O BEBÊ DE TARLATANA ROSA
SOBRE O CONTO O BEBÊ DE TARLATANA ROSA João do Rio, pseudônimo do escritor e jornalista brasileiro João Paulo Barreto, é um dos nomes mais importantes da literatura brasileira do início do século XX. O Bebê de Tarlatana Rosa é um conto publicado na coletânea de contos de terror Dentro da Noite e trata das aventuras de Heitor, um membro da elite carioca, nos carnavais populares do Rio de Janeiro e do seu encontro com o bebê de tarlatana rosa, figura misteriosa com a qual Heitor desenvolve um romance durante as festividades de carnaval.
SOBRE O ESPETÁCULO O grupo traz para a cena a cidade do Rio de Janeiro em 1906 – cidade esta que passa por um intenso processo de modernização de maneira bastante excludente, marginalizando grande parte de sua população. O pensamento higienista do início do século XX ainda encontra raízes fundas na sociedade brasileira atual. Contudo, no carnaval todos estes problemas parecem se diluir em meio a folia e a busca por prazer. A peça se ergue num espaço cênico composto por uma caixa d’água cheia, que centraliza todo o tabuleiro. Um corredor circular abre alas para uma passarela por onde o elenco transita freneticamente - sempre se deslocando da margem ao centro aquático. Tangenciando a redoma, por fim, um grande telão projeta constantemente um frenesi imagético que expande e arremata o imaginário da cena.
O público é convidado a entrar dentro desse espaço, no entre-círculos da esfera periférica e central. Neste lugar o carnaval - propriamente ilustrado no conto norteante da narrativa - ganha sua figura estética de carnavalização, onde a tecitura comunicativa se estabelece de maneira não hierárquica e não propriamente linear: um estar de horizontalidade dos sentidos. Essa organização permite à peça uma costura livre e vertiginosa do conto de João do Rio e os depoimentos do próprio elenco (os biodramas); ambos compondo ativamente o processo de escrita cênica. É nesse costurar que se dá o bordado de uma ponte temporal que aproxima diferentes histórias de um escavar comum frente ao questionamento da marginalidade dos corpos representados.
Direção RAINHA KONG Dramaturgia criação coletiva livremente inspirada em texto de João do Rio Elenco Aleph antialeph, Helena Agalenéa, Jaoa de Mello, Vitinho Rodrigues Desenho e operação de luz Felipe Tchaça Sonoplastia RAINHA KONG e Nãovenhasemrosto Operação de som Nãovenhasemrosto Arte Aleph antialeph Material Fotográfico e Videográfico Karen Mezza, Natt Fejfar, Normélia Rodrigues, Thomas BF” e VM Filmes Produção RK Produção Coordenação de produção Iza Marie Miceli
de 16 a 25 de junho de 2022 quinta a sábado, às 20h30 o espaço expositivo, 2 andar
Sesc Pinheiros Rua Paes Leme, 195 Tel. 3095 9400 Faria Lima /sescpinheiros sescsp.org.br/pinheiros