SÉRIE Z 7

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A REVISTA DO FUTEBOL ALTERNATIVO DEZ. 2016 e JAN. 2017 -- N.7

M

APA DO

FUTEBOL

FEMININO

ENTREVISTA DOUGLAS CECONELLO

NO

BRASIL EM 2016

GUIA MUNDIAL DE CLUBES 2017

FUTURO CLUBES DA SÉRIE D 2017



#FORÇACHAPE


Chapecoense, nós te amamos! Chapecó, nós te amamos! Brasil, nós te amamos! Atlético Nacional, nós te amamos! Colômbia, nós te amamos! Jornalismo, nós te amamos! Futebol, você é a maior invenção da humanidade! É mais que um jogo! Nós te amamos, também!


SEM PALAVRAS DE ALEGRIA

N

o próximo dia 14, a Revista Série Z completa o primeiro ano de aniversário, mas a tristeza é tanta pelo que ocorreu com a Chapecoense, que não há espaço para alegria. Queríamos lançar essa revista, na véspera do segundo jogo da final da Copa SulAmericana, mandando energias positivas para os jogadores e torcedores, porém a energia que queremos agora mandar é mais forte e nem sabemos de onde vem, mas que toda essa força seja emanada entre os familiares e amigos chapecoenses. Fato é que temos uma sétima edição. O nosso foco, hoje, é o futebol feminino, que em 2016 contou com um apelo público alto durante a Rio 2016, mas sem a noção exata do que aconteceu antes e depois dos Jogos Olímpicos em cada estado e o que foi desenvolvido por lá. Trazemos um panorama da modalidade em cada região! Aproveite! Temos duas entrevistas especiais. Na tradicional Conexão Futebol, o personagem é o centroavante Fabrício Simões, brasileiro que atua no Petro de

EDITOR Felipe Augusto (@felipeseriez)

Luanda, de Angola. A outra entrevista é com o camisa 10, Douglas Ceconello, jornalista, sudaca e colorado que falou de tudo um pouco sobre futebol. O Mundial de Clubes começa e fazemos um guia as avessas, onde os cinco alternativos têm preferência com informações sobre os clubes que disputam a primeira e segunda fase. Falamos sobre o Real Madrid e o Atlético Nacional (muito obrigado, aliás, verdolagas), mas da nossa maneira. No mais, temos as divisões de acesso de cada estado; mais uma história do Cinco Mil FC rumo “ao estrangeiro”; os famosos da segunda divisão italiana; as reviravoltas na vida de Brent Sancho; o histórico Pelotas x Argentina; as mulheres com nomes em estádios; o mapa da Série D 2017 e a seleção da diáspora portuguesa! Que cada um possa ter nessa edição, uma oportunidade de desanuviar toda nossa tristeza.

PROJETO GRÁFICO e DIAGRAMAÇÃO Felipe Augusto REVISÃO Felipe Augusto

Felipe Augusto Criador e editor da Revista Série Z

COLABORADORES Antonio Valente Cardoso Fred Mendes Matheus Mandy Yuri Casari


E S C A L A Ç Ã O

10 20

18

44 56

48 60

63 66

84 86


10

CONEXÃO FUTEBOL

18

CINCO MIL FC

20

10 ENTREVISTA: FABRÍCIO SIMÕES

18 RUMO

AO BUTÃO

APITO INICIAL 20 O NOSSO

FUTEBOL FEMININO

36 ANUÁRIO DOS ESTADUAIS

44 48

LADO B

56 60 63 66

44 “AQUELE LÁ”

CONTEXTO 56 ESTÁDIOS COM NOME DE MULHERES

POR ONDE ANDA? 60 SANCHO: DO PUXÃO AO MINISTÉRIO

BOLA DE CAPOTÃO 63 UM AMISTOSO GENIAL E ESCONDIDO

GUIA 66 MUNDIAL DE CLUBES 2016

NO CALCIO

CAMISA 10 48 ENTREVISTA:

DOUGLAS CECONELLO

84 86

LANÇAMENTO 84 OS CLUBES DA SÉRIE D 2017

FUTEBOL UTÓPICO 86 TIME ALTERNATIVO PORTUGUÊS


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CONEXÃO FUTEBOL

10


FABRÍCIO

LUSÓFONO DA BOLA

Brasil, Portugal, Angola! O centroavante Fabrício Simões saiu do Brasil rumo a outras experiências, mas sempre com ele, a língua portuguesa, mesmo com algumas diferenças em cada país. O atacante é um retrato do que buscamos aqui, a alternatividade, da terceira divisão mineira, passando pelo quarto, terceiro, segundo o primeiro escalão português, até chegar à África, mais exatamente na Angola, onde é artilheiro no Petro de Luanda. Conheça mais sobre o jogador nessa entrevista exclusiva!

2004

2010

2005

2011

2006

2011/12

2006/07

2012/13

2007/08

2013-2014

2009/10

2015

2016

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Sua carreira tem maior parte construída fora do Brasil. Como foram as passagens pela Unitri, Estrela do Norte e Penapolense? A minha passagem pelo Unitri foi muito boa, fomos campeões da 3ª divisão. Pelo Estrela do Norte também fui campeão estadual. No Penapolense saí no meio da época para Portugal. Estávamos disputando a Bezinha. Sua primeira oportunidade fora do Brasil foi para atuar em uma equipe da quarta divisão portuguesa, o Câmara de Lobos. Como recebeu a proposta e como foi a primeira experiência? Estava jogando no Penapolense onde recebi a proposta para jogar em Portugal, no Câmara de lobos. Primeiro tive que ir me habituar ao frio, apesar de lá na Ilha da Madeira ser um clima tropical, mas fora isso a experiência foi muito boa. Depois do Câmara, você “subiu” de divisão, para atuar no Machico. A equipe foi bem no campeonato e como foi a sua atuação? Recebi um convite para atuar no Machico, onde a temporada não correu tão bem. Tivemos uma descida de divisão. Mas fiz

“Gostam de

espetáculo dos

jogadores,

fintas... Já é

deles mesmo isso” 12


uma boa época. No seu currículo, não consta um clube na temporada 2008/09. O que aconteceu, caso esteja correto? Sim, é verdade. Estive um ano parado no Brasil, onde não apareceu nenhum clube e já estava pronto para largar tudo e ir trabalhar de segurança em uma empresa. Mas Deus não queria isso para mim e me deu mais uma oportunidade de novo em Portugal no Benfica e Castelo Branco onde recebi um convite do meu ex-treinador que estava no Machico. Entre a temporada de 2009/10 e 2010/11, você começa em um clube da quarta divisão (Benfica e Castelo Branco), retorna à II Série (Operário Lagoa) e termina esse período com um pulo para a primeira divisão, onde defendeu o União Leiria. Como foi essa trajetória? Você chamou atenção da equipe? No Benfica e Castelo Branco fiz uma excelente temporada onde fiz 23 golos na época e fui para o Operário da Lagoa, (onde) tudo correu perfeitamente onde fiz 16 jogos e 14 gols e com isso fui transferido para o União de Leiria já no meio da temporada . Qual foi a sensação ao ter feito o gol da vitória sobre o Nacional, o seu primeiro na elite portuguesa? Meu primeiro gol contra o Nacional da Madeira vai ser inesquecível porque além de ter sido o meu primeiro gol, também deram os três pontos a equipe e foi um dia muito feliz para mim. Em 2011/12, você conquista o título da então Liga Orangina, segunda divisão

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“Estive um ano parado no Brasil, onde não apareceu nenhum clube e já estava

pronto para largar tudo e ir trabalhar de segurança em uma empresa” 14


nacional, com o Estoril, com uma legião de brasileiros. O clube é bem característico por isso. Facilitou o trabalho ter tantos brasileiros ao seu lado? No Estoril Praia fomos campeões da segunda divisão. Não foi só pelo fato de ter muitos brasileiros no mesmo time, nosso time era muito unido, um vestiário fantástico, nosso plantel era muito bom. Com isso tudo facilitou as coisas e podemos nos sagrar campeões.

que luta contra o rebaixamento? Há uma pressão maior em cima do centroavante? No Sporting da Covilhã tivemos uma época menos boa. Onde tivemos que lutar para permanecer na segunda divisão. Fiz 10 gols onde pude dar meu contributo para a equipe permanecer na divisão que se encontrava. A pressão existe sempre, então nós atacantes temos que saber lidar com isso, seja ela boa ou ruim.

Sua melhor temporada em Portugal foi pelo Sporting Covilhã, em 2012/13, quando lutou contra o rebaixamento, mas teve em você, talvez um dos heróis da salvação, com os dez gols marcados na Segunda Liga. Como é ser o artilheiro de uma equipe

Depois disso, Angola! Como chegou a proposta do Recreativo de Caála e como foi a passagem? Assim que acabou a época em Portugal fui de férias para o Brasil onde recebi um convite de Angola precisamente do Recreativo da Caala onde estava meu

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ex-técnico do Operário, Francisco Agatão. Fui a meio da época onde assinei um contrato de um ano e meio. No ano seguinte fui o segundo melhor marcador do campeonato com 13 gols. Seu atual clube é o Petro de Luanda, onde você, junto com outro brasileiro, o Tiago Azulão, fez uma boa dupla no ataque. Como foi a temporada? No Petro ninguém acreditava na gente quando o campeonato começou devido a equipe jovem que tínhamos. Mas os jogos foram passando e a equipe foi criando forma e lutamos pelo título até a penúltima jornada. Ficamos em 2º lugar com dois pontos a menos que o campeão, se não fossem as situações extracampo podíamos ter chegado ao título.

Como é a torcida, estrutura e organização do Petro? O Petro é uma equipa com estrutura muito boa, muito organizado. A torcida é um pouco exigente, mas eles ligam mais para um drible do que um gol. Gostam de espetáculo dos jogadores, fintas... Já é deles mesmo isso. Quais as diferenças que você vê entre o futebol brasileiro, português e angolano? O futebol brasileiro é um pouco técnico, dão espaços para jogar. O português é um pouco parecido com o brasileiro, mas já com um pouco de agressividade e não dão tanto espaço. Já o angolano é muita correria, muita força. Então tive que me habituar nesses estilos de jogos. *As fotos foram cedidas gentilmente pelo entrevistado

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Uma palavra Seu ídolo no futebol?

gol?

Seu ídolo na vida?

Qual zagueiro queria que te marcasse?

Ronaldo Deus

Um jogo inesquecível seu?

Nacional x Leiria (12 de fevereiro de 2011) Um gol inesquecível seu?

Contra o Nacional, meu primeiro gol na primeira divisão portuguesa (12 de fevereiro de 2011) Em qual goleiro gostaria de marcar um

Buffon

Sergio Ramos

Com quem gostaria de formar uma dupla ou trio de ataque?

Neymar e Messi O futebol é... tudo

O Portugal é... lindo e

frio

A Angola é... um país

onde você é rico ou pobre. Vai do 8 ou 80 17


CINCO MIL FC

Aleatoriamente convidado

U

m e-mail chegou! No primeiro momento, a estranheza, pois tratava-se de um idioma estranho, mesmo que no final tenha uma opção em inglês. Para surpresa de todos, era um convite para um torneio internacional. Parecia spam, mas era verdade absoluta. Tanto que dias depois, após traduzir toda mensagem, representantes da disputa chegaram até a sede do Cinco Mil FC para apresentar a proposta totalmente aleatória e teríamos a certeza: disputaríamos um torneio internacional. Era amistoso, dane-se... O campeonato tinha o Butão como sede, um local onde o futebol vem se desenvolvendo. O torneio era uma parceria entre um banco nacional, uma emissora televisiva local e o Conselho de Turismo do Butão. A ideia era alavancar o esporte com a competição, mesmo com equipes de menor expressão de cinco países de outros continentes, junto a seleção local de futebol. Bem maluco, né!? Em meio a disputa da terceira divisão (que

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poderia ter um aumento, aliás) não tínhamos chances de classificação para a segunda fase, mesmo com uma remota possibilidade de ser rebaixado. Isso era o que preocupava. Caso não conseguíssemos nos livrar do perigo da degola, um time totalmente reserva, com muitos da base iriam para a excursão. O jogo na semana anterior a viagem era capital. Um simples empate contra o líder bastava para nos mantermos. Sofremos uma pressão absurda, mas seguramos o empate sem gols, fora de casa. O “time A” ia para o Butão! O elenco que viajou contava com 18 jogadores (o restante completaria tabela no nacional) e seis membros na comissão técnica. Dos 24 selecionados, apenas dois já haviam viajado para fora do país, o goleiro veterano, Zé Rafael, que jogou dois anos no México e o ponta-esquerda, Maiko, que passou por um período de teste em um time B de Portugal. Era tudo novidade para todos! Os torcedores não puderam ir, mas ficamos na torcida pela internet, pois os jogos foram transmitidos no Youtube! O campeonato contou com seis

equipes, que foram divididas em duas chaves com três equipes, onde apenas os líderes faziam a final. Um campeonato para lá de alternativo, com a participação do Butão, Cinco Mil FC, Grenades (Antígua e Barbuda), Linense (Espanha), Santos Cape Town (África do Sul) e Canberra Olympic (Austrália). No grupo B, enfrentamos na primeira rodada, o Grenades, com uma vitória por 1 a 0, em seguida folgamos e o Linense venceu os caribenhos por 2 a 0. Com um saldo maior, precisávamos de uma vitória na última rodada para garantir a vaga na final, mas ficamos no empate sem gols com os espanhóis. Seguimos para a disputa do terceiro lugar, onde vencemos o Canberra Olympic, por 3 a 0. Ficou aquele gosto de poderia ser melhor? Sim! Porém, fizemos um bom dinheiro, expomos nossa marca (não gosto de falar de futebol dessa forma empresarial, mas é a verdade) fora do país e fizemos um jogo internacional. Ou melhor, três. A expectativa agora é sonhar, quem sabe um dia, com competições internacionais oficiais. Ahhh... Voa Cinco Mil FC!!!

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APITO INICIAL

DESNIVELADO A Série Z traz um panorama do futebol feminino em cada estado brasileiro no ano de 2016. Mostramos os pontos positivos e negativos da organização das federações locais

F

utebol feminino no Brasil! Um tema que há anos está na roda, mas que na última década passou a se maior foco de debate pelo bem de um esporte de alto rendimento para as mulheres, para que se tenham as condições necessárias de se praticar e viver de futebol. Em 2016, as discussões ficaram mais acentuadas, com diversos segmentos comentando sobre o cenário da modalidade, devido ao sucesso da seleção feminina nas Olimpíadas Rio 2016. Os vários lados explanaram opiniões, mesmo que parte acompanhe apenas os jogos televisionados ou pior, aqueles que têm um olhar preconceituoso com a modalidade, ao generalizarem situações e não enxergar o óbvio que podem ser diferentes da realidade criada. Neste ano, no âmbito nacional, novamente foram disputados, o Brasileirão e Copa do Brasil, com a primeira tendo melhor visibilidade, incluindo um sistema pay-per-view na internet, e a segunda jogada ao relento,

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com transmissões independentes da competição. O calendário terá um pulo de status, mesmo continuando não sendo o ideal, com as duas divisões do Brasileirão, mas com a extinção da Copa do Brasil. Para 2018, os Estaduais serão utilizados como critério para entrar na competição, o que forçará as federações, a realmente trabalharem pelo futebol feminino. Assim, a Revista Série Z traz um mapa da situação do futebol feminino, com foco nos 26 estados e Distrito Federal, detalhando situações, perspectivas e curiosidades sobre. Há trabalhos claramente avançados em relação a outros, mesmo não sendo o ideal. Há estados que podem surpreender o leitor em relação ao outro, tudo isso pela (in)evitável comparação com o futebol masculino. Infelizmente, alguns estaduais não foram realizados, para ficar mais claro, seis estados não tiveram competições realizadas ou apoiadas pela federação local. Já se percebe um preparo de novas atletas, com estaduais sub20 sendo realizados pelo Brasil, mas em compensação em outros

locais, apenas seletivas para a Copa do Brasil foram organizadas, o que demonstra uma despreocupação com o desenvolvimento da prática. Se essa análise, para você leitor, desconsidera fatores econômicos e comerciais, que realmente podem ser argumentados nesta discussão, salientamos que não é apenas isso que faz futebol e nada se cria de uma hora para outra. E estamos atrasados. O balanço que mostramos aqui, conta com 147 clubes que participaram de competições, sendo estaduais (organizados, chancelados ou apoiados por federações) e seletivas em 2016, com a maioria sendo do Nordeste (57), seguido pelo Norte (32), Sudeste (29), Sul (19) e Centro-Oeste (10). Tivemos certa dificuldade para encontrar determinados escudos, por isso alguns clubes não terão um emblema, mas com a identificação em negrito-itálico para saber. Aproveite esta pauta, conheça o futebol feminino do seu estado e quem sabe mude o seu pensamento simplório sobre o contexto em que as mulheres do futebol se encontram!

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AC | Evoluindo aos poucos O futebol feminino vem tendo um trabalho simples, direto e prático no estado. Sem ainda apostar em categorias de base, mas com oferecimento máximo de jogos possíveis. O melhor trabalho vem sendo realizado pelo Atlético, que neste ano, viu a Assermurb surpreender no Estadual. A maior estrela do regional foi a volante Ester, ex-Santos e seleção brasileira (Pan 2007 e Olimpíadas 2008), que atuou no Rio Branco, e que infelizmente foi vítima de racismo, durante uma partida contra a Assermurb.

Estadual 2016: Assermurb, Atlético, Rio Branco e Vitória

AP | Na base da base Único estado do Norte com um estadual sub-20, onde cinco equipes participaram, com o título do Oratório e dessa forma, mais de 100 meninas estão surgindo e se preparando. Sobre o Estadual, a federação abriu inscrições para o torneio, não iniciado até o fechamento dessa edição, mas que tinha previsão para o final de novembro ou começo de dezembro, contando com a base do torneio sub-20, ou seja, os cinco times devem participar. Essa preocupação pode ser a ponta da mudança no cenário local.

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Estadual 2016: Calçoene, Oratório, Pracuuba, Rio Norte e Ypiranga


AM | Iranduba, um exemplo Mesmo sem títulos nacionais, o Iranduba pode ser considerado o grande nome do futebol feminino brasileiro em 2016. O clube tem um perfil diferente, apoiado em uma cidade/estado onde o futebol masculino não vem tendo sucesso. Neste ano, junto a FAF, foi realizada pela primeira vez, a Liga de Futebol Feminino Sub-20, com quatro participantes: ADECO (campeã), Vasco, Aliança e Iranduba (vice). A final contou com 17.332 torcedores na Arena Amazônia. Um trabalho diferenciado para acompanhar!

Estadual 2016: Arsenal, Holanda, Iranduba, Manaus e Salcomp

PA | Re-Pa fora de campo O Paysandu foi campeão do Estadual, mas o que deu o que falar foi o Re-Pa “de fora”. O Remo, em detrimento a posição da federação em relação ao Papão, decidiu não disputar o 2º turno. O campeonato foi o mais duradouro do Norte, com cinco meses. O Pinheirense, representante do estado nos últimos nacionais, não chegou as finais. Outro destaque fica para o Campeonato Municipal de Santarém, que contou com oito equipes. Em um Estadual que teve apenas de clubes de Belém, vale ficar de olho.

Estadual 2016: Cabanos, Esmac, Estrela, Independente, Paysandu, Pinheirense, Remo e Time Negra

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RO | Vivendo de seletiva Por mais um ano, Rondônia não contou com um campeonato propriamente dito, mas sim, com a chamada seletiva, que apenas serviu para definir o representante na Copa do Brasil. Apenas três equipes disputaram, com o torneio tendo três jogos em três dias, vencida pelo Porto Club. A seletiva demonstra a preocupação apenas com o factual, sem pensar no futuro da modalidade no local. O estado é um daqueles que com um time forte, teria apelo público, sendo que o futebol geral não tem bons resultados.

Estadual 2016: Espigão, Genus e Porto Club

RR | Um cenário peculiar Em Roraima, a federação local não organiza um estadual, mas a Liga de Futebol Amador de Roraima (Lifaer) realizou o segundo Campeonato Municipal de Boa Vista, que contou com participação de quatro equipes, com o Atlético, campeão. A Liga ofereceu premiação de R$ 10 mil, R$ 7 mil, R$ 5 mil e R$ 3 mil para as respectivas posições da tabela. Pelo menos, uma organização incentiva a modalidade. São Raimundo representou o estado na Copa do Brasil. Devido ao contexto local, com poucas equipes interioranas, vamos considerar a competição como um “estadual”.

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Estadual 2016: Atlético Roraima, São Raimundo, União e Valência


TO | Cinco dias e só Sem apoio da federação local, o “Estadual” foi disputado em meio, ao chamado Torneio Interestadual, que contou com três clubes, com quatro dias de duração, que mais serviu como seletiva para a Copa do Brasil 2017, com chancela da FTF, mas que demonstra uma despreocupação com o desenvolvimento da prática. Paraíso, campeão do Torneio, representou o estado na Copa do Brasil (fez um jogo), após o Estrela Real, dono da vaga não voltar as atividades em 2016.

DR

Estadual 2016: Gurupi, Paraíso e Vila Nova Dueré

AL | Marta e as siglas Nada mais justo do que no estado em que Marta nasceu, o campeonato estadual de futebol feminino ter o nome dela, a Copa Rainha Marta, que está na segunda edição. O campeonato conta com seis clubes e até o fechamento desta edição estava em andamento. Entre os clubes tradicionais, ASA e CSA estão na disputa, diferente do CRB. Porém quem manda atualmente na modalidade é outra sigla, a UDA, União Desportiva Alagoas, que representou Alagoas na Copa do Brasil.

Estadual 2016: ASA, CEO, CSA, Santa Cruz, Sete de Setembro e UDA

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BA | O maior do Nordeste? O Baiano é o único estadual do Brasil no formato 2016/17. Toda primeira fase, quartas de final e semifinal será realizada em 2016, mas as finais nos dias 8 e 15 de janeiro de 2017. Apesar de ser um dos dois maiores estaduais da modalidade no Nordeste, o certame conta com seis clubes a menos que a temporada anterior. O São Francisco, um dos melhores trabalhos do futebol feminino continua forte, mas com a presença do Vitória, que passa a dividir atenções. Quatro ligas desportivas estão participando.

Estadual 2016: ABRUP, Catu, Flamengo de Feira, Ilhéus, Juventude, Lusaca, Ribeira do Pombal, São Francisco, Terra Nova e Vitória

CE | O mundo pode vê-lo Se um fã de futebol, sei lá, de Laos, está perambulando pelo Youtube atrás de partidas aleatórias, o Cearense Feminino pode ser uma parada. Os jogos do Estadual são transmitidos pelo canal da FCF no Youtube. Um avanço em comparação a outras federações. A competição contou com duas fases, o que causou um período interessante de disputa. O Caucaia, tradicional no futebol feminino, disputou apenas a Copa do Brasil, onde fez um jogo, pois as finanças tiraram a equipe do estadual.

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Estadual 2016: ASESCA, Ferroviário, Fortaleza, Juventus, Menina Olímpica, MVN, Paracuru, Quixeramobim e São Gonçalo


MA | O formato bizarro O Maranhão contou com dois clubes nas últimas competições nacionais: o Viana no Brasileirão e o JV Lideral na Copa do Brasil. As duas equipes se destacam no cenário local. Um ponto, talvez, negativo, é o regulamento do Estadual 2016, ainda em andamento. São dois grupos, um com seis equipes e outro, com dois!? Sim, é isso mesmo que você leu. O grupo A foi disputado em turno único, onde passam dois e o B, com dois “turnos”, com os DOIS clubes passando à semifinal. Bizarro!

Estadual 2016: Boa Vontade, Cantareira, Expressinho, Juventude Timonense, JV Lideral, São José,Viana e XV de Novembro

PB | Botafogo/Kashima B Botafogo e Kashima resumem o futebol feminino na Paraíba. Os dois estão envolvidos em um imbróglio judicial por causa do último estadual; em outubro, apenas os dois demonstraram interesse na nova disputa e até que no começo de novembro, Botafogo e Kashima decidiram emprestar jogadoras para o Flamengo de Viradouro. Foram quatro do Belo e oito do Kashima cedidos. Isso foi feito para que o campeonato não ficasse em risco, de perder um dos apenas quatro clubes interessados. A bola ainda está rolando por lá.

Estadual 2016: Botafogo, Flamengo, Kashima e Serrrano

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PE | Crescimento gradativo O Pernambucano contou com os mesmos dez clubes do Baiano, mas com a desvantagem dos apenas dois meses de disputa. Chamado de Open de Futebol Feminino, o campeonato teve a presença do Náutico e Santa Cruz, mas novamente, o Vitória de Santo Antão reafirmou a hegemonia estadual e a organização competente do clube na modalidade, com heptacampeonato. O interessante é que o vicecampeão Joias Raras não teria vaga na Copa do Brasil, pois não é federado à CBF.

PI | A dualidade No Piauí, a federação estadual não organizou um campeonato, mas teve outro torneio independente para as mulheres. Foram abertas inscrições para o Estadual em setembro, mas apenas duas equipes ficaram aptas: Tiradentes e Abelhas Rainhas. Sem certame, o Tiradentes, grande representante do estado, foi para a Copa do Brasil. Em contrapartida, a Copa Batom é a principal competição feminina, que chegou a 28ª edição, realizada pela Secretaria Municipal de Esporte e Lazer, com a participação de oito equipes: Bom Sucesso, Fundação Mateus, Juventude Timonense, Londrina, São Paulo, Skill Red, Tiradentes (campeão) e Vitória. Fica a dualidade de termos equipes piauiense, mas sem um estadual.

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Estadual 2016: Barreirense, Codif, Joias Raras, Íbis, Ipojuca, Náutico, Revelação, Santa Cruz, Seleção Recife Bom de Bola e Vitória de Santo Antão


RN | Retrato da cena Uma semana após a eliminação da seleção feminina nas Olimpíadas, a Arena das Dunas recebeu a partida entre União e Caucaia, pela Copa do Brasil, marcada para as 15 horas de um dia útil. A partida teve 194 pagantes. Para alguns, a culpa pelo público presente foi de quem fez “textão no Facebook” e não compareceu ao estádio. Exatamente, isso que você leu. O jogo é um retrato do cenário do futebol feminino no Brasil, fora de campo, onde a mente muitas vezes fechada não enxerga o que deveria. Fato é, que o União teve apenas essa disputa no ano, pois não houve um estadual oficial. A Secretaria de Estado do Esporte e do Lazer organizou a IV Copa da Mulher de Futebol de Campo, com quatro seleções municipais, com o título do São José de Mipibu.

SE | Os muitos gols O futebol feminino no Sergipe durou um mês e uma partida da Copa do Brasil. Entre 11 de junho e 13 de julho, oito times disputaram o Estadual, com placares espetaculares, como o Flamengo 6 x 5 Aracaju, que ainda tomou um 5 x 1 do Santos Dumont. Foram quatro equipes do interior e quatro da capital. O campeão do estado foi o Boca Júnior, que garantiu vaga para a Copa do Brasil, onde tomou a maior goleada da edição: 15 a 0 para o São Francisco-BA. Para se ter ideia, o Boca, no Estadual, nos seis jogos disputados fez 16 gols...

Estadual 2016: Aracaju, Boca Júnior, Canindé, Coritiba, Flamengo, Força Jovem, Santos e Santos Dumont

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DF | Um ano especial O Candangão Feminino chegou a 20ª edição em 2016, com alguns incentivos, como uma premiação de R$ 3 mil para as campeãs, a doação de seis bolas por jogo, o pagamento da taxa de arbitragem e um apoio maior aos representantes em competições nacionais. Aliás, na Copa do Brasil, o Disitrito Federal foi representado pelo CRESSPOM, que chegou até as semifinais, uma grande campanha. O resultado foi chamativo, pois no Estadual, a equipe não ficou com o título (Minas/Icesp), mostrando que há jogadoras de qualidade na região.

GO | Um time, um exemplo Após um Estadual 2015 com três equipes, a Federação Goiana de Futebol não se pronunciou sobre a realização da edição deste ano, até o fechamento dessa edição. O Aliança, sete vezes campeão e atual detentor do título, é o único clube ativo neste ano. O clube é especializado em futebol feminino, além de futsal e society, com categorias de base no sub-15, sub-17 e sub-20. Na terra de um clube só, a instituição é um exemplo, mesmo com as dificuldades financeiras do dia-a-dia, mas que sobrevive com parcerias com colégios e empresas. O Clube Jaó, tradicional clube de esporte de alto rendimento, abriu nova seleção de atletas no começo do ano, mas não há notícias sobre partidas.

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Estadual 2016: Ascoop, Brazlandense, Ceilândia, Cresspom, Gama, Minas/Icesp e Planaltina


MT | Ótica diferente Você considera um público de 277 pagantes, para uma partida de futebol, baixo? Esse foi o número de torcedores que viram Mixto x Santos na primeira fase da Copa do Brasil. Porém, não se engane sobre tal número, que foi maior que 12 partidas do Estadual masculino. Nenhum tipo de comparação deve ser usado para legitimar algo, mas mostrase que com um pouco de boa vontade por parte dos dirigentes é possível aumentar gradativamente o público, seja em qual naipe o futebol for disputado. O Mixto ainda disputou o Brasileiro, mas não houve Estadual em 2016.

MS | Mais um caso Sim, mais um caso de Estadual que não teve continuação. Em 2015, o SERC, de Chapadão, foi campeão sul-matogrossense, mas não conseguiu ficar apto à disputa da Copa do Brasil, assim, a vaga foi repassada para o Comercial, vice-campeão. A federação local chegou a realizar um arbitral com Comercial, Operário, Moreninhas e SERC, mas ficou apenas no campo da conversa, sem desdobramentos. A remodelação do calendário da modalidade vai obrigar a organização fazer mudanças.

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ES | Sopro de esperança Primo pobre do futebol masculino do sudeste, o Espírito Santo consegue se desenvolver aos poucos no futebol feminino. Sem os clubes tradicionais locais, o Vila Nova, de Vila Velha, é um sopro de esperança local que pode assumir um papel importante no futebol nacional. Pautado exclusivamente para as mulheres, a equipe consegue se diferenciar pela diferença no desenvolvimento da prática. Com mais dificuldade que o esperado conseguiu o título estadual contra o Comercial, o bicampeonato. Na Copa do Brasil, fez boa campanha e se credencia a disputa do Brasileirão 2017.

Estadual 2016: Comercial, Píuma, PSNE/São Pedro e Vila Nova

MG | Um ano especial Duas competições movimentaram Minas Gerais, o Estadual e Taça BH, mas a grande notícia do ano veio do América, que se tornou o primeiro time profissional do estado, com atletas totalmente dedicadas ao esporte em alto rendimento. O Coelho tem muito o que comemorar, pois foi o único clube do Brasil a ser campeão estadual feminino e masculino. Além disso, foi responsável por um recorde de placar: América 34 x 0 Santa Maria, na Taça BH. Apenas o Ipatinga representou o interior no Estadual.

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Estadual 2016: América, Internacional, Ipatinga, Manchester, Nacional e Prointer


RJ | Caso a estudar Muitos especialistas (ou não) tem certeza absoluta de que os clubes de massa mudariam o cenário do futebol feminino. Ouso discordar em partes disso, mas precisaria de mais caracteres. Engatinhando na nova era do esporte, Flamengo e Vasco, as maiores torcidas do Rio, fizeram a final estadual, mas sem apelo público, que poderiam ter em uma decisão. Destaque para o Barcelona, que não disputou o regional, mas exerceu o direito de estar na Copa do Brasil, onde foi punido por escalação irregular. Fato triste: após quatro anos, o Estadual Sub-17 não foi realizado.

Estadual 2016: Barra Mansa, Duque de Caxias, Flamengo, Rio das Ostras e Vasco

SP | Era Pellegrino Nada melhor do que alguém que vivenciou o futebol feminino e após deixar os gramados se preparou para trabalhar na área, assumir o Departamento de Futebol Feminino da FPF. A missão é da ex-zagueira Aline Pellegrino, que começou desde setembro, um trabalho de mapeamento da modalidade, estudo para investimento em formação e a missão de criar campeonato de base a partir de 2017. Uma mudança positiva é vista! Em campo, o Paulista, um dos dois maiores estaduais do Brasil, contou com cinco meses de campeonato, com o mínimo de 14 jogos para cada equipe.

Estadual 2016: ADECO, Audax/Corinthians, Ferroviária, Francana, Guarani, Independente, Juventus, Portuguesa, Rio Preto, Santos, São José, Taubaté, União Mogi e XV de Piracicaba

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PR | Federação parada Pelo segundo ano consecutivo, o Paraná não teve um Estadual. Em 2014, apenas três clubes participaram, com o título ficando com o Foz Cataratas, outra equipe que é um caso de sucesso e organização no Brasil. A equipe irá disputar a Libertadores 2016, buscando o inédito título. Sobre o futuro, o Seleto Maringá, campeão de 2000, projeta retornar as atividades aos poucos, com calma, aliando o futebol e o futsal feminino, como demonstramos na Série Z N.2!

RS | Ordem e progresso Em termos de organização, o Rio Grande do Sul é quem fez o melhor trabalho pelo futebol feminino estadual. No estado, há uma organizadora independente, a Associação Gaúcha de Futebol Feminino (AGFF), que c com apoio da Secretaria de Turismo, Esporte e Lazer e chancela da FGF nas competições que promove. Junto com São Paulo, teve o maior número de equipes no estadual, com 14 participantes. O trabalho vai além da bola rolando, como o anúncio da criação de uma seleção gaúcha e de 10 centros de formação. A AGFF já se prepara para estreia do Estadual sub-15 e sub-17 e adiantamento das equipes dos próximos dois campeonatos.

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Estadual 2016: ADERGS, AEJE/Candiota, Atlântico, Black Show, Canoas/Duda, Cruzeiro, Farroupilha, Gajo/Arambaré, Ijuí, Pelotas, Rio Grande, Santaritense, Santo Ângelo e Sapucaiense


SC | As duas faces Dois pontos sobre o Catarinense Feminino. O positivo: pelo nono ano consecutivo é realizado o campeonato. O negativo: em 2016, a competição terá três dias de duração em sede única, com a participação de quatro equipes, que foi adiado pela tragédia da Chapecoense. O negativo nesse caso pesa mais que a “continuidade”. Um fato inusitado é que as partidas tiveram tempos com 35 minutos de duração, ao invés dos 45 habituais. O Kindermann projeta a volta as atividade de olho no Brasileirão Série A-2.

Estadual 2016: Chapecoense, Desportivo Balcam, Fluminense e Pé na Bola Cabeça na Escola/Araranguá

Confira a matéria do Seleto, clicando aqui

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APITO INICIAL

EU TENHO UM

TROFÉU! por MATHEUS MANDY jornalista

Conheça os campeões das competições de 2016. A Série Z preparou um material especial para saudar todos os times que subiram de divisão e que conquistaram um campeonato em 2016. Um levantamento dos campeões nas divisões inferiores dos estaduais e em suas respectivas Copas. Se delicie com as curiosidades e os nomes exóticos 36


SANTA CATARINA Em Santa Catarina, a Série C terminou bem antes da Segundona, mesmo enfrentando diversos problemas de partidas suspensas e W.O. Com apenas uma vaga disponível para o acesso, Fluminense de Joinville e Itajaí batalharam tu até a final, quando o time do Litoral aplicou um sonoro 6 a 2 no no jogo de ida. Nem mesmo a vitória em casa, na Arena Joinville por 3 a 1, foi suficiente para o Fluminense reverter a situação, ficando sem o acesso. Na Segundona, Tubarão e Almirante Barroso ficaram com as duas vagas na elite Catarinense de 2017, e na grande final, o time de Almirante Barroso levou a melhor, vencendo em casa por 3 a 1, e sendo derrotado fora por 1 a 0.

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RIO GRANDE DO SUL 2ªDIV

O Caxias confirmou seu favoritismo na Divisão de Acesso. Foram 27 jogos e apenas 3 derrotas. Sempre conseguindo resolver sua vida de maneira antecipada, o acesso veio com uma rodada de antecedência, e sem entrar em campo, graças a um empate em 1 a 1 entre Brasil de Farroupilha e Pelotas. Já a Segundona foi mais equilibrada. Na decisão, o Gaúcho até endureceu, mas acabou batido pelo Guarany de Bagé, equipe mais sólida durante toda a competição, e que ficou com o acesso. Já a SuperCopa Gaúcha, disputada com intuito de indicar o campeão à Copa do Brasil, teve como campeão o Internacional “B”, e como o Colorado está classificado à competição nacional, a vaga ficou com o Ypiranga, vice-campeão.

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PARANÁ Na Segundona Paranaense, dois times que já fizeram bonito na elite, retornaram. O Cianorte, acabou levantando a taça após despachar o Prudentópolis com duas vitórias: 3 a 1 fora e 1 a 0 em casa. Na Terceirona, o União de Francisco Beltrão conseguiu quase uma epopéia diante do Iraty. Já com o acesso garantido, as duas equipes jogaram a ida o União levou a melhor em 1 a 0. Na volta, o Iraty chegou abrir 3 a 0, mas com gols na reta final da partida, a equipe de Francisco Beltrão levou a melhor. Já na Taça Federação Paranaense, o Operário superou o rebaixamento no Estadual e levou a melhor diante do Andraus, conquistando o título, e uma vaga na Série D de 2017, em um torneio marcado por desistências.

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SÃO PAULO Com poucos acessos em disputa, as divisões inferiores foram bem movimentadas. Na A2, o Santo André conseguiu retornar à elite e com o título, após derrotar o Mirassol na decisão, que também subiu. Enquanto na A3, o tradicional Sertãozinho também levantou a Taça, diante do Rio Preto, mas o que valeu mais ainda para ambos, foram os acessos. Outro tradicional que conseguiu subir foi a Portuguesa Santista, que recebeu alguns jogadores de seu primo risco e derrotou o Desportivo Brasil na decisão da Segunda Divisão. Na Copa Paulista, XV de Piracicaba e Ferroviária fizeram duas partidas sensacionais, mas o título acabou com o time de Piracicaba, em plena Fonte Luminosa, disputa por pênaltis, após um agregado em 3 a 3.

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RIO DE JANEIRO 2ªDIV

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O ano de 2016 vai ficar para a história. As três competições ficaram paralisadas pela Justiça Desportiva. Na Segundona, acusado de manipular resultados, o Americano foi excluído. Assim, Nova Iguaçu, Campos e Itaboraí brigaram pelas duas vagas na elite, e a Laranja da Baixada, assim como o Roxinho, beliscaram o acesso, deixando o Itaboraí a ver navios. Na Série C, uma polêmica deixou o torneio paralisado por seis dias, e no fim, o São Gonçalo EC foi campeão, com o Serrano sendo vice. Barcelona de Jacarepaguá e Serra Macaense subiram. Na Copa Rio, a Portuguesa perdeu o título no campo, mas devido à irregularidade na escalação do zagueiro Diego Guerra, o Friburguense acabou ficando sem o título.


MINAS GERAIS Em Minas, o interior fez a festa tendo 100% de aproveitamento nos acessos do Módulo II e da Segundona. Na primeira, o tradicional Democrata, de Governador Valadares conquistou o título e o acesso, trazendo junto com si, o América de Teófilo Otoni, conhecido por fazer piadas nas redes sociais. Enquanto isso, na Segundona, o grande destaque vai para o Tupynambás, de Juiz de Fora, que após anos inativo, voltou e com força, sendo o campeão. O vice-campeonato e consequentemente o outro acesso, ficou com o Betinense, mostrando a força do interior mineiro.

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ESPÍRITO SANTO

GOIÁS

Em solo capixaba, o tradicional Vitória comemorou sua volta à elite local com título, derrotando o Tupy, equipe que também conquistou o tão sonhado acesso, e que irá militar na Série A do Estadual do próximo ano. Outra tradicional equipe que comemorou título foi o Rio Branco. O Capa-Preta derrotou o Espírito Santo na final da Copa ES e garantiu sua vaga na Copa Verde de 2017. Já na Seletiva Série D, criada às pressas, a equipe foi eliminada logo na primeira fase, e viu o Espírito Santo ser campeão, ao derrotar o Real Noroeste. 2ªDIV

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Em Goiás, dos quatro acessos, apenas um é de uma equipe da capital, e este foi pra lá de especial. O vice-campeonato da Série C conquistado pelo Monte Cristo, levou a equipe à Série B. O título e a outra vaga ficou com o time da Aparecida. Enquanto na Série B, os dois acessos foram do interior. O Rio Verde levou a taça para casa, enquanto o Iporá, também garantiu seu lugar na elite do futebol goiano em 2017. 2ªDIV

SEL

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MATO GROSSO Sem ter a disputa da Segunda Divisão por falta de clubes, o segundo semestre ficou reservado apenas à Copa Mato Grosso, que dá vaga na Copa do Brasil. Porém, o torneio foi marcado por desistências e teve apenas cinco clubes, com o inusitado fato de que em um grupo de apenas dois times, os dois se classificaram. Para a competição não ficar esvaziada, o time B do Luverdense acabou sendo inscrito. No fim, o Cuiabá, segunda força do estado, derrotou o Mixto na decisão e garantiu a taça. COPA

DISTRITO FEDERAL Mais enxuta e com menos clubes do que em 2015, a Segundona do Candangão foi bastante disputada e ofereceu duas vagas na elite. O tradicional Dom Pedro - último colocado no ano passado -, conseguiu seu tão sonhado retorno, após uma campanha impecável, vencendo todos os sete jogos disputados, sofrendo apenas três gols durante todo torneio e marcando 14. A outra vaga na Série A de 2016, ficou com o simpático Paranoá. 2ªDIV

CEARÁ

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Marcado sempre por ter as divisões inferiores bem organizadas, o Ceará teve um ano atípico em 2016. A Série B ficou paralisada por meses na Justiça Desportiva, depois de um imbróglio envolvendo Ferroviário e Horizonte. No fim, o time do interior ficou com o acesso, mas o Horizonte acabou sendo derrotado pelo Alto Santo na final. A Série C foi completamente esvaziada e apenas três clubes disputaram duas vagas do acesso. O Esporte Limoeiro - não confunda com o tradicional Limoeiro -, foi derrotado pelo Tianguá, campeão, com uma derrota por 3 a 1. Na Taça Fares Lopes, também marcada por desistências, o Guarani de Juazeiro derrotou o Horizonte na decisão, e beliscou a vaga na Copa do Brasil de 2017.


BAHIA

MARANHÃO

Na Bahia, o tradicional Atlântico retornou à elite ao derrotar o Teixeira de Freitas na final, vencendo as duas partidas, pegando assim a única vaga disponível na elite. Menção honrrosa para os times tradicionais eliminados na primeira fase: Ypiranga, Atlético de Alagoinhas, Catuense e Juazeiro. Já na Copa Governador do Estado, o Vitória da Conquista comemorou o título diante do Jacobina e optou por jogar a Copa do Brasil, enquanto o vice-campeão, irá disputar a Série D de 2017. 2ªDIV

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Se no ano passado a Série B do Maranhense foi um sucesso de público, a de 2016 por pouco sequer aconteceu. Apenas dois clubes conseguiram reunir condições legais de participar e assim, a Federação promoveu um torneio seletivo entre os dois e a única vaga ficou com o Americano, que derrotou sem maiores dificuldades o Pinheiro. 2ªDIV

SERGIPE O Sergipe com certeza teve uns dos acessos mais simpáticos de 2016. A Série A2 contou com times tradicionais como o Olímpico de Pirambu, América, Coritiba, e os exóticos Independente e Rosário Central. Os acessos ficaram com dois times novatos, que faziam suas estreias no futebol profissional. O campeão foi o Frei Paulistano, da cidade de Frei Paulo, enquanto a outra vaga na elite e o vicecampeonato, terminou com o Botafogo, de Cristinápolis. O título veio após dois empates sem gols, onde o Frei Paulistano foi campeão por ter melhor campanha.

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PIAUÍ Com apenas quatro equipes, a competição teve apenas sete datas e um tiro bem curto. Após uma primeira fase em pontos corridos, os dois melhores foram para a final e garantiram o acesso: Comercial e 4 de Julho. Na grande decisão, mesmo fora de casa, o 4 de Julho levou a taça para Piripiri. Depois do empate em 1 a 1 no tempo normal, o time Colorado fez 2 a 1 na prorrogação e garantiu o troféu para festa do interior.

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ALAGOAS Com cinco clubes inscritos, o regulamento foi o mesmo da Segundona do Potiguar: pontos corridos, mas ao invés de apenas uma, foram duas vagas na elite. O campeão e invicto foi o CEO, o Centro Esportivo Olhadaguense, rebaixado no ano passado. A segunda vaga na elite foi disputadíssima entre Miguelense e São Domingos, mas o primeiro acabou levando a melhor e garantiu o acesso.

RIO GRANDE DO NORTE Assim como em 2015, a Série B do Potiguar não teve muitos atrativos e destinou apenas uma vaga na elite. Com cinco clubes e oito datas, a competição foi disputada em pontos corridos, e o Santa Cruz FC - não confundir com o SC Santa Cruz -, foi campeão e pegou a única vaga disponível na elite, com o Potiguar, de Natal, ficando com o vice-campeonato.

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ACRE

PARAÍBA As duas vagas da elite paraibana ficaram com o Internacional e o Serrano. A equipe colocada acabou sendo a campeão, após vencer o Serrano nas duas partidas: 2 a 1 e 1 a 0. Detalhe, é que o Serrano por pouco não deixou de disputar, chegando a ser retirado da tabela pela Federação, que voltou atrás, após o clube se regularizar. Já o Cruzeiro, foi excluído antes mesmo do torneio se iniciar. 2ªDIV

Um campeonato de tiro curto e apenas quatro datas. Com três clubes inscritos Humaitá, Adesg e Náuas -, a Segundona do Acre não empolgou, muito pela diferença de nível dos adversários. O campeão Humaitá, venceu todos os 4 jogos que disputou e sem dificuldades, ficando com a Taça e a única vaga na elite. A Adesg ficou em segundo, enquanto o Náuas, perdeu todos os jogos, terminando na lanterna. 2ªDIV

TOCANTINS Apesar de não ter sido encerrada até o fechamento desta edição, a Segundona do Tocantins já tem suas duas vagas na elite definidas. Sparta e Colinas despacharam seus rivais e vão decidir o torneio. No jogo de ida, o Sparta levou a melhor, e mesmo fora de casa fez 4 a 1 para cima do rival.

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PARÁ

MATO GROSSO DO SUL

A Segundinha do Pará novamente contou com a presença da simpática e tradicional Tuna Luso, e mais uma vez, a equipe decepcionou, sendo eliminada ainda na primeira fase, ficando em terceiro, atrás de Pinheirense e Sport Belém. Outra decepção foi o Gavião, último colocado do Grupo A, que teve Castanhal e Carajás como classificados. Nas semifinais, em jogo único, os acessos foram definidos. O Castanhal voltou a elite vencendo o Sport Belém por 3 a 2, enquanto o Pinheirense fez 2 a 1 no Carajás. Na grande decisão, no Mangueirão, após empate em 1 a 1, o Pinheirense levou a melhor nas penalidades: 4 a 2. 2ªDIV

AMAPÁ

AMAZONAS

Com apenas uma competição estadual, Amazonas teve o Fast Clube como campeão e o Princesa do Solimões como vice, desbancando o favorito e tradicional Nacional. Enquanto em Rondônia, o caçula Rondoniense levantou a taça diante do Genus. Em Roraima, o São Raimundo voltou a conquistar o torneio após alguns anos, enquanto o Baré terminou na segunda posição. Fechando, no Amapá, o Santos confirmou seu favoritismo e levantou o troféu mais uma vez, fazendo o Trem ser o vice.

PERNAMBUCO Outras duas competições seguem em curso e não foram mencionadas por estarem longe de uma definição. No Mato Grosso do Sul, a segunda rodada estava programada para o último dia 3, mas foi adiada devido ao luto pela Chapecoense. O torneio terminará no dia 18. Os participantes são Moreninhas, Urso, Coxim e União/ABC. Já em Pernambuco, a A2 ficou paralisada devido a problemas jurídicos, que eliminaram o Ferroviário e colocaram o Íbis nas quartas-de-final. O Centro Limoeirense também foi punido com a perda de pontos, mas não perdeu a vaga. Até o fechamento desta edição, o Timbaúba era o único time classificado às semifinais, após eliminar o Barreiros. Os outros confrontos são: Afogados x Centro Limoeirense, Íbis x Flamengo e Vera Cruz x Cabense.

RONDÔNIA

RORAIMA

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LADO B

LATO B

DI ITALIA Desde a temporada passada, a Serie B, a segunda divisão italiana vem sendo televisionada em canal fechado. Para quem assistiu a algum jogo, certo jogador pode ter sido reconhecido, pois sempre esteve na primeira divisão ou passou meteoricamente por um clube grande. Na última temporada, por exemplo, o Perugia contava com Taddei no elenco. Para a nova época, ele não continuou, mas outros estão aí para mostrar que o mundo dá voltas (em um caso específico, para o “bem”). A Série Z separou aqueles mais famosos, digamos, para você saber por onde anda tal jogador

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Combo #1 | HELLAS VERONA Enzo Maresca

Formado no Cagliari, o meio-campo chegou a atuar na Juventus, até chegar ao Sevilla, onde ficou quatro temporadas e ajudou a equipe na conquista de dois títulos da então Copa UEFA. Passou ainda pelo Olympiakos e Málaga, onde ajudou a equipe a chegar à Champions League. Antes de acertar com o Hellas, jogou na Sampdoria e Palermo.

Maresca (Foto: Divulgação/FotoExpress)

Rômulo

O lateral/meia que passou por Santo André, Cruzeiro e Atlético Paranaense, chegou ao Hellas e se deu muito bem. Se naturalizou italiano e esteve prestes a ser convocado para a Copa do Mundo 2014, mas alegou problemas físicos e não foi chamado. Ele havia acertado com Juventus para jogar após a Copa, mas toda expectativa depositada não foi vista. Rômulo jogiu apenas cinco partidas pela Vechhia Signora e em 2015, retornou ao Hellas.

Rômulo (Foto: Divulgação/Getty Images)

Giam Pazzini

Pazzini sempre foi artilheiro por onde passou. Seja na Atalanta, Fiorentina ou Sampdoria, mas demorou até um dos grandes o contratarem, mesmo convocado para a Copa do Mundo 2010. Não foi bem na uma temporada e meia que ficou na Internazionale. Fez bom 2012/13, com o Milan, onde fez 16 gols, mas não voltou a repetir os números até acertar com o Hellas, em 2015.

Pazzini (Foto: Dino Panato/Getty Images)

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Combo #2 | PERUGIA Rolando Bianchi

Figurinha carimbada na Serie A, o centroavante deixa saudades no Torino e principalmente, Reggina, onde em 2006/07 fez 20 gols em 40 jogos, o que chamou a atenção do Manchester City, que ainda não era milionário, mas tinha mais dinheiro que o ex-clube. Apesar dos cinco gols em 24 jogos voltou à Itália na mesma temporada para defender a Lazio.

Bianchi (Foto: Divulgação/Umbria24)

Matteo Brighi

O volante ficou conhecido durante a estadia de quatro anos e meio de Roma, onde alternava o campo e o banco. Chegou a ser convocado para a seleção. A estabilidade na carreira ocorreu apenas na capital. Antes e depois passou por vários clubes.

Brighi (Foto: Divulgação/Umbria24)

Luiz Felipe | Salernitana

Luiz Felipe (Foto: Divulgação/US Salernitana)

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Quem é Luiz Felipe? Calma, ele ainda é novo, tem apenas 19 anos, mas está aqui por defender um clube da segunda divisão italiana e ao mesmo tempo com a oportunidade de jogar pela seleção brasileira sub-20, já que foi convocado por Rogério Micale. O zagueiro foi formado no Ituano e foi vendido a Lazio no meio deste ano, o qual repassou para a Salernitana.


Gaby Mudingayi | Pisa A torcida da Inter, até hoje, deve pensar o porquê da contratação de Gaby Mudingayi, em 2012/13. Formado no Gent, o volante nascido na RD Congo e naturalizado belga atuou no Torino, Lazio e Bologna, onde chamou atenção da parte azul e preta de Milão. Em duas temporadas, fez apenas 16 jogos. Na última temporada, jogou no Partizani Tirana.

Mudingayi (Foto: Claudio Villa/Getty Images Europe)

Mariga | Latina Mais um que passou pela Inter e ninguém entendeu, por que! Fato é, que ele é campeão da Champions League e do Mundial de Clubes, ou seja, o único queniano campeão dessas duas competições. Após 2010/11, porém não conseguiu fincar o pé por lá e começou a andar, até chegar a carismática Latina.

Mariga (Foto: Divulgação/UC Latina)

Cristian Zaccardo | Vicenza

Zaccardo(Foto: Alex Livesey/Getty Images)

Campeão do mundo em 2006 pela seleção italiana, um dos três jogadores do Palermo daquele Mundial, campeão alemão do histórico Wolfsburg, quatro anos de Milan e hoje, lutando contra o rebaixamento no Vicenza. Essa é resumidamente, a carreira do defensor Zaccardo, que não conseguiu uma vaga na Serie A, mesmo com esse histórico.

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CAMISA 10

(Foto: Arquivo Pessoal/Douglas Ceconello)

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DOUGLAS CECONELLO

OENCARNADO GURI

Jornalista, gaúcho, brasileiro, sul-americano e Colorado. Douglas Ceconello foi um dos editores do Impedimento, site que bradava (e que continua nas redes sociais) o futebol sul-americano do Oiapoque ao Chuí. Atualmente, ele comanda o blog Meia Encarnada, do globoesporte.com, onde continua com a pegada latina de valorização do que é nosso, seja a Libertadores ou a SulAmericana. Falamos de tudo um pouco com ele! Profissionalismo, paixão pelo futebol, feras meiaboca e várias histórias...

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Eu ia fazer uma pergunta para te provocar, questionando se prefere Libertadores ou Liga dos Campeões, mas eu sei a resposta (risos). Então, mudo e pergunto: Libertadores ou Copa Sul-Americana? A Libertadores é insuperável, independentemente da comparação. Não financeiramente, claro, nem no número de craques alienígenas, mas em competitividade e carisma – são os nossos times, nos estádios que frequentamos, em uma atmosfera que só existe na América do Sul. É claro que devemos melhorar, isso não deve servir de ÁLIBI nem atenuante para violência, corrupção e desorganização. Sobre a Sul-Americana, a competição andou meio esvaziada ultimamente, mas acho um grande torneio, quando devidamente valorizado, o que talvez volte a acontecer a partir de 2017, com os times da Libertadores entrando na disputa. De onde vem essa paixão pelo futebol e posteriormente, pelo praticado na América do Sul? A fissura pelo futebol vem desde guri. Me criei numa atmosfera em que o GreNal sempre esteve presente – a família da minha mãe, toda gremista; meu pai, colorado da velha guarda, que chegou a trabalhar como garçom na antiga Churrascaria Saci, no Beira-Rio. Dúvida nunca existiu, e sempre militei do lado vermelho da força. Sobre o futebol sulamericano, quando comecei a acompanhar verdadeiramente futebol, na virada dos anos 80 para os 90, não tínhamos esta enxurrada de informações sobre a Europa. Os times que eu admirava e que passei a respeitar estavam aqui: River Plate, Boca Juniors, Olimpia, Peñarol, e por aí vai. Com

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Douglas Ceconello (primeiro da esquerda) com o seu time na III ImpedCopa (Foto: Arquivo Pessoal/Douglas Ceconello)

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o tempo, passei a perceber também que o cenário na América do Sul reflete nossas particularidades culturais, e isso aumentou mais o interesse. Desde o surgimento do Impedimento, quando os tempos já eram outros, o Eurocentrismo já avançava sobre o público sudaca, a intenção era buscar informações sobre os nossos vizinhos, sobre o que cercava o futebol que, mesmo praticado aqui do lado, às vezes parecia tão distante. Você concorda com a frase “Futebol é mais que um jogo”? E por quê? Não há como duvidar desta afirmação. Além de toda carga emocional presente em quem vive o futebol, dentro ou fora do campo, dos sentimentos mais nobres e profundos que muitas vezes presenciamos, também existe o reflexo do futebol enquanto manifestação social e cultural – um clube está inserido em uma determinada realidade, com uma paisagem humana e geográfica específica, que tem uma história e costumes únicos. Na verdade, todo este entorno humano do futebol me interessa tanto quanto o jogo. Talvez até mais. Sobre o Impedimento! O site foi um dos precursores do futebol alternativo na internet, pois queria saber de tudo que fosse interessante no continente. Qual a importância do Impedimento para você, como jornalista? Acredito que o Impedimento conseguiu alcançar repercussão no cenário do jornalismo porque provou que ainda era possível investir em textos de qualidade, em detrimento da volúpia pelo click fácil, resgatando gêneros que estavam meio esquecidos, como entrevistas longas, crônicas mais literárias e grandes

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reportagens. Na minha trajetória como jornalista, o Impedimento teve papel fundamental, pois foi uma espécie de escola, onde durante nove anos pude desenvolver meu texto e fazer parte de um trabalho colaborativo em um veículo independente, que criou em torno de si uma comunidade, e esta foi uma experiência maravilhosa. O Impedimento formou caráter (seu e dos leitores)? Não sei se formou caráter, exatamente, mas sem dúvida gerou uma comunidade bastante unida em torno do blog e da sua postura. O Impedimento foi fruto de uma época em que o Twitter sequer existia e o Facebook ainda mamava no peito da internet, o que fazia com que os leitores passassem as tardes conversando na caixa de comentários como se estivessem

com o braço escorado no portão falando com o vizinho. Amizades nasceram ali, a ImpedCopa foi criada ali. É impossível pensar na louca vertigem impedimentense sem considerar os leitores e a caixa de comentários. Falei sobre futebol alternativo. Você é familiarizado com o termo e o que pensa sobre o pessoal que prefere o Libermorro ao Liverpool – como citado na descrição da comunidade Futebol Alternativo? Acho ótimo que exista este tipo de movimento, voltado a um futebol de raiz. O mundo hoje gira em torno dos campeonatos europeus e da Champions League, e é natural que as pessoas queiram assistir às competições mais ricas e atraentes em termos de craques, mas é fundamental que se tenha noção

“Na verdade, todo este entorno

humano do futebol me interessa tanto quanto o jogo. Talvez até mais” 52


Douglas Ceconello, ao lado de Fabiano, ídolo colorado no lançamento do seu último livro, o “História Universal da Angústia” (Foto: Arquivo Pessoal/Douglas Ceconello)

que o futebol não é só isso. Quando visito qualquer cidade, sempre procuro conhecer os clubes e estádios, não interessa o tamanho da cancha ou do time, então simpatizo com esta relação mais visceral com o futebol mais real, menos sobrenatural. Do contrário, nossa relação com o futebol vai ser mediada apenas pela televisão, o que definitivamente seria lamentável. O futebol nasceu para ser vivido no estádio, na várzea, na rua, e só é vivido plenamente assim. Seus textos são marcados pelo toque extremamente literário. Traz algo humanizado! É um relato mais fiel ao que acontece na partida. Você tem o prazer, que eu, por exemplo, tenho, ao ler o seu texto? Não tenho certeza se entendi ao certo, mas não tenho muito o costume de voltar

aos meus textos depois que os publico. A partir do momento que escrevo, reviso e publico, dá um certo frio na barriga, então deixo a critério de quem lê. Quanto ao momento de escrever, ao processo, sempre é prazeroso em algum grau, mesmo naqueles textos que demoram para ser paridos. Para reunir os textos de História Universal da Angústia, passei por uma experiência diferente e um pouco TRAUMÁTICA, afinal precisei revisitar os textos, e nem sempre esta nova impressão correspondia à lembrança que tinha do que escrevi. Você é torcedor declarado do Internacional! Como estamos falando de futebol alternativo, qual foi a vitória, empate e derrota mais inesquecível que o Colorado teve contra clubes pequenos ou desconhecidos?

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Nossa, seria preciso criar uma OUTRA internet apenas para citar as derrotas para estes clubes. Mas vamos lá. O Inter teve uma sequência maravilhosa de eliminações na Copa do Brasil para times de porte menor, como Londrina e Paraná. Também perdeu para o Juan Aurich, umas Libertadores atrás. A maior derrota, incontestável, foi o Mazembaço, em 2010. Também vale lembrar que nos anos 80 e começo dos 90 o Inter enfrentava uma touca retumbante contra o Bangu. Que tempos eram aqueles. Uma vitória, mais pelo caráter AFETIVO, aconteceu contra o União São João de Araras, no Brasileiro de 94. Cheguei no Beira-Rio duas horas antes, em meio a um dilúvio, por algum motivo imaginando que teria umas 40 mil pessoas. Público total: 5 mil. Minha previsão ficou dentro da margem de erro de 900 %. Um desafio! Você conseguiria formar um Inter com jogadores que vieram de

Junto com Daniel Cassol, Ceconello, também escreveu “Inter Hoje e Sempre” (Foto: Divulgação/Jornal do Comércio)

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clubes desse porte e deixaram ou não saudade na torcida? Este é meu método contemporâneo preferido de masoquismo. Certamente sairá uma lista incompleta e gente importante vai ficar de fora, e medir o tamanho de um clube também é uma situação pra lá de subjetiva. Mas segue uma tentativa de escalação, no 4-4-2, de notórios jogadores que causaram calafrios na torcida colorada (e alguns inclusive depois tiveram sucesso na carreira): Maizena (formado no Cascavel-PR, veio após breve passagem pelo São Paulo); Valdir (Gama-DF), Zabala (Talleres-ARG), Herbella (Quilmes-ARG) e Wederson (Americano-RJ); Fernando Miguel (ParanáPR), Leandro Guerreiro (formado no Inter, mesmo, para sermos democráticos), Tim (Vila Nova-GO) e Geninho (CSAAL); Anderson Barbosa (Vila Nova-GO) e Luciano Pedra (Iraty-PR).


MAIZENA

ZABALA

VALDIR

F. MIGUEL

TIM

HERBELA

WEDERSON

LEANDRO

GENINHO

BARBOSA

L. PEDRA

Você é jornalista esportivo e declara publicamente o clube que torce. Nesses últimos meses, há uma patrulha ou caça a clubes de profissionais da imprensa ou uma desnecessária proteção dos jornalista em não revelar o time que torce, como queira. O que você pensa sobre essa relação do jornalismo esportivo e clube que torce e, também, essa “sangria clubista” (em muitos casos) por parte de torcedores em relação ao tema? No meu caso, assumir o clube sempre pareceu algo natural, até porque isso aconteceu quando comecei a escrever no Impedimento, um veículo pequeno que na época não tinha repercussão. Então, como era um trabalho amador, não via sentido em esconder. Mas entendo que é uma opção de cada profissional, e é perfeitamente compreensível que os jornalistas que atuam em veículos de massa não se sintam à vontade de buscar esta exposição. No entanto, me parece que a tendência é que cada vez mais os profissionais revelem seus clubes, até porque com as redes sociais é cada vez mais difícil esconder aquela foto fardado no aniversário de dez anos. Assumir o clube obviamente não libera o jornalista da responsabilidade com suas posições. Bem pelo contrário, afinal o público não lhe dará mais o benefício da dúvida em caso de uma informação mal apurada ou uma opinião maldosa. Na época do Impedimento, e também agora, os gremistas sempre me respeitaram, pois, apesar de saberem que eu sou colorado, das flautas e brincadeiras ocasionais, jamais fui desonesto ao opinar sobre o Grêmio, nem desrespeitei a torcida ou a história do clube.

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CONTEXTO

SUBSTANTIVO

FEMININO Existem estádios e estádios. Muitos deles carregam consigo nomes marcantes e geniais, mas em sua maioria são nomes de homenageados que aparecem em suas fachadas. Uma esmagadora maioria dos estádios brasileiros, com base no Cadastro Nacional de Estádios de Futebol (CNEF) publicado pela CBF no início de fevereiro de 2016, têm o nome de um homem. São pouquíssimos casos de mulheres homenageadas: quatro de 790 listados (além de um que voltou a ser sede neste ano). Levando em consideração a pesquisa, no Amazonas há mais um, que, porém não é listado no cadastro.

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Emília Mendes Rodrigues (Ninho da Águia) Imbituba (SC) | Duas mil pessoas | 2009 | Imbituba FC

(Foto: Divulgação)

Emília é mãe de Roberto Rodrigues, empresário que fundou a equipe em 2009. O clube, aliás, em seu primeiro ano de atividade fez uma parceria com o CFZ, nome no qual foi incorporado. O estádio também não está listado no CNEF, mas deve voltar a receber partidas nesse ano com a volta do clube para a disputa da terceira divisão.

Flávia Blante de Oliveira (Bacurauzão) Manicoré (AM) | Três mil pessoas | – | Municipal Dos estádios listados é o único que não consta no CNEF. Não foram encontradas informações sobre quem é a homenageada. (Foto: Divulgação)

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Maria de Lourdes Abadia (Abadião) Ceilândia (DF) | Três mil pessoas | 1978 | Municipal Homenagem a ex-administradora da cidade. (Foto: Divulgação)

Maria Lamas Farache (Frasqueirão) Natal (RN) | 14.740 pessoas | 2006 | ABC Futebol Clube A homenageada, junto de seu marido Vicente Farache, são considerados dois esteios da história abcedista. Vicente foi ponta direito na primeira conquista estadual, mas anos depois se aposentou e assumiu um posto de dirigente e sua mulher incorporou o ABC a sua vida, também.

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(Foto: Divulgação/ABC FC)


Maria Tereza Breda Olímpia (SP) | 15 mil pessoas | 1949 | Municipal O benfeitor das obras do estádio foi Natal Breda, que em troca do custeio solicitou que o estádio deveria ter o nome de sua esposa, Maria Tereza. (Foto: Divulgação/Wikimapia)

Otacília Patrício Arroyo Monte Azul Paulista (SP) | 13.100 pessoas | – | Atlético Monte Azul O estádio já foi chamado de Ninho do Azulão e AMA, mas em 2010, o presidente do clube, Ricardo Céster Arroyo, propôs a mudança para homenagear sua avó que havia morrido com 100 anos de idade em 2005. A família Arroyou foi responsável pela doação das terras onde o estádio está localizado.

(Foto: Divulgação/AMA)

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POR ONDE ANDA?

SANCHO:

(Foto: Divulgação/Getty Images)

DO PUXÃO DE CABELO PARA O MINISTÉRIO DO ESPORTE

Da histórica seleção trinitina de 2006, o zagueiro saiu para virar o homem do esporte nacional

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A

Copa do Mundo de 2006 teve várias cenas marcantes: Roberto Carlos e a meia, o olhar de Grosso para o gol que fez na semifinal e claro, a cabeçada de Zidane em Materazzi. Porém, uma cena ficou marcada na mente do autor deste texto, quando Crouch puxou descaradamente o cabelo (!?) de Sancho. A partida era entre Inglaterra e Trinidad & Tobago, pela segunda rodada da fase de grupos. Inglaterra mesmo superior sofreu para vencer por 2 a 0, tanto que o John Terry evitou um gol ao tirar a bola que estava prestes a passar a linha das traves. Naquele momento, a partida estava empatada. Peter Crouch foi titular da partida e nas bolas alçadas, geralmente, Brent Sancho foi o responsável pela marcação do grandalhão. Talvez pelo desespero do vexame, aos 38 minutos do segundo tempo, a bola foi cruzada, Sancho estava na frente de Crouch. Assim, com seus 2,01m, ele não hesitou pegou no cabelo do zagueiro, puxou, por pouco não acertou o joelho e cabeceou: gol. A falta que era para ser assinalada não foi dada e por minutos, os Soca Warriors não conseguiram um

resultado surpreendente. Gerrard em belo chute nos acréscimos definiu a vitória. Brent Sancho fez carreira em seu país natal, nos Estados Unidos, na Escócia e na Inglaterra, lugar no qual jogava quando foi convocado para a Copa do Mundo de 2006, quando atuava pelo Gillingham, que disputava a terceira divisão nacional. Passou ainda pela Finlândia. A sua participação na Copa do Mundo não foi marcada apenas pelo puxão de Crouch, mas ter sido o único trinitino a fazer um gol naquela Copa, mas infelizmente, contra. Na partida de despedida da seleção, contra o Paraguai, em bola lançada na área, Sancho tentou tirar a bola, após desvio, mas acabou com gol para os adversários. A Copa do Mundo passou e três anos depois, ele acertou a volta para Trinidad & Tobago, onde defendeu o North East United, até 2014. Ao se aposentar, se tornou dirigente do Central FC, mas para a surpresa do povo trinitino, em fevereiro de 2015, Brent Sancho foi anunciado como ministro do Esporte do país, pelo primeiro-ministro Kamla PersadBissessar. Ao assumir o posto, Sancho disse: “Temos uma abundância de talentos neste país e embora não tenhamos

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(Foto: Divulgação/Getty Images)

(Foto: Divulgação/Courtesy SPORTT)

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dado a eles o apoio adequado durante todo o tempo, eles ainda fizeram bem, e eu estou ansioso para elevar ainda mais”. Desde então, a postura de Brent tem sido muito crítica à federação local de futebol. Ele e boa parte do elenco trinitino da Copa de 2006 cobram da Federação de Futebol de Trinidad & Tobago (TTFA), as premiações pela participação no Mundial. Em setembro de 2014, ele e mais doze atletas receberam do governo nacional, cheques com os valores exigidos, mas continuam cobrando da TTFA, tal valor. O ex-zagueiro tem em Jack Warner, ex-presidente da Concacaf, que está envolvido nos escândalos da FIFA e Raymond Tim Kee, atual presidente da TTFA desafetos. Segundo o zagueiro, em resposta aos dois, em julho desse ano, o mandatário da federação é uma reencarnação de Warner, devido a maneira que o futebol local vem sendo administrado. “E agora eu tenho que perguntar: Jack de volta? É o Sr. Tim Kee, a nova reencarnação de Jack Warner? Desde o meu mandato como ministro do Esporte começou em fevereiro, eu frequentemente tenho solicitado as contas TTFA, o que é uma estipulação. No entanto, tudo que acontece de errado parece ser minha culpa. Mas a verdade é que TTFA é mal administrada”, disse Sancho, respondendo as críticas. Pelo que parece, o jogo virou e é Sancho quem está puxando o cabelo…


BOLA DE CAPOTÃO

OS

HERÓIS DO DIA

12 DE JUNHO DE 1919 por FRED MENDES editor do História do EC Pelotas

0

x

0 63


Pelotas O x O Argentina

N

em só de vitórias se faz o orgulho de um clube. Há empates memoráveis. Um deles aconteceu em 1919. O Pelotas ficou em 0x0 com a Seleção da Argentina, em uma grande partida de futebol, onde exibiu-se o brilho de um dos grandes arqueiros que passaram por nosso time: Tuffy, que depois participaria da Seleção Brasileira e seria considerado o melhor goleiro do país. A Seleção Argentina vinha do Rio de Janeiro, onde havia disputado o Campeonato Sul-Americano daquele ano. Após ser derrotada no dia 13 de maio, por 3 a 2 pela Seleção Uruguaia, e no dia 18 de maio, por 3 a 1 para a Seleção Brasileira, a Seleção Argentina venceu no dia 22 do mesmo mês, a Seleção do Chile por 4 a 1. Com esses resultados, os Argentinos terminaram a competição continental na terceira colocação.

Comemorações À noite o SC Pelotas ofereceu um jantar à missão e jogadores visitantes no Hotel Aliança, local onde está hoje a Galeria Zabaleta, e muitas críticas foram feitas ao Juiz Argentino Laport, pela maneira parcial como se houve.

Recepção e o Jogo Texto do Diário Popular “Os portenhos tiveram aqui calorosa recepção na Estação da Viação Férrea, sendo, inclusive, recebidos na Intendência Municipal pelo Cel. Guilherme Echenique, vice-intendente em exercício. Rumando dali a missão e os jogadores para o campo do Sport Club Pelotas, onde se realizou o jogo. Os jogadores Argentinos mais destacados no Sul-Americano foram Calomino, Matozzi, Castagnola e Laiolo, e todos eles jogaram aqui frente ao SC Pelotas. O jogo foi sensacional e já aos 6 minutos o juiz Laport, da missão visitante, punia o SC Pelotas com uma penalidade máxima, que foi chutada para fora. E com o escore em branco finalizou o primeiro tempo, sendo as equipes muito aplaudidas pelo público. No segundo tempo, o SC Pelotas enfrentou até com vantagem o Scratch Argentino, integrado dos maiores expoentes do Futebol Porteño. E foi justamente num momento de pressão ao golo Argentino que Laiolo, aproveitando uma rebatida de sua defesa, recebeu a bola livre de marcação e, em posição duvidosa, fuzilou Tuffy aos 28 minutos, assinalando o gol que foi anulado pela organização do evento. O jogo continuou sendo disputado sempre com lances sensacionais até o apito final, terminando o confronto em zero a zero”.

O resultado alcançado pelo Pelotas tornou-se, assim, a mais prestigiosa credencial para os elementos sportivos tanto da localidade como do estado, e dali, a surpresa e admiração causadas nos meios Cariocas e Paulistas, pelo brilhante score da eleven Pelotense.

Trecho do Diário Popular, do dia 4 de julho de 1919

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Homenagem No Domingo, 6 de Julho, a Cidade em festa comemorou no estádio do SC Pelotas o grande resultado de zero a zero contra a poderosa Seleção Argentina. Foram entregues medalhas de ouro aos jogadores do Áureo Cerúleo, no intervalo do jogo amistoso contra o Rio Branco, pelo memorável feito alcançado. Tendo o Dr. Bruno Lima saudado os jogadores e o SC Pelotas na oportunidade. Um quadro com os jogadores do SC Pelotas foi exposto na Casa Carioca, no centro da cidade, registrando o escore do jogo com os Argentinos em zero a zero.

O Rio Grande do Sul por essa extraordinária atuação do Sport Club Pelotas contra os Argentinos, inscreveuse com não menor brilho ao lado do Rio e São Paulo nos fatos de história do Campeonato Sul-Americano de 1919.

Trecho do Diário Popular, do dia 4 de julho de 1919

(Foto: Reprodução/História EC Pelotas)

Ficha Técnica Estádio da Avenida (Atual Boca do Lobo) 12/06/1919 - Quinta-feira Amistoso Internacional Pelotas: Tuffy, Roberto Stephan, Varella, Ítalo, Dorval Miranda, Quincas Vieira, Álvaro Pereira, Lourinho, Carlos Viola, Beto Ferreira e Loureiro de Souza Argentina: Barcas, Castagnola e Uslenghi, Cilley, Matozzi e Martinez, Calomino, Laiolo, Martin, Izaguirre e Perinetti

(Foto: Reprodução/História EC Pelotas)

Árbitro: Laporte

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GUIA

GUIA

mundial clubes

66

de

2o16

OS ALTERNATIVOS


FAÇAM SUAS APOSTAS!

P

or apenas duas vezes, em 11 edições, que um clube de fora da América do Sul e Europa não disputou a final do Mundial de Clubes, no atual formato. Nas duas vezes, com um clube brasileiro. A África foi o continente responsável por essas façanhas. Neste ano, mais uma vez, cinco clubes lutarão pelo sonho de chegar a final e quem sabe derrotar o “sonho impossível” de ficar com o título. Esse guia é diferente de tudo que você viu sobre Mundial de Clubes, em algumas edições que rolaram há alguns anos. Também se diferencia pela inversão do processo. Neste guia, o espaço para maiores informações é dado aos campeões da África, Ásia, Concacaf, Oceania e Japão (sede), ou seja, Mamelodi Sundowns, Jeonbuk Motors, América, Auckland City e Kashima Antlers. Atlético Nacional (que merecia uma revista completa sobre o clube, após as belas demonstrações nos dias anteriores a essa publicação) e Real Madrid ficaram à parte, com um texto ao nosso modo, para passar ao leitor que será difícil vencê-los, mas houve

casos do tipo nesta temporada. Neste guia, por motivos de adaptação, estamos considerando o atual formato da disputa, implantado em 2005. Torcedor corinthiano, acalme-se, pois o Mundial de 2000 não é visto como um mero amistoso, por nós, e sim como oficial e chancelado pela FIFA, assim como os Intercontinentais (tão Mundiais como todos os outros), mas neste caso, envolviam apenas dois continentes. E quem pode ser a grande zebra da disputa? O Real é o grande favorito! Então, a vida de Jeonbuk e América será complicada. No outro lado, o Nacional é amplo favorito, sendo que os adversários não são tão fortes como na outra chave, com a briga podendo ter o campeão japonês, como principal postulante a semifinal. A novidade maior será o Mamelodi, que pode enfrentar os colombianos, em um confronto que seria o mais legal da disputa. Vamos esperar e ver ser teremos surpresas, mesmo com a torcida dos brasileiros (e de boa parte do mundo) sendo para o Atlético Nacional, após os últimos acontecimentos, um time que merece a taça.

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kashima antlers

KASHIMA ANTLERS FOOTBALL CLUB FUNDAÇÃO

Nova rota

1947

CIDADE

Kashima (Japão) SITE

so-net.ne.jp/antlers FACEBOOK

/official.KashimaAntlersFC TWITTER

@atlrs_english ESTÁDIO

Kashima Soccer Stadium (40.728 pessoas) TÍTULOS

Nacional (1996, 1998, 2000, 2001, 2007, 2008, 2009, 2016) Copa Nacional (1997, 2000, 2007, 2010) Copa da Liga (1997, 2000, 2002, 2011, 2012, 2015) Supercopa Nacional (1997, 2000, 2002, 2011, 2012, 2015) Suruga Bank (2012 e 2013) BRASILEIROS NA EQUIPE

Bueno (Z) e Fabrício (M) TÉCNICO

Masatada Ishii

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(Foto: Divulgação/J.League)


Depois de 16 anos, o comando técnico do Kashima Antlers não pertence mais a um brasileiro. Desde julho de 2015, o japonês Masatada Ishii assumiu, como treinador do clube, carregando a pressão de ser o sucessor de Zico, Toninho Cerezo, Paulo Autuori, Oswaldo de Oliveira e Jorginho, que trocaram de cargo a partir de 1999. O processo de “niponização” passou também pelo elenco, que conta com apenas dois brasileiros e um sul-coreano, mas com os japoneses sendo os grandes destaques do elenco, como o veterano Ogasawara. Os brasileiros Bueno e Fabrício são opções no banco, enquanto apenas Hwang é titular entre os estrangeiros. Desde que o Mundial passou a ter essa formula, o Antlers conseguiu o título da J.League, por três vezes, mas não conseguiu vaga para o Mundial em nenhuma delas, pois em 2007 e 2008, o campeão asiático foi japonês e em 2009, a sede foi nos Emirados. Será a estreia na competição com uma boa possibilidade de chegar às semifinais, mas terá que jogar duas partidas para atingir esse objetivo. Em novembro, os japoneses ficaram sem partidas oficiais por 11 dias, devido ao estranho formato da liga nacional. Do dia 23, até a estreia no Mundial, foram três jogos, com a possibilidade real de mais três em um período de dez dias. Essa “pré-temporada” em um momento crucial teve a primeira parte de sucesso e o Mundial é o próximo passo.

TIME-BASE (4-4-2) Sogahata; Nishi, Hwang Seok-Ho, Shoji, Yamamoto; Ogasawara, Endo, Nagaki, Shibasaki; Doi e Kanazaki

(Foto: Koji Watanabe/Getty Images)

Mitsuo Ogasawara 37 anos | Meio-campo Último clube: Messina (2006)

(Foto: Masashi Hara/Getty Images)

Mu Kanazaki 27 anos | Atacante Último clube: Portimonense/POR (2016)

HISTÓRICO NA COMPETIÇÃO 2005

2006

2007

2008

2009

2010

2011

2012

2013

2014

2015

2016

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(Foto: Koji Watanabe/Getty Images)

-

Gaku Shibasaki

?

25 anos | Meio-campo Último clube: categorias de base

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auckland city

AUCKLAND CITY FOOTBALL CLUB FUNDAÇÃO

2004

Filme repetido

CIDADE

Auckland (Nova Zelândia) ALCUNHA

The Navy Blues SITE

aucklandcity.com FACEBOOK

/thenavyblues TWITTER

@AucklandCity_FC ESTÁDIO

Kiwitea Street (3.500 pessoas) TÍTULOS

OFC Champions League (2006, 2009, 2011, 2012, 2013, 2014, 2015, 2016) Nacional (04/05, 05/06, 06/07, 08/09, 13/14, 14/15) BRASILEIROS NA EQUIPE

-

TÉCNICO

Ramon Tribulietx

(Foto: Shane Wenzlick/www.phototek.nz)

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Todo ano é a mesma história! Chega a Liga dos Campeões da Oceania e cria-se a expectativa para que um clube desbanque o Auckland City. Ninguém consegue! Fica aquela coisa chata, você pensa em não torcer pela equipe no Mundial, mas eis que o fim do ano chega e você está lá, lembrando que o clube é um misto de elenco profissional e semiprofissional. O Navy Blues é a equipe com mais participações no Mundial, chegando a oitava participação, a sexta consecutiva. Para essa temporada, a equipe mantém uma das características do elenco: a espanholização. Dessa vez, três espanhóis estão no plantel, o ídolo Albert Riera que retorna a equipe; o também amado defensor Ángel Berlanga e o goleiro com grande experiência na La Liga, Eñaut Zubikarai. João Moreira, atacante português, é a aposta no ataque. Entre os locais, a falta de Ivan Vicelich é o que mais chama a atenção. Durante a temporada, tendo a (quase) certeza da disputa do Mundial, o Auckland City se utiliza do 3-5-2 para os jogos, que durante o fim do ano se transforma, geralmente, em um 5-3-2, pois todos têm a noção de que o normal seja a eliminação na primeira partida, mesmo com o sonho de repetir o incrível 3º lugar de 2014, quando por pouco não eliminou o San Lorenzo. Auckland City e Mundial é uma relação que já não é alternativa, mesmo que isso dure até o apito do árbitro!

TIME-BASE (3-5-2) Zubikarai; Iwata, Berlanga, HudsonWihongi; Riera, De Vries, Tavano, Lewis, Kim; João Moreira e Tade

(Foto: Shane Wenzlick/www.phototek.nz)

ÁNGEL BERLANGA 29 anos | Zagueiro/Lateral Último clube: Sporting Goa/Índia (2013)

(Foto: Shane Wenzlick/www.phototek.nz)

JOÃO MOREIRA 30 anos | Atacante Último clube: DPMM/Brunei (2013)

HISTÓRICO NA COMPETIÇÃO 2005

2006

2007

2008

2009

2010

2011

2012

2013

2014

2015

2016

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-

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5º 7º

(Foto: Lintao Zhang/Getty Images AsiaPac)

-

ALBERT RIERA

?

32 anos | Volante Último clube: Wellington Phoenix (2016)

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mamelodi sundowns

MAMELODI SUNDOWNS FOOTBALL CLUB FUNDAÇÃO

A grande novidade

1970

CIDADE

Pretoria (África do Sul) ALCUNHA

Os Brasileiros (The Brazilians) SITE

sundownsfc.com FACEBOOK

/sundownsfc TWITTER

@Masandawana ESTÁDIO

Lucas Moripe Stadium (28.900 pessoas) TÍTULOS

CAF Champions League (2016) Nacional (88, 90, 93, 97/98, 98/99, 99/00, 05/06, 06/07, 13/14, 15/16) BRASILEIROS NA EQUIPE

Ricardo Nascimento (Z/L) TÉCNICO

Pitso Mosimane (Foto: Divulgação/Sundowns FC)

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Ao lado do Atlético Nacional, o Mamelodi Sundowns fará a primeira participação em um Mundial de Clubes. Chegar até o Japão é um feito gigante, pois 21 anos depois, os Brasileiros colocaram a África do Sul novamente no topo do continente. A conquista foi cheia de fatos inusitados, com a equipe sendo repescada, por irregularidades adversárias. De pouco em pouco, o futebol encaixou e o título veio. A Premier Division é a liga mais organizada e rica do continente, mas parece sofrer do mesmo problema que a liga inglesa tem na Europa: dinheiro para internacionalizar a competição, mas fraqueza ao tentar colocar isso em prática fora do país. O Mamelodi é um desses clubes que apostam em uma grande mescla, com a presença de jogadores da Libéria (Laffor), Zimbabwe (Billat) e Uganda (Onyango), todos das seleções locais e que são titulares do time. Ricardo Nascimento, zagueiro, é o brasileiro dos Brasileiros. A base, porém, é fincada na África do Sul, com cerca de 70% do elenco formado por locais. Os dois maiores destaques representam a mescla de faixa etária da equipe, com média de 28 anos: Hlompho Kekana e Keagan Dolly. O primeiro é capitão, 31 anos, e que concorre ao Prêmio Puskás, com um gol de antes do meio campo. Dolly é o futuro da seleção sul-africana, sendo que disputou os Jogos Olímpicos Rio 2016. A mistura é o que dá o tom dos verde-amarelos.

TIME-BASE (4-3-3) Onyango; Mbekile, Soumahoro, Nthethe, Langerman; Kekana, Mabunda, Tau; Laffor, Billiat e Dolly

(Foto: Reprodução/Soccer Laduma)

KEAGAN DOLLY 23 anos | Meia-atacante Último clube: Ajax Cape Town (2015)

(Foto: Reprodução/Kickoff)

HLOMPHO KEKANA 31 anos | Volante Último clube: Bloemfontein Celtic (2011)

HISTÓRICO NA COMPETIÇÃO 2005

2006

2007

2008

2009

2010

2011

2012

2013

2014

2015

2016

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(Foto: Divulgação/Sundowns FC)

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DENIS ONYANGO

?

31 anos | Goleiro Último clube: Bidvest Wits (2014)

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jeonbuk motors

JEONBUK HYUNDAI MOTORS FOOTBALL CLUB FUNDAÇÃO

Toque brasileiro

1994

CIDADE

Jeonbuk (Coreia do Sul) ALCUNHA

Dak Gong SITE

hyundai-motorsfc.com FACEBOOK

/jhmfc TWITTER

@Jeonbuk_hyundai ESTÁDIO

Jeonju World Cup Stadium (42.477 pessoas) TÍTULOS

AFC Champions League (2006, 2016) Nacional (2009, 2011, 2014, 2015) Copa Nacional (2000, 2003, 2005) BRASILEIROS NA EQUIPE

Leonardo Pereira (M), Ricardo Lopes (A) e Edu (A) TÉCNICO

Choi Kang-Hee (Foto: Divulgação/Jeonbuk HMFC)

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“A bola tocada pela ponta canhota com Leonardo Pereira, ele procura alguém, olha! Inverte o jogo! Domínio tranquilo de Ricardo Lopes, ele vai para cima do defensor adversário! Passou, cruzou... Edu! Gooolll!”. Essa pode ser a narração das partidas do Jeonbuk Motors, apesar de Edu, o mais conhecido entre eles, seja reserva. Mesmo com selecionáveis no elenco, quem dá o tom no time são os brasileiros, com mais de 45 jogos na temporada. Um trabalho de garimpagem muito bem feito pelos sulcoreanos. Para chegar ao Mundial, o Jeonbuk fez uma primeira (fase de grupos) e segunda fase complicada, com jogos amarrados. Nas quartas e semifinal, a equipe trucidou os adversários garantindo com tranquilidade a vaga na final, onde tomou dois sustos nas duas partidas contra o AlAin, mas teve tranquilidade para reparar as adversidades, principalmente, com a confiança de Leonardo, que em quatro jogos fez dois gols, cada. Ficou com a vice-artilharia, com dez gols. Não apenas de Brasil vive o elenco do Jeonbuk, mesmo sendo o único país com estrangeiros. O plantel restante é formado inteiramente por sul-coreanos, com destaque para Lee Jae-Seong, que forma o trio de meias ofensivos, que ficam atrás do experiente Lee Dong-Gook. Na meta, o selecionável e capitão Kim Soon-Tae é quem passa segurança. O objetivo é enfrentar o Real Madrid!

TIME-BASE (4-2-3-1) K. Soon-Tae; K. Chang-Soo, C. ChulSoon, C. Sung-Hwan, P. Won-Jae; K. Hyung-Il, K. Bo-Kyung, Ricardo L., L. Jae-Sung e Leonardo; L. Dong-Gook

(Foto: Divulgação/Jeonbuk MHFC)

Leonardo Pereira 30 anos | Meia-atacante Último clube: AEK Atenas (2012)

(Foto: Reprodução/TeamTalk)

Lee Jae-Seong 24 anos | Meio-campo Último clube: categorias de base

HISTÓRICO NA COMPETIÇÃO 2005

2006

2007

2008

2009

2010

2011

2012

2013

2014

2015

2016

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5º -

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(Foto: Divulgação/Jeonbuk MHFC)

-

Ricardo Lopes

?

26 anos | Atacante Último clube: Jeju United (2015)

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américa

CLUB DE FÚTBOL AMÉRICA FUNDAÇÃO

12 de outubro de 1916

Pressão repassada

CIDADE

Cidade do México ALCUNHA

Águilas ou Azulcremas SITE

clubamerica.com.mx FACEBOOK

/ClubAmerica.com.mx TWITTER

@ClubAmerica ESTÁDIO

Azteca (87.000 pessoas) TÍTULOS

CONCACAF Champions Cup/League (77, 87, 90, 92, 06, 15, 16) Nacional (24/25 a 27/28, 65/66, 70/71, 75/76, 83,84, 84/85, 85, 87/88, 88/89, 02, 05, 13, 14) BRASILEIROS NA EQUIPE

William (M/A) TÉCNICO

Ricardo La Volpe

(Foto: Divulgação/Club America)

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Se tudo correr normalmente, esse texto pode ser republicado no ano que vem alterando apenas os substantivos próprios. Isso porque, a relação dos clubes mexicanos com o Mundial de Clubes é decepcionante. Por diversas vezes, os mexicanos chegam à competição com a pompa de finalmente chegarem, ao menos, em uma final, mas isso nunca ocorreu e ainda pior, por duas vezes, a África conseguiu esse feito. Dessa forma, a pressão é repassada desde 2006, ano em que o América participou pela primeira vez do certame. Naquele ano, a eliminação foi normal, contra o Barcelona, assim como a desse ano poderá ser encarada, caso os Azulcremas passe pela primeira partida e seja derrotado pelo Real Madrid. Menos que isso, novo vexame e reafirmação de tudo que já foi dito. Sobre o time, o elenco é forte para o parâmetro do continente americano. Entre os mexicanos, o goleiro Moisés Muñoz, o zagueiro Paul Aguilar e o atacante Oribe Peralta são os destaques e o pilar da equipe comandada por Ricardo La Volpe. O elenco conta com 11 sulamericanos, como o meia William, ex-Palmeiras, mas os destaques da parte debaixo do continente são os selecionáveis, os paraguaios Pablo Aguilar e Miguel Samudio e os equatorianos Renato Ibarra e Michel Arroyo. Se vencer o Jeonbuk, perde o jogo para o Real Madrid e a vida segue, do contrário...

TIME-BASE (4-4-2) Muñoz; Álvarez, Pablo Aguilar, Goltz, Samudio; Guerrero, William, Ibarra, Sambueza; Arroyo e Peralta

(Foto: Divulgação/Club America)

ORIBE PERALTA 32 anos | Atacante Último clube: Santos Laguna (2014)

(Foto: Divulgação/Club America)

PABLO AGUILAR 29 anos | Zagueiro/Lateral Último clube: Tijuana (2013)

HISTÓRICO NA COMPETIÇÃO 2005

2006

2007

2008

2009

2010

2011

2012

2013

2014

2015

2016

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4º -

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(Foto: Divulgação/Club America)

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MOISÉS MUÑOZ

?

36 anos | Goleiro Último clube: Atlante (2011)

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Favoritismo assustador

por YURI CASARI editor do Escrevendo Futebol e jornalista do Do Rico ao Pobre

Q

uando se fala em Mundial de Clubes, é impossível não lembrar dos grandes duelos entre as maiores e melhores equipes da história do futebol sul-americano e europeu. Felizmente, a partir do torneio embrionário de 2000, e definitivamente a partir de 2005, a FIFA assumiu o controle da disputa que decide “o melhor time do planeta” e democratizou o Mundial. Todos os continentes passaram a enviar representantes. É bem verdade, que apesar disso, a grande maioria das decisões segue sendo entre clubes da América do Sul e Europa. Em apenas duas ocasiões a lógica foi subvertida: em 2010, quando o Mazembe da RD Congo eliminou o Internacional, e em 2012, quando o Raja Casablanca do Marrocos, derrotou o também brasileiro Atlético Mineiro.

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Em 2017, poucos ousam apostar que a final do Mundial de Clubes não seja disputada entre o Atlético Nacional, equipe com o futebol mais bonito do cone sul em 2016, e o Real Madrid, a constelação de estrelas formada por nomes como Cristiano Ronaldo, Gareth Bale e Karim Benzema. Mas como diz aquela velha máxima que os boleiros adoram usar, “futebol é onze contra onze”. E dentro de campo, sempre pode aparecer a famosa zebrinha. Em relação ao Real Madrid, não será nada fácil que isso aconteça. Os galácticos sofreram apenas 3 derrotas em 2016: contra o Atlético de Madrid, pelo Espanhol; contra o Wolfsburg, pela Liga dos Campeões; e diante do Paris SaintGermain, em amistoso. Em compensação, dois jogos podem servir de inspiração para


quem aspira derrotar o Real Madrid: o empate em 2 a 2 com o Las Palmas, em setembro, e o mais recente empate em 3 a 3 diante do Légia Varsóvia, que mesmo sem o apoio de sua torcida conseguiu deixar o careca Zidane de cabelo em pé. Já o Atlético Nacional sofreu 10 derrotas no ano. Em compensação, o clube de Medellín já alcançou a incrível marca de 80 partidas na temporada 2016, enquanto o Real Madrid não passou dos 55 jogos disputados no ano. O mais curioso, é que a derrota mais surpreendente sofrida pelos Verdolaga foi diante do Cortuluá, por 2 a 0, em 23 de abril em jogo válido pelo campeonato colombiano, aconteceu graças a excelente atuação de ninguém mais ninguém menos que Miguel Borja, hoje destaque do Nacional. Outra equipe modesta que conseguiu superar o campeão da Libertadores foi o Patriotas Boyacá, que venceu por 2 a 1 no dia 7

Na derrota para o pequeno Cortuluá, que o Atlético Nacional viu em Borja, o centroavante necessáario para o fim da Libertadores (Foto: Divulgação/Deportes RCN)

Um dos resultados mais surpreendentes da temporada madridista foi o empate em 3 a 3 com o Legia Varsóvia, pela fase de grupos da UCL (Foto: Divulgação/PAP)

de setembro, pela Copa Colômbia. Resultado que não serviu para eliminar o Nacional.

Destaques alternativos

É natural que, ao falarmos dos destaques dessas duas equipes, dois nomes povoem nosso imaginário: Cristiano Ronaldo, do lado merengue, e Miguel Borja, pelo lado Verdolaga. Mas sempre temos a possibilidade de vermos um “novo Gabiru” surgir entre as lendas do esporte bretão. E quem seriam esses candidatos em ambas as equipes? É bem verdade que um time como o Real Madrid não tenha lá muitos nomes questionáveis, mas sempre podemos ter uma surpresa. O treinador Zinedine Zidane ainda não anunciou a convocatória para o torneio, porém já podemos imaginar alguns nomes impensáveis como heróis do título: o atacante Lucas Vázquez, que tem aparecido com frequência em campo, o meia Marco Asensio ou o lateral Fábio Coentrão. Mas não seria nada mal que o atacante Mariano, que tem atuado em partidas menores do Real, pudesse fazer história. O jogador de 23 anos é nascido em Barcelona, cidade do arquirrival madridista e possui nacionalidade Dominicana, inclusive tendo atuado em partidas pela seleção caribenha. No Atlético Nacional, Alejandro Guerra seria um bom nome. Não que ele seja questionável, e muito menos é um jogador desconhecido. Mas um venezuelano marcar o gol de um título mundial seria algo muito bacana. Outra boa pedida de herói-surpresa seria o zagueiro panamenho Miller, que no momento é reserva da equipe comandada por Reinaldo Rueda.

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OS ALTERNATIVOS DOS MUNDIAIS 2005

ÁFRICA

ÁSIA

CONCACAF

OCEANIA

SEDE/VICECONTINENTAL 80

2006

2007

2008

2009


2010

2011

2012

2013

2014

2015

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KASHIMA ANTLERS 8 de dezembro | QUI | 8h30

AUCKLAND CITY 11 de dezembro | DOM | 8h30

MAMELODI SUNDOWNS

Disputa do 5ยบ Lugar 14 de dezembro | QUA | 5h30

JEONBUK MOTORS 11 de dezembro | DOM | 5h

AMร RICA


14 de dezembro | QUA | 8h30

ATLร TICO NACIONAL Disputa do 3ยบ Lugar 18 de dezembro | DOM | 8h30

18 de dezembro | DOM | 5h

REAL MADRID 15 de dezembro | QUI | 8h30


LANÇAMENTO

QUEM ESTÁ NO

SÉRIE D BRASILEIRÃO

É

chegado o fim da temporada 2016 no futebol brasileiro, mas pela primeira vez temos os clubes que irão participar da edição subsequente da Série D. Após a mudança no formato de classificação feita pela CBF, já temos os clubes que desfilarão na quarta divisão nacional. Em 2017, 51 clubes que disputaram a competição vencida pelo Volta Redonda retornarão no próximo ano. Dos 17 clubes novos (linha azul), teremos 10 estreantes (verde), contando a Portuguesa e América-RN. No 21 de maio de 2017, a Série D recomeça junto com o sonho de estar na “elite dos 60 melhores” clubes do país!

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2 0 1 7


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FUTEBOL UTÓPICO

UMA SELECÇÃO PORTUGUESA ALTERNATIVA

SONHOS ADIADOS,

SONHOS

PROCURADOS por ANTONIO VALENTE CARDOSO administrador do Observatorio Ligas Europeias Futebol

Lançado o desafio por Felipe Augusto, de alinhar um onze luso alternativo, composto por elementos passíveis de representar Portugal e que jogam no estrangeiro, pensando somente em futebolistas que nunca foram chamados à principal selecção, começa a elaboração. Todos são treinadores e selecionadores de bancada, particularmente no eixo latino, contudo qualquer exercício deste género é complexo e sabe-se que alguém ficará de fora

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(Foto: Divulgação/Getty Images)

(Foto: Divulgação/Olympiacos)

A

primeira opção era ainda mais complicada. A única solução até ao fecho do mercado era Cristiano. Nascido em Munique, surgiu primeiro no Penalva do Castelo, onde o Sporting Braga o vai buscar. Internacional luso sub20 e sub21, é cedido pelos ‘Guerreiros do Minho’ a vários emblemas, onde se inclui o Valencia, mas a falta de oportunidades levou-o a deixar o Minho e rumar à Grécia, onde defende as cores do Panetolikos. No entanto, a ida de Mika do Boavista para o Sunderland coloca-o na primeira linha. O ‘Luva de Ouro’ do Mundial de sub20 em 2011 chegou bem cedo à primeira baliza da União Leiria, brilhava muito alto, mas a mudança para a Luz, sem hipóteses de jogar, atrasou a sua evolução, crescimento, desenvolvimento enquanto guardião de elite e o sonho da selecção ‘AA’ adia-se, mas a qualidade de Mika deverá levá-lo em breve a ser primeira escolha dos ‘Black Cats’, no fundo da tabela da Premier League. O guardião de 25 anos nascido na Suíça é o dono das redes desta ‘alternate’. Com Ivo Pinto a ter já sido integrado nos trabalhos da selecção, Pedro Pereira ainda adolescente e ainda com a válida escolha que seria Tiago Lopes do CFR Cluj-Napoca, outro nome surge na segunda linha e já associado à equipa nacional, mas ainda sem ser chamado, para a lateral direita, Diogo Figueiras. Ribatejano, Diogo iniciou-se

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no Vilafranquense e rumou nos iniciados para o Benfica. Fez a estreia sénior no Pinhalnovense e foi Rui Vitória a recrutá-lo para o Paços Ferreira. Cedido ao Moreirense, é recuperado e brilha sob o leme de Paulo Fonseca ao ponto do Seviha o contratar em 2013. Pelos andaluzes conta três Ligas Europa e, após cedência ao Génova em 2015, deixou definitivamente o clube para reforçar o multicampeão grego Olympiacos. Na lateral esquerda dois jogadores têm brilhado recentemente. Mário Rui no Empoli, o que o fez rumar à AS Roma por vários milhões de euros, e Tiago Pinto na Turquia. No entanto, a opção vai mais para leste. Camora também ribatejano, nascido em Samora Correia, concelho de Benavente, foi no local GD Samora Correia que se formou e de onde rumou para o noroeste lusitano enquanto sénior para defender as cores do Valdevez. Foi no BeiraMar que primeiro se mostrou, ainda noutras posições que não lateral, esteve cedido ao Avanca. Em 2009 passou pela Figueira da Foz, vestindo a camisola da Naval e em 2011 mudou-se para a Transilvânia, onde é hoje em dia um dos capitães dos ‘Ferroviários da Transilvânia’, o CFR Cluj-Napoca. Para o centro da defesa não faltam opções. Os ainda jovens Pedro Mendes e Nuno Reis, Jorge Teixeira do Charlton, Miguel Vítor do Hapoel Be’er-Sheva ou Rúben Fernandes, no entanto optamos por outro par. Aos 34 anos Jorge Rodrigues já pensa no pós-futebol, ajuda com os petizes em Tallinn e foi

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(Foto: Divulgação/Getty Images) (Foto: Reprodução/Record)


importante no inédito título do Nomme Kalju há um par de anos na Estónia. Depois de uma vida nos escalões secundários portugueses, a pensar mesmo em alternativas, o homem de Vila Real de Trás-os-Montes deixou Boavista e Tondela para a segunda aventura no estrangeiro em 2011. Na Eslovénia as coisas não tinham corrido bem, mas a capital estoniana tornou-se um segundo lar e lá permanece. Outro trintão, que joga como médio defensivo ou central, formou-se e mostrou-se no Penafiel, onde nasceu, Nuno Morais foi recruta-surpresa do Chelsea em 2004, tinha acabado de completar 20 anos e chegado às selecções jovens lusas depois de ter sido lançado por Jorge Amaral e aposta firme de Guto Ferreira e Manuel Fernandes, além do interino Miguel Leal, corrente técnico do Boavista, nos penafidelenses. Depois de um empréstimo ao Marítimo, Nuno Morais mudou-se em 2007 para Chipre e no APOEL Nicósia, onde soma seis ligas, três taças e é um dos capitães. No miolo mais defensivo poderia estar Gonçalo do Dínamo Zagreb, Rúben Pinto do CSKA Sófia, Margaça do Omónia Nicósia, Semedo e Filipe Melo do Sheffield Wednesday, Cafú do Lorient, André Simões do AEK Atenas, mas trazemos antes André Castro, numa altura em que Gondomar entrou no mapa do futebol português por via de Diogo Jota. Formado no FC Porto, internacional português em todas as categorias até aos sub21, parecia caminhar para a afirmação na primeira

(Foto: AP Photo/Philippos Christou)

(Foto: Divulgação/Kasimpasa SK)

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(Foto: Divulgação/UC Sampdoria)

(Foto: Divulgação/CSKA Sofia)

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equipa dos ‘Dragões’, contudo está numa longa linha de talentos formados no Olival e desperdiçados pelo clube em excessivos empréstimos, regredindo na evolução. Depois de seis anos de cedências, Castro vê o Kasimpasa turco exercer uma opção de aquisição do seu passe e continua a equilibrar o meiocampo do clube. Um quase certo futuro internacional ‘AA’, Bruno Fernandes optou por deixar o Boavista e findar a formação em Itália, onde brilhou alto com o Novara e logo foi requisitado pela Udinese, onde o reconhecido Di Natale, capitão no Friuli, deixou imensos elogios ao médio portuense, capaz de alinhar em qualquer posição no miolo e que agora defende as cores da Sampdória. Custou até os selecionadores portugueses verem esta pérola e a mais-valia que aportaria às equipas nacionais, mas é hoje o capitão dos sub21. Como alternativa fica o capitão do Panathinaikos Zeca, que se mostrou no Vitória Setúbal e se exibe em alta bitola nos atenienses. Nota ainda para Filipe Nascimento, a começar agora a ganhar preponderância no CFR Cluj-Napoca. Rony Lopes era uma solução demasiado óbvia como criativo da equipa, mas com um elemento bem provável na primeira selecção no futuro – Bruno Fernandes – tal como o jovem luso-brasileiro, este fica fora e a opção recai em Rui Pedro. O gaiense formado no Olival é outro elemento desaproveitado pelo FC Porto, internacional jovem português dos sub16 aos sub21, somou quatro


empréstimos até se desligar dos portistas. Esteve no CFR Cluj-Napoca entre 2011 e 2014, regressando a Portugal para defender as cores da Académica. Este Verão voltou a emigrar e está na Bulgária a alinhar no CSKA Sófia. A alternativa é o seu actual companheiro de equipa David Simão, produto das escolas do Benfica, também com quatro cedências antes da desvinculação, com belas notas no Arouca europeu e agora a brilhar no histórico da capital búlgara. Mané, Bebé, Fábio Ferreira, Arsénio, João Pedro, Diogo Salomão, Diogo Viana, Hélder Costa, Carlitos, Carlos Fonseca, não faltam escolhas para os flancos. Bruno Gama é uma delas, minhoto, de família de futebolistas, estreou-se nos seniores do Sporting Braga aos 16 anos. Foi, por certo, mal aconselhado e dos seniores bracarenses ruma para os juniores e equipa ‘B’ do FC Porto, andando para trás no seu processo afirmativo. Hoje a selecção ‘AA’ já é miragem, mas a qualidade em potencial que demonstrava fazia crer numa estrela, ou como um passo errado pode definir uma carreira. Reganhou o gosto pelas cabriolas no Rio Ave e brilhou no Deportivo Corunha, de onde saiu para o Dnipro em 2013, voltando novamente à Galiza neste último defeso. A margem sul foi durante décadas viveiro de estrelas do futebol português. Essa tradição de jovens iniciantes da CUF e do Barreirense ‘pescados’ por Benfica, Belenenses ou Sporting CP, foi-se desvanecendo, no

(Foto: Reprodução/Marca)

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entanto do Barreiro é Marco Matias, que os ‘Leões’ foram recrutar ao Barreirense aos 12 anos. Varzim, Fátima e Real Massamá sucederam-se nos empréstimos até que rumou ao Vitória Guimarães, onde Manuel Machado não o utilizou, optando por emprestá-lo ao Freamunde e é Rui Vitória que lhe dá, finalmente, minutos, mas somente na segunda época. O treinador vimaranense Manuel Machado leva-o novamente para perto de si, agora no Nacional da Madeira, tornando-o vital no esquema da equipa e o salto para o futebol inglês, no caso para o Sheffield Wednesday, foi um passo natural. Para a posição mais ofensiva podiam estar os gémeos Paixão (alternativas), Bruno Moreira, Vaz Té, Esmael Gonçalves, Tomané, Élio Martins, João Moreira, João Silva, Aladje, entre outros, mas aqui a primeira escolha não deixa dúvidas, a marca que Hugo Vieira vai deixando por onde passa, além da sua história de vida, merecem-no como claro titular. Oriundo de Barcelos, começou a brilhar no Santa Maria, clube que parece ter um particular toque para moldar goleadores, daí saltou para o Gil Vicente, após uma estada também no Estoril-Praia. Não teve oportunidades no Benfica, nem no Sporting Braga, mas voltou a ganhar confiança no Torpedo Moscovo e é hoje principal figura na Jelen Super Liga sérvia ao serviço do antigo campeão europeu Estrela Vermelha Belgrado, reconhecido por inúmeras estrelas do futebol mundial que ali se fizeram ou por ali passaram.

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(Foto: Reprodução/Who All The Pies)

(Foto: Divulgação/Crvena Zvezda)


MIKA JORGE RODRIGUES

NUNO MORAIS

DIOGO FIGUEIRAS

CAMORA ANDRÉ CASTRO

BRUNO GAMA

BRUNO FERNANDES RUI PEDRO

MARCO MATIAS

HUGO VIEIRA

Cristiano Tiago Lopes

Jorge Teixeira

RÚben Fdes.

Tiago Pinto

Zeca

Miguel VÍtor

AndrÉ SimÕeS

DAVID SIMÃO

FlÁvio PaixÃo

MARCO PaixÃo

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(Foto: Guto Kuerten)

Vamos, Chape! A luta continu

(Foto: Sirli Freitas/AgĂŞncia RBS)


(Foto: Aguante Comunicação/Chapecoense)

ua! Unidos permaneceremos!

(Foto: Divulgação/Novo Jornal)


revistaseriez.org

O futebol longe dos holofotes, uma paixĂŁo pelo alternativo


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