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REVISTA DO GRUPO SGS PORTUGAL SGS GLOBAL Nº 24 | ABRIL DE 2009 | ANO 9
SGS global #24 ABRIL DE 2009 | ANO 9
REVISTA DO GRUPO SGS PORTUGAL
ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS DESAFIOS E OPORTUNIDADES PARA AS EMPRESAS
ÉTICA E RESPONSABILIDADE EMPRESARIAL ENTREVISTAS COM BJÖRN STIGSON E MÁRIO PARRA DA SILVA
www.pt.sgs.com
Qualidade Designação
Q1 Q2 Q3 Q5 Q6 Q7 Q8 Q9 Q10 Q11 Q12 Q13 Q16
Horas
Implementação de Sistemas de Gestão da Qualidade ISO 9001:2008 Qualificação de Auditores Internos da Qualidade ISO 9001:2008 Qualificação de Gestores da Qualidade Gestão da Qualidade em Projectos NP ISO 10006:2006 Gestão por Processos ISO 9001:2008 Auditorias de Eficácia dos Processos Gestão de Reclamações Avaliação da Eficácia da Formação Avaliação de Fornecedores Identificação das Necessidades e Avaliação da Satisfação dos Clientes Melhoria Contínua Ferramentas da Melhoria Contínua Gestão de Equipamentos de Medição e Monitorização (EMM's)
16 40 80 24 8 24 8 8 8 8 16 16 8
Preço*
320 690 870 420 150 420 150 150 150 150 350 320 150
Mês de realização
Maio Junho Maio Julho Junho Julho Junho Maio Maio Maio Junho Julho Julho
Ambiente Designação
A1 A2 A5 A13 A18
Horas
Implementação de Sistemas de Gestão Ambiental ISO 14001:2004 e EMAS II Qualificação de Auditores Internos do Ambiente ISO 14001:2004, de acordo com a ISO 19011:2003 Gestão de Resíduos Lead Auditor ISO 14001:2004 e EMAS II, reconhecido pelo IEMA e certificado pelo IRCA O novo regime de Gestão de Resíduos da Construção e Demolição Decreto-Lei
Preço*
Mês de realização
24
400
Maio
40
700
Julho
24 50
420 1250
Julho Abril
8
150
Maio
nº 46/2008 de 12 de Março
Segurança Mês de realização
Designação
Horas
Preço*
S4 S5 S6 S8 S9 S12 S23
OHSAS 18001:1999 vs OHSAS 18001:2007 Implementação de Sistemas de Gestão OHSAS 18001:2007 Qualificação de Auditores Internos OHSAS 18001:2007 Organização da Emergência/ Planos de Emergência Internos Segurança de Máquinas e Equipamentos Averiguação de Acidentes de Trabalho VCA - formação e certificação em segurança
8 24 40 8 16 24 16
150 420 690 150 270 400 450
Maio Junho Abril Maio Abril Abril Abril/Maio/ Junho/ Julho
S24
Novo regulamento contra incêndios
16
270
Abril / Maio
Alimentar Designação
AL1 AL3 AL6 AL9 AL16 AL17 AL18
Implementação de Sistemas HACCP Implementação de Sistemas de Gestão da Segurança Alimentar ISO 22000:2005 Introdução aos Referenciais: BRC Food, IFS Food e BRC-IOP Gestão de Crises na Área Alimentar Auditorias a Sistemas HACCP Qualificação de Auditores Internos de Segurança Alimentar ISO 22000:2005 Lead Auditor ISO 22000:2005, reconhecido pelo IRCA
Horas
Preço*
Mês de realização
16 16
315 345
Maio Junho
24 16 32 40
450 290 550 660
Junho Junho Maio Abril
50
1250
Maio
Energia Designação
E5 E6 E7
Qualificação de Peritos no âmbito do Sistema de Certificação Energética (SCE) - RCCTE Qualificação de Peritos no âmbito do Sistema de Certificação Energética (SCE) - RSECE Energia Qualificação de Peritos no âmbito do Sistema de Certificação Energética (SCE) - RSECE QAI
Horas
Preço*
Mês de realização
45
790
Maio
44
790
Junho
24
620
Abril Julho
PLANO DE FORMAÇÃO 2009
707 200 747 pt.informations@sgs.com
Qualidade aplicada à saúde / laboratórios Designação
QS10 QS11 QL13
Horas
Dispositivos Médicos A norma ISO 13485:2004 Implementação de Sistemas de Gestão da Qualidade em Laboratórios ISO 17025:2005
8 8 24
Preço*
150 150 400
Mês de realização
Abril Maio Julho
Qualidade aplicada ao sector automóvel Designação
QAT2 QAT10
Horas
Qualificação de Auditores Internos ISO/TS 16949:2002 TOP's 8D (resolução de problemas)
32 16
Preço*
810 400
Mês de realização
Maio Abril
Qualidade aplicada ao sector da Construção Designação
QC5 QC8 QC10 QC11 QC13
Horas
A ISO 9001 aplicada à Construção Civil O Plano da Qualidade em obra Marcação CE de Materiais de Construção Marcação CE de Materiais Eléctricos Construção sustentável - DomusQual/DomusNatura
8 8 8 5 24
Preço*
150 150 150 100 500
Mês de realização
Abril Abril Abril Abril Abril
Sistemas Integrados Designação
I1 I2
Horas
Implementação de Sistemas Integrados de Gestão: Qualidade, Ambiente, Segurança e Responsabilidade Social Auditorias a Sistemas Integrados de Gestão: Qualidade, Ambiente, Segurança e Responsabilidade Social
Preço*
Mês de realização
32
520
Abril
56
790
Maio
Gestão do Risco Designação
GR1
Gestão do Risco / business continuity
Horas
Preço*
Mês de realização
24
450
Julho
Horas
Preço*
Mês de realização
Investigação,Desenvolvimento e Inovação Designação
IDI1
Implementação de Sistemas de Gestão da Investigação, Desenvolvimento e Inovação - NP4457
24
450
Maio
Gestão Pessoas Designação
GP2
Horas
Auditorias a Sistemas de Gestão de Recursos Humanos NP 4427
40
Preço*
690
Mês de realização
Julho
Responsabilidade Social Designação
RS2 RS3 RS4
Horas
Implementação de um Sistema de Gestão da Responsabilidade Social SA 8000:2008 Sistemas de Gestão de Responsabilidade Social - NP 4469-1:2008 Responsabilidade das Organizações - A Vertente Social do Desenvolvimento Sustentável
QREN
Preço*
24
400
Junho
24 42
400 450
Julho Outubro
A SGS Training, entidade formadora acreditada pela Direcção Geral do Emprego e das Relações de Trabalho (DGERT), apoia-o na elaboração de candidaturas com vista ao financiamento do Plano de Formação da sua Organização, no âmbito do novo Quadro Comunitário 2007-2013 (QREN). Consulte-nos!
Por motivos de força maior a SGS Training poderá alterar datas, locais e preços. Por favor confirme sempre estes dados previamente à sua inscrição. Agradecemos a sua compreensão. *Os valores são apresentados em euros e acrescem a taxa legal de IVA em vigor.
Mês de realização
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selecção de cursos 1º semestre
Porto | Lisboa | Açores | Madeira
Qual será a fronteira entre “Crise” e “Oportunidade”? Os momentos de grande prosperidade económica levam as organizações, e as pessoas, a acomodarem-se à sombra do capital acessível, atenuando a responsabilidade perante a qualidade, o ambiente, as pessoas, a inovação e o risco em geral. A história da economia mundial apresenta-nos testemunhos de que grandes oportunidades surgem nos momentos de recessão económica. O momento actual não será certamente excepção e funcionará como um filtro que não deixará passar as organizações menos ágeis, menos criativas e menos audazes. Este período, de alguma perturbação económica, está a facilitar a motivação por parte da gestão de topo das organizações para estar mais atenta às suas partes
Paulo Gomes
interessadas, por exemplo, quando verificamos que empresas de primeira linha já
Director do Departamento de Comunicação e Imagem do Grupo SGS Portugal
seleccionam os novos gestores pelo seu passado ético em detrimento dos resultados alcançados, quando verificamos que a responsabilidade social começa a ser um tema forte das organizações para travar desigualdades em diferentes pontos do globo e
índice
quando verificamos que as organizações fazem da defesa do ambiente e, em particular, da diminuição do impacto do carbono, uma bandeira para a sua diferenciação e competitividade. Prefiro não chamar ao actual momento “crise” mas sim “transição de ciclo económico”. Acredito haver razões para estarmos optimistas. Neste número da SGS Global, apresentamos algumas ferramentas que permitem aumentar a competitividade das pessoas e das organizações através da Responsabilidade.
EDITORIAL FICHA TÉCNICA PROPRIEDADE SGS Portugal | Pólo Tecnológico de Lisboa, Lote 6, Pisos 0 e 1, 1600-546 Lisboa, pt.informations@sgs.com, Tel: 707 200 747, Fax: 707 200 329. DIRECÇÃO Paulo Gomes | REDACÇÃO Vida Económica, Comunicação & Imagem do Grupo SGS Portugal | DESIGN Comunicação & imagem do Grupo SGS Portugal | FOTOGRAFIA Comunicação & Imagem do Grupo SGS Portugal, SGS Image Bank, iStockphoto, COP 14 Team, International Institute for Sustainable Development, Cobra, TOPtoTOP, WBCSD, BCSD Portugal, APEE, ADAE, ADER-SOUSA, ADRIMINHO, ADE ELO, ADRIMAG, APS, ALD Automotive, ARAG, ARVAL, AVUS, AXA, Banif Rent, Finlog, GE Capital Solutions, Global Seguros, Interiura, JAPautomotive, LeasePlan, Lusitania, Mapfre, VICTORIA Seguros, Zurich, Allianz, CA Seguros, FCE Bank plc, Açoreana Seguros, QREN, ACIB, Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Vila das Aves, Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários da Praia da Vitória, Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Angra do Heroísmo, Quercus, Casa do Risco | IMPRESSÃO Ginocar - Porto | DISTRIBUIÇÃO GRATUITA | TIRAGEM 10.000 Exemplares
02 04 06 08 10 12 14
Tema de Capa Alterações Climáticas Nações Unidas União Eurpoeia Fundo Português de Carbono Programa SGS HITACHI-COBRA Expedição TOPtoTOP
16 20
Grande Entrevista WBCSD - Björn Stigson APEE - Mário Parra da Silva
24 25 26 27 28 29
Associações de Desenvolvimento ADAE ADER-SOUSA ADRIMINHO AD ELO ADRIMAG
30
Entrevista APS - Pedro Seixas Vale
34 38 40
Serviços SGS Automotive Gabinete de Projectos SGS MultiLab
46
SGS na Primeira Pessoa Cláudia Columbano
48
Parceiros ACIB
50
SGS no Mundo Espanha
52 54
Normas em Destaque ISO 9001:2008 Directiva 2004/35/CE
56
Notícias & Eventos
62
À descoberta de Portugal
TEMA DE CAPA
As Alterações Climáticas constituem um dos maiores desafios actuais, não só por representarem uma ameaça para o ambiente e para o funcionamento da economia, mas também por serem um factor de destabilização das nossas sociedades. As temperaturas elevadas, a rápida subida do nível do mar e a ocorrência de tempestades, inundações, secas e vagas de calor são fenómenos cada vez mais frequentes. A longo prazo, as Alterações Climáticas colocarão em perigo a subsistência de milhões de habitantes do litoral e provocarão uma escassez de água e de alimentos em muitas regiões do mundo. Na origem das Alterações Climáticas estão as emissões de gases com efeito estufa, que retêm o calor, provenientes de actividades humanas como a queima de combustíveis fósseis (carvão, petróleo e gás) e a destruição e a degradação das florestas. Se nada for feito, o impacto socio-económico das Alterações Climáticas na economia mundial poderá exceder em muito o da actual crise financeira e recessão económica. Para evitar o pior, segundo os cientistas do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas, deveria haver uma redução das emissões de pelo menos 50% em relação aos níveis de 1990, até 2050.
ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS
Nações Unidas
Alterações Climáticas
4|5
Esforço global concertado
contra as Alterações Climáticas
A mudança do clima é um problema “moderno” e complicado, que envolve o mundo inteiro. A dificultar a sua resolução surgem questões como a pobreza, o desenvolvimento económico e o crescimento da população. 2009 representa um ano decisivo, com intensas negociações mundiais definitivas para um acordo para o período 2012-2020. Lidar com estas questões não será fácil. Ignorá-las será ainda pior.
A Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações
“guia de negociações” que terá como resultado um novo acordo
Climáticas (United Nations Framework Convention on Climate
mundial sobre as acções contra as Alterações Climáticas no final
Change - UNFCCC) e o respectivo Protocolo de Quioto (PQ)
de 2009. As prioridades definidas para as negociações em 2008 e
fornecem um enquadramento institucional global para lidar
2009 foram uma meta global para a redução de emissões, a
com a mudança do clima. O objectivo principal destes tratados é
redução de emissões via desflorestação nos PVD, a transferência
estabilizar as concentrações de gases com efeito estufa (GEE) na
de tecnologia para mitigação e adaptação, o reforço dos
atmosfera num nível que evite uma perigosa interferência
mecanismos financeiros de suporte à mitigação, adaptação e
humana no sistema climático.
cooperação tecnológica.
Trabalhando num ambiente negocial complexo, o secretariado
2009, ano de todas as decisões
da UNFCCC e do PQ tem como missão facilitar e promover consensos mundiais. Historicamente, verifica-se que é difícil as diversas nações do mundo estarem de acordo sobre pontos facilmente tangíveis. Mas esta tarefa torna-se ainda mais complicada quando a questão debatida ainda não tem consequências totalmente claras e que, provavelmente, só se manifestarão em todo o seu potencial destruidor nas próximas décadas ou mesmo séculos. Em 1994, a UNFCCC tornou-se no
A mais recente reunião, à data desta edição, foi a Conferência em Poznan (1 a 12 Dezembro 2008), que consolidou a agenda de negociações. Em 2009 vai decorrer uma autêntica 'maratona' negocial: ü Bona (29 de Março a 8 de Abril), precedida por sessões de trabalho com início a 26 de Março; ü Bona (1 a 12 de Junho 2009), onde o objectivo é
ponto de convergência mundial para combater as Alterações
apresentar um rascunho concreto para o texto
Climáticas. Mais tarde, o PQ veio estabelecer medidas de maior
negocial global;
força e com efeitos legislativos vinculativos. ü Banguecoque (28 de Setembro a 9 de Outubro), que A Convenção obriga as suas partes signatárias a estabelecer
poderá ser seguida de sessões negociais adicionais se
programas a nível nacional destinados a reduzir as emissões de
considerado necessário por todas as partes;
GEE e a apresentar relatórios regularmente. A Convenção exigiu igualmente que os países industrializados signatários, mas não os
ü Copenhaga (7 a 18 Dezembro 2009) que, como foi a
países em vias de desenvolvimento (PVD), estabilizassem até ao
cidade de Quioto, será o palco de um acordo histórico
ano 2000 as suas emissões de GEE, nos níveis registados em
de cooperação mundial para salvaguardar a existência
1990, o que foi globalmente conseguido.
humana e a continuidade da vida no planeta.
As partes signatárias da UNFCCC reúnem anualmente para
Em Poznan acordou-se que os países desenvolvidos
monitorizar o progresso e discutir novas medidas. Na
apresentarão em 2009 os seus valores de redução de emissões
Conferência de Bali (3 a 15 Dezembro 2007) foi estabelecido um
entre 2012 e 2020. Quando o PQ foi concebido, o foco era na
ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS
TEMA DE CAPA
mitigação/ redução de emissões. Mas agora que os efeitos das Alterações Climáticas estão cada vez mais presentes e evidentes, constata-se que é igualmente fundamental preparar e evitar os seus impactes. Nisto consiste o pilar adaptação que está hoje a par do pilar mitigação. O Fundo de Adaptação foi criado com o objectivo de apoiar acções nos PVD signatários do PQ, para se adaptarem à mudança do clima. Em Poznan, onde a operacionalização do Fundo de Adaptação saiu reforçada, o Primeiro-Ministro de Tuvalu teve uma intervenção muito emotiva, porque o seu país pode muito brevemente ser engolido pelo Oceânico Pacífico. Outra questão que é premente debater é a forma de contribuição dos PVD. Em conformidade com o princípio das Nações Unidas de responsabilidades comuns mas diferenciadas, os países mais ricos devem dar o exemplo, mas a mudança do
Manifestações artísticas em Poznan, Dezembro 2008
clima não será sustida se os PVD não derem o seu contributo –
mais clara da direcção que precisamos de tomar na concepção e
estima-se que as suas emissões ultrapassarão as dos países
nos resultados que serão concretizados pelos países
industrializados, por volta de 2020.
desenvolvidos, no apoio financeiro necessário e nas instituições
Mais de nove mil participantes estiveram na Conferência de
que suportarão as conclusões de Copenhaga”.
Poznan, que permitiu progressos significativos nestas questões-
As questões centrais em Copenhaga vão incluir, ainda, a
-chave e consolidou a cooperação internacional no sentido de
tecnologia e o financiamento, pilares de suporte fundamentais à
um regime de combate às Alterações Climáticas. No
mitigação e à adaptação.
encerramento da Conferência, Yvo de Boer, secretário-executivo da UNFCC, disse que “agora temos uma noção muito
É, também, com alguma expectativa que se vai assistir ao regresso dos EUA às negociações globais, após a intervenção de Al Gore em Poznan, onde o Prémio Nobel da Paz sublinhou o empenho total da Administração Obama em atingir um acordo global para o período pós-2012. O objectivo dos EUA, que passa por reduzir as suas emissões para os níveis de 1990 até 2020, já injectou renovado empenho político nas negociações.
Yvo de Boer Secretário-Executivo da UNFCCC
Reuniões de negociação em Poznan, Dezembro 2008
União Europeia
Alterações Climáticas
6|7
Combate às
Alterações Climáticas
pela União Europeia
A União Europeia tem estado na vanguarda dos esforços para travar a mudança do clima, a nível interno e na arena internacional. Desde o início de 1990, tem especialmente contribuído para a adopção e aplicação da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas e do Protocolo de Quioto.
A União Europeia (UE), responsável actualmente por cerca de
UE reduza em 20% as emissões de GEE, eleve para 20% a quota-
14% das emissões de gases com efeito estufa (GEE), fez do
-parte das energias renováveis no consumo de energia e
combate às Alterações Climáticas uma das suas prioridades. Já
aumente em 20% a eficiência energética até 2020. O “Pacote três
em 1990, a UE tinha voluntariamente assumido o compromisso
vintes até 2020” fixa também uma meta de 10% de energias
de estabilizar, até ao ano 2000, os seus níveis de emissões de CO2
renováveis no sector dos transportes até essa data. Para a
nos níveis de 1990, objectivo que conseguiu cumprir.
concretização destes objectivos, o Parlamento Europeu e o
“Em 2000 lançámos o Programa Europeu para as Alterações
Conselho chegaram a acordo sobre os seguintes pontos:
medidas economicamente rentáveis de redução das emissões. A
Comércio Europeu de Licenças de Emissão (CELE) Inclusão de mais GEE (actualmente só o CO2 é contemplado) e as
mais importante é o regime de comércio de licenças de emissão,
licenças de emissão serão reduzidas anualmente, de modo a
Climáticas, no âmbito do qual desenvolvemos uma série de
que começou a vigorar em 1 de Janeiro de 2005. Trata-se do
permitir uma diminuição de 21% em 2020, relativamente aos
primeiro e do maior regime deste tipo a nível mundial,
níveis de 2005. A venda em leilão deverá ser a regra a partir de
abrangendo cerca de metade das emissões de CO2 produzidas
2013, no sector da electricidade. Para os outros sectores
na EU”, declara o Comissário Europeu para o Ambiente, Stravos
abrangidos pelo regime comunitário, a atribuição de licenças de
Dimas na sua página de Internet.
emissão a título gratuito deverá diminuir gradualmente, com
No âmbito do Comércio Europeu de Licenças de Emissão (CELE), a UE estabeleceu limites sobre a quantidade de CO2 que mais de 10 mil centrais energéticas e instalações com alto consumo de
vista à sua eliminação em 2027. Assim, o papel do CELE como elemento central da política climática sai reforçado até ao final da próxima década.
energia poderiam emitir a cada ano. As centrais que emitam
Contribuição de cada Estado-Membro para a redução das
menos CO2 podem vender as quotas de emissões não utilizadas
emissões Foram aprovadas as regras para a determinação da contribuição
a outras fábricas que apresentem dificuldades na redução das emissões. Desta forma, cria-se um incentivo financeiro para
mínima dos Estados-Membros para reduzir as emissões no
reduzir as emissões. O sistema garante igualmente que existem
período 2013-2020 em sectores não abrangidos pelo CELE,
compradores para as quotas de emissões - as empresas que
designadamente a construção, os transportes, a agricultura e os
excedam os seus limites de emissões e não cubram esse excesso
resíduos. Para cada Estado-Membro, a decisão estabelece um
com emissões compradas a terceiros terão de pagar pesadas
objectivo específico que impõe uma redução, ou, no caso dos
multas. O CELE garante, assim, que as emissões são reduzidas da
novos Estados-Membros e de Portugal (+1%), permite um
forma mais económica e diminui os custos globais relativos à sua
aumento das emissões respectivas até 2020.
redução.
Captura e armazenagem de carbono O objectivo da armazenagem geológica ambientalmente segura
Mais recentemente, a 16 de Dezembro de 2008, foi aprovado o pacote clima-energia. Os objectivos da nova legislação são que a
de CO2 é a sua contenção permanente de modo a impedir e,
ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS
TEMA DE CAPA
quando tal não seja possível, eliminar o mais possível quaisquer efeitos negativos e quaisquer riscos para o ambiente e para a saúde humana. O volume das licenças disponíveis para o financiamento destas tecnologias inovadoras é de 300 milhões. Energia proveniente de fontes renováveis Para Portugal a meta foi fixada em 31%, tendo em conta o ponto de partida (em 2005, a quota era já de 20,5%) e o potencial nacional em energias renováveis. Emissões de CO2 dos automóveis O transporte rodoviário representa 12% das emissões totais de dióxido de carbono, mas as emissões do parque de automóveis novos variam, consoante o Estado-Membro. De acordo com dados da Comissão Europeia, em 2006 as emissões médias dos automóveis novos vendidos em Portugal eram de 144g de CO2/km, mas na Suécia eram de 187g de CO2/km. Estas emissões foram, então, fixadas anualmente em níveis que permitem assegurar o objectivo geral da UE de 120g de CO2/km
Ao centro Stravos Dimas, Comissário Europeu para o Ambiente
até 2012. Especificações para os carburantes A directiva relativa à qualidade dos combustíveis passou a
data têm que diminuir para cerca de metade do valor registado em 1990, até 2050. A UE propõe, como primeiro passo, que os
estabelecer também as reduções obrigatórias dos GEE
países desenvolvidos se comprometam em reduzir as suas
provenientes dos combustíveis. Até 2020, os fornecedores
emissões para 30% abaixo do valor de 1990, até 2020.
devem reduzir gradualmente até 10% das emissões durante o ciclo de vida dos combustíveis por unidade de energia de combustível e de energia fornecida, através da utilização de biocombustíveis, combustíveis alternativos e reduções a nível da queima e da ventilação nos sítios de produção. A UE no Protocolo de Quioto e nas negociações internacionais
Os países em vias de desenvolvimento (PVD) devem também começar a agir, tomando medidas para manter as suas emissões entre 15-30% abaixo das projecções business as usual até 2020. Embora ambiciosos, estes objectivos são tecnologicamente exequíveis – recorrendo a tecnológias limpas já disponíveis ou ainda em desenvolvimento - e economicamente viáveis, de
Em 1998, a UE assinou o Protocolo de Quioto (PQ), ao abrigo do
acordo com os relatórios do Painel Intergovernamental para as
qual, os 15 países que à época constituíam a UE abraçaram um
Alterações Climáticas.
desafio ambicioso: a redução, até 2012, das suas emissões colectivas de GEE em 8% abaixo dos níveis de 1990. Este objectivo global traduziu-se num objectivo legal específico para cada Estado-Membro, baseado na sua capacidade de reduzir as emissões.
Stravos Dimas discorda que a actual crise económico-financeira venha limitar a capacidade de agir. “Simplesmente não é verdade. O Plano de Recuperação Económica da Comissão Europeia foca a inovação 'verde'. A UE está determinada em transformar esta crise numa oportunidade para afastar a nossa
No entanto, o PQ foi apenas um primeiro passo. Agora, o
economia da recessão e colocá-la no caminho de um futuro
objectivo da UE para o novo acordo, a ser alcançado em
baixo em carbono”.
Dezembro deste ano na cidade de Copenhaga, é garantir que o aquecimento global não excede em mais de 2°C os valores da temperatura pré era industrial, dado que um aumento superior a este limite pode despoletar alterações planetárias de natureza irreversível e potencialmente catastrófica. De modo a não ultrapassar este limite térmico, as emissões mundiais têm que parar de aumentar até 2020 e a partir dessa
Fundo Português de Carbono
Alterações Climáticas
8|9
Fundo Português de Carbono Investimentos para reduzir emissões GEE
Os instrumentos de mercado de redução de emissões de gases com efeito estufa são cada vez mais vistos como uma peça fundamental no combate às Alterações Climáticas. Nesta perspectiva, Nuno Lacasta, coordenador do Comité Executivo da Comissão para as Alterações Climáticas, apresenta a actuação do Fundo Português de Carbono e apela ao sector privado no sentido de uma transição para uma economia com um teor de carbono cada vez mais baixo.
O Fundo Português de Carbono (FPC) foi criado em 2006, com o
negociações internacionais ao nível da União Europeia (UE) e da
objectivo de adquirir créditos ou fazer reduções de emissões de
Organização das Nações Unidas (ONU). “A equipa precisa, sem
gases com efeito estufa (GEE) em Portugal, em nome do Estado
dúvida, de mais um par de elementos. Mas esta estrutura leve
Português. No âmbito do Protocolo de Quioto (PQ), Portugal
tem uma grande vantagem que resulta do facto de estar
tem uma quota de cerca de 77 milhões de toneladas de
estruturada de forma funcional e não hierárquica.
emissões, mas de acordo com as previsões do Plano Nacional
Adicionalmente, esta equipa é altamente profissional, formada
para as Alterações Climáticas (PNAC) essas emissões estariam na
por pessoas com muita experiência nesta esfera de acção”,
casa dos 84 milhões de toneladas, se não tivéssemos medidas
refere o seu coordenador, Nuno Lacasta.
nacionais de redução. Este défice é colmatado numa primeira linha pelo PNAC. Naquilo que não for possível reduzir domesticamente, entra o FPC como variável de ajustamento. O
O funcionamento do mercado internacional Para a compra de licenças de emissões, o FPC utiliza os diversos
montante estimado em toneladas que o FPC deve adquirir em
instrumentos de mercado previstos no PQ, fazendo
termos de créditos ou reduções suplementares é cerca de 15
investimentos praticamente em todo o mundo. Nuno Lacasta,
milhões, para o qual dispõe de uma dotação nominal de 348
explica que “um exemplo típico em termos de transacções no
milhões de euros, até 2012. O órgão gestor do FPC é o Comité Executivo da Comissão para as Alterações Climáticas (CECAC). O CECAC tem uma estrutura muito leve, com uma equipa de sete pessoas a tempo inteiro que se repartem entre duas actividades principais, as do FPC e as restantes ao serviço da Comissão para as Alterações Climáticas. A Comissão para as Alterações Climáticas é um órgão interministerial de aconselhamento e de aprovação de políticas e instrumentos neste âmbito, como por exemplo, o PNAC. Sentiu-se a necessidade de dotar a Comissão de um órgão executivo,
âmbito dos Mecanismos de Desenvolvimento Limpo ou da Implementação Conjunta previstos pelo PQ, poderia ser um projecto de reconversão de uma central termoeléctrica de carvão para gás natural, sendo que essa redução de emissões é traduzida num crédito de carbono. O que o FPC faz não é investir directamente nessa central termoeléctrica, mas sim nos créditos de carbono gerados pelo projecto. Podemos também adquirir créditos directamente aos Estados soberanos ao abrigo do terceiro mecanismo de mercado no âmbito do PQ, o Comércio Internacional de Emissões”.
daí o CECAC que é responsável também pela gestão e
Para o FPC, aquela que até agora tem sido a principal forma de
monitorização do PNAC, bem como pela coordenação das
adquirir estes créditos é investindo noutros Fundos de Carbono,
ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS
TEMA DE CAPA
que vão depois contratar os créditos em nome dos investidores.
âmbito do Comércio Europeu de Licenças de Emissão.
O FPC tem actualmente cerca de 74 milhões de euros investidos
Actualmente, este abrange mais de 10 mil instalações e cerca de
em vários Fundos de Carbono geridos por instituições como, por
50% das emissões comunitárias. É, por isso, fundamental para a
exemplo, o Banco Mundial, o Banco Asiático para o
Europa preservar e aumentar o mercado de carbono”.
Desenvolvimento ou, em Portugal, o Banif.
No âmbito da ONU, 2009 vai ser um ano decisivo de negociação.
Os investidores podem, ainda, ir directamente à Bolsa de
Em Copenhaga, a comunidade internacional deverá aprovar
Carbono (existem algumas em todo o mundo), onde já estão
metas e acções de redução de emissões até 2020, que segundo
disponíveis os créditos dos projectos e onde funciona a dinâmica
Nuno Lacasta, “do ponto de vista de investimentos
típica do mercado bolsista de oferta e procura. Também as Bolsas
infraestruturais, é já amanhã. Hoje em dia não há qualquer
de Carbono são afectadas pela instabilidade financeira actual,
contestação sobre a seriedade da ameaça das Alterações
com o preço do carbono em tendência para pronunciada
Climáticas. A questão que se coloca é se temos a capacidade de
volatilidade. Isto explica-se pela correlação muito estreita com os
agir, enquanto comunidade internacional, com a urgência que a
preços dos combustíveis, porque a fonte de energia é
ciência reclama”.
fundamental para perceber a componente carbónica da economia. “Este é um negócio inovador, mas tem características que não se devem reduzir à dimensão financeira, e eu penso que o mercado começa a aprender isso mesmo”, alerta o responsável. A intervenção nacional Apesar de estar essencialmente vocacionado para o mercado externo, o FPC consegue ainda identificar em Portugal mais reduções do que aquelas previstas no PNAC. Desta forma, o FPC
A convicção do coordenador do CECAC é que a iniciativa privada tem um papel preponderante nesta temática. “As necessidades de financiamento globais pós-Quioto andam na casa dos 175 biliões de dólares/ano. Não é possível implementar os projectos subjacentes a tanto investimento sem o sector privado. Este vai continuar a ter um papel essencial na redução de emissões e um papel crescente na dimensão adaptação aos impactes das Alterações Climáticas, para a geração de tecnologias e para o investimento.
tem diversas frentes de actuação ao nível interno/nacional,
A escala do desafio é absolutamente sem precedentes. Este é o
através do Programa de Apoio a Projectos, lançado em Junho de
desafio desta geração, da Humanidade! Precisamos,
2008. O Programa recebeu 10 candidaturas distribuídas por
manifestamente de mudar de paradigma para uma economia de
diversos sectores de actividade: florestal, transportes, indústria e
baixo teor de carbono. Reestruturar as economias e a
agrícola. O coordenador do CECAC reconhece que “o balanço é
governação global para as Alterações Climáticas não é nada fácil,
claramente positivo também pelo potencial de redução de
mas se resolvido, a solução deste desafio permitirá também
emissões, que é cerca de dois milhões de toneladas, algo
resolver outras questões como a pobreza extrema, falta de
significativo para a quota portuguesa”. Uma vez terminada esta
acesso a condições básicas de vida ou a serviços energéticos
fase, a intenção do FPC é de lançar uma segunda fase de
essenciais ao desenvolvimento”.
candidaturas ajustando o regulamento ao perfil de projectos que considera ainda ser possível captar neste tipo de apoio. Outra actividade referida por Nuno Lacasta “é o de fonte de informação e apoio a empresas e actores económicos portugueses, esclarecendo sobre o funcionamento dos mecanismos de mercado previstos pelo PQ que são, de facto, inovadores e requerem alguma explicação”. As negociações globais e a urgência da iniciativa privada O pacote clima-energia da UE, negociado durante o ano de 2008, é visto por Nuno Lacasta como “absolutamente fundamental, porque representa a confirmação da liderança europeia neste tema. A UE organizou-se e preparou-se para o futuro, pois não pode ser tão dependente de fontes de energia externas e tem de defender os interesses económicos das suas indústrias no
Nuno Lacasta Coordenador do Comité Executivo da Comissão para as Alterações Climáticas
Alterações Climáticas Programa SGS
10|11
Alterações
Climáticas Programa SGS
Criado em 1997 com a assinatura do Protocolo de Quioto, o Programa SGS para as Alterações Climáticas prevê serviços completos de apoio às empresas, para que seja mais fácil e rentável responder ao grande desafio desta geração – o aquecimento global e as alterações climáticas. Enfatizando a actuação da SGS em diversas frentes (mercado, política e institucional), o vice-presidente Robert Dornau e o gestor técnico global, Siddharth Yadav, demonstram como as empresas podem aproveitar as oportunidades deste mercado.
Quando está em causa o futuro do planeta, há um elemento-
Como um dos primeiros players neste mercado, a SGS também
-chave que vai determinar o sucesso de qualquer iniciativa: a
desempenha um papel activo ao nível corporativo, estando
confiança. É este o papel do Programa SGS para as Alterações
empenhada em contribuir para a regulamentação através da
Climáticas, através do qual a empresa valida e verifica de forma
participação em diversos grupos de trabalho e instituições
independente e acreditada os desempenhos anunciados pelos
internacionais. Robert Dornau relembra que “a SGS validou e
operadores.
verificou os primeiros projectos do Governo Alemão (ERUPT
A referência incontornável é o Protocolo de Quioto, segundo o qual foram implementados inúmeros sistemas voluntários e regulamentares. A SGS é o operador comum a todos eles. Robert Dornau, vice-presidente dos Serviços para as Alterações Climáticas, salienta que “a SGS está acreditada para todos os programas de redução de gases com efeito estufa (GEE) e os serviços estão disponíveis a um nível global, através da nossa rede mundial. As nossas acreditações incluem o Comércio Europeu de Licenças de Emissão, o Comércio de Licenças de Emissão do Reino Unido, a ISO 14064, a The Climate Registry (EUA), a California Climate Action Registry (EUA), a Chicago Climate Exchange (EUA), Mecanismos de Desenvolvimento Limpo e Implementação Conjunta (Nações Unidas), a norma Voluntary Carbon Standard, entre outros”. A SGS não actua como uma consultora, mas sim como uma
CERUPT) e o Fundo de Carbono Protótipo do Banco Mundial. Fomos, também, membro do Comité de Direcção do Voluntary Carbon Standard (VCS) e um dos verificadores do seu grupo de trabalho. Em 2009 fazemos parte do Fórum CDM DOE (Clean Development Mechanism Designated Operational Entities Entidades Operacionais Designadas que validam e verificam projectos de Mecanismos de Desenvolvimento Limpo no âmbito do Protocolo de Quioto). Participamos em grupos de trabalho governamentais e das Nações Unidas e também fazemos lobbying através de associações como a International Emissions Trading Association (IETA) ou o WBCSD, do qual a SGS é membro fundador”. Um trabalho reconhecido ao longo dos anos. Por exemplo em 2008, tal como em 2007, a SGS foi reconhecida como a melhor empresa verificadora no âmbito do Comércio Europeu de Licenças de Emissão, pela prestigiada revista Environmental Finance.
terceira parte independente. Valida a concepção dos programas para assegurar reduções de emissões reais, a longo prazo e mensuráveis, de acordo com o sistema aplicável. Verifica as pegadas de carbono de empresas, projectos ou produtos monitorizando processos e a informação que confirme que as emissões e as respectivas reduções são determinadas de forma completa, consistente, comparável, exacta e transparente. Finalmente, certifica as reduções de emissões para registo e comércio de licenças.
A SGS validou e verificou os primeiros projectos do Governo Alemão (ERUPT CERUPT) e o Fundo de Carbono Protótipo do Banco Mundial.
ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS
TEMA DE CAPA
Dos programas às acções O Programa SGS para as Alterações Climáticas implica formação intensiva e estudos pormenorizados sobre projectos de redução de GEE. É nestas actividades que Siddharth Yadav, gestor técnico global (MDL/IC), tem continuamente trabalhado desde 2005, principalmente nos sectores de Energias Renováveis, Produção, Transportes e Resíduos. Siddharth Yadav testemunha no terreno o impacto do
Em 2008, tal como em 2007, a SGS foi reconhecida como a melhor empresa verificadora no âmbito do Comércio Europeu de Licenças de Emissão.
aquecimento global nas actividades das empresas. “Há desafios, mas também oportunidades, principalmente se as empresas actuarem antecipadamente e se posicionarem antes da sua concorrência. As empresas tecnológicas na área da eficiência energética ou energias renováveis, por exemplo, irão beneficiar em grande escala com a crescente procura dos seus produtos e serviços”.
www.climatechange.sgs.com
Mas há sectores de actividade e países que se destacam pelo seu pioneirismo e pelo seu empenho. “Na minha actividade tenho contacto com imensos projectos a nível global. Os meus preferidos, são os projectos no sector da produção de cimento na Índia validados em 2005 e o projecto de verificação nos Transportes BRT em Bogotá, Colômbia
A urgência da acção e a necessidade de confiança
(2007)”, revela o gestor técnico global.
É já um lugar comum, mas as Alterações Climáticas são o mais
Actualmente, a Europa representa o maior mercado de
importante desafio do nosso século. Muitos países já
emissões a nível mundial, mas o Reino Unido sempre esteve
implementaram legislação obrigatória para a redução de
na linha da frente. Vemos que as primeiras normas são lá
emissões de GEE. No entanto, também há incentivos para que as
lançadas e testadas, como por exemplo a nova norma para a
empresas reportem as suas emissões de forma voluntária: é um
pegada GEE de cadeias de fornecedores de produtos e
facto que cada vez mais investidores e instituições financeiras
serviços, a PAS 2050. A SGS é um dos participantes na
analisam o risco das empresas perante os efeitos das Alterações
acreditação-piloto desta norma. Siddharth Yadav considera
Climáticas e de acordo com a legislação aplicável, antes de
que este “é um reflexo da crescente procura por reportar a
efectuarem qualquer investimento ou empréstimo.
pegada de carbono individual de produtos e serviços”.
Também os consumidores estão cada vez mais sensibilizados
Entre os países em vias de desenvolvimento que ratificaram
para este problema. Robert Dornau refere um estudo
o Protocolo de Quioto, verifica-se um crescimento
independente, abrangendo 2.700 consumidores americanos e
fenomenal de projectos de redução de emissões na China,
ingleses, que demonstrou que 60% dos inquiridos quer mais
Índia e Brasil. A SGS já estabeleceu centros de competências
informação sobre a pegada de carbono dos produtos que
nestes países para responder às necessidades expressas
consome; 50% dá preferência a empresas que reduzam as suas
pelos mercados da Ásia e da América Latina.
emissões; e 70% quer uma verificação independente das acções anunciadas pelas empresas (este estudo pode ser consultado em http://www.accountability21.net/WhatAssures). Mas as empresas, os seus accionistas e todos os seus stakeholders têm de confiar na informação disponibilizada sobre a emissão de GEE. A intervenção da SGS transmite essa confiança. “Os nossos procedimentos foram concebidos para criar confiança e assegurar o mais alto nível de credibilidade, independentemente do tipo de organização. A SGS actua como uma terceira parte independente assegurando uma relação de confiança entre governos, empresas e todos os outros stakeholders deste processo”, conclui o vice-presidente.
Rober Dornau & Siddharth Yadav Vice-Presidente & Gestor Técnico Global do Programa SGS para as Alterações Climáticas
Alterações Climáticas HITACHI-COBRA
12|13
Controlo e Inspecção da Qualidade
na redução de emissões
No combate às Alterações Climáticas, as centrais de produção de energia representam um grande potencial de redução de emissões de Gases com Efeito Estufa. A SGS realizou o Controlo e a Inspecção da Qualidade no âmbito do Projecto de Dessulfuração da Central Térmica de Sines, que se revelou precioso para a continuação da laboração de um dos mais importantes centros de produção de energia do país.
Os principais impactes ambientais originados pela combustão de
gases de combustão através da reacção destes com uma
combustíveis fósseis em centrais térmicas são as emissões
suspensão aquosa de calcário, obtendo-se gesso como
atmosféricas de dióxido de carbono (CO2), dióxido de enxofre
subproduto. O projecto de dessulfuração compreendeu a
(SO2), óxidos de azoto (NOx) e partículas. Com o objectivo de
implementação de quatro unidades, uma em cada um dos
reduzir as emissões de SO2 da Central Eléctrica de Sines, a EDP
respectivos grupos produtores. A instalação de dessulfuração é
encetou o projecto de dessulfuração em Maio de 2006, num
genericamente constituída pelos órgãos onde ocorrem as
investimento que envolveu 225 milhões de euros. O projecto de dessulfuração da Central Térmica de Sines veio permitir o funcionamento daquela que é a Central de maior
reacções de neutralização do SO2 – absorvedores – e pelas instalações de preparação e armazenagem do calcário e de tratamento e armazenagem do gesso.
potência em Portugal, de acordo com o Decreto-Lei n.º
Para o Controlo e Inspecção da Qualidade, o Consórcio HITACHI-
178/2003, que transpôs a Directiva Comunitária 2001/80/CE
-COBRA seleccionou a SGS Portugal devido à sua experiência em
relativa à redução de emissões para a atmosfera de certos
outros projectos de dessulfuração, nomeadamente, em
poluentes provenientes de grandes instalações de combustão.
Espanha. O director do projecto aponta que “é inquestionável
O Consórcio HITACHI-COBRA foi o empreiteiro principal deste projecto. De acordo com Alejandro Suárez Serrats, director do projecto de dessulfuração da Central Térmica de Sines da parte da Cobra, “o Consórcio foi responsável na modalidade 'chave na mão', pela engenharia, design, construção, implementação e operacionalização da dessulfuração”. As informações veiculadas à imprensa pela EDP, na altura do início do projecto, indicavam que o Consórcio apresentou a melhor oferta quer ao nível técnico como económico, implicando um menor investimento e um menor custo da operação e manutenção durante a vida útil das instalações. O projecto implementado na Central Térmica de Sines foi a dessulfuração pelo processo calcário/gesso, que permite obter uma elevada eficiência de remoção de dióxido de enxofre dos
que a SGS representa uma garantia adicional no momento de contratar uma empresa, no âmbito do controlo e inspecção da qualidade. Foi este o ponto principal que levou à adjudicação deste serviço à SGS. Um outro ponto essencial a ter em conta na selecção da empresa era que esta tivesse técnicos competentes, com grande experiência em projectos semelhantes, já que o facto de conhecerem as fases mais críticas e complexas nos facilitaria muito o desenvolvimento do projecto. Tendo ainda em conta que o cliente final, a EDP, é um cliente extremamente exigente, era necessário contratar uma empresa experiente, capaz de apresentar uma equipa bem preparada para a execução da obra”. A SGS desenvolveu a sua intervenção nos dois vectores definidos pelo Consórcio: no local e a nível externo. Ênfase particular ao papel das afiliadas da SGS na Alemanha e Espanha em assegurar
ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS
TEMA DE CAPA proximidade e disponibilidade de um corpo técnico capaz de avaliar a conformidade técnica, as boas práticas aplicadas e o cumprimento de prazos de acordo com os planos. Desta forma criou-se um fluxo de informação entre a SGS e o Consórcio HITACHI-COBRA que possibilitou, em tempo real, que os órgãos coordenadores decidissem sobre os eventos ocorridos. Os fornecedores foram alvo de intervenções de supervisão da qualidade, actividades de acompanhamento de construção, expediting e cargas de equipamentos fornecidos no âmbito deste projecto em países que se revelaram pertinentes. Antecipando ou constatando erros e desvios na origem, foi possível deslocar a responsabilidade e a sua resolução no sentido montante da cadeia de fornecedores, de forma a reduzir atrasos, evitar erros e a garantir o planeamento e a conformidade do fornecimento ao Consórcio. Na vertente onsite a SGS estabeleceu um acompanhamento em proximidade por uma equipa tripartida (Civil, Mecânica e Instrumentação/Electricidade/Automação), apoiada pelos mais directos colaboradores em funções de back-office, que procurou também aqui garantir a conformidade de todos os
Alejandro Suárez Serrats
fornecimentos a decorrer no local, intervindo nas fases de
Director do Projecto da parte da Cobra para a Dessulfuração da Central Térmica de Sines
revisão e execução de planos, ensaios e comissionamentos. No local, as actividades envolveram a área mecânica, ensaios não destrutivos, cálculo de cascas sob pressão, licenciamento de equipamentos, Marcação CE de equipamentos sob pressão e
máquinas, soldadura, entre outras com estas correlacionadas. As restantes actividades do projecto das especialidades de Civil e de Instrumentação/Electricidade/ Automação tiveram as suas tarefas centradas na revisão de especificações dos empreiteiros, avaliação do cumprimento das mesmas em obra, monitorização de ensaios e comissionamento final. Para a realização deste projecto foi necessária uma grande quantidade de recursos financeiros, humanos e materiais. O responsável dá como exemplo “fases com 800 trabalhadores em obra, ultrapassando os dois milhões de horas de trabalho. Adicionalmente, foram necessários muitos meios auxiliares de suporte, de transporte, de elevação, etc.”. Para além das duas vertentes expressas, a SGS colocou ao serviço do Consórcio toda uma equipa de suporte, cujas funções envolveram cálculo de verificação de equipamentos, linhas e estruturas em circunstâncias diferentes dos pressupostos de projecto ou perante alterações de especificações em estaleiro, assessoria em soldadura e materiais, corrosão e tratamentos anticorrosivos. A SGS acompanhou, ainda, todas as reuniões necessárias junto das entidades e autoridades competentes. A equipa SGS desenvolveu a sua actividade em directo report com os directores de projecto no local, garantindo sempre a entrega de informação em tempo real, e participando activamente na resolução de todas as circunstâncias que representassem dificuldades para a prossecução do projecto. Alejandro Suárez Serrats afirma poder concluir que “a colaboração entre o Consórcio HITACHI-COBRA e a SGS correu sem dificuldades. Em linhas gerais, o Consórcio está muito satisfeito com a actuação da SGS, dada a importância da vertente Qualidade neste projecto”.
Alterações Climáticas Expedição TOPtoTOP
14|15
SGS na
Expedição
A SGS está a apoiar a TOPtoTOP, uma expedição mundial cujo objectivo é alcançar o pico mais alto de cada continente e utilizar apenas energias renováveis durante a viagem. A equipa quer inspirar as pessoas a tomarem acções concretas para proteger a riqueza natural mundial da ameaça muito real com que se depara actualmente. Pretende encorajar o máximo número de pessoas a serem solidárias com os povos afectados pelas Alterações Climáticas, bem como motivar todos a apreciar o desporto e a natureza.
A TOPtoTOP é a primeira expedição aos sete mares e aos sete
Através da sua viagem e da sua interacção com os alunos, Dario e
picos mais altos do mundo, ligando as principais zonas
Sabine esperam sensibilizar sobre os perigos das Alterações
climáticas. A expedição é liderada por Dario Schwörer, um
Climáticas, encorajar a protecção ambiental e demonstrar que
climatologista e guia internacional de montanhismo e pela sua
podemos usufruir da natureza através do desporto, ao mesmo
esposa Sabine, que é enfermeira. O casal decidiu embarcar nesta
tempo que temos um impacto positivo.
viagem quando viram o impacto que as Alterações Climáticas estavam a ter nos Alpes. Provavelmente, em 2050, 75% dos glaciares dos Alpes terão desaparecido, e muitas das suas instâncias de esqui já se viram na contingência de adquirir neve artificial. A equipa TOPtoTOP vai realizar toda a expedição utilizando apenas energias renováveis: humana, eólica e solar. A
Outro aspecto da expedição é a sua participação activa com a campanha “Clean Up the World”, sedeada em Sydney. A TOPtoTOP realizou limpezas em todos os seus destinos, estimando-se que já tenha recolhido 15 toneladas de resíduos. Forte ligação institucional Dario e Sabine conceberam a expedição TOPtoTOP como forma
organização vê a energia sustentável como o futuro no combate
de sensibilizar o mundo para as Alterações Climáticas,
às Alterações Climáticas, pelo que pretende estabelecer este
incentivando a pesquisa e o apoio de soluções duradouras. De
recorde mundial.
forma a maximizar o alcance da iniciativa, a TOPtoTOP trabalha
Contando com o alto patrocínio do Governo Suíço (Swissworld) e do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (United Nations Environment Program – UNEP), a expedição teve início em 2002 e, actualmente, é uma organização não lucrativa com sede na Suíça, mas com voluntários de 28 países. A sua missão é demonstrar que se conseguem alcançar grandes objectivos em equilíbrio com a natureza. Ao longo da sua viagem, levam a cabo acções de sensibilização e apresentam projectos interessantes sobre sustentabilidade em salas de aula, fazem apresentações em universidades, associações e outras organizações de todo o mundo, tendo já contactado com mais de 35 mil crianças. Os participantes são, depois, encorajados a expressar as suas próprias ideias sobre como podem fazer mais pelo ambiente, participando no concurso internacional da TOPtoTOP para soluções climáticas.
TEMA DE CAPA
em estreita colaboração com os media, cientistas e o mundo empresarial. Assim, a SGS uniu-se a outras organizações como o UNEP, a Swissworld e a Victorinox, famosa marca suíça de canivetes, para apoiar esta expedição. O actual patrocínio vem no seguimento de outros projectos como o “Plantemos para o Planeta: Campanha do Bilião de Árvores” do UNEP e a Expedição pelo Golfinho de Água Doce Yangtze Baiji. A SGS está seriamente empenhada em chamar a atenção para uma das mais importantes questões da actualidade. A expedição TOPtoTOP é um sucesso graças ao esforço das pessoas da sua organização. Da mesma forma, o valor da SGS deve-se ao empenho, paixão e dedicação dos seus mais de 50 mil colaboradores em todo o mundo. Mas a verdadeira dimensão do nosso compromisso pode ser avaliada pelas práticas sustentáveis implementadas nas nossas operações internas. Ao nível do mercado, a SGS apoia as organizações a gerirem a sua sustentabilidade num contexto de certificação, verificação e conformidade, através de serviços no âmbito, por exemplo, do Programa SGS para as Alterações Climáticas. À semelhança da TOPtoTOP, a SGS promove soluções e acções para lidar com as causas e impactos das Alterações Climáticas. O nosso desejo de ser a mais competitiva e produtiva organização de prestação de serviços no mundo iguala o empenho da TOPtoTOP em sensibilizar e inspirar acções contra as Alterações Climáticas.
Metas alcançadas Desde o início da expedição na Suíça, a equipa TOPtoTOP já se aventurou no Monte Kosciusko e já conseguiu alcançar os mais altos picos da Europa e da América do Sul, Monte Branco e Aconcagua, respectivamente. Até ao final de 2007, a TOPtoTOP viajou 46 mil km por barco, escalou 200 mil metros verticais e pedalou ao longo de oito mil km. Mais sobre a TOPtoTOP em: www.toptotop.org www.expedition.toptotop.org
ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS
Björn Stigson
WBCSD
16|17
Desenvolvimento
Sustentável é fonte de competitividade
A crise financeira e as Alterações Climáticas são duas das principais questões que preocupam Björn Stigson, presidente do World Business Council for Sustainable Development (WBCSD). Consultor do Governo Chinês, do Dow Jones Sustainability Index e da Global Reporting Initiative, só para nomear alguns, o líder desta associação global foi considerado a nona Personalidade Mais Influente do Mundo em Ética Empresarial pela revista Ethisphere em 2007. Acredita que só as empresas sustentáveis irão sobreviver, pelo que quer afirmar o WBCSD como uma plataforma em que as empresas podem partilhar conhecimento para o Desenvolvimento Sustentável.
SGS: O que significa, para si, o conceito de Ética Empresarial?
SGS: Estamos no caminho certo para a Sustentabilidade? B.S.: Não. Demos os primeiros passos, mas as tendências do
Björn Stigson: A Ética é um reflexo dos Valores, e estes são os
business as usual não nos vão levar a um futuro sustentável. É
mesmos quer nos negócios quer na vida pessoal. Não existe uma
necessário mudar. É necessário ainda muito trabalho, por
Ética “Empresarial” à parte. As empresas não podem ser bem
exemplo nas negociações para um entendimento global pós-
sucedidas em sociedades ou sistemas que falham. Cada vez
-2012 sobre as Alterações Climáticas; na valorização da
mais, a capacidade para uma empresa exercer a sua actividade,
biodiversidade como um custo integrado das actividades
inovar e crescer é determinada por questões de
empresariais; e em cada um de nós alicerçar a sua própria
Sustentabilidade, como as Alterações Climáticas, o progresso
existência em estilos de vida sustentáveis.
social e o equilíbrio dos ecossistemas. Actualmente, o próprio mercado é definido e moldado por estas questões. SGS: A Responsabilidade Corporativa tem de ser “cara”? B.S.: No WBCSD vemos que as empresas conseguem criar
SGS: Então, os empreendedores do século XXI ainda não têm consciência do que é ser sustentável? B.S.: Os(As) empresários(as), como toda a gente, têm mais contacto com estas questões, especialmente depois da grande
oportunidades através das suas práticas sustentáveis e da sua
cobertura mediática de factos como os relatados pelo Painel
transparência. Por isso acreditamos que as empresas que
Intergovernamental para as Alterações Climáticas em 2007, que
integram a Sustentabilidade nos seus processos serão as líderes
atribuem a responsabilidade pelo aquecimento global à acção
do futuro, e que este investimento será dinheiro bem gasto!
humana, o relatório de Nicholas Stern "STERN REVIEW: The
Economics of Climate Change", ou o documentário “Uma
SGS: Que papel desempenham os Sistemas de Gestão na
Verdade Inconveniente” de Al Gore. O WBCSD acredita que as
concretização e sensibilização para o Desenvolvimento
empresas líderes globais no futuro serão aquelas que
Sustentável?
desenvolvem o seu negócio de forma a lidar com os maiores desafios mundiais. É com este objectivo que trabalhamos com as empresas há 14 anos e temos notado uma consciência crescente, uma conclusão por parte das empresas que o Desenvolvimento Sustentável é o único caminho seguro para proteger o seu futuro. SGS: De que forma se consegue sensibilizar mais empresas?
B.S.: De uma forma geral, os Sistemas de Gestão ajudam-nos a perceber se estamos no bom ou no mau caminho. Mas para realmente acrescentarem valor, os Sistemas de Gestão e a sua Certificação têm de se basear em critérios relevantes para o core business das empresas. SGS: Considera que os Relatórios de Sustentabilidade, bem como a sua Verificação Independente, são elementos
B.S.: Para se falar com empresários é necessário utilizar
importantes para a Responsabilidade e para a Transparência
linguagem empresarial. Criar um futuro sustentável significa
Corporativas?
operar mudanças na sociedade que tenham impacto nas estratégias e nas operações das empresas. Mais uma vez, o WBCSD demonstra às empresas como o Desenvolvimento Sustentável as torna mais competitivas, mais resistentes e flexíveis num mundo em rápida mudança e como conquistar e fidelizar clientes. Também ilustramos a forma como o Desenvolvimento Sustentável as ajuda a conseguir e a manter os melhores cérebros do mercado, e como as torna mais atractivas a investidores e seguradores, reduzindo o seu risco a diversos níveis.
B.S.: Sim. As empresas globais, que actuam num contexto globalizado, têm de estar abertas a questões que são de relevância material para a sua actividade e para os seus stakeholders. No WBCSD acreditamos que as questões da Sustentabilidade se estão a tornar centrais para a estratégia e para a actividade das empresas, pelo que recomendamos que sejam integradas e reportadas de forma transparente no seu relatório anual. Aliás, a prática de reportar a Sustentabilidade tem crescido e é já um elemento normal para o negócio das empresas
SGS: Em que consiste o grande valor de “partilhar ideias”, como normalmente refere? B.S.: Partilhar é aprender. Podemos sempre aprender com as experiências dos outros em praticamente tudo o que fazemos. No WBCSD, definimos o Desenvolvimento Sustentável como formas de progresso que satisfazem as necessidades do presente sem comprometer a capacidade das futuras gerações de satisfazerem as suas próprias necessidades. Este é um objectivo importante, e tudo o que nos possa ajudar a alcançá-lo, ou a consegui-lo mais depressa, deve ser partilhado.
Björn Stigson Presidente do World Business Council for Sustainable Development
www.wbcsd.org
WBCSD
Björn Stigson
e em
18|19
com presença global. E para que sejam credíveis, defendo que os Relatórios de Sustentabilidade, à semelhança dos Relatórios de Contas, necessitam de ser verificados por organismos independentes. SGS: Tem encorajado as empresas a criar o seu próprio Plano de Sustentabilidade. Quais são os principais obstáculos que tem enfrentado nestes últimos anos? B.S.: Tem sido difícil por vezes, mas há mais empresas e há mais pessoas em todo o mundo a entender a necessidade urgente de abraçar o Desenvolvimento Sustentável. Suspeito que estamos prestes a enfrentar o maior obstáculo desde há muitos anos. As empresas operam num contexto extremamente complexo, com regulamentações constantemente actualizadas e com condições muitas vezes difíceis. Mas a actual crise financeira vai criar condições particularmente ainda mais difíceis para algumas empresas. No entanto, as empresas que optaram por um modelo sustentável, que têm vindo a desenvolver as suas actividades com os olhos postos no futuro, essas deverão aguentar a tempestade, enquanto que outras não terão essa sorte. SGS: Quais são as prioridades actuais do WBCSD? B.S.: A prioridade do WBCSD é sempre o Desenvolvimento Sustentável. Se as empresas o praticarem, então estarão numa posição melhor para enfrentar qualquer desafio. De momento, isto significa que estamos a trabalhar em diversas frentes, nomeadamente a fazer ouvir a nossa voz no acordo pós-Protocolo de Quioto, a quantificar os recursos naturais que as empresas utilizam (água e polinização, por exemplo), e a mitigar a pobreza promovendo formas inclusivas de gerir as empresas.
Mais sobre o WBCSD e o BCSD Portugal O Grupo SGS foi um dos membros fundadores do WBCSD, uma associação global liderada por CEO's, dedicada exclusivamente às empresas e ao Desenvolvimento Sustentável. Com cerca de 200 associados provenientes de mais de 35 países e 20 sectores industriais, o WBCSD tem uma rede global de 112 conselhos empresariais e parceiros regionais.
Missão Fazer com que a liderança empresarial seja catalisadora de uma mudança rumo ao Desenvolvimento Sustentável e promover nas empresas a eco-eficiência, a inovação e a responsabilidade social.
Portugal?
trabalhar com os nossos membros, logo com as grandes empresas. No entanto, temos traçado na nossa estratégia o objectivo de alcançar as PME, pois reconhecemos a sua grande importância na estrutura da nossa economia. SGS: O sector público ainda está demasiado afastado das
O BCSD Portugal pretende acrescentar valor às empresas,
práticas sustentáveis?
apoiando-as na concretização das vantagens reais para o seu
L.R.: Algumas empresas do sector empresarial do Estado têm
negócio decorrentes da adopção dos princípios e das práticas
vindo a evoluir de uma forma muito firme na adopção de
do Desenvolvimento Sustentável. Luís Rochartre, secretário-
estratégias e políticas de sustentabilidade. Temos ainda um
-geral, reforça a importância da actuação empresarial no
conjunto restrito de empresas que entenderam esta agenda e
caminho para a Sustentabilidade.
desenvolvem políticas alinhadas com as práticas e os princípios
SGS: Como avalia a evolução dos Relatórios de Sustentabilidade publicados em Portugal? Luís Rochartre: Tem havido um desenvolvimento notável do número de Relatórios de Sustentabilidade publicados. Mesmo nós, que nos dedicamos à promoção da sua realização de uma forma activa, surpreendemo-nos com a quantidade da resposta. Quanto à qualidade, penso que há ainda um caminho a
do Desenvolvimento Sustentável, tanto na área privada como na pública. Contudo, se nos reportarmos à administração pública e a outras entidades públicas, aí sim, o afastamento das melhores práticas é muito grande. SGS: As temáticas da Responsabilidade Social e do Desenvolvimento Sustentável são uma tendência que veio para ficar?
percorrer, que se prende principalmente com um mais perfeito
L.R.: Não tenho a convicção, mas sim a certeza que a
entendimento destas questões pelas empresas e ainda com o
prossecução dos princípios e das práticas de Sustentabilidade
aperfeiçoamento das estratégias de sustentabilidade das
são o único caminho viável que as empresas, e a sociedade em
empresas. SGS: Que papel pode desempenhar o BCSD Portugal junto das PME? L.R.: O BCSD Portugal não tem uma vocação orientada para a
geral, têm para garantir a perenidade da vida na Terra. A nossa visão de um futuro sustentável contém a resolução dos constrangimentos globais sob os quais vivemos hoje, por exemplo, emissões de carbono, disponibilidade de água, pressão sobre os ecossistemas e os serviços que proporcionam, pobreza
dimensão das empresas, tendo contudo, enquanto membros,
e acesso a níveis aceitáveis de qualidade de vida, infra-estruturas
uma maioria de grandes empresas e grupos económicos. Este
e serviços equitativamente acessíveis, bem como condições
facto leva a que tenhamos dado prioridade, como seria natural, a
equilibradas de produção e de consumo.
O BCSD Portugal é uma associação sem fins lucrativos, criada em Outubro de 2001 pela iniciativa das empresas Sonae, Cimpor e Soporcel, associadas do WBCSD, em conjunto com mais 33 empresas de primeira linha da economia nacional. A SGS Portugal associou-se ao BCSD Portugal em 2004.
Luís Rochartre Secretário-geral do BCSD Portugal Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável
www.bcsdportugal.org
Mário Parra da Silva
APEE
20|21
Responsabilidade e Ética para o sucesso das empresas
Mário Parra da Silva Presidente da Direcção da APEE
É com optimismo que Mário Parra da Silva perspectiva o futuro do tecido empresarial português, se conseguirmos optar pelo caminho da cooperação e da responsabilidade. O presidente da Direcção da Associação Portuguesa de Ética Empresarial acredita que as empresas poderão ser duramente penalizadas se não adoptarem uma gestão baseada em valores éticos. Em entrevista à SGS Global, o dirigente destaca o papel da Norma Portuguesa de Responsabilidade Social (NP 4469) como forma das empresas conseguirem melhorar a produtividade interna, criarem um ambiente de trabalho mais favorável e firmarem parcerias mais rentáveis.
SGS: Porquê a criação de uma Associação de Ética
Standardization, reflectindo-o em acções e produtos
Empresarial em Portugal?
adequados à nossa realidade. A maioria dos nossos recursos está
Mário Parra da Silva: Um grupo de empresários e dirigentes de empresas sentiu que a via da excelência organizacional exigia encarar a questão dos valores éticos e do seu papel na relação com os vários públicos da empresa.
envolvida no trabalho de normalização. Somos o Organismo de Normalização Sectorial para a área da Ética e da Responsabilidade Social. Temos projectos formativos próprios e, em parceria com outras instituições, conduzimos processos de consulta e análise de opinião. Através da nossa integração na Confederação do
A ideia central era que todo o esforço de educar
Comércio e Serviços de Portugal apoiamos a formulação e
comportamentos e criar processos era minado e desvirtuado se
implementação de políticas e códigos de ética.
não ocorresse a interiorização pelos colaboradores dos valores éticos que a empresa adopta como essenciais à sua sustentabilidade. A Associação Portuguesa de Ética Empresarial
SGS: Para a APEE o que é um comportamento ético? M.P.S.: As pessoas comportam-se de acordo com o que
(APEE) propôs-se a apoiar as empresas nesse esforço, passando
acreditam. Tem sido dito como uma verdade evidente por si só,
“dos conceitos e teorias sobre Ética e Responsabilidade Social
que o negócio e a ética se excluem mutuamente. Tal não é
para a definição e implementação de programas concretos que
verdade. O negócio implica um certo grau de confiança. A
motivem as empresas a desenvolver princípios éticos
confiança implica reconhecer valores confiáveis no interlocutor.
orientadores que, por sua vez, conduzam a práticas de gestão
O comportamento é reconhecido como ético quando está
mais socialmente responsáveis.” SGS: Quais são os principais projectos da APEE?
conforme os valores que a organização decidiu adoptar e que promete aos seus públicos, desde que o tenha feito de forma abrangente e inclusiva, o tenha publicitado adequadamente e
M.P.S.: Desde 2004, acompanhar o trabalho internacional nesta
verifique o seu impacte. Nenhuma organização promete maus
área conduzido pela ISO - International Organization for
valores.
SGS: Qual é a sua opinião sobre o comportamento ético dos
principal é “o mundo pós crise”. Vamos aceitar o desafio de
gestores portugueses?
Davos 2009 e debater os valores que as empresas devem
M.P.S.: A esmagadora maioria tem um bom comportamento. Aliás, se assim não fosse já teriam fechado a porta. Ninguém pode ser não ético por muito tempo. O problema não está na falta de ética. Está no dilema ético, quando o gestor tem que
subscrever para garantir a sustentabilidade própria, do ambiente e do nosso modo de vida. A presença mais inovadora é a da Federação Portuguesa de Futebol que irá pôr em debate o fair play, a Ética e a Responsabilidade Social no futebol.
decidir entre dois rumos de acção em que ambos servem algum
SGS: Como é que vê o futuro do tecido empresarial
interesse. A ética exige que seja leal à sua promessa mas pode ter
Português?
a tentação de ser apenas fiel ao accionista, ou encobrir um caso, ou mentir a um cliente. Há sempre boas razões. No curto prazo parece bom, mas no médio prazo é sempre mau. SGS: Até que ponto é que a crise financeira e económica que vivemos é resultado da falta de ética na gestão? M.P.S.: Também é, mas não exageremos. Numa crise deste tipo há muitas causas. A falta de ética dos mercados financeiros foi muito denunciada ao longo dos últimos anos, até pela APEE, mas ninguém queria ouvir. Estava a ser demasiado bom para se pensar que podia haver um colapso. Portanto, se houve falta de ética foi de todos. Os Bancos não podiam salvar o mundo e perder dinheiro, simplesmente não é a sua vocação. Ora as
M.P.S.: Penso que estamos em boas condições de reagir à crise. Somos inteligentes, trabalhadores e adaptáveis. Poucos na Europa têm as excelentes características do Português. A minha única dúvida é se Portugal quererá aproveitar os portugueses ou se, como aconteceu no passado, prefere mandá-los embora. Se deixarmos as nossas empresas e empresários trabalhar naquilo que sabem fazer, auxiliando-os a fazê-lo bem também do ponto de vista da Sustentabilidade Ética do seu negócio, em parceria responsável com as suas partes interessadas, tratando os empresários como criadores de riqueza e não como ‘exploradores’, teremos no futuro excelentes oportunidades a aproveitar.
pessoas não queriam salvar-se, nem acreditavam nisso, queriam
Mas é essencial que a crise não seja paga apenas pelas empresas,
dinheiro sem perguntas incómodas.
com sobrecarga de impostos e exigências. A tentação de culpar
SGS: Uma gestão ética pode ser uma das principais estratégias de combate à crise?
as empresas é grande mas seria um grave erro. Todos temos de contribuir para reequilibrar o sistema. Há que consumir menos e melhor, há que ajudar a produção nacional, sem
M.P.S.: Agora que a casa caiu toda a gente vai exigir decência. As
proteccionismos mas com preferências legítimas. Há que reduzir
empresas que continuarem a não adoptar uma gestão baseada
os custos de contexto, agilizar a justiça, flexibilizar as formas de
em valores éticos poderão ser duramente penalizadas. Corremos
emprego. A Responsabilidade Social é isso: trabalhar em
o risco que daqui a algum tempo os consumidores venham a cair
conjunto para o bem das partes interessadas. As empresas são
num certo fundamentalismo ético. Será tão mau como seria a
agora vistas como cidadãs, mas não apenas para lhes exigirmos.
‘república de juízes’.
Terá de ser também para lhes darmos a possibilidade de trabalhar
A ética exige a virtude e o bom senso. Não pode ser tratada por
melhor e de forma mais rentável. Empregados que não dão o seu
organizações com estilo policial e denunciador. É um processo
melhor, clientes que não pagam ou reclamam sem razão,
de melhoria e de diálogo. Acho que é essencial no combate à
fornecedores que não cumprem especificações, Estado que não
crise, porque só assim poderemos repor a confiança nos
proporciona justiça ou protecção, todos contribuem para que a
mercados e fazer com que o crédito volte a circular.
crise continue e as empresas tenham mais dificuldade em criar
SGS: A APEE organiza anualmente a Semana da
egoísmo. A cooperação é a chave do futuro que queremos. Sem
Responsabilidade Social. O que podemos esperar desta 4ª
ela o futuro será muito feio.
riqueza. Na crise, precisamos de mais solidariedade e não de mais
Edição a realizar-se em Maio? M.P.S.: Muito. Quatro salas durante quatro dias, estarão lá muitas organizações e pessoas. A Ética nos negócios vai ser um tema muito em foco porque está nas bocas de toda a gente. O tema
Mário Parra da Silva
APEE
22|23
A Norma Portuguesa de Responsabilidade Social NP 4469 SGS: De que forma é que um Sistema de Gestão de
SGS: As opiniões do senso comum dizem que a
Responsabilidade Social pode apoiar uma empresa a tornar-se
Responsabilidade Social está apenas ao alcance das empresas
mais competitiva?
mais poderosas. Essa premissa é verdade? Adoptar,
M.P.S.: De dois modos: por um lado porque melhora a relação com todos os seus públicos, com base em crenças e não em
implementar e certificar uma política de Responsabilidade Social é só para alguns?
cosméticas propagandistas. Se conseguir das suas partes
M.P.S.: De modo nenhum. É para todos, empresas, autarquias,
interessadas uma compreensão e aceitação de objectivos
administração pública, terceiro sector, consumidores, etc..
comuns, reduzirá custos directos e encargos indirectos de
Agora as pequenas empresas, na sua grande maioria, estão
gestão. Por outro lado, irá criar um ambiente muito mais
integradas em cadeias de valor. Quem dirige a cadeia tem
favorável à inovação e à descoberta de novos produtos e novas
responsabilidades especiais porque o pequeno fornecedor não
oportunidades. O Sistema de Gestão da Responsabilidade Social
tem autonomia para ditar as regras. Quanto ao custo, existe um
abre janelas para o mundo do futuro e deixa-o entrar na
certo investimento mas parece-me muito reduzido já que, para
empresa.
além do tempo interno, não implica comprar mais do que o
SGS: Nos últimos anos a Responsabilidade Social Empresarial/Corporativa tem sido muito debatida. Pode-se
apoio de um consultor que catalise a mudança de atitude e transmita o saber fazer.
inclusivamente dizer que este é um tema que está na moda.
SGS: A APEE foi uma das principais impulsionadoras da criação
Até que ponto é que estas discussões se traduzem em práticas
de uma Norma Portuguesa de Responsabilidade Social (NP
efectivas de Responsabilidade Social por parte das empresas?
4469). Qual é a receptividade das empresas portuguesas a
Não há um abuso na utilização deste conceito?
esta norma? Acha que estão preparadas para implementar e
M.P.S.: Houve um imenso abuso. Manobras de comunicação sem
certificar-se de acordo com este referencial?
qualquer base real, empolamento de acções insignificantes,
M.P.S.: A APEE foi o organismo que enquadrou a criação da NP
filantropia mais que suspeita convertida em responsabilidade,
4469, produzida por um magnífico painel de duas dezenas de
códigos de ética que não eram mais que códigos de disciplina
especialistas, durante um ano e meio, sem qualquer
para ilibar a empresa de responsabilidades, negócios legítimos
remuneração nem compensação de despesas. Fizeram-no
mas que eram apresentados como investimentos em
porque as organizações e empresas em que trabalham estão
Responsabilidade Social porque eram em Angola ou em outro
empenhadas na Norma. Ainda é um número reduzido, mas os
país em desenvolvimento, etc..
que a adoptarem colocar-se-ão na vanguarda. Isso é liderança.
Mas no meio disso muitas empresas, se calhar as mais silenciosas, foram adoptando seriamente medidas de suporte a um futuro mais sustentável. Por isso, precisamos de normas que sejam bem auditadas e que assegurem ao mercado que alguém está a fazer o que diz estar a fazer.
Depois muita gente irá querer também.
www.apee.pt
SGS: Há sectores onde este referencial seja prioritário? M.P.S.: Sim, principalmente todos os que exportam ou estão em
Porquê certificar uma empresa pela NP 4469?
fileiras muito expostas a mercados externos, porque Portugal tem um mau rating. As empresas portuguesas sofrem com isso porque pagam caro a percepção de risco. Ter implementado uma Norma de Responsabilidade Social é um factor de diferenciação e de competitividade, não podemos continuar a jogar na mão-de-obra barata. SGS: Qual é a estratégia da APEE para impulsionar esta norma? M.P.S.: A nossa estratégia consiste em falar dela na comunicação social, apresentá-la em eventos, formar auditores e consultores, divulgar em eventos de terceiros, fazer protocolos com universidades e outras associações. SGS: Há a possibilidade da NP 4469 ser replicada e reconhecida noutros países? M.P.S.: Já está a ser replicada, em adiantada fase, na Dinamarca, com consultas a outros países da Escandinávia. O objectivo é, após adopção formal pela Dinamarca, propor ao Comité Europeu de Normalização. Também houve interesse, ainda não concretizado, do Organismo de Normalização de Espanha. Tem, também, havido pedidos de informação de outros Organismos Nacionais de Normalização.
ü Poupança de recursos financeiros nas micro-empresas porque a norma incorpora os requisitos de ambiente e segurança; ü Confiança nos fornecedores, eliminando burocracias e a necessidade de auditorias de 2ª parte ou da verificação de códigos de conduta; ü Menores conflitos com ONG’s, comunidades locais, trabalhadores e seus representantes, entidades públicas, órgãos governamentais, etc.; ü Reforço das relações entre clientes e fornecedores pelas suas actuações socialmente responsáveis, evitando processos judiciais e promovendo a cooperação; ü Salvaguarda de toda a cadeia de valor e confiança ao consumidor final; ü Sistema de Gestão baseado no ciclo PDCA integrável com os outros Sistemas de Gestão; ü Melhoria no acesso ao mercado de capitais e a financiamento, visto que estes recorrem cada vez mais a listas de verificação de carácter social e ambiental para avaliarem os riscos do investimento; ü Maior penetração em novos mercados pela quantidade crescente de consumidores a preocupar-se com a aquisição de produtos social e ambientalmente responsáveis; ü Maior produtividade, elevados níveis de criatividade e menor absentismo pela criação de um melhor ambiente de trabalho; ü Redução de custos com acidentes e doenças, através de sistemas preventivos relacionados com a higiene, saúde e segurança no trabalho; ü Reforço do desempenho individual e organizacional, pelo incremento das políticas de formação; ü Redução dos níveis de stress e absentismo dos colaboradores, através de políticas de conciliação da vida familiar e profissional; ü Atracção e retenção dos colaboradores mais talentosos; ü Gestão ambientalmente mais responsável, reduzindo a utilização e os custos dos recursos naturais; ü Melhoria da reputação e da imagem.
de Desenvolvimento
Associações
24|25
Associações
de Desenvolvimento Local e Rural
As Associações de Desenvolvimento Local e/ou Rural desempenham um papel fundamental para atenuar as diferenças entre os territórios mais urbanos, com maior densidade populacional e os territórios onde predominam actividades tradicionais de grande valor para a identidade do nosso país, mas ameaçadas pela desertificação e pela falta de investimento. Os Apoios Comunitários são os instrumentos prioritários de intervenção, mas estas Associações, como se pode verificar pelos testemunhos apresentados de seguida, não se limitam a distribuir dinheiro, privilegiando o conhecimento profundo das realidades e as parcerias inovadoras.
www.adae.pt
A identidade do mundo rural é essencial para um Território de Intervenção equilibrado
Inserida num Mundo Rural consistente, a ADAE – Associação de
show, etc.. A equipa da ADAE prima pela pluridisciplinaridade, de
Desenvolvimento da Alta Estremadura, tem o privilégio de
forma a responder às necessidades dos serviços prestados.
intervir num território brindado por uma apreciada
Assim, estão distribuídos pelos diversos departamentos
heterogeneidade de recursos (agrícola, florestal, marítimo). A
profissionais de áreas muito diferentes como sejam
sua intervenção nos concelhos da Batalha, Leiria, Marinha
economistas, gestores, engenheiros agro-florestais, técnicos de
Grande, Ourém e Porto de Mós dá especial relevo à ruralidade,
recursos humanos, professores, técnicos de Reconhecimento,
sob a perspectiva da identidade, da melhoria das condições de
Validação e Certificação de Competências, administrativos,
vida da população, do ambiente e do modo de vida dos
entre outros.
territórios, trabalhando a vertente da solidariedade. A ADAE iniciou a sua actividade em 1997 e é actualmente
Com uma equipa muito pequena para actividades tão diversificadas, o dirigente reconhece que “era absolutamente
constituída por uma grande diversidade de entidades da região
necessário organizar os processos e rentabilizar os recursos
que incluem municípios, associações empresariais, instituições
técnicos e humanos. A vontade de desenvolver um trabalho com
de ensino superior, instituições bancárias e ainda pelo Turismo
o mínimo de erros e a necessidade de responder positivamente
Leiria – Fátima e pela Adega Cooperativa da Batalha.
às solicitações do meio, estiveram na base da vontade para
Para concretizar a sua intervenção e implementar a sua
certificar o Sistema de Gestão da Qualidade, em 2003. Através do
Estratégia Local de Desenvolvimento, a ADAE desenvolve acções
processo da certificação, a
tão diversificadas como informação e formação,
ADAE
Reconhecimento e Validação de Competências, apoio a
oportunidade para definir as
encontrou
uma
iniciativas de investimento e criação de emprego, mediação,
suas regras e balizar o seu
gestão
campo
de
fundos
e
programas
comunitários,
animação/dinamização, estudos e levantamentos, bem como a
de
actuação,
identificando a missão, os
promoção de eventos. António Lucas, presidente da Direcção
parâmetros e objectivos da
resume que “se pretende que o desenvolvimento destas
qualidade, os parâmetros de
diversas actividades contribua de forma positiva para um
é t i c a , o s p ro c e s s o s , o s
Território de Intervenção equilibrado (ambiental, cultural, social
procedimentos,
e economicamente), qualificado e onde a identidade é factor de
planeamento e o modo de
desenvolvimento, assim como para uma economia competitiva,
operar. Neste sentido, este
inovadora e demonstrativa”.
o
processo para a ADAE é, acima de tudo, um processo de auto-
Ao nível de infra-estruturas e equipamentos, a ADAE dispõe de
-conhecimento, organização,
todo o tipo de equipamentos necessários ao desenvolvimento
definição
da sua actividade, nas diversas vertentes, nomeadamente viaturas, equipamento informático, quadros interactivos, data
de
regras
e
transparência da organização”.
António Lucas Presidente da Direcção da ADAE
de Desenvolvimento
Associações
Harmonizar e integrar as dinâmicas urbanas com o meio rural envolvente
www.adersousa.pt
26|27
A origem da ADER-SOUSA – Associação para o Desenvolvimento
externo, a certificação permitiu melhorar a imagem da
Rural das Terras do Sousa deve-se, fundamentalmente, à
Associação, contribuindo para atrair a confiança e satisfação dos
parceria gerada entre dois municípios (Paços de Ferreira e
seus clientes, actuais e potenciais”.
Felgueiras) para a implementação de um projecto-piloto de desenvolvimento rural, no âmbito da Iniciativa Comunitária LEADER (Ligação Entre Acções de Desenvolvimento das Economias Rurais). Assim, foi fundada a 20 de Setembro de 1991 e conta actualmente com 17 Associados (associações empresariais, culturais e de apoio social, câmaras municipais, escolas profissionais, cooperativas agrícolas e adegas vitivinícolas). A intervenção da ADER-SOUSA centra-se nos concelhos de Felgueiras, Lousada, Paços de Ferreira, Paredes e Penafiel, abrangendo cerca de 300 mil pessoas. Para tal, conta com uma equipa de oito pessoas sedeada em Felgueiras, cuja missão é “a promoção do desenvolvimento rural a nível local, tendente à melhoria das condições sociais, culturais e económicas das populações, nomeadamente pela promoção de actividades do sector agrícola, do artesanato, da cultura, dos serviços e do turismo”, nas palavras do presidente da Direcção Celso Manuel Gomes Ferreira.
Como entidade gestora das Iniciativas Comunitárias LEADER, a ADER-SOUSA financiou uma série de projectos de desenvolvimento rural desde 1994, nas áreas de recuperação de património rural e religioso, de inovação do sector agrícola, de incremento do turismo rural, de apoio à animação turística e cultural, de reforço e inovação do artesanato, de reforço da rede de museus e auditórios, de oficinas-escolas e de formação em diversas áreas. Por outro lado, a ADER-SOUSA realizou também uma série de projectos de grande importância para o território, de onde se destacam estudos e publicações de valorização do património natural, cultural e arquitectónico, certificação de produtos locais (Capão de Freamunde, Melão Casca de Carvalho do Vale do Sousa e a Broa de Milho das Te r r a s
do
Sousa),
de
promoção do território e dos seus produtos, de formação
A principal actividade da ADER-SOUSA é a gestão de instrumentos
nas áreas da agricultura, do
financeiros de política de desenvolvimento rural e local, cuja
artesanato e do turismo.
certificação se verificou em Fevereiro de 2005. O dirigente
Nesta área destaca-se a
explica que “a certificação teve impacto interna e
formação para a promoção e
externamente. Internamente, verifica-se uma melhoria do
dinamização da Rota do
funcionamento da organização a diversos níveis: aumento da
Românico do Vale do Sousa,
motivação e envolvimento dos colaboradores, actuando como
de apoio à comercialização
um factor motivador ao exigir a participação de todos no sentido
de
da melhoria contínua dos serviços; definição correcta e clara de
(PROVE), e de animação
responsabilidades; identificação e correcção dos problemas
cultural, designadamente os
p ro d u t o s
agrícolas
numa óptica de melhoria contínua; avaliação do grau de
Encontros de Música das
satisfação dos clientes face ao trabalho desenvolvido. Ao nível
Terras do Sousa.
Celso Ferreira Presidente da Direcção da ADER-SOUSA
As potencialidades e recursos locais são o motor da melhoria da qualidade de vida das populações A estratégia de Desenvolvimento delineada pela ADRIMINHO Associação de Desenvolvimento Rural Integrado do Vale do Minho tem como principais pilares uma abordagem integrada,
www.adriminho.pt
global, concertada e assente na interacção de agentes, sectores e projectos em torno do tema 'Melhoria da Qualidade de Vida das Populações Locais'. António Rui Esteves Solheiro, presidente da Direcção defende que “a forma de trabalhar da Associação, recorrendo a parcerias com entidades públicas e privadas e, ainda, com pessoas singulares, permite debater e reflectir sobre o território do Vale do Minho e sobre as melhores medidas e acções para promover o bem-estar da população local”. Criada em 1994 e abrangendo os concelhos de Melgaço, Monção, Paredes de Coura, Valença, Vila Nova de Cerveira e Caminha, a ADRIMINHO tem como missão apoiar, dinamizar e valorizar projectos, iniciativas e acções que concorram para o desenvolvimento rural e local do Vale do Minho, privilegiando os recursos e potencialidades das suas populações, constituídas por cerca de 80 mil pessoas. Na prática, a ADRIMINHO desenvolve uma série de actividades para alcançar os seus objectivos. A equipa constituída por dois técnicos superiores, uma técnica e uma administrativa, além de assessoria contabilística, informática e qualidade, elabora candidaturas à Gestão de Programas de Desenvolvimento Rural e projectos a vários programas integrados no QREN; apoia os
O presente trabalho, designado por Plano de Desenvolvimento
promotores na elaboração de candidaturas; faz o
Local para o Vale do Minho, tem como principal finalidade a
acompanhamento técnico dos projectos; desenvolve acções de
implementação de acções e projectos conducentes à criação de
promoção e dinamização turística no Vale do Minho; é
novas oportunidades de investimento e de criação de emprego.
responsável pela dinamização e animação do Plano de Acção da
O dirigente explica que se “pretende demonstrar que o Vale do
Agenda 21 Local do Vale do Minho; promove e organiza eventos
Minho se apresenta como um território que não se resigna à
locais de promoção dos produtos e recursos locais; e organiza a
situação geral de perda que é vivida por praticamente todos os
oferta turística do território.
concelhos interiores do Norte de Portugal e do País em geral, assegurando
A Certificação da Qualidade pela norma ISO 9001, alcançada em 2007, implicou uma melhor e maior organização no que se refere aos diversos procedimentos internos. “Este aspecto torna-se crucial porque, sendo a estrutura técnica da ADRIMINHO reduzida e onde todos fazem um pouco de tudo, a responsabilização de cada um assume-se como um aspecto fundamental para o sucesso do trabalho desenvolvido pela Associação. Por outro lado, a Certificação exigiu um maior envolvimento da Direcção nas actividades, requerendo uma participação activa na gestão do Sistema de Gestão da Qualidade.
uma
nova
visibilidade deste espaço. Por conseguinte, o Plano explora sobretudo os sinais positivos de mudança e aproveita exaustivamente o seu capital de intervenção, de modo a encontrar elementos de compensação e atenuação para os factores de debilitação do território”.
Por último, mas não menos importante, é a transparência e visibilidade dos procedimentos internos junto dos nossos clientes/promotores, uma vez que é possível assegurar a avaliação dos serviços prestados pela ADRIMINHO junto do seu
António Solheiro
público-alvo e implementar acções que concorram para a
Presidente da Direcção da ADRIMINHO
melhoria contínua da sua actividade”, reflecte o presidente da Direcção.
de Desenvolvimento
Associações
Intervenção local estratégica para o desenvolvimento
www.ad-elo.org
28|29
A AD ELO - Associação de Desenvolvimento Local da Bairrada e
No entanto, o responsável reconhece que a
Mondego foi criada em 1994, tendo como Associados
“certificação é também um elemento
instituições que podem ser classificadas em municípios,
diferenciador que, face aos novos desafios, passa a constituir
entidades ligadas ao sector agrícola, instituições de crédito,
uma vantagem competitiva para a instituição e a contribuir para
entidades que desenvolvem acções no âmbito da formação
elevar a notoriedade e credibilidade da AD ELO”.
profissional, do apoio social, cultural e recreativo. António Santos, director executivo, explica que a missão da AD
A actividade da AD ELO tem sido marcada pela implementação de programas nacionais e comunitários que beneficiam a região. Do
ELO passa pela “realização de actividades que contribuam para o
vasto conjunto de actividades em curso destacam-se as
desenvolvimento local/regional, promovendo a articulação
actividades na área social concentradas na formação profissional
rural/urbana; reforçando os factores de competitividade nas
e no apoio aos desempregados. Por outro lado, realça-se o apoio
diversas vertentes-económica, cultural e social; gerando os mais
ao desenvolvimento económico e cultural através da gestão e
elevados níveis de satisfação para todas as partes interessadas,
disponibilização de instrumentos financeiros para o apoio a
através da inovação e melhoria contínuas, enquanto
iniciativas empresariais. O director executivo da AD ELO considera
organização socialmente responsável, orientada por uma ética
que “nestas actividades é possível vislumbrar o propósito, bem
de rigor e dever”.
definido, de contribuir para o desenvolvimento do Centro
Com sede no concelho de Cantanhede, a sua área geográfica de influência abrange prioritariamente, além deste, os municípios da Mealhada, Montemor-o-Velho e Penacova (municípios
Litoral, sem querer contudo tutelar todas as intervenções ou ainda sem querer ter uma visão única sobre a região e as suas prioridades”.
fundadores da entidade). O Centro Coordenador localiza-se em Cantanhede e o Centro Comunitário na Mealhada, mas a AD ELO dispõe de recursos nos quatro municípios, que possibilitam uma resposta eficaz às solicitações decorrentes da execução dos diversos projectos em curso. A área de intervenção compreende ainda a Nomenclatura de Unidade Territorial do Baixo Mondego (NUTIII) e as áreas envolventes do Centro Litoral, abrangendo 370 mil pessoas. “As intervenções a realizar podem exceder estes contornos sempre que se justifique uma maior abrangência por razões de economia de escala, de lógica estratégica ou, ainda, de cooperação inter-entidades”, complementa António Santos. Certificada desde 2007 de acordo com a ISO 9001, a AD ELO pretendia, com este projecto, obter melhorias no
António Santos
funcionamento da instituição, designadamente na eficiência da
Director Executivo da AD ELO
gestão e na qualidade das respostas prestadas à Comunidade.
www.adrimag.com.pt
Competência e reconhecimento das actividades locais
Desde 1991 que a ADRIMAG - Associação de Desenvolvimento Rural Integrado das Serras de Montemuro Arada e Gralheira, gere o programa de Iniciativa Comunitária LEADER, um programa de desenvolvimento rural. Actualmente já se encontra acreditada pelo Ministério da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas para gerir o sub-programa 3 do PRODER – abordagem LEADER, para promover a “Qualidade de vida nas zonas rurais e diversificação da economia rural”. O Centro Novas Oportunidades da ADRIMAG está acreditado desde 2006 para o Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências de Adultos. A ADRIMAG é uma entidade acreditada pela DGERT para a formação profissional, pelo que oferece uma panóplia de cursos e acções de formação para adultos no seu território.
recorda que “a introdução de novos procedimentos e instrumentos de medição e monitorização tornaram-se fundamentais na gestão da organização e servem de apoio à aferição da qualidade dos serviços prestados. O Sistema de Gestão da Qualidade veio, ainda, facilitar a tomada de decisão, tanto na gestão de topo como na gestão operacional, melhorando substancialmente a eficácia e a eficiência na prestação dos serviços. A sensibilização e envolvimento da
Mas é o capital humano que o presidente da Direcção, Campelo
Direcção e da Equipa Técnica da ADRIMAG neste processo de
de Sousa, destaca. “A nossa Equipa Técnica Multidisciplinar é
certificação, tem facultado uma maior notoriedade da
composta por 22 elementos, tendo 21 formação superior, que
organização junto dos seus utentes, entidades oficiais e
desenvolvem as suas actividades em torno de três grandes
comunidade em geral”.
objectivos gerais: melhorar as condições de vida da população, reforçar o sistema produtivo, valorizar e diversificar a actividade económica local e, finalmente, conservar o meio ambiente”.
Actualmente, a ADRIMAG está a desenvolver um novo espaço, denominado Centro de Apoio ao Desenvolvimento
A ADRIMAG tem sede no concelho de Arouca e 36 Associados
Rural que contará, a muito
entre entidades públicas e privadas da região. Actua em torno do
curto prazo, com salas de
desenvolvimento integrado de uma região de montanha, cuja
formação, de reunião e de
zona de intervenção abrange todas as freguesias pertencentes
exposição, que fica situado
aos concelhos de Arouca, Castelo de Paiva, Castro Daire, Cinfães,
em Arouca. A Associação
São Pedro do Sul, Sever do Vouga e Vale de Cambra. A acção da
dispõe ainda de uma frota de
ADRIMAG tem vindo a diversificar-se e, actualmente, beneficiam
quatro viaturas ligeiras, de
directamente dos serviços prestados cerca de duas mil pessoas
equipamento administrativo
ou entidades por ano. No entanto a sua actuação tem efeitos
e informático que serve de
indirectos e abrange cerca de 130 mil habitantes.
apoio
A certificação pela SGS ICS de acordo com a norma ISO 9001 é uma realidade desde Julho de 2008, para as actividades de prestação de serviços de gestão LEADER; Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências; Formação Profissional; gestão de projectos e iniciativas. Campelo de Sousa
ao
serviço
de
proximidade e de itinerância que presta no seu meio rural.
Campelo de Sousa Presidente da Direcção da ADRIMAG
Pedro Seixas Vale
APS
30|31
Sector Segurador
estratégia de recuperação e de crescimento
O sector segurador, à semelhança de outras actividades em geral, também está a sentir os efeitos da crise. Mas a Associação Portuguesa de Seguradores (APS), na pessoa do seu presidente, Pedro Seixas Vale, não se rende ao pessimismo e apresenta algumas medidas de retoma para o sector. Maior eficiência e inovação nos produtos deverão estar no centro da estratégia de recuperação e de crescimento.
SGS: Qual é a missão da APS? Que serviços/apoio presta aos
que representam as principais áreas de actividade dos
associados?
seguradores. Estas Comissões Técnicas são formadas pelos
Pedro Seixas Vale: A APS representa quase a totalidade dos seguradores portugueses e a sua principal missão é defender os interesses dos associados junto de quaisquer instituições, do Governo, dos reguladores, etc.. Também a cooperação entre seguradoras tem muitas vezes como pivot a APS. Uma outra importante função que desempenhamos é a de recolha e difusão de informação, através de Comissões Técnicas
melhores profissionais das seguradoras que, de forma voluntarista, colaboram no estudo de determinados problemas que afectam o sector. Desta forma, constituem uma enorme fonte de know-how ao serviço dos associados. SGS: As Jornadas Portugal Seguro 2008 reflectiram os actuais desafios do sector. Desde logo, o contexto da crise. Que se pode dizer, então, sobre a performance do Sector dos Seguros em Portugal em 2008? P.S.V.: O exercício de 2007 já apresentou alguns sintomas de redução de resultados. Esperava-se manter esse nível em 2008, mas tal não se verificou. No início de 2008 as bolsas estavam em negativo, mas nunca se pensou que a crise bancária dos Estados Unidos tivesse impactos tão graves em todo o mundo como se tem verificado. Ainda sem resultados consolidados, posso dizer que 2008 foi um ano de menores resultados e de maiores dificuldades para o sector segurador. SGS: Que medidas poderão ser tomadas perante a anunciada recessão? Acredita que existem oportunidades/espaço para novos produtos? É esse o caminho para o crescimento? P.S.V.: Os gestores têm sempre um dilema: focar-se sobre os proveitos ou sobre os custos. Nos momentos mais difíceis, as medidas normalmente recaem sobre os custos. No sector segurador, o principal elemento de custo são os sinistros. Logo, é necessário especial cuidado na gestão e na avaliação do risco. Depois, deve ser analisada a alocação de recursos, para que seja o mais eficiente possível. Finalmente, a remuneração dos capitais não pode ser a mesma que em períodos de crescimento acentuado. Quanto a novos produtos, durante o ano de 2007, foram lançados 240 novos produtos só no Ramo Vida. Penso que esta será uma aposta a manter em 2009. Por exemplo, os Planos
Pedro Seixas Vale Presidente da Associação Portuguesa de Seguradores
Poupança Reforma (PPR) estão em grande crescimento. Primeiro pelo facto de ser, muitas vezes, uma aplicação com menos risco e com capital garantido, funcionou como um
refúgio para alguns investidores. Depois, devido à insegurança
funcionar? É a própria continuidade do negócio que está em
sentida relativamente à reforma. Se há cinco anos atrás os
causa.
clientes deste produto estavam acima dos 45 anos, actualmente
Ao analisar o modelo de negócio, listamos os seus principais
a tendência é para termos clientes cada vez mais novos já a partir
riscos e, para cada um deles, indicamos factores de prevenção.
dos 30.
Assim, fomentamos medidas de prevenção, aconselhamos a
Os seguradores estão a ter, também, uma intervenção cada vez
implementação de planos de acção que reduzam esses riscos e
maior na área da saúde em resposta às preocupações dos
criamos mesmo condições para planos de contingência.
portugueses. Têm sido introduzidos
SGS: A questão da continuidade do negócio está,
sistemas suplementares ao Sistema Nacional
inclusivamente, normalizada a nível internacional. Os
de Saúde com enorme sucesso. Por
seguradores estão atentos à evolução dos Sistemas de Gestão
exemplo, nós introduzimos as redes de
de Business Continuity?
dentistas em Portugal. Só há muito pouco tempo é que o Sistema Nacional de Saúde
P.S.V.: Com certeza. Muitas vezes somos chamados a avaliar o
começou a ter dentistas para atender
modelo de negócio e o seu plano de Business Continuity. E
qualquer cidadão. E
perante os problemas detectados, apresentamos os tipos de
actualmente já temos
soluções adequadas.
cerca de dois milhões de
Quanto à certificação dos Sistemas de Gestão do Risco, é um
pessoas com seguros para
elemento que pode até favorecer na negociação do seguro,
tratamento de dentes.
porque a certificação obriga a que as empresas tenham regras
Uma terceira área que vai,
muito precisas para minimizar o risco. Assim, a certificação é uma
de certeza, ter uma
forma de monitorizar e de minimizar os riscos.
evolução positiva em
SGS: Como reagem os seguradores perante as novas
2009 está relacionada
regulamentações? Por exemplo, na recente Directiva da
c o m o s s e g u ro s d e
Responsabilidade
Ambiental,
como
apoiam
as
protecção da família no domínio
organizações/empresas nas suas responsabilidades
dos acidentes, porque o nível de
acrescidas?
protecção/remuneração da Segurança Social é muito baixo. Estes são produtos muito baratos para a maioria dos portugueses e, em caso de
acidente,
têm
grandes vantagens. SGS:
Outro
P.S.V.: De momento estamos a estudar em profundidade as consequências da Directiva da Responsabilidade Ambiental, que se aplica apenas a danos ambientais e de acordo com o princípio do poluidor/pagador. O que nos parece é que a forma como está descrita a responsabilidade, nomeadamente os danos à biodiversidade, cria imensa dificuldade em fazer o seguro. Não é possível fazer seguros se não se medirem os riscos e esta
tema
legislação vem acrescentar novos elementos de incerteza. A
abordado durante as
nível europeu, não só em Portugal, a Directiva está a criar
Jornadas, e cada vez
gravíssimas dificuldade ao sector segurador em encontrar
mais discutido por
soluções. É preferível ser menos ambicioso, do que querer
todos os gestores, é a
soluções que não são exequíveis.
Gestão do Risco. De que forma os seguros poderão evoluir ou mesmo contribuir para apoiar as organizações/
SGS: E o sector da construção, nomeadamente, a questão do Seguro Decenal. É prioritária para o sector segurador? P.S.V.: Sim, nós queremos resolver essa questão. Só que a
empresas na Gestão dos seus
legislação não cria condições que tornem a gestão do risco
riscos?
minimamente razoável. Não temos hipótese de fazer seguros
P.S.V.: O nosso objectivo é que perante cada tipo de risco, as organizações/empresas os minimizem ou mesmo os eliminem totalmente. Por exemplo, num caso de Gripe das Aves, o que sucede a uma empresa? É necessário elaborar cenários: os trabalhadores não vão trabalhar? Os sistemas de transporte e de comunicação vão
sobre riscos incontroláveis. Foi uma legislação altamente penalizante para o sector segurador em Espanha, mas já não o foi em França, por exemplo. Porque as regras previstas para o seguro têm de prever modelos de controlo e de responsabilização. Quando isto não existe, não pode haver seguro.
Pedro Seixas Vale
APS
Há muitos seguros que os seguradores não têm capacidade para
32|33
fazer porque não são ouvidos na elaboração da regulamentação ou porque não seguem as suas recomendações. E não nos podem pedir para adulterar o produto seguro que, na sua natureza, é um produto de risco controlável, sob pena dos accionistas perderem todo o seu investimento. O que está em causa para o Seguro Decenal ser viável é os seguradores terem a capacidade de controlar a qualidade e de poderem não aceitar e declarar que determinada empresa não tem condições para fazer o seguro. Porque corremos o risco do nosso papel se cingir a apenas pagar sinistros. E não é essa a
finalidade desse seguro, a sua finalidade é assegurar aos novos proprietários que o seu imóvel tem qualidade. Concluindo, temos enormes reticências que já transmitimos aos poderes públicos.
são seleccionadas de acordo com níveis de qualidade, os modelos de avaliação e cálculo dos danos são muito mais eficientes, os níveis de controlo são muito mais eficazes, a própria reparação é muito mais rápida, o que permite aos seguradores controlar muito melhor os custos. O que para nós
SGS: Um tipo de seguros específico com o qual a SGS Portugal
era um sector menos rentável, neste momento sucede
se encontra directamente relacionada é o automóvel, através
exactamente o contrário.
das nossas actividades de peritagem e de averiguação. Como têm evoluído estes sinistros? P.S.V.: O sector automóvel é extremamente interessante para os seguradores, devido à sua evolução muito positiva. Conheço poucos sectores tão dinâmicos como este, que constitui uma enorme fonte de inovação, não só no domínio técnico como nos
Todos estes factores contribuem para uma melhoria significativa: há menos sinistros, há sinistros menos graves, e há melhores resultados para todos os intervenientes. SGS: De toda esta melhoria, deduz-se que o custo de reparação automóvel também diminuiu?
Sistemas de Gestão. Nos últimos anos o sector automóvel fez um
P.S.V.: Em termos absolutos em alguns momentos não, mas em
enorme esforço para conseguir melhorar a eficiência e as
termos relativos sim, o custo é menor. Houve um enorme
condições de segurança dos veículos, e este é um dos principais
esforço neste sentido por parte dos construtores, das empresas
factores na redução do número de sinistros automóveis em
reparadoras e das empresas de averiguação. Os modelos de
Portugal.
peritagem evoluíram, os nossos sistemas de controlo de custos
Outro factor muito importante é a intervenção das autoridades, através das campanhas de sensibilização, que vemos diariamente nos media, e da qualidade das nossas estradas. Por parte dos seguradores houve, também, um enorme progresso em todo o sistema que lida com empresas de averiguação como a SGS e com os reparadores. Hoje em dia monitoriza-se de forma quase automática um sinistro desde que ele ocorre até à sua resolução final. As empresas de reparação
também evoluíram e tudo isto tornou o sistema muito mais eficiente. A redução dos custos internos foi enorme. O que levou, também, a que nos últimos cinco anos os prémios de seguro automóvel devam ter decrescido entre 20% e 25 % em média.
SGS: A externalização das actividades de peritagem e de
Hoje em dia, e a nível europeu, é obrigatório avaliar o índice de
averiguação veio melhorar o relacionamento dos seguradores
satisfação do consumidor em diversos sectores, nomeadamente
com os segurados e com os reparadores?
o segurador. É um trabalho realizado por uma Universidade
P.S.V.: Sim, sem dúvida. O que hoje acontece é que a seguradora é uma plataforma que agrega contribuições de diversas partes que têm actividades que os seguradores deixaram de ter. Veja, os seguradores há 20 anos tinham garagens reparadoras, faziam
portuguesa de acordo com a metodologia europeia. Este estudo demonstrou que o sector segurador foi o que teve melhor evolução, nos últimos cinco anos. Um exemplo que talvez possa surpreender, é o caso dos sinistros
as avaliações, faziam tudo. A cadeia de valor é hoje
automóveis. Um outro trabalho, feito por uma empresa
completamente diferente. A especialização é cada vez maior.
portuguesa de estudos de mercado, demonstrou que só 8% dos
O que nós sabemos fazer bem é gerir sinistros e fazer o
sinistrados não ficaram satisfeitos com ao modelo de resolução de sinistros. Cerca de 8% não deram resposta e todos os outros
‘assembling’ de todas as outras actividades adjacentes: a
consideraram que foi uma resolução positiva. Estes níveis de
assistência, rebocadores, averiguadores, peritos, reparação,
satisfação são elevadíssimos para uma área que, em princípio, a
verificação de qualidade, etc.. Este é um sistema da indústria
maior parte das pessoas pensa que é conflituosa.
automóvel, os grandes construtores são ‘assemblers’. E só temos tido vantagens com este conceito de empresa plataforma. Temos um conjunto muito maior de fornecedores e precisamos de ter modelos eficientes de relacionamento com eles.
Outro exemplo, dentro dos sinistros automóveis: em Portugal, temos a legislação mais restritiva quanto aos prazos de gestão de sinistros, decorrente da transposição da 5.ª Directiva sobre o Seguro Automóvel. Eu trabalhei na maior seguradora da Europa e quando, na sede, viram aqueles prazos ficaram atónitos. Não
E tudo isto só funciona de forma eficiente através do recurso às
pensaram que fosse possível cumprir e o risco era muito grande
novas tecnologias. Foi outro factor que nos permitiu levar a cabo
devido às avultadas multas envolvidas. Os prazos são mais
esta revolução na gestão dos sinistros. O actual prazo médio de
exigentes que em qualquer outro país da União Europeia. Os
gestão de um sinistro de danos materiais é de 13 dias!
primeiros dados que nós temos indicam o cumprimento do
SGS: E o mercado conseguiu adaptar-se ao novo modelo de gestão dos sinistros? P.S.V.: Nem todos, por isso é que houve uma selecção. Quem não conseguir enquadrar-se dentro deste sistema terá dificuldades em posicionar-se no mercado. A única coisa que temos de fazer como seguradores é ter os melhores fornecedores com as
sector em 98% dos sinistros. Na análise de todos os momentos do sinistro, o nível de cumprimento foi de 99,7%. Concluindo, a imagem dos seguradores é claramente mais favorável do que há uma década atrás. Todos os estudos efectuados por entidades independentes e externas ao sector demonstram isso.
melhores condições, de forma a conseguirmos maior qualidade na prestação do serviço ao cliente e sermos mais eficientes. SGS: E a imagem das seguradoras por parte do cliente, como acha que evoluiu desde a passagem do século? P.S.V.: Tradicionalmente a imagem da seguradora nem sempre foi positiva. Mas felizmente as técnicas de análise da percepção da qualidade, ou falta dela, evoluíram.
www.apseguradores.pt
Direcção Automotive
Serviços SGS
34|35
Serviços Automotive
Inovação como base do crescimento O sector Automóvel funciona quase como um barómetro da sociedade, uma vez que a sua evolução tem impactos enormes a nível económico, social e ambiental. Apesar do abrandamento mundial deste sector, Pedro Coelho, director Automotive da SGS Portugal, dá conta dos bons resultados obtidos em 2008 e de um plano de crescimento para 2009 baseado na inovação tecnológica e no serviço ao cliente.
Pedro Coelho Director da Direcção Automotive da SGS Portugal
Parceiro de longa data no sector Automóvel, a SGS tem sido
No âmbito do sector segurador, entrou em funcionamento a
responsável pelos grandes saltos de inovação na prestação de
plataforma informática de Veículos em Fim de Vida (VFV),
serviços e na resposta às necessidades dos diversos operadores.
restrita aos desmanteladores autorizados pela Valorcar que, de
Este posicionamento é o que tem permitido à SGS manter a sua
acordo com Pedro Coelho, já envolveu a avaliação de quase 300
liderança e competitividade, mesmo num período muito
salvados com valorizações 16% acima do valor base definido
exigente em termos de mercado e de grandes desafios com uma
inicialmente. Tal acréscimo representa um benefício, pois vai ser
forte componente de partilha de risco e objectivos participados.
deduzido na indemnização a pagar ao segurado, tendo também
É assim que Pedro Coelho, director Automotive da SGS Portugal
a mais-valia de associar a seguradora a uma política ambiental
caracteriza o ano transacto, em que “felizmente conseguimos
activa e de responsabilidade social, permitindo o
bons resultados e isso ajudou-nos a fidelizar os clientes actuais na
encaminhamento adequado dos VFV para tratamento e
sua grande maioria, bem como a captar novos clientes para
anulação da matrícula e do registo no Instituto da Mobilidade e
2009”.
dos Transportes Terrestes.
O sector ‘tradicional’ de serviços da Direcção Automotive em
Inovação e serviço ao cliente
Portugal é o segurador, que actualmente enfrenta uma competitividade crescente que acaba por se reflectir nos preços.
Em Fevereiro de 2009 entrou em funcionamento a nova versão
Neste âmbito, os resultados de 2008 são animadores com uma
da aplicação informática de gestão de sinistros da SGS. Pedro
redução do custo médio de reparação em cerca de 3% em média.
Coelho admite que havia “alguma dificuldade com a versão
Já o número de intervenções realizadas cresceu 14% no caso das
anterior, apesar de ser muito robusta e fiável, em fazer
peritagens e cerca de 20% para as averiguações (108 fraudes
adaptações rápidas às necessidades que iam sendo levantadas
detectadas em 2008). “Todos estes dados confirmam que
pelos clientes. Nomeadamente com a introdução do DL nº.
continuamos a ser um parceiro de excelência para as
291/2007, relativo à regularização de sinistros e aos exigentes
companhias seguradoras”, reflecte o responsável.
prazos estipulados. Com a versão anterior da aplicação já era
Mas outras oportunidades foram aproveitadas em 2008, ano que
próprias de cada cliente, o esforço para fazer qualquer alteração
solidificou as parcerias com empresas gestoras de frotas. Pedro
era muito grande. Portanto, decidimos desenvolver um upgrade
possível cumprir os prazos, mas dadas as especificidades
Coelho salienta o facto de este ser “um segmento em grande
do nosso software onde o esforço de futuras alterações fosse
crescimento no sector automóvel, em que os serviços prestados
muito menor”.
pela SGS cresceram cerca de 47%. A SGS detém, actualmente, uma quota de mercado de quase 90% no serviço de inspecção de veículos em fim de contrato, facto que impulsionou muito positivamente os resultados da Direcção Automotive em 2008”. Um outro serviço que se começa a afirmar em Portugal é a inspecção de veículos novos, onde se verificam os danos resultantes do transporte. “A inspecção de mercadorias nos portos de embarque e desembarque é uma actividade secular na SGS. Assim, nós adaptámos e desenvolvemos o serviço de forma a adequa-lo às necessidades deste tipo de clientes e às novas realidades tecnológicas”, afirma o director Automotive da SGS Portugal.
Direcção Automotive
Serviços SGS
36|37
Na prática, o software concretiza-se numa plataforma on-line
Automotive da SGS faz questão de frisar que “para os peritos, o
que gere os pedidos dos clientes, comunica com os técnicos
sistema melhorado também tem uma série de mais-valias,
fazendo a distribuição dos pedidos e interage com todas as
nomeadamente, a rapidez no registo da informação, maior
ferramentas de orçamentação disponíveis no mercado. A cobertura total do território nacional é uma das maiores vantagens competitivas da SGS, pelo que foi necessário assegurar a mobilidade da equipa de quase 100 técnicos e a qualidade do funcionamento do sistema em qualquer localização. Assim, a plataforma pode ser acedida via Internet sempre e onde for necessário, no local do sinistro ou nas oficinas,
eficiência e maior apoio na validação da informação introduzida. Dá maior feedback ao técnico sobre o trabalho que executou, ou seja, quando o técnico conclui um processo consegue saber que este já está validado, consegue consultar os dados estatísticos relativos à sua performance e, por essa via, perceber o que precisa fazer para melhorar o seu desempenho”.
Apostas para 2009
por exemplo. O perito, uma vez realizado o relatório de peritagem, insere a informação no sistema que, assim que detecta a entrada da informação, elabora o relatório de forma automática e com garantia de sucesso na entrega ao cliente em tempo real, registando todos os passos e todas as datas, não sem antes percorrer uma série de regras de validação configuradas
Dada a actual conjuntura, o director Automotive da SGS avança com o desenvolvimento de apostas já ganhas em 2008, nomeadamente “na inovação e na tecnologia, trabalhando para aperfeiçoar os nossos sistemas informáticos e de forma a tornar esta componente uma crescente fonte de competitividade”.
em função do cliente e do tipo de serviço que estamos a realizar.
Continuidade, também, ao projecto de Inspecção de
O sistema selecciona também de forma automática a amostra de
Transportes de Mercadorias (perigosas e regulamentadas por
serviços que será objecto de auditoria, para que os supervisores
lei), em que são avaliadas as condições dos veículos para garantir
os possam verificar, quer internamente quer junto dos
que cumprem os requisitos exigidos.
intervenientes e/ou oficinas.
Mas para se evoluir, Pedro Coelho considera necessário “mudar
O cliente, por sua vez, tem acesso a todos os dados dos seus
de paradigma, pensar ‘fora da caixa’, para que o negócio
processos, conseguindo medir o desempenho dos peritos da
Automotive continue a crescer e a ser um dos maiores trunfos
SGS. A página de entrada inicial é um dashboard que, em função
do Grupo SGS em Portugal”. Assim, vai ser criado um centro de
do utilizador que está a fazer login, apresentará um conjunto de
competências para a verificação de veículos novos e usados,
informação que permite ao cliente acompanhar a evolução dos
serviço que cresceu exponencialmente em 2008, para chegar
seus resultados a par e passo. Esta informação pode ser extraída
quer aos utilizadores particulares quer às empresas como
em forma de listagem Excel para ser tratada estatisticamente.
oficinas e stands de vendas. A direcção vai apostar, também, em
Mas o upgrade efectuado à aplicação informática de gestão de sinistros da SGS teve, também, como prioridade optimizar e facilitar o trabalho dos peritos utilizadores. Por isso, o director
sectores até agora inexplorados pela SGS Portugal como os transportes públicos, estando em pipeline projectos relacionados com a avaliação do seu serviço e as condições das suas frotas.
Alguns clientes
Gabinete de Projectos
Serviços SGS
Gabinete de Projectos
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no apoio ao
Susana Iglésias Directora da SGS Training e responsável do Gabinete de Projectos
Os apoios comunitários assumem particular relevância no actual contexto económico. Baseada na sua experiência e abrangência sectorial de actuação, a SGS Portugal criou uma nova estrutura para apoiar todas as organizações nas candidaturas ao QREN - Quadro de Referência Estratégico Nacional. O Gabinete de Projectos vem identificar oportunidades de investimento e potenciar as sinergias com as restantes áreas de competências do Grupo SGS.
O QREN traduz em termos financeiros as prioridades definidas pelas políticas da União Europeia (UE) para o nosso país, relativamente ao período 2007-2013. A sua concretização será feita através dos vários Programas Operacionais (Temáticos, Regionais do Continente e das Regiões Autónomas), ao abrigo
Candidaturas desenvolvidas no âmbito do QCAIII
dos quais vão sendo abertos concursos a que as empresas/associações se podem candidatar para beneficiar de apoios para as mais variadas áreas.
•
Implementação do Sistema de Avaliação de Desempenho na Administração Pública
A SGS Portugal criou o Gabinete de Projectos (GP) que já tem
(SIADAP) em Câmaras Municipais;
experiência com projectos de financiamento da formação. “Pretende-se com este Gabinete alargar o âmbito de apoio a
•
Implementação de Sistemas de Gestão da Qualidade em diversas A utarquias e Associações;
•
Gestão Integrados da Qualidade e do Ambiente
Desenvolvimento e Engenharia de Produtos, Serviços e
Cursos de formação profissional.
do QREN
•
Processos,” refere Susana Iglésias, directora do GP. E continua, reforçando que “o grande objectivo do GP é apoiar os clientes da SGS nas candidaturas ao QREN, que tenham sobretudo por base serviços das várias áreas de negócio da SGS, potenciando assim sinergias internas. Por exemplo, um cliente que quer ser certificado poderá submeter na candidatura não só a despesa
Implementação de Sistemas de Gestão
inerente à certificação, mas também despesas relacionadas com
(Qualidade, Ambiente, Responsabilidade
assistência técnica específica, com a formação dos recursos
Social) em diversas Autarquias e Associações;
humanos ou com a compra de equipamentos específicos”.
Projectos de investimento no âmbito da
O GP apoia a elaboração e a formalização de candidaturas,
qualificação e inovação de PME´s; •
Ambiente, Responsabilidade Social, Segurança e Saúde no Trabalho, Eficiência Energética, Propriedade Industrial,
Candidaturas já submetidas no âmbito
•
Inovação e Empreendedorismo em áreas como a Qualidade,
Implementação e Certificação de Sistemas de em várias Câmaras Municipais;
•
outros tipos de investimento: Qualificação, Internacionalização,
Processos de Certificação de Sistemas de Gestão em empresas;
aconselhando os clientes nas diferentes fases do investimento. Num primeiro momento, identifica as oportunidades de apoio e elabora um pré-diagnóstico perante o qual o cliente decide ou não avançar. Para a candidatura propriamente dita, o GP define à
•
Planos de formação para empresas públicas e
partida as condições necessárias ao seu sucesso, elabora o
privadas, no âmbito da inovação e gestão e no
diagnóstico estratégico, preenche os formulários da candidatura
âmbito da formação avançada.
e faz a interligação com a entidade gestora do programa de financiamento. Depois, acompanha a execução do projecto, a
sua gestão e implementação, fase em que também apoia a elaboração dos pedidos de reembolso e dos dossiers financeiro, técnico e pedagógico. Para a conclusão do projecto, além da validação dos documentos de despesa, é necessário avaliar os retornos obtidos (directos e indirectos) e apoiar as empresas na preparação para auditoria. Actualmente, o GP já estendeu os seus serviços de apoio na elaboração e gestão de candidaturas às Regiões Autónomas da Madeira e dos Açores, onde as taxas de financiamento são mais aliciantes e onde o Grupo SGS dispõe de delegações no Funchal e em Ponta Delgada conseguindo, assim, uma permanente articulação com as organizações candidatas.
Susana Iglésias com Sílvia Mendes, Coordenadora da Formação Financiada
Pontos fortes das candidaturas Os apoios poderão revestir a forma de incentivos não reembolsáveis (a fundo perdido) ou incentivos reembolsáveis (sem pagamento de juros ou outros
Áreas passíveis de candidatura a apoios •
patentes, modelos de utilidade e desenhos ou modelos,
encargos, ou com bonificações da taxa de juro). No
nacionais, no estrangeiro pela via directa nas
entanto, parte do incentivo reembolsável poderá
administrações nacionais, comunitários, europeus e
converter-se em incentivo não reembolsável de acordo
internacionais;
com o mérito de execução do projecto. Todas as candidaturas são analisadas perante uma matriz
Propriedade Industrial – Formulação de pedidos de
•
Desenvolvimento e Engenharia de Produtos, Serviços e
referencial onde constam os critérios de selecção e o
Processos – Melhoria das capacidades de desenvolvimento
mérito do projecto, aos quais estão associadas
de produtos, processos e serviços, designadamente pela
pontuações para cada item considerado.
criação ou reforço das capacidades laboratoriais;
Sílvia Mendes, coordenadora da Formação Financiada,
•
Qualidade – Certificação da Qualidade, certificação de
explica que “quando o GP está a preparar uma
Produtos e Serviços com obtenção de marcas bem como a
candidatura, tem a preocupação em salvaguardar que os
implementação de Sistemas de Gestão pela Qualidade
aspectos mais valorizados serão bem evidenciados, de
Total;
forma a atingir a maior pontuação possível. No entanto, uma boa pontuação poderá não significar que o projecto
•
associados a controlo de emissões, auditorias ambientais,
seja financiado, tudo depende da dotação financeira
gestão de resíduos, redução de ruído, gestão eficiente de
para cada concurso. As candidaturas mais valorizadas são
água, introdução de tecnologias eco-eficientes, bem
aquelas que apresentam uma integração das várias
como obtenção do rótulo ecológico, Sistema de Eco-
tipologias de investimento existentes. Uma parte
-Gestão e Auditoria (EMAS);
significativa das tipologias relaciona-se com as áreas de negócio da SGS. Desta forma, o GP consegue com
Ambiente – Certificação Ambiental, investimentos
•
Inovação – Certificação da Investigação, Desenvolvimento
sucesso articular os objectivos do cliente com as
e Inovação, investimentos associados à aquisição de
tipologias existentes e com os serviços a serem
serviços de consultoria e de apoio à inovação;
prestados”.
•
Diversificação e Eficiência Energética – Aumento da
Devido à demorada aprovação e consequente
eficiência energética e diversificação das fontes de energia
publicação da legislação específica que lhe é inerente, o
com base na utilização de recursos renováveis;
QREN iniciou a sua execução tardiamente com as
•
Internacionalização – Conhecimento de mercados,
primeiras aprovações apenas no decorrer do segundo
desenvolvimento e promoção internacional de marcas,
trimestre de 2008. Contudo, desde essa altura, e devido
prospecção e presença em mercados internacionais, com
ao clima económico-financeiro actual, têm surgido
exclusão da criação de redes de comercialização no
alterações para dar resposta às necessidades mais
exterior, e promoção/marketing internacional;
prementes da sociedade portuguesa. “Cientes de que estas novidades podem surgir a qualquer momento,
•
Responsabilidade Social e Segurança e Saúde no Trabalho - Certificação da Responsabilidade Social, da
assim como a abertura do período de candidaturas, o GP está em permanente alerta de modo a transmitir aos
Segurança Alimentar, de Recursos Humanos e da
seus clientes as regras e particularidades em tempo útil
Segurança e Saúde no Trabalho, investimentos de melhoria
para a apresentação e submissão de um pedido de
das condições de higiene, segurança e saúde no trabalho;
financiamento”, conclui a coordenadora.
•
Formação Profissional – Formação de reciclagem, aperfeiçoamento e actualização.
Multiplicidade de Competências
3
Laboratório de Ensaios Físico-Químicos, Microbiológicos e Amostragem
Laboratório de Metrologia
O Grupo SGS Portugal detém três laboratórios que, recentemente, foram agrupados por uma questão de maior eficiência na Gestão da Qualidade. Assim, o Laboratório de Ensaios Físico-Químicos Microbiológicos e Amostragem, o Laboratório de Metrologia e o Laboratório de Ensaios Não Destrutivos deram origem ao SGS MULTILAB. Com competências importantíssimas para os sectores alimentar e industrial, representando uma importante valorização das infra-estruturas tecnológicas nacionais e permitindo um desenvolvimento das actividades económicas com base em resultados fiáveis, os relatórios da SGS transmitem confiança e são reconhecidos em qualquer parte do mundo.
Laboratório de Ensaios Não Destrutivos
SGS Laboratório de Ensaios
Físico-Químicos, Microbiológicos e Amostragem
Somatório de Competências
O Laboratório de Ensaios Físico-Químicos, Microbiológicos e Amostragem iniciou a sua actividade em 1988. Desde então, sempre foi uma estrutura de aposta da SGS em Portugal sofrendo diversas alterações e beneficiações ao longo dos anos. As suas áreas de actuação são a alimentar, ambiental, ensaios físicos a papel e a produtos DPH (detergentes, cosméticos e produtos de higiene pessoal). Os serviços de apoio à rotulagem e de actualização de legislação complementam o portefólio de serviços prestados pelo Laboratório.
Acreditado desde 1992, o Laboratório está actualmente
alcançar uma maior rapidez e capacidade de resposta, sem
reconhecido de acordo com a NP EN ISO 17025 para análises
perder competência e multifuncionalidade. Por exemplo,
microbiológicas, químicas e, mais recentemente, para
investimos em equipamento na área química que permitiu
amostragem. “Nessa altura eram muito poucos os laboratórios
automatizar todo o controlo de rotina. Em termos de
em Portugal com a acreditação para análises microbiológicas e
microbiologia, investimos já há algum tempo em auto-
químicas a produtos alimentares. Posteriormente, avançámos
-preparadores de meios de cultura, auto-diluidores e contadores
para a área das análises a águas, onde foi feita uma aposta clara
automáticos de colónias. Também o sistema informático evoluiu
para dar cumprimento aos requisitos legais que entrarão em
de acordo com as exigências crescentes da nossa actividade.
vigor a partir de 1 de Janeiro de 2010, altura em que se prevê que
Esta evolução veio permitir uma maior rapidez na
todos os ensaios a águas de consumo tenham que ser
disponibilização dos resultados, a sua colocação em plataforma
acreditados. Mais recentemente, obtivemos a acreditação para a
on-line à qual os clientes acedem com a sua password e podem
amostragem, quer para produtos alimentares quer para águas
proceder à exportação dos dados e seu tratamento estatístico.
de consumo”, lembra Ana Sá, directora Técnica deste Laboratório. A acreditação da amostragem reveste-se de diversas vantagens.
Ao nível dos recursos humanos, a franca expansão das actividades do Laboratório exigiu formação intensiva e uma revisão completa dos procedimentos e da alocação de tarefas
No percurso, desde que a amostra é recolhida até que chega ao
pelas pessoas. Estas alterações profundas permitiram melhorar a
laboratório, existem imensas fontes de incerteza e erro
eficiência interna e provam a grande flexibilidade e competência
associadas a essa recolha como sejam o técnico, o material de
da nossa equipa de técnicos laboratoriais e de recolha de
recolha, o transporte, alterações de temperatura e outras
amostras”.
contaminações possíveis. Com a acreditação da amostragem, o Laboratório implementou um sistema que permite garantir que a amostra vai chegar ao laboratório nas melhores condições possíveis para minimizar e controlar as fontes de contaminação da amostra ou de alteração dos resultados. Desde 2005 que o Laboratório está no Pólo Tecnológico de
Actualmente, a aposta passa pela genética molecular para dar melhor resposta aos clientes sobretudo em situações de risco alimentar. “Através da microbiologia alimentar clássica consegue-se a detecção e confirmação de um patogénico como a Salmonella em quatro ou cinco dias, mas através da genética molecular conseguimos obter o mesmo resultado em 24 horas.
Lisboa, em modernas instalações e com melhores acessos para
Na área ambiental as 24 horas para a detecção de Legionella
os seus clientes. A directora Técnica explica que “há cerca de oito
contrastam claramente com as duas a três semanas conseguidas
anos iniciou-se uma estratégia de automatização, de forma a
pelo método tradicional”, aponta Ana Sá.
SGS MultiLab
Serviços SGS
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Equipa Técnica do Laboratório de Ensaios Físico-Químicos, Microbiológicos e Amostragem
capacidade de resposta em qualquer parte do mundo. Existe
A evolução da responsabilidade e os novos sectores A acção da ASAE na fiscalização do sector alimentar veio aumentar a preocupação com este tema e implicou consequentemente uma maior vigilância. A opinião de Ana Sá é que “a segurança alimentar tem vindo a evoluir de forma notória, em termos de consciencialização e de cumprimento e a intervenção da ASAE teve o mérito de estabelecer
uma participação regular de todos os laboratórios do grupo em ensaios interlaboratoriais ao nível internacional. A SGS é uma referência para as empresas exportadoras porque uma análise efectuada pela SGS é reconhecida em qualquer país, o que promove confiança nas relações comerciais e evita a multiplicação de análises e certificados”.
definitivamente nos agentes económicos, a sua efectiva
A presença nas Regiões Autónomas da Madeira e dos Açores é de
responsabilização. Isto, obviamente, revelou necessidades de
importância estratégica para o Grupo SGS e, ao nível laboratorial,
apoio por parte de muitas empresas, para conseguirem dar
está perfeitamente assegurada. Os meios de transporte
cumprimento à legislação”.
permitem grande rapidez no serviço, estando também
A tipologia de clientes do SGS Lab está dividida em clientes internos e externos. O laboratório foi criado inicialmente para dar resposta às necessidades internas dos sectores de supervisão e apoio à exportação, complementando com dados quantitativos a informação recolhida nas inspecções visuais. No entanto, pela sua competência e pela importância no sector alimentar em Portugal, rapidamente se voltou para o exterior tornando-se líder de mercado neste sector.
assegurada, através da acreditação, a integridade e segurança das amostras recolhidas. Por outro lado, Ana Sá aponta a centralização de competências como uma vantagem, “na medida em que se consegue reunir um maior volume de amostras e assim garante-se uma maior especialização e competência técnica para dar resposta não só às análises de rotina, como a problemas específicos do cliente. Consegue-se assim, reunir todos os atributos para se oferecer ao cliente uma excelente relação qualidade/preço”.
Dos clientes externos, a grande distribuição assume um papel decisivo no mercado na medida em que representa uma enorme fatia do volume de vendas aos consumidores finais. As marcas próprias da grande distribuição são um segmento em grande crescimento para toda a gama de produtos, devido à relação qualidade/preço oferecida ao consumidor. Depois os produtores do sector alimentar (primário e transformação) e, mais recentemente, a área ambiental, têm sido fonte de novos clientes de sectores como a hotelaria, piscinas e empresas que precisam de dar resposta aos requisitos da
certificação
ambiental
de
edifícios
e
do
controlo/caracterização de efluentes industriais.
A cooperação internacional como fonte de eficiência A estreita relação entre a rede mundial de laboratórios do Grupo SGS representa, para a responsável nacional “sem qualquer dúvida, a grande diferenciação e de todos os laboratórios SGS, na medida em que existe dentro do próprio Grupo uma rede de conhecimentos e capacidade técnica para a realização de praticamente todos os ensaios sem igual, permitindo a mesma
Ana Sá Directora Técnica do Laboratório de Ensaios Físico-Químicos, Microbiológicos e Amostragem
Laboratório de Metrologia O rigor é essencial para a credibilidade dos serviços A Metrologia Legal desempenha um papel extremamente importante na economia e no bem-estar das populações, assumindo um papel crucial, ao garantir a exactidão do resultado das medições nos limites definidos regulamentarmente, tornando as transacções comerciais mais justas e eficazes. O Laboratório de Metrologia da SGS Portugal tem acompanhado a evolução desta actividade em termos metodológicos e tecnológicos, de forma a prestar um serviço rigoroso e fiável.
A acção da Metrologia Legal tem por objectivo a defesa do
sociedade, o corpo técnico do Laboratório de Metrologia da SGS
consumidor, contribuindo de uma forma decisiva e concreta
aplica técnicas de medição e de tratamento de dados que
para a correcção e transparência do comércio e, igualmente,
seguem as mais reconhecidas normas em todo mundo, como as
para o reforço da credibilidade e confiança das medições. Por
ISO, API e MPMS.
isso, o controlo metrológico dos métodos e instrumentos de medição é obrigatório, obedecendo ao regime constante do Decreto-Lei n.º 291/90, às disposições regulamentares gerais
Com estes serviços e com estas qualificações, o Laboratório de Metrologia da SGS apoia empresas de diversos sectores de
constantes do Regulamento Geral do Controlo Metrológico aprovado pela Portaria n.º 962/90 e, ainda, às disposições constantes das Portarias específicas de cada instrumento de medição. “O controlo metrológico deve ainda acompanhar tecnicamente o que vem sendo indicado nas recomendações da Organização Internacional de Metrologia Legal (OIML). Neste sentido, os reservatórios de instalação fixa devem cumprir os requisitos metrológicos e técnicos, definidos pela Recomendação OIML R 71; R 80 para as cisternas e R 85 para os IAN”, acrescenta Eliana Bessada, coordenadora da Qualidade e Operações da Direcção Industrial da SGS Portugal. Anteriormente a actuar como Organismo de Inspecção Sectorial até 2006, o Laboratório de Metrologia da SGS Portugal tem a sua actividade reconhecida pelo Instituto Português de Acreditação de acordo com a NP EN ISO 17025, para os ensaios de verificação metrológica de Indicadores de Nível no âmbito da Portaria nº 1544/2007, de Reservatórios de Instalação Fixa no âmbito da Portaria nº 1541/2007 e de Cisternas Transportadoras no âmbito da Portaria nº 1543/2007. Consciente de que a sua acção é determinante quando existem interesses contraditórios nos resultados das medições e que a incorrecção destas pode ter consequências negativas para os cidadãos ou a própria
Eliana Bessada Coordenadora da Qualidade e Operações da Direcção Industrial actividade que tenham uma frota de cisternas para transporte de produtos que podem ser desde combustíveis até alimentares. Para tal, conta um corpo técnico qualificado para o exercício das suas funções constituído pelo Responsável Técnico e por
SGS MultiLab
Serviços SGS
Técnicos de Metrologia, bem como com todos os equipamentos
não são deficitárias ou se as condições de limpeza oferecem
necessários à boa execução dos seus trabalhos, nomeadamente
segurança aos técnicos. Por outro lado, há um determinado
uma aferidora (utilizada para as calibrações líquidas – calibre de
ritmo implícito aos ensaios e ao tratamento de dados. “Pode
1000L e 25L), termómetros, medidor laser e medidores de
demorar-se até um dia de trabalho a efectuar os cálculos necessários para a emissão de um relatório e tabela de
espessuras, entre outros. No entanto, Eliana Bessada chama a atenção para o facto de este laboratório não ser “um laboratório como estamos habituados a
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ver ou imaginar, uma vez que as calibrações não são efectuadas nas nossas instalações mas sim nas instalações do cliente, já que é
calibração”, lembra a coordenadora. Após o trabalho de campo, é nas instalações da SGS em Leça da Palmeira, que se faz o tratamento dos dados recolhidos e a emissão dos respectivos relatórios.
lá que se encontram os elementos a ser calibrados/ verificados”.
Numa perspectiva de melhoria contínua, o Laboratório de
Talvez por esta razão, as maiores dificuldades dos ensaios se
Metrologia da SGS vai trabalhar em 2009 no sentido de
prendam com as condições em que têm de ser realizados. Por
desenvolver uma nova metodologia de calibrações líquidas,
exemplo, na calibração de tanques de armazenamento de
actualmente efectuada através do recurso a uma aferidora
combustível, é necessário verificar se as condições de oxigénio
(equipamento de grande complexidade, volume e dificuldade
Ensaios de verificação metrológica
“novos projectos no âmbito dos indicadores automáticos de
de manuseamento). Eliana Bessada aponta, também, para nível, e reservatórios cilíndricos horizontais, além da constante •
Indicadores de Nível no âmbito da Portaria nº
formação e qualificação das nossas pessoas”.
1544/2007; •
Reservatórios de Instalação Fixa no âmbito da Portaria nº 1541/2007;
•
Cisternas Transportadoras no âmbito da Portaria nº 1543/2007.
Laboratório de Ensaios Não Destrutivos Garantir a segurança A manutenção preventiva é uma questão crítica para a segurança e eficiência de inúmeras instalações industriais estratégicas. Os principais métodos utilizados consistem nos Ensaios Não Destrutivos (END) que avaliam a integridade dos materiais e a sua aptidão para o uso, permitindo a utilização posterior do item ensaiado. O Laboratório de Ensaios Não Destrutivos da SGS Portugal desenvolve a sua actividade para que as empresas tirem o máximo dos seus equipamentos e assegurem a confiança necessária nas suas instalações perante todas as suas partes interessadas.
Os END incluem diversos métodos de análise a materiais,
estruturas metálicas, como edifícios e pontes, fabricantes de
componentes e ligações capazes de identificar e quantificar os
equipamentos para a indústria química e petroquímica, indústria
seus defeitos e degradações. Estes ensaios são uma ferramenta
do papel ou centrais de produção de energia” esclarece Carlos
importante do Controlo da Qualidade e da Segurança de
Galinha, responsável do Laboratório de Ensaios Não Destrutivos
produtos metálicos obtidos por fundição, soldadura, forjagem,
da SGS Portugal. Este serviço é, também, indispensável para
etc.. “Estamos a falar de actividades de grande impacto como
optimizar os esforços de manutenção das próprias indústrias ao
empresas de metalomecânica e construção soldada de
longo da vida útil de cada um dos equipamentos, seja no
controlo da sua aptidão para o uso seja no controlo das reparações. O Laboratório de Ensaios Não Destrutivos da SGS encontra-se acreditado desde 1998, pelo Instituto Português de Acreditação, de acordo com a NP EN ISO 17025, para os métodos de Radiografia por Raios Gama e X, Ultra Sons, Partículas Magnéticas e Líquidos Penetrantes. Os END efectuam-se de acordo com normas reconhecidas internacionalmente e com critérios de aceitação dos eventuais defeitos existentes, também eles definidos em normas de reconhecimento internacional. Carlos Galinha especifica que “os ensaios são exigidos, na maioria dos casos, pelos códigos ou regulamentos no âmbito dos quais os equipamentos são construídos, seja uma ponte, um reservatório sobre pressão, entre outros. A acreditação do nosso laboratório garante, fundamentalmente, o
Carlos Galinha
reconhecimento da nossa competência técnica por uma
Responsável do Laboratório de Ensaios Não Destrutivos da SGS
entidade independente e reconhecida”. As instalações fixas do Laboratório encontram-se em Lisboa, Leça da Palmeira e Sines, mas à semelhança da metrologia, também esta é uma actividade realizada quase sempre nas instalações dos clientes ou nos locais onde estão instalados os equipamentos a ensaiar. A sazonalidade é outra característica desta actividade, pois muitos dos END são realizados durante as paragens das unidades industriais. Assim, a flexibilidade e eficiência da equipa, composta por 12 técnicos, revelam-se essenciais para assegurar a abrangência nacional dos serviços END. É objectivo do Laboratório, para 2009, a aquisição de novos equipamentos, como por exemplo um aparelho de ultra sons B-Scan que permite fazer inspecções de medições de espessuras com imagem gráfica das zonas inspeccionadas, e renovar os equipamentos que vão ficando obsoletos. “Como tudo, também os END estão em constante evolução. A acreditação do Laboratório engloba os quatro métodos ditos tradicionais, mas se a evolução do mercado levar à procura dos novos métodos é evidente que a SGS estará na linha da frente para acreditar esses métodos”, avança o responsável. Já disponíveis através de outras afiliadas do Grupo SGS, métodos como a Endoscopia ou Correntes Induzidas fazem parte de um portefólio de ensaios que possibilitam uma verdadeira adaptação a nível técnico e financeiro, quer os requisitos exijam metodologias mais tradicionais ou mais sofisticadas.
Ensaios Não Destrutivos •
Raios Gama e X;
•
Ultra Sons;
•
Partículas Magnéticas;
•
Líquidos Penetrantes.
Cláudia Columbano
SGS na Primeira Pessoa
SGS
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na primeira pessoa Qualidade, Segurança e Ambiente A Qualidade, para uma empresa cujo negócio é assegurar Qualidade, não é uma redundância mas sim uma obrigação. Claúdia Columbano, coordenadora do Departamento Qualidade, Segurança e Ambiente do Grupo SGS Portugal presta testemunho deste posicionamento que contribui efectivamente para a continuidade e crescimento do negócio.
Cláudia Columbano
A Qualidade é o oxigénio da empresa. Através dela, a empresa
primeiro organismo acreditado para a Certificação de Sistemas
assegura a sua sobrevivência. Sem ela, morre. É um órgão
de Gestão da Qualidade. A imagem que eu tinha da SGS era de
interno de apoio e, portanto, a sua missão é ajudar as várias áreas
rigor, profissionalismo, integridade e de acessibilidade e, de
da organização a fazer mais e melhor. É assim que Cláudia Columbano perspectiva a sua função, ao
facto pude, comprová-lo, bem como de que a actividade da SGS é muito mais diversificada”.
longo de um percurso sempre marcado pela Gestão da Qualidade
Na equipa SGS cresceu na área de Desenvolvimento de Sistemas
em diversas empresas. “A função da Gestão da Qualidade é a
de Gestão da Qualidade e da Melhoria Contínua. Foi uma área
gestão do todo e do pormenor e considero-a absolutamente
extremamente enriquecedora porque “o contacto com
relevante como forma de garantia da continuidade do negócio,
diferentes organizações, pessoas e realidades ajuda-nos a ver e a
melhoria contínua dos processos, satisfação dos clientes,
entender as coisas por diferentes ângulos, sendo que há muitas
optimização de custos e recursos”, complementa a gestora. Após a conclusão da licenciatura em Engenharia Química pela Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra,
maneiras de se atingir os objectivos, temos é de ter a arte o engenho de descobrir a que melhor se adapta às necessidades de cada situação”.
colaborou com algumas empresas de consultoria locais.
Em 2003 foi-lhe apresentado o desafio de dedicar parte do seu
“Comecei a perceber que o segredo do sucesso das empresas
tempo à definição/melhoria de procedimentos internos globais
está simplesmente na sua capacidade de fazer as coisas com
do Grupo, que aceitou com todo o entusiasmo. Desde Junho de
qualidade; na organização, na sistematização e no espírito de
2006 que a distribuição do tempo se inverteu, estando agora
equipa. Era de facto uma área de que eu simplesmente gostava”,
dedicada à função de Gestão da Qualidade, que entretanto
recorda.
abraçou também as áreas de Ambiente, Segurança e
Em Junho de 1999 surgiu a oportunidade de iniciar a colaboração com a SGS, que Cláudia Columbano conhecia como uma empresa de referência no mercado e “essencialmente pela sua pioneira entrada no mercado da Certificação, como o
Responsabilidade Social. No entanto, Cláudia Columbano mantém algum do seu tempo para projectos de Clientes, pois “este contacto é muito importante e inclusive permite-me sentir mais de perto as expectativas dos clientes face à SGS”.
A Gestão da Qualidade no Grupo SGS Portugal
O alinhamento internacional
A SGS em Portugal tem nove unidades de negócio, todas elas
A SGS é um Grupo multinacional, contando com mais de 53 mil
com Sistemas de Gestão da Qualidade implementados, alguns
colaboradores e operando numa rede de mais de mil
reconhecidos no âmbito do Sistema Português da Qualidade,
laboratórios e escritórios, sendo cada uma das suas afiliadas
para as suas actividades de avaliação da conformidade.
independentes quanto ao desenvolvimento de procedimentos
Mas desde a sua criação que o Departamento da Qualidade, Segurança e Ambiente do Grupo SGS Portugal tem outros projectos, muitos deles já lançados e em plena fase de maturidade:
de trabalho e Sistemas de Gestão. Contudo, as linhas que norteiam a sua actuação profissional são estabelecidas pela Corporate, sendo subscritas na íntegra por todos os países. Mais concretamente, o Código de Integridade e Conduta Profissional, a Missão e a Visão do Grupo, assim como a Política da Qualidade,
Revisão e uniformização dos processos de suporte ü transversais a todas as áreas de negócio e de suporte, observando os requisitos das normas de Gestão da Qualidade aplicáveis às várias actividades da SGS; Lançamento da Intranet como um dos mecanismos ü privilegiados de comunicação interna; Definição e implementação do Plano de Emergência ü
Segurança & Saúde e Ambiente. Existem igualmente unidades de negócio em que os Sistemas de Gestão da Qualidade são transversais a todos os países onde operam. O nível de intercâmbio e colaboração estreita entre as afiliadas permite assegurar um nível de serviço global e responder às expectativas dos Clientes em qualquer parte do mundo.
Interno e do Sistema de Gestão de Resíduos ao nível de
“Este alinhamento internacional alarga-se igualmente às áreas
todas as instalações, no continente e ilhas;
de suporte e meios/recursos. Concretamente ao nível da função
Lançamento do Projecto 4Life – Desenvolvimento ü
Quality destaco o projecto Quality Management System, que visa
Sustentável na SGS, reflexo das preocupações económicas,
a implementação de um software de gestão global, estando a
ambientais e sociais do Grupo;
decorrer a implementação piloto em Inglaterra”, acrescenta a coordenadora.
Lançamento do Programa de Ideias na SGS – IdeiaFix, como ü forma de incentivo, valorização e reconhecimento das
Apesar das dificuldades, o reconhecimento
ideias do colaboradores para novos serviços e novas ideias
Dada a forte dependência que a Gestão da Qualidade tem das
de melhoria interna;
operações das outras áreas da empresa e dada a forte ligação
Implementação de um Programa Global de Auditorias ü
que os princípios da Qualidade têm com a cultura organizacional
Internas, proporcionando uma auto-avaliação
da SGS, as principais dificuldades, ou desafios, como Claúdia
sistemática interna e implementação de acções de
Columbano refere “são relacionados com a enorme pressão do
melhoria;
negócio. A definição de procedimentos simples, claros e acessíveis para todas as partes, requer análise, reflexão e
Uniformização da metodologia de auscultação da ü satisfação dos clientes em ambiente web,
disponibilidade para a mudança e isto, definitivamente, não é fácil”.
permitindo o benchmark e análise comparativa entre as diferentes unidades de negócio;
Mas a dedicação e entusiasmo que a caracterizam não passam despercebidos aos colegas que, genuinamente reconhecem,
Revisão da metodologia de gestão de ü
utilizam e valorizam o seu trabalho. Claúdia Columbano percebe
reclamações, numa perspectiva de
nos seus colegas “a aceitação de que afinal a Qualidade não é um
alinhamento com alguns dos requisitos da
‘bode expiatório’ mas sim um ‘bem necessário’ que facilita a
NP ISO 10002.
criação de valor na organização. É, também, muito importante saber que, de facto, a Gestão da Qualidade tem impacto não apenas na qualidade dos serviços mas inclusivamente nos resultados do negócio, pela eficiência, eficácia e, pela satisfação e confiança dos Clientes”.
“O segredo do sucesso das empresas está simplesmente na sua capacidade de fazer as coisas com qualidade; na organização, na sistematização e no espírito de equipa.”
ACIB
Parceiros
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Parcerias Locais para um desenvolvimento global equilibrado A Associação Comercial e Industrial de Barcelos (ACIB) e a SGS ICS, Organismo de Certificação do Grupo SGS Portugal, assinaram um protocolo no âmbito de auditorias de certificação de Sistemas de Gestão. A importância das parcerias locais, para um desenvolvimento global equilibrado, foi salientada por ambas as instituições que avançam já com um projecto-piloto de 11 empresas. João Albuquerque, Director-Geral e Miguel Costa Gomes, Presidente da Direcção
No passado dia 20 de Novembro, o Salão Nobre da ACIB acolheu
encontramos, mas que tem enormes possibilidades de êxito
cerca de 60 empresários, num evento que teve como
porque devidamente orientadas, as nossas empresas são das
convidados especiais Pedro Esquível, presidente da Delegação
melhores em quase tudo”, defende o dirigente.
Regional do Norte da Associação Portuguesa para a Qualidade (DRN APQ) e Armindo Sousa, empresário metalúrgico com sede em Barcelos. Enquanto o primeiro salientou a simbiose entre a Qualidade e a Gestão em que “a Qualidade cria ferramentas para a Gestão e esta vai fazendo os conceitos da Qualidade evoluir”, já o empresário apresentou um testemunho muito realista sobre a certificação do seu Sistema de Gestão da Qualidade. “Antes da certificação, achava que éramos bem organizados. Mas com as crescentes exigências dos clientes, vi que não estávamos preparados perante o mercado global. Agora, a confiança nos nossos produtos aumentou e verifiquei que a certificação da Qualidade nos abriu mais canais junto dos clientes”, concluiu Armindo Sousa.
O reconhecimento internacional da SGS ICS foi uma das razões para a sua selecção pela ACIB. João Albuquerque, director-geral da ACIB, explica que “para as empresas se posicionarem internacionalmente têm de ter um padrão alto de exigência e, para tal, o Organismo de Certificação tem de ter esse mesmo padrão. A SGS ICS foi preferida por ser uma empresa de características internacionais, credível e com metodologias e marcas de certificação que correspondem mais ao perfil que as nossas empresas necessitam”. Segundo o presidente da ACIB “a Associação ainda não tinha um projecto exclusivamente dedicado à certificação. O projecto Formação PME tocou nestas questões, mas o projecto-piloto Implementação e Certificação de Sistemas de Gestão da Qualidade no Vale do Cávado vem
E é nesta mensagem optimista que o presidente da Direcção da
focalizar-se na certificação como factor competitivo,
ACIB, Miguel Costa Gomes, insiste. “O dramatismo não deve
articulando-se com o protocolo”. Neste projecto-piloto
pautar a vida dos empresários e a certificação da Qualidade é
participam 11 empresas com o apoio de fundos comunitários na
uma oportunidade, principalmente para quem quer entrar nos
implementação e certificação dos seus Sistemas de Gestão da
mercados internacionais. O caminho para a Qualidade pode ser
Qualidade.
um percurso difícil, dado o ponto de partida em que nos
Ana Pina Teixeira, presidente do Conselho de Administração do
empresarial baseia-se numa enorme vontade individual de fazer
Grupo SGS Portugal reconhece que “a acção das Associações
algo diferente, numa boa capacidade de risco, mas não
Empresariais tem-se revelado importantíssima para aproximar as
sustentada. O trabalho que fazemos é, também, sensibilizar os
organizações desta realidade da Gestão Moderna que é a
empresários para que juntos conseguimos mais e melhor do que
certificação da Qualidade. Com este protocolo pretendemos
individualmente. Os empresários têm o espírito e a ACIB fornece
despertar o interesse e encaminhar a atenção das empresas da
os meios técnicos e o associativismo, de forma a vencer o
região para algo que é já uma condição de sobrevivência das
desânimo”, afirma João Albuquerque com optimismo.
crise não escapou aos comentários da responsável que considera que “esta é também uma crise de confiança. É fundamental trabalhar e construir a confiança entre todas as organizações. A certificação de Sistemas de Gestão vem reforçar a confiança porque os requisitos e a linguagem são comuns, todos jogam pelas mesmas regras”.
“A defesa dos interesses dos associados, da região e dos concelhos e sua representação ao nível institucional, é um papel que tem assumido mais peso na ACIB nos últimos anos. Dada a pequena dimensão das nossas empresas é muito importante para se fazerem ouvir junto da Administração Pública e do Governo”, conclui Miguel Costa Gomes.
www.acibarcelos.pt
próprias empresas: a certificação dos Sistemas de Gestão”. A
Tradição e associativismo “A evolução da ACIB é um pouco o espelho do país” reflecte o seu director-geral. “Começou com a vontade própria de empresários da região em 1890, desenvolveu-se como Associação Comercial e foi crescendo e afirmando-se conforme outras associações centenárias. O que prevalece é ser a expressão, a defesa e o contributo para a valorização dos empresários no seu todo dos concelhos de Barcelos e de Esposende”. A ACIB tem um grande nível de credibilidade junto do seu público-alvo, pois afirma-se como um verdadeiro motor de desenvolvimento económico regional. Actualmente com cerca de 4.500 Associados, representa sobretudo os sectores do comércio e da indústria. Por força da evolução da conjuntura
Parque Industrial da ACIB
económica, social e política, a ACIB possui serviços de apoio em inúmeras áreas: Formação, Qualidade, Energia, Ambiente,
Foco na formação e impacto social
Assessoria, Licenciamento Industrial, Marketing, relacionamento com a Banca, Serviços Jurídicos, apoio ao empreendedorismo,
O projecto Formação PME é um dos mais emblemáticos desta
candidatura a fundos comunitários, etc..
Associação. Segundo João Albuquerque, a ACIB foi a primeira instituição a fazer formação de jovens num modelo que agora é
Miguel Costa Gomes tem a convicção que a ACIB contribui ”de
nacional. A formação sempre foi utilizada como mecanismo para
forma decisiva na organização das empresas com consultoria
colocar os jovens em estágios e, actualmente, os nossos cursos
interna em todas estas áreas. Consideramos que a Certificação
têm uma taxa de empregabilidade superior a 80%. Quando a
vai impulsionar, agora, um conjunto de mudanças estruturais
formação é exigente e forma, efectivamente, profissionais e
nestas empresas”.
cidadãos, torna-se um factor de mudança social. Um formando
Numa região de micro, pequenas e algumas médias empresas,
leva os princípios que absorve na formação para a sua família,
conforme as definições da União Europeia, “o espírito
influenciando positivamente o seu agregado. Vai influenciar, ainda, os seus colegas nas empresas e, também, as chefias, que sentem a necessidade de se actualizar igualmente”. O presidente, Miguel Costa Gomes, complementa: “A Formação PME foi uma das grandes contribuições da ACIB para o desenvolvimento e competitividade das nossas empresas. Interviemos em quase 300 empresas, que hoje admitem ter menores custos e maior rentabilidade. A nossa intervenção conseguiu mudar algumas mentalidades. Em 2009, a ACIB terá uma intervenção em cerca de 4 mil formandos. Num concelho de 130 mil cidadãos, a ACIB tem uma equipa de trabalho excelente com 50 colaboradores internos (5 pessoas com o 12º ano, 45 pessoas licenciadas) e cerca de 450 colaboradores externos (com formadores). Desta forma, temos consciência do impacto em termos sociais e na economia local que a nossa própria actividade tem”.
Assinatura Protocolo SGS - ACIB
Fernando Basabe
SGS Espanha
SGS Espanha
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Fernando Basabe
Fundada em 1921, a SGS Espanha tornou-se no maior grupo empresarial no sector da qualidade no país nosso vizinho. Com os serviços que presta, a empresa ajuda a minimizar os riscos das empresas e proporciona avaliações e verificações de carácter reconhecidamente independente.
Managing Director da SGS Espanha e Chief Operating Officer da Europa Ocidental
No que respeita aos últimos resultados económicos e financeiros, Fernando Basabe, managing director da afiliada espanhola do Grupo SGS, afirma que “estes foram excelentes. Tanto na região como em Espanha, conseguimos ficar acima do orçamento e dos resultados do ano anterior”. As principais actividades da SGS Espanha são a inspecção, a verificação, os ensaios e a certificação. Sendo que os principais sectores que abrange são o comércio internacional, o industrial, a prevenção de riscos laborais, o meio ambiente, o consumo e o turismo, a certificação, a inspecção de veículos, a inspecção regulamentar, o sector agro-alimentar e a formação. Fernando Basabe é, também, COO (Chief Operating Officer) do Grupo SGS para a Europa Ocidental. “Em cada um dos países existe um administrador que reporta a mim”, explica Fernando Basabe. Acrescentando que “não é difícil gerir todo o trabalho quando se conta com uma boa equipa”.
Empresas do Grupo SGS Espanha Actualmente, o Grupo SGS em Espanha conta com mais de
•
SGS Tecnos: presta serviços nas áreas da Inspecção e Controlo da Qualidade Industrial;
3.500 profissionais, que são o seu principal activo. A equipa está
•
SGS Inspecciones Reglamentarias: a sua actividade centra-se em Inspecções Regulamentares;
presença do Grupo em todas as Comunidades Autónomas
•
SGS Española de Control: leva a cabo actividades de inspecção de produtos agrícolas, minerais, químicos, petroquímicos, produtos de consumo para exportção e importação;
•
SGS ICS Ibérica: organismo de certificação;
•
ICISA: empresa dedicada à inspección de equipamentos de Gás Natural;
•
•
•
•
BIR, Barcelona Internacional Terminal: dispõe de 16 mil m 2 especializados no transporte e armazenamento de café, cacau e outros productos semelhantes; SGS Qualicafé: laboratório especializado em café, com todo o tipo de serviços de controlo da qualidade; Lodge Service: realiza serviços de auditorias mistério e outras pesquisas comerciais para avaliar e melhorar a qualidade do serviço prestado ao cliente. Itelink: empresa que tem como objectivo a Inspecção Técnica de Veículos no País Basco.
dividida pelos 74 escritórios e 11 laboratórios, assegurando a espanholas. Em 2008, a SGS sofreu uma reestruturação das suas actividades de inspecção relacionadas com o sector da construção civil em Espanha, “que está a sofrer uma profunda crise depois de vários anos de crescimento contínuo, o que terá obviamente um forte impacto nos nossos serviços”, explica o responsável. Mas apesar dos obstáculos, Fernando Basabe revela que o grupo espanhol está “a investir em serviços industriais para a construção de infra-estruturas, tais como a Assistência Técnica e Higiene e Segurança. Acreditamos que este sector vai continuar a crescer visto que os governos centrais e regionais estão a fazer um importante esforço no investimento em infra-estruturas, de forma a compensar a crise do mercado imobiliário”. De facto, o mercado imobiliário é a excepção numa regra de bons resultados em todas as outras áreas de negócio. Resultados esses que são em grande parte fruto da excelente equipa de trabalho deste país.
www.es.sgs.com
A Espanha (em castelhano España, em catalão Espanya e em basco Espainia) é um país da Europa meridional localizado na Península Ibérica. Além da porção ibérica, a Espanha possui também os arquipélagos das Baleares, no Mediterrâneo, e das Canárias, no Atlântico, e as cidades de Ceuta e Melilla (além de várias ilhotas e rochedos junto à costa africana), e o enclave de Llívia, rodeado por França. A Espanha continental faz fronteira a norte com a França e a oeste com Portugal. O país está dividido em Comunidades Autónomas. Algumas destas Comunidades, como a Galiza e o País Basco (País Vasco, em castelhano, ou Euskadi em basco) e a Catalunha (Catalunya em catalão e Cataluña em castelhano), têm línguas próprias. O território continental está dividido em 15 Comunidades, por sua vez divididas em províncias: Andaluzia, Aragão, Astúrias, Cantábria, Castela e Leão, Castela-La-Mancha, Catalunha, Estremadura, Galiza, La Rioja, Madrid, Múrcia, Navarra, País Basco e Valência.
Política A Espanha, é uma monarquia constitucional hereditária desde 1975, altura em que o Rei Juan Carlos I assumiu a chefia do Estado. O poder executivo é assegurado por um Conselho de Ministros, em que o presidente do Governo (equiparável ao primeiro-ministro em Portugal) é nomeado pelo monarca, depois de eleito pela Assembleia Nacional na sequência de eleições legislativas. O poder legislativo é assegurado pelo Parlamento - bicameral, a Corte ou Asamblea Nacional composta pelo Congresso de Deputados (Congreso de los Diputados) com 350 membros, eleitos pelo voto popular com mandato de quatro anos e o Senado com 259 membros, dos quais 208 são directamente eleitos pelo povo e 51 indicados pelos legisladores regionais, com um mandato também de 4 anos.
Economia A Espanha é a décima primeira Nação com maior produto interno bruto (PIB), de acordo com o Fundo Monetário Internacional 2007 e a quinta economia mais forte da Europa. Sendo um dos principais países exportadores de automóveis, conta com outras importantes indústrias como a construção naval, as indústrias química, siderúrgica, têxtil e do calçado. A superfície cultivada representa 54% do território. Os principais produtos agrícolas são os citrinos, as uvas e as azeitonas, mas a produção de vinho e de azeite também se reveste de grande importância, assim como o sector da pesca, dispondo a Espanha da maior frota pesqueira do mundo. A indústria do turismo também tem um peso considerável na economia espanhola. Turismo Para além dos mais famosos ícones turísticos, como as touradas, o flamengo, as grandes celebrações religiosas, os destinos de praia e sol e a agitada vida nocturna, a Espanha dispõe de uma herança arquitectónica, monumental e artística única. Grandes capitais como Madrid ou Barcelona, inúmeras cidades e vilas históricas plenas de tesouros e bonitas serras e parques naturais, contribuem para a variedade e qualidade da oferta turística. A Espanha soube, também, preparar-se para receber os visitantes tirando o máximo partido do turismo: o património cultural e humano e a alegria e hospitalidade da população são complementados por uma óptima e variada gastronomia, pela facilidade e variedade de alojamento e, sobretudo, pelo o inegável interesse do sentido de identidade de cada região, o que faz com que existam, na realidade, várias “espanhas” dentro deste país.
Plano de Transição SGS ICS
ISO 9001:2008
52|53
A ISO (International Organization for Standardization) publicou em Novembro de 2008, a revisão da Norma ISO 9001, a mais reconhecida norma internacional para a Certificação de Sistemas de Gestão da Qualidade (SGQ). Esta revisão decorre da prática da ISO de rever periodicamente as Normas Internacionais, para as manter actuais e adequadas aos seus utilizadores em todo o mundo. Para a revisão de 2008, a ISO estabeleceu como objectivo apenas fazer clarificações do texto da Norma, com base nos oito anos de experiência da sua utilização em todo o mundo, não introduzindo novos requisitos. Por esta razão, é expectável que a ISO 9001:2008 tenha impactos relativamente reduzidos nos SGQ adequadamente implementados e já certificados pela SGS ICS segundo a ISO 9001:2000. O Plano de Transição da SGS ICS - ISO 9001:2008 A ISO e os Organismos de Acreditação estabeleceram um prazo
Esta lista (representando parte dos exemplos apresentados no Plano de Transição) não pretende ser exaustiva. Existem outras alterações em várias partes do texto da nova Norma mas, em geral, são de natureza editorial e não terão qualquer impacto nas Organizações certificadas, nem nas práticas de Auditoria e Certificação pela SGS ICS. Processos Subcontratados Foram clarificados os requisitos para os processos subcontratados, incluindo a introdução de duas Notas. A nova Norma torna ainda mais claro que os processos subcontratados fazem parte do SGQ, mesmo sendo executados por uma terceira parte, externa à Organização. É enfatizado que a Organização permanece responsável por assegurar que esses processos satisfazem todos os requisitos dos clientes, estatutários e regulamentares aplicáveis.
de dois anos, a contar da data de publicação da nova edição da
Enquanto a Norma anterior já referia que os processos
Norma, para a transição das Certificações existentes segundo a
subcontratados deviam ser controlados, a nova edição clarifica a
ISO 9001:2000. Para Organizações já certificadas pela SGS ICS segundo a Norma
necessidade de definir no SGQ o tipo e a extensão dos controlos aplicados aos processos subcontratados.
ISO 9001:2000, a transição não requer tempo adicional de
A Nota 2 caracteriza/define um processo subcontratado
auditoria. A transição será efectuada durante o ciclo de
(necessário para o SGQ da Organização, mas realizado por uma
certificação em vigor, no decorrer de uma Auditoria de
terceira parte, externa à Organização).
Acompanhamento, ou na Auditoria de Renovação.
A Nota 3 apresenta factores que podem influenciar os controlos
A transição, quando realizada no decorrer de uma Auditoria de
sobre os processos subcontratados (e portanto devem ser tidos
Acompanhamento, mantém o ciclo de certificação actualmente
em conta para definir tais controlos):
em vigor.
ü O potencial impacto do processo subcontratado na
Após a conclusão do processo de Auditoria de Transição, a SGS
capacidade de a Organização fornecer um produto em
ICS emitirá um certificado segundo a ISO 9001:2008.
conformidade com os requisitos;
As alterações mais relevantes
ü O grau de partilha do controlo do processo;
Aqui se apresentam alguns exemplos das alterações introduzidas
ü A capacidade de atingir o controlo necessário através da
na ISO 9001, e das suas implicações para as Organizações certificadas.
cláusula 7.4 - Compras.
Representante da gestão
Gestão, Monitorização, Medição e Melhoria dos Processos do SGQ
Foi clarificado que o Representante da Gestão deve ser uma
[ Cláusula(s): 4.1.e), 7.1.c), 7.1.d), 7.5.1.e), 7.6, 8.1, 8.2.3, 8.4.c),
pessoa da equipa de gestão da própria Organização.
5.6.2.c) ]
Determinação dos requisitos relacionados com produto
Por último, porque talvez mais importante, resumem-se aqui as
Foi acrescentada uma Nota, apresentando exemplos de
clarificações em relação à gestão, monitorização, medição e
“actividades posteriores à entrega” dos produtos aos clientes
melhoria dos processos do SGQ.
(acções ao abrigo de condições de garantias, obrigações contratuais tais como serviços de manutenção e serviços complementares, tais como reciclagem ou destino no fim do
As cláusulas 4.1.e), 8.1. e 8.2.3 estabelecem que todos os processos devem de ser monitorizados e, onde aplicável, também devem ser medidos.
ciclo de vida do produto), que devem ser tidos em conta quando a Organização determina os requisitos relacionados com o
A medição pode aplicar-se a processos de suporte ou de “gestão
produto.
do próprio SGQ” (que devem, nesses casos, ser monitorizados de
Avaliação da Satisfação do Cliente
realização do produto/serviço devem ser cuidadosamente
Foi acrescentada uma Nota, apresentando exemplos de
monitorizados e também adequadamente medidos. Por maioria
perto), logo não haverá qualquer dúvida que os processos de
“monitorização da percepção do cliente”: inquéritos de
de razão, os processos subcontratados, porque executados por
satisfação, informação fornecida pelos clientes sobre a
uma terceira parte externa à Organização, devem ter um
qualidade do produto fornecido, inquéritos a utilizadores,
controlo/monitorização/medição ainda mais apurado.
análises de negócios perdidos, louvores, reparações em garantia, relatórios de distribuidores, retalhistas, agentes ou concessionários. De alguma forma se clarifica a necessidade de atingir não apenas
Na cláusula 8.2.3 foi clarificada a necessidade de tomar acções em caso de falha no desempenho dos processos do SGQ: sempre que os resultados planeados não são atingidos (através da operação dos processos do SGQ), a Organização deve
a satisfação mas também a fidelização do cliente (por exemplo,
implementar correcções e/ou acções correctivas,
via análise de negócios perdidos).
independentemente do impacto imediato e directo na conformidade do produto.
Controlo do produto não conforme A cláusula 8.3 foi reformulada, passando a alínea d) a definir, com
Foi acrescentada uma Nota, apresentando uma recomendação
mais clareza, que a “Organização deve tomar acções apropriadas
para que a Organização, na determinação dos métodos mais
aos efeitos, ou potenciais efeitos, da não-conformidade quando
adequados para a monitorização e medição de cada processo,
o produto não conforme é detectado após a entrega ou o início
considere o impacto desse processo na conformidade do
da sua utilização”.
produto e na eficácia do SGQ.
A presente redacção torna mais claras as responsabilidades/
Em última análise, é através da medição do “desempenho para o
deveres da Organização no tratamento de reclamações,
Cliente” (incluindo a medição da Satisfação/Fidelização do
garantias, devoluções, re-calls, etc.
Cliente), que se verifica se o SGQ está a atingir o seu objectivo último e primordial, que é assegurar a capacidade da Organização em: ü De uma forma consistente, fornecer produtos que cumprem os requisitos do cliente, estatutários e regulamentares aplicáveis; e Aumentar a satisfação (e fidelização) dos clientes através ü da melhoria contínua do Sistema e da sua eficácia.
Luís Neves Director de Certificação da Qualidade SGS ICS
Responsabilidade Ambiental
Directiva 2004/35/CE
8405348
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Directiva da Responsabilidade Ambiental Prevenção e Reparação de Danos Ambientais
A expressão “danos ambientais” assume particular dimensão quando nos recordamos de acidentes como o da Union Carbide em Bhopal, Índia ou do Exxon Valdez. Até à publicação da Directiva 2004/35/CE (relativa à responsabilidade ambiental em termos de prevenção e reparação de danos ambientais) e da transposição da mesma
Gestão de resíduos de extracção; ü ü Transporte rodoviário, ferroviário, marítimo, aéreo de mercadorias perigosas ou poluentes. A responsabilidade subjectiva (culpa) é aplicável às actividades não previstas no Anexo III. Obrigações e custos de prevenção e de reparação
para o direito português através do Decreto-Lei nº 147/2008 de
É estabelecido, ainda, um regime de Responsabilidade
29 de Julho (em vigor desde 1 de Agosto de 2008), a
Administrativa pela prevenção e reparação de danos ambientais.
problemática da responsabilidade ambiental foi considerada na
O operador, independente de culpa, causa, dano ou ameaça de
perspectiva do dano causado às pessoas e às coisas. Com o
dano ambiental em virtude de actividades do Anexo III, é
tempo, todavia, a progressiva consolidação do Estado de direito
responsável pela implementação de medidas de prevenção e
ambiental determinou a autonomização de um novo conceito
reparação. O mesmo para os casos de responsabilidade baseada
de danos causados à natureza em si, ao património natural e aos
na culpa por actividades não previstas no Anexo III.
fundamentos naturais da vida. Assim, existe um dano ambiental quando um bem jurídico ecológico é perturbado, ou quando um
O operador tem de tomar, de sua iniciativa, medidas de
determinado estado-dever de um componente do ambiente é
prevenção necessárias e adequadas face a qualquer ameaça
alterado negativamente.
iminente, sendo obrigado a informar de imediato a Autoridade
É também sobre este tipo de danos que incide a Directiva
ameaça, das medidas de prevenção tomadas e do seu sucesso.
Competente de todos os aspectos relacionados com essa 2004/35/CE, tendo por objectivo estabelecer um quadro de
Em caso de ocorrência de dano tem de tomar as medidas que
responsabilidade ambiental baseado no princípio do poluidor-
previnam ocorrência de novos danos.
-pagador, para prevenir e reparar danos ambientais, pois constatou-se que o regime da responsabilidade civil não é um
A qualquer momento a Autoridade Competente pode exigir ao
instrumento adequado para lidar com situações como a poluição
operador informações sobre ameaças iminentes, exigir que ele
de carácter difuso em que se torna particularmente difícil operar
adopte as medidas de prevenção necessárias, dar-lhe instruções
os relacionamentos causa-efeito.
e executar essas medidas, subsidiariamente e a expensas do operador.
O DL nº 147/2008 estabelece um regime de Responsabilidade Civil objectiva e subjectiva dos operadores.
Em situações de ocorrência de danos ambientais, o operador tem de adoptar de imediato e sem necessidade de notificação,
A responsabilidade objectiva (risco) está associada à criação de
todas as medidas para controlar, conter e eliminar os danos. É,
uma responsabilidade sem culpa em virtude da ofensa de
ainda, obrigado a tomar as medidas de reparação necessárias e
interesses alheios por via da lesão de um componente ambiental
informar, no prazo de 24 horas, a Autoridade Competente de
pelos operadores das actividades previstas no Anexo III,
todos os factos relevantes e ir actualizando a informação.
nomeadamente: Os custos das medidas de prevenção e reparação são da ü Todos os operadores sujeitos à Directiva 96/61/CE do
responsabilidade do operador e não têm previsão de limite.
Conselho, relativa à prevenção e controlo integrados da
Quando a Autoridade Competente actuar directamente, por
poluição; ü Operações de gestão de resíduos (inclui exploração de aterros); ü Descargas para águas interiores de superfície; ü Captação e represamento de água; ü Fabrico, utilização, armazenamento, processamento,
incumprimento ou impossibilidade de identificação do operador no momento, vai posteriormente exigir ao operador tudo o que tiver suportado (pode exigir garantias sobre bens imóveis, etc., para assegurar o pagamento). Existem situações de excepção em que o operador não é
enchimento, libertação para o ambiente e transporte no
obrigado a suportar esses custos, se provar que o dano foi
local de substâncias perigosas (tais como definidas em várias
causado por terceiros, através de ordens dadas por autoridades
directivas);
públicas, se forem emissões expressamente autorizadas ou se for considerado risco de desenvolvimento. O Artigo 22.º define a obrigatoriedade de constituir garantias
Serviços de Apoio
financeiras que permitam assumir a responsabilidade ambiental
Estas são as duas primeiras questões que deve colocar:
inerente à actividade desenvolvida pelo operador.
Conhece o seu risco? Controla o seu risco?
As garantias financeiras podem constituir-se através da
A SGS desenvolveu um serviço global que cria interfaces
subscrição de apólices de seguro, da obtenção de garantias
com as entidades seguradoras e com os operadores, sendo
bancárias, da participação em fundos ambientais ou da
que a sua actuação assenta nas seguintes etapas:
constituição de fundos próprios reservados para o efeito. A sua obrigatoriedade só é exigível a partir de 1 de Janeiro de 2010. A fiscalização do DL nº 147/2008, bem como a instrução dos processos de contra-ordenação, serão levados a cabo pela Inspecção-Geral do Ambiente e do Ordenamento do Território
1.Avaliar o risco e passivos ambientais; 2.Gerir o risco durante a vigência do contrato; 3.Avaliar o dano ambiental em caso de sinistro; 4.Determinar as causas e as responsabilidades do sinistro; 5.Enquadrar o sinistro nas condições da apólice.
(IGAOT), pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e pelo Serviço de Protecção da Natureza e do Ambiente da Guarda Nacional Republicana, prestando as autoridades policiais a colaboração que se revele necessária (Art. 25.ºe 28.º).
Paula Costa Directora de Ambiente e Segurança da SGS Portugal
Union Carbide (Bhopal, Índia) O acidente aconteceu na fábrica de pesticidas da Union Carbide quando, logo após a meia-noite de 2 de Dezembro de 1984, um grande volume de água foi introduzido no tanque de isocianato de metilo (MIC), causando uma reacção química que forçou a válvula de escape químico a abrir, o que permitiu que toneladas do gás escapassem para a atmosfera. Mais de 20 mil pessoas morreram no acidente e centenas de milhares ainda sofrem as consequências na sua saúde. Exxon Valdez Em 24 de Março de 1989 este navio derramou entre 50 mil m³ a 150 mil m³ de crude. Em consequência do derramamento, milhares de animais morreram nos meses seguintes. De acordo com as estimativas: 250 mil pássaros marinhos, 2.800 lontras marinhas, 250 águias, 22 orcas, e biliões de ovos de salmão.
SGS
Notícias & Eventos
Grupo SGS cresce pelo 7º ano consecutivo
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Com um aumento dos rendimentos a preços constantes de 17.7% (10.2% a preços correntes) para os 3.034 milhões de euros em 2008, o Grupo SGS cresceu pelo sétimo ano consecutivo, melhorando em 13.9% a sua performance nos resultados operacionais para 510 milhões de euros, com uma margem operacional de 16.8%. Este crescimento foi conseguido através do alargamento do portefólio da SGS, em que todas as Áreas de Negócio e Regiões Geográficas apresentaram desempenhos ao mais alto nível. O Grupo focalizou-se na expansão da linha de serviços oferecidos e respectiva cobertura geográfica, de forma a responder aos requisitos apresentados pelos clientes, o que resultou num crescimento orgânico dos rendimentos de 15% (preços constantes).
SGS MEANS BUSINESS
Estes investimentos foram complementados com aquisições estratégicas (14 aquisições no valor de 125 milhões de euros) que contribuíram com 3% adicionais ao crescimento dos rendimentos neste período.
ANUAL REPORT 2008
De notar, também, o crescimento do número de colaboradores a nível mundial, que evoluiu de 50.331 para 55.026, representando um aumento de 9,3%. Não obstante a volatilidade acrescida do actual contexto económico, o Grupo SGS obteve um lucro líquido de 365 milhões euros, representado um aumento de 12.4% em relação ao ano transacto. Apesar da dificuldade em fazer previsões razoáveis no contexto actual, a SGS espera continuar a crescer em 2009, mas num ritmo mais lento do que nos anos anteriores. Os seus objectivos de crescimento orgânico mantêm-se na ordem de um único dígito, enquanto ao nível das margens operacionais o objectivo é de manter as actuais.
Bombeiros Pioneiros em Certificação Bombeiros Voluntários de Vila das Aves Os Bombeiros Voluntários de Vila das Aves (BVVA) são o primeiro corpo de bombeiros, a nível nacional, a alcançar a Certificação da Qualidade, sendo mesmo um dos poucos exemplos de Bombeiros com um Sistema de Gestão da Qualidade Certificado a nível mundial. A cerimónia oficial deste reconhecimento realizou-se no dia 10 de Janeiro, quando a SGS ICS entregou o Certificado da Qualidade na presença da Governadora Civil do Porto, do presidente da Federação de Bombeiros do Distrito do Porto, do presidente da Câmara Municipal de Santo Tirso bem como de toda a corporação BVVA, Associados, outros corpos sociais da Liga dos Bombeiros Portugueses e elementos de outras corporações de bombeiros. Geraldo Mesquita Garcia, presidente da Associação Humanitária BVVA, agradeceu a todos os que “durante estes 6 meses se redobraram na aquisição de conhecimentos para a Certificação
Geraldo Garcia, Presidente da Associação Humanitária BVVA, Carla Lima, Gestora de Clientes da SGS e José Pedro Magalhães, Comandante dos BVVA
da nossa Instituição”. Para o dirigente este facto é uma honra, que tem como preço de dedicação manter os seus serviços com qualidade elevada no dia-a-dia. “Assistir à entrega do Certificado da Qualidade de uma Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários é algo que há uns anos atrás seria impensável”, disse Isabel Oneto, Governadora Civil do Porto, referindo-se à evolução que o voluntariado e os Bombeiros têm sofrido nos últimos anos, no sentido de melhorar a sua organização. Ainda de acordo com a Governadora Civil, a Liga dos Bombeiros Portugueses deverá incentivar as outras corporações a seguir o exemplo dos BVVA, para que haja cada vez mais e melhor qualidade nos serviços prestados no sector. Esta é uma opinião partilhada pelo Professor José Miranda, presidente da Federação de Bombeiros do Distrito do Porto, que salientou ainda que a partir de agora os BVVA “não podem apenas mostrar que têm um certificado, mas sim demonstrar que o têm” através da qualidade dos seus serviços.
Bombeiros Voluntários da Praia da Vitória Criada em 1984, pelo empenho de alguns praienses entre os quais bombeiros profissionais da Base, a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários da Praia da Vitória tem vindo a evoluir de forma a melhor servir a sua comunidade. Dentro deste espírito, os Bombeiros Voluntários da Praia da Vitória apostaram na certificação de acordo com a NP 4413, para a actividade de Manutenção de Extintores. Outras actividades dos Bombeiros Voluntários da Praia da Vitória incluem a formação que inclui cursos como Socorro a Náufragos, Busca e Salvamento, Desencarceramento e Nadador Salvador, entre outros. Actualmente, decorre o projecto de ampliação das instalações do Quartel, devido ao crescimento e progresso da Corporação em termos de pessoal, equipamento e serviços.
Bombeiros Voluntários de Angra do Heroísmo A Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Angra do Heroísmo, assegura a prestação de serviços de manutenção de extintores há 24 anos. Mas quando surgiu a NP 4413, a organização decidiu avançar para a certificação da oficina e manter uma serviço de qualidade perante os seus clientes e população em geral. A equipa de 87 elementos está dividida por diversos quadros e assegura a continuidade da tradição desta associação em fundada em 1922. Os projectos actuais prevêem a remodelação e ampliação do Quartel fazendo uma oficina completamente nova para os extintores, com os objectivos de criar uma nova imagem junto da população, cumprir todas as normas exigidas e acompanhar a evolução dos tempos em termos de segurança e qualidade de serviços. De notar, que apenas as Corporações das Regiões Autónomas podem prestar este serviço.
SGS
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Edifício Verde da Quercus com Certificação DomusNatura
A Quercus e o Grupo SGS Portugal estabeleceram um protocolo de colaboração para a Certificação da Sustentabilidade da Construção da futura sede da Associação Nacional de Conservação da Natureza – o Edifício Verde. Localizada na antiga estação de comboios de Sacavém, a nova sede da Quercus será resultado de um projecto de reabilitação urbana alvo da Certificação DomusNatura, pelo Grupo SGS Portugal. Sendo o respeito pelo ambiente o pilar base de actuação da Quercus, a sua nova sede, designada por Edifício Verde, pretende ser um espaço demonstrativo de construção sustentável através da recuperação dos edifícios da estação de Sacavém.
para a necessidade de adopção de práticas ambientalmente responsáveis. A Quercus destaca como principais metas ambientais para o projecto Edifício Verde: a auto-suficiência em termos energéticos, a emissão neutra de gases com efeito de estufa, a auto-suficiência em recursos hídricos para utilizações não potáveis, a reciclagem de 95% dos resíduos produzidos durante a reabilitação e funcionamento, a boa qualidade do ar no interior do edifício, um bom desempenho acústico e um excelente enquadramento em termos de mobilidade.
O DomusNatura é um sistema de certificação dos empreendimentos que conjuga o factor Qualidade com os três pilares da sustentabilidade: o económico, o social e o ambiental. Na prática, o que se pretende é que o edifício seja uma mais-valia para quem o utiliza e para o meio envolvente, que consuma o mínimo de recursos possíveis e que tenha reduzidos impactos ambientais. Esta Certificação foi desenvolvida pelo Grupo SGS Portugal na sequência da sua política de sustentabilidade. Certificar o Edifício Verde da Quercus, de acordo com o DomusNatura, representa o empenho da SGS em contribuir para um crescimento ambiental, económico e social equilibrado e pretende sensibilizar promotores, construtores e os cidadãos
Hugo Carrasqueira, Director Industrial da SGS Portugal e Helder Spínola, Presidente da Quercus
VII Seminário ESTGF “Qualidade – Factor de Sucesso” A SGS ICS marcou presença no VII Seminário da Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Felgueiras (ESTGF), no passado dia 14 de Janeiro, com uma apresentação de Ana Rego, do Departamento de Comunicação, sobre o esquema de certificação de Sistemas de Gestão da Qualidade e sobre a importância da norma ISO 9001 como o actual alicerce da gestão moderna. Neste seminário foram ainda apresentados testemunhos sobre as vantagens da Certificação e o projecto “Biocalce” do Centro Tecnológico do Calçado, uma certificação ecológica para este sector.
Formação e certificação VCA Dada a crescente exigência em alguns países europeus para a obrigatoriedade dos trabalhadores estrangeiros possuírem um certificado VCA reconhecido, a SGS desenvolveu um curso no sentido de dar resposta a estas necessidades. Esta acção de formação reveste-se de grande interesse não apenas para os trabalhadores a nível individual, mas principalmente para as empresas interessadas num processo de internacionalização da sua actividade, que necessitem de treinar e certificar equipas de trabalho. Durante o curso são desenvolvidas técnicas de aprendizagem essenciais a uma eficaz preparação para o exame e garantir a qualificação VCA, quer para operadores quer para supervisores. Mediante a frequência na formação e aprovação em exame VCA, o formando recebe um certificado com validade de 10 anos. A SGS Training já realizou mais de 20 cursos VCA, abrangendo cerca de 400 profissionais.
Parceria para Formação em Gestão de Campos de Golfe A SGS estabeleceu uma parceria com a Avoguis Golf Global Solutions, no âmbito da criação da Escola de Formação para a Indústria do Golfe (Projecto Íntegra). Esta parceria prevê uma estreita colaboração entre as entidades nos processos de formação e de certificação. A formação no âmbito desta parceria será aplicada à operação dos campos de golfe nas áreas da gestão e manutenção, revertendo-se de um carácter muito técnico e prático. De forma a valorizar e melhor adaptar a formação às necessidades dos formandos, os programas serão reconhecidos por associações nacionais e internacionais do sector. As actividades terão início durante este ano, sendo realizadas nas instalações da SGS em Lisboa e em campos de golfe no Algarve, Centro e Norte do País.
SGS
Notícias & Eventos
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Qualidade no Hospital de Santa Cruz O Hospital de Santa Cruz, integrado no Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, E.P.E., recebeu no dia 22 de Janeiro, o Certificado da Qualidade da SGS ICS. Perante toda a equipa dos serviços de Diálise, Ana Pina Teixeira, presidente do Conselho de Administração do Grupo SGS Portugal, oficializou a certificação de acordo com a reconhecida norma internacional ISO 9001, com Pedro Abecassis, director do Serviço de Nefrologia. No seu discurso, Pedro Abecassis salientou todo o empenho e dedicação da equipa durante o processo de implementação e certificação dos serviços de Diálise, destacando igualmente a importância que este reconhecimento assume para todos os utentes e colaboradores do Hospital de Santa Cruz.
Cadernos Temáticos SGS
#1
JAN2009
CADERNO TEMÁTICO
Em 2009 a SGS vai lançar um conjunto de Cadernos Temáticos com o objectivo de abordar tecnicamente e de apresentar informações mais detalhadas sobre um determinado assunto ou sector de actividade. Em Janeiro, o primeiro dossier lançado teve como tema o Sistema Nacional de Certificação Energética e da Qualidade do Ar Interior em Edifícios (SCE). Pa r a f a z e r o d o w n l o a d d e s t e c a d e r n o v i s i t e - n o s e m www.pt.sgs.com/pt/publications_pt.
SISTEMA NACIONAL DE CERTIFICAÇÃO ENERGÉTICA E DA QUALIDADE DO AR INTERIOR NOS EDIFÍCIOS
Cursos de Peritos Qualificados RCCTE, RSECE Energia e RSECE QAI Continua a crescente procura por este tipo de qualificação. A SGS Training é uma entidade reconhecida no âmbito do Sistema de Certificação Energética e da Qualidade do Ar Interior nos Edifícios, para ministrar os módulos técnicos RCCTE, RSECE Energia e RSECE QAI. Durante os cursos, os formandos vão complementar os seus conhecimentos práticos, que lhes permitirá depois de obter aprovação, aceder ao módulo de certificação da ADENE.
SGS ICS certifica Qualidade da GaiaSocial, E.M. No dia 13 de Fevereiro Marco António Costa, presidente do Conselho de Administração da GaiaSocial, E.M. e vice-presidente da Câmara Municipal de Gaia, recebeu o Certificado da Qualidade por parte da SGS ICS. A GaiaSocial é a primeira empresa municipal de habitação social em Portugal a alcançar a Certificação do seu Sistema de Gestão da Qualidade. Paulo Gomes, director de Comunicação do Grupo SGS Portugal salientou que “esta certificação vem demonstrar uma crescente profissionalização das actividades de apoio social e, ao ser atribuída a uma empresa municipal, reforça a confiança dos munícipes na instituição através de uma maior transparência da sua actuação”. Também de acordo com Marco António Costa, o Certificado da Qualidade agora obtida pela GaiaSocial demonstra o compromisso desta organização em satisfazer as necessidades e aumentar a qualidade de vida dos munícipes. A certificação da GaiaSocial é relativa às suas actividades de gestão do parque habitacional da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia e da prestação de apoio social aos residentes do parque habitacional.
Certificação comprova qualidade dos serviços do Instituto Politécnico de Viana do Castelo O Instituto Politécnico de Viana do Castelo (IPVC) recebeu, no dia 5 de Março, o Certificado da Qualidade de acordo com a norma ISO 9001, por parte da SGS ICS. O processo de implementação do Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ) iniciou-se em 2006, mas teve o seu ponto alto no último ano. Estiveram directamente envolvidas cem pessoas e, indirectamente, todos os docentes e funcionários do IPVC. Estima-se que beneficiará agora cerca de cinco mil pessoas, entre alunos, docentes e não docentes da Academia de Viana do Castelo.
Webinars ISO 9001:2008 De uma forma totalmente inovadora e pioneira, a SGS ICS apresentou um conjunto de seminários gratuitos on-line sobre as alterações da nova versão da ISO 9001, nos dias 4, 5 e 25 de Fevereiro. Através de uma plataforma interactiva, fácil e intuitiva deu-se a conhecer aos cerca de 250 participantes as principais alterações da edição de 2000 para a de 2008 da norma ISO 9001 e do seu impacto nos Sistemas de Gestão das Organizações e na sua Certificação. Nestas sessões foi ainda apresentado o Plano de Transição da SGS ICS para a ISO 9001:2008.
26 Março Seminário Certificação Energética e Qualidade do Ar Interior em Edifícios - Funchal
CLASSE ENERGÉTICA A BC D E F G
A+ B
Actualmente, os edifícios são responsáveis pelo consumo de cerca de 40% da energia final na Europa, sendo que mais de 50% deste pode ser reduzido através de medidas de eficiência energética, o que se poderá traduzir numa redução anual de 400 milhões de toneladas de CO2. Depois de ter percebido que era urgente actuar sobre a situação energética da Europa, a Comissão Europeia criou uma Directiva sobre o Desempenho Energético dos Edifícios (2002/91/CE), onde foi introduzida a certificação obrigatória de edifícios, e que levou ao aparecimento em Portugal do SCE – Sistema de Certificação Energética e da Qualidade do Ar Interior nos Edifícios e à obrigatoriedade da qualificação profissional de peritos de certificação energética. A legislação Portuguesa é baseada nos Decretos-Lei 80/2006, 79/2006 e 78/2006. Neste sentido, a SGS em colaboração com a ACIF – Associação Comercial e Industrial do Funchal e a Jesus Ferreira Consultores, deu a conhecer todos os regulamentos, objectivos, prazos e obrigações do SCE num Seminário, no dia 26 de Março, no Auditório da RDP Madeira.
À descoberta de Portugal 62|63
Bordado da Terra de Sousa
Património Português
A Casa do Risco foi criada pela Câmara Municipal de Felgueiras no ano de 1997, tendo como intenção proteger e valorizar o Bordado e as bordadeiras da Terra de Sousa. O Bordado assume-se como um importante segmento do artesanato português, constituindo assim, uma premissa para a sua qualificação e reconhecimento. Através da Casa do Risco, o Município de Felgueiras promove diversas acções para que o Vale do Sousa se assuma como pólo de bordado por excelência, no espaço continental português.
A sede da Casa do Risco fica numa casa rural na Quinta do Roço em Airães, freguesia do concelho de Felgueiras. Além de salas de formação, planeamento, produção e lavandaria, possui um show room, onde durante todo o ano estão expostas variadas peças, exemplares únicos do Bordado da Terra de Sousa. A Câmara Municipal de Felgueiras, chama a atenção também para “o espólio de desenhos que a Casa do Risco possui, resultantes da recolha efectuada por via de um Concurso de Bordados Antigos,
O Bordado da Terra de Sousa O Bordado da Terra de Sousa apresenta-se quase sempre bordado a branco sobre linho, embora ao longo do tempo as cores fossem aparecendo de forma natural, não desvirtuando de forma alguma este bordado. O produto, destinado a pessoas extremamente exigentes, mantém a sua excepcional qualidade de elaboração e riqueza de pontos, sendo considerado luxuoso.
acrescido daqueles que foram entregues por particulares”. No
A especificidade e a qualidade deste bordado são
gabinete de concepção, execução e riscagem os desenhos são
verdadeiramente únicas e espantosas, caracterizando-o com
introduzidos, classificados, tratados e arquivados no sistema
uma variedade de pontos muito ricos, que podem ser
informático com vista à organização do banco de desenhos e seu
executados e aplicados de forma artística nas peças elaboradas
fácil acesso. O sistema permite, ainda, a formatação de desenhos
pelas bordadeiras. O Bordado é usado em variados artigos
introduzindo alguma inovação na sua utilização, numa
têxteis-lar (roupa de cama, de mesa, cortinas, enxovais de bebé,
perspectiva de criação e refuncionalização de peças. Todo este
etc.), em vestuário (vestidos de noiva, baptizado e comunhão) e
sistema garante uma maior rapidez e precisão de riscagem.
em tudo onde é possível a execução de tão extraordinário bordado. “Não podemos falar de preços sem falar de desenhos e pontos. A sua variedade e riqueza determina o valor da peça”, refere a autarquia.
www.bordadoterradesousa.com A extraordinária técnica da bordadeira da Terra de Sousa, que
Bordado e de todos os que deles dependem. Um aumento do
borda com o tecido cosido àquilo a que chama o papelão, é uma
volume de negócios no sector iria contribuir, por exemplo, para
solução única que não se encontra em nenhuma outra região
uma melhoria das condições sócio-económicas das bordadeiras.
portuguesa produtora de bordado. As bordadeiras dominam
A promoção do Bordado passou, já, pela participação da Casa do
mais de duas centenas diferentes de pontos de bordar. A técnica
Risco em feiras e eventos a nível nacional e internacional, como
do papelão, engenhosamente usada por estas bordadeiras,
por exemplo a Heimtextil (Alemanha), The New York Home
permite uma maior rentabilidade na produção das peças, uma
Textiles (EUA), Mostra Mercato (Florença). As participações
vez que utilizam as duas mãos para executar o Bordado. Atribui-
nestes eventos tiveram o apoio do ICEP, FIIC, Feira Nacional de
-se também a esta técnica a responsabilidade pela permanência
Vila de Conde, Casa Têxtil, entre outras instituições.
e uso de tão variados pontos, que confere ao maior centro produtor de bordado de Portugal Continental a sua principal característica identificativa. Enquanto a imagem e identidade do bordado produzido noutros locais vive da associação de motivos e padrões aos pontos em que estes são bordados, aqui é a própria utilização dos pontos em si mesmos que confere personalidade específica e singular a esta produção. É dada à bordadeira total liberdade na aplicação dos pontos que conhece. Assim, neste bordado que varia com as tendências, é possível encontrar elementos que o distinguem de outros, tal como o uso de pontos de fundo, pontos reais, crivos, ponto veludo e o sombreado aplicado em vários pontos de bordar. Qualidade como diferenciação no mercado A Casa do Risco tem tentado, através da qualificação das bordadeiras e da diferenciação do produto, afirmar-se em mercados com padrões mais exigentes. Isto passa por consciencializar as bordadeiras da importância das novas tecnologias de informação e comunicação, da qualidade técnica e da inovação dos produtos, factores que contribuem para o seu sucesso. Espera-se que o Bordado da Terra de Sousa confine em todas as suas referências o melhor que o artesanato português tem, através da maior e melhor característica que dignifica um produto: a Qualidade. Dentro desta lógica, a Casa do Risco avançou com uma iniciativa inovadora em 2007, alcançando a certificação do seu Sistema de Gestão da Qualidade de acordo com a norma ISO 9001, para as actividades de promoção e produção do Bordado da Terra de Sousa. O registo de Indicação Geográfica, que está a decorrer junto do INPI vai complementar a identidade e garantir a autenticidade do produto desta região, que passa a ter marca própria. A divulgação e promoção do artesanato é essencial para o desenvolvimento sustentado das actividades conexas do
Nos últimos anos, o sector têxtil tem vindo a sentir grandes quebras na sua produção como reflexo da forte concorrência do mercado asiático. Mas para a Presidência da Câmara Municipal de Felgueiras, “o amor à nossa terra e às tradições faz-nos continuar a acreditar no conhecimento destas artesãs, que passou de geração em geração, agora protegido e que durante muito tempo foi adulterado de forma a ser comercialmente mais rentável. Temos como missão divulgar e promover esta arte, que constitui um património cultural único, contribuindo deste modo para o desenvolvimento económico desta região. Em suma, importa dignificar e qualificar as artesãs para sedimentar a actividade, diferenciando e certificando o produto final, de modo inovador, procurando novas fatias de mercado com vista a ultrapassar este momento de dificuldades”.
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Marcas de Certificação Acreditada no SPQ
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IDI
Recursos Humanos
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Produto Industrial
Marcas de Certificação Acreditadas Internacionalmente
Segurança e Saúde no Trabalho
Responsabilidade Social
Tecnologias de Informação
Segurança da Informação
Serviço
Automóvel
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