abordadas. Ainda que a permanência e a estabilidade da iniciativa possam sugerir o contrário, transições são parte constitutiva de um contínuo processo de amadurecimento. Sua maior evidência é, talvez, o próprio crescimento da Bienal ao longo dos anos – em número de dias de realização, locais de apresentação, grupos convidados e público presente.
Os sentidos do corpo na cidade Corpo, em sentido estrito, é a estrutura física dos indivíduos. Cabeça, tronco e membros formam essa máquina que mantém o organismo vivo e confere materialidade ao ser. Mas, além de constituir um receptáculo sensorial, lugar da satisfação das necessidades fisiológicas e dos desejos mais primitivos, é também superfície sobre a qual a cultura deixa suas marcas. Cultura essa que se manifesta não apenas nas roupas que vestimos, nos ornamentos que portamos, nos desenhos que aplicamos sobre a pele e nas mutilações a que, por vezes, nos submetemos; mas, também, nos trejeitos que nos são característicos: modos de andar, estilos de sentar, formas de deitar, maneiras de movimentar-se. Condensando códigos não verbais, os movimentos do corpo, consagrados pelo tempo e compartilhados por indivíduos e grupos, revelam o traço cultural em toda a sua força e multiplicidade. Por meio deles, acenamos, em saudação; curvamo-nos, em reverência; agitamos a cabeça verticalmente, em aprovação; ou lateralmente, em reprovação. São infinitas as possibilidades. Entretanto, tais códigos precisam ser conhecidos para que a mensagem seja decodificada e, assim, compreendida. Se, ao movimentar-se, nosso corpo é capaz de transmitir mensagens e comunicar, a dança, série de movimentos mais ou menos organizados – que pode envolver também momentos de imobilidade – é uma dessas formas de comunicação. Para o Sesc, o valor do movimento e do corpo como expressão de pensamentos e sensibilidades, mais do que competência ou habilidade, é uma maneira de ocupar o sensível e dar sentido para tal ocupação.
Neste ano de 2015, mais um movimento marca a dinâmica da ação institucional: a Bienal Sesc de Dança passa a acontecer na cidade de Campinas. Após oito edições em Santos, a cena da dança contemporânea na cidade desenvolveu-se e os eventos na linguagem multiplicaram-se. A mudança da Bienal para Campinas reforça a intenção do Sesc de equilibrar suas iniciativas entre os municípios atendidos no estado de São Paulo. Campinas tem, hoje, uma população de pouco mais de um milhão de habitantes. Trata-se de uma das maiores cidades do estado, com infraestrutura para acomodar um evento do porte da bienal, além de contar, há 30 anos, com um curso de graduação em dança, oferecido pela Unicamp, parceira do Sesc na realização da 9ª edição da Bienal, ao lado da prefeitura municipal. Imbuído do espírito político de estreitamento dos laços com a cidade e sua população, o Sesc, por meio desta ação, propõe a interação com o território urbano, seus equipamentos, praças, ruas e avenidas. O festival irá ocupar diversas áreas do Sesc Campinas, além de espaços públicos variados e centros culturais, tais como o Teatro Municipal José de Castro Mendes, a Estação Cultura, o Centro Cultural de Inclusão e Integração Social (CIS Guanabara) e o Museu da Imagem e do Som (MIS). Em 11 dias de evento, espetáculos, intervenções, performances e ações formativas irão apresentar, discutir e problematizar questões que mobilizam a dança na contemporaneidade. Trata-se de um convite para um mergulho na linguagem, que pode se dar em diferentes profundidades. Esperamos, assim, que a Bienal Sesc de Dança, com seus artistas, grupos e pesquisadores de diversos cantos do Brasil e de vários países, seja acolhida e abraçada pela cidade de Campinas e seus moradores, assim como pelos novos e velhos públicos da dança contemporânea.
Danilo Santos de Miranda Diretor Regional do Sesc São Paulo
Ancorados nessa ideia e buscando expandir os limites da expressão artística, a instituição realiza, desde 1998, a Bienal Sesc de Dança. Sua semente foi lançada muitos anos antes, já no início da década de 1980, com a organização de festivais ao lado de outras instituições na cidade de Santos. E, como não poderia deixar de ser, foram muitas as transformações e ajustes até que se chegasse aos contornos da primeira bienal. Desde então, mudanças sempre estiveram presentes no correr dessa trajetória, seja no formato, seja nas temáticas
of the first Biennial could finally take shape. Since then, several changes have been made, including the festival’s format and the themes explored in each of its editions. Even though its longevity and stability could suggest otherwise, transitions are an integral part of an ongoing maturing process. The biggest proof of that is perhaps the growth of the Biennial over the years – in terms of its length, venues, participating groups and audience.
The meanings of the body in the city In a strict sense, a body is the physical structure of individuals. Head, torso and limbs comprise this machine that keeps the organism alive and provides beings with their material representation. But the body is much more than just a sensorial receptacle or a vehicle for the satisfaction of physiological needs and our most primitive desires – it is also the surface upon which culture leaves its imprints. This culture is manifested not only in the clothing that we wear, the ornaments that we adorn ourselves with, the drawings that we apply over our skin, or the mutilations to which we sometimes submit ourselves to; but also in the gestures that are characteristic to a specific group: our gait, how we sit, how we lie down, how we move around. Condensing non-verbal codes, they body’s movements, established throughout the years and shared by groups and individuals, reveal a cultural characteristic in all of its strength and multiplicity. Through these movements, we gesture to greet someone; we bow in reverence; we nod our heads up and down, as a sign of approval; or shake them sideways, in disapproval. The possibilities are infinite. However, these codes must be previously known in order for the message to be decoded and, thus, understood. If, when we move, our body is capable of conveying messages and communicating, we could certainly say that dance, as a series of movements in varying degrees of organization – that may also involve moments of stillness – is one of these forms of communication. At Sesc, the value of movement and of the body as an expression of thoughts and sensibilities, more than competence or skill, is seen as one way of occupying the sensible space, and of attributing meaning to this occupation.
In 2015, another movement will change the dynamic of the event: the Sesc Dance Biennial will now take place in the city of Campinas. After eight editions in Santos, the city’s contemporary dance scene underwent considerable growth, and the number of dance language events multiplied greatly. The Biennial’s move from Santos to Campinas reinforces Sesc’s intention of spreading its initiatives among the different municipalities served by the institution across the State of São Paulo. The population of Campinas currently stands at a little over one million residents. That makes it one of the largest cities in the state, with an infrastructure that is equipped to accommodate an event of this magnitude, in addition to the presence of a graduate dance program at Unicamp that has been in place for thirty years. Along with the city’s government, Unicamp is partnering with Sesc in the organization of this year’s Biennial. Inspired by a policy that seeks to forge closer ties with the city and its population, Sesc proposes an interaction with the urban territory, its facilities, squares, streets and avenues. In addition to occupying several areas within Sesc Campinas, the festival will also mark its presence across a wide range of public spaces cultural centers around the city, such as the José de Castro Mendes Municipal Theater, Estação Cultura, the Social Inclusion and Integration Cultural Center (CIS Guanabara) and the Image and Sound Museum (MIS). Over the course of eleven days, the event will feature shows, interventions, performances and learning activities that will present, discuss and problematize questions that arise in the world of contemporary dance. It is an invitation for a journey into the language of movement, which can be taken at different depths. Thus, we hope that the Sesc Dance Biennial, with the artists, groups and researchers that it will gather from across Brazil and throughout the world, will be welcomed and embraced by the city of Campinas and its residents, and by the new and young audiences of contemporary dance.
Danilo Santos de Miranda Regional Director of Sesc São Paulo
Based on this idea, and with a view to expanding the boundaries of artistic expression, the institution has held the Sesc Dance Biennial since 1998. The seeds for the Biennial were sowed many years earlier, dating back to the 1980s, with festivals that were organized alongside other institutions in the city of Santos. And, as expected, many transformations and adjustment had to take place until the format
O que pode o corpo
What can the body do
Um olhar atento à cena atual da dança contemporânea permite vislumbrar vetores que apontam (e por vezes divergem) para novas possibilidades estéticas. De um lado, as criações recentes de dança aprofundam um diálogo com as artes visuais, inspirando-se menos nas técnicas destas últimas e mais em seus procedimentos de criação e referências conceituais. Por outro lado, os criadores de dança dedicam-se cada vez mais a ressignificar o que venha a ser um mínimo denominador comum da linguagem (a conjunção entre corpos em movimento), a ponto de questionar se ele é mesmo necessário. De que pode a dança prescindir? A que forças, por outro lado, cabe à dança se engajar?
A closer look at the contemporary dance scene offers us a glimpse into currents that move towards (albeit at times disagreeing) new aesthetic possibilities. On one hand, recent dance creations have furthered the dialogue with the visual arts, being inspired less by the latter’s techniques and more by its creative process and conceptual references. On the other, dance creators increasingly dedicate themselves to re-signify what may be known as a minimum common denominator of language (the conjunction of bodies in motion), going so far as questioning whether it’s really necessary. What can dance do without? And, conversely, what forces should dance engage with?
O conjunto dos trabalhos selecionados pela comissão curatorial, com artistas de diversos estados do Brasil e países como França, Portugal, Áustria, Uruguai e Argentina, embora não tenha a pretensão de ser um panorama exaustivo da produção recente, aponta para uma cena complexa e ainda em processo, representativa das principais tendências estéticas e políticas que movimentam a linguagem na contemporaneidade. O “elemento comum” entre os trabalhos apresentados é o convite à participação crítica e ativa do espectador, lembrando-nos que a dança é um campo potente para a suspensão (provisória e, quiçá, definitiva) das certezas e acordos tácitos com que nossos corpos movimentam-se e se pensam cotidianamente.
While not attempting to depict an all-encompassing panorama of recent dance production, the collection of works selected by the curating committee, by artists from several Brazilian states and from countries such as France, Portugal, Austria, Uruguay and Argentina, points to a complex and developing scene, one which represents the leading aesthetic and political trends in language of contemporary times. The “common elements” among the works shown at the Biennial is an invitation to a critical and active participation by the spectator, reminding us that dance is a powerful field for the suspension (temporary, and perhaps even definitive) of the tacit convictions and assumptions by which we move and think of our bodies on a daily basis.
As ações formativas incluem atividades que evidenciam questões e temas transversais à programação do festival, em mesas, debates e encontros diversos, bem como propostas que abordam as obras artísticas em sua verticalidade, através de oficinas e residências, permitindo ao público interessado conhecer diversas facetas da produção artística em dança. Além disto, o presente catálogo pretende estimular a reflexão e fomentar a produção de conhecimento na linguagem, ao apresentar ensaios críticos sobre temas de interesse para a dança na atualidade.
Some of the learning activities highlight issues and themes that play a significant role in the festival’s events, through a wide variety of round-tables, discussions, meetings, workshops and residencies that approach several of these issues, and allow the interested public to learn about the many facets of artistic production in dance. Besides, the current catalog also aims to foster both reflection and production of knowledge about this artistic language by introducing critical essays on current topics of interest in the world of dance.
Com este mosaico de atividades, convidamos você a pensar o que pode o corpo - inclusive o seu próprio corpo - em relação aos corpos que dançam e em relação ao mundo. Que esta Bienal possa provocar encontros potentes entre obras, artistas e público a ponto de instaurar um espaço livre e interessante para estarmos juntos.
With this broad range of activities, we invite you to think about what the body can do – including your own – in relation to the bodies that dance, and in relation to the world. Our wishes are that this Biennial can provide powerful encounters between the works, artists and audience, eventually establishing a free and interesting space for us to be together.
Sejam bem-vindos. Our warmest welcome to all.
Equipe Curatorial
Curating Team
Bienal Sesc de Dança 2015
Sesc Dance Biennial 2015
embora o belo e, mais especificamente, a estética tenham sido reconhecidos como protagonistas da recepção artística, há desta vez um interesse muitíssimo evidente: a comercialização.
Dança nas redes do capitalismo artista Nos últimos 20 anos, a produção (teórica e prática) de dança no Brasil tem enfrentado situações ambivalentes. Por um lado, houve uma proliferação de pesquisas, publicações e debates que passaram a afirmar, cada vez mais, a dança como uma área de conhecimento. Ao mesmo tempo, tem sido inevitável conviver com as consequências daquilo que alguns autores identificaram como um novo sistema econômico que poderia ser chamado de “capitalismo artista” (Gilles Lipovetsky e Jean Serroy, 2015) e o fundamentalismo generalizado da criatividade – cujo efeito mais nocivo é transformar boa parte da criação em entretenimento e exibição (Pascal Gielen, 2012). Para compreender como em meio a estas circunstâncias politicamente predadoras a dança ainda pode e deve ser reconhecida como uma área de conhecimento, é preciso admitir que se trata de uma discussão política e filosófica que tem como ponto de partida entendimentos distintos de corpo e de estética, para finalmente chegar às relações paradoxais entre criação artística e mercado que parece acometer todas as artes. Neste sentido, não se trata de uma discussão importante apenas para quem faz e pensa a dança, mas para todos que têm interesse em viver fora de parâmetros subservientes à soberania da produção econômica, que pouco ou nada investe nas políticas para a vida.
O QUE É CAPITALISMO ARTISTA Quando Lipovetsky e Serroy escolheram o termo capitalismo artista, estavam se referindo a uma tendência em transformar vocabulários, atividades e processos de criação em produtos estetizados e comercializáveis. Embora tivessem como ponto de partida a beleza, tratava-se de uma mudança significativa do modo como o filósofo Immanuel Kant (1724-1804) havia compreendido a recepção da arte. Isso porque, na filosofia kantiana, um aspecto fundamental para reconhecer a arte seria o desinteresse absoluto (arte pelo prazer e pela beleza); e nas ultimas décadas,
Para exemplificar este fenômeno, os autores destacaram o surgimento de “empresários artistas” como Steve Jobs e uma lista de novos vocábulos como hair designers ao invés de cabelereiros, chefs artistas ao invés de cozinheiros, arquitetos artistas, jogadores artistas entre muitos outros termos e conceitos. A grife da beleza norteia o mercado e suas terminologias parecem cada vez mais sofisticadas. Em outras publicações que discutiram a convivência dos artistas com o neoliberalismo, Pascal Gielen identificou o uso corrente do termo criatividade, chamando a atenção para a necessidade urgente de tudo e todos serem criativos: cidades, economia, cardápios, campanhas etc. Este autor salientou que, diante dessa infestação fundamentalista da criatividade, ocorreu uma mudança significativa no tempo, uma vez que o tempo da “grife criativa” é sempre imediato e, portanto, nada tem a ver com o tempo da criação, estando intimamente relacionado ao tempo da exibição, típico da vida on-line construída nas redes.
O QUE TUDO ISSO TEM A VER COM DANÇA? Embora os debates de Lipovetsky e Serroy sejam mais voltados à moda, ao design e às artes visuais e os de Gielen incluam artistas da dança, em um meio eclético de outros artistas e filósofos, não há dúvida de que há algo nestas publicações que impacta especificamente a vida dos artistas, pesquisadores e gestores da dança. De certa forma, é possível afirmar, a partir destas leituras, que um dos motivos que emperra o amadurecimento da dança como área de conhecimento tem sido a subserviência aos antigos e novos clichês que veem a estética como algo que pertence exclusivamente ao âmbito subjetivo, seja no sentido kantiano ou naquele veiculado pelas novas redes do capitalismo artista. No caso dos interesses prioritariamente econômicos, a velocidade da produção/exibição também amplia as dificuldades, uma vez que impede a construção do conhecimento, esvaziando termos admirados por todos que frequentam ambientes acadêmicos e curatoriais, como pesquisa, crítica e criação. O resultado mais imediato é a emergência de zonas de indistinção entre criação artística e mercado de arte. Curiosamente, isso ocorre mesmo quando o mercado de arte não existe de fato e não passa de uma ilusão, como no caso da maioria dos dançarinos. Para analisar esse cenário relativamente recente, um primeiro ponto
a ser levado em consideração tem a ver com discussões propostas por autores como Mark Johnson (2007) e Vittorio Gallese (2015) que, a meu ver, podem ajudar a criar novas pontes, abrindo caminhos fora dos percursos habituais, na medida em que não consideram estética, imagem e movimento como embelezadores da vida ou como produtos comercializáveis. Para esses pesquisadores, através do acionamento de movimentos e imagens, a estética é o fundamento de todo entendimento de significados e pensamentos. Não se refere apenas a uma suposta subjetividade pessoal, intrasferível e intraduzível, e nem tampouco deve ser considerada uma exclusividade da criação artística. Quando admitimos as dicotomias entre objetivo/subjetivo e razão/emoção estamos de fato assumindo o dualismo entre mente e corpo que, por sua vez, foi o pretexto político ideal para criar fraturas entre aqueles que pensam e aqueles que fazem. Isso não quer dizer que todas as atividades artísticas e não artísticas sejam idênticas entre si. Afirmar que a estética não é restrita ao belo e nem à arte não significa negligenciar as singularidades dos processos. São os dispositivos econômicos e políticos (e não a estética) que tornam tudo igual na medida em que importa apenas a produção e a quantificação. Para que as experiências de dança sejam admitidas como modos de pensar, pesquisar e conhecer não é suficiente questionar processos de criação, mudanças nas concepções coreográficas, discussões de vocábulos e funções para preenchimentos de fichas técnicas e redação de projetos. É fundamental criar procedimentos de compartilhamento. Como ensinam Johnson e Gallese, estética é sempre uma ação porque fundamenta-se no movimento (interno e/ou externo, visível e/ou invisível). Não é um modelo dado, um adjetivo ou uma imagem. No entanto, também não deve se confundir com um tipo qualquer de ação. Estética é uma ação perceptiva significativa que fundamenta e aciona mudanças. Por isso, embora não seja um privilégio da ação artística, encontra na singularidade desse tipo de ação múltiplas possibilidades de questionar significados e valores subservientes à funcionalidade dos dispositivos que norteiam a vida cotidiana. Para que se constitua a experiência estética, é importante criar redes de criação. Caso contrário, estaríamos admitindo que se trata apenas de uma ação interna, enclausurada em um sujeito ou gênio criador. Isso comprometeria o seu traço mais particular: estética é uma ação para a vida.
Em seu primeiro livro, O Homem sem Conteúdo (1974), o filósofo Giorgio Agamben afirmou que o problema do destino da arte no nosso tempo começou a ser traçado no momento em que a consideramos uma atividade produtiva, do “fazer” do homem no seu contexto. Todo fazer do homem, seja ele artista, político ou operário seria, neste viés, uma práxis, ou seja, a manifestação de uma vontade produtora de um efeito concreto. Este reconhecimento de que o homem precisa ter um estatuto produtivo fez tudo mudar. Há muitas distinções filosóficas que envolvem este tal estatuto de um fazer que equivale a produzir. Agamben baseia-se em explicações de Aristóteles (que diferenciava a práxis da poésis) e de autores como Hannah Arendt que refletiram particularmente sobre as relações de poder que envolvem estas diferentes ações. No que diz respeito ao debate sobre trabalho, a diferença entre trabalho material e imaterial proposta por Karl Marx e analisada por alguns de seus comentadores contemporâneos, como Paolo Virno, também nos reconduziu a pensar sobre modos de agir e modos de ser. E, embora estas bibliografias sejam bem distintas entre si, há em todas elas o reconhecimento de que a arte e os artistas singularizam-se pelo tipo de ação que promovem e que os constituem. Em discussões mais recentes, alguns destes aspectos têm sido questionados, como por exemplo, a própria imaterialidade da produção artística e a relevância da distinção entre agir e produzir. No entanto, a despeito das singularidades epistemológicas, todos buscam fortalecer a potência crítica da arte, contrariamente ao entretenimento. É este o impasse provocado pelo capitalismo artista e os fundamentalismos da criatividade: como fortalecer a potência crítica da arte quando a criação e a produção compartilham tantos interesses mercadológicos e encontram na competitividade o seu lastro comum? Mas há ainda outros problemas que surgem acoplados ao mesmo tema. Entre eles, destaco um que me parece particularmente grave: como escapar destes dispositivos de poder sem sucumbir às âncoras mais conservadoras do Estado Moderno que durante séculos vêm evocando o fortalecimento das individualidades e das identidades como resposta a todos os impasses? É na impossibilidade de lidar com o outro que está a nossa catástrofe cognitiva mais brutal. Neste sentido, toda iniciativa para promover exercícios de compartilhamento é muitíssimo bem-vinda.
A CATÁSTROFE E O DESAFIO Estamos todos, sem dúvida, imersos no capitalismo artista. Quanto a isso, infelizmente, não há grandes polêmicas. Acontece nos espaços institucionais onde atuamos (faculdade, academia, centros e institutos culturais, teatros etc.) e nos sistemas simbólicos que nos afetam tacitamente, mesmo quando escapamos das instituições.
Christine Greiner Doutora em comunicação e semiótica pela PUC/SP e professora na mesma instituição
BIBLIOGRAFIA Agamben, Giorgio. O homem sem conteúdo. Trad. Claudio Oliveira. Belo Horizonte: Autêntica, 2012. Gallese, Vittorio. Bodily framing. In: Jones, Caroline; Uchill, Rebecca; Mather, David (ed.). Experience: culture, cognition and the common sense. Cambridge: MIT Press, 2015. Gielen, Pascal. Creativity and other fundamentalisms. Holland: Mondrian Fund, 2012. Johnson, Mark. The meaning of the body, aesthetics of human understanding. Chicago: The University of Chicago Press, 2007. Lipovetsky, G. E.; Serroy, Jean. A estetização do mundo, viver na era do capitalismo artista. Trad. Eduardo Brandão. São Paulo: Companhia das Letras, 2015.
Dance in the networks of the artistic capitalism In the past twenty years, the production of dance in Brazil, both theoretical and practical, has faced ambivalent situations. On the one hand, there was a flurry of research, publications and debates that increasingly legitimized dance as an area of knowledge. At the same time, we have also faced the inevitable consequences of what some authors identify as a new economic system, tentatively coined “artistic capitalism” (Gilles Lipovetsky and Jean Serroy, 2015), and the widespread fundamentalism of creativity – whose most harmful effect was to transform much of creation into entertainment and display (Pascal Gielen, 2012). In an attempt to understand how, amid these politically predatory circumstances, dance still can and should be recognized as an area of knowledge, one must admit that it is a political and philosophical discussion that takes as its starting point different understandings of body and aesthetics, and ultimately reaches the paradoxical relationship between artistic creation and market that seems to affect all the arts. In this sense, it’s a discussion that is relevant not only to those who produce and conceive works of dance, but for anyone interested in living outside of parameters that are subservient to the economic production, which invest little or nothing at all in policies towards improving human existence.
WHAT IS ARTISTIC CAPITALISM When Lipovetsky and Serroy chose the term artistic capitalism, they were referring to a trend in transforming creative vocabularies, activities and processes into aesthetically pleasing and marketable products. While still taking beauty as its starting point, this meant a significant difference from the way that philosopher Immanuel Kant (1724-1804) believed art was received. This is because, in the Kantian philosophy, a fundamental aspect of art would be its complete disregard for commercial interests (art
for pleasure and beauty); and in the last decades, although beauty and, more specifically, aesthetics, have been recognized as playing a major role in the reception of art, a more obvious interest has been asserting its presence: its commercialization. To exemplify this phenomenon, authors have highlighted the emergence of “artist entrepreneurs”, such as Steve Jobs, and a list of new expressions such as “hair designers” in lieu of hairdressers, “chef artists” instead of cooks, artist architects, artist sports figures, among other terms and concepts. The beauty label guides the market, and its terminologies seem increasingly sophisticated. In other publications that discussed the coexistence of artists with neoliberalism, Pascal Gielen identified the current use of the term creativity, drawing attention to the urgent need for everything and everyone be creative: cities, economy, menus, campaigns etc. The author pointed out that a significant change in time has taken place due to this fundamentalist infestation of creativity, since the “creative label” time is always immediate, and entirely unrelated to the time required for the creative process. In fact, the “creative label” time is closely related to the display time, typical of the online life built on digital networks.
WHAT DOES THIS HAVE TO DO WITH DANCE? Although the debates by Lipovetsky and Serroy are more focused on fashion, design and the visual arts, while Gielen’s include dance artists, amid an eclectic mix of other artists and philosophers, there is no doubt that there is something in these publications that specifically impacts the lives of artists, researchers and dance managers. In a way, it would be fair to say, based on these readings, that one of the reasons that prevents dance from fully maturing into an area of expertise has been the subservience to old and new clichés that see aesthetics as something that belongs exclusively within the realm of subjectivity, either as interpreted in the Kantian sense or as conveyed by the new networks of artistic capitalism. In the case of primarily economic interests, the speed of production/ display also increases the difficulties, since it prevents the building of knowledge, emptying terms admired by all those who frequent academic and curatorial environments, such as research, criticism and creation. The more immediate result is the emergence of areas where artistic creation and the arts market cannot be distinguished from each other. Curiously, this occurs even when the arts market does not exist in fact and is nothing more than a mere illusion, as is the case for most dancers. In order to analyze this relatively recent scenario, one of the first considerations to be made is related to the discussions proposed by authors such as Mark Johnson (2007) and Vittorio Gallese (2015),
who, in my opinion, could help create new bridges and pave roads off the beaten paths, as they do not look at aesthetics, image and movement as embellishers of life or as marketable products. These scholars believe that, through the activation of movements and images, aesthetics is the foundation of the entire understanding of meanings and thoughts. It’s not just about a supposedly personal, non-transferable and non-conveyable subjectivity, nor should it be considered as exclusive to artistic creation. When we accept the dichotomies of objective/subjective, reason/emotion, we are actually buying into the dualism between mind and body that, in turn, was the ideal political pretext to create rifts among those who think and those who make. That doesn’t mean that all artistic and non-artistic activities are identical to each other. To defend that aesthetics is not restricted to beauty nor to the arts doesn’t imply neglecting the singularities of the processes. If anything, the economic and political devices (and not aesthetics) are the ones that try to level the entire field, as they place all emphasis on production and quantification. In order for dance experiences can be recognized as forms of thinking, researching and learning, it’s not enough to question the creative processes, changes in choreographic concepts, discussions over the definition of terms, the positions on playbills or in texts for the projects. Rather, the creation of knowledge-sharing procedures of utmost importance. As Johnson and Gallese show us, aesthetics is always an action because it is based on movement (internal/external, visible and/or invisible). It’s not a given template, an adjective, or an image. Therefore, it should also not be confused with just any type of action. Aesthetics is a significant perceptive action that underlies and drives changes. Therefore, although not a privilege of artistic action, the uniqueness of this type of action allows for several possibilities of questioning meanings and values that are subservient to the functionality of the devices that guide everyday life. In order to achieve an aesthetic experience, it’s important to establish creative networks. Otherwise, we would be admitting that it’s nothing more than an internal action, cloistered within a creative subject or genius. That would undermine its most particular characteristic: aesthetics is an action for life.
THE CATASTROPHE AND THE CHALLENGE We are all undoubtedly immersed in artistic capitalism. And unfortunately, with regards to this statement, there is no major controversy. It happens in institutional spaces that we frequent (college, academy, cultural centers and institutes, theaters, etc.) and in symbolic systems that affect us tacitly, even when
we escape the institutions. In his first book “The Man Without Content” (1974), philosopher Giorgio Agamben claimed that the problem with the destiny of art in our era starts the moment when we consider a productive activity, man’s “doing”, within its context. All of man’s doing, be it an artist, politician or factory worker, would be, in this sense, a praxis, that is, the manifestation of a desire producing a concrete result. This recognition that man must have a productive statute changed everything. There are many philosophical distinctions involving this statute of a doing that equates to production. Agamben relies on explanations by Aristotle (who drew a distinction between praxis and poesis) and authors such as Hannah Arendt, who reflected specifically on the power relations involving these different actions. With regard to the debate on labor, the distinction between material and immaterial labor proposed by Karl Marx and analyzed by some commentators of his time, such as Paolo Virno, also led us to think about ways of doing things and ways of being. And although these bibliographies differ greatly from each other, they all recognize that the arts and artists are unique due to the type of action they promote and that constitute who they are. In more recent discussions, some of these aspects have been questioned, such as the very immateriality of artistic production and the relevance of the distinction between action and production. However, despite the epistemological singularities, all of these sources seek to strengthen the critical potential of art, as opposed to entertainment. This is the dilemma brought about by artistic capitalism and the fundamentalisms of creativity: how to strengthen the critical potential of art when creation and production share so many market interests and find their common ground in competitiveness? However, there are still other problems that emerge along with this theme. Among them, I should point out one that appears particularly dire: how to escape these power devices without succumbing to the more conservative anchors of the Modern State, which for centuries has been calling for the strengthening of individuality and identity as a response to all dilemmas? Our incapability of dealing with others is an expression of our most brutal cognitive catastrophe. In this sense, every initiative to promote knowledge-sharing exercises is much appreciated.
Christine Greiner PhD in Communications and Semiotics from Pontífica Universidade Católica (São Paulo) where she is also a professor
References Agamben, Giorgio. O homem sem conteúdo. Trad. Claudio Oliveira. Belo Horizonte: Autêntica, 2012.
Gallese, Vittorio. Bodily framing. In: Jones, Caroline; Uchill, Rebecca; Mather, David (ed.). Experience: culture, cognition and the common sense. Cambridge: MIT Press, 2015. Gielen, Pascal. Creativity and other fundamentalisms. Holland: Mondrian Fund, 2012. Johnson, Mark. The meaning of the body, aesthetics of human understanding. Chicago: The University of Chicago Press, 2007. Lipovetsky, G. E.; Serroy, Jean. A estetização do mundo, viver na era do capitalismo artista. Trad. Eduardo Brandão. São Paulo: Companhia das Letras, 2015.
Quando não há mais o que dizer, é preciso dançar Existem ao menos duas tendências na confluência entre dança e artes visuais. Uma delas pode ter sua gênese vislumbrada em Parade, o balé que estreou em 1917, com a companhia Ballets Russes, sediada em Paris, entre 1909 e 1919, de Sergei Diaghilev. O espetáculo coreografado por Léonide Massine teve roteiro de Jean Cocteau, música de Erik Satie e cenários e figurinos de Pablo Picasso. Essa tendência em convocar importantes artistas para criar um ambiente para a dança atravessou todo o século XX e mesmo no século XXI segue ocorrendo de forma corrente. Não é de se estranhar. Acostumados a criar obras de forte impacto visual, artistas plásticos podem propor espaços para a dança assim como vestimentas que criem novas molduras ou mesmo desafios para o movimento. Um caso recente dessa forma de parceria é o espetáculo Reflections, de 2013, da companhia norte-americana L. A. Project, com coreografia do francês Benjamin Millepied, atual diretor de dança da Ópera de Paris, música de David Lang e cenário da artista conceitual norte-americana Barbara Kruger. Sob um fundo vermelho, Kruger escreveu um texto que ocupou todo o palco: “Stay” (fique) era a única palavra no fundo, enquanto “Think of me thinking of you” (pense em mim pensando em você) esparramava-se pelo chão. Contudo, o que proporcionava distintas situações à criação foi a iluminação, já que no decorrer da peça as palavras eram iluminadas isoladas, por vezes apenas uma pequena frase, como “Think of me”, por vezes apenas uma palavra, como “you”, criando, assim, uma narrativa para a coreografia por meio de um intrigante diálogo entre corpo e palavra. Esse é apenas um exemplo, entre tantos outros, de colaborações entre a dança e as artes visuais em que, contudo, cada agente segue em seu campo: o artista plástico cria o cenário, o bailarino dança. Já segunda confluência, mais radical, que de certa forma esta edição da Bienal de Dança do Sesc se aproxima, é quando esses dois campos, a dança e as artes visuais, se misturam de tal forma que não há mais diferenciação. Ela foi inaugurada pelos artistas do movimento dadá, iniciado em Zurique, em 1916, um ano antes mesmo de Parade. Foi no Cabaret Voltaire, um bar da cidade suíça, que um grupo de artistas, poetas e músicos, como Marcel Janco, Richard Huelsenbeck, Tristan Tzara, Sophie Taeuber-Arp e Jean Arp, começaram a se expressar através do corpo, em performances sarcásticas contra a sociedade burguesa. E aí está o cerne dessa segunda vertente, que é a expressão do corpo como unidade mínima de resistência. No caso dos dadas, a reação era contra a excessiva valorização do comércio da arte, que se baseava na criação de objetos,
em geral pinturas, para a venda. Assim, os dadás criavam performances, isto é, obras efêmeras como contraponto ao objeto. Mesmo quando criavam obras materiais, eles usavam suportes banais, como o papel do jornal, para compor suas imagens. Será apenas após a Segunda Guerra Mundial que essa tendência irá se desenvolver de fato, especialmente nos Estados Unidos, tendo como celeiro uma escola experimental, a Black Mountain College, onde vão se reunir, novamente, artistas visuais, como o alemão Joseph Albers e o holandês Willem De Kooning, músicos, como John Cage e Fritz Cohen, e coreógrafos, como Merce Cunningham. Essa experiência multidisciplinar, herdeira da escola alemã Bauhaus, ajudou na formação de um grupo de artistas influentes, que em Nova Iorque acabaria usando uma igreja batista, a Judson Church, como local para, novamente, usar o corpo como unidade básica de atuação. Foi lá, nos anos 1960, que artistas com distintas formações, seja na dança, como Trisha Brown, Yvonne Rainer e Lucinda Childs, seja nas artes visuais, como Robert Rauschenberg e Yoko Ono, novamente borraram as fronteiras entre as linguagens. Em comum eles buscavam o fim da representação, seja na tela, seja no palco, em busca de uma experiência real, que aproximasse a arte da vida, impulsionados pelos movimentos de contracultura. Assim, Trisha Brown, por exemplo, criava suas peças em locais inusitados, como os telhados de Nova Iorque, ou faziam seus bailarinos se movimentarem por varais de roupa ou andarem pelas paredes. A intenção aqui era, de fato, borrar qualquer limite, seja de linguagens, seja entre a arte e o mundo. Mesmo no palco, coreógrafos como a alemã Pina Bausch e seu Tanztheater Wuppertal, desde 1973, vão romper com a representação formal e se aproximar da performance. Os bailarinos de Bausch dançam sobre água, comem cebola – como Marina Abramovic vai fazer depois –, chamam-se pelos seus nomes, cospem, caminham e falam mais que qualquer bailarino até então tinha feito. E quando não há mais o que dizer, como dizia a coreógrafa, eles dançam. O movimento surge assim de uma urgência, de uma necessidade de comunicação, não de simples entretenimento. Atualmente, vive-se uma terceira onda nessa tendência. Ela ressurgiu no início do século XXI. Na Inglaterra chegou-se a criar uma nova denominação, life art (arte viva), para abarcar tanto aqueles oriundos das artes visuais como da dança, para possibilitar suporte institucional. Não por acaso a Tate Modern criou um novo prédio dedicado à performance e seu diretor, o belga Chris Dercon, acaba de ser nomeado diretor do teatro Volksbühne, em Berlim, a partir de 2017. A escolha de um curador de artes visuais
– ele foi um dos responsáveis pela retrospectiva de Hélio Oiticica no Witte de With, na cidade holandesa de Roterdã, em 1992 – polarizou a capital alemã. Dercon vai substituir o diretor de teatro Frans Castorp, à frente do Volksbühne nos últimos 25 anos e representa como, de fato, dança, teatro e artes visuais estão com seus limites em tensionamento. Foi ainda neste início de século que a performance ganhou uma popularidade sem precedentes, tendo à frente Marina Abramovic, uma das pioneiras da arte viva nos anos 1970, e que com sua exposição no MoMA, A Artista Está Presente, em 2005, levou mais de 750 mil visitantes ao museu de Nova Iorque. Aqui em São Paulo, no início de 2015, ela levou mais de 100 mil visitantes ao Sesc Pompeia, na mostra Terra Comunal. Isso tem sido possível também graças a uma série de festivais que vem formando público, em menor escala, mas essencialmente criando formadores de opinião, além de dar visibilidade aos artistas desse meio. É o caso da Verbo, organizada na galeria Vermelho, há dez anos, e da Performa, a bienal de performance criada por Roselee Goldberg, também há dez anos. É nesse sentido que se insere a Bienal de Dança do Sesc ao propor trabalhos de dança que aprofundam um diálogo com as artes visuais. Ao perceber a importância desse diálogo, os organizadores apontam para uma cena de fato em crescimento. A questão a se refletir é: o que, novamente, motiva a convergência de artistas do corpo? Sem dúvida, assim como ocorreu com os dadás no início do século XX e com toda a geração dos anos 1960 e 1970, a contraposição ao mercado segue sendo uma motivação. Os efeitos da globalização financeira, que motiva os sucessivos recordes em casas de leilão, a multiplicação de feiras de arte e o fortalecimento das galerias comerciais é um cenário dado. Se por um lado ele estimula a criação de obras de fácil consumo, por outro acaba gerando uma reação que culmina na defesa de uma arte efêmera e centrada no corpo. A novidade agora é que esse retorno ao corpo também ocorre em um momento de extrema virtualidade nas relações. A presença física, atualmente, é praticamente desnecessária. Tudo, ou quase tudo, obviamente, pode ser realizado no universo virtual dos smartphones e da internet. Felizmente, contudo, como defendia Pina Bausch, quando não há mais o que dizer, é preciso dançar.
Fabio Cypriano Crítico de arte e doutor em comunicação e semiótica pela PUC/SP, onde coordena o curso Arte: História, Crítica e Curadoria e ministra aulas na pós-graduação e na graduação. É crítico da Folha de S. Paulo e do conselho editorial da revistas ARTE! Brasileiros, além de colaborador da The Art Newspaper (Inglaterra), Flash Art International (Itália) e Frieze (Inglaterra). É autor de Pina Bausch (2005), entre outros.
When there’s nothing to say, we must dance There are at least two trends in the confluence of dance and the visual arts. “Parade”, the ballet created and premiered in 1917 for Sergei Diaghilev’s Ballets Russes, which was located in Paris from 1909 to 1919, offers a glimpse into the genesis of one of these trends. The production was choreographed by Léonide Massine, written by Jean Cocteau, with music by Erik Satie and scenery and costumes designed by Pablo Picasso. This trend of inviting renowned artists to create an ambiance for dance productions lasted throughout the entire 20th century, and continues to be seen now in the 21st century. And that should come as no surprise. Used to creating works with a strong visual impact, fine artists may introduce spaces or garments for dance that create new frames or even challenges to the movement. One recent example of this type of partnership is “Reflections”, a 2013 work by L.A. Project (USA), choreographed by Frenchman Benjamin Millepied, current dance director of the Paris Opera, with music by David Lang and scenery by American conceptual artist Barbara Kruger. Over a red background, Kruger wrote a text that took up the entire stage: “Stay” is the only word in the background, while “Think of me thinking of you” spread across the floor. However, the lighting was responsible for creating different situations, as only individual words, or short phrases, were lit at a time, such as “Think of me” or “you”. The result was the creation of a narrative for the choreography by way of an intriguing dialogue between the body and the written word. This is just one example, among so many others, of collaborations between dance and the visual arts where, above all, each agent stays within a specific field: the artist creates the set, the dancer performs. The second, and more radical, trend, which this edition of the Sesc Dance Biennial seems to move towards, is when both dance and the visual arts intertwine to a point at which there is no longer a clear distinction. It was introduced by artists from the Dadaism movement, which started in Switzerland in 1916, one year prior to the premier of “Parade”. It was at Cabaret Voltaire, in Zurich, that a group of artists, poets, and musicians, such as Marcel Janco, Richard Huelsenbeck, Tristan Tzara, Sophie Taeuber-Arp and Jean Arp, began to use their bodies to express themselves, in sarcastic performances aimed at making fun of the bourgeois society. And therein lies the crux of this second aspect, which is the body’s expression as a minimum unit of resistance. For the Dadaists, the reaction was against the excessive value put on the commercialization of art, which was based on the creation of objects for sale, specially paintings. Thus, the Dadaists created
performances – in other words, ephemeral works that served as a counterpoint to the object. Even when they created material works, they used commonplace materials, such as newspapers, to compose their images. It wasn’t until after World War II that this trend would fully develop. This happened at Black Mountain College, an experimental school in the US, where representatives from different fields of the arts would meet, such as visual artists like German Joseph Albers and Dutch Willem De Kooning, musicians John Cage and Fritz Cohen, and choreographer Merce Cunningham, among others. This multidisciplinary experience, along the lines of what had been done at Germany’s Bauhaus school, helped form a group of influential artists who would later use a Baptist church in New York, the Judson Church, as a place to again explore the body as the basic instrument for expression. It was there, in the 1960s, where artists with different backgrounds, whether in the dance, like Trisha Brown, Yvonne Rainer and Lucinda Childs, or in the visual arts, such as Robert Rauschenberg and Yoko Ono, again blurred the boundaries between languages. Inspired by the counterculture movements, they sought to do away with representation, whether on a canvas or on stage, in lieu of a real experience, approaching art to real life. Trisha Brown, for example, staged her works in non-traditional venues, such as the roofs of New York City, and had her dancers move through clotheslines or walk up on walls. The intention here truly was to blur any and all boundaries, whether between languages or between art and the real world. Even on stage, choreographers such as Pina Bausch and her German Tanztheater Wuppertal, since 1973, would break away from formal representation and move closer to performance. The Bausch dancers danced on water, ate onions – as Marina Abramovic would do later – called each other by name, spat, walked and spoke louder than any dancer had done until that point. And, as the choreographer would say, when there was nothing left to say, they danced. Thus, the movement was born out of an urgency, a need to communicate, and not for mere entertainment purposes. Currently, the third wave of this trend is taking place. It reappeared in the beginning of the 21st century. In England, it was given a new name, Life Art, conjuring up both the visual arts and dance universes, and making it more likely to receive institutional support. Not coincidentally, Tate Modern has created a new building dedicated to performance and its director, Chris Dercon, from Belgium, has just been named director of the Volksbühne theater in Berlin, starting in 2017. The choice of a visual arts curator – partly responsible for Brazilian artist Hélio Oiticica’s retrospective at Rotterdam’s Witte de With, in 1992 – split opinions in the German capital. Dercon will replace theater director Frans Castorp, who has headed the Volksbühne for the
last 25 years, illustrating that the tension between dance, theater and the visual arts are reaching a breaking point. It was also in the beginning of this century that the performing arts reached unprecedented popularity, led by Marina Abramovic, one of the pioneers of Life Art in the 1970s, and whose The artist is present, a 2005 exhibit at MoMA in New York, was seen by more than 750,000 visitors. Here in São Paulo, in the beginning of 2015, she attracted more than 100,000 visitors to the exhibit Terra Comunal. This has been partly made possible by a series of festivals that have been creating an audience, but even more importantly opinion makers, in addition to showcasing artists from this medium. That’s what happened with Verbo, organized at the Vermelho gallery ten years ago, and with Performa, the performing arts biennial created by Roselee Goldberg in the same year. This is the context in which the Sesc Dance Biennial is inserted, as it introduces dance performances that further the dialogue with the visual arts. By acknowledging the importance of this dialogue, the organizers focus on an expanding arts scene. The question to be asked is: what, again, motivates the convergence of body artists? Undoubtedly, as was the case with the Dadaists from the early 1900s, and with the entire 1960s and 70s generation, the opposition to the art market continues to be a motivation. The effects of financial globalization, which has been pushing continuous record-setting figures at auction houses, the boom in arts fairs and the strengthening of commercial galleries are established facts in the current scenario. While these factors encourage the creation of works of art that appeal to a broad audience, they ultimately lead to a reaction that culminates with a defense of an ephemeral art, centered on the body. The new element to this defense is that, this time around, this return to the body also occurs at a time when the relationship between people is extremely virtual. Nowadays, physical presence is almost unnecessary. Everything – or, obviously, nearly everything – can be performed within the virtual universe of smartphones and the internet. Fortunately, however, as Pina Bausch would say, when there is nothing left to say, we must dance.
Fabio Cypriano Arts critic and PhD in Communications and Semiotics from PUC (São Paulo), where he coordinates the course Art: History, Critique and Curatorship, and is a professor in the graduate and post-graduate programs. Mr. Cypriano is a critic for Folha de S. Paulo newspaper and is a member of the editorial council of ARTE! Brasileiros magazines, in addition to a contributing writer for The Art Newspaper (England), Flash Art International (Italy) e Frieze (England). His published books include Pina Bausch (Cosac Naify, 2005).
SUMÁRIO content
ESPETáculos PERFORMANCES
58
MENU DE DANÇAS (DO IT!+CORPO) CIA GENTE (BRASIL-RJ)
INTERVENÇões INTERVENTIONS
28
60
MORDEDORES MARCELA LEVI E LUCÍA RUSSO (BRASIL-RJ/ARGENTINA)
90
BIFE (mostra performática bizarra) GUSTAVO BITENCOURT (BRASIL-PR/MA)
92
FOOTING SEIS + 1 CIA DE DANÇA (BRASIL-SP)
SINTÉTICA IDÊNTICA AO NATURAL
94
GRÁFICO PLANIFICADO DA VIOLÊNCIA FERNANDO LOPES (BRASIL-BA)
96
ONDE O HORIZONTE SE MOVE GUSTAVO CIRÍACO (BRASIL-RJ)
98
SUPORTAR CIA. DOMÍNIO PÚBLICO (BRASIL-SP)
A PARTIR DE UMA HISTÓRIA VERDADEIRA
D’APRÈS UNE HISTOIRE VRAIE
CHRISTIAN RIZZO (FRANÇA)
30
BIOMASHUP CRISTIAN DUARTE (BRASIL-SP)
62
32
BLINK mini-uníssono intenso-lamúrio MICHELLE MOURA (BRASIL-PR)
64
34
CAIR VICTOR HUGO PONTES (PORTUGAL)
36
CARCAÇA GRUPO STRONDUM (BRASIL-MG)
38
DESASTRO NETO MACHADO (BRASIL-PR/BA)
40
(mostra performática bizarra)
ERIVELTO VIANA (BRASIL-PR/MA)
66
MULTITUDE
multitud
TAMARA CUBAS (URUGUAI)
CORPOS EM ESPAÇOS URBANOS
BODIES IN URBAN SPACES
CIA. WILLI DORNER (ÁUSTRIA)
68
NINHOS - PERFORMANCE PARA GRANDES PEQUENOS BALANGANDANÇA CIA. (BRASIL-SP)
DESLOCAMENTOS MARTA SOARES E CIA (BRASIL-SP)
70
LA BÊTE (ocupação Wagner Schwartz) (BRASIL-MG/SP/FRANÇA)
Instalações INSTALLATIONS
42
DUO PARA DOIS PERDIDOS DUAL CENA CONTEMPORÂNEA (BRASIL-SP)
72
MAL SECRETO (ocupação Wagner Schwartz) (BRASIL-MG/SP/FRANÇA)
102 FRAMING BODY CYNTHIA DOMENICO (BRASIL-SP)
44
ESTADO IMEDIATO GRUPO ÂNGELO MADUREIRA E ANA CATARINA VIEIRA (BRASIL-SP)
74
PIRANHA (ocupação Wagner Schwartz) (BRASIL-MG/SP/FRANÇA)
104 TRÊS ROBERTO FREITAS (BRASIL-SC)
76
TRANSOBJETO (ocupação Wagner Schwartz) (BRASIL-MG/SP/FRANÇA)
46
EXPERIÊNCIA 3 KEY SAWAO (BRASIL-SP)
78
48
FALL VICTOR HUGO PONTES (PORTUGAL)
OLHO NU CIA HÍBRIDA (BRASIL-RJ)
80
50
FUTUROS PRIMITIVOS LUIS GARAY (ARGENTINA)
PARA TODOS OS SEGUINTES KEY ZETTA E CIA. (BRASIL-SP)
82
52
HOMEM TORTO EDUARDO FUKUSHIMA (BRASIL-SP)
TIRA MEU FÔLEGO ELISA OHTAKE E ELENCO (BRASIL-SP)
84
TRAGÉDIA
54
56
HYENNA – NÃO DEFORMA, NÃO TEM CHEIRO, NÃO SOLTA AS TIRAS TUCA PINHEIRO (BRASIL-MG) INTIMIDADE DÓCIL BRUNA SPOLADORE E RENATA ROEL (BRASIL-PR)
FORMATIVAS LEARNING
124
LANÇAMENTOS DE LIVROS BOOK RELEASES
132
LOCAIS VENUES
138
PROGRAMAÇÃO SCHEDULE
TRAGÉDIE
OLIVIER DUBOIS (FRANÇA)
86
106
VARAL DE NUVENS GRUPO LAGARTIXA NA JANELA (BRASIL-SP)
ESPETรกCULOS PERFORMANCES
A partir de uma história verdadeira
O coreógrafo Christian Rizzo estava em um festival de dança em Istambul, na Turquia, quando um grupo de homens apareceu do nada e executou uma breve dança folclórica para, em seguida, desaparecer tão repentinamente como havia surgido. A procura das reminiscências dessa experiência guiou a elaboração de A Partir de uma História Verdadeira. Para criar o espetáculo, Rizzo observou movimentos e sistemas de composição das danças masculinas da região do Mediterrâneo, o que lhe possibilitou pensar a ideia de comunidade dentro do contexto contemporâneo. Em uma estrutura coreográfica geometricamente desenhada, oito dançarinos se movem polirritmicamente, dão as mãos, se abraçam e celebram, movimentando a relação entre passado e futuro. A trilha sonora, que oscila entre o diálogo e a batalha, é executada ao vivo.
(D’APRÈS UNE HISToIRE vRAIE) | CHRISTIAN RIZZo (FRANçA)
a.bautz@ici-ccn.com Concepção, Coreografia e Figurinos Conception, Choreography and Costume Design: Christian Rizzo. Dançarinos Dancers: Fabien Almakiewicz, Filipe lourenço, kerem Gelebek, Massimo Fusco, Miguel Garcia llorens, Pep Guarrigues, Roberto Martinez e yaïr Barelli. Música Score: Didier Ambac e king 4q. Assistente de Coreografia Choreography Assistant: Sophie laly. Desenho de Luz e de Vídeo Lighting and Video Design: Caty olive. Desenho de Som Sound Design: vanessa Court. Produção Production: Anne Bautz e Anne Fontanesi. Direção Técnica Technical Direction: jérôme Masson. Gerente de Luz e Vídeo Lighting and Video Design: Erik Houllier. Gerente de Som Sound Design: vanessa Court. Gerente de Luz Lighting Manager: Samuel Dosière. Produção no Brasil Production in Brazil: julia Gomes – Cena Cult Produções. Produção Executiva Executive Production: Centre Chorégraphique National de Montpellier (ICI) e languedoc Roussillon. Coprodução Co-Production: l`Association Fragile-Théâtre de la ville (Paris), Festival de Avignon, opéra de lille, le Centre de Développement Chorégraphique de Toulouse – Midi-Pyrénées, la Ménagerie de verre (Paris), la Filature – Scène Nationale (Mulhouse), l’Apostrophe – Scène Nationale de Cergy-Pontoise et du val d’oise e Centre Chorégraphique National de Rillieux-la-Pape (direção de yuval Picki). Apoio Support: Conseil Régional Nord-pas de Calais, la Convention Institut Français + ville de lille, l’Association Beaumarchais - SACD et de l’Institut Français dans le cadre du fonds de production Circles. Ajuda Cooperation: Phénix Scène nationale valenciennes. Residência de Criação Creation Residency: opéra de lille, Centre Chorégraphique National de Rillieux-la-Pape (direção de yuval Picki) e Centre Chorégraphique National Roubaix Nord-pas de Calais. Apoio Support: Consulado-Geral da França em São Paulo
Christian Rizzo, nascido em Cannes, França, em 1965, estudou artes plásticas e colaborou como intérprete, compositor e figurinista em diversos trabalhos antes de fundar a l’association fragile, em 1996. Ele dá aulas em escolas de artes e em espaços dedicados à dança contemporânea, na França e no exterior, e é criador de óperas, peças coreográficas e instalações. A Partir de uma História Verdadeira – sua mais recente produção de dança – estreou em 2013 no Festival de Avignon.
Duração Length: 70 min. Classificação indicativa: 14 anos. Age 14 and older
Foto: Marc Domage
Choreographer Christian Rizzo was at a dance festival in Istanbul when a group of men appeared out of nowhere and performed a quick folk dance, only to disappear just as suddenly. His search for the memories of this experience was the groundwork for Based on a True Story. To create this performance, Rizzo observed the movements and composition systems of Mediterranean dances, enabling him to think about the idea of community within a contemporary context. In a geometrically designed choreographic structure, eight dancers move polyrhythmically, hold hands, embrace and celebrate, mediating the relationship between past and future. The score, which oscillates between a dialogue and a battle, is performed live on stage.
28
ESPETÁCULOS
Christian Rizzo, born in Cannes, France, in 1965, studied fine arts and worked as a performer, composer and costume designer in several works before starting l’association fragile, in 1996. He teaches in art schools and spaces dedicated to contemporary dance in France and abroad, and creates operas, choreographic pieces and installations. Based on a true story – his most recent dance production – premiered in 2013 at the Avignon Festival.
ESPETÁCULOS
29
Bailarinos, músico e público estão imersos num mesmo ambiente neste “concerto de dança”. A música, executada ao vivo, ganha corpo através da manipulação do teremim, instrumento musical eletrônico de origem russa, composto de duas antenas e acionado pelos movimentos do músico-performer Tom Monteiro. A composição musical funciona como um eixo irradiador, que engloba o espaço da dança e o público. A movimentação dos bailarinos foi desenvolvida a partir do estudo de suas biografias corporais, dos repertórios e treinamentos adquiridos ao longo do tempo e que, na cena, são convocados e atualizados. O público é convidado a mobilizar suas diferentes camadas de percepção para contemplar, por vezes bem de perto, uma dança que extrapola suas fronteiras habituais. O espetáculo é fruto de uma pesquisa de dois anos realizada dentro da residência artística LOTE#, que ele próprio coordena. Biomashup e LOTE#3 (a terceira edição do projeto) receberam o prêmio de melhor pesquisa em dança pela Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA), em 2014.
Foto: Haroldo Saboia
Cristian Duarte dedica-se à pesquisa e à criação em dança contemporânea. Graduou-se na Performing Arts Research and Training Studios, escola dirigida por Anne Teresa de Keersmaeker, em Bruxelas. Foi cofundador da plataforma DESABA em parceria com Thelma Bonavita, em São Paulo, e do campo de trabalho A Piece Together?, em parceria com a coreógrafa espanhola Paz Rojo. Desenvolve desde 2011 o projeto de residência artística LOTE – um contexto de convívio e aproximação desenvolvido por artistas vinculados ao modo de pesquisa e criação do coreógrafo.
Biomashup CRISTIAN DUARTE (BRASIl-SP)
cristianduarte.net Concepção, Criação e Direção Conception, Creation and Direction: Cristian Duarte. Criação e Dança Creation and Dance: Alexandre Magno, Aline Bonamin, Clarice lima, Felipe Stocco, leandro Berton, Patrícia árabe e Tom Monteiro. Concepção Musical para Teremin Musical Conception for the Theremin: Tom Monteiro. Desenho de Luz Lighting Design: André Boll. Figurino Costume Design: Daniel lie. Fotografia Photography: Haroldo Saboia. Design Gráfico Graphic Design: Renan Costa lima. Consultoria Artística Artistic Consultancy: Bruno levorin. Produção Executiva Executive Production: Daniel Cordova. Realização e Apoio Support and Production: Residência Artística loTE#3, 15º Programa de Fomento à Dança para a Cidade de São Paulo/Secretaria Municipal de Cultura e Casa do Povo. Artist-in-Residence Program loTE#3, 15th Fomento à Dança Program of the City of São Paulo/City Department of Cultural Affairs and Casa do Povo. Coprodução Co-Production: Festival Panorama 2014. Apoio Support for the first phase: primeira fase – Programa Rumos Itaú Cultural Dança 2012/14. Rumos Itaú Cultural Dança Program 2012/14. Duração Length: 90 min. Classificação indicativa: 10 anos. Age 10 and older
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ESPETÁCULOS
Dancers, music and audience find themselves immersed in the same ambiance in this “dance concert”. Performed live, the music achieves its depth through the manipulation of the theremin, an electronic instrument from Russia composed of two antennas and activated by musicianperformer Tom Monteiro’s movements. The musical composition works radiates across the room, surrounding the audience and the space occupied by the dancers. The movement of the dancers was developed based on the study of heir corporal biographies, the repertoires and training acquired over the years, which are summoned and updated on stage. The audience is kept close, and sometimes asked to adjust and apply different layers of perception in order to contemplate a dance performance that goes beyond its usual frontiers. The show is the result of a two-year-long study conducted within the artist-in-residence LOTE#, coordinated by Cristian Duarte himself. Biomashup and LOTE#3 (the third edition of the residency) received an award for best research in dance by the São Paulo State Association of Arts Critics (APCA) in 2014. Cristian Duarte is dedicated to research and creation of contemporary dance. He graduated from Performing Arts Research and Training Studios, directed by Anne Teresa de Keersmaeker, in Brussels. He co-founded the DESABA platform along with Thelma Bonavita in São Paulo, and the working group A Piece Together?, together with Spanish choreographer Paz Rojo. Since 2011, he develops the artist-in-residence program LOTE, an environment that promotes close contact and collaboration between artists whose work are related to his line of research and creation.
ESPETÁCULOS
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BLINK mini-uníssono intenso-lamúrio
Intrigada pelo ato reflexo de piscar os olhos e pela possibilidade de interrompê-lo, Michelle Moura propõe uma coreografia interessada no movimento das pálpebras. A ação dos olhos, responsável pelas expressões do rosto, equilíbrio e postura corporal, é intensificada de forma a perder de vista a singularidade das duas performers. Conforme escreve Michelle Moura: “Pálpebras bombeiam sangue pela cabeça, rosto, braços, mãos. Veja, estamos agitadas. Pálpebras bombeiam intensidades, afetos, sensações. E são ritmos que modulam formas que repercutem em expressões. Tocam arredores. Geram atmosferas. Quase nenhuma lágrima”. Blink, que estreia na Bienal Sesc de Dança, foi desenvolvido por meio de experimentos e trocas realizadas em residências, laboratórios e no mestrado em coreografia da Amsterdamse Hogeschool voor de Kunsten (AHK), na Holanda.
MICHEllE MoURA (BRASIl-PR)
mmmimoura@gmail.com Criação Creation: Michelle Moura. Performance Performance: Clara Saito e Michelle Moura. Colaboração na Criação Creation Collaboration: Clara Saito e lisa vereertbrugghen. Som Sound: Rodrigo lemos e/ou Stefan Martin Schneider. Luz Light: lucas Amado. Dramaturgia Dramaturgy: Alex Cassal. Figurino Costume Design: lisa vereertbrugghen. Acompanhamento Accompaniment: Elisabete Finger, jeroen Fabius e katerina Bakatsaki. Produção Executiva Executive Production: Cândida Monte e wellington Guitti Coprodução Co-Production: Sesc e Theaterschool - Amsterdam Master of Choreography. Apoio Support: la Bamba, Curitiba. Duração Length: 45 min. Classificação indicativa: 16 anos. Age 16 and older
Michelle Moura vive em Curitiba e seus trabalhos, que envolvem um diálogo entre dança, performance e som, foram apresentados em vários países, como Brasil, Uruguai, Chile, Cuba, Alemanha, França, Portugal, Holanda e Espanha. Fole, seu último solo, foi considerado um dos melhores espetáculos de dança de 2013 pela Folha de S.Paulo. Em seus trabalhos, a artista tem buscado alcançar novas organizações corporais, capazes de transformar a percepção do performer e do público. Integrou o coletivo Couve-flor Minicomunidade Artística (Curitiba).
Foto: Nellie de Boer
Intrigued by the reflective act of blinking and by the possibility of its interruption, Michelle Moura introduces a dizzying choreography that delves into the subject of eyelid movement. The actions involving the eyes, responsible for our facial expressions, balance and body posture, are intensified to the point where we cannot tell the two performers apart. Michelle Moura writes: “eyelids pump blood through the head face arms hands. see, we are excited. eyelids pump intensities affections sensations. and they are rhythms that mold shapes that reverberate in expressions. touch surroundings. generate atmospheres. almost no tears.” Premiering at the Sesc Dance Biennial, Blink is a result of experiments and exchanges developed in residencies, laboratories and the Master’s program at Amsterdamse Hogeschool voor de Kunsten (AHK), in the Netherlands.
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ESPETÁCULOS
Michelle Moura lives in Curitiba, and her works – which involve a dialogue between dance, performance and sound – have already been shown in Brazil, Uruguay, Chile, Cuba, Germany, France, Portugal, Spain and the Netherlands. Fole, her last solo act, was considered one of 2013’s best dance performance by newspaper Folha de São Paulo. In her works, the artist has sought to reach new corporal organizations, capable of transforming the perception of performer and audience alike. She was a member of the collective Couve-flor Minicomunidade Artística (Curitiba).
ESPETÁCULOS
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Todo mundo já caiu um dia. Lembra daquele tropeção? Mas, por que será mesmo que a gente cai? Em Cair, espetáculo de dança destinado ao público infantojuvenil, a gravidade, essa força que puxa tudo para o centro da Terra e sem a qual não poderíamos nem começar a engatinhar, é abordada de modo intrigante por dois bailarinos que, de capacete, convidam o público a acompanhá-los numa viagem interplanetária. Depois das quedas aprende-se a levantar e seguir caminhando. E se pudéssemos voar? A peça é um desdobramento de Fall, de 2014, destinada ao público adulto.
Foto: José Caldeira
Victor Hugo Pontes nasceu em Guimarães, em 1978, estudou artes plásticas na Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto, frequentou a Norwich School of Art & Design, na Inglaterra, e concluiu os cursos profissionais de teatro do Balleteatro Escola Profissional, no Porto, na qual atua como docente desde 2003. Ele também fez o curso de encenação de teatro oferecido pela companhia inglesa Third Angel, na Fundação Calouste Gulbenkian, e participou do Projet Thierry Salmon – La Nouvelle École des Maîtres, dirigido por Pippo Delbono, na Bélgica e Itália.
Cair vICToR HUGo PoNTES (PoRTUGAl)
prod.nomeproprio@gmail.com Direção e Coreografia Direction and Choreography: victor Hugo Pontes. Cenografia Set Design: F. Ribeiro. Desenho de Luz Lighting Design: wilma Moutinho. Música Original Original Score: Rui lima e Sérgio Martins. Apoio Dramatúrgico Dramaturgical Support: Madalena Alfaia Interpretação Performance: joana Castro e valter Fernandes. Direção de Produção Production Direction: joana ventura. Produção Executiva Executive Production: jesse james. Coprodução Co-Production: Nome Próprio, CCvF e Teatro Maria Matos. Nome Próprio é subsidiada pela Secretaria de Estado da Cultura / DGARTES - Portugal. Nome Próprio is subsidized by Secretaria de Estado da Cultura / DGARTES - Portugal.
Everyone has fallen someday. Remember that time when you tripped on the sidewalk? But here’s an interesting question: why do we fall? Cair, a dance performance intended for young audiences, approaches gravity, the force that pulls everything to the center of the earth and without which we could not even begin to crawl, from an intriguing angle, with two dancers who invite the audience to join them for a journey across the galaxy. After you fall, you learn to get up and keep walking. But... what if we were able to fly? The show is based on 2014’s “Fall”, aimed at adults. Born in Guimarães, Portugal, in 1978, Victor Hugo Pontes studied Fine Arts at Faculdade de Belas Artes of Universidade do Porto, attended the Norwich School of Art & Design in England, and completed the professional theater courses of Balleteatro Escola Profissional, in Porto, where he also teaches since 2003. Pontes also attended the Devising and Directing (Encenação e Teatro) course offered by English company Third Angel and commisioned by Fundação Calouste Gulbenkian, and participated in Projet Thierry Salmon – La Nouvelle École des Maîtres, directed by Pippo Delbono, in Belgium and Italy.
Duração Length: 45 min. Classificação indicativa: livre. All audiences
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Carcaça
Os performers interagem entre si, com o público, com o espaço urbano e com a carcaça de um carro antigo – pode ser uma Brasília velha, por exemplo. A intervenção, que vem sendo trabalhada pelo grupo Strondum desde 2010, gera imagens de forte impacto no público. O processo de destruição do carro, a presença em cena de sua estrutura metálica amassada e a inutilidade do objeto têm como efeito uma subversão da simbologia original dos automóveis, ligada ao conforto e ao progresso material. Em Campinas, durante a Bienal Sesc de Dança, Carcaça deverá ocorrer na Praça Rui Barbosa, que já abrigou um antigo teatro, demolido na década de 1920, e também o Teatro Municipal, demolido na década de 1960.
GRUPo STRoNDUM (BRASIl-MG)
mentorch2003@yahoo.com.br | suportelakka@yahoo.com.br Direção Artística Artistic Direction: Cláudio Henrique Eurípedes de oliveira e Eduardo l. Paiva. Coreografia Choreography: Cláudio Henrique Eurípedes de oliveira. Elenco Cast: Andressa Boel, Cláudio Henrique Eurípedes de oliveira, Eduardo l. Paiva, lucas Borges, lucas Dilan, Mariane Araújo e Nádia yoshi. Equipe Técnica Technical Staff: Marcelo Sílvio Santos. Produtor Responsável Producer in Charge: Marcelo Sílvio Santos. Duração Length: 50 min. Classificação indicativa: livre. All audiences
Fundado e dirigido pelo coreógrafo Cláudio Henrique Eurípedes de Oliveira na cidade de Uberlândia, Minas Gerais, o grupo Strondum iniciou suas atividades em 2003. Seu objetivo é trabalhar na fronteira entre a ação espontânea e a elaboração cênica e na articulação entre arte, ciência e política. Performers interact with each other, with the audience, with the urban space and with the skeleton of an old car. These are the basic ingredients of “Carcaça”, an impactful intervention which has been performed by the Strondum group since 2010. The car’s destruction, the very presence of its mangled metal frame in scene, and the uselessness of the object, subvert the original symbolism associated with automobiles, as machines that represent comfort and material progress. In Campinas, during the Sesc Dance Biennial, “Carcaça” is set to take place at Rui Barbosa Square, home to one of the city’s first theaters, demolished in 1920, and the Municipal Theater, demolished in 1960.
Foto: Vincius de Oliveira
Founded and directed by choreographer Cláudio Henrique Eurípedes de Oliveira in Uberlândia, State of Minas Gerais, Strondum group began its activities in 2003. His goal is to work on the frontier between spontaneous action and scenic elaboration, and with the relationships between arts, science and politics.
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Desastro convoca referências do mundo pop, como David Bowie e Michael Jackson, jaquetas de couro e luzes de neon, juntando tudo em um clima futurista que por vezes lembra a saga Star Wars. Incluído na trilha sonora, o hit Space Oddity, lançado por Bowie em 1969, que narra a missão espacial do astronauta Major Tom, convida os espectadores a embarcarem no imaginário da ficção científica. Mas a ideia de futuro contida em Desastro é ao mesmo tempo uma ideia de passado: o espetáculo encena uma iconografia futurista tal como foi desenvolvida nas décadas passadas, remetendo às Arqueologias do Futuro, de Fredric Jameson. Desastro contou com financiamento do Prêmio Pró-Cultura de Estímulo ao Circo, Teatro e Dança, conferido pelo governo federal.
Foto: leonardo França
Neto Machado é mestre em artes cênicas pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e foi bolsista do Instituto Akademie Schloss Solitude, de Stuttgart, Alemanha. Como ator e bailarino, ele participou de espetáculos do diretor holandês Jan Ritsema, do coreógrafo francês Xavier Le Roy e da performer sérvia estabelecida na Bélgica Bojana Cvejic. Integrou o coletivo Couve-flor Minicomunidade Artística (Curitiba).
Desastro NETo MACHADo (BRASIl-PR/BA)
www.netomachado.com Concepção e Direção Conception and Direction: Neto Machado. Criação e Performance Creation and Performance: Bernardo Stumpf, Daniella Aguiar, Isaura Tupiniquim, jorge Alencar, jorge oliveira e Neto Machado. Composição Original e Arranjo Vocal Original Composition and Vocal Arrangement: yuri Alencar. Edição de Som e Trilha Sound and Score Editing: Bernardo Stumpf. Criação de Luz Lighting Creation: Fábia Regina. Operação de Luz Lighting Operation: Moisés victório. Figurino Costume Design: Neto Machado. Produção Production: Dimenti Produções Culturais
Desastro summons up references from the pop universe, such as David Bowie and Michael Jackson, leather jackets and neon lights, bringing it all together in a futuristic theme that at times harkens back to the “Star Wars” saga. Included in the score is Bowie’s 1969 hit “Space Oddity”, which tells the story of astronaut Major Tom’s mission into space. The song invites spectators to embark on a science fiction adventure. But the notion of future contained in “Desastro” is at the same time a notion of past: the show brings us a futuristic iconography that was developed in past decades, which approaches the concept of Archaeologies of the Future as presented by Fredric Jameson. “Desastro” received financial support from Prêmio Pró-Cultura de Estímulo ao Circo, Teatro e Dança, from the Brazilian Federal Government. Neto Machado has a Master’s in Performing Arts from Universidade Federal da Bahia (UFBA), and was a research fellow at Akademie Schloss Solitude, in Stuttgart, Germany. As an actor and dancer, he has participated in performances by Dutch director Jan Ritsema, French choreographer Xavier Le Roy, and Serb-born, Belgium-based performer Bojana Cvejic. She was a member of the collective Couve-flor Minicomunidade Artística (Curitiba).
Duração Length: 50 min. Classificação indicativa: livre. All audiences
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Deslocamentos
O entendimento do termo “informe” por Georges Bataille nutre Deslocamentos, série de partituras coreográficas criadas e interpretadas por bailarinos sob a direção de Marta Soares. O filósofo defende que os dicionários não deveriam fornecer definições, mas funções das palavras. No verbete “informe” de seu dicionário crítico, afirma que o adjetivo funciona para “desclassificar” algo, e rompe com a exigência de que tudo tenha forma. No espetáculo, os figurinos, desenvolvidos por Anne Cerutti, unem os corpos dos bailarinos qual uma nova pele, escondendo os limites de cada um em figuras quase abstratas, inclassificáveis. A primeira versão de Deslocamentos estreou em 2014, na Casa Modernista, projetada em São Paulo por Gregori Warchavchik, e ganhou nova configuração em 2015, na Casa do Povo, na mesma cidade. Na Bienal Sesc de Dança, o espetáculo deve ocupar o térreo do Palácio dos Azulejos, construído em 1878 no Centro de Campinas como residência do Barão de Itatiba e que já abrigou o Fórum e a prefeitura – hoje sedia o Museu da Imagem e do Som (MIS).
MARTA SoARES E CIA. (BRASIl-SP)
zerenato@caisproducao.com Direção e Concepção Direction and conception: Marta Soares. Assistente de Direção Direction Assistant: Manuel Fabrício. Elenco Cast: Carolini lucci, Isabel Monteiro, Manuel Fabricio, Martina Sarantopoulos, Natalia Mendonça, Patrícia Bergantin e Talita Florêncio. Desenho de Som Sound Design: livio Tragtenberg. Desenho de Luz Lighting Design: André Boll. Fotos Photography: joão Caldas. Produção Executiva Executive Production: Cais Produção Cultural. Produtores Producers: Beto de Faria e josé Renato Fonseca de Almeida Duração Length: 50 min. Classificação indicativa: 14 anos. Age 14 and older
Foto: João Caldas
Marta Soares, mestra em comunicação e semiótica e doutora em psicologia clínica/artes pela PUC/SP, apresentou seus trabalhos no festival francês Temps d’Images, no croata Queer Zagreb e no alemão In Transit, entre outros.
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Georges Bataille’s comprehension of the term “amorphous” provides the backbone for “Deslocamentos”, series of choreographies created and performed by dancers under the direction of Marta Soares. The philosopher defends that dictionaries shouldn’t provide definitions or words, but rather their function. Under the entry for “amorphous” in his critical dictionary, he states that the adjective is used to “declassify” something, refusing to accept that everything must have a shape. The costumes worn in the performance, designed by Anne Cerutti, joins the dancer’s bodies almost as though it were a second skin, blurring their individual boundaries and turning them into nearly abstract figures, which can’t be classified. The first version of “Deslocamentos” premiered in São Paulo in 2014, at Casa Modernista, designed by at Gregori Warchavchik, and was reconfigured for a 2015 running at Casa do Povo, in the same city. At the Sesc Dance Biennial, the show is set to occupy the ground floor of Palácio dos Azulejos, built in 1878 in Downtown Campinas to serve as residence for the Baron of Itatiba, and which has also seated the Courthouse and City Hall. Currently, the building is home to the Image and Sound Museum. Marta Soares has a Master’s degree in Communication and Semiotics and a PhD in Clinical/Arts Psychology from PUC in São Paulo, and has exhibited her work at festivals such as Temps d’Images (France), Queer Zagreb (Croatia), and In Transit (Germany).
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Baseado no universo da peça teatral Dois Perdidos numa Noite Suja, de Plínio Marcos, o trabalho lança um olhar sobre a desigualdade, a exploração e a injustiça com os marginalizados da sociedade. A diferença entre os corpos dos bailarinos Ivan Bernadelli e Hélio Feitosa não os impede de se relacionarem, ora por meio do choque, ora por meio do encontro. A peça pretende revelar o brilho do ser humano com suas singelezas e singularidades.
Foto: Erick Diniz
A companhia Dual Cena Contemporânea foi criada em 2011 com interesse pela cultura brasileira e, mais especificamente, pelas particularidades dos processos sócio-históricos pelos quais o país passou. Engloba integrantes de diversas áreas, propondo uma interface entre dança, teatro e arquitetura. Pensado para espaços não convencionais, Duo para Dois Perdidos será apresentado na região central da cidade de Campinas. O trabalho já participou do festival Circuito Vozes do Corpo em São Paulo e da Bienal Internacional de Dança do Ceará, em 2014.
Duo para dois perdidos DUAl CENA CoNTEMPoRÂNEA (BRASIl-SP)
Based on the universe of the play Dois perdidos numa noite suja (Two Lost Souls Lost on a Dirty Night), Duo para dois perdidos looks at issues such as inequality, exploitation and injustice with those marginalized from society. The difference between the bodies of dancers Ivan Bernadelli and Hélio Feitosa doesn’t stop them from establishing a relationship, which occurs either through collisions or more subdued encounters. The idea behind the work is to reveal the splendor in human beings, with all of their simple and unique characteristics. Dual Cena Contemporânea was created in 2011 with a focus on Brazilian culture, more specifically the specificities of the social and historical processes that the country has been through. It is composed by a multidisciplinary team, whose goal is to create and interface between dance, theater and architecture. Conceived for non-conventional venues, Duo para dois perdidos will be performed in the downtown area of Campinas. The work has already shown at the Circuito Vozes do Corpo festival in São Paulo, and at the International Dance Biennial in the State of Ceará, in 2014.
dual.cena-producao@radarcultural.com.br | cia.dual@hotmail.com Direção e Concepção Direction and conception: Ivan Bernardelli. Intérpretes Performers: Ivan Bernardelli e Hélio Feitosa. Produção Production: Solange Borelli - Radar Cultural Gestão e Projetos. Apoio Support: Centro Cultural Nogueira - Diadema (SP) Duração Length: 28 min. Classificação indicativa: livre. All audiences
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Estado imediato
Vigésima segunda criação de Ana Catarina Vieira e Ângelo Madureira, Estado Imediato parte de questionamentos sobre a condição física e psicológica do artista da dança. Patrocinado pelo programa Petrobras Cultural desde 2013, o grupo apresenta um espetáculo que é fruto da investigação sobre a relação entre arte e política e as maneiras de ampliar o contato da dança com o público.
GRUPo ÂNGElo MADUREIRA E ANA CATARINA vIEIRA (BRASIl-SP)
juaugustav@hotmail.com | anacatarinavieira@dancacontemporanea.com.br | contato@dancacontemporanea.com.br | iarammvieira@terra.com.br Direção Geral General Direction: Ana Catarina vieira. Direção Artística Artistic Direction: Ângelo Madureira. Direção Técnica e Administrativa Technical and Administrative Direction: juliana Augusta vieira. Elenco Colaborador Contributing Cast: Ana Catarina vieira, Ângelo Madureira, Beto Madureira, leandro Soares, Rafi Sousa e vanessa Silva. Criação Creation: Ana Catarina vieira e Ângelo Madureira. Iluminação Lighting: juliana Augusta vieira. Figurinos Costume Design: Ana Catarina vieira. Edição e Gravação de Trilha Score Editing and Recording: Ângelo Madureira. Produção e Assessoria de Imprensa Production and Press Relations: Iara Maria vieira. Professores do Grupo Group Teachers: Ângelo Madureira, jair Antonio e Sacha Svetloff. Patrocínio Grant: A Petrobras é patrocinadora da manutenção do Grupo Ângelo Madureira e Ana Catarina vieira. Petrobras provides support to Grupo Ângelo Madureira e Ana Catarina vieira. Apoio Support: Corpo Rastreado Base. Este espetáculo, como pré-estreia, foi apresentado no lançamento oficial da Bienal Sesc de Dança, no dia 27/08/2015, no Galpão do Sesc Campinas. The show previewed during the official launch event for the Sesc Dance Biennial, on 8/27/2015, at Sesc Campinas - warehouse.
Com uma trajetória de mais de dez anos juntos, eles se interrogam sobre a sustentabilidade do fazer a dança. Se no início os dois eram vistos sozinhos no palco, desde 2010 estão à frente de uma companhia, que inclui atualmente outros quatro bailarinos. Fundamental na história do grupo, a pesquisa sobre as possibilidades de se forjar uma base para a criação em dança contemporânea a partir de danças populares brasileiras – sobretudo o frevo, mote de espetáculos como O Nome Científico da Formiga (2007) e O Animal Mais Forte do Mundo (2009) – agora se volta para a afirmação do potencial do artista brasileiro no desenvolvimento de linguagens mestiças. O grupo participou de festivais como o Move Berlim (2007), o Queer Zagreb (2008, 2012 e 2013), o português Materiais Diversos (2012), o Panorama Rio Dança (2005, 2009 e 2011), a Bienal Internacional do Ceará (2007) e a edição 2010 da Bienal Sesc de Dança, entre outros.
Duração Length: 40 min. Classificação indicativa: 14 anos. Age 14 and older
Foto: Juliana Vieira
The twenty-second creation by Ana Catarina Vieira and Ângelo Madureira, Estado Imediato takes as its starting point an investigation into the physical and psychological condition of the dance artist. Sponsored by the Petrobras Cultural program since 2013, the group presents a performance that examines the relationship between arts and politics and the possible paths to be taken in order to connect the public to dance.
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With a partnership that spans more than ten years, they question the sustainability of dance as a production. At first, the performances featured only the duo on stage, but since 2010 they lead a company that currently includes four other dancers. Instrumental in the group’s history, their research on the possibilities of forging contemporary dance creations based on Brazilian folk dances – and especially frevo, which has been the theme of shows such as O Nome científico da formiga (2007) and O Animal mais forte do mundo (2009) – now turns to asserting the potential of the Brazilian artist in the development of mixed languages. The group has performed at festivals such as Move Berlim (2007), Queer Zagreb (2008, 2012 and 2013), Portugal’s Materiais Diversos (2012), Panorama Rio Dança (2005, 2009 and 2011), International Biennial of Ceará (2007) and Sesc Dance Biennial 2010, among others.
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Em Experiência 3, a bailarina Key Sawao convida a baterista Mariá Portugal para tocar em cena. Juntas, elas criam a dança e a música do trabalho. A proposição dá continuidade à série de estudos de movimentos presentes em Experiência 1 e Experiência 2, concebidos para espaços não convencionais. “Não dançar sobre a coisa, a coisa é a dança”, é o que propõe a artista que, em parceria com o arquiteto Hideki Matsuka, potencializa as próprias qualidades do espaço, deixando porosas as linhas divisórias, tão demarcadas no pensamento aristotélico, entre os campos das artes. No corpo de Sawao coexistem tempos, e ela dança entre o presente em sua concretude e aquilo que é imaginado. Os estudos de movimento presentes nos três trabalhos da série Experiência foram realizados paralelamente às criações desenvolvidas junto ao key zetta e cia., grupo que Key Sawao dirige em parceria com Ricardo Iazzetta desde 1996.
Foto: Julia Monteiro
Key Sawao, dançarina e diretora, pesquisa as relações entre o corpo e a imaginação, a potencialidade da síntese, os estados corporais e as possibilidades da comunicação. Investe na criação de um espaço para o desenvolvimento dessas pesquisas em espetáculos cênicos e performances a partir do diálogo com outros artistas. Mariá Portugal, compositora e musicista, mestranda em comunicação e semiótica pela PUC/SP, cria e executa trilhas para dança, teatro, vídeo, desenho animado e instalações. Sua banda, a Quartabê, deve gravar ainda este ano seu primeiro disco de música instrumental.
Experiência 3 kEy SAwAo (BRASIl-SP)
In Experiência 3, dancer Key Sawao invites drummer Mariá Portugal to join her on stage. Together, they create the dance and music that comprise this work, which is a continuation of the series of studies on movement found in Experience 1 and Experience 2, conceived for non-conventional venues. “Not dancing over the thing, the thing is the dance” is Sawao’s proposition. In partnership with architect Hideki Matsuka, the pair maximizes the qualities of the space, creating dividing lines between the different fields of the arts that are as porous as those suggested by Aristotle. Different times coexist within Sawao’s body, and she dances between the one present in her concreteness and the one that is imagined. The studies on movement present in all three previous installments of Experiência were conducted simultaneously to the works developed by key zetta e cia, the group headed by Key Sawao alongside Ricardo Iazzeta since 1996.
keyzettaecia.com.br | kzecia@gmail.com | contatocarpideiras@gmail.com Concepção e Dança Conception and Dance: key Sawao. Música ao Vivo Live Score: Mariá Portugal. Colaboração Artística Artistic Collaboration: Ricardo Iazzetta. Coordenação de Arte/Espaço Cênico Art/Scenic Space Coordination: Hideki Matsuka. Técnico de Luz Lighting Technician: Calu Zabel. Fotos Lighting Technician: julia Monteiro. Registro em Vídeo Video Recording: Henrique Cartaxo. Produção Production: Maira Silvestre/Carpideiras. Duração Length: 30 min. Classificação indicativa: livre. All audiences
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Key Sawao is a dancer and director, and researches the relationships between the body and the imagination, the potentiality of synthesis, different corporal states and the possibilities of communication. She invests in creating a space to develop these studies in theatrical spectacles and performances based on her dialogue with other artists. Mariá Portugal, composer and a musician, has a Master’s in Communications and Semiotics from PUC (São Paulo), and composes for dance, theater, video, animations and installations. Her band Quartabê is set to record its first instrumental album later this year.
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Fall*
A palavra inglesa usada como título da peça, “queda”, nomeia o outono, estação do ano em que as folhas das árvores caem. Há muitas maneiras de cair: de amor, no chão, por terra... Há quem diga que caímos do Paraíso. Interessado no sentido literal, metafórico e metafísico da queda, o coreógrafo português Victor Hugo Pontes criou Fall, peça que define como “mais próxima da poesia do que do romance”. Os bailarinos, inexoravelmente atraídos pela gravidade, dançam sobre um piso construído especialmente para a obra. O espetáculo estreou no Teatro Municipal Rivoli, no Porto, em 2014, e excursionou pelas cidades portuguesas de Guimarães, Braga e Lisboa.
vICToR HUGo PoNTES (PoRTUGAl)
prod.nomeproprio@gmail.com Direção e Coreografia Direction and Choreography: victor Hugo Pontes. Cenografia Set Design: F. Ribeiro com Fotografia de joão Paulo Serafim. Desenho de Luz e Direção Técnica Lighting Design and Technical Direction: wilma Moutinho. Música Original Original Score: Rui lima e Sérgio Martins. Apoio Dramatúrgico Dramaturgical Support: Madalena Alfaia. Interpretação Performance: ángela Díaz quintela, António Torres, Daniela Cruz, Diogo Almeida, joana Castro, Marco da Silva Ferreira e valter Fernandes. Direção de Produção Production Direction: joana ventura. Produção Executiva Executive Production: jesse james. Coprodução Co-Production: Câmara Municipal do Porto, Centro Cultural vila Flor, Maria Matos Teatro Municipal, Nome Próprio e Theatro Circo. Apoio Residência Artística Support for Artist-inResidency Program: Circolando e o Espaço do Tempo. Apoio Support: Casa dos Reclamos. Projeto financiando pela Secretaria de Estado da Cultura / DGARTES - Portugal. Nome Próprio is subsidized by Secretaria de Estado da Cultura / DGARTES - Portugal.
Victor Hugo Pontes, nascido em Guimarães em 1978, estudou artes plásticas na Universidade do Porto, frequentou a Norwich School of Art & Design, na Inglaterra, e concluiu os cursos profissionais do Balleteatro Escola Profissional, no Porto, onde atua como docente desde 2003. Já trabalhou com os encenadores portugueses Nuno Carinhas e Joana Craveiro, a pintora e escultora brasileira Lygia Pape, as coreógrafas portuguesas Isabel Barros e Clara Andermatt, o encenador belga Charlie Degotte e o dramaturgo francês David Lescot. Desde 2009, Pontes está à frente da Nome Próprio, associação cultural sediada na cidade do Porto.
Duração Length: 70 min. Classificação indicativa: 14 anos. Age 14 and older
Foto: José Caldeira
Named for the season in which the leaves from the trees, this performance invites us to think about all types of falls: our falling in love, our falling to the earth, and, some would say, our fall from paradise. Intrigued by the literal, metaphorical and metaphysical meaning of these and other falls, Portuguese choreographer Victor Hugo Pontes created “Fall”, a work that he describes as “closer to poetry than to romance”. Inextricably attracted by gravity, the dancers move on a stage built specifically for the performance. The show premiered at the Rivoli Municipal Theater, in Porto, in 2014, and has also travelled through the Portuguese cities of Guimarães, Braga and Lisbon. Born in Guimarães, Portugal, in 1978, Victor Hugo Pontes studied Fine Arts at Universidade do Porto, attended the Norwich School of Art & Design in England, and completed the professional courses of Balleteatro Escola Profissional, in Porto, where he also teaches since 2003. He has worked with Portuguese directors Nuno Carinhas and Joana Craveiro, Brazilian painter and sculptor Lygia Pape, Portuguese choreographers Isabel Barros and Clara Andermatt, Belgian director Charlie Degotte and the French playwright David Lescot. Since 2009, he has been the head of Nome Próprio, a cultural association located in Porto.
* Em português: outono, queda, descida
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Futuros Primitivos é a terceira parte de uma pesquisa conduzida por Luis Garay a partir de objetos inanimados. Na primeira, Atividade Mental (2012), performers interagiam com objetos escultóricos propostos pelos artistas argentinos Vanina Scolavino e Diego Bianchi. Em Under de Si (2013), que Garay codirige com Bianchi, o público deambula em meio a objetos de consumo, alguns deles usados nas performances de um conjunto de 50 bailarinos. Coproduzido pelo programa Kyoto Experiment, do Japão, onde Luis Garay se apresentou no ano passado, o novo espetáculo se inspira no oxímoro causado pela junção do substantivo “futuro” com o adjetivo “primitivo”. Diferentemente do crítico literário norte-americano Fredric Jameson e do historiador alemão Reinhart Koselleck, que analisaram como o futuro foi pensado no passado, trata-se de imaginar como envelhecerá o futuro em que vivemos. Objetos obsoletos (novamente de autoria de Diego Bianchi) adentram a cena antes dos performers, constituindo um cenário de desolação.
Foto: Yuki Moriya
Luis Garay, nascido em Bogotá, na Colômbia, vive em Buenos Aires. Seu trabalho já foi visto no Festival de Outono de Madri, no Naunystrasse, de Berlim, na Bienal de Cochabamba e na Fábrica de Movimentos de Portugal, entre outros. Sua primeira apresentação no Brasil data de 2011.
Futuros primitivos lUIS GARAy (ARGENTINA)
luisgaray.hotglue.me/ Direção Direction: luis Garay. Performers Performance: Bruno Moreno, Flor vecino, leticia lamela e luis Garay. Luz Light: Eduardo Maggiolo. Objetos Objects: Diego Bianchi. Coprodução Co-Production: kyoto Experiment. japão. Duração Length: 60 min. Classificação indicativa: 14 anos. Age 14 and older
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Futuros primitivos is the third part of Luis Garay’s research project on inanimate objects. In the first, “Atividade mental” (2012), performers interacted with sculpture-like objects created by Argentine artists Vanina Scolavino and Diego Bianchi. In Under de si (2013), co-directed by Garay and Bianchi, the audience walks around among several consumer goods, some of which are used in the performances by a cast of fifty dancers. Co-produced by the Kyoto Experimento program, in Japan, where Luis Garay performed last year, his new work draws its inspiration from the oxymoron in its title. Moving in the opposite direction from American Fredric Jameson and German historian Reinhart Koselleck, who analyzed how we thought of the future in the past, this time the idea is to imagine how the future we live today will age tomorrow. Obsolete objects (again designed by Diego Bianchi) enter scene before the performers, creating a desolate scenery. Born in Bogota, Colombia, Luis Garay lives in Buenos Aires. His work has shown at the Fall Festival in Madrid, at the Naunystrasse in Berlin, the Biennial of Cochabamba and at Fábrica de Movimentos in Portugal, among others. His first performance in Brazil was in 2011.
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Homem torto
O espetáculo foi criado a partir da residência financiada pela Rolex Mentor and Protégé Arts Initiative, programa suíço que proporciona o encontro de artistas emergentes com outros já renomados. Selecionado em 2012 pelo programa, Eduardo Fukushima passou um ano na Ásia, acompanhando o cotidiano da companhia Cloud Gate Dance Theatre, fundada em 1973 por Lin-Hwai-min, em Taiwan. Numa dança que, conforme ele define, “passa pelos olhos do público”, o artista percorre uma longa passarela com movimentações que abrangem qualidades opostas de movimento, como as enérgicas torções de tronco e o delicado gestual de mãos e olhos. Seu solo tem a potência das obras criadas a partir de mergulhos íntimos, e traz à cena as múltiplas facetas de um homem comum, nas palavras de Drummond, “gauche na vida”. O espetáculo estreou na sala de jantar de um monastério renascentista da Ilha de San Giorgio Maggiore, em Veneza (atual Fondazione Giorgio Cini), e foi apresentado, entre outros lugares, no festival Tanz im August, em Berlim, e no Sesc Belenzinho, em São Paulo, ambos em 2014.
EDUARDo FUkUSHIMA (BRASIl-SP)
dukuko@gmail.com | goulartcarolina@hotmail.com Criação, Direção e Dança Creation, Direction and Dance: Eduardo Fukushima. Orientação Guidance: lin Hwai Min. Criação Musical Musical Creation: Tom Monteiro. Criação de Luz Criação de Luz: Hideki Matsuka. Artistas Colaboradores Contributing Artists: Beatriz Sano, Hideki Matsuka e julia Rocha. Produção Executiva Executive Production: Carolina Goulart. Montagem, Operação de Luz e Som Stage Arrangement, Lighting and Sound Operation: Igor Sane. Fotos Photography: Inês Correa. Costureira Costume Design: Carla Pires. Apoio Support: Cloud Gate Dance Theatre of Taiwan e lote #3 Casa do Povo. Essa pesquisa foi desenvolvida através do prêmio Rolex Mentor & Protégé Arts Initiative 2012-2013. Research development made possible by the Rolex Mentor & Protégé Arts Initiative 2012-2013. Duração Length: 40 min. Classificação indicativa: 12 anos. Age 12 and older
Eduardo Fukushima, formado em dança no curso comunicação das artes do corpo na PUC/SP, realiza pesquisa solo em dança contemporânea desde 2007, e desenvolveu os trabalhos Canto! (2007), Entre Contenções (2008, prêmio Funarte Klaus Viana, Projeto 10 Solos e Reverberações pelo núcleo key zetta e cia. e prêmio Proac Circulação pelo Coletivo de Solos, em 2009), Como Superar o Grande Cansaço? (prêmio Rumos Itaú Cultural Dança 2009-2010) e Homem Torto (Prêmio Rolex de Artes 2012-2013).
Foto: Eduardo Fukushima
The spectacle was born out of the residency financed by the Rolex Mentor and Protégé Arts Initiative, a Swiss program that enables up-and-coming artists with established professionals. Chosen by the program in 2012, Eduardo Fukushima spent one year in Asia following the daily routine of the Cloud Gate Dance Theatre company, created in 1973 by Lin-Hwai-min, in Taiwan. In a dance that, as the artist describes, “passes in front of the audience’s eyes”, he crosses a long walkway mixing opposing types of movement, such as energetic torso twists and delicate hand and eye gestures. His solo performance is invested with the type of power that only a journey into the self can provide, and brings to light the many facets of a common man – in Brazilian poet Carlos Drummond de Andrade’s words, “gauche in life”. After its debut in the old dining room of the former monastery at San Giorgio Maggiore Island, in Venice (currently home to Fondazione Giorgio Cini), “Homem torto” was shown at the Tanz (Berlin) in August 2014, and later at Sesc Belenzinho, in São Paulo.
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Eduardo Fukushima graduated in Dance from the Communication of the Body Arts course at PUC SP, and conducts solo research in contemporary dance since 2007, which has led to four works: Canto! (2007); Entre Contenções (2008, winner Prêmio Funarte Klauss Vianna de Dança, 10 Solos e Reverberações project by key zetta e cia, and the Proac circulação award by Coletivo de Solos in 2009); Como Superar O Grande Cansaço? (Rumos-Dança Itaú Cultural award 2009/2010); and Homem Torto (Rolex de Artes award 2012/2013).
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“No Brasil, um bailarino que não fala francês não é nada. O francês é a terceira língua oficial do país, depois do tupi-guarani e do português de Portugal.” Dirigidas ao público – em francês, evidentemente –, essas frases fazem parte do solo-manifesto criado por Tuca Pinheiro. Nele, a belle époque e a influência francófona no Brasil são evocadas com um misto de reverência, deboche e sarcasmo. O espetáculo instiga a pensar o lugar de submissão – estética, inclusive – em que a dança brasileira se coloca. “Ainda precisamos da tutela do olhar europeu para legitimar nosso fazer artístico?”, pergunta-se o bailarino. Para trabalhar dinâmicas de dominação, poder e controle entre povos e corpos, Tuca Pinheiro convoca a Carta de Pero Vaz de Caminha e a faz dialogar com as impressões obtidas em uma pesquisa nos campos de extermínio de Auschwitz e Birkenau. A figura da hiena, que orbita entre o riso e o resto, funciona como um símbolo da submissão.
Foto: Adriana Moura
Tuca Pinheiro, formado pela Escola de Dança da Fundação Clóvis Salgado, de Belo Horizonte, integrou o elenco do Balé do Teatro Guaíra (Curitiba), do Grupo Primeiro Ato (Belo Horizonte), da Benvinda Cia. de Dança (Belo Horizonte) e do Zikzira Physical Theatre (Inglaterra).
Hyenna - não deforma, não tem cheiro, não solta as tiras TUCA PINHEIRo (BRASIl-MG)
jackiecastro@uol.com.br Concepção/Intérprete Conception/Performance: Tuca Pinheiro. Dramaturgista Dramaturgy: Rosa Hércoles. Consultoria Bibliográfica Bibliographic Consultancy: Adriana Banana. Projeto e Operador de Luz Lighting Design and Operation: leonardo Pavanello. Pesquisa de Trilha Score Research: Tuca Pinheiro. Captação/Finalização e Edição de Áudio Audio Recording and Editing: kiko klaus. Fotografias Photographs: Adriana Moura e Caroline Silas. Produção Production: jacqueline de Castro - lazuli Cultura.
“In Brazil, if a ballet dancer doesn’t speak French, he’s a nobody. French is the country’s third official language, after the tupiguarani and Portuguese from Portugal.” Spoken to the audience – in French, of course – these phrases are part of the Tuca Pinheiro’s solo manifesto. In it, the belle époque and the influence of the French language in Brazil are evoked with a blend of reverence, mockery and sarcasm. “Hyenna” calls for a reflection on the submissive position assumed by the Brazilian dance community, even when it comes to aesthetics. “Do we still need the approval of Europeans to legitimize our artistic expression?,” inquires the dancer from Bahia. To demonstrate these dynamics of domination, power and control between peoples and bodies, Tuca Pinheiro resorts to the Letter of Pero Vaz de Caminha, building links between it and his impressions obtained from a research conducted at Auschwitz and Birkenau death camps. The figure of the hyena, orbiting between laughs and leftovers, is used as a symbol of submission. A graduate of Escola da Dança of Fundação Clóvis Salgado (Belo Horizonte), Tuca Pinheiro has been a member of Balé do Teatro Guaíra (Curitiba), Grupo Primeiro Ato and Benvinda Cia. de Dança (Belo Horizonte), and the Zikzira Physical Theatre (England).
Duração Length: 70 min. Classificação indicativa: 18 anos. Age 18 and older
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Intimidade dócil
Intimidade Dócil investiga quais são os efeitos causados no corpo pelos sistemas de controle da sociedade contemporânea, como as câmeras de segurança. Seria possível propor uma outra relação entre esses dispositivos e o corpo? Como fica a intimidade se os corpos são sempre captados pelos olhares dos outros? Com uma série de questionamentos desse tipo, a dupla pesquisou uma movimentação que não cessa e que leva as bailarinas ao limite da resistência. O trabalho mostra as modificações do corpo que insiste em movimentar-se apesar da exaustão. A trilha sonora foi composta por Demian Garcia, que captou e tratou os sons dos corpos das bailarinas em contato com o chão.
BRUNA SPolADoRE E RENATA RoEl (BRASIl-PR)
renataroel@gmail.com | bruna.spoladore@gmail.com Criação, Concepção e Performance Creation, Conception and Performance: Bruna Spoladore e Renata Roel. Colaboração Artística Artistic Collaboration: Elke Siedler, Gladis Tridapalli e olga Nenevê. Projeto Audiovisual Audiovisual Design: Bruna Spoladore e Renata Roel. Trilha Sonora Score: Demian Garcia. Figurino Costume Design: Eduardo Giacomini. Arte Gráfica Graphic Art: Thalita Sejanes. Iluminação Lighting: Érica Mitiko. Produção Executiva Executive Production: Cândida Monte e wellignton Guitti. Intimidade Dócil estreou em 2013 (Curitiba/PR) com o incentivo do Prêmio Funarte klauss vianna de Dança 2012. Intimidade Dócil permiered in 2013 in Curitiba, in the State of Paraná, with support from Prêmio Funarte klauss vianna de Dança 2012. Duração Length: 45 min. Classificação indicativa: 18 anos. Age 18 and older
Bruna Spoladore é mestre em dança pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e atualmente integra o Núcleo Artérias, grupo paulistano de dança contemporânea dirigido por Adriana Grechi. Renata Roel é doutoranda pela Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc). A dupla estudou no Centro de Estudos em Movimento, em Portugal, e criou o espetáculo Bomba, em 2014. Intimidade Dócil foi desenvolvido com apoio do Prêmio Funarte Klauss Vianna Novos Talentos 2012 e atualmente conta com o patrocínio dos Correios para sua circulação. Intimidade dócil explores the effects of the control systems present in contemporary society, such as security cameras, on the human body. Could a different relationship between these devices and the body be proposed? What happens to intimacy when the bodies are constantly being captured by the eyes of others? Armed with these types of questions that Bruna Spoladore and Renata Roel researched an incessant movement that makes the dancers approach their limits of endurance. The work shows the changes imposed on a body that keeps moving despite being exhausted. Composed by Demian Garcia, the score captures and treats the sounds made by the dancers’ bodies as they make contact with the floor.
Foto: Lídia Ueta
Bruna Spoladore has a Master’s in Dance from Universidade Federal da Bahia (UFBA), and is currently a member of Núcleo Artérias, of São Paulo, a contemporary dance directed by Adriana Grechi.
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Renata Roel is a current PhD candidate at Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc). Both dancers have studied at Centro de Estudos em Movimento, in Portugal, and worked together to create Bomba, in 2014. Intimidade Dócil was developed with support from the Prêmio Funarte Klauss Vianna de Dança 2012, and is currently sponsored by the Brazilian Postal Service (Correios).
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A Cia Gente “Redes de Protagonismos & Criação” é um movimento de articulação entre artistas, educadores, gestores, profissionais de distintas áreas e gente, muita gente. A motivação da proposta está no reconhecimento da diversidade cultural, nas possibilidades criativas e, sobretudo, nos protagonismos que surgem desses trânsitos. DO IT! Fruto de uma parceria entre o coreógrafo Paulo Emílio Azevedo e o B-boy Jean Clei estabelecida há dois anos, o solo Do it! parte do universo do breaking para explorar os conflitos, os referenciais estéticos e as polaridades da juventude urbana. Moradores de Macaé e habituados ao trajeto entre a cidade e a capital fluminense, os dois começaram a trabalhar juntos na elaboração do espetáculo, no âmbito da Cia Gente, rede que articula artistas, educadores, gestores e outros profissionais, em nome da diversidade cultural.
Foto: Patrícia Blasón
CORPO Um corpo sob interrogações constantes, em que as memórias se entrelaçam ao questionamento sobre formas de habitar. Esse é o mote de Corpo, desenvolvimento do trabalho apresentado pela Cia Gente na Bélgica, durante a Europalia, festival internacional de artes realizado em Bruxelas em 2011. O espetáculo conta com a performance de João Carlos Silva e Filipe Itagiba, dois integrantes do grupo que também atuam na assistência de direção e na direção técnica de outros espetáculos. A direção é de Paulo Emílio Azevedo. Mestre em políticas sociais, Azevedo se interessa pelo campo da educação e da cultura, tendo dirigido companhias de danças como Membros e DI. Junto com o solo Do it!, o duo Corpo compõe o Menu de Danças, nome que a companhia confere a esse repertório, que é fruto de uma investigação comum.
Menu de danças (Do it! + Corpo) CIA GENTE (BRASIl-Rj)
produção@ciagente.com.br DO IT! Direção e Coreografia Direction and Choreography: Paulo Emílio Azevedo. Intérprete-Criador Creator-performer: jean Clei. Técnico Responsável Technician in Charge: Cristiano Teodoro. CORPO Direção Direction: Paulo Emílio Azevedo. Criação Colaborativa Collaborative Creation: Filipe Itagiba, joão C. Silva e Paulo Emílio Azevedo. Intérpretes-Criadores Creator-Performers: Filipe Itagiba e joão C. Silva.Técnico Responsável Technician in Charge: Cristiano Teodoro Duração Length: 40 min. Classificação indicativa: livre. All audiences
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Cia Gente “Redes de Protagonismos & Criação” is a movement to foster mobilization and exchange between artists, educators, managers, professionals from several different fields and people, lots of people. The motivation for the proposal is the acknowledgment of cultural diversity, creative possibilities and, above all, the protagonist roles that arise from these exchanges. DO IT! Product of a partnership established two years ago between choreographer Paulo Emílio de Azevedo and B-boy Jean Clei, this solo performance uses the universe of break dancing to explore the conflicts, aesthetic references and polarities of urban youth. Residents of Macaé, in the outskirts of Rio de Janeiro, and accustomed to the path between the city and the state’s capital, the two began to work together in the preparation of the show along with Cia Gente, a network that links artists, educators, managers and other professionals, on behalf of cultural diversity. CORPO A body under constant investigation, in which memories intertwine with questions on different forms of inhabiting. This is the underlying idea of Corpo, a continuation of the work performed by Cia Gente at the Europalia international arts festival in Brussels, in 2011. The show features performances by João Carlos Silva and Filipe Itagiba, two of the group’s members who also work as assistant directors and technical directors of other productions. Directed by Paulo Emílio Azevedo. With a Master’s degree in Social Politics, Azevedo and is actively interested in the fields of Culture and Education, having directed dance companies such as Membros and DI. Along with the solo act Do it!, the duo Corpo comprises the Dance menu, the name that the company has given to this repertoire, which is a product of a joint study.
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Mordedores
Mordedores é a terceira produção da dupla Marcela Levi e Lucía Russo, que dirige a Improvável Produções. O processo de criação levou um ano e contou com a participação dos performers do grupo, além de artistas convidados. O trabalho aborda a violência do ponto de vista ético e estético: “Não se trata de um retorno à violência mítica, que purifica e redime, mas de tomar a violência como algo que nos constitui, e extrair dela sua dimensão criadora, antideterminista, suja”, escreve a artista visual e escritora Laura Erber, que colaborou com a dramaturgia da peça. O espetáculo, que estreou em 2014, conta com a presença bem próxima do público, que pode sentir as vibrações emitidas pelos corpos dos dançarinos. Como as hienas que em situação de fome mordiscam e emitem sons parecidos com risadas, os “mordedores” desse trabalho são famintos pelo contato corpo a corpo, seja ele violento, erótico ou engraçado.
MARCElA lEvI E lUCÍA RUSSo (BRASIl-Rj/ARGENTINA)
improvavelproducoes@gmail.com Concepção e Direção Artística Conception and Artistic Direction: Marcela levi e lucía Russo. Performance e Cocriação Co-creation and Performance: Daniel Passi, Gabriela Cordovez, Ícaro Gaya, joão vitor Cavalcante, lucía Russo e Tony Hewerton. Estagiárias Interns: Bruna Gouvêa, Endi vasconcelos e Tamires Costa. Colaboração Dramatúrgica Dramaturgical Collaboration: laura Erber. Colaboração no Processo de Criação Collaboration in the Creative Process: Ana Maria krein, kandyê Medina, Marilena Alberto e Thiane Nascimento. Desenho de Luz Lighting Design: Andrea Capella. Operação de Luz Lighting Operation: Isadora Giuntini. Desenho de Som Sound Design: toda a equipe. Figurino Costume Design: Paula Stroher. Registro Fotográfico Photography: Paula kossatz e Renato Mangolin. Apoio Support: Casa Funarte Paschoal Carlos Magno, Centro de Artes da Maré, Centro Coreográfico da Cidade do Rio de janeiro, Espaço Cultural Sítio Canto da Sabiá, lia Rodrigues Cia de Danças e Projeto Entre/ ECM Sérgio Porto. Coprodução Co-Production: Cooperativa Disentida e Iberescena. Patrocínio Sponsorship: Prefeitura da Cidade do Rio de janeiro e Secretaria Municipal de Cultura (SMC). Produção e Realização Artística Artistic Production: Improvável Produções. Duração Length: 50 min. Classificação indicativa: 14 anos. Age 14 and older
Marcela Levi, formada em dança pela Escola Angel Vianna, foi artista residente no centro de arte Les Récollets, na França, e no Laboratório de Criatividade Urbana ON.OFF, em Portugal. Lucía Russo, coreógrafa, performer e gestora cultural, estudou psicologia na Universidade de Buenos Aires e dança contemporânea no European Dance Development Centre (Holanda) e no Centro Cultural Rojas (Buenos Aires). Integrou a Rede Sul-Americana de Dança (2001-2010).
Foto: Renato Mangolin
Biters is the third production by the duo Marcela Levi and Lucía Russo, who direct Improvável Produções. The creative process took one year and featured the participation of the group’s performers, in addition to guest artists. The work looks at violence from an ethical and aesthetical point of view: “This is not a return to mythical violence, which purifies and redeems, but taking a look at violence as something that constitutes us, and extracting from it its creative, anti-deterministic, dirty dimensions,” writes Laura Erber, visual artist and writer who collaborated with the screenplay. The spectacle, which premiered in 2014, keeps a close distance to the audience, who can feel the vibrations produced by the dancers’ bodies. Like hyenas who laugh and nibble when hungry, these “biters” are hungry for body contact, whether it’s violent, erotic or comical.
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A graduate in Dance by Escola Angel Vianna, Marcela Levi was a resident artist at Le Récollets, in France, and at Laboratório de Criatividade Urbana ON.OFF, in Portugal Lucía Russo studied Psychology at Universidade de Buenos Aires, and contemporary dance in Holland and at Centro Cultural Rojas, in Buenos Aires. Lucía Russo is a choreographer, performer and cultural manager, and studied Psychology at Universidade de Buenos Aires, as well as contemporary dance at the European Dance Development Centre, in Holland and at Centro Cultural Rojas, in Buenos Aires. She was also a member of Rede Sul-americana de Dança (2001/10).
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Para a criação de Bife, trabalho de 2007, Gustavo Bitencourt partiu da seguinte pergunta: “Como seria a postura corporal das pessoas se não fosse o rock-and-roll?”. Inicialmente, o artista pesquisou em vídeos e entrevistas com amigos roqueiros os padrões de movimento presentes nesse universo. Depois, estudou o trabalho do dramaturgo francês Antonin Artaud (1896-1948), da artista plástica britânica Anne Van der Linden (1959) e mergulhou na vida e na obra do norte-americano G. G. Allin (1956-1993), ícone do punk rock. Bife não é uma “teoria encenada”, já que o performer não está interessado na lógica de um discurso narrativo. A proposta dramatúrgica, que contou com a colaboração do coreógrafo Wagner Schwartz, obedece a uma lógica própria da dança. A violência presente no corpo de G. G. Allin, ressignificada por Gustavo Bitencourt, tem lugar no palco.
Foto: Alessandra Haro
Gustavo Bitencourt estudou letras e já trabalhou como ator, diretor, performer, roteirista e artista gráfico.
Mostra performática bizarra (BrasIL-Pr/Ma) Encontro de três artistas com performances cujo objetivo é questionar o modelo heteronormativo, branco e ocidental.This work showcases the encounter of three performers whose goal is to challenge the western, white and heteronormative standard.
For his 2007 work Bife, Gustavo Bitencourt started with the following question: “What would people’s posture look like if rock n’ roll didn’t exist?”. At first, the artist researched videos and interviews with some friends who are also rock n’ roll fans to look for movement patterns in this universe. Next, he studied the works of French playwright Antonin Artaud (1896-1948), British visual artist Anne Van der Linden (1959-), and then delved into the life of American punk rock icon GG Allin (1956-1993). Bife is not a “staged theory”, since the performer is not concerned about narrative discourse. The dramaturgical proposal, which received collaboration from choreographer Wagner Schwartz, obeys a logic that is specific to dance. The violence present in GG Allin’s body, and re-signified by Bitencourt, finds its space on the stage. Gustavo Bitencourt studied literature in college and has worked as an actor, director, performer, screenwriter and graphic artist.
Bife GUSTAvo BITENCoURT
gustavobits@gmail.com Concepção, Criação e Performance Conception, Creation and Performance: Gustavo Bitencourt. Colaboração Collaboration: Fábia Guimarães, octávio Camargo, Ricardo Marinelli, wagner Schwartz. Produção Executiva Executive Production: wellington Guitti. Orientação Dramatúrgica Dramaturgical Guidance: wagner Schwartz. Orientação Musical Musical Guidance: octávio Camargo. Projeto de Luz Lighting Design: Fábia Guimarães. Projeto Gráfico Graphic Design: Gustavo Bitencourt. Fotos Photography: Alessandra Haro. Filmagem e Edição de Vídeo Camerawork and Video Editing: Marlon de Toledo. Programação e Assessoria em Áudio Audio Programming and Consultancy: Glerm Soares. Assessoria de Imprensa Press Relations: Ricardo Marinelli. Patrocínio Sponsorship: Petrobras. Realização Support: Funarte. Projeto Project: Couve-flor Minicomunidade Artistica Mundial associado a ASPART. Couve-flor Minicomunidade Artistica Mundial, associated with ASPART. Duração Length: 60 min. Classificação indicativa: 16 anos. Age 16 and older
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Mostra performática bizarra
Cintia Sapequara se apresenta nos palcos maranhenses há cerca de 15 anos, com suas formas voluptuosas e seu figurino de cores gritantes, dublando canções de sucesso e dançando. Criação do artista Erivelto Viana, a personagem protagoniza Sintética Idêntica ao Natural, performance que conta com a direção do curitibano Ricardo Marinelli, dentro de uma ampla pesquisa sobre transexualidade. A apresentação foi pensada como um espetáculo-situação, com a intenção de borrar as fronteiras entre o natural e o artificial, o real e o virtual, o orgânico e o inorgânico, a carne e a espuma – como indica o título. Cintia é uma mulher sintética, mas idêntica ao natural. O espetáculo é um desdobramento do projeto Cintia Sapequara é quem Paga as Minhas Contas, também idealizado por Erivelto Viana e Ricardo Marinelli e impulsionado pelo grupo maranhense BemDito Coletivo, com recursos do Prêmio Funarte Klauss Vianna de Dança 2012. Sintética Idêntica ao Natural faz parte do conjunto de mostras performáticas e debates Sim, Somos bizarr@s, que tem como objetivo o questionamento do modelo heteronormativo, branco e ocidental, e conta com apoio do programa Rumos Itaú Cultural 2014-2015.
Sintética idêntica ao natural ERIvElTo vIANA
eriveltoviana@gmail.com Idealização Support: Erivelto viana e Ricardo Marinelli. Direção Direction: Ricardo Marinelli. Performance Performance: Erivelto viana / Cintia Sapequara. Equipe Técnica Technical Staff: Diones Caldas, Ruan Paz e yuri Azevedo. Colaborações Artísticas Artistic Collaboration: Cristian Duarte e Gustavo Bittencourt. Design Gráfico Graphic Design: Aurélio Dominoni. Consultoria de Make-up e Hair Make-up and Hair Consultancy: Marcelo Nascimento. Produção Production: BemDito Coletivo. Fotos Photography: Márcio vasconcelos. Parceiros-Colaboradores Contributing Partners: Alessandro Bruge, Ayrton Capaverde, Casa do Povo (SP), Casa Selvática (PR), laborarte, Pousada Portas da Amazônia, Santa Ignorância Cia. de Artes, Thelma Bonavitta e wellington Guitti. Este projeto foi contemplado com o Prêmio Funarte klauss vianna de Dança 2012. This project was awarded the Prêmio Funarte klauss vianna de Dança 2012. Duração Length: 60 min. Classificação indicativa: 16 anos. Age 16 and older
Foto: Marcio Vasconcelos
Erivelto Viana, formado em arte e educação pela Universidade Federal do Maranhão (UFM), integra o grupo maranhense BemDito Coletivo e o Patuanú Núcleo de Pesquisa em Dança de Ator, coordenado por Carlos Simione, do Lume Teatro, em Campinas.
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Cintia Sapequara has been performing for more than fifteen years on the stages of Maranhão, with her voluptuous figure and outrageous outfits, dancing and lip-synching hit songs. Created by Erivelto Viana, the character is the lead in Sintética idêntica ao natural, a performance directed by Ricardo Marinelli, and which is part of an extensive research on transsexuality. The production was conceived as a situational performance, with a clear purpose of blurring the lines between that which is seen as natural and artificial, real and virtual, organic and inorganic, meat and foam. Cintia is a synthetic woman, but identical to natural. The show is another installment of the Cintia Sapequara pays my bills project, also conceived by Viana and Marinelli, with participation of the Maranhão group BemDito Coletivo, with funding from the Prêmio Funarte Klauss Vianna de Dança 2012. “Sintética idêntica ao natural” is part of a set of performing exhibits and debates known as “Sim, somos bizarr@s” (“Yes, we are bizarre”), which aims to challenge the heteronormative, white and western-world standard, and receives support from Rumos Itaú Cultural 2014-2015. A graduate in Arts and Education from Universidade Federal do Maranhão, Erivelto Viana is a member of BemDito Coletivo, a group from the State of Maranhão, and Patuanú Núcleo de Pesquisa em Dança de Ator, coordinated by Carlos Simione of the Lume Teatro, in Campinas.
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Multitude
“Durante a obra, o que se compõe sempre parece estar em luta: há corpos que correm furiosos enquanto outros repousam, corpos que se agarram ou que se deixam agarrar, que entram em comunhão ou se repelem. São cruzamentos de forças que convergem para em seguida mudarem de lugar. (...) A linguagem que Multitude explora não erige nada; ela varia, se desloca.” Escrito por Martín Cerisola e publicado na Plataforma 7x7, o trecho acima traz um pouco da essência do espetáculo. Multitude visa analisar a noção de heterogeneidade no coletivo, as relações interpessoais no espaço público, a possibilidade de dissenso, a alteridade. A cena é ocupada por uma impactante multidão de corpos em luta. Não se trata de encenar o conflito entre uns e outros, mas de oferecer uma visão do embate dos corpos dançantes consigo mesmos, enfrentando os limites impostos pelo cansaço, pelo tempo, pelo peso.
(MUlTITUD) | TAMARA CUBAS (URUGUAI)
www.perrorabioso.com | info@perrorabioso.com Direção Direction: Tamara Cubas. Em cena On Stage: Performers locais. Música Score: Francisco lapetina. Iluminação Lighting: leticia Skycky e Sebastián Alies. Assistência de Montagem Arrangement Assistance: Melisa García. Produção Production: Perro Rabioso Duração Length: 80 min. Classificação indicativa: 16 anos. Age 16 and older
Tamara Cubas, estabelecida no Uruguai, é coreógrafa, bailarina e artista visual. A memória da ditadura militar uruguaia (1973-1985) está presente na pesquisa artística que ela vem desenvolvendo – a prisão, o desaparecimento e o exílio fazem parte do doloroso repertório de sua família. Multitude estreou em setembro de 2011, na Cidade do México.
Foto: Carlos Contreras
“During the performance, that which is being composed seems to be at a constant struggle: there are bodies running furiously while others are at rest, bodies that grapple or that allow themselves to be grappled, attracting or repelling each other. These are forces that cross and converge, and that suddenly move from their place. (...) The language that Multitud explores doesn’t build anything; it fluctuates, it shifts.” Written by Martin Cerisola and published in the 7x7 platform, the excerpt above captures some of the essence of the show. Multitude aims to explore the notion of heterogeneity in the collective, interpersonal relations in the public space, the possibility of dissent, the concept of otherness. The stage is occupied by a shocking multitude of embattled bodies. It’s not a representation of a conflict that is fought against each other, but rather against the limits of each person’s own body – fighting exhaustion, time and weight.
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Based in Uruguay, Tamara Cubas is a choreographer, ballet dancer and visual artist. The military dictatorship period experienced by her country (1973-1985) is a strong influence in the artistic research that she has been developing – prison, disappearances and exile are part of her family’s painful repertoire. Multitud premiered in Mexico City in September 2011.
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Aconchego, carinho, afeto e cuidado estão na base de Ninhos (2014), que se inspira na movimentação de animais e nas formas de atenção dadas a filhotes de diferentes espécies – as aves ocupam um papel central, com seu processo que vai do aninhar da cria à partida para o voo solo. A encenação não segue uma narrativa, não requer explicações nem recorre à fala para evocar, por meio de metáforas corporais e de aproximações poéticas, o roçar de asas entre pássaros grandes e pequenos, o rastejar da cobra, o mergulho dos peixes e o engatinhar dos bebês-humanos. Os bailarinos apostam no contato direto para envolver o público. No processo de criação, eles estudaram o kempô, arte marcial que se baseia na movimentação animal. O projeto participou do programa Rumos Itaú Cultural Dança 2012-2014 e foi contemplado pelo Fomento à Dança da Cidade de São Paulo.
Foto: Gil Grossi
Fundada há 18 anos com o objetivo de pesquisar e produzir dança contemporânea para crianças, a Balangandança Cia. vem propondo criações não apenas para o público infantil, mas também para crianças crescidas.
Ninhos - performance para grandes pequenos BAlANGANDANçA CIA. (BRASIl-SP)
Tenderness, care and affection are at the core of Ninhos (2014), which is inspired on the movements of animals and on how different species care for their young – birds play a central role, with their process that goes from nesting their babies to the moment when they leave the nest to take their first flight. The production does not follow a narrative, requires no explanation, nor does it resort to verbal communication, relying instead on bodily metaphors and poetic approaches, such as the rustle of wings between large and small birds, the wiggling of snakes, the diving motions of fish and the rocking crawl of a human baby. The six dancers employ direct contact as a means to involve the audience. Their preparation included kempoh classes, a martial art style that is based on the movement of animals. The project participated in the Rumos Itaú Cultural Dança 2012-2014 program and was awarded a grant from Fomento à Dança Program of the City of São Paulo. Founded eighteen years ago with the purpose of researching and producing contemporary dance for children, Balangandança Cia. has successfully created productions not only for younger audiences, but also for full-grown children.
balangandanca.com.br/ Concepção e Direção Conception and Direction: Georgia lengos. Criadores-Intérpretes Creator-Performers: Alan Scherk, Alexandre Medeiros, Clara Gouvêa, Ciro Godoy, Dafne Michellepis e Isabel Monteiro. Composição e Performance Musical Musical Composition and Performance: Coré valente - Estudio Minster/Campinas: Ric Palma. Músicas Compostas Score: Coré valente, kito Siqueira/Satélite áudio. Orientação Corporal Corporal Guidance: Alex Ratton (Contato Improvisação) e Ciro Godoy (kempô). Cenografia Set Design: Georgia lengos. Figurinos Costume Design: Balangandança Cia. Produção de Figurino Costume Design: larissa Salgado. Ilustrações Illustrations: Fê. Design Gráfico Graphic Design: Celso linck. Duração Length: 45 min. Classificação indicativa: livre. All audiences
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Ocupação Wagner Schwartz
Na performance, Schwartz manipula, nu, uma réplica de plástico de uma das esculturas de metal da série Bichos (1960), de Lygia Clark. O objeto geométrico, articulado por meio de dobradiças, permite a criação de diversas formas. O bailarino propõe então um paralelo entre o objeto e seu corpo, convidando a plateia a repetir seu gesto. Realizada com o apoio do Fórum Internacional de Dança (FID) Território de Minas 2005, La Bête é uma das quatro atrações do artista nesta edição da Bienal Sesc de Dança, na Ocupação Wagner Schwartz.
Entendendo que o percurso de produção de um criador aponta para uma maneira singular de entendimento de dança, esta ocupação apresenta quatro obras realizadas em épocas diferentes que atualizam e potencializam questões pertinentes ao pensamento do artista. Wagner Schwartz iniciou sua trajetória em dança em Uberlândia (MG). Uma inquietação com relação a seu sobrenome de sonoridade alemã serve de pretexto para Schwartz iniciar uma longa travessia entre distintas geografias: Alemanha, Suíça, França, Portugal... No caminho, desenvolve uma expressão artística relacionada com as noções de deslocamento, migração, origem. A migração, o canibalismo como processo cultural chave na criação artística de países colonizados e o diálogo entre diferentes linguagens estéticas nutrem seu trabalho. Based on the premise that a creator’s production process results in a unique understanding of dance, this occupation presents four different pieces, conceived at different times, which update and amplify some question related to the artists’ thinking. Wagner Schwartz began his dance career in Uberlândia, in the State of Minas Gerais. His curiosity about his German-sounding last name served as a pretext for Schwarz to start a long journey across different geographies: Germany, Switzerland, France, Portugal... Along the way, he develops an artistic expression associated with the notions of displacement, immigration, and origins. Migration, cannibalism as a key cultural process of artistic creation of colonized nations, and the interchange between different aesthetic languages provide fodder for his work.
Foto: Maíra Spanghero
In this performance, a bare Schwartz manipulates a plastic replica of a sculpture from the series Bichos (1960), from Brazilian artist Lygia Clark. The orange geometrical object, which folds by way of hinges, allows the person handling it to create a wide range of shapes. The dancer then draws a parallel between the object and his body, inviting the audience to repeat his gesture. La bête was made possible with support from Fórum Internacional de Dança (FID) Território de Minas 2005, and is one of the artists’ four productions showing at this year’s Sesc Dance Biennial, at Ocupação Wagner Schwartz.
Ocupação Wagner Schwartz
La bête*
(BRASIl – MG/SP/FRANçA)
wagnerschwartz.com | contato@wagnerschwartz.com Concepção e Performance Conception and Performance: wagner Schwartz. Direção Técnica, Iluminação Technical Direction, Lighting: Alexandre Molina (2005) e Diego Gonçalves (2015). Objeto: réplica da estrutura Bicho, de lygia Clark Object: replica of Bicho, by Lygia Clark. Acompanhamento Final de Projeto e Imagens (2005) Final Accompaniment for Project and Images (2005): Maíra Spanghero. Realizado com o apoio do Fórum Internacional de Dança (FID)/Território Minas. la bête was made possible with the support from Fórum Internacional de Dança (FID)/Território de Minas. Ano de produção Production year: 2005 Duração Length: 50 min. Classificação indicativa : 18 anos. Age 18 and older
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* Em português: a besta.
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Foto: João Paulo Machado
Realizada para o programa Semanas de Dança 2014 do Centro Cultural São Paulo (CCSP), a performance nasce sob o signo da canção Mal Secreto (1972), escrita por Wally Salomão com música de Jards Macalé – “Não choro,/Meu segredo é que sou rapaz esforçado,/Fico parado, calado, quieto,/Não corro, não choro, não converso,/ Massacro meu medo,/ Mascaro minha dor,/Já sei sofrer”. Com esses versos em mente, e também atravessado pela precisão da peça instrumental Crippled Symmetry (1983), do compositor nova-iorquino Morton Feldman, Wagner Schwartz faz uma viagem à cidade francesa de Pont-sur-Yonne, na Borgonha, com um grupo de amigos, sem o dever de desenvolver um projeto preciso. Já na Borgonha, o artista decide escrever um diário de bordo. Depois da visita, põe-se a trabalhar durante todos os dias de uma semana, às 5 da manhã. Os textos constituem a matéria-prima da performance. Em cena, o artista os lê enquanto fotografias realizadas na mesma viagem são projetadas no fundo do palco. Conexões entre palavra e imagem sempre existem; aqui, elas são ora mais ora menos sutis, ora mais ou menos evidentes. O (aparente) distanciamento contido nos versos de Wally Salomão toma corpo e voz no palco, num trabalho que articula memórias e afetos com delicadeza.
Ocupação Wagner Schwartz
Mal secreto
(BRASIl – MG/SP/FRANçA)
Concepção, Imagens, Texto e Performance Conception, Images, Text and Performance: wagner Schwartz. Direção Técnica, Iluminação Technical Direction, Lighting: Diego Gonçalves. Figurino Costume Design: karlla Girotto, com a colaboração de Caroliny Pereira, Danielle yukari e jane Pereira. Objetos Objects: Ciro Schu. Orientação Dramatúrgica Dramaturgical Guidance: Béatrice Houplain e Nicole Aun. Produção Production: Gabriela Gonçalves/Núcleo Corpo Rastreado. Apoio Support: Centro Cultural São Paulo/Semanas de Dança 2014. Ano de produção Production year: 2014/2015.
Created for the program of Semanas de Dança 2014, of the São Paulo Cultural Center (CCSP), the work features a gentle blend of memories and affection, told in tune with the 1972 song Mal Secreto (“Secret Evil”), by Wally Solomon (lyrics) and Jards Macalé (music) - “I don’t cry, / My secret is that I’m a hardworking man / I stand still, silent, quiet, / I don’t run, I don’t cry, I don’t talk, / I crush my fear / I hide my pain, / I’ve learned how to suffer.” With these verses in mind, and equally influenced by the precision of the instrumental work Crippled Symmetry (1983), by New York composer Morton Feldman, Wagner Schwartz and a group of friends took a trip to the French town of Pont-sur-Yonne in Burgundy, without the obligation of developing a specific project. While on his trip, he decides to start a journal. Upon returning, he worked tirelessly for an entire week, beginning at 5 o’clock in the morning every day. These writings comprise the raw material for the performance. On stage, the artist reads his texts, while photographs taken during the same trip are displayed in the background. The connections between the words and images are always present; at times they are more subtle, while at others they are more obvious. The (apparent) estrangement contained in Wally Salomão’s verses materializes on stage, in a work that weaves a delicate relationship between memories and affections.
Duração Length: 50 min. Classificação indicativa: 16 anos. Age 16 and older
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Ocupação Wagner Schwartz
Peixes carnívoros de água doce, as piranhas vivem em bando. No Pantanal e na região amazônica, porém, quando a estação das chuvas chega ao fim, algumas delas ficam isoladas em lagos sazonais formados pela cheia dos rios. É com base nesse fenômeno que Wagner Schwartz cria Piranha, usando o animal como metáfora de um corpo recluso. O solo convida a pensar vários tipos de reclusão – do retiro religioso e do mergulho solitário de artistas à restrição de liberdade em penitenciárias ou hospitais psiquiátricos. Em cena, o artista desenvolve micromovimentos quase espasmódicos, que pouco a pouco ganham amplitude, mas não se desloca pelo palco, mantendo os pés circunscritos a um só ponto. Piranha foi criado com subsídios do programa Rumos Itaú Cultural Dança em 2009-2010 e, em 2012, foi premiado pela Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA).
Piranha
Concepção, Texto e Performance Conception, Text and Performance: wagner Schwartz. Direção Técnica, Iluminação Technical Direction, Lighting: Diego Gonçalves. Produção Production: Gabriela Gonçalves/Núcleo Corpo Rastreado. Realizado com subsídio do Rumos Itaú Cultural Dança 2009/2010. Prêmio APCA de Melhor Projeto Artístico em 2012. Made possible with support from Rumos Itaú Cultural Dança 2009/2010 APCA Award for Best Artistic Project in 2012. Ano de produção Production year: 2009/2012. Duração Length: 45 min. Classificação indicativa: 16 anos. Age 16 and older
Foto: Jônia Guimarães
Carnivorous freshwater fish, piranhas usually travel in schools. However, when the rainy season comes to an end in the Pantanal and the Amazon regions, some of them are cut off in seasonal lakes formed by the flooding of the rivers. Wagner Schwartz draws inspiration on this phenomenon for “Piranha”, using the animal as a metaphor of a recluse body. The solo performance invites the audience to reflect on reclusion – from religious retreat to the solitary life of artists and intellectuals to the restrictions imposed on freedom in penitentiaries or psychiatric hospitals. On stage, the artist develops nearly convulsive micromovements, which gradually increase range, but does not move across the stage, keeping his feet confined to a single point. “Piranha” was created with grants from the Rumos Itaú Cultural Dança program in 2009/2010, and in 2012, it received an award from the São Paulo Association of Art Critics (APCA).
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Foto: Gil Grossi
Criado em 2004 com subsídio do programa Rumos Itaú Cultural Dança e do Palco de Arte, em Uberlândia (MG), então sob o título Wagner Ribot Pina Miranda Xavier Le Schwartz Transobjeto, o espetáculo condensa uma série de referências. Por um lado, Schwartz incorpora influências estrangeiras e as mistura a estereótipos da brasilidade, numa releitura do modernismo e do tropicalismo. É possível identificar os strip-teases humorísticos da espanhola La Ribot e a exuberância do francês Xavier Le Roy; a fileira de frutas tropicais em cena remete ao orgulho nacional, assim como as menções a Caetano Veloso e Carmen Miranda. Por outro lado, não se trata apenas de incorporar referências, mas de problematizar essa incorporação. Com ironia e deboche, Schwartz dilui as frutas brasileiras em vinho branco, cantarola uma paródia de Disseram que Eu Voltei Americanizada, samba gravado por Carmen Miranda em 1940, e ilustra com seus gestos um Caetano Veloso que canta em inglês (If You Hold a Stone, 1971). As esculturas de Lygia Clark e os parangolés de Hélio Oiticica funcionam como articuladores – a movimentação do artista se inspira nos objetos articulados de Clark da série Bichos (1960) e seu figurino, que deixa ver mensagens, remete a Oiticica. Em uma delas, lê-se: “Incorporo a revolta”.
Ocupação Wagner Schwartz
Transobjeto
(BRASIl – MG/SP/FRANçA)
Concepção e Performance Conception and Performance: wagner Schwartz. Direção Técnica, Iluminação Technical Direction, Lighting: Alexandre Molina (2004) e Diego Gonçalves (2014). Objetos Objects: Caroliny Pereira, Ciro Schu e Fauster Martins. Remontagem (2014) Restaging (2014): Ana Teixeira e Cláudia Müller. Produção Production: Gabriela Gonçalves/Núcleo Corpo Rastreado. Realizado com subsídio do Rumos Itaú Cultural Dança 2003/2004 e Palco de Arte (Uberlândia/MG). Em 2013, Transobjeto 10 anos recebeu o Prêmio Funarte de Dança klauss vianna para circulação. Made possible with support from Rumos Itaú Cultural Dança 2003/2004 and Palco de Arte (Uberlândia, Minas Gerais) Transobjeto was restaged in 2014 during a residency at Sesc Santo Amaro, in a project headed by programmer and curator Marcos villas Boas. In 2013, Transobjeto 10 anos was granted the award Prêmio Funarte klauss vianna de Dança. Ano de produção Production year: 2003/2004
Created in 2004 with subsidies from the Rumos Itaú Cultural Dança program and from Palco de Arte, in Uberlândia, Minas Gerais, the production, originally called Wagner Ribot Pina Miranda Xavier Le Schwartz Transobjeto condenses a wide range of references. On one hand, Schwartz incorporates foreign influences and mixes them in with Brazilian stereotypes, casting new light on the Modernism and Tropicalism movements. Some of the identifiable elements include the comic strip-teases by Spanish dancer La Ribot and the exuberance of Frenchman Xavier Le Roy; the row of tropical fruit trees on stage – mango, passionfruit, pineapple – symbolize national pride, as do the references to Caetano Veloso and Carmen Miranda. On the other hand, it is not just about incorporating references, but also about problematizing them. With irony and debauchery, Schwartz mixes the local fruit with imported wine, sings a parody of Disseram que Eu Voltei Americanizada (They Said I Came Back Americanized), a 1940 samba recorded by Carmen Miranda in 1940, and, with his gestures, impersonates an English-singing Caetano Veloso (“If You Hold a Stone”, from 1971). Sculptures by Lygia Clark and parangolés by Hélio Oiticica are used to navigate among the references – the artists’ movements are inspired on the articulated objects of Clark’s Bichos series (1960), while his costume, which displays messages to the audience, is clearly a reference to Oiticica’s work. One of them reads: “I incorporate revolt”.
Duração Length: 40 min. Classificação indicativa: 16 anos. Age 16 and older
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Olho nu
Criada em 2007 e dirigida pelo bailarino e coreógrafo Renato Cruz, a Cia Híbrida agrega intérpretes-criadores que misturam a linguagem da dança de rua com a dança contemporânea. Olho Nu é a terceira parte de uma trilogia criada pelo grupo com o objetivo de olhar para a fragilidade no hip-hop – os demais trabalhos que fazem parte da trinca são Estéreos Tipos (criação de 2010, laureada com o Fundo de Apoio à Dança e com o prêmio Klauss Vianna) e Moto Sensível (2013). Em um formato diferente das obras anteriores, Olho Nu convida o público, sentado ao redor do palco, para, em alguns momentos, fazer parte da cena.
CIA HÍBRIDA (BRASIl-Rj)
ciahibrida.com.br | companhiahibrida@gmail.com Direção Geral e Concepção General Direction and Conception: Renato Cruz. Assistente de Direção e Preparação Corporal Direction Assistant and Corporal Preparation: Aline Teixeira. Direção de Produção Production Direction: Steffi vigio. Intérpretes-Criadores Creator-Performers: Daniel oliveira, Fábio de Andrade, jefte Francisco, kapú Araujo, luciana Monnerat, luciano Mendes, Mailson Morais, Marjory lopes e Raphael lima. Iluminação Lighting: Renato Machado. Técnico de Luz Lighting Technician: leandro Machado. Cenografia Set Design: Doris Rollemberg. Fotografia Photography: Renato Mangolin e Ruy Correa. Patrocínios e Parcerias Sponsors and Partners: o Boticário na Dança; Governo do Rio de janeiro; Secretaria de Estado de Cultura e lei Estadual de Incentivo à Cultura do Rio de janeiro; Prêmio II Fomento à Cultura Carioca, da Prefeitura da Cidade do Rio de janeiro/Secretaria Municipal de Cultura; Centro Coreográfico do Rio de janeiro e Conservice Serviços Empresariais.
Renato Cruz é professor de street dance e diretor artístico do festival de hip-hop Arena Híbrida, que realiza batalha de b-boys, mostra coreográfica, mesas de debate e oficinas de dança de rua. O espetáculo Olho Nu integrou a seleção dos dez melhores de 2014, realizada pelo jornal carioca O Globo. A Cia Híbrida é patrocinada pela segunda edição do programa carioca de Fomento à Cultura e, através da Lei Estadual de Incentivo à Cultura, deverá realizar apresentações na França e em Portugal, com o apoio de O Boticário.
Duração Length: 50 min. Classificação indicativa: livre. All audiences
Founded in 2007 and directed by dancer and choreographer Renato Cruz, Cia Híbrida gathers creator-performers who blend the language of street dance with contemporary dance. “Naked Eye” is the third installment of a trilogy created by the group with the purpose of casting a light on weakness in hip-hop – the other two are Estéreos Tipos (2010, won the Klauss Vianna award and received a Fundo de Apoio à Dança award) and Moto Sensível (2013). In a different format from the earlier works: sitting around the stage, the audience is at times invited to play a part in some scenes.
Foto: Ruy Correa
Renato Cruz is a teacher of street dance and artistic director of the hip-hop festival Arena Híbrida, which features b-boy battles, choreographic shows, round tables and street dance workshops. Naked Eye was named by Rio de Janeiro newspaper O Globo one of the ten best dance performances of 2014. Cia Híbrida is sponsored by the II Fomento à Cultura Carioca, and by way of a Cultural Incentive Law and with support from cosmetics company O Boticário, is set to embark on a tour of France and Portugal in the near future.
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Foto: Cris Lyra
Será que ele engoliu o vento? Será que ela engoliu a luz? Como fazem isso com o corpo? Ambientado no universo da mágica, Para Todos os Seguintes é o primeiro espetáculo infantil dirigido por Key Sawao e Ricardo Iazzetta, há 18 anos à frente da key zetta e cia. Ao som da guitarra tocada ao vivo pelo músico Ramiro Murillo, os bailarinos dançam vigorosamente, gerando acontecimentos e encontros inesperados. Contemplado pelo Prêmio Funarte de Dança Klauss Vianna em 2013, Para Todos os Seguintes dá continuidade a alguns dos interesses contidos no trabalho Projeto Propulsão/O que Faz Viver Parte 2: Seguinte, ganhador do prêmio de melhor criação em dança pela Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA), também em 2013. Nele, aprofunda-se a parceria do grupo com o arquiteto Hideki Matsuka, responsável pela coordenação de arte do espetáculo e cocriador de Vácuo – I, Impostor, apresentado na praia de Santos durante a oitava edição da Bienal Sesc de Dança. A key zetta e cia. conta com apoio do Programa de Fomento à Dança da Cidade de São Paulo e estreou SIM, sua 12ª criação, em julho deste ano na Galeria Olido, em São Paulo.
Para todos os seguintes kEy ZETTA E CIA. (BRASIl-SP)
keyzettaecia.com.br | kzecia@gmail.com | contatocarpideiras@gmail.com Direção Direction: key Sawao e Ricardo Iazzetta. Dança Dancers: Carolina Minozzi, key Sawao, Mauricio Florez e Ricardo Iazzetta Música Score: Ramiro Murillo. Músico ao Vivo Live Score: Aguinaldo Bueno. Assistência Assistance: Beatriz Sano Coordenação de Arte/Espaço Cênico Art/Scenic Space Coordination: Hideki Matsuka. Luz Light: Calu Zabel. Figurinos Costume Design: o grupo Fotos Photography: Cris lyra. Arte Gráfica Graphic Art: Artefactos Bascos. Produção Production: Maira Silvestre/Carpideiras. Realização: Prêmio Funarte de Dança klauss vianna 2013 Realização: Made possible by the Prêmio Funarte klauss vianna de Dança 2013. Duração Length: 35 min. Classificação indicativa: livre. All audiences
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O núcleo key zetta e cia. nasceu da ação entre os diretores Key Sawao e Ricardo Iazzetta, parceiros artísticos desde 1996, que buscam construir um espaço que possa agregar outros artistas colaboradores em torno de proposta e criações, viabilizar diálogos, pesquisas de linguagem com foco no pensamento em dança e suas possíveis inter-relações: o corpo, a imaginação, a fisicalidade e suas potencialidades. Ricardo Iazzetta é formado na The Juilliard School of New York, Programa de Dança, e Key Sawao estudou dança em São Paulo. Ambos tem formação em práticas corporais orientais e trabalharam com o artista Takao Kusuno (1954-2001). Did he swallow the wind? Did she swallow the flashlight? How do they do that with their bodies? Set in a magical universe, “Para todos os seguintes” is the first children’s production directed by Key Sawao and Ricardo Iazzetta, who for eighteen years have been at the helm of key zetta e cia. To the tune of a live guitar played by Ramiro Murillo, the dancers move around the stage energetically, leading to some surprising events and unexpected encounters. Winner of the Prêmio Funarte Klauss Vianna de Dança 2013, Para todos os seguintes continues the investigation into the themes explored in the duo’s previous work, Projeto propulsão / O que faz viver parte 2: Seguinte, which was granted an award for best dance creation from the São Paulo State Association of Arts Critics (APCA), also in 2013. It is also an opportunity to further the group’s partnership with architect Hideki Matsuka, the show’s arts coordinator and co-creator of “Vácuo – I, Impostor”, performed at the beach in Santos during the eight edition of the Sesc Dance Biennial. Currently, key zetta e cia. receives support from Fomento à Dança Program of the City of São Paulo, and opened its twelfth production, “SIM”, at Galeria Olido, in São Paulo, this past July. The group key zetta e cia. was born out of a collaboration between directors Key Sawao and Ricardo Iazzetta, who have maintained a partnership since 1996, to build a space that would also gather other contributing artists around ideas and creations, facilitating dialogue, language research focused on dance and its possible interrelations. The body, imagination, physicality and its potential. Ricardo Iazzetta is a graduate from the Dance Program of the Juilliard School of New York, and Key Sawao studied dance in São Paulo. They are both trained in Asian corporal practices, having worked with artist Takao Kusuno (1954-2001). . ESPETÁCULOS
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Tira meu fôlego
Determinada a desafiar cinco já consagrados criadores e intérpretes da dança contemporânea, Elisa Ohtake os reúne em Tira Meu Fôlego, sua nova criação, em que também atua como bailarina. Cristian Duarte, Eduardo Fukushima, Raul Rachou, Rodrigo Andreolli e Sheila Ribeiro têm de provar, dançando, que estão verdadeiramente apaixonados. O trabalho questiona a “espetacularização” da paixão, transformada em mais um produto mercadológico – há um tom blasé e inacabado que evidencia o processo de criação da obra. Como nas gincanas dos programas de auditório, cada performer inventa, sem medo do ridículo, diferentes jeitos de realizar suas provas: banho de mel, chuva de açúcar, champanhe e danças vigorosas fazem parte do irreverente espetáculo. A trilha musical é composta de hits de partir o coração.
ElISA oHTAkE E ElENCo (BRASIl-SP)
stellamarini08@gmail.com Concepção, Direção, Dramaturgia Geral, Criação Conception, Direction, General Dramaturgy, Creation: Elisa ohtake. Performance e Criação Performance and Creation: Cristian Duarte, Eduardo Fukushima, Elisa ohtake, Raul Rachou, Rodrigo Andreolli e Sheila Ribeiro. Cenário Set Design: Elisa ohtake. Iluminação e Sonoplastia Lighting and Sound Effects: Elisa ohtake. Vídeo Video: Estúdio laborg. Operação de Som e de Luz Lighting and Sound Operation: jeff Campos. Fotografia Photography: joão Caldas. Produção Production: Stella Marini/Púrpura Produções Artísticas Duração Length: 90 min. Classificação indicativa: 16 anos. Age 16 and older
Elisa Ohtake estudou dança na Trisha Brown Dance Company, em Nova Iorque, e butô com Yoshito Ohno, no Japão. É graduada em dança e performance pela PUC/SP e em teatro pelo Teatro-Escola Célia Helena. Tira Meu Fôlego recebeu o prêmio de melhor espetáculo de dança pela Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA) em 2014. Determined to challenge five renowned creators and performers of contemporary dance, Elisa Ohtake gathers them in Tira meu fôlego, her new production, in which she also performs. Cristian Duarte, Eduardo Fukushima, Elisa Ohtake, Raul Rachou, Rodrigo Andreolli and Sheila Ribeiro must prove – through dancing – that they are truly in love. The work questions the “spectacularization” of passion, transformed into yet another marketing product – and the blasé and unfinished tone that underlies the creative process of works. Almost as if they were contestants in a TV game show, each performer comes up with new ways of completing their tasks, without being afraid of ridicule – getting doused in honey and champagne, sprinkled with sugar, and dancing with abandon are all part of this irreverent show. The score is made up of heartbreak pop songs.
Foto:João Caldas
Elisa Ohtake studied dance at Trisha Brown Dance Company in New York and butoh with Yoshito Ohno in Japan. She graduated in Dance and Performance from PUC/SP, and in Theater from Teatro-Escola Célia Helena. Tira meu fôlego received an award for best dance performance from the São Paulo State Association of Arts Critics (APCA) in 2014.
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O espetáculo é inspirado na tragédia grega e em sua compreensão pelo filósofo alemão Friedrich Nietzsche (em O Nascimento da Tragédia) enquanto gênero artístico que melhor exprime os instintos dionisíaco e apolíneo. Em cena, 18 bailarinos nus – nove homens, nove mulheres – movimentam-se de maneira homogênea e repetitiva, sem que se notem individualidades, provocando no público um estado de semi-hipnose. De repente, despontam ações que permitem diferenciar uns dos outros e uma liberação explosiva ocorre. Passa-se, assim, do conjunto totalizante como massa disforme para uma catarse coletiva. Apresentada inicialmente no Festival de Avignon, em 2012, Tragédia é a última parte de uma trilogia que aborda a resistência e a insurreição – as peças anteriores são Revolution (2009) e Rouge (2011).
Foto: Christophe Raynaud de Lage
Olivier Dubois nasceu em 1972, em Colmar, na França. Depois de estrear com o solo Under Cover, em 1999, ele dançou em espetáculos de Sasha Waltz e Angelin Preljocaj e, em 2007, fundou sua própria companhia, a COD. Desde o ano passado, ele dirige o grupo francês Ballet du Nord, mantido pelo Centro Coreográfico Nacional do Nord-Pas de Calais, no Norte da França.
Tragédia (TRAGÉDIE) | olIvIER DUBoIS (FRANçA)
contact@balletdunord.fr Criação e Coreografia Creation and Choreography: olivier Dubois. Assistente de Criação Creation Assistant: Cyril Accorsi. Música Score: François Caffenne. Luz Light: Patrick Riou. Cenário Set Design: olivier Dubois. Diretor de Palco Stage Director: François Michaudel. Operação de Luz Lighting Operation: Emmanuel Gary. Diretora de Produção Production Director: Béatrice Horn. Intérpretes Performers: Arnaud Boursain, Benjamin Bertrand, Carole Gomes, Filipe lourenço, Inés Hernández, Isabelle kürzi, jorge More Calderon, karine Girard, loren Palmer, Marie-laure Caradec, Marianne Descamps, Rafael Pardillo, Sandra Savin, Sébastien ledig, Sébastien Perrault, Sylvain Decloitre, Thierry Micouin e virginie Garcia. Produção Production: CoD. Coprodução Co-Production: Festival d’Avignon, l’Apostrophe Scène Nationale de Cergy-Pontoise et du val d’oise, la Rose des vents – Scène Nationale lille Métropole à villeneuve d’Ascq, le Centquatre, le Théâtre – Scène Nationale de Mâcon, Monaco Dance Forum/Ballets de Monte Carlo, Malandain Ballet/Biarritz – Centre Chorégraphique National d’Aquitaine et Pyrénées Atlantiques. Apoio Support: Direction Régionale des Affaires Culturelles d’Ile de France – Ministère de la Culture, Région Ilede-France, Conseil Général du val d’oise, Spedidam e Communauté d’Agglomération de Saintquentin-en-yvelines – le Prisme o espetáculo estreou em julho 2012 no Festival d’Avignon/Cloître des Carmes. Premiered in july 2012 at the Festival d’Avignon/Cloître des Carmes. Apoio Support: Consulado-Geral da França em São Paulo
The show is inspired by Greek tragedy and its understanding by German philosopher Friedrich Nietzsche (in The Birth of Tragedy) as an artistic genre that best expresses the Dionysian and Apollonian instincts. On stage, eighteen nude dancers – men and women – move in unison and repeatedly, concealing any possible individual traits, and putting the audience in a near state of hypnosis. After a while, a few minor movements allow the spectators to distinguish the dancers, and a liberating outburst of movement takes over the stage. Thus, the audience witnesses a transition from the totalizing collective as a shapeless mass to a group catharsis. First performed at the Avignon Festival, in 2012, Tragédie is the last installment of a trilogy on resistance and insurrection – the previous works are Revolution (2009) and Rouge (2011). Olivier Dubois was born in 1972, in Colmar, France. After debuting with his solo work Under cover, in 1999, he danced in productions by Sasha Waltz and Angelin Preljocaj, and in 2007 founded his own company, COD. Since last year, he has served as director of French group Ballet du Nord, maintained by the National Choreography Center of the Nord-Pas de Calais, in Northern France.
Duração Length: 90 min. Classificação indicativa: 18 anos. Age 18 and older
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Varal de nuvens
Desenvolvida pela artista e educadora Uxa Xavier em parceria com seus alunos, a história As Crianças e o Varal tem como protagonista uma criança que brinca com as roupas postas para secar. Já o livro Entre Nuvens, de André Neves, trata de uma criança que contempla as nuvens em uma cidade em que não se olha muito para o céu. Juntas, as duas narrativas inspiram a dramaturgia de Varal de Nuvens, nova criação do Lagartixa na Janela, performance que dá espaço para o imaginário do público fluir. Com aporte financeiro do Programa de Fomento à Dança da Cidade de São Paulo, o processo criativo teve lugar na Praça das Corujas, em parceria com a Escola Municipal Olavo Pezzotti. A criação já teve 16 apresentações em lugares como Centro Cultural São Paulo (CCSP), Sesc Belenzinho e Sesc Pompeia, e marcou a participação do grupo na oitava edição do Enredanza, festival de dança contemporânea de Montevideo, no Uruguai.
GRUPo lAGARTIxA NA jANElA (BRASIl-SP)
lagartixanajanela@gmail.com Direção Artística Artistic Direction: Uxa xavier. Performers Performance: Aline Bonamin, Barbara Schil, Suzana Bayona, Tatiana Cotrim e Thais Ushirobira. Figurinista Costume Design: Tânia Marcondes. Produção Production: Talita Bretas Duração Length: 40 min. Classificação indicativa: livre. All audiences
Grupo dirigido por Uxa Xavier – artista e educadora da dança – existe desde 2010. Tem como proposta pesquisar o território de criação e pedagogia em dança contemporânea para crianças. Ocupar um espaço na cidade, seja uma praça, rua, calçada ou escola, leva a ampliar percepções e, principalmente, o contato com o público. O grupo busca acessar, nos espaços públicos, lugares de encontros e trocas, estimulando olhares e percepções afetivas sobre o espaço cotidiano e/ou de passagem. Nasce, assim, um novo olhar diante da criação, do público e da cidade.
Foto: Silvia Machado
Developed by artist and educator Uxa Xavier together with her students, the story As crianças e o varal centers around a child playing with the clothes put out to dry. Meanwhile, the book “Entre nuvens”, by André Neves, is about a child who stares at the clouds in a city where people aren’t used to stopping and looking up at the sky. Together, these two stories inspire the storyline for Varal de nuvens, a performance by the group Lagartixa na Janela that invites the audience to let their imaginations fly. With financial support from the Fomento à Dança Program of the City São Paulo, the creative process took place at Praça das Corujas, in collaboration with Municipal School Olavo Pezzotti. It has already been shown at sixteen different venues, including the São Paulo Cultural Center, Sesc Belenzinho and Sesc Pompeia, in addition being performed at the eighth edition of Enredanza, a contemporary dance festival in Montevideo, Uruguay.
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The group, led by dance artist and educator Uxa Xavier, was started in 2010. Its purpose is to research the fields of creation and education in contemporary dance for children. The act of occupying a public space in the city – whether a square, a street, a sidewalk, or even a school – allows a broadening of perceptions and, above all, contact with the public. The group seeks to access, in these public spaces, places where people can meet and exchange experiences, stimulating a more endearing look or perception towards the spaces we occupy on a daily and/or occasional basis. Thus, new perspectives on creation, the public and the city can take shape.
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INTERVENÇõES INTERVENTIONS Ações de dança que ocupam ruas, praças e outros espaços inusitados da cidade. Dance performances that occupy streets, squares and other unexpected places around the city.
Criada pelo austríaco Willi Dorner, Bodies in Urban Spaces é uma intervenção temporária no ambiente arquitetônico. Corpos compactados dos performers são inseridos em brechas oferecidas pela paisagem urbana – o vão entre pilastras, um tronco de árvore ou o espaço entre o corrimão da escada e a parede, por exemplo. A intenção é chamar a atenção para as funcionalidades das estruturas urbanas, para as restrições ao movimento que elas impõem e também para suas regras. Os passantes são, assim, convidados a refletir sobre seu entorno, a redescobri-lo – durante a Bienal Sesc de Dança, a intervenção terá lugar no centro de Campinas.
Foto: Lisa Rastl
Dorner, nascido em 1959, em Baden, Áustria, estudou dança, pedagogia da dança e dançaterapia na Sociedade Austríaca de Dançaterapia, além de ter passado, em Nova York, pela escola do Body-Mind Centering in Developmental Movement e pelo estúdio de Erick Hawkins. Ele trabalhou como coreógrafo convidado do Balé da Ópera de Viena, do Teatro de Dança da Irlanda (em Dublin), da Transitions Dance Company de Londres e do Teatro de Dança da Escócia. A intervenção Bodies in Urban Spaces foi vista em países como Alemanha, Austrália, Espanha, Estados Unidos, França, Portugal, Sérvia e Suíça, contando com a participação de performers locais, recrutados e preparados com antecedência.
Corpos em espaços urbanos (BoDIES IN URBAN SPACES) | CIA. wIllI DoRNER (áUSTRIA)
info@hhproducties.nl Concepção Conception: willi Dorner. Direção e Preparação de Elenco Direction and Cast Preparation: Ian Peter Dolan (assistente de coreografia da Companhia willi Dorner) (choreography assistant of the willi Dorner Company). Performers: elenco local selecionado pela Companhia willi Dorner Performers: local cast selected by the willi Dorner Company. Seleção de Elenco Casting: lodie kardouss. Duração Length: 60 min. Classificação indicativa: livre. All audiences Esta performance tornou-se possível como apoio da BkA - Austrian Federal Chancellery Division Art. This performance is made possible with the support from BkA - Austrian Federal Chancellery Division Art.
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INTERVENÇÕES
Created by Austrian choreographer Willi Dorner, Bodies in Urban Spaces is a temporary intervention in the architectural environment. The performers’ compacted bodies are squeezed into little nooks that are provided by the urban landscape – the gap between columns, a tree trunk or the space between a stair railing and a wall, for example. The intention is to draw attention to the functionalities of urban structures, the movement restrictions they impose and their rules. Passers-by are, thus, invited to reflect on and rediscover their surroundings. During the Sesc Dance Biennial, the intervention will take place in downtown Campinas. Born in Baden, Austria, in 1959, Willi Dorner studied dance, dance education and dance therapy at the Austrian Society for Dance Therapy, and was a student of the Body-Mind Centering in Developmental Movement school and of Erick Hawkins’ studio, in New York. He worked as a guest choreographer for the Vienna Opera Ballet, the Dance Theatre of Ireland, in Dublin, the Transitions Dance Company in London, and the Scottish Dance Theatre. The intervention Bodies in Urban Spaces has been seen in countries like Germany, Australia, Spain, United States, France, Portugal, Serbia and Switzerland, among others, with the participation of local performers, recruited and prepared in advance.
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Footing
A campineira Seis + 1 Cia. de Dança inspirou-se no footing, nome dado a uma prática de paquera durante os anos 1940 e 1950, sobretudo nas pequenas cidades do Brasil, para a criação dessa intervenção coreográfica. Na antiga paquera, homens e mulheres caminhavam ao redor de uma praça, uns no sentido horário, outros no sentido oposto. Assim, podiam encontrar-se diversas vezes. Com o intuito de articular as memórias do passado com aquilo que já não está mais, o grupo transformou o footing em coreografia. A intervenção passou por várias praças do interior paulista, em cidades como Santa Bárbara, Bragança Paulista e Diadema.
SEIS + 1 CIA. DE DANçA (BRASIl-SP)
seismaisum.ciadedanca@gmail.com | seismaisumproducao@gmail.com Direção Artística Artistic Direction: Daniela Gatti e karina Almeida. Trilha Sonora Score: Felipe lwe. Figurino Costume Design: juliana Hadler. Intérpretes-Criadores Creator-Performers: Bianca Alves, Eduardo Barros, Felipe lwe, juliana Hadler, Raissa Cintra e Tutu Morasi. Produção Executiva Executive Production: Mário Bonafé e Raissa Cintra. Apoio Support: Departamento de Artes Corporais IA - Unicamp. Duração Length: 40 min. Classificação indicativa: livre. All audiences
Atualmente dirigida por Daniela Gatti – atriz, dançarina, professora e coordenadora do curso de dança da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) –, a companhia foi criada em 2001 como uma alternativa para agregar artistas da cidade interessados na pesquisa e criação em dança contemporânea. Em 2013, o grupo produziu e montou sua versão da Sagração da Primavera em parceria com a Orquestra Sinfônica e a Secretaria de Educação e Cultura de Campinas. To conceive this intervention, Campinas-based Seis + 1 Cia. de Dança sought inspiration from an old flirting technique used by boys and girls in the countryside of Brazil in the 1940s and 50s, known as footing. The technique consisted of boys and girls strolling around the town square: some would walk clockwise, while the others went the opposite direction. This way, they could meet several times as they circled the square. Seeking to revive the long-lost habits of the past, the group has transformed footing into a choreography. The intervention has already traveled the squares in several cities of the countryside of São Paulo State, like Santa Bárbara, Bragança Paulista and Diadema.
Foto: Karina Almeida
Currently directed by Daniela Gatti, an actress, dancer and professor of the dance program at Unicamp, the company was established in 2001 as an alternative for local artists interested in research and creation in contemporary dance. In 2013, the group produced and staged their own version of the Rite of Spring, in partnership with the Symphony Orchestra and the City Department of Education and Culture of Campinas.
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A partir da sensação de violência presente em grandes cidades, Fernando Lopes propôs aos participantes do Observatório de Performance, realizado em 2011 em Salvador, a realização de uma intervenção peculiar. A ideia consistia em dar visibilidade no espaço urbano para as estatísticas de assassinatos na região metropolitana da capital baiana. Cerca de mil silhuetas foram pintadas com tinta branca sobre o asfalto, como nas perícias criminais da polícia científica, marcando o número de mortes violentas ocorridas no primeiro semestre daquele ano. Nascia assim Gráfico Planificado da Violência. A performance, que cria um cenário de forte impacto estético e emocional, conta com a participação de artistas e voluntários que desejem imprimir seus corpos no tecido urbano e contribuir para a criação de outras silhuetas.
Foto: Tiago Lima
Fernando Lopes, formado em dança pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), atua como artista na cidade de Salvador desde 2008, realizando intervenções urbanas e trabalhando na articulação entre a performance, a dança contemporânea, o audiovisual e a fotografia. Ele participa do Grupo X de Improvisação em Dança, como dançarino e produtor.
Gráfico planificado da violência FERNANDo loPES (BRASIl-BA)
http://artesfernandolopes.wix.com/fernandolopes | art.fl47@gmail.com Concepção Conception: Fernando lopes. Ação: Fernando lopes e artistas locais selecionados para esta atividade. Action: Fernando lopes and local artists selected for the activity.
Based on the feeling of violence present in many large cities, Fernando Lopes proposed a peculiar intervention to the participants of the Observatório de Performance, an event in Salvador in 2011. The idea was to lend visibility to the murder statistics in the metropolitan region of Salvador in the city’s urban space. One thousand silhouettes resembling police chalk outlines were painted with white paint on the asphalt, to reflect the number of violent deaths recorded in the city during that year’s first semester. And thus emerged Gráfico planificado da violência. The performance, which creates a scenario of strong aesthetic and emotional impact, relies on local artists and volunteers who wish to have their bodies imprinted onto the urban fabric, as well as contribute to the creation of new silhouettes. A graduate in Dance from Universidade Federal da Bahia (UFBA), Fernando Lopes has worked as an artist in Salvador since 2008, carrying out urban interventions and working on the connections between performance, contemporary dance, audiovisual and photography. He is a member of the Grupo X of Dance Improvisation, as a dancer and a producer.
Duração: 25 a 60 min. Length: 25 to 60 min. Classificação indicativa: livre. All audiences
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Onde o horizonte se move
Pensada como performance site-specif ou obra de contexto, a intervenção brinca de coreografar com e na paisagem. Interessado na potência do horizonte, “habitado pelo devir”, e habitualmente tomado como “anunciador de destinos”, o artista faz um convite ao público: “Os espectadores, como os vigias do passado, vasculham o horizonte para decifrar figuras borradas pelo sol que se tornam pessoas, histórias ou mundos”. Dando continuidade ao interesse entre as artes visuais e as artes da cena, com um olhar antropológico sobre cidades por onde passa, a intervenção foi construída em residências, a primeira delas realizada entre 2012 e 2013 na cidade histórica de Guimarães, em Portugal. Na Bienal Sesc de Dança, o trabalho deve ocupar a região da Torre do Castelo, caixa d’água de 25 metros de altura projetada pelo engenheiro Prestes Maia entre 1936 e 1940, localizada em um dos pontos mais altos da cidade. A intervenção já foi apresentada na Mostra Brasil dos Cares, na Espanha (2015), e no Festival Panorama (2013). Em 2014, excursionou por dez cidades do interior paulista no Circuito Sesc de Artes.
GUSTAvo CIRÍACo (BRASIl-Rj)
gustavociria.co | anna@curtocircuitoproducoes.com.br Concepção e Direção Conception and Direction: Gustavo Ciríaco. Assistência de Direção e de Dramaturgia Direction Assistance: Priscila Maia. Performers e Colaboradores Performers and Contributors: António Pedro lopes, Ignacio Aldunate, Isabel Martins, jamil Cardoso, leo Nabuco, luciana Fróes e Priscila Maia. Produção Executiva Executive Production: Carolina ladeira. Administração Admininstration: Anna ladeira. Curto-Circuito Produções. Coprodução Co-Production: Mercat de Flors (Barcelona) e Panorama Festival & Cidade das Arte (Rio) Duração Length: 80 min. Classificação indicativa: livre. All audiences Este projeto participou do programa de residências oN oFF lAB, uma iniciativa dos Maus Hábitos no quadro da programação Guimarães – Capital Europeia da Cultura (Guimarães, Portugal) e da missão artística Rio occupation london, promovida pela Secretaria de Estado de Cultura do Rio de janeiro em parceria com o Battersea Arts Centre e People’ s Palace, o london Festival e o v22 (londres, Reino Unido). Este projeto participou do programa de residências oN oFF lAB, uma iniciativa dos Maus Hábitos no quadro da programação Guimarães – Capital Europeia da Cultura (Guimarães, Portugal) e da missão artística Rio occupation london, promovida pela Secretaria de Estado de Cultura do Rio de janeiro em parceria com o Battersea Arts Centre e People’ s Palace, o london Festival e o v22 (londres, Reino Unido).
Gustavo Ciríaco tem atuado no Brasil, na América Latina, na Europa e mais recentemente na Ásia e no Oriente Médio. Suas obras têm sido marcadas por um investimento em uma partilha sensível das situações e em reconfigurações da experiência do real. O seu trabalho tem sido acolhido em festivais, eventos, galerias, museus e instituições de arte e educação. É autor de sete obras contextuais, dentre as quais destacam-se Drifting (2010-2013) e Vizinhos (2009).
Foto: Gustavo Ciríaco
Conceived as a site-specific performance or a contextual piece, the intervention playfully suggests a choreography that is designed to work with and on its surroundings. Inspired by potential of the horizon, inhabited by what is to come, and routinely viewed as a harbinger of destinations, the artist makes an invitation to the public: “The audience, like watchmen of the past, scan the horizon and watch as the figures blurred by the sun become people, stories and worlds.” Continuing his interests between the visual and performing arts, with an anthropological look at the cities through which it travels, the intervention was devised during residencies, the first of which was carried out between 2012 and 2013 in the historic Portuguese city of Guimarães. At the Sesc Dance Biennial, “Onde o horizonte se move” will occupy the Castle Tower, a 25-meter high water tower designed by Engineer Prestes Maia and built between 1936 and 1940, located on one of the city’s highest points. The intervention has already been seen at Mostra Brasil dos Cares na Espanha (2015) and at Festival Panorama (2013). In 2014, it travelled across ten cities of the countryside of São Paulo State as part of Circuito Sesc de Artes.
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Gustavo Ciríaco has worked in Brazil, Latin America, Europe, and more recently in Asia and the Middle East. His works have been marked by an investment in a sensitive sharing of situations and by reconfigurations of the experience of reality. He has been shown in festivals, events, galleries, museums and arts and educational institutions. Ciríaco is the author of seven contextual pieces, among which stand out Drifting (2010-2013) and Vizinhos (2009).
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As referências para Suportar vêm do mito grego de Orfeu, filho de Calíope e Apolo, impedido de olhar para sua bela amada, Eurídice, sob o risco de tirar-lhe a vida, e a peça Entre Quatro Paredes, escrita pelo existencialista francês Jean-Paul Sartre durante a Segunda Guerra Mundial e célebre pela frase “o inferno são os outros”. Assim, o espetáculo trabalha na chave das relações, não raro conflituosas, em que pares antagônicos e forças opostas buscam encontrar formas de convívio. Com base no estudo corporal de ações físicas opostas, como o empurrar e o puxar, o atacar e o esquivar, o conduzir e o entregar-se, a movimentação de Suportar explora a ambivalência das relações humanas, em que é necessário suportar e dar apoio, tolerar e amparar. O espetáculo convoca música, teatro e circo, além da própria dança, para propor jogos cênicos acompanhados pela trilha sonora executada ao vivo.
Foto: João Maria
A Cia. Domínio Público, composta de bailarinos formados pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), foi fundada em 1995 pela norte-americana Holly Cavrell, que trabalhou em países como Suécia, México, Venezuela, França, Finlândia e Dinamarca antes de estabelecer-se como professora do curso de dança da Unicamp.
Suportar CIA. DoMÍNIo PúBlICo (BRASIl-SP)
producao@ciadominiopublico.com.br Criação Creation: Cia. Domínio Público. Direção Direction: Holly Cavrell. Assistência de Direção Direction Assistance: Sara Mazon. Intérpretes-Criadores Creator-Performers: Claudia Millás, Ivan Gomes e leandro Rivieri. Trilha Sonora Score: Ivan Gomes. Produção Executiva Executive Production: Margarida Sequeira Duarte/Cia. Domínio Público.
Suportar borrows its references from the Greek myth of Orpheus, son of Calliope and Apollo, and who was prohibited from looking at his beloved Eurydice at the risk of losing his life, and the play No Exit, written by French existentialist author Jean-Paul Sartre during the World War II and famous for its phrase “hell is other people”. Thus, the work is centered around the key to these often conflicting relationships, where antagonistic pairs and opposing forces try to find ways of living with each other. Based on the corporal study of opposed physical actions, such as pushing and pulling, lunging and dodging, leading and surrendering, the movement in Suportar explores the ambivalence of human relationships, in which one is required to support, provide assistance, tolerate, and protect. The show convenes music, theater and circus, besides dance itself, to propose scenic games accompanied by a live score. Cia. Domínio Público, composed of former dance alumni from Unicamp, was founded in 1995 by US-born Holly Cavrell, who has worked in countries such as Sweden, Mexico, Venezuela, France, Finland and Denmark before becoming professor of the Dance program at Unicamp.
Duração Length: 30 min. Classificação indicativa: livre. All audiences
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INSTALAÇõES INSTALLATIONS Obras de arte que atraem o público, despertam inquietações e provocam a construção de um olhar diferente em relação à dança. Works of art that attract the public, provoke uneasiness and force the creation of a new outlook towards dance.
Framing body *
Framing Body é uma instalação interativa proposta pela bailarina, realizadora de videodança e pesquisadora de novas mídias Cynthia Domenico. Na obra, qualquer espectador tornar-se performer. Basta entrar no quadro criado pela artista – na realidade uma moldura retangular que delimita o espaço visado pela câmera – e se mover. O caráter dialógico da obra, a ruptura do estado de passividade do espectador e o encontro entre linguagens artísticas distintas – cinema, vídeo, dança – deixam claro que Framing Body encarna pressupostos importantes da arte contemporânea. A obra de Cynthia Domenico é, na realidade, um “gerador de videodança”. Ao bailarino-voluntário-passante são propostos três enquadramentos possíveis: no ângulo superior, a câmera registra a cabeça e os ombros; no médio, tronco e braços são vistos; o plano baixo enfoca pernas e pés. Os corpos (ou fragmentos de corpos) são assim emoldurados, como explicita o título da obra, Framing Body, que poderia ser traduzido por “enquadrando corpos”. Em um segundo momento, as performances dos bailarinos-voluntários se unem em um vídeo mais longo, exibido em espaços públicos, como a fachada de edifícios. No ano passado, imagens de Framing Body foram projetadas sobre a fachada do prédio do Sesi, na Avenida Paulista, em São Paulo.
CyNTHIA DoMENICo (BRASIl-SP)
somarealizacoes@gmail.com (Cynthia Domenico) | hsobral@mudapraticas.com.br (Heloísa Sobral) Concepção e Direção Artística Conception and Artistic Direction: Cynthia Domenico. Programação Programming: lina lopes. Projeto Sonoro Sound Design: Felipe julian. Cenografia Set Design: Elaine Terrin, grupotrëma e laura Sobral. Produção Production: Heloisa Sobral – Muda Práticas Culturais e Educativas
Foto: André Uba
Cynthia Domenico é artista multimídia. Trabalhou com diretores como Jorge Garcia, Guy Alloucherie, Claudia Müller e Leticia Sekito, entre outros. Em 2010, ganhou o Prêmio Mostra de Artistas no Exterior da Fundação Bienal de São Paulo com a performance Como Nascem as Estrelas? Desde 2007, pesquisa a transmidialidade na dança e cria coreografias por meio de diferentes mídias.
* Em português: enquadrando o corpo.
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INSTALAÇÕES
Framing Body is an interactive installation conceived by dancer, director of video dance and new media researcher Cynthia Domenico. In this work, any spectator can become a performer. All one has to do is step into the frame created by Cynthia – a rectangular space that defines the space targeted by the camera – and move around. The dialogic nature of the work, the spectator’s rupture from its passive state and the encounter between different artistic forms – film, video, dance – make it clear that Framing Body embodies important premises of contemporary art. Ultimately, the installation could be seen as a “video dance generator”. The dancer/volunteer/passer-by can choose from three possible frames: in the upper angle, the lens will focus on the head and shoulders of the person standing in; the medium angle will catch the torso and arms; while the lower framing focuses on the feet. The bodies (or body fragments) are thus framed – or, as the title of the piece suggests, the cameras will be framing bodies. At a second moment, the performances of the dancer/volunteers are edited into a longer video, which will be shown in public spaces, such as the side of buildings. In the past, images from Framing Body were projected onto the exterior of the Sesi building, on Paulista Avenue in São Paulo. Cynthia Domenico is a multimedia artist. She has worked with several directors, among which Jorge Garcia, Guy Alloucherie, Claudia Müller and Leticia Sekito. In 2010, she won the Prêmio Mostra de Artistas no Exterior da Fundação Bienal de São Paulo, with her performance Como nascem as estrelas? (How Are Stars Born?). Since 2007, she has researched the transmedia effects in dance and creates choreographies through different media.
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Desenvolvida pelo artista plástico Roberto Freitas junto à Companhia Flutuante, a instalação Três (2012/2015) oferece uma visão da dança enquanto objeto de exposição. Na criação das estruturas escultóricas que compõem obra, foram usadas marcenaria, mecânica, vídeo e eletrônica digital, técnicas que evocam distintas temporalidades. A instalação funciona como suporte de projeção e, ao mesmo tempo, produz ela própria sons e imagens. Faz-se referência a jogos óticos pré-cinematográficos como o praxinoscópio, inventado pelo francês Émile Reynaud, em 1877. As projeções, por sua vez, relembram a Dança Serpentina, de Loïe Fuller (1892). Mas o artista vai além da reprodução do “rudimentar”, lançando mão da eletrônica para propor uma performance audiovisual acionada ao vivo de acordo com uma programação algorítmica.
Foto: Roberto Freitas
Roberto Freitas, mestre em artes visuais pela Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), realizou mostras individuais no Sesc Pompeia (2012) e na Galeria Virgílio, em São Paulo e, em Florianópolis, no Museu da Imagem e do Som (MIS/SC) e no Casarão da Lagoa. Fundada por Letícia Sekito em 2003, a Companhia Flutuante recebeu diversos prêmios, como o Rumos Itaú Cultural Dança 2006-2007 e o Funarte Dança Klauss Vianna 2009.
Três RoBERTo FREITAS (BRASIl-SC)
companhiaflutuante.com | robertofreitas.net | contato@companhiaflutuante.com | robertofreitas77@gmail.com Instalação Três Instalação Três (2012-2015). Instalação Audiovisual Audiovisual Installation: Roberto Freitas (Realizado pelo 12º Programa de Fomento à Dança de São Paulo no projeto Fluxos em Preto&Branco de leticia Sekito|Companhia Flutuante) (Made possible by the 12th Fomento à Dança Program of the City of São Paulo, in the project Fluxos em Preto&Branco by leticia Sekito|Companhia Flutuante) Montagem, Design de Luz e Fotografia Arrangement, Lighting Design and Photography: Roberto Freitas. Produção Production: Arco e leticia Sekito. Agradecimentos Special Thanks to: Parceiros do projeto Fluxos em Preto&Branco Parceiros do projeto Fluxos em Preto&Branco - Alex Ratton, Inês Corrêa, joana Porto, ligia Chaim, Maíra Silvestre, Paula viana, Priscila jorge. Projeto Axial Projeto Axial - Felipe julián e Sandra ximenez, Suiá Ferlauto, vanessa lopes e Monica Siedler.
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INSTALAÇÕES
Developed by artist Roberto Freitas in collaboration with Companhia Flutuante, the installation Três (2012/2015) offers a perspective of dance as an object on display. The sculptural structures featured in the work included were built through woodworking, mechanic, digital and video electronics, techniques that evoke different eras. The installation works as a projection platform, while at the same time producing its own sounds and images. There are references to pre-film animation devices, such as the praxinoscope, invented by Émile Reynaud in 1877. The projections, in turn, recall Loïe Fuller’s Serpentine Dance (1892). However, the artist goes beyond “rudimentary” reproduction, also resorting to electronics to provide a real-time audiovisual performance determined by an algorithmic program. Roberto Freitas has a Master’s in Visual Arts from the Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), and has shown his work across Brazil and abroad, with solo exhibits at Sesc Pompeia and Galeria Virgílio, in São Paulo, and at the Image and Sound Museum (MISSC) and Casarão da Lagoa, in Florianópolis. Founded by Letícia Sekito in 2003, Companhia Flutuante has received several awards, such as Rumos Itaú Cultural Dança 2006/2007, and Prêmio Funarte Klauss Vianna de Dança 2009. Três was exhibited at Sesc Pompeia in 2012.
INSTALAÇÕES
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FORMATIVAS LEARNING Mesas, debates, aulas, residências e blogs que convidam o público a conhecer mais sobre o universo da dança. Round-tables, debates, classes, residencies and blogs that invite the audience to learn more about the universe of dance.
ESCUTAS E ESCRITAS TALKS AND WRITINGS A DANçA TRANSFoRMADA EM PAlAvRA FAlADA E ESCRITA. BloGS, ENTREvISTAS E PRoGRAMA DE RáDIo PRoPõEM UMA IMERSão No UNIvERSo DoS ARTISTAS E ESPETáCUloS qUE PARTICIPAM DA BIENAl. DANCE TRANSFoRMED INTo SPokEN AND wRITTEN woRD. BloGS, INTERvIEwS AND RADIo SHow PRovIDE AN IMMERSIoN INTo THE woRlD oF THE ARTISTS AND PRoDUCTIoNS THAT wIll PRESENT AT THE BIENNIAl.
PRECISA-SE PúBLICO CláUDIA MÜllER E ClARISSA SACCHEllI (BRASIl-Rj/SP)
clarissasacchelli.wordpress.com | claudiamuller.com Concepção Conception: Cláudia Müller. Criação Creation: Cláudia Müller e Clarissa Sacchelli. Monitoria Monitors: juliana ladeira e Paula Poltronieri. Arte Art: Theo Dubeux. Mais informações no espaço do Precisa-se Público ou no site. More information about “Precisa-se Público” is available at precisa-sepublico.com.br
Clarissa Sacchelli e Cláudia Müller convidam o público a escrever sobre dança. Questionando os limites da crítica especializada de dança e com desejo de dar espaço às pessoas que tenham vontade de escrever, a dupla receberá textos do público, posteriormente publicados em um blog. Durante a Bienal Sesc de Dança, qualquer pessoa que assista a alguma atividade poderá participar. Não é necessário explicar ou entender aquilo a que se assistiu: qualquer observação ou reflexão vale como ponto de partida. Os textos podem ser enviados de computadores disponibilizados na Área de Convivência do Sesc Campinas ou pelo e-mail contato@precisasepublico.com.br, com envio até o dia 10 de outubro. Serão comprados 38 textos pelo valor de R$100,00 cada um, posteriormente publicados no site da Bienal Sesc de Dança e no site do projeto. Clarissa Sacchelli, artista que atua principalmente no campo da dança e performance, é mestra em dança pelo Laban (Londres) e pós-graduada em semiótica psicanalítica pela PUC/SP. Criou Sem Título (2011), Performance (2012), Isso É uma Habitação (2013) e Isso Não É um Espetáculo (2013-2014), em parceria com Cláudia Müller. Recentemente colaborou em projetos de Eszter Salamon, Tino Sehgal, João dos Santos Martins e Cláudia Müller. Cláudia Müller, artista com projetos desenvolvidos em dança, performance e vídeo, investiga poéticas e políticas do encontro, modos de visibilidade da dança contemporânea e relações entre arte e cotidiano. É mestra em artes pela UERJ e docente do curso de dança da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Clarissa Sacchelli and Cláudia Müller invite the public to write about dance. Challenging the limits of specialized dance critics, the duo provides an open space for anyone who wants to write texts on dance, which will later be published in a blog. Anyone attending an activity during the Sesc Dance Biennial will be able to participate. It’s not necessary to explain or understand what the person has seen: any type of observation or reflection is a valid starting point. Texts may be sent from computers available at the Communal Area of Sesc Campinas or by email, to contato@precisa-sepublico.com.br, anytime until October 10. Thirty-eight texts will be purchased for the price of R$100 each, and will be later published on the project’s website, as well as that of the Sesc Dance Biennial. Clarissa Sacchelli, an artist who works primarily in the field of dance and performance, is a Master of Dance at Laban (London) and has a postgraduate degree in Psychoanalytic Semiotics PUC (São Paulo). She has created Sem título (2011), Performance (2012), Isso é uma habitação (2013) and Isso não é um espetáculo (2013-2014, in collaboration with Cláudia Müller). She recently collaborated in projects by Eszter Salamon, Tino Sehgal, João dos Santos Martins and Cláudia Müller. Claudia Müller is an artist who develops projects in the fields of dance, performance and video, and investigates the poetics and the politics of meetings, the modes of visibility in contemporary dance and the relationship between art and everyday life. She has a Master’s in Arts from UERJ and is a professor in the Dance program at Universidade Federal de Uberlândia.
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Discoreografia é um programa de entrevista em formato web-rádio, concebido e desenvolvido pela coreógrafa e performer Elisabete Finger. Nele, artistas são convidados a falar sobre as relações entre dança e música em suas criações e trajetórias artísticas. Para a Bienal Sesc de Dança, Finger fará entrevistas com alguns coreógrafos da programação na Arena do Sesc Campinas. Além de assistir à gravação do programa ao vivo, o público poderá ouvir entrevistas já realizadas acessando o site do Itaú Cultural (itaucultural.org.br). Nos 14 episódios já realizados, Elisabete Finger recebeu personalidades como a coreógrafa portuguesa Vera Mantero e os brasileiros Morena Nascimento e Marcelo Evelin, entre outros. Na Bienal Sesc de Dança entrevistará os artistas Christian Duarte e Gustavo Ciríaco.
Foto: Divulgação
Elisabete Finger nasceu em Foz do Iguaçu (PR) e, desde 2010, vive entre o Brasil e a Alemanha, onde realizou mestrado em dança pela HZT/UdK de Berlim, no programa Solo/Dance/Authorship. Como performer, colaborou com Susan Rethorst, Deborah Hay, Catherine Bay, Eszter Salomon, Christine de Smedt, Rosane Chamecki e Andrea Lerner. Como coreógrafa, tem apresentado seu trabalho em diferentes contextos (dança, performance, artes visuais) em festivais e mostras no Brasil, no Uruguai, na França, em Portugal, na Alemanha e na Bulgária.
DISCOREOGRAFIA - MúSICA, DANÇA E BLá BLá BLá ElISABETE FINGER (BRASIl-PR)
elisabete.finger@gmail.com Concepção, Curadoria e Apresentação Conception, Curatorship and Presentation: Elisabete Finger. Edição Edited by: Estúdio Zut (Gabriel Piotto). Realização Support: Itaú Cultural e Ministério da Cultura. Convidados Guests: Cristian Duarte e Gustavo Ciríaco os dois programas gravados em Campinas serão lançados no mês de outubro de 2015. Both programs recorded in Campinas will be available online in october 2015.
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Discoreografia is an interview show in a web radio format, conceived and developed by choreographer and performer Elisabete Finger. Artists are invited to speak about the relationships between dance and music in their creations and throughout their artistic careers. At the Sesc Dance Biennial, Finger will interview choreographers whose work will be performed at Sesc Campinas Arena. In addition to attending the show’s live recording, the public will also be able to access previously recorded interviews at the site of Itaú Cultural (itaucultural.org.br). In the fourteen previous editions of Discoreografia, Elisabete Finger interviewed personalities such as Morena Nascimento e Marcelo Evelin and Portuguese choreographer Vera Mantero, among others. At the Sesc Dance Biennial, she will interview artists Christian Duarte and Gustavo Ciríaco. Elisabete Finger was born in Foz do Iguaçu, in Paraná State, and since 2010 has been alternating residence between Brazil and Germany, where she earned a Master’s degree in Dance from HZT/UdK, in Berlin, in the Solo/Dance/Authorship program. As a performer, she has collaborated withSusan Rethorst, Deborah Hay, Catherine Bay, Eszter Salomon, Christine de Smedt, Rosane Chamecki and Andrea Lerner. As a choreographer, she has produced work in different fields (dance, performance, visual arts), and has been featured in festivals and exhibits in Brazil, Uruguay, France, Portugal, Germany and Bulgaria.
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7X7
Criado em 2009 pela coreógrafa Sheila Ribeiro à frente de “artistas-interlocutores”, o projeto 7x7 se constitui como uma plataforma singular para a crítica de dança e, mais importante, para a reflexão e a política comunicacional para a dança. Os integrantes do grupo, bailarinos e coreógrafos em sua maioria, publicam no site http://seteporsete.net textos de visada poética sobre os espetáculos que veem e dos quais participam. Há também espaço para colaborações externas. Depois de atuar na edição de 2013 da Bienal Sesc de Dança, o grupo volta à carga em 2015.
RoDRIGo MoNTEIRo E EqUIPE
contato@seteporsete.net Coordenação Coordination: Rodrigo Monteiro. Artistas-Interlocutores Artist-Spokespersons: Arthur Moreau, Caroline Moraes, laura Bruno, Rodrigo Monteiro e convidados. Produção Production: Núcleo Corpo Rastreado o projeto 7x7 foi contemplado pelo Programa de Fomento à Dança da Cidade de São Paulo (12ª e 16ª edições). The 7x7 project was awarded a grant by the Fomento à Dança Program of the City of São Paulo (12th and 16th editions).
Premiado pela Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA) em 2014 na categoria Iniciativa em Dança, o projeto, agora sob a coordenação de Rodrigo Monteiro, mantém a vocação de favorecer a comunicação horizontal e a criação de redes de diálogo. Além de continuar a produção de textos crítico-poéticos e de favorecer a aproximação entre artistas e público, a intenção do grupo na atual edição da Bienal é preservar a memória das ações do grupo e explorar novos espaços, para além do texto escrito. Espera-se, portanto, uma atenção para o audiovisual e para o compartilhamento do próprio processo de produção do 7x7. O público é convidado a participar enviando contribuições para contato@seteporsete.net.
Acompanhe em Follow their contributions at: sescsp.org.br/bienaldedanca
Foto: Caroline Moraes
Created in 2009 by choreographer Sheila Ribeiro with the help of “artist-spokespersons”, the 7x7 project has established itself as a unique platform for dance critic and, more importantly, for reflection and communication policy for the dance arts universe. The members of the group, most of whom are dancers and choreographers, publish poetic texts on the performances that they have attended or in which they participated at http:// seteporsete.net. The project also provides space for external collaborations. After participating at Sesc Dance Biennial 2013, the group is back to work in 2015.
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Winner of an award by the São Paulo Association of Art Critics (APCA) in 2014 under the “Dance Initiative” category, the project, now led by Rodrigo Monteiro, stays true to its vocation of fostering horizontal communication and the creation of dialogue networks. In addition to continuing the production of critical and poetic texts and promoting a closer relationship between artists and the public, the intention of the group in the current edition of the Biennial is to preserve the memory of the group’s actions, as well as exploring new spaces beyond the written text. As a result, we could expect special attention being paid to the visual aspect, and the sharing of information concerning the production process of 7x7. The public is invited to participate by sending their contributions to contato@seteporsete.net.
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MESAS E DEBATES MESAS E DEBATES ESPAço PARA ENCoNTRoS TEMáTICoS ENTRE ARTISTAS, PESqUISADoRES E PúBlICo EM GERAl. SPACE FoR THEMATIC TAlkS, wITH THE PARTICIPATIoN oF ARTISTS, RESEARCHERS AND THE GENERAl PUBlIC.
TENDÊNCIAS DA PRODUÇÃO COREOGRáFICA Quais são as direções para onde apontam as criações em dança da atualidade, tanto do ponto de vista formal quanto da perspectiva política? Diante da programação desta edição da Bienal Sesc de Dança, seria possível afirmar que está sendo elaborado um entendimento novo da produção de dança, sobretudo no que diz respeito à direção e à coreografia? Estariam os coreógrafos menos interessados em criar vocabulários coreográficos próprios e mais inclinados a pesquisar a potência expressiva dos corpos em conjunto? A partir das provocações e contribuições do coreógrafo Alejandro Ahmed, curador convidado da Bienal Sesc de Dança 2015, a performer e coreógrafa carioca Marcela Levi e o coreógrafo colombiano Luis Garay buscarão responder a esse tipo de questionamento. What directions do today’s dance creations point to, from both a formal and a political perspective? Based on the program for this edition of the Sesc Dance Biennial, could we say that a new understanding of dance production is being developed, especially with regards to choreography and direction? Are choreographers less interested in creating their own choreographic vocabularies and more inclined to research the expressive capabilities of bodies collectively? Based on the provocations and contributions of choreographer Alejandro Ahmed, guest curator of the Sesc Dance Biennial 2015, performer and choreographer Marcela Levi and Colombian choreographer Luis Garay will seek to answer these types of questions. COM: Luis Garay – coreógrafo colombiano baseado em Buenos Aires, na Argentina, que apresenta o espetáculo Futuros Primitivos na Bienal Sesc de Dança 2015. Marcela Levi – diretora, junto a Lucía Russo, da Improvável Produções. Formada em dança pela Escola Angel Vianna. MEDIAÇÃO E PROVOCAÇõES: Alejandro Ahmed – diretor artístico do grupo Cena 11, de Florianópolis, e curador convidado da Bienal Sesc de Dança 2015. WITH: Luis Garay – colombian choreographer based in Buenos Aires, Argentina, whose “Futuros primitivos” performance will be peformed at Sesc Dance Biennial 2015. Marcela Levi – co-director of Improvável Produções, along with Lucía Russo. A graduate in dance from Escola Angel Vianna. MEDIATION AND PROVOCATIONS: Alejandro Ahmed – artistic director of the Cena 11 group, from Florianópolis, and guest curator for Sesc Dance Biennial 2015.
CORPOS OUTROS (ONDE Há DANÇA?) Onde está a dança quando seu suporte mais evidente (o corpo humano em movimento) se desloca para outros meios, sejam eles digitais ou analógicos? Que entendimentos de dança são acionados em obras que não são exatamente espetáculos, em propostas em que o contato entre espectador e a dança é mediado por uma máquina ou pelo ambiente virtual? Where does dance stand when its most evident support (the human body in movement) is displaced to other means, whether they are digital or analog? What understandings about dance are activated in works that are not exactly performances, in proposals in which the contact between the spectator and dance is mediated by a machine or by a virtual environment? COM: Cynthia Domenico – autora de Framing Body, instalação presente na Bienal Sesc de Dança que funciona como um “gerador de videodança”. Desde 2010, ela ministra cursos e oficinas sobre videodança pelo Brasil e no exterior. Roberto Freitas – mestre de artes visuais pela Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) e autor da instalação Três, presente na Bienal Sesc de Dança. PROVOCAÇõES: Christine Greiner – doutora em comunicação e semiótica pela PUC/SP e professora na mesma instituição. MEDIAÇÃO: Juliano Azevedo – assistente técnico para a linguagem de dança no Sesc São Paulo. WITH: Cynthia Domenico – author of “Framing Body”, installation presented at the Sesc Dance Biennial that operates as a “video dance generator”. Since 2010, Cynthia has taught courses and workshops on video dance in Brazil and abroad. Roberto Freitas – has a Master’s in Visual Arts from Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) and is the author of the installation Três, shown at the Sesc Dance Biennial. PROVOCATIONS: Christine Greiner – PhD in Communications and Semiotics from Pontífica Universidade Católica (São Paulo) where she is also a professor. MEDIATION: Juliano Azevedo – technical assistant for dance language at Sesc São Paulo.
SESCTV NA DANÇA O SescTV possui hoje o maior acervo de dança em TV no Brasil e na América Latina. Neste encontro, pesquisadores de dança comentam esse acervo e discutem possibilidades de atualização deste material para pesquisa e programação. SescTV has the largest video footage collection of dance in Brazil and Latin America. At this meeting, dance researchers comment on this collection and discuss possibilities of updating this material for research and programming. COM: Ana Teixeira – artista, doutora e mestra em comunicação e semiótica (PUC/SP). Formada pela Universidade de Caxias do Sul e pela Université Paris VIII/França. Pesquisadora da Enciclópédia Itaú Cultural de Dança e professora do curso de Comunicação das Artes do Corpo (PUC/SP). Membro do Centro de Estudos do Corpo (CED) e da Associação dos Pesquisadores em Dança (ANDA). Atuou como bailarina profissional entre os anos de 1988 a 2004. Integrou o Balé da Cidade de São Paulo e StaatsTheater Kassel (Alemanha). Foi diretora artística assistente do Balé da Cidade de São Paulo (2003 a 2009). Fernanda Fava – técnica de programação do SescTV (SP). Nirvana Marinho – artista da dança, gestora cultural graduada em dança (Unicamp) e doutora em comunicação e semiótica (PUC/SP). Dedica-se à gestão do Acervo Mariposa, programa cultural de gestão do acervo de vídeos de dança, empreende projetos de curadoria em dança, história e acervo. WITH: Ana Teixeira – artist, has a Master’s and a PhD in Communications and Semiotics from PUC/SP, with undergraduate degrees from Universidade de Caxias do Sul and Université Paris VIII/França, and is a researcher for Enciclopédia Itaú Cultural de Dança and a professor of Corporal Arts Communications (PUC/SP). She is a member of Centro de Estudos do Corpo (Center for Studies on the Body, CED) and of Associação dos Pesquisadores em Dança (Association of Dance Researchers, ANDA). Ana was a professional ballet dancer from 1988 to 2004, having danced for São Paulo City Ballet and for StaatsTheater Kassel (Germany). She was Assistant Artistic Director of the São Paulo City Ballet (2003 to 2009). Fernanda Fava – programming technician for SescTV (São Paulo). Nirvana Marinho – a dance artist and cultural administrator, Nirvana is a dance graduate from Unicamp, and holds a PhD in Communications and Semiotics from Pontífica Universidade Católica (São Paulo). Since 2000, she has worked with research, administration, curatorship and presentation. She has supervised the Mariposa Collection, a cultural program for administration of dance videos, since 2006. In 2014, she was a dance curator for the São Paulo Cultural Center (CCSP). Currently, in 2015, Nirvana oversees curatorship projects for dance, history and collections.
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DANÇA E FRUIÇÃO – GOSTO, CRÍTICA E JUÍZO De que forma a crise entre obras e plateias, característica da arte contemporânea, afeta a fruição da dança? Faz-se, portanto, necessária uma reflexão sobre o exercício da recepção, sobre o gosto e a crítica de dança a partir de aportes estéticos, filosóficos e artísticos. How does the crisis between works and audiences, so characteristic of contemporary art, affect the enjoyment of dance? A reflection about the act of reception, as well as discussions on taste and critic of dance, based on aesthetic, philosophical and artistic contributions.
A ocupação dos espaços públicos é a grande questão contemporânea do urbanismo. Pensar a dança como uma destas possibilidades é propor outra forma de entender espaço, corpo e movimento. O que leva um grupo a ir para rua? Falta de espaço? Busca de novas possibilidades? Que corpo é este que treinado em sala invade o espaço urbano? A proposta do encontro é discutir as tendências na produção de dança para o espaço público: de que formas a dança se apropria desses espaços (geográficos, arquitetônicos), como pode ressignificar seus usos e convidar os espectadores a novos olhares para a cidade?
COM: Cássia Navas – bacharel em direito, doutora em comunicação e semiótica, especialista em gestão e políticas da cultura, professora do Departamento de Artes Corporais/Instituto de Artes e do Programa de Pós-Graduação em Artes da Cena, na Unicamp. Odilon Roble – bacharel em filosofia, mestre e doutor em educação. Professor da Faculdade de Educação Física da Unicamp e do Programa de Pós-Graduação em Artes da Cena da Unicamp. Fernando Augusto de Almeida Hashimoto – diretor do Instituto de Artes da Unicamp, professor de percussão da Unicamp, fundador e diretor do Grupo de Percussão da Unicamp (GRUPU) e atuou como timpanista solista da Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas. MEDIAÇÃO: Claudia Garcia – assistente técnica para a linguagem de dança no Sesc São Paulo e membro da equipe curatorial da Bienal Sesc de Dança 2015.
The occupation of public space is the biggest contemporary issue surrounding urbanism. Thinking of dance as one of the alternatives is one way to propose another way of conceiving space, body and movement. What makes a group take to the streets? Is it lack of space? A search for new possibilities? What do we know about this body that, trained in a formal environment, invades the urban space? The idea behind this meeting is to discuss trends in the production of dance for the public space: in what ways does dance take a hold of these spaces (geographical, architectural), how can it re-signify its uses and invite spectators to cast a new look towards their cities?
WITH: Cássia Navas – a law graduate, Cássia also holds a PhD in Communications and Semiotics, is a specialist in cultural policies and administration, a professor at the Corporal Arts/Arts Institute and at the post-graduate program in Performing Arts of Unicamp. Odilon Roble – graduate in philosophy, Master’s and PhD in Education. Professor at the Physical Education College and at the post-graduate program in Performing Arts of Unicamp. Fernando Augusto de Almeida Hashimoto - director of the Arts Institute of Unicamp, professor of Percussion, founder and director of the Percussion Group of Unicamp (GRUPU) and worked as a solo timpanist for the Municipal Symphonic Orchestra of Campinas. Mediation: Claudia Garcia – technical assistant for dance language at Sesc São Paulo and a member of the curatorship of Sesc Dance Biennial 2015.
COM: Cláudio H. Oliveira – diretor do Grupo Strondum, presente na Bienal Sesc de Dança com a intervenção Carcaça. Daniela Gatti – atriz, dançarina, professora do curso de dança da Unicamp e diretora da Seis + 1 Cia. de Dança, presente na Bienal Sesc de Dança com Footing. Holly Cavrell – doutora em artes da cena pela Unicamp, professora da mesma universidade e diretora da Cia. Domínio Público, presente na Bienal Sesc de Dança com Suportar. MEDIAÇÃO E PROVOCAÇÕES: Carmen Morais – artista da dança e arquiteta. Mestra pelo Departamento de Dança da Universidade Paris 8, na França e graduada em dança e movimento pela Universidade Anhembi Morumbi e em arquitetura e urbanismo pela mesma universidade.
REMONTAGENS – PARA ALÉM DA MEMÓRIA E DO REPERTÓRIO Quando pensamos em uma memória da dança, é válido questionar de que forma as companhias mantêm vivo seu repertório e sua história e de que forma as remontagens propõem diálogos entre passado e presente. Ao ser remontada, uma obra consegue recuperar seu contexto original? Há sentido em remontar um espetáculo? Quais são as questões estéticas e epistemológicas pressupostas nos gestos de remontar, revisitar e atualizar? A discussão sobre a função e o caráter das remontagens surge a partir da experiência de remontagem dos trabalhos de Wagner Schwartz apresentada nesta edição da Bienal. When we think of a memory of dance, a valid question that emerges is: how do companies maintain their repertoire and history alive, and how do the restagings establish a dialogue between past and present? When a work is restaged, does it maintain its original context? Does it make sense to restage a performance? What are the aesthetic and epistemological questions assumed in the gestures of restaging, revisiting and updating? The discussion on the function and character of restaging arises from the experience of restaging Wagner Schwartz works presented in this edition of the Biennial. COM: Adriana Banana – idealizadora e diretora artística do Fórum Internacional de Dança (FID/BH) desde a primeira edição, em 1996. Sheila Ribeiro – artista “transmídia” da dança paulistana, explora as tensões estético-políticas da cultura digital por meio de manifestações diversas, como eventos, coreografias, instalações, moda, audiovisuais e web-art. Wagner Schwartz – bailarino, coreógrafo e performer natural de Volta Redonda (RJ) e baseado entre São Paulo e Paris, presente na Bienal Sesc de Dança com quatro apresentações que integram a Ocupação Wagner Schwartz. MEDIAÇÃO E PROVOCAÇÕES: Marcos Villas Boas – técnico da programação do Sesc Santo Amaro (SP) e membro da equipe curatorial da Bienal Sesc de Dança 2015. WITH: Adriana Banana – creator and artistic director of the International Dance Forum (FID-BH), from its first edition in 1996. Sheila Ribeiro – trans-media dance artist from São Paulo, explores the aesthetic and political tensions of digital culture through a wide range of manifestations, such as events, choreography, installations, fashion, audiovisual works and web art. Wagner Schwartz – dancer, choreographer and natural performer from Volta Redonda, in Rio de Janeiro State, based in São Paulo and Paris, participant of the Sesc Dance Biennial with four presentations that comprise the Wagner Schwartz Occupation. Mediation and Provocations: Marcos Villas Boas – a programming technician at Sesc Santo Amaro (São Paulo) and a member of the curatorship of Sesc Dance Biennial 2015.
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DANÇA E ESPAÇO URBANO
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WITH: Cláudio H. Oliveira – director of the Strondum group, showing at the Sesc Dance Biennial with the intervention “Carcaça” Daniela Gatti – actress, dancer, professor of the dance program at Unicamp and director of Seis + 1 Cia. de dança, present at the Sesc Dance Biennial with Footing. Holly Cavrell – PhD in performing arts from Unicamp, where she currently is a professor, and director of Cia. Domínio Público, whose Suportar is showing at the Sesc Dance Biennial. Mediation and Provocations: Carmen Morais – dance artist and architect. Master’s in Dance from Paris 8 University, in France, and a Dance and Movement graduate from Universidade Anhembi Morumbi, and an architecture degree from the same university.
ALMOXARIFADO DE GÊNEROS Reunião de alguns dos artistas presentes na Bienal cujos trabalhos procuram questionar as identidades de gênero e suas representatividades no mundo político e artístico. Que potência tem a dança para dar visibilidade à performatividade dos gêneros? Seria a dança um território em que as fronteiras entre masculino e feminino se mostram mais fluidas? Se assim é, cabe ainda perguntar: por que há mais homens que mulheres trazendo à cena tal discussão? Meeting of some of the artists showing at the Biennial and whose works look to question issues of gender and its representations in the political and artistic universes. What kind of power does dance have to provide visibility to the issue of performativity of gender? Can dance be considered a territory where the borders between masculinity and femininity appear to be more fluid? If that is so, perhaps it would be valid to ask: why are there more men than women raising this issue? COM: Erivelto Viana – artista e produtor nas áreas de dança, teatro e performance, participante da Mostra Performática Bizarra. Gustavo Bitencourt – performer e diretor, participante da Mostra Performática Bizarra. MEDIAÇÃO E PROVOCAÇÕES: Leandro Colling – doutor em comunicação e cultura contemporânea pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e professor da mesma universidade. WITH: Erivelto Viana – artist and producer in dance, theater and performance arts, a participant of “Mostra Performática Bizarra”. Gustavo Bitencourt – performer and director, participant of “Mostra Performática Bizarra”. Mediation and Provocations: Leandro Colling – PhD in Communications and contemporary culture from Universidade Federal da Bahia (UFBA), where he is also a professor.
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CRÍTICA PARA QUÊ? PARA QUEM? A popularização do acesso à internet e a multiplicação de sites, blogs, revistas eletrônicas e outras plataformas abre espaço para encontros, trocas, parcerias e discussões, possibilitando que várias vozes, vindas de formações diferenciadas, manifestem-se em relação à dança e à arte em geral. É proposto um encontro entre artistas, pesquisadores e críticos para discutir as várias possibilidades da produção crítica, apontar novas tendências e problematizar a função e o papel da crítica na construção de um pensamento de/sobre/com dança. The widespread access to the Internet and the proliferation of websites, blogs, e-publications and other platforms opens up new spaces for meetings, exchanges, partnerships and discussions, enabling several voices, from diverse backgrounds, to express themselves in relation to dance and the arts in general. The purpose of this meeting between artists, researchers and critics is to discuss the various possibilities of critical production, point out new trends, and discuss the function and role of critics in constructing a new mentality of/on/with dance. COM: Clarissa Sachelli – atua no campo da performance e da coreografia. Concluiu o MA Creative Practice no Laban – Conservatorie of Music and Dance (Londres, Inglaterra) e é pós-graduada em semiótica pela PUC/SP. Apresenta o projeto Precisa-se Público, na Bienal Sesc de Dança 2015. Cláudia Müller – é mestra em artes e atua em projetos de dança, performance, vídeo e instalação. Apresenta o projeto Precisa-se Público, na Bienal Sesc de Dança 2015. Rodrigo Monteiro – mora e atua como artista-produtor-curador na região do ABC paulista. É coordenador do projeto 7x7, presente na Bienal Sesc de Dança 2015. Helena Katz – jornalista cultural, é professora no Curso Comunicação das Artes do Corpo e no Programa em Comunicação e Semiótica, na PUC/SP e exerce a função de crítica de dança desde 1977. Pesquisadora, professora, crítica e palestrante nas áreas de comunicação e artes, desenvolve, em parceria com Christine Greiner, a teoria corpomídia. MEDIAÇÃO E PROVOCAÇÕES: Joubert Arrais – dançarino-pesquisador, professor universitário, crítico de dança e jornalista cultural, mestre em dança pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), doutorando em comunicação e semiótica na PUC/SP, escreve e divulga seus trabalhos no site enquantodancas.net. WITH: Clarissa Sachelli – performer and choreographer. Clarissa earned her MA Creative Practice at Laban – Conservatorie of Music and Dance (London) and has a post-graduate degree in Semiotics from PUC/SP. Her project Precisa-se Público is being presented at the Sesc Dance Biennial 2015. Cláudia Müller – has a Master’s in Arts and is involved in dance, performance, video and installation projects. Her project Precisa-se Público is being presented at the Sesc Dance Biennial 2015. Rodrigo Monteiro – artist, producer and curator from the ABC region, in the metropolitan area of São Paulo. Rodrigo is the coordinator of the 7x7 Project, which will participate in the Sesc Dance Biennial 2015. Helena Katz – a cultural journalist, she is also professor of the Corporal Arts Communications Program and the Communications and Semiotics Program at PUC/SP, and has been a dance critic since 1977. Researcher, professor, critic and a lecturer in communications and arts, Helena also works on the development, along with Christine Greiner, of the “corpomídia” theory.Mediation and Provocations : Joubert Arrais – dancer-researcher, professor, dance critic and cultural journalist, Master’s in Dance from Universidade Federal da Bahia, a PhD in Communications and Semiotics from Pontífica Universidade Católica (São Paulo), Joubert writes and publishes his work on enquantodancas.net.
POR TRÁS DA CENA Behind the Scene Conjunto de oficinas e workshops teórico-práticos que pretende aproximar estudantes e jovens artistas das práticas dos bastidores da dança além de oferecer capacitação a profissionais já atuantes na área. Theoretical and practical workshops that aim at bringing students and young artists closer to the behind the scenes reality of the dance universe, as well as providing training for professionals already working in the area.
TRILHA SONORA PARA DANÇA O workshop propõe despertar o interesse e a criatividade na composição de música de cena e trilha sonora além de introduzir técnicas de produção musical e gravação. The goal of this workshop is to promote interest and creativity in the composition of scenic music and scores, as well as to introduce music production and recording techniques. COM: Dudu Tsuda – artista multimídia, artista sonoro, músico, compositor, performer, produtor musical, professor da Escola São Paulo e professor convidado da PUC (disciplina de Trilha Sonora e Produção Musical no curso de graduação de Comunicação em Multimeios). WITH: Dudu Tsuda – multimedia artist, sound artist, musician, composer, performer, musical producer, professor at Escola São Paulo and a guest professor at PUC (Score and Musical Production in the undergraduate Multimedia Communications Program).
PRODUÇÃO EM DANÇA: ARTISTA_PRODUTOR OU PRODUTOR_ARTISTA A oficina abordará os seguintes pontos: 1. Produção/produtor – o que é, o que faz e o que pode fazer? 2. Por que pensar a produção junto à criação? 3. A ausência da produção na universidade. 4. O artista-produtor e o fim do produtor-servente. 5. O mercado de dança – onde é possível atuar, quais as implicações? The workshop will cover the following topics: 1. Production/producer – what is it, what does he/she do, and what can he/she do? 2. Why should production be worked together with the creative process? 3. The absence of production at the university level. 4. The artist-producer and the demise of the producer-laborer. 5. The dance market – where can one work, what are the implications? COM: Gabi Gonçalves – artista da dança, graduada em dança pela Unicamp e em comunicação das artes do corpo (PUC/SP). É doutoranda em comunicação e semiótica (PUC/SP). Produtora cultural, desenvolve projetos culturais na área de teatro, dança, circo e gestão cultural. Professora de produção e projeto do Centro Universitário Senac. WITH: Gabi Gonçalves – dance artist, graduate in dance from Unicamp and in Corporal Arts Communications (PUC/SP). Gabi is a PhD candidate in Communications and Semiotics (PUC/SP). A cultural producer, she develops cultural projects in the areas of theater, dance, circus and cultural administration. Professor of production and projects and Centro Universitário Senac.
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REGISTRO DE DANÇA – VÍDEO Workshop prático que propõe como olhar o movimento estabelecendo uma tensão entre o performer, a câmera e quem filma. A proposta é que cada participante eleja um mote de interesse ao observar os movimentos que serão realizados pelo artista da dança convidado – Fernando Martins – e, a partir daí, capturar a sensação do instante com os próprios aparelhos celulares. Practical workshop exploring the question of how to look at movement by establishing tension between the performer, the camera and the person behind the camera. Each participant should elect a theme of interest to observe the movements to be performed by guest dance artist – Fernando Martins – and, based on this theme, capture the feel of the moment with their own cell phones. COM: Osmar Zampieri – é artista, bailarino e videomaker. Dançou pelo Stagium de 1992 a 1996. É diretor do grupo Grua. Também atuou nos grupos Balé da Cidade de São Paulo e Staatstheater, de Kassel, na Alemanha, entre outros. COM: Osmar Zampieri – artist, dancer and videomaker. Danced for Stagium from 1992 to 1996. Director of the Grua group. Also danced for São Paulo City Ballet and StaatsTheatre de Kassel, in Germany, among others.
REGISTRO DE DANÇA – FOTO A oficina dirigida tanto para os fotógrafos iniciantes como para os que já possuem alguma prática, desenvolve a técnica de registrar imagens utilizando apenas a luz existente na cena, tanto em ambiente interno (caixa preta) ou externo. Em uma linguagem simples, explica como usar com criatividade os recursos das câmaras digitais e celulares avançados para fotografar em condições de luz diferente das que encontramos no dia a dia, em que as imagens se sucedem rapidamente. Acompanhando as atividades da bienal, serão realizados exercícios nos quais os participantes terão experiências específicas geradoras de “problemas fotográficos”. Intended for beginners and those with a little more experience, this workshop focuses on developing the technique of registering images using only the existing light, whether it’s in an indoor (black box) or outdoor environment. Using plain language, it will explain how to make creative use of the resources available in digital cameras and advanced mobile phones in order to take pictures in different lighting conditions from those found in everyday life, where images follow one another at a fast pace. Following the activities of the Biennial, it will offer exercises in which participants will be faced with specific experiences that should generate “photographic problems”. COM: Gil Grossi – fotógrafo, performer e dançarino, pesquisador de fotografia e dança contemporânea desde 1985. Realiza fotos para postais, programas e divulgação de espetáculos de dança e teatro e atualmente pesquisa a fusão entre dança contemporânea, poesia e artes visuais. COM: Gil Grossi – photographer, performer and dancer, researcher of photography and contemporary dance since 1985. Photographs for postcards, programs and promotional materials for dance and theater performances, and currently researchers the fusion between contemporary dance, poetry and the visual arts.
POR DENTRO DA OBRA INSIDE THE WORK Conjunto de residências e aulas abertas com artistas em que os participantes poderão se aproximar das obras e de seus criadores. Nas residências, o público será convidado a participar de processos formativos a fim de atuar como intérprete das apresentações durante o festival. Nas aulas abertas, os artistas compartilham com o público aspectos técnicos e estéticos das obras. Residencies and open classes with artists, in which the participants can come into closer contact with the works and their creators. At the residencies, the public will be invited to participate in learning processes, with the goal of performing in one of the festival’s pieces. In the open classes, artists share technical and aesthetic aspects of the works with the public.
GRÁFICO PLANIFICADO DA VIOLÊNCIA Destinada aos interessados em participar, como intérpretes, da intervenção Gráfica Planificado da Violência, do artista Fernando Lopes. Público-alvo: estudantes e profissionais de teatro, dança, performance, circo, artes visuais e interessados em geral. For those looking to participate, as performers, of the intervention Gráfico Planificado da Violência, by Fernando Lopes. Target audience: students and professionals in theater, dance, performance, circus, visual arts and interested public in general.
MULTITUDE (MULTITUD) Residência destinada aos interessados em participar como intérpretes da obra Multitude, da coreógrafa uruguaia Tamara Cubas. Público-alvo: estudantes e profissionais de teatro, dança, performance, circo, artes visuais e interessados em geral. Residency for those looking to participate, as performers, of the work Multitud, by Uruguayan choreographer Tamara Cubas. Target audience: students and professionals in theater, dance, performance, circus, visual arts and interested public in general.
CORPOS EM ESPAÇOS URBANOS (BODIES IN URBAN SPACES) Interessados em participar como intérpretes da obra Corpos em Espaços Urbanos, da companhia austríaca Willi Dorner, são convidados fazer parte desta residência. Público-alvo: estudantes e profissionais de teatro e dança, interessados em geral. Pré-requisitos: preparo corporal compatível com o perfil da intervenção. Those interested in participating in Corpos em Espaços Urbanos, by the Austrian company Willi Dorner, are invited to participate in this residency. Target audience: students and professionals in theater and dance, and interested public in general. Prerequisites: physical conditions compatible with the demands of the intervention.
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VESTÍGIO E CONTINUIDADE
Dança Clássica Popular e Contemporânea
Durante a Bienal, o Grupo Cena 11 (Santa Catarina) desenvolverá parte do processo de criação de seu novo espetáculo. Ao fim desta residência, o público é convidado a conhecer os procedimentos e conversar com os artistas. Com uma trajetória de 22 anos de atividade, a companhia desenvolve uma rotina diária de ensaios, processo criativo, pesquisas teóricas e práticas e condicionamento físico. Três sólidos conceitos orientam o trabalho de pesquisa do grupo: ética e estética sobre o corpo e o ambiente onde esse corpo está inserido; produção unida à pesquisa artística, à dança e à tecnologia; e, mais recentemente, o intercâmbio de estudo e prática com outros grupos de arte e dança.
Abordando a pesquisa de linguagem realizada por Ângelo Madureira e Ana Catarina Vieira durante 15 anos, esta oficina propõe a prática de diferentes vivências nas elaborações específicas realizadas nas linguagens da dança clássica, dança popular e dança contemporânea feitas pela dupla.
During the Biennial, Grupo Cena 11 (Santa Catarina) will be developing part of the creative process of its new show. At the end of this residency, the public is invited to learn about the procedures and talk with the artists. With 22 years’ experience, the company develops a daily routine of rehearsals, creative process, theoretical researches and physical practices and preparation. Three solid concepts guide the group’s research work: ethics and aesthetics over the body and the environment where this body is inserted; production allied with artistic research, dance and technology; and, more recently, the exchange of studies and practices with other artistic and dance groups.
COM: Ana Catarina Vieira – bailarina e coreógrafa, é parceira de Ângelo Madureira desde 2000, com quem já criou mais de 20 espetáculos. Vem da metodologia russa vaganova, adaptada por Sacha Svetloff para corpos latino-americanos, e tem ampla experiência nas danças populares, clássica e contemporânea.
Based on the language research that has been conducted by Ângelo Madureira and Ana Catarina Vieira, for 15 years, this workshop proposes the practice of different experiences in specific advances achieved by the duo in the languages of classical dance, folk dance and contemporary dance.
WITH: Ana Catarina Vieira – dancer and choreographer, she has partnered with Ângelo Madureira since 2000, during which time the duo has conceived more than 20 performance pieces. Trained in the Russian methodology Vaganova, adapted by Sacha Svetloff for Latin American bodies, and has vast experience in popular, classic and contemporary dance.
Encontro - Diálogos Possíveis PARTITURA DOS OLHOS Quais são os efeitos psicofísicos de interromper o reflexo de piscar? Muita lágrima de crocodilo, representações pictóricas religiosas, alguma tristeza, muito desequilíbrio… Trabalharemos num constante abrir e fechar dos olhos e do corpo. Num muito relativo processo binário aberto/fechado, claro/escuro, lado/outro, inspira/expira, induziremos ao prazer de modular sensações, intensidades e afetos. É assim que veremos expressões sendo produzidas sem necessariamente significar ou representar. E alguma partitura nos servirá para contradizer a indulgência e tensionar as fronteiras entre o controle e a entrega. What are the psycho-physical effects of interrupting the blinking reflex? A lot of crocodile tears, religious pictorial representations, some sadness, lots of emotional imbalance... we will work in a constant opening and closing of the eyes and the body. In this very relative binary process of open/ closed, light/dark, side/other, inspire/expire, we will induce the pleasure of modular sensations, emotions and intensities. That is how we will be able to produce expressions without necessarily meaning or representing them. And a score will allow us to contradict indulgence and delineate the boundaries between control and surrender.
A Bienal oferece aos artistas, produtores, programadores e agentes culturais participantes do festival a oportunidade de contato com parceiros de trabalho em potencial. Em um ambiente informal, são estimulados encontros para a troca de informações e o desenvolvimento de projetos conjuntos. The Biennial provides the artists, producers, programmers and cultural agents who participate in the festival with the opportunity of coming into contact with potential partners for their work. An informal environment will stimulate meetings aimed at the exchange of information and the potential development of joint projects.
PONTO DE ENCONTRO Bar-restaurante, espaço para encontros e trocas entre artistas e convidados da Bienal com shows e DJs. Bar-restaurant, space for meetings and exchange between participating artists and guests, with shows and DJs.
COM: Michele Moura – performer e coreógrafa. Desde Cavalo (2010), desenvolve práticas e estratégias performáticas que possam detonar modificações perceptivas no artista e no público. Realiza residências e apresentações em diversas cidades do Brasil, da América Latina e da Europa. WITH: Michele Moura – performer and choreographer. Since Cavalo (2010), Michele develops performing practices and strategies that are capable of unleashing perceptive changes in the artist and in the audience. She holds residency programs and presentations in several cities across Brazil, Latin America and Europe.
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LANÇAMENTOS DE LIVROS BOOK RELEASES
Dando corpo à história
Chamando ela
Holly ElIZABETH CAvREll (SP)
SHEIlA RIBEIRo (SP)
“A pesquisa de Holly Cavrell traz uma série de depoimentos e experiências pessoais que fazem do texto muito mais do que uma tese de doutorado. Aliás, quem conhece a autora sabe que a história começou muito antes da tese, entre estúdios de dança e palcos de várias cidades do mundo, conversas com artistas e alunos, pesquisas nas ruas, metrôs, por toda parte onde pudesse reconhecer ideias e imagens em movimento. No livro e na vida, Holly dança as suas e tantas outras histórias da dança, desafiando a compartimentação de nossos sentidos.” (Christine Greiner)
O livro-performance Chamando Ela é moda expandida. Suas imagens trazem conceitos de moda em editoriais, verdadeiras crônicas da vida contemporânea – dress-codes, trends, comportamento e estilo. O livro faz parte do projeto Chamando Ela, que promove o cruzamento de dança contemporânea, moda, cultura digital e fotografia. Segundo seu trio idealizador, é “um hub de delícias para um mundo que não se sabe qual é”. “É um jeito de ver e mostrar o mundo em sua potência e perigo.” O trabalho de Sheila Ribeiro é subsidiado pela 16ª edição do Programa de Fomento à Dança da Cidade de São Paulo.
“Holly Cavrell’s research brings a series of personal statements and experiences that turn this text into much more than a doctorate thesis. In fact, those who know the author are aware that the story behind her research started well before the thesis, in dance studios and stages across several cities around the world, talks with artists and students, research conducted on the streets, in subways, wherever she could recognize ideas and images in motion. In her book and in her life, Holly dances with her story and many others in the universe of dance arts, challenging our attempts at compartmentalize our feelings”. (Christine Greiner)
The book-performance Chamando Ela is an extension of fashion. Its images bring fashion concepts in editorials, real-life contemporary chronicles that look at dress codes, trends, behavior and style. The book is part of a project named Chamando Ela, which promotes a cross between contemporary dance, fashion, digital culture and photography. According to the project’s founding trio, the book is a “hub of delights in a world where nothing’s for sure”. “It’s one way of looking at the world with all of its power and danger.” The work of Sheila Ribeiro is funded by Fomento à Dança Program of the City of São Paulo - 16th edition.
Leituras do corpo no Japão
A dança in situ no espaço urbano
CHRISTINE GREINER (SP) Este não é um livro sobre a história do corpo no Japão. Parece mais um caderno de viagem que atravessa tempos e espacialidades, cruzando bibliografias, manifestos, performances, filmes, reportagens, documentários e algumas experiências pessoais. O objetivo é apresentar leituras do corpo realizadas por japoneses (fora do Japão) e ocidentais (vivendo no Japão), que se interessaram, sobretudo, pelos momentos de subversão dos estereótipos, desafiando a clausura das identidades. This is not a book about the history of the body in Japan. Rather, it’s more like a travel notebook that crosses different times and spatialities, combining bibliographies, manifestos, performances, films, reports, documentaries and some personal experiences. The objective is to present readings of the body conducted by the Japanese (outside Japan) and Westerners (living in Japan), who were interested, above all, in those moments when stereotypes are subverted, challenging the attempts to enclose identities.
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LANÇAMENTOS
CARMEN MoRAIS (SP) O livro é fruto da tradução revisada da pesquisa de mestrado realizada por Carmen Morais no Departamento de Dança da Universidade Paris 8 Saint-Denis, na França. A publicação propõe uma reflexão sobre a dança contemporânea inscrita no espaço urbano, a partir dos trabalhos Man Walking Down the Side of a Building (EUA, 1971), de Trisha Brown, e Aqui Enquanto Caminhamos (Brasil/Portugal, 2006), de Gustavo Ciríaco e Andrea Sonnberger. The book is a product of the revised translation of the master’s thesis conducted by Carmen Morais in the Dance Department of Paris 8 Saint-Denis University, in France. The publication offers a reflection on contemporary dance inscribed in urban space, based on the works Man Walking Down the Side of a Building (USA, 1971), by Trisha Brown, and Aqui Enquanto Caminhamos (Brazil/Portugal, 2006), Gustav Ciríaco and Andrea Sonnberger.
LANÇAMENTOS
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Situ (ações) – caderno de reflexões sobre a dança in situ CARMEN MoRAIS E ANA TERRA (oRG.) (SP) O encontro realizado na École Supérieure des Beaux-Arts da região metropolitana de Montpellier (Esbama), França, entre Anne Volvey, Julie Perrin e Laurent Pichaud, em fevereiro de 2013, e outro realizado no Museu da Imagem e do Som (MIS), São Paulo, entre Ana Terra, Cláudia Müller e Natalia Mallo, em outubro de 2014, dão origens às reflexões que compõem o caderno. The meeting held at the École Supérieure des Beaux-Arts, in the metropolitan region of Montpellier (Esbama), between Anne Volvey, Julie Perrin and Laurent Pichaud, in Februrary 2013, and another one held at the Image and Sound Museum, in São Paulo, between Ana Terra, Cláudia Müller and Natalia Mallo, in October 2014, give rise to the reflections found in this book.
Dança com a crítica joUBERT ARRAIS (oRG.) (PR/SP/CE) A publicação Dança com a Crítica (Editora Expressão Gráfica, 2013) é uma ação do projeto itinerante Crítica com a Dança, concebido e coordenado pelo artista-pesquisador e crítico de dança Joubert Arrais. A publicação é resultante de encontros e escritas com artistas colaboradores de dança travados no ano de 2012. Foi viabilizada com apoio do Prêmio Funarte de Dança Klauss Vianna 2011, em ação conjunta com o projeto Crítica de Dança – Contextos Nordestinos, via patrocínio do Programa de Cultura Banco do Nordeste/BNDES 2011. Dança com a Crítica (Editora Expressão Gráfica, 2013) is an action by the traveling project Crítica com a Dança, conceived and coordinated by artist-researcher and dance critic Joubert Arrais. The publication is a result of meetings and writings with collaborating dance artists held in 2012. It was made possible by the Prêmio Funarte Klauss Vianna de Dança 2011, in a joint effort with the project Crítica de Dança – Contextos Nordestinos, through sponsorship from the Cultural Program of Banco do Nordeste/BNDES 2011.
Arte e cognição CHRISTINE GREINER E HElENA kATZ (oRG.) (SP)
Conheça também os livros das Edições Sesc São Paulo em sescsp.org.br/livraria Há mais de duas décadas vem sendo construída uma teoria chamada teoria corpomídia. A sua principal característica é consolidar uma epistemologia indisciplinar, que conecta vários campos do saber, para lidar com o corpo. Nos últimos dez anos, a compreensão de que o fluxo corpo-ambiente representa uma conexão política tornou-se mais explícita, sobretudo a partir das pontes feitas com autores como Michel Foucault, Giorgio Agamben, Roberto Espósito, Paolo Virno e Antonio Negri, entre outros. Tais bibliografias mostraram que não apenas o corpo (corpomídia) é distendido nos artefatos que cognitivamente materializam-se como corpo, mas também nos dispositivos de poder. For more than two decades now, a theory known as “corpomídia” (body-media) has been developed. Its main characteristic is the attempt at consolidating an indisciplinary epistemology, connecting various fields of knowledge, to address the body. Over the past decade, an understanding of the body-environment flow represents a political connection became more explicit, especially from the bridges made with authors like Michel Foucault, Giorgio Agamben, Roberto Esposito, Paolo Virno and Antonio Negri, among others. Such bibliographies showed that the body (corpomídia) is not only distended in the artifacts that cognitively materialize as a body, but also in power devices.
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LANÇAMENTOS
LANÇAMENTOS
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INFORMAÇõES INFORMATION
Sesc Campinas Em 20 de março de 1948, o Sesc começou a atuar em Campinas, oferecendo serviços de assistência social mais convencionais. Com o passar do tempo, uma nova concepção de trabalho social foi criada e desenvolvida, baseada no conceito de educação não formal por meio de atividades físico-esportivas, artísticas e de lazer, uma nova concepção de assistência social que se tornou modelo no Brasil e em outros países. Instalado no bairro Bonfim desde 1972, foi uma das primeiras do interior de São Paulo, com um prédio moderno, que abrigava quadras, piscinas e um dos poucos teatros da cidade. Em 1998, o prédio foi desocupado para uma reforma completa e, em 2001, foi reinaugurada a unidade totalmente nova. No ano de 2006, foram adquiridos os galpões, que foram reformados e reabertos em 2011. O local é uma referência em atividades físico-esportivas e culturais. Sesc started its activities in Campinas on March 20, 1948, initially offering conventional social services. Over time, a new concept of social work was created and developed, one which would be based on fostering non-formal learning through sports, physical, and recreational activities, as well as the arts. Eventually, this new concept would become the standard in social services in Brazil and around the world. Located in the Bonfim district since 1972, the community center was one of the first of its kind in the interior of São Paulo State, a modern facility that featured sports courts, pools, and one of the only theaters in Campinas at the time. In 1998, the building underwent a complete renovation and, in 2001, an entirely new center reopened its doors to the public. The warehouses were acquired in 2006, then renovated and made available to the public in 2011. The center has set a standard for excellence in facilities that offer physical, sports and cultural activities. Rua Dom José I, 270/333 – Bonfim
Teatro Municipal José de Castro Mendes Reinaugurado em dezembro de 2012, o Teatro José de Castro Mendes é um importante aparato cultural de Campinas. O local foi adaptado a partir do prédio do antigo cinema da Vila Industrial, o Cine Casablanca. Já sediou diversos espetáculos da cidade, apresentações de conceituadas companhias de balés nacionais e internacionais, entre outros eventos. Têm capacidade para 760 pessoas e 9 camarins, proporcionando conforto para artistas e público com as mais variadas apresentações. Reopened in December 2012, the Castro Mendes Theater is a vital piece of the cultural landscape of Campinas. It was formerly home to the Casablanca movie theater, and has held several of the city’s most important cultural events, such as national and international ballet companies. The theater has capacity for 760 people and has nine dressing rooms, providing comfort to the audience and to the artists involved in the various types of performances. Rua Conselheiro Gomide, 62 – Vila Industrial
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INFORMAÇÕES
Fotos: Marco Flávio
locais VENUES
Estação Cultura Prefeito Antônio da Costa Santos Estação Cultura, Estação Fepasa ou Estação Central são os diversos nomes da antiga estação ferroviária de Campinas, inaugurada em 1872, sendo a maior das quatro linhas ferroviárias da linha Cia. Paulista. Ainda no século XIX, passou por diversas reformas e reparações. Sua construção ocorreu por intermédio da Cia. Paulista de Estradas de Ferro, fundada em 1867 por empresários paulistanos que pretendiam ligar a ferrovia de Jundiaí a Campinas. A Estação Cultura é símbolo da cidade de Campinas e sua construção marca o início do desenvolvimento ferroviário do país, junto do progresso do estado de São Paulo. Atualmente, além de local turístico da cidade, ainda é ponto para a programação cultural de Campinas. Estação Cultura, Estação Fepasa or Estação Central are a few of the names given to Campinas’ old train station, which opened in 1872 to serve the largest of all four rail lines of Cia. Paulista de Estradas de Ferro (São Paulo Railway Company). Still in the 19th century, the station underwent several renovations and repairs. It was built by the Cia. Paulista, the rail company started in 1867 by businessmen from São Paulo, who wanted to connect Jundiaí and Campinas by train. Estação Cultura is a landmark of the city of Campinas, and its construction symbolizes the beginning of the expansion of rail transport in the country, as well as the economic progress of the State of São Paulo. Currently, besides being a tourist attraction, it is also an important place for the city’s cultural life. Rua Francisco Teodoro, 1050 – Vila Industrial
MIS - Museu da Imagem e do Som Com o objetivo de reunir e preservar a memória audiovisual de Campinas, o MIS foi idealizado por fotógrafos, cinegrafistas e cineclubistas da região, liderados por Henrique de Oliveira Júnior e Dayz Peixoto Fonseca. Por meio da valorização de diversas atividades, o MIS conta hoje com grande acervo de fotografias, vídeos, música, cinema, objetos tecnológicos e educação patrimonial, acompanhando a tendência dos museus atuais, possibilitando à sociedade acesso às mais diversas atividades. A sede do MIS fica no Palácio dos Azulejos, antiga residência do Barão de Itatiba, que também foi sede da Prefeitura Municipal, Sanasa, até que em 1996 foi transferido para a Secretaria Municipal de Cultura. The Image and Sound Museum of Campinas was conceived by photographers, filmmakers and film club members of the region, with the goal of preserving the audiovisual history of the city. The efforts to bring the museum to life were led by Henrique de Oliveira Júnior and Dayz Peixoto Fonseca. Promoting a wide range of audiovisual activities, the Image and Sound Museum has a large collection of Photographs, Video and Musical Recordings, Cinema, Technological Objects and Cultural Heritage Artifacts, following the trend of the most modern museums worldwide. The Image and Sound Museum is located at the Azulejos Palace, the former home of the Baron of Itatiba. The Palace was the seat of the city’s government until being transferred to the City Cultural Department in 1996. Rua Regente Feijó, 859 – Centro
INFORMAÇÕES
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Rodoviária de Campinas TERMINAL RODOVIÁRIO DE CAMPINAS RAMOS DE AZEVEDO Desde junho de 2008, Campinas conta com o Terminal Rodoviário Ramos de Azevedo, sendo o 2º maior terminal do estado de São Paulo, e que reúne linhas intermunicipais e interestaduais. Substituiu a antiga Estação Rodoviária Dr. Barbosa de Barros, que diante do crescimento da cidade de Campinas mostrava-se ineficaz para atender à demanda da população que utilizava o transporte. O terminal Ramos de Azevedo atende a milhares de pessoas com uma estrutura moderna e confortável.
CIS GUANABARA - ARMAZÉM DO CAFÉ E GARE Centro Cultural de Inclusão e Interação Social criado e mantido pela Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários da Unicamp. Localizado prédio da antiga Estação Guanabara, é um espaço público, voltado ao desenvolvimento de projetos de lazer, educação e cultura para o público de Campinas e região. Foi inaugurado em 7 de abril de 2006, no Armazém do Café, e até hoje promove atividades culturais voltadas à autonomia e também vinculadas à universidade.
Since June 2008, bus travel to/from Campinas is served by the Ramos de Azevedo Bus Terminal, the second largest in the state. The terminal replaced the old Dr. Barbosa de Barros Bus Station, which was no longer able to meet the demand of travelers. Thousands of people come through the terminal every day, with a modern and comfortable structure.
Social Inclusion and Interaction Center created and maintained by the Office of the Dean for Postgraduate Studies and Community Affairs at Unicamp. Located at the former Guanabara Station building, is a public space dedicated to the development of recreational, educational and cultural projects for residents of Campinas and its surrounding region. It was opened on April 7, 2006 at the Coffee Warehouse, and has been promoting cultural activities related to the cause for autonomy of the people, from the perspective of a university and its stakeholders.
Rua Dr. Pereira Lima, 60-140 – Vila Industrial
Rua Mário Siqueira, 829 – Botafogo
UNICAMP
PRAÇA RUI BARBOSA
A universidade foi fundada em 1966. Ao longo do tempo, se consolidou como uma das mais importantes instituições de ensino do Brasil, sendo responsável por 15% das pesquisas acadêmicas do país. Sua política estudantil é autônoma, embora subordinada ao Governo de Estado de São Paulo e a instituições de ensino nacionais e internacionais, que fornecem os principais recursos financeiros para a universidade. O local onde se situa atualmente o campus da Unicamp era ocupado no passado por cafezais e canaviais. O campus, por sua vez, carrega o nome de seu fundador, Zeferino Vaz.
Foi construída em homenagem ao jurista Rui Barbosa no ano de 1920. No passado, ainda abrigou o velho teatro, que após sua demolição, deu lugar ao Teatro Municipal, inaugurado em 1930. Na década de 1960, o prédio foi demolido. Atualmente, a Praça Rui Barbosa é conhecida pelo intenso comércio na região, além de apresentar diversos espetáculos culturais como shows de música, teatro e dança.
Founded in 1966, the State University of Campinas has established itself as one of the leading educational institutions in Brazil, accounting for 15% of all academic research produced in the country. Although subordinated to the Government of the State of São Paulo and to national and international educational institutions, Unicamp has the autonomy to define its own policies. Located on land that was once occupied by coffee and sugar cane plantations, the university’s campus is named after founder Zeferino Vaz. Cidade Universitária Zeferino Vaz – Barão Geraldo
It was built in 1920 in honor of its namesake, a renowned local jurist. It was the original site of a theater that was later replaced with the Municipal Theater, which was completed in 1930. In the 1960s, the building was demolished. Currently, the square is located at the heart of a busy commercial district, in addition to hosting several cultural events, such as concerts, dance performances and street theater. Rua 13 de maio, s/nº – Centro
PRAÇA GUILHERME DE ALMEIDA Também conhecida como Praça do Fórum, homenageia o poeta campineiro Guilherme de Almeida. Ex-combatente na Revolução de 32, foi também jornalista e colaborador do jornal O Estado de S. Paulo, além de consagrar-se como escritor. A praça possui um monumento em sua homenagem, pela colaboração como poeta e soldado para a cidade de Campinas. Also known as the Courthouse Square, the square is officially named after local poet Guilherme de Almeida. A multi-talented individual, Almeida was a soldier in the Revolutionary War of 1932, a journalist and contributor to the newspaper “O Estado de São Paulo”, as well as a renowned writer. The square features a monument in his honor, commemorating his contributions as a poet and a soldier. Rua Regente Feijó, s/nº – Centro
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INFORMAÇÕES
INFORMAÇÕES
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TORRE DO CASTELO
LARGO DO ROSÁRIO
Inaugurada no ano de 1940, a Torre do Castelo ou Castelo d’Água, como era conhecido, foi erguida num ponto estratégico para o desenvolvimento urbano de Campinas com o objetivo de abastecer os bairros que se formavam naquela região. Em 1936, quando o DAE (Departamento de Água e Esgoto da época) previu a expansão de Campinas, o ponto mais alto do bairro Jardim Chapadão foi escolhido para a construção de um reservatório de água, tornando-se um marco para o município. Na década de 1990, o prédio recebeu novas reformas para a instalação do Museu Histórico da Sanasa, além de restauração da praça para devolver o aspecto dos anos 1940. Em 2001, foi instalada em seu interior a Rádio Educativa de Campinas. Dentro do projeto Conheça Campinas, o público pode realizar visitas monitoradas aos sábados e domingos.
O Largo do Rosário surgiu a partir da construção da Igreja do Rosário, inaugurada em 1817. Com a vinda de D. Pedro II a Campinas, no ano de 1846, a praça recebeu entre 8 e 10 mil pessoas, tornando-se, assim, um polo para manifestações políticas e aglomerações da cidade. Seu nome oficial é Praça Visconde de Indaiatuba, em homenagem aos fundadores do Colégio Culto à Ciência. Com o crescimento da cidade de Campinas, a Igreja do Rosário foi demolida para possibilitar o alargamento da Avenida Francisco Glicério. Em 1996, foi tombado pelo Condepacc.
Completed in 1940, the Castle Tower, or Water Castle, as it was also known, was built on a strategic location for the urban development of Campinas, with the purpose of supplying water to the new neighborhoods that were being built at the time. In 1936, when planning for the city’s expansion, the Department of Water and Sewage chose the highest point in the district of Jardim Chapadão for the construction of a water reservoir, which also became a city landmark. In the 1990s, the building was renovated to house the Historical Museum of Sanasa, and the square in which it is located was restored to its 1940s era appearance. Community radio station Rádio Educativa moved to the Castle in 2001. As part of the “Conheça Campinas” (Explore Campinas) project, guided visits are available on weekends. Avenida João Erbolato, s/nº – Castelo
Rosário Square was developed around the Rosário Church, which was completed in 1817. The square has been a popular place for political protests and gatherings since the Brazilian Emperor D. Pedro II visited Campinas in 1846, attracting an estimated 8 to 10 thousand people to the site for one of his public appearances. The official name is Viscount of Indaiatuba Square, in honor of one of the founders of the Culto à Ciência School. As the city expanded, the Rosário Church was taken down to allow for the widening of Francisco Glicério Avenue. In 1996, it was listed as a National Heritage Site by CONDEPACC. Praça Visconde de Indaiatuba, s/nº – Centro
CANTEIRO GOVERNADOR PEDRO DE TOLEDO Em frente ao ponto de ônibus da Parada Sesc. In front of the Parada Sesc bus stop. Avenida Governador Pedro de Toledo, s/nº – Bonfim
PRAÇA CARLOS GOMES A praça foi nomeada em 1880, como homenagem ao ilustre compositor Carlos Gomes. Em 1883, foram plantadas cem palmeiras imperiais ao redor da praça, sendo que a maioria permanece até os dias de hoje. Em 1914, a praça foi nivelada e ajardinada, recebendo um coreto, com seus velhos atlantes curvados, teto de madeira e grades de ferro trabalhado. Em cantos diferentes da praça existem dois monumentos, um de Rui Barbosa e outro de Tomás Alves, médico campineiro, que teve importante papel no combate à epidemia de febre amarela em 1889. Em frente a ela se localiza o arrojado Edifício Itatiaia, de autoria de Oscar Niemeyer. The square was named for the famous composer Carlos Gomes in 1880. In 1883, it welcomed the acquisition of 100 royal palm trees, most of which have survived to this day. The ground was levelled and landscape improvements were made in 1914, including the installation of a gazebo with an arched wooden roof and wrought iron railings. Two different monuments adorn opposite ends of the square, one depicting Rui Barbosa, and the other of Tomás Alves, a local doctor who became known for his pivotal work in the yellow fever epidemic of 1889. Facing the square is the Itatiaia Building, with its bold design characteristic of architect Oscar Niemeyer. Facing the square is the Itatiaia Building, with its bold design characteristic of architect Oscar Niemeyer. Rua Irmã Serafina, s/nº – Castelo
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INFORMAÇÕES
INFORMAÇÕES
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ESPETÁCULOS, INTERVENÇÕES E ATIVIDADES FORMATIVAS
Instalações
Sesc Campinas Teatro
galpÃO
galpÃO SALAS
Sesc Campinas JARDIM DO GALPãO
convivÊNCIA
Sala Múltiplo Uso 2
MIS - sala lustre
Framing Body 19h – 22H
Tragédia 21h30
17
Rodoviária externo
ARENA
QUINTA
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Menu de Danças 20h
Tragédia 21h30
19
Menu de Danças 20h
Futuros Primitivos 21h30
20
DESASTRO 17h
Futuros Primitivos 20h
SEXTA
SÁBADO
domingo
Precisa-se Público 16h – 22h
Tendências da Produção Coreográfica 14h
Três 10h – 18H
Framing Body 19h – 22H
Ninhos 16h
Precisa-se Público 16h – 22h
Corpos Outros 14h
Três 10h – 18H
Framing Body 19h – 22H
Ninhos 11h30
Precisa-se Público 16h-22h
Discoreografia 16h – 17h30
SEGUNDA
ESPAÇOS ABERTOS ESPAÇOS FECHADOS
Por dentro do Acervo 14h
Três 10h – 18H
Framing Body 19h – 22H
22
blink 21h30
Precisa-se Público 16h – 22h
Dança e fruição: gosto, crítica e juízo 14h
Três 10h – 18H
Framing Body 19h – 22H
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BIFE 20h
blink 21h30
Precisa-se Público 16h – 22h
Remontagens 14h
Três 10h – 18H
Framing Body 19h – 22H
Três 10h – 18H
Framing Body 19h – 22H
Almoxarifado de Gêneros 14h
Três 10h – 18H
Framing Body 19h – 22H
Crítica 14h
Três 10h – 18H
Framing Body 19h – 22H
QUARTA Piranha 21h30
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La Bête 21h30
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Transobjeto 20h
Tira meu fôlego 21h30
Precisa-se Público 16h – 22h
Experiência 3 20h30
Precisa-se Público 16h – 22h
Varal de Nuvens 11h
Precisa-se Público 16h – 22h
Registro de Dança: Vídeo 10h
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Para todos os seguintes 11H E 16h
Tira meu fôlego 20h30
Varal de Nuvens 14h
Precisa-se Público 16h – 22h
Registro de Dança: foto 10h
Sexta
sábado
domingo
Mal Secreto 19h
Lançamento de Livro 16h
Experiência 3 20h30
QUINTA
SESC
Precisa-se Público 16h – 22h
BIFE 20h
TERÇA
INFORMAÇÕES
Framing Body 19h – 22H
Suportar 15h
21
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Lançamento de Livro 16h
Dança e Espaço Urbano 14h Lançamento de Livro 16h
Lançamento de Livro 16h
Vestígio e Continuidade 13h
Framing Body 19h – 22H
Discoreografia 16h – 17h30
INFORMAÇÕES
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ESPETÁCULOS, INTERVENÇÕES E ATIVIDADES FORMATIVAS Teatro JOSÉ DE Castro Mendes – Sala
Teatro Castro Mendes
Estação Cultura
MIS - museu da imagem e do som
Canteiro da Av. Gov. P. Toledo
unicamp Rodoviária Unicamp
unicamp CIS Guanabara
Gare
CIS Guanabara
CIS Guanabara
Hyenna 19h30
Mordedores 18h
Hyenna 19h30
Mordedores 18h
Armazém - S1
Praça Rui Barbosa
Praça do Fórum
ARMAZÉM - S2
Praça Carlos Gomes
Torre do Castelo
largo do rosário
Multitude 12h
17
QUINTA
20
Estado Imediato 18h
SÁBADO
domingo
deslocamentos 17h
Suportar 15h
Duo para dois perdidos 11h
Carcaça 16h
21
SEGUNDA
22
A partir de uma história verdadeira 20h30
23
A partir de uma história verdadeira 20h30
TERÇA
QUARTA
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Partitura dos Olhos 15h
25
Dança Clássica Popular e
QUINTA
Sexta
Olho Nu 17h
Contemporânea
11h
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Fall 20h
27
cair 14h Fall 20h
sábado
domingo
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INFORMAÇÕES
Gráfico planificado da violência 17h
Olho Nu 17h
Trilha Sonora para Dança 14h
ESPAÇOS ABERTOS
19
Estado Imediato 20h
Duo para dois perdidos 15h
Gráfico planificado da violência 11h
Carcaça 16h
Trilha Sonora para Dança 14h
Biomashup 17h30
Sintética idêntica ao natural 18h
Trilha Sonora para Dança 14h
Biomashup 17h30
Sintética idêntica ao natural 18h
Produção em dança 14h
ESPAÇOS FECHADOS
18
SEXTA
deslocamentos 17h
Homem Torto 19h30
Onde o horizonte se move 15h
Corpos em espaços urbanos 12h
Homem Torto 19h30
Onde o horizonte se move 15h
Corpos em espaços urbanos 12h
intimidade dócil 17h
Footing 14h
intimidade dócil 17h
Footing 14h
SESC
Multitude 18h30
Corpos em espaços urbanos 12h
INFORMAÇÕES
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Sesc – SERVIÇO SOCIAL DO COMÉRCIO
Administração Regional no Estado de São Paulo PRESIDENTE DO CONSELHO REGIONAL PRESIDENT OF REGIONAL COUNCIL Abram Szajman DIRETOR DO DEPARTAMENTO REGIONAL REGIONAL DEPARTMENT DIRECTOR Danilo Santos de Miranda SUPERINTENDÊNCIAS Superintendences TÉCNICO SOCIAL SOCIAL TECHNICAL Joel Naimayer Padula COMUNICAÇÃO SOCIAL SOCIAL COMMUNICATION Ivan Paulo Giannini ADMINISTRAÇÃO ADMINISTRATION Luiz Deoclécio Massaro Galina ASSESSORIA TÉCNICA E DE PLANEJAMENTO TECHNICAL AND PLANNING CONSULTANCY Sérgio José Battistelli GERÊNCIAS MANAGEMENTS AÇÃO CULTURAL CULTURAL ACTION Rosana Paulo da Cunha ADJUNTA DEPUTY MANAGER Kelly Adriano de Oliveira ASSISTENTES ASSISTANTS Claudia Vieira Garcia e Juliano B. C. de Azevedo ESTUDOS E DESENVOLVIMENTO STUDIES AND DEVELOPMENT Marta Colabone ADJUNTO DEPUTY MANAGER Iã Paulo Ribeiro SAÚDE E ALIMENTAÇÃO HEALTH AND NUTRITION Maria Odete F. M. Salles ADJUNTA DEPUTY MANAGER Maria Fabiana Ferro Guerra ARTES GRÁFICAS GRAPHIC DESIGN Hélcio Magalhães ADJUNTA DEPUTY MANAGER Karina Musumeci CENTRO DE PRODUÇÃO AUDIOVISUAL AUDIOVISUAL PRODUCTION CENTER Silvana Morales Nunes ADJUNTA DEPUTY MANAGER Sandra Karaoglan DESENVOLVIMENTO DE PRODUTOS PRODUCT DEVELOPMENT Évelim Lúcia de Moraes ADJUNTA DEPUTY MANAGER Andressa de Góis e Silva DIFUSÃO E PROMOÇÃO PUBLICITY AND PROMOTION Marcos Ribeiro de Carvalho ADJUNTO DEPUTY MANAGER Fernando Fialho RELAÇÕES COM O PÚBLICO PUBLIC RELATIONS Milton Soares de Souza ADJUNTO DEPUTY MANAGER Carlos Rodolpho T. Cabral SESCTV SESCTV Valter Vicente Sales Filho ADJUNTA DEPUTY MANAGER Regina Salete Gambini CONTRATAÇÕES E LOGÍSTICA HIRING AND LOGISTICS Jackson Andrade de Matos ADJUNTA DEPUTY MANAGER Adriana Mathias ENGENHARIA E INFRAESTRUTURA ENGINEERING AND INFRASTRUCTURE Amilcar João Gay Filho ADJUNTO DEPUTY MANAGER Marcelo Fanchini PATRIMÔNIO E SERVIÇOS ASSETS AND SERVICES Jair Moreira da Silva Junior ADJUNTO DEPUTY MANAGER Nelson Soares da Fonseca LICITAÇÕES BIDS Marcia Mitter ADJUNTO DEPUTY MANAGER Paulo César dos Santos TECNOLOGIA E INFORMÁTICA TECHNOLOGY AND COMPUTING Juvenal Francisco Pires ADJUNTO DEPUTY MANAGER Flávio Balerine ASSESSORIA JURÍDICA LEGAL ADVICE Carla Bertucci Barbieri ASSESSORIA DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS INTERNATIONAL RELATIONS ADVICE Aurea Leszczynski Vieira Gonçalves
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INFORMAÇÕES
SESC CAMPINAS GERENTE MANAGER Hideki M. Yoshimoto ADJUNTA DEPUTY MANAGER Ilona Hertel COORDENADORES DE ÁREAS COORDINATORS ADMINISTRATIVO ADMINISTRATION Solimar Cristina L. A. Lelis e equipe ALIMENTAÇÃO NUTRITION Elianne Arruda Pires e equipe COMUNICAÇÃO COMMUNICATION Ariane Magalhães Campos e equipe INFRAESTRUTURA INFRASTRUCTURE Edson Gualberto de Souza e equipe OPERAÇÃO DE SERVIÇOS SERVICES Tatiana Fukuhara Borges e equipe PROGRAMAÇÃO PROGRAMMING Flavia Lopes Marques e equipe BIENAL SESC DE DANÇA 2015 COORDENAÇÃO COORDINATION Claudia Garcia e Maurício Ricci CURADORIA CURATORSHIP Alejandro Ahmed (Grupo Cena 11 Cia. Dança), Claudia Garcia, Liliane Soares de Oliveira, Marcos Villas Boas e Thiago Barbosa Aoki PRODUÇÃO DE PROGRAMAÇÃO E AÇÃO EDUCATIVA PROGRAMMING PRODUCTION AND EDUCATIONAL ACTION Marcos Villas Boas e Patrícia Piazzo COORDENAÇÃO DE ESPAÇOS COORDENATION OF VENUES Camila Tavares, Carolina Reis da Silveira, Cássio Quitério, Christine Villas, Cleber Rocha da Silva, Denis Salzano, Fabiano Mastrodi, Fernando Mekaru, Gilcemar Borges, Gisele Ribeiro, Isabella Ikawa Bellinger, Jusiléia Rocha de Oliveira, Lerisson Nascimento, Lúcia Helena do Nascimento, Marcelo Paulino, Mário Sérgio Barroso, Patrícia Piazzo, Priscila Sayuri, Rani Bacil Fuzeto, Rejana Gomes Pereira, Ruth dos Santos, Sérgio Belucci, Simone Wicca, Susana Coutinho, Valquíria Pinheiro Santos, Vitor Pereira Paschoalick PRODUÇÃO DE ESPAÇOS VENUES PRODUCTION José Eduardo da Silva Ruiz e Marco Antônio M. Porto PRODUÇÃO DE SERVIÇOS SERVICES PRODUCTION Vanessa Ogawa Valverde ALIMENTAÇÃO NUTRITION Márcia Drabek e Lilian Maria Rocha ATENDIMENTO PUBLIC RELATIONS Samara F. R. Baptista HOSPEDAGEM HOSTING Lilian Peres TRANSPORTES TRANSPORTATION José Eduardo M. de Oliveira Junior COMPRAS PURCHASING Kenya de Almeida Leite CONTRATOS CONTRACTS Christiane Helena Shey Y. Cham, Iris Munhoz Delgado e Rodrigo Pedroso Gabrielli COMUNICAÇÃO COMMUNICATION Aguinaldo Soares da Costa, Aline Ribenboim e Andréia Dorta M. C. Grande ARTES GRÁFICAS GRAPHIC DESIGN Denis Tchepelentyky e Rogério Ianelli / Catálogo Digital Marilu Donadelli, Ana Paula Fraay DESENVOLVIMENTO DE PRODUTOS PRODUCT DEVELOPMENT Franscisco Manoel Santinho PRODUÇÃO AUDIOVISUAL AUDIOVISUAL PRODUCTION André Queiroz, Giuliano Jorge, Joana Eça de Queiroz e Taís Barato PROPAGANDA E COMUNICAÇÃO VISUAL PUBLICITY AND SIGNS Daniel Tonus, Eduardo Ribeiro, Nilton Andrade Bergamini e Paulo Roberto INTERNET E MÍDIAS SOCIAIS INTERNET AND SOCIAL MEDIA Malu Maia, André Venâncio, Fernando Bisan, Leandro Nunes e Mariana Krauss ARQUITETURA CÊNICA DOS ESPAÇOS SCENIC DESIGN OF VENUES Hideki Matsuka / Assistentes Vinicius Cardoso Ferreira e Vitor Yoshio Miura FOTOGRAFIA PHOTOGRAPHY Roberto Assem AMBIENTAÇÃO EXTERNA OUTDOOR SIGNAGE Marcus Vinícius Santos, Renato Ranzani (produção gráfica) CATÁLOGO E GUIA DE PROGRAMAÇÃO CATALOGUE E PROGRAMMING GUIDE Carla Garofalo (diagramação) ANÚNCIOS ADVERTISEMENT Paula de Freitas Lopes (diagramação) PRODUÇÃO TEXTUAL TEXTS Isabel Monteiro e Lúcia Monteiro REVISÃO PROOFREADING Samantha Arana VERSÃO INGLÊS ENGLISH VERSION Cecília Delatorre ASSESSORIA DE IMPRENSA PRESS OFFICE Nossa Senhora da Pauta Assessoria de Comunicação / Frederico Paula
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