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18 de junho a 20 de novembro de 2021


Portos/ curadoria e textos Ilana Seltzer Goldstein, Cristine Takuá, Carlos Papa. – Santos: Serviço Social do Comércio, 2021. 111p. il. Color. Exposição realizada no Sesc Santos, de 17 de junho a 20 de novembro de 2021. ISBN 978-65-89239-04-8 1. Arte Contemporânea – Séc XXI. 2.Arte popular brasileira. 3. Arte indígena - Brasil. 4. Baixada Santista. 5.Catálogo de exposição. I. Título II. Serviço Social do Comércio. CDD 709.81 Ficha catalográfica elaborada por Alexandra Linda Herbst Matos – Bibliotecária – CRB 8/9136


Fotos: Denis Tchepelentyky

Foto panorâmica da PORTOS na Área de Convivência do Sesc Santos


Fronteiras atmosféricas No horizonte, céu e mar parecem unir-se

técnicas, suportes e linguagens. Composta

numa pincelada sutil de aquarela. Os mesmos

por quatro núcleos, sendo o primeiro

olhos embevecidos pelo movimento das

dedicado ao mar, à navegação e ao porto;

águas marinhas, quando voltados para o

o segundo e o terceiro compreendem as

sertão, vivenciam outras paisagens deline-

maneiras de habitar a paisagem natural

adas entre terra e céu. Tal pluralidade de

e urbana; e o quarto contempla a diversi­dad­e

visões, abrangendo diferentes pontos de

étnica e social, seus habitantes e suas relações.

vista, iluminam potências visíveis e invisíveis, individuais e coletivas, próprias do desenvol-

No escopo educativo, as incubadoras-­formativas

vimento humano.

abrangem os eixos curatorial e de mediação com o público, concebidos conforme o prossegui-

Nessa perspectiva, o projeto PORTOS –

mento das etapas que constituem o projeto,

Processos Orientados via Território e Ocupa-

incluindo cursos e ateliês de formação. Esse

ções Santistas busca fortalecer os processos

conjunto de ações busca qualificar profissionais

educativos a partir do estímulo de um olhar

da área cultural e artística da Baixada Santista,

sensível para a realidade local, abrangendo

para que sejam multiplicadores atuantes em

as cidades de Santos, São Vicente, Guarujá,

seus territórios.

Praia Grande, Itanhaém, Mongaguá, Peruíbe e Cubatão, bem como seus territórios indí-

O Sesc, ao realizar tal iniciativa, estruturada nos

genas. A mostra foi idealizada pela equipe

processos educativos de forma transversal, faz

do Sesc Santos em parceria com a curadora

reverberar seus valores, acolhendo, de forma pre-

Ilana Goldstein – antropóloga e professora

sencial e virtual, a diversidade de seus públicos.

da Universidade Federal de São Paulo – e

Ensejo para trocas de olhares e ideias, de conhe-

contou com a colaboração de Cristine

cimentos e experiências, favorecendo a constru-

Takuá e Carlos Papá.

ção de uma sociedade que erga menos muros e crie mais pontes, mitigando, de forma imaginária,

Com o propósito de valorizar a produção e

a divisão geográfica de seus territórios.

o fomento da cena cultural e artística local, foi realizado um mapeamento prévio que possibilitou identificar um panorama com plurais manifestações, aqui representadas pelos artistas selecionados e suas distintas

Sesc São Paulo


Carta de navegação Eis uma costa; eis um porto; após uma dieta frugal de horizonte, uma paisagem: morros de formas tão práticas (...) uma igrejinha no alto de um deles. E armazéns, alguns em tons débeis de rosa, ou de azul, e umas palmeiras, altas e inseguras. Assim escreveu a norte-americana

autodidatas e profissionais que, em outros

Elizabeth Bishop em 1952, ao desembarcar,

contextos, seriam considerados “artesãos”.

no texto Chegada em Santos. Como bem

Contamos também com a colaboração de

captou, o mar, as montanhas, a vegetação

dois curadores indígenas, Cristine Takuá e

e as construções se combinam na aquarela

Carlos Papa, no desenvolvimento de um

particular da Baixada Santista. A exposição

núcleo específico.

PORTOS reúne registros e interpretações

O percurso está organizado em módulos,

desse território – entendido, aqui, não

surgidos não de conceitos curatoriais pree-

apenas como extensão geográfica, mas

xistentes, mas do mergulho nas obras, que

sobretudo como paisagem natural, social

se aglutinaram organicamente em torno de

e afetiva vivenciada pelas pessoas.

quatro temas: “Mar”, “Terra”,

Portos são locais de chegadas, partidas,

“Cidade” e “Retratos”. Dentro de cada mó-

encontros, saudades, sonhos e memórias.

dulo, as obras estabelecem diálogos umas

Tudo isso está presente na mostra pelas

com as outras, da mesma forma

mãos e pelo olhar de 59 artistas, cujos

que os módulos se interpenetram.

trabalhos remetem às cidades da Baixada

Convidamos o visitante a criar sua própria

Santista – ou foram nelas realizados.

rota de navegação e depois nos deixar

A partir de uma noção ampliada de arte,

seu registro de bordo na rádio PORTOS.

não hierárquica e não compartimentalizada, convidamos tanto criadores reconhecidos no sistema da arte como iniciantes,

Ilana S. Goldstein


Yvy Dju – Terra Iluminada O povo Guarani Mbya mantém uma visão

Enquanto os maracás soarem dentro das

respeitosa sobre como viver em um terri-

casas de reza, as crianças cantarem e os

tório. Nenhum guarani se diz proprietário

rezadores entoarem a palavra sagrada,

da terra. Os mais velhos contam que os

haverá resistência. Em cada semente de

Nhanderu [nosso Deus pai criador de todas

milho, abóbora, mandioca, palmito, cam-

as coisas] fizeram o mundo para ser com-

buci, jaracatiá, pacuri, embiruçu, taioba,

partilhado por muitos seres. Os humanos

pariparoba, banana, em cada plantinha

não poderiam viver sem a natureza. Por

sagrada que cura cultivada, existe a

outro lado, os outros seres vivos, com os

certeza de que a arte nos transformará.

seus ija [espíritos protetores de todos os seres visíveis e invisíveis], poderiam existir plenamente sem a presença dos humanos. Os artistas indígenas criam, por meio da natureza, linguagens que expressam seus saberes e cosmovisões. Sua arte, viva na memória ancestral, convida a respeitar a terra e todas as formas de vida. A árvore, a água, o coração em nosso corpo, tudo pulsa. Através do pulsar a gente se emociona, sente que está vivo. O pulsar de cada artista indígena gera uma obra. Juntos, mesmo à distância, pulsamos numa energia que espalha sementes de trans­formação, diante do desequilíbrio e do sofrimento da Terra.

Cristine Takuá e Carlos Papa


Mapa da PORTOS Baixada Santista

Bertioga

Continente

Cubatão São Vicente

Santos

Guarujá

Praia Grande Mongaguá Itanhaém

Litoral Peruíbe

Terra Indígena Peruíbe (Aldeia Bananal) Terra Indígena Piaçaguera (Aldeia Tapirema) Terra Indígena Rio Silveira (Aldeia Rio Silveiras) Terra Indígena Nhamandu Oua (Aldeia Nhamandu Oua)



Sumário 13

Mar

35

Terra

51

Cidade

69 Retratos 91

Artistas

109

Equipe PORTOS

112

Ficha técnica



Mar Na beirada das ondas, a minha alma abriu-se para a vida Os versos do santista Vicente de Carvalho, em Palavras ao mar, evocam o forte elo entre o mar e a vida na Baixada. Alguns trabalhos deste módulo captam o fascínio da contemplação do oceano. Outros, marcados por linhas geométricas, remetem à paisagem portuária. A pesca, os saberes e fazeres caiçaras, com suas temporalidades múltiplas, não poderiam estar ausentes. O mar também comporta tensões, que encerram o módulo. Do mar chegaram os colonizadores, iniciando uma história pontuada por dominação e violência. E no mar encontram-se, hoje, vestígios da ação predatória da civilização contemporânea. Por fim, cabe observar que, não só em “Mar” como ao longo da exposição, por um lado temas e questões recorrentes perpassam o conjunto das obras, por outro lado cada artista os transfigura de maneira muito particular, em termos de estilo, linguagem, materiais e dimensões.


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MAR

Fabiano Ignácio, 1973, Santos. Vive em Santos Mergulho, 2017, pigmento mineral sobre papel, 65 x 105 cm


MAR

Wadson Silva, 1993, Santos. Vive em Itanhaém Anzóis, 2019, acrílica sobre madeira, 40 x 30 cm

15


16

MAR

José Maria da Costa Villar, 1952, São Vicente. Vive em Santos Sem título, s.d., acrílica sobre tela, 80 x 60 cm Sem título, s.d., tinta à base de água sobre madeira, 39 x 39 cm


MAR

Elisabeth Ruivo, 1944-2021. Nasceu em São Paulo e viveu em Santos Sem título, 2021, cerâmica, 23 x 8 cm

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18

MAR

Fabíola Notari, 1985, São Paulo. Vive em Peruíbe Primeiro, 2016, da série Meu lar é onde o mar está, livro de artista, colagem, desenho; papel 100% algodão 300g/m2, fotografia digital, 10 x 10 x 2 cm (fechado) Infância, 2016, livro de artista, colagem, papel pólen 80g/m2, página de livro antigo com impressão em offset, 21 x 15 x 0,2 cm (fechado)


MAR

Alyson Montrezol, 1978, Santos. Vive em Praia Grande Sem título, 2021, pigmento mineral sobre papel, 70 x 70 cm Fuga, 2020, pigmento mineral sobre papel, 70 x 70 cm

19


20

MAR

Lucia Quintiliano, 1962, Araçoiaba da Serra. Vive em São Paulo Côncavo II (série azul), 2019, acrílica sobre algodão cru, 34 x 83 cm Côncava V (série preta), 2018-2019, acrílica sobre algodão cru, 30 x 47 cm


MAR

Juliana do Espírito Santo, 1990, Guarujá. Vive em Guarujá. Lelê Lótus, 1990, Santos. Vive em Santos Ifé, 2020, performance, vídeo (cor, som), 4’52’’

https://bit.ly/ifejuliana

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22

MAR

Rodrigo Munhoz a.k.a Amor Experimental, 1977, São Paulo. Vive em Santos A performance saiu para navegar, 2021, vídeo (cor, sem som), 9’27’’

https://bit.ly/amorexperimental


MAR

Rachel Midori, 1988, Santos. Vive em Santos Horizonte I, 2017, ponta-seca sobre policarbonato, 8 x 13,5 cm (21 x 29,5 cm) Horizonte II, 2017, ponta-seca sobre policarbonato, 8 x 13,5 cm (21 x 29,5 cm)

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24

MAR

Ludemar Victor, 1940-2021. Nasceu em São Paulo e viveu em Santos Atracação, 1996, óleo sobre tela, 40 x 30 cm

Renata Salgado, 1973, Santos. Vive em Santos Navio, 2008, papel com superfície de tela 240g/m2, 18,5 x 21 cm em A3


MAR

Ildefonso Torres Filho, 1967, Santos. Vive em Santos Sem título, 2010, acrílica sobre papel, 32,5 x 48 cm Alfândega I, 2005, acrílica sobre tela, 60 x 60cm

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MAR

Gilda Martins de Figueiredo, 1928, Pirassununga. Vive em Santos Barcos entre guinchos II, 2000, acrílica sobre tela, 0,80 x 0,70 m Barcos entre guinchos I, 2000, acrílica sobre tela, 100 x 100 cm


MAR

Chico Melo, 1968, Buriti Bravo/MA. Vive em Guarujá Composição, 2018, madeira, tecido, cacos de azulejo e tinta acrílica, técnica mista com colagem, 1,5 x 55 x 10 cm

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MAR

Maurício Adinolfi, 1978, São Paulo. Vive em São Paulo Perequê, 2021, madeira, ossos de baleia e cabos de aço, 4,10 x 2,15 x 1,65 m


MAR

Sr. Domingos, 1925-2021. Nasceu em Paraty/RJ e viveu em Mongaguá Sem título, 2013-2014, madeira caxeta, 40 x 40 x 10 cm e 40 x 80 x 15 cm Barcos cedidos pelo Museu Histórico e Geográfico de Mongaguá, na pessoa de Marcelo Vidice Dianno. Fotografias de Renê Calazans, 2015, tecido e backfilm, dimensões variadas

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MAR

Izaura Campos, 1960, Santos. Vive em Santos Mar, 2021, instalação, técnica mista com conchas e escamas de peixe tratadas, garrafas, bules, porta-retratos, colheres de bambu, fotografias em papel, rede de pesca e balaios, 200 x 500 cm


MAR

Fabrício Lopez , 1977, Santos. Vive entre Santos e São Paulo Icanhema, 2011-2017, relevo em madeira pintado com tinta offset, 180 x 160 cm

Marcus Cabaleiro, 1969, Santos. Vive em Cubatão Pescador de ilusões, 2016, pigmento mineral sobre papel, 39 x 80 cm

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MAR

Gaio, 1979, Santos. Vive em São João da Boa Vista Relógio. Não há tempo. Não há fim. Não há adeus, 2019, colagem sobre papel, plástico, vidro, borracha e concha, 100 x 200 cm


MAR

Marcos Piffer, 1962, Santos. Vive em Santos Tartaruga verde morta [Chelonia midas] | Praia do José Menino, Santos, SP, 2020, impressão com pigmentos minerais sobre papel 100% algodão, 42 x 60 cm Ensaio Perdidos da Infância | Praia da Aparecida, Santos, SP, 2020, impressão com pigmentos minerais sobre papel 100% algodão, 42 x 60 cm

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Terra Olhos que buscam o solo Aos pés descalços, arraigar! Enquanto o mar convida ao deslocamento, a santista Irene Estrela Bulhões nos lembra, nos versos de Gaia, que a terra é o espaço do enraizamento – portanto do abrigo, do cultivo e da vida em sociedade. Este módulo apresenta a terra em sua complexidade, com os animais, plantas, rochas e montanhas que a compõem, e as relações que os seres humanos estabelecem com ela. Desde o início da colonização europeia, é na terra que ocorrem os conflitos assimétricos entre indígenas e não-indígenas. A intervenção na fachada do Sesc denuncia essa violência. E as peças indígenas evocam a resistência e a sabedoria dos povos que já viviam nesse território. Para os povos originários, a terra é muito mais que solo: ela comporta dimensões cosmológicas e identitárias. Não por acaso, foi aqui que os curadores convidados Cristine Takuá e Carlos Papá optaram por situar sua intervenção. O xamã yanomami Davi Kopenawa escreveu que nós, o “povo da mercadoria”, provocamos doenças e sofrimento ao destruirmos as florestas e extrairmos riquezas do subsolo. Alerta mais que pertinente no momento atual.


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TERRA

Lidia Malynowskyj, 1989, Santos. Vive em Santos As três montanhas, 2015, tinta acrílica, plexiglas, madeira e projeção de luz (45 x 45 cm) placa acrílica e duas bases (10 x 10 x 10 cm)


TERRA

Rachel Midori, 1988, Santos. Vive em Santos Sem título, 2018, ponta-seca sobre alumínio, 13,5 x 18 cm (21 x 29,5 cm) Horizonte café II, 2017, calcogravura, água tinta sobre cobre, 6 x 9 cm (15 x 19,5 cm)

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38

TERRA

Paulo Climachauska, 1962, São Paulo. Vive em Santos Série In Absentia I (Vermelho), 2018, mdf, pedra e tinta automotiva, 80 x 80 cm Série In Absentia II (Marrom), 2018, mdf, pedra e tinta automotiva, 80 x 80 cm


TERRA

Kátia Miyahira, 1986, Santos. Vive em Santos Sem título, 2015, monotipia com tinta tipográfica e removedor, 29,7 x 21 cm Sem título, 2014, xilogravura com chine-collé, 22,3 x 15,5 cm Sem título, 2006, cologravura com barbante e renda, 15 x 10,5 cm

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40

TERRA

Mai-Britt Wolthers, 1962, Dinamarca. Vive em Santos Sem título,2021, acrílica sobre papel, 100 x 70 cm Sem título, 2021, acrílica sobre papel, 100 x 70 cm Sem título, 2021, acrílica e pastel oleoso sobre tela, 195 x 125 cm


TERRA

Cris Alonso, 1963, Santos. Vive em Santos Tropical, 2017, nanquim e giz pastel em papel canson 200g, 29,7 x 42 cm Árvore do futuro, 2019, nanquim, lápis pastel seco e lápis de cor em papel linho 180g, 21 x 29,7 cm

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TERRA

Ana Akaui, 1968, Santos. Vive em Santos Memórias de uma árvore morta, 2020, óleo sobre tela montada em chassi, 1 x 1,30 m


TERRA

Fulvia Rodrigues, 1974, Praia Grande. Vive em Praia Grande A serenata Sr. Perereca Araponga (Hypsiboas albomarginatus), 2017, pigmento mineral sobre papel, 40 x 40 cm Tucano-de-bico-verde (Ramphastos dicolorus) (filhote), 2018, pigmento mineral sobre papel, 40 x 40 cm Jóias da Mata Atlântica, 2020, pigmento mineral sobre papel, 40 x 40 cm Surpresa da tarde Cobra Cipó (Chironius fuscus), 2020, pigmento mineral sobre papel, 40 x 40 cm

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TERRA

Thiago Verá Benites da Silva, 1996, Aldeia Rio Silveira – Bertioga/Etnia Guarani Mbya Elizeu Werá Tukumbo da Silva, 1989, Aldeia Rio Silveira – Bertioga/Etnia Guarani Bichinhos, 2021, madeira caxeta


TERRA

Ubiraci Gomes, 1969, Aldeia Bananal – Peruíbe/Etnia Tupi Guarani. Vive em Aldeia Bananal Pau de chuva, a lança, o arco e flecha e apito, 2021, embaúba, madeira e taquara

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TERRA

Élida Andréia Escobar, 1967, 1967, Aldeia Nhamandu Oua – Itanhaém/Etnia Guarani Mbya. Vive em Aldeia Nhamandu Oua Cestaria (ajaká), 2021, taquara e cipó imbé


TERRA

Uwerá Nimangá Dju Gomes, 2007, Aldeia Bananal – Peruíbe/Etnia Tupi Guarani. Vive em Aldeia Bananal Machado e zarabatana e maracá, 2021, madeira, pedra e taquara

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TERRA

Carlos Papa, 1970. Aldeia Rio Silveira - Bertioga - SP / Etnia Guarani Mbya. Vive em Aldeia Rio Silveira. Teko Poty [Flor da vida], 2021, vídeo (cor, som), 3’

https://bit.ly/tekopoty


TERRA

Maurício Ianês, 1973, Santos. Vive em Viena, Áustria Fronteiras, vinil adesivo, dimensões variadas

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Cidade Sou bem teu filho, ó, cidade marítima, Tenho no sangue o instinto da partida, o amor dos estrangeiros e das nações E o cheiro do café me dá tua presença Os versos de Santos, inspirados na cidade natal de Ribeiro Couto, destacam uma das marcas das cidades da Baixada Santista: a abertura aos encontros. Mencionam, ainda, a importância econômica do café embarcado no porto. A memória impregnada nas construções antigas é mote de vários artistas deste módulo que, ora ressaltam sua delicadeza e imponência, ora evidenciam a falta de preservação do patrimônio. A arquitetura histórica de alguns dos municípios contrasta com a crescente verticalização. A vida urbana moderna acaba tendo que criar subterfúgios para conviver com os problemas que ela mesma gerou, como a desigualdade social e a poluição ambiental. Os módulos “Cidade” e “Terra” relacionam-se estreitamente, uma vez que as cidades se erguem em um corpo a corpo com a paisagem natural que, teimosa, a invade pelas brechas.


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CIDADE

Ludemar Victor, 1940-2021. Nasceu em São Paulo e viveu em Santos Igreja Santa Cruz dos Navegantes, 1996, aquarela, 30 x 23 cm Bolsa do Café, 2002, aquarela, 44 x 37 cm


CIDADE

Márcia Santtos, 1964, Santos. Vive em Santos Paulo Moutinho, 14, 2020, gravura em côncavo a partir de matriz de tetra pak com porchoir, 20 x 9,5 x 6 cm Campos Melo, 75, 2019, gravura em côncavo a partir de matriz de tetra pak com porchoir, 20 x 9,5 x 6 cm Luiza Macuco, 51, 2018, gravura em côncavo a partir de matriz de tetra pak com porchoir, 20 x 9,5 x 6 cm Campos Sales, 35, 2019, gravura em côncavo a partir de matriz de tetra pak com porchoir, 20 x 9,5 x 6 cm República Portuguesa, 5, 2018, gravura em côncavo a partir de matriz de tetra pak com porchoir, 20 x 9,5 x 6 cm Henrique Ablas, 25, 2019, gravura em côncavo a partir de matriz de tetra pak com porchoir, 24 x 32 cm

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54

CIDADE

Paulo von Poser, 1960, São Paulo. Vive em São Paulo Canal 4: Pinacoteca Benedicto Calixto, Jardim da Orla e Embaré, 2018, nanquim, aquarela, lápis de cor, crayon e grafite sobre papel Montval, 29,7 x 42 cm


CIDADE

Paulo von Poser, 1960, São Paulo. Vive em São Paulo Porto de Santos vista do Valongo, 2017, acrílica, grafite, lápis de cor e nanquim sobre madeira, 71 x 113 cm

Benedito Calixto, 1853-1927. Nasceu em Itanhaém e viveu em Santos, entre outras cidades Vista de Santos do Monte de Fontana, s.d., impressão em metacrilato, 30 x 40 cm

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CIDADE

Paulo von Poser, 1960, São Paulo. Vive em São Paulo Museu do Café - Rua Frei Gaspar, 2017, acrílica e grafite sobre papel, 78 x 153 cm

Inauguração do Monumento a Brás Cubas, 1908, impressão em metacrilato, 30 x 40 cm


CIDADE

Laércio Alves, 1969, Rio Claro. Vive em São Vicente O bonde do amor e da liberdade, 2021, escultura em arame, aprox. 145 x 40 x 80 cm

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CIDADE

Coletivo (a)gente (Erik Morais, São Paulo, 1977, e Natália Brescancini, Campinas, 1985. Vivem em Santos) Fotografia: Maurice Pirotte Invasões poéticas, 2020, pigmento mineral sobre papel, 40 x 60 cm Invasões poéticas: Lambendo PORTOS, 2021, intervenção lambe-lambe


CIDADE

Tomzé Scala, 1947, Poços de Caldas/MG. Vive em Santos Mureta o símbolo de Santos e a temporada de navios, 2016, acrílica sobre tela, 30 x 60 cm

Maria Inês Veríssimo, 1953, Mandaguari/PR. Vive em Santos Calçadão da Ponta da Praia Santos, 2021, óleo sobre tela, 70 x 1,50 cm

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CIDADE

Eleonora Artysenk, 1996, Santos. Vive em Praia Grande Show me from behind the wall, 2020, videoperformance, 23’

https://bit.ly/eleonoracidades


CIDADE

Ivy Freitas, 1959, Pedro de Toledo. Vive em São Vicente Monte Serrat e o bairro Vila Nova, 2012, pigmento mineral sobre papel, 28 x 42 cm

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CIDADE

Fred Casagrande, 1983, Itanhaém. Vive em Mongaguá Sem título, 2011, pigmento mineral sobre papel, 70 x 105 cm


CIDADE

Marcos Piffer, 1962, Santos. Vive em Santos Ex-árvore | Rua Epitácio Pessoa, Santos, SP, 2018, impressão com pigmentos minerais sobre papel Performance, laminada, 69 x 46 cm

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CIDADE

Jhoni Morgado, 1981, Alto Piquiri/PR. Vive em Guarujá Intervenção urbana em manutenção: O Juízo Final, 2021, pintura mural, 192 x 520 cm


CIDADE

Marina Guzzo, 1978, Campinas. Vive em Santos Floresta#2, 2020, vídeo (cor, som), 3’58’’

https://bit.ly/marinaguzzo

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CIDADE

EVORA Coletivo (Mariana Cosmassi, 1994, Santos e Ana Lucy Lemos, 1968, Cubatão. Vivem em Cubatão) Beco da Vila, 2019, colagem digital impressa em formato lambe-lambe, dimensões variadas


CIDADE

Wilson Santos, 1993, Guarujá. Vive em Santos Dique da Vila Gilda - Palafitas, 2021, mdf e madeiras reutilizáveis, 80 x 120 cm

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Retratos O povo és tu, sou eu: nós somos povo. E bendigamos a perfeita graça De pertencer à multidão, à massa, Diante da qual me inclino e me comovo. Dela é que há de surgir o mundo novo. O que dá vida a um território são as pessoas, como traduz o santista Martins Fontes, no poema Povo. Na Baixada, o povo é formado por várias nacionalidades, origens e etnias, e as etiquetas das obras com sobrenomes do Japão, da Dinamarca, Polônia, entre outros, são um interessante indicador disso. Parte do módulo “Retratos” reflete a diversidade sociocultural do território. Outra parte traz práticas culturais e de lazer que favorecem a formação de vínculos afetivos e o exercício da criatividade: festas, conversas em torno de um café, futebol, circo, banho de mar. Um terceiro conjunto de obras questiona padrões estabelecidos que podem se tornar opressores, abrindo espaço para transgressões e para a liberdade de escolha.


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RETRATOS

Fred Casagrande, 1983, Itanhaém., Vive em Mongaguá Sem título, 2011, pigmento mineral sobre papel, 73 x 110 cm (foto)


RETRATOS

Marcus Cabaleiro, 1969, Santos. Vive em Cubatão Gratidão, 2019, pigmento mineral sobre papel, 54 x 80 cm

Marcos Piffer, 1962, Santos. Vive em Santos Pintura das linhas do campo | Vila Belmiro, Santos, SP, 2018, impressão com pigmentos minerais sobre papel Performance, laminada, 53 x 80 cm

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72

RETRATOS

Ildefonso Torres Filho, 1967, Santos. Vive em Santos Sem título, 2015, acrílica sobre papel, 14 x 20 cm


RETRATOS

Fabiano Ignácio, 1973, Santos. Vive em Santos O mambembe, 2020, pigmento mineral sobre papel, 93 x 65 cm

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RETRATOS

Fred Casagrande, 1983, Itanhaém. Vive em Mongaguá. Sem título, 2011, pigmento mineral sobre papel, 93 x 140 cm (foto) Sem título, 2015, pigmento mineral sobre papel, 93 x 140 cm (foto )


RETRATOS

Tubarão Dulixo, 1974, Santos. Vive em São Paulo Na Folia... Marungo é que é Rei, 2021, tecido, papel machê e plástico, 56 x 27 cm

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RETRATOS

Kelly Alonso Braga, 1968, Santos. Vive em Santos A hora do descanso, 2017, acrílica e pastel sobre papel e colagem (kraft e folha de livro antigo), 23 x 32,5 cm Tédio entre irmãs, 2015, acrílica e pastel, colagem (kraft e folha de livro antigo), 44 x 52 cm


RETRATOS

Joyce Farias, 1983, Santos. Vive em São Paulo Casa grande & senzala, páginas 346, 2014, nanquim e aquarela sobre papel, 22,5 x 28,3 cm Casa grande & senzala, páginas 372 e 361, 2014, nanquim e aquarela sobre papel, 22,5 x 28,3 cm Casa grande & senzala, páginas 604 e 597, 2019, nanquim e aquarela sobre papel, 22,5 x 28,3 cm

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RETRATOS

Roberta Lima, 1982, São Paulo. Vive em Santos Humanos, 2019, colagem feita a partir de fragmentos visuais (fotos, revistas...), 15 x 15 cm Enquanto houver céu, 2017, colagem feita a partir de fragmentos visuais (fotos, revistas...), 15 x 15 cm


RETRATOS

Geandré, 1951, Santos. Vive em São Paulo Cartum, 1974, impressão sobre papel couche 150gr, 40 x 30 cm Cartum, 1985, impressão sobre papel couche 150gr, 40 x 30 cm

79


80

RETRATOS

Nenê Surreal, 1967, Diadema. Vive em Santos Akasala, 2021, spray, látex, pigmento, caneta Posca e espelho sobre parede, 300 x 300 cm


RETRATOS

Raphaella Gomez, 2000, Santos. Vive em Santos Raízes pesadas, 2021, tinta acrílica e nanquim sobre cadernos sem pauta, 3 peças de 29 x 21 cm (fechado)

81


82

RETRATOS

Augusto Pakko, 1997, Santos. Vive em Santos Sejamos notáveis, 2020, vídeo (cor, som), 2´29”

https://bit.ly/pakkoretratos


RETRATOS

Fred Casagrande, 1983, Itanhaém. Vive em Mongaguá Sem título, 2010, pigmento mineral sobre papel, 67 x 100 cm

83


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RETRATOS

Mari Lucio, 1991, Santo André. Vive em São Vicente Recicle a mídia, 2019, desenho digital veiculado em folheto de divulgação do lançamento do Jornal Vozes da Rua, 40 x 60cm Retirada arbitrária de pertences da população em situação de rua, 2020, desenho digital veiculado na edição #03 do boletim Papo Reto, 40 x 60cm


RETRATOS

Equipe Jornal Vozes da Rua / Ilustrações Mari Lucio, 1991, Santo André. Vive em São Vicente Papo Reto #03: censos e Pop Rua, 2020, original em A4, tiragem de 2.500 exemplares em papel couche 90g, distribuído na Baixada Santista e outros municípios paulistas Papo Reto #04: do luto à luta, 2020, original em A4, tiragem de 2.500 exemplares em papel couche 90g, distribuído na Baixada Santista e outros municípios paulistas Papo Reto #05: a pandemia não acabou, 2021, original em A4, impresso na tiragem de 2.500 exemplares em papel couche 90g, distribuído na Baixada Santista e outros municípios paulistas

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RETRATOS

Tubarão Dulixo, 1974, Santos. Vive em São Paulo Punk my carroça, 2016, madeira, papel, e sucata, 22 x 14 x 15 cm


RETRATOS

Biga Appes, 1960, São Paulo. Vive em Santos da série Vou sair prá catar gente, 2019 fotografia impressa em formato lambe-lambe, papel offset 90gr, 60 x 90 cm Foto 1: Navegar com Chico Melo / Foto 2: Bons ventos Geraldo / Foto 3: Maurão em Outro tempo / Foto 4: Preta-Rara Potência do sol / Foto 5: Priscila, a Super heroína/ Foto 6: Renata mar, flor de urucum/ Foto 7: Amor guerreiro / Foto 8: Homem da terra/ Foto 9: Menina na janela

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RETRATOS

Wilis Graffiti, 1968, João Pessoa/PB. Vive em Guarujá Novo mundo, 2021, spray sobre parede, 429 x 275 cm


RETRATOS

Luiz Marq’s, 1998, São Vicente. Vive em São Vicente Pixo, fotografia, pessoas e favela, 2021, impressão de papel sobre PVC e spray sobre parede, 2,75 x 4,29 m

89


RETRATOS

Como é a sua navegação pela baixada Santista? Conte uma história ou uma memória que queira compartilhar depois de ter visitado a exposição PORTOS.

Faça a gravação em áudio diretamente do seu celular. Acesse o QR Code, ou o endereço disponível: https://linktr.ee/educativoportos

*Ao gravar seu depoimento, você autoriza o Sesc a difundir sua voz na Rádio PORTOS, tanto no espaço expositivo como nas redes virtuais, sempre vinculados à exposição. As gravações coletadas serão incluídas na programação da Rádio PORTOS, coordenada pela equipe do educativo, e transmitidas de forma aleatória.

Rádio PORTOS, espaço educativo idealizado pela curadora educativa da PORTOS, Flávia Paiva, 2021

Fotos: BrunaQuevedo

90


ARTISTAS

Artistas ALYSON MONTREZOL pg 19

“memórias de uma árvore morta”, em que a

Alyson Montrezol nasceu em 1978, em San-

vazios compõem uma superfície bidimen-

tos, e reside em Praia Grande. Fotógrafo e

sional, criando dois universos paralelos: o do

professor universitário, desde 2005 ministra

que está “morto” (em preto e branco) e o da

cursos e oficinas no Brasil e no exterior nas

memória do que é “vivo” (colorido), aludindo

áreas de fotografia e audiovisual. Tem uma

ao tênue limite entre vida e morte.

natureza dos veios da madeira e os espaços

forte relação de afeto com a região e há 22 anos faz trabalhos artísticos com temas relacionados aos direitos humanos, como nos

AUGUSTO PAKKO pg 82

projetos no Haiti e em Ruanda. Participou de

Cesar Augusto dos Santos Esteves, conheci-

exposições coletivas, na Noruega, em 2014; o

do também como Augusto Pakko, nasceu em

Festival de Fotografia de Tiradentes, em 2015;

1997, em Santos. Ele se descreve como um

o Salão de Artes Plásticas da Praia Grande,

“jovem negro vindo das ruas da Zona Noroes-

em 2016; além de mostra individual no Museu

te de Santos, onde nasceu e reside”. Rapper,

da Imagem e Som em Santos, em 2014. As

compositor, modelo e diretor criativo, há sete

imagens exibidas na exposição foram produ-

anos desenvolve trabalhos artísticos, utilizan-

zidas durante o isolamento social e o artista

do o celular e o computador como mídias, e o

comenta que foram capturadas com “o intuito

som como matéria-prima fundamental. Seus

de representar este desejo de liberdade que

temas centrais costumam ser racismo, em-

muitos estão sentindo durante a pandemia”.

poderamento, ancestralidade, resistência e autoestima. A performance Sejamos notáveis

ANA AKAUI pg 42

busca questionar, desconstruir e destruir os

Ana Akaui nasceu em 1968, em Santos.

que nos são impostos e vão sendo reproduzi-

É doutora em educação e arte pelo Centro

dos ao longo dos anos.

padrões sociais, econômicos, raciais e sexuais

Universitário Belas Artes de São Paulo. EspeDesde 1990, pesquisa rostos e natureza como

BIGA APPES pg 87

temas, enfatizando o traçado das linhas.

Abigail Appes nasceu em 1960, em São

Atualmente, a partir da abstração, desenvolve

Paulo e, desde a adolescência, mora em

estudos com frottages e pintura sobre o tema

Santos. Formada pela Escola Panamericana

cializou-se em pintura, escultura e gravura.

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92

ARTISTAS

de Arte e pelo Museu Lasar Segall, iniciou a

Cultural; a exposição “Línguas, reverência

carreira como repórter fotográfica e partici-

e oralidade” de Ernesto Neto (Pinacoteca

pou de diversas exposições. Em 1998, seu

do Estado de São Paulo); diversas ses-

ensaio sobre pacientes psiquiátricas de São

sões, mostras e festivais de cinema, como

Vicente foi exposto no Encontro Interna-

o Aldeia SP – Bienal de Cinema Indígena,

cional de Mulheres, em Cuba. Em 1999,

Festival Tela Indígena, realizado em Porto

representou a América do Sul na II Mostra

Alegre, e o Festival de Culturas Indígenas no

Internacional de Fotografia Humanitária Luís

Memorial da América Latina, em São Paulo.

Valtueña. No mesmo ano, realizou o projeto

Foi curador do festival de arte indígena

Vou sair prá catar gente, contemplado em

Rec Tyty.

2017 pelo Fundo de Assistência à Cultura de Santos (Facult), que compreendeu ensaios fotográficos de personalidades de Santos

CHICO MELO pg 27

e oficinas gratuitas de iniciação fotográfica

José Francisco Barbosa Melo, conhecido

em morros da cidade. Imagens deste proje-

também como Chico Melo, nasceu em 1968

to integram PORTOS.

no Maranhão e é radicado em Santos desde 1986. É artista, marceneiro-restaurador, sa-

CARLOS PAPA pg 48

pateiro e designer. Sobre a obra da exposi-

Carlos Papa Mirim Poty é Guarani Mbya,

partir de sucatas como: madeira de partes

morador da aldeia do Rio Silveira. Trabalha

de móveis, retalhos de tecidos, fragmentos

há mais de vinte anos com audiovisual,

cerâmicos e tinta acrílica. Comenta também

focando-se em documentários, filmes e

que, em seus trabalhos, busca a partir da he-

oficinas culturais para os jovens. Também

terogeneidade a unidade na forma; seu olhar

atua como líder espiritual em sua comuni-

leva ao surgimento de novas formas e novos

dade. É representante da comissão guarani

objetos. É integrante do ateliê Oficina 44, um

Yvyrupa e também fundador e conselhei-

espaço de criação coletiva que atua há qua-

ro do Instituto Maracá. São inúmeros os

se 22 anos. Participou de diversas exposi-

projetos e eventos dos quais participou e

ções individuais, coletivas e salões nacionais

para os quais vem sendo convidado nos

de arte. Criou e confeccionou troféus para

últimos anos, tais como o ciclo de debates

o Festival Fescete Escola de Teatro Tescom

Mekukradjá – Círculo de Saberes, no Itaú

em Santos.

ção, Barroquear, conta que foi construída a


ARTISTAS

COLETIVO (A)GENTE pg 58

tipos, feitas em papéis, quadros e bordados.

Natália Brescancini nasceu em Campinas,

de com muitas árvores nos canais, fico

em 1985, e é pós-doutora em Belas Artes

imaginando minhas próprias árvores pela

pela Universidad Complutense de Madrid.

cidade...”. PORTOS é a primeira exposição de

Erik Morais nasceu em São Paulo, em 1977,

que participa.

A artista comenta: “Santos é uma cida-

e cursou Artes Cênicas na ECA-USP. Ambos vivem em Santos e fazem parte do coletivo (a)gente, que realiza intervenções urbanas na

ELEONORA ARTYSENK pg 60

interface entre artes visuais e teatro. Abor-

Eleonora Artysenk nasceu em 1996, é

dando as linguagens artísticas como dispo-

santista e mora na Praia Grande. Formou-se

sitivos relacionais, buscam diálogos poéticos

em dança na UFRJ e cursou a Escola de

entre corpo e cidade, imagem e literatura.

Artes Visuais do Parque Lage. Atualmente

Participaram da BIACHMA - Bienal Interna-

faz mestrado no Programa Interdisciplinar

cional de Arte Contemporáneo, Venezuela,

em Ciências da Saúde (Unifesp). Com foco

em 2021; do 3º Festival Virtual de Teatro

em performance, desenvolve sua pesquisa

Lambe-Lambe, Salvador, em 2020; e do

por meio da ficção “enquanto ferramenta e

Encuentros Adventium, em Madri, em 2018,

rota de uma existência crítica”. Participou de

entre outros.

eventos como o Festival Dança em Trânsito (Casa França Brasil) e Seminário Internacio-

CRIS ALONSO pg 41

nal TransInCorporados (Museu de Arte do

Cris Alonso nasceu em 1963, em Santos,

do Instituto Procomum - A colaboradora

cidade onde vive. É artista visual e encader-

em 2020, e tem participado de criações

nadora, e afirma gostar de desenhar com

de outros artistas, como Marcelo Evelin e

lápis e caneta desde muito cedo: os dese-

Marina Guzzo.

Rio), ambos em 2018. Foi artista-residente

nhos sempre fizeram parte do seu dia a dia. estuda design gráfico. Suas obras mostram

ELISABETH RUIVO pg 17

um universo imaginário, por meio de traços

Maria Elisabeth Pizzoli Ruivo nasceu em

livres, sensíveis, que apresentam árvores do

1944, em São Paulo, e desde os dez anos

futuro, alegóricas, mágicas, de diferentes

viveu em Santos. Graduada em direito, atuou

Cursou ilustração no Senac e, atualmente,

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94

ARTISTAS

na área até 1980. Iniciou na arte da cerâmica

urbana criado em 2019 a partir do estudo

ainda muito jovem, em 1965, com o escultor

de áreas encortiçadas do bairro Vila Mathias,

italiano Victorio Sinigaglia. Seu processo

em Santos. Neste trabalho, foram usadas

artístico abrangia o imaginário, o mundo das

técnicas de fotografia e colagem digital.

ideias, dos sonhos, da memória, do movipioneira em Santos, mas ensinou muitos

FABIANO IGNÁCIO pg 14, 73

alunos e sente orgulho deles terem seus

Fabiano Ignácio nasceu em 1973, em San-

próprios ateliês. Participou de exposições

tos, onde mora atualmente. É formado em

coletivas e individuais no cenário nacional

fotografia profissional pelo Instituto Centro

e internacional, como México, Índia, Itália e

Europeu. Desenvolve trabalhos artísticos

Estados Unidos. Pertenceu ao Anuário “Arte

desde 2012, tem como inspiração a rua e

e Artistas – 2000″ e ao SinapeSP (Sindicato

Cartier Bresson e como motivação “mostrar

Nacional dos Artistas Plásticos no Estado de

a outras pessoas meu olhar sobre as coisas

São Paulo).

de nosso cotidiano”. Em suas obras utiliza a

mento, da cor, da forma e do som. Não foi

câmera analógica por passar quase como EVORA COLETIVO pg 66

invisível comparada às grandes câmeras, o

EVORA é um coletivo criado em 2019 por

uma forma discreta, conseguindo assim a

duas profissionais com formação em arqui-

espontaneidade do momento, captando as

tetura e urbanismo e experiência em foto-

emoções e a essência das pessoas. Ganhou

grafia e artes plásticas: Mariana Cosmassi,

diversos prêmios e participou de muitas

nascida em 1994, em Santos, e residente

exposições, sendo as mais recentes em 2017,

em Cubatão; e Ana Lucy Lemos, nascida

na Pinacoteca Benedicto Calixto e no Museu

em 1968, em Cubatão, onde também reside.

do Pelé, ambos em Santos, e na igreja gótica

O coletivo trabalha com diversas atividades

Saint-Merri em Paris.

que permite se aproximar do seu objeto de

e tem como essência ressignificar espaços jetos com o Sesc Santos e com o Valongo

FABIOLA NOTARI pg 18

Festival Internacional de Imagem. A obra

Fabiola Notari nasceu em São Paulo, em

apresentada na exposição é sobre o Beco

1985, e vive em Peruíbe. Doutora em litera-

da Vila e trata de um projeto de intervenção

tura e cultura russa pelo Departamento de

urbanos subutilizados. Participou de pro-


ARTISTAS

Letras Orientais da USP, é artista visual, pro-

cola Acaia, membro fundador da Associação

fessora e pesquisadora. Coordena o Grupo

Cultural Jatobá (AJA) e do Espaço Coringa.

de Estudos “Livros de artista, livros-objetos: Contemporânea, São Paulo. É cofundadora

FRED CASAGRANDE pg 62, 70, 74, 83

do Instituto Angelim, que promove a igualda-

Fred Casagrande nasceu em 1983 na cidade

de de gênero por meio da educação da arte.

de Itanhaém e morou em Mongaguá por

Ela explica a respeito de seu trabalho artís-

conta da mercearia de seus pais. Formou-se

tico: “Minha produção busca sua forma na

em jornalismo em 2004, pela Universidade

linguagem gráfica. Dialoga com conceitos de

Católica de Santos, como tema final pes-

memória, esquecimento, narrativa, tempo e

quisou o povo Guarani, da aldeia Aguapeú,

palavra-imagem”. Fabíola cria livros de artista,

tema de seu primeiro ensaio fotográfico. Há

gravuras, desenhos, fotografias, colagens e

pelo menos quinze anos aborda assuntos

instalações.

relativos à vida caiçara. Em 2010, entrou

entre vestígios e apagamentos”, na Casa

para o jornal Metro, onde trata das diversas FABRÍCIO LOPEZ pg 31

ambiguidades da região. Publicou imagens

Fabrício Lopez nasceu em Santos, em 1977,

e foi premiado pela National Geographic

e vive entre Santos e São Paulo. Mestre em

Brasil. Sobre as fotografias apresentadas em

Poéticas Visuais pela ECA-USP, instalou seu

PORTOS, acredita que, apesar de terem sido

ateliê no bairro do Valongo, onde desenvolve

feitas em momentos específicos, perduram

trabalhos em grande formato, numa pes-

e ressoam para além deles “por meio de in-

quisa sobre cor e sobreposição pictórica na

terrogações mais amplas, que abrem novas

xilogravura. Integra os acervos das Pinacote-

opções ao espectador”.

em jornais e revistas do Brasil e do exterior

cas Municipal e Estadual, da Casa do Olhar de Santo André, da Secretaria Municipal de Cultura de Santos e do Ministério das

GAIO pg 32

Relações Exteriores – recebendo o 1º prêmio

Olegário Monteiro, conhecido como Gaio,

para obras em papel do programa de aquisi-

nasceu em 1979, em Santos. Formado em

ções do Itamaraty. Em 2015, ganhou também

educação artística e Publicidade e Pro-

o Prêmio Residência Artística Arthur Luiz Piza.

paganda pela Unisanta, atua como artista

Em São Paulo, é um dos diretores do Atelies-

plástico, multimídia, performer e professor.

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96

ARTISTAS

Realizou várias exposições individuais em Santos, no espaço cultural da Unisanta, no

ILDEFONSO TORRES FILHO pg 25, 72

Hospital Ana Costa, na Galeria de Arte Pa-

Ildefonso Torres Filho, 1967, nasceu e vive

trícia Galvão e nas Oficinas Pagu. Participou

em Santos. Sua trajetória artística se iniciou

também de diversas exposições coletivas.

nos anos 1990, quando conheceu a profes-

Desde 2013, trabalha com lixo reciclável

sora Gilda Figueiredo, que tinha um ateliê no

retirado das ruas e praias de Santos. Utiliza

CCBEU Gonzaga de arte livre, despertando

sulfite, papel cartão, cartolina e embala-

sua paixão e fortalecendo seu traço. Posterior-

gens de alimentos em seus desenhos. “Os

mente, formou-se em educação artística pela

peixes são em diferentes formatos e tama-

Unisanta. Atua como funcionário público, mas

nhos, o trabalho cresce a cada dia e nunca

segue seu trabalho artístico tanto na pintura

é montado da mesma forma”, explica Gaio

quanto no desenho, focando atualmente nos

sobre a obra presente em PORTOS.

estudos do corpo. Ildefonso explica: “buscando domínio e equilíbrio da cor, trabalho com um

GEANDRÉ pg 79

olhar simplificado para as paisagens urbanas

Arlindo Rodrigues, cujo pseudônimo é

trazem referências às comunidades, alfândega,

Geandré, nasceu em Santos, em 1951. É

morros e casarios de Santos”.

em que habito. As obras expostas em PORTOS

cartunista, roteirista e criador de conteúdo, Hora, O Pasquim, A Tribuna, Playboy,

IVY FREITAS pg 61

Vogue e Paris Match. Seu humor se esten-

Ivy Freitas nasceu em 1959 na cidade litorânea

de a temas e estilos variados, como sátira

de Pedro de Toledo e atualmente vive em São

de costumes, reflexões metafísicas, crítica

Vicente. Produtora cultural e fotógrafa, desen-

social e questões ambientais. Seu trabalho

volve trabalhos artísticos há dez anos, tendo

já foi exposto em: Talher de Picasso (Bar-

como referência a técnica de sombra e luz

celona), Centre France-Amérique Latine

usada pelo pintor italiano Caravaggio. A temá-

(Paris), Centro Cultural Banco do Brasil

tica que perpassa suas obras surge a partir das

(São Paulo), Salão Internacional de Humor

experiências nesse campo, sobretudo a alfa-

de Berlim, Salão Internacional de Humor

betização visual e as várias confluências entre

de Montréal e Museu Internacional da

elas. Comenta que a fotografia apresentada

Caricatura (Zurique).

em PORTOS nos faz pensar na relação entre o

tendo publicado em veículos como Última


ARTISTAS

homem e a natureza. Fez cursos de fotografia

É artista plástico, muralista, escultor e gra-

no MoMA de Nova York, e com Simone Silvé-

vador. Desenvolve trabalhos artísticos há 21

rio, J.R. Duran e Diego Rousseaux. Participou

anos e encontrou na cidade de Guarujá um

das exposições “Nilton Zanotti Com/Vida”, em

horizonte propício para sua criação. Afirma

Santos, em 2015, e “Paranapuã – O artesanato

ter como referências os períodos renascen-

Guarani M’byá de São Vicente”, em Portugal,

tista, cubista, impressionista e surrealista,

em 2017.

buscando alinhá-los à linguagem urbana do grafite. Valoriza o diálogo poético com

IZAURA CAMPOS pg 30

os cidadãos, preferindo realizar suas obras

Izaura Campos nasceu em 1960, em Santos,

pois, para ele, a arte tem função social e

onde vive hoje no bairro do Caruara. É artesã

educacional. Já produziu murais no Rio de

há vinte anos, tendo a natureza como inspi-

Janeiro, no Paraná e nas cidades de São Vi-

ração. Utiliza em seus trabalhos escamas de

cente, Guarujá, São Miguel Paulista e Mauá,

peixe, vidro reciclado, bambu, conchas do mar

entre outras.

nas ruas, em escolas públicas e nas favelas,

e linhas. Iniciou seu trabalho na Mega Artenovas técnicas e novas formas nos últimos seis

JOSÉ MARIA DA COSTA VILLAR pg 16

anos. Participou de diversas feiras, sendo esta

José Maria da Costa Villar nasceu em 1952,

a primeira vez que participa de uma exposição

em São Vicente e mora em Santos há

de arte sem objetivo de venda, junto a artistas

cinquenta anos. Define-se como caiçara e

contemporâneos. Isaura vê em PORTOS uma

possui uma relação forte com o território, ao

oportunidade de valorizar pequenos artesãos.

mesmo tempo em que é formado em artes

Apresenta aqui a obra Mar, produzida para a

plásticas, direito, e revela-se um leitor eru-

exposição e que trata da sua relação com o

dito. A cicatriz presente na tela com peixes,

território e as memórias do Caruara, além de

na exposição, revela um diálogo com Lucio

trazer à tona a questão da reciclagem.

Fontana, conhecido por seus rasgos em qua-

sanal, em São Paulo, e vem desenvolvendo

dros. Já a outra pintura, que parece evocar JHONI MORGADO pg 64

a espuma do mar, é inspirada nas manchas

Jhoni Morgado nasceu em 1981, na cidade

baseia na interpretação de manchas colo-

de Alto Piquiri/PR, e vive na Baixada Santista.

ridas. Costa Villar foi organizador do Ateliê

do teste psicológico Rorschach, que se

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98

ARTISTAS

Garagem, que fez apresentações no Teatro

a Cia Cena Preta. Lelê Lótus, 1990. Nasceu

Municipal de Santos, em 2015, e participou

em Limeira e vive em Santos. Percussionis-

de exposições em Florença e Pisa, em 2004.

ta, compositora e educadora, participou do projeto Guri e do Programa B.E.C. de Cuba-

JOYCE FARIAS pg 77

tão, com música erudita. Atua em shows e

Joyce Farias nasceu em Santos, em 1983, e

e é membro do Movimento de Palhaçaria

vive em São Paulo. É doutoranda em história

Feminina “Praiaças”. A videoperformance Ifé

da arte pela Unifesp. Quando era estudan-

refere-se a um local na África que as artistas

te de desenho na Secretaria da Cultura de

definem como “berço da ancestralidade

Santos, desenhava vistas da cidade. “Meu pai

youruba”. A performance sugere que “a dor

era estivador e circulávamos falando sobre

também se lava. O mar devolve, resgata. O

esses ‘pedaços antigos da cidade velha’”.

importante neste coração que corre agora é

Atualmente Joyce intervém em páginas de

não parar”.

espetáculos de diversos gêneros e estilos

livros, “criando narrativas entre o branco relações entre os sujeitos no que concerne

KÁTIA MIYAHIRA pg 39

à sexualidade e à violência”. Os trabalhos ex-

Kátia Miyahira, 1986. Nasceu e vive em

postos em PORTOS recriam imagens ligadas

Santos. Integra o grupo de gravura Ateliê

à escravidão, tendo como fundo páginas de

CAIS. Pratica eisá moderno, típica dança de

Gilberto Freyre, autor controverso em sua

Okinawa, por meio do grupo Ryukyu Koku

abordagem da questão racial no Brasil.

Matsuri Daiko. Em 2013, realizou intercâmbio

do papel e o preto da linha, tensionando as

cultural em Higashison (Okinawa, Japão). JULIANA DO ESPÍRITO SANTO E

Atuou no setor educativo do Sesc Santos e é

LELÊ LÓTUS pg 21

tutora de educação à distância na Licencia-

Juliana do Espírito Santo, 1990. Nasceu e vive

tropolitana de Santos. Desenvolve trabalhos

em Guarujá. Descreve-se como uma mulher

bidimensionais, como monotipia, gravura,

negra criada numa família interracial, que

aquarela, pintura e desenho. Kátia explica:

pesquisa a voz e a memória. Mestranda em

“Aproveito materiais disponíveis. Depois de

artes da cena pela Unicamp, integra a Cia

imprimir gravuras, é muito bom pingar um

Vozavós de Teatro; o Coletivo Brincar-elas e

pouco de removedor no vidro em que esti-

tura em artes visuais da Universidade Me-


ARTISTAS

camos a tinta e ver as manchas se abrindo

forma do material. Em 2015, fez a estátua da

e perceber a fluidez que acontece apenas

Justiça, em metal, para o Fórum de Santos,

naquele momento”.

e o monumento a Pelé para o Memorial das Conquistas Santos Futebol Clube e para

KELLY ALONSO BRAGA pg 76

o Museu Pelé. Por iniciativa própria e com

Kelly Alonso Braga nasceu em 1968 em

projeto de “Releitura do Patrimônio Cultural

Santos. Há oito anos trabalha com pintura e

de São Vicente”, com o intuito de conscien-

ilustração, além de ser escritora e bordadeira.

tizar a população sobre a necessidade de

Possui ainda uma editora de livros indepen-

preservar o patrimônio cultural e a história

dentes chamada Poupée Rouge. Em 2015,

de São Vicente.

seus recursos, atualmente está realizando o

integrou a exposição “Café de todo jeito”, na ano seguinte, fez parte da mostra “É o Bicho”,

LIDIA MALYNOWSKYJ pg 36

no Conjunto Nacional. Na sua obra, busca

Lidia Malynowskyj, 1989. Nasceu e vive em

representar, de forma descontraída, o café

Santos. Professora de arte e doutoranda

– como bebida e como ambiente. Segundo

em artes visuais pela Unicamp, desenvol-

a própria artista, o café “está presente no co-

ve trabalhos artísticos, tendo como foco

tidiano brasileiro, é uma paixão paulista e ao

o entendimento do fantasma da imagem

mesmo tempo um ponto de encontro, uma

e sua relação com a experiência espacial.

referência de afeto e alegria”.

Trabalha com a “transposição matérica e

FNAC e no Casarão Zéfiro, em São Paulo. No

conceitual da paisagem pela escultura e LAÉRCIO ALVES pg 57

outros métodos de moldagem – constante-

Laércio Alves nasceu em 1969, em Rio Claro,

intermediária desse processo”. Segundo a

e vive há doze anos em São Vicente. É pro-

própria artista, ela pesquisa “a relevância do

fessor de história da arte, ministra oficinas de

branco dos materiais como fricção entre o

artes e artesanato, além de ser artista auto-

ponto zero de uma imagem e o desejo de

didata. Em 2000, criou a técnica de escultura

controle velado”. Participou de duas resi-

em arame, depois a desenvolveu com metal,

dências artísticas, na Islândia e na Hungria,

fios, alumínio, cobre, ferro, latão e material

além de exposições coletivas nacionais

reciclável, buscando sempre respeitar a

e internacionais.

mente tendo a imagem bidimensional como

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100

ARTISTAS

LUCIA QUINTILIANO pg 20

Pinacoteca Benedicto Calixto e Salão Paralelo

Lucia Quintiliano nasceu em Araçoiaba da

suas pinturas a cidade de Santos “que o aco-

Serra em 1962 e vive em São Paulo. É mestra

lheu tão carinhosamente” e os pontos turísti-

em artes Visuais pela Unesp. Lecionou arte

cos e históricos da Baixada Santista. Ludemar

em escolas públicas e privadas e atuou por

faleceu em maio de 2021, vítima da Covid-19.

Bienal Santista. Tinha como motivação para

vinte anos na cidade de Santos, onde viveu e se aposentou recentemente. Participou de exposições individuais e coletivas em Santos,

LUIZ MARQ’S pg 89

Limeira e São Paulo. A temática central das

Nasceu em 1998 em São Vicente. Teve seu

suas pinturas tem sido o mar e as coisas

primeiro contato com a arte no conglomerado

do mar: “a orla santista com os seus dias

de bairros e vilas da Cidade Náutica, rimando

enevoados e cinzentos, imagens que foto-

na rua e pixando muros. Através do Instituto

grafo e passo para a tela. Também retrato as

Querô, teve contato com o audiovisual. Re-

conchas que são geralmente desprezadas”.

alizou sessões de cinema na Vila Margarida,

Trabalha com tinta acrílica sobre algodão

conteúdos de baixo custo com o intuito de

cru, óleo sobre tela e stencil, colagem, site

“mostrar à quebrada que é possível realizar

specific e fotografia digital.

produtos multimídia com poucos recursos”. Por meio do Instituto Procomum, produziu e

LUDEMAR VICTOR pg 24, 52

dirigiu uma série documental sobre arte de

Ludemar Victor nasceu em 1940 em São

ricos da região vicentina, valorizando a arte

Paulo e é radicado em Santos desde 1981.

atual das ruas e fazendo com que a arte da

Formado pela Escola de Belas Artes de São

favela ocupe cada vez mais espaços.

rua, trazendo ao palco protagonistas perifé-

Paulo, em 1960 começou a trabalhar como desenhista publicitário na Associação Paulista de Belas Artes e, por influência do seu primo

MAI-BRITT WOLTHERS pg 40

Domingos França, começou a pintar. Utilizava

Mai-Britt Wolthers nasceu em 1962 na Dina-

tintas a óleo, aquarela e pastel e tinha como

marca e reside em Santos desde 1986, onde

referência os artistas impressionistas. Partici-

trabalha. É artista visual há 28 anos, tendo

pou de diversas exposições: Galeria Prestes

como tema central a natureza brasileira e as

Maia, Fundação Moreira Salles, Associarte,

relações entre formas, cores e linhas. Sua


ARTISTAS

produção pesquisa as relações entre cor e forma, jogando com a ideia de equilíbrio

MARI LUCIO pg 84, 85

visual. Trabalha com pintura, escultura, gra-

Mari Lucio nasceu em 1991 na cidade de San-

vura e vídeo. Realizou diversas exposições:

to André e vive em São Vicente desde 2006.

“Hileia” no Centro Cultural dos Correios, Rio

É designer gráfica, artista visual, assistente

de Janeiro, 2010, “Equações” no Centro Cul-

social, redutora de danos e voluntária no jor-

tural São Paulo, 2014, X Bienal Nacional de

nal Vozes da Rua, projeto que ajudou a fundar

Santos, 2006, e XI Bienal do Recôncavo, 2011;

em 2019, composto por uma mídia impressa e

exposição “I’m Rosa”, Lambarts, Londres, 2016

online feita com e para a população em situ-

e “Charlottenborg Spring-exhibition”, Cope-

ação de rua da Baixada Santista. Foi curadora

nhague, Dinamarca, 2017.

em quatro exposições quando coordenava o núcleo de arte de um coletivo no ABC Paulis-

MÁRCIA SANTTOS pg 53

ta. Desenvolve trabalhos artísticos há 25 anos

Márcia Santtos, 1964. Nasceu e vive em San-

de Arte Contemporânea do Sesc, em Pernam-

tos. É mestre em artes visuais pela Unesp,

buco, com o projeto Mulheres Marisqueiras da

arte educadora, artista plástica e professora

Ilha de Deus. Seus trabalhos têm como temá-

universitária. Fundou o Ateliê Gravurar, onde

tica central os movimentos sociais, o racismo,

ministra cursos e se dedica à sua produ-

a saúde mental e a truculência policial.

e foi premiada no Unico - Salão Universitário

ção na gravura. Participou de exposições e em vários lugares do Brasil e do exterior.

MARIA INÊS VERÍSSIMO pg 59

Fundou e coordenou o Grupo de Gravura

Maria Inês Veríssimo nasceu em 1953, em

Mariana Quito da Secult, também idealizou e

Mandaguari/PR, e há quarenta anos se

organizou a I Bienal Internacional de Gravura

mudou para Santos. É autodidata e começou

de Santos em 2011. Trabalha com xilogravura,

a fazer arte há trinta anos, inspirada no seu

gravura em metal e materiais alternativos

marido que também é artista plástico. Tem

como policarbonato, colagravura, tetra pak,

como motivação e como temática central as

entre outros. “A figura humana é recorrente

belezas da Baixada Santista. Suas pinturas

em minha obra, mas outros elementos têm

são realizadas a partir de fotos que tira dos

surgido, como, patrimônio histórico e ele-

locais. A artista comenta que a tela expos-

mentos da natureza”.

ta em PORTOS foi inspirada na beleza que

coletivas e individuais pela Baixada Santista

101


102

ARTISTAS

se pode encontrar nas coisas mais simples

lação com a cor torna-se ainda mais instigante.

do cotidiano, como a mureta e o calçadão.

Formado em fotografia pela Unip, participou

Participou das exposições da Associação dos

de diversas exposições, concursos e publica-

Dentistas em Santos, em 2007, da mostra dos

ções. Recebeu vários prêmios, entre eles, do

200 anos de Abertura dos Portos no Brasil, em

Site Terra, Metro Photo Chalenger e Festival

2008, e do Shopping Miramar em 2000.

Brasília Photo Show. A respeito do trabalho exposto no módulo “Terra”, afirma que, “em

MARCOS PIFFER pg 33, 63, 71

Cubatão, a Serra do Mar, os mangues e rios

Marcos Piffer, 1962. Nasceu e vive em Santos.

nhecidos até pelos moradores da cidade”.

Fotógrafo e professor universitário, é mes-

A respeito de sua imagem no módulo “Re-

trando na FAU-USP. Dedica-se a fotografar

tratos”, explica que foi feita na Ilha Caraguatá,

cidades e a natureza e suas fotografias inte-

“onde funcionários da limpeza urbana agrade-

gram diversos acervos como Masp, MAM, MIS,

cem o fim do dia”.

formam belezas naturais em lugares desco-

MAC-USP, Instituto Cultural Itaú, Banco Itaú BBA e Coleção Fnac. Recebeu prêmios como a Bolsa de Artes da Fundação Vitae. Expôs

MAURÍCIO ADINOLFI pg 28

suas imagens em diversos lugares do país e no

Maurício Adinolfi nasceu em 1978, em São

exterior, destacando-se a exposição individual

Paulo, e vive entre Santos e São Paulo. É dou-

“Coffea”, na Pinacoteca Benedicto Calixto. É edi-

tor em artes visuais pela Unesp, com a tese

tor da revista Guaiaó, onde pensa a cidade de

Estruturas: Entre Madeira e Mar. Investigando a

Santos através da cultura litorânea. Atualmente

construção naval e as comunidades litorâneas

trabalha no projeto do livro Parques Nacionais

e ribeirinhas, torna a madeira, a pintura e a

do Brasil, entre outros.

relação com outros profissionais o fundamento de seus projetos. Participou de numerosas

MARCUS CABALEIRO pg 31, 71

exposições coletivas e individuais. Um de

Marcus Cabaleiro nasceu em 1969, em Santos,

Calado do cais, em que dois barcos pareciam

e vive em Cubatão. Repórter fotográfico, tem

brotar, na vertical, da areia da praia do Gonza-

como temáticas a arquitetura, a construção

ga. Em PORTOS, sua obra combina elementos

civil, os pontos turísticos, o cotidiano e o ser

estruturais de origem vegetal e animal: ossos

humano. Sendo uma pessoa daltônica, sua re-

de baleia e restos de uma embarcação caiçara.

seus trabalhos mais conhecidos em Santos foi


ARTISTAS

MAURÍCIO IANÊS pg 49

Baixada Santista, pesquisadora do Labora-

Maurício Ianês nasceu em Santos, em 1973. É

Procomum e do Laboratório Zona de Contágio.

formado pela Faculdade de Artes Plásticas da

O trabalho em vídeo que apresenta aqui foi

Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP).

realizado durante a pandemia e parece reme-

Investiga linguagens verbais e artísticas, tes-

ter à falta que a natureza faz nesse período de

tando possibilidades e limites, e incorporando

isolamento doméstico.

tório Corpo e Arte, colaboradora do Instituto

a participação do espectador. Desse modo, público e artista. Participou de importantes ex-

NENÊ SURREAL pg 80

posições nacionais e internacionais, como as

Nenê Surreal, 1967. Nasceu e vive em Diade-

28ª e a 29ª Bienais de São Paulo; “Des Choses

ma. Sente-se ligada a esse território pela sua

en Moins, Des Choses en Plus”, no Palais de

vitalidade cultural, pelas “mães de maio, os sa-

Tokyo, em Paris; “Avante Brasil”, KIT Kunst im

raus e as trocas com pessoas que me motivam

Tunnel, Düsseldorf, Alemanha; “Il Va se Passer

a fazer coisas na Baixada”. Se iniciou nas artes

Quelque Chose”, na Maison de L’Amérique La-

com sua avó, artesã. Mulher negra, periférica,

tine, Paris; e “Chambres Sourdes”, Parc Culturel

mãe, educadora social, criadora da grife Nenê

de Rentilly, França.

Surreal, escultora, pintora e grafiteira, desde

sua obra costuma ofuscar as fronteiras entre

1996 enfrenta por meio da arte questões soMARINA GUZZO pg 65

ciais, raciais, de gênero e também as injustiças

Marina Guzzo nasceu em Campinas, em 1978.

área da saúde, formando-se em artes visuais.

Mudou-se para Santos em 2011. Artista e

Seu grafite pode ser encontrado em muros por

pesquisadora, concentra-se na interface entre

todo o estado de São Paulo.

contra mulheres negras periféricas. Saiu da

corpo e paisagem, misturando dança, perforvidade nas cidades e na natureza. Trabalha em

PAULO CLIMACHAUSKA pg 38

parceria com equipamentos de saúde, cultura

Paulo Climachauska nasceu em 1962 e

e assistência social, pensando na dança como

atualmente mora em Santos. É formado em

ação política, que tece uma rede complexa de

história e arqueologia pela USP. Realizou sua

pessoas, instituições, objetos e elementos da

primeira exposição em 1991, no Museu de

paisagem. É professora da Unifesp no Campus

Arte Contemporânea da USP. Seus trabalhos

mance e circo. Questiona os limites da subjeti-

103


104

ARTISTAS

fincam raízes em seu fascínio pelas relações entre arte, economia e sociedade. Entre suas

RACHEL MIDORI pg 23, 37

exposições estão a 26ª Bienal de São Paulo, 8ª

Rachel Midori, 1988, nasceu e vive em Santos.

Bienal de Cuenca e a 14º Bienal de San Juan,

Artista visual, designer e arte educadora, é

além de individuais no Moderna Musset (Sué-

mestranda em História da Arte pela Unifesp,

cia), Project 01 (Alemanha), Oi Futuro e no Paço

onde pesquisa sobre os ateliês de gravura na

Imperial (ambos no Rio de Janeiro). Suas obras

cidade de Santos. Em suas gravuras utiliza

estão presentes no acervo de importantes

o papel como suporte e como matrizes a

instituições e coleções, como a Pinacoteca de

madeira e metal. A paisagem de Santos, o

São Paulo e o Museu de Arte Moderna do Rio

horizonte, seus morros e o porto são imagens

de Janeiro. Sobre PORTOS, afirma: “orgulho de

recorrentes, como também as relações entre

expor pela primeira vez na cidade para a qual

espaço, tempo e memória, sendo pontos de

me mudei há quatro anos.”

partida em seus projetos. Para esta exposição, a escolha da técnica em côncavo (ponta-se-

PAULO VON POSER pg 54, 55, 56

ca e água-tinta) se deu por seus aspectos

Paulo von Poser nasceu em 1960 e vive em

começou em 2008, participou de diversas ex-

São Paulo. Artista plástico, arquiteto, desenhis-

posições e vem atuando em ateliês coletivos.

formais e seu resultado gráfico. Sua produção

ta, ceramista, ilustrador e professor. Durante FAU-USP e foi aluno e assistente dos artistas

RAPHAELLA GOMEZ pg 81

Flávio Império e Renina Katz. Lecionou na

Raphaella Gomez, 2000. Nasceu e vive em

Unisantos e atualmente é professor na Escola

Santos, é artista visual, produtora audiovisual

da Cidade. Participou de diversas mostras e

e fundadora do Projeto Transceda. Foi figuri-

integra coleções públicas e privadas. “Trabalho

nista e maquiadora no curta metragem Ana,

constantemente com a paisagem de Santos, ci-

e maquiadora da webserie steampunk A todo

dade pela qual sou apaixonado desde os anos

vapor, em 2017. Fugindo de estereótipos e de

1980. Retrato minhas impressões do ambiente

ideais de beleza excludentes e arbitrários, re-

cultural e a história urbana em transformação”.

trata corpos reais. A obra Raízes pesadas é a

Fez seu maior desenho no teto do Theatro Gua-

estreia da artista em uma exposição, e surgiu

rany, e desde então pesquisa sobre a obra de

da aproximação entre plantas e corpos gor-

Benedito Calixto, que atualiza e reinterpreta.

dos. Os desenhos realizados em cadernos,

os anos 1980, formou-se em arquitetura pela


ARTISTAS

que lembram diários íntimos, sugerem o

visuais busca ilustrar emoções e sentimentos.

desejo de libertação e humanização do corpo.

É fundadora e idealizadora da Madhouse, um

As plantas, segundo a artista, trazem aos dese-

selo independente que une criações suas e

nhos energia e oxigenação, como em cada am-

de Léo Daruma. Sobre as obras apresentadas

biente que elas ocupam – e que nós ocupamos.

em PORTOS, a primeira, Humanos, foi inspirada na “superação constante de obstáculos,

RENATA SALGADO pg 24

feitas com imagens do corpo de uma criança

Renata Salgado, de 1973, nasceu e vive em San-

Enquanto houver céu, possui “elementos sim-

tos. Artista visual, pesquisadora e professora, é

bólicos para livre interpretação, construídos a

mestre em Educação pela Unisantos, graduada

partir de fragmentos de imagens e palavras”.

em arquitetura e urbanismo pela FAUS e em

Nos últimos anos participou de feiras gráficas

artes visuais pela Unisanta, onde se apaixonou

em Santos e São Paulo.

e um rosto adulto masculino” e a segunda,

pela gravura. Fez parte do Coletivo Santista de Gravura e do Grupo de Gravura Mariana Quito.

RODRIGO MUNHOZ

Atualmente é artista colaboradora do Gravurar, espaço voltado às artes gráficas em Santos e

A.K.A AMOR EXPERIMENTAL pg 22

integrante do Coletivo FORMATOS de gravura.

Nasceu em 1977, em São Paulo, e vive em

Participou de diversas exposições, salões e

Santos. Como ele próprio define, “sou um

bienais de gravura. Comenta que Santos é “uma

artista com livre(de)formação em artes”.

cidade que gira em torno do porto e ao mesmo

Sua pesquisa está atravessada pela arte da

tempo dá as costas para ele” e que sua gravura

performance, mas também por audiovisual,

do navio atracado, na exposição, foi uma de

fotografia, desenho, escultura e arte-educa-

suas primeiras.

ção. Criador e integrante da plataforma “La plataformance”, vem realizando residências

ROBERTA LIMA pg 78

artísticas, conferências, participando de bie-

Roberta Lima nasceu em 1982, em São Paulo,

se refere a sua videoperformance presente

e reside em Santos desde 2009. Formada em

em PORTOS: “Um desenho aquarelado e ani-

marketing, explora fotografia conceitual e de

mado, onde um bote sustenta uma pessoa

rua, tem na colagem uma paixão recente e

que empunha uma bandeira com a inscrição

orgânica de expressão, a partir de fragmentos

‘performance’. Foi com isso que cheguei

nais e mostras no Brasil e no exterior. Assim

105


106

ARTISTAS

até aqui, para navegar. Os remos me tomam

12 pessoas morando e estão juntos tentan-

da mesma emoção e do mesmo propósito,

do fortalecer a cultura e o modo de vida

como todo o amor que emerge das águas”.

tradicional.

SR. DOMINGOS pg 29

TERRA INDÍGENA PERUÍBE

Domingos Araújo, 1925-2021, nasceu em

(ALDEIA BANANAL) pg 47

Paraty/RJ e viveu em Mongaguá. Sr. Do-

Aldeia Pakowaty - Bananal foi reconhecida

mingos, como era conhecido, aprendeu a

em 1927, apesar do seu histórico de mais

confeccionar barquinhos vivendo em meio

de 200 anos de existência. Compreende

a pescadores. Chegou em Mongaguá nos

uma área de 480 hectares em meio à Mata

anos 1970, e, aposentado, começou a pro-

Atlântica. O nome do território leva o nome

duzir e vender barquinhos de madeira, em

da cidade: Terra Indígena Peruíbe. Atualmen-

uma oficina improvisada ao lado do viaduto

te vivem na Aldeia 10 famílias, no total de

à beira do Rio Mongaguá. Em 2006, ganhou

aproximadamente 45 pessoas. Localizada

um prêmio na categoria artesão, em Monga-

a 25 km do centro de Peruíbe, a Aldeia tem

guá e, em 2009, representou o município no

sua principal preocupação a interação com o

evento “Revelando São Paulo”, em Iguape.

meio ambiente natural, onde a Fauna e Flora

Em 2021, aos 96 anos, Sr. Domingos faleceu,

são partes integrantes desta comunidade,

legando-nos vestígios da sabedoria caiçara.

onde o respeito mútuo é soberano.

Sua presença em PORTOS foi amplificada pelas fotografias de Renê Calazans, fotógra-

TERRA INDÍGENA PIAÇAGUERA

fo autodidata que vive em Mongaguá há

(ALDEIA TAPIREMA)

49 anos e que teve contato pessoal com o

A Aldeia Tapirema foi fundada em 2019.

Sr. Domingos.

É composta atualmente por 9 famílias, num total de 21 pessoas. Liderada pelo Moru-

TERRA INDÍGENA NHAMANDU OUA

bixaba / cacique Awá Tenondegwá, fica

(ALDEIA NHAMANDU OUA) pg 46

localizada no município de Peruíbe, litoral

A aldeia Nhamandu Ouá, do povo Guarani

vezes invadida e tomada do seu povo e,

Mbya, fica próxima aos bairros Jardim Tupy

agora, eles voltaram para ficar e para mos-

e Jardim Anchieta, em Itanhaém - SP. Tem

trar que a luta pela terra é a luta pela vida.

sul do estado de São Paulo. Foi diversas


ARTISTAS

Suas famílias lutam para que sua cultura

são características encontradas em sua obra.

permaneça viva e nos inspire a cada dia com

Autodidata, em 1975, por questões de saúde,

seus saberes. Imagens da Aldeia Tapirema

deixou o trabalho na prefeitura de Cubatão e

foram coletadas para o vídeo ‘Teko Poty’, de

passou a se dedicar à pintura. Participou de

Carlos Papa.

exposições no Brasil e em países como Suíça, Eslováquia e França. Tomzé começa pintando

TERRA INDÍGENA RIO SILVEIRA

plantações: “Era inevitável, já que eu nasci no

(ALDEIA RIO SILVEIRAS) pg 44, 48

campo”. Depois, por morar em Santos, passa a

A Terra Indígena Rio Silveira ocupa 8500 hec-

e armazéns surgem em suas pinturas.

apreciar o Porto, quando navios, contêineres

tares e está localizada na divisa dos municípios área adjacente ao Parque Estadual Restinga

TUBARÃO DULIXO pg 75, 86

de Bertioga e ao Parque Estadual da Serra do

Jefferson dos Santos, conhecido como Tuba-

Mar. O local abriga cerca de 130 famílias das

rão Dulixo, nasceu em 1974, no Marapé, em

etnias Guarani Mbya e Tupi Guarani na aldeia

Santos, e vive em São Paulo. Escritor, artista

Rio Silveiras, um local repleto de natureza, his-

plástico e arte-educador, autor do livro Viver

tória e cultura. Disposta entre as cabeceiras do

entre os porcos sem comer da lavagem e

Rio Silveiras e do Ribeirão Vermelho, a Reserva

do recém-lançado Sobre viver dos restos de

tem sua localização a aproximadamente 1,5

seus desejos, participou de saraus, slams,

km da Praia de Boracéia. Thiago Verá Benites

ministra oficinas de escrita criativa, trabalhou

da Silva e Elizeu Werá Tukumbo da Silva repre-

na Fundação Casa e há dezoito anos atua

sentam a Terra Indígena Rio Silveira (Aldeia Rio

nas periferias. Da arte do lixo utiliza materiais

Silveiras)

recicláveis, como plástico, papel e metal,

de Bertioga, São Sebastião e Salesópolis, em

transformando-os em flores, bonecos e TOMZÉ SCALA pg 59

outros objetos, suscitando reflexões sobre

Antônio José Scala, conhecido como Tomzé,

Assim descreve sua ligação com o território:

nasceu em 1947, natural de Poços de Caldas/

“o Marapé é onde passei minha infância e

MG, e mora em Santos desde 1967. Reconhe-

juventude, Canal 1, Praia José Menino com

cido como pintor naif, o uso de cores vivas, a

surf, skate no Emissário, escolas de samba,

imaginação e a grande quantidade de detalhes

toda a cena cultural”.

a produção do lixo em nossa sociedade.

107


108

ARTISTAS

WADSON SILVA pg 15

temáticas rostos de pessoas e imagens do

Wadson Silva do Carmo nasceu em 1993,

dá aulas gratuitamente para as crianças e

em Santos, e mora em Itanhaém. Educador

adolescentes das comunidades, “um sonho

e artista plástico, deu aulas de desenho para

antigo”. Já participou de uma exposição no

crianças e jovens em um projeto social na ci-

Museu Pelé. Em PORTOS, seu mural retra-

dade. Utiliza tinta acrílica sobre tela, madeira

tando uma criança loira que flutua em meio

e tecido como técnica. Suas pinturas tratam

ao mar poluído fecha o percurso da visita,

do cotidiano, da sua história e dos seus an-

e opera como uma espécie de inversão da

cestrais indígenas e africanos. Participou de

fotografia que abre a exposição, na qual

exposições como: “Caminhos”, em Diadema,

crianças negras saltam alegremente no mar.

cotidiano. Tem uma escola de arte onde

“ITA”, em Itanhaém, “Le Carrousel du Louvre”, Rio de Janeiro e “The Green Project” Gale-

WILSON SANTOS pg 67

ria Le, em São Paulo. Dedica-se a “retratar

Wilson C. dos Santos Junior nasceu em 1993

nossa proximidade com a natureza, discutir

no Guarujá e mora atualmente em Santos.

o cuidado necessário com os rios, as praias,

É professor de taekwondo, faixa preta e gra-

os animais e a Mata Atlântica”. Ao mesmo

duando em educação física. Há nove anos

tempo, suas pinturas recriam e documen-

desenvolve trabalhos artísticos em madeira,

tam “tradições que permanecem vivas nos

buscando retratar a beleza e a diversidade

habitantes do litoral”.

do outro lado da sociedade e suas resi-

em Paris, e, recentemente, “We Live Art”, no

dências. Começou a fazer sua arte em um WILIS GRAFFITI pg 88

projeto social chamado Proeco (Projeto Edu-

Wilis Cavalcante nasceu em 1968, em João

Participou da exposição na PUC São Paulo,

Pessoa/PB, e há trinta anos mora na Baixada

tratando da vida e realidade da comunidade

Santista, residindo, hoje, em Guarujá. É artista

de palafitas em que vive, no Dique da Vila

plástico e muralista autodidata e afirma viver

Gilda. Sua obra busca mostrar a maior comu-

exclusivamente de sua arte. Já produziu mui-

nidade de palafitas da América Latina com

tos murais figurativos pela Baixada Santista,

o objetivo de “materializar a realidade para

por exemplo, no Ecoporto e no Mirante da

aqueles que não conhecem e que nunca

Campina, no Guarujá, tendo como principais

viram uma palafita pessoalmente”.

cacional de Conscientização e Orientação).


EQUIPE PORTOS

Equipe PORTOS CARLOS PAPA

em ações de intercâmbio entre povos indí-

Carlos Papa Mirim Poty é Guarani Mbya,

genas. É fundadora e conselheira do Instituto

morador da aldeia do Rio Silveira. Traba-

Maracá e foi representante por São Paulo

lha há mais de vinte anos com audiovisual,

na Comissão Guarani Yvyrupa (2018). Foi

focando-se em documentários, filmes e ofi-

curadora da Mostra Audiovisual Indio.doc, no

cinas culturais para os jovens. Também atua

Sesc Vila Mariana. Colaborou com artistas

como líder espiritual em sua comunidade. É

como Ernesto Neto (Pinacoteca do Estado

representante da comissão guarani Yvyru-

de São Paulo). É membro fundador do Fapisp

pa e também fundador e conselheiro do

(Fórum de Articulação dos Professores

Instituto Maracá. São inúmeros os projetos e

Indígenas do Estado de São Paulo) e possui

eventos dos quais participou e para os quais

publicações sobre o modo de ser Guarani e

vem sendo convidado nos últimos anos,

suas práticas de educação. Foi curadora no

tais como o ciclo de debates Mekukrad-

festival de arte indígena Rec Tyty.

já – Círculo de Saberes, no Itaú Cultural; a exposição “Línguas, reverência e oralidade”

DAIANE MARQUES

de Ernesto Neto (Pinacoteca do Estado de

‌Daiane Marques nasceu em 1988 em Barueri.

São Paulo); diversas sessões, mostras e fes-

Passou parte da infância em Itanhaém, onde

tivais de cinema, como o Aldeia SP – Bienal

possui muitas lembranças afetivas. É mes-

de Cinema Indígena, Festival Tela Indígena,

tranda em história da arte pela Unifesp, com

realizado em Porto Alegre, e o Festival de

graduação em artes visuais pela Univasf e

Culturas Indígenas no Memorial da América

em história pela USP. Pesquisa sobre o pro-

Latina, em São Paulo. Foi curador do festival

tagonismo das artes e dos artistas indígenas

de arte indígena Rec Tyty.

a partir de uma relação entre artes visuais, história da arte e antropologia. Atualmente

CRISTINE TAKUÁ

está interessada em estudar a presença e

Cristine Takuá é professora e artesã do povo

a participação de indígenas brasileiros em

Maxakali. Formada em filosofia pela Unesp

exposições, tais como a Bienal de São Paulo.

– Marília, é professora na E.E. Indígena Txeru Ba’e Kua-I, DER Santos, na Terra Indígena

DENIS TCHEPELENTYKY

Ribeirão Silveira. Atua em projetos relaciona-

Denis Tchepelentyky, paulistano, nasceu

dos a plantas de cura, como o Ka’agui Poty

em 1980 e se mudou recentemente para

(Flores da Mata), financiado pela Funasa, e

o Guarujá. Desde cedo desenhava, tocava

109


110

EQUIPE PORTOS

músicas e, posteriormente, ingressou na

sidências artísticas. Participou das Bienais

faculdade de desenho industrial (habilita-

de Assunção, Paraguai. Mantém trabalhos

ção em design), ao mesmo tempo em que

de coautoria e colaborações com outros

estudava música na ULM Tom Jobim – não

artistas. Atuou no encontro de performan-

concluída por já atuar como designer.

ce em Cubatão “Uma avenida que liga

Posteriormente, graduou-se com ênfase

Santos à São Paulo”, contemplado pela lei

em comunicação visual. Trabalhou com

Aldir Blanc.

agências, editoras, empresas nacionais e internacionais, dentre as quais Saraiva,

ILANA SELTZER GOLDSTEIN

Prumo, Larousse, Prous Science (Thomson

Ilana Seltzer Goldstein é filha de um

Reuters) e Sesc. Também participou da

santista apaixonado pela cidade e passou

Virada Cultural como artista plástico, além

sua infância em São Vicente. Mestre em

da exposição coletiva “Morte não como

antropologia pela USP, mestre em me-

um fim...” (curadoria de Andrea Tavares e

diação cultural pela Université Paris 3 e

Andrea Souza). Somado ao design, faz

doutora em antropologia pela Unicamp,

aquarelas e toca violão de vez em quan-

foi docente e coordenadora do MBA em

do... Sempre perto do mar.

bens culturais da Fundação Getúlio Vargas. Desde 2014, atua como professora e pes-

FLÁVIA PAIVA

quisadora do Departamento de História da

Flávia Paiva nasceu em 1982, em Suzano,

Arte da Unifesp. É uma das coordenadoras

e vive entre São Paulo e a Baixada Santis-

da Cátedra Kaapora, voltada a conhece-

ta. É artista e educadora. Foi bolsista no

dores e conhecimentos não-hegemônicos.

bacharelado em comunicação das artes

Atuou também em projetos culturais junto

do corpo, PUC-SP. Atua colaborando nos

a organizações, como Sesc, Itaú Cultural,

núcleos educativos, passando por diver-

Sescoop, Fórum Permanente de Museus,

sas instituições culturais e museus, como

Ministério da Cultura e Editora Companhia

Sesc, Pinacoteca, Itaú Cultural, Fundação

das Letras. Participou da curadoria de

Bienal, entre outros, envolvida com o

exposições como “Jorge Amado, Universal”

processo criativo, a formação continuada

(Museu da Língua Portuguesa, 2012) e

e as propostas na mediação cultural para

“O tempo dos sonhos: arte aborígene con-

o público. Na performance investiga corpo

temporânea da Austrália” (Caixa Cultural,

e território, realizando intercâmbios e re-

2016 e 2017).


EQUIPE PORTOS

NÓS DA PRODUÇÃO –

de exposições internacionais como “Ecos-

CASSIA ROSSINI E RAFAEL MORETTI

sistema de la Comunicación” (Buenos Aires).

Cassia Rossini é bacharel em comunica-

Elaborou cenários para teatro, televisão,

ção social pela Unesp, com especialização

concertos e ópera.

em produção executiva para cinema e TV pela FGV. Atua desde 2003 como produtora

WAGNER BASTOS

executiva e coordenadora de produção em

Wagner Bastos nasceu em Santos, em 1977,

projetos de artes visuais e cinema. Rafael

e vive no Guarujá. É ator, produtor, cenógrafo

Moretti é bacharel em letras pela USP. Atua

e bonequeiro e iniciou sua carreira teatral

como produtor executivo e coordenador de

em 1993. Cursa licenciatura em teatro pela

produção de mostras de cinema e de expo-

UnB. Ator, fundador e produtor do grupo

sições de artes visuais desde 2003. Juntos a

Teatro do Pé, ganhador de diversos prêmios

outros quatro produtores, integram o coletivo

e festivais pelo país. Integrou a equipe da Cia

Nós da Produção.

Anjos Pornográficos como produtor executivo em espetáculos com direção de Antônio

TATIANA DURIGAN

Abujamra e Miguel Hernandez, e cenografia

Tatiana Durigan é arquiteta formada pela USP

de J.C. Serroni. Como auxiliar de produção,

e pós-graduada em bens culturais: cultura,

ingressou no projeto de implantação do

economia e gestão pela FGV. Desenvol-

Espaço Cultural da Secretaria de Cultura do

ve profissionalmente projetos na área de

Guarujá e Ministério da Cultura, voltado à

arquitetura, museografia, expografia, ceno-

formação, prática, capacitação e sensibili-

grafia, design, educação e cultura. Ao longo

zação nas áreas de música, teatro e dança.

de mais de vinte anos de atuação projetou

Atua em trabalhos teatrais, realiza serviços

museus pelo Brasil como Museu do Homem

de consultoria e produção cultural.

Americano (PI), Museu da Enfermagem (BA) e Memorial da Indústria (Senai MT). Desenvolveu projetos de exposições para as principais instituições culturais do país, como “Meu Meio” (Sesc); “Bambu” (Japan House); “Pavilhão Rio + 20”; “Música Canta República” (Instituto Tomie Ohtake) e “Brasil 20 copas” (Museu do Futebol). Também criou projetos

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SESC – SERVIÇO SOCIAL DO COMÉRCIO Administração Regional no Estado de São Paulo PRESIDENTE DO CONSELHO REGIONAL Abram Szajman DIRETOR DO DEPARTAMENTO REGIONAL Danilo Santos de Miranda SUPERINTENDÊNCIAS TÉCNICO-SOCIAL Joel Naimayer Padula COMUNICAÇÃO SOCIAL Ivan Paulo Giannini ADMINISTRAÇÃO Luiz Deoclécio Massaro Galina ASSESSORIA TÉCNICA E DE PLANEJAMENTO Sérgio José Battistelli GERÊNCIAS ARTES VISUAIS E TECNOLOGIA Juliana Braga de Mattos ESTUDOS E DESENVOLVIMENTO Marta Colabone ARTES GRÁFICAS Hélcio Magalhães ESTUDOS E PROGRAMAS SOCIAIS Cristina Madi CONTRATAÇÃO E LOGÍSTICA Adriana Mathias SESC DIGITAL Fernando Tuacek SESC SANTOS Luiz Ernesto Alvarez Figueiredo EQUIPE SESC Adriano Alves Pinto, Alexandra Linda Herbst Matos, Alexandre Amorim, Alexandre Davy Cabral dos Santos, Alexandre da Costa Bento, Alexandre Gonçalves, Aline Nogueira, Aline Stivaletti, Ana Teixeira, Anderson Cardoso, Andrea Pincela, Angelita Borges, Ariane Feltrin Pasuld, Autalino Silva, Bruno Corrente, Camilla De Carli Fonseca, Carla de Souza, Carmen Lelli, Carolina Barmell, Cassio Murilo Fialho, Clayton Lima, Corina Assis, Cristiane Ferrari, Diana Braga, Edivan Freitas, Eduardo Antonio da Silva, Edvaldo Paulino Silva, Fabio Lopes, Fabio Lima dos Santos, Felipe Veiga, Giovani Pio Manetta, Gislayne Oliveira, Gregório Trevizan Lixandrão, Idebrando Oliveira, Jacqueline Freitas, José Osvaldo Teixeira Junior, José Pereira, Karina Musumeci, Katia Gonçalves, Katia Muniz, Kleber Sebastião das Mercês, Leonardo Borges, Lígia Azevedo, Lilian Ronchi, Luciana Câmara, Luciano Quirino, Luis Miguel Peres Oyarzun, Luiz Carlos da Silva Junior, Mildred Gonzalez, Nilva Luz, Marcos Rogerio A. Souza, Maria José Alves, Otto T. A. Afonso, Pablo Perez Sanches, Paulo Sergio Sabino, Pedro Vilaverde Neto, Renata Brammer, Renato Dias Coelho, Renato Gomes, Ricardo Tacioli, Silvano Barbosa, Silvio Carvalho, Silvio Luiz Da Silva, Suellen Barbosa, Taís Haydée Pedroso, Tatiana Amaral, Terê Gouvea, Thiago Barros, Thiago Caixote, Thomas Castro, Tina Cassie, Waldemar Junior


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PORTOS – PROCESSOS ORIENTADOS VIA TERRITÓRIO E OCUPAÇÕES SANTISTAS CURADORIA Ilana Seltzer Goldstein CURADORA ASSISTENTE Daiane Marques CURADORIA EDUCATIVA E ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA Flávia Paiva CURADORES CONVIDADES Cris Takuá e Carlos Papá PRODUÇÃO Nós da Produção – Cassia Rossini e Rafael Moretti ASSISTENTE DE PRODUÇÃO Wagner Bastos PROJETO ARQUITETÔNICO Tatiana Durigan - Bao Estúdio ENGENHEIRO RESPONSÁVEL Luciano Bonilha Daoud - Entre Produções Ltda. DESIGN GRÁFICO Denis Tchepelentyky MUSEOLOGIA Mariane Tomie Sato TRANSPORTE Transportes Fink S/A MONTAGEM DE OBRAS SP Arthandler CONSULTORIA ACESSIBILIDADE Noa Marchese FOTOGRAFIAS CONTEXTO Bruna Quevedo VÍDEOS CONTEXTO Victor Santos, Lucas Rodrigues e Raphael Angelo REVISÃO DE TEXTO Rafael Falasco EDUCADORES Mari Rodrigues, Luiz Torres ARTISTAS Alyson Montrezol, Ana Akaui, Augusto Pakko, Biga Appes, Carlos Papa, Chico Melo, Coletivo (a)gente, Cris Alonso, Eleonora Artysenk, Élida Andréia Escobar, Elisabeth Ruivo, Elizeu Werá Tukumbo da Silva, EVORA Coletivo, Fabiano Ignácio, Fabiola Notari, Fabrício Lopez, Fred Casagrande, Fulvia Rodrigues, Gaio, Geandré, Gilda Martins de Figueiredo, Ildefonso Torres Filho, Ivy Freitas, Izaura Campos, Jhoni Morgado, José Maria da Costa Villar, Joyce Farias, Juliana do Espírito Santo e Lelê Lótus, Kátia Miyahira, Kelly Alonso Braga, Laércio Alves, Lidia Malynowskyj, Lucia Quintiliano, Ludemar Victor, Luiz Marq’s, Mai-Britt Wolthers, Márcia Santtos, Marcos Piffer, Marcus Cabaleiro, Mari Lucio, Maria Inês Veríssimo, Marina Guzzo, Maurício Adinolfi, Maurício Ianês, Nenê Surreal, Paulo Climachauska, Paulo von Poser, Rachel Midori, Raphaella Gomez, Renata Salgado, Roberta Lima, Rodrigo Munhoz a.k.a Amor Experimental, Sr. Domingos, Thiago Verá Benites da Silva, Tomzé Scala, Tubarão Dulixo, Ubiraci Gomes, Uwerá Nimangá Dju Gomes, Wadson Silva, Wilis Graffiti, Wilson Santos


PERÍODO DA EXPOSIÇÃO 18 de junho a 20 de novembro de 2021 Conteúdos digitais da PORTOS acessíveis no link: bit.ly/conteudodigitalPORTOS

Sesc Santos Rua Conselheiro Ribas, 136

Santos - SP | CEP 11040-900 Tel.: (13) 3278-9800 /sescsantos

sescsp.org.br/santos


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