19 de janeiro a 9 de fevereiro de 2022
VISIBILIDADE QUE TRANSFORMA
O campo cultural configura-se essencialmente como expressão da diversidade humana, refletindo diferentes modos de agir, pensar e produzir – diversidade esta que foi reconhecida pela Unesco, no começo deste milênio, como patrimônio da humanidade. Nessa perspectiva, valorizar as manifestações artístico-culturais dos sujeitos que integram a sociedade corresponde a uma visão democrática de cultura e permite, ademais, que as gerações futuras entrem em contato com esse legado multifacetado. Para que tal representatividade se efetive, cabe uma tomada de decisão no âmbito das políticas de cultura, viabilizando que narrativas de grupos sociais historicamente marginalizados estejam acessíveis ao maior número de pessoas. Dessa forma, elas podem trazer à tona pontos de vista emancipatórios e revelar imaginários plurais. Aqui, a linguagem audiovisual é estratégica, levando em conta sua crescente capacidade de habitar o cotidiano das pessoas. Nesse contexto, o projeto OJU: Roda Sesc de Cinemas Negros destaca a produção audiovisual de criadores nacionais negras e negros, por meio de filmes contemporâneos de longa e curta-metragem. A programação inclui, além das exibições, ações formativas e debates, com intuito de expandir horizontes acerca da multiplicidade de vozes, histórias e memórias. Para o Sesc, o respeito à diversidade é valor central de uma ação cultural comprometida com o desenvolvimento pleno dos seres humanos. Estimular projetos e ações de difusão das artes produzidas por grupos invisibilizados contribui para transformar as estruturas que movimentam a sociedade na direção da equidade.
Danilo Santos de Miranda Diretor do Sesc São Paulo
SUMÁRIO
6 OJU: PERSPECTIVAS E NARRATIVAS PARA ALÉM DO QUE OS OLHOS PODEM VER 10 ME VEJO NO QUE RECONHEÇO 16 O NEGRO NO CINEMA UM CASO PITORESCO 22 NOTAS SOBRE O CINEMA NEGRO BRASILEIRO CONTEMPORÂNEO 30 FILMES LONGAS METRAGENS 52 FILMES CURTAS METRAGENS 90 DEBATES 94 CURSOS E OFICINAS
OJU: PERSPECTIVAS E NARRATIVAS PARA ALÉM DO QUE OS OLHOS PODEM VER
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A partir do pensamento afro diaspórico brasileiro, referenciamos marcos conceituais para a reelaboração do conhecimento e ampliação de repertórios e perspectivas. OJU - olho em yorùbá - é fundamento e convite a se perceber de corpo inteiro, para além do que se vê, na singularidade e em coletividade. Memória, história, tradição, território, ancestralidade, cosmopercepção, pertencimento e circularidade permeiam esse olhar. A realidade negra no Brasil é múltipla, plural, e esta roda de cinema tem por objetivo aproximar, sensibilizar, fortalecer e alargar olhares para as produções audiovisuais e a existência negra, em suas resistências políticas, no âmbito nacional e suas reverberações estéticas que pluriversalizam linguagens artísticas. São olhares que se voltam para memórias ancestrais, passam pelos territórios, visitam o sagrado, resgatam infâncias, sonhos, amores, vivências, cotidianos: nossa humanidade. A roda, a circularidade como valor formativo africano e afro-brasileiro, é base neste encontro. Ela reúne, conecta, ensina e aprende, mantém vivos valores ancestrais e atualiza modos de ser e de estar no mundo: é assim nos terreiros, batuques, nas cirandas, nos jongos, sambas, capoeiras e giras. E também no cinema: quando narrativas revelam imaginários, posicionamentos e percepções. Reconhecendo nossa ancestralidade e que nossos passos vêm de longe, temos consciência de que não inventamos a roda e não pretendemos com essa mostra esgotar a multiplicidade e diversidade da produção audiovisual realizada por pessoas negras no país, honrando o legado de quem veio antes. Esta é mais uma roda, dentre tantas outras constantemente em movimento, que pretende contribuir para que os olhares se voltem para produções e realizações pretas em suas diversas narrativas. Ver, discutir e aprender é o que deseja a OJU – Roda Sesc de Cinemas Negros, uma curadoria dentro da ampla produção audiovisual negra no Brasil que convida as pessoas para o movimento. Junte-se a nós nesse espaço-tempo e vamos celebrar-refletir em roda.
Equipe de Curadoria
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_ Sem Asas
ME VEJO NO QUE ME RECONHEÇO POR MAITÊ FREITAS
Quando a Ilundy nasceu, eu tinha a ideia de que o primeiro ano de vida seria distante das telas. Sem TV, sem celular, sem qualquer referência audiovisual. Falhei na missão. Negar a tela no cotidiano dela era algo mentiroso. Quando eu não estava na frente da TV, estava diante do celular... e ela ali, comigo, tendo um contato indireto com o meio eletrônico. Recordo-me do dia em que oficializei que a tela seria um elemento de distração e auxílio na maternidade solo. Negociei com todas as vozes internas, que se aliavam às vertentes da psicopedagogia, que orientam pela ausência de telas na primeira infância. Após muito refletir e entender como a tela poderia ser uma aliada na construção de um imaginário identitário e poético desde a primeira infância, acordei comigo e com a comunidade de apoio (família e amigos) que a Ilundy assistiria prioritariamente a desenhos étnico-raciais. Petronilha Beatriz Gonçalves e Silva (2015) sabiamente destaca o papel das famílias de crianças negras no que tange a afirmação e pertencimento étnico-racial destas, e diz: “A educação de crianças negras é responsabilidade de todos os negros.” Logo, toda a comunidade que cuidou e cuida da Ilundy foi e é responsável pela sua educação e afirmação racial – e convido, aqui, as famílias não-negras a educarem suas crianças racialmente, desde a primeira infância! Uma pequena busca no streaming da internet por “músicas infantis africanas” e pronto, lá estava um canal e uma playlist de vídeos com canções tradicionais de diversas partes do continente africano. Aquelas cores, estampas, acordes e ritmos entretinham a pequena, a mim e a sua comunidade de afeto. A pergunta que nós fazíamos era “Como crescemos sem essas referências?”. Como? 10
Eu nasci em 1985, sou cria do fim da década de retomada democrática e cresci nos fatídicos anos 1990, nos quais os programas infantis eram povoados de hipersexualização e racismo. Quem cresceu nesse período sabe quais os elementos que habitaram o imaginário e sabe a dificuldade de se despir de tais violências: da bandeja farta de frutas, queijos e pães no café da manhã da rainha, aos longos cabelos lisos esvoaçantes das princesas dos contos de fadas do castelo animado... Camadas e mais camadas de invisibilidade da diversidade e da pluralidade étnico-racial. bell hooks (2019) em Olhares negros: Raça e representação ensina sobre o amor à negritude como transgressão aos episódios de auto-ódio e negação de si, que são estimulados à internalização ao longo da constituição da subjetividade de toda pessoa negra. Saber que Ilundy cresceria com ritmos afrodiaspóricos no seu imaginário e estaria familiarizada com canções e idiomas que rompiam com a língua do colonizador, trouxe certo acalento para o coração da mãe e para o da comunidade que cresceu vendo uma mulher loira de voz infantilizada saindo seminua de uma nave espacial.
UM MUNDO EM SUA HEGEMONIA RADICAL, ATÉ QUANDO? Consegui preservar essa redoma em todo o primeiro ano, até que as músicas do cancioneiro popular infantil brasileiro adentraram a nossa casa e passaram a integrar ao nosso cotidiano. Não é fácil fechar as portas e a boca para as canções que estiveram presentes na minha infância. Maus tratos aos animais, músicas que incitam violência doméstica, chacotas classistas e etárias e tudo quanto é tipo de violência e de preconceitos, incutidos em canções e parlendas cuja maior pretensão é o entretenimento infantil, amplamente gravado por diversos grupos musicais. Por um lado, se o escárnio e o riso, ao longo da história, foram compreendidos como instrumentos de politização, por outro, em uma sociedade marcada pela colonização, a escravização e a falsa abolição, tais ferramentas eclodem e perpetuam aspectos de muitas violências nas subjetividades e na forma como os povos não-hegemônicos são lidos, vistos e compreendidos. Estou falando do Brasil, um país marcado por desigualdades, violência e pelo genocídio negro, indígena e pela violência de gênero. Ao longo desses três anos de maternagem, o que para uns era lido como radicalismo identitário, para mim era uma questão de construir caminhos preventivos para uma psique e uma autoestima sãs, além de uma percepção sensível do mundo. Saber ser vista por si e no mundo. Uma criança negra crescer afirmando para si, desde as primeiras palavras, que “meu cabelo é lindo” ou “eu sou linda” pode prevenir danos e lacunas que, ao longo da vida, as couraças racistas tentam nos marcar. 11
Quer radicalismo identitário maior do que o amplamente difundido e que assistimos ao longo de todos esses anos na TV, no cinema, ou lemos nos livros? Ver crianças negras e indígenas nos livros, nos desenhos e nas músicas possibilita que Ilundy se reconheça em todas as suas dimensões no decorrer da vida. Nesse processo, ouvi muitas pessoas falarem que quando a criança passasse a frequentar outros círculos, todo esse trabalho de lapidação e alimentação saudável do imaginário seria perdido. Sempre refutei tal afirmação. Se pensarmos a educação e formação da criança como um processo comunitário, e aqui cabe trazer as comunidades de aprendizagens, o problema maior é acreditar que esta outra narrativa imagética não pode coexistir no cotidiano da criança da família, por que a regra é “atirar o pau no gato” e tentar reproduzir a imagem de uma pseudo musa de cabelos loiros lisos e corpo escultural. Para estar em comunidade, em sociedade, é preciso construir espaço e campo para as tantas vozes, elementos culturais e memórias que nos constituem. Ver filmes dirigidos e pensados por realizadoras/realizadores negras possibilita que outras camadas da narrativa imagética sejam absorvidas: a da busca por um território afetivo; a busca por respostas às lacunas históricas que a colonização e a falsa democracia racial tentaram arraigar em nossa vida nos permite materializar e recuperar nossas aldeias, nossos quilombos, nossos quintais. Para nós, famílias afro-indígenas, é fundamental se ver e se reconhecer nesse espelho ancestral. Pensar uma educação, desde a primeira infância, que seja afirmativa e berço fecundo de referências outras é, também, estar aliada ao compromisso de décadas em luta do movimento negro e indígena. A lei no. 10.639/03 (BRASIL, 2003) e, posteriormente, a lei no. 11.645/08 (BRASIL, 2008), ao tornarem obrigatórios os ensinos de história e cultura africana, afro-brasileira e indígenas, convidam a sociedade brasileira a uma reeducação coletiva e radical. Portanto, dentro de casa, eu não poderia fazer diferente. Não podemos seguir temendo o espelho de nossa ancestralidade. Precisamos reaprender a nos enxergar nele e além dele. Enxergar a si mesmo é uma arma importante, em meio aos processos históricos de apagamento e de tentativa sistêmica de nos retirar memórias e embranquecer nossa existência. É importante olhar-se no espelho e se enxergar, se amar. Como mãe, faço questão de apresentar obras não-brancas para a comunidade escolar que minha filha frequenta. Difundir, compartilhar, alertar e convidar para tal escuta e leitura são passos fundamentais para refazermos nossos repositórios imagéticos coletivos, como afirma Rosane Borges (2021). Pensar a educação, a criação, o vestuário e a alimentação como construções afetivas e identitárias desde a infância – sem firula, sem ostentação, mas com muita informação e troca – tem sido uma possibilidade. Para mim, como mulher preta nascida e crescida na 12
periferia de São Paulo, a maternagem tem me dado a chance de ressignificar os vazios e as chacotas que sofri na escola e os olhares tortos recebidos ao longo da vida. Recentemente, em um parquinho, fomos discriminadas por duas crianças de 5 anos. Diante daquelas meninas brancas, eu me perguntei que futuro é esse e a quem o antirracismo à brasileira acessa? Muita gente desacredita que é possível existir manifestações racistas na infância, mas saibam: não é. O racismo na infância entre crianças começa quando o círculo de convívio e aprendizagem da criança e da família são baseados na ausência de diversidade e protagonismo étnico-racial. Quando a criança não-negra está envolvida numa redoma brancocêntrica e acostumada a ser servida por pessoas negras. Pensar o antirracismo na infância é urgente e necessário, se o que queremos é nos integrar a um futuro mais digno para todas as existências. As famílias pretas têm se empenhado muito e desde sempre para manter um solo possível para que as crianças pretas cresçam e se desenvolvam. Para que crianças pretas vivam e não sejam soterradas pela negligência ou alvejadas pelo Estado brasileiro. Há muito a ser feito e não falta trabalho para ninguém, o que precisa ser feito é transformar como se aborda e compreende-se a importância da infância em uma sociedade racista e adultocêntrica. No livro Tudo sobre o amor (2020), bell hooks afirma que “aprendemos sobre o amor na infância”, portanto, se é possível sonhar um tempo e uma sociedade mais amorosa, saudável, justa e curativa para todas as infâncias, é urgente estabelecer novos parâmetros estéticos, de entretenimento e de experiência artística. Eu fiz isso acrescentando uma palavra na busca por música infantil: “africana”. Mas também já busquei por “colombiana”, “indígena”, tal como ler autoras não-brancas e assistir a produções audiovisuais de realizadoras negras tem sido cada vez mais comum e acessível nos dias atuais. O caminho é longo, mas vale lembrar sempre do provérbio nagô que diz: “Exu matou um pássaro ontem, com a pedra que atirou hoje.” Bom caminho para quem se dispor a vir nessa construção!
MAITÊ FREITAS é mãe da Ilundy Airá. Doutoranda em Mudança Social e Participação Política e Mestre em Estudos Culturais, na USP. É ensaísta, jornalista e gestora cultural. Idealizadora da plataforma Samba Sampa e coordenadora executiva da editora Oralituras. Colabora nas ações e produção da websérie Empoderadas. Participou de coletâneas literárias como autora e editora. É organizadora e idealizadora da Coleção Sambas Escritos (Pólen, 2018). Co-fundadora do coletivo de pesquisadoras negras Acadêmicas das Sambas. É jornalista pesquisadora do Observatório de Territórios Sustentáveis e Saudáveis (FioCruz). Em parceria com a Maternativa, criou o podcast Mães Pretas Pelo Bem-Viver. 13
_ Rã
O NEGRO NO CINEMA, UM CASO PITORESCO JOEL ZITO ARAÚJO
Ao refletir sobre a representatividade e presença dos afrodescendentes na história do cinema brasileiro, devemos buscar ir além da análise dos estereótipos, sem nunca desconsiderar as consequências negativas para a população negra sobre como o cinema incorporou o mito da democracia racial e a estética do branqueamento, filha dileta deste mito. Ambos, balizaram as escolhas de elencos e as formas de representação do negro no audiovisual brasileiro, e ajudaram na manutenção de um fosso social e na profunda desigualdade entre brancos, negros e índios, conforme atestam várias pesquisas, até mesmo aquelas de órgãos oficiais como a ANCINE. Mas, nesse texto, me dedicarei a um “caso” específico, aparentemente leve, gostoso e pitoresco, que pode servir como um ponto de reflexão sobre o inverso de tudo isto. Uma história que é também um exemplo positivo, mas que, infelizmente, a ideologia do branqueamento impediu muitos cineastas e críticos de cinema do Brasil a perceber sua potência. Reza a lenda que a história a seguir se inicia com algumas doses de whisky em uma festa em um apartamento parisiense nos anos cinquenta do século XX. Neste evento, abraçando os copos de whisky, se aproximam e iniciam uma conversa simpática, o cônsul brasileiro, que se tornaria um dos poetas mais queridos do país, Vinicius de Moraes, com um cineasta francês, Marcel Camus, que anos depois alcançaria grande renome internacional ao ganhar um Oscar que, até hoje, confunde o mundo como sendo e não sendo um Oscar para um filme brasileiro. A obra em questão é Orfeu Negro, um filme que, ao contrário do que imaginou seus detratores, contribuiu para a construção de uma imagem positiva do Brasil no exterior. Vou antecipar a parte pitoresca e positiva que fecha esta história, o impacto imaginário que este filme teve nas gerações futuras. Para a surpresa de muita gente, esse encontro entre 16
Vinícius e Camus terminou por ser a pedra fundamental para a futura eleição do primeiro presidente negro da nação mais poderosa do mundo, Barack Obama. A comprovação desse elemento surpreendente pode ser encontrada no livro A Origem dos Meus Sonhos, a autobiografia de Barack Obama. Lá, o presidente americano descreve a noite em que, aos 16 anos, acompanhou a mãe, uma norte-americana branca, ao cinema para assistir novamente ao filme Orfeu Negro e a conversa posterior em que ela revelou para o filho que foi após assisti-lo pela primeira vez que teve sua sensibilidade aberta para a beleza de um homem negro. Logo depois ela encontraria e se apaixonaria pelo pai de Obama. Quem diria, portanto, que o nosso poetinha, em parceria com Antônio Carlos Jobim e a criação teatral fundamental da equipe do TEN, dirigido por Abdias do Nascimento, e com participação da atriz Léa Garcia, estaria por trás do nascimento de Barack Obama? Este é o exemplo mais positivo que conheço dos reflexos imaginários de uma obra cinematográfica nos destinos de uma nação. Orfeu da Negro foi inicialmente uma adaptação para o teatro, em forma de peça musical, do mito grego de Orfeu transposto para a realidade das favelas cariocas. A obra marca o encontro artístico de Vinicius de Moraes com Antônio Carlos Jobim, que musicou todo espetáculo, marca também o encontro de Vinícius com o TEN – Teatro Experimental do Negro. O espetáculo estreou no Teatro Municipal do Rio de Janeiro em 25 de setembro de 1956, e ficou dez dias em cartaz, com cenários de Oscar Niemeyer. Essa foi a segunda vez que um elenco de atores negros ocupava o palco do mais famoso teatro brasileiro da época. O filme premiado com a Palma de Ouro no Festival de cinema de Cannes em 1959, e com o Oscar de melhor filme em língua estrangeira, em 1960, foi escrito por Marcel Camus, Vinicius de Moraes e Jacques Viot. Mas essa história incrível também ajuda a compreender os grandes equívocos da parcela mais ilustrada do cinema brasileiro da época. O filme Orfeu foi rechaçado pela crítica brasileira e pelos nomes mais importantes do cinema novo. As polêmicas começaram no Brasil, antes mesmo da primeira apresentação em Cannes. O filme entrou no Festival como parte da seleção francesa por recusa dos diplomatas brasileiros em inscrevê-lo como um filme brasileiro. Os funcionários do Itamaraty temiam que um filme com personagens negros e incorporando nossas favelas como cenário reforçaria a má imagem do país no mundo. Conforme relatou Vinícius de Moraes numa entrevista que deu em 1967 para a equipe do MIS1. 17
Na sequência, após o sucesso em Cannes, o filme foi chamado pela nossa crítica e pelos cinema-novistas de “macumba para turistas”. Na realidade, a estética deslumbrante de Orfeu Negro chocou-se frontalmente com os pilares do cinema novo, “caracterizado pelo projeto de criar um “moderno” e “autêntico” cinema brasileiro, que descolonizasse a linguagem dos filmes e abordasse criticamente o subdesenvolvimento, as desigualdades sociais, a penúria dos segmentos subalternos, as contradições e outras mazelas do país”. Uma parte relevante dos realizadores do Cinema Novo tiveram passagem pelo Centro Popular de Cultura (CPC) da União Nacional dos Estudantes (UNE)2 e faziam uma leitura clássica da esquerda da época sobre a realidade nacional. Ao achar que faltava realismo e autenticidade ao filme Orfeu Negro, essa geração demonstrou não ter compreendido as escolhas estéticas de Marcel Camus, e o contexto que deu bases a elas. Voltemos ao contexto que deu ao cineasta francês sua história e sua concepção estética. Ele era parte de uma geração de artistas e intelectuais brancos franceses que acompanhava com admiração a intensa movimentação do movimento de negritude em Paris. Na década que precedeu o lançamento de Orfeu Negro, o mundo negro passava por um processo intenso de consciência da necessidade de organizar e celebrar a sua força e beleza cultural e estética. Décadas do movimento literário conhecido como Negritude, que agregou escritores negros oriundos dos países que foram colonizados pela França, e que fundou a revista cultural, política e literária Présence Africaine, em 1946, associados ao movimento cultural Harlem Renaissance nos Estados Unidos da América, confluíram para realizar em 19 de setembro de 1956, em Paris, o Primeiro Congresso de Escritores e Artistas Negros, também conhecida na época como Bandung Cultural. Esse Congresso reuniu artistas, intelectuais e ativistas, de várias partes do mundo, que pretendiam compilar um inventário cultural das culturas negras do mundo. Entre os participantes se destacavam Aimé Césaire, Léopold Senghor, James Baldwin, Richard Wright, Josephine Baker, Frantz Fanon, Cheikh Anta Diop, Claude Levy-Strauss, Jean-Paul Sartre e Pablo Picasso. Simultaneamente, em Paris nascia o cinema negro africano. Antes mesmo da primeira grande obra de Ousmane Sembène, o pai do cinema negro, em 1955, um grupo de estudantes africanos do IDHEC, sob a direção de Paulin Soumanou Vieyra realiza aquele que é considerado o primeiro filme negro L’Afrique sur Seine (1955). O grupo contou com a participação de Marpessa Down, a atriz norte-americana, que interpretará Eurydice em Orfeu Negro. Ela já vivia em Paris desde o início da década, cantava em boates, tinha intensa participação no meio cultural negro, e após o filme casaria com Marcel Camus. Entretanto, toda esta efervescência escapará da percepção de nossa vanguarda cinematográfica. É curioso ver como Glauber Rocha cita e admira o livro Os Condenados da Terra do psiquiatra, filósofo e ensaísta nascido na Martinica, Franz Fanon, uma das maiores referencias da luta pela descolonização e contra o sofrimento mental causado pela colonização. 18
Entretanto, nunca encontramos nele qualquer menção à Pele Negra e Mascaras Brancas, considerada uma interpretação psicanalítica do homem negro, e quase uma bíblia do debate sobre a questão do racismo e da identidade negra. É mais curioso ainda que este conjunto de atores negros tratados esteticamente como bonitos em Orfeu Negro, como de fato eram, especialmente Marpessa Down, Breno Mello e Léa Garcia, não provocou nenhuma surpresa, encantamento ou referência posterior para nossa vanguarda cinematográfica. Não surpreendente também que as referências na hiper-realidade do realismo mágico derivada do trabalho de Léopold Senghor, Aimé Cesairé e outros, e a presença de motivos cubistas derivados da África, todos ousadamente exibidos como parte da assinatura estética em Orfeu Negro, tenham sido posteriormente tratados apenas como macumba para turistas3. Em minhas conversas com a querida Ruth de Souza, na fase de pesquisa do filme A Negação do Brasil, fui surpreendido quando ela relatou que só percebeu que foi uma mulher jovem bonita quando chegou à maturidade. No seu tempo de juventude, ela não encontrou nenhum reflexo nos olhos dos brasileiros, e nem mesmo dos seus colegas de cinema, que a permitisse sentir assim. Da mesma forma, a linda e magnética Zezé Motta declarou que depois do sucesso do filme Xica da Silva, de Cacá Diegues, ao contracenar com um galã da época, na telenovela Corpo a Corpo, nos anos oitenta, ficou chocada ao saber da mensagem de um racista alucinado deixada na secretária eletrônica do ator Marcos Paulo dizendo que não entendia como ele podia beijar uma negra “assim tão feia e nojenta como ela”. Todas elas, e muitas outras e outros atores negros, foram vítimas deste tipo de visão distorcida, colonizada, que celebra a beleza ariana como superior. Uma visão estreita, que ignora que a beleza ou a feiura, não é privilégio de nenhuma raça ou etnia. E que o branco nunca poderia ser tratado como a melhor, e até mesmo única, representação do ser humano no mundo audiovisual. Se a compreensão de Orfeu Negro fosse outra, seguramente teríamos um cinema e um país muito diferentes nos dias atuais.
1 FLÉCHET, Anaïs. Um mito exótico? A recepção crítica de Orfeu Negro de Marcel Camus (1959-2008) Fléchet - Universidade Paris IVSorbonne e Pesquisadora do Centro de Estudos do Brasil e do Atlântico Sul. SIGNIFICAÇÃO – Revista de Cultura Audiovisual USP, 32, 2009. 2 Santos Carvalho, Noel dos & Domingues, Petrônio. A representação do negro em dois manifestos do cinema brasileiro. Revista ESTUDOS AVANÇADOS USP, 31, 2017 3 Conversas com Dr. Joseph Jordan (Notes for Joel, 23 June 2019)
JOEL ZITO é diretor, roteirista, produtor e escritor. Sua obra inclui o livro e o premiado filme “A Negação do Brasil”, e os premiados longa “As Filhas do Vento” (2005), e os filmes “Cinderelas, Lobos e um Príncipe Encantado” (2009), e “RAÇA” (2013). Lançou seu filme “Meu Amigo Fela” em Rotterdam, que recebeu diversos prêmios. Academicamente realizou um pós-doutorado em rádio, TV e cinema na University of Texas. Seu novo longa, “O Pai da Rita”, baseado em uma música de Chico Buarque, fez sua première na Mostra Internacional de Cinema SP 2021. 19
_ O Olhar de Edite
NOTAS SOBRE O CINEMA NEGRO BRASILEIRO CONTEMPORÂNEO1 JANAÍNA OLIVEIRA
“Eles têm uma AR-15. Nós temos uma câmera e sabemos atirar também” Zózimo Bulbul2 Alma no Olho, curta-metragem dirigido e performado por Zózimo Bulbul em 1973, constitui o gesto inaugural do cinema negro no Brasil. Não é na cronologia histórica que reside o pioneirismo de Bulbul para o cinema negro, pois ele não foi o primeiro diretor negro brasileiro, Cajado Filho, Haroldo Costa e Odilon Lopes o precedem neste sentido. Sua importância está nos avanços estéticos e narrativos que seu filme atingiu, sobrevivendo ao ostracismo imposto pela hegemonia da crítica e dos estudos de cinema no país por quase quarenta anos. Retomado como referencial contemporaneamente por uma geração de cineastas negros, Alma no Olho foi feito de forma completamente independente a partir de sobras de Compasso de Espera, longa-metragem dirigido por Antunes Filho no qual Bulbul era o ator principal e também colaborador do roteiro. Nos últimos anos, muitas análises foram produzidas no campo dos estudos de cinema negro sobre Alma no Olho, se dedicando em grande parte à sua relevância histórica, deixando de certo modo em segundo plano a inventividade de seu gesto estético. Com frequência, são levados em conta a inspiração do roteiro em Soul on Ice, livro do Pantera Negra Eldrige Cleaver sobre a sua estadia no exílio, e a trilha sonora composta pela música Kulu Sé Mama, 1 Estas notas fazem parte de um trabalho de pesquisa maior em desenvolvimento desde 2009, dividido igualmente entre atividades acadêmicas e processos curatoriais realizados para festivais e mostras cinematográficas no Brasil e no exterior. As relações estéticas entre os filmes contemporâneos e o trabalho de Zózimo Bulbul que são, de certa forma, objeto de minhas reflexões aqui e um foco permanente de pesquisa. Ainda, uma versão ampliada deste texto foi publicada na revista Film Quaterly em dezembro de 2020 (Film Quarterly (2020) 74 (2): 32–38), disponível em https://online.ucpress.edu/fq/article/74/2/32/114363/With-the-Alma-no-OlhoNotes-on-Contemporary-Black 2 Fala de Bulbul em 2007, durante a primeira edição do Encontro de Cinema Negro Zózimo Bulbul Brasil, África Caribe e outras Diásporas. 22
parceria de Juno Lewis e John Coltrane, a quem aliás, o diretor dedica o filme. Em seus onze minutos de duração, vemos Bulbul realizar uma pantomima da história do negro entre a África e a diáspora, traçando uma saga que inicia com a liberdade primeira vivida no continente africano, passando pelas agruras do tráfico atlântico de escravizados, até por fim chegar à quebra de todas as correntes da dominação colonial que aprisionavam os corpos e também as mentes negras já no período após a abolição. Na tela, vemos apenas seu corpo negro, alguns objetos e um fundo branco presente na maior parte do tempo do filme. À medida que a performance acontece, o personagem interpretado por Bulbul encara a câmera em diferentes momentos, por vezes com cumplicidade, por vezes com ironia, mas sempre de forma desafiadora. Ao olhar para câmera, Bulbul se alinha a extensa pauta política das experiências negras na diáspora no qual o ato de olhar diretamente para alguém se converte em um gesto oposicional de resistência (hooks, 1992). Ao final do curta, Bulbul quebra as correntes brancas que o aprisionam e caminha na direção da câmera encarando-a pela última vez, até o ponto em que não vemos mais o fundo branco. A tela fica então completamente negra. Para além da resistência, o olhar negro, transposto para as telas do cinema brasileiro de forma inédita em Alma no Olho, marca um gesto mais profundo. Esse olhar que traz a alma no olho, atua como uma espécie de prenúncio da história contemporânea em que as presenças negras até muito recentemente periféricas, quando não invisibilizadas, passam a ocupar com centralidade o campo do que há de mais inovador e instigante no cenário atual do cinema nacional3. “Eu vou permanecer aqui na margem e deixar que o centro procure por mim” Toni Morrison4 Se a inventividade performativa de Bulbul em Alma no Olho, como diz Kênia Freitas (2020, p.68), se torna uma referência histórica e estética, as iniciativas de Bulbul ao longo da vida o tornam um modelo de atuação política no campo do audiovisual. Ele sempre lutou de diversas maneiras contra as sub e má representação das comunidades negras nas telas, seja do cinema, seja da televisão, como, por exemplo, em sua carreira de ator, na recusa notória em interpretar papéis marcados por estereótipos negativos. Ou ainda atuando na preservação da memória do cinema negro com elaboração de um DVD com as obras dos pioneiros de
3 A indústria do cinema brasileiro, repetindo um padrão da sociedade, ainda se mantém de forma extremamente elitista, dominada por uma elite majoritariamente masculina e branca, como atestam os estudos sobre gênero e raça no cinema brasileiro realizados pelo GEMAA, Grupo de Estudos Multidisciplinares da Ação Afirmativa (http://gemaa.iesp.uerj.br/infografico/infografico1/). As produções negras se concentram, portanto, sobretudo, no campo do curta-metragem, pois em virtude da dificuldade de acesso aos financiamentos, são ainda poucos os cineastas brasileiros que conseguem realizar longas metragens. 4 Toni Morrison entrevistada por Elissa Shchappell e Claudia Brodsky Lacour para a revista The Paris Review Issue 128, Fall 1993 (https://www.theparisreview.org/interviews/1888/the-art-of-fiction-no-134-toni-morrison). 23
sua geração5. Alinhado às motivações dos cineastas africanos de sua geração para quem o processo de descolonização no cinema acontece não só com filmes, mas com a criação de circuito de exibição, aos setenta anos Bulbul cria o Encontro de Cinema Negro Brasil, África e Caribe, que após sua morte em 2013, passa a levar seu nome. Realizados anualmente desde 2007 até o presente, o festival na formulação inicial de Bulbul, tinha como finalidade maior propiciar uma janela de exibição para os filmes até então renegados pelos festivais hegemônicos de cinema e, sobretudo, ser um lugar para reunião e congregação dos cineastas da África e da diáspora entre si e com o público. O sucesso do “quilombo de cinema”, nas palavras do próprio Bulbul, acontece em um momento em que sua saúde o impediria de ver florescer. Falecido em 2013, o cineasta não pode presenciar a emergência plena de uma geração que não só retoma seu legado, mas leva-o adiante, consolidando o projeto de cinema negro sonhado por ele em uma realidade. E aqui é preciso dizer, ainda que brevemente, que esta emergência é fruto de um contexto mais amplo que englobam alguns acontecimentos da história recente do Brasil. Me refiro, por exemplo, aos diversos fronts de luta dos movimentos negros pela redução das desigualdades raciais, à ampliação do acesso às universidades e cursos de formação/capacitação (como por exemplo ações em Pontos e Pontões de Cultura6) decorrentes de políticas globais de educação que orientavam os governos brasileiros de 2003 a 2016. Como se percebe, é tudo muito recente. Esse é um pensamento que retorna reiteradas vezes enquanto escrevo essas notas sobre o cinema negro contemporâneo no Brasil. É recente, portanto, a constatação que o cinema negro no Brasil não é mais um projeto em construção, mas um movimento consolidado. Em 2016, escrevi um texto que começava com a seguinte frase: “O cinema negro no Brasil é um projeto em construção”. Em 2018, numa republicação do mesmo texto para o catálogo do Festival Internacional de Curtas de Belo Horizonte, fiz uma nota atualizando na qual afirmava que: Muita coisa mudou após dois anos da primeira publicação deste artigo. A primeira, e talvez mais importante delas, é o fato de que o cinema negro, que em 2016 era apresentado como um “projeto em construção”, constitui, em 2018, um movimento. Um movimento afirmado e propagado em diferentes regiões do país, com avanços estéticos, políticos e numéricos. (...) É um texto, mas naquele momento era também uma espécie de intervenção. De tal modo que, ao mesmo tempo em que narra e analisa, ele tam5 DVD “Obras Raras. O Cinema Negro da década de1970”, no qual além do filme de Antunes Filho já mencionado constam: Na boca do mundo (1976), de Antonio Pitanga, A Deusa Negra (1978), de Ola Balogun, As aventuras amorosas de um padeiro (1978), de Waldir Onofre, e Vida nova por acaso (1970), de Odilon Lopes. 6 Sobre Pontos e Pontões de Cultura ver: http://www.cultura.gov.br/pontos-de-cultura1 24
bém se insere no próprio contexto da história recente do cinema negro no Brasil. Hoje, as afirmações aqui presentes representam um testemunho crítico daquele instante, motivo pelo qual, para esta edição, optei por não atualizá-lo e apresentá-lo tal como fora primeiramente publicado: com as marcas da efervescência inicial de um movimento que atualmente e, por que não dizer, finalmente é irreversível. (OLIVEIRA, 2018, p.257). Movimento irreversível que me permite agora não só tratar das questões contextuais de produção dos filmes, mas fazer o exercício de avançar em reflexões sobre as inventividades estéticas e narrativas presentes neles (Freitas, 2020). É recente também ver a presença do cinema negro nos circuitos de festivais nacionais e tratado nas esferas acadêmicas sem receber o olhar de desdém, marcado pelo ranço eurocêntrico e, porque não dizer, racista – com o qual por décadas a elite do cinema nacional desqualificou a existência mesma do cinema negro no país. Por isso, a importância de afirmar que as condições para esse deslocamento do centro em direção à margem, parafraseando Toni Morrison, foram forjadas dentro e fora do campo do cinema. “A negridade pode ser amada? (...) Eu digo que ela pode ser amada e deve ser defendida”7. Fred Moten Para afirmar que hoje no Brasil o cinema negro é um movimento de realidade incontestável, levo em conta pelo menos três fatores: primeiramente, a existência de um fluxo de produção e de uma quantidade cada vez maior de filmes feitos por cineastas que se autodeclaram como negros8; a afirmação do cinema negro como um campo comum, seja através de falas públicas por parte desses cineastas, da proliferação de festivais e mostras ou o surgimento de estudos acadêmicos e críticas dedicados a esta cinematografia; e, por fim, a existência de um público cada vez maior para as produções, o que também se reflete na proliferação já mencionada dos festivais, mostras e eventos de cinema. Dito isto, urge avançar as reflexões sobre as dimensões estéticas, deixando em segundo plano, de certo modo, as análises centradas nas questões contextuais que dominam as 7 Fala de Moten em Dreams are colder than Death, film de 2015 dirigido por Arthur Jafa. Esse argumento é retomado aqui em consonância com a menção de Moten que Gillespie faz em Film Blackness. Ainda, em “Blackness and nothingness”, Moten desenvolve em certo sentido os argumentos dessa relação entre Blackness e amor. In The South Atlantic Quarterly 112:4, Fall 2013. 8 No Brasil, na herança de ume mentalidade escravista, os debates sobre racialidade foram invisibilizados por décadas da história republicana com base na ideia cunhada nos década de 1930 sobre a composição étnica do povo ter acontecido segundo uma espécie de “democracia racial”. Não há espaço para fazer esse debate aqui, no entretanto, quero apenas destacar que o processo de autoafirmação da identidade negra é um tema complexo na sociedade brasileira, daí a relevância do reconhecimento de sua negridade por parte dos cineastas. 25
reflexões sobre o tema. Por se tratar de algo tão recente, não resta dúvida que é importante delimitar minimamente os marcos de historicidade do cinema negro contemporâneo, mas é de igual importância deslocar-se do paradigma de verossimilhança que orientou os estudos sobre os cinemas negros não só Brasil como no mundo. Trata-se de refletir para além da suposta, mas muitas vezes assumida, equiparação entre filme e realidade nos filmes e compreender os cinemas negros como arte tal como clama Michael Gillespie em seu livro Film Blackness, pois “cinema negro não representa uma hermenêutica fechada e sim uma vasta abundância” (Gillespie, 2016, p.12). Se por um lado não há como ignorar a percepção de Frantz Fanon sobre a experiência vivida do negro que tem a centralidade no trauma e nas violências sofridas em séculos de história, por outro acompanhoMoten na defesa de que esse não pode ser o elemento exclusivo na definição de negridade (Blackness). O trauma, as experiências de violência e morte que marcam de maneira indelével as trajetórias negras na afro-diáspora, estarão, por assim dizer, sempre presente, mas não podem ser seus únicos determinantes. Assim, quando pensamos nos cinemas negros, devemos também olhar para além do trauma ou além do abismo como diria Édouard Glissant: “para nós, e sem exceção, e sem importar o quão distante nos mantenhamos, o abismo é tanto uma projeção quanto uma perspectiva do desconhecido”. (Glissant, 1997, p.8) Assim como na vida, e talvez neste ponto seja onde o paradigma da verossimilhança seja mais necessário, há nas experiências negras no cinema uma “potência de expansão infinita” (Freitas, 2020, p.203). Pensamos em nossa pele como um quarto escuro, um lugar de sombras. Falamos frequentemente sobre política de cores e as formas como o racismo criou uma estética que nos feriu, uma forma de pensar a beleza que dói. Nas sombras da noite tardia, falamos da necessidade de ver a escuridão de maneira diferente, de falar sobre ela de uma nova maneira. Naquele espaço de sombras desejamos uma estética de negridade -estranha e opositiva (bell hooks)9. Em 2017, Tessa Boerman, então curadora do Festival Internacional de Roterdã, programou o curta Kbela (2015), de Yasmin Thayná, na série de filmes “Cinema Pan-Africano Hoje” (PACT). Boerman encontrou o filme em uma busca on-line, depois convidou Thayná para o festival. Por sua vez, Thayná propôs exibir Alma no olho junto com Kbela. Segundo Thayná, era uma forma tanto de homenagear Bulbul quanto de fornecer algum nível de contextualização em relação ao “Cinema Negro Brasileiro” para um público internacional. Impressionado com o poder dos dois filmes, Boerman e o cocurador Peter Van Hoof decidiram criar uma série de 9 “An Aesthetic of Blackness: Strange and Oppositional”. In hooks, bell. Yeaning: Race, Gender and Cultural Politics. New York: Routledge, 2015. 26
filmes maior, para a qual fui convidada como curadora. A exibição resultante em 2019, “Alma no Olho: O Legado de Zózimo Bulbul e o Cinema Negro Brasileiro Contemporâneo”, marcou a primeira vez que Bulbul recebeu uma homenagem em um grande festival internacional e a primeira vez que o cinema negro brasileiro foi distinguido desta forma fora de seu próprio país. Minha intenção ali era construir um panorama de possibilidades estéticas opostas (como escrevem os ganchos) de forma a evitar os quadros esperados e convencionais das experiências negras no cinema, em que os temas historicamente consagrados como “propriamente negros” correspondem ao paradigma da verossimilhança entre a vida negra e o cinema. Propus cinco eixos para funcionar como um esboço preliminar para reflexões sobre as dimensões estéticas presentes nos filmes do cinema negro brasileiro contemporâneo: “Negridade Oposicional”, “Fluxos e Reconexões”, “Re-existências”, “Ordinariamente e Negro”, e “Intensidades”10. Esses eixos não eram categorias fechadas, mas sim linhas de diálogos estéticos possíveis com a vida contemporânea e a inventividade que os filmes geram. E, como todo ato de curadoria é igualmente um processo de exclusão, houve uma imensidão de outros filmes que poderiam ter feito parte dessa seleção. De fato, desde o início de 2019 até hoje, o aumento exponencial do número de filmes ampliou os significados atribuídos aos eixos da mostra Soul in the eye, ampliando exponencialmente as possibilidades estéticas “estranhas e oposicionistas” ali sinalizadas. E embora minha pesquisa continue a mapear e refletir amplamente essas possibilidades na produção negra contemporânea, uma das dimensões que mais me interessa é a medida em que as expressões cotidianas na tela são fundamentais, atuando de múltiplas formas para mobilizar um repertório de imagens de cura. Considerando a intensificação da violência contra os corpos negros, seja diretamente com episódios generalizados em todo o mundo de abuso físico pela polícia, seja indiretamente devido ao racismo estrutural dos estados que expõem as comunidades negras durante a pandemia da COVID-19, estes trabalhos de cura são mais urgentes do que nunca. Mas não apenas isso: os filmes que afirmam a natureza revolucionária de ver o cotidiano dos negros na tela são igualmente imperativos. Historicamente, a presença negra em imagens em movimento tem sido uma ocasião para estereótipos negativos. Como consequência, olhando historicamente para o desenvolvimento do filme negro, muitos filmes têm sido dedicados a construir contra representações, respostas a este imaginário negativo amplificado e aperfeiçoado pelo cinema. O eixo “Ordinariamente e Negro”, cuja ideia central é que o cotidiano, a rotina, o não-extraordinário, deve ser possível na tela para as pessoas negras. “Apenas ser”, sem atitudes heroicas ou redentoras, sem ter que morrer ou lutar contra ou sobreviver ao racismo. Apenas estar lá e ter sentimentos complexos e multifacetados, é um gesto revolucionário. 10 Para mais informações sobre os filmes e a programação ver: https://iffr.com/en/blog/soul-in-the-eye 27
Em suma, pensar nas dimensões estéticas dos filmes promove uma mudança nas formas de saber que tradicionalmente eram dedicadas aos filmes negros. Partindo da ideia de opacidade de Glissant, o cinema negro se torna “a prática do indivíduo social não fixa, mas em relação. É, portanto, uma prática inventiva (de opacidade) e não explicativa (de transparência/diferença)”, tal como pressupõe as epistemologias ocidentais. Com as singularidades destas experiências preservadas em toda sua irredutibilidade, elas podem funcionar como convites para quem estiver assistindo a se envolver com outros modos de fruição que não os da verossimilhança. “A negridade é a africanidade em estado de constante emergência”. Arthur Jafa 11 O trauma da violência da dominação, sofrida em confrontos com o Ocidente, marca, mas não limita, a expressão artística. O ato de olhar para a câmera - uma atitude presente em muitos dos filmes da mostra “Alma no olho”, reverberando do olhar inaugural de Bulbul em seu curta-metragem de 1973, pode ser entendido como uma atualização pela geração para a qual olhar diretamente para a câmera significa desafiar os detratores que intencionalmente desprezaram a existência dos cinemas negros; ao mesmo tempo, significa o confronto destemido com o que está por vir. Os cinemas negros brasileiros em seu movimento contemporâneo, portanto, constitui o que Tina Campt chamou de “prática de recusa”, elaborando-o como uma rejeição do status quo como habitável e a criação de possibilidade diante da negação, ou seja, a recusa de reconhecer um sistema que o torna fundamentalmente ilegível e ininteligível; a decisão de rejeitar os termos de subjetividade diminuída com os quais se apresenta, usando a negação como fonte generativa e criativa de poder desordenado para abraçar a possibilidade de viver de outra forma (CAMPT, 2019). Recusa presente nos modos diferentes de enfrentamento da câmera, um olhar que devolve ao expectador tanto sua curiosidade, mas que também pode ser convite à cumplicidade na apreciação imaginativa. É recusa e, ao mesmo tempo, reinvenção constante e ilimitada. É reivindicação e criação de futuridades outras. Ainda sobre as futuridades possíveis, para encerrar essas notas, resgato aqui um outro momento da fala de Jafa no Festival de Locarno, na qual ele afirma que o cinema negro pode ser para o século XXI o que a música negra foi para o século XX. Seja vaticínio, seja desejo, para mim o interessante é atentar para a potencialidade de futuridades expressas na provocação (dirão alguns) do artista estadunidense e ecoar com ele dizendo: “que assim seja!”. 11 Fala de Arthur Jafa durante debate mediado por Greg Tate durante a 72a edição do Locarno Film Festival em agosto de 2019. Disponível em https://www.facebook.com/LocarnoFilmFestival/videos/360863258183403/ 28
BIBLIOGRAFIA CAMPT, Tina “Black Visuality and the practice of refusal”. Women & Performance. Feb. 25th, 2019. https://www.womenandperformance.org/ampersand/29-1/campt CÉSAR, Amaranta. “Qual o lugar da militância no cinema brasileiro contemporâneo? Interpelação, visibilidade e reconhecimento. Revista Eco Pós. Imagens do Presente. V.20 N.2, 2017. FANON, Frantz. “A experiência vivida do negro”. Pele negra, máscara branca. Salvador: EdUFBA, 2008, pp. FREITAS, Kênia. “Afrofabulações e opacidade: estratégias de criação do documentário negro brasileiro contemporâneo” In LAERCIO, Ricardo (org). Pensar o documentário: textos para um debate Recife: Ed. UFPE, 2020. GATES, Racquel and Gillespie, Michael Boyce “Reclaiming Black Film and Media Studies”. Film Quarterly, Vol. 72, Number 3, pp. 13–43, 2019. GILLESPIE, Michael Boyce. Film blackness: American cinema and the idea of black film. Durham: Duke University Press, 2016. GLISSANT, Édouard. “Para a Opacidade”. Poética da Relação. Rio de Janeiro: Bazar do Tempo, 2021. hooks, bell. Black Looks. Race and Representation. Boston, MA: South End Press, 1992. OLIVEIRA, Janaína. “Kbela e Cinzas: o cinema negro no feminino, do “Dogma Feijoada” aos dias de hoje” In: SIQUEIRA, Ana [et al]. Festival Internacional de Curtas de elo Horizonte - FestCurtas BH (Catálogo). Belo Horizonte: Fundação Clóvis Salgado, 2018, pp. 257-267. Disponível em https://www.festcurtasbh.com/catalogos
JANAÍNA OLIVEIRA Pesquisadora e curadora, Janaína Oliveira é doutora em História, professora no IFRJ (Instituto Federal do Rio de Janeiro), e foi Fulbright Scholar no Centro de Estudos Africanos na Universidade de Howard, em Washington D.C. nos EUA. Em 2019 realizou a mostra “Soul in the eye: Zózimo Bulbul’s legacy and the Contemporary Black Brazilian Cinema” no IFFR - International Film Festival Rotterdam. Foi consultora de filmes da África e da diáspora negra para o Festival Internacional de Locarno (2019-2020). Atualmente é curadora do Encontro de Cinema Negro Zózimo Bulbul (RJ), do FINCAR (Festival Internacional de Realizadoras/PE) e da Baobácine Mostra de Filmes Africanos de Recife. Faz parte da APAN (Associação dos Profissionais do Audiovisual Negro). É idealizadora e coordenadora do FICINE, Fórum Itinerante de Cinema Negro e é a programadora do Flaherty Film Seminar (Nova York) para 2021. 29
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A NEGAÇÃO DO BRASIL 91’ | Brasil | 2000
Um documentário sobre tabus, preconceitos e estereótipos raciais. Uma história das lutas dos atores negros pelo reconhecimento de sua importância na história da telenovela - o produto de maior audiência no horário nobre da TV brasileira. O diretor, inspirado em suas memórias, e em fortes evidências de pesquisas, analisa as influências das telenovelas no processo de identidade étnica dos afro-brasileiros. Direção, roteiro e produção executiva Joel Zito Araújo Fotografia Adrian Cooper & Cleumo Segond Montagem Joel Zito Araújo & Adrian Cooper Som Toninho Muricy
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A RAINHA NZINGA CHEGOU 74’ | Brasil-Angola | 2019
Antigos reinos, com suas coroas, séquitos e guardas, seus cosmos singulares, (re) existem hoje nas terras alhures das minas gerais. Três gerações de rainhas e uma travessia de volta, em visita aos domínios da mítica rainha Nzinga, e às terras dos reis do Congo, Angola, pelos descendentes da eterna Rainha da Guarda de Moçambique e Congo Treze de Maio, Isabel Casimira, presença central deste filme. Direção Júnia Torres e Isabel Casimira Montagem Carolina Canguçu Fotografia Bernard Machado e Júnia Torres Som Bruno Vasconcelos e Leonardo Rosse Pesquisa e produção Júnia Torres (Brasil) e Rafael Barros (Angola) Distribuição Embauba filmes Realização Filmes de Quintal & Guarda de Moçambique e Congo Treze de Maio Elenco Isabel Casimira, Belinha Casimira, Antônio Cassimiro, Ricardo Casimiro, Margarida Cassimiro, Guarda de Moçambique e Congo Treze de Maio de Nossa Senhora do Rosário
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ATÉ O FIM 93’ | Brasil | 2020
Geralda está trabalhando em seu quiosque a beira de uma praia no Recôncavo da Bahia, ela recebe um telefonema do hospital dizendo que seu pai pode morrer a qualquer momento. Ela avisa suas irmãs Rose, Bel e Vilmar. O encontro promovido pela espera da morte se torna um momento de desabafo e reconhecimentos das quatro irmãs que não se reúnem desde a morte da mãe, há 15 anos. Direção Ary Rosa, Glenda Nicácio Roteiro Ary Rosa Assistente de Direção Tidi Eglantine Direção de Fotografia e Câmera Augusto Bortolini, Poliana Costa, Thacle de Souza Direção de Som Ary Rosa Direção de Arte Glenda Nicácio Produção de Arte Camila Gregório Caracterização Camila Corrêa Elenco Maíra Azevedo, Arlete Dias, Wal Diaz e Jenny Muler Direção de Produção Glenda Nicácio Produção Rosza Filmes Produções
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BRÓDER
92’ | Brasil | 2011 Macu, Jaiminho e Pibe são amigos de infância e seguiram caminhos distintos ao crescer. Jaiminho tornou-se jogador de futebol, alcançando a fama. Pibe vive com sua esposa, Cláudia e tem um filho com ela, precisando trabalhar muito para pagar as contas da casa. Já Macu passa a envolver-se com o mundo do crime no Capão Redondo, bairro onde cresceram. A festa de aniversário de Macu, organizada por sua mãe, Dona Sônia sem que ele soubesse, faz com que os três jovens se reúnam. Em meio à alegria do reencontro, a sombra do mundo do crime ameaça a amizade do trio. Diretor Jeferson De Roteiro Jeferson De Fotografia Gustavo Hadba Montagem Quito Ribeiro, Jeferson De Trilha Musical João Marcello Bôscoli Produção Jeferson De, Mayra Lucas, Paulo Boccato, Renata Moura Elenco Caio Blat, Jonathan Haagensen, Silvio Guindane, Cássia Kiss, Aílton Graça, Eduardo Acaiabe, Du Bronks, Cíntia Rosa, Lidi Lisboa
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CABEÇA DE NÊGO 86’ | Brasil | 2021
Inspirado por um livro dos Panteras Negras, o jovem Saulo Chuvisco tenta impor mudanças em sua escola e acaba entrando em conflito com alguns colegas e professores. Após reagir a um insulto racista, ele é expulso, mas se recusa a deixar as dependências da escola por tempo indeterminado, dando início a uma grande mobilização coletiva. Direção e Roteiro Déo Cardoso Produção Executiva Patrícia Baía Elenco Lucas Limeira, Nicoly Mota, Jenniffer Joingley, Mayara Braga, Wally Menezes, Mateus Honori, Larissa Góes, Hilton Costa, Raphael Souma, Jeff Pereira, Lucas Madi, Renan Pereira, Val Perré, Carri Costa, Jéssica Ellen, Marta Aurélia, José Ilton Neto Direção de Fotografia Roberto Iuri Direção de Arte Dayse Barreto Som Direto Márcio Câmara Edição e Mixagem de Som Érico Paiva Trilha Sonora Herlon Robson Direção de Produção Maurício Macedo Figurino Thais de Campos Maquiagem Netinho Nogueira Montagem Guto Parente Distribuição Corte Seco Filmes
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CAFÉ COM CANELA 100’ | Brasil | 2017
Recôncavo da Bahia. Violeta e Margarida, nomes que não se referem apenas a flores, mas revelam duas mulheres comuns, dessas que encontramos pelas ruas do Recôncavo em bicicletas, em quartos, lidando com as adversidades do dia a dia ou com as amarguras do passado, com reencontros e transformações. Margarida vive em São Félix, isolada pela dor da perda do filho. Violeta segue a vida em Cachoeira, entre adversidades do dia a dia e traumas do passado. Quando Violeta reencontra Margarida inicia-se um processo de transformação, marcado por visitas, faxinas e cafés com canela, capazes de despertar novos amigos e antigos amores. Direção Ary Rosa e Glenda Nicácio Roteiro Ary Rosa Assistente de direção Helena Bera, Jessé Patrício, Larissa Brujin, Thamires Vieira Produção Executiva Ary Rosa Márcia Souza Glenda Nicácio Ohana Sousa Direção de Produção Márcia Souza Direção de Arte Glenda Nicácio Cenografia Camila Camila, Gão Luz, Glenda Nicácio, Renan Bozelli, Tina Melo, Yoshi Aguiar Produção de Arte May Barros, Manuela Muniz, Thamires Duart Direção de Som Ary Rosa, Marina Mapurunga Direção de Fotografia Letícia Ribeiro Montagem Poliana Costa, Thacle de Souza Edição de som Marina Mapurunga Canção Original Mateus Aleluia Direção Musical Guilherme Maia Elenco Aline Brune, Arlete Dias, Aldri Anunciação, Guilherme Silva, Babu Santana, Valdinéia Soriano, Antônio Fábio 36
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CHICO REI ENTRE NÓS 95’ | Brasil | 2020
Chico Rei foi um rei congolês escravizado que libertou a si mesmo e aos seus súditos durante o Ciclo de Ouro em Minas Gerais. Sua história é o ponto de partida para explorar os diversos ecos da escravidão brasileira na vida dos negros de hoje, entendendo seu movimento de autoafirmação e liberdade a partir de uma perspectiva coletiva. Direção Joyce Prado Roteiro Natália Vestri e Joyce Prado Direção de Fotografia Nuna Nunes Técnica de som Evelyn Santos Edição Tatiana Toffoli Edição de som João Victor Santos Correção de cor Henrique Raganatti Produção André Sobral Produção Executiva Juliana Vedovato e Laura Barzotto Trilha sonora original Sérgio Pererê com uma faixa por Emicida
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CINDERELAS, LOBOS E UM PRÍNCIPE ENCANTADO 107’ | Brasil | 2008
Cerca de 900 mil pessoas são traficadas pelas fronteiras internacionais a cada ano exclusivamente para fins de exploração sexual. 1,8 milhões de crianças no mundo são vítimas de abusos como a pornografia ou turismo sexual. Entretanto, apesar de todos os perigos, jovens mulheres brasileiras ao entrar no mundo do turismo sexual acreditam que vão mudar de vida e sonham com o seu príncipe encantado. Uma minoria até consegue encontrar um grande amor e casar. O filme vai do nordeste brasileiro a Berlim buscando entender os imaginários sexuais, raciais e de poder das jovens cinderelas do sul e dos lobos do norte. Direção Joel Zito Araújo Produção Joel Zito Araújo e Luis Carlos Alencar Roteiro Original Joel Zito Araújo e Jose Carvalho Direção de Fotografia Alberto Bellezia Montagem Márcia Watzl Som Direto Toninho Muricy Edição Sonora Luis Adelmo Mixagem Luis Adelmo Trilha Sonora Original Marcus Vianna
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DEIXA NA RÉGUA 85’ | Brasil | 2016
Os salões de barbeiro das favelas e dos subúrbios são os lugares onde a nova estética da periferia nasce e se expande. Ponto de encontro dos jovens, os “barbeiros” se tornaram espaços de troca dessa juventude. “Deixa na Régua” entra nesse universo e, entre cortes, giletes e tesouradas, mostra o que se passa na cabeça dos barbeiros e de seus clientes. Direção Emilio Domingos Produção Julia Mariano e Emílio Domingos Direção de Produção Julia Mariano Produção Executiva Alessandra Castañeda Direção de Fotografia Léo Bittencourt Montagem Jordana Berg Som Direto Julio Lobato Roteiro Emílio Domingos e Julia Mariano Assistente de Direção Guilherme Ferraz Pesquisa Emílio Domingos Edição de Som e Mixagem Vinicius Leal e Jesse Marmo Assistente de Produção Executiva Carolina Moreira e Mariana Assunção Assistente de Produção de Base Daniel Araujo
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DOUTOR GAMA 80’ | Brasil | 2021
O filme é baseado na biografia de Luiz Gama, um dos personagens mais importantes da história brasileira, homem negro que utilizou as leis e os tribunais para libertar mais de 500 escravos. Nascido de ventre livre, Gama foi vendido como escravo aos 10 anos de idade para pagar dívidas de jogo de seu pai. Mesmo como escravo, se alfabetizou, estudou e conquistou sua própria liberdade, se tornando um dos mais respeitados advogados de sua época. Um abolicionista e republicano que inspirou um país inteiro. Direção Jeferson De, Produção Pedro Betti, Heitor Dhalia, Egisto Betti e Manoel Rangel Produtores Associados Cacá Diegues & Cristiane Arenas Roteiro Luiz Antônio Produtora Executiva Joelma Gonzaga Diretor de Fotografia Cris Conceição Diretor de Arte Thales Junqueira Figurinista Rô Nascimento Visagista & Caracterizador Rose Verçosa Montador Jeferson De Trilha sonora Tiganá Santana Elenco Pedro Guilherme, Angelo Fernandes, César Mello, Isabél Zuaa, Romeu Evaristo, Teka Romualdo, Johnny Massaro, Samira Carvalho, Sidney Santiago, Zezé Motta, Nelson Baskerville, Paula Picarelli, Clara Choveaux, entre outras
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ENTRE NÓS UM SEGREDO 118’ | Brasil | 2020
A história de Toumani Kouyaté, que, em 2014, estabelecido com sua família e vivendo no Brasil, foi surpreendido pela convocação do avô para retornar com urgência ao Mali, seu país natal, junto a outros mais de 40 cidadãos malineses que moravam fora, para ouvilo contar uma última história. Seu avô sentia a morte se aproximar e precisava passar segredos da nação para a linhagem de djélis mais jovens, a fim de que eles seguissem com a tradição. A cultura oral, vista como um dos maiores tesouros do Estado, capaz de protegê-lo de guerras e crises, é também um importante componente social e político que precisa de continuidade. Direção Beatriz Seigner e Toumani Kouyaté Roteiro Beatriz Seigner e Toumani Kouyaté com colaboração de Ricardo Terto Produção Erica de Freitas, Beatriz Seigner e Bruna Haddad Produção executiva Beatriz Seigner, Erica de Freitas e Ibirá Machado Coprodução Ram Devineni e Toumani Kouyaté Montagem Veronica Saenz Colaboração do script Ricardo Terto Direção de Fotografia Beatriz Seigner Design de som e mixagem Ruben Valdes Som direto Banouhoun Sidibé, Elenco Toumani Kouyaté, Mamadou Kouyaté, Bakari Kouyaté e Badou Kouyaté
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MEMÓRIAS AFRO-ATLÂNTICAS 76’ | Brasil | 2019
“Memórias Afro-Atlânticas” segue os passos do linguista afro-americano Lorenzo Turner (1890-1972) em suas pesquisas conduzidas na Bahia no início da década de 1940. Ao longo de meses de trabalhos em terreiros de candomblé de Salvador e do Recôncavo Baiano, Turner produziu preciosos registros em áudio e fotografias, retratando a experiência linguística e musical de personalidades religiosas como Mãe Menininha do Gantois, Joãozinho da Goméia e Manoel Falefá. Apresentando imagens e sons raros, o documentário revisita os terreiros de candomblé registrados por Turner quase 80 anos depois, em busca de memórias e remanescentes ainda vivos. Direção Gabriela Barreto Realização e Produção Couraça Criações Culturais Coprodução Épuras Laboratório Audiovisual Montagem e Edição Milene Maia, Produtor Executivo Cassio Nobre Diretora de Produção e Assistente de Direção Marcela da Costa Roteirista Xavier Vatin e Cassio Nobre Diretor de Fotografia Paulo Hermida Diretora de Arte e Figurinista Clarissa Ribeiro Elenco Luiz Pepeu
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MINHA FORTALEZA, OS FILHOS DE FULANO 84’ | Brasil | 2019
A história se passa na Vila Flávia, periferia de São Paulo, onde os muros grafitados imprimem um ícone soberano: a mãe negra protegendo os filhos. Três famílias marcadas pela ausência do pai: Nêgo leva tatuado no peito o retrato de D Edith. Fernando tatuou a Virgem Maria nas costas em homenagem à mãe, D. Vera. Barão cumpre pena há 8 anos e amarga a dor de fazer sofrer D. Fátima. Em lares sem pai, na quebrada esquecida pelo estado, a mãe solitária adquire aura de santa guerreira, um papel que elas talvez não tivessem escolhido para si. Direção Tatiana Lohmann Roteiro Tatiana Lohmann, Claudia Schapira Direção de fotografia Humberto Bassanelli Som direto Bruno Lohmann Soares Montagem Tatiana Lohmann Produção Marisa Reis, Juliana Osmondes Consultoria de montagem e roteiro Marco Del Fiol Edição de som e mixagem Pedro Noizyman Trilha sonora original Paulo Beto Trilha sonora Tatiana Lohmann e Roberta Estrela D’Alva - com músicas de MC Felipe Boladão, Fernando Macário, Rima Fatal da Leste, Odisséia das Flores, MC Neguinho do Kaxeta, De Menos Crime, A Voz da Verdade, Emicida e Inquérito Realização EXÓTICA Cinematográfica Coprodução MIRAÇÃO Filmes Distribuição Taturana Mobilização Social
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O CASO DO HOMEM ERRADO 117’ | Brasil | 2017
O documentário conta a história do jovem operário negro Júlio César de Melo Pinto, que foi executado pela Brigada Militar, nos anos 1980, em Porto Alegre. O crime ganhou notoriedade após a imprensa divulgar fotos de Júlio sendo colocado com vida na viatura e chegar, 37 minutos depois, morto a tiros no hospital. O filme traz o depoimento de Ronaldo Bernardi, o fotógrafo que fez as imagens que tornaram o caso conhecido, da viúva do operário, Juçara Pinto, e de nomes respeitados da luta pelos direitos humanos e do movimento negro no Brasil. Além do caso que dá título ao filme, a produção discute ainda as mortes de pessoas negras provocadas pela polícia. A anistia internacional, inclusive, fala de genocídio da juventude negra devido ao grande número de jovens negros assassinados pelas forças de segurança no País. Direção Camila de Moraes Roteiro Camila de Moraes, Mariani Ferreira e Maurício Borges de Medeiros Produção Executiva Camila de Moraes e Mariani Ferreira Elenco (Depoentes) Juçara Pinto, Paulo Ricardo de Moraes, Ronaldo Bernardi, Luiz Francisco Corrêa Barbosa, João Carlos Rodrigues, Jair Kirschke, Edilson Nabarro, Renato Dornelles, Paulo Antônio Costa Corrêa, Waldemar Moura Lima, Vera Daisy Barcellos, Romeu Karnikowski, Aline Kerber Direção de Fotografia Maurício Borges de Medeiros Trilha Musical Rick Carvalho Montagem Maurício Borges de Medeiros Som Direto Cleverton Borges Desenho de Som Guilherme Cássio dos Santos Produtora Praça de Filmes 44
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O OLHAR DE EDITE 70’ | Brasil | 2021
Dona Edite (mineira de Pirapora – MG) é uma mestra da literatura periférica de São Paulo e da cultura popular, por meio de sua interpretação poética diversos personagens oprimidos da história ganham vida, as mulheres roceiras, as rezadeiras, o trabalhador das fábricas, as mães negras das favelas e tantas outras. Dona Edite é deficiente visual, mas vê o mundo pelos olhos da poesia, recitando textos e canções no Sarau da Cooperifa, onde é diva e rainha do lugar. Direção e Roteiro Daniel Fagundes Produção Fernanda Vargas Direção de Fotografia Daniel Alexandrino e Rodrigo Sousa e Sousa Sim direto Evelyn Santos e Andre Pereira Assistência de produção Mônica A. Fagundes e Aroldo Borba Souza Direção de fotografia Rodrigo Sousa E Sousa e Daniel Alexandrino Montagem Daniel Neves e Daniel Fagundes Finalização de imagem e motion grafic Lucas H. Ramos Da Silva Assistência de pesquisa e acervo Márcia Luck da Silva e Rubens A. Dos Santos Som direto Evelyn Santos e Andre Pereira Trilha sonora original O Olhar de Edite - DCarvalho Músicos convidados Aline Lima, Geraldo Magela, Priscila Magella, Dcarvalho, Ale Carmani, Dj Carlú
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O PAI DA RITA 97’| Brasil | 2021
Roque e Pudim, compositores da velha guarda da Vai-Vai, partilham uma kitinete, décadas de amizade, o amor por sua escola de samba e uma dúvida do passado: o que aconteceu com a passista Rita, paixão de ambos. O surgimento da Ritinha, filha da passista, ameaça desmoronar essa grande amizade. Criado e dirigido por Joel Zito Araújo Argumento Joel Zito Araújo Produção Executiva Luiza Botelho Almeida e Joel Zito Araújo Roteiro Di Moretti Roteiro inspirado livremente nas músicas “A Rita” e “O Samba de um Grande Amor” de Chico Buarque de Holanda Produção Casa de Criação Cinema Elenco Ailton Graça, Wilson Rabelo, Jessica Barbosa, Elisa Lucinda, Léa Garcia, Sidney Santiago, Chico Gaspar, Paulo Betti, Eduardo Silva Participação especial de Chico Buarque
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SLAM, VOZ DE LEVANTE 81 | Brasil | 2018
Documentário sobre uma atividade cada vez mais comum no país nos últimos anos: as Poetry Slams. Essas batalhas de poesia performáticas atraem ouvintes de diferentes realidades sociais e vivências. A produção ainda viaja para os EUA, local onde o Slam nasceu e depois se expandiu rapidamente para o mundo todo. Direção e roteiro Tatiana Lohmann, Roberta Estrela D’Alva Produção Marina Puech, FotografiaTatiana Lohmann, Sergio Roizenblit, Humberto Bassanelli Montagem Tatiana Lohmann, Música Eugênio Lima, Roberta Estrela D’Alva
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TEMPORADA 113’ | Brasil | 2019
Juliana está se mudando de Itaúna, no interior do estado, para a periferia de Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, para trabalhar no combate às endemias na região. Em seu novo trabalho ela conhece pessoas e vive situações pouco usuais que começam a mudar sua vida. Ao mesmo tempo, ela enfrenta as dificuldades no relacionamento com seu marido, que também está prestes a se mudar para a cidade grande. Direção e Roteiro André Novais Oliveira Produção André Novais Oliveira, Gabriel Martins, Maurilio Martins, Thiago Macêdo Correia Produção Executiva Thiago Macêdo Correia Direção de Produção Marcella Jacques Fotografia Wilssa Esser Direção de Arte Diogo Hayashi Figurino Rimenna Procópio Som Tiago Bello e Marcos Lopes Montagem Gabriel Martins Música original Pedro Santiago Elenco Grace Passô, Russo Apr, Rejane Faria, Hélio Ricardo, Ju Abreu, Renato Novaes, Sinara Teles e Janderlane Souza
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UM DIA COM JERUSA 73’ | Brasil | 2020
O filme conta o encontro da sensitiva Silvia, uma jovem pesquisadora de mercado que enfrenta as agruras do subemprego, enquanto aguarda o resultado de um concurso público, e da graciosa Jerusa, uma senhora de 77 anos, testemunha ocular do cotidiano vivido no bairro do Bixiga, recheado de memórias ancestrais. No dia do aniversário de Jerusa, enquanto espera sua família para comemorar, o encontro entre suas memórias e a mediunidade de Silvia lhes proporciona transitar por tempos e realidades comuns às suas ancestralidades. Direção e roteiro Viviane Ferreira Produtora Executiva Bruna Anjos Direção de Fotografia Lilis Soares Diretora de Arte Jamile Coelho Figurino Beatriz Gerolim dos Santos Som Eric Christani
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VAGA CARNE 45’ | Brasil | 2019
Uma estranha voz toma posse do corpo de uma mulher. Juntos, a voz e o corpo procuram por pertencimento e por uma identidade própria enquanto questionam seus papéis dentro da sociedade. O filme é uma transcriação do espetáculo teatral da atriz e dramaturga Grace Passô. Direção Grace Passô, Ricardo Alves Jr. Produção Nina Bittencourt Fotografia Andrea Capela Montagem Gabriel Martins Som Marcela Santos Trilha sonora Pedro Durães Produtoras Universo Produções, Grãos da Imagem, Entre Filmes Elenco Grace Passô, Zora Santos, Dona Jandira, André Novais, Sabrina Rauta, Helio, Ricardo, Valeria Aline Vila Real, Tásia d’Paula, Valeria Aissatu Sane, Ronaldo Coisa
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5 FITAS
15’| Brasil | 2020 Em Salvador, todo ano acontece a tradicional festa para Senhor do Bonfim, onde fiéis, turistas e foliões, peregrinam até a famosa igreja para amarrar fitas e fazer pedidos. Os irmãos Pedro e Gabriel, ouvem desde cedo as histórias da avó e decidem se aventurar sozinhos para fazer um pedido especial. Lá eles irão aprender sobre religiosidade, sincretismo e importância da família. Roteiro e direção Heraldo de Deus e Vilma Martins Assistência de direção Djalma Calmon e Inajara Diz Produtor executivo Milena Anjos Produção Laísa Costa, Daiane Silva, Iana Nascimento, Daniele Souza, Tainan Maria Direção de arte Adriele Regine Assistência de arte Hanna Gomes Direção de fotografia e color Ariel Ferreira Montagem Ana do Carmo Música original Emillie Lapa, Elinaldo Nascimento Elenco Adili Pita, João Pedro Costa, Matias Santana, Rejane Maya, Clara Paixão, Wesley Guimarães, Sergio Laurentino, Iana Nascimento
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A FELICIDADE DELAS 14’ | Brasil | 2019
Ivy e Tamirys fogem juntas da polícia depois da Marcha Mundial das Mulheres do 8 de março. Durante a fuga, vão parar em um prédio abandonado, onde amadurecem o desejo que sentem uma pela outra desde o primeiro momento em que se viram na manifestação. A polícia chega e elas se escondem. O espaço daquele aquário de concreto é muito apertado e seus corpos ficam muito próximos. A tensão da violência que se aproxima, anunciada pelo barulho que aumenta cada vez mais no cômodo ao lado, prenuncia a explosão. Direção e roteiro Carol Rodrigues Produção Rafaella Costa e Carol Rodrigues Elenco Ivy Souza e Tamirys O’hanna Produção executiva Rafaella Costa e Gustavo Aguiar Assistência de direção Dani Seabra Direção de fotografia Julia Zakia Direção de arte Fernando Timba Montagem Paula Mercedes Desenho de som e mixagem Olivia Fiusa, Guile Martins e Pedro Noizyman Som direto Andressa Clain Direção de produção Stella Rainer
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A MORTE BRANCA DO FEITICEIRO NEGRO 10’20’’ | Brasil | 2020
Memórias do passado escravista brasileiro transbordam em paisagens etéreas e ruídos angustiantes. Através de um poético ensaio visual, uma reflexão sobre silenciamento e invisibilização do povo preto em diáspora. Direção Rodrigo Ribeiro-Andrade Roteiro Rodrigo Ribeiro-Andrade, Timóteo Produção Julia Faraco, Luiz Gustavo Laurindo, Rodrigo Ribeiro-Andrade Fotografia Carlos Adelino, Rodrigo Ribeiro-Andrade Montagem Rodrigo Ribeiro-Andrade, Carlos Eduardo Ceccon, Julia Faraco Edição de som e mixagem Rodrigo Ribeiro-Andrade, Leandro Cordeiro Trilha Juçara Marçal, Cadu Tenório Produção Gata Maior Filmes
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A NOITE
15’ | Brasil | 2021 Na noite de seu aniversário, Janine é escalada para trabalhar e não reclama. Quando chega na loja de conveniência, seu colega de turno, Jorge, abandona-a para encontrar amigos. Janine terá que enfrentar o turno sozinha e desviar das ligações de sua mãe enquanto aproveita a companhia de um cliente inusitado, o senhor N. Produção, Roteiro e Direção Fernanda Lomba Direção de Fotografia Edvaldu Neto, Elenco Nina Barros, Fernando Neves, Rodrigo Sanches, Caio Macedo, Gustavo Soares, Tales Jaloretto, Camila Giacometti, Paulo Wenceslau
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A PISCINA DE CAÍQUE 15’ | Brasil | 2017
Sonhando em ter uma piscina, Caíque e seu amigo inseparável se divertem escorregando no chão molhado e ensaboado da área de serviço. Por causa do desperdício de água, Caíque acaba criando problemas com sua mãe. Roteiro e Direção Raphael Gustavo da Silva Assistente de Direção Daniel Calil, Continuísmo João Alexandre Scartezini Direção de Arte e Figurino Rochelle Silva Contra Regra Ronnecley Nolasco do Vale (Prettu Joe) Cabelo e Maquiagem Paloma Santos Restauração de Cenografia Manuela Marcenaria Direção de Produção Tamara Benetti Produtor Executivo Raphael Gustavo da Silva Direção de Fotografia Marcelo Kamenach Operador de Segunda Câmera e 1˚ Assistente de Fotografia Léo Rocha Técnico de Som Thiago Camargo Microfonista Guilherme Nogueira Montagem, edição e finalização Marcelo Kamenach Edição de Som Thiago Camargo e Guilherme Nogueira Trilha Sonora Original Thiago Camargo Elenco Lucas Orsida, Guilherme Augusto Silva, Eliana Santos, Antônio Pitanga
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ALFAZEMA 24’ | Brasil | 2019
É carnaval e Flaviana vive um difícil dilema; como se livrar do amante que se recusa a sair de seu chuveiro? Direção, Roteiro e Produção Sabrina Fidalgo Direção de Fotografia Julia Zakia, DFA Montagem Bia Medeiros, Som Vitor Kruter Mixagem de Som Beto Mendonça Desenho de Som Vivian Caccuri Figurino Grace Cavalcante Arte Daniel Sá Vasconcellos Produção de arte Fernanda Kalume Assistente de Direção Hemily Mourão Assistente de Montagem Vinícius Nascimento Produção Marcus Vinicius Ribeiro, Cavi Borges e Sabrina Fidalgo Elenco Shirley Cruz, Elisa Lucinda, Bruna Linzmeyer, Bianca Joy-Porte, Victor Albuquerque e Sabrina Fidalgo
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AMOR DE ORI 7’ | Brasil | 2017
Oxum todos os dias vai ao rio encher sua talha com água. um dia, Iansã cruza seu caminho. Direção, Roteiro, Fotografia Bruna Barros Produção, Som Suéllen Batista Direção de Arte Beatriz Fernandes Edição e Montagem Beatriz Fernandes, Bruna Barros Elenco Aqualtune, Prethaís
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ASSIM
13’ | Brasil | 2013 Vontades, crenças, desejos e coragem. A ida de duas travestis ao supermercado. Direção Keila Serruya Sankofa Elenco Patrícia Fonttine e Nayla Bianka Produção executiva Elenise Maia, Assistente de direção Allan Gomes Direção de fotografia Yure César Direção de arte Oscar Ramos Figurino Adroaldo Pereira Edição e finalização Fabio Meira Sound Designer Bruno Prestes
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BALÉ DE PÉ NO CHÃO A DANÇA AFRO DE MERCEDES BAPTISTA 52’ | Brasil | 2006
O documentário acompanha a singular trajetória de Mercedes Baptista, considerada a principal precursora da dança afro-brasileira. Bailarina de formação erudita, a partir da criação de seu grupo, no início da década de 1950, volta-se para o estudo dos movimentos rituais do candomblé e das danças folclóricas. Suas criações coreográficas permanecem até hoje identificadas como repertório gestual da dança afro. Direção e Roteiro Lilian Solá Santiago e Marianna Monteiro Fotografia Thiago Scorza Montagem Felippe Machado, Alexandre Martins Editor de Som Carlos Akamine Som direto Henry Durante Direção musical Lílian Solá Santiago Direção de produção Maíra Sala Produção Executiva Lílian Solá Santiago
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BONDE
18’ | Brasil | 2019 Três jovens negros da favela de Heliópolis saem em busca de refúgio na vida noturna LGBTQIA+ do centro da cidade. Diretor Asaph Luccas Roteiro Leonardo Domingos, Tatiane Ursulino, Asaph Luccas, Gabriel Soares, Oliv Barros, Caroline Santos da Silva, Guilherme Candido, Joyce Santos Produtor Leonardo Domingos, Carol Santos Produção Executiva Carol Santos Direção de Produção Leonardo Domingos Diretor de Fotografia Tatiane Ursulino Direção de Arte Gabriel Soares, Oliv Barros Trilha Sonora .enzo Som Direto Juliana Santana Direção de Som Dandara Sonora, Juliana Santana Edição Guilherme Candido, Gabriel Soares Edição de Som Dandara Sonora Elenco Alice Marcone, Eric Oliveira, Joyce Brito
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CAIXA D Á ́ GUA 15’ | Brasil | 2013
Na brincadeira das crianças, a caixa d’água vira piscina e até oceano. Mas quando Waltinho mergulha, a situação foge de controle e fica totalmente surreal. Roteiro Gilberto Caetano Direção Gilberto Caetano e Thais Scabio Elenco Barbara Xavier, Gabriel Nascimento Deodato, João Vitor Souza, Rafael Luiz, Radi Oliveira, Jonathan Kaique Santos e Francirene Ferreira de Lima Direção de Produção Thais Scabio Produção Thaysa Oliver Direção de Fotografia e Câmera Robeilton Moraes Assistente de Fotografia e Câmera Fabbinho Direção de Arte Ademir Antunes Animação Rodrigo EBA! Edição Gilberto Caetano Trilha sonora original Borracha Beat Box Produção Executiva Gilberto Caetano e Thais Scabio Produção Cavalo Marinho Audiovisual
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DE UM LADO DO ATLÂNTICO 7’ | Brasil | 2020
Trata-se da primeira de uma série de filmes nos quais um diálogo é proposto entre a cineasta Milena Manfredini e seus referenciais afetivos e artísticos. São filmes de contato nos quais a realizadora lança ao mar cartas imagéticas numa tentativa de borrar barreiras geográficas, de finitude terrena e de temporalidade. Este lançamento marítimo destina-se ao também cineasta Christopher Harris. Direção e roteiro Milena Manfredini Direção de fotografia Antoine D’Artemare Montagem Saulo Martins Correção de cor Antoine d’Artemare Desenho de som Ricardo Mansur
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DO AMOR À CURA 20’ | Brasil | 2019
Do Amor à Cura apresenta três mulheres negras que narram como o amor afeta e cura as suas vida. Direção Camila Izidio e Jessica Gonçalves Roteiro Camila Izidio, Jessica Gonçalves e Karoline Maia Direção de Fotografia Camila Izidio Assistente de fotografia Carolina Rocha Montagem Karoline Maia e Camila Izidio Produção Executiva Jessica Gonçalves Som direto e mixagem de som Evelyn Santos Designer Silvelena Gomes Fotografia still Jessica Gonçalves Produtora 3FilmGroup.tv Trilha Nayra Lays
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DOIS GAROTOS QUE SE AFASTARAM DEMAIS DO SOL 30’ | Brasil | 2021
Emile e Kid são dois garotos afro-caribenhos que vão para os Estados Unidos tentar melhorar suas condições de vida. Lá eles se tornam campeões mundiais de boxe e, de alguma forma, são incorporados à sociedade estadunidense. No frio do Norte eles fazem parte do mundo do sucesso e vivem sob códigos que não controlam. Em um ringue aterrorizante, os campeões lutam contra seus próprios fantasmas, criando dispositivos de autodefesa que os aprisionam ainda mais. E numa luta sangrenta, eles vão usar seus punhos para conquistar o sonho de liberdade, mas a vitória de um depende do fracasso do outro. Direção Lucelia Sergio e Cibele Appes Elenco Sidney Santiago Kuanza, Rodrigo de Odê, Teka Romualdo, Eduardo Silva, Mônica Augusto, James Turpin, Conrado Caputo, Thiago Catarino, Celso Cardoso Roteiro Lucelia Sergio, a partir do texto dramatúrgico “12º Round” de Sérgio Roveri Direção de Fotografia Cibele Appes e Lucas Kakuda Montagem Cibele Appes Som Eduluz Produção Rafael Ferro e Ramon Zago
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EGUM
23’ | Brasil | 2020 Após anos afastado devido à violenta morte do irmão, um renomado jornalista retorna para a casa de sua família para cuidar de sua mãe, que sofre uma grave e desconhecida doença. Numa noite, o jornalista recebe a visita de dois estranhos, que têm negócios desconhecidos com seu pai. Esse encontro, juntamente com acontecimentos que o levam a desconfiar que algo sobrenatural se abateu sobre sua mãe, fazem-no temer uma nova tragédia. Direção e roteiro Yuri Costa Direção de fotografia Max Chagas Still Natasha Iane Direção de arte Beatriz Almeida & yuri costa Som Victor Oliver Direção de produção Janyne Sousa & yuri costa Produção executiva João Gabriel Barreto, Louise Cyrillo & Manuella Braz
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EU TENHO A PALAVRA 26’ | Brasil | 2011
“Eu tenho a palavra” é uma viagem linguística em busca das origens africanas da cultura brasileira. O antigo reino do Congo foi a origem da maioria dos africanos escravizados no Brasil que, no cativeiro, criaram diversos dialetos para que pudessem se comunicar livremente. A “língua do negro da Costa” é um desses dialetos, ainda preservado no bairro da Tabatinga, em Bom Despacho, MG. O idioma é composto por um português rural do Brasil-Colônia e línguas do grupo Banto, com predomínio do mbundo, falado até hoje em Angola. Dois personagens - um falante da “língua do negro da Costa” e outro falante de mbundo - nos guiam nessa viagem transoceânica de reconhecimento. Diretora Lilian Solá Santiago Produtora Lilian Solá Santiago Montagem Leandro Goddinho Som Direto Valnei Nunes Fotografia Valnei Nunes Trilha Fernando Alabê
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FAMÍLIA ALCÂNTARA 56’ | Brasil | 2006
Família Alcântara é um encontro íntimo com uma família extensa, que forma um grupo de aproximadamente 70 pessoas cujas origens remetem à bacia do Rio Congo, no continente africano. Através de gerações, seguem preservando sua história, mantida por séculos de tradição oral, práticas e costumes tradicionais oriundos da África. O filme explora a cultura única criada pela população de africanos escravizados de origem Bantu, no Brasil, e seus descendentes demonstram como as questões históricas e sociológicas mais gerais influem na vida de cada um. A obra demonstra como fragmentos de memória pode proporcionar conexões históricas e espirituais, tornando-se uma fonte de resistência cultural e identidade para a população afro-descendente. Direção Lilian Solá Santiago Produção Executiva Lilian Solá Santiago Direção de Produção Daniel Solá Santiago Roteirista Lilian Solá Santiago e Daniel Solá Santiago Pesquisa Marcelo Simon Manzatti, Lilian Solá Santiago e Beto Rolfsen Salles Direção de Fotografia André Macedo Montagem e Edição João Tenório Som Direto Wladimir Martins Edição de Som Pedro Lima Direção de Arte Clíssia Morais Música Original Família Alcântara Coral
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FARTURA 26’ | Brasil | 2019
A partir da observação de imagens domésticas feitas por famílias negras de periferias e favelas cariocas, o filme fartura investiga as relações entre encontros familiares e a comida como elemento simbólico que não só alimenta um corpo, mas também é capaz de calibrar afetos e simbolizar rituais de vida e morte. Um filme-ensaio sobre memórias marcadas pelo preparo e o oferecimento de comidas como um conjunto simbólico dos modos que famílias presentes no filme encaram a vida e revela suas relações com a fé. Direção e roteiro Yasmin Thayná Elenco Iyabassè Carmem Virgínia, Jurema Werneck, Maria do Carmo Rodrigues, Muniz Sodré, Raika Julie, Rodrigo Reduzino, Jonathan Nunes, Leonne Gabriel, Gabriele Roza, Gabi Monteiro, Rosa Monteiro, Osmar Machado, Luiz Matias Cravo e Jorge Martins Cravo Produção Juliana Nascimento Montagem Luana Cortes Pesquisadoras Juliana Nascimento, Luana Cortes Desenho de som Luana Cortes Texto Yasmin Thayná Edição de texto Sol Miranda Entrevistados Dandara Batista, Jonathan Nunes, Luiz Antonio Simas, Rodrigo Reduzino, Muniz Sodré, Tia Surica, Rosa Monteiro, Maria do Carmo, Carmem Virgínia, Raika Julie, Dida Nascimento, Jurema Werneck Transcrição de entrevistas Gabriel Santos
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FILHAS DE LAVADEIRAS 22’ | Brasil | 2019
O documentário apresenta histórias de mulheres negras que graças ao trabalho árduo de suas mães puderam ir para escola e refazer os caminhos trilhados pelas suas antecessoras. Suas memórias, alegrias e tristezas, dores e poesias se fazem presente como possibilidades de um novo destino. Transformando o duro trabalho das lavadeiras em um espetáculo de vida e plenitude. Direção e roteiro Edileuza Penha de Souza Produção Executiva Ruth Maranhão
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INABITÁVEIS 25 | Brasil | 2020
Uma companhia contemporânea de dança está prestes a estrear Inabitáveis, o seu mais novo espetáculo que aborda como tema a homoafetividade negra. Paralelamente aos ensaios, o coreógrafo constrói uma amizade com Pedro, um jovem menino negro que não se identifica como menino. Roteiro e Direção Anderson Bardot Diretor de Coreografia Gil Mendes Produção Executiva Anderson Bardot Diretor de Produção Paulo Gois Diretor de Fotografia Igor Pontini Edição de Som, Mixagem e Desenho de Som Marcus Neves Diretor Musical Anderson Bardot e Marcus Neves Som Direto Natália Dornelas e Marcus Neves Diretor de Arte, Efeitos Especiais e Figurino Khalil Rodor Montagem Carol Covre
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NADA
27’ | Brasil | 2017 Bia acaba de fazer 18 anos. O final do ano se aproxima e junto dele o ENEM. A escola e os pais de Bia estão pressionando para que ela decida em qual curso vai se inscrever. Bia não quer fazer nada. Direção e Roteiro Gabriel Martins Produção Executiva Thiago Macêdo Correia Direção de Produção Zoe di Cadore Direção de Fotografia Diogo Lisboa, Rick Mello Direção de Arte e Figurinos Rimenna Procópio, Tati Boaventura Som Francisco Craesmeyer, Maurilio Martins, Marcos Lopes, Tiago Bello Trilha Sonora Marlon Trindade Montagem Thiago Ricarte Diretor Assistente André Novais Oliveira Assistente de Direção Lara Lima Elenco Clara Lima, Rejane Faria, Carlos Francisco, Karine Teles, Bárbara Sweet, Pabline Santana, Renato Novaes Produção André Novais Oliveira, Gabriel Martins, Maurilio Martins, Thiago Macêdo Correia Produtora Filmes de Plástico
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NARCISO RAP 15’ | Brasil | 2003
Um jovem ganha uma “lâmpada mágica” de aniversário como brincadeira de seu amigo, mas descobre que as histórias de gênios talvez sejam verdade. Ao fazer um desejo controverso ele descobre que o que queremos pode não ser melhor do que o que somos. Diretor Jeferson De Roteiro Felipe Berlim, Jeferson De Fotografia Carlos Ebert Montagem Jeferson De Trilha Musical Fábio Luiz, Mzuri Sana Produção Renata Moura Companhia Produtora Barraco Forte Elenco Abayomi Oliveira, Robson Nunes, João Acaiabe, Luciano Chirolli, Paula Picarelli
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NEGRUM3 27’ | Brasil | 2017
Entre melanina e planetas longínquos, o filme propõe um mergulho na caminhada de jovens negros da cidade de São Paulo. Um ensaio sobre negritude, viadagem e aspirações espaciais dos filhos da diáspora. Direção e Roteiro Diego Paulino Produção Executiva Victor Casé Direção de Fotografia Leandro Caproni (in memoriam) Produção Musical Jhonatta Vicente Direção de Arte Maiara Del Pino Figurino Igor Bibiano Montagem Amanda Beça Efeitos Especiais Martin Namikawa Storyboard Maria Trindade Cenografia Tamara Soriano Identidade Visual Stephanie Gonçalves Elenco Eric Oliveira, Félix Pimenta, Euvira, Aretha Sadick, Biel Lima, Fefê Venturini, Ilunga Malanda, Larissa Lima, Marina Veneta, Max Maciel, Pedro Otávio, Sirius Amen, Timóteo Almeida
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O TRAUMA É BRASILEIRO 14’ | Brasil | 2019
Este documentário é um registro das experiências estéticas de cura profana, desenvolvidas e propostas na primeira exposição individual da artista Castiel Vitorino Brasileiro. “O Trauma é Brasileiro” aconteceu na Galeria Homero Massena e foi realizada com recursos (2018) do Funcultura/Secult-ES. Direção, roteiro e produção executiva Castiel Vitorino Brasileiro e Roger Ghil Direção de arte Castiel Vitorino Brasileiro Fotografia Roger Ghil, Montagem Roger Ghil Edição de som Roger Ghil Elenco Castiel Vitorino Brasileiro, Família e Amigos
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ÒRUN ÀIYÉ: A CRIAÇÃO DO MUNDO 12’ | Brasil | 2015
O filme mostra a trajetória de Oxalá (Carlinhos Brown) em sua missão para criar o Mundo. Direção Jamile Coelho e Cintia Maria Roteiro Thyago Bezerra Assistente de Direção Diane Luz Produção Executiva Nilson Mendes (in memorian) e Cintia Maria Animação Cintia Maria e Jamile Coelho Diretora de Produção Jamile Coelho Assistente de Produção Diane Luz Direção de Fotografia Cristian Carvalho Direção de Arte Léo Furtado e Jamile Coelho Cenógrafos Léo Furtado, Mônica Terra Lima Assistente de Cenografia Ozano Pereira Direção Musical Guilherme Maia Música Original Guilherme Maia e Rodrigo Garcia
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PERIFERICU 20’ | Brasil | 2019
Denise e Luz cresceram entre canções de rap, louvores de igreja e passos de vogue. Da ponte para cá, é preciso aprender que o primeiro princípio para poder acessar a cidade é estar viva. Direção Nay Mendl, Rosa Caldeira, Stheffany Fernanda e Vita Pereira Assistente de direção Giovanne Faccio Roteiro Winnie Carolina, Nay Mendl, Rosa Caldeira, Stheffany Fernanda e Vita Pereira Produção Executiva Nayana Ferreira e Wellington Amorim Direção de Fotografia Nay Mendl, Rosa Caldeira e Well Amorim Produção Nayana Ferreira, Lucas Neves, Lara Fratucci, Mariana Revoredo e Stheffany Fernanda Direção de Arte Bruna Lima Figurino Nayla Tebas e Victor Maximiliano Direção Som Evelyn Santos Montagem Samya Carvalho e Rosa Caldeira Desenho de Som e Mixagem Alandson Silva Elenco Ingrid Martins, Vita Pereira, Audre Verneck, Isma de Almeida, Natt Maat, Manauara Clandestina, Eros Prado, Fernando Alves, Thaline Mendes, Mc ID, Guilherme Barbosa, Ayron Nogueira, Neon Cunha, Maria Teresa Cruz, Momô de Oliveira, Miriam Lima, Sodré Sorriso, Lorran Lopes, Mana Black, Jade Quebra, Dany Lakabel
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QUEM TE PENTEIA? 35’ | Brasil | 2018
Filme idealizado e realizado em casas e vielas de bairros da periferia de São Paulo com a intenção de traduzir qual é a relação que trançadeiras a domicílio, salões de beleza, barbearias e moradores das quebradas estabelecem com o cabelo, o território e as estéticas que nascem das bordas da cidade. Do corte chavoso às tranças, o documentário discute assuntos como ancestralidade, autoestima e economia solidária. O fio condutor é a busca constante de ser e viver a identidade preta e periférica da forma mais livre possível. Direção geral Zalika Produções Direção fotográfica Naná Prudencio Produção Executiva Nina Vieir, Pesquisa e roteiro Naná Prudencio, Nina Vieira, Raquel Luanda e Semayat Oliveira Produção de Set Diolanda Lopes e Jessica Tavares Imagens e Câmeras Camila Izidio, Gsé Silva, Maycom Mota e Naná Prudencio Som Direto Daniel Fagundes e Lázaro Coleta Edição e finalização Naná Prudencio Design Nina Vieira Assistente de arte Tiago Estevam Elenco Claudia Borges, Mariana Rosa e Levi do Espaço Boombox, Bom de Corte, Diva Green, Sereia Maria, Luiz Boy, Raul Paixão, Josyas Barbershop e Julia Mayeto
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RÃ
15’ | Brasil | 2019 Em uma noite comum no bairro do Jardim Imperial, Neném Preto bate na casa de Val e descarrega ali uma carga misteriosa. Na manhã seguinte as mulheres do bairro são convocadas a limpar essa carga. Um encontro inusitado acaba em um churrasco improvisado e inesquecível. Roteiro e Direção Ana Flavia Cavalcanti e Julia Zakia Assistência de Direção Paula Mercedes Direção de Fotografia Alice Drummond 1º Assistente de câmera Wilssa Esser 2º Assistente de câmera Thamires Lopes Mulatinho Gaffer Diogo Costa Maquinista Jéssika Montanha Assistentes de elétrica e maquinária Ana Claudia Cacau, Ian Iordano, Yasmin Bueno Direção de Arte Coca Latini e Luana Castilho Assistente de arte Fernanda Frate Figurino Cyntia Correia e Lucas Andrade Montagem Paula Mercedes Som direto Andressa Clain Desenho de Som Guile Martins Mixagem Pedro Noizyman Estúdio de Mixagem Estúdio JLS Colorista Samanta do Amaral Editores Tadeu Frede, Rodrigo Maurenza, Patricia Mara Penha Administração Claudio Neves, Dai Coutinho Produção Executiva Julia Zakia Direção de Produção Guilherme César e Thais Morresi Assistência de Produção Cirilo
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REPÚBLICA 16’ | Brasil | 2020
A pandemia evidencia a dimensão da necropolítica que opera no país e a sociedade vive uma crise ética em meio a um governo que é a exata expressão do poder colonialista. República é um curta metragem realizado em casa, com estrutura caseira, durante o início da quarentena de 2020, no centro da cidade de São Paulo. Direção, Roteiro e Atuação: Grace Passô Dir.Fotografia, Som e Montagem Wilssa Esser, Correção de Cor Bruno Schiavon
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SEM ASAS 19’ | Brasil | 2019
O primeiro desejo na infância de Zu é ser, quando crescer, um super-herói à prova de balas. Uma família: a mãe que trabalha vendendo coxinha, o pai começando em um novo emprego e o filho de 12 anos estudando para uma prova de matemática. Por que pedir para o filho ir comprar um quilo de farinha de trigo na mercearia do seu Zé se torna perigoso? Direção e roteiro Renata Martins Direção de fotografia Mariane Nunes e Thais Nardi Direção de arte Luana Castilho e Fernando Timba Som direto Andressa Clain Produção executiva Issis Valenzuela Elenco Grace Passô, Kaik Pereira e Melvin Santhana
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TRAVESSIA 5’ | Brasil | 2017
Num ensaio visual íntimo e poético, Travessia procura registros fotográficos de famílias negras. Enquanto explora histórias pessoais, o filme gradualmente adota uma postura crítica em relação à estigmatização e quase ausência de retratos de pessoas negras. Finalmente, nos afetando com uma contra-narrativa visual sensível do que permaneceu invisível. Direção, roteiro, montagem, produção e som Safira Moreira Assistente de produção Caíque Mello e Tuanny Medeiros Fotografia e câmera Caíque Mello
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TUDO QUE É APERTADO RASGA 27’ | Brasil | 2020
Na tentativa de forjar uma ferramenta capaz de operar o corte por justiça, este filme retoma e intervém em imagens de arquivo, reestudando parte da cinematografia nacional à luz da presença e agência do ator e da atriz negra. Direção, Roteiro, Som e Montagem Fabio Rodrigues Filho Cartelas Fabio Rodrigues e Danilo Scaldaferri Elenco Antônio Pitanga, Antônio Pompeo, Elida Palmer, Eliezer Gomes, Grande Otelo, Henrique Felipe da Costa, João da Cunha, Jorge Coutinho, Lázaro Ramos, Léa Garcia, Lélia Gonzales, Luíza Maranhão, Mário Gusmão, Milton Gonçalves, Ruth de Souza, Watusi, Zezé Motta, Zózimo Bulbul
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FILMES | CURTAS METRAGENS
VISTA MINHA PELE 23’ | Brasil | 2005
O filme é uma divertida paródia da realidade e história brasileira, para servir de material básico para discussão sobre racismo e preconceito. Nesta história invertida, os negros são a classe dominante e os brancos é que foram escravizados. Os países pobres são, por exemplo, Alemanha e Inglaterra, e os países ricos são a África do Sul e Moçambique. Maria é uma menina branca pobre que estuda num colégio particular graças à bolsade-estudos que tem pelo fato de sua mãe ser faxineira. A maioria de seus colegas a hostilizam, por sua cor e por sua condição social, com exceção de sua amiga negra Luana, filha de um diplomata. Esta amizade inter-racial será fundamental para a realização do grande sonho de Maria. Direção Joel Zito Araújo Roteiro Joel Zito Araújo & Dandara Fotografia Cleumo Segond Montagem Isabela Monteiro Produção Executiva Lilian Santiago Argumento Maria Aparecida Bento Elenco Bruna Bornéo, Thuanny Costa, Samira Carvalho, Maria Ceiça, Bukassa Kabengele, Ailton Graça, Abayomi Oliveira e outros
FILMES | CURTAS METRAGENS
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VOCÊ TEM OLHOS TRISTES 19’ | Brasil | 2020
Luan trabalha como bikeboy de aplicativo e enfrenta dilemas e preconceitos na sua jornada diária de entregas em uma cidade grande. Sem hesitar, sonha com um futuro melhor. Roteiro e Direção Diogo Leite Produtora Filmes de Mentira Produção Executiva Andrea Lanzoni e Giselle Bossi Direção de Produção Thais Morresi Assistente de direção Lucas Barão Diretor de Fotografia Jéssika Montanha, DAFB 1a assistente de câmera Flora Correa, DAFB 2a Assistente de câmera e logger Jaque Santos, DAFB Gaffer e eletricista Tatiane Ursulino, DAFB Direção de Arte Henrique Pinto Montagem Ana Júlia Travia Desenho de Som Olívia Fiusa Elenco Daniel Veiga, Carol Oliveira, Jean-Claude Bernardet, Giovanni Gallo, Gilda Nomacce, Larissa Ballarotti
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FILMES | CURTAS METRAGENS
ZUMBI SOMOS NÓS - O DOCUMENTÁRIO 52’ | Brasil | 2007
14 de julho de 2005. Final da Taça Libertadores da América. São Paulo e Atlético Paranaense jogam a final que decidirá o melhor time de futebol das Américas. No estádio lotado, 75.000 pessoas assistem o jogo. Em suas casas milhões de espectadores olham a tela da TV. No meio da transmissão uma bandeira gigante começa a ser aberta pela torcida com uma frase que traz um estranhamento: Zumbi somos nós. A partir desta intervenção, o documentário aborda a construção e destruição das questões raciais no Brasil, inscrevendo na vida cotidiana novas formas de olhar, pensar e agir. Um manifesto sonoro que une os tambores e seus ritmos ancestrais com a construção do Dj. Afro-Samples, hip-hop, samba e soul-music brasileira e coloca junto as canções de Aruanda com o ritmo e a poesia do Rap e Spoken Word. O filme procura converter a violência em uma forma de resistência simbólica em prol da coletividade, reinventando as formas de convivência da nossa prática social. Realização (direção, roteiro, fotografia, edição, produção executiva, arte e pesquisa) Frente 3 de Fevereiro (Achiles Luciano, André Montenegro, Cássio Martins, Cibele Lucena, Daniel Lima, Daniel Oliva, Eugênio Lima, Felipe Brait, Felipe Teixeira, Fernando Alabê, Fernando Coster, João Nascimento, Julio Dojcsar, Maia Gongora, Marina Novaes, Maurinete Lima, Pedro Guimarães, Roberta Estrela D’Alva, Sato e Will Robson) MC’s convidados Gaspar (Z’África Brasil) e Cleverson Lee Artistas convidados Dofona, Daniel, O Reverendo, Dinho Nascimento, Waldir Dafonseca e Hélio Nogueira Jr Entrevistas com Frei David R. Santos, Julita Lemgruber, Lilia Moritz Schwarcz, Nicolau Sevcenko, Noel Carvalho, Vera Malagutti, Vânia Ceccato e João Cezar de Castro, Direção de Produção Ariane Mondo FILMES | CURTAS METRAGENS
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_ Um Dia Com Jerusa
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DEBATES Encontros com profissionais do cinema, pesquisadores e pensadores, para debater temáticas presentes no cinema que pensa raça e diversidade. / sescbelenzinho
20/01 - 19H TERRITÓRIOS: PERCEPÇÕES E VISÕES DA PRODUÇÃO AUDIOVISUAL NEGRA O debate propõe discutir a produção de pessoas negras de diferentes regiões do país e como se dá a presença negra nesses espaços. Com Camila de Moraes, Glenda Nicácio, Keila Serruya e Renata Martins.
CAMILA DE MORAES é jornalista e cineasta, e dirigiu o documentário “O Caso do Homem Errado”, com o qual se tornou a segunda mulher negra a entrar em circuito comercial com um longa-metragem. Também é Idealizadora e Curadora do Festival Cinema Negro em Ação, dirigiu o curta-metragem “A Escrita do Seu Corpo”, e produziu e co-roterizou o premiado documentário “Mãe de Gay”. Atualmente desenvolve o projeto de uma série e realizou um curta-metragem documental, “Mãe Solo”, durante a pandemia em 2021.
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GLENDA NICÁCIO é graduada em Cinema e Audiovisual pela UFRB e sócia fundadora da produtora independente Rosza Filmes, juntamente com Ary Rosa. Como realizadora audiovisual, atua na direção geral, direção de arte e direção de produção, em longas-metragens de ficção e de documentário. Realizou a direção geral e a direção de arte dos premiados longas-metragens “Café com Canela” e “Ilha”, vencedores do Festival de Cinema De Brasília, além dos filmes; “Até o Fim”,“Voltei”, “Eu não ando só” e “Mugunzá”.
KEILA SERRUYA SANKOFA, Manaus - AM, é Artista visual e Cineasta. Compreende a rua como espaço de diálogo com a cidade, produzindo instalações audiovisuais que exibem filmes, fotos e videoartes. Indicada ao Prêmio Pipa 2021. Tem experiência na direção de produção de projetos audiovisuais como séries e curtas, além de produção de mostras, festivais e espetáculos de diversas linguagens artísticas. Gestora do Grupo Picolé da Massa, Diretora artística do Projeto Direito à Memória, membra da APAN Associação dxs Profissionais do Audiovisual Negro e Nacional Trovoa.
RENATA MARTINS é formada em Cinema e Pós-Graduada em Linguagens da Arte pela USP. Criadora da premiada websérie “Empoderadas”, é roteirista da série “Pedro e Bianca”, ganhadora dos Prêmios Emmy Kids Internacional e compôs a equipe de roteirista na premiada novela “Malhação - Viva a Diferença” (Rede Globo). É diretora e roteirista do curta “Sem Asas” Melhor curta de ficção na 19º Edição do Grande Prêmio do Cinema Brasileiro. Atualmente desenvolve seu primeiro projeto de longa, co-organiza um livro sobre mulheres negras no audiovisual e uma série na Rede Globo.
25/01 - 19H LEGADOS: 21 ANOS DE “DOGMA FEIJOADA” E 20 ANOS DO “MANIFESTO RECIFE” O debate retoma dois dos principais movimentos de cinemas negros que ocorreram no Brasil, em discussão sobre o momento atual. Com Cris Guterres, Jefferson De, Joel Zito e Lilian Solá Santiago.
CRIS GUTERREZ é jornalista e Apresentadora do Programa Estação Livre da TV Cultura, vencedora do Troféu Mulher Imprensa 2021 na categoria melhor programa de temática de diversidade. Colunista Universa/Uol e Host do Podcast Meteora.
JEFERSON DE é roteirista e diretor dos premiados curtas “Distraída para a Morte” (2001), “Carolina” (2003) e “Narciso Rap” (2005). Foi editor e finalizador em projetos na MTV e SBT, produtor na TV Globo, Multishow e TV Brasil e dirigiu episódios da premiada série “Pedro e Bianca” na TV Cultura. Lançou o livro “Dogma Feijoada e o Cinema Negro Brasileiro” e em 2007 estreou seu primeiro longa-metragem “BRÓDER”, melhor filme pela APCA. Dirigiu os longas metragens, “O amuleto”, “Correndo Atrás” , “Doutor Gama” e o premiado “M-8: Quando a morte Socorre a Vida”.
JOEL ZITO é diretor, roteirista, produtor e escritor. Sua obra inclui o livro e o premiado filme “A Negação do Brasil”, e os premiados longa “As Filhas do Vento” (2005), e os filmes “Cinderelas, Lobos e um Príncipe Encantado” (2009), e “RAÇA” (2013). Lançou seu filme “Meu Amigo Fela” em Rotterdam, que recebeu diversos prêmios. Academicamente realizou um pós-doutorado em rádio, TV e cinema na University of Texas. Seu novo longa, “O Pai da Rita”, baseado em uma música de Chico Buarque, fez sua première na Mostra Internacional de Cinema SP 2021.
LILIAN SOLÁ SANTIAGO é Documentarista, Roteirista e Professora de Cinema. É autora de mais de uma dezena de filmes premiados no Brasil e no Exterior. Ganhadora do Prêmio Willian Greaves Fund 2021. Integra o Grupo de Pesquisa LabArteMídia da Universidade de São Paulo, onde é doutoranda em Meios e Processos Audiovisuais na Escola de Comunicação e Artes – ECA/USP. Atualmente, é coordenadora do Curso de Cinema do CEUNSP (Salto/SP).
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DEBATES 27/01 - 19H PRESENÇAS: AUDIOVISUAL PRETO EM SÉRIES E OUTROS DISPOSITIVOS O debate discute a produção audiovisual de pessoas negras em diversos formatos, com destaque para as séries de streaming. Com Christian Malheiros, Felipa Camargo, Jessica Queiroz e Naruna Costa.
FELIPA DAMASCO é artista de linguagens híbridas, atuando com imagens, moda, música e artes do corpo, tendo atuado na Studio A e Pavilhão D. Atualmente trabalha nas criações visuais de Linn da Quebrada e Jup do Bairro, com quem recebeu o prêmio revelação do ano de 2020 e APCA 2020. Também atua como diretora de arte e Set Designer no cinema, teatro e produções publicitárias. Foi co-curadora da Galeria HOA e colaboradora de coletivos de arte.
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JÉSSICA QUEIROZ, é editora, diretora e roteirista de cinema e publicidade. Atua como diretora de cena na Paranoid br. Dirigiu o documentário “Vidas de Carolina” (2014) e as ficções “Número e Série” (2015) e o premiado “Peripatético” (2017). Foi Shadow de direção na quarta temporada de “3%” (Netflix), fez direção geral da série “Fim de Comédia” (CineBrasil TV), fez curadoria e roteiro da série “40 m²” (Globoplay). Atualmente é diretora da série “Mila no Multiverso” (Disney Plus), previsto para o segundo semestre de 2022.
NARUNA COSTA, é fundadora do Espaço Clariô de Teatro (Taboão da Serra, SP). Destacou-se no papel de Elza Soares no musical “Garrincha”, dirigido por Bob Wilson, e “Buraquinhos – ou o Vento É Inimigo do Picumã”, que lhe valeu o Prêmio APCA. Na TV, participou do Telecurso, fez teleteatro na TV Cultura e novelas na Bandeirantes e Rede Globo. Atuou nas séries “Força Tarefa” (Globo), “Rotas do Ódio” (Universal) e “A Vida Secreta dos Casais” (HBO). Atualmente está na série “Irmandade” (Netflix), “Colônia” (canal Brasil) e também em “Todas as Mulheres do Mundo” (Globoplay). Participou de filmes como “Hoje Eu Quero Voltar Sozinho”, e “Marighella”.
CHRISTIAN MALHEIROS iniciou sua carreira aos 9 anos de idade no teatro. Formado em artes cênicas em Santos (SP) atuou em peças como “Bailei na Curva”, “O Inspetor Geral”, “Medeia” “Fedra”. Fez sua estreia no cinema com “Sócrates” (2018), que lhe rendeu Prêmios como o Independent Spirit Awards de melhor ator. Em 2019 foi protagonista de “Sintonia” e do filme “7 Prisioneiros”, ambas da Netflix. Também atuou em “Sessão de Terapia” (Globoplay), “Colônia” (Canal Brasil) e “Os Ausentes” (HBO MAX).
01/02 - 19H PERTENCIMENTOS: CINEMA LGBTQIA+ E AS QUESTÕES DE RAÇA O debate discute as temáticas e questões da população negra e LGBTQIA+ que permeiam as produções audiovisuais produzidas por pessoas negras. Com Asaph Lucas, Carol Rodrigues, Daniel Veiga e Naíra Évine.
ASAPH LUCCAS é cineasta e artista multidisciplinar. No cinema, atua com direção de cena e roteiro desde 2015, quando co-fundou o Coletivo Gleba do Pêssego, onde dirigiu três curta-metragens, como “Bonde”, que acumula prêmios como Melhor Curta-metragem Queer no Leeds Festival Inglaterra e Melhor Curta-metragem no Festival Mix Brasil.
DANIEL VEIGA é dramaturgo, ator e roteirista. Vem dirigindo peças desde 2009 e entre 2019 e 2020 foi o primeiro docente homem trans no curso de Dramaturgia da SP Escola de Teatro. Trabalhou no FITUB e FESTIVALE e seu texto teatral “Camilo”acaba de ser lançado. Está desenvolvendo seu projeto “Tormenta” e seu premiado longa “Terra de Sangue”. Como ator foi premiado no Festival de Gramado com o curta “Você Tem Olhos Tristes”, além de fazer participações nos seriados 3% (Netflix) e LOV3 (Amazon). É cofundador do CATS – Coletivo de Artistas Transmasculines.
NAIRA ÉVINE é natural da costa do dendê da Bahia. É doutoranda em crítica cultural e em cultura, mestre em Cinema pela UFF, especialista em cinema pela Unesa e graduada em Comunicação - Rádio e TV pela UESC. É documentarista e pesquisadora, pensa e faz cinema na teoria e na prática. Tem se dedicado à pesquisa do cinema correlacionado a raça, gênero, sexualidade e memória. Também é mobilizadora de recursos em projetos sociais.
CAROL RODRIGUES trabalha como roteirista e consultora, tendo participado das séries “Escola de Gênios” (Gloob) e “3%” (Netflix), dentre outros projetos para a Boutique Filmes, O2 Filmes e Maria Farinha Filmes. Seu projeto de longa-metragem “Criadas” foi vencedor de prêmios como o Cinélatino 2018 em Toulouse. Realizou ainda três curtas-metragens premiados: “A felicidade delas” (2019), “Mãe não chora” (2019) e “A boneca e o silêncio” (2015). Foi tutora de laboratórios de roteiro na Netflix, Festival Cabíria e LAB Negras Narrativas da Apan. Ministrou cursos, oficinas e palestras em 2020, foi indicada como “Roteirista do Ano” para o 4o Prêmio ABRA de Roteiro. 93
CURSOS E OFICINAS OLHOS ABERTOS: MONTAGEM E EDIÇÃO DE VÍDEO
INVESTIGANDO O POTENCIAL COMERCIAL EM PROJETOS INDEPENDENTES
Com Larissa Fulana de Tal
Com Fernanda Lomba
Dias 25 e 27/01, das 14h às 16h30 25 vagas Plataforma Zoom - Sesc Jundiaí Inscrição: 14/01
Dias 21 e 28/01, das 14h às 16h 25 vagas Plataforma Zoom - Sesc Jundiaí Inscrição: 14/01
O curso objetiva um olhar mais atento ao processo criativo com a técnica de editar e montagem de vídeos. No processo de democratização e digitalização somos muitas vezes empurrados para um verdadeiro mar de imagens e suas informações por vezes até duvidosas. Por outro lado temos uma geração potencializando a criatividade com o aparato tecnológico. Mas em que medida refletimos a criação e edição da imagem?
Nesta oficina, o objetivo é a investigação do potencial comercial para projetos de cunho independente, ou seja, aqueles realizados por produtores iniciantes e coletivos audiovisuais. Ela busca fomentar os conhecimentos de realizadores acerca dos projetos, conhecendo o estágio deles, impactos de público e território para atrair parceiros e desenvolver argumentos comerciais.
LARISSA FULANA DE TAL é diretora de Criação da produtora Olhos Abertos Audiovisual, Graduada em Cinema e Audiovisual na UFBA e integrante da APAN. Dirigiu o documentário “Lápis de Cor” (2014) e o curtametragem “Cinzas”, e realizou a direção Geral da série “Diz aí! Afro e indígena” (Canal Futura). Atualmente é Diretora e Coordenadora de Pós Produção da série “Encanto das Folhas”, ação coletiva dos Terreiros do Recôncavo da Bahia, Consultora de Criação no Laboratório Universitário do NordesteLab (2020 e 2021) e atua com cinema, audiovisual, processos criativos e montagem.
FERNANDA LOMBA é produtora de ficção e documentário para Cinema e TV. Ganhadora da bolsa para produtora executiva no American Film Market, promovido pela SPcine e LATC,e convidada para o ambiente de mercado MIPTV, em Cannes. Nos últimos três anos, tem atuado como consultora e parecerista de projetos. É co-fundadora e co-diretora do NICHO 54. Dirigiu o curta-metragem “A Noite” a convite do Consulado da Alemanha.
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CRIAÇÃO DE ROTEIROS COM TEMÁTICAS DA INFÂNCIA
DECOLONIZAÇÃO DO OLHAR
Com Joyce Prado
Das 26/01 e 02/02, das 19h às 21h30 25 vagas Plataforma Zoom - Sesc Jundiaí Inscrição: 14/01
Dias 01 e 02/02 das 10h às 12h30 15 vagas Plataforma Zoom - Sesc Jundiaí Inscrição: 14/01 A abordagem do cinema à infância possui diferentes perspectivas, da proposta de direção ao público desejado; retratada de forma lúdica, fantástica ou austera. Cada escolha impacta no processo criativo do roteiro. Nestes dois encontros, Joyce Prado compartilhará suas análises e vivências na realização dos filmes Fábula de Vó Ita (2016) e Calmon (2022), contrastando as abordagens de cada obra.
JOYCE PRADO é diretora, roteirista e fundadora da Oxalá Produções, empresa focada em conteúdos sobre a cultura e comunidade afro-brasileira e diaspórica. Formada em Rádio e TV pelo Centro Universitário Belas Artes e especialista em Roteiro Audiovisual pelo Senac. Em 2020, estreou seu primeiro longa, Chico Rei entre Nós (doc, 2020) na 44ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, premiado como Melhor Documentário pelo público e Menção Honrosa do Júri.
Com Rosane Borges
Conceber a descolonização do olhar como princípio absoluto para a produção e circulação de imagens não estereotipantes. O cinema negro vem sendo fundamental para a produção e circulação dessas imagens, que, tomadas em conjunto, possibilitam a fundação de novos imaginários.
ROSANE BORGES é jornalista, doutora em ciências da comunicação, pesquisadora do colabor (ecausp), articulista da revista Istoé, autora de diversos livros, entre eles: Espelho infiel: o negro no jornalismo brasileiro, Midia e Racismo, Esboços de um tempo presente e Fragmentos do tempo presente.
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PROGRAMAÇÃO Sessão
19-Jan
20-Jan
21-Jan
22-Jan
quar
qui
sex
sáb
Você tem Olhos Tristes (19 min) + O Olhar de Edite (79min)
Programa de Curtas 03: (A Morte Branca do Feiticeiro Negro 10'' + Tudo que é Apertado Rasga 28'' + De um Lado do Atlântico 7'' + Do Amor a Cura 22'')
Programa de Curtas 01: (Perifericu 24'' + Negrum3 21'' + Dois Garotos Que se Afastaram Demais do Sol 30'' + Amor de Ori 7'')
Cabeça de Nêgo (85 min)
Até o Fim (93min)
Sem Asas (20min) + O Caso do Homem Errado (70min)
27-Jan
28-Jan
29-Jan
qui
sex
sáb
17h
Café com Canela (100 min)
Quem te Penteia? (30min) + Deixa na Régua (73 min)
Egum (23 min) + Entre Nós, Um Segredo (78 min)
20h
Programa de Curtas 03: (A Morte Branca do Feiticeiro Negro 10'' + Tudo que é Apertado Rasga 28'' + De um Lado do Atlântico 7'' + Do Amor a Cura 22'')
Programa de Curtas 02: (Bonde 18'' + A Felicidade Delas 14'' + O Trauma é Brasileiro 13'' + Inabitáveis 25'' + Assim 16")
Chico Rei Entre Nós (95 min)
03-Fev
04-Fev
05-Fev
qui
sex
sáb
17h
Temporada (114min)
Chico Rei Entre Nós (95 min)
Especial Grace Passô República (15min) + Vaga Carne (50min)
20h
Rã (15 min) + Um Dia Com Jerusa (74min)
Doutor Gama (80min)
Quem te Penteia? (30min) + Deixa na Régua (73 min)
17h
20h
O Pai da Rita (97 min)
PROGRAMAÇÃO SESC DIGITAL [núcleo histórico] A Negação do Brasil (Joel Zito, 2000) Vista a Minha Pele (Joel Zito, 2008) Cinderelas, Lobos e Um Príncipe Encantado (Joel Zito, 2009) Balé de Pé no Chão (Lilian Solá Santiago, 2005) Família Alcântara (Lilian Solá Santiago, 2004) 96
Eu Tenho a Palavra (Lilian Solá Santiago, 2010) Narciso Rap (Jeferson De, 2003) Bróder (Jeferson De, 2009) Zumbi Somos Nós (Frente 3 de Fevereiro, 2007)
23-Jan
24-Jan
25-Jan
26-Jan
dom
seg
ter
qua
Programa de Curtas - Infâncias (5 Fitas 15'' + Orun Aiyê 12'' + A Piscina de Caíque 15'' + Caixa D'água 15'')
Programa de Curtas 02: (Bonde 18'' + A Felicidade Delas 14'' + O Trauma é Brasileiro 13'' + Inabitáveis 25'' + Assim 16")
Rã (15 min) + Um Dia Com Jerusa (74min)
Programa de Curtas 04: (Travessia 5" + Fartura 27'' + Filhas de Lavadeiras 22'' + A Noite 16'')
Temporada (114min)
Nada (27min) + Memórias AfroAtlânticas (76min)
Especial Grace Passô República (15min) + Vaga Carne (50min)
Alfazema (24 min) + A Rainha Nzinga Chegou (74 min)
30-Jan
31-Jan
01-Fev
02-Fev
dom
seg
ter
qua
Doutor Gama (80min)
Cabeça de Nêgo (85 min)
Nada (27min) + Memórias AfroAtlânticas (76min)
Sem Asas (20min) + O Caso do Homem Errado (70min)
Minha Fortaleza - Os Filhos de Fulano (88 min)
Programa de Curtas 04: (Travessia 5" + Fartura 27'' + Filhas de Lavadeiras 22'' + A Noite 16'')
Slam - Voz de Levante (95 min)
Café com Canela (100 min)
06-Fev
07-Fev
08-Fev
09-Fev
dom
seg
ter
qua
Programa de Curtas - Infâncias (5 Fitas 15'' + Orun Aiyê 12'' + A Piscina de Caíque 15'' + Caixa D'água 15'')
Slam - Voz de Levante (95 min)
Até o Fim (93min)
Minha Fortaleza - Os Filhos de Fulano (88 min)
Você tem Olhos Tristes (19 min) + O Olhar de Edite (79min)
Alfazema (24 min) + A Rainha Nzinga Chegou (74 min)
Programa de Curtas 01: (Perifericu 24'' + Negrum3 21'' + Dois Garotos Que se Afastaram Demais do Sol 30'' + Amor de Ori 7'')
Egum (23 min) + Entre Nós, Um Segredo (78 min)
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_ Negrum3
SESC – SERVIÇO SOCIAL DO COMÉRCIO Administração Regional no Estado de São Paulo
PRESIDENTE DO CONSELHO REGIONAL Abram Szajman DIRETOR DO DEPARTAMENTO REGIONAL Danilo Santos de Miranda
SUPERINTENDENTES Técnico-Social Joel Naimayer Padula Comunicação Social Ivan Giannini Administração Luiz Deoclécio Massaro Galina Assessoria Técnica e de Planejamento Sérgio José Battistelli GERENTES Ação Cultural Rosana Paulo da Cunha Estudos e Desenvolvimento Marta Raquel Colabone Estudos e Programas Sociais Cristina Riscalla Madi Artes Gráficas Rogério Ianelli Centro de Produção Audiovisual Wagner Palazzi Perez Difusão e Promoção Marcos Ribeiro de Carvalho Sesc Digital Fernando Amodeo Tuacek CineSesc Gilson Packer Sesc Belenzinho José Roberto Ramos Sesc Jundiaí Celina Kunie Tamashiro
OJU – RODA SESC DE CINEMAS NEGROS Curadoria Cecília De Nichile, Daniel Ramos da Silva Melo, Daniela Scopin Ribeiro, Fabiano Maranhão, Gabriella Rocha, Jackson Cruz Magalhães, Livia Lima da Silva, Rodrigo Gerace Equipe Sesc André Coelho Mendes Queiroz, Bruno Corrente, Cristiane Ferrari, Érica Martins Dias, Fernando Hugo Fialho, Gabriela Batista Borsoi, Graziela Marcheti, Giuliano Jorge Magalhães da Silva, Humberto Mota, João Cotrim, João Paulo Leite Guadanucci, José Gonçalves Junior, José Henrique Osoris Coelho, Karina Camargo Leal Musumeci, Kelly Adriano de Oliveira, Luiz Fernando Silva, Mariana da Rosa Silva, Regina Gambini, Ricardo Tacioli, Simone Yunes, Ubiratan Nunes Rezende Identidade Visual e diagramação Daniel Brito Vinheta Arte Naná Prudencio Trilha Sonora DiPa e Pipo Pegoraro Produção Tetembua Dandara Imprensa Flávia Arruda Redes Sociais Erasmo Penteado
CineSesc Rua Augusta, 2075 01413-000 São Paulo SP (11) 3087-0500 sescsp.org.br/cinesesc