CPT_Foi_Carmen_Programa_Maio_2008.pdf

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; Diálogo entre culturas Nasciôa em portugal e criaôa no Brasil, Carmen Miranôa transformouse em um icoae õos trópicos a compor o imaginário nacional e exportá-lo para o exterior como atriz, ôançarina e cantora. Artista centenário japonês, Kazuo Obno está entre os maiores mestres ÔO Butô, movimento geraôo no pós-guerra, em resposta à tragéôia atômica, que reúne influências ociôentais para criar a ôança japonesa contemporânea a partir ôa relação entre viôa, morte e renascimento. Com universos singulares e linguagens ôistintas, ambos constituem o centro ÔO espetáculo Foi Carmen, proôução ÔO CPT - Centro ôe Pesquisa Teatral ÔO SESC São paulo, sob a ôireção õe Antunes Filbo. Construlôo como uma bomenagem aos cem anos ôa imigração japonesa no Brasil e, em especial a Kszxo obno, o espetáculo ôiscute a trajetória ÔO berói, que transpõe obstáculos naturais, como o oceano - e toôo o imaginário a respeito ôele, além. ôe empecilbos sociais, ôiferenças ôe 11ngua e cultura, para arriscar-se a conquistar o munôo com sua arte e seu talento. . Esta oportuniôaôe confirma, mais uma vez, o interesse ÔO SESC São paulo ôe estabelecer um processo ôe compreensão mútua entre o Brasil e o Japão, a partir ôe elementos universais e particulares ôe caôa uma ôessas culturas, um processo que se reafirma por meio ôa expressão artlstica ôe primeira granôeza, seja ela representaôa pela tropicaliôaôe ôe Carmen Miranôa, seja pelo butô õe Kazuo obno. Danilo Santos ôe Miranôa Diretor Regional ÔO SESC São Paulo


Foi

Carmen

Uma obra poética concebiDapelo grupo De Teatro Macunaíma, ' não sobre Carmen MiranDa, mas sobre o imaginário popular a respeito Dela. A obra pretenDe estimular uma reflexão sobre o fetichismo e os estereótipos, além DOSarquétipos. A base DOtrabalho não é textual, embora baja nele um breve trecho falaDOem fonemol, língua ~ccional criaDa pelo grupo De Teatro Macunaíma, já utilizaDa em espetáculos anteriores como "Nova velha Estória" e "Drácula e Outros vampiros". Esse trabalho estreiou em yokohama, Japão, para comemorar o IOOº aniversário De Kazuo Ohno. Por tUDOisso, poõe-se Dizer que esta obra tem uma visão muito particular e DelicaDa,sem entrar em questões sociopoliticas aDjacentes à artista. Nesse sentiõo, essa Carmen será sempre a DOsign+caDo arquetípico - DOherói, que sai De sua terra, atravessanDO fronteiras, ' além-ma~ para "vencer" em outras terras. O herói que re-aparece, com seu olha~ seu gesto, sua Dança,seu canto arcaico, sua vestimenta própria para a celebração, manifestanDo e re-vivenDo o mito De uma essência quase esqueciDa,re-memoraDo no rito Dehoje.



Bjoora~a Carmen Mjranoa

Carmel1 Miral1Da, a mais brasileira Dasportuguesas e a pequel1a, para sempre 110tável, é um misto il1comum De cal1tora, bailaril1a, coreógrafa, atriz, l1asceu l1a verDaDe em portugal e veio para o Brasil aos 18 meses. Fez apel1as o gil1ásio, pois foi obrigaDa a Deixar a escola a fim Detrabalbar para ajuDar seu pai, barbeiro, e sua mãe, que trabalbava l1uma pel1são, primeiro, vel1Del1Do gravatas, Depois como balcol1ista De cbapéus, Ol1Deaprel1Deu a criar seus aDorl1Os.Carmel1 criou figuril10s e acessórios surpreel1Del1tes. ADotou o traje Debaial1a com seus il1úmeros balal1gal1àãs,tamal1COSe turbal1tes que se tornaram sua referêl1cia. Atil1giu o sucesso total com a música "Pra você gostar Demim", que passou a ser cOl1beciDacomo "Taí", vel1Del1Do,l1a época, 35.000 cópias em um mês. Depois Disso,l1Ul1camais Carmel1 Miral1Da Deixou Debrilbar. As suas atituDes e os seus gestos tornaram-se tão arquetlpicos que ela foi eleita a musa il1spiraDora 110Smais variaDos ul1iversos, um iccne sem preceDel1tes, até entao, 110mUl1Doartístico brasileiro. Suas características eram tão pessoais, que bastaram seis mil1utos para ela se tornar um DOS íDolosDaBroaDwa~ 110Sal10S 40.




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