Variante Burlesca

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Especial Fevereiro 2011


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ESPECIAL VARIANTE BURLESCA

Uma programação dedicada a uma expressão estética presente em diversas manifestações artísticas, desenvolvida e repaginada sob um tripé que incorporou a cultura mambembe dos artistas de rua: a Commedia Dell´Arte, o Music Hall e Vaudeville. O burlesco é retomado atualmente em apresentações performáticas que incorporam o humor negro, adereços vistosos e a aura dos antigos cabarés, numa explosão de expressões artísticas alinhadas à cultura popular atual, à semelhança da sua origem. Convidamos você a explorar esse universo. Seja bem vindo!

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ESPETÁCULOS TEATRAIS

O CÓDIGO DOS HOMENS HONESTOS Nós Duas E Eu Sozinho e Cia Cornucópia | Ribeirão Preto | SP 4/2, sexta, às 21h, no Galpão de Eventos. Capacidade: 120 lugares. Duração: 60 minutos. Não recomendado para menores de 16 anos

NEM TODO LADRÃO VEM PARA ROUBAR

Teatro Comune | São Paulo | SP 9/2, quarta, às 21h, no Galpão de Eventos. Capacidade: 150 lugares. Duração: 60 minutos. Não recomendado para menores de 12 anos

ELE NÃO É MEU FILHO

Cia Falbalá | São Paulo | SP 18/2, sexta, às 21h, no Galpão de Eventos. Capacidade: 120 lugares. Duração: 60 minutos. Não recomendado para menores de 14 anos.

CORRA COMO UM COELHO

Cia Os Outros | São Paulo | SP 23/2, quarta, às 21h, no Teatro Municipal. Capacidade: 510 lugares. Duração: 60 minutos. Não recomendado para menores de 14 anos

KABARETT

Cia Da Revista | São Paulo | SP 25/2, sexta às 21h, no Galpão de Eventos. Capacidade: 120 lugares. Duração: 90 minutos. Não recomendado para menores de 16 anos

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SHOWS PERFORMÁTICOS

SILVIA MACHETE no SHOW EXTRAVAGANZA

11/2, sexta, às 20h, no Auditório. Capacidade: 202 lugares. Não recomendado para menores de 16 anos

DELUXE CABARET CIRCUS

Direção | Renato Grecco Participação Especial | Fascinatrix 15 e 16/2, terça e quarta, às 21h, no Galpão de Eventos. Capacidade: 120 lugares. Não recomendado para menores de 16 anos. FESTA ESPETÁCULO

BURLESCAS

Cia Silenciosa | Curitiba | PR 19/2, sábado, a partir das 19h, no Galpão de Eventos. R$ 20,00 (inteira); R$ 10,00 (usuário matriculado no SESC e dependentes, +60 anos, estudantes e professores da rede pública de ensino); R$ 5,00 (trabalhador no comércio de bens e serviços matriculado no SESC e dependentes). Duração: 360 minutos. Capacidade: 400 lugares. Não recomendado para menores de 18 anos

R$ 10,00 (inteira) R$ 5,00 (usuário matriculado, estudante e idoso) R$ 2,50 (trabalhador no comércio de bens e serviços matriculado). Cada espetáculo ou show performático


O CÓDIGO DOS HOMENS HONESTOS OU A ARTE DE NÃO SE DEIXAR ENGANAR POR LARÁPIOS Nós Duas e Eu sozinho e Cia Cornucópia | Ribeirão Preto | SP Sinopse Ficha Técnica Texto | Honoré de Balzac Direção e Concepção | Dino Bernardi Elenco | Alessandra Leah, Claire Jezequel, Kiko Pincerati, Rafael Bougleux e Renata Torraca Músico | Victor Roque

O espetáculo, baseado na obra homônima do autor, enfoca a irônica reflexão de Balzac sobre uma sociedade corrompida e ludibriada pela ganância: a França do séc. XIX. Não se trata de ficção, muito menos de um dos romances de Balzac, é simplesmente um manual de sobrevivência na grande Paris: cidade habitada por uma epidemia de aproveitadores e aprendizes de ladrões. Clima de cabaré. Requinte, luxo e muita pompa. A corrupção permitida. De início vemos um quadro geral da personalidade do verdadeiro Larápio, apto ao bacharelado de arruinar fortunas, exposto por cinco deliciosas personagens. Seguem-se cenas onde este quinteto transforma em ação histórias que se passaram na França e que ilustram bem as inúmeras facetas da “classe mais inteligente da sociedade”: a dos ladrões. Uma requintada Madame que sofre tanto nas mãos do amante da cozinheira quanto com a audácia de seus muitos criados. O Criado de uma joalheria que, juntamente com um Médico psiquiatra, descobre que foi saqueado por uma Condessa falsária. Uma Senhora que vê-se diante da tristeza de seu Galo Napoleão ao roubarem sua Galinha Carijó. Um Policial que protesta – ao som de rap – contra aqueles que utilizam estes animais como alvo de treinamento, ou seja, os infelizes ladrões de galinha. Presidiários que nos contam suas histórias e defendem seu próprio ofício, alegando a contribuição e a renda que eles geram para a sociedade. Por fim, uma irônica e surpreendente Ode à Justiça que mostra ao espectador, de forma muito apropriada, a que ponto chegamos neste mundo de poderosos... Na França! Na França de Balzac... Na França do século XIX! Ah... Na França...?

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NEM TODO LADRÃO VEM PARA ROUBAR Teatro Commune | São Paulo | SP Ficha Técnica Coordenação | Augusto Marin e Michelle Gabriel Elenco | Carlos Capeletti , Augusto Marin, Eliane Rossetto, Michelle Gabriel, Maura Hayas, Neto Villar e Guilherme Martins . Iluminação e Sonoplastia | André Lemes Produção | Helo Andersen Vendas | Creusa Borges Quando lemos a peça, durante minha pesquisa de mestrado sobre Dario Fo, na ECA/USP, em 1999, fiquei completamente apaixonado. Era um Dario Fo dos anos 50, que misturava o humor ingênuo das farsas e vaudevilles franceses do século 18, de Sardou, Feydeau e Labiche com elementos do surrealismo e do teatro do absurdo. As cenas nascem ora de um fato verídico, ora de uma situação absurda, ora de um incidente vivido por alguém da companhia. Em seguida, Fo cria um roteiro, que é improvisado pelos atores, na presença do público, gerando uma gama de intrincadas situações opostas e sobrepostas, partindo sempre da idéia do teatro-situação, na qual uma mesma situação cênica pode ser desenvolvida de várias maneiras diferentes.

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A peça Nem todo ladrão vem para roubar, caracterizase como uma farsa em tom ou estilo de pochade. POCHADE: Comédia ligeira, de origem parisiense, dirigida à pequena e média burguesia e de forte apelo popular. Entre o final do século XVIII e o começo do século XIX, a pochade é construída a partir de uma trama repleta de intrigas, reconhecimentos, golpes e efeitos, sugestões maliciosas e uma salada sobre a vida amorosa. A pochade faz parte da categoria das peças bem feitas ou da dramaturgia dos fins do século XVIII, desenvolvida por Scribe, Sardou e Labiche.

Sinopse A peça é uma farsa de tipos que conta a história de um ladrão que tenta assaltar uma casa de classe média alta, mas é surpreendido pelo Marido e sua Amante, que pensam que ele é um espião à serviço da Esposa. Eles ameaçam matar o Ladrão ou pelo menos deixá-lo paraplégico para que não possa contar o que sabe. A partir daí, a peça segue num qüiproquó de situações absurdas, no qual um tenta esconder a verdade do outro, com a chegada da Esposa, da Mulher do Ladrão, do Amante da Esposa e de um Segundo Ladrão. O Ladrão e sua Esposa são retratados como pessoas que têm algum senso de ética, enquanto os ricos não têm escrúpulos e fazem o que for preciso alcançar o que querem. Qualquer semelhança com a elite brasileira atual não é mera coincidência.


ELE NÃO É MEU FILHO Ficha Técnica Texto | Philippe Gaulier Direção | Soledad Yunge Elenco | Monika Plöger, Roberta Gonzalez e Vera Kowalska

Cia Falbalá | São Paulo | SP.

Ele não é meu filho marcou em 2002, a estreia da primeira montagem brasileira de um texto de Philippe Gaulier, um dos maiores mestres de Clowns e Bufões contemporâneos e com grande influência no trabalho de muitos artistas brasileiros que freqüentaram sua escola em Paris e Londres.. Ele não é meu filho é um texto de bufões, para três mulheres: Deus, Jesus e o Espírito Santo. É um retrato da sociedade, das relações humanas e um desabafo de todos os excluídos, com todo o humor da paródia. Três mulheres parodiando o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Um espetáculo de bufões onde a paródia à Santíssima Trindade adiciona um sacrilégio a mais ao texto. Os três bufões se divertem ao parodiar aqueles que os excluíram: os moralistas persuasores, os complacentes, os religiosos extremistas, os carreiristas, os falsos “cordeirinhos de Deus”, a velha guarda. Os bufões aqui denunciam essencialmente as controvérsias dos valores sociais, invertendo os sentidos do poder, da política, da religião para nos fazer rir. Os bufões não se identificam com seus personagens, eles se aperfeiçoaram na arte da paródia, das sutilezas da voz, gestos, movimentos, pretensões daqueles que os atormentam. Nesta peça tudo é paródia, exceto a humanidade das três mulheres. O projeto da diretora Soledad Yunge recebeu o Prêmio Estímulo Flávio Rangel em 2001 para a montagem deste texto. Fez temporada em 2002 e voltou em cartaz em 2008, com o elenco original, para temporada no Satyros 2, em São Paulo. A diretora Soledad Yunge foi aluna da Ècole Philippe Gaulier em Londres e responsável pela vinda dele ao Brasil pela primeira vez em 1997 para ministrar workshops de Clown, em São Paulo.

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FESTA ESPETÁCULO BURLESCAS Cia Silenciosa | Curitiba | PR Ficha Técnica Concepção, Direção e Atuação | Giorgia Conceição, Henrique Saidel e Léo Glück Direção Musical | Jô Mistinguett Direção de Movimento e Vídeos | Angelo Luz Figurino | Amabilis de Jesus Cenário | Henrique Saidel Maquiagem | Léo Glück Iluminação | Wagner Correa Elenco de Apoio | Ricardo Nolasco e Marina Nucci Webtransmissão | Ata Hostin Fotos de Divulgação | Alessandra Haro Fotografia | Leco de Souza Programação Visual | Giorgia Conceição e Henrique Saidel Produção | Meio-Fio Cultural Realização | Companhia Silenciosa A peça teatral multimidiática é uma releitura da história do Burlesco através dos tempos. Uma montagem instigante composta por performances, danças sensuais, música eletrônica ao vivo, discotecagens inusitadas, esquetes teatrais e projeções de vídeo. Cada um dos atores de “BURLESCAS” tem uma linha de pesquisa e atuação muito bem definida, fato este que influencia diretamente no processo de construção das personas criadas pelo elenco.

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A peça inicia com a introdução do espectador no universo da construção da imagem e do plano das ideias. Depois, voltase para números performáticos em que o grupo “encarna” personas questionadoras, provocadoras e fetichistas. Giorgia Conceição trabalhou com a brasilidade em busca de uma identidade nacional, como Carmen Miranda e Elke

Maravilha, Léo Glück aborda a violência, o totalitarismo e a dominação em questões ligadas a gênero, corpo e mente. Henrique Saidel trabalha com a artificialidade e a manipulação de títeres e brinquedos para questionar o que é natural. As performances, por vezes, são concomitantes, aliadas a projeções de vídeos produzidos especialmente para a peça. A sonorização e a direção musical — elementos com papel preponderante no contexto da peça — tem a assinatura de Jo Mistinguett, sucesso entre o público underground e uma das apostas mais promissoras do electro punk nacional. “BURLESCAS” proporciona uma relação mais ativa entre obra e público, que circula livremente pelos ambientes, assiste às apresentações, interage com o que está acontecendo e também com os outros espectadores na medida em que assim quiser, elemento que torna cada apresentação diferente e única. Quem acompanha pela internet desenvolve o fetiche do voyeurismo propiciado pela peça. A arte do burlesco — surgida inicialmente na literatura parodística de textos clássicos — surgiu em diversos momentos no processo criativo da Companhia Silenciosa. Como não interessaria à Companhia unicamente voltar ao “burlesco clássico”, a reelaboração dos conceitos burlescos é o mote principal, desde a arte de burlar até os números sensuais, de striptease e Pole Dance. A Companhia apoia-se fortemente no conceito de criação cênica contemporânea em processo (work in progress), desenvolvido pelo diretor, performer e teórico brasileiro Renato Cohen e o revisita.


SILVIA MACHETE no SHOW EXTRAVAGANZA Eleito o melhor show de 2010 pelo Júri da APCA e comandado pela cantoraacrobata Silvia Machete, acompanhada pelos CHUCHUZINHOS, traz no repertório a Feliniana “Sábado e domingo”, “Underneath the Mango Tree”, que vai contar com a participação (in)voluntária do público, e a sensual “O baixo”. Silvia engata ainda hits e clássicos do seu repertório. O circo é dirigido por Alessandra Colassanti, a inconfundível bailarina de vermelho. A música é o principal personagem nessa selva-show, mas como nada é tão simples no mundo Machetiano, você pode esperar por lustres voadores, telefones que tocam, samambaias que dançam e outras surpresas. O repertório traz a Feliniana “Sábado e domingo” de Domenico Lancellotti e Alberto Continentino, “Undertheath the Mango Tree” que vai contar com a participação (in) voluntária do público, e a sensual “O baixo”, quando a situação fica ainda mais grave. Releitura de “Surra de Chicote” e ‘Little Flea’ foram especialmente preparadas pra noite no Circo Voador. Silvia engata ainda hits e clássicos do seu repertório, como “Toda bêbada canta”, ‘Favorite Things’ e ‘Maluco Beleza’.

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KABARETT

Cia da Revista – São Paulo, SP Ambientado durante a Segunda Guerra Mundial, a peça tem direção, pesquisa, cenário e figurino de Kleber Montanheiro e transporta o público para um autêntico cabaré dos anos 40. A peça se passa em uma noite aparentemente normal, num cabaré em Berlim, em 1940, durante a ascensão do regime nazista. No Kabarett, o travesti Georgette recebe seu público sob os olhos atentos dos soldados da SS (guarda nazista). O show da noite segue normalmente com seus números e artistas, e caminha para um final surpreendente. Apesar das pressões, a alegria do lugar disfarça um grande movimento de resistência.“O espetáculo não trata exatamente do nazismo, pelo contrário, cria um movimento de deboche muito forte, com algumas cenas onde a seriedade da situação é quebrada por Georgette, que já conhece seu destino”, conta Kleber.

Teatro De Cabaré

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Após vasculhar a origem do teatro de revista brasileiro, a revista francesa, o diretor acabou conhecendo este outro gênero, de origem alemã. Apesar das diferenças estruturais e da complexidade da língua, o teatro- cabaré tornou-se tão interessante à pesquisa da Cia. quanto a revista brasileira, por ser extremamente teatral e provocativo. Sobre as influências, o diretor relata que a peça teve inspiração “na genialidade de artistas do cabaré alemão do início do século XX, como Margot Lion, Claire Waldoff, Rosa Valetti,Trude Hesterberg e até na incomparável Marlene Dietrich. Há também outras influências, como os compositores Spoliansky, Rudolf Nelson, Friedrich Hollaender, Schiffer e também os grandes nomes da performance musical como Ute Lemper e Georgette Dee; esta última, uma cantora transexual, com um eclético trabalho musical, que vive atualmente em Berlim e é considerada a diva do cabaré alemão”, conta o diretor Kleber Montanheiro.

FASCINATRIX Karina Raquel uma nova pin up é fascinada pelo glamour de antigamente e a estética que tanto fazia brilhar as estrelas da idade de ouro de Hollywood como Rita Hayworth e Betty Grable entre outras. Unindo suas paixões, criou a personagem Fascinatrix que é um trabalho de resgate dos pocketsshows burlescos dos anos 30 e 40 com o objetivo de engrandecer o strip-tease,


DELUXE CABARET CIRCUS Um grande show de talentos em duas noites incríveis de burlesco; músicos, pin-ups, comediantes, acrobatas e pequenas esquetes teatrais. Participação Especial Fascinatrix: Personagem em homenagem às grandes pin-ups dos anos 40. Baseado nos pockets shows de Dita Von Teese, Michelle L’Amour e outras artistas atuais, as performances são sensuais com boa música, figurino temático, sempre com um clima erótico e lúdico.

Roteiro - Show Pin-ups “All That Jazz” Poliana Savegnago | Gabrielle Ranier | Camila Zambianchi - Facinatrix - Cia. Do Estômago com “As Vulvas” André Mendes | Flávia Pacheco | Letícia Brandão - Show com Susi Ferrari - Stand up commedy André Cruz INTERVALO (15 minutos)

um gênero tristemente desvalorizado, que está voltando a ser sucesso no mundo todo com nomes importantes como Dita vonTeesee Michelle L’Amour, musas dessa nova geração que hoje se apresentam para grandes platéias. com uma inusitada mistura de doçura e luxuria. Com músicas que nos tocam e nos trazem boas lembranças, figurinos temáticos luxuosos e muito bom humor criando também um clima erótico e lúdico.

- Grupo Zibaldoni Neto Donegá | Lucas Santarosa - Show Carmen Miranda Renata Martelli | André Cruz - Show Os Profiçççionais “I’m to sexy...” André Doriana | João Marcilio - Facinatrix (2 entrada) - Cia. Balaco do Bacco “Uma palavra por outra” André Cruz | Camila Zambianchi | Léo Santarosa - Apresentador Léo Santarosa - Músicos Juliano Oliveira | Márcio Bá - Técnico Alexandre Laguna - Diretor Renato Grecco

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CORRA COMO UM COELHO Cia dos Outros | São Paulo | SP Ficha Técnica Dramaturgia | Cia. dos Outros Direção | Fernanda Camargo Interpretação | Carolina Bianchi, Pedro Cameron e Tomás Decina Orientação de pesquisa | Antônio Araújo e José Fernando Azevedo Assistência de direção | Maria Tuca Fanchin Preparação corporal | Jerônimo Bittencourt e Cia. dos Outros Iluminação | Fernanda Camargo Cenário | Cia. dos Outros Direção de arte | Antonio Vanfill e Tomás Decina Figurinos | Antonio Vanfill e Cia.dos Outros Técnico de luz e som | Luis Gustavo Viggiano Pesquisa de trilha sonora | Bruno Monteiro e Carolina Bianchi Produção geral | Carolina Bianchi e Tomás Decina Assistência de produção | Fernanda Mandagará Concepção gráfica | Tomás Decina Fotos | Maria Tuca Fanchin

Sinopse

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Num requintado salão de palacete antiquado, em meio a papéis de parede, bichos empalhados e pratarias empoeiradas, as personagens se esbarram na tentativa de se esconderem umas das outras - ou de si próprias. Uma dondoca pós-moderna com tendências suicidas, um estrangeiro carente que se revela um assassino em potencial e um rapaz mudo insaciável por pequenas

desgraças, transitam nesse ambiente de polidez e moderação. Com atitudes e discursos duvidosos eles correm devastando qualquer norma de conduta que as etiquetas pregam. A Cia Dos Outros é um grupo de pesquisa continuada que teve sua formação nos cursos da USP Sob a Orientação de Antonio Araújo .(Teatro da Vertigem) e José Fernando Azevedo (Teatro de Narradores) o grupo vem produzindo estudos e espetáculos ao longo de seus 4 anos de história. Corra Como um Coelho integrou a programação do SESCSP no projeto PRIMEIRO SINAL.


EXPOSIÇÃO VARIANTES BURLESCAS

O que são Variantes Burlescas? No que consistem? Quais suas origens e propostas? Que espaço o burlesco ocupa ou ocupou entre as artes de representação? Será uma forma de representação perversa ou um simples ato de reflexão dramatúrgica maliciosa sobre o mundo? Estas são as discussões aqui expostas sobre tal forma de expressão e divertimento, cuja estética revela-se associada à exploração do humor, da sensualidade, do grotesco, do escracho, do travestismo, dos corpos à mostra – desnudados, estimulando o riso através de

diálogos e imagens de duplo sentido e franca ironia. A variante burlesca se destaca em diferentes linguagens da representação, tais como o Vaudeville, o Cabaret, os Music Halls, a farsa, os cafés-concertos, o teatro ligeiro, o teatro de variedades e a comédia de costumes, dentre outros. No Brasil, associado às variantes burlescas, fundamentaram-se o Teatro de Revista na primeira metade do século XX e os Dzi Croquettes nos anos 70. No contexto da História Universal do Teatro, o burlesco emerge no cenário da Grécia e da Roma clássicas, em meados de 400 a.C. com representantes notórios, dramaturgos das grandes comédias: Aristófanes, Plauto e Terêncio. Seu caráter popular permite que o burlesco satisfaça o desejo do espectador, oferecendo-lhe, muitas vezes, aquilo que lhe agrada aos olhos e aos ouvidos: uma comédia musicada, cujo caráter escancara o reflexo sarcástico da própria sociedade de massa. E é desta forma que estes elementos da burla são adotados por diversos nomes em diferentes épocas: Shakespeare, Molière, Brecht, Chico Buarque, onde encontram-se aproximações consideráveis nas formas de teatro musicado, especialmente pela fabulação do grotesco inerente em suas comédias. O que suscita grande discussão acerca do tema é o fato desta variante conter em si a dialética entre o prazer para os olhos e o proveito do espírito, do intelecto, fazendo valer a crítica e a reflexão. Neste sentido, o burlesco na atualidade pode ver perder-se a força destes elementos que coexistiriam, principalmente quando os recursos espetaculares não dialogam mais com a crítica social e política.

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ANTIGO BURLESCO A maior estrela burlesca do século 20 foi Millie DeLeon, uma atrativa morena que atirava suas ligas para a plateia e que, ocasionalmente, retirava o colã. Tantas travessuras a deixaram presa em algumas ocasiões, que ajudaram a dar ao burlesco uma reputação obscena. Em 1920, cinema e rádio estavam caindo na popularidade burlesca. Então o stript-ease, existente desde o final do século anterior, ganhou notoriedade. Assim, promotoras do burlesco tiraram o strip do baú com uma fina linha entre titilação e decência, que podiam colocá-las na prisão por corromper a moral pública. Logo, as strippers foram denominadas burlescas, e sua rotina se tornou crescentemente explícita. Para evitar a nudez total, mas ainda dando ao público o que ele queria, as moças tapavam as virilhas com cordas frágeis e usavam também algo para tapar os mamilos (pasties). Isso era o bastante para evitar a repressão da polícia. As estrelas da época eram as dançarinas Sally Rand e Gypsy Rose Lee. No início dos anos 30, Laura Henderson abriu um pequeno teatro em Londres, o Windmill. Ali, ela lançou um ininterrupto show de variedades com cantoras, dançarinas e showgirls nuas. Logo, virou um sucesso.

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Na década 40 estouram as pinups. Hollywood estava emergindo em uma imagem sexy e glamourosa, com mulheres de chapéus esparsos, malhas e colãs de arrastão, dançarinas de fan (leque de penas), garotas cancan e uma multidão de saltos altíssimos. Com isso vieram as sereias sexys do cinema como Betty Grable. Apesar da depressão dos EUA, as revistas masculinas continuaram a manter o burlesco vivo. Clubes noturnos contrataram estrelas para dançar e uma nova

forma de burlesco havia emergido com figurinos e coreografias mais elaborados. O ponto máximo do glamour em Hollywood foi em 1950. A forma feminina era celebrada na grande tela como nunca. Seios voluptuosos e grandes quadris eram o foco e o corselete teve um retorno dramático. Marilyn Monroe agregou à comédia do velho burlesco um caráter lúdico e sensual. Em 1960, contudo, a pornografia explícita se tornou facilmente disponível e o público masculino não mais precisava de strippers para alimentar suas fantasias. Os poucos shows burlescos restantes tinham um pornô leve. A era do amor livre e nudez deixou a arte do strip-tease redundante e fora de moda. Desta forma, o burlesco gradativamente viu seu declínio.


NEW BURLESCO No Brasil, temos como referência da retomada pelo gosto burlesco a criação do grupo Dzi Croquetes dirigidos pelo americano americano Lennie Dale. Na década de 80 em Nova Iorque performances underground e shows de drag, tais como o Wigstock (“festival de drag”), começam a trabalhar com temas adultos inspirados nas décadas de 50,60 e 70. Na metade dos anos 90, uma nova geração nostálgica pelo espetáculo burlesco e pelo glamour dos velhos tempos nasceu e formou um contra-movimento embasado na idéia do “já-vi-tudo” da pornografia. Ainda nos anos 90 é criado nos EUA o Museu do Mundo Exótico, com objetos e adereços da coleção pessoal da performista burlesca Dixie Evans. O Museu documenta a história do burlesco desde a sua origem até meados do século 20. Em 1995, o grupo The Pussycat Dolls surge como uma trupe burlesca. Dita Von Teese e Catherine D’Lish participaram de alguns de seus primeiros shows. Na entrada do novo século, observamos uma diversidade de tendências burlescas, além de convenções, festivais e contínua ascensão do estilo através das diversas mídias.

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ESPETÁCULOS DE TEATRO Comerciários, usuários e dependentes: é obrigatória a apresentação do cartão atualizado do SESC. Estudantes, professores da rede pública e idosos devem apresentar um documento comprovante na entrada. Não será permitido o acesso ao espetáculo após o seu início, mesmo daqueles que já tiverem adquirido o ingresso.

Realização

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SESC Ribeirão Preto Rua Tibiriçá 50 - Centro - Ribeirão Preto - SP - Tel.: 16 3977 4477 - Fax.: 16 3977 4485 email@ribeirao.sescsp.org.br


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