12 de abril a 29 de julho de 2018
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sumário 4. os sons do passado e do presente 5. apresentação 7. o toque 8. os autômatos musicais 9. os realejos 13. as caixas de música de cilindro 16. as caixas de música de disco 17. os pianos automáticos e as pianolas 23. os fonógrafos 27. os gramofones 29. as vitrolas 30. as jukeboxes 33. o clique 34. os gravadores de rolo 35. os wire recorders 36. os tefifons 37. os playtapes 38. os produtores de cassetes e walkmans 39. os cd players e o discman 40. os md players 41. os mp3 players 43. as mídias 62. conclusão 63. referências 64. créditos de imagens 66. ficha técnica 68. linha do tempo
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os sons do passado e presente Intrínseca ao fazer humano, a música sempre esteve presente nas diversas culturas enquanto objeto e veículo de sentido. Desde os rituais de povos ancestrais até as formas societárias contemporâneas, move-se como um artefato universal que evoca e comunica emoções, ainda que se manifeste em diferentes formas e práticas de fruição estética. Nesse terreno ilimitado e abstrato de expressão, recheado de sistemas internos de codificação, a sonoridade extraída dos próprios corpos, inspirada na observação e na imitação da natureza, deu lugar a elaborados sistemas instrumentais, a partir da exploração e do desenvolvimento de recursos tecnológicos que emergiram em diferentes períodos. Aos poucos, os sons gerados pela própria percepção da corporalidade, passaram a ser acompanhados por uma variedade de instrumentos, definindo todo um sistema musical, presente na performance e no processo de formação. A curiosidade, a criatividade, a necessidade de fluência nas interpretações e a busca pela expressividade descortinaram a maestria de construtores, que deram vida a um universo ilimitado de dispositivos sonoros voltados à amplificação e ao controle do som produzido. Em termos de domínio do artefato e das técnicas de produção sonora implicadas, caminhou-se dos instrumentos monocórdicos aos mais complexos numa rápida progressão. Com variações de dinâmica, tessitura e articulação, uma sorte de instrumentos mecânicos protagonizaram o processo do fazer musical, reproduzindo sonoridades de forma automática. A experiência de criação e execução por meios mecanicistas con-
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tribuiu para inesgotáveis possibilidades no âmbito da invenção sonora. Organizada pelo músico, compositor, produtor e curador carioca Leão Leibovich, a exposição Do Toque ao Clique - a História da Música Automática reúne preciosas máquinas sonoras que contam parte dessa história. Autômatos, realejos, caixas de música, pianolas, fonógrafos, gramofones e peças contemporâneas traçam um panorama histórico e social da música automática. Ainda que silenciadas, permitem pensar hoje em como se produziam os sons no passado. O Sesc, ao apresentar essa diversidade de modelos ligados à artesania instrumental, dentro de uma vasta amplitude geográfica e cultural, contribui para a ampliação das estratégias de escuta e do imaginário estético-musical de seus vários públicos. Danilo Santos de Miranda Diretor do Sesc São Paulo
apresentação Até o começo do século 19, para se ouvir música dentro de casa, era preciso ter um cantor ou um músico na família. Caso contrário, só mesmo contratando um artista. Apreciar música era um privilégio para os poucos afortunados que podiam ir a teatros, ou diversão pontual para muitos que não se importavam de ficar em praças públicas, no calor ou no frio, dançando ao som dos realejos de rua. Às vésperas da Revolução Industrial, os relojoeiros suíços e alemães iniciaram um processo importantíssimo e irreversível para o futuro da música em todo o mundo. A alegria começou a entrar na casa das pessoas através de pequenas máquinas movidas a corda. Eram as caixas de música. Assim como os realejos, elas reproduziam, por intermédio de um sistema de cilindro programado, os hits da época, repletos de árias, polcas e valsas. Por quase cem anos, o mundo acompanhou a evolução de dezenas de máquinas e mídias cada vez mais sofisticadas e para todos os gostos e bolsos. Mas somente a partir da invenção do fonógrafo de Edison, foi possível gravar e reproduzir o som como ele é, inclusive a voz humana. A proposta desta exposição é apresentar as principais etapas que constituem essa fantástica revolução tecnológica e seu papel dentro da história da humanidade. Leão Leibovich Curador
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o toque O conceito de música programada só surgiu porque nossos ancestrais sonharam com instrumentos capazes de executar uma música inteira com um simples toque, como o girar de uma manivela ou o acionar de uma alavanca. Máquinas maravilhosas que tocassem sozinhas, sem necessidade de um músico ou instrumentista, foram idealizadas desde povos muito antigos. Para alguns inventores, a automação significava não só entretenimento, mas também uma comodidade na execução de tarefas pré-programadas a um simples comando. Para a população em geral, o resultado era surpreendente. Como num toque de mágica, a música transformou-se na primeira das sete artes*.
*Segundo o Manifesto das Sete Artes e Estética da Sétima Arte, de Ricciotto Canudo, datado de 1912.
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os autômatos musicais
SÉCULO 9 AOS TEMPOS ATUAIS
PÁSSAROS AUTÔMATOS O nome “autômato” vem do grego ατόματον e significa “que age por vontade própria”. São mecanismos que dão movimento a figuras inanimadas, geralmente imitando humanos ou animais. Autômatos são mencionados em lendas desde a Antiguidade. Contudo, a primeira publicação sobre o tema data da Grécia do séc. 1 d.C.: Os Autômatos, de Herón de Alexandria. Herón foi um importante inventor mecânico, com estudos em matemática, hidráulica, pneumática e ótica, e o inventor da primeira máquina a vapor documentada. Herón criou um teatro de autômatos com um mecanismo a cordas e contrapesos. Ele também desenvolveu um sistema simples para fazer as portas de um templo se abrirem quando o fogo do altar era aceso. Seu apelido era “O Mago”. A era de ouro dos autômatos deu-se entre 1860 e 1910, e foi a época em que mais se fabricou esse tipo de peça. Os autômatos musicais são basicamente compostos por caixas de música acopladas a figuras articuladas que, a partir da energia gerada por corda ou manivela, mexem-se, automática ou manualmente, como se tivessem vida própria.
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O relógio de cuco é exemplo bem conhecido de autômato. Programado dentro de um relógio como um despertador que toca de hora em hora, ele opera com um cilindro de apenas duas notas. Pássaros autômatos eram presentes muito apreciados pela realeza. No final do século 19 e começo do século 20, surgiram delicados autômatos de pássaros em gaiolas ou que saíam de caixinhas. Eles cantavam, mexiam a cabeça e as asas e escondiam-se novamente. Hoje, nosso dia a dia está repleto de autômatos. Musicais ou não, nas residências ou nas indústrias, os autômatos estão cada vez mais presentes sob a forma de dispositivos práticos cotidianos ou de sofisticados robôs.
os realejos
SÉCULO 18 A 1930
ÓRGÃOS DE FEIRA Órgãos mecânicos são máquinas que tocam sozinhas, difundidas na Europa a partir do século 15. São grandes instrumentos com tubos por onde passa o ar comprimido. Um robusto cilindro em forma de barril armazena sua programação musical. Alguns órgãos mecânicos renascentistas do século 16 eram tão grandes que podiam ser ouvidos pela cidade inteira. Frequentemente acoplados a autômatos, eram movidos a água, e proporcionavam uma atmosfera mágica se colocados em grutas, jardins e mansões. Essas peças representam os primórdios da música mecânica programada – a origem da linguagem binária que prevalece até hoje na informática.
Por vezes do tamanho de um carro, os órgãos de feira tocavam tão alto que eram ouvidos a quilômetros de distância, no começo do século 20. Como o próprio nome diz, são feitos para o ambiente externo e usados por um animador para chamar o público em apresentações artísticas. Sua época de ouro se deu em 1895, com a patente dos livros de papel perfurado da companhia Gavioli. Alguns ainda podem ser encontrados em pleno funcionamento pelas ruas da Europa.
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REALEJOS DE RUA Com o tempo, os grandes órgãos foram se tornando mais leves e portáteis. Damos o nome genérico de “realejo” às máquinas operadas por manivelas e compostas por grandes cilindros, repletos de pinos e grampos, que armazenam as programações musicais. É comum que cada realejo possua apenas um cilindro, que reúne diversas canções. O som característico do realejo provém da passagem de ar produzida por um fole através de tubos com diversos tamanhos e espessuras, sistema análogo ao das conhecidas gaitas. Eles têm diferentes escalas, timbres e volumes, dependendo do feitio de cada um e de seus fabricantes. O andamento da música depende do operador, que pode imprimir diversas velocidades manualmente sem, contudo, alterar as melodias. Antes da Revolução Industrial, essas máquinas eram restritas a pessoas de grande poder aquisitivo, mas, no final do século 19, era tão fácil encontrar um ajuntamento de rua criado por tocadores de realejo que em alguns lugares seu uso foi proibido por representar “perturbação da ordem pública”. No Velho Continente, acompanhando os realejos de rua, era comum ver contadores de histórias, cantores solistas, além de muitas e muitas pessoas dançando! Trupes de atores e artistas circenses pegavam carona na música alta e animada. Animais amestrados, como periquitos da sorte ou macacos capuchinhos, podiam ser vistos junto aos tocadores de realejo.
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SERINETES Os primeiros realejos portáteis, chamados de “serinetes”, eram usados no início do século 18 para ensinar pássaros domésticos a cantar. Seu nome vem de serin, que quer dizer “canário” em francês, e do verbo seriner, “repetir muitas vezes”. Tocavam até oito músicas de vinte segundos que os pássaros acabavam aprendendo por repetição.
ORGANETES Em 1861, começava a Guerra de Secessão norte-americana e também surgia o Cartonium, o primeiro dos organetes – realejos domésticos fabricados até meados da década de 1930. Eles se diferem pelo tamanho, volume de som e tipo de mídia que usam: pequenos rolos de madeira, rolos de papel perfurado, discos de papel ou metal perfurados, etc.
PIANOS-BARRIL O piano-barril é um tipo de realejo portátil ou semiportátil, que lembra um piano de armário sem teclas. Em seu interior, há um robusto barril de madeira programado que aciona um mecanismo de marteletes e cordas, como os de um piano. Contemporâneos do Vibrógrafo, começaram a surgir no começo do século 19 e foram usados por tocadores de rua em performances artísticas, puxados por carroças ou carrinhos de mão. Os mais elaborados podem ter, internamente, algum instrumento de percussão, como sino, triângulo ou tambor. Os pianos-barril foram fabricados e distribuídos na Alemanha, Itália, Inglaterra, França e América do Norte, onde têm seus próprios nomes e características.
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CALLIOPES
ORQUESTRIONS
As máquinas movidas a vapor foram desenvolvidas na América do Norte, na segunda metade do século 19, para vários propósitos. As calliopes são órgãos de alta pressão derivadas dos grandes órgãos mecânicos, pois também usam um longo rolo de madeira com pinos de diversos formatos para ativar as válvulas que “sopram” o ar na sequência certa. Nos circos itinerantes, podiam ser encontradas em carros ornamentados puxados por cavalos. Nas paradas, por tradição, fechavam os desfiles. Nos parques, estavam presentes no centro do carrossel. Máquinas a vapor, marcaram fortemente a segunda fase da Revolução Industrial, no período de 1840 a 1870, de modo que as calliopes vieram a agregar valor de entretenimento, unindo o útil ao agradável.
No início do século 18, quando John Shore inventava o diapasão, as bandas militares eram presença marcante nas celebrações públicas em todo o mundo. Os orquestrions são máquinas mecânicas com som semelhante àquele das bandas militares. Apareceram pela primeira vez pelas mãos de um experiente criador de autômatos musicais e inventor do metrônomo, o alemão Johann Nepomuk Maelzel. São movidos por foles acionados por grandes sistemas a corda e contêm a programação musical em gigantescos cilindros de madeira com pinos e grampos de metal ou rolos de papel perfurado. Orquestrions operados por moedas podiam ser encontrados em estabelecimentos comerciais na Europa e nos Estados Unidos no final do século 19.
as caixas de música de cilindro As caixas de música, manuais ou a corda, surgiram a partir dos mecanismos de relógio e começaram a ser produzidas na Suíça, no final do século 18, durante a Revolução Francesa. O cilindro de metal contém a música programada. Enquanto ele gira, seus pinos resvalam nos dentes do pente metálico, produzindo notas musicais a partir da vibração desses dentes. Os mecanismos variam de uma caixa de música para outra, mas, basicamente, são movidos por uma ou mais cordas acionadas por alavancas ou manivelas. A força da corda é transmitida para o cilindro através de um sistema de engrenagens. Na primeira metade do século 19, cilindros programados com até seis músicas eram colocados em caixas de madeira sem nenhuma ornamentação, onde a grande estrela era tão somente a música. No segundo período da Revolução Industrial, as caixas de música começaram a ser vistas como objetos de arte vitoriana e produzidas em larga escala. A partir daí surgiram inovações como cilindros cambiáveis, instrumentos de percussão e adereços estéticos acoplados aos mecanismos.
1796 A 1914
O sucesso das caixas de música levou fabricantes a instalar cilindros e pentes musicais em quase tudo. Desde canecas, brinquedos e pequenos objetos até cadeiras, quadros e mesas de costura. As caixas de música foram as primeiras máquinas projetadas para se ouvir música em casa, revolucionando os hábitos musicais e de entretenimento da sociedade.
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as caixas de música de disco Quando os fabricantes de caixas de música descobriram que o disco representava a grande oportunidade do momento, quase todos esqueceram de vez os cilindros. Os discos de metal, além de mais baratos, mais leves e fáceis de manusear, podiam ser melhor acondicionados – o que facilitava muito sua comercialização. Estava estabelecido, pela primeira vez na história, o conceito de music on demand [música por demanda]. Adquirir uma caixa de música de disco representava, para o consumidor, a oportunidade de ter em casa uma infinidade de músicas. Sob a ótica da indústria, a novidade significava que o cliente estava pronto para ser absolutamente fidelizado porque, a partir de então, só poderia comprar discos que servissem para o seu modelo de máquina. A música passou a ser consumida regularmente e virou o negócio do momento! Symphonions, Polyphons, Miras, Reginas são algumas das fábricas que produziam máquinas que tocavam com o volume bem mais alto que o das de cilindro, tornando-as obsoletas em meados de 1895. As caixas de música de disco seguem o mesmo princípio de funcionamento. As mídias contêm perfurações com a música programada. Apesar de a produção dessas caixas ter decaído muito depois da Primeira Guerra Mundial, a Thorens e a Reuge são empresas que continuaram produzindo pequenas caixas de música até os dias de hoje.
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1890 A 1920
os pianos automáticos e as pianolas 1879 A 1929
“Pianola” é um nome genérico para pianos automáticos que tocam uma música pré-programada armazenada em rolos de papel perfurado, geralmente acionada por pedais ou sistemas eletromecânicos.
PIANOS DE ÓRGÃO: A PRÉ-HISTÓRIA DAS PIANOLAS Com os organetes ganhando mercado, surgiu a necessidade de um som de melhor sonoridade, qualidade e volume. Foi em 1879 que o nova-iorquino Merritt Gally apareceu na Scientific American com um piano a manivela que chamou de Autofone. Outros fabricantes seguiram o exemplo e obtiveram maior sucesso comercial. Na Exposição Internacional de Invenções de 1885, em Londres, a The Mechanical Orguinette Company’s Aeolian Organ exibiu um tipo de piano de órgão com motor a sucção, eliminando a necessidade de manivela. Com os aprimoramentos, o piano de órgão foi crescendo e ganhando respeito – até o Papa Leão 13 tinha um! – enquanto os organetes se transformavam em pouco mais que brinquedos.
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PIANOS PLAYERS
PLAYERS PIANOS
O Brasil era uma jovem república quando Edwin Votey, o inventor do sistema pneumático, construiu um protótipo de piano player, em 1895. É um grande gabinete de madeira que fica em frente a um piano comum, de onde saem “dedos” de madeira protegidos com feltro, que se alinham ao teclado do piano, como um pianista mecânico. O mecanismo é acionado por sucção gerada pelos pedais, e requer um operador, enquanto pequenas perfurações em rolos de papel representam as notas a serem tocadas. A barra de leitura sobre a qual o rolo é girado tem aberturas lineares, igualmente espaçadas, uma para cada nota. Uma perfuração do rolo passando por cima da barra de leitura faz com que uma válvula seja aberta, o que desencadeia um motor pneumático que dispara um dedo de madeira e este pressiona a tecla correspondente do piano. A Aeolian Corporation, nos Estados Unidos, adquiriu os direitos de Votey e comercializou seu sistema de piano player de 1897 sob o nome de “Pianola”. Os piano players também eram chamados de push-up, porque precisavam ser empurrados para o piano sempre que se quisesse usá-los. Contudo, não pareciam ter sido pensados para isso, pois eram pesados e difíceis de se mover.
No começo do século 20, Melville Clark introduziu um piano chamado Apollo, com o mecanismo de tocar as teclas embutido e, assim, nasceu o player piano. Esse conceito foi adotado rapidamente por outros fabricantes e acabou levando ao desaparecimento do tocador externo. No player piano, os pedais que controlam o fole são acionados por uma bomba de sucção elétrica e um mecanismo sofisticado de controle de expressão. Esse sistema regula a intensidade das notas que são tocadas. Os rolos também têm perfurações adicionais nas laterais.
PIANOS DE REPRODUÇÃO: A EVOLUÇÃO DOS PLAYERS PIANOS Enquanto o player piano requer um certo grau de habilidade do operador para conferir expressões e frases musicais, o piano reprodutor foi projetado para conseguir isso sem qualquer intervenção humana. Sua função é reproduzir a música com fi-
delidade, de modo que pareça que o artista está presente na sala. Os pianos de reprodução ou pianos de expressão surgiram logo depois da virada do século 20, pela empresa alemã Welte. A capacidade musical do piano reprodutor atraiu muitos artistas da era do piano player. Foi uma verdadeira sensação! Quase todos os principais pianistas do século 20 gravaram para os pianos de reprodução. Pianolas coin-operated – que funcionam com moedas – foram desenvolvidas em esfera comercial para bares, restaurantes e salões de dança, no começo do século 20.
a excelência nesse tipo de peça tão refinada: o primeiro foi o Violano-Virtuoso – um violino acoplado a uma pianola elétrica. Seu inventor foi Henry Sandell, em 1912, dois anos antes do início da Primeira Guerra Mundial. Em seguida veio o extraordinário e emocionante Violina – que consistia em nada menos que três violinos tocados simultaneamente por um arco giratório. A música mecânica programada havia chegado a tal ponto de sofisticação que ficava difícil imaginar o que mais poderiam inventar nos anos que se seguiriam.
TOCADORES DE VIOLINO Violinos automáticos surgiram acoplados às pianolas no começo do século 20. Vários inventores tentaram, mas somente dois modelos conseguiram
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PHOTOPLAYERS Hollywood estava apenas engatinhando na primeira década do século 20 e os filmes ainda eram mudos, mas logo se percebeu que a trilha sonora seria essencial para seu sucesso. Uma orquestra tocando simultaneamente a um filme, era possível, porém pouco prático e dispendioso. Então vieram os excêntricos photoplayers – uma evolução da pianola elétrica ou pneumática, com percussão e muitos efeitos sonoros. Quando as películas chegavam às salas de cinema partituras inéditas eram caras e não muito usadas. Entre a conclusão do filme e o lançamento, não havia tempo para compor a trilha sonora. A maioria das apresentações acontecia de improviso, sem ensaio. O photoplayer tocava automaticamente a harmonia e a melodia com o condutor mexendo em todos os dispositivos simultaneamente, entre eles, buzinas, sinos, pratos, tambores, castanholas e outros instrumentos percussivos e de efeitos. A era dos photoplayers acabou pouco antes da Grande Depressão americana, quando os filmes deixaram de ser mudos. Poucas máquinas foram preservadas.
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os fonógrafos
1877 A 1929
Thomas Edison não foi somente o inventor da lâmpada incandescente, mas também revolucionou a forma de se ouvir música ao inventar o fonógrafo. Se desde o começo dos tempos o homem procurava uma maneira de eternizar-se, gravando sua presença no mundo, Edison foi mais além e criou uma forma de gravar e reproduzir o som como ele é. Edison, assim como outros inventores de sua época, estava pesquisando aprimoramentos para o telégrafo e o telefone. Conta-se que ele estava trabalhando no seu telégrafo de tradução quando a máquina emitiu um zumbido que lhe pareceu como alguém murmurando. O inventor teria testemunhado o prenúncio do fonógrafo.
OS FONÓGRAFOS NOS ESTADOS UNIDOS E NA EUROPA A primeira aparição do fonógrafo aconteceu na sede da Scientific American, nos Estados Unidos, em dezembro de 1877. A revista escreveu em seu editorial: “Mr. Thomas A. Edison recentemente veio a esta casa, colocou uma pequena máquina sobre a mesa, girou sua manivela e a própria máquina perguntou por nossa saúde, quanto gostávamos do fonógrafo, informou-nos que ele [o fonógrafo] estava muito bem e nos desejou um cordial boa noite.” Diante do susto que levaram, completaram: “Isto não foi apenas perfeitamente ouvido por nós, como também por uma dúzia ou mais de pessoas que se amontoavam à sua volta”. (Texto retirado do catálogo Odisseia do Som).
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Na França, houve rebuliço em sua apresentação. Alguns indignados se levantaram, assombrados, gritando que havia um ventríloquo na sala. A reação nas ruas não foi muito diferente. Em Portugal, um padre chegou a escrever aos superiores afirmando que uma máquina que falava sozinha só poderia ser obra do demônio. Com o tempo, os ânimos foram se acalmando, e todos puderam desfrutar das maravilhas do fonógrafo. O Tinfoil foi o primeiro fonógrafo fabricado. O cilindro em folha de estanho tinha pobre qualidade sonora e o acionamento era manual. Os fonógrafos de Edison não fizeram muito sucesso nos Estados Unidos nos primeiros anos, mas encontraram seu público garantido na Europa.
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Edison, que não visava o uso do cilindro para entretenimento, buscava algo mais prático e comercial: a possibilidade de gravar palestras, ditados para estudantes, lições de idiomas, audiolivros para cegos, registros familiares, como aprimoramento do telefone etc. Nenhum dos objetivos de Edison pareceu realizar-se em função da precariedade sonora das gravações. O fonógrafo precisaria ser aperfeiçoado. Mas Edison estava mais interessado em trabalhar na sua recente invenção: a lâmpada incandescente. Dois anos após a invenção do fonógrafo, ele fundaria a General Electric, a primeira grande central elétrica. Por isso deixou o fonógrafo de lado, enquanto sua produção crescia pela Europa, sob o comando de Augustus Stroh.
AMBEROLAS Enquanto Santos Dumont fazia seu primeiro voo de avião na França, nos Estados Unidos Edison trabalhava para aperfeiçoar seus cilindros de cera. Os gramofones com cornetas embutidas rapidamente se proliferavam, enquanto as vendas de cilindros caíam. Foi quando Edison resolveu lançar um fonógrafo com corneta embutida, que chamou de amberola, para competir no mesmo mercado. O sufixo “ola” era acoplado a todas as máquinas da época que possuíam cornetas embutidas. Amberolas só tocam cilindros específicos para essas máquinas, pois usam agulhas de diamante. Em 1908, Edison lançou cilindros que possuíam o dobro de sulcos, aumentando o tempo de execução para quatro minutos. Em 1912, vieram os cilindros azuis reforçados com celuloide. Mas foi só dois anos mais tarde que as amberolas começaram a apresentar uma qualidade desejável com relação ao som. Sua produção durou até 1929.
SUCESSO E DECLÍNIO Quando Edison abandonou o fonógrafo para se dedicar à lâmpada, Alexander Graham Bell e Charles S. Tainter introduziram os cilindros de cera, substituindo os de estanho. Logo que começou a fazer sucesso, outras empresas entraram no mercado dos fonógrafos. A Columbia e a Pathé eram grandes representantes desse nicho. Apresentações de fonógrafos em teatros e vias públicas eram comuns. Mas os cilindros tinham dificuldade como produto: só comportavam uma música de um a quatro minutos, possuíam pouco alcance sonoro, não permitiam selos fonográficos, não tinham espaço para capas e não podiam ser fabricados em massa. A invenção
do disco gravável mudou o jogo e fez a produção de cilindros decair a partir da década de 1910 até deixarem de ser produzidos em 1929. Entretanto, cilindros para gravação de ditados continuaram sendo usados até meados da década de 1950. O fonógrafo de Edison é acionado por uma manivela ou corda que faz girar o cilindro de cera, enquanto o diafragma “lê” a profundidade dos sulcos, cujas vibrações amplificadas pela corneta emitem o som. Diferentemente das vitrolas, a “agulha” do fonógrafo se parece com a ponta de uma caneta esferográfica. Para gravar num cilindro virgem, o aparelho precisa de um diafragma de gravação que, com a emissão do som através da corneta, vibra a fina membrana do diafragma que faz a agulha riscar o cilindro em forma de ondas enquanto o mesmo é girado pela manivela. O processo de gravação do cilindro é semiartesanal. As cópias perdem em qualidade de áudio, o que gera muitos gastos com horas de gravação. A invenção do fonógrafo só foi possível com a ajuda do trabalho de dois pesquisadores anteriores no ramo da acústica: Thomas Young e Édouard-Léon Scott.
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VIBRÓGRAFO, DE THOMAS YOUNG
CURIOSIDADES
Contemporâneo de Goethe, o Vibrógrafo é o avô do fonógrafo e foi inventado em 1807 pelo físico inglês Thomas Young, “o homem que tudo sabe”. É o primeiro aparelho capaz de gravar uma representação gráfica analógica da amplitude das ondas acústicas, por meio da vibração. Young era um erudito, poliglota e entusiasta de botânica, medicina e filosofia. O aparelho funcionava a contrapesos e usava um cilindro coberto com fuligem para gravação.
▸ Na época do invento do fonógrafo, Edison considerou gravar fonogramas em discos, mas a qualidade da gravação no experimento o fez desistir da ideia. Documentos da época registram que Edison construiu ao menos um protótipo de fonógrafo de disco, que não foi comercializado. ▸ O telégrafo de tradução de Edison já usava discos de papel revestidos com cera. ▸ Thomas Edison era deficiente auditivo desde a adolescência. ▸ O Parleofone, de Charles Cros, foi o primeiro projeto de uma máquina capaz de reproduzir um áudio pré-gravado, mas não chegou a ser construído por falta de verba. Mais tarde, mostrou-se impraticável. ▸ O termo “indústria fonográfica”, até hoje utilizado, vem de “fonógrafo”. Nos Estados Unidos, os gramofones e as jukeboxes continuaram a ser chamados de phonographs, mesmo muito depois de os originais de cilindro deixarem de ser fabricados.
FONOAUTÓGRAFO, DE LÉON SCOTT O Fonoautógrafo é um aparelho inventado em 1857, logo depois da invenção do telefone, para estudo da acústica. Em uma de suas versões, Scott usa um tambor enegrecido com carbono para mostrar os traços de uma cerda presa a um diafragma (membrana) fixado no fundo de uma espécie de corneta. À medida que o tambor gira abaixo da cerda, o som direcionado para o diafragma aparece como uma linha ondulada na superfície do cilindro. Léon Scott morreu um ano depois de Edison apresentar ao mundo seu fonógrafo. Em 2008, pesquisadores conseguiram ter acesso ao conteúdo dos fonoautogramas de Léon e reproduzi-los, sugerindo que, se tivesse trabalhado sua máquina com esse propósito, Léon Scott poderia ter sido o inventor do fonógrafo, no lugar de Edison.
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os gramofones
1887 À DÉCADA DE 1940
Em 1870, quando estourou a Guerra Franco-Prussiana, Émile Berliner migrou da Alemanha para os Estados Unidos. Logo montou seu próprio laboratório e começou suas pesquisas na área de eletricidade e acústica, e patenteou aprimoramentos para o telefone, que vendeu para Alexander Graham Bell. Com o dinheiro, pôde dar continuidade a suas pesquisas na área de gravação. Em 1887, patenteou sua principal invenção: o gramofone, mudando para sempre o formato das mídias fonográficas. O gramofone foi o primeiro aparelho toca-discos a ser produzido em larga escala para uso residencial. O disco feito de cera, ebonite ou goma-laca era muito mais prático como produto de mercado que o cilindro. O disco de 78 RPM (rotações por minuto) abriu caminho para outros formatos de discos ao longo da História.
Embora os primeiros gramofones fossem manuais, operados a manivela, a maioria funcionava a corda. Com o tempo, a corneta externa foi embutida nas peças, e diversos tipos de gramofones foram fabricados até a década de 1940, desde grandes móveis com exuberantes cornetas ou efeitos de som até pequenas caixinhas ultracompactas no auge de sua portabilidade.
A EVOLUÇÃO DO GRAMOFONE Os primeiros gramofones foram fabricados como brinquedos pela empresa alemã Kämmer & Reinhardt e distribuídos na Europa e na Inglaterra, na última década do século 19. Os discos tinham só cinco polegadas e eram feitos de celuloide e borracha rígida. Depois desse advento, os gramofones passaram a ser vistos como meros brinquedos. Levou seis anos para que o aparelho estivesse pronto para a indústria fonográfica e as pessoas percebessem seu verdadeiro potencial, muito superior ao fonógrafo, em qualidade, volume e praticidade.
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O NIPPER E O “HIS MASTER’S VOICE” Quem cresceu ouvindo os discos de 78 RPM já deve ter reparado no Nipper – o cachorrinho que posa junto com o gramofone de Berliner desde 1900. Existem algumas histórias pitorescas acerca do Nipper. Uma delas conta que o cachorro era de um antigo funcionário de Thomas Edison que, em virtude de seu falecimento, ficava olhando para o fonógrafo, reconhecendo, ali, a voz gravada do dono. Outra história, não menos interessante, conta que o fox terrier era do irmão do pintor inglês Francis Barraud.
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Francis teria pintado o cachorro olhando para um fonógrafo. Ao tomar conhecimento da pintura, o gerente de uma revendedora da The Gramophone Company ofereceu-se para comprá-la, com a condição de que ele substituísse o fonógrafo por um gramofone. Barraud concordou e, no ano seguinte, Berliner registrou a marca “His Master’s Voice” com a imagem do gramofone e do Nipper. Dizem que a sombra do fonógrafo pode ser observada na pintura original, atrás do gramofone de Berliner.
as vitrolas
DÉCADA DE 1910 A 1995
As cornetas dos gramofones tinham seu charme, mas ocupavam um valioso espaço. Chamamos de vitrola os gramofones com cornetas embutidas. A palavra é uma corruptela de “Victrola”, uma marca da empresa Victor Talking Machine, que lançou gramofones com cornetas embutidas na década de 1910. Foi só na década de 1920, em plena Era do Rádio nos Estados Unidos, que Thomas Edison desistiu de fabricar seus fonógrafos e passou a se dedicar à produção de vitrolas, concorrendo com Berliner. Elas eram vendidas acopladas em móveis, maletas e até em pequenas caixinhas ultraportáteis cujos componentes deviam ser montados antes do uso. A menor vitrola já fabricada foi a Mikiphone, literalmente uma vitrola de bolso. Os Laboratórios Bell – a unidade de pesquisa do telefone – que já vinham estudando a amplificação acústica, criaram um cone embutido com menor distorção e melhor amplificação. Foi o primeiro cone desenvolvido cientificamente. Junto com esse novo boom em vendas vieram as gravações e os amplificadores elétricos. As vitrolas elétricas surgiram em 1913 com a necessidade de aprimoramento do som, e foram as responsáveis pela padronização dos discos de 78 RPM. Mas a tecnologia só ficou disponível para o mercado com os avanços da década de 1920. As vendas continuaram muito bem até 1929 quando o início da Grande Depressão americana dificultou significativamente o comércio de tudo que não era essencial, até a Segunda Grande Guerra.
A vitrola, porém, sobreviveu para contar a história e mudou muito através dos tempos. Novos modelos passaram a ser fabricados e conhecidos pelo mesmo nome. A primeira mudança drástica foram os discos de 33 RPM e os compactos de 45 rotações. E, finalmente, quando parecia que ia desaparecer com a chegada do CD e o século 21 na porta da frente, surge a USB para converter discos de 78, 45 e 33 rotações para arquivos digitais cada vez mais comprimidos.
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as jukeboxes
1927 À DÉCADA DE 1960
Ninguém sabe como ou quando surgiu o termo “jukebox”. A teoria mais plausível é a de que a palavra viria de jook, uma antiga gíria da cultura negra norte-americana para dança. Jukeboxes são vitrolas coin-operated com sistema automático de troca de discos. Ao colocar uma ficha, o usuário seleciona a faixa que deseja ouvir. Máquinas de música automática desse tipo surgiram na Europa no século 19, com as caixas de música, os fonógrafos e as pianolas. Seus principais clientes eram os estabelecimentos comerciais. As jukeboxes começaram clandestinas com os speakeasies (bares clandestinos) durante a Lei Seca, sobreviveram à crise de 1929 nos Estados Unidos, fizeram fama e viraram o entretenimento de várias gerações. Os fabricantes disputavam acirradamente o mercado com modelos cada vez mais modernos e chamativos.
A EVOLUÇÃO DAS JUKEBOXES A primeira jukebox foi lançada em 1906, mas não era nem um pouco parecida com as multicoloridas e iluminadas Wurlitzers e Rock-Olas. A Gabel Automatic Entertainer era movida a corda e seu som provinha de uma corneta, como um móvel-gramofone. No final dos anos 1920, fabricantes de pianolas e orquestrions viram nos avanços eletrônicos terreno propício para a volta triunfal das jukeboxes. Ao longo dos anos 1930, e claramente inspirados no estilo art déco, os pesados gabinetes de madeira pareciam rádios gigantes. No final dessa década, o modernismo subs-
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tituiu o vidro pelo plástico e foi o início das jukeboxes iluminadas, tal qual as conhecemos. Nos anos 1940, as jukes alcançaram a maturidade em cor, luz e forma, o que as transformou de simples máquinas de música em entretenimento visual integrado ao perfil do consumidor. Nos Anos Dourados, a tendência era ir na contramão de tudo o que já tinha sido criado e, assim, os gabinetes foram simplificando, perdendo cores e luzes, até alcançar os modelos flat dos anos 1960 e 1970. A grande procura pelas jukeboxes não só fez com que essas máquinas virassem uma febre comercial, mas
também gerou um fenômeno tipicamente capitalista: os fabricantes queriam vender modelos recém-lançados, mais sofisticados e de acordo com os padrões de estilo de cada época. Por isso, retiravam das lojas as máquinas que saíam de linha e simplesmente as destruíam a marretadas! Jukeboxes são fabricadas até hoje. Os discos foram substituídos por CDs e arquivos digitais.
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o clique O século 20 trouxe tanto melhorias para antigas necessidades como novas tecnologias para atender a diversas demandas. Os eletrônicos, as gravações elétricas, o aperfeiçoamento do magnetismo e, principalmente, a corrida pela portabilidade. O rádio e a TV inauguraram a Era da Informação, e o mundo deveria se adaptar à nova velocidade de comunicação. Só haveria espaço no mercado para equipamentos simples e práticos. As pessoas não queriam mais ficar girando uma manivela para obter um som, nota por nota. Queriam aparelhos eletrônicos que trocassem as mídias automaticamente e funcionassem com apenas um clique. O futuro estava chegando mais cedo com a expectativa de entrar em um novo milênio. Com o futuro em voga, a informática e a nanotecnologia também ganhavam seu espaço. Computadores domésticos ficavam cada vez mais rápidos e elaborados. Milhares de possibilidades estavam a um clique do mouse. A internet acelerou o processo da informação, e a música programada não podia ficar de fora. Os aparelhos ficaram mais compactos até caberem num pequeno bolso. As mídias diminuíram de tamanho até sumirem completamente do plano físico. Atualmente, a música é compartilhada através de sistemas sem fio como o Wi-Fi e o Bluetooth.
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os gravadores de rolo Gravadores de rolo são aparelhos capazes de gravar e ler fitas magnetizadas acondicionadas em bobinas. Durante a Grande Depressão de 1929, o alto índice de desemprego ajudou a ascensão do Partido Nacional Socialista na Alemanha. A Segunda Guerra foi um marco no desenvolvimento de tecnologias de comunicação, tanto para os Aliados quanto para os nazistas. Os Magnetofones, criados na Alemanha nazista, foram os primeiros gravadores de rolo da História. Nos momentos finais da guerra, o engenheiro americano Jack Mullin, encarregado de investigar a tecnologia de rádio e outras atividades eletrônicas alemãs, adquiriu alguns Magnetofones, vários rolos e os levou
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DÉCADA DE1930 A 1995
para os Estados Unidos. O cantor Bing Crosby investiu 50 mil dólares do próprio bolso para que Mullin os desenvolvesse em esfera comercial. Enquanto a fita passa sobre o cabeçote de gravação, ela é magnetizada. Quando é tocada, o cabeçote identifica o padrão gravado e o converte de volta em sinal elétrico. O auge dos gravadores de rolo domésticos se deu na década de 1960, depois da introdução dos transistores. O estudo do magnetismo e seu aprimoramento foi fundamental para o desenvolvimento de várias mídias de áudio, vídeo e dados em formatos como rolos, cassetes e cartuchos.
os wire recorders
1939 À DÉCADA DE 1960
A ideia da gravação em fio de arame nasceu em 1878, com o engenheiro americano Oberlin Smith, um dos precursores da gravação magnética. Entretanto, isso não passou de uma ideia. A tecnologia estava muito incipiente para dar prosseguimento às pesquisas. Valdemar Poulsen, um admirador das ideias de Smith, criou uma máquina chamada Telegraphone, em 1898, que usava o princípio do fio de arame magnético. Os wire recorders [gravadores de fio de arame] só saíram do laboratório em 1939 para serem usados em ditados e gravações telefônicas dos Aliados na Segunda Guerra Mundial em transmissões de rádio em ondas curtas do serviço secreto. Depois da guerra, enquanto a fita de bobina ainda era um luxo para ricos, o wire recorder virou entretenimento doméstico e o rei das máquinas para gravação de ditados nos Estados Unidos e na Europa.
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os tefifons
DÉCADA DE 1930 À DÉCADA DE 1960
O Tefifon não é um formato muito conhecido pelo público em geral, a menos que você tenha crescido na Alemanha nas décadas de 1950 e 1960. Ele foi desenvolvido para uso em gravações militares na década de 1930, em meio à Segunda Grande Guerra. Na década seguinte, ele entrou muito timidamente no mercado e até chegou a ser levado para os Estados Unidos nos anos 1960 pela marca Westrex. O Tefifon usa um cartucho de fita plástica, não magnética, com sulcos que são lidos por uma espécie
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de agulha. Apesar do design carismático e dos esforços de seu criador, Karl Daniel – empreendedor e fundador da Companhia Tefi – em aperfeiçoá-lo, o aparelho nunca conseguiu seu lugar ao sol. O mercado estava totalmente voltado aos discos de vinil e não procurava nem aceitava novos formatos. Assim, o Tefifon não teve muito a acrescentar, a não ser por poucos artistas desconhecidos.
os playtapes
1966 A 1970
O PlayTape é um reprodutor portátil para um pequeno cartucho de fita magnética de duas pistas que toca em loop de 8 a 24 minutos de música, disponível em mono ou estéreo. Outros cartuchos de fita magnética fizeram seu papel no mercado, mas o PlayTape foi o primeiro reprodutor ultraportátil. Difundido nos Estados Unidos durante a Guerra do Vietnã por Frank Stanton – o mesmo responsável pelo aparecimento dos primeiros videocassetes de cartucho – foi um sucesso relâmpago e mais de 3 mil artistas já tinham gravado nesse formato em 1968. Nessa época, porém, o mercado era todo dos vinis e dos cartuchos que vinham sendo utilizados em carros. O PlayTape, por sua vez, não se adaptou aos automóveis, e acabou sendo retirado do mercado em 1970.
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os reprodutores de cassete e os walkmans Cassetes são fitas magnéticas lançadas em vários tamanhos. Eles ganharam maior destaque pela popularização do transistor, que barateou suas vendas. Foi o formato mais consumido no Brasil entre as décadas de 1970 e 1990, junto com o disco de vinil. Os reprodutores de cassete tinham a característica portátil desde o começo. E foi a partir dessa época que se começou a perceber uma forte tendência à portabilidade nas tecnologias, relacionada diretamente a seu consumo e popularidade. O Walkman é um reprodutor de bolso criado pela Sony e vendido com fones de ouvido no final da década de 1970. Ele surpreendeu o mercado pela qualidade e volume muito superiores aos antigos “egoístas” – os fones auriculares em mono para os rádios de pilha – individualizando a forma de se ouvir música.
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1963 a 2010
os cd players e os discmans Um CD Player é um dispositivo eletrônico para executar um CD de áudio. A chegada do CD foi bem tímida e com os preços exorbitantes. Por esse motivo, só vieram a se popularizar no Brasil em 1996. A partir daí, os discos de vinil que até então reinavam absolutos, foram perdendo espaço no mercado para os Compact Discs. O CD é um disco de policarbonato onde são gravadas informações através de pontos claros e escuros, ou
1982 AOS TEMPOS ATUAIS
seja, a tecnologia também é binária, como nos antigos cilindros dos realejos. O CD Player “lê” o CD através de laser. DiscMans são CD Players ultraportáteis criados pela Sony, com funcionamento a bateria. Superados os problemas iniciais, como interrupções na execução da mídia por causa de trepidações, essa tecnologia deu origem a outras, como o Blu-Ray.
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os md players
1992 A 2013
O MD Player é um leitor para disco óptico magnético, geralmente usado para áudio digital. O MiniDisc é basicamente um mini CD regravável que fica permanentemente armazenado dentro de uma caixinha protetora. Dentro do aparelho, o CD desliza para o leitor, como um disquete. Foi lançado pela Sony em 1992 com o objetivo de passar o áudio analógico para o digital de alta fidelidade. Um ano depois, surgiria o MD data, uma versão
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para armazenagem de dados de computador que não alcançou um sucesso significativo. O formato foi uma aposta da Sony diante do fracasso da fita DAT. No Japão, a empresa obteve bastante resposta positiva ao MD. Mas, no resto do mundo, as vendas não foram o sucesso que se esperava, apesar de a Sony ter licenciado o produto para outras companhias. Parte de seu fracasso é atribuída ao habitual custo de se lançar álbuns com uma nova tecnologia.
os mp3 players
1998 AOS TEMPOS ATUAIS
MP3 é uma abreviação de MPEG Layer 3, um formato de compressão de áudio digital que minimiza a perda de qualidade em músicas ou outros arquivos de áudio reproduzidos no computador ou em um dispositivo próprio. O aparelho também oferece suporte para outros formatos de áudio, como WMA, WAV e MIDI. O MP3 Player é um aparelho ultraportátil que reproduz esses arquivos. Ele eliminou a necessidade de mídia física e chegou para revolucionar a forma com que as pessoas ouvem, armazenam e compartilham música. Isso só foi possível com o progresso da nanotecnologia e com a popularização dos microcomputadores e da internet. O Player converte músicas armazenadas no computador para um formato de som com qualidade equivalente à do CD, mas ocupando dez vezes menos espaço. Ele praticamente liquidou com todas as tecnologias antecessoras, graças a seu formato ultracompacto e vida útil.
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as mídias OS ROLOS DE REALEJO
OS CILINDROS DE CAIXA DE MÚSICA
(SÉCULO 18 À DÉCADA DE 1940)
(1796 A 1914)
Por vezes chamados de cilindros ou barril, os robustos rolos de madeira milimetricamente preenchidos por pinos e grampos que marcam a programação musical foram o primeiro tipo de mídia utilizada para entretenimento. Estas mídias também podem ser encontradas em orquestrions e calliopes. Organetes domésticos como o Roller Organ usaram essa tecnologia a partir de 1885 de forma miniaturizada. Estima-se que os rolos programados para realejos tenham surgido no século 15, mas a linguagem binária e sistemas análogos podem ser encontrados em escrituras milenares.
Os cilindros de metal com pinos já existiam miniaturizados dentro de relógios e snuffboxes musicais do século 18. A delicadeza do cilindro de caixa de música, porém, só foi alcançada na virada para o século 19. Os cilindros podem conter várias músicas, dependendo do comprimento e do diâmetro. Para fabricar um cilindro no final do século 19, eram usadas máquinas operadas por altos engenheiros com habilidades musicais, que marcavam e perfuravam os cilindros para que recebessem os pinos. O trabalho de colocar pinos de 6 mm com precisão nos cilindros pré-marcados era feito usualmente por mulheres e até por crianças. Um trabalhador considerado eficiente poderia colocar mais de 1000 pinos manualmente por hora.
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OS CARTÕES DE PAPEL PERFURADOS
OS DISCOS DE METAL PERFURADOS
(1861 À DÉCADA DE 1930)
(DÉCADA DE 1870 À DÉCADA DE 1930)
Organetes como a Flutina (1904) e o Herophon (1905) usam mídias de papel-cartão perfurado. Enquanto a Flutina utiliza tiras de papel-cartão dobrável, o Herophon lê “discos” quadrados. Há também alguns realejos de rua que tocam livros de papel perfurado chamados songbooks, que se dobram sozinhos à medida que passam pelo leitor. Os tamanhos e formatos das mídias podem ser diferentes – discos, livros, tiras. O papel-cartão perfurado é lido por uma barra de leitura; quando uma abertura passa sobre o leitor, o sopro do fole aciona a nota. O primeiro organete do mundo, chamado Cartonium, usou essa tecnologia em 1861. Os últimos organetes desapareceram do mercado com a iminência da Segunda Guerra.
Organetes como o Phoenix (1890 a 1915) utilizam uma tecnologia parecida com os cartões de papel: os discos de metal perfurados. Alguns deles têm uma área executável bem pequena e outros são do tamanho de discos das grandes caixas de música. Mas os discos de metal perfurado não têm dentes, e organetes não têm pentes musicais. Eles funcionam da mesma forma que os de papel-cartão, por intermédio de foles.
OS CILINDROS DE CERA (1877 À DÉCADA DE 1940)
Thomas Edison descobriu que conseguia gravar os sinais de áudio num cilindro feito com folha de estanho. Mas não só a mídia parecia pouco provável, como a máquina tinha que ser girada manualmente. Os primeiros cilindros, ainda muito rudimentares, foram usados em máquinas de ditados em escritórios, para gravar palestras, e outras praticidades. Quando Edison resolveu aperfeiçoar o fonógrafo ao usar um cilindro feito inteiramente de cera, comprou briga com a The Graphophone Company, que possuía uma máquina de ditados cuja patente tinha os direitos dos cilindros de celuloide revestidos com cera. E acabou tendo que entregar seu novo fonógrafo para a empresa. Em acordo, recebeu royalties pelas vendas na América e a The Graphophone começou a usar também cilindros inteiramente de cera. Mas a rixa entre as duas empresas durou até 1914. Os primeiros cilindros feitos de cera marrom só podiam ser tocados algumas vezes, mas existia um equipamento que raspava suavemente sua superfície para que pudessem ser regravados. Com o aperfeiçoamento dos cilindros de fonógrafo, os fabricantes foram
endurecendo o material para torná-lo mais resistente. Os cilindros pretos Gold Moulded (c. 1902) são tão resistentes que podem ser tocados centenas de vezes sem se deteriorar. Cilindros azuis tocam quatro minutos de áudio e foram feitos para amberolas, um fonógrafo com corneta embutida. Cilindros pré-gravados começaram a entrar no mercado em 1889, no ano da proclamação da República no Brasil. Eram canções, marchas militares ou monólogos de comediantes.
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OS ROLOS DE PAPEL PERFURADO
OS DISCOS DE GRAMOFONE
(1879 À DÉCADA DE 1930)
(1889 A 1964)
O papel perfurado programado é usado para máquinas com foles, como a Symphonia (1900), que impulsionam o ar pelas aberturas do papel. Os rolos de pianola surgiram com os piano players em 1895 e continuaram sendo usados nos player pianos e pianos de reprodução com pequenas alterações. Mas, desde 1883, rolos de papel perfurado já eram usados em alguns modelos de orquestrions. Na década de 1890, as fábricas americanas produziram dezenas de modelos de Celestinas, Mandolinas e tocadores de harpa mecânica que liam rolos de papel perfurado. Ao menos uma fábrica de rolos de papel perfurado ainda está ativa, a americana QRS. Ela produz essas mídias em papel encerado, por ser mais resistente ao uso contínuo. Dessa forma, quem possui um realejo ou pianola pode adquirir músicas antigas e contemporâneas.
Berliner inventou o disco gravável inspirado na primeira versão do fonoautógrafo, de 1857, e no desenho do Parleofone, de Charles Cros, apenas como teoria. Na prática não se mostrou aplicável. Ele, então, desenvolveu um método usando um disco fino de zinco coberto de cera, gravou sua superfície e depois usou ácido para remover a cera, tirando moldes desse disco facilmente usando goma-laca. Os discos de gramofone foram comercializados a partir de 1889. No começo, eram feitos em cera ou ebonite, depois passaram a ser fabricados em goma-laca. Eles passaram por muitos tamanhos até se estabelecerem no formato mais popular de 25 cm. As rotações também variavam de acordo com o fabricante. O formato de 78 RPM só foi padronizado a partir da introdução dos gramofones elétricos, na década de 1910. As primeiras gravações eram totalmente acústicas. O som era direcionado para uma corneta e conduzido para um diafragma, que vibrava a agulha de gravação. Após a Semana de Arte Moderna no Brasil, em 1922, teve início a gravação elétrica. Um dos grandes fabricantes brasileiros de gramofones, vitrolas e discos foi a Casa Edison, do Rio de Janeiro. A Odeon e A Casa Electrica também competiram nesse nicho. O formato de 78 RPM continuou sendo produzido em massa até o final da década de 1950, nos Estados Unidos, e 1960, no Reino Unido.
OS DISCOS DE CAIXA DE MÚSICA (1890 A 1920)
Os problemas do cilindro de caixa de música foram amplamente sanados com os discos de metal perfurados. Os discos eram mais baratos, mais práticos de guardar, mais leves e menos frágeis de se manusear. A rotação dos discos é impulsionada por uma corda. Nas caixas de música horizontais, uma barra de metal é usada para pressionar os discos, de modo que os pinos na sua parte de baixo resvalem nos dentes do pente musical da caixa e reproduzam as notas. Enquanto o mundo se encantava com as linhas ousadas e revolucionárias do art déco, entre 1895 e 1905, as caixas de música de disco chegavam a seu auge. Estas mídias foram fabricadas em diversos tamanhos ao longo dos tempos. Até a década de 1970, era relativamente fácil encontrar pequenas caixinhas de música com discos miniaturizados produzidos pela Thorens. Algumas empresas, como a Reuge (suíça), a Sankyo (japonesa) e a Porter (americana), continuam fabricando caixas de música de disco até hoje.
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OS CONES DE METAL EAGLE
OS FIOS DE ARAME MAGNÉTICOS
(1894 A 1897)
(1898 À DÉCADA DE 1960)
Na entressafra do cilindro para o disco de caixa de música, enquanto os irmãos Lumière apresentavam ao mundo o cinematógrafo, o fabricante americano Capital lançou alguns modelos da caixa de música Eagle, que funcionava com cones de metal perfurados. Por serem cones vazados, podiam ser encaixados uns nos outros para melhor armazenamento. A novidade resolvia, em parte, o problema do material gasto com a fabricação de cilindros, mas não ganhou muito destaque e foi completamente encoberta pela versatilidade dos discos de metal.
Valdemar Poulsen usou o fio de arame magnético no Telegraphone, em 1898, um precursor da secretária eletrônica, e em outros aparelhos posteriores. Os fios de arame que podem ser regravados várias vezes foram as primeiras mídias capazes de gravar músicas do rádio em um carretel de fio, com duração de até sessenta minutos de áudio. Seu auge de produção foi no final dos anos 1940 e começo de 1950, com a popularização do transistor. A gravação em fio de arame é como a da fita magnética: através de um cabeçote, um sinal elétrico é passado magneticamente para o arame em um padrão determinado, análogo ao sinal do áudio gravado. Um cabeçote de reprodução, que pode ser o mesmo de gravação, lê esses padrões e os transforma de novo em sinais elétricos. Os fios de arame magnéticos foram usados até a década de 1960 em gravadores espiões e em cockpits de aviões e naves não tripuladas.
OS GRAMOPHONES POSTCARDS
OS DISCOS DE EDISON
(1903 À DÉCADA DE 1980)
(1912 A 1929)
Gramophones Postcards são discos de papel em miniatura, originalmente colados em um cartão-postal. A parte executável é feita em material plástico. Mais tarde essa tecnologia foi usada em souvenirs e discos promocionais pelo baixo custo de produção. Eles vinham de brinde em revistas, cartões de felicitações ou até caixas de cereais. Infelizmente, a qualidade sonora também era baixa, e os discos deterioravam-se em poucas execuções. Os discos de papel surgiram na Alemanha no começo do século 20 e passaram pelos formatos de 78, 45 e 33 RPM até deixarem de ser fabricados na década de 1980, com a introdução dos CDs.
Também conhecidos como Diamond Discs, os Discos de Edison foram introduzidos pela Edison Records em 1912 para competir com a Victor Talking Machine. Ao contrário da concorrência, os Diamond Discs gravavam na profundidade do sulco, e não em sua lateral, e só podiam ser lidos por uma agulha de diamante, daí seu nome. Os Discos de Edison tocam quase cinco minutos por lado e giram a 80 RPM. Além de seus rótulos, podem ser reconhecidos pela sua espessura diferenciada, de 60 mm. As vendas atingiram o auge em 1920 nos Estados Unidos e na Europa. Em 1926, foi lançado um disco que executava até quarenta minutos de música por lado, mas as vendas não foram significativas em função das falhas técnicas. Os últimos discos foram fabricados em 1929. Edison morreu dois anos depois.
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AS FITAS DE ÁUDIO DE BOBINA
OS TEFIS
(1930 À DÉCADA DE 1990)
(1936 A 1965)
A fita de bobina (ou rolo) de áudio é um formato de fita magnética que não está dentro de um cartucho ou um cassete, mas é mantida em um carretel aberto, rosqueada manualmente através do cabeçote e presa na bobina de recolhimento em um gravador de rolo ou tape deck. A fita magnética foi desenvolvida na Alemanha na década de 1930 e levada para os Estados Unidos no final da guerra para ser estudada e comercializada. Os gravadores de rolo para uso profissional usavam grandes e pesados carretéis de metal. Já os de uso doméstico suportavam bobinas menores feitas em plástico. No início, a fita magnética era gravada em uma única pista de áudio. Com a evolução da tecnologia, a gravação multipista tornou-se comum. Em 1968 já se podia gravar até 24 pistas em uma fita de duas polegadas. Apesar de seu elevado custo, a fita de áudio de bobina foi o principal formato de gravação profissional até o final da década de 1980.
Tefi é o nome impresso nos cartuchos de Tefifon, um aparelho desenvolvido durante a Segunda Guerra, mas pouco conhecido fora da antiga Alemanha Ocidental, que toca um cartucho de fita não magnética em loop. A gravação é feita em sulcos ao longo da fita plástica e são reproduzidos por uma agulha, semelhante ao processo de leitura dos discos. Os Tefis foram fabricados em três tamanhos. O cartucho maior contém até quatro horas de música. A qualidade de áudio é melhor que a dos discos de 78 RPM. A opção de som estéreo ficou disponível a partir de 1961. Apesar dos esforços de seu criador, o Tefifon não conseguiu competir com os discos de vinil e passou despercebido pela maioria da população mundial.
OS PICTURES RECORDS
OS DICTABELTS
(DÉCADA DE 1940 À DÉCADA DE 1960)
(1947 A 1980)
Picture Records são discos com imagens sobre a área gravada, inspirados nos Gramophones Postcards. Eles apareceram pela primeira vez na década de 1920, mas só se popularizaram na metade dos anos 1940, com o final da Segunda Guerra e início da Guerra Fria. As imagens eram protegidas por um revestimento de vinil, o que proporcionava melhor qualidade sonora que a oferecida pelos contemporâneos discos de goma-laca. Na década de 1970, era das discotecas e da disco music, os discos eram compostos inteiramente por camadas de vinil. O mercado de Picture Records desacelerou nas últimas décadas, mas os discos continuam a ser produzidos até hoje.
As televisões começavam a ser fabricadas em série, e os Dictabelts ou Memobelts eram produzidos para os Dictaphones (ou Time-Masters), um sistema de gravação de voz. Têm esse nome porque são, literalmente, cintos flexíveis de plástico onde uma agulha grava quinze ou trinta minutos de ditado. O Dictabelt tem melhor fidelidade de gravação que os cilindros de cera, mas não pode ser regravado e só suporta cerca de vinte reproduções antes de começar a se deteriorar. As máquinas deixaram de ser fabricadas na década de 1970, mas os cintos coloridos de plástico vermelho, azul ou roxo continuaram no mercado até 1980.
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OS DISCOS DE VINIL
FLEXIDISCS
(1948 À DÉCADA DE 1990)
Flexidiscs são compactos em vinil maleável comercializados a partir de 1962, nos Estados Unidos, enquanto o mundo assistia da poltrona à difusão da TV a cores. Foram criados para serem inseridos em revistas e outras publicações e podem ter formato redondo ou quadrado. Há Flexidiscs de 45 e de 33 RPM. Na Rússia dos anos 1930, apareceram no mercado os primeiros discos maleáveis feitos de celuloide colorido sob o nome de Filmophone. No cenário underground dos anos 1950, havia discos flexíveis de 78 RPM em acetato. No final dos anos 1970 e começo da década seguinte, com o início dos microprocessadores, surgiram os floppy discs (disquetes de 8 polegadas) para computadores, que usavam o mesmo material dos Flexidiscs.
Os Long Plays são discos de 33 RPM feitos em vinil. Quanto maior a fidelidade de áudio, mais material é gasto e mais pesado será o disco. Cada lado de um LP contém um único sulco contínuo de gravação. O LP não teve concorrentes à sua altura até a década de 1970, quando a fita cassete corrigiu seus problemas de qualidade sonora. No final da década de 1980, sofreu com a popularização do CD e perdeu a concorrência. Mas os discos de vinil continuam a ser produzidos em pequenas quantidades até hoje. DISCOS COM GRAVURA A LASER
Os discos de um lado só com gravuras na parte não executável foram utilizados desde o começo do gramofone. A gravação a laser em vinil surgiu na década de 1980 e é um pouco diferente, pois é possível gravar uma figura na superfície executável do disco sem qualquer alteração na qualidade do som. Quando a luz atinge a gravura a laser no disco de vinil, as formas são refletidas em cores.
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OS CARTUCHOS FIDELIPAC (1959 À DÉCADA DE 1990)
O Fidelipac é um formato de cartucho de fita magnética usado na transmissão de rádio para reprodução de material como propagandas e jingles. Possui uma fita em loop com duas ou três trilhas. Foi o primeiro cartucho de fita magnética a ser usado comercialmente, disponível em três tamanhos. O Fidelipac foi amplamente utilizado em estações de rádio até o final da década de 1990, quando a evolução da computação tornou o formato obsoleto.
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OS CARTUCHOS STEREO-PAC (1962 A 1988)
Baseados nos Fidelipacs, os cartuchos de quatro trilhas foram introduzidos no mercado em 1962, durante a Guerra do Vietnã, por Earl “Madman” Muntz, um grande revendedor de carros usados e eletrônicos. A música gravada na fita magnética tocava em loop e não era possível rebobinar. Os players estavam disponíveis tanto para carros quanto para residências. Em 1964, um esforço conjunto de várias empresas interessadas nos Estados Unidos conseguiu lançar o cartucho de oito trilhas – um aperfeiçoamento do Stereo-Pac de quatro trilhas – com quatro programas estéreo que se alternavam automaticamente. A Ford acoplou players para cartuchos de oito trilhas em toda a sua linha de produção de 1967. Os players domésticos surgiram em 1966, mas não conseguiram muita popularidade. O acondicionamento da fita magnética em caixinhas simplificou as operações nos gravadores eletrônicos. A extremidade da fita não precisava mais ser introduzida no carretel, tampouco manuseada. Os cartuchos, assim como os cassetes, usam fitas confeccionadas em filmes plásticos de um material resistente, como o poliéster. No interior da caixinha plástica dos cartuchos há uma fita sem fim, enrolada em um único carretel. Quando o aparelho entra em funcionamento, ela se desenrola a partir da parte central do carretel, passa pelos roletes de acionamento, é submetida à ação dos cabeçotes de gravação
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ou reprodução, e volta a rebobinar, continuamente, sobre si mesma. Entretanto, os cartuchos apresentavam problemas de execução, como interferência e pulos nas faixas, em função do material de má qualidade usado pelos fabricantes. À medida que as fitas cassete se tornaram um formato viável de alta fidelidade, as gravadoras rapidamente abandonaram os cartuchos Stereo-Pac.
AS FITAS CASSETE (1963 A 2003)
O K7 é um formato de fita magnética para áudio que foi muito popular entre as décadas de 1970 e 1990 em praticamente todo o mundo. As fitas disponíveis no mercado tinham duas ou quatro pistas de áudio e diversas durações. O cassete comporta gravação nas duas direções da fita, o que lhe confere lados A e B. No interior da caixinha, a fita magnética corre livremente entre os dois carretéis que prendem as pontas de suas extremidades. Conduzida pelos roletes, ela passa pela abertura, onde é pressionada por um dispositivo semelhante a uma mola e um feltro para entrar em contato com o cabeçote de gravação e reprodução. A partir de 1965, surgiram as fitas pré-gravadas e praticamente todos os artistas da época lançaram nesse formato graças à praticidade em contrapartida às pesadas e caras fitas de bobina. Com o aperfeiçoamento do áudio, o K7 chegou a competir com o vinil
pela indústria fonográfica, e era comum, até a década de 1990, os artistas lançarem álbuns simultaneamente nos dois formatos. As fitas foram fabricadas em quatro tamanhos: o compacto foi o formato mais comum, lançado em 1963, para fitas virgens ou pré-gravadas. Os mini e microcassetes fabricados, respectivamente, a partir de 1967 e 1969, são fitas de menor velocidade, sendo mais indicados para gravações de ditados e chamadas telefônicas. O formato grande, também conhecido como Elcaset (ou L-cassette), tinha três vezes o tamanho de uma fita compacta e sua fidelidade de áudio era semelhante à das fitas de bobina. A comercialização do formato, porém, não emplacou e teve apenas uma curta história entre 1976 e 1980, quando foi totalmente retirado do mercado.
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OS CARTUCHOS DE PLAYTAPE
OS CDS
(1966 A 1970)
(1982 AOS TEMPOS ATUAIS)
PlayTape é um formato introduzido por Frank Stanton, em meio ao movimento hippie e às lutas pelos direitos das minorias nos Estados Unidos, em 1966. Um pequeno cartucho de duas trilhas de fita magnética que toca em loop de 8 a 24 minutos, disponível em mono ou estéreo. Foi um sucesso quase instantâneo graças a sua portabilidade e versatilidade. Havia cartuchos em formato de LP, single, EP, álbuns para crianças e educacionais. O PlayTape competiu com os discos de vinil e os cartuchos de quatro e oito trilhas, mas acabou sendo superado pelas fitas cassete.
Os Compact Discs (CDs) são discos digitais ópticos de 12 cm de diâmetro, com leitura a laser para a reprodução de áudio, lançados no Japão, em 1982. Foram desenvolvidos conjuntamente pelas fábricas Sony e Philips. Com a popularização dos CD Players, os preços caíram, e a indústria fonográfica passou a investir cada vez mais no formato. O CD possui uma trilha em espiral de dados que começa do centro para as pontas, o que permite que ele seja fabricado em tamanhos menores que o padrão. O Mini CD é um formato de áudio de 7 cm para singles, lançado em 1988. CDs com hologramas e em formatos inusitados foram lançados na década de 1990 para atrair o público jovem. O formato CD-ROM e suas versões graváveis CD-R e CD-RW foram desenvolvidos posteriormente para armazenagem de dados na informática. O disco Blu-Ray de áudio é um CD descompactado, lançado em 2013, que oferece som de alta fidelidade. No Brasil, os CDs alcançaram sua melhor fase a partir de 1996, com o crescimento da economia. Na virada do milênio e com a chegada do MP3, porém, a venda de CDs decresceu em todo o mundo.
AS FITAS DAT (1987 A 2005)
A Digital Audio Tape é um formato de fita inicialmente projetado para áudio, introduzido pela Sony em 1987. A tecnologia das fitas DAT também foi usada no armazenamento de dados, sob o nome de DDS (Digital Data Storage). A The Recording Industry Association of America tinha interesse em barrar o formato. Como não conseguiu, colocou um imposto sobre os gravadores DAT e fitas virgens em 1992, inflando os preços e coibindo o consumo da nova tecnologia. Um pequeno número de álbuns foi comercializado em DAT nos primeiros anos do formato. Em 2005, a Sony interrompeu a fabricação dos gravadores.
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AS FITAS ADAT
OS MINIDISCS
(1992 A 2003)
(1992 A 2013)
O ADAT (Alesis Digital Audio Tape) é um formato de gravação de áudio digital que visava o mercado profissional. Foi introduzido pela Alesis Studios Electronics em 1992. Numa época em que as únicas alternativas eram fitas DAT de duas trilhas ou as caríssimas fitas de bobina, o ADAT podia gravar até oito trilhas por máquina. Mas vários aparelhos podiam ser conectados para criar gravações de até 128 trilhas. Por isso, o formato foi tão importante e um sucesso de vendas. O gravador ADAT usa fitas S-VHS de videocassete de até 120 minutos. Elas são fáceis de encontrar e muito baratas, se comparadas às fitas magnéticas de duas polegadas.
O MiniDisc é um formato de disco óptico magnético fabricado pela Sony em 1992, destinado a tentar substituir a fita cassete. O disco fica alojado dentro de um cartucho translúcido e pode ser vendido tanto virgem quanto pré-gravado. Esse formato fez muito sucesso no Japão. Mas, com poucos álbuns gravados, teve um pequeno impacto no restante do mundo. Com o crescimento da internet em computadores pessoais, em 1993, uma variante chamada MD Data foi desenvolvida para armazenamento de dados, mas sem sucesso. O MiniDisc tinha capacidade para até 80 minutos de gravação, enquanto o Hi-MD, um aperfeiçoamento lançado em 2004, oferecia até 45 horas de áudio, em baixa, ou 1 hora e 45 minutos, em alta qualidade. Mais tarde, o Hi-MD oferecia discos de maior capacidade, tanto para dados quanto para áudio, mas deixou de ser fabricado em 2011. Os últimos MiniDiscs foram retirados do mercado em 2013.
AS MEMÓRIAS FLASH
OS VINILDISCS
(2000 AOS TEMPOS ATUAIS)
(2007 AOS TEMPOS ATUAIS)
A memória flash permite a gravação, armazenagem e compartilhamento de arquivos digitais em dispositivos como cartões de memória e pen drives. Para os consumidores, representou avanço e praticidade. Para o mercado, um desastre. Com o compartilhamento digital, a fabricação e o comércio de mídias despencou e a indústria fonográfica se enfraqueceu, custando a se adaptar aos novos tempos. No final dos anos 2000, alguns álbuns foram lançados em pen drives e cartões microSD que qualquer dispositivo com entrada USB, como computadores, smartphones e players automotivos, seriam capazes de ler. As memórias flash podem conter arquivos extras, como fotos e videoclipes. Além disso, a própria unidade pode ser personalizada. Os arquivos podem ser apagados e regravados quase que infinitamente e os dispositivos de armazenamento têm longa vida útil. O consumo de energia é muito baixo e, o aparelho, recarregável. Os dispositivos não têm partes móveis, o que elimina problemas mecânicos. E o mais importante: há possibilidade de transportar até 40 mil músicas no bolso.
Enquanto o iPhone era lançado nos Estados Unidos para deleite dos viciados em tecnologia, um formato vintage era recriado na Alemanha. O VinilDisc, também conhecido como VinilCD, é um híbrido de CD e disco de vinil desenvolvido pela Optimal Media em 2007, empresa especializada em formatos inusitados. O disco possui dois lados executáveis. O lado do CD tem o tamanho padrão, e o lado do vinil comporta um single de 3,5 minutos de áudio. O disco possui, ainda, um adaptador do furo central para vitrolas, que pode ser removido para ser executado em CD Players.
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conclusão A música automática evoluiu do toque ao clique, passando por diversos tipos de máquinas e mídias, metamorfoseando tecnologias, recriando e revolucionando os hábitos sociais. As plataformas digitais diminuíram a necessidade de um aparelho específico para se ouvir música. Computadores e smartphones viabilizaram a transmissão de música, vídeo e qualquer tipo de informação tornando obsoletos aparelhos que utilizam mídias físicas. A música, dessa maneira, tornou-se muito mais próxima do cotidiano da população. A indústria fonográfica demorou a entender o processo migratório e perdeu espaços incalculáveis no mercado para a praticidade do compartilhamento de arquivos digitais e, com isso, a pirataria acabou ganhando mais força. Há vinte anos, ainda era necessário deixar a fita K7 pronta para gravar – quando a música preferida tocava no rádio – e alugar filmes e jogos nas locadoras. Além disso, comprar dicionários e enciclopédias era a única forma de obter informações. Até então, precisávamos de mídias físicas. Hoje, todas as necessidades se reúnem em torno do computador, quer sejam os domésticos ou os de bolso. Não há dúvidas de que, hoje em dia, vivemos em um outro ritmo, na velocidade da internet. Queremos sempre o conteúdo pronto e completo ao alcance de um clique. Estamos sempre à procura do mais prático para perder o mínimo de tempo e preencher nossos dias com muitas atividades. Mas fazer muitas coisas não é o mesmo que ser produtivo. Quantas vezes passamos
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o dia on-line, sendo bombardeados por milhares de informações simultâneas e vamos nos deitar com a sensação de que não fizemos nada? A História mostra que não há como lutar contra a evolução, as transformações são constantes. Mas se as mídias físicas estão mesmo ultrapassadas, por que será que tantas pessoas ainda buscam os discos de vinil ou de goma-laca? Por que o mercado de CDs ainda não está morto e enterrado? Como algumas empresas sobrevivem vendendo mídias para realejos e pianolas em pleno século 21? Estamos sempre querendo o mais prático e o mais rápido, mas será que isso não fez a vida perder um pouco de sua beleza? Essas perguntas nos ajudarão a traçar o que poderemos esperar do futuro da música automática. Os autômatos, os realejos, as caixas de música eram artesanais, feitas manualmente com cuidado, uma a uma. Os cilindros de cera e os discos de goma-laca eram frágeis, quase preciosidades. O chiado da gravação analógica era um componente natural. Atualmente, todo esse trabalho é feito por máquinas e computadores, com precisão, mas sem o zelo que só uma pessoa de verdade poderia aplicar. A realidade é virtual. O digital não é mais um mundo à parte. Ele informa e influencia os hábitos sociais. Até agora, do toque ao clique, máquinas são programadas para repetir ações. Mas nada disso poderia ser criado sem a inventividade do homem. A tecnologia levou-nos a grandes avanços, mas é a inspiração humana que conquista novos espaços e escreve nossos nomes na História.
referências LIVROS & PUBLICAÇÕES BOWERS, Q. David. Encyclopedia of Automatic Musical Instruments, 1972. CHEW, V. K. Talking Machines 1877-1914, A Science Museum Book, 1967. “COMO Funciona”. Enciclopédia de Ciência e Técnica 1. Abril Cultural, 1979. FABRIZIO, Timothy C.; PAUL, George R. Discovering Antique Phonographs 1877-1929, 2000. KOETSIER, Teun. Mechanism and Machine Theory 36, 2001. LAFAURIE, Rémy. “Registro e Reprodução dos Sons Musicais”. Enciclopédia Diagramas, 1966. MARTY, Daniel. Histoire Illustrée du Phonographe, 1979. “MECHANICAL Music”. Journal of the Musical Box Society International, vol. 60, nº 2, 2014. MORAES, Amaro; MORAES E SILVA, João Baptista. Odisseia do Som, 1987. MUSEU Lasar Segall. Música Mecânica Programada. Coleção Milton Guper, 1976. PEARCE, Christopher. Vintage Jukeboxes – The Hall of Fame, 1988.
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créditos de imagens P. 06 – Antigo pôster da Edison Company P. 08 – Autômato Rabery & Delphieu (1856-1898); Autômato Passarinho (c. 1890) P. 09 – Realejo para musicbook (c. 1915) Ilustração de um órgão de feira, por Mariana Oliveira P. 10 – Realejo Astor & Horwood (c. 1900) P. 11 – Organete Herophon (1905) Imagem de um piano-barril Molinari extraída do livro Encyclopedia of Automathic Musical Instruments, de David Bowers
Fonógrafo Tinfoil (reprodução) P. 25 – Edison Amberola modelo 30 (1913) P. 27 – Gramofone Victor modelo III (1908) P. 28 – Reprodução da pintura His Master’s Voice, de Francis Barraud (1899) P. 29 – Vitrola Mikiphone (1920) Vitrola Madison (1923)
P. 12 – Antigo pôster da European Zoological Association
P. 30 – Jukebox Rock-Ola modelo 1454 (1956)
P. 13 – Caixa de música Bremond (c. 1890)
P. 31 – Detalhe da jukebox Rock-Ola modelo 1545 (1956)
P. 14/15 – Detalhe da caixa de música Bremond (c. 1890)
P. 32 – Detalhe de uma propaganda impressa da jukebox Wurlitzer (c. 1940)
P. 16 – Caixa de música Mira Empress Grand Concert (1905) P. 17 – Ilustração de um Autofone extraída do site www.pianola.org P. 18 – Imagem de um piano player extraída do livro Encyclopedia of Automathic Musical Instruments, de David Bowers P. 19 – Pianola R. S. Howard (c. 1915) Imagem de orquestrions extraída do livro Encyclopedia of Automathic Musical Instruments, de David Bowers P. 20/21 – Detalhe da Pianola R. S. Howard (c. 1915) P. 22 – Antigo flyer da American Photo Player Co. P. 23 – Fonógrafo de Edison (c. 1910) Fonógrafo de Edison modelo GEM (c. 1905)
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P. 24 – Esquema de um fonógrafo extraído do livro Odisseia do Som. Museu da Imagem e do Som de São Paulo, 1987. Acervo bibliográfico MIS-SP
P. 34 – Gravador de rolo Geloso modelo Record 681 (c. 1960) P. 35 – Gravador de fio de arame Webster Chicago Wire Recorder modelo 80-1 (c. 1940) P. 36 – Tefifon com rádio modelo Cologne KC-1/Ra (c. 1930) P. 37 – PlayTape transistorizado modelo 1200 (c. 1960) P. 38 – Gravador e reprodutor de cassete National Panasonic modelo RQ311S (c. 1970) Gravador e reprodutor portátil Mini Cassete Recorder Panasonic modelo RQL309 (c. 1980) P. 39 – DiscMan Panasonic modelo XBS SL-S200 antishock memory (c. 1990)
P. 40 – Reprodutor portátil para MiniDisc marca Sony modelo MZ-R37 (c. 1990)
P. 52 – Disco de vinil com gravura a laser Paradise Theater, do Styx (1981)
P. 41 – Digital MP3 Player (c. 2010)
P. 53 – Cartucho de Fidelipac (c. 1960)
P. 42 – Detalhe de um estojo de cilindro de Edison
P. 54 – Cartucho japonês de Stereo-Pac (c. 1960)
P. 43 – Rolo de Roller Organ (c. 1905)
P. 55 – Fita cassete TDK (c. 1990)
Cilindro de caixa de música (c. 1890) P. 44 – La Vie en Rose em musicbook para realejo de rua (c. 1915) Disco de metal perfurado para organete Phoenix (1880) P. 45 – Cilindro de cera de Edison (c. 1900) P. 46 – Rolo para realejo Symphonia (c. 1900) Disco de 78 RPM MGM (c. 1910) P. 47 – Disco de caixa de música Mira Empress Grand Concert (1905) P. 48 – Fio de arame magnético Webster – Chicago para Wire Recorder (c. 1940) Cone para caixa de música Eagle (c. 1895) P. 49 – Disco de Edison El Relicario (c. 1920) Disco impresso de papel de Agnaldo Rayol, memorabília da Kolynos (1965) P. 50 – Imagem de cartuchos alemães de Tefifon (c. 1940) extraída do site http://45recordadapters.com Fita de áudio de bobina (c. 1960) P. 51 – Picture Record Vogue, de Art Mooney and Orchestra R-732-13 (c. 1950)
P. 56 – Disco de Blu-Ray Elgin (2017) Cartucho de PlayTape de Bobbie Gentry & Glen Campbell (1968) P. 57 – Fita DAT HP DDS-2 (c. 2000) P. 58 – MiniDisc virgem Samsung (c. 2010) Fita ADAT gravada (1999) P. 59 – Cartão de memória flash microSD (2010) P. 60/61 – Detalhe do gravador de rolo Geloso modelo Record 681 (c. 1960) P. 67 – Ilustração de Thomas Edison com seu fonógrafo extraída do livro Odisseia do Som. Museu da Imagem e do Som de São Paulo, 1987. Acervo bibliográfico MIS-SP P. 08; 09 (esquerda); 10; 11 (acima); 13-16; 19-21; 23; 24(abaixo); 25; 27; 29-31; 34-49; 50 (abaixo); 51-61, Fotografias de Everton Ballardin
Foram feitos todos os esforços para identificar e contatar os detentores dos direitos autorais das imagens reproduzidas nesta publicação. Os editores se dispõem a fazer todas as correções necessárias em eventuais edições posteriores.
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DO TOQUE AO CLIQUE –
Administração Regional no Estado de São Paulo
A HISTÓRIA DA MÚSICA AUTOMÁTICA Curadoria e Textos Finais Leão Leibovich Textos e
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