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Sumário ENTREVISTAS Brasil
Alexandra da Costa Figueira...........................................................................52 Marcos de Andrade Filho..................................................................................61 Fernando Jacques de Magalhães Pimenta (Jax)...............................................92
PARTICIPAÇÃO ESPECIAL Paula Laranjo............................................................................................42 Marisol..............................................................................................44 Rosa Peres..................................................................................................45 ALEPRE..........................................................................................46 Editora AGE .............................................................................................49 Irlen Leal Benchimol.................................................................................58 Mirian Menezes de Oliveira.....................................................................60 Marta Maria Niemeyer.............................................................................61 JackMichel...........................................................................62 Fernando Jacques – JAX............................................................................64 Sônia Regina da Silva..................................................................................66 Rosa Maria Santos.....................................................................................72 Fabiana Juvêncio.......................................................................................78 Editora AGE..............................................................................................86 Rosa Marques............................................................................................86 Lorena Zago..............................................................................................88 Maria Estela Ximenes...............................................................................90 Antônio Ferreira.......................................................................................91 Tito Mellão Laraya...................................................................................96 Edilson Silva............................................................................................98 Maurício Duarte.....................................................................................99 Editora AGE.............................................................................................101
Na Paraíba, obra mostra fotográfica como terapia Livro Fotografia & Depoimentos: a arte como terapia reúne 56 pessoas e mais de 300 fotografias para despertar os leitores para o mundo das câmeras
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COLUNAS
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Solar de Poetas ....................................68 Poetas Poveiros ....................................69
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Shirley M. Cavalcante
Editora e Coordenadora do projeto Divulga Escritor
Revista Divulga Escritor Revista Literária da Lusofonia Ano VII Nº 50 Edição dezembro de 2021 Publicação Bimestral Editora Responsável: Shirley M. Cavalcante DRT: 2664 Diagramação: EstampaPB Para Anunciar smccomunicacao@ hotmail.com 55 – 83 – 9 9121-4094 Para ler edições anteriores acesse www.divulgaescritor.com Os artigos de opinião são de inteira responsabilidade dos colunistas que os assinam, não expressando necessariamente o pensamento da Divulga Escritor. ISSN 2358-0119
Com sucesso, chegamos à 50ª edição, da Divulga Escritor: Revista Literária da Lusofonia. Em destaque, temos o projeto do livro Fotografia & Depoimentos: a arte como terapia que reúne 56 pessoas e mais de 300 fotografias para despertar os leitores para o mundo das câmeras e o benefício da prática da arte como terapia. Composta por mais de 40 autores contemporâneas, divulgando os seus livros, por meio de entrevistas, textos em prosa e em versos... LITERATURA! Hoje, a revista Divulga Escritor é uma das principais revistas literárias da lusofonia, com conteúdo exclusivamente literário. O editorial se destaca por sua qualidade e profissionalismo. Distribuída gratuitamente para todos que acessam a internet, a revista tem alcançado um público leitor cada vez maior. Consolidada, vamos rumo a edição 50. Juntos, vamos ler e divulgar a revista literária da lusofonia e apoiar nossos escritores contemporâneos. Muito obrigada, equipe Divulga Escritor, e administradores dos grupos: Obrigada, José Sepúlveda, apoio em Portugal. Obrigada, Amy Dine, apoio em Portugal. Obrigada, Rosa Maria Santos, apoio em Portugal. Obrigada, Manso Preto, director do Minho Digital, apoio em Portugal Obrigada, Ilka Cristina, apoio no Brasil. Obrigada, Nell Morato, apoio no Brasil. Obrigada, Evandro, do Blog Atraentemente, apoio no Brasil. Obrigada a cada um dos escritores que participam contribuindo com suas maravilhosas trajetórias literárias, apresentadas nas entrevistas. Obrigada, a todos participantes, que mantêm o projeto vivo! Muito obrigada por estarmos juntos divulgando literatura, e juntos podermos dizer ao mundo: EU SOU ESCRITOR, EU ESTOU AQUI. Divulga Escritor: Revista Literária da Lusofonia, uma revista, colaborativa, elaborada por escritores, com distribuição gratuita, para leitores de todo o mundo. Boa leitura!
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Divulga Escritor Por Shirley Cavalcante (SMC)
Você Escritor Que pensa em publicar Não importa em que área atue Editor no momento de selecionar Vai escolher os livros melhores De comercializar. Leve em consideração que o Editor Na hora de editar Vai escolher os autores Que divulgam melhor o seu trabalho Para então os seus livros, A publicação financiar.
Por isso escritor, Quanto mais e melhor divulgar, O seu trabalho literário, Maior chance de sucesso terás, E a sua carreira literária alavancar.
Você Escritor, Não deixe de divulgar, Entrevistas, resenhas, Artigos, textos, apresentações... Divulgar, divulgar, divulgar... Mais uma dica Literária, Agora vamos lhe dá, Ter foco no público-alvo, É sempre um bom caminho, a realizar, Pois, assim selecionarás empresas, eventos... Identificarás os gestores, Com foco e determinação, O apoio você irá encontrar, Com palestras o livro apresentar. O gestor de uma empresa, Na hora de aceitar, O convite do escritor Para o seu livro apoiar, Os colaboradores comprar, Vai logo no Google, facebook, Informações do escritor coletar.
Vem para o projeto Divulga Escritor O seu livro divulgar, Entrevistas realizar, Textos apresentar, Amigos novos encontrar. Te esperamos para juntos Cada vitória comemorar! Feliz Natal e um Próspero 2022 a todos! É o que deseja a Equipe Divulga Escritor, Que estará sempre por aqui, para juntos caminhar!
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Quer ser o próximo entrevistado para Revista
Literária da Lusofonia?
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destaque
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Sobre a “Divulga Escritor – Revista Literária da Lusofonia” por Dra. Alexandra Vieira de Almeida
Alexandra Vieira de Almeida Escritora e Doutora em Literatura Comparada (UERJ) Link para acesso a edição da revista com destaque para matéria de capa com a Dra. Alexandra https://issuu.com/smc5/docs/40_ divulga_escritor_revista_literar
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O que dizer de uma revista que tem poucos anos de vida e já é um sucesso, tanto nacional quanto internacionalmente? Estamos falando da Divulga Escritor, uma Revista que enobrece a literatura lusófona. Nascida em 2013, tendo Shirley M. Cavalcante como jornalista e coordenadora deste projeto múltiplo e eficaz, o periódico tem se destacado por seu estilo ímpar e inovador. Prezando a qualidade e o profissionalismo, a Revista é um polo aglutinador que se expande para novos horizontes, trazendo à tona novos talentos e projetos voltados para o mercado editorial.
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A Revista desde seu nascimento preza pela elaboração de entrevistas especializadas, tendo como princípio conhecer, de antemão, o perfil do entrevistado. Assim, se torna mais pleno o domínio do foco almejado, com entrevistas bem elaboradas e questionadoras que revelam a beleza e especificidade do escritor divulgado. O foco divulgacional de cada profissional apresentado é conduzido com mestria pelas mãos eficientes de Shirley M Cavalcante, que com seu dom criativo e reflexivo, leva os entrevistados a se adentrarem no terreno de sua própria obra de modo magistral. A jornalista conhece como ninguém o domínio da palavra exata e essencial, não deixando nada a desejar aos grandes entrevistadores da grande mídia. Mas não só de entrevistas que a Revista se vale para divulgar a verdadeira literatura. A Revista também divulga textos literários, tanto no gênero prosa, como no gênero da poesia. Assim, podemos encontrar um leque diversificado de textos, como artigos, contos, crônicas, e poemas, sendo apresentados em todas as edições da Revista. Ela não tem patrocínio. Como então ela sobrevive em meio às dificuldades e crises em que vivemos, sem nenhum apoio das grandes empresas ou veículos de divulgação ou do próprio Estado? Ela se vivifica por um retorno colaborativo, pela união, pela fraternidade entre os participantes da revista. Todos colaboram para que a revista aconteça e apareça na mídia, com grande sucesso. E qual o grande retorno disto? A Revista é inteiramente gratuita. Isso mesmo. Para todos que acessam a internet, ela está disponível e bela como sempre, enobrecendo o trabalho destes profissionais admiráveis com grande destreza e importância. A Revista tem ampla divulgação em várias mídias, além de diversos apoios quando se fala em trabalhos personalizados por edição. Todas as edições da Divulga Escritor podem ser acessadas de forma gratuita. Este é o grande diferencial do periódico, uma publicação que se vale de sua maior importância em toda a lusofonia. Portanto, Shirley M. Cavalcante é uma desbravadora de mares infinitos, trazendo à público a força e a garra de uma mulher que não para e oferece um trabalho de extrema qualidade e confiança. A jornalista é um exemplo para todos aqueles que querem alcançar o reconhecimento de um trabalho perfeito e inigualável. A Revista Divulga Escritor tem verdadeiramente uma máxima importância, sendo a maior revista literária da lusofonia, divulgada e apreciada amplamente, tendo muitos seguidores. Vivas à Shirley M Cavalvante e seu trabalho esplendoroso.
Link para última edição da revista, a de N.46 no ISSUU https://issuu.com/smc5/docs/46__divulga_ escritor_revista_literaria_da_lusofoni Outras edições no ISSUU https://issuu.com/smc5 Serviços Links para acesso gratuito a todas edições publicadas Revista: Site da Revista http://www.divulgaescritor.com/revista/ Recanto das Letras - em PDF http://www.recantodasletras.com.br/autor_textos.php?id=185182&categoria=M&lista=ultimas Almanaque Literário http://www.almanaqueliterario.com/revista-literaria-da-lusofonia Quem desejar participar é só encaminhar email para nosso editorial informando o que deseja divulgar na revista, apresentaremos proposta. smccomunicacao@hotmail.com Não temos a revista impressa. Valores para participar da Revista • Valor da página para PF - 50 reais ou 13 Euros (publicação de textos em versos e em prosa, como conto, crônicas.) • Valor da página para PJ - 300 reais ou 70 Euros • Valor para publicação de entrevista - 100 reais ou 25 Euros • Capa - Negociação individual. Promoção Divulgação de livro, sinopse, juntamente com imagem de capa do livro, R$30,00(trinta reais). Aguardamos seu contato!
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Homenagem a Isidro Sousa – In Memoriam “Com o avanço das tecnologias, passamos a conhecer muitas pessoas de forma virtual, e principalmente a tê-los como amigos. Isidro Sousa é uma destas pessoas, que mesmo sem conhecê-lo pessoalmente marcou, deixou saudades... obrigada por todo o apoio e amizade. Saudades eternas.” Shirley Cavalcante Editora Divulga Escritor: Revista Literária da Lusofonia.
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UM CLIQUE QUE FAZ BEM
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Livro Fotografia & Depoimentos: a arte como terapia reúne 56 pessoas e mais de 300 fotografias para despertar os leitores para o mundo das câmeras Por Shirley M. Cavalcante (SMC)
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Entrevista com as organizadoras
FOTOGRAFIA & DEPOIMENTOS A Arte Como Terapia Por Shirley M. Cavalcante (SMC)
Ilka Cristina: Diagramadora, graduação em Comunicação Social pela Universidade Federal da Paraíba e uma apaixonada pela arte fotográfica com diversos cursos realizados no CEARTE. Participação na exposição fotográfica na UFPB; Maura Fernandes: Sou eterna aprendiz da Arte Fotográfica e estudiosa da História da Arte. Faço parte do Grupo Fotográfico Paraibando e sempre desenvolvo atividades junto ao Centro Estadual de Artes da Paraíba – CEARTE. Já participei de várias exposições fotográficas. Elizenda Sobreira: Sou natural de João Pessoa - Paraíba, Mestre em Educação pelo PPGE/UFPB, com formação superior em Engenharia, Matemática e Pedagogia pela UFPB. Aposentada, e como eterna aprendiz, estudante do Curso de Artes Visuais.
Ilka Cristina, Elizenda Sobreira e Maura Fernandes, é um prazer contarmos com a sua participação na Revista Divulga Escritor. Conte-nos, como deu início seu amor pela fotografia que originou no livro. Ilka Cristina: Descobri que a fotografia passou a ser minha principal terapia quando percebi que individualmente ou agregada com pessoas, a concentração de apreciar cada lugar em qualquer momento nosso de cada dia, me faz um bem enorme, pois ali deixamos os problemas, os dilemas e as incertezas do cotidiano e nos deparamos com momentos únicos em que a vida proporciona a todos nós. Então o fato de fotografar tem muito mais o que dizer e sentir do que o simples ato de clicar. A partir daí, tive a ideia de fazer o livro e convidei Elizenda Sobreira e Maura Fernandes para juntas idealizarmos a publicação. E assim foi feito o livro FOTOGRAFIA & DEPOIMENTOS – A Arte Como Terapia, com participação de 56 depoentes e mais de 300 fotografias.
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Elizenda Sobreira: Sempre gostei da fotografia e após minha aposentadoria foi que comecei a estudar a arte fotográfica para um melhor conhecimento e aprofundamento, considero a fotografia um universo encantador e também desafiador, com uma amplitude de significados, o qual não podemos expressar com uma só palavra pois sintetiza um contexto bem mais amplo, que vai muito além do olhar do fotógrafo, e sem regras para serem necessariamente cumpridas, fotografar é eternizar cada momento que é único e ao qual só podemos voltar ao tempo através daquela fotografia. Maura Fernandes: Meu amor pela fotografia tem como antecedente, a paixão pela História da Arte. Sempre fui atraída pela luz que emanava da pintura dos grandes mestres, especialmente os Renascentistas. Ao longo do tempo fui estudando as diferentes escolas de pintura e cheguei à fotografia, onde me encantei pela possibilidade de mais que estudar arte, fazer Arte Fotográfica. Em que momento surgiu “Fotografia e Depoimentos – a arte como terapia”? De maneira geral a Fotografia Entusiasta, aquela feita sem fins lucrativos, vai além da percepção do ”hobby”, há, quase sempre um grande envolvimento técnico e emocional. Técnico, porque a Arte Fotográfica, é permeada pela tecnologia intensiva emocional porque envolve a percepção do mundo à partir do Olhar Fotografico, isto é, a capacidade de buscar estéticas no mundo que nos rodeia. Esse movimento necessita de estudos, encontros, aulas, visitas, saídas fotográficas, viagens, conversas e trocas, e com a Pandemia veio a obrigação do isolamento de tal maneira que, a maioria dessas ati22
vidades ficaram paralisadas. A tecnologia e o uso das redes sociais foi aos poucos substituindo as atividades presenciais e ao mesmo tempo trazendo a percepção de que era possível reinventar nossas praticas cotidianas. Assim, nós começamos as tratativas e fomos convidando pessoas amigas que se encantavam com a ideia de revisitar seus acervos fotográficos ou em alguns casos fotografar o seu entorno. Essas pessoas convidaram outras e foi formando um grupo comprometido com a construção da Arte Fotográfica para além da tragédia pandêmica que varria o mundo. Apresente-nos a obra? O livro busca retratar Olhares Fotográficos conjugado com pensamentos sobre o papel da Arte na vida humana. Com centenas de fotografias dos mais diversos estilos, esquadrinha os acervos guardados em equipamentos tecnológicos e muitas vezes até meio esquecido, que de repente vem à tona após
exaustivas pesquisas, olhares, avaliações e troca de opiniões. As fotografias associadas a um depoimento traça uma espécie de perfil que expressa uma visão de mundo, uma forma de usar a linguagem fotográfica, uma estética única e indissociável da pessoa que produziu a imagem. A obra resulta de um momento especifico da História da humanidade, a Pandemia, e portanto representa os limites e as possibilidades do que a Arte representa como suporte à vida. O que mais a atrai nesta obra literária? Essa obra tem tantos atrativos que é até difícil nomear todos, porém há algumas coisas que chamam atenção: a) a ideia, em si, de explorar a Arte Fotográfica como espaço de encontros, encontro consigo mesmo, com os outros, com a paz, com a saúde, com a vida; b) o cultivo da atenção e observação constantes do mundo e dos seres que nos cercam; c) o encanto da luz que pro-
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duz a arte; d) o encontro de pessoas com tantas afinidades artísticas; e finalmente, e) resultado de uma estética coletiva. Comente sobre o uso da fotografia como terapia. Ao longo do tempo, de maneira informal, temos escutado das pessoas entusiastas da Fotografia, o quanto essa atividade contribui para o seu bem estar geral. Naturalmente há técnicas cientificas para demonstrar o caráter terapêutico da Arte, porém esse não é, e nunca foi o foco da obra, que apenas observou nos depoimentos os impactos positivos da Arte Fotográfica no cotidiano das pessoas conforme as suas próprias palavras. O que mais chamou a atenção ao ouvir os depoimentos para construção da obra? A leitura dos depoimentos revelou o impacto da Arte Fotográfica para cada pessoa, especialmente no que diz respeito a vivencia de momentos preciosos para o equilíbrio emocional, a paz, a saúde em seu conceito amplo, enquanto “um estado de completo bem-estar físico, mental e social”. (OMS). Ressalte-se que a análise dos depoimentos trouxe as palavras “terapia”, “momento” e “alma” como as mais citadas o que reforça a percepção do valor da Arte Fotográfica como resistência a rotina, ao stress, ao tedio ... Para comprovar as palavras mais citadas, vejamos alguns depoimentos: “a fotografia é como uma terapia que revela ao outro aquilo que enxergamos e não podemos expressar com palavras” (WC); “Gosto de fotografar sozinha, sem pressa, me conec-
tar com o momento, aproveitando os detalhes e oportunidades” (GP); “A fotografia abriu meus horizontes para novas telas, novos desenhos, mais um dom que só veio me enriquecer e a acalmar meu espírito e alimentar minha alma (IB). Onde podemos acessar o seu livro. O livro FOTOGRAFIA & DEPOIMENTOS - A ARTE COMO TERAPIA tem acesso gratuito no endereço: https://estampapb.wixsite. com/estampapb/livro De que forma a fotografia está presente na vida de vocês? Ilka Cristina: A cada dia temos a possibilidade de contemplar tudo o que estar ao nosso redor: a natureza, as pessoas, o amanhecer, o anoitecer... são momentos que por vezes passamos despercebidos, mas que se prestarmos mais atenção, todo momento é único e merece ser admirado mais atentamente. Então a fotografia tem essa magia de nos fazer bem e podermos compartilhar com outras pessoas os momentos bons da vida. A fotografia é um clique que faz bem. Elizenda Sobreira: A fotografia está presente na minha vida o tempo todo, seja estudando, viajando, participando de grupos e de saídas fotográficas, ressalto ainda os desafios fotográficos, a exemplo do desafio que criei nas redes sociais Instagram e Facebook propondo temas para que as pessoas que gostam da fotografia possam contemplar e desenvolver cada vez mais o seu olhar fotográfico, ou seja a sua criação, uma vez que a criação é um processo lento, depende de nós, e cada pessoa tem o seu tempo para evoluir e desenvolver seu olhar artístico. Maura Fernandes: A Fotografia está presente em minha vida diuturnamente, seja estudando, participando de grupos, viajando...
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mas essencialmente está presente nas minhas reflexões sobre o mundo, a sociedade, a vida. Observar, estar sempre atenta é uma forma de aprimorar o Olhar Fotográfico, mas essencialmente uma “forma de viver”. A fotografia, para mim, “é traduzir com luz a poesia dos fragmentos do tempo”. Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor cada uma das escritoras e o mundo da fotografia como terapia. Agradecemos a participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores? No mundo da arte contemporânea é fundamental estudar e praticar, procurar aprimorar o conhecimento naquilo que você gosta. A arte da fotografia tem um universo amplo de significados, enfatizando que, com as tecnologias e facilidades da era digital, qualquer coisa se tornou fotografável. Aproveitar os bons momentos da vida é fundamental.
Divulga Escritor, unindo você ao mundo através da literatura Quer ser entrevistado? Entre em contato com nosso editorial, apresentaremos proposta. Contato: smccomunicacao@hotmail.com 23
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A OBRA FOI CONSTRUÍDA A PARTIR DA OBSERVAÇÃO DE PESSOAS QUE BUSCAM NA FOTOGRAFIA MUITO MAIS DO QUE UM REGISTRO
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“Tive a ideia de unir a arte gráfica que eu trabalho, com a fotografia que é uma terapia para mim e, a partir daí, surgiu a ideia de organizar um livro. Coloquei a ideia para Elizenda e para Maura que prontamente a abraçaram e aperfeiçoaram, com muita dedicação e profissionalismo. Fomos agregando pessoas e mais pessoas, buscando despertar a importância de utilizar a arte como terapia." Organizadora Ilka Cristina
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O MATERIAL COLETADO REFLETE UM POUCO DO EU DE CADA UM DOS ARTISTAS
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“Não há como expressar fotografia só com palavras, para mim, ela sintetiza um contexto bem mais amplo e sem regras para serem necessariamente cumpridas, uma vez que envolve tantas representações. Organizadora Elizenda Sobreira
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NA OBRA SÃO APRESENTADAS FOTOGRAFIAS E DEPOIMENTOS DE PESSOAS COM FORMAÇÃO, POSIÇÕES E PENSAMENTOS VARIADOS
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“O livro retrata uma vertente artística que eu nem sabia que tinha, sempre fui apaixonada pela história e filosofia da arte. E me ajudou demais a perceber o mundo por um viés mais sensível, que é a tecnociência que é a minha área de atuação profissional. São muitas as contribuições para a minha vivência.” Organizadora Maura Fernandes
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O LIVRO CONVIDA O PÚBLICO A REPOUSAR O OLHAR EM ALGO E EXTRAIR BELEZA POR MEIO DA FOTOGRAFIA
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"Sou grata! Numa época de pandemia, de não poder sair, ter algo para vivenciar a fotografia foi algo que me trouxe uma alegria, uma paz, uma vontade de que muita gente participasse. Quanto mais gente nós convidávamos, mais felizes ficamos.” Organizadora Maura Fernandes
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O LIVRO BUSCA RETRATAR OLHARES FOTOGRÁFICOS CONJUGADO COM PENSAMENTOS SOBRE O PAPEL DA ARTE NA VIDA HUMANA
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"A fotografia é um universo encantador e também desafiador. A prática de atividades fotográficas faz eternizar cada momento, como uma extensão de alimento da alma, um processo criativo e evolutivo.” Organizadora Elizenda Sobreira
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A LEITURA DOS DEPOIMENTOS REVELOU O BENEFÍCIO DA ARTE FOTOGRÁFICA PARA CADA PESSOA
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" Tenho uma enorme gratidão a todas as pessoas que participaram do projeto." Organizadora Ilka Cristina
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A PROPOSTA É DESPERTAR NAS PESSOAS O INTERESSE EM PRATICAR E EXERCITAR UMA ARTE DE FORMA TERAPÊUTICA
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O livro FOTOGRAFIA & DEPOIMENTOS - A ARTE COMO TERAPIA tem acesso gratuito no endereço: https:// estampapb.wixsite.com/estampapb/livro
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SEGUNDO LIVRO JOÃO PESSOA: 436 EM CENA
UM PASSEIO FOTOGRÁFICO PELA CAPITAL PARAIBANA
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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM A ESCRITORA PAULA LARANJO
Paula Laranjo é natural de Leça da Palmeira. Licenciada em Engenharia Agronómica. Exerce a sua atividade profissional na Direção Regional de Agricultura do Algarve, como técnica superior. É membro da Associação Portuguesa de Poetas (APP). Faz parte do grupo Poetas do Guadiana. Tem três livros de poesia publicados: Reflexos, Essência da Alma e Entrelinhas. Tem colaborado em várias antologias de poesia: Apontamentos da margem; Um grito contra a pobreza; Apenas saudade; Namorar é preciso; Perdidamente; O silêncio de uma mulher; Livro aberto; Antologias de poesia da APP; Noites de poesia; Grito de mulher. Tem participado nos encontros de Poetas de Huelva pela Paz. Participação no livro “Fundido En Malva”de José Luis Rúa Nacher. Participação na rádio DãoDigital, programa “O Passo das Letras” com poesia declamada. Tem um programa semanal no Facebook: “Polinizando o dia com poesia” Gosta de ler, escrever poesia, fotografar, fazer desporto e viajar. Tem um lema: “O sorriso é o carburador do coração!”
PINTAR
RENASCER
Amar é pintar uma tela sem nunca a deixar secar.
Nos escombros de um coração partido a essência da tua luz amanhece.
Amar é ter os pinceis ainda molhados dos teus lábios recheados.
Devagar vais caminhando deixando o corpo falar.
Amar é ter o brilho da tua luz cintilando no fundo da tela.
Soltas um grito que enlouquece o silêncio.
As cores ainda brilham!
A luz brilha no escuro da tua irrequieta dor.
O amor é uma tela! O pincel espera por ti…
Canal no Youtube: Paula Laranjo Poesia Facebook: @reflexos.paulalaranjo; Instagram:laranjopaula
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Resiliente e determinada vais vencendo a tempestade. Teu corpo vai deixando libertar um sorriso. Com carinho e muito amor encontraste o teu coração!
DIVULGA ESCRITOR Deixam-se estar num eterno olhar sem pressa de acabar.
INSTANTES
O sol devagarinho vai-se despedindo com doçura e meiguice deixando o mar sorrindo!
São os instantes que alegram o coração.
POLINIZAÇÃO
O teu coração roubou-me um sorriso e no teu olhar foi pousar.
PAZ
Nas pétalas do meu corpo senti o teu olhar a polinizar.
De mãos dadas numa só cor é importante mostrar todo o nosso amor.
O teu olhar devolveu-me um sorriso e no meu coração foi-se aconchegar.
Libertar o melhor de nós e encontrar o mundo numa só voz.
ACREDITAR
Sem fronteiras… Sem barreiras… Apenas pela paz!
ENTARDECER
O sol beija o mar e o céu fica contente de o ver a namorar. As cores ficam brilhantes pois parecem dois amantes. Dão abraços envolventes e carícias ofegantes.
São os instantes que perduram num sorriso.
São os instantes que fazem eternizar a beleza que existe no teu olhar. Sorri… Num instante! Abraça… Num instante! Acaricia… Num instante! Num instante… Fica eterno!
Fazes acreditar que com esforço e dedicação o teu objetivo vais alcançar. Fazes acreditar que com empenho e consistência atingirás sempre a excelência. Acredita no teu esforço! Motiva-te no objetivo! Empenha-te na consistência! E atingirás a excelência! Acredita em ti!! www.divulgaescritor.com | dezembro | 2021
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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM A ESCRITORA MARISOL
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escritora curitibana Marisol F. surgiu em2018 no cenário literário, com o lançamento de Ícaro. Naquele momento despontava uma nova autora, com uma escrita sintética, que oferecia uma leitura agradável e ágil, cheia de mistérios e muito suspense. No ano seguinte lançou dois novos títulos: O Canto do Cisne e Dança Comigo. E a partir de então surgem personagens fixos, que estarão presentes nos próximos livros, sempre desvendando mistérios e crimes, como um CSI brasileiro, que levará o leitor a viajar por paisagens belíssimas e pela mente tortuosa dos assassinos. Sua obra foi muito bem recebida por crítica e público, e em 2020 chegaram as primeiras premiações: na categoria romance, com Encontro das Águas, e na categoria crônicas. E em 2021 veio a indicação para o FLIP, um dos mais badalados e importantes prêmios literários internacionais, que acontece em Paraty. Perguntada sobre a expectativa em levar esse prêmio, ela garantiu que foi uma surpresa completa a indicação e considera que ter um texto classificado para um prêmio tão importante já é uma grande vitória, pois é o reconhecimento do seu trabalho e a certeza de estar no caminho certo. Representante do Paraná no Festival Literário de Paraty, Marisol é patrocinada pela Sanepar, empresa de abastecimento de água do estado, e estará lançando um livro de coletâneas durante o evento, que deve ocorrer em julho de 2022.
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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM A ESCRITORA ROSA PERES
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osa Peres mantem o Projeto da Geladeira Literaria " Livro vai, livro vem", que é uma iniciativa da Uninter em parceria com a Alerpre, cuja finalidade é proporcionar a democratização da Leitura. O Projeto existe na Uninter, delegacia e irá em 2022 se expandir em mais 13 pontos estratégicos. “Livro vai, Livro vem" uma troca de saberes, onde o leitor pega o seu livro e deixa outro. Trabalha também na região da Transamazônia representando as mulheres e disseminando Literatura com o trabalho árduo de democratização da Leitura. Este ano a escritora criou o Coletivo "Mulheres que amam escrever para mulheres" em parceria com mais 3 escritoras.
Rosa Peres ainda tem inúmeros Projetos nas escolas e bibliitecas Em agosto deste ano, a escritora lança seu quinto Romance " A Oração do Cacto". O livro narra a história do maestro francês Vicent Lincoln que se apaixonou pela Amazônia e escolheu o Bairro da Cidade Velha em Belém do Pará para viver com a família. Um romance que instiga a fé, aflora a espiritualidade e nos surpreende com muito misticismo. Quatro gerações de mulheres empoderadas que desafiam todas as intempéries e conseguem trazer vida para a familia Flôres. A vida misteriosa, os segredos, a essência de cada um, tudo vem a tona quando a família se une em torno do mesmo segredo e do mesmo objetivo de vida. Perseguição, fama, glórias, desafios e muita coragem em salvar as próximas gerações.
(Fotos: Lucas Guilherme)
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Fotos do coquetel de lançamento
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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM A ALEPRE
HISTÓRICO DA ALERPRE A Academia de Letras de Rondon do Pará e Região, foi criada a partir de uma reunião de nove escritores de Rondon do Pará, Bom Jesus, Marabá e Nova Ipixuna, no dia 5 de agosto de 2017. A eleição da diretoria e posse de onze acadêmicos aconteceu no dia nove de dezembro de 2017, na cidade de Rondon do Pará.
Em 2018 fez uma reunião conjunta com a academia Parauapebense de Letras (APL), fazendo assim o intercâmbio entre academias.
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Neste mesmo ano deu posse a três novos acadêmicos efetivos e quatro membros correspondentes.
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Em 2019 na cidade de Nova Ipixuna numa sessão solene homenageou com certificado de honra ao mérito, o professor doutor em álgebra Werventon dos Santos Miranda. No ano de 2021 no dia 30 de outubro deu posse a um membro efetivo e homenageou dois escritores regionais, Maria Creuza da Silva Salame (homenagem póstuma) e Ademir Braz. Em dezembro de 2021 irá lançar a sua primeira antologia com obras literárias de seus acadêmicos. No mês de novembro de 2021 haverá mais reunião Magna, no dia 27 que dará posse a escritora FRANCISCA EVELMA OLIVEIRA BRANDÃO e fará duas homenagens de honra ao mérito ao prefeito municipal JOÃO DA CUNHA ROCHA E A PROFESSORA LÚCIA DE FÁTIMA ESTEVAM. Os membros da Academia têm proferido palestras para as comunidades incentivando a leitura. Em janeiro de 2022 haverá eleição para a nova presidência da ALERPRE. A atual diretoria tem como presidente a escritora Rosa Maria Peres Lima, Vice Presidente Silvio dos Anjos Silva, 1ª secretária Vania Andrade, 2º secretário Francisco Balbino, tesoureira Auridea Moraes e membros da CPAC Dionísio Almeida, Agmael Lima E Bertin di Carmelita. 48
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Destaque para lançamentos da Editora AGE CLOVIS TRAMONTINA: PAIXÃO, FORÇA E CORAGEM Autor: Clovis Tramontina Valor: R$58,00 Este livro mostra a trajetória de Clovis Tramontina, que em muitos aspectos se confunde com a da empresa que carrega seu sobrenome. Nem Clovis nem a Tramontina seguem as cartilhas tradicionais dos homens e das empresas bem-sucedidos. O livro revela um homem simples, direto, objetivo, impulsivo, intempestivo, impaciente, que tem pressa, mas nos apresenta também um ser frágil, sentimental, humano, numa soma complexa que o faz destacar-se por onde passe, que não tem medo de ousar, errar, expor-se e IR em frente. A jornalista Fátima Torri, que coordenou a edição do livro, alerta: “Não se enganem. Ao final da leitura vocês verão um líder do avesso. Generoso por mostrar-se. Nem sempre perfeito. Demasiadamente humano.”. Link para compra: https://www.editoraage.com.br/biografia/clovis-tramontina--paixao-forca-e-coragem-1987/p
OCTOGINTA Autor: Blau Souza Valor: R$ 45,00 A reflexão sobre a chegada iminente dos 80 anos de idade é traçada pelo autor, que tem nove títulos publicados, a maioria pela Editora AGE. Experiente, Souza sabe que para prender o público não é necessário trazer respostas prontas sobre experiências de vida, mas, sim, questionamentos perspicazes que instigam o leitor. Médico e escritor experiente, Blau Souza traz neste livro toda a trajetória de quem sabe ser um bom contador de histórias. Link para compra: https://www.editoraage.com.br/Categoria/ octoginta-1993/p
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BOM DIA PARA VOCÊ: COM UM SORRISO – 2.ª ED. Autor: Flavio José Kanter Valor: R$ 37,90 Médico graduado pela Faculdade de Medicina da UFRGS, Flávio Kanter traz um ângulo que muitas vezes não é percebido pelo paciente e pessoas do outro lado do consultório. O autor escreve para além do papel do doutor responsável por amparar pacientes e responder a suas necessidades com soluções. Kanter humaniza o médico e mostra que a profissão exige conhecimento e especialização, mas também empatia e paixão. Os textos deste livro contemplam o relacionamento empático entre pessoas, com clientes e colegas. Há ideias sobre atitude frente à doença, o envelhecer, a morte, a tecnologia como instrumento coadjuvante, mas não substituta da relação entre as pessoas e seus médicos, de olho no olho. Finaliza com o agradecimento ao que o exercício da medicina lhe tem proporcionado nestas cinco décadas. Segundo o autor, este livro é mais uma dádiva que a medicina lhe propiciou. Os textos são curtos, cada um tem início e fim. A leitura pode seguir pela ordem em que se encontram, mas podem ser lidos de acordo com o interesse de cada leitor, indo e voltando aleatoriamente. Link para compra: https://www.editoraage.com.br/Categoria/bom-dia-para-voce--com-um-sorriso-2a-edicao-1963/p
FÉRIAS NO MEU MUNDO: UMA HISTÓRIA DE REFLEXÕES E DIVAGAÇÕES Autor: Leandro Ioschpe Zimerman Valor: R$ 39,00 Obra reflexiva que traz discussões sobre sentimentos e valores de vida, Férias no meu mundo é um prato cheio para leitores que buscam repensar conceitos e atitudes. Leandro Zimerman é médico, especializado em cardiologia, e encontra nas férias “o tempo de não fazer nada”, mas para repensar tudo, nas palavras do próprio escritor. Autor de inúmeros artigos científicos, Zimerman se aventura nestas reflexões que emocionam e nos fazem mergulhar para dentro de nós mesmos. Link para compra: https://www.editoraage.com.br/Categoria/ferias-no-meu-mundo--uma-historia-de-reflexoes-e-divagacoes-1979/p
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MINHA VIDA PROFISSIONAL: PAULO OLIMPIO GOMES DE SOUZA Autor: Paulo Olimpio Gomes de Souza Valor: R$ 58,00 Advogado, promotor de justiça, professor, comunicador, Paulo Olimpio Gomes de Souza é tudo isso e mais um pouco. Nesta fotobiografia, que contou com o apoio da família para reunião de textos e imagens, o autor busca mostrar a trajetória profissional. Dividido em duas grandes partes, carreira pública e a carreira privada, os 80 anos de trajetória são contados de uma forma imersiva através de recursos visuais que nos levam para outros tempos. Link para compra: https://www.editoraage.com.br/ Categoria/minha-vida-profissional--paulo-olimpio-gomes-de-souza-1988/p
PERCURSO DIPLOMÁTICO DIFERENCIADO PELA ÁFRICA Autor: Paulo Antônio Pereira Pinto Valor: R$ 37,00 Cultura e política se encontram nesta obra, que traz reflexões de um diplomata que esteve presente em cinco capitais africanas diferentes. Paulo Antônio Pinto traz toda sua experiência profissional de quem vivenciou as mais variadas situações dentro da área. A relação brasileira com diversos países também é trabalhada nesta obra, rica em relatos únicos, que dão uma verdadeira aula sobre relações internacionais. Link para compra: https://www.editoraage.com. br/Categoria/percurso-diplomatico-diferenciado-pela-africa-1967/p
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Entrevista com a escritora
Alexandra da Costa Figueira Por Shirley M. Cavalcante (SMC)
Alexandra da Costa Figueira é natural de Niterói, Rio de Janeiro, Brasil; reside há 47 anos na cidade de Maricá, Rio de Janeiro, Brasil, cidade esta em que também trabalha como orientadora educacional há 15 anos na Escola Municipal Alfredo Nicolau da Silva Junior, uma das mais de 60 escolas que integram a Rede Municipal de Ensino. Ao todo, somam-se 22 anos de atuação na carreira do magistério. É professora das séries iniciais, Pedagoga formada pela Universidade Federal Fluminense – FEUFF - UFF/Niterói, especialista em Gestão e Planejamento Educacional pela Universidade Cândido Mendes – UCAM/ Rio de Janeiro, Psicanalista Clínica e Psicanalista Didata pela Sociedade Psicanalítica Ortodoxa Brasileira – SPOB/Niterói e mestranda em Psicanálise Clínica pela Faculdade/Instituto Gaio, São Paulo, Brasil. É sócia da Sociedade Psicanalítica Ortodoxa Brasileira – SPOB/Niterói - RJ, do Conselho Brasileiro para Superdotação – CONBRASD/Brasília, da Associação Sul Fluminense de Orientadores Educacionais – ASFOE/Vassouras - RJ – e do Grupo de Artistas de Maricá – GAM, o qual tem a sua afiliação como escritora, afinal, a escrita é uma arte; além de integrar o Grupo de Pesquisa do Núcleo de Estudo e Pesquisa em Autismo - NEPA na Universidade Federal Fluminense – UFF/Niterói, RJ. Com uma carreira de 22 anos de serviços prestados à Educação, foi no ano de 2020, em meio ao contexto pandêmico que a educadora se revelou para o mundo como escritora e autora por meio de sua primeira narrativa onde relata sua experiência de trabalho pelos meios remotos/ensino à distância com os responsáveis de alunos, com os alunos e suas colegas de trabalho; docentes da unidade de ensino onde atua como orientadora educacional há 15 anos. Foi também neste mesmo ano que a autora recebeu seu diagnóstico tardio de Superdotação/Altas habilidades de uma couching especialista no assunto e também do psicólogo que lhe acompanha desde o ano de 2017. Contudo, sua história com a literatura tem seu início desde pequena. Ainda na infância, desde muito novinha, já apresentava interesse pela leitura de livros infantis e juvenis e sua mãe; também professora e pedagoga, Dirce da Costa Figueira a estimulava e incentivava ofertando uma enorme variedade desses livros, nesse caso, a autora se considera privilegiada por ter
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crescido em um contexto que a favoreceu e muito nesse sentido. Na pré-adolescência e na adolescência ouvia música clássica, o que aguçou ainda mais a sua sensibilidade auditiva e a sua sensibilidade para com tudo, todas as áreas. A autora se recorda de alguns livros que leu na infância e na adolescência e jamais se esqueceu dos mesmos; pois, segundo a autora todos lhe trouxeram ensinamentos valiosos e a fizeram reelaborar e ressiginificar formas de ver e de viver, ou seja, o processo de transposição da linguagem literária, do conto, da ficção, da fantasia, os valores, lições de moral, os aprendizados das histórias para a sua própria vida. Seguem alguns livros dos quais a autora se recorda: A Curiosidade Premiada, O Pequeno Príncipe, A Margarida Friorenta, O Menino do Dedo Verde, Maria vai com as Outras, Alice no País das Maravilhas, O Pequeno Polegar, dentre tantas outras obras e títulos. Em um curto espaço de tempo, em menos de um ano, a autora já só matiza em seu currículo publicações de textos seus em quatro editoras distintas com seis produções publicadas, gêneros literários diferentes, to-
das as participações em coletâneas, são elas: “Memórias Afetivas em Tempos de Pandemia: o fazer da Orientação Educacional pelos Meios Remotos com docentes, alunos e os responsáveis destes” pela Editora Proverbo/Maricá – RJ (2020); o artigo acadêmico científico “A Mediação Específica Da Direção Escolar Na Relação Escola-Comunidade: Um Estudo de Caso” pela Editora Diálogo Freiriano/Veranópolis – RS (2021); o artigo acadêmico científico “Gestão Cultural: Ações Educativas e o Museu Histórico de Maricá – MHM” pela Editora Livrologia/Chapecó – SC (2021); o conto “O caso da Aluna que Manifestou a Entidade Erê” pela Editora Perse/São Paulo – SP (2021); a poesia “As Duas Realidades” e o conto psicanalítico “Quando o Silêncio e o Tempo são Desafiadores” também pela Editora Proverbo/Maricá – RJ (2021), na edição comemorativa da editora que celebrou a marca de mais de cinquenta títulos publicados no ano em curso. A autora já tem garantida a sua participação em mais duas coletâneas pela Editora Selo OFF FLIP, uma destinada a crônicas e a outra destinada a contos, por ter participado de uma seleção
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de concurso literário pelo Selo OFF FLIP – Feira Internacional de Paraty, ambos os textos da autora, tanto a crônica, quanto o conto foram selecionados pela equipe organizadora do evento e já tem participação garantida na Feira Internacional de Paraty prevista para julho do ano de 2022. Neste concurso literário, a autora ainda concorrerá a prêmios, caso seja finalista e ou vencedora nas categorias as quais está concorrendo. A autora confessa que busca como inspiração para seus escritos, suas vivências, experiências e tudo que observa no dia-a-dia, aprecia discorrer sobre o cotidiano, sente-se atraída pela realidade, todos os seus trabalhos e textos apresentam essa característica em comum: baseados em fatos reais, extraídos da realidade vivenciada pela própria autora, sente a necessidade de falar sobre si mesma e sobre a realidade que a cerca e vivencia, sendo assim, autora de suas próprias narrativas, histórias, onde a mesma tem a oportunidade de contar as suas histórias pelo seu próprio viés, ponto de vista. Há um aspecto relevante a ser elencado no que diz respeito à poesia “As Duas Realidades”: a autora escreveu a poesia quando ainda tinha 17 anos para participar de um concurso literário na cidade em que reside na época intitulado de 2º Concurso Literário de Poesia, organizado pelo Mutirão Ecológico de Maricá, cujo responsável pelo evento foi o professor de artes marciais Davi Vagner. O concurso foi realizado no ano de 1993 em comemoração ao dia do Meio Ambiente, a autora, na época, recém-formada do Ensino Médio concorreu com mais de 300 participantes, muitos deles já tinham formação de nível superior, eram pessoas mais velhas e já estavam no mercado de trabalho. A autora ficou classificada em 3º lugar. A poesia: “As Duas Realidades” foi pelo menos declamada em público por três vezes em momentos distintos. A seleção das poesias foi realizada em praça pública (Praça Orlando de Barros Pimentel) no dia 14 de agosto do ano de 1993. Os anos se passaram e a autora cedeu os direitos autorais de sua poesia a Editora Proverbo/ Maricá-RJ (2021). Segundo a autora, ela considera que sua poesia é atemporal, que mesmo tendo se passado tanto tempo, a mensagem que ela transmitiu há anos atrás é atual e que todo registro se eterniza ainda que o tempo passe. Quando ingressou para a universidade, sua habilidade para a escrita foi logo notada por docentes do curso de Pedagogia. Foi chamada de etnógrafa pela professora Regina Leite Garcia (in memoriam); sua professora orientadora de monografia, Lygia Segala, 54
havia dito que ela tinha uma sensibilidade altamente exacerbada, que a professora conseguia se imaginar nas cenas descritas no diário de campo da autora e que ela era muito precoce para o nível que apresentava na qualidade da escrita e na capacidade de descrever cenas, detalhes, de forma densa, minuciosa e de capitar o clima e as energias do ambiente, muita desenvoltura na escrita, vocabulário rebuscado e rapidez para captar tudo ao seu entorno (hiperfoco). No que diz respeito as suas perspectivas futuras, a autora pretende continuar escrevendo, não pensa em parar em hipótese alguma; participar de concursos literários, uma vez, que é movida por novidades e desafios, envolver-se em pesquisas para produções de artigos acadêmicos científicos e ainda pensa em discorrer sobre um livro somente seu e continuará contribuindo enquanto escritora para coletâneas e ou antologias também; abraçar todas as oportunidades no meio literário que surgirem em sua vida. Segundo a autora, a função social da escrita e do escritor é: formar opiniões, deixar legados para gerações vindouras, eternizar-se por meio da escrita, contribuir para a cultura da humanidade, além de conceber que a escrita significa: prazer, terapia, arte, liberdade de expressão, criticidade e acima de tudo, ser autor (a) de sua própria história/narrativa.
O escritor ensina, corrobora na formação de opiniões, ele se eterniza por meio de seus registros, imprime suas marcas, deixa legados para gerações vindouras.”
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Boa leitura!
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Alexandra da Costa Figueira, é um prazer contarmos com a sua participação na revista Divulga Escritor. Conte-nos, o que mais a encanta na arte de escrever? Alexandra Figueira - O prazer é todo meu, eu que agradeço a oportunidade de estar concedendo essa entrevista a esta tão estimada revista. Bem, respondendo a pergunta: o que mais me encanta na arte de escrever é sempre imaginar a possibilidade de que a minha mensagem chegará a alguém e que esse alguém se sentirá tocado de alguma forma. O escritor ensina, corrobora na formação de opiniões, ele se eterniza por meio de seus registros, imprime suas marcas, deixa legados para gerações vindouras. A escrita tem por finalidade provocar o outro, possibilitar ressignificações e reelaborações do público leitor, concordâncias e discordâncias, dialética e retórica, trocas, aprendizado e por ventura, despertar no outro o desejo de tornar-se escritor de suas próprias narrativas. O escritor pode vir a servir de exemplo de inspiração e motivação para futuros escritores/autores. Despertar paixões pela arte da escrita em outros. Quais tipos de textos gostas mais de elaborar, os técnicos ou literários? Alexandra Figueira - Tenho predileção por ambos: tanto os técnicos, quanto os literários. Os gêneros literários são diversos, bem como, a demanda do público leitor. Quando me proponho a uma produção técnica acadêmica
científica tenho plena convicção de que chegarei a um determinado público leitor que aprecia e se deleita com esse estilo de escrita e o mesmo se dá com as demais produções literárias que irá atender a uma determinada demanda de público leitor que se identifica e aprecia as produções de cunho literário, tais como: os contos, as poesias, as ficções, as crônicas, o realismo fantástico, as epopeias, ficções científicas, contos eróticos, o romance, a comédia, o terror, comédia romântica, o sobrenatural e assim sucessivamente. O que a escrita representa para você? Alexandra Figueira - A concepção de escrita, o ato da escrita, a ação, o processo de criação, a inspiração do escritor, enfim, primeiramente necessita ser prazeroso para quem o faz. A minha escrita exerce uma dialética comigo mesma, uma retórica, para que posteriormente, chegue a outrem. Precisa ser prazerosa para mim, a escrita tem-se feito terapêutica em minha vida, não escrevo por obrigação. A obrigatoriedade, padrões e os prazos ceifam a espontaneidade e a livre criação do autor. Uma escrita que visa somente o lucro e o mercado editorial torna-se mecânica, pelo menos, no meu entendimento, no que eu acredito, se o fim for somente esse, creio em um bloqueio, a escrita precisa ser libertadora, deve estar atrelada a liberdade, deve ser fluída. A escrita também pode significar salvação, todo escritor/ autor de alguma forma, deseja ser
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lido, deseja comunicar algo, quer ser ouvido, compreendido, clama por algo, expressa muito de si, mesmo que nas entrelinhas ou de forma camuflada ou por meio de um personagem fictício, por exemplo. A Escrita é um modo de expressar-se. Você já participou de várias coletâneas, qual chamou mais a sua atenção, comente o porquê? Alexandra Figueira - Sim, tive essa oportunidade de participar de algumas coletâneas e até a presente data já tenho confirmação para integrar mais duas coletâneas do Concurso Literário da Feira Literária Internacional de Paraty, RJ, Brasil, prevista para ocorrer em julho de 2022; tendo sido classificada em duas categorias: Conto e Crônica. Para ser sincera todas me atraíram, me senti instigada por todas as quais participei, cada uma com suas especificidades e propostas diferentes. Sinto-me atraída pela novidade e pelos desafios. O que há de comum em todas é que tive que passar por processos de seleções, os quais os meus textos foram classificados o que sempre me deixou muito feliz, valorizada, orgulhosa de mim mesma e realizada. Todas as quais integro chamaram a minha atenção, me aguçaram, me tocaram. Quais os seus próximos projetos literários? Alexandra Figueira - Pretendo continuar participando de concursos literários, abraçar oportunidades nesse meio literário que estiverem ao meu alcance e dentro
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de minhas possibilidades, escrever e publicar um ou mais livros solos tanto para leitores mirins quanto para leitores adultos, procurar na medida do possível produzir uma escrita literária para todos os gostos e idades. Também tenho como projetos para o futuro, uma biografia e autobiografia. Pensas em publicar um livro solo? Alexandra Figueira - Sim, com certeza, porém, não é um projeto por agora, é algo que desejo realizar com calma, desejo estar mais preparada, mais embasada. Estou cursando a Especialização “Os Contos de Fadas na Psicanálise” pela Faculdade Integrada de Minas Gerais – FACIMIG, Brasil; pretendo me dedicar ao curso, gosto de estudar e adquirir novos conhecimentos. Acredito que este curso me subsidiará para uma escrita direcionada ao púbico infantil, não tenho experiência nessa área, portanto, sinto essa necessidade de aprimorar minha escrita para alcançar o público infantil e juvenil. Quais tipos de textos gostas de ler? Alexandra Figueira - O meu gosto é diversificado em se tratando de leitura, leio de tudo, um pouco. Sinto necessidade de me manter bem informada, atualizada e conectada. No momento, por uma questão de prioridade tenho realizado leituras mais acadêmicas científicas (técnicas) por conta de meus cursos. A maior parte dos gêneros literários me atrai, no entanto, não cultuo e não tenho
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predileção por leituras com temáticas sobre: terror, tragédias, violências, guerras, ficção científica; esses estilos literários não me fazem bem, não me edificam, contudo, respeito quem aprecia esses gêneros da literatura, bem como, discorrem dos mesmos. O que mais a atrai neste segmento literário? Alexandra Figueira - Tudo que é sensível e me toca de forma profunda, que afeta e atinge o amago do meu ser, é necessário exercer sentido, sintonia, identificação. Tudo que eu leio que me conecta, me interlaça, me envolve, me imbrica na escrita de outrem, ou seja: o sensível, tudo que envolve a sensibilidade, o delicado, os detalhes, as minucias, o singular, o único, o exótico, eclético, a diferença. Considero muito monótono os padrões, as fôrmas e as amarras sociais que o sistema insisti em nos impor. A criatividade não flui quando nos moldamos a padrões e a uma prática mecanicista. Lutar contra isso é um exercício diário de desconstrução daquilo que está posto. O ato da escrita deve ser um ato revolucionário, portanto, faz-se necessário ser resistente, no sentido lato do termo. Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor a escritora Alexandra da Costa Figueira. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores?
Alexandra Figueira - A mensagem que deixo aos estimados leitores desta revista é que a leitura e a escrita são práticas e hábitos adquiridos, é um exercício, é um aprendizado e por esta mesma razão deve se dar e acontecer preferencialmente de forma prazerosa, espontânea. Acredito também no fator motivacional para estes atos: ler e escrever; são ações imbricadas, entrelaçadas, uma depende da outra, uma leva a outra; o despertar das paixões e o amor por esta arte: a escrita. Defendo a concepção de que o ato de ler também é oportunidade e deleite ao indivíduo. Nenhum ser humano nasce detentor, é necessário ser ofertado, oportunizar, oferecer. Quando um indivíduo não é nutrido e embebido de determinada fonte, o mesmo não terá como saber se tomará gosto ou não por algo que não teve acesso, seja, tanto na oportunidade da leitura quanto, na oportunidade da escrita.
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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM A ESCRITORA IRLEN LEAL BENCHIMOL
O Diário de Bordo dos Piratinhas do Bem Últimas Novidades
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onheça a seguir os últimos registros de atividades da autora Irlen Leal Benchimol e prepare-se para a nova aventura de seus personagens Os últimos meses foram de grande atividade cultural para nossa escritora infanto-juvenil predileta. Em breve a turma dos Piratinhas do Bem estará apresentando sua mais nova aventura, Os Piratinhas do Bem Na Escola dos Anjos da Floresta.
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Curiosos com o novo livro? Leiam a seguir um trechinho da abertura: Era um dia muito ensolarado. Havia arco-íris por toda a parte. O Capitão Ilan estava chegando na escola com seu novo plano. Combinou com os outros marujos para que chegassem mais cedo a fim de colocá-lo em prática. Estavam todos no parque meia hora antes do início do primeiro tempo. Quando o Capitão olhou para a mangueira do colégio, avistou algo pendurado lá. Correu para
ver o que era e tomou um susto: Era uma menina de asas penduradas, ou melhor uma “anjinha”! Ele se aproximou e perguntou: - Quem é você? - Eu... eu... sou... - Ela disse, após pensar muito. - Não me lembro! Uma “anjinha” à solta na escola? O que ela poderia estar fazendo por lá? Teria algo a ver com os Piratinhas do Bem ou apenas se encontrou perdida nas dependências? Venha descobrir este mistério e embarcar numa nova aventura.
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Enquanto o novo livro não chega, vamos recapitular o que aconteceu nos últimos meses de 2021. No começo de novembro a escritora foi homenageada no aniversário de 11 anos da Apadam (Associação de Pais e Amigos do Down no Amazonas), onde recebeu o prêmio de reconhecimento, pelo esforço incondicional no processo de inclusão das pessoas com Sindrome de Down na sociedade, tornando-a mais justa, democrática e solidária. O TikTok ganhou mais uma opção de encontro virtual com Irlen realizando regularmente lives e videos onde fala sobre sua carreira, suas conquistas e mostra mais sobre as aventuras dos Piratinhas do Bem. Dessa vez é o sobrinho Isaac quem a acompanha, sempre com o chapéu do capitão Ilan na cabeça, já um símbolo reconhecível dos personagens e de suas aventuras. Siga a escritora para poder receber notificações desses encontros e participar. No Cmei Madre Elisia a equipe de professores e coordenadores organizaram uma Hora do Conto, onde as crianças da 1a série E puderam conhecer mais dos Piratinhas do Bem no Mundo das Diferenças e acompanhar Eugênio, um garoto com Síndrome de Down que mandou um e-mail para os Piratinhas falando sobre sua doença e acabou por entrar no grupo. Todos puderam aprender um pouco mais sobre o que nos torna diferentes uns dos
outros e principalmente a respeitar tais características. No mês de outubro foi a vez da escritora receber o Prêmio Melhores do Amazonas 2021. Trata-se de um reconhecimento ao trabalho dos profissionais de destaque de várias áreas da comunicação amazonense. Este, juntamente com as comendas recebidas da Academia de Letras e Artes de Goiás e do Núcleo Acadêmico de Letras e Artes de portugal, vem ampliar ainda mais o alcance da influência não apenas de seu trabalho como autora infanto-juvenil como também da importância de seus personagens para a cultura dos jovens modernos, sempre ensinando valores éticos e a importância de um comportamento social justo.
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Muito mais ainda está por vir. Com a pandemia finalmente se aproximando de um patamar sob controle e a retomada das atividades sociais, muito mais ainda estará por vir. Fique de olho nas redes sociais dos Piratinhas do Bem para mais novidades e para a chegada da nova aventura!
Site oficial: www.ospiratinhasdobem.tk Instagram: @ospiratinhasdobem @ irlenbenchimol_escritora Linktree: https://linktr.ee/irlenbenchimol_escritora Facebook: https://www.facebook. com/irlen.benchimol
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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM A ESCRITORA MIRIAN MENEZES DE OLIVEIRA
NATAL SOB MEDIDA Natal: tempo do advento! Sem qualquer hipocrisia, fartemo-nos com alegria, do verdadeiro alimento, feito de AMOR: o fermento! Quanto mais se “vive a vida”, de forma suave, ou sofrida, mais sóbria se torna a mesa! O presépio é só “realeza”... A humanidade é sentida! Desejo, a cada amigo, a PAZ que não tem limite. Peço também que acredite que o colo de Deus é abrigo; é o próprio AMOR bem vivido: minimalista, perfeito! Não vê crenças, nem “defeitos”... Vê o esforço e a superação... O que vai no coração. Natal: tempo de balanço... Aparadas as arestas, o coração abre frestas, para acomodar os ranços. Podar-se é sempre um avanço! Retirados os excessos, perduram, n’alma, os impressos de todos os bons momentos; da nata dos sentimentos... Esculpir-se é um processo!
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Sendo o Natal tão importante, pra cristão e não-cristão, do Brasil até o Japão, há sempre um ser ofertante, que se faz representante de Noel, nas “noites felizes”, brilhantes em seus matizes! O Natal tem a magia de manter em sintonia os corações aprendizes.
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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM A ESCRITORA MARTA MARIA NIEMEYER
NATAL 2021 Mais um Natal está por vir tempo de avaliação e oração. Momentos difíceis passamos medo, angústia superamos. Em dois mil e vinte um orei, agradeci pelo motivo de estar aqui. Este ano foi melhor, perspectiva de esperança, a tormenta cessou.
Amigos e parentes cumpriram suas jornadas. A vida é uma linha que segue rumo ao infinito, uns veem, outro vão. Que o espírito deste Natal manifeste amor e ternura para todas as criaturas. A manjedoura estenda carinho, compreensão em cada coração. Jesus não veio em vão! Natal é tempo de reflexão. Amor e gratidão pela nossa salvação, quero celebrar com ele que me dá o perdão.
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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM AS ESCRITORAS JACKMICHEL
Eu Vi Carlinhos...
Homenagem ao Caso Carlinhos, ocorrido no Rio de Janeiro em 1973
BIOGRAFIA JackMichel é o primeiro grupo da literatura mundial formado por duas escritoras: Jaqueline e Micheline Ramos. São de Belém – PA (Brasil). O tema de sua obra é variado posto que tem livros publicados em diversos gêneros literários. Foi destaque em periódicos de arte e cultura e também participou de books fairs na Europa e no Brasil. Dentre outros prêmios, incluindo menções honrosas, ganhou 1° lugar no II Festival de Poesia de Lisboa, IV Prêmio Talentos Helvéticos-Brasileiros e 3º lugar no I Concurso Literário da Casa Brasil Liechtenstein. Em 2021 estreou como apresentadora do webshow “Chá Literário com JackMichel” no YouTube canal Revista Sunshine e passou a fazer parte da “Galeria dos Imortais” na Casa dos Poetas em Petrópolis/RJ. Seu slogan é A Escritora 2 Em 1.
Eu vi Carlinhos... Com o longo cabelo loiro ao vento, Vivendo o seu melhor momento. Ele sorria um tanto quanto alheio Para algum lindo e róseo devaneio. Talvez estivesse na rua jogando pelada Ou marcasse um gol de barbada. Quem sabe se era bom aluno na escola? Será que, nos exames, pedia cola? Bebia guaraná Cerpa, Fanta, Grapette... Dizia “quem bebe Grapette, repete!” Pedalava, quase sempre, a sua Caloi Na velocidade supersônica de super herói. Gostava de ver Cavalo de Aço em família... Não ia adivinhar o perigo à uma milha!
Website Oficial da JackMichel A Escritora 2 Em 1 https://www.websiteoficialjackmichelaescritora2em1.com/
Só que numa noite chuvosa de agosto de 1973 Ele foi raptado, sequestrado, sumiu de vez!... Depois meras hipóteses, suspeitos, corrida... Um caso incerto, 100 mil cruzeiros, uma vida... Eu vi Carlos Ramires da Costa, Eu vi Carlinhos...
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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM O ESCRITOR FERNANDO JACQUES – JAX
FERNANDO JACQUES DE MAGALHÃES PIMENTA (JAX) Nascido no Rio de Janeiro, 2/ junho/1952. Tijucano, tricolor, salgueirense. Diplomata aposentado, formado em Direito pela UFRJ. Mestrado em Ciência Política, Universidade George Washington, EUA Livros: Traços e Troças (2015); Ibitinema e Outras Histórias (2016); No Ritmo do Jax (2019), Lamparina Luminosa, SP; Afinal de Contos... (2019), Illuminare, RS; Microcontos, Mini-Poemas, Curtas Reflexões para uma Vida Breve (2020), Assis, MG; Antologias: Prosa e Poesia Brasileira, SOL, RJ; Contos de uma Primavera, Illuminare, RS; Coisas de Mãe, Assis, Uberlândia/Lisboa, Brasil/ Portugal; JAX e outros Autores, Palavra É Arte, SP (2019); E-Book Microcontos de Humor de Piracicaba, 2019; Ditos e Feitos, Antologia de Contos e Crônicas, Recanto das Letras, SP (2020); Liberdade, tomo I, Chiado Books, Brasil/Portugal; A Vida por um Frasco, Assis, MG (2021).
PERAMBULUCINAÇÃO
S
ão tantas horas de um dia qualquer. Talvez da noite. Sol, lua e estrelas aparecem ao sabor das sensações. O tipo vive a perambular, mas não só fisicamente. Sua mente perambula mais do que o próprio corpo. Faz bem caminhar e pensar ao léu, ainda que os cientistas e estudiosos não hajam chegado à conclusão uníssona a esse respeito. Ciência e estudos foram feitos para divergir, tais quais os seres humanos. A bem da verdade, os desumanos divergem igualmente. Convergir restringe-se aos rios, rumo aos oceanos. Ou será que os oceanos podem convergir em direção aos rios? Se uns e outros convergem, mais um caso para divergência no suposto ponto de encontro entre ambos.
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No fundo, que interesse tem isso? Mares e rios destinam-se aos navegadores e pescadores. O tipo entende-se ligado aos dois. Gosta de pescar. Quando não vente muito ou, ao contrário, esteja quente demais, nem haja mosquitos para atrapalhar. Vida difícil, a de pescador. Encontrar as condições ideais constitui-se em tarefa hercúlea. Seu passatempo preferido é mesmo navegar. De preferência, sem rumo certo. Para não se apressar, sentir ansiedade capaz de estragar o trajeto. Enquanto anda sem saber aonde vai, saboreia a enganosa sensação de liberdade. Não é dia de trabalho, a companheira nada pediu do mercado, ele tampouco necessita dos corriqueiros bens de consumo no momento. Um livro, quem sabe? Livros permanecem artigos de primeira
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necessidade, apesar de tantos incrédulos apegados à escravidão da informática. Não! Hoje, nem as livrarias o tiram de sua rota onírica. Quer manter-se pronto para o que der e vier. Opa! Cuidado! Acredita estar sendo observado. Os seres livres vivem assim, constantemente ameaçados pela repressão coletiva de governos, de seus congêneres desumanos, de convenções, de preconceitos, do diabo a quatro. Triste hora para divagar sobre política. Homens públicos insensatos dizem e cometem asneiras sem fim, de modo tresloucado. Que país será esse de tamanha irresponsabilidade? País? Talvez se trate de mera província. Condizente com a decantada mentalidade provinciana, tacanha, medíocre. Certa vez, o tipo ouviu dizer “petit pays, petit esprit”.
Partindo desse princípio, quanto maior for, maior a ignorância. À beira da insanidade. Conclusão das mais lógicas. Lógica para quê? Em terra de ilógicos, quase só de lojas vive o homem. As divagações não têm limite. Ao divagar, vai-se longe. Exatamente o que ele quer. Ir bem longe, no tempo e no espaço. Eis que pousa, a seu lado, um pássaro azul celeste metálico. Qual será seu cantar? Lembrança fugidia da infância vem-lhe súbito. Outro pássaro ou outro canto ou... Canto de sereia! Isso mesmo. Não tem dúvida. Paixão soterrada nos confins da memória adormecida. A cor azul celeste provém do vestido que ela usava no baile do colégio. Metálico era seu coração, que ignorou os versos de amor do aprendiz de poeta.
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Tolice, porém, rememorar tal desfeita. Vieram mais festas, brotaram novas paixões e amores correspondidos. Retomando o passo, o caminhante segue firme em sua perambulação. Pronto pro que der e vier. Sempre! Sol e lua revezam-se, a trazer luz nessa caminhada. De vez em quando a mente embota, mas por fenômeno natural. Existem manchas solares, bem assim na superfície lunar. Basta ler para saber, embora nem toda leitura assegure a devida compreensão. A vida é um desafio. Acabou-se o fim-de-semana. Ou foi o feriado? De volta à cadeira e à mesa no escritório. De volta à poltrona no lar. De volta ao bar, ao cinema, à televisão e a todas as vozes que o circundam, De volta à alucinação cotidiana de poder perambular.
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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM A ESCRITORA SÔNIA REGINA DA SILVA
Sônia Regina Da Silva possui graduação e licenciatura em Letras pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), formada também em Ciências Econômicas pela Universidade Presbiteriana Mackenzie (MACK). É Mestre e Pesquisadora na área de Literatura Brasileira, com especialidade no autor modernista Mário de Andrade, pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). É escritora, poeta e revisora textual em língua portuguesa. É Membro do Grupo de Estudos e Pesquisas “Movimentos Docentes” da UNIFESP (GEPMD/CNPq). Tem participação em duas Coletâneas de Antologias Brasileiras Contemporâneas com os poemas Tempos Difíceis e Um “grito de LIBERDADE”, publicados pela Editora Chiado Books. É autora dos poemas Natureza Mãe, Inquietações da Alma e Quem somos?, publicados pela Revista Literária da Lusofonia Divulga Escritor. É autora dos artigos O Manifesto Antropofágico no âmbito da Identidade Cultural do Brasileiro, publicado pela editora da Universidade Estadual Paulista (UNESP) e Ensino Híbrido: estamos aptos para esse novo desafio?, publicado pela V&V Editora. É autora de Resumos de Pesquisa Acadêmica intitulados Um Olhar sobre as propostas do Manifesto Antropofágico Brasileiro, publicado nos Anais da Associação Brasileira de Literatura Comparada (ABRALIC) e A Ética e a Moral segundo as alegorias do personagem Macunaíma, publicado nos Anais do V Seminário de Estudos Linguísticos e Literários (SELL), do Programa de Pós-Graduação (PPG) em Letras da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). E, recentemente, autora do conto O Mistério da Casa Amarela.
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O Mistério da Casa Amarela
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iz a lenda acerca da Casa Amarela, situada em Ovar, Portugal, que há mais de dez anos um jovem empresário luso de sucesso, ao fracassar no mundo dos negócios, suicidou-se neste recinto. E, a partir daí, até os dias de hoje, esta casa nunca mais foi habitada. Passaram-se anos, e a mansão, desde sempre, foi alvo de olhares curiosos e amedrontados pelos vizinhos da região. Essas pessoas, que moravam tanto em frente quanto ao lado da casa, relatavam sentir certo pavor, arrepios, quando somente a observavam pelo lado de fora. Era como se a casa observasse cada vizinho, adentrando profundamente no interior de cada um deles, dando a impressão de que conhecia os sentimentos, os pensamentos e os segredos ocultos daquelas pessoas do que elas próprias pressupunham de si mesmas. A aparência externa da casa era de puro abandono, primeiro, por ser muito antiga, e, segundo, por que estava com as paredes envelhecidas demais, mediante rachaduras causadas por infiltrações de água, consequentemente, apresentando uma pintura desgastada, manchas escuras com aspectos de vultos (imagens e sombras enigmáticas) infiltrados em suas paredes, além de um sinistro jardim, composto de plantas entristecidas, sem o menor viço; e, ainda, havia estátuas de cobre envelhecido, corroídas pelas intempéries do tempo, apresentando-se algumas sem pescoço e cabeça ou com cabeças e olhos, marcadamente, esbugalhados. E quando não, essas esculturas eram de olhares, fortemente, penetrantes. Assim, era tudo muito assustador e alucinante...! Desta forma, a mansão destoava intensamente das demais residências que a circundavam, gerando motivos para muitas especulações.
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Os vizinhos por hábito, movidos pelo medo, em decorrência da aparência sinistra da casa, recolhiam-se em seus aposentos por volta das sete horas da noite, período no qual não se avistava pelas ruas, pelos parques e mosteiros, pelos Castelos dos Jerônimos e pelas Torres de Belém, etc, nenhuma viva alma. Ouvia-se, sempre e intensamente, ruídos produzidos pelo vento, pelo balanço das gigantescas árvores e de pequenos velhos arbustos, abaixo de mais ou menos seis metros, escurecidos pelo negrume da noite, que estavam próximos a casa. Desta maneira, eram muitas as indagações acerca da Casa Amarela, pairando-se no ar o que poderia ocorrer de fato no recôndito dessa antiga e sombria residência, assustando a todos os moradores pelo imaginário, em virtude também da visão externa que se tinha deste domicílio. Mas, ninguém sabia de fato descrever sobre o Mistério da Casa Amarela. NINGUÉM!!...NINGUÉM!!... Entre os moradores mais jovens, havia um garoto de quinze anos chamado Clink, que estava passando suas férias em Portugal. O rapaz era muito extrovertido e, ao mesmo tempo, curioso acerca de assuntos voltados a forças e entes sobrenaturais, enfim, à paranormalidade. Este jovem americano, muito observador e destemido, possuidor de um Q.I (índice de inteligência) superior ao dos outros meninos da vizinhança, passava as suas horas vagas a brincar de caça-fantasmas. Ele, com toda a sua ousadia, decidiu invadir a tão temida Casa Amarela, a fim de desvendar o mistério existente há anos em torno da mansão. Ao invadi-la, percebeu que teve a sua entrada facilitada para os compartimentos mais secretos da residência. E, em direção a um ar-
repiante e escuro corredor, frio como um freezer, cheirando a mofo, com teias de aranha, cujo ambiente estava impregnado por uma substância viscosa a escorrer do teto escurecido, rumo às paredes com enormes rachaduras, infiltrando-se, ao descer destas paredes, no solo negro e esburacado do chão, uma voz se sobressaiu num ritmo cantado e monótomo: - Cliiii-iiiink!!! O garoto mais que depressa, pela primeira vez, teve a sua respiração suspensa pelo medo e, em seguida, ouvi um rangido de portas: - Nhéqueeee...Nhéqueeee!!! Mas, tudo parecia normal com as portas! E, logo depois, ouvia-se outros sons como batidas, oriundas de forma simultânea das oito portas existentes naquele assombroso corredor, escutando-se de fato: - Toc, toc, toc, toc...Toc, toc, toc, toc...Toc, toc, toc, toc...e gemidos intensos que iam na direção dos ouvidos de Clink como: - Ai!!...ai!!...aiiii!!...aiiii!!...Ui!!... ui!!...Uiiii!!... Clink estava profundamente imerso há horas naquele ambiente de vozes alucinantes a sussurrarem ao pé de seu ouvido, além de escutar os constantes rangeres de portas e as batidas nas mesmas, existentes naquele “corredor do medo”. E, como se não bastasse, o jovem ainda permanecia acometido por outros assombros da Casa Amarela. Logo, foi importunado pelo som de uma antigo relógio, que estava à sua direta, dependurado no interior de uma pequena saleta, próxima ao corredor, com a reprodução de um barulho perturbador em seu ouvido como o Tiiiic-taaaac...Tiiiic-taaaac...Tiiiic-taaaac!!! E, assim, sucessivamente, outros ruídos o inquietavam como o som lento em dois tempos da campainha, que ressoava com
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o estridente barulho do Diiiing Doooong!!!...Diiiing Doooong!!!... Diiiing Doooong...!!!, mediante súbitas risadas Ahahah!...Ahahah!... Ahahah!, que vinham da porta de entrada da mansão. Mas, o que poderia ser isso tudo?! De onde viriam tantos sussurros, os rangeres de porta, as risadas?! Pois, o rapaz mantinha, a todo instante, seu corpo paralisado ao mesmo tempo em que seu suor escorria como “bica d’água”, e seus pensamentos pareciam congelados naquele instante. Os olhos de Clink estavam estatelados, ressecados e não respondiam ao menor sinal de movimento para observar tudo ao seu redor, e sair correndo da casa naquele mesmo instante. Assim, o jovem por não resistir aos barulhos infernais e assombrosos, ocorridos na escuridão daquele compartimento da casa, o sinistro corredor, caiu sobre o solo, e o eco de seu tombo resvalou para todos os cantos da residência com um simples som Paft!!!... paft!!! Tudo era muito intrigante diante do Mistério da Casa Amarela. O que realmente de fato estava acontecendo com o rapaz...?! Que vozes seriam aquelas...?! A qual lugar pertenceria esse tão misterioso cenário, ao mesmo tempo, tão macabro?! – Não se sabe! Aliás, NINGUÉM SABIA...! Quem é Clink de verdade...?! Estaria ele fugindo de si mesmo, mediante sua própria imaginação macabra?! Ou temos um jovem rendido a situações pavorosas, ocorridas de fato no interior daquele recinto, quando busca desvendar os mistérios da Casa Amarela?! Ou, então, será a Casa Amarela o encontro implacável com a nossa pavorosa inconsciência?! Ahahahaaa!!! Quem sabe?! Pois, há muitos mistérios a serem desvendados no recôndito daquela casa...! 67
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José Sepúlveda
O Menino
Ai, Menino
Belém Efrata está alvoroçada! O povo se aglomera em todo o lado Cansado por aquela atroz jornada Atravessando o monte e o valado
Aí, Deus‐Menino, desces lá dos céus Aonde eras louvado em cada dia E vão te colocar os filhos teus Para nascer em rude estrebaria
A jumentinha mansa, fatigada, Cansada, quase que perdia o tino, Trouxera nessa sua caminhada A mãe e, no seu ventre, o seu menino
Um burro e uma vaca te aqueceram Naquela noite longa, escura, fria Franzino o pai, se as lágrimas vieram, Com grande amor te olhava e te sorria
Mas ao chegar feliz, pra seu espanto, Os dois não encontraram um recanto Aonde pernoitar, pela cidade
Nem reis nem sábios na gruta estiveram... Presentes p’ra te dar pastores trouxeram Com gestos de humildade, amor profundo
E numa manjedoura, entre animais, No aconchego santo de seus pais, Nascia o Salvador da humanidade
E nesse sítio próprio de animais Sem lágrimas, lamentos, tristes ais, Nascias tu, o Salvador do mundo!
José Sepúlveda
José Sepúlveda
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Feliz Natal
Naquela noite
Neste Natal, a voz do pensamento Irei lançar ao vento num clamor E tu vais ser o eterno sentimento Que guardarei no peito com amor.
Naquela noite havia entre os pastores A sensação de que algo acontecia Cruzavam-se as notícias, os rumores, Que o jugo do seu povo acabaria.
E a luz do teu olhar em movimento, Rasgado pelo tempo e pela dor, Vai ser no nosso eterno firmamento A estrela que irradia luz e cor!
Havia agitação entre o rebanho; E ouvindo cada ovelha que balia Os cães corriam num labor tamanho À volta do rebanho nesse dia.
Vem-me abraçar! No nosso sapatinho Só quero o teu amor... E o teu carinho Irradiará na pruma do pinheiro!
Era já tarde. À volta da fogueira, Enquanto vigiavam noite inteira Envoltos no silêncio mais profundo,
E num abraço puro e singular, No teu olhar meus olhos vão brilhar E então vai ser Natal o ano inteiro!
Um anjo lá no alto anunciava Que nessa noite fria e agitada Nascia em paz o Salvador do mundo!
José Sepúlveda
José Sepúlveda
Noite de natal
Jesus chorou
Dobrei aquela esquina. Ali num canto, Um pobre vagabundo mais um cão... Olhei com atenção... P’ra meu espanto, O cão comia, o vagabundo não!
Naquele tempo, lá na Galileia Andava S. José, o carpinteiro, A trabalhar com a sua alma cheia De graça e de louvor o dia inteiro.
Nos olhos seus não vi temor ou pranto, Não senti dor, tristeza ou solidão... O vagabundo olhava-o com encanto, O cão lambia alegre a sua mão...
E sempre que descia p’rá cidade Para se abastecer de pão, de vinho, Um presentinho havia na verdade Que S. José comprava p’ra o menino.
Ao longe, na mansão iluminada, Ouviam-se cantar na madrugada Cantigas de louvor ao Deus-Menino.
Um dia, do presente se esqueceu... Jesus, ao vê lo, para si correu Gritando: - O meu presente? - E o abraçou!
E o vagabundo olhava entre as estrelas, Agradecendo ao cão as coisas belas E a prenda que lhe pôs no sapatinho.
E o pai, chorando, disse com carinho: - Perdoa, não o trouxe, meu filhinho! E reza a lenda que Jesus chorou...
José Sepúlveda
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José Sepúlveda
Vi uma estrela
Maria... Maria, esse Menino que pariste Naquela rude e fria estrebaria Anda por ai vagueando, amargo e triste, E chora ao ver cumprir-se a profecia...
Se o brilho dessa estrela não viesse A aparecer no céu, no infinito, Talvez numa choupana não nascesse Esse Menino, humilde, mas bendito.
Hossana nas alturas! Ele existe, Ondula pelas ruas cada dia Chamando, proclamando... e não desiste De um mundo novo em paz e harmonia.
Talvez a sua mãe não padecesse E não soltasse o acutilante grito, Ao vê-lo numa cruz, p’ra que morresse, Por todos nós, conforme foi predito.
As novas desse humilde nascimento Que um dia receberam noite dentro Pastores que cuidavam do seu gado São réstias de esperança na cidade, Prenúncio duma vida em liberdade Aonde não exista mais pecado! José Sepúlveda
Talvez não fosse nada, se diria, Mas quis o Deus bendito, nesse dia, Fazer brilhar a estrela lá no céu. E nessa noite escura, triste, fria, Naquela tão singela estrebaria, Esse Menino, ali, por fim, nasceu. José Sepúlveda
O Velhinho
Prece de Natal A neve, já não é tão branca e pura, E a gente já não pode ali brincar Uma criança olha-a com ternura Com lágrimas sofridas no olhar. Ruas vazias, sem ser enfeitadas, Nas lojas já não há tanta alegria, Mesmo as escolas todas são fechadas, Qual fruto desta enorme pandemia.
Porquê dormir na rua, meu amigo? Não tens família? Que é feito do teu lar? Vem, vem comigo, eu te darei abrigo À casa do meu Pai te irei levar. - Eu sei que não sou digno de perdão. Quando criança, fui muito feliz, Perdi-me nesta grande confusão Dizia, olhando os olhos do petiz.
Dezembro e o Natal quase a chegar, O frio do outono a anunciar O mês em que nasceu o Salvador.
- Terás uma família e neste dia Irás sentir mais paz e harmonia Pois Deus, o Pai, não te abandonará.
Jesus, vem renovar nossa esperança, Faz-nos viver os sonhos de criança E leva a pandemia, por favor!
- Segura a minha mão. – …E com carinho Levanta-se e acompanha o bom velhinho Confiante no raiar do amanhã.
Rosa Maria Santos
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DIVULGA ESCRITOR Quando o Menino chegar
Quando o Menino Chegar…
Quando o Menino chegar, Espero que o silêncio não vença, Pois está na hora de o coração do mundo aconchegar, Acreditar que a esperança renasça.
Quando o Menino chegar, com a estrela guia Vão chegar os Reis Magos, fazer companhia Vão descer dos céus os Anjos em seu louvor E o mundo vai iluminar-se, com a luz do amor!
A luz dos dias difíceis parece cegar, Tempo tão difícil de descrença, Existe quem chega a alegar, Que não há –de fazer diferença.
Menino Jesus, protetor de todo o Reino cristão Traz bondade, caridade, e amor no seu coração Em cada Natal, recordarmos o seu nascimento Mas o resto do ano, Jesus é vida no pensamento!
Acredito que em seus braços há que navegar, Sentir a sua presença, Só ele sabe a esperança carregar, Com a sua omnipresença.
Há uma estrela muito mais brilhante na escuridão Anunciando que o menino chegou da imensidão Há orações nas nossas casas, com as mãos no ar Nasceu o menino, que há de nosso mundo salvar!
Catarina Dinis Pinto
Maria José Guimarães
Nasceu-nos um Salvador! ERA NATAL
Anjos me abordaram!
Era Natal, diziam... A rosa brava florescia... O menino e sua mãe, Maria, na manjedoura dormiam. Chegou o Jesus Menino a estrela d`Alva o iluminou... Sua mãe com o manto o tapou a sua boca sorria, era tão pequenino... Menino Jesus tão belo pobre e pequenino neste mundo tudo está mal mas Jesus veio para nos salvar... Na gruta de Belém havia festa, os sinos tocavam de alegria José e Maria a todos acolhiam dando as boas vindas aos pastores, reis, anjos e querubins... Mary Horta
Eram tantas as Estrelas que no céu vi a cintilar mas como era bom vê-las embora não as pudesse contar. Depois de tanto olhar meus olhos se cansaram Anjos me abordaram segredando-me para rezar. Rezar ao Deus Menino que em Belém nascia sobre uma manjedoura tão pobre, mas que nos adoraria. Fiquei tão espantada n’outros tempos que já lá vão minhas mãos e cara enrugadas parecia de outra geração.
É Natal, porque um salvador nos nasceu… uma estrela brilhou, o mundo estremeceu! Esperavam um Salvador de elite, mas uma humilde criança nascida numa manjedoura, foi mensageira da Paz e da Esperança de um mundo vindouro. O mundo não entendeu que Ele é a Paz a vida e o amor! E continuam fazendo guerra, em nome do salvador. Teresa Costa
Ilda Ruivo
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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM COM A ESCRITORA ROSA MARIA SANTOS
A Prenda de Natal
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uizinho olhava fascinado a enorme caixa que estava à sua frente, ali, pousada no chão do salão. Poucos dias faltavam para o Natal. As aulas terminaram no início da tarde. Ao entrar em casa, deparou- se com aquele embrulho enorme! Rodou, rodopiou à sua volta, passou a mão sobre o papel pardo em que estava envolto. De seguida, apalpou aquela massa bruta, coçou a farta cabeleira loura cacheada e uma das suas madeixas caiu-lhe sobre o rosto, tapando-lhe aqueles olhos cor de azeitona que não paravam de brilhar extasiados, quais pirilampos em noites soalheiras de verão. Sem desviar o olhar um só segundo, cogitava com os seus botões:
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Deve ser para o paizinho. Ferramenta especial, Ou, quiçá, p’ró avozinho Que aqui vais estar no Natal. Só gostava de saber Para quem é a prendinha, Ai, se eu a pudesse ver! Vou perguntar à Mãezinha. P’ra mim não é certamente, Mas que grande confusão, Tudo isto, certamente, Me confunde o coração.
- Será que é alguma prenda especial para o paizinho? Caramba, mesmo que o seja, porquê esta vontade em abrir o embrulho. E se o abrisse? - Bem, a mãezinha não ia gostar mesmo nada. - Mãezinha – chamou Luizinho em alta voz. Ao ouvir o grito e pensando ter acontecido algo, a mãe correu até ele tentando inteirar-se do que se estava a passar. - Sim, querido, o que aconteceu? Deixaste-me aflita. - Desculpa, mãezinha, não era essa a minha intensão. Mas diz-me, por favor, morro de curiosidade. O que está dentro deste embrulho enorme?
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- Cruzes, Luisinho, venho eu a correr escada abaixo aflita, chego e constato que afinal apenas tens curiosidade em saber o que está dentro dessa caixa? Só mesmo teu, miúdo! Não é nada de importante. Mais logo, tu mesmo irás descobrir. Não te deixes levar por tanta curiosidade. - Só mais logo, mãezinha? Não posso saber agora? - Não deites tudo a perder, filhinho, a curiosidade não é boa conselheira. Se a mãezinha diz que mais logo vês, é porque só mais logo é o momento apropriado. Não penses nisso agora, vai brincar com o Sevilar que te espera e não para de ladrar. Vai ter com ele e corre pelo jardim, para ganhares apetite para a refeição que estou a preparar. Lá fora, Sevilar, batia o rabito e latia de contente, correndo de um lado para o outro com a bola bem presa na boca.
- Espera aí, Sevilar Respondia-lhe o menino Já vou contigo brincar, É só mais um minutinho. Com os olhos nessa caixa E o pensamento agitado, De repente, ele se agacha E ali cai desamparado. Quando o viu ali no chão Sevilar vem junto dele E presta sua atenção Dando-lhe beijos na pele. A Mãe, quando assim o viu, Cuidou de ver seu Luizinho. - Não é nada! – retorquiu Com um gesto de carinho. - Até mais logo, querido… E não sejas curioso, Vai ver que isso faz sentido E cria em nós grande gozo.
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- Vai lá brincar com o teu amiguinho. Mais logo, depois da hora do lanche, prometo que vou abrir o pacote e dar cabo dessa curiosidade – disse com um sorriso, enquanto lhe afagava a longa cabeleira dourada. - Mãezinha, porque não abres agora, eu prometo que de seguida irei brincar com o Sevilar, para o jardim e não te importunarei mais. - Sabes? Quando eu era criança, também era curiosa como tu, impaciente e incorrigível. Com o passar dos anos mudei e aprendi a ser paciente. Aprendi que cada ato da vida tem o seu tempo e que há que respeitar cada momento. O mundo não gira apenas ao redor de cada um de nós, querido. Com o tempo, também tu vais aprender, sobretudo, a dominar a impaciência. - Está bem, mãezinha. Na verdade, esta curiosidade não é boa conselheira. Na verdade, como diz a avó Jacinta, quem sai aos seus não degenera, não é verdade, Mãezinha? - Agora é que tu disseste tudo. Aqui vai mais um dito popular: A curiosidade matou o gato. Regista-o bem nessa cabecinha! – sorriu. - Está bem, mãezinha, percebi. Vou brincar com o Sevilar. Depois da hora do lanche, se achares bem, abrimos o pacote!
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- Vai lá, o cãozito não para de ladrar. - Tá bem, tá bem! – cochichou para consigo – Mas se fosse eu a mandar, aquele pacote já há muito tinha sido violado e matado a minha curiosidade. - Ahhhhhh – gritou a mãe, que ouvira o cochicho dito em surdina - Só mesmo tu para me fazer rir, és incorrigível! Luizinho afasta-se e chama Sevilar, enquanto sai porta fora a resmungar inconformado. Logo a mãe lhe diz: - Resmungão! Se continuas nessa ladainha, ainda acabo por não abrir o pacote, para que aprendas a aprenderes a ser paciente e obedeceres aos conselhos da mãe. - Não, não! Tu prometeste e o prometido é devido. Era isso que dizia o avô Anselmo quando nos reuníamos na casa da avó Delfina.
- Vem comigo, Sevilar, Vamos brincar no jardim. E logo, em seu cochichar - Isto dá cabo de mim! E já Sevilar corria Entre acácias e jasmim Ladrando com alegria. Como era bom vê-lo assim! Pensativo, sentadinho, Lá via o tempo a passar, E a pensar no pacotinho, Sem vontade de brincar. E eis que a hora chegou! Saltou p’ra casa a correr E logo o lanche tragou, Mesmo sem lhe apetecer
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Espantada com essa agitação, a mãe olhava-o sem querer acreditar no que estava a assistir. Então, encarou-o e disse-lhe: - Come devagar, miúdo, ainda te engasgas! Não há pressa, temos todo o tempo à nossa frente! - Ai não que não há – respondeu – Estou ansioso por descobrir o mistério que encerra esse grande pacote – disse, apontando para ele. Para o acalmar, a mãe pegou na tesoura e cortou a bela fita que envolvia o famigerado embrulho. Com os olhos arregalados, Luizinho pediu: - Mãezinha, deixa-me ser eu a abrir. Sevilar, o pequeno canino, corria de um lado para o outro no salão atrás da sua bolinha preferida. Quando finalmente Luizinho rasgou o papel que envolvia a enorme caixa, exclamou com surpresa: – Eh, lá! Uma árvore de Natal! Como é grande e linda, mãezinha! E o que vamos fazer à árvore do ano passado? – perguntou. - Não fiques preocupado. Como já não íamos precisar dela, dei-a à mãe do Chiquinho, que não tinha nenhuma. Seria um desperdício deitá-la ao lixo quando podia alegrar aquela casa. - Que bom que tomaste essa iniciativa, mãe. Afinal, já não nos serve. Faz o mesmo com as roupas e calçado que me deixaram de servir. Podem ser muito úteis ao Chiquinho que é um pouco mais franzino que eu. – Logo vamos os dois escolher algumas roupas, sim. Por agora, vamos fazer a nossa árvore de Natal filhinho? - Vamos, sim, Mãezinha. Estou muito feliz. - Então, vamos a isso. Vem ajudar-me. Este ano vai ser bem diferente.
- Compraste enfeites novos, mãezinha? Olha bem como este bonequinho sorri para mim. - Só tu, Luizinho, os bonequinhos não têm vida! - Se o dizes. Mãezinha, vou acreditar, mas que parece mesmo sorrirem para mim, lá isso parece. … A noite chegou, as luzes da árvore foram ligadas. - Que beleza! – dizia Luizinho esfuziante de alegria. Era a magia do Natal que transparecia no lugar. Os pequenos adereços pareciam convida-lo a interagir. A alegria refulgia do seu olhar de criança. Passado algum tempo… - Luizinho, está na hora de descansar, – chamou a mãe – não podes ficar para aí a olhar, como se um boi para um palácio, como diria o teu avó – gracejou. Na verdade, a criança sentia-se mesmo cansada. Fora um dia inteiro de muita espectativa. Assim, deitou-se e, cansado, adormeceu… e sonhou…. - Bem-vindo ao Reino da Árvore Mágica, aonde tudo acontece. … E aconteceu… Feliz Dia de Natal, Jesus nasceu em Belém Numa gruta surreal Junto do pai e da mãe Pela vontade divina Quis Sua vida entregar Pela gente peregrina Que sempre aprendeu a amar. Haja paz e união E alegria no Senhor, Um gesto de gratidão Pelo seu tão grande favor! Rosa Maria Santos
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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM A ESCRITORA FABIANA JUVÊNCIO
ABUSO SEXUAL E DIREITOS HUMANOS: encontros e desencontros nas políticas de formação docente
Construção inicial O conceito de “abuso” para o pesquisador Costa (2003) em seu sentido literal de abuso e de maus-tratos com destaque ao “prevalecer-se de aproveitar-se, praticar excessos que causam ou podem causar dano”, assim como o uso de palavras para desqualificar, ridicularizar, fazer zombarias, injúrias, insultos, “usar mal ou inconvenientemente de qualquer situação de superioridade de que se desfruta” e exceder-se em limites que ultrapassam o respeito pelo outro. Nesse sentido ressaltamos que a violência Sexual contra adolescentes deve ser definida como “todo ato ou jogo sexual, relação heterossexual ou homossexual entre um ou mais adultos e um ou mais adolescentes, tendo por finalidade estimular sexualmente este adolescente ou utilizá-lo para obter estimulação sexual própria ou de outra pessoa” ainda segundo a mesma autoria. Vale a pena refletir sobre alguns mitos que acompanha a problemática da violência sexual em menores. O primeiro deles, e talvez o mais difundido entre o senso comum, trata a violência sexual con76
tra adolescentes como um fenômeno raro e restrito às camadas mais desprestigiadas da população. Ao pensar desta forma muitas pessoas se enganam; as estatísticas mostram que a incidência de violência sexual tem aumentado bastante e sua ocorrência não concentra-se apenas à população menos favorecida, mas. estatisticamente essa camada da população notifica em maior número a situação de ocorrência aos órgãos competentes (AZEVEDO; GUERRA, 1989). Portanto, para que possamos proteger nossas crianças e adolescentes da situação de risco e dos maldosos abusadores se faz necessário o crescimento de ações abusivas com engajamento dos órgãos competentes. Compreende-se que menores vitimizados pela situação de abuso podem acarretar consequências imensuráveis para a vida escolar e, consecutivamente, distorcer todo o trajeto acadêmico da mesma. “A noção de trauma cumulativo enfatiza a toxicidade do ambiente de ensino que falha em reconhecer o abuso de estudantes ou considerá-los inconsequentes” (COSTA, 2003).
Tessituras teóricas A família desempenha um papel de destaque neste processo, uma vez que constitui o primeiro sistema social no qual o ser humano em desenvolvimento interage. Além do provimento de bens, sustento, educação informal e preparo à educação formal, os cuidadores são responsáveis pela transmissão de valores culturais de diversas naturezas, tais como, religiosos, morais, tradicionais e acadêmicos. A dinâmica do grupo familiar pode ser considerada a mais poderosa no desenvolvimento dos repertórios básicos de comportamento da criança. A família influencia o desenvolvimento do senso de cooperação e reciprocidade das crianças, quando se mostram sensíveis e responsivos às suas necessidades. Nesta perspectiva, o sentimento de pertencimento e a percepção de ser amada fortalecem a expectativa de apoio percebida e recebida dos cuidadores reduz a angústia da criança (BRITO e KOLLER, 1999). Entretanto, nem sempre os cuidadores comportam-se de forma
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Finalizando a discussão
protetora e as situações de risco experimentadas pela criança podem ocorrer dentro do sistema familiar. Pesquisas apontam que 80% das ocorrências de maus tratos contra crianças e adolescentes são perpetradas no ambiente doméstico (OLIVEIRA; FLORES, 1999). O perpetrador utiliza-se do poder, da relação de confiança e/ou força física para colocar a criança e ou adolescente em situações para as quais não possui condições maturacionais biológicas e psicológicas de enfrentamento (FERREIRA; SCHRAMM, 2000, FURNISS, 1993). Em geral, os perpetradores do abuso sexual intrafamiliar são pais, os padrastos, os tios, os vizinhos, entre outros parentes. Apesar de a maior incidência ser ocasionada por homens, estes não são os únicos. Mesmo que, “na violência sexual doméstica, as vitimações ocorram no território físico e simbólico da estrutura familiar onde o homem praticamente possui o domínio total” ainda segundo mesmos autores. Os relatos das vítimas revelam ameaças e agressões físicas sofridas durante o abuso sexual, bem como sentenças depreciativas utilizadas pelo agressor. Estas também referem testemunhar agressões físicas entre os pais e demais membros da família. A violência gera um ambiente, no qual predominam os sentimentos de medo e de desamparo que contribuem para que o abuso sexual seja mantido em segredo pela própria vítima e por outros membros da família que, em
alguns casos conhecem a situação, mas não a denunciam de acordo com os mesmos pesquisadores. O processo de criação do Estatuto da Criança (ECA), na década de 90, marcou o surgimento da concepção da criança e do adolescente como sujeitos de direitos, seres integrais em desenvolvimento, deixando para trás a noção da criança em situação de risco como “menor”, tutelado pelo estado. Defesa para trás a noção da criança em enfrentamento a violência contra crianças e adolescentes vêm aumentando, através de mecanismos de atenção e controle, como Centros de Defesa, Conselhos tutelares, Ministério Público, programas de atendimento sintonizados com esta nova doutrina, a Doutrina da Proteção Integral à Criança e ao Adolescente (BRASIL, 1990). O sistema de garantias dos direitos da criança e do adolescente consiste em um conjunto de órgãos encarregados de assegurar a implementação das leis de proteção de crianças e adolescentes. Entre eles estão os conselhos tutelares, as delegacias especializadas em crimes contra a criança e o adolescente, o Ministério Público, as varas da infância e juventude, a Defensoria Pública e os centros de defesa. Ao notificarem os casos de abuso e acompanharem o desdobramento da denúncia, os educadores interagem com esse conjunto de instituições, o que certamente contribui para que esse sistema funcione e fortaleça a rede de proteção da criança e do adolescente (BRASIL, 1990).
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Após a reflexão apresentada sobre crimes sexuais perpetrados contra menores foi percebido que a invisibilidade das questões de violência sexual no segmento Educacional encontra-se, também relacionada às dificuldades no trato das temáticas da sexualidade. P o r tanto, acreditamos que há necessidade da elevação de pesquisas sobre o fenômeno do abuso sexual contra menores (crianças e adolescentes) com a prevalência, desdobramentos legais e educativas para desdobramento contributivo na relação docente e de seu discente considerando vitimado ou não. Considera-se, também como ação de engajamento e apoio a criação de equipes multidisciplinares, capazes de lidar com fatores adversos acerca dessa temática.
REFERÊNCIAS AZEVEDO, M. A.; GUERRA, V. A. A violência doméstica na infância e na adolescência. São Paulo, SP: Robe editora, 1989. BRASIL. Lei n° 8.069 de 13 de Julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente, e dá outras providências. Legislação Republicana Brasileira. Brasília, 1990. Disponível em: <www2.camara.gov.br/publicacoes/internet/ publicacoes/estatutocrianca.pdf>. Acesso em: 25 jan. 2008. BRITO, R. C.; KOLLER, S. H. Desenvolvimento humano e redes de apoio social e afetivo. In: CARVALHO, A. M. (Org.). O mundo social da criança: natureza e cultura. COSTA, L. S. M. Abuso no curso médico e bem-estar subjetivo. 2003. Tese (Curso de Doutorado em Psicologia Social) - Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2003. FERREIRA, A. L.; SCHRAMM, F. R. Implicações éticas da violência doméstica contra criança para profissionais de saúde. Revista de saúde pública, v.34, n.6, p.659-665, 2000.
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Destaque para lançamentos da Editora AGE FORTUNA: SAGAS DO DESTINO Autor: Felipe Daiello Valor: R$ 47,00 A nova trilogia do experiente escritor, Felipe Daiello, tem início neste livro. O romance revive os tempos de expansão marítima, protagonizado pelos portugueses e espanhóis. Aventura, história e ação encontram- se entre em um texto que demonstra a experiência do autor e a capacidade de manter o leitor no rumo ao próximo ato. Link para compra: https://www.editoraage.com.br/Categoria/fortuna--sagas-do-destino-1970/p
PRATA É O NOVO PRETO – CONTOS DE FICÇÃO CIENTÍFICA PARA O SÉCULO XXI Autora: Luelyn Jockymann Valor: R$ 42,00 Naves espaciais, androides e extraterrestres são os protagonistas dos oito contos leves que prendem facilmente a atenção do leitor, escritos por Luelyn Jockymann. Porto-alegrense, jornalista e médica-veterinária, a autora lança seu primeiro livro, resultado do retorno à cidade natal que a fez revisitar contos inacabados. Quem ganha com a volta de Luelyn são os leitores interessados em ficção científica. Link para compra: https://www.editoraage.com.br/Categoria/prata-e-o-novo-preto-contos-de-ficcao-cientifica-para-o-seculo-xxi-1953/p 78
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VOOS E ACROBACIAS Autor: Sergio Machado Valor: R$ 47,00 Experiências como piloto, instrutor de voo e administrador do Aeroclube do Rio Grande do Sul, são algumas das histórias contadas por Sergio Fraga Machado no livro Voos e Acrobacias: memórias e revelações de um apaixonado pela aviação. A obra é um prato cheio para os entusiastas da arte de voar, trazendo relatos e crônicas de eventos vividos pelo autor em sua jornada pilotando e formando novos profissionais, além do registro sobre o legado deixado pelo aeroclube gaúcho. Link para compra: https://www.editoraage.com.br/Categoria/voos-e-acrobacias-2a-edicao-1971/p
CONFRARIA UNIÃO COOKS – 25 ANOS DE BOA GASTRONOMIA, HISTÓRIAS E RECEITAS Organizador: Jorge Ferla Valor: R$ 150,00 Um livro de receitas parece ser simples: ingredientes, modo de preparo e imagens ilustrativas. Algo a mais para fechar uma refeição completa? Esta obra tem. Para além de receitas incríveis feitas pelos membros da Confraria União Cooks, o livro conta a história do Grêmio Náutico União, clube sediado em Porto Alegre e conhecido por todos na capital. Link para compra: https://www.editoraage.com.br/Categoria/confraria-uniao-cooks--25-anos-de-boa-gastronomia-1990/p
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ESCOLA DO GRÊMIO: FORMANDO ATLETAS E CIDADÃOS Autor: João de Los Santos Valor: R$ 47,00 Berço de atletas que escreveram a história do Grêmio, a Escola de Futebol do clube tricolor é a mais antiga em atividade do país. João de Los Santos retoma a história tradicional do time gaúcho que formou incontáveis jogadores ao longo dos anos. Depoimentos de personalidades como o presidente Romildo Bolzan Júnior também estão presentes na obra. Link para compra: https://www.editoraage.com.br/Categoria/escola-do-gremio--formando-atletas-e-cidadaos-1976/p
DO ESTETOSCÓPIO À COMPREENSÃO DA VIDA: AVENTURAS E INQUIETAÇÕES Autor: Marcelino Poli Valor: R$ 49,00 Com sensatez e bom humor, o médico porto-alegrense Marcelino Poli traz histórias de vida que falam sobre suas viagens às mais diversas experiências pessoais. Nesta coletânea de textos, o autor demonstra sensibilidade ao encontrar reflexões em situações singulares que, através da narrativa, prendem o leitor. Ciência, cultura e, como descreve o próprio autor, “aventuras e inquietações”, tornam a obra especial. Link para compra: https://www.editoraage.com.br/Categoria/do-estetoscopio-a-compreensao-da-vida--aventuras-e-inquietacoes-1974/p
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Entrevista com escritor
Marcos de Andrade Filho Marcos de Andrade Filho é natural do Recife e atua como professor de literatura, libretista para composição de óperas, poeta, contista, romancista, tradutor e crítico literário. É membro da União Brasileira de Escritores (UBE), da qual já foi Diretor e Vice-Presidente. É membro de instituições Literárias no Distrito Federal e em Pernambuco. Recebeu, dentre outros, o Prêmio Edmir Domingues da Academia Pernambucana de Letras por “SPOLLIVM”, em 2011, como melhor livro inédito de poemas daquele ano, e o Prêmio Maura de Sena Pereira da UBE-RJ por “Fome Antiga”, em 2017. No gênero poema, é autor de “Não Lugar” (Ed. Bagaço, 2005); “SPOLLIVM” (EdUFPE, 2012), “Fome Antiga” (Liceu, 2017) e “Reminiscências de um Legado” (Amazon, 2020). Restaurou libretos históricos de Ópera para a Academia de Ópera e Repertório e escreveu alguns libretos ainda inéditos baseados em grandes obras da literatura nacional. Está preparando novas obras nos gêneros poema, conto e romance. “Navios Cargueiros” (2021) é seu primeiro livro pela Kotter Editorial. Boa leitura!
Cada página é um navio que recebe a carga pesada de um contêiner de palavras em equilíbrio tenso, convulso. Cada poema começa com vírgula ou com reticências, como se tudo fosse um fluxo (des)contínuo de uma mente em colapso, num mundo colapsado.”
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Por Shirley M. Cavalcante (SMC)
Escritor Marcos de Andrade Filho, é um prazer contarmos com a sua participação na revista Divulga Escritor. Conte-nos, o que mais o atrai nos textos poéticos? MARCOS DE ANDRADE FILHO: Como vai? O prazer é meu. O que me atrai no texto poético? É o que atrai no olhar, no sorriso… O que atrai no texto poético é enigma. É a esfinge mirando com olhos de decifra-me e dentes de devoro-te. É esse mistério de quem, finalmente, afastou um pouco as nuvens que estavam sobre um santuário. O que atrai e encanta é o poder que Drummond soube traduzir tão bem quando o definiu como “poder de Palavra e poder de Mistério”, sabe por quê? Porque a letra, a palavra, a frase, a fôrma da forma são guias de uma grande iniciação. Elas nos provocam, nos incitam, nos enredam num drama cujo objetivo é encontrar uma câmara nunca antes adentrada em nós para, ali, operar uma alquimia profunda chamada Poesia. É isto que me atrai no Poético: o Mistério à vista, o claríssimo enigma. Em que momento se sentiu preparado para publicar “Navios Cargueiros”? MAF: Nunca! (risos) Quem disser que está preparado ou mente ou já morreu de ilusão. No máximo, eu senti que estava na hora de ousar me liberar de uma tarefa sempre inconclusa. Porque, se você não ousa, você nunca publica nada! A Rachel de Queiroz dizia que, quando se está grávido, é imperativo parir. “Navios Cargueiros” foi meu terceiro livro escrito, mas o quinto a ser publicado. Dois livros publicados antes dele – Fome Antiga (2017) e Reminiscências de um Legado 82
(2020) – foram escritos depois de “Navios Cargueiros”. No máximo, uma meia dúzia de poemas que tinham o mesmo “ethos” e o mesmo “páthos” de “Navios Cargueiros” foram inseridos durante ou após o processo de feitura e publicação de “Fome Antiga” e de “Reminiscências de um Legado”. Mas a verdade é que eu nunca estive preparado para lançar nenhum de meus livros. Não estou preparado para os próximos, mas vou publicá-los. Gravidez tem limite! (risos). Quais critérios foram utilizados para escolha do título? MAF: Essa pergunta é quase um universal sobre essa obra. Todo mundo pergunta isso! Se eu soubesse, teria usado esse título antes (risos). Para explicar o título, talvez eu precise contar um pouco sobre como o livro nasceu. “Navios Cargueiros” é uma obra de poemas que têm muito de experimentalismo imagético, mas também formal, de linguagem e esse livro funde dois momentos: o primeiro, particular e personalíssimo do ser humano Marcos de Andrade Filho – uma crise epilética que eu sofri em 2017 e que desencadeou um processo de fluxo da consciência dos meus eus líricos acerca da própria poesia, da linguagem como um todo (a área do cérebro afetada era justamente a responsável pela linguagem) e do mundo; o segundo, o turbilhão de transformações sociopolíticas pelas quais o Brasil passa, sobretudo, nos últimos 05 ou 06 anos de sua História. O título “Navios Cargueiros” aponta para o peso da carga no convés do meu cérebro, que convulsiona, e nos ombros do cidadão-Marcos, que encara as convulsões de sua gente, de seu País e de seu mundo. O nome do livro surgiu de uma sensação que eu tive enquan-
to convulsionava: minha cabeça era um convés, que recebia contêineres de sonho e dele saiam os poemas do livro. Cada página é um navio que recebe a carga pesada de um contêiner de palavras em equilíbrio tenso, convulso. Cada poema começa com vírgula ou com reticências, como se tudo fosse um fluxo (des)contínuo de uma mente em colapso, num mundo colapsado. E daí derivam, adernam, quase nunca aportam (risos) experimentos verbais, sonoros, gráficos, visuais que se misturam a uma linguagem que, hoje, lendo a obra com o distanciamento de um pai que vê o filho adquirir personalidade própria, eu vejo que é, sim, uma linguagem impactante ou, no mínimo, que gera certo estranhamento, mas o que é a Literatura, senão um estranhamento diante da linguagem? Você mencionou o imagismo. Quem acompanha sua obra, desde sua estreia com “Não Lugar”, em 2005, sabe que sua Literatura é muito imagética, mas esse imagismo nem sempre é leve ou fácil. Você não acha que, às vezes, seu texto pode se tornar hermético? MAF: Excelente pergunta! O que eu vou dizer agora, certamente, vai soar arrogante, mas, convenhamos, se fosse para ser leve eu faria dieta e não Literatura! (risos) É sério! Se o que eu escrevo for fácil, que diferença faz na vida do leitor? Claro que a ideia não é produzir uma Literatura exclusiva para iniciados, mas, mesmo que fosse, não grande mal nisso. Ser erudito não é ser elitista! Ser exigente quanto à capacidade de leitura do meu interlocutor não é ser pedante, mas é elogiá-lo, reconhecer sua inteligência e demandar dela para que ele veja os mundos sob sempre-novas lentes. Isso não diminui jamais, por exem-
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plo, o valor da poesia popular, da poesia de slam, da poesia letra-de-canção etc., pelo contrário, só reafirma seu valor e sua importância, até porque, quem foi que disse que é fácil ou leve ler Cancão ou Patativa? Quem disse que é fácil ou leve adentrar na imagética de Manoel de Barros ou Mário Quintana? E, de propósito, eu estou mencionando aqui dois poetas populares que se tornaram clássicos e dois poetas eruditos que têm se popularizado muito. Um profundo senso imagético, uma linguagem provocativa não é prerrogativa da poesia erudita não! Se, por um lado, eu me filio a certa erudição, muitas vezes, por outro, será mais fácil penetrar no porão do meu convés do que mergulhar em mundos aparentemente “fáceis” e “leves”, mas que são carga densa! Experimente ler Cida Pedrosa, Luna Vitrolira ou Iaranda Barbosa, por exemplo. De início, parece que você mergulhou numa sonatinha fácil; aí, antes da segunda linha, você leva uma porrada que te derruba de um jeito que, pra levantar, é bem difícil… quando você dá por si, a sonatinha virou Carmina Burana e você que se dê ao desespero. O mais legal é que não dá vontade de sair do inferno em que elas jogam a gente. Adoro essas mulheres minhas conterrâneas. Mas, enfim, tudo isso pra dizer o quê? (risos) Ah! É, sou meio hermético, mas sou sincero (risos). Decifrar imagens é feito amar. É preciso conviver, ser íntimo delas. Um dia, quando o discípulo menos espera, o mestre fala! Mas, você escreveu uma nota de autor, intitulada “Fenda Temporal”, que, de certo modo, prepara o leitor… MAF: Escrevi. Senti essa necessidade, não por achar que o leitor é bobo e não entenderia a obra sem
essa nota. Jamais! Fazendo uma péssima comparação com um gigante, é uma nota na linha “Prefácio Interessantíssimo”. Assim como Mário de Andrade fez em “Pauliceia”, a nota introdutória já faz parte da obra. É inútil, mas necessária. É interessantíssima. Desde o título! Quem entende de cérebro e de navegação já vê ambiguidades interessantes em “Fenda Temporal”… Foi a última coisa que escrevi no livro, mas, depois que escrevi, compraria o livro só para ler essa nota. Tô mandando bem no marketing, né? (risos). Certa vez, o professor da UFPE e crítico literário Lourival Holanda, que acaba de ser eleito Presidente
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da Academia Pernambucana de Letras, escreveu o seguinte sobre você e sua poesia: “Marcos faz parte de uma geração de jovens poetas que não resolvem o descaminho destes dias duros pela paralisação; uma geração que se resigna à não significância.”. Lourival permanece correto? MAF: Entenda uma coisa: Lourival sempre está certo. Quando ele estiver errado, o certo é estar errado (risos). Os dias nunca foram tão duros e a poesia nunca precisou tanto exercer seu papel de arma de resistência e reexistência! A única coisa que torna essa colocação dele, digamos, datada é a expressão “jovens”. Mas, vá lá, vamos entender que juventude é um estado de espírito, 83
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não é? Então, sim. Eu vejo muito dessa fala de Lourival Holanda ainda em mim. Percebo que, em “Navios Cargueiros”, há um olhar que, apesar da dor da doença convulsiva, não consegue deixar de sentir a dor do mundo em convulsão. De fato, não me resigno à não significância. Quando me resignar, já não serei mais nem escritor nem ser vivo, eu acho. E, ao trazer a sua doença para dialogar com a doença do Brasil e do mundo, você não teme que a sua poesia seja alvo, por exemplo, das polêmicas da polarização política que se tem vivido nos últimos anos? MAF: Literatura não é lugar para covardes. Quem tem o que temer são aqueles que, na primeira oportunidade buscam logo calar a Literatura porque, diante dela, eles sim tremem de medo! Eu não faço panfleto político-ideológico, eu faço Poesia! Agora, quem quiser achar que justo a Poesia, logo ela, vai se isentar de colocar o dedo nas feridas do mundo ou não se deixar ferir para sentir a dor do mundo, que procure ler bula de remédio com alguma eficácia para seu mal e deixe a Poesia em paz, vacinada, e bem longe de sua caretice, faz favor! Medo tem quem não resiste a meio verso de um poema na boca do estômago! Você poderia nos apresentar um ou dois dos textos publicados em “Navios Cargueiros”? MAF: Com prazer! Separei dois aqui: um para ler e outro para ver! (risos).
bem, quem está no hospital é o Brasil, desde 2018, tentando convalescer da crise. Onde podemos comprar “Navios Cargueiros”? MAF: Para todo o Brasil, no site da Kotter Editorial, https://kotter.com.br/loja/navios-cargueiros-marcos-de-andrade-filho/ ; para quem está no Rio de Janeiro, o caminho mais rápido é pela Livraria da Travessa, que fica na Rua 7 de Setembro, n. 54, Centro, ou pelo site: e, para que habita o planeta Terra, Lua, Vênus, Marte e adjacências, o livro está disponível pela Amazon. Quais os seus próximos projetos literários? MAF: Temos alguma prosa a caminho. Pelo menos um livro de contos e um primeiro romance estão sendo preparados. Há um segundo romance no rascunho do eixo básico. Claro que, poesia, sempre estará na fila! Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conversar de novo com o escritor Marcos de Andrade Filho, já fazia bastante tempo desde nosso papo anterior, não é? Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores? MAF: Nunca ficou tão evidente que a arte salva, que a Poesia salva, que a leitura salva. Quando levantarem armas contra os escritores e a inteligência de seu povo, lembre que fomos nós que salvamos esse povo que é seu e do qual você é parte. Leia. Leitura liberta; dói, mas Liberta! Leitura salva! Obrigado a vocês do Divulga Escritor e até a próxima! Serviços: Marcos de Andrade Filho no Portal Pernambuco da Enciclopédia Virtual Wikipédia: https://pt.wikipedia.org/wiki/Marcos_de_Andrade_Filho. FICHA TÉCNICA: Título: “Navios Cargueiros” Autor: Marcos de Andrade Filho Editora: Kotter Editorial (Curitiba-PR) Gênero: Poesia brasileira, poesia pernambucana Ano: 2021 Número de páginas: 152 p. Comentário de última capa: Cida Pedrosa Orelha: Iaranda Barbosa Prefácio: Leonardo Leão
Como foi o momento de criação de cada um destes dois textos? MAF: “Convulsão” foi internado, no leito do hospital, em 2017, convalescendo da crise. Já o “Soneto”, 84
Divulga Escritor, unindo você ao mundo através da literatura Quer ser entrevistado? Entre em contato com nosso editorial, apresentaremos proposta. Contato: smccomunicacao@hotmail.com
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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM A ESCRITORA ROSA MARQUES
APÓS A TEMPESTADE
É
admirável a capacidade de regeneração da natureza! Apenas nove dias passados desde a tempestade e a praia já recuperou quase na totalidade a sua fina areia. Como quem solta uma raiva há muito contida, o mar lutou durante um dia e uma noite, com ímpetos de fera embrutecida, e despojou a praia do seu admirável manto dourado, revestindo-a de pedras e destroços. Fragmentou os bonitos acessos de madeira e arremessou-os ao capricho da correnteza. Uma parte considerável das tamargueiras que protegiam e embelezavam as dunas com um pouco de verde ficou com as raízes voltadas para o firmamento. Onde antes havia um brando declive de areia que permitia fácil acesso às dunas, ergueram-se altas e intransponíveis muralhas. O mar transformou todo o espaço da praia, cerca de nove quilómetros, num caos irreconhecível, como prova da sua força, do inquestionável poder que desde sempre exerceu sobre os homens.
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Todos os habitantes da ilha quiseram comprovar com os seus próprios olhos o que as notícias e as fotos publicadas na comunicação social se apressaram a mostrar. A atenção recaiu na zona entre os balneários e o Ribeiro Salgado, severamente afectada. Com maior ou menor intensidade, esta é uma realidade que acontece ciclicamente, mas, na ilha, ninguém tinha lembrança de tal violência e a desolação foi geral. Não faltou até quem afirmasse que a praia jamais recuperaria da brutal catástrofe, com grave prejuízo para a ilha, que vive praticamente do turismo, sendo a praia maravilhosa o principal pólo atractivo. Porém, decorrido pouco mais de uma semana, aproveitando a bonita tarde de domingo, cingida por uma luminosidade cor de prata, as pessoas voltam à beira-mar. Vêm ver de perto, fazer fotografias da praia. Surpreendidas, encontram-na praticamente restabelecida, e os mais incrédulos, geralmente pessoas de fora da ilha, mostram perple-
xidade perante o fenómeno. No entanto, para os ilhéus, este facto não é novidade, pois sabem que o mar leva, mas também traz. O indomável mar do Norte, incansável no seu labor, sempre repõe a areia na praia, aplaina, alisa, e deixa-a tal como era, ou ainda mais bonita. No entanto, as dunas sofrem graves danos, muito difíceis de reparar, sempre que uma situação destas acontece. Em consequência disso,vão minguando de ano para ano, enquanto o mar ganha território. A paisagem respira beleza e serenidade, todavia restam ainda muitos escolhos que o mar vai devolvendo no decorrer dos dias, depositando-os sem pressa ao longo da orla marítima. Ali perto, uma tabuinha flutua, flutua, como que receosa de se chegar à praia. Mais além, um degrau intacto vem repetidamente até à beira da maré, mas, indeciso, volta a envolver-se nas ondas, como se lhe custasse abdicar daquele carinhoso embalo que em terra não encontra. Distinguem-se galhos de tamargueiras encalhados
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na areia, bocados de plástico, garrafas vazias e outras matérias nocivas que o mar arrancou às profundezas, já recobertos de algas e líquenes antigos. As gaivotas sobrevoam baixinho e pausadamente entre as dunas e a beira da maré. Também elas vieram fazer o ponto da situação, talvez saborear a calmaria, porque instintivamente sabem que a uma tempestade quase sempre sucede a bonança ou, quem sabe, simplesmente para escutar o mar, que hoje murmura uma melodiosa canção, como quem deseja ressarcir-se do mal causado. A Primavera já se faz anunciar nos picos cobertos de verde, no matiz das flores silvestres que inundam os campos e no cantar alegre dos pássaros, que, encobertos pela densa folhagem das altas palmeiras junto ao hotel Torre Praia, louvam a nova estação, a paz abençoada que repousa nesta tarde sobre a pequena ilha. (Porto Santo, após a tempestade de 11 de Março de 2018)
GENEROSO SÃO MARTINHO (Quadras soltas) Generoso São Martinho És santo da minha devoção Amigo dos pobres… convertes O frio Inverno em Verão! O Verão de São Martinho Esbanja beleza e ternura Doura a verde colina… no Vinho coloca mais doçura! Vamos celebrar o São Martinho Vamos nos divertir em boa fé Sobre a mesa, castanhas e vinho, Uma generosa caneca de água-pé! Viva o magusto de São Martinho Que aroma e que loirinhas estão As castanhas luzidias, guardadas De propósito para esta ocasião! Nas escolas do nosso País, também Se festeja este célebre dia… Incentiva-se os mais pequeninos A partilhar, e conviver com alegria!
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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM A ESCRITORA LORENA ZAGO
Histórias de Benjamin
Lorena Zago, Presidente da Academia de Letras do Brasil Santa Catarina Presidente Getúlio, Membro do Conselho Estadual da ALBSC, Membro do Conselho Superior Brasileiro da Academia de Letras do Brasil, Embaixadora Imortal da Paz da Organização Mundial dos Defensores dos Direitos Humanos OMDDH – Imortal e Membro Correspondente da ALB/RS – Gosta de música, dançar, cantar, ler, escrever, arte pictórica, arte cênica, passear por lugares nunca vistos, em especial em lugares onde neva. Apreciadora do verde da natureza e do azul do mar e seus mistérios. Aprecia as flores. Ama estudar o comportamento infantil. É Pedagoga, Pós Graduada em Psicomotricidade, Psicopedagogia, Parapsicologia e Mestranda em Educação. Possui 10 livros solo e participou de inúmeras Coletâneas e Antologias.
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enjamin, um menino de 3 anos e sua mamãe Bruna, estão passando férias na casa de vovó. Após um dia de muitas brincadeiras e contações de histórias, a família acomoda-se dentro de casa, para descansar. Fora um domingo maravilhoso. Toda a família estava a recolher-se para assistir um filme de conteúdo familiar. Muito bom! Eis que, repentinamente, vovó sente uma dor de cabeça fortíssima. Deseja recolher-se. Benjamin, seu neto de três anos, a observa e mais que ligeiro, dispõe-se a auxiliá-la. E diz: — Venha vovó, vou levá-la até o seu quarto. Você deita e a dor de cabeça passará. Vovó aceita o dengo de Benjamin e os dois se dirigem até a sua cama. Chegando lá, Benjamin vai logo dizendo: — Vovó deite aí bem quietinha que logo a dor vai passar. Aguarda um pouco e pergunta: — Vovó, a dor passou? – Ao que ela responde: — Não, ainda dói muito, a minha cabeça. Em seguida, Benjamin diz: — Vou fazer uma massagem em sua cabeça. Logo, logo, você ficará boa. Faz a massagem e diz: — Vovó, fique bem quieta, agora a dor vai passar. Benjamin senta-se numa cadeira próxima à cama e se oferece a contar uma história para vovó. Mas já vai avisando: — Vovó, preste atenção, vou contar uma história para você, mas é uma história bem assustadora... É do fantasma... Mas não precisa ficar com medo... É só de mentirinha... E Benjamin começa a contar uma história bem assustadora... Era uma vez um fantasma que tinha muitos fantasminhas. Eles eram bem perigosos... — Você está com medo vovó? — Não! - respondeu ela. — Vovó não tem medo de fantasmas. — Mas estes são muito perigosos. - Insiste Benjamin. — Mas vovó têm cachorros bem bravos e aqui os fantasmas não aparecem. E vovó nunca viu um fantasma por aqui. Eles não existem! Isso é coisa de filme. Não são verdadeiros. — São sim, vovó. – Responde Benjamin. — Eu já pedi para o Incrível Hulk pegá-los e levá-los para bem longe. — Ele é muito grandão e assustador. – Responde Benjamin. www.divulgaescritor.com | dezembro | 2021
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— Vovó, acende a luz forte do quarto, por favor! – Solicita o menino. — Mas vovó está com muita dor de cabeça e a luz forte machuca os olhos. Por isso só acendi a luz do abajur. - Responde vovó. — Então vou fazer mais uma massagem em sua cabeça, vovó, assim como a mamãe faz quando tenho um dodói. E Benjamin dirige-se até a cama de vovó, faz uma massagem de um minuto e diz: — Pronto vovó, já fiz a massagem. Fique bem quietinha que logo a dor vai passar. E volta a sentar-se na cadeira esticando seus pés sobre um puff próximo. — E agora, a sua dor já passou, vovó? Posso acender a luz bem forte? Vovó responde: — Ainda não Benjamin, mas a luz do abajur ilumina bem o quarto, querido, não será necessária mais luz. Aos poucos, Benjamin levanta da cadeira, se aproxima da vovó e diz: — Quero ficar aqui do seu lado vovó e segurar a sua mão, para esta dor passar. Um minuto após, vovó observa que grossas lágrimas descem do rostinho lindo de Benjamin. Assustada, vovó pergunta: — Mas o que foi Benjamin? — Você está chorando? — Não vovó, não estou chorando. Meus olhos ardem quando é um pouco escuro. - Diz Benjamin, encostando-se cada vez mais próximo da vovó. Vovó o abraça e lhe diz que em sua casa, não tem fantasmas e nem Incríveis Hulks. Só anjos protetores das crianças e dos adultos. Mas, as lágrimas no rosto de Benjamin aumentam e, de repente ele diz: — Vovó, fique aí bem quietinha, acho que a mamãe me chamou, preciso sentar um pouco no colo dela. Depois eu volto. Dá um beijo na cabeça da vovó, e corre para os braços da mamãe... E, nesta noite, não quis mais ouvir nenhum tipo de história. Ficou bem claro para a vovó, sempre que as crianças assistem a filmes infantis, deve-se explicar a elas que são apenas filmes, para diversão. Que as histórias não são reais.
Suavemente... Suave é a sonoridade musical Que se desprende do contexto ao meu entorno. Ouço-a e vislumbro a pureza instaurada no cenário, Suas notas emitem sensações de harmonia, Convidam a flutuar ao encontro da paz. Na freqüência das ondas vibracionais, Sutis energias mesclam-se graciosamente. O universo transmuta-se em movimentos De calmaria, leveza e equilíbrio. Vai ao encontro do mais intrínseco sentimento De ternura, harmonia e amor. A delicadeza emana emoções de reciprocidade. Sensíveis manifestações, o caminho apontam À luz e à calidez transparente, Onde só o amor pode habitar. Alma e aura se complementam Iluminando o Ser a meditar, Longe, muito ao longe A suavidade emanar. Lorena Zago - Presidente Getúlio – SC
Lorena Zago – Presidente Getúlio – SC
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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM A ESCRITORA MARIA ESTELA XIMENES
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UM MINUTO DE SILÊNCIO
para saber a reação de alguns, daqueles que dizem me amar, dos amigos aparentemente fiéis, resolvi “morrer” por uma semana. Organizei uma valise com poucos pertences, transferi uma quantia em dinheiro para outra conta e fui secretamente para outra cidade. Enviei uma mensagem incógnita para a família, convencendo-os de que apesar de estimá-los, o estresse aliado ao desespero haviam vencido. Escolhi um local pacato, cuja concentração de idosos felizes era notável, um recanto perfeito para relaxar e degustar delícias em tardes ensolaradas. Adentrei neste cenário como um forasteiro do bem, com o intuito de desacelerar a bomba relógio que se tornou o meu cotidiano. Porém, antes de partir, instalei câmeras em alguns ambientes e fiquei de prontidão para observar algumas reações. Foi então que através de ações de alguns, eu vi e ouvi. No interior do quarto simples que estava, vi lágrimas de alguns
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familiares que cessaram após um minuto de silêncio, especialmente quando a questão de partilha de bens veio à tona. Indagavam quem seria o herdeiro da minha herança; éramos sócios de uma empresa de médio porte. Soube que no escritório, o porteiro relembrou o dia em que chamei a sua atenção por ele estar cochilando durante o expediente, e mesmo reconhecendo a sua falha, não deixou de alfinetar que tamanha rigidez da minha parte foi desnecessária. No consultório, fui citado como um paciente afobado e arrogante. No clube que frequentava, me impressionou a quantidade de pessoas que me achavam esnobe, convencido e mesquinho. Eu, que costumava doar quantias que não cessavam de brilhar diante de meus olhos, mal sabia que cada valor doado era comparado com os meus ganhos! Recebia o título de mesquinho! Até o meu cachorro me traiu, no início, passou dias deprimido com a minha ausência, porém, tão logo alguém afagou suas lindas orelhas e o adotou, sucumbiu ao afeto.
Mas o assunto em foco era sempre a questão dos meus bens. Quanto? Quem? Quando? E olha que ainda era dado como desaparecido! Não tinha a real noção do quanto o meu patrimônio era atraente, ingenuamente, acreditava nos discursos interesseiros dos meus parentes e amigos, no quanto eu era o máximo. Agora um suposto morto. Querido por poucos, cobiçado por muitos. Decidi voltar? Não. Escolhi ficar no anonimato, na condição de morto, ou desaparecido, e essa experiência serviu para eu constatar que muitas vezes, a ausência é ouro quando se está próximo de sentimentos enganosos. Optei por prolongar a minha condição de desaparecido e estabelecer laços com o meu verdadeiro eu. Olhar a multidão e não fazer parte de grupos específicos. Tenho comigo apenas fotografias dos dias fúteis que passei como um lembrete de todos os farsantes que um dia me cercaram. Morri. M.E.X
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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM O ESCRITOR ANTÔNIO FERREIRA
Romance policial “SERIAL KILLER-um círculo de amor e morte”, de Antônio Ferreira
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erial killer, do inglês, assassino em série, é repleto de suspenses e perseguição policial. Apesar de ser policial, é um romance que permeia, em toda a história, a conquista do coração, por meio do amor e da parceria. Outras vezes, o amor pode começar pela carência ou, simplesmente, pela amizade ser tão bonita, que pode ficar evidente que não é apenas amizade; ou nem sempre se busca amor, mas apenas prazer físico. Nesse romance, há busca por um serial killer que, já no começo do livro, comete seu primeiro crime. Porém, só será revelado o verdadeiro assassino nas páginas finais; não se engane quanto a isso, pois o mais importante são as várias nuances do
criminoso, e do passado que o forma como tal, um ser frio e calculista. Desde o começo, aponta-se sugestões de quem seja, no entanto, à medida que se aprofunda, mais você vai perceber que precisa ler até o final. Alguns personagens, embora apareçam mais à frente, são importantes para fazer o fechamento da história. O tema amor é salientado pelos casais que se formam, porém o ódio também é descrito, e é ele que personifica os crimes. Assim, ao passo que você se entretém, você também conhece, de forma lúdica, as facetas boas e cruéis do ser humano. Por último, incentivamos você a contemplar este belo romance policial, com emoção até o final. Aproveitem-no e degustem-no.
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Entrevista com escritor
Fernando Jacques de Magalhães Pimenta (Jax) Nascido no Rio de Janeiro, 2/6/1952 Bacharel em Direito (UFRJ), diplomata aposentado. Mestrado em Ciência Política, Universidade George Washington, EUA Autor de Traços e Troças (2015); Ibitinema e Outras Histórias (2016); No Ritmo do JAX (2019), ed. Lamparina Luminosa, S. Bernardo do Campo, SP; Afinal de Contos... (2019), ed. Illuminare, Torres, RS; Microcontos, Mini-Poemas, Curtas Reflexões para uma Vida Breve (2020), ed. Assis, Uberlândia, MG; Para um Menino, Nada É Difícil?, ed. Flamingo, Lisboa/SP (2021). Participou de antologias das editoras Assis, Illuminare, Sol, Palavra é Arte, Piracicaba, Recanto das Letras, Chiado Books, Scortecci e do Círculo Literário do Clube Naval. Boa leitura!
Espero que os textos possam ser captados em seu espírito construtivo por crianças de todas as idades, inclusive por adultos que, como eu, jamais hajam renunciado ao prazer da infância.”
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Me conta um conto que eu me encanto Para Um Menino Nada é Difícil
Por Shirley M. Cavalcante (SMC)
Escritor JAX é um prazer contarmos com a sua participação na revista Divulga Escritor. Conte-nos, como se deu o início e desenvolvimento da escrita em sua carreira literária? JAX - O interesse em ser escritor surgiu por volta de doze anos de idade, à medida que mais eu lia. A primeira crônica data de 1968, quando tinha 16 anos, seguindo-se outras mais, além de alguns contos,
sempre como passatempo pessoal, paralelo aos desenhos de humor que eu também gosto de fazer. A partir dos anos 80, a produção de textos e de cartuns reduziu-se bastante e somente foi retomada em 2011, quando me reanimei e consegui publicar o primeiro livro quatro anos depois. De 2017 em diante, aos contos e crônicas, passei a somar os microcontos, matéria do meu penúltimo livro, e os contos infantis, publicados em 2021. Crônicas, microcontos e contos infantis casam bem com meu estilo sintético de redigir.
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O que mais chama a sua atenção nos contos infantis? JAX - A grande evolução e diversificação temática desde as imaginativas histórias feitas por Monteiro Lobato no Brasil, as quais certamente foram das que mais cativaram minha atenção de leitor iniciante. Crescente número de escritores veio a dedicar seu talento a esse gênero literário, o que contribuiu para enriquecê-lo. Nos meus tempos de criança, predominavam contos de fadas e de bichos “na época em que os animais falavam”. Agora, encontra-se de tudo um pouco, o que permite suscitar problemas do cotidiano para que as crianças possam, desde logo, refletir mais amplamente sobre a realidade que as cerca e os desafios do desenvolvimento humano. O que o inspirou a escrever um livro de contos infantis? JAX - Quando eu era bem garoto, costumava contar histórias inventadas na hora para primos e amigos. Também desenhei muita história em quadrinhos, com aventuras e personagens variadas. A idéia de um conto infantil brotou, enfim, nos anos 80, quando imaginei a historinha do menino, da velha e da flor (trecho abaixo). Fiz seu rascunho, bem como de outras duas, na ocasião. Lembrei então de uma prima que vivia a dizer-me “para um menino nada é difícil”, no intuito de estimular-me a montar a cavalo e a fazer o que fosse. Com esse título em mente, levei um “tempinho”, cerca de trinta anos, para completar a série de tais contos, aguardei mais um tempo pelo trabalho dos ilustradores (meus filhos) e finalmente eis o livro, graças à pronta acolhida da editora Flamingo. 93
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Apresente-nos “Para um Menino Nada é Difícil”? JAX - Originalmente, eram oito contos em torno de um menino que lidava com situações diversas: o desafio do amor, a velhinha que vivia para sua flor, as mil brincadeiras que se pode fazer com jornal, a força do sol e do vento, o meio ambiente que se deve apreciar e respeitar etc. etc. Na versão final, resolvi evitar equivocadas interpretações de machismo e atribuí protagonismo a u’a menina em algumas histórias. Coloquei, ademais, um ponto de interrogação no antigo dito de minha prima. É difícil pra todo mundo (rs). Como concluí que nunca terminaríamos as ilustrações previstas para a obra, optei por oferecer páginas em branco para que os leitores façam seus desenhos, se quiserem. O livro ganhou, dessa forma, caráter interativo, o que muito me agrada. Qual a mensagem que deseja transmitir por meio do enredo que compõe a trama? JAX - Procurei seguir o propósito (de minha prima) de estimular as crianças a enfrentar desafios em geral. Os contos procuram realçar o valor dos seres humanos, a importância da amizade e do amor, a necessidade de atitudes solidárias e inclusivas, a relevância do trabalho em equipe e outros aspectos do dia-a-dia algo caótico e desafiante em que vivemos. Espero que os textos possam ser captados em seu espírito construtivo por crianças de todas
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as idades, inclusive por adultos que, como eu, jamais hajam renunciado ao prazer da infância. Apresente-nos um trecho do livro? JAX - “Certa tarde, a bola que os meninos jogavam voou por cima do muro alto e foi cair bem em cima da flor. A velha assistiu ao desastre e ficou desesperada! Sua flor única, tão querida! Olhou com ódio para aquela bola assassina. Quando o menino bateu no portão para pedir a bola de volta, a velha pegou-a furiosa e, tomando uma faca, furou-a e arremessou-a no meio da rua. O menino e seus amiguinhos choraram de tristeza! A velha nem ligou para o choro deles. Fechou o portão com violência e foi para dentro de casa, emburrada.” Onde podemos comprar o seu livro? JAX - No Brasil, nas livrarias Atlântico, Cultura, Travessa e Martins Fontes (em pré-venda desde novembro). Em Portugal, concluída a impressão, possivelmente ainda em dezembro, estará disponível na livraria Chiado Books. Quais os seus próximos projetos literários? JAX - Além de textos inéditos e de outros que saíram em sites (Recanto das Letras, Escrivaninha) e revistas virtuais (Revista Literária de Lusofonia, Revista LiteraLivre), eu gostaria de publicar versão ampliada
do meu conto Ibitinema, que traz passagens e personagens da minha infância e adolescência nessa localidade do interior do estado do Rio de Janeiro (Ibitinema e Outras Histórias, ed. Lamparina Luminosa, SP, 2016). Venho acrescentando novos capítulos ao conto original e acredito que o projeto esteja pronto para ser publicado no próximo ano. Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor o escritor JAX. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores? JAX - Aqueles que alimentam o sonho de escrever ou de criar por meio de outra forma de arte - cinema, música, pintura -, jamais devem renunciar a seu propósito. Produzir um texto, quadro, filme ou canção constitui tarefa compatível com qualquer profissão e altamente gratificante em termos pessoais. Eu, que sacrifiquei, temporariamente, meus projetos de escrever e desenhar, sei bem o grande prazer que foi voltar a produzir textos e cartuns. Parodiando o título dos meus contos infantis, para quem gosta de criar, nada é difícil!
Divulga Escritor, unindo você ao mundo através da literatura Quer ser entrevistado? Entre em contato com nosso editorial, apresentaremos proposta. Contato: smccomunicacao@hotmail.com
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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM O ESCRITOR TITO MELLÃO LARAYA
Entre prosa e poesia apresentamos O Grão de Areia Tito Mellão Laraya, nome artístico de Francisco Mellão Laraya, advogado, músico clássico, e escritor, com os seguintes livros editados: “Tito e o pé de sonho”, “Exames”, “A descoberta: o não tempo”, “Um sonho dentro de um sonho” e “Textos Barrocos”, em Portugal, além de participar das antologias: Palavras de Cristal I, II e III e a Antologia do Solar dos Poetas, em Portugal também, na Itália, com o nome de Tito Laraya: “L’Essenza dell’anima” e Textos Barrocos no Brasil com o nome de Francisco Mellão Laraya, com livros em bibliotecas de Portugal, como Coimbra, da Galveias, Orlando Ribeiro e da Salvaterra dos Magos, na Itália: Firenze, Turim, Roma e no Vaticano, no Brasil: Braziliana da USP, Florestan Fernandes da USP e Mário de Andrade, além da Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos da América. Títulos Acadêmicos como escritor: Embaixador da Poesia, pela Academia Virtual de Letras e Acadêmico correspondente pela Academia de Letras de Fortaleza. Condecorado pela Academia Virtual de Letras, Artes e Cultura – Embaixada da Poesia com o Título de Comendador Grão-Colar da Embaixada da Poesia. Recebeu no ano de 2015, o Título de Barão Francisco Mellão Laraya, conferido pela Littera Brasilis Casa Real. O Movimento da União Cultural - Clube de dos 21 irmãos-Amigos de Taubaté concedeu o título de Construtor da Brasilidade e o Prêmio do Grande Mérito Literário – 2015. Recebeu em 2016 a Medalha Luís Vaz de Camões, concedida pela Editora Mágico de Oz.
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Livro que fala sobre a arte de criar, o livro é escrito a primeira parte em linguagem impressionista, misturando prosa poética com versos, e conta sobre o relacionamento de um casal, a segunda parte o livro volta a falar de um relacionamento agora escrito em prosa realista, fazendo uma obra maior em seu contexto impressionista, terminando com versos acompanhando a análise crítica da obra. Compre o livro, clicando no link abaixo: https://www.chiadoeditora.com/autores/tito-mellao-laraya https://www.chiadoeditora.com/livraria/o-grao-de-areia
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Minha Avó
O MATERIALISMO E A MESQUINHEZ
Cega de um olho, não se abateu, Simples na vida, não esmoreceu, Só depois de tempos vi, os livros que leu, A cultura que tinha, e não escreveu, Da filosofia de vida, que transpareceu, Na vida do neto e afilhado, que sou eu!
Quando se tem um mundo interior rico, o materialismo e a mesquinhez não te assolam, tua alma impede que para proveito passes o tempo a tramar por mais riqueza e poder. Tanto um quanto o outro são insaciáveis e cegam o ser humano, não lhe trazendo paz, mas sim ganância e insegurança, não se importando acom os outros indivíduos. Alguns fazem uso da situação critica que vive o outro, para satisfazer sua ganância pessoal, só que isto não traz felicidade a ninguém, e sim mais angústia, insatisfação. Não há paz, e sim insatisfação. É essa a cartilha do poder, pois o único poder permitido é o de salvação, e esses poucos querem ousar a trilhar o seu caminho. O desprendimento do materialismo abusivo traz uma paz, não tem a insatisfação de que nada te completa advinda da ganância. Deixa-se de viver bem, e passa a insatisfação completa, nada te completa, nada te satisfaz e neste mundo do desespero, arrasta os frangalhos de tua existência, por mais bem vestido que possa estar.
Era rígida comigo: não entendi. Foi doce nas vezes que sofri, Exigiu sacrifícios de que padeci, Mas o que existia nela e não vi: É que era a forma de vencer as coisas, que não vi. Essa era a minha madrinha que um dia perdi, Seu nome era Jenny!
A ALMA ´Procuro usar a alma em tudo o que faço, como na música, ela dá colorido a vida. A minha vida é cheia de cores, como o meu ser também o é, na verdade não tenho exclusividade de nada, a vida de todos é assim, basta querer se livrar das amarras do passado, das cores cinza que o preconceito nos vestem, vestir as roupas alegres do palhaço, e entrar no grande picadeiro que é a vida. Aumentarás seu mundo interior e nunca mais padecerás de tédio ou solidão, sempre a mão amiga da imaginação irá te ajudar, nenhuma prisão te manterá lá, sempre serás livre. Talvez não quanto ao corpo, mas tua alma flutuará no espaço de tua imaginação, onde existe todo um mundo que você criou , talvez melhor seria dizer que o Onipotente criou a imaginação,e as vestes cinzas o impediam de ver. E, nesse mundo se vive, se cria, se sente, se aprende, e dessa viagem de dentro de si, nunca voltas o mesmo, sempre trazes uma bagagem de luz, conhecimento, amor, compreensão e esperança.
ESCREVER UM LIVRO Escrever um livro é fácil, basta colocar uma letra no começo, e um ponto no final, depois só preencha com idéias (Pablo Neruda). Essas ideias de onde elas vem? Do teu mundo interior. Para fazer um livro precisa ter um mundo só seu, muito rico, e a vontade de dividí-lo com os outros. Portanto, o livro é uma comunhão que o escritor faz de si com o leitor, é um sacrifício, um ato de entrega, um despir-se das roupas que o mundo o veste. Precisa ter coragem para fazê-lo, e isto vem aos poucos, pois coragem é o ato de vencer os próprios medos e temores. Portanto, o livro é um ato de coragem, de dúvidas, de angústias, que um dia alguém se propôs a fazer. Quanto mais sincero, mais real, não quanto à forma, mas nas idéias que ele contém, melhor ele é. Por isso a palavra escrita ultrapassa fronteiras do tempo e do espaço, caminhando a passos largos para a eternidade. E este é o fascínio que o escritor tem em fazê-lo.
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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM O ESCRITOR EDILSON SILVA
Da série: transformação íntima
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Tema: Determinação e Sintonia
em sempre a determinação ou a sintonia irá indicar que, se você forçar em algo, não quer dizer que irá chegar ao objeto, mas sim, mostrar na maioria das vezes que o aprendizado valeu a pena. Da mesma forma a determinação é a sintonia, que em certos casos para algumas conquistas, como regi a lei da atração diz que; você focar em algo, irá se realizar «. Nos meus estudos eu explico como algo facultativo, algo que dá ou deixa a faculdade de fazer, ou não fazer algo, através da ação transformar as fatalidades decorrentes dos atos realizados. Nesse caso, refirome a algo que queremos tanto, que nem sempre conseguimos por aprendermos que: se focarmos, determinarmos, mentalizarmos iremos ter. Mas não aprendemos que nem tudo pode acontecer com alguns, e sim, só aquilo que lhe convém, que será necessário para o seu aprendizado e usufruto para a sua estadia enquanto estiver em terra. Estamos num corpo, que o ser «EU» precisa aprender a se questionar e evoluir a saber que eu posso, se tudo eu posso e se fosse assim, a lei da desigualdade teria que mudar para igualdade para com todos. No nosso dia a dia vivenciamos, que certas injustiças de alguns que mentem para ter algo, não seria bom para aquele sério em seus desígnios, nesse ponto de vista vemos que a determinação e a sintonia pode ser levada para dois lados, nesse caso alguns usam da má-fé, do ego e do desengano, para enganar e conseguir sucesso, enquanto outros determinado e focados na sintonia positiva, para obter sucesso com resignação, sem ter que humilhar, enganar, e ainda não con98
seguem o que tanto almejam numa fé raciocinada, na Força e Esperança par algo se concretizar. Para alguns que aprendeu que a sintonia é tudo e a determinação o levará no ditado que diz: “ eu posso TUDO naquele que me fortalece. Esse, não entendeu que nem tudo pode, e quando surge algo que o consomem, imediatamente tirar a certeza do que lhe ensinaram, deixando a revoltar falar mais alto em dizer que, sempre o desonesto a usar a desonestidade sempre conseguirá mais, do que o justo que só faz acreditar, determinar, sintonizar. Dessa forma, se não houver controle do psicólogo emocional de que existe algo além da sintonia e da determinação ou do querer. Explicando melhor, todo o ser deve aprender já na infância, através dos ensinamentos dos seus familiares, que a inconsciência sempre agirá futuramente, com o crescimento na sua infância de aprendizado no ato do ouvir, ver questionar e aprender. Já alguns se perderam nas consequências e fatalidades da desonestidade e desigualdade que abala o psicológico do subconsciente, deixando se levar a mercê do desânimo, ansiedade, angústia e da desistência de querer continuar em algo, que a demora faz com que percam a capacidade de lutar para sobreviver no meio em que vivem. A determinação, sintonia, querer, buscar, vigorar, não são para todos que ainda não se adaptaram ao sistema do “ outro não fez nada, e conseguiu tudo, o outro faz de tudo e não conseguem nada “ isso tudo não passa do mistério da consciência de uma energia psíquica, que precisa ser estudada para que o ser, possa ter um alto controle do que a mente repassa para o corpo, deixando-o se lapidar para a sua melhora íntima, externa e consciente que, precisa se habituar se adequar com o clima que constituiu o seu bem-estar.
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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM O ESCRITOR MAURÍCIO DUARTE
OS ARCANOS Romance Romance que narra um dia da vida do caminhante Nonato Cardoso dos Santos em Juazeiro do Norte na celebração de Nossa Senhora das Candeias. Nesse dia Nonato descobrirá que pode ser mais do que um devoto, pode alcançar a santidade. Por qual meios e por quais caminhos isso acontecerá (visões e poderes sobrenaturais ou paranormais) é o tema da aventura do viajante que deixou família com mulher e filho em Exu para viver a sua devoção por Jesus Cristo, Deus Pai e o Espírito Santo. Título: Os Arcanos Autor: Maurício Duarte Páginas: 220 Formato: 14,8X21 Acabamento: Brochura Colada Ano: 2020 Edição: 1ª Editora: Versejar Preço: R$ 50,00 + FRETE dos correios “Chegou as minhas mãos um livro diferente. Enquanto muitos estão lendo sobre cinquenta tons de cinza ou sobre uma guerra sangrenta descrita em crônicas de gelo e fogo, eu li sobre a saga de um nordestino chamado Nonato Cardoso dos Santos. O livro inteiro é um dia na vida de um homem. Um caminhante, um devoto, um ser humano. A cada capítulo uma nova aventura. Situações desenrolam-se diante do leitor que fica cada vez mais envolvido com as experiências vivenciadas por um homem que procura a santidade. (...) Recomendo!” - Ana Cláudia Farias - Redatora da Revista Sinestesia - número 5 - Junho de 2015, comentando o livro OS ARCANOS. “Li, apreciei e recomendo.” Maria Ivoneide Juvino de Melo. Acadêmica e Fundadora da AVL (Academia Virtual de Letras António Aleixo) comentando o livro OS ARCANOS. Entre em contato comigo e eu compro e reenvio a você com autógrafo e dedicatória especial.
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Destaque para lançamentos da Editora AGE
MONA LISA E SEUS MISTÉRIOS Autora: Beatriz M. Mikusinski Zawislak Valor: R$ 98,00 A autora, Beatriz M. Mikusinski Zawislak, Bacharel e Licenciada em Física pela UFRGS, se interessou cada vez mais pelas obras de Leonardo da Vinci em seus estudos de italiano e resolveu reunir histórias, mistérios e depoimentos nesta obra que fala sobre uma das obras de arte mais famosas do mundo: a Mona Lisa. Este livro narra a história da Mona Lisa, de Leonardo Da Vinci, construída através de uma abordagem didática, de modo a tornar a apresentação das informações suficientemente acessível, mesmo para quem não é da área da História ou da História da Arte. Por outro lado, o livro apresenta as informações bem documentadas através dos depoimentos de alguns dos pesquisadores mais credenciados no assunto. Antes de abordar o tema do livro, são apresentadas as histórias dos três primeiros retratos de mulheres pintados por Leonardo Da Vinci: o Retrato de Ginevra de’ Benci; o retrato conhecido como A Dama com Arminho e o retrato de La Belle Ferronnière, com o objetivo de, a partir dessas três pinturas, observar o processo criativo e evolutivo de Leonardo na pintura de retratos (quadros não religiosos), antes de pintar a sua famosa Mona Lisa, que é analisada em vários aspectos. Link para compra: https://www.editoraage.com.br/Categoria/mona-lisa-e-seus-misterios-1986/p
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A FONTE: A INCRÍVEL HISTÓRIA DE SALIM NIGRI Autor: Léo Gerchmann Valor: R$ 47,90 Tu sabias que o hino do Grêmio foi originado pela faixa colocada nas arquibancadas em 1946? Salim Nigri é “a fonte” na história contada pelo jornalista Léo Gerchmann, também autor de Somos azuis pretos e brancos e Coligay, Tricolor e de todas as cores. História, religião, cultura e esporte estão diretamente ligados e são conectados pelas linhas do autor que são traçadas a partir das origens do clube gaúcho. Link para compra: https://www.editoraage.com.br/Categoria/a-fonte-a-incrivel-historia-de-salim-nigri-1961/p
FUI DEMITIDO, E AGORA? COMO ENFRENTAR A SITUAÇÃO E DAR A VOLTA POR CIMA Autor: Cláudio Fróes Peña Valor: R$ 20,00 A frase “estou muito feliz e agradecendo a minha demissão” não é o que a maioria das pessoas espera ouvir antes de ler a obra do empresário gaúcho Cláudio Peña. Dita pelo próprio autor, sintetiza a mensagem passada entre as 91 páginas desta obra. Longe de romantizar o desemprego que atinge 14,7 milhões de brasileiros, Cláudio traz 10 personagens que perderam seus empregos, mas conseguiram superar as dificuldades e descobrir novos caminhos profissionais, incluindo ele mesmo. Link para compra: https://www.editoraage.com.br/Categoria/fui-demitido-e-agora-como-enfrentar-a-situacao-e-dar-a-volta-por-cima-1981/p
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SUCESSO SEM VERGONHA Autor: Everaldo Rodrigues Valor: 49,90 De maneira direta, sem deixar de se ater aos detalhes, Everaldo Rodrigues fala sobre sucesso em todos os âmbitos da vida. A obra aborda o desenvolvimento pessoal e trata da voz interior da autossabotagem de maneira didática e empática com o leitor. O autor chama essa voz de “os outros” ao trabalhar o tema da vergonha de ter sucesso, buscando entender e analisar os motivos para o surgimento desse sentimento negativo. Link para compra: https://www.editoraage.com.br/Categoria/sucesso-sem-vergonha-1951/p
GRITO PELOS INOCENTES Autora: Madame Rocha Valor: R$ 46,00 A psicóloga Zilda de Marins Rocha tira do fundo do peito a vontade de dar voz aos inocentes. Motivada pelas injustiças que mulheres sofrem diariamente, a autora trata de temas delicados, como violência doméstica, agressões físicas e psicológicas e estupro. A personagem principal, Zelda, precisa lidar com mudanças drásticas logo na infância e acaba sendo vítima dentro da própria casa. A autora traz uma história forte e necessária em um país onde os casos de violência doméstica crescem a cada ano. Link para compra: https://www.editoraage.com.br/Categoria/grito-pelos-inocentes-1952/p
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A MAMA VELEJADORA Autor: Carlos Henrique Menke Valor: R$ 35,00 Carlos Henrique Menke faz do trabalho de sua vida a prioridade. Mastologista, formado pela UFRGS, compartilha sua história de vida e fala dos avanços no tratamento das doenças da mama. As experiências vividas como médico e acontecimentos da sua carreira são contados de forma criativa, tecendo uma linha que mostra por que o autor se apaixonou pela profissão e obteve êxito na área. Link para compra: https://www.editoraage.com.br/Categoria/a-mama-velejadora--historias-de-um-mastologista-1985/p
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