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A Vida em Partes – Tito Laraya

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JackMichel

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Por Francisco Mellão Laraya larayaescritor@hotmail.com Francisco Mellão Laraya é advogado, músico e escritor. A VIDA EM PARTES

O INVESTIMENTO

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Hoje, de manhã, comprei o caderno aonde vão estes textos, e contente concluí que estava fazendo mais um investimento na vida.

Tinha decidido encher as páginas dele de vida, e ao mesmo tempo sabia, por ser grande, e por serem textos meus, que muito serviço teria pela frente.

Peguei a caneta mais simples e pus-me a rascunhar os textos. Era a caneta mais cômoda, que me levava ao escrever mais agradável, assim poderia contar, sem pensar muito, utilizando à razão e o coração as estórias de então.

Sabia que ao escrever, iria sonhar pensar e sentir, enfim viver!

Quando fui à papelaria o preço do caderno pareceu-me ínfimo, serão as minhas palavras, parte da minha alma, que irão o fazer ter valor.

Lembrei-me que no passado uma moça escreveu para mim: “O que escreves a alguns toca, a outros a palavra invade.”.

Fiquei feliz, mas preocupado, afinal, uma grande responsabilidade iria brotar de minhas mãos, a tentativa de tornar o mundo, com meus livros, em um lugar mais humano para se viver!”

Para isto todo investimento é válido!

MINHA TERAPIA

Faço de o meu escrever uma enorme sessão de terapia, onde a psicóloga além de muito competente é de rara beleza.

Entro na sala para cumprimenta-la, e percebo que está de vestido curto, mais do que prontamente deito-me ao divã em sua frente, pois além de aceitar a sua ajuda, não quero perder a visão de suas pernas.

O meu falar tem um que de sedução. Não são só problemas e situações constrangedoras que conto então!

Vou misturando textos, algumas vezes de difícil compreensão, outros de grande intimidade, todos falando de minha alma, na perspectiva de tocar a sua alma!

O meu falar, assim como o meu escrever faz-me bem, vou verbalizando situações, credos, dúvidas e meditações.

Limpando situações confusas, mostrando algo de mim, não só para quem me lê mar para eu mesmo.

Quando esclareço sobre o meu ser, procuro uma alma gêmea, ou no mínimo compreensão.

E neste caminho seguimos juntos por uma trilha que nunca sei por onde vai andar, apenas sei onde vai acabar:

Na felicidade de ser o que se é!

A PALAVRA

Apesar de utilizar muito para me expressar a forma escrita, me encanta muito ela falada.

O mesmo texto na forma escrita tem o contato de si consigo mesmo, e quando há outra pessoa ela é sempre na forma de recordações, e guarda uma característica ímpar de si; o escritor empresta ao personagem uma parte de si.

Quando visualizamos uma situação, ela é a forma imaginada por alguém, de algo que se foi, ou que se criou, sendo o mais comum: os dois.

Diz à psicologia que a melhor personagem do escritor é ele mesmo!

Na palavra escrita não há nuances de interpretação, e o leitor lê as linhas escritas seguindo uma interpretação própria, por isso um texto ao ser relido após algum tempo, traz-nos sensações diversas da primeira vez que o encontramos.

Já a forma falada, conta com nuances sonoros de interpretação, sendo uma música aos nossos ouvidos.

Ao lembrar que a música é a linguagem universal dos sentimentos, é muito mais sensível uma que a outra.

Diria apenas que é diferente: na escrita conta-se consigo mesmo, e na falada com outrem!

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