13-23 Junho 2019 June 13-23 2019
C4962 Circos: Festival Internacional Sesc de Circo / Sesc São Paulo, 148 p. – São Paulo: Sesc São Paulo, 2019. –148 p. 2019 – . il.: fotografias. bilíngue. (português/inglês). ISSN 2318-9940 13 a 23 Junho, 2019. Inclui Glossário 1. Circo. 2. Arte Circense. 3. Festival Internacional Sesc de Circo. 4. Catálogo. I. Subtítulo. II. Catálogo Circos, 2019. III. Serviço Social do Comércio. IV. Sesc São Paulo. CDD 792
O TEMPO E O ESPAÇO DE UMA PRESENÇA TIME AND SPACE OF A PRESENCE
O Sesc, entidade criada em 1946 com a missão expressa de colaborar para a qualidade de vida dos trabalhadores do comércio de bens, serviços e turismo, está presente em todos os estados do país para compreender as demandas regionais e oferecer sua contribuição no campo do bem-estar social. No estado de São Paulo, a excelência do trabalho é demonstrada pela conexão entre o que é propalado e o que é efetivamente entregue à população. Soma-se a esse requisito um elemento imprescindível: a constância na realização de atividades que servem como complementação das ações que estão a cargo do poder público e de instituições afins. Por meio da constância, o Sesc passou a fazer parte do cotidiano dos cidadãos, que enxergam nessa instituição uma referência em serviços de educação, cultura, esporte, alimentação e saúde, dentre tantos outros. 2
A realização da quinta edição do CIRCOS - Festival Internacional Sesc de Circo é uma ação na área da cultura que deve ser considerada em harmonia com os demais programas levados a cabo pelo Sesc. A conjugação de tais frentes de trabalho oferece um quadro representativo das ações e das responsabilidades sociais do empresariado do setor terciário em São Paulo. Temos, portanto, uma abrangência programática e estrutural, que oferece aos nossos públicos atividades pautadas pela diversidade e qualidade. E temos a permanência ao longo do tempo, dando consistência àquilo que se pratica diariamente e se conectando ao passado, ao presente e ao futuro. Essa orquestração permite que esse importante Festival seja realizado como parte de um projeto ampliado, cuja existência futura pode servir de lastro para o desenvolvimento da sociedade em que vivemos.
Sesc was created in 1946 with the explicit mission of improving the quality of life of workers in the trade, services and tourism sectors. It is present in all Brazilian states, in order to understand regional demands and offer its contribution to good social welfare. In the state of São Paulo, the excellence of the work is demonstrated by the connection between what is divulged and what is effectively delivered to the population. Added to this requirement is an essential element: constant conduction of activities that complement actions promoted by public entities and related institutions. Through such constancy, Sesc has become part of the everyday life of citizens, who see the organization as a reference in educational, cultural, sports, food and health services, among many others. The fifth edition of CIRCOS - Sesc International Circus Festival is a cultural activity that should be considered in harmony with the other programs carried out by Sesc. The combination of these work fronts provides a representative picture of the actions and social responsibilities of São Paulo’s business industry in the tertiary sector. We therefore have a programmatic and structural scope that offers our audiences activities based on diversity and quality. And we have permanence over time, giving consistency to what is practiced daily and connecting to the past, the present and the future. This orchestration allows this important festival to be carried out as part of an expanded project whose future existence can serve as a backbone for the development of the society in which we live.
ABRAM SZAJMAN PRESIDENTE DO CONSELHO REGIONAL DO SESC SÃO PAULO CHAIRMAN OF THE REGIONAL COUNCIL OF SESC SÃO PAULO
3
UNS MODOS DE ACROBACIA SOME ACROBATIC MODES
Num cotidiano repleto de surpresas, riscos e paradoxos, a realidade exige habilidades circenses. A topografia dos acontecimentos não é para amadores: há que se contorcer, equilibrar, por vezes fazer mágica, quase sempre rir de si mesmo. É como se o picadeiro se confundisse com o espaço urbano, no que isso tem de encantador e desafiante. Algo análogo ocorre com instituições dedicadas à cultura. Ao lidar com uma matéria maleável, tais instituições fazem malabarismos numa corda bamba, percorrendo um ambiente em fluxo, sem aprisioná-lo em esquemas simplificadores.
4
Vale pensar o circo como metáfora da ação em cultura. Considere-se, por exemplo, a capacidade dos profissionais circenses de ultrapassar a divisão entre linguagens artísticas, disposição que se notabiliza em espetáculos que mesclam musicalidade, capacidade física, expressão corporal, teatralidade, aspectos plásticos, dentre tantos outros traços. Observar esse exemplo pode implicar a compreensão do caráter orgânico da cultura, bem como da artificialidade de suas fronteiras.
A experiência do circo sugere outro elemento para inspirar a ação cultural: o trabalho coletivo. Ancorada, inicialmente, na tradição familiar, as metodologias de trabalho que destacam a cooperação e a polivalência permanecem válidas, valorizando diversos tipos de saberes e sublinhando a vocação de rede das dinâmicas culturais. O protagonismo individualizado cede lugar a uma concepção plural do fenômeno sociocultural, revelando uma vigorosa faceta política e ética. A crescente presença do circo na programação do Sesc, assim como a realização da quinta edição de CIRCOS - Festival Internacional Sesc de Circo, relacionam-se com esses apontamentos. Nesse caminho, o Sesc deixou-se progressivamente contaminar por ensinamentos circenses. Em 2019, o atravessamento de limites – na direção das outras artes, outros saberes, mais pessoas – ganha relevo. Mais do que uma opção estética, é um posicionamento na esfera das políticas culturais. Afinal de contas, a relevância das expressões artísticas reside nas conexões com as coisas do mundo, subvertendo fronteiras convencionalmente desenhadas, apostando no risco e na disponibilidade para o contágio.
With a daily routine that is full of surprises, risks and paradoxes, reality demands circus skills. The current topography of events is not for amateurs: you have to contort, balance, sometimes perform magic, and almost always laugh at yourself. It is as if the circus ring has merged with the urban space, bringing all its fascinating and challenging features. Something similar happens with cultural institutions. In dealing with malleable matter, these organizations juggle while walking on a tightrope, navigating a free flowing environment while not imprisoning it in simplifying schemes. It is worthwhile to think of the circus as a metaphor for cultural action. Consider, for instance, circus professionals’ ability to overcome the division between artistic languages, as it is notable in performances that combine musicality, physical ability, body expression, theatricality and aspects of the visual arts, among so many other traits. Observing this example may lead to an understanding of the organic character of culture, as well as the artificiality of its boundaries. The circus experience suggests a new element to inspire cultural action: collective work. Anchored initially on family tradition, working methodologies that rely on cooperation and multitasking remain valid, emphasizing different types of knowledge and the networking vocation of cultural dynamics. The individual protagonist gives way to a plural conception of the sociocultural phenomenon, revealing vigorous political and ethical facets. The growing presence of the circus in Sesc’s programming, including the fifth edition of CIRCOS - Sesc International Circus Festival, is associated with these developments. Along this path, Sesc has allowed itself to be progressively contaminated by circus teachings. In 2019, the crossing of boundaries - towards other arts, other knowledge, more people - gains prominence. More than an aesthetic option, it is a positioning within the sphere of cultural policies. After all, the relevance of artistic expressions lies in connection with worldly things, subverting conventionally drawn boundaries, taking risks and being open to contamination.
DANILO SANTOS DE MIRANDA DIRETOR DO SESC SÃO PAULO DIRECTOR OF SESC SÃO PAULO
5
08 CIRCO É... CIRCO
CIRCUS IS... CIRCUS
Lúcia Nascimento e Marina Zan
10 14
DESLOCAMENTOS DO CIRCO BRASILEIRO
DISPLACEMENTS OF BRAZILIAN CIRCUS
CIRCO EM REVOLUÇÃO
CIRCUS IN REVOLUTION Erica Stoppel
Lisa Gianetti e Rodrigo Matheus
30 78
ESPETÁCULOS INTERVENÇÕES
SUMÁRIO
SHOWS
112
PROGRAMAÇÃO DIA A DIA
DAILY SCHEDULE
ARTISTIC INTERVENTIONS
118
ENDEREÇO DAS UNIDADES
ADDRESSES
120 GLOSSÁRIO
GLOSSARY
LÚDICO, FANTASIOSO E POPULAR UNEM CIRCO E DANÇA CONTEMPORÂNEA
CIRCUS AND CONTEMPORARY DANCE ARE UNITED BY WHAT IS PLAYFUL, FANCIFUL AND POPULAR Fabio Cypriano
22 CIRCO, DIVERSIDADE DE VOZES E IDENTIDADES
26 CIRCO E MÚSICA, RESPEITÁVEL PÚBLICO
LADIES AND GENTLEMEN, CIRCUS AND MUSIC... Lívia Mattos
CIRCUS, A DIVERSITY OF VOICES AND IDENTITIES
Maria Carolina Vasconcelos Oliveira
94 108 110
ATIVIDADES FORMATIVAS
EDUCATIONAL ACTIVITIES
GIRO CRÍTICO
136 CONTATOS
CONTACT INFORMATION
CRITICS
CIRCOS NA REDE
CIRCOS ON THE WEB
140 SOBRE O SESC
ABOUT SESC
CONTENTS
18
CIRCO É... CIRCO CIRCUS IS... CIRCUS
Pensar um festival de circo contemporâneo é exercício que mescla experiências, memórias e conceitos, permitindo vislumbrar o que há de novo na cena artística. São muitas as etapas antes dos espetáculos serem apresentados, das atividades formativas propiciarem suas trocas de conhecimentos. A primeira dessas etapas é a curadoria que, neste ano, começou com diálogos entre a equipe do Sesc e um grupo de artistas brasileiros. Eles apresentaram suas inquietações sobre o fazer circense contemporâneo e contribuíram para aproximar ainda mais o trabalho da instituição do que é produzido Brasil afora. Nas quatro primeiras edições, o CIRCOS – Festival Internacional Sesc de Circo refletiu sobre temas caros à linguagem, como dramaturgia circense; risco e virtuose; caminhos do circo no Brasil; e conceitos de fronteira, como borda, centro e identidades. Para esta quinta edição, cabia-nos o desafio: quais as reflexões mais importantes para o momento atual? Afinal, o que é circo?
8
O conjunto de trabalhos selecionados aponta para uma cena complexa e em processo, representativa de uma das principais tendências contemporâneas. A música, o teatro, a dança, que sempre se relacionaram com o circo, hoje são pensados como elementos estruturantes de vários espetáculos, sendo fundamentais na produção brasileira e internacional. Vislumbramos, assim, novas possibilidades estéticas
que estimulam a criação a partir de mesclas, misturas, interdisciplinaridades: o circo para além de suas bordas. Para a abertura do Festival, por exemplo, selecionamos um espetáculo inglês que tem seu desenho de movimento inspirado em trabalhos da famosa coreógrafa alemã Pina Bausch. Nele, é marcante a sincronia entre elementos tipicamente circenses – como o malabarismo – e elementos do universo coreográfico. Entre os brasileiros, um dos trabalhos de palhaçaria incluídos na programação simula um filme mudo dos anos 1920, a partir de figurinos, maquiagem e efeitos de iluminação. Cria, assim, a ilusão de que o público está vendo um filme mudo ao vivo no palco. Esses são exemplos de uma tendência importante da produção atual: a integração do circo com outras linguagens é, sem dúvida, algo enriquecedor. O que é o circo, senão espaço de integração, em que todas as pessoas e todas as formas de arte são bem-vindas? A renovação do coletivo circense no mundo de hoje, assim, passa pela ação do circo de se abrir ainda mais: não só para receber quem deseja fugir com ele, mas para acolher saberes que ampliam sua denominação de maior espetáculo da Terra. Que o CIRCOS possa provocar encontros potentes entre públicos, artistas e obras, contribuindo para a instauração de novos coletivos – dentro e fora do picadeiro – e de muitos novos pensamentos sobre o fazer circense.
Planning a contemporary circus festival is an exercise that combines experiences, memories and concepts, to give us a glimpse of what’s new in this art scene. There are many stages before the shows are performed, before knowledge is shared in educational activities. Curatorship is the first of these steps. This year it began with a conversation between Sesc’s team and a group of Brazilian artists. They voiced their concerns about contemporary circus arts and helped bring the institution closer to what is currently being produced in Brazil. In its four previous editions CIRCOS - Sesc International Circus Festival explored themes that are relevant to the art form - such as circus dramaturgy; risk and virtuosity; paths for the circus in Brazil; and concepts associated with boundaries, such as the edge, the center, and identities. In our fifth edition we took on a challenge: what are the most important reflections right now? What is circus, after all? The body of selected works points to a complex and evolving scene, representative of one of today’s main artistic trends. Music, theater and dance, which have always been associated with the circus, are now regarded as structural elements of the shows, and have become fundamental in many Brazilian and international productions. We foresee new aesthetic possibilities that stimulate creation from such mixtures, combinations and interdisciplinary: the circus beyond its borders.
For the opening of the Festival, for example, we selected a British show whose gestural concept is inspired by the work of Pina Bausch, a famous German choreographer. This production displays striking synchronicity between typical circus acts - such as juggling - and choreographic elements. One of the Brazilian clowning performances included in the program simulates a 1920s movie, reproducing costumes, makeup and lighting effects and creating the illusion that the audience is watching a live silent film on stage. These are examples of an important trend: the integration of the circus with other artistic languages, which is undoubtedly enriching. What is the circus, if not a space for integration, where all people and all art forms are welcome? Renewing the circus community in the world today requires it to open up even more: not only to accommodate all who wish to run away with the circus, but also to include new knowledge that can expand its position as the greatest show on earth. We hope CIRCOS will promote a powerful gathering of audiences, artists and works, contributing to establish new collectives - in and out of the ring - as well as new thoughts about circus arts.
LÚCIA NASCIMENTO E MARINA ZAN
ASSISTENTES DE CIRCO DA GERÊNCIA DE AÇÃO CULTURAL DO SESC SÃO PAULO
CURADORIA CURATORSHIP
CIRCUS ASSISTANTS AT THE DEPARTMENT OF CULTURAL ACTION OF SESC SÃO PAULO
9
DESLOCAMENTOS DO CIRCO BRASILEIRO LISA GIANETTI E RODRIGO MATHEUS Verticalizar. Deslocar-se do mais alto ao mais profundo. Escalar, cavar. Uma das grandes proezas do circo é alcançar a verticalidade. Tão longe o artista está do chão, em saltos, em suspensão, tão alto estará o objeto da criação, a proeza, o que se consegue realizar ocupando esse espaço vertical. O circo aprofunda a pesquisa em técnicas circenses para alcançar a virtuose. Horizontalizar. Deslocar-se no plano de múltiplas linguagens, em múltiplas direções. Multidisciplinaridade. Aqui há muito movimento. Há deslocamentos do circo em direção à dança, à música, ao teatro, às artes visuais. Do picadeiro ao palco, à rua, ao hospital, à água. Aos bambus, às folhas de papel, a elásticos, à madeira. Em cada um desses pontos, os circenses verticalizam algum conhecimento para realizar 10 suas obras. Ainda que o Brasil não tenha um
espaço de formação em nível superior para o desenvolvimento de pesquisa e formação de mestres, uma esfera formal para verticalizar o conhecimento sobre o circo, buscamos espaço entre os pares da cena, o teatro e a dança, para produzir e sistematizar o conhecimento empírico de artistas e companhias. Aqui criamos o circo em condições cada vez mais precárias, mas continuamos o espetáculo, porque ele “tem sequência”. Nós, circenses, verticalizamos o domínio do movimento, mas verticalizamos pouco o conhecimento. O circo é muito realizado, mas pouco pensado. Vivemos um tempo em que valorizar o diálogo a partir da diversidade estética das obras é também uma possibilidade de testemunhar o retrato da diversidade cultural e valorizá-la. Na quinta edição do CIRCOS – Festival Internacional Sesc de Circo, observaremos o mundo a
partir da perspectiva de artistas de 20 países e diversos pontos do Brasil. Será uma bela oportunidade de deslocar-se no horizonte. Afirmamos essa diversidade estética como um valor e entendemos que nós, realizadores do circo, devemos também abraçar a escrita, o estudo, a palavra e o pensamento. Por isso as atividades formativas do CIRCOS buscam verticalizar a reflexão sobre o espaço da direção e da dramaturgia, cada vez mais responsáveis pela potência das obras contemporâneas. Discutiremos como os diretores, dramaturgos e artistas circenses vêm traduzindo “truques”, proezas – células fundamentais da linguagem –, exercitando entendimentos das metáforas propostas e situando suas obras na história do circo. Outro eixo vertical é a crítica em circo. Ela tem a função de compreender e “traduzir” as obras ao público em geral, por meio da análise das obras, colaborando com o entendimento do que se faz hoje no circo brasileiro. A crítica nos põe em perspectiva com nosso tempo e com a história da arte e essa perspectiva permite que a linguagem avance. Para os pequenos e grandes com espíritos curiosos, cinco laboratórios permitirão uma introdução às técnicas e princípios que envolvem as artes do circo, de forma lúdica e criativa. São onze dias de oportunidades para pensar, escrever, questionar, experimentar, provocar, criar relações, colocar-se em perspectiva, em xeque. Assim estimulamos nosso crescimento em múltiplas direções.
Lisa Gianetti é educadora cultural na Fábrica de Cultura Itaim Paulista, do Catavento Cultural, onde dá aulas de circo para crianças, jovens e adultos. Foi orientadora corporal da performance Movacidade para a 11ª Bienal de Arquitetura de São Paulo. Dirigiu a montagem da Festa do Circo no Liceu Pasteur de São Paulo, com mais de 400 crianças em cena. Foi curadora de circo da Casa de Cultura e Cidadania, iniciativa social para crianças e jovens; orientadora artístico-pedagógica da Cia Cênica Aruanã; membro da equipe de coordenação e arte educadora da Cooperação Criativa, que integrava narrativas de histórias, artes circenses e artes visuais.
Rodrigo Matheus é fundador e diretor artístico do Circo Mínimo. Formado em artes circenses pelo Circo Escola Picadeiro de São Paulo e pela escola Fool Time Circus Arts de Bristol (Inglaterra), fez mestrado em artes cênicas sobre o circo contemporâneo brasileiro, na Unesp (Universidade Estadual Paulista). Foi um dos idealizadores, fundadores e diretores da Central do Circo e do Cefac (Centro de Formação Profissional em Artes Circenses). Como diretor de espetáculos circenses, fez trabalhos para o Nica (National Institute of Circus Arts), em Melbourne (Austrália), e o Circus Space, em Londres (Inglaterra), entre outros. É também professor de técnicas circenses e práticas relacionadas ao circo contemporâneo.
11
DISPLACEMENTS OF BRAZILIAN CIRCUS LISA GIANETTI E RODRIGO MATHEUS To verticalize. To move from the highest to the deepest. To climb, to dig. One of the great feats of the circus is to achieve verticality. The artist is far from the ground, in jumps, in suspension. The object of creation, the stunt, is so high, and this can be achieved by occupying this vertical space. The circus conducts in-depth research in circus techniques in order to reach virtuosity. To horizontalize. To move in a multi-language plane, in multiple directions. Multidisciplinary. There’s a lot of movement here. There are shifts from the circus towards dance, music, theater, visual arts. From the arena to the stage, to the street, to the hospital, to the water. Bamboo, paper sheets, elastics, wood. At each of these points, the circus verticalizes some knowledge to create its work. Although Brazil doesn’t have a higher education space for the development of research and training of masters, a formal space to verticalize the knowledge about the circus, we seek space among its scenic pairs, theater and dance, to produce and to systematize the empirical knowledge of artists and companies. Here we create the circus in increasingly precarious conditions, but the show goes on, because it “has sequence”.
12
We, circus performers, verticalize movement, but don’t verticalize enough knowledge. The circus is widely performed, but little thought is given to it.
We are living in times when valuing dialogue based on the aesthetic diversity of the work also represents a chance to witness cultural diversity and to value it. In the fifth edition of CIRCOS - Sesc International Circus Festival we will see the world from the perspective of artists from 20 countries and several spots in Brazil. It will be a great opportunity to expand our horizons. We affirm this aesthetic diversity as a value and understand that we, circus performers, must also embrace writing, studying, word and thought. That is why the educational activities of CIRCOS 2019 seek to verticalize reflections about the space of direction and dramaturgy, as these roles become increasingly responsible for the power of contemporary pieces. We will discuss how directors, playwrights and circus artists have been translating “tricks”, stunts - fundamental cells of the language -, exercising the understanding of the proposed metaphors and positioning their works in circus history.
Another vertical axis is circus criticism. It aims to understand and “translate” the works to the general public, by analyzing the performances and building an understanding of what is being done in the Brazilian circus today. Critics place us in perspective with our times and with art history and this perspective allows the language to advance. To those young and old with curious spirits, five labs will offer an introduction to the techniques and principles that surround the circus arts, in a playful and creative way. These eleven days are an opportunity to think, write, question, experiment, provoke, create relationships and put yourself in perspective, in check. This stimulates our growth in multiple directions.
Lisa Gianetti is a cultural educator at Fábrica de Cultura Itaim Paulista, at Catavento Cultural, where she teaches circus lessons to children, teenagers and adults; She was a body trainer for the performance Movacidade at the 11th São Paulo International Architecture Biennial; She directed Festa do Circo at Liceu Pasteur de São Paulo, with over 400 children in scene; She was Circus Curator of Casa de Cultura e Cidadania, a social initiative for children and young adults; She was an artistic and pedagogical advisor for Cia Cênica Aruanã; She was a member of the coordinating team and art educator at Cooperação Criativa, which combined storytelling, circus arts and visual arts;
Rodrigo Matheus is the founder and artistic director of Circo Mínimo. He graduated in Circus Arts at São Paulo’s Circo Escola Picadeiro and Fool Time circus arts in Bristol (England). He holds a Master’s degree in performing arts from Unesp (Universidade Estadual Paulista), with research on the contemporary circus in Brazil. He was one of the founders, creators and directors of Central do Circo and of Cefac (Centro de Formação Profissional em Artes Circenses). His work as director of circus performances includes pieces for Nica (National Institute of Circus Arts), in Melbourne (Australia) and Circus Space, in London (England), among others. He is also an instructor of circus techniques and practices related to contemporary circus.
13
CIRCO EM REVOLUÇÃO ERICA STOPPEL
Nos últimos 30 anos, o circo tem nos surpreendido com seu crescimento em muitas direções. A proliferação de espaços de ensino e, em consequência, de novos atores da cena circense, tem incrementado uma cadeia de produção que inclui criação de espetáculos, inovações técnicas, produção teórica e aproximação com diversas modalidades esportivas, mas, sobretudo, produção de linguagem. É eloquente o número de espetáculos criados por sujeitos e coletivos que se preocupam com a escrita da obra e com seus possíveis efeitos sociais. A produção atual tem espetáculos com discursos poéticos, de naturezas muito distintas das referências circenses de pouco tempo atrás. O circo parece viver uma revolução ontológica, na qual se põem novamente em questão os paradigmas da sua própria identidade. Não por acaso, frequentemente nos perguntamos: isso é circo ou dança, circo ou teatro, número ou 14 performance, malabares ou artes plásticas?
Talvez estejamos diante do nascimento de um novo gênero. Circo de criação? Circo-performance? Circo-dança? Circo-teatro? Na cena circense atual, há uma intensa interface com outras linguagens, o que faz pensar no grau em que essas linguagens se articulam. O circo é e foi de fato um campo pluridisciplinar, não só pela variedade de técnicas e conhecimentos que envolve, mas pela integração de outras linguagens artísticas presentes no espetáculo como a música, a dança, o teatro, a cenografia, a iluminação etc. Isso não é novo. Historicamente, o circo ampliou os limites de sua diversidade, alimentou-se do convívio entre diferentes domínios artísticos e continua sua natureza inventiva voraz. Mas o fazer interdisciplinar, que diz respeito à transferência de métodos de uma disciplina para outra, parece aproximar-se ainda mais dos tipos de relação que observamos hoje nas
criações circenses. Já não se trata da soma e da interação de elementos de diferentes linguagens, mas de uma transferência de procedimentos de uma linguagem para outra.
sidade expressiva circense inclui tanto a voz como o gesto. Mas, se o circo pode incorporar tudo o que deseja a fim de comunicar, o que define sua própria essência?
Hoje, vemos cenas, números e espetáculos que se configuram a partir de princípios oriundos da dança, como repetição, escrita com frases de movimentos, detalhamento do gesto, precisão rítmica, aprofundamento do gesto coreográfico. Vemos também obras que emprestam procedimentos das artes plásticas, como criações a partir da luz, de contrastes, de figura e fundo ou do estudo das cores, para dar alguns exemplos.
Será que, na condição de linguagem, o circo é capaz de, como o teatro, comunicar temas tão amplos como os que expõe a própria literatura dramática?
O circo dito contemporâneo concebe o gesto como unidade mínima da linguagem circense. Não mais o número, a ação ou a figura, mas o gesto, o movimento que contém uma carga expressiva. O que poderia então definir o gesto circense? Seu caráter acrobático, virtuoso, grotesco, a realização da proeza? Para a dramaturga belga Bauke Lievens, o que se expressa hoje no trabalho de muitos circenses não é a velha visão de maestria, proeza ou superação do homem frente à natureza, mas talvez uma compreensão da ação humana que é fundamentalmente trágica. Para ela, o que aparece em cena é uma batalha com um adversário invisível, na qual o objetivo não é vencer, mas resistir e não perder. O circo seria, ao mesmo tempo, a promessa de tragédia e a tentativa de escapar dela, o que tornaria o artista de circo um herói trágico. Sem dúvida, a reflexão se aplica a muitos casos, o que nos leva a pensar que essa construções falam de algum modo de uma problemática intrínseca a seu próprio fazer. Por um lado, as imposições da linguagem parecem estabelecer limites técnicos para comunicar sentidos complexos como os alcançados pela palavra. Mas, por outro, o circo não está restrito ao uso do verbo, já que a diver-
Voltamos à ideia de revolução. Muitos circenses partilham da necessidade de transformar parâmetros e paradigmas dessa linguagem que se quer tão ampla e tão diversa. A inovação e a criatividade exigem que tanto os artistas circenses como os produtores, programadores, educadores, agentes culturais, patrocinadores, gestores públicos e até a plateia permitam que o circo se aventure em terrenos desconhecidos. Numa época em que se questionam os valores da cultura, o circo precisa fomentar o debate, duvidar da cópia, abrir as portas para habitar terras estrangeiras e aceitar a diversidade para contribuir com a função crítica da arte.
Erica Stoppel é artista circense e pesquisadora radicada em São Paulo desde 1992. É mestra em artes da cena pelo Instituto de Artes da Cena da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e licenciada em atuação pela UNA (Universidad Nacional de las Artes), de Buenos Aires, Argentina. É cofundadora do Circo Zanni (2004), do Piccolo Circo Teatro de Variedades (2013) e da Cia das Rosas (2017). Criou com Ziza Brisola a Companhia Linhas Aéreas em 1999 e foi cofundadora da Companhia Nau de Ícaros em 1993. Criou também a Central do Circo, que atuou em São Paulo de 1999 a 2003. É autora de “Manual de trapecio fijo - técnica en las artes del circo” (Buenos Aires, Libros UNA, 2018) e de “Trapézio Fixo - material didático” (2010), disponível em circonteudo.com/livraria/ trapezio-fixo.
15
CIRCUS IN REVOLUTION ERICA STOPPEL
Over the last 30 years, the circus has surprised us with its growth in multiple directions. The proliferation of educational spaces and, consequently, new actors in the circus scene, has enhanced a production chain that includes the creation of shows, technical innovations, theoretical production and the approximation to various sports - but, above all, the advancement of the language. A remarkable number of performances created by subjects and collectives are concerned with the writing of the work and its potential social effects. Circus production today delivers shows with poetic discourses that are very different in nature from the circus references of not long ago. The circus seems to be going through an ontological revolution, in which the paradigms of its own identity are once again being questioned. It is no coincidence that we often ask ourselves: is this circus or dance, circus or theater, is it performance, juggling or visual arts? Perhaps we are witnessing the birth of a new genre. Concept circus? Performing art circus? Dance circus? Theater circus? The current circus scene is in intense interchange with other languages, which makes us ponder the degree to which these languages are cross articulated.
16
The circus is and has been a pluri-disciplinary field, not only for the variety of techniques and knowledge involved in it, but also thanks to the integration of other artistic languages such as music, dance, theater, set design, lighting design, etc. This isn’t new. Historically, the circus has expanded the limits of its diversity and fed on the coexistence of different artistic domains. It goes on with its voracious inventive nature. But the interdisciplinary collaboration, that is, the transference of methods from one discipline to another, seems to come even closer to the kinds of relationships we observe today in circus productions. It is no longer the incorporation and exchange of elements from different art forms, but rather a transference of procedures from one language to another. Today, we see scenes, acts and shows that are shaped by the principles of dance, such as repetition, gestural phrases, detailed movement, rhythmic precision, in-depth choreographic expression, and even works that borrow the processes of visual arts, such as light, contrast, figure-ground and the study of colors, to name a few. Overall it is safe to conclude that the circus is opening itself to creative procedures that seek new narratives.
The so-called contemporary circus conceives gesture as the smallest unit of its language. It is no longer the act, action or character, but the gesture that contains an expressive charge. What, then, could define the circus gesture? Is it the acrobatic, virtuous and grotesque, the achievement of stunts? Belgian playwright Bauke Lievens believes that the work of many circuses today doesn’t express the old idea of man’s mastery, feats or ability to overcome of nature, but perhaps an understanding of fundamentally tragic human actions. For her, what is revealed is a battle with an invisible opponent, where the goal isn’t to win, but to resist and not to lose. The circus is at once a promise of tragedy and an attempt to escape it, which makes its performer a tragic hero. This reflection undoubtedly applies to many cases, which makes us think that these constructions speak of an intrinsic problem of its own doing. On the one hand, the impositions of the language seem to establish technical limits to communicate complex meanings like those expressed by words, but, on the other hand, the circus isn’t restricted to the use of speech, as its expressive diversity includes both voice and gesture. But if the circus can incorporate everything it wishes to communicate, what defines its own essence?
Erica Stoppel is a circus artist and researcher based in São Paulo since 1992. She holds a Master’s degree in Performing Arts from Unicamp’s Performing Arts Institute (State University of Campinas) and a BA in Acting from UNA (Universidad Nacional de las Artes), Buenos Aires, Argentina. She is co-founder of Circo Zanni (2004), Piccolo Circo Teatro de Variedades (2013) and Cia das Rosas (2017). She created Companhia Linhas Aéreas with Ziza Brisola in 1999 and was co-founder of Companhia Nau de Ícaros in 1993. She also created Central do Circo, active in São Paulo from 1999 to 2003. She is the author of Manual de trapecio fijo - técnica en las artes del circo (Buenos Aires, Libros UNA, 2018) and Trapézio Fixo - material didático (2010), available at circonteudo.com/livraria/ trapezio-fixo.
Could the circus as a language, and like the theater, communicate themes as all encompassing as those explored by dramatic literature? We return to the idea of a revolution. Many circuses share the need to transform the parameters and paradigms of this language, wishing to be all-inclusive and diverse. Innovation and creativity require that circus artists as well as producers, programmers, educators, cultural agents, sponsors, public managers and even the audience allow the circus to venture into unknown terrain. At a time when the value of culture is being questioned, the circus must foster debate, question the facsimile, open its doors to foreign lands, and accept diversity in order to contribute to the critical function of art.
17
LÚDICO, FANTASIOSO E POPULAR UNEM CIRCO E DANÇA CONTEMPORÂNEA FABIO CYPRIANO
A renovação do circo nas últimas décadas vem se dando, em grande parte, por conceder maior espaço à dança, consolidando uma relação já há muito existente, mas que tem se potencializado de forma significativa. Coreografias sempre estiveram presentes nas artes circenses como estratégia de encenação, mas nas últimas décadas elas vêm tomando papel preponderante, às vezes isoladamente, às vezes mescladas com outras técnicas, como as acrobacias. Esse espaço crescente tem muito a ver não só com a erradicação dos números com animais selvagens, mas com a própria afirmação da relação entre 18 dança e circo.
Tem sido comum essa relação em ambas as vias. Importantes coreógrafos como o francês Philippe Decouflé, responsável pela abertura dos Jogos Olímpicos de Inverno (1992) e pela peça Iris (2011) para o Cirque du Soleil, e o sérvio Josef Nadj montaram espetáculos com forte referência no universo do circo. Não por acaso, ambos estudaram com o mímico francês Marcel Marceau. No Brasil, a coreógrafa Deborah Colker destaca-se como a mais intensa impulsionadora desta relação com o circo: sua ocupação do palco sai dos limites da horizontalidade para escalar paredes com efeitos acrobáticos, indo assim além do movimento tradicional. Ela foi a primei-
ra mulher, aliás, a dirigir um espetáculo para o Cirque du Soleil, Ovo, em 2009, que circulou pelo Brasil agora em 2019. Se duas citações ao Cirque du Soleil, criado em 1984, já foram feitas ao logo deste texto, elas ocorrem pela importância que o grupo exerceu na reinvenção da linguagem circense e por se tornar uma referência importante da aproximação com a dança contemporânea, que sempre buscou o grande público através de estratégias de ampliação do repertório do movimento. Ao invés dos gestos clássicos, também foi incorporado à dança andar, correr ou nadar, como ocorre em muitas peças da coreógrafa alemã Pina Bausch, para dar um exemplo. Bausch, que iniciou sua carreira nos anos 1970, foi uma das fundadoras da dança contemporânea justamente ao misturar à tradição elementos da cultura popular.
Fabio Cypriano é doutor em comunicação e semiótica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, com pós-doutorado pela USP, com a pesquisa “A Bienal e a elite de São Paulo”. É coordenador do curso de Jornalismo na PUC-SP, onde também é professor na pós-graduação e na graduação. Integra o conselho editorial das revistas South as a State of Mind (Grécia) e ARTE! Brasileiros e é co-autor de Histórias das Exposições, Casos Exemplares (EDUC, 2016) e autor de Pina Bausch (Edições Sesc, 2018), entre outros.
Enquanto nas cortes francesas a dança sempre exerceu um papel de validação do poder e reforço das regras de civilização, o circo foi sempre sua antítese: o espaço do lúdico, do fantasioso e do popular. São justamente essas três marcas que tantos coreógrafos contemporâneos como Bausch buscaram e buscam ao se inspirar no circo. E transformar a banalidade dos gestos do cotidiano em magia é uma das chaves importantes dessa tríade. O que o compositor Richard Wagner buscava na ópera, com a proposta da “obra de arte total” (gesamtkunstwerk), unindo dança, música, canto, teatro e artes visuais, de certa forma sempre esteve presente no circo, mas fugindo da ótica da chamada cultura erudita. Assim, o que o circo vem trazendo para a dança nos últimos 50 anos é a capacidade de se comunicar diretamente com o público por meio de efeitos que variam entre diversão, perigo, emoção e drama. Justamente por ter conseguido se apropriar desses elementos, agora é a dança que adentra o circo, reforçando um diálogo que só tende a crescer.
19
CIRCUS AND CONTEMPORARY DANCE ARE UNITED BY WHAT IS PLAYFUL, FANCIFUL AND POPULAR FABIO CYPRIANO The renewal of circus in recent decades has happened, to a great extent, because it has given more space to dance, consolidating a long-existing relationship that was significantly enhanced. Choreographies have always been present in circus arts as a scenic strategy, but in recent decades they assumed an influential role, sometimes in isolation, sometimes mixed with other techniques, such as acrobatics. This growth has as much to do with the eradication of wild animal acts as with the very affirmation of the connection between dance and circus.
20
This relationship often goes both ways. Important dance professionals, such as French choreographer Philippe DecouflĂŠ, responsible for the opening ceremony of the 1992 Winter Olympics and the play Iris (2011) for Cirque du Soleil, and Serbian national Josef Nadj have shows that draw extensively from the circus uni-
verse. It is no coincidence that both studied with French mime Marcel Marceau. In Brazil, choreographer Deborah Colker stands out as the most powerful driver of this relationship with the circus: her presence on stage goes beyond the limits of horizontality, climbing walls with acrobatic effects and expanding traditional gestures. She was also the first woman to direct a show for Cirque du Soleil: Ovo, in 2009, which toured Brazil earlier this year. Cirque du Soleil, founded in 1984, is mentioned twice in this piece because of the importance it has in the reinvention of the circus language, as well as its effective closeness with contemporary dance, while seeking to reach the general public through strategies that expand the repertory of movement. Instead of classic gestures, it has incorporated walking, running or swimming into dance, as in many pieces by German choreographer Pina
Bausch, for example. Bausch, who began her career in the 1970s, was one of the founders of contemporary dance precisely because she combined traditional dance with elements of popular culture. While in the French courts dance was used to validate power and reinforce the rules of civilization, the circus was always the antithesis of this: a space for what is playful, fanciful and popular. These are the very three features sought by many contemporary choreographers, such as Bausch, while being inspired by the circus. And turning the banality of everyday gestures into magic is an important key to this triad. What composer Richard Wagner wanted for opera with the gesamtkunstwerk (“total art work”) concept, bringing together dance, music, singing, theater and visual arts, has always been present in the circus, in a way, but not from the perspective of so-called erudite culture. Thus what the circus has brought to dance in the last 50 years is the ability to communicate directly with the audience through effects that convey playfulness, danger, excitement, and drama. And dance is now incorporated in the circus precisely because it has succeeded in appropriating these elements, boosting a dialogue that should only grow.
Fabio Cypriano holds a Ph.D. in Communication and Semiotics from Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, with a postdoctoral degree from USP, for the research “A Bienal e a elite de São Paulo”. He is the coordinator of the Journalism track at PUC-SP, where he also teaches graduate and undergraduate courses. He is on the editorial board of the magazines South as a State of Mind (Greece) and ARTE! Brasileiros, co-author of Histórias das Exposições, Casos Exemplares (EDUC, 2016) and author of Pina Bausch (Edições Sesc, 2018), among other works.
21
CIRCO, DIVERSIDADE DE VOZES E IDENTIDADES MARIA CAROLINA VASCONCELOS OLIVEIRA Em 2011, a revista francesa Stradda, que trata de circo e artes de rua, trouxe um interessante dossiê sobre “arte no feminino”. O texto apontava uma saída de cena metafórica de figuras como a assistente do mágico ou “a esposa do dono do circo que desfila sobre um elefante” para, a partir de exemplos europeus, apresentar produções circenses contemporâneas de autoria de mulheres e que fogem dos estereótipos associados ao feminino. Sendo uma realizadora e pesquisadora do circo dito contemporâneo, admito que não me sentiria confortável em julgar as abordagens de gênero do circo clássico somente a partir da observação de suas práticas cênicas, sem considerar o contexto histórico das produções e a trajetória social dos artistas. No entanto, também não é possível ignorar que certas representações da cultura patriarcal vêm operando, historicamente, em diversos elementos narrativos do circo. Além disso, em outras áreas como o teatro ou a música, discussões sobre identidades de gênero já vêm sendo realizadas há mais tempo e assumem uma complexidade maior – por exemplo, a discussão sobre identidades de gênero não normativas e uma cena queer já são mais estabelecidas. A relação mulher e circo definitivamente não é simples. De um lado, ainda hoje figuram em cena uma série de imaginários estereotipados 22 – mulheres sendo postas para encenar certas
representações associadas ao que se entende por “feminino” e por “beleza” (normalmente por meio da reprodução de gestuais “suaves” ou “sedutores”), ou compondo cenas como assistentes, ou emprestando seus corpos como enfeites em situações em que o protagonismo está com o homem etc. De outro lado, como lembra Janet Davis (2011), ao imaginário do circo também estão coladas representações de liberdade, poder e não conformidade (estética, física e de modos de vida), que transbordam também para as “mulheres do circo”, contrariando as narrativas mais tradicionais de submissão e fragilidade. Erminia Silva (1996), a partir do contexto brasileiro, mostra como as mulheres sempre assumiram diversos papéis na manutenção do modo de vida do circo-família, em que o trabalho tem um caráter coletivo e comunitário. A atuação das mulheres inclui tarefas que se expandem para muito além da esfera doméstica (construída como o “lugar da mulher” na narrativa convencional burguesa), envolvendo diversos tipos de trabalho que também são partilhados com os homens, como confecção e montagem de aparelhos, figurinos e cenários; cuidado de animais; transmissão de conhecimentos e habilidades para as gerações mais novas etc. E, sobretudo, como mostra Silva, a mulher no circo “desde que nasce, vai ser preparada para realizar uma atividade que requer mais
que o cumprimento de sua jornada de trabalho como mãe e doméstica: ela será uma artista de circo à noite” (ibidem, pp. 58-9). Ainda assim, a autora pondera que a estrutura do circo-família não foge do modelo de funcionamento mais geral do regime patriarcal, o que reforça a ideia de que se trata de uma relação contraditória e complexa. Mas, afinal, por que é importante diversificar as narrativas construídas a partir do ponto de vista masculino e heteronormativo no circo e nas artes? Para além da justificativa política mais geral da igualdade de gêneros, esse tema também reverbera na questão da diversidade de expressões culturais e artísticas, hoje entendida como um pressuposto importante da ação cultural. Se as obras de arte refletem suas condições de produção, a diversidade (ou a falta dela) de vozes dentro das classes artísticas certamente reflete numa diversidade (ou na falta dela) nos temas e estéticas abordados em cena. Quanto maior a pluralidade de narrativas, subjetividades e possibilidades de existência, mais rica a produção artística. Observando o contexto atual, parece que a cena circense de São Paulo está vivendo um momento de transformações importantes. Além do aumento de projetos propostos por mulheres nos editais estaduais e municipais, vemos também a emergência de companhias conduzidas por mulheres e/ou que abordam o tema das identidades de gênero e até mesmo uma cena queer começando a tomar forma. Vemos também uma proliferação de eventos e encontros produzidos por mulheres, numa reivindicação de emancipação também nos modos de produção. Vale mencionar que, no Brasil, a palhaçaria feminina e a cena das artes de rua têm protagonismo nesse movimento, que hoje se desdobra num universo pungente de cabarés femininos. Um próximo passo importante, a meu ver, seria diversificar os discursos e temáticas presentes nos trabalhos feitos por mulheres, para evitar
classificações como “arte feminina”, construídas como um estilo estereotipado – algo que já aconteceu na passagem para o século XX no contexto das artes visuais. Nesse sentido, valeria pensar no absurdo que soaria uma categoria “arte masculina”. Assim como os homens estão aptos a refletir, em cena, sobre todos os temas imagináveis e a mobilizar todas as referências estéticas e poéticas disponíveis, as mulheres também não precisam ficar restritas a temas e abordagens entendidos como “femininos”. Que sigamos no caminho de construir narrativas de gênero plurais e diversificadas no circo!
DAVIS, Janet (2011). “Brazen, Bare, Beautiful and Bearded: Circus Women and the Making of Modernity”. In: KRALJ, Ivan (ed) (2011). Women & Circus. Croácia: Mala performerska scena. SILVA, Erminia (1996). “O circo: sua arte e seus saberes. O circo no Brasil do final do século XIX a meados do XX”. Dissertação de mestrado. Departamento de História do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Estadual de Campinas. STRADDA (2011). “Un cirque d’un nouveau genre”. In: Stradda: le magazine de la création hors les murs. Número 21, julho de 2011.
Maria Carolina Vasconcelos Oliveira é artista circense e socióloga. Tem formação básica em dança; formação livre em circo com professores brasileiros (nas escolas Picadeiro, Academia Brasileira de Circo e Galpão do Circo) e estrangeiros (como Aimée Hancock no NECCA, EUA); mestrado e doutorado em sociologia pela FFLCH-USP. Aerialista há mais de 15 anos, fundou núcleos como Desastre e A Penca e colabora com outras companhias como intérprete, diretora e preparadora. Orienta oficinas de técnicas aéreas e ateliês de criação (Centro Cultural da Juventude e Tendal da Lapa), desenvolve pesquisas na área de cultura e artes (Cebrap) e foi docente em cursos como a pós-graduação em Cultura e Globalização (Escola de Sociologia e Política) e em Gestão Cultural (Senac). É coautora de Cultura e Participação: a experiência da III Conferência Municipal de Cultura de São Paulo e Políticas Públicas de Cultura. 23
CIRCUS, A DIVERSITY OF VOICES AND IDENTITIES MARIA CAROLINA VASCONCELOS OLIVEIRA
The French magazine Stradda, which covers circus and street arts, offered an interesting dossier on “art in the feminine” in 2011. The text pointed to a metaphorical departure from figures such as the magician’s assistant or “the circus owner’s wife who parades on an elephant” to, drawing from European examples, contemporary circus work authored by women who don’t match feminine stereotypes. As a director and researcher of the so-called contemporary circus, I admit I wouldn’t feel comfortable judging genre relations in classical circus by observing only its scenic practices, without considering the historical context of productions and the social trajectory of the artists. At the same time, it is impossible to ignore that certain representations of patriarchal culture operated, historically, in various narrative elements of the circus. In addition, discussions of gender identities have been held for a longer period of time and taken on greater complexity in other areas, like the theater or music - such as the discussion of non-normative gender identities and a more established queer scene. The relationship between women and circus is anything but simple. On the one hand, some stereotyped imaginaries are still in scene - women compelled to perform representations of “femininity” and “beauty” (usually through the reproduction of “soft” or “seductive” gestures), or appearing as assistants, or lending their bodies as ornament in situations where men are the protagonists, etc. On the other hand, as Janet Davis (2011) reminds us, circus imagery is also associated with representations of freedom, power and nonconformity (in terms of aesthetics, physicality and lifestyle), and these also reach “circus women”, contradicting the traditional narratives of submission and fragility.
24
In the Brazilian context, Erminia Silva (1996) demonstrates how women have always played different roles in the circus-family way of life, where work has a collective and communal character. Such women are involved in tasks that expand far beyond the domestic sphere (constructed as “women’s place” in the conventional bourgeois narrative), including several jobs shared with men, such as creating and assembling apparatus, costumes and props; caring for animals; sharing knowledge and skills with younger generations, etc. And above all, as Silva shows, circus woman “from the moment she is born, will be prepared to perform an activity that requires more than fulfilling her work journey as mother and homemaker: she will be a circus performer at night” (ibid., pp. 58-9). Nevertheless, the author ponders that the circus-family structure does not escape the model of the general patriarchal regime, which reinforces the idea that this is a contradictory and complex relationship. But, after all, why is it important to diversify narratives constructed from a masculine and heteronormative viewpoint in the circus and in the arts? Beyond the general political justification of gender equality, this theme also touches on the issue of diversity in cultural and artistic expressions, now understood as an important postulate of cultural action. If works of art reflect the conditions in which they were produced, the diversity (or lack thereof) of voices in the artistic class is certainly reflected in the diversity (or lack thereof) of the themes and aesthetics dealt with in scene. The greater the plurality of narratives, subjectivities and possibilities of existence, the richer the artistic production. Looking at the current context, it seems that São Paulo’s circus scene is going through a moment of important transformations. In addition to an increase in projects
proposed by women who apply for state and municipal grants, we also see the emergence of women-led companies and/or companies that address the issue of gender identities, while a queer scene is beginning to take shape. We also see a proliferation of events and meetings produced by women, in a demand for emancipation in the modes of production. It is worth mentioning that, in Brazil, women’s clowning and street art scene play a key role in this movement, which is now unfolding into an impressive universe of female cabarets. An important next step, in my view, would be to diversify the discourses and themes present in the works created by women, to avoid classifications such as “female art”, constructed in a stereotyped style - as what happened in the turn of the twentieth century in the context of the visual arts. In this sense, it is helpful to think of the absurdity of a “male art” category. Just as men are able to approach every conceivable subject in scene and to employ all available aesthetic and poetic references, women don’t need to be restricted to themes and approaches that are understood as “feminine”.
Maria Carolina Vasconcelos Oliveira is a circus artist and sociologist. She has basic training in dance; circus training with Brazilian teachers (at the schools Picadeiro, Academia Brasileira de Circo and Galpão do Circo) as well as instructors abroad (such as Aimée Hancock at NECCA, USA); She holds Master’s and Doctoral degrees in sociology from FFLCH-USP. An aerialist for over 15 years, she founded various artistic groups, such as Desastre and A Penca, and collaborates with other companies as an interpreter, director and trainer. She leads workshops and creative ateliers on aerial techniques (Centro Cultural da Juventude and Tendal da Lapa), develops research on culture and arts (Cebrap) and has taught postgraduate courses on subjects such as Culture and Globalization (School of Sociology and Politics) and Cultural Management (Senac). She is co-author of Cultura e Participação: a experiência da III Conferência Municipal de Cultura de São Paulo and Políticas Públicas de Cultura.
May we continue on the path to building plural and diversified gender narratives in the circus!
DAVIS, Janet (2011). “Brazen, Bare, Beautiful and Bearded: Circus Women and the Making of Modernity”. In: KRALJ, Ivan (ed) (2011). Women & Circus. Croatia: Mala performerska scena. SILVA, Erminia (1996). “O circo: sua arte e seus saberes. O circo no Brasil do final do século XIX a meados do XX”. Masters dissertation. Department of History of the Institute of Philosophy and Human Sciences of the State University of Campinas. STRADDA (2011). “Un cirque d’un nouveau genre”. In: Stradda: le magazine de la création hors les murs. Number 21, July 2011.
25
CIRCO E MÚSICA, ´ RESPEITAVEL ´ PUBLICO LÍVIA MATTOS Afinal, existe circo sem música? Considerando a história da relação inventiva, complexa e dinâmica entre circo e música; considerando que o silêncio é música, grávido de possibilidades de escuta e paisagens sonoras; considerando que a emissão de sons provocada por respiros e passos é trilha, é difícil conceber a arte circense sem o diálogo com a música. O circo se caracteriza pelo hibridismo artístico, que agrega diversos saberes, estabelecendo-se como um “espaço de construção de singularidades”, como coloca a historiadora Ermínia Silva (1996), e mesmo como um “desinibido espaço de apropriações simbólicas”, como aponta Walter Sousa Jr. (2011). Durante o século XX, constata-se que os picadeiros, embaixo das lonas que transitavam – e continuam a transitar – por diferentes localidades, configuraram-se como lugar possível e acessível de expressão artística das mais 26 diversas linguagens. Vê-se isso também pela
ausência de outras estruturas que pudessem abarcá-las, pela potência da itinerância, mas genuinamente pela porosidade que caracteriza o circo, sempre aberto à pluralidade de elementos, signos e referências. Ele se faz por essa diluição de fronteiras entre linguagens, contemporaneamente com o desafio de não deixar de ser, ou ser sabido, como circo. A música, dentro dessa multiplicidade de expressões em trânsito, acaba por ser uma ferramenta de expressão que amplia suas possibilidades de sociabilidade, de divulgação, de construção de espetáculo e de estética, compondo um discurso sonoro dentro da criação circense. As playlists dos espetáculos atuais parecem manter o ecletismo característico dos circos itinerantes, principalmente no século XX. É possível ouvir, num mesmo espetáculo, o universo pop radiofônico; a música erudita ocidental; o repertório clássico circense; músicas tradicionais de determinadas localidades; canções
e músicas instrumentais, ciganas, judaicas, caipiras, sertanejas… Tudo é possível quando se trata de circo. E o impossível também é bem-vindo, na excentricidade dos palhaços e músicos. A proeza, característica intrínseca do fazer circense, também aparece na música de circo. Para além da proeza técnica – de circenses que são, de fato, excelentes músicos – são recorrentes outras proezas: de fazer música com os recursos disponíveis, de forma inventiva, ressignificando objetos cotidianos como instrumentos musicais; de tocar um instrumento ao mesmo tempo em que realiza uma modalidade circense; de elaborar um discurso sonoro que constrói e direciona a dramaturgia ou intenção cênica; dentre outras formas da poética da proeza musical circense. Na contemporaneidade, ampliaram-se as possibilidades estéticas, a partir de inovações tecnológicas, bem como do fácil acesso à produção artística mundial. Continuam existindo múltiplas formas de circo, expressas em diversas tendências, inclusive na relação circo/ música. Existem caminhos de resgate da participação da música no circo país afora – desde o repertório de circo-teatro, os truques da música excêntrica circense, o interesse em retomar a música ao vivo nos espetáculos. Outros exploram ferramentas tecnológicas musicais, como pedais de loop e software que relacionam música e cena. Outros buscam um caminho autoral, apontando uma leitura do
circo a partir do que foi visto e do que existe, muitas vezes compondo suas próprias trilhas. Outros abordam a metalinguagem, partindo muitas vezes da subjetividade autobiográfica, explorando o cotidiano de treinos, imprimindo como trilha seus silêncios, saltos, fôlegos, impactos aéreos… Enfim, muito se busca, muito se repete, muito se resgata, muito se pretende. O circense é, pela natureza do seu ofício, um ser disposto. E, pela natureza de sua arte, transgressor. Apresenta outra visão do mundo e da vida, desafiando as arestas do impossível, propondo sua perspectiva fantástica sobre o cotidiano, apontando o risco inerente à vida de todos. A essa poética do insólito, do extraordinário, do fora do comum, a música se apresenta como parceira do circo passado, do circo de hoje e, provavelmente, do que há de vir por aí.
SILVA, Erminia (1996). “O circo: sua arte e seus saberes. O circo no Brasil do final do século XIX a meados do XX”. Dissertação de mestrado. Departamento de História do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Estadual de Campinas. SOUSA, Walter (2011). Mixórdia no picadeiro: circo-teatro em São Paulo (1930-1970). São Paulo: Terceira Margem, FAPESP, 214p.
Lívia Mattos é acordeonista, circense, cantautora e socióloga. A partir da sua pesquisa documental sobre a música no circo, desenvolveu performances como “A sanfonástica mulher-lona”, “Trigêmeas”, “Mono amour”, “Sanfona aérea” e o show-espetáculo “A Lira da lona”. Prepara atualmente um documentário longa-metragem sobre o tema. Já participou de festivais internacionais, como Accordions Around the World, em Nova York, EUA (2015), Akkorden Festival Wien, em Viena, Áustria (2016), OneBeat, em diversos estados dos EUA (2017), e International Macau Parade, em Macau, China (2018). Tocou com artistas como Chico César, Rosa Passos, Badi Assad, Ceumar e Alessandra Leão.
27
LADIES AND GENTLEMEN, CIRCUS AND MUSIC... LÍVIA MATTOS After all, is there circus without music? Considering the history of the inventive, complex and dynamic relationship between the circus and music; considering that silence is music, pregnant with listening possibilities and soundscapes; considering that sounds caused by breathing and stepping are a soundtrack, it is difficult to conceive the circus without its dialogue with music. The circus is characterized by artistic hybridity, combining different types of knowledge, establishing itself as a “space for constructing singularities”, as historian Ermínia Silva (1996) puts it, and even as an “uninhibited space of symbolic appropriations”, as pointed out by Walter Sousa Jr. (2011).
28
During the twentieth century, it was observed that circus rings under tents that travelled - and continue to travel - through different places, were a possible and accessible space for the artistic expression of the most diverse languages. This occurred due to the absence of other structures to house these activities and the power of being itinerant, but most genuinely thanks to the porosity that characterizes the circus, always open to a plurality of elements, signs and references. It is performed through this dilution of boundaries between languages, contemporaneously with the challenge of not ceasing to be, or being known, as circus. Music, within this multiplicity of expressions in transit, ends up becoming an expres-
sion tool that expands its possibilities for sociability, publicizing, construction of spectacle and of aesthetics, generating a discourse of sound within circus creation. The playlists of shows today seem to maintain the eclectic character of traveling circuses, especially those of the twentieth century. In the same show it is possible to hear the universe of pop radio; western erudite compositions; the classic circus repertoire; typical music from specific localities; songs and instrumentals from Romany and Jewish traditions, country folk, pop country music... Everything is possible when it comes to the circus. And the impossible is also welcome, in the eccentricity of clowns and musicians. The feat, an intrinsic characteristic of circus making, also appears in circus music. In addition to the technical feats - from circus performers who are, in fact, excellent musicians - there are other recurring feats: making music with the available resources, inventively, re-signifying everyday objects as musical instruments; playing an instrument while performing a circus act; elaborating a sound discourse that builds and directs the dramaturgy or scenic intention; among other modes of poetic circus musical feats. In contemporary times, aesthetic possibilities have been expanded, based on technological innovations, as well as easy access to artistic production from around the
SILVA, Erminia (1996). “O circo: sua arte e seus saberes. O circo no Brasil do final do século XIX a meados do XX”. Masters dissertation. Department of History of the Institute of Philosophy and Human Sciences of the State University of Campinas. SOUSA, Walter (2011). Mixórdia no picadeiro: circo-teatro em São Paulo (1930-1970). São Paulo: Terceira Margem, FAPESP, 214p.
world. There are still multiple circus modes, expressed in different trends, including in the circus/music relationship. There are mechanisms to rescue what has been experienced about music around the country – from the repertoire of circus-theater and the stunts of eccentric circus music, looking to bring music live back to the shows. Others explore high tech musical tools, such as loop pedals and software that associate music and action. Others seek an authorial path, expressing their reading of the circus through what was seen and what exists, often composing their own soundtracks. Others yet embrace metalanguage, frequently starting from autobiographical subjectivity, exploring the daily routine of training, using as soundtrack their silence, jumps, breaths, aerial impacts… That is to say, much is sought, much is repeated, much is rescued, much is intended. The circus performer is, by the nature of his craft, a being full of willingness. And a transgressor, by the nature of his art. He has a different view of the world and of life, pushing towards the edges of the impossible, imposing his fantastic perspective on daily life, highlighting the inherent risk of our lives. To these poetics of the unusual, the extraordinary, the uncommon, music presents itself as a partner of the circus in the past, of contemporary circus and likely of what is to come.
Lívia Mattos is an accordionist, circus performer, singer-songwriter and sociologist. She has developed performances based on her documentary research on music in the circus, such as “A sanfonástica mulher-lona”, “Trigêmeas”, “Mono amour”, “Sanfona aérea” and the show “A Lira da lona”. She is currently working on a feature-length documentary film on the subject. She has participated in international festivals, such as Accordions Around the World, in New York, USA (2015), Akkorden Festival Wien, in Vienna, Austria (2016), OneBeat, in various states of the USA (2017), and the International Macau Parade, in Macau, China (2018). She has played with musicians such as Chico César, Rosa Passos, Badi Assad, Ceumar and Alessandra Leão.
29
ESPE TÁCU LOS
SHOWS
32 BABEL, GLÖM KAAOS KAAMOS
34 BACKBONE (Coluna vertebral) GRAVITY & OTHER MYTHS
36 BUBUIA COLETIVO ANTÔNIA
38 CABARÉ MÁGICO DIREÇÃO: RICARDO MALERBI
40 DAS CINZAS CORAÇÃO QUIMERA CRIAÇÕES ARTÍSTICAS E TEATRO ATELIÊ
42 EX-LIBRIS (Os livros) CIA VÖEL
44 GUADUAL (Bambuzal) TEATRO SÁNCHEZ AGUILAR
46 HAI, A PESCADORA DE SONHOS CIA GIRAMAGIC
48 HALKA (A energia do círculo) GROUPE ACROBATIQUE DE TANGER
50 INVERSUS COMPANHIA ÉOS
52 LEÕES, VODKA E UM SAPATO 23 CIA DE 2
54 MAIADOR CIA DELÁ PRAKÁ
56 NAUFRAGATA CIRCO ZOÉ
58 NOITE: FILME NOIR CABARET TRIXMIX CABARÉ
60 ORDINÁRIOS LA MÍNIMA CIRCO E TEATRO
62 PEDRA NO SAPATO COMPANHIA LAGUZ CIRCO
64 RISCO CIA DO RELATIVO
66 SMASHED (Esmagado) GANDINI JUGGLING
68 SOBRE TOMATES, TAMANCOS E TESOURAS MAFALDA MAFALDA
70 STRACH, A FEAR SONG (Strach, canção do medo) THÉÂTRE D’UN JOUR
72 O VAZIO É CHEIO DE COISA CIA NÓS NO BAMBU
74 VINCLES (Vínculos) CIRC BOVER
76 WENDY E PETER COMPANHIA LINHAS AÉREAS
BABEL, GLÖM
Einar Kling
32
KAAOS KAAMOS
Suécia, Finlândia, Alemanha, França Sweden, Finland, Germany, France
Inédito nas Américas
First presentation in Americas
Babel, glöm desafia os limites da força e do equilíbrio para discutir as ideias de individualidade e coletividade. “A performance fala sobre vivermos juntos e lidarmos com as diferenças. Queremos explorar as tensões entre o ‘seja você mesmo’ e o ‘fique junto’”, diz a artista Anouck Le Roy. Babel, glöm significa “Babel, esqueça”, um convite, segundo Anouck, para ir além do mito da Torre de Babel, cuja construção foi interrompida porque as pessoas não se entendiam por falarem línguas diferentes, segundo a tradição bíblica. A ideia do espetáculo é usar o que parece nos separar para nos tornar mais fortes. Ao reunir seis acrobatas de quatro países diferentes, a diversidade cultural do grupo e o repertório individual de cada artista são colocados em destaque no trabalho, que aborda a união por meio de técnicas acrobáticas executadas de forma coletiva. Muitas vezes, cada um fala o texto na sua própria língua materna, reforçando a ironia das tentativas de comunicação, que muitas vezes só ocorre pelos movimentos dos artistas. É o primeiro trabalho da companhia sueca Kaaos Kaamos.
Babel, glöm challenges the limits of strength and balance to discuss the concepts of individuality and collectivity. “The performance is about living together and dealing with differences. We want to explore the tension between ‘being yourself’ and ‘staying together’”, says artist Anouck Le Roy. Babel, glöm means “Babel, forget it”, an invitation, according to Anouck, to go beyond the biblical myth of the Tower of Babel, whose construction was interrupted because people who spoke different languages couldn’t understand each other. The idea behind the performance is to use whatever seems to separate us to make us stronger. Bringing together six acrobats from four different countries, the work highlights the cultural diversity of the group as well as the individual repertoire of each artist, displaying unity through acrobatic techniques that are performed collectively. The artists often say their lines in their own native language, showcasing the irony of their attempts to communicate, which are usually only successful through gestures. This is the first piece by the Swedish company Kaaos Kaamos.
Direção e produção (Direction and production): Kaaos Kaamos e Albin Warette Elenco (Cast): Erika Ahola, Johan Sjölund, Elisabeth Künkele, Perry Rudolph, Anouck Le Roy e Erik Glas Música (Music): Peter Reynolds Técnico de palco (Stage technician): Cauê Gouveia Intérprete (Performer): Suia Legaspe Produção no Brasil (Production in Brazil): CenaCult Produções/ Júlia Gomes
33
BACKBONE (Coluna Vertebral)
Rob Maccoll
34
GRAVITY & OTHER MYTHS
Austrália Australia
Inédito na América do Sul
First presentation in South America
Backbone trata da força em suas diferentes facetas. O vigor físico é visível nos diversos números de acrobacia, que levam o corpo ao limite. A iluminação traz dramaticidade e emoldura as sequências acrobáticas, nas quais tudo parece estar por um fio. O risco, inerente à atividade circense, é sentido, por exemplo, quando um artista sobe numa pirâmide humana de quase quatro metros de altura, por meio de um salto mortal. A música ao vivo, composta especialmente para o espetáculo, tem batida eletrônica e pontua cada movimento com precisão. “A música aciona nosso ritmo interno para que trabalhemos em harmonia ou mesmo em contraste com ela”, afirma Lachlan Bonns, diretor e artista da companhia Gravity & Other Myths, formada em 2009, que já ganhou cinco prêmios internacionais, incluindo o Adelaide Fringe Festival por A Simple Space. Backbone venceu o Australian Dance Award. Em português, backbone significa coluna vertebral, estrutura que é firme a ponto de sustentar o corpo humano e maleável o suficiente para permitir todo tipo de movimento. Os contrastes entre maleabilidade e rigidez aparecem em diversos momentos, como as várias cenas em que os artistas carregam ou suspendem pedras, numa referência ao peso e à solidez desses objetos.
Backbone deals with the different facets of strength. Physical vigor is displayed in various acrobatic acts that push the limits of the body. Dramatic lighting frames the acrobatic sequences, in which everything seems to be hanging by a thread. Risk is inherent to circus arts and palpable throughout the performance, like when an artist executes a flip to reach the top of a human pyramid that is nearly four meters tall. The live music, composed specially for the show, has an electronic beat and punctuates every movement with precision. “The music activates our inner rhythm, so we can work in harmony with it or even against it”, says Lachlan Bonns, director and performer in the company that was founded in 2009 and has won five international awards, including one at the Adelaide Fringe Festival for A Simple Space. Backbone received the Australian Dance Award. The word backbone refers to the vertebral column, a structure that is at once firm enough to support the human body and malleable enough to allow all types of movement. The contrast between malleability and rigidity appears at various moments, such as the many scenes in which the performers load or suspend stones, referencing the weight and solidity of these objects.
Direção (Direction): Darcy Grant Elenco (Cast): Martin Schreiber, Lachlan Binns, Jascha Boyce, Jacob Randell, Lewie West, Lewis Rankin, Joanne Curry, Mieke Lizotte, Lachlan Harper e Jackson Manson Músicos e compositores (Music performed and composed by): Elliot Zoerner e Shenton Gregory Design de luz e de palco (Lighting and set design): Geoff Cobham Produção (Production): Craig Harrison Colaborador criativo (Creative associate): Triton Tunis-Mitchell Produção no Brasil (Production in Brazil): Companhia do Polvo/ Mark Bromilow, Mari Savarese e Natalia Presser Apoio (support): Embaixada da Austrália
35
BUBUIA
Diego Bresani
36
COLETIVO ANTÔNIA
Brasil (DF) Brazil
O conto de Guimarães Rosa “A terceira margem do rio” é o ponto de partida de Bubuia, uma interpretação livre da obra sobre um homem que abandona tudo para viver sozinho, em uma canoa no meio do rio. A montagem apresenta elementos que instigam a imaginação e a percepção sensorial das crianças. Baldes e bacias de água são dispostos no palco, que fica no mesmo nível dos pequenos espectadores. Bexigas brancas são enchidas e esvaziadas pelo elenco. Um barquinho navega no ar, e não nas águas. Bubuia se conecta com o público por meio de sugestões, deixando as crianças livres para criarem, elas próprias, o restante do enredo. As três atrizes dão cambalhotas, rastejam e andam em quatro apoios, movimentos familiares aos bebês, abrindo mais um canal de comunicação com eles. “Uma das principais provocações do espetáculo é a de que não existem barreiras temáticas para se fazer arte para bebês”, diz a atriz Cirila Targhetta. A dramaturgia é uma parceria entre os coletivos Antônia, que ganhou o Prêmio Sesc/DF de melhor espetáculo infantil em 2017, por Voa, e Instrumento de Ver, em sua primeira incursão no mundo do teatro para bebês.
Guimarães Rosa’s short story “Third Bank of the River” is the starting point for Bubuia, a free interpretation of the tale in which a man gives up everything to live alone in a canoe in the middle of the river. The performance has elements that instigate children’s imagination and sensory perception. Water buckets and basins are arranged on the stage, which is set up on the same level as the small spectators. White balloons are filled up and emptied by the cast. A small boat moves in the air, not in the water. Bubuia connects with the audience through suggestions, and the children are free to imagine the rest of the story themselves. The three actresses turn somersaults, crawl and walk on all four, using familiar gestures to the toddlers and opening a direct communication channel with them. “One of the main directives of the show is that there are no thematic barriers to making art for babies,” says actress Cirila Targhetta. The dramaturgy is a partnership of the collectives Antônia, whose show Voa won best children’s play at the 2017 Sesc/DF Awards, and Instrumento de Ver, in their first experience with theater for babies.
Direção artística (Artistic direction): Beatrice Martins, Daniel Lacourt e Julia Henning (Instrumento de Ver) Elenco (Cast): Cirila Targhetta, Kamala Ramers e Tatiana Bittar Dramaturgia (Playwright): Coletivo Instrumento de Ver e Coletivo Antônia Cenário e figurino (Set and costume design): Roustang Carrilho Música e sonoplastia (Music and sound design): Euler Oliveira Desenho de luz (Lighting design): Moisés Vasconcellos Coordenação técnica (Technical coordination): Euler Oliveira e Roustang Carrilho Design gráfico (Graphic design): Ilha Design e Maíra Zannon Fotografia (Photographers): Diego Bresani, Guilherme Nabuco e Sabrina Rocha Vídeo (Video): Cae Maia Coordenação de produção (Production coordinator): Coletivo Antônia 37
CABARÉ MÁGICO
Mikel KL
38
ALANA / CAIO FERREIRA / ´ CELIO AMINO/ GISELL/ Alemanha, Brasil RAPHA SANTACRUZ / (SP e PE), Peru Germany, Brazil, Peru RICARDO MALERBI
Estreia mundial World premiere
Mágica é mescla de assombro e poesia. Acontece na mente de cada espectador, abrindo outra dimensão, um universo amplo onde o impossível acontece. A arte mágica como a conhecemos remonta ao século XIX e continua se reinventando. Objetos ganham vida, se transformam. Previsões se materializam, aparições instantâneas ocorrem. Cenas assim fazem parte do Cabaré Mágico, que reúne seis ilusionistas. A presença de duas convidadas estrangeiras enfatiza o valor feminino num meio majoritariamente masculino. A alemã Alana, primeira mulher a conquistar o German Champion of Magic, ressignifica elementos típicos do universo feminino. A peruana Gisell mistura tradição e contemporaneidade por meio de cartas e aros chineses, clássicos do repertório mágico. Os demais artistas são brasileiros. Caio Ferreira, bicampeão latino-americano de ilusionismo, conjuga poesia e agilidade na manipulação de objetos. Rapha Santacruz usa o pífano, flauta popular no Nordeste, num roteiro musical que fala dos artesãos de barro de Caruaru. O experiente Célio Amino, com 30 anos de carreira, traz elementos do teatro japonês kabuki para ambientar seus números de mágica teatral.
Magic is a mixture of wonder and poetry. It happens in the mind of each spectator, opening a new dimension, an extensive universe where the impossible can happen. Magic as we know today dates back to the nineteenth century and is constantly reinventing itself. Objects come to life and are transformed. Visions materialize, appear out of thin air. Such are the scenes featured in Cabaré Mágico, which will bring together six magicians The presence of two international guests emphasizes the value of female performers in a mostly male field. Alana is the first female German Champion of Magic. Her work gives new meaning to elements that are typical of women’s universe. Peruvian magician Gisell combines tradition and contemporaneity through card manipulation and Chinese rings, both classic components of the magic repertoire. The other artists are Brazilian. Two-time Latin American Champion of Magic, Caio Ferreira blends poetry and agility in object manipulation. Rapha Santacruz uses the fife, a type of flute popular in the Brazilian Northeast, in a musical script about the clay craftsmen of Caruaru (a city in Pernambuco state). Célio Amino, whose career spans 30 years, uses elements of Japanese kabuki theater to enact his acts of theatrical magic.
Direção e apresentação (Directed and presented by): Ricardo Malerbi Ilusionistas (Magicians): Alana, Caio Ferreira, Célio Amino, Gisell, Rapha Santacruz e Ricardo Malerbi Assistentes de mágica (Assistant magicians): Luana Tonetti, Luciana Beloli e Tatá Trivério Iluminador (Lightning operation): Igor Sully Sonoplasta (Sound design): Maria Lia Música (Music): Flavio Tris Contrarregragem (Stage hand): Guilherme Gomiere e Gu William Produção (Production): Christianne Galdino
39
DAS CINZAS CORAÇÃO
Adriana Marchiori
40
QUIMERA CRIAÇÕES ARTÍSTICAS E TEATRO ATELIÊ
Brasil (RS) Brazil
Inédito em São Paulo First presentation in Sao Paulo
Das cinzas coração usa o humor crítico para narrar um dia na vida de uma dona de casa oprimida pelo marido. “É uma comédia sobre desigualdade de gênero que junta o charme do cinema mudo a técnicas de palhaçaria. Decidimos falar da mulher que é colocada, desde sempre, num papel de submissão forçada. Queríamos virar o jogo. Na encenação. Na história. No todo”, explica Jéferson Rachewsky, ator e diretor do espetáculo. Situações domésticas viram esquetes em que Aurora, a personagem feminina, é sempre a protagonista. Fritar uma panqueca se transforma num número de malabarismo e as cenas de perseguição ganham tom cômico, tudo pontuado pelo piano que toca ao vivo a trilha sonora de um filme mudo dos anos 1920, caracterização de época reforçada pela maquiagem, pelo figurino e pelo cenário em preto e branco. O espetáculo foi indicado ao Prêmio Açorianos de Teatro Gaúcho 2018 em oito categorias, entre elas as de melhor ator e atriz.
This show uses critical humor to narrate a day in the life of a housewife oppressed by her husband. “It is a comedy about gender inequality that combines the charm of silent movies and clowning techniques. We decided to talk about women who have always been placed in a role of forced submission. We wanted to turn the table. In the act. In the story. All around” explains Jéferson Rachewsky, actor and director of the show. Domestic situations are made into sketches in which Aurora, the female character, is always the protagonist. Frying a pancake turns into a juggling act and the chase scenes take on a comical tone, punctuated by the live piano soundtrack of a 1920s silent movie. The period characterization is reinforced by the makeup, costumes and a black and white set. The show was nominated in eight categories at the 2018 Açorianos Award of Gaúcho Theater, including best actor and best actress.
Direção (Direction): Jéferson Rachewsky Elenco e dramaturgia (Cast and playwright): Jéferson Rachewsky e Valquíria Cardoso Trilha sonora (Soundtrack): Arthur de Faria Concepção visual e figurinos (Visual concept and costume design): Valquíria Cardoso Cenografia (Set design): Alex Limberger e Valquíria Cardoso Adereços (Props): Diego Steffani e Valquíria Cardoso Criação de luz (Lighting design): Osvaldo Perrenoud Operação de luz (Lighting operation): Daniel Fetter Operação de vídeo (Video operation): Alex Limberger Produção (Production): Quimera Criações Artísticas e Teatro Ateliê
41
EX-LIBRIS (Os livros)
Pio Morales
42
CIA VÖEL
Espanha Spain
Estreia mundial World premiere
Enfileirados como peças de dominó, livros tombam no chão, formando um círculo que delimita o espaço de ação de um casal. O universo da leitura ganha um olhar poético no espetáculo, que representa um momento de isolamento, uma intenção de que as reflexões possam fluir naturalmente, sem as distrações típicas do mundo contemporâneo. A artista Deborah Cobos explica que o cenário representa “uma paisagem de papel, uma montanha de letras, por meio das quais os personagens caminham”. Para ela, o espetáculo “é como um pequeno poema”. Ex-libris é feito de dança, acrobacia e técnicas circenses, por exemplo, a de andar e se balançar sobre uma bola. Os artistas manipulam livros o tempo todo, como na cena em que Cobos voa pelo palco com um exemplar na mão. Tudo conduzido pela trilha sonora de violão e voz, tocada ao vivo. A Cia Voël, criada na Catalunha em 2017, tem pesquisa focada em acrobacia e na técnica de quadrante coreano, executada por dois artistas sobre pequenas plataformas no topo de dois mastros.
Lined up like dominoes, books fall to the ground, forming a circle that determines the space of action for a couple. The universe of reading gains a poetic perspective, representing a moment of isolation and the intention to let reflections flow naturally, without the distractions typical of the contemporary world. Artist Deborah Cobos explains that the set represents “a paper landscape, a mountain of letters, through which the characters walk.” For her, the show “is like a little poem”. Ex-libris presents dance, acrobatics and circus techniques, such as walking globe, in which the artists walk and balance on a ball. The artists handle books at all times, like when Cobos flies across the stage with a book in her hand. The action is guided by a live soundtrack featuring acoustic guitar and vocals. Cia Voël, established in Catalonia in 2017, focuses its research on acrobatics and the Russian cradle technique, performed by two artists over small platforms on top of two masts.
Direção e concepção (Direction and concept): Cia Voël Elenco (Cast): Deborah Cobos (Debi), Jordi Serra e Marc Sastre Música (Music): Marc Sastre Acompanhamento artístico (Artistic assistance): Spela Vodeb Desenho de luz (Lighting design): Ignasi Solé Figurino (Costume design): Rosa Lugo Cenografia (Set design): Cia Vöel Colaboração (Collaboration): Pájaro Carpintero, Winihard Gràfics e Patx-work Produção no Brasil (Production in Brazil): La Gestual /Elisa de Oliveira
43
GUADUAL (Bambuzal)
Teatro Sánchez Aguilar
44
TEATRO SÁNCHEZ AGUILAR
Equador Ecuador
Inédito no Brasil
First presentation in Brazil
Uma companhia de circo internacional é abandonada numa estrada à beira de um rio, no Equador, e acolhida por camponeses, com quem passa a conviver e dividir o espaço. No cenário, que reproduz um bambuzal, acontece a troca entre esses dois universos. Os artistas ensinam truques circenses aos anfitriões, que, por sua vez, mostram aos forasteiros como lidar com o bambu. Um encontro poético da arte com a natureza.
An international circus company is abandoned on a road by a river in Ecuador, and welcomed by peasants, with whom they begin to live and share the space. These two universes exchange their experiences in a bamboo-like set. The artists teach circus tricks to their hosts, who, in turn, show the outsiders how to harvest the bamboo. It is a poetic encounter of art and nature.
Elementos prosaicos do dia a dia de uma comunidade rural são incorporados à dramaturgia, como as sacas de palha que viram base para saltos. Num dos momentos mais impactantes, o grupo monta uma enorme estrutura de bambu, com 7,5 metros de altura, que remete à tenda do circo e é usada para as acrobacias aéreas.
The meeting of these two worlds, artists and peasants, brings a humanist message, according to Leandro Mendoza Artagaveitia, the director of the show. “Starting from nature, people can come together and build something, taking advantage of luck and chance.”
O encontro entre esses dois mundos, dos artistas e dos camponeses, carrega uma mensagem humanista, segundo Leandro Mendoza Artagaveitia, diretor do espetáculo. “A partir da natureza, pessoas unidas conseguem construir algo aproveitando a sorte e a casualidade.” A dança contemporânea e a música ao vivo, com voz, violão, percussão e marimba, dão o ritmo da encenação.
Prosaic elements of the daily routine of a rural community are incorporated into the performance, such as straw sacks that become the base for acrobatic jumps. In one of the most striking moments, the group builds a huge 7.5-meter-tall bamboo structure, which resembles a circus tent and is used for aerial acrobatics.
The rhythm of the performance is set by contemporary dance and live music, with voice, guitar, percussion and marimba.
Direção e dramaturgia (Direction and playwright): Leandro Mendoza Artagaveitia Elenco (Cast): Priscila Aguilera Jurado, Jorge Luis Hidalgo Gavilanes, Alexander Gómez García, Mario Alberto Sanchez Araya, Margarita Mawyin Loriakova, Sofia Barriga Monteverde, Enrique Guillermo Roura Witt, Christian Padilla, Luis Miguel Cajiao, Jordy Burgos e Marcel Ferrer Assistência de direção (Direction assistant): David Saavedra Composição musical (Music): Chia Patiño, Marcel Ferrer e Jordy Burgos Cenografia (Set design): Ulrich Weigel Treinamento no movimento de bambu (Bamboo movement training): Poema Mühlenberg Figurino (Costume design): Alex Fonseca Iluminação (Lighting design): Javier Aguirre e Ulrich Weigel Design de som (Sound design): Alejandro Gallegos Realização do figurino (Costume production): Cristian Canelos e Alex Fonseca Fotografia (Photography): Paul Torres Produção executiva (Executive production): Denisse Melgarejo Produção geral (General production): Teatro Sánchez Aguilar Produção no Brasil (Production in Brazil): Marisa Riccitelli Coprodução (Co-production): Cíclico, Cia Nós No Bambu, GREC, Ministério de Educação, Cultura e Esporte da Espanha.
45
HAI, A PESCADORA DE SONHOS
Joana Rhein
46
CIA GIRAMAGIC
Brasil (SP), Espanha Brazil, Spain
Inédito nas Américas
First presentation in Americas
Com a precisão de uma ilusionista e a espontaneidade de uma palhaça, a artista Joana Rhein faz uma divertida incursão pelo universo do mar e da pescaria. Objetos aparecem, desaparecem e mudam de forma. Uma concha pequena cresce subitamente. Um peixe cenográfico solta bolhas de sabão, que logo começarão a sair da boca da protagonista. O cadarço de um sapato velho transforma-se em uma rosa. Voltado para crianças, Hai, a pescadora de sonhos traz referências de ilusionismo, clown, poesia visual e teatro gestual. Usando técnicas como manipulação de objetos e títeres, Joana brinca com a plateia, criando o que define como uma “experiência psicomágica”. “É uma aventura poética pelo oceano da imaginação na qual, por meio da consciência e do jogo criativo, conseguimos despertar um estado de liberdade e amor”, diz a artista, que também é cocriadora do espetáculo. Sem texto, a performance conta com trilha sonora original.
With the precision of an illusionist and the spontaneity of a clown, performer Joana Rhein takes on a fun foray into the universe of the sea and fishing. Objects appear, disappear and change shape. A small shell suddenly grows. A fish prop releases soap bubbles, which soon start coming out of the protagonist’s mouth. The lace of an old shoe turns into a rose. Geared at children, Hai, fisher of dreams brings references to illusionism, clowning, visual poetry and gestural theater. Using techniques such as the manipulation of objects and puppets, Joana plays with the audience, creating what she calls a “psycho-magical experience”. “It’s a poetic adventure through the ocean of imagination where, through awareness and creative play, we can awaken a state of freedom and love,” says the artist, who is also the co-creator of the show. With no dialogue, the performance has an original soundtrack.
Direção, ideia e criação (Direction, idea and creation): Joana Rhein e Miguel Crespi Elenco, cenografia e vestuário (Cast, set and costume design): Joana Rhein Música original (Original soundtrack): Mario Cortizo Design de luz (Lighting design): Miguel Crespi Produção (Production): Cia. Giramagic Produção no Brasil (Production in Brazil): Raquel Rosmaninho
47
HALKA (A energia do círculo)
Richard Haughton
48
GROUPE ACROBATIQUE DE TANGER
Marrocos Morocco
Inédito nas Américas
First presentation in Americas
A acrobacia é a essência de Halka. O espetáculo marroquino ressignifica essa modalidade artística com o objetivo de desafiar, atualizar e valorizar a tradição acrobática. Numa referência ao modo como as antigas performances de rua eram apresentadas no Marrocos, os números seguem formas circulares (halka significa “a energia do círculo”). “Eles reverenciam o conhecimento passado de geração a geração e o contextualizam com referências da sociedade atual”, diz Sanae El Kamouni, diretora da companhia. As tensões entre tradição e modernidade são representadas também pela disputa entre gêneros, como no momento em que uma mulher tenta comandar o grupo, mas é destituída por um homem. Os artistas encenam números como pirâmides acrobáticas e saltos mortais em um enredo que homenageia o santo sufi Sidi Ahmed ou Moussa, considerado patrono dos acrobatas marroquinos. A trilha sonora é executada ao vivo por dois artistas, com cânticos, percussões e instrumentos de sonoridade típica marroquina.
Acrobatics are the essence of Halka. The Moroccan show proposes a new meaning for this form of art. The goal is to challenge, update and exalt the acrobatic tradition. Referencing how old street performances were presented in Morocco, the acts are arranged in circular shapes (halka means “the energy of the circle”). “They revere the knowledge that is passed from generation to generation and contextualize it with references to current society”, says Sanae El Kamouni, the company’s director. The tension between tradition and modernity is also represented by gender disputes, like when a woman tries to lead the group, but is deposed by a man. The performers execute acrobatic pyramids and flips in a storyline that pays homage to the Sufi saint Sidi Ahmed ou Moussa, considered the patron saint of Moroccan acrobats. The soundtrack is performed live by two musicians and includes typical Moroccan chants, percussion and instruments.
Direção e concepção (Direction and concept): Groupe Acrobatique de Tanger Direção da companhia (Company director): Sanae El Kamouni Elenco (Cast): Najwa Aarras, Manon Rouillard, Mohammed Hammich, Mustapha Aït Ouarakmane, Adel Châaban, Mohammed Achraf Châaban, Mhand Hamdan, Mohamed Takel, Achraf El Kati, Samir Lâaroussi, Younes Yemlahi, Ouahib Hammich, Hamza Naceri e Hammad Benjkiri Colaboradores artísticos (Artistic associates): Abdeliazide Senhadji, Airelle Caen e Boutaina el Fekkak Colaboradores acrobáticos marroquinos (Moroccan acrobatics associates): Abdeliazide Senhadji, Airelle Caen e Nordine Allal Design de luz (Lighting design): Laure Andurand Música e sonoplastia (Music and sound design): Xavier Collet Figurino (Costume design): Ayda Diouri Produção e agenciamento (Production and tour booking): Jean-François Pyka Administração e desenvolvimento (Administration and development): Pauline Horteur Agenciamento internacional (International tour booking): Camille Beaumier Técnicos de luz (Lighting technicians): Laure Andurand e Cécile Hérault Técnicos de som (Sound technicians): Anthony Biscarat e Edouard Henneman Produção (Production): Association Halka (Paris, França) Coprodução (Co-production): Association Scènes du Maros (Tânger, Marrocos) Coordenação de turnê (Tour coordination): Alexandra Cahen Produção no Brasil (Production in Brazil): Corpo Rastreado/ Gabi Gonçalves
49
INVERSUS
Lucas Derosa
50
COMPANHIA ÉOS
Brasil (SP) Brazil
Movimentos precisos, que exigem força na execução e leveza na imagem, marcam Inversus, que tem como pano de fundo os limites entre loucura e sanidade, certo e errado. O espetáculo mescla circo e dança contemporânea e tem duas artistas mulheres como protagonistas. “Inversus reflete sobre um assunto pertinente e muito discutido na atualidade, que é o empoderamento feminino”, diz a artista Fernanda Arruda. Fernanda e Daiane Aguilera se apoiam mutuamente para executar a performance, o que potencializa ainda mais a força de cada uma. O ponto forte são as acrobacias aéreas. Numa delas, as artistas giram juntas no trapézio, em sincronia perfeita. Em outra passagem, há coreografias espelhadas, em que uma artista faz o mesmo movimento na frente da outra, quase como se fossem duas facetas de uma mesma mulher. Criada em 2012, a companhia é referência em números aéreos, além de incluir elementos de dança contemporânea, teatro e acrobalance em suas pesquisas e criações.
Precise gestures that require strength in the execution while projecting an image of lightness are the hallmark of Inversus, whose backdrop is the limit between madness and sanity, right and wrong. The performance combines circus arts and contemporary dance and features two female protagonists. “Inversus reflects on female empowerment, a pertinent subject that is much discussed nowadays”, the artist Fernanda Arruda says. The two artists support each other throughout the performance, further enhancing each woman’s strength. The aerial acrobatics are the highlight of the show. At one point, Fernanda Arruda and Daiane Aguilera rotate together, in perfect synchrony, on the trapeze. There are also mirrored choreographies in which the artists make the same gestures facing each other, almost as if they were two facets of one single woman. Founded in 2012, the company is known for the aerial numbers, besides using contemporary dance, theater and acrobalance in its research and creations.
Direção (Direction): Bruno Rudolf e Ricardo Rodrigues (Cia Solas de Vento) Elenco (Cast): Fernanda Arruda e Daiane Aguilera Ensaiador (Rehearsal assistant): Douglas Emílio Cenografia (Set design): Fernanda Arruda Iluminação (Lighting design): Maurício Matos Caetano Contrarregragem (Stage hand): Dennis Inoue Produção geral (General production): Andressa Moreira Produção executiva (Executive production): Bel Toledo
51
LEÕES, VODKA E UM SAPATO 23
Roberto Rosa
52
CIA DE 2
Brasil (SP) Brazil
Estreia Premiere
Leões, vodka e um sapato 23 faz uma releitura ficcional da tragédia ocorrida no Circo Vostok, em Pernambuco, em abril de 2000. Naquele domingo, um garoto do público foi atacado e devorado por Bongo, um dos cinco leões mantidos pelo circo. Quatro deles acabaram executados pela polícia. Foi o fim do Vostok. O espetáculo retrata o cotidiano de quatro artistas miseráveis na busca pela sobrevivência, assombrados pelos fantasmas dos leões. Daí surgem questões existenciais sobre a condição do ser humano, como liberdade, fome e morte, explica Jonas di Paula, que integra o elenco: “Criamos um paralelo implícito com as tragédias do nosso país, que são sempre esquecidas”. Os personagens são retratados como bufões da Idade Média, que eram miseráveis. Os artistas utilizam técnicas de palhaçaria, como as cascatas (quando simulam uma queda e despertam o riso da plateia), além de inserções musicais para criar uma narrativa tragicômica. O espetáculo marca os 13 anos de atividade da Cia de 2, que convidou atores da La Cascata Cia Cômica para convergir suas pesquisas de circo, teatro e música.
This is a fictional reading of the tragedy that occurred at Circo Vostok in Pernambuco state, in April of 2000. On that Sunday a boy from the audience was attacked and eaten by Bongo, one of the five lions kept by the circus. Four of the animals were killed by the police. That was the end of Vostok. The show chronicles the daily struggle to survive of four miserable artists, haunted by the ghosts of the lions. They deal with existential questions of the human condition, such as freedom, hunger and death, explains Jonas di Paula, who is part of the cast. “We have created an implicit parallel with the tragedies of our country, which are always forgotten.” The characters are shown as the Middle Ages miserable buffoons. They use clowning techniques (such as faking a fall to make the audience laugh), as well as acrobatic stunts and musical vignettes to create a tragicomic narrative. The show celebrates the thirteenth birthday of Cia de 2. The company invited artists from La Cascata Cia Cômica to bring together their circus, theater and music research.
Dramaturgia (Playwright): Coletiva Elenco (Cast): Adriano Laureano, Jean Oliveira, Jonas di Paula e Marcio Douglas Orientação dos bufões e direção dos atores (Buffoon orientation and cast direction): Daniela Biancardi Orientação de dramaturgia (Playwriting orientation): Suzana Aragão Direção musical (Musical direction): Mateus Guimarães Figurino (Costume design): Chris Galvan Cenário (Set design): Cia de 2 Produção (Production): Jean Oliveira
53
MAIADOR
Simone Tenda
54
CIA DELÁ PRAKÁ
Brasil (RJ), França Brazil, France
Inédito em São Paulo
First presentation in Sao Paulo
Com forte inspiração na cultura regional brasileira, os artistas se revezam entre acrobacias, números de equilíbrio e capoeira, ao som de samba de roda e baião. As sequências são geralmente feitas em dupla, em perfeita sincronia. O cenário é composto apenas por um mastro chinês, no centro, e pelas cordas que o sustentam.
Heavily inspired by Brazilian regional culture, the artists take turns performing acrobatic stunts, balancing acts and capoeira, to the sound of live samba and baião. Most of the sequences are executed in perfectly synchronized pairs, and the set consists of nothing but a Chinese pole and the ropes that support it.
Segundo o grupo, maiador é o nome que se dá, na região do Recôncavo Baiano, à sombra onde os bois descansam no pasto. É essa atmosfera de acolhimento e refúgio que conduz o espetáculo.
“The image of the maiador doesn’t appear explicitly. The environment is created as the scenes unfold, when a song is played, when the characters meet,” says cast member Diana Bloch, who also highlights audience participation, as the public is invited to sing the chorus of the songs along with the artists.
“A imagem do maiador não aparece de forma explícita. É um ambiente que se cria no desenrolar das cenas. Ora na execução de uma música, ora num momento de encontro entre os personagens”, diz a artista Diana Bloch, que destaca a interação com o público, convidado a entoar refrões das canções.
Since 2007, the company develops its own language using dance, acrobatics and gestures influenced by capoeira.
Desde 2007, a companhia desenvolve sua própria linguagem a partir da dança, da acrobacia e de uma gestualidade influenciada pela capoeira.
According to the group, “maiador” is the name given in Bahia’s region of Recôncavo to the shade where the cattle rests in the pasture. It is this atmosphere of shelter and refuge that drives the performance.
Direção (Direction): Cia Delá Praká Direção musical (Musical direction): Ari Vinícius Elenco (Cast): Diana Bloch, Marina Collares, Edgar Ramos e Ronan Lima Olhar exterior (Outside perspective): Benjamin de Matteïs Cenário (Set design): Ronan Lima Supervisor de portagem (Support supervisor): Manu Butter Produção (Production): Arueira - Expressões Brasileiras/ Paula Rocha
55
NAUFRAGATA
Andrea Macchia
56
CIRCO ZOÉ
Itália, França Italy, France
Inédito no Brasil
First presentation in Brazil
O navio naufragou, mas o show precisa continuar. Traçando um paralelo entre a natureza itinerante dos antigos navios corsários e das companhias circenses, o espetáculo conduz a tripulação e o público por mares imaginários, sem destino certo. Uma porta de madeira gira 360 graus e permite que o público acompanhe os bastidores da história dos tripulantes. Enquanto um escreve cartas, outro as rasga, e um grupo se distrai fazendo festa. Juntos, eles tentam desvendar o misterioso objeto que o capitão guarda como um tesouro. Em alguns números, os próprios artistas sustentam os aparelhos – como a lira e a corda bamba – para que os colegas façam suas acrobacias, cheias de leveza, precisão e coragem. Esse método é conhecido como autoportagem. No plano de fundo, o capitão do navio lidera uma banda, que toca violino, acordeão, piano e bateria. Criada em 2012, a Circo Zoé reúne artistas circenses com diferentes formações, dois músicos e um técnico inventor. Naufragata estreou em 2014 na Itália, já fez turnê por toda a Europa e chega agora ao Brasil.
The ship is wrecked, but the show must go on. Tracing a parallel between the itinerant nature of old buccaneer ships and that of circuses, the show leads the crew and the audience through imaginary seas, with no set destination. A wooden door rotates in a 360 degrees axis and allows the audience to follow the backstage of the crew’s history. While one writes letters, another tears them up, and a group passes the time in a party. Together, they try to find out what is the mysterious object that the captain hides like a treasure. In some acts, the artists themselves support the equipments - such as the lyra and the tightrope - so that others can perform their acrobatics, full of lightness, precision and courage. This technique is known in Brazil as autoportagem (self-supporting). In the background, the captain of the ship leads a band, which plays the violin, accordion, piano and drums. Created in 2012, Circo Zoé brings together circus artists from different backgrounds, two musicians and one technical inventor. Naufragata premiered in 2014 in Italy, toured around Europe and is being presented for the first time in Brazil.
Direção (Direction): Criação Coletiva (Collective) Elenco (Cast): Chiara Sicoli, Anouck Blanchet, Simone Benedetti, Adrien Fretard, Ivan Do-Duc, Marco Ghezzo e Diego Zanoli Direção técnica (Technical direction): Yoann Breton Composição musical (Original soundtrack): Diego Zanoli Supervisão técnica no Brasil (Technical supervision in Brazil): Rodrigo Matheus Intérprete (Translator): Sylvie Laila Produção no Brasil (Production in Brazil): João Carlos Couto Apoio (Support): Instituto Italiano de Cultura
57
NOITE: FILME NOIR CABARET
Paulo Barbuto
58
TRIXMIX CABARÉ
Brasil (SP e RJ) Brazil
A história de Jack Malone, um escritor frustrado que mora em cima de um cabaré e busca inspiração para sua próxima obra, é o mote do espetáculo. De seu apartamento decadente e cheio de baratas, Malone vê os mais diversos tipos urbanos surgirem e apresentarem números circenses – alguns deles de um equilíbrio delicado, como quando um operário da construção civil se apoia sobre dois mastros. Além de equilibrismo, Noite apresenta várias técnicas de circo, como malabarismo e acrobacia. A trilha sonora é original e executada ao vivo, com projeções multimídia. A ambientação é sombria, para recriar a atmosfera do cinema noir, que fez sucesso nas décadas de 1940 e 1950 nos Estados Unidos. Criado em Londres, em 2005, e depois estabelecido em São Paulo, o TrixMix Cabaret já produziu mais de 80 espetáculos e se apresentou em eventos como os Jogos Olímpicos Asiáticos (Doha, 2006) e o festival Australian Now.
The show tells the story of Jack Malone, a frustrated writer who lives upstairs from a cabaret and seeks inspiration for his next work. From his grimy, cockroach-infested apartment Malone watches various city types emerge and perform circus acts - sometimes in a delicate balance, like the construction worker who does a handstand on two masts. In addition to balancing acts, Night features many circus techniques, such as juggling and acrobatics. The original soundtrack is performed live and accompanied by multimedia projections. The set design is dark, recreating a film noir atmosphere, a style that was popular in the United States in the 1940s and 50s. Created in London in 2005, and then established in São Paulo, TrixMix Cabaret has produced over 80 shows and performed at events such as the Asian Olympic Games (Doha, 2006) and the Australian Now Festival.
Direção e dramaturgia (Direction and playwright): Mark Bromilow Direção musical, arranjos e composição (Musical direction, arrangements and composition): Andrei Presser Elenco (Cast): Natália Presser, Bel Mucci, Helder Vilela, Paulo Maeda, Giu Fortes, Fabek Capreri, Carlos França, Mariana Duarte, Paula Miessa, Luisa Sabino, César Rossi, Jorge Ribero e Mário Kamia Assistência de direção, produção executiva e tradução (Assistant director, executive producer and translator): Raquel Rosmaninho Músicos (Musicians): Andrei Presser, Ana Elisa Colomar, Jesiel Otero e Felipe Galeano Desenho de luz (Lighting design): Ney Bonfante Operação de luz (Lighting operator): Bonfante Iluminação Criação de figurinos (Costume design): Lu Guimarães Execução de figurinos (Costume execution): Lu Guimarães e Thales Cristóvão Técnico de som (Sound technician): Alê Vianna Efeitos especiais (Special effects): Mario Kamia Vídeo (Video): Marina Presser Técnico de aparelhos aéreos (Air equipment technician): Cia K Contrarregra e assistência de palco (Stage hand and stage assistant): Guilherme Augusto Projeto e execução de cenografia (Set design and execution): Mark Bromilow e Raquel Rosmaninho Produção (Production): Trix Mix Produções
59
ORDINÁRIOS
Carlos Gueller
60
LA MÍNIMA CIRCO E TEATRO
Brasil (SP) Brazil
Três soldados improváveis são convocados para uma importante missão: invadir um território inimigo para resgatar seu superior. Um deles é metido a valente. Outro é um comilão atrapalhado e o terceiro, um falsificador que quer desertar antes mesmo de a batalha começar. Depois de treinarem em florestas, campos minados e corredeiras imaginárias, eles tentam a todo custo fugir da incumbência. A jornada é cheia de situações que deixam claro que eles não são valentes nem tampouco estrategistas. Numa delas, com o palco escuro, iluminado apenas por candeeiros, os soldados se deparam com uma caveira. A situação serve de gatilho para diálogos que brincam com a ignorância deles e, de quebra, revelam o autoritarismo existente na tropa. “A ideia é propiciar o jogo de cena entre os palhaços de forma bufa, com rigor físico e teor patético”, diz Fernando Sampaio, cofundador da companhia. Criada em 1997 por Sampaio e Domingos Montagner (1962-2016), a La Mínima já montou 14 espetáculos e venceu vários prêmios, entre eles o Shell. Ordinários é inspirado na experiência da companhia com a ONG Palhaços sem Fronteiras, atuante em áreas de conflito.
Three unlikely soldiers are summoned for an important mission: to invade an enemy territory and rescue their superior officer. One of them is cocky. The other one is a messy glutton and the third one is a forger who wants to defect even before the battle begins. After training in forests, mined fields and imaginary rapids, they try at all costs to evade the task. The journey is full of situations that make it clear the characters are neither courageous nor good strategists. At one point the soldiers come across a skull, in a dark stage, illuminated only by gas lamps. This triggers a dialogue that plays on their ignorance and reveals the authoritarianism in the group. “The idea is to provide a scenic play for the clowns with buffoonery, physical rigor and a pathetic content,” says Fernando Sampaio, co-founder of the company. Founded in 1997 by Sampaio and Domingos Montagner (1962-2016), LaMínima has performed 14 shows and won many prizes, including the Shell award. Ordinary is inspired by the company’s experience with the NGO Clowns Without Borders, which is active in conflict regions.
Concepção (Concept): Alvaro Assad, Fernando Paz, Fernando Sampaio e Filipe Bregantim Roteiro (Script): Newton Moreno, Alvaro Assad e La Mínima Circo e Teatro Assistência de dramaturgia (Playwright assistant): Almir Martines Direção e preparação mímica (Direction and mime preparation): Alvaro Assad Direção musical e música original (Original soundtrack and musical direction): Marcelo Pellegrini Elenco (Cast): Fernando Paz, Fernando Sampaio e Filipe Bregantim Iluminação (Lighting design): Marcel Alani Figurino e visagismo (Costume design and visage): Carol Badra Cenografia (Set design): La Mínima Adereços (Props): Dario França, Juciê Batista e Reticências Assessoria técnica de magia (Technical assistance – magic): Ricardo Malerbi Operadora de luz (Lighting operator): Renata Fongaro Operador de som (Sound operator): Caio Norcia Direção de produção (Production director): Luciana Lima Produção executiva (Executive producer): Priscila Chá Assistência de produção e de administração (Production and administration assistance): Chai Rodrigues Supervisão geral (General supervision): Fernando Sampaio
61
PEDRA NO SAPATO
Fabiano Jr
62
COMPANHIA LAGUZ CIRCO
Brasil (CE), Argentina Brazil, Argentina
É comum encontrarmos pessoas que nos atrapalham, que incomodam. Mas esse tipo de relação pode virar um aprendizado sobre superação e respeito na medida em que percebemos a importância do outro em nossas vidas. Esse é o mote do espetáculo para crianças Pedra no Sapato. Na montagem, Suspiro é o palhaço artista que deseja o foco para si, mas é interrompido o tempo todo pela palhaça Burbuja, a faxineira brincalhona do teatro. Tendo como referência duas figuras da palhaçaria clássica, o “branco” (aristocrata, que encarna a figura de poder, como Suspiro) e o “augusto” (extravagante, provocador, como Burbuja), os artistas criam o elo entre os personagens, que encenam os contrastes entre a ordem e o desajuste, apresentando números de acrobacia, mágica e humor. No palco, uma meia gigante se desenrola e se transforma em roupas em um varal, sacos de lixo viram malabares e o aparente conflito se dissolve com cumplicidade, empatia e afeto.
We often encounter people who trouble and bother us. But this kind of relationship can become a learning experience of self-improvement and respect, as we realize the importance of other people in our lives. This is the theme of the children’s show Pedra no Sapato (Stone in the Shoe). In the performance, Suspiro (“Sigh”, in Portuguese) is a clown performer who wants to be the focus of attention, but is constantly interrupted by Burbuja (“Bubble” in Portuguese), the playful clown who cleans the theater. Using two classic types, the “white clown” (a powerful aristocrat, such as Suspiro) and the “auguste” (an extravagant, provocative figure, like Burbuja), the artists create a link between the characters, who enact the contrast between order and misfit through acrobatic, magic and comedy acts. On the stage a giant sock turns into clothes on a clothesline, garbage bags become juggling clubs, and the apparent conflict dissolves into complicity, empathy and affection.
Criação, interpretação e cenário (Creation, interpretation and setting): Felipe Abreu e Romina Sanchez Figurino (Costumes): Romina Sanchez, com execução coletiva Coreografia (Choreography): Imaculada Gadelha Músicas (Songs): Samuel Furtado Produção (Producer): Felipe Abreu
63
RISCO
Marina Wang
64
CIA DO RELATIVO
Brasil (SP) Brazil
Estreia Premiere
Em uma atmosfera nebulosa, a montagem mostra a batalha de um homem para transpor seus pensamentos para o papel. São mais de 3 mil folhas em cena. Elas ganham vida, desaparecem, reaparecem, saltam e retornam ao chão enquanto interagem com os personagens e suas sensações. Segundo o artista Otavio Fantinato, o grupo passou meses à procura de uma ideia para o espetáculo de comemoração de seus dez anos de carreira, até que uma folha de papel despontou como suporte ideal. “Fomos buscar inspiração na própria busca. Olhando os papeis em branco, percebemos que a busca era o que importava. Nos colocamos em estado de atenção, tentando entender o que se passava no processo.” A jornada de criação artística e a complexidade de se manter em equilíbrio em meio ao caos são as questões que inspiram o trabalho, o primeiro da Cia do Relativo a utilizar recursos do ilusionismo. A referência é a magie nouvelle, movimento surgido na França nos anos 2000, que combina a magia tradicional com outras formas de arte, como a dança.
In a hazy atmosphere, the performance shows a man’s battle to put his thoughts on paper. Over 3,000 sheets of paper are featured on stage - coming to life, disappearing, reappearing, jumping and falling back to the ground as they interact with the characters and their feelings. According to artist Otavio Fantinato, the group spent months looking for an idea for their tenth anniversary show, until a blank piece of paper emerged as the perfect medium. “We sought inspiration in the quest itself. Looking at blank pieces of papers we realized it was all about the journey. We started paying close attention and trying to understand the creative process.” The work is inspired by the journey of artistic creation and the challenge of keeping your balance when surrounded by chaos. This is the first time Cia do Relativo uses illusionism. The reference is magie nouvelle, a movement that emerged in France in the 2000s, combining traditional magic and other art forms, such as dance.
Direção de pesquisa artística (Director of artistic research): Daniela Rocha-Rosa Concepção e elenco (Concept and cast): Tássio Folli e Otavio Fantinato Assistência de direção (Assistant director): Marcelo Lujan Orientação cênica e de manipulação (Performing and manipulation guidance): Tomi Soko Orientação técnica em mágica (Magic technique guidance): Gutto Thomaz Orientação coreográfica (Choreographic guidance): Henrique Lima Trilha sonora original (Original soundtrack): Danilo Rodrigues Iluminação (Lighting design): Cíc Morais Criação de figurinos (Costume design): Julia Linda Execução de figurinos (Costume execution): Marinalva S. Costa Projeto cenográfico (Set design): Eduardo do Amaral e Cia do Relativo Execução de cenografia (Set execution): Levi Orion Assistência de palco (Stage assistant): Guilherme Boranga Produção (Production): Halida Maria Dorneles
65
SMASHED (Esmagado)
Ludovic des Cognets
66
GANDINI JUGGLING
Reino Unido United Kingdon
InĂŠdito no Brasil
First presentation in Brazil
Smashed rompe fronteiras entre circo, teatro e dança, em uma montagem que aborda os conflitos gerados pelos jogos de poder. A tensão cresce com o desenrolar do espetáculo e ganha conotação de gênero, sugerida desde a composição do elenco. São duas mulheres e sete homens, que tentam dominar a situação. Maçãs são o principal acessório dos números de malabarismo. Encenando movimentos repetitivos, os artistas manipulam as frutas durante todo o espetáculo até o final catártico, quando entram em cena bules e xícaras, numa referência ao hábito britânico de beber chá. A trilha sonora alterna música pop e erudita. Segundo o diretor Sean Gandini, o trabalho é uma homenagem ao universo gestual da coreógrafa alemã Pina Bausch (1940 – 2009) e faz referência a vários trabalhos dela, como Kontakthof (1978), que fala das contradições entre os gêneros e das linhas tênues que separam atração, amor, violência e manipulação. Na vanguarda do circo contemporâneo há 27 anos, a companhia Gandini Juggling é um dos maiores nomes do malabarismo mundial. Smashed venceu o Herald Angels Awards, do Festival de Edimburgo, Escócia, em 2013.
Smashed breaks the boundaries between circus, theater and dance, in a performance that addresses the conflicts created by power games. The tension grows as the show unfolds and gender connotations are revealed, hinted by the composition of the cast. They are two women and seven men, who try to dominate the situation. Apples are the main accessory of the juggling acts. The performers manipulate the apples in repetitive gestures throughout the show, until a cathartic end, when teapots and cups are included in the scene, a reference to the British habit of drinking tea. The soundtrack alternates pop and classical music. According to director Sean Gandini, the piece pays homage to the gestural universe of German choreographer Pina Bausch (1940 – 2009), with references of many of her works, such as Kontakthof (1978), which speaks of the contradictions between the genders and the fine line between attraction, love, violence and manipulation. At the vanguard of contemporary circus for 27 years, the Gandini Juggling company is one of world’s biggest names when it comes to juggling. Smashed won the Herald Angels Awards at the 2013 Edinburgh Festival in Scotland.
Direção (Director): Sean Gandini Direção técnica (Technical director): Arnaud Stephenson Dramaturgia (Playwright): John-Paul Zaccarini Elenco (Cast): Malte Steinmetz, Arron Sparks, Francesca Mari, Iñaki Sastre, Tedros Girmaye, Antek Klemm, Doreen Grossmann, Jon Udry e Guido van Hout Diretor-assistente (Assistant director): Kati Ylä-Hokkala Iluminação (Lighting design): Marc Jonathan Produção (Production): Marina Arranz Produção executiva (Executive production): Rae Lee Agente internacional (International manager): Axel Satgé Administração (Administration): Hélêne Roques Produção no Brasil (Production in Brazil): Raquel Dammous
67
SOBRE TOMATES, TAMANCOS E TESOURAS
Michelle Franรงa
68
MAFALDA MAFALDA
Brasil (SP) Brazil
O monólogo tragicômico conta a história de Mafalda Mafalda, uma artista de cabaré que enfrenta o fracasso e a rejeição de seu público, com direito a vaias e tomates. Como se não bastasse, acaba envolvida em uma trama policial. Para se defender das acusações do inspetor de polícia, decide contar à plateia sua versão dos fatos. Por meio de flashbacks, a intérprete, na pele tanto de Mafalda Mafalda quanto de seu algoz, vai aos poucos revelando os detalhes de uma história repleta de humor macabro. Ambientado em um bar e em uma delegacia, o espetáculo recria o clima sombrio de suspense e mistério dos filmes noir. “É um espetáculo de palhaçaria feminina que traz outro olhar sobre temas considerados a princípio masculinos. O diálogo com o público resulta em reflexões sobre a mulher, o riso e o limite entre ficção e realidade”, explica a artista Andréa Macera, que é também idealizadora e curadora do Encontro Internacional de Mulheres Palhaças. Andréa Macera é palhaça desde 1997 e, nos últimos anos, voltou sua pesquisa para a elaboração artística a partir do improviso e da relação com o público.
This tragicomic monologue tells the story of Mafalda Mafalda, a cabaret artist who faces failure and rejection from her audience, including booing and tomatoes. As if that wasn’t enough, she ends up involved in a police mystery. To defend herself against the police inspector’s accusations, she decides to tell the audience her version of the facts. Through flashbacks, the performer, acting as both Mafalda Mafalda and her tormentor, gradually reveals the details of a story that is filled with dark humor. Set in a bar and at a police station, the show recreates the dark suspenseful mood of film noir. “It’s a female clowning show that takes a different look at themes that are usually considered masculine. The dialogue with the audience results in reflections on women, laughter and the limit between fiction and reality,” explains artist Andréa Macera, who is also the founder and curator of the International Gathering of Female Clowns. Andrea Macera performs as a clown since 1997. In the last years, she has focused her research in impromptu and the relationship with the audience.
Direção (Direction): Rhena de Faria Roteiro e concepção (Script and concept): Andréa Macera e Rhena de Faria Atuação / palhaça (Performance / clown): Andréa Macera Concepção de luz (Lighting concept): Melissa Guimarães Adaptação e operação de luz (Lighting adaptation and operation): Eduardo Brasil Figurino (Costume design): Daniel Infantini Cenografia (Set design): Abel Saavedra Produção (Production): Teatro da Mafalda Produção executiva (Executive production): Palloma Fernandes
69
STRACH, A FEAR SONG (Strach, canção do medo)
Laure Villain
70
THÉÂTRE D’UN JOUR
França, Bélgica France, Belgium
Inédito nas Américas
First presentation in Americas
Três acrobatas, uma cantora lírica e um pianista provocam o público em Strach, canção do medo com a seguinte questão: como (con)viver com nossos medos? O medo está presente quando personagens masculinos com máscara de cachorro travam uma disputa para se aproximar da personagem feminina e depois se unem para persegui-la; quando um personagem ameaça outro com um grande objeto cortante; quando uma pessoa da plateia é convidada a testar os limites do seu corpo num movimento acrobático. A interação com o público é essencial em algumas situações. Até porque, se ele não participar, a soprano Julie Calbete pode cair no chão enquanto canta “Dance me to the end of love”, de Leonard Cohen. A voz lírica tem a função de ser uma presença amigável para o espectador. Afinal, Strach busca resgatar valores como confiança e tolerância às diferenças. “O capitalismo nos coloca na competição por um mundo que só dá voz aos ricos. Antes tínhamos medo da morte, agora temos da vida. Não é normal. Precisamos aceitar nossos medos e os dos outros para construir algo novo”, reflete o diretor Patrick Masset. Strach ganhou o prêmio de melhor espetáculo de circo no Prêmio da Crítica em Bruxelas, em 2018.
Three acrobats, a classical singer and a pianist provoke the audience in Strach, a fear song, by asking the following question: how can we (co)exist with our fears? Fear is present when male characters wearing dog masks engage in a contest to approach the female character and then gather to pursue her; when one character threatens another with a large sharp object; when a person in the audience is invited to test the limits of her body in an acrobatic move. The interaction with the audience is essential in some situations. In fact, if the audience fails to participate, soprano Julie Calbete may fall to the ground while singing Leonard Cohen’s “Dance me to the end of love”. The lyrical voice acts as a friendly presence for the audience. After all, Strach seeks to rescue values like trust and tolerance for differences. “Capitalism places us in competition in a world that only gives voice to the rich. We used to be afraid of death, now we are afraid of life. This isn’t normal. We need to embrace our fears and the fears of others in order to build something new,” says director Patrick Masset. Strach won the 2018 Brussels Critics’ Award for Best Circus Performance.
Direção e concepção (Direction and concept): Patrick Masset Elenco (Cast): Airelle Caen, Alice Noël, Denis Dulon e Guillaume Sendron Cantora (Singer): Julie Calbete Assistência dramatúrgica (Writing assistants): Vinciane Despret e Pascal Jacobs Assistência cenográfica (Set design assistant): Johan Daenen Música e arranjos (Music and arrangements): Jean-Louis Cortès e Yohann Dubois Técnica (Technical team): Antoine Vilain e John Cooper Som (Sound design): Antoine Delagoutte Luz (Lighting design): Patrick Masset Figurino (Costume design): Sarah Duvert e Bérénice Masset Máscaras (Masks): Morgane Aimerie Robin e Joachim Sontag Produção (Production): T1J Produção no Brasil (Production in Brazil): Circus Produções Diretor de produção (Production director): Guto Ruocco Produção Executiva (Executive production): Paulo Aliende
71
O VAZIO É CHEIO DE COISA
Diego Bresani
72
CIA NÓS NO BAMBU
Brasil (DF) Brazil
Inédito em São Paulo
First presentation in Sao Paulo
Em um palco escuro e sem cenário, a luz recai sobre a artista e o instrumento acrobático que a acompanhará o tempo todo: um mastro pendular de bambu, o maestrim. Oco por dentro e rígido por fora, mas ao mesmo tempo flexível, o bambu oferece infinitas possibilidades de movimentos. A dramaturgia minimalista tem influência do wabi sabi, uma visão de mundo derivada dos ensinamentos budistas, que prega a aceitação do que é imperfeito e transitório, para que se alcance o vazio da mente. “Acredito que quanto mais me esvazio, mais fico aberta para a inspiração, para estar presente no momento cênico”, diz a intérprete Poema Mühlenberg, que faz seu primeiro espetáculo solo. O vazio é cheio de coisa se desenrola com números de dança acrobática, entre pausas e silêncios. Poema investiga o uso do bambu em performances há 15 anos e criou de forma artesanal o maestrim especialmente para esse espetáculo, com um bambu colhido de seu próprio quintal.
On a dark stage without a set, the light falls on the performer and the acrobatic instrument that will accompany her at all times: a hanging bamboo mast known as maestrim. Hollow inside and rigid on the outside, but also flexible, the bamboo enables an infinite number of gestures. The minimalist dramturgy is influenced by wabi-sabi, a worldview derived from Buddhist teachings, which preaches the acceptance of what is imperfect and transient, with the ultimate goal to empty the mind. “I believe that the more I empty myself, the more I am open to inspiration, to be present in the scenic moment,” says performer Poema Mühlenberg, who is starring in her first solo show. The Void is Full of Things presents acrobatic dance acts punctuated by pauses and moments of silence. Poema has been investigating the use of bamboo in performances for 15 years and handcrafted the maestrim especially for this show, using bamboo from her own backyard.
Direção (Direction): Edson Beserra Intérprete criadora (Performer and creator): Poema Mühlenberg Direção técnica e iluminação (Technical direction and lighting design): Emmanuel Queiroz - Trupe do Cerrado Coreografia (Choreography): Edson Beserra e Poema Mühlenberg Cenografia, bambuzeria e figurino (Set design, bamboo art and costume design): Poema Mühlenberg Confecção de corda artesanal e rigging – projeto e execução (Handcrafted rope making and rigging – project and execution): Daniel Lacourt Colaboração em cenotecnia e rigging (Set and rigging associate): Jackson Prado Trilha sonora, direção musical e instrumentação (Soundtrack, musical direction and instruments): Samuel Mota Vozes (Voices): Camila Becker Costureira (Seamstress): Ester Ponte Audiovisual (Audiovisual): Caetano Maia, Mills Audiovisual e Comunicação, André Xingu e Manuella Cavalcanti Programação Visual (Graphic design): Daniel Grilo Coordenação de comunicação, assessoria de imprensa e produção executiva (Coordination of communication, press office and executive production): Anamaria Mühlenberg Preparação corporal (Body preparation): Pratique Movimento/ Rodrigo Salulima, Fábio Henrique Mesquita e Vinícius Gesteira Elaboração de projeto (Project elaboration): Liane Maria Mühlenberg e Gisele Tressi Produção de circulação (Circulation production): Gisele Tressi Produção (Production): Galpão Bambu
73
VINCLES (Vínculos)
Vincles@massay
74
CIRC BOVER
Espanha, França Spain, France
Inédito no Brasil
First presentation in Brazil
Em um clima onírico e festivo, os artistas exploram ao máximo as possibilidades do bambu, numa estrutura móvel de sete metros de altura, feita de caules dessa planta. Eles se penduram, se deslocam até o topo, se equilibram, ajudam a sustentar os colegas. Realizam suspensões aéreas, saltos, malabarismos e números de acrobacia, embalados por uma trilha sonora feita de vários instrumentos, como flauta e violino, além de sons que evocam a natureza.
In a dreamy and festive mood, the performers explore all possibilities of bamboo, using a seven-meter-tall mobile structure made of stems of the plant. They hang on it, climb to the top, balance themselves and help support each other. They execute aerial suspensions, jumps, juggling and acrobatic stunts, with a soundtrack that includes instruments such as flute and violin, as well as sounds that evoke nature.
O espetáculo também é feito de fantasia e trapalhadas. Numa delas, um artista está deitado de bruços no chão com um bambu sobre suas costas. Ele finge que o bambu é pesado como um poste e por isso não consegue se mover. Os pés patinam, mas ele mal sai do lugar. Os espectadores se divertem e cria-se a conexão com o público.
Created in 2015 to celebrate the company’s 10th anniversary, the show has won international performing arts awards, such as the 2017 Feten (Best Street Show) and the quality seal of the 2016 Move Awards (Best Visual Show in Europe).
Criado em 2015 para comemorar os dez anos da companhia, o espetáculo venceu prêmios internacionais de artes cênicas como o Feten 2016 (melhor espetáculo de rua) e também conquistou o selo de qualidade Move Awards 2016 (melhor show visual da Europa).
The show also brings fantasy and mess. At one point, one of the artists lays face down with a bamboo stem on his back, pretending it is as heavy as a lamppost. His feet skid on the ground, but he can barely move. Children smile at this and many other moments, and a connection with the audience is established.
Direção e dramaturgia (Direction and playwright): Pau Bachero Concepção (Concept): Sebastià Jordà Elenco (Cast): Maëlys Rousseau, Marc Florencio, Gràcia Moragues e Mateu Canyelles Cenografia (Set design): Pau Caracuel Figurino (Costume design): Steffi Knabe Design de iluminação e técnico (Lighting design and technician): Pau Caracuel Produção (Production): Circ Bover / Cristina Mateu Cenotécnico no Brasil (Set design in Brazil): Dodô Giovanetti Produção no Brasil (Production in Brazil): Márcia Nunes e Marina Ferreira
75
WENDY E PETER
Mariana Chama
76
COMPANHIA LINHAS AÉREAS
Brasil (SP) Brazil
As aventuras de Peter Pan e Wendy, personagens do clássico romance de 1911 de J. M. Barrie, são narradas pela ótica feminina, tendo Wendy como protagonista. A garota doce que adora contar histórias reaparece adulta e recebe a visita do companheiro, que não se lembra de seu passado. Ela volta a ser criança, reaprende a voar e retorna com ele à Terra do Nunca. “Ao contrário de Peter, Wendy amadurece e não se esquece do que viveu. Ela é a heroína que sabe o que quer”, diz Ziza Brisola, a artista que interpreta Wendy e o Capitão Gancho – Patrícia Rizzi faz o Peter Pan. Além das duas atrizes em cena, há personagens construídos com recursos de luz e sombras. A dramaturgia une circo, teatro, dança contemporânea e kung-fu. Uma árvore cenográfica de ferro de quatro metros de altura é o espaço físico de encenação e também o suporte para voos suspensos por tecidos, elásticos, faixas e cordas. As intérpretes transitam o tempo todo pela estrutura e vão adequando o cenário nos diferentes lugares onde a história se passa. Wendy e Peter marca os 20 anos da Companhia Linhas Aéreas.
The adventures of Peter Pan and Wendy, characters from the classic 1911 novel by J. M. Barrie, are narrated from a female perspective, with Wendy as the protagonist. The sweet girl who loves to tell stories is now an adult and is visited by Peter, who doesn’t remember his past. She becomes a child again, relearning how to fly and returning with him to Neverland. “Unlike Peter, Wendy has matured and doesn’t forget her experiences. She is the heroine who knows what she wants”, says Ziza Brisola, who plays Wendy and Captain Hook, while Patrícia Rizzi plays Peter Pan. The two actresses are joined on stage by characters rendered by light and shadows. The play combines circus arts, theater, contemporary dance and kung-fu. A four-meter high iron prop tree is the staging space and also the support for flights suspended by fabrics, elastics, bands and ropes. The characters navigate the structure throughout the performance and transform the set into the different locations where the story takes place. Wendy and Peter mark the 20th anniversary of Companhia Linhas Aéreas.
Direção (Direction): Bruno Rudolf Adaptação (Adaptation): Patrícia Rizzi e Ziza Brisola (colaboração de Bruno Rudolf e Marcelo Galdino) Intérpretes-criadoras (Performers and creators): Patrícia Rizzi e Ziza Brisola Direção de arte, cenário e figurino (Art direction, set and costume design): Renato Bolelli Rebouças Preparação física e coreografia de luta (Physical preparation and fight choreography): Luis Pelegrini Orientação vocal (Vocal training): Renata Ferrari Desenho de luz (Lighting design): Mirella Brandi Trilha original (Original soundtrack): Muepetmo Produção (Production): Ziza Brisola Criação (Creation): Companhia Linhas Aéreas
77
INTER VEN ÇÕES
ARTISTIC INTERVENTIONS
80 AFRICAN SHOW SARAKASI WARRIOR ACROBATS
82 CORTEJO DAS MARTAS CIA LAS MARTAS
84 ENXAME CIRCO ENXAME
86 PARQUE DO CIRCO GONZALO CARABALLO E LUA TATIT
88 OS PÁSSAROS DO LIDO LE LIDO
90 PROBABILIDADES COLETIVO LATERAL
92 SOMOS EU GRUPO SOMOS EU
AFRICAN SHOW
Jose Contez e Sarakasi Trust
80
SARAKASI WARRIOR ACROBATS
Quênia Kenya
Inédito nas Américas
First presentation in Americas
Essa intervenção realizada por cinco acrobatas do Quênia celebra a cultura africana. A referência ao país de origem dos artistas aparece na maneira como executam os movimentos, explica Marion Op het Veld, diretora geral da companhia. “O estilo das acrobacias é tipicamente queniano: fazem os saltos e as pirâmides humanas sempre num ritmo muito rápido”, diz. A diretora enfatiza, no entanto, que o trabalho traz também elementos do continente africano como um todo.
This intervention performed by five acrobats from Kenya is a celebration of African culture. The act has references to the artists’ country of origin, explains Marion Op het Veld, the general director of the company. “The acrobatic style is typically Kenyan: the jumps and human pyramids are always executed at a very fast pace,” she says. The director also points out, however, that the piece brings elements of the African continent as a whole.
Um dos destaques é o limbo, em que uma pessoa deve passar embaixo de um bastão sem tocá-lo enquanto dança. Números de pirofagia e acrobacias aéreas com argolas completam a performance, cuja trilha traz a sonoridade da rumba congolesa, também conhecida como lingala, alusão ao nome de um idioma banto falado no noroeste do Congo.
The Sarakasi Warrior Acrobats are part of the Sarakasi Trust, a company established 18 years ago in Nairobi, the capital of Kenya.
One of the highlights is limbo, a dance in which a person must walk under a stick without touching it. Fire stunts and aerial ring acts complete the performance, whose soundtrack brings the sound of the Congolese rumba, also known as lingala, named after the Bantu language spoken in northwestern Congo.
Direção, figurino e trilha sonora (Direction, costume design and soundtrack): Sarakasi Trust Elenco (Cast): Majaliwa Chivatsi, Ramadhan Matano, Awadh Abdalla Ali, Peter Lewa e Amadi Ali Produção no Brasil (Production in Brazil): Palco de Papel / Lu Gualda
O Sarakasi Warrior Acrobats faz parte da Sarakasi Trust, companhia criada há 18 anos em Nairóbi, capital do Quênia.
81
CORTEJO DAS MARTAS
Tania Kolocada
82
CIA LAS MARTAS
Argentina, Brasil, Chile Argentina, Brazil, Chile
A Cia Las Martas é formada por seis artistas que apresentam números de equilíbrio, malabarismo e dança, enquanto tocam uma trilha sonora composta por ritmos como salsa, cumbia e forró. Elas se revezam entre saxofone, trompete, pratos, bumbo, clarinete e outros instrumentos. Além disso tudo, fazem seus improvisos cômicos, as chamadas gags, ou cacos. Nesse cortejo itinerante, o objetivo da companhia é provocar uma reflexão sobre o papel das mulheres na sociedade contemporânea, abordando as relações entre elas e o mundo, os vínculos que as encorajam e promovem acolhimento. Fundada em 2014, a Cia Las Martas reúne artistas sul-americanas que fazem performances de rua. Segundo o grupo, a “Marta” representada no espetáculo e no nome da companhia sintetiza muitas mulheres e suas diversas habilidades.
Cia Las Martas is comprised of six artists who execute balancing, juggling and dancing acts to a soundtrack that includes salsa, cumbia and forró. They take turns playing the saxophone, trumpet, cymbals, bass drums, clarinet and other instruments, while also performing ad-libbing comedy, in so-called gags or improvisations. Presented as an itinerant procession, the company’s objective is to provoke a reflection about the role of women in today’s society, addressing their relationship with the world and the ties that encourage them and foster acceptance. Founded in 2014, Cia Las Martas brings together South American street performers. According to the group, the “Marta” character present in the show and in the company’s name is the synthesis of many women and their different skills.
Direção geral e concepção (General direction and concept): Cia Las Martas Elenco (Cast): Rocio Romero, Consuello Fernández, Sara Peper, Painé Santamaría e Josefina Siro Figurinos (Costume design): Isa Santos Produção (Production): Felipe Junqueira
83
ENXAME
Michel Igielka
84
CIRCO ENXAME
Brasil (SP) Brazil
Quatro indivíduos, à espera de que algo aconteça, são levados a subverter a ordem das coisas e dos objetos cotidianos em um fluxo de episódios nada rotineiros. Utilizando alegoricamente o modo de vida das abelhas e a figura do apicultor, o trabalho busca discutir temas sensíveis ao homem contemporâneo, como a questão da individualidade versus coletividade, a partir da compreensão da forma como outros coletivos vivos se organizam. “De modo lúdico, tocamos em temas sensíveis à nossa sociedade, como preservação ambiental, robotização do ser humano, supressão das diferenças entre indivíduos e desenvolvimento (in)sustentável”, diz o artista Jean Leca. Esses temas são explorados pela trupe em cenas que utilizam diferentes técnicas circenses como dândi acrobático, corda bamba, malabarismo, parada de mão, equilíbrios, acrobacias de solo e palhaçaria. Criado em 2015, o Circo Enxame é um coletivo de artistas que cursaram circo no Brasil e no exterior, e que hoje têm foco na criação, na pesquisa de linguagens e no trabalho autoral.
Four individuals, waiting for something to happen, are led to subvert the order of things and everyday objects in a stream of events that is anything but routine. Using the way of life of the bees and the figure of the beekeeper allegorically, the performance approaches topics that are relevant to people today, while trying to understand how other collectives organize themselves. “In a playful way, we touch on issues that are sensitive to our society, such as environmental preservation, the robotization of human beings, the suppression of differences between individuals and (un)sustainable development,” says artist Jean Leca. These themes are explored by the group in scenes that employ different circus techniques, such as the acrobatic dandy, tightrope, juggling, handstands, balancing, solo acrobatics and clowning. Founded in 2015, Circo Enxame is a collective of artists that attended circus schools in Brazil and abroad, and that now focus on the creation and research of artistic languages.
Concepção e criação coletiva (Concept and collective creation): Circo Enxame Olhar cênico (Scenic perspective): Diogo Granato Elenco (Cast): Giulia Tateishi, Jan Leca, Renato Mescoki e Veronica Piccini Stand in: Karen Nashiro Trilha sonora e direção musical (Soundtrack and musical direction): Rubens de Oliveira Criação de luz (Lighting design): Marcelo Esteves Figurinos (Costume design): Claudia Schapira Produção (Production): .equi|ibre. / Fernanda Vilela e Camila Scatena
85
PARQUE DO CIRCO
Daniela Ramiro
86
LUA TATIT E GONZALO CARABALLO
Brasil, Uruguai Brazil, Uruguay
Lua Tatit e Gonzalo Caraballo conduzem o Parque do Circo, uma introdução ao modo de fazer circo dirigida a crianças e adultos sem experiência na área. O Parque é dividido em cinco estações introdutórias de diversas modalidades circenses, construídas com brinquedos de madeira especialmente projetados por Caraballo para facilitar o aprendizado e estimular habilidades como coordenação motora, consciência corporal e superação de obstáculos. Serão apresentados princípios de técnicas como malabarismo, acrobacia, equilibrismo, trampolim em camas elásticas e jogos coletivos. “A ideia é brincar de circo. Nada é competitivo. O que queremos propor é o ato de fazermos algo juntos”, diz Caraballo. Supervisionadas por monitores, que são artistas circenses e se apresentam com figurinos alusivos ao universo do circo, as atividades acontecerão em várias unidade do Sesc São Paulo e não é necessário fazer inscrição prévia para participar. Especializado em palhaçaria, malabarismo e acrobacias, Gonzalo Caraballo é uruguaio e mora no Brasil desde 2001. Graduado pelo Circo Escola Picadeiro, fundou a Cia Circo Delírio em 2003, junto ao argentino Esteban Hetsch. Criou o Parque do Circo em 2013. Lua Tatit é dançarina, coreógrafa e terapeuta corporal, formada em comunicações das artes do corpo pela PUC-SP, com especialização em corpo: dança, teatro e perfomance pela ESCH (Escola Superior de Artes Célia Helena).
This activity is an introduction to circus performance geared at children and adults with no previous experience. Parque do Circo is divided into five introductory stations covering different circus skills, with wooden structures specially designed by the artist to facilitate learning and stimulate motor coordination, body awareness and overcoming obstacles. It will include the principles of techniques such as juggling, acrobatics and balancing, along with trampolines and collective games. “The idea is to play circus. There is no competition. We want to explore the act of doing something together”, says Caraballo. Supervised by instructors who are circus artists themselves and will be wearing circus-inspired costumes, the activities will take place at several units of Sesc São Paulo, and there is no need to pre-register in order to participate. Specialized in clowning, juggling and acrobatics, Gonzalo Caraballo is a native of Uruguay who has been living in Brazil since 2001. A graduate of Circo Escola Picadeiro, he founded Cia. Circo Delírio in 2003, along with Esteban Hetsch, who is from Argentina. He created Parque do Circo in 2013. Lua Tatit is a dancer, choreographer and body therapist, with a degree in communications of body arts from PUC-SP, as well as specialization in body: dance, theater and performance from ESCH (Escola Superior de Artes Célia Helena).
Idealização e coordenação geral (Concept and general coordination): Gonzalo Caraballo e Lua Tatit Produção no Brasil (Production in Brazil): Palco de Papel/ Lu Gualda
87
OS PÁSSAROS DO LIDO
Christophe Trouilhet
88
LE LIDO
Argentina, Brasil, Chile, Espanha, Estados Unidos, França, México, Portugal, Rússia Argentina, Brazil, Chile, France, Mexico, Portugal, Russia, Spain, United States
Inédito no Brasil
First presentation in Brazil
O grupo reúne 15 artistas de oito países, cujos trabalhos abordam questões contemporâneas urgentes, a partir dos movimentos circenses. “Nos servimos de nossa pluralidade cultural para falar sobre as relações sociopolíticas atuais, seus avanços e retrocessos, e a coletividade dentro de uma sociedade cada vez mais individualista”, diz Rodrigo Ceribelli, um dos dois integrantes brasileiros da companhia. A encenação combina momentos de tensão e humor. São usadas técnicas da dança contemporânea, acrobacias aéreas e malabarismo, com destaque para os números com claves – peças em formato de pera alongada que os malabaristas jogam para o alto. O grupo é formado por alunos da escola de circo francesa Le Lido, sediada em Toulouse, na França.
The group brings together fifteen artists from eight countries, whose work addresses urgent contemporary issues from the perspective of the circus arts. “We use our cultural plurality to talk about current socio-political relationships in the world, its steps forward and setbacks, and the idea of collectivity within an increasingly individualistic society,” says Rodrigo Ceribelli, one of the two Brazilian members of the company. The performance combines moments of tension and of humor, and features contemporary dance techniques, aerial acrobatics and juggling, with emphasis on acts with batons - pear-shaped clubs that are thrown high into the air. The group is formed by students of the French circus school Le Lido, headquartered in Toulouse, France.
Direção (Direction): Sylvain Cousin Elenco (Cast): Rodrigo Ceribelli, Cássia Cristina, Maria Pinho, Nayeli Gonzalez, Joaquin Carmona, Pia Oliva, Maria Petukhova, Antonio Milheiriço, Eyal Bor, Sergio Capusotto, Clement Broucke, Gentiane Garin, Belen Celedón Moraga, Devin Tucker e Daniel Tamariz-Martel Cenografia, iluminação e figurino (Set, lighting and costume design): Le Lido Produção no Brasil (Production in Brazil): Osmose Produções
89
PROBABILI DADES
Marcelo Marmelo
90
COLETIVO LATERAL
Brasil (SP) Brazil
Risco físico, incerteza sobre o resultado, expectativas em torno da apresentação. Essa intervenção investiga essas questões, que são inerentes à natureza do circo. Em duplas ou em quarteto, os artistas formam pirâmides e gangorras humanas, entre outros números. Um corpo se apoia no outro e depois na barra, que serve de base para rolamentos, cambalhotas e saltos a metros do chão. “Costumamos nos apresentar em espaços públicos e queremos mostrar que não é preciso muito para se fazer coisas extraordinárias. Com uma estrutura enxuta, uma barra e nossos corpos, construímos imagens e movimentos que sempre quebram barreiras”, afirma Debora Ishikawa, artista e produtora do coletivo. O Coletivo Lateral surgiu da união dos artistas da Companhia Gravitá e do Grupo Eleve Circo e Arte, com o intuito de levar às ruas apresentações circenses que dialoguem com o cotidiano.
Physical risk, uncertainty about the outcome, expectations surrounding the presentation. Probabilities is an investigation of these issues, which are part of the very nature of the circus. In pairs or in groups of four, the artists form pyramids and human seesaws, among other acts. The bodies rest on each other and then on a bar, which serves as the platform for rolls, somersaults and flips, a few meters from the ground. “We usually perform in public spaces and want to show people that it doesn’t take much to do extraordinary things. With a lean structure, just one bar and our bodies, we can build images and gestures that break down barriers”, says Debora Ishikawa, artist and producer of the collective. Coletivo Lateral was created when artists from Companhia Gravitá and Grupo Eleve Circo e Arte came together to take to the streets circus performances that communicate with people’s daily routine.
Direção e concepção (Direction and concept): Coletivo Lateral Elenco (Cast): Alessandro Coelho, Bruna Genovez, Daniel Maciel e Débora Ishikawa Trilha sonora e direção musical (Soundtrack and musical direction): Curadoria colaborativa (Collaborative curatorship) Produção (Production): Débora Ishikawa
91
SOMOS EU
Vanessa Calado
92
GRUPO SOMOS EU
Brasil (RJ) Brazil
O corpo é o veículo da criação da dupla de artistas dessa intervenção, que mostra como a compatibilidade de pensamentos e valores entre pessoas pode ser traduzida em movimento. “Pelos nossos corpos, expressamos nossas emoções. O contato surge da sintonia de amizade, cumplicidade e companheirismo, de olhar dentro do outro e enxergar o seu próprio eu”, afirma a intérprete Luísa Rodrigues. A música instrumental, com marcações precisas e momentos de suspense, dá o tom do encontro entre os intérpretes. Tudo começa pela base, no contato das peles com o solo. Depois, manifesta-se no embate entre os corpos, lançados um contra o outro. A dramaturgia reforça a capacidade de entrega e confiança, além da elasticidade e do vigor dos artistas. A montagem segue, então, para movimentações dinâmicas, que mesclam acrobacia, contorcionismo e dança. Formados pela Escola Nacional de Circo do Brasil, com experiência anterior em dança, os dois artistas apostam na união dessas linguagens artísticas.
The body is the creative vehicle for the two artists responsible for this intervention, which shows how people’s compatible thoughts and values can be translated into movement. “We express our emotions through our bodies. The contact comes from the harmony of friendship, complicity and companionship, from looking into each other and seeing yourself”, says performer Luísa Rodrigues. The instrumental soundtrack, with precise rhythm and suspenseful moments, sets the tone for the performers’ encounter. Everything begins at the base, with the skin in contact with the ground. The bodies then clash and are thrown against each other. The dramaturgy reinforces the artists’ skillful delivery and trust, as well as their elasticity and vigor. The performance moves on to dynamic movements that combine acrobatics, contortionism and dance. Trained by the National School of Circus of Brazil, with previous experience in dance, the two artists rely on the combination of these two artistic languages.
Criação e coreografia (Concept and choreography): Thalita Nakadomari Elenco (Cast): Luísa Rodrigues e Vinícius Marques Música (Music): Sand (Nathan Lanier) Produção (Production): .equi|ibre. / Camila Scatena
93
ATIVIDADES FORMATIVAS
EDUCATIONAL ACTIVITIES
PAINEL
POÉTICAS DO PICADEIRO OLHARES SOBRE DRAMATURGIAS CIRCENSES PANEL: POETICS OF CIRCUS - VIEWS ON PLAYWRITING
ERICA STOPPEL, LEANDRO MENDOZA E LU LOPES - PALHAÇA RUBRA. MEDIAÇÃO DE RODRIGO MATHEUS
A dramaturgia circense contemporânea reflete a pluralidade dos processos criativos individuais e coletivos que envolvem a construção de cada obra. Mas como surge a ideia inicial para um espetáculo? Como traduzir ideias, temas e sensações em cena? Quais são os anseios presentes na arte de compor e representar uma história? Para investigar o que o circo atual tem a dizer para além dos truques e da proeza de seus artistas, diretores e dramaturgos de diferentes origens e formações trocam seus conhecimentos, métodos de trabalho, fundamentos teóricos 96 e experiências práticas em uma mesa aberta.
Dirigida a artistas, pedagogos, pensadores, escritores e interessados em circo em geral, o encontro propõe novas formas de construir narrativas que têm o corpo e o movimento como elementos centrais, enquanto equilibram variantes como intenção, estilo, propostas artísticas, concepções socioculturais, ideológicas e estéticas. A conversa será mediada por Rodrigo Matheus, instrutor de técnicas circenses, fundador e diretor artístico do Circo Mínimo. Rodrigo estudou Artes Circenses no Circo Escola Picadeiro em São Paulo e na escola Fool
Contemporary circus dramaturgy reflects the plurality of creative individual and collective processes that involve the construction of each work. But how does the initial idea for a show come about? How to translate ideas, themes and sensations on the scene? What are the longings in the art of composing and representing a story?
Time Circus Arts em Bristol (Inglaterra). Erica Stoppel é mestre em Artes Cênicas pela Unicamp e cofundadora do Piccolo Circo Teatro de Variedades. Leandro Mendoza é diretor do espetáculo equatoriano Guadual e do Festival Trapezi, Fira del Circ na Catalunha. Lu Lopes (Palhaça Rubra) é escritora e diretora de obras circenses e teatrais. Fundadora da Casa de Alta Tecnologia Humana (CATHUM) e do método de criação de obras artísticas fundamentado na Autonomia Criativa.
Geared to artists, pedagogues, thinkers, writers and those with general interest in the circus, the activity covers new ways to build narratives in which the body and movement are the central elements, but giving due importance to style and artistic stances, as well as sociocultural, ideological and aesthetics concepts. Rodrigo Matheus, instructor of circus techniques, founder and artistic director of Circo Mínimo, will mediate this conversation. Rodrigo studied Circus Arts at Circo Escola Picadeiro in São Paulo and Fool Time Circus Arts in Bristol (England). Erica Stoppel holds a Master degree in performing arts from Unicamp and is co-founder of Piccolo Circo Teatro de Variedades. Leandro Mendoza is director of the Ecuadorian show Guadual and of the festival Trapezi, Fira del Circ in Catalunya. Lu Lopes (Clown Rubra) is writer and director of plays. She founded the House of Human High Technology (CATHUM) and a method of artistic creation based on the creative autonomy.
97
PAINEL
REFLEXÕES SOBRE ´ ESTETICAS DOˆ CIRCO CONTEMPORANEO PANEL: REFLECTIONS ON THE CONTEMPORARY CIRCUS AESTHETICS
LOUIS PATRICK LEROUX, ROBERTO MAGRO E DIANA BLOCH. ˜ MEDIAÇAO DE GIULIA COOPER
A estética circense contemporânea vai além de elementos como figurino, cenário, iluminação, trilha sonora e aparelhos. Sua diversidade é o foco dessa mesa, que busca apresentar ao público um panorama do que tem sido produzido mundialmente. Tendo como base trechos de espetáculos que integram a programação do festival, os convidados debatem sobre as novas formas do fazer circense: da escolha do conceito aos aspectos filosóficos, históricos e dramatúrgicos, passando pelas soluções técnicas e tecnológicas empregadas e a incorporação de outras 98 linguagens artísticas, como o teatro e a dança.
Este painel será mediado por Giulia Cooper, atriz, palhaça, malabarista, produtora e fundadora do grupo de circo-teatro Caravana Tapioca. Louis Patrick Leroux é professor de escrita dramática e literatura na Universidade Concórdia (Canadá) e doutor em Teatro pela Sorbonne Nouvelle (França). Roberto Magro é artista, dramaturgo, diretor e fundador da empresa Rital Brocante. Diana Bloch atua no circo desde 2004. Foi integrante da Cia Intrépida Trupe de 2012 a 2014 e da Sarabanda (Itália) em 2014 e 2015.
In addition to elements such as costume, set and lighting design, along with the soundtrack and apparatuses used in scene, contemporary circus aesthetics and its diversity are the focus of this round table, which presents a panorama of the recent worldwide production. The guests will debate new ways to produce circus arts: choosing conceptual, philosophical, historical and dramaturgical aspects, the technical and technological solutions employed and the incorporation of other artistic languages, such as theater and dance. The conversation is based on excerpts from shows performed during the festival. It will be mediated by Giulia Cooper, an actress, clown, juggler and founded the circus-theater group Caravana Tapioca. Louis Patrick Leroux is professor of dramatic writing and literature at Concordia University (Canada) and PhD in Theater at the Sorbonne Nouvelle (France). Roberto Magro is artist, playwright, director and founder of Rital Brocante. Diana Bloch performs in circus since 2004. She was part of the company IntrĂŠpida Trupe from 2012 to 2014 99 and Sarabanda (Italy) during 2014 and 2015.
LABORATÓRIO
DA ANCORAGEM À PRESTAÇÃO DE CONTAS AS PARTICULARIDADES DA PRODUCÃO DE CIRC0 NA CONTEMPORANEIDADE LAB: FROM ANCHORAGE TO THE OFFICE DESK – THE PARTICULARITIES OF CIRCUS PRODUCTION IN THE CONTEMPORARY WORLD
GISELE TRESSI Antes de um espetáculo ser apresentado ao público, há um longo percurso a percorrer, que passa pelo desenvolvimento, ensaios e montagem. Todas essas etapas fazem parte da produção, o foco desta oficina. Por meio de exercícios práticos, o laboratório aborda os elementos técnicos desse trabalho, da elaboração do projeto às funções básicas de produção, durante a montagem e a execução do espetáculo. Como montar um orçamento e sua composição de valores? Qual a documentação necessária? Como se adequar 100 às leis de incentivo? Quais os procedimentos
técnicos de segurança e as especificidades para os espetáculos circenses? A produtora e gestora cultural Gisele Tressi atua na área desde 2009, produzindo espetáculos e eventos, além de trabalhar na elaboração e gestão de projetos.
Before a show is presented to the public, there is a long journey of development, rehearsals and staging. All these steps are part of production, the focus of this workshop. Through practical exercises, the lab addresses the technical elements of this work, from project design to basic production functions during the staging and performance of the show. How to create a budget and what is included in it? What documents are needed? How to comply with incentive laws? What are the technical safety procedures and the specificities of circus shows? Gisele Tressi is a producer and cultural manager who has been active in the field since 2009, producing shows and events, as well as working in the design and manage101 ment of cultural projects.
LABORATÓRIO
(DIS)PAREM ´ AS MAQUINAS! FUNDAMENTOS E PRÁTICAS DA CRÍTICA CIRCENSE LAB: FUNDAMENTALS AND PRACTICES OF CIRCUS CRITICS
MARIA CAROLINA OLIVEIRA
O que significa fazer uma crítica? Onde o espetáculo se insere, do ponto de vista estético, técnico, político e histórico? Como ele dialoga com a sociedade? Estas perguntas norteiam o workshop, que tem como objetivo ajudar a formar críticos familiarizados com a linguagem circense, especialidade pouco desenvolvida no contexto brasileiro. Conduzida por Maria Carolina Oliveira, a atividade inclui contextua102 lização da produção circense contemporânea
dentro de um panorama histórico, exposição de conceitos que definem a crítica de uma obra de arte e, por fim, um exercício de escrita de quatro resenhas críticas de espetáculos do festival. Os textos serão escritos individualmente e debatidos coletivamente. Maria Carolina Vasconcelos Oliveira é artista circense e socióloga. Tem mestrado e doutorado em sociologia pela FFLCH-USP.
What does it mean to do a critic? Where is the performance inserted, in aesthetic, technical, political and historical terms? How does it dialogue with society? These questions guide the workshop, which aims to help train critics familiar with circus language, a specialty not well developed in the Brazilian context. The goals are: to contextualize contemporary circus production within a historical overview, to explain the concepts that define the critique of a work of art and, finally, to promote the writing of reviews of the shows in the festival. The texts are individually created and discussed by the group. Maria Carolina Vasconcelos Oliveira is a circus artist and sociologist. She has Master and Doctorate degrees 103 in sociology from FFLCH-USP.
LABORATÓRIO
DRAMATURGIAS DO RISCO — A CONSTRUÇÃO TEXTUAL DE ESPETÁCULOS CIRCENSES LAB: RISK DRAMATURGIES - THE TEXTUAL CONSTRUCTION OF CIRCUS SHOWS
LEANDRO MENDOZA E ERICA STOPPEL
Este curso aborda o processo de construção narrativa de um espetáculo de circo. A ideia é diferenciar as várias maneiras de enxergar a dramaturgia circense, que pode ser criada através de imagens, por meio da palavra ou mesmo a partir do encadeamento dos conceitos, sensações e mensagens por trás de uma série de truques de circo. Leandro e Erica detalham seus próprios processos criativos, do ponto de partida da 104 criação até a direção das obras, dão exemplos
de narrativas e promovem debates junto aos participantes. Como se escreve e dirige um espetáculo contemporâneo circense? Quais as diferenças e semelhanças entre as duas atividades? Leandro Mendoza é diretor do espetáculo equatoriano Guadual e diretor do festival catalão Trapezi, Fira del Circ de Catalunya. Erica Stoppel é mestra em artes da cena pela Unicamp, professora e cofundadora do Piccolo Circo Teatro de Variedades.
This workshop addresses the process of narrative construction of a circus show. The idea is to differentiate the several ways of viewing circus drama, which can be created through images, or through the words, or even from the chaining of concepts, sensations and messages behind a series of circus tricks. Leandro and Erica detail their own creative processes, from the beginnig of creation to the direction of works, and give examples of narratives, and promote discussions with participants. How do you write and direct a contemporary circus show? And what are the differences and similarities between these two activities? Leandro Mendoza is director of the Ecuadorian show Guadual and director of the Catalan festival Trapezi, Fira del Circ de Catalunya. Erica Stoppel holds a Master degree in performing arts from Unicamp, and is co-founder of Piccolo Circo Teatro de Variedades. 105
ENCONTRO DE PROGRAMADORES PROGRAMMERS MEETING
O circo é uma arte essencialmente coletiva. A inclusão e o respeito pelas diferentes culturas, línguas, dramaturgias e interdisciplinaridade artística vão além dos limites e desafiam cada vez mais seus membros a se aperfeiçoarem constantemente. Este encontro é um espaço para a troca de ideias, experiências, técnicas e networking entre os participantes do festival — desde os profissionais dos bastidores até os artistas, incluindo pesquisadores, representantes de centros de treinamento, institutos culturais e órgãos públicos, programadores nacionais e estrangeiros e outros interessados em 106 novas perspectivas para a cena circense.
The circus is essentially a collective art. Inclusion and respect for different cultures, languages, dramaturgies and artistic interdisciplinary go beyond the limits and increasingly challenge its members to constantly improve themselves. This meeting is a space for the exchange of ideas, experiences, techniques and networking among festival participants — from backstage professionals to artists, including researchers, representatives of training centers, cultural institutes and public sector agencies, national programmers and others interested in new perspectives for the world circus scene.
EXIBICÕES DE FILMES MOVIE SCREENINGS
Dois filmes sobre o universo circense estão programados para esta edição do CIRCOS. Dumbo, dirigido por Tim Burton, é um remake do clássico de 1941 da Disney. Conta a história de um filhote de elefante nascido no circo e ridicularizado por suas enormes orelhas. No entanto, todos os olhos se voltam para o pequeno Dumbo quando a família de Holt Farrier (Colin Farrell), uma ex-estrela circense e que agora cuida do animal, descobre que ele pode voar. O outro filme é Corda Bamba – História de uma menina equilibrista, baseado em um livro homônimo de Lygia Bojunga Nunes. Dirigido por Eduardo Goldenstein, o filme conta a história de Maria (Bia Goldenstein), uma menina que nasceu em um circo itinerante. Filha de equilibristas, Maria é levada por seus padrinhos, uma mulher barbada e um engolidor de fogo, para morar com sua avó na cidade. Da janela do seu quarto, ela cria uma corda bamba imaginária em busca de suas memórias perdidas, reunindo forças para enfrentar um momento trágico em sua vida e finalmente poder seguir em frente.
Two films about the circus universe are programmed in this edition of CIRCOS. Dumbo, directed by Tim Burton, is a remake of the 1941 Disney classic. It tells the story of a circus-born elephant that and is ridiculed for his huge ears. However, all eyes turn to the little Dumbo when the family of Holt Farrier (Colin Farrell), a former circus star who now looks after the animal, discovers that he can fly. The other film is Tightrope — history of an equilibrist girl, based on a book with the same name by Lygia Bojunga Nunes. Directed by Eduardo Goldenstein, the film tells the story of Maria (Bia Goldenstein), a girl who was born in a traveling circus. Daughter of balancers, Maria is taken to live with her grandmother in the city by her godparents, a bearded lady and a fire-eater. From her bedroom window, she creates an imaginary tightrope in search of her lost memories, gathering the strength to face a tragic moment in her life and finally being able to move on. 107
GIRO CRÍTI CO
CRITICS
Um componente importante para o desenvolvimento de qualquer linguagem artística é a existência de uma crítica especializada, capaz de provocar reflexão e constante superação dos limites do fazer artístico. A partir da troca de informações e experiências, estimula-se a circulação de diferentes visões, culturas e realidades na plateia e entre os artistas. A quinta edição do CIRCOS – Festival Internacional Sesc de Circo conta, assim, com a contribuição de representantes experientes da crítica cultural brasileira, que vão acompanhar e avaliar diariamente a programação. O resultado desse trabalho analítico será disponibilizado em: sescsp.org.br/circos
Specialized critics are an important component for the development of any artistic language. They are capable of provoking reflection and making sure the art is constantly overcoming its limits. This exchange of information and experiences encourages the circulation of different viewpoints, cultures and realities among both the audience and the artists. The fifth edition of counts on collaborations from experienced Brazilian critics, who will accompany and evaluate the program daily. The result of this analytical work will be available at: sescsp.org.br/circos
109
CIRCOS NA REDE
CIRCOS ONLINE
Com uma programação tão intensa, mesmo o maior amante das artes cênicas terá dificuldade pra acompanhar todos os espetáculos, intervenções e atividades formativas da quinta edição do CIRCOS — Festival Internacional Sescde Circo. Mas a equipe do site do festival vai fazer mágica, contorcionismo e malabarismos diversos para registrar toda a programação. Dessa maratona circense resultará um vasto conteúdo multimídia, com textos, fotos, vídeos e áudios. Assim, o internauta poderá ficar por dentro de tudo que acontece nos palcos, nas plateias e nos bastidores deste que é o maior festival de circo do país. sescsp.org.br/circos
With such intense programming, even the biggest lover of the performing arts will find it hard to attend all the performances, interventions and training activities of the fifth edition of CIRCOS — Sesc International Circus Festival. But the team working on the festival website is using magic, contortion tricks and lots of juggling to make sure the entire schedule is documented. This circus marathon will result in a wide multimedia content, including text, photos, video and audio. The internet user will be able to stay updated on everything that is happening on stage, in the audience and behind the scenes of the biggest circus festival in the country. sescsp.org.br/circos
111
PROGRA MACÃO DIA A DIA
DAILY SCHEDULE
20h Halka (A energia do círculo) • Groupe Acrobatique de Tanger (Marrocos) Sesc Guarulhos
18h Backbone (Coluna vertebral) • Gravity and Other Myths (Austrália) Sesc Pinheiros
21h Ordinários • La Mínima Circo e Teatro (Brasil – SP) Sesc Bom Retiro
19h30 Somos Eu • Grupo Somos Eu (Brasil – RJ) Sesc Belenzinho
10h [Laboratório] Da ancoragem à prestação de contas Centro de Pesquisa e Formação
21h Smashed (Esmagado) • Gandini Juggling (Reino Unido) Sesc Consolação
20h Halka (A energia do círculo) • Groupe Acrobatique de Tanger (Marrocos) Sesc Guarulhos
21h Smashed (Esmagado) • Gandini Juggling (Reino Unido) Sesc Consolação
21h Backbone (Coluna vertebral) • Gravity and Other Myths (Austrália) Sesc Pinheiros
21h Smashed (Esmagado) • Gandini Juggling (Reino Unido) Sesc Consolação
14 SEXTA (FRIDAY)
15 SÁBADO (SATURDAY)
16 DOMINGO (SUNDAY)
10h [Laboratório] (Dis)Parem as máquinas! Centro de Pesquisa e Formação
11h Pedra no sapato • Cia Laguz Circo (Brasil/Argentina) Sesc Ipiranga
11h Corda bamba – História de uma menina equilibrista • Direção: Eduardo Goldenstein CineSesc
13 QUINTA (THURSDAY) 10h [Laboratório] (Dis)Parem as máquinas! Centro de Pesquisa e Formação
10h [Laboratório] Da ancoragem à prestação de contas Centro de Pesquisa e Formação 10h Pedra no Sapato • Cia Laguz Circo (Brasil/Argentina) Sesc Ipiranga 14h Os Pássaros do Lido • Le Lido (Argentina/Brasil/Chile/Espanha/ Estados Unidos/França/México/ Portugal/Rússia) Sesc Campo Limpo 14h30 Naufragata • Circo Zoé (Itália/ França) Sesc Carmo (Praça Poupatempo) 14h30 Probabilidades • Coletivo Lateral (Brasil – SP) Sesc Itaquera
13h Parque do Circo • Gonzalo Caraballo e Lua Tatit (Brasil – SP) Sesc Campo Limpo 14h Vincles (Vínculos) • Circ Bover (Espanha/França) Sesc Ipiranga
12h Probabilidades • Coletivo Lateral (Brasil – SP) Sesc Ipiranga
14h Os Pássaros do Lido • Le Lido (Argentina/Brasil/Chile/Espanha/ Estados Unidos/França/México/ Portugal/Rússia) Sesc Itaquera
12h Somos Eu • Grupo Somos Eu (Brasil – RJ) Sesc Avenida Paulista
14h Probabilidades • Coletivo Lateral (Brasil – SP) Sesc Pinheiros 15h Babel, glöm • Kaaos Kaamos (Suécia/Alemanha/Finlândia/França) Sesc Itaquera
15h Vincles (Vínculos) • Circ Bover (Espanha/França) Sesc Campo Limpo
15h30 Somos Eu • Grupo Somos Eu (Brasil – RJ) Sesc Parque Dom Pedro II
15h Babel, glöm • Kaaos Kaamos (Suécia/Alemanha/Finlândia/França) Sesc Itaquera
16h Cabaré mágico • Direção: Ricardo Malerbi (Brasil/Alemanha/Peru) Sesc Vila Mariana
15h Cabaré mágico • Direção: Ricardo Malerbi (Brasil/Alemanha/Peru) Sesc Vila Mariana
16h Naufragata • Circo Zoé (Itália/ França) Sesc Parque Dom Pedro II
15h Pedra no sapato • Cia Laguz Circo (Brasil/Argentina) Sesc Ipiranga 16h Somos Eu • Grupo Somos Eu (Brasil – RJ) Sesc Ipiranga 18h30 Probabilidades • Coletivo Lateral (Brasil – SP) Sesc Guarulhos
11h Pedra no sapato • Cia Laguz Circo (Brasil/Argentina) Sesc Ipiranga
17h Os Pássaros do Lido • Le Lido (Argentina/Brasil/Chile/Espanha/ Estados Unidos/França/México/ Portugal/Rússia) Sesc Guarulhos 17h Probabilidades • Coletivo Lateral (Brasil – SP) Sesc Bom Retiro 18h Ordinários • La Mínima Circo e Teatro (Brasil – SP) Sesc Bom Retiro
13h Parque do Circo • Gonzalo Caraballo e Lua Tatit (Brasil – SP) Sesc Itaquera 14h Naufragata • Circo Zoé (Itália/ França) Sesc Parque Dom Pedro II 14h Babel, glöm • Kaaos Kaamos (Suécia/Alemanha/Finlândia/França) Sesc Campo Limpo 14h Somos Eu • Grupo Somos Eu (Brasil– RJ) Sesc Avenida Paulista 15h Vincles (Vínculos) • Circ Bover (Espanha/França) Sesc Pinheiros 15h40 Somos Eu • Grupo Somos Eu (Brasil – RJ) Sesc Bom Retiro 16h Os Pássaros do Lido • Le Lido (Argentina/Brasil/Chile/Espanha/ Estados Unidos/França/México/ Portugal/Rússia) Sesc Avenida Paulista 16h Cabaré mágico • Direção: Ricardo Malerbi (Brasil/Alemanha/Peru) Sesc Vila Mariana
113
18h Ordinários • La Mínima Circo e Teatro (Brasil – SP) Sesc Bom Retiro
20h30 Leões, vodka e um sapato 23 • Cia de 2 (Brasil – SP) Sesc Pinheiros
18h Smashed (Esmagado) • Gandini Juggling (Reino Unido) Sesc Consolação
21h Strach, a fear song (Strach, canção do medo) • Théâtre d’un Jour (França/ Bélgica) Sesc Belenzinho
18h Halka (A energia do círculo) • Groupe Acrobatique de Tanger (Marrocos) Sesc Guarulhos
19 QUARTA (WEDNESDAY)
18h Backbone (Coluna vertebral) • Gravity and Other Myths (Austrália) Sesc Pinheiros 17 SEGUNDA (MONDAY) 10h [Laboratório] (Dis)Parem as máquinas! Centro de Pesquisa e Formação 10h Encontro de Programadores Centro de Pesquisa e Formação 13h30 Probabilidades • Coletivo Lateral (Brasil – SP) Sesc Carmo (Praça Poupatempo) 14h30 Vincles (Vínculos) • Circ Bover (Espanha/França) Sesc Carmo (Praça Poupatempo) 18 TERÇA (TUESDAY) 10h [Laboratório] (Dis)Parem as máquinas! Centro de Pesquisa e Formação 10h [Laboratório] Dramaturgias do risco Sesc Pinheiros 15h [Painel] Poéticas do Picadeiro Sesc Avenida Paulista 15h Vincles (Vínculos) • Circ Bover (Espanha/França) Sesc Bom Retiro 15h Babel, glöm • Kaaos Kaamos (Suécia/Alemanha/Finlândia/França) Sesc Guarulhos 19h Risco • Cia do Relativo (Brasil – SP) Sesc Belenzinho 19h30 Cortejo das Martas • Cia Las Martas (Argentina/Brasil/Chile) Sesc Pinheiros
114
10h [Laboratório] Dramaturgias do risco Sesc Pinheiros 15h [Painel] Reflexões sobre estéticas do circo contemporâneo Sesc Avenida Paulista 15h Babel, glöm • Kaaos Kaamos (Suécia/Alemanha/Finlândia/França) Sesc Parque Dom Pedro II
14h Cortejo das Martas • Cia Las Martas (Argentina/Brasil/Chile) Sesc Itaquera 15h Babel, glöm • Kaaos Kaamos (Suécia/Alemanha/Finlândia/França) Sesc Pinheiros 15h Maiador • Cia Delá Praká (Brasil/ França) Sesc Itaquera 15h Wendy e Peter • Cia Linhas Aéreas (Brasil – SP) Sesc Bom Retiro 15h Bubuia • Coletivo Antônia (Brasil – DF) Sesc Avenida Paulista 16h Ex-libris (Os livros) • Cia Vöel (Espanha) Sesc Vila Mariana
19h Risco • Cia do Relativo (Brasil – SP) Sesc Belenzinho
17h Strach, a fear song (Strach, canção do medo) • Théâtre d’un Jour (França/ Bélgica) Sesc Belenzinho
19h30 Enxame • Circo Enxame (Brasil – SP) Sesc Pinheiros
17h Bubuia • Coletivo Antônia (Brasil – DF) Sesc Avenida Paulista
20h Cortejo das Martas • Cia Las Martas (Argentina/Brasil/Chile) Sesc Ipiranga
17h30 Cortejo das Martas • Cia Las Martas (Argentina/Brasil/Chile) Sesc Guarulhos
20h30 Leões, vodka e um sapato 23 • Cia de 2 (Brasil – SP) Sesc Pinheiros
18h Das cinzas coração • Quimera Criações Artísticas e Teatro Ateliê (Brasil – RS) Sesc Ipiranga
21h Das cinzas coração • Quimera Criações Artísticas e Teatro Ateliê (Brasil – RS) Sesc Ipiranga
21 SEXTA (FRIDAY)
21h Strach, a fear song (Strach, canção do medo) • Théâtre d’un Jour (França/ Bélgica) Sesc Belenzinho
11h Hai, a pescadora de sonhos • Cia Circ Magic (Brasil/Espanha) Sesc Bom Retiro
20 QUINTA (THURSDAY)
14h Enxame • Circo Enxame (Brasil – SP) Sesc Itaquera
11h Hai, a pescadora de sonhos • Cia Circ Magic (Brasil/Espanha) Sesc Bom Retiro 12h African Show • Sarakasi Warrior Acrobats (Quênia) Sesc Guarulhos 13h Parque do Circo • Gonzalo Caraballo e Lua Tatit (Brasil – SP) Sesc Parque Dom Pedro II 14h Enxame • Circo Enxame (Brasil– SP) Sesc Ipiranga
15h Bubuia • Coletivo Antônia (Brasil – DF) Sesc Avenida Paulista 15h Wendy e Peter • Cia Linhas Aéreas (Brasil – SP) Sesc Bom Retiro 15h Maiador • Cia Delá Praká (Brasil/França) Sesc Itaquera 17h Bubuia • Coletivo Antônia (Brasil – DF) Sesc Avenida Paulista 20h Guadual (Bambuzal) • Teatro Sánchez Aguilar (Equador) Sesc Guarulhos
20h African Show • Sarakasi Warrior Acrobats (Quênia) Sesc Ipiranga 20h Cortejo das Martas • Cia Las Martas (Argentina/Brasil/Chile) Sesc Vila Mariana 21h Ex-libris (Os livros) • Cia Vöel (Espanha) Sesc Vila Mariana 21h Das cinzas coração • Quimera Criações Artísticas e Teatro Ateliê (Brasil – RS) Sesc Ipiranga 21h Noite: film noir cabaret • TrixMix Cabaré (Brasil – SP e RJ) Sesc Belenzinho 22 SÁBADO (SATURDAY) 11h Hai, a pescadora de sonhos • Cia Circ Magic (Brasil/Espanha) Sesc Bom Retiro 12h African Show • Sarakasi Warrior Acrobats (Quênia) Sesc Itaquera 14h Parque do Circo • Gonzalo Caraballo e Lua Tatit (Brasil – SP) Sesc Guarulhos
20h Cortejo das Martas • Cia Las Martas (Argentina/Brasil/Chile) Sesc Avenida Paulista
18h Guadual (Bambuzal) • Teatro Sánchez Aguilar(Equador) Sesc Guarulhos
20h Guadual (Bambuzal) • Teatro Sánchez Aguilar (Equador) Sesc Guarulhos
19h Noite: film noir cabaret • TrixMix Cabaré (Brasil – SP e RJ) Sesc Belenzinho
21h Sobre tomates, tamancos e tesouras • Mafalda Mafalda (Brasil – SP) Sesc Ipiranga
19h Sobre tomates, tamancos e tesouras • Mafalda Mafalda (Brasil – SP) Sesc Ipiranga
21h Noite: film noir cabaret • TrixMix Cabaré (Brasil – SP e RJ) Sesc Belenzinho 21h Ex-libris (Os livros) • Cia Vöel (Espanha) Sesc Vila Mariana 23 DOMINGO (SUNDAY) 11h Dumbo • Direção: Tim Burton CineSesc 11h Hai, a pescadora de sonhos • Cia Circ Magic (Brasil/Espanha) Sesc Bom Retiro 13h Enxame • Circo Enxame (Brasil – SP) Sesc Parque Dom Pedro II
14h Enxame • Circo Enxame (Brasil – SP) Sesc Campo Limpo
13h Parque do Circo • Gonzalo Caraballo e Lua Tatit (Brasil – SP) Sesc Ipiranga
15h Wendy e Peter • Cia Linhas Aéreas (Brasil – SP) Sesc Bom Retiro
14h African Show • Sarakasi Warrior Acrobats (Quênia) Sesc Avenida Paulista
15h Bubuia • Coletivo Antônia (Brasil – DF) Sesc Avenida Paulista 15h Maiador • Cia Delá Praká (Brasil/ França) Sesc Parque Dom Pedro II 16h African Show • Sarakasi Warrior Acrobats (Quênia) Sesc Parque Dom Pedro II
15h Wendy e Peter • Cia Linhas Aéreas (Brasil – SP) Sesc Bom Retiro 15h Maiador • Cia Delá Praká (Brasil/ França) Sesc Parque Dom Pedro II 16h Enxame • Circo Enxame (Brasil – SP) Sesc Guarulhos
17h Bubuia • Coletivo Antônia (Brasil – DF) Sesc Avenida Paulista
16h Ex-libris (Os livros) • Cia Vöel (Espanha) Sesc Vila Mariana
17h Cortejo das Martas • Cia Las Martas (Argentina/Brasil/Chile) Sesc Consolação
16h African Show • Sarakasi Warrior Acrobats (Quênia) Sesc Avenida Paulista
18h O vazio é cheio de coisa • Cia Nós no Bambu (Brasil – DF) Sesc Consolação 19h Inversus • Cia Éos (Brasil – SP) Sesc Belenzinho
17h Inversus • Cia Éos (Brasil – SP) Sesc Belenzinho 18h O vazio é cheio de coisa • Cia Nós no Bambu (Brasil – DF) Sesc Consolação
115
SESC
13 • QUI
14 • SEX
15 • SÁB
17 • SEG
12h e 14h Somos eu p. 92 16h Os pássaros do Lido p. 88
AVENIDA PAULISTA
BELENZINHO
19h30 Somos eu p. 92
21h Ordinários p. 60
17h Probabilidades p. 90 18h Ordinários p. 60
15h40 Somos eu p. 92 18h Ordinários p. 60
CAMPO LIMPO
14h Os pássaros do Lido p. 88 15h Vincles p. 74
13h Parque do Circo p. 86
14h Babel, glöm p. 32
CARMO
14h30 Naufragata p. 56 Local: Praça Poupatempo
13h30 Probabilidades p. 90 14h30 Vincles p. 74 Local: Praça Poupatempo
10h [Laboratório] (Dis) Parem as máquinas! p. 102 10h [Laboratório] Da ancoragem à prestação de contas p .100
10h Encontro de Programadores p. 106 10h [Laboratório] (Dis) parem as máquinas! p. 102
BOM RETIRO
CENTRO DE PESQUISA E FORMAÇÃO
10h [Laboratório] (Dis) Parem as máquinas! p. 102 10h [Laboratório] Da ancoragem à prestação de contas p. 100
11h [Exibição] Corda bamba - História de uma menina equilibrista p. 107
CINESESC
CONSOLAÇÃO
GUARULHOS
21h Smashed p. 66
21h Smashed p. 66
21h Smashed p. 66
18h Smashed p. 66
18h30 Probabilidades p. 90 20h Halka p. 48
17h Os pássaros do Lido p. 88 20h Halka p. 48
18h Halka p. 48
IPIRANGA
10h e 15h Pedra no sapato p. 62 16h Somos eu p. 92
ITAQUERA
14h30 Probabilidades p. 90 15h Babel, glöm p. 32
PINHEIROS
VILA MARIANA
11h Pedra no sapato p. 62 11h Pedra no sapato p. 62 14h Vincles p. 74 12h Probabilidades p. 90 14h Os pássaros do Lido p. 88 15h Babel, glöm p. 32
13h Parque do Circo p. 86
15h30 Somos eu p. 92 16h Naufragata p. 56
14h Naufragata p. 56
21h Backbone p. 34
14h Probabilidades p. 90 18h Backbone p. 34
15h Vincles p. 74 18h Backbone p. 34
15h Cabaré mágico p. 38
16h Cabaré mágico p. 38
16h Cabaré mágico p. 38
PARQUE DOM PEDRO II
116
16 • DOM
18 • TER
19 • QUA
20 • QUI (FERIADO)
21 • SEX
22 • SAB
23 • DOM
15h [Painel] Poéticas do picadeiro p. 96
15h [Painel] Reflexões sobre estéticas do circo contemporâneo p.98
15h e 17h Bubuia p. 36
15h e 17h Bubuia p. 36
15h e 17h Bubuia p. 36 20h Cortejo das Martas p. 82
14h e 16h African show p. 80
19h Risco p. 64 21h Strach, a fear song p. 70
19h Risco p. 64 21h Strach, a fear song p. 70
17h Strach, a fear song p. 70
21h Noite p. 58
19h Inversus p. 50 21h Noite p. 58
17h Inversus p. 50 19h Noite p. 58
11h Hai, a pescadora de sonhos p. 46 15h Wendy e Peter p. 76
11h Hai, a pescadora de sonhos p. 46 15h Wendy e Peter p. 76
11h Hai, a pescadora de sonhos p. 46 15h Wendy e Peter p. 76
11h Hai, a pescadora de sonhos p. 46 15h Wendy e Peter p. 76
15h Vincles p. 74
14h Enxame p. 84
10h [Laboratório] (Dis) Parem as máquinas! p.102
11h [Exibição] Dumbo p. 107
15h Babel, glöm p. 32 20h Cortejo das Martas p. 82 21h Das cinzas coração p. 40
10h [Laboratório] Dramaturgias do risco p. 104 19h30 Cortejo das Martas p. 82 20h30 Leões, vodka e um sapato 23 p. 52
17h Cortejo das Martas p. 82 18h O vazio é cheio de coisa p. 72
18h O vazio é cheio de coisa p. 72
12h African show p. 80 17h30 Cortejo das Martas p. 82
20h Guadual p. 44
20h Guadual p. 44 14h Parque do Circo p. 86
16h Enxame p. 84 18h Guadual p. 44
14h Enxame p. 84 18h Das cinzas coração p. 40
20h African show p. 80 21h Das cinzas coração p. 40
21h Sobre tomates, tamancos e tesouras p. 68
19h Sobre tomates, tamancos e tesouras p. 68 13h Parque do Circo p. 86
14h Cortejo das Martas p. 82 15h Maiador p. 54
14h Enxame p. 84 15h Maiador p. 54
12h African show p. 80
15h Babel, glöm p. 32
13h Parque do Circo p. 86
10h [Laboratório] Dramaturgias do risco p. 104 19h30 Enxame p. 84 20h30 Leões, vodka e um sapato 23 p. 52
15h Babel, glöm p. 32
16h Ex-libris p. 42
20h Cortejo das Martas p. 82 21h Ex-libris p. 42
Espetáculos
15h Maiador p. 54 16h African show p. 80
13h Enxame p. 84 15h Maiador p. 54
21h Ex-libris p. 42
16h Ex-libris p. 42
Intervenções
Atividades formativas
117
linha azul
linha rubi
Bom Retiro
linha vermelha Consolação
Carmo
linha amarela
Pq. D. Pedro II
Belenzinho
lin
ha
ve r
de
CineSesc Pinheiros
Centro de Pesquisa e Formação Ipiranga
Avenida Paulista Vila Mariana
linha lilás
linha esmeralda
Campo Limpo
linha jade
Avenida Paulista Av. Paulista, 119 Tel. (11) 3170 0800 Brigadeiro 250m Paraíso 750m / sescavpaulista
Guarulhos
Belenzinho R. Padre Adelino, 1000 Tel. (11) 2076 9700 Belém 550m Tatuapé 1400m /sescbelenzinho
linha safira linha coral
Itaquera
Bom Retiro Al. Nothmann, 185 Tel. (11) 3332 3600 Luz 1500m Júlio Prestes 500m Terminal Princesa Isabel 750m /sescbomretiro Campo Limpo R. Nossa Senhora do Bom Conselho, 120 Tel. (11) 5510 2700 Campo Limpo 500m Vila das Belezas 1600m Terminal Campo Limpo 3200m Terminal Capelinha 1200 m /sesccampolimpo Carmo R. do Carmo, 147 Tel. (11) 3111 7000 Sé 550m Terminal Parque Dom Pedro II 850m /sesccarmo Centro de Pesquisa e Formação R. Dr. Plínio Barreto, 285, 4º andar, prédio Fecomércio Tel. (11) 3254 5600 Trianon Masp 700m Anhangabaú 2000m Terminal Bandeira 2000m /cpfsesc CineSesc R. Augusta, 2075 Tel. (11) 3087 0500 Consolação 450m /cinesescsp
Consolação R. Doutor Vila Nova, 245 Tel. (11) 3234 3000 Higienópolis Mackenzie 600m República 900m Santa Cecília 1000m Terminal Amaral Gurgel 850m /sescconsolacao Guarulhos R. Guilherme Lino dos Santos, 1200 Tel. (11) 2475 5550 Guarulhos CECAP 2000m Terminal CECAP Guarulhos 850m Linha 356A (Circular Saúde) passa na porta /sescguarulhos Ipiranga R. Bom Pastor, 822 Tel. (11) 3340 2000 Sacomã 2200m | Ipiranga 2000m Terminal Vila Prudente 2800m /sescipiranga Itaquera Av. Fernando do E. S. Alves de Mattos, 1000 Tel. (11) 2523 9200 Itaquera 7200m Terminal São Mateus 5200m /sesc.itaquera Parque Dom Pedro II Praça São Vito, s/n Tel. (11) 3111 7400 Pedro II 900m Terminal Parque D. Pedro II 950m /sescpqdompedro Pinheiros R. Paes Leme, 195 Tel. (11) 3095 9400 Faria Lima 500m Pinheiros 800m /sescpinheiros Vila Mariana R. Pelotas, 141 Tel. (11) 5080 3000 Ana Rosa 750m Paraíso 1000m /sescvilamariana
sescsp.org.br
120
GLOSSÁRIO
A
B
Acrobacia 1. Técnica corporal e de exercício de equilíbrio, de saltos e evolução com cordas. 2. Equilibrismo ou funambulismo em corda bamba. 3. Conjunto de movimentos ou gestos que demonstram destreza e agilidade, para além de hábitos ou modelos normais. 4. Por extensão, exercício ginástico de habilidade superior. Acrobata Artista ou profissional de acrobacia, habitualmente vinculado ao circo. O termo, de origem grega, significa, literalmente, “que anda na ponta dos pés”. Var.: acróbata. Alê! Do verbo francês aller (ir). Usado no modo imperativo: alê! No circo é uma espécie de senha, ordem de comando entre os artistas, muito utilizada no momento dos saltos dos trapezistas. Alegoria Figura retórica de pensamento na qual uma ideia é exposta por meio de imagens apenas sugeridas, que exigem uma decifração, já que mantêm um distanciamento entre as palavras utilizadas e sua significação efetiva. Ancorar Criar uma base firme e sólida. Fixar-se num lugar. Também diz respeito a ancorar uma ideia em sólida argumentação. No universo circense, ancorar se refere tanto a fixar a lona num determinado terreno quanto aos números em que o artista necessita de um apoio, uma âncora, para realizar sua performance. Aparelho Todo e qualquer equipamento circense que sirva para auxiliar movimentos e evoluções de artistas. Ex.: lira, trapézio, tecido, corda, mastro chinês etc. Arame Cabo de aço tensionado, em cima do qual o artista realiza números de equilíbrio. Autoportagem Técnica circense que consiste em utilizar os corpos dos próprios artistas e, eventualmente, de integrantes da plateia, como meio de sustentação para aparelhos circenses. Bambu Vegetal cilíndrico e oco da família das gramíneas usado como instrumento acrobático pela leveza, flexibilidade e formato, que facilita a pega. Os números circenses podem ser feitos com um único bambu ou com vários, em movimentos de subida, descida, giro e suspensão no ar. Banquine Plataforma de arremesso humano, composta por, no mínimo, três pessoas. Duas delas, que formam a base, usam seus braços e pernas como impulso para que a terceira seja arremessada em cambalhotas e outras acrobacias. Barra fixa Aparelho de ginástica que consiste em uma barra roliça horizontal fixada em dois apoios verticais, na qual o acrobata realiza sequências de giros e saltos. Bufão, bufo Ator ou personagem farsesco, ou seja, cuja representação tende ao exagero cômico, incluindo não apenas recursos de linguagem franca, licenciosa e popular, como mímicas e caretas (esgares). Sua figura socialmente inferior ou marginal
lhe confere a possibilidade de comentar, de forma impune e mesmo grosseira, as ações e intenções das figuras sérias do drama, revelando, pelo artifício da burla, as facetas irracionais ali contidas. De certa maneira, o bufão, o bobo, o truão ou o palhaço, por acompanhar de perto os “senhores” e poderosos, exterioriza, na superfície da fala e do corpo, a demência subjacente das relações dramáticas. Cabaré Do francês cabaret, era também chamado de caféconcerto. No início, não se distinguiam as classes sociais: operários e aristocratas se encontravam para assistir a apresentações de circo, dança, teatro e música, além de beber e comer. Os mais famosos da França foram Le Chat Noir e Folies Bergère. Caco Exclamações, expressões, frases ou falas curtas que não constam do texto original e são às vezes improvisadas pelos atores em cena, para suprir eventuais lapsos de memória ou para realçar um efeito cômico ou dramático. O caco, por vezes, tem um rendimento tão extraordinário que passa a fazer parte do espetáculo, incorporado ao texto da peça. Artistas de comédias de costumes utilizam-no conscientemente para atualizá-las, sobretudo quando permanecem em cartaz por um período extenso. Cascata É quando o artista, geralmente o palhaço, simula uma queda e provoca o riso da plateia. Charanga Banda musical formada por instrumentos de sopro; orquestra desafinada e/ou ruidosa; carro velho; qualquer coisa ou objeto; troço, treco. Do espanhol charanga. Charivari Termo francês que significa algazarra, confusão, manifestação tumultuada e até um conjunto de sons musicais carentes de harmonia. No circo, foi adotado como expressão para simbolizar o momento final de um espetáculo, quando os artistas retornam ao picadeiro para uma celebração conjunta, fazendo acrobacias, malabares e pedindo para o público acompanhar com palmas a animação derradeira. Circo-teatro Gênero que nasceu no fim do século XIX e fez muito sucesso no XX, o circo-teatro caracteriza os espetáculos das companhias familiares que percorriam o Brasil encenando textos cômicos ou melodramáticos, compostos por números de acrobacia, malabarismo e palhaçaria. Entre os artistas que atuaram, estão Procópio Ferreira, Benjamin de Oliveira e Vic Militello. Claque Pessoas contratadas por empresários ou pelos próprios intérpretes para aplaudir, entusiasticamente, as entradas no palco dos atores principais ou as grandes cenas das peças, visando a influenciar o julgamento da audiência. Sua origem remonta ao século V, na Grécia, e às exibições de Nero, na Roma Imperial. A função só começa a adquirir status profissional na França, no início do século XIX, quando seus membros passam a receber alguma importância em dinheiro ou bilhetes gratuitos. Grandemente utilizada nos
C
121
122
D
ambientes operísticos, nos quais subsiste até hoje, sobretudo nos pequenos centros urbanos, sua utilização variou de país para país. No Brasil, existiu até a metade do século XX, recebida, às vezes, com hostilidade pela plateia pagante. Intervindo nas entradas das estrelas da companhia, nas cenas de bravura (final de longas tiradas, cenas de exaltação e fúria, árias, no caso específico do gênero lírico), era presença constante no teatro de revista. Claves Peças em formato de pera alongada com cabos que lhes servem de apoio. Os malabaristas costumam jogar para o alto, sem deixar cair, três, quatro ou mais de uma só vez. Clown É um termo inglês que remonta ao século XVI. Deriva de cloyne, cloine, clowne, e sua matriz etimológica reporta a colonus e clod, cujo sentido aproximado seria homem rústico, do campo. Clod, ou clown, indicava também o lout, homem desajeitado, grosseiro, e boor, camponês, rústico. Na pantomima inglesa, o clown era o cômico principal e tinha as funções de um serviçal. No universo circense, ele é o artista cômico que participa das entradas e reprises, explorando o desajuste e a tolice em suas ações. Também pode ser chamado de excêntrico e faz oposição ao Tony de Soirée. Coletivo Algo que abrange ou pertence a várias pessoas. A palavra é muito usada para designar um grupo de pessoas reunidas para produzir uma obra de arte ou espetáculo juntas. Essa noção está na essência do trabalho circense, que se baseia na criação coletiva, muitas vezes familiar, de artistas que transcendem a concepção individual para construir um grande espetáculo. Corda indiana/lisa Corda giratória, pendurada no alto da lona, em que o artista sobe executando movimentos de demonstração de flexibilidade e força, em parceria com o portô. Cortejo 1. Saudação, cumprimento, vênia (geralmente a pessoas distintas ou importantes); cortesia; 2. Comitiva, séquito que acompanha uma ou mais pessoas importantes; 3. P. ext. Grupo de pessoas em procissão. Contorcionismo Número que exige do artista (contorcionista) extrema flexibilidade para fazer movimentos de torção do corpo, utilizando ou não aparelhos. Crítica Derivada do grego kritike, que significa “discernir”, “separar”, “julgar”, a crítica é a capacidade de avaliar uma obra artística a partir de referências culturais. Para além do simples julgamento subjetivo, a produção crítica parte de um conjunto de conhecimentos teóricos, estéticos e históricos para contextualizar determinada produção e atribuir-lhe valor e qualidade. Dança acrobática Combinação de técnicas de dança com elementos de acrobacia. Tornou-se popular no início do século 20 nos Estados Unidos e Canadá, nos espetáculos de variedades (vaudeville), e hoje faz parte do repertório de diversas companhias de circo contemporâneo.
Dandi acrobático Mesa sobre a qual uma dupla de artistas executa movimentos acrobáticos em sentidos opostos um em relação ao outro. Podem ser saltos, paradas de mão, cambalhotas, gangorras humanas, entre outros. Dramaturgia Conjunto de técnicas que possibilitam transpor para os palcos (ou para as telas) uma determinada narrativa. Ela pode ser desenvolvida especificamente para TV, teatro ou circo. A dramaturgia circense envolve a combinação de recursos cênicos como trilha sonora, iluminação, roteiro e técnicas variadas de picadeiro, aliados ao risco e à memória afetiva. Equilibrista Ver Funâmbulo. Esquete Breve apresentação cênica, geralmente de cunho satírico, cômico ou paródico, realizada por um pequeno grupo de atores. Baseada em situações e hábitos do cotidiano, não tem por objetivo explorar com profundidade os aspectos psicológicos dos personagens. Como recurso de entretenimento, foi bastante utilizada em espetáculos musicais (revistas, music-hall, vaudeville), de teatro popular, passando mais tarde ao rádio e à televisão. Do inglês sketch, esboço. Festival Evento que reúne produções culturais de uma linguagem específica a partir de um determinado tema e linha de curadoria. Pode ter diferentes periodicidades e formato competitivo ou não, mas sempre busca apresentar um amplo e variado panorama da produção artística ou do tema em questão. Filme noir Subgênero do filme policial, influenciado pela estética cinematográfica do expressionismo alemão dos tempos nazistas, caracterizada pelo alto contraste entre luz e sombra. Com ambientação urbana, temática criminal e anti-heróis, teve seu ápice nos Estados Unidos nas décadas de 1940 e 1950. Orson Welles, Otto Preminger e Samuel Fuller são alguns cineastas representativos do noir.
E
F
Fronteira Segundo o dicionário Houaiss, fronteira é o “limite que demarca um país e o separa de outros”. Na produção artística, a fronteira se dá também no campo simbólico: é aquilo que separa uma linguagem de outra, uma estética de outra. O mundo contemporâneo vive uma espécie de redefinição e até um esmaecimento de fronteiras, geográficas e simbólicas, na medida em que as tecnologias de informação permitem trocas cada vez mais intensas. Funâmbulo 1. Artista que anda no fio ou na corda; acrobata. 2. Fig. Pessoa inconstante nas suas opiniões e posições partidárias. Gag/gague Em teatro ou cinema, o efeito cômico obtido por surpresa ou improviso, seja ele verbal ou visual. Na gíria brasileira dos atores, o mesmo que caco.
G
123
I
L M
124
Ilusionismo 1. Arte e prática de criar algo ilusório por meio de truques. 2. Técnica de criar efeitos espetaculares pela rapidez dos gestos e das mãos; prestidigitação. Improviso 1. O que é dito ou feito sem preparação prévia; improvisação; 2. Imprevisto repentino. Itinerância O ato de se deslocar continuamente por diferentes territórios no exercício de uma função. Em sua origem, o circo é uma arte naturalmente itinerante, criada para transitar por diferentes públicos e realidades e dessa experiência extrair inspiração e material de criação. Linguagem artística Teatro, dança, música, cinema, literatura, fotografia, pintura, desenho, escultura, circo, entre outras. A linguagem é o conjunto de signos, a forma que o artista escolhe para expressar sua história, cultura, emoções e valores estéticos. Lira Aro de ferro suspenso, que serve para acrobacias aéreas tanto dentro quanto fora dele. Lona Tecido grosso e forte usado para toldos, o termo “lona” assume o caráter simbólico de “casa” para os artistas quando o circo passa a ser itinerante. Antes realizado sob o teto de famílias nobres, arenas e anfiteatros, com a queda dos impérios torna-se popular e, em 1769, o inglês Philip Astley produz uma lona para ser montada e desmontada a cada apresentação em localidades diferentes. Magie nouvelle A “nova magia” surge na França nos anos 2000 e propõe uma renovação do gênero ao misturar técnicas tradicionais de ilusionismo a outras linguagens artísticas, como dança, música e artes plásticas. Além do apelo visual, a ideia é aguçar outros sentidos do espectador, como olfato e tato. Malabarista 1. Artista circense que exibe grande habilidade atirando e apanhando objetos jogados ao ar, manipulando-os e equilibrando-os ao mesmo tempo; equilibrista; 2. Fig. Pessoa que demonstra habilidade para contornar circunstâncias difíceis ou adversas. Malabarismo. Manipulação Arte em que são exibidas habilidades corporais com a utilização de objetos, causando efeitos mágicos. Mastro chinês Modalidade circense de acrobacia aérea realizada em um mastro vertical de aço, preso no chão e forrado com material antiderrapante de, normalmente, cinco a dez metros de altura. Exige flexibilidade e força dos artistas. Mão a mão Acrobacia realizada geralmente em dupla, que depende do contato, equilíbrio e força entre as mãos. Minimalismo Estética caracterizada pelo emprego mínimo de recursos e elementos na criação artística, privilegiando a simplicidade e formas elementares. Nas artes visuais, o movimento teve início no fim dos anos 1950 nos Estados Unidos. Depois se espalhou por outros países e outras linguagens artísticas.
Monociclo Aparelho usado em números de equilíbrio composto apenas da parte traseira de uma bicicleta – roda e pedais, sem o guidão. Pode ter diversas alturas e mais de uma roda compondo o sistema de rodagem. Número circense Sequência de movimentos e/ou truques executados pelo artista, com ou sem aparelhos. Um número de circo pode ser solo ou em grupo. Por mais curto que seja, tem início, desenvolvimento e fim. Panem et circenses Pão e circo. Palavras de Juvenal (Décimo Júnio Juvenal, poeta e retórico romano, autor das “Sátiras”) referindo-se às preferências imediatistas e à ignorância das massas. Pantomima É a representação de emoções, de atos e de várias situações humanas somente por meio dos movimentos do corpo, dos gestos e dos passos. Encontra-se em muitas culturas sob a forma de danças guerreiras, de ritos de sacrifício, de imitação de animais. Entre os antigos egípcios e indianos, apareceu com contornos artísticos. Por vezes os gregos empregaram coros para acompanhar as suas pantomimas e os romanos foram grandes cultivadores desse gênero, chegando a ter, durante a República, uma escola especial para o seu desenvolvimento. Um único ator, o pantomimus, costumava representar, sem dizer palavra, todas as pessoas ou coisas de uma determinada história. Os atores distinguiam, por meio de máscaras, os diferentes tipos de personagens da pantomima. Empregava-se o mesmo termo para designar o ator dessa espécie de espetáculo e o próprio espetáculo. Os mistérios religiosos da Idade Média manifestavam vestígios da antiga pantomima. Mímica. Paródia Termo de origem grega, paraode, formado pela união de ode (canto, canção) e para (aquilo que se desenvolve ao longo de, ao lado de). Logo, contracanto ou canção transposta. Trata-se da recriação geralmente cômica ou imitação burlesca de uma obra, gênero, estilo ou estereótipo literário, com sentido crítico insinuado ou explícito. É a transposição de um texto tomado como modelo, já escrito e conhecido, manipulado e submetido a um formato crítico. Percha Derivação das palavras pertĭca em latim e perche, em francês, a percha, ou “vara comprida”, é o aparelho e o nome de uma modalidade em que um acrobata (também chamado de base ou portô) sustenta um mastro a metros do chão enquanto outro (chamado volante) sobe até seu topo para executar um número circense. Devido a seu alto grau de dificuldade, hoje a técnica é pouco praticada no mundo. Picadeiro A área central de um circo, reservada à exibição das atrações; arena.
N
P
125
Q R 126
Pirâmide acrobática Formação acrobática realizada em grupos de, no mínimo, três pessoas. Os artistas situados na base sustentam com seus corpos aqueles da camada superior, que podem estar de pé sobre os ombros dos colegas ou ajoelhados. Poesia visual Aquela em que o caráter visual tem função central na composição da obra, podendo ou não trazer palavras e símbolos de escrita. Há exemplos de poemas visuais desde a Antiguidade, como “O Ovo” (cerca de 300 a.C.), de Símias de Rodes, em que o texto é disposto na página com o formato ovalado. Portô Do francês porteur. Pessoa que fica no solo sustentando o aparelho e a demonstração do outro artista (o volante) ou tendo a mesma função nos números aéreos. Quadrante coreano Técnica de acrobacia aérea em dupla executada sobre dois mastros fixos no chão contendo pequenas plataformas de sustentação. Um acrobata fica sobre o aparelho sustentando o outro, que pode balançar no ar, ser arremessado e fazer diversos tipos de movimento. Também é conhecido como russian cradle. Quarta parede Parede imaginária situada entre a plateia e o palco, nos espetáculos em que os artistas não trocam olhares com os espectadores, induzindo-os a ter uma relação mais passiva em relação ao que é encenado. Quick change Termo em inglês que significa “troca rápida”. Recurso em que o artista troca de roupa como num passe de mágica atrás de um anteparo. Reprise Além das entradas mais longas, executadas pelo palhaço excêntrico, o espetáculo circense também oferece a reprise cômica no intervalo entre duas atrações. Os palhaços que se dedicam às reprises são também conhecidos como Tony de Soirée ou Augusto de Soirée. As reprises são predominantemente mudas (mas não necessariamente) e têm o circo, seus artistas e números como objetos de zombaria. Ocorrem em vários momentos e têm a função de preencher o espaço cênico durante a montagem ou desmontagem de um grande aparelho, como trapézio voador ou jaula. De modo geral, são mais curtas se comparadas às entradas. Rigger Técnico especializado em montagem e manutenção de pontos de fixação para aparelhos aéreos. Risco Do latim resecum, utilizado para descrever situações de perigo, contém também o conceito de possibilidade, a probabilidade de perda ou ganho. No circo, o risco funciona muitas vezes como condutor da narrativa. Artístico ou físico, ele é iminente ao longo da formação e durante a performance dos artistas.
Roda alemã Equipamento originalmente usado em exercícios de ginástica na Alemanha, a roda feita de aço exige concentração e equilíbrio por parte dos acrobatas que a utilizam. Nela, é possível girar e rodar, variando a intensidade e, consequentemente, o grau de dificuldade. Também conhecida como roda cyr. Teatro Físico Construção de formas compreensíveis pelo imaginário coletivo sem falas. Por meio de gestos e outras habilidades não verbais, os artistas devem ser capazes de interpretar uma grande variedade de papéis e emoções, além de improvisar com o público. Tecido acrobático Modalidade aérea circense realizada com dois longos tecidos, presos no alto do teatro. Acredita-se que ele seja uma extensão do trabalho com a corda. Exige flexibilidade, agilidade, força muscular e leveza na apresentação do artista para que se crie movimentos e se alcance diversas alturas com o tecido.
T
Tony de Soirée Designação técnica para uma determinada função do palhaço. Ele deve conhecer as mais variadas habilidades circenses para participar como elemento cômico em números sérios, sem falar nada ou quase nada. Por exemplo, é bastante comum a presença de um palhaço no trapézio voador, incumbido de trazer uma espécie de relaxamento entre as evoluções, tanto para o público como principalmente para os artistas, que teriam um tempo de descanso e recuperação de energias para as próximas evoluções. O Tony de Soirée também é responsável pelo desempenho das reprises que se intercalam entre números distintos. Mais uma vez, ele é responsável pela pausa cômica que se interpõe entre as atrações. Faz oposição ao clown ou excêntrico. Tragédia Drama que se caracteriza pela seriedade e frequentemente envolve um conflito entre um personagem e algum poder de instância maior, os deuses, o destino ou a sociedade. A literatura grega reúne três grandes nomes que são referências do gênero: Ésquilo, Sófocles e Eurípedes. Tragicomédia Um dos mais antigos gêneros dramáticos, surgido na Grécia Antiga, mistura elementos da comédia e da tragédia. A construção da narrativa pode conter recursos como sarcasmo, ironia, melodrama e farsa. Trapézio Equipamento usado para acrobacias aéreas, constituído por uma barra suspensa por duas cordas, no qual o artista cria movimentos e dá demonstrações de força, elegância e flexibilidade. Existem diferentes variações do equipamento: trapézio fixo, que é imóvel e dá maior estabilidade durante a execução das manobras; trapézio de balanço, que permite tanto movimentos típicos do fixo, quanto elementos de quedas, piruetas, giros, saltos mortais etc; e trapézio de voo, a modalidade mais comum – e possivelmente a mais difícil e perigosa – na qual o artista salta de um trapézio a outro, ou até as mãos de um portô devidamente posicionado numa plataforma.
127
V
Virtuose 1. Músico que apresenta domínio excepcional da técnica de execução de um instrumento. 2. Qualquer artista que demonstra grande domínio sobre os processos artísticos e técnicos da arte a que se dedica. 3. Qualquer pessoa que demonstra extrema habilidade naquilo que faz. [F.: Do fr. virtuose. Sin. ger.: virtuoso] Volante Acrobata que é impulsionado, equilibrado ou sustentado por outro mais forte (o portô). Está sempre no alto, em números solo. Em números aéreos, como no trapézio, é ele que realiza o voo. Voo Consiste em um salto com acrobacias de um trapézio para outro. É considerada uma das manobras mais difíceis de se realizar no equipamento.
Fontes: Dicionário Caldas Aulete da Língua Portuguesa (2007, Lexicon Editora Digital e L&PM); Dicionário Sesc – A Linguagem da Cultura, de Newton Cunha (2003, Sesc São Paulo e Editora Perspectiva); Dicionário do Teatro Brasileiro – Temas, Formas e Conceitos. Coordenação: J. Guinsburg, João Roberto Faria e Mariangela Alves de Lima (2006, Sesc São Paulo e Editora Perspectiva). Fontes digitais: Circodata – Dicionário do Circo Brasileiro: circodata.com.br Dicionário de circo do Nica (National Institute of Circus Arts Australia): nica.com.au/ circus-dictionary.php?cd_id=111
128
Balancer See tightrope walker. Batons Pear-shaped elongated pieces withgrips that serve as support. Jugglers often throw them up high without dropping, three, four, or more at once. Boundary According to the Houaiss dictionary, boundary (fronteira in Portuguese) is the “outline of a country which separates it from other countries.” In artistic production, boundary acquires a symbolic meaning: it is what separates distinct languages and aesthetics. The world today is marked by the redefinition or even blurring of geographic and symbolic boundaries, as new communication technologies allow for increasingly intense exchanges. Brass band Musical band formed by wind instruments; out of tune and/or noisy orchestra; old car; any thing or object; gadget, junk. From the Spanish charanga (brass band).
A
GLOSSARY
Acrobat Artist or professional in acrobatics, usually linked to the circus. The term, of Greek origin, literally means, “he who goes on tip toes”. Var. acrobat. Ad lib Exclamations, expressions, phrases or short lines that do not appear in the original text and are sometimes improvised by the actorson stage to remedy any lapses of memory, orto highlight a comic or dramatic effect. Ad libssometimes have such an extraordinary effect onthe performance that they become part of theshow, and are incorporated into the script. Artistsin situation comedies use this consciously toupdate them, especially when they run for a longtime in theaters. Aerial Silk A circus aerial art form performed with two long pieces of fabric attached to thetop of the theater. It is believed that it is anextension of working with the rope. It requires flexibility, agility, muscle strength and lightnessin the artist’s presentation in order to create movements and reach different heights with the fabric. Aerobatics 1. Body and exercise technique involving balance, jumping, and developmentwith ropes. 2. Balancing act or tightrope walkingon in tightrope. 3. Set of movements or gesturesthat demonstrate dexterity and agility which arebeyond ordinary habits and models. 4. By extension,a gymnastic exercise of superior ability. Allegory Rhetorical figure of thought in which an idea is expressed only by means of suggested images, and which therefore require decoding since a distance is maintained between the words used and their effective meaning. Allez! From the French verb aller (to go). Used in imperative: allez! In the circus it is a kind of signal, an order of command among artists. Widely usedat the moment of jumping by trapeze artists. Apparatus Any circus equipment that serves to assist the movements and development of artists. E.g. hoops, trapeze, silks, rope, Chinese mast etc.
B 129
C
130
Cabaret From the French cabaret, also called cafe-concert. In its beginnings there was no distinction between social classes: workers and aristocrats attended presentations of circus, dance, theater and music, in addition to eating and drinking. The most famous in France were Le Chat Noir and the Folies Bergere. Canvas Thick fabric used on circus tents, also known as big tops. In Portuguese the word “lona” has the symbolic meaning of “home” for the artists when the circus becomes itinerant. Originally performed for noble families in their homes, arenas and auditoriums, the circus became a popular art form after the fall of the empires. In 1769, British showman Philip Astley created a canvas tent that could be set up in different locations for the circus performances. Charivari French term that means uproar, confusion, tumultuous expression and even a group of musical sounds devoid of harmony. In the circus it was adopted as an expression to symbolize the final moment of a show when the artists return to the ring for a joint celebration, doing acrobatics, juggling and ask the public to accompany their final foray by applauding. Chinese mast Aerial acrobatics performed on avertical steel mast stuck in the ground and lined with non-slip material usually 5-10 meters high. It requires flexibility and strength from the artists. Chute This is when the artist, usually the clown, simulates a fall and causes the audience tolaugh. Circus ring The central area of a circus, reserved for the display of attractions; arena. Circus-theater A genre that originated in the end of the 19th century and was extremely successful in Brazil in the following century. It characterized the shows of family troupes that traveled around the country performing comedies and dramas along with acrobatic, juggling and clowning acts. Among the artists that were active in circus-theater are Procópio Ferreira, Benjamin de Oliveira and Vic Militello. Clappers People hired by businessmen or by the performers themselves to applaud enthusiastically when major actors come on stage or during scenes of the performance in order to influence the judgmentof the audience. Its origin goes back to 5th century Greece, and to the exhibitions of Nero inImperial Rome. Its function only began to acquire professional status in France at the beginning ofthe 19th century when its members received a sum of money or free tickets. Widely used in operatic environments, which continues to this day, especially in small urban centers; its use varying from country to country. In Brazil it existed until the first half of the 20th century and was received at the time with hostility by the paying audience. Their intervention at the entrances of the stars of the company, during scenes of bravery (at the end oflong
monologues, elation and anger scenes, arias, in the specific case of the lyrical genre), was a constant presence in theatrical revue. Clown A term that dates back to the 16th century. It derives from Cloyne, cloine, clowne, andits etymological analysis also throws up colonusand clod, whose approximate meaning would berustic man from the country. Clod, or clown, also indicated a lout, tactless man, rude and boorish, a peasant, and rustic. In English pantomime, the clown was the main comic and played the role of a servant. In the world of the circus, he is the comic artist who participates in the entrances and reprises, exploring the misfit and the folly of their actions. He can also be called eccentricand Tony de Soiree. Clowns who are dedicated to reprises are also known as Tony de Soiree or Augusto de Soiree. Reprises are predominantly silent (but not necessarily) and have the circus, its artists and figures as objects of ridicule. They participate at various times during the show and are meant to fill in the stage area during the time an apparatus is assembled or disassembled such as a flying trapezeor cage. Generally, they are short compared to the entrances. Collective Something that includes or belongs to many individuals. The word is often used to designate a group of people who come together to produce art or performances. This concept is in the core of circus work, which is based on collective creation, frequently family-based, by artists who transcend individual expression in order to produce a large-scale spectacle. Contortionism A discipline that requires the artist (contortionist) to have extreme flexibility in order to twist the body, sometimes using an apparatus. Critique Derived from the Greek kritike, which means “to discern”, “to sort”, “to judge”, it is the ability to evaluate art pieces taking into consideration cultural references. Beyond subjective assessments, it is based on theoretical, aesthetic and historical knowledge to contextualize and assign value and quality to artistic production. Dramaturgy In the context of the performing arts it signifies techniques used to display a narrative on stage (or screen). It may be developed specifically for television, theater or the circus. Circus dramaturgy involves combining scenic elements, such as music, lighting, scrip and assorted skills, with a risk factor and affective memory. Festival An event that brings together cultural productions based on a theme or curatorial approach. It may vary in frequency and have competitive or non competitive character, but it always seeks to showcase a broad and diverse overview of the artistic context or the theme in question.
D
F
131
Fixed bar Gymnastic apparatus that consists of a thick horizontal bar fixed or two vertical restraints. Acrobats use it to perform sequences of turns and jumps. Flyer An acrobat who is driven, balanced or supported by another stronger one (the porteur). He is always up high in solo numbers. In aerial acts like the trapeze, he carries out the flight. Flight Consists of a jump with acrobatics from one trapeze to another. It is considered one ofthe most difficult maneuvers to perform on the equipment. Fourth wall Imaginary wall located in front of the theater stage through which the audience passively watches the action of the staged world as artists do not exchange glances with viewers.
G H
I
J 132
Gag In theater or cinema, the comic effect obtained by surprise and improvisation, be it verbal or visual. Brazilian actor slang; the same as an ad lib. German wheel Equipment originally used for gymnastic exercises in Germany; the wheel, which is made of steel, requires concentration and balance from the acrobats who use it. Inside, it is possible to spin and rotate, varying the intensity and thus the degree of difficulty. Hand to hand Acrobatics usually performed in pairs and which depends on the contact, balance and strength in their hands. High wire Taut steel cable, on top of which the artists perform balancing acts. Indian Rope A swinging rope which hangs from the top of the canvas on which the artist executes movements requiring flexibility and strength, in partnership with the porteur. Illusionism 1. Art and practice of creating something illusory through tricks. 2. Technique of creating dramatic effects by the speed of gestures and hands; sleight of hand. Improvisation 1. That which is said or done without preparation; improvisation; 2. Unexpected. Itinerancy Being constantly in motion in different territories while engaged in specific activities. In its roots, the circus is a naturally itinerant art form, created to navigate different audiences and realities, extracting inspiration and creative materials from this experience. Jester, Buffoon Farcical actor or character, i.e. those whose representation tends toward comic exaggeration, including frank, licentious and popular language such as that of mimics, and funny faces (grimaces). His socially inferior or marginal figure gives him the possibility to comment and go unpunished, and even rudely, on the actions and intentions of serious drama figures, revealing injest, the irrational aspects contained therein. In away, the jester, or buffoon,
or the clown, by closely monitoring the “masters” and powerful ones, brings to the surface in speech and body, the underlying insanity of their dramatic relationships. Juggler 1. Circus artist who displays great skill throwing and catching objects thrown into the air, manipulating them and balancing them atthe same time; tightrope walker; 2. Fig. Person who demonstrates ability to overcome difficult or adverse circumstances. Juggling. Lyra Suspended iron hoop used for aerial acrobatics both inside and out. Manipulation Art where bodily skills with the use of objects are displayed, causing magical effects. Panem et circenses Bread and circus. Words of Juvenal (Decimus Junius Juvenal, Roman poet and rhetorician, author of “Satires”) referring to the shortsighted preferences and ignorance of the masses. Pantomime The representation of emotions, act sand various human situations only by means of body movements, gestures and steps. It is foundin many cultures such as war dances of sacrificial rites, and the imitation of animals. Among the ancient Egyptians and Indians it appeared with artistic contours. Sometimes the Greeks employed choirs to accompany their pantomimes and the Romans were great cultivators of this genre; during the Republic they even had a special school for its development. A single actor, the pantomimus, used to represent without a word all persons or things in a certain story. The actors distinguished, through masks, the different types of pantomime characters. The same term for the actor in this kind of show and the show itself is employed. Religious mysteries of the Middle Ages show traces of the old pantomime. Mime. Parody From the term paraode, of Greek origin, formed by the union of ode (singing, song) and para (that which develops over the courseof, beside). Later, counterpoint or an incorporated song. This is the usually comical recreation or burlesque imitation of a work, genre, style or literary stereotype, either in a critically implied or explicit sense. It is the transposing of a text taken as a model, already written and known, manipulated and subjected to a critical format. Perch Derived from the words pertĭca, in Latin, and perche, in French, the perch, or “long rod” is the apparatus and the name of a circus skill in which one acrobat (also known as the base) supports a pole meters from the ground while another one (called the flyer) climbs to the top to perform his act. The technique is seldom practice today due to its high level of difficulty. Physical theater Construction of forms understood by the collective imagination without words. Through gestures and other
L
M
P
133
Q
R
S
T 134
nonverbal skills, artists should be able to interpret a wide range of roles and emotions, and improvise with the public. Porter/Porteur From the French porteur; this is the person who is on the ground holding the apparatus and the performance of another artist or has the same function in aerial numbers. Procession 1. Bow, greeting, reverence (usually distinct and important people); courtesy; 2. Delegation, entourage accompanying one or more important people; 3. Group of people inprocession. Quick change Term meaning a “quick change of clothes”; feature in which the artist changes clothes as if by magic behind a screen. Reprise In addition to the longer entrances, performedby the eccentric clown, circus shows also offer the comic reprise in the interval between two attractions. Rigger Specialty technique in the assembly and maintenance of attachment points for aerial devices. Risk From the Latin resecum, used to describe dangerous situations, it also suggests the possibility of gains or losses. In the circus risk is often the conductor of the narrative. Artistic or physical risk is present during the formation and performance of circus artists. Skit Quick scenic presentation, usually satirical, comic and parodic in nature and performed by a small group of actors. Based on everyday situations and habits, not intended to explore the psychological aspects of the characters in depth. As an entertainment feature, it was widely used in musical shows (magazines, music hall, and vaudeville), popular theater, passing later to radio and television. Tightrope walker 1. Tightrope walker who walks on the wire or rope; acrobat. 2. Fig. Fickle person in their opinions and political party positions. Tightrope walking. To anchor To create a solid foundation. To be secure on a spot. Also refers to anchoring an idea through solid argumentation. In the circus, to anchor refers to setting up the big top on a lot (or city, country) and to acts in which the artist needs a support, an “anchor” to conduct his performance. Tony de Soiree Technical name for a given function of a clown. He must know the various circus skills to participate as a comic element in serious performances by saying nothing or almost nothing. For example, it is quite common to have a clown on the flying trapeze, tasked with bringing a kind of relaxation between manoeuvres for both the public and especially for artists who have time to rest and recover energy for future manoeuvres. Tony de Soiree is also responsible for performing the reprises that are inserted between different numbers. Once again he is responsible for the comic pause that interposes itself between the sublimity of the attractions. He does the opposite of the clown or eccentric.
Tragedy Drama characterized by seriousness and often involves a conflict between a characterand some higher instance of power such as the gods, fate or society. Greek literature brings together three great names that are genre references: Aeschylus, Sophocles and Euripides. Trapeze Equipment used for aerobatics, consisting of a bar suspended by two ropes on which the artist creates figures and gives demonstrations of strength, elegance and flexibility. There are different variations of equipment: fixed trapeze, which is immobile and gives greater stability during the execution of maneuvers; swinging trapeze, allowing both typical fixed movements, as well as elements of falls, twists, turns, somersaults etc; and the flying trapeze, the most commonform – and possibly the most difficult and dangerous – in which the artist jumps from one trapeze to another, or into the hands of a porteur properly positioned on a platform. Unicycle Apparatus used in balancing acts only composed exclusively of the back of a bicycle - the wheel and pedals without the handlebars. It can have different heights and more than one wheel making up the rolling system. Virtuoso 1. Musician who has exceptional mastery of the playing technique of an instrument. 2. Any artist who shows great mastery of the artistic and technical processes which he performs. 3. Anyone who demonstrates great skill in what he does. [From the French virtuose Sp. virtuoso]
U V
Fonts: Dicionário Caldas Aulete da Língua Portuguesa (2007, Lexicon Editora Digital e L&PM); Dicionário Sesc – A Linguagem da Cultura, de Newton Cunha (2003, Sesc São Paulo e Editora Perspectiva); Dicionário do Teatro Brasileiro – Temas, Formas e Conceitos. Coordenação: J. Guinsburg, João Roberto Faria e Mariangela Alves de Lima (2006, Sesc São Paulo e Editora Perspectiva). Digital fonts: Circodata – Dicionário do Circo Brasileiro: circodata.com.br Dicionário de circo do Nica (National Institute of Circus Arts Australia): nica.com.au/ circus-dictionary.php?cd_id=111
135
CONTA TOS
CONTACT INFORMATION
ESPETÁCULOS SHOWS Babel, glöm Kaaos Kaamos Suécia/Finlândia/Alemanha/França kaaoskaamos.com youtube.com/watch?v=fHdNcxht0LU facebook.com/KaaosKaamos/ company@kaaoskaamos.com Backbone (Coluna vertebral) Gravity & Other Myths Austrália gravityandothermyths.com.au facebook.com/GOMcircus youtube.com/user/GOMcircus instagram.com/gomcircus hello@gomcircus.com.au Bubuia Coletivo Antônia Brasil (DF) coletivoantonia.com facebook.com/coletivoantonia coletivoantonia@gmail.com Cabaré Mágico Direção: Ricardo Malerbi Brasil/Alemanha/Peru Alana: facebook.com/alanamagician Caio Ferreira: caioferreira.com.br Célio Amino: facebook.com/celioamino Gisell: facebook.com/gisellaestrada Rapha Santacruz: raphasantacruz.com Ricardo Malerbi: ricardomalerbi.com.br Das cinzas coração Quimera Criações Artísticas e Teatro Ateliê Brasil (RS) quimeracriart.blogspot.com facebook.com/quimeracriart quimeracriart@gmail.com Ex-libris (Os livros) Cia Vöel Espanha facebook.com/ciavoel youtube.com/channel/ UCWIF0a1R4zD7KaOCJd5x--g infovoel@gmail.com
137
Guadual (Bambuzal) Teatro Sánchez Aguilar Equador ciclicus.com youtube.com/channel/ UCtQdBssZsTd3CqZ7bBm7hNA facebook.com/ Ciclicus-247773488754773 circulacion@ciclicus.com Hai, a pescadora de sonhos Cia Giramagic Brasil (SP)/Espanha giramagic.com Halka Groupe Acrobatique de Tanger Marrocos groupeacrobatiquedetanger.fr facebook.com/ GroupeAcrobatiqueDeTanger jeff@halka.fr Inversus Companhia Éos Brasil (SP) facebook.com/eosduotrapezio instagram.com/eos_duo Leões, vodka e um sapato 23 Cia de 2 Brasil (SP) ciade2.com.br facebook.com/ciade2 grupociade2@gmail.com Maiador Cia Delá Praká Brasil (RJ)/França ciadelapraka.com facebook.com/ciadelapraka ciedelapraka@gmail.com
138
Naufragata Circo Zoé Itália/França circozoe.com youtube.com/channel/ UCjYO227BERqRgOYCwe0zCrA facebook.com/circozoe circo.zoe@gmail.com Noite: filme noir cabaret TrixMix Cabaré Brasil (RJ e SP) trixmix.org/trixmix facebook.com/trixmixoficial https://www.youtube.com/user/ trixmixcabaret Ordinários La Mínima Circo e Teatro Brasil (SP) laminima.com.br facebook.com/laminima youtube.com/channel/ UC1PqfqgNKArhC73G0poVr5w/feed instagram.com/laminima_circo laminima@laminima.com.br Pedra no sapato Companhia Laguz Circo Brasil (CE) / Argentina laguzcirco.com facebook.com/circolaguz youtube.com/c/laguzcirco instagram.com/laguzcirco laguzcirco@gmail.com Risco Cia do Relativo Brasil (SP) ciadorelativo.com facebook.com/Cia.do.Relativo instagram.com/ciadorelativo ciadorelativo@hotmail.com
Smashed (Esmagado) Gandini Juggling Reino Unido gandinijuggling.com facebook.com/gandini.juggling vimeo.com/gandinis info@gandinijuggling.com Sobre tomates, tamancos e tesouras Mafalda Mafalda Brasil (SP) teatrodamafalda.blogspot.com facebook.com/teatrodamafalda youtube.com/user/teatrodamafalda teatrodamafalda@hotmail.com Strach, a fear song (Strach, canção do medo) Théâtre d’un Jour França/Bélgica t1j.be theatredunjour.ad@gmail.com O vazio é cheio de coisa Cia Nós No Bambu Brasil (DF) nosnobambu.blogspot.com facebook.com/nosnobambu nosnobambu@gmail.com Vincles (Vínculos) Circ Bover Espanha/França www.circbover.com facebook.com/ CircBover-592707347560420 youtube.com/channel/ UC0of7L7B3ong5aBTD05hfDw info@circbover.com Wendy e Peter Companhia Linhas Aéreas Brasil (SP) linhasaereas.art.br facebook.com/linhas.aereas.9 youtube.com/channel/ UCkV9XGPWjYxYkR6flAFc10Q cialinhasaereas@gmail.com
INTERVENÇÕES ARTISTIC INTERVENTIONS African Show Sarakasi Warrior Acrobats Quênia sarakasi.org/sarakasi-allstars youtube.com/channel/ UC6aMgWyFWhV-vkgDf0iVGFg marion@sarakasi.co.ke Cortejo das Martas Cia Las Martas Argentina/Brasil/Chile facebook.com/cabaredasmartas ocabaredasmartas.wixsite.com/ ocabaredasmartas ocabaredasmartas@gmail.com Enxame Circo Enxame Brasil (SP) facebook.com/CircoEnxame circoenxame@gmail.com Os Pássaros do Lido Le Lido Argentina/Brasil/Chile/Espanha/Estados Unidos/França/ México/Portugal/Rússia circolido.fr accueil.lido@mairie-toulouse.fr producao@osmoseproducoes.com.br Parque do Circo Gonzalo Caraballo e Lua Tatit Brasil (SP) www.parquedocirco.com Probabilidades Coletivo Lateral Brasil (SP) instagram.com/coletivolateral coletivolateral@gmail.com Somos eu Grupo Somos Eu Brasil (RJ) luisahrodrigues@outlook.com
139
Mantido pelos empresários do comércio de bens, turismo e serviços, o Sesc – Serviço Social do Comércio é uma instituição privada que tem como objetivo proporcionar o bem-estar e a qualidade de vida aos trabalhadores destes setores e suas famílias. Sua base conceitual é a Carta da Paz Social e sua ação é fruto de um sólido projeto cultural e educativo que trouxe, desde sua criação, em 1946, a marca da inovação e da transformação social.
SOBRE O SESC
Ao longo de sua história, o Sesc inovou ao introduzir novos modelos de ação cultural e sublinhou a educação como pressuposto para a transformação social. A concretização desse propósito deu-se por uma intensa atuação no campo da cultura e suas diferentes manifestações, destinadas a diferentes públicos, em diversas faixas etárias e variados estratos sociais. Isso significa oferecer uma grande diversidade de eventos e, efetivamente, contribuir para experiências mais duradouras e significativas.
140
No estado de São Paulo, o Sesc conta com uma rede de 44 unidades, em sua maioria, centros destinados à cultura, ao esporte, à saúde e à alimentação, ao desenvolvimento infantojuvenil, à terceira idade, ao turismo social e demais áreas de atuação. Este patrimônio forma um conjunto arquitetônico
de múltiplas linguagens e influências, constituído a partir da contribuição de nomes como Lina Bo Bardi, autora do Sesc Pompeia, e Paulo Mendes da Rocha, responsável pelo Sesc 24 de Maio. A presença da instituição no estado de São Paulo se expande, ainda, para além das cidades nas quais estão instalados seus equipamentos socioculturais. Ruas, praças, parques e outros espaços são ocupados com atividades culturais e esportivas; e toneladas de alimentos, fornecidos por empresas doadoras, são distribuídas a instituições sociais por meio do projeto Mesa Brasil. Para além, há o Circuito Sesc de Artes e o Dia do Desafio, realizados em parceria com prefeituras e sindicatos do comércio locais. O Sesc desenvolve, assim, uma ação de educação não formal e permanente, com o intuito de valorizar seus públicos, ao estimular a autonomia pessoal, a interação e o contato com expressões e modos diversos de pensar, agir e sentir.
Throughout its more than 70 years, Sesc has been innovating by introducing new models of cultural action and underscoring education as a basic tenet for social transformation. It has been fulfilling its purpose through concentrated efforts in the field of culture and its many forms of expression, reaching audiences that span all age groups and social strata. That means offering a wide variety of activities and making an effective contribution to more long-lasting and meaningful experiences. The network of Sesc in the state of São Paulo includes 44 units, most of them dedicated to culture, sports, health and food, children and youth development, senior citizens and social tourism, among others. The venues feature different architectural styles and influences and were conceived in collaboration with
renowned architects, such as Lina Bo Bardi and Paulo Mendes da Rocha, who designed Sesc Pompeia and Sesc 24 de Maio, respectively. The reach of the organization in the state of São Paulo extends well beyond city facilities dedicated to social and cultural activities. Cultural and sports initiatives occupy streets, squares, parks and other spaces, and tons of food, provided by donor businesses, are handed out to social organizations through Mesa Brasil (Brazil Table) project. Besides, there are Circuito Sesc de Artes (Sesc Art Circuit) and Dia do Desafio (Challenge Day), held in partnership with city halls and local trade unions.
ABOUT SESC
Sesc – Social Service of Commerce is a private institution supported by entrepreneurs from the trade of goods, tourism and services. Inspired by concepts from the Carta da Paz Social (Letter for Social Peace), it aims to provide well-being and quality of life to professionals working in these sectors and their family members. Sesc’s initiatives stem from a solid cultural and educational project that has borne the mark of innovation and social transformation since it was established in 1946.
Sesc ongoing and non-formal education initiatives aim to foster the development of its many different audiences by encouraging their autonomy, and contact and interaction with different forms of expressions, ways of thinking, acting and feeling.
141
SESC – SERVIÇO SOCIAL DO COMÉRCIO ADMINISTRAÇÃO REGIONAL NO ESTADO DE SÃO PAULO SESC – SOCIAL SERVICE OF COMMERCE REGIONAL ADMINISTRATION OF SÃO PAULO STATE PRESIDENTE DO CONSELHO REGIONAL CHAIRMAN OF THE REGIONAL COUNCIL Abram Szajman DIRETOR DO DEPARTAMENTO REGIONAL REGIONAL DEPARTMENT DIRECTOR Danilo Santos de Miranda SUPERINTENDENTES ASSISTANT DIRECTORS TÉCNICO-SOCIAL SOCIAL TECHNICIAN Joel Naimayer Padula COMUNICAÇÃO SOCIAL SOCIAL COMMUNICATION Ivan Giannini ADMINISTRAÇÃO ADMINISTRATION Luiz Deoclécio Massaro Galina ASSESSORIA TÉCNICA E DE PLANEJAMENTO TECHNICAL AND PLANNING CONSULTANCY Sérgio José Battistelli GERENTES MANAGERS AÇÃO CULTURAL CULTURAL ACTION Rosana Paulo da Cunha ALIMENTAÇÃO E SEGURANÇA ALIMENTAR NUTRITION AND FOOD SAFETY Márcia Aparecida Bonetti Agostinho Sumares ESTUDOS E DESENVOLVIMENTO STUDIES AND DEVELOPMENT Marta Raquel Colabone ARTES GRÁFICAS GRAPHIC DESIGN Hélcio Magalhães ATENDIMENTO E RELACIONAMENTO COM PÚBLICOS PUBLIC RELATIONS Milton Soares de Souza CENTRO DE PRODUÇÃO AUDIOVISUAL AUDIOVISUAL PRODUCTION CENTER Silvana Morales Nunes DESENVOLVIMENTO DE PRODUTOS PRODUCT DEVELOPMENT Évelim Moraes DIFUSÃO E PROMOÇÃO PUBLICITY AND PROMOTION Marcos Ribeiro de Carvalho SESC DIGITAL DIGITAL SESC Gilberto Paschoal CONFORMIDADE INSTITUCIONAL INSTITUTIONAL COMPLIANCE Jackson Matos CONTRATAÇÕES E LOGÍSTICA HIRING AND LOGISTICS Adriana Mathias DESENVOLVIMENTO DE PESSOAS PEOPLE DEVELOPMENT Cecília Camargo Maman Pasteur FINANÇAS FINANCE José Augusto Paula Marques LICITAÇÕES BIDDING Marcia Mitter PATRIMÔNIO E SERVIÇOS ASSETS AND SERVICES Nelson Soares da Fonseca ENGENHARIA E INFRA-ESTRUTURA ENGINEERING AND INFRASTRUCTURE Amilcar João Gay Filho AVENIDA PAULISTA Felipe Mancebo BELENZINHO Marina 142 Avilez BOM RETIRO Monica Machado CAMPO LIMPO
Mário Fernandes CARMO Simone Avancini CENTRO DE PESQUISA E FORMAÇÃO Andréa Nogueira CINESESC Gilson Packer CONSOLAÇÃO Mariângela Abbatepaulo GUARULHOS Osvaldo Almeida Junior IPIRANGA Antônio Carlos Martinelli ITAQUERA José Roberto Ramos PINHEIROS Flávia Andréa Carvalho VILA MARIANA Erika Mourão ASSESSORIA DE IMPRENSA PRESS OFFICE Ana Lúcia de La Vega ASSESSORIA DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS INTERNATIONAL AFFAIRS Aurea Leszczynski Vieira Gonçalves ASSESSORIA JURÍDICA LEGAL ADVISOR Carla Bertucci Barbieri CIRCOS – FESTIVAL INTERNACIONAL SESC DE CIRCO CURADORIA DE ESPETÁCULOS ARTISTIC CURATORSHIP Lúcia Nascimento, Amanda Silva, André de Araujo Silva, Carolina Garcez, Kátia Caliendo, Laudo Bonifácio Junior, Lucas Carbonera Molina, Marina Zan, Priscila Sayuri e Simone Silva CURADORIA DE AÇÕES FORMATIVAS EDUCATIONAL ACTIVITIES CURATORSHIP Lisa Gianetti e Rodrigo Matheus PROGRAMAÇÃO PROGRAMMING Lúcia Nascimento (coordenação), Kelly Adriano Oliveira e Marina Zan SECRETARIA EXECUTIVA EXECUTIVE SECRETARY Vanessa Ribeiro RELAÇÕES INTERNACIONAIS INTERNATIONAL AFFAIRS Heloisa Pisani COMPRAS E CONTRATAÇÕES PURCHASING AND CONTRACTS Marina Villar, Laura Magalhães, Nathalia Almeida, Marilu Canuto, Daniela Scarelli, Jussara Brito, Wellington Silva Santos e Ticiana Parisi PATRIMÔNIO E SERVIÇOS ASSETS AND SERVICES Fabio Mattos e Yuri Valério ARTES GRÁFICAS GRAPHIC DESIGN Rogério Ianelli, Gabriela Borsoi DESENVOLVIMENTO DE PRODUTOS PRODUCTS DEVELOPMENT Francisco Manoel Santinho, Viviana Bomfim Moreira DIFUSÃO E PROMOÇÃO PARA IMPRENSA PROMOTION AND DIFFUSION FOR THE PRESS Marina Reis, Tamara Demuner MÍDIAS MEDIA Daniel Tonus, José Gonçalves Junior, Renato Perez de Castro PRODUÇÃO AUDIOVISUAL AUDIOVISUAL PRODUCTION André Queiroz, Christi Lafalce, Adauto Perin, Ana Cristina Pinho, Daniel Sanchis Fernandes RELAÇÕES COM O PÚBLICO PUBLIC RELATIONS Chiara Regina Peixe, Viviane Lemos SESC DIGITAL DIGITAL SESC Carlos Rocha, Claudia Dias Perez, Érica Aguiar, Érica Georgino, Malu Maia, Ricardo Tacioli, André Conceição, Cristiane Komesu, Fernanda Fava, Frederico Zarnauskas, Guiomar Bernardo, Izabel Mitie Yamaki, Juliana Ramos, Leandro Nunes, Paco Sampaio, Rogéria Goncalves Cunha, Rubens Lutero e Thais Amendola
EDITORIA WEB WEB EDITORIAL Alexandre Leopoldino, Bárbara Carneiro, Brenda Amaral, Carolina Vidal, Danilo Cava, Julia Parpulov, Junior Pacheco, Nadya Librelon, Rachel Sciré, Rafaela Queiroz de Sena, Ronaldo Domingues, Thais Fero, Thaís Kruse, Thamires Motta e Vitor Penteado. PESQUISADORES CONVIDADOS GUEST RESEARCHERS Bruno Rudolph, Fernando Sampaio, Lu Lopes, Maíra Campos e Rodrigo Matheus ASSESSORIA DE IMPRENSA PRESS OFFICE Cristiane Batista COMUNICAÇÃO COMMUNICATION Julio Adamor EDIÇÃO E PRODUÇÃO TEXTUAL TEXT EDITING AND PRODUCTION Grená Comunicação Multiplataforma – Adriana Ferreira, Cristiane Batista e Letícia de Castro IDENTIDADE VISUAL E DESIGN GRÁFICO VISUAL IDENTITY AND GRAPHIC DESIGN Carla Garófalo e Camila Mattos CATÁLOGO DIGITAL DIGITAL CATALOGUE Veridiana Piccinini PRODUÇÃO PRODUCTION Mariana Novais PODCASTS Adriana Braga, Amanda Brunelli, Felipe Julian e Julio de Paula.
Apoio
Realização
Papel Munken Lynx Rough 120g Tipografia Fixture Tiragem 1.400 Impressão Ipsis
Sesc São Paulo Av. Álvaro Ramos, 991 03331-000 - São Paulo - SP Tel.: 55 11 2607-8000 sescsp.org.br