TSI - Sesc Ribeirão Preto

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Oficina de Criação de

Texto

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Apresent ação

O convite feito pelo SESC com o objetivo de ministrar uma Oficina de Criação de Texto, para estimular a leitura de diferentes autores e períodos literários para um grupo da 3ª Idade, ensejou uma rica experiência, não só de convivência mas, especialmente, de transmissão de conhecimentos que permitiram a construção de um diálogo extremamente rico. A avaliação que se faz é altamente positiva pois, através da reflexão sobre os diferentes períodos literários, começando pelo Quinhentismo , passando pelo Romantismo, Realismo e Parnasianismo e suas interfaces com outras escolas, e a leitura de excertos literários ou poemas dos respectivos autores, foi possível a criação, pelos participantes, de textos diferenciados, com qualidade, com beleza, com paixão, de forma interativa. Isso permitiu, não só a reciclagem intelectual do grupo como, também, a verticalização dos conhecimentos aprofundando conceitos extremamente importantes de convívio acadêmico. Foi, também, uma experiência muito rica da integração do grupo com a Instituição o quê demonstra não só o interesse no aprendizado da perspectiva intelectual como também o interesse no exercício da cidadania. Sob esse aspecto vale evidenciar a elevada importância do SESC preocupada em criar, alimentar e disseminar a sua elevada responsabilidade social.

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Poesias


“Hoje estou aqui. Amanhã? Quem sabe!”

Esse Luar

EU TENHO OBRIGAÇÃO DE SER FELIZ PORQUE agora, depois de ter visto meus filhos e netos também realizados em suas vidas, como eu fui, nada mais desejo. Tudo, com as bençãos de Deus. Meu prazer é ver minha família reunida, pertinho de mim. Eu quero e posso voar alto, cada vez mais longe, com amigos sempre por perto. Por isso, eu tenho a obrigação de ser feliz sempre, porque posso viajar, ter saúde, mente aberta para que novas inspirações aflorem e novas Olhar de quem não quer nada poesias nasçam. Expressa boa intenção Avilta-me, enlouquece Alice B. Brocheto Corrói meu coração 21/05/2010

Olhos Verdes

No abismo de seu olhar De cor verde da mata Amor que não vai acabar Mas dilacera e maltrata Contemplo silenciosamente Olhar de poder inconsequente Sendo eu mulher imatura E você, um delinquente

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Seu olhar transparente Perplexo deste mundo Fere, me deixa demente Amo-te, acima de tudo! Alice Baroza Brochetto 09.04.2010

Esse luar De intenso brilho Absorvo-me a olhar Entrego-me à influência Da energia liberada Bendita obra da natureza Metamorfose de ilusões vivi Chorei!..busquei a ti... Lágrimas quentes Meu rosto contornaram Para esse luar perturbador Prostro-me em delírio Luar persistente Cria inconsequente Reações, conflitos, suspiros, Lembranças De uma felicidade passada Cambiada entre trevas e luz Neste momento que desprende amor! O tempo parou! Alice B. Brochetto 23.04.2010


Terra Profundo vínculo da criação Não somos frutos do acaso. Ligados à sua concepção, Energia motivadora que produz Em seu seio a química Que alimenta, transforma, conduz.

Deusa do Amor Em meio às espumas Do mar, em uma concha Brotou uma flor Afrodite. A Deusa do amor. Nua, insinuante, bela. Boticelli se inspirou em tela Figuras notáveis Deuses da imaginação. Pretenciosa utopia seculares Ingressam recursos Do viver em conflito. Põe em xeque a condição humana Por despertar iras tamanhas Que a deusa do amor causou. Assédio infernal aos olhos de Zeus Fascínio que provocou Hera Gênio do mal, ciúmes, inveja, Despeito, dor no Olimpo e na Terra. Uma grande guerra formou Mas em certame de beleza A Deusa do amor, ganhou. Alice B. Brochetto

Amizade

Grande é o amor A esta Terra que Deus criou E que nos gerou. Nela andamos eretos Colocamos nossos pés Neste campo magnético A céu aberto, Nossas cabeças pela aura do planeta, Estamos protegidos pelos anjos e santos. Bendita terra em que nascemos E que um dia, nela mesma Descansaremos.

No solo raízes envelhecem Com água é amortecida Solta brotos, produz floragem A natureza da acolhida.

Alice B. Brochetto

O tempo arrasta-se lento Descrenças e desalentos Desfiguram desanimados. Por certo, a justiça de Deus Estará por perto De amizade serão consolados.

Contemplo neste momento Flores nascidas no chão. Como amizades recebidas Plantadas no coração. Enquanto a vida a contece E o sol da manhã sai, Amizade permanece Se fluido nela existir.

Cantemos louvores Elevemos braços e mãos Amizades são flores Nascidas no coração Alice B. Brochetto

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O Despertar Sensorial Foi o que me ajudou a voltar para a realidade! A vida é tão cheia de luz que nos cega! Nosso olhar não aguenta! Nosso entender é pouco! Voltei aos meus sentidos! O meu pensar excessivo da tensão irônica desse mundo sumiu! Logo veio o senso para a vida normal, no aqui e agora! A culpa ...foi da saudade?... da solidão?...talvez! E porque não...Eu pensava que nossa vida inteira poderia ter sido isso ou aquilo e não foi ! Tê-lo sempre comigo...que nosso amor sempre foi maior que o tempo em seu curso sideral, como um rio a deslizar ermo em águas brandas mas, logo tudo foi para o espaço sem fim! Estive num lamentar como doida a procurar palavras de alguém que me confortasse. Entendo agora! Os desígnios são reais; a vida não vale a pena ser vivida com dor. Aqui os corpos ficam mas as almas se vão! Quando despertei, abriu a possibilidade de permitir novas reações de dentro para fora! Minha inspiração de poeta, que acreditei já apagada, despertou com louvor! Aleluia!

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Alice Baroza Brochetto 23.04.2010

O Que Importa Você existe. Isto é o mais importante para mim... Pouco importa se você vive distante Pouco importa, se você esqueceu os momentos doces, ternos, puros... Só importa que você existe... No céu, nas estrelas, no sol que me aquece a cada manhã, no orvalho que a noite deixa na natureza, na música que embala os sentidos, na criança que brinca serena... Você existe, e isto basta para eu ser feliz! Você existe...e eu... Eu amo você! Carmen Lúcia 09.04.2010

“Eu me permito hoje. Amanhã? Quem sabe!” EU TENHO OBRIGAÇÃO DE SER FELIZ PORQUE eu existo. Porque sou capaz de pensar por mim mesma, sou capaz de escolher meu próprio caminho. Por que a vida foi boa para comigo, deu-me dois filhos sadios e inteligentes, um companheiro ético, honesto e leal. Porque tenho amigos e continuo a fazer amigos. Porque gosto de escrever. Carmen Lúcia de Souza 21/05/2010


Amor de Perdição No ébano profundo dos olhos dele Na cor de canela de sua pele Ela se deixou ficar... Pudor, inocência, as amarras... Perdeu no calor do abraço. Medo, pejo, decência Ao fogo do beijo entregou Sucumbiu, transcendeu, na ânsia Do amor maior e total. Ah! Estouvada juventude Quis ser ele, deixou de ser ela Para amar-se com sofreguidão e arrebatamento. Louca...louca Tudo foi um engano Ledo engano! Exangue, ferida, desiludida Emergiu do sonho destruído Não conseguiu se amar Porque só conseguia mesmo Era amar aquele homem Sim, idealizado, mas... Não verdadeiro!. Carmen Lúcia 16.04.2010

Engano Antes, tê-lo eu queria Um medo insano Impedia... Você era para mim, arcano. Na insignificância terrena Do meu ser Entreguei-me serena Ao seu bel prazer. Enterrada foi a vida Sem sentido foi a luta Sobrou o cansaço De todo este ranço. Hoje careço d’ausência De sua presença Sonho? ... desistência Amor? ... indiferença. Carmen Lúcia 23.04.2010

Eu Sou Eu sou o mar... Eu sou areia branca e macia, onde seus pés vão pisar; Eu sou a onda revolta que se quebra com violência na rocha dura e fria; Eu sou o azul do horizonte que se funde com o mar; Eu sou a água morna e salgada que vai banhar seu corpo nu; Eu sou a jangada de esperança que segue mar adentro; Eu sou o pescador rude, mas que respeita quem lhe dá o alimento; Eu sou a água viva invisível, quase bela, mas que queima a pele; Eu sou a mulher que clama de desejo pelo seu homem; Eu sou tudo, eu sou nada... Eu vou ser sempre, e tão somente Aquilo que você quiser. Carmen Lúcia 23.04.2010

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“Viveremos Hoje O Amanhã Não Procede Com A Alma Liberta” EU TENHO OBRIGAÇÃO DE SER FELIZ PORQUE ser feliz é privilégio de poucos, imprenscindível. Se as dificuldades chegam sem avisar ou pedir, eu digo: e daí? Quando não é possível mudar, aceito. O quê hoje parece um pesadelo, o tempo poderá transformar em sonho amparado na esperança. Nunca me deixo levar por correntes de incerteza; tento conquistar o equilíbrio ajustando o emocional sem qualquer contestação negativa. E é com este trato e de braços dados com a paciência que eu tento ser ainda mais feliz. Célia Silli 21/05/2010

Amigo Amigo não cobra... doa Amigo não pergunta ... escuta Amigo permite ... não julga Amigo incentiva ... não mente Amigo silencia ... mas diz com o olhar Amigo não só empresta o lenço ... mas se comove junto Amigo perdoa os defeitos, as falhas. Por que? Porque é amigo. Carmen Lúcia 14.05.2010

Versando Com Gonçalves Dias “Debruçada nas águas d’um regato” “A corrente onde a bela se mirava” Daria um pôster, para um belo retrato A chuva da cascata a alvejava!

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“A voz do meu amor move teus passos” “Com mimoso tapiz das folhas brandas” Tocam teu rosto no som dos compassos... Quando dormes nas redes das varandas!

Tal qual o vento que a folha frisa “seja vales ou montes, lago ou terra” “correm perfumes no correr da brisa” Do outro lado vejo a cordilheira... Romantismo, semântica da era, Onde canta o sabiá laranjeira! Célia Silli 09.04.2010


Lenda do Encantamento Exaltar a graça dessa donzela A quem deveras, muito me encanta Seu pisar leve a conduz Aos jardins em meio à clarinada E faz do meu ser seu escravo! Ela nem sequer suspeita Que um mal ruidoso me oprime Não a culpo, a culpa é só minha Que vive nessa cadência insegura Soluçando por esse lúgubre frenesi Ouço sons de risos cristalinos Vindos de meu lado oposto Mas existe o vento, ainda manso A me açoitar, contínuo e distante Atrelados aos ecos dessa inibição Velhos tempos! Jaz a me lembrar... Acordes na redoma do silêncio Nessa noite sonsa, quase abstrata Antagônico da renúncia e lamentos Visualizando miragens e tormentos Eu sou hoje aquele pássaro Perdido em meio à floresta Que não mais canta, solfeja murmúrios Recebe a brisa suave e acolhedora Soluçando a percussão ainda me resta! Célia Cilli 23.04.2010

Amigos de Infância Após a passagem das nuvens cinzentas e aquela chuvarada, dois garotos sentados na calçada, bem rente à sarjeta, viajavam nos seus barquinhos de papel. A enxurrada dava ênfase à fantasia e os meninos desfilavam dentro dessa magia. Naquele tempo, o mesmo tempo que os empolgavam, também os faziam jovens. Eram assíduos na escola, depois no trabalho e nas determinações. Penso que ambos fizeram um pacto secreto por conta da confiança mútua e de muitas lembranças, sem data. No compartilho, havia muitos segredos, ilusões e afeto, sempre com o ritual do devido respeito. Adultos crescentes da imensa e fiel amizade. Entre os apertos de mão e o abraço do cumprimento fraterno, mais que irmãos, os laços os envolviam e não precisavam ser de sangue, mas de amor. Sendo assim, puderam consolidar e perpetuar o poder da palavra AMIZADE. Celia Silli 13/05/2010

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Finalizou o Processo Nesse fantástico universo de ideias há um processo delegado aos racionais, extensivo a todo ser vivente. É quando termina a viagem derradeira. Ela pode ser súbita, lenta ou sonolenta, sem sonhos, só a realidade dessa temida incógnita que até hoje permanece irredutível. Não há definição convicta, somente suposições: poéticas, religiosas muito conhecidas nas ocasiões da dor, da mágoa e até mesmo em grandes sagos; é quando a inspiração é ainda bem maior! Pode-se bloquear a chegada, mas a partida é impossível. Dela, ninguém foge. Pode ser fria, morna ou quente e até inconsequente o fator conclusivo: não tem choro nem vela, o quê foi meio não mais será fim. De lá, nada mais saberemos; daqui, resta ainda o espólio, a lacuna a eterna lembrança numa chama intensa que incomoda mas, o grande aliado, o tempo, encarrega-se de dar baixa nessa chama desse desfecho. Célia Silli 30.04.2010

Esperança e Perseverança Bem gravado ficou na sua memória as perguntas e as respostas. Confiante nas palavras sábias de uma linda fada, obediente, pacífico esperava. Havia nele a chamada energia positiva na qual ele acreditava. Enquanto isso, o tempo passava. O garoto solitário não brincava e também não chorava, apenas suportava. A esperança com ele compartilhava no acordo firmado com sua madrinha, mantido como um “fio de bigode” imaginário. Continuou firme, sempre com o mesmo propósito, mas as folhas que o vento derrubava rolavam pelo chão e, aí, aconteceram as mudanças. Nessas viagens, a miragem junto dele questionava: será que um dia ela ainda vai me achar? Sem titubear pensou que, quando crescesse, usaria calças compridas e por certo continuaria com o trato secreto. Contudo, lá no fundo, ainda areditava que um dia ainda poderia assistir aos palhaços no circo vestindo apenas bermudas e podendo deixar à mostra aquilo que, durante longo tempo, fora segredo. Ele continuava esperando, perseverando na sua crença. Célia Silli 26.04.2010

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“Quero falar com Deus mas não quero morrer. A vida é muito boa” EU TENHO OBRIGAÇÃO DE SER FELIZ porque a felicidade está em minha casa, no trabalho, nas ruas. Porque eu tenho saúde e amigas. Porque na minha idade, descobri que ainda posso aprender muito, viajar, ler Machado de Assis e fazer poemas Divina 21/05/2010

Sou agradecida a Deus pela minha vida” EU TENHO OBRIGAÇÃO DE SER FELIZ PORQUE gozo de boa saúde, tenho três filhos maravilhosos e tenho paz no meu coração. Porque estou escrevendo este texto dentro de uma biblioteca, lugar sagrado para mim que, através das oficinas do SESC, fui incentivada a ler muito, a escrever, a desenvolver esse dom maravilhoso de poetizar e, ainda por cima, escrever um livro. Plantar uma árvore, já o fiz. Porque aprendi a dividir o meu tempo entre amigas que conheço bem e pessoas que não conheço mas que precisam da minha solidariedade. Preciso dizer mais alguma coisa? Eu sou feliz. Elisa Alderani 21.05.2010

Viagem São Paulo, grande Capital onde gente do mundo inteiro vem tentar a sorte. Onde um dia, um homem valente, com a espada em punho, gritou Independência ou Morte. Descendo a Serra do Mar, eu acho um encanto, vejo grandes portos, São Sebastião, Ilha Bela e venho beirando o mar até chegar em Santos. Campinas, cidade de Carlos Gomes. Cidade de muitos esportes. De homens que ajudaram o Presidente a desenrolar o “grande pacote”. Pirassununga, ouço um barulho no ar e meus ouvidos não se enganam. É a Base Aérea e assisto à chegada da Esquadrilha da Fumaça ou nosso avião Tucano. Ao lado, os laranjais e seus colhedores da cidade de Guaíra, discutindo com os patrões. Reivindicam? Venho estrada afora e vejo lá no cantinho, a pequena e velha Cravinhos. Paro lá no alto e olho à minha esquerda. Muito verde e amarelo da cana e lá está a Zanini com suas máquinas pesadas. Orgulho de nossas indústrias. Esporte Mundial, OK Patinhos e quando caminho mais um pouco, olha Sertãozinho. À direita, Brodwski, terra de Portinari, e mais à frente, Batatais, com sua igreja tombada. Um pouco mais e surge à minha frente a cidade dos belos sapatos, do couro e desponta a Franca do Imperador. Que bom ter olhos e saúde para enxergar todas as maravilhas que o Criador nos deu. Divina 14.05.2010

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Leitura Romântica Preparei um leito de cambraia Cálido como o bogari perfumado Ao lado da frouxa luz da alabastrina Que lambe tua lembrança voluptuosa... Aparecem assim teus contornos Tão desejados pelos meus lábios mornos. Canta para ti a cavaquinha No delírio em tua espera Sinto tua presença na tua ausência Mas a brisa da manhã logo me acorda! Foi só um sonho que passou, sem volta Não me escutas, então te clamo Oh! leito inútil preparado com perfume Do bogari, eu sou aquela flor que espera Um doce raio de sol Que me dê vida! Elisa Alderani 16.04.2010

Sonho Neste silêncio o coração acorda Senti no peito palpitar de novo Encontrar o amor no meio do povo... Voava pendurada numa corda. Eu sonhava e docemente falava Olhando nos seus olhos com carinho E devagar me introduziu no ninho Com amor nos seus braços me entregava. Mas o tempo passou e foi mudando Qantos defeitos o amor superava Mas as mágoas no caminho aumentando.

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Sua intolerância me deixou ferida De palavra em palavra, não esperava Que a amizade querida fosse perdida. Elisa Alderani 07.05.2010

Palavras Vejo a carta pousada sobre a mesa Como uma rosa branca, perfumada Mas quando ela chegou, não foi surpresa Pois já sabia, mas fiquei transtornada. São palavras e assuntos repetidos Sempre querendo dizer tudo ou nada Com meus olhos de lágrimas contidos Deixando o coração na encruzilhada. À água do passado é remexida São palavras, crítica dolorida Caindo como pedras em minha vida. Não merecias a flor, o renascer De um dia perfumando o seu jardim De repente murchou, no florescer! Elisa Alderani 07.05.2010


Meu Pai Pietro Forte como uma pedra. Era meu pai um homem simples, nascido em lugarejo pobre. A família era numerosa e quase ninguém podia estudar. Apenas um irmão dele tinha conseguido este feito. Meu pai cuidava do campo e tanto amava a natureza que se tornou um bom jardineiro. Tão bom, que foi convidado a fazer um jardim de um famoso professor de Milão. Lá, conheceu minha mãe que trabalhava para ele, como governanta. Ficaram morando lá mesmo, naquele imenso e bonito jardim, onde também ficava a casa do Professor. O jardim ia crescendo, ficando sempre mais bonito pelos cuidados e capricho de meu pai que harmonizava as cores das flores com os canteiros e o verde das árvores das mais variadas espécies. Havia muitas roseiras, gerânios, gérberas, hortências azuladas e rosadas e pés de cerejeira que, na primavera floresciam de branco e pareciam cobertas de neve. Meu pai andava todos os dias por entre os canteiros e eu tenho certeza que ele conversava com as flores e elas respondiam ficando cada vez mais exuberantes. Ele não permitia que se arrancasse nenhuma delas, mesmo que fosse pedida uma única. Tudo era cheio de encanto.É assim que lembro da minha infância. Talvez, aquela beleza infindável tenha me tornado poeta desde sempre. Meu pai era lindo. Tinha um perfil grecoromano, olhos cor de amêndoa e de uma doçura sem igual. Não havia estudado mas era de uma sabedoria própria dos puros de coração. Amava a família e mais

ainda, minha mãe. Imaginem, ele tinha ciúmes dela. Talvez porque ela tenha tido a chance de estudar. Era professora. Eu amava meu pai, apesar de ele gostar de uma bebidinha e minha mãe, coitada, sofria muito por isso. Lugar pobre, longe do centro, casa isolada, muita neve no inverno. Quantas vezes ela não foi buscá-lo, encontrando-o dormindo sobre a neve. Acho que só depois de adulta, entendi o porquê dos desentendimentos entre eles. A diferença cultural às vezes gritava alto e não permitia um diálogo fácil. A fua dele era a bebida. No entanto, isto nunca tiroulhe o mérito de bom homem. Agradeço até hoje o legado que ele deixou. Para mim, ficou o exemplo de um homem sensível, que me amava, amava as flores e me ensinou a olhar a natureza de forma que eu pudesse sentir a sua beleza em toda a plenitude. Ele me ensinou a ser poeta. Elisa Alderani

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As Formigas Um Símbolo De Perseverança O sol já estava alto no céu quando Sofia passou na mesma trilha, no bosque que todo dia percorria sozinha para chegar à escola do seu bairro. Ela conhecia cada pedra daquele caminho, apesar de caminhar apressadamente. Ela observava atentamente o percurso porque já havia tropeçado e caído, machucando os joelhos que ficaram doloridos por muitos dias. Sofia gostava de observar as florzinhas ao lado da trilha, no meio do verde da grama que, exuberante as escondia nesta época de primavera. De repente, alguma coisa chamou sua atenção: eram formigas pretas, enfileiradas, andando rapidamente carregando pedacinhos de folhas verdes até um pequenino buraco. A menina ficou encantada olhando o trabalho das formigas e, observando melhor, percebeu que uma delas era muito menor e mais fraca que as outras; ela pegava seu pedacinho de folha mas, de vez em quando, o perdia. Cada vez que isso acontecia ela voltava e o pegava de novo segurando, talvez, com mais força e recomeçava sua caminhada para chegar à sua casa, seguindo as companheiras. Sofia esperou agachada, olhando curiosa, até a formiguinha chegar ao seu destino e admirou-se com a persistência dela. Percebeu que além de laboriosas eram, também, previdentes. Neste dia, talvez tenha chegado um pouco mais tarde à escola, mas, com certeza, teria uma linda história para contar. Elisa Alderani 19.03.2010

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felicidade caminham juntas” EU TENHO OBRIGAÇÃO DE SER FELIZ porque sou filha do Deus Perfeito. Porque vivo mergulhada dentro da infinita beleza do universo, no perfume que a mãe natureza oferece, no aconchego da primavera ornamentada pelas cores do arco íris. Glória Guimarães 21/05/2010

Constância O colibri sussurra aos pássaros. A gruta de dourado estio Brilha e fulgura.Pompas, não vives Na voz dos ventos, no chorar das aves. Eras a Glória,constante amor, Beija-flor! Tu dormes,no entanto! Do criador dos seres subirá a alma. Do cajamanga a flor entreaberta A brisa da manhã sacuda as flores Na floresta, os pássaros esquecidos Como um desterro; o poeta errante, A terra de aroma cheia Respira- alma inocente A vida –um hino d’amor Oh! Dias da minha infância A constante mão acaricia Livre filhos da montanha pés descalços, risonha manhã As ondas beijando a areia atrás das asas ligeiras Das borboletas azuis Glória Guimarães 09.04.2010


Amizade

Inspiração Tu não sabes que é sertão nesta dourada prisão cala-te bardo dos bosques a rosa assim responde molha-te a fria geada na cantilena loção depois cadáveres de rosa a valsa vertiginosa Deus ao chão amarrou. Não és livre, descansa a virgem te balança enquanto dormes nua teto, cristal, abrigo, vaso, estátua ,pedra feliz és tu primavera, chuvas ensopadas se aurora fora seu Deus zombarias agora ,menestreis passarinhos delírio, tu não sabes beijos,adálias, lírios sem as auras do sertão as praias ocultam neblina oceano, condor, o mar, sulco, tempo, cabeça, semente desfralda igualdade nação. Glória Guimarães 16.04.2010

Amizade sinceridade sentir,sono sem sono bom prazer de vida. Amizade é como horta tem que ser sempre irrigado. Confiança a gente tem saudade tem lembrança de alguma coisa que o outro fez, falou ou sorriu. Amizade é um tesouro implantado entre duas pessoas sem prejudicar um ao outro. Na sua ausência é como a árvore no meio da campina é encontro de duas almas bucam o mesmo horizonte. Amigo vem da amizade é coisa de se guardar dentro do peito desde a infância com relacionamento salvador da alma. Amizade é como uma ovelha no rebanho veias da Terra forte que abarca o Universo. Sustenta raizes da inteligência Alimenta o Ego-explosão. É puro viver de alegria. Glória Guimarães 14.05.2010

Alcunha Dobrada ao jeito tranquila escreve ardente torce a ampla roupagem azul-celeste,formosa efígie quem dera que sintas como um rubi na dança serena, santa vida corri as dores, flor perfumada Sem pena de mim tu valsavas Não mintas eu vi, de ledo amo

Estrela, gentil carmim, não negues sirva-me sem pena, atenua, estrela, pálida Assim para ouvir capaz de ouvir ver o sol, saudoso e em pranto, abro as janelas pálidas de espanto. Glória Guimarães 14.05.2010

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A Árvore No deserto, uma árvore errante procura fazer graça. À sombra dela, um leito solitário sonhando e acordando. Ele é a semente solta, que salta, que solta risada de alívio de olhos abertos- doce ilusão. Sonha através da engenharia genética. Cacos agregando ao solo produz leite, depois morre. E olha o milho! Produz toxinas que matam os insetos , possui vida. Como as plantas, a terra, os animais,o sangue corre nas veias, a seiva corre dentro das árvores, é parte do solo, é parte de nós . O orvalho, as ervas, a montanha rochosa fazem parte da família, o múrmurio das águas é a voz do Pai.Tudo forma em todos os seres como um Deus da mata. E os deuses atuam dentro de suas funções de forma integrada e harmoniosa. A Terra ensina as sementes das plantas a viverem graças à energia, à boa energia. Nós, ficamos aqui no dígito da inteligência complexa e sábia. As árvores a cada dia renovam-se completamente requintadas, sensibilizadas, observa-se um sentimento de reverência à MAE NATUREZA.Os galhos balançam na tempestade com maior alegria, o campo floresce, a floresta oferece uma misteriosa relação entre o homem e as plantas.As flores compreendem a força que gera o encontro da Natureza e o homem. A palha, o trigo, a erva daninha, toda a vegetação e até as pragas, a chuva, o Sol, são todos emblemas sagrados; símbolos da sabedoria e misericórdia que faz com que o homem seja homem. Glória Guimarães 21.05.2010

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Estou completo e feliz aqui e agora. Depois, a Deus pertence.” EU TENHO OBRIGAÇÃO DE SER FELIZ PORQUE tenho que contagiar aqueles que comigo convivem, pois a felicidade é a mola propulsora do nosso bem estar e de nossas realizações plenas. Porque este estado de espírito nos possibilita, com serenidade, transpormos as adversidades e obstáculos. Porque estar feliz nos ajuda a evitar males do corpo e da mente. “A sabedoria é a senhora do Universo e, a felicidade, sua espinha dorsal. Pródiga é a nação cujos cidadãos, em sua maioria, são felizes.” Marco Antonio 21/05/2010


Meus Amores Em seu caminho, poucas donzelas passaram e, seu envolvimento, cândido com todas foi, não se descurando da sinceridade. Guardou em si e, consigo, de todas os traços e trejeitos por mais sutil que fossem. Umas, inesperada e furtivamente povoaram sua vida e, da maneira mesma que surgiram, foram-se. Outras, poucas, engalanaram seus pensamentos, sonhos e coração por lapso considerável. Sua estirpe, tez, meio e “modus vivendi” constituíram, mor das vezes o motivo dos desenlaces. Algumas, que muito lhe gostavam, tiveram que arrostar descaso de afins e sarcasmos de pretendentes. Não se tem conta das ocasiões em que o mancebo, não por pusilanimidade, mas pelo coração lancetado por a quem amava era submetida, dela se afastava. Umas das, quiçás, a derradeira donzela que o amou... Um lírio que, no feminino, empresta-lhe o nome: graciosa, meiga, prendada não só dos afazeres domésticos, mas inclusive, nos estudos; tão jovem quanto o protagonista, estatura mediana, pele da cor do jambo, olhos e cabelos e rosto semelhantes à Iracema, enfim, um anjo que Da Vince gostaria de ter colocado em uma tela, aportou em sua vida e, manhã, tarde e noite se amaram. Por alguma indiscrição, deixou transparecer-se e, por sua ousadia: “Ora, ora! Por que te deixas seduzir por certa gente!” A despeito de ter passado a ser vigiada e admoestada pelos seus, deu de ombros e continuaram a namorar. Um dia, no entanto, no seu percurso de casa à escola, namorando; qual a um cometa, surgiu Elias, não o prometido, mas um dos responsáveis pela vinda dela ao orbe, deixando-os pasmos, que ríspido, ali, sentenciou o cabo àquele idílio. O homem tem o poder de fazer e desfazer muitas cousas mas, não o condão de, sequer, perturbar o que vai n’alma e inscrito nos corações, que fora de seu alcance, autoridade, e ditames palpáveis, continuam e continuarão... mais entrelaçados que nunca. A vida prossegue. Ele, num cantinho sagrado, secreto, só do seu saber, de toda plenitude do seu ser reservou espaço indevassável e imaculado para ela que, já convidada por Ele, em seu seio está e, por certo, o seu bem que, a despeito de desposado outra a quem respeita, estima e quer bem, pelo desvelo consigo e, prole, num porvir despojado de sua carcaça terrena, para todo o sempre, anseia religar-se a ela. Marco Antonio 23.05.2010

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... Sobre A Amizade

Iolanda

Na vida, o interesse e a necessidade do homem prendem-se à aquisição de tudo quanto concorra para a sua sobrevivência, ascensão, comodidade e bem estar. Para a aquisição destes fins, todos, indistintamente têm que dispor de meios para tal, eles são valorados proporcionalmente ao que se queira obter e, a moeda para a permuta é variável em quantia/volume consoante várias premissas. No intuito da satisfação de suas necessidades e aspirações, em princípio, o homem se contenta, momentaneamente, mas, para atingir a plenitude e estar feliz – o que sempre almeja – há que isto atinja o seu cerne, o coração e mente e aí não se comporta o mensurável em pecúnia. Homem sensato! Coloca em destaque na sua vida o que, de coração, o atenda em quaisquer situações ou ocasiões, principalmente nas de agruras e carências, quer sejam ou não, rotineiras; um ombro fraterno, uma admoestação construtiva, um óbolo, um ouvido disponível a escutá-lo nos instantes de crise, enfim um abençoado que, a despeito de não ser raro, não abunda. Por isso, o homem na busca de angariar o bem supremo – a amizade – despoja-se de si mesmo, dos seus bens e, de sua casca, para aproximar-se e/ou ter um A-M-I-G-O.

Deus!!! Quanto me alegrei Por ao meu lado tê-la Era como apalpar ‘strela Não te admires... sonhei!

Marco Antonio 14.05.2010

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Arquitetei apoderar d’abóbadas celestes E, na condição de bardo, C’ o esforço hercúleo de membros Igualmente de coração e neuros Alcei vôos indescritíveis, incontestes Neles pensei realizar o fado Vi-te radiante p’lo ingente Labor para ti possuir. Mas, pelo batismo controverso Só paralelos podemos ir. Não oramos no mesmo terço Assim, com o pensar em mim E, eu, com o meu em ti Andamos mui emparelhados Amando-nos, ardentemente. Sabendo, magoados, tristemente Pelas ímpares e arraigadas crenças Que nosso querer chegava ao fim! Marco Antonio 23.04.2010


O Convite Os anos de sua existência, as dezenas já não se podem contar numa das mãos, têm que surrupiar dois outros, da outra. Ainda não conseguiu sacudir o pó que os janeiros lhes colocaram na cacunda. Do mesmo modo, tem imenso trabalho em se colocar nos dias de hoje, no burburinho hodierno. Fica meio coxo nas reuniões festivas e sociais. Os quê não são de sua casa veem-no como “fora de esquadro”, taciturno ou que já haja engolido um príncipe. Sabedor do que representa, nem sabe, ao corrente o quê é de si para consigo mesmo, o seu eu no tempo. Furta-se de comparecer a muitíssimos encontros e eventos. Segregando ao leitor, digo que de muito para cá, uns trint’anos, a perda de uma pérola de sua prole, certamente contribuiu para ele ser assim, ensimesmado. Já indagam que muito rodeio ocupando espaço e tempo e o assunto, nada. Ei-lo: um moço que ele preza e, de sua família, acaba de atingir a idade da razão e, informal e protocolarmente, convidou-o e à sua família para pomposa e festiva comemoração da efeméride. Cientificou-lhe o seu contentamento ensejando-lhe a realização de todos os seus sonhos e que sua família, exclusive ele, já exposto na ladainha, com muito gosto e satisfação, comparecerá à festa. Marco Antonio 30.04.2010

Delinha

Via-me em ti Fora tua candura Altivez e belezas Corporal e d’alma Igualmente, a todos os pais Antevi um amanhã alegre e Risonho, por e para ti Cria poder saborear Os mais lindos sonhos Quimera! Tão cedo nosso Pai te chamou Incontido chorei, revoltei-me Antes... Hoje, genuflexo, peço clemência Egoísta fui! As jóias são de todos! Do Senhor, mais ainda.

“Obrigada Senhor, por mais um dia.” EU TENHO OBRIGAÇÃO DE SER FELIZ PORQUE estou com saúde, tenho minha família, uma casa para morar e minhas amigas. Porque ainda quero e vou fazer muitas coisas que descobri ser capaz somente agora, como por exemplo, escrever. Estou tendo a oportunidade de criar, de fazer poesias, de falar através das letras e ainda vou aprender muito mais porque voltarei a estudar. Porque quando escrevo, sinto-me feliz. Maria Dolores dos Reis Masson 25/05/2010

Marco Antonio 16.04.2010

O Amor O amor é lindo quando a gente ama e é correspondido. É lindo como o raiar do sol, o clarão da lua cheia e as estrelas. Quando a gente ama os olhos brilham de alegria. O coração bate forte no peito. O amor é como um jardim florido nas manhãs de primavera. É lindo como as ondas e a brisa do mar em uma tarde de verão. O amor faz bem para a alma e o coração. Maria Dolores dos Reis Masson 09.04.2010

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Você Visão Romantica A voz do meu amor move teus passos Como prece de amor, e a brisa da manhã O azul do céu e o brilho das estrelas Não é maior que meu amor por você Nem o perfume das flores No jardim do amor veio florescer As folhas das árvores movendo Doce raio de sol que me dá vida No cair da tarde os pássaros Vão para seus ninhos e seus filhotes O sol se esconde atrás dos montes E a lua aparece do céu Maria Dolores Reis Massom 16.04.2010

O Pé de Algodão

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Quando um pé de algodão nasceu no meu jardim, comentei com o marido que aquilo mais parecia um pé de mamão. Para minha surpresa e alegria, ele cresceu tão depressa que logo estava dando flores. Fiquei encantada porque elas eram brancas e rosa. Chamei o marido para ver e ele confirmou que o meu “pé de mamão” era, na verdade, um pé de algodão. Eu nunca tinha visto um pé de algodão na cidade. E, apesar de ele não gostar de muita chuva, abriu as maçãs e, generosamente, deixou à mostra seus fios brancos como a neve.

Simples como a natureza Alegre como um dia de sol. Forte como a rocha Serenos como a brisa do mar. A paciência está na raiz de tudo. Um dia, tenho esperanças de ser feliz Cantando uma canção de amor e paz O sol, no infinito do mar. A natureza tão bela na janela Um jardim e a rosa amarela Na frente da casa dela Onde os pássaros vivem a cantar. Não existe nada mais lindo Que a natureza, o amor, a amizade O céu, a lua e as estrelas O mar e a praia para bronzear. Sorrisos, calma, bondade Prudência, paz e bom humor. São em tudo o brando orvalho Do tamanho do nosso amor. Maria Dolores dos Reis Masson 06.05.2010 Eu sempre fico maravilhada com a generosidade de Deus. Penso muito a respeito de toda a utilização que ele tem na natureza e na vida das pessoas. O meu marido, que era farmacêutico, usava todos os dias impreterivelmente. Quantas árvores de natal não são enfeitadas com ele. E posso garantir, que ele também serve como material para os ninhos de beija-flor. Eles, sempre que precisam, vêm “roubá-los” do meu jardim. É mais uma grande obra do Criador. Maria Dolores dos Reis Masson 0.04.2010


Intertexto Velada por arminhos e cambraias Caminha a noiva ao som das catavinas Por que se casa assim, menina? Oculta, como se monja fosse? Não quer que lhe vejam o rosto Enevoado por lágrimas sentidas Ela a outro ama e, ressentida Deixa rolar pelas faces pérolas de alabastro. A nave toda enfeitada de bogaris Cujo aroma trescala sutilmente E os convivas a cumprimentam gentilmente Sem saber a saga que os rodeia. Sai da capela sobre o rubro tapiz E descobre o rosto descorado De emoção! Pensa o convidado Deixar o lar paterno é muito triste... Que futuro a aguarda, senhorita? O marido risonho a fita alegremente De amor por mim, pensa somente Nada mais fútil, tal pensamento. Ah! Pobre menina, amanhã senhora Vai percorrer a vida, encarar a morte Filhos terá, será sua sorte Para enfrentar o mundo de vilezas! Wanda Duarte da Silva 16.04.2010

Marina Marina me olhava... Seu olhar azul como céu Sua tez macia e leitosa Parece coberta por tênue véu. Cintura fina, cadeiras amplas, Arredondadas. Cabelos doirados e sedosos

“Não deixe para depois; hoje é o dia e o tempo para se viver bons momentos.” EU TENHO OBRIGAÇÃO DE SER FELIZ PORQUE estou viva, enxergo, falo, ouço, tudo pela graça de Deus. Porque nasci em uma família unida onde todos se amam e se respeitam. Porque, apesar de não ser rica, tenho uma profissão que me dá quase tudo que preciso. Porque gosto de escrever – Deus me deu ideias maravilhosas – e de cantar – Ele também me deu uma voz bonita. O quê mais eu posso desejar? Ser feliz sempre, ora! Wanda Duarte da Silva 21/05/2010

Caindo sobre os ombros com lindos cachos, Marina... uma fada Uma deusa saída do Olimpo. Um colar de pérolas a ornar O colo de alabastro de minha amada E o seu lindo sorriso a falar Desvenda os alvos dentes Que adornam sua boca mimosa Carminada como bela rosa. Tâo encantadora e frágil. Os pés parecem ter asas Tocando o solo e e ela ágil Que parece pairar no ar. Quanta beleza! E eu, diante dessa musa Emudeço e não consigo Falar-lhe sobre meu amor Só balbuciar baixinho Marina... Marina Wanda Duarte da Silva 21.05.2010

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Amizade Ser amigo não é somente passar juntos bons momentos É muito mais que isso. É ser irmão nos pensamentos, Nas alegrias, tristezas, solidário. Eu me lembro de um amigo Tão amigo ele era Que quando morreu meu cão Enterramos juntos seus corpo no jardim E choramos vendo as rosas Desabrocharem e as violetas Curiosas, até espiarem sorrateiras Para se mostrarem solidárias. Nos momentos de alegria Quantas horas a gente vivia E era como se fosse uma só família. Hoje, com o passar do tempo Ainda revejo alguns que ficaram E alegremente nos recordamos Daqueles tempos que não voltam mais. Feliz o homem que possui amigos. Wanda Duarte da Silva 21.05.2010

O Homem

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Os raios dourados vão se diluindo, sendo vagarosamente presos pelas garras da noite. O lusco- fusco faz ficar mais nítido o vulto de um homem, elegantemente vestido com um terno preto; traz nas mãos uma bengala cravejada de pedras e prata, estava defronte a uma cruz no cemitério. Solenemente lê em voz alta o quê está escrito na lápide coberta de musgo. De vez em quando, cutuca o musgo com sua bengala para ler melhor. Fala consigo mesmo decifrando o epitáfio: Nasci... Cresci... Vivi? Morri?... Não!

Perseverança Todos os dias, Roberto está no mesmo local com sua gaita, sua roupa rota, porém, sempre limpa. Sua deficiência não o torna triste. Tem à sua frente uma lata onde os transeuntes colocam uma colaboração. Ele nem olha para quem faz a doação; fica tocando uma música, às vezes baixinho, quando há barulho à sua volta e alta, quando tudo está calmo. Há anos ela toca, mas ninguém nunca descobriu que música é essa. É uma melodia, talvez criada por ele mesmo. A sua deficiência, que é múltipla não o afeta. Ele persevera em tocar sua gaita na esperança de esquecer suas agruras. Wanda Duarte da Silva 19.03.2010

- Mesmo dentro dessa cova escura estou bem vivo, rindo dos imbecis com os quais me relacionei na terra. Há... Há... Há. O homem acaba de ler e fica cismando, enquanto corujas começam a fazer ronda “alegrando” a noite com seus lúgubres piados. A noite tomou conta da paisagem, avistam-se difusamente árvores, santos, cruzes, pirilampos e, lá nos confins, um fogo fátuo. O quadro é tétrico e apavorante. O homem de preto dá uma sonora gargalhada ao ler as datas no final do epitáfio: * 28.04.1920 + 06.05.2010...???!!! Wanda Duarte da Silva 06.05.2010


“Do Fundo Do Meu Coração” Não poderia, de maneira nenhuma, encerrar esta oficina sem deixar registrado o meu carinho e a minha admiração por vocês. Tive surpresas tão gratas que ficarão marcadas a ferro no meu coração. Alice: Poucas palavras e muitas letras. Escreve com a sensibilidade de quem tem uma vida inteira para ser vivida. Carmen Lúcia. Que bom conhecer você e poder chamá-la de amiga. Que bom! Célia: A sua garra de mãe e mulher fizeram com que eu repensasse alguns valores. Obrigada por me ajudar. Divina: Tivemos pouco tempo, mas você será sempre lembrada pela alegria e ternura. Elisa: Minha doce poetisa. Viajei bastante nas asas de sua imaginação e por isso, a conheci melhor. Por isso, a admiro. Glória: Duas vezes Glória. Uma pela quarta e outra pela sexta-feira. Escrevendo um texto tão limpo quanto sua alma. Marco Antonio: Em etrusco, significa “inestimável martelo”, talvez por isso, os romanos o designassem o deus da guerra. E esta é a lembrança que eu levarei. Um Marco Antonio forte, obstinado, mas doce como a geléia de goiaba lá das Minas Gerais. Maria Dolores: Meu presente! Saber de você, dos limites que você se empunha, e de repente lhe descobrir escrevendo. Ah! Que presentaço. Wanda: De uma franqueza à toda prova. A sua lembrança será sempre da mulher que escreve para acordar quem dorme “em berço esplêndido”. Maravilha. Obrigada por tudo, sempre. Eliete Cardoso Furtado

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