Exposição Nino Cais: Das Bandeiras e Dos Viajantes

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Artes Visuais 2013

Nino Cais: Das Bandeiras e Dos Viajantes de 13 de setembro a 1 de outubro



Exposição

Nino Cais: Das Bandeiras e Dos Viajantes Abertura Dia 13/9, sexta, às 20h30 Dia 14/9, sábado Bate papo, às 10h Oficina de colagem Com Nino Cais, das 14h às17h Visitação até 1/10/13, de terça a sexta, das 13h30 às 21h30. Sábados, domingos e feriados, das 10h às 18h. Agendamento para visitas orientadas com ação educativa para escolas e grupos. Grátis.


“Iniciei, então, por aquilo que achava ser um possível começo: há encontros que a rotina enfadonha media e geram narrativas que ambicionamos pela constante suspensão. É como se almejássemos, de fato, que certos encontros permanecessem num estado de entre-capítulos, quase que a simular um significante que a simples transposição de linhas parece conter.” P. G., correspondências.


Por intermédio das narrativas vivenciamos o mundo e somos capazes de experimentá-lo por meio de nossos sentidos. Tato, olfato, paladar, visão e audição filtram a materialidade de nosso entorno para que seja mentalmente reconstruída e apropriada por cada um de nós. Sorvete, caneca, colher, no entanto, só se encontram e fazem sentido em nossas memórias a partir das narrativas que impomos a esses objetos. Aparentemente caneca, colher e sorvete mal se relacionam, porém se a narrativa dada é a de experimentarmos o sorvete em questão, aquilo que antes era irrelacionado agora aparece como parte coerente de uma narrativa. Esta exposição Nino Cais: Das bandeiras e dos viajantes trabalha a obra de Nino através das narrativas criadas por este artista e por seus visitantes. Nas imagens que cria, Nino sobrepõe objetos cotidianos ao corpo (seja o seu próprio em fotografias, seja da figura humana que habita seus desenhos) criando a sensação de que a figura do homem está sendo transformada em algo além. A reunião do corpo com elementos tão banais do nosso dia a dia cria um novo ser: uma figura mitológica cuja história nos é desconhecida. Assim, ao nos aproximarmos das imagens produzidas pelo artista criamos narrativas que as reúnem.

Nino Cais: Das bandeiras e dos viajantes procura trabalhar visualmente este argumento por quatro nichos. • Fotografias-esculturas: uma série de fotografias apresenta esses novos seres, prescindindo a criação de uma narrativa. Este conjunto de fotografias-esculturas norteia o panteão mitológico criado por Nino agora pertencente a nós. • Esculturas-instalações: comentam a identidade que reúne as figuras, nossa imaginação que se apropriou delas. São cinco bandeiras criadas a partir de tecidos muito habituais para qualquer brasileiro, habitante citadino ou rural. • Desconstrução do mito: a reunião de desenhos e quadros-objetos sugere a percepção de que a narrativa que criamos até este momento seja entendida a partir de sua fundação: as imagens. Esta parede tende a apresentar plasticamente como o artista encadeia o processo de montagem de seus seres para podermos aceitá-los ou renegá-los em nosso panteão recém-criado. • Escultura-objeto: trata da reiteração da capacidade de transformação advinda da cultura. Mas o que isso significa? Significa que naturalmente nós, seres humanos, somos animais, no entanto é através


CONFINAMENTO

da cultura – dos pareamentos por ela suscitados – que transformamo-nos em Paulos, Tungas, Cildos ou WeiWeis. A roupa traveste o homem natural em ser cultural. Esta sentença básica parece não avançar muito, porém a obra de Nino Cais parece se apropriar dessa discussão para dar-lhe novo sentido: os objetos aqui estão também vestidos da mesma maneira que o corpo. Se esperarmos que os homens vistam-se com tecidos, a obra deste artista os veste também com objetos. Se esperarmos que os objetos estejam nus, nesta exposição eles agora estão cobertos por panos e serão transformados em outra coisa (Bandeiras? Homens?) cuja identidade é definida pela forma e pelos signos a ela associados. Pois é este o ponto de partida para Nino Cais: Das bandeiras e dos viajantes: quais são os limites da identidade que temos? Onde eles são definidos e por quem? Supomos que são escolhas individuais que nos fazem pertencer (ou sentir-se como membro) dessa ou daquela comunidade, mas essas escolhas nem sempre são feitas de maneira direta e óbvia. Muitas vezes, elas são feitas

como consequências de atitudes com as quais convivemos, porém nem sempre concordamos. Está aí, exposto, o eixo da discussão desta curadoria: Quais são as escolhas que você de fato assumiu para si? Quais narrativas criou e quais simplesmente aceitou e se apropriou como sua? E, por fim, como as imagens se relacionam com estas narrativas? Nino Cais vive e trabalha em São Paulo. O artista já realizou mostras coletivas e individuais no Brasil e no exterior e atualmente segue em itinerância com a Bienal de São Paulo.

O artista convidado recebeu o prêmio no 33.º SARP, no ano de 2008.

Exposição paralela ao 38º SARP - Salão de Arte de Ribeirão Preto NacionalContemporâneo. Museu de Arte de Ribeirão Preto ¬ MARP - Rua Barão do Amazonas, 323, Ribeirão Preto ¬ SP, fone (16) 36352421. Acompanhe a programação completa do 38º SARP no site do MARP. Paulo Gallina é curador e pesquisador do Instituto Tomie Ohtake desde 2008, atuando também como professor e crítico de arte independente.


CLAC

O POETA

CIRANDA DAS EMOÇÕES

PAINÉIS ÁREA DE ALIMENTAÇÃO

BIBLIOTECA

CONFINAMENTO

O POETA

Keytielle Mendonça Ribeirão Preto SP

SALA DA INTERNET

CLAC

Fábio Moon São Paulo SP

Fabio Pantoni Ribeirão Preto SP ÁREA DE CONVIVÊNCIA

CIRANDA DAS EMOÇÕES Guataçara Monteiro e João Paulo Pessoa Jacarei SP

Os painéis poderão ser vistos até 1/10, no horário de funcionamento da Unidade.


Comunicação Sesc Ribeirão Preto - Material reciclável

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Sesc Ribeirão Preto Rua Tibiriçá, 50, Centro CEP 14010-090 Ribeirão Preto - SP TEL.: + 55 16 3977 4477 FAX: + 55 16 3977 4485 email@ribeirao.sescsp.org.br sescsp.org.br


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