mirada-catalogo-mioloNOVO.indd 1
25.08.10 12:27:28
mirada-catalogo-mioloNOVO.indd 2
25.08.10 12:27:29
mirada-catalogo-mioloNOVO.indd 3
25.08.10 12:27:29
4.
mirada-catalogo-mioloNOVO.indd 4
25.08.10 12:27:30
Memorias de la mirada
Memórias do olhar Eu sozinho tenho mais lembranças que terão tido todos os homens desde que o mundo é mundo. Funes, o memorioso
Más recuerdos tengo yo solo que los que habrán tenido todos los hombres desde que el mundo es mundo Funes, el memorioso
Jorge Luis Borges
Jorge Luis Borges
Na pressão da era solitária que paira sobre o personagem de Borges e que ainda nos pertence, somos espectadores de um mundo multiforme e imediato, no qual a arte tem a missão de remeter-nos às lúcidas visões do instante.
Ante la presión de la era solidaria que paira sobre el personaje de Borges y que todavía nos pertenece, somos espectadores de un mundo múltiple e inmediato, en el que el arte tiene la misión de nos remeter a las visiones lúcidas del momento.
É destas visões que o MIRADA – Festival Ibero-Americano de Artes Cênicas de Santos – ao reunir tradições nas seculares origens que nos aproximam e entrelaçar pessoas e lugares, oferecendo sentidos às nossas lembranças – recria as cartografias simbólicas da história.
Son de estas visiones que MIRADA – Festival Iberoamericano de Artes Escénicas de Santos recrea las cartografías simbólicas de la historia, al reunir a las tradiciones en los orígenes seculares que nos aproximan y al entrelazar las personas y los lugares, ofreciendo sentidos a nuestras memorias.
Ao trilhar novos conceitos do teatro contemporâneo dos países ibero-americanos unidos pela cultura, o MIRADA compartilha e transborda a ideia do grego théatron, o lugar aonde se vai para ver, confluídos no intercâmbio entre a produção de onze países, além do Brasil, também Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Espanha, México, Peru, Portugal, Uruguai e Venezuela. Esta produção origina-se mediada pelo conhecimento e pelas relações do Conselho Diretivo, constituído por Pepe Bablé, Isabel Ortega, Ramiro Osório e por mim, fazendo coro às homenagens ao bicentenário da independência dos países latino-americanos e uma homenagem especial à produção cênica de Buenos Aires, Argentina. Dessa maneira, com o apoio da Prefeitura de Santos e do Ministério da Cultura da cidade de Buenos Aires, o SESC SP, ao realizar o MIRADA – Festival Ibero-Americano de Artes Cênicas de Santos, reafirma seu compromisso basilar ao engendrar a cultura como meio de inclusão social, voltada à experiência educativa e ao desejo de ampliar o conhecimento crítico. Por entre as ações socioculturais, as reflexões sobre as artes cênicas ampliam o território de discussão e de difusão: são teatros, espaços históricos e praças de Santos, cidade-marco da união com a cultura ibérica e dos diálogos entre o Atlântico e o interior do País. Constituem-se, assim, os caminhos nos quais a arte, feito uma bússola, atrai as memórias de Funes, de Borges, e de todos nós, as quais convergem num amálgama para se pausar ou permanecer, ou ainda para se partir.
Al abrazar a nuevos conceptos en el teatro contemporáneo de los países de Iberoamérica, unidos por la cultura, MIRADA comparte y transborda la idea del griego théatron, el lugar donde se va para ver, confluidos en el intercambio entre producciones de once países, además de Brasil: Argentina, Bolivia, Chile, Colombia, Ecuador, España, México, Perú, Portugal, Uruguay y Venezuela. La producción se origina mediada por el conocimiento y por las relaciones de la Junta de Directores integrada por Pepe Bablé, Isabel Ortega, Ramiro Osório y yo, defiriendo un homenaje al bicentenario de la independencia de los países latinoamericanos además de un homenaje especial a la producción teatral de Buenos Aires – Argentina. Así, con el apoyo del Ayuntamiento de Santos y del Ministerio de Cultura de la ciudad de Buenos Aires, al realizar el MIRADA – Festival Iberoamericano de Artes Escénicas de Santos, el SESC SP reafirma su compromiso esencial con engendrar la cultura como una forma de inclusión social, centrada en la experiencia educativa y en el deseo de ampliar el conocimiento crítico. Entre las acciones socioculturales, las reflexiones sobre artes escénicas amplían el territorio para el debate y la difusión, alojados en teatros, espacios históricos y plazas de la ciudad de Santos, ciudadmarco de la unión a la cultura ibérica y de los diálogos entre el Atlántico y el interior del país. Consisten, por lo tanto, los caminos en que el arte, como una brújula, converge los recuerdos de Funes, de Borges, y de todos nosotros, en una amalgama a permanecer, irse o asimismo quedar.
Danilo Santos de Miranda Diretor Regional do SESC SP
Danilo Santos de Miranda Director Regional del SESC SP
.5
mirada-catalogo-mioloNOVO.indd 5
25.08.10 12:27:30
6.
mirada-catalogo-mioloNOVO.indd 6
25.08.10 12:27:30
Santos / Buenos Aires, uma ponte cultural
Santos / Buenos Aires, un puente cultural
O porto de Santos fica a duas horas e meia de voo a partir do porto de Buenos Aires. Ambos têm sido fundamentais para a construção do comércio da América Latina com o mundo e ambos foram a porta de entrada para imigrantes que vieram a estas terras a fim de trabalhar e ter uma da família.
El puerto de Santos está a dos horas y media de vuelo del puerto de Buenos Aires. Ambos han sido decisivos en la construcción del comercio de Latinoamérica con el mundo y ambos fueron la puerta de los inmigrantes que llegaron a estas tierras a trabajar y tener una familia.
A criação do Festival Mirada, uma ideia importante do SESC São Paulo, permite que haja agora um desenvolvimento de laços culturais entre Santos e a Ibero-América, o que acarretará infinitas possibilidades de pontes entre os países desta parte do mundo, necessárias para a construção de uma identidade que nos una. O evento acontece em um momento em que é importante a elaboração de festivas em nossa região, já que estamos tentando mostrar a qualidade da nossa produção cultural; e também afirmar a nossa identidade por ser direcionado à Ibero-América. Será certamente uma das mostras mais marcantes e Santos será a cada dois anos um local de referência teatral. Esta primeira edição, que homenageia a cidade de Buenos Aires, nos leva a criar novos laços entre as duas cidades e em outro espaço, o teatro. O festival Mirada mostrará uma série de elencos e obras argentinas, que recortam um panorama do que hoje é o teatro portenho. Vemos obras de criadores consagrados como Veronese, com três criações, e novas propostas, entre elas, Lote 77, que é um sucesso do nosso mais novo teatro. Ao todo, são sete produções que são requisitadas pelos melhores palcos internacionais.
La creación del Festival Mirada, una idea importante del SESC São Paulo, posibilita ahora a Santos el desarrollo de vínculos culturales con Iberoamérica, lo que generará infinitas posibilidades de puentes entre los países de esta parte del mundo, necesarios para la construcción de una identidad que nos una. El evento nace en un momento en que es importante desarrollar festivales en nuestra región, ya que estamos intentando mostrar la calidad de nuestra producción cultural; y además, afirmar nuestra identidad al estar orientado hacia Iberoamérica. Seguramente pasará a ser una de las muestras más estudiadas y Santos será cada dos años un lugar de referencial teatral. Esta primera edición, que tiene a Buenos Aires como ciudad homenajeada, nos lleva a crear nuevos lazos entre ambas ciudades y en otros espacios, los teatrales. Mirada dejará ver una serie de elencos y obras argentinas que recortan un panorama de lo que es hoy el teatro porteño. Podremos ver obras de creadores consagrados como Veronese, con tres creaciones, y nuevas propuestas, entre estas, Lote 77, que es un suceso de nuestro teatro más nuevo. En total, son siente producciones que son requeridas por los mejores escenarios internacionales.
Esta ponte criará muitos mais. Espera-se que em breve as companhias artísticas dos dois países produzam circuitos em conjunto que levem nossos produtos a cidades de toda a região.
Este puente generará muchos más. Es de esperar a que en poco tiempo compañías artísticas de ambos países desarrollen circuitos conjuntos que muestren nuestros productos en ciudades de toda la región.
O governo da Cidade de Buenos Aires apoia a realização do Mirada, convencido de que com ações como estas, de construir pontes e laços culturais, é que passamos de meras palavras para entrar em ação e fazermos uma mudança decisiva nos nossos países.
El gobierno de la Ciudad de Buenos Aires apoya la realización de Mirada convencido de que con acciones como estas, crear puentes y vínculos culturales, salimos de las meras palabras para entrar en la acción de un cambio decisivo en nuestros países.
Eng. Hernán Lombardi
Ing. Hernán Lombardi
Ministro da Cultura e Presidente do Órgão de Turismo do Governo da Cidade de Buenos Aires
Ministro de Cultura y Presidente del Ente de Turismo del Gobierno de la Ciudad de Buenos Aires
.7
mirada-catalogo-mioloNOVO.indd 7
25.08.10 12:27:30
mirada-catalogo-mioloNOVO.indd 8
25.08.10 12:27:30
A preocupação em evidenciar a pluralidade de manifestações artísticas e culturais de todos os “ibéricos” de hoje – europeus, americanos, índios nativos e afro-descendentes – permeia as ações do SESC SP continuamente. Acreditamos que o teatro – linguagem que propicia o ritual do encontro, do confronto e da provocação – é particularmente efetivo na discussão de questões contemporâneas à nossa identidade, estimulando o surgimento de novas narrativas e reforçando a troca entre diferentes culturas.
La preocupación por subrayar la pluralidad de expresiones artísticas y culturales de todos los “ibéricos” de hoy – los europeos, los americanos, los indios nativos y los descendientes de africanos – continuamente se interpone en las acciones del SESC SP. Creemos que el teatro – lenguaje que proporciona el ritual del encuentro, de la confrontación y de la provocación – es particularmente eficaz en la discusión de temas contemporáneos a nuestra identidad, por lo que estimula la emergencia de nuevas narrativas y refuerza los intercambios entre diferentes culturas.
Danilo Santos de Miranda
Danilo Santos de Miranda
O desenvolver de uma idéia que três anos depois começa a existir, como uma planta que brota para entrelaçar seus galhos, distribuir seus frutos, trocar idéias entre países, supera todos os ensaios sobre utopias. Nenhuma imagem é mais certeira, para descrever um futuro imaginado, com todas as possibilidades de realizar-se. Aproximando fronteiras, o festival recebe dos criadores a singularidade de seus pontos de vista. O Mirada – Festival Ibero-Americano de Artes Cênicas de Santos se estende com braços grandes e bem abertos, extrai a melhor ideia de viver o presente sem perder de vista o que está por chegar. Necessidade, desejo, “mirada” na capacidade criativa dos artistas da Pátria Ibérica.
El desarrollo de una idea que tres años después empieza a existir, como una planta que brota para entrelazar sus ramas, distribuir sus frutos, intercambiar ideas entre países, supera todos los ensayos sobre las utopías. Ninguna imagen es más específica para describir un futuro imaginado con todas las posibilidades de hacerse realidad. Al acercar las fronteras, el festival acoge de los creadores la singularidad de sus puntos de vista. Mirada – Festival Iberoamericano de Artes Escénicas de Santos se extiende con los brazos grandes y bien abiertos, extrae la mejor idea de vivir el presente sin perder de vista lo que está por venir. Necesidad, deseo, “mirada” en la capacidad creativa de los artistas de la Patria Ibérica.
Isabel Ortega
Isabel Ortega
Antes, a estética latino-americana acumulava variações como a criação coletiva e algumas experiências pontuais. Agora, embora ainda sobrevivam diferentes maneiras autóctones de compreensão e realização do teatro, a estética também está globalizada. O importante no teatro latino-americano é que há uma ética usada como um prelúdio para a prática e compreensão de outras estéticas importadas. Os grupos que farão parte do “Miradas” atendem à qualidade artística exigida e cada um tem uma linha perfeitamente definida. Cada um com seu discurso e teatralidade particular, mas de acordo com as formas contemporâneas de compreender o fazer teatral. O FIT Cádiz e o Mirada têm como característica essencial proporcionar uma oportunidade de conhecimento, reflexão, interação, pesquisa, análise e projeção das artes cênicas ibero-americanas.
Antes la estética latinoamericana capitalizaba movimientos como la creación colectiva y algunas experiencias puntuales. Ahora, aunque todavía sobreviven diferentes maneras autóctonas de entender el teatro y de realizarlo, las estéticas también se globalizan. Lo importante en el teatro de Latinoamérica es que existe una ética que se emplea como antesala de la práctica y entendimiento de otras estéticas importadas. Los grupos que estarán en “Miradas” responden a la calidad artística exigida y cada uno de ellos tiene una línea perfectamente definida. Cada uno con su discurso y teatralidad particular pero en consonancia con las formas contemporáneas de entender el hecho escénico. FIT Cádiz y Mirada tienen la característica esencial de provocar la ocasión para el conocimiento, la reflexión, la interacción, la investigación, el análisis y la proyección de las artes escénicas iberoamericanas.
José Bablé Para aqueles que trabalham para a construção de uma comunidade cultural ibero-americana, era necessário há muitos anos que o Brasil, o ponto de referência para a grande diversidade étnica e cultural de nossa região, e uma das grandes potências da criação artística, se comprometesse decididamente com a integração ibero-americana. Portanto, é de extrema importância a criação do Festival Mirada, na cidade de Santos, no Estado de São Paulo. O festival representa um firme compromisso nos repertórios iberoamericanos, por mostrar ao público, no Brasil, as experiências mais importantes na criação cênica ibero-americana dos últimos 30 anos, assim como as novas tendências. Ramiro Osório
José Bablé Para aquellos que trabajan para la construcción de una comunidad cultural iberoamericana, sería necesario desde hace muchos años que Brasil, punto de referencia a la gran diversidad étnica y cultural de nuestra región, y una de las grandes potencias de la creación artística, se comprometiera decididamente con la integración iberoamericana. Por lo tanto, se hizo sumamente importante crear el Festival Mirada, en la ciudad de Santos, en el estado de São Paulo. El festival representa un compromiso firme en los repertorios latinoamericanos, por exhibir al público de Brasil las experiencias más importantes en la creación escénica iberoamericana de los últimos 30 años, así como las nuevas tendencias. Ramiro Osório
.9
mirada-catalogo-mioloNOVO.indd 9
25.08.10 12:27:31
SUMÁRIO sumario
Teatralidade e consciência crítica La teatralidad y la conciencia crítica_8
Espetáculos ESPECTÁCULOS_15 Argentina argentina_16 El Desarollo de la Civilización Venidera_Daniel Veronese_18 Todos los Grandes Gobiernos Han Evitado el Teatro Intimo_Daniel Veronese_20 Espía a una Mujer que se Mata_Daniel Veronese_22 La Omisión de la Familia Coleman_Claudio Tolcachir_24 Lote 77_Marcelo Mininno_26 Mujeres Terribles_Lía Jelín_28 Nada del Amor me Produce Envidia_Diego Lerman_30 Bolívia bolivia_32 La Odisea_Teatro de los Andes_34 Chile chile_36 Fiesta_Trinidad González_38 Colômbia colombia_40 Los Santos Inocentes_Mapa Teatro_42 Equador ecuador_44 La Razón Blindada_Grupo de Teatro Malayerba_46 Espanha españa_48 El Foc del Mar_Xarxa Teatre_50 | Urtain_Compañía de Teatro Animalario_52 México méxico_54 De Monstruos y Prodigios: la historia de los Castrati_Teatro de Ciertos Habitantes_56 Peru perú_58 Hecho en el Perú, Vitrinas para un Museo de la Memoria_Grupo Cultural Yuyachkani_60 Portugal portugal_62 Jerusalém_Teatro O Bando_64 Uruguai uruguay_66 Mi Muñequita_Complot - Compañía de Artes Escénicas Contemporáneas_68 Venezuela venezuela_70 Passport_Gustavo Ott_72 10.
mirada-catalogo-mioloNOVO.indd 10
25.08.10 12:27:31
Brasil_Espetáculos de sala Espectáculos de salón_74 In On It_Enrique Diaz (RJ)_76 O Idiota – Uma Novela Teatral_mundana companhia (SP)_78 Policarpo Quaresma_Centro de Pesquisa Teatral e Grupo Macunaíma de Teatro (SP)_80 Savana Glacial_Grupo Físico de Teatro (RJ)_82 Vida_Companhia Brasileira de Teatro (PR)_84 Brasil_Espetáculos de rua Espectáculos de calle_86 Arrumadinho_Trupe Olho da Rua (SP)_88 Este Lado para Cima: Isto Não é um Espetáculo_Brava Companhia (SP)_90 Gigantes pela Própria Natureza_Grande Companhia Brasileira de Mystérios e Novidades (RJ)_92 O Amargo Santo da Purificação_Tribo de Atuadores Ói Nóis aqui Traveiz (RS)_94 O Cabra que Matou as Cabras_Companhia de Teatro Nu Escuro (GO)_96 O Mundo tá Virado_Grupo Imbuaça (SE)_98 Brasil_Espetáculos infantis Espectáculos para niños_100 Espoleta_Banda Mirim (SP)_102 Filhotes da Amazônia_Companhia Pia Fraus (SP)_104
Corpo Expandido Cuerpo Extendido_106 Horizontes da dramaturgia contemporânea Horizontes de la dramaturgia conteporánea_Samir Yazbek_110 O teatro argentino contemporâneo Um olhar a partir dos jovens, buscando caminhos para um futuro El teatro argentino contemporáneo Una Mirada desde los jóvenes, buscando caminos para un futuro_Alberto Ligaluppi_112 Identidade e criação: o território ibero-americano La identidad y la creación: el territorio iberoamericano_ Silvana Garcia_114 Processos de criação em teatro no Brasil Los procesos de creación en el teatro en Brasil_Celso Nunes_116
Diálogo entre fronteiras Diálogo entre fronteras_118 Mesas de discussão Mesas de Discusión_118 Mulheres na literatura: a busca da liberdade Las Mujeres en la Literatura: En Busca de Libertad_122 Hierofania - O Teatro Segundo Antunes Filho_Edições SESC SP_123 Exibição de documentário Exhibición de documental_SESC TV_124 O Idiota - ensaios no abismo_124 | O Teatro segundo Antunes Filho_124 | Teatro e Circunstância_125 Exposições Exposiciones_126 Os Grumildos_126 | Cidades Imaginadas Ibero-Americanas_126 Rede de intercâmbio Red de intercambio_127 Ponto de encontro Punto de encuentro_128 Pagu 100, Oswald 120_128
Programação dia a dia programación diaria_129 Locais dos espetáculos ubicación de los espectáculos_132 Contatos Contactos_132 Textos em Inglês_134 .11
mirada-catalogo-mioloNOVO.indd 11
25.08.10 12:27:31
Teatralidade e consciência crítica La teatralidad y la conciencia crítica O Mirada – Festival Ibero-Americano de Artes Cênicas de Santos nasce com o propósito de intensificar o diálogo do Brasil com países dos continentes americano e europeu. A cultura surge como denominador comum no ventre da singularidade dos povos. E justo por meio da manifestação artística milenar cuja razão de ser é o rito do encontro presencial.
Mirada – Festival Iberoamericano de Artes Escénicas de Santos nace con la finalidad de intensificar el diálogo entre Brasil y los países de los continentes americano y europeo. La cultura aparece como un denominador común en el vientre de la singularidad de los pueblos. Y justo a través de la milenaria forma de manifestación de arte cuyo objetivo es el rito del encuentro en persona.
Esta primeira edição mapeia referências da produção teatral de 12 países por meio de 31 espetáculos e uma série de atividades entrelaçadas: a literatura, o vídeo, a música e a arte contemporânea.
Esta primera edición trae referencias de la producción teatral de 12 países a través de 31 espectáculos y un conjunto de actividades ligadas a la literatura, al video, a la música y al arte contemporáneo.
Durante dez dias, o espectador acessa as inquietações que mobilizam os principais criadores e realizadores nesta aurora do século XXI. A reflexão da condição humana, as acepções formais e temáticas e os processos históricos norteiam as teatralidades de Argentina, Brasil, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Espanha, México, Peru, Portugal, Uruguai e Venezuela.
Durante diez días, el espectador tiene acceso a las inquietudes que movilizan a los principales creadores y directores de teatro en esta instancia del siglo XXI. La reflexión de la condición humana, las aceptaciones formales y temáticas y los procesos históricos guían el teatro de Argentina, Brasil, Bolivia, Chile, Colombia, Ecuador, España, México, Perú, Portugal, Uruguay y Venezuela.
Os modos de criar e produzir espetáculos estão influenciados pela hibridização dos processos sociais, políticos e artísticos imbricados na cena. Evidencia-se, por exemplo, a atualidade do bicentenário da independência comemorado em boa parte dos países participantes.
Los métodos de creación y producción de espectáculos están influenciados por la hibridación de los procesos sociales, políticos y artísticos que van imbricados en la escena. Es evidente, por ejemplo, lo actual que es el bicentenario de la independencia celebrado en la mayoría de los países participantes.
As contingências históricas do continente – revisões do passado, urgências do presente – afloram como dramaturgia, sem prejuízo da pluralidade das pesquisas e linguagens. Os procedimentos estéticos substanciam a consciência crítica e fundamentam uma poética elaborada nas instâncias da palavra, do corpo, da imagem e das demais variantes de uma montagem. A programação do festival dedica um segmento à Argentina, homenageada com sete espetáculos de cinco dos mais consagrados núcleos artísticos daquele país. São trabalhos premiados há pouco no efervescente panorama de Buenos Aires, inclusive o chamado teatro independente, com ampla circulação por festivais internacionais. É o caso do autor e diretor Daniel Veronese, que assina três versões para clássicos do russo Anton Tchekhov e do norueguês Henrik Ibsen. E da Companhia Timbre 4, de Claudio Tolcachir, que traz um dos fenômenos recentes de público e crítica. Outros criadores destacados são Lía Jelín, Marcelo Mininno e Diego Lerman, corresponsáveis pela elogiada fase atual do teatro argentino, com registros inovadores em texto, encenação e atuação.
Las contingencias históricas del continente – revisiones del pasado, urgencias del presente – emergen como una dramaturgia sin perjuicio de la pluralidad de las investigaciones y de los idiomas. Los procedimientos estéticos substancian la conciencia crítica y fundamentan una poética elaborada en las instancias de la palabra, del cuerpo, de la imagen y de otras variantes en un montaje. El programa dedica un segmento a Argentina, que es la homenajeada con siete espectáculos de cinco de los núcleo artísticos más consagrados del país. Las obras han sido premiadas hace poco tiempo en el efervescente panorama de Buenos Aires, incluyendo el llamado teatro independiente, de amplia circulación en festivales internacionales. Este es el caso del autor y director Daniel Veronese, quien firma tres versiones de los clásicos del ruso Anton Tchekhov y del noruego Henrik Ibsen. Y de la Compañía Timbre 4, de Claudio Tolcachir, que trae uno de los fenómenos recientes de público y crítica. Otros criadores destacados son Lía Jelín, Marcelo Mininno y Diego Lerman, co-
12.
mirada-catalogo-mioloNOVO.indd 12
25.08.10 12:27:32
Imanente às artes cênicas, o teatro de grupo demarca praticamente todas as territorialidades desta primeira edição do Mirada. Entre os coletivos há mais tempo na estrada, e não por acaso, na maioria, formada durante os regimes ditatoriais, estão o peruano Yuyachkani, fundado em 1971; os brasileiros Imbuaça (Sergipe), de 1977, e Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz (Rio Grande do Sul), de 1978; e o espanhol Xarxa Teatre, de 1983. Seja em palcos, praças ou espaços não convencionais, essas agrupações veteranas não estacionaram em seus saberes e fazeres, e alcançam formulações sofisticadas nos processos criativos. As gerações que despontaram nas décadas seguintes fazem coro com elas em projetos de artes cênicas dos mais vigorosos na contemporaneidade ibero-americana. É possível desfrutar trabalhos variados: os do grupo boliviano Teatro de los Andes e a verve antropofágica em tocar arquétipos; os da atriz e diretora chilena Trinidad González e a capacidade de virar o espelho para as contradições da sociedade em projeto paralelo ao seu Teatro en el Blanco; os do coletivo colombiano Mapa Teatro e o alargamento de suportes para a intervenção; os do grupo equatoriano Malayerba e a dramaturgia política de tônus poético; os da companhia espanhola Animalario e a visão crítica da história de seu país sem concessão; os do grupo português O Bando e a perspectiva comunitária da arte; os da companhia uruguaia Complot e a afronta à falsa moral; e os do dramaturgo venezuelano Gustavo Ott e a abordagem do desrespeito em terra estrangeira. Os espetáculos brasileiros corroboram a tônica do teatro de grupo que viceja desde a década de 1990 e contempla distintas regiões. Explorando ruas e praças como lugar privilegiado de encontro com o outro, comparecem, além dos já citados Ói Nóis... e Imbuaça, a Brava Companhia, de São Paulo, propondo uma apropriação política do espaço público; do Rio de Janeiro, o ritual sincrético do festejo popular da Companhia de Mystérios e Novidades; e de Goiás, a Companhia de Teatro Nu Escuro e a atualização de um clássico medieval ao ar livre; de Santos, a Trupe Olho da Rua e a comicidade direta com o espectador da roda da vez. Para palcos e espaços não convencionais, espetáculos de grupos e diretores com longa trajetória e reconhecimento, como o Centro de Pesquisa Teatral do SESC – o primado do ator nas mãos de Antunes
responsables de la aclamada actual fase del teatro argentino con registros innovadores en texto, escenificación y actuación. Inmanente a las artes escénicas, el teatro de grupo prácticamente demarca todas territorialidades en esta primera edición de Mirada. Entre los colectivos que están más tiempo en actividad, y no por casualidad la mayoría formados durante los regímenes dictatoriales, están el peruano Yuyachkani, fundado en el 1971, los brasileños Imbuaça (Sergipe), del 1977, Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz (Rio Grande do Sul), del 1978 y el español Xarxa Teatre, del 1983. Ya sea en el escenario, plazas y espacios no convencionales, estos grupos veteranos no han estado estacionados en sus conocimientos y desempeño, y además siguen logrando formulaciones sofisticadas en los procesos creativos. Las generaciones que han surgido en las décadas siguientes hacen coro con ellos en proyectos de artes escénicas de los más vigorosos en la Iberoamérica contemporánea. Es posibles disfrutar de las obras del grupo boliviano Teatro de los Andes y del entusiasmo antropófago en tocar arquetipos; de la actriz y directora chilena Trinidad González y la capacidad de girar el espejo hacia las contradicciones de la sociedad en su proyecto paralelo al Teatro en el Blanco; del colectivo colombiano Mapa Teatro y la expansión de los medios de soporte para la intervención; del grupo ecuatoriano Malayerba y la dramaturgia política de tono poético; de la compañía española Animalario y la visión crítica de la historia de su país sin concesión; del grupo portugués Teatro o Bando y la perspectiva comunitaria del arte; de la compañía uruguaya Complot y el afronta a la falsa moral; y del dramaturgo venezolano Gustavo Ott y el enfoque de la falta de respeto en una tierra extranjera. Los espectáculos brasileños corroboran la tónica del teatro de grupo que se produce desde la década de 1990 y contempla regiones distintas. Explorando las calles y las plazas como el lugar privilegiado del encuentro con el otro, comparecen, además de los ya mencionados Oi Nóis... e Imbuaça, a Brava Companhia de São Paulo, con su apropiación política del espacio público; del Rio de Janeiro, el ritual sincrético de la celebración popular de la Companhia de Mystérios e Novidades; y de Goiás, la Companhia de Teatro Nu Escuro y la actualización de un clásico medieval al aire libre, de Santos, la Tru-
.13
mirada-catalogo-mioloNOVO.indd 13
25.08.10 12:27:32
Filho; a mundana companhia, coletivo formado por atores egressos de diferentes grupos estáveis de São Paulo que se unem neste projeto na aventura hercúlea de transpor Dostoiévski para a cena; o diretor Enrique Diaz e a obsessão inventiva pela linguagem; e ainda a Companhia Brasileira de Teatro com uma leitura pelo avesso da obra do poeta Paulo Leminski, do Paraná. Contamos com o Grupo Físico de Teatro, do Rio de Janeiro, representando a nova geração de realizadores, aceitando riscos e investindo em novos formatos dentro da dramaturgia e interpretação. Como dois exemplos de maturidade na investigação de uma linguagem que agrada a toda família, o Mirada apresenta a Banda Mirim, com sua original pesquisa de teatro musical para crianças e Cia. Pia Fraus, conhecida por suas experiências com o teatro de animação. Desenha-se na programação global uma tensão de conceitos, estilos, épocas e lugares que se intui produtiva. Na tradição ou ruptura, assumindo a filiação ou cortando o cordão umbilical, a nenhum desses núcleos faltam indícios de vitalidade estética no desejo permanente de avançar em seus laboratórios de humanidades trazidos a público. Celebrar a identidade ibero-americana com um evento do porte do Mirada diz muito sobre a cidade onde ele acontece: Santos e seu porto aberto ao mundo. Nessa área de passagem, as embarcações podem fundear e ter acesso à margem do litoral brasileiro. Uma geografia sugestiva para as possibilidades de intercâmbio das diferenças e das solidariedades sob as âncoras da cultura e da arte.
pe Olho da Rua y la comicidad directamente al espectador de la rueda de la vez. Para escenarios y espacios no convencionales, espectáculos de grupos y directores con una larga historia y reconocimiento, como el Centro de Investigación Teatral del SESC – la primacía del actor en las manos de Antunes Filho; la Mundana Compañía, colectivo formado por actores que vienen de diferentes grupos estables de São Paulo que se unen a este proyecto en la aventura hercúlea de una adaptación de Dostoievski a la escena; el director Enrique Díaz y la obsesión por el lenguaje inventiva; e incluso la Companhia Brasileira de Teatro con su lectura al revés para la obra del poeta Paulo Leminski, de Paraná. En representación de la nueva generación de realizadores de teatro, contamos con en el Grupo Físico de Teatro, de Rio de Janeiro, aceptando los riesgos e invirtiendo en nuevos formatos dentro de la dramaturgia y la interpretación. Como dos ejemplos de maturidad en la investigación de un linguaje que agrada a todos de la familia, Mirada presenta la Banda Mirim, con su investigación original de teatro musical para niños y la Compañía Pia Fraus, conocida por sus experiencias con el teatro de animación. Se diseña en el programa global una tensión de conceptos, estilos, tiempos y lugares que se intuye productiva. En la tradición o en la ruptura, al asumir la filiación o cortar el cordón umbilical, ninguno de estos núcleos carecen de pruebas de vitalidad estética en el deseo permanente de avanzar en sus laboratorios de humanidades que han hecho públicos. Celebrar la identidad iberoamericana como un evento como Mirada es decir mucho sobre la ciudad donde ocurre: Santos y su puerto abierto al mundo. En esta zona de pasaje, buques pueden fondear y tener acceso a la margen de la costa brasileña. Una geografía sugerente para las posibilidades de intercambio de diferencias y solidaridades en los anclajes de la cultura y del arte.
14.
mirada-catalogo-mioloNOVO.indd 14
25.08.10 12:27:32
ESPETÁCULOS ESPECTÁCULOS
mirada-catalogo-mioloNOVO.indd 15
25.08.10 12:27:32
mirada-catalogo-mioloNOVO.indd 16
25.08.10 12:27:32
ARGENTINA argentina
mirada-catalogo-mioloNOVO.indd 17
25.08.10 12:27:32
EL DESARROLLO DE LA CIVILIZACIÓN VENIDERA DANIEL VERONESE
Dramaturgia e direção/Dramaturgia y dirección: Daniel Veronese, versão para Casa de Bonecas, de Henrik Ibsen Elenco/Intérpretes: Carlos Portaluppi, María Figueras, Ana Garibaldi, Mara Bestelli e Roly Serrano Cenografia/Escenografía: adaptação da cenografia da obra Budín Inglés, de Ariel Vaccaro Assistência de direção/Asistencia de dirección: Felicitas Luna Desenho gráfico/Diseño gráfico: Gonzalo Martinez Produção/ Producción: Sebastián Blutrach Duração/Duración: 80 minutos
Idade recomendada/Edad sugerida: 16 anos/años
Sergio Chiozzone
18.
mirada-catalogo-mioloNOVO.indd 18
25.08.10 12:27:35
Uma norueguesa de 26 anos, com três filhos, escandalizou a audiência burguesa ao contrariar “deveres” de esposa e mãe. Ela abandonou o lar depois de acossada pelo marido ao falsificar a assinatura do pai num documento bancário. Tal deslize foi um choque de consciência do simulacro da relação para a personagem, após oito anos de casamento. No início do espetáculo proposto por Daniel Veronese, Nora e o marido retornam de uma sessão de cinema. Foram assistir a Cenas de um Casamento (1973), de Ingmar Bergman, filme em que o casal protagonista faz o contrário: retorna de uma apresentação de Casa de Bonecas, de Henrik Ibsen. O diretor e dramaturgo gosta de promover esse tipo de cruzamento em suas releituras de clássicos modernos, como o fez ao longo desta década com o russo Anton Tchekhov e, aqui, com o norueguês Ibsen.
El Desarrollo de la Civilización Venidera é a versão de 2009 para Casa de Bonecas, peça de 1879 que compõe o díptico do Projeto Ibsen com Todos los Grandes Gobiernos han Evitado el Teatro Íntimo, releitura para Hedda Glaber, também escalada na programação do Mirada. Ao batizar sua obra de O Desenvolvimento da Civilização Futura, remete à demarcação de Casa de Bonecas dentro de uma perspectiva feminista na Europa do século XIX. Desde então, as sociedades evoluíram no reconhecimento dos direitos da mulher, ainda que a questão de gênero siga premente. Um dos criadores mais premiados das duas últimas décadas no teatro argentino por radicar a forma com substância, Veronese foi cofundador, em 1989, do grupo El Periférico de Objetos. Trilhou paralelas mais autorais em criações – cujos títulos são capítulo à parte – ao causar estranhamento e enunciar como que uma janela poética ao interlocutor.
Una mujer noruega de 26 años de edad, casada, con tres hijos, escandalizó a la audiencia burguesa al contrariar sus “deberes” como esposa y como madre. Ella se fue de casa después de haber sido acosada por el esposo al falsificar la firma de su padre en un documento bancario. El desliz fue un choque de conciencia del simulacro de la relación para el personaje que había estado casada durante ocho años. Al comienzo del espectáculo ofrecido por Daniel Veronese, Nora y su marido regresaban del cine. La cinta que habían ido a ver era Escenas de un Matrimonio (1973), de Ingmar Bergman. En la película, la pareja protagonista hace lo contrario: regresa de una presentación de Casa de Muñecas, de Henrik Ibsen. Al director y dramaturgo le gusta promover este tipo de cruce en su propia interpretación de clásicos modernos, como lo hizo durante toda esta década con el ruso Anton Chekhov y, aquí, con el noruego Ibsen.
El Desarrollo de la Civilización Venidera es la versión del 2009 de la Casa de Muñecas, pieza del 1879, que conforma el díptico del Proyecto Ibsen con Todos los Grandes Gobiernos han Evitado el Teatro Íntimo, una relectura de Hedda Glaber también escalada en la programación del Mirada. Al bautizar a su trabajo con el nombre de Desarrollo de la Civilización Futura, lo hace en referencia a la demarcación de Casa de Muñecas, dentro de una perspectiva feminista en la Europa del siglo XIX. Desde entonces, las sociedades han evolucionado en el reconocimiento de los derechos de la mujer, aunque la cuestión de género sigue apremiante. Uno de los creadores más premiados de la dos últimas décadas en el teatro argentino, por radicar la forma con sustancia, Veronese fue co-fundador del grupo El Periférico de Objetos, en el 1989, y caminó paralelamente con creaciones más autorales cuyos títulos son un capítulo aparte al causar extrañeza y se manifestar como si fueran una ventana poética para el interlocutor.
Este espetáculo recebeu apoio em sua produção original (Buenos Aires)
PROTEATRO, INT, IBERESCENA E EMBAJADA DE NORUEGA .19
mirada-catalogo-mioloNOVO.indd 19
25.08.10 12:27:35
TODOS LOS GRANDES GOBIERNOS HAN EVITADO EL TEATRO ÍNTIMO
DANIEL VERONESE
Dramaturgia e direção/Dramaturgia y dirección: Daniel Veronese, versão para Hedda Gabler, de Henrik Ibsen Elenco/Intérpretes: Claudio Da Passano, Elvira Onetto, Marcelo Subiotto, Osmar Nuñez e Silvina Sabater Cenografia/Escenografía: adaptação da cenografia da obra Budín Inglés, de Ariel Vaccaro Assistência de direção/Asistencia de dirección: Felicitas Luna Desenho gráfico/Diseño gráfico: Gonzalo Martinez Produção/ Producción: Sebastián Blutrach Duração/Duración: 80 minutos
Idade recomendada/Edad sugerida: 16 anos/años
Emilio Camarim
20.
mirada-catalogo-mioloNOVO.indd 20
25.08.10 12:27:38
Em prólogo para uma edição argentina de Hedda Glaber, Jorge Luis Borges anotou: “Henrik Ibsen é de amanhã e de hoje. Sem sua grande sombra o teatro que se segue é inconcebível”. O diretor e dramaturgo de Buenos Aires saudou a profecia do escritor compatriota montando no ano passado duas peças do norueguês – ambas contempladas no Mirada –: El Desarrollo de la Civilización Venidera, versão para Casa de Bonecas, e esta, para a obra que inspirou a sentença borgeana acima.
En su prólogo a una edición argentina de Hedda Glaber, Jorge Luis Borges escribió: “Henrik Ibsen es de mañana y de hoy. Sin su gran sombra el teatro que le sigue es inconcebible.” El director y autor teatral de Buenos Aires acogió con beneplácito la profecía del escritor compatriota al montar dos piezas del noruego el año pasado, El Desarrollo de la Civilización Venidera, una versión de Casa de Muñecas, y esta de la obra que inspiró la frase anterior de Borges – ambas contempladas en Mirada.
Hedda é recém-casada com um historiador medíocre, endividado, incapaz de apreender o mundo à sua volta. Ela, vinda de família estabilizada, não tendo coragem de quebrar as convenções sociais, na hora de escolher preferiu a imagem de responsabilidade à paixão pela pessoa ao lado de quem de fato queria estar. Meio caminho para o tédio, a amargura e o desprezo pelo marido.
Hedda está recién casada con un historiador mediocre, endeudado, incapaz de comprender el mundo que los rodea. Ella, proveniente de familia estabilizada, no tuvo el coraje de romper las convenciones sociales. Al elegir, prefirió la imagen de la responsabilidad a la pasión por quien realmente quería estar al lado. Así que, está en la mitad del camino al aburrimiento, a la amargura y al desprecio por los demás.
“Na deformada imagem que vê no espelho, Hedda, dona de uma impermeabilidade assombrosa diante do espírito humano e da necessidade do próximo, apresenta-se como uma tenaz defensora daquilo que ela quer e sente no tocante ao mundo. É por isso que sua inquieta mente feminina se introduz com tanta facilidade na medula de um tecido social hipócrita e insatisfeito”, escreveu Daniel Veronese na ocasião da estreia de Todos los Grandes Gobiernos han Evitado el Teatro Íntimo.
“En espejo deformado, Hedda, dueña de una impermeabilidad asombrosa frente al espíritu humano y a la necesidad del prójimo, se presenta como una tenaz defensora de lo que ella quiere y siente frente al mundo. Por ello, su inquieto pensamiento femenino se clava con facilidad en la médula de un tejido social hipócrita e insatisfecho”, escribió Daniel Veronese, con motivo del estreno de Todos los Grandes Gobiernos han Evitado el Teatro Íntimo.
O prestigiado e profícuo criador expõe um dos seus procedimentos estilísticos mais recorrentes: a opção pelo registro naturalista nas interpretações, em detrimento da base realista. Sua esperança é aproximar do público o texto, sem macular sua substância. Íntimo, disse ao jornal Página 12, é propiciar sentimento e assombro ao espectador em poucas filas, as mais próximas possíveis.
El prestigioso y prolífico creador expone uno de sus procedimientos estilísticos más recurrentes: la opción por el registro naturalista de las interpretaciones en lugar de una base realista. Su esperanza es que se aproxime el texto del público sin macular su sustancia. Íntimo, lo dijo al diario Página 12, es proporcionar sentimiento y asombro al espectador en unas pocas hileras, lo más cerca posible.
Este espetáculo recebeu apoio em sua produção original (Buenos Aires)
PROTEATRO, INT, IBERESCENA E EMBAJADA DE NORUEGA .21
mirada-catalogo-mioloNOVO.indd 21
25.08.10 12:27:38
ESPÍA A UNA MUJER QUE SE MATA DANIEL VERONESE
Dramaturgia e direção/Dramaturgia y dirección: Daniel Veronese, versão para Tio Vânia, de Tchekhov Elenco/Intérpretes: Osmar Nuñez, Mara Bestelli, Marcelo Subiotto, María Figueras, Marta Lubos, Silvina Sabater e Villanueva Cosse Cenografia/Escenografía: Daniel Veronese Desenho de luz/Diseño de luces: Sebastián Blutrach Assistência de direção/Asistencia de dirección: Felicitas Luna Desenho gráfico/Diseño gráfico: Gonzalo Martínez Produção/ Producción: Sebastián Blutrach Duração/Duración: 90 minutos
Idade recomendada/Edad sugerida: 16 anos/años
Elena Consuegra
22.
mirada-catalogo-mioloNOVO.indd 22
25.08.10 12:27:40
No teatro, nunca deveria faltar a verdade e o amor. Dita no início do espetáculo, tal frase, contraposta ao “teatro travestido de novidade”, confirma a tendência do cultuado encenador portenho de fazer referência a essa arte no interior de suas criações. A releitura de Tio Vânia, drama de Anton Tchekhov, é prato cheio para quem exerce a metalinguagem, tendo na adolescência herdado do pai e do avô o ofício da carpintaria, e transformando-o em metáfora cênica desde o final dos anos 1980. “O álcool, o amor pela natureza, os animais toscos e a busca da verdade através da arte. Deus, Stanislavski e Genet”. É assim que Daniel Veronese anuncia o que virá. Como em Ibsen, para o qual montou versões de duas peças programadas no Mirada, ele partilha a paixão por clássicos visitados de forma radical e centrados na presença dos atores em espaço cênico diminuto. A peça do autor russo morto no início do século XX trata das relações entre membros de uma família de origem rural e os que vivem na cidade. Uma difícil convivência de valores morais e migalhas afetivas. A história é respeitada na essência – mantém-se o esqueleto apesar de mover alguns ossos de lugar, como ilustra Veronese. Entre os sete personagens, o tio do título e a sobrinha Sonia são os vetores de resistência aos sonhos sepultados. O espetáculo é de 2006. Dois anos antes, o Projeto Tchekhov foi aberto com parte dessa mesma equipe apresentando a versão de As Três Irmãs: Un Hombre que se Ahoga. A despeito da constância com que trabalha com os mesmos intérpretes, Veronese não chega a constituir um grupo. Suas produções independentes fazem temporadas no El Camarín de las Musas, espaço alternativo de Buenos Aires.
En el teatro, nunca deberían faltar la verdad y el amor. Decida en la apertura del espectáculo, la frase que se contrapone al “teatro disfrazado de novedad” confirma la tendencia del reverenciado director de Buenos Aires en referirse a este tipo de arte dentro de sus creaciones. La relectura de Tío Vania, el drama de Anton Tchekhov, es un plato lleno para aquél que ejerce el metalenguaje habiendo heredado de su padre y de su abuelo el oficio de carpintería en la adolescencia, y se lo convirtiendo en metáfora teatral desde finales de los años 1980. “El alcohol, el amor de la naturaleza, los animales toscos y la búsqueda de la verdad a través del arte. Dios, Stanislavski y Genet.” Así es como Daniel Veronese anuncia lo que está por venir. Al igual que Ibsen, a quién ha montado versión de dos piezas programadas en el Mirada, comparte una pasión por los clásicos visitados de manera radical y centrados en la presencia de los actores en el espacio escénico reducido. La pieza del autor ruso que se ha muerto a principios de siglo XX trata de las relaciones entre los miembros de una familia de origen rural y que viven en la ciudad. Una difícil convivencia de los valores morales y los residuos emocionales. La historia se respeta en lo esencial – se mantiene el esqueleto, a pesar de trasladar algunos huesos del lugar, como lo demuestra Veronese. Entre los siete personajes, el tío del título y la sobrina Sonia son los vectores de la resistencia a los sueños enterrados. El espectáculo es del 2006. Dos años antes, el Proyecto Tchekhov se inauguró con parte del mismo equipo con la presentación de la versión de Las Tres Hermanas: Un Hombre que se Ahoga. A pesar de la constancia con la que trabaja con los mismos intérpretes, Veronese no llega a constituir un grupo. Sus producciones independientes hacen temporadas en El Camarín de las Musas, un espacio alternativo en Buenos Aires. .23
mirada-catalogo-mioloNOVO.indd 23
25.08.10 12:27:41
LA OMISIÓN DE LA FAMILIA COLEMAN TEATRO TIMBRE 4
Texto e direção/Texto y dirección: Claudio Tolcachir Elenco/Intérpretes: Araceli Dvoskin, Diego Faturos, Gonzalo Ruiz, Inda Lavalle, Jorge Castaño, Lautaro Perotti, Miriam Odorico, Tamara Kiper Assistência de direção/Asistencia de dirección: Macarena Trigo Desenho de luz/Diseño de luces: Omar Possemato Produção/Producción: Maxime Seugé y Jonathan Zak Duração/Duración: 100 minutos
Idade recomenda/Edad sugerida: 16 anos/años
Giampaolo Sama
24.
mirada-catalogo-mioloNOVO.indd 24
25.08.10 12:27:42
O silêncio cultivado em demasia dentro de casa parece um bloco de gelo: a vida passa por baixo dele, só que não a vemos. Essa é a imagem citada no programa do espetáculo, fenômeno de público e crítica, em cartaz desde 2005 em Buenos Aires, a qual o diretor e autor Claudio Tolcachir foi buscar nos escritos da belga Marguerite Yourcenar. Concebida a partir de improvisos, a obra retrata uma família vivendo no limite da dissolução, tão evidente como secreta. O adoecimento da avó, em tese o alicerce na casa, fragiliza de vez as relações com a sua filha e os quatro netos. Da sala de estar decorada com papel de parede descolado e objetos acumulados, na primeira parte, ao quarto de hospital em que a cama da paciente vira sofá para os visitantes, na segunda, transitam a filha imatura e seus filhos, moças e rapazes igualmente inseguros. É como se o espectador adentrasse o mesmo teto desses seres afetados pela miséria material e espiritual. O espetáculo, de tintas absurdas e realistas, foi bastante associado aos reflexos do baque econômico que o País sofreu em 2001. A recepção a La Omisión de la Familia Coleman foi impactante. Sua produção conquistou as categorias de melhor espetáculo, texto, direção e interpretação nos principais prêmios nacionais, entre 2005 e 2006, como o ACE, da Asociación de Cronistas del Espectáculo. E circulou por festivais na Bolívia, Brasil, França, Espanha e Estados Unidos. Tolcachir é um dos fundadores, em 1999, da Timbre 4, em cuja sede do bairro de Boedo também ministra aulas. Em 2001, a companhia abriu um espaço para desenvolver suas pesquisas e cumprir temporadas. Muitos núcleos do circuito independente de Buenos Aires surgiram nessa escola.
El silencio crecido demasiado dentro de la casa parece un bloque de hielo: la vida continúa por debajo de ello, pero no la vemos. El director y autor Claudio Tolcachir buscó esa imagen en los escritos de la belga Marguerite Yourcenar, citada en el programa del espectáculo que se exhibe desde el 2005 en Buenos Aires, un fenómeno entre el público y la crítica. Diseñada a partir de la improvisación, la pieza muestra a una familia que vive en el límite de la disolución – tan evidente como en secreto. La enfermedad de la abuela, en la teoría la base del hogar, fragiliza de una vez las relaciones con su hija y los cuatro nietos. Desde el living decorado con papel de pared descolgándose y objetos acumulados, en la primera parte, hasta la habitación del hospital donde el lecho del paciente se convierte en sofá para los visitantes; en la segunda, pasan la hija, que también es la madre inmadura de niñas y niños tan inseguros como ella. Es como si el espectador accediera al mismo techo de estos seres afectados por la miseria material y espiritual. El espectáculo, de matices absurdos y realistas, ha sido bastante asociado con los reflejos del golpe económico que sufrió el país en el 2001. La recepción de La Omisión de la Familia Coleman fue impresionante. La producción logró las categorías de mejor espectáculo, texto, dirección e interpretación en los principales premios nacionales entre el 2005 y el 2006, como el de la ACE, Asociación de Cronistas del Espectáculo. Además, circuló por festivales diversos en Bolivia, Brasil, Francia, España y Estados Unidos. Tolcachir es uno de los fundadores de Timbre 4, en el 1999, en la que también da clases en la sede del barrio de Boedo. En el 2001, la compañía inauguró un espacio para desarrollar sus investigaciones y cumplir con las temporadas. Muchos núcleos del circuito independiente de Buenos Aires tienen origen en esta escuela. .25
mirada-catalogo-mioloNOVO.indd 25
25.08.10 12:27:42
LOTE 77
MARCELO MININNO
Dramaturgia e direção/Dramaturgia y dirección: Marcelo Mininno Elenco/Intérpretes: Andrés D’Adamo, Marcelo Mininno e Rodrigo González Garillo Cenografia/Escenografía: Marcelo Mininno Desenho de luz/Diseño de luces: Eli Sirlin Figurinos e coordenação/Vestuario y coordinación: Silvia Oleksikiw Produção executiva/Producción ejecutiva: Pablo Morgavi Duração/Duración: 75 minutos
Idade recomendada/Edad sugerida: 16 anos/años
Santiago LLambí Campbell
26.
mirada-catalogo-mioloNOVO.indd 26
25.08.10 12:27:45
O ator, diretor e dramaturgo desta obra põe em xeque, ao conceber a história, alguns estigmas caros ao gênero latino-americano. A masculinidade é dissecada sob o ponto de vista de quem vem do interior, num atalho biográfico para o idealizador Marcelo Mininno, nascido em Salto, onde desenvolveu os estudos formais e teve as primeiras experiências em atuação enquanto trabalhava com seu pai na criação de gado.
Algunos estigmas apreciados por el género latinoamericano se ponen bajo amenaza en la historia concebida por el actor, director y dramaturgo. La masculinidad es diseccionada desde el punto de vista de alguien que viene desde el interior, una breve biografía del idealizador Marcelo Mininno. Nacido en Salto, donde desarrolló los estudios formales y tuvo sus primeras experiencias en la actuación al trabajar con la creación de ganado junto a su padre.
O texto prospecta, afinal, como se constrói um varão. Três sujeitos envolvidos na criação, seleção e classificação de gado bovino em lotes de venda experimentam um processo de autoconhecimento aos olhos do outro. A montagem da peça promove interface dos universos rural e urbano. Recria cenograficamente um espaço pecuário com cercas, baldes, fardos de ração, chão molhado.
El texto prospecta, al final, como se construye un varón. Tres personas involucradas en la creación, selección y clasificación del ganado en lotes de ventas experimentan un proceso de auto-conocimiento a los ojos de los demás. El montaje promueve una interface de los universos rural y urbano. Recrea escenográficamente una zona pecuaria con cercados, cubos, fardos de forraje y la tierra mojada.
Na peça, que estreou em 2008, os três personagens narram episódios pessoais e afetivos ao mesmo tempo em que trazem a público questões e fatos históricos da Argentina nas últimas três décadas – construções culturais e sociais que moldam o indivíduo. Marcelo Mininno, que com apenas 18 anos chegou à capital para viver de teatro, pertence à nova geração da cena independente de Buenos Aires. Lote 77 foi sua primeira incursão conjunta por dramaturgia e encenação, sendo ele um dos intérpretes. O projeto lhe valeu a categoria Revelação no Prêmio Florencio Sánchez. E no Prêmio Nominación Teatro XXI, foi considerado melhor autor. Tendo-se formado ator em 2001, participou de pelo menos 25 produções. E concilia a carreira com a pedagogia: é professor de técnica de atuação na Escuela Metropolitana de Arte Dramático, a Emad.
En la obra, que se estrenó en el 2008, los tres protagonistas narran episodios particulares y afectivos al mismo tiempo que traen a la luz las cuestiones y hechos históricos de las últimas tres décadas en Argentina. Las construcciones culturales y sociales que dan forma al individuo. Marcelo Mininno pertenece a la nueva generación de la escena independiente de Buenos Aires. Lote 77 fue su primera incursión conjunta por la dramaturgia y puesta en escena, además de ser uno de los artistas intérpretes. El proyecto le valió la categoría de revelación del Premio Florencio Sánchez, además de ser considerado el mejor autor en el Premio Nominación Teatro XXI. Se graduó actor en el 2001 y participó en al menos 25 producciones. Y concilia la vida profesional con la enseñanza: es maestro de técnica de actuación en la Escuela Metropolitana de Arte Dramático, la Emad. Tenía 18 años cuando llegó a la capital para vivir del teatro. .27
mirada-catalogo-mioloNOVO.indd 27
25.08.10 12:27:45
MUJERES TERRIBLES LÍA JELÍN
Dramaturgia/Dramaturgia: Marisé Monteiro y Virginia Uriarte Direção geral/Dirección general: Lía Jelín Elenco/Intérpretes: Marta Bianchi e Noemi Frenkel Pesquisa literária/Investigación literaria: Virgina Uriarte Música/Música: Jorge Schusshein Direção de arte/Dirección de arte: Tito Egurza Figurinos/Vestuario: René Diviú Assistência de figurinos/ Asistente de vestuario: Romina Mengarelli Assistência de direção/ Asistente de dirección: Edgardo Ariel Alba Duração/Duración: 60 minutos
Idade recomendada/Edad sugerida: 16 anos/años
Néstor Barbitta
28.
mirada-catalogo-mioloNOVO.indd 28
25.08.10 12:27:47
A ebulição intelectual da Argentina entre 1960 e 1970 serve como pano de fundo às vozes e olhares literários de Alejandra Pizarnik (1936-1972) e Silvina Ocampo (1903-1994). O espetáculo parte de uma profunda investigação de textos, diários e cartas dessas escritoras, que pertenceram a diferentes âmbitos sociais e se vincularam através das diferenças e semelhanças, e da fascinação mútua pelo que cada uma representa.
El punto de ebullición intelectual en Argentina entre el 1960 y el 1970 sirve como telón de fondo de las voces y miradas literarias de Alejandra Pizarnik (1936-1972) y Silvina Ocampo (1903-1994). El espectáculo parte de una investigación exhaustiva de los textos, diarios y cartas de esas escritoras que pertenecían a diferentes esferas sociales y están vinculadas a través de las diferencias, similitudes y la fascinación mutua por lo que cada una representa.
Trata-se de “uma obra feita de obras”, como definem os criadores: as personagens nascem a partir de seus próprios contos, poemas, correspondências, entrevistas, enfim, registros que perpassam a intimidade e a idiossincrasia argentinas.
Se trata de “una obra hecha de obras”, como la definen sus creadores: los personajes nacen de sus propias historias, poemas, cartas, entrevistas, en fin, los registros que pasan por la intimidad y la idiosincrasia argentina.
O cenário estampa as esfinges de Silvina, interpretada por Marta Bianchi, e de Alejandra, por Noemí Frenkel. Cada uma em seu nicho, elas celebram a palavra com a mesma alegria ou angústia com que discorrem sobre a vida. O recurso da metalinguagem – o teatro tornando as escritoras personagens de si mesmas – permite esse encontro de almas inteiras por meio dos seus fragmentos literários.
El escenario estampa las esfinges de Silvina, interpretada por Marta Bianchi, y de Alejandra, por Noemí Frenkel. Cada una en su lugar, se celebra la palabra con la misma alegría o angustia con que se habla de la vida. El uso del metalenguaje – las escritoras que el teatro hace personajes de sí mismas – permite esta reunión de las almas enteras a través de sus fragmentos literarios.
A produção estreou este ano sob direção de Lía Jelín, que desde 1960 conciliou a formação internacional em dança com a trajetória de atriz, e que protagonizou inúmeros espetáculos, sobretudo comédias premiadas.
La producción estrenó este año bajo la dirección de Lía Jelín, que ha logrado conciliar la formación internacional en danza con la trayectoria de actriz desde el 1960. Protagonizó innumerables espectáculos, sobre todo comedias premiadas.
Mujeres Terribles integra o projeto Mulheres na Literatura, composto entre outras atividades, pelo debate A arte da palavra, no qual uma escritora argentina e outra do país visitado se debruçam sobre a singularidade dos mundos de Silvina e Alejandra, também na programação do Mirada.
Mujeres Terribles integra el proyecto Mujeres en la Literatura, compuesto entre otras actividades por el debate El arte de la palabra, en el que una escritora argentina y otra del país visitado tratan sobre la singularidad de los mundos de Silvina y de Alejandra, que también se encuentran en el programa de Mirada. .29
mirada-catalogo-mioloNOVO.indd 29
25.08.10 12:27:47
NADA DEL AMOR ME PRODUCE ENVIDIA
DIEGO LERMAN
Autor/Autor: Santiago Loza Direção/Director: Diego Lerman Elenco/ Intérpretes: María Merlino Diretora musical/Director musical: Sandra Baylac Figurinos/Vestuario: Guido Lapadula Cenografia/Escenografía: Silvana Lacarra Desenho de luz/Diseño de luces: Fernanda Balcells Colaboração desenho musical/Colaboración diseño musical: Jape Ntaca Desenho gráfico/Diseño gráfico: Florencia Bauza Leitmotiv e canção final/Leitmotiv y canción final: Sandra Baylac Produção/ Producción: María Sureda Duração/Duración: 60 minutos
Idade recomendada/Edad sugerida: 16 anos/años
Maria Sureda
30.
mirada-catalogo-mioloNOVO.indd 30
25.08.10 12:27:49
O melodrama, gênero caro ao povo argentino, é revestido de sutileza e humor neste monólogo da atriz María Merlino. A carga sentimental e dramática transcorre na chave da pequena grandeza: uma oficina de bairro serve como cenário à narrativa de uma costureira que teve a vida atravessada pelo extraordinário, como ela diz. E por duas vezes no mesmo endereço: nos dias em que Libertad Lamarque e Evita Perón lhe bateram à porta em busca de um vestido. Um mesmo e único vestido. A personagem tem que fazer sua escolha de Sofia. Ou entrega o vestido recém-acabado a quem o encomendou primeiro, a “dama do tango”, a atriz e cantora Libertad Lamarque (1908-2000), ou a quem chegou depois, a primeira-dama Evita Perón (1919-1952), que também fora atriz e cantora no rádio. Ao cotejar os mitos, a protagonista deixa o público entreouvir a sua própria trajetória, inclusive ao cantar. O tributo espelha a solidão das rainhas e expõe questões da memória política e social do País. Quem criou esse embate ficcional por meio de uma personagem secundária foi o cineasta e roteirista Santiago Loza (de La invención de la carne, 2009). Ele partiu da mítica bofetada que, num set, Libertad teria dado em Eva nos anos 1940. Daí o vestido como mote de inveja. Não é à toa, ainda, que a linguagem cinematográfica faz com que a oficina seja permanentemente banhada em penumbra com apenas um ponto de luz ao fundo. A obra, de 2008, marcou a estreia do também cineasta Diego Lerman como diretor teatral. Nascido em 1976, ele integra a boa fase dessa arte no país. Seu último filme, La Mirada Invisible, foi exibido este ano no Festival de Cannes.
El género del melodrama, muy apreciado por el pueblo de Argentina, está recubierto con sutileza y humor en este monólogo de la actriz María Merlino. La carga sentimental y dramática se desarrolla en la llave de la pequeña magnitud: un taller de barrio sirve como telón de fondo a la narración de la historia de una costurera que ve su vida atravesada por lo extraordinario, como ella mima dice. Y por dos veces en la misma dirección: los días en que Libertad Lamarque y Evita Perón la llaman a la puerta en busca de un vestido. El único y el mismo vestido. El personaje tiene que hacer su elección de Sofía. O entrega el vestido que acaba de terminar a quien lo ha encargado primero, la actriz y cantante Libertad Lamarque (1908-2000), la “dama del tango”, o que a quien ha llegado después, la primera dama Evita Perón (1919-1952) que también había sido una actriz y cantante en la radio. Al cotejar los mitos, el protagonista hace que la audiencia escuche su propio camino, incluso cuando canta. El tributo refleja la soledad de las reinas y aborda el tema de la memoria política y social del país. Quién ha creado este embate de ficción a través de un personaje secundario fue el guionista y director de cine Santiago Loza (de La invención de la carne, 2009). Partió de la mítica bofetada que Libertad le habría dado a Eva en la década del 1940, en un los bastidores de una filmación. De ahí el vestido como mote de la envidia. No es sin motivo que todavía el lenguaje cinematográfico haga que el taller esté permanentemente bañado en la oscuridad con un solo punto de luz en el fondo. La obra del 2008 marcó el debut del también cineasta Diego Lerman como director de teatro. Nacido en el 1976, incorpora la buena fase de ese arte en el país. Su última película, La Mirada Invisible, fue proyectada en Festival de Cannes de este año.
.31
mirada-catalogo-mioloNOVO.indd 31
25.08.10 12:27:49
mirada-catalogo-mioloNOVO.indd 32
25.08.10 12:27:49
BOLÍVIA bolivia
mirada-catalogo-mioloNOVO.indd 33
25.08.10 12:27:49
LA ODISEA
TEATRO DE LOS ANDES
Dramaturgia e direção/Dramaturgia y dirección: César Brie, adaptação da Odisseia, de Homero Elenco/Intérpretes: Alice Guimaraes, Gonzalo Callejas, Julian Ramacciotti, Keren Lisondra, Lucas Achirico, Paola Oña, Tanja Watoro, Ulisses Palacio e Viola Vento Cenografia/Escenografía: Gonzalo Calleja Figurino/Vestuario: Teatro de los Andes Desenho de luz/Diseño de luces: Danuta Zarzyka Música/ Música: Pablo Brie e domínio público Duração/Duración: 160 minutos
Idade recomendada/Edad sugerida: 16 anos/años
Paolo Mazzo-F38F - Milan,Italy
34.
mirada-catalogo-mioloNOVO.indd 34
25.08.10 12:27:52
O Teatro de los Andes, que desde sua fundação, em 1991, se tornou paradigma de teatro político e de qualidade realizado dentro e fora do País, lança-se agora à recriação do poema épico de Homero. O mito grego é tecido sobre noções de viagem, perda, guerra, ausência, paixão amorosa, luta, busca do pai, identidade, sonho, espera, invasão, brutalidade, assédio à mulher, vingança, guerra civil e outras variantes.
El Teatro de los Andes, que, desde su creación en el 1991, se ha convertido en un paradigma del teatro político de calidad llevado a cabo adentro y afuera del país, recrea el poema épico de Homero. El mito griego se teje en los conceptos como el viaje, la pérdida, la guerra, la ausencia, la pasión amorosa, la lucha, la búsqueda del padre, la identidad, el sueño, la espera, la invasión, la brutalidad, el acoso a la mujer, la venganza, la guerra civil, entre otras variantes.
Segundo o diretor César Brie, argentino radicado no país vizinho, a montagem do Teatro de Los Andes, de 2008, tem como fio da meada o presente da Bolívia, país que vem se transformando de modo dramático.
Según el director César Brie, la escenificación del Teatro de los Andes, del 2008, tiene como el hilo conductor el momento presente de Bolivia, un país que se está trasformando dramáticamente, en las palabras del argentino radicado en el país vecino.
É como se um imigrante regressasse ao solo boliviano após vinte anos de ausência. No clássico, o herói Ulisses põe termo aos desmanches material e moral de Ítaca, para onde, depois de duas décadas no exílio, retorna a fim de resgatar a mulher e o filho. A trama da peça contextualiza a realidade e os processos históricos, políticos e sociais, sejam eles internos ou externos, como a propagação de leis anti-imigração pelo planeta. Sua encenação alinha fontes da cultura andina, como o ritual, a festa e a dança, e seu eixo cenográfico consiste de uma fieira multiforme de bambus suspensos. O Los Andes, cuja equipe é formada por alguns artistas locais e alguns oriundos do Brasil e da Itália, visitou em 2000 outro texto de Homero, A Ilíada, aproximando-o das ditaduras no Cone Sul. A sede destinada a ensaios e apresentações do grupo fica no vilarejo de Yotala, próximo a Sucre. Como uma questão ética de responsabilidade cultural e de ação artística, seu caráter comunitário é multiplicado. Em paralelo, o grupo edita, desde 1995, a revista teatral El Tonto del Pueblo.
Es como si un inmigrante volviese a tierras bolivianas 20 años después. En el clásico, el héroe Ulises pone fin a los desmantelamientos material y moral de Ítaca, adonde vuelve a rescatar a su esposa y su hijo tras haber pasado dos décadas en exilio. El enredo contextualiza la realidad y los procesos históricos, políticos y sociales, sean internos, sean externos, como la difusión de leyes anti-inmigratorias por todo el planeta. La puesta en escena se expresa por medio de fuentes de la cultura andina como el ritual, la celebración y la danza. El eje escenográfico es una cadena multiforme de bambúes suspendidos. En el 2000, Los Andes visitó otra obra de Homero, La Ilíada, relacionándola con las dictaduras en el Cono Sur. Además forman parte del equipo artistas locales y otros venidos desde Brasil e Italia. La sede destinada a ensayos y actuaciones está en la localidad de Yotala, cerca de Sucre. El carácter comunitario se multiplica como un tema ético de responsabilidad cultural y de acción artística. En paralelo, el grupo publica la revista teatral El Tonto del Pueblo, desde el 1995.
Apoio
.35
mirada-catalogo-mioloNOVO.indd 35
25.08.10 12:27:52
mirada-catalogo-mioloNOVO.indd 36
25.08.10 12:27:53
CHILE chile
mirada-catalogo-mioloNOVO.indd 37
25.08.10 12:27:53
FIESTA
TRINIDAD GONZÁLEZ
Dramaturgia/Dramaturgia: Criação coletiva/creación colectiva Direção/ Dirección: Trinidad González Elenco/Intérpretes: Cristián Martínez, Fernanda Olivares, Ingrid Isensee, Macarena Saquel, Pamela Meneses e Roberto Cayuqueo Assistência de direção/Asistente de dirección: Nathalia Galgani Cenografia/Escenografía: Ingrid Isensee Música/ Música: Tomás González Produção/Producción: Ingrid Isensee Produção no Brasil/Producción en Brasil: Fabio Mazzoni Duração/Duración: 60 minutos
Idade recomendada/Edad sugerida: 14 anos/años
Daniel Olivares
38.
mirada-catalogo-mioloNOVO.indd 38
25.08.10 12:27:55
Este espetáculo dá continuidade ao processo de criação coletiva que o núcleo independente de Santiago iniciou em Insomnio, de 2008, quando se reuniu para tatear novas formas e refletir sobre a alienação do indivíduo na sociedade. As três figuras insones e solitárias tornamse seis na obra de 2009, que expõe uma melancólica celebração de homens e mulheres incapazes de dizer o que sentem.
El espectáculo continúa el proceso de creación colectiva que el núcleo independiente de Santiago ha iniciado en Insomnio, del 2008, cuando se reunió para sondear nuevas formas y reflexionar sobre la alienación del individuo en la sociedad. Las tres figuras insomnes y solitarias se convierten en seis en la obra del 2009 que expone una celebración melancólica de hombres y mujeres incapaces de decir lo que sienten.
Reunidos na sala de estar de um apartamento, quatro moças e dois rapazes revelam-se cada um em sua ilha. Talvez amigos, quem sabe desconhecidos. São quatro horas da madrugada. Acabou a bebida, a música, ninguém dança nem flerta. Essa turma adulta tampouco tem ideia do porquê de estar ali.
Reunidos en el living de un apartamento, cuatro chicas y dos chicos se revelan cada uno recluso en su isla. Tal vez amigos, tal vez desconocidos. Son las cuatro de la mañana. No hay más bebida, ni música, nadie baila o coquetea. Tampoco este grupo de adultos no tiene ni idea de por qué está ahí.
Dissimulados, eles riem muito e nervosamente. Há poucas intervenções de texto (“passa-me o café”, “estamos sozinhos no universo”). A impossibilidade de diálogo é comunicada por meio de sonoridades e partituras corporais.
Disimulados, se ríen mucho y nerviosamente. Hay pocas intervenciones de texto (“pásame el café”, “estamos solos en el universo”). La imposibilidad de diálogo es comunicada a través de sonidos y partituras de cuerpo.
Para sua diretora, Trinidad González, a peça mostra o ser humano cada vez mais só, refratário à vida em comunidade, situação que gera agressividade e desequilíbrio nos afetos. Na sua percepção, o teatro seria o lugar para lutar por essas mudanças, transgredir. Fiesta quer mostrar como estamos cada vez mais separados de nossas emoções. O espírito latente de desesperança tem a ver ainda com resquícios da ditadura chilena (1973-1990).
Para la directora Trinidad González, la obra muestra el ser humano cada vez más solitario, refractario a la vida en comunidad. Esto crearía un desequilibrio en las relaciones afectivas, la agresión. En su percepción, el teatro sería el lugar para luchar por estos cambios, transgredir. Fiesta quiere mostrar la forma en que estamos cada vez más alejados de nuestras emociones. El espíritu latente de falta de esperanza tiene que ver todavía con los resquicios de la dictadura chilena (1973-1990).
Este é um projeto paralelo de Trinidad, cofundadora do Teatro en el Blanco, em 2004, o premiado grupo que arejou a cena do País com Neva e Diciembre. Na formação da atriz e diretora há passagens pelos Estados Unidos e Itália. E, inclusive, um curso em Nova York ministrado por Antunes Filho, a quem muito admira.
Este es un proyecto paralelo de Trinidad, co-fundadora del Teatro en el Blanco, en el 2004, el premiado grupo que hizo salir al aire la escena del país con las piezas Neva y Diciembre. En la formación de la actriz y directora, hay pasajes por los Estados Unidos e Italia. E incluso un curso en Nueva York ministrado por Antunes Filho, a quien mucho admira. .39
mirada-catalogo-mioloNOVO.indd 39
25.08.10 12:27:55
mirada-catalogo-mioloNOVO.indd 40
25.08.10 12:27:56
COLÔMBIA colombia
mirada-catalogo-mioloNOVO.indd 41
25.08.10 12:27:56
LOS SANTOS INOCENTES MAPA TEATRO
Concepção, dramaturgia e direção/Concepción, dramaturgia y dirección: Heidi Abderhalden e Rolf Abderhalden Elenco/Intérpretes: Andres Castañeda, Claudia Torres, Heidi Abderhalden, Julián Díaz, Santiago Sepúlveda e Ximena Vargas Marimbas, “guasá” e vozes ao vivo: Genaro Torres e Dioselino Rodríguez Assistência de direção/Asistente de dirección: Claudia Torres Pesquisa de arquivo e textos/Investigación de archivo y textos: Martha Ruiz Assessoria dramatúrgica/ Asesoría dramatúrgica: Matthias Pees Desenho sonoro, música original, circuitos e processos ao vivo/Diseño sonoro, música original, circuitos y procesos en vivo: Juan Ernesto Díaz Desenho visual/Diseño visual: Heidi Abderhalden e Rolf Abderhalden Vídeo/Video: Lucas Maldonado e Heidi Abderhalden Assistência de registro sonoro/Asistente de registro sonoro: Alejandro Valencia Edição/Edición: Luis Antonio Delgado e Santiago Sepúlveda Desenho de arte/Diseño de arte: Arno Truschinki Figurinos/Vestuario: Elizabeth Abderhalden Cenografia/Escenografía: José Ignacio Rincón, Rolf Abderhalden e Santiago Sepúlveda Fotografia/Fotografía: Andrés Fresneda e Mauricio Esguerra Produção/Producción: Ximena Vargas e José Ignacio Rincón Produção no Brasil/Producción en Brasil: Matthias Pees Agradecimentos especiais aos habitantes/Agradecimientos especiales a los habitantes de Guapi, Cauca: Osías Castro Cundumí, Jesús Alberto Sandoval Angulo, Libia Grueso, Yolanda García, Orobio Solís, Yolanda García, Familia Prado Cedano, José Eusebio Prado “Chevo La Mona”, John Harold Estrella, Ramiro Sandoval, Ever, Ruben Dolly Man y Camilo Arroyo. Y a la Peluquería Guapistón. Duração/Duración: 60 minutos
Idade recomendada/Edad sugerida: 16 anos/años
Mauricio Esguerra
42.
mirada-catalogo-mioloNOVO.indd 42
25.08.10 12:28:00
Desde sua formação, em 1984, a intertextualidade faz parte do horizonte de atuação desse coletivo. Seu reconhecimento é consequencia da opção por uma plataforma múltipla da qual faz decolar projetos para teatro, performance e instalação. Seu trabalho mais recente, que estreou há seis meses em Bogotá, dá conta disso. Às vésperas do réveillon passado, o Mapa Teatro rumou para a cidade de Guapi, na costa da Colômbia, janela para o oceano Pacífico. Seu objetivo era acompanhar o Dia dos Santos Inocentes, 28 de dezembro, quando as ruas são tomadas por homens mascarados que dão chicotadas em quem lhes cruza o caminho, à maneira do relato bíblico em que Herodes massacra as crianças, como reza a crença local. No vilarejo, onde não há rua, mas selva e mar, foram captadas imagens em vídeo – cenas de flagelos, penitências, violências física e moral – de que faz parte a maioria negra da população que brinca a tradição. As projeções em vídeo intercalam cenas de uma festa estranha, logo abalada por um anticlímax no contexto do país que acaba de completar 200 anos de independência. Narradores e dois músicos que tocam a marimba, instrumento típico da região, “o piano da floresta”, espelham a guerra entre documento e ficção. Fundadores do grupo, os irmãos colombianos Heidi e Rolf Abderhalden elegem as artes vivas como ambiente propício à transgressão de fronteiras disciplinares e à fusão de linguagens e de leituras para a articulação de problemáticas locais e globais. Filhos de imigrantes suíços, eles estudaram e pesquisaram em diversas escolas, laboratórios e teatros da Europa, como a Universidade de Genebra, a Escola de Jacques Lecoq e o Théâtre du Soleil.
La intertextualidad es parte del horizonte de acción de este grupo desde su formación en el 1984. El reconocimiento es una consecuencia de la elección de una plataforma múltiple desde la cual se forman proyectos en el teatro, en performance y en la instalación. Se lo da cuenta su obra más reciente, que se ha estrenado hace seis meses en Bogotá. En la víspera del día del último año nuevo, el grupo se dirigió a la ciudad de Guapi en la costa de Colombia, una ventana al Océano Pacífico. El objetivo era acompañar el Día de los Santos Inocentes, el 28 de diciembre, cuando las calles están hechas por hombres enmascarados que les dan latigazos a quienes les cruce el camino, al igual que el relato bíblico en el cual Herodes mata a los niños, como se afirma en la creencia local. En el pueblo donde no hay calles, sino la selva y el mar, imágenes de video fueron capturadas, con escenas de flagelos, penitencias, violencia física y moral entre la mayoría de la población negra que juega en la tradición. Proyecciones en video intercalan escenas de una fiesta extraña que pronto es abalada por un anticlímax en el contexto del país que recientemente completó 200 años de independencia. Narradores y dos músicos que tocan la marimba, “el piano del bosque”, un instrumento típico de la región, reflejan la guerra entre el documental y la ficción. Hijos de inmigrantes suizos, los hermanos colombianos Heidi y Rolf Abderhalden eligen el arte vivo como un lugar propicio para la trasgresión de los límites disciplinarios, la fusión de lenguajes y lecturas para la articulación de las cuestiones locales y mundiales. Los fundadores han estudiado e investigado en diversas escuelas, laboratorios y teatros de Europa, como la Universidad de Ginebra, la Escuela de Jacques Lecoq y el Théatre du Soleil. .43
mirada-catalogo-mioloNOVO.indd 43
25.08.10 12:28:00
mirada-catalogo-mioloNOVO.indd 44
25.08.10 12:28:00
EQUADOR ecuador
mirada-catalogo-mioloNOVO.indd 45
25.08.10 12:28:00
LA RAZÓN BLINDADA
GRUPO DE TEATRO MALAYERBA
Dramaturgia e direção/Dramaturgia y dirección: Arístides Vargas Elenco/Intérpretes: Gerson Guerra e Arístides Vargas Cenografia/ Escenografía: Grupo Malayerba Figurinos/Vestuario: José Rosales Desenho de luz/Diseño de luces: Elena Navarrete Duração/Duración: 70 minutos
Idade recomendada/Edad sugerida: 16 anos/años
Christian Escobarmora
46.
mirada-catalogo-mioloNOVO.indd 46
25.08.10 12:28:03
Todo domingo, ao entardecer, dois presos políticos encontram-se para inventar outra realidade possível. Vigiados numa penitenciária, para sobreviver eles se agarram às reinações de Dom Quixote e Sancho Pança.
Todos los domingos al atardecer, dos prisioneros políticos se encuentran para inventar otra realidad posible. Vigilados en la prisión, ambos se aferran a las juergas del Quijote y de Sancho Panza para sobrevivir.
Ao preso resta a saída pela imaginação. O espetáculo do núcleo de Quito fala desse lugar, do cárcere, e da repressão aos direitos humanos. Joga luz sobre momentos obscuros comuns a países da América Latina submetidos à ditadura militar.
Al prisionero, la única salida es la imaginación. El espectáculo del núcleo de Quito trata de ese lugar de la cárcel y de la represión a los derechos humanos. Arroja luz sobre los momentos oscuros comunes a los países latinoamericanos sometidos a la dictadura militar.
Na montagem de 2005, é no oceano da loucura que os personagens encontram lucidez. Trocam fábulas entre si para transpor os muros, feito o herói de Cervantes a confrontar monstros e moinhos gigantes. Outra influência no texto de Arístides Vargas, que ainda atua e dirige, foi a releitura de Franz Kafka para o clássico. Esta obra é dedicada aos presos políticos que passaram por Rawson, na Patagônia Argentina, caso de um irmão do autor.
En la puesta en escena del 2005, los personajes encuentran claridad en el océano de la locura. Intercambian fábulas entre ellos para traspasar las paredes al igual que el héroe de Cervantes a hacer frente a los monstruos y los molinos de viento gigantes. La relectura de Franz Kafka para el clásico también influyó en el texto de Arístides Vargas, quien aún actúa y dirige. La obra está dedicada a los prisioneros políticos que han pasado por Rawson, en la Patagonia Argentina, el caso de uno de los hermanos del autor.
O Malayerba nasceu em 1979, com criadores oriundos da Argentina e Espanha, prova de que a mistura multicultural não é apenas possível, mas também enriquecedora. “As diferenças levam a novas identidades”, considera o diretor. Suas peças abarcam a rica diversidade cultural e a complexa história do Equador, assim como questões de migração, exílio, violência política e individual e memória coletiva. O núcleo circula com frequência para apresentarse e dar oficinas na Europa, EUA e América do Sul. Em mais de três décadas de atuação, concilia a criação com a administração de seu espaço, a Casa Malayerba, que possui sala de espetáculos e um laboratório permanente de formação para jovens atores. E ainda edita, desde 2001, a revista Hoja de Teatro.
El Malayerba nació en el 1979 con los creadores venidos de Argentina y España, lo que demuestra que la mezcla multicultural no sólo es posible, sino que enriquecedora. Las diferencias conducen a nuevas identidades, observa el director. Sus piezas abarcan la rica diversidad cultural y la compleja historia de Ecuador, así como las cuestiones de la migración, del exilio, de la violencia política e individual y de la memoria colectiva. El núcleo circula con frecuencia para presentarse y dar talleres en Europa, EE.UU. y América del Sur. En más de tres décadas de actividad, el grupo concilia la creación con la administración de su espacio, la Casa Malayerba, que cuenta con una sala de espectáculos y un laboratorio permanente de formación de jóvenes actores. Y además edita la revista Hoja de Teatro, desde el 2001. .47
mirada-catalogo-mioloNOVO.indd 47
25.08.10 12:28:03
mirada-catalogo-mioloNOVO.indd 48
25.08.10 12:28:03
ESPANHA españa
mirada-catalogo-mioloNOVO.indd 49
25.08.10 12:28:03
EL FOC DEL MAR
XARXA TEATRE
Dramaturgia/Dramaturgia: Vicent Martí Xar Direção/Dirección: Manuel V. Vilanova e Leandre Ll. Escamilla Elenco/Intérpretes: Esther Angles, Ferran Igual, Jordi Magnieto, Oscar Luna, Pere Martinez, Toni Fabregat e Xavi Clausell Músicos/Músicos: Alex Ferrus, Carlos Albero, Joan Igual, Manuel Orti, Raul Prats e Salva Pellicer Composição musical/ Composición musical: Joan Igual e Vicent Borràs Desenho de “falla” (canto popular): Amat Bellés Escultura/Escultura: Pepe Ferrer Concepção de “falla”/Diseño de “falla” (canción popular): Joan Ninot Pirotecnia/Pirotecnia: Pepe Peñarroja e Vicent Martí Móbiles/Móviles: Pasqual Arrufat Máscaras/Máscaras: Carles Abad Costura/Costura: Ana Hernández Vídeo/Video: Josep Pasqual Arnal Administração/Administración: Isabel Molés Produção/Producción: Sara Broch Pós-produção/Post-producción: Flor Vaugeois Direção de turnê/Dirección de turné: Mónica Gozalbo Duração/Duración: 60 minutos
Idade recomendada/Edad sugerida: livre/libre
divulgação
50.
mirada-catalogo-mioloNOVO.indd 50
25.08.10 12:28:04
A crítica costuma associar os espetáculos de rua do grupo valenciano a eventos esportivos que atraem milhares de espectadores. O trabalho de 1994, dos mais requisitados no repertório, sintetiza a tônica visual ao não dar importância à palavra e valorizar a plasticidade dos festejos populares, apelo que cativa em todos os países que pisa.
Los críticos suelen asociar los espectáculos de calle del grupo de Valencia a eventos deportivos que atraen a miles de espectadores. La obra del 1994, una de las más solicitadas del repertorio, resume la tónica visual al no dar importancia a la palabra y apreciar la combinación de la plasticidad de las fiestas tradicionales, por lo que cautiva a la platea en todos los países donde se presenta.
Ao sugerir a imagem do fogo do mar, o título remete às raízes mediterrâneas do núcleo artístico, que há 27 anos alia o magnetismo e o colorido na manipulação da pirotecnia à ousadia formal, numa linguagem amadurecida à margem do virtuosismo. O roteiro de Vicent Martí Xar visita lendas e costumes. Quer ressignificar, dar a ver com outros olhos a deambulação coletiva ao ar livre, o itinerário por praças, ruas e monumentos.
Al sugerir la imagen del fuego en el mar, el título hace referencia a las raíces mediterráneas del núcleo artístico, que hace 27 años combina el magnetismo y los colores en el manejo de fuegos artificiales con la audacia formal, un lenguaje madurado al margen del virtuosismo. El guión de Vicent Martí Xar pasa por leyendas y costumbres. Trata de replantear, dar a ver con ojos nuevos el caminar colectivo al aire libre, la ruta por plazas, calles y monumentos.
Os figurinos dos atores e as estruturas móveis características de manifestações espanholas são estilizados a partir de motivos inspirados no pintor Joan Miró. O mesmo acontece com a “falla”, a escultura feita de madeira e papelão, que é queimada no final do cortejo encabeçado por atores, músicos, bonecões, objetos infláveis, labaredas, chuva de faíscas cortando o céu noturno e outros elementos cênicos.
Los trajes de los actores y las estructuras móviles características de expresiones españolas son estilizados a partir de motivos inspirados en el artista Joan Miró. Lo mismo se aplica a la “falla”, escultura de madera y cartón que se quema al final de la procesión encabezada por los actores, músicos, muñecones, objetos inflables, llamas, la lluvia de chispas cortando el cielo nocturno y otros elementos escénicos.
Para o crítico Nel Diago, especializado na trajetória do Xarxa, o fogo seria purificador: “Trata-se de um teatro que continua a ser lúdico, deliberadamente alegre, furiosamente dionisíaco”.
Para el crítico Nel Diago, experto en la trayectoria del Xarxa, el fuego sería un elemento purificador. “Se trata de un teatro que sigue siendo lúdico, deliberadamente alegre, salvajemente dionisiaco”, dice.
Desde seu primeiro espetáculo infantil, La Bruixa Marruixa, em 1983, até as últimas criações multimídia de grandes formatos, o sucesso de crítica e de público segue no encalço do grupo. Seus espetáculos foram programados em 40 países e já circularam pelos cinco continentes.
Desde su primer espectáculo para niños, La Bruixa Marruixa, en el 1983, hasta las últimas creaciones multimedia de gran tamaño, el éxito entre la crítica y el público sigue el rastro del grupo. Sus actuaciones fueron programadas en 40 países y ya ha circulado por los cinco continentes.
Apoio
.51
mirada-catalogo-mioloNOVO.indd 51
25.08.10 12:28:06
URTAIN
COMPAÑÍA DE TEATRO ANIMALARIO
Autor/Autor: Juan Cavestany Direção: Andrés Lima Elenco/ Intérpretes: Alberto San Juan, Estefanía de los Santos, Luis Bermejo, Luz Valdenebro, María Morales, Raúl Arévalo, Roberto Álamo e Victor Masans Assistência de direção/Asistente de dirección: Celia León Cenografia e figurinos/Escenografía y vestuario: Beatriz San Juan Música/Música: Nick Powel Iluminação/Iluminación: Valentín Álvarez e Pedro Yagüe Produção/Producción: Joseba Gil e Esther Fernández Coprodução/Co-producción: Animalario e Centro Dramático Nacional Duração/Duración: 120 minutos
Idade recomendada/Edad sugerida: 16 anos/años
Valentín Alvarez
52.
mirada-catalogo-mioloNOVO.indd 52
25.08.10 12:28:08
O personagem-título desta peça é o apelido do boxeador espanhol batizado José Manuel Ibar Azpiazu (1943-92), um lutador tão medíocre, na percepção do autor, Juan Cavestany, quanto o foi o país sob o regime ditatorial de Franco nos anos 1960 e 1970. A quatro dias do início dos Jogos Olímpicos de Barcelona, em 1992, Urtain cometeu suicídio saltando do 11º andar de um prédio. Em 2008, a partir de um roteiro seu para cinema, Cavestany remaneja nesta obra todo aquele material dramático.
El personaje del título es el apodo del boxeador español llamado José Manuel Ibar Azpiazu (1943-1992). En la percepción del autor, Juan Cavestany, quien partió de un guión suyo para el cine, el pugilista fue un profesional tan mediocre como el país bajo la dictadura de Franco en los años 1960 y 1970. En el 1992, cuatro días antes del comienzo de los Juegos Olímpicos de Barcelona, Urtain se suicidó saltando desde el piso 11 de un edificio. Todo este material dramático se maneja en la obra del 2008.
Como espaço cênico realista, é estruturado um ringue. A plateia é disposta em “U” para acompanhar as 12 partes, ou rounds: da morte ao nascimento desse homem cuja trajetória tem a ver com as circunstâncias históricas da Espanha.
Un cuadrilátero de box está estructurado como un espacio escénico realista. El público se organiza en “U” para acompañar a las 12 acciones, o asaltos, desde la muerte hasta el nacimiento de este hombre cuya trayectoria tiene que ver con las circunstancias históricas de España.
Homens e mulheres ocupam a arena entre as cordas. A atmosfera é de um combate – juiz, garota da placa, locutor ao microfone e apostadores excitados pelo mítico esportista basco assediado pela mídia e pelos políticos, a mesma sociedade que o descartou. A Compañía de Teatro Animalario foi fundada em 1996 a partir da montagem da peça que lhe dá nome, e cujo subtítulo era Bonitas histórias de entretenimento sobre a humilhação cotidiana de existir. Os artistas de Madri reuniram-se pela vocação de trabalhar em equipe, na tentativa de recuperar o teatro de grupo abandonado pela maioria dos seus pares nos anos 1980. O núcleo gosta de contar histórias tendo o público como interlocutor de fato, por isso a opção de revezar o palco com espaços não convencionais (salões de festas, casas, edifícios). Além disso, a Animalario potencializa o encontro com outros campos da arte, como o audiovisual.
Hombres y mujeres ocupan el ring entre las cuerdas. La atmósfera es la de una lucha con el juez, la chica de la placa, el locutor al micrófono y los apostadores excitados por el legendario deportista vasco acosado por los medios de comunicación y por los políticos, la misma sociedad que más tarde lo descartaría. La Compañía de Teatro Animalario se fundó en el 1996 a partir de la escenificación de la pieza que le da nombre y cuyo subtítulo era: Bonitas historias de entretenimiento sobre la humillación cotidiana de existir. Los artistas de Madrid se reunieron por su vocación de trabajar en equipo, un intento de recuperar el teatro de grupo abandonado por la mayoría de sus compañeros en la década del 1980. Al núcleo le gusta contar historias con el público como interlocutor de hecho, por lo que la opción de rotar el escenario con espacios no convencionales (salas de fiestas, casas, edificios, etc.). Además, la Animalario potencializa el acercamiento a otros campos del arte, como el sector audiovisual. .53
mirada-catalogo-mioloNOVO.indd 53
25.08.10 12:28:08
mirada-catalogo-mioloNOVO.indd 54
25.08.10 12:28:08
MÉXICO méxico
mirada-catalogo-mioloNOVO.indd 55
25.08.10 12:28:08
DE MONSTRUOS Y PRODIGIOS: LA HISTORIA DE LOS CASTRATI TEATRO DE CIERTOS HABITANTES
Dramaturgia/Dramaturgia: Jorge Kuri, livremente inspirado em La Historia de los Castrati, de Patrick Barbier Direção/Dirección: Claudio Valdés Kuri Elenco/Intérpretes: Edwin Calderón, Gastón Yanes, Javier Medina, Kaveh Parmas, Luis Fernando Villegas, Miguel Ángel López e Raúl Román Direção musical/Dirección musical: Magda Zalles Produção executiva/Producción Ejecutiva: Carlos López Figurinos/ Vestuario: Mario Iván Martínez Desenho de luz/Diseño de luces: Matías Gorlero Dança barroca/Danza barroca: Alan Stark Maquiagem e cabeleireiro/Maquillaje y peluquería: Carlos Guizar Objetos de cena/Objetos de la escena: Felipe Lara Coordenação de figurinos/ Coordinación de vestuario: Mauricio Ascencio Coordenação geral/ Coordinación-general: Fabrina Melón Coprodução/Co-producción: Coordinación Nacional de Teatro/INBA Patrocínio/Patrocinio: Fundación BBVA-Bancomer A.C. e México en Escena/FONCA Cavalo/ Caballo: Thor Treinador/Entrenador de caballos: NDZINJIPONTES Haras/Caballeriza: Coudelaria Função Duração/Duración: 105 minutos
Idade recomendada/Edad sugerida: 16 anos/años
Eugenio Cobo
56.
mirada-catalogo-mioloNOVO.indd 56
25.08.10 12:28:10
Um longo processo de pesquisa sobre o fenômeno do castrato – menino que antigamente era castrado para aperfeiçoar o registro de voz soprano – inspira este elogiado grupo mexicano a empreender uma viagem artística, social e cultural pelo século XVIII. Naquele tempo, a beleza era um valor absoluto; encerrava dom divino. Aquela intervenção cirúrgica representava o cúmulo da sublimação à arte, pelo menos enquanto não esbarrasse na razão científica.
Un largo proceso de investigación sobre el fenómeno del castrato – niño que antiguamente era castrado para mejorar su registro de voz de soprano – inspira el renombrado grupo mexicano a emprender un viaje artístico, social y cultural por el siglo XVIII. En aquellos tiempos, la belleza era un valor absoluto, que figuraba un don divino. La intervención quirúrgica representaba el colmo de la sublimación al arte, al menos hasta no topar con la razón científica.
O drama remonta ao esplendor do barroco na Itália. Numa barbearia napolitana, um sujeito de duas cabeças pratica a castração com o fim de conservar nos meninos o timbre e a tessitura peculiares. Surge um mosaico de extravagâncias que marcam esse período sobressalente e enigmático da história da arte e que enredam a ópera, a dança, os relatos e superstições sobre os tais monstros sagrados de canto incomparável.
El drama se remonta al esplendor del barroco en Italia. En una barbearía napolitana, un hombre con dos cabezas ejerce la práctica de la castración a fin de mantener peculiares a los chicos el timbre y la tesitura de su voz. Surge un mosaico de extravagancias que marcaron este período sobresaliente y enigmático de la historia del arte y enreda la ópera, la danza, los relatos y las supersticiones acerca de estos monstruos sagrados de canto incomparable.
O espetáculo aborda romances e caprichos, relações tormentosas mantidas com compositores e empresários. Sua estrutura polifônica alterna cenas, árias e interlúdios por meio do teatro dentro do teatro e da ópera dentro e fora da ópera. O palco transforma-se numa arena de areia em que até um cavalo contracena com os atores-músicos.
El espectáculo habla de sus romances y caprichos, las relaciones tormentosas que mantenían con los compositores y directores. La estructura polifónica alterna escenas, arias e interludios a través del teatro dentro del teatro y de la ópera dentro y fuera de la ópera. El escenario se convierte en un campo de arena donde incluso un caballo actúa junto a los actores-músicos.
Fundado em 1997, o Teatro de Ciertos Habitantes percorreu, com suas seis produções, diversos festivais pelo mundo (Alemanha, Espanha, EUA, Cingapura, Egito, Argélia). De Monstruos y Prodigios foi a segunda delas, de 2000. O núcleo acredita num teatro que fale ao indivíduo e que lhe seja útil, que reverbere conhecimento. Celebra os mais distintos gêneros ou estilos, partindo sempre da premissa da experimentação com as formas.
Fundado en el 1997, el Teatro de Ciertos Habitantes recorrió varios festivales alrededor del mundo con sus seis producciones (Alemania, España, EE.UU., Singapur, Egipto, Argelia, etc.). De Monstruos y Prodigios fue la segunda, en el 2000. El núcleo cree en un teatro que se dirija al individuo y que sea útil, que reverbere conocimiento. Celebra los géneros o estilos más distintos, siempre partiendo de la premisa de experimentación con las formas.
.57
mirada-catalogo-mioloNOVO.indd 57
25.08.10 12:28:10
mirada-catalogo-mioloNOVO.indd 58
25.08.10 12:28:10
PERU perú
mirada-catalogo-mioloNOVO.indd 59
25.08.10 12:28:10
HECHO EN EL PERÚ, VITRINAS PARA UN MUSEO DE LA MEMORIA
GRUPO CULTURAL YUYACHKANI
Concepção e direção/Concepción y dirección: Miguel Rubio Zapata Elenco/Intérpretes: Amiel Cayo, Ana Correa, Augusto Casafranca, Diana Collazos, Julián Vargas e Rebeca Ralli Artes plásticas/Artes plásticas: Jorge Baldeón Sonorização/Sonido: Alejandro Siles Produção da turnê/ Producción de la turné: Milagros Quintana Duração/Duración: 120 minutos
Idade recomendada/Edad sugerida: 16 anos/años
Miguel Ru e Diana Taylor
60.
mirada-catalogo-mioloNOVO.indd 60
25.08.10 12:28:12
Prestes a completar 40 anos (em 2011), este núcleo, reconhecido pela ênfase política e variação de linguagens, conjuga as formas da instalação plástica e da ação dramática. O espectador percorre uma galeria em formato de corredor com três vitrines de cada lado. O roteiro fica por conta do visitante que escolhe em quais delas se deter. Em cada um dos seis nichos há um ator ou uma atriz interagindo com sons e objetos, e gerando sensações ao interlocutor. São presenças compostas por ideias, atos ou perfis heterogêneos de uma matriz comum, a marca de um produto – caminhar por um espaço expositivo, andar por um mercado. Há, por exemplo, a vitrine Eldorado, na qual um índio se transforma na imagem moderna a partir do império inca. Ele ironiza sua identidade e delira. Mãe Pátria veicula imagens vistas desde o banco escolar, ao mesmo tempo em que critica a classe política e a falta de autoestima da nação. Sediado em Lima, o Yuyachkani é um dos ícones do teatro independente latino-americano, sempre premiado e requisitado no circuito internacional. Em quéchua, o seu nome significa “estou a pensar, estou a recordar”. Suas criações, das quais Hecho en el Perú é bom exemplo, valorizam, de maneira lúdica, contundente e reflexiva, o olhar do indivíduo sobre si e sobre o outro. Fundado em 1971, testemunho de violações humanas e injustiças sociais de toda ordem, o núcleo vincula-se profundamente à realidade do território em que vive. Incorporou ações em comunidades marginalizadas, ocupou ruas, praças e mercadões, oferecendo oficinas, retroalimentando a cultura popular. Publica livros ensaísticos ou de registros documentais, nunca perdendo o foco dos rituais da memória e dos direitos dos cidadãos.
A punto de cumplir 40 años, en el 2011, el núcleo reconocido por su énfasis en la política y lenguajes variados fusiona formas de la instalación plástica y de las artes escénicas. El espectador recorre una galería en forma de pasillo con tres vitrinas a cada lado. El guión es por cuenta del visitante quién elige en cuales de las vitrinas se va a detener. En cada uno de los seis nichos está un actor o una actriz quienes interactúan con los sonidos y los objetos, generando así sensaciones al interlocutor. Son presencias que se componen de ideas, acciones o perfiles heterogéneos de una matriz común, la marca de un producto – caminar por un espacio de exposición, caminar por un mercado. Está, por ejemplo, la vitrina El dorado, en la que un indio se convierte en la imagen moderna a partir del imperio Inca. Él se burla de su identidad y delira. La Madre Patria transmite imágenes que se ven desde el banco de la escuela, a la vez que critica a la clase política y la falta de autoestima de la nación. Con sede en Lima, el Yuyachkani es un icono del teatro independiente de América Latina, está siempre ganando premios y es bastante requerido en el circuito internacional. Su nombre en quechua significa “estoy pensando, estoy recordando”. Sus creaciones, de las que Hecho en el Perú es un buen ejemplo, valoran la mirada sobre uno mismo y sobre el otro de una manera lúdica, incisiva y reflexiva. Fundado en el 1971, testigo de violaciones de los derechos humanos y las injusticias sociales de todo tipo, el núcleo está profundamente ligado a la realidad del territorio donde vive. Ha incorporado acciones en las comunidades marginadas, ocupado las calles, plazas y mercados ofreciendo talleres, retroalimentando la cultura popular. Además, publica libros de ensayos o de registros documentales. Nunca pierde el foco de los rituales de la memoria y de los derechos de los ciudadanos. .61
mirada-catalogo-mioloNOVO.indd 61
25.08.10 12:28:12
mirada-catalogo-mioloNOVO.indd 62
25.08.10 12:28:12
PORTUGAL portugal
mirada-catalogo-mioloNOVO.indd 63
25.08.10 12:28:13
JERUSALÉM TEATRO O BANDO
Texto/Texto: Gonçalo M. Tavares Dramaturgia, encenação e espaço cênico/Dramaturgia, puesta en escena y espacio escénico: João Brites Elenco/Intérpretes: Cristiana Castro, Horácio Manuel, João Barbosa, Nicolas Brites, Raul Atalaia, Sara de Castro e Suzana Branco Preparação corporal/Preparación corporal: Luca Aprea Preparação de voz/Preparación de voz: Teresa Lima Análise literária e dramatúrgica/Análisis literario y dramatúrgico: Rui Pina Coelho Figurinos e adereços/Vestuario y aderezos: Clara Bento Desenho de luz/Diseño de luces: João Cachulo Assistência de direção/Asistente de Dirección: Sara de Castro Direção de montagem/Dirección de montaje: Fátima Santos Coordenação de produção/Coordinación de producción: Tati Mendes Apoio técnico/Apoyo técnico: Guilherme Noronha e Sérgio Milhano Contrarregra/Regidora: Ana Paula Perez Fotografia/ Fotografía: André Fonseca e Susana Chicó Criação/Creación: Teatro o Bando Coprodução/Co-producción: Fundação Centro Cultural de Belém Agradecimentos/Agradecimientos: Raquel Belchior, Rastta, Adega Carlos Camolas, Carpal Ltda., Pedro Miguel Coelho Duração/Duración: 100 minutos
Idade recomendada/Edad sugerida: 16 anos/años
Andre Fonseca
64.
mirada-catalogo-mioloNOVO.indd 64
25.08.10 12:28:14
Coerente com um traço de seus 35 anos de história, o de dar forma teatral a obras não dramáticas, sobretudo de autores portugueses, este núcleo faz sua terceira incursão em um romance do compatriota Gonçalo M. Tavares, um título homônimo do escritor despontado nesta década e premiado tanto lá como cá.
De acuerdo con la huella de sus 35 años de historia, la de dar forma teatral a obras no dramáticas, sobre todo a las de autores portugueses, el núcleo hace su tercera incursión a una novela de su compatriota Gonçalo M. Tavares, título homónimo del escritor surgido en esta década y que ha recibido premios tanto allá como acá.
Sete sobreviventes estão sitiados numa cidade tomada por um exército. Nas entrelinhas, lê-se o pesadelo dos campos de concentração. Mas é possível divisar conflitos da mesma natureza em outras latitudes e tempos. A narrativa destaca o estranho comportamento humano quando apanhado em situações extremas. Nesse presente concreto, a aflição diante do futuro é diagnosticada por um médico empenhado em escrever sobre a história do horror no seio da humanidade.
Siete sobrevivientes están sitiados en una ciudad ocupada por un ejército. Entre líneas, se lee la pesadilla de los campos de concentración. Pero uno puede discernir conflictos similares en otras latitudes y tiempos. La historia pone de relieve la extraña conducta humana cuando nos vemos atrapados en situaciones extremas. En este presente concreto, la angustia por el futuro es diagnosticada por un médico comprometido a escribir sobre la historia de horror en el corazón de la humanidad.
Jerusalém, de 2008, deseja acordar consciências sobre as atrocidades, aproximar o espectador da escuridão refletida nos males contemporâneos, no desencanto veiculado nos telejornais diários. O “horror que não reside no que é aparentemente horrível, sujo, sanguinário”, como observa o diretor João Brites, cofundador do Teatro o Bando em 1974. O espaço cênico é dominado por um monte com sobras de ramificações de cachos de uva e por palavras projetadas na penumbra e no corpo dos atores.
Jerusalén, del 2008, desea despertar la conciencia sobre las atrocidades, aproximar el espectador a la oscuridad que se refleja en los males contemporáneos, en el desencanto presentado en los noticieros todos los días. El “horror que no radica en lo que aparentemente parece horrible, sucio, sanguinario”, según lo declarado por el director João Brites, cofundador del Teatro O Bando en el 1974. El espectáculo escénico está dominado por un puñado de sobras de ramas de racimos de uva y por palabras proyectadas en la oscuridad y en el cuerpo de los actores.
Este núcleo é uma das mais antigas cooperativas culturais do País. A reputação mundial veio da determinação experimentalista de colocar a pesquisa estética no plano das participações cívica e comunitária desde a sua sede no Vale dos Barris, região de Palmela, embaralhando rural e urbano, adulto e infantil, erudito e popular, nacional e universal, dramático, narrativo e poético – fronteiras essas todas transgredidas.
El grupo es una de las más antiguas cooperativas culturales en el país. Su reputación mundial vino de la determinación experimental en traer la investigación estética hacia el plano de la participación ciudadana y comunitaria desde su sede en el Vale dos Barris, en la región de Palmela, mezclando lo rural y lo urbano, lo adulto y lo infantil, lo clásico y lo popular, lo nacional y lo universal, lo dramático, lo narrativo y lo poético – fronteras esas todas transgredidas. .65
mirada-catalogo-mioloNOVO.indd 65
25.08.10 12:28:14
mirada-catalogo-mioloNOVO.indd 66
25.08.10 12:28:14
URUGUAI uruguay
mirada-catalogo-mioloNOVO.indd 67
25.08.10 12:28:15
MI MUÑEQUITA
COMPLOT – COMPAÑÍA DE ARTES ESCÉNICAS CONTEMPORÁNEAS
Dramaturgia/Dramaturgia: Gabriel Calderón Direção/Dirección: Ramiro Perdomo e Gabriel Calderón Elenco/Intérpretes: Cecilia Sánchez, Dahiana Méndez, Gabriel Calderón, Leonardo Pintos, Mateo Chiarino e María Cecilia Cósero Desenho de luz/Diseño de luces: Pablo Caballero Figurinos/Vestuario: Ana Semino Desenho e fotografia/ Diseño y fotografía: Federico Calzada Técnica/Técnica: Pablo Caballero Produção/Producción: Adrián Minutti Duração/Duración: 55 minutos
Idade recomendada/Edad sugerida: 16 anos/años
Cecilia Brum
68.
mirada-catalogo-mioloNOVO.indd 68
25.08.10 12:28:17
A nova geração uruguaia é representada pelo espetáculo que catalisou o público jovem desde sua estreia, em 2004, no palco nobre do Teatro Circular de Montevidéu, onde por quatro anos seguiu em cartaz e atualmente faz apresentações pontuais. O texto, escrito por um rapaz de 17 anos e codirigido por Ramiro Perdomo e pelo próprio Gabriel Calderón, aos 21 anos, despertou atenção pela ousadia ao tratar de um tema delicado na chave da farsa: o abuso de crianças. Sob aparente ingenuidade de números musicais à maneira de Porque te vas, um hit latino, vem à tona o subterrâneo cruel de uma família disfuncional composta pela criança protagonista em meio à boneca de carne e osso, a mãe, o pai, o tio e o mordomo. A peça mostra a intimidade através de uma lente deformante: segredos sujos de pessoas condenadas a repetir-se. No olho desse redemoinho de entorno cruel, a protagonista será, ao lado do inseparável brinquedo, uma sobrevivente nada cândida. Entre as menções angariadas por Mi muñequita, destacam-se as seis indicações ao prêmio Florencio Sánchez, o mais prestigiado do País. A irreverência e a contradição são assumidas na pauta de criação da Complot, companhia fundada há cinco anos por Calderón e o coreógrafo Martín Inthamoussú. Desde 2007, a equipe soma a dramaturga Mariana Percovich, nome destacado no panorama recente do País, Ramiro Perdomo e Sergio Blanco. Não se quer exatamente um coletivo de artistas que pensem a cena em comum ou sigam determinados objetivos. É a dissonância o que estimula suas atividades, garantem.
La nueva generación uruguaya está representada por el espectáculo que ha catalizado la audiencia de jóvenes desde su estreno, el 2004, en el escenario noble del Teatro Circular de Montevideo, donde siguió la puesta en escena durante cuatro años y hoy se presenta ocasionalmente. El texto escrito por un joven de entonces 17 años y codirigido por Ramiro Perdomo y por él mismo Gabriel Calderón, de 21 años, llamó la atención por su audacia en el tratamiento de un tema delicado en la clave de la farsa, el abuso infantil. Bajo una aparente ingenuidad de números musicales a la manera de Porque te vas, un éxito en América Latina, sale a la luz el submundo cruel de una familia disfuncional que consiste en la niña protagonista en medio de la muñeca de carne y hueso, la madre, el padre, el tío y el mayordomo. La obra muestra la intimidad a través de una lente deformante: los secretos sucios de personas condenadas a repetirse. En el ojo de este torbellino de entorno hostil, la protagonista será, al lado del juguete inseparable, una sobreviviente nada cándida. Entre las menciones cosechadas por Mi Muñequita, se sobresalen la seis nominaciones al premio Florencio Sánchez, el más prestigioso en el país. La irreverencia y la contradicción son asumidas en la pauta de creación de Complot, empresa fundada hace cinco años por Calderón y el coreógrafo Martín Inthamoussú. Desde el 2007, el equipo trae la dramaturga Mariana Percovich, de nombre de relieve en el panorama reciente del país, Ramiro Perdomo y Sergio Blanco. No se desea apenas un colectivo de artistas que piensan la escena en común o se aferran a ciertos objetivos. Es la disonancia lo que estimula sus actividades, garantizan. .69
mirada-catalogo-mioloNOVO.indd 69
25.08.10 12:28:17
mirada-catalogo-mioloNOVO.indd 70
25.08.10 12:28:17
VENEZUELA venezuela
mirada-catalogo-mioloNOVO.indd 71
25.08.10 12:28:17
PASSPORT GUSTAVO OTT
Dramaturgia/Dramaturgia: Gustavo Ott Direção/Director: Luis Domingo González Elenco/Intérpretes: David Villegas, Luis Domingo González e María Brito Desenho de luz/Diseño de luces: Alfonso Ramírez e Gerónimo Reyes Música/Música: Alfonso Ramírez Produção/ Producción: David Villegas e Teatro San Martín de Caracas Duração/Duración: 90 minutos
Idade recomendada/Edad sugerida: 16 anos/años
divulgação
72.
mirada-catalogo-mioloNOVO.indd 72
25.08.10 12:28:19
Este dramaturgo é um dos mais ativos criadores de Caracas, onde nasceu, e onde administra o Teatro San Martín desde 1993. O texto, concluído em 1988 e encenado pela primeira vez em 1991, pertence à fase inicial da sua carreira. E já embute inquietações quanto aos efeitos da arbitrariedade no plano público, quando o cidadão é submetido a forças de Estado que o interceptam feito as figuras de autoridade de um romance de Kafka.
El dramaturgo está entre los más activos de Caracas, ciudad donde nació y administra el Teatro San Martín desde el 1993. El texto, completo en el 1988 y escenificado por primera vez en el 1991, pertenece a la etapa inicial de su carrera. Y ya incrusta una preocupación por los efectos de la arbitrariedad en el plano público, donde se somete al ciudadano a las fuerzas del Estado, que lo interceptan al igual que las figuras de autoridad de una novela de Kafka.
De fato, o autor de O Processo influencia diálogos e situações grotescas da versão mais recente da montagem de Luis Domingo González, de 2003, em que o papel do incauto passageiro é interpretado não por um homem, como no original, mas por uma mulher. Eugenio vira Eugenia na voz de María Brito.
De hecho, el autor de El Proceso influencia diálogos y situaciones grotescas en la última versión del montaje de Luis Domingo González, del 2003, en la que el papel del pasajero incauto no es interpretado por un hombre, como en el original, sino que por una mujer. Eugenio se convierte en Eugenia en la voz de María Brito.
Numa estação de trem, em algum país esquecido, a protagonista é abordada por um soldado e um oficial, que agem com truculência com a imigrante que, parece, não fala a língua deles. A impossibilidade de diálogo e os mal-entendidos protocolares avançam com a desconfiança presumida. Instaura-se um ambiente confuso e opressor, mas a mulher o subverte ao mergulhar em autoconhecimento – já que ninguém a entende, ela se faz entender a si mesma naquela altura da vida.
En una estación de tren, en algún país olvidado, la protagonista es abordada por un soldado y un oficial, quienes actúan brutalmente contra la inmigrante, que, al parecer, no habla su idioma. La imposibilidad de diálogo además de unos malentendidos protocolares avanzan con a desconfianza presumida. Se establece un ambiente confuso y opresor, pero la mujer lo subvierte con sumergirse en el auto-conocimiento – ya que nadie la entiende, se hace entender a si misma en ese momento de su vida.
A encenação de González é despojada. O principal diretor das peças de Ott lança mão de objetos como uma mala, um secador de cabelo, um telefone e um carrinho de supermercado. O autor venezuelano é profícuo. Soma pelo menos 30 peças, a maioria traduzida para o inglês, italiano, alemão, francês, russo e japonês. No Brasil, foram realizadas montagens recentes de obras suas em Curitiba e Recife. Este ano, ele foi agraciado com uma residência de três meses em Paris num projeto de fomento à dramaturgia contemporânea.
La puesta en escena de González es una escenificación desprendida. El director principal de las piezas de Ott hace uso de objetos como una maleta, un secador de pelo, un teléfono e incluso un carrito de compras. El autor venezolano es prolífico. Suma al menos 30 piezas, la mayoría traducida al inglés, italiano, alemán, francés, ruso, japonés, etc. En Brasil, se han realizado montajes recientes de su obra en Curitiba y Recife. Este año, le fue otorgada una residencia de tres meses en un proyecto para promover el teatro contemporáneo en París.
.73
mirada-catalogo-mioloNOVO.indd 73
25.08.10 12:28:19
mirada-catalogo-mioloNOVO.indd 74
25.08.10 12:28:20
BRASIL
Espetáculos de sala Espectáculos de salón
mirada-catalogo-mioloNOVO.indd 75
25.08.10 12:28:20
IN ON IT
ENRIQUE DIAZ / RJ
Texto/Texto: Daniel MacIvor Tradução/Traducción: Daniele Ávila Direção/Director: Enrique Diaz Elenco/Intérpretes: Emilio de Mello e Fernando Eiras Desenho de luz/Diseño de luces: Maneco Quinderé Cenografia/Escenografía: Domingos de Alcântara Figurino/Vestuario: Luciana Cardoso Trilha sonora/Banda sonora: Lucas Marcier Técnica Alexander/Técnica Alexander: Valéria Campos Coreografia/ Coreografía: Mabel Tude Consultoria de movimento/Consultaría de movimiento: Marcia Rubin Programação visual/Programación visual: Olívia Ferreira e Pedro Garavaglia – Radiográfico Fotografia/Fotografía: Dalton Valério Assessoria de imprensa em SP/Asesoría de prensa en SP: Morente Forte Assistente de direção/Asistente de dirección: Pedro Freire Estagiária de direção/Directora en prácticas: Cécile Dano Iluminador assistente/Iluminador asistente: Leandro Barreto Assistente de cenografia/Asistente de escenografía: Rafael Medeiros Assistente de figurino/Asistente de vestuario: Denise Tupinambá Assistente de programação visual/Asistente de programación visual: Bárbara Abbês e Mônica Puga Operador de luz/Operador de luz: Carlos Moraes Operador de som/Operador de sonido: Roberta Serretiello Contrarregra/Regidor: Douglas Mariano Direção de cena/Dirección de escena: Richard Santiago Produção executiva SP/Producción ejecutiva SP: Roberta Koyama Direção de produção RJ/Dirección de producción RJ: Rossine A. Freitas Direção de produção SP/Dirección de producción SP: Henrique Mariano Produção/Producción: Enrique Diaz Duração/Duración: 80 minutos
Idade recomendada/Edad sugerida: 16 anos/años
Dalton Valério
76.
mirada-catalogo-mioloNOVO.indd 76
25.08.10 12:28:21
Um homem escreve uma peça sobre alguém que sofre um acidente. Dois amantes veem seu amor terminar. E dois homens contam esta história. Há a camada da peça escrita. A camada do espetáculo. E a camada do passado. A peça, em suma, é a história de Ray, o mais “teatral” dos planos. O espetáculo corresponde ao que acontece aqui e agora, brecha para o improviso com o espectador. O passado fala de como se desenvolveu a relação dos protagonistas. Seu diretor, que em duas décadas de trabalho junto à Companhia dos Atores, no Rio de Janeiro, imprimiu uma linguagem autoral tantas vezes distinguida, consegue despertar o mesmo grau de interesse do público e da crítica quando envolvido em trabalhos paralelos. É o caso dessa montagem de 2009, da qual foi centro propulsor ao conhecer o texto do canadense Daniel MacIvor.
In on It seduz pela sensação de incompletude, uma dramaturgia que joga com níveis de interpretação e de metalinguagem. A narrativa em espiral foi escrita para apenas dois atores, que dão conta de dez personagens. Tal estrutura sustenta-se pela poética dos intérpretes, mas também pelo espaço desnudado conforme o desenho de luz, um vazio ocupado ainda por duas cadeiras, um casaco, um lenço e um molho de chaves. Depois de desconstruir clássicos de Tchekhov e Shakespeare, Enrique Diaz deixou-se encantar por um contemporâneo, assim como ele na casa dos 40 anos. Esta criação traduz a feliz triangulação da maturidade artística de Diaz e dos parceiros antigos de ofício, os atores Emilio de Mello e Fernando Eiras.
Un hombre escribe una obra de teatro acerca de alguien que sufre un accidente. Dos amantes ven terminar el amor entre ellos. Y dos hombres cuentan la historia. Hay una capa de la pieza escrita. La capa del espectáculo. Y la capa del pasado. La obra, en definitiva, es la historia de Ray, el más “teatral” de los planos. El espectáculo corresponde a lo que sucede aquí y ahora, una brecha para la improvisación con el público. El pasado habla de cómo se ha desarrollado la relación de los protagonistas. El director que a menudo ha fijado un lenguaje personal distinto en las dos décadas de trabajo junto a la Companhia dos Atores, en Rio de Janeiro, logra despertar el mismo grado de interés por parte del público y de la crítica cuando se involucra en actividades paralelas. Este es el caso del montaje del 2009, de la que fue el centro propulsor al conocer el texto del canadiense Daniel MacIvor.
In on it seduce por la sensación de lo incompleto, un drama que juega con los niveles de interpretación y de metalenguaje. La narración en espiral fue escrita para dos actores que interpretan a diez personajes. Esta estructura se apoya, más allá de la poética de los intérpretes, en el espacio desnudo conforme el diseño de la luz, un espacio vacío aún ocupado por dos sillas, un abrigo, un pañuelo y un juego de llaves. Después de la deconstrucción de los clásicos de Tchekhov y Shakespeare, Enrique Díaz se dejó seducir por un contemporáneo en la casa de los 40 años, bien como él. La obra refleja la triangulación feliz de la madurez artística de Díaz y de los antiguos compañeros de oficio, los actores Emilio de Mello y Fernando Eiras. .77
mirada-catalogo-mioloNOVO.indd 77
25.08.10 12:28:21
O IDIOTA – Uma Novela Teatral
mundana companhia / SP
Autor/Autor: Fiódor Dostoiévski Tradução/Traductor: Paulo Bezerra Roteiro adaptado/Guión adaptado: Aury Porto Colaboração dramatúrgica/ Colaboración dramatúrgica: Vadim Nikitin, Luah Guimarãez e Cibele Forjaz Direção/Directora: Cibele Forjaz Elenco/Intérpretes: Aury Porto, Fredy Állan, Luah Guimarãez, Lúcia Romano, Luís Mármora, Sergio Siviero, Silvio Restiffe, Sylvia Prado e Vanderlei Bernardino Assistência de direção/Asistente de dirección: Ivan Andrade Consultoria teórica/Consultaría teórica: Elena Vássina Direção de movimento/Dirección de movimiento: Lu Favoreto Direção vocal/Dirección de voz: Lucia Gayotto Direção musical, trilha sonora e música ao vivo/Dirección musical, banda sonora y música en vivo: Otávio Ortega Gravação, operação de som e música ao vivo/Grabación, operador de sonido y música en vivo: Ivan Garro Participações/ Participaciones: Adriano Salhab (rabeca), Celso Sim (composição e voz), Guilherme Calzavara (trompete e caixa) e Mariana Carneiro da Cunha (violoncelo) Cenografia/ Escenografía: Laura Vinci Assistência de cenografia e objetos/Asistentes de escenografía y objetos: Marília Teixeira e Tatiana Tatit Figurinos/Vestuario: Joana Porto Assistência de figurino/Asistente de vestuario: Bia Rivato Desenho de luz/ Diseño de luces: Alessandra Domingues Assistência e operação de luz/Asistente y operadora de luz: Luana Gouveia Camareira/Camarera: Leda Maia Direção de cena/Dirección de escena: Dani Colazante, Elisete Jeremias e Jamile Valente Arte gráfica/Arte gráfico: Simone Mina Fotografia/Fotografía: Cacá Bernardes e Maurício Shirakawa Produção executiva/Producción ejecutiva: Berenice Haddad Direção de produção/Directora de producción: Marlene Salgado Idealização e produção/Idealización y producción: mundana companhia Duração/Duración: 160 minutos (parte 1), 120 minutos (parte 2) e 120 minutos (parte 3)
Idade recomendada/Edad sugerida: 16 anos/años
Nilton Silva e Cacá Bernardes
78.
mirada-catalogo-mioloNOVO.indd 78
25.08.10 12:28:31
No Brasil, o substantivo “novela” costuma ser mais associado à trama de episódios na TV do que à narrativa literária. O subtítulo Uma Novela Teatral refere-se às três partes, uma por noite, em que o público pode acompanhar a adaptação em doze capítulos – resumo dos 50 originais –, cada um com início, meio e fim no cruzamento do folhetim com a telenovela.
En Brasil, el sustantivo “novela” tiende a estar más asociado a la trama de episodios en la TV que a la narrativa literaria. El subtítulo, Uma Novela Teatral se refiere a tres partes, una cada noche, en la que el público puede acompañar la adaptación de doce capítulos – un resumen de los 50 originales –, cada uno con un principio, medio y final en la intersección del folletín con la telenovela.
No romance, Michkin é o príncipe despido de dotes, um visionário, misto de Cristo e Dom Quixote. Ele retorna a São Petersburgo após uma viagem ao exterior para tratar de epilepsia. Do trem à estadia em busca de ajuda de parentes, o personagem envolve-se em novelo amoroso, financista e sagrado. A falha trágica do protagonista é compadecer-se de todos ao seu redor.
En la novela, el príncipe Michkin es un visionario despojado de competencias, una mezcla de Cristo y Don Quijote. Vuelve a San Petersburgo después de un viaje al extranjero para tratar la epilepsia. Del tren a la estancia en busca de ayuda de familiares, el personaje se involucra en un embrollo amoroso, financista y sagrado. El fallo trágico del protagonista es sentir lástima por todos a su alrededor.
O Idiota pede um espectador que interaja, deslocando-se pelo espaço cênico não convencional. A ação polifônica sugere os planos da realidade, do inconsciente e do teatro propriamente dito, em que as metamorfoses de registros interpretativos e de cenários, por exemplo, se dão a olhos nus e sob música ao vivo.
O Idiota requiere un espectador el que interactúe a través de espacio escénico no convencional. La acción polifónica sugiere los planos de la realidad, del inconsciente y del propio teatro, donde las metamorfosis de registros de interpretación y escenarios, por ejemplo, se dan a ojo y bajo la música en vivo.
Quem ancora a proposta de fôlego é a mundana companhia, fundada em 2007 pelos atores Aury Porto e Luah Guimarãez, que já visitaram Camus e Beckett. A produção estreou no semestre passado, e reúne criadores ligados ao Teatro de Grupo, que floresceu em São Paulo a partir da década de 1990. A adaptação da obra do russo Fiódor Dostoiévski obteve, além de ingressos esgotados, excelente repercussão crítica. Passaram pelo histórico Grupo Oficina – do diretor José Celso Martinez Corrêa – nomes como o de Cibele Forjaz, da Companhia Livre, e alguns dos dez artistas do elenco. Também estão representados os núcleos Vertigem e Teatro da Mentira.
Quién implanta esa propuesta audaz es la mundana companhia, fundada en el 2007 por los actores Aury Porto y Luah Guimarãez, que han visitado a Camus y Beckett. La producción se estrenó el último semestre y reúne a creadores vinculados al Teatro de Grupo que floreció en São Paulo a partir de la década del 1990. La adaptación de la obra del ruso Fiódor Dostoiévski consiguió excelentes críticas y pronto se agotaron las entradas. Cibele Forjaz, de la Compañía Livre, además de algunos de los diez artistas en el elenco pasaron por el histórico Grupo Oficina, del director José Celso Martinez Corrêa. Los núcleos Vertigem y Teatro da Mentira también están ahí representados.
Apoio Cultural
.79
mirada-catalogo-mioloNOVO.indd 79
25.08.10 12:28:32
POLICARPO QUARESMA
Centro de Pesquisa Teatral e Grupo Macunaíma de Teatro / SP
Direção e adaptação/Dirección y adaptación: Antunes Filho, para obra homônima de Lima Barreto Elenco/Intérpretes: Adriano Bolshi, André Bubman, André de Araújo, Angélica Colombo, Bruna Anauate, Carlos Morelli, Carolina Meinerz, Erick Gallani, Fernando Aveiro, Flávia Strongolli, Geraldo Mário, Ivo Leme, João Paulo Bienemann, Lee Taylor, Marcos de Andrade, Marília Moreira, Michelle Boesche, Natalie Pascoal, Roberto Borenstein, Ruber Gonçalves, Tatiana Lenna, Walter Granieri e Ygor Fiori Assistentes de direção/Asistentes de dirección: Erick Gallani e Michelle Boesche Cenografia e figurinos/Escenografía y vestuario: Rosângela Ribeiro Assistentes de cenografia/Asistentes de escenografía: Daniel Maeda, Eliane Pincov, Ronaldo Dimer, Carla Massa Costureira/Costurera: Noeme Costa Máquinas de cena/ Máquinas de escena: Walkir Jesus e Cesar Julieti Cenotécnico/Escenotécnica: Ronaldo Dimer Desenho de luz/Diseño de luces: Edson FM e Ederson Duarte Operadores de luz/Operadores de luces: Edson FM e Ederson Duarte Seleção de trilha sonora/Selección de banda sonora: Raul Teixeira Operador de som/ Operador de sonido: Anderson Franco Músicas ao vivo/Músicas en vivo: André de Araújo Preparação de corpo e voz/Preparación de cuerpo y voz: Antunes Filho Professora de mímica/Profesora de mímica: Helena Figueira Professora de sapateado/Profesora de zapateado: Ítala Matiuzzo Professora de tango/Profesora de tango: Vyvian Albouquerque Produção executiva/Producción ejecutiva: Emerson Danesi Assistente de realização/Asistente de realización: Rodrigo Audi Suporte de ensaios/Soporte de ensayos: Amanda Banffy Assessoria de imprensa/Asesoría de prensa: Adriana Monteiro Programa (pesquisa)/Programa (pesquisa): Erick Gallani, Rodrigo Audi, Rogério Guarapiran Divulgação/Divulgación: Geraldo Mário e Solange Taeko Fotos/Fotografías: Emidio Luisi Secretaria do CPT/Secretaría del CPT: Lígia Alves de Lima Duração/Duración: 100 minutos
Idade recomendada/Edad sugerida: 12 anos/años
Emídio Luigi
80.
mirada-catalogo-mioloNOVO.indd 80
25.08.10 12:28:35
O romance Triste Fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto (1881-1922), é emblemático ao condensar a verve nativista e ufanista do início da República Federativa do Brasil. O anti-herói simboliza o homem-nação. Toma para si o ideal de um país regido pelo bem-estar de seu povo e deposita esperanças na força civilizatória do Estado.
La novela Triste Fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto (1881-1922) es emblemática al condensar el entusiasmo nativista y patriótico del comienzo de la República Federativa de Brasil. El antihéroe simboliza el hombre-nación. Toma para sí el ideal de un país gobernado por el bienestar de su pueblo y deposita sus esperanzas en la fuerza civilizadora del Estado.
Como na antológica montagem de Macunaíma, de 1978, das primeiras a empreender um estilo dramatúrgico e cenicamente autoral para uma obra da literatura nacional, o diretor Antunes Filho saúda um escritor compatriota para ler as contradições de seu tempo com o Brasil emergente ao chamado Primeiro Mundo. No palco, o tom cômico é permeado pela trágica condição do personagem-título inserido em seus contextos histórico e político.
Al igual que en el montaje antológico del Macunaíma en el 1978, uno de los primeros en emprender un estilo dramatúrgico y escénicamente autoral para una obra de la literatura brasileña, el director Antunes Filho saluda a un escritor compatriota para leer las contradicciones de su época, del Brasil emergente ante el llamado Primer Mundo. En escena, el tono cómico está entremezclado por la condición trágica del personaje del título inserido en sus contextos histórico y político.
A criação, de 2010, compõe a terceira parte da Trilogia Carioca do Centro de Pesquisa Teatral e do Grupo Macunaíma de Teatro, antecedida por A Falecida Vapt-Vupt (2009), versão para a peça de Nelson Rodrigues, e Lamartine Babo (2009), um musical dedicado ao compositor. Cada um a seu modo, esses espetáculos tratam da cidade do Rio de Janeiro, a primeira capital do País, protagonista de decisivas transformações dos costumes e do modo de vida político. Premiado e prestigiado encenador, Antunes Filho vive em São Paulo, completando meio século de carreira: nos anos 1950, foi assistente de encenadores estrangeiros na fase moderna do Teatro Brasileiro de Comédia, o TBC. Suas assinaturas cênica, dramatúrgica e pedagógica tornaram-se referência para a arte do ator. Jovens artistas formados pelo CPT não só estão nos elencos, mas também aliam-se a outros núcleos, cidade e país afora.
La creación del 2010 compone la tercera parte de la Trilogía Carioca del Centro de Pesquisa Teatral y del Grupo Macunaíma de Teatro, precedida por A Falecida Vapt-Vupt (2009), una versión de la pieza de Nelson Rodrigues, y Lamartine Babo (2009), un musical dedicado al compositor. Cada uno a su manera, estos espectáculos tratan sobre la ciudad de Rio de Janeiro, la primera capital del país, el protagonista de las transformaciones decisivas de las costumbres y de la forma de vida política. El premiado y prestigioso escenificador que vive en São Paulo completa medio siglo de carrera. Fue asistente de directores extranjeros en la fase moderna del Teatro Brasileiro de Comédia, el TBC, en la década de 1950. La firma escénica, teatral y pedagógica de Antunes se convirtió en una referencia para el arte del actor. Muchos artistas jóvenes formados por el CPT no sólo están en los elencos, sino que se unen con otros núcleos de la ciudad y en todo el país. .81
mirada-catalogo-mioloNOVO.indd 81
25.08.10 12:28:35
SAVANA GLACIAL
GRUPO FÍSICO DE TEATRO / RJ
Idealização/Idealización: Camila Gama e Renato Livera Direção/Director: Renato Carrera Texto/Texto: Jô Bilac Atuação/Intérpretes: Andreza Bittencourt e Camila Gama, Diogo Cardoso e Renato Livera Preparação corporal e direção de movimento/Preparación corporal y dirección de movimiento: Lavinia Bizzotto Trilha sonora original/Banda sonora original: Jamba Desenho de luz/Diseño de luces: Renato Machado Cenografia/Escenografía: Mariana Ribas Figurino/Vestuario: Flávio Souza Fotografia/Fotografía: Guga Millet, Alvaro Riveiros e Dalton Valerio Direção de produção/Dirección de producción: Renato Livera Produção executiva/Producción ejecutiva: Camila Gama Design gráfico/Diseño gráfico: André Arantes Duração/Duración: 70 minutos
Idade recomendada/Edad sugerida: 16 anos/años
Álvaro Riveros
82.
mirada-catalogo-mioloNOVO.indd 82
25.08.10 12:28:37
Tudo é ficção. Menos a dor. O mote, de Jô Bilac, reverbera em sua participação no segundo espetáculo deste núcleo carioca, fundado em 2007. O autor é nome emergente da cena contemporânea no Rio de Janeiro, com Cachorro! e Rebu. Em Savana Glacial, um escritor enreda a mulher e terceiros – uma maquiadora e um entregador de loja – em trama que, explorando o conceito do teatro dentro do teatro, provoca tensão entre realidade e ficção. Figuras coadjuvantes são conectadas à história: também pisam o apartamento para o qual o casal, esperançoso de resgatar sua vida amorosa após um suposto acidente, se mudou há pouco. O absurdo avança feito um processo cinematográfico de edição, um jogo de memória elaborado em conjunto e vindo à luz em 2010. O ato de criar está no coração de tudo. “O personagem, a princípio, é uma folha em branco, a possibilidade de”, diz o narrador. Só ganha sopro por meio de memórias, do tipo emocional, físico ou genético. Mas, e quando a mulher do escritor não tem memória recente, devido a um trauma? Ela inexiste? São indagações assim que bailam no ir e vir da trama de amor e suspense, na qual o embate entre realidade e ficção se torna cada vez mais explícito, patético e perigoso. O espaço não convencional é a rua ou é a casa, tanto faz. Um tapete vermelho disforme no tablado, uma mesa, uma cadeira, uma máquina de escrever, um microfone e um desenho de luz em penumbra tomam parte nos recursos assumidamente econômicos da encenação centrada no quarteto de atores. O Grupo Físico de Teatro deseja firmar sua identidade artística intensificando a pesquisa de linguagem, da qual seus primeiros passos dão notícias.
Todo es ficción. Menos el dolor. El lema de Jô Bilac repercute en su participación invitada en el segundo espectáculo del núcleo de Rio fundado en el 2007. El nombre del autor sale de la escena contemporánea en Rio de Janeiro, con las piezas Cachorro! e Rebu. En Savana Glacial, un escritor enreda su mujer y otros – una maquilladora y un entregador de una tienda – en una trama que tensa la realidad y la ficción al explorar el concepto del teatro dentro del teatro. Se conectan a la historia unas figuras coadyuvantes: también pisan el apartamento en el que la pareja se mudó hace poco tiempo, con la esperanza de recuperar la vida amorosa después de un supuesto accidente. Lo absurdo avanza como un proceso cinematográfico de edición, un juego de memoria desarrollado en conjunto que sale a la luz en el 2010. El acto de crear está en el centro de todo. “El personaje, antes de todo, es una hoja en blanco, la posibilidad de”, dice el narrador. Sólo gana forma a través de recuerdos, ya sean emocionales, físicos o genéticos. Pero, ¿y cuándo la mujer del escritor no tiene memoria reciente debido a un trauma? ¿Ella no existe? Son indagaciones como estas que bailan en las idas y venidas de la trama de amor y de suspense, en la que el embate entre la realidad y la ficción se vuelve cada vez más explícito, patético y peligroso. El espacio no convencional es la calle, la casa o lo que sea. Una alfombra roja deforme en la plataforma, una mesa, una silla, una máquina de escribir, un micrófono y un diseño de luces en penumbra son parte de los recursos que participan en el escenario abiertamente económico en la puesta en escena centrada en el cuarteto de actores. El Grupo Físico de Teatro quiere firmar una identidad artística intensificando la investigación de lenguaje de la que dan noticias los primeros pasos. .83
mirada-catalogo-mioloNOVO.indd 83
25.08.10 12:28:38
VIDA
COMPANHIA BRASILEIRA DE TEATRO / PR
Texto e direção/Texto y dirección: Marcio Abreu Dramaturgia/ Dramaturgia: Giovana Soar, Marcio Abreu e Nadja Naira Elenco/Intérpretes: Giovana Soar, Nadja Naira, Ranieri Gonzalez e Rodrigo Ferrarini Músico/Músico: Gustavo Proença Trilha sonora/ Banda sonora: André Abujamra Direção vocal de texto/Dirección vocal de texto: Babaya Cenário e figurino/Escenario y vestuario: Fernando Marés Iluminação/Iluminación: Nadja Naira Assistente de iluminação/ Asistente de iluminación: Erica Mityko Cenotécnica/Escenotécnica: Sérgio Richter Arte gráfica/Arte gráfico: Solda Tradução dos textos/ Traducción de los textos: Anna Podlesna Guarize, Irina Starostina Produção executiva/Producción ejecutiva: Cássia Damasceno Contrarregra e estagiário de produção/Regidor y productor en prácticas: Rodrigo Hayalla Duração/Duración: 120 minutos
Idade recomendada/Edad sugerida: 14 anos/años
Maringá
84.
mirada-catalogo-mioloNOVO.indd 84
25.08.10 12:28:40
Exilados num lugar imaginário, dois homens e duas mulheres fazem parte de uma banda que ensaia para comemorar o jubileu de uma cidade interiorana; convivendo, eles revelam comportamentos e conflitos pessoais. O enredo é simples. O mote está na forma de narrar a história. O espetáculo traz figuras prosaicas às quais, segundo o núcleo do Paraná, não faltam humor, sensibilidade e vontade de transformação.
Exiliados en un lugar de ficción, dos hombres y dos mujeres forman parte de una banda que ensaya para celebrar el jubileo de una ciudad de provincias. Ellos viven juntos y revelan comportamientos y conflictos personales. La trama es simple. El mote está en la manera de contar la historia. El espectáculo trae figuras prosaicas a las que, según este núcleo de Paraná, al sur del país, no les falta humor, sensibilidad y ganas de trasformarse.
“Não fosse isso e era menos / não fosse tanto e era quase”. Como os versos do escritor conterrâneo Paulo Leminski (1944-93), a Companhia Brasileira de Teatro também relativiza as certezas. Toma a curta existência do autor e sua vasta obra – poesia, prosa, ensaios, traduções, letras de música – para abrir outras janelas a quem já o conheça ou ainda não.
“No fuera eso y era menos / no fuera tanto y era casi”. Al igual que los versos del escritor Paulo Leminski (1944-1993), la conterránea Companhia Brasileira de Teatro también relaciona las certezas. Toma la corta vida de su autor y su vasta obra de poesía, prosa, ensayos, traducciones, canciones, etc., para abrir otras ventanas hacia aquellos que lo conocen o no.
Vida não é adaptação, mas sim um texto original escrito pelo diretor Marcio Abreu em colaboração com duas atrizes, a partir da experiência da leitura e convivência criativa com os livros do autor e suas referências. Não existe citação de um único poema na íntegra, mas a essência de Leminski está por lá, garantem os criadores. A peça estreou no Festival de Curitiba este ano, consagrada por público e crítica. Repetiu-se o mesmo nas temporadas em São Paulo e no Rio.
Vida no es una adaptación, sino un texto original escrito por el director Marcio Abreu con la colaboración de dos actrices, a partir de la experiencia de lectura y convivencia creativa con la obra del autor y sus referencias. No hay mención a un solo poema en su totalidad, pero la esencia de Leminski está ahí, lo garantizan los creadores. Se estrenó en el Festival de Curitiba de este año, y fue consagrada tanto por el público como por la crítica. Lo mismo se dio en las temporadas en São Paulo y Rio.
Tendo iniciado suas atividades em Curitiba em 1999, o grupo, voltado a pesquisa teatral, criação, processos e formação de público, conjuga dramaturgia original, releitura de clássicos e encenação e tradução de contemporâneos inéditos. Um dos seus trabalhos mais premiados, apresentado inclusive na Argentina, foi Volta ao dia... (2002), a partir da obra do de Julio Cortázar. Outras de suas montagens visitaram a França e a Colômbia.
El núcleo dio inicio a sus actividades en el 1999, en Curitiba. Se dedica a la investigación teatral, la creación, los procesos y la formación de público de modo que combina la dramaturgia original, la relectura los clásicos y puesta en escena y la traducción de textos contemporáneos no publicados. Uno de sus trabajos más premiados es Volta ao dia... (2002), basado en la obra de Julio Cortázar, presentado también en Argentina. Más montajes tuvieron lugar en Francia y Colombia. .85
mirada-catalogo-mioloNOVO.indd 85
25.08.10 12:28:40
mirada-catalogo-mioloNOVO.indd 86
25.08.10 12:28:40
BRASIL
Espetáculos de RUA EspeCtáculos de CALLE
mirada-catalogo-mioloNOVO.indd 87
25.08.10 12:28:40
ARRUMADINHO TRUPE OLHO DA RUA / SP
Dramaturgia/Dramaturgia: Criação coletiva Direção/Director: Zeca Sampaio Assistente de direção/Asistente de dirección: Caio Martinez Pacheco Elenco/Intérpretes: Alan Plocki, Anna Fecker, Caio Martinez Pacheco, João Paulo Pires, Raquel Rollo e Rogério Ramos. Cenotécnica/ Escenotécnica: João Luís Pereira Direção musical/Dirección musical: Coletiva Figurinos/Vestuario: Trupe Olho da Rua Cenário/Escenario: Trupe Olho da Rua Sonoplastia/Sonido: Trupe Olho da Rua Produção/Producción: Raquel Rollo e Caio Martinez Pacheco Duração/Duración: 60 minutos
Idade recomendada/Edad sugerida: livre/libre
Leandro Amaral
88.
mirada-catalogo-mioloNOVO.indd 88
25.08.10 12:28:42
O sistema capitalista ganha crítica bem-humorada por parte deste núcleo de Santos. Um cortejo anuncia o jogo que, ao ar livre, seis gerentes de venda procuram estabelecer com o público. O espetáculo, de 2007, questiona o homem moderno e o que pode haver de patético na relação do trabalho com o sonho de prosperidade. Seis atores, também músicos e narradores satíricos, protagonizam uma sucessão de quadros em que eles, mendigos, se metamorfoseiam em arrumadinhos paramentados com crachá, para adentrar o mundo dos negócios: de pés-rapados a engravatados. “No mundo dito globalizado, todos os conceitos e práticas são permanentemente revistados e transformados em mercadoria. Desse modo, o dentro e o fora, ao se misturarem, colocam a todos nós, esquecidos de nossa condição latino-americana, em um beco sem saída, mas com alguns ladrões (respiradouros) para a consciência”, apontou em crítica de 2008 o pesquisador Alexandre Mate, professor da Unesp. A Trupe Olho da Rua surgiu em 2002 com o objetivo de pesquisar, exercitar e difundir o gênero secular que carrega no nome. Deseja fazer valer suas dimensões artística e cidadã, e busca uma nova plateia, ausente das salas de espetáculos, e não só no contexto santista. Suas referências estéticas são a linguagem do palhaço e a música de bases melódica e percussora. O grupo montou nove peças afeitas à farsa, ao circo, ao épico e ao musical. Organizou seis edições da sua Caravana pelo Mundaréu, com elas percorrendo o litoral paulista e o fluminense. Foi parceiro do encontro santista A Rua é o Palco, de 2008, e idealizador da 1ª Mostra de Teatro Olho da Rua, de 2009, na qual recebeu os pares locais e de outros Estados.
El sistema capitalista gana una crítica bienhumorada por parte del núcleo de la ciudad de Santos. Un cortejo anuncia un juego que seis gerentes de ventas tratan de establecer con el público al aire libre. El espectáculo del 2007 cuestiona el hombre moderno y lo que puede existir de patético en su relación de trabajo con el sueño de la prosperidad. Seis actores, que son también músicos y narradores satíricos, protagonizan una sucesión de imágenes que pasan por la metamorfosis de mendigos a lechuguinos, adornados con tarjetas de identificación para entrar en el mundo de los negocios. Van de muy pobres a encorbatados. “En un mundo que se dice globalizado, todos los conceptos y prácticas están constantemente revistados y convertidos en mercadería. Por lo tanto, el dentro y el fuera, cuando se mezclan, nos colocan a todos nosotros, ajenos a nuestra condición latinoamericana, en un callejón sin salida, pero con algunos ladrones (respiradores) para la conciencia”, señaló en una crítica en el 2008 el investigador Alexandre Mate, profesor de la Unesp. La Trupe Olho da Rua surgió en el 2002 con el propósito de la investigación, la práctica y promover el género secular que lleva el nombre. El grupo quiere hacer valer su dimensión artística y cívica. Busca un nuevo público ausente de las salas de espectáculos, no sólo en el contexto de Santos. Sus referencias estéticas son el lenguaje del clown y la música de base melódica y de percusión. Ha montado nueve piezas con tendencia a la farsa, al circo, a la épica y al musical. Ha organizado a seis ediciones de su Caravana pelo Mundaréu, a lo largo de las costas de SP y RJ. Formó parte del encuentro santista A Rua é o Palco, en el 2008. Además de ser idealizador de la 1ª Muestra de Teatro Olho da Rua, en el 2009, en la que recibió a los pares locales y de otros Estados. .89
mirada-catalogo-mioloNOVO.indd 89
25.08.10 12:28:42
ESTE LADO PARA CIMA: Isto Não é Um Espetáculo
BRAVA COMPANHIA / SP
Direção/Directores: Fábio Resende e Ademir de Almeida Texto/Texto: Brava Companhia Elenco/Intérpretes: Cris Lima, Débora Torres, Henrique Alonso, Joel Carozzi, Luciana Gabriel, Marcio Rodrigues, Rafaela Carneiro e Sérgio Carozzi Reserva/Reserva: Maxwell Raimundo Cenários, adereços e figurinos/Escenarios, aderezos y vestuario: Cris Lima, Débora Torres, Joel Carozzi, Marcio Rodrigues, Rafaela Carneiro e Sérgio Carozzi Concepção sonora/Concepción de sonido: Brava Companhia Produção/Producción: Kátia Alves Assistência de produção/ Asistente de producción: Luciana Gabriel Corealização/Co-realización: Programa Municipal de Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo Duração/Duración: 80 minutos
Idade recomendada/Edad sugerida: livre/libre
Fabio Hirata
90.
mirada-catalogo-mioloNOVO.indd 90
25.08.10 12:28:45
Prêmios Molière, Governador do Estado, Funarte, APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte). Atualmente vive em Salvador, Bahia. Cibele Forjaz (São Paulo – Brasil) Diretora artística da Cia. Livre. Formada em direção teatral na Escola de Comunicações e Artes da USP, trabalhou no CPT (Centro de Pesquisa Teatral), com Antunes Filho. É docente e pesquisadora do Departamento de Artes Cênicas da Escola de Comunicações e Artes da USP, onde leciona iluminação teatral. Diretora do espetáculo O Idiota – Uma Novela Teatral. Amir Haddad (São Paulo – Brasil) É diretor e professor de teatro. Em 1980, criou no Rio de Janeiro o grupo de teatro de rua Tá na Rua. Dedica-se à pesquisa das comemorações populares na vida social e cultural das cidades e sua dramaticidade. Como educador, desenvolveu ferramentas para a construção do ator que respondam ao sentimento contemporâneo, ao mesmo tempo em que o instrumentalizam para uma leitura aguda e profunda da trajetória humana e da dramaturgia atemporal. Antonio Araújo (São Paulo – Brasil) Diretor Artístico do Teatro da Vertigem e Professor do Departamento de Artes Cênicas da ECA-USP. Dirigiu O Paraíso Perdido, O Livro de Jó e Apocalipse 1,11, configurando a chamada Trilogia Bíblica. Tais peças representaram o Brasil em vários festivais internacionais (Colômbia, Venezuela, Portugal, Alemanha, Dinamarca, Rússia e Polônia). Suas últimas direções foram BR-3, apresentada num trecho do Rio Tietê (SP) e na Baía de Guanabara (RJ); História de Amor, de Jean-Luc Lagarce, e a ópera Dido e Enéas, de H. Purcell, em produção do Teatro Municipal de São Paulo, também realizada em espaço não convencional. Neyde Veneziano (Santos – Brasil) Diretora e pesquisadora teatral. Fez Mestrado e Doutorado em Teatro na Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (USP). Autora de diversos livros, cujos temas principais são Dario Fo, Teatro Musical Brasileiro e Teatro de Revista. Em 1992, com auxílio de Carlos Porto e Luis Rabello, realizou pesquisa em Portugal sobre a importância do Teatro de Revista. Fez pósdoutorado na Università degli Studi di Bologna e defendeu sua livredocência na USP com o tema Dario Fo e o Teatro Italiano.
Jerzy Grotowski, de quien se convierte en el introductor de sus técnicas en Brasil. Recibió varios premios Molière, Gobernador del Estado, Funarte, APCA Asociación Paulista de los Críticos de Arte. Actualmente vive en Salvador, Bahía. Cibele Forjaz (São Paulo – Brasil) Directora artística de la Compañía Livre. Egresada en la dirección teatral de la Escuela de Comunicaciones y Artes de la USP, trabajó en el Centro de Investigación Teatral / CPT con Antunes Filho. Es profesora e investigadora en el Departamento de Artes Escénicas de la Escuela de Comunicación y Artes de la USP, donde da clases de iluminación teatral. Directora del espectáculo O Idiota – Uma Novela Teatral. Haddad Amir (São Paulo – Brasil) Es director y profesor de teatro. Creó en el 1980 en Rio de Janeiro, Tá na Rua, un grupo de teatro de calle y se dedica a la investigación de las celebraciones populares en la vida social y cultural de las ciudades y su dramaticidad. Como educador, desarrolló las herramientas para la construcción del actor que responde al estilo contemporáneo, a la vez que lo instrumentaliza para una lectura aguda y profunda de la historia humana y de la dramaturgia de todos los tiempos. Antonio Araújo (São Paulo – Brasil) Director Artístico del Teatro da Vertigem y Profesor de Artes Escénicas de la ECA-USP. Dirigió O Paraíso Perdido, O Livro de Jó y Apocalipse 1,11, configurando la llamada Trilogía Bíblica. Estas piezas representaron a Brasil en varios festivales internacionales (Colombia, Venezuela, Portugal, Alemania, Dinamarca, Rusia y Polonia). Sus últimas direcciones fueron BR-3, presentada en un trecho del río Tietê (SP) y en la Bahía de Guanabara (RJ); História de Amor, Jean-Luc Lagarce, y la ópera Dido e Enéas, de H. Purcell, en producción del Teatro Municipal de São Paulo, también realizada en espacio no convencional. Neyde Veneziano (Santos – Brasil) Directora e investigadora teatral. Tiene maestría y doctorado en Teatro en la Escuela de Comunicación y Artes de la Universidad de São Paulo (USP). Autora de varios libros, cuyos temas principales son: Dario Fo, Teatro Musical Brasileño y Teatro de Revista. En el 1992, desarrolló una investigación en Portugal sobre la importancia del teatro de revista con la ayuda de Carlos Porto y Luis Rabello. Cursó el postdoctorado en la Università degli Studi di Bologna y defendió su estudios de doctorado en la USP con el tema de Dario Fo y el Teatro Italiano.
.121
mirada-catalogo-mioloNOVO.indd 121
25.08.10 12:29:03
Mulheres na Literatura: Em Busca da Liberdade (Debate) Las Mujeres en la Literatura: En Busca de Libertad (Debate) O projeto cruza as linguagens do teatro, da fotografia, do audiovisual e da literatura para apresentar o universo feminino por meio de escritoras argentinas. No Mirada, ele aparece contemplado no espetáculo Mujeres Terribles e no debate A Arte da Palavra, encontro de uma escritora argentina com uma colega brasileira.
El proyecto cruza el lenguaje del teatro, de la fotografía, del audiovisual y de la literatura para presentar el universo femenino por medio de escritoras argentinas. En Mirada, aparece contemplado a través del espectáculo Mujeres Terribles y del debate El Arte de la Palabra, una encuentro de una escritora argentina con un colega brasileña.
A intenção é trocar ideias e experiências sobre o olhar e a voz da mulher na literatura contemporânea e a particularidade dos universos de Alejandra Pizarnik (1936-1972) e Silvina Ocampo (1903-1994), autoras centrais na montagem dirigida por Lía Jelín. Um dos aspectos para reflexão é o caráter ambíguo do verdadeiro protagonista do enunciado da escrita e sua legitimidade na primeira pessoa do singular. Quem é esse outro, esse imenso alguém sem rosto, que está ali quando se escreve?
La intención es intercambiar ideas y experiencias sobre la mirada y la voz de las mujeres en la literatura contemporánea y la particularidad de los universos de Alejandra Pizarnik (1936-1972) y Silvina Ocampo (1903-1994), autoras centrales del montaje dirigido por Lía Jelín. Uno de los aspectos que se refleja es el carácter ambiguo del verdadero protagonista del enunciado de la escritura y su legitimidad en la primera persona del singular. ¿Quién es este otro, este enorme alguien sin rostro que está allí cuando se escribe?
Mediação Susana Reinoso Advogada e há 17 anos jornalista cultural do diário La Nación, Susana é também professora da Universidade de Ciências Sociais e Empresariais, da Universidade de Palermo e da Faculdade de direito da Universidade de Buenos Aires. Entre os reconhecimentos de sua trajetória destacam-se os prêmios Julio Cortázar da Camara Argentina do Livro 2004, Fundação Konex para os 100 jornalistas mais destacados da década 1997-2007, e Academia Argentina de Letras pelo estímulo à difusão da língua espanhola.
Mediación Susana Reinoso Abogada y periodista cultural del diario La Nación hace 17 años, Susana es también profesora en la Universidad de Ciencias Sociales y Empresariales de la Universidad de Palermo y de la Facultad de Derecho de la Universidad de Buenos Aires. Entre los reconocimientos de su carrera destacan los premios Julio Cortázar de la Cámara Argentina del Libro 2004, Fundación Konex para los 100 periodistas más importantes de la década 1997-2007 y la Academia Argentina de Letras, por el estímulo a la difusión de la lengua española.
Participantes Solange Camauër Licenciada em Filosofia, com doutorado pela UBA. Seu primeiro romance foi Las delicias del jardín, cuja trama gira em torno de um pintor flamenco do século XV. Mais tarde publicou os romances Amores velados e El hijo. Coordena o espaço cultural da Asociación Civil Diagonal. Atualmente prepara o lançamento de seu novo romance, Sabiduría Elemental.
Participantes Solange Camauër Licenciada en Filosofía, con doctorado por la UBA. Su primera novela es Las Delicias del Jardín, cuya trama gira en torno a un pintor flamenco del siglo XV. Más tarde publicó las novelas Amores velados y El hijo. Coordina el espacio cultural de la Asociación Civil Diagonal. Actualmente prepara el lanzamiento de su nueva novela, Sabiduría Elemental.
Ivana Arruda Leite A escritora de Araçatuba, mestre em sociologia pela Universidade de São Paulo, em seu blog autodefine-se como “Mãe da Bebel, corintiana, ex-fumante desde outubro de 2004”. Seu primeiro livro, Histórias da mulher do fim do século, foi publicado em 1997. Ao homem que não me quis (2006) foi finalista do prêmio Jabuti. Publicou também livros infantojuvenis e organizou a antologia 35 Segredos para chegar a lugar nenhum. Participou, entre várias outras, da antologia Geração 90: os transgressores.
Ivana Arruda Leite Escritora de Araçatuba, maestra en sociología por la Universidad de São Paulo en su blog se define como “Madre de Bebel, corinthiana, ex-fumadora desde octubre del 2004”. Su primer libro, Histórias da mulher do fim do século, se publicó en el 1997. Ao homem que não me quis (2006) fue finalista del premio Jabuti. También publicó los libros para niños y organizó la antología 35 Segredos para chegar a lugar nenhum. Participó en la antología Geração 90: os transgressores, entre muchos otros.
122.
mirada-catalogo-mioloNOVO.indd 122
25.08.10 12:29:04
Hierofania - O Teatro Segundo Antunes Filho Edições SESC SP
Em Hierofania - O Teatro Segundo Antunes Filho, Sebastião Milaré sistematiza os conceitos e as ideias que norteiam o trabalho do diretor paulista em mais de três décadas recentes. O livro tem como ponto de partida a fase inaugurada com a estreia de Macunaíma, em 1978. Sua recepção crítica histórica resulta na instituição do Centro de Pesquisa Teatral do SESC, o CPT que Antunes coordena desde 1982. A rigor, esse espaço da unidade Consolação, na capital, pode ser definido como um laboratório permanente de experimentos para a formação de ator, sopro para a dramaturgia e alento para desbravar novos caminhos da encenação. A ousadia formal na investigação e transposição do romance de Mário de Andrade para o palco, à frente do Grupo Macunaíma, marcou a mudança nas investigações estéticas do diretor, embora sua ideologia permanecesse inalterada. Ele iniciou a carreira em 1952, quando fazia assistência para encenadores italianos recém-chegados ao Teatro Brasileiro de Comédia, o TBC, o palco e a companhia profissional fundamentais na introdução da modernidade no país. Fruto de dez anos de pesquisa do jornalista, crítico e pesquisador Milaré, Hierofania - título que significa o aparecimento ou manifestação reveladora do sagrado - documenta e discute o método de ator por Antunes, as referências estéticas, os meios desenvolvidos, os exercícios, a bibliografia, a prática e a ideologia, bem como reflete sobre os espetáculos resultantes dessa lida. O livro complementa a obra que o autor publicou em 1994, Antunes Filho e a Dimensão Utópica, editado pela Perspectiva. Agora, o espectador e o leitor mergulham nesse percurso entrelaçado ao movimento teatral da segunda metade do século XX e início do atual, as veredas históricas da arte dramática no país sob a perspectiva de um artista convicto de que é preciso formar e transformar o ser humano para que se forme o ator.
En Hierofania - O Teatro Segundo Antunes Filho, Sebastião Milaré estructura los conceptos y las ideas que guían la labor del director de São Paulo en más de tres décadas recientes. El libro tiene como punto de partida la etapa abierta con el estreno de Macunaíma, en el 1978. Su recepción crítica histórica resulta en la institución del Centro de Investigación Teatral del SESC, el CPT, de que Antunes es el coordinador desde el 1982. En rigor, este espacio de la unidad de la Consolación, en la capital, se puede definir como un laboratorio permanente de experimentos para la formación de un actor, una inspiración para la dramaturgia y un aliento para desbravar nuevos caminos de la escenificación. La audacia formal de la investigación y la aplicación de la novela de Mário de Andrade para los escenarios, al frente del Grupo Macunaíma, ha marcado un cambio en las investigaciones estéticas del director, a pesar de que su ideología no ha cambiado. Comenzó su carrera en el 1952, como asistente de escenificadotes italianos recién llegados al Teatro Brasileiro de Comédia, el TBC, el escenario y la compañía profesional fundamentales para la introducción de la modernidad en el país. El fruto de diez años de investigación por el periodista, crítico e investigador Milaré, Hierofania – título que significa la aparición o manifestación que revela lo sagrado – documenta y analiza el método de actor por Antunes, las referencias estéticas, los medios desarrollados, los ejercicios, la bibliografía, la práctica y la ideología, bien como reflexiona sobre los espectáculos derivados de ese labor. El libro complementa la obra publicada por el autor en el 1994, Antunes Filho e a Dimensão Utópica, editado por la Editorial Perspectiva. Ahora, el espectador y el lector se sumergen en este recorrido entrelazado al movimiento teatral de la segunda mitad del siglo XX y principios del actual, los caminos históricos del arte dramático en el país desde la perspectiva de un artista convencido de que es necesario formar y transformar al ser humano para que se forme el actor.
.123
mirada-catalogo-mioloNOVO.indd 123
25.08.10 12:29:04
Exibição de Documentário eXhiBición de documental SESC TV
O Idiota – Ensaios no Abismo (Documentário)
O Idiota – Ensaios no Abismo (Documental)
Antes da estreia em março passado, no galpão do SESC Pompeia, na capital, o espetáculo O Idiota – Uma Novela Teatral, no formato de ensaios abertos, percorreu oito unidades do interior ou da região metropolitana. Espectadores de Araraquara, Santo André, São Carlos, São José do Rio Preto, São José dos Campos, Ribeirão Preto, Campinas e Bauru testemunharam o vir a ser dessa montagem peculiar. Ela é dividida em três partes autônomas, uma a cada noite, para dar conta da adaptação do romance de Fiódor Dostoiévski a partir da tradução de Paulo Bezerra.
Antes del estreno en marzo pasado, en el galpón del SESC Pompeia, en la capital, el espectáculo O Idiota – Uma Novela Teatral viajó ocho unidades del interior o de la zona metropolitana bajo el formato de ensayos abiertos. Los espectadores de Araraquara, Santo André, São Carlos, São José do Rio Preto, São José dos Campos, Ribeirão Preto, Campinas y Bauru presenciaron el advenimiento de este montaje único. Se divide en tres partes autónomas, una cada noche, para dar cuenta de la adaptación de la novela de Fiódor Dostoiévski a partir de la traducción de Paulo Bezerra.
O desafio do núcleo paulistano mundana companhia (a grafia em minúsculas é deliberada) foi transpor os 50 capítulos do original e adaptá-los em 12 segmentos distribuídos em três noites, como registrado no documentário inédito O Idiota – Ensaios no Abismo, uma produção da Gerência de Audiovisual do SESC SP. Sua equipe permaneceu no encalço dos artistas por cerca de dois meses, em meio a ensaios públicos ou fechados, demonstrações de processos, palestras ou oficinas afins.
El reto del núcleo de São Paulo mundana companhia (la ortografía es deliberada en letras minúsculas) fue transponer los 50 capítulos del original y adaptar en 12 segmentos divididos en tres noches, según consta en el documental inédito O Idiota – Ensaios no Abismo, una producción de la Gestión de Audiovisual del SESC SP. Su equipo se quedó en el rastro de los artistas durante unos dos meses, en medio de ensayos abiertos o cerrados, demostraciones de procesos, conferencias y talleres relacionados.
As mais de 40 horas de gravação resultaram em vídeo média-metragem de cerca de 30 minutos. Todos os criadores são entrevistados, entre eles a diretora Cibele Forjaz, os atores e idealizadores Aury Porto e Luah Guimarães e o diretor musical, Otávio Ortega, que contracena ao vivo com seus instrumentos.
Las más de 40 horas de grabación resultaron en un video de mediometraje de unos 30 minutos. Todos los criadores son entrevistados, incluyendo la directora Cibele Forjaz, los actores e idealizadores Aury Porto y Luah Guimarães y el director musical que actúa con sus instrumentos en vivo, Octávio Ortega.
Neste projeto teatral, apontado pela crítica de São Paulo como um dos mais importantes deste ano, o roteiro intercala cenas e procura fazer jus à polifonia latente nas obras do autor russo, e a edição reverbera as vozes que o protagonizam, uma aliança de artistas vindos de coletivos como Companhia Livre, Teatro da Vertigem e Teatro da Mentira, além de atores que transitam independentes. Uma sinergia entre a literatura, a encenação, o suporte digital e o olhar atento de quem documenta uma época.
El guión combina escenas e intenta estar a la altura de la polifonía latente en las obras del autor ruso. La edición reverbera las voces que protagonizan el proyecto teatral señalado por los críticos de São Paulo como uno de los más importantes del año. Una alianza de artistas provenientes de colectivos como Companhia Livre, Teatro da Vertigem y Teatro da Mentira, además de actores que transitan independientemente. Una sinergia entre la literatura, el teatro, el soporte de los medios digitales y la atenta mirada de quien documenta a una época.
Série: O Teatro Segundo Antunes Filho A presença do diretor paulista Antunes Filho no Mirada compreende a montagem de Policarpo Quaresma, o lançamento nacional do livro Hierofania e a exibição da série televisiva O Teatro Segundo Antunes Filho, de 2002, produzida pelo canal SESCTV. Sob roteiro do também biógrafo Sebastião Milaré, seis episódios documentam a carreira de um dos ícones dos palcos brasileiros. Estão entre
Serie: O Teatro Segundo Antunes Filho La presencia del director de São Paulo Antunes Filho en Mirada comprende el montaje de Policarpo Quaresma, el lanzamiento nacional del libro Hierofania y la exhibición de la serie de televisión O Teatro Segundo Antunes Filho, del 2002, producida por el canal SESCTV. Con el guión del también biógrafo Sebastião Milaré, lo seis episodios
124.
mirada-catalogo-mioloNOVO.indd 124
25.08.10 12:29:04
os tópicos em pauta: a participação ativa de Antunes no movimento de renovação cênica engendrado nos anos de 1960 e fins de 1970; a passagem da linha de tempo pelo início amador de “Zequinha”, seu apelido de juventude; a fase profissional como assistente no TBC; a travessia da ditadura militar; o radicalismo da pesquisa de Macunaíma; a formulação de uma pedagogia de ator no âmago do CPT, sua metodologia e fundamentos teóricos e práticos. Exibição de 06 a 11/09, das 14h às 15h, no SESC Santos Antunes Filho – as origens de um artista Antunes Filho – 60, a década das transgressões
documentan la carrera de uno de los iconos de la escena teatral brasileña. Antunes participó activamente en el movimiento de renovación escénica que se ha generado en la década de 1960 y finales de 1970. La cronología pasa por el comienzo amador de “Zequinha”, apodo de juventud. La etapa profesional como asistente en el TBC. La travesía del periodo de dictadura militar. El radicalismo en la investigación de Macunaíma. La formulación de una pedagogía de actor en el centro del CPT, su metodología y bases teóricas y prácticas se encuentran entre los temas en pauta. Exhibición del 06 al 11/09, de las 14h a las 15h, en el SESC Santos
Antunes Filho – desafios de um tempo duro
Antunes Filho – as origens de um artista
Antunes Filho – mestre e discípulos
Antunes Filho – 60, a década das transgressões
Antunes Filho – a poética do mal
Antunes Filho – desafios de um tempo duro
Antunes Filho – o método
Antunes Filho – mestre e discípulos Antunes Filho – a poética do mal Antunes Filho – o método
Série: Teatro e Circunstância Substanciosos raios X da cena teatral brasileira, seus modos de produção e criação, que ao longo desta década modificaram significativamente a relação dessa arte com a cidade. Essa a premissa do programa Teatro e Circunstância, uma produção SESCTV que entrou no ar em 2009. Entre os temas registrados estão a vitalidade dos coletivos após a vigência do Programa Municipal de Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo, em 2002; as perspectivas em técnicas de interpretação e concepção de espetáculo; a transcendência do palco italiano em busca de espaços não convencionais; o teatro de formas animadas com bonecos; o florescimento do fazer teatral nas regiões centrais ou em áreas empobrecidas em que as demandas pela inclusão cultural não implicam descuido dos desafios estéticos. Os episódios são dirigidos por Amilcar Claro, sob curadoria e roteiro de Sebastião Milaré. Exibição de 06 a 11/9, das 15h às 16h Agitação na Praça Roosevelt Teatro e inclusão
Serie: Teatro e Circunstância Un sustancial rayo X de la escena teatral brasileña, sus modos de producción y creación que a lo largo de esta década han modificado significativamente la relación del arte con la ciudad. Esa es la premisa del programa Teatro e Circunstância, una producción del SESCTV que comenzó a transmitirse en el 2009. Entre los temas registrados están la vitalidad de los colectivos tras la vigencia del Programa Municipal de Fomento al Teatro de la Ciudad de São Paulo, en el 2002; las perspectivas sobre las técnicas de interpretación y concepción de espectáculo; la trascendencia del escenario italiano en busca de espacios no convencionales; el teatro de formas animadas con muñecos; el florecer del hacer teatral en las regiones centrales o en las zonas pobres donde las demandas de inclusión cultural no conllevan al descuido de los desafíos estéticos. Los episodios están dirigidos por Amilcar Claro, bajo la curaduría y el guión de Sebastião Milaré. Exhibición del 06 al 11/09, de las 15h a las 16h
Transgressões
Agitação na Praça Roosevelt
Acrobatas e palhaços, a magia do circo
Teatro e inclusão
O império dos bonecos
Transgressões
O clown de cada um
Acrobatas e palhaços, a magia do circo O império dos bonecos O clown de cada um
.125
mirada-catalogo-mioloNOVO.indd 125
25.08.10 12:29:04
Exposições EXPOSICIONES Los Grumildos (Instalação)
Los Grumildos (Instalación)
Segundo a pesquisadora brasileira Ana Maria Amaral, o teatro de formas animadas estabelece uma comunicação com o transcendental. “Precisamos sempre de uma imagem, de fatos, mitos, para perceber conceitos, muitos abstratos, ou para perceber os arquétipos”. Essa percepção pode ser uma das chaves de entrada para a instalação de arte contemporânea Los Grumildos, idealizada e criada pela artista plástica peruana Ety Fefer.
De acuerdo con la investigadora brasileña Ana Maria Amaral, el teatro de formas animadas establece una comunicación con lo trascendental. “Siempre hay que tener una imagen, hechos, mitos, para comprender los conceptos, muchos abstractos, o para entender los arquetipos”. Esta percepción puede ser una de las llaves de entrada a la instalación de arte contemporáneo Los Grumildos, idealizada y creada por la artista peruana Ety Fefer.
Esses seres mitológicos e oníricos, cujas expressões no olhar e cujo gestual deixam entrever os sentimentos mais íntimos, já ocuparam um bar vintage na Suíça, as catacumbas de uma igreja na Catalunha e uma galeria clandestina em Berlim. Agora, aterrissam na área de convivência do SESC Santos.
Los seres mitológicos y oníricos en cuyas expresiones en la mirada y en el gesto se puede vislumbrar los sentimientos más íntimos han ocupado un bar clásico en Suiza, las catacumbas de una iglesia en Cataluña y una galería clandestina en Berlín. Ahora aterrizan en el área de convivencia del SESC Santos.
A cenografia, a música e o desenho de luz acentuam uma atmosfera de suspensão da realidade em quem pisa e frui o espaço.
La escenografía, la música y el diseño de luces acentúan una atmósfera de realidad en suspensión a quien pisa y desfruta del espacio.
A comunicação se dá não com a consciência racional, mas com a não-consciência da matéria. Uma dramaturgia atravessada pelo bom humor, pelo caráter lúdico que tem a ver também com as secretas fantasias infantis.
La comunicación no se da con la conciencia racional, sino que con la inconsciencia de la materia. Una dramaturgia atravesada por un buen humor, por el carácter lúdico que también tiene que ver con las fantasías secretas de los niños.
Por onde passam, os Grumildos ganham adjetivos os mais díspares – ou, quem sabe, complementares: eles são sórdidos, ingênuos, grotescos, encantadores e bizarros, mas ninguém consegue ser indiferente a eles.
Por donde pasan los Grumildos ganan los más diversos adjetivos – o tal vez complementarios –, que son: sórdidos, ingenuos, grotescos, encantadores y raros, pero nadie consigue estar indiferente a ellos.
Entre as fontes de inspiração de Ety Fefer e sua equipe estão os tipos de carne e osso que deambulam pelo underground do centro de Lima, personagens que ganharam formas animadas e agora habitam um mundo paralelo e universal.
Entre las fuentes de inspiración de Ety Fefer y su equipo están los tipos de carne y hueso que deambulan por el bajo tierra del centro de Lima. Personajes que han ganado formas animadas y ahora habitan en un mundo paralelo y universal.
Idealização e criação/Idealización y creación: Ety Fefer Cenografia/Escenografía: Vicca Verde, Mateo Liébana e Tito Koster Musica/Música: Ramon Perez Prieto e Novalima Music Mecanismos/Mecanismos: Alonso del Río
Cidades Imaginadas Ibero-Americanas (Exposição) O pesquisador colombiano Armando Silva estuda a cultura urbana há duas décadas. Hoje, ele está à frente do projeto do qual é autor e diretor, o Imaginários Urbanos, também um conceito referencial na contemporaneidade. Por meio dele, equipes locais atuam em 22 cidades, aplicando a mesma metodologia de conjugar qualificação estatística com análise de imagens, meios, literatura, arte, tecnologias e até álbuns de família para deduzir como se constroem as identidades do novo milênio.
Cidades Imaginadas Ibero-Americanas (Exposición) El investigador colombiano Armando Silva estudia cultura urbana hace dos décadas. En la actualidad, dirige el proyecto del que es el autor y director, Imaginarios Urbanos, que es también un punto de referencia en el concepto moderno. A través del cual, equipos locales trabajan en 22 ciudades aplicando la misma metodología que es combinar calificación estadística con el análisis de imágenes, medios, literatura, arte, tecnologías y aun álbumes de familia para deducir cómo se construyen las identidades del nuevo milenio.
126.
mirada-catalogo-mioloNOVO.indd 126
25.08.10 12:29:04
Trezes municípios que passaram por esse processo estão contemplados na série de fotografias intitulada Cidades Imaginadas Ibero-Americanas, exposição sob organização de Silva a qual reúne traços de algumas comunidades e seus modos de ser por meio de imagens documentadas.
Trece municipios que han pasado por este proceso se incluyen en la serie de fotografías titulada Cidades Imaginadas Ibero-Americanas, exposición organizada por Silva que reúne rasgos de algunas comunidades y sus formas de ser a través imágenes documentadas.
Estão em foco modos subjetivos de vivência no espaço público, reflexos da presença de uma “estética urbana” cuja dinâmica tem a ver com a história da vida cotidiana do cidadão e de grupos sociais. “As formas imaginárias, elaboradas na interiorização dos espaços urbanos, permitem a comparação entre o cidadão e o artista contemporâneo: os cidadãos sempre intervieram na cidade, redimensionando o sentido social da realidade. O cidadão inventa formas de vida, criando a cidade como fato estético e político”, afirma a curadora Lisbeth Rebollo Gonçalves, diretora do Museu de Arte Contemporânea de São Paulo, o MAC, que recebeu a mostra no primeiro semestre.
El enfoque son los modos subjetivos de la experiencia en el espacio público, los reflejos de la presencia de una “estética urbana” cuya dinámica tiene que ver con la historia de la vida cotidiana del ciudadano y de los grupos sociales. “Las formas imaginarias, elaboradas en la internalización de los espacios urbanos permiten la comparación entre el ciudadano y el artista contemporáneo: los ciudadanos siempre han intervenido sobre la ciudad, redimensionando el sentido social de la realidad. El ciudadano inventa formas de vida, al crear la ciudad como un hecho estético y político”, dice la comisaria Lisbeth Rebollo Gonçalves, directora del Museo de Arte Contemporáneo, el MAC de São Paulo, que recibió la muestra en el primer semestre.
O projeto já foi acolhido em grandes eventos de arte, como, em 2002, a Documenta de Kassel, na Alemanha. A Fundação Antoni Tápies, de Barcelona, digitalizou todos os seus arquivos. Atualmente, Silva é professor da Universidad Externado, em Bogotá. O embrião de seus estudos sobre essas zonas geográficas e culturais surgiu dentro do Programa de Pós-Graduação em Integração da América Latina, o Prolam-USP, no qual ingressou em 1990.
El proyecto ya ha sido aceptado en eventos artísticos importantes, como la Documenta de Kassel, en Alemania, en el 2002. La Fundación Antoni Tápies, de Barcelona, digitalizó todos sus archivos. En la actualidad, Silva es profesor de la Universidad Externado de Bogotá. El embrión de sus estudios sobre esas áreas geográficas y culturales surgió dentro del Programa de Postgrado en Integración Latinoamericana, el Prolam-USP, en que se incorporó en el 1990.
Organização/Organización: Armando Silva Curadoria/Curaduría: Lisbeth Rebollo Gonçalves Fotografias de/Fotografías de: Ana Rosa Olivera, Armando Silva, Camila Capella, Daniel Calle, Fabiola Camacho, Frank Pierdrahita, Gerardo Rojas, Grupo Bastardilla, Hélcio Magalhães, Isabel D’Elia, Jaime García, Karla Rodríguez, Laura Silva Abello, María Adelaida López Restrepo, Natalia Zapata, Nora Botero, Oscar Cardona, Pilar Cucalón, Sami González e Sergio García.
Rede de Intercâmbio RED DE INTERCAMBIO O MIRADA oferece aos artistas e produtores participantes do Festival a oportunidade de contato com parceiros de trabalho em potencial. Em um ambiente informal, serão estimulados encontros para a troca de informações e o desenvolvimento de projetos no âmbito da rede ibero-americana.
MIRADA ofrece a los artistas y productores participantes en el Festival la oportunidad de contacto con compañeros de trabajo en potencial. En un entorno informal, se estimularán encuentros para el intercambio de información y el desarrollo de proyectos en el ámbito de la red iberoamericana.
Dia 7. Terça | 16h • SESC Santos.
Día 07. Martes | 16h • SESC Santos. .127
mirada-catalogo-mioloNOVO.indd 127
25.08.10 12:29:04
Ponto de encontro PUNTO DE ENCUENTRO Bar-Restaurante onde você poderá encontrar amigos, artistas e convidados do Festival para um bate-papo descontraído. DJs criarão a atmosfera ideal para a celebração e a troca de impressões sobre o Mirada.
Un bar-restaurante donde se puede encontrar con amigos, artistas e invitados del Festival para una charla relajada. Disc jockeys crearán la atmósfera ideal para celebrar e intercambiar impresiones sobre el Mirada.
De 2 a 11, a partir das 18h • SESC Santos.
Del 2 al 11, a partir de las 18h • SESC Santos.
Pagu 100, Oswald 120
PAGU 100, OSWALD 120
“Vamos pular a cerca como decentes moleques arredios e tocar pra frente? Não ter medo de machucar os joelhos nas farpas, nada de digerir a papa mastigada pelos que já viveram”, conclamava Patrícia Rehder Galvão, a Pagu, numa crônica de jornal nos idos de 1947. Uma das vozes mais engajadas com o Movimento Modernista no início do século XX, a jornalista, escritora e ativista, que viveu em Santos, fazia coro com o romancista, dramaturgo e poeta Oswald de Andrade na arte de transgredir. Ambos são evocados num espetáculo musical que, lembrando os respectivos centenários de nascimento, reafirma o espírito de modernidade que vaga firme por aí em tempos pós-modernos.
“¿Vamos a saltar la cerca como niños ariscos y seguir adelante? No tener miedo de hacer daño a sus rodillas en las astillas, nada de digerir la papilla masticada por los que ya han existido”, bramaba Patrícia Rehder Galvão, la Pagu, en una crónica de un periódico en el 1947. Una de las voces más comprometidas con el Movimiento Modernista en el inicio del siglo XX, la periodista, escritora y activista que vivía en Santos hizo coro al novelista, dramaturgo y poeta Oswald de Andrade en el arte de transgredir. Ambos son evocados en un espectáculo musical que recuerda a los respectivos centenarios de nacimiento y reafirma el espíritu de modernidad que circula firme por ahí en estos tiempos postmodernos.
Para saudar Oswald (1890-1954) e Pagu (1910-1962), os compositores e intérpretes Beatriz Azevedo e José Miguel Wisnik apresentam suas canções influenciadas pelos agitadores culturais paulistas. O palco é compartilhado ainda pelo pianista Cristóvão Bastos e pelo cantor Celso Sim, além de outros instrumentistas convidados. Trata-se de um encontro grávido de poéticas musical, cênica, plástica e literária.
Para saludar a Oswald (1890-1954) y Pagu (1910-1962), los compositores e intérpretes Beatriz Azevedo y José Miguel Wisnik presentan sus canciones influenciadas por estos agitadores culturales de São Paulo. El escenario es compartido incluso por el pianista Cristóvão Bastos y por el cantante Celso Sim, además de otros instrumentistas invitados. Se trata de una reunión colmada de poética musical, escénica, artística y literaria.
FICHA ARTÍSTICA Direção artística/Dirección artística: Beatriz Azevedo Compositores intérpretes/Compositores intérpretes: Beatriz Azevedo e José Miguel Wisnik Intérprete/Intérprete: Celso Sim Músicos convidados/Músicos invitados: Cristóvão Bastos (piano/piano), Angelo Ursini (sopro/ instrumento de viento), Felipe Botelho (baixo/bajo), Deni Domenico (guitarra e cavaco/guitarra eléctrica y cavaco) Pedro Manesco (bateria/ batería) Videoarte/Videoarte: Ciça Lucchesi Técnico de som/Técnico de sonido: Vitor Paranhos Coordenação/Coordinación: Marcos Azevedo Produção executiva/Producción ejecutiva: Raquel Dammous Assistência de produção/Asistente de producción: Vinicius Felix
128.
mirada-catalogo-mioloNOVO.indd 128
25.08.10 12:29:04
PROGRAMAÇÃO DIA-A-DIA programación diaria
Dia 2, quinta 20h_ Espetáculo. De Monstruos y Prodigios: La Historia de los Castrati | Teatro de Ciertos Habitantes {México}. Teatro SESC Santos
Dia 3, sexta 10h às 22h_ Exposição. Cidades Imaginadas Ibero-Americanas. Organização: Armando Silva. Curadora: Lisbeth Rebollo Gonçalves. SESC Santos. 11h_ Espetáculo. Este Lado para Cima: Isto Não é um Espetáculo | Brava Companhia {Brasil}. Praça Mauá
19h_ Espetáculo. Passport | Gustavo Ott {Venezuela}. Casa da Frontaria Azulejada 19h30_ Espetáculo. Urtain | Animalario {Espanha}. Ginásio SESC Santos 21h30_ Espetáculo. Savana Glacial | Grupo Físico de Teatro {Brasil}. Teatro SESC Santos 21h30_ Espetáculo. Vida | Cia. Brasileira de Teatro {Brasil}. Teatro Coliseu
Idealização e criação: Ety Fefer. SESC Santos.
A partir das 18h_ Ponto de Encontro. Às 23h_ Pagu 100, Oswald 120 | Beatriz Azevedo, José Miguel Wisnik, Celso Sim e músicos convidados. Direção: Marcos Azevedo {Brasil}. Área de Convivência SESC Santos
18h_ Espetáculo. El Foc del Mar | Xarxa Teatre {Espanha}. Emissário Submarino
Dia 5, domingo
19h_ Espetáculo. Passport | Gustavo Ott {Venezuela}. Casa da Frontaria Azulejada
10h às 22h_ Exposição. Cidades Imaginadas Ibero-Americanas. Organização: Armando Silva. Curadora: Lisbeth Rebollo Gonçalves. SESC Santos.
14h às 17h e 18h às 23h_ Instalação. Los Grumildos {Peru}.
19h30_ Espetáculo. Urtain | Animalario {Espanha}. Ginásio SESC Santos 21h30_ Espetáculo. De Monstruos y Prodigios: La Historia de los Castrati | Teatro de Ciertos Habitantes {México}. Teatro SESC Santos
11h_ Espetáculo. Arrumadinho | Trupe Olho da Rua {Brasil}. Fonte do Sapo
A partir das 18h_ Ponto de Encontro. SESC Santos
11h_ Mesa de Discussão. Dramaturgia Ibero-Americana. Coordenação Samir Yazbek (SP). SESC Santos
Dia 4, sábado
Idealização e criação: Ety Fefer. SESC Santos.
10h às 22h_ Exposição. Cidades Imaginadas Ibero-Americanas. Organização: Armando Silva. Curadora: Lisbeth Rebollo Gonçalves. SESC Santos.
14h_ Mesa de Discussão. A Arte da Palavra. Mediação Susana Reinoso. SESC Santos
14h às 17h e 18h às 23h_ Instalação. Los Grumildos {Peru}. Idealização e criação: Ety Fefer. SESC Santos. 18h_ Espetáculo. El Foc del Mar | Xarxa Teatre {Espanha}. Emissário Submarino 18h_ Espetáculo. Mujeres Terribles | Lía Jelín {Argentina}. Teatro Guarany
14h às 17h e 18h às 23h_ Instalação. Los Grumildos {Peru}.
16h_ Espetáculo. Gigantes pela Própria Natureza | Cia. de Mystérios e Novidades {Brasil}. Lagoa da Saudade 17h e 19h30_ Espetáculo. El Desarrollo de la Civilización Venidera | Daniel Veronese {Argentina}. Auditório SESC Santos 18h_ Espetáculo. Mujeres Terribles | Lía Jelín {Argentina}. Teatro Guarany 19h_ Espetáculo. Hecho en el Perú, Vitrinas para un Museo de la .129
mirada-catalogo-mioloNOVO.indd 129
25.08.10 12:29:05
Memoria | Grupo Cultural Yuyachkani {Peru}. Casa da Frontaria Azulejada
11h_ Espetáculo. O Cabra que Matou as Cabras | Cia. de Teatro Nu Escuro {Brasil}. Emissário Submarino
21h30_ Espetáculo. Savana Glacial | Grupo Físico de Teatro {Brasil}. Teatro SESC Santos
14h_ Exibição. O Teatro Segundo Antunes Filho – 60, a Década das Transgressões. SESC Santos
21h30_ Espetáculo. Vida | Cia. Brasileira de Teatro {Brasil}. Teatro Coliseu
14h às 17h e 18h às 23h_ Instalação. Los Grumildos {Peru}.
A partir das 18h_ Ponto de Encontro. SESC Santos
15h_ Exibição. Série Teatro e Circunstância – Teatro e Inclusão. SESC Santos
Dia 6, segunda 10h às 22h_ Exposição. Cidades Imaginadas Ibero-Americanas. Organização: Armando Silva. Curadora: Lisbeth Rebollo Gonçalves. SESC Santos. 11h_ Espetáculo. Gigantes pela Própria Natureza | Cia. de Mystérios e Novidades {Brasil}. Fonte do Sapo 11h_ Mesa de Discussão. Produção Argentina Contemporânea. Coordenação Alberto Ligaluppi (ARG). 14h_ Exibição. O Teatro Segundo Antunes Filho – As Origens de um Artista. SESC Santos 14h às 17h e 18h às 23h_ Instalação. Los Grumildos {Peru}. Idealização e criação: Ety Fefer. SESC Santos. 15h_ Exibição. Série Teatro e Circunstância – Agitação na Praça Roosevelt. SESC Santos 16h_ Espetáculo. O Cabra que Matou as Cabras | Cia. de Teatro Nu Escuro {Brasil}. Praça do Aquário 17h e 19h30_ Espetáculo. Todos los Grandes Gobiernos Han Evitado el Teatro Íntimo | Daniel Veronese {Argentina}. Auditório SESC Santos 18h_ Lançamento Editorial. Hierofania - Teatro Segundo Antunes Filho. Sebastião Milaré. SESC Santos 19h_ Espetáculo. Hecho en el Perú, Vitrinas para un Museo de la Memoria | Grupo Cultural Yuyachkani {Peru}. Casa da Frontaria Azulejada
Idealização e criação: Ety Fefer. SESC Santos.
16h_ Rede de Intercâmbio. SESC Santos 17h e 19h30_ Espetáculo. Espía a una Mujer que se Mata | Daniel Veronese {Argentina}. Auditório SESC Santos 18h_ Espetáculo. In On It | Enrique Diaz {Brasil}. Teatro Guarany 19h_ Espetáculo. Lote 77 | Marcelo Mininno {Argentina}. Casa da Frontaria Azulejada 20h_ Espetáculo. O Idiota – Uma Novela Teatral • Parte 2 | mundana companhia {Brasil}. Galpão do Porto {Armazém VIIA} 21h30_ Espetáculo. La Omisión de la Familia Coleman | Teatro Timbre 4 {Argentina}. Teatro Coliseu 21h30_ Espetáculo. Policarpo Quaresma | Centro de Pesquisa Teatral /SESC {Brasil}. Teatro SESC Santos A partir das 18h_ Ponto de Encontro. SESC Santos
Dia 8, quarta 10h às 22h_ Exposição. Cidades Imaginadas Ibero-Americanas. Organização: Armando Silva. Curadora: Lisbeth Rebollo Gonçalves. SESC Santos. 11h_ Espetáculo. O Mundo tá Virado | Grupo Imbuaça {Brasil}. Fonte do Sapo 11h_ Mesa de Discussão. Processos de Criação em Teatro no Brasil. Coordenação Celso Nunes (SP). SESC Santos 14h_ Exibição. O Teatro Segundo Antunes Filho – Desafios de um Tempo Duro. SESC Santos
20h_ Espetáculo. O Idiota – Uma Novela Teatral • Parte 1 | mundana companhia {Brasil}. Galpão do Porto {Armazém VIIA}
14h às 17h e 18h às 23h_ Instalação. Los Grumildos {Peru}.
A partir das 18h_ Ponto de Encontro. SESC Santos
15h_ Exibição. Série Teatro e Circunstância – Transgressões. SESC Santos
Dia 7, terça 10h às 22h_ Exposição. Cidades Imaginadas Ibero-Americanas. Organização: Armando Silva. Curadora: Lisbeth Rebollo Gonçalves. SESC Santos. 11h_ Espetáculo. Filhotes da Amazônia | Cia. Pia Fraus {Brasil}. Ginásio SESC Santos 11h_ Mesa de Discussão. Criação e Identidade no Teatro IberoAmericano. Coordenação Silvana Garcia (SP). SESC Santos
Idealização e criação: Ety Fefer. SESC Santos.
16h_ Espetáculo. O Amargo Santo da Purificação | Ói Nóis aqui Traveiz {Brasil}. Emissário Submarino 18h_ Espetáculo. In On It | Enrique Diaz {Brasil}. Teatro Guarany 19h_ Espetáculo. Lote 77 | Marcelo Mininno {Argentina}. Casa da Frontaria Azulejada 19h30_ Espetáculo. Mi Muñequita | Cia. Complot {Uruguai}. Auditório SESC Santos 20h_ Espetáculo. O Idiota – Uma Novela Teatral • Parte 3 | mundana
130.
mirada-catalogo-mioloNOVO.indd 130
25.08.10 12:29:05
companhia {Brasil}. Galpão do Porto {Armazém VIIA}
Casa da Frontaria Azulejada
21h30_ Espetáculo. La Omisión de la Familia Coleman | Teatro Timbre 4 {Argentina}. Teatro Coliseu
19h30_ Espetáculo. La Razón Blindada | Grupo Malayerba {Equador}. Auditório SESC Santos
21h30_ Espetáculo. Policarpo Quaresma | Centro de Pesquisa Teatral /SESC {Brasil}. Teatro SESC Santos
20h_ Espetáculo. Nada del Amor me Produce Envidia | Diego Lerman {Argentina}. Fosso SESC Santos
A partir das 18h_ Ponto de Encontro. SESC Santos
20h_ Espetáculo. O Idiota – Uma Novela Teatral • Parte 2 | mundana companhia {Brasil}. Galpão do Porto {Armazém VIIA}
Dia 9, quinta
21h30_ Espetáculo. Jerusalém | O Bando {Portugal}. Teatro Coliseu
10h às 22h_ Exposição. Cidades Imaginadas Ibero-Americanas. Organização: Armando Silva. Curadora: Lisbeth Rebollo Gonçalves. SESC Santos.
21h30_ Espetáculo. La Odisea | Teatro de los Andes {Bolívia}. Teatro SESC Santos
14h_ Exibição. O Teatro Segundo Antunes Filho – Mestre e Discípulos. SESC Santos 14h às 17h e 18h às 23h_ Instalação. Los Grumildos {Peru}. Idealização e criação: Ety Fefer. SESC Santos. 15h_ Exibição. Série Teatro e Circunstância – Acrobatas e Palhaços, a Magia do Circo. SESC Santos 16h_ Espetáculo. O Mundo tá Virado | Grupo Imbuaça {Brasil}. Praça Mauá 18h_ Exibição. O Idiota – Ensaios no Abismo. Documentário produzido pelo SESC SP.30 min. 19h30_ Espetáculo. Mi Muñequita | Cia. Complot {Uruguai}. Auditório SESC Santos 20h_ Espetáculo. Nada del Amor me Produce Envidia | Diego Lerman {Argentina}. Fosso SESC Santos 20h_ Espetáculo. O Idiota – Uma Novela Teatral • Parte 1 | mundana companhia {Brasil}. Galpão do Porto {Armazém VIIA} 21h30_ Espetáculo. Jerusalém | O Bando {Portugal}. Teatro Coliseu
A partir das 18h_ Ponto de Encontro. SESC Santos
Dia 11, sábado 10h às 22h_ Exposição. Cidades Imaginadas Ibero-Americanas. Organização: Armando Silva. Curadora: Lisbeth Rebollo Gonçalves. SESC Santos. 14h_ Exibição. O Teatro Segundo Antunes Filho – O Método. SESC Santos 14h às 17h e 18h às 23h_ Instalação. Los Grumildos {Peru}. Idealização e criação: Ety Fefer. SESC Santos. 15h_ Exibição. Série Teatro e Circunstância – O Clown de Cada Um. SESC Santos 16h_ Espetáculo. Arrumadinho | Trupe Olho da Rua {Brasil}. Praça da Paz Universal 17h30_ Espetáculo. Espoleta | Banda Mirim {Brasil}. Ginásio SESC Santos 18h_ Espetáculo. Fiesta | Trinidad González {Chile}. Teatro Guarany
A partir das 18h_ Ponto de Encontro. SESC Santos
19h_ Espetáculo. Los Santos Inocentes | Mapa Teatro {Colômbia}. Casa da Frontaria Azulejada
Dia 10, sexta
19h30_ Espetáculo. La Razón Blindada | Grupo Malayerba {Equador}. Auditório SESC Santos
10h às 22h_ Exposição. Cidades Imaginadas Ibero-Americanas. Organização: Armando Silva. Curadora: Lisbeth Rebollo Gonçalves. SESC Santos.
20h_ Espetáculo. O Idiota – Uma Novela Teatral • Parte 3 | mundana companhia {Brasil}. Galpão do Porto {Armazém VIIA}
14h_ Exibição. O Teatro Segundo Antunes Filho – A Poética do Mal. SESC Santos 14h às 17h e 18h às 23h_ Instalação. Los Grumildos {Peru}.
21h30_ Espetáculo. La Odisea | Teatro de los Andes {Bolívia}. Teatro SESC Santos A partir das 18h_ Ponto de Encontro. SESC Santos
Idealização e criação: Ety Fefer. SESC Santos. 15h_ Exibição. Série Teatro e Circunstância – O Império dos Bonecos. SESC Santos 16h_ Espetáculo. Este Lado para Cima: Isto Não é um Espetáculo | Brava Companhia {Brasil}. Boulevard da Rua XV de Novembro 18h_ Espetáculo. Fiesta | Trinidad González {Chile}. Teatro Guarany 19h_ Espetáculo. Los Santos Inocentes | Mapa Teatro {Colômbia}. .131
mirada-catalogo-mioloNOVO.indd 131
25.08.10 12:29:05
LOCALIZAÇÃO DOS ESPETÁCULOS
CONTATOS contactos
ubicación de los espectáculos
SESC Santos
ARGENTINA
Tel.: 13 3278.9800 Rua Conselheiro Ribas, 136 – Aparecida
El Desarollo de la Civilización Venidera / Todos los Grandes Gobiernos Han Evitado el Teatro Íntimo / Espía a una Mujer que se Mata | Daniel Veronese
Casa da Frontaria Azulejada Tel.: 13 3219.2283 Rua do Comércio, 92 – Centro
Contato: Sebastián Blutrach / sblutrach@yahoo.com.ar
Galpão do Porto (Armazém VII A) Avenida Cândido Gafree, s/n - Paquetá
Contato: Jonathan Zak y Máxime Seugé / jonathanzak@gmail.com / mseuge@yahoo.com / www.timbre4.com
Teatro Coliseu
Lote 77 | Marcelo Mininno
Tel.: 13 4062.0016 Rua Amador Bueno, 237 – Centro
Teatro Guarany Tel.: 13 3219.3828 Praça dos Andradas, 100 – Centro
Boulevard da Rua XV de Novembro Rua XV de Novembro – Centro
Fonte do Sapo Avenida Bartolomeu de Gusmão, s/nº – Aparecida
La Omisión de la Familia Coleman | Teatro Timbre 4
Contato: Marcelo Mininno - Pablo Morgavi marcemininno@yahoo.com / morgavipablo@hotmail.com / lote77web@gmail.com / www.lote77web.blogspot.com Mujeres Terribles | Lía Jelín Contato: Virginia Uriarte / vazcauriarte@yahoo.com.ar Nada del Amor me Produce Envidia | Diego Lerman Contato: María Sureda / flordeundia.teatro@gmail.com / http://nadadeamormeproduceenvidia.blogspot.com
Lagoa da Saudade
BOLÍVIA
Avenida Prefeito Doutor Antônio Manoel de Carvalho – Morro da Nova Cintra
La Odisea | Teatro de los Andes
Parque Municipal Roberto Mário Santini | Emissário Submarino
orsosup@yahoo.it / www.teatrodelosandes.com
Avenida Presidente Wilson, s/nº – José Menino
BRASIL
Praça Mauá
Arrumadinho | Trupe Olho da Rua
Rua General Câmara, s/nº – Centro
Contato: Raquel Rollo / Caio Martinez / trupeolhodarua@gmail.com
Praça Luiz La Scala Júnior | Praça do Aquário
www.trupeolhodarua.blogspot.com
Avenida Bartolomeu de Gusmão, s/nº – Ponta da Praia
Espoleta | Banda Mirim
Praça da Paz Universal
Contato: Dora Leão / platobrasil@gmail.com /
Rua Waldemar Noschese, s/nº – Zona Noroeste
www.bandamirim.com.br
Contato: Giampaolo Nalli / losandes@pelicano.cnb.net /
132.
mirada-catalogo-mioloNOVO.indd 132
25.08.10 12:29:05
Este Lado para Cima | Brava Companhia
EQUADOR
Contato: Kátia Alves / bravacompanhia@terra.com.br /
La Razón Blindada | Grupo de Teatro Malayerba
www.blogdabrava.blogspot.com.br
Contato: Daysi Sánchez / Cristina Marchán /
Filhotes da Amazônia | Cia. Pia Fraus
teatromalayerba@gmail.com / www.teatromalayerba.org
Contato: Jackson Iris / piafraus@piafraus.com.br / www.piafraus.com.br Gigantes pela Própria Natureza | Cia. de Mystérios e Novidades Contato: Ligia Veiga / Marina França / producaociademysterios@gmail.com / www.ciademysterios.com In On It | Enrique Diaz Contato: Henrique Mariano / Enrique Diaz / inonit80@yahoo.com / http://inonit.wordpress.com/
ESPANHA El Foc del Mar | Xarxa Teatre Contato: Leandro Luis Escamilla Marti / Flor Vaugeois / flor@xarxateatre.com / www.xarxateatre.com Urtain | Animalario Contato: Joseba Gil / produccion@animalario.net / www.animalario.net/shows/Urtain.html
O Amargo Santo da Purificação | Ói Nóis aqui Traveiz
• MÉXICO
Contato: Tânia Farias / oinois@terra.com.br /
De Monstruos y Prodigios: la historia de los Castrati | Teatro de Ciertos Habitantes
www.oinoisaquitraveiz.com.br O Cabra que Matou as Cabras | Cia. de Teatro Nu Escuro Contato: Lázaro Tuim / Izabela Nascente / nuescuro@gmail.com /
Contato: Fabrina Melón / fabrina@ciertoshabitantes.com / www.ciertoshabitantes.com
www.nuescuro.com.br
PERU
O Idiota – Uma novela Teatral | mundana companhia
Hecho en el Perú, Vitrinas para un Museo de la Memoria | Grupo Cultural Yuyachkani
Contato: Aury Porto / Marlene Salgado / auryporto@uol.com.br / marlenesalgado@uol.com.br / www.oidiotateatro.blogspot.com O Mundo tá Virado | Grupo Imbuaça Contato: Lindolfo Amaral / gimbuaca@infonet.com.br / www.imbuaca.com.br Policarpo Quaresma | Centro de Pesquisa Teatral / SESC cpt@consolacao.sescsp.org.br Savana Glacial | Grupo Físico de Teatro Contato: Renato Livera / grupofisicodeteatro@gmail.com / www.grupofisicodeteatro.blogspot.com Vida | Cia. Brasileira de Teatro Contato: Cássia Damasceno / Giovana Soar / contato@companhiabrasileira.art.br / www.companhiabrasileira.art.br
CHILE
Contato: Milagros Quintana / milagros.hologram@gmail.com / www.yuyachkani.org
PORTUGAL Jerusalém | Teatro O Bando Contato: João Brites / geral@obando.pt / www.obando.pt
URUGUAI Mi Muñequita | Complot Contato: Adrián Minutti / adrian.minutti@gmail.com / www.ciacomplot.com
VENEZUELA Passport | Gustavo Ott Contato: Gustavo Ott / gustavott@yahoo.com / www.gustavoott.ar
Fiesta | Trinidad González Contato: Ingrid Isensee / iisensee@gmail.com / http://obrafiesta.worpress.com
COLÔMBIA Los Santos Inocentes | Mapa Teatro Contato: Ximena Vargas / info@mapateatro.org / www.mapateatro.org .133
mirada-catalogo-mioloNOVO.indd 133
25.08.10 12:29:05
Memories of the gaze I have more memories in myself alone than all men have had since the world was a world. “Funes the Memorious” Jorge Luis Borges
In the pressure of the solitary era that hovers over Borges’s character and which still belongs to us, we are spectators of a multiform and immediate world, in which art has the mission of referring us to the lucid visions of the instant. It is from these perspectives that MIRADA – Festival Ibero-Americano de Artes Cênicas de Santos re-creates the symbolic cartographies of history, by bringing together traditions in the age-old origins that approximate us and interlink people and places, providing meanings for our recollections. By resorting to new concepts in the contemporary theater of the Ibero-American countries, united by culture, MIRADA instates and shares the idea of the Greek théatron, the place where one goes to see, brought together in the interchange between the production of eleven other countries besides Brazil: Argentina, Bolivia, Chile, Colombia, Ecuador, Spain, Mexico, Peru, Portugal, Uruguay and Venezuela. A production that has arisen mediated by knowledge and by the relations of the Directive Board, made up of Pepe Bablé, Isabel Ortega, Ramiro Osório and myself, joining the celebrations of the bicentennial of independence of the Latin American countries and making a special homage to the theatrical production of Buenos Aires – Argentina. Thus, by holding MIRADA – Festival Ibero-Americano de Artes Cênicas de Santos, with the support of the City Government of Santos and the Ministry of Culture of Buenos Aires, SESC SP reaffirms its basic commitment to foster culture as a means of social inclusion, focusing on the educational experience and on the desire to enlarge critical knowledge. Among the sociocultural actions, reflections on the scenic arts widen the territory of discussion and dissemination in the form of events held in theaters, historic spaces and public squares in Santos, a landmark city for union with Iberian culture and for dialogs between the Atlantic and the nation’s interior. In this way, paths of art are constructed wherein art, like a compass, makes the memories of Funes, of Borges and of all of us converge in an amalgam where one can remain, depart, or even pause. Danilo Santos de Miranda Regional Director of SESC SP
Santos / Buenos Aires, a cultural bridge The Port of Santos is located two and one-half hours by air from the Port of Buenos Aires. They both have played a fundamental role in the construction of trade between Latin America and the rest of the world, and both have served as a point of entry for immigrants who came to these lands with the aim of working and raising a family. The creation of the Mirada Festival, an important idea of SESC São Paulo, allows for the current development of cultural bonds between
Santos and Latin America, which will result in infinite possibilities for bridges between the countries in this part of the world, which are necessary for the construction of a participative identity. The event is being held at a moment when there is a significant need for the elaboration of festivals in our region, since we are seeking to show the quality of our cultural production and also to affirm our identity, insofar as it is directed at Latin America. It will certainly be one of the most outstanding shows, and every two years Santos will be an epicenter of theatrical reference. This first edition, which honors the city of Buenos Aires, fosters the creation of new links between the two cities and, in another space, the theater. The Mirada Festival will show a series of Argentine theatrical casts and works that provide an overview of contemporary theatrical production in Buenos Aires. The festival features works by established creators such as Veronese, with three creations, as well as new proposals, including Lote 77, a success of our newest theater. In all, there are seven productions that are in demand by the best international stages. This bridge will create many more. It is hoped that soon the artistic companies of the two countries will produce circuits together that will bring our productions to cities throughout the region. The Government of the City of Buenos Aires supports the holding of Mirada, convinced that it is through actions such as these, of constructing cultural bridges and links, that we can move beyond mere words to enter into action and make a decisive change in our countries. Eng. Hernán Lombardi Minister of Culture and President of the Tourism Office of the Government of the City of Buenos Aires
The concern to evidence the plurality of artistic and cultural manifestations of all the “Iberians” today – Europeans, Americans, native American Indians and Afro-descendents – continuously pervades the actions of SESC SP. We believe that theater – a language that provides the ritual of encounter, of confrontation and provocation – is particularly effective in the discussion of contemporary questions in regard to our identity, stimulating the emergence of new narratives and reinforcing the exchange between different cultures. Danilo Santos de Miranda The development of an idea that begins to exist three years later, like a plant that sprouts to intertwine its branches, distribute its fruits, exchange ideas between countries, surpasses all the essays on utopias. There is no more fitting image for describing an imagined future, with every possibility of being realized. Bringing borders closer together, the festival receives from the creators the singularity of their points of view. The event Mirada – Festival Ibero-Americano de Artes Cênicas de Santos [Mirada – Ibero-American Festival of Scenic Arts of Santos] is extended with long and open arms, extracting the best idea of living the present without losing sight of what is coming. A need, a desire, a mirada [gaze] into the creative capacity of the artists of the Iberian “nation” in the widest sense. Isabel Ortega
134.
mirada-catalogo-mioloNOVO.indd 134
25.08.10 12:29:05
Formerly, the Latin American aesthetics accumulated aesthetic variations such as collective creation and some sporadic experiments. Now, even though different autochthonous manners of understanding and realizing theater have survived, the aesthetics is also globalized. The important thing in Latin American theater is that there is an ethics used as a prelude for the practice and understanding of other imported aesthetics. The groups that will participate in the “Miradas” [Looks/ Gazes] are of high artistic quality, and each has a perfectly defined line. Each one with its own particular discourse and theatricality, but in accordance with the contemporary approaches to making theater. Both the Festival Iberoamericano de Teatro de Cádiz [FIT] and Mirada have the essential characteristics of providing an opportunity for knowledge, reflection, interaction, research, analysis and projection of the IberoAmerican scenic arts. José Bablé For those who work for the construction of an Ibero-American cultural community, it has long since been necessary for Brazil, the reference point for the great ethnic and cultural diversity of our region, and one of the great powerhouses of artistic creation, to become decisively committed to Ibero-American integration. For this reason, the creation of the Mirada Festival, in the city of Santos, state of São Paulo, is extremely important. The festival represents a firm commitment to the Ibero-American repertoires, by showing to the public, in Brazil, the most important experiments in Ibero-American scenic creations over the last 30 years, as well as the new trends. Ramiro Osório Theatricality and critical awareness The event Mirada – Festival Ibero-Americano de Artes Cênicas de Santos [Mirada – Ibero-American Festival of Scenic Arts of Santos] springs from the aim of intensifying Brazil’s dialog with the countries of the American and European continents. Culture arises as a common denominator within the womb of the singularity of different peoples. And, more precisely, through the age-old artistic manifestation whose raison d’être is the rite of personal encounter. This first edition maps references of the theatrical production of 12 countries by way of 31 shows and a series of activities interwoven with literature, video, music and contemporary art. For ten days, the spectator can witness the uneasinesses that mobilize the main creators and realizers at this dawn of the 21st century. The reflection of the human condition, the formal and thematic meanings and the historical processes guide the theatricalities of Argentina, Brazil, Bolivia, Chile, Colombia, Ecuador, Spain, Mexico, Peru, Portugal, Uruguay and Venezuela. The modes of creating and producing shows are influenced by the hybridization of the social, political and artistic processes that overlap on stage. For example, we see a reflection of the bicentennial of independence commemorated by a good part of the participating countries. The historical contingencies of the continent – revisions of the past, urgencies of the present – flourish as dramaturgy without detriment to
the plurality of the researches and languages. The aesthetic procedures embody the critical awareness and provide a basis for a poetics elaborated in the instances of the word, of the body, of the image and of the other variables of a staging. The programming dedicates a segment to Argentina, to which homage is paid in seven shows by five of the most acclaimed theatrical groups of that country. These are all award-winning works recently launched in the effervescent panorama of Buenos Aires, including the so-called independent theater with its extensive circulation in international festivals. This is the case of author and director Daniel Veronese, who has written three adaptations for classics by Russian writer and playwright Anton Chekhov and Norwegian dramatist Henrik Ibsen. And of Companhia Timbre 4, which presents a recent hit with the public and critics, directed by Claudio Tolcachir. Other outstanding creators are Lía Jelín, Marcelo Mininno and Diego Lerman, co-responsible for the current highly praised phase of Argentinean theater, with innovative registers in text, staging and acting. Inherent to the scenic arts, group theater delimits practically all of the territorialities of this first edition of Mirada. Among the longest performing collectives, and not by chance most of them formed during dictatorships, are the Peruvian group Yuyachkani; the Brasília group Imbuaça (Sergipe) and the Mexican group Teatro de Ciertos Habitantes, both from 1977; the also Brazilian group Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz (Rio Grande do Sul), from 1978; and the Spanish group Xarxa Teatre, from 1983. Whether on stages, public squares or nonconventional spaces, these veteran collectives have never stopped developing and updating their know-how and practices, achieving sophisticated formulations in their creative processes. Together with these, the generations that arose in the following decades collaborate in the most vigorous projects in contemporary IberoAmerican scenic arts. It is possible to enjoy the works by the Bolivian group Teatro de los Andes and their anthropophagic verve in regard to archetypes; by Chilean actress and director Trinidad Gonzáles and her ability to hold a mirror up to the contradictions of society in a project parallel to her Teatro en el Blanco; by the Colombian collective Mapa Teatro and their widening of supports for intervention; by the Ecuadorian group Malayerba and their political dramaturgy of a poetic tonus; by the Spanish company Animalario and their critical view of the history of their country without concession; by the Portuguese group Teatro o Bando and their communitarian perspective of the art; by the Uruguayan company Complot and their attack on false morality; and by Venezuelan dramatist Gustavo Ott and his approach to disrespect in a foreign land. The Brazilian shows corroborate the strength of the group theater that has thrived here since the 1990s, in distinct regions. Exploring streets and public squares as an apt place for encounters with the other, besides the above-mentioned Oi Nóis... and Imbuaça, we have, from São Paulo, the Brava Companhia with their political appropriation of the public space; from Rio de Janeiro, the Companhia de Mystérios e Novidades and their syncretic ritual of the popular celebration; from the state of Goiás, the Companhia de Teatro Nu Escuro and their updating of a medieval classic .135
mirada-catalogo-mioloNOVO.indd 135
25.08.10 12:29:05
in the open air; and from Santos, the Trupe Olho da Rua and their direct comedy with the spectator. For nonconventional stages and spaces, there are shows by groups and directors with a long career and recognition, such as the Centro de Pesquisa Teatral do SESC – a theatrical training school guided by Antunes Filho; the group mundana companhia, a collective formed by actors from various stable groups from São Paulo that have come together in this project in the Herculean adventure of transporting Dostoyevsky to the stage; director Enrique Diaz and his inventive obsession for language; and also the Companhia Brasileira de Teatro with a reverse reading of the work by poet Paulo Leminski, from the state of Paraná. Representing the new generation of theater we have the Grupo Físico de Teatro, from Rio de Janeiro, accepting risks and investing in new forms of dramaturgy and interpretation; for children, two examples of the maturity in the research and investigation of a language that the entire family can enjoy, with the Banda Mirim and their original research of musical theater for children, and the Companhia Pia Fraus, an experiment with the theater of animation for all ages. The global programming involves a tension of concepts, styles, eras and places considered productive. In tradition or rupture, assuming affiliations or cutting the umbilical cord, all these groups display aesthetic vitality in their permanent desire to advance in their laboratories of humanities presented to the public. Celebrating the Ibero-American identity with an event of the magnitude of Mirada says a lot about the city where it takes place: Santos and its port open to the world. In this area of passage, ships can anchor and have access to the Brazilian coast. A suggestive geography in regard to the possibilities for the exchange of differences and solidarities based on the anchors of culture and art. Argentina El Desarrollo de la Civilización Venidera | Daniel Veronese A 26-year-old Norwegian woman, married, with three children, scandalized the bourgeois audience by behaving counter to her “duties” as a wife and mother. She left home after being harassed by her husband after forging a signature on a bank document. This lapse brought on the shock of awareness in regard to the simulacrum of the 8-year-long relationship of marriage. At the beginning of the play proposed by Daniel Veronese, Nora and her husband return from an evening at the movies. They went to see Scenes from a Marriage (1973), by Ingmar Bergman. In the film, the couple portrayed returns from a presentation of A Doll’s House, by Henrik Ibsen. The director and playwright often resorts to linkages like this in his rereadings of modern classics, as he has done throughout this decade with Russian dramatist Anton Chekhov and, here, with the Norwegian Ibsen.
El Desarrollo de la Civilización Venidera, the 2009 version for A Doll’s House, from 1879, is part of the diptych of the Proyecto Ibsen [Ibsen Project], together with Todos los Grandes Gobiernos han Evitado
el Teatro Íntimo, a rereading of Hedda Glaber, and which is also participating in the Mirada programming. By entitling his work El Desarrollo de la Civilización Venidera, the author is referring to the demarcation of A Doll’s House within a feminist perspective in 19thcentury Europe. Since then, the societies have evolved in terms of the recognition of women’s rights, even though the question of gender is still a key issue. One of the creators in Argentine theater who has won the most awards over the last decades, Veronese was a cofounder of the group El Periférico de Objetos, in 1989, and has realized more authorial projects whose titles evoke uneasiness as they enounce a sort of poetic window to the interlocutor. Dramaturgy and direction: Daniel Veronese, adaptation of A Doll’s House, by Henrik Ibsen Cast: Carlos Portaluppi, María Figueras, Ana Garibaldi, Mara Bestelli and Roly Serrano Scenography: adaptação da cenografia da obra Budín Inglés, de Ariel Vaccaro Director’s assistant: Felicitas Luna Graphic design: Gonzalo Martinez Production: Sebastián Blutrach Duration: 80 minutes Recommended age: 16 and over
Todos los Grandes Gobiernos han Evitado el Teatro Íntimo | Daniel Veronese In the prologue to an Argentine edition of Hedda Glaber, Jorge Luis Borges noted: “Henrik Ibsen is from yesterday and today. Without his great shadow the theater that follows is inconceivable.” The director and playwright from Buenos Aires recognized the prophecy of his fellow countryman and writer, staging two Norwegian plays last year, El Desarrollo de la Civilización Venidera, a rereading of A Doll’s House, and the present play, which inspired the Borgean statement above – both in the Mirada programming. Hedda is recently married with a mediocre historian who is in debt, and unable to understand the world around him. From a stabilized family, she does not have the courage to break the social conventions. At the moment of choosing, she preferred the image of responsibility to the passion for whom she in fact wanted to be with. She is halfway down the road to boredom, bitterness, and disdain for the other. “In the deformed image she sees in the mirror, Hedda, who has an awesome impermeability in regard to the human spirit and the need for another, is presented as a fierce defender of what she wants and feels in relation with the world. This is why her restless female mind is introduced so easily to the core of a hypocritical and unsatisfied social fabric,” wrote Daniel Veronese on the occasion of the premiere of Todos los Grandes Gobiernos han Evitado el Teatro Íntimo. The acclaimed and productive creator exhibits one of his most recurrent stylistic procedures: a naturalist register in the interpretations in detriment to the realistic basis. His hope is to bring the text closer to the public without marring its substance. Intimate, he said to the newspaper Página/12, is to provoke feeling and awe in the spectators seated in a few rows, as close as possible.
136.
mirada-catalogo-mioloNOVO.indd 136
25.08.10 12:29:06
Dramaturgy and direction: Daniel Veronese, adaptation of Hedda Gabler, by Henrik Ibsen Cast: Claudio Da Passano, Elvira Onetto, Marcelo Subiotto, Osmar Nuñez and Silvina Sabater Scenography: adaptação da cenografia da obra Budín Inglés, de Ariel Vaccaro Director’s assistant: Felicitas Luna Graphic design: Gonzalo Martinez Production: Sebastián Blutrach Duration: 80 minutes Recommended age: 16 and over
Espía a una Mujer que se Mata | Daniel Veronese In theater, neither truth nor love should ever be lacking. Spoken at the beginning of the performance, the phrase in counterpoint to “transvestite theater of novelty” confirms the acclaimed Buenos Aires playwright’s tendency to refer to this art within his creations. His rereading of Anton Chekhov’s Uncle Vanya is the perfect subject matter for someone who resorts to metalanguage, having inherited from his father and grandfather the trade of carpentry in his adolescence, transforming it into a scenic metaphor since the late 1980s. “Alcohol, the love for nature, the brute animals and the search for truth through art. Stanislavski and Genet.” This is how Daniel Veronese announces what will come. As in Ibsen – of whose plays he has created two rereadings which are participating in the Mirada programming – he shares a passion for classics revisited in a radical way and centered on the presence of the actors in a small theatrical setting. The play by the Russian author who died at the beginning of the 20th century concerns the relations between members of a family from the country and those who live in the city. It is hard for them to get along, with only small fragments of feeling. The story is essentially respected – the skeleton is maintained even though some of the bones are displaced, as Veronese illustrates. Among the seven characters, the uncle of the title and the niece Sonia are the vectors of resistance to the entombed dreams. The play is from 2006. Two years before, the Proyecto Tchekhov [Chekhov Project] was opened with part of the same team presenting a version of Three Sisters. Despite the consistency with which he works with the same actors, Veronese does not really constitute a group. His independent productions are presented in runs at El Camarín de las Musas, an alternative theater space in Buenos Aires. Dramaturgy and direction: Daniel Veronese, adaptation of Uncle Vanya, by Chekhov Cast: Osmar Nuñez, Mara Bestelli, Marcelo Subiotto, María Figueras, Marta Lubos, Silvina Sabater and Villanueva Cosse Scenography: Daniel Veronese Lighting design: Sebastián Blutrach Director’s assistant: Felicitas Luna Graphic design: Gonzalo Martínez Production: Sebastián Blutrach Duration: 90 minutes Recommended age: 16 and over
La Omisión de la Familia Coleman | Teatro Timbre 4 The silence cultivated in excess within the home seems like a block of ice: life passes beneath it, but we do not see it. The director and author Claudio Tolcachir went to seek this image in the works of Belgian writer
Marguerite Yourcenar, cited in the program of the play that has been running since 2005 in Buenos Aires, a phenomenon in terms of audience and critical acclaim. Conceived based on improvisation, the work portrays a family living at the edge of breakup – a possibility as evident as it is secret. The illness of the grandmother, who should be the family’s foundation, destabilizes the relationships with her daughter and four grandchildren. From the cluttered living room decorated with peeling wallpaper, in the first part, to the hospital room in which the patient’s bed becomes a sofa for the visitors, in the second, the action follows the immature daughter and mother of children as insecure as she is. It is as though the spectator had moved under the same roof as these beings affected by material and spiritual miseries. This spectacle of absurd and realistic tones was closely associated to the reflexes of the economic shock the country suffered in 2001.
La Omisión de la Familia Coleman enjoyed a resounding reception. The production won the categories of best show, script, direction and acting in the main national awards, in 2005 and 2006, including the ACE award of the Asociación de Cronistas del Espectáculo. It has moreover participated in festivals in Bolivia, Brazil, France, Spain and the United States. Tolcachir is one of the founders of Timbre 4, formed in 1999, at which he also gives classes in their headquarters in Boedo District. In 2001, the group opened a space to develop their research and to host show runs. Many groups in the independent circuit of Buenos Aires have arisen from this school. Text and direction: Claudio Tolcachir Cast: Araceli Dvoskin, Diego Faturos, Gonzalo Ruiz, Inda Lavalle, Jorge Castaño, Lautaro Perotti, Miriam Odorico, Tamara Kiper Director’s assistant: Macarena Trigo Lighting design: Omar Possemato Production: Maxime Seugé and Jonathan Zak Duration: 100 minutes Recommended age: 16 and over
Lote 77 | Marcelo Mininno Some stigmas dear to the Latin American character are questioned in the story conceived by the actor, director and playwright. Masculinity is dissected from the point of view of someone who comes from the interior, an essential biographical detail for the author, Marcelo Mininno. He was born in Salto, where he developed his formal studies and had his first experiences in acting while he worked with his father in cattle raising. The text investigates, ultimately, how a man is constructed. Three characters involved in the raising, selection and classification of cattle into sales lots experience a process of self-awareness in the eyes of the other. The staging brings about an interface of the rural and urban universes. It scenographically re-creates a cattle-raising space, complete with fences, buckets, bales of hay and a wet floor. In this play, which premiered in 2008, the three characters narrate personal and affective episodes at the same time that they present the .137
mirada-catalogo-mioloNOVO.indd 137
25.08.10 12:29:06
public with questions and historical facts concerning the last three decades in Argentina. The cultural and social constructions that mold the individual. Marcelo Mininno belongs to the new generation of the independent scene in Buenos Aires. Lote 77 was the first time he undertook both the playwriting and scenography of a production, as well as being one of the actors. The project garnered him recognition in the revelation category of the Florencio Sánchez Prize, as well as the award for best actor from the Nominación Teatro XXI. He graduated from his studies in acting in 2001, having participated in at least 25 productions. He also works in education, as a professor of acting technique at the Escuela Metropolitana de Arte Dramático (Emad). He was 18 when he arrived in Buenos Aires to construct his career there in theater. Dramaturgy and direction: Marcelo Mininno Cast: Andrés D’Adamo, Marcelo Mininno and Rodrigo González Garillo Scenography: Marcelo Mininno Lighting design: Eli Sirlin Costumes and coordination: Silvia Oleksikiw Executive producer: Pablo Morgavi Duration: 75 minutes Recommended age: 16 and over
Mujeres Terribles | Lía Jelín The intellectual exuberance of Argentina in the 1960s serves as a backdrop for the literary voices and perspectives of Alejandra Pizarnik (1936–1972) and Silvina Ocampo (1903–1994). The play is based on a profound investigation of the texts, diaries and letters of these writers who belonged to different social environments and became linked by way of differences, similarities, and their mutual fascination for what they each represented. It is “a work made of works,” as the creators define it: the characters are born from their own tales, poems, correspondences, interviews, in short, records that touch on the Argentinean intimacy and idiosyncrasy. The scenario evinces the enigmatic characters of Silvina, played by Marta Bianchi, and of Alejandra, played by Noemí Frenkel. Each one in her own niche, they celebrate the word with the same joy or anxiety with which they discourse on life. The use of metalanguage – the writers that the theater turns into characters of themselves – allows for this encounter of entire souls by means of their literary fragments. The production premiered this year under the direction of Lía Jelín. She has joined her international training in dance with her career as an actress since 1960. She has starred in countless plays, very notably in award-winning comedies. Mujeres Terribles is part of the project Mujeres en la Literatura, which also includes the debate El Arte de la Palabra – in which an Argentinean writer and one from a given country converse about the singularity of the worlds of Silvina and Alejandra – as well as the photographic exhibition Imágenes textuales, with 33 portraits by Sara Facio along with others by other professionals. Dramaturgy: Marisé Monteiro – Virginia Uriarte General direction: Lía
Jelin Cast: Marta Bianchi and Noemi Frenkel Literary research: Virgina Uriarte Music: Jorge Schusshein Art direction: Tito Egurza Costumes: René Diviú Costumes assistant: Romina Mengarelli. Director’s assistant: Edgardo Ariel Alba Duration: 60 minutes Recommended age: 16 and over
Nada del Amor me Produce Envidia | Diego Lerman Melodrama, a genre dear to the Argentine public, has a lining of subtlety and humor in the monologue by actress María Merlino. The play’s sentimental and dramatic charge is conveyed in a key of small greatness: a workshop in a district is the setting for the narrative of a seamstress who had her life touched by the extraordinary, as she puts it. And twice at the same address: the days when Libertad Lamarque and Evita Perón knocked on her door looking for a dress. One and same dress. The character has to make a “Sophie’s Choice” decision. Either deliver the recently finished dress to who ordered it first, actress and singer Libertad Lamarque (1908–2000), the “Queen of Tango,” or to who came later, First Lady Evita Perón (1919–52), who had also been an actress and radio singer. By comparing the two myths, the protagonist allows the public glimpses of her own life story, which also includes singing. The tribute reflects the loneliness of the divas and exposes questions of the country’s political and social memory. The creator of this fictional clashing by way of a secondary character is filmmaker and screenplay writer Santiago Loza (of La invención de la carne, 2009). His plot is based on the mythic blow that Libertad reportedly gave Eva in the 1940s, on a movie set. Thus, the dress as a symbol of envy. It is also not by chance that the cinematographic language keeps the workshop permanently bathed in half-shadow, with only a point of light in the background. This work from 2008 also constituted Diego Lerman’s debut as a theatrical director, until that point having worked as a filmmaker. Born in 1976, he took part in a good phase of this art in Argentina. His most recent film, La Mirada Invisible, was screened this year at the Festival of Cannes. Author: Santiago Loza Direction: Diego Lerman Cast: María Merlino Musical director: Sandra Baylac Costumes: Guido Lapadula Scenography: Silvana Lacarra Lighting design: Fernanda Balcells Musical design collaboration: Jape Ntaca Graphic design: Florencia Bauza Leitmotiv and final song: Sandra Baylac Production: María Sureda Duration: 60 minutes Recommended age: 16 and over
Bolivia La Odisea | Teatro de los Andes The Bolivian group, which ever since its founding in 1991 has served as a benchmark for political theater and theatrical quality within Bolivia and internationally, is now staging the re-creation of the epic poem by
138.
mirada-catalogo-mioloNOVO.indd 138
25.08.10 12:29:06
Homer. The Greek myth is woven of notions involving travel, loss, war, absence, passionate love, struggle, the search for one’s father, identity, dreams, waiting, invasion, brutality, harassment of women, revenge, civil war and other variables. According to director César Brie, this play from 2008 staged by the Teatro de los Andes is thematically centered on the current situation in Bolivia, a country that has been undergoing dramatic change, in the words of the Argentinean now residing in this neighboring country. It is as though an immigrant were returning to Bolivian soil after a 20-year absence. In the classic, the hero Ulysses puts an end to the material and moral undoings of Ithaca, to where he returns to rescue his wife after having spent two decades in exile. The plot contextualizes the current reality in association with historical, political and social processes, both within Bolivia and internationally, such as the propagation of anti-immigration laws around the globe. The action involves sources of Andean culture, such as ritual, festival and dance. The central element of the scenography is a multiform curtain of suspended bamboo. In 2000, Los Andes worked with another of Homer’s works, the Iliad, approximating it to the dictatorships of the Southern Cone. The team is made up of local actors together with others from Brazil and Italy. The headquarters for the rehearsals and presentations is in the village of Yotala, near Sucre. The group’s communitarian character is multiplied as an ethical question of cultural responsibility and artistic action. Parallel with these activities, the group has published the theatrical magazine El Tonto del Pueblo since 1995. Dramaturgy and direction: César Brie, adaptation of The Odyssey, by Homer Cast: Alice Guimaraes, Gonzalo Callejas, Julian Ramacciotti, Keren Lisondra, Lucas Achirico, Paola Oña, Tanja Watoro, Ulisses Palacio and Viola Vento Scenography: Gonzalo Calleja Costumes: Teatro de los Andes Lighting design: Danuta Zarzyka Music: Pablo Brie and public domain Duration: 160 minutes Recommended age: 16 and over
Chile Fiesta | Trinidad González This performance gives continuity to the process of collective creation that the independent group from Santiago began in Insomnio, from 2008, when it got together to discover new forms and to reflect on the individual’s alienation in society. The three restless and solitary figures became six in this work from 2009 that depicts a melancholic celebration of men and women incapable of saying what they feel. Brought together in the living room of an apartment, four girls and two guys reveal that they are each an island. They might be friends, or strangers. It is four o’clock in the morning. The drink has run out, there is no music, no one is dancing or flirting. Nor does this adult gang have any idea why they are there. Dissimulating, they laugh a lot and nervously. There are few
interventions of spoken lines (“pass me the coffee,” “we are alone in the universe”). The impossibility of dialog is communicated by way of sounds and corporal gestures like musical scores. For director Trinidad González, the play shows the human-being increasingly alone, aloof from community life. This will lead to imbalance in the feelings and aggressiveness. In her perception, theater is a place to struggle for these changes, to transgress. Fiesta aims to show that we are increasingly separated from our emotions. The latent spirit of despair also has to do with the vestiges of the Chilean dictatorship (1973–1990). This is a parallel project undertaken by Trinidad, cofounder of the Teatro en el Blanco, in 2004, the award-winning group that breathed fresh air into the national scene with Neva and Diciembre. The director’s background includes stints in the United States and Italy, most notably a course in New York given by Antunes Filho, whom she greatly admires. Dramaturgy: Collective creation Director: Trinidad González Cast: Cristián Martínez, Fernanda Olivares, Ingrid Isensee, Macarena Saquel, Pamela Meneses and Roberto Cayuqueo Director’s assistant: Nathalia Galgani Scenography: Ingrid Isensee Music: Tomás González Production: Ingrid Isensee Production in Brazil: Fabio Mazzoni Duration: 60 minutes Recommended age: 14 and over
Colombia Los Santos Inocentes | Mapa Teatro Intertextuality has been part of the activity of this collective since its formation, in 1984. The group’s recognition stems from their choice of a multiple platform from which they launch projects in theater, performance and installation. And this is the case with their most recent work, which debuted six months ago in Bogotá. In the days leading up to last New Year’s Eve, Mapa Teatro headed for the city of Guapi, at the mouth of a river along Colombia’s Pacific coast. The goal was to witness the Día de los Santos Inocentes [Holy Innocents’ Day], December 28, when the streets are filled with masked men who whip people they meet along the way, after the manner of the biblical story in which Herod massacred the infants, according to the local beliefs. In the village with no streets, against a backdrop of forest and sea, images were captured on video; scenes of whippings, penitences, physical and moral violence among the majority Afro-Colombian population that plays out the tradition. The video intersperses scenes of a strange festival that is soon shaken by an anti-climax in the context of a country that recently completed the 200th anniversary of its independence. Narrators and two musicians who play the marimba, “the piano of the forest,” a typical instrument of the region, reflect the clash between documentary and fiction. The son and daughter of Swiss immigrants, Colombian siblings Heidi and Rolf Abderhalden have chosen the living arts as an apt place for the transgression of frontiers between disciplines, the fusion of languages .139
mirada-catalogo-mioloNOVO.indd 139
25.08.10 12:29:06
and readings for the articulation of local and global problematics. The founders have studied and researched in various schools, laboratories and theaters in Europe, such as the University of Geneva, the School of Jacques Lecoq and the Théatre du Soleil. Conception, dramaturgy and direction: Heidi Abderhalden and Rolf Abderhalden Cast: Andres Castañeda, Claudia Torres, Heidi Abderhalden, Julián Díaz, Santiago Sepúlveda and Ximena Vargas Marimbas, guasá and live voices: Genaro Torres and Dioselino Rodríguez Directors’ assistant: Claudia Torres Archive research and texts: Martha Ruiz Dramaturgical consulting: Matthias Pees Sound design, original music, circuits and live processes: Juan Ernesto Díaz Visual design: Heidi Abderhalden and Rolf Abderhalden Video: Lucas Maldonado and Heidi Abderhalden Sound recording assistant: Alejandro Valencia Editing: Luis Antonio Delgado and Santiago Sepúlveda Art design: Arno Truschinki Costumes: Elizabeth Abderhalden Scenography: Jose Ignacio Rincón, Rolf Abderhalden and Santiago Sepúlveda Photography: Andrés Fresneda and Mauricio Esguerra Production: Ximena Vargas and Jose Ignacio Rincón Production in Brazil: Matthias Pees Special acknowledgment to the inhabitants of Guapi, Cauca: Osías Castro Cundumí, Jesús Alberto Sandoval Angulo, Libia Grueso, Yolanda García, Orobio Solís, Yolanda García, Familia Prado Cedano, José Eusebio Prado “Chevo La Mona,” John Harold Estrella, Ramiro Sandoval, Ever, Ruben Dolly Man and Camilo Arroyo. And to Peluquería Guapistón. Duration: 60 minutes Recommended age: 16 and over
Ecuador La Razón Blindada | Grupo de Teatro Malayerba For the political prisoner, escape comes through imagination. The performance by the group from Quito speaks about this place found within a jail and about the repression of human rights. It sheds light on obscure moments commonly occurring in Latin American countries subject to military dictatorship. Every Sunday, at sunset, two political prisoners need to invent another possible reality. Carefully watched within a penitentiary, they both hold tightly to the escapades of Don Quixote and Sancho Panza as a strategy for survival. In the staging of this play from 2005, the characters find lucidity in the ocean of madness. They exchange fables with each other to transcend the walls like Cervantes’s hero confronting monsters and giant windmills. Franz Kafka’s rereading of the classic was another influence in the text by Arístides Vargas, who also directs the play and appears in it as an actor. The work is dedicated to the political prisoners held in the 1970s at Rawson Prison, in Patagonia, Argentina, who included one of the playwright’s brothers. The Grupo Malayerba was born in 1979 by creators from Argentina and Spain, proof that multicultural mixing is not only possible, but enriching. The director believes that differences lead to new identities. Their plays involve the rich cultural diversity and complex history of
Ecuador, as well as questions of migration, exile, political violence, and individual and collective memory. The group travels frequently to give performances and hold workshops in Europe, the United States and South America. In more than three decades of activity, it has balanced its activities in theatrical creation with the operation of its space, the Casa Malayerba, which has an auditorium and a permanent laboratory for the training of young actors. Since 2001 it has moreover published the magazine Hoja de Teatro. Dramaturgy and direction: Arístides Vargas Cast: Gerson Guerra and Arístides Vargas Scenography: Grupo Malayerba Costumes: José Rosales Lighting design: Elena NavarreteDuration: 70 minutes Recommended age: 16 and over
Spain El Foc del Mar | Xarxa Teatre The critics tend to associate the street shows of this Valencian group to sporting events that attract thousands of spectators. This work from 1994, one of the biggest hits in their repertoire, synthesizes the visual aspect by not prioritizing the word, valorizing the combination of the aesthetics of popular festivals, an appeal that is captivating in all the countries of the world where they perform. The title’s reference to the fire of the sea alludes to the Mediterranean roots of this artistic group which for 27 years has allied formal daring to magnetism and color in the manipulation of pyrotechnics, in a mature language bordering on the virtuoso. The script by Vicent Martí Xar visits legends and customs. It wishes to re-signify, look through other eyes at the collective wandering in the open air, the itinerary through public squares, along streets and past monuments. The costumes of the actors and the mobile structures characteristic of Spanish manifestations are stylized based on motifs inspired in painter Joan Miró. The same thing happens with the falla, the sculpture made of wood and cardboard that is burned at the end of the procession headed by actors, musicians, large dolls, inflatable objects, fires, a rain of sparks streaming through the night sky, and other scenic elements. For critic Nel Diago, specialized in Xarxa’s career, the fire is used as a purifying element. It is a theater that continues to be playful, deliberately happy, furiously Dionysian,” he observes. Since their first children’s show, La Bruixa Marruixa, in 1983, up to their latest large-scale multimedia creations, the group has been acclaimed by the public and the critics alike. Their shows have been scheduled in 40 countries, and they have already performed on five continents. Dramaturgy: Vicent Martí Xar Direction: Manuel V. Vilanova and Leandre Ll. Escamilla Cast: Esther Angles, Ferran Igual, Jordi Magnieto, Oscar Luna, Pere Martinez, Toni Fabregat e Xavi Clausell Musicians: Alex Ferrus, Carlos Albero, Joan Igual, Manuel Orti, Raul Prats e Salva Pellicer Musical composition: Joan Igual and Vicent Borràs Design of falla (popular song): Amat Bellés Sculpture: Pepe Ferrer Conception of falla: Joan Ninot Pyrotechnics: Pepe Peñarroja and Vicent Martí Mobiles:
140.
mirada-catalogo-mioloNOVO.indd 140
25.08.10 12:29:06
Pasqual Arrufat Masks: Carles Abad Sewing: Ana Hernández Video: Josep Pasqual Arnal Administration: Isabel Molés Production: Sara Broch Postproduction: Flor Vaugeois Tour director: Mónica Gozalbo Duration: 60 minutes Recommended age: all
Urtain | Compañía de Teatro Animalario The play’s title is the nickname of the lead character, Spanish boxer José Manuel Ibar Azpiazu (1943–92). In the perception of the author, Juan Cavestany, who based the work on one of his cinematic screenplays, Urtain was a fighter as mediocre as the Spanish nation under the Franco dictatorship in the 1960s and ’70s. In 1992, four days before the start of the Olympic Games in Barcelona, Urtain committed suicide by jumping from the 10th floor of a building. All of this dramatic material is dealt with in the work from 2008. A boxing ring is structured as a realistic stage setting. The audience is situated in a U-shaped seating arrangement around it, to watch the 12 parts, or rounds, starting at the death and continuing back to the birth of this man whose life story is inextricably linked with the historical circumstances of Spain. Men and women occupy the arena within the ropes. The atmosphere is that of a fight with a referee, scorecard girl, announcer at the microphone, and bettors excited by the mythic Basque athlete besieged by the media and politicians, the same society that later discarded him. The Compañía de Teatro Animalario was founded in 1996 based on the staging of the play that gave it its name, and whose subtitle was “Bonitas historias de entretenimiento sobre la humillación cotidiana de existir” [Beautiful stories of entertainment concerning the daily humiliation of existence]. The actors from Madrid came together to work as a team in an attempt to recover the group approach to theater work that was abandoned by most other theater companies in the 1980s. The group likes to tell stories with the public as an interlocutor; for this reason they alternate the stage with nonconventional spaces (party rooms, houses, buildings, etc.). Rather than avoiding contact with other fields of art, such as audiovisual practices, the Grupo Animalario seeks such encounters and empowers them. Author: Juan Cavestany Director: Andrés Lima Cast: Alberto San Juan, Estefanía de los Santos, Luis Bermejo, Luz Valdenebro, María Morales, Raúl Arévalo, Roberto Álamo and Victor Masans Director’s assistant: Celia León Scenography and costumes: Beatriz San Juan Music: Nick Powel Lighting: Valentín Álvarez and Pedro Yagüe Production: Joseba Gil and Esther Fernández Coproduction: Animalario and Centro Dramático Nacional Duration: 120 minutes Recommended age: 16 and over
Mexico De Monstruos y Prodigios: la Historia de los Castrati | Teatro de Ciertos Habitantes
A long process of research concerning the phenomenon of the castrato – a boy who in prior centuries was castrated to perfect his voice as a soprano – inspires the acclaimed Mexican group to undertake an artistic, social and cultural voyage through the 18th century. At that time, beauty was an absolute value, a divine gift. Surgical intervention represented the pinnacle of sublimation to art, until it was confronted by scientific reason. The play evokes the splendor of the Italian baroque. In a barbershop in Naples, Siamese twin surgeon/barbers practice castration with the aim of preserving the peculiar tone and vocal tessitura of male youths. A mosaic of extravagancies emerges that marks this outstanding and enigmatic period in the history of art, involving opera, dance, stories and superstitions about these matchless sacred monsters of singing. The performance concerns their romances and caprices, their tempestuous relationships with composers and impresarios. The polyphonic structure alternates scenes, arias and interludes by way of a play within a play, an opera inside and outside opera. The stage is transformed into an arena of sand in which even a horse appears with the actor-musicians, a multidisciplinary character valorized by the group. Founded in 1997, the Teatro de Ciertos Habitantes has participated with its six productions in various festivals around the world (Germany, Spain, USA, Singapore, Egypt, Algeria, etc.). De Monstruos y Prodigios, from 2000, was the second of them. The group believes in a theater that speaks to the individual, is useful to him/her, and conveys knowledge. It celebrates a wide range of genres and styles based always on the premise of experimentation with various forms. Dramaturgy: Jorge Kuri, freely inspired in La Historia de los Castrati, by Patrick Barbier Direction: Claudio Valdés Kuri Cast: Edwin Calderón, Gastón Yanes, Javier Medina, Kaveh Parmas, Luis Fernando Villegas, Miguel Ángel López and Raúl Román Musical director: Magda Zalles Executive producer: Carlos López Costumes: Mario Iván Martínez Lighting design: Matías Gorlero Baroque dance: Alan Stark Makeup and hair styling: Carlos Guizar Props: Felipe Lara Costumes coordination: Mauricio Ascencio General coordination: Fabrina Melón Coproduction: Coordinación Nacional de Teatro/INBA Sponsored by: Fundación BBVABancomer A.C. and México en Escena/FONCA Horse: Thor Trainer: NDZINJIPONTES Stud Farm: Coudelaria Função Duration: 105 minutes Recommended age: 16 and over
Peru Hecho en el Perú, Vitrinas para un Museo de la Memoria | Grupo Cultural Yuyachkani About to reach its 40-year mark, in 2011, the group recognized for its political emphasis and variations of languages has created a unique blend of art installation and dramatic action. The spectator moves through a gallery in the format of a hallway with three windows on either side. The screenplay is up to each visitor, who chooses at which of the windows he/she will linger.
.141
mirada-catalogo-mioloNOVO.indd 141
25.08.10 12:29:06
In each of the six niches there is an actor or actress interacting with sounds and objects, generating sensations for the interlocutor. They are presences composed by heterogeneous ideas, acts or profiles of a common matrix, the brand of a product – walking through an exhibition space, walking through a market. There is, for example, the window Eldorado, in which an Indian is transformed from his Incan past into his modern-day version. He deliriously ironizes his identity. Mãe Pátria features images seen from a school bench at the same time that it criticizes the political class and the nation’s lack of self-esteem. Headquartered in Lima, Yuyachkani is one of the icons of Latin American independent theater, always winning awards, and in high demand within the international circuit. In Quechua its name signifies “I am thinking, I am remembering.” Its creations, of which Hecho en el Perú is a good example, valorize one’s perception of him/herself and of the other in a playful, incisive and reflective way. Founded in 1971, a witness of human violations and social injustices of every sort, the group has deep links to the reality of the territory in which it lives. It has incorporated actions in marginalized communities, occupied streets, squares and markets, offering workshops, retrofeeding popular culture. It publishes books of essays or documental records. It never loses sight of its focus on the rituals of memory and the rights of the citizens. Conception and direction: Miguel Rubio Zapata Cast: Amiel Cayo, Ana Correa, Augusto Casafranca, Diana Collazos, Julián Vargas and Rebeca Ralli Visual arts: Jorge Baldeón Sound: Alejandro Siles Tour production: Milagros Quintana Duration: 120 minutes Recommended age: 16 and over
Portugal Jerusalém | Teatro o Bando In keeping with a line running through its 35-year history – that of giving theatrical form to nondramatic works, above all by Portuguese authors – this group is making its third incursion into a novel by fellow countryman Gonçalo M. Tavares, a homonymous work by the author who emerged in this decade to win awards on both sides of the Atlantic. Seven survivors are trapped in a city taken over by an army. Between the lines, we read the nightmare of the concentration camps. But it is possible to catch sight of conflicts of the same nature at other latitudes and in other times. The narrative emphasizes the strange behavior of the human when he/she is beset by extreme situations. In this concrete present, the anxiety concerning the future is diagnosed by a doctor eager to write about the history of the horror in mankind’s breast.
Jerusalém, from 2008, aims to awaken awareness about the atrocities, to approximate the spectator with the darkness reflected in the contemporary evils, in the disenchantment disseminated daily by the television news. The “horror that does not lie in what seems apparently to be horrible, dirty, bloody,” as observed by director João Brites,
cofounder of the Teatro o Bando in 1974. The scenic space is dominated by a pile of stems left over from bunches of grapes and by words projected in the shadows and on the bodies of the actors. This group is one of the oldest cultural cooperatives in the country. Its worldwide reputation is owing to its experimentalist determination in placing aesthetic research on the plane of civic and communitarian participations stemming from its headquarters in Vale dos Barris, region of Palmela, blending rural and urban, adult and child, erudite and popular, national and universal, narrative and poetic – borders which are all transgressed. Text: Gonçalo M. Tavares Dramaturgy, staging and scenic space: João Brites Cast: Cristiana Castro, Horácio Manuel, João Barbosa, Nicolas Brites, Raul Atalaia, Sara de Castro and Suzana Branco Corporal preparation: Luca Aprea Voice preparation: Teresa Lima Literary and dramaturgical analysis: Rui Pina Coelho Costumes and props: Clara Bento Lighting design: João Cachulo Direction assistant: Sara de Castro Setup direction: Fátima Santos Production coordination: Tati Mendes Technical support: Guilherme Noronha and Sérgio Milhano Stage manager: Ana Paula Perez Photography: André Fonseca and Susana Chicó Creation: Teatro o Bando Coproduction: Fundação Centro Cultural de Belém Acknowledgments: Raquel Belchior, Rastta, Adega Carlos Camolas, Carpal Ltda., Pedro Miguel Coelho Duration: 100 minutes Recommended age: 16 and over
Uruguay Mi Muñequita | Complot – Compañía de Artes Escenicas Contemporaneas The new generation of Uruguay is represented by this performance that has catalyzed the youth there since its premiere, in 2004, on the illustrious stage of the Teatro Circular de Montevidéu, where it continued a straight run for four years and is currently staged sporadically. The play written by a 17-year-old young man, Gabriel Calderón, who codirected it at 21, sparked attention due to its boldness in approaching a delicate theme – child abuse – in the language of farce. Under an apparent ingenuousness of musical numbers after the manner of Porque te vas, a Latino hit, there comes to light the cruel underground reality of a dysfunctional family consisting of the protagonist child, her flesh-and-bone doll, the mother, the father, the uncle and the butler. The play depicts intimacy through a distorting lens: dirty secrets of people condemned to repeat themselves. In the eye of this eternal cruel hurricane, the protagonist will be, alongside her inseparable toy, a survivor bereft of all innocence. The honors garnered by Mi muñequita include six nominations for the Florencio Sánchez Prize, the most prestigious in the country. Irreverence and contradiction are assumed in the creations by Complot, a company founded five years ago by Calderón and choreographer Martín Inthamoussú. Since 2007, the team has included playwright
142.
mirada-catalogo-mioloNOVO.indd 142
25.08.10 12:29:07
Mariana Percovich, an outstanding name in the country’s recent scene. They are not exactly a collective of performing artists who conceive the scenes together or strive for determined goals. It is the dissonance which stimulates their activities, they say. Dramaturgy: Gabriel Calderón Direction: Ramiro Perdomo and Gabriel Calderón Cast: Cecilia Sánchez, Dahiana Méndez, Gabriel Calderón, Leonardo Pintos, Mateo Chiarino and María Cecilia Cósero Lighting design: Pablo Caballero Costumes: Ana Semino Design and photography: Federico Calzada Technique: Pablo Caballero Production: Adrián Minutti Duration: 55 minutes Recommended age: 16 and over
Venezuela Passport | Gustavo Ott The playwright is one of the most active creators in Caracas, the city of his birth and where he has managed the Teatro San Martín since 1993. The text concluded in 1988 and staged for the first time in 1991 belongs to the initial phase of his career. And it already evinces uneasinesses in regard to the effects of arbitrariness in the public sphere, when the citizen is submitted to the forces of the state that intercept him like the authority figures in a novel by Kafka. Indeed, the author of The Process influences dialogs and grotesque situations of the most recent staging by Luis Domingo González, in 2003, in which the role of the unwary passenger is played not by a man, as in the original, but by a woman. Eugenio becomes Eugenia in the voice of María Brito. At a train station, in some forgotten country, the main character is accosted by a soldier and an official. They act in a bullying way toward the immigrant who, it seems, does not speak their language. The impossibility of dialog and the misunderstandings between them grow with the officials’ arrogant distrust. A confusing and oppressive environment is instated, but the woman subverts it by delving into self-awareness: since no one understands her, she makes herself understood to herself at this moment in her life. Gonzáles’s staging is stark. The main director of Ott’s plays resorts to objects such as a suitcase, a hair dryer, a telephone and a shopping cart. The Venezuelan author is productive. He has written at least 30 plays, most of them translated into English, Italian, German, French, Russian, Japanese, etc. In Brazil, there are reports of recent stagings of his works in Curitiba and Recife. This year, he was conferred a threemonth residency in a project for the encouragement of contemporary dramaturgy in Paris. Dramaturgy: Gustavo Ott Director: Luis Domingo González Cast: David Villegas, Luis Domingo González and María Brito Lighting design: Alfonso Ramírez and Gerónimo Reyes Music: Alfonso Ramírez Production: David Villegas and Teatro San Martín de Caracas
Brazil In on It | Enrique Diaz A man writes a play about someone who suffers an accident. Two lovers watch their love end. And two men tell this story. There is the layer of the written play. The layer of the performance. And the layer of the past. The play, in brief, is the story of Ray, the most “theatrical” of the other planes. The show corresponds to what happens here and now, a gap for improvisation with the spectator. The past speaks of how the relationship of the lead characters developed. The director, who has impressed his distinct authorial language on many productions throughout the two decades he has worked together with the Companhia dos Atores, in Rio de Janeiro, manages to spark the same degree of interest from the public and the critics when involved in parallel projects. And this is the case with this staging from 2009, of which he was a main driver after reading the script by Canadian Daniel MacIvor.
In on It is seductive for its sensation of incompleteness, a dramaturgy that plays with levels of interpretation and metalanguage. The spiraling narrative was written for two actors who play a total of ten characters. This structure is supported not only by the poetics of the performers, but also by the stage setting that is denuded by the lighting design, a void also occupied by two chairs, a coat, a scarf and a bunch of keys. After deconstructing classics by Chekhov and Shakespeare, Enrique Diaz has allowed himself to be enchanted by a contemporary of about 40 years old, like himself. The creation conveys the happy triangulation of artistic maturity between Diaz and two old partners in his work, actors Emilio de Mello and Fernando Eiras. Text: Daniel MacIvor Translation: Daniele Ávila Director: Enrique Diaz Cast: Emilio de Mello and Fernando Eiras Lighting design: Maneco Quinderé Scenography: Domingos de Alcântara Costumes: Luciana Cardoso Soundtrack: Lucas Marcier Alexander technique: Valéria Campos Choreography: Mabel Tude Movement consultant: Marcia Rubin Visual programming: Olívia Ferreira and Pedro Garavaglia – Radiográfico Photography: Dalton Valério Press relations in São Paulo: Morente Forte Director’s assistant: Pedro Freire Direction trainee: Cécile Dano Assistant lighting technician: Leandro Barreto Scenography assistant: Rafael Medeiros Costumes assistant: Denise Tupinambá Visual programming assistants: Bárbara Abbês and Mônica Puga Lighting operator: Carlos Moraes Sound operator: Roberta Serretiello Stage manager: Douglas Mariano Stage direction: Richard Santiago Executive production in São Paulo: Roberta Koyama Executive production in Rio de Janeiro: Rossine A. Freitas Direction of production in São Paulo: Henrique Mariano Produced by: Enrique Diaz Duration: 80 minutes Recommended age: 16 and over
O Idiota: Uma Novela Teatral | mundana companhia In Brazil, the term novela [which can mean either telenovela or literary novel] is normally associated more with the telenovela than with the
.143
mirada-catalogo-mioloNOVO.indd 143
25.08.10 12:29:07
prose narrative. The subtitle Uma Novela Teatral refers to the three parts, one per night, in which the public can accompany the adaptation in 12 episodes – a summary of the 50 original ones – each one with a beginning, middle, and end in this crossing of the newspaper serial novel with the telenovela. In the story, Michkin is the prince with a very simple nature, a visionary blend of Christ and Don Quixote. He returns from St. Petersburg after a trip abroad to treat his epilepsy. On the train and during his search for help from relatives, the character is involved in an amorous plot with financial and religious elements. The tragic fault of the protagonist is his compassion for everyone around him.
O Idiota demands a spectator who interacts, displaced into the nonconventional scenic space. The polyphonic action suggests the planes of reality, of the unconscious and of theater properly speaking, in which the metamorphoses of interpretive registers and of settings, for example, take place in full view and to the accompaniment of live music. The anchor of this significant proposal is the group Mundana Companhia, founded in 2007 by actors Aury Porto and Luah Guimarãez, who had previously worked on productions based on Camus and Beckett. The production debuted last semester, and involves creators linked to the Teatro de Grupo which flourished in São Paulo beginning in the 1990s. This adaptation of the work by Russian writer Fyodor Dostoevsky obtained excellent critical reviews and sellout crowds. The director Cibele Forjaz, of Companhia Livre, and some of the ten actors of the cast were members of the historical Grupo Oficina, of director José Celso Martinez Corrêa. The groups Vertigem and Teatro da Mentira are also represented. Author: Fyodor DostoyevskyTranslation: Paulo Bezerra Adapted script: Aury Porto Dramaturgical collaboration: Vadim Nikitin, Luah Guimarãez and Cibele Forjaz Director: Cibele Forjaz Cast: Aury Porto, Fredy Állan, Luah Guimarãez, Lúcia Romano, Luís Mármora, Sergio Siviero, Silvio Restiffe, Sylvia Prado and Vanderlei Bernardino Director’s assistant: Ivan Andrade Theoretic consulting: Elena Vássina Movement direction: Lu Favoreto Vocal direction: Lucia Gayotto Musical direction, soundtrack and live music: Otávio Ortega Recording, operation of sound and live music: Ivan Garro Participations: Adriano Salhab (rebec), Celso Sim (composition and voice), Guilherme Calzavara (trumpet and caixa) and Mariana Carneiro da Cunha (cello) Scenography: Laura Vinci Scenography and props assistants: Marília Teixeira and Tatiana Tatit Costumes: Joana Porto Costumes assistant: Bia Rivato Lighting design: Alessandra Domingues Lighting assistant and operator: Luana Gouveia Wardrobe assistant: Leda Maia Scene direction: Dani Colazante, Elisete Jeremias and Jamile Valente Graphic art: Simone Mina Photography: Cacá Bernardes and Maurício Shirakawa Executive producer: Berenice Haddad Director of production: Marlene Salgado Conception and production: mundana companhia Duration: 160 minutes (part 1), 120 minutes (part 2) and 120 minutes (part 3) Recommended age: 16 and over
Policarpo Quaresma | Centro de Pesquisa Teatral e Grupo Macunaíma de Teatro The novel Triste Fim de Policarpo Quaresma, by Lima Barreto (1881– 1922), emblematically condenses the nativist and patriotic verve of the beginning of the Federative Republic of Brazil. The antihero symbolizes the nation-man. He takes for himself the ideal of a country ruled by the well-being of its people and puts great hope in the civilizatory force of the State. As in the anthological staging of Macunaíma, from 1978 – an outstanding adaptation, with a dramaturgically and scenically authorial style, of the homonymous work by Mário de Andrade – director Antunes Filho salutes a writer and fellow countryman to read the contradictions of his time with Brazil emerging into the so-called First World. On the stage, the comic tone is permeated by the tragic condition of the title character inserted in his historical and political contexts. This creation from 2010 composes the third part of the Trilogia Carioca [Rio de Janeiro Series] of the Centro de Pesquisa Teatral e do Grupo Macunaíma de Teatro, preceded by A Falecida Vapt-Vupt (2009), a version of the play by Nelson Rodrigues, and Lamartine Babo (2009), a musical dedicated to the composer. Each in its own way, these shows concern the city of Rio de Janeiro, Brazil’s first capital, the scene of decisive transformations in the nation’s customs and mode of political life. The acclaimed, award-winning director who lives in São Paulo is about to complete a half-century of work in theater. He worked as an assistant to the foreign directors in the modern phase of the Teatro Brasileiro de Comédia, the TBC, in the 1950s. Antunes’s scenic, dramaturgical and pedagogic approaches have become a reference for the art of the actor. Young actors trained by the Centro de Pesquisa Teatral [CPT] not only take part in its productions, but also perform with other groups in the city and throughout Brazil. Text: Lima Barreto Direction and adaptation: Antunes Filho Cast: Adriano Bolshi, André Bubman, André de Araújo, Angélica Colombo, Bruna Anauate, Carlos Morelli, Carolina Meinerz, Erick Gallani, Fernando Aveiro, Flávia Strongolli, Geraldo Mário, Ivo Leme, João Paulo Bienemann, Lee Thalor, Marcos de Andrade, Marília Moreira, Michelle Boesche, Natalie Pascoal, Roberto Borenstein, Ruber Gonçalves, Tatiana Lenna, Walter Granieri and Ygor Fiori Scenography and costumes: Rosângela Ribeiro Duration: 100 minutes Recommended age: 12 and over
Savana Glacial | Grupo Físico de Teatro Everything is fiction. Except the pain. The lemma of playwright Jô Bilac reverberates in this play written on invitation from the Rio de Janeiro group founded in 2007. The author is an emerging name in Rio de Janeiro’s contemporary scene, with Cachorro! and Rebu. In Savana Glacial, a writer enmeshes his wife and some third parties – a makeup artist and a store delivery worker – in a plot that tensions reality and fiction, exploring the concept of a play within a play. Supporting characters are connected to the story: they also pass through the
144.
mirada-catalogo-mioloNOVO.indd 144
25.08.10 12:29:07
apartment to which the couple has moved recently hoping to recover their love life after a supposed accident. The absurd advances like a cinematographic editing process, a play of memory elaborated together and coming to light in 2010. The act of creating is at the heart of everything. “The character, at first, is a blank sheet of paper, a possibility,” says the narrator. The character only gains life by way of memories, whether emotional, physical or genetic. But what about when the writer’s wife does not have any recent memory, due to a trauma? Is she inexistent? These sorts of questions dance in the comings and goings of the plot of love and suspense, in which the clash of reality and fiction becomes increasingly explicit, pathetic and dangerous. The nonconventional space is the street or the auditorium, either will do. An irregularly shaped red carpet on the platform, a table, a chair, a typewriter, a microphone, and the shadowy lighting design compose the assumedly economic resources in this staging centered on the quartet of actors. The Grupo Físico de Teatro aims to establish an artistic identity intensifying the research of language evinced in their first productions. Conception: Camila Gama and Renato Livera Director: Renato Carrera Text: Jô Bilac Performers: Andreza Bittencourt and Camila Gama, Diogo Cardoso and Renato Livera Corporal preparation and movement direction: Lavinia Bizzotto Original soundtrack: Jamba Lighting design: Renato Machado Scenography: Mariana Ribas Costumes: Flávio Souza Photography: Guga Millet, Alvaro Riveiros e Dalton Valerio Direction of production: Renato Livera Executive producer: Camila Gama Graphic design: André Arantes Duration: 70 minutes Recommended age: 16 and over
Vida | Companhia Brasileira de Teatro Exiled in an imaginary place, two men and two women are part of a band that is rehearsing to celebrate the jubilee of a city in the interior. They share experiences and reveal behaviors and personal conflicts. The plot is simple. The form of narrating the story is the essence here. The show features prosaic characters who, according to the group from Paraná, in Brazil’s South, do not lack humor, sensitivity or the desire for transformation. “Não fosse isso e era menos/ não fosse tanto e era quase” [If it weren’t this it would be less/ if it weren’t so much it would be almost]. Like the lines of writer Paulo Leminski (1944–93), the likewise Brazilian Companhia Brasileira de Teatro also relativizes certainties. It takes the author’s brief existence and vast oeuvre in poetry, prose, essays, translations, song lyrics, etc., to open other windows for those who know him and those who don’t.
Vida is not an adaptation, but rather an original text written by director Marcio Abreu in collaboration with two actresses, based on the experience of reading and the creative sharing of the author’s books and references. There is no quotation of a single poem in its entirety, yet Leminski’s essence is there, the creators guarantee. The play debuted at the Festival de Curitiba this year, to public and critical acclaim. It enjoyed the same success during its runs in São Paulo and Rio.
The group began its activities in 1999, in Curitiba. It is focused on theatrical research, creation, processes and education of the public involving original dramaturgy, rereading of classics, and the staging and translation of new contemporary works. One of most awarded works was Volta ao dia... (2002), based on La Vuelta al Día en Ochenta Mundos by Julio Cortázar, which was also presented in Argentina. Other stagings traveled to France and Colombia. Text and direction: Marcio Abreu Dramaturgy: Giovana Soar, Marcio Abreu and Nadja Naira Cast: Giovana Soar, Nadja Naira, Ranieri Gonzalez and Rodrigo Ferrarini Music: Gustavo Proença Soundtrack: André Abujamra Vocal direction of text: Babaya Scenography and customs: Fernando Marés Lighting: Nadja Naira Lighting assistant: Erica Mityko Scenic devices: Sérgio Richter Graphic art: Solda Translation of texts: Anna Podlesna Guarize, Irina Starostina Executive producer: Cássia Damasceno Stage manager and production trainee: Rodrigo Hayalla Duration: 120 minutes Recommended age: 14 and over
Arrumadinho | Trupe Olho da Rua The capitalist system receives a good-humored critique at the hands of this group from Santos. A procession announces the game that six sales managers seek to establish with the public in the open air. This performance from 2007 questions modern man and the patheticness that underlies the relationship between the dream and prosperity. Six actors, also musicians and satirical narrators, play roles depicting a series of metamorphic stages, going from unkempt street people to very well-groomed professionals, complete with name tags to enter the business world. Sporting ties and shiny shoes. “In the so-called globalized world, all the concepts and practices are permanently reviewed and transformed into merchandise. In this way, as inside and outside are mixed, all of us, forgetting our Latin American condition, are placed onto a one-way, dead-end street, but with some escape valves for the consciousness,” observes Universidade Estadual Paulista professor Alexandre Mate in an article about the group. The Trupe Olho da Rua arose in 2002 with the aim of researching, practicing and spreading the age-old genre of street theater. The group aims at both good artistry and citizenship. It seeks a new audience outside the theater auditoriums, and not only in the city of Santos. Its aesthetic references are the language of the clown along with music of melodic and percussive bases. The group has staged nine plays couched in the registers of farce, circus, epics and musicals. It has furthermore organized six editions of its Caravana pelo Mundaréu [Caravan through the Big Wide World], traveling along the coasts of the states of São Paulo and Rio de Janeiro. It was a partner in the group event A Rua é o Palco [The Street Is the Stage], held in Santos in 2008, and conceived the 1ª Mostra de Teatro Olho da Rua [First Show of Street Theater], in 2009, which was attended by similar groups from Santos and from other states. Dramaturgy: Criação coletiva Director: Zeca Sampaio Director’s assistant: .145
mirada-catalogo-mioloNOVO.indd 145
25.08.10 12:29:07
Caio Martinez Pacheco Cast: Alan Plocki, Anna Fecker, Caio Martinez Pacheco, João Paulo Pires, Raquel Rollo and Rogério Ramos Scenic devices: João Luís Pereira Musical director: Coletiva Costumes: Trupe Olho da Rua Scenography: Trupe Olho da Rua Sound: Trupe Olho da Rua Production: Raquel Rollo and Caio Martinez Pacheco Duration: 60 minutes Recommended age: all
Este Lado Para Cima: Isto Não é Um Espetáculo | Brava Companhia In this show that debuted in August of this year, one of the most expressive groups of the recent generation of street theater in São Paulo stages their critical point of view on the economic euphoria that Brazil is undergoing. The action unfolds under the perspective of the historical employee/employer relation, the systematic exploitation of labor by the owners of the means of production which, in many cases, continue within a framework analogous to slavery. The play concerns the inhabitants of a city that has just recently emerged in the name of order and progress, as part of a developmentalist program. It just so happens that one day the dream of happiness drummed up by the politicians and businessmen is aborted due to a financial crisis that does not leave one stone upon another. To combat this crisis, the authorities construct the “most advanced device of human technology,” the “Bubble,” which will monitor everything and everyone from the sky. The refined anarchic humor about the power of the market and the control exercised over the human relations derives from theoretic research around the book The Society of the Spectacle, by Guy Debord. Resorting to devices of epic drama, as in the group’s previous productions, Este Lado Para Cima: Isto Não é Um Espetáculo is performed in public squares and nonconventional spaces in central sectors or outskirts, to question the world of images and their appearances. Brava Companhia was founded in the south zone of São Paulo City in 1998, with another name. It garnered recognition for the consistency of its language upon occupying open or nonconventional spaces with the award-winning show A Brava (2008), about heroine Joan of Arc. Since 2007 the group has maintained a headquarters and theatrical space in the Sacolão das Artes in Parque Santo Antônio, the district where its roots have been ever since the outset. Direction: Fábio Resende and Ademir de Almeida Text: Brava Companhia Cast: Cris Lima, Débora Torres, Henrique Alonso, Joel Carozzi, Luciana Gabriel, Marcio Rodrigues, Rafaela Carneiro and Sérgio Carozzi Understudy: Maxwell Raimundo Stage settings, props and costumes: Cris Lima, Débora Torres, Joel Carozzi, Marcio Rodrigues, Rafaela Carneiro and Sérgio Carozzi Sound design: Brava Companhia Produced by: Kátia Alves Production assistant: Luciana Gabriel Coproduced by: Programa Municipal de Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo Duration: 80 minutes Recommended age: all
Gigantes Pela Própria Natureza | Grande Companhia Brasileira de Mystérios e Novidades This street show artistically re-creates the syncretism of the encanterias, ceremonies similar to shamanism in which spiritual beings called moços incarnate themselves in mediums, called aparelhos [devices]. As in their previous works, this group from Rio de Janeiro, adept at the fusion of scenic languages using a dramatic-circus approach, resorts to the repertoire of popular music (indigenous, African and European traditions) along with the gestuality and movement of dances that involve stilt-walking techniques. Ligia Veiga, cofounder of the Grande Companhia Brasileira de Mystérios e Novidades, in 1990, takes credit for the show’s conception and script that aims to speak of things, people, plants, animals and inventions, taking Albert Einstein and Mário de Andrade as beacons. From the German physicist they borrow a key line: “Imagination is everything. It is the preview of life’s coming attractions.” And from the São Paulo writer, one of the icons of the Week of Modern Art of 1922, they take the desire to link tradition and contemporaneity, transposing the wealth of popular manifestations into the urban reality. In the show, eight professional performers and twenty-three young apprentices from low-income communities in Rio de Janeiro make up the Orquestra Itinerante de Rua sobre Pernas de Pau [Traveling Street Orchestra on Stilts], all wearing colorful costumes and some of them playing instruments. The company’s previous productions include Pajelança (2000), Navelouca (2001) and Cíclopes (2007), always aspired in the memory of old-time actors and popular musicians. Besides performing in Rio de Janeiro communities, the company also participates in projects in which they travel to other states in Brazil and to other countries, where they perform and festivals, celebrating the encounter of cultures in the public space and in the open air. General director: Ligia Veiga Musical director: Tato Taborda Costumes: Carlos Veiga Corporal preparer: Marília Felippe Vocal preparer: Alba Lírio Executive producer: Marina França Cast: Aline Guimarães, Camila Costa, Conceição Carlos, Dicoklen Souza, Elisabeth Belisário, Fabio de Sousa, Fabio Oliveira, Fernanda, Igor Carlos, Jonas Costa, Mafalda Pequenino, Maksin Oliveira, Sara Hara, Savana Maia, Tainá Menezes and Verônica Pereira Gomes Duration: 60 minutes Recommended age: all
O Amargo Santo da Purificação | Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz This collective street creation from 2008 is a rereading of contemporaneous historical processes in Brazil. It celebrates popular Afro-Brazilian culture based on the biography and ideals of revolutionary Carlos Marighella (1911–69). Miscegenation, ritual gestuality, a percussive beat and colorful exuberance in props and costumes are present in the cycles of childhood and adolescence. In contrast, the adult phase is more grayish to reflect Marighella’s resistance to authoritarian
146.
mirada-catalogo-mioloNOVO.indd 146
25.08.10 12:29:07
regimes in the 1930s and 1960s, first in the Estado Novo, under the government of Getúlio Vargas, and later under the military dictatorship. The screenplay aligns poems and writings by Marighella in songs and dialogs that compose the situations, fragments from the past and present. The show appropriates the public square with sweeping choral movements, emphasizing the artistic nature of the masks, the scenographic device like a parade float, and the pulse of live music and singing. It is the allegorical and baroque vision of life, passion and death of the dreamer under the aesthetic influence of filmmaker Glauber Rocha, for the documental treatment, and of playwright/director Bertolt Brecht, for the epic dimension that aspires to freedom and justice. Headquartered in Porto Alegre, the award-winning group emerged 32 years ago, in 1978, committed to the radical renovation of scenic language, with a certain anarchic bent. And they have continued in this vein, perceiving the theater in its social function as a means of revealing and analyzing reality. This takes place in the open air or in stints in warehouses. Their social activism resides in their performances for the impoverished population that does not normally set foot in theater auditoriums. This constitutes a continuous educational outreach in sharing their creations, training critical artists and allowing for unconditional access to their art. The group has published the theatrical magazine Cavalo Louco since 2006. Staging: Criação coletiva Dramaturgy: Collective creation based on poems by Carlos Marighella Script, sound design, costumes, masks, props and scenographic elements: Collective creation Songs: Johann Alex de Souza Performers: Alessandro Müller, Alex Pantera, Aline Ferraz, Anelise Vargas, Caroline Vetori, Clélio Cardoso, Déia Alencar, Edgar Alves, Eduardo Cardoso, Eugênio Barboza, Geison Burgedurf, Jeferson Cabral. Jorge Gil, Karina Sieben, Letícia Virtuoso, Lucio Hallal, Marta Haas, Paula Carvalho, Paula Lages, Paulo Flores, Raquel Zepka, Renan Leandro, Roberto Corbo, Sandra Steil and Tânia Farias Locution of AI-5 and description of the climate at the death scene: Nilson Asp Voice for the torture readings: Giovana Carvalho Creation of Getúlio Vargas’s head: Alessandro Müller Design and making of tricycles: Carlos Ergo (Ergocentro) Design and making of “Depor Podre Poder” banner and Iansã necklaces: Margarida Rache Making of costumes: Heloísa Consul Execution of crochet on Marighella’s heads: Maria das Dores Pedroso Capoeira: Ed Lannes (Grupo Zimba) Berimbau: Nelsinho (Grupo Zimba) Saxophone: Zé do Trumpete Afro dance: Taila dos Santos Souza (Odomodê) Duration: 100 minutes Recommended age: all
O Cabra Que Matou as Cabras | Companhia de Teatro Nu Escuro The group from Goiás, in Brazil’s Center-West region, presents a free adaptation for the street of the medieval French and universal classic The Farce of Master Pierre Pathelin, by an anonymous author. This staging from 2004 resorts to Northeastern cordel, circus-ring sketches, fables, sayings, and other variants of popular culture. A shady lawyer, who earns his living swindling clients, is involved in a
case of killings of nanny goats and billy goats. A plot full of betrayals, trickery and spins. A sly wife fools her lawyer husband who fools a greedy businessman, who fools an employee, who fools a judge, who wants to fool everyone. Between the laughs, a mirror is held up to the relations of power and hierarchy implicit in day-to-day life. Director Hélio Fróes manages the clichés of humor, the perversion, the slapstick, the caricature and the criticism. The project aims to examine the regenerative character, the human capacity to transcend. The creators espouse “an energy of life marked by ambivalence between the old and the new, what dies and what is born, the beginning and the end of the rituals.” Companhia Teatro Nu Escuro is completing 14 years of activity headquartered in Goiânia, where they maintain a space for shows, rehearsals and a collection. In this career, they have helped to create public enthusiasm for theater, received local awards, and traveled to other states with their repertoire through programs with the Ministry of Culture. Their permanent study of techniques of music, circus, puppets and ballroom dancing has given rise to the need to widen the forms of scenic languages, irradiating a more affective contact with the public, and facilitating the occupation of alternative spaces. Dramaturgy and direction: Hélio Fróes Cast: Abilio Carrascal, Adriana Brito, Eliana Santos, Izabela Nascente and Lázaro Tuim Musical director: Sergio Pato Vocal preparation: Abilio Carrascal Choreographies and corporal preparation: Lázaro Tuim Scenography: Mara Nunes and Hélio Fróes Costumes and puppets: Izabela Nascente Costumes assistant: Mara Nunes Makeup: Companhia Nu Escuro Research coordination: Pedro Plaza, Maurício de Bragança Historical research: Allysson Garcia and Bruno Garajau Video documentation: Fora da Lei Visual programming: Fábio Franco Press relations: Ana Paula Mota Production: Companhia Nu Escuro Duration: 60 minutes Recommended age: all
O Mundo Tá Virado, Tá no Vai ou Não Vai. Uma Banda Pendurada, a Outra em Breve Cai | Grupo Imbuaça Unbridled consumerism is the theme for this street show by the group from Sergipe, the smallest state in Brazil in terms of land area, a fact that the long title also plays with. The popular humor that pervades the imaginary of Brazil’s Northeast, with its dash of causticness, comes to criticize the automatic association between popular and mass culture – the disposal mindset. After all, ingenuousness can be the sister of cleverness. Three brief stories concerned with the core of human experience and adapted from cordel literature are narrated. The religious man and his son preach persuasively for the contribution of a stranger to what is claimed to be a noble clause. The street vendor desperate to sell pornographic and pirated DVDs claims to have better material than the competition. And the cosmetics representative pushes “magical products” to a housewife who is a devoted fan of a morning television show hostess. .147
mirada-catalogo-mioloNOVO.indd 147
25.08.10 12:29:07
This staging from 2009 added four new actors to the group. Selected in an audition, they came from the sociocultural projects Nosso Palco é a Rua and Mané Preto, both realized by members of the Imbuaça group in the communities of Aracaju. In 33 years of continuous dedication to open-air theater, the artists have made explicit their awareness of the need for new procedures in the research of comedy. They avoid the conventional while visiting the universes of popular culture, cordel and folklore. After all, it was the principle of resistance that allowed these creators to come this far, even when faced with the economic precariousness of creating art in some corners of Brazil’s Northeast. Since 1977, the Imbuaça group has traveled throughout Brazil and has also performed in Ecuador, Cuba, Mexico and Portugal. Conception and direction: Iradilson Bispo Cast: Carlos Wilker, Débora Gomes, Lindolfo Amaral, Luciano Lima, Manoel Cerqueira, Rita Maia, Rosi Moura, Talita Calixto, Késsia Mécya Sound technician: Cristiano Andrade (Negão) Stage manager: Rogers Nascimento Acácio Duration: 60 minutes Recommended age: all
Espoleta | Banda Mirim The tone of this children’s play is a blend of popular with erudite, with a good dose of the circus. Samba and opera come together in the same circle of fun, to speak of love and art in the fourth production by this very successful troupe from São Paulo, which since 2004 has brought together creators who love the scenic arts and music, widening the horizon of theater for children. The play tells of the confusions of the title character, the clever servant after the manner of Commedia dell’Arte, who is constantly setting up encounters in the castle of his boss, a baron with a wooden ear who is learning to sing opera. On the eve of the holiday called Lua de São Pastelão, when it is traditional to eat a special turkey meal, Espoleta takes the money meant to buy the food and spends it on a ticket for the Solemar Family tent circus, consisting of two old women and a young man commanded by the Negro samba musician Palovino. The servant invites these artists to the castle, where the plot turns around the convergence of genres and the young circus performer’s passion for the cook’s daughter. The spectator witnesses a Brazilian manner of creating and, above all, of blending Italian and Tupiniquim influences together with the simple melodrama of rigid operas. The group consists of 11 actor/ musicians who never leave the scene, singing and playing live, flirting with popular Brazilian music playing the piano, acoustic guitar, drums, wind instruments, accordion, acoustic bass guitar, harmonica and even cooking pots. The winner of the main prizes of children’s theatre in this decade, the Banda Mirim has previously staged Felizardo (2004), O Menino Teresa (2007) and Sapecado (2008), often culminating in versions for CD. The group is the natural unfolding of members of Companhia Circo Branco and the band As Orquídeas do Brasil, the latter made up entirely of women who accompanied singer/composer Itamar Assumpção.
Text and direction: Marcelo Romagnoli Songs, musical direction and arrangements: Banda Mirim Cast: Alexandre Faria, Cláudia Missura, Edu Mantovani, Foquinha, Lelena Anhaia, Nina Blauth, Nô Stopa, Olívio Filho, Rubi, Simone Julian and Tata Fernandes Direction of movement: Claudia Missura Scenographic and lighting design: Marisa Bentivegna Scenographic production: Cris Souto Scenic devices: Pigari Marcenaria e Cenografia Sawyer: Leonardo Benício Sculptures: Silas Caria, João Caria, Tetê Ribeiro Costumes, props and makeup: Marina Reis Assistant for costumes and props: Rodrigo Gaion Seamstress: Eliane de Fátima Rocha Props specialist: Ivaldo Mello Stage assistant: Luiz Cláudio dos Santos (Fumaça) Sound technician: Cauê Alves Photos: Alessandra Fratus Visual programming: João Batista Corrêa + Rua6Casa9 Production assistant: Marcelo Leão Produced by: Dora Leão – PLATÔproduções With support from: Governo do Estado de São Paulo, Secretaria de Estado da Cultura, ProAC – Programa de Ação Cultural de 2009 Duration: 80 minutes Recommended age: 6 and over
Filhotes da Amazônia | Companhia Pia Fraus The company’s most recent show, from 2009, illustrates the relationships between the parents and offspring of any animal species – and humans by extension. The head of an indigenous family tells the children tales and legends that involve animals of the air, river and land. A bird tries to learn to fly with the help of its mother; the baby of a family of singing frogs sings “off key”; a piranha eats everything that appears in front of it; a jaguar searches desperately for food, its attempts always stymied by a little monkey, and so on. Nonnarrative situations are presented through sparse use of words and a strong impact of images. The set consists of a 3.5-meter-high by fivemeter-long turtle that serves as a stage for the manipulation of all the puppets. The puppet/actor symbiosis constitutes another characteristic element of this company which has been active in São Paulo for 26 years, founded by Beto Lima (1957–2005) and Beto Andreetta. The diverse backgrounds of its members (theater, dance, puppet and mask theater, circus and visual arts) gave rise to their line of work: developing a language that would dramatically improve each one of these areas and integrate them. Pia Fraus (the name in Latin means “a lie told with good intentions”) establishes relationships with other groups, such as the Parlapatões, Patifes & Paspalhões, working together in the projects Circo Roda Brasil (2006) and Pano de Roda (2002), in the latter also with La Minima; the company also collaborated with XPTO and Acrobático Fratelli in the show Sinfonia Circense (1996). The group has won various awards and has traveled to 19 countries, participating in the main national and international festivals. Author: Beto Andreetta Direction: Wanderley Piras and Adriana Telg Cast: Ana Elisa, Cristiano Bacelar and Ronald Liano Art direction and puppet creation: Dino Soto Scenography: Beto Andreetta Making of puppets and sets: Dino Soto, Sidnei Caria and Maracujá Laboratório de Artes Soundtrack: Sérgio Bártolo and Carlinhos Antunes Lighting design: Beto Andreetta and Jean Mahoto Administration: Jackson Iris Produced by: Pia Fraus Duration: 50 minutes Recommended age: 4 and over
148.
mirada-catalogo-mioloNOVO.indd 148
25.08.10 12:29:08
An expanded body This first edition of Mirada – Festival Ibero-Americano de Artes Cênicas de Santos is articulated as a body expanded beyond the shows. A heart irrigated by arteries of literature, video, music and contemporary art. The programming offers activities that encourage intercultural dialog and critical thinking.
of the playwright and director, matured throughout his nearly 50-year career. Journalist, critic and researcher Milaré has accompanied Antunes Filho’s work since Macunaíma, from 1978, a watershed in the history of Brazilian theater in light of the boldness of the investigation and adaptation for the stage of the novel by Mário de Andrade. Hierofania concerns the founding of SESC’s Centro de Pesquisa Teatral, coordinated by the director since 1982. It presents the systematized method, the description of the exercises always based in the ideology that it is necessary to train and transform the human being in order to create the actor, as observed by critic Mariangela Alves de Lima on the book’s dust jacket flap.
The series of encounters Diálogo Entre Fronteiras [Dialog Between Borders], for example, consists of five segments: dramaturgy, literature, Argentinean theatrical production, creation and identity in the IberoAmerican theater, and processes of creation in contemporary Brazil. Protagonizing these intersections are the Brazilian authors Samir Yazbek (SP), Jô Bilac (RJ) and Giovana Soar (PR), alongside Venezuelan author Gustavo Ott; Argentinean writer Solange Camauer and Brazilian author Ivana Arruda Leite (SP) talk with the public about Silvina Ocampo and Alejandra Pizarnik, writers depicted in the play Mujeres Terribles (Buenos Aires); Argentinean directors Daniel Veronese and Marcelo Mininno are mediated by Buenos Aires critic Carlos Pacheco, of the newspaper La Nación; the Brazilian theorist, essayist and professor Silvana Garcia (SP) converses with Magaly Muguercia, Roger Mirza and Beatriz Rizk, all critics and theorists in their countries, Cuba, Uruguay and Colombia, respectively; and the Brazilian directors Celso Nunes (SP), Cibele Forjaz (SP), Amir Haddad (RJ), Antônio Araújo (SP) and Neyde Veneziano (SP) share a roundtable.
Divided in three parts, one per night, the show O Idiota – Uma Novela Teatral, a creation by the group mundana companhia, of São Paulo, has gained an unfolding in video by way of the new documentary O Idiota – Ensaios no Abismo, produced by SESC SP’s Audiovisual Division. This film, about 30 minutes long, shows the open rehearsals held in eight units in the interior, at the beginning of the year, and accompanies the play’s development until its debut in the capital, in March, at SESC Pompeia. The two series O Teatro segundo Antunes Filho and Teatro e Circunstância, produced by SESC TV and directed by Amilcar Claro with a screenplay by Sebastião Milaré, investigate theatrical practice from different perspectives. On the one hand, aspects of the work of one of the most acclaimed Brazilian directors; on the other, movements of contemporary theater based on a specific context, especially their relation and dialog with the surrounding space.
In the field of contemporary art, the installation Los Grumildos exhibits the autonomous hyperrealist creatures of Peruvian visual artist Ety Fefer. The social area of SESC Santos is taken over by the good-humored puppets molded in plasticine, miniatures that are at times sordid, at others naïve, grotesque, charming, bizarre and funny. There are many adjectives, but the Grumildos bravely resist labels: they are original, with a playful spirit that captivates the secret voyeuristic fantasies of both children and adults. They are mythological and oneiric beings whose facial and gestural expressions evince intimate feelings, depending on the personal narrative of the spectator who penetrates the oneiric setting.
The musical arm extends to the show Pagu 100, Oswald 120, in commemoration of the 100th and 120th anniversaries of birth, respectively, of journalist, writer and political activist Patrícia Galvão, also known as Pagu (1910–1962), who lived in Santos, and novelist, playwright and modernist poet Oswald de Andrade (1890–1954). In homage of the defenders of cultural anthropophagy, director Marcos Azevedo weaves a literary and musical performance with the singers and composers Beatriz Azevedo, José Miguel Wisnik, Celso Sim and other invitees. The anthropophagic inspiration is in tune with Mirada, which aims precisely at provoking a blend of Ibero-American practices and their platform of horizons.
The exhibition Cidades Imaginadas Ibero-Americanas [Ibero-American Imagined Cities] features a series of photographs taken in 13 cities by Colombian researcher Armando Silva. He directs the project Imaginários Urbanos [Urban Imaginaries], which began in the 1990s within the Postgraduate Program in Latin American Integration at the Universidade de São Paulo [Prolam-USP]. Since then, it has become a reference worldwide in the study of urban cultures. Armando conceived a methodology for the study of the subjective modes of shared living within the public space, recognizing the presence of an “urban aesthetics” whose dynamics has to do with the history of the daily life of the citizen and the social groups. In the first semester this year the show was presented at the Museu de Arte Contemporânea [MAC] in São Paulo.
The 31 theatrical groups invited to the festival can prospect for potential working partnerships in the Rede de Intercâmbio [Exchange Network], a space for curators or producers of international shows. Another place of convergence and dialog is the Ponto de Encontro [Meeting Point]. The bar and restaurant is an inviting place for a chat, the exchange of impressions, and the nocturnal enjoyment of spectators, friends, actors and invitees, always animated by DJs.
At the national release of the book Hierofania – O Teatro Segundo Antunes Filho, authored by Sebastião Milaré and published by Edições SESC SP, the spectator who watches the new show by Antunes Filho, Policarpo Quaresma has the opportunity to delve into the artistic thought
After all, friendly, social interaction is necessary. There are rare occasions in which the European and American peoples can perform together, with the same autonomy of flight and under the same infinite sky of the scenic arts. Horizons of contemporary dramaturgy | Samir Yazbek Dramaturgy, after a long period of not wholly fulfilling its promise, during which time the theater and the public were left waiting for the .149
mirada-catalogo-mioloNOVO.indd 149
25.08.10 12:29:08
day it would once again present stimulating proposals, now seems to be experiencing a comeback, at least in Brazil and in the IberoAmerican countries.
The contemporary Argentinean theater A perspective based on the young people, seeking paths to a future | Alberto Ligaluppi
First, I should observe that by dramaturgy we understand here the transposition of any thought into a scenic script, constructed based on words, sounds or images, through a creative process that can involve an isolated author or a group of actors.
When one sets about to discuss a complex field such as art, there are always questions linked to: the basis our discussion will assume, the focus we will take, the areas we will shed light on, and what we will leave aside. These questions are accentuated when the subject involves the diversity and quantity of expressions in a city such as Buenos Aires, where, on the weekends, there are about 300 shows running including plays based on text, collective creations, dance theater, clown acts and other scenic genres. Moreover, in terms of theater we are experiencing a very special moment of encounters and new creations. The traditional Avenida Corrientes, once the center of commercial theater, now counts among its directors Claudio Tolcachir and Daniel Veronese, both of whom are present at the Mirada Festival, directing personalities such Norma Leandro and Alfredo Alcón, actors who come from our most popular scene and are part of Argentine cinema.
In regard to the above mentioned comeback, I think that it can be associated to the circumstances in which we find ourselves: in face of the eminent moral and social crisis we are now experiencing, playwriting seems to be (re)arising as a form of reaction. Furthermore, we must note the considerable role that Internet and other means of communications have played in the dissemination of the works produced, facilitating the access to everything that was (and continues to be) written for the theater. In this way, the authors’ ideologies, the techniques used in their works, the inherent aesthetics – those of the old masters as well as those of modern authors – are all available nowadays to those who wish to express themselves by way of the stage. Perhaps this would be the positive side of a world that considers itself to be a “global village.” On the other hand, it is also true that this diverse environment is so bewildering and full of traps, it can lead to an actor’s being ostracized even before he or she develops a more consistent work. Thus, although it is relevant for us to know the tendencies in dramaturgy, to me it does not seem helpful for us to restrain ourselves in the straitjackets of the theatrical trends (whether classical or postdramatic ones) which meet demands that are not ours, leaving to one side the idea that moves us and the desire of someone who wishes to share something important with the audience – whether this be an existential statement or a politically engaged theater. It is not easy to find one’s own voice – something that Argentine writer Jorge Luis Borges said he achieved only at 70 years old – in a world replete with polyphony. In this sense, I believe that the great challenge for the contemporary actor is to learn to deal with this inevitable diversity, which can also be observed in the public. Far from being homogeneous, the public astonishes us with its variety. A variety that is accentuated in countries like ours, where in light of the social and cultural inequalities we often do not know who we are talking to. This is perhaps one of the main anxieties of the playwright, who feels alone in the attempt to get to know his/her public. Who knows but that the contact with the Ibero-American theater provided by the Festival Mirada will give rise to productive encounters and help us to strengthen our faith in both the theater that we do as well as that we have yet to discover.
Samir Yazbek is a playwright and theater director. The works he has authored include “O Fingidor” (Shell/99 Prize for best author), “A Terra Prometida,” “A Entrevista” and “O Invisível.” He is currently staging “As Folhas do Cedro.”
The theater teams of the “off” scene are well known outside Argentina, and the European producers go to Buenos Aires to see their proposals, often when they are in the rehearsal stage, and hire them for tours and festivals. This international character has changed the way that scenes and texts are presented. These new directions, which evidence not only a strengthening of the activity but also new trends that are yet to come, spring from the power of Buenos Aires’s theater tradition. It should also be noted that in recent years the country’s interior has seen a strengthening of the dramatic arts, and we can identify cities such as Córdoba and Rosário with theatrical particularities. Therefore, when we speak of Argentine theater, it is always necessary to delimit a scope within the overall context. When we decided to give a definite form to the roundtable on Contemporary Argentine Theater, we focused on playwright Santiago Loza, director Marcelo Mininno and critic Carlos Pacheco, for them to dialog about the current moment and jointly search for signs pointing to the future of Buenos Aires’s stages. Santiago Loza is one of the most promising playwrights today. Here at the festival, he is present with his play “Nada del Amor me Produce Envidia,” which won the Teatro XXI Prize in 2009 for best dramatic text. This play evinces the type of drama that the playwright works with, the type of structure he creates, and his strong relationship with filmmaking (he just recently presented his latest film, Los Labios at the Festival of Cannes). In various ways, Loza is very committed to the theater: with a group of young people, he created a small but very welcoming space, the Elefante Club de Teatro, where many of his works can be seen. I believe that this creator’s uniqueness has much to do with his relationship with cinema: the structure of his dialogs are cinematographic, though realized on small stages, where there is a greater proximity between the actors and the audience (his actors speak from a closeness more frequently encountered on movie screens). Moreover, the world that the text constructs is outside, there are conflicts that go beyond the four walls
150.
mirada-catalogo-mioloNOVO.indd 150
25.08.10 12:29:08
and are projected in a curious way, hidden, transcending the space of the stage, as though the scene could be experienced outside the auditorium. For his part, Marcelo Mininno is today one of the figures of greatest impact in the Buenos Aires theater scene. His debut as author and director of Lote 77 won first prize in the Fiesta Metropolitana de Teatro 08 and garnered him a nomination in the author category for the Trinidad Guevara awards (Ministry of Culture of Buenos Aires), as well as the Florencio Sánchez Revelación prize (Casa del Teatro de Buenos Aires) and nominations for many other awards. However, beyond the avalanche of prizes, I think that the interest for his work derives from two main points: first, he speaks about the Argentine construct of masculinity, which for the Argentinean is a minefield of fears that is generally mystified, as is tango; second, he does it by way of a dramatic structure different from what we are used to seeing in Buenos Aires. An open structure, able to articulate closely with the proposed discourse. As Mininno himself has recounted, at his first meetings with the actors he showed them a video in which his father appears castrating a calf. He wanted to show them the animality that exists in the search for masculinity, as well as the visceral core of his theatrical proposal. What interests me is that the two have joined with Carlos Pacheco, one of the country’s most respected journalists, who, besides more than twenty years of experience of observing and analyzing theater and dance, has a thoroughgoing knowledge of this activity. He has written for the newspaper Página/12, edited La Maga, the most important cultural magazine we have ever had in Argentina, currently writes for the newspaper La Nación, and moreover participated in the production of the various editions of the Festival de Nuevas Tendencias Escénicas, La Movida, organized by CELCIT Argentina, from 1987 to 1995, in which some of our most important groups, such as El Periférico de Objetos, participated. He also collaborated with the holding of the editions of the Festival Latinoamericano de Córdoba and organized, for CELCIT, the Festival de Teatro Off, held in Montevideo, Uruguay, in 1995. I believe that the intersection of these characters, Loza, Mininno and Pacheco, can generate a debate that will lead to an understanding of the particular moment we are now experiencing, when theater is growing and seeking new criteria not only for formal questions, but for its very identity. Identity and creation: the Ibero-American territory | Silvana Garcia Thinker and geographer Milton Santos affirmed that the concept of territory is only configured for social analysis if we take into account the actors that make use of it. Based on this we can derive the conclusion that a territory should be a space occupied in some way. That is, it begins to exist only once it becomes populated. In regard to the Ibero-American territory that concerns us here, we can say that one of the possible ways to give it mass and outline is to reveal the imaginary of the artists who inhabit it, and to discover the ideas and thoughts that circulate through their veins.
Upon recognizing the artistic proximity that holds among the countries that constitute the bloc, while we also observe the diversity and the differences that distinguish us, we bring about a movement of self-recognition that allows us to ascertain our identity – which actually only exists in the plural condition, because we are many and diverse, and therefore not a univocal identity, yet one that nevertheless particularizes us. The Ibero-American territory is formed, here and now, evoked by the theater. We move through this area with the aim of consolidating bonds that unite us, even if they are configured as sporadic approximations, scattered in time. These moments of encounter between cultures, where the creations of so many and such diverse countries can be compared and contrasted – constituting a sieve of experiences, especially when accompanied by theoretical discussion – foster a positive impact on thought and production, destabilizing convictions and renewing the repertoire of possibilities. Inquiring as to the role of theory, geographer Milton Santos promptly affirms that its task is to propose questions to reality. In this encounter, the question we should raise concerns the manner in which theater can be a tool for the projection and re-elaboration of identities, in the territory of nationalities, in the Ibero-American context. The theme allows for countless approaches, considering that what distinguishes a people or nation presupposes the perception of plurality and the transit of identities, corresponding to the accommodating movements of the social basis. The debate on questions of identity versus artistic creation opens doors to many and different approaches, and each one of the invitees present contributes with their reflections couched in the particular, although atop them we can project a larger context of references: “It is the place that evinces the world,” says Milton Santos. Beatriz Rizk, from Colombia, has written about the four-decade-long career of the Peruvian group Yuyachkani – present on the stage of this festival – and about how this collective has been committed, since its outset, to the permanence of Andean culture, which is systematically threatened with suffocation by official policies and in constant confrontation with the criolla culture, rooted in the Spanish colonization. The group’s creation in 1971 coincides with a moment of social upheaval, especially in regard to the migration of large portions of the Andean population toward the urban centers. It is at this moment that the “migrant brings his/her culture with him/her, and installs it practically in the streets of the city, challenging the dominant culture and introducing elements that will become part of the urban landscape until being converted into icons of a new identity,” the researcher points out. From Uruguay, Roger Mirza presents us with a reflection on how theater, a communitarian art, is at odds with the violence present in the day-to-day life of the cities and banalized by the communication
.151
mirada-catalogo-mioloNOVO.indd 151
25.08.10 12:29:08
media. The theater, as a “ritual of encounter,” proposes “the possibility of breaking down the isolation and introducing a critical gaze, able to contextualize and elaborate the intolerable excesses of invasive violence, to re-inscribe them in the individual and collective memory, based on its interpretation.” As a reference, Mirza presents an analysis of the show Mi muñequita, by young Uruguayan author Gabriel Calderón, also present at this festival. Finally, Cuban author Magaly Muguercia returns once again to the theme of violence, investigating the way that this is reflected in the work of the important Argentine playwright and director Mauricio Kartun. The researcher dedicates special attention to the “recurrent myths of Argentineness” and the “violence harbored in the nation’s memory,” recurrent motifs in the author’s dramaturgy. Violence, memory, ethnicity: in the recognition of these themes we certainly find a common territory in which we can detect traces of similarity, at the same time that we encounter difference – alterity being the reflexive factor that allows us to confront this identity. Theater, by dealing with these themes, questions us about them. As theorists, upon disentangling their viscera, we have the possibility to open up possibilities of response – or, better, of new questionings – which allow us to consider the condition or transformation of society and of theater itself. After all, as Milton Santos has furthermore stated, “every theory is the embryo of a utopia.”1 Creative processes in Brazilian theater | Celso Nunes With his taste for provocation, Bahian filmmaker Glauber Rocha (who died nearly 30 years ago) concisely expressed the spirit of Cinema Novo in a single, apt phrase: “an idea in mind and a camera in hand.” Spanish poet Lope de Vega, also in just a few words and more than three centuries ago, succinctly observed that to make theater, it was enough to have “four boards and a passion.” These phrases are catchy but true; not only do they make us think, they have been increasingly confirmed by the passage of time. Especially in the countries where talents abound and resources are lacking, as is the case of Brazil. We can already conceive of a history of Brazilian theater founded on the diversity of the movement of group theater. That which is made by people who like to make us think, like Glauber, like Lope. People who, taken up in the passion for artistic creation, come together, make associations, form cooperatives, form groups around common goals, and wind up making their dreams come true. Thanks to this, it can be stated, with no mistake, that there is theater being made throughout the vast national territory. In a tiny, remote riverside community or in a large urban center; in an open-air classroom (under a canopy of trees) or in the social headquarters of a recreational club; in a church room or in a theater properly speaking; in the streets, in the public squares, 1
there is theater being made everywhere, in Brazil. A theater with artistic characteristics and infrastructures as varied as the nation’s social and cultural characteristics. Our roundtable on processes of creation will be concerned with a wide range of ways of making theater, which manipulate a spectrum of aesthetic procedures that are very different from each other yet share one aspect in common: group theater. It is easy to make theater. We get inspired and say things that need to be said, or we find an inspired text that moves us to want to say it aloud, it’s enough that there be a story, a well-knit situation, and whoever listens to us is already participating in the making. It is difficult to make theater. Because creating takes time and because time is money. One must survive, to earn a living (and, often, to support a family), one must constantly improve in the theatrical arts, overcome obstacles of every type, while also not failing in regard to one’s group, one’s community. In this uninterrupted interplay between the exercise of the actor’s drive and the demobilization of the collective, group theater seeks its means of approaching financial power, it resorts to “passing around the hat” to raise funds and make its continuity viable. These means have diametrically opposed parameters that span from the sponsorship of large companies and/or institutions to small personal investments of the actors in the cooperative (of the type, “Don’t worry, I’ll make my own costume”); from the application of cultural incentive laws (which have given signs of having fallen into the vicious cycle of supporting projects that could otherwise succeed on their own) to the well-known “it’s not what you know, but who you know.” The effective handling of all this that one must do to remain active in Brazilian theater requires leaders, it requires strong people in the sense of not giving up on what they want, who are able to stick together and not scatter, able to trust and delegate without colonizing, while being a friend, collaborator, facilitator, creator, director. Its only after a long time on the road that the director of a theatrical group will be invited to sit down at a roundtable with his/her peers and give his/her point of view in a festival of key figures in the area, as is the case of Mirada, and to a heterogeneous public. Many personal and group successes, but many artistic deceptions as well, many friendships, but many fallings out, many certainties and many doubts, large audiences yesterday and small ones today – how will it be tomorrow? To this is added the come-and-go of the events in the life of each member, who is sometimes “totally into” the project, and at other moments, “with one foot in,” sometimes with the whole day to rehearse, at others with just a few hours during the week... Kudos to the directors of group theater, true teachers of spectators, who with their art propose new ways of looking at old problems of the tribe. Outside the media, outside the system, outside the big theater,
All of the quotations are taken from the book Território e Sociedade (São Paulo: Editora Fundação Perseu Abramo, 2000).
152.
mirada-catalogo-mioloNOVO.indd 152
25.08.10 12:29:08
they present their views of the world by way of sophisticated aesthetics and accessible languages, because they are, in essence, concerned with the human being’s access to a higher state of awareness, which removes him/her from the brutalization instilled by the conditioning of the social mechanism, encouraging him/her to seek new directions in life. ROUNDTABLES Ibero-American Dramaturgy Discussion of the different methods and processes used in creating a text. Coordination Samir Yazbek (São Paulo – Brazil) Playwright and theater director. Trained under Antunes Filho. Wrote O Fingidor (Prêmio Shell/99 for best author); A Terra Prometida (among the 10 best shows of 2002, according to O Globo); A Entrevista and O Invisível, among others. On occasion he writes articles for Brazilian newspapers and magazines. He holds workshops in dramaturgy. The teletheater play Vestígios, which he wrote and directed, and an adaptation of O Fingidor, which he also directed, have been broadcast by the television networks TV Cultura and Rede SESC TV. He is currently staging the play As Folhas do Cedro. Participants Jô Bilac (Rio de Janeiro – Brazil) Dramaturgist, trained at the Escola de Belas Artes of UFRJ and at the Escola de Teatro Martins Penna. Author of the urban tragedies Cachorro! Limpe, todo sangue antes que manche o carpete, Selvagerias no elevador vermelho, Sangue na caixa de areia, Circo dos horrores, Festa na piscina and Os mamutes, and of the vaudeville productions Desesperadas, Bette Davis e a máquina de Coca-Cola, and Alguém acaba de morrer lá fora. His most recent work is Savana Glacial. Giovana Soar (Curitiba – Paraná) A member of the Companhia Brasileira de Teatro, she is a director, actress, producer and translator. She holds a degree in scenic arts, certification in theater direction and an advanced degree in theater from l’Université Sorbonne Nouvelle – Paris III. She works as an actress and translator specialized in the translation of works by authors in contemporary dramaturgy. In her work as an actress, she was nominated for the Prêmio Troféu Gralha Azul (Curitiba/PR) in the supporting actress category, for her performance in the play Apenas o fim do mundo (2006), and she is a member of the cast of the show Vida. Gustavo Ott (Caracas – Venezuela) Playwright and director, with a degree in journalism from the Universidad Católica Andrés Bello (UCAB). Founder of the theater San Martín de Caracas. His works have been translated into 14 languages and have received countless international prizes. He is the author of Passport.
Coordination Alberto Ligaluppi (Buenos Aires – Argentina) A director and visual artist, he consolidated his work as an art curator and producer in New York. Upon his return to Argentina in the 1980s, he worked for the Festival Latino-americano de Teatro, was cultural director of the Instituto Goethe, and currently serves as artistic director of the Festival Internacional de Buenos Aires. Participants Santiago Loza (Cordoba – Argentina) Attended the Escuela de Cinema of the Instituto Nacional de Cinematografia and studied dramaturgy at the Escuela Metropolitana de Arte Dramático. Has made various short films and documentaries. His first short film, Extraño (starring Julio Chávez) won an award at the Festival of Rotterdam in 2003. His first feature-length film, La invención de la carne (2009) participated in the Festival of Locarno. His films have participated in various festivals and have received various national and international prizes. Marcelo Minnino (Buenos Aires – Argentina) Born in Salto, in the province of Buenos Aires, where he realized his first theatrical experiments, while he worked with his father in cattle raising. He attended the Escuela Metropolitana de Arte Dramático (EMAD) in Argentina’s capital, where he currently serves as a professor. He has worked as an actor in more than 25 shows in the alternative circuit and with directors such as Ciro Zorzoli, Santiago Doria, Villanueva Cosse, Luis Cano, Raul Brambilla and Michel Didyn. Lote 77 is his first work as author and director. Carlos Pacheco (Buenos Aires – Argentina) Journalist, graduated from the Universidad de La Plata. Serves as a theater critic with the newspaper La Nación and as coordinator of the communication area at Argentina’s Instituto Nacional del Teatro, where he is a member of the editorial board of InTeatro. He also directs the theater magazines Picadero and Cuadernos de Picadero. Creation And Identity In The Ibero-American Theater A reflection on the relationship between culture and theatrical production in different regions that compose Ibero-America. Coordination Silvana Garcia (São Paulo – Brazil) Researcher, playwright and theater director. Professor with the Escola de Arte Dramática of the Universidade de São Paulo. Author of countless essays about theater as well as various books, including Teatro da Militância and As Trombetas de Jericó – Teatro das Vanguardas Históricas. She directs the group lasnoias & cia. She belongs to the Cátedra Itinerante del Teatro Latino-americano. Participants
Contemporary Argentinean Production Debate among the creators and critics of the country in search of a reflection on Argentinean theater today.
Roger Mirza (Montevideo – Uruguay) Holds a PhD in history and theory of the arts from the Universidad de Buenos Aires. Professor and director of the Departamento de .153
mirada-catalogo-mioloNOVO.indd 153
25.08.10 12:29:09
Teoría y Metodologia Literarias of the Faculdad de Humanidades of the Universidad de la República, in Montevideo, where since 1990 he has directed research into Uruguayan theater. Translator of works by Balzac, Baudelaire, Mallarmé, Colette, Bernard-Marie Koltès and Michal Azama. Magaly Muguercia (Cuba – Chile) Researcher and essayist. The books she has published most notably include El teatro cubano en vísperas de la Revolución, Teatro y utopía, El cuerpo cubano. Teatro, performance y política (1992–2005), and Teatro latino-americano del siglo XX. Primera modernidad (1900–1950). Former director of the magazine Conjunto and of the department of Teatro da Casa de las Américas. She currently resides in Santiago, Chile. She is a member of the Cátedra Itinerante del Teatro Latinoamericano. Beatriz J. Rizk (Bogotá – Colombia) Professor, critic, curator and theater researcher, she has published countless articles and more than 10 books about Latin American theater and Latino theater in the United States. She is a senior fellow of the Smithsonian Institute (Washington, D.C.). Since 1994, she has directed the Programa Educativo of the Festival Internacional de Teatro Hispano de Miami, is a member of the Teatro Avante, and teaches at Miami Dade College. She is a member of the Cátedra Itinerante del Teatro Latinoamericano. Processes of Creation in Brazilian Theater Creators from different regions of Brazil present their perspective on the subject. Coordinator Celso Nunes (São Paulo – Brazil) Director, graduate of the Université de Sorbonne / Paris. Holds a PhD in theater from the Escola de Comunicação e Artes of the Universidade de São Paulo. Founder of the Departamento de Artes Cênicas of UNICAMP, and was a trainee under Polish director Jerzy Grotowski, later introducing his techniques in Brazil. Has received various prizes including the Molière, Governador do Estado, Funarte, and APCA Associação Paulista de Críticos de Arte. Currently lives in Salvador/ Bahia. Cibele Forjaz (São Paulo – Brazil) Artistic director of the Cia. Livre, with a degree in theater direction from the Escola de Comunicações e Artes of the Universidade de São Paulo, and works with the Centro de Pesquisa Teatral / CPT together with Antunes Filho. Is a professor and researcher in the Departamento de Artes Cênicas of the Escola de Comunicações e Artes of the Universidade de São Paulo, where she teaches theater lighting. Director of the show O Idiota – Um Novela Teatral. Amir Haddad (São Paulo – Brazil) Theater director and professor. In 1980, in Rio de Janeiro, he created the street theater group Tá na Rua, dedicated to the research of popular celebrations in the social and cultural life of the cities and their dramaticity. As an educator, he has developed tools for the construction of the actor who responds to the contemporary feeling, while
instrumentalizing it for a penetrating and profound reading of the human trajectory and the history of dramaturgy. Antonio Araújo (São Paulo – Brazil) Artistic director of the Teatro da Vertigem and professor at the Departamento de Artes Cênicas of the Escola de Comunicações e Artes of the Universidade de São Paulo. Directed O Paraíso Perdido, O Livro de Jô and Apocalipse 1,11, configuring the so-called Trilogia Bíblica [Biblical Trilogy]. These plays have represented Brazil at various international festivals (in Colombia, Venezuela, Portugal, Germany, Denmark, Russia and Poland). Most recently he has directed BR-3, presented on a stretch of the Tietê River (SP) and in the Baía de Guanabara (RJ); História de Amor, by Jean-Luc Lagarce, and the opera Dido and Enéas, by H. Purcell, in a production of the Theatro Municipal de São Paulo, and also presented in a nonconventional space. Neyde Veneziano (Santos – Brazil) Theater director and researcher. Holds a master’s and PhD in theater from the Escola de Comunicações e Artes of the Universidade de São Paulo. Author of various books, whose main themes are Dario Fo, Musical Brazilian Theater and Revue. In 1992, she carried out research in Portugal about the importance of revue with the help of Carlos Porto and Luis Rabello. She completed her post-doctorate at the Universitá degli Studi di Bologna and completed the requirements for a professorship at the Universidade de São Paulo with the thesis “Dario Fo e o Teatro Italiano.” Women in Literature: In Search of Freedom | Debate This project crosses the language of theater, photography, audiovisual productions and literature to present the feminine universe by way of Argentinean writers. At Mirada, it appears by way of the show Mujeres Terribles and the debate A Arte da Palavra [The Art of the Word], the encounter of an Argentinean writer with a Brazilian colleague. The aim is to exchange ideas and experiences concerning the gaze and the voice of the woman in contemporary literature, as well as the particularity of the universes of Alejandra Pizarnik (1936–1972) and Silvina Ocampo (1903–1994), the authors central to the staging directed by Lía Jelín. One of the aspects to be reflected is the ambiguous character of the true protagonist of the enunciation of the text and her legitimacy in the first-person singular. Who is this other, this huge someone without a face, that is there when one writes? Mediation Susana Reinoso Lawyer and cultural journalist with the newspaper La Nacion for 17 years, Susana is also a professor with the Universidad de Ciencias Empresariales y Sociales, of the Universidad de Palermo and the Facultad de Derecho of the Universidad de Buenos Aires. The awards she has received in her career very notably include the Julio Cortázar prize of the Cámara Argentina del Libro 2004, that of the Fundación Konex for the 100 most outstanding authors of the decade 1997–2007, and that of the Academia Argentina de Letras for encouraging the dissemination of the Spanish language.
154.
mirada-catalogo-mioloNOVO.indd 154
25.08.10 12:29:09
Participants Solange Camauër Holds a degree in philosophy, and a PhD from UBA. Her first novel was Las delicias del jardín, whose plot concerns a 15th-century flamenco painter. Later she published the novels Amores velados and El hijo. She coordinates the cultural space of the Asociación Civil Diagonal. She is currently preparing for the release of her most recent novel, Sabiduría Elemental. Ivana Arruda Leite This writer from Araçatuba, with a master’s in sociology from the Universidade de São Paulo defines herself in her blog as “Bebel’s mother, a Corinthians soccer-team fan, ex-smoker since October 2004.” Her first book, Histórias da mulher do fim do século, was published in 1997. Ao homem que não me quis (2006), was a finalist for the Jabuti prize. She has also published children’s books and edited the anthology 35 Segredos para chegar a lugar nenhum. She participated in the anthology Geração 90: os transgressores, among various others. Book release Hierofania – O Teatro Segundo Antunes Filho In Hierofania – O Teatro Segundo Antunes Filho, Sebastião Milaré systematizes the concepts and the ideas that have guided the São Paulo director’s work for more than three decades. The book begins with the phase inaugurated with the debut of Macunaíma, in 1978. The play’s historical critical reception resulted in the establishment of the Centro de Pesquisa Teatral do SESC [SESC’s Center for Theatrical Research – CPT], which Antunes has coordinated since 1982. Strictly speaking, this space at the SESC’s Consolação unit, in São Paulo, can be defined as a permanent laboratory of experiments for the training of actors, a breath of fresh air for dramaturgy, and a stimulus for pioneering new paths in theater. The formal daring in the investigation and transposition of Mário de Andrade’s novel for the stage, at the head of the Grupo Macunaíma, marked the change in the director’s aesthetic investigations, even though his ideology remained the same. He began his career in 1952, when he worked as an assistant for the Italian directors who had recently arrived to the Teatro Brasileiro de Comédia [Brazilian Comedy Theater – TBC] the stage and the professional company fundamental to the introduction of modernity in Brazil. The result of 10 years of research by journalist, critic and researcher Milaré, Hierofania – a title that signifies the appearance or revealing manifestation of the sacred – documents and discusses Antunes’s actor’s training method, the aesthetic references, the media developed, the exercises, the bibliography, the practice and the ideology, while also reflecting on the shows that have resulted from this work. The book complements the work that the author published in 1994, Antunes Filho e a Dimensão Utópica, published by Perspectiva. Now, the spectator and reader delve into this trajectory interlinked with the theatrical movement of the second half of the 20th century and the
beginning of the current one, the historical paths of dramatic art in Brazil from the perspective of an artist convinced that it is necessary to transform the human being in order to form the actor. O Idiota – Ensaios no Abismo | Documentary Before debuting last March, in the warehouse of SESC Pompeia, in São Paulo, the show O Idiota – Uma Novela Teatral [The Idiot – A Theatrical Novela] was presented in eight units in the interior or the metropolitan region in the form of open rehearsals. Spectators in Araraquara, Santo André, São Carlos, São José do Rio Preto, São José dos Campos, Ribeirão Preto, Campinas and Bauru witnessed the coming into being of this peculiar staging. It is divided into three autonomous parts, one each night, to convey the adaptation of the novel by Fyodor Dostoevsky based on the translation by Paulo Bezerra. The challenge of the São Paulo group mundana companhia (the spelling in lower-case letters is deliberate) was to transpose the 50 chapters of the original and adapt them into 12 segments distributed throughout three nights, as registered in the new documentary O Idiota – Ensaios no Abismo, a production of the Audiovisual Division of SESC SP. Their team remained close to the artists for about two months, during public or closed rehearsals, demonstrations of processes, lectures or related workshops. The more than 40 hours of recordings resulted in a medium-length video of about 30 minutes. All of the creators are interviewed, including director Cibele Forjaz, the actors and authors Aury Porto and Luah Guimarães and the musical director who enters the scene playing his instruments live, Otávio Ortega. The script intersperses scenes and seeks to do justice to the latent polyphony of the Russian author’s works. This edition reverberates the voices that protagonize the theatrical project, indicated by the São Paulo critics as one of the most important productions this year. The group is constituted by an alliance of artists coming from collectives such as Companhia Livre, Teatro da Vertigem and Teatro da Mentira, as well as independent actors. The production produces a synergy between literature, staging, digital support and the attentive gaze of someone who documents an era. O Teatro Segundo Antunes Filho | Video series See the play, read the book, watch the video. São Paulo director Antunes Filho’s presence at Mirada comprises the staging of Policarpo Quaresma, the national release of the book Hierofania and the exhibition of the television series O Teatro Segundo Antunes Filho, from 2002, produced by the SESCTV channel. With a screenplay by Sebastião Milaré, who is also a biographer, the six episodes document the career of one of the icons of the Brazilian stage. Antunes participated actively in the movement for scenic renewal that arose during the 1960s and late 1970s. The timeline passes through the amateur beginning of “Zequinha,” his nickname when he was young. His professional phase as an assistant at TBC. The rough times of the military dictatorship. The radicalism of his research with Macunaíma. The formulation of an actor .155
mirada-catalogo-mioloNOVO.indd 155
25.08.10 12:29:09
training program at the core of the CPT, his methodology and theoretic and practical foundations are among the topics dealt with. Shown from 6 to 11 September, from 2 p.m. to 3 p.m., at SESC Santos Antunes Filho – as origens de um artista [the origins of an artist] Antunes Filho – 60, a década das transgressões [the ’60s, a decade of transgressions] Antunes Filho – desafios de um tempo duro [challenges of tough times] Antunes Filho – mestre e discípulos [master and disciples] Antunes Filho – a poética do mal [the poetics of evil] Antunes Filho – o método [the method] Teatro e Circunstância | Video series A substantial x-ray of the Brazilian theatrical scene, its methods of production and creation that throughout this decade have significantly modified the relation of this art with the city. This is the premise of the program Teatro e Circunstância, a production by SESCTV that first aired in 2009. The themes presented include the vitality of the theatrical collectives after the advent of the Programa Municipal de Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo [Municipal Program for the Encouragement of Theater for the City of São Paulo], in 2002; the perspectives in techniques of interpretation and the conception of the show; the transcendence of the Italian stage in search of nonconventional spaces; the theater of animated forms with puppets; the flourishing of the making of theater in the central regions or in impoverished regions where the demands for cultural inclusion do not imply a neglect of the aesthetic challenges. The episodes are directed by Amilcar Claro, under the curatorship of Sebastião Milaré, who also wrote the screenplay. Shown from 6 to 11 September, from 3 p.m. to 4 p.m. Agitação na Praça Roosevelt [Agitation at Roosevelt Square] Teatro e inclusão [Theater and inclusion] Transgressões [Transgressions] Acrobatas e palhaços, a magia do circo [Acrobats and clowns, the magic of the circus] O império dos bonecos [The empire of the puppets] O clown de cada um [The clown of each of us] Los Grumildos | Installation According to Brazilian researcher Ana Maria Amaral, the theater of animated forms establishes a communication with the transcendental. “We always need an image, facts, myths, to perceive very abstract concepts or to perceive the archetypes.” This perception can be one of the keys for entering the installation of contemporary art Los Grumildos, designed and created by Peruvian visual artist Ety Fefer. It involves the presence of dolls or mechanical puppets molded in
plasticine, articulated miniatures that can play in a rock band or visit a whorehouse, depending on the dramaturgy suggested or endorsed by the viewer-interlocutor. The mythological and oneiric beings whose facial and gestural expressions evince more intimate feelings have already occupied a vintage bar in Switzerland, the catacombs of a church in Catalunya and an underground gallery in Berlin. Now, they have come to the social area of SESC Santos. These autonomous creatures, with hyperrealist tones, help to redimension the theater of animation in its potential mix of genres with the mask, the puppets and the objects. The scenography, the music and the lighting design accentuate an atmosphere of suspension of reality for whoever steps into the space and experiences it. The communication takes place not with rational awareness, but with the non-awareness of matter. A dramaturgy shot through by good humor, by a playful character, which also has to do with the secret fantasies of children. Wherever they go, the Grumildos are described by adjectives that are very diverse – or, who knows, complementary: they are sordid, ingenuous, grotesque, charming and bizarre, but no one manages to be indifferent to them. The sources of inspiration for Ety Fefer and her team include the meat-and-bone types that prowl through the underground in downtown Lima. Characters that have taken on animated forms and now inhabit a parallel and universal world. Conception and creation: Ety Fefer Scenography: Vicca Verde, Mateo Liébana and Tito Koster Music: Ramon Perez Prieto and Novalima Music Mechanisms: Alonso del Río
Cidades Imaginadas Ibero-Americanas | Exhibition Colombian researcher Armando Silva has been studying urban culture for two decades. Today, he is heading the project of which he is the author and director, the Imaginários Urbanos [Urban Imaginaries], also a referential concept in contemporaneity. Through it, local teams are active in 22 cities applying the same methodology of conjugating statistical qualification with analysis of images, media, literature, art, technology and even some family albums to deduce how to construct the identities of the new millennium. Thirteen cities that underwent this process are being considered in the series of photographs entitled Cidades Imaginadas Ibero-Americanas, an exhibition organized by Silva which features traces of some communities and their modes of being, by way of documented images. The focus is on subjective modes of shared living in the public space, reflections of the presence of an “urban aesthetics” whose dynamics has to do with the history of the daily life of the citizen and of social groups. “The imaginary forms, elaborated in the interiorization of the urban spaces allows for the comparison between the citizen and the contemporary artist: the citizens have always intervened on the city, redimensioning the social meaning of reality. The citizen invents forms of life, creating the city as an aesthetic and political fact,” states
156.
mirada-catalogo-mioloNOVO.indd 156
25.08.10 12:29:09
curator Lisbeth Rebollo Gonçalves, director of the Museu de Arte Contemporânea [MAC] of São Paulo, who received this show in the first semester. The project has been hosted at large art events such as the Kassel Documenta, in Germany, in 2002. The Fundación Antoni Tápies, in Barcelona, digitalized all of its files. Currently, Silva is a professor with the Universidad Externado, in Bogotá. The embryo of his studies on these geographic and cultural zones arose within the Postgraduate Program in Latin American Integration [Prolam] at the Universidade de São Paulo, which he entered in 1990. Organization: Armando Silva Curatorship: Lisbeth Rebollo Gonçalves Photographs by: Ana Rosa Olivera, Armando Silva, Camila Capella, Daniel Calle, Fabiola Camacho, Frank Pierdrahita, Gerardo Rojas, Grupo Bastardilla, Hélcio Magalhães, Isabel D’Elia, Jaime García, Karla Rodríguez, Laura Silva Abello, María Adelaida López Restrepo, Natalia Zapata, Nora Botero, Oscar Cardona, Pilar Cucalón, Sami González and Sergio García.
with musical, scenic, visual and literary poetics, as seen and heard at SESC Santana in its debut in July. Credits Artistic director: Beatriz Azevedo Composer singers: Beatriz Azevedo and José Miguel Wisnik Singer: Celso Sim Invited musicians: Cristóvão Bastos (piano), Angelo Ursini (wind instrument), Felipe Botelho (bass), Deni Domenico (guitar and cavaco) Pedro Manesco (drums) Video art: Ciça Lucchesi Sound technician: Vitor Paranhos Coordination: Marcos Azevedo Executive production: Raquel Dammous Production assistant: Vinicius Felix
EXCHANGE NETWORK MIRADA offers the artists and producers participating in the festival the opportunity to make contact with potential working partners. An informal environment will encourage people to get together for the exchange of information and the development of projects in the context of the Ibero-American network. September 7. Tuesday | 4 p.m. • SESC Santos. PONTO DE ENCONTRO A bar-restaurant where you can meet with friends, artists and invitees of the festival for a casual chat. DJs will create the ideal atmosphere for celebration and the exchange of impressions about Mirada. From September 2 to 11, beginning at 6 p.m. • SESC Santos. Pagu 100, Oswald 120 | Show “Shall we jump the fence like decent rascally kids and move it ahead? Not being afraid of cutting your knees on the barbed wire, not eating the food chewed by those who have already lived,” shouted Patrícia Rehder Galvão, also known as Pagu, in a newspaper article in 1947. One of the voices most engaged with the modernist movement at the beginning of the 20th century, the journalist, writer and activist who lived in Santos joined forces with the novelist, playwright and poet Oswald de Andrade in the art of transgressing. Both are evoked in a musical performance that recalls the 100th and 120th anniversary of their respective births and reaffirms the spirit of modernity that walks steadily in the postmodern times. To salute Oswald (1890–1954) and Pagu (1910–1962), the composers and singers Beatriz Azevedo and José Miguel Wisnik present their songs influenced by the two cultural agitators from São Paulo. The stage is also shared by pianist Cristóvão Bastos and by singer Celso Sim, as well as other invited instrumentalists. This encounter is replete .157
mirada-catalogo-mioloNOVO.indd 157
25.08.10 12:29:09
SESC - SERVIÇO SOCIAL DO COMÉRCIO Administração Regional no Estado de São Paulo / Gestión Regional en el Estado de São Paulo presidente do conselho regional/presidente del consejo regional Abram Szajman
diretor do departamento regional/director del departamento regional Danilo Santos de Miranda
superintendências/superintendencias técnico-social/técnico-social Joel Naimayer Padula comunicação social/ comunicación social Ivan Paulo Giannini administração/administración Luiz Deoclécio Massaro Galina assessoria técnica e de planejamento/asesoramiento técnico y de planificación Sérgio Battistelli
gerências/gerencias ação cultural/ acción cultural Rosana Paulo da Cunha adjunto/ adjunto Flávia Carvalho assistentes/asistentes Maria Thereza Bosi de Magalhães e Emerson Pirola estudos e desenvolvimentos/estudios y desarrollos Marta Colabone adjunto/adjunto Andréa de Araújo Nogueira saúde e alimentação/salud y alimentación Maria Odete F. M. Salles adjunto/adjunto Marcia Aparecida Bonetti Agostinho programas sócioeducativos/programas socioeducativos Maria Alice Oieno de Oliveira Nassif adjunto/adjunto Flávia Roberta Costa audiovisual/audiovisual Silvana Morales Nunes adjunto/adjunto Ana Paula Malteze artes gráficas/artes gráficas Hélcio Magalhães assistentes/ asistente Marilu Donadelli Vechio e Lourdes Teixeira Benedan desenvolvimento de produtos/desarrollo de productos Marcos Lepiscopo adjunto/adjunto Évelim Moraes relações com o público/relaciones con el público Paulo Ricardo Martin adjunto/adjunto Carlos Rodolpho T. Cabral difusão e promoção/difusión y promoción Marcos Carvalho adjunto/ adjunto Fernando Fialho SESCTV/SESCTV Valter Vicente Sales Filho Adjunto/adjunto Regina Salete Gambini contratações e logística/contrataciones y logística Jackson Andrade de Matos adjunto/adjunto Roberto Pera patrimônio e serviços/patrimonio y servicios Hosep Tchalian adjunto/adjunto Luiz Carlos Alexandre tecnologia e informática/tecnología e informática Juvenal Francisco Pires adjunto/adjunto Flávio Balerine engenharia e infra-estrutura/ingeniería e infraestructura Amilcar João Gay Filho adjunto/adjunto Carlos Humberto Bigaton pessoas/personas José Menezes Neto adjunto/adjunto Rubens Torres Babini Sesc Santos/SESC Santos Luis Ernesto Figueiredo adjunto/adjunto Renato Franceschini Oliani
SESC SP Av. Álvaro Ramos, 991 03331-000 | São Paulo sp Brasil t +55 11 2607 8000 www.sescsp.org.br SESC Santos Rua Conselheiro Ribas, 136 t +55 13 3278.9800
158.
mirada-catalogo-mioloNOVO.indd 158
25.08.10 12:29:09
MIRADA Conselho Diretivo/Consejo Directivo Danilo Santos de Miranda Isabel Ortega Pepe Bablé Ramiro Osório
Logística e contratações/Logística y contrataciones Carol Fernandes, Luciano Bueno Quirino, Marina Villar de Souza, Marise Teixeira Cabral, Silvio Breithaupt, Waldemar Marques Junior.
Alimentação/Alimentación Leonora Grillo, Fabíola Freire, Fernanda Mendes Conejero
Infraestrutura e Serviços/Infraestructura y Servicios
Renato Franceschini Oliani
Alberto Passos, André Luiz Rezende, Antonio Zacarias de Carvalho, Arlington Salazar, Cássio Murilo Fialho, Edvaldo Paulino da Silva, Eliene Alves Solé, Joel da Silva Oliveira, Julio Maria A. Pena, Marcos Adriano de Camargo Barros, Marcos César Barbosa dos Santos, Marcos de Mora, Nayara Candido da Silva, Simone Cristina Cavallaro.
Coordenação de Programação/Coordinación de Programación
Sonorização e Iluminação/Sonorización e Iluminación
Coordenação Geral/Coordinación General Luiz Ernesto Figueiredo
Coordenação Executiva/Coordinación Ejecutiva
João Carlos Couto
Alexandre Amorim de Mello, Carlos José dos Santos, Cristiano Batista Andrade, Edson Fernandes Machado, Eduardo Gomes Rodrigues da Silva, Jose Alves da Silva, Leandro Ramos Rodrigues, Marcelo Reis B. Fernandes, Paulo José Ribeiro, Renilson Celestino dos Santos, Ricardo Vinicius de Carli.
Atividades Formativas/Actividades Formativas
Comunicação/Comunicación
Emerson Pirola, Luiz Fernando S. Silva, Maria Thereza Bosi de Magalhães (Teca)
Produção geral/Producción General
Alberto Ligaluppi, Celso Nunes, Isabel Ortega, Samir Yazbek, Silvana Garcia.
Administrativo/Administrativo
Aline Ribenboim, Angelita Celina M. Borges, Danielle Simas, Luciana Coppio Gomes, Luciano Domingos da Silva, Pamela Yogi, Renata Wagner.
Reinaldo Teruel (coordenação/coordinación), Ana Carolina Esteves Fragoso, Arieuda Alves Barbosa, Cássia Aparecida S. dos Santos, Edivan Alves de Freitas, Fabiana Parisi S. Martins, Jacqueline Freitas, Jorge Luiz de Jesus Silva, Nivaldo Jaime Ferreira, Núbia Pereira S. Guimarães, Roseli do Nascimento Reis, Rosana Conceição P. Lopes, Thiago Martins Ribeiro.
Identidade Visual e Ambientação/Identidad Visual y Ambientación
Secretaria/Secretaría
SITE/SITIO - www.sescsp.org.br/mirada edição de conteúdo/Edición de contenido: Malu Maia (coordenação/ Coordinación), Fernanda Hoshino, Marcelo Araujo blog do Mirada/Blog de Mirada: Carlota Cafiero desenvolvido em WordPress/diseñado en WordPress modificado por Tribo Interactive
Adriana Christol Luz, Camilla de Carli Fonseca, Eliana Pires, Simone Ziszerman
Espaços e espetáculos/Espacios y espectáculos Marco Antonio M. Porto (coordenação/coordinación), Alex Sandro Gomes Pesso, Alexandra Linda H. Matos, Cyntia Petnys, Edimeire Maria Girelli Piovezam, Fernando Andrade de Oliveira, Gisela Ribeiro Rodrigues, José Osvaldo Teixeira Júnior, Juliana Okuda Campaneli, Liliane Soares de Oliveira, Maria Lucia Pereira Leal, Mauro César L. Raposo Junior, Rodrigo Eloi da Silva, Sergio Todaro, Solange Alboreda, Wanner Mussato Rodrigues.
Exposições/Exposiciones Juliana Braga, Juliana Okuda Campaneli, Tânia Tereza K. Pereira.
Daniel Tonus (coordenação/Coordinación), Camila Fabrini (projeto interno/proyecto interno), Márcio Medina (projeto externo/proyecto externo), Nóris Lima (identidade visual/identidad visual)
Site/Sitio
Catálogo Projeto Gráfico/Proyecto Gráfico Gustavo Hatagima Revisão/Revisión Maria Lucia Leão Tradução/Traducción Flavia Delgado (espanhol/español), John Norman (inglês/inglés)
Coordenação editorial/Coordinación editorial Valmir Santos
Receptivo/Receptivo Carla de Souza (coordenação/coordinación), Carmen Roberta Lobo, Denise Matos Almeida, Pedro Moya, Fernanda Cunha, Sílvio Luiz da Silva, William Moraes Alves
.159
mirada-catalogo-mioloNOVO.indd 159
25.08.10 12:29:09
160.
mirada-catalogo-mioloNOVO.indd 160
25.08.10 12:29:09