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Cidade da Campanha, 7 de Setembro de 1873.
Num. 1.
0 SEXO FEMININO SEMANÁRIO DEDICADO AOS INTERESSES DA MULHER.
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AMl-fnaturas. « Bp<ío intermédio da mulher l ObservaçftoV ^ que a Poranno. . . . . 5S000 £ dureza escreve no corcçio do homem . j Toda correspondência gerá Por semestre 2SÜ00 dirigida á D. Francisca SenhoPublica-se 1 vez por semana (Aimf.' Mautijí.) rinhadaMottaDiniz. PROPRIETÁRIA E REDACTQRA-i). FRANCISCA S. DA M. D/-V/Z.-COLLABORADORAS, DIVERSAS.
O Sexo Feminino.
licados ousão atirar a face da mulher, e o que é mais as vezes, em plena sociedade familiar!!! A educaçAo da mulher. Em vez de pães de família mandarem ensinar suas filhas a coser, engomar, Zombem muito embora os pessimistas lavar, cosinhar, varrer do apparecimento de um novo órgão na mandem-lhes ensinar a casa etc., etc, a ler, escrever, imprensa—0 Sexo Feminino; tapem os contar, da lingua nacional grammatica olhos os indiferentes para não verem a e depois, economia e meluz do progresso, que, qual pedra des- perfeitamente, diema domestica, a puericultura, a litteprendida do rochedo alcanlilado, rola ralura (ao menos a nacional e portugueviolentamente sem poder ser impedida za), a a historia, a geographilosophia, em seu curso ; rião os curiosos seu riso a physka, a chimica, a historia naphia, sardonico de reprovação á idéa ora tural, para coroar esses estudos a inssurge brilhante no horizonte daque cidade trucçáo moral e religiosa-, que estas menida Campanha ; agourem bem ou mal o nas assim educadas nascimento, vida e morte do Sexo Femi- moças estas tristes não dirão quando palavras: nino ; persigâo os retrógrados com seus « Si meu pai, minha mãi, meu irditerios de chufa e mofa nossas conterranças, chamando-as de utopiúas: 0 mão, meu marido morrerem o que será >'«roF«mV.t/ioapparece,hade luetar, e de mim ! ! » luetar até morrer í morrerá talvez, mas Não sirva de cuidado aos sua morte será gloriosa e a pães que posteridade suas filhas, assim educadas e instruídas, o julgará perseguidor e o perseguido. não saibão coser, levar, engomar, cortar 0 século XIX, século das luzes, não se uma camisa, etc. etc. findará sem que os homens se convenA riqueza intellectual produzirá o dição de que mais de metade dos males nheiro, e com esle se satisfarão as neque os opprimem é devida ao descuido, cessidades. que elles tem tido da educação das mu0 dinheiro, Deos o dá e o diabo lheres. e ao falso supposto de pôde pensarem tirar; mas a sabedoria Deos a mulher dá—o não que que passa dc um traste dê casa, grosseiro e brusco gracejo que in- diabo não a roubará. felizmente alguns indivíduos menos de"*^WV,^Wv^-
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O dia sete de Setembro» Só quem não fòr brasileiro, ou sendo-o tiver uni coração de bronze não sentirá palpitar-lhe o peito ao oitvir echoar por entre a multidão compacta o nosso tocante e arrebatador hymno nacional da Independência. E' porque este dia, quando não estivera escripto nos fastos de nossa historia pátria, eattestado por um monumento erguido em praça publica, está e estará gravado no coração de todo o brasileiro. E' possivel que desappareça da historia a noticia escripta desse dia, é possivel que a mão do inimigo, ou a acçãodo tempo possão destruir monumentos commemorativos de um facto nacional íãc importante; porém ha um lugar sagrado isento destas acçôes—é o coração do brasileiro; é ahi que está depositado o thesouro noticiador de nossa independencia occorrida no dia 7 de Setembre de 4822, nas margens do Ipiranga, circumvizinhança da cidade de S. Paulo. Emudecem neste dia os rancores politicos—esquecem-se as inimizades, unem-se os desaffectos, abração-se os amigos, para todos a uma só voz gritar: « Somos brasileiros, e pois, Viva a nossa independência! Viva o dia? de Setembro de 18 22! Gloria immorredoraa D. Pedro I! Feliz coincidência ! Ha 51 annos que se quebrarão os ferros de nossa escravidão ao jugo colonial, que se libertou o brasileiro do despotismo de um homem que d'alem do Atlântico, nos impunha sua vontade de ferro; ha 51 annos em fim que soou o grito de de nossa independência. Pois bem, este dia marcará também em nossa historia pátria uma época não menos memorável—a independência da
mulher, cujo echo se faz ouvir na imprensa por um órgão—O Sexo Feminino. E pois, Viva a independência do nosso sexo! Viva a instrucção da mulher ! Vivão as jovens campanhenses !
CoIIahoração. Escola normal da cidade da Campanha. Graças á assembléa provincial, e aos esforços de um benemérito campanhense, digno membro dessa corporação, tem esta cidade o indizivel praser de ser a sede de uma escola normal; e as jovens campanhenses, concorrendo á matricuIa, aão esperanças de imprimirem no ensino publico o cunho da uniformidade c praticabilidade dos raethodos applicaveis á transmissão da instrucção primaria elementar. Teremos professoras—modelos, verdadeiras garantias do futuro glorioso da juventude confiada ás suas luzes pedagógicas, á sua instrucção, rnoralidade e educação. Quem mal aprende, ensina peior: quem bem aprende melhor ensina. A Campanha tem de gravar em letras de ouro nas paginas de sua historia o dia 7 de Janeiro de 1873, dia memoravel que veio proporcionar ás jovens campanhenses o importante e feliz ensejo de se instruírem, ornando os seus nomes com o honroso qualificativo dc normalütas. E para todo o tempo constar, aqui vão inseridos os nomes das jovens mineiras normalistas e ouvintes que frequentão o 1* anno da escola normal, cujo curso biennal assim se compõe : 1° anno. Exercidos diários de calligraphia na escola pratica:
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¦!• cadeira: grammatica da língua por- 20 D. Maria do Carmo Alvarenga. de Paiva. tugueza, exercício de lei- 24 D. Maria Caetana tura dc clássicos em prosa 22 D. Maria Henriqueta. Paula flezende. e verso—exercícios de re- 23 D. Francisca de Ribeiro. dacção—leitura reflectida 24 D. Anna Cândida Cardoso. da constituição politica do 25 D. Maria Cândida 26 D. Albertina Augusta Diniz. Império. 27 D. Rita Eduarda Monteiro. « Arithmctica—systema me- 28 D. Sabina Adelaide Gomes. 2* tricô—noções elementares Estão funecionando com muita regude geometria plana. laridade e aproveitamento a« aulas do 4 desenho de semana, Tres lições, por anno, cujas cadeiras tem por lentes o linear, Dr. Joaquim Leonel de Rezende Alvim, anno. 2* e Antônio Joié Rodrigues deMoraes, que religio1* cadeira. Instrucção moral e se esforção para transmittir suas luminosa, pedagogia e legislação sas prelècções. . ! No próximo 1874 funccionara o 2. do ensino. « Noções geraes de geogra- anno da escola normal, cabendo a re2« nophía, geographia e historia gencia da 1.' cadeira ao professor da do Brasil, principalmente meado e presente o Sr. José Joaquim da provincia de Minas Ge- Silva Dinizá raes. Assim como uma faísca de fogo pôde Tres liçõe de musica, por semana. causar um grande incêndio, assim tambem a escola normal preparando proNormalistas. fessoras pôde ser o indicio precursor de 1 D. JesuinaCarolinadeSal.es. sé approxiraa a época da regeneração t D. Anna Faustina Ferr/ Hodnguse. que . , , , da mulher. belD. Victalina Placidina de Jesus. mais o realisara se então E' que José. S. de D. Anna Cândida lo, o mais grandioso eo mais assustador Rezende. de Leonilda Anna D. problema social: D. Margarida Xavier Lisboa. « Educação pela mãe—na familia, D. SenhorinhaCand." deM. Ferrão. « Instrucção pelomestre-no collegio.» D: Maria Delfma Ferrão. D. Henriqueta Xavier Lisboa. Litteratura. 40 D. Maria Cândida Rodrigues. Castro. de Amélia 41 D. Rosalina Canta-se nesta cidade unia moda— 42 D. Mathilde Xavier Marianno. é original, sim43 D. Anna Augusta Lopes de Araujo. Branca rosa.—A musica as palavras, os 44 D. Maria das Dores. pies e expressiva, mas a belleza da 4o D. DoelindaFlorentina de Noronha. Versos não condizem comnossas cançQf musica. Ordinariamente 46 D. Amélia Augusta Diniz. são versos sem ligação e ditterem matricula netas oara idade de Ouvintes por falta contem dos romances francezes que Ferreira. Veiga da da versos 47 D. Cândida um pensamento. Os sempre Oliveira. de 48 D. Emilia Augusta modinha—Branca rosa—são tao ruins, Leite. Gonçalves 49 D. Marianna
outros o pr.me.ro «rso. que só tem dos abre teuseio. Z-Branca rosa ó impossi Por peiores que estes sejão : Jqjosejâotanto eomo ospnme.ro. Branca rosa abre leu seio Exalla o perfume teu Nelle recebe o suspiro meu. Que sabe deste peito Tu és branca e eu te amo Aprasa-me tua alva côr, tenho. náo Que exprime a paz queflor. Branca rosa, minha Oh! quanto eu antesquizera Que fosse roxa tua côr. Serias ó minha rosa O symbolo da minha dor, Branca rosa, etc. Se fosses roxa encarnada Symbolo de minha paixão Serias a chamma ardente Que abrasa-me o coração. Branca rosa, etc. O verde de tuas folhas Não exprime o luto meu. Verde éacor da esperança Que para mim jà morreu. Branca rosa abre teu seio. Exalla o perfume teu Nelle recebe o suspiro Que sahedeste peito meu. Fanny
. mm ^^ emtobrlec* ^ F™£ dc bencficcncia sobre nossos h,jmanidadc nos —7 mos_ nossos laços aa uuuioii.»»»» ,; irmãos uizes credores, juiíes nos pobres Credores. ?ra ^^es Ser Supremo m nossos inimigos, no um ?ae, é a religião ^«W,*^ todos tude em pratica, o mais bello de '„, cod?goPs de moral, e cujospratos ceo. são outros tantos beneücios do (Traduzidodo francez), por ALBERTlNA DlNlZ.
Campanha, 5 de Setombro 1873.
Noticiário. do Professora interina.—No dia 3 do corrente perante o inspeclor supplente 48' circulo litterario, sendo examinadonormal os res os professores da escola Diniz, foi Srs. Dr. Leonel, Moraes e examinada e approvada plenamenteíD. reger Maria Amélia (fe Noronna parade meinterinamente a escola publicaO dito ms ninas da freguezia do Carmo. immediatafez pector, na forma da lei, approvada, que ira mente a nomeação da em seguida abrir a dita escola. Felicita acquimos aos habitantes do Carmo pela edu! sição de uma tal professora, moça e sul' cada em sãos principiosreligiosos, ficientemente habilitada para transmittir a instrucção elementar.
Religião*
O que é religião ? Uma philosophia demostra a ordem, a unisublime suüiiuic que i «.«lio» or> enigmado eniema do mos fede da natureza, e explica mo- »«£*££ «oração humano ; o mais poderoso
Aviso. lhes conyir ft|. devolvão-na ao es-
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