REVISTA SÉRIE Z #41

Page 1

A REVISTA DO FUTEBOL ALTERNATIVO JAN. 2021 -- N.41

futebol feminino

OS ESTADUAIS NÃO REALIZADOS

GUIA

A “SÉRIE D” CHILENA

entrevista

LUIZ FERNANDO (AL-FAHAHEEL)



O Teungueth, de Senegal, provocou uma zebra na fase preliminar da Liga dos CampeĂľes da Ă frica ao eliminar o tradicional Raja Casablanca L ASCOM/Teungueth FC




CONEXÃO FUTEBOL

8


LUIZ FERNANDO:

A QUARTA PARADA Luiz Fernando é cria de Xerém, um dos locais que mais revela jogadores no futebol brasileiro. Bem no momento que se profissionalizaria pelo Fluminense, o Tricolor firmou parceria com o STK Samorin, clube da Eslováquia, onde mandaria jovens atletas para ganhar experiência. O meia foi um dos jogadores brasileiros que atuou pelo clube. Chamou atenção a ponto de retornar ao clube carioca, mas não ficou muito tempo: rumou aos Estados Unidos para jogar no Minnesota United. A terceira passagem fora do Brasil foi na trágica campanha do Desportivo Aves na primeira divisão portuguesa. Atualmente, ele está no Kuwait, e conta um pouco sobre a trajetória dele no futebol e o que pensa para o futuro

2014-2018

2018

2016

2019

L Todas as fotos utilizadas nessa entrevista foram cedidas por Luiz Fernando e assessoria

2017

2019/20

2020-

9


Você foi formado pelo Fluminense e participou da experiência que o clube teve de ter uma filial na Eslováquia, o STK Samorin. Como você encarou essa ida? A formação que eu tive no Fluminense me deu tudo. Deu caráter, uma ajuda financeira muito importante para estar ajudando não só a mim, mas a vida da minha família e me deu oportunidade. Foi primeiro clube que eu fiz meu jogo profissionalmente. Sou muito grato ao clube Fluminense. E no meio dessa gratidão toda veio esse projeto do STK Samorin. Foi tudo muito novo não só para os jogadores que foram, mas também para o clube. Era um projeto que estava tentando dar experiência para aquele jogador que não estava sendo muito utilizado no profissional e abrir novos mercados também na Europa. Um mercado um pouco menos competitivo, mas que tinha uma visibilidade maior por fato de já estar na Europa. Então, foi muito bom. eu tive um contrato muito bom e isso pesou na minha decisão de estar indo. Aprendi língua, cultura de outros países, viajei bastante! Costumo dizer que futebol te proporciona coisas que não poderia conseguir tão novo. Sim, o projeto foi muito bom naquela ocasião para mim.

10


Como foi a temporada do clube quando esteve lá? A equipe chegou a lutar pelo acesso A temporada foi muito boa. Eu fui acompanhado de alguns jogadores brasileiros e isso facilitou o entrosamento. A gente brigou pelo acesso até as últimas rodadas, infelizmente não conseguimos. Mas isso rendeu bons frutos para o Fluminense e os jogadores. Tivemos algumas propostas de alguns clubes da Áustria e República Tcheca. Esse era o intuito do Fluminense e cada jogador optou por seguir o seu projeto. Muitos ficaram lá também. Tenho amigos que estão na Áustria, outro está na República Tcheca e outro na Hungria, enfim. Esse era o objetivo do Fluminense e foi concluído com sucesso Depois de voltar ao clube carioca, você teve mais uma experiência fora, jogando pelo Minnesota United. Como era a estrutura da equipe e como foi a experiência? Um dos motivos por não optar em permanecer na Europa naquela ocasião foi que me inseriram na pré-temporada do Fluminense, com professor Abel (Braga). Eu achei isso o máximo e aí foi onde eu tive a maior oportunidade no Fluminense naquela ocasião, antes de acontecer a lesão, e isso foi muito importante para mim. Devo muito ao professor Abel, que foi um cara que apostou no meu trabalho,

11


“Hoje, o objetivo maior é se estabilizar em uma carreira internacional, até porque eu me encontro em um continente que ele te dá essa oportunidade” 12


que apostou no meu futebol. E aí teve a proposta para o Estados Unidos logo depois que eu voltei da lesão, mas não tive uma sequência. Depois da lesão, veio uma galera muito boa: veio Wendel, o Pierre, o Douglas, aí eu perdi o espaço e fui para os Estados Unidos. Foi uma das melhores experiências que eu tive na minha carreira. Posso cravar que sim. Era um país que eu sempre tive sonho de conhecer, mas para visitar e não para trabalhar e acabou que juntou as duas coisas. Era um clube muito bem estruturado, muito bem desenvolvido e a competição está crescendo. Fica aqui o meu desejo real de estar voltando para a MLS. Você jogou com o Ibson e o Fernando Bob no clube. Como foi atuar com os dois compatriotas? O Ibson é um caso muito interessante, porque eu quando era criança - eu o chamo de Veinho, né, ele é meu amigo até hoje -, eu jogava bola com meu irmão no quintal de casa e o Ibson já fazia muito sucesso no Flamengo. Eu dizia para o meu irmão que eu era o Ibson, devido a posição, meio-campo ofensivo. Eu falava: “Eu sou o Ibson”. E o meu irmão falava: “Eu sou Renato Augusto”, que na época formava uma dupla de meio-campo naquela ocasião. Era Ibson, Toró e Renato Augusto se

não me engano. E aí passaram os anos, eu fui jogar com o Ibson e logo depois chegou o Fernando Bob, jogadores multicampeões, com uma história linda no futebol brasileiro. O Ibson internacionalmente falando. Foi uma experiência muito boa. O Ibson me ajudou muito, porque ele é um jogador que já estava no clube e nesse período de adaptação, ele me botou debaixo das asas dele e me apadrinhou. Foi uma experiência muito incrível no geral, tanto no clube e pela presença desses dois jogadores brasileiros que dispensa comentários. Sua terceira experiência fora do Brasil foi em Portugal, um país que os brasileiros praticamente dividem elenco com os portugueses. Você encontrou isso no Aves? O quanto isso facilita para quem é brasileiro, apesar do idioma ser o mesmo (com as suas diferenças)? Logo depois disso tudo, eu regressei ao Brasil e passei pelo América Mineiro. Depois chegou a proposta de um novo clube em Portugal. Tinha bastante brasileiro, sim. No país tem muito brasileiro e aí sempre tem uma rixazinha. Tem ‘uma galera’ em que brasileiro fica com brasileiros e português com os portugueses. E aí sempre tem aquela rivalidade. Isso é real, mas dentro do

13



Eu dizia para o meu irmão que eu era o Ibson, devido a posição, meio-campo ofensivo. Eu falava: “Eu sou o Ibson”


campo, a gente tenta se unir o máximo possível para alcançar o objetivo maior do clube. Independente se tem uma rixa entre brasileiros e portugueses - pelo menos no Desportivo Aves, a equipe que eu atuei, tinha isso e tinha muito -, mas dentro de campo, a gente esquecia e tentava fazer o melhor. Acabou que a gente não conseguiu nem fazer o melhor, tivemos uma campanha bem abaixo devido a má administração do clube, falta de pagamento... Isso, também, acaba tendo um peso maior nas partidas. A equipe foi rebaixada com uma campanha bem abaixo, mas como você avalia a tua experiência em Portugal? Eu esperava ter mais sequência de jogos em Portugal, mas como disse, a administração do clube era muito abaixo, teve muitos problemas com salário em atraso, mudança de treinador, jogadores botando o clube na justiça por falta de pagamento e tendo que repor com jogador do sub-23. Uma experiência que era para ser muito mais positiva, acabou que foi muito mais frustrante, devido a esses tamanhos problemas que a gente teve. Então

16

aconteceu muita coisa em curto tempo, mas no geral fica o aprendizado, ficou a experiência de um campeonato muito bom, que te dá oportunidade de estar galgando coisas melhores. Está na porta da Europa. Primeiro você passa em Portugal e depois busca outros países de porte de linha. Pela primeira vez, você engata duas equipes seguidas fora do Brasil, dessa vez, atuando no Al-Fahaheel, do Kuwait. Como está sendo o início da passagem? O clube acabou de retornar à primeira divisão. O foco foi a manutenção no escalão? Exatamente! Engatando um segundo projeto fora do Brasil, sem regressar futebol brasileiro. É um país novo para mim, que se encontra no Mundo Árabe. Eu conhecia muito pouco, estou conhecendo bem mais estando aqui. O clube me deu e está me dando todo suporte possível. A gente conseguiu a manutenção na primeira divisão, que era o objetivo do clube e isso me deixou muito feliz, porque eu estava precisando encarar um novo projeto e ser concluído positivamente. Isso me deixa com mais fôlego para buscar coisas melhores aqui no país. É um país muito tranquilo,


Independente se tem uma rixa entre brasileiros e portugueses - pelo menos no Desportivo Aves, a equipe que eu atuei, tinha isso e tinha muito.

17


todos querendo ajudar no que você estiver precisando. Então assim, esse início está sendo muito positivo para mim. Dos quatro países que passou, qual o futebol se assemelha mais ao jogado no Brasil se tratando de estilo ou tática? Dos quatros países que eu já passei, o que mais se assemelha ao Brasil é Portugal. É futebol bem tático e dinâmico. Eu digo que até mais dinâmico que o futebol brasileiro, é basicamente estilo que o Jorge Jesus utilizou no Flamengo: perdepressiona, não tem muito tempo para você respirar, é a intensidade. Acho que o futebol português, sem dúvida nenhuma, é o que mais é parecido com o futebol brasileiro. O futebol brasileiro é muito mais técnico, mas de intensidade, eu acho que o futebol português ganha. Qual o seu objetivo no futebol: se estabilizar em uma carreira internacional ou no Brasil? Hoje, o objetivo maior é se estabilizar em uma carreira internacional, até porque eu me encontro em um continente que ele te dá essa oportunidade, essa visão em longo prazo. Eu aqui, tranquilo, fazendo meu melhor, eu consigo alcançar coisas melhores por aqui e que me dê uma estabilidade maior no futuro. A estabilidade, eu tenho certeza de que hoje, para mim, se encontra fora do Brasil.

18


Uma palavra Seu ídolo no futebol? Patrick Vieira Um jogo inesquecível seu? Fluminense x Athletico, no Maracanã, quando consegui a minha renovação de contrato Melhor jogador com quem atuou? Darwin Quintero (Minnesota United) Melhor jogador que enfrentou? Wayne Rooney

Com quem sonha trabalhar? Fernando Diniz “novamente” Com quem gostaria de formar uma dupla ou trio de ataque? Adriano Imperador O futebol é... mágico A Eslováquia é... calmaria e café O EUA é... amazing O Portugal é... vinho e bacalhau O Kuwait é... trabalho e aposentadoria

19


APITO INICIAL

AS PALAVRAS DOS ACESSOS

20


Consistência, realidade, resiliência e persistência! Essas são as palavras que resumem as campanhas dos quatro ascendentes da Série D Você é capaz de acertar qual clube tem essas características? Confira nas próximas páginas para saber

L Marcos Freitas/Mirassol FC | Ronaldo Oliveira/Floresta EC

21


floresta

REALIDADE Em 2019, o Floresta perdeu o jogo do acesso. Depois disso, foi rebaixado no Cearense, mas se reencontrou na Série D para enfim tornar a Série C, a sua nova divisão

por RODRIGO CAVALCANTE produtor da Dom Bosco FM

22


A

Série C virou uma realidade para o Floresta. Depois de vencer o América de Natal no Castelão por 2 a 0 e segurar o empate em 1 a 1 na Arena das Dunas, o time da Vila Manoel Sátiro garantiu participação na terceira divisão do futebol brasileiro na temporada 2021. O distante sonho foi virando cada vez mais realidade com o Verdão da Vila terminando a fase de grupos na terceira posição do Grupo A3, com sete vitórias, cinco empates e duas derrotas. No mata-mata, a equipe passou por Itabaiana, Juventude Samas e, por último, despachou o Mecão. Depois de ótimas campanhas nos certames cearenses, onde já chegou a fases decisiva do estadual, conquistou a Copa Fares Lopes e a Taça dos Campeões Cearense, o ano de 2020 começou com o Verdão amargando o

L Ronaldo Oliveira/Floresta EC

rebaixamento no estadual. A diretoria teve a dura missão de estruturar o time durante a pandemia. Diferente de outros anos, a ideia de formatação do elenco foi um time jovem, não tão conhecido no cenário nacional, mesclando com a experiência de atletas como o volante Leanderson que se aposentou no decorrer do Brasileirão. O técnico Leston Junior fez um ótimo trabalho na organização da equipe. E aos poucos, sem ser muito notado, o Floresta usou o conhecimento de ter sido eliminado pelo Jacuipense em 2019 para chegar ao acesso. O ataque é o ponto forte do time treinado por Leston Júnior, com 33 gols em 20 partidas. Três jogadores se destacam individualmente na equipe e são responsáveis por 50% dos gols

23


marcados pelo time cearense na competição: os meias Deysinho (sete gols) e Renê (quatro gols); e o atacante Flávio Torres (seis gols). Mais do que a garantia de calendário, o acesso para o Floresta representa a solidificação do clube no cenário nacional. A temporada 2021 será de sentimentos antagônicos: a busca pelo retorno à divisão de elite a nível estadual e a manutenção da vaga entre os 60 melhores times do Brasil. Será muito importante que os dirigentes tenham noção que é preciso montar times com a cara das competições que serão disputadas. Não podemos esquecer que foi essa ideologia de montagem de grupo que levou o time da Vila a chegar a Série C. O acesso com o Floresta é o segundo da carreira de Leston Junior, que já subiu da Série C

24

para a Série B em 2015 com o Tupi. Para conseguir a vaga na Terceirona, o treinador acredita que o fator psicológico foi fundamental, principalmente depois que o Verdão tomou o gol do América no primeiro tempo. Para ele, o elenco deve comemorar bastante a conquista, sem deixar de ter no horizonte a possibilidade de conquistar o título da quarta divisão nacional. “Eram 64 clubes, quatro conquistaram o acesso. Os quatro têm o direito de sonhar. Ficar feliz, comemorar as conquistas, mas não perder o anseio de buscar mais. A gente só consegue dimensionar isso, mesmo eu que já tive uma conquista dessa, com o passar dos dias. O sentimento é de um orgulho muito grande, e o acesso é a consagração desse trabalho, trabalho feito com muitas mãos”, disse o comandante. Essa é a realidade do Floresta para 2021.


O CRAQUE

| DEYSINHO

retrospecto NO BRASILEIRÃO 95

96

97

98

99

00

01

02

03

04

05

06

07

08

09

10

11

12

13

14

15

16

17

18

19

20

D

D

flor L Ronaldo Oliveira/Floresta EC

25


altos

PERSISTÊNCIA Jovem, mas gigante desde seu início, com um futebol envolvente, o Altos carimba sua vaga na Série C e reacende uma chama de esperança para o futebol piauiense

por ABEL ANGELIM e FELIPE SOARES editores do Almanaque Cajuína

26


F

undado em 2013, a Associação Atlética de Altos, é um dos clubes mais novos do futebol piauiense. Contudo, apesar da juventude da camisa, o time da cidade da Manga sempre atuou como um veterano dentro de campo. Para chegar à Série C do Brasileirão, o Altos começou essa caminhada lá em 2015, ano em que se profissionalizou e mostrou logo a que veio, com a conquista da Segunda Divisão do Campeonato Piauiense, e a vaga na elite estadual. Depois disso, o clube não ficou de fora do pódio da Primeira Divisão em nenhum ano, sagrando-se campeão em 2017 e 2018. Além dos feitos a nível estadual, o Jacaré coleciona boas participações no Nordestão e Copa do Brasil, onde avançou de fase em duas edições (2017 e 2018). A primeira participação na Série D aconteceu em 2016, após garantir a vaga com o vice-campeonato estadual. Começava ali uma saga de cinco tentativas para chegar a terceirona nacional. Em um estado isolado de seus vizinhos - todos eles com clubes

L ASCOM/AA Altos

nas três primeiras divisões do país, o Piauí se acostumou a ter como representante na luta para chegar ao Clube dos 60, a equipe da Cidade da Manga. Ora com River, ora com 04 de Julho, mas com presença constante do Jacaré. Se viu em 2015, em seu primeiro ano profissional, o River ascender com um futebol objetivo, o Altos traçou sua própria história. Jovem na fundação, viu-se em processo de amadurecimento com a bagagem de tantos atletas experientes: Carlinhos Bala, Esquerdinha, Eduardo… e claro, Manoel. No comando, a mesma receita: Paulinho Kobayashi, Francisco Diá, Ruy Scarpino e Oliveira Canindé pavimentaram o caminho para o tão sonhado acesso. Com alguns erros também, é verdade: Leandro Campos (2x), Estevam Soares e Waldemar Lemos pouco somaram, mas deixaram ensinamentos valiosos com suas respectivas saídas: apesar da pouca idade, há uma identidade. E assim foi traçado o perfil para a contratação de Fernando Tonet.

27


A trajetória avassaladora na primeira parte do Piauiense 2020, com o melhor futebol apresentado, e a ótima exibição contra o Vasco, no empate em 1 a 1 pela Copa do Brasil davam indícios de que a equipe havia superado o desastroso ano de 2019. Na pandemia, a consolidação de um projeto bem executado e a contratação de nomes essenciais. Sem Dos Santos, Juninho Arcanjo e Manoel o acesso poderia vir, mas sem o mesmo encanto. Se na fase de grupos pegara equipes teoricamente mais vulneráveis, fez o dever de casa: classificou-se com autoridade, e selou a vaga para a fase seguinte em pleno clássico diante do RiverPI. Na trilha do mata-mata, venceu em ambos jogos o Rio Branco-AC. O “jogo do acesso antecipado”, contra o Salgueiro, era a prova de fogo. Não venceu nos 180 minutos, mas convenceu e foi preciso nos pênaltis, carimbando a classificação para o duelo do acesso, que simbolizava um abraço coletivo piauiense. O centenário Marcílio

28

Dias era o adversário, mas não há experiência que impeça a união de um povo para ver seu futebol adiante no cenário brasileiro. Clube-empresa? Time de prefeitura? Sim. Mas quem negará a paixão de cada altoense? É a emancipação esportiva de uma cidade que vive à sombra da capital. Aos trancos, barrancos, postes, escadas… a persistência de quem sonha é a maior alegria que o Altos pôde dar à sua torcida, tão presente, que se viu longe do estádio por conta da pandemia. A trajetória na temporada 2021 projeta uma Série C complicada. Falta de tradição, dificuldade para arranjar patrocinadores em meio a uma pandemia e assédio sobre os atuais jogadores e comissão técnica podem atrapalhar a vida do Altos na terceirona. Porém, a casca obtida ao longo de cinco participações no Brasileiro Série D, com quatro mata-matas na bagagem, e uma escolha acertada do elenco podem ser o diferencial para o sucesso do Jacaré na competição.


O CRAQUE

| MANOEL

retrospecto NO BRASILEIRÃO 95

96

97

98

99

00

01

02

03

04

05

06

07

08

09

10

11

12

13

14

15

16

17

18

19

20

D

D

D

D

D

alto L Divulgação/Cidade Verde

29


mirassol

RESILIÊNCIA O elenco do Mirassol foi uma prova de competência: o que conquistou o acesso foi o terceiro diferente para a temporada. Deu certo e com Eduardo Baptista no comando

por FELIPE AUGUSTO editor da Revista Série Z

30


O

título desse texto é uma palavra que está em voga nos últimos anos. A resiliência significa se manter da mesma maneira após sofrer algum tipo de deformação. Esse é o Mirassol na temporada 2020, que chegou na Série D com um terceiro elenco diferente. A equipe formou um primeiro plantel para o início do Paulista, mas veio a pandemia e o time teve que ser refeito para a épica classificação no Estadual contra o São Paulo. Daquele time titular, sete jogadores saíram e um novo time foi feito para a a quarta divisão. No período sem jogos, a grande contratação foi o técnico: Eduardo Baptista. A notícia pegou todos de surpresa, por se tratar de um treinador com histórico, currículo e capacidade para estar na Série A ou B. Essa chegada fez crescer os olhos para cima do Mirassol: algo bom estava sendo feito no Leão da Alta Araraquarense. “A estrutura daqui está a frente de muitas equipes da Série B e compete com muitos times da Série A. É um lugar, que para mim, que gosta de trabalhar, de acompanhar a base, é uma Disneylândia. Ficamos o dia inteiro desenvolvendo ideias, trabalhando

L ASCOM/Mirassol FC

atletas e isso é o que atraiu. E principalmente pela gestão, que meu deu a possibilidade de desenhar o planejamento e cumpri-lo até o final. Graças a Deus, rapidamente, nós conseguimos um excelente resultado, mas ainda é o início do projeto”, afirma Eduardo Baptista. O elenco na Série D foi jovem, com poucos nomes acima dos 25 anos, como o zagueiro Heitor (30) e o meia Cássio Gabriel (27). O final da primeira fase da Série C fez com que o clube visse a oportunidade de aumentar a experiência, com a chegada do atacante João Carlos (33) e o armador Rafael Tavares (29), aproveitando-se para criar um elenco para a disputa estadual de 2021. Quem “comandou” o time foram os mais jovens, incluindo quatro jogadores da base: o lateral-direito Vinicius Baracioli (20), os zagueiros Danilo Boza (22) e Patrick (26) e o volante Eduardo (19). Desse quarteto, três entraram na partida (Patrick estava na Ferroviária) contra o São Paulo, um dos grandes feitos da história do clube. Junto a esses, o lateral-esquerdo Moraes (22), o volante Alisson (23), o meia João Arthur (18) e o atacante

31


Netto (22) estiveram nesta partida e permaneceram. Eduardo Baptista teve o trabalho de fazer a terceira equipe mirassolense no ano. O acesso, o faz ressiginificar coisas que havia perdido com as últimas campanhas recentes. “Eu tive uma última passagem pelo CSA antes de vir para cá. A gente construiu um trabalho muito bom. A gente participou desse planejamento, mas no início do campeonato, o clube foi o primeiro a ter um surto de Covid-19. Nós perdemos 22 jogadores em uma semana, ficamos treinando com quatro atletas por dez dias, logo em seguida tivemos que voltar a jogar e, lógico, que os resultados não vieram. Acabou sendo analisado muito o resultado, mas ninguém olhou a razão daquilo estar acontecendo. Então, quando eu saí do CSA, eu saí um pouco desiludido com isso. Eu queria um planejamento, um clube que me desse um respaldo, uma estrutura e eu encontrei na proposta do Mirassol. Eu fico muito feliz, pois a cada dia que passo aqui, eu tenho certeza da minha escolha”. Entre os ascendentes, o auriverde é o que teve os adversários mais duros: o Caxias, quadrifinalista da Série D por duas vezes; o Brasiliense, um dos

32

grandes favoritos ao acesso nessa edição, e a Aparecidense, o melhor ataque da até a fase decisiva. As fases de matamata serviram para que a equipe se colocasse como favorita, pois mesmo com a classificação tranquila na primeira etapa, o time demonstrava que podia mais e não se colocava como apta à essa conquista, que poderia ter vindo lá em 2011, quando perdeu o jogo de acesso para o Oeste. Até mesmo a vaga para a edição 2020 foi uma prova de resiliência, pois veio apenas com a inaptidão do Red Bull Brasil (que assumiu o Bragantino) e o acesso o Ituano em 2019. Com um elenco que conta com dois jogadores que tinham conquistado um acesso na Série D em outras edições, Heitor e Lucas Silva (ambos em 2014 com o Tombense); jovens formados na base ou com experiência no futebol paulista; uma pitada de experiência e o dedo de um treinador de elite, o Mirassol conquistou o acesso e se coloca como projeto sólido para as temporadas que se avistam. Resiliente ou não, o projeto é o que passará a sobressair se tudo continuar nesses trilhos para o único ascendente da Série D 2020 que disputou a Série C anteriormente, em 1995 e 2008.


O CRAQUE

| VINÍCIUS BARACIOLI

retrospecto NO BRASILEIRÃO 95

96

97

98

99

00

01

02

03

04

05

06

07

08

09

10

11

12

13

14

15

16

17

18

19

20

C

D

D

D

C D

D

mira L ASCOM/Mirassol FC

33


novorizontino

CONSISTĂŠNCIA Com poucos gols (na primeira fase) ou muitos gols (dentro de casa no mata-mata), o Tigre demonstrava que era muito forte e candidato ao acesso

por SÉRGIO OLIVEIRA editor da FATV

34


E

novamente a cidade de Novo Horizonte está em festa. Trinta anos depois da histórica final caipira do Paulistão de 1990, a cidade volta sentir o gosto de ter um time professional fazendo boa campanha e se destacando. O atual Grêmio não é o mesmo que revelou Márcio Santos, Odair Patriarca e Luis Carlos Goiano, mas o apoio da cidade continua grande e festejou o acesso de uma equipe organizada que se preparou para o momento que vive e teve um ano bastante consistente. Pré-pandemia, uma campanha boa no paulistão, brigando de igual para igual em um grupo complicado que tinha o milionário Palmeiras e a sensação do campeo-nato, o Santo André. Até que tudo parou, e o Tigre soube lidar muito bem com a

L Lucas Valéo/Grêmio Novorizontino

pandemia. Com boas e criativas ideias foi a equipe do interior paulista que melhor enfrentou a crise. Apesar da quinta colocação geral, a classificação para o matamata do Paulistão não veio. Ao invés de deixar a terra arrasada e reformular todo o elenco, a direto-ria preferiu manter a maioria de seus titulares que formavam a espinha dorsal do time, manteve também o treinador Roberto Fonseca e com uma equipe entrosada dominou a Série D. Treze vitórias, cinco empates e apenas duas derrotas nos vinte jogos que disputou até a semifinal. No grupo 8 foi domínio total. Um grupo que até parecia complicado e não foi, o que gerou certa dúvida na real força do Tigre para o mata-mata, pois

35


ao mesmo tempo que o time tinha a melhor defesa, marcava poucos gols. Foi no jogo de volta contra o Cascavel, na segunda fase da competição que o Ti-gre colocou as garras de fora e goleou por 3x0 dentro de casa. Depois, contra o Goiânia um jogo tranquilo no Centro-Oeste e outra goleada dentro de casa. Um 4x0 arrasador, naquela que foi a melhor partida da equipe no campeonato. Na decisão contra o Fast Clube, o Tigre chegou empolgado e foi bem nos dois jogos. Vitória por 1x0 na Amazônia e outra goleada em casa por 3x0 jogando bem. “Desde o começo, nós sentimos que o grupo comprou a ideia do acesso, focamos nisso.

36

Colocamos como meta fazer uma campanha consistente, e conseguir o acesso, e foi o que fizemos. Somos a equipe que mais pontuou na competição. Então, foi uma equipe competitiva e madura, que sabia o que queria”, afirmou Roberto Fonseca, em entrevista ao site do clube após a garantida da ascensão O Tigre conquista um acesso merecido, de uma equipe que se conhece bem e joga junto faz tempo. Jogadores com duas, três temporadas seguidas no clube e um treinador que sabe montar times consistentes, começando pela defesa forte e ataque rápido. O Grêmio Novorizontino chegou para ficar, deve se firmar na série C e brigar por coisas maiores no futuro.


O CRAQUE

| CLÉO SILVA

retrospecto NO BRASILEIRÃO 95

96

97

98

99

00

01

02

03

04

05

06

07

08

09

10

11

12

13

14

15

16

17

18

19

20

D

D

D

novr L Maria Paula Laguna/Grêmio Novorizontino

37


CONTEXTO

O Lado b do

futebol

feminino nacional Se mesmo com a pandemia, estados como São Paulo, Rio Grande do Sul, Paraíba e Minas Gerais tiveram competição estadual e final transmitida em TV aberta ou fechada, outros cinco estados não viram a bola rola nos regionais da modalidade

38


E

m 2019, o futebol feminino viveu um ápice, com a melhor Copa do Mundo Feminina já vista, com consequência no aumento do número de patrocinadores do Brasileirão Feminino e o aumento de mulheres em funções importantes da mídia televisiva e audiovisual online, com narradoras e comentaristas sendo mais presentes do que nunca nas telas. Para 2020, a expectativa é que esse reflexo começasse a ser visto na maioria dos estados, assim como foi em São Paulo, com o grande trabalho de Aline Pellegrino no comando do futebol feminino paulista, o principal nome do futebol brasileiro na categoria que for quando o assunto é gestão do futebol. Porém, havia uma pandemia no meio do caminho, com muitos campeonatos de base sendo cancelados e o feminino sofrendo do mesmo caso. Cabe frisar que em alguns estados,

mesmo com essa questão, houve algo muito favorável com transmissão das finais estaduais em TV aberta (Gaúcho, Paraibano e Mineiro) e no SporTV (Paulista). Se as competições profissionais masculinas e até algumas de base do mesmo naipe foram disputadas, as mulheres em alguns estados convivem com o cancelamento ou a indefinição dos estaduais, o que abrirá uma nova forma de classificação para a Série A2 2021. O primeiro estado que demonstrou algo do tipo foi a Federação Piauiense de Futebol, que em dezembro confirmou que não realizaria o Campeonato Estadual Feminino alegando falta de datas e a situação financeira dos clubes. Dessa maneira, iria comunicar a CBF tal situação e que o Tiradentes, melhor clube do estado no Ranking Nacional Feminino de Clubes, seria indicado para a vaga nacional.

39


Essa atitude do Piauí deve ser a mesma de outras quatro federações estaduais que confirmaram oficialmente que não realizarão o campeonato estadual feminino: Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro e Paraná. Dessas, a única que demonstrou interesse na realização foi a do Mato Grosso, pois o Mixto quis participar, mas foi o único. Essa atitude levará o Operário Ltda pelo ranking à Série A2, pois é o melhor clube do estado. No Rio de Janeiro, a situação de não realizar um torneio em 2020 fez com que clubes organizassem um campeonato não-oficial, a chamada Taça Pretinha, da União de Clubes de Futebol Feminino do Rio de Janeiro (Unifoot), que contou com oito clubes: Águia de Teresópolis, Grêmio Semeador, Liga Mageense, Nova Aliança, Pérolas Negras, Portuguesa, Tomazinho e Tupy. O campeão foi o Pérolas Negras para cima da Portuguesa. Como visto, os mais tradicionais não disputaram a competição, pois tinham calendário na Série A1 (Flamengo) ou A2 (Botafogo - que subiu - Vasco e

40

Fluminense). As boas participações de cinco anos atrás podem devolver o Duque de Caxias para o cenário nacional, pois está à frente do Cruzmaltino e Tricolor no ranking. Para o Rio seria pertinente fazer isso para ter três vagas na próxima edição da segunda divisão, pois a dupla supracitada deve ganhar vaga pelo Ranking Masculino. Essa pertinência é conivente para a Federação Paranaense de Futebol, também, que em novembro divulgou o cancelamento do certame regional. Assim, duas equipes terão vaga na próxima edição: o Foz Cataratas pelo ranking feminino e o Athletico com uma das cinco vagas ocupadas por clubes mais bem colocados do masculino. No Mato Grosso do Sul, estado que ficou sem o certame ser disputado recentemente, a pandemia foi a justificativa para o cancelamento de várias competições, incluindo o Feminino. No meio de novembro passado, a Federação de Futebol do Mato Grosso do Sul divulgou documento alegando questões de “capacidade técnica e financeira” dos


Pretinha, histórica jogadora do futebol brasileiro, foi a homenageada pela competição alternativa. Ela, inclusive, foi quem entregou a taça de campeã para a equipe do Pérolas Negras | Foto: ASCOM/Pérolas Negras

41


O Tiradentes, tradicional clube da modalidade no Brasil, quase conquistou o retorno à primeira divisão. Falhou, mas tem garantia de calendário para 2021 com a indicação da federação local para a próxima edição | Foto: Divulgação/GP1

Em 2019, o Athletico firmou parceria com o Foz Cataratas, mas resolveu ser independente em 2020. A expectativa era, de além, de disputar o Brasileiro Feminino Série A2, ter o Estadual, mas que não será realizado. Pelo desempenho do time masculino, a primeira vaga desse lote será das meninas do CAP | Foto: Cahuê Miranda/ CAP

42


clubes. Se o ranking for utilizado, o Comercial tem direito a vaga, pois a SERC, que disputou a Série A2 2020 ainda não conseguiu passá-la.

Os estados definidos e “indefinidos” Das 27 federações estaduais, apenas oito finalizaram os campeonatos femininos da temporada 2020: Amapá, Pará, Rondônia, Paraíba, Distrito Federal, Minas Gerais, São Paulo e Rio Grande do Sul. Amazonas e Pernambuco estão com disputa em andamento no fechamento desse texto. No Ceará, a competição se iniciaria em 7 de janeiro, mas teve início alterado, sem definição até essa edição ser concluída. Maranhão, Rio Grande do Norte, Goiás e Acre previam a competição já no final de 2020, mas sem período definido. É necessário lembrar que os estados que pretendem fechar um campeonato como qualificatório para a Série A2 tem até o dia 28 de

março, pois menos de dois meses depois, se inicia a edição 2021. A situação de Roraima, Tocantins, Alagoas, Bahia, Sergipe, Espírito Santo e Santa Catarina foi conferida pela reportagem, pois se trata de federação com nenhuma informação oficial ou apurada. Roraima e Santa Catarina têm previsão de competição em fevereiro. A federação tocantinense e a sergipana confirmaram a disputa do Estadual Feminino 2021 para maio, mas que servirá apenas como qualificatório para 2022, mas não tivemos informação sobre o representante da edição do segundo nível desse ano. Do Espírito Santo ainda não houve uma resolução e esperariam o fim do recesso na federação local para definir se haverá ou não. Não obtivemos respostas de Alagoas e Bahia. Em 2021, a esperança é que as coisas voltem aos trilhos em todos os estados para que as mulheres continuem ganhando mais espaço no futebol.

43


LADO B

A RETOMADA BELGA b

e 44

O que você sabe sobre a segunda divisão da Bélgica, a Proximus League? A elite do futebol do país vive um bom momento recente, onde o campeão sempre tem vaga garantida na fase de grupos da Champions League e boas participações nas competições europeias. O segundo nível nacional tem algumas características que se assemelham com o campeonato onde sete das oito equipes (o Club Brugge tem um time B na divisão) buscam estar: a presença de muitos franceses e africanos. Porém, nenhum deles teve algum destaque no futebol, mas seis jogadores merecem estar nessa lista, seja por passagem na seleção belga, a característica física, um participante de Copa América e três brasileiros, sendo dois jovens e um experiente no país...


RENATO NETO Deinze

29 anos | Volante L-

Para quem acompanha o Campeonato Belga, ver a presença de Renato Neto na segunda divisão nacional causa muita estranheza. Nascido em Camacan (BA), ele nunca jogou profissionalmente no Brasil, pois foi formado no Sporting. A carreira na Bélgica começou em 2010 no Cercle Brugge, mas foi em 2013, atuando no Gent, que ele se tornou um dos principais jogadores da liga local. O ápice foi a conquista do campeonato nacional em 2014/15, único título dos Bufalos. Em 2017, quase acertou com o Brighton, mas uma grave lesão no joelho prejudicou sua carreira, onde recomeça no Deinze.

45


RONALD VARGAS Deinze

34 anos | Meio-campo 46

Companheiro de Renato no Deinze, Ronald Vargas teve ótimos seis anos no futebol belga entre 2008 e 2014, com três anos, cada, de Brugge e Anderlecht, onde conquistou três títulos nacionais. Venezuelano, ele participou da Copa América em 2015, quando participou das três partidas da campanha, incluindo um encontro contra o Brasil. A experiência no Deinze é a primeira na segunda divisão belga.


SÉBASTIEN POCOGNOLI Union St. Gilloise

33 anos | Lateral

Não que Pocognoli seja o jogador belga mais conhecido dos últimos anos, mas vê-lo na segunda divisão é totalmente estranho, sim, pois tem bola para estar na Jupiler League. O que causa mais estranheza é que essa é a segunda temporada no Union St. Gilloise. O lateral foi formado no Genk, de onde saiu para ser campeão holandês com o AZ Alkmaar. Importante na conquista, chegou a voltar para a Bélgica para defender o Standard Liège, mas logo saiu para o Hannover e depois West Brom. Foi a melhor fase da carreira até retornar a Liège, antes de chegar no candidato ao acesso da atual temporada.

47


KRISTOF VAN HOUT Westerlo

33 anos | Goleiro 48

O goleiro mais alto do mundo! É por isso que ele está na lista. Van Hout tem incríveis 2,08 metros e sempre chamou mais atenção pela altura do que pelo futebol. Ele não é mau goleiro, mas não se destacou a ponto de ter uma carreira com muitas partidas na primeira divisão belga. Suas melhores temporadas foram em 2010/11 pelo Kortrij e em 2012/13 pelo Genk. Em 2014, ele foi contratado para a primeira disputa da Indian SuperLeague como um chamariz, onde foi titular do Delhi Dynamos. Está há seis temporadas no Westerlo.


CAIO ROQUE e VINICIUS SOUZA Lommel SK

18 e 21 anos | Lateral e volante

O Lommel é mais um clube que faz parte do conglomerado da City Football Group, que comanda o Manchester City e vários clubes pelo mundo. A equipe foi comprada em maio de 2020. O foco do elenco é a aposta em jovens jogadores. Dois desses são Caio Roque e Vinícius Souza, dupla que foi vendida pelo Flamengo por 2,5 e 1,5 milhões de euros. Apenas Vinicius teve passagem pelo time profissional onde fez oito partidas.

49


BOLA DE CAPOTÃO

O TRIO DE 1982 EM MALATYA Você sabia que Serginho Chulapa, Carlos e Éder Aleixo jogaram juntos? Pela seleção, sim, mas a pergunta é mais sobre a passagem deles pela Turquia para jogar pelo Malatyaspor no melhor momento do clube até então

50


1988 | MALATYASPOR

V

amos fantasiar: escanteio para uma seleção sulamericana, adversária do Brasil. A bola vai para a área e Carlos sai da meta para ficar com a posse. Sem pestanejar, ele lança a bola na ponta esquerda, onde Éder Aleixo domina, sai em disparada e no meio, encontra Serginho Chulapa para anotar um gol. Não temos ideia se esse lance ocorreu em alguma partida, mas o que chama atenção é que isso poderia ocorrer em um clube, também. Em 1988, após o auge de suas carreiras, os três embarcaram para uma aventura: defender o Malatyaspor, da Turquia. O trio que participou do elenco da mágica seleção de 1982 chegou a equipe, por meio do presidente Nurettin Güven, que assumiu a gestão do clube no final da temporada 1987/88, a melhor da história da equipe, quando terminou no 3º lugar e teve a façanha de se tornar o primeiro clube turco a vencer os três

gigantes na mesma temporada. Carlos era goleiro do Corinthians por quatro anos; Éder estava fora do Brasil, onde defendeu o Cerro Porteño e Serginho Chulapa estava na terceira passagem pelo Santos, sendo que teve duas experiências no exterior antes da Turquia, onde jogou em Portugal e Egito. Na época, a Turquia focava os nomes internacionais vindos da Iugoslávia e Alemanha, com brasileiros sendo difíceis de se transferir ao país devido a logística e custo financeiro. A contratação de três estrangeiros foi feita em meio ao regulamento da competição que previa que apenas dois jogadores desse tipo poderiam atuar, ou seja, um brasileiro seria reserva. A cronologia da passagem do trio juntos, segundo Bülent Korkmaz, do MalatyaHaber, teve oito dias. Em 20 de julho de 1988, as contratações de Éder e Serginho são anunciadas pelo clube. Dois dias depois,

mal L Facebook/Malatyaspor SK

51


a dupla encontra Carlos em Istambul e disputa um amistoso contra o Boluspor, onde os dois atacantes atuam por 17 minutos. A empolgação da torcida contrastava com as manchetes vindas de Istambul, que puxavam a corda para o trio de ferro e relataram que o regulamento não permitia três estrangeiros entre os 11 jogadores em campo. No dia seguinte ao jogo preparatório, Ramazan Kölük, arbitro nascido em Malatya confirmou a informação do regulamento. Cinco dias depois do balde de água fria, a equipe entra com recurso para mudar as regras. Ainda sem resposta, o Malatyaspor volta a enfrentar o Boluspor em um amistoso no dia 29 de julho, com os três brasileiros, com gol de Serginho após jogada de Éder. No dia seguinte, a ilusão tomou conta: Éder retornou ao Brasil após saber por um advogado que não seria possível que os três atuassem juntos. A ideia era que

52

voltasse, mas não voltou. Ainda em 1988, ele volta a jogar no Atlético Mineiro. Carlos e Serginho Chulapa permaneceram em Malatya para uma temporada que se avistava histórica, com expectativa de título, mesmo sem Éder. Serginho teve uma temporada muito boa, com nove gols em 28 jogos, com o adendo de que há gols dessa passagem no Youtube. O atacante fez apenas uma temporada, retornando ao Santos em 1989, mas ficou marcado na história do clube, como um dos ídolos. O goleiro teve uma temporada e meia, mas sem registros de quantas partidas. Na temporada 1988/89, o Malatyaspor ficou com um modesto 12º lugar. A última participação do clube na primeira divisão (das 11 que teve) foi em 2006. O clube passou por uma grave crise financeira nos últimos e perdeu o posto de número 1 da cidade para o Yeni Malatyaspor, que está na SuperLig atualmente.

L Facebook/Malatyaspor SK


53


GUIA

GUIA - SEMIFINAL

CHILENO c h i ~l e QUARTA DIVISAO 2020 TERCERA DIVISIÓN A


A “SÉRIE D” CHILENA Tem jogador de seleção chilena que é dono de clube, nome que não aparece no escudo, a busca por um clássico regional e a tentativa de superar traumas. Essa é a Tercera División A, a quarta divisão chilena...

Q

uando buscávamos uma competição para ser parte dessa edição como guia, as opções não foram tantas, ainda mais pelo o que a pandemia provocou. Porém, o mesmo acontecimento fez possível que encontrássemos a Tercera División A, a quarta divisão do futebol chileno. Vejam só, a revista que traz o Guia da Série D desde 2016, agora faz um especial sobre uma “Série D” estrangeira. A única semelhança que encontramos com a nossa quarta divisão é o nível na pirâmide do futebol local. No Chile, o escalão é o primeiro amador, sendo que os clubes que sobem conseguem a (obrigação da) profissionalização e são apenas 12 clubes. Em contextos normais, a competição é disputada com todos se enfrentando, mas esse ano, foi suprimido, com três grupos com quatro equipes na primeira fase. As quatro equipes que chegam à semifinal e jogo do acesso não têm anos de história no futebol chileno. Das 12 equipes que começaram, o mais tradicional é o Lota Schwager, mas que se trata de uma dissidência. Os

semifinalistas têm passagem recente pela quinta divisão, incluindo o Rodelindo Román e Provincial Ranco, que foram promovidos na temporada 2019. O Rodelindo é um clube que ganhou destaque na mídia chilena recentemente por ter Arturo Vidal como dono. Do lado do Ranco, a equipe busca melhorar o histórico regional de Los Rios. A equipe com mais participações na divisão é o Limache, que busca, finalmente, conquistar o acesso que ficou perto em 2018 e 2019. Um projeto peculiar é o Municipal Santiago, que é financiado por um conselho de desenvolvimento da cidade. Dos quatro, apenas o Provincial Ranco não está invicto na competição e enfrentará o Limache, melhor campanha da competição. Na outra, o equilíbrio em pontos permeia, mas o Rodelindo tem a pressão pelo dono que tem, um projeto emergente que visa crescer muito mais nas próximas temporadas. Seja bem-vinda, Tercera División A, a Revista Série Z. E você que não conhece, também está convidado para essa viagem.

55


DEPORTES LIMACHE

CLUB DEPORTES LIMACHE FUNDAÇÃO

2012

CIDADE

Limache (Valparaíso) ALCUNHA

Tomate Mecânico REDES SOCIAIS

c/cdlimache d/cdlimache f/cdlimache

Chegou a hora

TÍTULOS

Chileno 5ª Divisão (2013-Clausura) TÉCNICO

Ítalo Pinochet

56

Nenhum dos postulantes ao acesso da edição 2020 da quarta divisão chilena tem tanta experiência no escalão como o Limache. Entre 2013 e 2017, o clube figurou da metade para baixo da tabela, mas isso mudou nas duas últimas edições quando a equipe quase conquistou o acesso: em 2018 ficou por dois pontos e na temporada passada por três. O formato diferente, devido a pandemia, pode fazer que se amenize os traumas recentes, pois parte do elenco foi mantido. A experiência, se tratando de participações, pode ser o diferencial de uma equipe que tem um foco claro: revelar jogadores. No Facebook, o clube apresenta que sua finalidade é “fomentar o desporto nos jovens” de Limache. O elenco é formado com jogadores até 23 anos, com destaque para o trio ofensivo Cid, Pérez e Silva, principais responsáveis pela melhor campanha e ataque da competição, com 22 pontos e 19 gols. Mesmo que o ataque tenha feito apenas dois gols no mata-mata, chegou a hora de subir.


2013

2014

2015

2016

2017

2018

2019

2020

TIME-BASE (4-3-3) ◉ Marcos González; ◉ ◉ ◉ ◉ R. Padilla, A. Herrera, F. Saavedra, J. Yañez; ◉ ◉ ◉ F. Astorga, J. Retamales, C. Vasquez; ◉ ◉ ◉ M. Perez, W. Cid e L. Silva (Hugo Toro)

MATÍAS PÉREZ

23 anos | Atacante Último clube: Trasandino - 2019 4x0

2x0

QUINTERO UNIDO

2x2

3x2

TRASANDINO

4x0

2x1

PROVINCIAL OVALLE

1x0

1x0

REAL SAN JOAQUÍN

24/01 31/01 PROVINCIAL RANCO

Wladimir Cid

23 anos | Atacante Último clube: General Velásquez - 2019

+ DESTAQUES Marcos González | 22 | Goleiro Abel Herrera | 22 | Zagueiro Fabian Astorga | 23 | Meia-atacante Javier Retamales | 23 | Volante Luis Silva | 23 | Atacante 1/2/3 ASCOM/Deportes Limache

GUSTAVO OCARANZA 3.000 pessoas

57


RODELINDO ROMÁN

CLUB SOCIAL Y DEPORTIVO RODELINDO ROMAN FUNDAÇÃO

16 de novembro de 1956 CIDADE

San Joaquín (Santiago) ALCUNHA

Os 11 Guerreiros do King REDES SOCIAIS

O time de Vidal

c/RodelindoRomanOficial d/rodelindoroman f/rodelindoroman TÍTULOS

Chileno 5ª Divisão (2019) TÉCNICO

Rodolfo Madrid

58

Entre os semifinalistas da Tercera División A, o Rodelindo Román é o clube mais velho, mas apenas recentemente que entrou de fato na busca da profissionalização. Essa mudança de três anos atrás tem nome famoso: Arturo Vidal, meio-campo chileno que atua na Internazionale e que é de San Joaquin, sede do clube. Mais do que isso, o clube alviverde é do bairro onde ele nasceu e começou a jogar futebol. Vidal assumiu a equipe quando atuava no Bayern Munique e, desde então, o faz presente nas redes sociais. A classificação para a terceira divisão chilena representaria o começo do profissionalismo da equipe que é cotada para ser a grande ascendente do futebol local nos próximos anos. O investimento é alto, incluindo um estádio que leva o nome do King, como é referenciado pelos torcedores. A ligação de Arturo com o Colo-Colo fez com que vários jogadores formados no clube estejam no elenco, como Rojas, Contreras, Malhue e Lagües, o que diferencia a equipes das outras.


2013

2014

2015

2016

-

-

-

-

2017

2018

2019

2020

-

TIME-BASE (4-2-3-1) ◉ Matías Burgos; ◉ ◉ ◉ ◉ B. Manque, A. Rojas, L. Aedo, L. Salazar; ◉ ◉ I. Muñoz, C. Contreras; ◉ ◉ ◉ J. Lagües, S. Gúzman e F. Bustos; ◉ D. Malhue

CARLOS CONTRERAS

25 anos | Volante Último clube: Deportes Valdivia - 2018 1x1

4x0

REAL SAN JOAQUÍN

2x0

4x1

LA PINTANA UNIDA

0x0

0x0

MUNICIPAL SANTIAGO

2x1

3x1

DEPORTES RENGO

24/01 31/01 MUNICIPAL SANTIAGO

Daniel Malhue

25 anos | Atacante Último clube: Deportes Temuco - 2018

+ DESTAQUES Matías Burgos | 23 | Goleiro Ángel Rojas | 23 | Zagueiro Fabián Bustos | 21 | Atacante Jorge Lagües | 23 | Meio-campo Byron Manque | 21 | Lateral 1 ASCOM/CSD Rodelindo Román | 2 Instagram/Carlos Contreras | 3 ASCOM/Deportes Temuco

ARTURO VIDAL

3.500 pessoas

59


PROVINCIAL RANCO

CLUB DEPORTIVO PROVINCIAL RANCO FUNDAÇÃO

29 de maio de 2008 CIDADE

La Unión (Los Rios) REDES SOCIAIS

c/provincialranco d/RancoProvincial f/provincialranco

Por Los Rios

TÉCNICO

Mauricio Benavides Uma das regiões do Chile com menos representantes históricos no futebol profissional é Los Rios, ao sul do país, onde fica La Unión, segunda maior cidade do local e sede do Ranco. A primeira é Valdívia, onde se encontra o Deportes Valdívia, que nesta temporada caiu para a terceira divisão, ou seja, podemos ter um clássico sendo formado na região com o confronto entre as duas maiores cidades. Entretanto, a missão do Provincial Ranco pode ser colocada como a mais complicada, devido a campanha que faz até chegar na semifinal. Se os adversários estão invictos, o “azul e amarelo” tem duas derrotas na competição e conseguiu a vaga nesta fase depois de derrotar a dissidência do tradicional Lota Schwager nas penalidades. Em uma competição com muitos jovens, o mais velho entre os semifinalistas tem apenas 27 anos, o meia Felipe Durán. Outro destaque é o goleiro Montecinos, que defendeu quatro cobranças e converteu uma na disputa das quartas.

60


2013

2014

2015

2016

-

-

-

-

2017

2018

2019

2020

-

TIME-BASE (4-3-3) ◉ Alonso Montecinos; ◉ ◉ ◉ ◉ J. Martínez, M. León, L. Rigazzi, V. Olivares; ◉ ◉ ◉ M. Jerez, B. Troncoso, F. Duran; ◉ ◉ ◉ I. Barrera, M. Martínez e José Matus

Alonso Montecinos 21 anos | Goleiro

Último clube: Lautaro de Buín - 2019 1x0

1x0

LOTA SCHWAGER

0x0

4x0

PILMAHUE

2x2

0x3

DEPORTES RENGO

0 x 1 2(2) x (1)1 LOTA SCHWAGER 24/01

31/01

DEPORTES LIMACHE

FELIPE DURÁN

27 anos | Meio-campo Último clube: Deportes Limache - 2019

+ DESTAQUES Bryan Troncoso | 20 | Volante Lautaro Rigazzi | 22 | Zagueiro Marcelo León | 25 | Zagueiro Vicente Olivares | 25 | Defensor José Matus | 24 | Atacante

CARLOS VOGEL

4.000 pessoas

61


MUNICIPAL SANTIAGO

CLUB MUNICIPAL SANTIAGO FUNDAÇÃO

2014

CIDADE

Santiago REDES SOCIAIS

c/MunicipalStgo f/santiagoclubmunicipal TÍTULOS

A quinta área

Chileno 5ª Divisão (2017) TÉCNICO

Jaime Escobar Por que mais um clube em Santiago, que tem 83 títulos de primeira divisão? Por que não tem o nome do clube no escudo? São algumas respostas que vamos responder. A fundação foi promovida por um dos conselheiros da Corporación de Desarrollo de Santiago, a Cordesan, sigla que está presente no escudo. Esse conselho é uma entidade privada que se propõe a discutir ações de desenvolvimento para Santiago, com iniciativas nas áreas urbanas, econômicas, sociais e culturais. A última foi o futebol, com foco em jovens da comunidade. Para ter ideia, em 2016, quando o time começou a ser formado, 100 atletas tentaram ingressar no time. Foram dois anos na quinta divisão, até chegar a disputa da Tercera División A, onde teve duas participações sem sustos, onde não lutou para subir e nem para cair. A campanha até aqui é invicta e o clube chega com um elenco mais experiente que o comum na divisão, com destaque para Pavez e Martinic, com 25 e 24 anos, respectivamente.

62


2013

2014

2015

2016

-

-

-

2017

2018

2019

2020

TIME-BASE (4-3-3) ◉ Andro Martinic; ◉ ◉ ◉ ◉ A. Fuenzalida, N. Pichulman, L. Maldonado,-------------------------B. Meza; ◉ ◉ ◉ A. Riveros, E. Millalén, C. González; ◉ ◉ ◉ R. Parada, L. Vargas e F. Pávez

FABIÁN PAVEZ

25 anos | Atacante Último clube: Deportes Santa Cruz - 2018 2x1

1x0

LA PINTANA UNIDA

4x2

1x1

REAL SAN JOAQUÍN

0x0

0x0

RODELINDO ROMÁN

0x0

3x0

PROVINCIAL OVALLE

24/01 31/01 RODELINDO ROMÁN

Andro Martinic

24 anos | Goleiro Último clube: Independiente Cauquenes - 2019

+ DESTAQUES Nicolás Pichulmán | 21 | Zagueiro Erick Millalen | 22 | Volante Bastian Meza | 23 | Lateral Rodrigo Parada | 23 | Atacante Aaron Fuenzalida | Lateral 1/2 ASCOM/Municipal Santiago | 3 ASCOM/CD Ferroviários

SAN RAMÓN

1.000 pessoas

63


OS PARTICIPANTES e o CAMINHO ao ACESSO

DEPORTES RENGO

LA PINTANA UNIDA

LOTA SCHWAGER

PILMAHUE

PROVINCIAL OVALLE

QUINTERO UNIDO

REAL SAN JOAQUÍN

TRASANDINO

GRUPO norte POS

CLUBES

P

1 c Deportes Limache 2 c Provincial Ovalle 3 ◼ Trasandino 4 ◼ Quintero Unido CLUBES

P

1 c Rodelindo Román 2 c Municipal Santiago 3 c Real San Joaquín 4 ◼ La Pintana Unida

0

2

LOTA SCHWAGER

1

1

16 10 7 1

GRUPO centro POS

PROVINCIAL RANCO

12 12 8 0

PROVINCIAL RANCO DEPORTES LIMACHE DEPORTES LIMACHE

1

1

REAL SAN JOAQUÍN

0

0

RODELINDO ROMÁN

2

3

DEPORTES RENGO

1

1

GRUPO sul POS

CLUBES

1 c Provincial Ranco 2 c Deportes Rengo 3 c Lota Schwager 4 ◼ Pilmahue

64

RODELINDO ROMÁN

P

11 8 7 7

MUNICIPAL SANTIAGO CIA MUNICIPAL SANTIAGO

0

3

PROVINCIAL OVALLE

0

0


OS CAMPEÕES da QUARTA DIVISÃO CHILENA 1983-2003: Tercera División B | 2004-2007: Associações regionais | 2008-: Tercera División A 1983

CHILECTRA 1987

MUNICIPAL LAS CONDES

1984

SOINCA BATA 1988

THOMAS BATA

1985

JUVENTUD O’HIGGINS 1989

UNIÓN VETERANA

1986

DEPORTES GASCO 1990

TRICOLOR MUNICIPAL

CONTEÚDO EXCLUSIVO 1991

CHIPRODAL DE GRANEROS 1995

DEPORTES SAN BERNARDO 1999

1992

TRASANDINO 1996

MALLOCO ATLÉTICO 2000

1993

JUVENTUD O’HIGGINS 1997

DEPORTIVO POLPAICO 2001

1994

LUIS MATTE LARRAÍN 1998

HOSANNA 2002

C.T.I.

MUNICIPAL NOGALES MELÓN

CONCON NATIONAL

DEPORTES QUILICURA

2003

2009

2010

2011

Por R$18, você adquire o eBook da revista, com acesso a esse conteúdo exclusivo. Para comprar, clique em qualquer ponto dessa página

DEPORTIVO FERROVIARIOS

MUNICIPAL LA PINTANA

UNIÓN SANTA MARIA

DEPORTES LINARES

2012

2013

2014

2015

TRASANDINO

FERNÁNDEZ VIAL

COLCHAGUA

INDEPENDIENTE DE CAUQUENES

2016

2017

2018

2019

PROVINCIAL OSORNO

GENERAL VELÁSQUEZ

LAUTARO DE BUIN

DEPORTES LINARES

65


LANÇAMENTO

2021 66


O QUE TERĂ DE NOVO EM 2021? As novidades do futebol mundial sĂŁo oito, segundo a nossa pesquisa. Confira quais torneios retornam ou estreiam na temporada que se avista

67


20 A

pandemia não acabou; a vacina ainda não alcançou todas as partes do mundo e a temporada 2020 ainda não terminou no futebol brasileiro e em outros lugares do planeta. Porém, contudo, todavia, o ano virou e 2021 começou, ao menos, no calendário, com a promessa de novas competições no Brasil e no mundo (ou adaptações). Essa é a viagem que vamos fazer para conhecer oito competições novas que esse ano nos trará, incluindo duas competições brasileiras, três continentais e outras três divisões nacionais.

A (possível) volta da Copa Pernambucano à pirâmide estadual

Quando o regulamento do Campeonato Pernambucano Série A2 foi divulgado, a FPF revelou a volta da chamada Copa Pernambuco, como terceira divisão do estado. Das 13 equipes participantes, três foram

68

rebaixadas para a edição 2021 após um hiato de 19 anos, com a queda de 1º de Maio, Cabense e Timbaúba. A competição foi fundada como uma liga amadora de seleções municipais em 1996 até que passou a ser parte do sistema com a chance de profissionalizar os finalistas da edição em 1998. O último campeão foi o Vera Cruz, de Vitória de Santo Antão, em 2002. Muitas equipes alternativas devem ter a chance de voltar para a disputa.

A quinta divisão carioca

A remodelação do futebol do Rio de Janeiro provocará a criação de uma quinta divisão, o Carioca Série C, denominação do antigo quarto nível. As primeiras quatro divisões terão 12 clubes, enquanto a nova última divisão será livre, com direito a cinco clubes da Série B2 2020, incluindo o Itaboraí, que desistiu da disputa e estará na competição, desde que não desista.


021 O Timbaúba é um dos três clubes rebaixados para a nova competição pernambucana | Foto: ASCOM/Timbaúba FC

Sem calendário em 2020 devido a pandemia, o Teresópolis é um dos clubes que se retornar em 2021, terá que voltar a partir da quinta divisão carioca | Foto: ASCOM/ Teresópolis FC

69


20 Sem campeonato nacional feminino em 2020 devido a pandemia, o Rivers Angels, da Nigéria, foi o último vencedor da liga nacional | Foto: Divulgação/Goal Nigeria

O Nauti FC é uma das novidades confirmadas das três novas nações que farão parte da Liga dos Campeões da Oceania

70


021 O futebol feminino da África ganha um continental

Um novo trio de nações na Liga dos Campeões da Oceania

Em junho de 2020, a Confederação Africana de Futebol divulgou a criação da Liga dos Campeões da África Feminina, a quarta competição continental da modalidade. Em setembro, a entidade divulgou como será o formato do torneio, que será realizado no segundo semestre de 2021. Serão oito clubes na disputa, com cada federação regional organizando uma eliminatória para definir seis representantes. As outras duas vagas serão destinadas ao paíssede, pois será sazonal, e ao vicecampeão regional do anfitrião. As oito equipes serão divididas em dois grupos com quatro, com semifinal e final em jogo único. Estamos muito ansiosos por essa nova disputa.

Com a edição cancelada em 2020, a Oceania Champions League terá uma novidade nesta temporada, com a entrada dos campeões de Kiribati, Niue e Tuvalu, que são filiados apenas a Confederação de Futebol da Oceania. A competição que geralmente começa no início do ano será disputada a partir de julho. Das três novas ligas, apenas Tuvalu tem representante definido: o Nauti FC, que conquistou a liga nacional pela 24ª vez. As três novidades se juntarão aos representantes de Samoa Americana, Ilhas Cook, Samoa e Tonga.

71


20 UEFA Conference League: a nova competição europeia

Quando foi anunciado um novo torneio para o futebol da Europa, a expectativa para a competição era maior que a atual. Conforme escrevemos na edição #21 (clique abaixo), acreditávamos que a competição daria prioridade para que todas as federações nacionais tivessem um representante em fases de grupo de uma das três competições, mas não será assim. As grandes ligas europeias terão, ao menos, um clube na competição. As equipes dos países periféricos não terão mais chance de classificação para a Liga Europa, pois entrarão nas preliminares da Conference League. Os mata-matas terão duas fases distintas. Na primeira, os segundos colocados da fase de grupos da Conferência enfrentarão os terceiros da Liga Europa. Quem passar,

72

os confrontos serão contra os líderes da primeira fase da Liga da Conferência. A final será em 22 de maio de 2022 na Arena Kombëtare, em Tirana.

A nova terceira divisão de Portugal

Atualmente, o chamado Campeonato de Portugal é a terceira divisão do futebol local que começou a ser disputada em 2013. Para a temporada 2021/22, a federação local resolveu, novamente, remodelar a pirâmide, com a criação da Terceira Liga, que terá 24 clubes, sendo 22 garantidos pelo Campeonato de Portugal e dois rebaixados da Segunda Liga (Liga Pro). De acordo com a FPF, a ideia da reorganização tem “três eixos fundamentais”: preparar os clubes para a II Liga, criar espaço de desenvolvimento para jogadores jovens portugueses e promover o equilíbrio financeiro dos clubes.


021 O Panevežys, um dos debutantes da Europa em 2019, foi campeão da Copa da Lituânia e um dos primeiros a garantir vaga na UEFA Conference League | Foto: ASCOM/FK Panevezys

Recém-ascendido da liga regional de Lisboa, o Clube Atlético Pêro Pinheiro está bem no Campeonato de Portugal, com boas chances de garantir, ao menos, a vaga na Terceira Liga | Foto: ASCOM/CA Pêro Pinheiro

73


20 O Tudelano, que apareceu aqui na Série Z #31, é um dos clubes que busca estar na nova divisão espanhola | Foto: ASCOM/CD Tudelano

Adversário do Vasco no Mundial de Clubes de 2000, o South Melbourne continua na ativa, mas como semiprofissional, mas com interesse na nova liga da Austrália | Foto: Getty Images

74


021 A nova liga profissional espanhola

Atualmente, apenas as duas primeiras divisões espanholas são profissionais. A partir da Segunda División B, o semiprofissionalismo é aceito, mas isso vai mudar em 2021/22, com a terceira divisão tendo 40 clubes divididas em duas conferências e com a obrigatoriedade de serem clubes profissionais. O escalão terá uma mudança de nome, passando a se chamar Primera División RFEF. A única liga semiprofissional da pirâmide espanhola será a Segunda División RFEF que terá 90 clubes, correspondente ao quarto nível do futebol local.

Australian Championship, a nova segunda divisão

Em 2017, a Associação de Clubes do Futebol Australiano foi criada para a implantação de uma nova segunda divisão do desporto local. Depois de muitas idas e vindas em relação a

aceitação da Federação de Futebol de Austrália, duas datas foram divulgadas para o início da competição, sendo a primeira para 2020, que acabou sendo revista para iniciar em 2021. Ainda não há confirmação, mas a expectativa é que de fato se inicie nessa temporada com 12 a 16 equipes. Porém, a associação conta com 30 clubes da National Premier League, atual segundo escalão. Os clubes que fazem parte da entidade são: Adelaide City, Altona Magic, APIA Leichhardt Tigers, Avondale FC, Bayswater City, Bentleigh Greens, Bulleen Lions, Campbelltown City, Canberra Croatia, George Cross, Dandenong Thunder, Edgeworth Eagles, Melbourne Knights, North Eastern MetroStars, Oakleigh Cannons, Olympic FC, Peninsula Power, Perth SC, Preston Lions, Rockdale City Suns, South Hobart, South Melbourne, Sunshine Coast Wanderers, Sydney Olympic, Sydney United 58, West Adelaide SC, West Torrens Birkalla, Western Pride, Wollongong Wolves e Wynnum District.

75


ESCUDINHOS

QUEM VENCEU HÁ 100 ANOS?

Em 2020, a Revista Série Z apresentou o especial “100 clubes de 1920”, onde viajamos por clubes brasileiros e mundiais, além de várias curiosidades pelo mundo. Para manter a tradição, nós trazemos os escudos dos clubes campeões de 1921 pelo Brasil e mundo, passando desde o nível municipal, estadual, nacional e até continental com as seleções.Te convidamos para essa viagem e os escudos não apresentados é porque não foram encontrados. Aproveite a viagem!

76

Rio Branco Football Club Rio Branco Campeão Acreano

Atlético Rio Negro Clube Manaus Campeão Amazonense

Esporte Clube Ypiranga Salvador Campeão Baiano

Fortaleza Esporte Clube Fortaleza Campeão Cearense

Rio Branco Atlético Clube Vitória Campeão Capixaba

Fênix Atlético Clube São Luís Campeão Maranhense

América Futebol Clube Belo Horizonte Campeão Mineiro

Paysandu Sport Club Belém Campeão Paraense


Palmeiras Sport Club João Pessoa Campeão Paraibano

Britânia Sport Club Curitiba Campeão Paranaense

PAUTA EXCLUSIVA União Campo Alegre Esporte Clube Ponta Grossa Campeão Paranaense 2ª Divisão

América Futebol Clube Recife Campeão Pernambucano

Militar Sport Club Teresina Campeão Piauiense (Liga Piauhyense de Sports Athleticos)

Internacional Athletic Club Parnaíba Campeão Piauiense (Liga Sportiva Parnahybana)

Clube de Regatas do Flamengo Rio de Janeiro Campeão Carioca - Distrito Federal

Bonsucesso Futebol Clube Rio de Janeiro Campeão Carioca 2ª Divisão Distrito Federal

Por R$18, você adquire o eBook da revista, com o acesso completo dessa pauta. Para comprar, clique em qualquer ponto dessa página Vila Isabel Futebol Clube Rio de Janeiro Campeão Carioca 2ª Divisão Distrito Federal (LMDT)

Barreto Football Club Niterói Campeão Fluminense (estado do Rio de Janeiro)

77



Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.