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O Mar me confessou
Fausto Morais Diniz - Belo Horizonte - MG
O mar me confessou...
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Com seus murmúrios nas praias a espumar, Sobre as areias brancas docemente a resvalar, Rolando pedregulhos e pequenas ostras, Como cantigas de amor, declaradas ao sol se por.
Vestígios de amor de um ardente verão Paixão eterna, juras prometidas, Que nos pequenos rochedos, escondidas foram pairar Ouvindo apenas os murmúrios do mar.
O Mar me confessou...
Refletindo as estrelas e a lua a brilhar, Com beijos ardentes de um amor errante E afagos perenes de uma doce morena Nos meus ombros a debruçar.
Seus murmúrios, em redemoinhos se transformaram Depois indo aos recônditos mais profundos Das cavernas sombrias a mostrar Pérolas negras nas solitudes a brilhar.
Em uma das ostras faltava a pérola Que inconsolável se punha a chorar, Pérola negra quem veio aqui te roubar? Não sou mais ninguém, passo a vida a lamentar.
Desde um pequeno grão, por amor zelosa te cuidei, Pérola negra, pérola negra, volta donde estás Para o segredo profundo de nosso lar Pérola negra te transformaste na sereia morena do mar.
Adormecido estava com meu corpo a levitar, Vieste das profundezas para me amar Ficarás comigo eternamente Ouvindo as confissões e os murmúrios do mar. Mas não podes diz a ostra! Nas profundezas a clamar Este feitiço acaba quando o dia clarear Perderás o caminho de volta Não me deixes... eternamente a chorar.
Ainda nos teus braços, comecei a soluçar Amor de minha vida viverei na solidão Pelo destino, que o mar me confessou Sou sua pérola negra, que o encanto, em sereia me transformou.
E agora meu príncipe encantador, Carregarei um fardo de perdê-lo pelo amor De uma ostra que voltará a cantar Serei a pérola negra mais triste do mar.
A madrugada foi nascendo... e a pérola a chorar Voltou sozinha para o fundo do mar.