O Jogo do Amor e do Acaso, com a Comédie-Française

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o jogo do amor e do acaso



o jogo do amor e do acaso com o elenco da Comédie-Française comédia em três atos e em prosa, de Marivaux direção e cenografia de Galin Stoev figurinos de Bjanka Adžić Ursulov iluminação de Elsa Revol música original de Sacha Carlson

a comédie-française em turnê oficial em São Paulo

Sesc Pinheiros | de 10 a 13 outubro 2013 | Teatro Paulo Autran



A Comédie-Française O humor, cada cultura o constrói e o evoca a seu modo. Está presente nas formas gestuais, linguísticas e de relacionamento, referindo-se a certo jeito como as culturas elaboram e organizam seus códigos sociais e culturais, inclusive as manifestações artísticas e literárias que o adotam como recurso de expressão. Por outro lado, as experiências do humor, ainda que baseadas na percepção de cada um, guardam algo de universal, quando estreitam os laços humanos na divertida aventura frente ao imprevisível, ao absurdo, ao ridículo e ao inesperado. Diante de tal estímulo vem à tona o riso – uma resposta tanto física quanto emocional, que imediatamente conduz à construção de sentido a partir do que é vivenciado. Um dos espaços primordiais para essa experiência é a comédia. Em O Riso, o filósofo francês Henri Bergson (18591941) a inscreve “bem mais perto da vida real que o drama .... Há cenas da vida real tão próximas da comédia que o teatro poderia apropriar-se delas sem mudar uma palavra” (2004:102). E talvez seja assim desde os primórdios: da komoidía – do grego, comédia –, cujos ritos dionisíacos celebravam a fertilidade e a vida; passando pela comédia atelana, originária da cidade de Atella na península itálica, em que artistas de rua representavam obras populares e cômicas; ao teatro mascarado da Comédia dell’Arte, cujos personagens Arlequim, Pantaleão e Briguela têm sido a chave de seu enredo. Nesse percurso, encontra-se a “Comédie-Française”. Criada em Paris em 1680, por Luís XIV, tornando-se o primeiro teatro nacional da França como resultado da reunião das trupes do Hôtel Guénégaud – dirigida por Molière –, do Hôtel de Bourgogne e do Théâtre du Marais. Por ali tem passado Ionesco, Racine, Harold Pinter, Bernard Shaw e Rilke, além de atores contemporâneos de várias nacionalidades.

© Brigitte Enguérand

Em sua sétima visita ao Brasil, a Comédie-Française encena o espetáculo O Jogo do Amor e do Acaso, com direção de Galin Stoev. Obra escrita em 1730 por Marivaux (1688-1763), um mestre na arte da máscara e da mentira. Entre disfarces e enganos, o espectador é convidado a participar de um jogo de sedução essencialmente cômico. À frente da Casa de Molière há sete anos está Muriel Mayette, atriz e diretora, e a primeira mulher a assumir a administração geral da Comédie-Française desde 1680. Ao receber a Comédie-Française, o Sesc realiza uma dupla celebração: reaviva o diálogo entre Brasil e França, ao receber a mais antiga companhia de teatro, e oferece ao público a experiência de usufruir o aprimoramento artístico e cultural de uma companhia que tanto se mantém tradicional no cenário da dramaturgia internacional, como se renova a cada trabalho realizado. Danilo Santos de Miranda Diretor Regional do Sesc São Paulo



A Comédie-Française no Brasil A primeira turnê oficial da Comédie-Française no Brasil remonta ao ano de 1939, mas antes disso Sarah Bernhardt e alguns de seus colegas já tinha se apresentado a título pessoal nos principais palcos brasileiros. O elenco da Comédie-Française voltou em 1952, 1959, 1977, 1981, 1986 e 2000. Na memória das turnês internacionais de nossa instituição, o Brasil é um dos países mais visitados. O público brasileiro tem acolhido a casa de Molière e sua trupe de modo constante e sempre caloroso. Estamos particularmente felizes em apresentar essa nova produção de O Jogo do Amor e do Acaso em São Paulo e no Rio de Janeiro por ocasião da sétima viagem dos atores franceses ao Brasil e das comemorações do 333º aniversário da Comédie-Française. Somos a mais antiga companhia de teatro de todos os continentes. Herdeiros de Molière, apresentamos um repertório de todos os séculos, todos os países, todos os estilos. De Molière a Claudel, de Racine a Hugo, de Corneille a Feydeau ou Courteline, de Musset a Giraudoux ou Salacrou e Bourdet, a Comédie-Française ofereceu ao público dos grandes teatros brasileiros um bom leque desse repertório.

© Brigitte Enguérand

O teatro é uma arte sem fronteiras, cá ou lá, aqui e agora, ele nos fala do mundo, dos mundos... O teatro é uma aventura ao alcance do homem e se dirige a todos, quaisquer que sejam suas origens, tradições, línguas, ideias, religiões. Dois anos atrás a companhia atravessava a Rússia, ontem estava na Coreia e na China, hoje temos a felicidade de estar com vocês. Agradeço a todos por permitirem à companhia fazer essa grande viagem a este belo país. Agradeço por virem escutar a língua de Marivaux, que nos fala tanto da juventude, dos sentimentos amorosos e das relações sociais de nosso tempo. Agradeço a todos que tornaram possível esse novo encontro, sendo a arte do teatro o mais belo diálogo. Marivaux é um grande «joueur»; que os acasos de seu «amor» possam ser compartilhados por todos. Muriel Mayette Administradora Geral Comédie-Française



O Jogo do Amor e do Acaso Esta comédia em três atos e em prosa escrita em 1730 pelo dramaturgo francês, Pierre Carlet de Marivaux (16881763) mostra um entrelaçado de sensações, oferecendo ao público o direito de testemunhar a verdade que envolve a história de Monsieur Orgon. O Jogo do Amor e do Acaso conta a história de Silvia, prometida em casamento a Dorante. Silvia convence seu pai a deixá-la conhecer seu pretendente disfarçada como sua camareira, Lisette, que fingiria ser sua patroa. No entanto, quando Dorante comparece ao encontro vestindo os trajes do seu criado Arlequim – que por sua vez se apresenta como sendo o seu senhor – os casais caem na sua própria armadilha, sob o olhar divertido e perspicaz do pai benevolente. Diante desse jogo do acaso, no qual o imprevisto sacode todas as convenções, os protagonistas respondem distorcendo cada vez mais a realidade e levam essa brincadeira às últimas consequências.

O Teatro de Marivaux Escritor francês, de nome completo Pierre Carlet de Chamblain de Marivaux, nascido em 1688 e falecido em 1763, obteve o seu primeiro êxito teatral com a comédia Arlequin poli par l’amour (1720), seguindo-se cerca de quarenta comédias, das quais se podem destacar La Nouvelle Colonie (1729), Le Jeu de l’amour et du hasard (1730), Le PetitMaître corrigé (1734) e Les Sincères (1739). Os seus romances só recentemente foram redescobertos.

© Brigitte Enguérand

A obra de Marivaux caracteriza-se pela importância atribuída à linguagem como procura do caminho que conduz à verdade. Considerado por alguns como o mestre francês da máscara e da mentira, retoma o lema da comédia “castigat ridendo mores” (“rindo, corrige os costumes”) e constrói uma espécie de ponte entre o teatro tradicional italiano da commedia dell’arte e seus personagens (principalmente Arlequim) e o teatro literário, mais próximo dos autores franceses e ingleses da época.


Gérard Giroudon Alexandre Pavloff Léonie Simaga © Christophe Raynaud de Lage

© Christophe Raynaud de Lage

© Christophe Raynaud de Lage

Sílvia

Dorante

Monsieur Orgon


Suliane Brahim Pierre Hancisse Noam Morgensztern © Christophe Raynaud de Lage

© Christophe Raynaud de Lage

© Christophe Raynaud de Lage

ARLEQUIM

Mário

Lisette


© Brigitte Enguérand


© Brigitte Enguérand


© Christophe Raynaud de Lage

Muriel Mayette Nomeada administradora geral da Comédie-Française em 4 de agosto de 2006, Muriel Mayette é atriz e diretora. Ex-aluna de Michel Bouquet, de Claude Régy e de Bernard Dort, foi professora do Conservatório Nacional Superior de Arte Dramática de 2000 a 2006. Ingressou na Comédie-Française em 1985, depois de formada no Conservatório Nacional Superior de Arte Dramática, foi nomeada 477ª societária em 1988 e interpretou numerosos papéis, principalmente sob a direção de Antoine Vitez (La Célestine, de Rojas, 1989); Claude Régy (Huis clos, de Sartre, 1990); Jacques Lassalle (La Fausse Suivante, de Marivaux, 1991, George Dandin, de Molière, 1992, Platonov, de Tchekhov, 2003); Matthias Langhoff (Danse de mort, de Strindberg, 1996, Lenz, Léonce et Léna, de Büchner, 2002); Alain Françon (La Cerisaie, de Tchekhov, 1998); Philippe Adrien (Les Bonnes, de Genet, 1997); Catherine Hiegel (Les Femmes savantes e Le Retour, de Pinter, 2000); Claude Stratz (Le Malade imaginaire, de Molière, 2001, Les Grelots du fou, de Pirandello, 2005). Representou em 2007-2008 na Comédie-Française e em turnê Le Malade imaginaire, de Molière, encenado por Claude Stratz, e Fables de la Fontaine, por Robert Wilson. Dirigiu, no Théâtre National de l’Odéon, Oh, mais où est la tête de Victor Hugo? em 1990; no Théâtre du Vieux-Colombier, montou Les Amants puérils, de Crommelynck, em 1993, Chat en poche, de Feydeau, em 1998, Les Danseurs de la pluie, de Karin Mainwaring, em 2001, La Dispute, de Marivaux, em 2009; no Studio-Théâtre, Le Conte d’hiver, de Shakespeare, em 2004, Dramuscules, de Thomas Bernhard, em 2005. Para o palco da Salle Richelieu, dirigiu Clitandre, de Corneille, em 1996, Le Retour au désert, de Bernard Marie-Koltès, em 2007, L’Hommage à Molière, em 2008, Mystère bouffe et fabulages, de Dario Fo, Andromaque et Bérénice, de Jean Racine, em 2010 e 2011. Na temporada 2013-2014 encenou: Le Songe d’une nuit d’été, de Shakespeare, na Salle Richelieu, e La Maladie de la mort, de Marguerite Duras, no Théâtre du VieuxColombier. Fora da Comédie-Française, destaca-se sua representação em Le Misanthrope, dirigido por André Engel; L’Inspecteur général, de Gogol, Quartett, de Heiner Müller, e Dona Rosita, de Garcia Lorca, estes três últimos dirigidos por Matthias Langhoff; bem como em La Leçon de M. Pantalone, com Mario Gonzalez, espetáculo dirigido por Christophe Patty (em turnê em 2006). Atualmente é Oficial da Ordem das Artes e das Letras, Cavaleira da Ordem do Mérito e Cavaleira da Ordem Nacional da Legião de Honra.


© Marie-Françoise Plissart

Galin Stoev, encenação e cenografia Nascido em 1969 na Bulgária, onde inicia sua carreira de encenador teatral, Galin Stoev hoje reside entre Bruxelas, Paris e Sófia. Diplomado pela Academia Nacional das Artes do Teatro e do Cinema (Sófia), trabalha desde 1991 como encenador e ator em Sófia, criando diversos espetáculos, inclusive para o conceituado Teatro Nacional. Inicia sua carreira dirigindo autores considerados clássicos, como Corneille, Strindberg, Shakespeare, Eschyle, Büchner, Brecht e Musset, para então gradualmente se abrir para o repertório contemporâneo, encenando Mishima, Harold Pinter, Tom Stoppard, Philip Ridley. Seus trabalhos iniciais são notáveis e o levam a várias cidades européias e mundiais – Londres, Leeds, Bochum, Stuttgart, Moscou, Buenos Aires – onde ele assina diversas montagens. Stoev também é professor do Saint Martin’s College of Art and Design em Londres, da Arden School em Manchester assim como dos conservatórios nacionais de Liubliana (Eslovênia) e de Sófia (Bulgária). No centro das suas experiências determinantes estão seu encontro e subsequente amizade com o ator, autor e encenador russo Ivan Viripaev. Em 2002, Stoev montou Sonhos, a primeira peça teatral de Viriapev, para ser apresentada no Festival Internacional de Varna (Bulgária), logo seguida pela versão búlgara de Oxigênio. Convidado para o Festival Europalia Bulgarie em Bruxelas neste mesmo ano, ele conhece atores francófonos com quem participa de diversos projetos, e mais particularmente de uma versão francesa de Oxigênio que será representada durante cinco anos por toda a Europa e nos Estados-Unidos. Em 2005, ele funda sua própria companhia teatral – FINGERPRINT – com a qual produz Gênese nº 2, também de Viripaev, que seria apresentada no 61º Festival de Avignon, além de em Roma, Bruxelas, Paris e Ottawa. Colabora diversas vezes com o compositor Oscar Strasnoy, mais especialmente para a estréia mundial de sua opera Geschichte, apresentada no Theaterhause de Stuttgart e posteriormente no Teatro Colón, em Buenos Aires. Em 2007, encena uma produção francesa da peça La Festa de Spiro Scimone para a Comédie-Française. No ano seguinte, continua sua colaboração com a ComédieFrançaise produzindo Douce vengeance e outros esquetes de Hanokh Levin, além de A ilusão cômica, de Corneille. Durante este período, Stoev retorna regularmente à Bulgária, onde vai colaborar com a jovem autora Yana Borissova, para quem monta a peça Petite pièce pour chambre d’enfant (editora Éditions Théâtrales) e Rose is a rose is a rose (Prêmio 2009 do melhor espetáculo teatral, melhor texto e melhor direção na Bulgária). Em 2010, ele cria A vida é sonho, de Calderón de la Barca, no Théâtre de la Place em Liège, no âmbito do programa europeu Prospero. Esta peça também seria apresentada no Emilia Romagna Teatro de Modena, no Théâtre National de Bretagne (França), na Comédie de Genève (Genebra) e no Festival Internacional de Teatro em Varna. No ano seguinte, monta Danse Delhi (a encenação francesa da mais nova peça de Ivan Viripaev) no Théâtre National de la Colline


© Brigitte Enguérand


Bjanka Adžić Ursulov, figurinos Bjanka Adžić Ursulov vive na Eslovênia. Formada pela Academia de Belas-Artes da Universidade de Belgrado, ao longo de seus 35 anos de carreira, trabalhou para todos os grandes teatros da antiga Iugoslávia, além de na Áustria, na Itália, no Reino-Unido, na Alemanha, nos EUA e na França, tendo criado os figurinos de mais de 160 produções teatrais. É professora de criação de figurinos na Academia de Artes Visuais de Liubliana. Suas produções mais memoráveis incluem: A Tempestade, de Shakespeare (com Vanessa Redgrave) no Globe Theatre de Londres; o concerto de Ano Novo do Balé e da Orquestra Filarmônica de Viena (2001); a coreografia do Petit psaume du matin de Josef Nadj (com Dominique Mercy para a Bienal de Veneza em 2001); a ópera Differences in Demolition, de Nigel Osborne (Opera Circus e Balé Escocês); Medeia (com Annette Bening no teatro da UCLA em Los Angeles); Fidelio no Theater an der Wien, com coreografia de Jochen Ulrich; Soul Mirror, de Patrick Delcroix no Teatro Nacional Croata (HNK), em Rijeka, na Croácia. Ganhadora de numerosos prêmios, incluindo o prêmio nacional Presernova Sklada por sua contribuição à cultura eslovena, o prêmio de cinema Vesna para seus figurinos em Une autre histoire; o prêmio “Afrodite de Ouro” para seus figurinos em Transition, no Festival Internacional do Filme de Chipre. Esta é sua terceira colaboração com Galin Stoev, tendo já participado em Antigony in Technoland (no Berliner Festspiele e no Teatro Nacional Macedônio) e em Jeux du massacre, de Eugène Ionesco, no Ljubljana City Theatre.

Elsa Revol, iluminação Depois de ter completado estudos científicos, Elsa Revol entra para a ENSATT (École Nationale Supérieure des Arts et Techniques du Théâtre), na seção de iluminação. Em paralelo, adquire experiência no ramo com André Diot, acompanhando suas últimas produções de iluminação para o teatro ou ópera em espetáculos de André Engel e Roger Planchon. Também colabora com companhias oriundas das grandes escolas de circo (Le Lido em Toulouse e o Centre National des Arts du Cirque em Châlons-en-Champagne) e mais especialmente Monstre(s), Ivan Mosjoukine e Barnabarn. Em 2009, ela concebe a iluminação para o espetáculo Cinématique, de Adrien Mondot, reunindo dança, malabarismo e vídeo. Em conjunto com Étienne Saglio e a companhia 1492, Elsa Revol desenvolve uma reflexão sobre a iluminação para modernos espetáculos de mágica. No teatro, ele é encarregada da iluminação dos espetáculos de Philippe Delaigue, Olivier Maurin, Olivier CoulonJablonka, Aymeric Lecerf para textos de Arrabal, Tchecov, Dostoiévski e Oriza Hirata. Em 2007, Elsa Revol se une ao Théâtre du Soleil para dirigir a iluminação da turnê internacional do espetáculo Os Efêmeros. Em seguida, ela vai conceber as novas instalações elétricas das diferentes salas do complexo de teatros La Cartoucherie em Paris, com escolhas tecnológicas que permitem uma maior flexibilidade de criação, e em 2010 concebe a iluminação de Os Náufragos da Louca Esperança para Ariane Mnouchkine. A peça O Jogo do amor e do acaso é sua primeira colaboração com Galin Stoev.

Sacha Carlson, musica original Nascido em 1974, Sacha Carlson é formado em filosofia, (Universidade Católica de Louvain) e música (Conservatório Real de Bruxelas). Estudou composição com Dominique Bodson e se especializou no teatro musical. Para tal, participou ativamente do projeto de pesquisa experimental “som-corpo-voz” da Academia de Música de Louvain-la-Neuve, na Bélgica, onde também ensina improvisação musical. Coordenou o programa de humanidades artísticas transdiciplinares (música-dança-teatro) até 2007. Atualmente, ele se dedica conjun– tamente a pesquisas em filosofia, à composição e ao ensino. Colabora regularmente com o diretor teatral Galin Stoev, para quem compôs as músicas para suas produções de Gênese nº 2 de Ivan Viripaev, apresentada no 61º Festival de Avignon; de A ilusão cômica, de Corneille, apresentada na ComédieFrançaise, e de Danse Delhi, de Viripaev, apresentada em 2011 no Théâtre National de la Colline.


o jogo do amor e do acaso comédia em três atos e em prosa, de Marivaux direção e cenografia de Galin Stoev figurinos de Bjanka Adžić Ursulov iluminação de Elsa Revol música original de Sacha Carlson com

Gérard Giroudon Alexandre Pavloff Léonie Simaga Suliane Brahim Pierre Hancisse Noam Morgensztern

Equipe Técnica da turnê Francis Vergne Thierry Lannerey Philippe Groggia Jean-Luc Ristord Catherine Rousset Fabrice Elineau MWT - Mike Sens

Monsieur Orgon Dorante Sílvia Lisette Mário Arlequim

Diretor técnico geral Maquinista chefe Chefe eletricista Diretor de som Camareira chefe Cabeleireiro Legendas

A turnê da Comédie-Française na América Latina tem o apoio da Longchamp-Paris


SERVIÇO SOCIAL DO COMÉRCIO Administração Regional no Estado de São Paulo Presidente do Conselho Regional Abram Szajman Diretor do Departamento Regional Danilo Santos de Miranda Superintendentes Técnico Social Joel Naimayer Padula Comunicação Social Ivan Paulo Giannini Administração Luiz Deoclécio Massaro Galina Assessor Técnico de Planejamento Sergio Battistelli Gerentes Ação Cultural Rosana Paulo da Cunha Adjunta Flávia Andrea Carvalho Assistentes Armando Fernandes, Sérgio Luis V. Oliveira e Sidnei C. Martins Artes Gráficas Hélcio Magalhães Adjunta Karina C. L. Musumeci Difusão e Promoção Marcos Carvalho Adjunto Fernando Fialho Estudos e Desenvolvimento Marta Colabone Adjunta Andréa de Araújo Nogueira Sesc Pinheiros Cristina Riscalla Madi Adjunto Ricardo de Oliveira Silva Assistentes Cristiane Ferrari, Adriana Iervolino, Cristina Tobias, Claudio Hessel, Fabiano Oliveira, Luciano Amadei, Ricardo Paschoal


Sala Richelieu, Meunier / © Comédie-Française

Era uma vez a Comédie-Française Emblema da Comédie-Française, outrora marcado nas fichas de presença distribuídas aos atores a partir de 1682, a colmeia fervilhante simboliza criatividade em abundância. A Comédie-Française tem por divisa “Simul et Singulis”, isto é, “estar juntos e ser o que se é”


Em meio a êxitos, batalhas e reveses, munida de tradições e audácias, levada adiante por grandes atores e por seus administradores, movida pela paixão pelo espetáculo cênico e pelo risco do palco, a Comédie-Française percorreu três tumultuosos séculos de existência. A história desse teatro se insere na vida de sua trupe, de seu repertório, de suas salas. A Comédie-Française nasceu no século de Luís XIV, com o afã centralizador de um rei profundamente apaixonado pelo espetáculo. 1670 – Havia em Paris três trupes de teatro rivais: a do Marais, a do Hôtel de Bourgogne e a do Palais-Royal, dirigida por Molière. 1673 – Depois da morte de Molière, os atores do Marais juntam-se, por ordem real, aos da trupe de Molière, e esse novo grupo se instala no Hôtel Guénégaud, na rue Mazarine. 1680 – A morte de La Thorillière, chefe da trupe do Hôtel de Bourgogne, derradeira rival em Paris da trupe de Molière, levará a uma última fusão. Em 18 de agosto, Luís XIV ordena que as duas últimas trupes de atores franceses estabelecidas em Paris passem a atuar juntas. Em 25 de agosto, os atores do Hôtel de Bourgogne e os do Hôtel Guénégaud (a companhia de Molière, já então conduzida por La Grange) fazem sua primeira apresentação juntos. Em 21 de outubro, um decreto real, assinado em Versailles, confirma a fundação de uma trupe única, composta de 27 atores e atrizes escolhidos pelo rei em virtude da excelência, com a finalidade de “aprimorar os espetáculos”. A trupe única tem o monopólio das apresentações em francês, em Paris e seus subúrbios. No repertório figuram Corneille, Molière e Racine, assim como Rotrou, Scarron... 1681 – Em 5 de janeiro, os Comédiens-Français se unem para formar uma associação conforme as antigas tradições das companhias teatrais. Esse acordo nunca será questionado. A trupe reúne atores famosos, próximos a Molière, tais como: Armande Béjart, Catherine De Brie, La Grange, Hubert, Du Croisy, Baron, Jeanne Beauval, Mademoiselle Champmeslé,

a atriz predileta de Racine, Poisson, criador da personagem Crispin, etc. Assim como seus colegas mais velhos, os atores vivem dos rendimentos obtidos com a companhia. 1682 – Em 24 de agosto, o rei concede aos atores uma pensão anual de 12 mil libras. Com isso vão conhecer as vantagens da proteção real, mas, em contrapartida, precisarão se submeter ainda mais aos caprichos do rei e da corte. O lema Simul et singulis (estar juntos e ser o que se é) e a imagem da colmeia fervilhante são gravados nas fichas de presença usadas nas reuniões da companhia. O privilégio dos “Comédiens du Roy” era frequentemente questionado por companhias rivais, tal como o teatro de feira e principalmente os Comédiens Italiens. É, aliás, em oposição aos Comédiens Italiens que o nome Comédie-Française começa a se difundir. 1687 – A companhia recebe a ordem de deixar o teatro, o Hôtel Guénégaud, cuja proximidade intimida os eclesiásticos do novo colégio das Quatro Nações (hoje o Institut de France, no Quai Conti). 1689 – Depois de diversas tentativas infrutíferas, a companhia se instala na rue des Fossés-Saint-Germain (n°14 da atual rue de l’Ancienne-Comédie). Em 18 de abril, o teatro construído pelo arquiteto François d’Orbay abre suas portas. No repertório figuram atores-autores como Champmeslé, Dancourt e Poisson, bem como Dufresny, Regnard e Crébillon... O sucesso não impede que a companhia enfrente anos de crise no final do reinado de Luís XIV. 1716 – O advento do Regente, com o retorno ao luxo e ao prazer, leva os Comédiens-Français a brandir seu monopólio diante da companhia reconstituída dos Comédiens Italiens e do teatro de feira, que prospera. A companhia renovada introduz em seu repertório as primeiras tragédias de Voltaire, obras de Destouches, Gresset, Piron, Fagan, Nivelle de La Chaussée, criador de um novo gênero dramático, a “comédia de lágrimas”, e, concorrendo com os italianos, algumas comédias de Marivaux. Seus intérpretes agora se chamam Mademoiselle Duclos, Mademoiselle


Dangeville, Adrienne Lecouvreur e, em meados do século, as Mesdemoiselles Clairon, Gaussin, Vestris. Os homens são Le Kain, Préville, Molé...

1784 – Criação triunfal e tumultuosa do Casamento de Fígaro, de Beaumarchais, comédia prenunciadora do espírito revolucionário.

1750 - 1770 – Os anos de reforma

1789 – A Comédie-Française, diante dos acontecimentos políticos, passa a se chamar Théâtre de la Nation. A Revolução concede aos atores direitos civis que lhes eram ainda negados, apesar da declaração promulgada em 1641 por Luís XIII, mas põe fim à situação privilegiada da Comédie: a pensão real é suprimida, os decretos de 1790 e 1791 abolem o monopólio que ela exercia sobre o repertório francês. Durante esse período, a Comédie-Française passa por muitos perigos. Os atores “republicanos”, conduzidos por Talma, fazem a companhia cindir-se e mudam-se para um teatro recentemente construído por Victor Louis, na rue de Richelieu, chamado Théâtre de la République.

1756 - 1759 – Diante das novas regulações impostas em 1757 e 1766 pelo Rei Luís XV, que se incumbira do cobrir as dívidas da companhia, os atores se afirmam, fazem melhorias no teatro e, com a ajuda de Voltaire, retiram do palco todos os assentos para espectadores privilegiados. A direção, o cenário, os figurinos e a representação evoluem, especialmente sob a influência de Le Kain e Mademoiselle Clairon, para uma maior naturalidade e autenticidade. 1762 - 1765 – A companhia entra em atrito a Igreja quando do caso Crébillon: um serviço fúnebre em memória do poeta trágico encomendado pelos atores “excomungados” da Comédie provoca a ira do arcebispo de Paris. As autoridades também intervêm por ocasião do caso Dubois, que resulta na prisão dos atores – que se recusaram a representar com o colega desleal, mas protegido pelos poderosos – e também no afastamento de Mademoiselle Clairon. 1770 – Os Comédiens abandonam seu velho teatro e se instalam provisoriamente na Sala das Máquinas do Palácio das Tulherias. Larive, Dazincourt, Fleury e Mademoiselle Contat ali conhecem seus primeiros êxitos. 1775 – Criação do Barbeiro de Sevilha, de Beaumarchais, com Préville no papel de Fígaro. 1778 – Apoteose de Voltaire: seu busto é coroado no palco na presença do autor. Suas peças são apresentadas com frequência, assim como as de Ducis, Collé e do italiano Goldoni. 1782 – A companhia inaugura sua nova sala do FaubourgSaint-Germain (atual Odéon), construída pelos arquitetos Peyre e De Wailly. Uma novidade: a plateia agora tem assentos.

1793 – Em 3 de setembro, o Comitê de Salvação Pública (Comité de salut public), questionando o patriotismo dos atores “monarquistas” por causa da escolha de repertório, ordena o fechamento do teatro Odéon, a prisão dos atores e o confisco de todos seus documentos. A dedicação de um ator obscuro, Charles Labussière, funcionário do Comitê de Salvação Pública, os salva da guilhotina. A queda de Robespierre propicia-lhes a liberdade, mas, arruinados, sem sala de teatro, os Comédiens se dispersam em efêmeras trupes de Paris e do interior. O termo “societária” passa a ser empregado, a partir de 1793, para qualificar a direção do teatro da rue de Richelieu. 1799 – Apaziguada a tempestade política, a companhia se reúne novamente por iniciativa do escritor François de Neufchâteau, então ministro do interior, depois membro do Diretório. O governo concede à Sociedade dos Atores Franceses o Théâtre Français de la République, na rue de Richelieu. Em 30 de maio (11 pradial, ano VII), a nova Comédie-Française abre suas portas para o púbico. Napoleão se declara protetor da Comédie-Française. 1804 – Em 17 de abril, os Comédiens-Français firmam uma nova sociedade.


1812 – Em 15 de outubro, o decreto de Moscou, assinado por Napoleão, ratifica e complementa os regulamentos estabelecidos. Conduzidos por Talma, os novos societários, entre os quais Mademoiselle George e Mademoiselle Duchesnois, disputam os favores do público com um repertório clássico que supera o medíocre repertório contemporâneo. 1826 – A morte de Talma priva a companhia de sua principal estrela. O repertório em crise está pronto para acolher os autores da nova escola romântica. 1830 – Sob a liderança do barão Taylor, comissário do governo, Alexandre Dumas, Alfred de Vigny, Victor Hugo acabam por firmar um novo gênero para o repertório. O drama romântico atinge seu ponto culminante com A Batalha de Hernani, em 25 de fevereiro de 1830. A representação dos atores, a encenação e a concepção de cenários também evoluem.

1870 – Durante o Cerco de Paris, o saguão do teatro se transforma em lugar de atendimento a feridos. 1871 – Edmond Got organiza em Londres uma turnê que restabelece as finanças da companhia. 1871-1885 – O novo administrador, Émile Perrin, exdiretor da Ópera, atrai a alta sociedade parisiense para a Comédie-Française. Um elenco de elite, em que brilham Sarah Bernhardt, recontratada, Jeanne Samary, MounetSully, e os irmãos Coquelin, atua em peças de Hugo, Dumas filho, Pailleron, Bornier, Coppée e Erckmann-Chatrian, em encenações suntuosas. O administrador inaugura o sistema de assinaturas. A criação de Os Corvos, de Henry Becque, introduz o naturalismo no repertório. Mounet-Sully é aclamado por sua atuação como Édipo e também como Hamlet, sendo esta a última encenação de Perrin antes de morrer.

1847 – Musset entra para o repertório com Um Capricho.

1885-1913 – A era Claretie. Os vinte e oito anos da administração Claretie, um recorde de duração, são marcados por dificuldades financeiras, por uma trupe trágica mais brilhante que a trupe cômica e por um repertório contemporâneo em que predomina a comédia de costumes. (Hervieu, Brieux, Lavedan, Donnay, Porto-Riche, Bataille, Mirbeau, De Flers e Caillavet).

1849 – O príncipe-presidente Louis Napoléon põe fim a um longo período de oscilação administrativa e financeira criando a função de administrador, diretamente subordinado ao ministério do interior.

1891 – Nesse período acontecem a movimentada criação de Thermidor, de Victorien Sardou, bem em meio à crise boulangista, e a entrada de Rostand, Jules Renard e Courteline no repertório.

1850 – A censura teatral é restabelecida. Os dois primeiros administradores nomeados, Arsène Houssaye (1850-1856) e o barão Empis (1856-1859), transformam a Comédie-Française na companhia habitual do imperador.

1900 – O incêndio do teatro faz a companhia se apresentar de sala em sala durante seis meses.

1843 – O fracasso de Burgraves, de Victor Hugo, dá lugar a obras mais tradicionais. A tragédia clássica volta à moda, magistralmente bem representada por uma atriz excepcional, Rachel, verdadeira estrela de uma companhia renovada.

1859-1871 – Sob a administração de Édouard Thierry, uma companhia homogênea, da qual a jovem Sarah Bernhardt participa por alguns meses, faz triunfar a comédia burguesa e consagra atores como Banville, Ponsard e Émile Augier.

1901 – O comitê de leitura é suprimido. Será restabelecido em 1910. 1908 – Os atores da companhia, sob a direção artística de Charles Le Bargy, colaboram para as primeiras criações dos estúdios de filmes de arte.


1913-1936 – Sob as administrações de Albert Carré (exdiretor da Opéra-Comique) e do autor dramático Émile Fabre, a Comédie-Française vive um período de transição. Durante a guerra, faz apresentações para o exército, realiza galas beneficentes e apresentações de caráter patriótico. Apesar das crises financeira e política do pósguerra, Émile Fabre é bem-sucedido em acolher uma nova geração de autores dramáticos (Jean-Jacques Bernard, Paul Raynal, André Obey) enquanto celebra o tricentenário do nascimento de Molière e o centenário do Romantismo. Introduz no repertório autores estrangeiros (D’Annunzio e Ibsen) e coloca em cena um repertório excelente em que figuram Musset, Balzac etc.

1946-1960 – Os administradores André Obey, Pierre-Aimé Touchard, Pierre Descaves e Claude de Boisanger enfrentam diversas crises e fazem aumentar o número de atores.

1933 – Seu Coriolano, adaptação de Shakespeare, provoca incidentes às vésperas dos acontecimentos de 6 de fevereiro de 1934. Émile Fabre é demitido,mas depois reintegrado.

1970-1979 – Pierre Dux continua com a política de exploração do Odéon, que volta à Comédie-Française em 1971.

1959 – O Odéon é retirado da Comédie-Française. Jean-Louis Barrault e Marie Bell em O Sapato de Cetim de satin,de Claudel, direção de Jean-Louis Barrault. 1960-1983 – Sucedem-se três administradores-atores, todos provenientes da Comédie-Française. 1960-1970 – Maurice Escande abre o teatro para atores novos e para diretores de fora.

1973 – Comemora-se o tricentenário da morte de Molière. 1935 – A Comédie-Française transmissões radiofônicas.

participa

das

primeiras

1936 – O autor dramático Édouard Bourdet é nomeado administrador. É assistido por um comitê de consulta composto de diretores provenientes do Cartel: Jacques Copeau, Gaston Baty, Charles Dullin e Louis Jouvet. Esses diretores lançam um olhar novo sobre os clássicos, enquanto autores contemporâneos, como Giraudoux, Lenormand, Mauriac, Romain Rolland, Pirandello, entram maciçamente no repertório. 1940-1946 – Durante a guerra sucedem-se os administradores Jacques Copeau, Jean-Louis Vaudoyer e, quando da Libertação, Pierre Dux. Eles se esforçam para preservar a integridade e o prestígio da Comédie Française. Em pleno período da ocupação alemã, ocorre a aclamação de A Rainha Morta, de Montherlant, e O Sapato de Cetim, de Claudel. 1946 – Um importante decreto concede à ComédieFrançaise a exploração do teatro Odéon – denominado Salle Luxembourg, para distingui-lo da Salle Richelieu –, o que provoca a saída de um grupo de societários.

1975 – Trabalha-se na reforma administrativa. 1976 – E na reforma do teatro. 1979-1983 – Jacques Toja sucede a Pierre Dux. 1980 – Jacques Toja assume a responsabilidade pelos espetáculos e pela exposição do tricentenário da ComédieFrançaise. 1982 – Em seguida, convidando grandes companhias estrangeiras, comemora o bicentenário do Odéon. 1983 – O Odéon é retirado da Comédie-Française. 1983-1990 – A década é marcada pelo mandato de quatro administradores. 1983 – Nomeação de Jean-Pierre Vincent, ex-diretor do Teatro Nacional de Estrasburgo, ator e diretor da descentralização.


1986 – Jean Le Poulain, societário da Comédie-Française, é nomeado administrador. O Odéon volta a estar vinculado à Comédie-Française.

1995 – Os estatutos são novamente modificados. Em 1º de abril, a Comédie-Française torna-se um estabelecimento público, sob a supervisão do ministério da cultura.

1988 – Em 1º de março, morte de Jean Le Poulain. Em 15 de junho, Antoine Vitez, diretor do Teatro Nacional de Chaillot, é chamado para as funções de administrador geral. Leva adiante a programação de seu antecessor, mas acrescenta As Bodas de Fígaro, de Beaumarchais, para comemorar o bicentenário da Revolução Francesa. A temporada 1989-1990 é marcada pela entrada de Huis Clos, de Jean-Paul Sartre, no repertório, e também pela criação de A Vida de Galileu, de Bertolt Brecht, direção de Antoine Vitez. Este seria o último espetáculo de Vitez. O Odéon é novamente retirado da Comédie-Française.

1996 – Uma terceira sala, o Studio-Théâtre (130 lugares) é inaugurada no outono no Carrousel du Louvre.

1990 – Em 30 de abril, Antoine Vitez sofre uma morte brusca. Em 4 de julho, Jacques Lassalle, diretor do Teatro Nacional de Estrasburgo é chamadao para as funções de administrador geral. Ele encena obras de Marivaux, Goldoni e Molière. Durante seu mandato, o Théâtre du Vieux-Colombier (300 lugares), prometido à Comédie-Française desde 1988, reabre com duas peças de Nathalie Sarraute dirigidas pelo próprio Jacques Lassalle. Ele deixa suas funções em julho de 1993, depois de montar Dom Juan, de Molière, no Festival d’Avignon. 1993 – Em agosto é nomeado Jean-Pierre Miquel, diretor de teatro, ex-diretor do Conservatório, para um mandato de cinco anos. A ampliação do repertório clássico e moderno e a abertura para o teatro estrangeiro e contemporâneo marcam a programação dos espetáculos apresentados na Salle Richelieu e no Théâtre du Vieux-Colombier. 1994 – Realizam-se importantes obras de modernização da estrutura do palco e da sala. Pela primeira vez, é organizada uma exposição exibindo o patrimônio excepcional da ComédieFrançaise nas dependências do teatro abertas ao público. Durante a reforma, a Comédie-Française mantém sua atividade em Paris e também circula pela França.

2001 – Jean-Pierre Miquel termina seu segundo mandato na Comédie-Française. Ele morre em 22 de fevereiro de 2003. 2001-2006 – Uma companhia, três teatros Em 4 de agosto de 2001, Marcel Bozonnet, ator e diretor, diretor do Conservatório Nacional Superior de Arte Dramática, é nomeado administrador geral. A partir de então a companhia descobriu, ou redescobriu, um repertório que percorre todas as épocas da história do teatro : das tragédias antigas, com Eurípedes e Sófocles, às grandes obras-primas clássicas francesas, com O Cid, Esther, Britannicus, Ruy Blas, Cyrano de Bergerac, Fábulas de La Fontaine, passando pela Idade Média, com Adam de la Halle, ou então por grandes autores europeus, como Shakespeare, Tchekhov, Büchner, Ostrovski, Pirandello ou Calderón. Molière sempre teve um lugar de destaque em sua Maison (Salle Richelieu) graças a O Doente Imaginário, Dom Juan, Amphitryon, O Amor Médico, O Siciliano ou o Amor Pintor e Tartufo. Os três teatros apresentam também encenações de textos contemporâneos franceses e estrangeiros. Peças de Marguerite Duras, Marie NDiaye, Thomas Bernhard e Valère Novarina entram no repertório. Obras de Werner Schwab, Tony Kushner, Fernando Pessoa, Gao Xingjian, Philippe Minyana são levadas ao palco. Em parceria com France Culture, acontecem anualmente leituras especiais na Salle Richelieu: A Lenda dos Séculos, de Victor Hugo, A Divina Comédia, de Dante, a obra poética completa de Rimbaud, Os Orfeus Negros, de Léopold Sédar Senghor. Um folhetim radiofônico intitulado A Grande e a Pequena História da Comédie-Française é produzido e transmitido. Reaviva-se o diálogo entre teatro e música, principalmente por meio de colaborações com a Maîtrise de Radio France e Arts Florissants, bem como de uma parceira com o IRCAM (Institut de recherche et coordination acoustique/musique).



Sala Richelieu / © Comédie-Française - Christophe Raynaud de Lage


apoio

Ses c Pi n h e i r os

R u a Pa e s L e m e, 195 Te l.: (11) 3 0 95.94 0 0 E s t a ç ã o Fa r i a L i m a s e s c s p.o r g . b r

Foto da capa

© Brigitte Enguérand

realização


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