de Jez Butterworth direção Nelson Baskerville com Nelson Baskerville, Maria Manoella e Virginia Cavendish
O RIO 19/01 a 25/02
LINHAS PARALELAS Considerando o conjunto de ferramentas criadas pelos artistas ao longo do tempo, é difícil não notar: as metáforas ocupam espaço privilegiado, adquirindo distintas colorações e temperamentos. Apresentam-se como estratégias especialmente convenientes para desenhar uma certa distância entre arte e realidade, impedindo ao mesmo tempo que ambas se descolem completamente. O Rio transita nessa seara. Ambiente, personagens, ações, os vários elementos da peça escrita por Jez Butterworth têm uma dupla existência: uma visível no palco e outra, fugidia, pairando nas mentes dos públicos, em busca de referências cotidianas que possam ser ativadas. O delicado equilíbrio consiste em manter essa dinâmica e permitir que as imagens levadas à cena pelo diretor Nelson Baskerville ensejem possibilidades de leitura sem, contudo, aderir definitivamente a nenhuma delas. Para o Sesc, reservar à arte um lugar de destaque no conjunto das ações institucionais significa reconhecer o sutil encaixe que o discurso artístico possui em relação às demais ações humanas. Operando num terreno de controlada imprecisão, as obras de arte marcam interrupções no fluxo ordinário das coisas, questionam acerca daquilo que parecia inevitável e sugerem pequenas ilhas de liberdade nos rios do hábito. DANILO SANTOS DE MIRANDA Diretor regional do Sesc São Paulo
No ponto dado do mundo que gira. Nem carne nem descarnado; Nem de nem para; no ponto dado, ali está a dança, Mas nem contenção nem movimento. E não chame isso de fixo, Onde o passado e o futuro se reúnem. Nem movimento de nem para, Nem ascensâo nem declínio. Se não fosse o ponto, aquele dado ponto, Não haveria dança, e só existe a dança.
T. S. Eliot (Four Quartets 1: Burnt Norton | tradução livre)
FUNDOS FALSOS Na primeira leitura de O RIO de Jez Butterworth eu torci o nariz e não entendi o sentido de realizar o trabalho. A pesca da truta nas montanhas inglesas me pareceram distante e sem interesse para as plateias brasileiras. Eu estava enganado. Percebi pouco tempo depois que, como um líquido oleoso, a peça não me deixava. Perguntas fluíam na minha cabeça e me intrigavam: sobre o que é essa peça? Quem são esse “Homem” e essas mulheres? Percebi que minhas defesas foram pouco a pouco sendo desmontadas diante de respostas que iam, uma atrás da outra, sendo respondidas com outras perguntas. Como se estivéssemos diante de fundos falsos que se abriam à medida que achássemos ter chegado à alguma conclusão. E continuamos caindo e provavelmente é esse trajeto vertiginoso que você vai assistir agora, não um espetáculo digerido mas um percurso descoberto à medida que seus olhares nos acompanham. Há algum tempo, depois de abandonar várias crenças e algumas religiões, religuei minha fé à natureza e sua força aleatoriamente organizada. O RIO é um espetáculo sobre a natureza, o homem, seus atavismos e movimentos cíclicos; sobre o tempo (porque o tempo é também natureza) e nossas buscas incessantes sobre o sentido disso tudo. Não é sobre o amor porque afinal de contas “eu não sei ao certo o que é o amor”. para Julia para Virginia NELSON BASKERVILLE
THE RIVER Em 2012 fui a Londres e quis assistir a peça “The River” que havia acabado de estrear no Royal Court Theatre. Os ingressos estavam esgotados, era um teatro pequeno. Fui mais duas vezes na tentativa de entrar através da fila de espera, não consegui. Curiosa sobre esse autor e sobre sua nova peça, o jeito de conhecer o texto foi comprando o livro no Hall do teatro. As expectativas que tinha sobre o texto se confirmaram. Resolvi comprar os diretos, escrevi de imediato para seu agente em Los Angeles mas os direitos só estariam disponíveis para a América do Sul em 2016. Esperei. Quando, enfim, 2016 chegou, voltei a entrar em contato com ele. Consegui os direitos e aqui tenho o prazer de apresentar para o público brasileiro um dramaturgo contemporâneo bastante reconhecido, pouco montado no Brasil. Jezz Butterworth nos presenteia com uma peça peculiar, cheia de mistérios, suspense. Quase uma parábola. Um texto sobre a arte de pescar, sobre o tempo, o amor e nossa eterna busca pelo inefável. “Aquilo que nos faz tremer os joelhos” Queria agradecer meus parceiros Maria Manoella e Paulo Ferrer. Agradecer duplamente Nelson Baskerville pela direção e atuação no espetáculo. Agradecer toda a nossa equipe. Por último, um agradecimento especial para o Sesc Consolação e para o Marco Griese, primeira pessoa a acreditar e investir nesse projeto. VIRGINIA CAVENDISH
FICHA TÉCNICA
AUTOR Jez Butterworth TRADUÇÃO Daniel Pellizzari DIREÇÃO GERAL Nelson Baskerville DIRETORES ASSISTENTES Vivien Buckup e Fernando Nitsch ELENCO Nelson Baskerville, Maria Manoella e Virginia Cavendish PARTICIPAÇÃO ESPECIAL Luciana Caruso DIREÇÃO MUSICAL Daniel Maia ILUMINAÇÃO Wagner Freire CENOGRAFIA Marisa Bentivegna FIGURINO Marichilene Artisevskis COACH (NELSON BASKERVILLE) Luciana Caruso PROJETO GRÁFICO Omar Salomão FOTO DO ELENCO Fabio Audi ASSISTENTE DE CENOGRAFIA Amanda Vieira CENOTÉCNICO Cesar Rezende Santana ( Basquiat) COSTURA E MODELAGEM Judite Gerônimo de Lima MAQUIAGEM Eliseu Cabral DIRETOR DE PALCO Maurillio Dias
OPERADOR DE SOM E LUZ Junior Docini ASSISTENTE DE CONTRA REGRA Renan Dias ESTRUTURAÇÃO DE PROJETO
Cristiana Giustino
ASSESSORIA DE IMPRENSA Adriana Monteiro ASSESSORIA JURÍDICA Caio Mariano Advogados DIREÇÃO DE PRODUÇÃO Virginia Cavendish PRODUÇÃO EXECUTIVA Paulo Ferrer UM PROJETO Casa Forte SP Produções AGRADECIMENTOS Ana Nicássia, Antonia
Artisevskis Gomes, Barbara Balian, Cláudia Odoríssio, Daniel Galera, Daniela Deon, Izabel Barroso, Galeria Olido, Gleeson Paulino, Júlio Dória, Lúcio Maia, Maneco Quinderé, Marco Ricca, Michel Laub, Paulo Tiefenthaler, Rodrigo Lombardi, Zé Henrique de Paula, Marco Griese, Secretaria Municipal de Cultura, Sulla Andreatto, Thais Medeiros e Luisa Arraes.
O AUTOR JEZ BUTTERWORTH é um dramaturgo,
roteirista e diretor de cinema inglês. Nasceu em Londres em 1969. Suas peças mais importantes são Mojo, Jerusalém e O Rio. Em 2017 estreou “The Ferryman” com enorme sucesso de crítica e público. Tem uma carreira profícua como roteirista de cinema, escreveu entre outros roteiros Maleficent, Espectre, e Cruella. Sua maior influência dramaturgica está em Harold Pinter. “Eu o conheço e o admiro enormemente. Meu trabalho é profundamente influenciado por ele e nossas conversas inspiraram tudo que fiz”.
... “A maioria das modalidades de pesca consiste em prender comida de verdade numa linha pro peixe abocanhar. É fácil demais. Isso que a gente faz aqui não tem nada de verdadeiro. É totalmente artificial. É uma trapaça, um truque.”
O RIO 19/01 A 25/02/2018 QUINTA E DOMINGOS, ÀS 18H SEXTAS E SÁBADOS, ÀS 21H
Sesc Consolação Rua Dr. Vila Nova, 245 01222-020 São Paulo - SP Tel: (11) 3234-3000 email@consolacao.sescsp.org.br /sescconsolacao
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