REVISTA SÉRIE Z #19

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A REVISTA DO FUTEBOL ALTERNATIVO AGO. 2018 -- N.19

OS ASCENDENTES 2018


Sabe aquela piada: “Meu time tem um holandês! É o Van der lei!”? Pois então, existe realmente um holandês com esse nome no futebol! Esse é Stefan van Der Lei, goleiro do Dalkurd, da Suécia, e com passagens por Willem II, Groningen e Emmen, da Holanda L Assessoria/Dalkurd FF


NOSSO TIME EDITOR, PROJETO GRÁFICO e DIAGRAMAÇÃO, REVISÃO, REDAÇÃO E PESQUISA Felipe Augusto

REDAÇÃO e PESQUISA Élison Silva Gustavo Arruda Jhon Willian Tedeschi FOTOGRAFIA Kaique Augusto

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L Clรกudio Bispo/Up!Sports


O MINAS/ICESP GARANTIU O TÍTULO DO BRASILEIRO FEMININO SÉRIE A-2. O VITÓRIA FOI VICE-CAMPEÃO


E S C A L A Ç Ã O

8 CONEXÃO FUTEBOL Entrevista: Giuliano

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APITO INICIAL Os vencedores da Série D 2018

BOLA DE CAPOTÃO Taça Ioduran

38 LADO B Invadimos a Segundona Goiana

50 GUIA Debutantes da Armênia 2018/19


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CONEXÃO FUTEBOL

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GIULIANO:

A RÚSSIA E A TURQUIA Batemos um papo rápido com o meia Giuliano, do Fenerbahçe, que participou de um amistoso beneficente em Maringá (PR), no último mês de junho, em meio a Copa do Mundo, onde ele esperava pela convocação. Ele fala sobre a não convocação para o Mundial, a primeira temporada no Fenerbahçe, a acirrada disputa do título nacional 2017/18 e a hostilidade e beleza do clássico contra o Galatasaray

b 2007-2008 L Kaique Augusto/Revista Série Z

2009-2010

2011-2014

2014-2016

2016/17

2017A

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Teve uma ponta de decepção por não ter estado na Rússia? Isso era algo que eu estava esperando e que não aconteceu, mas estou com a minha cabeça muito tranquila com isso, pois deu o meu melhor, fiz minha parte, dei meu máximo. Tive uma excelente temporada. O fato de você não estar na lista final fica um pouco de tristeza, mas também, fica o reconhecimento de um trabalho que foi feito durante toda a temporada, onde fico satisfeito por ter feito parte dessa equipe. Você disse que a sua temporada foi boa. Como é que você analisa o seu desempenho nessa primeira temporada na Turquia? Foi excelente em termos de números e desempenho na participação coletiva e individual. Tivemos uma boa temporada. Foi a segunda melhor temporada da minha carreira. No ano passado, fiz a minha melhor pelo Zenit, com 18 gols e 14 assistências. Nesse ano, tive 15 gols e sete assistências, então mostra a minha evolução nesses últimos dois anos.

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Acompanhei de longe, a liga turca esse ano, onde teve uma disputa bem acirrada entre quatro equipes (Fenerbahçe, Galatasaray, Istambul Basaksehir e Besiktas). Para você, o que faltou para o Fenerbahçe conseguir o título? Nós perdemos alguns pontos em casa contra times que são considerados pequenos, que fizeram falta no final. Ficamos a três pontos do Galatasaray e esses pontos que perdemos em casa fizeram a diferença. Em um campeonato de pontos corridos, você precisa fazer o seu papel como mandante e buscar pontos fora. Buscamos muitos pontos fora, mas perdemos em casa. Sobre o clássico contra o Galatasaray. Como é o clima? Como foi disputá-lo? Eu já vivi Grenal aqui no Brasil e, para mim, é o maior clássico daqui, mas eu ainda não tinha vivido uma atmosfera como é em um Fenerbahçe x Galatasaray. É algo que vai além da imaginação. Os torcedores, realmente, vivem de uma forma diferente durante a semana, no estádio, até de uma maneira hostil. Mas é um clássico muito bonito, que eu tive prazer de participar.

1 Tribuna do Paraná | 2 Rich Schultz/Getty Images North America | 3 AA

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APITO INICIAL

QUATRO ACESSOS, QUATRO PALAVRAS

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O que melhor expressa os acessos de Ferroviário, Imperatriz, Treze e São José na Série D 2018? Nós mostramos

L Eduardo Torres/EC São José | Jefferson Cariri

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ferroviÁRIO

RESSUREIÇÃO O primeiro e único campeão nacional da capital cearense teve muito o que comemorar com o acesso à terceira divisão. Saindo da segunda divisão estadual rumo a glória...

por FELIPE AUGUSTO editor da Revista Série Z

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Q

uatro pontos! Foi essa a diferença que o Ferrão ficou do Grêmio Barueri no octogonal final da Série C 2006, o último ascendente daquela disputa. Foi a melhor campanha do clube cearense no escalão, com o 5° lugar. Aquela temporada memorável combina com o atual ano da equipe, que veio de grande campanha na Copa do Brasil e foi premiada com o título da Série D 2018. Foi o melhor ano da história do clube cearense. Até chegar nesse estágio, o torcedor Coral sofreu e muito. Da decepção de 12 anos atrás até a glória desse ano, foram anos brigando para não cair no Cearense e temporadas de calvário na segunda divisão. O começo da década foi terrível para o clube. Em 2011, ficou a um ponto do descenso; em 2012 foi rebaixado no campo, mas permaneceu devido a desistência

L Pedro Chaves/Ferroviário Atlético Clube

do Crateús; no ano seguinte fica em sétimo e o rebaixamento se confirma em 2014. Há quatro anos começava o seu pior momento. Em 2015, uma pífia campanha na divisão de acesso ligava o alerta nos adeptos tricolores: onde o clube poderia parar? No ano seguinte, mais uma decepção, o Ferrim ficou a um ponto do acesso em um torneio com pontos corridos. Tudo levava a crer que seria mais um ano de calvário, até que o Alto Santo, campeão do escalão, desistiu da disputa do Cearense 2017, repassando a vaga para o tricolor da capital. O “destino” fez com que a equipe colocasse no papel, uma nova organização e planejamento, para aproveitar o momento. A primeira expectativa era se manter, mas a manutenção significava a classificação para a segunda fase. Na etapa final, vitória sobre o Horizonte,

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garantindo vaga na Série D 2018, e na semifinal, onde o clube eliminou o rival Fortaleza. O que foi épico aumenta mais pelo confronto decisivo ter sido em três jogos. Chegou a final, perdeu, mas o que viria depois se confirmou algo muito maior. Em 2018, o clube teve Copa do Brasil, Copa do Nordeste e Série D. As campanhas nas Copas fizeram com que o time deixasse o estadual de lado, onde não foi bem, na Copa do Brasil, a equipe teve uma ganho enorme esportivo, com uma histórica remontada contra o Sport, e financeiro, onde ganhou quase cinco milhões de reais. O elenco de 2017 teve uma base mantida, com Luis Soares e Erandir sendo os destaques e o únicos que permaneceram até o fim da temporada. O dinheiro da Copa do Brasil fez com que

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o plantel para a Série D fosse fortalecido com jogadores do Campeonato Cearense, como Edson Cariús (Floresta), Luis Fernando e Gleibson (Iguatu), além de um reforço internacional, o meia-atacante Juninho Quixadá, que foi multicampeão com o Ludogorets Razgrad, da Bulgária. Copeiro, o Ferroviário teve uma primeira fase difícil, mas conquistou o primeiro lugar. Nas fases seguintes, Marcelo Vilar assumiu e o Ferrão teve capacidade técnica e mental para ser mais copeiro ainda. Nos pés de Edson Cariús, artilheiro da Série D; na segurança do sistema defensivo e criatividade do meiocampo formado por Leanderson, Mazinho, Esquerdinha e Janeudo, o Ferroviário conquistou o acesso à Série C, para tentar pular uma posição do que aquela campanha de 2006...


O CRAQUE

| EDSON CARIÚS

retrospecto NO BRASILEIRÃO 71 72 73 74 75 76 77 78 79 80 81 82 83 84 85 86 87 88 89 90 91 92 93 94 a a b b b

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fits L-

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IMPERATRIZ

FIRMEZA Vice-campeão estadual, o Imperatriz apostou na força de seu elenco e em um técnico emergente para garantir o acesso à Série C

por GUSTAVO ARRUDA repórter do Imirante.com

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P

rimeiro clube do interior do Maranhão a conquistar um acesso em competições nacionais, o Imperatriz fez história nesta edição do Campeonato Brasileiro Série D com um grupo mordido pela derrota na decisão do Campeonato Maranhense para o Moto Club, que também representou o futebol maranhense na Quarta Divisão. Depois de um início irregular, com três empates no primeiro turno da fase de grupos, o Cavalo de Aço começou a dar suas patadas na Série D com uma aquisição do seu algoz no Estadual: insatisfeito com a crise financeira no Moto, Marcinho Guerreiro assumiu o comando do Imperatriz, substituindo Vinícius Saldanha, e classificou o Colorado na segunda colocação do Grupo A6, com sete pontos nas últimas três rodadas. Logo no primeiro mata-mata da Série D, o Imperatriz teve um reencontro de tirar o fôlego contra o América de Natal, um

L Assessoria/SID Imperatriz

dos mais tradicionais clubes da Quarta Divisão e forte candidato ao acesso. Depois de uma vitória apertada no Frei Epifânio e um tropeço em Natal, o Cavalo de Aço decidiu o seu destino nos pênaltis, e contou com a pontaria desastrosa dos atletas americanos para avançar às oitavas de final. Já nas oitavas de final, a equipe do Imperatriz teve a sua revanche com o Moto Club, apimentada pelo reencontro de Marcinho Guerreiro contra o clube onde é ídolo como jogador e campeão como treinador. Antes do primeiro jogo, Marcinho foi enfático: “tenho gratidão pelo Moto e pela torcida, mas sou profissional. Respeitamos, mas o Imperatriz também tem sua força”. Embalado pela postura e estratégia de seu comandante, o Cavalo de Aço sobrou contra o Papão e garantiu presença nas quartas de final com duas vitórias incontestáveis. Com a questões domésticas resolvidas, o Imperatriz partiu

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para a decisão da vaga na Série C de 2019 diante do desconhecido e perigoso Manaus, bicampeão amazonense. Diante do Gavião Real, o Cavalo de Aço passou pela mesma situação apresentada contra o América, com vitória em casa, derrota como visitante, e classificação dramática nos pênaltis, desta vez com o goleiro Jean defendendo três cobranças. O raio não caiu pela terceira vez na disputa de pênaltis contra o Treze, pelas semifinais, mas a missão colorada foi cumprida com êxito. Além do comando firme e das estratégias bem elaboradas de Marcinho Guerreiro, o que fez a diferença para o acesso do Imperatriz foi a manutenção de seus destaques do Estadual. Além de Jean, herói contra o Manaus, o Colorado contou com atuações importantes do zagueiro André Penalva, dos laterais Gabriel Paulino e Renan, do volante

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Daniel Barros, e dos atacantes Adauto e Júnior Chicão, autor de oito gols na Série D. A base ainda contou com os reforços do volante Cloves e do meia Eloir, que garantiu o seu terceiro acesso nacional em um clube maranhense. Para 2019, o Imperatriz já deu o primeiro passo em busca de um bom desempenho na Série C, acertando a renovação de contrato de Marcinho Guerreiro e toda a comissão técnica responsável pelo acesso. Em ascensão no futebol maranhense, Marcinho tem o cenário ideal para fazer um trabalho de sucesso na próxima temporada, depois de lidar com vários problemas no Moto Club. Com um treinador definido e um planejamento sendo esboçado, o Cavalo de Aço promete mais patadas nos campos pelo Brasil afora no próximo ano.


O CRAQUE

| JÚNIOR CHICÃO

retrospecto NO BRASILEIRÃO 71 72 73 74 75 76 77 78 79 80 81 82 83 84 85 86 87 88 89 90 91 92 93 94

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c 62º

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37º 34º 31º

15º (MB)

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23º

d 4º

fits L Assessoria/SID Imperatriz

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TREZE

REERGUIMENTO O Treze conseguiu o tão sonhado e necessário acesso para a Série C do Campeonato Brasileiro contrariando muitas expectativas

por ÉLISON SILVA editor do Voz da Torcida

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N

o Paraibano, o Galo da Borborema fez uma campanha abaixo do esperado, tendo acabado na quarta colocação. A posição deixaria o time sem disputas no segundo semestre de 2019 caso ele ou o Campinense, seu maior rival, não subisse, pois no mínimo herdaria uma das vagas na quarta divisão dadas pelo torneio doméstico. Desde o início da temporada, o alvinegro apostou em um elenco de jogadores conhecidos dos torcedores, como o zagueiro Ítalo, o volante Dedé e o veterano Marcelinho Paraíba, a estrela do time. Comandados por Oliveira Canindé no início do estadual, o time não deu liga e o rendimento era baixo. Com a troca de comando e a chegada do “Rei do acesso” Flávio Araújo, as coisas começaram a mudar de rumo. Mantendo a base do estadual e trazendo reforços pontuais

L Ramon Smith/Treze FC

e pouco badalados, como o zagueiro Nilson Júnior, o lateralesquerdo Silva e o goleiro Mauro Iguatu, o Galo iniciou a Série D sob desconfiança. O treinador montou um esquema sólido, que não dava espaço aos adversários, e fez com que a cada jogo e a cada bom resultado, o ânimo fosse crescendo junto com o time, que terminou a primeira fase na liderança do Grupo A, sem nenhuma derrota. No mata-mata, o time que chegou as quartas de final da Copa do Brasil de 2005 – sendo eliminado pelo Fluminense -, mostrou porque tem uma das grandes camisas do interior do país. E já no primeiro duelo eliminatório, um grande personagem herói surgiu. Aos 30 anos, o goleiro Mauro Iguatu recentemente teve um problema no nervo-ciático que mal o deixava andar, e por pouco sua carreira não foi abreviada. Ele

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superou as adversidades para ser peça-chave do Treze. Contra o URT, pegou dois pênaltis na decisão da vaga, em Campina Grande, após dois empates por 1 a 1. Depois, nas semifinais, Iguatu voltaria a brilhar defendendo três cobranças contra o Imperatriz. Contra Iporá-GO, o alvinegro venceu em casa e perdeu fora, mas o gol de falta marcado por Marcelinho Paraíba fez o Galo disputar contra o Caxias-RS o acesso para a terceira divisão. Decidindo fora de casa, o Treze venceu no Amigão por 1 a 0 e teve que enfrentar um estádio Centenário lotado e um adversário que abriu o placar antes da metade do primeiro tempo. Mas o pesadelo durou pouco. Ainda no fim da primeira

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etapa o Galo empatou, contando com participações brilhantes de seu camisa 1 para que a vantagem dos gaúchos não fosse aumentada. No segundo tempo, o Galo virou logo na volta do intervalo e já no fim da partida, o volante Dedé, campeão do Nordeste pelo Campinense, tratou de marcar o gol do acesso. O jogo não foi encerrado devido à confusão criada pela torcida do Caxias, que invadiu o campo. Mas isso não importava. O lado alvinegro de Campina Grande era só festa. O Treze fez sua parte, tem calendário completo em 2019, sobe um degrau na busca de voltar aos tempos de protagonismo, e garante o sexto acesso na carreira de seu treinador.


O CRAQUE

| MARCELINHO PARAÍBA

retrospecto NO BRASILEIRÃO 71 72 73 74 75 76 77 78 79 80 81 82 83 84 85 86 87 88 89 90 91 92 93 94 a a a b b a ba a b ba b b b b b c c 53º 55º

23º 61º 58º 37º 28º 44º 13º 26º 7º 1ºE 9º 22º 15º 24º 45º 29º

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48º

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60º 25º 13º 5º 13º 5º 18º 17º

fits L Assessoria/Treze FC

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SÃO JOSÉ

METAMORFOSE O curioso caso do time de bairro gerido como clubeempresa que se tornou o “Rei de Copas” gaúcho e chegou à Série C do futebol brasileiro

por JHON WILLIAN TEDESCHI radialista da Web Independente

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F

azer futebol de qualidade na mesma cidade dos gigantes Grêmio e Internacional sempre foi uma tarefa inglória. Pouca visibilidade, parcos recursos, uma disputa desigual por público nos estádios... Para um clube de bairro centenário, que ficou mais de 40 anos sem conquistar qualquer título, esse argumento era um atenuante, fazia com que o torcedor de alguma forma se conformasse em ser uma simples sombra de dois campeões mundiais. No entanto, de 2015 para cá muitas coisas mudaram nas bandas do estádio Passo D’Areia, especialmente na sala de troféus do clube. Desde que o São José estabeleceu parceria com um grupo investidor, em 2014, houve uma sensível mudança na forma de administrar o futebol no clube. Em menos de 3 anos foram 5 títulos de copas a nível estadual, além de 2 títulos do

L Eduardo Torres/EC São José

Interior gaúcho, período vitorioso do qual o clube sequer havia chegado perto em sua história. Até então o Zeca era conhecido como um humilde clube social da Zona Norte de Porto Alegre, sem grandes feitos no âmbito futebolístico. Se pudéssemos personificar esse salto dentro de campo do “mais simpático do Sul”, certamente o nome designado seria o de Fábio Rampi. Com passagem anterior pela categoria juvenil do São José, o goleiro de 29 anos foi obter notoriedade no futebol gaúcho ironicamente no arquirrival Cruzeiro, onde foi eleito o melhor goleiro do Gauchão 2011. Fábio retornou ao Passo D’Areia em 2015 e foi fundamental em todas as conquistas do clube desde então. Na Série D 2018 não poderia ser diferente. Com gols marcados e pênaltis defendidos em momentos cruciais da campanha,

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já na fase do mata-mata, o arqueiro escreveu seu nome de forma definitiva na história do Zeca. No jogo contra o Linense Fábio não pegou pênalti, mas deixou sua marca, abrindo o caminho para a vitória por 2 a 0. “A gente já passou por muitas coisas aqui dentro. Estou feliz por estar construindo uma história bonita e espero poder dar continuidade, até porque temos muitas coisas pela frente, vamos seguir desta forma que temos muito o que colher”, afirmou o goleiro, ainda dentro do gramado do Passo D’Areia após o jogo que decretou o acesso. A campanha do São José teve episódios dignos das grandes epopeias, com decisões nos pênaltis, jogos impróprios para cardíacos e reversões históricas de placares,

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com o goleiro-artilheiro brilhando em todos eles. O acesso para a Série C é mais um capítulo dentro do presente vencedor do São José. A experiência do Zeca nesta divisão, aliás, veio em uma evolução muito sólida: em 2016, queda na fase inicial; em 2017, o acesso bateu na trave com a eliminação nas quartas de final para o Atlético Acreano; em 2018, a tão sonhada vaga na Série C veio com a melhor campanha da competição na classificação geral. Se o título não veio, isso é um detalhe. Degrau por degrau, com muito trabalho e competência, o objetivo enfim foi alcançado. Se o objetivo foi renovado? Com certeza! Agora é fazer com que a Série D faça parte do passado definitivamente.


O CRAQUE

| FÁBIO

retrospecto NO BRASILEIRÃO 71 72 73 74 75 76 77 78 79 80 81 82 83 84 85 86 87 88 89 90 91 92 93 94

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11º 29º

50º 7º

fits L Eduardo Torres/EC São José

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L Lucas Figueiredo/CBF


BOLA DE CAPOTÃO

TAÇA IODURAN: TRÊS EDIÇÕES E DOIS WOS Conheça a história da competição precursora das disputas interestaduais no Brasil, com direito a naming rights

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D

esde os primórdios do futebol brasileiro, Rio de Janeiro e São Paulo sempre promoveram encontros entre as equipes dos estados, o que naturalmente acirrou uma rivalidade e serviu como precursão para o Torneio Rio-São Paulo. Um desses campeonatos criados foi a Taça Ioduran, um dos primeiros casos de campeonato com naming rights no Brasil, pelo encontro ser promovido pelo Laboratório Ioduran, que dava o nome a competição. O campeonato “foi” realizado entre 1917 e 1919. As aspas se explicam pelo inusitado: apenas em uma oportunidade houve um jogo de fato, já que na primeira e última edição, os clubes paulistas não compareceram aos jogos. É algo que deixou marcada a competição. Em 1917, o America e Paulistano foram os primeiros clubes da Taça Ioduran, por serem campeões do Rio (chamado Distrito Federal na época) e São Paulo, respectivamente, em 1916. A partida seria realizada no Rio de Janeiro, assim como em todas as outras edições, mas o Paulistano não compareceu ao local, em jogo que seria realizado em abril daquele ano,

mas sem a data certa. O título ficou com o America. Na que seria a última edição, em 1919, novamente, o Paulistano iria representar São Paulo, mas um novo WO foi realizado pela equipe, que dessa vez iria encarar o Fluminense, em 27 de agosto. O Fluminense foi sagrado campeão. Em 1918, o Fluminense e Paulistano disputaram a única edição que houve uma partida com todos os 90 minutos. O Paulistano mandava no futebol paulista e esteve apta a todas as edições da Ioduran, mas apenas na segunda edição que se interessou em entrar em campo. As duas equipes eram tratadas como as “melhores do Brasil”, pela imprensa, mas podemos combinar que não dava para ser mensurado, devido a outros estados terem futebol e comunicação ser totalmente diferente da atual. No dia 7 de abril de 1918, em General Severiano, estádio do Botafogo, as duas equipes compareceram, ou melhor, o Paulistano finalmente apareceu. Inicialmente, o jogo seria realizado nas Laranjeiras, mas mudou-se o local para que fosse em um campo “neutro”. Relatos da época dão conta

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Time do America, campeão carioca de 1916 (Foto: Reprodução/Click nos Campeões)

Time do Fluminense, campeão carioca de 1917 (Foto: Reprodução/Click nos Campeões)

Time do Paulistano, campeão paulista de 1918 (Foto: Reprodução/Click nos Campeões)

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que cinco mil pessoas foram ao estádio e parte dos espectadores apareceu para apoiar o Paulistano, mesmo não tendo informações se seriam paulistas ou torcedores de outros clubes cariocas. O Fluminense entrou em campo com Marcos Mendonça; Sylvio Vidal, Chico Netto (capitão); Laís, Oswaldo Gomes, Fortes; Mano, Zezé Carlos Guimarães, Harry Welfare, Celso da Silva e Machado. O escrete paulistano foi de Cunha Bueno; Carlitos, Orlando (capitão); Sergio, Gullo, Ferreira; Agnelio, Mário Andrade, Zonzo, Mariano e Madureira. Pelo que se vê, as duas equipes apostaram no 2-3-5, em partida apitada por Antônio Augusto de Almeida. A partida foi emocionante, com uma virada incrível. O Fluminense abriu 2 a 0, com gols de Machado, aos 11, e Zezé, aos 39 minutos da etapa inicial. No segundo tempo, o Paulistano diminuiu aos 5 minutos, com Zonzo e quinze minutos depois, empatou com Mário Andrade, em penalidade máxima. Aliás, Andrade se tornou o herói do dia, quando aos 42 minutos fez o gol da vitória e do título da Taça Ioduran 1918, a primeira e única edição realizada dentro de campo e o único título paulista. Em 1920, a competição foi extinta para dar lugar a Copa dos Campeões Estaduais, com o ingresso do campeão gaúcho, que não foi realizada pela Ioduran, mas já assumida pela CBD. A história se sucedeu com a disputa Rio-São Paulo, sendo a taça precursora do torneio.

PARTICIPANTES

AMERICA 1917

FLUMINENSE 1918 e 1919

PAULISTANO 1917, 1918 e 1919

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NO MENOR ESTADUAL DO BRASIL, O MATO GROSSENSE SEGUNDA DIVISÃO 2018, O OPERÁRIO LTDA CONSEGUIU O TÍTULO L Assessoria/Operário FC LTDA


LADO B

NO MEIO DO

CERRADO No final de julho, o Goiano Segunda Divisão 2018 começou com a busca de dez clubes pelos dois acessos. A competição está entre as de melhor nível entre as divisões menores dos Estaduais, sempre tendo algum jogador conhecido na disputa. Dessa vez, o número de famosos cresceu bem. Reunimos 11 jogadores com passagens marcantes por grandes competições que hoje estão no Lado B, o nosso lado, do futebol. Entre os participantes, apenas América (Morrinhos) ASEEV e Jataiense não contam com atletas mais renomados, mas a lista é boa!

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MICHEL ALVES CRAC

37 anos | Goleiro

L Silas Batista/GloboEsporte.com-PB

Em 2007, Michel Alves participou de todas as partidas do Juventude na última disputa de Série A. Foi contratado pelo Internacional, mas desde o início demonstrava que não era tudo aquilo. Ficou uma temporada e rodou pelo Brasil, incluindo uma passagem no Criciúma onde cometeu um frangaço. Apesar das 90 partidas pelo Botafogo-PB, a carreira desandou mais e hoje é goleiro do clube de Catalão.

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RODRIGUINHO CRAC

35 anos | Atacante

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Em um dos históricos times que o Santo André teve, Rodrigunho fazia parte. Em 2010, ao lado de Bruno César, Branquinho e Nunes foi vice-campeão paulista. Após a campanha foi contratado pelo Fluminense, onde foi campeão brasileiro. Foi um ano mágico para o atacante. Desde então, não conseguiu estabilizar a carreira e se tornou um nômade. Seu último clube foi a Portuguesa Santista.


ALEÍLSON Goianésia

33 anos | Atacante

L Wallace Teixeira/Agência Photocamera | Divulgação/Goianésia EC

Na Copa do Brasil 2009, o Águia de Marabá eliminou o Fluminense. Aleílson foi o grande destaque das duas partidas, o que chamou atenção do Flamengo, mesmo que a aposta fosse folclórica por ter eliminado um rival. Fez apenas um jogo, para acabar se tornando, para muitos, nas manchetes de clickbait aquele “ex-jogador do Flamengo acerta com tal clube”...

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NONATO Goianésia

39 anos | Atacante

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Ele é um dos grandes nomes do futebol goiano no século 21. É um dos ídolos do Goianésia, com sete temporadas de clubes (com hiatos). Passou por outros sete clubes do estado, como Goiás e Atlético. Esteve com Wendell Lira, na Aparecidense, quando ele fez o gol do Prêmio Puskás. A grande passagem do artilheiro foi pelo Bahia entre 2000 e 2003. Muitos não entendem como não teve oportunidade por outros centros!


ROBSTON Goianésia

36 anos | Volante

L Divulgação/Goianésia EC | Douglas Monteiro

No fim da década passada, Robston foi um dos símbolos do Atlético Goianiense, que saiu da Série C rumo as participações na Série A. Meio-campo alto, era visto com uma característica elegante de estar em todo campo. Em 2014 foi pego no antidoping, com cocaína detectada nos exames. Conseguiu se estabilizar no Vila Nova anos atrás, mas depois disso teve que rodar o país, chegando ao Goianésia.

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JUNINHO Goiânia

33 anos | Atacante

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Foram oito anos defendendo o Atlético Goianiense, onde participou da melhor era do clube, incluindo os três anos consecutivos de Série A e semifinal de Copa do Brasil. Era o coadjuvante mais importante do time, com rapidez no ataque. Desde que saiu do Dragão em 2015, o Goiânia será o quinto clube, mesmo tendo bola para estar em divisões maiores.


MÁRCIO Goiânia

37 anos | Goleiro

L Divulgação/Atlético Goianiense | Divulgação/Rádio Sagres

Assim como Juninho, Márcio participou do melhor período atleticano, ainda mais com os gols de falta que anotou. A história teve um final diferente do que se imaginava, pois em 2016, ele acertou com o Goiás. A ida para o rival fez com que tivesse uma perda da referência que tinha criado. A passagem pelo esmeraldino não foi boa. Esse ano, é a segunda passagem por uma segunda divisão, já que estava no Ipatinga.

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RAFAEL CALDEIRA Jaraguá 27 anos | Zagueiro

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Juramos que é coincidência, pois é a terceira vez que Rafael Caldeira está nessa editoria: Paulista (2017 – Paulista Série A-3) e Operário (2018 - Mato-Grossense). O zagueiro foi formado no Santos e teve certo carinho do torcedor, já que o clube não se notabilizava muito por revelar zagueiros confiáveis. Porém, teve poucos jogos, foi emprestado várias vezes e agora segue rodando o Brasil, chegando ao campeão da Terceirona 2017.


JUDSON Novo Horizonte

26 anos | Meio-campo

L Ricardo Saibun/Santos FC | Reprodução/UOL

Ele não está aqui por ter passagens marcantes em grandes clubes, mas por ser naturalizado equato-guineense e por ter jogado na seleção. Lá em 2013, Guiné Equatorial resolveu naturalizar vários jogadores brasileiros e colombianos. Quando era jogador do São Bernardo, ele foi convidado à seleção onde atuou por 38 minutos em dois jogos das Eliminatórias da Copa contra a Tunísia e Cabo Verde.

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RODRIGO CALAÇA Santa Helena 37 anos | Goleiro

48

Para muitos que leem essa revista, 13 anos significam metade da própria vida. Foi esse período que Rodrigo Calaça passou pelo Goiás, onde por muito tempo foi reserva do ídolo do clube: Harley. Se pensarmos em uma média de 50 jogos por anos, em 13 anos são 650 partidas. Calaça teve pouco mais de 100 atuações em toda passagem, com o melhor ano em 2003, quando substituiu Harley, contundido.


FLÁVIO CAÇA-RATO Trindade 32 anos | Atacante

L Reprodução/Esmeraldino.com | Divulgação/Trindade AC

Folclórico, engraçado e ídolo do Santa Cruz. Flávio Caça-Rato não conseguiu dar o salto que imaginava. Figura marcante no momento de “reconstrução” da Cobra Coral, CaçaRato rendeu mídia para todos clubes que o contrataram posteriormente, mas sem lembrar a agilidade e eficácia que teve no futebol pernambucano. Foi um dos últimos reforços do Trindade para o Goiano Segunda Divisão.

49


GUIA

GUIA

DOS

DEBUTANTES

CAMPEONATO

ARMÊNIO

2018/19


SEM PRESSÃO E COM POTENCIAL

E

havia uma Copa do Mundo no meio do caminho! Devido a nossa ampla cobertura do Mundial, a segunda edição do Guia dos Debutantes da Europa foi prejudicada e não houve tempo hábil para apresentar algo do mesmo ou melhor nível que o primeiro número. Porém, não podíamos deixar passar ao menos uma ponta desses debutantes. Pela Europa, vários clubes estreiam nas elites nacionais, incluindo a Armênia. Em um dos campeonatos mais inusitados do Velho Continente, onde não há rebaixamento e a segunda divisão é composta majoritariamente por times B, a Armênia é um ponto bom para que clubes tenham uma primeira disputa na elite. Os dois debutantes dessa temporada foram fundados no ano passado, entraram na First League, conseguiram garantias financeiras e esportivas para disputar a primeira divisão, no caso, Artsakh e AraratArmenia, que foram segundo e terceiro colocados, respectivamente, na Divisão de Acesso. O Artkash representa a volta da região para a primeira divisão armênia

após 13 anos. Vindo de um território em que se trava uma briga entre dois países, o clube tem uma veia geopolítica, pois explica muito sobre a República de Artkash e Nagorno-Karabakh. O Ararat, também, tem uma relação políticosocial, onde o dono do clube é russoarmênio, onde comanda um clube na Rússia. Entre os dois debutantes, o Ararat surge como potencial enorme para os padrões locais, enquanto o Artkash aposta no entrosamento para fazer boas campanhas. O Campeonato Armênio não tem rebaixamento, com isso, a dupla de estreantes não tem essa preocupação. O potencial da liga para debutes é grande. Outro ascendente dessa disputa é o Lori, que poderia estar aqui, também, mas se trata de um time refundado que herdou a história desportiva do homônimo. O Erebuni chegou a ser anunciado como décimo clube para a liga, seria um terceiro debutante, mas continua na segunda divisão. Agora, você confere todas as informações sobre os Debutantes da Armênia, com as perspectivas, os adversários, o retrospecto e tabela de debutantes. Aproveite!


ararat-armenia

FOOTBALL CLUB ARARAT-ARMENIA FUNDAÇÃO

2017

Expectativa altíssima

CIDADE

Yerevan REDES SOCIAIS

c/araratarmeniafc f/fc_ararat_armenia ESTÁDIO

Vazgen Sargsyan Republican (14.403 pessoas) COMO SE GARANTIU

ar

3° lugar no Armênio 2ª Divisão 2017/18 TÉCNICO

Vadim Skripchenko

1

52


E

m pouco mais de um ano de fundação, o Ararat-Armenia está em uma espécie de terceiro momento da história. A equipe foi criada como Avan Academy, um time para jovens da cidadesede. Em meio a disputa da segundona nacional, uma mudança geral, com troca de mandatário e nome. O russo-armênio, Samvel Karapetyan, bilionário empresário do ramo imobiliário assumiu o comando e decidiu mudar o nome para AraratMoskva, mas na Rússia, um homônimo, também comandado por Karapeyan, surgia em homenagem a diáspora armênia, assim passou a adotar o atual nome com esse foco político-social. O elenco da equipe que terminou em terceiro lugar na First League foi desmontado. Um novo plantel foi formado do zero, com uma miscelânea de regiões. No time novo, os russos são maioria: nove jogadores. Todos estavam na segunda divisão local, com destaque para o goleiro Abakumov (Luch Vladivostok), o zagueiro Guz (Tyumen), o meia Pustozerov (Volgar Astrakhan) e o atacante Kobyalko (Baltika Kaliningrad). Dois jovens atletas vieram do “irmão” Ararat-Moskva: Avanesyan e Davidyan. Seis armênios foram contratados, sendo três com passagens pela seleção, com destaque maior para Mkoyan, o capitão, que tem 39 jogos pela equipe nacional. Ele chegou do Shirak, em grave crise política e financeira, com outros dois locais. No plantel, um brasileiro, o atacante Kayron, que estava no Barra (SC). Chama atenção, também, os colombianos Ortiz e Monsalvo. O alvinegro surge com potencial para ser vencedor na Armênia! RETROSPECTO 1

TIME-BASE (4-2-3-1) Abakumov; Pashov, Mkoyan, Guz, Hovhannisyan; Ambartsumyan, Pustozerov; Dimitrov, Ortiz e Oslonovsky; Kairon

2

Hrayr Mkoyan

31 anos | Zagueiro Último clube: Shirak - 2018

3

Aleksei Pustozerov

29 anos | Meio-campo Último clube: Volgar Astrakhan (RUS) - 2018

4

Jerry ORTÍZ segunda divisÃO 2017/18

1/2/3/4 Assessoria/Ararat-Armenia FC

25 anos | Meio-campo Último clube: Penn FC (EUA) - 2018

53


artsakh

ARTSAKH FOOTBALL CLUB FUNDAÇÃO

2017

Entrosamento dentro e fora

CIDADE

Stepanakert (baseado em Yerevan) REDES SOCIAIS

c/FCArtsakh d/FArtsakh f/fcartsakh ESTÁDIO

Mika (7.250 pessoas) COMO SE GARANTIU

ar

2° lugar no Armênio 2ª Divisão 2017/18 TÉCNICO

Armen Sanamyan

1

54


A

República do Artsakh fica localizada entre o Azerbaijão e Armênia, sendo alvo histórico de disputa política dos dois países. O território fica em Nagorno-Karabakh. Sem reconhecimento internacional de independência, a ONU o considera como parte azeri, mas Stepanakert, capital da república, é controlada pela força armada armênia. Dentro desse contexto surgiu o Artsakh FC, clube originário da capital, mas que não pode jogar na cidade, devido a esses conflitos. O clube fica baseado em Yerevan, mas carrega consigo toda a questão geopolítica, ainda mais por recolocar a região na elite nacional, que não ocorria desde 2005, com o Lernayin Artsakh. A campanha na segunda divisão local foi excelente, lutando pelo título até o fim do campeonato. Dos dois debutantes, o Artsakh mesmo assim, vem abaixo. Sem o aporte financeiro semelhante ao adversário, o clube se baseia no elenco passado. Como não existe rebaixamento, essa pressão pode ajudar para que supere aas expectativas e sonhe mais alto. O plantel de 2017/18 era jovem, com pouco menos de 23 anos de média de idade. Boa parte continua no time, com destaque para o defensor Hambardzumyan; os meias Narek Gyozalyan, Harutyunyan, Asoyan, Grigoryan e o atacante Aghekyan, artilheiro da First League passada, com 18 gols. Oito reforços foram contratados com ênfase para a defesa, com dois selecionáveis: Arzumanyan (74 jogos na seleção) e Minasyan (sete partidas). O Artsakh aposta no entrosamento e melhora da defesa para ir bem no debute. RETROSPECTO 1

TIME-BASE (4-4-2) Agamagomedov;

Asoyan, Arzumanyan, Minasyan, Tupchiyenko; Poghosyan, Grigoryan, Yermakov, Yeghiazaryan;

Baloyan e Aghekyan

2

Robert Arzumanyan 33 anos | Zagueiro

Último clube: Shakhter Karagandy (CAZ) - 2016

3

Grigor Aghekyan

22 anos | Atacante Último clube: Banants - 2016/17

4

Vahagn Minasyan segunda divisÃO 2017/18

1/3 Assessoria/Artsakh FC | 2 AFP/Getty Images | 4 NurPhoto/Getty Images

33 anos | Zagueiro /Último clube: Alashkert - 2017/18

55


os adversários

ALASHKERT

ARARAT YEREVAN

FUNDAÇÃO

FUNDAÇÃO

DEBUTOU EM

DEBUTOU EM

1990

1935

1992

1992

BANANTS

GANDZASAR KAPAN

LORI

FUNDAÇÃO

FUNDAÇÃO

2004

FUNDAÇÃO

1936 (refundado em 2017)

DEBUTOU EM

DEBUTOU EM

DEBUTOU EM

1992 1992

2006

1992

PYUNIK

SHIRAK

FUNDAÇÃO

FUNDAÇÃO

DEBUTOU EM

DEBUTOU EM

1992 1992

1958 1992


retrospecto O VISITANTE SEMPRE VENCE

O

s Debutantes do Campeonato Armênio são bem jovens, com apenas um ano de fundação. A pirâmide do futebol local colocou as duas equipes na mesma divisão no mesmo ano, o que proporcionou três encontros logo na primeira temporada. Na segunda divisão de 2017/18, foram dez equipes participantes, mas seis destas eram times B de clubes da elite, o que fazia com o que o encontro entre os “profissionais” fossem um campeonato à parte. Pelo foco político-social que acabam tendo, as equipes formam um possível novo clássico (não se trata de uma informação, mas um palpite). Os jogos desse ano vão dizer muito sobre.

2017/18

O que chama atenção nos três confrontos da temporada passada é que apenas os visitantes venceram. Foram dois jogos com o AraratArmenia (ainda se chamava Avan Academy nos jogos de 2017 e nos que ocorreram esse ano, usava AraratMoskow) como mandante e um para o Artsakh. No primeiro turno, vitória alvirrubra por 2 a 1, mesmo placar do segundo encontro, quando o Ararat saiu vencedor. No último confronto, em 30 de abril, o Artsakh venceu novamente, dessa vez, por 2 a 0. Para essa temporada, quatro encontros estão marcados (confira na próxima página) para aumentar o retrospecto e ver se o panorama muda.

ARARAT-ARMENIA

1

X

2

ARTSAKH

ARTSAKH

1

X

2

ARARAT-ARMENIA

ARARAT-ARMENIA

0

X

2

ARTSAKH


tabela dos debutantes 8ª RODADA | 15/09/2018 | 7h

ARTSAKH __x__ ARARAT-ARMENIA 17ª RODADA | 24/11/2018 | 12h

ARARAT-ARMENIA __x__ ARTSAKH 26ª RODADA | 10/04/2019 | 6h

ARTSAKH __x__ ARARAT-ARMENIA 35ª RODADA | 25/05/2019 | 10h

ARARAT-ARMENIA __x__ ARTSAKH

Registro do último encontro entre os Debutantes, no dia 30 de abril, com vitória do Artsakh, fora de casa (Foto: Reprodução/Artsakh FC)


O ALASHKERT FOI O ÚLTIMO CAMPEÃO NACIONAL. FOI O TERCEIRO CONSECUTIVO E HISTÓRICO TÍTULO DO CLUBE

L Assessoria/FFA.AM



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