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Sobrevivi ao Aborto
40 A 50 MILHÕES...
Este é o número de bebês abortados por ano no mundo, equivalente a 125 mil por dia. Os dados são da OMS (Organização Mundial da Saúde). Até o fechamento desta obra, início de março, em tempo real, os dados já davam conta de mais de 1 milhão e cem mil bebês que tiveram suas vidas interrompidas por decisão da própria mãe. Esse número consta do site Worldometers – http://www.worldometers.info/abortions/ –, que se baseou nas estatísticas da OMS. A proposta do “abortômetro”, criado pelo site, seria dimensionar a problemática da questão. A estimativa é de que a cada ano, no país, 1 milhão de abortos são realizados. Segundo ainda dados do estudo, o procedimento é realizado, geralmente, no auge do período reprodutivo feminino, ou seja, entre 18 e 29 anos, e é mais comum entre mulheres de menor escolaridade. Pela lei, em apenas três situações específicas a prática é permitida ou autorizada: se a gravidez for fruto de estupro; se a vida da mãe estiver em risco; ou se o feto for anencéfalo, isto é, não possuir cérebro. “Há tanto aborto no Brasil, que é possível dizer que em praticamente todas as famílias alguém já fez um aborto – uma avó, tia, prima, mãe, irmã ou filha, ainda que em segredo. Todos conhecemos uma mulher que já fez aborto.” A questão é considerada como sendo de ordem de saúde pública.
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Mas e quando a gravidez é interrompida contra a própria vontade da genitora? Quanto aos números em relação à perda gestacional involuntária – leia-se aborto espontâneo –,os dados são imprecisos e difíceis de mensurar, em virtude dos próprios desafios de uma coleta e/ou pesquisa com esse fim, tendo em vista o fato de que nem todas as mulheres se dispõem a falar ou tornar pública sua dor em razão da culpa que carregam, seja ela imposta por elas mesmas (por acharem que deviam ter cuidado mais) ou imposta pela própria sociedade (por fatores adversos, incluindo a suposta falta de cuidado da mãe), visto ser essa uma questão de tabu.São mais de 4,2 milhões de mulheres no mundo que sofrem pela perda de seu(s) bebê(s). Dados de entidades de peso, como OMS e ONU (Organização das Nações Unidas) dão conta de que entre 10%e25% de todos os casos de gravidez podem terminar em aborto espontâneo. Cerca de 50% a 75% de todos os abortos espontâneos são originados por gravidez química, que se dá quando a gestação chega ao término logo após a fecundação, dando origem a uma perda de sangue que geralmente coincide com o período menstrual. Mais de 50% de todos os casos de gravidez comprovados por exames de laboratório acabam em aborto espontâneo. Como em toda perda, tem o luto.
A dor do luto...
Como mensurar isso? Não se trata de dados, estatísticas, números. Tem a ver com a vida. Porque gente não são dados, estatísticas, números. É alma. E no caso do bebê que partiu, um ser – trata-se de um ser que foi desejado, amado, esperado. Não é também um luto do corpo que não se formou ou se completou, ou que se formou, mas alguém amado que não sobreviveu. Os sentimentos são mistos, mas mútuos, por parte de quem perdeu quem não virá mais. A sensação é uma só: VAZIO. Vazio do ventre e da alma. A proposta dessa obra não é mais que apresentar números. Mas uma oportunidade para uma catarse, em que essa mulher que chora sua dor se vê agora apta ou pronta para dar vez à sua voz, mas acima de tudo, a de uma cura e libertação para uma vida inteira. Em cada depoimento, sim, aqui mencionado, a angústia da perda, mas também a serenidade de quem, ainda que marcada pelo seu passado que ora parece tão presente, conseguiu olhar para frente e caminhar, numa reelaboração contínua e eterna, ainda que sob os passos de um dia de cada vez, na esperança de que dias melhores sempre surgem, a cada oportunidade. Algumas, talvez, não tenham superado a dor. Há muito silenciaram a voz e a alma. Mas é uma de muitas que têm se levantado a favor da vida – como a “voz que clama no deserto” – para que um caminho seja endireitado. O livro foi criado para mostrar o outro lado da história. Alguns relatos de sobreviventes e depoimentos de quem desejou a criança. O livro “Sobrevivi” vem com uma proposta para repensar o aborto: a prevenção. Ela é a base que previne grandes tragédias. A morte nunca poderá ser uma solução para resolver um problema. A prevenção, sim.
O livro foi escrito pela escritora Blenda Bortolini, com suporte do jornalista Marcelo Ferreira e impresso pela Bortolini Editora. O lançamento está previsto para ser realizado no Salão do Livro em Genebra, em abril de 2018,no stand brasileiro da Helvetia Edições. Contato com a autora e pedidos: blendaebortolini@hotmail.com