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Instituto SENAI de Inovação fomenta a Indústria Nacional

por Carlos Alberto Coelho, SENAI

Reconhecido por seus projetos em Pesquisa Desenvolvimento e Inovação, o ISI tem se destacado pela tecnologia e inovação nos serviços prestados ao setor industrial

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Há mais de 80 anos o SENAI é referência em educação profissional para a indústria no Brasil e os desafios do setor inspiraram a instituição a ir além, tornando-se um dos maiores centros indutores de tecnologia e inovação para a indústria.

A Rede de Institutos SENAI de Inovação foi criada para atender as demandas da indústria nacional, e tem como foco de atuação a pesquisa aplicada, o emprego do conhecimento de forma prática no desenvolvimento de novas tecnologias e soluções customizadas às empresas ou de ideias que gerem oportunidades de negócios. Os institutos trabalham em conjunto, formando uma rede multidisciplinar e complementar, entre si e em parceria com a academia, com atendimento em todo território nacional.

Figura 2. Linha do tempo e conquistas

A rede é composta por 26 unidades em todo Brasil, sendo que três estão no Estado de São Paulo: Biotecnologia, Manufatura Avançada e Materiais Avançados. Desde sua criação em 2013, mais de R$1,2 bilhão foi mobilizado em mais de 1300 projetos de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I). A estrutura conta com mais de 930 pesquisadores, sendo que cerca de 52% são mestres ou doutores.

Por serem reconhecidos como Instituições de Ciência e Tecnologia (ICT), os Institutos SENAI de Inovação possuem acesso às diversas fontes de financiamento não-reembolsáveis para projetos de PD&I. Atualmente, 15 institutos compõem unidades EMBRAPII - Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial e têm adesão a recursos para financiamentos de projetos estratégicos.

A história dos institutos com o SENAI Mario Amato, começa há cerca de três décadas, com a implementação do Serviço de Apoio Tecnológico (SAT) em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo. Confira a linha do tempo e as conquistas realizadas ao longo desses anos (Figura 2).

O Instituto SENAI de Inovação em Materiais Avançados e Nanocompósitos (ISI) atua em diferentes áreas, como mobilidade, saúde, meio ambiente, cosmética, embalagens, energia, petróleo e gás, dispondo de infraestrutura moderna, com laboratórios tecnológicos avançados e equipados, prontos para atender às demandas do setor, com destaque para a área de nanomateriais, desenvolvendo pesquisa, desenvolvimento e aplicações do material, inclusive o grafeno e suas derivações.

A equipe técnica formada por pesquisadores doutores e especialistas empenhados exclusivamente às atividades de PD&I e serviços complexos é outro grande diferencial da unidade.

O ISI trabalha incessantemente para gerar e transformar conhecimentos científicos e tecnológicos em produtos, processos e protótipos com viabilidade técnica, além de melhorar a qualidade dos produtos colocados no mercado interno e externo.

Em 2020, o Instituto passou a ser uma unidade credenciada da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (EMBRAPII), que juntos, desenvolvem projetos de PD&I na área de Tecnologia de Materiais Sustentáveis, com foco na sustentabilidade e economia circular, desenvolvendo compósitos de fibras curtas e fibras longas, polímeros termoplásticos e termofixos, tintas, resinas e solventes, elastômeros e cerâmicas. Em 2021, se tornou membro da rede EMBRAPII-MCTI de Grafeno, desempenhando papel importante na pesquisa aplicada ao emprego de grafeno em diversos materiais.

Recentemente, o Instituto SENAI de Inovação em Materiais Avançados e Nanocompósitos firmou uma parceria com a Gerdau Graphene, com uso de recursos da EMBRAPII, para o desenvolvimento de masterbatches com grafeno em resinas termoplásticas. O projeto procura explorar o grande potencial do grafeno em resinas poliméricas, um dos campos de aplicação do nanomaterial.

“A parceria entre o SENAI/SP – Materiais Avançados e a Gerdau Graphene, nos dará a oportunidade de desenvolver novos materiais, tendo o grafeno como aditivo, melhorando as propriedades de diversas formas, sejam elas mecânicas ou térmicas. O projeto como um todo, será de grande importância para alavancar o uso do grafeno na indústria brasileira”, ressalta Gustavo Spina, coordenador de Tecnologia do ISI.

Ainda no campo de pesquisa aplicada, o Instituto SENAI de Inovação em Materiais Avançados está desenvolvendo um projeto em sinergia com a empresa Coberdobra, que visa o desenvolvimento de formulações e aplicações de sistemas de revestimento com adição de nanomateriais, especialmente no gerenciamento térmico, e tem como finalidade o conforto dos ambientes, além de reduzir o consumo de energia elétrica investido em climatização, aumentando a durabilidade de produtos acondicionados nos armazéns.

Foi realizada também uma parceria com a Biopolix, num

Figura 3. Laboratório de Materiais Avançados

projeto que se encontra em fase final, e irá estimular o uso de nanomateriais no mercado industrial. O projeto Talheres Biodegradáveis, se encaixa entre linhas de materiais avançados e sustentabilidade, com o intuito de desenvolver um protótipo de talher biodegradável para a substituição de descartáveis convencionais que hoje utilizam resinas de fontes fósseis. A proposta de alteração da resistência mecânica dos biomateriais e seu processamento por injeção resultarão em um novo produto biodegradável para o mercado de alimentos e bebidas.

Direcionado às demandas do meio ambiente, o SENAI/SP – Materiais Avançados participa, em parceria com 13 participantes - entre produtores, end-users e recicladores - da Rede pela Circularidade do Plástico na busca por alternativas para o resíduo pós-consumo oriundo de embalagens flexíveis, com foco em multicamadas e BOPP já que tais materiais apresentam desafios para a reciclagem em escala. “O ISI faz parte de uma estratégia do SENAI para tornar indústria brasileira mais competitiva no mundo em que vivemos, e com certeza trará grandes avanços para a sociedade em todos os âmbitos. Proporcionamos soluções inovadoras e tecnológicas aos mais diversos setores e claro, trazendo junto profissionais qualificados pela própria escola. O SENAI Mario Amato conta com cursos livres, graduação e pós-graduação na área química e de polímeros para aqueles que desejam seguir carreira na área de materiais avançados”, finaliza Spina.

Carlos Alberto Coelho é químico e mestre em Produção e Inovação Tecnológica pelo ITA - Instituto Tecnológico de Aeronáutica. Há 16 anos atua no SENAI -SP e atualmente é diretor da Escola e Faculdade de Tecnologia SENAI Mario Amato e diretor dos Institutos SENAI de Inovação em Materiais Avançados e Tecnologia em Meio Ambiente.

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