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Porque Tarcísio de Freitas Governador eleito por São Paulo não nomeia negros?

Há duas figuras centrais junto a Tarcísio, influenciando a formação do governo paulista, que espelham essa realidade do círculo vicioso: Gilberto Kassab e Guilherme Afif Domingos. A biografia de ambos é um exemplo do pacto da branquitude. Sempre estiveram ocupando cargos de relevância nas últimas décadas e avançaram na vida pública ignorando a necessidade de maior representatividade das pessoas negras. Kassab é fundador e dirigente do PSD, o Partido Social Democrático, que não tem sido nem uma coisa, nem outra. Segundo dados do TSE, a sigla foi uma das que sonegaram recursos para candidaturas de pessoas negras, na campanha eleitoral de 2022.

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Guilherme Afif D. Gilberto Kassab

Nas últimas décadas, em nenhum momento esses políticos se envolveram na luta antirracista. Agora, quando formam a equipe que vai administrar São Paulo nos próximos anos, continuam alheios a essa luta. É de supor, então, que uma parcela da população paulista, quase metade dela, não seja bem-vinda no primeiro escalão do governo estadual. Teremos que esperar outros 400 anos, para esse quadro se alterar? São Paulo foi um dos estados mais resistentes à abolição da escravatura. Cem anos depois, foi um dos últimos a adotar ações afirmativas em suas universidades públicas. O racismo ainda estrutura as relações sociais na terra que escravizou índios e negros, e depois importou trabalhadores brancos livres para substituí-los, deixando aqueles na miséria e abrindo oportunidades e esperanças para estes. A desigualdade racial em São Paulo é a mais profunda, na comparação com a maioria das outras unidades da federação.

Mas, se isso tudo já sabemos, o que fazer? Aqui vão algumas propostas: 1) Pressionar pela inclusão de pessoas negras nos cargos ainda indefinidos do Governo Tarcísio. Não nos calar, agora e nos quatro anos do mandato, denunciando o racismo todos os dias e cobrando o dever do estado de agir contra ele. 2) Enaltecer e incentivar as iniciativas empresariais que promovem a diversidade e inclusão; 3) Exigir que São Paulo tenha uma Secretaria de Promoção de Igualdade Racial;

4) Reivindicar que haja um mínimo de 20% de pessoas negras nos cargos de confiança; 5) Lutar pela criação de programas de bolsas, para a permanência das pessoas negras nas universidades estaduais; 6) Trabalhar por programas que estimulem a presença de pessoas negras no serviço público estadual; 7) Combater o racismo na Educação e exigir a implementação da lei federal 10.639, de ensino da cultura negra, na rede pública estadual. 8) Defender a participação ativa de pessoas negras nos planos econômicos desenvolvidos no Estado. 9) Impedir a retirada das câmeras nos uniformes da Polícia Militar e lutar por programas que valorizem a vida da juventude negra, vitima de violência e mortalidade escandalosas.

A luta política é necessária em todos os estados da federação, como uma questão de sobrevivência para a população negra. Devemos cobrar, de todos os governadores eleitos, que haja a participação de homens negros e mulheres negras em sua administração, e nas decisões de políticas públicas. A caminhada é longa e tortuosa, mas justa. A representatividade de pessoas negras e o combate às desigualdades serão construídos com participação política e fé na democracia.

Ivair Augusto Alves dos Santos

Por Ariel Seleme Escritor

Ponto de vista

"É preciso que as ideias briguem, mas as pessoas não. Creio que a temperatura baixará se os setores mais lúcidos da direita conseguirem explicar aos outros que a eleição acabou. Foi um processo já proclamado pelo TSE, passou por auditorias, obteve aprovação dos observadores internacionais e de toda a comunidade de países.

Não há mais o que fazer. Quem reza diante dos quartéis precisa compreender que os militares não são surdos. Se não responderam às suas preces, é porque decidiram respeitar a escolha majoritária."

As luzes acabam e cego somos.

Quando alguém nos dá luz, quando estamos escondidos, quando o fim vem antes do começo. O mundo é velho, com suas guerras e religiões. Temos algo que nos levou até aqui, e não foi o medo de mudar. Seguimos a canção, seguimos caminhando e cantando como iguais, como fraternos que não esperam acontecer.

A CHINA QUE SINTO SAUDADE

Algo corria no rio de Nanning, parecia uma pessoa, mas era só uma boia que media a poluição da água.

Pessoas maravilhosas vinham nos cumprimentar. Vinham com sede de conhecer estrangeiros.

No parque, muitos chineses me cumprimentavam e procuravam minha mão. Pessoas lindas, simples e sinceras. Vi dignidade. Vi pessoas lindas correndo em lindos parques. Vi calçadas limpas e dignidade nos catadores de lixo.

Vi crianças sadias, vi lindas e gratuitas escolas. Vi casa para todos e nenhum morador de rua.

Vi grandes e lindos hospitais onde nada é cobrado de seus pacientes. Vi como a manipulação da informação nos leva a uma visão distorcida da China.

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