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Delmo Biuford

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JackMichel

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ENTREVISTA ESCRITOR DELMO BIUFORD

Por outro lado, romances policiais seguem determinadas regras que servem para aguçar a leitura em descobrir o que virá no próximo capítulo. Naturalmente, esses elementos exercem em mim grande poder de atração.”

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Delmo Biuford participou da IV Seletiva de Poesias, Contos e Crônicas de Barra Bonita, recebendo o Diploma de “Classificação com Louvores” em 2005. Classificado pela Universidade Federal do Maranhão, no Festival de Poesia Maranhense de 2006, participou do I Varal de Literatura de Campinas em 2007 e de vários eventos litero-musicais na Casa das Rosas e Sesc Ipiranga, em São Paulo. Ficou entre os 10 melhores poetas no concurso nacional de conto e poesia pela Secretaria Municipal de Cultura do Município de Suzano, em 2009. Em 2010, publicou seu primeiro livro de poemas intitulado “Flor de Tudo”, pela Editora República Literária. Participou de publicações coletivas, do Portal dos Poetas Brasileiros e da Bienal do Livro em 2010. Na área musical é compositor, letrista e cantor de MPB. Participou de vários CDs e tem várias músicas gravadas por artistas. Gravou um CD autoral em 2015. Publicou o romance policial “Domínio do Crime” e outro livro de poemas “Química do Verso” em 2017.”

Boa leitura!

Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

critor. Conte-nos o que mais o encanta nos romances policiais?

Delmo Biuford – Quando era bem mais jovem li “O Caso dos Dez Negrinhos”, de Agatha Christie. Fiquei impressionado com todo aquele mistério, as mortes ali sequenciadas e o desfecho surpreendente. Esse primeiro contato com o romance policial certamente influenciou, ainda que psicologicamente, na minha decisão em escrever uma ficção

com essa temática. Embora tenha lido outras obras e outras tendências, o desejo inconsciente eclodiria a qualquer momento, e foi o que aconteceu. Acho até que não por mera atração casual, mas por uma tendência influenciada, a partir desse contato com o livro da grande “Queen/Lady of Crime”.

Como surgiu inspiração para “Domínio do Crime”?

Delmo Biuford – Sempre escrevi poemas e letras musicais, mas de alguns anos para cá comecei a alimentar o desejo de escrever um romance, uma novela ou coisa do tipo. Porém, não sabia qual assunto abordar. Por volta de 2012, comecei a rascunhar um texto futurista onde o protagonista investigava o roubo de uma joia valiosa. Tentei desenvolver a trama em primeira pessoa. Claro que em determinado momento, me deparei com a impossibilidade da onisciência e interrompi o projeto. Pensei então, uma maneira de trazer um assunto semelhante para os nossos dias, mas queria uma obra ficcional sem compromisso obrigatório com a realidade. Daí surgiu a ideia do livro, que durante o processo de seu desenvolvimento me “revelou” o que seria o título definitivo: “Domínio do Crime” desta feita, escrito em terceira pessoa.

Apresente-nos a obra.

Delmo Biuford – Golias, um lutador de “Luta Fatal”, caiu imóvel sobre a lona, logo após ter recebido um tiro certeiro na altura do coração. César Sandoval, Cesão, um detetive particular, atormentado pela morte de sua mulher, em um acidente ocorrido vinte e três anos atrás, é procurado por Luíza, mulher do lutador, para investigar o crime. Dr. Roterdã, o ex-prefeito de “Sampa”, famoso pelos escândalos de desvio de verba, é chefe da facção criminosa chamada de a “Pequena Máfia”. Paralelamente, a cidade é cercada por “condomínios do crime” subdivididos em cinco setores, que dominam a venda da droga “Paraíso” e o tráfego de pessoas para servirem as “Rinhas Humanas”. Um advogado ambicioso trama contra seu chefe, o ex-prefeito; com esse intuito um assassino de aluguel é contratado para tal.

Quais os principais desafios para a escrita do enredo que compõe a obra?

Delmo Biuford – Creio que os maiores desafios estão na intersecção dos personagens à medida que a trama se desenrola. O tempo tem que ser dosado num paralelo correspondente aos fatos de forma que o contexto não fique confuso e desordenado. Os capítulos, via de regra, são curtos e os personagens, a princípio, agem separados e vão se encontrando nos capítulos subse

quentes. E sendo assim, surgem armadilhas que podem deixar o texto incoerente e a trama, inconsistente. Esforcei-me para que tudo fluísse de forma mais natural possível, isso também traz uma determinada dificuldade patente na história.

O que mais o atrai no enredo que compõe a trama?

Delmo Biuford – É o passo a passo, é cada drama pessoal, é a aventura e o mistério que vão sendo costurados fragmentariamente. Esses ingredientes articulados no enredo cooperam para que a curiosidade seja desafiada. Por outro lado, romances policiais seguem determinadas regras que servem para aguçar a leitura em descobrir o que virá no próximo capítulo. Naturalmente, esses elementos exercem em mim grande poder de atração.

Descreva “Domínios do Crime” em duas palavras.

Delmo Biuford – Vibrante, surpreendente.

Onde podemos comprar o seu livro?

Delmo Biuford – O livro “Domínio do Crime” pode ser encontrado no site da Editora Multifoco: www. multofoco.com.br, ou pelo facebook: https://www.facebook.com/ delmo.biuford, Ou pelo site: https://www.amazon.com.br

Quais os seus principais objetivos como escritor?

Delmo Biuford – Pretendo dar continuidade a essa desafiadora atividade sem me preocupar se terei muita ou pouca visibilidade, mesmo porque despertei esse lado, até então oculto ou submerso. Portanto, sinto que não posso mais me furtar a explorar e transferir minhas ideias às letras dos livros autorais. Por outro lado, no enredo que acabei de escrever ficaram algumas lacunas abertas, uma espécie de fios condutores que impõem uma conclusão, ou uma continuidade sequencial a ser trabalhada. Nesse sentido, já estou articulando o próximo livro, que ainda não tem título, mas certamente estará diretamente ligado à trama recém-publicada.

Soube que além de escritor, você é compositor, apresente-nos um pouco sua trajetória como músico.

Delmo Biuford – Comecei na música nos anos setenta, em 1973, quando escrevi a primeira canção autoral; daí em diante participei de festivais de música, eventos litero- -musicais, saraus etc. Apresentei algumas músicas na Casa das Rosas, Sesc Ipiranga, teatros, rádios e em outros espaços culturais. Em 2003, gravei um CD autoral em parceria com o músico Pablito Morales, intitulado “Olho Nu”. Em 2007, gravei o CD “Plano de Voo” com meus parceiros musicais Pablito Morales e Wimer Bottura. Publiquei o livro de poemas “Flor de Tudo”, pela Editora República Literária, e em 2015 gravei CD autoral “Maria Maré”. Tenho algumas músicas gravadas por outros artistas espalhados por aí. Recentemente, publiquei o livro de poemas “Química do Verso”, pela Editora Amazon (www.amazon. com.br).

Quem desejar, como deve fazer para conhecer melhor o seu trabalho musical?

Delmo Biuford – Creio que a melhor vitrine é por meio do YouTube; e quem quiser conhecer, basta digitar na área de pesquisa meu nome: Delmo Biuford (play list). Lá aparecerão alguns vídeos com músicas de minha autoria. Caso haja o interesse em adquirir CDs, ou livros, escreva para email: delmosouza@ yahoo.com.br.

Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor o escritor e compositor Delmo Biuford. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores?

Delmo Biuford – Convicto de que a melhor maneira do ser humano desenvolver seus potenciais é por meio da leitura, humildemente aconselho os brasileiros, sobretudo, os jovens, que façam da leitura um hábito, pois existem vários universos a serem descobertos, segredos a serem descortinados, mundos a serem explorados. As sensações são muitas, assim como o prazer sensorial cria laços indeléveis ao tema lido. A riqueza de uma nação nasce na educação e na cultura de um povo. O livro, por sua vez, tem papel fundamental para sedimentar o conhecimento e despertar o homem crítico e partícipe da prosperidade e poderio de seu país e, não importa se o texto é ficcional ou não, não importa o estilo, a origem do autor, todos são dignos de leitura e toda leitura é uma joia que devemos guardar como uma pedra preciosa em nossa alma.

_________________ Divulga Escritor: Unindo Você ao Mundo através da Literatura. https://www.facebook.com/ DivulgaEscritor/ www.divulgaescritor.com

PARTICIPAÇÃO ESPECIAL

Maria dos Santos

Escrevi um livro, e agora?

Este é um tema com formato garrafal. Escrevi um Livro! Vaidades!

Feliz e contente escrevera um livro. Melhor, rabisquei. Juntei folhas de poemas, quantas vezes alinhavados com olhos marejados de lágrimas.

Mas não necessariamente chorosos. Também os tenho sorridentes, amargos, revoltados, sociologicamente querendo entrar pelos assuntos adentro, ficando abeirada nas franjas dos problemas reais dos outros.

Que feliz estava por ter escrito um livro! Poesia é a minha arte. Foi indescritível.

O poeta é um grande fingidor. Porém, finge - se finge - com arte. E com alguma arte, espero, escrevi o meu primeiro livro. Não consigo contabilizar as horas e /ou os dias de trabalho. Escrever, corrigir, etc. Mas escrevi um livro, com um título apelativo ,na esperança de que, ao olharem para a capa, me comprassem.

Escrever nunca foi problema para mim sobretudo a poesia. Todavia, considerando que é um trabalho solitário, o problema surge quando se pretende afirmar o nosso trabalho. Todos comentamos isto. É uma verdade insofismável.

Escrevi mais um livro, e agora?

Dificilmente reparamos que os nossos pequenos prazeres (de escrita) podem ser objectos de interesse para o público. Serão? - Como se desenrolará o processo, serão eles passíveis de exposição?

Entre a inocência, a timidez ou incompetência de quem não se sabe. Nunca se sabe o porquê. Ou, se sabe não parece querer vender. Acabamos por ficar, todos nós - os novos escritores - circunscritos aos amigos, familiares e grupos de interesse profissional ou desportivo.

De um modo geral – falo ago

Escrevi um livro, e agora?

ra em meu nome, mas creio poder generalizar - sou eu quem vende os livros. A divulgação fica a cargo da editora, porém cabe-me a mim a parte mais difícil. Os livros só muito lentamente têm vindo a ser colocados/divulgados para venda ao grande público.

Aguardam-se melhores dias, uma maior dinâmica, mais sucesso, mais vendas, algum dinheiro que chegue para as despesas. E, não só.

A minha área é a poesia e essa é, dentro da literatura, um mercado ainda mais complexo. Estamos a verificar um Boom a nível de novos poetas e escritores em geral.

É preciso que tenhamos visibilidade. Sair da obscuridade seria muito bom, tal como uma divulgação alargada do valor literário, após devida avaliação.

Esta avaliação deveria estar em primeiro plano, nas editoras, evitando o editar-se por se editar – o dinheiro pela arte – que destrói o que de melhor existe em cada um de nós. A criatividade.

Porém, notam-se algumas melhorias e um esforço para a divulgação em geral.

Editei sim uns livros, e depois? Quem entende a arte do poeta?

Alindam-se poeticamente verdades, de cruas dores vividas, de onde o poema nasce aligeirado, ou tecnicamente forte como a força do pano cru. Nasce por vezes o poema despido, nu como uma criança saída da barriga da sua mamã.

E aparece-nos o poema, tantas vezes amadurecido, geralmente bem vestido de seda deslizante. Ora vai caindo em mãos doces, de coração quente, do tamanho do Mundo.

Ou quiçá, fique o poema a um canto. Fechado numa página qualquer de um qualquer livro vendido ao desbarato, sem que alguém se detenha a fazer-lhe uma análise de conteúdo, séria.

Penso num novo livro, e então?

Sem esquecer a poesia, ela está intrinsecamente ligada a mim, voarei para outros prados, outras gentes, outros lugares.

Por ela e com ela aventurar- -me-ei a ser fazedora de livros em prosa, crónicas que poderão fazer sorrir até uma cara triste ou alegrar um dia de má disposição.

Tem que haver uma saída. Não podemos ficar inertes. Procuremos, mesmo que desoladamente, alguns sinais, por pequenos que sejam, que nos tragam as marcas da passagem de alguém por nós. Alguém que nos leu e não nos viu, mas terá que ver. Façamos dos nossos livros um percurso qualitativo e crescente. É passo a passo e caminho a caminho que as distâncias se diluem, e o fim da viagem parecer-nos-á mais perto e leve. Mais nossa.

Será um acto de justiça reconhecer que temos vindo a assistir a um esforço na divulgação dos novos autores. Não chega? Pois não!

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