SGS Global Revista do Grupo SGS Portugal Janeiro 2004 • Ano 4 • Número 11
Segurança Alimentar Aposta da SGS para 2004
Ana Pina Teixeira Administradora Executiva do Grupo SGS Portugal
Sumário 01
Editorial Dar visibilidade à garantia da qualidade alimentar Objectivo prioritário da SGS para 2004
06
Produto Controlado Crescem as exigências, aumenta a segurança!
10
Companhia das Lezírias Aposta na produção biológica
12
Cafés Nandi Produção inovadora com garantia da qualidade
16
SVD põe suinicultores em alerta
18
Agência para a Qualidade e Segurança Alimentar Avaliar e comunicar os riscos alimentares
Certificação 20
Certificado número 1000 Netjets
Formação 22
24
28
30
31
32
32
SGS Training Oferecer vantagens competitivas
Editorial
Segurança Alimentar 02
2003 foi um ano de grandes desafios.
cimentos e organismos independentes
Apesar da conjuntura económica, o Gru-
de controlo.
po SGS atingiu os seus objectivos estra-
A SGS continua a ser pioneira em progra-
tégicos e olha para o futuro com energia
mas de controlo da segurança e qualidade
reforçada. As expectativas são elevadas
alimentar, tendo a Divisão de Controlo da
para a equipa, assim como para todos
Qualidade Agro-alimentar registado uma
os nossos Clientes e Parceiros.
grande actividade no ano de 2003. Os fru-
Os novos serviços a serem lançados ao
tos estão à vista, com uma maior noto-
Turismo
longo deste ano, vão no sentido de apoiar
riedade da marca SGS junto do consumi-
Turismo em Portugal Uma actividade sustentada e sustentável?
os nossos Clientes neste período de reto-
dor final e um maior prestígio dos nossos
ma. A SGS Training apresenta neste nú-
técnicos junto dos produtores e da indús-
mero o novo Plano de Formação para 2004,
tria alimentar. Nesta edição damos des-
Balanço
que pretendemos seja mais um passo na
taque a algumas empresas que criaram
Resultados de 2003 perspectivam expansão em 2004
resposta global de serviços aos nossos
e implementaram voluntariamente pro-
Clientes.
gramas e rótulos próprios de controlo,
Eventos & Notícias
Mas o tema central desta edição da SGS
qualidade e certificação dos produtos, de
Workshop – Certificação do Serviço Turismo Sustentável em conferência Sistemas de Gestão Ambiental CTS - European Meeting Tanques de armazenagem 28º Colóquio Nacional da Qualidade SGS inspecciona redes de gás natural Vida Económica com certificação da qualidade Expansão da Divisão de Logistíca para Sul SGS entra no mercado norte-americano da investigação clínica SGS supervisiona a construção de novos parques eólicos Grupo SGS co-patrocina Equipa Alinghi, actual detentora da America’s Cup
Global é a Segurança Alimentar. Apesar
forma a oferecerem maior segurança aos
dos esforços de diversas entidades go-
consumidores.
vernamentais no sentido de regulamentar
É com optimismo que a SGS enfrenta 2004.
e controlar esta importante questão, não
Este será, certamente, um ano de trabalho
nos podemos esquecer das responsabi-
e desejo a todos que seja também um
lidades dos próprios produtores, estabele-
ano de muitos sucessos!
Navegar
Ficha Técnica > Propriedade: SGS Portugal - Av. José Gomes Ferreira, 11, 5º piso, 1495-139 Algés, Miraflores > Telf.: 21 412 72 00 > Fax: 21 412 72 90 > Direcção: Paulo Gomes > Redacção, Design e Produção Gráfica: Editando (www.editando.pt) > Fotografia: Bruno Barata (Editando) e SGS Image Bank > Pré-impressão: IDG > Impressão: Madeira&Madeira > Distribuição: Gratuita > Agradecimentos: Nuno e Isabel Teixeira (Beliape), Fernando Rocha (Quinta dos Milheirais), Horácio Cruz e Teresa Baptista (Timar), Calejo Pires (Companhia das Lezírias), Fernando Dias (Cafés Nandi), António Simões Monteiro (FPAS), Isabel Meirelles (Agência para a Qualidade Alimentar), David Marcus (Netjets), Maria do Rosário Partidário (Universidade Nova de Lisboa).
Segurança Alimentar
Dar visibilidade à garantia da qualidade alimentar
Objectivo prioritário da SGS para 2004
Em 2003, o Grupo SGS assumiu em definitivo uma postura pró-activa e de estreita colaboração com as empresas portuguesas. Estender e reforçar essa atitude ao sector alimentar, é uma das grandes apostas para este ano, uma vez que os serviços de agrocontrolo, higiene alimentar, análise e ensaios laboratoriais e certificação HACCP e de produto aumentaram, no ano passado, em 13% o seu volume de negócios.
E
mbora este sector seja dos mais regulamentados a nível mundial (existindo legislação de aplicação obriga-
tória para áreas como a produção, a transformação e a comercialização), aplicar outras metodologias de avaliação, controlo e validação da segurança e higiene é cada vez mais importante, porque através da sua implementação as empresas do sector agro-alimentar e as de restauração e bebidas podem evidenciar a diferenciação e o valor acrescentado dos seus produtos. O Grupo SGS tem, por isso, disponível neste âmbito uma vasta gama de serviços em áreas
02
Revista do Grupo SGS Portugal
Segurança Alimentar
controlada, das análises e ensaios laboratoriais
Higiene controlada desde a produção até à distribuição
realizados no Laboratório Alimentar à certifica-
A mesma responsável, que acumula no Gru-
ção de produto.
po SGS a tutela da área da Higiene Alimentar,
Anabela Gonçalves, directora do Laboratório
prossegue o seu raciocínio dizendo que "de-
Alimentar da SGS e responsável pela área de
terminadas empresas preocupam-se efecti-
Higiene Alimentar; Isabel Berger, gestora da
vamente com as questões da segurança e
Certificação HACCP e responsável pela Cer-
higiene alimentar, pelo que cumprem a legis-
tificação de Produto Alimentar; e Raquel Silva,
lação aplicável por forma a evidenciarem o
gestora do Departamento de OIC (Organis-
controlo que efectuam internamente junto
mo Independente de Controlo), explicam nes-
das entidades oficiais, do mercado em geral
te artigo o porquê, os objectivos e as mais va-
e do consumidor em particular. Outras há que
lias deste conjunto integrado de áreas e dos
cumprem a mesma legislação mas que que-
serviços que lhe são correspondentes.
rem ir mais longe, avançando, por exemplo,
que vão do agrocontrolo à higiene alimentar
para acções de ‘controlo regular da higiene’
Controlo laboratorial reconhecido
e para a realização de ‘auditorias de higiene’
O Laboratório Alimentar, situado na área me-
ao resultado da sua actividade".
tropolitana de Lisboa, integra o Sistema Por-
Este ‘controlo regular da higiene’, serviço
tuguês da Qualidade e está acreditado pelo
integrado na área Higiene Alimentar, consis-
IPQ, que lhe reconheceu a conformidade do
te na recolha e sistematização de “um con-
seu sistema da qualidade de acordo com os
junto de informação que cobre diversos as-
requisitos da norma NP EN ISO/IEC 17025
pectos relacionados com a higiene das insta-
bem como a competência para a realização
lações, utensílios e manipuladores, e que
de análises incluídas no âmbito do certificado
inclui o cumprimento da legislação aplicável
de acreditação. Dos serviços aqui prestados
das Boas Práticas na manipulação dos ali-
destacam-se as análises químicas e microbio-
mentos. Durante este controlo são avaliados
lógicas a produtos alimentares e águas, incluin-
os princípios gerais de actuação, a higiene
do a análise de micotoxinas, metais pesados,
das instalações, dos equipamentos e mate-
PCB’s, OGM’s e dioxinas, asseguradas através
riais, dos colaboradores, e a limpeza e higie-
da cooperação permanente que existe com
nização do local”, esclarece Anabela Gon-
os laboratórios da SGS Internacional.
çalves.
“Orientado para prestar serviços específicos
Ou seja, quer para as empresas produtoras
e de elevada qualidade no domínio da análise
quer para as empresas distribuidoras de
de produtores alimentares, o Laboratório Ali-
produtos alimentares, e se entendido o domí-
mentar da SGS tem também como clientes
nio da análise laboratorial e do controlo da
habituais empresas de distribuição alimentar
higiene dos produtos, do seu manuseamen-
que querem ter a certeza da qualidade dos
to e do local de armazenamento dos mes-
produtos que distribuem e que, por isso, recor-
mos, "o Grupo SGS tem propostas de trabalho
rem a ensaios laboratoriais. Paralelamente,
que podem ser avaliadas e implementadas
realizamos também análises químicas à
conjuntamente. Propostas que consistem na
qualidade da água de consumo e do ar, que,
implementação de um conjunto de metodo-
como facilmente se depreende, se relacionam
logias e/ou melhores práticas, capazes de me-
com a problemática da ‘segurança alimentar’,
lhorarem a gestão, aumentarem a produtivi-
objectivo para o qual todos nós queremos
dade e o retorno dos custos e dos investimen-
trabalhar”, esclarece Anabela Gonçalves.
tos efectuados", sublinha Anabela Gonçalves.
com a perspectiva de acrescentarem valor
Anabela Gonçalves, directora do Laboratório Alimentar e responsável pela área de Higiene Alimentar; Raquel Silva, gestora do Departamento de OIC; e Isabel Berger, gestora da Certificação HACCP e responsável pela Certificação de Produto Alimentar
Revista do Grupo SGS Portugal
03
Segurança Alimentar
das referidas características. Enquanto entidade terceira e independente, a SGS é reconhecida caso a caso pelo MADRP, como OIC - Organismo Independente de Controlo, para a verificação quer do cumprimento da legislação obrigatória quer dos cadernos de especificações que descrevem as características a realçar por determinado rótulo, assim como dos planos de controlo e inspecção elaborados pelos produtores. “Normalmente, os interessados na prestação deste serviço são produtores ou empresas que querem distinguir aspectos qualitativos do seu produto, como por exemplo a alimentação, a origem dos animais e o tipo de criação, ou seja, aspectos que aumentam naturalmente a confiança dos consumidores", explica Raquel Silva, gestora do Departamento de OIC (Organismo Independente de Controlo) e, nesse âmbito, responsável pelo serviço de rotulagem. O empenho do produtor/empresário “em proceder a uma análise e avaliação da sua cadeia de produção, evidencia, também, a vontade de provar a transparência do processo de produção, transmitindo, desse modo, a confiança ao consumidor final”, acrescenta Raquel Silva. A rotulagem voluntária insere-se na área de actuação denominada Agrocontrolo, na qual a SGS disponibiliza um outro serviço de controlo integrado, que abrange todas as fases da cadeia produtiva e que se adapta aos mais diversos produtos agro-alimentares. “Este serviço integrado, que designamos Private Label, tem por base a aplicação de um Plano de Controlo, Inspecção e Ensaios, que permitirá comprovar as características específicas Aspectos gerais do Laboratório Alimentar da SGS, acreditado pelo IPQ e situado no Cacém, em Lisboa
04
Revista do Grupo SGS Portugal
Pioneira na rotulagem voluntária
de um determinado produto alimentar e ga-
O Grupo SGS foi pioneiro na área da rotulagem
cesso produtivo”, sublinha Raquel Silva.
voluntária em Portugal, designadamente ao
A mesma responsável acrescenta que “toda
nível da carne de aves, suínos e bovinos.
a nossa metodologia se baseia nos requisitos
A rotulagem, ainda que voluntária, insere-se
da norma NP EN 45011, sendo que neste pro-
em programas oficiais reconhecidos pelo Mi-
cesso há fases que são cruciais, como por
nistério da Agricultura, do Desenvolvimento
exemplo a realização de auditorias e inspec-
Rural e das Pescas (MADRP), que visam va-
ções técnicas às unidades envolvidas; amos-
lorizar as características ou processos de
tragem e análise de matéria-prima e produto
produção de determinados produtos. Estes
acabado, em laboratório acreditado. O contro-
sistemas são reconhecidos um a um e con-
lo; a verificação e cruzamento da informação
sistem na elaboração de cadernos de especi-
recolhida no processo e a avaliação da ras-
ficações que indicam todas as características
treabilidade ao longo do mesmo; a realização
do produto, da produção até ao consumidor,
de auditorias, inspecções técnicas e os en-
e em planos de controlo, de inspecção e de
saios, integram o processo, por forma a ga-
ensaios adequados ao controlo e verificação
rantir o seu controlo efectivo”.
rantir a sua rastreabilidade ao longo do pro-
Segurança Alimentar
Dos serviços prestados pela área de Agrocon-
ções sectoriais, associações de defesa dos
trolo, aos quais Raquel Silva se encontra in-
consumidores e organismos de certificação).
timamente ligada, podem destacar-se os se-
Não raras vezes, “são Comissões onde pon-
guintes exemplos: programas oficiais de
tificam igualmente técnicos especialistas nas
rotulagem (carne de bovinos, suínos e aves);
áreas em análise”, informa Isabel Berger.
controlo de denominação de origem (DOP);
A Certificação HACCP, especialmente con-
indicações geográficas protegidas (IGP);
cebida para o sector agro-alimentar, decorre
produção biológica; controlo de cadernos de
da realização de uma abordagem sistemática
especificações nas mais diversas áreas
e estruturada de identificação de perigos e
alimentares (Private Label); programas de
da probabilidade da sua ocorrência em todas
preservação da identidade de produtos não
as etapas da produção de alimentos, definindo
OGM (Organismos Geneticamente Modifica-
medidas para o seu controlo. Por isso, os
dos) e EUREP-GAP (Boas Práticas Agrícolas).
produtores primários, indústrias alimentares,
BRC Food Certificar para o mercado externo
empresas de catering, restaurantes, hotéis,
Certificação aumenta proveitos das empresas
transportadoras alimentares, retalhistas e
A par da implemetação voluntária de nor-
cem a necessidade de um organismo indepen-
mas e sistemas orientadores de uma boa
dente que verifique e certifique o seu sistema
prática, as empresas do sector alimentar po-
de HACCP como parte do seu sistema de
dem optar, como atrás se referiu, pela Cer-
gestão de segurança alimentar.
tificação HACCP e/ou pela Certificação de
Dos benefícios mais visíveis desta certificação,
Produto. Relativamente à segunda, obtê-la e
Isabel Berger destaca o aumento da confiança
poder ostentá-la, apondo-a visivelmente na
dos clientes; a garantia do cumprimento da
O
embalagem do produto, é, por si só, uma mais
legislação alimentar; a fácil integração com
ses a obter a certificação de acordo
valia importante. E os lacticínios, sumos de
outros sistemas de gestão; a definição de
com o referencial inglês BRC Food, que
fruta e cafés constituem exemplos de produ-
estratégias de prevenção, contra perigos que
lhe foi atribuído pela SGS no início de
tos cuja certificação tem vindo a aumentar e
possam ocorrer em pontos específicos da
2004, para a sua unidade Eurohorta. A
a ser notada pelo consumidor, incrementando
cadeia alimentar; a redução dos custos da não
empresa é líder na exportação de frutas
a respectiva quota de mercado.
qualidade; a redução do risco de colocação
e legumes, baseando a sua capacidade
A inexistência de normas (nacionais e inter-
no mercado de produtos nocivos à saúde pú-
de oferta na produção nacional, bem
nacionais) que permitam controlar os proces-
blica; e a facilidade de trocas comerciais co-
com na importação de produtos do He-
sos de produção e a verificação da concepção,
munitárias e internacionais.
misfério Sul, Europa e Norte de África.
armazéns de produtos alimentares reconhe-
fabrico e distribuição deste tipo de produto
Grupo ‘O Melro.com’ é um dos primeiros operadores portugue-
“O BRC Food é considerado uma certi-
por uma entidade terceira, levou o Grupo
Certificar para exportar
ficação de produto alimentar, através
SGS a encetar um projecto de ‘normalização’
Na dependência directa de Isabel Berger está
da realização de auditorias às condições
específico. “Neste momento temos desen-
também um serviço ainda recente em Portu-
de produção nas empresas alimentares
volvidas uma dezena de especificações técni-
gal e no qual, mais uma vez, a SGS foi pioneira.
(sistemas HACCP, sistema de gestão
cas, que abrangem cerca de 15 produtos (su-
Trata-se da certificação, no nosso país, de
da qualidade, infra-estruturas e meios,
mos, leite e derivados, cafés e cerveja, en-
acordo com o referencial do BRC Food, de ori-
controlo do produto, controlo do proces-
tre outros)”, esclarece Isabel Berger, gestora
gem inglesa, e que é fundamental para per-
so e pessoal)”, explica Isabel Berger,
da Certificação HACCP e responsável pela
mitir a exportação de produtos portugueses
responsável pela certificação BRC em
Certificação de Produto Alimentar. Consequen-
para o mercado inglês (ver caixa).
Portugal.
temente, continua a mesma responsável,
Depois de apresentadas as áreas de actuação
As exigências colocadas pelo merca-
“temos também já desenvolvidos e perfeita-
e os serviços disponibilizados no domínio da
do externo onde a empresa actua, o qual
mente operacionais os respectivos planos de
segurança alimentar pela SGS Portugal, facil-
tem vindo a privilegiar os fornecedores
controlo e auditoria, que possibilitam a veri-
mente se conclui que o Grupo dispõe de uma
certificados de acordo com este refe-
ficação do cumprimento das especificações,
vasta rede de empresas, laboratórios e profis-
rencial inglês, levaram o grupo portu-
através da realização de auditorias, inspecções
sionais altamente credenciados neste domí-
guês a implementar e certificar os re-
e ensaios laboratoriais. O trabalho de concep-
nio, posicionando-se, por isso, como líder na-
quisitos da norma BRC. Um exemplo
ção, adequação e verificação dos referenciais
cional e mundial no apoio às empresas pro-
que, cada vez mais, as empresas ex-
normativos criados é realizado por Comissões
dutoras e distribuidoras de bens alimentares
portadoras nacionais se vêem obriga-
Técnicas independentes que integram repre-
de consumo, assim como às traders que ne-
das a seguir.
sentantes de todas as partes envolvidas (in-
cessitam de garantir a qualidade dos produtos
dústria – produção e distribuição –, associa-
adquiridos no país de origem. Revista do Grupo SGS Portugal
05
Segurança Alimentar
Produto Controlado
Crescem as exigências,
aumenta a segurança!
O serviço de Private Label, desenvolvido pela SGS, vem responder à crescente necessidade dos produtores nacionais de comprovarem aos consumidores e/ou clientes a qualidade e a segurança dos seus produtos.
A legislação nacional regulamenta a adopção e aplicação destes instrumentos. Aprovado o produto, é-lhe atribuída uma marca do Ministério da Agricultura e opcionalmente a do Organismo Independente de Controlo seleccionado para o efeito, as quais provam a sua autenticidade. Contudo, apesar da legislação em vigor ser já bastante exigente, os sistemas oficiais
P 06
Revista do Grupo SGS Portugal
rogramas oficiais de rotulagem, que
facultativos de valorização de produtos não
abrangem a produção de carnes de
abrangem a totalidade das espécies, varieda-
bovino, suíno e aves; e denominações
des e/ou dos sistemas de produção. Com o
de origem, indicações geográficas protegidas
objectivo de preencher essas lacunas e res-
ou produtos biológicos constituem alguns
ponder às necessidades das empresas pro-
exemplos das soluções adoptadas pelos
dutoras e distribuidoras de bens alimenta-
produtores nacionais que querem responder
res, a SGS criou o Private Label. Um serviço
às crescentes preocupações dos consumi-
que, à semelhança dos sistemas oficiais de
dores com a segurança alimentar.
rotulagem, tem por base a aplicação de um
Segurança Alimentar
plano de controlo, inspecção e ensaios (PCIE), que comprova as características específicas de um determinado produto e sistema de proNuno e Isabel Teixeira administrador e directora da Qualidade da Beliape
dução, garantindo a sua rastreabilidade ao longo do processo. “As rotulagens facultativas destinam-se apenas a determinadas espécies ou, no caso por exemplo das aves, a sistemas de criação especiais. O Private Label (PL) nasceu da necessidade e das solicitações dos próprios produtores, dando resposta às empresas cujos produtos não estão abrangidos pelos sistemas de valorização existentes. O serviço dirige-se
“A crise dos nitrofuranos está ultrapassada mas nada nos diz que algo semelhante não venha a acontecer no futuro. Se tal suceder, queremos que os consumidores tenham um meio eficaz e seguro de distinguir o nosso produto”.
às empresas pró-activas, que pretendem demonstrar a qualidade dos seus produtos aos clientes e consumidores finais, assim como a transparência dos seus processos produti-
Diferenciar o produto
lado pela SGS e que está isento de um con-
vos”, justifica Raquel Silva, gestora do Depar-
Para a Beliape a criação de um Private Label
junto de substâncias proibidas por lei. “A crise
tamento de OIC (Organismo Independente
(PL) surge como resposta à insegurança e às
dos nitrofuranos está ultrapassada mas na-
de Controlo) da SGS. A mesma responsável
preocupações que a recente crise dos nitrofu-
da nos diz que algo semelhante não venha a
explica que “o PL segue a metodologia que
ranos veio criar.
acontecer no futuro. Se tal suceder, queremos
é utilizada nos sistemas facultativos. Ou seja,
“Apesar de termos implementado e certifi-
que os consumidores tenham um meio eficaz
existe um caderno de especificações que
cado um sistema de gestão da qualidade na
e seguro de distinguir o nosso produto”,
descreve as características do produto e as
empresa, o que nos permitia assegurar um
sublinha Nuno Teixeira.
especificidades do seu processo produtivo.
controlo rigoroso sobre a nossa produção,
Depois, para as comprovar, a SGS implementa
quando surgiu a crise dos nitrofuranos o nosso
Reforçar as garantias
um plano de controlo ao longo do processo
negócio foi fortemente afectado”, constata
Preocupações idênticas levaram, também, a
produtivo, que se traduz na realização de
Nuno Teixeira, administrador da Beliape, em-
Quinta dos Milheirais (QM) a solicitar o ser-
auditorias às várias unidades, inspecções
presa produtora de ‘frango industrial’. O mo-
viço de PL à SGS. Mas para esta empresa,
técnicas e ensaios regulares a produtos re-
tivo dos danos sofridos, designadamente da
uma das primeiras produtoras de ‘frango do
colhidos regularmente ao longo da cadeia,
quebra acentuada das vendas, é rapidamente
campo’ criado ao ar livre constituídas em Por-
nas várias fases do processo produtivo. Es-
apontado pelo responsável da empresa: “O
tugal, o PL vem, acima de tudo, reforçar o
tando o produto em conformidade com as
nosso produto estava, de facto, isento de
controlo e a garantia de segurança que o sis-
características definidas, a SGS autoriza, fi-
qualquer substância proibida mas o consumi-
tema de produção especial adoptado pela QM
nalmente, a empresa a fazer publicidade ao
dor final não tinha meio de o distinguir dos
(o qual se encontra aprovado pelo Ministério
controlo efectuado.”
restantes”.
da Agricultura) já assegura. “É uma dupla
Apesar da marca do Ministério da Agricultura
Desde Junho que os produtos da Beliape (pa-
garantia que se destina, essencialmente, a
e da marca do OIC da SGS não constarem de
ra além do ‘frango de produção industrial’, a
tranquilizar-nos e a garantir (através do con-
determinado rótulo, com o Private Label o
empresa comercializa também carne de perú
trolo) que o nosso frango está isento de subs-
produtor pode fazer chegar ao consumidor a
e ‘frango do campo’ produzido ao ar livre, este
tâncias nocivas, salvaguardando-nos de
informação de que o seu produto é controlado
último sob a designação ‘Frango d’Avó’) os-
situações idênticas às vividas recentemente
por uma entidade independente, que atesta
tentam um selo ‘produto controlado’, no qual
com a crise dos nitrofuranos”, justifica Fernan-
as características e a segurança do mesmo.
consta a informação que o produto é contro-
do Rocha, administrador da QM. Revista do Grupo SGS Portugal
07
Segurança Alimentar
“Temos um produto de excelente qualidade e não queremos que seja posto em causa por uma contaminação cruzada ou por qualquer outra situação alheia à nossa vontade”.
Fernando Rocha, administrador da Quinta dos Milheirais
“Temos um produto de excelente qualidade
Assim, acelerámos a adopção de algumas
e não queremos que seja posto em causa por
medidas, entre as quais a solicitação do ser-
uma contaminação cruzada ou por qualquer
viço de PL à SGS”, sublinha Horácio Cruz,
outra situação alheia à nossa vontade”, explica
director comercial da empresa.
o mesmo responsável.
O ano passado, a Timar produziu cerca de mil
Também para a QM a informação ao consumi-
toneladas de pescado, parte significativa das
dor assume um papel importante. “Para além
quais teve como destino os hipermercados
do rótulo aprovado pelo Ministério da Agricul-
Carrefour.
tura, vamos incluir um selo com a indicação
Hoje, o ciclo de produção do pescado, designa-
de que é um produto controlado por um orga-
damente do robalo e da dourada, é controlado
nismo idóneo e independente”.
e monitorizado, estando sujeito a inspecções
Com a criação de um PL, esta empresa espera
e análises constantes.
ainda reconquistar a confiança do mercado
A inclusão no rótulo da informação que o pro-
externo. Um mercado que valia cerca de 10%
duto foi controlado por uma entidade inde-
da produção da QM e que foi fortemente
pendente é uma das mais valias do PL. “Des-
afectado pela crise dos nitrofuranos.
de 2003 que a rotulagem do peixe é obrigatória. Contudo, as informações dadas ao con-
08
Antecipar exigências do consumidor
sumidor são, em nossa opinião, escassas.
As imposições colocadas por um dos seus
(se é extractiva ou de aquicultura), ao local da
principais clientes (a empresa é um dos for-
pesca e pouco mais. Consideramos, por isso,
necedores da Fileira Qualidade Carrefour)
que a criação de um PL valoriza o produto e
levaram a Timar a antecipar a implementação
a marca, diferenciando-o de produtos seme-
de uma estratégia assente em critérios de
lhantes e permitindo que o consumidor faça
qualidade. “Até agora o sector piscícola tem
uma escolha informada e consciente”, salien-
estado imune às sucessivas crises de segu-
ta Horácio Cruz.
rança alimentar. Contudo, não podemos igno-
Para já, apenas o produto comercializado pe-
rar a crescente preocupação do mercado com
lo Carrefour tem a indicação “produto contro-
a qualidade e a segurança dos bens alimen-
lado”, mas é objectivo da empresa estender
tares que são comercializados. A assinatura
essa referência a toda a produção. Os planos
do acordo com um dos nossos principais
da Timar passam, ainda, pela implementação
clientes, que nos obriga a cumprir um rigoroso
e certificação de um sistema de gestão da
caderno de especificações técnicas, coincidiu
qualidade. Algo que a empresa quer desen-
com uma mudança de estratégia da Timar.
volver ao longo de 2004.
Revista do Grupo SGS Portugal
Apenas é feita referência à forma de captura,
Horácio Cruz, director comercial, e Teresa Baptista, directora da qualidade da Timar
Segurança Alimentar
Companhia das Lezírias
Aposta na produção biológica
Calejo Pires, administrador
A obtenção da certificação ‘carne biológica’ constitui uma prioridade para a Companhia das Lezírias, empresa que é hoje um dos fornecedores da Fileira Qualidade do Grupo Carrefour em Portugal.
10
Revista do Grupo SGS Portugal
nas prateleiras dos hipermercados
É
ambiente, pode ser compatível com os cri-
Carrefour, um dos principais grupos
térios de negócio usuais.
do sector da distribuição em Portugal
Com cerca de 20 mil hectares, compreendidos
e líder a nível europeu, que encontramos a
entre os rios Tejo e Sorraia, e abrangendo a
carne bovina produzida pela Companhia das
lezíria de Vila Franca de Xira, a Charneca do
Lezírias. Desde 2001 que este é um dos vários
Infantado, o Catapereiro e os Pauis (Belmonte
produtos que integra a Fileira Qualidade do
e Lavouras), a CL beneficia das condições
Grupo, um programa que visa assegurar a
naturais proporcionadas quer pela sua exten-
qualidade e a rastreabilidade dos produtos
são quer pela sua localização, uma vez que
frescos e que vai ao encontro das, cada vez
está integrada na Reserva Natural e Zona de
maiores, exigências do consumidor nacional
Protecção Especial do Estuário do Tejo. A es-
com a segurança dos produtos alimentares
tas, acrescenta-se a adopção de condições
que adquire.
específicas de produção, factores que dife-
Com um sistema de produção extensivo, em
renciam o novilho CL de outros produtos simi-
zonas protegidas nas lezírias e charnecas ri-
lares existentes no mercado nacional.
batejanas, a estratégia seguida pela estatal
Foram estas diferenças que a empresa quis
Companhia das Lezírias (CL) é um exemplo
realçar junto do consumidor, tendo criado o
de como um modo de produção tradicional,
rótulo “Carne da Lezíria”, aprovado pelo
no qual não é esquecido o respeito pelo meio
Ministério da Agricultura, e cujas caracterís-
Segurança Alimentar
ticas específicas de produção são controladas, monitorizadas e verificadas pela SGS, enquanto organismo independente de controlo seleccionado pela empresa. As mesmas características levaram o Grupo Carrefour a eleger o novilho produzido pela CL para a sua Fileira Qualidade, sendo actualmente um dos dois fornecedores da carne bovina do grupo, com uma produção anual que ronda os 1500 animais.
Certificação da carne biológica para breve
o regulamento de pecuária biológica definido
e com a preservação do meio ambiente. Um
Para além da produção se concentrar exclu-
a nível europeu, o qual impõe que a alimen-
exemplo disso, é a produção de arroz”. Sendo
sivamente na área geográfica da CL, o recurso
tação do gado seja toda ela natural, o respeito
um dos maiores produtores nacionais de ar-
a raças autóctones, Mertolenga e Preta, como
pelo ambiente e proíbe a utilização de algumas
roz, a CL detém cerca de 25 por cento do
base genética, é um dos trunfos da CL, que
substâncias, entre outros aspectos. Para além
capital da Orivárzea, empresa que agrega um
é hoje o maior criador nacional destas es-
disso, as raças Mertolenga e Preta têm uma
conjunto de produtores nacionais. “Todos os
pécies. Os animais são criados em pastagens
aptidão para este tipo de produção que outras
accionistas da Orivárzea seguem o mesmo
naturais e melhoradas, durante todo o ano,
não têm. Como têm um crescimento mais
processo de produção, o qual está sujeito a
em sistema extensivo (cerca de 5 hectares
lento, carecem de menos tratamentos profilá-
normas de protecção integrada. Aliás, tivemos
de superfície forrageira, por animal). Além do
ticos, do ponto de vista veterinário”, sustenta
o prazer de entregar, simbolicamente, ao
pasto, o gado é alimentado, ainda, com for-
o administrador da CL.
ministro da Agricultura a primeira embalagem
ragens de produção própria.
De acordo com Calejo Pires, apenas a forma-
de arroz Carolino de protecção integrada,
Calejo Pires, administrador da CL, refere tam-
lização do processo de certificação está um
produzido em total respeito pelo ambiente.
bém o facto de todos os animais serem identi-
pouco mais atrasada. “É necessário notificar
Um arroz exemplar em termos de segurança
ficados electronicamente, o que garante a
a Direcção Geral de Desenvolvimento Rural,
alimentar, uma área em que a Orivárzea vai
máxima fiabilidade da sua identificação e ras-
e controlar e analisar todo o processo através
apostar no futuro”.
treabilidade.
de organismos competentes para o efeito”.
Um futuro que vai passar, de acordo com as
“Todo este processo de produção, que segue
Segundo o calendário previsto pela CL, a cer-
expectativas do principal accionista, pela
os requisitos impostos pelo Caderno de Es-
tificação deverá estar concluída até ao final
certificação de acordo com os requisitos da
pecificações definido pelo Carrefour e apro-
deste ano, prevendo-se a comercialização do
norma ISO 9001:2000, para controlo do pro-
vado pelo Gabinete de Planeamento e Política
produto com a designação ‘carne biológica’
cesso, e pela certificação do produto, pas-
Agro-Alimentar do Ministério da Agricultura,
já em 2005.
sando então a ser a única entidade a colocar
é rigorosamente controlado pela SGS”, acres-
“O Carrefour mostrou todo o interesse na cer-
arroz certificado no mercado. Em curso está,
centa Calejo Pires. A SGS é responsável pela
tificação biológica, já que esta irá fornecer uma
também, a classificação da zona de produ-
amostragem e análise da matéria-prima e do
garantia extra ao consumidor de que o produto
ção da empresa, de Indicação Geográfica Pro-
produto final, ao mesmo tempo que gere e
que está a adquirir foi produzido de forma na-
tegida para o Arroz Carolino da Lezíria. A curto
faz a monitorização e acompanhamento de
tural, sem agressões para o meio ambiente, e
prazo, a empresa pretende que o arroz que
todo o processo. O controlo, inspecção e
em que todo o processo foi rigorosamente con-
este agrupamento de produtores produz,
ensaios estendem-se ainda às instalações do
trolado”, acrescenta Calejo Pires.
transforma, controla e comercializa não seja
matadouro, à unidade de transformação das
visto como um produto alimentar indiferenciado, mas sim como o primeiro arroz de al-
Uma vez aprovado o produto, é colocada a
Estender a qualidade a outras produções
marca SGS de aprovação, que atesta a sua
A estratégia seguida pela Companhia das Le-
fastos para o meio ambiente e para a saúde
conformidade com os parâmetros de pro-
zírias não se esgota na certificação ‘carne
humana.
dução e características da qualidade especí-
biológica’, nem se limita à área pecuária. A
Ao promover este tipo de sistemas de pro-
ficas, definidas no caderno de especificações.
CL é a maior exploração agro-pecuária e flo-
dução, a CL está a contribuir para a preser-
As exigências colocadas pelo Caderno de
restal existente em Portugal. “Em todas as
vação do espaço rural e do ecossistema exis-
Especificações aproximam o modo de pro-
áreas da nossa actividade temos a preocu-
tente ( e que necessita de ser preservado),
dução do novilho da CL do modo de produção
pação de compatibilizar os sistemas de pro-
bem como para a defesa da segurança do
biológica. “Na prática, o nosso modo de
dução com as normas ambientais existentes,
consumidor através da produção de produtos
produção já é biológico, uma vez que segue
tanto na legislação nacional como comunitária,
mais naturais e com mais qualidade.
peças, ao seu transporte e recepção nas lojas.
ta qualidade, isento de produtos químicos ne-
Revista do Grupo SGS Portugal
11
Segurança Alimentar
Cafés Nandi
Produção inovadora com garantia da qualidade
Fernando Dias, director
Com equipamento de torra exclusivo em Portugal e com as cinco certificações já obtidas, a Cafés Nandi pretende marcar a diferença e expandir-se no mercado interno.
menos, dez minutos. Isto permite-nos um perfil de torra ideal, durante o qual o produto seca em muito menos tempo, mantendo intactos todos os aromas próprios do bago do café”, explica. A par dos ganhos de tempo, Fernando Dias salienta a menor probabilidade do café ficar
12
Revista do Grupo SGS Portugal
uando, em 2000, a empresa mudou
Q
queimado: “Os sistemas tradicionais utilizados
de instalações, Fernando Dias, o di-
em Portugal são constituídos por cilindros de
rector, decidiu experimentar um
ferro, onde o ar quente circula e irradia calor
sistema inovador, único em Portugal. Adquiriu
para os bagos de café. Acontece que nos
um equipamento de origem alemã, que per-
torradores de tambor, uma parte significativa
mite assegurar circuitos fechados de produ-
do processo de torra é feita por contacto entre
ção e um perfil de torra diferente do tradicio-
o bago e o metal, o que origina um choque
nal. “Foi um investimento muito grande, supe-
térmico nefasto para o sabor e para o aroma
rior a dois milhões de euros, mas conside-
do café, uma vez que o bago fica mais torrado
rámos que deste modo estaríamos bem pre-
no exterior do que no interior. Com o nosso
parados para competir e para conseguir cres-
sistema isso não acontece. Se fizermos um
cer no mercado português”, justifica Fernando
corte transversal num bago de café, verifica-
Dias.
mos que a torra é uniforme”.
As vantagens do novo equipamento reflec-
Este novo equipamento dispõe também de
tem-se no apuramento e na depuração das
um processo inovador de injecção de água,
características do café. “Conseguimos torrar
que faz com que o produto seja embalado
o café num minuto e meio, enquanto que nos
com o teor de humidade considerado ideal
torradores tradicionais a torra demora, pelo
para o café expresso.
Segurança Alimentar
Qualidade desde o início Feita a opção por tecnologia de ponta, Fer-
designadamente a certificação do seu Siste-
nando Dias e a sua equipa quiseram sustentar
ma Integrado da Qualidade, Ambiente e Se-
esta mais valia com a ajuda doutros factores
gurança. Paralelamente, consideramos que
chave para o sucesso da empresa e, designa-
a certificação do Lote Premium nos dá um
damente, do produto a comercializar. A di-
forte argumento para promover o nosso café,
ferenciação pela qualidade tornou-se, por
representando um elemento diferenciador
isso, o caminho óbvio a seguir. “Quando
face à concorrência”, justifica.
adquirimos este novo equipamento, percemuito diferente das que existiam em Portugal.
Evidenciar a diferença ‘in loco’
E, consequentemente, quisemos que essa
Para Fernando Dias o mercado português não
nossa diferença fosse reconhecida e valoriza-
está ainda suficientemente sensibilizado para
da externamente. A melhor forma que encon-
as vantagens da qualidade e de uma gestão
trámos de o fazer foi enveredar pela adopção
empresarial na qual a gestão da qualidade e
e implementação de princípios estritos de
a melhoria contínua sejam elementos dife-
controlo da qualidade atestada e daí termos
renciadores e potenciadores de mais valias
partido para a implementação e posterior
competitivas. Daí o esforço da empresa para
certificação de um Sistema Integrado de Qua-
que a mensagem da qualidade passe para o
lidade, Ambiente e Segurança. Como perten-
exterior com credibilidade e confiança, uma
cemos ao sector agro-alimentar, considerá-
vez que o objectivo número um da Cafés
mos essencial a implementação do HACCP
Nandi é o de fidelizar os clientes de que já
e também a ‘certificação de produto’ para um
dispõe e conquistar outros que se revelem
lote especial de café”, sublinha Fernando Dias.
potenciais. “Muitas vezes, as pessoas pen-
As certificações (ISO 9001:2000, ISO 14001,
sam que o Sistema de Gestão da Qualidade,
OHSAS 18001 e HACCP), atribuídas pela SGS
Ambiente e Segurança se implementa e cer-
Portugal, foram entregues à Cafés Nandi
tifica facilmente, inclusive sem grandes exi-
em Maio de 2003. Em Junho do mesmo ano,
gências e proveitos para a empresa. Para evi-
a empresa obteve a ‘certificação de produto’
tar este mal entendido, temos trazido os clien-
para o Lote Premium.
tes à fábrica, para que possam observar de
Satisfeito com a aposta feita, designadamen-
perto a realidade da empresa e, em particular,
te ao nível tecnológico e da gestão pela quali-
as vantagens do nosso sistema inovador. Nes-
dade, Fernando Dias faz questão de salientar
sas ocasiões, notámos, com satisfação, que
que, no sector a que pertence, a Cafés Nan-
à saída os clientes apresentam uma postura e
di é a “única empresa que cumpre os requisi-
uma atitude completamente diferentes, desig-
tos legais relativos às emissões gasosas”. E
nadamente ao nível da confiança nas potencia-
acrescenta: “Nós sempre nos preocupámos
lidades do nosso café”, explica Fernando Dias.
com a defesa e a preservação do ambiente.
Consciente de que o crescimento da empre-
Obviamente, que agora podemos afirmar que
sa e a rentabilização do investimento realiza-
estas preocupações e as acções tendentes
do só pode passar pela continuidade da apos-
a evitar danos ambientais se encontram forta-
ta nos princípios estabelecidos em 1998, o
lecidas na nossa empresa”.
director da Cafés Nandi adianta ainda que em
Sobre a ‘certificação de produto’ entretanto
2004 os esforços da empresa vão-se concen-
obtida, Fernando Dias esclarece que a mesma
trar no alargamento da rede comercial e, con-
foi solicitada pela Cafés Nandi à SGS na se-
sequentemente, na angariação de novos
quência da manifestação da vontade de al-
clientes. Com uma quota de mercado ainda
guns clientes da empresa. “Sentimos essa ne-
pequena, Fernando Dias quer alargar a co-
cessidade porque alguns clientes nos ques-
bertura da empresa a todo o território na-
tionavam sobre a ‘certificação de produto’ sem-
cional, à semelhança do que já acontece em
pre que conheciam a empresa ‘por dentro’ e
algumas zonas do país.
bemos que estávamos a ‘criar’ uma unidade
“Sempre nos preocupámos com a defesa e a preservação do ambiente. Obviamente, que agora podemos afirmar que estas preocupações e as acções tendentes a evitar danos ambientais se encontram fortalecidas na nossa empresa”.
Revista do Grupo SGS Portugal
13
Segurança Alimentar
SVD põe suinicultores em alerta O número de suinicultores nacionais que optou pela adopção de um sistema voluntário de auto controlo é ainda muito reduzido. O recente surto de SVD (doença vesiculosa dos suínos) na região de Leiria veio alertar os produtores para a necessidade de acelerarem a sua implementação.
16
Revista do Grupo SGS Portugal
Segurança Alimentar
N
o final de Dezembro, o anúncio de
efectuada uma colheita de sangue e os
mais por isso, o consumidor exige que a
um surto de SVD, na região de Leiria,
resultados da sua análise tenham sido nega-
segurança alimentar dos produtos que con-
veio alertar o consumidor para o que
tivos. Estas medidas foram implementadas
some seja cada vez maior, motivo pelo qual
podia ser mais uma questão séria no domínio
no final de Dezembro, por um período de 28
António Simões Monteiro está convicto de que
da segurança alimentar. Depois da encefa-
dias, que está agora a terminar”, explica
o controlo voluntário é um facto irreversível,
lopatia espongiforme bovina e da presença
António Simões Monteiro. Apesar da doença
não estando em fase mais avançada por uma
de nitrofuranos na carne de frango, o consu-
ter sido, aparentemente, controlada, o secre-
única razão: a crise.
midor português começou a questionar-se
tário geral da FPAS sublinha o impacto das
No entanto, o sector não está parado. “Te-
sobre a qualidade da carne de porco. Contu-
medidas de contenção para as cerca de duas
mos o exemplo do Projecto PIGS - Programa
A implementação de sistemas de auto controlo voluntário, como as rotulagens facultativas ou a certificação de produto, constituem, por isso, uma mais valia, quer para produtores quer para consumidores.
do, “a SVD sendo uma doença de exploração,
centenas de explorações localizadas nas zonas
específica do sector, não tem qualquer im-
de protecção e de vigilância. “A impossibi-
plicação no ser humano. Não existe, portanto,
lidade de escoar os animais durante um mês
qualquer risco para a saúde pública”, esclarece
provocou graves prejuízos à maioria dos pro-
António Simões Monteiro, médico veterinário
dutores afectados, que viram assim ainda
e secretário geral da Federação Portuguesa
mais agravados os resultados económicos,
das Associações de Suinicultura (FPAS). Des-
no culminar de um ano caracterizado por uma
feitas as primeiras dúvidas, este responsável
forte crise do sector tanto a nível interno como
acrescenta que, “o mercado está hoje a fun-
comunitário”, afirma.
cionar normalmente, sem que se tenha vecarne de porco”.
Produtores apostam na certificação
Se o consumidor pode estar descansado, o
Apesar de recusar fazer comparações entre
mesmo já não se passa com os produtores
as crises da BSE e dos nitrofuranos e o sur-
daquela região. A SVD é uma doença de
to de SVD, António Simões Monteiro reco-
fácil disseminação e o risco de transmissão
nhece que o sector da suinicultura não está
de exploração para exploração é elevado.
“propriamente” livre de vir a ser afectado por
Integrado para a Gestão de Suiniculturas da
“Para evitar o contágio e no rigoroso cum-
crises semelhantes.
região de Montemor-o-Novo, que visa a or-
primento da legislação comunitária foram
Para o secretário geral da FPAS, a implemen-
ganização do sector neste concelho alente-
implementadas medidas sanitárias por forma
tação de sistemas de auto controlo voluntá-
jano. Foram criadas uma série de normas para
a, na medida do possível, circunscrever a zona
rio, como as rotulagens facultativas ou a certifi-
a legalização das explorações que por certo
afectada. Para além de ter sido abatido todo
cação de produto, constituem, por isso, uma
conduzirão à rotulagem voluntária da carne
o efectivo da exploração onde a SVD foi ini-
mais valia, quer para produtores quer para
de porco aí produzida”. Um exemplo que
cialmente detectada, criou-se uma zona de
consumidores. “Existem actualmente alguns
certamente e a seu tempo deverá ser segui-
protecção, num raio de três quilómetros, na
(poucos) exemplos, mas a situação de crise
do noutras regiões do país e que a FPAS saúda
qual foi rigorosamente proibida a circulação
que afecta o sector tem condicionado a sua
e apoia incondicionalmente.
e o transporte de suínos. À volta do primeiro
implementação. Os produtores estão atentos,
perímetro há uma segunda zona de vigilância,
e reconhecem as vantagens mas faltam-lhes
de sete quilómetros, onde o transporte de
os meios financeiros para os concretizarem”,
animais para o matadouro é permitido des-
disse.
de que nos 14 dias precedentes tenha sido
Contudo, e embora dificilmente aceite pagar
rificado qualquer diminuição do consumo da
António Simões Monteiro, secretário geral da FPAS
Revista do Grupo SGS Portugal
17
Segurança Alimentar / Opinião
Agência para a Qualidade e Segurança Alimentar
Avaliar e comunicar os riscos alimentares
A circulação de géneros alimentícios seguros e sãos constitui um aspecto essencial no mercado nacional e no mercado comunitário, dado que contribui significativamente para a saúde e bem-estar dos cidadãos e para os seus interesses económicos e sociais.
saúde é um princípio que subjaz não
E
cisões e sobretudo nos pareceres emitidos.
apenas à legislação alimentar, mas
A fim de garantir esta confiança é necessá-
também aos processos de tomada de decisão
rio considerar todos os aspectos da cadeia
e às estruturas responsáveis pela segurança
alimentar na sua continuidade e tomar em
alimentar. Estas, tal como a Agência para a
consideração a produção, o fabrico, o trans-
Qualidade e Segurança Alimentar ou, a nível
porte e a distribuição dos alimentos para con-
comunitário, a Autoridade Europeia para a
sumo humano ou destinados a animais pro-
Segurança dos Alimentos, são independentes
dutores de géneros alimentícios, dado que
e de carácter eminentemente científico, de
cada elo desta cadeia alimentar pode ter um
molde a que os consumidores, ou os parceiros
impacto potencial na segurança dos géneros
comerciais, tenham confiança nas suas de-
alimentícios.
ste elevado nível de protecção da
18
Revista do Grupo SGS Portugal
Segurança Alimentar / Opinião
Esta confiança é igualmente alicerçada numa
relevantes, colmatando, se necessário, lacu-
avaliação dos riscos, independente, objectiva,
nas científicas que inclusive não possam ser
transparente e baseada nas informações e
preenchidas pela Autoridade Europeia para
nos dados científicos disponíveis.
a Segurança dos Alimentos ou outras agên-
Com efeito, é de importância crucial construir
cias de segurança alimentar europeias.
a confiança dos consumidores em géneros
De facto, sendo Portugal um país com recur-
alimentícios seguros e sãos, dado que,
sos escassos, a partilha das avaliações dos
acrescidamente, o sector agro-alimentar tem
riscos já efectuadas é de importância crucial,
um peso económico e comercial importante
quer em termos de racionalização de meios
a nível nacional, mas também a nível comu-
quer em termos de identificação das acções
nitário, dado que a União Europeia é uma
e disposições adequadas, no sentido de eli-
potência comercial naquele sector.
minar ou reduzir para um nível aceitável o
Nesta conformidade, a Agência deve assumir
risco para a saúde humana.
o papel de referência científica independente A independência da Agência revela-se tam-
Comunicar, sim. Fiscalizar, não!
bém nas suas atribuições e competências no
Esta cooperação nacional e europeia, no âmbi-
âmbito da comunicação dos riscos, traduzida
to da unidade de crise, estende-se igualmen-
na informação dos cidadãos através de comu-
te à área da comunicação dos riscos, identi-
nicações autónomas nos domínios das suas
ficando o melhor modo de informar, de forma
atribuições e competências, a fim de fornecer
objectiva e transparente, os cidadãos em geral,
informações objectivas, fiáveis e facilmente
evitando, assim, pânicos excessivos ou des-
compreensíveis.
mesurados.
A Agência deve, igualmente, cooperar de
A unidade de crise desenvolverá ainda uma
forma muito estreita com as autoridades de
estratégia de comunicação, de molde a manter
gestão, pois esta colaboração é fundamental
o público informado, de forma transparente,
em situações de crise, ou seja, sempre que
sobre o risco e as medidas adoptadas, desig-
se identifiquem situações que impliquem um
nadamente pelas autoridades de gestão.
risco grave, directo ou indirecto para a saú-
É, com efeito, essencial que a função de avalia-
de humana ligado a géneros alimentícios ou
ção e comunicação dos riscos seja autónoma
a alimentos para animais, e que esse risco
da função inspectiva e fiscalizadora, de modo
não possa ser prevenido, eliminado ou redu-
a que fiquem asseguradas a independência
zido pelas disposições em vigor.
de quem avalia e comunica os riscos e a efi-
Neste caso, são factores críticos as situações
cácia de quem inspecciona e fiscaliza.
que envolvem um risco sério, directo ou
O objectivo que prosseguimos é, em suma,
indirecto, para a saúde humana ou quando é,
a definição e aprovação de uma estratégia
ou pode ser, sentido ou publicitado como tal
que dote, nos termos da lei, a Agência Por-
e, ainda, quando o risco é disseminado ou po-
tuguesa de uma estrutura organizacional fle-
de vir a sê-lo, através de partes consideráveis
xível, adaptando-a permanentemente às exi-
da cadeia alimentar.
gências que as empresas e o mercado en-
Neste caso, o procedimento operacional usa-
frentam, sem deixar de ter em conta o seu ob-
do a nível da União Europeia e noutros Esta-
jectivo geral de protecção da saúde pública e
dos membros, e de forma aconselhável em
dos consumidores, e contribuindo para que
Portugal, é a constituição de uma unidade de
os alimentos destinados ao consumo humano
crise com o objectivo de conseguir uma
e dos alimentos para animais sejam seguros,
melhoria.
numa perspectiva assente no conceito de que
As acções desta unidade de crise dizem res-
a cadeia alimentar se inicia na produção e ter-
peito à recolha de todos os dados científicos
mina no consumo.
na avaliação dos riscos.
Isabel Meirelles presidente da Agência para a Qualidade e Segurança Alimentar
Revista do Grupo SGS Portugal
19
Certificação
A empresa de transportes aéreos Netjets recebeu, em Dezembro de 2003, a certificação ISO 9001:2000, ficando registada como a empresa que recebeu o milésimo certificado atribuído pela SGS em Portugal.
Certificado número 1000
A
Netjets é uma transportadora aérea europeia, com sede em Londres, especializada em voos
privados para empresas e particulares. Neste âmbito, providencia serviços que vão desde a logística aeroportuária ao aluguer do avião e do piloto, à segurança
Netjets
e à manutenção dos aparelhos. Ou seja, e como explica David Marcus, chefe operacional da Netjets em Portugal, o serviço prestado é chave na mão e integral, uma vez que “a única coisa que o cliente precisa realmente de fazer é pegar no telefone e dizer onde e a que horas quer o avião pronto”. NetJets Inc.
A qualidade, em todas as fases do serviço, é, por isso, uma das mais valias da empresa, motivo pelo qual a implementação e certificação do Sistema de Gestão da Qualidade da filial portuguesa foram definidas como um objectivo prioritário a atingir. O certificado agora recebido é o culminar do processo iniciado pela Direcção e pela equipa da qualidade que acompanhou todo o projecto, sendo visto como um elemento prestigiador e de forte motiva20
Revista do Grupo SGS Portugal
Certificação
ção para a melhoria contínua que todos adivinham e querem para a empresa. “A obtenção deste certificado coloca-nos exactamente no patamar onde queremos estar. O sucesso da nossa empresa resulta da vontade de fazermos o nosso trabalho cada vez melhor e é esse compromisso que queremos reforçar com esta certificação. Inclusive porque muitos dos nossos clientes são empresas de prestígio, muitas delas já certificadas, e nós não queremos deixar de estar igualmente no caminho certo, no caminho da qualidade e da melhoria contínua, para que o mercado continue a solicitar os nossos serviços e a ver-nos como uma empresa de referência,
David Marcus, chefe operacional da Netjets em Portugal, com Ana Pina Teixeira, da SGS
de prestígio e de qualidade reconhecida. Queremos pertencer ao clube dos melhores e esta parece-nos uma forma muito positiva e rentável de o fazermos”, sublinha o responsável pela Netjets em Portugal. A escolha da SGS como entidade certificadora é justificada por David Marcus pelo facto de ser uma companhia “bem cotada” internacionalmente: “Procurámos uma entidade que fosse ela própria reconhecida e que pudesse, também por via disso, funcionar como uma
NetJets Inc.
garantia acrescida para os nossos clientes”.
Servir em todo o mundo A Netjets é uma companhia com mais de 36 anos de experiência, que trabalha um pouco por todo o mundo, desde o Médio Oriente a África, Ásia e América. Em Portugal, a empresa marca presença desde 1996. Para o respon-
ano. Crescemos, temos mais clientes, mais
sável David Marcus, o mercado português
empregados e geramos mais lucros do que
tem sido uma agradável surpresa, compor-
no ano anterior”, constata David Marcus. Con-
tando-se de forma similar ao resto da Europa.
fiante na repetição deste sucesso em 2004,
“Estamos muito satisfeitos com a evolução
o chefe operacional em Portugal considera
do negócio em Portugal, que se reparte quase
que a certificação atribuída pela SGS pode
equitativamente entre empresas e particu-
ser uma ajuda preciosa para “levar a com-
lares, e com os nossos colaboradores portu-
panhia ao destino certo”. Até porque, “a certi-
gueses, que representam 90% da equipa”.
ficação é uma mais valia, que será, com cer-
E, apesar de 2003 ter sido um ano de crise
teza, tida em conta pelos nossos clientes
económica generalizada, a Netjets conseguiu
(actuais e potenciais) e que nos ajudará a
aumentar a facturação relativamente a 2002.
trabalhar de acordo com padrões de elevada
“Para a Netjets Portugal, 2003 foi um bom
exigência profissional”. Revista do Grupo SGS Portugal
21
Formação
SGS Training
Oferecer vantagens competitivas Susana Iglésias, directora
A
SGS Training nasceu em Novembro de 2003 mas já tem planos ambiciosos para 2004. O grande objec-
tivo é obter o reconhecimento do mercado como entidade formadora, designadamente dos clientes e das entidades concorrentes. De acordo com a directora do Departamento de Formação da SGS, Susana Iglésias, importa marcar a diferença na área da formação profissional: “A qualidade do nosso produto é ditada pela escolha de cada conteúdo programático, que é feita de acordo com as reais necessidades do mercado, e também pela selecção cuidadosa dos formadores. Queremos criar vantagens para o formando e pretendemos que os nossos cursos contribuam, efectivamente, para a melhoria da vida profissional de todos os nossos clientes”. Os mais de 50 cursos já agendados para 2004 abrangem as áreas de ambiente, qualidade, segurança e higiene do trabalho, segurança e higiene alimentar, saúde, e ensaios não destrutivos, entre outras. Cursos que, como sublinha Susana Iglésias, vão estar disponíveis nas modalidades Inter-Empresas e Intra-Empresas. “A formação Inter-Empresas é dirigida a um grupo de formandos oriundos de várias empresas e tem lugar em instalações da SGS.
A SGS Training é o novo departamento da SGS dedicado à formação. Promete diferenciar-se pela qualidade dos serviços prestados e pela criação de mais valias para todos os formandos abrangidos.
A formação Intra-Empresas implica uma deslocação da SGS à casa do cliente, sendo que os formandos são todos da mesma empresa. Ambas as modalidades são, em nossa opinião, muito interessantes. No caso da formação Inter-Empresas há uma troca de experiências enriquecedora para cada um dos participantes; na modalidade Intra-Empresas, para além da flexibilidade do curso se realizar no local, período e horário mais convenientes para a empresa, tem a vantagem de se tratar de uma formação direccionada para os interesses e objectivos da organização, já que esta formação é concebida especificamente para a empresa em causa”, explica Susana Iglésias.
22
Revista do Grupo SGS Portugal
Formação
A SGS Training apresenta o seu plano de cur-
deste tipo de formação”, sustenta. Outros
sos de uma forma inovadora, por níveis de
sectores com cursos agendados são, por
formação, que vão desde um primeiro nível,
exemplo, a saúde, o sector automóvel (ISO/TS
cuja frequência é independente da experiên-
16949) e o sector da hotelaria e restauração.
cia ou conhecimentos do formando, até um
Susana Iglésias refere ainda um outro curso
quarto nível, que se destina a pessoas que
específico e importante que aguarda luz verde
querem ser reconhecidas nacional ou inter-
do IDICT para avançar. Trata-se da formação
nacionalmente pelas competências técnicas
para ‘Técnico Superior de Segurança e Higie-
adquiridas. “Não se trata de formação com
ne do Trabalho’. “O IDICT é a entidade que
precedências, mas sim uma forma de enqua-
atribui a certificação ao técnico, daí que te-
drar mais facilmente o formando ou a empre-
nhamos colocado o nosso curso à apreciação
sa no nível adequado às suas necessidades
do Instituto, de modo a que o nosso forman-
de formação”, esclarece Susana Iglésias.
do possa obter esse certificado após frequência do respectivo curso homologado”,
Formadores reconhecidos
adianta.
Consciente de que os resultados a alcançar
Consciente do actual abrandamento econó-
e a avaliação final dos clientes dependerá em
mico, a responsável pela SGS Training garan-
muito da ‘bolsa’ de formadores directamente
te que os custos envolvidos estão ajustados
implicados nos cursos já agendados ou a
às possibilidades actuais das empresas e dos
agendar, Susana Iglésias garante que a SGS
formandos, sendo disponibilizados com uma
dispõe neste domínio de um número vasto
vantajosa relação qualidade/preço. “Sabe-
de especialistas nacionais e internacionais,
mos que o abrandamento económico é uma
os quais se destacam, sobretudo, pela sua
realidade, mas também pensamos que é
reconhecida competência técnica e pela ex-
nestas situações que as pessoas acabam por
periência pedagógica entretanto adquirida.
apostar mais em si próprias e na sua forma-
“É importante que o formador tenha, para
ção, talvez por se sentirem um pouco ‘amea-
além de uma significativa experiência pro-
çadas’. De igual modo, as empresas que se
fissional, aptidões que lhe permitam transmitir
pretendem destacar no mercado, encaram
os seus conhecimentos e o seu know how,
a formação dos seus colaboradores como
durante a formação”, sublinha a directora do
uma ferramenta necessária e um investimen-
Departamento de Formação .
to com mais valias para todos, pelo que a formação que iremos dar, será, nessa medida,
Formar em todo o país
uma porta aberta para novas oportunidades
A SGS Training pretende conquistar clientes
e um valor acrescentado significativo para
que queiram frequentar os vários cursos, a
os profissionais interessados”, conclui Susa-
título individual ou em grupo, em todo o ter-
na Iglésias.
ritório nacional. A divulgação inicial da SGS
Com acreditação do INOFOR, os cursos de
Training está, por isso, a incidir nos actuais
formação profissional ministrados e a minis-
clientes da SGS, que se estendem de Norte
trar pela SGS Training têm, ainda segundo
a Sul de Portugal, bem como às Regiões
Susana Iglésias, fortes hipóteses de se evi-
Autónomas dos Açores e da Madeira. “Es-
denciarem rapidamente no mercado compe-
tamos a apostar na área da segurança e hi-
titivo da formação profissional, motivo pelo
giene do trabalho, privilegiando os nossos
qual acredita que a médio/longo prazo será
clientes da área industrial e os da construção
possível “transformar a SGS Training numa
civil, que é um sector que carece imenso
verdadeira escola de formação”.
“É importante que o formador tenha, para além de uma significativa experiência profissional, aptidões que lhe permitam transmitir os seus conhecimentos, o seu know how, durante a formação”.
Revista do Grupo SGS Portugal
23
Turismo
A sustentabilidade do turismo depende de uma acção conjugada sobre diversos factores: a manutenção de uma base de recursos equilibrada, a existência de uma rede de infra-estruturas adequada, a adopção de uma política e de uma gestão ambiental coerentes, a consolidação de uma capacidade técnica e institucional, a adopção de uma política sectorial e a implementação de uma prática de qualidade eficaz e incentivadora da capacidade (pública e privada) de investir. Em poucas palavras, depende da articulação das vertentes turismo, ordenamento do território e ambiente.
Uma actividade sustentada e sustentável? 24
Revista do Grupo SGS Portugal
Turismo em Portugal
Turismo
m Portugal, país onde este sector
E
de euros; entrada em funcio-
representa cerca de 11% do PIB e 8%
namento do Programa de Re-
da criação de emprego no seio da
qualificação do Turismo, para
população activa, o turismo tem vindo a
o qual está afecta uma verba
desenvolver-se segundo modelos nem sem-
global de 180 milhões de
pre regulamentados e nem sempre adequa-
euros, decorrente das contra-
dos à criação futura e prolongada de riqueza
partidas financeiras inerentes
nacional. O sol, as praias, a gentileza e a afa-
à prorrogação das conces-
bilidade natural dos portugueses não podem
sões das zonas de jogo; reali-
continuar, só por si, a assegurar a sustenta-
zação dos trabalhos prepara-
ção de um sector de actividade que contribui
tórios relativos à criação do
também e acentuadamente para o equilíbrio
Instituto do Turismo de Portu-
do saldo das transacções comerciais e para
gal (ITP), para o qual serão
a captação de divisas. Ou seja, reconheci-
transferidas as competências
damente aquela que é considerada por mui-
de promoção turística, actual-
tas entidades internacionais a indústria do
mente da responsabilidade
futuro, e a que mais crescerá nos próximos 10
do ICEP Portugal; campanha
anos, tem ainda muito para fazer em Portugal
de imagem e de promoção
e para, designadamente, melhorar a qualidade
de Portugal como destino
geral dos serviços prestados.
turístico associada ao EURO
Feita esta constatação, facilmente se percebe
2004; alienação, até 49%, do
que muitos responsáveis e diversas instâncias
capital social da ENATUR, SA
procurem intervir positivamente para renta-
e celebração de um contrato
bilizar o turismo enquanto sector sustentável
de cessão de exploração da
e criador de riqueza. Veja-se já a seguir o que
rede de estabelecimentos de
empreendeu o Governo português em funções
alojamento e de restauração
e a opinião de uma reputada especialista na
conhecidos como Pousadas de Portugal ao
matéria – Maria do Rosário Partidário, pro-
Grupo Pestana; lançamento do Plano de Si-
fessora da Universidade Nova de Lisboa.
nalização Rodoviária e Turística do Algarve; e lançamento do Programa de Limpeza de
Apostas governamentais
Praias no Algarve.
O Programa para a Produtividade e Cresci-
Este conjunto de medidas significa, no fundo,
mento da Economia (PPCE), aprovado através
que em cumprimento do PPCE, o Governo
da Resolução de Conselho de Ministros n.º
considera o turismo um dos vectores do novo
103/ 2002, delineou um extenso conjunto de
paradigma de desenvolvimento económico
medidas que se traduziram numa reforma
do país, facto que lhe confere um papel rele-
económica tendente a alterar as condições
vante na retoma da economia nacional.
Maria do Rosário Partidário, professora da Universidade Nova de Lisboa
“A estratégia aprovada pelo Governo peca pela ausência de outras medidas que garantam a sustentabilidade do desenvolvimento futuro, numa óptica global e integrada”.
em que as empresas operam em Portugal. Os seus efeitos fazem-se sentir em todos os
Metas novas e ambiciosas
sectores de actividade, incluindo, naturalmen-
O novo Plano de Desenvolvimento do sector,
te, o turismo.
anunciado em Maio de 2003 e aprovado três
meses. Simultaneamente, é introduzida a
Das medidas dirigidas especificamente ao
meses depois, fornece, por isso, as orien-
figura ‘Áreas de Protecção Turística’, instru-
sector do turismo, durante o ano de 2002 e
tações e define as principais medidas pelas
mento de planeamento e ordenamento turís-
no 1º trimestre de 2003, o Governo concreti-
quais o sector se vai passar a reger.
tico, que pretende dar um sinal inequívoco
zou ou iniciou as seguintes acções: reforço
Com o objectivo de simplificar a regulamen-
aos investidores sobre os espaços disponíveis
do investimento na promoção turística de
tação e agilizar o processo de aprovação e
para os diversos tipos de empreendimento,
Portugal e regiões, que, em 2003, atingiu um
licenciamento de projectos turísticos, em par-
bem como garantir a preservação da qualidade
montante global de 35 milhões de euros; dis-
ticular dos que assumem um carácter estru-
do ordenamento desses espaços.
ponibilização de linhas de crédito protocola-
turante, o novo diploma defende a criação de
O Governo reconhece também a importância
das com instituições financeiras para apoio e
um modelo de interlocutor único perante o
que a qualidade da oferta, quer do ponto de
financiamento de projectos turísticos, com
investidor e de um mecanismo que garanta
vista do alojamento quer do ponto de vista
um plafond global de crédito de 250 milhões
resposta aos pedidos de aprovação em seis
dos serviços prestados, passou a ter na escoRevista do Grupo SGS Portugal
25
Turismo
“A estratégia do sector deverá indicar claramente se quer conquistar a generalidade do território e distinguir a marca Portugal com um modelo de desenvolvimento integrado e sustentável, ou continuar a apostar numa visão desagregada e microscópica”.
26
lha e afirmação dos destinos turísticos. Para
conjugação equilibrada das três dimensões
integrados de gestão ambiental e da quali-
além da promoção de um plano de formação
da sustentabilidade, nomeadamente a eco-
dade, vertente até agora pouco fomentada.
em hotelaria e turismo, está prevista a criação
nómica, a ambiental e a social. Ou seja, de-
“Estas soluções não só contribuem para a
de mecanismos de divulgação e controlo da
pende da clara definição de uma estratégia
protecção e conservação do ambiente mas
qualidade em todas as áreas da oferta turística.
que assegure, em simultâneo, os princípios
ainda para a valorização dos espaços cultural,
A nova estratégia nacional para o sector de-
básicos do desenvolvimento sustentável:
social e ambientalmente qualificados, cons-
fende ainda o desenvolvimento de produtos
eficiência económica, biodiversidade e equi-
tituindo-se como importantes instrumentos
de elevado potencial de crescimento da pro-
dade social. E a mesma responsável acres-
de marketing e apresentando-se como mais
cura, como sejam o ‘Turismo de Congressos
centa: “Não posso conceber um desen-
valias de extrema importância junto de clientes
e Incentivos”, ‘Turismo de Natureza’, ‘Turismo
volvimento do turismo sem ser neste quadro
exigentes. Justamente o segmento de pro-
Rural’, ‘Turismo de Golfe’ ou ‘Turismo Cultural’,
de referência e de acção”.
cura que deve ser mais valorizado em Portugal,
entre outros.
Para Maria do Rosário Partidário, os problemas
numa visão alargada e de longo prazo. Nes-
situam-se a vários níveis e, designadamente,
te momento existe oportunidade para promo-
Turismo sem ambiente não é sustentável
ao nível da ausência de estratégias ambientais,
ver um turismo de excelência, baseado nos
territoriais e de sustentabilidade que ofereçam
recursos ambientais, territoriais, sociais e
Mas chegará este Plano, com as orientações
coerência de orientação ao sector do turismo.
culturais ainda existentes. A estratégia do
nele contidas, para assegurar o crescimento
Por exemplo, a política de ambiente nacio-
sector deverá indicar claramente se quer
adequado e o desenvolvimento sustentável
nal que data de 1995, valoriza o ambiente
conquistar a generalidade do território e dis-
de um sector que tem um peso cada vez mais
como um factor de atracção turística e indi-
tinguir a marca Portugal com um modelo de
significativo no Produto Interno Bruto nacio-
ca a necessidade de um plano de ordena-
desenvolvimento integrado e sustentável, ou
nal?
mento turístico no contexto do desenvolvi-
continuar a apostar numa visão desagrega-
“As várias orientações inscritas no Plano,
mento sustentável, mas que nunca chegou
da e microscópica, traduzida na criação de
como sejam as condições de atractividade
a tomar forma. Os processos institucionais
fantásticas, mas pequenas e isoladas ‘ilhas
criadas ao investidor e ao investimento, o
de licenciamento ambiental e territorial são,
de qualidade’ que ao longo dos anos se foram
enfoque na formação dos recursos humanos
no mínimo, desincentivadores! A inexistência
implantando em determinadas zonas geográ-
e na qualidade da oferta, são bastante impres-
de uma estratégia de ordenamento do territó-
ficas, mas divorciadas do território envolvente
cindíveis, uma vez que não têm sido uma
rio, onde estejam definidos e classificados os
e, portanto, de difícil sustentabilidade”, subli-
prioridade até agora. Contudo, esta estratégia
espaços para a actividade turística, continua
nha Maria do Rosário Partidário.
peca pela ausência de outras medidas que
a ser uma das actuais lacunas. “É preciso
garantam a sustentabilidade do desenvol-
assegurar um equilíbrio territorial e criar me-
vimento futuro, numa óptica global e inte-
canismos, designadamente institucionais, que
grada”, defende Maria do Rosário Parti-
incentivem, e exijam, o investimento turístico
dário, professora da Universidade Nova de
de qualidade nestes locais”, sustenta.
Lisboa.
A professora da Universidade Nova de Lisboa
De acordo com esta investigadora, o suces-
alerta ainda para a necessidade de se incen-
so de uma política de turismo depende da
tivar a implementação e adopção de sistemas
Revista do Grupo SGS Portugal
Balanço
Resultados de 2003 perspectivam expansão em 2004
SGS Portugal O crescimento registado foi motivado pela reestruturação interna da SGS Portugal e as medidas adoptadas incidiram, principalmente, na reorganização da gestão de topo e visaram a optimização dos recursos materiais, financeiros e humanos. A estratégia seguida contemplou, ainda, a reorganização do Grupo, tendo conduzido à fusão de três das suas cinco empresas na SGS Portugal, designadamente da SGS Qualitest (automotive services), a CIAT Portuguesa (serviços industriais, ambiente e segurança) e a LODGE Portuguesa (serviços de ‘mystery shopping’). Presentemente, e depois de concluída a reestruturação, o Grupo conta com duas empresas a operar no mercado português: a SGS Portugal e a SGS ICS - Serviços Internacionais de Certificação. Consequentemente, e apesar da crise económica que afectou a economia portuguesa nos dois últimos anos, várias Divisões da SGS Portugal registaram crescimentos acima do esperado, contribuindo favoravelmente para os resultados finais. Os serviços prestados pelo sector de negócios ‘Consumer- non Food’
Os resultados consolidados da SGS Portugal em 2003 reflectem os efeitos da reestruturação interna do Grupo iniciada, ainda, em 2002 e a aposta no desenvolvimento de sectores chave para a expansão e incremento da sua actividade. Em 2004 as perspectivas são, por isso, de crescimento.
(Laboratório Têxtil e inspecções de produtos de consumo não alimentar) registaram um crescimento de 41% comparativamente ao ano transacto. A gestão empresarial nos domínios da qualidade, segurança alimentar, ambiente, higiene, segurança e saúde ocupacional e responsabilidade social cresceu, por sua vez, 30% face a 2002. A par do bom desempenho destas duas grandes áreas, João Marques, director financeiro da SGS Portugal, salienta “a performance dos serviços de
28
Revista do Grupo SGS Portugal
SGS Portugal encerrou as contas
A
certificação”, que conseguiram crescer 19%.
referentes ao ano de 2003 com um
Os serviços de agrocontrolo, higiene alimen-
resultado líquido superior a um mi-
tar controlada, análise e ensaios laboratoriais
lhão, trezentos e cinquenta mil euros. Este
realizados no Laboratório Alimentar e de ‘mys-
montante representa um crescimento sig-
tery shopping’ aumentaram o seu volume de
nificativo face a 2002, ano em que os lucros
negócios em 13%.
do Grupo não ultrapassaram os duzentos e
João Marques destaca ainda os resultados
noventa mil euros.
alcançados pela Divisão de Logística, cujo
Balanço
aumento foi de 12%. “Esta é uma área de ne-
Danos. A empresa mantém este cliente mas
gócio que esteve, até ao final de 2003, con-
com uma menor incidência de prestação de
centrada apenas na região do Grande Porto.
serviços, visto terem sido repartidos por di-
Este ano queremos transpô-la para Lisboa e
versos operadores.
prestar aqui os mesmos serviços que presta-
Se estes três factores não tivessem ocorrido,
mos no Porto, como por exemplo, entreposta-
esclarece João Marques, o crescimento real
gem aduaneira, gestão de stocks, distribuição,
do Grupo em Portugal ao nível do volume de
e despachos aduaneiros”.
negócios teria atingido, ainda que numa conjun-
A subida no valor da margem operacional, que
tura desfavorável, um valor superior a 5%.
passou de 1,5%, em 2002, para 10,2%, em lo Grupo a nível internacional), é outro dos facto-
Perspectivas optimistas para 2004
res positivos sublinhados por João Marques.
Para este ano, a SGS Portugal traçou uma es-
2003 (aproximando-se da margem registada pe-
tratégia de expansão, cuja concretização acre-
Efeitos externos afectam facturação
dita seriamente vir a conseguir. “O nosso ob-
Apesar dos resultados positivos demonstra-
em termos de volume de negócios, 18 mi-
dos em quadro anexo, a SGS Portugal registou
lhões de euros”, salienta João Marques. Para
uma quebra de 12,7% no seu volume de ne-
tal, acrescenta o mesmo responsável, “con-
jectivo para o final deste ano é o de atingirmos,
Resultados SGS Portugal Proveitos EBITDA Resultado Operacional Margem operacional Res. Antes de Impostos Resultado líquido Cash-flow (meios libertos)
(valores em milhares euros) João Marques, director financeiro
2002
2003
Var.(%)
17.162 1.157 250 1,5% 387 290 1.301
14.980 2.236 1.525 10,2% 1.890 1.352 2.136
-12,7 93,3 510,0
“O nosso objectivo para o final deste ano é o de atingirmos, em termos de volume de negócios, 18 milhões de euros.”
388,4 366,2 64,2
gócios, o qual rondou, em 2003, os 15 milhões
tamos com o bom desempenho e apostas
de euros, contra os 17.162 milhões de euros
fortes ao nível dos recursos humanos e dos
verificados no final de 2002.
serviços disponíveis em áreas de negócio
Este decréscimo resulta, essencialmente, da
como a indústria, logística, segurança e am-
conjugação de três factores: terminus do
biente”.
Contrato de Inspecção Pré-Embarque com
“Com a expansão do serviço de logística para
o Governo de Angola; atribuição da gestão
a região sul, esperamos duplicar os proveitos
do mercado angolano a outra área geográfica
gerados por esta área de negócio e, na Divisão
do Grupo que não Portugal; e a alteração do
Industrial, pretendemos estreitar a colabora-
vindo a registar, a SGS Portugal vai apostar
contrato de exclusividade que a SGS Portugal
ção com os serviços da SGS em Espanha,
também em 2004 na autonomização desta
detinha com um cliente do ramo segurador,
onde, aliás, esta área está muito desenvolvi-
Divisão, com o objectivo de a dinamizar e
que abarcava a prestação de serviços como
da, sendo responsável por uma facturação
de incrementar os seus resultados.
a averiguação de sinistros, avaliação de danos
superior a 100 milhões de euros”, refere ainda
Nas restantes áreas, “o objectivo é o de man-
em automóveis, inspecção de importações
João Marques.
ter, e se possível melhorar, a performance
e exportações de veículos, inspecções buy-
Em virtude do desenvolvimento e da procura
alcançada em 2003”, conclui o director finan-
bak, off-lease e IOD - Incêndios e Outros
que os serviços de segurança ambiental têm
ceiro. Revista do Grupo SGS Portugal
29
Workshop
Eventos & Notícias
Certificação do Serviço
Sistemas de
Gestão Ambiental
Associação Portuguesa para a Qualidade
A
tantes entidades certificadoras do país.
cado à ‘Certificação do Serviço - Uma Estra-
Luís Barrinha, director de Certificação de Am-
tégia com Futuro’, a decorrer no Centro Hos-
biente e Segurança da SGS ICS, falou sobre
pitalar de Vila Nova de Gaia, a 12 de Fevereiro
a Integração de Sistemas de Gestão, uma
próximo, pelas 14h30m. O evento tem como
questão de muito interesse, em especial para
público-alvo os profissionais ligados à área
os representantes das empresas que já ob-
da Gestão da Qualidade e da Saúde.
tiveram a certificação em determinada área,
(APQ) vai organizar um Workshop dedi-
Nesta acção será apresentada a
e pretendem avançar para outra, mas de forma
metodologia da Certificação
integrada.
do Serviço, assim como a experiência da Urgência
Os restantes temas desenvolvidos, também
O
de bastante interesse, estavam relacionados
Pediátrica do Hospital de
Ferramenta Eficaz de Gestão’, organi-
com questões como vantagens e desvan-
Santo André, S.A., cujo
zado pela Associação Industrial do Distrito de
tagens da implementação de Sistemas de
serviço está certificado
Aveiro (AIDA), decorreu no passado dia 4 de
Gestão Ambiental, bem como os benefícios
Novembro e reuniu algumas das mais impor-
da respectiva certificação.
pela SGS ICS.
seminário ‘Sistemas Ambientais: Uma
Para mais informações, contacte a Delegação Regional do Norte da APQ através do tel.: 22 615 33 20; fax: 22 615 33 28 ou e-mail: drn@apq.pt
CTS
European Meeting Turismo Sustentável ela terceira vez em 2003, Portugal foi o
‘
ustentabilidade: o Futuro do Turismo’ é
P
S
país escolhido para a realização de reu-
uma conferência organizada pelo jornal
niões de trabalho internacionais de diversas
"Água & Ambiente", com o patrocínio exclusivo
Divisões do Grupo SGS. Da última vez, o Porto
da SGS, que se realizará a 17 e 18 de Fevereiro
foi a cidade escolhida para acolher o CTS
próximo, no Hotel Tivoli Tejo (Lisboa).
European Meeting, que decorreu a 24 e 25
Com este evento, pretende-se fomentar o
de Novembro.
Services do Grupo SGS, com a intenção de
intercâmbio de ideias e experiências para que
Neste encontro, reuniram-se os responsá-
discutirem e definirem estratégias para o pre-
os empresários do sector disponham de
veis europeus da Divisão Consumer Testing
sente ano.
instrumentos para promoverem uma política ambiental adequada. Além de patrocinador exclusivo, a SGS estará representada por dois oradores, nomeadamente
Tanques de Armazenagem
Luís Barrinha, director de Certificação de Ambiente e Segurança da SGS ICS, e João Lima,
30
IFE Portugal organizou uma conferência
A
Um dos oradores convidados foi Helder Araújo,
director da Divisão Industrial da SGS Portugal.
subordinada ao tema ‘Saiba como Man-
inspector da Divisão Industrial da SGS Portugal,
Em paralelo, decorrerá um show-room, onde
ter em Segurança, Gerir e Optimizar os Tan-
que abordou o tema da ‘Verificação Metrológica
estarão presentes diversas empresas com
ques de Armazenagem’, nos dias 14 e 15 de
de Reservatórios de Armazenagem’.
equipamentos apropriados a um turismo
Outubro, no Hotel Metropolitan, em Lisboa.
A certificação, a análise de risco, o desgaste
amigo do ambiente.
O objectivo desta conferência foi sensibilizar
interno e externo dos tanques, as técnicas
Para mais informações, ligue para o tel.: 21
os profissionais do sector industrial para a
mais recentes para lidar com a corrosão, o
811 12 96, fax: 21 811 13 00 ou envie uma
importância de uma correcta armazenagem
papel das inspecções, a importância da for-
mensagem para o e-mail: abmarketing@
de produtos, nomeadamente químicos ou
mação e os impactes ambientais e humanos,
about.pt. No site www.ambienteonline.pt/
considerados perigosos, num contexto em
foram outros dos assuntos considerados re-
turismo também pode descobrir informações
que as questões ambientais estão associadas
levantes para a elaboração de uma análise
sobre a conferência.
ao plano laboral e social.
mais profunda do sector.
Revista do Grupo SGS Portugal
Eventos & Notícias
28º Colóquio Nacional da Qualidade E
ste evento, da responsabilidade da APQ
Sensibilizar as organizações para o papel da
- Associação Portuguesa para a Qualida-
qualidade, da responsabilidade social e do
de, realizou-se entre 11 e 13 de Novembro, sob
desenvolvimento sustentável nas economias
o lema ‘Qualidade, Sustentabilidade e Res-
modernas e competitivas foram alguns dos
ponsabilidade Social’.
objectivos que levaram à realização deste
O Colóquio decorreu em paralelo com a Feira
colóquio.
porate Citizenship’, para a sua intervenção.
da Qualidade, uma mostra dedicada exclu-
Elisabete Martins, directora operacional Envi-
Este é um dos assuntos na ordem do dia e que
sivamente a produtos e serviços orientados
ronment, Quality & Safety, escolheu o tema
se tem revelado pertinente, sobretudo em
para a qualidade.
Responsabilidade Social, com o título ‘Cor-
momentos de maior inquietação social.
SGS inspecciona redes de gás natural Divisão Industrial da SGS vai inspec-
vão contar com a presença de três inspecto-
cionar a construção das próximas três
res da SGS. A Lisboagás é a concessionária
Redes de Distribuição de Gás Natural, a cargo
para a distribuição de gás natural nos 16 con-
A
da Lusitâniagás: Leiria, Monte Real e Batalha Centro. A Lusitâniagás é a respon-
celhos do distrito de Lisboa. O gás natural para consumo urbano,
sável pelo projecto de gaseificação
passa de gasodutos de transporte
na região litoral Centro do país.
para as redes de distribuição,
A sua área de concessão es-
que são instaladas tipicamente
tende-se por 38 concelhos dos
por baixo dos passeios ou das
distritos de Aveiro, Leiria e Coimbra. Também, a Lisboagás adjudicou os serviços da SGS Portugal para a inspecção
bermas das estradas, e através das quais é fornecido aos utilizadores finais. A SGS vai inspeccionar as obras destas re-
da construção das Redes de Distribuição de
des de distribuição de gás natural, de forma
Gás Natural. Durante o ano de 2004, estas
a garantir o mais alto nível de segurança e efi-
obras, nos concelhos de Cascais e Oeiras,
ciência.
Vida Económica com certificação da qualidade
Expansão da Divisão de Logística para Sul etendo uma posição consolidada no mer-
D
cado do Norte, a Divisão de Logística da
SGS decidiu expandir a sua actividade para a zona Sul. No início deste ano foi instalada uma nova plataforma de Logística em Lisboa, na zona de Camarate. Esta Divisão da SGS
Jornal Vida Económica é autor de uma
O
empresas pio-
está vocacionada para os serviços de entre-
inédita iniciativa: a Certificação do seu
neiras que ou-
postagem aduaneira, armazém de exportação,
Sistema de Gestão da Qualidade, de acordo
sam inovar, que
transporte Lisboa / Porto / Lisboa e distribuição
com os requisitos da norma ISO 9001:2000.
definem objec-
porta-a-porta.
Assim, este semanário torna-se o primeiro a
tivos ambiciosos
Com um volume de facturação de 1 milhão
encetar uma Certificação da Qualidade, de-
e os cumprem
de Euros em 2003, a Divisão de Logística da
monstrando a atitude dinâmica característi-
para satisfação da própria equipa, dos seus
SGS conta crescer 60% no presente ano.
ca da sua equipa.
clientes e de todas as partes interessadas na
A SGS ICS orgulha-se de ter como parceiros,
sua actividade. Revista do Grupo SGS Portugal
31
Eventos & Notícias
SGS entra no mercado norte-americano da
Investigação Clínica
Navegar PORTUGAL Legislação Nacional (acesso pago) http://www.incm.pt/index.html,
O
Grupo SGS adquiriu a Medisearch In-
na América do Norte. Esta presença per-
ternational NV (MSI), fortalecendo os
mite oferecer serviços locais especializados
seus serviços Life Sciences, assim como a
de investigação, e expande o já extenso
sua posição no mercado norte-americano da
pacote de serviços SGS.
investigação clínica. Fundada em 1995, a MSI
Ministério da Agricultura http://www.min-agricultura.pt Agência Alimentar Portuguesa http://www.agenciaalimentar.minagricultura.pt
empresa com sede na Bélgica e escritórios
Federação das Indústrias
em Espanha e nos EUA, efectua testes clí-
Portuguesas Agro-Alimentares (FIPA)
nicos em toda a Europa Ocidental, nos
http://www.fipa.pt
EUA, na Rússia e na Polónia.
Associação Nacional de
Esta aquisição é um importante passo na estratégia de crescimento dos serviços Life
Comerciantes e Industriais de
Sciences, fortalecendo a posição cimeira da
Produtos Alimentares (ANCIPA)
SGS como uma organização de investigação
http://www.ancipa.pt/home.htm Federação Portuguesa das
na Europa, e estabelecendo uma presença
Associações de Suinicultores (FPAS) http://www.suinicultura.com
SGS supervisiona a construção de
Novos parques eólicos
UNIÃO EUROPEIA Legislação Europeia http://www.europa.eu.int/documents/ eur-lex/index_pt.htm
SGS Portugal vai assumir a Coordenação da Segurança e Direcção da Obra de Construção
A
dos dois novos parques eólicos de Senhora da Vitória (Nazaré) e Lomba de Seixa II
(Montalegre).
Autoridade Europeia para a Segurança Alimentar (European Food Safety Authority – EFSA)
A construção de parques eólicos insere-se na estratégia energética europeia, que visa a redução das emissões de CO2 e a dependência energética, através do aumento da quota das fontes renováveis de energia no balanço energético. A SGS vai supervisionar e controlar a qualidade técnica das obras, assegurando uma gestão integral dos trabalhos que poderá permitir a redução de custos e o cumprimento dos prazos de execução, ao mesmo tempo que aumenta a segurança dos trabalhadores.
http://www.efsa.eu.int Página da Comissão Europeia para Assuntos Alimentares http://europa.eu.int/comm/food/index _en.htm
INTERNACIONAL Agência Alimentar Francesa http://www.afssa.fr Agência Alimentar Britânica http://www.food.gov.uk Página Governamental de Segurança
Grupo SGS co-patrocina Equipa Alinghi actual detentora da
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Alimentar dos EUA http://www.foodsafety.gov Comissão Codex Alimentarius
America’s Cup
http://www.codexalimentarius.net
A
SGS e a equipa Alinghi anunciaram a
seus serviços de comércio internacional.
Nutrição Aplicada (Center for Food Safe-
sua recente parceria para a XXXII Ame-
A sua história tem por base uma tradição
ty and Applied Nutrition) da Administra-
rica’s Cup, o evento náutico mais importante
de vencedores, como podem testemunhar
ção Alimentar e Farmacêutica (Food and
do mundo.
os seus 32000 empregados, espalhados
Drug Administration – FDA) do Governo
A vitória da equipa Alinghi da America’s Cup
por quase 1200 filiais em todo o mundo.
dos EUA
2003 mudou o curso desta prestigiada regata,
Esta é a união de duas equipas vencedoras,
http://vm.cfsan.fda.gov/list.html
trazendo a competição para àguas europeias
cuja parceria se adivinha também repleta
pela primeira vez em 152 anos.
de vitórias.
Fundada em 1878, a SGS está presente nos
Esta campanha irá reforçar a notoriedade
principais portos mundiais, no âmbito dos
da marca SGS em todo o mundo.
Revista do Grupo SGS Portugal
Centro para a Segurança Alimentar e
Segurança Alimentar Global (Global Food Safety Initiative - GFSI) http://www.globalfoodsafety.com