A REVISTA DO FUTEBOL ALTERNATIVO FEV. 2020 -- N.33
A HISTÓRIA ESCONDIDA: A QUARTA DIVISÃO DO CAMPEONATO PARANAENSE CONEXÃO FUTEBOL
OLIVER MINATEL - CAVALRY FC
GUIA
DEBUTANTES MLS 2020
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NOSSO TIME EDITOR, PROJETO GRÁFICO e DIAGRAMAÇÃO, REVISÃO, REDAÇÃO E PESQUISA Felipe Augusto
AGRADECIMENTOS Bianca Machado Danilo Santos Eliane Pereira Valdeir Pereira Yuri Casari
onde estamos revistaseriez.org issuu.com/seriezrevista cdf/revistaseriez catarse.me/revistaseriez
E S C A L A Ç Ã O
6 CONEXÃO FUTEBOL Entrevista: Oliver Minatel
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SÉRIE Z VISITA Estádio dos Pássaros
LADO B Um haitiano em Minas
34 BOLA DE CAPOTÃO Quarta Divisão Paranaense
42 GUIA Debutantes da MLS 2020
54 GRUPO Z Jardel e a Amocart
CONEXÃO FUTEBOL
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OLIVER MINATEL:
O MUNDO PELOS PÉS Imagina morar em seis países diferentes? E que tudo isso foi consequência do fato de jogar bola? Pois é, o futebol fez com que Oliver Minatel residisse em seis países fora do Brasil. O atacante é atualmente atleta do Cavalry FC, clube da liga profissional do Canadá. O acerto com a equipe no ano passado, o tornou o primeiro brasileiro a atuar na Canadian Premier League. Fez boa temporada na estreia, com oito gol, venceu os dois “turnos” da competição, mas como ele mesmo disse, a liga precisava de uma final, onde acabou perdendo. Por aqui, vamos contar a história do atleta, que chegou a jogar com Fabinho e Gabriel Girotto
2007-2009 2009/10 2010-2012
2014-2015 L Todas as fotos foram cedidas gentilmente pelo entrevistado
2016
2017
2013
2017/18
2019-
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Lá em 2007 quando ainda jogava na base do Paulínia, se te falassem que em 2020, o futebol te levaria para Holanda, Portugal, Canadá, Porto Rico, Estados Unidos, Austrália, o que você acharia disso? Em 2007, com quinze anos, eu estava disputando o Campeonato Paulista (da categoria), trabalhando muito para tentar alcançar o meu objetivo: ser jogador profissional. Mas não imaginava ter oportunidade de conhecer tantos lugares como o futebol me proporcionou até hoje. Sou muito grato ao futebol, por isso. Por aprender alguns idiomas e conhecer culturas diferentes. Vou tentar levar toda essa bagagem para minha carreira pósfutebol. Como foi a sua passagem pelo Paulínia? Você chegou a jogar com o Fabinho (Liverpool) e o Gabriel (Corinthians)? O Paulínia foi importantíssimo na minha vida. Foi o clube que que me formou. Fiquei lá dos 13 aos 17 anos. Tinha uma estrutura espetacular, muito superior à do Guarani e da Ponte Preta na época [nota do editor: Oliver nasceu em Campinas] e contava com aporte da prefeitura, que construiu um centro de treinamento moderno para a época. Tinha psicóloga, nutricionista, treinadores qualificados e, por isso, conseguiu revelar tantos jogadores, entre eles o Fabinho e o Gabriel. Crescemos juntos. Fizemos a base
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toda lá e outros também conseguiram seguir uma carreira profissional dessa geração 91/92/93. Então foi muito bom. Antes de chegar ao profissional, você foi para o PSV Eindhoven. Como foi essa mudança para você? O PSV foi a primeira oportunidade que eu tive de sair do país. Foi uma experiência muito boa. Profissionalmente, aprendi muito no período (seis meses) que eu passei lá e, também, como ser humano. Com 17 anos, sair do Brasil e ir para a Holanda, não foi fácil! Eu tive que me adaptar à distância e a amadurecer mais rápido. Na época era mais difícil. Não tinham todos esses meios de comunicação que existem hoje, que facilitam muito para quem está fora. Foi aí que eu tive que tomar a decisão mesmo: é isso que eu quero para minha vida e de lá eu fui pra Portugal e aí as coisas deslancharam. Sua segunda passagem fora foi por Portugal, pelo Nacional, onde se profissionalizou. Como foi esse começo de trajetória? O Nacional é um clube que eu devo muito, que me acolheu muito bem na época (2010). Eu morei um ano na concentração e depois me profissionalizei com 18 anos. Eu tive um ano muito bom no júnior. Fui artilheiro do time e viceartilheiro do Campeonato Português Sub19. Acabei subindo para o profissional.
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“Eu me sinto honrado em ter sido o primeiro brasileiro a estar atuando aqui� 10
Nesses dois anos no profissional fiz em torno de vinte jogos, que me deu uma experiência muito boa. Pude jogar duas temporadas no time profissional, disputando o Campeonato Português. A gente chegou a disputar uma Liga Europa, também, caímos na última rodada qualificatória antes da fase de grupos, mas foi ótimo. Foi o clube que me revelou, sou muito grato até hoje e torço muito pelo Nacional. Entre 2016 e 2017, você esteve em Porto Rico, com o Puerto Rico FC, e nos Estados Unidos, com o Richmond Kickers. Como foram essas passagens pelas ligas menores americanas? Em 2016-2017, eu joguei no Puerto Rico e no Richmond, como se fosse a segunda divisão nos Estados Unidos, mas são ligas bem organizadas, com clubes muito bem estruturados. Então, eu levei mais esse lado da qualidade de vida, que foi uma coisa que eu levei em consideração para continuar (a carreira) nesse mercado e foi muito bom, para o meu crescimento profissional e, também, pessoal. Me deu a oportunidade, também de começar, a me preparar já para o pós, para o que eu vou fazer depois que eu parar
L Divulgação/
de jogar. Eu pude conciliar e fazer uma universidade à distância, do Brasil [nota do editor: Minatel se formou em Administração pela Uninter e realizava as provas presenciais no período de férias dele], ao mesmo tempo e já começar a me preparar para quando a minha carreira chegar ao fim. Talvez a mais alternativa passagem da sua carreira foi no South Melbourne, que é do segundo escalão australiano. Como você parou lá? Qual o nível da National Soccer League, que você atuava na Austrália? Na Austrália foi um ano bem diferente para mim. O clube que eu fui é um dos maiores da Austrália. É o de maior torcida e tradição. Eles estavam e estão brigando para conseguir ingressar na A-League, que é a principal liga, e o projeto deles de expansão contava com esse acesso no ano seguinte (2018). A ideia era ficar um ano lá, disputando a liga que eles estão, que é a segunda, para no outro ano fazer esse salto à A-League junto com o clube, mas as coisas acabaram não acontecendo. Eles não conseguiram serem aprovados. Acabaram optando por outra franquia. Aí eu acabei voltando para o Canadá.
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Mas foi uma experiência boa. Tive a oportunidade de conhecer e de morar na Austrália, um país muito bom. Então, acredito que tenha sido válido essa experiência. Talvez a mais alternativa passagem da sua carreira foi no South Melbourne, que é do segundo escalão australiano. Como você parou lá? Qual o nível da National Soccer League, que você atuava na Austrália? Existe muita qualidade nos jogadores jovens australianos e alguns deles até chegam na A-League ou saem para fora do país. A NSL conta também com os estrangeiros, que acabam dando um pouco mais de qualidade. No meu clube, os estrangeiros eram eu e um zagueiro grego, que chegou a jogar também em grandes clubes na Grécia. Ele foi comigo nesse projeto, que acabou não dando certo, que era dar o salto para a A-League no ano seguinte. Agora, um capítulo à parte na sua carreira: o Canadá. A sua primeira passagem foi pelo Ottawa Fury (2014 e 2015). Foi o seu melhor momento no futebol? O Ottawa foi especial para mim. Foi a primeira vez, que eu vim para a
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América do Norte. Eu me lembro até hoje o primeiro dia que eu me sentei com o Marc dos Santos, que hoje é o treinador do Vancouver Whitecaps. Ele é português e a gente se encontrou no Brasil em 2013. Ele me mostrou o projeto, o estádio, a estrutura, a cidade. Na hora, eu fiquei muito interessado e queria começar logo. Eu estava com 21 anos, tinha acabado de voltar de Portugal e não me arrependo de ter ingressado nesse mercado. Em 2014, eu tive um ano muito bom. Fui o artilheiro do time e no ano seguinte a gente teve um ano muito bom coletivamente. Fomos campeões do segundo turno e na final geral acabamos perdendo para o New York Cosmos, 3 a 2, um jogão, que foi inclusive o último da carreira do Raul. Nesse time ainda contava com o Marcos Senna, que estava parando, um jogador de muita qualidade. Foi um momento bom que eu vivi e tenho um carinho muito grande pela cidade, também. A passagem pelo Fury te ajudou na volta ao Canadá para atuar no Cavalry FC? Com certeza essa passagem pelo Fury me ajudou. Principalmente, porque o auxiliar técnico do time era o Martin
“[...] é isso que eu quero para minha vida e de lá eu fui pra Portugal e aí as coisas deslancharam”
Nash, que é o auxiliar técnico aqui, e foi através dele que eu consegui vim para cá. Foi ele que me indicou para o treinador, então com certeza abriu portas e eu estou muito feliz aqui hoje. Como você avalia a primeira temporada sua e da CanPL? O que dá para esperar do campeonato futuramente? Eu me surpreendi positivamente com a liga. O nível de jogo é mais alto do que eu esperava. Tem muitos jogadores canadenses de qualidade, que não tiveram oportunidade de jogar profissionalmente como, por exemplo, um zagueiro do nosso time, o Joel Waterman, que depois de uma temporada profissional já foi vendido para o Montreal Impact, do Thierry Henry, que é o treinador. Isso mostra o quanto que é importante para o país ter a liga, para poder desenvolver o esporte aqui e dar oportunidade a esses meninos que tem muita qualidade. Nos próximos anos, eu tenho certeza de que vai se transformar em uma das principais ligas da América, porque é um país de primeiro mundo, que hoje conta com um produto de um jogo que ainda tem muito espaço para crescimento. Então, a tendência é que
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a liga continue evoluindo e eles estão tomando muito cuidado com a gestão para que continuem se desenvolvendo. A minha temporada foi muito boa. A nossa equipe conseguiu ganhar o primeiro e o segundo turno, mas infelizmente a gente acabou perdendo a final. Ninguém entendeu muito bem o regulamento, mas eles precisavam ter uma final e acabou sendo assim. Eu particularmente tive um bom ano. Fiz oito gols e pude ser uma peça importante para a equipe e espero continuar nessa pegada nesse ano. Como é ser o primeiro brasileiro da história da competição? Você chegou a falar com o Gabriel Vasconcellos, do York9, que se tornou o segundo? Eu me sinto honrado em ter sido o primeiro brasileiro a estar atuando aqui, na liga canadense e fico feliz também por ter aberto portas para outros brasileiros que estão vindo nessa temporada. O Gabriel chegou a falar comigo, ele pegou umas algumas referências em relação a liga e tudo. Então vai ser bom. Quanto mais jogadores de qualidade vier melhor e mais a gente pode ajudar a desenvolver o esporte aqui.
Uma palavra Seu ídolo no futebol?
Ronaldo
Com quem sonha trabalhar?
Seu ídolo na vida?
José Mourinho
Um jogo inesquecível seu?
Felipe Melo
Meus pais
Estreia no profissional 2011 Melhor jogador com quem atuou?
Julian de Guzman Melhor jogador que enfrentou?
Pablo Aimar
Quem gostaria que te marcasse? Com quem gostaria de formar uma dupla ou trio de ataque?
Ronaldo e Romário
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SÉRIE Z VISITA
O NINHO DO
ARAPONGÃO No fim de 2019, a Série Z foi até Arapongas, norte do Paraná, para conferir a final da Terceirona Paranaense, que colocou Arapongas e Andraus frente a frente na luta pelo título. A partida terminou sem gols, o que levou a decisão para as penalidades. Os visitantes de Campo Largo levaram a melhor na disputa, que acompanhamos em tempo real pelo Twitter e com transmissão da disputa de pênaltis ao vivo pelo nosso Facebook. Registros fotográficos do Estádio José Chiappin, mais conhecido como estádio dos Pássaros, não faltaram e reunimos aqui para ficar por dentro de como é o estádio que sediaria jogos da segunda divisão estadual, mas o clube não conseguiu as licenças necessárias e ficará fora da competição. Uma lástima para o carismático e acanhado estádio.
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DOS PÁSSAROS ARAPONGAS
LOCALIZE-O
JOSÉ CHIAPPIN (DOS PÁSSAROS) INAUGURAÇÃO
1982
CAPACIDADE
10.440 pessoas RECORDE DE PÚBLICO
9.885 pagantes (Arapongas 2x0 São José - 2010)
L Felipe Augusto/Revista Série Z
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L Felipe Augusto/Revista SĂŠrie Z
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GUIA
ACHAMOS, UAI!!! m
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O Mineiro Módulo II foi a segunda competição de segunda divisão estadual a iniciar em 2020. Doze clubes disputam duas vagas na primeira divisão de 2021 e para reforçar os elencos, certas equipes apostam em famosos jogadores que tiveram passagem por clubes da Série A. Separamos quatro nomes desse porte em três equipes diferentes. Além disso, nossa Lado B conta com a apresentação de três jogadores estrangeiros. Um deles fez parte do projeto do Pérolas Negras, um camaronês com carreira no Brasil e um colombiano que está na segunda temporada de futebol mineiro.
GLADSTONE Betim Futebol
35 anos | Zagueiro L ASCOM/Betim Futebol
Rude, bruto, caneludo. Os adjetivos para Gladstone sempre foram peculiares pelo estilo do zagueiro, que é o típico defensor que não brinca em serviço. Honestamente, sempre achamos exagerado, mas foi isso que ocorreu a partir do momento que saiu do Palmeiras, após anos de Cruzeiro, onde foi revelado e foi campeão brasileiro e da Copa do Brasil 2003. Na última década, rodou pelo Brasil, onde teve destaque pelos Botafogos de João Pessoa e Ribeirão Preto.
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ERON Betim Futebol
28 anos | Lateral 28
O lateral-esquerdo pode não ser tão conhecido por muitos, mas aqueles que atualizam jogos de futebol de gerenciamento, tipo Brasfoot, e os torcedores do Atlético Mineiro o conhecem muito por ser aquele reserva que poucas vezes entrava. Entre 2006 e 2016, ele teve vínculo com o Galo e segundo o oGol.com, ele fez apenas 19 jogos entre os profissionais. Teve melhor passagem pelo xará goianiense, onde fez 43 partidas em duas passagens. Em 2019, ele estava no conterrâneo Villa Nova.
TCHÔ Ipatinga
32 anos | Meia-atacante L ASCOM/Betim Futebol | ASCOM/Ipatinga FC
Em 2007, ao lado de Danilinho, ambos do Atlético Mineiro, o meia fez parte do elenco da seleção brasileira sub20 que conquistou o Sul-Americano da categoria. O time tinha Alexandre Pato, Lucas Leiva, Willian e Cássio, mas o mineiro se destacou com três gols em oito jogos. Depois disso, ele fez três temporadas pelo clube, mas sem atingir o que se esperava, mesmo que não se esperasse que virasse um craque. Desde 2014, quando fez bom papel no América, que não consegue se estabilizar.
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LUÍS GUEGUEL Tupi
33 anos | Atacante 30
Não é a primeira vez que Luís Gueguel aparece nessa editoria. Em 2017, ele estava jogando o Paulista Série A-3 com a Portuguesa Santista. Quando surgiu, de fato, no futebol, há 13 anos, no Palmeiras, ele ainda não carregava o sobrenome. Era apenas Luis e fez três gols no Brasileirão 2007. Com seus 191 centímetros, ele não teve tanto sucesso. Ficou apenas uma temporada no clube após chegar no time B, mas seguiu com o estigma de ex-Palmeiras por vários anos, que prometemos não destacar nas próximas edições que ele pode aparecer.
BADIO Athletic
20 anos | Zagueiro
|
ARNOLD Democrata GV 23 anos | Ala
|
NÉIDER BATALLA Pouso Alegre 22 anos | Meio-campo
|
L ASCOM/Sampaio Corrêa FC | ASCOM/Athletic Club | 3 Juninho Nogueiro/De Olho no Lance | 4 Reprodução/Facebook/Neider Batalla
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APITO INICIAL
ESCONDIDA, PERDIDA E ALTERNATIVA A história do Paranaense Quarta Divisão de 2001 é cheia de lacunas. Foi a única vez que o estado teve esse nível, que conta com algumas respostas que poucos sites não conseguem responder
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A
Federação Paranaense de Futebol protocola a criação do Campeonato Paranaense Série A-3 de Futebol Profissional, equivalente a Quarta Divisão, com a participação de 19 clubes distribuídos pelo nosso estado. O campeonato visava transparecer a facilitação de clubes que não teriam condições para integrar o profissionalismo de maneira rápida, dando assim, a chance de clubes novos e amadores estarem na pirâmide do futebol paranaense, porém havia a questão política, onde se teria mais filiados novos para tomar decisões, sendo que Onaireves Rolim de Moura, era o então presidente e já havia várias acusações de desvio de dinheiro na federação que comandou entre 1985 e 2007. Ele foi preso na época que saiu da presidência e voltou a ser detido em 2019, com 22 anos de prisão. Os clubes que compareceram a reunião inicial da competição foram: AD Independente (São Mateus do Sul), AE Ibiporã (Ibiporã), Associação Paranaguá EC (Paranaguá), Bosch EC
(Lapa), Cantagalo EC (Cantagalo), CA Sãomateuense (São Mateus do Sul), Clube Vila Prohmann (São Mateus do Sul), Dois Vizinhos EC (Dois Vizinhos), EC Andiraense (Andirá), Fanático FC (Campo Largo), Guarapuava EC (Guarapuava), Ibaiti FC (Ibaiti), Internacional EC (Campo Largo), Mixto FC (São José dos Pinhais), Olinda EC (Ponta Grossa), Quatro Barras FC (Quatro Barras), SA Santo Antônio do Sudoeste (Santo Antônio do Sudoeste), SE Iguaçu (União da Vitória) e SE Itaúna do Sul (Itaúna do Sul) . O parágrafo acima é uma simulação do que poderia ser um boletim oficial da FPF na época em se criou a primeira e única edição da quarta divisão paranaense que foi denominada Série A-3. Se atualmente já é complicado conseguir informações sobre alguns campeonatos estaduais, imagine, o quarto nível de uma edição de quase duas décadas atrás. Para responder, na rede, há quase nenhuma, tirando as tabelas publicadas na RSSSF e Wikipedia.
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A competição previa o acesso dos dois finalistas, que chegaram até lá após três etapas, sendo a primeira e segunda em fase de grupos, e a terceira na tradicional semifinal. A primeira fase, por exemplo, teve quatro clubes classificados de cada um dos três grupos, mas desistências fizeram com que times entrassem na primeira rodada classificados (?)! Antes da publicação dos grupos e tabela da competição, Itaúna do Sul, Ibaiti e Andiraense desistiram da disputa. Quando os grupos foram divulgados, Olinda e Santo Antônio do Sudoeste estavam presentes nos grupos B e C, respectivamente, onde teriam cinco clubes nas chaves, mas com as desistências, a tabela oficial contava com três grupos, um com seis e dois com quatro agremiações. Segundo Ricardo Luiz Guandeline, presidente atual e na época do Olinda, o motivo da desistência foi a “ganância e inveja”. “O motivo foi o governo municipal da época. Quando anunciamos que iríamos disputar
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a divisão, o Operário anunciou que, também, iria. Eles entendiam que não seria bom dois times disputando dentro da cidade e com o OFEC nosso espaço ficaria difícil, principalmente com patrocinadores. Daí, o OFEC acabou não indo e isso nos atrapalhou no planejamento. E o governo municipal da época atravessou uma negociação nossa com um grande banco que iria nos patrocinar. A ganância da Secretaria de Esportes quando soube dos valores que viriam ao clube tentou atrapalhar e o banco quando viu a situação, desistiu. Na época, o diretor do banco era um grande amigo de infância que viabilizou o projeto”, conta! O campeonato começou em 5 de agosto de 2001 e terminou apenas no dia 23 de dezembro. Nem todas as partidas da primeira fase contam com resultados. O grupo A, único que poderia eliminar algum clube, pois tinha quatro vagas para seis, teve
Os clubes DOIS VIZINHOS Esporte Clube
Esporte Clube ANDIRAENSE
BOSCH Esporte Clube
CANTAGALO Esporte Clube Cantagalo
Dois Vizinhos
1950
1989
1987
1995
FANÁTICO Futebol Clube
GUARAPUAVA Esporte Clube
IBAITI Futebol Clube
Associação Esportiva IBIPORÃ
1944
1926
1948
Ibiporã
Sociedade Esportiva IGUAÇU
União da Vitória
anos 1990
1996
Associação Desportiva INDEPENDENTE
INTERNACIONAL Esporte Clube
Sociedade Esportiva ITAÚNA DO SUL
MIXTO Futebol Clube
OLINDA Esporte Clube
São José dos Pinhais
Ponta Grossa
1984
1945
anos 1990
1988
1922
Associação PARANAGUÁ Esporte Clube
QUATRO BARRAS Esporte Clube
Associação Atlética Amigos de SANTO ANTÔNIO do Sudoeste
Clube Atlético SÃOMATEUENSE
União VILA PROHMANN Esporte Clube
Andirá
Campo Largo
São Mateus do Sul
Paranaguá
1988
Guarapuava
Campo Largo
Quatro Barras
1982
Lapa
Ibaiti
Itaúna do Sul
Santo Antônio do Sudoeste
São Mateus do Sul
São Mateus do Sul
1938
1974
1998
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Zico Wolski recebe um troféu na comemoração do título da Quartona Paranaense (Foto: Arquivo Pessoal/Zico Wolski)
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Internacional, Fanático, Mixto e Quatro Barras garantidos na segunda fase e com um adendo, pois o Independente desistiu da disputa após duas rodadas. O Paranaguá foi quem sobrou entre os 13 times que terminaram a primeira fase. O grupo B, na ordem respectiva a seguir, terminou com Vila Prohmann, Sãomateuense, Bosch e Iguaçu e a terceira chave com Guarapuava, Dois Vizinhos, Ibiporã e Cantagalo. Todos definiram apenas a posição na disputa primária. A primeira fase teve dois dérbis. Em São Mateus do Sul, o Sãomateusense venceu o Vila Prohmann, por 2 a 1. Em Campo Largo, Internacional e Fanático se enfrentaram, com vitória do Inter por 4 a 1 no primeiro turno e na volta, empate em um gol. “A rivalidade era muito grande e o Fanático trouxe um grupo de jogadores todos de fora que ficavam no próprio clube e o Inter com todos os jogadores de campo Largo, exceto o Marcelo e o Deda. Nas vésperas do clássico estávamos treinando e o preparador
do Fanático fez os jogadores correrem pelas ruas da cidade, inclusive passando pelo nosso campo”, conta Zico Wolski, que integrou o elenco do Internacional de Campo Largo. Na segunda fase, doze clubes foram divididos em três grupos, onde os líderes se classificavam à semifinal junto com o melhor segundo. No grupo E, o Vila Prohmann foi líder, segundo a RSSSF, com 12 pontos, um a mais que o Internacional, porém, o clube de Campo Largo é que disputou a semifinal. Fanático e Bosch completaram a classificação da chave. No clássico campo-larguense, dois empates (0 a 0 e 1 a 1). N grupo F, o Sãomateuense foi líder, terminando com dois pontos a mais que o Ibiporã. O Guarapuava ficou em terceiro, com cinco, enquanto o Iguaçu tem apenas três placares registrados, causando a dúvida sobre se desistiu da disputa ou os resultados não foram encontrados. A melhor campanha da terceira fase foi do Dois Vizinhos, que fez 16
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pontos no grupo G e se classificou tranquilamente. O Cantagalo foi vicelíder, com dez pontos e se garantiu como melhor segundo colocado, o que leva a inferir que o Vila Prohmann desistiu da disputa. “Não me lembro (exatamente), mas teve uma briga interna no Vila Prohmann e o treinador e alguns jogadores abandonaram o time”, conta Zico, que elogiou a qualidade do time na época, mas ficou na dúvida sobre a participação ou não do time na semifinal. Para a semifinal, jogadas nos dias 9 e 16 de dezembro, o Internacional recebeu o Cantagalo e o Dois Vizinhos teve o Sãomateuense como adversário. Nas partidas de ida, o Dois Vizinhos, fora de casa, venceu por 1 a 0, enquanto o Cantagalo meteu 3 a 0 no alvinegro da Região Metropolitana de Curitiba. Em um empate sem gols, o Dois Vizinhos garantiu vaga na final e na Terceirona Paranaense 2002. O maior feito veio da outra partida, quando o Inter conseguiu reverter o
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placar adverso goleando por 4 a 0, como mandante, sendo mais um com acesso e decisão assegurado. O primeiro jogo da final foi em Campo Largo, quando o time da casa venceu pelo placar mínimo. Se o resultado agregado terminasse empatado, a partida iria para a disputa da prorrogação e foi assim que ocorreu, pois o Dois Vizinhos fez 2 a 1. Os 30 minutos a mais não foram suficientes para ter bola na rede e assim, as penalidades definiram o Internacional, com um 5 a 3, campeão da primeira e única edição do Paranaense da Quarta Divisão. “Poxa, como foi no primeiro jogo em Campo Lardo, estava com casa cheia, três mil torcedores. O Osmar fez o gol aos 43 minutos do segundo tempo. No jogo da volta, na semana do Natal, um calor de louco, choveu pela manhã aí esquentou muito mais. Já no começo do jogo, eles fizeram 1 a 0 e em seguida equilibramos o jogo. Empatamos, mas tomamos mais um.
A festa em Campo La da cidade feliz com a Arquivo Pessoal/Zico W
argo, com a metade a conquista (Foto: Wolski)
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Sendo assim, fomos pra prorrogação, ficamos com um jogador a mais, pois teve um jogador expulso, mas não conseguimos fazer o gol e acabou que foi para os pênaltis. Eu bati o primeiro e fiz. O Fabiano Fracaro foi herói do título.Chegamos na véspera do Natal festa na cidade desfile em carro de som”, relembra Wolski. A ideia da Quarta Divisão durou apenas uma temporada. Em 2002, a Terceirona voltou a ser a última divisão do estado e apenas dois clubes da competição de 2001 participaram, sendo que o Internacional recuou do acesso e não participou. O Dois Vizinhos, vice-campeão, garantiu o acesso e o título da Terceirona 2002. O Fanático, eliminado na segunda fase da Quartona, terminou na quinta colocação geral entre os dez participantes. O projeto que nasceu frágil terminou rapidamente e ficou escondido e perdido na história, mas sempre deve ser lembrado como a mais alternativa competição realizada na pirâmide do futebol do estado.
Equipe do Internacional de Campo Largo posada em algumas das partidas (Foto: Arquivo Pessoal/Zico Wolski)
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DOS
DEBUTANTES m 42
l
s
MLS 2020
A fila D
continua
esde 2015, apenas em uma temporada (2016), a MLS não teve uma franquia nova para a disputa. Desde então, chegaram Orlando City, New York City, Atlanta United, Minnesota United, Los Angeles FC e FC Cincinatti. Para essa temporada, chegou a vez do Inter Miami, o time de David Beckham, e o Nashville, que coloca Tennessee no mapa da competição, continuarem a fila que terá mais quatro novos clubes até 2022 (Austin FC e Charlotte em 2021 e, posteriormente, Sacramento Republic FC e um em St. Louis) para chegar ao número ideal de 30 agremiações. As duas novidades de 2020 se assemelham com alguns debutantes recentes. De um lado, o Inter Miami começou seu projeto do zero, assim como Los Angeles FC e Atlanta United, dois exemplos de impacto imediato na liga, uma aposta do clube que está se voltando ao público latino, que é grandioso na região em que está. Além disso, a equipe já tem um dérbi para chamar de seu, pois terá o Orlando City como companheiro de estado, a
Flórida, sendo que alguns sites já deram a ideia do Flórida Clasico, com a palavra espanholizada, idioma muito falado na região. Se a inspiração é boa ao Miami, não se pode dizer o mesmo do Nashville SC, que chega na MLS com jogadores do segundo escalão nacional, pois vinha atuando na USL, como era o caso do Orlando City, FC Cincinatti, ou na extinta NASL, caso do Minnesota United, que se aproveitaram de um elenco pronto para a estreia, mas tiveram dificuldades. O que poderia ser vantagem não se confirmou em campo, o que é o desafio do time que jogará inicialmente na casa dos Titans, do futebol americano, um estádio com o quádruplo da média de público que alcançou na última USL. Em conferências diferentes, as duas equipes se enfrentarão apenas uma vez na temporada regular, com partida marcada para a décima semana, quando o Nashville recebe o Inter, dia 3 de maio, às 19 horas (de Brasília). O que as equipes apresentam para a temporada de estreia, você confere nas próximas páginas.
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INTER MIAMI
CLUB INTERNACIONAL DE FÚTBOL MIAMI FUNDAÇÃO
28 de janeiro de 2018 CIDADE
Miami (Flórida) ALCUNHA
The Herons SITE
O time mais latino!
intermiamicf.com REDES SOCIAIS
c/InterMiamiCF d/InterMiamiCF f/intermiamicf ACEITAÇÃO NA MLS
2018
TÉCNICO
Diego Alonso
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Miami é capital latino-americana dos Estados Unidos, onde é muito comum ouvir mais o espanhol e português que o próprio inglês dependendo de onde está. O Inter Miami, projeto de David Beckham que finalmente saiu do papel, tem esse foco trazido no nome, com o dizer Fútbol na denominação completa. O elenco também traz isso, com seis jogadores latinos. O time é o mais latino da MLS pelo todo, mas o início demonstra que jovens valores do futebol sul-americano não faltarão, como os casos dos atacantes argentinos de 19 anos: Julián Carranza e Matías Pellegrini. O mundialista Román Torres, zagueiro panamenho, é o ponto experiente após conquistar duas edições do campeonato com o Seattle Sounders. No banco, um bicampeão da Concachampions: o uruguaio Diego Alonso é o técnico. Entre os americanos, o plantel tem seis com passagem pela seleção, com maior destaque para o volante Will Trapp (20 jogos) e o atacante Juan Agudelo (28 jogos).
2020 PRIMEIRA COMPETIÇÃO
TIME-BASE (4-3-3) ◉ Robles; ◉ ◉ ◉ ◉ Powell, Torres, Makoun (DeLaGarza), Sweat; ◉ ◉ ◉ ◉ Ulloa, Trapp, Chapman; ◉ ◉ Pellegrini, Carranza, Agudelo
MATÍAS PELLEGRINI
19 anos | Atacante Último clube: Estudiantes (ARG) - 2019
PRIMEIROS DEZ JOGOS LOS ANGELES FC
01/03
DC UNITED
07/03
LOS ANGELES GALAXY
14/03
@ NEW YORK RED BULLS @ PHILADELPHIA UNION @
21/03 05/04
HOUSTON DYNAMO
11/04
SAN JOSE EARTHQUAKES
18/04
@ TORONTO FC @
25/04
REAL SALT LAKE CITY
29/04
NASHVILLE SC
03/05
ROMÁN TORRES
33 anos | Zagueiro Último clube: Seattle Sounders - 2019
+ DESTAQUES Luis Robles | 35 | Goleiro Christian Makoun | 19 | Zagueiro Will Trapp | 27 | Volante Juan Agudelo | 27 | Atacante Julián Carranza | 19 | Atacante 1/2/3 ASCOM/Inter Miami CF
LOCKART STADIUM 18.000 pessoas
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NASHVILLE
NASHVILLE SOCCER CLUB FUNDAÇÃO
20 de dezembro de 2017 CIDADE
Nashville (Tennessee) SITE
nashvillesc.com REDES SOCIAIS
c/NashvilleSC d/NashvilleSC f/nashvillesc
Bem-vinda, Tennessee!
ACEITAÇÃO NA MLS
2017
TÉCNICO
Gary Smith
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Demorou, mas chegou: o estado de Tennessee tem um clube para chamar de seu na MLS. Desde 2017 confirmada na competição, a equipe de Nashville já tem dois anos de futebol, pois atuou nas duas últimas temporadas de USL, segundo escalão estadunidense, o que fez com que a base fosse mantida com o treinador Gary Smith e cinco jogadores (o zagueiro Tribbett, o lateral Washington, o volante LaGrassa e os atacantes Daniel Ríos e Alan Winn). A partir dessa espinha, chegaram dois selecionáveis locais, o lateral Daniel Lovitz e o volante McCarty, sendo que o primeiro disputou a Copa Ouro 2019. O jogador designado do elenco é o alemão Hany Mukhtar, vindo do Brondby, que terá outras estrelas ao lado, o zagueiro hondurenho Beckeles e o meia panamenho Aníbal Godoy, que participaram de Copa do Mundo. O Nashville entra na MLS querendo quebrar a sequência ruim de clubes vindos de outros campeonatos que não estrearam bem. Apenas conhecimento do contexto será capaz de reverter o retrospecto? Esperemos!
2018
2019
Quartas de final Conferência Leste - USL Championship
Semifinal Conferência Leste - USL Championship
TIME-BASE (4-5-1) ◉ Willis; ◉ ◉ ◉ ◉ Lovitz, Romney, Anibaba, Miller; ◉ ◉ ◉ ◉ ◉ Godoy, McCarty, Mukhtar, Leal e Danladi; ◉ Badji
Daniel Lovitz
28 anos | Lateral-esquerdo Último clube: Impact Montréal (CAN) - 2019
PRIMEIROS DEZ JOGOS ATLANTA UNITED
@
29/02
PORTLAND TIMBERS
08/03
TORONTO FC
14/03
COLUMBUS CREW
21/03
@ SEATTLE SOUNDERS @ SPORTING KANSAS CITY @ DC UNITED @
03/04 11/04 18/04
NEW YORK CITY
26/04
INTER MIAMI
03/05
@ FC DALLAS @
09/05
Hany Mukhtar
24 anos | Meio-campo Último clube: Brondby (DIN) - 2019
+ DESTAQUES Brayan Beckeles | 34 | Zagueiro Dax McCarty | 32 | Volante Aníbal Godoy | 29 | Meio-campo Randall Leal | 23 | Meia-atacante Dominique Badji | 27 | Atacante 1/2/3 ASCOM/Nashville SC
NISSAN STADIUM 69.143 pessoas
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O ANO de ENTRADA dos CLUBES na MLS
199
COLORADO RAPIDS
COLUMBUS CREW
DC UNITED
1996
NEW ENGLAND REVOLUTION
NEW YORK RED BULLS
SAN JOSE EARTHQUAKES
2007
2009
2010
TORONTO FC
SEATTLE SOUNDERS
PHILADELPHIA UNION
2015
ORLANDO CITY
48
20
NEW YORK CITY
ATLANTA UNITED
96
FC DALLAS
SPORTING KC
LOS ANGELES GALAXY
1998
2005
2006
CHICAGO FIRE
REAL SALT LAKE
HOUSTON DYNAMO
2011
VANCOUVER WHITECAPS
017
MINNESOTA UNITED
2012
PORTLAND TIMBERS
IMPACT MONTRÉAL
2018
2019
LOS ANGELES FC
FC CINCINATTI
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GRUPO Z
Jardel,
o zagueiro que virou enredo Em 2016, o catarinense foi tema de uma escola de samba de Florianรณpรณlis, em uma das homenagens mais legais envolvendo futebol e carnaval alternativo
c 50
t
V
ocê conhece Jardel Nivaldo Vieira, 30 anos, zagueiro? Caso você tenha visto algum jogo do Benfica, a partir de 2011, com certeza deve ter visto. O atleta chegou a ser capitão da equipe na temporada 2015/16 e conta com mais de 260 jogos com a camisa encarnada. Natural de Florianópolis, Jardel foi formado no Avaí, onde se profissionalizou em 2004, ficou apenas um ano, até passar por Vitória, Santos e Iraty, até retornar ao Leão em 2007. Criado na capital catarinense, o benfiquista viveu e fez muitos amigos nos bairros do Rio Tavares e Campeche, local que é sede do Grêmio Recreativo Esportivo Escola de Samba Amocart. Com a proximidade, a escola resolveu homenagear o filho da terra Jardel no Carnaval de 2016. Durante as férias, em 2015, a escola fez o convite (pedido)
L Carlos Costa/AF
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para poder contar a história do jogador, que logo aceitou. Nasceu assim o enredo “Jardel: Guerreiro da Luz, da Bola, da Vida, do Rio Tavares a Portugal, de Portugal a Floripa”, para a disputa do Grupo de Acesso A, terceira divisão, do Carnaval de Florianópolis de 2016. Contando toda a vida, o samba enredo trouxe como foco a vida no bairro e a trajetória rumo a Europa, mais exatamente, Portugal. Com uma letra bem típica de desfiles, a escola trouxe Jardel como “Guerreiro da Luz”, em composição de Michel Pires e interpretação de Evandro Malandro. Em meio a temporada, o zagueiro não pôde estar presente no desfile, no dia 5 de fevereiro, e foi representado pelos dois irmãos. Uma curiosidade é que neste dia, às 18h30 (de Brasília), ele entrou em campo pelo Campeonato Português, na vitória por 5 a 0, sobre o Belenenses, onde atuou como titular nos 90 minutos. Sete horas depois, mais ou menos, às 3h30, a Amocart entrava na Passarela Nego Quirido para mostrar as alegorias, fantasias e samba, como a penúltima escola do dia. O acesso não veio. A escola terminou com 263,8 pontos, na quarta colocação entre as sete que desfilaram. Ficou a três pontos da campeã Jardim das Palmeiras. Mesmo sem o acesso, a homenagem foi feita, em meio a uma das disputas de “carnaval alternativo”.
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c f Jardel: Guerreiro da Luz, da Bola, da Vida, do Rio Tavares a Portugal, de Portugal a Floripa Compositor: Michel Pires
Amocart que esplendor Uma história pra emocionar Vai lá, arrebenta em campo Na torcida eu canto pra te embalar
Vai começar Bola rolando no jogo da vida Espetacular... a saga de um homem Missão divina Quando o menino brincava Não imaginava onde podia chegar E foi Brasil afora Cresceu jogando bola Segue tecendo o destino de um vencedor Força, raça e amor Sempre lutar, vencer a dor Sem desistir, superação “Carrega” nosso campeão
Vencendo barreiras Rompendo fronteiras Cruzou o mar chegando a portugal Com humildade, mostrou valor O sonho se tornou real Saudades de sua floripa Pirão com tainha não pode faltar Hoje o Rio Tavares se orgulha Mas tua batalha continua A fé lhe conduz Jardel “o Guerreiro da Luz”
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