Francisco Antonio de Toledo
Par贸quia de Sant麓Ana
100 Anos
Ficha Catalográfica Créditos Logos
Francisco Antonio de Toledo
Paróquia de Sant´Ana
100 Anos 1ª Edição
2014 Sumaré - SP
Paróquia de Sant´Ana, 2014, Sumaré - SP
Sumário Apresentação................................................................................. 00 Prefácio........................................................................................... 00 Dedicatória..................................................................................... 00 A igreja de Sant´Ana – origens...................................................... 00 A vida religiosa em Rebouças antes de 1914.................................. 00 Criação da Paróquia....................................................................... 00 Os primeiros tempos da Paróquia.................................................. 00 As Associações Religiosas e a festa da padroeira.......................... 00 Os novos vigários a partir de 1920................................................. 00 Nova fase da vida da Paróquia....................................................... 00
Paróquia de Sant´Ana - 100 anos | Capítulo 1 |
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Padre José Giordano...................................................................... 00 Padre Carlos Augusto Malho.......................................................... 00 As mudanças trazidas pelo Vaticano II........................................... 00 Padre Constantino Gardinalli......................................................... 00 Padre Pedro Tomazini..................................................................... 00 Padre Angelo Marighetto............................................................... 00
Padre Luis Antonio Guedes............................................................ 00 Padre Mansur Rodrigues Mansur................................................... 00 Padre Cláudio Zacarias Menegazzi................................................. 00 Padre Paulo Crozera....................................................................... 00 Padre Carlos José Nascimento....................................................... 00 Padre Elisiário César Cabral........................................................... 00
Anexos Histórico das Comunidades............................................................ 00 Sant´Ana: Vida e Culto................................................................... 00 Dom Joaquim Mamede, o bispo que nasceu em Sumaré............... 00 As capelas antigas da Paróquia de Sant´Ana................................ 00
Lista dos párocos da Paróquia de Sant´Ana (1914-2014)............... 00 Datas Expressivas na História da Paróquia.................................... 00 As Comemorações do Centenário.................................................. 00 Bibliografia..................................................................................... 00
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Paróquia de Sant´Ana - 100 anos | Capítulo 1 |
A pedra fundamental da Igreja Matriz............................................ 00
A presentação Com grande alegria faço a apresentação do livro PARÓQUIA DE SANT´ANA – 100 ANOS do professor Francisco, carinhosamente conhecido por nós como professor Chico. Ele vem fazer o coroamento das festividades do Centenário de nossa Paróquia de Sant’Ana em Sumaré. Tratase de uma obra histórica, seja pelo seu conteúdo, seja igualmente por marcar este momento da história dos paroquianos de Sant’Ana que comemoram: “Cem anos celebrando a vida”. Desde a festa da nossa padroeira no ano passado, quando fizemos a abertura do “Ano do Centenário”, o lema: “Recordem as Maravilhas que Ele fez” dirigiu e inspirou as nossas atividades e celebrações, que foram tantas e belas. Esse livro vem, portanto, enriquecer e dar maior vigor à nossa história, pois reconhecemos que Deus fez maravilhas em nosso meio. Quem busca conhecer a história, aprende a respeitar e admirar suas origens. Sabe ainda analisar e compreender melhor o seu presente, que não representa apenas um tempo cronológico, mas é presente-dádiva, uma graça que recebemos dos outros, que deixaram experiências através do tempo como heranças para nós. Enfim, conhecer a história ajuda-nos a planejar melhor o futuro, pois não construímos nada de exclusivamente novo. Construímos juntos. Na fé, isso é o dom da partilha que eu venho aprendendo, dia após dia, a construir com esta comunidade paroquial e seus agentes. Parabenizo todos os paroquianos de Sant’Ana pela beleza de sua história e da qual Deus concedeu-me a graça de participar. Se na beleza contemplada, eventualmente pudermos identificar alguma fraqueza humana, vejo também que as virtudes para superá-las são o maior exemplo deixado como tesouro e testemunho nessa história. Agradeço ao professor Chico pelo seu trabalho cuidadoso e pelo presente que nos deixou. Agradeço também à equipe de editoração, que igualmente ao autor do livro, ofereceu gratuitamente seu importante trabalho de diagramação e arte final. Agradeço ainda ao Pró-Memória por nos autorizar acesso ao seu arquivo de fotos e informações. Finalmente, desejo a todos uma boa leitura e que se inspirem nos versos 78:“O que nós ouvimos e aprendemos, o que nos contaram nossos pais, não o
esconderemos a seus filhos. Nós o contaremos à geração seguinte: os louvores do Senhor e seu poder, e as maravilhas que realizou.” Sumaré, 9 de outubro de 2014. Cônego Elisiário Cesar Cabral
Prefácio Tirar do baú coisas novas e velhas é fazer a ligação entre o novo e o velho. O novo sentido para as coisas que aparecem todo dia só se encontra no passado. O passado não determina o presente, mas é lá que reside o substrato da História. Sem o passado não existe o presente e sem este não se constrói o futuro. Cabe à Igreja anunciar a mensagem nova lendo o passado e os sinais do tempo presente na perspectiva do futuro. Registrar por escrito o que aconteceu nesses 100 anos da Paróquia de Sant´Ana é tarefa da maior relevância para os paroquianos, para o cidadão sumareense e para toda a Igreja. É missão do historiador trazer à memória o que o tempo teima em esquecer, para que se reconheçam os erros do passado, se valorizem os acertos e se construa um futuro melhor. É tarefa quase impossível escrever a história das cidades brasileiras sem falar das suas igrejas. Algumas cidades nasceram mesmo a partir de uma capela, como é o caso de Aparecida do Norte, ou de uma missão religiosa, como é o caso de São Paulo. Outras vilas coloniais, cuja origem está ligada à pecuária, à mineração, à defesa, aos entroncamentos de caminhos ou rotas comerciais, também têm sua história marcada pela presença da Igreja. Ricas e espaçosas como as do barroco mineiro do século XVIII, simples e despidas Paróquia de Sant´Ana - 100 anos | Capítulo 1 |
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como as do litoral no século XVI, as igrejas compõem a paisagem obrigatória da vila colonial: câmara, cadeia e igreja. Desde a Colônia até hoje, a presença da Igreja Católica não foi simples peça decorativa na paisagem urbana e rural brasileira, e também não passou despercebida na vida social e política do Brasil desde a Colônia até hoje. Em Sumaré, o primeiro núcleo urbano teve como centro a Estação Ferroviária, a Capela e o Largo da Matriz; teve como padroeira da cidade o nome de uma santa, cuja festa litúrgica marca oficialmente o aniversário do município, e teve como primeiro Prefeito um sacerdote. O livro não pretende ser obra definitiva nem completa, mas foi elaborado
com seriedade e fidelidade às fontes documentais
ao Senhor pelas maravilhas que Ele operou entre
escritas, orais e iconográficas. A preocupação foi
nós, e se renova na alegre esperança da construção
o rigor documental, haurido em especial do Livro
do Reino.
Tombo da Paróquia, dos Livros de Atas do CPP e
Agradecimentos à Secretaria Paroquial, à
do EACP. Minha proposta é que o leitor se sinta
Associação Pró-Memória de Sumaré, à Maria Teresa
participante e construtor dessa história.
pelos momentos que lhe roubei de atenção, e aos
Nessa longa caminhada de cem anos, cheia
amigos Leandro e Andressa da Editora Seta Regional
de altos e baixos, a missão da Igreja foi cumprida.
pela preciosa colaboração presenteando a Paróquia
Como seu fundador Jesus, ela às vezes foi pedra de
com a diagramação deste livro.
escândalo, foi sinal de contradição. Mas, serenadas as turbulências sazonais, foi também o farol que iluminou a treva, a luz que mostrou o caminho. Neste início do segundo milênio do nascimento de Jesus, a Paróquia celebra seu jubileu agradecida
Sumaré, outubro de 2014
Francisco Antonio de Toledo
Dedicatória
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Ao papa Francisco, enviado de Deus para mostrar ao mundo moderno a face alegre da Igreja, a simplicidade franciscana do Poverello de Assis, a ternura do bom Deus, e a esperança de dias melhores para um mundo tão difícil. A ele dedico este livro como minha mais cordial homenagem.
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Segunda Capela de Sant´Ana (1904) com os sinos e o rancho coberto de sapé. (Acervo Pró-Memória)
A Igreja de Sant´Ana Origens Diferente de muitas outras cidades brasileiras, Sumaré nasceu ao redor da Estação, ao lado da ferrovia. Era lugar de embarque e desembarque de mercadoria e de gente. Muito mais de mercadoria do que de gente. A principal atividade econômica desse local era a agricultura cafeeira para exportação. No final do século dezenove, a região de Campinas era grande produtora de café. As fazendas de café se espalhavam por toda a região, e com a construção da Estação, devagar foram aparecendo algumas casas nas imediações formando o povoado. A Estação ferroviária tinha sido construída em 1875 e se chamava Estação de Rebouças, mudando depois o nome do povoado para Vila de Rebouças, depois Bairro de Rebouças. O nome era uma homenagem ao engenheiro Antonio Pereira Rebouças Filho, que falecera durante a construção da ferrovia. Passados alguns anos, os católicos construíram sua primeira igrejinha no bairro. Foi em 1889. Até essa data, vinha padre de Campinas ou de Monte-Mor para as missas, casamentos A capela do povoado de Rebouças pertencia à Paróquia de Santa Cruz, hoje Paróquia do Carmo, em Campinas. Esta paróquia foi criada em 8 de maio de 1870, desmembrada da Paróquia de Nossa Senhora da Conceição de Campinas, hoje Catedral. Até 1908 as duas paróquias pertenciam à Diocese de São Paulo, cujo bispo era D. Duarte Leopoldo e Silva. As primeiras referências documentais que se tem sobre a vida religiosa em Rebouças são de 1887. No Livro Tombo da Paróquia de Santa Cruz da cidade de Campinas pode-se ler:
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Paróquia de Sant´Ana - 100 anos | Capítulo 1 |
e outros serviços religiosos.
“Neste ano começou-se a edificação de uma pequena capela no bairro de Rebouças, único ponto da paróquia afetado pelo protestantismo”.
Paróquia de Sant´Ana - 100 anos | Capítulo 1 |
1870, e no Livro Tombo da Paróquia de Santa Cruz (1870-1914) não há nenhuma referência ao fato. Se tivesse havido a construção de alguma capela antes
Era vigário da Paróquia de Santa Cruz nesse
de 1889, ela certamente teria sido inaugurada com a
ano o Padre João Batista Nery, que escreveu as
presença de um padre da Matriz e isso constaria por
linhas acima.
escrito no Livro Tombo. Era acontecimento religioso
O
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(atual Catedral), à qual Rebouças pertencia antes de
historiador
campineiro
Jolumá
Brito
importante a ereção de capelas.
também cita essa data (dezembro de 1887) para
Ainda mais: Numa entrevista dada ao jornal
o início da construção “de uma capela no então
“A Gazeta de Sumaré” em abril de 1955, Dona
incipiente bairro”1. Mas, o historiador nada diz sobre
Mariquinha Raposeiro, que nasceu em Jacuba em
a inauguração da capela, o que foi feito pelo Padre
1863 e se mudou para Rebouças em 1879, diz que
Nery, que assim relata, na página 7 do referido Livro
no seu tempo as missas eram celebradas na casa de
Tombo:
Antonio do Valle. Ora, se houvesse capela antes de
“No mês de dezembro, de 1889, as (sic) 15, realizou-se a inauguração da pequena capela de Rebouças diante de grande concurso de povo. Houve missa cantada e procissão”.
1889, obviamente as missas seriam rezadas na capela e não numa casa particular. As leis eclesiásticas eram rigorosas quanto a isso, e as missas ou casamentos religiosos só eram celebrados fora da igreja em casos especiais e com autorização do bispo.
Assim, com singeleza documental, é fora de
A grande preocupação naquele momento
dúvida que a primeira capela de Rebouças é de 1889.
era construir uma capela porque o protestantismo
O texto não faz supor a existência de nada anterior.
estava avançando2.
“começou-se a edificação de uma pequena capela”. O documento não diz: “de mais uma capela”, ou de “uma nova capela”. É pouco provável a construção de alguma capela antes de 1889, pois no Livro Tombo da Matriz de Nossa Senhora da Conceição
1 Brito, Jolumá. História da cidade de Campinas, vol. XVIII, p. 178).
2 No livro Sumaré – Edição Histórica. Editorial Focus, São Paulo, s/d, se lê que em 1886 Guilherme Miller “doou um terreno nesse ano para a construção de uma igreja presbiteriana” e cita como fonte documental o Livro 4, Registro 1112 de 20 de março de 1886. Mas, o documento citado não diz isso. Diz apenas que a Igreja Presbiteriana de Rebouças vende uma casa e terreno a Luiz do Valle e Irmão. Essa casa era provavelmente onde os presbiterianos se reuniam, mas não era uma igreja. De qualquer maneira, esse documento ajuda a entender a preocupação dos católicos de Rebouças, que não tinham sequer uma capela. Isso fica claro
Igreja de Sant´Ana, reformada em 1927, com a torre (Acervo Pró-Memória)
Cabe lembrar que a origem de Americana se deve aos migrantes americanos fugidos da Guerra de Secessão. Com eles vieram evangélicos presbiterianos. Situada entre Campinas e Americana, o bairro de Rebouças sofreu a influência deles, mesmo porque antes já havia aqui algumas famílias de origem americana, como a de Guilherme Mills, por exemplo. Em 1870, já havia a Igreja Presbiteriana de Campinas e o Colégio Internacional, fundados pelo Reverendo Eduardo Lane. Conforme
depoimento
de
João
Jacob
Rowedder, antigo morador de Sumaré, em 1904 foi construída outra capela porque a primeira era muito pequena para atender a população. A primeira capela tinha ao lado um rancho coberto de sapé, que talvez funcionasse como coreto e onde, na parte mais alta, estavam os sinos. Construída a segunda capela, pouco maior que a primeira, fez-se em cima dela o campanário para os sinos. A nova igreja foi reformada em 1927 e recebeu a torre que a anterior não tinha. Conforme depoimento Franceschini, no interior dessa igreja, bem no alto, sobre o altar, estava escrito: “Tudo no mundo passa. Só Deus é eterno e sempre bom”. Foi demolida em 1949 dando lugar à Matriz atual.
nas palavras do vigário: “único ponto da paróquia afetado pelo protestantismo”, para justificar a construção da primeira capela.
Filhas de Maria, no Coreto da Praça da República - 1916 (Acervo Pró-Memória)
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de um antigo morador de Sumaré, Dr. Leandro
A Vida Religiosa em Rebouças antes de 1914 A Paróquia de Sant´Ana de Rebouças foi criada em 1914. Pouco se sabe sobre a vida religiosa em Rebouças desde a construção da primeira capela até 1914, quando foi criada a Paróquia. Os padres de Santa Cruz vinham para Rebouças celebrar missas, batizar, atender confissões etc.Alguns moradores antigos de Sumaré se referem ao Padre Abel como o mais antigo padre de Sumaré, antes mesmo de 1889. Houve pelo menos dois padres com esse nome em Campinas nas últimas décadas do século XIX. Um deles se chamava Padre Abel Alves Barroso que foi coadjutor do 16º Vigário da Catedral entre 1884 e 1885. Dele quase nada sabemos. Outro Padre Abel, muito mais conhecido que o anterior, assinava A.C. Lacerda, isto é, Abel Camargo Lacerda. Jolumá Brito diz que Abel era seu apelido, pois seu nome correto era Antonio Manoel. Nascido em 1819 em Campinas, foi um personagem curioso esse Padre Abel. Depois de algumas peripécias interessantes, foi ser padre. Encontramo-lo vigário de Monte-Mor, Santa
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alegre, amigo de todos. Conta-se que era muito rico e dono de uma fazenda
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Bárbara e Limeira entre 1863-1869. Era muito bom latinista, boa pessoa, pelos lados de Salto Grande. Tinha escravos, mas os deixava soltos e não os castigava. Faleceu em 1902, em Campinas. Talvez tenha sido este último Padre Abel, com sua figura simpática, que andou por Rebouças antes de 1889 e que ficou na memória dos mais antigos moradores de Sumaré. Não se pode esquecer que Rebouças e Monte-Mor eram muito ligadas naquele tempo, como também, Campinas e Santa Bárbara, lugares que o Padre Abel devia conhecer e palmilhar com certa frequência. Os casamentos religiosos não eram feitos aqui, mas em Monte-Mor,
Campinas, ou raramente em alguma capela quando
Joaquim da Fonseca foi provisionado para o uso de
autorizados pelo Bispo. No ano de 1909, temos a
ordens, passando a residir em Rebouças. O Padre
notícia de uma Irmandade de Sant´Ana, no Bairro
Fonseca – como era conhecido – também dava
de Rebouças, cujo presidente era Antonio Rodrigues
aulas particulares. Ele morava na casa de Antonio
dos Santos, e que não durou mais que três meses. Foi
do Valle e aí lecionava. José Lopes, um antigo
dissolvida “não por falta de espírito religioso, mas
morador de Sumaré, que foi aluno desse padre se
sim por descuido dos nossos irmãos da Diretoria”,
lembra: “Bastava esquecer qualquer lição que o
esclarece o presidente. Na época havia também a
Padre puxava a orelha da gente sem dó. Mas valeu a
Irmandade das Almas do Purgatório, da qual não se
pena”, diz José.
tem notícia.
Nesse mesmo ano de 1913, certamente por
Além do Padre Nery, outro que trabalhou em
sugestão do Bispo e, com a ajuda do povo, construiu-
Rebouças foi o Padre Miguel Angelo Ronsini. Em
se uma casa para o Padre e, em agosto de 1914, o
1910 ele foi nomeado capelão da Igreja de Rebouças,
Padre Miguel Guilherme passou a residir na Casa
por um ano, “para celebrar, pregar e confessar”,
Paroquial “recentemente construída”. Era um passo
conforme se lê no Livro de Provisões de 1908-1911.
para a criação da Paróquia. A casa paroquial ficava
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Em fevereiro, março e abril de 1913 começou a haver missa aos domingos na capela de Rebouças,
no Largo da Matriz, hoje Praça da República, ao lado do atual Restaurante Makey (2014).
com batizados, confissões etc. pelo Monsenhor Francisco Garófalo. Em 25, 26 e 27 de julho foram realizadas as Missões por ocasião da Festa da Padroeira Sant´Ana e para preparar espiritualmente o povo para a nova Paróquia. Mas o padre deixou que “pouco resultado conseguiu”, e se refere à “frieza dos seus paroquianos”. A partir de 15 de maio de 1913, o Padre
3 Provisão é um documento que antigamente a Igreja usava para autorizar o exercício de certas funções e exercícios ministeriais. Ainda hoje ela usa esse documento, principalmente no desempenho da função ministerial.
Ao fundo, Igreja de Sant´Ana. (Acervo Pró-Memória)
Paróquia de Sant´Ana - 100 anos | Capítulo 1 |
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escrito no livro Tombo da Paróquia de Santa Cruz
A Criação da Paróquia Em 1914 Rebouças tinha 65 prédios e perto de 500 habitantes no núcleo urbano. Na zona rural, onde havia muitos sítios e grandes fazendas, a população era de 4 mil habitantes.Todo o território, que hoje abrange o município de Sumaré e Hortolândia, com seus 4.500 habitantes, fazia parte da paróquia de Sant´Ana. A economia do distrito baseava-se na produção de café (em crise, mas ainda lucrativa), algodão, cana-de-açúcar, arroz, milho e pecuária. Na cidade, havia armazéns de secos e molhados, açougue, lojas de tecidos, padaria, oficina de ferreiro, máquina de beneficiar arroz, café e algodão, serraria, pensões, pequenos hotéis e pequenas indústrias (de macarrão, cerveja, aguardente, sabão...). Era bastante expressiva a presença de imigrantes estrangeiros, em especial portugueses e italianos. Rebouças tinha 3 escolas primárias, cadeia pública, Juiz de Paz, Cartório de Registro Civil, farmácia, iluminação elétrica nas ruas, botequins, coreto, banda musical. Em outubro de 1913 foi inaugurado o prédio da Subprefeitura que acaba de festejar seu centenário e, é hoje, a sede da Associação Pró-Memória. Era bispo de Campinas Dom João Batista Correa Nery4 que conhecia Rebouças e já trabalhara aqui. Era Vigário da Paróquia de Santa Cruz o Cônego Otávio Chagas de Miranda, mais tarde bispo de Pouso Alegre. Em Paróquia de Sant´Ana - 100 anos | Capítulo 1 |
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Roma, acabava de falecer o Papa Pio X (agosto), sendo logo substituído por Bento XV. Na Europa explodia a Primeira Guerra Mundial entre as potências européias (1914-1918). No dia 9 de outubro de 1914 saiu o Decreto da criação
4 Dom Nery foi o primeiro bispo de Campinas. Foi um homem extraordinário, culto, cheio de virtudes e de zelo apostólico. Reorganizou a vida religiosa em Campinas e deu exemplo de extrema dedicação ao próximo quando a cidade foi assolada pela epidemia de febre amarela, matando quase 2 mil pessoas. Campinas lhe rendeu justa homenagem com estátua em praça pública, nome de ruas e estabelecimentos, colocando-o entre os maiores nomes de sua terra. Sumaré ainda não pagou essa dívida.
Bispo Dom João Batista Correa Nery Vista de Sumaré por volta de 1920. No primeiro plano em baixo, o Ribeirão Quilombo e as lavadeiras; no centro a Estação Ferroviária; à esquerda a Rua Sete e no alto à direita a Igreja. (Acervo Pró-Memória)
da Paróquia de Sant´Ana de Rebouças e no dia 11, domingo, deu-se sua instalação oficial.
O ponto alto da festa foi no domingo, dia 11. Na parte da manhã, alvorada pela banda musical “Recreativa Reboucense”; às 8 horas, missa com
Chagas de Miranda, que assim escreveu:
“No dia 11 de outubro, com a presença do Ex.mo Visitador Diocesano Mons. Joaquim Mamede5, do Vigário desta Paróquia de Santa Cruz, do Padre Miguel Guilherme, deu-se a instalação solene da Paróquia de Rebouças, desmembrada desta, provida de paramentos e utensílios mais necessários e com um patrimônio constante de excelente casa paroquial” (Livro Tombo).
cânticos e primeira comunhão de 30 crianças. Às 10 horas, Mons. Mamede cantou missa solene e ao Evangelho leu o decreto da criação da paróquia, pronunciando em seguida um discurso de congratulações, ao tempo em que dava posse ao novo vigário Padre Miguel Guilherme, que já tinha sido pároco em Souzas. Às 13 horas, inauguração da casa paroquial com discurso do Cônego Otávio Chagas, que ofereceu o prédio ao bispado. Respondendo, o Senhor Visitador teve palavras de entusiasmo e carinho para com o povo de Rebouças, em especial, para a Comissão da Paróquia e para Antonio do Valle, que doara o
5 Dom Joaquim Mamede era natural de Rebouças. Sua biografia está em outro lugar deste livro. Como Rebouças era um bairro de Campinas, algumas biografias dele colocam seu nascimento em Campinas.
terreno para a construção da casa paroquial. Observa
“O
Mensageiro”
que
para
a
construção da casa paroquial e para a fundação da Paróquia contribuíram Antonio do Valle, Antonio
23 Paróquia de Sant´Ana - 100 anos | Capítulo 1 |
Vale a pena deixar a palavra ao Cônego Otávio
Manuscrito do Decreto da Criação da Paróquia de Sant´Ana (Transcrição ao lado)
Paróquia de Sant´Ana - 100 anos | Capítulo 1 |
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Decreto da Criação da Paróquia de Sant´Ana em Rebouças
(Transcrito do Livro de Provisões da Cúria Diocesana de Campinas, de 1911-1914, p. 96-99 e respeitada a grafia do texto manuscrito original)
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Campinas, 9 de outubro de 1914 Decreto criando a parochia de Santa Anna de Rebouças Dom João Baptista Corrêa Nery, por mercê de Deus, Bispo de Campinas, Conde Romano, Prelado Domestico de S.S. e Assistente ao Solio Pontificio. Aos que o presente decreto virem saudação, paz e bênçam no Senhor. Fazemos saber que, atendendo à representação que nos fez o Revmo Conego Octavio Chagas de Miranda, Vigario da Parochia de Santa Cruz de Campinas e ao maior bem das almas, depois de termos ouvido o Revmo Cabido Diocesano, usando da nossa jurisdição ordinaria diocesana e, em caso de necessidade da que nos é delegada pelo S. Concilio Tridentino (Sessão XXI, Cap. IX De Reform) Havemos por bem separar, dividir e desmembrar da parochia de Santa Cruz de Campinas, o territorio que em seguida vai indicado e nelle constituir nova parochia que se denominará de Santa Anna de Rebouças elevando a actual Capella de Sant´Anna à cathegoria de Matriz e o território que comprehende essa filial à cathegoria de Parochia. .A nova parochia de Santa Anna de Rebouças terá os mesmos limites dos distritos de paz de Rebouças, a saber: Parte da linha divisoria do municipio de Monte-Mor no ponto de intersecção com a estrada pública que vai de Monte Mor a Campinas passando pela Boa Vista, estrada esta denominada de Terra Preta e segue pela mesma estrada até a linha ferrea Paulista, procurando um pequeno curso d´agua para o lado dos Amarais e desce por este até o tanque denominado do “Mariano” continuando pela mesma agua, até encontrar o Ribeirão do Quilombo e por este abaixo até a fazenda do Santiago na confluencia do corrego que vem da fazenda Deserto, à margem direita; d´ahi segue em rumo na direção do ponto de passagem da estrada publica de Limeira, no Rio Atibaia, até à divisa do districto de paz de Villa Americana na fazenda Saltinho, continuando pelas divisas actuais com Vila Americana, Santa Bárbara e Monte-Mor, até o ponto de partida na estrada da Terra Preta. Terá a parochia assim constituida como titular Nossa Senhora Sant´Anna, cuja festa se há de celebrar annualmente com pompa e religioso esplendor. Submetemos à jurisdição e cuidado espiritual do Vigario que para ella for nomeado e aos que canonicamente lhe sucederem no Cargo, os habitantes do territorio aos quais mandamos que tanto para o Revmo Vigario, como para a Fabrica da Egreja contribuam religiosamente com os emolumentos, oblações e benesses que respectivamente lhes sejam devidas, por estatutos e leis desta nossa diocese. Concedemos também à Egreja de Santa Anna, que servirá de Matriz da nova parochia pleno direito e faculdade para ter tabernaculo em que se conservará o Augusto Sacramento da Eucharistia, com o necessario ornato e decencia e com a lampada acesa, de dia e de noite, bem como a faculdade para alli se estabelecer o Baptisterio e Pia Baptismal, para ter os livros de Tombo, de Registro de Baptismos, Casamentos, Obitos etc. e todos mais direitos, honras e distinções de uma igreja parochial. Dando, portanto, por erigida e constituída em nossa Diocese a nova parochia acima descripta, o Revmo Secretario do Bispado, depois de sellar e transcrever este Decreto no livro competente de nossa Camara Ecclesiastica, o fará publicar na integra no orgam official da Diocese e o remeta ao Revmo Vigario de Rebouças para que seja lido à estação da missa de um dia festivo, do que passará certidão no verso deste Decreto que também integralmente será transcripto no1º Livro Tombo da nova parochia de Rebouças. Mandamos também que officie aos Revmos Vigários das parochias limitrofes comunicando o objeto principal deste Decreto e arquive os documentos a que o mesmo se refere. Dado e passado na Camara Ecclesiastica de Campinas sob nosso signal e sello de nossas armas aos nove de outubro de mil novecentos e quatorze. E eu Mons. Manoel Ribas d`Avila, Secretario Geral do Bispado o escrevi. Ass. + Dom João Baptista Nery, Bispo Diocesano.
Crianças da Primeira Comunhão. Década de 1930 (Acervo Pró-Memória)
Jorge Chebabi, Albino de Souza Aranha, Antonio
comum no antigo devocionário católico, lembra que
Joaquim de Souza, Miguel Rodrigues dos Santos,
Sant´Ana é a mãe de Maria e por isso leva, como a
João Francisco Ramos, Atílio Foffano, Francisco
filha, o título de “Nossa Senhora”.
Noveletto e Antonio Basio (sic). Após a inauguração da casa paroquial houve
Ao mesmo tempo em que se criava a nova Paróquia,
era
encarregado
o
Padre
Miguel
nova administração do crisma, depois procissão de
Guilherme, que já residia em Rebouças, de cuidar
Sant´Ana, bênção do Santíssimo e canto solene
dela “até última deliberação”. Esse sacerdote ficou
do te-déum. As cerimônias decorreram com muita
como vigário aqui até 1920. Foi o primeiro pároco de
ordem e grande participação do povo, pois tratava-
Rebouças.
se de acontecimento importante para Rebouças. As músicas sacras ficaram por conta de um coral de Campinas, sob a direção do maestro João Brandemburgo, que executou músicas excelentes, Paróquia de Sant´Ana - 100 anos | Capítulo 1 |
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contribuindo para o realce da festa. Às 20 horas Dom Mamede e comitiva regressaram a Campinas em trem especial, levando as melhores impressões dos festejos. A nova paróquia levava o nome de “Paróquia de Santa Ana de Rebouças”, cujo titular era Nossa Senhora Sant´Ana6. Esse tratamento honroso,
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Conta uma antiga moradora de Sumaré – Dona Mariquinha
Raposeiro – que quando se escolhia o nome de um santo para orago da capela de Rebouças, em 1889, Domingos Franklin Teixeira, descendente dos velhos Teixeira Nogueira e proprietário de terras nesta região, sugeriu o nome de São Domingos. Era comum os fazendeiros colocarem em suas fazendas o nome do seu santo protetor. Mas, o Padre Nery preferiu colocar a capela sob a proteção de Sant´Ana, devoção tradicional no Brasil. Domingos se rendeu ao argumento do Padre e mais uma igreja ganhou o nome da mãe de Maria. É certo que o Padre Nery foi ordenado sacerdote em 1886 e esteve em Rebouças várias vezes, como atestam antigos moradores. Ora, é claro que o diálogo entre o padre e Domingos só pode ter acontecido entre 1886 e 1889, numa de suas vindas a Rebouças, não antes. Este é mais um argumento a favor da construção da capela em 1889 e não em 1868. Dom Neri nasceu em 1863, e em 1868 tinha apenas 5 anos!
Os Primeiros Tempos da Paróquia
27 Paróquia de Sant´Ana - 100 anos | Capítulo 1 |
São escassos os dados sobre os primeiros 24 anos de vida religiosa da Paróquia de Sant´Ana. A principal fonte histórica seria o Livro Tombo da Paróquia que, por razões desconhecidas, não se encontra no Arquivo da Cúria Metropolitana de Campinas. Talvez tenha sido perdido ou até mesmo destruído em algum incêndio. Resta a esperança de que um dia apareça essa preciosa relíquia, se é que ainda existe. Sabe-se, por outras fontes, que, em 1915, a pedido dos paroquianos do Bairro dos Amarais e vizinhanças, foram modificados os limites da Paróquia de Rebouças. Era muito difícil para essas pessoas frequentarem a Matriz de Sant´Ana, estando tão perto da Matriz do Carmo. Por isso tornaram-se paroquianos do Carmo. Mas, consta que em 1922 os antigos limites voltaram a vigorar. Consta ainda, que em 1919, o já, então, Cônego Miguel Guilherme recebeu provisão para benzer uma capela da família Gazzeta, situada no Cemitério de Rebouças e que ainda existe. Não se trata da capela atual do cemitério, que foi construída mais tarde. No ano seguinte, consta também a provisão para ele celebrar missa na capela de Santo Antonio, em Rebouças, e no Núcleo Colonial Nova Veneza. Provavelmente trata-se da capela de Nossa Senhora do Rosário, construída pela família Dall´Orto, em 1917, bem próximo à rodovia Anhanguera. Em 1916, a Sociedade Recreativa Musical Reboucense conseguiu da Câmara Municipal de Campinas 300.00 (trezentos mil réis) para construir um coreto no largo da Matriz. Logo ficou pronto e nele a banda alegrava a praça aos sábados, domingos e nas festas da igreja. O leilão era feito no coreto. Compulsando o Relatório publicado pela Diocese de Campinas verifica-se que o movimento religioso de Rebouças era bom. Em 1915, houve na Paróquia 35 batizados, 4 casamentos, 20 primeiras comunhões e havia 38 crianças no catecismo. A título de curiosidade, vejam-se aqui os nomes dos primeiros batizados, dos primeiros casamentos na Paróquia e dos primeiros encomendados. As primeiras crianças batizadas foram (respeitada a grafia original):
Ataliba, filho de Jacob Hoffmann Filho e Francisca
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de Paula Mendes. Padrinhos: João Gonçalves Dias e Ana Barbosa. Amelia, filha de Manoel Francisco de Camargo e Juventina Francisco de Jesus. Padrinhos: Frederico Argentão e Maria Gavioli. Francisco, filho de João Pucci e Magdalena Lopes. Padrinhos: Jozia de Souza e Ameliça Queiroça. João, filho de José Ignácio da Silva e Gertrude Maria da Silva, sendo padrinhos: Atilio Foffano e Antonia Foffano. Vitalina, filha de José Portela Dias e Roza Navarro Dias, tendo como padrinhos Francisco Peres e Maraia Carnaccini. Fioravante, filho de José Mancini e Marian Alpina, sendo padrinhos José Noveletto e Antonia Mancini. Eduardo, filho de Olivio Costa de Oliveira e Durcinda Maria de Jesus e sendo padrinhos Eduardo Galvão e Maria do Carmo Galvão. Maria Aparecida, filha de Joaquim Antonio e Antonia da Silva, sendo padrinhos Francico Manoel de Souza e Maria Francisca. João, filho de Cesar Geraldelli e Theresa Gaviota, sendo padrinhos Alexandre Bufferá e Josepha Geraldelli. Todos esses batizados foram realizados pelo ProVigário Padre Miguel de Guilherme (é como ele assinava seu nome), no mês de outubro de 1914. No mês de dezembro foram batizadas crianças muito conhecidas na história de Sumaré: Francisco, filho de Manuel Miranda e Jose (sic) Miranda, tendo como padrinhos José Maria Miranda e Maria Piedade Miranda; Eulina, filha de Antonio do Valle Sobrinho e Elvira Biancalana do Valle, cujos padrinhos foram Francisco Biancalana e Thereza Buschianeli; e o último batizado do ano, de Durvalina, filha de Antonio Vasconcellos e Emília Vasconcellos tendo como padrinhos Manoel de Vasconcellos e Carlota Vasconcellos.
Os primeiros casamentos realizados na Paróquia foram de João Baptista e Anna Maria. Ele era filho de Pedro Baptista e Jovina Sposito e ela era filha de Gabriel de Campos Oliveira e Maria Angelina das Dores. Já eram casados no civil e casaram-se com dispensa de proclamas. Seus padrinhos foram José Mancini e Francisco Noveletto.
Mais alguns casamentos: João Costa e Cecília Maria. Os pais dele eram João Costa e Maria Costa, e os dela eram Benedito Reauyyal (?), não constando o nome da mãe. Já eram também casados no civil e foram dispensados dos proclamas. Ele com 50 anos e ela com 45. Joaquim e Verdulina Baptista. Ele era filho de Manoel do Valle e Maria do Carmo Camargo e ela era filha de Manoel Antonio de Pinho e Maria Baptista de Pinho. Os padrinhos foram Luiz Duardo (sic) e Antonio do Valle. João e Amélia: ele filho de José Marques e Josepha de Jesus. Ela filha de João Fructuoso e Maria do Valle Mello, sendo padrinhos Francisco do Valle Mello e Antonio do Valle Mello. Carlos e Ida: ele filho de César Biondo e Maria Busado Biondo e ela filha de Eugênio Coltro e Ana Faiella (de Monte Mor). Foram padrinhos Mariano Frasqueti e Angelo Padula. Os primeiros óbitos registrados na Paróquia só o foram a partir de 1921. O primeiro Vigário não registrou os nomes dos mortos encomendados na Paróquia. Os primeiros óbitos lançados no Livro são de Maria Rita, filha de Adolfo Caetano Andrade e Cândida Machado do Amaral; Antonio, filho de Pedro Rodrigues dos Santos e Maria Pereira dos Santos; José filho de Ucílio Matioli e Barbarina Bortolacci; Gabriela, filha de Felipe Cantoso e Maria Francisca de Moraes; Marcelino, filho de pais desconhecidos; Ana Maria, filha de Hermenegildo Gigo e Theresa Petroni(sic); Santo, filho de João Noveletto e Angela Noveletto; Antonio, filho de João Secon e Joana Basso.
A s A ssociações Religiosas e a festa da Padroeira Em janeiro de 1915, o Secretário Geral do bispado pediu ao padre Miguel Guilherme que criasse na Paróquia a Irmandade de São Benedito. Não se sabe se ela foi criada ou não. Em novembro de 1917 o Padre Miguel Guilherme pediu licença ao bispo para fundar na Paróquia a Irmandade das Almas do Purgatório. O bispo auxiliar Dom Joaquim Mamede parece não ter gostado da ideia, e respondeu: “Não permitiremos fundação de Irmandade a não ser a do Apostolado da Oração. O Revmo Pe. Vigário trabalhará para fundar o Apostolado da Oração e não pensará em outras irmandades, a não ser também na Liga de São José”. O Apostolado da Oração era uma associação que existia no Brasil desde meados do século XIX, existe até hoje em muitas paróquias brasileiras, objetivo da Irmandade é rezar, evangelizar e integrar oração e vida. No Relatório da Diocese de Campinas, de 1921, aparecem também a Liga de São José, a Associação da Doutrina Cristã e o Apostolado da Oração. Dessas duas últimas associações era presidenta Cândida Rodrigues. Na época, a Igreja incentivava a criação de associações religiosas; elas serviam de sustentação da vida cristã na Paróquia. Cada associação tinha um objetivo específico: uma era voltada para o culto da oração, outra para a devoção ao Santíssimo Sacramento ou à Nossa Senhora; outra para o estudo da Doutrina Cristã, e assim por diante. Tinham normas rígidas e exigiam dos
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e foi trazida pelos jesuítas. Tem milhões de membros em todo o mundo. O
seus membros determinados compromissos, além de terem uma organização regimental interna como qualquer entidade social. Outra associação, era a Pia União das Filhas de Maria composta de moças, muito antiga na Igreja, desde a Idade Média, depois incentivada por Pio IX. As meninas eram admitidas na associação, a partir dos 16 anos. Usavam vestido e véu brancos, fita verde no pescoço com uma medalha de N.S. das Graças. Depois de um certo tempo de aspirantado, eram admitidas como efetivas e passavam a usar fita azul no pescoço e faixa na cintura. Rezavam o ofício de Nossa Senhora, faziam retiro espiritual, incentivavam a devoção à Virgem e ajudavam as crianças na Igreja. Quando se casavam, deixavam a associação e ingressavam em outra.
A festa da Padroeira Coreto na Praça da Matriz construído em 1916
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(Acervo Pró-Memória)
Não havia muitas festas antigamente em Rebouças. Mas, as poucas que havia eram muito boas, principalmente a festa de Sant´Ana. Vinha gente de toda a redondeza, a pé, a cavalo, de carroça, carro-de-boi, trole, cabriolé, trem... A população de Rebouças quase dobrava. Distâncias de cinco, seis ou dez quilômetros não desanimavam ninguém de ir à missa ou às festas religiosas. Os que vinham do sítio, a pé, tiravam os sapatos e só os calçavam ao chegar à cidade. Lavavam os pés, em alguma casa, arrumavam-se e iam à igreja. Festa era dia de roupa nova, chapéu novo, sapato novo.
Andores, Festa de Sant´Ana. (sem data)
Os Novos Vigários a par tir de 1920 Em fevereiro de 1920, falecia o bispo de Campinas D. João Nery e logo, em julho, era nomeado para substituí-lo outro campineiro, D. Francisco de Campos Barreto, cuja posse foi em novembro. Nesse mesmo mês, o Padre Guilherme deixava a Paróquia de Rebouças, sendo substituído pelo Padre
Antonio Maria Vieira. No seu tempo, foram restituídos os antigos limites da Paróquia de Sant´Ana, agregando-se, novamente, a ela os bairros do Matão e dos Amarais. Logo que tomou posse, a 31 de dezembro de 1920, o Padre Vieira pediu e obteve do Bispo a autorização para reformas na Matriz. Não consta que elas tenham sido feitas, embora antigos moradores de Sumaré mencionem reformas da igreja, em várias épocas. O padre pediu também autorização para completar a escrituração dos livros de batizados, casamentos e Fábrica7 que seu antecessor deixara incompleto8.
Rebouças tinha, nessa época, 4.687 habitantes. Essa era a população de todo o distrito, não apenas da área central. O certo, porém, é que a
7
Livro Fábrica era onde se lançavam os bens e os rendimentos da paróquia.
8 Como o Padre Vieira não se refere ao Livro Tombo, é provável que esse livro estivesse em dia. Se não estivesse em dia, ou se ele não o tivesse encontrado, o novo Vigário teria disso se queixado. Parece então razoável supor que o primeiro Livro Tombo da Paróquia de Sant´Ana de fato existiu, embora se desconheça seu paradeiro.
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Pelo Relatório da Diocese de Campinas de 1921, fica-se sabendo que
população aumentava e o movimento religioso
outubro de 1924 e também aqui permaneceu pouco
também. Segundo o Relatório citado, Rebouças teve
tempo. Um ano depois, em setembro de 1925, foi
nesse ano 65 primeiras comunhões e 186 batizados.
nomeado vigário de Monte Mor. Essa frequente troca de padres não era boa para a Paróquia, como se pode
Em janeiro de 1923, tomou posse da paróquia
imaginar. Os próprios relatórios da Diocese nada
o Padre José Murillo, que era coadjutor da igreja do
publicaram de Rebouças em 1924/1925 e o número
Carmo. O Padre Antonio Vieira foi nomeado pároco
de batizados e casamentos caiu muito. A impressão
de Valinhos. Pouco mais de um ano paroquiou,
que se tem é que a vida religiosa da paróquia caiu
em Rebouças, o Padre Murillo. Criou a Legião da
bastante.
Boa Imprensa, cuja primeira presidenta foi Brasília Almeida de Carvalho.
Desde setembro de 1925, o novo Vigário de Rebouças foi o Padre Estanislau Mosciaro. Este
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No relatório da Diocese consta que, em 1924,
padre italiano ficou quase nove anos como vigário,
havia na Paróquia de Rebouças, quatro capelas: a
mas se ausentou de Rebouças por várias vezes e
de São Luiz, no Núcleo Colonial Nova Veneza, a de
longos períodos: a primeira vez, por seis meses,
Santo Antonio (particular), a do Cemitério Municipal
a segunda, por onze e a terceira, por cinco meses.
(particular) e a de Nossa Senhora do Rosário, em
Em sua ausência quem ajudava na paróquia eram os
Nova Veneza, à margem da Via Anhanguera. A de
padres de Campinas. De junho de 1930 a maio de
Santo Antonio ficava no Bairro do Cruzeiro, na
1931, na segunda ausência do Padre Mosciaro, a
Fazenda de Laurindo Caetano. A capela do Cemitério
Paróquia foi anexada ao Curato da Catedral. Nesse
era da Família Gazzeta e existe até hoje.
período quem respondeu por Rebouças foi o Cônego
Em maio de 1924, o Padre Murillo era nomeado vigário de Monte-Mor. Rebouças ficou sem padre até
João Sebastião Loschi. Ajudaram-no o Padre Manoel Simões Lima e o Padre Francisco Marcondes9.
setembro. Nesse período, a Paróquia de Sant´Ana foi anexada à Paróquia de Americana. Aqui deram assistência religiosa os Padres Miguel Andery e Victor Randuá. Este último era vigário de Americana e foi “encarregado” da Paróquia de Sant´Ana, não podendo ser contado entre os seus vigários. O quarto vigário de Rebouças foi o Padre
Epiphanio Estevam que assumiu a paróquia em
9 Nesse tempo, o bairro de Jacuba (atual Hortolândia) pertencia à Paróquia de Sant´Ana. Ficou muito conhecida então a “Santinha de Jacuba”, que mereceu reportagens de vários jornais, como Correio Popular de Campinas, Folha da Manhã, Folha da Noite, o Estado de S. Paulo e até de um jornal carioca. Tratava-se da menina Maria Apolônia, que dizia ver Nossa Senhora e conversar com ela. Multidões de pessoas das cidades mais distantes vinham em busca de milagres. Alegando que essas manifestações populares eram
Foi no tempo do Padre Mosciaro, precisamente
da Cúria aprovando os Estatutos da Irmandade
em 1927, que a Matriz recebeu algumas reformas,
São Francisco de Assis, em Jacuba, que pertencia à
quando o seu campanário foi substituído pela torre,
Paróquia de Sant´Ana. A devoção a São Francisco
dando-lhe mais imponência. A igreja recebeu também
fazia sentido, pois o orago da capela de Jacuba foi o
nova pintura e instalações elétricas mais modernas.
santo de Assis durante muitos anos seguidos.
De maio de 1931 a fevereiro de 1934, o Padre Mosciaro voltou a exercer o paroquiato, mas, em
Logo depois da posse do Padre Bernat foi
fevereiro, afastou-se novamente e a Paróquia foi
constituída uma Comissão para providenciar a
outra vez anexada à Catedral, até junho. Desta data,
“reconstrução da Igreja Matriz de Rebouças”,
até abril de 1935, Rebouças ficou sem vigário. Quem
composta das seguintes pessoas: Sebastião Perrot
aqui trabalhou, nesse período, foi o Padre Francisco
Luchini (Presidente), Ignacio de Carvalho (Vice-
Marotta Schettini, que foi designado para vice-
Presidente), Vitório Pansan (Tesoureiro) e Libório
pároco, o que não lhe confere no direito de estar
Pires de Almeida (Secretário). Nada mais consta nos
entre nos párocos de Sant´Ana.
documentos sobre essa Comissão. O pouco tempo à frente da Paróquia tornou impossível uma obra
Em 14 de Abril de 1935, tomou posse o novo
desse porte. Sabe-se que a Matriz só foi reconstruída
Vigário de Rebouças. Era o Padre Manoel Guinot
quinze anos depois. Mas, fica o registro e a prova de
Bernat, o sexto Vigário na linha sucessória. Esse
que a ideia de uma igreja maior era bem antiga.
sacerdote ficou apenas sete meses à frente da Após três meses sem Vigário, isto é, em março
mais uma vez os católicos de Rebouças ficaram sob
de 1936, foi nomeado para Rebouças o Padre Manoel
os cuidados dos padres da Catedral.
Soares Pinheiro. Foi o que menos tempo ficou à frente da Paróquia: apenas cinco meses. Em julho ele se
Vale registrar que, em 1935, saiu uma Provisão
contrárias à moral e aos bons costumes, as autoridades policiais de Campinas, a mando do Juiz de Menores apreenderam a menina, que ficou reclusa por seis meses no Patronato São Francisco, em Campinas. O pai da menina chegou a perder o pátrio poder. Não se tem notícia da intervenção da Igreja nesse episódio, e nada consta nos documentos da Paróquia de Sant´Ana, nem nos arquivos da Cúria Metropolitana.
despedia dos reboucenses.
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Paróquia. Deixou Rebouças em novembro, quando
Ao centro, o coreto em frente à Matriz e à direita barraca construída em 1937 para quermesse. (Acervo Pró-Memória)
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Nova Fase da História da Paróquia A partir de julho de 1936, temos informações amplas e preciosas sobre a vida da Paróquia. É que nessa data tomou posse o Padre Thiers Pelicce
Licio. Como vigário, ele começou o novo Livro Tombo da Paróquia, onde assim se expressa:
“Após quase vinte e quatro anos de paróquia... agora somente iniciamos o novo Livro Tombo da Paróquia, onde, com clareza, particularidade e precisão se vão lavrando aqueles mesmos acontecimentos e fatos...” 10. As associações religiosas, como já vimos, existiam na paróquia desde o início. Elas eram muito fortes e organizadas e duraram décadas. O Apostolado da oração, a Congregação Mariana, as Filhas de Maria, a Cruzada Eucarística e a Liga de São José duraram muitos anos e aos poucos foram desaparecendo, após o Vaticano II. Em 1960, ainda havia a Pia União das Filhas de Maria, Doutrina Cristã, a Legião de Maria (presidium) e os Irmãos do Santíssimo. A “Pia União das Filhas de Maria”, para as moças, e a “Congregação Mariana” para os moços, eram muito fortes e organizadas nesse tempo. Os
10 Como já notamos, não foi encontrado o primeiro Livro Tombo da Paróquia. O que até aqui se relatou foi tentativa de preencher essa lacuna, socorrendo-nos de outras fontes, quase sempre isoladas e incompletas.
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a Congregação Mariana, a Obra das Vocações, a Cruzada Eucarística, a
crianças etc. Foi também, por volta de 1937, feita a ampliação do pátio da Igreja e a construção de uma barraca com telhado, por Manoel de Vasconcellos, para leilões e “kermesses”, como se escrevia na época. Essa barraca, durante muitos anos, fez parte da praça da Igreja e pode ser vista em fotos antigas. A parte interna da Matriz foi decorada pelo pintor Padre Thiers Pelicce Licio (Acervo Pró-Memória)
Antonio Dedona e suas janelas foram pintadas. O altar de mármore de Nossa Senhora ficou pronto.
católicos mais antigos de Sumaré ainda se lembram delas com entusiasmo.
Em Jacuba foi feita a reforma da capela de São Francisco (julho de 1937) e na Matriz de Sant´Ana foi
Havia, também, a Conferência de São Vicente,
refeita a instalação elétrica e também uma reforma
que não era propriamente uma associação religiosa,
na Casa Paroquial (outubro de 1938). Esta ficava
mas um grupo de paroquianos que cuidava,
onde hoje é o prédio nº 236 da Praça da República.
especialmente, dos pobres, num trabalho muito
Paróquia de Sant´Ana - 100 anos | Capítulo 1 |
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bem estruturado de visita e ajuda aos mais carentes.
O Padre Thiers era ativo e dinâmico, mas
Ela foi fundada em 1937, tinha dez confrades e
depois de quase cinco anos de luta, estava cansado.
nove famílias assistidas. Até 1947 encontram-se
Lamentava-se da indiferença dos paroquianos
referências sobre a atividade dos vicentinos, quando
e parecia sentir o peso do trabalho à frente de
havia apenas quatro confrades. Provavelmente,
Rebouças. Prova disso é que, em abril de 1940,
a Conferência deixou de existir, só voltando a se
passou a residir em Campinas, vindo para Sumaré
organizar em 1980, no tempo do Padre Ângelo
só aos sábados, domingos e dias santos, ou quando
Marighetto. E persiste até o presente.
fosse necessário. Finalmente, em janeiro de 1941, ele foi designado para Posse de Ressaca. Escreveu no
Parece que a atividade religiosa foi intensa no tempo do Padre Thiers. Aumentou o número de casamentos, confissões, comunhões, tríduos, novenas, retiros espirituais, festas, catecismo às
Livro Tombo:
“Continuamos aquela vidinha de trabalhos paroquiais sentindo ainda bem de perto o espírito frio e indiferente desta localidade,
principalmente entre os homens... nesse terreno duro de se plantar”. O lamento do padre talvez se possa explicar: a troca contínua de padres que o precederam. O padre Epiphânio, por exemplo, tinha ficado só um ano e meio à frente da paróquia, o padre Mosciaro ficou 9 anos, mas ausentou-se três vezes por longos períodos, o padre Bernat ficou apenas 7 meses e o padre Manoel Soares que o precedeu ficou quatro meses. Essas mudanças constantes com certeza atrapalhavam a vida da paróquia e não propiciavam
Padre Cristovam Porphirio
o desenvolvimento de um trabalho continuado e
(Acervo Pró-Memória)
eficaz.
pelas associações religiosas e irmandades. No seu No mesmo mês de janeiro de 1941, tomou
paroquiato faleceu D. Francisco Barreto, bispo
posse o novo Vigário Padre Cristovam Porphirio de
diocesano (22 de agosto de 1941), sendo substituído
Almeida Machado. Pouco consta dos dois anos que
por D. Paulo de Tarso Campos, em primeiro de março
ele ficou aqui. Segundo testemunho de uma antiga
de 1942.
moradora, Padre Cristovam era muito bravo e, às Em 11 de janeiro de 1943, a Paróquia foi
das irmandades faltava às reuniões, missas ou rezas
novamente anexada à Freguesia de Americana, onde
várias vezes, ele convidava o povo para o enterro do
era vigário o Padre Epiphanio Estevam, já conhecido
faltoso. Dizia que, se faltava tanto, é porque tinha
dos reboucenses. Nesse ano, Rebouças ficou sem
morrido. Por outro lado havia os que gostavam dele
pároco, mas durante todo o ano de 1943 o Padre
e o admiravam pela sua rigidez e austeridade. Em
Epiphanio deu atendimento aqui, ajudado por um
julho de 1942, na festa da Padroeira, só 23 crianças
padre estigmatino de Nova Odessa e por alguns
fizeram a primeira comunhão. O padre registrou:
padres de Campinas, como o Padre Loschi, o Padre
“Isso deveu-se à negligência dos pais”. A vida paroquial continuava sustentada
Albejante, o Padre Hilário e outros.
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vezes, áspero com o povo. Quando algum membro
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Padre José Giordano
Na véspera de Natal de 1943, tomou posse
o novo Pároco da Freguezia de Sant´Ana: Padre
José Giordano. Esteve à frente da Paróquia por dez anos e oito meses. Foi no seu tempo que a velha Rebouças passou a se chamar Sumaré (01/01/1945), em homenagem à bela orquídea, outrora comum, nas matas da redondeza.
Segundo o Padre José, a igreja, a casa paroquial e o barracão (sede da Congregação Mariana) se achavam em situação precária, mas o povo é simples e bom. Durante os anos em que esteve como vigário, o movimento religioso era muito bom e o povo “crescia pela fé e boa vontade”, escreveu ele no Livro Tombo.
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Em julho de 1947, foi feita, ainda na Matriz velha, a ereção canônica da Via Sacra, pelo padre franciscano Frei Antonio Shaefer. Os quadros foram doados por duas piedosas senhoras da paróquia. Vários paroquianos estiveram presentes à Semana da Ação Católica organizada em Campinas pela Diocese (junho de 1947) e no Congresso de Campinas (setembro de 1946). Era papa o Cardeal Eugênio Pacelli, com o nome de Pio XII, era presidente da República o General Eurico Gaspar Dutra, era governador do Estado de São Paulo Adhemar de Barros, e era bispo de Campinas Dom Paulo de Tarso Campos.
Na gestão do Padre Giordano foi criada a paróquia de Nossa Senhora das Dores, em Nova Odessa, (agosto de 1948) com território desmembrado da Paróquia de Santo Antonio de Americana e de Sant´Ana de Sumaré. Nas realizações materiais, a ênfase foi grande nesse período: reformou-se a casa paroquial, compraram-se vários objetos do culto, deu-se início à construção da nova Matriz. Em 6 de abril de 1947, foi lançada a pedra fundamental, cuja planta era de autoria de Benedito Calixto de Jesus Neto, o mesmo que projetou a Basílica Nacional de Nossa Senhora Aparecida. Em 5 de maio, do ano seguinte iniciavase a sua construção sob a responsabilidade do
Padre Giordano presidindo casamento.
engenheiro Dr. Eduardo Edargê Badaró. A nova igreja foi construída na Praça Treze de maio, propriedade de Atílio Foffano e por ele doada à Igreja com data de 29 de abril de 1948. Em 1949 foi demolida a antiga
Santinho da Festa de Sant´Ana em 1944 (Acervo Pró-Memória)
Matriz. Ainda por terminar, foi inaugurada a Matriz a 19 de março de 1950. Mas, segundo testemunho de uma antiga moradora, a primeira missa na Matriz oficial foi em meio a ruidosa festa, com a presença do Prefeito Municipal de Campinas Miguel Vicente Cury, do Bispo Diocesano D. Paulo de Tarso Campos, de vários padres e outras autoridades. No átrio (entrada ) da igreja foi colocada uma placa de bronze em homenagem ao Padre Giordano. Em 1951 prosseguiram as obras da Matriz, sendo feita a concretagem do forro, a alvenaria da torre, o reparo do telhado danificado por um temporal.
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nova foi em 24 de dezembro de 1949. A inauguração
1954 a abril de 1955. Aos sábados e domingos vinha de Americana o Cônego Nazareno Magi para missas, confissões, casamentos etc. Coisas estranhas aconteceram nesse período, segundo depoimento do Cônego Magi: muitos membros das associações religiosas da Paróquia – mais de cem – pediram demissão sem alegar motivo algum. Mas a explicação era simples: a entrada do Padre José na política dividira a população, que transferiu as preferências partidárias para o âmbito religioso. Na Santinho comemorativo da inauguração
Câmara Municipal havia os vereadores que apoiavam
da Matriz (Acervo Pró-Memória)
o prefeito e os da oposição. Os apoiadores do
No ano seguinte, mês de julho, foi inaugurada a
prefeito eram chamados de “a turminha do padre”.
imagem de Cristo na Praça da Igreja, no mesmo lugar
Essa situação era o reflexo do que acontecia na
onde existia a antiga Matriz e o antigo cemitério,
cidade. Um jornal local escreveu:
desativado em 1900. Foi doação dos irmãos Cia.
“A cidade ficou dividida ao meio com duas correntes políticas disputando a preferência do eleitorado. Os grupos formavam-se aqui e ali, cada qual com seu banheiro, com seu armazém, com sua farmácia, e assim por diante. A paixão política era tão grande que até parentes chegaram ao ponto de romper relações”. 11
Lamentável incidente ocorreu em setembro de 1953, quando um incêndio na sacristia queimou as alfaias e objetos de culto. Muitas pessoas correram para apagar o fogo com baldes de água e outras vasilhas. Nesse ano, também realizou-se o plebiscito (novembro de 1953) quando Sumaré se Paróquia de Sant´Ana - 100 anos | Capítulo 1 |
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emancipou,politicamente, de Campinas. Na campanha política para a eleição do primeiro prefeito de Sumaré, um dos candidatos era
Por causa disso, várias famílias deixaram a
o Padre José Giordano. Era o ano de 1954. Sendo difícil conciliar campanha política com trabalho
religião católica e tornaram-se evangélicas.
pastoral, D. Paulo achou por bem exonerar o Padre José do cargo de Vigário, em agosto. Ele foi eleito o primeiro prefeito de Sumaré e tomou posse no dia 1º de janeiro de 1955. A Paróquia ficou sem Vigário de agosto de
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Tribuna da Cidade, 01/10/1963
Esboço arquitetônico da Igreja Matriz feito pelo arquiteto Benedito Calixto. (Acervo Pró-Memória)
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Igreja Matriz de Sant´Ana recém-construída (1950)
Igreja Matriz de Sant´Ana em construção.
(Acervo Pró-Memória)
(Acervo Pró-Memória)
Padre Carlos Augusto Malho Houve claro recesso na vida religiosa da comunidade católica, que não duraria muito. Em maio de 1955, Sumaré tinha novo Vigário na pessoa do Padre Carlos Augusto Gomes Malho. Porém, antes mesmo de sua posse, o Padre recebia telegramas anônimos de protesto contra sua nomeação, e até ameaças. Algumas pessoas tentavam semear discórdia jogando o padre Carlos contra o prefeito. O novo pároco iniciou os trabalhos com coragem e prudência, mas enfrentou enormes dificuldades: a Matriz inacabada, o salão paroquial abandonado, a Casa Paroquial em situação precária. Além disso, as associações religiosas acéfalas, as crianças sem catecismo por falta de catequistas, a vida eucarística diminuída. Na visita pastoral realizada por D. Paulo em abril de 1956, o Bispo deixou lavrado no
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livro do Tombo um elogio ao Padre Carlos, que assumiu “os pesados encargos da paróquia em fase de lamentável indisciplina”. Aos poucos a Paróquia foi se reorganizando: novas diretorias das associações foram eleitas, incentivou-se a participação de todos na Igreja, foram dados cursos de formação religiosa para os marianos, os jovens começaram a frequentar mais a sede paroquial, rezava-se o terço e lia-se o Evangelho nas casas, as crianças frequentavam a Cruzada Eucarística, foram organizadas romarias à Aparecida do Norte. É digno de registro outro fato acontecido por essa época. No dia 13 de janeiro de 1957, na quermesse que preparava a festa de São Sebastião,
Anúncio da Corrida Ciclística de Sant´Ana (1957)
Marianos no tempo do Padre Carlos Malho
Inauguração da Estação Rodoviária na Praça da República (Acervo Pró-Memória)
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Novos bairros de casas populares – década de 70
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(Acervo Pró-Memória)
um soldado armado de revólver, atirou no Prefeito
inaugurou-se também o relógio da Matriz, na véspera
Padre José Giordano, ferindo-o sem gravidade.
do Natal, às 23:45h..
Houve tumulto, corre-corre, e alguns mais exaltados
Por essa época (1959-1960), são criados na
foram à cadeia para linchar o soldado, mas nada
Paróquia o Curso de Noivos, que era chamado de
de mais grave aconteceu. O prefeito logo voltou às
Curso de Orientação para o Casamento e o Curso
atividades normais e o soldado foi, posteriormente,
de Preparação para o Crisma; organiza-se a Semana
julgado e absolvido.
Bíblico-Mariana com palestras e debates; difunde-se
Ainda nesse ano, foram retomadas as obras
o costume da Entronização do Sagrado Coração de
da Matriz, e em Nova Veneza foi lançada a pedra
Jesus nos lares; funda-se a Legião de Maria, realizam-
fundamental para a construção da capela de
se as Festas da Juventude, muito concorridas, e as
Nossa Senhora do Rosário, por iniciativa da Família
Missas dos Esportistas, que enchiam a igreja. Foi
Dall´Orto, em substituição à antiga capelinha que
nessa época também (1958) que se criou o Instituto
ficava perto da Via Anhanguera.
Assistencial Pio XII – a Creche - para atender as
Em 1958, três fatos merecem destaque na
crianças de famílias necessitadas. Em 1961 foi lançada
história da paróquia: a Diocese de Campinas passou
sua pedra fundamental. Os marianos celebravam
a ser Arquidiocese (julho), faleceu em Roma o Papa
todos os anos a festa de São Luiz Gonzaga, e as
Pio XII e foi eleito João XXIII (outubro). Nesse ano,
Filhas de Maria a festa de Santa Maria Goretti, com a
procissão dos lírios e tríduo preparatório. No final do de 1960, foi assentado o piso da Matriz e em abril do ano seguinte começou a reforma da Casa Paroquial, a aquisição de bancos novos para Matriz e os dois confessionários. Em 8 de dezembro de 1959, foi criada a Paróquia de São Francisco de Assis, em Nova Veneza, sendo a maior parte do seu território desmembrada da Paróquia de Sant´Ana. A nova paróquia foi entregue aos Frades Capuchinhos que, depois construiriam aí o Seminário, cuja pedra fundamental foi lançada em 19 de março do ano seguinte.
Padre Carlos Augusto Malho. (Acervo Pró-Memória)
Igreja Matriz e Praça Manoel de Vasconcellos nos anos sessenta. (Acervo Pró-Memória)
Paróquia de Sant´Ana - 100 anos | Capítulo 1 |
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A s Mudanças Trazidas pelo Vaticano II Para a vida da Igreja, o Concílio Vaticano II foi o acontecimento mais importante do século XX e dos mais importantes de sua história. Cinquenta anos depois, ainda não se pode avaliar com justeza o que ele significou de transformação, de revisão, de reorientação pastoral no caminhar da Igreja. Mas, pode-se falar com certeza numa Igreja antes do Vaticano II e numa Igreja depois dele. Serviu de marco divisório. Essas mudanças se fizeram sentir em Sumaré. Na Semana Santa de 1960, os católicos puderam acompanhar, pela primeira vez, as cerimônias com um folheto na língua pátria. Logo, foram permitidas as comunhões fora da missa. Mais tarde, pôde-se celebrar missa em vernáculo, o que aconteceu em julho de 1964. Finalmente, em maio de 1965, começou-se a celebrar a missa vespertina, aos sábados, para cumprimento do preceito dominical. Continuavam as Associações religiosas. Em março 1959, foi fundado o
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da Pia União das Filhas de Maria, da Congregação Mariana, da Obra das
Paróquia de Sant´Ana - 100 anos | Capítulo 1 |
Presidium da Legião de Maria e no fim de 1969 tomaram posse as diretorias Vocações, da Cruzada Eucarística e da Doutrina Cristã. Mas outras mudanças mais significativas começaram a se processar. O Concílio fizera a Igreja abrir-se para o mundo, organizando e valorizando a ação pastoral, chamando os leigos para maior participação na vida das comunidades. Foi assim que, em Sumaré, as associações religiosas da Paróquia foram convidadas a replanejarem as atividades, foram ministrados os cursos de “Mundo Melhor”, a catequese foi revalorizada, a liturgia começou a ser mais estudada, promoveram-se debates e estudos sobre o Concílio Ecumênico. Havia grande preocupação em renovar a vida paroquial.
Igreja Matriz de Sant´Ana, 1966. (Acervo Pró-Memória)
preocupação. Pela primeira vez a Arquidiocese fala
crescer rapidamente e a tomar feição de município
de um “planejamento mínimo para as paróquias da
rico e desenvolvido. A população passava dos 10 mil
Diocese”. Em maio de 1963, saía a Encíclica Pacem
habitantes. Grandes e médias indústrias se instalam,
in Terris.
migrantes acorrem de todo o lado, novas famílias,
Foi nesse tempo que a Paróquia comprou a casa
novos meios de comunicação. O padre já começa
do Padre Giordano para ser a nova casa paroquial
se preocupar com o número de evangélicos que
(agosto de 1962) ao lado da Matriz.
aumentava com a vinda dos migrantes e mostrava-se
Mas, em junho de 1963, o Padre Carlos era
também atento com a infiltração de ideias socialistas
transferido para a paróquia do Bonfim, em Campinas,
entre os trabalhadores. A Paróquia tinha que cuidar
alguns dias após a morte do Papa João XXIII.
de novas realidades e o Vigário deixava clara essa
49 Paróquia de Sant´Ana - 100 anos | Capítulo 1 |
Na década de 1960, Sumaré começou a
Constantino Gardinalli Em junho de 1963, o novo vigário passou a ser o Padre Constantino Gardinalli. A vida paroquial prosseguia em ritmo normal, mas com novas mudanças, especialmente na liturgia: missas com violão, missas comentadas e com leitura em português, missas de jovens. Em outubro de 1964, a Paróquia fez 50 anos. Houve comemorações durante uma semana, com a presença de vários padres e do Arcebispo de Campinas Dom Paulo de Tarso Campos. Com o término do Concílio, em dezembro de 1965, iniciaram-se em todo o mundo estudos sobre os documentos conciliares. Sumaré também organizou, estando um deles a cargo do reitor do Seminário São Francisco, Frei Lauro Maria de São Paulo. Como obras materiais destacou-se, nessa década, a compra feita pela Paróquia de Sant´Ana - 100 anos | Capítulo 1 |
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Paróquia de uma casa ao lado da Casa Paroquial (1965), a troca do telhado da nova igreja Matriz (dezembro de 1965), a construção da nova igreja de Hortolândia (janeiro de 1966), o início das obras da Igreja de N.S. Aparecida na Vila Sant´Ana (janeiro de 1969), depois Centro Pastoral, e a inauguração da nova capela do Cemitério Municipal em novembro de 1970. Na época do Padre Constantimo desenvolveram-se vários movimentos de Igreja, como os “Cursilhos de Cristandade”, o “Treinamento de Liderança Cristã” (TLC ou TOLOCO), o “OVISA”, (Orientação para a Vivência Sacramental), o “Fermento na Massa” (FNM), dos quais participaram centenas de pessoas e que marcaram época pela sua organização dinâmica e pela sua
Inauguração da Escola Estadual Wadih J.Maluf. (Acervo Pró-Memória)
Pe. Constantino Gardinalli Igreja Matriz dec.1970 (Acervo Pró-Memória)
Pe.Constantino Gardinalli - Em Solenidade (Acervo Pró-Memória)
Inauguração da Praça Manoel de Vasconcellos
(Acervo Pró-Memória)
Largo da Matriz no início dos anos sessenta.
Encerramento 1º Centenário de Sumaré na Igreja Matriz (1968) - (Acervo Pró-Memória)
Paróquia de Sant´Ana - 100 anos | Capítulo 1 |
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Matéria do Jornal A Tribuna de 1964 com programação do Jubileu de Ouro da Paróquia de Sant´Ana. Praça da Republica 1967. (Acervo Pró-Memória)
empolgação. É nesse período (1964), que se iniciaram as “Campanhas da Fraternidade”, organizadas pela CNBB para todo o Brasil, que continuam até hoje em nossa Paróquia. O tema da primeira Campanha foi “Igreja em Renovação” e o lema: “Lembre-se: Você também é Igreja”. Paróquia de Sant´Ana - 100 anos | Capítulo 1 |
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No paroquiato do Padre Constantino houve a investidura de vários leigos como Ministros Extraordinários da Eucaristia. Eles podiam distribuir comunhão na igreja e levar o viático para os doentes. Era uma novidade na época. Depois de nove anos à frente da Paróquia, o Padre Constantino foi transferido para Americana (junho de 1972), sendo substituído pelo Padre Pedro
Tomazini, que vinha de Santo Antonio da Posse e assumiu a Paróquia em outubro.
Páscoa do Serviço Social de Sumaré, abril de 1969. (Acervo Pró-Memória) Vista noturna da Matriz em 1968 no Centenário de Sumaré (Acervo Pró-Memória)
53 Paróquia de Sant´Ana - 100 anos | Capítulo 1 |
Inauguração da Biblioteca Municipal Plinio Machado da Silva. (Acervo Pró-Memória)
Padre Pedro Tomazini Segundo
relato
do
Padre
Pedro,
ele
encontrou a Paróquia com problemas financeiros, desorganização pastoral e povo carente de formação básica. Enquanto esteve à frente da Paróquia, promoveu vários encontros de jovens, reuniões com cursilhistas, visitas frequentes às escolas, celebração de Missas nas fábricas, nas escolas, no Fórum local, em residências particulares e promoveu os famosos “retirinhos” com as crianças das escolas, antes da primeira comunhão. Embora tenham sobrevivido algumas associações religiosas antigas, como a dos Irmãos do Santíssimo, por exemplo, o pároco não se refere nenhuma vez à presença delas. Em junho de 1974, após longa preparação, realizaram-se na Paróquia
Paróquia de Sant´Ana - 100 anos | Capítulo 1 |
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as Missões Redentoristas com a presença de 8 sacerdotes, que, por 15 dias, se dedicaram dia e noite ao trabalho na paróquia. Todo o povo se movimentou e participou desses dias especiais. Houve muitas confissões, comunhões, missas, rito penitencial, vias sacras, procissões, conferências, batismo de adultos, primeira comunhão de adultos, legitimação de casamentos, visita aos doentes, reza de terços, palestras etc. Antes das Missões, procedeuse a um levantamento religioso completo da paróquia, como o número de católicos, evangélicos e de outras religiões; número de casados, desquitados, divorciados... Depois das Missões, foram organizados muitos grupos de reflexão nos quarteirões. Eram as chamadas “reuniões de quarteirão”. Era uma tentativa de achar uma “linha nova para a renovação cristã”, como dizia o padre. Mas,
Batizado na Matriz
Pe. Pedro Tomazini em solenidade
Pe. Pedro Tomazin Matriz Sant´Ana Pe. Pedro Tomazini Formatura de Patrulheiros
Missa ao Trabalhador - 1º Maio
Inauguração do Hospital déc.1970
Paróquia de Sant´Ana - 100 anos | Capítulo 1 |
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o próprio padre confessava que essa experiência não deu tão certo, porque “os movimentos independentes não querem aceitar a coordenação paroquial”. Não está claro sobre o que seriam esses movimentos independentes. O que se sabe é que mais de um paroquiano procurou Dom Gilberto para se queixar da atuação do pároco e que o próprio padre mencionou, no livro Tombo, a publicação de artigo contra ele num jornal local.
“Hoje”, dizia o padre, “a Igreja quer a valorização dos leigos, proporcionado-lhes ampla participação e responsabilidade na direção das comunidades cristãs”. Nunca se deu tanta força aos cristãos. E nunca se exigiu tanto deles em formação, cultura, consciência, responsabilidade... A paróquia também vai entrar por estes caminhos novos, iniciando sua primeira Comissão Pastoral”.
Paróquia de Sant´Ana - 100 anos | Capítulo 1 |
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Por isso, era necessário criar um grupo para repensar a Paróquia. O Padre Pedro escolheu, então, algumas pessoas e constituiu a Primeira Comissão Pastoral. Porém, nem todos os escolhidos eram pessoas totalmente comprometidas com a Igreja. No fim do ano seguinte (dezembro de 1975), o próprio vigário verificava que “a Comissão Pastoral está funcionando em estado precário”, e “seus membros não estão plenamente treinados, mas estão tomando consciência”. Por ocasião da visita pastoral de outubro de 1976, Dom Gilberto escreveu no Livro Tombo:
“Insisti... para que esta Comunidade Paroquial continue seu bom trabalho em ordem à constituição de Comunidades de Base”.
O mês de dezembro marcou também a
nomeação de D. Gilberto Pereira Lopes como Arcebispo Coadjutor de Campinas. No segundo semestre de 1975 esteve como vigário coadjutor na Paróquia o Padre Wilson Denadai, filho da terra. No primeiro dia de 1976, ele deixou Sumaré para ingressar na Ordem dos Capuchinhos, em Piracicaba. No tempo do Padre Tomazini, várias vezes, estiveram em Sumaré o escritor Neimar de Barros e o cantor Jean Carlo, fazendo palestras para o povo que lotava a igreja para ouvi-los. Começava a aparecer, nessa época, o Grupo de Oração (da Renovação Carismática Católica). O Vigário queria elaborar um plano de pastoral paroquial, mas encontrou dificuldades – segundo ele - por falta de formação dos leigos. Promoveu um Curso sobre Teologia da Libertação e sobre Religiosidade Popular (setembro de 1976), e escolheu quatro prioridades pastorais, porém os resultados foram mínimos. Para ele, “não havia corresponsabilidade do leigo”. Finalmente em 1978, ficou decidido que os assuntos da Paróquia seriam resolvidos pelos Ministros da Eucaristia. Em outubro de 1976, depois de muitas reuniões e debates, decidiu-se pela construção de um salão comunitário na Vila Sant´Ana, aproveitando-se os alicerces da igreja que ali tinha sido projetada. No final do seu paroquiato, o Padre Pedro deixou escrito:
“Estou ciente de que não pude agradar a todos nem realizar tudo o que devia, mas convicto também de que orientei a formação de agentes e os movimentos da paróquia com muita responsabilidade pastoral”
Padre Angelo
Marighetto
Em fevereiro de 1979, o Padre Pedro deixava a Paróquia, sendo substituído pelo Padre Angelo
Marighetto, que tomou posse nesse mesmo mês. O Papa era então João Paulo II, eleito em outubro de 1978. Em outubro de 1979, era criada a Paróquia de Hortolândia, desmembrada da Paróquia de Sant´Ana de Sumaré. Apesar da precária saúde, o Padre Ângelo trabalhou, incansavelmente, em todos os setores da Paróquia. Sua atenção para com os doentes foi muito grande, ao lado de sua enorme disposição em visitar as famílias da cidade, sem excluir as pessoas de outros credos religiosos. Por volta de 1980, começaram a surgir os núcleos que constituem hoje a Matriz da Paróquia São Paulo Apóstolo, os Centros Comunitários, a Vila Sant´Ana, a Vila Santa Terezinha, o Jardim São Carlos e a Vila Menuzzo. estudar a Bíblia, para alguma reunião enfim. Em 1992, na Visita Pastoral, D. Gilberto pediu expressamente que se desse especial atenção à formação de Centros Comunitários, para se iniciarem aí novas comunidades. Nesse ano já funcionavam os citados centros, em prédios próprios, e começavase a construir a sede de São Benedito no Jardim Marchissolo e de Santa Terezinha, na Vila Valle. Enquanto isso, era dado um Curso sobre Comunidades Eclesiais de Base (CEBS) no Centro Comunitário Santo Antonio, fundava-se, na Paróquia, a segunda Equipe de Nossa Senhora (casais), e estimulava-se a celebração
57 Paróquia de Sant´Ana - 100 anos | Capítulo 1 |
Eram grupos de pessoas que ali se reuniam para a catequese, para
Pe. Angelo Marigheto na inauguração da Seccional da CPFL
Pe. Angelo Marighetto em celebração de Primeira Comunhão.
Celebrações de Batizados
Homenagem do Colégio Dom Jaime. Paróquia de Sant´Ana - 100 anos | Capítulo 1 |
58 do Natal em família, realizavam-se ritos penitenciais
saúde agravados, o padre deixou Sumaré, em maio
na Matriz, cursos do OVISA e, no começo de 1983, a
de 1987, indo residir em Serra Negra. Para substituí-
Missão Popular no Jardim João Paulo II.
lo foi nomeado pároco o Padre Luiz Antonio Guedes
Em 1983, o Padre Ângelo comemorou 40
e vigário paroquial o Padre Júlio Cesar Calusni,
anos de sacerdócio com muita solenidade. O
empossados no dia 13 de abril do mesmo ano pelo
povo rendeu-lhe grandes homenagens e a Câmara
Arcebispo de Campinas. O Padre Júlio foi, logo
Municipal conferiu-lhe, no ano seguinte, o título de
depois, transferido para Santo Antonio da Posse. O
Cidadão Sumareense. Cansado e com problemas de
Padre Guedes foi o 15º pároco de Sumaré.
Padre Luiz Antonio Guedes A fim de planejar as atividades pastorais à luz dos objetivos da Arquidiocese, são feitas reuniões frequentes com todas as comunidades da Paróquia, inclusive com as paróquias vizinhas, como de Nova Veneza. Procurase valorizar as peculiaridades de cada comunidade e ao mesmo tempo incentivar na unidade Paroquial. Cada comunidade tem sua catequese, prepara suas crianças para a Primeira Comunhão, pratica suas devoções, realiza suas festas e celebra a palavra de Deus. Em momentos mais solenes do ano litúrgico, como Natal, Páscoa, Festa
59 Paróquia de Sant´Ana - 100 anos | Capítulo 1 |
da Padroeira, todas as comunidades se reúnem e celebram juntas, a fim de consolidar a comunhão paroquial e eclesial. A Paróquia passou a ser vista, então, como uma “rede de comunidades”, e a Matriz como a comunidade-mãe, centro irradiador e aglutinador de unidade. Às antigas comunidades vão se somando outras. Em dezembro de 1986, a Paróquia tinha 10 delas: Nossa Senhora Aparecida (Vila Sant´Ana), Santo Antonio (Vila Menuzzo), Santa Terezinha (Jardim Santa Terezinha), São Paulo Apóstolo (Vila Yolanda Costa e Silva), São Benedito (Jardim São Carlos), São Francisco (Jardim Consteca), Nossa Senhora da Candelária (Cruzeiro), Senhor Bom Jesus (Taquara Branca), São José (Jardim Primavera) e Sant´Ana (Matriz). Mudança pastoral importante aconteceu no fim de 1986, quando foi reorganizado o Conselho Paroquial de Pastoral, de maneira que dele participassem representantes da várias comunidades paroquiais escolhidos pela comunidade. Foi também renovado o Conselho para Assuntos Econômicos, cujos membros foram nomeados por D. Gilberto. A Paróquia organizou ainda, pela primeira vez, o calendário paroquial com as atividades mais importantes, a fim de evitar o acúmulo de atividades e para que todos soubessem o que estava acontecendo na Paróquia. O Padre Guedes ficou até 31 de maio. De junho a setembro de 1987, esteve na Paróquia o Padre Walfrides Praxedes como Administrador Paroquial. O Padre Walfrides deixou escrito no Livro Tombo: “Neste período exerci o ministério sacerdotal nesta paróquia no cargo de Administrador Paroquial. Não houve nenhum fato que merecesse registro neste período”. Ele ficou até outubro, quando foi nomeado Pároco de Sumaré o Padre Mansur Rodrigues Mansur, que tomou posse no dia 31 de outubro de 1987.
Padre Mansur Rodrigues Mansur Disposto a dar continuidade ao trabalho de descentralização da Paróquia, animando os Centros Comunitários e criando novos, o Padre Mansur trabalhou nessa direção. Os resultados desse esforço foram os Centros Comunitários: Divino Espírito Santo, no Parque Virgínio Basso (hoje na Paróquia de São Pedro Apóstolo), São Sebastião, no Planalto do Sol; Nossa Senhora de Fátima, no Parque Residencial Casarão; Santa Rita de Cássia, (hoje na Paróquia Santa Teresinha); Cristo-Rei, no Jardim Luiz Cia (hoje na Paróquia de Santa Teresinha), São Judas Tadeu (hoje na Paróquia São Pedro Apóstolo), no São Domingos; Nossa S. do Perpétuo Socorro, no Altos de Sumaré (hoje na Paróquia de Santa Teresinha ); Sagrado Coração de Jesus, no Parque Emília; Paróquia de Sant´Ana - 100 anos | Capítulo 1 |
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São Pedro, no Jardim Picerno (hoje na Paróquia de São Pedro Apóstolo); São João Batista, no Assentamento I e Santa Luzia (hoje na Paróquia São Pedro Apóstolo). Foram também construídas capelas nas seguintes Comunidades: Senhor Bom Jesus (Taquara Branca), São João Batista, São Sebastião, Nossa Senhora de Fátima, Cristo Rei, Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, São Judas Tadeu e Santo Antonio. Essas mudanças na estrutura material da paróquia dão bem a ideia do seu significado para a vida religiosa. A presença do Padre Mansur imprimiu novo dinamismo às atividades religiosas e sociais. Fica difícil traçar com exatidão todo o caminhar da Igreja nesses onze anos. O que se registra,
porém, é bastante para se ter uma ideia do que aqui foi feito. Em fevereiro de 1988, receberam as Ordens Menores (Acólito e Leitor), na Paróquia, os seminaristas João Batista Silvestre e Sebastião dos Santos, que aqui já trabalhavam. Em 30 de junho de 1989, receberam o Diaconato e, na mesma data, era ordenado sacerdote o diácono João Pereira de Abreu, por D. Gilberto Pereira Lopes. Foi uma festa inesquecível e a primeira ordenação diaconal e presbiteral realizada na história da Paróquia.
Interior da Matriz de Sant´Ana
Pároco Padre Sebastião dos Santos (06/03/1992);
O diácono João Batista continuou a trabalhar
foi fundada a Associação de Sant´Ana (26/07/1992)
na Paróquia e, em 15 de dezembro de 1989, foi
com a finalidade de divulgar, vivenciar a devoção à
solenemente ordenado Presbítero, numa cerimônia
Padroeira e rezar pelas vocações sacerdotais, além
igualmente memorável, no Ginásio de Esporte da
de trabalhar pela promoção humana.
cidade. Em 4 de março do ano seguinte, o Padre João Batista tomava posse como Vigário Paroquial, auxiliando o Padre Mansur.,
Revisão Ampla
Outro fato marcante neste Paroquiato, foi Nesse período, a Arquidiocese viveu momentos
padroeira da Arquidiocese, por Sumaré, em
importantes de sua organização pastoral, numa
dezembro de 1987, por ocasião do Ano Mariano.
busca mais eficaz do que se chamou “Planejamento
Milhares e milhares de pessoas participaram desse
Pastoral Participativo”. Todas as paróquias e as
evento. Ainda merece lembrada a criação da romaria
lideranças leigas respiravam esses novos ares de vida
à Aparecida do Norte, realizada todos os anos
eclesial, repensando a prática pastoral e buscando
levando para lá centenas e centenas de pessoas, em
responder às necessidades daquele momento. Nos
dezenas de ônibus.
anos de 1990/1991, as paróquias da Arquidiocese
Em 1992, foi feita a reforma e a ampliação
desenvolveram grande esforço de participação
do Instituto Pio XII (Creche Santa Rita) e renovados
na Revisão Ampla, que propunha mudança nos
seus Estatutos; foi criada a Paróquia de São Paulo
processos de evangelização, criando estruturas
Apóstolo (25/01/1992), desmembrada da Paróquia
mais
de Sant´Ana, tendo tomado posse seu primeiro
pastoral entre leigos e padres, promovendo uma
participativas
e
de
co-responsabilidade
61
Paróquia de Sant´Ana - 100 anos | Capítulo 1 |
a passagem da imagem da Imaculada Conceição,
maior diversidade ministerial. Este processo ajuda a compreender a grande riqueza dos trabalhos pastorais em nossa paróquia neste período. A Revisão Ampla encerrou-se no dia 8 de
Arcebispo Dom Gilberto Pereira Lopes em visita à Paróquia
dezembro de 1991, festa da Imaculada Conceição, com uma grande celebração e participação de muitos fiéis de todas as paróquias da Arquidiocese. Naquela data, foi entregue aos representantes de todas as paróquias o documento final da Revisão Ampla intitulado: “Uma Igreja respondendo aos novos desafios”, promulgado por Dom Gilberto Pereira Lopes, sendo assumido como orientação geral para todos os trabalhos pastorais das paróquias em nossa Arquidiocese. Após seis anos à frente da Paróquia, o Padre Mansur teve sua provisão renovada por mais um sexênio, em 31/10/1993. Nesse ano, ocorreu na Paróquia o encerramento da Jornada Missionária arquidiocesana (21/11/1993) com grande afluxo de fiéis daqui e de várias cidades vizinhas. Dignas de registro, em 1994, foram a profissão religiosa das primeiras noviças brasileiras das Paróquia de Sant´Ana - 100 anos | Capítulo 1 |
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Irmãs Carmelitas Missionárias (30/01) e a chegada das Carmelitas para fixar residência em Sumaré (02/02/1992). Registre-se também o lançamento da pedra fundamental da igreja de Santo Antonio, na Vila Menuzzo, com a presença de Dom Gilberto (01/05) e a bênção do terreno da Comunidade de Cristo-Rei, no Jardim Luiz Cia, na mesma data; a Visita Pastoral à paróquia feita pelo Padre Arlindo
Pe. Mansur - Solenidade
de Nadai, que terminou com a comemoração do 80º aniversário da criação da Paróquia; e a entrega do
Abertura de Festa Pe. Mansur
título de “Cidadão Sumareense” ao Padre Mansur pela Câmara Municipal de Sumaré, em sessão solene, na Escola Municipal José de Anchieta (16/12). Quase por terminar o ano de 1996, foi realizada a solene abertura de preparação para o Terceiro Milênio (01/12). Também, nesse ano, o
Organograma da Paróquia de Sat´Ana (1987-1998)
pároco foi nomeado Juiz do Tribunal Eclesiástico da Arquidiocese. O ano mais rico de realizações desse paroquiato talvez tenha sido o de 1997, seja pelo volume de eventos, seja pela importância deles na vida da Paróquia e da cidade. Abriu-se ano com a nomeação, em janeiro, de Dom Luiz Antonio Guedes para bispo auxiliar de Campinas. Como já referimos, neste ano, foi criada a Rádio 26 de julho e aberta a Livraria Sant´Ana. Nele também a Associação de Sant´Ana ganhou foros de entidade civil (04/02/97) e foi lançada a pedra fundamental da “Casa da Associação de Sant´Ana”, na Vila Sant´Ana, ao lado do Centro de Pastoral N. S. Aparecida (26/07); o Padre Mansur foi indicado para Vigário Forâneo (03/97), na capela de Cristo-Rei (23/11), em grande concentração da Forania. Os dez anos de Paroquiato (31/10/1997) foram comemorados com missa solene e jantar festivo, reunindo parentes, amigos e autoridades. Duas iniciativas do maior alcance social e pastoral foram o lançamento da pedra fundamental do “Centro de Recuperação e Nutrição” na Vila Valle (26/07/1997), inaugurado no mês de julho de 1998, e a aprovação, em assembleia, das “Diretrizes para uma Ação Pastoral”, seguindo as orientações da “Revisão
63 Paróquia de Sant´Ana - 100 anos | Capítulo 1 |
Pe. Mansur e Dom Gilberto Pereira Lopes
O Padre Mansur esteve à frente da Paróquia até agosto de 1998, por um período de dez anos e dez meses. Em sua missa de despedida disse: “Cumpri minhas obrigações, fui fiel a este povo santo que, sempre direi, nos faz sacerdotes santos”. No livro Tombo deixou consignado: “Agradeço a Deus por ter me chamado para este ministério de Pároco aqui nesta Paróquia de Sant´Ana – Sumaré, agradeço
Paróquia de Sant´Ana - 100 anos | Capítulo 1 |
64
Ampla” e do 5º Plano de Pastoral da Arquidiocese de
a Dom Gilberto meu Arcebispo pela confiança
Campinas, em setembro. Ainda nesse ano recebeu a
depositada, agradeço a todo o povo pela confiança
ordenação diaconal, na Matriz, o seminarista Paulo
e paciência, agradeço a proteção materna de Nossa
César Gonçalves Ferreira (16/12), que aqui prestou
Senhora - mãe de nosso Salvador – agradeço a
serviços pastorais.
Sant´Ana pela constante proteção”.
Cumpre anotar ainda a reorganização da
Conforme depoimento pessoal do Padre
Secretaria Paroquial, parcialmente informatizada e
Mansur, suas maiores realizações à frente da
com novo mobiliário, e o início das reformas da igreja
Paróquia foram: a elaboração das “Diretrizes
Matriz. Elas se iniciaram com a reforma da torre e do
para uma Ação Pastoral” que daqui para frente
relógio, em abril de 1995, e prosseguiram até agosto
nortearão toda a atividade da Paróquia, a criação da
de 1998. Foi nesse ano, também, por iniciativa do
“Associação de Sant´Ana” e a construção do “Centro
pároco, a publicação do livro “História da Paróquia
de Recuperação e Nutrição da Criança”, também
de Sant´Ana”, do paroquiano Francisco de Toledo.
chamado “Espaço Criança”.
Padre Cláudio Zaccaria Menegazzi
65 Paróquia de Sant´Ana - 100 anos | Capítulo 1 |
O novo pároco Padre Cláudio Zaccaria Menegazzi tomou posse em 13 de setembro de 1998. Tinha como auxiliar o Padre Martin, natural do Haiti, que já estava na paróquia desde junho. Desde o primeiro dia, o novo pároco agradecia a Deus “pela confiança a mim depositada, no pastoreio dessa grande Paróquia” e dizia que “um dos perfis do seu projeto evangelizador era a Missão, e que toda a Forania está atualmente empenhada nesse processo”. Trabalhava também na Paróquia nessa época a carmelita missionária Irmã Teresa Augusta. A Paróquia tinha, então, o CPP (Conselho de Pastoral Paroquial), composto do Pároco, do Coordenador de cada Comunidade, do Coordenador de cada Pastoral e de quatro membros da Ação Missionária. Algumas comunidades tinham o CPC (Conselho de Pastoral da Comunidade). As pastorais eram as seguintes: Adolescentes, Catequese, Crisma, Exéquias, Liturgia, Sociais (Criança, Saúde, Vicentinos e Carcerária), Batismo, Comunicação, Família e Vocacional. A Paróquia estava organizada em três setores: Santa Teresinha, São Benedito e Santo Antonio, num total de 15 comunidades, mais a Matriz, que não era considerada uma Comunidade. Todos pensavam que ela era a Paróquia, pois não havia consciência de que a Paróquia é uma Comunidade de Comunidades. Nos dois primeiros meses, o Padre Cláudio se reuniu 16 vezes com Comunidades e Pastorais. Mesmo assim, ainda faltou conversar com o pessoal das Exéquias, Comunicação, Ação Missionária, Equipe de Formação Política,
Acolhimento, Vicentinos e Diretoria da Creche Pio XII, trabalho que foi realizando em seguida. Visitou todas as Comunidades, ouviu todas as pessoas, indagou sobre tudo o que acontecia, projetos e realizações. Conversou sobretudo com os coordenadores, lideranças e agentes de todas as pastorais e serviços. Foi observando, ouvindo, anotando e sugerindo.
Projetos e propostas
Paróquia de Sant´Ana - 100 anos | Capítulo 1 |
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Aos poucos, foi deixando claro a todos quais projetos e propostas teológico-pastorais norteariam sua atuação: a) a participação de todas as pessoas e um profundo espírito de comunhão fraterna e eclesial; b) o exercício do poder como puro serviço; c) a colegialidade e a co-responsabilidade pastoral; d) a partilha dos bens, dos dons, dos recursos financeiros e materiais; e) a concreta opção preferencial e evangélica pelos pobres, excluídos, oprimidos e marginalizados; f) o diálogo permanente em todos os níveis; g) a Missão como eixo impulsionador do Evangelho; h) a criação de Ministérios Leigos conforme a necessidade. A partir dessa visão, a Paróquia, em todas as atividades pastorais, em todos os serviços, na liturgia, nos momentos celebrativos, na rotina do dia a dia, iria procurando novos caminhos, novo modo de ser Igreja. Na primeira reunião com o Conselho Econômico, o Padre deixou bem claro que a Igreja não existe para capitalizar, mas para colocar os bens e recursos a serviço do Evangelho e que ele não era favorável a nenhuma cobrança de taxas para nenhum sacramento, inclusive pelas “intenções” da Missa. Dizia que o Dízimo bem organizado era uma solução.
Para que houvesse uma participação e mais co-responsabilidade, foi criada (fevereiro de 2.000) a EACP (Equipe de Animação e de Coordenação Paroquial), com uma “estrutura mais participativa, descentralizadora, de co-responsabilidade, de colegialidade pastoral e ministerial”, da qual faziam parte: os padres, religiosos e seminaristas que trabalham na Paróquia, dez leigos (5 homens e 5 mulheres) mais duas pessoas escolhidas pelo Pároco. Na palavra do Padre Cláudio, começava-se “uma Igreja mais desafiadora e mais rica na convivência, na comunhão e na construção da fraternidade”. Alguns meses depois, o próprio padre Cláudio escrevia que “ a experiência da EACP estava sendo excelente”. Contudo, o CPP, com caráter mais deliberativo, continuava a existir.
Cuidado maior com os aspectos sociais Com uma visão de Igreja mais voltada para a realidade social e comprometida com as exigências do mundo moderno, a Paróquia promoveu várias ações importantes. Em setembro de 1998, aconteceu uma grande concentração de pessoas na Praça da Bíblia, caminhando depois até a Matriz. Foi a Caminhada da Paz. Em Sumaré aumentava o índice de violência, o número de crimes, estupros, falta de escola, problemas de saúde pública... Na caminhada, as pessoas foram convidadas a vestirem roupa branca e levarem uma bandeirinha branca, rezando pela família, pela cidade, pela paz. Na Campanha da Fraternidade, a Paróquia reuniu (março de 1999) centenas de desempregados no Centro de Pastoral N.S. Aparecida. O objetivo
específico com os favelados e desempregados da nossa Paróquia. Nessa linha de preocupação com os excluídos, a Paróquia também aceitou (abril 1999) o Assentamento II dos Sem-Terra - Divino Espírito Santo - como comunidade- membro da Paróquia. Ela nasceu em 1985 como fruto dos grupos bíblicos dos semterra, mas não era oficialmente reconhecida como comunidade. Há vários anos não era celebrada missa, nesse local. A Conferência de São Vicente também mereceu a atenção da Paróquia nessa época. Em novembro de 1998, foi inaugurada a sede do Conselho dos Vicentinos de Sumaré. Ela foi construída no terreno do Centro de Pastoral N.S.Aparecida. No dia da inauguração, o Padre Cláudio frisou a necessidade de socorrer os mais desfavorecidos, mas falou da necessidade de conhecer as causas da pobreza e não ficar só no assistencialismo. Sobre a Pastoral da Saúde e da Criança, o Pároco elogia essas atividades e diz que se trata de um trabalho belíssimo de dedicação. É a íntima ligação do Evangelho com a vida e a vida dos pobres. Diz que já foi realizada muita coisa, no campo social, e há muitos projetos, mas ainda há um campo imenso de trabalho pela frente. No paroquiato do Pe. Cláudio foi criada a Paróquia de Santa Teresinha, em 1º de outubro de 1998, desmembrada da Paróquia de Sant´Ana. A nova Paróquia compreendia as Comunidades de Santa Luzia, São Judas Tadeu, Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, Cristo-Rei, São Pedro, Santa Rita de Cássia e Santa Teresinha. Seu novo pároco, padre Carlos Roberto da Silva, tomou posse em 11 de março de 1999.
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era formar grupos para estudar as questões sociais e trocar experiências. Noutra oportunidade (abril 1999) houve uma Missa na Praça das Bandeiras, em Sumaré, em memória pelo 3º ano do Massacre em Eldorado dos Carajás. A Paróquia de Sant´Ana participou junto com mais 5 paróquias do Município. Em fevereiro de 2.000, a Paróquia organizou um encontro sobre a Dívida Externa para esclarecer diversos pontos sobre o assunto. Para ajudar na discussão esteve presente o deputado Renato Simões. O evento teve repercussão nos jornais da cidade e da região. Em março de 2000, a Paróquia promoveu no Centro de Pastoral, um Encontro com trabalhadores desempregados com a participação de todas as paróquias da Forania Cristo Rei. Havia mais ou menos 200 pessoas. Os trabalhos foram dirigidos por Carlos Signorelli e pela teóloga Brenda Carranza. Outra atividade social relevante, na linha do social, é o serviço prestado por um grupo de paroquianos, ligados à Renovação Carismática Católica, que faziam visitas periódicas aos presos na Cadeia Pública de Sumaré e às famílias deles. Em mais de uma oportunidade, o Padre Cláudio celebrou missa na Cadeia, quando no final houve também confraternização entre todos. Na linha de formação e atendimento psicológico, o Pároco escolheu 12 paroquianos para fazer o Curso de Escuta Cristã, em Campinas, a partir de maio de 2.000. Da Paróquia de Santa Teresinha e de São Paulo Apóstolo foram enviadas também seis pessoas de cada uma. O Curso tinha um ano de duração. Ainda no campo social, um dos temas levantados e debatidos, na Assembleia Paroquial, (fevereiro de 2.000) foi a prioridade do trabalho pastoral
Novas mudanças
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Uma mudança significativa em termos de colegialidade, foi a transformação, em dezembro de 1999, da Matriz de Sant´Ana em Comunidade: uma Comunidade dentre as Comunidades, uma irmã dentre as irmãs. A partir de então, a Comunidade Matriz teve sua equipe de Coordenadores, como as demais. O sentido da mudança é a compreensão da prática maior de comunhão, de participação, de coresponsabilidade e de colegialidade entre todas as Comunidades da Paróquia. Na Assembleia Paroquial (novembro de 1999), o eixo principal foi Missão e “fazer da formação uma atividade constante”. E para 2001, ficou resolvido que a Paróquia iria tomar como Eixo Evangelizador Missão, ponto de partida e de impulso para a vida eclesial. A Paróquia vai priorizar o trabalho com favelados, a Liturgia, os Jovens e os Desempregados. Para 2002, pensou-se em elaborar o Plano de Pastoral da Paróquia à luz dos Atos dos Apóstolos, da realidade em que vivemos e da Eclesiologia do Vaticano II. A prática desse projeto é a formação e o acompanhamento de Áreas Missionárias na Paróquia, tanto nas áreas urbanas como rurais. Essa linha de trabalho, em que todos deverão se enquadrar, não se coadunava com a visão eclesial da Renovação Carismática (RCC). Procurado por
seus representantes, o Padre Cláudio conversou várias vezes com eles e lhes deixou claro que não era favorável ao Movimento pelas seguintes razões: 1) Os carismáticos mostram uma fé simplista e desligada da realidade, pois a vida não é só a fé, embora esta seja um dos fundamentos da vida; 2) a RCC valoriza em excesso o emocionalismo e o fundamentalismo (“o que não está na Bíblia, não serve”), pois não levam em conta as estruturas sociais, econômicas, políticas, culturais e psicológicas; 3) tem visão dualista do bem e do mal; 4) cria práticas “pastorais” paralelas à organização da paróquia e divide a comunidade ao invés de uni-la. Por essas e outras razões, o Pároco disse que não aprovava a RCC na Paróquia e que desejava ampliar e aprofundar com a Paróquia toda “uma espiritualidade mais própria dos anseios do ser humano, de Cristo e da Igreja”. Disse, finalmente, que estava aberto ao diálogo, que mantinha boas relações com os carismáticos, que inclusive trabalhavam em várias pastorais da paróquia, mas que enquanto fosse pároco não aceitaria, por dever de consciência eclesial e social, a RCC oficialmente aprovada e organicamente vinculada à Paróquia. O Padre Cláudio ficou na Paróquia até janeiro de 2003. Porém, nos arquivos paroquiais, em especial no Livro Tombo, faltam registros sobre os dois últimos anos do seu paroquiato.
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Padre Paulo Crozera No dia 6 de fevereiro de 2003, saiu a nomeação do Padre Paulo Crozera para ser o novo pároco de Sant´Ana de Sumaré. Dia 9 ele tomou posse na missa presidida por Dom Gilberto Pereira Lopes, arcebispo de Campinas Ajudavam na Paróquia o Padre Israel Martinez Sossa, missionário dos Santos Apóstolos, o diácono José Rubens Fernandes e o seminarista Alexandre Nardari. Em 2004, trabalhou também na Paróquia o seminarista Leonardo H. Piacenti, que aqui ficou 3 anos e, em 2006, o diácono Marcelo de Oliveira, que em julho de 2006 foi nomeado Vigário Paroquial. Nesse mesmo ano também trabalhou na Paróquia o seminarista Victor da Silva Filho. Em dezembro de 2006 estiveram por aqui o diácono Luis Fernando Angelotti Junior e o Padre Marcelo de
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Oliveira, que foi embora em janeiro de 2007. Em julho de 2007, o Padre Luis Fernando foi removido e, em seu lugar, veio o Padre Angel Pedro Fernandes, como Vigário. 12 No começo de 2003, a Paróquia estava assim organizada: havia o EACP (Equipe de Animação e de Coordenação Paroquial) e o CPP (Conselho Paroquial de Pastoral) .
12 Apesar da ausência de informações manuscritas no Livro Tombo da Paróquia, o Padre Paulo Crozera deixou no Arquivo da Paróquia um Relatório de 898 páginas em papel A4, intitulado “RELATÓRIO PARA O LIVRO TOMBO” – com subtítulo: “Acontecimentos na Paróquia Sant´Ana de Sumaré” - Período de 2003-2007. É a principal fonte deste relato.
a Matriz, sendo 7 urbanas, 4 rurais, 2 em Assentamentos e 14 Núcleos Missionários. Tinha as seguintes pastorais: Batismo, Catequese, Liturgia, Saúde, Criança, Carcerária, Família, Comunicação,
paroquial, durante todo o paroquiato do Padre Crozera, até novembro de 2007.
Formação e Comunicação
Dízimo, Exéquias e Escuta Cristã. Para cuidar das
No aspecto de formação, a Paróquia dedicou
Pastorais havia 15 ministros da Palavra, 20 da Saúde,
seu melhor esforço para que os agentes e os
7 da Eucaristia, 5 das Exéquias e 12 da Escuta
paroquianos em geral se aprofundassem em seus
Cristã. Havia também o Conselho Econômico e
conhecimentos e vivenciassem melhor sua fé e os
Administrativo, a Associação de Sant´Ana e a Creche
agentes tivessem uma atuação mais eficaz. Assim,
Santa Rita, também chamada Centro Assistencial Pio
em maio de 2004, teve início o “Curso de Formação
XII.
Política” para os agentes da Pastoral, num trabalho Nesse primeiro ano de gestão do Padre
conjunto com as três paróquias da região central:
Paulo, a Paróquia aprovou vários projetos pastorais,
São Paulo Apóstolo, Santa Teresinha e Sant´Ana.
como: Formação Bíblica e Espiritualidade, Família,
Houve também o Curso de Verão de Teologia
Juventude, e Desempregados. O novo Pároco se
para Leigos, em São Paulo (janeiro 2004); Curso
propôs também a conhecer a realidade de cada
de Formação para agentes de Pastoral da Saúde
comunidade e de cada Pastoral, dando continuidade
(fevereiro e março 2004); I Encontro de Preparação
ao trabalho do Padre Cláudio, ouvindo em especial a
para Ministros da Comunhão Eucarística (maio de
EACP. Ele acreditava no importante papel da EACP
2004); Curso de Formação de Acólitos (2005);
que assumia, com o pároco, a “co-responsabilidade
Encontros sobre a Dimensão Vocacional da Igreja
na coordenação da vida paroquial” com uma
(agosto de 2005); Curso Bíblico sobre o Evangelho
participação efetiva nas decisões. E dizia, já em
de Marcos (setembro-outubro de 2005); Curso de
2003, que a paróquia tinha um “laicato com grande
Formação Bíblica (fevereiro de 2006). Em janeiro
participação, espírito de liderança e com muita
de 2007, aconteceu o Curso de Música e Liturgia,
potencialidade”.
e palestras para os Coordenadores sobre Liderança
Logo na primeira reunião com a EACP, o
pelo psicólogo Laércio Barros dos Santos. Em janeiro
novo pároco elogiou a composição dessa equipe
de 2006, a Semana de Formação Catequética. Nesse
manifestando desejo de que ela funcionasse bem
período, criou-se também a equipe do Cerimonial de
e agilizasse a vida da Paróquia. Isso realmente
Casamento, introduziu-se o costume de distribuição
aconteceu, como se pode ler no livro de Atas das
da Eucaristia sob duas espécies e houve o Curso de
reuniões da EACP, cuja atuação foi decisiva na vida
Canto Litúrgico.
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Paróquia de Sant´Ana - 100 anos | Capítulo 1 |
A Paróquia tinha 13 comunidades, contando
Paróquia de Sant´Ana - 100 anos | Capítulo 1 |
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A fim de que a formação fosse divulgada e
No fim de 2003, realizou-se uma grande
alcançasse um público maior, a Paróquia criou, em
Assembleia Paroquial com mais de uma centena
junho de 2005, o BOLETIM IN-FORMATIVO. Era
de pessoas. Eram Coordenadores, Tesoureiros das
uma publicação mensal que formava e informava,
Comunidades, Coordenadores de Pastorais, membros
destinada aos agentes das comunidades, das
da EACP, Diretores da Associação de Sant´Ana,
pastorais, aos movimentos e associações. Ele visava
Coordenador dos Vicentinos, da Creche, do Conselho
uma comunicação mais eficiente entre os agentes e
Econômico, Ministros da Palavra, Equipe de Liturgia
ministros, favorecendo assim o espírito de comunhão,
e Coordenadores da RCC (Renovação Carismática
de participação e de co-responsabilidade. O boletim
Católica). Foi feita a avaliação do 6º Plano de Pastoral
durou até dezembro de 2007. O Informativo tinha
Orgânica e tiradas propostas para tornar viáveis os
o objetivo de completar o “Gênesis”, jornalzinho já
projetos, “adequando-os à realidade do possível,
existente na Paróquia destinado a todo o povo.
segundo os recursos existentes no momento”.
Desde 2003, a paróquia editou o folheto
Logo no início do seu paroquiato, o grupo de
“Formação Bíblica e Espiritualidade” destinada
oração da RCC manifestou ao pároco o desejo de
aos grupos da Leitura Orante. Eram subsídios de 4
ser acolhido na Paróquia. Ouvindo a EACP, o pároco
páginas produzidos para os Encontros e durou até
decidiu aceitar, cabendo a ele pároco o direito de
final de 2007.
escolher a coordenação do grupo. Decidiu também
Nesse tempo do Pe. Paulo, deu-se forte ênfase
que o lugar das reuniões não seria a Matriz, mas o
à Espiritualidade Bíblica, com a prática da Leitura
Centro de Pastoral N.S. Aparecida; que não deveriam
Orante da Bíblia, proporcionando crescimento
ocorrer práticas que não estivessem em comunhão
espiritual aos grupos que assumiram o projeto.
com as orientações da Igreja (como curas e orações
Alguns desses grupos perduram até hoje.
em línguas); que deveriam ter clara a diferenciação
Em agosto de 2006, houve o Primeiro Encontro
entre o Movimento e a Comunidade; que deveriam
dos “Pequeninos do Senhor”, com crianças de 4 a
permanecer como Grupo de Oração e que caberia
8 anos. Elas participavam da missa das 10 horas,
ao pároco aprovar o convite às pessoas de fora
na Matriz. Era uma iniciativa do seminarista Victor
para assessorarem o grupo. “A acolhida foi feita no
da Silva Filho. Trata-se de um projeto que visava
sentido de somar esforços no trabalho pastoral da
tornar a liturgia dominical mais acessível às crianças.
Paróquia” – dizia o Padre Paulo.
Conduzidas e orientadas por uma casal, elas saám
De maneira geral, pode-se dizer que nesse
da igreja antes da Liturgia da Palavra, vivenciavam
paroquiato, se intensificou o trabalho da EACP, que
de forma mais lúdica a mensagem dominical, depois
caminhava mais próximo do padre, no sentido que
voltavam para a Liturgia Eucarística.
aumentava a participação de todos nas decisões
Organograma da Paróquia de Sant´Ana (2003-2007)
da vida paroquial. Nas Comunidades, criou-se a Equipe de Coordenação de Pastoral (CPC) e criouse novo Conselho de Pastoral Paroquial (CPP) composto agora pelo pároco e vigário paroquial, um representante de cada um das 6 Dimensões de Comunitário-participativa,
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Missionária,
Bíblico-catequética, Litúrgica, Econômica e Sóciotransformadora, conforme o Organograma anexo. Fazia parte também do CPP: o representante da Forania, o representante do Conselho de Assuntos Econômicos, o representante da EACP, 7 representantes da Pastoral das Comunidades maiores, o representante dos atendentes paroquiais e algum convidados dos membros do Conselho
Dom Bruno Gamberini, arcebispo de Campinas
Paróquia de Sant´Ana - 100 anos | Capítulo 1 |
Pastoral:
Municipal.Toda essa organização imprimiu à Paróquia
celebrações, sala para atender confissões e para a
um dinamismo novo que fez aumentar a comunhão e
Escuta Cristã, um espaço devocional para a imagem
a participação.
de Sant´Ana e de N.S.Aparecida, foi ampliada a capela do Santíssimo, a sacristia foi remodelada. E
Desde o tempo do Padre Cláudio, já se
foram tirados da Matriz os quadros da Via-Sacra.
falava na necessidade de ampliar o número de
Em 26 de julho de 2004, inaugurou-se a Casa
ministros. Assim, em 2004, foram criados novos
de Sant´Ana, idealizada pelo Padre Mansur e iniciada
ministérios, intensificou-se a atividade pastoral
pelo Padre Cláudio. Em maio do ano seguinte, foram
e produziu-se muito material “para promover a
feitas reformas na capela do Cruzeiro e a cobertura do
comunhão, a participação e a co-responsabilidade
estacionamento no Centro Pastoral N.S.Aparecida.
nas comunidades e pastorais” (Relatório do Padre
Em 2006, a Paróquia comprou terreno para a
Paulo).
Comunidade do S. B. Jesus, na Taquara Branca, para Recém empossado bispo de Campinas, D.
construção do salão, e, em 2007, comprou terreno
Bruno investiu, no mês de agosto, 11 ministros da
no Núcleo Missionário Santa Clara, área verde, no
Escuta Cristã, 21 da Palavra, 6 das Exéquias, 44 da
Parque Franceschini. Em julho desse ano, teve início
Saúde e 65 da Comunhão Eucarística, num total de
a perfuração do poço artesiano do CenFEL (Centro de
147 ministros, na Paróquia de Sant´Ana. Em maio do
Formação, Espiritualidade e Lazer N. S. Aparecida)
ano seguinte, foram investidos mais 45 ministros da
e em setembro, começou a terraplenagem para a
Eucaristia. Já nesse ano, o pároco chegou a pedir
construção. Nesse mesmo ano, a Paróquia pediu
ao arcebispo a criação de ministros leigos para
ao Conselho de Defesa do Patrimônio Municipal
assistência ao Matrimônio, que, porém, foi negada.
(Condephaea) o tombamento da Igreja Matriz, que não chegou a ser efetivado.
Paróquia de Sant´Ana - 100 anos | Capítulo 1 |
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Realizações materiais Em 2003, teve início uma pequena reforma interna da Matriz, que não pode ser concluída, mas o foi no ano seguinte. Essa reforma incluiu mudança no sistema de som, iluminação e ventilação. Trocou-se o altar, o ambão, a fonte batismal e a cadeira presidencial. Foi construído banheiro para uso durante as
A tividades Sociais e Políticas Ao lado das iniciativas e realizações pastorais, a Paróquia se abria para o campo político e social, na certeza de que a espiritualidade não excluia o cuidado com a vida do cotidiano. Por isso, era necessário debruçar-se sobre a realidade e as necessidades das comunidades e da cidade como um todo. Assim, , desde o começo de
Franceschini, atendendo essa clientela mais carente,
para agentes da Pastoral da Saúde. Começou também
com atenção especial às crianças e com celebrações
a pensar num Convênio com a FEBEM, mediante o
da Palavra, nos fins de semana.
Instituto Pio XII, para promover o “projeto de liberdade
No campo político a paróquia teve importante
assistida aos menores em conflito com a lei”. Em junho
papel. Mais de uma vez, o Pároco se reunia com os
de 2006, foi então firmado o convênio, e o projeto se
colegas das paróquias da cidade e promovia encontro
chamou “Ação para Vida”. O projeto foi instalado na
com o Prefeito, apresentando-lhe, pessoalmente,
Casa de Sant´Ana, ao lado do Centro de Pastoral N. S.
e por escrito, suas preocupações quanto à gestão
Aparecida, e tinha o apoio do Governo do Estado, do
pública municipal e às necessidades da população
Instituto Pio XII, da Paróquia, da Prefeitura Municipal
mais pobre. Em 2006, foi fundado na Paróquia
e dos Vicentinos. Mais tarde passou a atender na
um grupo de leigos para que, junto com o Pároco,
Avenida Rebouças.
debatesse a situação do Município. Segundo o Padre
Expressivo trabalho pastoral de cunho social a
Paulo, o grupo foi fundado para ”refletir, debater e
Paróquia desenvolveu no Centro de Ressocialização
assumir posicionamentos diante das necessidades
de Sumaré, realizado por membros da RCC, chegando
do município e da atuação dos poderes públicos”. O
a batizar um reeducando dessa instituição.
grupo se chamou “Desperta Sumaré” e se reunia uma
Em junho de 2005, importante evento aconteceu
vez por mês.
na Paróquia: encerramento da 4ª Semana Social da
Convidado pela CNBB para trabalhar em
Arquidiocese, com a participação de todas as Foranias
Bogotá, como Vice-Reitor Acadêmico do Instituto
e várias centenas de participantes.
Teológico Pastoral para a América Latina (ITEPAL), o
Na linha do social, a Paróquia também mantinha o pequeno núcleo missionário na Área Verde do Parque
Padre Paulo deixou a Paróquia em dezembro de 2007.
75 Paróquia de Sant´Ana - 100 anos | Capítulo 1 |
2004, a Paróquia promoveu um Curso de Formação
Padre Carlos José Nascimento O novo pároco, Padre Carlos José Nascimento, tomou posse no dia 4 de janeiro de 2008, durante a celebração Eucarística, na Igreja Matriz de Sant´Ana, presidida por Dom Bruno Gamberini, arcebispo Metropolitano de Campinas. Um das primeiras medidas do novo pároco foi implantar na Paróquia, com aprovação da EACP, do Conselho Econômico e de todas as Comunidades, o sistema de Caixa Único para todas as Comunidades, que entrou em vigor no final de fevereiro de 2008. Nesse sistema, quem faz o controle e gerencia o Caixa Unificado é um Conselho presidido pelo pároco e composto por um coordenador de cada comunidade da paróquia. Nas palavras do pároco, “começava um trabalho mais profundo do ser igreja neste chão” e convidava a todos “para ajudarem na condução do novo projeto”. 13 Paróquia de Sant´Ana - 100 anos | Capítulo 1 |
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Ainda nessa linha de mudanças, ficou decidido (agosto de 2008), em Conselho, o encerramento das atividades da EACP, passando suas atribuições ao CPP (Conselho Paroquial de Pastoral) e ao CEP (Conselho Econômico Pastoral). Por sua vez, o CPP passou a ter nova composição: um representante
13 A escassez de informações no Livro Tombo, com apenas 12 páginas de texto manuscrito, dificultou o trabalho do historiador.
de cada Pastoral, um representante do CEP, um
Este, por sua vez, ficou aqui dez meses, quando
da Forania, o Pároco, o Vigário Paroquial e o(a)
foi substituído pelo Padre Manoel Messias Pereira
Secretário(a).
Martins, que permaneceu na Paróquia até maio de
Dando continuidade a um antigo costume, o
2013. Em novembro e dezembro de 2009 foram
novo Pároco participou, no ano de 2008, juntamente
investidos novos Ministros da Saúde, da Eucaristia
com outros párocos da cidade, de vários encontros
e da Palavra, bem como novos acólitos para as
com os candidatos a prefeito. Trataram de vários
Comunidades.
da violência e da falta de água.
Preocupado com a Família, ainda em 2009, o Padre Carlos propôs ao Conselho que se repensasse
Com a aprovação do Conselho, também foi
o trabalho da Pastoral com a Família, e dizia que
mudada a composição das Comunidades e Núcleos
era preciso despertar mais pessoas para esse
da Paróquia. A partir de novembro de 2008, as
serviço. Achava que se deveria pedir ajuda ao OVISA
Comunidades de São João Batista, Divino Espírito
(Orientação para a Vivência Sacramental) ou ao
Santo e Nossa Senhora da Primavera passaram a ser
ECC ( Encontro de Casais com Cristo), que têm mais
apenas Núcleos Missionários, por causa “da falta
estrutura para preparar casais para trabalhar com a
de interesse em criarem em seu meio a estrutura
família. Após consulta, o Conselho aprovou a escolha
necessária para serem comunidades, pois só
do OVISA. Em outubro de 2009, a Paróquia realizou
acontecia missas”, como se lê no Livro Tombo. A partir
a JUPAC (Jovens Unidos por Amor a Cristo) com a
de então, a Paróquia ficou com oito comunidades.
presença de muitos jovens.
O Centro de Pastoral N.S. Aparecida, onde
No aspecto material, nesse período, a Paróquia
tradicionalmente um grupo de pessoas se reunia para
adquiriu a Casa Central, vizinha à Casa Paroquial,
rezar ou participar de missas, passou a ser, desde
com uma reserva financeira guardada havia tempo
começo de 2009, apenas um Núcleo Missionário.
para esse fim. A aquisição do imóvel era um desejo
Apesar do protesto dos frequentadores, o pároco
antigo que só não se concretizara pela resistência da
não voltou atrás.
proprietária em vendê-lo. Tendo ela falecido, no final
Em junho desse ano, chegou à Paróquia o
de 2007, os herdeiros puseram o imóvel à venda,
novo Vigário Paroquial Padre Émerson de Almeida
ocasião em que a Paróquia o comprou, no início de
Amaral, substituindo o Padre Angel Pedro Fernandez
2008.
Sanches, que era vigário paroquial desde julho de
Desde abril de 2009, a Paróquia começou
2007. O Padre Émerson permaneceu na Paróquia
uma campanha para reformar o Centro de Pastoral,
menos de um ano, vindo em seu lugar o Padre
embora “com grande oposição”, segundo o pároco. A
Francisco de Assis Júnior como Vigário Coadjutor.
reforma foi realizada, mas não concluída totalmente,
77 Paróquia de Sant´Ana - 100 anos | Capítulo 1 |
problemas que há tempo afligem o povo, em especial
por falta de recursos. Também a Sacristia e a Secretaria Paroquial foram reformadas, bem como as paredes do presbitério. Entre as comunidades, a obra mais importante foi na Comunidade do Sagrado Coração de Jesus, quase totalmente remodelada, com a construção da capela e de anexos.
Franciscanos Com o intuito de divulgar a espiritualidade
Diácono Luiz Antonio Ferreira Quental
franciscana e ajudar nos trabalhos pastorais, há alguns anos existia na Paróquia, sob a liderança do Diácono Luiz Antonio Ferreira Quental e sua esposa Cristina, a Ordem Franciscana Secular. Luiz Antonio é diácono permanente e foi ordenado em 9 de agosto de 2009, na Igreja de São José, em Campinas. A Fraternidade Franciscana congrega algumas dezenas de irmãos, que se reúnem, desde 2005, para
Espiritualidade e Formação Logo no começo, na gestão do Padre Carlos à frente da Paróquia, foi inaugurado o CenFEL (Centro de Formação, Espiritualidade e Lazer) próximo à Comunidade da Candelária, no Bairro do Cruzeiro.
a Leitura Orante da Bíblia, para rezar, se aprofundar no espírito franciscano e planejar ações pastorais Paróquia de Sant´Ana - 100 anos | Capítulo 1 |
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na Paróquia. Com a aprovação de Dom Bruno e do Pároco, realizou-se, em maio de 2009, oficialmente, a ereção canônica da Fraternidade Franciscana, com profissão de 18 membros, no Centro Pastoral N.S. Aparecida, numa bela celebração litúrgica. A Fraternidade foi bem aceita na Comunidade e cresce a cada dia com novos irmãos, que assumem várias tarefas pastorais na Paróquia. Centro de Formação, Espiritualidade e Lazer – (CenFEL)
O espaço se destinava a sediar reuniões, cursos, encontros e retiros organizados pela Paróquia. Em julho de 1993, tinha sido fincado o marco – uma cruz - da fundação do CenFEL, no tempo do Padre Mansur, num terreno de 5 mil metros doado pelo empresário Geraldo Bordon. A inauguração foi em 17 de dezembro de 2008. Nas reuniões do CPP (2010), sempre vinha à tona a discussão sobre ações para incrementar a Espiritualidade, com Encontros, Treinamentos, Retiros, Leitura Orante e realização de Cursos de Oratória e Técnicas de Reuniões. Aconteceram 28 aulas duas vezes por semana (maio 2010), e um concorrido Encontro de Jovens. Nesse mesmo ano, em outubro, cinco paroquianos concluíram o Curso de Formação para Escuta Cristã, e aconteceu a investidura de mais ministros da Eucaristia. E também, em dezembro, a investidura de Ministros da Palavra, da Saúde e das Exéquias. Desde abril de 2009, a Paróquia trabalhou no sentido de se engajar nas exigências do 7º PPO - Plano de Pastoral Orgânica – da Arquidiocese. Foram apresentados os temas para serem estudados na paróquia e depois serem levados para o Conselho decisório da Arquidiocese. Os temas estudados na Paróquia foram: ”Como a Igreja lê a Bíblia”, “Igreja Participativa” e “Igreja Acolhedora”. Em julho de 2009, o Padre Emerson deixou a Paróquia, sendo logo substituído pelo Padre Francisco de Assis Júnior, que ficou na Paróquia até junho de 2010, quando chegou o padre Manoel Messias
Pereira Martins, agostiniano, como novo vigário auxiliar. Este ficou responsável pelas pastorais da Família, Noivos, Cerimonial de Casamento, Batismo, Coordenadores de Comunidades, Catequese de Adultos, Eucaristia e Enfermos. Na reunião do CPP, de 11/08/2009, foram apresentados os projetos enviados pela Paróquia ao 7º PPO: Igreja Participativa, Igreja Evangelizadora e Igreja Acolhedora. Ficou definido que se fariam encontros nas casas, convidando as pessoas (Igreja participativa), trabalhando na formação bíblica com toda a comunidade (Igreja evangelizadora) e indo ao encontro dos membros da Comunidade que passam por dificuldades (Igreja acolhedora). Em agosto de 2010, a RCC realizou na Igreja Matriz o Cerco de Jericó. Foram oito dias de missa, oração e exposição do Santíssimo, durante 24 horas, com grande afluxo de fiéis.
79 Paróquia de Sant´Ana - 100 anos | Capítulo 1 |
também cursos de Formação sobre a Bíblia, com
Situação Financeira
sobre o “verdadeiro sentimento dos paroquianos”. Em 5 de janeiro de 2011, saiu a nomeação e a provisão do Cônego Elisiário Cesar Cabral para a
Desde 2009, era recorrente a reclamação do
Paróquia de Sant´Ana de Sumaré.
pároco sobre a situação financeira da Paróquia que,
No término do seu paroquiato, em dezembro
segundo dizia, não conseguia cobrir os gastos normais
de 2010, o Padre Carlos deixou registrado no Livro
da Paróquia. Em fevereiro de 2010, voltou-se a falar
Tombo a seguinte mensagem:
em reestruturação do Dízimo, porque a paróquia apresentava déficit mensal enorme. Na reunião do CPP de fevereiro de 2010, foi apresentada a situação financeira da Paróquia com um déficit de 10 mil reais mensais. Era preciso melhorar a arrecadação do dízimo, pois segundo ele, as despesas aumentavam gerando um déficit em torno de 15 mil reais (junho de 2010). Mas, em outubro, a arrecadação melhorou. Disse que houve uma grande oposição, quanto
“Com as missas de Natal e Ano Novo que houveram (sic) grande fluxo de pessoas, encerro minhas atividades na paróquia de Sant´Ana. Termino desejando ao novo pároco Pe. Elisiário Cesar Cabral e ao vigário Pe. Messias, muitas benção (sic) e graças de Deus para o seu profícuo ministério neste local e cidade”.
à reforma dos banheiros do Centro de Pastoral, realizada em 2009. Numa reunião do CPP, no final de 2009, o Padre Carlos se referiu a um grupo que, segundo ele,
Em 30 de janeiro de 2011, ele foi transferido para a Paróquia de Nossa Senhora de Guadalupe, em Campinas.
sempre se opôs ao seu modo de conduzir os trabalhos
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uma carta enviada por um grupo de paroquianos
Paróquia de Sant´Ana - 100 anos | Capítulo 1 |
da Paróquia. Apresentou, em seguida, ao Conselho ao Bispo e ao Vigário Forâneo. Disse que essa carta tinha conteúdo semelhante a um e-mail que lhe fora enviado pelo padre Paulo Crozera “dizendo de como deveria ser sua conduta ao chegar aqui”. O pároco se mostrava muito aborrecido nessa reunião e “colocou-se à disposição do Conselho para deixar a Paróquia”. O Conselho solidarizou-se com ele, pediu que ele continuasse na Paróquia e escreveu uma carta a Dom Bruno e ao Vigário Forâneo
Padre Elisiário
César Cabral Dia 10 de fevereiro de 2011, na Igreja Matriz de Sant´Ana tomou posse o novo pároco Padre Elisiário Cesar Cabral. Vinha com a recomendação de Dom Bruno para que ouvisse muito as pessoas e afrouxasse um pouco os ânimos dos paroquianos. um tanto divididos entre si. Logo na primeira reunião do CPP (Conselho Pastoral Paroquial) o novo pároco se propôs a ouvir o depoimento de cada membro do Conselho e sua função na Paróquia, mostrando o desejo de conhecer a realidade da Paróquia e colocando-se à disposição para trabalhar junto. Ficou assentado que, nesse primeiro momento, não haveria grandes mudanças no andamento da Paróquia, mas se daria continuidade ao que tinha sido planejado. Assim, conforme combinado no ano anterior, se deveria trabalhar na formação bíblica, seguindo a proposta do 7º PPO (Plano de Pastoral Orgânica) da Arquidiocese. Como, porém alguns membros do Conselho não conheciam pouco, direcionando a atenção para a formação bíblica. Em junho desse ano, realizou-se o Encontro de Formação dos Agentes do 7º PPO que foi bastante proveitoso. Mas ficou claro que é necessário retomar a Formação em outros momentos. Na continuidade dessas reflexões e, a partir do resultados dos estudos do PPO, em 2012, o Padre Messias, Vigário Paroquial, apresentou proposta da criação do COMIPA (Conselho Missionário Paroquial), objetivando formar “uma Igreja que acolhe e se renova no serviço solidário”. O Pároco apoiou a ideia e achou que “é preciso criar um espírito missionário na Paróquia, pois a missão principal da Igreja é ser missionária”. As reflexões sugeridas , em especial a partir do texto: “È hora
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Paróquia de Sant´Ana - 100 anos | Capítulo 1 |
o 7º PPO, ficou combinado que todos lessem o texto e se aprofundassem um
a seguinte composição: padre (pároco), vigário, diácono(s), Coordenador, Secretário. Em seguida: um representante da Iniciação Cristã (representando a Catequese com adultos e Batismo, Catequese dos Adolescentes, Catequese do Crisma, Comunhão Eucarística, Catequese Paroquial, Catequese da Primeira Eucaristia); um representante da Família Padre Tadeu Francisco Bonetti
de Ousadia” do Padre Piazza, forneceram subsídios para novas posturas pastorais, que exigem, por exemplo, a ampla participação de todos os agentes pastorais nessa tarefa, inclusive a RCC (Renovação Carismática Católica) e a Ordem Franciscana Secular.
O novo Conselho de Pastoral A partir de outubro de 2011, o CPP ganhou
Cristã (representando a Pastoral da Família e o Encontro de Casais com Cristo); a Caridade Cristã (representando a Pastoral da Criança, o Instituto Educacional e Assistencial Pio XII, a Escuta Cristã, a Pastoral da Saúde, as Exéquias, a Associação de Sant´Ana, os Vicentinos, o Dízimo e a Pastoral Carcerária); Espiritualidade, Missão e Animação
Missionária (representando a Renovação Carismática e a Ordem Franciscana Secular); Animação Litúrgica (representando os Acólitos e o Canto Litúrgico);
Forania (representando a Forania) e um representante de cada comunidade paroquial.
novo formato. Ele foi, durante anos, um conselho de caráter mais deliberativo, como se coubesse Paróquia de Sant´Ana - 100 anos | Capítulo 1 |
82
a ele a última palavra nos assuntos pastorais. Na
Formação
verdade, o Conselho deve ser um grupo que irradia
Em outubro de 2011, o Pároco apresentou
ações e provoca as comunidades e pastorais para
ao Conselho a proposta de um Curso de Formação
novos desafios. O Conselho deve ter um aspecto
Permanente na Paróquia, com a duração de dois
mais reflexivo sobre as questões de pastoral que
anos, com início em fevereiro de 2012. A ideia teve
a Arquidiocese e a CNBB lançam. No Conselho,
aprovação unânime do Conselho e levou o nome de
o aspecto fundamental é a espiritualidade. Seu
Escola Sant´Ana de Formação de Agentes (ESAFA).
foco principal é evangelizar, através da Missão e
Os temas do Curso foram: Sagrada Escritura,
da Espiritualidade – como preconiza o 7º PPO.
Magistério da Igreja, Noções do Pensamento
Pensando assim, o Conselho terá, a partir de agora,
Teológico, Ação Pastoral, e teve boa presença e
participação dos agentes de pastoral. O curso teve muito boa aceitação e despertou o interesse para
Comunidades
aprender mais. Ele veio de encontro a uma antiga aspiração de muitos paroquianos que há tempo o
Desde que foi desativada, os moradores da
esperavam. Neste ano de 2014, nova turma iniciou
Vila Sant´Ana, queriam reativar a Comunidade que
o Curso que agora terá apenas um ano de duração.
se reunia, há anos, no Centro de Pastoral Nossa
Em setembro de 2012, houve três encontros
Senhora Aparecida. Atendendo a esse desejo, o
para formação de Ministros das Exéquias em nível de
pároco convidou as pessoas para uma reunião
cidade e, logo em seguida, a investidura deles para o
com o intuito de ouvi-las, ocasião em que sentiu a
exercício dessa pastoral.
sinceridade delas e o desejo de serem novamente
A partir de setembro de 2013 começou a
acolhidas nesse espaço. Ficou acordado então que a
trabalhar na Paróquia o Padre Tadeu Francisco
celebração da festa de Nossa Senhora Aparecida, em
Bonetti como Vigário Paroquial, substituindo o Padre
outubro, desse mesmo ano de 2011, seria realizada
Messias. Desde junho de 2013 a Paróquia conta também com a presença do seminarista Idalírio Oliveira Olini.
Abertura da Semana da Família - 2013
Paróquia de Sant´Ana - 100 anos | Capítulo 1 |
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aí. Nesse dia, a comunidade se reuniu novamente, e recebeu a promessa de ter missa, uma vez por mês, o que realmente aconteceu, a partir de então. Além disso, ficou a promessa de que, assim que fosse possível, seria construída uma capela nesse espaço. Quanto à importância das Comunidades na Paróquia, o Padre Elisiário várias vezes trouxe o assunto à baila. Repetiu, mais de uma vez, que a comunidade não pode ser vista como uma pequena paróquia, uma cópia da Igreja Matriz. Cada comunidade tem sua individualidade e não precisa imitar a Matriz. Tem espaço próprio para celebrar a fé, formar-se e educar-se. Daí a necessidade de haver um novo projeto para a Liturgia, que descubra e valorize o jeito de ser de cada comunidade. Qual é o modelo de comunidade? Deve ser um espaço alternativo de crescer na fé, onde se pratica a oração de modo mais espontâneo, como, por exemplo, na prática da Leitura Orante. Mas a Leitura Orante não é o foco da espiritualidade. O foco é a comunidade em si. A comunidade é o chão da Paróquia, é onde brota a água... Se não se Paróquia de Sant´Ana - 100 anos | Capítulo 1 |
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tiver cuidado, pode acontecer muito trabalho na comunidade e pouca espiritualidade, advertiu ele. Para fortalecer o vínculo entre as pessoas da comunidade, o padre propôs, no final de 2012, que os Ministros da Palavra e da Comunhão Eucarística sejam membros da Comunidade e que permaneçam, pelo menos um ano, atuando nela. A sua permanência na comunidade permitirá que ele conheça melhor as
também, nas comunidades e núcleos missionários, o uso de um folheto próprio para a Celebração da Palavra, diferente do folheto usado para a missa. A novidade agradou a todos, por ser um texto mais leve e adaptado à celebração.
Pastorais e Movimentos
pessoas, identifique-se mais com elas e crie vínculos na vivência da fé. A partir de 2013, introduziu-se
Por ocasião da Campanha da Fraternidade de
Missa de Abertura das Comemorações do Centenário Paróquia (2014)
Pastoral da Saúde e a Escuta Cristã promoveram, no dia 12 de abril, uma palestra sobre “Como cuidar dos doentes sem ficar doente”. O tema foi apresentado pela geriatra Dra. Renata A. S. Pupo Silveira, reuniu mais 200 pessoas e teve grande participação dos presentes. Em maio desse mesmo ano realizou-se também um debate sobre a Saúde Pública, promovido pela
85 Paróquia de Sant´Ana - 100 anos | Capítulo 1 |
2012, cujo tema era Fraternidade e Saúde Pública, a
Pastoral Familiar, quando estiveram presentes
um momento de instrução e encaminhamento para a
o Secretário Municipal de Saúde e o Presidente
catequese de adultos, para também eles receberem
do Conselho de Saúde. Nele, questionou-se com
os sacramentos da Iniciação Cristã.
inúmeras perguntas do público presente, a situação da saúde no município. O encontro foi esclarecedor e teve um bom público.
Presença dos jovens
A Pastoral do Dízimo, nesses quase quatro anos de paroquiato do Padre Elisiário, tem desempenhado
Quanto aos Jovens, há anos que não se pode
bem suas funções e atingido os objetivos. O padre se
falar de uma Pastoral dos jovens na Paróquia. Mas
diz contente e com frequência apresenta ao CPP os
o que se pode observar é que a presença deles
resultados do dízimo, devidos ao aumento crescente
na Paróquia é expressiva. Em várias pastorais e
de dizimistas. Mostra em que o dinheiro do dízimo
movimentos, como na Catequese e no Crisma, eles
está sendo usado na paróquia e quais os projetos
estão presentes trabalhando junto com os adultos.
que pretende realizar.
Forte e constante é também a presença deles nas
Em vista do desejo da RCC de melhor participar na Paróquia, em especial no que se refere à Pastoral
Paróquia de Sant´Ana - 100 anos | Capítulo 1 |
86
missas de domingo à noite, fato observado há muitos anos.
Familiar, desde 2011, a Semana da Família é realizada
A Paróquia participou da Jornada Mundial da
em conjunto com esse movimento. E os resultados
Juventude ocorrida no Rio de Janeiro, em julho de
foram muito positivos.
2013, onde estiveram presentes vários jovens da
Em abril de 2011, realizou-se o 1º ECC (Encontro
Paróquia, acompanhados de um casal responsável
de Casais com Cristo) com casais das quatro
da comunidade. Eles voltaram felizes, cheios de
paróquias da cidade. Segundo vários comentários,
alegria e esperançosos em poder cumprir seu papel
foi muito bom e proveitoso. Nesse mesmo ano,
na Igreja e no mundo.
em agosto, houve também o “Cerco de Jericó” na
Em abril de 2013, aconteceu a Gincana Bíblica
Matriz, organizado pela RCC, que vem acontecendo,
na Paróquia, com a participação dos jovens do Crisma
anualmente, com boa presença dos fiéis da paróquia
e do pessoal da Catequese. Pelo depoimento deles,
de Sant´Ana e das paróquias vizinhas.
o evento foi muito bom e proveitoso.
Uma nova postura vai se introduzindo na
A partir de 2014, se esboça na Comunidade
Paróquia (a partir de 2012) quanto à realização do
Matriz um movimento no sentido de atrair os jovens
batismo. É um momento importante de acolhimento
para reuniões onde eles se manifestem a respeito
dos pais e padrinhos, uma vez que muitos não
do assunto. Várias reuniões estão acontecendo e a
possuem sua vida sacramental regular, e também
expectativa é que a iniciativa tenha continuidade e
seja a semente de uma nova pastoral da juventude na Paróquia. Também em algumas comunidades nota-se o desejo de formar grupo de jovens, como é o caso da Comunidade do Senhor Bom Jesus, na Taquara Branca.
Comunicação Recorrente nos relatórios das reuniões do CPP é o tema da Comunicação na Paróquia. Sente-se necessidade de uma pastoral mais efetiva e dinâmica. Atualmente existem na Paróquia o horário da Ave-Maria pela rádio, o Programa “Decidindo pela Vida e Caminhando com a Igreja”, no ar há quase vinte anos e a transmissão da Missa de sábado à noite pela emissora local. A partir de julho de 2013, é publicado mensalmente o Boletim Informativo da paróquia com pequenos textos, breves notícias e fotos da vida paroquial. A Paróquia mantém ainda um site atualizado e o facebook, com quase 1 500 seguidores... A Rádio Comunitária 26 de julho, antes clandestina, a partir 2009 está com sua situação legal normalizada, transmitindo só música em sua programação. Fala-se do retorno da PASCOM, mas sente-se a falta de pessoal para formar uma equipe que assuma efetivamente essa difícil tarefa.
Em 2012, a Paróquia participou da coleta de assinaturas para o “Movimento de Cidadania”. Foram dois abaixo-assinados: um propondo emenda constitucional defendendo a vida desde a fecundação e outro pedindo 10% da Receita Bruta da União para a saúde pública. Nesse ano, a Paróquia também preparou e distribuiu milhares de folhetos conscientizando a população sobre a importância do voto nas eleições municipais de Sumaré. Continuam operantes na Paróquia algumas instituições importantes pelo trabalho que desempenham, se não no âmbito estritamente religioso,
87 Paróquia de Sant´Ana - 100 anos | Capítulo 1 |
Obras sociais
Instituto Educacional e Assistencial Pio XII - a Creche
Casa de Sant´Ana
Paróquia de Sant´Ana - 100 anos | Capítulo 1 |
88 Projeto “Ação para Vida”
Conselho Particular de Sumaré - Sociedade São Vicente de Paulo
mas todas voltadas para o bem-estar e a promoção
especial às crianças, adolescentes e famílias. Foi
social, formas legítimas de caridade e de amor ao
fundado em 1958, por algumas senhoras católicas
próximo.
da Paróquia de Sant´Ana, para cuidar das crianças
Assim, o Instituto Educacional e Assistencial
carentes, dando-lhes desde o enxoval do neném e
Pio XII, conhecido popularmente como Creche Santa
tudo o mais de que as mães precisavam. A entidade,
Rita, oferece serviços de proteção básica e serviço
que hoje atende por volta de 120 crianças, tem o
pároco como seu diretor espiritual que, por força do Estatuto, participa das reuniões da Diretoria. Ligado ao Instituto Pio XII, há também na Paróquia o Projeto “Ação para
Vida”, de que já falamos neste livro. O projeto se dirige a adolescentes de ambos os sexos, na faixa de 12 a 18 anos, e excepcionalmente acima dessa idade, inseridos nas medidas socioeducativas de Liberdade Assistida e Prestação de Serviço à Comunidade, familiares e responsáveis. A entidade atende em média 80 adolescentes por mês. Fundada em 1992, a Associação de Sant´Ana, tem se dedicado a divulgar a devoção à Sant´Ana, na Paróquia, através das “casinhas” (hoje são mais de 200) que durante 30 dias, passam de casa em casa, ocasião em que a família se reúne para rezar. A livraria da Paróquia também está sob os cuidados da Associação, e atende à demanda dos que procuram livros, objetos sacros, CDs e outros. Desde 1937, existe na Paróquia a Conferência de São Vicente. A entidade esteve ativa nos primeiros quinze anos, e depois desapareceu. Em 1980, no tempo do Padre Angelo Marighetto, foi reativada e se estendeu por outros bairros de Sumaré. Hoje existem 14 grupos de vicentinos no município, com 160 voluntários que visitam centenas de famílias carentes, distribuindo toneladas de alimentos, além de roupas, utensílios domésticos e outros. Além da Conferência de Sant´Ana, existem a Conferência de São Benedito e de Santo Antonio. Pelo seu importante Câmara Municipal de Sumaré o título de Utilidade Pública, em 1989. Inaugurado em julho de 1998, a Paróquia alugou o imóvel do Espaço
Criança, fundado pelo Padre Mansur, que passou para os cuidados do Instituto Bem Querer, a partir de 2013, motivado por
dificuldades
encontradas
pela
Paróquia, em desenvolver ali a Pastoral da Criança.
Dom Airton José dos Santos, arcebispo de Campinas desde 15 de abril de 2012
89 Paróquia de Sant´Ana - 100 anos | Capítulo 1 |
trabalho social, a entidade recebeu da
Anexos
Histórico das Comunidades da Paróquia de Sant´Ana
Comunidade de Sant´ana
Paróquia de Sant´Ana - 100 anos | Capítulo 1 |
90
Esta é a comunidade mais antiga da Paróquia. É a mãe, a geradora de todas elas e por isso se chama Matriz. Nasceu em 1887, quando os primeiros moradores do vilarejo de Rebouças se reuniam para rezar ou participar de uma missa numa casa de família. Segundo o depoimento de uma antiga moradora, a missa era rezada na casa de Antonio do Valle, perto da Estação. Antes de construir a capela, os católicos conseguiam de vez em quando algum Padre de Campinas ou de Monte Mor para darem assistência religiosa à pequena comunidade que nascia. Depois que a capela foi construída, em 1889, as pessoas se reuniam na igrejinha dedicada a Sant´Ana e foram formando e consolidando a comunidade. O padre mais conhecido nessa época e que mais trabalhou aqui foi o Padre João Batista Nery, que depois se tornou bispo de Campinas. Devagar, a comunidade foi crescendo até tornar-se paróquia, em 1914. Nesses cem anos, a comunidade paroquial cresceu tanto que precisou subdividir-se em outras comunidades, formando assim outras paróquias. No território da antiga paróquia, que abrangia todo o atual município de Hortolândia e de Sumaré, existem hoje dezenas de outras paróquias com centenas de comunidades. É a árvore frondosa que estende seus ramos e onde os pássaros procuram abrigo. É a semente da Palavra plantada em terra fértil, que produz frutos abundantes.
Comunidade de Nossa Senhora de Fátima
No ano de 1990, tiveram início os Encontros de Círculos Bíblicos nos novos bairros que iam surgindo na cidade: Planalto do Sol, Parque Florença e Parque Versalhes. A visita de Dom Gilberto Pereira Lopes, em outubro desse ano, trouxe muito ânimo a esses grupos de reflexão. Para servir de exemplo, o bispo lembrou aos fiéis o nascimento das comunidades na Igreja primitiva, como narram os Atos dos Apóstolos. No ano seguinte, foi escolhido o nome do patrono para a comunidade nascente, quando o pároco Padre Mansur celebrou a primeira missa na comunidade, que viria a ser a Comunidade de São Sebastião. Depois disso, começaram as celebrações semanais da Palavra em cada um dos bairros e, em 1992, foi eleito o primeiro coordenador da Comunidade, na pessoa do saudoso Paulo Sérgio Paduan. Em 20 de janeiro, celebrouse a primeira Missa do Padroeiro com procissão e grande presença de fiéis Nesse dia foi lançada a pedra fundamental da capela. Prosseguiam os Círculos Bíblicos, a catequese e as celebrações da Palavra, até que, em 2 de junho de 1995, foi inaugurada a capela do Planalto do Sol. Hoje, a Comunidade de São Sebastião tem celebração Eucarística todos os sábados com grande participação dos fiéis. Celebra-se o dia do Padroeiro em 20 de janeiro.
91
Paróquia de Sant´Ana - 100 anos | Capítulo 1 |
Comunidade de São Sebastião
No começo dos anos noventa, foram criadas várias comunidades novas na Paróquia, entre elas, a de Nossa Senhora de Fátima, no Parque Casarão. As famílias católicas sentiam necessidade de se reunirem para rezar. Reuniam-se então nas casas e pediam a presença do pároco para missas e celebrações da Palavra. Devagar, foi aumentando o número de pessoas até que, em janeiro de 1993, foi eleito o primeiro Coordenador da Comunidade e um Tesoureiro. Nascia assim uma nova Comunidade na Paróquia de Sant´Ana. Com muita dificuldade e com muito trabalho e perseverança, sempre com o apoio decidido do Padre Mansur, foram organizadas pequenas festas, até poderem comprar um terreno e construir a sede da Comunidade. As festas eram improvisadas em barracas de lona e a água era carregada em baldes. Foi enfrentando chuvas e ventos, com choro, reza, perseverança e fé, que nasceu essa pequena comunidade. O dia da Padroeira é celebrado em 13 de maio.
Comunidade de Nossa Senhora da Candelária
Comunidade de Santo Antonio
Paróquia de Sant´Ana - 100 anos | Capítulo 1 |
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A comunidade nasceu, em 1974, com a realização de uma jornada missionária dos Padres Redentoristas de Aparecida do Norte. A partir do trabalho realizado pelas missões, um grupo de pessoas começou a reunir-se nas casas para rezar o terço, fazer a Campanha da Fraternidade e as novenas de Natal. Aos poucos o grupo foi se fortalecendo e, em 1979, por votação entre seus membros, foi designado como padroeiro Santo Antonio, realizando então nesse ano sua primeira festa num terreno vago, ao lado do DAE (depois escritório e almoxarifado da Administração do DAE). A comunidade teve como seu primeiro coordenador o senhor Santo Denadai. Em razão do crescimento e fortalecimento do grupo, a Paróquia adquiriu um terreno na esquina da Rua Marcos Liaschi com a Av. José Ferreira Gomes, onde foi construído o primeiro ponto de encontro da Comunidade para orações, celebrações e catequese. Mais tarde, o local foi transformado em capela que só foi demolida para a construção da igreja. Em 1º de maio de 1994, foi lançada a pedra fundamental para a construção da igreja, pelo Arcebispo Dom Gilberto Pereira Lopes, no tempo em que o Padre Mansur Rodrigues Mansur era pároco. Em 11 de setembro do mesmo ano, foi iniciada a extração da terra e feito o nivelamento do terreno, para que então, no dia 24 de outubro de 1994, se desse início à abertura dos alicerces da igreja. Em 1º de junho de 1998, foi celebrada a primeira missa na igreja atual, presidida por D. Gilberto Pereira Lopes e a presença do Padre Mansur. O Dia do Padroeiro se celebra em 13 de junho.
Igreja de Nossa Senhora da Candelária no Bairro do Cruzeiro O bairro do Cruzeiro, onde está a igreja Nossa Senhora da Candelária, é muito antigo na história de Sumaré. Há mais de 150 anos, o lugar se chamava Cruzeiro de Santa Bárbara, e até hoje existe uma grande cruz de madeira no cruzamento da estrada que ia em direção a Santa Bárbara e Montemor. Foi nesse cruzamento que os católicos antigos construíram a capela, num terreno doado pelo fazendeiro Horácio Lavras, dono da Fazenda Candelária. A pedra fundamental da atual capela foi colocada em 10 de março de 1943 pelo Cônego Ciríaco, então pároco de Montemor. A construção foi em forma de mutirão pela comunidade do bairro e adjacências, bem como a doação de todo material utilizado. A comunidade se caracteriza até os dias de hoje como um local que aglutina as famílias de pequenos e médios produtores rurais, embora o desenvolvimento e a expansão da cidade se aproximem dessa região do município cada vez mais. A sua festa anual ainda preserva algumas características do passado, como bênção dos animais, das sementes, dos equipamentos agrícola e um animado leilão com novilhos e outros animais doados pelos produtores locais. A festa da Padroeira é dia 22 de fevereiro.
de Jesus
Por volta do ano de 1.980, os católicos do Parque Emília se reuniam nas casas para rezarem o terço, fazerem os Círculos Bíblicos e a Novena de Natal. As missas eram na Capela da Comunidade São Benedito ou na Igreja Matriz de Sant´Ana. Nessa época, era pároco o padre Mansur R. Mansur e estava acontecendo uma peregrinação da Imaculada Conceição em Sumaré. Já em 1988, foi escolhido de comum acordo o nome para a nova comunidade: Sagrado Coração de Jesus. Um paroquiano, que acompanhava a carreata visitando as comunidades, sugeriu ao Pároco que visitasse também sua comunidade. O Padre Mansur ficou surpreso e justificou não ter conhecimento dessa comunidade. Era verdade, mas prometeu dar um retorno a respeito. E ela veio logo. Durante a missa da despedida da Imagem Peregrina, o Padre saudou e agradeceu a todas as comunidades presentes, e anunciou a mais nova Comunidade da Paróquia, a do Sagrado Coração de Jesus, no Parque Emília, em dezembro de 1988. Nos anos seguintes, a Comunidade passou a ter missas e celebrações da Palavra nos lares da comunidade que abrangia o Parque Emília, a Vila Juliana e o Jardim Paulista. Em 1992, a Comunidade recebeu a visita de Dom
Gilberto Pereira Lopes, que presidiu a Missa na casa de Jose Antonio da Rosa, no Parque Emilia. No ano seguinte, no dia do padroeiro, houve a primeira festa da comunidade, num barracão improvisado. A festa foi motivo de elogios por toda paróquia, mas sentiu-se necessidade de adquirir local próprio para a sede da comunidade. Formou-se uma comissão de moradores que pediram um lote de terra a José Basso, proprietário de extensa área nas imediações. E conseguiram dele um terreno de 496 m ali no Parque Emília. No dia 19 de janeiro de 1993, foi escolhida a primeira Coordenação oficial da Comunidade. Aos poucos, através de festas e campanhas diversas, foram sendo construídos barracão, muros, cozinhas e banheiros. Mas havia o anseio da construção da igreja. E em março de 2003, a Comunidade recebeu o apoio do Rotary Club-Ação para o projeto arquitetônico. Por ocasião da Visita Pastoral em Sumaré, a Comunidade recebeu a visita de Dom Bruno Gamberini, em maio de 2005. Cabe também registrar com alegria e saudade a passagem marcante dos párocos Padre Cláudio Zaccaria Menegazzi, Paulo Crozera e Padre Carlos Nascimento, que com muita competência e amor souberam conduzir esse rebanho. Durante os anos 2007 e 2008 priorizou-se a construção da tão sonhada igreja, com recursos reforçados através do Caixa Único, na Paróquia. Em 6 de fevereiro de 2009, a Comunidade foi agraciada com a Missa inaugural da nova igreja do Sagrado Coração de Jesus há tempo esperada.
93 Paróquia de Sant´Ana - 100 anos | Capítulo 1 |
Comunidade do Sagrado Coração
Comunidade do Senhor Bom Jesus
Paróquia de Sant´Ana - 100 anos | Capítulo 1 |
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Comunidade do Senhor Bom Jesus da Taquara Branca Por volta de 1940, um morador da Taquara Branca doou terreno aos católicos do bairro para construírem uma capela dedicada ao Senhor Bom Jesus, que logo ficou pronta. Mais ou menos uns 15 anos depois da construção, o Padre Ciríaco de Monte Mor vinha rezar missa uma vez por mês. Essa devoção era muito antiga, motivada pela existência de uma imagem de madeira do Senhor Bom Jesus. Nas reuniões de oração o povo sempre rezava o terço na presença dessa imagem. Segundo tradição de antigos moradores, essa imagem era do tempo da escravidão e era guardada em oratório da casa do senhor João Batista Bilis. Todos os anos, dia 6 de agosto, seus vizinhos se reuniam para festejar, fazer procissão, rezar o terço e cantar. Depois da reza havia comes e bebes para todos. Diz a tradição também que certa vez um forte temporal derrubou a capelinha quebrando todas as imagens de santos, menos a do Bom Jesus. Imediatamente todo o povo se reuniu e começou a reconstruir a capela. Conta-se também que, em outra ocasião, pegou fogo na capela onde estava a imagem, queimando tudo. Depois de apagado o fogo, uma surpresa: a imagem do Senhor Bom Jesus, que era de madeira, estava apenas chamuscada. Mais uma vez o povo se reuniu e restaurou a imagem, que é venerada até hoje na comunidade. Assim, a fé tem sido o motivo dessa pequena comunidade que, na simplicidade, continua a caminhar na Igreja de Deus. A festa do Padroeiro é celebrada dia 6 de agosto.
A comunidade de São Benedito teve início em meados dos anos 80, quando alguns moradores do Jardim Marchissolo, inspirados pelos movimentos sociais e pela experiência das Comunidades Eclesiais de Base, sentiram a necessidade de formar uma comunidade católica local, onde pudessem rezar e manifestar sua fé. Tudo começou com quermesses na praça, em frente à comunidade, com barracas cedidas pela prefeitura. Essa festa se manteve por dois anos consecutivos e para realizá-la era utilizado o material de cozinha da Comunidade Santo Antonio. A comunidade era para ser na Rua Abraão Jorge Maluf, mas o terreno era pequeno e não dava para construir um barracão para quermesses. Foi quando, Dona Santa, uma da integrantes da comunidade, viu o proprietário do terreno em frente à praça em que eram realizadas as quermesses e perguntou se ele fazia a troca de terreno com eles. O proprietário aceitou a troca, e então foi feita uma reunião com o pároco padre Ângelo Marighetto. Ele mandou um oficio para o bispo, que aceitou a troca. Em 1984, um grande grupo de pessoas começou as obras da comunidade com doações do comércio local. Logo se começou a construção da capela e havia missa uma vez por mês. Também se realizava a Catequese e o estudo da Bíblia uma vez por semana. Assim que a comunidade ficou pronta, foi realizada a primeira feijoada, com empréstimo de talheres, pratos e panelas de um restaurante local, de uma creche e da Comunidade Santo Antonio. Com essa feijoada a Comunidade conseguiu comprar 100 cadeiras de madeira e material de cozinha para fazer as próximas feijoadas que duraram anos. Daí por diante a comunidade foi crescendo e se consolidando, e até hoje continua firme na caminhada com Deus e os irmãos. Celebra-se o dia do Padroeiro em 5 de outubro.
Núcleos Missionários Além das Comunidades, a Paróquia possui também os Núcleos Missionários, locais em que pessoas se reúnem para rezar o terço, participar de uma celebração da Palavra ou de uma missa, fazer a novena de Natal ou praticar a Leitura Orante. Os Núcleo são os seguintes: Nossa Senhora da Primavera (Chácaras Recreio Primavera), que começou com a reza do terço nas casas e em janeiro de 1999 foi rezada a primeira missa pelo Padre Cláudio Menegazzi. Foi então feita uma votação para escolher o nome da padroeira, que acabou sendo Nossa Senhora da Primavera, com a festa no dia 22 de setembro – início da primavera. Todo fim de semana havia celebração nas casas, até ser adquirido um terreno para a comunidade, e aos poucos se construiu Centro Comunitário. A imagem da Padroeira foi encomendada pela paróquia e feita especialmente para a comunidade. Outros Núcleos: São João Batista (Assentamento I), Divino Espírito Santo (Assentamento II), São Francisco de Assis (Assentamento III), Santa Isabel (Vila Santana), São Vicente de Paulo (Jardim Macarenco), São Lucas (Bairro Três Pontes), Madre Teresa de Calcutá (Parque Franceschini), Santa Margarida Maria (Vila Juliana), Nossa Senhora de Guadalupe (Parque Florença) e Santa
Luzia (Dante Marmirolli).
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Comunidade de São B enedito
Sant´Ana – Vida e Cul to Quase nada se sabe ao certo sobre os pais de Maria Santíssima, pois os livros do Novo Testamento nada dizem sobre eles. O pouco que se sabe sobre Sant´Ana vem dos livros apócrifos, como o Proto-Evangelho de São Tiago, o Pseudo-Mateus e o Evangelho de Maria. São livros escritos nos primeiros tempos do Cristianismo na tentativa de completar informações não encontradas nos Evangelhos. A Igreja não os reconheceu como inspirados, porém não os condenou. São livros que apresentam sempre um núcleo de verdade e de história. Segundo esses livros, os pais de Maria foram Joaquim e Ana; o pai de Ana chamava-se Matan e era de Belém; Joaquim era galileu. É uma tradição muito antiga e universal na Igreja que Ana e Joaquim eram velhos e estéreis quando Deus os premiou com o nascimento de Maria. O nome de Ana é hebraico e se escreve Hannah e exprime a ideia de “graça”. Joaquim também é hebraico e significa “Javé prepara e fortalece”. Pelos seus nomes se vê que eles tinham uma missão divina: preparar o caminho para a vinda de Jesus.
Paróquia de Sant´Ana - 100 anos | Capítulo 1 |
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O cul to de Sant´Ana na Igreja Segundo São Gregório Nisseno (século IV) e Santo Epifânio, o culto de Sant´Ana é muito antigo entre os cristãos orientais. Os hinos gregos e as homilias dos Santos Padres também o comprovam. No ano 550, o Imperador Justiniano I construiu, em Constantinopla, uma igreja dedicada à “avó de Jesus Cristo e Mãe da Virgem Maria”, Como diz o escritor francês Monsenhor Mermillod, “a cidade imperial não era a única privilegiada...” Nas ilhas mais remotas do Ocidente e nas regiões longínquas do Oriente nos séculos passados erguiam-se majestosas igrejas a Sant´Ana.
Em 636, quando Jerusalem foi tomada pelos muçulmanos, existia uma basílica dedicada a Sant´Ana. Hoje essa igreja magnífica está restaurada. No seu altar-mor, há uma estátua famosa: Sant´Ana ensinando a Sagrada Escritura à sua filha Maria, tema que inspirou muitos artistas, como por exemplo, o grande pintor espanhol Murilo. Em 705, Justiniano II construiu outra igreja a Sant´Ana na capital do Império Romano do Oriente. Os cristãos sírios cultuavam Sant´Ana com o nome de Dina, no dia 25 de julho. Mas os orientais, em geral, celebravam junto a festa da Natividade de Nossa Senhora ou com a festa da Assunção. No Ocidente, o culto de Sant´Ana é conhecido só depois do século VIII. É desse século, uma curiosa pintura existente no nicho da Basílica de Santa Maria Antiga, em Roma, que mostra três mães, cada uma com seu filho: Maria com o Menino Jesus, Isabel com João Batista e Ana com a Virgem Maria. Na Idade Média, a devoção é encontrada em vários em 1378, atendendo ao pedido de vários bispos ingleses, permitiu que na Inglaterra fosse celebrada com pompa litúrgica a festa de Sant´Ana. Em 1425, Copenhagem, na Dinamarca, um Concílio Provincial ordenou a celebração da festa de Sant´Ana, no dia 9 de dezembro. Na Áustria, Hungria, Boêmia, Polônia e França havia templos dedicados à mãe de Maria. Mas foi só em 1584, no tempo de Gregório XIII, que a festa da Santa Mãe de Maria começou a ser celebrada com Missa e festa litúrgica. Em 1621, Gregório XIV quis que a festa de Sant´Ana fosse de preceito.
Finalmente, em 1879, o Papa Leão XIII determinou que a festa de São Joaquim e Sant´Ana fosse elevada a rito de segunda classe e obrigatória em toda a Igreja.
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países da Europa Ocidental. O Papa Urbano VI,
O cul to de Sant´Ana no Brasil Foram os jesuítas que trouxeram a devoção a Sant´Ana para o Brasil desde os primeiros tempos coloniais. Em quase todas as cidades brasileiras mais antigas encontram-se capelas, igrejas ou imagens de Sant´Ana. Hoje, há 29 cidades no Brasil com o nome de Santana, (só perde para São José, com 61 municípios com seu nome), sem contar as centenas de fazendas, sítios, paragens, colégios e instituições. O nosso caboclo se refere a ela com respeito, dizendo: “Nossa Mãe Senhora Sant´Ana”. Sant´Ana é padroeira principal nas arquidioceses de Botucatu e de São Paulo e nas dioceses de Caicó, Coari, Goiás. Itupeva, Tianguá, em todo o Estado de Goiás e na Prelazia de Óbidos. Ela é titular nas catedrais de Botucatu, Barra do Piraí, Caetité, Coari, Feira de Santana, Iguatu, Itapeva, Mogi das Cruzes, Óbidos, Ponta Grossa, Tianguá e Uruguaiana. É titular também nas cidades de Caicó, Coari, Goiás, Itapeva e Ponta Grossa. É padroeira secundária na Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro. Na Arquidiocese de Campinas, há seis paróquias sob a invocação de Sant´Ana: Campinas (2) Vinhedo, Valinhos, Souzas e Sumaré. Assim, fica fácil entender porque os primeiros moradores de Sumaré construíram, há mais de Paróquia de Sant´Ana - 100 anos | Capítulo 1 |
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cem anos, uma capela e a dedicaram a Sant´Ana.
Sacristães da Matriz É interessante notar como o sacristão era uma figura importante na Igreja. Antigamente, ele aparecia até nos relatórios que o Vigário enviava, anualmente, à Cúria, e aparecia às vezes no Livro Tombo da Paróquia. A título de curiosidade registramos aqui alguns nomes de sacristães na Paróquia de
Sant´Ana de Suimaré.
Em 1944 – Wadih Maluf
Em 1921 – Antenor Bianchi
Em 1948 – Milton Roberto
Em 1923 – Sebastião Lucchi
Em 1989 – Fernando Fova
Em 1924 –Sebastião Lucchi
Em 1995 – Francisca Telma Bastos de Souza
Em 1935 – Oscar Nulli
De 1997 a 2014 – Aparecida Garcia Zancheta
Em 1937 – Nicolau Licio
De 2013 a 2014 – Elina Ap. Amaral da Silva
Em 1938 – Francisco Lício
Paróquia de Sant´Ana - 100 anos | Capítulo 1 |
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Dom Joaquim Mamede, o Bispo que Nasceu em Sumaré
Paróquia de Sant´Ana - 100 anos | Capítulo 1 |
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Joaquim Mamede da Silva Leite era filho de Bento da Silva Leite e Benta de Cravalho da Silva Leite. Bento nasceu em Atibaia (1836), e em 1876 era agricultor em Rebouças. Nesse ano, a 18 de agosto, nasceu Joaquim, que dez dias depois, era batizado pelo padre Francisco de Abreu Sampaio, como consta no Livro de Batizados da Paróquia de Santa Cruz, em Campinas. Foram padrinhos Antonio Firmino de Carvalho e Silva e Dona Luiza Monteiro de Carvalho e Silva. Segundo o testemunho de Dona Mariquinha Raposeiro (nascida em Jacuba em 1863 e em 1879 moradora de Rebouças), Dom Mamede nasceu em Sumaré na fazenda que hoje (1995) é propriedade dos Vaughan. Há poucas referências sobre a infância de Joaquim. Sabe-se que ele estudou em Rebouças com o professor Joaquim Ladeira. Consta também que estudou em Campinas na Escola Particular “Ghirlanda” de Malachias Ghirlanda e na “Escola Paroquial dos Acólitos” sob a orientação do Cônego João Batista Nery, amigo da família Leite. Conforme declaração de próprio punho, em 1889 Joaquim estudava com o Padre Nery, na Matriz Velha, e morava na casa dele. Em 21 de maio de 1890, morreu o pai de Joaquim e dez dias depois morreulhe também a mãe, ambos vítimas da febre amarela que assolou Campinas, na época. Joaquim e seu irmão Maximiano ficaram sob a tutela do tio Francisco Monteiro de Carvalho e Silva, que autorizou a entrada dos dois para o Seminário. Em agosto de 1890, Joaquim foi para o Seminário Episcopal de São Paulo, onde ficou até 1895, quando recebeu as ordens menores. Nesse mesmo ano foi enviado a Roma e ali formou-se em Filosofia pela Universidade Gregoriana. Quando o Padre Nery foi sagrado bispo do Espírito Santo, convidou Joaquim para concluir seus estudos de Teologia no Seminário da Penha. Em 1900, no dia 24 de maio, Dom Nery conferia a ordenação sacerdotal ao diácono
infância pobre e mendigos. Disse Monsenhor Henrique de Magalhães que “o campo predileto de ação do saudoso bispo eram os hospitais e as prisões... os redutos onde vão ter os vencidos da vida”. Durante 17 anos D. Mamede foi também Comissário da Ordem Terceira do Carmo, como ainda foi Diretor do Apostolado da Oração e de outras confrarias religiosas no Rio de Janeiro. Falecendo D.Leme, a arquidiocese carioca teve como sucessor D. Jayme de Barros Câmara, que também muito prestigiou nosso biografado. Dom Jayme tem seu nome ligado à História de Sumaré por causa de uma escola com seu nome. Em março de 1947, já com 71 anos, foi o velho bispo convidado pelos padres Lazaristas de Petrópolis a fazer algumas ordenações. Aceitou com satisfação. Antes, porém, de realizar as cerimônias, faleceu na madrugada do dia 22, no Seminário dos Lazaristas.
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Dom Joaquim Mamede da Silva Leite
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Joaquim Mamede da Silva Leite. Logo depois, ele foi nomeado Administrador do Santuário da Penha e Vigário de Vila Velha. Quando, em 1901, Dom Nery se transferiu para a Diocese de Pouso Alegre (MG), o Padre Joaquim Mamede o acompanhou como secretário particular, depois Cura da Catedral, depois reitor do Seminário e Diretor do Ginásio Diocesano. Em 1904, foi nomeado Cônego Honorário da Catedral de Pouso Alegre e dois anos depois o Papa Pio X concedeu-lhe o título de Monsenhor e Prelado Doméstico de Sua Santidade. Em 1908, foi criada a Diocese de Campinas e D. Nery foi escolhido para ser seu primeiro bispo. Dom Mamede permaneceu em Pouso Alegre até 1912, quando, após uma viagem à Europa, em companhia do irmão Maximiano, foi convidado pelo bispo de Campinas para encardinar-se na Diocese. Amigo de longa data, D. Nery nomeou-o Visitador Diocesano com amplos poderes. Em 1916, foi eleito e sagrado bispo Titular de Sebaste de Laodicéia e Auxiliar de Campinas. Já com idade avançada e saúde enfraquecida, D. Nery teve no amigo um colaborador infatigável. Dois anos depois, D. Mamede foi nomeado bispo de Caratinga (MG). Sentindo o agravamento de saúde de D. Nery, achou por bem pedir à Santa Sé que o conservasse em Campinas. Em fevereiro de 1920 Dom Nery faleceu e foi eleito Vigário Capitular da Sede Vacante D. Joaquim Mamede, ocupando esse cargo até a nomeação do sucessor D. Francisco de Campos Barreto. Em agosto de 1920 D. Mamede foi novamente para a Europa e, quando voltou, foi convidado por seu amigo D. Sebastião Leme para morar no Rio de Janeiro. Na antiga Capital Federal D. Mamede exerceu seu apostolado, principalmente com os pobres, os encarcerados, os inválidos, as empregadas domésticas,
A s Capelas Antigas da Paróquia de Sant´Ana A fé e a religiosidade do povo brasileiro sempre se manifestaram no expressivo número de capelas, santas-cruzes e cruzeiros encontrados em todo o território nacional. Sumaré não fugiu à regra. Consultando fontes manuscritas do Arquivo da Cúria Metropolitana de Campinas e, ouvindo algumas pessoas mais antigas, encontramos várias capelas pertencentes a Rebouças nas primeiras décadas do século. No Bairro de Santo Antonio havia uma capela, em 1920. Era particular. Chamava-se Capela de Santo Antonio. Provavelmente, ficava na fazenda dos Bordon. No Cemitério de Rebouças, havia uma capela particular desde 1919. Era da família Gazzeta e existe ainda hoje. Não tem mais que seis metros quadrados, mas é bonita e está bem conservada. A capela atual do Cemitério é de data bem mais recente. Em 1920 há uma autorização do bispo de Campinas para celebração de missa no Núcleo Colonial Nova Veneza. Não se sabe se a missa foi celebrada em alguma capela ou numa casa particular. O certo é que em 1924 havia em Paróquia de Sant´Ana - 100 anos | Capítulo 1 |
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Nova Veneza a Capela de Nossa Senhora do Rosário. Ela foi construída pelos Campo Dall´Orto. Há referência também a uma capela de Nossa Senhora do Rosário, na Fazenda Pindaúba, que ficava na região de Nova Veneza atual. Será a mesma ou se trata de outra? O que se sabe é que, em 1867, existiu essa fazenda. Por isso é difícil saber se a capela da fazenda Pindaúba é a mesma de Nova Veneza. Outra capela, que pertencia a Rebouças, é a de Nossa Senhora Aparecida que ficava no Bairro dos Amarais e aparece nos documentos desde 1924. Mas, segundo José Bosco, 71 anos, que nasceu e sempre morou no Bairro do Matão, existiu uma capela dedicada à Nossa Senhora Aparecida desde 1908, construída por João Carlos do Amaral, pai
do ex-prefeito de Campinas Francisco Amaral. Essa
Parece tratar-se de duas capelas distintas, pois
capela durou até 1947/1948, quando foi demolida.
estão em bairros diferentes.
Via Anhanguera. A igreja atual é de 1948.
O Bairro da Terra Preta, hoje em Hortolândia, também possuía sua capela. Pelo menos em 1935, há
O Bairro do Matão também tinha sua capela: a
referência à capela de Santo Antonio nesse local. No
do Senhor Bom Jesus, que aparece no relatório anual
Bairro do Cruzeiro, havia a Capela de São Sebastião,
da Cúria de 1923. Ainda, segundo José Bosco, ela foi
desde 1935. Nesse ano, há notícia também da
construída em 1917, quando a maleita ceifava muitas
Capela de São Gonçalo, no Bairro do Quilombo, que
vidas no bairro. Foi dedicada, primeiramente, à Nossa
ficava perto de Nova Odessa. Aliás, bem antes, em
Senhora do Bonte Bérico e, logo depois ao Senhor
1924, um jornal de Monte Mor anunciava “leilão de
Bom Jesus. Esse templo foi tombado pelo Conselho
prendas” na capela de São Gonçalo, no Bairro do
de Defesa do Patrimônio de Sumaré (CONDEPHAEA)
Quilombo.
e o povo do Matão espera há tempo sua restauração
No Bairro da Taquara Branca, finalmente, havia
arquitetônica. Essa igreja está muito ligada à história
a Capela do Senhor Bom Jesus. Ela é certamente
do lugar, pois as festas religiosas eram tradicionais,
bem antiga, mas só encontramos referência a ela em
muito concorridas, e reuniam todos os moradores do
1942, quando o padre Cristóvão Porfirio, vigário de
Matão e vizinhança.
Rebouças, teve procuração para recebê-la a favor da
No Matão, havia outra capela, muito pequena,
Mitra Diocesana.
mas muito antiga. Era dedicada à Santa Clara. Ficava
Como se vê, são bem limitadas as informações
ao lado do antigo Grupo Escolar, na atual Avenida
que temos sobre as capelas antigas da Paróquia
Emilio Bosco. Era primitivamente uma Santa Cruz,
de Sant´Ana. Todavia é preciso registrá-las para a
das muitas que existem por todo o Brasil.
história, antes que essas poucas notícias se esvaiam
No Núcleo Colonial Nova Veneza, na Fazenda São Luiz, que fora adquirida pelo Estado, em 1910, havia a capela de São Luiz, desde pelo menos 1923. Não há sinais dela atualmente. A capela de São Francisco, em Jacuba, só é mencionada a partir de 1936, mas deve ser mais antiga. Do mesmo modo, é a referência à capela de Santa Cruz, no Bairro de Santa Cruz, sobre a qual nenhuma alusão encontramos. No Bairro Paraizo, em 1935, há indicação de outra Capela Santa Cruz.
no tempo.
103 Paróquia de Sant´Ana - 100 anos | Capítulo 1 |
Ficava em frente à atual igreja da Aparecidinha, na
A Pedra Fundamental da Igreja Matriz Dentro das comemorações do 75º aniversário da criação da Paróquia de Sant´Ana,em 1989, e com a autorização do Arcebispo Metropolitano de Campinas, foi aberta urna contendo os documentos da pedra fundamental da Igreja Matriz. A urna, que estava embutida numa das paredes da sacristia, tinha sido colocada a princípio (no ano de 1947) atrás da antiga Igreja, aproximadamente, onde hoje se encontra a estátua de Cristo Redentor, na Praça em frente da atual Matriz. Na urna de mármore branco havia o pergaminho do lançamento da pedra fundamental da nova Igreja Matriz, cinco moedas de metal, a saber, de dez, vinte e cinquenta centavos, uma moeda de um cruzeiro e outra de dois cruzeiros; cinco medalhas, a saber, de N. Senhora Aparecida e Coração de Jesus, do Coração de Jesus e do Coração de Maria, de N. Senhora Aparecida Paróquia de Sant´Ana - 100 anos | Capítulo 1 |
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e da Basílica de Aparecida, de São Domingos e de N.Senhora Aparecida e, finalmente, uma de São José. Havia também dois exemplares do jornal “A Tribuna”, um exemplar dos jornais “Correio Popular”, “Jornal de São Paulo”, “Diário de São Paulo”, “Lar Católico”, um exemplar da revista ”Ave Maria” e um “Boletim Mariano”, todos de março e abril de 1947. Havia também um “Agnus Dei” de tecido. E finalmente, dois selos postais comuns. Tudo estava em bom estado de conservação. No pergaminho de papel vegetal lia-se o seguinte:
EM NOME DA SANTÍSSIMA TRINDADE. AMEM. ESTA PEDRA FUNDAMENTAL DA NOVA MATRIZ DE SANT ´ANA DE SUMARÉ RECEBEU A BÊNÇÃO LITURGICA PELO EXMO E REVMO SNR D. PAULO DE TARSO CAMPOS E FOI AQUI SOLENEMENTE LANÇADA. NO ANO DA INCARNAÇÃO DO VERBO DE MCMXLVII NO IX ANO DO PONTIFICADO DE S.S. PIO XII NO IV ANO DA TRANSFERENCIA DE S. EXMA REVMA DOM CARLOS CARMELO DE VASCONCELLOS MOTTA CARDEAL PRESBÍTERO DA IGREJA CATÓLICA APOSTÓLICA ROMANA NO TITULO DE SÃO PANCRACIO PARA TERCEIRO ARCEBISPO DE SÃO PAULO NO VI ANO DA TRANSFERENCIA DE S. EXCIA REVMA DOM PAULO DE TARSO CAMPOS PARA III BISPO DE CAMPINAS NO II ANO DO GOVERNO DO EXMO SNR GENERAL EURICO GASPAR DUTRA PRESIDENTE DA REPUBLICA DO BRASIL NO I ANO DO GOVERNO DO EXMO SNR ADEMAR DE BARROS NO ESTADO DE SÃO PAULO NO IV ANO DO PAROQUIATO DO REVMO SNR PE. JOSÉ GIORDANO PÁROCO DE SUMARÉ FALANDO NA SOLENIDADE O EXMO E REVMO SNR DR. EMILIO JOSÉ SALIM VICE REITOR DA PONTIFICIA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO NO II ANO DA INAUGURAÇÃO E NO I DE PONTIFICIA DA UNIVERSIDADE CATOLICA DE SÃO PAULO NO DIA 6 DE ABRIL. RESSALVA: POR FORÇA MAIOR NÃO COMPARECEU O ORADOR ANUNCIADO USANDO A PALAVRA O REVMO SNR CGO JOSÉ NARDIN. PAULO DE TARSO Bispo de Campinas
Assinam o documento: José Ricatto, Amador Menuzzo, Nicolau Carone, Alfredo Teixeira, Plínio
Bazan, Rodrigo G. Guimarães, Arquiteto B. Benedito de Jesus Netto.
Giometti, Caetano Giordano, Antonio Hebert, Lauro
Depois de fotografada a urna, e todo o seu
de Castro, F. Giordano Filho, Cônego José Nardin,
conteúdo anotado e recolocado em seu lugar de
Dionísio Giordano, Luiz Fructuoso, Juvenal de
origem, ela foi novamente lacrada. Ao invés, porém,
Vasconcellos, Pe. José Giordano, Eugênio Graupner,
de recolocá-la na sacristia, onde estava antes, a
Eduardo Vasconcellos (Presidente), Quintino de
sobredita urna foi embutida na parede lateral da
Paula Mandonet, Manoel de Vasconcellos, Padre
atual igreja matriz, à esquerda de quem entra pela
Carlos Menegazzi, Atilio João Giordano, Sebastião N.
porta da frente.
Paróquia de Sant´Ana - 100 anos | Capítulo 1 |
105
Lista dos Párocos da Paróquia de 25 de novembro de 1920 a 18 de janeiro de 1923.
1914
1
Paróquia de Sant´Ana - 100 anos | Capítulo 1 |
106
19 de setembro de 1925 a 8 de setembro de 1925.
3
Pe. Miguel Guilherme
Pe. José Murillo
2
14 de abril a 4 de novembro de 1935. No período de 4 de novembro de 1935 a 15 de fevereiro de 1936, a paróquia ficou anexada ao Curato da Catedral.
Padre Antonio Maria Vieira
4
9 de outubro de 1914 a novembro de 1920.
6
Pe. Manoel Guinot Bernat
9
8
Pe. Thiers Pellice Licio
20 de março a 15 de julho de 1936. 18 de janeiro de 1923 a 7 de maio de 1924. No período de 28 de junho de 1924 a 19 de setembro desse mesmo ano a freguesia de Rebouças foi anexada à Vila Americana. O atendimento religioso era feito pelo Padre Victor Randuá, de Americana.
Pe. Cristovam Porphirio de Almeida Machado
7
5
Pe. Epiphanio Estevam
17 de julho de 1936 a 7 de janeiro de 1941.
Pe. Manoel Soares Pinheiro
Pe. Estanislau Mosciaro
11 de dezembro de 1943 a agosto de 1954. No período de 4 de agosto de 1954 a 25 de abril de 1955, quem respondeu pela Paróquia de Sant´Ana foi o Cônego Nazareno Magi, de Americana. O cargo de vigário de Rebouças estava vago.
10
Pe. José Giordano
23 de janeiro de 1941 a 27 de dezembro de 1942. No período de 11 de janeiro a 11 de dezembro de 1943, a Paróquia ficou anexada à Paróquia de Americana.
8 de setembro de 1925 a 14 de fevereiro de 1934. No período de 10 de fevereiro a 10 de agosto de 1928 o Padre Mosciaro se ausentou da paróquia, ficando em seu lugar vários padres de Campinas. Outra ausência sua foi de 20 de junho de 1930 a 1º de maio de 1931. Nesse período, quem respondeu pela paróquia foram os padres de Campinas, especialmente o Cônego João Alexandre Loschi. O terceiro afastamento do vigário foi de 14 de fevereiro a 24 de julho de 1934 quando novamente a paróquia ficou anexada ao Curato da Catedral.
Sant´Ana de Sumaré (1914-2014) de 6 de fevereiro de 2003 a 3 de dezembro de 2007.
31 de outubro de 1987 a agosto de 1998. 16 de fevereiro de 1979 a 13 de abril de 1986.
Pe. Carlos Gomes Malho
Pe. Pedro Tomazini
11
13
12
Pe. Constantino Gardinalli
17
15
14
Pe. Angelo Marighetto
16
Pe. Mansur Rodrigues Mansur
28 de agosto de 1972 a fevereiro de 1979.
25 de abril de 1955 a 24 de junho de 1963.
Pe. Cláudio Menegazzi
Pe. Luiz Antonio Guedes
18
05 de janeiro de 2011 (nomeação).
Pe. Carlos José Nascimento
19
Pe. Paulo Crozera
2014
20
Pe. Elisiário Cesar Cabral
agosto de 1998 a 31 de janeiro de 2003.
15 de abril de 1986 a 31 de maio de 1987.
2 de janeiro de 2008 a 5 de dezembro de 2010
107 Paróquia de Sant´Ana - 100 anos | Capítulo 1 |
24 de junho de 1963 a julho de 1972.
Datas Expressivas na História da Paróquia
Paróquia de Sant´Ana - 100 anos | Capítulo 1 |
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1870 - Criação da Paróquia de Santa Cruz, hoje paróquia do Carmo, em Campinas, à qual pertencia Rebouças. 18/08/1876 – Nasce em Rebouças Dom Joaquim Mamede da Silva Leite. 1887 - Início da construção da primeira capela de Sant´Ana no povoado de Rebouças. 1889 - Inauguração da capela de Rebouças. 1904 - Construção da nova capela em lugar da antiga 1908 - Criação da Diocese de Campinas desmembrada da Diocese de São Paulo 1910 - O Padre Angelo Ronsini é nomeado capelão de Rebouças 1913 - O Padre Joaquim da Fonseca vem morar em Rebouças e é construída a Casa Paroquial 09/10/1914 - Decreto criando a Paróquia de Sant´Ana de Rebouças 11/10/1914 - Instalação oficial da Paróquia de Sant´Ana por Dom Mamede 1915 - São modificados os limites geográficos da Paróquia 1916 - Construção do coreto no Largo da Matriz 1920 - Falecimento de Dom João Nery e nomeação de Dom Francisco de Campos Barreto para substituí-lo na Diocese de Campinas 1927 - Reformas na Matriz: torre, pintura e nova instalação elétrica 1937 - Fundação da Conferência de São Vicente na Paróquia e reforma da igreja e da Casa Paroquial 1939 - 25º aniversário da criação da Paróquia de Sant´Ana 1941 - Falecimento de Dom Francisco Barreto, substtuido por Dom Paulo de Tarso Campos no ano seguinte 1947 - Inauguração da Via-Sacra na Matriz e lançamento da pedra fundamental da nova Matriz
23/03/1947 - Falece em Petrópolis Dom Mamede 24/08/1948 - Criação da Paróquia de N.S. das Dores em Nova Odessa, desmembrada da Paróquia de Santo Antonio de Americana e da Paróquia de Sant´Ana 1949 - Demolição da antiga Matriz 19/03/1950 - Inauguração oficial da nova Matriz 1954 - Chega de Portugal a imagem de N.S. de Fátima doada por Joaquim Ferreira Gomes 1957 - Lançamento da Pedra fundamental da nova capela de N.S. do Rosário, em Nova Veneza, depois Igreja de São Francisco 1958 - A Diocese de Campinas torna-se Arquidiocese. 09/10/1958 - Falece em Roma o Papa Pio XII 28/10/1958 - É eleito o novo Papa:João XXIII 24/12/1958 - Inauguração do relógio da Matriz às 23h45 minutos 21/04/959 - É realizado na Paróquia o primeiro Curso de Preparação para o Casamento 15/1/1959 - Lançamento da pedra fundamental da Igreja de São Francisco de Assis, em Hortolândia (que fazia parte da paróquia de Sant´Ana) 08/12/1959 - É criada a Paróquia de São Francisco de Assis, em Nova Veneza, desmembrada da Paróquia de Sant´Ana de Sumaré e entregue aos Frades Capuchinhos 13/03/1960 - Lançamento da pedra fundamental do Seminário São Francisco em Nova Veneza 21/05/1961 - Lançamento da pedra fundamental do Instituto Assistencial Pio XII no Jardim São Paulo (creche) 11/10/1962 - abertura do Concílio Vaticano II 03/06/1963 - Falecimento do Papa João XXIII
criação da Paróquia de Santa Teresinha 16/08/1998 - Ordenação presbiteral do diácono Paulo César G. Ferreira Agosto/1998 - Lançamento do livro História da Paróquia de Sant´Ana em sua primeira edição, obra escrita a pedido do Padre Mansur. 01/10/1998 - Criação da Paróquia de Santa Teresinha Fevereiro 2.000 - Criação do EACP – Equipe de Animação e de Coordenação Paroquial 2001 - 14º Congresso Eucarístico Nacional na Arquidiocese 2003 - Reformas na Matriz: altar, pia batismal, ambão e cadeira presidencial em granito Julho 2004 - Inauguração da Casa de Sant´Ana Abril 2005 - morte de papa João Paulo II e eleição de Bento XVI Junho 2006 - assinatura do projeto “Ação para a Vida” 2009 - Inauguração do CenFel 2009 - Reformas no Centro Pastoral Nossa Senhora Aparecida Maio 2009 - Ereção canônica da Ordem Franciscana Secular na Paróquia 09/09/2009 - Ordenação diaconal de Luiz Antonio Ferreira Quental 28/08/2011 - Falecimento de Dom Bruno Gamberini 15/04/2012 - Nomeação de Dom Airton José dos Santos para a Arquidiocese de Campinas Fevereiro 2013 - Renúncia de Bento XVI e eleição do Papa Francisco 2013-2014 - Celebração do Centenário da Criação da Paróquia 09/10/2014 - Lançamento do livro Paróquia de Sant´Ana 100 Anos.
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21/06/1963 - Eleição do Papa Paulo VI 10/07/1964 - Primeira missa em português na igreja Matriz 1964 - 50º aniversário da criação da Paróquia 12/1965 - É trocado o telhado da igreja Matriz por telhas francesas 24/01/1966 - Início da construção da igreja Matriz de Hortolândia 06/12/1966 - Posse de Dom Antonio Maria Alves de Siqueira como Arcebispo de Campinas 27/09/1968 - Dom Paulo de Tarso Campos renuncia e assume Dom Antonio M.A. de Siqueira 02/11/1970 - Inauguração da capela do Cemitério Municipal de Sumaré 21/08/1971 - Pela primeira vez são investidos três Ministros Extraordinários da Eucaristia na Paróquia 24/12/1975 - Nomeação de Dom Gilberto Pereira Lopes como Arcebispo Coadjutor de Campinas 06/08/1978 - Falecimento do Papa Paulo VI 1978 - Pontificado de João Paulo por 33 dias 16/10/1978 - Eleição do novo Papa João Paulo II 15/10/1979 - Criação da Paróquia de Hortolândia, desmembrada da Paróquia de Sant´Ana 30/06/1989 - Ordenação diaconal dos seminaristas João Batista Silvestre, Sebastião dos Santos, e presbiteral do diácono João Pereira de Abreu, as primeiras acontecidas em Sumaré 1989 - 75º aniversário da criação da Paróquia de Sant´Ana 15/12/1989 - Ordenação presbiteral do diácono João Batista Silvestre 25/01/1992 - Criação da Paróquia de São Paulo Apóstolo 26/07/1992 - Criação da Associação de Sant´Ana Janeiro/1997 - Nomeação de Dom Luiz Antonio Guedes para Bispo Auxiliar 28/07/1998 - Entregues oficialmente aos Coordenadores de Comunidades e Pastorais as “Diretrizes para uma Ação Pastoral” 11/08/1998 - Aprovada pelo Conselho de Presbíteros a
A s Comemorações do Centenário
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Para comemorar condignamente o centenário da criação da Paróquia de Sant´Ana (1914-2014) foi criada, em 2013, a Comissão do Centenário, que ficou encarregada de, juntamente com o pároco, pensar e organizar um calendário de eventos. Eles tiveram início em julho de 2013 e se estenderam até outubro de 2014, quando foi lançado o livro da história da Paróquia que o leitor tem em mãos. Fizeram parte desse jubileu vários eventos, como a abertura com missa solene concelebrada,no dia 26 de julho, com a presença do Monsenhor João Luiz Fávero, representando o senhor Arcebispo de Campinas, e a apresentação no mesmo dia, à tarde, da Orquestra Sinfônica de Campinas. Em setembro (dia 15), fazendo parte das comemorações apresentou-se na Matriz de Sant´Ana o coral Ziper na Boca da Unicamp, com números de canto e coreografia, prendendo a atenção de todos. Em dezembro (dia 12) outra bela apresentação, desta vez do coral “Casa das artes e Batutinhas” de Itapira, que apresentaram uma Cantata de Natal com lindas peças musicais, muito aplaudidas pelos presentes. De fevereiro a abril de 2014 a Paróquia organizou a Peregrinação da imagem de Sant´Ana por toda a Paróquia, permanecendo uma semana em cada Comunidade. Foram momentos muito ricos de oração e integração entre as Comunidades, com o objetivo de incentivar a devoção à Padroeira e fortalecer o sentido de unidade, criando de fato uma rede de comunidades. Em maio (dia 5) aconteceu na Matriz um espetáculo diferente: a apresentação da Dança Circular de Holambra, um espetáculo artístico religioso, que atraiu a atenção de todos. As pastorais da Paróquia caminham cada uma com o propósito de melhorar cada vez mais seu desempenho, e se dedicam à Igreja com amor, sempre produzindo frutos para a construção do Reino. O pároco, muitas vezes, refere-se com carinho aos agentes pastorais e os incentiva a prosseguirem nessa caminhada. Mas para que os trabalhos pastorais sejam mais profícuos, conhecidos
Coral da Unicamp “Ziper na Boca”
Missa da abertura das Comemorações do Centenário
Visita da imagem à Comunicade Candelária
Dança Circular na Matriz
Interior da Matriz em julho de 2014 com nova iluminação para celebração do Centenário
Cantata de Natal pelo Coral de Itapira
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Concerto didático para as crianças da catequese
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e valorizados por toda a Paróquia, realizou-se no Centro de Pastoral Nossa Senhora Aparecida uma exposição sobre as pastorais. Às vezes uma pastoral desconhece o que a outra faz! Foi chamada Feira Pastoral. Nela, cada pastoral mostrou, mediante cartazes, textos, símbolos, objetos etc. o que cada uma realiza, seus objetivos, sua organização, suas expectativas. Durante o mês de junho e julho, (2014) em todas as Celebrações da Eucaristia na Matriz, as Pastorais e Movimentos também foram mostrados à Comunidade, mediante banners e símbolos representativos acompanhados de explicações aos fiéis, para que fosse atingido o maior número possível de pessoas. Foi unânime a opinião de que essa iniciativa alcançou pleno êxito na Paróquia. Ainda fazendo parte do Centenário, em junho (dia 14), as crianças da Catequese tiveram uma manhã diferente, ouvindo e vendo a Banda Sinfônica de Sumaré, que ofereceu exclusivamente a elas um Concerto Didático, quando elas tiveram a oportunidade de aprender e ouvir as funções de cada instrumento musical. Em procissão desde o Centro de Pastoral, a imagem de Sant´Ana veio conduzida por uma carroça ornada de flores e foi efusivamente aplaudida ao chegar à Matriz antes da Missa de encerramento. Com muita solenidade e simplicidade, no dia 26 de julho foi rezada na Matriz a missa de encerramento do Centenário, com a presença de muitos padres da Forania e do Monsenhor João Luis, representante do senhor Arcebispo. Na tarde desse mesmo dia, a Paróquia promoveu um Ato Cívico Religioso, dentro da própria igreja, com a presença das autoridades municipais e de grande público presente, animado pela Banda Sinfônica Municipal de Sumaré. Em agosto (dia 10) aconteceu a Romaria a Aparecida do Norte, quando centenas de paroquianos, em 12 ônibus fretados, acompanhados pelo seu pároco,
Abertura da Feira de Pastoral
Chegada da imagem de Sant´Ana para a Missa de encerramento
Ato Cívico Religioso
estiveram na Basílica da Padroeira do Brasil, para agradecer e pedir a Deus por nossa.Paróquia em seus cem anos de vida.
Missa de Encerramento do Centenário
Celebração Eucarística em Aparecida do Norte
Divulgação do Centenário Para melhor divulgar o Centenário e marcar esse fato na memória de todos, foram confeccionados também a logomarca, a bandeira e o hino do Centenário. Por sua vez, a Associação Pró-Memória de Sumaré preparou, em sua sala de exposições, uma boa mostra de fotos, intitulada Presença da Igreja em Sumaré. O evento foi de 23/06 a 18/07/2014 e recebeu muitas visitas. Eram fotos cedidas pelo acervo da Instituição que ilustravam a história da Paróquia na cidade. Outra exposição fotográfica, também preparada pela Paróquia e pela Pró-Memória, com fotos dos vitrais da Matriz, foi mostrada nos espaços do Banco Santander e do Lions Clube, nos meses de junho e julho, denominada Arte Sacra em Sumaré. Em outubro, essa mostra foi exposta no Centro de Memória Thomaz Didona. Ainda fazendo parte da festa do Centenário, a Associação Pró-Memória, a Paróquia e o Lions Club prepararam um jantar em que serão homenageados os ex- párocos de Sant´Ana, quando receberão um diploma de honra ao mérito. Além disso, a Associação Pró-Memória abriu espaço para a Paróquia participar do II Fórum do Patrimônio e Memória de Sumaré e da Revista Pró-Memória, publicação anual da entidade. Finalmente, em outubro foi lançado o livro PARÓQUIA DE SANT´ANA – 100 ANOS, numa edição bem cuidada e fartamente ilustrada, em que se conta, desde o início, toda a trajetória da vida da Igreja em Sumaré até nossos dias.
Cânticos para o Centenário
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Missa do encerramento do Centenário
Por ocasião do Jubileu da Paróquia e para difundir a devoção à padroeira, instituiu-se um concurso para a escolha do Hino Oficial do Centenário. Dos concorrentes, a Comissão escolheu dois hinos que passaram a ser cantados durante o ano, além do hino de autoria da Irmã Míria e do Padre Lúcio Floro. Logomarca do Centenário
Bandeira do Centenário (à direita)
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Centro Pastoral Nossa Senhora Aparecida
I – Fontes primárias manuscritas
1. Livro Tombo da Nova Freguesia de N. S. da Conceição das Campinas (1776-1801). 2. Livro Tombo da Paróquia de N.S. da Conceição de Campinas (1863-1912). 3. Livro Tombo da Paróquia de Santa Cruz da Cidade de Campinas (1870). 4. Livro de Batizados da Paróquia de Rebouças (1914-1919). 5. Livro de Casamentos da Paróquia de Rebouças (1914-1920). 6. Livros de Óbitos da Paróquia de Rebouças (1921-1956). 7. 1º Livro Tombo da Paróquia de Rebouças (1937-1959). 2º Livro Tombo da Paróquia de Sant´Ana (1959-1987). Livro Tombo da Paróquia de Sant´Ana (1998-2010) 8. Livro de Provisões da Diocese de Campinas (1908-1964), 14 vols. 9. Livro “Sacerdotes da Diocese de Campinas” (1927-1956), 3 vols. 10. Livro “Histórico das Paróquias de Campinas” (1923). 11. Livro “Licença para Sacerdotes” (1927). 12. Livro “Capelas Provisionadas das Paróquias da Diocese de Campinas” (1922). 13. Livro de Atas da Congregação Mariana da Igreja Matriz de Sant´Ana (1944-1970).
1. Relatórios da Diocese de Campinas (19151947). 2. “O Mensageiro” – Órgão das Associações Católicas da Diocese de Campinas (1914). 3. Ascânio Brandão, Sant´Ana Mãe da Mãe de Deus, Edições Paulinas, São Paulo (1954). 4. José Leite (org.), Santos de Cada Dia (1954), vol. II, Editorial Braga (1985).
III – Fontes secundárias 1. “PRO ARIS ET FOCIS” - obra anônima sobre a Igreja do Carmo (1939).
2. Poliantheia do Cinquentenário da Diocese de Campinas (1908-1958). 3. Monografia Histórica do Município de Campinas. IBGE, Rio de Janeiro, 1952. 4. Brito, Jolumá. História da Cidade de Campinas, vol. XVIII. 5. Toledo, Francisco Antonio de. Uma História de Sumaré – Da Sesmaria à Indústria, São Paulo, Imprensa Oficial do Estado, 1995. 6. Crozera, Padre Paulo - Relatório para o livro Tombo – Paróquia Sant´Ana de Sumaré – Período 2003-2007 - 898 pp. Edição particular impressa em papel sulfite A4 e encadernada.
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Bibliografia
II – Fontes primárias impressas
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