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MANIFESTA

Quando a útera slam das minas me gestou foram meses e meses até nascer e antes de ser poeta já era slam das minas me carregaram no colo nutriram a minha escrita até que eu finquei meus dois pés no mic e nasci olhei em volta e me vi cheia de histórias poesia e memória de cada vez que essa slam me foi casa sou grata e carrego cada feitiço que lançamos no palco no mundo essa slam me fez brotei com palavras ainda que engasgadas fui caminhando com elas e percebendo slam das minas é mundo onde todes podem existir

Por Ibu Helena

Escrevo enquanto voo Sustentando-me no fluxo constante das criativas amigas, parcerias Que o mundo poesia Me deu

Chorando enquanto vendo lenços me recordo do tempo

Em que escondia meus escritos, Meus diários, meu eu

Escrevo enquanto vou Flor da moita autodidata

Sons e literatura

Distancio do ideal físico

Do senso estético, constante

Fuga

Minha voz rasga censuras

Minha escrita costura paz faz as pazes com a vida

Fito-a com dignidade

Sensata e sagaz

Eu vou.

Livre e leve, Carregando minha própria bagagem

Aqui encontrei o lugar em que vale pertencer

Por Aflordescendente

A flor que nasce quando uma slam brota semeia versos que lutam e amam por dias mais justos.

Nesse chão não pisa robôs de mito, escrotos de jaleco, a cisgeneridade masculina tóxica que mata.

Recue seus privilégios do caminho que estamos passando com a nossa voz.

Em nome das mães, dos pais de útero, pelas crias, por todas as corpas borboletas.

Pedimos licença e a bença, das Iabás, Maria Mulambo, ciganas e encantadas, para ocuparmos os livros, o Congresso e as memórias.

Por Carolina Peixoto desde 2016 plantando novas narrativas de semente lírica e atravessamentos literários, caminharemos, políticas em pé! bocas e mais bocas abertas na utopia slam das minas. salário à nossa altura, comida na nossa mesa, respeitem nossas crias. nos representaremos vivas! no palco ou no palanque e se disserem não tanques de guerra, armamento poético na cabeça dos sem meta. aqui se constrói futuro. de minas, monas e monstres que fizeram da voz e do corpo arma e armadura que é cura, mas não se engane com nosso oráculo porque caneta quando encontra obstáculo também pode matar.

Por pam araujo

Somos corpes-poema com a língua afiada e na ponta da caneta vivências, e assim como exu nós abrimos caminhos, e isso é bem mais que falar sobre temas.

Realizamos recorte de gênero, por entendermos que é necessário falar sobre vidas, e o encontro de nossas escritas é sobre afronte, mas também é sobre cura de feridas.

Que nossas falas-diversas, abrace quem estiver de peito aberto, nos faremos acolhimento para quem estiver longe e pra quem estiver por perto, colaremos juntas na busca de unir-versos. E levantem-se todos os gêneros dissidentes, pois isso é mais que um manifesto, é manifesta!

Por Apêagá pam araujo é escritora, produtora cultural e organizadora da Slam das Minas SP. Integra o coletivo Poetas Ambulantes, é sócia da Baderna Literária e autora dos livros Buraco (Baderna Literária, 2017) e Hídrica, palavra em estado de mergulho (Casa Philos, 2021).

Força motriz que consta somos a Slam das Minas, monas e monstres!

Carolina Peixoto é poeta, produtora cultural, sócia da Baderna Literária, integrante da Slam das Minas SP e do coletivo Poetas Ambulantes. Autora dos livros MEXE A MÃO (2018), DEZluas (2017) e BOLA, LÁPIS E PAPEL (2013).

Apêagá é poeta-escritora, slammer, slamaster, performer e produtora cultural. É pioneira na cena poetry slam no Ceará, tendo idealizado o Slam da Quentura e o Slam CE. Seu primeiro livro é Me Faço Tempestade Para Não Caber em Redemoinho (Substânsia, 2022).

Ibu Helena é pedagoga e encontrou sua arte no sarau e no slam. Além de integrante da Slam das Minas SP, é autora de três zines: Sobre tantas coisas, Toda gota é mar comigo e Tire os sapatos antes de entrar.

Aflordescendente é artista independente, poeta, compositora, MC e slammer atuante na cena desde 2017. Faz parte dos coletivos Kush Crew Batalhas de Rima e Slam das Minas SP.

Ju Vicentis é ilustradora, designer gráfica e artista visual. Já integrou o time do projeto Defesa Pessoal pras Minas e participou da organização de saraus em São Paulo.

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