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AG SE T 20 18
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SUMÁRIO 7
Sintonia dos movimentos In tune with the moves Abram Szajman
11 Simultaneidades Simultaneities Danilo Santos de Miranda 14
Jazz no plural Plural of jazz Equipe de Curadoria do Sesc Jazz
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Não tenha medo do jazz Don’t be afraid of jazz Carlos Calado
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Jazz: territórios e diversidade em rituais de escuta Jazz: territories and diversity in listening rituals Isabel Nogueira
ESPETÁCULOS SHOWS 32
Archie Shepp & Ritual Trio com Kahil El’Zabar (Estados Unidos United States)
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Buika (Espanha Spain)
40
Charles Tolliver (Estados Unidos United States)
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Dom Salvador Sexteto (Brasil Brazil)
48
Dorival (Brasil Brazil)
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Fred Frith Trio com participação de Susana Santos Silva (Inglaterra / Portugal England / Portugal)
56
Henry Threadgill’s Zooid (Estados Unidos United States)
60
Iconili (Brasil Brazil)
64 Isfar Sarabski Trio & Shahriyar Imanov (Azerbaijão Azerbaijan) 68
Itiberê Zwarg & Grupo (Brasil Brazil)
72
James “Blood” Ulmer - Memphis Blood Blues Band com participação de Vernon Reid (Estados Unidos / Inglaterra United States / England)
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Jupiter & Okwess (Congo Congo)
80
Lourenço Rebetez (Brasil Brazil)
84
Melissa Aldana Quartet (Chile Chile)
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Mike Moreno e Guilherme Monteiro (Estados Unidos / Brasil United States / Brazil)
92
Now vs Now. Com Jason Lindner, Panagiotis Andreou e Justin Tyson (Estados Unidos United States)
96
Omar Sosa Quarteto AfroCubano (Cuba Cuba)
100
Renee Rosnes (Canadá Canada)
104
Salomão Soares Trio (Brasil Brazil)
108
Stefano Bollani (Itália Italy)
112 Time Is a Blind Guide - Thomas Strønen (Noruega Norway) 116
Vijay Iyer Sextet (Estados Unidos United States)
ATIVIDADES FORMATIVAS EDUCATIONAL ACTIVITIES 122
Masterclass com Charles Tolliver Masterclass with Charles Tolliver
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Masterclass com James “Blood” Ulmer e Vernon Reid Masterclass with James “Blood” Ulmer and Vernon Reid
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Cenário do jazz brasileiro no Brasil e no mundo Brazilian jazz in Brazil and around the world
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Workshop com Isfar Sarabski e Shahriyar Imanov Workshop with Isfar Sarabski e Shahriyar Imanov
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Masterclass com Fred Frith Masterclass with Fred Frith
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Masterclass com Melissa Aldana Masterclass with Melissa Aldana
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Sintonia dos movimentos Ao longo de sua história, com mais de 70 anos de atuação nas áreas de educação, saúde, cultura, lazer e assistência, o Sesc continua a promover ações modelares, que propiciam vivências e aprendizados, destinados aos trabalhadores do comércio de bens, serviços e turismo, de seus familiares e da sociedade em geral. Segue, assim, cumprindo o compromisso do empresariado desses setores em oferecer a sua clientela iniciativas culturais e educativas, entendendo-as como pressupostos para a formação de sujeitos mais participativos e atuantes. Essa contribuição visa, deste modo, um maior exercício da cidadania e o estabelecimento de relações sociais harmônicas para um desenvolvimento individual e coletivo mais sustentável. Considerando o papel fundamental que a cultura e a arte, como formas de livre expressão, possuem, a música surge como manifestação das emoções vividas no cotidiano. Presente, desde cedo, no rol das experiências humanas, ela reflete uma intrínseca conexão com seu contexto de origem, sendo forjada pelas condições sociais existentes. Por isso, conhecer suas composições é também conhecer, tangencialmente, a situação que as fez emergir. Nesse cenário, ao realizar o Sesc Jazz, festival de música que apresenta, na capital e no interior, um panorama mundial das produções contemporâneas, a instituição fortalece sua presença como importante propositora de atividades voltadas ao conhecimento e desenvolvimento da sociedade, fomentando ações e projetos que elevam a qualidade de vida e promovem o bem-estar de seu público. Abram Szajman Presidente do Conselho Regional do Sesc São Paulo
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In tune with the moves Throughout its history of over 70 years, SESC continues to promote model actions in the areas of Education, Health, Culture, Leisure and Assistance, offering experiences and learning opportunities to trade, service and tourism workers, their families and society in general. The business community of these sectors is committed to developing cultural and educational initiatives for its clientele, as a prerequisite in the formation of more active individuals. This contribution aims to increase the exercise of citizenship and to establish harmonious social relationships for more sustainable personal and collective development. Given the fundamental roles of culture and art as forms of free expression, music appears as a manifestation of the emotions experienced in daily life. Present from the beginning as an universal human experience, it reflects an intrinsic connection with its original context, molded by the existing social conditions. Therefore, to know compositions is also to know, tangentially, the place from where they emerged. In this scenario, SESC Jazz, a music festival that brings a global panorama of the contemporary production to the capital and other cities in São Paulo state, strengthens the institution’s position as an important promoter of activities aimed at society’s education and development, fostering actions and projects that raise the quality of life and promote the wellbeing of its audience. Abram Szajman Regional Council Chair of SESC São Paulo
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Simultaneidades Assim como a linguagem, a música revela informações que apenas um olhar mais detido possibilita. Em consonância com o meio em que é concebida, ela manifesta mais que aspectos pessoais que a motivaram e denota também o contexto social que lhe deu origem. Resultam daí gêneros e estilos musicais representantes de uma conjuntura determinada, com identificáveis notas remissivas à religiosidade, ao trabalho ou a outras manifestações próprias do período. De confluências semelhantes surge o jazz, que guarda em si a especificidade do momento histórico que o forjou, há mais de um século, nas comunidades negras do Sul dos Estados Unidos. Ambientado por uma mescla de referências, o gênero tem o potencial de incorporar as singularidades locais por onde aporta, passando por constantes reinvenções ao longo de sua história. Mantendo o improviso como sua característica principal, seus estilos, sobrepostos um ao outro, reafirmam sua insubordinação ao domínio do controle, liberdade esta que enseja improvisações cada vez mais pulsantes. A primeira edição, com esta denominação, do Sesc Jazz leva ao público da capital e do interior atrações nacionais e internacionais de diferentes regiões do mundo. Com apresentações artísticas e atividades formativas, o festival proporciona uma imersão na cena jazzística contemporânea, de suas vertentes tradicionais às mais recentes experimentações. Considerando a diversidade de estilos dessa linguagem musical, encontram-se multifacetados artistas que combinam em suas interpretações diferentes influências. Ao circular tais produções, o Sesc mantém seu compromisso em difundir experiências artísticas e educativas aos seus públicos, contribuindo para a ampliação de um repertório cultural que extrapola as fronteiras mais imediatas, fronteiras estas que, tal qual o jazz, evidenciam as inúmeras particularidades coexistentes em um mesmo tempo-espaço. Danilo Santos de Miranda Diretor do Sesc São Paulo
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Simultaneities Like language, music reveals information that only a detained-oriented look can enable. In consonance with the environment in which it is conceived, it manifests more than personal aspects, denoting its original social context as well. This results in musical genres and styles that represent a specific conjuncture, with identifiable notes that can be associated with the religion, work and other manifestations of the period. Jazz comes from similar confluences, and holds the specificity of the historical moment that forged it, over a century ago, in the black communities of the south of the United States. Based on a mixture of references, the genre has the potential to incorporate local singularities, being constantly reinvented throughout its history. With improvisation as its main characteristic, its styles, juxtaposed to one another, reaffirm their insubordination to the domain of control, with freedom that leads to increasingly pulsating improvisations. The first edition of Sesc Jazz brings national and international attractions from different regions of the world to audiences in the capital and in other cities of SĂŁo Paulo state. With its artistic performances and educational activities, the festival provides an immersion into the contemporary jazz scene, from traditional acts to recent experiments. Reflecting the diversity of styles of this musical genre, the festival features multifaceted artists who combine different influences in their interpretations. By featuring these productions, SESC renews its commitment to offer artistic and educational experiences to its audiences, contributing to expand a cultural repertoire that reaches beyond immediate boundaries, highlighting, like jazz, the numerous singularities that coexist in the same time and space. Danilo Santos de Miranda Director of SESC SĂŁo Paulo
Jazz no plural
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O jazz apresenta uma incrível capacidade de se transformar de maneira permanente. Carrega em seu DNA a diáspora dos povos africanos que, contrariamente ao fato da violência deste passado, explica de maneira poética a sua propriedade de se difundir e se entremear com culturas e realidades distantes de seu contexto de nascimento. Basta uma análise rápida sobre a história do jazz para que tal característica se evidencie na releitura e ressignificação que as novas gerações de criadores realizam sobre a tradição herdada das anteriores. Mesmo em se tratando de algo natural ao exercício artístico, o jazz apresenta em seu curto período de tempo histórico uma difusão e incorporação de influências com dinâmica e multiplicidade ímpares, extrapolando a relação geracional e possibilitando também uma irradiação de caráter global. Neste contexto, o Sesc Jazz se apresenta com uma proposta de abranger de maneira panorâmica territórios múltiplos, destinos do refluxo contemporâneo dessa diáspora musical, abordando algumas referências encontradas no diálogo estabelecido entre o jazz e as diversas manifestações artísticas com as quais ele foi relacionado. Esta profunda capilarização pode ser observada nas obras dos 22 artistas selecionados. Muito além das 12 nacionalidades representadas, este recorte do universo jazzístico explora uma relação que rompe fronteiras e cria espaços de diálogo. Nas canções da espanhola Buika encontramos uma contundente e singular síntese de suas raízes ibéricas e ao mesmo tempo africanas associadas ao jazz contemporâneo, tal como o piano de Isfar Sarabski e o tar (instrumento típico da cultura persa) apresentado por Shahriyar Imanov, que nos mostram uma relação harmoniosa de tradições distantes. Entre os artistas nacionais, nada mais evidente que a força do samba-jazz presente na obra de Dom Salvador para ilustrar como esta permeabilidade se desenvolveu em terras brasileiras, tendo ao seu lado neste festival a
expressividade da leitura jazzística e contemporânea da obra de Dorival Caymmi registrada pelo seleto grupo formado por Tutty Moreno, Rodolfo Stroeter, André Mehmari e Nailor Proveta. Tais propostas se ligam numa linha histórica com o frescor de uma nova geração representada por Lourenço Rebetez e Salomão Soares. Por outro lado, a tradição estadunidense do jazz representa o berço de artistas que explicitam uma sobreposição de estilos dentro desse gênero. Do avant-garde, temos o profícuo encontro do saxofonista Archie Shepp e do percussionista Kahil El’Zabar, acompanhado de seu Ritual Trio, para uma homenagem a um dos grandes mestres da história da música, John Coltrane. E, revisitando a gênese desse gênero, contamos também com as apresentações viscerais do veterano James “Blood” Ulmer em seu mergulho nas raízes do blues, ao lado do eclético guitarrista britânico Vernon Reid, líder do grupo Living Colour. São múltiplos os pontos de vista possíveis em um contexto tão vasto representado pelo jazz, e a diversidade é o termo chave que orienta esta programação. Esse caráter multifacetado transborda da produção artística e permite que o Sesc Jazz se apresente com incontáveis possibilidades de apropriação pelo público, projetando uma realidade futura eminentemente aberta para novas leituras. Convidamos o público para que tome parte deste encontro, seja pela fruição das apresentações ou pela participação nas atividades formativas – que poderão oferecer uma oportunidade de debate e aproximação com alguns destes artistas – como também para desenvolver as suas próprias interações com cada ponto deste rico universo. Pois, tal como o jazz se apresenta na sua efemeridade e singularidade em cada performance, as experiências vivenciadas se constroem e nascem de maneira única a cada contato. Equipe de Curadoria do Sesc Jazz
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Plural of jazz Jazz has the incredible ability to constantly transform itself. It carries in its DNA the African diaspora, which, in contrast with its violent past, explains in a poetic way its capacity to blend and intermingle with cultures and realities that are distant from its original context. A quick analysis of the history of jazz is enough to reveal this characteristic, present in the re-reading and re-signification promoted by new generations of traditions inherited from artists that came before them. Although this is something natural to the arts, jazz has presented, in its short period history, the ability to mingle and incorporate influences with unparalleled speed and multiplicity, extrapolating generations and irradiating a global character. In this context, Sesc Jazz proposes a panoramic view of multiple territories, covering various contemporary destinations of this musical diaspora and addressing some of the references found in the dialogue between jazz and the various artistic manifestations it has touched. This complex web can be seen in the works of the 22 selected artists. Beyond the 12 nationalities represented, this snapshot of the universe of jazz explores a relationship that reaches beyond borders and creates new spaces for dialogue. In the songs of Spanish artist Buika we find a forceful and singular synthesis of her Iberian and African roots, combined with contemporary jazz. Similarly, Isfar Sarabsky’s piano and Shahriyar Imanov’s tar (a typical Persian instrument) display the harmonious relationship of otherwise distant traditions. Among the Brazilian artists, nothing stands out more than the strength of samba-jazz, present in the work of Dom Salvador, which illustrates how the permeability of jazz takes place in the country. The festival also
brings the expressiveness of a contemporary and jazzy interpretation of the work of Dorival Caymmi, performed by a select group of musicians: Tutty Moreno, Rodolfo Stroeter André Mehmari and Nailor Proveta. These proposals are linked in a historical timeline to the freshness of the new generation, represented by Lourenço Rebetez and Salomão Soares. On the other hand, the American jazz tradition represents the cradle of artists who explicitly overlap styles within the genre. From the avantgarde, we have the fruitful meeting of saxophonist Archie Shepp and percussionist Kahil El’Zabar, accompanied by his Ritual Trio, in a tribute to John Coltrane, one of the greatest masters in the history of music. And revisiting the genesis of jazz, we also feature a visceral performance by veteran James “Blood” Ulmer in his dive into the roots of the blues, alongside the eclectic British guitarist Veron Reid, leader of the group Living Color. Multiple viewpoints are possible in the vast context of jazz, and diversity is the key word for this program. This multifaceted character extrapolates the artistic production and allows Sesc Jazz to offer its audience countless possibilities of appropriation, projecting a future reality that is eminently open to new readings. We invite the audience to take part in this gathering, either by enjoying the performances or participating in the educational activities, which will offer opportunities for debate and proximity with some of these artists, while also developing their own interactions with this rich universe. With this, an unique lived experience is built and born in the ephemerality and singularity of each performance and contact. SESC Jazz Curatorship Team
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Não tenha medo do jazz É provável que você já tenha ouvido alguém se referir ao jazz como um gênero musical complexo ou até mesmo elitista, que só poderia ser apreciado por quem domina a linguagem musical. Essa é uma falácia, um engano cometido por ouvintes acomodados, que não se permitem escutar algo diferente do que circula na redundante programação musical das rádios e TVs. Por experiência própria, posso afirmar que ninguém precisa saber tocar algum instrumento, muito menos ler partituras, para se tornar um ouvinte habitual de jazz. Como outros adolescentes de minha geração, eu ouvia muito rock, música pop e MPB até me encantar pelos improvisos do jazz, por volta dos 16 ou 17 anos. Não senti qualquer dificuldade ao ouvir meus primeiros discos de Miles Davis, Billie Holiday ou Charlie Parker. Embora seja um gênero musical mais sofisticado do que outras vertentes da música popular, como o samba, o funk ou o rock, de modo geral, o jazz é uma música acessível a qualquer ouvinte. Para apreciá-lo, basta desenvolver uma certa familiaridade com sua linguagem, algo que se acumula com o tempo, naturalmente. Melhor ainda se você puder ouvi-lo ao vivo, em festivais ou em clubes, pois o jazz é uma música expressiva, visual. O que mais diferencia o jazz de outros gêneros musicais é o recurso da improvisação. Também encontramos relativas doses de improviso no blues, no rock ou mesmo na música clássica barroca, mas em nenhum desses gêneros a improvisação é tão fundamental como no jazz. Para os jazzistas, a improvisação nada mais é do que um método de composição instantânea.
Qualquer ouvinte interessado pode apreciar a evolução dos improvisos de um grupo de jazz, mesmo que não saiba diferenciar um acorde maior de um menor. Para isso, basta encarar o jazz como uma espécie de tradução musical da linguagem humana. Explicando melhor, a relação entre os jazzistas, quando estão improvisando juntos, se aproxima de uma conversa, de um bate-papo entre amigos. Ao improvisar, o jazzista pode contar um causo, trocar ideias, até mesmo discutir com os parceiros, por meio de frases musicais. A personalidade de cada instrumentista, suas emoções naquele momento, seu sotaque e vocabulário pessoal, assim como as respostas e as intervenções dos parceiros contribuem diretamente para que cada improviso coletivo seja diferente, único. Trata-se, portanto, de uma espécie de comunicação oral. Vale lembrar que, até a primeira metade do século XX, a maioria dos músicos de jazz não frequentava escolas de música, nem sabia ler partituras. Isso não os impedia de se comunicarem quando improvisavam. Ainda na década de 1930, quando perguntavam ao grande saxofonista Lester Young qual era o segredo de seus elegantes improvisos, ele revelava sua receita: “Você precisa contar uma história”. Graças a essa capacidade de se comunicar sem palavras, que vem sendo desenvolvida pelos jazzistas há mais de um século, hoje o jazz é tocado e apreciado em todo o mundo. Quem tem medo de entrar no criativo universo do jazz não sabe o que está perdendo. Carlos Calado é jornalista e crítico musical. Acompanha festivais de jazz em seu blog Música de Alma Negra (www.carloscalado.com.br).
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Don’t be afraid of jazz You may have heard someone refer to jazz as a complex or even elitist musical genre that can only be enjoyed by those who master the musical language. This is a fallacy, a mistake made by lethargic listeners, who don’t allow themselves to enjoy anything beyond the redundant music offerings of mainstream radio and TV. From my own experience, I can say that no one needs to know how to play an instrument or to read a musical score to become a regular jazz listener. Like other teenagers of my generation, I listened mostly to rock, pop and Brazilian popular music (MPB) until I was seduced by the improvisations of jazz at 16 or 17 years old. It wasn’t difficult at all to listen to my first Miles Davis, Billie Holiday or Charlie Parker records. Although it is more sophisticated than other types of popular music, such as samba, funk or rock, jazz is certainly accessible to any listener. To appreciate it, one must develop some familiarity with the language, which naturally happens over time. It is even better to enjoy it “live” at festivals or clubs, because jazz is an expressive, visual genre. Improvisation is what distinguishes jazz from other musical genres. The technique is also present to a certain extent in blues, rock and even baroque classical music, but in none of these genres improvisation is as fundamental as it is in jazz. For jazz musicians, improvisation is nothing more than a method of instant composition.
Any interested listener can appreciate the evolution of a jazz group’s improvisations, even if they can’t differentiate a major chord from a minor chord. The trick is to look at jazz as a musical translation of human language. That is, the relationship between jazz musicians that improvise together is similar to a conversation, a chat between friends. By improvising, the jazz musician can tell a story, share ideas and even argue with fellow players through musical phrases. The musicians’ personalities, emotions at the moment, personal accent and vocabulary, as well as the responses and interventions of the other players, contribute to make each collective improvisation different, unique. It is, therefore, a type of oral communication. It is worth remembering that until the first half of the twentieth century, most jazz musicians had not attended formal music schools or could read musical scores. This didn’t stop them from communicating through improvisations. Back in the 1930s, when they asked saxophonist Lester Young what was the secret of his elegant improvisations, he revealed his recipe: “You have to tell a story.” Thanks to this ability to communicate without words, which has been developed by jazz musicians for over a century, jazz is now played and appreciated all over the world. Those too afraid to venture into the creative universe of jazz don’t know what they’re missing. Carlos Calado is a journalist and music critic. He covers jazz festivals in his blog Música de Alma Negra (www.carloscalado.com.br).
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Jazz: territórios e diversidade em rituais de escuta Nos estudos de música popular, o jazz tem sido um elemento de forte interesse, seja sobre a forma como acontecem os processos de ensino e aprendizagem ou sobre como se estruturam as linguagens e os territórios, os procedimentos de improviso ou mesmo como a escuta se articula a partir do gênero. Os processos de aprendizagem de música popular acontecem através de práticas híbridas, envolvendo aspectos como escolhas de repertório, práticas de reconhecimento auditivo (“tirar de ouvido”) e práticas coletivas em que a imersão é elemento fundamental; fazendo com que o ato de tocar se confunda com o de ouvir e criar. No entanto, é essencial compreender como o contexto no qual se produzem as músicas – englobando seus valores, linguagens e práticas – estabelece territórios constituídos sobre formas particulares de validação e transmissão. O jazz no Brasil tem sido visto não apenas como uma das principais linguagens para o ensino da música popular nas universidades, mas como um dos fatores identitários mais facilmente reconhecíveis ao momento de definir uma musicalidade brasileira. Apesar das dimensões continentais do Brasil, a diversidade do que hoje se entende por jazz ou música instrumental brasileira tem sua gênese nas modinhas e choros, articulando-se especialmente no encontro da bossa nova com o jazz afro-norteamericano e gerando uma cultura reconhecida dentro e fora do país.
Acácio Piedade define como fricção de musicalidades os processos em que sonoridades vindas de diferentes territórios e práticas se articulam, combinando elementos, rítmicas, usos de instrumentos e vozes a partir de uma diversidade de combinações de fraseado, escalas, acordes e técnicas de performance. Piedade destaca ainda os processos de “influência”, que tratam de reconhecer suas musicalidades constituintes, seja pela análise das mais evidentes, contrastantes, ou por uma diversidade de vínculos distantes que podem ser revelados através de uma arqueologia dos estilos. Esse processo pode estar configurado de forma mais ampla, indo além de indivíduos e abrangendo culturas, que podem ser vistas como territórios, mais ou menos sujeitos à fusão e à hibridação, articulados de maneira não linear e sujeitos a relações como as de gênero, estilo ou centro e periferia. A diversidade que o festival apresenta busca trazer diferentes musicalidades e proporcionar escutas de sonoridades que vêm de diferentes lugares, produzidas por artistas de formação e trajetórias diferentes. O território do jazz apresenta uma vinculação estreita com a exploração de estruturas de improvisação, abrangendo possibilidades que Derek Bailey define como improvisação idiomática e improvisação livre. Segundo Bailey, a improvisação idiomática está preocupada principalmente com a execução de um idioma, sua identidade e motivação (jazz, flamenco ou barroco), enquanto a improvisação livre pode ser altamente estilizada e não está comumente vinculada a representar uma identidade. Ambas, no entanto, podem aparecer
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combinadas em maior ou menor grau, configurando diferentes usos, identidades e motivações para estilos e práticas. A percepção dos territórios e seus entrelaçamentos entre musicalidades e linguagens são possibilidades evidentes para a compreensão do jazz, observando como as sonoridades articulam corporeidades e escolhas de performance. Muitas vezes aqui iremos experienciar musicalmente artistas que levaram estas estruturas ao limite e que buscam, através de releituras, invenções ou fricção de musicalidades, pontos de ruptura com a linguagem, produzindo sonoridades únicas. O convite então é para uma escuta profunda, como sugere Pauline Oliveros, uma percepção ao mesmo tempo global e focada, observando as práticas que estão em jogo, com seus signos, sonoridades e elementos. Perceber as linguagens e suas articulações, a forma como os territórios se confirmam e logo se combinam para criar outros, híbridos, transitórios; nas quais existe uma diversidade nas escolhas de performance e sonoridades. Diferentes vozes, trajetórias, origens, percursos, musicalidades, releituras, aportes e resultados se configuram através de procedimentos que entrelaçam escuta, criação e performance a partir de práticas corporificadas. Um convite para um ritual de escuta: denso e imersivo. Isabel Nogueira compositora e musicóloga
Jazz: territories and diversity in listening rituals In the studies of popular music, jazz has been an element of strong interest, wether in the way the teaching and learning processes happen or how the languages, territories and improvisation processes structure themselves, or even how the listening articulates itself in a gender perspective. The learning processes of popular music happen through hybrid practices, involving aspects such as the choice of repertoire, practices of listening recognition (“learn by the ear”) and collective practices where immersion is the fundamental element; in a way that the act of playing melts itself in the acts of listening and creating. Nevertheless, it is essential to comprehend how the context in which the songs are produced, their values, languages and practices establish territories over particular forms of validation and transmission. Jazz in Brazil has been seen not only as one of the main languages for the process of teaching popular music in universities but also as one of the most easily recognized identity factors in the moment of defining a Brazilian musicality. Even with Brazil’s continental dimensions, the diversity of what today is understood as jazz or Brazilian instrumental music has its Genesis in old folk songs (“modinhas”) and old samba (“choro”), articulating itself specially in the encounter of “Bossa Nova” with North American Afro Jazz and creating a recognized culture in the country and abroad.
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AcĂĄcio Piedade defines as musicality fricction the processes in which sonorities coming from different territories and practices articulate themselves, combining elements, rythmics, uses of instruments and vocals from a diversity of phrasing, scales, chords and performance techniques. Piedade also talks about the processes of “influenceâ€?, where one recognizes its musicality constituents, wether by the most evident and contrasting analysis, or by a diversity of distant links which can be revealed through an archeology of styles. This process can be seen as configured in a wider way, going beyond individuals and including cultures, which can be seen as territories, more or less subject to fusion and hybridization, articulated in a non-linear way and subject to relations such as gender, style or center and periphery. The diversity that the festival presents tries to bring different musicalities and to offer listening opportunities of sonorities that come from different places, produced by artists with different profiles and trajectories. The territory of jazz presents a narrow binding with the exploration of improvisation structures, including possibilities that Derek Baily defines as idiomatic improvisation and free improvisation. According to Bailey, idiomatic improvisation is mostly concerned about the execution of a language, its identity and motivation (jazz, flamenco or baroque), whereas free improvisation can be highly stylized and is not usually linked with the representation of an identity. But both can be combined in a higher or lower level, configurating different uses, identities and motivations for styles and practices.
The perception of territories and its interlacings among musicalities and languages are evident possibilities for the comprehension of jazz, noticing how the sonorities articulate corporeities and performance choices. We will musically experience many times, here, artists that take these structures to their limits and that seek for points of rupture, through rereadings, inventions or musicality friction, producing unique sonorities. The invitation is for a deep listening, as Pauline Oliveros suggests, a perception at the same time global and focused, observing practices given, with their symbols, sonorities and elements. To notice languages and its articulations, the way territories confirm and combine themselves to create others, hybrids, transitionals; where there is a diversity in the choices of performance and sonorities. Different voices, ways, origins, routes, musicalities, rereadings, contributions and results configure themselves through procedures that interlace listening, creation and performance with embodied practices. An invitation to a listening ritual: dense and imersive. Isabel Nogueira composer and musicologist.
Música da Camiseta (2017) Hermeto Pascoal
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Espetรกculos Shows
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2/9 Sesc Pompeia (Teatro Theater).
1°/9 Sesc Pompeia (Teatro Theater).
29/8 Sesc Sorocaba (Teatro Theater).
ESTADOS UNIDOS UNITED STATES
Archie Shepp & Ritual Trio com Kahil El’Zabar
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Archie Shepp wasn’t even 30 years old when he first met the musician who would change the course of his career: John Coltrane. The work with the master would complement an apprenticeship that began when Shepp was a child, first playing the banjo with his father, followed by the piano, the clarinet and the saxophone. In 1960 he started playing the sax with Cecil Taylor, and that was how he eventually met Coltrane. “When I moved from Philadelphia to New York, I went to a Coltrane show and when it was over, at four in the morning, I looked him up and said I would like to take classes. Trane gave me an address and I knocked on his door at 10 am that same day.” This was the beginning of a relationship that would result on a tribute to Coltrane - the album Four for Trane (1964) - and collaborations in records such as New Thing at NewPort (1965), a partnership that would place Shepp among the most important creators of the avant-garde. This trajectory will be revisited with percussionist Kahil El’Zabar and his Ritual Trio, exponents of the AACM in Chicago, in a tribute to Coltrane that brings back a singular moment in jazz history.
Archie Shepp não tinha 30 anos quando encontrou pela primeira vez aquele que mudaria os rumos de sua carreira, John Coltrane. O mestre viria complementar um aprendizado que começou quando Shepp era criança, tocando, primeiro, banjo, com seu pai, seguido por piano, clarinete, até chegar ao sax. Foi com esse instrumento que ele passou a acompanhar Cecil Taylor, em 1960, e foi graças a ele que conheceu Coltrane. “Assim que troquei a Filadélfia por Nova York, fui a um show de Coltrane e, quando ele terminou, às quatro da madrugada, o procurei e disse que gostaria de ter algumas aulas. Trane me deu um endereço e, às 10h daquele mesmo dia, bati à sua porta.” Começava assim a relação que renderia uma homenagem a Coltrane – o álbum Four for Trane (1964) – e colaborações registradas em discos como New Thing at NewPort (1965), numa parceria que colocaria Shepp entre os mais importantes criadores de vanguarda. Essa trajetória será revista ao lado do percussionista Kahil El’Zabar e seu Ritual Trio, expoentes da AACM, de Chicago, num tributo a Coltrane que retoma um momento único da história do jazz.
Archie Shepp saxofones e voz saxophones and vocals Kahil El’Zabar bateria e percussão drums and percussion Jamaladeen Tacuma baixo bass Carl Henri Morisset piano piano
25 e 26/8 Sesc Pompeia (Comedoria).
23/8 Sesc Piracicaba (Ginásio Gymnasium).
22/8 Sesc Campinas (Galpão Multiúso Multipurpose Shed).
ESPANHA SPAIN
Buika
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At the age of 8, Buika was striving to excel in a church choir in her hometown, Palma de Mallorca, Spain, when the teacher interrupted the group: “Who is singing like a dog?”, she asked, referring to María. The episode was the first of many challenges she faced before becoming one of the world’s most acclaimed Spanish singers. Today she is celebrated for her striking vocals, influenced by traditional styles such as copla and flamenco, and for blending jazz, African and Cuban rhythms, soul and pop music. The daughter of political refugees from the Equatorial Guinea in Africa, Buika and her family were the only black people in town. She first tried to be a drummer, but abandoned the instrument to sing. Since her debut in Spanish clubs singing copla and a period as a Tina Turner cover in Las Vegas, Bulka’s career has included nine albums, a Latin Grammy, participation in films, two poetry books and a list of collaborations ranging from Jason Mraz to Pat Metheny and Chucho Valdés.
Aos 8 anos, Buika esforçava-se para se destacar no coral da igreja de sua cidade natal, Palma de Mallorca, na Espanha, quando a professora interrompeu o coro: “Quem está cantando como um cachorro?”, disse, referindo-se a ela. O episódio foi o primeiro de muitos que ela superou, até se tornar uma das mais badaladas intérpretes espanholas do mundo, celebrada por seu marcante vocal, que empresta referências de copla e flamenco, estilos tradicionais do país, numa fusão de jazz, ritmos africanos, cubanos, soul e música pop. Filha de refugiados políticos da Guiné Equatorial, na África, Buika e sua família eram os únicos negros na cidade, onde ela primeiro tentou ser baterista, instrumento do qual abdicou para cantar. Desde sua estreia em clubes espanhóis, interpretando copla, à experiência como cover de Tina Turner, em Las Vegas, foram nove álbuns, um Grammy Latino, participações em filmes, dois livros de poesia e uma lista de colaborações que vão de Jason Mraz a Pat Metheny e Chucho Valdés.
Buika voz vocals Santiago Cañada trombone e teclado trombone and keyboard Ramón “Porriña” Suarez percussão e cajón percussion and cajón Josué “Ronkio” Alicante baixo elétrico electric bass
Masterclass com Charles Tolliver Masterclass with Charles Tolliver 15/8 Sesc Consolação (Centro de Música Music Center). 19/8 Sesc Ribeirão Preto (Auditório Auditorium).
16/8 Sesc Jundiaí (Teatro Theater). 17/8 Sesc Pompeia (Comedoria). 18/8 Sesc Ribeirão Preto (Galpão Shed).
ESTADOS UNIDOS UNITED STATES
Charles Tolliver
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Charles Tolliver’s inconstant release of phonographic records (his most recent album, Emperor March: Live at the Blue Note, dates back to 2009) doesn’t affect the excitement of each of his concerts. An acclaimed trumpeter since the 1960s, Tolliver was born in Florida and his interest in music was sparkled by his grandmother Lela, who gave him a horn at the age of eight. Another crucial family decision was the move to New York at a time when clubs were booming with cool jazz, bop and hard bop. The self-taught instrumentalist debuted in the 1960s, accompanying saxophonist Jackie McLean, the first of many great performers with whom he played - among them Roy Haynes, Max Roach and Herbie Hancock. In his solo career, Tolliver led the Music Inc quintet and acted as producer and arranger of the label Strata-East, which released his big-band albums. At 76 years old, he continues to take his trumpet into what he considers to be “the most difficult paths of improvisation.”
A inconstância de Charles Tolliver em registros fonográficos (seu álbum mais recente, Emperor March: Live at the Blue Note, é de 2009) não diminui em nada o frisson em torno de cada concerto anunciado – ou de seu nome, desde a década de 1960, entre os incensados do trompete. Quem despertou o interesse do menino nascido na Flórida para a música foi sua avó, Lela, quando lhe deu uma corneta, aos 8 anos. Outra decisão familiar definitiva foi a mudança para Nova York numa época em que os clubes ferviam ao som de cool jazz, bop e hard bop. Formado nesse cenário, o instrumentista autodidata estreou na década de 1960, acompanhando o saxofonista Jackie McLean, primeiro dos muitos grandes artistas com quem tocou –entre eles, Roy Haynes, Max Roach e Herbie Hancock. Em carreira solo, Tolliver dividiu-se no comando do quinteto Music Inc e como produtor e arranjador do selo Strata-East, pelo qual lançou discos no formato de big-band. Aos 76 anos, continua levando seu trompete pelo que considera serem “os caminhos mais difíceis da improvisação”.
Charles Tolliver trompete trumpet Bruce Edwards guitarra guitar Darrell Green bateria drums Keith Brown piano piano Devin Starks contrabaixo bass
22/8 Sesc Birigui (Teatro Theater). 24/8 Sesc Piracicaba (Ginรกsio Gymnasium). 25/8 Sesc Pompeia (Teatro Theater). 26/8 Sesc Pompeia (Teatro Theater).
BRASIL BRAZIL
Dom Salvador Sexteto
46 | 47
Salvador da Silva Filho was already nicknamed “Dom” in 1969 when Tamba Trio’s drummer Hélcio Milito introduced him to a stack of albums by James Brown, Sly Stone and Kool & The Gang and other funk and soul stars. These artists inspired Dom Salvador to create the sound that would influence one of Brazil’s most important musical movements: black Rio. Born in the São Paulo state town of Rio Claro in 1938, his trajectory started much earlier: from nightclubs in São Paulo to the bustling bossa nova scene in Rio de Janeiro in the 1960s, Dom Salvador was a distinguished pianist in groups such as Copa Trio and Salvador Trio, and eventually became responsible for shaping the bases of samba jazz, with the historic Rio Trio 65. The discovery of American black music expanded these experiences in 1970, when he helped create the all-black band Abolição, producing a fusion of jazz, funk, soul, choro and gafieira in the now classic album Som, Sangue e Raça. Based out of New York city for over four decades, in this show Dom Salvador rejoins bassist Sérgio Barrozo, an original member of Rio Trio.
Salvador da Silva Filho já era Dom quando, em 1969, Hélcio Milito, baterista do Tamba Trio, lhe apresentou a uma pilha de álbuns de James Brown, Sly Stone e Kool & The Gang, entre outras estrelas de funk e soul, que o inspiraram a criar a sonoridade que seria influência para um dos mais importantes movimentos musicais do Brasil, o black Rio. Mas o percurso que levou o paulista nascido em 1938, em Rio Claro, a promover essa revolução começou muito antes: das boates na capital ao efervescente cenário carioca de bossa nova nos anos 1960, ele passou de um exímio pianista em grupos como Copa Trio e Salvador Trio ao responsável por moldar as bases do samba jazz, com o histórico Rio 65 Trio. A descoberta da black music norte-americana ampliou essas experiências em 1970, quando, junto de outros músicos, todos negros, criou a banda Abolição, autora da fusão entre jazz, funk, soul, choro, gafieira no clássico Som, Sangue e Raça. Radicado em Nova York há mais de quatro décadas, Dom Salvador reencontra neste espetáculo o baixista Sérgio Barrozo, da formação original do Rio 65 Trio.
Dom Salvador piano piano Daniel D’Alcantara trompete e flugelhorn trumpet and flugelhorn Mauricio Zottarelli bateria drums Jorginho Neto trombone trombone Rodrigo Ursaia sax tenor, soprano e flauta tenor saxophone, soprano saxophone and flute Sérgio Barrozo baixo bass
24/8 Sesc Piracicaba (Ginásio Gymnasium).
16/8 Sesc Ribeirão Preto (Galpão Shed).
15/8 Sesc Jundiaí (Teatro Theater).
BRASIL BRAZIL
Dorival
50 | 51
This “Fantastic Four” group came together for the first time in 1998, when drummer Tutty Moreno recruited two veteran instrumentalists, bassist Rodolfo Stroeter and saxophonist and clarinetist Nailor “Proveta” Azevedo, along with pianist André Mehmari, at the time a newcoming talent, to participate in the album Forças d’Alma. The record featured compositions by Dorival Caymmi (19142008), among them, A Lenda do Abaeté and Só Louco. After other sporadic meetings - one of them accompanying singer Mônica Salmaso - the four friends reunited in 2017, almost twenty years after their first collaboration, to produce the criticallyacclaimed Dorival, an album entirely dedicated to the artist from Bahia state, recorded at the renowned Rainbow studio in Oslo, Norway. This inspired session is a celebration of Caymmi’s work that renews, through jazz improvisations, free interpretations and exquisite arrangements, classics such as the maracatu Dora and the samba-canção Tão Só. When performed live, the work is a spectacle that lifts the spirit.
O primeiro flerte deste quarteto fantástico ocorreu em 1998, quando o baterista Tutty Moreno recrutou dois amigos, instrumentistas veteranos, o contrabaixista Rodolfo Stroeter e o saxofonista e clarinetista Nailor “Proveta” Azevedo, além de um então jovem talento, o pianista André Mehmari, para participarem do álbum Forças d’Alma, que trazia algumas composições de Dorival Caymmi (19142008), entre elas, A Lenda do Abaeté e Só Louco. Após outras reuniões esporádicas – uma delas, acompanhando a cantora Mônica Salmaso –, os quatro amigos se reencontraram, quase vinte anos depois, para compor Dorival, disco inteiramente dedicado ao artista baiano, gravado no renomado estúdio Rainbow, em Oslo (Noruega), lançado (e aclamado pela crítica) em meados de 2017. A inspirada sessão resultou numa celebração à obra de Caymmi que renova, por meio de improvisos jazzísticos, interpretações livres e arranjos primorosos, clássicos como o maracatu Dora ou o samba-canção Tão Só. Ao vivo, é um daqueles espetáculos que fazem bem ao espírito.
Tutty Moreno bateria drums Rodolfo Stroeter contrabaixo bass André Mehmari piano piano Nailor “Proveta” Azevedo saxofone e clarinete saxophone and clarinet
29/8 Sesc Consolação (Centro de Música Music Center).
Masterclass with Fred Frith
Masterclass com Fred Frith
1º/9 Sesc Araraquara (Teatro Theater).
30 e 31/8 Sesc Pompeia (Teatro Theater).
INGLATERRA / PORTUGAL ENGLAND / PORTUGAL
Fred Frith Trio
com participação de
Susana Santos Silva
54 | 55
Barefoot, with the guitar on his knees, Fred Frith plays the strings using a stockpile of objects that include a shoe brush and a violin bow, with one single-minded goal: to improvise. A master in this art, the British musician is responsible for leading avantgarde groups in Europe and in the United States, where he lives since 1979: the cutting edge rock band Henry Cow, formed in 1968 with multi-instrumentalist Tim Hodgkinson, the Art Bears group, one of his many partnerships with drummer Chris Cutler, Massacre with bassist Bill Laswell and Naked City with saxophonist John Zorn. His discography includes hundreds of recordings and collaborations, participation in Brian Eno’s albums as well as dance, theater and film soundtracks. Frith has been leading his trio since 2015. In this show the group’s ethereal soundscapes created in the album Another Day in Fucking Paradise are supported by Portuguese trumpeter Susana Santos Silva, who stands out in the contemporary jazz scene for her talent to improvise.
Descalço, com a guitarra nos joelhos, Fred Frith manipula as cordas utilizando uma escova de limpar sapatos, um arco de violino, entre outros objetos de um arsenal que se presta a um único objetivo: improvisar. Mestre nessa arte, o britânico está por trás de alguns dos principais grupos de vanguarda, seja na Europa ou nos Estados Unidos – onde vive desde 1979 –, a exemplo da banda de rock avantgarde Henry Cow, que ele formou em 1968, com o multi-instrumentista Tim Hodgkinson; o grupo Art Bears, uma de suas muitas parcerias com o baterista Chris Cutler; Massacre, com o baixista Bill Laswell; ou ainda Naked City, ao lado do saxofonista John Zorn. Com uma discografia que reúne centenas de gravações e colaborações, de participações em álbuns de Brian Eno a trilhas sonoras para dança, teatro e cinema, Frith comanda desde 2015 o trio que lançou Another Day in Fucking Paradise, cujas etéreas paisagens sonoras, neste show, ganham o reforço da trompetista Susana Santos Silva. A portuguesa nascida no Porto vem se destacando na cena de jazz contemporânea por seu talento em improvisar, seja em discos autorais, parcerias com músicos como o baixista suíço Torbjörn Zetterberg ou em projetos como o trio Lama.
Fred Frith guitarra guitar Jason Hoopes baixo bass Jordan Glenn bateria drums Susana Santos Silva trompete trumpet Heike Liss projeções projections
18/8 Sesc Ribeirão Preto (Galpão Shed).
16 e 17/8 Sesc Pompeia (Teatro Theater).
ESTADOS UNIDOS UNITED STATES
Henry Threadgill’s Zooid
58 | 59
When he won the Pulitzer in 2016, Henry Threadgill joined a prestigious hall of jazz musicians who have won the award in over 70 years, such as trumpeter Wynton Marsalis (1997) and saxophonist Ornette Coleman (2007) – in spite of his criticism of the genre, which he believed had become “commercial”. For the composer, saxophonist and flautist, the prize confirms the relevance of creative experiments that have long transcended jazz - although Threadgill’s work stems from this scenario. Born in Chicago in 1944, he started playing the sax as a teenager, influenced by Sonny Rollins, John Coltrane and Ornette Coleman, joining the Association for the Advancement of Creative Music (AACM) in the 1960s until he moved to New York in the early 1970s. There, Threadgill explored styles from ragtime to free jazz with the Air trio and the Very Very Circus septet. His Pulitzer Prize-winning album In for a Penny, In for a Pound (2015) is composed of four movements called “epics”, the result of improvisations at specific intervals, a study Threadgill and the Zooid quintet have been developing for 15 years.
Desde que ganhou o Pulitzer, em 2016, Henry Threadgill entrou para o hall de músicos de jazz a receberem o prêmio em mais de 70 anos, juntandose ao trompetista Wynton Marsalis (1997) e ao saxofonista Ornette Coleman (2007) – a despeito de suas restrições ao estilo que, segundo ele, se tornou “comercial”. Para o compositor, saxofonista e flautista, a vitória confirma a relevância de experimentações criativas que há muito transcendem o jazz – ainda que Threadgill seja cria deste cenário. Nascido em Chicago em 1944, ele adotou o sax na adolescência, sob a influência de Sonny Rollins, John Coltrane e Ornette Coleman, engajando-se, nos anos 1960, à Associação para o Avanço da Música Criativa (AACM), até mudar-se para Nova York, no início da década de 1970. Ali, Threadgill explorou do ragtime ao free jazz com o trio Air e o septeto Very Very Circus. O álbum que lhe deu o Pulitzer, In for a Penny, In for a Pound (2015), é composto de quatro movimentos batizados de “épicos”, resultado de improvisações em intervalos específicos, estudo que Threadgill e o quinteto Zooid desenvolvem há 15 anos.
Henry Threadgill sax alto, flauta, flauta baixo e composição alto saxophone, flute, bass flute and composition Liberty Ellman violão acoustic guitar Christopher Hoffman violoncelo cello José Davila tuba e trombone tuba and trombone Elliot Humberto Kavee bateria e percussão drums and percussion
2/9 Sesc Pompeia (Deck).
31/8 Sesc Sorocaba (Teatro Theater).
30/8 Sesc Araraquara (Teatro Theater).
BRASIL BRAZIL
Iconili
62 | 63
Iconili is a big band from Minas Gerais state that has been reinventing itself, in constant transformation, for ten years. Formed by musicians André Orandi, Gustavo Cunha and Rafael Mandacaru, with the desire to make creative music based on improvisations and indie rock influences, the group has attracted other members over time and evolved into a consistent repertoire of afrobeat, jazz, funk, Ethiopian jazz and touches of AfroBrazilian traditions. The work is registered on three albums, and the fourth one is expected to be released this year. All records share the same concept: collaborative construction. “The compositions start as simple ideas that change with each person’s contributions,” they explain. “The arrangement is always free, and all ideas and suggestions are taken into consideration. There is no conductor or central composer: the original theme can be completely transformed by the end of the process, and the songs change even after being recorded.” The result is an original and groovy sonority that alternates moments of contemplation and dancing beats.
A mineira Iconili é uma big band madura, que há dez anos se reinventa, em constante mutação. Formado a partir do desejo dos instrumentistas André Orandi, Gustavo Cunha e Rafael Mandacaru de fazer uma música criativa, baseada em improvisações e com influências de rock indie, o grupo atraiu outros integrantes e evoluiu para um consistente repertório de afrobeat, jazz, funk, jazz etíope e pitadas de tradição afro-brasileira, registrado em três discos – o quarto álbum tem previsão de lançamento para este ano. Por trás de todos eles, um mesmo conceito: a construção colaborativa. “As composições surgem a partir de ideias simples e vão se alterando com a contribuição de cada um”, explicam. “O arranjo sempre é livre, e todas as ideias e sugestões de mudança são consideradas. Não existe um regente, tampouco um compositor central: o tema original pode ser totalmente alterado até o fim do processo, e as músicas mudam mesmo após gravadas.” O resultado é uma sonoridade original, grooveada, revezando momentos de contemplação a outros superdançantes.
André Orandi teclado e sax alto keyboard and alto saxophone Chaya Vazquez percussão percussion Gustavo Cunha guitarra e sintetizadores guitar and synthesizers Henrique Staino sax tenor e soprano tenor and soprano saxophone Josi Lopes voz vocals João Gabriel Machala trombone trombone Lucas Freitas sax barítono e clarone baritone saxophone and bass clarine Mateus Bahiense bateria drums Rafa Nunes percussão percussion Rafael Mandacaru guitarra e teremim guitar and theremin Willian Rosa contrabaixo bass
22/8 Sesc Vila Mariana (Teatro Theater)
Workshop with Isfar Sarabski e Shahriyar Imanov
Workshop com Isfar Sarabski e Shahriyar Imanov
25/8 Sesc Birigui (Teatro Theater).
24/8 Sesc Campinas (Galpão Multiúso Multipurpose Shed).
23/8 Sesc Pompeia (Teatro Theater).
AZERBAIJÃO AZERBAIJAN
Isfar Sarabski Trio & Shahriyar Imanov
66 | 67
Although he was only 19 years old in 2009 when he won the award for best solo pianist in Montreux, Switzerland, one of the world’s most prestigious festivals, Azeri musician Isfar Sarabski was not at all a newcomer. The award was the result of a life-long trajectory that started in his hometown, Baku, the capital of Azerbaijan, where the instrumentalist is a prominent name in the relevant jazz-mugham scene, a style that mixes jazz and Iranian/Persian improvisation, popularized by Azeri pianist Vagif Mustafazedeh in the 1950s. The accolade would take him early in life to perform in other European countries, particularly Russia. The great-grandson of Huseyngulu Sarabsky, one of the pioneering opera singers of the Islamic world, the pianist began studying classical music at the age of 7 in a routine of up to six hours of daily practice and later graduated from Berklee College of Music in Boston, United States. In his live performances, Sarabsky engages the audience with dramatic solos and creative and surprising sounds.
Ainda que tivesse apenas 19 anos em 2009, quando ganhou o prêmio de melhor pianista solo num dos mais prestigiados festivais do mundo, o de Montreux, na Suíça, o azeri Isfar Sarabski estava longe de ser um novato. A vitória que o levaria a alguns dos principais palcos e festivais do mundo resulta de uma trajetória que começou em sua cidade natal Baku, capital do Azerbaijão, onde o instrumentista é um nome proeminente no relevante cenário de jazzmugham – vertente que mescla jazz ao improviso persa/iraniano, popularizada pelo pianista azeri Vagif Mustafazedeh nos anos 1950 –, projeção que o fez bem cedo apresentar-se em outros países europeus, em especial na Rússia. Bisneto de um dos pioneiros cantores de ópera do mundo islâmico, Huseyngulu Sarabski, o pianista começou a estudar música clássica aos 7 anos, numa rotina de até seis horas de prática diária, aprimorada nas salas da Berklee College of Music, em Boston, nos Estados Unidos, onde ele se formou. Em suas performances ao vivo, Sarabski envolve a plateia em solos dramáticos, numa sonoridade criativa e surpreendente.
Isfar Sarabski piano piano Shahriyar Imanov tar tar Maurizio Congiu contrabaixo bass Sasha Zinger bateria drums
19/8 Sesc Pompeia (Teatro Theater).
18/8 Sesc Pompeia (Teatro Theater).
17/8 Sesc Ribeirão Preto (Galpão Shed).
BRASIL BRAZIL
Itiberê Zwarg & Grupo
70 | 71
Itiberê is a master who has learned from masters. Born in 1950 to a family of musicians from the beach town of Itanhaém in São Paulo state, Zwarg is a multiinstrumentalist who discovered the art of expressing himself through sound as a child, with the help of his father, composer Antônio Bruno Zwarg, and his brother Ubiratan. “We live music, live from music and, first and foremost, live for music”, he says. Itiberê made his professional debut in ballroom bands and has been developing his talent playing with Hermeto Pascoal since 1977. Hermeto was the one who said he was ready for his solo premiere in the early 2000, when he launched Itiberê Orquestra Família’s first album - bringing together musicians from his workshop of universal music. Since then the composer divides his time between his partnership with Hermeto and the work with his group, which includes his children, drummer and saxophonist Ajurinã and flautist and saxophonist Mariana. At the festival, the septet is launching Intuitivo (Sesc label), an album in which even the cackling of chickens is incorporated into a rich sonority.
Itiberê é um mestre que aprendeu com os mestres. Nascido em 1950 numa família de músicos de Itanhaém, no litoral paulista, Zwarg é um multi-instrumentista que descobriu ainda criança a beleza de se expressar por meio de sons com o pai, o compositor Antônio Bruno Zwarg, e o irmão Ubiratan. “A gente vive a música, vive da música, mas, primeiro, para a música”, diz ele, que estreou profissionalmente em bandas de baile e aprimorou seu talento ao lado de Hermeto Pascoal, com quem atua desde 1977. Foi Hermeto quem lhe revelou estar pronto para sua estreia solo, que ocorreu no início dos anos 2000, com o lançamento do primeiro disco da Itiberê Orquestra Família – reunindo instrumentistas de sua oficina de música universal. Desde então, o compositor se divide entre a parceria com Hermeto e os trabalhos com seu grupo, do qual fazem parte seus filhos, o baterista e saxofonista Ajurinã e a flautista e saxofonista Mariana. No festival, o septeto lança Intuitivo (Selo Sesc), álbum em que até o cacarejar de galinhas incorpora-se a sua rica sonoridade.
Itiberê Zwarg baixo, piano e tuba bass, piano and tuba Carolina Davila voz, flauta, flauta baixo e sax alto vocals, flute, bass flute and alto saxophone Raphael Santos violão, guitarra, piano e sax alto acoustic guitar, electric guitar, piano and alto saxophone Ricardo Sá Reston baixo e piano bass and piano Cacá Guiffer flauta e sax tenor flute and tenor saxophone Ajurinã Zwarg bateria, percussão e sax soprano drums, percussion and soprano saxophone Mariana Zwarg sax soprano, flauta, flauta em sol e flautim soprano saxophone, flute, G flute and piccolo
(Centro de Música Music Center).
16/8 Sesc Consolação
Masterclass with James “Blood” Ulmer
Masterclass com James “Blood” Ulmer
17/8 Sesc Jundiaí (Ginásio Gymnasium).
14 e 15/8 Sesc Pompeia (Comedoria).
ESTADOS UNIDOS / INGLATERRA UNITED STATES / ENGLAND
James “Blood” Ulmer Memphis Blood Blues Band com participação de Vernon Reid
74 | 75
Saxophonist Ornette Coleman forged the “musical voice” of James “Blood” Ulmer by introducing the guitarist to harmolodics - a theory based on improvisation - and, consequently, to avant-garde jazz. But the apprentice extrapolated the lessons, combining his iconoclastic technique with soulful vocals, rooted in free jazz, funk, rock and blues. Willie James Ulmer was born in South Carolina in 1940, to a religious family that listened to one single style: gospel - blues was considered the music of the devil. Spiritual hymns were taken very serious in the Ulmer household: Blood played in a gospel quartet formed by his father from the age of seven. At age 18, curiosity led him to experiment with different genres in Pittsburgh, Ohio and Detroit until he discovered jazz - and New York in the early 1970s. Produced by Coleman, his first record, Tales of Captain Black (1978) was the beginning of his acclaim among the greats of jazz - and now the blues, which he has adopted at the suggestion of guitarist Vernon Reid, who will play in the festival’s show. Alone or accompanied by other musicians, Blood performs memorable demonstrations of virtuosity and talent.
O saxofonista Ornette Coleman forjou a “voz musical” de James “Blood” Ulmer ao introduzir o guitarrista à sua harmolodic – teoria baseada na improvisação – e por consequência, ao avant-garde jazz. Mas o aprendiz extrapolou as lições, imprimindo sua técnica iconoclasta, aliada a um vocal soulful, não só ao free jazz, mas também ao funk, rock e ao blues. Willie James Ulmer nasceu em 1940, na Carolina do Sul, numa família religiosa que ouvia um único estilo: gospel – blues era música do diabo. Na casa dos Ulmer, no entanto, esses hinos eram coisa seríssima: desde os 7 anos, Blood tocava num quarteto gospel formado por seu pai. Aos 18, a curiosidade o levou a experimentar diferentes gêneros em Pittsburgh, Ohio e Detroit, até chegar ao jazz – e a Nova York, no início da década de 1970. Produzido por Coleman, seu primeiro disco, Tales of Captain Black (1978), deu início à fama que o consagrou entre os grandes do jazz – e, agora, do blues, que ele adotou por sugestão do britânico Vernon Reid, guitarrista da banda Living Colour, que produziu cincos discos de Blood e participa de seu show no festival. Sozinho ou acompanhado, Ulmer realiza memoráveis demonstrações de virtuosismo e talento.
James “Blood” Ulmer guitarra e vocal guitar and vocals Charles Burnham violino violin Leon Gruenbaum teclado keyboard David Barnes harmônica harmonica Mark Peterson baixo bass Aubrey Dayle bateria drums Vernon Reid guitarra (participação especial) guitar (special appearance)
26/8 Sesc Pompeia (Deck).
25/8 Sesc Campinas (Galpão Multiúso Multipurpose Shed).
23/8 Sesc Birigui (Teatro Theater).
CONGO CONGO
Jupiter & Okwess
78 | 79
Not Congolese classic nor western pop. The sound of Jupiter & Okwess is an innovative and vibrant blend of regional rhythms, rock, funk and soul named bofenia rock. Created in Congo, the band is led by Jean-Pierre “Jupiter” Bokondji, a singer and percussionist born in 1963 in the country’s capital, Kinshasa, who grew up between Tanzania and East Berlin, where his father was a diplomat. Back in his native land at the age of 17, Bokondji left the family home to devote himself to music, surviving in the streets and performing at funeral ceremonies while discovering local music styles. The group’s first lineup appeared in the early 1980s and was active until the civil war, which drove some of its members to leave the country. He became internationally known through the documentary Jupiter’s Dance (2003), by French filmmakers Florent de la Tullaye and Renaud Barret, becoming popular in Europe, where he partnered with producer Damon Albarn. The British musician is one of the artists featured in the group’s most recent album, Kin Sonic (2017) - with a cover illustrated by Massive Attack’s Robert del Naja.
Nem clássicos congoleses, nem pop ocidental. O som de Jupiter & Okwess é uma mistura inovadora e vibrante de ritmos regionais, rock, funk, soul batizado bofenia rock. Criada no Congo, a banda é liderada por Jean-Pierre Bokondji, o Jupiter, cantor e percussionista nascido em 1963 na capital Kinshasa, que cresceu entre Tanzânia e Berlim Oriental, lugares onde seu pai atuou como diplomata. De volta à terra natal, aos 17 anos, Bokondji abandonou a casa da família para se dedicar à música, e sobreviveu nas ruas, tocando em cerimônias fúnebres, ao mesmo tempo em que descobria estilos locais. A primeira formação do grupo surgiu no início dos anos 1980 e atuou até a guerra civil, que levou parte dos integrantes a migrar. Sua projeção internacional, no entanto, se deu graças ao documentário Jupiter’s Dance (2003), dos franceses Florent de la Tullaye e Renaud Barret, tornando o líder popular na Europa, onde realizou parcerias com o produtor Damon Albarn. O britânico é um dos artistas que participa do disco mais recente, Kin Sonic (2017) – cuja capa foi ilustrada por Robert del Naja, do Massive Attack.
Jupiter Bokondji voz e percussão vocals and percussion Yende Balamba baixo e voz bass and vocals Blaise Sewika percussão e vocais percussion and vocals Richard Kabanga guitarra guitar Eric MaluMalu guitarra guitar Montana Kinunu Ntunu bateria drums
1ยบ/9 Sesc Sorocaba (Teatro Theater).
31/8 Sesc Araraquara (Teatro Theater).
19/8 Sesc Pompeia (Deck).
BRASIL BRAZIL
Lourenรงo Rebetez
82 | 83
A young guitarist, arranger and composer from São Paulo, Lourenço Rebetez is a celebrated emerging artist, thanks to his beautiful solo debut, O Corpo de Dentro, and to his work producing artists such as singer Xênia França. His practice stands out for the modus operandi: instead of writing a melodic line to be played by an instrument, he creates melodies that are performed by several instruments at the same time. “I love composing for large lineups, because the music becomes a weave of the various instruments available,” he says. “As an arranger, I can combine these weaves as I wish: make the fabric tense, loose, change the color, texture, creating thousands of musical gestures with all the richness that these combinations allow.” A graduate of the Berklee College of Music in Boston (United States), Rebetez mixes Gil Evans and Moacir Santos references, among others, in a presentation in which his big band is supported by three percussionists from Bahia, composing the perfect mix of contemporary jazz and Afro-Brazilian traditions.
O jovem guitarrista, arranjador e compositor paulistano Lourenço Rebetez é um nome em ascensão, seja por sua bela estreia solo, o álbum O Corpo de Dentro, ou produzindo artistas como a cantora Xênia França. Seu trabalho chama a atenção principalmente pelo modus operandi: ao invés de escrever uma linha melódica para ser tocada por um instrumento, ele cria melodias para serem executadas, ao mesmo tempo, por diversos. “Me encanta a composição para grandes formações, pois a música se torna uma espécie de trança dos vários instrumentos que tenho à disposição”, diz ele. “Como arranjador, posso tecer esses cruzamentos como quiser: fazer esse tecido se tensionar, se soltar, mudar de cor, de textura, enfim, criar milhares de gestos musicais, com toda a riqueza que essas combinações permitem.” Formado na Berklee College of Music, em Boston (Estados Unidos), Rebetez mescla referências de Gil Evans e Moacir Santos, entre outros, num espetáculo no qual sua big band ganha o reforço de três percussionistas da Bahia para compor o perfeito mix de jazz contemporâneo e tradições afro-brasileiras.
Lourenço Rebetez guitarra e samples guitar and samples Cássio Ferreira, Raphael Ferreira e Zafe Costa saxofones, flautas, clarinete e clarone saxophones, flutes, clarinet and bass clarinet Bruno Belasco e Maycon Mesquita trompetes e flugelhorn trumpets and flugelhorn Jaziel Gomes trombone baixo bass trombone Henrique Gomide piano piano Bruno Migotto contrabaixo bass Vitor Cabral bateria drums Gabi Guedes, Iuri Passos e Ícaro Sá percussões percussion
29/8 Sesc Sorocaba (Sala de Oficinas Workshop Room).
Masterclass with Melissa Aldana
Masterclass com Melissa Aldana
1ยบ/9 Sesc Sorocaba (Teatro Theater).
31/8 Sesc Pompeia (Comedoria).
30/8 Sesc Araraquara (Teatro Theater).
CHILE CHILE
Melissa Aldana Quartet
86 | 87
Melissa Aldana had just barely graduated at 24 years old when she became the “hope” of tenor saxophone, being the first woman (and first South American musician) to win the Thelonious Monk International Jazz Saxophone Competition, in 2013. A publicity wave followed the award and she made the rounds in festivals playing the repertoire from her three albums. At each performance she confirmed her mastery of the instruments in solos and improvisations matured from age 6, when she was given a saxophone by her father and mentor, saxophonist Marcos Aldana. With him Melissa learned to perfectly reproduce the music of Charlie Parker and Cannonball Adderley, until she discovered Sonny Rollins, who led her to tenor saxophone – the instrument of her grandfather Enrique Aldana. Since 2007, when she moved to the United States, Melissa has divided her time between lessons with Greg Osby and George Coleman and the production of albums such as Back Home (2016), which summarizes her trajectory in compositions such as My Ship (Kurt Weill and Ira Gershwin), which she used to listen to with her father, or Time, a song that traces her path from Chile to well-deserved recognition.
Melissa Aldana mal acabara os estudos, aos 24 anos, quando se tornou a “grande esperança” do sax tenor, ao ser a primeira mulher (e primeira sul-americana) a conquistar a Thelonious Monk International Jazz Saxophone Competition, em 2013. Na onda de publicidade que se seguiu ao prêmio, a chilena percorreu festivais, exibindo o repertório de seus então três únicos discos. A cada apresentação, confirmava o domínio de seu instrumento em solos e improvisações maturadas desde os 6 anos, quando ganhou um sax alto do pai e mentor, o também saxofonista Marcos Aldana. Com ele, Melissa aprendeu a imitar Charlie Parker e Cannonball Adderley à perfeição, até descobrir Sonny Rollins, que a levou ao sax tenor – tocado também por seu avô Enrique Aldana. Desde 2007, quando se mudou para os Estados Unidos, Melissa dividiu-se entre lições com Greg Osby e George Coleman e a produção de álbuns como Back Home (2016), que resume essa trajetória em composições como My Ship (Kurt Weill e Ira Gershwin), que ela ouvia com o pai, ou Time, canção na qual repassa seu percurso desde o Chile ao merecido sucesso.
Melissa Aldana sax tenor tenor saxophone Pablo Menares baixo bass Tommy Crane bateria drums Sam Harris piano piano
ESTADOS UNIDOS / BRASIL UNITED STATES / BRAZIL
1°/9 Sesc Araraquara (Teatro Theater).
30/8 Sesc Sorocaba (Teatro Theater).
Mike Moreno e Guilherme Monteiro
90 | 91
A soccer team in which no one plays in the centerforward position. This is how Guilherme Monteiro defines his partnership with Mike Moreno in their first authorial show together. But the preparation for this match began over two decades ago in New York, the adopted city of Moreno and Monteiro, originally from Texas and Rio de Janeiro, respectively. The American musician began playing in his hometown of Houston until joining the bustling New York contemporary jazz scene in the late 1990s. There, he devoted himself to the guitar, accompanying musicians such as Joshua Redman and Wynton Marsalis, among others. Monteiro trained at Berklee before arriving in Manhattan, where his career took off, playing with Madeleine Peyroux, Luciana Souza and Ron Carter - with whom he recorded the album Jazz & Bossa -, and performing in projects such as the group ForrĂł in the Dark. The musicians are bringing a repertoire of their own compositions to the festival: “I support him in his songs and he covers me in mine,â€? says Monteiro. This should be an electrifying bout.
Um time de futebol sem centroavante. É assim que Guilherme Monteiro define a parceria com Mike Moreno, neste que será o primeiro show autoral que os dois farão juntos. O treino para este encontro, porém, começou há mais de duas décadas, em Nova York, cidade adotada pelo texano Moreno e o carioca Monteiro. O norte-americano começou a tocar em sua cidade natal, Houston, até trocá-la pela efervescente cena nova-iorquina de jazz contemporâneo, no fim da década de 1990. Ali, dedicou-se a explorar as possibilidade da guitarra, acompanhando músicos como Joshua Redman e Wynton Marsalis, entre outros. Monteiro, por sua vez, após uma formação em Berklee, aterrissou em Manhattan, onde viu sua carreira “deslanchar”, tocando ao lado de Madeleine Peyroux, Luciana Souza e Ron Carter – com quem gravou o disco Jazz & Bossa –, e atuando em projetos autorais como o grupo Forró in the Dark. No festival, eles mostram um repertório de composições próprias: “Nas músicas dele, eu faço o suporte e, nas minhas, ele me dá cobertura”, diz Monteiro, num bate-bola que promete ser eletrizante.
Mike Moreno guitarra guitar Guilherme Monteiro guitarra guitar Alberto Continentino baixo bass Vitor Cabral bateria drums
25/8 Sesc Piracicaba (Ginásio Gymnasium).
24/8 Sesc Pompeia (Comedoria).
23/8 Sesc Campinas (Galpão Multiúso Multipurpose Shed).
ESTADOS UNIDOS UNITED STATES
Now vs Now
Com
Jason Lindner, Panagiotis Andreou e Justin Tyson
94 | 95
A mecca of contemporary jazz in New York’s West Village, the Smalls Jazz Club was the stage where many young artists made their debut, among them pianist Jason Lindner, a member of the residing hard bop and bebop band. A Brooklyn native, Lindner started playing at the age of two, imitating his father, also a pianist. At the Manhattan club he met collaborators such as trumpeter Avishai Cohen and learned a huge variety of styles, finding his place at the core of modern jazz creation and innovation. Accompanying singer Meshell Ndegeocello in the 2000s was crucial for Lindner to adopt keyboards and synthesizers, which would lead him to hip-hop and electronic music. He also played in David Bowie’s last album, Blackstar (2016), for which he won two Grammy awards. With the trio Now vs. Now since 2006, Lindner dives deep into experimentation and takes the spirit of jazz improvisations to synthesizers, in a highly energizing electro jazz rock with Panagiotis Andreou e Justin Tyson.
Meca do jazz contemporâneo no West Village, em Nova York, o pequeno Smalls foi o palco onde muitos jovens artistas fizeram sua estreia, entre eles, o pianista Jason Lindner, um dos integrantes da big band de hard bop e bebop residente no endereço – que promoveu um revival do estilo em meados da década de 1990. Ali, o nova-iorquino nascido no Brooklyn, que começou a tocar aos 2 anos, imitando o pai, também pianista, conheceu parceiros como o trompetista Avishai Cohen e aprendeu uma enorme variedade de estilos, colocando-se no centro de criação e inovação do jazz moderno. Acompanhar a cantora Meshell Ndegeocello, nos anos 2000, foi decisivo para Lindner adotar os teclados e sintetizadores que o levariam ao hip-hop e à eletrônica, assim como participar do último disco de David Bowie, Blackstar (2016), pelo qual ganhou dois prêmios Grammy. Com o trio Now vs Now desde 2006, Lindner aprofunda suas experimentações, levando o espírito de improvisações do jazz aos sintetizadores, num electro jazz rock altamente energizante, ao lado de Panagiotis Andreou e Justin Tyson.
Jason Lindner piano piano Panagiotis Andreou baixo bass Justin Tyson bateria drums
18 e 19/8 Sesc Pompeia (Comedoria).
17/8 Sesc Jundiaí (Ginásio Gymnasium).
Municipal Theater of Ribeirão Preto.
15/8 Teatro Municipal de Ribeirão Preto
CUBA CUBA
Omar Sosa Quarteto AfroCubano
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“It is impossible to restrict music to the Cuban style, to traditional jazz or to African rhythms. To me everything walks hand in hand.” Cuban pianist Omar Sosa’s influences and inspirations are as diverse as his upbringing, a synthesis of sounds spread around the globe by the African diaspora, including Afro-Cuban references, free jazz, Latin music and North African traditions, as well as classical European composers. Born in 1965 in Camagüey, Cuba’s third largest city, Sosa is a man of the world who built his career incorporating references from countries where he has lived, such as Ecuador, the United States and Spain, or places he admires, especially in Africa. Highlights of his discography of over 20 albums are Ceremony, produced by Jacques Morelenbaum, and Transparent Water, a partnership with Senegalese percussionist Seckou Keita. With the Afro-Cuban Quartet, Sosa performs ritualistic shows that often invoke orishas and ancestors, in a transcendental celebration in which the music connects us to the sublime.
“É impossível restringir a música ao estilo cubano ou ao jazz tradicional ou ainda aos ritmos africanos. Para mim, tudo caminha junto.” As influências e inspirações do pianista cubano Omar Sosa são tão diversas quanto sua criação, síntese de sons espalhados pela diáspora africana ao redor do planeta, incluindo referências afro-cubanas, free jazz, música latina e tradições do Norte da África, além dos clássicos compositores europeus. Nascido em 1965 em Camagüey, terceira maior cidade de Cuba, Sosa é um homem do mundo que construiu sua carreira incorporando referências dos países onde morou, entre eles Equador, Estados Unidos e Espanha, ou pelos quais nutre admiração, em especial os africanos. Como consequência, mais de 20 álbuns, numa discografia em que se destacam trabalhos como Ceremony, produzido por Jacques Morelenbaum, ou Transparent Water, parceria com o percussionista senegalês Seckou Keita. Com o Quarteto AfroCubano, Sosa realiza shows-rituais nos quais, não raro, invoca os orixás e seus ancestrais, numa celebração transcendental em que a música nos conecta ao sublime.
Omar Sosa piano piano Ernesto Silverio Simpson bateria drums Leandro SaintHill flauta e saxofone flute and saxophone José Julio Tomás baixo bass
25/8 Sesc Piracicaba (Ginásio Gymnasium).
24/8 Sesc Campinas (Galpão Multiúso Multipurpose Shed).
23/8 Sesc Pompeia (Comedoria).
CANADÁ CANADA
Renee Rosnes
102 | 103
Renee Rosnes’ consistent work reflects a talent developed in years of study and practice in her home city of Vancouver, where the pianist started in music and won awards, or in New York city, where she moved in the 1980s, diving into an effervescent jazz scene and partnering with Joe Henderson, Wayne Shorter, Bobby Hutcherson and Ron Carter – with whom she’s been performing since 2012. She is married to North American pianist Bill Charlap and the “jazz power couple” recorded the album Double Portrait in 2010. Renee is one of the founders of the group SFJAZZ Collective, whose repertoire is dedicated to post-1960s composers, and has acted as mentor of young musicians such as saxophonist Melissa Aldana – also featured in this year’s Sesc Jazz festival. In her over 20 solo albums, she offers refined versions of standards and creative original compositions, such as the ones in Beloved of the Sky (2018), the base of the show she is bringing to the festival.
O consistente trabalho de Renee Rosnes reflete um talento lapidado em anos de estudo e prática, seja em sua Vancouver natal, onde a pianista iniciou-se na música e ganhou prêmios, ou em Nova York, nos Estados Unidos, para onde ela se mudou na década de 1980, mergulhando num efervescente cenário de jazz, em parcerias estreladas ao lado de Joe Henderson, Wayne Shorter, Bobby Hutcherson e Ron Carter – com quem ela se apresenta desde 2012. Casada com o também pianista, o norte-americano Bill Charlap – o jazz power couple gravou em 2010 o álbum Double Portrait –, Renee foi uma das fundadoras do conjunto SFJAZZ Collective, cujo repertório é dedicado a compositores de jazz pós1960, e atuou como mentora de jovens talentos, como a saxofonista Melissa Aldana – outra atração do Sesc Jazz deste ano. Em seus mais de 20 álbuns solo, destacam-se apuradas versões para standards e a criatividade de composições próprias, como as registradas em Beloved of the Sky (2018), base do show que ela mostra no festival.
Renee Rosnes piano piano Steve Nelson vibrafone vibraphone Peter Washington contrabaixo bass Lewis Nash bateria drums
31/8 Sesc Sorocaba (Teatro Theater).
24/8 Sesc Birigui (Teatro Theater).
18/8 Sesc Jundiaí (Ginásio Gymnasium).
16/8 Sesc Pompeia (Comedoria).
BRASIL BRAZIL
Salomão Soares Trio
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There was no bar or birthday party in Cruz do Espírito Santo, in Paraíba state, that didn’t know the talent of Salomão Soares. At age 10, the boy who grew up cradled by his mother’s guitar and father’s forró albums did not miss a chance to play the keyboard in church, accompanying the choir, at his friends’ homes and later on stages accross the countryside. Influenced by Luiz Gonzaga, Dominguinhos, Sivuca and Hermeto Pascoal, he improved his skills at the Conservatory of Tatuí, in São Paulo state, where pianist André Marques became his tutor. All this dedication earned him the MIMO Instrumental Award in 2017 and a position among the ten finalists in the solo piano competition at the Montreux Festival - the same category that revealed Azerbaijani Isfar Sarabski, also featured in this year’s SESC Jazz. Alternating between re-readings of Brazilian classics and his own compositions, Soares, now 28, is involved in several projects, including a partnership with veteran accordionist Toninho Ferragutti, an album with a quartet and a trio that explores improvisation, creation and interaction.
Não houve bar ou festa de aniversário em Cruz do Espírito Santo, na Paraíba, que não conheceu o talento de Salomão Soares. Aos 10 anos, o menino que cresceu embalado pelo violão da mãe e os vinis de forró do pai não perdia a chance de se exibir ao teclado, na igreja, acompanhando os corais, na casa dos amigos e, mais tarde, nos palcos do interior. Luiz Gonzaga, Dominguinhos, Sivuca e Hermeto Pascoal foram suas primeiras influências, aprimoradas no Conservatório de Tatuí, em São Paulo, onde o pianista André Marques se tornou seu tutor. A dedicação lhe rendeu, em 2017, o Prêmio MIMO Instrumental e uma posição entre os dez finalistas da competição de piano solo do Festival de Montreux – mesma categoria que revelou o azeri Isfar Sarabski, outra atração do Sesc Jazz. Revezando-se entre releituras de clássicos brasileiros e composições autorais, aos 28 anos, Soares desdobra-se em diversos projetos, entre eles, a parceria com o veterano acordeonista Toninho Ferragutti, um álbum em formato de quarteto e o trio, no qual explora improvisação, criação e interação.
Salomão Soares piano piano Paulo Almeida bateria drums Thiago Alves contrabaixo bass
18/8 Sesc Jundiaí (Ginásio Gymnasium).
17/8 Sesc Ribeirão Preto (Galpão Shed).
ITÁLIA ITALY
Stefano Bollani
110 | 111
Stefano Bollani was a just a teenager when he discovered the music of João Gilberto and Tom Jobim and was seduced by bossa nova . “I spent whole nights listening to it,” says the Milanese pianist, who started playing at the age of six. But this fascination would only pay off after a long apprenticeship that began in pop music in 1990, the same decade in which he started exploring jazz, in an acclaimed collaboration with Italian trumpeter Enrico Riva that resulted in over 15 albums. Bollani’s career is marked by partnerships with Gato Barbieri, Chick Corea and Lee Konitz, as well as performances with major orchestras such as the Filarmonica della Scala, in Milan. He resumed his passion for Brazilian music in 2008, releasing Bollani Carioca, in a flirtation that was consolidated with O que Será (2012), a duo with mandolin player Hamilton de Holanda. The bond has become even stronger with the recently released Que Bom, with contributions by Caetano Veloso, João Bosco, Jacques Morelenbaum and Hamilton himself, in which percussion and piano are combined in sambas and bossas sprinkled with jazz.
Stefano Bollani era adolescente quando foi seduzido pela bossa nova ao descobrir João Gilberto e Tom Jobim. “Passava noites inteiras ouvindo”, lembra o pianista milanês, que começou a tocar aos 6 anos. Mas esse fascínio só renderia frutos após um longo aprendizado, que teve início na música pop, em 1990, mesma década em que ele enveredou pelos caminhos do jazz, numa aclamada colaboração de mais de 15 álbuns com o trompetista italiano Enrico Riva. Parcerias com Gato Barbieri, Chick Corea e Lee Konitz, além de performances ao lado de grandes orquestras, como a Filarmonica della Scala, em Milão, marcaram a carreira de Bollani até a retomada de sua paixão pela música brasileira, em 2008, quando lançou Bollani Carioca, num flerte que se consolidou com O que Será (2012), em duo com o bandolinista Hamilton de Holanda. Esses laços, agora, se estreitam com o recém-lançado Que Bom, trabalho com participações de Caetano Veloso, João Bosco, Jacques Morelenbaum e do próprio Hamilton, no qual percussão e piano se combinam em sambas e bossas contaminados pelo jazz.
Stefano Bollani piano piano João Rafael contrabaixo bass Armando Marçal percussão percussion Thiago da Serrinha percussão percussion
25/8 Sesc Campinas (Galpão Multiúso Multipurpose Shed).
24/8 Sesc Pompeia (Teatro Theater).
23/8 Sesc Piracicaba (Ginásio Gymnasium).
NORUEGA NORWAY
Time is a Blind Guide (Thomas Strønen)
114 | 115
At the heart of the quintet Time Is a Blind Guide is its creator, Norwegian Thomas Strønen. Passionate about drums from the age of 5, when he traded his “teddy bear” for the instrument, Strønen formed a modern mini big band at 13 and has since accumulated dozens of collaborations and participations in bands such as the electronic jazz duo Food, a partnership with British saxophonist Iain Ballamy, the bands Humcrush, Meadow and Monsters & Puppets, and the solo project Pohlitz. Time Is a Blind Guide is defined by his trajectory, with influences that range from jazz to Japanese music, Bach, and Varèse’s electronic music. Since its premiere in 2015, the group has gone from a personal project focusing on percussion and polyphonic groove to a chamber music collective, in which the musicians are free to improvise over the drummer’s compositions. An inspired example of this transition, the album Lucus (2018) oscillates between abstract and ethereal atmospheres and energetic moments, with hypnotic effect that reveals the power of each one of its members.
A essência do quinteto Time is a Blind Guide é seu criador, o norueguês Thomas Strønen. Apaixonado por bateria desde os 5 anos, idade em que diz ter trocado seu “ursinho de pelúcia” pelo instrumento, Strønen formou uma minibig band moderna aos 13 e, desde então, acumula dezenas de colaborações, entre elas, participações em bandas como o duo de jazz eletrônico Food –parceria com o saxofonista britânico Iain Ballamy –, as bandas Humcrush, Meadow e Monsters & Puppets, e o solo Pohlitz. Sua trajetória, aliada a uma lista de influências que vão do jazz à música japonesa; de Bach a Varèse, define o Time is a Blind Guide: a partir de sua estreia, em 2015, o grupo passou de um projeto pessoal, centrado em percussão e grooves polifônicos, a um coletivo que atua também como um conjunto de câmara, com músicos livres para improvisar sobre as composições do baterista. Inspirado exemplo dessa mudança, o álbum Lucus (2018) reveza atmosferas abstratas e etéreas a momentos enérgicos, num efeito hipnótico, revelando a potência de cada um de seus integrantes.
Thomas Strønen bateria e composições drums and compositions Ayumi Tanaka piano piano Håkon Aase violino violin Leo Svensson Sander violoncelo cello Ole Morten Vågan contrabaixo bass
1° e 2/9 Sesc Pompeia (Comedoria).
31/8 Sesc Araraquara (Teatro Theater).
ESTADOS UNIDOS UNITED STATES
Vijay Iyer Sextet
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For over two decades, pianist Vijay Iyer has been surprising the audience with his cerebral, touching and vibrant creations and also with his ability to display a versatile range of jazz, classical music and pop, in trios and duos - as the partnership with trumpeter Wadada Leo Smith -, composing for a string quartet and now in charge of this sextet. Author of one of the most acclaimed jazz albums of 2017, Far From Over, the group takes turns playing exciting improvisations of Iyer’s compositions. Iyer is celebrated for his performance at the piano and also as an academic, acting as researcher and professor at Harvard University. The son of Indian immigrants, Iyer was born in 1971 in Albany, New York, and began playing the violin at age 3, while “drumming” the keys of his sister’s piano. Although he was influenced by Duke Ellington, Thelonious Monk and Alice Coltrane, his career was not an obvious choice: he graduated in mathematics and physics from Yale University, and only in 1994 dropped out of the Ph.D. in physics to earn a Ph.D. in music, exploring “its mystical and transcendental powers.”
Há mais de duas décadas, o pianista Vijay Iyer surpreende não só por suas criações cerebrais, tocantes e vibrantes, mas também pela versatilidade com que trafega entre jazz, música erudita e pop, seja em trio, dupla – a exemplo da parceria com o trompetista Wadada Leo Smith –, criando para um quarteto de cordas e, agora, no comando deste sexteto. Autor de um dos álbuns de jazz mais elogiados de 2017, Far from Over, o grupo se reveza em excitantes improvisos sobre composições de Iyer, celebrado por sua atuação ao piano e também na academia, como pesquisador e professor na Universidade Harvard. Filho de imigrantes indianos, Iyer nasceu em 1971 em Albany, estado de Nova York, e começou a tocar violino aos 3 anos, ao mesmo tempo em que “batucava” as teclas do piano de sua irmã. Mas mesmo sob a influência de Duke Ellington, Thelonious Monk ou Alice Coltrane, sua carreira não foi uma opção óbvia: formado em matemática e física pela Universidade Yale, só em 1994 Iyer abandonou o doutorado em física para se tornar PhD em música, explorando “seus poderes místicos e transcendentais”.
Vijay Iyer piano e teclados Fender Rhodes piano and Fender Rhodes keyboards Graham Haynes corneta, flugelhorn e eletrônicos cornet, flugelhorn and electronics Steve Lehman sax alto alto saxophone Stephan Crump baixo bass Jeremy Dutton bateria drums Mark Shim sax tenor tenor sax
Atividades Formativas Educational Activities
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MASTERCLASS COM CHARLES TOLLIVER MASTERCLASS WITH CHARLES TOLLIVER Conhecido por sua habilidade em improvisar, o trompetista veterano conduz uma aula para músicos com experiência, na qual orienta os participantes a partir do repertório do Jazz Messengers, grupo de Art Blakey com quem Charles dividiu o palco na década de 1960. Depois da teoria, os inscritos tocam um set com a participação de Charles. Os participantes podem levar seus próprios instrumentos para a aula (trompete, sax tenor, trombone ou baixo). A atividade é ministrada em língua inglesa, com tradução consecutiva para o português. Known for his improvising skills, veteran trumpeter Charles Tolliver offers a class for experienced musicians, in which he guides the participants using repertoire by Art Blakey’s group Jazz Messengers, with whom Charles shared the stage in the 1960s. After learning the theory, the participants will play a set with Charles. Musicians may bring their own instruments to class (trumpet, tenor sax, trombone or bass). The class will be taught in English, with consecutive translation to Portuguese 15/8 Sesc Consolação – Centro de Música Music Center. 19/8 Sesc Ribeirão Preto (Auditório Auditorium).
MASTERCLASS COM JAMES “BLOOD” ULMER E VERNON REID MASTERCLASS WITH JAMES “BLOOD” ULMER AND VERNON REID Os músicos norte-americanos ressaltam as diferenças na hora de tocar jazz com base nas escolas de guitarra nas quais se criaram: James com seu free jazz temperado por pitadas de funk, rock, blues e um vocal soulful, e Vernon com seu som eclético que funde jazz avant-garde, pop, heavy metal, punk e funk. A atividade é ministrada em língua inglesa, com tradução consecutiva para o português. American musicians Ulmer and Reid highlight the differences in jazz playing based on their respective guitar styles: James with his free jazz with touches of funk, rock, blues and soulful vocals, and Vernon with his eclectic sound that combines avant-garde jazz, pop, heavy metal, punk and funk. The class will be taught in English, with consecutive translation to Portuguese. 16/8 Sesc Consolação – Centro de Música Music Center.
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CENÁRIO DO JAZZ BRASILEIRO NO BRASIL E NO MUNDO BRAZILIAN JAZZ IN BRAZIL AND AROUND THE WORLD Roda de conversa em que profissionais ligados ao universo do jazz debatem a influência do gênero na vivência musical do brasileiro e dos ouvintes de outras partes do mundo, traçando um panorama sobre a recepção do jazz feito no Brasil pelo público nacional e em outros países. Participação do jornalista Carlos Calado, do músico Rodolfo Stroeter e das pesquisadoras em música Inés Terra Brantes e Isabel Nogueira. A round table with professionals connected to the jazz universe about the influence of the genre in the musical experience of Brazilians and audiences around the world, providing an overview of national and international reactions to jazz made in Brazil. Featuring journalist Carlos Calado, the music Rodolfo Stroeter and music researchers Inés Terra Brantes and Isabel Nogueira. CARLOS CALADO é jornalista, editor e crítico musical. Desde os anos 1980 escreve sobre festivais, shows e discos, acompanhando profissionalmente a produção fonográfica e eventos musicais em diversos países. Ele já dirigiu projetos musicais para o Sesc São Paulo e é autor dos livros “Tropicália: a História de uma Revolução Musical”, “A Divina Comédia dos
Mutantes”, “O Jazz como Espetáculo” e “Jazz ao Vivo”, entre outros. Atualmente, colabora com os jornais Folha de S. Paulo e Valor. CARLOS CALADO is a journalist, editor and music critic. He has been writing about festivals, performances and records since the 1980s, covering music production and events in several countries. He has directed musical projects for Sesc SP and is the author of the books “Tropicália: a História de Uma Revolução Musical”, “A Divina Comédia dos Mutantes”, “O Jazz como Espetáculo” and “Jazz ao Vivo” among others. He currently writes for the newspapers “Folha de S. Paulo” and “Valor”. RODOLFO STROETER. Contrabaixista e produtor artístico, trabalha ativamente no cenário musical brasileiro desde o final da década de 1970. Stroeter é um dos músicos fundadores do grupo Pau Brasil, no qual toca desde 1978. Em 1994, Stroeter fundou o selo musical Pau Brasil Music, com identidade brasileira e contemporânea. Produziu artistas como Joyce, Gilberto Gil, Banda Mantiqueira, Sérgio Santos, Marlui Miranda, Mônica Salmaso e outros. Foi diretor artístico da orquestra Jazz Sinfônica do Estado de São Paulo entre 1991 e 1995. Desenvolveu trabalhos de produção musical para inúmeros artistas da música brasileira e internacional como Zizi Possi, Céline Rudolph, Gilberto Gil, Pau Brasil, Trilok Gurtu, Naná Vasconcelos, Joyce, Sergio Santos e Dori Caymmi.
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RODOLFO STROETER. A bass player and an artistic producer, Rodolfo Stroeter has been active in the Brazilian music scene since the late 1970s: he is one of the founding musicians of the Pau Brasil group, in which he plays since 1978. In 1994 Stroeter also founded the Pau Brasil music label, with a Brazilian and contemporary identity. He has produced artists such as Joyce, Gilberto Gil, Banda Mantiqueira, Sérgio Santos, Marlui Miranda, Mônica Salmaso and others. He was the artistic director of the Symphonic Jazz Orchestra of São Paulo from 1991 to 1995 and has developed music production projects for numerous Brazilian and international artists such as Zizi Possi, Céline Rudolph, Gilberto Gil, Pau Brasil, Tráok Gurtu, Naná Vasconcelos, Joyce, Sergio Santos and Dori Caymmi. INÉS TERRA BRANDES é musicista e pesquisadora formada em música popular pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). É mestranda em processos de criação musical na Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP) e atua como performer vocal em espaços e circuitos ligados à música contemporânea. INÉS TERRA BRANDES is a musician and researcher trained in popular music at Unicamp (State University of Campinas). She is a Masters student in music creation processes at ECA-USP (the School of Communications and Arts of the University of São Paulo) and acts as a vocal performer in the contemporary music scene.
ISABEL NOGUEIRA é musicóloga, performer e compositora. Foi professora e diretora do Conservatório de Música da Universidade Federal de Pelotas por mais de dez anos e, atualmente, leciona no Instituto de Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Trabalha com música e gênero, criação sonora, canção experimental e iconografia musical, além de integrar grupos de pesquisa em estudos de gênero, corpo e música, pesquisa em criação sonora e práticas interpretativas (UFRGS) e música e mídia (MusiMid-SP). ISABEL NOGUEIRA is a musicologist, performer and composer. She was a professor and director of the Conservatory of Music of the Federal University of Pelotas for over 10 years and currently teaches at the Arts Institute of the Federal University of Rio Grande do Sul. She researches the relationship between music and gender, sound creation, experimental songwriting and musical iconography, while participating in study groups focusing on gender, the body and music, sound creation and interpretive practices (UFRGS) and music and media/MusiMid (SP). 21/8 Centro de Pesquisa e Formação do Sesc (CPF) Sesc Research and Education Center.
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WORKSHOP COM ISFAR SARABSKI E SHAHRIYAR IMANOV WORKSHOP WITH ISFAR SARABSKI E SHAHRIYAR IMANOV Os parceiros musicais apresentam o tar, instrumento típico do Azerbaijão, demonstrando as harmonias do gênero jazz-mugham, caracterizado pela condução improvisada das músicas iranianas/persas. Eles tocam ao vivo, respondem a perguntas dos participantes e, ao final, propõem uma atividade prática com a participação do público. A atividade é ministrada em língua azerbaijã, com tradução consecutiva para o português. Musical partners Sarabski and Imanov will provide an introduction to the tar, a typical instrument of Azerbaijan, demonstrating the harmonies of the jazzmugham genre, characterized by improvised Iranian/ Persian music. They will play live, answer participants’ questions, and conduct a hands-on activity with audience participation. The workshop will be taught in Azerbaijani, with consecutive translation to Portuguese. 22/8 Sesc Vila Mariana (Teatro Theater).
MASTERCLASS COM FRED FRITH MASTERCLASS WITH FRED FRITH A aula do guitarrista britânico é dividida em duas partes: ele começa demonstrando sua relação com a guitarra elétrica e as possibilidades de uso do instrumento na música experimental com a utilização de acessórios como metal, madeira, plástico e borracha. Na segunda parte, Fred fala sobre sua carreira artística e acadêmica, a qual se dedica desde 1999, quando passou a lecionar composição e improvisação no Departamento de Música do Mills College, em Oakland, na Califórnia. A atividade é ministrada em língua inglesa, com tradução consecutiva para o português. British guitarist Frith divides his class in two parts: he begins by demonstrating his relationship with the electric guitar and the possibilities of the instrument in experimental music, using accessories such as metal, wood, plastic and rubber. In the second part of the class, Frith talks about his artistic journey and academic career, which started in 1999 when he became a professor of composition and improvisation in the Music Department of Mills College in Oakland, California. The class will be taught in English, with consecutive translation to Portuguese. 29/8 Sesc Consolação – Centro de Música Music Center.
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MASTERCLASS COM MELISSA ALDANA MASTERCLASS WITH MELISSA ALDANA A saxofonista chilena radicada nos Estados Unidos conduz uma aula voltada a interessados com ou sem experiência na área, na qual fala sobre métodos de transcrição musical e escuta de gravações, dando dicas sobre como estruturar uma rotina de prática diária e ressaltando a diferença entre praticar para o desempenho no palco e praticar composição. A atividade é ministrada em língua inglesa, com tradução consecutiva para o português. Aldana is a Chilean saxophonist based in the United States and her class is geared at all those interested in the area, with or without experience. She will talk about musical transcription and listening to recordings methods and will also give tips on how to structure a daily practice routine, highlighting the difference between practicing to perform on stage and practicing composition. The class will be taught in English, with consecutive translation to Portuguese. 29/8 Sesc Sorocaba (Sala de Oficinas Workshop Room).
SESC – SERVIÇO SOCIAL DO COMÉRCIO Administração Regional no Estado de São Paulo Sesc – Social Service of Commerce Regional Administration of São Paulo State PRESIDENTE DO CONSELHO REGIONAL Chairman of the Regional Council Abram Szajman DIRETOR DO DEPARTAMENTO REGIONAL Regional Department Director Danilo Santos de Miranda SUPERINTENDENTES Assistant Directors Técnico-social Social Technician Joel Naimayer Padula Comunicação Social Social Communication Ivan Gianini Administração Adminsitration Luiz Deoclécio Massaro Galina Assessoria Técnica e de Planejamento Planning Technical Assistant Sérgio José Battistelli GERENTES Managers Ação Cultural Cultural Action Rosana Paulo da Cunha Estudos e Desenvolvimento Studies and Development Marta Colabone Saúde e Alimentação Health and Nutrition Maria Odete F. M. Salles Artes Gráficas Graphic Design Hélcio Magalhães Centro de Produção Audiovisual Audiovisual Production Center Silvana Morales Nunes Desenvolvimento de Produtos Products Develpment Évelim Lúcia Moraes Difusão e Promoção Publicity and Promotion Marcos Carvalho Digital Digital Gilberto Paschoal Relações com o Público Public Relations Milton Soares de Souza Contratação e Logística Hiring and Logistics Adriana Mathias Patrimônio e Serviços Property and Services Jair Moreira da Silva Junior Assessoria de Relações Internacionais International Affairs Aurea Leszczynski Vieira Gonçalves Araraquara Daniel Eiji Hanai Birigui Silvio Luis França Campinas Hideki M. Yoshimoto Centro de Pesquisa e Formação Andréa Nogueira Consolação Mariângela Abbatepaulo Jundiaí Celina Kunie Tamashiro Piracicaba Fábio José Rodrigues Lopes Pompeia Mônica Carnietto Ribeirão Preto Mauro César Jensen Sorocaba Cláudia de Figueiredo Vila Mariana Érika Mourão Trindade Dutra
SESC JAZZ Equipe Sesc Curadoria Curatorship Alcimar Mendes Frazão, Alexandra Linda, Alexandre Amaral, Aurea Leszczynski Vieira Gonçalves, Devanilson José Furlan, Fernando Oliveira Viana, Flávia Pereira Rabaça, Gilberto Paschoal, Giovana Moraes Suzin, Henrique Ramos Rubin, Ligia Moreira Morelli, Mônica Carnietto, Paulo Casalle, Pedro de Cillo Rodrigues, Sérgio Pinto, Thiago Freire, Thomas Veras Castro, Wagner Castro, Wagner Pallazzi Perez Coordenação Coordination Fernando Oliveira Viana, Flávia Pereira Rabaça Comunicação Communication Aline Ribenboim, Guilherme Barreto, Igor Cruz, Marina Reis Passagens Aéreas e Hospedagens Air Traffic and Accommodation Vanessa Ribeiro Alimentação Nutrition Marcia Drabek Artes Gráficas Graphic Design Gabriela Borsoi, Rogério Ianelli Publicação Digital Ana Paula Fraay Conteúdo Digital Digital Content Maria Luiza Maia de Souza, Juliana Ramos, Thais Amendola Desenvolvimento de Produtos Products Develpment Francisco Manoel Santinho, Claudia Giron Patrimônio e Serviços Property and Services Fábio Mattos, Ricardo Rosa Produção Audiovisual Audiovisual Production André Queiroz Relações Internacionais International Affairs Heloisa Pisani Identidade Visual Visual Identity Elaine Ramos Ilustrações Illustrations Sophia Martineck Produção de Textos Text Editing and Production Adriana Ferreira Silva
UNIDADES DO SESC SESC UNITS REALIZAÇÃO CAPITAL Centro de Pesquisa e Formação (CPF) Rua Dr. Plínio Barreto, 285 (11) 3254-5600 Sesc Consolação Rua Dr. Vila Nova, 245 (11) 3234-3000 APOIO Sesc Pompeia Rua Clélia, 93 (11) 3871-7700 Sesc Vila Mariana Rua Pelotas, 141 (11) 5080-3000 INTERIOR Sesc Araraquara BRASIL Rua Castro Alves, 1.315 – Quitandinha (16) 3301-7500 Sesc Birigui Rua Manoel Domingos Ventura, 121 (18) 3649-4730 Sesc Campinas Rua Dom José I, 270 (19) 3737-1500 Sesc Jundiaí APOIO INSTITUCIONAL Av. Antônio Frederico Ozanan, 6.600 (11) 4583-4900 Sesc Piracicaba Rua Ipiranga, 155 (19) 3437-9292 Embaixada da República
do Azerbaijão no Brasil Sesc Ribeirão Preto Rua Tibiriçá, 50 (16) 3977-4477
Teatro Municipal de Ribeirão Preto Praça Alto do São Bento, s/nº Sesc Sorocaba Rua Barão de Piratininga, 555 (15) 3332-9933
REALIZAÇÃO
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BRASIL
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Embaixada da República do Azerbaijão no Brasil
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Composto na fonte Circular e impresso em papel Gardapat Kiara 115g, com tiragem de mil exemplares, em agosto de 2018.
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