SÉRIE Z 1

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A REVISTA DO FUTEBOL ALTERNATIVO DEZ. 2015 e JAN. 2016 -- N. 1


No ano em que o primeiro draft do futebol brasileiro foi realizado no Brasileirão Feminino 2015, a ADECO (SP) até tentou chegar as finais, mas parou nas semifinais no confronto contra o Rio Preto. Byanca foi uma das responsáveis pela boa campanha na segunda fase da competição (Foto: Tasso Marcelo/AllSports).


BEM-VINDOS

S

im, o título é totalmente clichê, mas esse é o pensamento. O Série Z, como blog, agora também é a Série Z, como revista. Você que já acompanha o trabalho feito desde 2013 terá a experiência de mais uma plataforma com a marca. Dessa vez, mais do que uma vontade, a Série Z é resultado de um Trabalho de Conclusão de Curso em Jornalismo, pela Faculdade Maringá. Desde as primeiras conversas, lá no final de 2014, com o orientador da pesquisa, tudo foi pensado para chegarmos neste ponto. O estudo rendeu um capítulo específico sobre futebol alternativo, uma oportunidade de oferecer referência para futuros trabalhos. O FA chegou às bancas examinadoras de trabalhos de faculdade. O texto científico sobre o tema ainda será pensado em qual forma será publicado. Aliás, a produção contou com muitas colaborações de pessoas que vivem a alternatividade

EDITOR Felipe Augusto ORIENTAÇÃO Ronaldo Nezo PROJETO GRÁFICO e DIAGRAMAÇÃO Felipe Augusto

futebolística. Deu trabalho, mas valeu a pena, por conhecer mais sobre o assunto e apresentar mais uma mídia especializada para todos que amam esse lado do futebol. São 80 páginas de futebol alternativo. A grande maioria, inédita. Algumas matérias do blog estão aqui, mas repaginadas e merecem estar nesse novo começo, pois foram importantes em dados momentos. Temos a colaboração de amigos, também. Vamos fazer uma viagem pelo alternativo. Começando por Macau, passando pelas experiências de “torcedores” brasileiros pelo mundo, ver onde Toró está jogando, conversar um pouco com Marco Bianchi, descobrir o confronto entre Benício e Neymar e chegar até Hong Kong, onde a bola vai rolar depois do Natal. Vai começar... Felipe Augusto Criador e editor do blog e revista Série Z

REVISÃO Felipe Augusto Ronaldo Nezo COLABORADORES Álisson Albino Benicio Junior Dibradoras - Site Kaique Augusto João Vitor Poppi


E S C A L A Ç Ã O

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62 70

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CONEXÃO FUTEBOL

BOLA DE CAPOTÃO

6 ENTREVISTA: BRUNO

50 O TÍTULO GOIANO

FIGUEIREDO

APITO INICIAL

14

50

DE 1992

54 ENTREVISTA: MARCO BIANCHI

14 BRASILEIROS PELO

60 UM CARIBE X SÃO

22 CRÔNICA: CINCO MIL

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PAULO ESCONDIDO

MUNDO VOZES

24 30

PELEJA 24 AMISTOSO: GRÊMIO MARINGÁ X URSO

LADO B 30

ONDE ESTÃO JOE COLE E TORÓ...

CONTEXTO

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34 FUTEBOL NA REGIÃO

METROPOLITANA

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38 INTERIOR URUGUAIO

E COPA 2030

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68 70

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2-3-5 44

ANÁLISE TÁTICA: SENEGAL X TURQUIA

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CAMISA 12 62 CRÔNICA: QUANDO

ENFRENTEI NEYMAR

65 CRÔNICA: A HISTÓRIA DE UM TÍTULO

ESCRETE 68

AS DIBRADORAS SÃO AS CONVIDADAS

GUIA 70

SEMIFINAIS HK SENIOR SHIELD 2015/16

FUTEBOL UTÓPICO 76 E SE A COPA TIVESSE SETE DIVISÕES?


CONEXテグ FUTEBOL

Bruno com a camisa do Sham Shui Po, de Hong Kong, onde teve alguns problemas (Foto: Ogol.com).

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MENTE SÃ, CORPO SÃO

É dessa maneira que Bruno Figueiredo, jogador do CPK, clube do Macau vem tratando o futebol. Jornais locais já o chamaram de um “verdadeiro globetrotter” da bola, também pudera, o meio-campo tem passagens por Hong Kong, Índia, Polônia, Irã, entre outros. Santista de nascimento almejava a estabilidade no futebol e em sua nova morada encontrou.Vê de perto certa evolução no futebol macauense, onde tem deixado seus gols e tem muita história para contar

Vamos começar pelo presente. São vários países e clubes. O que te levou a essas experiências? Vivo no futebol desde os quatro anos de idade, e nós brasileiros parece-me que nascemos com o sonho de ser jogador de futebol, famoso e poder viver bem. Eu, por um acaso desde pequeno gostaria de ser jogador por gostar daquilo que fazia, gostar de treinar e buscar sempre a estabilidade financeira. Calhou de poder viajar e conhecer lugares, onde também é uma paixão minha, mas com o passar do tempo, penso eu que todos buscamos firmar-se em um lugar e por lá construir sua família. Assim busco hoje em Macau, e venho concretizando bem isso.

Você nasceu em Santos. Ficou uma vontade lá atrás de jogar pelo time da sua cidade? Isso é uma questão que qualquer um que vive no futebol, responderia que sim, o Santos Futebol Clube teve em minha vida durante anos, com certeza adoraria poder ter me firmado lá e poder ter atuado pelo profissional, mas Deus quis que fosse de outro jeito. Como foi enfim, atuar por um clube da sua cidade, a Portuguesa Santista? Olha, para mim foi ótimo poder atuar na Briosa, tive no grupo em uma época de muitos jogadores de nome, como: Souza, Rico, Ronaldo (goleiro), entre

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outros. Pude aprender muito e assim ir adquirindo experiência para mais tarde. E claro, ser da cidade ajudava muito por conhecer todos, ter o apoio da grande maioria que conhecia o meu trabalho e também estar com a minha família. Você atuou pelo Guarujá e foi parar no Grêmio Pinheiros, de Lages (SC). Como aconteceu essa mudança? Foi uma época, que ia para fora do país, porém, não deu certo, fiquei meio que sem rumo, esperando em empresários. Quando o treinador do Guarujá me ligou e perguntou se gostaria de me juntar a eles, agradeci o convite e fui então jogar o campeonato com eles. Depois disso, o mesmo empresário que estava tentando me levar para fora, assumiu o Pinheiros naquela época e tinha um projeto de colocar o time na primeira divisão de Santa Catarina, fui com o foco de subir, não aconteceu, mas me destaquei. Tive a sondagem da Chapecoense, mas acabou de que não fechamos sem saber o porque até hoje. Tive para ir para o Oeste de Itápolis, também não acertei valores e decidi ir para fora do Brasil. A partir de 2009 começou a suas experiências mundo afora, para jogar na segunda divisão iraniana, pelo Payam Mashhad. Como você recebeu essa proposta e o que pensou? Vinha mandando meu material para alguns amigos, empresários, quando um empresário que trabalhava com um amigo me contatou, perguntou se eu me interessaria em ir pro Irã, na hora realmente nem quis saber, falei que ia e pronto. Queria jogar fora e estava decidido, ainda por cima o dinheiro era

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AtĂŠ o final de 2014, defendia o Ka I, seu segundo clube no Macau (Foto: Acervo Pessoal).

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ótimo e o time era de primeira divisão havia caído aquele ano, me informei sobre tudo que tinha lá, sabia da guerra com Iraque e tal. Mas nada me abalava na decisão de ir jogar fora. Adorei a experiência, fui muito bem, fiz 16 gols, e estava para renovar, mas como sempre empresários bloqueando de alguma forma, querendo mais dinheiro, essas coisas de negociações. Em 2011, você chegou a Hong Kong. O país, atualmente, se consolidou como um mercado para estrangeiros. Na época, você atuava com compatriotas, mas era ainda uma experiência essa abertura? Já existiam muitos brasileiros atuando em Hong Kong, chegamos vindos de Macau, o treinador do Sham Shui Po assistiu uma

Sabia da guerra com Iraque e tal. Mas nada me abalava na decisão de ir jogar fora. Adorei a experiência, fui muito bem, fiz 16 gols.

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INFO CONEXÃO FUTEBOL Bruno Nogueira Figueiredo Meia | 29 anos Santos (SP) 1,81 m | 75Kg Ambidestro Clubes: Santos (2003), Ponte Preta (2004), Portuguesa Santista (2005-2006), Guarujá (2007), Grêmio Pinheiros (2008), Marcílio Dias (2008), Payam Mashhad - Irã (2009/10), Atlético CP Portugal (2009/10), Belenenses - Portugal (2010/11), Monte Carlo - Macau (2011), Sham Shui Po - Hong Kong (2011/12), Windsor Arch Ka I - Macau (2012), Sparta Brodnica - Polônia (2011/12), Vasco SC - Índia (2012/13), Vllaznia Shkoder - Albânia (2012/13), Windsor Arch Ka I - Macau (2013-2014) e CPK (2015).

partida do nosso time em Macau, onde ganhamos de 3 x 2 do líder e assumimos a liderança. Consegui marcar os três gols da vitória. Porém, em Hong Kong, não sei até hoje o que aconteceu que o treinador não me dava oportunidade de atuar, me mantinha no banco e não colocava de jeito nenhum durante os jogos. Foi realmente frustrante para mim, por que via meus amigos atuando, querendo e pedindo a minha ajuda. Só que o treinador não me colocava. Pior de tudo era saber que eu estava em um ótimo momento, um dos melhores da minha carreira, fisicamente e mentalmente. Acabou que acordamos em eu sair do time, tive uma proposta de outro time de lá, mas o Sham Shui Po ameaçou cancelar meu visto se fosse, e assim sendo, caso cancelado teria que deixar o país por seis


meses. Resolvi então voltar para o Brasil e esperar outra proposta com o sentimento de que ali era um lugar onde poderia ter feito minha vida pessoal e profissional. Como foi sua passagem pela Polônia? Tive a oportunidade de conhecer o país, que é lindo e muito bom de se morar apesar do frio. Povo fanático pelo futebol como os brasileiros. Tive que me adaptar ao estilo de jogo mais duro, tive que aprender a ser mais duro também, porém, sempre tentando mostrar a qualidade brasileira em dribles, técnica. Uma coisa havia aprendido ao longo de todas essas andanças, os estrangeiros precisam ser diferentes dos locais, fazer algo diferente, para realmente mostrar que você vale o investimento. E pela Índia? Fui para Índia satisfeito com o que deixei lá (na Polônia). Tive proposta de renovação até de outros times, mas a Índia me procurou com uma proposta muito boa e de longo prazo, onde naquela época me vinha na cabeça sossegar em um lugar e fazer a minha vida, cansado de rodar mundo afora, mesmo adorando viajar. Só que nem tudo é mil maravilhas e dinheiro não compra felicidade. Fiquei seis meses sozinho na Índia, tinha amigos, mas

não é a mesma coisa, treinávamos as seis da manhã e depois nada mais. Eu sempre fazia um trabalho a parte à tarde, para me ocupar, até que um dia me cansei daquilo e fui conversar com a diretoria. Mesmo com o que ganhava (era bom), para continuar lá teria que ser muito melhor, tentei aumentar, não aceitaram. Resolvi então procurar outros rumos e sair de lá, sai amigavelmente, e naquele momento estava gostando de lá, conhecendo lugares e pessoas, mas a vida sozinho me matava. O ano de 2015 foi sua quarta temporada no futebol de Macau. Sua primeira passagem foi em 2011, voltou em 2013 e desde 2014 está no futebol local. Percebeu alguma melhora no esporte nesse período? Dou muito valor para Macau, como disse é onde estou hoje, onde venho colhendo frutos. Criando e estabilizando minha vida. Hoje tenho minha namorada que mora comigo e também trabalha por aqui, estou longe da família, mas aprendemos a viver com isso e matamos a saudade por Skype, Facetime, essas coisas. Tenho os planos de casar e ter filhos por aqui. Daqui uns cinco, seis anos parar de jogar e continuar morando por aqui. O esporte vem melhorando. A cada ano que passa tem melhorias e espero

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continuar ajudando para cada vez mais melhorar. De 2011 à hoje vê-se melhorias exorbitantes e venho trabalhando dia a dia buscando mais melhorias para transformar Macau em um excelente mercado como Hong Kong, Tailândia, entre outros. Qual a relação do povo macauense com o futebol? São fanáticos por futebol, como o mundo todo, porém, com o futebol deles, eles não dão muito valor, mas isso vem crescendo muito, os estádios ficando mais cheios, a televisão está cobrindo mais jogos e assim divulgando mais o nosso trabalho para o país. Na temporada 2015, você anotou dez gols. Foi a sua melhor temporada na carreira? Fiz uma excelente temporada e creio que foi uma das melhores no geral em minha carreira, me sinto hoje, com 29 anos no meu melhor fisicamente, mentalmente e pessoalmente. As vezes não entendemos a vida dos atletas, mas isso tudo que citei é importantíssimo e influencia para podermos desenvolver o nosso trabalho em alto nível. Esse ano tive uma enorme confiança dos treinadores, jogadores, minha namorada que me aguenta diariamente e me ajuda em tudo. Então para resumir o momento cito essa frase: Mente sã, corpo são.

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AS HISTÓRIAS de BRUNO FIGUEIREDO Quando estive em Portugal no Belenenses, estávamos em prétemporada e o treinador a todo momento falava: “Vamos malta”, que em português do Brasil significa: “Vamos pessoal, ou galera, ou gente”. E outro brasileiro que lá estava comigo perguntou para mim: “Cara, quem é esse ‘Malta’ que o treinador sempre fala, ele deve ser o fera do time, o craque”. Eu então perguntei se ele estava brincando? Ele disse que não, que queria saber quem era, logo expliquei e ele riu de se acabar (risos). No Irã tive que me adaptar ao modo de vida deles. Ônibus não se anda misturado. É determinado mulheres na frente e homens atrás, não pode se envolver com nenhuma mulher se não for assinado em cartório o tempo de relacionamento, com no mínimo sete dias. Caso aconteça e a família descubra, ela é deserdada.

Na temporada 2015, o meia marcou dez gols e ajudou o CPK a ficar com a terceira colocação da Liga de Elite (Foto: Acervo Pessoal).

Estive no Irã bem em época de guerra com o Iraque e tínhamos um jogo importante pela semifinal da Taça, contra um time que era bem perto da fronteira com o Iraque. A todo momento passavam aviões, helicópteros, caças e bombas, não consegui dormir a noite toda com receio. Mas no dia seguinte graças a Deus ocorreu tudo bem no jogo.

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APITO INICIAL

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MEU MUNDO É O FUTEBOL!


V

São milhões de brasileiros espalhados pelo mundo. Muitos deles carregam consigo a paixão pelo futebol e assim permanecem em sua nova casa

ocê é brasileiro. Apaixonado por futebol, mais ainda pelo seu clube de coração! A “vida” então te leva para fora de seu País, seja por sonho ou circunstâncias, longe dos estádios que você tanto frequentava. Sua nova morada é um local onde o futebol não é tão visto, mas está lá... Em 2013, o Ministério das Relações Exteriores divulgou que 2,5 milhões de brasileiros moram no exterior. Esse número leva em consideração relatórios e matrículas de Consulados e Embaixadas do Brasil. É certo que há mais brasileiros do que o apresentado, devido a situação irregular de muitos, que preferem não participar de pesquisa sobre tal estimativa. São várias as circunstâncias que levam os “tupiniquins” para “desbravarem” novas terras: educação, trabalho, vida pessoal. Para aqueles que amam futebol, conhecer o esporte local é uma das primeiras coisas a serem feitas e alguns convivem com uma alternatividade futebolística, seja em Cracóvia, norte da Polônia; Faro, sul de Portugal ou em Tallinn, norte da Estônia!

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Paulo é torcedor e sócio de “carteirinha” do Wisla Krakow (Foto: Acervo Pessoal).

O sonho de Cracóvia

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Quando criança, em Pato Branco, sudoeste do Paraná, sua mãe o levava até o estádio Os Pioneiros, para acompanhar as partidas do clube local. Esse é Paulo Gregoreki, 32 anos, que apesar de ter convivido em uma família, com torcedores do Grêmio, Internacional e Caxias, se tornou palmeirense. Sua mãe era flamenguista, o que rendeu uma ida ao Maracanã, ao lado dela. “Amo o futebol brasileiro como um todo”, conta. Paulo gosta acima de tudo de futebol. O paranaense é descendente de polacos e desde criança comungava do desejo de morar em Cracóvia e viu na faculdade, a chance de realizar o sonho. A Polônia foi tema de sua monografia na graduação, ao escrever sobre a comunidade que vivia em Marechal


Cândido Rondon. Assim, Gregoreki resolveu fazer o mestrado em sua “terra”. Quando chegou ao país, o mestrando teve uma obrigação. “Logo que me instalei uma das primeiras coisas que procurei conhecer foram as rotas dos estádios”. Em seu currículo estão os estádios do GKS Katowice, Rozwoj Katowice, Ruch Chorzow, Hutnik Krakow e o seu time, o Wisla Krakow. “Aqui tenho carteira de torcedor e o respeito do clube pela minha pessoa é muito maior. O porteiro me chama pelo nome e sobrenome! Há uma diferença gritante. Quando o Wisla joga é uma sensação diferente”. Nas suas andanças pelo futebol local, Paulo tem um histórico alternativo. Em Katowice, ele morou até 2014 e lá acompanhou o GKS, clube mais popular, mas preferia o Rozwoj, que estava na terceira divisão. “Ir no estádio do Rozwoj e ver a Terceirona polaca foi sensacional. Gosto muito de jogos assim”. O clube é do bairro de Ligota, uma “quebrada” da cidade, como diz Paulo. Algo chamou a atenção em um dos primeiros contatos com a torcida local. “A coisa mais inusitada que me aconteceu foi quando eu fui até o barzinho do estádio do Rozwoj comprar cerveja e os hooligans (alguns torcedores do clube assim se

identificam) perguntaram para mim, se eu era católico. Aqui na Polônia, religião e futebol andam muito próximos. O que as vezes pode ser um problema”. Agora em Cracóvia, além de ver o Wisla, o “polonês-brasileiro” arrumou um novo time para acompanhar, direto da quarta divisão nacional, o Hutnik Krakow, que é de Nowa Huta, distrito da cidade, mas usa o nome da “metrópole”. A equipe também, segundo Paulo, é de um bairro considerado como uma “quebrada”. “Não é todo mundo que curte e encara ir lá, se meter no meio daquele bairro só para ver futebol. Lá é um bairro industrial, de povo humilde, não é o que sai no cartão postal”. Seja na “quebrada” do Hutnik ou do Rozwoj, o fato de um brasileiro acompanhar o clube diretamente no estádio causa orgulho nos torcedores locais. “Eles não estão preparados digamos para ter o futebol deles apreciado por brasileiros. Por isso quando te identificam eles te perguntam se você está gostando, agradecem até por você ir ao estádio”. Paulo também sente orgulho, ainda mais por ter visto diretamente do estádio, o acesso do Rozwoj para a segunda divisão. Um brasileiro apaixonado pelo futebol polonês.

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Com a “amarelinha”, Marco foi cercado pelos gibraltarianos em paritida (Foto: Acervo Pessoal).

Um botafoguense no Faro

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Era 11 de outubro de 2015. “Cara, que experiência doida!”. Gibraltar e Escócia se enfrentaram no Faro, Portugal. “Mistura de clima de Copa do Mundo com amistoso oficial”. Apesar de eliminada, 15 mil escoceses cruzaram o continente para ver o confronto contra uma das mais cultuadas seleções alternativas do momento. Marco Antônio Rigotti, 21 anos, estava lá e viu tudo isso de perto. Ver Gibraltar de perto é um desejo de dez entre dez interessados por futebol alternativo e Marco teve a chance, onde recebeu cumprimentos por ser brasileiro. “Eles adoram brasileiros! Me viam com meu agasalho no entorno do estádio e sempre pediam fotos, com as famosas palavras ‘joga bonito’, ‘Pelé’ ou ‘Ronaldinho’”,


conta. Nascido em Araçatuba, criado em Ribeirão Preto, formado em Uberlândia e mestrando no Faro. Marco se formou recentemente em Relações Internacionais e resolveu ir para o Algarve fazer o Mestrado em Gestão Empresarial e o futebol foi um dos primeiros pontos que queria conhecer na nova terra. “Sem dúvidas!”. Na primeira divisão portuguesa, porém, a região sul não possui representantes, mas o clube da cidade, o Farense da segunda divisão foi o escolhido pelo brasileiro, que desde que chegou lá, foi a todas as partidas no estádio de São Luis. “Não perco um! Ir ao estádio é um processo de catarse. A torcida é apaixonada e extremamente orgulhosa de si e seus feitos”. Rigotti se tornou conhecido no meio da torcida, que já o chama de “o brasileiro”. Torcida essa que apoia o tempo inteiro, inclusive Marco. “O time faliu uns anos atrás e recomeçou da divisão mais baixa do país, os distritais amadores. É bacana acompanhar o processo de reestruturação desse time”. Segundo o mestrando, o futebol dos gajos é bem diferente do brasileiro. Primeiramente, pelo estádio com capacidade para 13 mil pessoas, onde não há grades ou policiais. A média

de público é de 1.500 torcedores, com apenas alguns seguranças nas balizas “protegendo” os adeptos. Quanto ao nível de jogo, Marco vê uma nítida diferença. “Jogadores com muito vigor físico, porém pouca técnica. Em todos os jogos que vi até agora, não encontrei um time com um camisa 10 capaz de fazer aquele passe em profundidade. Temos jogadores mais técnicos na Série D no Brasil, mas eu não garanto que nossos times da quarta divisão teriam capacidade física de competir com os daqui”. Série D! Apesar de longe, Marco Antônio pode vibrar de longe com a conquista do “seu” Botafogo de Ribeirão Preto. Ele “nasceu” palmeirense, mas aos 14 anos, se mudou com a família para Ribeirão Preto e como ele se diz “doido por futebol” passou a frequentar o Santa Cruz e a paixão o pegou. “Viajava direto com a torcida, já fui bilheteiro, já atendi na loja do Botafogo, já vendi ingresso, já fui tudo lá dentro, me sentia parte de tudo aquilo e nunca mais consegui largar o Botinha!”. Quando morava em Uberlândia, sempre ia a cidade para ver o clube, agora em Faro não pode ir, mas continua acompanhando. Seja com o Botafogo, o Farense ou Gibraltar, Marco não deixa de lado, o futebol!

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Seja na Estônia ou Brasil, o clube de Antonio é alvinegro (Foto: Acervo Pessoal).

Na Estônia tem futebol

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Certo dia navegando pelo CouchSurfing (rede de serviço de hospitalidade), uma moça pedia informações sobre o Rio de Janeiro. Foi então que um carioca viu que ninguém havia respondido-a e resolveu ajudá-la, com os dados que queria. A viagem ia demorar seis meses, então eles passaram a conversar para continuar trocando ideias sobre a viagem, algo despretensioso. Até que um dia, ela chegou e eles acabaram se gostando. Ela mudou sua rota de viagens pelo Brasil para ficar com ele. O tempo passou e eles resolveram morar juntos na casa dela. Era um teste de dois meses que já dura quatro anos. O carioca era Antonio Bordallo, 35 anos e a moça, uma estoniana, que hoje vivem em Tallinn. Por ser do Rio, logo se pensa que


Antonio tem como time, um dos quatro grandes do estado, mas não. Ele é corinthiano. “Sempre acompanhei futebol e por mais estranho que pareça, torço pelo Corinthians desde a adolescência, mas por identificação mesmo”. A camisa alvinegra que carrega assistiu a vários jogos na Estônia, desde o Nacional, competições europeias e até jogos da seleção local. Bordallo tem “uma relação cordial com todos os times” do país, mas tem no Nõmme Kalju, o seu preferido. “Além de ser o time com maior número de estrangeiros, o time já contou no passado com quase meio time de brasileiros. Ainda não morava nessa época aqui, mas até hoje o técnico é o brasileiro Getulio Fredo, uma das figuras mais carismáticas do futebol estoniano”. Essa busca começou ainda quando o time era da segunda divisão e chegou ao auge, com o título da Meistriliiga, a primeira divisão. O carioca continuou a acompanhar o clube e presenciou um momento marcante para ele e histórico para o futebol local. “Foi a primeira vez na vida que assisti pessoalmente um jogo válido pela Champions League: Kalju x HJK Helsinki. O Kalju já havia vencido o jogo fora e na Estônia conseguiu empatar e levar a vaga pra fase seguinte. Foi a primeira vez

que um time estoniano ganhava de um finlandês numa competição internacional”. Festa no Hiiu Stadium. Os estádios das Estônia são característicos e possuem um lanche famoso. “A comida típica de estádio aqui é um tipo de tiras de pão preto frito com cobertura de alho moído. Em todo lugar se vende isso”. No Hiiu, um buffet tem parceria com o clube, com direito a hambúrguer de carne de porco com molho teriyaki. “Foi a melhor comida que já consumi num estádio de futebol em toda minha vida. E olha que já fui em muito estádio por aqui”. Apesar da paixão pelo futebol, segundo Antonio, é comum ter estonianos que não fazem ideia do que acontece no campeonato nacional, mas acompanham a Premier League. A seleção local possui adeptos e o carioca já viu uma “facilitada” para a Holanda, em pleno estádio. “A Estônia conseguiu estar na frente, mas sabia que todo o país não estava acreditando no que estava acontecendo. Os laranjas conseguiram virar o jogo, mas aquele momento que Davi estava vencendo Golias está na memória de todo torcedor estoniano!”. E com certeza, na mente de Antonio também. Mais um de muitos que ele ainda irá acompanhar em terras estonianas.

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APITO INICIAL

As cinco mil vozes

M

e chamo João. Sou conhecido na minha cidade como “Joãozinho 5 mil”. Pode parecer estranho, mas esse apelido, eu ganhei por ser um assíduo frequentador do estádio Cinco Mil Vozes, local que joga meu time, o Cinco Mil Futebol Clube. Percebeu que tudo tem cinco mil no meio? Pois é. Isso porque, a cidade que moro, Dez Mil (sim, esse é o nome), no interior do país tem como grande ponto de lazer, o estádio que veio primeiro que o clube. O futebol amador utilizava o estádio, não arena, que recebe outros eventos, também. O local nasceu com o “lema” de comportar a metade da população do município. O futebol amador era forte e então, os clubes resolveram se unir (parece mentira) e profissionalizar uma equipe para a cidade. Nasceu assim, o Cinco Mil, em homenagem ao nosso estádio. Começamos na segunda divisão estadual. O primeiro ano foi de experiência e o acesso não veio, mas a torcida lotou o estádio, colocando metade do município lá dentro. Na temporada seguinte mais preparados, nos enchemos de orgulho com o acesso e o título. Uma festa na cidade!

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Permanecemos na primeira divisão sem sustos, durante quatro anos. Sempre com a melhor média de público. Na quinta temporada montamos um time muito bom para os padrões locais. Nossa categoria de base era a melhor do estado, buscamos jogadores de fora e deu até para trazer um folclórico atacante. Fomos campeões! Que dia fantástico! O melhor da história de Dez Mil! O próximo passa era buscar a vaga em uma divisão nacional. O grupo estava fechado e queria continuar. Como o campeonato é “escondido”, os jogadores não ficaram visados. Desde que entramos no profissional temos a maior média de ocupação dos campeonatos que disputamos. Mantivemos isso no Nacional, que foi duro. Conseguimos a vaga para a segunda fase na última rodada, com um 1 a 0 difícil. Na fase final, quatro jogos restavam para o acesso. Colocar o estado no cenário do futebol nacional. Nas oitavas, dois empates, mas fizemos mais gols fora e nos classificamos para o confronto do acesso. O primeiro jogo era fora. Não acreditei no que vi. Ganhamos por 3

a 0. Foi indescritível. No jogo de volta lotamos o “Cinco Milão”. Controlamos a partida. O jogo caminhava para o empate sem gols, mas em um contraataque nos acréscimos fechamos o placar. O acesso era nosso. Que “troço louco”. Não fomos campeões, mas conseguimos um calendário e as “sobras” da grande mídia. A felicidade, no entanto virou espanto. A federação diz que iremos participar da “nova” divisão, mas não poderemos jogar em casa. Me perguntei o que há de errado com o estádio. O gramado é bom. Os vestiários são confortáveis. Mesmo com poucas cadeiras, o concreto sustenta a empolgação da torcida. Pode não ser moderno, mas é funcional. Tudo isso será desconsiderado por causa da capacidade? Oras, temos um estádio que coloca metade de uma cidade. Não podemos criar do nada cinco mil lugares. Agora ficamos assim, esperando que possamos convencer os dirigentes a liberarem o nosso estádio. Se subimos em um estádio para cinco mil pessoas é nele que devemos continuar até onde o nosso time nos levar.

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PELEJA

ALEATÓRIO e

ESCONDIDO 24

KAIQUE AUGUSTO TEXTOS FELIPE AUGUSTO FOTOS


Noite de quarta-feira, 14 de agosto de 2015. Em Maringá, o tradicional dia da feira livre, ao lado do estádio. Talvez muitos nem perceberam, mas os refletores do Willie Davids estavam ligados, a bola ia rolar. Em campo, Grêmio Maringá e URSO Mundo Novo. Os dois clubes que se preparavam para buscar os acessos em suas respectivas divisões estaduais, mas que não conseguiram ao final delas.

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No lado de fora do campo, os treinadores falavam. Ora contra o árbitro, ora com o time. O Grêmio abriu o placar, em chute cruzado de Douglas, aos 15 do primeiro tempo. O jogo melhorou. As faltas aumentaram. Em certo momento, falta dura no ataque do URSO, nada de cartão. Foi aí que Jandaia esbravejou: “O professor, os caras tão dando tesourinha. A gente vem do Mato Grosso do Sul e a várzea é aqui”. O jogo seguiu, um buraco no gramado fez com que Leto saísse de campo por um momento, com dores, retrato da partida, de marcação pesada. 27


Zé Teca, um apaixonado pelo URSO. O senhor tem mais de 15 anos de clube. É um faz-tudo! No profissional é massagista. Na base é auxiliar técnico. E anos atrás era jogador do clube, tanto que nas suas andanças pelo futebol, o Willie Davids foi palco para mostrar o que sabia. Numa conversa rápida, todo humilde ele conta boa parte de sua história. Deixa escapar que torce pelo Santos, mas demonstra tamanho afeto pelo URSO, que fica claro para quem torceria em um confronto que parece distante atualmente. Zé Teca é mais um entre vários brasileiros que trabalham no anonimato, amam um clube pequeno e acima de tudo, o futebol.

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LADO B

13 DA

PRIMEIRA PARA A TERCEIRA No ápice de suas carreiras, eles mostraram seu futebol nas primeiras divisões nacionais e até mesmo, nas principais competições continentais ou na Copa do Mundo. Atualmente, eles defendem clubes da terceira divisão, por muitos aspectos, seja idade, físico e “esquecimento”. A Série Z demonstra 12 jogadores que agora estão no lado B do futebol, seja na Inglaterra, Espanha, Japão e Brasil

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Joe Cole – Coventry City (Inglaterra) Autor de um dos mais belos gols na Copa do Mundo 2006, Joe Cole era aquele meia que formava um “quadrado mágico” na seleção inglesa, ao lado de Beckham, Lampard e Gerrard, o que fez com que até Galvão Bueno dissesse que quem realmente era bom naquele time, fosse o meia inglês que participou do começo e afirmação da Era Abramovich no Chelsea. (Foto: Facebook Coventry City FC)

Jussi Jaaskelainen – Wigan (Inglaterra) Aqueles que acompanham o futebol inglês, desde meados dos anos 1990, com certeza devem tem visto um jogo de uma equipe grande que teve o finlandês Jaaskelainen como goleiro adversário, com seus 15 anos de Bolton, onde é ídolo da torcida. (Foto: Facebook Wigan Athletic)

(Foto: Daniel Marenco/ ClicRBS)

Felipe Mattioni – Doncaster (Inglaterra) Em 2008, o lateral Felipe Mattioni surgiu como uma grande promessa do Grêmio, mas logo no começo de 2009, o Milan acertou a contratação do jogador, para “atuar” ao lado de Ronaldinho, Kaká, Pato, Emerson, Cafu e Dida, mas isso não aconteceu. No meio do ano acertou com o Mallorca e ficou outras cinco temporadas no Espanyol, onde encerrou sua passagem no meio de 2015, para acertar com o Doncaster.

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Daniel Güiza – Cádiz (Espanha) Temporada 2007/08, o Mallorca terminou na sétima colocação de La Liga e com o artilheiro da competição: Daniel Güiza. O atacante fez 27 gols na temporada, três a mais que Luis Fabiano e como “prêmio” garantiu convocação para a Eurocopa 2008, onde fez dois gols e foi campeão com a Espanha. Após a temporada dos sonhos, Güiza acertou com o Fenerbahçe, onde foi treinado por Luis Aragonés, que lhe deu chance na seleção. Fez duas boas temporadas e foi convocado para a Copa das Confederações, mas experimentou uma derrocada. Seu último clube foi o Cerro Porteño! Sim, isso mesmo.

(Foto: Divulgação)

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(Foto: Divulgação)

Javier Portillo – Hércules (Espanha) Em 2002/03, o atacante Portillo, com 21 anos, tinha Raúl, Ronaldo e Morientes como rivais na busca por uma vaga na equipe titular do Real Madrid. Foi nesse contexto que Javier surgiu e até que foi (muito) bem, com 14 gols, em 24 jogos. Na temporada seguinte, 28 jogos e dois gols. No meio de 2004 acertou com a Fiorentina e até voltou para o Real, mas não se firmou. São seis temporadas pelo Hércules, desde 2009, com cerca de 150 jogos e 44 gols marcados.

Toró – Sagamihara (Japão) O volante marcou seu nome no Flamengo, quando deixou de ser atacante, como era nos tempos de categoria de base do Fluminense, para mudar de posição quando era comandado por Joel Santana. Toró também é conhecido por ter atuado como Pelé e em uma simulação de um golaço no Maracanã, para o filme Pelé Eterno.

(Foto: Fumikazu Watanabe/SC Sagahamira)


BRASILEIRÃO SÉRIE C GRUPO A GRUPO B Dudu Cearense - Fortaleza

Boquita - Portuguesa

(Foto: Rodrigo Carvalho)

(Foto: Mauro Horita/AGIF/AE)

Corrêa - Fortaleza

Fumagalli - Guarani

(Foto:Tatiana Fortes)

Léo Gago - América (RN)

(Foto: Canindé Pereira)

(Foto: Rodrigo Villalba / Memory Press)

Paulo Baier - Juventude

(Foto: Porthus Junior / Agencia RBS)

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CONTEXTO

ONDE ESTÁ VOCÊ,

FUTEBOL? Elenco do Mandaguari, campeão do norte paranaense (Foto: Acervo Jornal do Povo).

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S

ou natural de Maringá, noroeste paranaense. Fui criado em Floriano, um distrito da cidade. Minhas opções de futebol “profissional” ao longo do tempo se resumiram ao Willie Davids, estádio da cidade, para ver clubes, obviamente, maringaenses. Mas algo incomoda. Não ter a oportunidade de ver os municípios da região metropolitana com clubes profissionais. Não poder vê-los nos estádios “vizinhos”. O Willie Davids, em seu nome traz: estádio regional. E há razão para isso. O Cianorte, por exemplo, que não faz parte da região metropolitana, mas está relativamente próximo à cidade, mandou o jogo contra o Corinthians em 2005, pela Copa do Brasil, no WD (como é conhecido). Muitos torcedores da região acompanham, atualmente o Maringá FC e o Grêmio Maringá. Sem contar o apoio das décadas de 1960 e 1970, época de ouro do futebol maringaense. Mesmo assim, ainda fica aquela questão. E os nossos vizinhos? O futebol mudou, se globalizou e ficou mais caro. A taxa de filiação cobrada pela Federação Paranaense de Futebol (FPF) para clubes profissionais é de

105 mil reais. Possivelmente, o clube que entrar nessa, já começa “em débito”. Por 100 mil reais a menos, um clube pode se filiar como amador. Uma disparidade! Não que os clubes amadores tenham que pagar mais. Além da taxa de filiação, os clubes devem arcar com uma taxa anual de alvará de licenciamento de dois mil a quatro mil reais, com taxas de registro para profissionais, juniores e juvenis de 200, 60 e 40 reais, respectivamente, entre outros. Nesse cenário, as cidades da região mantêm o futebol apenas no nível amador. A Liga Desportiva de Maringá (LDM) realiza anualmente o Campeonato Amador Regional, conhecido como Super Amador ou Amadorzão. Em 2015, oito equipes disputaram o título: Sarandi, São Jorge (São Jorge do Ivaí), Itambé, Castelo Branco (Presidente Castelo Branco), Munhoz de Melo, Atlético Marialva, Santa Fé e Iguatemi (distrito de Maringá). Os sete primeiros fazem parte da Região Metropolitana de Maringá. Até maio de 2010, a RM Maringá era composta por 13 cidades: Astorga, Ângulo, Doutor Camargo, Floresta, Iguaraçu, Itambé, Ivatuba, Mandaguaçu, Mandaguari, Marialva, Maringá, Paiçandu e Sarandi. Posteriormente,

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12 cidades foram incluídas: Atalaia, Bom Sucesso, Cambira, Floraí, Flórida, Jandaia do Sul, Lobato, Munhoz de Mello, Ourizona, Presidente Castelo Branco, Santa Fé e São Jorge do Ivaí. Em 2012, Nova Esperança também foi incluída. A RM ainda pode crescer, já que mais oito cidades podem ser inclusas: Marumbi, Santo Inácio, Colorado, Paranacity, Engenheiro Beltrão, Fênix, Barbosa Ferraz e Quinta do Sol. Um total de 36 cidades, caso seja aprovado. Tendo o PIB em reais de 2008 de cada cidade como comparativo, das 25 (sem contar Maringá) atuais cidades da RM Maringá, 11 delas não tem PIB maior do que a taxa de filiação da FPF. Apenas Sarandi (cerca de 740 mil), Marialva (630 mil) e Mandaguari (510 mil) possuem um PIB maior que 500 mil reais. As outras 11 cidades têm PIB entre 102 mil e 375 mil reais. Com uma taxa incompatível com a renda é explicável a razão das cidades “vizinhas” não terem clubes profissionais. Lembrando, é apenas um exemplo, uma comparação. Dinheiro público tem outras prioridades. A região de Maringá é apenas um caso, onde o futebol profissional não se desenvolve devido a taxas fora da realidade impostas pelas federações. E quantas dessas cidades já tiveram clubes ditos profissionais? Confira ao lado (alguns escudos encontrados não possuem uma qualidade de imagem boa, mas vale o registro):

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Associação Atlética Astorga Disputou a primeira divisão paranaense entre 1958 e 1962 sem grandes campanhas.

Nova Esperança Esporte Clube Participou de três edições da primeira divisão estadual: 1961 a 1963. Não teve grandes resultados.

Indecapa Futebol Clube Segundo clube profissional de Nova Esperança, o Indecada surgiu em 1976, para a disputa da segunda divisão e depois disso não há registros do clube.


Mandaguari Esporte Clube Sem dúvidas, o maior clube da região metropolitana de Maringá. Em 1960, com uma base de jogadores paraguaios, a equipe foi campeã do Norte e chegou ao vicecampeonato estadual, vencido pelo Coritiba.

Jandaia Esporte Clube Ao lado do Londrina e do Paranavaí, é o maior campeão da segunda divisão estadual com três títulos. Feito que alcançou em 1966, 1969 e 1994. Participou de sete divisões da primeira divisão: 1967, 1968, 1970, 1971, 1972, 1995 e 1996.

Águia Futebol Em 2001, o futebol mandaguariense retornou com título. O Águia foi campeão da terceira divisão, mas não disputou a segundona em 2002. Em 2004, se transferiu para Maringá.

Atlético Clube Marialva São poucos registros históricos do clube. Em um deles, há uma partida contra o Olaria, que realizava uma excursão pelo Brasil. Resultado: 9 a 1 para os cariocas.

Clube Atlético Independente Único representante do futebol de Mandaguaçu, o Independente participou de duas edições da primeira divisão, em 1962 e 1963. O escudo do clube não foi encontrado.

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CONTEXTO

O INTERIOR

URUGUAI

E A COPA 2030 Ainda não há nada definido, mas é para pensar: será que o interior uruguaio comporta uma Copa do Mundo?

Estádio Arquitecto Antonio Eleuterio Ubilla, em Melo, nove mil lugares, casa do Cerro Largo, equipe que disputa a segunda divisão nacional

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E

m 2013, Julio Grondona, então presidente da Associação do Futebol Argentino (AFA) garantiu que a Copa do Mundo de 2030 seria sediada em conjunto por Uruguai e Argentina, pois esta edição celebrará o centenário da competição e a escolha por esses países levaria em conta que os selecionados fizeram a final em 1930 vencida pela Celeste, sede da competição. A ideia do Mundial ser realizado em solo sul-americano surgiu como uma surpresa e logo foi se perdendo no tempo, seja pela morte de Julio em 2014 ou pelos escândalos envolvendo a FIFA. “Não se fala muito da Copa. Os rumores tomam força quando se disputam jogos importantes das (Eliminatórias e) Copa e quando se fala dizem que será compartilhada com a Argentina, porque não temos a infraestrutura para um Mundial”, conta a uruguaia Rossina López Cuevasanta, 22 anos, estudante e auxiliar contábil. Uma Copa do Mundo exige estrutura e estádios por todo o país, mesmo que a capital comporte mais de uma arena. Assim fica a dúvida quanto às sedes. A Argentina não deve ter problemas quanto a isso, levando em consideração que várias

cidades contam com um futebol forte e o principal, com torcida. Enquanto o Uruguai tem um monopólio futebolístico em Montevidéu. A FIFA exige que os estádios para a Copa do Mundo devem ter no mínimo 30 mil lugares, se bem que o que se vê nas últimas edições são estádios com mais de 40 mil lugares. Provavelmente seriam dez sedes (neste caso, cinco para cada país), como na África do Sul em 2010. Em 1930, a Copa do Mundo do Uruguai poderia muito bem se chamar Copa do Mundo de Montevidéu, pois os três estádios que foram sede eram da capital uruguaia. Esse cenário preocupa para uma possível volta do torneio para o país: a situação do interior uruguaio. “Montevidéu e Punta Del Este são cidades com uma estrutura, no mínimo, razoável para atendimento ao turista e não teriam problemas na questão de hotelaria e de transporte. Colonia ainda tem a vantagem de estar a menos de 100 km de barco de Buenos Aires e o transporte fluvial entre as duas cidades é normal”, conta o jornalista Victor de Andrade, 38 anos, que já viajou cinco vezes para o Uruguai, como turista, sendo a última em março de 2015. Entretanto, Victor cita que o interior

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apresenta problemas. “As cidades são pequenas, pouca rede hoteleira e transporte apenas de ônibus”. Punta Del Este teria a vantagem de ser “grudada” em Maldonado, cidade interiorana que segundo Victor possui o melhor estádio fora da capital. Segundo o Censo 2011, a capital do país praticamente comporta metade da população. Montevidéu tem uma população de um milhão e 305 mil pessoas, sendo que o Uruguai conta com cerca três milhões e 300 mil pessoas. A diferença é considerável para Ciudad de la Costa, a segunda maior cidade uruguaia, com 112 mil pessoas, mas que fica na região metropolitana da capital, apesar de ser de outro departamento. Essa disparidade reflete no futebol. A temporada 2015/16 do Campeonato Uruguaio da Primeira Divisão conta com 16 clubes, onde apenas duas equipes não são da capital: Plaza Colonia (Colonia del Sacramento, 26 mil, vigésima maior cidade) e Juventud (Las Piedras, 71 mil pessoas, sétima maior cidade) são os representantes não capitalinos da elite uruguaia, sendo que o segundo fica na região metropolitana de Montevidéu, mesmo que em outro departamento, Canelones. Sud América e El Tanque Sisley são de Montevidéu, mas vêm

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mandando seus jogos fora da capital. As cidades têm uma população semelhante ao número de lugares que os estádios devem contar, mas isso não é o pior, a torcida dos dois clubes não comportam possíveis arenas. O estádio do Plaza conta com 15 mil lugares, enquanto o de Las Piedras comporta 12 mil pessoas. Como vimos existe uma grande diferença. “O Estádio Suppici, de Colonia del Sacramento, teria que sofrer inúmeras obras de estrutura para ser uma sede de Copa do Mundo, comparando com os estádios que vi jogos na Copa de 2014. O Suppici até tem uma boa estrutura para o Campeonato Uruguaio, mas fica muito longe para ser sede da Copa de 2030”, conta Victor, que assistiu jogos do Mundial de 2014 em Curitiba e São Paulo. Na temporada 2012/13, o volante Pedro Mondardo, 21 anos, defendeu o Cerro Largo (Melo, 52 mil, nona maior cidade) e segundo ele, os próprios moradores do interior, apesar da paixão pelo clube, o tratam como um segundo time. “Todos da cidade gostam e apoiam o clube, tem torcida organizada que não para de apoiar, mas claro que seus primeiros times são os da capital como Peñarol, Nacional e Defensor, por isso os jogos contras os grandes times eram os que mais enchiam”.


Estรกdio Raul Goyenola, em Tacuarembรณ, capacidade para oito mil pessoas

Estรกdio Atilio Paiva Olivera, em Rivera, 27 mil espectadores, o maior do interior uruguaio

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Parque Artigas, estádio em Paysandu, 27 mil lugares e que recebeu a Copa América, em 1995

Estádio Domingo Burgueño Miguel, em Maldonado, 25 mil pessoas, um dos favoritos do interior uruguaio para receber uma Copa

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Ciudad de la Costa, Salto (104 mil), Paysandu (87 mil), Maldonado (84 mil), Rivera (79 mil) são as maiores cidade do “interior” uruguaio e destas, apenas uma possui representantes na segunda divisão. Tal divisão que em 2015/16 conta com 15 clubes, destes apenas cinco são do interior: Tacuarembó (Tacuarembó, 54 mil), Atenas (San Carlos, 27 mil), Cerro Largo (Melo), Deportivo Maldonado (Maldonado) e Rocha (Rocha, 25 mil). O Oriental não é de Montevidéu, e sim de La Paz, mas é o mesmo caso do Juventud. O Boston River e o Huracán são capitalinos, mas jogam fora da cidade, sendo que o segundo disputa suas partidas em Rivera. Apenas o Tacuarembó e o Deportivo Maldonado têm sede em uma cidade interiorana com mais de 40 mil pessoas, número “mínimo” de capacidade dos estádios construídos para as últimas edições da Copa. O maior estádio do interior uruguaio fica em Rivera, o Atilio Paiva Oliveira, que comporta 27 mil pessoas. A cidade conta com o Frontera Rivera que atualmente faz parte do futebol amador uruguaio, depois de grave crise financeira no começo do século. Paysandu conta com o estádio Parque

Artigas, que tem a capacidade de 25 mil e já foi sede de uma Copa América, mas os seus dois clubes não condizem com o tamanho da cidade, pois o Estudiantil Sanducero e o Paysandú Bella Vista, também disputam as ligas amadoras regionais. “O Uruguai sediou a primeira Copa do Mundo em 1930. Experiência eles têm, mas muita coisa mudou, o interior do país é formado de cidades pequenas sem muitos meios de locomoção e a hotelaria não sei se aguentaria tantas pessoas. Acho que sozinho o país não conseguiria receber uma copa hoje, mas com o auxilio da Argentina, sim”, cita Pedro Mondardo. O cenário não é favorável para o interior uruguaio. Montevidéu deverá ter, caso o Uruguai seja sede, dois ou três estádios na competição. A situação do interior fica comprometida. Levantar elefantes brancos em um dos países mais equilibrados da América do Sul não parece estar em pauta, mas tirar o interior dessa festa é injusto. Levando em conta o futebol: Melo, Las Piedras e Maldonado estão na frente, mas isso não é garantia de sucesso pós-copa pelo contexto atual.

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2-3-5

MOVIMENTAÇÃO

TÁTICA E

ÍMPETO OFENSIVO por JOÃO VITOR POPPI

Os aspectos táticos que envolveram Senegal e Turquia, pelas quartas de final da Copa do Mundo de 2002

(Foto: Alex Livesey/Getty Images).

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U

ma das quartas de final mais alternativas das Copas do Mundo. Essa foi Senegal e Turquia, que com propostas de jogo distintas fizeram um grande jogo capaz de nos ensinar muito, pois foi repleto de perspectivas táticas que viriam a evoluir e se firmar na atual década – revelando que aquele era um momento de transição. A equipe africana era de vocação ofensiva e iniciou o duelo propondo o jogo, postada em um 4-3-3 com um triangulo de base alta no meio de campo. A Turquia atuou em um 4-4-2 (quase) britânico e sofreu bastante nos trinta minutos iniciais com a imposição física de Senegal.

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0 Copa do Mundo 2002

X


X

1

4’ 2ºT - P Mansiz

Quartas de final 22 de junho Nagai Stadium, Osaka

DIOUF

O técnico Bruno Metsu adiantou sua equipe para marcar no campo ofensivo, desarmar mais perto do gol para colocar toda verticalidade senegalesa em boas situações, além de bloquear a saída de bola turca com os meias centrais e forçar o lançamento longo do adversário. Em questão de produtividade as escolhas foram certeiras: domínio, chances de gol criadas e até gol anulado – corretamente. A mobilidade do ataque senegalês funcionava com Diouf encarregado como “falso” 9, sempre recuando e ajudando armar, para deixar os zagueiros sem referência de marcação e abrir diagonais para os pontas Fadiga e Camara infiltrarem, e outras vezes ainda trocava de posição

FADIGA

O camisa 11 recua, tira a referência de marcação dos zagueiros e cria um grande espaço para os pontas infiltrarem.

Camara, o ponta direita, está na outra extremidade do campo, buscando fazer a diagonal para a área adversária, criando mais uma opção para a jogada.

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com o último. Foram trinta minutos de superioridade mantendo o ritmo sempre alto, mas aos pouco a intensidade física diminuiu e a Turquia, que conseguiu manter o zero no placar mesmo em uma situação em que foi dominada, igualou o jogo no restante da primeira etapa e conseguiu colocar em prática suas estratégias para dominar o segundo tempo. Com passes curtos para acionar os lados de campo e troca de posicionamentos a seleção vermelha encontrou espaço e criou claras chances de gol – duas delas perdidas pela estrela Hakan Sukur, que

não estava em uma jornada feliz e acabou substituído por Mansiz. A equipe turca mostrou-se moderna, sendo armada pelos meias centrais (ou volantes) Tugay e, principalmente, Basturk, que qualificava a saída de bola e subia seu posicionamento se colocando como opção, quebrando as linhas de marcação adversária e dando o último passe. A Turquia dominou os espaços vencendo o duelo no centro de campo. A movimentação da seleção do técnico Senol Gunes funcionava como uma engrenagem com as subidas de Basturk, variando taticamente pro 4-1-3-2, Emre, o

DAVALA

Basturk, o meia central, além de qualificar a saída de bola, ultrapassa quebrando as linhas de marcação de Senegal, dando dinâmica e criatividade ao meio campo turco.

TUGAY

Emre fecha o centro para facilitar o apoio de Basturk e equilibrar a movimentação da equipe, praticamente se alinhando com Tugay. Além disso, abre um corredor para o lateral Ergun ir à linha de fundo

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extremo pela esquerda, fechava pelo centro se aproximando de Tugay e abrindo um corredor para as subidas do lateral Ergun. O 4-3-3 de Senegal ficou com setores distantes: o tridente ofensivo não recebia o apoio dos meio campistas (muito fortes fisicamente, mas pesados), sentindo muito a falta de Papa Bouba Diop se deslocando pelo meio. Criou-se um grande espaço entre estes setores, pois os pontas participavam pouco da recomposição defensiva – ao contrário dos extremos turcos que voltavam até o fundo de campo. Aos três minutos da prorrogação o gol da épica classificação turca foi

criado dentro da proposta de jogo e movimentação já citada: Erdem (entrou na vaga de Emre) acelerou a saída de bola fazendo a diagonal da esquerda para o centro, acionou o meia/ponta direita Davala que com espaço cruzou pra Mansiz desviar e anotar o gol de ouro. Senegal tinha o drible e a velocidade, a Turquia tinha o bom passe e a movimentação inteligente. Boas e diferentes qualidades, mas venceu quem foi mais aplicado, compacto e soube usar e ocupar melhor os espaços. A força tática vermelha se sobrepôs.

CAMARA

DIOUF

FADIGA

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BOLA DE CAPOTÃO

(Foto: Site Goiatuba EC)

DO FILHO PARA O PAI,

O GRANDE TÍTULO! Em 1992, o Goiatuba quebrou a hegemonia da capital e venceu o estadual. João Paulo Vilarinho foi um dos apaixonados que acompanhou aquela campanha

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D

esbancamos a capital. É assim que João Paulo Vilarinho, 30 anos, se refere ao título goiano do Goiatuba em 1992. Também pudera, foram 25 anos de espera para que um clube do interior se sagrasse campeão estadual. O CRAC, em 1967, foi o último, antes do Azulão do Sul, a quebrar a hegemonia goianiense. Até aquele ano, além dos dois citados, apenas o Anápolis, em 1965, também havia conquistado o título. O fato foi tão comemorado, que Orlando Lelê, treinador da equipe campeão, disse. “Jogamos água no chope deles”. Foi um campeonato longo. Começou em julho e terminou em dezembro. Eram 16 clubes que na primeira fase jogavam entre si em dois turnos. Foram 30 jogos na primeira fase! Na segunda fase, um quadrangular, com um início preocupante do clube, porém com três vitórias nas últimas rodadas e assim a vaga no quadrangular final chegou, composto pelo trio da capital, o Goiás,

Vila Nova e Atlético e o “intruso” do interior, o Goiatuba. A campanha no quadrangular final foi perfeita, com vitórias em todos os seis jogos. João Paulo tinha sete anos. Ele não se lembra exatamente em quantos jogos foi ao Divino Garcia Rosa. Segundo ele, entre seis ou sete. Nos dois jogos mais importantes daquela caminhada, contra Atlético e Vila Nova, ele estava lá e se recorda bem. No jogo contra o Atlético, pela quarta rodada, o Divino Garcia Rosa estava lotado e um lance transformou a atmosfera do estádio. “O Goiatuba pressionou o Atlético de maneira absurda durante todo o segundo tempo. E o Atlético só dando ‘bago’ pros lados. Até que aos 41 minutos do segundo tempo, num chuveirinho pra área e um bate e rebate interminável, o Pirata chutou meio errado, a bola ia sair, mas bateu no joelho do zagueiro atleticano André e a bola foi morrer de mansinho na rede. O estádio foi abaixo!”. “O mito! Camisa 10! Me lembro

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que soltaram na imprensa que ele já tinha contrato com o Goiás, para desestabilizar o time”, esse era Estrela, o ídolo daquele menino. Foi então que ele desestabilizou os adversários da capital na fase final, mas principalmente, no jogo do título, contra o Vila Nova. “Naquela noite, o Estrela foi Zico! Ele acabou com a defesa do Vila Nova. E ali, o Azulão do Sul sagrou-se campeão goiano de 1992”, lembra João Paulo, que tomado pela emoção, chorou ao ver o segundo gol. Foi assim, que Marolla; Claúdio, Reinaldo, Edvaldo Costa e Jorge Luís; Fernando, Cachola e Estrela; Lenílson, Pirata e Tornado, comandados por

Orlando Lelê quebraram um tabu, em plena capital, que foi invadida por cerca de 800 goiatubenses. Ao lado de João Paulo, nesse e em todos os jogos, seu pai, Márcio Vilarinho, companheiro de estádio. Ele relembra emocionado um momento em especial, após o segundo gol da “final”. “(Depois do gol) ele foi lá perto da torcida e bateu no braço gritando: Aqui tem raça! Aqui tem raça! Nunca me esqueci disso. Daí perguntei para ele, o que era raça”. O pai então respondeu: “Raça é o que o jogador tem que ter para fazer o time ganhar”. Márcio que um ano depois, morreu. Do pai para o filho, do filho para o pai...

(Foto: Site Goiatuba EC)

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Aqui tem raça! Aqui tem raça! Nunca me esqueci disso. Daí perguntei para ele, o que era raça”. O pai então respondeu: “Raça é o que o jogador tem que ter para fazer o time ganhar.

GOIATUBa esporte clube Fundação: 5 de maio de 1970 Cidade: Goiatuba (GO) Site/Facebook: goiatubaec.webcindario.com / @GoiatubaEsporteClube Estádio: Divino Garcia Rosa (15000 pessoas) Alcunha: Azulão do Sul Títulos: Estadual (1992), Estadual da Segunda Divisão (1984 e 1997) e Copa Goías (1993) Participações Nacionais: Copa do Brasil (1993), Brasileirão Série B (entre 1994 e 1997) e Brasileirão Série C (2003) (Foto: Site Goiatuba EC)

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BOLA DE CAPOTÃO

UM PAPO ASSAZ PERTINENTE

Marco Bianchi, ao lado de Paulo Bonfá, marcaram uma geração que pôde misturar diversas paixões em um mesmo programa: futebol, música e humor. Tudo isso, entrelaçado. O Rockgol, seja como semanal ou campeonato, usou o humor no futebol, com uma pitada de informação, mesmo que a comédia fosse o ponto alto e fez também, com que cantores, baixistas, guitarristas e bateristas de bandas de rock (em sua maioria) se tornassem jogadores de futebol, com narrações e comentários assaz pertinentes da dupla. O Série Z conversou com Marco Bianchi, que conta um pouco sobre o Rockgol e monta até a sua seleção do campeonato. O Rockgol era um programa que via o futebol de uma forma diferente das grandes emissoras. Essa foi uma forma encontrada de se diferenciar? O estilo e formato do Rockgol não foram calculados, foram consequência natural do tipo de trabalho que eu já fazia no rádio. O objetivo principal sempre foi humorístico e a liberdade dada pela emissora deixou a coisa fluir espontaneamente. Quando isso se estendeu ao futebol “não musical”, a mesma abordagem foi levada à análise dos jogos e atletas profissionais. E era algo nitidamente diferenciado em relação ao que existia até então. Você com a Cabofriense e o Bonfá com o Bandeirante. A paixão por esses clubes veio antes do Rockgol? E qual a

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sua ligação com a Cabofriense? Quando começamos o Rockgol ao vivo, eu tive dificuldade, pois até ali nunca havia falado como eu mesmo, tudo que eu interpretava eram textos dos personagens que eu criava. Então comecei, aos poucos, a compor uma espécie de alter ego, um personagem com meu nome e a minha cara. Para isso, me inspirei em tipos célebres da crônica esportiva como Roberto Avallone e Gerson Canhotinha de Ouro. Fui criando um vocabulário próprio e, ao mesmo tempo, inventando um perfil que entre outras coisas, acabou por incluir a torcida para a Cabofriense, a formatura na FODERJ (Faculdades Odair Ernesto Júnior) etc. Algum tempo depois, pesquisei sobre o clube, decorei o hino e aprendi a tocar no violão. E ainda criei o


(Foto: Facebook Marco Bianchi)

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Marco ao lado de uma das suas inspirações, Roberto Avallone (Foto: Facebook/Marco Biachi).

projeto Libertadores 2150, uma meta tão folclórica quanto longe para abastecer meu vasto cabedal de comentários assaz pertinentes. Futebol alternativo trata de clubes pequenos, divisões inferiores, um outro lado do futebol. Você gosta de acompanhar esses campeonatos por interesse mesmo ou o programa te trouxe isso? Com tantos times e estados, é natural que a cobertura esportiva de âmbito nacional às vezes se restrinja aos grandes clubes e às maiores torcidas. Mas isso gera antipatia que é dirigida à imprensa e ao chamado Eixo Rio-SP. Meu personagem populista, demagogo e inescrupuloso assumiu tal discurso

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por mero oportunismo, para posar de defensor dos frascos e comprimidos. Para isso, em vez de assistir a jogos infames, cita escalações e fatos antigos em detalhes, aproveitando-se nitidamente do fato de que ninguém poderá contestar facilmente tais narrativas. E a postura serve tanto para agradar os torcedores de times menores quanto para se destacar no concurso de beleza dos debates esportivos, ostentando “pseudomemória-de-elefante” e falsa sabedoria. E sobre o quadro “Jogo duro... de assistir!”. Aliás é assim que se escreve ou não tem uma forma correta? Como surgiu a ideia do quadro? E o por quê? Escreveu certo! Esse quadro foi uma saída que sugeri para ganharmos imagens de


Criei o projeto Libertadores 2150, uma meta tão folclórica quanto longe para abastecer meu vasto cabedal de comentários assaz pertinentes.

jogos, já que nunca detivemos direito de imagens sobre nenhuma competição oficial. O ambiente do futebol amador e de várzea é um prato cheio e rendeu grandes momentos ao programa, sempre combinado a locuções divertidas e edições peculiares. O Rockgol Campeonato marcou uma geração. Era um momento de misturar futebol e música, principalmente, o rock. Muitos jovens conheceram bandas através do Rockgol. Como era fazer aquele especial e saber que havia um fiel público acompanhando? Foi engraçado e interessante apresentar os músicos daquela forma irreverente, talvez isso tenha gerado maior afinidade entre espectadores, narradores e músicos.

Marco Bianchi e a camisa da Cabofriense, em participação no extinto programa Loucos por Futebol da ESPN Brasil (Foto: ESPN Brasil).

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Kim Perninha [Kim - Catedral]

Boina [Gilmar Bola 8 - Nação Zumbi]

Chiliquenta [Toni Garrido - Cidade N

Musa Nissei Sansei [André - Angra e Shaman]

Tiozão do Churrasco [Guilh. Morgado - Catedral]

Lobato [Marcelo Lobato - O Rappa]

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Jesus [Luis Mariutt - Angra e Shaman]


o time de marco bianchi

Juninho Papito [Supla]

Cléééston [Cléston - Detonautas]

Negra]

Kikozam Bianchi [Kiko Zambianchi]

ti ]

Roger [Roger Moreira - Ultraje a Rigor]

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BOLA DE CAPOTテグ

1 9 8 7 60


Um jogo escondido na história do São Paulo e uma das poucas partidas da seleção caribenha. A disputa tem personagens como Latapy, Neto e Marin...

E

ra 16 de março de 1987, uma segunda-feira à noite, com 30 mil pessoas, o Estádio Nacional (atual Hasely Crawford) de Trinidad e Tobago, em Port of Spain recebeu um dos amistosos mais alternativos, aleatórios e escondidos da história: São Paulo e Caribbean All Stars. Informações são mínimas. Imagens inexistentes (se encontrarem, me avisem). Vídeo, então!!! O São Paulo, campeão brasileiro de 1986, conseguiu o título daquele certame, somente em 25 de fevereiro de 1987. Três semanas depois estava em Trinidad e Tobago. Antes disso, disputou a Marlboro Cup, em Miami, contra o Millionarios, Deportivo Cali e a seleção americana. Ficou em terceiro lugar. O Tricolor contava com a base da seleção brasileira na Copa de 1986: Muller, Oscar, Silas… e Careca. O parceiro de Maradona no Napoli era o mais aguardado no país, mas devido ao contrato, que havia se encerrado em 5 de março, o jogador ficou no Brasil, mas não o renovou e rumou a Itália. A base da seleção caribenha era composta por jogadores de Trinidad e Tobago, Jamaica, Haiti e Antilhas Holandesas. Entre os jogadores, o que

mais chama a atenção é Russell Latapy, meia trinitino que na época era capitão da equipe nacional sub-19 e quase duas décadas depois participou de um momento histórico para o futebol local: a participação na Copa do Mundo de 2006. No Mundial, jogou pouco, apenas os 24 minutos finais da partida contra o Paraguai. A partida terminou 2 a 0 para o São Paulo. O primeiro gol só saiu aos 27 minutos do segundo tempo, em cobrança de falta de Neto. Sim, o ídolo corinthiano, que foi contratado em 1987, depois de passagem pelo Bangu! Quatro minutos depois, foi a vez de Pita marcar, após passe de Zé Teodoro. A história, porém, não termina por aí. Após o jogo, uma homenagem foi feita a Jackie Bell, ex-treinador da seleção jamaicana, já falecido, na época. Quem recebeu foi a filha dele, Natasha. Mas o que interessa é quem entregou a homenagem: José Maria Marin, preso em maio de 2015, por envolvimento em casos de corrupção ligados a FIFA. Marin foi enviado ao amistoso, como representante da Confederação Brasileira de Futebol e quatro anos antes era governador de São Paulo. Aqui está, um jogo com muita história…

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CAMISA 12

Quando enfrentei Neymar! por BENÍCIO JÚNIOR

U

m domingo que se tornaria histórico para a pequena cidade de Paranacity, o Santos Futebol Clube veio fazer uma visita, com o time que tinha (um futuro) grande craque do futebol brasileiro e mundial Neymar, que hoje brilha no Barcelona. Um dos olheiros do Santos falou para um colega meu, o Amarildo: “Esse menino Neymar vai jogar mais que o Robinho, de tão bom que ele é”. No primeiro dia do teste, ele fez mais de cinco gols, ninguém conseguia parar o ‘homem’. Muitos tentaram e não conseguiram de tanta habilidade que ele tinha. O jogo contra o Santos foi agendado pela Prefeitura, pois Alexandre, que hoje mora na cidade

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vizinha de Inajá, era um dos jogadores do clube. A ideia era que fosse realizada lá, mas como a cidade é um pouco menor, o jogo foi realizado em Paranacity. Foram dois dias de amistosos no estádio municipal Péricles Ribeiro, sábado e domingo. As partidas serviram como peneira para poder escolher alguns destaques da região para fazer um teste no clube. Muitos moleques apareceram. Da região inteira. No sábado, eu não joguei. Não teve como eu entrar em campo. Na hora fiquei frustrado e depois que acabou o primeiro jogo, eu fiquei triste e pensei que havia acabado meu sonho de ser jogador, de ganhar a vida e ajudar minha família. No vestiário, quando estava acabando de me arrumar para ir


Quando fui dar o bote nele, para tomar a bola tomei dois chapéus e quando ele foi dar o terceiro, eu o derrubei e fiz a falta.

” 63


embora chegou uma notícia que me deixou feliz. O treinador, o Jair, disse que o nosso time, que foi campeão da Liga de Colorado um ano antes (com um gol do título marcado por mim, aliás, foi um dos dias mais felizes de minha vida com um chute de bico fora da área) ia começar jogando no domingo. Fui embora feliz! Foi difícil dormir! Fui dormir cedo! Contava as horas para poder entrar em campo contra o Santos. ‘Beleza’, chegou o grande jogo, o estádio estava cheio. A partida estava marcada para às 9 horas. Jair disse que todos os titulares deveriam chegar às 8h15 para começar a preparação. Eu fui da minha casa até o campo pensando que meu sonho estava cada vez mais perto e que podia jogar no Santos Futebol Clube. Eu sabia que ia jogar, já fui me preparando psicologicamente para não fazer ‘coisa errada’. Eu soube que ia marcar o camisa 10, se eu fosse bem poderia conseguir meu espaço para fazer parte da categoria de base. O camisa 10 era Neymar!!! Começou o jogo. Na primeira bola tomei um drible ‘vergonhoso’. O estádio todo começou a gritar tirando sarro de mim, mas não abaixei a cabeça, continuei jogando para não ficar feio. Toquei na bola, dei um passe,

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que não deu em nada. Na sequência, mais um momento, quando fui dar o bote nele, para tomar a bola tomei dois chapéus e quando ele foi dar o terceiro, eu o derrubei e fiz a falta. O estádio veio abaixo e todos começaram a gritar e ficaram impressionados, com o moleque que era bom de bola. No decorrer do jogo ainda tomei um tapa na cara e o juiz não deu falta. Um pouco mais para frente consegui parar o Neymar, com uma falta na entrada da área. Tirando isso, o jogo já estava 7 a 1 para o Santos e o Neymar já tinha feito cinco gols no primeiro tempo. Em outra parte do jogo, cinco jogadores se juntaram para pará-lo. Eu fui o primeiro a tentar tomar a bola, mas ninguém conseguiu. Ele deu chapéu sem deixar a bola cair e muitas coisas mais... Não consegui achá-lo em campo. Ele era muito rápido, era impossível marcá-lo individualmente. Joguei só o primeiro tempo da partida, porque tinha muito molecada esperando para entrar. Até hoje o pessoal lembra do jogo, me encontra na rua e tira sarro: “Você tomou dribles do Neymar”. Foi um momentos mais importante em minha vida e posso falar que joguei contra o time do Rei do Futebol.


CAMISA 12

(Foto: Gabriel Bicho)

A história de um título inédito por ÁLISSON ALBINO

A

pós o Genus vencer o primeiro jogo da final do Campeonato Rondoniense por 2 a 1, eu só pensava em viajar para Vilhena, para assistir a partida de volta. Mas sem grana para as passagens, não seria tão fácil assim. De última hora, a torcida organizada conseguiu dois ônibus, bem rodados e nada confortáveis, com os bancos bem duros. Arrumei uns trocados de última hora para pagar a caravana e entrei no busão rumo ao cone sul. Começava ali minha saga rumo a final do estadual, 700 km e 12 horas de chão até chegar a Vilhena. Na

mochila três camisas do Genus, fora a que eu estava vestido. Atrás uma galera bebendo. Com tanto barulho e o total desconforto do ônibus, era impossível dormir, o jeito foi passar a noite imaginando como seria aquela final. Chegamos na hora do almoço, conseguimos o ginásio municipal para tomar um banho e esticar o corpo. Banho tomado e camisa da sorte no corpo, partimos para o bar de frente ao estádio fazer aquele aquecimento. Chegada a hora da partida, entramos no estádio Portal da Amazônia, nós em cerca de sessenta apaixonados pelo aurigrená da capital

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e cerca de dois mil torcedores do VEC. Antes de a bola rolar, um locutor insuportável tentava animar a torcida do time da casa e aproveitava para nos provocar. O jogo nem tinha começado e a gente mesmo em um número muito menor fazia muito mais barulho que a torcida local. Peguei a camisa amarela da mochila e fiquei com ela na mão, achei que daria sorte, besteira, mas quem é que entende torcedor? O jogo começa. Nosso técnico entra com um time retranqueiro, quatro

volantes, somente um meia e um atacante e pensei: ‘’Nossa vantagem é muito pequena para ele fazer isso”. E era. Com 30 minutos de jogo o Vilhena já ganhava a partida por 2 x 0, nossa vantagem já tinha ido embora, copos e garrafas voavam em nossa direção enquanto a torcida deles comemorava e nos xingava. Ainda sim, continuamos cantando e apoiando, até o intervalo de jogo. Com o fim do primeiro tempo, confesso que bateu uma tristeza. Lembrava que já tinha visto esse filme em 2009. Resolvi guardar a camisa amarela que estava na minha mão, é claro que a culpa era dela! Prometi que se a gente fosse campeão, não beberia nada de álcool na comemoração. Antes de começar a segunda etapa, percebi que um caminhão de bombeiros chegou ao estádio, para o VEC a vitória e o título já estaria certo, mas como diz o filósofo da bola Muricy Ramalho, a bola pune.

(Foto: Arquivo Pessoal)

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(Foto: Gabriel Bicho)

Veio o segundo tempo e a reação, o nosso treinador tirou dois volantes e colocou dois atacantes. Com sete minutos Pemazza sofre pênalti e Fernandinho vai para a bola. O que eu vi? Nada. Virei de costas, me ajoelhei e pedi para aquela bola entrar e entrou, explode a torcida, o Genus estava de volta ao jogo. Aos 17, o criticado e predestinado Thiago Xuxa empata o jogo e coloca o time de Porto Velho na frente no placar agregado. A essa altura, alguns torcedores já rezavam e começavam a chorar. O Vilhena era guerreiro sim e buscou o 3 a 2 com Cabixi, tudo empatado novamente, o coração a mil e as lágrimas querendo descer. Mas o tal do Xuxa tem estrela, um minuto depois do gol do VEC ele foi lá e marcou de cabeça para a gente,

aí não teve jeito, comecei a chorar e só parei no apito final. Aos 38, Guarate virou o jogo e nos deu o título. Muito choro nas arquibancadas. A espera havia acabado. A viagem tinha valido a pena. O Genus era campeão. O jogo acabou e todos nós parecíamos não acreditar, o nosso time enfim acabou com o jejum. Que vice, o que?! O aurigrená de Porto Velho calou o Portal da Amazônia. Invadimos o gramado, comemoramos junto com os jogadores e agradecemos juntos também, ajoelhamos todos em volta do gramado e nos demos a mão para rezar um Pai Nosso, imagem que nunca vou esquecer. Foi loucura? Foi, mas é como diz a música: “Dizem que sou louco por pensar assim, se eu sou muito louco por eu ser feliz. Eu sou feliz!”.

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ESCRETE

A saga da pequena dibradora por MARIA GUIMARテウS [EQUIPE DIBRADORAS]

SITE

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/dibradoras @dibradoras @dibradoras dibradoras.com.br


(Foto: Andrea Corradini/Projeto Gameface)

Aos 4 anos: “Mãe, quero jogar futebol.” “Filha, por que não natação? Ajuda a crescer, faz bem pro pulmão.” Compra touca, compra óculos, matricula na aula. Odeia aula. Ela quer futebol. Aos 5 anos: “Mãe, quero jogar futebol.” “Filha, por que não karatê? Esporte oriental, tão bom para disciplina.” Compra quimono, compra faixa, leva na aula. Ela até gosta, é divertido. Mas ela quer futebol. Aos 7 anos: “Mãe, quero jogar futebol.” “Mas filha, por que não jazz? Tão feminino, tão delicado e nem é rosa como balé.” Compra body, compra meia calça, faz o coque. Ela quase morre de desgosto. Aos 8 anos: “Mãe, quero jogar futebol.” “Mas filha, tão violento, ó como ficam suas canelas, parece um menino. E nem tem escolinha para você.” Não compra nada, porque ela não quer fazer mais nada. Aos 9 anos: “Mãe, eu vou jogar futebol: agora tem uma escolinha no clube.” “Por que não… outra coisa?” “Por favor, mãe.” Com um sorriso inversamente proporcional ao dia que comprou sua sapatilha do jazz, ela foi com o pai comprar sua primeira chuteira. Não pestanejou e já pediu uma caneleira para se proteger dos roxos que a mãe tanto falava. Vendo a alegria da filha, não vou dizer que a mãe nunca mais reclamou. Reclamou, se preocupou, foi assistir a poucos jogos porque morria de medo de ver a filha se machucar. Mas quando a menina saía para cada treino, para cada jogo, a mãe via sua filha feliz. E aí, ela se deparou com o primeiro “por que não?” que valia a pena: “Se a faz feliz, por que não?”

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GUIA

GUIA

Sandro - Kitchee (Foto:Facebook Kitchee).

Wellingsson-Southern District (Foto: Ken Popo).

Roberto - Eastern (Foto: Facebook Eastern).

semifinais

Lucas Silva - South China (Foto: Facebook South China).

HK SENIOR SHIELD 2015/16

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VAI TER CAMPEÃO EM HONG KONG

F

inal de ano e as competições de futebol ficam escassas, mas dificilmente o planeta fica sem uma partida em algum dia do ano. Após o Natal, caso você não encontre o sono, procure um streaming pela internet e tente assistir as semifinais da HK Senior Shield 2015/16, uma das copas da cidade-Estado asiática, que rolam às 5 horas, nos dias 26 e 27 de dezembro. A Senior Shield é a competição entre clubes mais antiga que se tem registro na Ásia, disputada desde 1895. Em seus 120 anos, a competição já teve 38 campeões diferentes e muitos dos clubes que levantaram taças nem existem mais. O South China é o maior campeão da competição, com 31 títulos, 22 a mais que o Eastern, segundo da lista e atual campeão. Os dois clubes, aliás, protagonizaram uma das melhores histórias da competição, quando em 1982, se enfrentaram na final da taça e o Eastern contou com uma participação ilustre: Bobby Moore. O inglês que levantou a taça de campeão do mundo em 1966 foi convidado pela equipe, aos 40 anos, apenas para a disputa da final e deu sorte, com a vitória por 4 a 0. O zagueiro atuou por 12 minutos e ainda

passou um período treinando a equipe, porém sem sucessos. Apenas clubes da primeira divisão participam, ou seja, uma espécie de “Copa da Liga da elite”. Apesar de começar em uma temporada e terminar em outra, apenas a final será disputada em 2016. A Senior Shield começou em setembro, com a fase preliminar. Em outubro, as quartas de final foram disputadas e em dezembro serão conhecidos os finalistas que se enfrentam no dia 24 de janeiro. Todos os confrontos foram e serão em jogo único. Southern District, Kitchee, Eastern e South China são os postulantes as vagas na final. As quatro equipes reúnem 18 jogadores que foram convocados para as últimas partidas da seleção local, em novembro, para as Eliminatórias da Copa do Mundo da Rússia 2018. Oito deles foram titulares. Todas as equipes contam com brasileiros, 14 no total, sendo dois naturalizados que são titulares do selecionado de Hong Kong. A Série Z prepara um guia da semifinal da competição, para você leitor ficar antenado e se “der na telha” procurar alguma transmissão no dia. Aproveite!

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A terceira batalha O Southern District, que disputou a segunda divisão em 2014/15, é o grande azarão das semifinais. A equipe teve que iniciar a Senior Shield na fase preliminar e vai para sua terceira partida da copa. O adversário é difícil, o Kitchee, atual campeão nacional. É a primeira vez que a equipe disputa a competição, pois estreia na Premier League local, onde ocupa a sexta colocação (até o fechamento da edição). O sucesso nos seus 15 anos de existência rendeu a contratação de estrangeiros, entre eles, os brasileiros Tomás, defensor, que disputou todos os jogos da atual temporada e Wellingsson, meia, que tem gols na época e é um dos artilheiros da equipe. A classificação para a inédita final deve passar, também, pelas mãos do goleiro Tse Tak Him, que chegou essa temporada ao clube e é presença constante na lista de convocados do selecionado local.

KITCHEE Nome completo: Kitchee Sports Club Fundação: 1931 Cidade: Hong Kong (Distrito Yau Tsim Mong) Site: www.kitchee.com/ Facebook: /kitchee.sc Estádio: Mong Kok Stadium (6664 pessoas) Títulos: Primeira Divisão (1947/48, 1949/50, 1963/64, 2010/11, 2011/12, 2013–14 e 2014/15), HK Senior Shield (1949/50, 1953/54, 1959/60, 1963/64 e 2005–06), Copa (2011/12, 2012/13 e 2014/15), Copa da Liga (2005/06, 2006/07, 2011/12 e 2014/15)

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SOUTHERN DISTRICT Nome completo: Southern District Recreation & Sports Assn Ltd Fundação: 2002 Cidade: Hong Kong (Distrito Sul) Site: www.sdfc.org.hk Facebook: /HKSDFC Estádio: Aberdeen Sports Ground (9000 pessoas) Títulos: HK Junior Challenge Shield Cup (2010/11)

Dez anos de espera Na temporada 2014/15, o Kitchee conseguiu a tríplice coroa do futebol do Hong Kong, conquistando o Nacional, a Copa e a Copa da Liga, mas o vice da Senior Shield impediu a quarta conquista da temporada. A competição é uma “obsessão” da equipe que não a vence desde 2006. Nesse período, porém, a equipe bate de frente com o South China, como o clube com mais conquistas nacionais recentes. O rival passou a ter alguém a altura. A equipe do oeste é a favorita no seu confronto. No elenco, a equipe conta com seis jogadores convocados para as Eliminatórias da Copa, sendo três naturalizados, Sandro e Paulinho Piracicaba, brasileiros e Alexander Akande, nigeriano. Os três devem ser os principais responsáveis na luta pelo título. Os defensores Nando e Hélio completam a lista de brasileiros do elenco.


O grande favorito? Se levarmos em conta que o Eastern é o atual campeão da Senior Shield e que possui o “melhor arranque” da atual edição liga (até o fechamento da edição), a equipe pode ser considerada favorita ao título. O clube se recuperou de uma crise que o atingiu entre 2004 e 2006, quando foi mandado para a quarta divisão, mas foi resgatado na temporada seguinte pela federação, mas em 2009, devido aos problemas financeiros pediu para voltar a divisão e se reconstruiu. De volta em 2013, a equipe vem fazendo boas campanhas e incomodando os “dois atuais grandes”. Seis jogadores fizeram parte da última convocação da seleção, com destaque para Yapp Hung Fai, goleiro que atuou por todos minutos das Eliminatórias. Os brasileiros Roberto, Diego Eli, Michel Lugo e Geovane estão no elenco da equipe.

SOUTH CHINA Nome completo: South China Athletic Association Fundação: 1904 Cidade: Hong Kong (Ilha de Hong Kong) Site: www.scaaft.com/ Facebook: /scaaft Estádio: Tseung Kwan O Sports Ground (5000 pessoas) e Hong Kong Stadium (40000 pessoas) Títulos: Primeira Divisão (1989/90, 1990/91, 1991/92, 1996/97, 1999/2000, 2006/07, 2007/08, 2008/09, 2009/10 e 2012–13 [os dez mais recentes]), HK Senior Shield (1928/29, 1930/31, 1932/33, de 1934/35 a 1938–39, 1940/41, 1948–49, 1954–55, de 1956/57 a 1958/59, 1960/61, 1961/62, 1964/65, 1971/72, 1985/86, 1987/88, 1988/89, 1990/91, de 1995/96 a 1999/2000, 2001/02, 200203, 2006/07, 2009/10 e 2013/14), 10 Copas, três Copas da Liga, cinco campeonatos da segunda divisão

EASTERN Nome completo: Eastern Athletic Association Football Team Limited Fundação: 1932 Cidade: Hong Kong (Distrito Yau Tsim Mong) Site: www.eastern-sportsclub.com/ Facebook: /EasternFootball Estádio: Mong Kok Stadium (6664 pessoas) Títulos: Primeira Divisão (1955/56, 1992/93, 1993/94 e 1994/95), Segunda Divisão (1947/48 e 2012–13), Terceira Divisão (2004/05, 2009/10, 2010/11, 2011/12), Copa (1983/84, 1992/93, 1993/94, 2013/14), HK Senior Shield (1939/40, 1952/53, 1955/56, 1981/82, 1986/87, 1992/93, 1993/94, 2007/08 e 2014–15)

O maior quer mais Não há dúvidas quanto a grandeza e soberania histórica que o South China tem em Hong Kong. Maior campeão nacional, com 41 títulos e da Senior Shield, com 31, a equipe, porém vê o crescimento do Kitchee nos últimos anos. Em 2013/14, a equipe conquistou seu último título e por coincidência, a copa que será definida em janeiro. A esperança de gols na semifinal é Chan Siu Ki, maior artilheiro da seleção local, com 34 gols. Apesar de ser reserva nos últimos jogos da seleção, o atacante é titular da equipe ao lado do brasileiro Lucas Silva. No gol, outro destaque, o goleiro equatoriano Cristián Mora, que jogou a Copa do Mundo 2006. A equipe conta com cinco jogadores que fizeram parte da última convocação da equipe nacional. O clube conta ainda com os brasileiros Luiz Carlos, Itaparica, o naturalizado timorense Murilo e o treinador Casemiro Mior.

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FASE PRELIMINAR DREAMS METRO GALLERY

1

23/09

SOUTHERN DISTRICT

QUARTAS DE FINAL SOUTHERN DISTRICT

5

03/10

2

WONG TAI SIN

1

KITCHEE

1

PEGASUS

0

SOUTH CHINA

4

YUEN LONG

0

EASTERN

2

BIU CHUN RANGERS

0

03/10

TABELA

HK SENIOR SHIELD 2015/16 04/10

04/10

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SEMIFINAL

FINAL

SOUTHERN DISTRICT 2 26/12, sábado, às 5 horas

KITCHEE

1

SOUTHERN DISTRICT 24/01, domingo, às 5 horas

EASTERN

SOUTH CHINA 2 27/12, domingo, às 5 horas

Pen: EASTERN 4 X 3

EASTERN 2

*ATUALIZADO

75


FUTEBOL UTÓPICO

AS SETE DIVISõES DA

E

COPA 2018 PARTE I

se a cada quatro anos, a Copa do Mundo não fosse a única competição de seleções do mundo? Imagine então, sete campeonatos mundiais. Sete divisões de uma Copa do Mundo. No blog, a Série Z já imaginou isso após o sorteio dos grupos da Copa de 2014, mas agora vamos melhorar. Das 209 confederações filiadas a FIFA, 67 seleções já sabem que não irão para a Rússia e em que “posição” ficou nas respectivas eliminatórias. É quase metade. São 23 da Concacaf, sete da Ásia, três da Oceania e 34 da África! Todos os selecionados da Europa e América do Sul continuam com chances de ir para a terra da Vodka. Tendo as seleções eliminadas e com a pontuação final definida, os esboços de como ficariam as últimas divisões da

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Copa do Mundo já podem ser vistos. Antes vamos aos processos de divisão. A Copa do Mundo tem 32 seleções, restavam assim 177 confederações. Com esse número é possível fazer mais cinco formatos iguais ao Mundial. A última divisão tem 17 seleções. Com as eliminações definidas, a terceira divisão já contaria com quatro seleções classificadas. África e Ásia são os continentes com maior número de seleções fora da Copa, devido à baixa relação entre número de confederações nacionais e vagas na Copa do Mundo. O futebol africano é mais forte que o asiático e por isso ganha mais vagas nas “primeiras” divisões. A partir da próxima página, vocês conferem a distribuição das vagas e as seleções que já estariam classificadas.


Copa do Mundo G Europa (2); América do Norte, Central e Caribe (4); Ásia (4); África (3) e Oceania (4). Ásia: Nepal, Macau, Sri Lanka e Mongólia Concacaf: Ilhas Virgens Britânicas, Ilhas Turcas e Caicos Anguilla e Bahamas África: Somália, Djibuti e Zimbábue

Tonga (Foto:FIFA).

Oceania: Samoa Americana, Ilhas Cook e Tonga

Copa do Mundo F Europa (5); América do Norte, Central e Caribe (6); Ásia (10); África (9) e Oceania (2). Ásia: Indonésia, Brunei e Paquistão Concacaf: Suriname, Rep. Dominicana, Dominica, Ilhas Virgens Americanas, Ilhas Cayman e Montserrat África: São Tomé e Príncipe, Lesoto, Gâmbia, GuinéBissau, Rep. Centro-Africana, Maurício, Sudão do Sul, Seychelles e Eritreia

Brunei (Foto:FIFA).

Copa do Mundo e Europa (6); América do Norte, Central e Caribe (6); Ásia (10); África (9) e Oceania (1). Concacaf: Barbados, Porto Rico, Guiana, Cuba, São Cristóvão e Névis e Bermuda Ruanda (Foto:FIFA).

África: Mauritânia, Ruanda, Angola, Namíbia, Sudão, Libéria, Togo, Serra Leoa e Malawi

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Copa do Mundo d Europa (6); América do Norte, Central e Caribe (6); Ásia (9); África (10) e Oceania (1). Concacaf: Aruba, Antígua e Barbuda, Belize, Curaçao, Haiti e Santa Lúcia África: Quênia, Guiné Equatorial, Chade, Burundi, Suazilândia, Comores, Madagascar, Níger, Tanzânia e Etiópia

Quênia (Foto:FIFA).

Copa do Mundo C América do Sul (1), Europa (9); América do Norte, Central e Caribe (6); Ásia (4); África (11) e Oceania (1). Concacaf: Nicarágua África: Moçambique, Botsuana e Benin Nicarágua (Foto:FIFA).

Copa do Mundo B América do Sul (4); Europa (11); América do Norte, Central e Caribe (3); Ásia (4); África (7), Oceania (1) e os dois perdedores da repescagem intercontinental.

Para acessar o texto das Sete divisões da Copa do Mundo 2014, digite: http://wp.me/p3CFl8-54

Copa do Mundo América do Sul (4); Europa (14); América do Norte, Central e Caribe (3); Ásia (4), África (5) e os dois vencedores da repescagem intercontinental; Europa: Rússia

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No fim da carreira, o gigante Jan Koller, com 2,02 metros, voltou a França para jogar pelo AS Cannes, clube que estava na terceira divisão local. Entre dezembro de 2009 e junho de 2011, o tcheco até que foi bem com seus 20 gols, em 44 partidas (Foto: Divulgação).


Hinos ORATÓRIO RECREATIVO CLUBE Macapá (AC) Em azul e branco São cantadas as tuas glórias Oratório, todos conhecem teu valor Homenageando tua história Nossa Senhora de Fátima te abençoou Valente guerreiro, grande vencedor Clube de raça e coragem Teu sentimento é de paixão Vibra Orca Demolidora O Oratório é campeão Clube de raça e coragem Teu sentimento é de paixão Vibra Orca Demolidora O Oratório é campeão És o orgulho e a alegria do torcedor Assim o Santa Rita te abraçou Num caloroso gesto de amor O teu passado ta na memória O teu presente te faz brilhar O teu futuro é de vitória Seja em qualquer lugar

seriezfutebol.com

O futebol longe dos holofotes, uma paixão pelo alternativo


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