Folheto Refugi

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junho . agosto 2017



música como lugar Tomemos a palavra “lugar” em termos ampliados. Mais do que uma escolha, alargar os sentidos desse vocábulo representa condição imprescindível para quem vive sob o signo do exílio. Nesse caso, suas acepções devem extrapolar o significado literal de um ambiente físico com o qual as pessoas possuem determinados vínculos, passando a abarcar traços culturais e imateriais capazes de mantê-las ligadas aos seus entes e aos seus territórios de origem, independente das distâncias temporal e espacial que as separam deles. Entre esses traços, podemos destacar os modos de interagir socialmente, os hábitos alimentares e as manifestações de natureza artística. Metaforicamente, essas práticas condizem a lugares de pertencimento, mesmo quando exercidas longe da terra natal, na medida em que trazem consigo sensibilidades, valores, histórias e reminiscências locais. Mais do que isso, tais práticas podem funcionar como lugares de encontro com o outro, em virtude do seu potencial de franquear aproximações e diálogos interculturais. A música é emblemática dessa dinâmica. Apesar da multiplicidade das suas matrizes e sonoridades, ela conforma uma linguagem comum, hábil em transpor barreiras geográficas e culturais. Sensíveis a essa característica das manifestações musicais e conjugando-as à ação social junto a pessoas que imigraram ou se refugiaram no Brasil, os idealizadores do projeto Refugi fazem da música um “lugar” propício à convivência e ao reconhecimento das diferenças. Essa perspectiva converge com o trabalho desenvolvido pelo Sesc, que concebe os seus centros de cultura e lazer como ambientes da diversidade. Sesc São Paulo


PRIMEIRO ENSAIO

ENSAIOS ABERTOS


Por motivos tão diversos quanto sonhos e guerras, diariamente chegam a São Paulo imigrantes e refugiados de inúmeras partes do mundo. Em comum, têm diante de si o desafio dos novos vínculos e das barreiras culturais e linguísticas que se colocam em qualquer deslocamento. Considerando essa realidade múltipla que caracteriza nossa cidade desde sua fundação e os números de refugiados, que hoje no mundo chegam a 65 milhões, não podemos nos furtar de olhar para a problemática e, naquilo que nos cabe, pensar em possibilidades de ação e de intervenções afirmativas de integração. Pensando nisso, o projeto Refugi buscou criar, por meio da música, um espaço de convívio e reflexão, priorizando sempre o respeito e o acolhimento em tempos tão difíceis. Foram dois meses em que oficinas, mesas de debate, ensaios abertos, concertos e a inclusão de novos músicos na Orquestra Mundana Refugi movimentaram o Sesc Consolação. Entre sons e movimentos ritmados, nos encontramos em um espaço onde a música foi condutora de solidariedade, liberdade criativa, trocas de histórias, rimas, experiências e sonhos. Convivemos entre diversas nações e culturas e assim, de certo modo, colocamos o mundo mais perto de nós. Com certeza, depois dessa experiência, já não somos mais os mesmos.


Orquestra Mundana Refugi 5 e 6 de agosto, Teatro Anchieta A Orquestra Mundana Refugi surge no aniversário de 15 anos da Orquestra Mundana, criada por Carlinhos Antunes para reunir os músicos profissionais de diversas etnias e culturas que residem em São Paulo ou estão de passagem por nossa cidade. A ideia de fundá-la surgiu aqui mesmo no Sesc Consolação no projeto intitulado São Paulo de Todos os Povos, ainda nos anos 1990. À formação original da Orquestra Mundana foram somados músicos da Palestina, Síria, Congo, Haiti, Irã, Guiné-Conacri, Tunísia, ­França, Cuba e de várias regiões do Brasil. Hoje somos a Orquestra Mundana ­Refugi, que vocês terão o prazer de conhecer. Bom concerto a todos!

Carlinhos Antunes Idealização e direção musical

Cleo Regina Miranda Idealização e ação social

Beto Angerosa – Oficina Priscila Torres – Oficina Percussão do mundo Sons e movimentos

Renata Mattar – Oficina Cantos de trabalho


Abou Cisse/percussão GUINÉ-CONACRI

Claudio Kairouz/kanun BRASIL

Daniel Muller/acordeon BRASIL

Danilo Penteado/piano BRASIL

Hidras Tuala/voz CONGO

Junior Odnel Barthelemy/ voz – GUINÉ-CONACRI

Leonardo Matumona/voz CONGO

Luis Cabrera/saxofone CUBA

Mah Mooni/voz IRÃ

Maiara Moraes/flauta BRASIL

Mariama Camara/voz GUINÉ-CONACRI

Mathilde Fillat/violino FRANÇA

Nelson Lin/cítara de martelo – BRASIL

Oula Al Saghir/voz PALESTINA/SÍRIA

Paula Mirhan/voz BRASIL

Pedro Ito/bateria BRASIL

Raouf Jemni/kanun TUNÍSIA

Rui Barossi/contrabaixo BRASIL

Yousef Saif/bouzouki PALESTINA

Beto Angerosa/percussão BRASIL

Carlinhos Antunes/cordas Renata Mattar/voz BRASIL BRASIL


programa Temas tradicionais da Palestina, Irã, Guiné-Conacri, Congo, Haiti e Brasil, composições de Carlinhos Antunes criadas especialmente para a Refugi e também para a Orquestra Mundana, além de uma música do tunisiano Raouf Jemni, intitulada Samai Atlântico, e Baião de cinco, de Gabriel Levy.


1 LEVYANA – Carlinhos Antunes 2 AYACUCHO – Carlinhos Antunes 3 TRILOGIA – temas tradicionais da Palestina, Irã e Andaluzia 4 ABERTURA REFUGI – Carlinhos Antunes 5 MUNGU DE CÁ – Carlinhos Antunes e Lokua Kanza 6 POR MAR SER OUTRO FOI – Carlinhos Antunes 7 BARQUEIROS DO RIO – Carlinhos Antunes

Músicas incidentais tradicionais: Canoeiro (Brasil) e Plante mayi (Haiti)

8 SAMAI ATLÂNTICO – Raouf Jemni 9 AFRICANITA – Carlinhos Antunes 10 CLOSE-UP – tema do filme homônimo de Abbas Kiarostami (Irã, 1990) 11 BAIÃO DE CINCO – Gabriel Levy


CONCERTOS


equipe Refugi IDEALIZAÇÃO E COORDENAÇÃO GERAL Carlinhos Antunes Cleo Regina Miranda DIREÇÃO MUSICAL E ARTÍSTICA Carlinhos Antunes AÇÃO SOCIAL Direção Cleo Regina Miranda Assistente Yone Maria Rafaeli DIREÇÃO DE PRODUÇÃO Guto Ruocco CIRCUS produções PRODUÇÃO EXECUTIVA Lolita Campani Beretta ASSISTENTE DE PRODUÇÃO E CONTATOS INSTITUCIONAIS Clara Ribacamá ASSISTENTE TÉCNICO Junior Odnel Barthelemy COORDENAÇÃO DAS OFICINAS Cantos de trabalho Renata Mattar Percussão do mundo Beto Angerosa Práticas de grupo Carlinhos Antunes Sons e movimentos Priscila Torres

SOM Kiko Carbone FOTOS Daniel Kersys VÍDEO Alexis Zelensky e Manu Saunier ILUMINAÇÃO Daniel Gonzalez e Lui Seixas GRAVAÇÃO DE AÚDIO Hélio Pisca TRADUTORA E INTÉRPRETE Ana Carolina Gonzalez ADEREÇOS Mah Mooni e Ali Entezari


PERCUSSÃO DO MUNDO

CANTOS DE TRABALHO

SONS E MOVIMENTOS


PRÁTICAS DE GRUPO

Nossos agradecimentos especiais ao Sesc. Todos os funcionários, sem exceção, empenharam-se ao máximo para que nada nos faltasse, para que tudo fosse realizado da melhor maneira. Sem eles nada disso teria sido possível. Nosso muito obrigado em nome de Refugi. O projeto Refugi é dedicado a todos os refugiados e imigrantes do mundo que tiveram que sair de seus países deixando casa, família, convívio, por situações de guerra, ganância, intolerância, motivos religiosos ou políticos. A eles todo nosso apoio e solidariedade. Orquestra Mundana Refugi


SESC - SERVIÇO SOCIAL DO COMÉRCIO Administração Regional no Estado de São Paulo PRESIDENTE DO CONSELHO REGIONAL Abram Szajman DIRETOR DO DEPARTAMENTO REGIONAL Danilo Santos de Miranda SUPERINTENDENTES TÉCNICO-SOCIAL Joel Naimayer Padula COMUNICAÇÃO SOCIAL Ivan Giannini ADMINISTRAÇÃO Luiz Deoclécio Massaro Galina ASSESSORIA TÉCNICA E DE PLANEJAMENTO Sérgio José Battistelli GERENTES ESTUDOS E PROGRAMAS SOCIAIS Cristina Madi ADJUNTA Cristiane Ferrari AÇÃO CULTURAL Rosana Paulo da Cunha ADJUNTA Kelly Adriano CONSOLAÇÃO Felipe Mancebo ADJUNTA Simone Avancini EQUIPE SESC Ana Cristina de Souza, Thiago Manfrini, Denise Orlandi Collus, Wagner Dini de Castro DESIGNER Denis Tchepelentyky PRODUÇÃO DE ARTE GRÁFICA Alexandre Babadobulos ASSESSORIA DE IMPRENSA Marina Reis PROJETO DE ILUMINAÇÃO Edson Fernandes Machado COORDENADORES CONSOLAÇÃO Antonio Zacarias de Carvalho, Cynthia Petnys, Edna Ribeiro S.Fachetti, Elaine de Sousa, Marco Antonio da Silva



fotos: Daniel Kersys

Orquestra Mundana Refugi 5 e 6 de agosto de 2017, Sábado às 21h. Domingo às 18h Teatro Anchieta

Sesc Consolação Rua Dr. Vila Nova, 245 01222-020 São Paulo - SP Tel: (11) 3234-3000 email@consolacao.sescsp.org.br /sescconsolacao sescsp.org.br/consolacao


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