romance, que está pronto em minha cabeça, mas que ainda falta redigir al32 | CULTIVE guns capítulos, além das correções e adaptações que terei que fazer. Ele já se arrasta a mais de dez anos. Decidi conclui-lo agora. Contudo já tive que parar outra vez, por causa de outras solicitações, como a nossa conversa nesse momento, que está me dando tanta satisfação.

18- Você acredita que os autores têm uma responsabilidade ética para com a população mesmo que não sejam seus leitores? Quais os meios de comunicação que você utiliza para divulgar suas obras e suas atividades ligadas à literatura?

Sim, acredito na responsabilidade ética dos autores para com a população mesmo que não sejam seus leitores, em virtude desses escritores serem formadores de opiniões e essas opiniões formadas poderem se voltar a favor ou contra aqueles que não são seus leitores ou seguidores. Essa responsabilidade ética está intrinsecamente ligada ao cuidado com a palavra no trato do bem comum e da paz mundial. Embora a palavra seja um direito à liberdade, ela pode cassar a liberdade individual e coletiva em um contexto de geração de conflito.

Para divulgação das minhas obras e atividades ligadas à literatura, utilizo a rede social nos canais: www.janiasouzaspvarncultural.blogspot. com; www.facebook.com/janiasouzasouza; www.youtube.com/janiasouza Além de matérias em rádios AM e FM; jornais; televisão; revistas; blogs e sites em que participo.

Em uma palavra

19-Livros no papel ou digital? Papel. 20- Escritor isolado? Participativo. 21-Literatura brasileira? Brasileira. 22-Terror ou ficção? Ficção. 23-Fantasia ou realidade? Realidade. 24-Criança ou adulto? Criança. 25-Mulher ou homem? Mulher. 26-Fazer ou acontecer? Fazer. 27-Futuro ou passado? Futuro. 28-Ter ou ser? Ser.

IGOR LOPES o escritor - jornalista que une Portugal e Brasil

Ígor Pereira Lopes, nascido em 18 de agosto de 1980, é jornalista e escritor. Mestre em Comunicação e Jornalismo pela Universidade de Coimbra, Portugal; Graduado em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pelas Faculdades Integradas Hélio Alonso (Facha), Rio de Janeiro, Brasil; Especialista em Gestão de Comunidades e Redes Sociais pela Universidade de Guadalajara, México; Especialista em Mobile Journalism, pelo Knight Center for Journalism in the Americas da Universidade do Texas, EUA.

Tem diversas formações na área da comunicação digital, mídias digitais, marketing digital, assessoria de imprensa, consultoria e assessoria literária. Atua entre Brasil e Portugal. É autor dos livros “Maria Alcina, a força infinita do fado” e “Casa do Distrito de Viseu: cinquenta anos de dedicação à cultura portuguesa no Brasil” e foi o responsável editorial pelo livro “A Voz da Mulher”, da jornalista Wylma Guimarães, do Grupo Bandeirantes.

É jornalista correspondente no Rio de Janeiro da agência E-Global (Lisboa), da agência Azores News (Ponta Delgada), do jornal Portuguese Times (EUA), do jornal Mundo Lusíada (São Paulo) e do site Minho Digital (Viana do Castelo), além de ser o fundador e CEO da agência de jornalismo digital Incomparáveis. É também colaborador no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), no Rio, assessorando a Coordenação-Geral de Recursos Humanos e auxiliando em projetos administrativos e de comunicação na área de gestão de pessoas; trabalhou na Infoglobo, onde produziu pautas para os jornais O Globo, Extra e Expresso;

Viveu em Portugal de 2004 a 2010, onde foi profissional dos veículos Jornal Global, Diário C CULTIVE | 33

de Viseu, O Crime, Notícias de Vila Real, Lamego Hoje, além de exercer funções de produtor e assessor de imprensa na área cultural e no turismo rural; fez a cobertura jornalística do festival Rock in Rio Lisboa em 2004, 2006 e 2008 para blogs, jornais, revistas, sites e outros veículos como o jornal O Povo, de Fortaleza, e rádio Vacaciones, do Chile.

Foi autor, em 2009, da Grande Reportagem “Alcino Correia: o homem do coração em desalinho” para o jornal Mundo Lusíada e site da Câmara Municipal de Armamar; também em 2009, escreveu a Grande Reportagem “Jovens de Moimenta da Beira recebem prêmio do Parlamento Europeu”, cuja apuração foi realizada no Parlamento Europeu, em Estrasburgo, França, com matéria publicada no Diário de Viseu e jornal Mundo Lusíada; no ano de 2006, foi responsável pela Reportagem Especial “Lisboa no Top mais europeu”, publicada na edição 51 da revista VIZOO, Brasil.

No início da carreira, fez estágio na rádio Cristal FM, Mesquita, e rádio Grande Rio, Itaguaí, em ambas como repórter esportivo.

Em termos profissionais, tem experiência também em assessoria de comunicação, relações públicas, comunicação corporativa, institucional e empresarial, consultoria em comunicação e consultoria literária.

Conta com prêmios na área do jornalismo e distinções acadêmicas. É Comendador da Ordem do Mérito Cívico e Cultural pela Sociedade Brasileira de Heráldica e Humanística; detentor do Diploma de Honra ao Mérito da Casa-Museu Maria da Fontinha; da Medalha Albino Fontes de Araújo da Academia de Letras e Artes Paranapuã (ALAP) e do Diploma de Reconhecimento ao Mérito do Elos Clube de Leiria, entre outros.

É membro acadêmico da Academia de Letras e Artes Paranapuã (ALAP), da Academia de Letras de Teófilo Otoni (ALTO) e da Eco Academia de Letras, Ciências e Artes de Terezópolis de Goiás (E-ALCAT).

Mulheres que o tempo não esqueceu, que marcaram época, que quebraram regras, que fizeram história, que tiveram coragem, que venceram o preconceito, que cultivaram a semente do respeito. Mulheres que são destaques aqui e sempre.

ELOAH WESTPHALEN NASCHENWENG

Sei de mulheres tristes, submissas, violentadas, mutiladas, perseguidas e queimadas - sem espaço e sem vida. Sei de mulheres sedentas, esfomeadas, desgastadas do tempo, da dor, do medo, das amargas mágoas e das cicatrizes incuráveis. Sei de mulheres, que como tantas carregam nos ombros a herança sombria de Ser - alimentando-se de inquietudes, desesperanças e lágrimas que calam fundo na alma e deixam rastros na história. Mas eu sei também, que estas mulheres no tempo, no espaço da vida, escondem as dores, descoram as tristezas para que no aconchego de seus braços possam transformar o silêncio da alma em ternura, abrigo e acalanto para seus filhos. Sei da sua acordada fé, sua tenacidade, resistência, sua doação, sacrifício e a magia da doçura que se faz leveza intensa e sempre maior.

Sei que suas mãos perpassam, confortam, agasalham e transmitem no afago o afeto absoluto e pleno do amor, que resiste e persiste no seu coração.

Transcendência, dádiva generosa, catarse rificadora, que faz da mulher e do seu amor, o amparo único e insubstituível no coração dos filhos amados.

MULHER , MÃE E DOR

NÓS AS MULHERES

Abro um espaço e no ócio tão raro e precioso, reflito, percorro o tempo e, penso nos transtornos, que acarretamos, nós as mulheres, na ordem do mundo, desde que num ato de rebeldia consciente resolvemos mudar o curso de nossas vidas, quebrar as sequências e reavaliar os valores.

Que trabalho aprontamos com essa generalizada bagunça. Afinal, de nós foi sempre o esperado: o abrigo, o prazer, o conforto, o tempo e o sagrado posto de esposa e mãe.

É verdade que levamos conosco a dádiva de ser mulher, procriar e o dom de possuir esse sentimento pleno, avassalador, insubstituível que nos toma conta por inteiro e nos suga minuto a minuto a vida toda. Mas a par da plenitude e da beleza incorporada, que nos encanta e alimenta - e não abrimos mãos de vivê-lo - traz na bagagem fartas exigências, cobranças e responsabilidades que vão proliferando-se ao longo do tempo e juntando-se a sentimentos de tantas e quantas culpas imaginadas, mas reais, porque nos fizeram acreditar que a perfeição leva à perfeição e que o dever está em

primeiro lugar.

E o tempo? Ah! Precioso tempo. Esse tempo que contamos, puxamos, esticamos e desdobramos muitas vezes no afã de achar tempo para correr - e isso exige que sejamos as atletas que não somos - atrás de outras realizações pessoais, tão nossas e, vezes sem conta, impraticáveis porque não temos tempo.

São elos que se interligam com novos elos compondo densas correntes, e que nos acompanham e aos nossos conflitantes e arraigados valores vida afora.

São tantas as amarras, difícil e espinhosa tem sido a mudança por mais tênue que seja. Mas sabemos que estamos abrindo caminhos e que abrir caminhos nunca deu leveza aos passos. Energizadas e impulsionadas pelo desafio e a tenacidade engendrada no dia a dia, continuamos a persistir motivadas e fortalecidas.

Sabemos, também, que somos muitas e que de todas as maneiras, diferentes maneiras estamos, paulatinamente, abrindo uma brecha à luz do mundo para que possamos iguais em direito, mesmo parte de outros sonhos, buscar em outras plagas os nossos tão sonhados sonhos.

Somos Mulheres

Eloah Westphalen Naschenweng

Somos profetizas entusiasmadas, feiticeiras, mulheres do nosso tempo.

Somos tenazes, muitas vezes vulneráveis, mais caprichosamente persistentes. Somos loquazes e justas, mas manipulando e espreitando o caminho modulamos a nossa alma. Somos sombrias e hostis às vezes, mas entre a graça e a revolta embrulhamos os imprevistos, cerramos nossas portas, abandonamos a vigília e mantemos a distância.

Somos vales obscuros, mas também auroras resplandecentes, dias livres e ensolarados.

Sem pretextos e nem desamparo, jogamos com o tempo, sabemos dividir, subtrair e somar com a vida.

33° Salão do Livro de Genebra do 01 ao 05 de maio de 2019

Lançamento de livros Concurso Literário Antologia Cultive Presença de autores Confraternização

Antologia Cultive lançamento no 33° Salão do livro de Genebra do 1 ao 5 de maio 2019

Cultive no 33°Salão Internacinal do Livro de Genebra do 01 ao 05 de maio 2019

Exposição Imagem Poética no

Consulado

cultivelitterature@gmail.com

TELMA BRILHANTE

é escritora brasileira, contista, poeta, haikaísta e escritora de livros infantis. Atualmente é Presidente da Academia de Letras do Brasil/PE. Tem 12 livros publicados e participa de mais de 60 antologias.

A MULHER, ONTEM E HOJE.

Em épocas primitivas as mulheres eram Elas eram designadas para serem donas de casa, aptas para a reprodução e complemento do homem, a história contada sob a ótica masculina

No correr do tempo, graças às lutas que tinham como objetivos o respeito e o reconhecimento de seus talentos, as mulheres foram conseguindo o devido espaço que lhes é de direito. Elas tornaram-se protagonistas da própria história, apesar de ainda hoje sofrerem com as consequências deprimentes da violência, resquícios de um sistema social patriarcal ultrapassado. Hoje as mulheres assumem tarefas importantes nas empresas onde trabalham, demonstrando competência e responsabilidade, embora na política ainda enfrentem desigualdades na distribuição dos cargos executivos, legislativos e judiciários. Vale esclarecer que não é uma luta homem/ mulher cujo objetivo seja a medição da inteligência. Não é uma mera luta de preconceitos para um superar o outro. O homem não é um inimigo, é um companheiro de quem a mulher precisa para tornar a caminhada mais leve, mais produtiva. A família representa o esteio da sociedade, onde são implantados valores que preparam os filhos para um melhor convívio, enfrentando a vida com justiça e compromisso, derrubando verdades seculares estabelecidas que tanto humilharam a mulher. Na literatura, nos idos do séc. XIX , as mulheres que possuíam aptidões para escrever tinham que apresentar suas obras com pseudônimos masculinos, caso contrário não eram publicadas. Assim temos pseudônimos como George Sand (Amandine Dupin); Os irmãos Bell ( As irmãs Brontê); George Eliot (Mary Anne Evans ) e muitos outros, que se torna

consideradas apenas um elemento secundário. ram célebres.

Desde o início a história foi escrita por homens, que faziam o registro de grandes feitos e acontecimentos realizados por eles. Quando esporadicamente envolvia uma mulher, quem o contava eram os homens. Assim, conclui-se que não houve uma história do ser humano no geral por que o foco estava sempre em um só gênero, o masculino. A mudança feminina eclodiu no século XX, quando as contestações tomaram vulto e as mulheres se fizeram presentes como sujeitos no curso da História e despertaram o interesse da sociedade como centros de questões concernentes ao gênero feminino. Hoje, nas Universidades, os trabalhos acadêmicos passaram a incluir na narrativa da história universal a presença das mulheres, levando em conta as vivências comuns, lutas e resistências. C CULTIVE | 39

MARIA INÊS BOTELHO

MÃE, VIDA QUE IMBRICA outras Vidas

Sentir o perfume que cada flor exala traz à mente em quantas vidas uma Mãe se faz presente no tecer os fios que conduzem os caminhos que palmilham à busca pela felicidade. Sentir a brisa marinha e entender quão grande é um coração de Mãe, que comporta um oceano dentro de si, para regá-lo e deixá-lo viver saudável e com o seu ritmo ajustado às tarefas a executar, é ação cotidiana onde o carinho se põe a fazer morada.

Sentir o contraste entre o iluminar do Sol e o da Lua traz a imagem de quão poderoso é Deus, Seu Criador, ao permitir que Mães vivenciem espetáculos majestosos da Natureza e da vida humana, impondo à estas o sorrir e o se encantar com as multicores, o ritmo e as formas de cada um, favorecendo um amanhecer que se alterna frente às diversas nuances que o luar traz à visão.

Sentir o amor de Mãe, que consegue abarcar múltiplos abraços familiares, é ter a certeza de que esta maravilhosa e poderosa Vida se compõe pelos versos, poemas, contos, crônicas, artigos, imagens, músicas, que a exaltam pela sua majestosa figura, que propicia, ao Univeso, a sensação de que Ele é soma deste amor real, sincero, eterno.

Assim, Mães que geraram Vidas de dentro de si e Mães que passaram pela adoção ao amor de coração seja, este seu Dia, plenamente repleto de sorrisos, afagos, continuação de construção do amor real, que se torna sublime pelas suas conjunturas abarcadas.

Mãe, seja o prenúncio de que belos dias sempre estarão a compor o quadro da Vida de todos que por Si deixam marcas de gratidão, respeito, admiração e consecução do amor filial. Receba bênçãos divinas e o reconhecimento do Universo do quão importante És ao habitar, indubitavelmente, as Vidas de seus rebentos, ávidos pelos rastros que deixa pelos chãos palmilhados de estrelas e pelo perfume que exala.

Seja definitivo o entender que Você é, Mãe, a expressão, nesta Terra, da ternura, do aconchego, do conselho, do entremear mãos, mente e coração no compor a sinfonia que ecoará, até, em terras desérticas.

Tenha a felicidade e o amor como ponto de partida maternal para adentrar, continuamente, na casa do sublime amor e espargir a esperança e a paz em todos os dias de sua Vida. Parabéns.

Dia Internacional da Mulher

Maria Inês Botelho

Mais um ano chegou e 2019 trouxe consigo a agenda de datas comemorativas.

Mais um Dia Internacional da Mulher vem demonstrar a sua face. Traz consigo, hoje, com maior profundidade, a complexa teia tecida por atores de diversos segmentos de uma sociedade sobre a figura da Mulher em ação. Traduzem-na, alguns, como essência pura do Divino, plural quando proativa, multicultural em ações diversas. Apresentam a ampla gama de verdades que traz em si, os desejos relacionados a sonhos construídos com as batidas de corações apaixonados pelo bem coletivo e traduzidos em direitos, sem deixarem de somar os deveres impostos pela sociedade.

Outros cidadãos, através de atos grotescos, cruéis, desprovidos de sentimentos quanto a importância da Mulher para o meio social, procuram, de diversas formas, excluir a presença feminina em suas vidas, mesmo contrariando legislações existentes. Portanto, para eliminar esta dicotomia, é preciso que a sociedade global se mobilize para comemorar o Dia Internacional da Mulher ressaltando a importância desta estrela de tamanha grandeza na vida de todos os seres, pois, mesmo existindo pontos e contrapontos nesta teia, ela traduz, em seu âmago, a visão de mundo sob a conjugação da sabedoria com os sonhos, a ousadia, a coragem, a garra, a motivação, a meiguice e põe-se em perfeita integração ao mundo das diversidades com as suas múltiplas faces.

Seja, assim, este dia “8 de Março” contemplado com maior riqueza em alegria, congraçamento, vidas em comunhão.

Que este comemorar sirva de efetivo reconhecimento quanto ao caminhar positivo que a Mulher vem traçando, gerando produtividade em laços afetivos e profissionais de todos os tipos . C CULTIVE | 41

Nada mais justo é o alçar da Mulher a píncaros cada vez mais elevados, carregando de limpidez os céus de cada um a ela ligados.

Tenha, a Mulher, a geração da simplicidade como marca.

Que a cada novo dia a compreensão sobre a importância da atuação da Mulher no amplo meio social seja mais difundida e tabus sejam removidos. Que o sonhar traga mais alegria ao amplo horizonte desenhado para um tempo mais aberto à integração entre a Mulher e as pessoas com as quais se relaciona.

Que o perfume que de si demande seja o reflexo da colheita de flores plantadas ao longo de seus dias. Afinal, a presença marcante de Rrosas, margaridas, orquídeas, e muitas outras flores, em profusão na natureza, significam o quantidade de carinho existente ao se presenteá-la, pois a mulher é completa em sua criação divina e na atuação social.

Seja a Mulher, sempre, retrato da perfeição multicultural, adornado com moldura apropriada à sua altura, e o ritmo cadenciado da vida irá propiciar-lhe o melhor viver.

Receba você, Mulher, o meu abraço carregado de admiração e respeito.

MARIA DELBONE

O direito feminino

Ser sexagenária hoje é ter vivido as repressões, castrações e preconceitos que caracterizaram a sociedade dos anos 60. È ter ido à luta, ter enfrentado os julgamentos e buscado um lugar na sociedade – lugar de direito. E fomos aos bancos das escolas e nos preparamos para o trabalho. Brigamos pelo direito de ser ouvidas. Hoje 50 anos após o que temos são mulheres emocionalmente perdidas no limiar dos espaços. Tendo vivido com represálias, frustradas e incompreendidas soltas na liberdade atual as almas transbordam de emoções conflitantes. Os desejos represados querem asas, mas o comedimento aprendido quebra essas asas impedindo o vôo e o que temos são mulheres inconformadas.

O inconformismo resultante de sua formação, das brigas pelo espaço, conflita com a suposta liberdade dos anos 2.000. E se a alma quer alçar vôo e viver a modernidade, os valores arraigados de uma vida vivida nos limites impostos por família e sociedade tolhem os movimentos e trazem a frustração de desejos insatisfeitos.

Não estamos mais a brigar por espaço, ele está aí, não brigamos mais pelo trabalho, ele abunda em nossas vidas, dentro e fora de casa, mas brigamos pelo direito de ser tratadas como merecemos.

São cinqüenta anos, meio século, alguma coisa mudou, mas o respeito, este continua no baú. As mulheres continuam sendo estupradas, sofrendo “bulling” e olhadas como segunda opção em termos de valores. A sociedade continua como antes, os direitos inquestionáveis têm gênero – são masculinos.

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