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A Retrospectiva do Cinema Brasileiro reúne uma seleção da produção nacional lançada comercialmente entre novembro de 2019 e outubro de 2020 na cidade de São Paulo. Desde sua primeira edição, no ano 2000, a Retrospectiva busca dar visibilidade à produção cinematográfica brasileira contemporânea por meio de um recorte que procura refletir a diversidade de estilos, vozes e linguagens. Este ano, em função da pandemia de corona vírus (covid-19), o CineSesc apresenta a 21ª Retrospectiva do Cinema Brasileiro em edição exclusivamente online e gratuita na plataforma do Sesc Digital, onde serão exibidos 20 filmes, sendo 10 longasmetragens e 10 curtas-metragens. Para assistir, basta acessar sescsp.org.br/cinemaemcasa. Além da produção recente, a Retrospectiva exibe ainda uma programação de núcleo histórico em homenagem ao diretor, produtor e roteirista Leon Hirszman. Um dos expoentes do Cinema Novo, tem sua filmografia construída sob cuidadosa análise política e social, que serve de instrumento para discutir o Brasil e as questões populares de sua época e da contemporaneidade.



ÍNDICE 10 A 16 DE DEZEMBRO Alice Júnior

9

Diz a Ela que Me Viu Chorar

10

Éramos em Bando

11

Os Under Undergrounds, o Começo

12

Sementes: Mulheres Pretas no Poder

13

A Morte Branca do Feiticeiro Negro

14

Inabitável 15 Perifericu 16 Rã 17

17 A 23 DE DEZEMBRO Azougue Nazaré

19

Meu Amigo Fela

20

Nóis Por Nóis

21

Rogéria, Senhor Astolfo Barroso Pinto

22

Vaga Carne

23

Entre Nós e o Mundo

24

Manaus Hot City

25

Marie

26

Receita de Caranguejo

27

República 28 Topawa 29


10 A 16 DE DEZEMBRO


ALICE JÚNIOR Direção Gil Baroni. Brasil. 2019. 87 minutos. 12 anos. Ficção. Alice Júnior é uma YouTuber trans cercada de liberdades e mimos. Depois de se mudar com o pai para uma pequena cidade onde a escola parece ter parado no tempo, a jovem precisa sobreviver ao ensino médio e ao preconceito para conquistar seu maior desejo: dar o primeiro beijo.

9


DIZ A ELA QUE ME VIU CHORAR Direção Maíra Bühler. Brasil. 2019. 83 minutos. 16 anos. Documentário. Moradores de um hotel no centro de São Paulo vivem amores tumultuados por sua condição vulnerável. O edifício é parte de um programa municipal de redução de danos para usuários de crack prestes a ser extinto. Entre escadas circulares, quartos decorados, viagens de elevador e ao som das músicas do rádio, os personagens são atravessados por sentimentos de amor romântico e medo da perda. Diz a Ela que Me Viu Chorar, retrata um grupo de pessoas reunidas por laços fortes em frágil abrigo.

10


ÉRAMOS EM BANDO Direção Marcelo Castro, Pablo Lobato e Vinícius de Souza. Brasil. 2020. 54 minutos. 12 anos. Ficção. Impedidos de estrear seu 25º espetáculo por conta da pandemia de Covid-19, atrizes e atores do Grupo Galpão se lançam em uma primeira experiência artística no ambiente virtual. Um trabalho de resistência poética.

11


OS UNDER UNDERGROUNDS, O COMEÇO Direção Nelson Botter Jr. Brasil. 2020. 100 minutos. Livre. Animação. Heitor foi expulso de sua banda por não ser ‘cool’ o bastante. Magoado, se distrai na volta pra casa e cai num bueiro em obras indo parar em uma cidade subterrânea muito diferente. Nesse lugar, habitado por criaturas humanóides muito ‘esquisitas’ ele finalmente encontra o que buscava: amigos leais e, mais que isso, uma banda. Heitor se torna o novo guitarrista dos ‘The Under-Undergrounds’, que não ligam para estereótipos devido ao amor que compartilham pela música. Juntos, passarão por diversas aventuras, terão de lidar com as diferenças, superar fraquezas e ainda ajudar Heitor a voltar para casa!

12


SEMENTES: MULHERES PRETAS NO PODER Direção Éthel Oliveira e Júlia Mariano. Brasil. 2020. 105 minutos. 14 anos. Documentário. Em resposta à execução de Marielle Franco, as eleições de 2018 se transformaram no maior levante político conduzido por mulheres negras que o Brasil já viu, com candidaturas em todos os estados. No Rio de Janeiro, Mônica Francisco, Rose Cipriano, Renata Souza, Jaqueline de Jesus, Tainá de Paula e Talíria Petrone se candidataram aos cargos de deputada estadual ou federal. O documentário acompanhou essas mulheres, em suas campanhas, mostrando que é possível uma nova forma de se fazer política no Brasil, transformando o luto em luta.

13


A MORTE BRANCA DO FEITICEIRO NEGRO Direção Rodrigo Ribeiro. Brasil. 2020. 11 minutos. 14 anos. Documentário. Memórias do passado escravista brasileiro transbordam em paisagens etéreas e ruídos angustiantes. Através de um poético ensaio visual, uma reflexão sobre silenciamento e invisibilização do povo preto em diáspora, numa jornada íntima e sensorial.

14


INABITÁVEL Direção Matheus Farias e Enock Carvalho. Brasil. 2020. 20 minutos. 12 anos. Ficção. O mundo experimenta um fenômeno nunca antes visto. Marilene procura por sua filha Roberta, uma mulher trans que está desaparecida. Enquanto corre contra o tempo, ela descobre uma esperança para o futuro.

15


PERIFERICU Direção Stheffany Fernanda, Vita Pereira, Nay Mendl e Rosa Caldeira. Brasil. 2019. 22 minutos. 16 anos. Ficção/Documentário. Luz e Denise cresceram em meio às adversidades de ser LGBT no extremo sul da cidade de São Paulo. Entre o vogue e as poesias, do louvor ao acesso à cidade. Os sonhos e incertezas da juventude inundam suas existências.

16


RÃ Direção Ana Flavia Cavalcanti e Julia Zakia. Brasil. 2019. 16 minutos. 10 anos. Ficção. A estória de Val e suas duas filhas. Elas vivem numa casa de poucos metros quadrados numa periferia urbana em fins dos anos 80. Certa madrugada, mãe e filhas são acordadas por uma estridente freada de caminhão. No portão, um vizinho do bairro faz um estranho pedido: usar o quintal de Val para colocar uma carga até o dia seguinte.

17


17 A 23 DE DEZEMBRO


AZOUGUE NAZARÉ Direção Tiago Melo. Brasil. 2018. 82 minutos. 14 anos. Ficção. Num imenso canavial que parece não ter fim, numa casa isolada, moram o casal Catita e Irmã Darlene. Catita esconde que participa do Maracatu. Darlene é fiel da igreja do Pastor Barachinha, um antigo mestre de maracatu convertido à religião evangélica, que se vê na missão de expulsar o demônio do Maracatu, evangelizando toda a cidade. Em meio ao canavial, um Pai de Santo pratica um ritual religioso com cinco caboclos de lança. Os caboclos ganham poderes, incorporam entidades e desaparecem. A cidade de Nazaré da Mata testemunha acontecimentos misteriosos.

19


MEU AMIGO FELA Direção Joel Zito Araújo. Brasil. 2019. 94 minutos. 14 anos. Documentário. Uma nova perspectiva sobre o músico nigeriano Fela Kuti, a fim de contrapor a narrativa mais frequentemente retratada: como um excêntrico ídolo pop africano do gueto. No filme, a complexidade da vida de Fela é desvendada através dos olhos e conversas de seu amigo íntimo e biógrafo oficial, o africano-cubano Carlos Moore.

20


NÓIS POR NÓIS Direção Aly Muritiba E Jandir Santin. Brasil. 2018. 96 minutos. 16 anos. Ficção. O Baile rola solto. Enquanto o RAP ecoa das caixas de som, quatro amigos vagam pela pista com objetivos bem distintos. Mari só pensa no flow que possa levála para a final do Circuito de Rimas CWB, a batalha de MCs mais famosa da cidade. Japa se ocupa da venda dos produtos de Nando, que testa o garoto. Gui espera que o baile corra bem e que ao fim da festa possa voltar pra casa com o lucro da bilheteria. Ele precisa muito da grana. Já Café, bem, Café só quer curtir. O que eles não sabem é que seus destinos estarão selados para sempre após esta noite.

21


ROGÉRIA, SENHOR ASTOLFO BARROSO PINTO Direção Pedro Gui. Brasil. 2018. 82 minutos. 14 anos. Documentário. A vida e a trajetória artística de Rogéria a partir da dualidade entre artista e personagem, entre Rogéria e Astolfo. Passando por todos os momentos da vida da transformista, o filme mescla dramatizações de etapas de sua vida – como o acidente que lhe feriu a cabeça – e depoimentos de artistas brasileiros, como Bety Faria, Jô Soares, Bibi Ferreira, Aguinaldo Silva, entre outros. Atual, provocante e sensível, o filme trata de temas bastante abordados no mundo de hoje, como questões de gênero, preconceito e afirmação de direitos no Brasil.

22


VAGA CARNE Direção Grace Passô e Ricardo Alves Jr. Brasil. 2019. 45 minutos. 16 anos. Ficção. Uma estranha voz toma posse do corpo de uma mulher. Juntos, a voz e o corpo procuram por pertencimento e por uma identidade própria enquanto questionam seus papéis dentro da sociedade. O filme é uma transcriação do espetáculo teatral da atriz e dramaturga Grace Passô.

23


ENTRE NÓS E O MUNDO Direção Fabio Rodrigo. Brasil. 2019. 17 minutos. Livre. Documentário. Um retrato emocional do momento de vida de Erika, moradora da Vila Ede. Seu filho de 16 anos foi recentemente assassinado em uma abordagem policial e ela está preocupada com o outro, de 17. Erika está grávida. O medo, a dor e a alegria se misturam demais na periferia de São Paulo.

24


MANAUS HOT CITY Direção Rafael Ramos. Brasil. 2020. 13 minutos. 14 anos. Ficção. Dois amigos se encontram para comer um bodó. A conversa entre eles percorre as cores e os cheiros das casas, cozinha no pavimento, no calor da cidade. Alguém fica e alguém parte.

25


MARIE Direção Leo Tabosa. Brasil. 2019. 25 minutos. 12 anos. Ficção. Mário retorna ao sertão depois de 15 anos para enterrar o pai. Ele regressa para sua cidade natal como Marie, uma mulher trans. Lá, reencontra seu amigo de infância, Estevão, e com ele o seu passado.

26


RECEITA DE CARANGUEJO Direção Thais Melo e Preta Ferreira. Brasil. 2020. 20 minutos. Livre. Ficção. Após a morte do pai, Lari e sua mãe vão passar alguns dias na praia. Elas resolvem cozinhar caranguejos. E os bichos, aos poucos, transformam-se em seres luminosos.

27


REPÚBLICA Direção Grace Passô. Brasil. 2020. 16 minutos. Livre. Ficção. Brasil, 2020. A pandemia evidencia a dimensão da necropolítica que opera no país e a sociedade vive uma crise ética em meio a um governo que é a exata expressão do poder colonialista. República é um curta metragem realizado em casa, com estrutura caseira, durante o início da quarentena de 2020, no centro da cidade de São Paulo, Brasil.

28


TOPAWA Direção Kamikia Kisedje e Simone Giovine. Brasil. 2019. 8 minutos. Livre. Documentário. As redes de tucum o primeiro contato com os brancos. As mulheres Parakanã tecem os fios da sua história.

29



RETROSPECTIVA LEON HIRSZMAN Este ano a Retrospectiva exibe uma programação de núcleo histórico em homenagem ao diretor, produtor e roteirista Leon Hirszman. Um dos fundadores do CPC – Centro Popular de Cultura, da União Nacional dos Estudantes (UNE), onde realizou seu primeiro filme, o cineasta Leon Hirszman (1937 – 1987) foi um documentarista e autor de ficção expoente do Cinema Novo. Parceiro de Augusto Boal, Gianfrancesco Guarnieri e Oduvaldo Vianna Filho, ele recebeu o Leão de Ouro do Festival de Veneza pelo filme “Eles não usam black-tie” (1981), adaptação da peça de Gianfrancesco Guarnieri. Dentre longas e curta-metragens, de ficção e documentário, são exibidos: ABC da Greve, Eles Não Usam Black-Tie, São Bernardo, Ecologia, Maioria Absoluta, Megalópolis, Nelson Cavaquinho, Pedreira de São Diogo, Cantos de Trabalho no Campo (Mutirão, Cacau e Cana-de-Açúcar), Posfácio: Entrevista com a Dra Nise da Silveira e Imagens do Inconsciente (Fernando Diniz – Em busca do Espaço Cotidiano, Adelina Gomes – No Reino das Mães e Carlos Pertuis – A Barca do Sol). A Retrospectiva Leon Hirszman acontece de 10 de dezembro de 2020 a 09 de fevereiro de 2021 em sescsp.org.br/leonhirszman.


CINESESC

RUA AUGUSTA 2075 SÃO PAULO - SP TEL.: 11 3087 0500 /CINESESCSP

SESCSP.ORG.BR


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