ONDE ESTAMOS?
A REVISTA DO FUTEBOL ALTERNATIVO AGO. 2017 -- N.11
A proposta de 2017 é bem clara: ser um ano horrível para (alguns) clubes que disputaram a Série B neste século
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UMA NOVA ERA (PARA DOIS)
C
omo divulgamos, essa edição que você está lendo é histórica por dois motivos. É o primeiro número da nova periodicidade da revista, que passa a ser mensal e, também, a edição inicial que passará a ser vendida em arquivo PDF (e/ou EPUB). Contamos com vocês para fortalecer a marca nessa nova era da Revista Série Z! Uma nova era, também, é o que buscam 30 clubes que disputaram a Série B neste século. Desses, apenas uma das equipes citadas não está nas três primeiras divisões nacionais. Vamos destrinchar o ano de 2017 que está sendo triste para a maior parte dessas equipes que estão sem divisão, mas pior que isso, foram rebaixados nos Estaduais ou estão nos segundos e terceiros escalões do futebol regional. Essa é a nossa matéria de capa, que rendeu a maior reportagem da nossa história, onde falamos sobre cada equipe e falamos com alguns torcedores desses times. Toda força a essas torcidas. Esse debate é válido para ampliarmos a questão da necessidade de termos ao
EDITOR Felipe Augusto (@felipeseriez) PROJETO GRÁFICO e DIAGRAMAÇÃO Felipe Augusto
menos mais uma divisão nacional! Outra novidade dessa edição é a entrada da editoria Excursão, onde viajaremos pelo mundo do futebol, contando 11 (pequenas) histórias que ocorreram no mês anterior a publicação da revista. Uma viagem pelas cinco regiões do Brasil e os seis continentes (futebolísticos) do planeta bola. Ficou bem legal! Para completar nossa edição, atualizamos o nosso mapa da Libertadores Feminina, contando quais foram os 40 clubes que participaram da disputa e os colocamos em cada local que é sede. No Brasil, o Carioca Série C começou e nós mostramos os jogadores famosos que estão lá e uma curiosidade muito alternativa. Para finalizar, mais um guia inédito, da Supercopa da Bulgária, que terá Ludogorets Razgrad e Botev Plovdiv se enfrentando pelo primeiro título nacional da temporada. Vem com a gente! Felipe Augusto Criador e editor da Revista Série Z
REVISÃO Felipe Augusto COLABORAÇÃO Élison Silva (informações São Paulo Crystal) Vinicius do Prado (entrevista Diego Giandomenico)
E S C A L A Ç Ã O
6 EXCURSÃO Do Pará à Nova Zelândia
20 APITO INICIAL Lembra desse time na Série B?
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LADO B Tem português no Carioca Série C
CONTEXTO Dissecamos a Liberta Feminina
56 GUIA Supercopa da Bulgária 2017
B 6
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Excursão 40
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Excu
11 histรณrias do futebol brasileiro e
ursĂŁo
mundial de (junho e) julho de 2017
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S PINHEIRENSE: MAIS UM TÍTULO NACIONAL DO PARÁ NORTE | BRASIL
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egunda melhor campanha da primeira fase do Brasileiro Feminino Série A-2, disputa inédita no Brasil, o Pinheirense não teve dificuldades para passar pelo Caucaia na semifinal e chegar a decisão, onde enfrentou a Portuguesa. Em São Paulo, o clube paraense venceu por 2 a 1 e garantiu o título, mesmo com derrota na volta, pelo placar mínimo, pois teve mais gols fora. As duas equipes sobem para a elite de 2018 nos lugares de Grêmio e Vitória. A Tuna Luso, também, representou o Pará na disputa, mas ficou na primeira fase. É o sétimo título nacional do Pará. Foram seis taças no futebol masculino. O Paysandu tem duas Série B: 1991 e 2001; a Tuna Luso é detentora dos títulos da Série B 1985 e Série C 1992; o Remo foi campeão da Série C 2005 e o São Raimundo foi o primeiro campeão da Série D em 2009. Aqui, consideramos apenas os campeonatos nacionais, mas devemos lembrar o título da Copa dos Campeões 2002, conquistado pelo Papão.
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O A “HOMENAGEM” DO SÃO PAULO CRYSTAL NORDESTE | BRASIL 1 Cezar Magalhães/ALLSPORTS | 2 Divulgação/São Paulo Crystal FC
Paraibano Segunda Divisão começa neste mês, com um clube chamado São Paulo Crystal. Na verdade, a equipe é o antigo Lucena, da cidade de mesmo nome na Região Metropolitana de João Pessoa, mas que mandava as partidas em Campina Grande!? Pois bem, para esse ano, a agremiação mudou de sede, foi para Cruz do Espírito Santo. Segundo uma nota oficial do clube, o novo nome seria uma homenagem ao São Paulo e ao Crystal Palace, clube inglês, que são citados como “dois times, modelos em excelência no futebol e na divulgação do esporte para o mundo”. Porém, a história não é bem essa. Cruz do Espírito Santo é cidade-sede do Engenho São Paulo, nova patrocinadora da equipe, que vende a cachaça São Paulo Cristal, que é o mesmo nome do clube, exceto com a troca do “I” pelo “Y”. O SPC é apontado como favorito na disputa e terá Fábio Bilica, aquele mesmo, zagueiro, como jogador mais conhecido.
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F ITABERAÍ É CAMPEÃO NO GOIÁS CENTRO-OESTE | BRASIL
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oram quase três meses de disputa para consagrar o Itaberaí, campeão do Campeonato Goiano Sub-19 da Segunda Divisão, a segunda edição do campeonato. No início, 14 equipes foram divididas em dois grupos com sete equipes, onde os quatro primeiros de cada chave passaram às quartas de final. Itaberaí, CRA (Clube Recreativo Abadia), Aparecidense e Aparecida eliminaram Olímpio, Santa Helena, Iporá e Clube Jaó, respectivamente, na segunda fase. Os quatro vencedores garantiram vaga na primeira divisão de 2018 e na Copa Goiás Sub-19 2017. Nas semifinais, a dupla de Aparecida ficou pelo caminho. O Itaberaí tirou a Aparecidense, 2 a 1 agregado, e o CRA venceu o Aparecida, por 3 a 2 agregado. As finais foram realizadas nos dias 18 e 25 de junho. Na primeira partida, em Abadia de Goiás, o Itaberaí aplicou 3 a 0. Na volta, perdeu por 2 a 0, mas ficou com título da mesma forma. É o primeiro título de base da equipe.
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O CONEXÃO FUKUOKAMIRASSOL SUDESTE | BRASIL 1 Divulgação/FGF | 2 Vinicius de Paula/Agência Mirassol
Mirassol foi o clube escolhido para um intercâmbio de cinco jogadores japoneses. Oriundos da equipe sub-15 do Avispa Fukuoka: Taiyo, Tomoki (dois primeiros da esquerda para a direita), Kimiya e Shota (os dois últimos) e o treinador Masamitsu chegaram ao fim de julho para um período de 15 dias de treinamentos com as equipes sub-15 e sub-17. O Mirassol está disputando o Paulista Sub-15. Após boa primeira fase, onde ficou em segundo no grupo 2, empatado com o Novorizontino, com 26 pontos, terá Palmeiras, Inter de Bebedouro e Batatais na etapa seguinte. No Sub-17, ficou em quarto na classificatória e terá XV de Piracicaba, Osasco e Ferroviária como adversários adiante. Os japoneses não poderão participar, obviamente. No ano passado, o Mirassol tinha um descendente no time da Copa São Paulo de juniores, o meia Luís Oyama, que fez bela participação. Hoje, ele integra a equipe que participa da Copa Paulista.
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O REAL: RUMO AO NACIONAL SEM ESCALAS? SUL | BRASIL
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feito é difícil, mas possível. O Real Sport Club, sediado em Capão da Canoa, litoral norte do Rio Grande do Sul, entrará no futebol profissional sem ter participado de nenhuma divisão estadual, ao participar da Copa FGF, que dá vaga para a Série D e Copa do Brasil 2018. Por isso, o clube tem chance de pular etapas para chegar aos torneios brasileiros. A equipe deve ser baseada nas categorias de base, que disputam os estaduais sub-17 e sub-19. Fundado em 2005, apenas nesse ano, o Real resolveu dar um passo a mais na evolução da equipe. A Copa FGF deve começar em agosto, mas até o fechamento desse texto, a federação não tinha divulgado a tabela. O Real está no Grupo Metropolitano, com Aimoré, Cruzeiro, Igrejinha, São José e Sapucaiense. Apesar de a sede ser em Capão da Canoa, os jogos da equipe serão realizados em Tramandaí, 28 quilômetros ao sul do local. Vale ficar de olho em uma possível história bem alternativa.
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O O ATAQUE CERTEIRO DO CHACARITA AMÉRICA DO SUL 1 Divulgação/Real SC | 2 Matías Princ/CA Chacarita Juniors
fim de julho teve a confirmação da volta do Chacarita Juniors à primeira divisão argentina. Foram sete anos longe da elite, com direito a uma estadia de três temporadas na Primera B, a terceira divisão. A torcida apaixonada viveu o sonho do acesso na temporada passada, mas sucumbiu. Em 2016/17, o Funebrero teve uma campanha irregular nas primeiras 15 rodadas, onde ficou entre terceiro e 15º lugar. Até que no final do primeiro turno, a equipe assumiu a terceira posição, ficou algumas rodadas, uma posição abaixo, ocupou a quinta colocação por uma “semana”, mas sempre perto do G-2. A queda técnica do Guillermo Brown nas últimas cinco rodadas, fez com que o Chacarita se desgarrasse e assumisse o segundo lugar. Das 46 rodadas, o Guillermo ficou 30 vezes no G-2, enquanto o Chacarita teve apenas quatro aparições, sendo três nas últimas três rodadas.
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N OS DEBUTANTES DA AMÉRICA CENTRAL AMÉRICA CENTRAL, DO NORTE E CARIBE
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o nosso site, estamos com o especial Debutantes da Europa! Porém, o mundo do futebol tem novatos com primeira participação em ligas nacionais. Na América Central há três clubes que debutarão na elite do futebol da Costa Rica, El Salvador e Honduras, em campeonatos que começam neste período. Na Costa Rica, o Municipal Grecia é a novidade. Criado em 1998, a equipe é comandado pelo ídolo do Saprissa, Walter Centeno, e após dez anos de “segundona” conseguiu o acesso. Septuagenário, o Audaz pela primeira vez disputará a Primera División de El Salvador. A ascensão é recente. Em 2014, conquistou o título da terceira divisão e esperou três anos para conseguir a inédita vaga. Em Honduras, o Lobos UPNFM, sigla de uma universidade Tegucigalpa é o mais novo entre os debutantes: seis anos. Até a subida, a conquista mais expressiva era o ouro nos Jugos Desportivos Universitários da América Central 2012.
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1 Divulgação/Municipal Grecia | 2 Divulgação/CD Audaz | 3 Divulgação/El Heraldo
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E A PRIMEIRA SUPERCOPA DA TCHECOSLOVÁQUIA EUROPA
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m 1993, o último Campeonato Tchecoslovaco foi realizado. A partir da cisão, clubes da Eslováquia e República Tcheca voltaram a se encontrar apenas em competições europeias ou amistosos, mas a partir de 2017, essa relação foi refeita e assim continuará pelos próximos anos. As duas federações nacionais resolveram criar a Supercopa da Tchecoslováquia, com a presença dos campeões das respectivas copas nacionais. A primeira edição foi realizada no dia 23 de junho, com a presença do Fastav Zlín, da República Tcheca, e o Slovan Bratislava, da Eslováquia. Em formato de jogo único, a partida terminou empatada, em 1 a 1, mas nas penalidades, o Zlín venceu por 6 a 5, garantindo a primeira taça. A primeira sede da disputa foi Uherské Hradiště, sul tcheco, e se espera que a próxima seja no país vizinho. O campeão garantiu 19 mil euros para a conta. Tomara que a competição fique eternamente no calendário.
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O O HISTÓRICO FEITO MOÇAMBICANO ÁFRICA 1 Divulgação/Tasr | 2 Divulgação/CD Ferroviário da Beira
aumento de oito para 16 clubes na fase de grupos da Liga dos Campeões da África propiciou a alguns países, uma maior chance de ingresso nesta etapa, antes bem seletiva. Entre os que mais alternativos, o Ferroviário da Beira, de Moçambique foi o único a conseguir a classificação para as quartas de final do continental, mesmo contando com uma ajuda. Os dois clubes do Sudão que faziam parte do grupo, o Al Merrikh e o Al Hilal Omdurman, foram afetados por uma punição da FIFA na federação local, por influência do governo nacional na entidade, o que não é permitido. Dessa forma, a equipe que tinha chances de vaga no campo, a viu cair no colo, com a última rodada cancelada, dando vitória ao Ferroviário, que assumiu o segundo lugar. Para quem era tratado como saco de pancadas, o time já havia feito bom papel e agora aguarda setembro para encarar o USM Alger, da Argélia, na segunda fase.
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A PERSEPOLIS É CAMPEÃO DA SUPERCOPA DO IRÃ ÁSIA
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temporada 2017/18 do futebol iraniano começou com a realização da terceira Supercopa, com os últimos campeões da liga iraniana e copa nacional. O Persepolis, atual campeão nacional, enfrentou o Naft Tehran, no dia 21 de julho, dois clubes que pela primeira vez participaram da disputa. O Azadi Stadium, em Teerã, recebeu 40 mil espectadores para uma partida totalmente controlada pelo Persepolis, base da seleção iraniana e classificado às quartas de final da Liga dos Campeões da Ásia 2017, que fez 3 a 0. Alipoor abriu o placar aos 18 minutos do primeiro tempo e na etapa final, Mosalman (23’) e Ahmadzadeh (38’) aumentaram. Foi o primeiro título de um representante do campeonato nacional na disputa. Nas edições anteriores, o Saba Battery (2005) e Zob Ahan (2016), campeões da Hazfi Cup, ficaram com a taça. A Supercopa teve um hiato entre 2006 e 2015.
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E A HEGEMONIA NEOZELANDESA NO SUB-19 FEMININO OCEANIA 1 Divulgação/Persian League | 2 Divulgação/Phototek/OFC
ntre 11 e 24 de julho, a Nova Zelândia reinou no Campeonato da Oceania Sub-19 Feminino, em que foi anfitriã. Mais cinco seleções participaram: Fiji, Nova Caledônia, Papua Nova-Guiné, Samoa e Tonga. As neozelandesas não tiveram dificuldades para conquistar o sexto título em oito edições (as duas primeiras foram conquistadas pela Austrália). As meninas venceram os cinco jogos da competição, com incríveis 48 gols marcados e apenas um sofrido. Na estreia, goleada por 12 a 0 sobre a Papua, depois um 9 a 1 contra Fiji e na terceira rodada, novamente, 12 a 0 contra a Nova Caledônia. O título foi conquistado de forma antecipada, com um 6 a 0 contra a Samoa. A participação foi finalizada contra Tonga: 9 a 0. As três artilheiras da competição foram da Nova Zelândia: Main (11 gols), Tawharu (9) e Blake (8). O título garantiu a vaga no Mundial de 2018. Em compensação, Luisa Tamanitoakula, de Fiji, foi escolhida como melhor jogadora.
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APITO INICIAL
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CALVÁRIO DOS SECUNDÁRIOS Se você viu um desses clubes na segunda divisão nacional, saiba que esse ano está sendo bem complicado para estes
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érie B, o campeonato que muitos torcedores pelo Brasil sonham participar, quando veem seus times em situações difíceis, sem divisão ou buscando a redenção nas últimas divisões nacionais, que historicamente comportam dezenas de equipes. Para 30 torcidas, a segunda divisão já foi realidade neste século, mas os anos passaram, até chegarmos em 2017, ano em que 29 dessas agremiações estão fora das três primeiras divisões do Brasileirão. Um ano que tem se mostrado apto a maltratar boa parte desses clubes, com campanhas pífias nos estaduais, resultando em vexames inimagináveis. A Revista Série Z mostra quais são esses clubes divididos em cinco categorias: inativos, rebaixados, terceira divisão, segunda divisão e primeira divisão estadual. O que os torcedores de alguns desses clubes pensam ao ver onde foram parar.
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Os inativos
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rês equipes emergentes, que eram muito elogiadas pela visão e planejamento. Três clubes paulistas que estão fora de competições: União São João, Barueri e Guaratinguetá. Em Araras, quem passa pelo Hermínio Ometto tende a ter um sentimento misto quando o olha: saudade e descrença. Clube modelo do interior nos anos 1990, com participações consistentes na Série A, revelação de jogadores e títulos das Séries B e C, o União São João faz com que o povo local se questione todo dia, o que fizeram com o clube. A última participação na Série B foi em 2003, quando ocupou a lanterna, para nunca mais ter força no âmbito nacional, apesar das disputas da terceira divisão nos dois anos seguintes. Em 2005, a equipe foi rebaixada no Paulista. Bateu na trave muitas vezes, até que em 2012 caiu na
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Série A-2, com a queda parando em 2014, quando se via na última estadual. Um ano depois, o União iniciava a trajetória de inatividade. “Não é qualquer time, até então, novo no cenário nacional que ganha a Série C e B. Ter visto jogos emocionantes, estádio lotado e depois nos últimos anos ver jogos com estádio vazio, praticamente sem apoio. É uma realidade que nunca me passou pela cabeça que iria ver”, conta Leonardo Pereira, um dos administradores da página União de Araras na Memória, que já contou sua história na nossa terceira edição. Do centro do estado caminhamos até o Vale do Paraíba, onde o Guaratinguetá despontou como uma força emergente para se tornar um nômade sem identidade, com aqueles que tanto o veneravam, os guaratinguetaenses. Em 2008, ótima campanha no Paulista, comandado por Michael. No ano seguinte, o acesso à Série B. Quando ali chegou, a esperança era de Série A em alguns anos,
mas foi o início do declínio. Em 2011, o clube sai da cidade que nasceu para se mudar para Americana, terra do tradicional Rio Branco. Lutou muito pelo acesso, com Dodô no ataque. Voltou para a cidade no ano seguinte, mas em 2013 foi rebaixado à Série C. A história a partir desse ano tem tanta coisa: envolve parcerias concretizadas, sonhadas e desfeitas; vários estádios usados como mandante e de Guaratinguetá apenas o nome era (mal) usado. Em 2016, com uma péssima campanha, mas esperada, a equipe caiu para o último nível nacional, após ter sido rebaixado para o quarto escalão estadual. Em 2017, a bizarra temporada que teria, onde disputaria a Série D e o Paulista Segunda Divisão, não existiu: a equipe se licenciou, sem deixar saudades pelo que fez nos últimos anos de atividade. A história se assemelha em partes com o Grêmio Barueri, que em 2009 disputou a Série A, com um time que despertou a curiosidade de todos, ainda
mais com aquele trio ofensivo formado por Thiago Humberto, Fernandinho e Val Baiano (Pedrão), sem contar com o sistema defensivo que tinha André Luis, Xandão, Leandro Castan e Ralf. A permanência na primeira divisão foi tranquila. Muitos, de fora, olhavam a equipe como um “novo São Caetano”, mas veio um baque, que mudou toda a trajetória, a mudança para Presidente Prudente. Apesar da boa campanha no Paulista, a equipe não aguentou o tranco na Série A e foi rebaixada. No retorno à Série B, a equipe nunca mais deu mostras de que voltaria, mesmo regressando a sede original. Em 2011, foi rebaixado e tudo desandou por completo. Em 2016, a equipe perdeu todos os jogos pelo Paulista Série A-3, incluindo um 10 a 0 para o Noroeste. O adeus foi sacramentado neste ano, quando a equipe confirmou o que todos sabiam: o seu licenciamento.
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Os rebaixados
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a primeira para a segunda, da segunda para a terceira e da terceira para a quarta divisão estadual. Pode parecer mentira, mas seis equipes que disputaram uma edição de Série B nos últimos 16 anos passaram por situações desse tipo. Em apenas um caso, o campo não foi o que rebaixou uma das equipes, mas as consequências ainda são incertas. Sempre com boas equipes, o J.Malucelli fazia mais um Campeonato Paranaense competitivo, mas veio um golpe que deixou todos sem reação: a escalação irregular de Getterson, que tirou 16 pontos da classificação. O rebaixamento foi confirmado, o que rendeu a desistência da Série D 2017 e a incerteza sobre o futuro. O Jotinha disputou a Série B, quando ainda se chamava Malutrom, em 2001, quando se
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livrou do rebaixamento em uma repescagem, e 2002, quando iniciou a disputa, mas desistiu no decorrer do campeonato. “Essa época foi bem onde começou a marcar o distanciameno do Malutrom de São José dos Pinhais. Porque o Estádio do Pinhão, o principal daqui, não tinha iluminação na época e não cabiam tantas pessoas”, diz Diego Giandomenico, torcedor do clube, pois os jogos foram do time foram na Vila Capanema e Caranguejão. Quando o então Malutrom desistiu, a vaga caiu no colo do Guarany de Sobral, que tinha sido terceiro colocado da Série C 2001. O time foi rebaixado no mesmo ano, viveu anos de estabilidade no Cearense e se tornou o único campeão nacional do estado, com a conquista da Série D 2010. Ficou dois anos na reformulada Série C, mas continuou nas disputas do Estadual, até que a má administração bateu a porta em 2017, quando quase desistiu do Cearense, mas entrou em campo
Antes da estreia na Série B 2001, o então Malutrom disputou a fase decisiva da horripilante Copa João Havelange, quando enfrentou o Cruzeiro.Tcheco, que está na foto era o capitão da equipe (Foto:Valterci Santos)
Em 2010, o Guarany de Sobral comemorava o título da Série D. Sete anos depois, o rebaixamento no Cearense. Que a festa volte ao Junco (Foto: Divulgação/ Guarany de Sobral)
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para ser rebaixado. O Cacique conseguiu uma vaga na Série D, após a desistência do Uniclinic, para tentar voltar a sonhar com uma Série B. Indo para o Norte do país, um caso de sucesso na região entre o fim dos anos 1990 e começo desse século, o São Raimundo viveu em 2017, o capítulo mais triste da história do clube: o rebaixamento à segunda divisão amazonense. Entre 2001 e 2006, o Tufão participou da Série B, tendo Delmo como o grande destaque da equipe nas campanhas. Sempre como um mandante forte, a equipe sucumbiu à primeira disputa por pontos corridos no segundo nível. Desde o descenso, nunca mais houve campanha de destaque no Estadual. Antes da confirmação do rebaixamento no Amazonense 2017, Delmo nos deu uma entrevista, que evidenciava o que viria acontecer: “São Raimundo teve uma queda muito grande. Está em uma situação muito crítica. Fui (dia desses) no (estádio Carlos) Zamith para ver um
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amistoso contra o Manaus e pelo que observei a equipe não tem disciplina tática dentro de campo. É muito triste ver o que era o São Raimundo antes e ver como está agora”. O ídolo anteviu a tragédia. Em São Paulo, a situação é pior, mesmo que seja em um estado com mais divisões estaduais. Na Série A-2 desse ano, duas equipes “secundárias” foram rebaixadas à terceira divisão de 2018: União Barbarense e Mogi Mirim. O primeiro viveu o ápice em 2004, quando se sagrou campeão da Série C e no ano seguinte disputou a única Série B da história, quando chegou a enfrentar o Grêmio, mas foi rebaixado. O Mogi Mirim é a exceção nesse texto, pois a equipe disputa a Série C 2017, mas dois anos após disputar a Série B (além de ter disputado entre 2002 e 2004), também, foi rebaixado para a Série A-3. As duas campanhas no Estadual desde o início demonstravam esse caminho. Para o Barbarense,
São poucos os registros da passagem do União Barbarense na Série B.Vídeos, por exemplo, não são encontrados no Youtube. Essa é a Revista Placar especial, com o Guia do Brasileirão 2005, onde se apresenta o clube, que ficou apenas um ano na divisão e no guia (Foto: Felipe Augusto/ Revista Série Z|)
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a Série B está bem distante, enquanto que para o Mogi Mirim, ao menos, estar na Série C significa um último fio de esperança, mesmo com a possível queda na atual edição. Se após o título da Copa do Brasil 2005, alguém dissesse que em 2017, o Paulista seria rebaixado para o quarto nível estadual, ninguém daria ouvido. Participação na Libertadores, quase acesso à Série A e cinco anos de Série B. Há dez anos, a equipe disputava a última segunda divisão nacional e após sucessivos descensos no âmbito brasileiro e paulista, a equipe terá que disputar o Paulista Segunda Divisão em 2018. Um sentimento horrível, como cita o torcedor Lucas Rodrigues, engenheiro agrônomo: “Derrotas fazem parte e o esporte como um todo é feito disso, mas há três anos somos humilhados como torcedores, chegamos ao pior momento da nossa história centenária, mas o pior neste cenário todo e o que mais gera revoltas - e infinitas suspeitas - é que o clube (leia-se a “turminha” que se sente dona dele) segue lacrado a sete chaves e não há sinal de que as coisas serão diferentes, com jogos políticos e discurso de coitadismo enquanto em campo o time agoniza e fora dele, a torcida sofre”. É isso que todo torcedor do clube de Jundiaí sente.
Foto: Gustavo Amorim/Paulista FC
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Na terceira divisão
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m 2007, Ipatinga e Marília se enfrentaram pela única vez em uma Série B. As duas equipes lutaram pelo acesso, sendo que os mineiros na primeira temporada de disputa conseguiram a vaga. Desde então, os clubes passaram por momentos de declínio. O Ipatinga, em 2008, foi rebaixado no Mineiro e na Série A. Viveu uma gangorra com sucessivas quedas e voltas nos dois locais, chegou a se “transferir” para Betim, cidade em que nunca atuou, por não ter estádio adequado. A última participação nacional foi na Série D 2014, quando voltou a ser Ipatinga e estava no Mineiro Módulo II. No ano passado veio o golpe mais forte, mas esperado, o rebaixamento para a terceira divisão mineira. Em 2017, a equipe passou por algumas mudanças para retomar a trajetória e surge como um dos favoritos ao acesso, mesmo que o sentimento não seja o mesmo, como cita o jornalista Marcelo Morato, que viveu como torcedor, a fase áurea da equipe. “Sou de Ipatinga, mas na melhor época do time, eu morava em BH. Ainda assim, fui a 90% dos jogos do time em casa. Mesmo nesta época, o Itair Machado (idealizador, presidente e – na prática – dono do time) já ameaçava trocar o time de cidade. Os torcedores achavam que era blefe para
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conseguir apoio, e muitas vezes era mesmo. Mas a relação da diretoria com a prefeitura da cidade e com a Usiminas foi ficando cada vez pior, e deu no que deu. No tempo que o Ipatinga jogou em Betim, torci contra. Quando o time voltou para Ipatinga, parecia piada: por um tempo, o time não conseguiu pagar a taxa para trocar o nome junto à FMF. Sempre ficou claro que o time não fazia questão de fomentar a torcida. Mesmo assim, fiz muitos amigos na arquibancada do Ipatingão, criamos vínculos. Atualmente, com nova diretoria, o Ipatinga montou um bom time que surge como favorito para subir do terceiro para o segundo nível do futebol mineiro. Agora moro novamente em Ipatinga e pretendo ir aos jogos. Mas nunca vai ser a mesma coisa”. Se em Minas, o Ipatinga luta para subir, o Marília está sem calendário profissional, depois da luta contra o rebaixamento na Série A-3 2017 e desistir da Copa Paulista. Desde o rabaixamento na Série B 2008, o Marília está na segunda passagem pela A-3. Em 2012, a equipe disputou a Série D e Série A-3. No ano seguinte, conseguiu o acesso e foi direto para a Série A-1 2015. Quando voltou a A-2 foi novamente rebaixado. São cinco anos em cinco diferentes divisões. As grandes campanhas na Série B 2003, 2005 e 2007 viraram passado e o medo é que a situação piore em 2018, algo que ninguém quer pensar.
Um elenco de desconhecidos, como não seria diferente, quer retomar a história do Ipatinga, partindo da terceira divisão mineira (Foto: Divulgação/Ipatinga FC)
O temor pelo futuro é o que assombra o torcedor do Marília. que torce para que 2017 não tenha sido um presságio (Foto: Divulgação/Marília AC)
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Na segunda divisão
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a Série A-2 desse ano, três equipes que participaram da Série B nesse século não foram rebaixadas, mas duas dessas tiveram um confronto direto que poderia descer uma das equipes: XV de Piracicaba e Portuguesa. Na última rodada da primeira fase, se enfrentaram no Barão de Serra Negra, com vitória do Nhô Quim, por 2 a 1, com um gol aos 45 minutos do segundo tempo. A Portuguesa só não caiu por uma combinação de resultados. Não é necessário dizer qual o tamanho da Portuguesa, que tradicionalmente disputou a Série A mais vezes do que outras divisões. A última Série B foi em 2014, um ano após o rebaixamento pelo tribunal. O XV teve a última segunda divisão nacional em 2002, quando foi um dos seis rebaixados. Ter disputado a
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Série D 2017 só aumenta a insatisfação de torcedores do alvinegro com o sistema de ligas do futebol brasileiro, como o analista contábil, Bruno de Luca. “A revolta maior, pelo menos da minha parte, é o fato de não poder disputar o campeonato (nacional). Temos estrutura e condições financeiras pra isso, mas a CBF limita o número de participantes e os critérios hoje são bem concorridos, principalmente pra quem é do estado de SP. Sentimento geral é de tristeza e impotência”, conta. XV e Portuguesa disputaram a Série D esse ano, mas não pararam na primeira fase. Se a tristeza permeia os piracicabanos e os lusitanos, a esperança ressurgiu no C do ABC Paulista, com o acesso e título conquistado pelo São Caetano. Vice-campeão da Libertadores 2002, finalista do Brasileiro em 2001 e campeão paulista em 2004, o Azulão passou por muitas dificuldades, principalmente, após a morte do zagueiro Serginho. A equipe até
Dos 26 clubes que iniciaram a Série B 2002, a primeira com espaço nos guias da Revista Placar neste século, nove estão fora das três primeiras divisões em 2017: Americano, América/RN, Anapolina, Caxias, Paulista (Jundiaí), São Raimundo, J.Malucelli (Malutrom), União São João e XV de Piracicaba.
Foto: Reprodução/Revista Placar
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conseguiu ter certa estabilidade na Série B, onde ficou entre 2007 e 2013. O momento no Anacleto Campanella é de confiança em um futuro melhor, para continuar o que foi rachado. Ainda no Sudeste, outra equipe que sofreu nos últimos anos, mas que volta a primeira divisão estadual é o Serra, clube capixaba de grande sucesso no começo do século, que disputou a Série B 2001, última a contar com clubes do Espírito Santo. Após seis temporadas consecutivas no Capixaba Série B, o time finalmente conseguiu o acesso. O trabalho é ficar na divisão e voltar às disputas nacionais, a partir de 2019. No Rio de Janeiro, uma dupla busca sair da segunda divisão estadual. O Duque de Caxias foi da glória, ao participar do Brasileirão Série B entre 2009 e 2011, para o rebaixamento duplo em 2014, na Série C e no Carioca. No ano passado, a equipe flertou com o descenso à “terceirona” estadual, mas permaneceu. Nessa temporada, fez um bom primeiro
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turno na Série B1, onde chegou as semifinais, mesmo fase que o Americano chegou, mas os dois foram eliminados. O Mosqueteiro de Campo dos Goytacazes disputou a Série B do fim dos anos 1990 até 2002. No Carioca, fazia boas campanhas, seguras, longe de qualquer possibilidade de rebaixamento, mas isso mudou em 2012, quando a equipe caiu. Já são cinco anos no segundo escalão fluminense. Se a Série B é utopia, subir para a elite estadual é visto como uma obrigação. Para quem comprava o Guia do Brasileirão da Revista Placar entre 2003 e 2005, deve se lembrar das dificuldades para a montagem do elenco, que o Anapolina passava. Cada permanência na Série B era comemorada como um título, pois seria perfeitamente compreensível que a equipe fosse rebaixada, devido ao planejamento estranho que tinha. Na última temporada, a equipe teve, talvez, a maior vitória durante esta passagem,
Na última participação da Anapolina na Série B, o planejamento foi um dos melhores para começar o campeonato, mas o time não foi bem em campo, sendo rebaixado (Foto: Felipe Augusto/Revista Série Z)
A festa da torcida do Duque de Caxias no Carioca Série B1 é para empurrar o Tricolor da Baixada para onde esteve por três anos (Foto:Vitor Costa/ FutRio/Duque de Caxias FC)
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A Águia terá mais um chance de retornar à primeira divisão paraense. Com a força da torcida, sempre no apoio (Foto: Divulgação/Tuna Luso)
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com a goleada por 4 a 0 sobre o Grêmio. Os anos dez anos seguintes tiveram boas campanhas nacionais, com duas chegadas as quartas de final da Série D em 2011 e 2014. Porém, em 2016, a torcida da Xata sofreu um baque, com uma péssima campanha no Goiano e o rebaixamento – sem contar a ótima campanha do rival Anápolis, que foi finalista. Doze anos depois, a realidade é outra, com a disputa da segunda divisão goiana, que está em andamento, onde é favorita. Quem enfrentou a Anapolina na Série B foi a tradicional Tuna Luso, em 2001, aliás, a primeira rodada do torneio teve o encontro entre as duas equipes. A Tuna não caiu diretamente, mas acabou perdendo a repescagem para o Malutron, amargando a queda. Depois disso, poucas foram as alegrias do torcedor da Águia: o vicecampeonato paraense de 2007 e a empolgação da Série C no mesmo ano. Porém, foi em 2014, que tudo de ruim veio de uma vez, com o rebaixamento inédito à “segundona” paraense. Na época, com formato diferente, a equipe debutou e venceu a
disputa no mesmo ano, mas de novo foi rebaixada, em 2015. Neste ano, a equipe completará a quarta temporada consecutiva no escalão, nada do que se imaginou para um campeão de Série B (1985) e Série C (1992). O último caso, também, reflete a incredulidade. Em 2013, com duas rodadas para o fim da Série B, o Icasa dependia apenas de si, para conseguir o inesperado acesso à primeira divisão, que não ocorreu, após duas derrotas. No ano seguinte, os reveses foram “cobrados”, com o rebaixamento à Série C, de onde foi rebaixado ao quarto nível no primeiro ano. Na temporada passada, a equipe caiu para a segunda divisão cearense e fez uma péssima Série D. Em quatro anos, o torcedor do Verdão do Cariri, que quase vibrou com o épico, passou a sofrer duros golpes, vendo inclusive, o rival Guarani, estar acima, o que não acontecia há anos. No Cearense Série B desse ano, a equipe ficou longe da segunda fase e não lutou para não cair, pois o rebaixamento foi cancelado. A situação é caótica no lado verde de Juazeiro do Norte.
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Na primeira divisão
E
star na primeira divisão estadual não significa estar satisfeito, para quem esteve em uma Série B (e até Série A) neste século. Dez clubes estão nesta categoria, sendo que quatro destes disputaram a primeira divisão nacional no período supracitado: América de Natal, Gama, Brasiliense e Santo André. Alguns clubes tinham na Série D 2017, uma esperança por dias melhores na pirâmide nacional, como Sergipe (disputou a Série B em 2001), Desportiva (2001), Ituano (2004 a 2007) e Campinense (2009), entretanto, foram eliminados. O América de Natal, um dos maiores a ficar “sem divisão”, ainda tem chances de retornar à Série C. Nacional (2001), Caxias (2001 a 2005) e Brasiliense (2003, 2004 e 2006 a 2010) disputarão a Série D 2018. O clube amazonense nos últimos anos montou elencos
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caros para a disputa, mas sempre decepcionou. Se essa matéria fosse feita em 2016, o Caxias estaria na seção da “segunda divisão”, pois em 2015 amargou rebaixamentos no Gaúcho e na Série C. No caso do Jacaré, até agora se pergunta como conseguiram transformar um time emergente em um sem divisão. Para provar que estar na primeira divisão estadual não é sinônimo de boa aceitação, os casos de Gama (2003 e 2005 a 2008) e Santo André (2004 a 2008 e 2010) são casos clássicos. Duas equipes com capacidade para disputarem campeonatos nacionais, mas que devido ao péssimo sistema de ligas que temos, poderão voltar ao Nacional, apenas em 2019. Muitos clubes, muita tradição, muitas glórias, mas ao mesmo tempo, muito descaso, muita incompetência e muitas razões por passarem 2017 de modo tão traiçoeiro. Quem sofre? O torcedor!
Em 2001 (a imagem é de outro ano), Desportiva e Serra foram os últimos representantes do Espírito Santo na Série B. A Desportiva vinha de anos de divisão, incluindo campanhas muito boas, enquanto o Serra aproveitava os melhores momentos da história do clube (Foto: Reprodução/Blog Serra FC)
Em baixa nos últimos anos, o Brasiliense vislumbra algo melhor em 2018, com a disputa da Série D. O Gama dependeria de desistências para participar da próxima quarta divisão (Foto: Divulgação/Brasiliense FC)
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LADO B
LETRA C DE
CONHECIDOS Desde 2000, o futebol do Rio de Janeiro não realizava a quarta divisão, chamada atualmente de Série C. No ano passado, a FERJ criou uma disputa embrionária para a volta do escalão, com o Torneio Amistoso, que reuniu clubes filiados à entidade, mas que não estavam aptos para disputas oficiais. Dessa forma, a edição 2017 faz parte da pirâmide estadual, que dará quatro vagas de acesso à Série B2. Com um regulamento em que as equipes podem, apenas inscrever cinco atletas acima de 23 anos, o campeonato conseguiu nos propiciar nomes bem conhecidos, com direito a um português
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1
GEDEIL | Casimiro de Abreu Ídolo do Macaé, onde teve nove temporadas, com direito a participação na Série B 2015, e com passagem pelo Botafogo no começo da carreira, o volante Gedeil é o maior nome do Casimiro de Abreu, nome da cidade onde o jogador nasceu. Neste ano, após deixar o Macaé, anunciando que iria se aposentar devido a uma contusão e por um convite para ser secretário de Esportes da cidade, Gedeil repensou a decisão e vai jogar na equipe da cidade, onde teve breve passagem em 2007.
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JORGE LUÍS | Itaboraí Profute Aos 41 anos, segundo o que pesquisamos, o lateral-esquerdo Jorge Luís será o jogador mais velho do Carioca Série C 2017. O defensor fez parte da tenebrosa década de 1990, que o Fluminense teve, onde jogou entre 1995 e 2000. Depois disso, teve uma boa passagem pelo Braga. Atuou ainda no Santa Cruz (2001 e 2002) e Internacional (2007). O que chama atenção é que o último ano dele como jogador havia sido em 2010, pelo Trofense, de Portugal. Sete anos depois, ele retorna aos gramados. 1 Divulgação/Macaé EFC | 2 Divulgação/Itaboraí Profute FC
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Combo #1 | Paraíba do Sul EDINHO
ADRIANO FELÍCIO
Lateral-esquerdo, Edinho é conhecido pelas passagens no Vasco, Paraná e Brasiliense. No Paraná, fez parte da equipe que garantiu vaga na Libertadores 2007 e no Vasco foi campeão estadual em 2003. O defensor teve duas passagens pela Europa, em 2001 jogou no Cherno More, da Bulgária, e oito anos depois atuou no Iraklis, da Grécia. A última boa passagem foi pelo Luverdense em 2014. No ano seguinte, defendeu o Maringá, mas não obteve sucesso. Após dois anos sem jogar profissionalmente, Edinho volta.
Nos quase 15 anos de carreira, Adriano Felício se tornou figurinha carimbada nos clubes menores do Rio de Janeiro. Todo Estadual, lá estava. A grande chance veio em 2007, após bom Carioca pelo Volta Redonda, ele acertou com o Botafogo, onde fez mais de 30 jogos, mas sem marcar gols. O último clube dele foi o Ceilândia, em 2014, após desbravar clubes de fora do Rio. Um dos grandes nomes do Voltaço, Felício é um dos expoentes do Paraíba do Sul. 1
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2
4
FÁBIO PAIM Em Portugal, houve quem defendesse, que “bom mesmo era o Fábio Paim”, na geração que revelou Cristiano Ronaldo. “Flopou” completamente. De grande carreira na base do Sporting e participação na Euro Sub-19 2007, Paim teve relatos de indisciplina fora de campo e desde que se profissionalizou se tornou um jogador do mundo, com passagens por Angola, Luxemburgo, Malta, China e Lituânia. O último clube dele foi o Sintra Football, do quarto nível do futebol português. 3
RAFAEL PATY | Pérolas Negras Em 2018, Rafael Paty irá completar 20 anos de carreira. Um nômade do futebol brasileiro, o atacante tem passagens marcantes pelo America-RJ e Remo. O futebol carioca e paraense são os locais onde tem mais apelo. Começou a carreira no Olaria e o último clube antes do Pérolas foi o Cametá. Aos 36 anos, Paty tem um desafio diferente na Série C: ser o líder de uma equipe baseada em jogadores haitianos. Rafael será a experiência necessária para ajudar a equipe de belo trabalho social. 1 Divulgação/Luverdense EC | 2 Divulgação/Serra Macaense | 3 Divulgação/Paraíba do Sul FC | 4 Divulgação/Clube do Remo
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Curiosidade #1 O Carioca Série C é a competição com mais haitianos no mundo
O
bviamente, o título acima desconsidera o campeonato haitiano, mas podemos, sim, afirmar, que a quarta divisão fluminense é a disputa que mais conta com jogadores do Haiti fora do país local. Os jogadores de lá são vistos, em maioria, nas ligas da França e Estados Unidos, além de um êxodo recente na República Dominicana, mas espalhados em divisões diferentes nos dois primeiros casos. A pergunta que não quer calar: como o campeonato conquistou esse feito? Simples, a razão é o Pérolas Negras, clube, agora filiado (provisoriamente) à FERJ, que nasceu pela ONG Viva
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Rio, que fazia um trabalho no país desde 2004. Após o terremoto que devastou a nação em 2010, o projeto saiu do papel. A equipe passou a ser convidada para campeonatos pelo mundo. A relação com o Brasil se acentuou em 2016, quando participou da Copa São Paulo de juniores. A partir de então, o trabalho foi para se filiar como profissional e participar das competições oficiais do Rio de Janeiro. Em 2017, a situação foi resolvida e a equipe irá estrear. O elenco tem uma mescla de jogadores haitianos e brasileiros, mas a maioria vem do Caribe. Serão 15 haitianos, tornando a Série C, o campeonato com mais jogadores desse país fora do Haiti.
clubes 2017 CAMPOS CAMPO GRANDE 7 DE ABRIL
FUNDAÇÃO
1912
FUNDAÇÃO
1940
FUNDAÇÃO
2006
TÍTULOS
BRASILEIRINHO FUNDAÇÃO
2007
CASIMIRO DE ABREU FUNDAÇÃO
Brasileiro Série B (1982) Carioca 2ª Divisão (1985 e 1993)
1975
FUNDAÇÃO
TÍTULOS
EC RESENDE
1950
Carioca 3ª Divisão (2002) Carioca 4ª Divisão (2000)
FUNDAÇÃO
2003
HELIÓPOLIS
ITAPERUNA PÉROLAS NEGRAS
FUNDAÇÃO
1940
FUNDAÇÃO
2016
TÍTULOS
MIGUEL COUTO
ITABORAÍ PROFUTE
FUNDAÇÃO
FUNDAÇÃO
1948
Carioca 2ª Divisão (1986) Carioca 3ª Divisão (1985)
1927
1915
2006
TOMAZINHO
FUNDAÇÃO
FUNDAÇÃO
FUNDAÇÃO
2004
PADUANO
TERESÓPOLIS
RIOSTRENSE
TÍTULOS
Carioca 3ª Divisão (1987 e 2012)
PARAÍBA DO SUL
UNIÃO DE MARECHAL
FUNDAÇÃO
FUNDAÇÃO
2005
1915
FUNDAÇÃO
1930 TÍTULOS
Carioca 3ª Divisão (1986)
45
CONTEXTO
O MAPA DA
LIBERTADORES
FEMININA Dominada pelas brasileiras e com muitos clubes alternativos na história, a Libertadores Feminina é uma disputa que tem muitas curiosidades
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1
M
esmo que engatinhando, a Libertadores Feminina vem ganhando mais atenção a cada ano que passa, muito pela soberania brasileira na competição. Em 2017, a competição ainda não tem todas as equipes definidas, que irão disputar a nona edição, a partir de novembro. Ao contrário do futebol masculino, o número de clubes é menor e a competição é disputada em uma sede. Nesses oito anos de disputa, 40 equipes têm participação na competição. Alguns países com maior rotatividade e outros com poucas novidades. O Brasil já teve sete equipes representadas, incluindo o Santos de Marta e Cristiane, nas duas primeiras edições com direito a transmissão em TV aberta, pela Band. A Série Z te convida a fazer uma viagem pela América do Sul com mapa, curiosidades e infografia, para ver quais equipes disputaram a Libertadores, com muitos clubes alternativos.
1 Divulgação/Santos FC | 2/3 Divulgação/Conmebol
2
3
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Argentina Se no futebol masculino, a Argentina possui o maior número de títulos, na versão feminina passa longe disso. O futebol local nunca disputou uma final da competição. As melhores posições alcançadas foram os terceiros lugares em 2010 (Boca) e 2015 (UAI Urquiza). ---
Bolívia A Bolívia já teve seis clubes na Libertadores, apenas o Mundo Futuro e o San Martin Porres conseguiram jogar a competição duas vezes. Um ponto interessante desse cenário é que até 2014, apenas Santa Cruz de La Sierra teve representantes, sequência quebrada pelo San Martin de Porres, de Tarija. ---
Brasil O Brasil é hegemônico na Libertadores, com seis títulos em oito competições. O São José, com três taças; Santos, duas e Ferroviária, uma (atual campeã) são
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as equipes que já conquistaram a América. Em 2012, o país conseguiu colocar três semifinalistas, mas na melhor campanha coletiva, o título não veio, com o vice-campeonato do Foz Cataratas. Em 2016, o país pela primeira vez não teve equipes na final. ---
Chile O Chile é o país, tirando o Brasil, com melhores campanhas na competição, com um título, o do Colo-Colo em 2012, e três vices, dois com o Colo-Colo (2011 e 2015) e Everton (2010). As duas equipes, aliás, são as únicas que defenderam o futebol local na Copa. ---
Colômbia O Formas Íntimas até 2015 era o único clube a ter participado de todas as edições da Libertadores Feminina, tendo como melhor campanha, o segundo lugar em 2013. Em 2015, o Real Pasión disputou ao lado do Formas e em 2016, o Generaciones Palmiranas foi o representante.
---
Equador No Equador, Deportivo Quito e LDU, equipes tradicionais, disputaram as quatro primeiras edições, mas nas quatro mais recentes, o Rocafuerte, o Espuce e o Unión Española tomaram as vagas do futebol equatoriano. ---
Paraguai Apenas três equipes representaram o Paraguai na Copa. Nas quatro primeiras edições, o Universidad Autónoma, tendo inclusive participado da primeira final, para amargar a maior goleada em finais da história do torneio. Nas três edições antecedentes, o Cerro Porteño foi quem disputou. Em 2016, o Sportivo Limpeño debutou no continental e conseguiu o inédito título da Libertadores. ---
Peru
Com três participações, o Sport Girls lidera o “ranking peruano”, com o Universitário logo atrás, com duas equipes. ---
Uruguai Até 2016, o Uruguai, também, não havia colocado times em uma semifinal, o que foi quebrado pelo Colón, que ficou com o quarto lugar em 2016. Nacional, com quatro participações, e Colón, com três, são os maiores representantes do país. ---
Venezuela O Caracas, ao lado do Boca Juniors e São José, ocupa a terceira colocação em número de participações: cinco. Em 2014, a equipe surpreendeu e chegou a final, mas levou 5 a 1 do São José na final. O feito foi repetido pelo Estudiantes de Guárico, que em 2016, ficou com o vicecampeonato.
Peru é o único país que nunca teve clubes nas semifinais do certame.
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50
Boca Juniors
San Lorenzo
UAI Urquiza
Club Flórida
Enforma
Gerimex
Mundo Futuro
San Martín de Porres
Universidad Santa Cruz
Centro Olímpico
Duque de Caxias
Ferroviária
Foz Cataratas
Santos
São José
Vitória
Colo-Colo
Everton
Formas Íntimas
Generaciones Palmiranas
Real Pasión
Deportivo Quito
Espuce
LDU
Rocafuerte
Unión Española
Cerro Porteño
Sportivo Limpeño
Universidad Autónoma
Real Maracaná
Sport Girls
Universitario
UPI
White Star
Colón
Nacional
Rampla Juniors
River Plate
Caracas
Estudiantes de Guárico
51
MAPA
40 equipes participaram da Libertadores Feminina desde 2009
15
Esse foi o número de gols marcados por Cristiane, do Santos, em 2009. a maior artilharia em uma edição da competição
as campeãs 2009
Santos
2010
Santos
2011
São José
2012
Colo-Colo
2013
São José
2014
São José
2015
Ferroviária
2016
Sportivo Limpeño
edição 2017 Em 2017, a competição será disputada entre 11 e 26 de novembro, com sede no Paraguai. Serão 12 equipes na disputa, com dez vagas para campeões nacionais, uma para a detentora do título da Libertadores e uma adicional para o país-sede, o que faz com o que o Paraguai tenha três vagas nesta edição. Estão classificados: River Plate (Argentina), Audax (Brasil), Colo-Colo (Chile), Santa Fé (Colômbia), Unión Española (Equador), Sportivo Limpeño, Cerro Porteño (Paraguai), Universitario (Peru) e Colón (Uruguai). Desses, o River Plate, Audax e Santa Fé vão estrear na disputa. Restam as definições na Bolívia, Venezuela e a terceira vaga paraguaia
GUIA
GUIA
SUPERCOPA DA 56
BULGÁRIA
2017
DOIS CLUBES, DOIS OBJETIVOS
C
omo tradição, em boa parte dos campeonatos, as supercopas começam antes dos nacionais, mas na Bulgária, o roteiro é diferente. Quando Ludogorets Razgrad e Botev Plovdiv entrarem em campo no dia 9 de agosto, no Lazur Stadium, em Burgas, cinco rodadas da A PFG, a primeira divisão búlgara, terão sido disputadas. O jogo, então, terá uma qualidade melhor, pois o ritmo dos atletas estará em bom estado, ainda mais que as duas equipes estão envolvidas nas fases preliminares das competições europeias. A Supercopa da Bulgária teve 13 edições, uma disputa nova na terra de Hristo Stoichkov. Foi criada em 1989, mas não permaneceu no calendário. O seu hiato foi rompido em 2004, quando retornou para ficar. A edição do ano passado não foi realizada, por problemas com o CSKA Sofia, que estava se readequando a primeira divisão, o que fez com que o Ludogorets perdesse a chance de encostar mais no topo dos campeões. Na história da competição, oito
campeões eram os detentores dos títulos nacionais, sendo que em quatro vezes, a equipe foi campeã da liga e copa. Por cinco vezes, a taça ficou com o último vencedor da Copa, como em 2015, quando o Cherno More Varna desbancou o Ludogorets Razgrad. Para essa temporada, o Botev Plovdiv será o responsável por representar a Copa da Bulgária, com um time que melhorou em relação a temporada passada, com a contratação de um experiente lateral. Do lado verde, o Razgrad quer manter a hegemonia nacional que vem tendo no campeonato, para se tornar em alguns anos, o maior campeão da Supercopa da Bulgária. Será apenas um jogo, mas de muita emoção. O ingrediente especial dessa edição é que será uma revanche. Em 2014, as duas equipes disputaram a Supercopa. O Ludogorets Razgrad foi campeão da liga e copa, o que abriu a vaga para o Botev, que foi perdeu a final da Bulgarian Cup. O Ludogorets não teve dificuldades para fazer 3 a 1 e garantir o segundo título do clube.
57
botev plovdiv
PROFESSIONAL FOOTBALL CLUB BOTEV PLOVDIV FUNDAÇÃO
Hora da revanche
12 de março de 1912 CIDADE
Plovdiv ALCUNHA
Os Canários SITE
botevplovdiv.bg FACEBOOK
/Botev.Plovdiv TWITTER
@botev_plovdiv ESTÁDIO
Hristo Botev (20.777 pessoas) TÍTULOS
Campeonato Búlgaro (1929 e 1966/67) Copa da Bulgária (1961/62, 1980/81 e 2016/17) Copa dos Balcãs (1972) TÉCNICO
Nikolay Kirov
1
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O Canário, como é chamado, não é um supercampeão nacional, mas tem imensa tradição no futebol búlgaro. A sala de troféus da equipe tem dois nacionais e três copas, mas falta uma Supercopa, título que pode parecer pequeno, mas com a tamanha hegemonia do Ludogorets, é comemorado. O Botev já teve essa chance, em 2014, mas sucumbiu, quando foi derrotada pelo adversário dessa edição, por 3 a 1. É hora de devolver o revés! Até o dia da disputa da Supercopa, o Botev terá feito 10 partidas oficiais na temporada, isso, pois a equipe participou da primeira fase preliminar da Liga Europa, onde chegou até a terceira fase para enfrentar o Marítimo (confronto não finalizado até o fechamento dessa edição), mais que o oponente na Supercopa. Como a equipe está com pensamento bem focado na Liga Europa, a campanha no início da A PFG é irregular, mas com a confiança que dá para se recuperar no decorrer do campeonato, pois a base campeão da Copa 2017/18 foi melhorada. Para essa temporada, a grande aposta é no experiente lateral Yordan Minev, que veio do Ludogorets. Além dele, o brasileiro Álvaro, ex-Olímpia, foi outro reforço, ele que se junta aos brasileiros Felipe Brisola, meia, e Fernando Viana, atacante, atletas importantes da equipe. Porém, os dois jogadores que mais chamam atenção na equipe são o atacante Todor Nedelev, com passagem pelo futebol alemão, e o rápido ponta Omar Kossoko, de Benin, artilheiro da equipe na temporada. Em um jogo, o título pode vir, pois futebol é assim.
TIME-BASE (4-1-4-1) Cvorovic; Panov, Dimov, Genev, Minev; Omnibes; Kossokou, Nedelev, Baltanov e F. Brisola; Fernando Viana
2
Todor Nedelev
24 anos | Meio-campo Último clube: Mainz 05 - 2015
3
Felipe Brisola
27 anos | Meio-campo Último clube: Itumbiara - 2016
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Yordan Minev
ÚLTIMAS EDIÇÕES 2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
2015
-
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-
-
-
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2º
-
1/2/3/4 Divulgação/PFC Botev Plovdiv
37 anos | Lateral-direito Último clube: Ludogorets Razgrad - 2017
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ludogorets razgrad
PROFESSIONAL FOOTBALL CLUB LUDOGORETS 1945 RAZGRAD FUNDAÇÃO
Olhando o topo
18 de junho de 2001 CIDADE
Razgrad ALCUNHA
As Águias SITE
ludogorets.com FACEBOOK
/pfcludogorets1945 TWITTER
@Ludogorets1945 ESTÁDIO
Ludogorets Arena (8.808 pessoas) TÍTULOS
Campeonato Búlgaro (2011/12, 2012/13, 2013/14, 2014/15, 2015/16 e 2016/17) Copa da Bulgária (2011/12 e 2013/14) Supercopa da Bulgária (2012 e 2014) Búlgaro 2º Divisão (2010/11) TÉCNICO
Georgi Dermendzhiev 1
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Atual hexacampeão nacional, o Ludogorets Razgrad está (bem) longe de se tornar o maior campeão da liga e copa nacional, mas no caso da Supercopa, isso é bem possível. Presente nas últimas quatro Supercopas, ganhou metade, duas a menos que o maior campeão, o CSKA Sofia. Se vencer a edição 2017, empata com o Levski e pode chegar ao topo no ano que vem. Para quem detém uma hegemonia, nada improvável, desde que se olhe com seriedade para a partida. De uma cidade que se tornou menor que o clube, Razgrad conta com uma legião de brasileiros: dez! São eles: o goleiro Renan; os laterais Cicinho e Nathanael; os meias Gustavo Campanharo, Lucas Sasha, Wanderson e Marcelinho (naturalizado búlgaro) e os atacantes Juninho Quixadá, João Paulo e Jonathan Cafú, este último alvo de especulação sobre uma possível transferência para a Premier League. O modelo é inspirado no Shakhtar Donetsk e os resultados mostram isso. Candidato a campeão de tudo na nova temporada, a equipe mudou pouco, com a maior perda sendo o argentino José Palomino (Atalanta). A preocupação é na Liga dos Campeões, onde a equipe tropeçou contra o Hapoel Beer Sheva, em confronto não finalizado até o fechamento dessa edição. Ficar fora da UCL é tratado como quase uma catástrofe. Até a disputa da Supercopa, sete jogos serão feitos pela equipe, que tem entrosamento e bola para levantar mais uma taça.
TIME-BASE (4-3-3) Renan (Broun); Lucas Sasha, Plastun, Moti, Natanael; Anicet, Marcelinho, Dyakov; Wanderson, Keseru e Jonathan Cafú
2
Marcelinho
32 anos | Meia-atacante Último clube: Bragantino - 2011
3
Jonathan CafÚ
26 anos | Atacante Último clube: São Paulo - 2015
4
Claudiu Keseru
ÚLTIMAS EDIÇÕES 2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
2015
-
-
-
-
1º
2º
1º
2º
1/2/3/4 Divulgação/PFC Ludogorets Razgrad
30 anos | Atacante Último clube: Al-Gharafa (QAT) - 2015
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os cam 1989
2004
CSKA Sofia (então CFKA Sredets)
Lokomotiv Plovdiv
2005
2006
Levski Sofia
CSKA Sofia
2007
2008
Levski Sofia
CSKA Sofia
2009
2010
Levski Sofia
Litex Lovech
mpeões 2011
2012
CSKA Sofia
Ludogorets Razgrad
2013
2014
Beroe Stara Zagora
Ludogorets Razgrad
2015
2016
Cherno More Varna
Em 2015/16, o CSKA Sofia disputou a terceira divisão, a V Group, e foi campeão da copa nacional. Porém, a Supercopa, que seria contra o Ludogorets, não foi realizada quando o clube comprou uma vaga na primeira divisão, que pertencia ao Litex Lovech.
2017 Ludogorets Razgrad
X 9 de agosto (quarta-feira) 14 horas
Botev Plovdiv
revistaseriez.org
O futebol longe dos holofotes, uma paixĂŁo pelo alternativo