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Um vago solilóquio
Um vago solilóquio
Léo Ottesen Rio Grande/RS
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Um vago solilóquio me enleva pela deserticidade. Ruas de pedra e terra e asfalto. Salto do gato. Brilho de estrelas. E a companhia sempre presente da ausência.
A lua se cala diante da minha incompreensão. E da minha reação atônita e exata. Como se o silêncio sepulcral não fosse algo banal. Como se eu esperasse alguma resposta quando em verdade eu nem pergunto nada.
E o que diria, se eu perguntasse, o astro? Haveria respostas à consciência desperta ou ao descontentamento incerto? Ou haveria outro questionamento cego: por que conversas com uma rocha, poeta?
É preciso questionar frequentemente nossa própria sanidade [assim como a nossa existência.
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