Centro de Humanização e Naturalização do Parto
CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO RIBEIRÃO PRETO ARQUITETURA E URBANISMO
EMMANUELLA SEABRA FERREIRA
CENTRO DE HUMANIZAÇÃO E NATURALIZAÇÃO DO PARTO ARQUITETURA E A HUMANIZAÇÃO NO AMBIENTE DE NASCER
Trabalho apresentado ao Centro Universitário de Ribeirão Preto, como requisito para a obtenção do título de Arquiteta e Urbanista, sob a orientação das Professoras: Catherine D`andrea e Tânia Maria Bulhões Figueira.
Ribeirão Preto 2019
Toda conquista realizada por alguém requer apoio e confiança daqueles que cruzam seus caminhos.
Gostaria de agradecer a Deus primeiramente, por ser minha força e por ter colocado em minha vida pessoas certas para que pudesse realizar mais um sonho. Agradeço e Dedico este trabalho: À minha Família, que foi capaz de me proporcionar esta oportunidade de concluir mais uma fase acadêmica e que sempre me apoiou e me deu todo o suporte necessário com muito amor e compreensão. À meus amigos, que tive a honra de compartilhar momentos únicos e especiais. Às Professoras Catherine D`andrea e Tânia Maria Bulhões Figueira que me orientaram durante este trabalho e a todo o corpo docente do curso de Arquitetura e Urbanismo que foi responsável por minha formação.
Juntamente com as mudanças relacionadas as práticas obstétricas no Brasil, os projetos arquitetônicos voltados para a realização de partos e nascimentos também estão sendo revistos. As medidas de humanização da assistência ao parto e ao ambiente em que este irá acontecer, tem a intenção de proporcionar conforto e bem-estar as parturientes, puérperas, recém-nascidos e seus familiares, proporcionando melhores momentos e o estreitamento dos laços afetivos familiares. Desta forma, a arquitetura para o ambiente de nascer é um dos elementos mais importantes que compõe o conceito de humanização, delimitando o modo de estar e ocupar o ambiente. A ambiência contribui para o processo de recuperação do paciente e qualifica o espaço de saúde através de elementos como a cor, a forma, a relação com a natureza, que estimulam sensações e comportamentos positivos aos usuários. O objetivo do presente trabalho é desenvolver um Projeto Arquitetônico de um Centro para Partos Espontâneos Naturais, com a proposta de ser um espaço planejado para o atendimento de mulheres grávidas, desde o pré-natal, realização do parto e pós-parto/pediatria, utilizando técnicas contemporâneas para a humanização da arquitetura hospitalar, baseada em um programa com estratégias bioclimáticas e de automação que atendam aos parâmetros de conforto e ambiência dos espaços construídos. O método utilizado para o desenvolvimento do trabalho foi análises bibliográficas, análises documentais e estudo de projetos de referência. Conclui-se que a arquitetura tem elementos que se aplicados de forma correta e harmônica são capazes de fornecer melhor qualidade de vida aos usuários . Palavras-Chave Humanização; Arquitetura; Centro de parto natural;
Along with the changes related to obstetric practices in Brazil, architectural projects aimed at delivering births and births are also being reviewed. The humanization measures of childbirth care and the environment in which it will take place, are intended to provide comfort and well-being to parturients, mothers, newborns and their families, providing better moments and the strengthening of family affective bonds. Thus, architecture for the environment of birth is one of the most important elements that make up the concept of humanization, delimiting the way of being and occupying the environment. Ambience contributes to the patient's recovery process and qualifies the health space through elements such as color, shape, relationship with nature, which stimulate positive feelings and behaviors to users. The aim of this work is to develop an Architectural Project of a Center for Natural Spontaneous Births, with the proposal of being a planned space for the care of pregnant women, from prenatal, delivery and postpartum / pediatrics, using contemporary techniques for the humanization of hospital architecture, based on a program with bioclimatic and automation strategies that meet the comfort and ambience parameters of the built spaces. The method used for the development of the work was bibliographic analysis, documentary analysis and study of reference projects. It is concluded that the architecture has elements that if applied correctly and harmoniously are able to provide better quality of life to users. Keywords Humanization; Architecture; Center for Natural Spontaneous Births;
Na civilização moderna, a gestação, o parto e a amamentação passaram a ser vistos como um fenômeno complexo. Para Mello,1966, desde crianças as mulheres foram doutrinadas a enxergar o parto como um sinônimo de sofrimento, um dos momentos mais difíceis da vida adulta, e em consequência disso, criou-se um progressivo sentimento de temor e preocupação. Esse medo tornou-se o grande perturbador da harmonia neuromuscular do trabalho de parto e o sonho de maternidade foi tomado por medo e apreensão. A preocupação em oferecer maior segurança à vida materna e neonatal acabou por institucionalizar o momento do nascimento. O parto que comumente acontecia em casa, sob os cuidados de parteiras e o apoio familiar, passou a acontecer quase que plenamente em ambiente hospitalar a partir de meios cirúrgicos. A cultura da indução operada quase que imposta como melhor alternativa pela sociedade e pelos médicos durante o período de pré-natal e a desinformação acerca das vantagens do parto natural faz mesmo parturientes que desejam ter o parto natural mudarem de ideia e optar pela cesárea. Com isso, pode ocorrer uma ocupação desnecessária nos leitos hospitalares de parturientes saudáveis - que poderiam dar à luz de forma natural – tirando os leitos de parturientes que apresentem gravidez de risco mais acentuado. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a prática de cirurgia cesárea deveria representar apenas 15% dos nascimentos – ou seja, aqueles que apresentam complicações que impedem a realização do parto natural – e, hoje, no Brasil é realizada na maioria dos casos, representando 52% deles. O relatório da Organização Mundial da Saúde, intitulado “Assistência ao Parto Normal: Um Guia Prático” (1996), preconiza que a mulher deva dar à luz em local mais próximo possível de sua casa e sua cultura. Sendo assim, o parto poderia até acontecer em casa, mas, no Brasil, devido à existência de grandes cidades, e disparidades físicas, econômicas e sociais, é fundamental que se estabeleça um tipo de unidade de saúde pública capaz de oferecer atendimento ao parto natural, de modo que seja acessível à maioria conhecê-lo e optar por ele. A humanização de ambientes em arquitetura, seja para qualquer finalidade, se tornou parte integrante e essencial para os resultados de bons projetos, garantindo saúde, bemestar e apropriação do espaço pelo usuário, de forma a estabelecer entre este e o lugar um vínculo humanista e mais efetivo.
Estes pré-requisitos se tornam ainda mais essencial quando a arquitetura é voltada para momentos delicados, como atendimentos voltados à saúde. Uma das diretrizes da Política Nacional de Humanização (PNH) do Ministério da Saúde se trata da valorização da ambiência, a qual se liga à ideia de que um espaço saudável é resultado da produção adequada de um ambiente construído a fim de promover conforto a seu usuário. Assim, cabe então ao arquiteto o planejamento destes espaços para que a ambiência atenue as sensações indesejadas relacionadas aos tratamentos de saúde, principalmente , no caso do presente trabalho, quanto ao trabalho de parto. Tais diretrizes também estão associadas à reestruturação da preparação das equipes de profissionais para o atendimento humanizado à família. No âmbito de atendimento às mulheres gestantes, a humanização, já adotada no Brasil, vem agregada ao conceito de naturalização do parto, ou seja, traz de volta o protagonismo da mulher no ato de dar à luz a seu filho, assim surge um novo espaço para a execução destas ações, a Casa de Parto Natural Espontâneo, ou também conhecida popularmente como Centro de Parto Normal (CPN), em que este apresenta ambientes que remetem às características de uma residência e recebe a família de forma acolhedora. Diante destas considerações, este trabalho final de graduação tem como objetivo desenvolver um Projeto Arquitetônico (PA) em nível de anteprojeto de um Centro para Partos Espontâneos Naturais, com a proposta de ser um espaço planejado para o atendimento de mulheres grávidas, desde o pré-natal, realização do parto e pós-parto/pediatria, utilizando técnicas contemporâneas para a humanização da arquitetura hospitalar, baseada em um programa com estratégias bioclimáticas e de automação que atendam aos parâmetros de conforto e ambiência dos espaços construídos. Fundamentado nestes conceitos será desenvolvido um espaço em que possa ser realizada as atividades necessárias, com qualidade suficiente para se tornar um atrativo na busca pela inversão das taxas de ocorrências de cesáreas no país, trazendo assim uma melhoria nos atendimentos à mulher e podendo devolver a ela o papel mais importante na hora do parto. Enquanto Trabalho Final de Graduação do curso de Arquitetura e Urbanismo, o presente trabalho tem como meta reunir e consolidar os conhecimentos obtidos ao longo deste, de modo a se tornar um reflexo de todo o meu percurso pela graduação.
O nascimento é um evento genuinamente natural que, historicamente, possui um caráter íntimo. Nas mais diferentes culturas em torno do mundo, o nascimento sempre representou um momento vivenciado e compartilhado por mulheres. Em muitos lugares, o parto acontecia apenas com a intervenção da própria mãe que se estabelecia como um agente ativo neste acontecimento, vivenciando-o de forma plena. O ato de dar à luz é um evento único dentro do universo humano, inerente à nossa natureza, faz parte do processo que dá continuidade à nossa espécie, e, o corpo feminino foi especialmente concebido para executar tal função. (COELHO,2003). Embora na antiguidade clássica já houvesse algum interesse dos ditos médicos nesta área, partejar, por um longo período, foi tradição exclusiva das mulheres, até o Renascimento. No século XVI, no entanto, esta tradição começou a sofrer regulamentações, sejam elas governamentais ou da Igreja, submetendo as parteiras das cidades europeias a exames prestados junto a comissões municipais ou eclesiásticas. O objetivo fundamental dessa regulação era garantir ao Estado emergente e á Igreja que não seriam realizados abortos e infanticídios, já que se exigia da parteira, examinada pelas comissões, o vinculo com a fé católica, saber batizar o recémnato moribundo assim como moral e reputação ilibadas. (MELLO,1983).
Com a tradição do parto domiciliar praticado por parteiras, o ensino prático da obstetrícia demorou muito a ser implantado efetivamente. O discurso médico da metade do século XIX, relativo á obstetrícia se caracterizou pela defesa da hospitalização do parto e pela criação de maternidades, ao mesmo tempo que colocou em dúvida a competência das parteiras (VIEIRA, 2008). Apesar de tudo, no Brasil a evolução do estudo médico obstétrico foi lenta e enfrentou dificuldades. A resistência das mulheres em utilizar os hospitais para o parto relaciona-se a vários fatores, tais como: a tradição de abrigo aos pobres nos hospitais; a moralidade da época, pois apenas mulheres indigentes e prostitutas faziam seus partos em hospitais; além da relação em expor o corpo ao olhar médico masculino. No ano de 1889, as mulheres conquistaram o direito de acesso ás escolas de medicina, e voltaram a partejar com o título de médicas, porém com o pensamento intervencionista já instaurado, oficializando a hospitalização do parto e desviando o controle, antes dominado pela parturiente, para dar destaque, poder e protagonismo aos médicos. (VIEIRA, 2008). Ao longo do século XIX surgiram também diversas descobertas em torno da origem microbiológica das infecções, assim como conhecimento em técnicas anestésicas. Os trabalhos de Pasteur (1864) sobre o papel das bactérias como agentes de enfermidades, assim como os bacilos de Kock (1876) que tornou visível os perigos do contágio, foram reveladores para quebrar as crenças nos miasmas, até então considerados como os principais responsáveis pela contaminação hospitalar.
As regulamentações da prática de partejar exigiam que as parteiras chamassem os físicos ou cirurgiões. Durante o século XVII, na Inglaterra, as parteiras tentaram juntar-se várias vezes ao college of physicians, porém sem sucesso. Sem acesso, portanto, ao conhecimento científico da época, sem poder frequentar às universidades, e, subordinadas aos físicos e cirurgiões, elas foram aos poucos perdendo a hegemonia da prática obstétrica. Com o advento do capitalismo industrial, a A partir de então, foram desenvolvidos estudos em prol de prática médica se consolidou como exercício monopolizado e combates a estes agentes, que resultaram nas evoluídas reconhecido. (MELLO,1983). técnicas de esterilização que existem hoje em dia. A saúde foi No Brasil, após a instalação da corte, várias parteiras tomada pela ciência e as técnicas cirúrgicas evoluíram a cada estrangeiras radicaram-se aqui e a profissão passou a ser dia. Desta forma, o momento do nascimento também absorveu regulamentada com exames prestados ao cirurgião-mor do essas técnicas e a cirurgia cesariana tornou-se, no Brasil, mais reino. Em algumas províncias foi criada a cadeira de parto nos popular do que o próprio parto natural. (TOLEDO, 2008). Hospitais de Misericórdia para mulheres que desejassem aprender o oficio. (SANTOS FILHO, 1947).
Como consequência da hospitalização do parto e da retirada do controle da mulher, novas condutas foram implantadas sempre em benefício do médico, visando seu maior conforto e controle do evento. Dessa forma, a maioria das novas técnicas não beneficiava, necessariamente, a parturiente. A primeira imposição foi a horizontalização do parto e a implementação da posição de litotomia (figura 01), pela qual a parturiente encontra-se deitada com o dorso voltado para a mesa.
Figura 01, Posição de litotomia. Fonte: www.auladeanatomia.com
Essa posição propiciou melhor visão ao médico, que permanecia em postura confortável ao trabalho, porém deu início a uma série de alterações negativas ao fluxo natural do parto, indo de encontro com as características fisiológicas originais do corpo feminino, prejudicando o andamento do parto e a expulsão do feto, já que tal posição se opõe á força gravitacional que auxilia o movimento natural do corpo no trabalho de expelir; sendo menor o auxílio das forças naturais, e maior consumo de energia do corpo da parturiente (COELHO,2003).
Outra prática imposta foi a episiotomia, que configura-se por uma incisão efetuada na região do períneo para ampliar o canal de parto. Foi uma técnica criada no século XVIII pelo médico irlandês Felding Ould, com a sugestão de que o procedimento poderia evitar uma laceração do tecido muscular (LOBO,2010). Porém a própria definição faz-se contraditória ao indicar a criação de uma laceração para evitar uma possível espontânea. A episiotomia tornou-se um procedimento deliberado, caracterizando violência obstétrica, ao ser praticado sem a autorização da parturiente e foi condenado pela Organização Mundial da Saúde recentemente. O principal resultado de todo esse processo de medicalização e hospitalização do parto é o uso excessivo de intervenções cirúrgicas e a deliberação da cesárea como um ato rotineiro, deixando de lado as indicações cientificas que alertam as consequências negativas do ato cirúrgico. Então, o parto torna-se quase que na totalidade dos casos um evento cirúrgico de alto risco, e não mais como um evento biologicamente natural. A epidemia de cirurgias cesáreas, consideradas assim pela OMS, apesar de ocorrer em diversos países, tem destaque no Brasil, que apresenta um dos maiores percentuais do mundo de intervenções cirúrgicas no parto (figura 02). A Organização Mundial da Saúde, desde 1985, recomenda que a taxa de cirurgias cesarianas seja de 10% a 15%, porém, no Brasil, segundo o Ministério da Saúde, em 2017 apenas nos serviços de saúde pública foram realizados 41,9% de partos por cirurgia cesariana, o que já passa das recomendações, sem contar com o sistema privado.
Em sua tese, Coelho (2003, p.12) cita Sabatino (1996): A partir da década de 1950, nos Estados Unidos, começam a surgir trabalhos que chamam atenção para os prejuízos maternos e fetais ocasionados pela posição horizontal no momento do parto. Estes estudos chegam á conclusão de que esta posição aumenta consideravelmente o esforço materno durante o período expulsivo, sendo mais prejudicial à parturiente. No Uruguai e na Inglaterra da década de 1960, pesquisas sugerem a adoção da posição verticalizada durante o parto, sendo desenvolvidas cadeiras especiais para tal. Mesmo assim estes trabalhos não tiveram aceitação no meio científico, e até hoje encontram resistência dos mais conservadores. (SABATINO, 1996, apud COELHO, 2003, p.12)
Figura 02, Índice de cesáreas por pais. Fonte: Organização Mundial da Saúde, 2007.
Em consequência da evolução na tecnologia da medicina, atualmente existem três classificações de tipologias de partos, sendo estas: Parto Natural, Parto Normal e a Cesárea. O Parto Natural é o que ocorre de maneira espontânea, sem intervenção de terceiros, comandado pela mulher devido a sua capacidade natural de gestar e parir, respeitando o tempo gestacional necessário para o desenvolvimento adequado do bebê. O Parto Normal é aquele que ocorre por meio vaginal, porém com características intervencionistas da prática médica, em que o processo é comandado pelo médico e são aplicadas técnicas invasivas como uso de hormônios sintéticos, analgésicos e anestesia, procedimentos cirúrgicos locais como a episiotomia, imposição da posição horizontal, além de outras imposições rotineiras que variam de um lugar para o outro. A Cesárea é o parto via procedimento cirúrgico, pelo qual é realizado um corte no abdômen depois outro corte no útero para a retirada do bebê. Por ser um procedimento cirúrgico requer uso de anestesia e materiais cirúrgicos para sua realização. É um procedimento que pode salvar a vida da gestante se feito quando realmente houver necessidade, porém, ao ser realizado em qualquer caso, a parturiente está, como em qualquer cirurgia, exposta a correr riscos, sejam estes na administração da anestesia, nas porcentagens de infecção aumentadas, hemorragia, além do processo de recuperação cirúrgica ser mais moroso e, muitas vezes, doloroso. Desta forma, a parturiente teria respectivamente duas opções principais sendo elas o Parto Natural e o Parto Normal, porém na maioria dos casos o médico durante o pré-natal já impõe algum problema para que esta não possa realizar o parto de sua escolha e sim a cesárea. Segundo Melchiori (2009, p.2): A prática do parto cesariano tem sido recorrente, especialmente entre as clínicas particulares, e nem sempre se trata de uma opção que atende às reais necessidades psicossociais das gestantes, mas favorece interesses diversos dos profissionais envolvidos. Por exemplo, ao determinar a cirurgia cesariana, o(a) médico(a) pode manejar o tempo de duração do parto e o horário de realização, auferir maiores ganhos financeiros, associar o procedimento cirúrgico de cesariana com a execução de ligação tubária e ainda esconder a falta de preparo na condução de partos normais. (MELCHIORI, Lígia Ebner et al.)
A importância de existir assistência pré-natal adequada é fundamental, uma vez que, a partir do oferecimento de informações precisas que auxiliem as gestantes a compreenderem melhor os riscos e os benefícios, os mitos e as crendices relacionados ao parto, bem como sobre a condição pessoal, é que as gestantes poderão se sentir mais tranquilas e seguras em relação ao parto, seja ele qual for. Mediante estas considerações, o Ministério da Saúde, no Brasil, tem incentivado por meio de campanhas e portarias programas de humanização do Pré-Natal e Nascimento, para melhorar a atenção especifica ás, gestantes, ao recém nascido e á mãe no período de pós-parto, no sentido de fornecer todas as informações necessárias para o conhecimento deste processo. Estas informações incluem todas as ações e procedimentos que acontecem no decorrer de um parto natural humanizado. Este tipo de parto possibilita adotar uma postura ativa, movimentar o corpo, receber massagens, realizar o banho terapêutico, exercícios com a bola e o cavalinho. Ressaltam o protagonismo da mulher, considerando que é ela quem vai dar à luz. Os profissionais estão presentes somente para auxiliar, ela participa e vê o nascimento do seu filho, sente e sabe o que está acontecendo, tanto a mulher como a criança se ajudam, nesse sentido, tal parto é considerado um evento natural na vida da mulher. Estudos reafirmam a preferência feminina pelo parto natural, associada à qualidade da relação com o bebê, à vivência do protagonismo, maior satisfação com a cena do parto, evitar as complicações da cesárea, menor sensação dolorosa e a melhor recuperação no pós-parto, com a alta hospitalar e o retorno ás suas atividades diárias mais cedo. Comportamentos de reconhecimento e aproximação podem ser percebidos no contato pele a pele entre mãe e bebê, logo após o nascimento, num processo de identificação, agora concreto e sem barreiras físicas. Para isso, as mães utilizamse dos sistemas sensoriais e observam as repercussões em seus bebês, estabelecidos no toque da pele, na fala e no reconhecimento de suas vozes, o ato de cheirar os seus bebês e a troca de olhares, quase como uma revelação.
Com a participação das mulheres no parto natural, floresce um sentimento maternal, uma cumplicidade entre mãe e bebê, que a faz considerar-se mais mulher e sentir-se realmente mãe. Esse dado evoca a discussão de que “mãe de verdade é aquela que sente dor”, no que diz respeito à natureza da dor de parto e à capacidade de superá-la. Um componente natural e essencial da maternidade que, embora represente sofrimento, as mulheres expressam desejo de vivenciar e sentem-se capazes de tolerar. O parto natural como uma experiência maior que a experiência física, centrada na sua mente, que lhe dá força para lidar com o nascimento (VELHO,2014).
A discussão sobre as intervenções médicas negativas é importante para o entendimento do processo evolutivo do parto e para a justificativa da implementação de novos métodos e ambientes para a humanização do atendimento, já que as intervenções inapropriadas têm relação direta com a hospitalização do parto, condição que aumenta significativamente o uso desses métodos. (COELHO,2003). O conceito de atenção humanizada é amplo e pode contemplar diversos significados, mas, a partir de sua aplicação ao contexto da assistência obstétrica e neonatal, envolve um conjunto de conhecimentos, práticas e atitudes que visam á promoção do parto e do nascimento saudáveis e á prevenção da morbimortalidade materna e perinatal. (MANUAL REDE CEGONHA, 2018). O modelo humanista privilegia o bem-estar da parturiente e de seu bebê, buscando ser o menos invasivo possível, considerando tanto os processos fisiológicos, quanto os psicológicos e o contexto sociocultural. Faz uso da tecnologia de forma apropriada, sendo que a assistência se caracteriza pelo acompanhamento contínuo do processo de parturição. Nessa concepção, além dos hospitais, o parto tanto pode ocorrer em casas de parto ou ambulatórios, sendo que se reservam os hospitais para casos em que comprovadamente são esperadas complicações, de forma a reduzir o tempo de transferência do setor de partos naturais para o de partos cirúrgicos. A presença de acompanhantes é incentivada e a parturiente pode escolher a posição que lhe é mais confortável para ter seu filho. Nesse modelo, a profissional de eleição é a obstetriz (profissional com curso de nível superior em obstetrícia) ou enfermagem obstétrica, responsável tanto pelo acompanhamento do processo de trabalho de parto como pela detecção precoce de problemas, quando então indica remoção para profissionais e unidades de saúde com condições adequadas para atender o caso. (MANUAL REDE CEGONHA, 2018).
Regido pela portaria nº 569, o Programa de Humanização no Pré-Natal e Nascimento foi instituído pelo Ministério da Saúde com a finalidade de fortalecer a aplicação dos parâmetros de assistência humanizada como novo modelo de atenção à gestante. O programa fundamenta-se no preceito de que a humanização é a principal estratégia para atingir a meta de adequação no acompanhamento do parto. Além deste programa, a Rede Cegonha também é uma das soluções impostas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) que, auxilia na humanização do atendimento à mulher e também tem como objetivo: I - fomentar a implementação de novo modelo de atenção à saúde da mulher e à saúde da criança com foco na atenção ao parto, ao nascimento, ao crescimento e ao desenvolvimento da criança de zero aos vinte e quatro meses; II - organizar a Rede de Atenção à Saúde Materna e Infantil para que esta garanta acesso, acolhimento e resolutividade; e III - reduzir a mortalidade materna e infantil com ênfase no componente neonatal. A rede propõe, para induzir as boas práticas de atenção ao parto e nascimento, a instituição de um novo dispositivo de atenção à saúde materna e infantil, qual seja as Casas de Gestante, Bebê e Puérpera. Além disso, investe na implementação de Centros de Parto Natural Intra e Perihospitalares. Os Centros de Parto Natural Intra e Peri-hospitalares são unidades de atenção ao parto e nascimento da maternidade/hospital, que realizam o atendimento humanizado e de qualidade ao parto natural sem distócia, ou seja, de inicio espontâneo após o período de 37 a 42 semanas de gestação completas e baixo risco do inicio ao fim do parto, que privilegiam a privacidade, a dignidade e a autonomia da mulher ao parir em um ambiente mais acolhedor e confortável e contar com a presença de acompanhante de sua livre escolha. (MANUAL REDE CEGONHA, 2018).
O edifício hospitalar normalmente está associado a um local de doença, de contaminação, por isso uma das características da arquitetura hospitalar até o final do século XX era a presença de neutralidade cromática. O hospital devia ser branco, para refletir a limpeza e assepsia, constituindo a própria representação do limpo e estéril. (ANVISA,2014). Porém a origem da palavra hospital vem do latim hospitalis, adjetivo que significa ser hospitaleiro, acolhedor. Portando deve ser um local que transmita um sentimento receptivo, de bem-estar; e a humanização parece ser a solução para tornar esses espaços mais acolhedores. (LUKIANTCHUKI; SOUZA, 2010). A humanização hospitalar constitui-se num conjunto de ações sobre diversas práticas e condições na prestação de serviços de saúde. A arquitetura pode ser um instrumento terapêutico se contribuir para o bemestar físico do paciente com a criação de espaços que [...] desenvolvam condições de convívio mais humano. (CORBELLA,2003 apud MARTINS, 2004, p.2) O atendimento focado no usuário e a criação dos espaços centrados no paciente, colaborando para a sua autonomia e estabelecendo adequadas relações psicológicas com o espaço que o acolhe, vem como resposta a esse processo de humanização. A compreensão do edifício hospitalar, assim como o planejamento e a qualidade de projetos de edifícios destinados ao atendimento à saúde com racionalização, adequação e humanização dos espaços, torna-se de fundamental importância. As significativas mudanças na atitude do parto e do nascimento têm, no entanto, promovido importantes impactos nas alterações do ambiente físico destinado a prover o atendimento da mulher e do neonato, particularmente nas duas últimas décadas. Uma grande variedade de projetos arquitetônicos e concepções referentes ao centro obstétrico e cirúrgico e dos demais ambientes de atenção ao parto têm proliferado, refletindo, de alguma forma, as mudanças filosóficas e práticas de abordagem do nascimento com ênfase na humanização (BITENCOURT, 2003; ODENT, 2003).
Uma das diretrizes da Política Nacional de Humanização (PNH), do Ministério da Saúde, trata da valorização da ambiência, de acordo com a organização de espaços saudáveis e acolhedores, e estas diretrizes relatam que um espaço saudável é resultado da produção adequada de um ambiente, construído a fim de promover conforto ao seu usuário. Durante os primeiros anos da década de 1990, começou a se distribuir pelo Brasil um modelo de assistência obstétrica recomendado pela OMS, que modificava o olhar do profissional de saúde sobre a parturiente e sua família, tratase da implantação dos Centros de Parto Natural. Tais centros, mais conhecidos como casas de parto humanizado, são unidades de atenção ao parto e ao nascimento que realizam atendimento humanizado, privilegiando a privacidade, a dignidade e a autonomia da mulher por meio de um ambiente mais confortável e acolhedor. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, PORTARIA Nº 11, 2015).
Os Centros de Parto Natural são unidades de saúde destinadas á assistência humanizada de alta qualidade exclusivo aos partos de baixo risco. A Portaria Nº 11 de 07/01/2015 do Ministério da Saúde redefine as diretrizes para a implantação e habilitação dos Centro de Parto Natural (CPN), no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), para o atendimento à mulher no período gravídico-puerperal, pelo qual se considera que a assistência à gestante deve priorizar a redução da mortalidade materna e perinatal, incluindo a humanização da assistência pré-natal, do parto e puerpério através do SUS. Dentre as atribuições definidas aos Centro de Parto Natural destaca-se o desenvolvimento de atividades educativas e de humanização visando a preparação das gestantes para o plano de parto, amamentação, acolhimento e avaliação das condições de saúde materna, permissão da presença de um acompanhante de escolha da gestante, garantia de assistência ao parto natural sem distócias ( de baixo risco) respeitando a individualidade de cada parturiente, acompanhamento do puerpério pelo período mínimo de 10 dias e integração com os programas de saúde da família e de agentes comunitários de saúde.
Os centros de parto natural atuam de forma conjunta e complementar ás unidades de saúde local, e podem ser instalados de forma integrada a um estabelecimento assistencial de saúde, sendo estes classificados como Centro de Parto Naturl Intra-hospitalar (CPNi) podendo ser do tipo I ou tipo II, ou Centro de Parto Natural Peri-hospitalar (CPNp). O Art. 6º da portaria especifica cada tipo de CPN, com os requisitos de que os CPNi`s devam estar localizados nas dependências internas do estabelecimento hospitalar; do tipo I deve possuir ambientes de fins exclusivos da unidade; e o de tipo II possuir ambientes compartilhados com o restante da maternidade; garantir a permanência da mulher e do recémnascido no quarto de Pré-Parto; Parto e Pós-Parto (PPP) durante o pré-parto e parto, podendo, após o puerpério imediato, serem transferidos para o alojamento conjunto. Já o CPNp pode estar localizado nas imediações do estabelecimento hospitalar de referência, a uma distância que deve ser percorrida em tempo inferior a 20 (vinte) minutos do respectivo estabelecimento, em unidades de transporte adequadas; garantir a transferência da mulher e do recémnascido para o estabelecimento hospitalar de referência, nos casos eventuais de risco ou intercorrências, em unidades de transporte adequadas, nas 24 (vinte e quatro) horas do dia e nos 7 (sete) dias da semana.
O programa tem a finalidade de oferecer um guia técnico para a construção, reforma ou ampliação das unidades de atendimento humanizado, oferecendo as informações para o desenvolvimento dos ambientes de forma que favoreça as gestantes que irão utilizar o centro e também a equipe técnica responsável. A cartilha traz a indicação de ambientes e áreas mínima necessárias para o funcionamento do CPN, que foram desenvolvidos por arquitetos e gestores envolvidos no Programa Nacional de Humanização, que alertam que não há um projeto padrão obrigatório, já que a principal finalidade do programa é possibilitar municípios, que não possuam arquitetos ou pessoas graduadas na área, possam agilizar a implementação de mudanças para o parto humanizado, podendo-se valer do projeto oferecido como base (Tabela 1 e Figura 3). Enumera como essênciais as atribuições assistenciais de acordo com a RDC Nº 50/2002, sala de recepção, acolhimento e registro da parturiente e acompanhante, sala de exames com sanitário anexo, quartos de Pré-parto, Parto e Pós-parto (PPP) com ou sem banheira e banheiro anexo, área de deambulação interna e externa, posto de enfermagem, além dos ambientes de apoio.
A norma especifica também a equipe necessária para o atendimento dos CPN`s, indicando um enfermeiro obstétrico ou obstetriz, como coordenador do cuidado e responsável técnico, dois enfermeiros obstétricos ou obstetriz, um técnico de enfermagem e um auxiliar de serviços gerais. A unidade pode contar também com uma equipe complementar composta por um médico pediatra ou neonatologista, e um médico obstetra. Além disso, o programa identifica a importância de profissionais humanizados no acompanhamento ao parto, recebendo parteiras e doulas. A normatização ganhou reforço no incentivo ao parto humanizado com o desenvolvimento do programa Rede Cegonha, que tem por objetivo fomentar a implementação de um novo modelo de assistência à mulher e à criança, com foco na atenção ao parto e ao desenvolvimento infantil até os 24 meses. A partir da complementação do projeto, foi publicada pelo Ministério da Saúde a cartilha de orientação para a elaboração de projetos arquitetônicos. Tabela 1. Tabela de Ambientes e suas respectivas dimensões mínimas. Fonte: Adaptado de Cartilha de Orientação para Projetos Arquitetônicos Rede Cegonha, Ministério da Saúde 2018.
Figura 3. Planta de Referência de um Centro de Parto Normal Peri-hospitalar. Fonte: Cartilha de Orientação para Projetos Arquitetônicos Rede Cegonha, Ministério da Saúde 2018.
O conforto ambiental consiste em desenvolver edificações de qualidade, com a criação de espaços confortáveis e que desenvolvam condições de convívio mais humanas e consequentemente atribuir qualidade de vida ao usuário. As dimensões hoje existentes, definidas pelas diversas legislações que determinam e conformam a construção dos espaços de saúde, foram estabelecidas sob padrões históricos de conforto que, priorizam e privilegiam mais o trabalho do profissional de saúde e os fatores vinculados ao ambiente cientifico e cirúrgico, do que os aspectos voltados ao conforto ambiental dos pacientes e demais usuários do espaço. De acordo com a Anvisa (2014) alguns dos aspectos mais fundamentais para o conforto são: a iluminação, as abordagens visuais, a acústica, o conforto hidrotérmico e ergonômico e as interferências olfatórias.
São alguns dos elementos principais quando se trata de conforto visual, pois a cor e a textura dos materiais presentes no ambiente sofrem interferência direta da luz, com isso devem ser realizadas escolhas de cores capazes de tornar o ambiente agradável independente do seu índice de reflexão. O clima tropical do Brasil proporciona condições para um maior aproveitamento da luz natural no interior das edificações. Além do mais, segundo Corbella (2003), a iluminação natural traz benefícios para a saúde, porque dá a sensação psicológica do tempo, tanto cronológico quanto climático, no qual se vive. A luz artificial, necessária à noite e nos dias nublados, deve ser vista sempre como uma complementação e nunca como uma substituição da natural. Devido ao ambiente hospitalar abrigar pessoas que lidam com fortes emoções como nascimentos, dor, angustia e morte, a cor passa a ter um significado diferente para estas pessoas. O uso das cores surge como uma tentativa de suprir as necessidades dos estímulos visuais, sendo uma ferramenta de transformação de ambientes, capaz de proporcionar sensação de bem-estar aos pacientes, acompanhantes e funcionários, durante o período que sofrem com todo o estresse hospitalar. A cor pode criar ilusões, influenciar diretamente os espaços e criar efeitos diversos como monotonia ou movimento e, com isso, diminuir ou aumentar a capacidade de percepção, concentração e atenção. (CUNHA, 2004). Déoux e Déoux (1996) não recomendam um ambiente monocromático, porque extensas superfícies de cor pura solicitam de modo exagerado e uniforme a retina, o que provoca cansaço visual e tendência à desconcentração.
Uma das atribuições da ciência da ergonomia é contribuir para uma melhor qualidade de vida. A própria origem da ergonomia reflete necessidades fundamentais voltadas para a função trabalho, destacando-se que a realização da atividade deve estar adequada a cada indivíduo, ao mesmo tempo em que a compreensão das exigências e das limitações humanas devem estar evidenciadas. (ANVISA, 2014). No caso dos ambientes de saúde, a sua atuação visa melhorar a adaptação dos insumos, ferramentas, equipamentos, estações de trabalho, processo de trabalho e a ambiência aos trabalhadores, buscando segurança, produção, conforto e saúde, contribuindo assim para a promoção da qualidade de vida De acordo com Jenkinson, Josey e Kruske (2014) as salas de parto devem ser espaçosas, além disso devem ser capazes de encorajar as mulheres a se sentirem mais livres e adotarem a posição na qual melhor se adaptam para o trabalho de parto. O ambiente deve impulsionar as gestantes a realizarem atividades, como caminhar e sentar, criando espaços voltados para o conforto nos quais as mulheres são mais suscetíveis a se sentirem relaxadas e seguras durante o trabalho de parto, mimetizando um ambiente familiar, diferindo-o de uma sala cirúrgica ou da sala de parto convencional. Segundo a cartilha de Orientação para Elaboração de Projetos Arquitetônicos Rede Cegonha (2018), os quartos PPP (Figura 4), dentre outros critérios, deve respeitar as seguintes recomendações: • •
Dispor de poltrona para uso do acompanhante; Dispor de berço e área de 4,00m² para cuidados de higienização do recém-nascido, onde é prevista a presença de uma bancada para acomodação de uma balança para recém-nascido e uma cuba com instalações de água fria e quente. Esse setor também deve contar com a instalação de oxigênio e sinalização de enfermagem para eventuais intercorrências; Prever a instalação de barra fixa e/ou escada de Ling;
•
O banheiro deve ter área mínima de 4,80m², com dimensão mínima de 1,70m. Nesse espaço deve ser prevista locação de um box para chuveiro que deve ter e dimensão mínima de 0,90 x 1,10m, com instalação de barra de segurança.
•
Instalação opcional de banheira com largura mínima de 0,90m e com altura máxima de 0,43m. No caso de utilização de banheira de hidromassagem, deve ser garantida a higienização da tubulação de recirculação da água. Quando isso não for possível, não deve ser ativado o modo de hidromassagem.
O cumprimento das especificações técnicas de quartos PPP visam atender aos seguintes parâmetros normativos relacionados ao CPN: • • •
• •
• • •
•
O Serviço deve promover ambiência acolhedora e ações de humanização da atenção à saúde; Garantir a privacidade da parturiente e seu acompanhante; Proporcionar condições que permitam a deambulação e movimentação ativa da mulher, desde que não existam impedimentos clínicos; Possibilitar que os períodos clínicos do parto sejam assistidos no mesmo ambiente; Garantir à mulher condições de escolha de diversas posições no trabalho de parto, desde que não existam impedimentos clínicos; Possibilitar o controle de luminosidade, de temperatura e de ruídos no ambiente; O Serviço de Atenção Obstétrica e Neonatal deve possuir um lavatório/pia por quarto; Os lavatórios para higienização das mãos podem ter formatos e dimensões variadas, porém a profundidade deve ser suficiente para que se lavem as mãos sem encostá-las nas paredes laterais ou bordas da peça e tampouco na torneira. Disponibilidade de equipamentos auxiliares para o parto, como uma bola, o cavalo e cordas, para que a mulher possa sempre ter a liberdade de escolha quanto aos métodos que irá utilizar.
Figura 4. Referência de Mobiliário para Quarto PPP. Fonte: ANVISA (2014).
Além dessas especificações, é importante que os quartos PPP sejam todos projetados com as diretrizes de acessibilidade, previstas na NBR 9050 (ABNT,2015), promovendo segurança e autonomia quanto ao uso das pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida.
Quando se trata de um quarto PPP, a liberdade para a vocalização (que corresponde aos gemidos e choros característicos do parto natural) corresponde a uma técnica facilitadora do parto, sendo assim o ambiente deve contar com o tratamento acústico capaz de assegurar a privacidade da parturiente, bem como o conforto acústico das demais dependências que compõe a edificação. Para promover tratamento acústico desejado ao tipo de ambiente estudado, evitando o vazamento de som do meio interno para o externo e vice e versa, pode-se utilizar dois tipos de materiais: convencionais e não convencionais. (NETA,2018; MEIRA,2018). Os materiais convencionais, que correspondem aos elementos comumente empregados na construção civil, como por exemplo, os blocos cerâmicos, o concreto, o vidro, a madeira, entre outros. Esses elementos apresentam características isolantes, porém nem sempre isolam o percentual de ruído produzido no ambiente ou em seu entorno. Para promover uma atenuação suplementar, faz-se necessária a associação ou a substituição dos materiais convencionais pelos materiais não convencionais.
Tabela 2. Subcategorias e preocupações definidas para as questões acústicas. Fonte: FUNDAÇÃO VANZOLINI (2007, p. 155); ANVISA,2014.
Já os materiais não convencionais, tratam-se de inovações desenvolvidas para isolar acusticamente diversos ambiente, como por exemplo: a lã de vidro, a lã de rocha, o drywall, entre outros. (CATAI et al, 2016). Além da aplicação dos materiais acima citados é indicada a criação de superfícies com potencial de absorção do som como por exemplo: elementos têxteis e superfícies com relevo. Esses elementos não limitam-se a estrutura da edificação, mas pode estar empregado no mobiliário e em elementos decorativos. (NETA,2018; MEIRA,2018).
Um ambiente de parto deve levar em consideração a existência de demandas individuais de conforto térmico, tendo em vista O termo conforto higrotérmico foi determinado de acordo com que as relações de conforto para cada usuário são bastante a Norma Técnica ABNT NBR 7.256 - Desempenho térmico de diversificadas. edificações: “Satisfação psicofisiológica de um indivíduo com as condições térmicas do ambiente” (ABNT, 2005, p. 3). É Em Maternidade segura, guia prático: proteção térmica para usado para definir a condição de conforto humano, levando neonatos, documento publicado pela Organização Mundial da em consideração condições de temperatura e umidade do Saúde (OMS) em 1997, afirma-se que a temperatura para a parturiente em centros obstétricos deve ser mantida próxima ambiente. dos 28 ºC. Tal recomendação considera o intenso e variado Segundo o pesquisador Olaf Fanger (1972), neutralidade trabalho fisiológico e biomecânico ao qual a mulher está térmica é a condição na qual uma pessoa não prefere nem submetida durante o parto, bem como o fato de ela estar sob mais calor nem mais frio em relação ao ambiente térmico em pouca cobertura térmica, característica das roupas utilizadas que se encontra. O corpo humano está em neutralidade em centros obstétricos. Os profissionais de saúde, médicos e térmica quando todo o calor gerado pelo organismo por meio corpo de enfermagem, demandam temperaturas em torno de do metabolismo é trocado em igual proporção com o ambiente 22 ºC devido às características de suas atividades e ao ao redor (FANGER, 1972). recobrimento térmico estabelecido pelo uso de vestimentas que protegem o corpo e criam condições mais favoráveis a temperaturas mais amenas (WHO, 1997; BITENCOURT, 2007). Ainda segundo o mesmo documento, o neonato, por encontrar-se originalmente abrigado e protegido em temperatura em torno de 38 ºC, deve nascer em temperatura de 32 ºC. Mas, de acordo com a OMS e a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), outros aspectos devem ser respeitados.
Como regra geral, se o recém-nascido estiver com o corpo seco e sem roupa não poderá enfrentar temperaturas inferiores a 32 ºC (89,6 ºF). Mas se o neonato for imediatamente enxuto, colocado pele a pele com a mãe e coberto, a temperatura da sala de parto pode ser de 25 ºC a 28 ºC (77,0 ºF a 82,4 ºF). Um neonato nu exposto a uma temperatura ambiente de 23 ºC sofre a mesma perda de calor que um adulto em 0 ºC (WHO, 1997, p. 7).
Tabela 3. Classes do Índice de Sensação Térmica (IST) e respectivas respostas fisiológicas em determinadas classes de temperatura em graus Celsius. Fonte: FUNARI,2006; ANVISA,2014.
O contato pele a pele com a mãe imediatamente após o nascimento, em temperatura ambiente de 26 ºC, reduz o risco de hipotermia em recém-nascidos, com boa vitalidade, desde que cobertos com tecidos pré-aquecidos (SBP, 2013, p. 5). Estudos realizados sobre conforto higrotérmico em salas de parto indicam que “a proteção térmica adequada para neonatos previne a hipotermia e está associada à redução de situações de morbidade e mortalidade” (HAMER, 2012). Na Tabela 4 relacionam-se parâmetros de projeto e recomendações de temperatura e umidade relativa do ar, com foco no usuário.
Tabela 4. Parâmetros de projeto e recomendações de temperatura e umidade relativa do ar de acordo com o usuário de centros obstétricos. Fonte: SBP (2013); FGI (2010); ABNT (2005); WHO (1997; 2013) ANVISA (2014).
A criação de ambientes adequados depende, principalmente, das condições dos materiais utilizados e no modo como impactam na qualidade do ar. Edificações com pouca oferta de área verde tendem a ter suas temperaturas mais elevadas, assim como grandes elementos construtivos também influenciam na circulação do ar nos ambientes. O resultado disso é a utilização, cada vez mais frequente, de meios mecânicos para suprir as necessidades. É importante considerar também que soluções que envolvam as condições paisagísticas e o uso de fontes de água, espelhos d’água e outras adequações arquitetônicas que possam aliviar as condições térmicas das áreas periféricas aos ambientes de saúde são recomendáveis como atenuadoras da temperatura interna. (ANVISA,2014).
Ficha Técnica: Local: Bengaluru, Karnataka, India Autor: Cadence Architects Ano do Projeto: 2018.
Figura 5. Imagem Centro Navyas. Fonte: ARCHDAILY (2018).
Navyas é um centro de terapia e medicina natural desenvolvido pelo escritório Cadence Architects na cidade de Bengaluru na Índia. O objetivo principal do projeto era criar um ambiente agradável e tranquilo para o desenvolvimento do tratamento dos pacientes através do Yoga e de terapias e bem-estar.
Como o intuito do centro é o tratamento de pacientes por meio da medicina natural, o silêncio e a tranquilidade são os conceitos base para o projeto, porém, o terreno onde está inserido é localizado bem no centro da cidade e é ladeado por uma via expressa de importante ligação com outras vias, o que causa bastante barulho e movimentação constante ao redor do edifício. O terreno possuía também uma grande árvore Chamada popularmente de Cannonball, e é considerada uma árvore sagrada para os indianos, sendo assim, a árvore e o tratamento do barulho excessivo foram os conceitos principais a serem trabalhados no projeto.
Figura 6. Árvore como conceito. Fonte: ARCHDAILY (2018) Modificado pela Autora.
A árvore é o elemento principal do projeto, e para que todos tivessem contato imediato com ela, foi usada como partido para a entrada do edifício e este se desenvolve todo ao redor dela.
Figura 7. Árvore na entrada do edificio. Fonte: ARCHDAILY (2018).
Já a solução adotada para a insolação foi criar uma “casca” cobrindo todo o edifício, com aberturas triangulares em locais estratégicos para entrada de luz e ventilação, porém essa barreira não protege completamente o edifício do barulho excessivo dos carros e da rua, e assim, a solução encontrada para absorver melhor o som foi criar uma camada de jardim interno que circunda as fachadas do edifício. Além de proteger o edifício, o jardim vertical é feito com plantas medicinais, que também auxiliam no tratamento dos pacientes e criam um ambiente suave, trazendo a natureza para dentro do edifício. Estas duas camadas além de proteger o edifício confere a este uma estética e beleza visual, criando uma espécie de “pele viva” diferindo dos demais edifícios da cidade.
Figura 9. Esquema da ventilação e insolação no edifício. Fonte: ARCHDAILY (2018) Modificado pela Autora.
Figura 8. Detalhe da fachada com aberturas. Fonte: ARCHDAILY (2018).
Figura 10. Detalhe do jardim e aberturas. Fonte: ARCHDAILY (2018) Modificado pela Autora.
O Programa do edifício é simples e se distribui por quatro andares. No térreo a entrada, área de recepção dos pacientes, área de espera, localizam-se no centro, e ao redor para facilitar o acesso, encontram-se as salas de exames, sala de coletas, sanitários e também a área administrativa. Também ao centro do edifício desenvolve-se a circulação vertical com lances de escadas e dois elevadores, formando uma “coluna” para o edifício. No térreo também está localizado o restaurante, que possui uma cozinha orgânica para servir uma alimentação saudável aos pacientes e a todos que visitam o local.
O primeiro pavimento é onde se encontram as salas de tratamentos e terapias dos pacientes. Conta com salas de Hidroterapia Femininas e Masculinas, salas de massagem, fisioterapia, sauna, sala para terapia infantil, além de vestiários, e um grande laboratório para análise dos exames coletados. O prédio possui um átrio que permeia todos os andares, trazendo sensação de integração entre todos os andares e ambientes.
Figura 11. Setorização do andar térreo.
Figura 12. Setorização do primeiro pavimento.
Fonte: ARCHDAILY (2018) Modificado pela Autora.
Fonte: ARCHDAILY (2018) Modificado pela Autora.
No segundo pavimento concentram-se os quartos para pacientes que necessitam de internação, todos os quartos são duplos, para que seja possível a presença de um acompanhante. Ao centro, ficam as áreas de convívio como um lounge, área de leitura e também um espaço reservado para as refeições.
E o terceiro pavimento, que também é o terraço, encontram-se a sala de yoga coletiva, salas de yoga individuais, um spa e os sanitários e vestiários.
Figura 13. Setorização do segundo pavimento.
Figura 14. Setorização do terceiro pavimento.
Fonte: ARCHDAILY (2018) Modificado pela Autora.
Fonte: ARCHDAILY (2018) Modificado pela Autora.
Camada de concreto com aberturas triangulares para entrada de iluminação regulada.
Camada de Jardim com plantas medicinais para melhor absorção do som advindo da rua e para melhorar o conforto térmico dos ambientes internos.
Aberturas em vidro para permitira a entrada da luz e da ventilação natural.
Figura 15. Imagem quarto interno. Fonte: ARCHDAILY (2018)
Aberturas em vidro para permitira a entrada da luz e da ventilação natural e neste ambiente permitir a interação com a árvore Cannonball.
Árvore conectada com o edifício.
Figura 16.Área de leitura. Fonte: ARCHDAILY (2018).
Ficha Técnica Local: Lucas VIC, Austrália. Autor: DesignInc Ano do Projeto: 2014 Área Construída: 2850.0 m2
O centro médico Ballarat projetado pelos arquitetos do escritório DesinInc da Austrália foi um projeto que aconteceu por meio de um financiamento em conjunto do governo da Commonwealth á partir do Fundo de Saúde e Hospitais da Austrália. A ideia fundamental do projeto é o de oferecer assistência médica de qualidade a todos da comunidade de Ballarat e de forma sustentável. O projeto procurou maximizar o potencial de envolvimento de toda comunidade que trabalha na clinica com a natureza, pois usuários de diferentes origens culturais acessam os serviços prestados, por isso, era importante que o edifício fosse acolhedor e envolvente. A natureza foi reconhecida como o elo comum entre esses diversos grupos.
A ideia conceitual do projeto foi proporcionar um ambiente saudável e estimulante, com base em uma filosofia de vida inspirada nos benefícios do contato da comunidade com a natureza. O projeto foi baseado na criação de “ruas” internas (Figura 18) para a circulação principal, com pé direito duplo e cobertura em vidro, assim forma-se um caminho banhado de luz natural. O paisagismo define espaços multiuso que podem ser adaptados de diferentes formas (aumentando e diminuindo de tamanho) para o melhor aproveitamento de acordo com o uso, além de que todos os espaços de uso coletivo são voltados para o átrio central. Aberturas na cobertura para entrada de luz e ventilação natural
“Ruas internas” que interligam os ambientes internos com o exterior Figura 18. Croqui Conceito das Ruas Internas.
Fonte: ARCHDAILY (2015).
Figura 17. Fachada Principal.
Figura 19. Fachada Esquerda.
Fonte: ARCHDAILY (2015).
Fonte: ARCHDAILY (2015).
O edifício é de uso misto, e o programa está disposto em uma planta retangular, dividido em dois pavimentos. No térreo encontra-se o centro médico, que abriga um conjunto completo de serviços médicos, e também serviços de bem estar como academia, instalações para reuniões e conferências além de um café e das salas de consulta.
Figura 21. Setorização Primeiro Pavimento. Fonte: ARCHDAILY (2015). Modificado pela autora.
Figura 20. Setorização Pavimento Térreo. Fonte: ARCHDAILY (2015). Modificado pela autora.
Como o conceito do projeto é aproximar a natureza da comunidade, os materiais utilizados na obra foram materiais encontrados facilmente na região, como madeira e tijolos reciclados, estrutura metálica que também é um material facilmente reciclável, policarbonato ao invés de vidro por ser altamente resistente ao impacto e também reciclável. O design do telhado remete às montanhas locais, e a combinação destes materiais atribui sensações de aconchego e aquecimento. Externamente, um terraço jardim foi projetado para integrar lugar e comunidade, ecoando formas contextuais e regionais e fornecendo uma identidade única para o Centro de Saúde sem que ele remeta a um edifício clínico.
Já no primeiro pavimento ficam as instalações de escritórios, que comportam mais de 100 funcionários. Estes escritórios funcionam no sistema de coworking, que são escritórios coletivos sem uma determinada especialidade. Neste pavimento ficam também as áreas de serviços e refeitório para estes funcionários.
Figura 22. Área Social Comum. . Fonte: (ARCHDAILY 2015).
A abordagem sustentável foi um dos principais desafios do projeto. O edifício é inspirado pelos benefícios do contato com a natureza. Estratégias passivas e ativas foram integradas a fim de envolver tanto a nível físico quanto mental a mensagem social subjacente da promoção da saúde e do projeto sustentável. O projeto inclui as seguintes iniciativas para a sustentabilidade: - Otimização do Ambiente Interno - Penetração de luz; - Janelas para ventilação natural - Interior vegetado.
A eficiência energética pode ser obtida por meio de iluminação de alta eficiência, por sensores de iluminação, alta eficiência de vidros duplos, janelas controladas que administraram a entrada e saída de ar quente / frio, integradas através do sistema de aquecimento e arrefecimento para isolar áreas quando as janelas estão abertas.
Entrada de luz natural e entrada e saída de ar.
Figura 23. Corte Bioclimático. Fonte: ARCHDAILY (2015).
Figura 24. Aberturas no teto e área de convívio. Fonte: ARCHDAILY (2015).
Já a eficiência da água pode ser obtida pelo aproveitamento de águas pluviais, tanques de armazenamento de água e reutilização para descarga do banheiro e irrigação. O edifício também conta com a presença de placas fotovoltaicas para uso de energia solar. Reciclagem de resíduos com estação de reciclagem nas áreas públicas e sistema de compostagem da matéria orgânica. Além das soluções sustentáveis para o edifício, foram pensadas também soluções de transporte sustentáveis, como a instalações de ciclo-faixa para os usuários, inclusão de um bicicletário seguro para os funcionários, além de chuveiros e armários.
Figura 25. Átrio Iluminação Central. Fonte: ARCHDAILY (2015).
Figura 26. Perspectiva. Fonte: ARCHDAILY (2015).
O centro Médico Ballarat foi escolhido como referência devido ao seu conceito de ligação entre natureza e comunidade e a forma como os arquitetos o desenvolveram. Usando materiais simples e recicláveis, criaram um ambiente descontraído e divertido para o trabalho e para as consultas dos pacientes. As soluções bioclimáticas e materiais deste projeto poderão auxiliar na forma de humanização do espaço do Centro de Parto Natural.
Ficha Técnica Local: Cambridge Road, Nova Zelândia. Autor: DK Designers Ano do Projeto: 2015
Área Construída: 462.5m2
O centro de parto normal The Awamutu foi projetado pelo escritório DK Design, da Nova Zelândia. O Conselho de Saúde do distrito de Waikato realizou um estudo em 2013 que analisou as instalações primárias de parto em Awamutu. O estudo surgiu após um aumento constante no número de mulheres que optaram por ter seus bebês em Hamilton e não em sua própria comunidade. O público deixou claro que o motivo pelo qual o declínio do nascimento em Awamutu se deu por conta da natureza inoperante e obsoleta do programa de nascimento do distrito, assim como instalações mal cuidadas e a não qualidade dos cuidados e conhecimentos disponíveis. Sendo assim foi proposta a criação de um novo edificio que fizesse sentido para a comunidade.
Figura 27. Perspectiva The Awamutu. Fonte: DK DESIGNER (2015).
Figura 28. Fachada Principal. Fonte: DK DESIGNER (2015).
O conceito do projeto é simples e baseia-se em criar espaços acolhedores e tranquilos, para que seus usuários realmente se sintam em casa. Foi projetado um edifício térreo e retangular, sem muitos detalhes construtivos, pois a qualidade dos espaços é o que importa. Sua implantação foi feita em um terreno plano e aberto, de fácil acesso à comunidade local, pela grande avenida Cambridge Road.
Figura 29. Perspectiva The Awamutu. Fonte: DK DESIGNER (2015).
A setorização dos ambientes é feita em uma planta com 3 setores partindo de um módulo central (um "T" invertido), que conta com dois quartos para a realização dos partos naturais. Estes quartos possuem todo o equipamento necessário para a sua realização, incluindo a banheira. Existem também cinco dormitórios reservados para o estágio de pós-parto, onde mãe e bebê podem ficar juntos com os familiares, até receberem alta. O centro possui uma cozinha comunitária, para os usuários se sentirem mais à vontade, pois é um período de muita apreensão e demora, e assim as pessoas podem fazer suas refeições livremente, sem ter que deixar o local. Ainda para a comodidade dos usuários, existe uma lavanderia, que pode ser usada por todos. Duas salas de exames pré-natal são disponibilizadas para o acompanhamento de todas as gestantes, desde o inicio da gravidez, e também são lecionadas aulas sobre toda fase da gestação (Pré-parto; Parto e Pós-parto) para o aprendizado sobre essa nova fase na vida das mulheres.
Figura 30. Planta Baixa com setorização. Fonte: DK DESIGNER (2015) Modificado pela Autora.
Figura 31.Sala para aulas. Fonte: DK DESIGNER (2015).
Figura 32. Cozinha comunitária. Fonte: DK DESIGNER (2015).
Figura 33. Lounge Cozinha.
Fonte: DK DESIGNER (2015).
Figura 35. Quarto de Parto. Fonte: DK DESIGNER (2015).
Figura 34. Área de Espera.
Figura 36. Quarto de Parto.
Fonte: DK DESIGNER (2015).
Fonte: DK DESIGNER (2015).
Nas presentes imagens é possível observar o mobiliário utilizado e a simplicidade dos mesmos, a paleta de cores dos ambientes são agradáveis e conversam entre si. Pode-se concluir que o centro alcança sua proposta de transmitir tranquilidade e conforto aos seus usuários por meio destes requisitos.
A cidade escolhida para intervenção foi Limeira - SP. Localizada a 150 km de São Paulo – SP, a cidade de Limeira foi fundada em 1682 por Bartolomeu Bueno da Silva devido à abertura do caminho que ligaria São Paulo á Minas Gerais, com a intenção de ser um ponto de parada e repouso para os viajantes. Segundo o censo populacional do IBGE de 2010, o número de habitantes da cidade era de 276.022 mil, em 2018, a cidade totalizou 303.682 mil habitantes, um crescimento de 27.660 mil pessoas em oito anos. (IBGE,2018).
Figura 37. Localização da Cidade no Estado de São Paulo. Fonte: GOOGLEMAPS,2019, Modificado pela autora.
O Jornal de Limeira realizou uma pesquisa no ano de 2014 entre os hospitais da cidade para obter dados deste setor e assim serem estudadas medidas para a adequação da cidade a estas normas. A pesquisa levantou os hospitais Santa Casa de Limeira, Hospital Frei Galvão, Hospital Medical e Hospital Humanitária, apenas o Hospital Unimed não quis disponibilizar números absolutos para o jornal. Assim totalizou-se, em 2014, na cidade um número de 3.507 partos, sendo 2.122 cesarianas e 1.385 partos normais, uma média percentual de 62,4% de cesáreas e apenas 37,6% de partos normais, o que leva a cidade a estar fora do indicado pela ANS. (UNIDAS, 2015).
Em março de 2018, as operadoras de plano de saúde da cidade enviaram seus relatórios trimestrais através do SIPA/ANS e estes apresentam suas taxas de partos cesáreos e normais. Através da ANS foram realizados os seguintes números de partos: Operadora Unimed de Limeira • 119 Partos Normais • 389 Partos Cesárianas Operadora Irmandade Santa Casa de Misericórdia de Limeira • 43 Partos Normais • 104 Partos Cesárianas Operadora Sociedade Operária Humanitária de Limeira • 0 Partos Normais • 2 Partos Cesárianas Operadora Medical de Limeira • 140 Partos Normais • 692 Partos Cesárianas Partindo destes dados, podemos concluir que obteve-se em média, no ano de 2017, um total de 3.760 partos, sendo 2.557 partos cesáreos e 1.203 partos espontâneos naturais. Isso totaliza um percentual de 68% de cesárias realizado no ano de 2017. A OMS determina que os partos de cesárias não passem de 15% do total. A ANS realiza desde 2004 uma promoção para realização de partos espontâneos normais. O Projeto Parto Adequado é uma iniciativa que, perante a Resolução Normativa nº 368, garante à gestante informações para que possa decidir sobre seu parto. Em 06 de julho de 2015, iniciaram-se as novas diretrizes impostas pela ANS sobre a estimulação de partos espontâneos normais perante a esta mesma resolução apresentada acima. Diante análise destes dados, pode-se perceber a necessidade da cidade em relação à um equipamento de saúde voltado para o acontecimento dos partos naturais, para a tentativa de inversão das taxas de cirurgias cesarianas, melhorando assim a qualidade do atendimento voltado às gestantes, as mães e aos bebês.
O terreno escolhido para a inserção do projeto localiza-se no bairro Vila Solar, na cidade de Limeira – SP. Caracteriza-se como um bairro de fácil acesso à toda a cidade, próximo ao centro e cercado pelo Anel Viário (Figura 38), que faz ligação com todas as vias de maior fluxo da cidade. A região conta com infraestrutura urbana bem desenvolvida, contando com asfalto, redes elétricas e de saneamento, e assim, foi escolhido implantar o equipamento nesta região devido a sua proximidade com o Hospital Irmandade Santa Casa de Misericórdia de Limeira e por ser uma zona da cidade que apresenta a maior concentração de instalações voltadas para a saúde, assim incentivando e facilitando o uso do estabelecimento para toda a população.
Figura 38. Delimitação Regional de Limeira. Área Central. Fonte: GOOGLEMAPS,2019, Modificado pela autora.
Legenda:
Centro
Bairro Vila Solar
Anel Viário
Figura 39. Aproximação do Centro e do Bairro Vila Solar. Fonte: GOOGLEMAPS,2019, Modificado pela autora.
Legenda:
Terreno Escolhido
Santa Casa
Figura 40. Área de Estudo. Fonte: GOOGLEMAPS,2019, Modificado pela autora.
Todos os levantamentos foram realizados por predominância de quadra devido ao raio escolhido para a área de estudos.
A análise da hierarquia viária é de suma importância para o reconhecimento das vias de maior tráfego na região escolhida, pois como se trata de um projeto relacionado a saúde é necessário que sua localização esteja em vias rápidas e de fácil acesso a hospitais. O anel viário da cidade de Limeira como o próprio nome diz é uma via que circunda a cidade toda, facilitando a mobilidade urbana da cidade, por ele é possível ter acesso á mais três hospitais da cidade em menos de 20 minutos (Figura 39), o hospital Unimed localizado no centro, hospital Medical, localizado no bairro Vila Paraiso e hospital Humanitária, localizado no bairro Jardim Piratininga.
Pode-se entender, a partir do estudo das vias do entorno urbano do lote de intervenção, que que a rua Sen. Joaquim Antônio Augusto Barros Penteado - na qual se encontra a frente do terreno - é uma via coletora, o que faz com que esta tenha um tráfego de veículos mais intenso. Utilizando deste beneficio pode ser usada como a via de acesso principal e entrada ao edifício. O entendimento do tráfego destas vias auxilia no posicionamento dos ambientes, como os quartos para a realização dos partos que tem necessidade de silêncio e tranquilidade, e assim o barulho das vias não seja incômodo.
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2
6
1
1 - Anel Viário (Antônio Cruãnes Filho). 2 - Rua Senador Joaquim Antônio Augusto Barros Penteado . 3 - Rua Antônio Ometto. 4 - Rua Benedito Kuhl. 5 - Rua Sergipe. 6 – Rua Cônego Cipiriano de Souza Oliveira
Legenda: Terreno Escolhido. Hospital Humanitária. Hospital Santa Casa.
Hospital Medical. Hospital Unimed.
Anel Viário.
Figura 41. Localização do terreno em relação aos hospitais. Fonte: GOOGLEMAPS,2019, Modificado pela autora.
Figura 42. Estudo de Hierarquia Viária. Fonte: Prefeitura de Limeira. Modificado pela autora.
Analisando este aspecto podemos perceber que o entorno é predominantemente residencial, porém devido à existência do Hospital Santa Casa esta área possui um grande número de equipamentos públicos e de prestação de serviços complementares ao hospital, como clínicas e laboratórios assistenciais à saúde. A existência do hospital também cria uma nova centralidade onde se concentram alguns comércios específicos de auxilio ao hospital e à população. Conforme vamos nos distanciando desta nova centralidade do hospital e chegando perto do anel viário, podemos perceber que o número de estabelecimentos comerciais aumenta, devido à melhor visibilidade e ao grande fluxo de trafego desta via que facilita o comércio.
Figura 43. Uso do Solo. Fonte: Prefeitura de Limeira. Modificado pela Autora.
O plano diretor da cidade define que o zoneamento urbano desta área está dividido em: - Zona de Intervenção Estratégica 4 (no quarteirão onde encontra-se implantado o Hospital Santa Casa). - Zona Residencial e de Serviços específicos (nos quarteirões que rodeiam a Santa Casa, com serviços específicos de Saúde). - Zona Predominantemente Residencial (os quarteirões que possuem uso misto, predominantemente residencial, onde se enquadra o terreno escolhido).
No mapa de ocupação do solo podemos perceber que quase todos os terrenos são mais de 50% ocupados, sobrando poucos espaços para áreas verdes de uso público e equipamentos de lazer. Cada cor observada no mapa representa a porcentagem de área ocupada por predominância nas quadras indo de 0% à 100% de ocupação do solo.
Figura 44. Mapa de ocupação do solo figura-fundo. Fonte: Prefeitura de Limeira. Modificado pela Autora.
Figura 46. Tipologia de 1 Pavimento.
A partir do estudo e observação das edificações do entorno do terreno foram encontradas cinco tipologias diferentes como: residências de um pavimento, residências de dois pavimentos, condomínio de residências de dois pavimentos, edifícios residenciais com mais de dez pavimentos, estabelecimentos comerciais de um pavimento e barracões e galpões industriais. O estudo desse aspecto ajuda na concepção da forma do projeto, para que este novo equipamento não seja de grande impacto visual no contexto onde será inserido.
Figura 47. Tipologia de 1 Pavimento.
Figura 45. Tipologia de Edificações 2 Pavimentos.
Fonte: Google Maps.
Fonte: Google Maps.
Figura 48. Tipologia Condomínio Ilustrativa .
de
Figura 49. Tipologia de 1 Pavimento.
Fonte: Google Maps.
Fonte: Google.
Figuras 50. Tipologia de EdifĂcios Multifamiliar.
Fonte: Google Maps.
Fonte: Google Maps.
Figura 51. Tipologia de BarracĂľes.
Fonte: Google Maps.
Figura 52. tipologia Multifamiliar 2.
Fonte: Google Maps.
de
Edificio
Os equipamentos urbanos encontrados no entorno são, em sua maioria, equipamentos da escala de cidade, pois são utilizados por todos os habitantes. Principalmente os equipamentos de saúde e segurança publica, onde estão enquadrados o Hospital Santa Casa, as clinicas de saúde e laboratórios que se encontram ao redor do hospital. Já os equipamentos de segurança publica , encontram-se nas redondezas o corpo de bombeiros, localizado na rua João Amato, a delegacia da mulher e a unidade de proteção social básica. Outros equipamentos que se enquadram na escala da cidade são as escolas, que aparecem em grande número nesta área, e abrangem todas as faixas etárias, deste berçários até cursinho para vestibular.
Figura 53. Equipamentos Urbanos do Entorno. Fonte: Prefeitura de Limeira. Intervenção autoral.
. Localizado entre as ruas Senador Joaquim Antônio Augusto Barros Penteado e Cônego Cipriano de Souza Oliveira, o terreno encontra-se na zona predominantemente residencial, definida pelo plano diretor da cidade, e a partir das análises realizadas no entorno do terreno escolhido podemos observar as tipologias de edificações existentes, a ocupação e o uso do solo e como se desenvolvem os bairros ao redor.
Figura 55. Foto 1 do Terreno. Fonte: Imagem Autoral.
Figura 56. Foto 2 do Terreno. Fonte: Imagem Autoral.
Figura 54. Localização do Terreno. Fonte: Google Maps. Modificado pela Autora.
De acordo com o plano diretor, as restrições legais para as zonas predominantemente residenciais são: - Taxa de Ocupação para edificações de uso misto = 0,75. - Coeficiente de Aproveitamento = 1,3. - Recuo Frente Principal = 5 metros. - Recuo Frente Secundária = 2 metros. - Recuo Mínimo Lateral para até 2 pavimentos = 1,5 metros. - Recuo Mínimo Lateral para até 4 pavimentos = 3 metros. - Taxa de Permeabilidade estabelecida pela Lei n 3.877, de Dezembro de 2004 é definida a partir da proporção da tabela abaixo:
Figura 57. Foto 3 do Terreno. Fonte: Imagem Autoral.
O estudo sobre a insolação é importante para compreendermos quais fachadas do edifício receberam mais e menos sol, e assim conseguir posicionar corretamente os cômodos perante essa insolação direta no edifício. Uma boa tecnologia que proporciona o uso da iluminação natural sem que esta seja incomoda são os Brises, que permitem a entrada da luz sem que sua incidência seja direta no ambiente. Já o conhecimento da direção dos ventos é necessário para posicionar corretamente as aberturas no edifício e assim ser uma edificação que otimize a ventilação natural, e assim não necessite de tantos meios mecânicos para a climatização dos ambientes.
Os ventos predominantes da cidade são advindos das direções Norte/Nordeste, assim pra um bom uso e otimização da ventilação cruzada no edifício, as aberturas devem ser feitas nas faces Norte e Sul do terreno, para que não haja interrupção das direções naturais dos ventos. A Topografia do terreno é composta por curvas de nível com diferenças de um metro entre si com 4 metros de desnível da face norte para a face sul.
Figura 55. Mapa de Insolação, Ventos e Topografia do Terreno.
Figura 56. Dimensões e Curvas de Nível do Terreno.
Fonte: Prefeitura de Limeira. Modificado pela Autora.
Fonte: Prefeitura de Limeira. Modificado pela Autora.
Ao analisar a área mais próxima ao terreno pode-se perceber que todas as ruas apresentam perfil largo e são de duplo sentido, porém a sinalização esta mal cuidada. As Faixas de pedestres, rampas de acesso a deficientes físicos e sinalização tátil para deficientes visuais estão localizadas apenas no cruzamento das ruas Sen. Joaquim Antônio Augusto Barros Penteado com a rua Cônego Cipriano de Souza, por serem as vias que apresentam maior movimento. A iluminação pública em geral esta boa, mas a praça junto ao terreno e a área de preservação ambiental ao fundo possuem pouca iluminação e nenhum calçamento. Figura 58. Mapa de Mobiliário Urbano e Vegetação.
Figura 58. Mobiliário e estratos vegetativos. Fonte: Prefeitura de Limeira. Modificado pela Autora.
A praça necessita de uma revitalização que inclua novos mobiliários urbanos, plantação de mais vegetações e criação de um espaço que sirva de lazer para os moradores locais e de descanso, descontração e espera para os usuários do centro de parto. Um projeto de requalificação desta área e implantação de um equipamento de uso público como o centro de parto normal será de grande importância para a população local, pois transformará um lugar que hoje encontra-se sem uso e que é bastante evitado pelos moradores pela falta de infraestrutura em um local movimentado e que poderá ser usado por todos.
Após toda a análise de leituras projetuais e leituras do terreno e entorno, foi possível chegar à diretrizes projetuais que desejo para o projeto. Como o terreno é retangular e possui 4 metros de desnível, a forma inicialmente pensada foi retangular, mas para otimizar o terreno este retângulo principal foi dividido em duas partes. Melhorando ainda mais a forma do edifício, o módulo superior foi deslocado para a direita, o que otimizou os usos de corte e aterro para nivelamento da topografia do terreno. Para a setorização do programa no edifício, três setores foram formados, o primeiro é o setor de acesso principal, por onde a população adentra o edifício, e onde ficam as salas de exames e toda a parte mais voltada para uso geral. O segundo setor serve como circulação vertical do edifício e também como área de espera e contemplação dos usuários. Já o terceiro setor tem uso mais restrito aos funcionários, médicos, e as parturientes e seus acompanhantes.
LEGENDA: SETOR ATENDIMENTO SETOR CIRCULAÇÃO VERTICAL SETOR SERVIÇOS
Figura 59. Desenvolvimento da forma. Fonte: Produção Autoral.
O programa de necessidades mínimo de um Centro de Parto Natural, de acordo com o manual de orientações para implantação de Projetos Arquitetônicos da Rede Cegonha e a Portaria Nº 11,2015,
Esse ambiente deve ser projetado a fim de proporcionar à parturiente bem-estar e segurança, criando um ambiente familiar diferindo-o de uma sala cirúrgica, permitindo também a presença, bem como, a participação de acompanhante em todo o processo.
4. Banheiro anexo ao quarto PPP para parturiente: o banheiro anexo ao quarto PPP deve ter área mínima de 4,8m², com dimensão mínima de 1,70m. O Box para chuveiro deve ter dimensão mínima de 0,90x1,10m com instalação de barra de 1. Sala de recepção acolhimento e registro: a sala de segurança. acolhimento e registro é o ambiente destinado a recepcionar e encaminhar parturientes e acompanhantes. Para este 5. Área de deambulação/estar: área destinada à deambulação e ambiente adotou-se área mínima de 8,00m² para receber uma estar das parturientes. Sugere-se que esta área seja interna ligada a uma área externa provida de área verde, maca e área para registro de paciente (mesa e prontuários). preferencialmente coberta a fim de ser utilizada independente das 2. Sala de exames e admissão de parturientes com condições climáticas. Esse ambiente deve apresentar área sanitário anexo: a sala de exames e admissão tem como mínima de 27,5m², calculados com base no número de gestantes atividade examinar e higienizar parturientes, o ambiente deve e acompanhantes. apresentar área mínima de 12,00m² e ser provido de bancada com pia com ponto de água fria e quente. Deve ser previsto um 6. Posto de enfermagem: o posto de enfermagem deve sanitário com dimensão mínima de 1,20m² anexo a este apresentar área mínima de 2,5m², com instalações de água e elétrica de emergência ambiente. 3. Quarto de Pré-parto, Parto e Pós-Parto (PPP): o quarto PPP receberá atividades como assistir parturientes em trabalho de parto, assegurar condições para que acompanhantes assistam ao pré-parto, parto e pós-parto, prestar assistência de enfermagem ao RN envolvendo avaliação de vitalidade, identificação e higienização e realizar relatórios de enfermagem e registro de parto. 3.1. Quarto PPP sem banheira: o ambiente deve apresentar área mínima de 14,50m², sendo 10,5m² para o leito e área de 4m² para cuidados de RN, para 1 leito com dimensão mínima de 3,2m, com previsão de poltrona para acompanhante, berço e área para cuidados de RN com bancada com pia.
7. Sala de serviço: deve ser previsto uma sala de serviço a cada posto de enfermagem, com área mínima de 5,70m², com instalações de água e elétrica de emergência.
8. Área para higienização das mãos (lavatório): deve ser previsto uma área (lavatório) para higienização das mãos a cada dois leitos, totalizando 3 lavatórios, com instalação de água fria e quente
9. Sala de utilidades: esse ambiente é destinado à recepção, lavagem, descontaminação e abrigo temporário de materiais e roupa suja. Deve ser provido de bancada com pia e uma pia de despejo, com acionamento por válvula de descarga e tubulação de 75mm, com pontos de água fria e água quente. Deve possuir 3.2. Quarto PPP com banheira: o ambiente deve apresentar área mínima de 6,00m², com dimensão mínima de 2,00m. área mínima de 19,30m², sendo 10,5m² para o leito, área de 10. Quarto de plantão para funcionários: esse ambiente é 4m² para cuidados de RN e 4,8m² para instalação de banheira destinado ao repouso dos funcionários presentes na unidade em (com largura mínima de 0,90m e com altura máxima de 0,43m, regime de plantão. Deve apresentar área mínima de 12m² e ser no caso de utilização de banheira de hidromassagem, deve ser provido de banheiro anexo com 3,6m². garantida a higienização da tubulação de recirculação da água. Quando isso não for possível o modo de hidromassagem não 11. Sanitário para funcionários masculino e feminino: devem deve ser ativado) sendo para 1 leito com dimensão mínima de ser previstos 2 sanitários para funcionários, separados por sexo, 3,2m, com previsão de poltrona para acompanhante, berço e com área mínima de 1,6m², provido de bacia sanitária e lavatório. área para cuidados de RN com bancada com pia Nos quartos 12. Rouparia: essa área será destinada ao armazenamento de PPP’s devem ser previstos instalações de água fria e quente, roupas limpas (fornecidas pela unidade vinculada), para esta oxigênio e sinalização de enfermagem. pode ser previsto um armário com 2 portas.
13. Copa de distribuição: esse ambiente é destinado à recepção e distribuição da dieta das parturientes e acompanhantes. Deve apresentar área mínima de 2,6m²
Fazendo uma somatória das áreas mínimas exigidas pela legislação chega-se a 123,7m² de área construída para o funcionamento do projeto do centro de parto normal.
14. Área para refeição: essa área poderá estar contígua a copa, destinada à realização de refeições/lanches fora do quarto, pode constituir-se de um espaço aberto, não necessariamente um ambiente fechado
Utilizando as normas e levando em consideração os ambientes complementares percebidos durante as leituras de estudos de casos conclui-se que o programa de necessidades deva possuir os seguintes ambientes e suas respectivas áreas de acordo com a Tabela 6:
15. Depósito de Material de Limpeza – DML: ambiente de apoio destinado à guarda de materiais de limpeza. 16. Depósito de Equipamentos e Materiais: armazenar os Área M² materiais e equipamentos por categoria e tipo. Deve-se prever Por área mínima de 3,15 m²
Setor
Ambiente
Posto de Enfermagem
12m²
Serviços
Esterilização de Materiais
10m²
Serviços
Depósito de Materiais
10m²
Serviços
Depósito de Materiais de Limpeza
6,5m²
Serviços
Rouparia
8m²
Serviços
Sala de Utilidades
8m²
Serviços
Quarto de Plantão de Funcionários c/Sanitário
48m²
Serviços
Copa/Refeitório Funcionários/Área de descanso Funcionários
12m²
2 Salas Administração
Serviços
Farmácia
serviços Serviços
Sala Serviços gerais Cozinha Industrial
Tabela 6. Fonte: Produzido pela autora.
Ambiente
Área M² Por Ambiente
Ambiente
Serviços
Serviços
Setor
Acolhimento
Recepção / Espera
340m²
Acolhimento
3 Salas de Pré-Natal
12,5m²
Acolhimento
2 Salas de Exames com sanitário anexo
17,5m²
Acolhimento
Sanitários Feminino e Masculino
16,5m²
Acolhimento
Área de descanso/Jardim
216m²
Acolhimento
Restaurante
50m²
Parturição
3 Quartos PPP c/ Sanitário anexo
48,5m²
Parturição
2 Quartos PPP c/ Banheira
53,4m²
Parturição
1 Salão para Palestras
34m²
Auxiliar
Área Lixo Orgânico
8m²
Auxiliar
Área Lixo Contaminado
8m²
Auxiliar
Depósito de Resíduos e Gases
12,5m² 10m² 10m² 55m²
8m²
A setorização do edifício ocorreu por separação em setores. O primeiro setor é o de acolhimento, onde encontra-se a entrada principal do edifício. Este setor é responsável pelo primeiro contato da parturiente com o Centro, nele encontra-se a recepção, salas para exames ginecológicos de rotina, salas para exames de ultrassom e pré-natal, salão para realização de aulas e palestras sobre maternidade, nutricionista e serviço social para atendimento da população. O segundo setor foi pensado para circulação vertical do edifício, com rampa e escada que conecta o primeiro ao terceiro setor, mas também serve como espaço de contemplação, com um espelho d’agua e jardins internos para trazer a natureza para dentro do ambiente.
LEGENDA: Setor Acolhimento Setor Circulação Setor Serviços
Figura 60. Setorização. Fonte: Produção Autoral.
No terceiro setor encontram-se os quartos PPP’s para a realização dos partos naturais, um quarto para médicos e enfermeiros plantonistas com sanitário anexo, além do posto de enfermagem, salas de serviços e utilidades, cozinha industrial para preparo de todas as refeições necessárias.
Disposição dos ambientes no setor de acolhimento de acordo com as necessidades observadas pelo programa mínimo proposto pelo manual de orientação para implantação de projetos arquitetônicos da rede cegonha.
Figura 61.Programa de necessidades. Fonte: Produção Autoral.
O Setor de circulação é responsável por unir os outros dois setores, por meio de uma rampa e uma escada, e como área de contemplação e convívio.
Figura 62. Circulação. Fonte: Produção Autoral.
No setor de serviços podemos observar a presença dos quartos PPP’s para realização dos partos naturais. Estes quartos foram pensados de forma a proporcionar bem estar e acolhimento as parturientes e seus familiares. O quarto para plantão de médicos e enfermeiros fica neste setor, para estar o mais próximo possível quando forem necessários, o posto de enfermagem é bem localizado no meio do setor, para ser de fácil acesso quando necessário. A cozinha industrial do centro também encontra-se nesse pavimento, ela irá distribuir todas as refeições necessárias para os usuários, além de todos os ambientes de serviços de apoio necessários para o funcionamento do centro.
Figura 63. setorização serviços. Fonte: Produção Autoral.
Com a divisão dos ambientes em seus respectivos setores, é possível analisar os fluxos e acessos de cada grupo de pessoas que frequentará o centro. Na imagem abaixo podemos notar os 3 acessos principais do edifício que são: as entradas principais, localizadas no setor de acolhimento, por onde os usuários terão acesso ao hall de recepção e espera, e as respectivas salas de atendimento. O segundo acesso principal fica localizado no setor de serviços, porém este é reservado para entrada e saída de funcionários e de materiais de uso médico. A terceira entrada é para uso exclusivo da cozinha, por onde serão feitas as cargas e descargas de alimentos.
Figura 64. Fluxos e acessos. Fonte: Produção Autoral.
O fluxo de circulação pode ser avaliado de acordo com os ambientes de acesso restrito a cada tipo de usuário.
A implantação do edifício no terreno foi determinada pela orientação solar e pela topografia. No ponto mais alto, com acesso as duas ruas principais que circundam o edifício está o estacionamento e o porte-cochère, para facilitar o embarque e desembarque das parturientes. O estacionamento tem disponibilidade de 13 vagas, duas delas sendo reservadas.
Figura 65.Implantação. Fonte: Produção Autoral.
Figura 66. Vista 1. Fonte: Produção Autoral.
Figura 67. Vista 2. Fonte: Produção Autoral.
Figura 68. Vista 3. Fonte: Produção Autoral.
Figura 69. Vista 4. Fonte: Produção Autoral.
Conforme observado nas leituras morfológicas do terreno, seria de suma importância a presença de Brise-Solei para proteção contra insolação, desta forma a proteção do edifício foi levada como partido principal para a estética do mesmo, e assim foi adotado um sistema diferenciado de brises, que também servem como estrutura principal para a cobertura do edifício. Foi criado uma “casca” treliçada de pilares, que sustentam as vigas também treliçadas da cobertura com telhas termoacústicas. Como fechamento para proteção solar, uma tela metálica treliçada em pequenos furos foi usada, e para melhorar a estética, cria-se uma brincadeira entre partes com e sem esta tela. Também pensando no conforto térmico do edifício e na mais privacidade aos usuários, a fachada possui também floreiras, que contornam todo o edifício, por trás desta treliça estrutural.
Abertura para ventilação cruzada
Tela Metálica Figura 70. Estrutura do edificio. Fonte: Produção Autoral.
Para a ventilação cruzada, foi criado uma abertura na cobertura, com a proteção desta mesma tela metálica para impedir a entrada de animais e sujeiras maiores, esta abertura foi proporcionada devido a diferença de nível entre os setores do edifício.
Treliça Metálica
Pilares em forma de treliça
Figura 71. Perspectiva 1. Fonte: Produção Autoral.
Figura 72. Perspectiva 2. Fonte: Produção Autoral.
Figura 73. Perspectiva 3. Fonte: Produção Autoral.
Figura 74. Perspectiva 4. Fonte: Produção Autoral.
O quarto PPP com banheira possui 53,4m² de aréa e para este ambiente foi pensado uma arquitetura e interiores que fosse aconchegante e tranquila aos olhos dos usuários. Para criar uma divisão nos ambientes internos sem precisar de um fechamento completo, foi criado um armário ao centro que também possui uma pia e um banco. O mobiliário é simples e sem cores ou estampas chamativas, para que a parturiente possa se sentir segura e o mais próximo de sua casa. O quarto é composto por uma pequena área para os acompanhantes da parturiente, sanitário , banheira de hidromassagem, além de possuir uma grande varanda para descanso ou deambulação da gestante durante o trabalho de parto. Os fechamentos são todos em estrutura de steel frame com placas de gesso acartonado, os revestimentos utilizados foram piso vinílico de madeira em formato escama de peixe, nas paredes e teto foram utilizadas tintura acrílica lavável na cor branco gelo, o armário é feito em marcenaria, com painéis em MDF na cor madeira Carvalho Treviso e cores tons pasteis. A iluminação é indireta nas áreas de parturição e direta apenas nos sanitários e sala de acompanhantes.
Figura 76. Vista da entrada do quarto. Fonte: Produção Autoral.
Figura 75. Planta ampliada do quarto ppp com banheira. Fonte: Produção Autoral.
Figura 77. Vista quarto interna 1. Fonte: Produção Autoral.
Figura 78. Vista quarto interna 2. Fonte: Produção Autoral.
Figura 79. Vista quarto interna 3. Fonte: Produção Autoral.
Figura 80. Vista quarto interna 4. Fonte: Produção Autoral.
Figura 81.Vista quarto interna 5. Fonte: Produção Autoral.
Figura 82. Vista quarto interna 6. Fonte: Produção Autoral.
*As pranchas de desenhos técnicos foram alocadas como apêndice do caderno, dada a escala de apresentação das mesmas.
RUA SRA. T HEREZA SA CCON FABE R
579
580
PRAÇA PÚBLICA 581 582
583 Platibanda
584 Calha I= 2%
585 585
Telha Term oa I= 10% cústica Telha Term oacústica I= 10%
Telha Term oa I= 10% cústica
Telha Term oa I= 10% cústica Platibanda
Calha I= 2 %
PLANTA IMPLANTAÇÃO
RUA CÔN
EGO CIPIR I
ANO DE S OUZA
CONDOMÍNIO B ELLE VIE TOULO
USE
B
1
2.80
2.20
2.40
1.80
3.40
2.80
3.50
4.60
3.40
3.40
2.30
3.40
prateleiras
3.50 3.50
3.50 3.50
3.50
3.50
2.20
2.20
3.50
3.50
3.50
3.50
3.50
3.50
3.50
3.50
3.50
3.40
2.30 3.50
3.50
3.40
3.50
4.60
3.50
15.20
bancada
bancada
bancada
bancada
3.00
bancada
3.00
C
6.90
6.90
6.90
7.60
7.60
6.00
A
9.50
7.00
2.80
1.80
2.80
1.80
3.50
3.50
3.50
3.50
3.50
3.50
6.00
3.50 3.50
3.50
3.50
3.50
3.50
3.50
7.60
3.50
6.90
2.80
3.50
2.80 7.60
7.00
1.80
1.80
2.80
7.00
6.90
7.00
2.80 6.90
1.80
1.80
7.00
1.80
7.00
2.80
2
D
A
B
C
D
E
F
G
H
I
J
K
L
M
N
Centro de Humanização e Naturalização do Parto Discente
PLANTA LAYOUT
Orientadora
Emmanuella Seabra Ferreira
Tânia Maria Bulhões Figueira
Estácio Ribeirão Preto
Arquitetura e Urbanismo
Prancha IMPLANTAÇÃO E PLANTA DE LAYOUT
Escala Indicada
FOLHA
B
1 02 05
3.00
3.00
2.80
2.20
2.40
1.80
2.80
3.40
01 01
01
01
01 01
01
01 01
01
01 01
01 01
01
01
01 01
2.30
01
01 01
01 01
01
01
02 02
3.40
3.40
3.40
3.40
3.40
01
02 05
02 05
01
3.50
3.50
01 01
01
01 01
01
01 01
01
01
01 01
01
3.50
3.50
3.50
3.50
3.50
01 01
01
3.50
3.50
02 02
01
2.20
01
2.20
3.50
3.50
3.50
3.50
3.50
3.50
3.50
3.50
3.50
3.50
02 02
01
4.60
2.30
01
02 02
4.60
01 03
01 03
02 05
3.50 15.20
01 01
01
01
01
C
6.90
01
6.90
01 01
02 05
01
01 01
02 05
01
01
02 05
7.60
7.60
01
01 01
01 01
01
01 01
01
02 05
01
01
01
7.00
2.80
7.60
9.50
3.50 3.50
3.50
3.50
6.00 01 01
03 04
01
01 01
03 04
01 01
01
01
01 01
01 01
01
01
03 04
3.50
3.50
3.50
2
3.50
3.50
3.50
3.50
3.50
3.50
3.50
3.50
03 04
2.80
1.80
2.80
1.80
03 04
01
02 05
7.00
2.80 7.60
6.90
02 05
01
1.80
1.80
2.80
7.00
03 04
7.00
6.90
1.80
1.80
7.00
1.80
7.00
2.80 6.90
01
01 02 05
2.80
01 03
6.00
A
01 01
6.90
D
A
B
C
D
E
F
G
H
I
J
K
L
M
N
PLANTA TÉCNICA
01
02
03
01
02
03
04
CORTE BB
05
01
Centro de Humanização e Naturalização do Parto Discente Emmanuella Seabra Ferreira
Tânia Maria Bulhões Figueira
Estácio Ribeirão Preto
Arquitetura e Urbanismo
Prancha
CORTE AA
Orientadora
PLANTA TÉCNICA E CORTES
Escala Indicada
FOLHA
VISTA D
VISTA B
VISTA C
VISTA A
Centro de Humanização e Naturalização do Parto Discente Emmanuella Seabra Ferreira
Tânia Maria Bulhões Figueira
Estácio Ribeirão Preto
Arquitetura e Urbanismo
Prancha VISTAS E IMAGENS
Escala Indicada PERSPECTIVA 3D
PERSPECTIVA 3D
Orientadora
FOLHA
O presente trabalho foi capaz de concluir que o Brasil está em processo de mudança quanto aos serviços de assistência humanizada ao parto e nascimento, porém as taxas de cesarianas ainda são altíssimas, e precisam ser invertidas. O nascimento é um evento inerente ao ser humano, e como tal, deve também ser visto por seu viés antropológico e cultural. A diversidade de manifestações, hábitos e necessidades enriquece a cultura de um povo, e por este motivo, a padronização deste evento não deve ser estimulada e propagada da forma como vem acontecendo hoje em dia. O projeto de um Centro de Humanização e naturalização do parto deve surgir como uma alternativa a uma demanda existente na sociedade. É necessário uma opção de escolha as parturientes que desejem ter sua cultura e crenças respeitadas, pois um evento como este guarda em si uma extensa gama de diferentes sentimentos e significados, por este motivo é preciso a criação de espaços que favoreçam a valorização da individualidade , dentro de uma sociedade cada dia mais complexa e dinâmica. A humanização nasce na valorização de cada individuo, respeitando suas necessidades e facilitando a qualidade de vida. Assim é preciso unir conhecimento e sensibilidade para assim impedir que o mercado se sobreponha as necessidades e nuances da experiência humana.
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