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Ester Barroso

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JackMichel

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ENTREVISTA ESCRITORA ESTER BARROSO

De início, “nascente” pode lembrar um rio, sua nascente, coisas assim, mas quisemos justamente dar outro sentido, aquele da flor que rompe o asfalto, em meio à aspereza da cidade, a dureza do mundo, e resiste a tudo.”

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Ester Barroso é natural de Campina Grande, Paraíba, e desenvolveu o gosto pela escrita em 2014, quando deu início a projetos de poesia e literatura pelas redes sociais. É poetisa, estudante de Letras Português pela Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) e idealizadora das páginas “Moça, você é mais poesia que mulher” (poesia, literatura geral e sentimentalismos à parte) e “Elas na Literatura” (dedicada à literatura e poesia femininas) e também escreve para a “Poesia que te pariu”.

Boa leitura!

Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritora Ester Barroso, é um prazer contarmos com a sua participação na Revista Divulga Escritor. Conte-nos o que mais a encanta na arte poética?

Ester Barroso – A arte poética, ao contrário do que muitos pensam e/ ou limitam-se a escrever, não pauta-se somente em exprimir amor. Ela rompe com toda uma estética literária, invade cenários, políticas, ideologias, padrões. A poesia acata a mão de todos e solta a mão de todos para que se percam e se encontrem na poesia. Ou também fala sobre amor, sentimentalismos ousados ou calados, mas depois de romper com o silêncio ou continuar com ele, ainda ousa ousar e pautar-se no resto do mundo. Ou do inexistente, nunca se sabe. Não se limita, apenas se assiste, se sente ou se faz. Digo, ela se faz em nós. E isso basta. Ou não.

Em que momento surgiu “Nascente”?

Ester Barroso – O “Nascente” surgiu, como os demais projetos, a partir de conversas nossas sobre poesia, sobre o cenário literário

atual. Conversamos sobre como ainda há uma burocratização da escrita, da literatura, e sobre tentarmos lançar também um livro, reunindo alguns poemas nossos. De início parecia arriscado, tivemos receio de encontrarmos muitas recusas ou cobranças para fora de nosso alcance financeiro. De fato, tivemos ambas. Porém, encontramos a Editora Penalux, que

muito tem investido na literatura, na poesia que está surgindo, e deu certo. Tivemos a ideia em outubro de 2016, reunimos nosso material, enviamos aos editores por e-mail e, dentre inúmeras recusas, no mês seguinte recebemos o start para iniciarmos o planejamento oficial do original. Foram nove meses de preparação da obra, até ser lançada, em junho de 2017.

Que estilo de textos poéticos estão sendo apresentados nesta obra literária?

Ester Barroso – Nós registramos estilos de poética diversos, pois as temáticas que o Douglas e eu abordamos são um tanto distintas, e acho que isso enriqueceu a obra, pois vertentes diferentes, seja em métrica ou poética, cedem ao livro não só um contraste poético, mas um manifesto poético diversificado. Por exemplo, o Douglas é mais douto, mais parnasiano, métrico, filosofal e sonhador nos poemas. Eu puxo mais pro lado do sentimento regionalista da minha terra, pro feminismo e um apelo à força feminina, um pouco de sentimentalismo, devaneios, um toque de crítica e também do sentimento “afro-religioso”.

Como foi a escolha do título?

Ester Barroso – A escolha do título foi um apelo, um grito representativo dos sonhadores e da própria poesia. De início, “nascente” pode lembrar um rio, sua nascente, coisas assim, mas quisemos justamente dar outro sentido, aquele da flor que rompe o asfalto, em meio à aspereza da cidade, a dureza do mundo, e resiste a tudo. Aplicamos esse conceito a todas as pessoas que se mantêm sensíveis às margens do duro enlouquecimento da vida humana, que mesmo com tudo parecendo rocha, pedra, ainda quebra essa estrutura e renasce. Assim como a poesia, que, em resiliência, mantém-se firme e forte e combatente no rompimento da aspereza, e rompe-se na alma humana.

Quais temas estão sendo abordados pelos textos de “Nascente”?

Ester Barroso – De minha parte,

rogo minha terra, minha crença afrodescendente, a força feminina, meu passado de infância, o saudosismo, um pouco de crítica e sentimentalismo. O Douglas remete à afeição, ao devaneio poético, a crítica ao mundo moderno e ao amor subversivo, assim como algumas odes e um cenário filosófico.

Apresente-nos um dos versos publicado nesta obra literária.

[...] No meu cercado, senhor Repousam as asas cansadas e banhadas de vento Do sabiá que beijou o boa-noite E perseguiu as velas das nuvens sob a aquarela Desenhada no céu do horizonte Pela madrugada molhada tão esperada Que caiu em gota de tinta verde na serra [...] (No poema “Comportas”, p. 18)

Onde podemos comprar o seu livro?

Ester Barroso – O “Nascente” pode ser adquirido por meio de um de nós, que ainda estamos vendendo exemplares ou pelo site da Editora Penalux: https://www.editorapenalux. com.br/loja/advanced_search_result.php?keywords=Nascente&osCsid=b4f8b35e4cf579b10391e4778f3cf581&x=51&y=4

Você é administradora de uma página “Moça, você é mais poesia que mulher” com aproximadamente 2 milhões de seguidores. Conte-nos como surgiu, qual objetivo, quais conteúdos são publicados?

Ester Barroso – A página surgiu depois que uma prima me pediu para administrar uma página dela. Eu divulgava outros escritores, temáticas variadas etc. Mas aí queria fazer algo mais voltado para a literatura, para os escritores em geral, então criei a “Moça”. Já tinha alguma experiência para lidar com a ferramenta, pedi a várias páginas de mesma temática que me divulgassem; tive recusas e aceitações, e dentro de pouco tempo a página estava se movimentando e crescendo sozinha. Desde então tenho divulgado um pouco de poesia e literatura popular, histórica, e assuntos mais diversificados que sejam baseados na temática do livro, coisas que rompem com o cotidiano, que tocam, uma gota de humor literário, outra de língua portuguesa, arte de desenhistas independentes etc. E há algum tempo o Douglas tem sido meu coadministrador, já que temos visões de cultura, literatura, sociedade etc. muito parecidas e se tornou meu braço direito. A ideia é passar um pouco de cultura e coisinhas legais para seguidores.

Como surgiu a parceria com o autor Douglas Jefferson, coadministrador da página e coautor do livro “Nascente”?

Ester Barroso – Como dito antes, temos visões de mundo muito parecidas; isso vai desde o sentimento de rompimento da aspereza presente na idealização do livro, até cultural, social e filosoficamente. Começou quando ele me apresentou seu projeto das Caixas Carpe Diem, em 2015, e desde então temos planejado projetos juntos. E a ideia do livro foi mais uma que surgiu depois de conversações sobre o cenário literário atual, quando, de repente e sem planejamento, decidimos tentar lançar uma antologia juntos. Foi complicado no começo e levou vários meses, mas enfim lançamos.

Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor a escritora Ester Barroso. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores?

Ester Barroso – Diria que não desapeguem jamais da leitura, da curiosidade, da busca pelo conhecimento, que são a chave-mestra para a não alienação social. Que leitura, claro, é essencial. Que leiam e sintam a poesia; que não tentem entendê-la, que deixem-na entender a cada um. Que nenhuma verdade é absoluta, então devem estar prontos para toda e qualquer realidade que se apresente. Que poesia é vida, que a gente nasce do asfalto. E isso não pode ser esquecido.

_________________ Divulga Escritor: Unindo Você ao Mundo através da Literatura. https://www.facebook.com/ DivulgaEscritor/ www.divulgaescritor.com

PARTICIPAÇÃO ESPECIAL

Revisores piratas: eles estão em nosso meio

Uma simples busca no Google e milhares de nomes surgem à frente do interessado em contratar um revisor de textos. A pirataria há muito chegou aos serviços, e no meio editorial encontrou seu paraíso entre os revisores. Neste artigo abordamos este assunto em maior profundidade.

Sempre que escrevo sobre revisão de textos, levo em conta quase duas décadas de atuação na atividade e procuro ser transparente nas opiniões que emito. E faço com conhecimento de causa por vivenciar situações que têm prejudicado grandemente os profissionais que trabalham corretamente. Não é meu propósito aqui criticar quem quer que seja, mas uma situação tem sido corriqueira: nem sempre autor, editor e revisor estão na mesma sintonia, e neste chiado todo alguém acaba se dando mal. E os prejudicados, via de regra, são o autor e o revisor profissional que compete com o amador, aquele sem preparo. Mas o maior prejudicado mesmo é o leitor, que nada pode fazer, uma vez que está fora da cadeia produtiva do livro e paga a conta quando adquire o produto finalizado.

É sabido que na rede há milhares de revisores oferecendo seus préstimos, e que em face da crise econômica pela qual o país passa todos são “obrigados” a aceitar o valor que os editores se dispõem a pagar pelos serviços de revisão, mas não pelo que efetivamente o serviço vale. E no meio dos bons profissionais há também os aventureiros que – sem formação e experiência na atividade – se apresentam com preços muito abaixo do valor aceitável para uma concorrência saudável. Estes são os denominados piratas, porque não têm formação e nem experiência, mas se passam por profissionais. Nocivos à atividade, são encontrados com a facilidade de um clique e constituem verdadeiro estorvo aos profissionais competentes, legalizados e experientes no seu mister. E o que é mais interessante é saber que há editores que os contratam visando contenção de gastos. Isto, muitas vezes, o autor desconhece.

Quando o editor fecha com o autor, normalmente ele (editor) passa o texto para um revisor. Mas por medida de economia, há editores que contratam revisores medíocres, ou seja, os “piratas” supracitados. Ainda que o texto revisado

seja devolvido para apreciação do autor, se o revisor fizer um trabalho ruim deixando passar erros, o autor não perceberá, uma vez que ele (autor) confiou no editor. Resultado: erros na publicação, prejuízo para o autor e para o leitor. Erros não se podem mensurar como pequenos ou grandes, e uma vez presentes na publicação constituem falha inaceitável. Mais que isso: são vistos como desleixo ou incompetência dos envolvidos na produção. Para o leitor é como se o produto adquirido – no caso o livro – viesse com defeito. Embora o tema tratado no livro que comprou seja interessante, as referências do leitor à obra serão feitas com ressalvas a erros que passaram despercebidos. Já ouvi comentários como: “o livro é ótimo, mas tem muitos erros”; ou: “o tema é excelente, mas faltou revisão”.

Mais de uma vez comprei livros que mesmo “revisados” – pois no expediente constava o nome do revisor –, ao ler encontrei erros às centenas. Ao contatar o editor, não obtive resposta; e o autor, ao ser procurado, ficou surpreso e irritado. Em face disso, percebe-se que no meio desse imbroglio está o editor intermediando um serviço ruim de revisão comprometendo o trabalho do autor.

Por esse motivo seria prudente que os autores, antes de enviar seus originais para as editoras, procedessem a revisão de seu material, confiando o trabalho diretamente a um revisor de sua confiança. Mas para

não ser enganado – e isto também vale para as editoras no momento da contratação deste profissional –, alguns pontos importantes precisam ser analisados, por exemplo: um bom revisor precisa ter um portfólio e seu nome em obras de sucesso atestando sua competência. É imprescindível que tenha formação compatível e esteja atualizado. Referências profissionais são muito bem- -vindas. Outro ponto importante é que o autor e o editor valorizem o trabalho do bom revisor e descartem o medíocre. É preciso levar em conta o custo-benefício da revisão tendo ciência de que esta etapa da produção é um investimento e não uma despesa. Como revisor, tenho recebido propostas indecentes de trabalho. Se cobro oito reais a lauda, por exemplo, alguns editores me dizem que há quem faça por dois. E fato é que há mesmo! E estes autores ou editores caem nas mãos desses “bucaneiros”. E aí a qualidade, ou melhor, a mediocridade do trabalho realizado a dois reais a lauda será percebida pelo leitor, o maior prejudicado nesse processo. Em revisão de textos existe parceria, mas não filantropia.

Não pode jamais o autor confiar um trabalho que lhe consumiu meses ou anos de dedicação a alguém que não apresente uma bagagem de conhecimento aceitável e prove sua competência. Da mesma forma, a verba destinada à revisão deve ser utilizada com o melhor profissional, aquele que agrega valor e qualidade ao trabalho. Agindo desta forma o autor, e até mesmo o editor, terão boas chances de apresentarem ao leitor um trabalho de qualidade, ter credibilidade e acender na lista dos best-sellers. Quem não gostaria de ser o primeiro no ranking?

Em 2000, em parceria com Taissa Antonoff Andrade, abri a Texto Ideal – Serviços Editoriais, empresa dedicada à realização de serviços de revisão e preparação de textos. Ao longo desse tempo revisamos centenas de livros dos mais variados gêneros e áreas do conhecimento, revistas temáticas e trabalhos acadêmicos sobre diversas disciplinas. Por estarmos no mercado durante todo esse tempo, estamos seguros de que oferecemos aos autores e editores um trabalho de excelência.

Para saber mais sobre nosso trabalho e contratar nossos serviços, entre em contato: E-mail: arquitexto@gmail.com

WhatsApp: 35 99934-8766 Skype: josias747

Site: http://texto10.wixsite.com/ mais (use o formulário de contato).

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